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https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/filho-de-sergio-cabral-nao-e-candidato-nem-evita-usar-sobrenome-do-pai/
ESTADAO_VERIFICA
Filho de Sérgio Cabral não é candidato nem evita usar sobrenome do pai
Marco Antônio Cabral tentou se reeleger como deputado federal em 2018, sem sucesso; neste ano, ele não concorre a nenhum cargo
2020-09-28
SAIBA MAIS Um boato de 2018 voltou a circular no Facebook nesta semana com a alegação falsa de que o filho do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, Marco Antônio Cabral, é candidato e evita usar o sobrenome do pai, que está preso. Marco Antônio de fato era candidato nas últimas eleições, mas ele não concorre a nenhum cargo este ano. Além disso, o ex-deputado federal não deixou de usar o nome do pai político. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica Na lista de candidatos da cidade do Rio de Janeiro divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há apenas um candidato com nome de urna Marco Antônio, que não é o alvo do boato. O filho de Sérgio Cabral não está listado. No único perfil verificado em rede social do ex-deputado, no Instagram, Marco defende o pai em quase todas as últimas postagens. Fotos, textos e vídeos com menções ao ex-governador do Rio compõem o mosaico da conta no Instagram, que não omite o sobrenome Cabral. Marco, filiado ao MDB, foi deputado federal pelo Rio de Janeiro entre 2015 e 2018. Quando tentou se reeleger, sem sucesso, encarou um cenário adverso daquele que o levou ao cargo; principalmente devido às condenações do pai na Justiça. Marco também foi secretário estadual de Esportes do governo Pezão. Naquele ano, também não deixou de usar o sobrenome Cabral nas urnas. Em 2018, quando circulou originalmente, este conteúdo também foi checado pela Agência Lupa, Boatos.org e Folha de S.Paulo. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://img.estadao.com.…617563593097.jpg
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['Tiago Aguiar']
[]
['Marco Antônio Cabral', 'eleições 2020 Rio de Janeiro [cidade RJ]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/boato-que-associa-falsamente-haddad-a-frase-sobre-genero-de-criancas-volta-a-circular-nas-redes/
ESTADAO_VERIFICA
Boato que associa falsamente Haddad a frase sobre gênero de crianças volta a circular nas redes
Petista não afirmou que meninos de 5 anos são 'propriedade do Estado'; informação falsa é compartilhada desde eleições de 2018
2020-09-28
Não é verdade que Fernando Haddad (PT) tenha afirmado que o governo deve decidir sobre o gênero de crianças. Uma peça de desinformação que voltou a circular nas redes sociais no último dia 24 afirma que o petista teria dito que “ao completar cinco anos, a criança passa a ser propriedade do Estado” e que cabe ao governo “decidir se menino será menina e vice-versa”. As alegações são falsas. Em ferramentas de busca não há qualquer registro de declaração ou texto sequer parecido. Este boato circulou inicialmente em 2018, logo após a confirmação da candidatura de Haddad à Presidência. Conforme mostrou o Estadão Verifica em parceria com o Projeto Comprova naquele ano, a assessoria do petista também negou que ele tenha feito as declarações ou as escrito em qualquer obra. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica Na ocasião, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ordenou que a postagem fosse retirada do ar do Facebook. A peça é uma reedição de um boato que circulou em fevereiro de 2017, baseado em uma declaração de Deborah Duprat, procuradora federal dos Direitos do Cidadão. A frase de Deborah foi tirada de contexto para insinuar que ela teria dito que as crianças são propriedade do Estado. Na realidade, ao defender a inconstitucionalidade do projeto Escola Sem Partido, ela afirmou ser “equivocada” a percepção de que a família tem “poder absoluto sobre a criança” e que a “Constituição diz que a criança é um problema da família, da sociedade e do Estado”. Este conteúdo também foi checado pela Agência Lupa, Aos Fatos, Boatos.org, UOL Confere, Polígrafo e Fato ou Fake. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://img.estadao.com.…617563593097.jpg
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['Tiago Aguiar']
[]
['fernando haddad', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/quadro-que-retrata-situacao-de-pedofilia-nao-fez-parte-da-exposicao-queermuseu/
ESTADAO_VERIFICA
Quadro que retrata situação de pedofilia não fez parte da exposição Queermuseu
Obra feita por artista britânica com transtorno de personalidade circula fora de contexto nas redes
2020-09-25
É falso que uma pintura mostrando uma cena de pedofilia tenha sido incluída na exposição Queermuseu, realizada pelo Santander Cultural em 2017. A obra voltou a viralizar recentemente nas redes sociais com uma legenda que afirma ser “um dos quadros que o banco Santander apresentava”. A instituição nega e não há indícios na imprensa que confirmem a alegação. O quadro mostrado na postagem foi pintado por uma mulher britânica que sofreu abusos na infância e desenvolveu um distúrbio de personalidade. Obra é da artista britânica Kim Noble. Site da pintora tem lista exposições e não consta a Queermuseu. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica O boato traz uma foto do quadro e a seguinte legenda: “Um pequeno corpo nu em cima da cama, por cima dele outro corpo nu maior, ao redor da cama outras pessoas nuas em pé, e duas delas seguravam o pequeno corpo nu mantendo braços e pernas abertas. E mesmo assim um promotor teve a coragem de dizer que não havia pedofilia nas imagens. Reparem no bichinho de pelúcia encostado na parede”. O Estadão Verifica utilizou o mecanismo de busca reversa do Google e identificou sites relacionando o quadro à artista Kim Noble, uma mãe de 59 anos. Sua história ganhou destaque na mídia internacional depois que foi revelado que ela desenvolveu transtorno de identidade dissociativa por ter sofrido abusos sexuais na infância. Em 2017, o E-farsas publicou uma checagem sobre este mesmo boato. Na ocasião, o site publicou a lista de artistas que possuíam obras expostas no Queermuseu e Kim Noble não estava entre os colocados. Ao Estadão Verifica, a assessoria de comunicação do Santander confirmou que nem a obra, nem a artista fizeram parte da exposição. Em seu site oficial, Kim divulga uma lista de exposições das quais participou, e não consta a Queermuseu. Queermuseu A exposição Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira recebeu críticas, foi duramente combatida por grupos conservadores nas redes sociais e acabou cancelada pelo Santander Cultural. A mostra pretendia “nos fazer refletir sobre os desafios que devemos enfrentar em relação à questões de gênero, diversidade, violência”, segundo o banco. A exposição tinha ao todo 270 trabalhos de 85 artistas que abordavam a temática LGBT, questões de gênero e de diversidade. Entre os artistas, haviam nomes consagrados como Alfredo Volpi, Cândido Portinari, Clóvis Graciano, Ligia Clark e Leonilson. O site da GaúchaZH publicou as três obras mais polêmicas e que foram acusadas de incentivo à pedofilia e à zoofilia. Elas são dos artistas Adriana Varejão, Fernando Baril e Bia Leite. Não consta nesta reportagem, nem em outras publicadas à época, o quadro reproduzido no boato. À época, o promotor da Infância e da Juventude de Porto Alegre, Julio Almeida, negou que houvesse a prática de pedofilia nas obras. Ele também recomendou ao Santander Cultural que, em exposições futuras, mantivesse obras com “cenas de sexo explícito ou pornográficas” em um espaço separado. No mesmo comunicado, o promotor ressaltou que “algumas imagens de obras que estão circulando esta semana em redes sociais não fazem parte da exposição e, desta forma, não contribuem para o debate saudável acerca do tema”. Não especificou quais eram as obras circulando fora de contexto nas redes. O Ministério Público Federal recomendou que a exposição fosse retomada, mas o Santander optou por não acatar a sugestão. Um dos quadros de Ria Platt, a personalidade de 12 anos de Kim Noble. Estilo é semelhante ao do quadro utilizado por boato. Foto: Oprah/Reprodução As múltiplas personalidades de Kim Noble O site de Kim Noble mostra como suas múltiplas personalidades afetam sua obra, já que cada uma delas possui uma forma de se expressar. Uma de suas personalidades, Ria Platt, acredita ser uma garota de 12 anos. Ela é quem desenha meninas em situação de vulnerabilidade e expõe os traumas vivenciados por Kim. Em entrevista à apresentadora norte-americana Oprah Winfrey, ela contou que possui 20 personalidades diferentes. “As coisas se tornaram demais para ela (Kim Noble), então ela simplesmente desapareceu e temos que cuidar do seu corpo”, disse Patrícia, uma das personalidades mais constantes de Kim. Ao portal britânico The Guardian, o professor de Psicologia Peter Fonagy, da University College London, disse que o transtorno da artista é um sinal de resiliência: “A mente é capaz de se dividir e nós colocamos eventos traumatizantes em ‘caixas’. Isso pode ser útil na medida em que ajuda as pessoas a se desassociar desses eventos”, explicou. Este conteúdo também foi checado pelo Aos Fatos. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…250920205539.png
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['Pedro Prata']
[]
['Queermuseu', 'fake news [notícias falsas]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/foto-de-indigena-em-queima-controlada-e-de-2014-e-nao-tem-relacao-com-incendios-no-pantanal/
ESTADAO_VERIFICA
Foto de indígena em queima controlada é de 2014 e não tem relação com incêndios no Pantanal
Imagem foi tirada de contexto para acusar, sem provas, 'ONGs e militantes de esquerda' de serem responsáveis por queimadas criminosas
2020-09-25
Uma postagem viral no Facebook usa uma foto de 2014 para acusar “ONGs e militantes de esquerda” de serem os responsáveis pelos incêndios no Pantanal. Na realidade, a fotografia que mostra um indígena com um galho em chamas foi publicada originalmente na revista Ciência Hoje, em uma reportagem sobre o uso de fogo controlado no cerrado. Além disso, ao contrário do que alega a peça de desinformação, não há denúncias sobre queimadas criminosas iniciadas por ativistas no Mato Grosso, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado. O primeiro registro da foto encontrado por mecanismos de busca reversa de imagem é de junho de 2014, na revista Ciência Hoje, que não está mais em circulação. Apesar de não haver informação sobre a autoria da fotografia, é possível saber que a imagem ilustra uma reportagem sobre queimas controladas utilizadas pelos índios xavantes de Mato Grosso. Na técnica, indígenas ateiam um círculo de fogo para tratar a terra de plantio. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica A postagem ainda cita uma lei que classifica como crime a prática de incêndios “com o fim de atentar contra a segurança do Estado”. Ao contrário do que o texto menciona, a pena é de 3 a 8 anos de reclusão, e não de 15 a 30 anos. Em meio à repercussão sobre os incêndios que consomem o Pantanal, o Estadão Verifica checou vários conteúdos enganosos sobre as queimadas. Por exemplo, um vídeo que mostrava uma queima controlada com o objetivo de combater o fogo foi tirado de contexto para responsabilizar o Instituto Chico Mendes (ICMBio) pelo desastre ecológico. Fotos de animais feridos e outras imagens antigas também foram compartilhadas fora de seu contexto original. Este conteúdo também foi verificado pelo Aos Fatos. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://img.estadao.com.…617563593097.jpg
null
['Tiago Aguiar']
[]
['pantanal']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/foto-de-mulher-vietnamita-circula-nas-redes-como-se-fosse-madre-teresa-de-calcuta/
ESTADAO_VERIFICA
Foto de mulher vietnamita circula nas redes como se fosse Madre Teresa de Calcutá
Pessoa fotografada na verdade é Tran Anh Phuong, morta nos Estados Unidos em 2008
2020-09-25
Circula nas redes sociais a foto em preto e branco de uma jovem cuja legenda afirma se tratar da missionária Madre Teresa de Calcutá quando jovem. “Essa foto foi tirada em 1928, essa jovem tinha 18 anos. Essa jovem hoje é Santa Teresa de Calcutá”, afirma a legenda. Na realidade, a mulher fotografada é uma vietnamita que vivia nos Estados Unidos. A postagem checada pelo Estadão Verifica foi compartilhada ao menos 2,7 mil vezes no Facebook. Para identificar a origem da fotografia usada, o Estadão Verifica utilizou o mecanismo de busca reversa de imagens do Google. Eles permite identificar outras vezes em que a foto foi publicada anteriormente. LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica Assim, a pesquisa retornou o site da ONG Children of Vietnam, que presta auxílio a crianças vietnamitas. Em uma das páginas, a organização presta solidariedade à família de Tran Anh Phuong, morta em 20 de abril de 2008 “após uma longa doença”. Ela é a mulher que aparece na foto. Foto é de Tran Anh Phuong, não Madre Teresa de Calcutá. Foto: Reprodução Segundo a biografia de Tran, escrita pelo filho Sam, ela trabalhou junto a imigrantes do Vietnã nos Estados Unidos, prestando auxílio como intérprete e pedindo doações de empresários. A página ainda contém uma citação atribuída a Madre Teresa de Calcutá, o que pode ter causado a confusão: “O presente de Deus para você é a sua vida. O que você faz da sua vida é o seu presente para Deus.” Madre Teresa de Calcutá nasceu em uma família albanesa na atual Macedônia do Norte. Fundou as Missionárias da Caridade em 1950, com 12 seguidores em Calcutá, Índia. Atualmente, a ordem percorre hospitais, asilos, abrigos e outros locais em mais de 139 países. Ela morreu em 5 de setembro de 1997 e foi canonizada pelo Papa Francisco em 2016. Este conteúdo também foi checado pela agência de checagens norte-americana Snopes. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…091120200012.jpg
null
['Pedro Prata']
[]
['fake news [notícias falsas]', 'Madre Teresa de Calcutá']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-tuite-atribuido-a-marcelo-freixo-que-lamenta-morte-de-traficante/
ESTADAO_VERIFICA
É falso tuíte atribuído a Marcelo Freixo que lamenta morte de traficante
Montagem com menção a Elias Maluco tem texto com mais caracteres do que o permitido no Twitter
2020-09-25
É montagem um tuíte atribuído ao deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) que circula nas redes sociais com mensagem de pesar pela morte do traficante Elias Maluco. Embora a foto e o nome de usuário sejam iguais aos utilizados pelo parlamentar, o texto não poderia ter sido publicado no Twitter pois é maior do que o limite permitido pela rede social. Twitter não permite a publicação de textos acima de 280 caracteres. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica A postagem checada pelo Estadão Verifica foi compartilhada ao menos 1,1 mil vezes no Facebook e atribui a Freixo o seguinte texto: “Recebi com tristeza a notícia da morte do meu grande amigo, grande ídolo, o traficante Elias Maluco. Irei cobrar uma rigorosa investigação quanto aos fatos que lavaram à sua morte (sic) numa cela de um presídio federal. Estou sem chão. O PSOL já está providenciando um funeral digno para que familiares e amigos possam prestar as última (sic) e merecidas homenagens a este grande líder do tráfico e da comunidade do complexo do Alemão”. Uma análise preliminar do tuíte atribuído a Freixo já permite concluir se tratar de uma montagem. Isso porque o Twitter permite a publicação de postagens com até 280 caracteres. Já o texto utilizado pelo boato possui 444 caracteres. O Estadão Verifica fez uma busca avançada pelo termo “Elias Maluco” na rede social do deputado. As únicas postagens feitas por Freixo foram em 2013, quando parabenizou “o planejamento e a inteligência” adotados para prender os traficantes Nem e Elias Maluco. Foto: Reprodução do ‘Estadão’ de 20 de setembro de 2002 Nesta quinta-feira, 24, Freixo acusou grupos bolsonaristas de estarem por trás das “mentiras e calúnias”. “Por isso precisam inventar mentiras e calúnias. Nós estamos acionando a polícia para que seus autores dessa fake news sejam identificados e punidos”, disse. Elias Maluco foi preso em 19 de setembro de 2002 no Rio de Janeiro. Além de comandar o tráfico no Complexo do Alemão, foi o responsável pela morte do repórter Tim Lopes, da TV Globo, que desapareceu no início de junho do mesmo ano na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio. O traficante foi encontrado morto na Penitenciária Federal de Catanduvas nesta terça-feira, 22. A Polícia Federal aguarda resultado da perícia da morte. Este boato também foi checado por Fato ou Fake, Agência Lupa e Boatos.org. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…250920200501.png
null
['Pedro Prata']
[]
['Marcelo Freixo', 'Elias Maluco', 'fake news [notícias falsas]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/mascaras-reduzem-transmissao-da-covid-19-ao-contrario-do-que-afirma-postagem/
ESTADAO_VERIFICA
Máscaras reduzem transmissão da covid-19, ao contrário do que afirma postagem
É falso que o equipamento de proteção bloqueie a troca de gases na respiração
2020-09-25
Máscaras são eficazes para reduzir a transmissão de doenças respiratórias e do novo coronavírus, ao contrário do que afirma uma publicação viral no Instagram. Especialistas e organizações de saúde ao redor do mundo reforçam a necessidade do uso da proteção para conter o avanço da covid-19, com base em evidências científicas. O autor da postagem reproduz outras afirmações falsas sobre a máscara, como a que o equipamento de proteção causa a “diminuição da inalação de oxigênio e retenção de CO2”, boatos sem qualquer evidência científica. A máscara, na verdade, dispõe de pequenos filtros que impedem a passagem de gotículas (transmissoras do vírus) e de partículas maiores. Postagem engana com afirmações falsas sobre uso de máscara. Foto: Reprodução A filtragem, porém, não bloqueia a respiração. Os gases — oxigênio (O2) e dióxido de carbono (CO2) — têm um tamanho muito menor que as gotículas e conseguem passar pelos poros da máscara, seja ela cirúrgica ou artesanal, explicou o infectologista Jean Gorinchteyn, atual secretário da Saúde do Estado de São Paulo. No início da pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia recomendado que pessoas sem sintomas evitassem o uso de máscaras cirúrgicas, por temer a falta de equipamentos de proteção para profissionais de saúde e para sintomáticos. Após realizar estudos que comprovaram a eficácia da máscara artesanal, de tecido, a entidade atualizou as orientações e destacou que o uso da proteção é essencial para todas as pessoas. De acordo com o Ministério da Saúde, a utilização de máscaras caseiras é efetiva como prevenção contra o novo coronavírus, mas em conjunto a outras medidas: distanciamento social, higienização das mãos, limpeza e desinfecção de ambientes e cumprimento da etiqueta respiratória (proteger o ambiente de secreções respiratórias). Circulam nas redes sociais vários boatos que diminuem a importância do uso da máscara. Uma publicação enganosa, checada pelo Estadão Verifica, tirou de contexto uma foto de um laboratório chinês de alta segurança. O Projeto Comprova também desmentiu uma série de desinformações sobre o equipamento, como a falsa alegação de que as partículas contaminadas ultrapassam o poro das máscaras. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…250920203433.png
null
['Guilherme Bianchini']
[]
['fake news [notícia falsa]', 'máscaras', 'coronavírus [prevenção]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/montagem-de-inscricao-sobre-jesus-na-camiseta-de-manuela-davila-volta-a-circular-nas-redes/
ESTADAO_VERIFICA
Montagem de inscrição sobre Jesus na camiseta de Manuela D’Ávila volta a circular nas redes
Boato circula desde 2018, quando ex-deputada federal concorreu à vice-presidência na chapa de Fernando Haddad
2020-09-25
SAIBA MAIS Uma antiga montagem com uma foto de Manuela D’Ávila foi resgatada nas redes sociais para atacar a ex-deputada federal. Atualmente ela é a candidata à prefeitura de Porto Alegre pelo PCdoB. A imagem alterada digitalmente mostra Manuela vestindo uma camiseta onde se lê “Jesus é travesti” — a foto original tem os dizeres “rebele-se”. A postagem checada pelo Estadão Verifica já foi compartilhada mais de 3 mil vezes no Facebook desde o dia 19 de setembro. Inscrição sobre Jesus na camiseta de Manuela D’Ávila é montagem. Foto: Reprodução Este boato circulou inicialmente em 2018. Naquele ano, Manuela D’Ávila foi candidata a vice-presidente na chapa com Fernando Haddad (PT). Conforme mostrou o Estadão Verifica em parceria com o Projeto Comprova, a foto original foi clicada pela fotógrafa Isis Medeiros no dia 17 de julho de 2018, durante a sabatina dos pré-candidatos à presidência da República organizada pelo programa Voz Ativa, da Rede Minas de Televisão, em Minas Gerais. A camiseta utilizada pela então candidata na verdade trazia os dizeres “rebele-se”. Ao se comparar a foto utilizada no boato com a imagem da sabatina, é possível concluir que se trata da mesma situação. O tom da camiseta de Manuela D’Ávila é o mesmo, além de elementos em comum como o colar e um brinco vermelho. Elementos no vestuário da política permitem concluir se tratar da mesma ocasião. Foto: Reprodução de redes sociais | Rede Minas/Reprodução Na época em que a montagem começou a circular, Manuela D’Ávila se posicionou contra a postagem enganosa em seu Twitter e em seu Instagram: “Prestem atenção! Mentiras não passarão! Nos ajude a compartilhar a verdade.” PRESTEM ATENÇÃO! Mentiras não passarão! Nos ajude a compartilhar a verdade! pic.twitter.com/JtfFfE6qJQ — Manuela (@ManuelaDavila) October 2, 2018 Não é a primeira vez que Manuela é alvo de desinformação. Já circularam nas redes um tuíte falso com menção a “pegar armas” contra o ex-juiz federal Sérgio Moro e até uma foto alterada digitalmente para dar a impressão de que Manuela teria tatuagens de Che Guevara e Lenin. As duas foram checadas pelo Estadão Verifica e pelo Projeto Comprova. Este conteúdo também foi checado pela Agência Lupa e Fato ou Fake. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…250920200337.png
null
['Pedro Prata']
[]
['fake news [notícia falsa]', 'Manuela DAVILA']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/postagem-engana-ao-associar-alimentos-transgenicos-a-cancer/
ESTADAO_VERIFICA
Postagem engana ao associar alimentos transgênicos a câncer
Relação entre organismos geneticamente modificados e doenças não tem comprovação científica
2020-09-24
O que andam espalhando: LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica Estão espalhando que produtos transgênicos causam câncer (não é verdade). Um boato contra os transgênicos circulou nas redes sociais em 2019, mas voltou a ganhar repercussão no Facebook no mês de setembro. A imagem mostra em destaque o símbolo de transgênico em um biscoito de maizena da Piraquê, e o texto associa produtos desse tipo a câncer, infertilidade, autismo, doença de Alzheimer e resistência a antibióticos. Uma publicação de fevereiro do ano passado já recebeu mais de 56 mil compartilhamentos. O Estadão Verifica investigou e concluiu que: Não há comprovação científica de que alimentos transgênicos causem câncer e outras patologias ou aumentem a resistência a antibióticos. Um estudo francês de 2012 apresentou essa hipótese ao realizar testes em cerca de 200 ratos, mas a revista Food and Chemical Toxicology promoveu a retratação do artigo, ou seja, o reconhecimento de que era falho, após questionamentos de entidades científicas e de segurança alimentar. Desde então, não houve pesquisa científica que provasse a relação entre os transgênicos e o desenvolvimento de tumores. Quem espalha isso? Grupos que promovem a chamada alimentação alternativa costumam promover a ideia de que alimentos transgênicos fazem mal à saúde. Essa crença não encontra respaldo em evidências científicas. É falso que alimentos transgênicos causem câncer e outras doenças. Foto: Reprodução Como verificamos: Ouvimos especialistas no assunto: O bioquímico Flavio Finardi Filho, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF/USP) e vice-presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), disse: “São totalmente inverídicas as alegações de câncer ou qualquer tipo de enfermidade causada direta ou indiretamente por ingestão de organismos geneticamente modificados (transgênicos) ou seus derivados. Esse tema é recorrente, aparece de tempos em tempos.” O biólogo Marcelo de Oliveira Santos, pesquisador e professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), explicou que um produto transgênico precisa passar por uma série de testes de segurança antes de ser liberado ao público. “Essa associação (transgênicos e câncer) é muito genérica, feita para criar um pavor nas pessoas”, disse ele. Marcelo de Oliveira Santos também descarta a hipótese de o consumo de alimentos transgênicos causar resistência a antibióticos. O pesquisador esclarece que algumas plantas selecionadas possuem genes resistentes a antibióticos, mas estes não são transmitidos para os seres humanos nem tornam a pessoa resistente aos medicamentos citados. 2. Buscamos informações com instituições que pesquisam o tema: A comunidade internacional conduz testes que investigam a segurança dos organismos geneticamente modificados, com padrões definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Até o momento, nenhuma pesquisa que ligue os transgênicos a outras doenças, além do câncer, chamou a atenção das entidades. Informações adicionais: O símbolo de transgênico — um “T” preto dentro de um triângulo amarelo — era obrigatório em alimentos geneticamente modificados desde 2003. Uma lei de autoria do então deputado (hoje senador) Luis Carlos Heinze (PP-RS), porém, flexibilizou a exigência. A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado aprovou a alteração em abril de 2018, com a justificativa de não haver evidências de danos dos transgênicos à saúde. A nova legislação isenta os produtores de alimentos de informar sobre a presença de componentes transgênicos, desde que a concentração seja inferior a 1% da composição final. Os produtos com porcentagem superior ao limite continuam com um aviso obrigatório no rótulo, mas o símbolo antigo foi abolido. A lei exige apenas que o rótulo apresente, de forma legível, um destes termos: “(nome do produto) transgênico” ou “ contém (nome do ingrediente) transgênico”. O assunto ainda é motivo de muitas divergências no meio acadêmico-científico. Defensores da presença do símbolo de transgênico alegam que ainda não houve tempo para pesquisas conclusivas sobre os alimentos geneticamente modificados. Do outro lado, a justificativa é de que o triângulo amarelo assustava os consumidores e os afastava dos produtos, mesmo sem comprovação de qualquer dano à saúde. Busquem conhecimento: Algumas sugestões de leitura sobre o assunto: Como sabemos que transgênicos são seguros? Transgênico é seguro, dizem cientistas dos Estados Unidos Outras checagens sobre esse assunto: O Boatos.org também checou esta informação. Por que verificamos esse boato: A equipe do Estadão Verifica trabalha todos os dias para combater a desinformação na internet e nas redes sociais, porque acreditamos que pessoas bem informadas tomam melhores decisões e contribuem mais com suas comunidades. Analisamos conteúdos suspeitos que aparecem em nossas ferramentas de monitoramento ou que são enviados por leitores. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens no Facebook potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização, em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…091120200012.jpg
null
['Guilherme Bianchini']
[]
['fake news [notícia falsa]', 'alimento', 'câncer']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/lider-do-mst-em-foto-com-petistas-e-falsamente-identificado-como-adelio-bispo/
ESTADAO_VERIFICA
Líder do MST em foto com petistas é falsamente identificado como Adélio Bispo
Boato resgata imagem antiga para acusar partido de ligação com atentado contra Jair Bolsonaro
2020-09-24
Não é verdade que uma foto resgatada nas redes sociais mostre um encontro de lideranças petistas com Adélio Bispo, autor da facada contra o presidente Jair Bolsonaro. O homem que aparece de braços dados com Gleisi Hoffmann e Luiz Inácio Lula da Silva é João Paulo Rodrigues, líder do Movimento de Trabalhadores Sem Terra (MST). Uma publicação com legenda falsa foi compartilhada ao menos 2 mil vezes no Facebook. “Sabem quem é o rapaz de boné? Pois é… Ele mesmo! ‘Da faca’”, diz a postagem falsa. Homem de boné é João Paulo Rodrigues, líder do MST, não Adélio Bispo. Foto: Reprodução A foto original é de abril de 2018. Rodrigues, de boné vermelho, aparece na imagem de braços dados com a então senadora Gleisi Hoffmann (RS) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na foto estão ainda a ex-presidente Dilma Rousseff, Guilherme Boulos, candidato em 2018 à presidência pelo PSOL, e Luiz Marinho, candidato naquele ano ao governo de São Paulo pelo PT. Para identificar a origem da fotografia utilizada, o Estadão Verifica utilizou o mecanismo de busca reversa de imagens Google. Ele permite identificar outras vezes em que a foto foi utilizada anteriormente. Assim, foi possível localizar a foto em matéria publicada no portal G1. A reportagem “Lula passa a madrugada no sindicato dos metalúrgicos do ABC após ordem de prisão” foi publicada em 6 de abril de 2018. Naquele dia, o ex-presidente Lula ficou sabendo da ordem de prisão expedida após a condenação na 2ª instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Ele foi até o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, se reunir com lideranças políticas e correligionários. Lula se entregou à Polícia Federal no dia seguinte, após passar a noite na sede do sindicato. Lula com aliados no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Foto: G1/Reprodução Não é a primeira vez que a figura de Adélio Bispo é usada em peças de desinformação. O Estadão Verifica já checou postagens que afirmavam que ele teria sigilo telefônico protegido pela OAB e que ela mantinha ligações com o ex-deputado federal Jean Wyllys. Este conteúdo também foi checado por Boatos.org e Agência Lupa. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…240920203318.png
null
['Pedro Prata']
[]
['adelio bispo de oliveira', 'gleisi hoffmann', 'Lula [Luiz Inácio Lula da Silva]', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/postagem-usa-dados-desatualizados-em-comparacao-de-mps-de-lula-e-de-bolsonaro/
ESTADAO_VERIFICA
Postagem usa dados desatualizados em comparação de MPs de Lula e de Bolsonaro
Print de um tuíte de janeiro voltou a circular no Facebook; nenhuma das medidas editadas pelo atual presidente em seu primeiro ano de gestão continua a tramitar
2020-09-24
Uma postagem no Facebook usa dados desatualizados para fazer uma comparação entre o número de medidas provisórias (MPs) editadas no primeiro ano do mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Jair Bolsonaro (sem partido). Ao contrário do que afirma o post, nenhuma das MPs editadas por Bolsonaro em 2019 continua em tramitação, conforme é possível verificar no Portal da Legislação do Planalto. Além disso, pouco mais da metade das medidas editadas por Lula foi convertida em lei em seu primeiro ano de gestão, informação omitida pelo autor da publicação. A postagem analisada repete números divulgados em um tuíte que viralizou no início deste ano, com dados enganosos. “Lula emitiu 53 MPs no seu primeiro ano de governo. Nenhuma caducou. Todas foram votadas. Bolsonaro emitiu 49. 11 aprovadas, 11 caducaram, 1 foi rejeitada e 26 ainda tramitando”, afirma a publicação, compartilhada mais de 700 vezes em sua versão recente no Facebook. Os números de Lula estão distorcidos e os de Bolsonaro, desatualizados. Publicação tira de contexto dados sobre MPs de Lula e de Bolsonaro. Foto: Reprodução O atual presidente emitiu 48 medidas provisórias em seu primeiro ano de mandato — uma a menos do que diz a postagem. Ainda em 2019, 11 dessas MPs foram aprovadas pelo Congresso, 11 caducaram e uma foi rejeitada. Todas as outras, porém, já tiveram um desfecho em 2020, com mais 11 aprovadas, 12 caducadas e duas revogadas. As 48 MPs editadas por Bolsonaro em 2019: 22 aprovadas (11 em 2019) 23 caducaram (11 em 2019) uma rejeitada (em 2019) duas revogadas No primeiro ano do mandato de Lula, em 2003, o petista editou 58 medidas provisórias — cinco a mais do que afirma o autor. Nenhuma caducou e quase todas (57) foram aprovadas, mas apenas 29 se converteram em lei ainda no primeiro ano, dado omitido pelo autor da publicação. As 58 MPs editadas por Lula em 2003: 57 aprovadas (29 em 2003) uma revogada (uma em 2003) Tramitação das medidas provisórias A medida provisória é um dispositivo que permite ao presidente da República utilizar um instrumento com força de lei em casos de “relevância e urgência”. As determinações de uma MP passam a valer no momento em que são publicadas, mas devem ser apreciadas posteriormente pelo Legislativo. A MP precisa ser aprovada pelos plenários da Câmara e do Senado para ser transformada em lei de forma definitiva. Caso não seja votada dentro do prazo ou seja rejeitada por uma das casas, caduca e perde sua validade, voltando a valer o status anterior à publicação da medida. Em junho de 2019, a Câmara e o Senado aprovaram uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que alterou os prazos para tramitação de MPs — e restringiu o poder de articulação do governo para aprovar as medidas. Antes, as MPs tinham um prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 60. O total de 120 dias segue em vigor, mas agora com limitações para cada etapa. A nova legislação prevê 40 dias para a comissão especial, 40 para a Câmara e 40 para o Senado, com mais 10 em caso de emendas. Nenhum dos prazos é prorrogável. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…240920201008.png
null
['Guilherme Bianchini']
[]
['fake news [notícia falsa]', 'jair bolsonaro', 'Luiz Inácio Lula da Silva']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/nao-e-do-stf-decisao-contra-volta-ao-trabalho-presencial-de-peritos-do-inss/
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Não é do STF decisão contra volta ao trabalho presencial de peritos do INSS
Medida liminar foi concedida pela 8ª Vara Federal Cível do Distrito Federal em ação da Associação Nacional dos Médicos Peritos
2020-09-24
Uma publicação no Facebook engana ao relacionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a uma decisão judicial que impediu a volta ao trabalho presencial de peritos do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). A postagem crítica traz uma imagem do ministro Alexandre de Moraes, mas quem concedeu a medida liminar foi Márcio de França Moreira, juiz substituto da 8ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, em ação movida pela Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP). A Advocacia-Geral da União recorreu da decisão e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) revogou a liminar nesta quinta-feira, 24. A postagem analisada foi compartilhada 4,2 mil vezes. Decisão foi concedida em Vara Federal Cível do DF, não no STF. Foto: Reprodução A entidade de classe enfrenta cabo de guerra com o governo e resiste a permitir a retomada dos trabalhos presenciais sob a alegação de falta de condições sanitárias para evitar o contágio pela covid-19. A ANMP afirma que os protocolos de segurança teriam sido flexibilizados por meio do Ofício Conjunto nº 34/2020/ME para permitir a abertura de um número maior de agências. Documento OFÍCIO CONJUNTO PDF O presidente do INSS, Leonardo Rolim, chegou a afirmar que peritos que alegam falta de condições estariam mentindo e a cúpula da Subsecretaria da Perícia Médica foi toda exonerada. O governo passou a publicar convocações públicas no Diário Oficial da União e comunicou que pretende cortar o relógio de ponto daqueles que não comparecerem aos seus postos de trabalho, com reflexos na remuneração mensal. Na decisão que impediu a volta ao trabalho, o juiz federal substituto Márcio Moreira sustou os efeitos de um ofício publicado pelo governo em 15 de setembro. O magistrado também proibiu o corte de salário e do relógio de ponto. Moreira avaliou que o ofício comprometia “a garantia constitucional da proteção da saúde do trabalhador e também da população em geral”. Documento DECISÃO JUSTIÇA FEDERAL PDF As atividades presenciais estão paralisadas desde o começo da pandemia. A paralisação afeta um milhão de pessoas que precisam passar por perícia como parte dos processos para obtenção de benefícios como auxílio-doença e o BPC (pago a idoso e pessoas com deficiência de baixa renda). Regras do TSE para eleições A postagem ainda faz crítica à decisão de manter as eleições municipais em 2020 e questiona a segurança aos cidadãos em meio à pandemia de covid-19. No começo de setembro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, divulgou o plano sanitário para as eleições. Entre as principais medidas estão a não utilização da biometria e a ampliação em uma hora do horário de votação. Além disso, 30 empresas e entidades doaram mais de 9,7 milhões de máscaras descartáveis para os mesários, 533 mil marcadores para o chão e 1,8 milhões de viseiras plásticas para os mesários) e mais de 1,2 milhão de litros de álcool gel. As empresas receberão isenção do ICMS que incidiria sobre as doações. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…240920201507.png
null
['Pedro Prata']
[]
['STF [Supremo Tribunal Federal]', 'INSS [Instituto Nacional do Seguro Social]', 'alexandre de moraes', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/rio-pegando-fogo-foi-gravado-na-australia-nao-no-pantanal/
ESTADAO_VERIFICA
Rio pegando fogo foi gravado na Austrália, não no Pantanal
Esta e outras imagens de queimadas circulam fora de contexto nas redes sociais
2020-09-24
Atenção: esta checagem contém imagens fortes. É falso que a foto de um rio em chamas tenha sido feita no Pantanal. A imagem foi tirada de um vídeo feito na Austrália por um deputado, que denunciava a exploração de gás de xisto. Essa e outras fotos circulam nas redes sociais fora de contexto, em meio às queimadas que podem já ter destruído 19% do bioma brasileiro. A postagem analisada recebeu 926 compartilhamentos no Facebook. Imagens circulam fora de contexto nas redes sociais. Foto: Reprodução “O pantanal está virando cinzas e muitos fingem que não sabem ou fingem que não vêem. Então, aqui algumas imagens para vocês, elas são fortes, mas é o que está acontecendo agora”, diz a legenda da publicação. Ela acompanha 22 fotos, mas nem todas são atuais nem mostram a destruição que assola o Pantanal. Para identificar a origem das fotografias utilizadas, o Estadão Verifica utilizou o mecanismo de busca reversa de imagens do Google. Ele permite identificar outras vezes em que as fotos foram utilizadas anteriormente. A imagem de destaque mostra as águas de um rio em chamas, enquanto um homem dentro de um bote acompanha a cena. No entanto, o registro é da Austrália, em 2016. A gravação foi feita por Jeremy Buckingham, um ex-deputado do estado de New South Wales. Ele tem histórico de defesa do meio ambiente e neste vídeo denunciava os danos ao meio ambiente causados pela exploração do gás de xisto por meio de uma técnica chamada fracking. Ex-deputado australiano denuncia impactos ambientais da exploração do gás de xisto. Foto: Reprodução Outra imagem mostra fazendeiros salvando cavalos de um rancho que pega fogo ao norte de Los Angeles, no estado norte-americano da Califórnia. A foto, de Etienne Laurent, fotógrafo da agência de notícias EFE, foi publicada pelo jornal The Telegraph em 1º de novembro de 2019. Foto: The Telegraph/Reprodução Também foi tirada na Califórnia a terceira foto, clicada por Mark Ralston, da agência de notícias AFP, em 9 de dezembro de 2017. Ela mostra bombeiros combatendo incêndios na região de Ojai. Essa foto está disponível no banco de imagens Getty Images. Foto: Getty Images/Reprodução A foto de um filhote de onça machucado não é recente. Ela foi publicada pelo jornal O Globo na reportagem “Animais fogem das queimadas no Pantanal e acabam atropelados em rodovias de Corumbá”, de 23 de maio de 2009. O texto fala do perigo de atropelamento de animais que fogem das chamas. A imagem foi cedida por Nara Pontes, bióloga do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres de Campo Grande. Foto: O Globo/Reprodução A foto de um filhote de anta com o corpo queimado foi tirada em setembro de 2016. O animal havia sido resgatado de um incêndio em plantio de cana de açúcar pela ONG Instituto Ayumi, que atua em Mineiros, cidade do Cerrado goiano. O filhote acabou não resistindo e morreu. A foto do que parece ser um filhote de felino ferido tampouco é recente. O Estadão Verifica encontrou a imagem sendo utilizada ao menos desde 2016. Ela foi postada em um site de proteção animal e não possui indicação de autoria. O texto fala do risco de atropelamento de animais no Estado de Rondônia. Foto: Olhar Animal/Reprodução Os animais sofrem com incêndios em outros Estados brasileiros. A imagem do tatu morto é de Castilho, cidade no interior de São Paulo. O animal morreu durante um incêndio que começou em canavial mas atingiu uma reserva ambiental. A foto foi publicada no portal G1 em 28 de agosto de 2019. Foto: G1/Reprodução Também não são recentes as fotos de vacas mortas em um solo queimado. O Estadão Verifica identificou uma delas no site Agro Olhar em 18 de setembro de 2017. De acordo com a reportagem, propriedades rurais nas cidades de Nova Ubiratã (480 km de Cuiabá), Colíder (480 km da capital) e Nova Santa Helena (605 km de Cuiabá) acabaram com mais de 350 hectares de vegetação em um assentamento e levou à morte de vacas leiteiras e animais silvestres. As imagens foram retiradas do Facebook. Foto: Agro Olhar/Reprodução Já a segunda imagem mostra animais que foram pegos por uma queimada em Jataí, na região sudoeste de Goiás. A foto foi publicada pelo portal G1 em 17 de setembro de 2019 na matéria “Vídeo mostras 13 cabeças de gado carbonizadas após queimada atingir assentamento em Jataí”. Foto: G1/Reprodução A imagem de uma espécie de réptil foi tirada em Mato Grosso do Sul, mas não é recente. Ela foi clicada por Chico Ribeiro, fotógrafo do governo do Estado, em 5 de novembro de 2019 e mostra as consequências de incêndios florestais às margens das rodovias BR 262 e MS 184. Foto: Fotos Públicas/Reprodução O fotógrafo Ricardo Funari, da agência Brazil Photos, retratou a exploração de madeira na Floresta Amazônica em novembro de 2014. A foto mostra um homem cortando o tronco de uma árvore com uma serra elétrica. A imagem está disponível no banco de imagens da Getty Images. Foto: Getty Images/Reprodução É de 2019 a foto de um brigadista do programa de combate a incêndios florestais (Prevfogo) do Ibama segurando um tatu morto. Ela foi cedida ao portal Amazônia Real pela equipe do Prevfogo em Apuí, no Amazonas, para matéria sobre morte de animais em incêndios florestais na floresta amazônica. Foto: Amazônia Real/Reprodução A imagem de um tamanduá-mirim cego em posição de defesa rodou o mundo. Ela foi clicada pelo fotógrafo Araquém Alcântara em 2019. Ao Estadão, contou que a foto reflete seu “sentimento de revolta pelo que vem acontecendo”. O registro foi feito enquanto ele passava pela BR Cuiabá-Santarém: “Eu pulei a cerca e vi um bicho saindo da queimada. Quando ele sentiu eu me aproximar, tentou se defender abrindo os braços, essa é uma atitude de defesa dos tamanduás. Trata-se de um crime inominável. Essas são imagens muito fortes na minha vida.” Nem todas as imagens foram tiradas de contexto As queimadas já destruíram ao menos 19% de todo o bioma pantaneiro. O Estadão esteve na região e encontrou um cemitério de animais a céu aberto, além de um dos últimos redutos de onças-pintadas ameaçado. Além disso, a economia local será afetada e a produção de bezerros deve diminuir. A Polícia Federal analisou imagens de satélite para determinar a origem dos incêndios e investiga a responsabilidade de cinco fazendeiros. Uma das imagens utilizadas pela postagem mostra bois e tuiuiús em meio a uma área que já foi consumida pelo fogo. Ela foi clicada pelo fotógrafo Saul Schramm na Estância Caiman, na cidade de Miranda, no Mato Grosso do Sul, onde o fogo consumiu 60% da vegetação nativa. Esta imagem pode ser encontrada no site de Fotos Públicas. Foto: Fotos Públicas/Reprodução Já no vizinho Mato Grosso, próximo à cidade de Poconé, o fotógrafo João Paulo Guimarães registrou uma jaguatirica morta em uma estrada. A imagem foi publicada junto com o relato pessoal de Guimarães, “Ninguém quer ver de perto a morte que o fogo traz para o Pantanal. Eu vi”, no site Repórter Brasil. Foto: Repórter Brasil/Reprodução Na mesma viagem, Guimarães registrou um cervo pantaneiro: “Observar cervos pantaneiros é uma das atrações do ecoturismo local, que vem sendo ameaçada pelas queimadas.” Foto: Repórter Brasil/Reprodução Na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, o fotógrafo Lalo de Almeida, da Folhapress, encontrou a carcaça de um macaco-prego em meio à área queimada. A foto foi publicada pelo portal UOL. Foto: UOL/Reprodução Em Poconé, a fotógrafa Amanda Perobelli flagrou a carcaça de um jacaré. A imagem está publica em matéria da Reuters “Não é apenas a Amazônia que queima no Brasil; a maior planície alagada do mundo também”. Foto: Reuters/Reprodução A última foto, uma imagem área mostra a dimensão da devastação. Ela foi publicada no Facebook pelo Instituto SOS Pantanal em 16 de setembro. Ela mostra a região de Porto Jofre, uma das mais afetadas. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…230920200552.png
null
['Pedro Prata']
[]
['pantanal', 'Austrália [Oceânia]', 'fake news [notícia falsa]', 'incêndio florestal']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/postagens-enganam-ao-relacionar-participacao-de-lula-em-seminario-com-discurso-de-bolsonaro-na-onu/
ESTADAO_VERIFICA
Postagens enganam ao relacionar participação de Lula em seminário com discurso de Bolsonaro na ONU
Evento do qual o petista participará nesta quinta-feira já estava programado há dois meses
2020-09-23
São enganosas postagens que relacionam a participação de Luiz Inácio Lula da Silva em um seminário sobre educação com o discurso de Jair Bolsonaro na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O ex-presidente já estava convidado para falar no evento em questão, do qual a ONU é apenas parceira, antes da fala de Bolsonaro. Uma postagem que afirma que a ONU convidou “Lula para discursar após fiasco de Bolsonaro” foi compartilhada mais de 8,3 mil vezes no Facebook. O post se baseia em um artigo do site Blog do Esmael publicado na terça-feira, 22. Porém, em nova matéria publicada nesta quarta-feira, 23, o blog afirma que foi contactado pelo Instituto Lula e diz que não há relação entre o convite e o pronunciamento de Bolsonaro. LEIA TAMBÉM Checamos o discurso de Bolsonaro na Assembleia-Geral da ONU “Segundo a assessoria do Instituto Lula, o evento no qual o petista irá participar amanhã (24) começou a ser construído em julho passado. ‘Não tem nada a ver com o discurso do Bolsonaro’”, esclarece o blog. “Ainda de acordo com o Instituto Lula, a divulgação da fala do ex-presidente ocorreu antes do discurso de Bolsonaro.” Ao Estadão Verifica, o Instituto Lula informou que o convite inicial foi feito em 10 de julho. Postagens enganam ao relacionar participação de Lula com discurso do Bolsonaro. Foto: Reprodução Lula falará em evento sobre educação A Organização do Mundo Islâmico para Educação, Ciência e Cultura (ICESCO) convidou o ex-presidente Lula para discursar no webinário internacional “Os Papéis Necessários da Educação para Alcançar as Sociedades que Queremos”. O intuito, segundo a organização, é “criar diálogo internacional e discutir o futuro da educação”. O evento contará com ministros da Educação de vários países e especialistas internacionais. Outros convidados eminentes serão o ganhador do prêmio Nobel da Paz de 2014, Kailash Satyarthi, e o diretor-geral da ICESCO, Salim M. Al Malik. O evento conta com o apoio do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a Campanha Brasileira pelo Direito à Educação e o Instituto Lula. Bolsonaro abriu Assembleia-Geral da ONU Como manda a tradição, o Brasil abriu os debates da 75ª Assembleia-Geral da ONU nesta terça-feira, 22. Seu discurso foi pautado pela postura defensiva em questões como a preservação do meio ambiente e o combate à pandemia de covid-19. Criticado pela condução da crise do coronavírus, o presidente insistiu na narrativa contra o isolamento social, usou informações falsas sobre a pandemia e defendeu a hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada para o tratamento da covid-19. O presidente colocou a culpa de queimadas em ‘índios e caboclos’ e exagerou valor pago aos mais pobres no auxílio emergencial. O Estadão Verifica checou os pontos levantados por Bolsonaro. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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null
['Pedro Prata', 'Tiago Aguiar']
[]
['ONU [Organização das Nações Unidas]', 'Lula [Luiz Inácio Lula da Silva]', 'jair bolsonaro', 'fake news [notícia falsa]', 'assembleia geral da ONU']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/postagem-inventa-cargo-publico-para-renan-bolsonaro-com-salario-de-r-37-mil/
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Postagem inventa cargo público para Renan Bolsonaro com salário de R$ 37 mil
Não há registro no Diário Oficial de que quarto filho do presidente tenha sido indicado a função na Secretaria Especial de Cultura
2020-09-23
É falso que Jair Renan Bolsonaro, o quarto filho do presidente Jair Bolsonaro, tenha sido nomeado para o cargo de consultor da Secretaria Especial de Cultura do governo federal, com salário de R$ 37 mil mensais. Consultas no Diário Oficial da União e no Portal da Transparência mostram que não há registro de que Renan Bolsonaro tenha sido nomeado para um cargo no governo federal. Essa alegação falsa foi compartilhada em postagens no Facebook que somavam 2,3 mil compartilhamentos desde o dia 15 de setembro. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica Em nota ao Estadão Verifica, a Secretaria Especial de Cultura reforçou que não existe qualquer vínculo entre a pasta e Renan: “Infelizmente, estamos diante de mais um boato sem o menor fundamento, com foco exclusivamente em tentar tumultuar o ambiente e desestabilizar o Governo”. No último dia 31, o chefe da Secretaria, Mario Frias, recebeu uma visita de Renan para uma reunião sobre esportes eletrônicos, os eSports — aqueles jogados por computador ou videogame. Após o encontro, ambos postaram nas suas redes sociais uma foto juntos. O Aos Fatos também checou este conteúdo. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…220920204831.png
null
['Tiago Aguiar']
[]
['Jair Renan Bolsonaro', 'Mário Frias']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-o-exercito-nao-tenha-soldados-atuando-no-combate-as-chamas-no-pantanal/
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É falso que o Exército não tenha soldados atuando no combate às chamas no Pantanal
Postagem que viralizou no Facebook diminui contingente que atua no controle dos incêndios na região
2020-09-23
Uma postagem viral no Facebook traz dados enganosos sobre o contingente que atua no combate ao fogo no Pantanal brasileiro. O post afirma haver “166 pessoas tentando salvar o Pantanal” e diz que o presidente Jair Bolsonaro não teria mandado “nenhum homem do Exército” para a região. As informações não condizem com o informado pelos órgãos responsáveis. A postagem analisada pelo Estadão Verifica, compartilhada 1,7 mil vezes no Facebook, foi postada em 16 de setembro. Dois dias antes, o governo do Estado do Mato Grosso já havia informado que naquele momento tinha “em torno de 2500 profissionais envolvidos no combate [às chamas], ‘das forças de Segurança, da Defesa Civil, dos Bombeiros, voluntários e até do Exército Brasileiro’”. LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica Na quarta-feira, 16, o governo do Mato Grosso do Sul informou que “possui 230 homens atuando nos incêndios do Pantanal entre brigadistas do Ibama, militares do Corpo de Bombeiros e militares da Marinha”. Já no Cerrado, na região do Parque Estadual das Nascentes do Taquari, “são 140 homens entre militares do Corpo de Bombeiros e do Exército Brasileiro”. Dados apresentados por publicação não condizem com informações dos órgãos responsáveis. Foto: Reprodução Segundo a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, 500 brigadistas voluntários trabalham em todo o Estado. Ela participou de uma reunião sobre o tema com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), 500 brigadistas voluntários trabalham em todo o Estado. Militares no combate às chamas O Ministério da Defesa informou ao Estadão Verifica por e-mail que atua na região do Pantanal em Mato Grosso do Sul desde o dia 25 de julho e em Mato Grosso desde 5 de agosto. “Somam-se aproximadamente 40 viaturas e duas embarcações utilizadas diariamente no transporte de brigadistas e no despejo de água para conter as chamas. Em média, estão engajados nas atividades 200 militares.” O apoio de militares no combate às chamas primeiramente em Mato Grosso do Sul, depois no Mato Grosso, foi confirmada por Marcio Yule, coordenador do programa de brigadistas do Ibama (PrevFogo) no MS. O Ministério da Defesa informou, ainda, que, em 15 de setembro, “foram deslocados 90 militares e 11 viaturas do Exército para a cidade de Alcinópolis (MS), a fim de apoiar o combate aos incêndios florestais”. Efetivo do Exército “O Exército tem 336 mil soldados. Sabe quantos Bolsonaro enviou para combater as chamas? Nenhum!”, diz a postagem analisada. De acordo com o Centro de Comunicação Social do Exército, o efetivo da corporação é menor do que o citado no post: 220.830 militares. Um documento publicado pelo Ministério da Defesa em dezembro do ano passado compila informações para fins de estudos e tomada de decisões (veja mais abaixo). À época, o efetivo total das Forças Armadas era de 364.409 militares no total, distribuídos entre: Marinha – 77.879 Exército – 219.361 Aeronáutica – 67.169 Este conteúdo também foi checado pela Agência Lupa. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…091120200012.jpg
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['Pedro Prata']
[]
['pantanal', 'exército brasileiro', 'jair bolsonaro', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/postagem-inventa-frase-de-trump-sobre-eleicoes-no-brasil/
ESTADAO_VERIFICA
Postagem inventa frase de Trump sobre eleições no Brasil
Presidente norte-americano não disse que 'a imprensa brasileira teme mais a candidatura de um militar do que a de um condenado por corrupção'
2020-09-23
É falso que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha dito que “a imprensa brasileira teme mais a candidatura de um militar do que a de um condenado por corrupção. Isso soa-me muito suspeito”. Não há qualquer indício de que o presidente norte-americano tenha feito alusão ao assunto, tanto em entrevistas quanto em postagens em suas redes sociais. A afirmação falsamente atribuída a Trump viralizou no Facebook em uma imagem com a foto do republicano. Uma publicação de 20 de setembro com a frase já recebeu mais de 16 mil compartilhamentos, mas o boato também obteve alcance em postagens de outras páginas. Embora tenha ganhado repercussão esta semana, esse conteúdo falso circula nas redes sociais desde 2018, quando fazia referência às eleições presidenciais do Brasil. LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica No Twitter de Trump, não há qualquer menção à imprensa brasileira. Ele só comentou sobre as eleições de 2018 um dia após a vitória de Jair Bolsonaro no segundo turno. O presidente norte-americano disse ter parabenizado Bolsonaro em uma conversa por telefone. Também não há qualquer registro da declaração analisada na imprensa. Trump não disse frase sobre imprensa brasileira temer candidatura de militar. Foto: Reprodução Esta imagem também foi checada pela Agência Lupa. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…091120200012.jpg
null
['Guilherme Bianchini']
[]
['fake news [notícia falsa]', 'Donald Trump', 'militar']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/postagem-falsamente-atribuida-a-juiz-e-usada-para-atacar-jean-wyllys/
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Postagem falsamente atribuída a juiz é usada para atacar Jean Wyllys
Boato antigo voltou a viralizar com falsa denúncia do MPF de repasse do ex-deputado federal a Adélio Bispo, autor de atentado contra Jair Bolsonaro
2020-09-21
Um boato antigo que diz que o ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) teria pagado R$ 50 mil ao advogado de Adélio Bispo, preso por dar uma facada no então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, voltou a viralizar nas redes sociais. Uma postagem com esta alegação falsa foi visualizada 29,7 mil vezes nas últimas 24h no Instagram. Suposta publicação do juiz federal é montagem. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica O boato inventa que o Ministério Público Federal (MPF) teria identificado o suposto repasse de Jean Wyllys ao advogado de Adélio. O Estadão Verifica já checou este conteúdo em 2019. Na época, o Ministério Público Federal em Minas Gerais, responsável pela investigação na época, afirmou que “a acusação é improcedente”. O advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, responsável pelo caso de Adélio, também negou ter recebido qualquer quantia do ex-parlamentar. Este conteúdo foi resgatado nas redes sociais com cara nova. Desta vez, ele foi publicado de forma a passar a impressão de que o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos casos da Lava Jato no Rio de Janeiro, teria compartilhado a peça de desinformação. Não encontramos a publicação no Instagram oficial de Bretas. Além disso, o boato contém um erro que permite concluir se tratar de montagem. A palavra que deveria constar acima da postagem deveria ser “mcbretas”, nome de usuário que o juiz federal utiliza também no Twitter. Em vez disso, aparece “Marcelo Bretas”, nome que aparece somente quando se abre a página do perfil do usuário. Montagem (esq.) contém erro: nome pessoal aparece onde deveria aparecer nome de usuário, como na postagem verdadeira (dir.). Foto: Reprodução Não é a primeira vez que a figura do juiz federal é usada em peças de desinformação. Em junho, viralizou uma montagem que creditava a ele ataques a medidas de combate à pandemia de covid-19 e defesa do medicamento hidroxicloroquina, sem evidência científica. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…210920205055.png
null
['Pedro Prata']
[]
['Marcelo Bretas', 'jean wyllys', 'fake news [notícia falsa]', 'PSOL [Partido Socialismo e Liberdade]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/boato-distorce-fala-de-boni-sobre-bolsonaro-durante-entrevista-no-roda-viva/
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Boato distorce fala de Boni sobre Bolsonaro durante entrevista no Roda Viva
Ex-diretor da TV Globo não disse que emissora poderia 'derrubar o presidente', ao contrário do que afirmam postagens nas redes sociais
2020-09-21
Um boato no Facebook inventa uma declaração do ex-diretor da Rede Globo José Bonifácio de Oliveira, o Boni, durante entrevista do programa Roda Viva, da TV Cultura, na última segunda-feira, 14. A postagem analisada alega que Boni “afirmou que a Globo pode tirar Jair Bolsonaro da Presidência, caso a concessão da emissora não for (sic) renovada em 2022″, o que não é verdade. Imagens publicadas no Facebook com a citação falsa são, na verdade, tiradas de um texto não assinado do blog Roteiro de Notícias. O artigo menciona uma frase de fato dita por Boni, mas o título distorce o teor da fala. Na entrevista, o ex-diretor da Globo foi questionado diretamente sobre a possibilidade de não renovação ou de cassação da concessão pública da emissora, hipótese levantada pelo presidente Jair Bolsonaro em outras ocasiões. A concessão da Globo vence em outubro de 2022. Boni avaliou que, se Bolsonaro decidisse pela não renovação, seria uma medida potencialmente muito impopular, por conta do valor atribuído ao canal pela população brasileira. “Não acho possível cassar a TV Globo pela penetração que tem, pelo respeito que as pessoas têm, pelos serviços que prestou ao Brasil”, disse ele. Em seguida, o ex-diretor afirmou que o efeito causado seria “pior que uma revolução”. “Quem tentasse cassar a TV Globo estaria jogando para perder, porque o valor que o entretenimento e a informação, especialmente a informação, têm para o público é inestimável. E seria um desastre total punir a competência. Não se pode punir a verdade”, continuou. Em nenhum momento Boni diz diretamente que a Globo pode “derrubar” Bolsonaro, como alegam as postagens analisadas. Além do presidente, a não renovação de uma concessão de emissora de rádio ou TV precisa ser autorizada por dois quintos do Congresso em votação nominal. Em abril deste ano, o Estadão Verifica checou conteúdos que desinformavam a respeito do cancelamento de concessões públicas de emissoras de TV, também a partir de boatos relacionando Bolsonaro e a Rede Globo. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…210920202321.png
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['Tiago Aguiar']
[]
['rede globo', 'Boni [José Bonifácio de Oliveira Sobrinho]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/boato-cita-marcha-para-satanas-para-atacar-partidos-de-esquerda/
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Boato cita ‘Marcha para Satanás’ para atacar partidos de esquerda
Imagens de ato que ocorreu em 2016 voltaram a circular no Facebook em postagem que falsamente aponta participação de legendas como PT, PCdoB, PSOL e Rede
2020-09-18
Não é verdade que uma manifestação chamada de “Marcha para Satanás” tenha sido organizada por legendas como o Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e Rede Sustentabilidade (Rede). Um vídeo do ato, organizado no dia 17 de janeiro de 2016 na Avenida Paulista, voltou a circular esta semana em uma postagem no Facebook que acusa a participação de partidos de esquerda. LEIA TAMBÉM Postagem exagera valor que senador Major Olímpio recebe por mês Reportagens publicadas na época sobre a marcha, como esta da Veja SP, indicam que a convocação foi feita pelas redes sociais, por uma página do Facebook. Não há menção sobre envolvimento de partidos políticos. O encontro também ocorreu em outras cidades do País e teve como objetivo protestar contra a influência da bancada evangélica com pautas conservadoras no Congresso. No vídeo analisado, os participantes gritam contra o pastor Silas Malafaia, o bispo evangélico Edir Macedo e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Na agenda oficial dos partidos citados no post, não há menção à “Marcha para Satanás” nos últimos anos. Entre os presentes na manifestação, estava Antônio Aparecido Firmino, mais conhecido como Toninho do Diabo. Ele foi candidato em 2014 a deputado federal pelo partido Solidariedade. O Estadão Verifica entrou em contato com todos os partidos citados na postagem. Em nota, PSOL e Rede negaram que tenham participado da “Marcha para Satanás”. “Ficamos indignados diante de mais essa fake news que tem apenas o intuito de caluniar e destruir a imagem de pessoas e instituições”, comunicou o PSOL. Até o momento desta publicação, PCdoB e PT não enviaram uma resposta. O Boatos.org também publicou uma checagem sobre o assunto. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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['Gabi Coelho']
[]
['silas malafaia', 'edir macedo', 'PT [Partido dos Trabalhadores]', 'pc do b', 'PSOL [Partido Socialismo e Liberdade]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/homem-hostilizado-em-bar-de-bh-e-ex-presidente-do-cruzeiro-nao-lula/
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Homem hostilizado em bar de BH é ex-presidente do Cruzeiro, não Lula
Imagens mostram torcedor cruzeirense proferindo ofensas contra o ex-dirigente do clube, Wagner Pires de Sá
2020-09-17
É falso que um vídeo viral no Facebook mostre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sendo hostilizado em um bar de Belo Horizonte. O registro, na verdade, é de uma agressão verbal a Wagner Pires de Sá, ex-presidente do Cruzeiro. Uma postagem com legenda falsa foi compartilhada 8,5 mil vezes no Facebook. A descrição do vídeo diz: “O cachaceiro Lula bebendo com seus amigos, todos sem máscara! No entanto, em frente à câmera, o ladrão, como um bom ator, diz para os alienados, que param para ouvi-lo, para se protegerem!” LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica No vídeo em si, não há qualquer menção ao ex-presidente Lula nem ao uso de máscara. Um homem de camiseta verde é filmado se aproximando de uma mesa de bar. Ele se dirige a uma das pessoas sentadas com agressões verbais: “Senhor Wagner, o senhor não tem vergonha na cara, não? O senhor é safado. Você fica no botequinho tomando cerveja na maior cara de pau. Te falta vergonha na cara. O senhor é bandido, ladrão e safado.” Cruzeirenses hostilizaram ex-presidente do clube, Wagner Pires de Sá. Foto: Reprodução O Estadão Verifica utilizou a ferramenta InVID para localizar outras vezes em que o vídeo analisado foi postado. Esta ferramenta captura frames da gravação e pesquisa imagens semelhantes no Google. Dessa forma, foi possível encontrar o mesmo vídeo no site do Globo Esporte, na reportagem “Wagner Pires de Sá, ex-presidente do Cruzeiro, é hostilizado por grupo em bar de Belo Horizonte”. Segundo o texto, a agressão verbal ocorreu em um bar da região Centro-Sul da capital mineira na sexta-feira, 11. A reportagem teve acesso a outro vídeo da mesma situação na qual os homens afirmam serem cruzeirenses. Em julho, a casa de Wagner foi alvo de buscas e apreensão na Operação Primeiro Tempo, da Polícia Civil de Minas Gerais. Ele é investigado por falsificação de documentos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Ainda no ano passado, o time foi rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro pela primeira vez em sua história. Este vídeo também foi checado por Agência Lupa e Boatos.org. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…091120200012.jpg
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['Pedro Prata']
[]
['Lula [Luiz Inácio Lula da Silva]', 'PT [Partido dos Trabalhadores]', 'Belo Horizonte [MG]', 'Cruzeiro Esporte Clube']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-trem-bala-japones-atinja-4-800-km-h-video-viral-e-de-simulacao/
ESTADAO_VERIFICA
É falso que trem-bala japonês atinja 4.800 km/h; vídeo viral é de simulação
Publicação falsa obteve 126 mil compartilhamentos no Facebook; recorde atual de velocidade em trens é de 603 km/h
2020-09-17
É falso que um vídeo que viralizou no Facebook mostre um novo trem-bala no Japão que atinge a velocidade de 4.800 km/h. Na realidade, as imagens são de uma simulação publicada em um canal de YouTube japonês. Atualmente, o recorde de velocidade em trens é de 603 km/h, de acordo com o Guinness World Records. O vídeo analisado foi publicado pela página Mundo-Nipo em 9 de setembro e, desde então, obteve 126 mil compartilhamentos e 6,8 milhões de visualizações. “O novo trem-bala japonês alcança inimagináveis 4.800 km/h, completando o percurso da estação de Shin Osaka até Tokyo (502,3 km) em apenas 10 minutos”, diz a legenda falsa. Logo no início do vídeo, aparece a inscrição “Fermata Studio” — é o nome do canal do YouTube que publicou as imagens pela primeira vez, em 2 de agosto. O título do vídeo original é “Simulação de operação do trem-bala Shinkansen, Osaka para Tóquio (515km) em 10 min”. A descrição informa: “Este filme é uma ficção. Normalmente leva 2,5 horas de Shin-Osaka a Tóquio. Feito por um método chamado ‘Time variant hyper-lapse/time-lapse’”. O vídeo em time-lapse é filmado normalmente e depois acelerado, para dar a ilusão de passagem de tempo mais rápida. De fato, a viagem de trem entre a estação de Tóquio e a de Shin-Osaka leva 2h22 na linha Tokaido-Sanyo Shinkansen. De avião, o mesmo trajeto leva cerca de 1h15 e, de carro, aproximadamente 6h15. Os recordes de velocidade A velocidade citada na postagem — 4.800 km/h — nunca foi atingida por um trem. O recorde atual foi obtido em 2015: 603 km/h, por uma linha ainda em testes no Japão, a Yamanashi Maglev Line. O trem mais rápido em operação regular fica na China e atinge 431 quilômetros por hora. Ambos são chamados trens maglev, levitados magneticamente. A tecnologia usa eletromagnetismo para elevar os vagões, fazendo com que não haja contato ou fricção entre o trem e os trilhos. Isso permite que os maglev atinjam velocidades muito mais altas que trens convencionais. De acordo com o Guinness, a velocidade mais alta já atingida por humanos foi durante a viagem Apollo 10 em 1969 — a segunda missão tripulada a chegar à Lua. Os tripulantes viajaram a 39.937,7 km/h. Já a velocidade mais alta possível é a da luz — 299.792.458 m/s, ou 1.079.252.848,8 km/h. E-Farsas e Boatos.Org também checaram este vídeo.
https://politica.estadao…170920200044.png
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['Alessandra Monnerat']
[]
['Japão [Ásia]', 'fake news [notícia falsa]', 'trem']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/dia-nacional-do-evangelho-foi-sancionado-por-dilma-nao-por-bolsonaro/
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Dia Nacional do Evangelho foi sancionado por Dilma, não por Bolsonaro
Postagem no Facebook parabeniza presidente e diz que '31 de outubro não é mais Dia das Bruxas no Brasil'
2020-09-16
Uma postagem com mais de 2,4 mil compartilhamentos no Facebook parabeniza o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por ter sancionado uma lei que instituiu o 31 de outubro como Dia Nacional da Proclamação do Evangelho. Mas a legislação foi publicada no Diário Oficial em 13 de janeiro de 2016, assinada pela então presidente Dilma Rousseff (PT). A lei 13.246/2016 estabelece a data comemorativa, durante a qual deve-se dar “ampla divulgação à proclamação do Evangelho, sem qualquer discriminação de credo dentre igrejas cristãs”. A postagem analisada festeja o fato de que “31 de outubro não é mais dia das bruxas no Brasil”. Nessa data, celebra-se o Halloween nos Estados Unidos. A tradição norte-americana foi adotada por alguns brasileiros, mas não é uma data comemorativa oficial no País. O projeto de lei que estabelece a data da Proclamação do Evangelho foi proposto pelo deputado federal Neucimar Fraga (PL/ES) em 2003. Na justificativa do texto, o parlamentar diz que “na atual situação do mundo vivenciamos uma violência generalizada contra a sociedade e uma diversificação de costumes que destroem a instituição mais sagrada que é a família” e que por isso seria urgente divulgar a mensagem de Jesus. Em 2017, o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) propôs que o 31 de outubro fosse proclamado como Dia do Saci. O projeto de lei ainda tramita na Câmara. “A comemoração do Halloween no Brasil – como tantas outras celebrações da cultura norte-americana de forte apelo comercial – tem atraído cada vez maior número de jovens e crianças”, diz a justificativa do projeto. “Criar, na mesma data, o ‘Dia do Saci’ é, portanto, uma forma de se oferecer à juventude brasileira a alternativa de festejar as manifestações de sua própria cultura”. Fato ou Fake e Boatos.Org também publicaram checagens sobre esse assunto. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…160920201454.png
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['Alessandra Monnerat']
[]
['fake news [notícia falsa]', 'dilma rousseff', 'jair bolsonaro']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/imagens-de-queimadas-e-animais-feridos-circulam-fora-de-contexto-nas-redes/
ESTADAO_VERIFICA
Imagens de queimadas e animais feridos circulam fora de contexto nas redes
Postagem no Facebook divulga fotos antigas e de fora do País; incêndios recordes já consumiram 10% do Pantanal brasileiro
2020-09-16
Uma postagem no Facebook tira de contexto imagens de queimadas e de animais machucados, e diz que todas foram registradas este ano no Pantanal e na Amazônia. O post viralizou em um momento em que incêndios recordes já consumiram mais de 10% de todo o Pantanal brasileiro. Esta publicação foi compartilhada 8,7 mil vezes na rede social. Em meio a queimadas recorde que devastam o Pantanal, imagens circulam fora de contexto. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Vídeo compartilhado por Mourão e Salles distorce dados sobre queimadas na Amazônia “Isto está acontecendo tanto no Pantanal quanto na Amazônia! Isto é real! Isto não te perturba?”, diz a legenda. A publicação contém 11 imagens diferentes que retratam queimadas ou bichos machucados. É verdade que o Pantanal se tornou um cemitério de animais a céu aberto, mas nem todas as imagens do post foram tiradas no bioma brasileiro ou são recentes. Para identificar a origem das fotografias utilizadas, o Estadão Verifica utilizou os mecanismos de busca reversa de imagens Google e TinEye. Eles permitem identificar outras vezes em que as fotos foram utilizadas anteriormente. Assim, foi possível identificar que a foto de um cervo em frente a chamas na verdade foi tirada por LaFonzo Rachal Carter, do jornal The Sun, na região de Devore, na Califórnia, em 2003. Em outubro daquele ano, o estado norte-americano registrou um dos piores incêndios da sua história. Foto: The Sun/Reprodução Outra imagem mostra um animal correndo num caminho de terra batida em meio a uma vegetação que queima. Ela foi originalmente clicada por Silva Júnior, da Folhapress, em 2011. A foto mostra “animal fugindo da queimada em canavial” em Sertãozinho, no interior de São Paulo. Foto: Folhapress/Reprodução Uma das imagens que mostram um animal morto à beira de uma estrada não é recente. A pesquisa pela foto levou a um blog de 2012 que a publicou. Não há informação de autoria nem local onde o clique foi feito. Foto: Reprodução A foto do que parece ser um filhote de felino ferido tampouco é recente. O Estadão Verifica encontrou a imagem sendo utilizada ao menos desde 2016. Ela foi postada em um site de proteção animal e não possui indicação de autoria. O texto fala do risco de atropelamento de animais no Estado de Rondônia. Foto: Olhar Animal/Reprodução Também não é atual a imagem de um tamanduá-mirim morto em meio a uma terra calcinada. Ela foi publicada, em 2011, em um texto de um blog que falava se tratar de queimada em um canavial de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. O texto não traz indicação de autoria da foto. Foto: Integração/Reprodução O mecanismo de busca reversa também localizou a foto de uma das queimadas no banco de imagens Shutterstock. O perfil responsável pela publicação não indicou informações sobre a localização ou data da foto. Outras imagens postadas pela mesma pessoa mostram lugares nevados, paisagens europeias e florestas com árvores de folhas amareladas pelo outono, o que leva a crer que a fotografia da floresta queimando não é no Brasil. Foto: Shutterstock/@minorov/Reprodução Destruição é real Nem todas as imagens utilizadas no post foram tiradas de contexto. Duas delas mostram a devastação às margens da rodovia Transpantaneira, que corta o Pantanal em Mato Grosso. Elas foram tiradas pelo fotógrafo Ernane Junior, que as publicou em seu Facebook em 30 de agosto. Foi também em Mato Grosso, próximo à cidade de Poconé, que o fotógrafo João Paulo Guimarães registrou uma jaguatirica morta em uma estrada. A imagem foi publicada junto com o relato pessoal de Guimarães, “Ninguém quer ver de perto a morte que o fogo traz para o Pantanal. Eu vi”, no site Repórter Brasil. Foto: Repórter Brasil/Reprodução Os felinos do bioma estão ameaçados pelo fogo. Ele avança pela região de Porto Jofre, um dos últimos redutos de onças do Pantanal. Muitas delas são resgatadas por equipes de ambientalistas e ONGs de proteção animal com as patas queimadas pelo fogo. A repórter Claudia Gaigher, da TV Morena, denunciou a situação em seu Twitter. Ela postou a foto de uma onça, tirada por Ailton Lara em 11 de setembro. A imagem também ilustra a matéria “85% de parque no Pantanal de MT que abriga maior refúgio de onças-pintadas no mundo foi destruído por incêndios”, sobre as queimadas no Parque Estadual Encontro das Águas. O maior felino das Américas assim, exausto e com dor. Mais uma onça pintada que estava tentando fugir do fogo no Porto Jofre no Pantanal! Ela estava com as patas queimadas, deitada sem rumo… Mais de 2.300.000 hectares queimados!!! #pantanal #jaguar @giseleofficial #wildfires pic.twitter.com/KaRbeUmvbm — Claudia Gaigher (@claudia_gaigher) September 11, 2020 Outra imagem mostra um jacaré que não conseguiu fugir do fogo. O registro foi feito por Ahmad Jarrah e Bruna Obadowski, às margens da rodovia Transpantaneira, para a reportagem “Fogo e devastação no Pantanal mato-grossense”, dos sites Mídia Ninja e A Lente. Foto: A Lente/Reprodução O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informa que esta é a maior série de queimadas na região das últimas duas décadas. O fogo no Pantanal em 2020 é equivalente à destruição dos últimos seis anos. No total, ao menos dois milhões de hectares já queimaram, o mesmo que dez vezes a soma dos territórios dos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro somados. Após a cobertura do Estadão sobre a devastação, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, anunciou o envio de um representante ao bioma e liberação de recursos. O desastre sem precedentes levou à aliança de ONGs e empresas do setor do meio ambiente e do agronegócio, dois lados geralmente opostos. Elas apresentaram documento com seis medidas para combater o desmatamento. O texto foi tema de reunião da cúpula do governo. Compareceram o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, e os ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Tereza Cristina (Agricultura). Também estiveram presentes integrantes do Itamaraty. Em carta aberta a Mourão, oito países europeus alertaram que o aumento do desmatamento dificulta a compra de produtos brasileiros. Confira abaixo uma galeria de fotos do repórter Dida Sampaio, do Estadão, sobre a devastação: Este conteúdo também foi checado por Aos Fatos. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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['Pedro Prata']
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['incêndio florestal', 'fake news [notícia falsa]', 'floresta amazônica', 'pantanal', 'meio ambiente']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/video-que-mostra-queima-controlada-para-combater-incendios-no-pantanal-e-tirado-de-contexto/
ESTADAO_VERIFICA
Vídeo que mostra queima controlada para combater incêndios no Pantanal é tirado de contexto
Gravação mostra brigadistas do ICMBio em operação para evitar que chamas atingissem área preservada no Mato Grosso; fogo é usado para impedir que queimadas se alastrem
2020-09-16
Um vídeo em que brigadistas do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) ateiam fogo em uma mata no Pantanal tem sido compartilhado fora de contexto nas redes sociais. Na realidade, a ação mostrada na gravação que viralizou é uma técnica de prevenção aos incêndios florestais, de queima controlada — o objetivo é eliminar o mato seco, que pode servir de combustível para queimadas de difícil controle. No Facebook, o vídeo tem sido compartilhado com legendas que acusam os brigadistas de alimentarem o fogo que tem consumido o Pantanal desde meados de julho. Apenas no Mato Grosso, 79 municípios e 1,4 milhão de hectares foram atingidos — inclusive áreas de proteção ambiental e de preservação permanente. Ao menos 64,8% do Parque Estadual Encontro das Águas, lar de cerca de 80 onças pintadas, foi destruído. LEIA TAMBÉM Os bastidores da reportagem que acompanhou os incêndios no Pantanal Na gravação que viralizou, funcionários do ICMBio colocam fogo em um mato seco. De acordo com a instituição, a ação ocorreu no município de Cáceres, no Mato Grosso, nos dias 12 e 13 de setembro. O vídeo foi feito na Estação Ecológica de Taiamã, onde os brigadistas fizeram uma manobra de combate indireto aos incêndios. O nome da técnica é “queima de expansão” e está descrita no manual de brigadistas da ICMBio (leia mais abaixo). “O controle dessa técnica exige pessoal treinado e experiente, pontos de ancoragem muito bem definidos e condições meteorológicas favoráveis para que o fogo não se alastre e inicie um novo incêndio”, informou o ICMBio, em nota. “Todas essas condições foram obedecidas e a queima foi considerada um sucesso. A Estação Ecológica de Taiamã continua protegida, sem incêndios no seu interior”. Além da Estação Ecológica de Taiamã, outras duas unidades de conservação federal se encontram ameaçadas pelo fogo: a Estação Ecológica da Serra das Araras e a Reserva Particular do Patrimônio Natural Jubran. O ICMBio comunicou que realiza ações de combate aos incêndios florestais nessa área desde o sábado, 12 de agosto. Queima controlada para combater incêndios florestais A queima controlada pode ser usada no manejo de unidades de conservação “para se evitar o acúmulo de combustível, evitando, assim, a ocorrência de incêndios com comportamento violento e de difícil controle”. Essa orientação está no manual de formação de brigadistas da ICMBio, publicado em 2010. Documento MANUAL DE FORMAÇÃO DE BRIGADISTAS PDF A apostila de formação descreve algumas formas pelas quais os combatentes de incêndios podem usar o próprio fogo como aliado. A técnica mostrada no vídeo analisado, de queima de expansão, é recomendada na página 56 — faz parte de um sistema chamado linha de controle, em que se aplica o fogo em uma faixa determinada para que o incêndio florestal não ultrapasse essa barreira. A ideia é que, quando as chamas atingem uma parte previamente queimada, o fogo, sem combustível, não consegue se alastrar. Em julho, por exemplo, o governo do Distrito Federal anunciou uma operação de queimadas controladas para prevenir incêndios em áreas preservadas. Na ocasião, brigadistas usaram equipamentos chamados pinga-fogos, que aplicam uma mistura de gasolina e óleo diesel para provocar pequenos focos de calor. Em seguida, caminhões-pipa controlam as chamas, para evitar que se alastrem para além da área desejada. Outro vídeo de queima controlada já havia sido tirado de contexto nas redes sociais anteriormente. Em junho, o projeto Comprova mostrou que o Ibama realizou uma ação para combater focos de incêndio no Maranhão. A instituição lembrou que esse tipo de queima está previsto no Código Florestal.
https://img.estadao.com.…600279310817.jpg
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['Alessandra Monnerat']
[]
['pantanal', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-governadora-do-rn-tenha-ordenado-distanciamento-entre-carros/
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É falso que governadora do RN tenha ordenado distanciamento entre carros
Vídeo que viralizou nas redes sociais mostra medida adotada temporariamente em estacionamento de loja de Natal
2020-09-16
É falso que a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), tenha ordenado distanciamento entre carros em estacionamentos do Estado. A petista desmentiu em seu Twitter os boatos que circulam em redes sociais e acrescentou que a responsabilidade sobre estacionamentos não é do governo, e sim da Secretaria de Transporte e Trânsito Urbano (STTU). Nas redes sociais, viralizou um vídeo que mostra separações entre carros no estacionamento de uma loja em Natal, capital do Estado. Um homem afirma que “a governadora Fátima Bezerra ordenou distanciamento social para veículos”. A gravação original é de abril, mas o conteúdo voltou a ganhar alcance no Facebook em uma publicação de 5 de setembro, que já teve cerca de 3 mil compartilhamentos e mais de 80 mil visualizações. Distanciamento entre carros em estacionamento de Natal não foi por ordem da governadora. Foto: Reprodução O estacionamento do vídeo pertence à rede de lojas Leroy Merlin. Em resposta ao Estadão Verifica, a empresa esclareceu que adotou a medida, na ocasião, para haver “maior espaço para quando as pessoas desciam ou entravam em seus carros ao mesmo tempo”. A ação, porém, durou pouco tempo, pois a empresa concluiu que não era necessária. Não houve interferência do governo ou da STTU em nenhuma das decisões. Fátima Bezerra já foi alvo de vários outros boatos nas redes sociais. Em agosto, o Estadão Verifica mostrou que um vídeo sobre pacotes de alimentos enterrados em uma escola municipal de Natal foi tirado de contexto para atacar o governo estadual. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…160920203255.png
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['Guilherme Bianchini']
[]
['fake news [notícia falsa]', 'Fátima Bezerra', 'Rio Grande do Norte [estado]']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-brasil-tenha-deixado-de-importar-gas-da-bolivia/
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É falso que Brasil tenha deixado de importar gás natural da Bolívia
Postagem que viralizou no Facebook parabeniza Bolsonaro por suposta autossuficiência do País
2020-09-14
É falso que o Brasil tenha deixado de importar gás natural da Bolívia e que seja autossuficiente no recurso. Apenas em 2020, o País já importou cerca de 3,3 bilhões de quilogramas líquidos de gás boliviano, com gastos de aproximadamente US$ 686 milhões, segundo estatísticas oficiais do comércio exterior brasileiro. Além do vizinho sul-americano, também há registro de importações neste ano de Argentina, Estados Unidos, Nigéria, Reino Unido e Trinidad e Tobago. Brasil ainda importa gás natural da Bolívia e de outros cinco países. Foto: Reprodução Uma postagem com mais de 77 mil compartilhamentos no Facebook parabeniza o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo suposto fim das importações de gás da Bolívia e da Venezuela. O Brasil, no entanto, não negocia o produto com os venezuelanos ao menos desde 1997, ano dos primeiros registros disponibilizados na plataforma do governo federal. O autor da publicação utilizou um vídeo de outubro de 2019, sobre o início das obras de produção de gás no Campo de Azulão, no Amazonas, para a fazer a falsa afirmação sobre a suposta autossuficiência. “Brasil deixa de importar gás da Bolívia e Venezuela; parabéns Bolsonaro… Brasil auto suficiente em gás da Amazônia”, diz a postagem, compartilhada pela primeira vez em 4 de setembro. Com as obras ainda em andamento, a produção de gás no local está prevista para começar em junho de 2021. O Estadão Verifica entrou em contato com o Ministério de Minas e Energia para questionar sobre a possibilidade do fim da importação de gás natural no futuro, mas a pasta não respondeu até a publicação desta reportagem. Campo de Azulão O Campo de Azulão, localizado entre os municípios de Silves e Itapiranga, no Amazonas, pertencia à Petrobras, mas foi vendido à Parnaíba Gás Natural pelo valor de US$ 56,5 milhões. A negociação com a empresa controlada pela elétrica Eneva se concretizou em abril de 2018, quando o Brasil ainda era governado por Michel Temer (MDB). Documento NEGOCIAÇÃO ENEVA PDF Um evento em outubro de 2019 marcou o início das obras para exploração do local, com participações do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e do ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque. Além da produção do gás natural na bacia do Rio Amazonas, a Eneva irá liquefazer o produto e transportá-lo para Roraima. Em maio deste ano, a Justiça do Trabalho chegou a suspender por 14 dias as obras no Campo de Azulão, em decorrência da pandemia de covid-19. Menos de duas semanas depois, porém, o órgão autorizou a retomada das atividades. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…140920202340.png
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['Guilherme Bianchini']
[]
['fake news [notícia falsa]', 'Bolívia [América do Sul]', 'Gás Natural e Biocombustíveis]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/postagem-exagera-valor-que-senador-major-olimpio-recebe-por-mes/
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Postagem exagera valor que senador Major Olímpio recebe por mês
Postagens no Facebook citam benefícios inexistentes e aumentam custo de auxílio recebido pelo parlamentar
2020-09-14
É falso que o senador Major Olímpio (PSL-SP) ganhe R$ 308 mil reais por mês e que, ao todo, os 81 senadores custem R$ 2 bilhões por ano aos cofres públicos. Essas informações erradas foram divulgadas em uma postagem viral no Facebook. Para fazer a estimativa, o texto elenca uma série de benefícios inexistentes ou com valores exagerados. O único dado correto é o salário do cargo de senador, de R$ 33,7 mil reais. O site do Senado Federal demonstra que, desde 2019, quando Olímpio assumiu o mandato, sua média mensal de gastos foi de R$ 51 mil. O salário bruto do senador somado ao valor que ele recebe de auxílio moradia chega a R$ 38,2 mil. Já os gastos para exercício da atividade parlamentar, em 2020, variaram entre R$ 12,7 mil e R$ 20,5 mil por mês. Esses valores incluem despesas com passagens, hospedagem, combustível, alimentação e até aluguel de escritórios. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica A postagem analisada cita ainda que Major Olímpio ganharia uma “verba de gabinete” na faixa de R$ 94 mil. Mas os senadores não recebem uma verba com esse nome. O que existe é um valor destinado à contratação de funcionários. Em agosto de 2020, 22 pessoas foram empregadas no gabinete de Major Olímpio, entre servidores comissionados e efetivos. Esses funcionários atuam em Brasília e em escritórios de apoio. Ao todo, a remuneração mensal bruta dessas 22 pessoas ultrapassa R$ 200 mil. Se somarmos esse valor ao salário, auxílio moradia e cota parlamentar a que Major Olímpio tem direito, nos aproximamos dos R$ 308 mil mensais citados no boato. No entanto, ao contrário do que a postagem analisada sugere, a verba de gabinete não é recebida ou utilizada diretamente pelo senador. Quais são os benefícios a que senadores têm direito? O limite mensal da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, que varia de acordo com o Estado, é de R$ 30 mil reais para São Paulo. O valor serve para manutenção de escritórios extras e para utilização em quaisquer outros serviços para atividade dos senadores — inclusive passagens aéreas e gastos com combustíveis. O boato acusa Olímpio de gastar, por mês, R$ 59 mil com bilhetes e R$ 5 mil com gasolina, o que ultrapassaria o teto de uso do cotão. Não existem os auxílios para paletó, educação, cultura e alimentação mencionados na postagem. Já o valor do auxílio-moradia, concedido aos parlamentares que não moram em apartamentos funcionais em Brasília, está exagerado. O texto menciona R$ 22 mil mensais, mas o valor correto é de R$ 4,5 mil por mês. As despesas médico-hospitalares, descritas no texto como “auxílio saúde, farmácia e dentista”, não possuem limite determinado por regulamentação. No entanto, pedidos de Lei de Acesso à Informação recentes demonstram que os custos anuais com os 81 senadores são menores que R$ 5 milhões de reais por ano. Segundo o site Metrópoles, em 2019, os gastos com despesas médicas de senadores atingiram R$ 5 milhões, um valor recorde. Os gastos deste ano não estão públicos. Uma versão parecida desta postagem foi checada pelo Estadão Verifica há duas semanas. Nessa versão, os valores errados de benefícios eram usados para falsear o custo de R$ 2 bilhões por ano dos deputados federais. Senadores custam R$ 2 bilhões ao ano? É difícil cravar o valor que a manutenção de todos os senadores custa aos cofres públicos. Há grandes variações possíveis entre os gastos de cada parlamentar, a depender do período e do Estado analisado. Além disso, algumas funções têm benefícios extras. Mesmo assim, a estimativa apresentada na postagem, de R$ 2 bilhões por ano, é improvável. Mesmo incluindo gastos com os funcionários empregados por cada parlamentar, há apenas 81 senadores e a conta da postagem multiplica o gasto mensal estimado por 500. Ainda que somarmos todos os gastos indiretos dos parlamentares do Senado, como serviços de manutenção, livraria e almoxarifado, o custo anual em folha de pagamento não chega a R$ 800 milhões. Desde a segunda metade de agosto, o número de postagens usando a imagem e o nome de Major Olímpio cresceram nas redes sociais. No último dia 24, o Estadão Verifica checou uma série de postagens que alegavam que o senador votou a favor de um aumento salarial para os senadores, o que também é falso. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://img.estadao.com.…617563593097.jpg
null
['Tiago Aguiar']
[]
['Major Olímpio', 'senado federal']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-miriam-leitao-tenha-recebido-pensao-de-r-27-mil-para-anistiados-da-ditadura/
ESTADAO_VERIFICA
É falso que Miriam Leitão tenha recebido pensão de R$ 27 mil para anistiados da ditadura
Boato ataca jornalista que foi presa política durante o regime militar
2020-09-14
É falso que a jornalista Miriam Leitão tenha recebido R$ 27 mil mensais de reparação econômica destinada a anistiados políticos da ditadura militar brasileira. O boato foi divulgado em uma postagem no Facebook que diz que a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, teria cancelado os pagamentos à jornalista. Essa publicação foi compartilhada 1,5 mil vezes na rede social. Miriam Leitão não consta dos beneficiados pela anistia política. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica “Fim do bolsa ditadura! Ministra Damares anunciou a rejeição de 265 pedidos de indenização de pessoas que alegavam ter sido perseguidas pela ditadura militar no Brasil”, diz o post, em referência à reparação econômica prevista em lei a perseguidos políticos. “Miriam Leitão teve seu benefício cortado de R$ 27 mil por mês”. O site da Comissão da Anistia disponibiliza uma ferramenta onde é possível acompanhar a situação dos solicitantes do benefício. Não há qualquer registro de pagamentos a Miriam Leitão. O nome da jornalista tampouco consta da lista de requerimentos deferidos pelo órgão até julho de 2020. Documento REQUERIMENTOS DE ANISTIA DEFERIDOS PDF O Estadão Verifica já checou boato que afirmava que Miriam Leitão teria roubado a sede do banco Banespa da Rua Iguatemi, em São Paulo, em 1968. Não é verdade, uma vez que ela tinha 15 anos à época e vivia no interior de Minas Gerais. Ela seria presa pelo regime militar em 1972, quando tinha 19 anos, por ser militante do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB. Em um depoimento de 2014, ela relatou que foi presa quando estava a caminho da praia. A jornalista contou que estava grávida e foi espancada, ameaçada de estupro e deixada sozinha, nua, em uma sala com uma jiboia. Damares Alves e a Comissão de Anistia A ministra Damares Alves publicou no Diário Oficial da União (DOU) de 22 de março de 2019 o indeferimento de 265 pedidos de reconhecimento de anistiados políticos. Todos eles seguiram pareceres da Comissão de Anistia elaborados ainda em 2018, isto é, no governo de Michel Temer. O nome de Miriam Leitão não consta na lista. Segundo nota publicada no site do ministério, “entre os pretendentes a anistiados estavam ex-cabos da Força Aérea Brasileira (FAB), grevistas da Petrobrás e dos Correios e outros casos individuais”. Documento INDEFERIMENTO DE ANISTIAS – 22/03/2019 PDF Em março daquele ano, Damares anunciou “a revisão de normas do regimento interno e o início de uma auditoria dos atos proferidos pela Comissão” nos anos anteriores. Em junho deste ano, o ministério anulou as anistias políticas de 295 ex-cabos da Aeronáutica. A justificativa foi de que “não havia comprovação da existência de perseguição exclusivamente política no ato de desligamento das Forças Armadas”, após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). Ministra Damares anunciou revisão em anistias concedidas anteriormente. Foto: Gabriela Biló/Estadão A ministra também deu posse a novos integrantes do Conselho, alguns deles militares de carreira. As nomeações foram contestadas pela Procuradoria Federal, porque alguns dos nomeados tinham histórico de “atuação judicial contrária à concessão de reparação”. No primeiro ano de sua gestão, o órgão concedeu apenas 15% dos pedidos de anistia. Legislação A Comissão de Anistia, atualmente sob a alçada do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, analisa os requerimentos de anistia a pessoas que alegam ter sofrido perseguição política do governo. Ela é regulada pela Lei nº 10.559/2002, que define que terá direito à anistia aqueles que “foram atingidos, em decorrência de motivação exclusivamente política, por atos de exceção, institucionais ou complementares” entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. Este benefício pode ser solicitado, por exemplo, por servidores públicos que tenham perdido o emprego em função de perseguição do governo. A anistia foi regulamentada no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, de 5 de outubro de 1988. Este conteúdo também foi checado por Fato ou Fake. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…140920202913.png
null
['Pedro Prata']
[]
['Miriam Leitão', 'fake news [notícia falsa]', 'ditadura militar Brasil [1964-1985]', 'Damares Alves']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-montagem-imagem-de-caetano-veloso-segurando-camiseta-com-ofensa-a-bolsonaro/
ESTADAO_VERIFICA
É montagem imagem de Caetano Veloso segurando camiseta com ofensa a Bolsonaro
Presente da ex-deputada Manuela D’Ávila, peça originalmente continha referência a investigação criminal contra um dos filhos do presidente
2020-09-14
É montagem uma foto que mostra o cantor Caetano Veloso segurando uma camiseta com ofensa ao presidente Jair Bolsonaro. Na imagem original, a camisa continha uma menção à investigação sobre um suposto esquema de rachadinhas no gabinete do filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A peça foi presente da ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), candidata a prefeita de Porto Alegre, que também aparece na foto. Este conteúdo foi compartilhado 3,3 mil vezes no Facebook. “Presidente louco, podemos lhe defecar hoje?”, lê-se na imagem alterada digitalmente. A montagem tem sido compartilhada com um apelo para “boicotar o show” do cantor. Imagem original foi modificada digitalmente para incluir ofensa ao presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução O mecanismo de busca reversa de imagens do Google permite localizar outras vezes em que fotos iguais ou muito semelhantes foram publicadas anteriormente. Assim, foi possível identificar que Manuela D’Ávila postou a foto em seu Facebook no dia 8 de fevereiro de 2019. A camiseta originalmente dizia “Orange is the new Queiroz” (“Laranja é o novo Queiroz”, em tradução livre). Ela faz paródia com o nome da série “Orange is the new black” (“Laranja é o novo preto”) para fazer referência à investigação de suposto esquema de rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). ‘Orange is the new Queiroz’: ‘Laranja é o novo Queiroz’, lê-se na camiseta. Foto: Facebook/@manueladavila/Reprodução Investigação das rachadinhas O filho mais velho do presidente é alvo de inquérito do Ministério Público do Rio de Janeiro que apura se ele teria montado esquema de lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato na Alerj. Segundo a Promotoria, Flávio teria se beneficiado da “rachadinha”, prática que reverte parte dos salários dos funcionários do gabinete em benefício pessoal do deputado. Fabricio Queiroz é apontado pelos promotores como peça central do esquema. Documentos obtidos por meio da quebra de sigilo de sua conta bancária mostram repasses a Flávio e também à primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O MP já terminou a investigação e encaminhou os resultados para o Procurador-Geral do Estado. Agora o órgão deve apresentar denúncia contra o senador ou arquivar o caso. Este conteúdo foi checado pela Agência Lupa e pelo site português Observador. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…130920204442.png
null
['Pedro Prata']
[]
['caetano veloso', 'jair bolsonaro', 'flavio bolsonaro', 'Manuela DAVILA']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/acao-sobre-forcas-armadas-no-stf-nao-tem-relacao-com-apreensao-de-manganes-no-para/
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Ação sobre Forças Armadas no STF não tem relação com apreensão de manganês no Pará
Post que viralizou no Facebook relaciona de forma enganosa julgamento no Supremo com operação realizada pela Agência Nacional de Mineração para combater contrabando
2020-09-14
Uma postagem viral engana ao relacionar a apreensão de 70 mil toneladas de manganês ilegal no Pará com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a presença das Forças Armadas na Amazônia. Os dois fatos não têm relação. O Supremo julga o emprego do Exército no combate ao desmatamento e a incêndios na região. Já a fiscalização contra o contrabando do minério foi feita pela Agência Nacional de Mineração (ANM), em parceria com a Polícia Federal. Este post foi compartilhado 2,8 mil vezes no Facebook. Apreensão de minério foi realizada pela Agência Nacional de Mineração com Polícia Federal. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica “Depois da apreensão de 70 mil toneladas de manganês que seriam contrabandeadas para a China, a quadrilha resolveu tomar providências…”, diz a imagem analisada, que exibe um link para a reportagem “STF dá 5 dias a Bolsonaro e Azevedo para explicar Forças Armadas na Amazônia”, publicada pelo Estadão e pelo portal UOL. A notícia é sobre a decisão da ministra Cármen Lúcia em uma ação movida pelo Partido Verde (PV) contra a Operação Amazônia 2. Assinada em 3 de setembro, a decisão de Cármen Lúcia deu prazo de cinco dias ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, para prestar informações sobre as ações do Exército na região. Documento PEDIDO DE CÁRMEN LÚCIA PDF A operação consiste no emprego das Forças Armadas na repressão e prevenção a delitos ambientais relacionados a desmatamento e incêndios. As ações são reguladas pelo Decreto 10.341, assinado por Bolsonaro, e pela Portaria nº 1.804/GM-MD, do Ministério da Defesa. Para o PV, a Operação Amazônia 2 transfere para a área militar a competência de combate aos delitos ambientais, que seria de órgãos de proteção ambiental, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O partido chamou o combate ao desmatamento de “função estranha ao rol de competências das Forças Armadas” e afirmou que o Exército apresenta “pouca efetividade” na tarefa. A Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu a constitucionalidade do Decreto presidencial e da Portaria ministerial que possibilitaram a deflagração da Operação Amazônia 2. O Ministério da Defesa, por sua vez, apresentou números de alertas de incêndio do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), para afirmar que houve queda no desmatamento nos meses de julho e agosto, em comparação com o ano anterior. Documento ESCLARECIMENTOS AGU PDF Documento ESCLARECIMENTOS – MINISTÉRIO DA DEFESA PDF Apreensão de manganês A Agência Nacional de Mineração apreendeu 70 mil toneladas de minério de manganês no porto de Vila do Conde, principal porto de exportação do Pará, no município de Bacarena, em 21 de agosto. Segundo a agência reguladora, a carga foi avaliada em R$ 60 milhões e seria levada para a China. O manganês é utilizado na produção de aço. A maior parte da exportação desse minério pelo Brasil vai para o mercado chinês. Foram autuadas cinco empresas que não tinham autorização para extrair o manganês. “Esta é uma ação da ANM em uma operação contra o manganês ilegal dentro das faixas de servidão da linha de transmissão da usina hidrelétrica de Belo Monte. Essa atividade ilegal coloca em risco as torres da usina e estamos com operações de inteligência junto com a Polícia Federal para combatê-la”, disse o diretor da ANM, Eduardo Leão, segundo a assessoria de imprensa do órgão. Este conteúdo também foi checado por Aos Fatos. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…120920204825.png
null
['Pedro Prata']
[]
['fake news [notícia falsa]', 'Forças Armadas do Brasil', 'STF [Supremo Tribunal Federal]', 'ANM [Agência Nacional de Mineração]', 'floresta amazônica']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/imagem-de-mulher-usando-mascara-em-banho-de-mar-e-montagem/
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Imagem de mulher usando máscara em banho de mar é montagem
Foto original é de 2015 e foi alterada digitalmente para incluir o equipamento de proteção
2020-09-11
É montagem a foto de uma jovem usando máscara durante um banho de mar. A imagem foi alterada digitalmente para incluir o equipamento de proteção. A fotografia original é de 2015, feita por Vladimir Grigorev. No Facebook, a montagem foi compartilhada com a legenda: “quando você achar que é um idiota, olhe esta imagem”. As postagens com a foto adulterada obtiveram 1,2 mil compartilhamentos. O Estadão Verifica encontrou a fotografia original por meio da ferramenta de busca reversa de imagem TinEye. O clique está disponível no site do Getty Images desde 2015. Também é possível conferir outras fotos da mesma modelo tomando banho de mar, sempre sem máscara. Foto original no site Getty Images. Foto: Reprodução Em 2020, o mesmo fotógrafo, Vladimir Grigorev, disponibilizou as montagens da jovem tomando banho de mar usando máscara em outro site de banco de imagens — Shutterstock. O equipamento de proteção também foi adicionado digitalmente em outras fotos da banhista. Montagem no banco de imagens Shutterstock. Foto: Reprodução. Não é recomendado usar a máscara no mar pois, uma vez molhada, ela perde a barreira de proteção. A Secretaria da Saúde de São Paulo recomenda trocar a máscara sempre que ela ficar úmida ou molhada. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…110920202452.png
null
['Alessandra Monnerat']
[]
['coronavírus [prevenção]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/argentina-cuba-e-venezuela-tem-auxilio-emergencial-na-pandemia-ao-contrario-do-que-afirma-post/
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Argentina, Cuba e Venezuela têm auxílio emergencial na pandemia, ao contrário do que afirma post
Postagem faz comparação com benefício brasileiro para atacar governos latino-americanos
2020-09-11
É falso que Argentina, Venezuela e Cuba não tenham fornecido auxílio financeiro aos trabalhadores afetados pela pandemia de covid-19. O governo argentino criou uma ajuda econômica semelhante ao auxílio emergencial brasileiro, enquanto os outros dois países adotaram medidas para garantir o salário de trabalhadores em caso de paralisação do trabalho. A afirmação falsa está em uma postagem viral que foi compartilhada 1,3 mil vezes no Facebook. Argentina adotou medida de transferência de renda, enquanto outros governos adotaram medidas de garantia salarial. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica O presidente argentino Alberto Fernández decretou em março um auxílio emergencial para as pessoas mais afetadas pela pandemia, chamado Ingreso Familiar de Emergencia (Renda Familiar de Emergência, em tradução livre). Ele previa o pagamento de 10 mil pesos (R$ 707) para desempregados, trabalhadores informais e cidadãos de baixa renda entre 18 e 65 anos. Apenas uma pessoa de cada família poderia retirar o benefício. Inicialmente a quantia seria paga apenas em abril, mas o governo concedeu novos aportes em junho e agosto. Em Cuba, as empresas com dificuldades financeiras são aconselhadas a primeiro tentar realocar o funcionário, seja dentro da própria unidade, seja fora dela. Tal movimento pretende evitar a interrupção da produção e do trabalho. Quando isso não for possível e houver a paralisação do trabalho, é garantido ao trabalhador o recebimento de 100% do vencimento-base no primeiro mês e 60% nos meses seguintes, enquanto perdurar a pandemia. Tal garantia não é paga quando o funcionário se recusa a aceitar seu novo posto sem justificativa. As informações são do Granma, a mídia oficial do Partido Comunista de Cuba, com base em dados do Ministerio de Trabajo y Seguridad Social. Já o governo de Nicolás Maduro assumiu, em março, a folha de pagamento das pequenas e médias empresas da Venezuela por seis meses. “Este plano será acionado a pedido das empresas que o necessitem, com o intuito de garantir a estabilidade socioeconômica dos trabalhadores”, informou o vice-presidente do setor para a Área Econômica, Tareck El Aissami, segundo a mídia estatal. O governo não informa o valor pago. Presidente Jair Bolsonaro estendeu o auxilio emergencial da pandemia até dezembro. Foto: Gabriela Biló/Estadão Auxílio emergencial no Brasil O auxílio emergencial foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem valor) no valor inicial de R$ 600 em três parcelas, pagas nos meses de abril, maio e junho. Ele previa o pagamento a desempregados e trabalhadores informais prejudicados pela pandemia de covid-19. Já mulheres chefes de família receberam o auxílio em dobro. A publicação pode ser consultada no Diário Oficial de 2 de abril de 2020. Em julho, o governo publicou decreto no qual prorrogou pela primeira vez o benefício, por mais dois meses, ainda no valor de R$ 600. A medida se mostrou popular entre a população e resultou em alta nos índices de aprovação de Bolsonaro. Em setembro, o governo anunciou uma segunda extensão do auxílio, desta vez no valor de R$ 300 até dezembro. Este conteúdo também foi checado pela Agência Lupa. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…110920204347.png
null
['Pedro Prata']
[]
['Argentina [América do Sul]', 'fake news [notícia falsa]', 'coronavírus', 'Venezuela [América do Sul]', 'Cuba [América Central]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/postagem-usa-metodo-inadequado-para-comparar-poder-de-compra-do-real-e-do-euro/
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Postagem usa método inadequado para comparar poder de compra do real e do euro
Texto que viralizou no Facebook cita apenas taxa de câmbio nominal das duas moedas
2020-09-11
Um texto com mais de 3,8 mil compartilhamentos no Facebook compara o poder de compra do real e do euro a partir da taxa de câmbio de ambas as moedas. A conversão simples de valores, porém, é insuficiente nesse cálculo. Ao citar apenas o câmbio, omitem-se outros fatores levados em conta para determinar as diferenças no poder de compra entre duas ou mais moedas. Na economia, esse conceito se aplica à capacidade de adquirir bens e serviços com determinada unidade monetária. “Sabe a diferença entre essas duas notas? R$50 do Brasil e €50 euros da Europa! Ambos têm o mesmo valor em seus respectivos países, porém o poder de compra é o que difere ambas. €50 é equivalente a R$302,00 reais do Brasil e R$50 é equivalente a €8,27 euros. Uma pessoa que ganha €1200 mensais na Europa, paga 6 salários no Brasil para 6 pessoas! Incrível a diferença e o poder de compra entre uma moeda e a outra”, diz o texto publicado em 1º de setembro. Taxa de câmbio não é suficiente para calcular poder de compra da moeda. Foto: Reprodução O método conhecido como Paridade do Poder de Compra (PPC) é o mais utilizado para comparar o poder de compra entre unidades monetárias diferentes. O índice mede a capacidade de compra da moeda doméstica quando convertida na moeda internacional, o dólar. Para padronizar a operação, estipula-se o valor de um cesta de bens e serviços comuns, a ser calculado em cada país. “O post compara apenas a taxa de câmbio nominal, que é a mais próxima das pessoas. Mas a ideia de que €50 na Europa equivalem a R$ 300 aqui não leva em conta um elemento importante, a capacidade de compra, que mede o poder dessas moedas em seus respectivos países”, explica Fernando Ribeiro Leite, professor de Economia do Insper. Para exemplificar o equívoco no uso do câmbio nominal, o economista cita a comparação entre o real e a moeda japonesa, o iene. “Vinte reais equivalem a cem ienes. Então o poder de compra do real é maior que o do iene, só porque é cinco vezes maior em termos nominais? Isso é uma falácia. Cem ienes compram muito mais do que R$ 20 no Brasil”, afirma. O Banco Mundial disponibiliza, em seu site, diversos indicadores com base na Paridade do Poder de Compra. O mais adequado para calcular o caso citado no post é o que mede as despesas de consumo das famílias em cada país. Quanto mais alto o número, menor é o poder de compra da moeda na comparação com outras unidades monetárias. O valor mais recente do Brasil, de 2019, foi estipulado em 2,4. Os países da zona do euro variam entre 0,5 e 0,9. Embora o real de fato tenha poder de compra menor que o da moeda comum europeia, o argumento do câmbio, utilizado na publicação, é enganoso. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…110920203808.png
null
['Guilherme Bianchini']
[]
['fake news [notícia falsa]', 'euro', 'real']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-video-viral-mostre-cirurgia-de-retirada-de-tenia/
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É falso que vídeo viral mostre cirurgia de retirada de tênia
Especialistas afirmam que animal do vídeo não possui as características do parasita responsável pela teníase
2020-09-11
É falso que um vídeo que viralizou nas redes sociais mostre uma cirurgia de retirada de tênia, um parasita adquirido pela ingestão de carne de boi ou de porco contaminada. Especialistas ouvidas pelo Estadão Verifica indicam que o animal mostrado na gravação não corresponde às características das espécies Taenia solium e Taenia saginata. No Facebook, a filmagem foi compartilhada 36,5 mil vezes, com legendas que alertam contra o consumo de carne mal passada. O vídeo foi inicialmente publicado por tabloides britânicos como o The Sun e o Daily Mail. Segundo essas publicações, o animal seria uma cobra de 1,2 metro que entrou na boca da mulher enquanto ela dormia do lado de fora da sua casa, no Daguestão, uma república russa na fronteira com a Geórgia e o Azerbaijão. Os tabloides, no entanto, não puderam confirmar essa informação com o Ministério da Saúde do Daguestão. LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica Embora não seja possível cravar que o animal mostrado no vídeo seja uma cobra, o certo é que o vídeo não mostra uma tênia, como afirmam as postagens nas redes sociais. A professora doutora Luciene Maura Mascarini Serra, do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (IB-Unesp), disse que o animal apresentado no vídeo difere das características das tênias descritas pela literatura médica. “As tênias são vermes totalmente achatados (pertencem ao grupo dos platelmintos, que são os vermes achatados) e possuem coloração branca, de aspecto leitoso/amarelado ou ainda rosado”, explicou. “No vídeo, vi algo escuro, de aspecto cilíndrico, muito diferente de exemplares de Taenia sp que temos em nosso arquivo didático, em material conservado para estudo dos alunos em suas aulas práticas”. Especialistas afirmam que animal não tem anatomia de uma tênia. Foto: Reprodução A professora doutora Vera Castilho, médica-chefe do Laboratório de Parasitologia Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), também indicou que o vídeo não mostra uma tênia. A anatomia do animal apresentado no vídeo se parece mais com uma lombriga, segundo ela. “Este verme é mais semelhante a um exemplar de Ascaris, o popularmente denominado ‘lombriga’, que pode ser retirado por meio de endoscopia, como vemos no vídeo”, disse ao Estadão Verifica. O que é teníase O Ministério da Saúde informa que a teníase é uma doença causada pela forma adulta dos parasitas Taenia solium e Taenia saginata no intestino delgado. Ela é adquirida por meio da ingestão de carne de boi ou de porco mal cozida que contém as larvas do verme. Quando fica no intestino humano, é considerada benigna e o tratamento consiste de remédio anti-helmíntico e purgativo para eliminá-lo nas fezes. A cirurgia somente é necessária quando ela penetra outros órgãos como apêndice, colédoco e ducto pancreático “devido a crescimento exagerado do parasita”. Documento MINISTÉRIO DA SAÚDE – DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS PDF Segundo Luciene Serra, a literatura médica informa que as Taenia solium pode medir de 2 a 4 metros, ao passo que a Taenia saginata pode chegar a 12 metros. Esta pode viver até 30 anos, enquanto a primeira vive até 25 anos. Já Castilho afirma que não há casos descritos de mais de 12 anos. O Estadão Verifica utilizou a ferramenta InVID para localizar outras vezes em que o vídeo analisado foi postado. Esta ferramenta captura frames do vídeo e pesquisa outros semelhantes no Google. Dessa forma, encontramos as publicações do The Sun e do Daily Mail. Este conteúdo também foi checado por Aos Fatos. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…091120200012.jpg
null
['Pedro Prata']
[]
['fake news [notícia falsa]', 'cobra serpente víbora']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-niemeyer-tenha-dito-que-brasilia-deveria-ter-sido-projetada-em-forma-de-camburao/
ESTADAO_VERIFICA
É falso que Niemeyer tenha dito que Brasília deveria ter sido projetada em ‘forma de camburão’
Boato com nome do arquiteto brasileiro circula nas redes sociais desde 2011, mas não há registro de que ele tenha feito uma declaração nesse sentido
2020-09-10
É falso que o arquiteto Oscar Niemeyer tenha dito que Brasília deveria ter sido projetada “em forma de camburão” e que a capital do País hoje é usada “como pinico”, devido à qualidade dos políticos brasileiros. Não há registro de que Niemeyer tenha feito qualquer declaração nesse sentido em toda sua carreira. Ele foi responsável pelo desenho dos principais prédios cívicos de Brasília. Paulo Sergio Niemeyer, presidente do Instituto Niemeyer e neto do arquiteto, disse ao Estadão Verifica que desconhece que o arquiteto tenha feito qualquer afirmação sequer parecida. “Garanto que ele nunca disse e nunca diria essa frase. Meu avô era um homem de grande cultura, e a a afirmação não condiz com ele, inclusive pelas palavras utilizadas”, disse Paulo, que trabalha há mais de dez anos na preservação do legado do avô, morto em 2012. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica A postagem sugere que a frase teria sido dita por Niemeyer em seu aniversário de 102 anos, completados em dezembro de 2009. A foto utilizada no boato é de maio de 2010, de Pedro Carrilho, da Folha de S.Paulo. No mesmo mês, foi amplamente noticiado que Niemeyer foi a principal ausência das festividades do 50º aniversário de Brasília. A publicação analisada pelo Estadão Verifica foi publicada em 2017 no Facebook, mas voltou a circular recentemente. Nas últimas 24 horas, foram 5,3 mil compartilhamentos. A ferramenta CrowdTangle indica que o boato circula nas redes sociais ao menos desde 2011. E-farsas e Boatos.org também publicaram checagens sobre esse conteúdo. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://img.estadao.com.…617563593097.jpg
null
['Tiago Aguiar', 'Pedro Prata']
[]
['Oscar Niemeyer', 'congresso nacional', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/postagem-tira-de-contexto-video-de-ato-em-que-bonecos-de-ministros-do-stf-sao-jogados-na-lixeira/
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Postagem tira de contexto vídeo de ato em que bonecos de ministros do STF são jogados na lixeira
Manifestação ocorreu em Porto Alegre em 2019, contra Lei de Abuso de Autoridade
2020-09-10
Circula no Facebook um vídeo em que manifestantes jogam no lixo bonecos que representam ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma publicação com mais de 16 mil compartilhamentos engana ao tratar o ocorrido como se fosse recente. A gravação, na verdade, é de um protesto do dia 25 de agosto de 2019, em Porto Alegre. Na ocasião, os participantes do ato pediram que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetasse totalmente a Lei de Abuso de Autoridade. Base eleitoral de Bolsonaro em Porto Alegre usa bonecos para simular agressão em membros do STF LEIA TAMBÉM Foto de Rodrigo Maia em evento com Pezão é de 2018 Na semana anterior à manifestação, o projeto foi aprovado no Congresso. Com isso, movimentos como Nas Ruas e Vem Pra Rua convocaram atos em dezenas de cidades brasileiras. O objeto era não só pressionar o presidente, mas também pedir o impeachment do presidente do STF, Dias Toffoli, e do ministro Gilmar Mendes. A manifestação também foi marcada pelo apoio ao ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e à Lava Jato. Os participantes do ato jogaram água e sabão nos bonecos vestidos de ministros e os arremessaram em uma lixeira, com o hino nacional tocando ao fundo. Enquanto isso, algumas pessoas usavam vassouras para simular uma agressão aos integrantes do STF. Após serem lavados com água e sabão, os bonecos foram arremessados em uma lixeira aos gritos de “dá porrada nele”. Foto: Reprodução/Facebook Não é a primeira vez em que ataques como esse ocorrem em manifestações. Em 2018, também em Porto Alegre, o movimento Vem Pra Rua realizou um ato em que bonecos de ministros do STF foram queimados. O protesto era a favor da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lei de Abuso de Autoridade Mesmo com a pressão da base eleitoral de Bolsonaro, o Congresso aprovou a legislação em agosto e derrubou no dia 24 de setembro de 2019 cerca de 18 vetos feitos pelo presidente. A lei de Abuso de Autoridade entrou em vigor em janeiro deste ano, fazendo com que agentes públicos possam ser punidos criminalmente por diversas condutas. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho. LEIA MAIS CRIANDO SUA CONTA GRATUITAMENTE
https://politica.estadao…100920201744.png
null
['Gabi Coelho']
[]
['jair bolsonaro', 'congresso nacional', 'STF [Supremo Tribunal Federal]', 'STF', 'sérgio moro', 'abuso de autoridade', 'PT [Partido dos Trabalhadores]', 'Lula [Luiz Inácio Lula da Silva]']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/foto-de-rodrigo-maia-em-evento-com-pezao-e-de-2018/
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Foto de Rodrigo Maia em evento com Pezão é de 2018
Imagem de encontro entre então governador do Rio e atual presidente da Câmara foi compartilhada como se fosse recente
2020-09-09
Uma foto de 2018 que mostra um encontro entre o ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (MDB) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), circula nas redes sociais como se fosse atual. A publicação com a foto fora de contexto recebeu 21,2 mil compartilhamentos no Facebook e também foi postada no Twitter. “Festinha desse final de semana; aniversário na casa do Pezão (em prisão domiciliar) com convidados ilustres! Olha o presidente da Câmara aí. Quadrilha unida”, diz a legenda da publicação no Facebook, feita em 5 de setembro. Pezão faz aniversário em 29 de março. LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica O mecanismo de busca reversa do Google permite encontrar outras vezes em que a imagem foi publicada anteriormente. O registro mais antigo identificado pela pesquisa é de 2 de março de 2018, no site Diário do Vale. Foto é de Maia em evento de articulação eleitoral em 2018. Foto: Reprodução Naquele dia, o portal publicou a matéria “Rodrigo Maia convida Neto para ser vice de Cesar Maia para governador”. O texto informa que a reunião mostrada na foto teria ocorrido na casa do ex-prefeito de Volta Redonda (RJ) Antônio Francisco Neto. A reportagem afirma que, além de Pezão, estiveram presentes 13 prefeitos, três deputados federais. Pezão seria preso preventivamente naquele mesmo ano, em 29 de novembro. Ele é réu em uma investigação que apura recebimento de propinas mensais entre 2007 e 2014, período em que era vice-governador de Sérgio Cabral (MDB), condenado a mais de 200 anos de prisão por corrupção. Em dezembro de 2019, a Sexta Turma do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) acolheu habeas corpus da defesa do ex-governador e substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares. Assim, Pezão saiu da cadeia, mas foi obrigado a recolhimento domiciliar noturno e a usar tornozeleira eletrônica. Ele também ficou impedido de ocupar cargos públicos. Rodrigo Maia Maia atualmente é o presidente da Câmara dos Deputados, cargo que ocupa desde julho de 2016. Eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, está no quinto mandato. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e Rodrigo Maia disputam protagonismo de pautas econômicas. Foto: Gabriela Biló/Estadão A imagem fora de contexto analisada pelo Verifica foi resgatada em um momento em que Maia disputa o protagonismo de reformas com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Recentemente, Maia afirmou enfrentar resistência por parte de Guedes. Nos primeiros dias de setembro, o presidente da Câmara disse não ter mais interlocução com o titular da Economia. “Eu não tenho conversado com o ministro Paulo Guedes. Ele tem proibido a equipe econômica de conversar comigo. A gente tinha um almoço com o Esteves (Colnago, chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais) e com o secretário do Tesouro (Bruno Funchal) para tratar do Plano Mansueto, e os secretários foram proibidos de ir à reunião”, disse Maia em entrevista à GloboNews. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…091120200012.jpg
null
['Pedro Prata']
[]
['rodrigo maia', 'Luiz Fernando Pezão', 'paulo guedes', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/cubano-mostrado-em-foto-recebendo-bencao-antes-de-ser-morto-era-soldado-nao-campones/
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Cubano mostrado em foto recebendo benção antes de ser morto era soldado, não camponês
Imagem ganhou o Prêmio Pulitzer de 1960, mas circula fora de contexto nas redes
2020-09-09
Uma foto que mostra um soldado cubano do regime derrotado de Fulgencio Batista momentos antes de ser fuzilado circula nas redes sociais fora de seu contexto original. No Facebook, a imagem foi publicada com legenda que afirma o homem retratado é um camponês que foi morto ao se recusar a trabalhar para o regime de Fidel Castro. Uma versão da postagem foi compartilhada 10 mil vezes. Posts idênticos também foram encontrados no Twitter e foram checados por agências de outros países. “Essa foto ganhou o (Prêmio) Pulitzer“, diz a legenda da postagem. “Um padre dando a última bênção a um camponês cubano, proprietário de terra, que se recusou a trabalhar para o regime de Fidel Castro, e que foi condenado por “Che”, sem direito à defesa, a morrer por fuzilamento. Você nunca verá essa foto na camiseta de um comunista”. Homem na foto é ex-combatente do exército derrotado de Fulgencio Batista. Foto: Reprodução O mecanismo de busca reversa do Google permite identificar a primeira vez em que a imagem foi publicada. A pesquisa levou à página do Prêmio Pulitzer, maior honraria do jornalismo nos Estados Unidos. O registro valeu ao fotógrafo Andrew Lopez, da United Press International (UPI), a premiação na categoria Fotografia em 1960. Lopez foi parte de um grupo de fotojornalistas que receberam autorização de Fidel Castro para registrar livremente o que quisessem. Ele decidiu fotografar os julgamentos e execuções de ex-combatentes do exército derrotado de Fulgencio Batista. O homem na foto é Jose Cipriano Rodriguez, segundo consta no site da agência de notícias UPI. A legenda da foto informa que ele foi executado em 17 de janeiro de 1959 por ter matado dois homens do exército de Castro. Seu julgamento durou um minuto. É possível encontrar a foto no site do Prêmio Pulitzer. Foto: Pulitzer/Reprodução A foto também está disponível no acervo da agência Getty Images. Nenhum dos sites onde o Verifica encontrou a fotografia informam se Che Guevara teria participação na execução de Rodriguez. A Revolução Cubana começou como uma guerrilha nacionalista, em 1959. Liderada por Fidel Castro, derrubou o governo ditatorial de Fulgencio Batista, iniciado em 1952 por meio de um golpe militar. Cuba é uma ilha no Caribe muito próxima ao território dos Estados Unidos. Por isso, os norte-americanos acompanharam com tensão as mudanças políticas da ilha. Os EUA romperam relações com Cuba e tentaram derrubar seu governo em 1961, sem sucesso. A rivalidade com os Estados Unidos acabou tornando Cuba uma aliada da da União Soviética no período da Guerra Fria. Este conteúdo também foi checado pelas agências Lupa, do Brasil, Polígrafo, de Portugal, Maldita.Es, da Espanha, e Bolivia Verifica, da Bolívia. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…090920200535.png
null
['Pedro Prata']
[]
['fake news [notícia falsa]', 'Prêmio Pulitzer', 'Cuba [América Central]', 'Fulgencio Batista', 'fidel castro', 'che guevara']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/servidor-do-stf-condenado-por-lavagem-de-dinheiro-nao-e-assessor-economico-de-toffoli/
ESTADAO_VERIFICA
Servidor do STF condenado por lavagem de dinheiro não é assessor econômico de Toffoli
Funcionário citado em postagem enganosa é analista jurídico e trabalha na Corte desde 2000
2020-09-08
Um boato compartilhado mais de 1,1 mil vezes no Facebook afirma que um homem condenado por desviar R$ 3 milhões da Caixa Econômica Federal trabalharia como assessor econômico do ministro Dias Toffoli, no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas apenas uma parte dessa história é verdadeira: o servidor em questão nunca ocupou o cargo de assessor de Toffoli. Atualmente, ele é analista judiciário na Secretaria Jurídica do Tribunal. O caso do funcionário do STF condenado foi revelado em 2013 pelo jornal O Globo. De acordo com a reportagem, Ítalo Colares de Araújo, ex-gerente de uma agência da Caixa, foi condenado a sete anos de prisão por peculato e a 14 anos por lavagem de dinheiro. Ele teria desviado R$ 3 milhões do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para contas da mãe, da filha, do irmão, da mulher e até dos sogros. Segundo O Globo, ele evitou ser intimado por quatro anos, oferecendo endereços falsos à Justiça Federal. Depois da divulgação da reportagem, Ítalo compareceu à 10ª Vara Federal em Brasília para ser notificado oficialmente da sentença. O Estadão Verifica tentou contato com a defesa de Ítalo citada no processo listado no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), mas não conseguiu obter atualizações sobre o caso. De acordo com a assessoria do TRF-1, o processo ainda está em tramitação, sob a relatoria do desembargador federal Néviton Guedes. Ítalo é servidor concursado do STF desde 2000, depois que saiu da Caixa. O nome dele consta da lista de funcionários ativos do tribunal — sua remuneração atual é de R$ 20.474,12 brutos ou de R$ 6.966,91 líquidos. Por e-mail, o STF confirmou que ele atualmente está lotado na Secretaria Jurídica e que nunca ocupou o cargo de assessor de Toffoli. “Nunca houve comunicação formal ao Tribunal a respeito da prática de crimes”, informou a nota. O site Boatos.Org publicou uma checagem semelhante.
https://politica.estadao…030920205406.png
null
['Alessandra Monnerat']
[]
['STF [Supremo Tribunal Federal]', 'Dias Toffoli', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/video-de-bolsonaro-com-bandeira-dos-eua-nao-foi-feito-no-7-de-setembro/
ESTADAO_VERIFICA
Vídeo de Bolsonaro com bandeira dos EUA não foi feito no 7 de setembro
Imagens são de manifestação do dia 3 de maio; na ocasião, presidente desceu a rampa do Palácio do Planalto para saudar apoiadores
2020-09-08
Um vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aparece em manifestação com a filha Laura com uma bandeira dos Estados Unidos foi tirado de contexto nas redes sociais. Uma postagem com 2,2 mil compartilhamentos no Facebook afirma que a gravação seria das comemorações pelo 7 de setembro, mas na verdade a filmagem é do dia 3 de maio. Vídeo de manifestação com Jair Bolsonaro e a filha, Laura, são de maio. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica “Surgiu uma dúvida: hoje é 7 de setembro ou 4 de julho?”, questiona a legenda, fazendo referência ao dia de comemoração da independência dos Estados Unidos. No vídeo, é possível ver Bolsonaro caminhando de mãos dadas com a filha Laura. Em primeiro plano, apoiadores acenam e gravam a cena com celulares. É possível ouvir gritos e o barulho de um instrumento. Ao lado de Bolsonaro caminha um homem que segura um mastro com as bandeiras dos Estados Unidos e de Israel. Logo atrás, uma menina carrega uma bandeira do Brasil. Apesar de ser publicado nesta segunda, 7, o vídeo foi gravado em 3 de maio de 2020. Na ocasião, o presidente compareceu à rampa do Palácio do Planalto, onde um grupo de manifestantes fazia um ato de apoio ao governo. A manifestação ocorreu na mesma semana em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), barrou a nomeação do delegado Alexandre Ramagem para comandar a Polícia Federal (PF). A decisão foi tomada após o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, pedir demissão e acusar o presidente de interferência política na PF. A manifestação chamou a atenção pela presença da filha mais nova de Bolsonaro, Laura. Imagens feitas por fotógrafos da manifestação em 3 de maio permitem concluir se tratar da mesma situação representada pelo vídeo viral. Naquela data, um apoiador acompanhou Bolsonaro com um mastro com as bandeiras dos Estados Unidos, Israel e Brasil. Também é possível ver uma menina próxima ao presidente segurando uma bandeira do Brasil. Por fim, a roupa de Laura Bolsonaro é a mesma que ela veste no vídeo. Ao comparar as duas imagens, é possível notar que se trata da mesma ocasião. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters Bolsonaro no 7 de setembro Brasília não recebeu o tradicional desfile de 7 de setembro este ano por conta do risco de aglomeração durante a pandemia. A decisão foi comunicada pelo Ministério da Defesa. Em vez disso, o presidente Jair Bolsonaro desfilou no Rolls-Royce conversível da Presidência com um grupo de crianças, filhas e netas de autoridades, em um evento de menor proporção. Inicialmente programado para ser fechado, o evento acabou aberto ao público, o que gerou aglomeração. Fotos da cerimônia mostram que alguns pessoas do público portavam bandeiras dos Estados Unidos. O fotógrafo Hugo Barreto, do site Metrópoles, flagrou um homem segurando uma placa de apoio à reeleição do presidente norte-americano Donald Trump. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…080920202614.png
null
['Pedro Prata']
[]
['jair bolsonaro', 'Estados Unidos [América do Norte]']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/foto-antiga-de-incendio-circula-fora-de-contexto-com-imagens-de-manifestacao-de-2017/
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Foto antiga de incêndio circula fora de contexto com imagens de manifestação de 2017
Imagem de fogo em prédio do INSS, de 2005, foi utilizada para questionar atuação do STF
2020-09-04
A foto de um incêndio em um prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 2005, circula fora de contexto no Facebook juntamente com imagens de um protesto de 2017 contra o governo de Michel Temer (MDB). A publicação diz se tratar de um incêndio no Ministério da Agricultura. Esta postagem foi compartilhada 7,8 mil vezes, por isso o Estadão Verifica decidiu checar. “Lembremo-nos de 2017, quando 50 terroristas da esquerda, devidamente identificados com bandeiras, atearam fogo em dois ministérios, o da Agricultura e o da Saúde. Alguém lembra se o STF mandou prender alguém por ato terrorista?”, questiona a publicação. A postagem acompanha três imagens de uma manifestação violenta e outra de um incêndio de grandes proporções em um prédio. Foto de incêndio em 2005 circula entre fotos de manifestação de 2017. Foto: Reprodução O Estadão Verifica utilizou o mecanismo de busca reversa de imagens do Google para identificar outras vezes em que o registro do incêndio foi publicada. Um dos resultados encontrados foi uma matéria da revista Veja sobre os protestos em Brasília no dia 24 de maio de 2017. Naquele dia, conforme informou o Estadão, manifestantes convocados por centrais sindicais e partidos de oposição protestavam contra as reformas da Previdência e trabalhista, conduzidas pelo governo de Michel Temer (MDB). A revista informava que o então ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário) tuitou a imagem do prédio do INSS, informando se tratar do Ministério da Agricultura por engano. Ele posteriormente assumiu o equívoco. Embora tenha excluído o tuíte original, com a foto trocada, seu pedido de desculpa continua no ar: “Erro de foto. Essa foto é antiga do incêndio do INSS…” Erro de foto. Essa foto é antiga do incêndio do INSS… https://t.co/JOq59apMjd — Osmar Terra (@OsmarTerra) May 24, 2017 A foto na verdade é de um incêndio no prédio do INSS no Distrito Federal em 27 de dezembro de 2005. Foi um dos maiores incêndios do DF e atingiu sete dos dez andares do edifício. O fogo consumiu processos contra empresas e entidades filantrópicas em dívida com a Previdência. O fotógrafo Dida Sampaio, do Estadão, registrou o incidente. Em uma de suas fotos, é possível ver detalhes que comprovam se tratar do mesmo evento: detalhes da estrutura do edifício e a presença de árvores próximas. Detalhes da estrutura do edifício e a presença de árvores próximas permitem concluir tratar-se do mesmo evento. Foto: Dida Sampaio/Estadão Os protestos contra o governo Temer em 2017 começaram pacíficos, mas acabaram em confrontos entre manifestantes e policiais. Grupos depredaram os prédios dos Ministérios da Fazenda e Agricultura, não da Saúde, como afirma a publicação checada. No edifício da pasta da Agricultura, atearam fogo ao andar térreo do edifício — e não em vários andares, como sugere a mesma postagem. Os confrontos acabaram motivando o presidente Temer a decretar, a pedido da Câmara, uma ação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que permitiu o uso das Forças Armadas em Brasília. Outras imagens são do protesto O Estadão Verifica identificou a origem de duas das outras três imagens utilizadas pelo post. Uma delas mostra um manifestante sem camiseta pronto para atirar um objeto no já depredado térreo do Ministério da Agricultura. O registro foi capa do Estadão na edição de 25 de maio de 2017. A foto foi registrada pelo fotógrafo Michael Melo, do site Metrópoles. Foto foi capa do ‘Estadão’ no dia seguinte às manifestações. Acervo Estadão A segunda imagem identificada pela reportagem foi publicada pelo jornal Correio*. Ela mostra um grupo de policiais frente a frente com um grupo de manifestantes. A legenda informa tratar-se de reprodução do programa Estúdio I, do canal de notícias Globo News. Manifestantes e policiais se enfrentaram em protesto contra o governo de Michel Temer, em 2017. Foto: Correio*/Reprodução Esse boato também foi checado pelo Aos Fatos. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…040920202419.png
null
['Pedro Prata']
[]
['INSS [Instituto Nacional do Seguro Social]', 'michel temer', 'Ministério da Agricultura']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-ricardo-salles-tenha-sido-internado-por-causa-de-envenenamento-com-mamona/
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É falso que Ricardo Salles tenha sido internado por causa de envenenamento com mamona
Boato viralizou nas redes sociais após ministro do Meio Ambiente sofrer desgaste no governo
2020-09-03
É falso que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tenha sido internado no Hospital das Forças Armadas com suspeita de envenenamento por mamona. O ministério negou a informação e não há qualquer registro na imprensa sobre o assunto. Este boato já havia circulado em 2019 e foi resgatado recentemente, em um momento em que Salles enfrenta desgaste no governo. A publicação checada pelo Estadão Verifica foi compartilhada ao menos 952 vezes. “Nosso valente ministro Ricardo Salles foi vítima do ‘Ecoterrorismo’, provavelmente envenenado ontem durante a reunião com os governadores da Amazônia. As evidências são de mamona, um conhecido agente utilizado por ataques ecoterroristas”, diz o boato publicado em 31 de agosto. Versão deste boato já havia circulado em 2019. Foto: Reprodução O ministério respondeu por e-mail que a alegação é falsa. Também não foi possível encontrar essa informação em nenhum veículo de comunicação. Uma notícia como essa, caso fosse verdade, seria amplamente noticiada pela mídia por envolver uma autoridade federal. Além disso, a agenda oficial de Salles não mostra qualquer reunião com governadores na semana anterior à publicação do boato no Facebook. Entre os dias 24 e 31 de agosto, ele se reuniu com servidores do ICMBio, com o presidente da Comissão Nacional de Proteção e Defesa dos Animais, com o Presidente da Petrobrás, com o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi) e com representantes do Fórum de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Setor Elétrico (FMASE), por meio de videoconferência. Além disso, em três ocasiões, o ministro teve atividades remotas não especificadas. Boato é de 2019 Uma busca por palavras-chave no Google retornou uma verificação do site Boatos.org de 29 de agosto de 2019. Naquela ocasião, Ricardo Salles realmente havia sido internado no Hospital das Forças Armadas depois de sentir mal-estar dois dias antes. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, chegou a informar que Salles teria passado mal por causa de “estresse”. Ele recebeu alta no dia 28 daquele mês. Queimada em área da floresta amazônica. Foto: Gabriela Biló/Estadão O boato foi resgatado em um momento em que o ministro sofre desgaste no governo. Ele é cobrado pelos altos índices de desmatamento que ameaçam as relações comerciais brasileiras e pelas queimadas que consomem o pantanal. Na sexta-feira, 28, o ministério do Meio Ambiente divulgou nota na qual anunciava a paralisação de todas as operações de combate ao desmatamento por corte de verbas. Interlocutores avaliam que gesto do ministro foi tentativa de reafirmar autoridade no ministério. Depois da repercussão negativa, o congelamento do dinheiro foi cancelado e o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que ele “se precipitou”. Na segunda, 31, deputados bolsonaristas e os filhos do presidente saíram em defesa do ministro. Este boato também foi checado pela Agência Lupa. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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['Pedro Prata']
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['floresta amazônica', 'Ricardo Salles', 'Ministério do Meio Ambiente', 'envenenamento']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/benedita-da-silva-e-brizola-nao-sao-os-unicos-ex-governadores-do-rio-que-nao-foram-presos/
ESTADAO_VERIFICA
Benedita da Silva e Brizola não são os únicos ex-governadores do Rio que não foram presos
Boato que circula nas redes sociais omite os nomes de Marcello Alencar e Nilo Batista, que também não foram afastados da função
2020-09-01
Não é verdade que Leonel Brizola (PDT) e Benedita da Silva (PT) sejam os únicos os ex-governadores do Rio de Janeiro dos últimos 30 anos que não foram afastados do cargo ou presos. O boato ganhou tração desde a última sexta-feira, 28, após a repercussão do afastamento de Wilson Witzel (PSC) do governo do Estado. No entanto, variações dessa alegação enganosa já circulavam há alguns anos. Em 1982, ocorreram as primeiras eleições estaduais diretas no Brasil desde a Ditadura Militar. Considerando o período de 1983 até 2020, além de Brizola e Benedita não foram afastados da função ou presos Nilo Batista (PDT) e Marcello Alencar (PSDB). Ainda é possível citar o exemplo de Francisco Dornelles (PP), que assumiu o cargo interinamente por duas vezes. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica Batista foi vice de Brizola entre 1991 e abril de 1994. Ele governou o Estado por nove meses, depois que Brizola deixou o cargo para disputar a Presidência da República. Já Alencar cumpriu mandato entre 1995 e 1999, pelo PSDB. Ele faleceu em 2014. Brizola foi eleito governador do Rio duas vezes: em 1982 e 1990. No primeiro mandato, seu vice era o antropólogo Darcy Ribeiro. Benedita, por sua vez, ocupou a função entre 2002 e 2003, depois que Anthony Garotinho deixou o cargo para concorrer a presidente. Dornelles assumiu a chefia do Executivo fluminense interinamente por duas vezes. Na primeira, ocupou o cargo por problemas de saúde do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), em 2016. Voltou a comandar o Estado após a prisão de Pezão, em novembro de 2018. Pezão foi acusado pela Operação Lava Jato de ter recebido propina de R$ 39 milhões. Ele governou o Estado entre janeiro de 2015 e novembro de 2018. Hoje está solto e se defende na Justiça. Sérgio Cabral Filho (PMDB, 2007-2014) foi preso em 2017. As investigações, desdobradas em ações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, já geraram 14 condenações — ao todo, a pena do ex-governador é de 294 anos de cadeia. Esse número, porém, pode subir, porque há outras investigações e ações penais em curso. Cabral e Pezão respondem por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Rosinha Garotinho (PSB e PMDB, 2003-2006) e Anthony Garotinho (PDT e PSB, 1999-2002) também foram presos recentemente. O ex-governador foi preso pela primeira vez em novembro de 2016, acusado de corrupção eleitoral em Campos dos Goytacazes. Garotinho foi solto, mas a mesma operação o reconduziu ao cárcere em setembro de 2017. Depois disso, ele conseguiu prisão domiciliar. Dois meses depois, teve nova prisão decretada, juntamente com Rosinha, desta vez com relação a uma suposta arrecadação ilegal de fundos de campanha. Ambos foram soltos, mas, em novembro de 2019, voltaram por breve período à prisão, acusados de superfaturamento na prefeitura campista. Wellington Moreira Franco (PMDB, 1987-1991), que também foi ministro dos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer, ficou na cadeia por menos de uma semana. Em março de 2019, o Ministério Público Federal o denunciou por corrupção. Foi libertado por liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) e ainda responde ao processo em liberdade. Nilo Batista, Benedita da Silva e Francisco Dornelles foram eleitos como vice. Entre os eleitos na cabeça de chapa, só Brizola e Alencar não enfrentaram processos na Justiça. Benedita foi acusada de improbidade administrativa enquanto gestora da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, na gestão de Sérgio Cabral. A pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, desde 2015 seus bens estão bloqueados e seu sigilo fiscal e bancário foi quebrado. No entanto, nenhum processo judicial sobre o caso ainda foi aberto. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://img.estadao.com.…617563593097.jpg
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['Tiago Aguiar']
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['Rio de Janeiro [estado]', 'Leonel Brizola', 'Benedita Da Silva']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/mulher-atirando-com-fuzil-em-video-nao-e-greta-thunberg-mas-engenheira-sueca/
ESTADAO_VERIFICA
Mulher atirando com fuzil em vídeo não é Greta Thunberg, mas engenheira sueca
Imagens foram compartilhadas como se fossem da ativista sueca, que tem feito alertas sobre as mudanças climáticas
2019-12-10
O vídeo de uma mulher atirando com um fuzil usado para prática esportiva está sendo compartilhado como se mostrasse a ativista sueca Greta Thunberg. Apesar das semelhanças, a gravação na verdade mostra uma mulher chamada Emmy, que também é da Suécia e confirmou ao Comprova ser a pessoa que aparece no vídeo. Emmy compartilhou a gravação em sua conta no Twitter no dia 7 de dezembro. Ela também publicou um segundo vídeo da mesma ocasião, filmado de outro ângulo, em que ficam mais claras as diferenças em relação a Greta. Nos comentários, ela chega a brincar com a semelhança com a ativista sueca. LEIA TAMBÉM Questionado sobre assassinatos de índios, Bolsonaro chama Greta Thunberg de 'pirralha' Em mensagem ao Comprova, ela comentou ser mais velha que Greta, que tem apenas 16 anos. “Aparentemente nós somos parecidas, mas sou 15 anos mais velha”, disse. Emmy contou que o vídeo foi feito durante um treinamento de tiro. Ela disse ter achado engraçada a repercussão de seu tuíte. “Espero que as pessoas realmente não pensem que sou ela. Não quero causar nenhum mal a Greta, acho ela muito legal”, afirmou. A sueca também tuitou brincando com o fato de ter virado “meme” no Brasil. No LinkedIn, Emmy se apresenta como engenheira em uma empresa em Estocolmo, na Suécia. O vídeo original foi encontrado por meio da busca reversa dos frames através da ferramenta InVid. A gravação publicada originalmente por Emmy tem 18 segundos e, ao final, é possível vê-la se levantando, momento em que se pode constatar que não se trata de Greta Thunberg. Os vídeos viralizados com a atribuição enganosa, por sua vez, têm somente 11 segundos, excluindo a parte em que ela se levanta. Emmy fez outras postagens em sua conta no Twitter em que aparecem armas. No dia 20 de novembro, ela postou uma foto que mostra o mesmo fuzil que aparece no vídeo sobre um sofá, ao lado de um gato e de um livro intitulado “Como falar com seu gato sobre segurança de armas”. A legenda da foto, que aparece num tuíte fixado, é “Assumi minha responsabilidade como proprietária de animais e armas”. A mesma arma já tinha aparecido em outra postagem do dia 16 de novembro, quando ela publicou uma foto de diversas armas com a legenda “Difícil pegar a arma errada quando você tem o AR-15 mais bonito do norte da Europa”. O mesmo fuzil rosa e azul que aparece no vídeo viralizado é mostrado no canto direito da foto. Contexto Greta voltou a ficar sob os holofotes nesta quarta, 10, quando o presidente brasileiro Jair Bolsonaro a chamou de ‘pirralha’ depois que a ativista comentou declarações sobre o assassinato de dois indígenas da etnia Guajajara no Maranhão no último sábado, 7. Thunberg mudou a descrição do seu perfil no Twitter para ‘pirralha’ após as declarações de Bolsonaro e o termo ficou nos Trending Topics do Brasil da rede social no dia. Em setembro, Greta já havia feito algo parecido após declarações do presidente dos EUA, Donald Trump. Na ocasião, a adolescente participava da Cúpula de Ação Climática da ONU e pediu que líderes globais tomassem medidas urgente contra o aquecimento global. Trump havia iniciado a retirada dos EUA do acordo mundial para a redução na emissão de gases efeito estufa e ironizou Greta dizendo que ela “parecia uma garota jovem e muito feliz que espera um futuro brilhante e maravilhoso.” Ela então trocou a descrição do seu perfil no Twitter e adicionou a fala do presidente norte-americano. Em setembro, Greta foi alvo de outros boatos que foram investigados pelo Comprova. Na ocasião, ela havia discursado na Cúpula de Ação Climática da ONU e chegou a ser atacada pelo filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
https://img.estadao.com.…575984687139.jpg
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['Projeto Comprova']
[]
['Greta Thunberg', 'jair bolsonaro', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-telegram-tenha-admitido-que-conversas-vazadas-de-moro-e-deltan-foram-adulteradas/
ESTADAO_VERIFICA
É falso que Telegram tenha admitido que conversas vazadas de Moro e Deltan foram adulteradas
Montagem no Facebook usou tweet verdadeiro da empresa, que informou não ter sido alvo de ataque hacker
2019-06-15
É falso que o Telegram tenha comunicado, no Twitter, que a conversa entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol publicada pelo site The Intercept Brasil foi manipulada. Uma publicação no Facebook faz uma montagem com um tweet em que a empresa informa que não há evidências de que o aplicativo tenha sido hackeado. Veja o tweet original e o falso abaixo. Montagem no Facebook usou tweet verdadeiro da conta do Telegram. Foto: Reprodução/Twitter/Facebook A publicação enganosa contém diversos erros de ortografia, como na frase “admitimos que foram mudadas o texto por rackers”. Além disso, o tweet falso tem mais caracteres do que é permitido publicar na rede social — são 320, e o máximo por publicação é 280. Veja abaixo. O Telegram informou, no Twitter, que é provável que os diálogos entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o procurador da República Deltan Dallagnol tenham sido obtidos por meio de um malware (software clandestino) ou por falta de uma etapa extra de segurança, a verificação em dois fatores. Após a publicação do site The Intercept Brasil, muitos boatos sobre o caso circulam nas redes sociais. O Estadão Verifica já desmentiu que um dos jornalistas responsáveis pela reportagem, Glenn Greenwald, tenha sido acusado de “atentar contra a segurança pública do Reino Unido”; e mostrou que havia versões falsas das conversas vazadas sendo compartilhadas na web. Este conteúdo foi selecionado para checagem por meio da parceria entre Estadão Verifica e Facebook.
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['Alessandra Monnerat']
[]
['telegram', 'sérgio moro', 'deltan dallagnol', 'fake news', 'glenn greewald']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-governo-bolsonaro-tenha-implantado-scanners-de-veiculos-na-prf/
ESTADAO_VERIFICA
É falso que governo Bolsonaro tenha implantado scanners de veículos na PRF
Vídeo compartilhado em redes sociais é trecho de reportagem da TV Globo exibida em 2013, quando equipamento que faz raio-x de veículos começava a ser implantado nas fronteiras do país. Em 2019, não houve nenhuma nova aquisição de scanners.
2019-11-12
É falso que scanners veiculares para uso da Polícia Rodoviária Federal (PRF) tenham sido implantados no governo Bolsonaro. Postagens que circulam nas redes sociais pelo menos desde o dia 2 de novembro utilizam um vídeo que é parte de uma reportagem do telejornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, veiculada no dia 4 de março de 2013. Os vídeos viralizados trazem títulos como o seguinte: “Olha o brinquedinho novo que o governo Bolsonaro implantou na PRF!!!” A matéria do Bom Dia Brasil recuperava parte de uma reportagem especial exibida no dia anterior pelo Fantástico apresentando a novidade e como funciona essa tecnologia. O equipamento é capaz de fazer um raio-x em veículos parados e em movimento e identificar drogas, armas e mercadorias fora do padrão. LEIA TAMBÉM É enganoso que fábricas estejam fechando filiais na Argentina para vir ao Brasil Além do vídeo ser antigo, a Polícia Rodoviária Federal informou ao Comprova que não foram comprados novos scanners em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PSL). O órgão não confirmou se eles ainda são utilizados. Segundo a PRF, por motivos de segurança. O Comprova identificou várias publicações com o mesmo trecho do vídeo e legendas idênticas que foram compartilhadas no Facebook, YouTube e Twitter. Até a tarde desta terça-feira, 12, quatro dessas postagens no Facebook somavam quase 12 mil visualizações. Falso, para o Comprova, é o conteúdo divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira. Você pode refazer o caminho da verificação do Comprova usando os links para consultar as fontes originais. Como verificamos Ao assistir o vídeo, o Comprova identificou que se tratava do trecho de uma reportagem da TV Globo a partir de três elementos facilmente encontrados: a marca d’água da emissora no canto direito da tela, o microfone com os símbolos da Globo e da RPC TV, sua afiliada no Paraná, e pela grafia do telejornal Bom Dia Brasil que aparece junto dos créditos do inspetor da PRF Wilson Martines, que foi entrevistado na reportagem. Buscamos palavras-chave do vídeo no Google, como “scanner”, “raio-x” e “PRF” e as reportagens do Bom Dia Brasil e do Fantástico, ambas de março de 2013, apareceram nos primeiros resultados da busca. Ao assistir ambas as reportagens, confirmamos que o vídeo se tratava do trecho de uma reportagem do Bom Dia Brasil veiculada no dia 4 de março de 2013. O vídeo original, que tem 1min52seg, foi recortado e teve utilizado nas publicações que viralizaram apenas o trecho entre 0min13seg e 1min09seg. Comprovado que se tratava de um vídeo antigo, o Comprova procurou a Superintendência da PRF no Paraná, estado onde foram implantados os primeiros scanners – que aparecem na reportagem de 2013 -, e a Polícia Rodoviária Federal, através da sede do órgão em Brasília (DF). Em resposta ao Comprova, por e-mail, a PRF informou que não foram feitas novas aquisições de scanners neste ano. O Comprova também fez uma busca na lista de licitações de 2019 feitas pelo DPRF, entre 1º de janeiro e 6 de setembro – data da última atualização. Não foi localizada qualquer licitação para compra de scanners. Foi procurado ainda o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que informou que o tema deveria ser tratado com a PRF. Por telefone, foi procurada ainda a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), responsável pela compra de 38 equipamentos em 2013, que também direcionou a equipe à PRF, em Brasília. Bolsonaro implantou scanners na PRF? A tecnologia de scanners veiculares capaz de fazer um raio-x quando os veículos estão em movimento não foi adquirida no governo Bolsonaro. Na verdade, esse tipo de equipamento já havia sido testado em 2012, ainda no mandato da então presidente Dilma Rousseff (PT). De acordo com uma publicação no site oficial do Ministério de Justiça e Segurança Pública, no ano de 2013, o governo investiu US$ 66,5 milhões, sendo US$ 1,75 milhão por scanner. Essa quantia equivale a compra de mais 38 scanners que foram distribuídos, na época, para polícias de todas as unidades da federação, 22 entre os 11 estados de fronteira e 16 para os demais estados e o Distrito Federal. O ministério reforçou em nota publicada em seu site que cinco desses equipamentos já eram utilizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) desde 2012. O uso de raio-x móvel fazia parte da Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron), para coibir a entrada de drogas. A assessoria de comunicação da PRF informou que não houve compra de novos equipamentos de scanner este ano. Portanto, o governo Bolsonaro não chegou a investir, pelo menos por enquanto, nessa tecnologia, como diz o boato verificado pelo Comprova. Sob alegação de questões de segurança e eficácia, o órgão não informou se os equipamentos comprados anteriormente continuam em uso pela PRF e em quais locais. Como esses equipamentos funcionam? Os scanners veiculares ou automotivos são aparelhos que fazem uma ‘radiografia’ do interior de veículos parados ou em movimento. O equipamento, que se assemelha a um computador, captura imagens de objetos através da carroceria dos carros. Eles geralmente ficam dentro de um carro da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e funcionam como se fossem um radar. Os scanners começaram a ser utilizados pela PRF principalmente para apreensão de cargas contrabandeadas e de drogas vindas do Paraguai pela fronteira com o Brasil, cobrindo uma área de 16 mil quilômetros de extensão. Além disso, o scanner também é útil para inibir a circulação de quadrilhas organizadas que explodem caixas eletrônicos e fazem assaltos a agências bancárias. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o aparelho tem capacidade de operação de 8 horas seguidas, o que possibilita o flagrante imediato. As imagens obtidas são gravadas e armazenadas num banco de dados que serve como base para investigações das Secretarias da Segurança Pública dos Estados. Repercussão nas redes O Comprova verifica conteúdos duvidosos sobre políticas públicas do governo federal que tenham grande potencial de viralização. O vídeo verificado foi compartilhado por pelo menos 80 perfis no Facebook a partir do dia 2 de novembro de 2019. Quatro postagens somavam, até a tarde desta terça-feira (12), quase 12 mil visualizações. Também foram encontrados compartilhamentos por perfis no Twitter e no Instagram a partir de 2 de novembro e no Youtube, a partir de 9 de novembro. A postagem mais antiga encontrada pelo Comprova foi feita no Twitter pelo perfil @joanklis, mantido desde o dia 11 de outubro por um usuário que faz postagens a favor do governo Bolsonaro. O mesmo conteúdo foi compartilhado por um perfil com o mesmo nome no Facebook. O Comprova entrou em contato com o usuário através do Facebook, mas não obteve retorno. Não foi possível fazer contato no Twitter, uma vez que o envio de mensagens estava bloqueado.
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['Projeto Comprova']
[]
['PRF [Polícia Rodoviária Federal]', 'jair bolsonaro', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-enganoso-que-fabricas-estejam-fechando-filiais-na-argentina-para-vir-ao-brasil/
ESTADAO_VERIFICA
É enganoso que fábricas estejam fechando filiais na Argentina para vir ao Brasil
Site republica texto de maio para dar a entender que empresas estão fechando fábricas na Argentina para se instalar no Brasil
2019-11-08
Não é verdade que fábricas estejam encerrando suas atividades na Argentina e se instalando no Brasil, como sugere publicação no Facebook que viralizou na internet desde quarta-feira, 6. A publicação em questão foi feita pelo perfil do Jornal da Cidade Online. O conteúdo compartilhado é um texto do próprio site com o título “Confiança é tudo: Scania, Hyundai, GM, Carrefour e Honda anunciam investimentos no Brasil” junto à afirmação de que “inúmeras empresas estão anunciando o fechamento de suas fábricas na Argentina e instalação no Brasil”. O texto cita valores de investimentos das empresas no Brasil. Eles são verdadeiros, mas foram anunciados no primeiro semestre de 2019. No entanto, nenhuma dessas empresas anunciou fechamento de suas fábricas na Argentina. A Hyundai informou inclusive que sequer tem fábrica no país vizinho. Tampouco as empresas mencionadas estão se instalando no Brasil, visto que todas já têm unidades no país há anos. Além disso, para aqueles que chegam a abrir o link do texto, consta junto ao título como data de publicação 6 de novembro às 8h20 da manhã. Só os leitores que chegam ao fim do artigo visualizam a informação de que, na verdade, o conteúdo foi publicado originalmente em 31 de maio e atualizado em 6 de novembro. De acordo com o editor do site Jornal da Cidade Online, José Tolentino, a informação de que as empresas estariam fechando suas unidades na Argentina se baseava em um tuíte do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Segundo ele, a informação também havia sido adicionada ao site e retirada ainda no dia 6, mas a equipe se esqueceu de atualizar as postagens nas redes sociais. Após contato do Comprova, o texto no Facebook passou a ser apenas “Confiança é tudo”. No dia 6, o presidente tuitou a informação falsa, porém citando outras empresas. A postagem foi apagada pouco mais de uma hora depois, e a informação foi desmentida pelas empresas. A postagem sobre a transferência das empresas foi feita depois de críticas de Bolsonaro ao recém-eleito presidente do país, Alberto Fernández, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner. Crítico ao kirchnerismo, Bolsonaro apoiou a reeleição de Mauricio Macri e, na quarta-feira, 6, anunciou que enviará o ministro da Cidadania, Osmar Terra, para representá-lo na posse de Fernández. Essa será a primeira vez em 17 anos que um presidente brasileiro não participará da cerimônia no país vizinho. Para o Comprova, enganoso é o conteúdo divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira. Como verificamos Por meio da ferramenta Wayback Machine (que salva registros de uma mesma página ao longo do tempo), o Comprova analisou as diferenças entre a publicação no site Jornal da Cidade Online em 4 de junho e em 6 de novembro. Também foram contatadas as assessorias de imprensa de cada uma das empresas mencionadas pela publicação. Você pode refazer o caminho da verificação usando os links para consultar as fontes originais. Boato é do mesmo dia de tuíte de Bolsonaro Apesar de não apontar as mesmas empresas (há apenas uma em comum), a atualização no texto do Jornal da Cidade Online foi no mesmo dia de tuíte do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre fechamento de fábricas na Argentina e que foi apagado. No tuíte, o presidente brasileiro afirmava: “MWM, fábrica de motores americanos; Honda, gigante dos automóveis; e L’Oréal anunciaram fechamento de suas fábricas na Argentina e sua instalação no Brasil”, insinuando que a razão seria a eleição do candidato à presidência kirchnerista Alberto Fernández. A informação foi manchete dos principais jornais argentinos na manhã da quarta-feira (6) como se fosse verdadeira. No Clarín, o título principal, às 8h era: “Bolsonaro anunciou que três empresas fecham fábricas na Argentina para irem ao Brasil”. Mais tarde, o site publicou texto informando que o presidente apagou o tuíte. A única empresa do tuíte que também aparece no texto do Jornal da Cidade Online é a Honda. Segundo reportagem da Folha, todas as três negaram a afirmação de que estariam encerrando as atividades na Argentina. A fábrica de motores MWM Argentina, sim, fechou sua fábrica em Córdoba no mês passado, mas a empresa comunicou que isso não tinha relação com a vitória do kirchnerismo nas eleições presidenciais do mês passado. A L’Oreál disse não prever o fechamento de nenhuma fábrica na Argentina. No site “Tweets do Bolso”, do Aos Fatos, é possível consultar os tuítes publicados pela conta oficial do presidente, inclusive os apagados. O que dizem as empresas A seguir, as informações fornecidas pelas empresas mencionadas na postagem, em resposta ao Comprova. SCANIA Iniciou suas operações no Brasil em 1957, e desde 1962 tem uma fábrica em São Bernardo do Campo (SP). O investimento de R$ 1,4 bilhão em São Bernardo do Campo, citado pelo texto checado, foi anunciado pela empresa em maio e deverá ocorrer de 2021 a 2024. De acordo com a empresa, os últimos investimentos no país foram: um aporte de R$ 2,6 bilhões distribuído de 2016 a 2020 e um segundo, no valor de R$ 75 milhões em 2018. Na Argentina, a empresa está presente desde 1976, atualmente voltada principalmente à produção de componentes para exportação. A empresa disse que não pretende fechar sua unidade na Argentina e, pelo contrário, anunciou um novo ciclo de investimento de US$ 35 milhões no país (cerca de R$ 145 milhões). HYUNDAI Está presente no Brasil desde 2012, quando instalou uma fábrica em Piracicaba, no interior de São Paulo. Em março, deste ano a empresa anunciou investimento de US$ 35 milhões (cerca de R$ 145 milhões) no país. Antes dele, o último investimento da empresa foi em 2017, no valor de US$ 130 milhões (cerca de R$ 538 milhões) para a produção do SUV compacto Hyundai Creta. A empresa afirmou que não possui fábrica ou operação própria na Argentina. GENERAL MOTORS Está presente no Brasil desde 1925 e atualmente possui fábricas em cinco cidades brasileiras. Em março de 2019, a empresa anunciou que investiria R$ 10 bilhões de 2020 e 2024 no país. O anúncio foi realizado durante evento na presença do governador do estado de São Paulo João Doria. Na Argentina, a GM possui uma fábrica, em Rosario, que opera desde 1997. A empresa informou que não fez qualquer anúncio de que pretende fechá-la. A unidade está recebendo atualmente investimento no valor de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2 bilhões). HONDA A empresa possui três fábricas no Brasil: uma em Manaus e duas no interior de São Paulo. A mais recente foi inaugurada em abril de 2019 e envolveu o investimento de cerca de R$ 1 bilhão, segundo a empresa. Foi anunciado este ano o aporte de R$ 500 milhões na unidade em Manaus, que deve ser realizado até 2021. Em agosto de 2019, a empresa anunciou que deixará de produzir automóveis na Argentina e continuará apenas com a produção de motocicletas. A Honda está presente na Argentina desde 1978, inicialmente com importação de produtos e, desde 2006, com produção local. CARREFOUR O grupo Carrefour está no Brasil desde 1975 e, conforme a empresa informou, foi anunciado investimento de R$ 2 bilhões em 2019. Além disso, afirma que pretende manter o mesmo valor de investimentos para os próximos cinco anos. Na Argentina, a empresa opera há 37 anos, possui mais de 593 unidades e negou qualquer boato de fechamento de suas lojas no país. O que o Jornal da Cidade Online atualizou As únicas alterações no texto foram referentes a marcas temporais. Na publicação original em 31 de maio, o texto dizia: “Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira, 30, investimentos nas últimas semanas das seguintes empresas”. Na versão atualizada em 6 de novembro, a data do anúncio é substituída pela palavra ‘recentemente’. Outra alteração foi no parágrafo que citava as manifestações do dia 26 de maio, em apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). No novo texto, a referência dá lugar às manifestações da última terça-feira (5). O restante do texto é idêntico. Repercussão nas redes O Comprova verifica conteúdos duvidosos sobre políticas públicas do governo federal que tenham grande potencial de viralização. A postagem do Jornal da Cidade Online no Facebook no dia 6 de novembro acumulava mais de 24 mil interações até a tarde desta sexta (8). Desde o dia 6, segundo a ferramenta Crowdtangle, mais de 100 páginas e grupos compartilharam o texto, originalmente publicado em maio, como se fosse recente — que resultaram em quase 54 mil interações. Porém nessas outras postagens não há menção à Argentina. A Agência Lupa também verificou o boato.
https://politica.estadao…1/comprova10.jpg
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['Projeto Comprova']
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2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-china-tenha-doado-60-helicopteros-militares-ao-brasil-apos-viagem-de-bolsonaro/
ESTADAO_VERIFICA
É falso que China tenha doado 60 helicópteros militares ao Brasil após viagem de Bolsonaro
Nem o Ministério da Defesa nem as Forças Armadas têm qualquer tipo de negociação com o governo chinês para receber helicópteros
2019-11-08
É falsa a informação que circula nas redes sociais de que o governo da China teria doado 60 helicópteros de uso militar ao Brasil. Em nota enviada ao Projeto Comprova, o Ministério da Defesa informa que nem a pasta nem as Forças Armadas possuem “qualquer negociação para recebimentos de helicópteros” do país asiático. Publicações com o boato circulam nas redes sociais desde o final de outubro, período que coincide com viagem feita por Jair Bolsonaro à China – entre 24 e 26 de outubro. Nota oficial publicada pelo Ministério das Relações Exteriores tampouco cita ganho na área militar em decorrência da reunião entre o presidente brasileiro e o líder chinês. No documento oficial, são apontados acordos em política, economia e comércio, agricultura, ciência e tecnologia, energia e educação. Dentre as conquistas com a visita, o governo brasileiro afirma que haverá maior mobilidade entre cientistas e cooperação na cultura, educação e esportes. O presidente brasileiro e o dirigente chinês, Xi Jinping, assinaram 11 atos de cooperação. Dois dos documentos resultarão em aumento imediato de exportações, envolvendo protocolos sanitários para o embarque de farelo de algodão e carne processada. Para o Comprova, falso é o conteúdo divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira. Como verificamos O Comprova entrou em contato com o governo da China, a Embaixada da China em Brasília, a Força Aérea Brasileira (FAB), o Itamaraty e o Ministério da Defesa. Também consultamos reportagens da imprensa sobre a viagem de Jair Bolsonaro à China e os impactos para o Brasil. O único órgão que respondeu a verificação foi o Ministério da Defesa, em nota. Já o Itamaraty apenas encaminhou o comunicado oficial da pasta sobre a viagem do presidente. Procurada uma vez por e-mail e três vezes por ligações telefônicas, a Embaixada da China em Brasília não retornou o contato do Comprova. Você pode refazer o caminho da verificação usando os links para consultar as fontes originais. Boato semelhante Não é a primeira vez que um boato envolvendo “doação de helicópteros” aparece poucos dias após uma viagem internacional de Jair Bolsonaro. Em abril, menos de um mês após o presidente visitar Israel, circularam nas redes sociais diversas informações falsas apontando doação de 15 helicópteros israelenses para o Brasil. Naquela ocasião, o boato envolvendo Israel foi desmentido pelos sites de checagem Estadão Verifica, Agência Lupa, Aos Fatos e Boatos.Org. Repercussão nas redes O Comprova verifica conteúdos duvidosos sobre políticas públicas do governo federal que tenham grande potencial de viralização. O texto verificado foi publicado por um perfil no Facebook e obteve mais cerca de 15,9 mil interações até o dia 5 de novembro. No Instagram, publicação semelhante foi curtida por mais de 1,8 mil perfis. A Agência Lupa também verificou o boato.
https://politica.estadao…11/comprova8.jpg
null
['Projeto Comprova']
[]
['jair bolsonaro', 'China [Ásia]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/para-exaltar-governo-bolsonaro-postagem-mistura-dados-reais-e-falsos-sobre-pib/
ESTADAO_VERIFICA
Para exaltar governo Bolsonaro, postagem mistura dados reais e falsos sobre PIB
Entenda o que há de enganoso nas redes sociais sobre a situação da economia brasileira
2019-11-04
Uma publicação compartilhada no Facebook mistura dados falsos e verdadeiros sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para exaltar o governo de Jair Bolsonaro. Por um lado, é verdade que, em um ranking elaborado pela agência de classificação de risco Austin Rating, o crescimento da economia do país no segundo trimestre deste ano foi o terceiro maior entre um grupo de 40 nações — atrás apenas de Indonésia e Estados Unidos. É falso, por outro lado, que o aumento do PIB seja o maior desde 2013. LEIA TAMBÉM Entenda o que é o PIB e como ele é calculado Além disso, o post não cita a Austin Rating como fonte. O ranking da consultoria depende do índice de comparação. Enquanto o Brasil é terceiro colocado quando o PIB é medido em relação ao trimestre anterior, na comparação em relação ao segundo trimestre do ano passado o país cai para as últimas posições. Esta investigação do Comprova checou a publicação de uma usuária no Facebook que compartilha uma imagem com o logotipo do “Movimento Avança Brasil”. Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo que confunde ou que seja divulgado para confundir, com ou sem a intenção deliberada de causar dano. Como verificamos Buscamos as palavras “PIB”, “crescimento”, “Indonésia” e “Estados Unidos” no Google e encontramos uma reportagem do jornal O Globo que menciona o ranking da Austin Rating. A partir daí, entramos em contato com o economista-chefe da empresa, Alex Agostini. Também consultamos dados do Sistema Nacional de Contas Trimestrais (SNCT), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do World Economic Outlook, do Fundo Monetário Internacional (FMI). O Comprova entrou em contato com a autora do post no Facebook e com a página “Movimento Avança Brasil”, mas não obteve resposta. A busca no site Avança Brasil não traz nenhum conteúdo com as palavras mencionadas, mas a mesma publicação foi publicado na página de Facebook do grupo em 24 de outubro. O site do Avança Brasil identifica entre seus integrantes Olavo de Carvalho, ideólogo do círculo presidencial, e o deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança, eleito pelo PSL-SP. O que diz o ranking da Austin Rating? O ranking da Austin Rating classifica os PIBs de todos os países que divulgaram resultados e exclui apenas alguns muito pequenos, especialmente africanos, onde os dados são inconsistentes. Na realidade, a consultoria criou dois rankings diferentes, um com o índice trimestre a trimestre e outro com índice anual. O primeiro tinha 40 países e o segundo, 42. Edifício sede do Banco Central, em Brasília. Foto: André Dusek / Estadão De acordo com o IBGE, a economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2019 em relação aos três meses anteriores. É este o dado utilizado no post que viralizou. Nesta base de comparação, o Brasil de fato fica em terceiro, atrás da Indonésia e dos EUA. Ocorre que o ranking da Austin Rating aparece de forma descontextualizada na publicação verificada. A publicação não cita a consultoria responsável pelo ranking, impossibilitando que o leitor identifique a fonte, e não menciona que o crescimento trimestre a trimestre foi alto em um contexto de desaceleração da economia global. Além disso, destaca Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, a posição do Brasil no ranking depende da base de comparação, trimestral ou anual. Enquanto o Brasil é terceiro colocado na base trimestral, o país cai para as últimas posições na base anual. Enquanto na comparação em relação ao três meses anteriores, a economia brasileira cresceu 0,4%, em relação ao mesmo período do ano passado, a alta foi de 1%. Quando se considera este crescimento anual de 1%, o Brasil cai para a 36ª posição entre 42 países. O crescimento é o maior em seis anos? Ao contrário do que afirma o post, as taxas de crescimento do segundo trimestre de 2019 não são as maiores taxas dos últimos seis anos, seja considerando as altas sobre o trimestre imediatamente anterior, sobre o mesmo trimestre do ano anterior ou crescimento acumulado anual. Uma consulta ao Sistema Nacional de Contas Trimestrais (SNCT) do IBGE mostra isso. No primeiro caso, trimestre a trimestre, houve várias altas maiores no período. A maior foi no primeiro trimestre de 2017, de 1,6% com ajuste sazonal. No segundo caso, sobre mesmo período do ano anterior, a maior taxa dos últimos seis anos foi no primeiro trimestre de 2014: 3,5%, além de ter sido maior em outros cinco trimestres em 2017 e 2018. No terceiro caso, de crescimento acumulado em quatro trimestres, foram verificadas taxas maiores nos três primeiros trimestres de 2014 e em todos os trimestres de 2018. A Flourish chart A única forma de, como faz a publicação, dizer que se trata do maior crescimento em seis anos, seria considerando apenas o segundo trimestre de cada ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior, ou em relação aos três meses anteriores. No entanto, este não é o critério utilizado pela Austin Rating para colocar o Brasil em terceiro lugar globalmente. Qual a projeção de crescimento do Brasil? O Fundo Monetário Internacional (FMI) calcula que o crescimento do Brasil este ano seja de 0,9%, o que colocaria o país no 58º lugar globalmente, junto com Bahamas, Japão e Suécia. A entidade prevê que a economia global cresça 3% em 2019; as economias desenvolvidas devem expandir 1,7% e as emergentes, 3,9%. No ano passado, o FMI registrou alta de 1,1% no PIB brasileiro. A economia global cresceu 3,6% e os países emergentes tiveram variação média de 4,5% no Produto Interno Bruto. Repercussão nas redes O Comprova verifica conteúdos duvidosos sobre políticas públicas do governo federal que tenham grande potencial de viralização. A publicação no Facebook teve mais de 26 mil compartilhamentos entre os dias 25 de outubro e 1º de novembro. Na página do “Movimento Avança Brasil”, a mesma imagem teve 1,7 mil compartilhamentos desde 24 de outubro.
https://img.estadao.com.…472644559604.jpg
null
['Projeto Comprova']
[]
['PIB [Produto Interno Bruto]', 'jair bolsonaro']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/trem-de-dois-andares-e-privado-mas-video-pro-bolsonaro-o-liga-ao-governo/
ESTADAO_VERIFICA
Trem de dois andares é privado, mas vídeo pró-Bolsonaro o liga ao governo
Post que viralizou no Facebook usa vídeo real para estabelecer relação enganosa entre um investimento feito por empresa privada com ações do governo federal
2019-10-25
Um post compartilhado nas redes sociais associa de forma enganosa um vídeo de um trem double-stack (que transporta dois andares de vagões) com o governo de Jair Bolsonaro. As imagens são reais e de fato mostram a circulação de um trem desse tipo na ferrovia que liga Sumaré (SP) a Rondonópolis (MT), mas o investimento é privado e não ocorreu no atual governo. O Comprova apurou que não é possível estabelecer nenhuma relação entre o double-stack e o governo Bolsonaro, visto que o investimento do projeto foi 100% privado, divulgado e iniciado em março de 2018, antes mesmo da confirmação da candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência, o que só aconteceu em julho do mesmo ano. LEIA TAMBÉM Postagem crítica ao governo espalha desinformação sobre 13º do Bolsa Família Trens double-stack da Brado Logística começaram a operar neste ano entre os dois municípios pelas linhas férreas Ferronorte e Malha Paulista, concedidas à Rumo Logística, que tem a Brado como subsidiária. A viagem inaugural entre Sumaré e Rondonópolis foi feita no dia 19 de junho, mas não se trata da primeira operação de locomotivas como essa no Brasil. A primeira ocorreu em 2013. Esse tipo de locomotiva consegue transportar cargas em dois níveis e tem capacidade para empilhar até três contêineres. A publicação diz: “Bolsonaro entrou o Brasil andou”. O vídeo, que na verdade é de autoria do canal “No Trilho”, teve viralização na publicação da página do Facebook “Movimento do Povo Brasileiro” em 17 de outubro. Até a tarde de 22 de outubro, o post acumulava mais de 68 mil visualizações. Ele foi deletado pela página em 23 de outubro. Para o Comprova, o conteúdo enganoso é aquele que confunde ou que seja divulgado para confundir, com ou sem a intenção deliberada de causar dano. Como verificamos Para verificar a publicação, o Comprova entrou em contato com a Rumo Logística, concessionária da Ferronorte e da Malha Paulista, e a Brado Logística, subsidiária da Rumo que faz operações de contêineres na linha férrea. As empresas confirmaram que o vídeo apresentado na postagem refere-se à primeira viagem com utilização de vagões double-stack operado por elas. No vídeo aparece uma marca d’água do canal No Trilho. Contactado pelo Comprova via Instagram, o responsável pelo canal confirmou que o conteúdo foi produzido por eles e publicado no canal oficial do YouTube, e que esse vídeo também chegou a ser fornecido para a afiliada do SBT no Mato Grosso do Sul (SBT MS). Depois de descobrir que o vídeo era verdadeiro, o Comprova procurou o Ministério da Infraestrutura, a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para entender se essa operação também seria a primeira feita em uma ferrovia brasileira. A ANTF e a ANTT explicaram que não, já que a MRS iniciou operações eventuais com vagões double-stack em 2013 entre as duas margens do Porto de Santos, mas desde então elas foram descontinuadas. Para uma visão mais aprofundada sobre ferrovias no Brasil, ainda entramos em contato com o professor Bernardo Carvalhaes, especialista em Engenharia Ferroviária do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Ele explicou que o uso dessa tecnologia de contêineres de dois andares é de fato mais produtiva, já que o modelo permitiria uma operação mais sustentável e econômica, mas isso demanda adequações nas linhas ferroviárias. Isso geraria um alto custo, seja para o governo federal, seja para iniciativa privada, uma vez que o custo-benefício do transporte de grãos ou outras cargas, exceto o minério de ferro – que é altamente rentável – não corresponde ao investimento necessário para construção e adequação das ferrovias brasileiras. O Comprova ainda entrou em contato com o “Movimento do Povo Brasileiro” responsável pela publicação duvidosa. O objetivo foi questioná-los sobre a veracidade do vídeo e a associação do post ao governo Bolsonaro. Por telefone, um dos integrantes da página, Marcos, explicou que eles postaram o vídeo para mostrar a primeira viagem de trens double-stack, no trecho que compreende Rondonópolis e Sumaré. Ao Comprova, eles também disseram que não tiveram a intenção de dizer que a operação dos trens ocorre graças a ações ou investimentos do governo Bolsonaro, mas que foi apenas um jeito de dizer que, com a entrada dele, o Brasil passou a ir para a frente. O “Movimento do Povo Brasileiro” justificou a associação ao governo afirmando que o conteúdo publicado estava na página do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Em seguida, o grupo encaminhou ao Comprova o link da página oficial do ministro. O vídeo publicado por Freitas não corresponde ao mesmo vídeo da publicação do “Movimento do Povo Brasileiro” checado pelo Comprova. Questionados sobre a diferença dos vídeos, o “Movimento do Povo Brasileiro” não respondeu as mensagens e logo deletou a publicação no Facebook. Além disso, eles enviaram links de reportagens sobre o contrato de concessão de um novo trecho da Ferrovia Norte-Sul, assinado com a Rumo pelo governo Bolsonaro, com o objetivo de justificar os investimentos do governo no modal ferroviário. Essa nova concessão da Rumo, porém, é de outra linha férrea (a Norte-Sul), e não a Malha Paulista ou a Ferronorte ou, esta última já administrada pela Rumo (antiga Ferronorte S.A e depois América Latina Logística) desde 1989 e que passou a operar com double-stacks agora. Você pode refazer o caminho da verificação do Comprova usando os links para consultar as fontes originais ou visualizar a documentação que reunimos. Esse de fato foi o primeiro trem de dois andares a operar na ferrovia? Sim. O trem cargueiro de dois andares iniciou as operações entre Sumaré (SP) e Rondonópolis (MT), em 19 de junho, segundo informou a Brado/Rumo, transportando 68 vagões double-stack, totalizando 136 contêineres. O trecho tem 1.400 quilômetros. O Comprova apurou que a Rumo fez um investimento de cerca de R$ 60 milhões para comprar 148 vagões double-stack e adequar a ferrovia para permitir essa operação. Eles transportam mais de 70 tipos de produtos movimentados por contêineres, de cargas agrícolas e industriais até bens de consumo. As empresas afirmam que a eficiência do modelo aumentou em 40% a capacidade do trecho e que ele “permite uma operação mais sustentável, com ganhos significativos de produtividade e rentabilidade, transportando mais contêineres num mesmo trem e reduzindo custos operacionais”, conforme o primeiro anúncio do investimento publicado pelo site da empresa. Acionada pelo Comprova, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) explicou que esse foi, de fato, o primeiro trem de caráter regular (com horário e circulação definidos e autorizados pela ANTT) com essa característica a operar no país, porém ressaltou — bem como a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) — que a MRS já havia feito operações não regulares usando double-stack no país. A ATNF explicou que a primeira operação com double-stack no Brasil foi em abril de 2013, pela MRS, de fato com operações intermitentes, em um pequeno trecho ligando as duas margens do Porto de Santos (Santos e Guarujá). Esse serviço funcionou por alguns meses, mas depois foi interrompido pela empresa, que voltou a usar vagões comuns. Portanto, é possível dizer que a operação de vagões de dois andares da Rumo/Brado é a pioneira em trajetos de longa distância no país e, ainda, a primeira regular, mas não a pioneira no Brasil. O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Tarcisio Freitas em evento na ferrovia Norte-Sul em Goiás. Foto: Alan Santos/PR Há ligação disso com o governo Bolsonaro? Não. A Brado/Rumo viabilizou o projeto e apresentou a aquisição de 74 vagões de dois andares durante a 24ª edição da Intermodal South America, em março de 2018 — quando Bolsonaro ainda nem tinha sido oficializado como candidato a presidente. Essa iniciativa foi custeada pela empresa, sem nenhum investimento do governo federal, à época comandado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) “O vagão foi desenvolvido de maneira exclusiva e customizada para atender as necessidades dos nossos clientes. O double stack faz parte de uma nova fase no plano de expansão da Brado. Projetando aumentar em 30% os negócios da companhia em 2018”, afirmou o diretor Comercial e de Operações da Brado, Marcelo Saraiva, na ocasião. O governo federal de fato está conduzindo um amplo pacote de ações para desenvolver o modal ferroviário brasileiro, mas não existe relação com essa operação específica. Além da concessão já assinada da Norte-Sul, apresentação do Ministério da Infraestrutura obtida pelo Comprova aponta que a intenção do governo é de, até 2020, assinar contratos de concessão das linhas férreas Fiol e Ferrogrão. O Planalto também quer renovar antecipadamente concessões de outras ferrovias (da Rumo, Vale, MRS e VLI), estipulando em alguns casos que as concessionárias façam investimentos na construção de novas estradas de ferro, como a Fico (no Centro-Oeste) e Ferrovia Vitória-Rio (no Sudeste). Em algumas dessas renovações de concessões, como a da Malha Paulista, da Rumo, a ANTF explicou que ela poderá prever o investimento em trens double-stack como uma solução para dobrar a carga movimentada na estrada de ferro. Os contratos de prorrogação estão no momento sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU). Por que mais ferrovias no país não operam trens de dois andares? O Ministério da Infraestrutura explicou que nem toda ferrovia pode receber esse tipo de vagão. Isso porque o double-stack requer adequação, entre outras coisas, de túneis. De acordo com Bernardo Carvalhaes, especialista em Engenharia Ferroviária do Ifes, grande parte da malha ferroviária brasileira não está adequada para receber esse tipo de tecnologia logística. “Esses trens podem atingir alturas superiores a 6 metros, o que demanda compatibilidade de túneis, pontes, entre outras instalações ao longo da ferrovia. Também há a questão da inscrição em curvas: como o comprimento entre truques (conjunto de rodas) do vagão é maior que os vagões tradicionais, os vagões double-stack não inscrevem em curvas com raios pequenos, precisaria de raios de curva iguais ou superiores a 90 metros.” O professor ressaltou ainda que o modelo de negócio e a demanda de operação de carga no Brasil mudaram de forma considerável durante as décadas. Para ele, o investimento feito no modal ferroviário brasileiro não corresponde à nossa realidade atual. Principalmente, porque hoje no país, o principal meio de transporte de carga é operado por rodovias. “O problema é que temos no Brasil ferrovias que foram construídas há mais de 100 anos e as demandas de projeto de quando a maioria foi construída – antes da década de 70 – eram outras, pois na época circulavam vagões menores.” Repercussão nas redes O Comprova verifica conteúdos duvidosos sobre políticas públicas do governo federal que tenham grande potencial de viralização. A publicação foi feita pela página “Movimento do Povo Brasileiro” em 17 de outubro. Até o dia 22, tinha mais de 68 mil visualizações, 3,1 mil curtidas e 2,3 mil compartilhamentos na rede social. A publicação foi deletada pelo perfil no dia 23 de outubro pouco após contato da equipe do Comprova pedindo esclarecimentos sobre a origem do vídeo. O presidente Jair Bolsonaro também publicou no Twitter um trecho do mesmo vídeo no dia 21 de outubro. Já o filho do presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, também publicou o vídeo em seu Twitter no dia 20, mas eles não afirmaram nas publicações que se tratava de ação do governo. Somados, ambos os tuítes tiveram mais de 50 mil curtidas.
https://politica.estadao…10/comprova2.jpg
null
['Projeto Comprova']
[]
['jair bolsonaro', 'ferrovia', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/boato-sobre-mais-medicos-subestima-participacao-de-brasileiros-e-omite-desistencias/
ESTADAO_VERIFICA
Boato sobre Mais Médicos subestima participação de brasileiros e omite desistências
As 8,5 mil vagas que ficaram em aberto com a saída dos médicos cubanos foram preenchidas após dois editais no ano passado; o alto índice de desistências, porém, fez com que o governo abrisse nova seleção para suprir 2,1 mil postos vagos em maio deste ano
2019-10-22
São enganosas as informações de um tuíte publicado no dia 12 de outubro alegando que 80% das vagas deixadas pelos cubanos no Mais Médicos não foram preenchidas por médicos brasileiros. O programa do governo federal, que chegou a ter 18.337 médicos atuantes em mais de 3,6 mil municípios brasileiros, conta atualmente com 15.003 profissionais. Desde a saída de Cuba do programa, em novembro de 2018, foram abertos três editais para suprir o quadro de vagas em municípios eleitos como prioritários. LEIA TAMBÉM Boatos sobre o Mais Médicos atacam a formação de profissionais cubanos O fim da parceria com Cuba deixou cerca de 8,5 mil vagas abertas. O Ministério da Saúde abriu uma primeira seleção com 8.517 vagas ainda em novembro, que teve 7.120 postos preenchidos e uma segunda com 1.397 vagas remanescentes em dezembro. De acordo com o governo, após esse segundo edital, todas as vagas deixadas por cubanos foram preenchidas por brasileiros com registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) ou graduados no exterior. LEIA MAIS CRIANDO SUA CONTA GRATUITAMENTE
https://politica.estadao…0/Comprova-1.png
null
['Projeto Comprova']
[]
['jair bolsonaro', 'Mais Médicos', 'ministério da saúde']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/noticia-antiga-sobre-vazamento-de-petroleo-circula-como-se-fosse-atual/
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Notícia antiga sobre vazamento de petróleo circula como se fosse atual
Reportagem da agência Reuters é de dezembro de 2018, mas vem sendo relacionada à atual contaminação por petróleo no litoral do Nordeste
2019-10-21
Desde a noite de domingo, 20, circula pelas redes sociais uma reportagem antiga da agência Reuters sobre um vazamento de petróleo ocorrido em uma operação da companhia petrolífera Shell. A divulgação do conteúdo tem provocado confusão nos debates sobre a contaminação por petróleo que afeta atualmente o Nordeste brasileiro. Intitulada “Shell confirma pequeno vazamento de óleo em transferência marítima nas águas brasileiras” (tradução livre), a reportagem foi publicada pela agência de notícias em 10 de dezembro de 2018 e se refere a um episódio ocorrido na Bacia de Santos, que fica no litoral de São Paulo. Não há, portanto, relação entre o episódio descrito e a contaminação atual no Nordeste. LEIA TAMBÉM PF e Marinha vão atrás de dois clientes da Shell Desde o fim de agosto, manchas de óleo começaram a aparecer em praias de todos os estados do Nordeste brasileiro. Análises realizadas pela Petrobras e pela Marinha indicaram que o material é petróleo cru e não algum derivado. A Polícia Federal, a Marinha e o Ministério do Meio Ambiente estão investigando o caso, mas até agora não se sabe qual é a origem do petróleo que afeta a costa brasileira. Em meio à contaminação do litoral do Nordeste, foram encontrados tambores da empresa Shell no Sergipe e no Rio Grande do Norte. A empresa afirma que o conteúdo dos barris não tem relação com o óleo cru encontrado nas praias da região. A PF investiga os clientes que compraram os barris. Segundo a Shell, os compradores são dos Emirados Árabes Unidos e da Libéria. O link acumula mais de 40 mil interações no Facebook, de acordo com a ferramenta de monitoramento de redes Crowdtangle, e circulou recentemente em páginas como “Rede de Informações Anarquistas” e “Blog Vamos Resistir ao Golpe” e no perfil @renatinhois no Twitter.
https://img.estadao.com.…570716932185.jpg
null
['Projeto Comprova']
[]
['nordeste']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/navio-portugues-e-usado-em-postagens-como-se-fosse-petroleiro-da-venezuela-despejando-oleo-no-nordeste/
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Navio português é usado em postagens como se fosse petroleiro da Venezuela despejando óleo no Nordeste
O vídeo foi gravado há cinco meses, na praia de Matosinhos, em Portugal; além disso, o navio não despeja petróleo no mar, mas areia, em uma operação de dragagem no Porto de Leixões
2019-10-15
São enganosas as postagens nas redes sociais que usam um vídeo de um navio próximo a uma praia despejando uma substância escura no mar. As postagens afirmam que se trata de um navio venezuelano que estaria despejando petróleo na costa do nordeste brasileiro. O vídeo, na verdade, mostra um navio que faz um serviço de dragagem numa praia em Portugal. LEIA TAMBÉM 200 toneladas de óleo foram recolhidas nas praias do Nordeste As imagens foram feitas em 30 abril, na praia de Matosinhos, em Portugal. O vídeo foi gravado por Humberto Silva, liderança do movimento “Diz Não Ao Paredão”, e publicado na página do grupo no Instagram. Por e-mail, Humberto confirmou a autoria ao Comprova. O movimento é contrário a obras anunciadas para o Porto de Leixões, em Matosinhos. Na postagem original, a legenda é: “Cenário da Praia de Matosinhos hoje, durante as dragagens de manutenção do @portodeleixoes”. Por e-mail, Humberto Silva enfatizou que o vídeo não se trata de despejo de petróleo e adicionou nota ao vídeo original ressaltando o uso do post por publicações enganosas no Brasil. O Comprova verificou postagens nas páginas Capitão Bolsonaro e Moro Presidente 2026 no Facebook. Para o Comprova, enganoso é o conteúdo que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; que confunde ou que seja divulgado para confundir, com ou sem a intenção deliberada de causar dano. Como verificamos Para esta verificação, o Comprova inicialmente realizou busca reversa de um frame do vídeo, mas não conseguiu identificar resultados. Em seguida, a equipe pesquisou os termos “navio venezuelano” no Facebook. Ao localizar o vídeo, encontrou uma marca d’água que sinalizava que o vídeo havia sido compartilhado do perfil no Instagram do movimento “Diz Não Ao Paredão”. Com essas informações, o Comprova visitou a página “Diz Não Ao Paredão” e confirmou a origem do vídeo, postado em 30 de abril. O Comprova não conseguiu encontrar nenhum registro anterior dessas imagens na internet ou em redes sociais. No Instagram, pesquisamos as imagens que haviam sido publicadas com a localização “Praia de Matosinhos”. Há um post do dia 30 de abril do usuário @tiagofazendeiro. Por mensagem na rede social, ele confirmou ter sido o autor da foto e disse ser morador da região e apoiador do movimento. Além disso, buscamos informações nos sites da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), que gerencia o Porto de Leixões, em Matosinhos, da Assembleia Municipal do Porto e de veículos de imprensa brasileiros e portugueses. Também entramos em contato por e-mail com a organização “Diz Não Ao Paredão”, que faz campanhas online e manifestações contra a construção do paredão no porto. O Comprova também entrou em contato com a pesquisadora Olivia Oliveira, do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA), para pedir informações sobre o laudo que, segundo o instituto, confirma que a origem do petróleo cru encontrado no litoral nordestino pode ser da Venezuela. A pesquisadora nos enviou uma resposta via aplicativo de mensagens. A equipe do Comprova também pediu acesso ao relatório da Petrobras que foi citado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre a origem das manchas de óleo. Não tivemos acesso ao laudo, mas a empresa nos concedeu uma resposta, via e-mail. Mais de 130 pontos do litoral do Nordeste foram atingidos pela mancha Foto: Adema/Governo de Sergipe Além disso, acessamos os dados disponibilizados no site oficial do Ibama das localidades afetadas pelas manchas de óleo. Você pode refazer o caminho da verificação do Comprova usando os links para consultar as fontes originais ou visualizar a documentação que reunimos Navio não está jogando petróleo no mar O navio que aparece no vídeo é uma “draga”, um tipo de embarcação específica para limpar resíduos, areias e sedimentos do fundo de vias navegáveis e nas proximidades de portos, que remove parte do fundo do mar ou dos leitos e canais, e os deposita na beira da praia, facilitando a navegação e criando assim um “paredão” de areia. De acordo com uma postagem também de 30 de abril no perfil do Porto de Leixões no Facebook, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) confirma que as operações de dragagem haviam sido realizadas no período para a manutenção na entrada do canal que leva ao porto. Essas dragagens e o consequente depósito da areia na praia causaram polêmica. A administração do porto afirmou que a operação é regular e defendeu que “Antes de iniciar qualquer operação de dragagem, são recolhidas amostras das areias para análise prévia, de modo a garantir a sua qualidade para uso balnear”. A organização “Diz Não ao Paredão” é contrária a uma obra para ampliar em 300 metros o quebra-mar do Porto de Leixões, uma estrutura que protege o terminal marítimo. O movimento tem uma petição homônima na internet contrária ao projeto, já fez manifestações e apresentou a reivindicação às autoridades portuguesas. O grupo alega que o projeto pode prejudicar atividades como o surfe e também a preservação ambiental da região. Em março, vereadores questionaram o impacto das obras na prática de surfe na região. Em seu site, a APDL admite que pode haver uma redução na altura das ondas. De acordo com a APDL, o objetivo da obra é que o porto possa receber navios de transporte de carga maiores do que as condições atuais. A meta é de que possam atracar no terminal embarcações com 300 metros de comprimento, 40,2 metros de boca e 13,7 metros de calado e com capacidade para transportar até 5 mil TEU (unidade de medida padrão). A ampliação do quebra-mar seria, então, para melhorar as condições de segurança e a navegabilidade no acesso desses navios ao Porto de Leixões. O custo total da obra é de 147 milhões de euros. Em julho, a Assembleia Municipal opinou que o prolongamento do quebra-mar poderia ser de 200 metros, não 300 metros, como prevê o projeto. Por que seria um navio da Venezuela? No dia 9 de outubro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o óleo derramado no litoral nordestino é de origem, “muito provavelmente, da Venezuela”, atribuindo a informação a um relatório da Petrobras. As declarações de Salles foram rebatidas no dia 10 pela Petróleos da Venezuela S.A. (PDVSA). Na nota oficial divulgada no site, a estatal contrapõe as declarações do ministro brasileiro e diz que ele foi “tendencioso” ao culpar a Venezuela pelo óleo derramado nas praias do nordeste: “Não há evidências de derramamentos de óleo nos campos de petróleo da Venezuela que poderiam ter causado danos ao ecossistema marinho do país vizinho”, afirma em nota. O Ibama investiga a origem do vazamento no Nordeste Foto: Adema/Agência Sergipe de Notícias O Comprova entrou em contato com a Petrobras e solicitou acesso ao relatório citado pelo ministro, Ricardo Salles. A empresa não nos forneceu o relatório, por e-mail, a gerência de comunicação e imprensa, enviou uma nota em que diz: “ A análise realizada pela Petrobras em amostras de petróleo cru encontrado em praias do nordeste atestou, por meio da observação de moléculas específicas, que a família de compostos orgânicos do material encontrado não é compatível com a dos óleos produzidos e comercializados pela companhia. Os testes foram realizados nos laboratórios do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio de Janeiro.” A empresa afirmou ainda que, desde o dia 12 de setembro, realizou, por solicitação do Ibama, limpeza nas praias que apresentaram manchas de óleo, nos estados de Alagoas, Sergipe, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte e Bahia. Um estudo realizado pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA) também aponta que o petróleo que atinge o litoral do Nordeste é similar aos óleos de origem venezuelana. A informação foi confirmada pelo Comprova com a pesquisadora Olivia Oliveira. “O IGEO/UFBA por iniciativa própria e independente, coletou e analisou material oleoso de praias de Sergipe e Bahia e constatou que ele tem características químicas (biomarcadores) similares aos óleos produzidos pela Venezuela. Nossa capacidade analítica permite a identificação da bacia petrolífera que esse óleo foi gerado.” No dia 10, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, também falou sobre o assunto. “Não é o Brasil, o Brasil não tem aquele tipo de óleo. Num levantamento preliminar estamos levantando as possíveis navios e as possíveis bandeiras que, pelo período, podem ter sido responsáveis pelo vazamento.” Monitoramento do Ibama No site oficial do Ibama, o Instituto apresenta um mapa com as localidades atingidas pelas manchas de óleo. A última atualização em 13 de outubro, às 20h30, mostra 9 estados, 72 municípios e 166 localidades afetados pelo óleo cru. Você pode acessar o monitoramento neste link: Áreas com localidades oleadas no Nordeste brasileiro. As manchas de óleo apareceram no litoral do Nordeste em 2 de setembro. O presidente Jair Bolsonaro determinou a abertura de investigações sobre as manchas de óleo mais de um mês depois, no dia 5 de outubro. Repercussão nas redes O Comprova verifica conteúdos duvidosos sobre políticas públicas do governo federal que tenham grande potencial de viralização. Na página Capitão Bolsonaro o vídeo foi publicado com a legenda enganosa no dia 10 de outubro e, no dia 11, tinha 6,8 mil compartilhamentos, 1,3 mil curtidas e 805 comentários. Na Moro Presidente 2026, a postagem é de 9 de outubro e tinha 217 compartilhamentos, 191 curtidas e 16 comentários no dia 11. O conteúdo também foi verificado pelo UOL e pela AFP, veículos que fazem parte do Comprova, além de Agência Lupa, Aos Fatos, Fato ou Fake.
https://img.estadao.com.…570577464769.jpg
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['Projeto Comprova']
[]
['petróleo', 'região nordeste', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/com-dados-fora-de-contexto-publicacao-atribui-a-bolsonaro-sucesso-em-indices-de-seguranca/
ESTADAO_VERIFICA
Com dados fora de contexto, publicação atribui a Bolsonaro sucesso em índices de segurança
Texto reproduzido pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, tira dados de contexto e credita à nova gestão efeitos de governos anteriores
2019-10-10
É enganosa uma publicação que circula nas redes sociais exaltando o governo Jair Bolsonaro por reduzir a criminalidade no Brasil, bater recorde na apreensão de drogas e deflagrar o maior número de operações da Lava Jato até então. O texto tira os dados de contexto e credita à nova gestão efeitos de governos anteriores. A taxa de mortes violentas intencionais já havia caído 10,8% em 2018, na gestão de Michel Temer, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Quanto às drogas, os dados vão até 31 de agosto e indicam que há recorde na apreensão de haxixe e que a apreensão de cocaína é a segunda maior desde 1995. A apreensão de maconha está em menos da metade do recorde de 2017. Quanto à Lava Jato, em 2019, não foram deflagradas mais operações do que em anos anteriores. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, chegou a repercutir o tuíte com os dados imprecisos com o comentário: “seguimos”. O Comprova verificou uma publicação do site Crítica Nacional que foi compartilhada em diversos perfis e páginas de redes sociais, como @PorTiMeu_BR no Twitter e Direita RJ no Facebook. Enganoso para o Comprova é o conteúdo que confunde o leitor ou que seja divulgado para confundir, com ou sem a intenção deliberada de causar dano. Como verificamos Para esta verificação, o Comprova consultou o Ministério da Justiça, a Polícia Federal, a Procuradoria da República no Rio de Janeiro e os dados de violência do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Também ouvimos o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Daniel Cerqueira, um dos coordenadores da publicação Atlas da Violência, e a professora de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF) Jacqueline Muniz, que ajudou a criar e implantar o sistema nacional de estatística criminal do Ministério da Justiça. Você pode refazer o caminho da verificação do Comprova usando os links para consultar as fontes originais ou visualizar a documentação que reunimos. Houve redução na criminalidade no Brasil? Sim. Nos primeiros meses da gestão Bolsonaro houve queda nas mortes por violência, de acordo com dados do Ministério da Justiça. Os pesquisadores ouvidos pelo Comprova destacam, no entanto, que a tendência não é recente e que não é possível atribuir os números ao governo atual. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de mortes violentas intencionais em 2018 já havia caído 10,8% no Brasil em comparação a 2017. Em pelo menos 13 Estados esse índice já vinha diminuindo desde 2011. A taxa de mortes violentas intencionais inclui homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e as mortes decorrentes de intervenções policiais. Documento FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA PDF Embora o número de mortes em geral tenha caído de um ano para outro, as mortes decorrentes de intervenções policiais cresceram 19,6% em relação a 2017. Os dados mais recentes disponíveis do Fórum Brasileiro de Segurança Pública são referentes ao ano de 2018. (Para que você veja as taxas de criminalidade por Estado, basta clicar na seta para a direita ou para a esquerda. Também é possível selecionar uma das opções ao clicar na seta que aponta para baixo.) Taxas de criminalidade Infogram O Ministério da Justiça disponibiliza dados sobre criminalidade até maio de 2019 na plataforma Sinesp, que compila boletins de ocorrência enviados pelos Estados ao governo federal. Segundo a plataforma, nos cinco primeiros meses deste ano, houve queda de 23,7% no número de vítimas no País — estatística que inclui homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e roubo seguido de morte. Essa taxa também já havia diminuído 10,3% no período de janeiro a maio de 2018 em relação a 2017. Sinesp Infogram Ao buscar créditos pela melhora nestes índices de segurança, o presidente Jair Bolsonaro declarou no Twitter, em maio: “‘especialistas’ dirão que a queda [em homicídios] não tem relação com nossas ações, mas se o número tivesse aumentado, certamente culpariam o governo”. Pesquisadores ouvidos pelo Comprova afirmam que os efeitos de políticas de segurança pública não podem ser notados a curto ou médio prazo. Além disso, a competência na solução de problemas na área costuma ser dos governos estaduais e municipais (veja a explicação mais abaixo). “Considerando o pouco tempo de governo e, portanto, de implementação de qualquer política pública, não se pode atribuir uma participação da política atual na queda das taxas de crimes”, disse a professora Jacqueline Muniz, da UFF. O pesquisador do Ipea Daniel Cerqueira afirma ainda que, além de não ser responsável pela diminuição nos índices de violência, o governo Bolsonaro age de forma “contraproducente” do ponto de vista da segurança pública. Segundo ele, uma das medidas propostas pelo Executivo, de flexibilizar o acesso a armas de fogo, pode resultar no aumento de mortes nos próximos anos. “Existe uma evidência internacional que quanto mais armas, mais crimes, mais homicídios e mais suicídios”, afirma. O Comprova já fez uma verificação sobre o tema. Cerqueira critica os principais pontos do pacote anticrime proposto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Para ele, o excludente de ilicitude e o endurecimento das penas de crimes são um “contrassenso”. “O excludente de ilicitude de forma generalizada é uma licença para matar”, aponta. “E o endurecimento na punição é completamente contrário ao diagnóstico da violência no Brasil. O problema do país é a identificação dos homicidas e dos grandes criminosos. Por que isso acontece? Falta investigação e inteligência.” De acordo com o Atlas da Violência de 2019, a taxa de elucidação de homicídios não é calculada no Brasil e, nos Estados onde esse índice é aferido, a média fica entre 10% e 20%. Especialistas defendem investigação e inteligência Foto: Polícia Militar Redução nos índices de criminalidade podem ser atribuídos ao governo federal? Segundo os especialistas em segurança pública ouvidos pelo Comprova, a queda nos índices de criminalidade não pode ser atribuída ao governo federal. Em geral, resultados negativos ou positivos estão ligados a ações estaduais e municipais. Além disso, o efeito gerado por políticas públicas não costuma ser imediato. De acordo com Jacqueline Muniz, da UFF, o governo federal só pode atuar sobre os assuntos de segurança pública de forma indireta, já que são os poderes estadual e municipal que administram de maneira direta e continuada os territórios e suas populações.“Ninguém mora, estuda e trabalha na abstração que é a União. A população vive nas cidades e no campo, cuja competência de intervenção direta é do município e do Estado”, explica ela. Para Muniz, o principal papel do governo federal é o de indução — ou seja, o de estimular os governos estaduais a aplicarem uma determinada política pública. Além disso, a União pode repassar recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública para os Estados e municípios e intervir com o Exército, de maneira pontual e complementar às ações das polícias estaduais. O pesquisador do Ipea Daniel Cerqueira acrescenta que, além dos papéis de indução e no financiamento, outra atuação esperada do governo federal é participar da capacitação dos operadores e gestores da segurança pública. Policial do Bope participa de operação no Morro da Mangueira, zona norte do Rio, em janeiro de 2018 Foto: Fabio Motta/Estadão Do ponto de vista jurídico, ele diz que não há uma definição clara a respeito de quem tem responsabilidade sobre a segurança pública. Cerqueira explica que, durante a elaboração da Constituição de 1988, a parte que regulamenta a área foi coordenada pelos militares. O artigo que versa sobre o tema, o artigo 144, não é muito específico. “Nas outras sete Constituições do Brasil e mesmo no Brasil Colônia, não havia uma discriminação legal sobre qual o papel do governo federal na segurança pública. Isso ainda continua sendo do ponto de vista jurídico e legal um limbo”, afirma. Os dois acadêmicos concordam que políticas de segurança pública não têm resultado imediato. A professora Jacqueline Muniz explica que a atuação da União tem efeito cumulativo. Segundo ela, para entender a participação do governo federal na redução de índices de criminalidade, é preciso analisar indicadores de quanto o Executivo repassou para os Estados, como esses recursos foram aplicados e quais foram os resultados obtidos a partir do uso do dinheiro federal. “Considerando o pouco tempo de governo e, portanto, de implementação de qualquer política, não se pode atribuir uma participação da política atual na queda das taxas de crimes”, disse ela. “Há que ir além e demonstrar o que, de fato, se tem feito em apoio aos programas e ações desenvolvidos pelos estados e municípios. É preciso esclarecer quais são as boas práticas que o governo federal tem participado desde janeiro de 2019 que têm ajudado os estados”. Há um programa pontual da gestão Bolsonaro, focado em cinco cidades brasileiras, já com resultados iniciais: o Em Frente, Brasil. Os municípios de Ananindeua (PA), Cariacica (ES), Goiânia (GO), Paulista (PE) e São José dos Pinhais (PR) registraram queda de 53% em homicídios em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2018. Por que os índices de violência diminuíram? Consultada pelo Comprova, a Polícia Federal não se posicionou sobre a redução nos crimes. Segundo o pesquisador do Ipea Daniel Cerqueira, são três os principais motivos para a queda nos índices. O primeiro deles é uma mudança severa no regime demográfico brasileiro, com o envelhecimento da população. Outro ponto de mudança para a segurança pública foi o Estatuto do Desarmamento, de 2003. “Isso freou o aumento dos homicídios em alguns Estados em que as polícias focaram na retirada de armas de fogo na rua”, explica o pesquisador. Decreto de Bolsonaro facilitou acesso a armas Foto: GABRIELA BILO / ESTADAO Além disso, mais recentemente experiências pontuais em Estados e municípios contribuíram para puxar o índice de violência para baixo. “Estados que fizeram bons programas de segurança pública, como Espírito Santo e Paraíba, têm queda de mais de sete anos nas taxas de homicídios”, diz Cerqueira. “Em termos municipais, vários prefeitos fizeram bons programas, como em Diadema, Canoas, e em municípios do Sul, como Pelotas.” Um dos coordenadores da publicação Atlas da Violência, Cerqueira explica que a queda no número de mortes do país é uma tendência observada há alguns anos. Como citado anteriormente, em 2018 esse índice já havia caído 10,8% no país em relação ao ano anterior. “Mesmo nos anos anteriores, em que a taxa global de homicídios no Brasil estava crescendo, havia cada vez mais unidades da federação no Brasil diminuindo esse índice”, diz ele. “A taxa só cresceu em 2017 por conta da guerra contra o narcotráfico no Norte e no Nordeste.” Segundo Cerqueira, de 2016 para 2017 a taxa de homicídios já havia caído em 15 estados brasileiros. No ano seguinte, esse número aumentou para 21 unidades da federação. Houve recorde em drogas apreendidas no Brasil? Há um recorde na gestão Bolsonaro: a apreensão de haxixe. A Polícia Federal apreendeu, de janeiro a 31 de agosto, 5,7 toneladas da droga – mais de 2 toneladas foram em uma única operação, realizada no início do ano na Região Metropolitana de Fortaleza. O recorde anterior, de 1,2 tonelada de haxixe apreendida, foi em 2007. O volume de apreensão de cocaína é, até agora, o segundo maior desde 1995. Na gestão Bolsonaro, houve apreensão de 69 toneladas da droga. O recorde é de 2018, quando a PF apreendeu mais de 79 toneladas de cocaína. Não há recorde na apreensão de maconha: até agora, houve apreensão de 150,1 toneladas, mais da metade do que o ano passado, mas bem abaixo do recorde de 2017, quando a PF apreendeu 353,9 toneladas. Ao analisar o período entre janeiro e junho, a apreensão de maconha no governo Bolsonaro está abaixo do registrado desde 2017. Em relação às demais drogas, as apreensões de LSD, metanfetamina e ecstasy estão longe de bater recorde. O gráfico abaixo compila os números de apreensão de drogas em todo o território nacional desde 1995, segundo dados da Polícia Federal. Apreensão de drogas Infogram Lava Jato no governo Bolsonaro A postagem verificada pelo Comprova diz que, em 2019, já foram deflagradas oito fases da operação Lava Jato. O dado, no entanto, está errado. Até a data da publicação, haviam sido deflagradas nove operações somente a partir das investigações realizadas pelo Ministério Público Federal do Paraná – sem levar em conta desdobramentos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Além disso, as fases da operação Lava Jato não têm elo de ligação com o governo. Elas são solicitadas pelo Ministério Público, com autorização judicial, a partir de investigações da Polícia Federal. O MP é um órgão independente, que atua sem interferência do Executivo, Legislativo ou Judiciário. Ou seja, o número de operações Lava Jato não pode ser influenciado pela vontade de um governante. Veja um gráfico que mostra o número de operações deflagradas pela força-tarefa da Lava Jato do Paraná, ano a ano, desde 2014, quando as investigações começaram: Lava Jato na 1ª instância em Curitiba Infogram Total de operações da PF em 2019 As discussões a respeito do futuro da Lava Jato cresceram nos últimos meses diante de medidas tomadas pelo presidente Jair Bolsonaro percebidas como contraproducentes para o andamento das investigações. Entre outras coisas, o presidente foi acusado de interferir na Polícia Federal. A pedido do Comprova, o Ministério da Justiça disponibilizou um levantamento que mostra todas as operações feitas pela Polícia Federal nos últimos 10 anos, que mostram que a PF fez o menor número de operações nos últimos 5 anos. A Polícia Federal é um órgão vinculado à pasta da Justiça e Segurança Pública, que no governo do presidente Jair Bolsonaro está sob o comando do ministro Sergio Moro. O ano que a PF mais fez operações foi 2018, com 629 ações executadas. Veja os números de todas as operações realizadas entre 2009 e 2019: Operações PF Infogram Repercussão nas redes O Comprova verifica conteúdos duvidosos sobre políticas públicas do governo federal que tenham grande potencial de viralização. O texto verificado foi publicado no site e no Twitter do Crítica Nacional em 29 de setembro. Até 8 de outubro, havia mais de 4 mil compartilhamentos e 18,6 mil curtidas.
https://politica.estadao…sergio-mouro.jpg
null
['Projeto Comprova']
[]
['segurança pública', 'sérgio moro', 'atlas da violência']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/foto-de-multidao-em-avenida-de-paris-mostra-comemoracao-de-copa-do-mundo-nao-protesto-contra-esquerda/
ESTADAO_VERIFICA
Foto de multidão em avenida de Paris mostra comemoração de Copa do Mundo, não protesto contra esquerda
Imagem feita em 2018 foi resgatada fora de contexto nas redes
2020-12-31
É de 2018 uma foto que mostra uma multidão tomando a avenida Champs-Elysees, em Paris, na França. Ela viralizou com uma legenda que afirma se tratar de uma manifestação “acontecendo agora” e que seria contra a “esquerda”, mas na verdade mostra comemoração após a vitória da França na Copa do Mundo da Rússia. Este conteúdo foi compartilhado ao menos 1,7 mil vezes no Facebook. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica O Estadão Verifica utilizou o mecanismo de busca reversa de imagens do Google para identificar a origem da fotografia utilizada. Ele permite identificar outras vezes em que a foto foi utilizada anteriormente. A imagem utilizada pelo boato está disponível no banco de imagens Getty Images. Ela foi clicada pelo fotógrafo Ludovic Marin, da AFP, em 15 de julho de 2018. Segundo a legenda, ela mostra pessoas comemorando a vitória da França sobre a Croácia por 4 a 2 na final da Copa do Mundo da Rússia. Ao comparar a imagem viral com a foto original, é possível identificar a projeção de imagens em um prédio próximo à multidão, o que permite confirmar se tratar da mesma situação. Franceses comemoravam o bicampeonato mundial de 2018. Foto: Reprodução Este conteúdo também foi checado por Agência Lupa, Aos Fatos e AFP Checamos. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…291220202344.png
null
['Pedro Prata']
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['fake news [notícias falsas]', 'França [Europa]']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-cristina-kirchner-apareca-sendo-vacinada-sem-agulha-nem-seringa-imagem-antiga-e-manipulada-alimenta-campanha-negacionista/
ESTADAO_VERIFICA
É falso que Cristina Kirchner apareça sendo vacinada sem agulha nem seringa; imagem antiga e manipulada alimenta campanha negacionista
Imagem de 2013 foi resgatada e modificada digitalmente para atacar imunização contra a covid-19
2020-12-30
Viralizou fora de contexto uma foto da vice-presidente argentina Cristina Kirchner supostamente sendo vacinada contra a covid-19 “sem agulha, sem luvas, sem seringa e sem máscara”. A imagem original foi clicada em 2013, durante a campanha de imunização contra a gripe. Este conteúdo já foi compartilhado ao menos 4,3 mil vezes no Facebook. Imagem é de 2013 e foi clicada em campanha de imunização contra a gripe. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica O Estadão Verifica utilizou o mecanismo de busca reversa do Google para identificar outras vezes em que a foto foi postada. Ela foi compartilhada no perfil oficial do Twitter de Kirchner em 21 de março de 2013, época em que ela era presidente do país. “Hoje, recebendo a vacina antigripal, gratuita, da Campanha Nacional de Vacinação que começamos na terça-feira passada”, escreveu a mandatária. Ao comparar a imagem do boato com a original, é possível ver que a foto foi manipulada digitalmente. Isto porque ela mostra, sim, uma seringa de cor azul-claro sendo aplicada em Kirchner. A Argentina se tornou nesta terça-feira, 29, o quarto país da América Latina a começar um programa de vacinação em massa contra a covid-19. Na semana passada, o país recebeu 300 mil doses da Sputnik V, vacina desenvolvida por cientistas russos. Os primeiros imunizados serão os profissionais de saúde. Este conteúdo também foi checado pela AFP Factual. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…301220204036.png
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['Pedro Prata']
[]
['cristina kirchner', 'coronavírus', 'coronavírus [vacina]', 'Argentina [América do Sul]']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-enfermeira-americana-tenha-morrido-apos-tomar-vacina-da-pfizer-biontech/
ESTADAO_VERIFICA
É falso que enfermeira americana tenha morrido após tomar vacina da Pfizer/BioNTech
Hospital tranquilizou internautas em seu perfil no Twitter e confirmou que a causa do desmaio não tem relação com a dose do imunizante
2020-12-22
É falso que uma enfermeira americana tenha morrido após tomar a vacina contra a covid-19 produzida da Pfizer/BioNTech. A profissional da saúde Tiffany Dover explicou que desmaiou após tomar o imunizante, pois costuma ter tonteira e desmaiar ao sentir qualquer tipo de dor. Ela contou que a dor do braço foi “mínima” e que se sente bem depois da aplicação da injeção. LEIA TAMBÉM Médico e empresários enganam ao desqualificar medidas protetivas e culpar China pela pandemia Dover é enfermeira no CHI Hospital, em Chattanooga, no estado americano do Tennessee. A unidade médica comunicou no dia 19 de dezembro que a enfermeira passava bem: “Dover agradece a preocupação demonstrada por ela. Ela está em casa e bem. Ela pede privacidade para ela e para sua família.” UPDATE: Nurse Tiffany Dover appreciates the concern shown for her. She is home and doing well. She asks for privacy for her and her family. — CHI Memorial (@CHI_Memorial) December 19, 2020 O desmaio ocorreu no dia 17 de dezembro, após o hospital aplicar as primeiras doses da vacina da Pfizer/BioNTech a seis pessoas, três médicos e três enfermeiras. Tiffany desmaiou durante uma entrevista concedida momentos depois de receber uma dose do imunizante. De acordo com a instituição, a causa do desmaio da enfermeira é referente a uma condição que causa reações exageradas à dor. Portanto, não há relação com efeitos colaterais da vacina. pic.twitter.com/jIxjtq7Hsy — CHI Memorial (@CHI_Memorial) December 18, 2020 Avanços no Brasil No início de dezembro o Estadão divulgou que o Ministério da Saúde avançou em negociações de 70 milhões de doses do imunizante da americana Pfizer e da alemã BioNTech. Até o momento, a farmacêutica relatou 95% de eficácia do produto em testes. O governador João Doria confirmou na última segunda-feira, 21, que o Estado de São Paulo vai receber 5,5 milhões de doses da vacina Coronavac, no dia 24, quinta-feira, véspera de Natal. No entanto, mesmo com a vacina pronta para distribuição, é preciso que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorize o uso no imunizante no país. O boato também foi checado pelas agências Fato ou Fake, Lupa, Aos Fatos e AFP.
https://politica.estadao…221220203229.png
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['Gabi Coelho']
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['covid-19', 'pandemia', 'coronavírus [vacina]', 'pfizer', 'CoronaVac']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/talidomida-vacinas-covid/
ESTADAO_VERIFICA
Talidomida: posts distorcem contexto de tragédia com remédio para descredibilizar vacinas de covid-19
Medicamento usado como sedativo nos anos 1950 posteriormente causou má-formação congênita; legislação para registro de fármacos não era tão restritiva e exigente como nos dias atuais
2020-12-21
Protagonista de uma das maiores tragédias da indústria farmacêutica, a talidomida é objeto de mensagens no Facebook e no WhatsApp que comparam a aprovação do medicamento com a liberação de imunizantes contra a covid-19, a fim de descredibilizar a segurança das vacinas. As publicações, no entanto, distorcem e omitem informações contextuais importantes acerca da pesquisa e distribuição desse remédio usado como sedativo. Esse conteúdo foi enviado por leitores ao WhatsApp do Estadão Verifica, 11 97683-7490. Uma das mensagens que circulam nas redes sociais afirma que a talidomida foi aprovada “às pressas” em 1956 e chegou ao mercado como um antigripal chamado Grippex, contra a epidemia de influenza asiática — mas isso não é verdade. LEIA TAMBÉM É impossível que vacina cause alterações genéticas, dizem especialistas Os posts acrescentam que o medicamento foi vendido com certificação de segurança pelos fabricantes antes de ser associado à ocorrência de deformações congênitas em fetos e bebês — o que motivou sua retirada do mercado em vários países. “Quem não conhece a história está condenado a repeti-la”, diz um post no Facebook. Outras postagens dizem a história deve alertar “quem quer uma vacina às pressas”, sugerindo uma comparação com as vacinas em desenvolvimento contra o novo coronavírus. Para a professora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Lídia Moreira Lima a comparação entre a talidomida e as vacinas contra covid-19 “não faz o menor sentido”. A especialista afirma que, diferente do que diz o conteúdo compartilhado nas redes, a talidomida não foi aprovada às pressas por conta de uma epidemia e ressalta que as normas de regulação na época eram muito menos rigorosas. “Na época que Talidomida chegou ao mercado, a legislação para registros de medicamentos não era tão restritiva e exigente como nos dias atuais”, pontua Moreira. “Hoje precisamos de vários testes de segurança e eficácia, mas naquela época não era dessa forma”. A história do medicamento A talidomida foi sintetizada em 1953 pelo laboratório alemão Chemie Grünenthal. Embora alguns documentos relatem sua introdução no mercado como o antigripal Grippex em 1956, a distribuição do medicamento ocorreu principalmente no ano seguinte, na forma de um sedativo chamado Cartogan, que foi amplamente prescrito para aliviar enjoos matinais de gestantes. Documento DOCUMENTOS GRIPPEX PDF Em 1958, médicos observaram o aumento da incidência de bebês com malformação na Alemanha. Até que em 1961, um artigo na revista British Medical Journal confirmou os efeitos adversos da droga para grávidas — o que levou uma série de países a suspender a autorização do medicamento. Estima-se que cerca de 10 mil pessoas foram afetadas pelos efeitos adversos da Talidomida na época, das quais metade residiam na Alemanha. Os posts analisados exagera ao ligar a aprovação do medicamento com a epidemia de influenza asiática de 1957. A página de perguntas e respostas da fabricante Chemie Grünenthal nem sequer menciona a crise sanitária e reforça que a Talidomida foi vendida como um sedativo e remédio para insônia em muitos países. Aprovação do medicamento não foi ‘às pressas’ Também não há relatos de que a aprovação do medicamento ocorreu “às pressas” no contexto da gripe asiática. Na verdade, o episódio remete à ausência de normas regulatórias adequadas para medicamentos na época. A empresa testou a Talidomida em roedores, chegando a aplicar superdoses nos animais. Isso foi o suficiente para os fabricantes declararem que a substância era segura. Não foram conduzidos, porém, testes teratogênicos — isto é, experimentos que avaliam o efeito de uma substância na gravidez e na formação dos fetos. “Na época, os testes para avaliar se a gestação poderia ser prejudicada não eram comuns no desenvolvimento farmacêutico”, informa o site da companhia que desenvolveu o remédio. “Tais testes não eram exigidos na Alemanha ou em outros países. Consequentemente, a talidomida também não foi testada em animais grávidos”. De acordo com Lídia Moreira, nos padrões atuais, “antes mesmo da substância ser testada em ensaios em humanos, é necessário enviar para a agência reguladora um formulário imenso com um monte de ensaios que foram realizados em modelos não humanos, na qual uma das exigências são os testes de teratogenicidade”. Diferença entre fármacos e vacinas A cientista ressalta, no entanto, que é preciso diferenciar a atividade de vacinas e fármacos. Ela explica que os imunizantes usam ativos biológicos — um vírus atenuado, ou um fragmento genético do microorganismo — para induzir o corpo humano a gerar imunidade contra o vírus. Já os fármacos exercem o papel por meio de reações químicas. “Não há comparativo”, afirma a professora da UFRJ. Moreira pontua que, em termos de fase pré-clínica, não existiria a necessidade de conduzir ensaios de teratogênese das vacinas, se não fossem testadas em mulheres grávidas. Já nos ensaios clínicos, os imunizantes seguem o mesmo critério de eficácia e segurança que passa o medicamento: três fases de experimentos com dezenas de milhares de participantes seguindo protocolos de pesquisas rigorosos. Fabricantes das vacinas contra o novo coronavírus já divulgaram dados de etapas de estudos clínicos de seus produtos. Não há incidência significativa de efeitos adversos graves. O imunizante da Pfizer e da BioNtech, que já foi aprovado em regime emergencial nos EUA e no Reino Unido, tem um perfil caracterizado por efeitos colaterais leves e moderados. Vacinas para covid-19 seguem padrão de segurança Embora desenvolvidas em tempo recorde, as vacinas contra a covid-19 seguem parâmetros de segurança rigorosos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), investimentos financeiros sem precedentes e colaborações científicas estão mudando o processo de desenvolvimento das vacinas no contexto da covid-19. “Isto significa que algumas das etapas do processo de pesquisa e desenvolvimento ocorrem em paralelo, mantendo ao mesmo tempo normas clínicas de segurança rigorosas”, afirma a entidade. Os ensaios clínicos de vacinas e medicamentos envolvem testes para grupos específicos como gestantes, idosos e crianças. Devido à urgência do desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19, os estudos dos potenciais imunizantes para o novo coronavírus com gestantes ainda são limitados. A Pfizer e a BioNtech não recomendaram a substância para grávidas em bula enviada ao governo britânico para a imunização de profissionais da saúde. A Food And Drugs Administration, órgão americano equivalente à Anvisa no Brasil, orienta que gestantes devem discutir com seus médicos se devem ou não tomar a vacina. A agência de controle de doenças infecciosas americana (CDC) também compartilha da mesma orientação, mas afirma que se a pessoa faz parte de grupos com recomendação para receber o imunizante, ela deve escolher se vacinar. Talidomida ainda é utilizada, mas com restrições A Talidomida ainda é receitada no Brasil e em outros países. Um documento do Ministério da Saúde publicado em 2014 aponta a indicação do fármaco para o tratamento de hanseníase, úlceras em pacientes com HIV/Aids, lúpus e mieloma múltiplo — um tipo de câncer que afeta células da medula óssea. Documento TALIDOMIDA MINISTÉRIO DA SAÚDE PDF O documento informa que a prescrição para mulheres em idade fértil requer avaliação médica que ateste a não gravidez e a comprovação da utilização de, no mínimo, dois métodos contraceptivos. Segundo Lídia Moreira, ainda é necessário que mulheres assinem um termo de responsabilidade se comprometendo a não engravidar nos períodos de tratamento.
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['Victor Pinheiro']
[]
['covid-19', 'coronavírus', 'coronavírus [vacina]', 'vacina']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/trecho-de-fala-de-bill-gates-e-editado-para-desacreditar-seguranca-de-vacinas/
ESTADAO_VERIFICA
Trecho de fala de Bill Gates é editado para desacreditar segurança de vacinas
Co-fundador da Microsoft defendia o uso de transgênicos em plantações, mas vídeo foi cortado para parecer que ele falava mal de imunizantes
2020-12-17
Um trecho de uma palestra com o bilionário Bill Gates, co-fundador da Microsoft, circula fora de contexto nas redes sociais. O vídeo foi editado para parecer que ele falava de forma negativa sobre vacinas, que seriam “organismos geneticamente modificados (que) estamos injetando nos braços de criancinhas”. Na realidade, Gates fazia uma defesa do uso de plantações geneticamente modificadas como alternativa no combate à fome, e citou remédios como exemplo de produtos seguros de modificação genética. Esse vídeo foi enviado ao WhatsApp do Estadão Verifica, 11 97683-7490. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica A palestra ocorreu em 22 de janeiro de 2015, em Bruxelas, na Bélgica (veja o vídeo completo abaixo). Na ocasião, Bill e sua mulher, Melinda Gates, divulgavam sua “carta anual” com apontamentos para o futuro. O casal defendia o uso de organismos geneticamente modificados, também chamados de transgênicos, em plantações no continente africano. Melinda começa o vídeo dizendo que grãos podem ser modificados para enfrentar secas e enchentes, uma preocupação diante das mudanças climáticas. A filantropa diz que cada país africano deve decidir se quer usar ou não OGMs; ela lembra que grãos geneticamente modificados são testados em laboratórios e em estufas. Em seguida, Bill faz uma analogia com remédios — ele diz que, assim como os medicamentos, OGMs devem ser testados. Leia abaixo a fala completa de Bill Gates. O trecho tirado de contexto está em negrito. “A analogia mais forte é (comparar GMOs) com remédios. Devemos nos preocupar com remédios terem efeitos colaterais? Precisamos de testes de segurança? Quer dizer, estamos pegando coisas que são organismos geneticamente modificados e estamos injetando nos braços de criancinhas. Então sim, acho que temos que ter um sistema de segurança, onde fazemos pesquisas e testamos as coisas. A ideia de você pegar uma técnica que promete resolver problemas de nutrição, de produtividade, de doenças de lavouras, para fazendeiros africanos, onde é uma questão de vida ou morte, e dizer: “ah, nada que usa essa técnica pode ser usado”… É tão aleatório o que é considerado OGM e o que não é. Irradiar coisas e fazê-las ter múltiplos cromossomos, isso não é considerado OGM. Ao passo que inserir coisas intencionalmente de uma forma bem cuidadosa, isso é OGM.” Como mostrou o Projeto Comprova nesta checagem, OGMs são produtos de engenharia genética, uma tecnologia aplicada desde os anos 1970 para modificar aspectos de plantas, animais e microorganismos. Os tipos mais comuns de GMO são plantas modificadas, como milho, soja e algodão. Em julho, o Parlamento Europeu aprovou uma medida para acelerar a produção de vacinas contra a covid-19, diante da emergência sanitária mundial. A normativa dispensou a exigência de alguns procedimentos para ensaios clínicos com imunizantes que usam OGM. Os integrantes do Comitê de Meio Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar do Parlamento Europeu concordaram que havia a necessidade de adaptar as regras, mas enfatizaram que os padrões de qualidade, segurança e eficácia da vacina devem ser mantidos. Por causa de seu papel no financiamento de pesquisas para vacinas contra covid-19, Bill Gates tem sido alvo de várias teorias conspiratórias. Recentemente, o Verifica desmentiu que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha cancelado um programa de Gates com o objetivo de “implantar microchips na população”.
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['Alessandra Monnerat']
[]
['bill gates', 'vacina', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/nao-china-nao-coleta-dna-dos-voluntarios-de-testes-de-vacinas-contra-covid-19/
ESTADAO_VERIFICA
Não, China não coleta DNA dos voluntários de testes de vacinas contra covid-19
Autor americano divulgou teoria da conspiração sobre interesse chinês em material genético da população mundial
2020-12-17
É falso que os acordos internacionais para produção de vacinas chinesas contra a covid-19 tenham o objetivo de coletar “informações muito confidenciais sobre pessoas fora da China”, incluindo o DNA dos voluntários dos testes. Essa teoria da conspiração tem sido compartilhada em sites como o Canal Questione-se e o Terça Livre, que reproduzem alegações do autor americano Gordon Chang. Em entrevista a um canal de TV, Chang disse que a China estaria coletando DNA global para produzir uma arma biológica, destinada a grupos étnicos específicos. No entanto, ele não apresentou nenhuma prova para sua acusação. O conteúdo analisado foi enviado por leitores ao WhatsApp do Estadão Verifica: 11 97683-7490. LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica O Instituto Butantan, que produz uma vacina em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, negou que haja coleta de material genético por parte da China, tanto no Brasil quanto no exterior. Em nota, o instituto esclareceu que os testes envolvem apenas avaliação de anticorpos. “A informação é falsa”, explicou o Butantan. “Não há estudo para obter DNA de amostras dos participantes, seja no Brasil ou no exterior. A única previsão de avaliação de amostras na China corresponde a testes de anticorpos de um pequeno número de participantes, com a finalidade de estabelecer a comparabilidade entre os resultados laboratoriais obtidos na China e os resultados processados no Brasil. Esses testes de anticorpos não envolvem a obtenção de nenhum material genético e são realizados conforme as normas éticas e regulatórias do Brasil.” Em seu comentário, Chang também levanta a possibilidade de o novo coronavírus ser uma arma biológica criada em laboratório pelo governo chinês. A acusação é falsa, e já foi tema de outras checagens do Verifica. As melhores evidências produzidas pela ciência até hoje indicam que o vírus tem origem natural, e não foi criado artificialmente. Gordon Chang é autor do livro The Coming Collapse of China (O Colapso que se Aproxima da China, em tradução livre), de 2001. Embora o país asiático possua o maior acervo de material genético do mundo, com 80 milhões de perfis e planos para atingir 700 milhões, todos pertencem a cidadãos chineses. Não há qualquer comprovação de que o governo local tenha acesso ao DNA de pessoas de outros países.
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['Guilherme Bianchini']
[]
['china', 'DNA', 'CoronaVac', 'coronavírus [vacina]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/foto-antiga-de-protestos-e-utilizada-para-simular-apoio-ao-presidente-derrotado-donald-trump/
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Foto antiga de protestos é utilizada para simular apoio ao presidente derrotado Donald Trump
Imagem de 2018 circula fora de contexto para dar gás a falsas alegações de que o republicano teria vencido as eleições presidenciais
2020-12-16
A foto de um protesto anti-armas em 2018, organizado em Washington, nos Estados Unidos, tem sido compartilhada fora de contexto nas redes sociais para dar gás a falsas alegações de que Donald Trump teria sido o vencedor das eleições presidenciais norte-americanas em 2020. Um leitor solicitou a checagem deste conteúdo pelo WhatsApp do Estadão Verifica, (11) 97683-7490. A foto mostra uma multidão de pessoas. As postagens com a falsa alegação dizem que “milhares de norte-americanos das mais variadas raças, origens e localidades, cercam o prédio da Suprema Corte, na capital do país, Washington D.C., pressionando por um resultado justo. Detalhe: todos armados.” Imagem é de 2018 e mostra protesto anti-armas. Foto: Reprodução O mecanismo de busca reversa do Google permite identificar outras vezes em que esta foto foi publicada. Ela está no banco de imagens Getty Image e foi clicada por Shannon Finney, em 24 de março de 2018. Ela mostra o protesto, em Washington, da Marcha Pelas Nossas Vidas, organizada para pedir mais segurança nas escolas e regulação contra a violência causada por armas. Os protestos foram organizados em diversas cidades de forma simultânea após um atentado a tiros na escola Marjory Stoneman Douglas em Parkland, na Flórida. O atual presidente Donald Trump perdeu a disputa pela reeleição para o democrata Joe Biden e deve deixar a Casa Branca em 20 de janeiro de 2021. Ele alega falsamente que houve fraudes generalizadas, mas não apresentou provas e teve ações judiciais negadas. Nesta segunda-feira, 14, o Colégio Eleitoral confirmou a vitória de Biden pelo mesmo placar obtido na eleição popular: 306 a 332.
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['Pedro Prata']
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['Estados Unidos [eleições 2020]', 'fake news [notícias falsas]', 'Donald Trump']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-europa-tenha-interditado-vacinas-chinesas/
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É falso que Europa tenha ‘interditado’ vacinas chinesas
Agência reguladora ainda não recebeu nenhum pedido de autorização de imunizantes desenvolvidos na China
2020-12-16
São falsas postagens nas redes sociais que afirmam que “a vacina chinesa” — sem citar qual — teria sido “interditada em toda a comunidade europeia”. A agência reguladora European Medicines Agency (EMA), análoga à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), informou ao Estadão Verifica que ainda não recebeu o pedido de análise de nenhuma vacina contra a covid-19 produzida por laboratórios chineses. Este conteúdo foi compartilhado ao menos 1,7 mil vezes no Facebook. Por meio de e-mail enviado em 16 de dezembro de 2020, a agência reguladora informou que “até o momento, a EMA não recebeu o pedido (de análise) para autorização a nenhuma vacina chinesa”. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica As informações sobre análises de pedidos de autorização de vacinas na Europa estão disponíveis na internet. Até o momento, a EMA avalia os imunizantes das empresas Janssen (Bélgica), Oxford-AstraZeneca (Reino Unido), Moderna (EUA) e BioNTech (EUA). Esta última foi autorizada e está sendo aplicada no Reino Unido e nos Estados Unidos, o que motivou a agência reguladora europeia a marcar uma reunião extra em 21 de dezembro para agilizar o processo da possível aprovação. Agência reguladora europeia negou a informação. Foto: Reprodução Vacinas chinesas Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente cinco vacinas de laboratórios chineses estão na fase 3 de testes clínicos, a mais avançada. São elas: Laboratório Sinovac — conhecida como CoronaVac, usa a tecnologia do vírus inativado (sem capacidade de causar infecção). Tem parceria de testes e produção com o Instituto Butantan, de São Paulo, em 17 centros de pesquisa. Laboratório Sinopharm/Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan — usa a tecnologia do vírus inativado (sem capacidade de causar infecção). Laboratório Sinopharm/Instituto de Produtos Biológicos de Pequim — usa a tecnologia do vírus inativado (sem capacidade de causar infecção). Laboratório CanSino/Instituto de Biotecnologia de Pequim — utiliza um vírus geneticamente modificado para conter trechos do DNA do coronavírus que serão reconhecidos pelo corpo humano para criar anticorpos. Laboratório Anhui Zhifei Longcom/Academia Chinesa de Ciências — baseia-se na tecnologia de “proteínas subunitárias”. Isso quer dizer que ela utiliza uma proteína específica do novo coronavírus (S) para gerar os anticorpos. A vacina Coronavac foi politizada em meio à disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Bolsonaro chegou a comemorar a paralisação dos testes por causa da morte por suicídio de um voluntário e desautorizou o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, a assinar um memorando de intenção de compra da Coronavac. Doria, por sua vez, passou na frente do Ministério da Saúde e anunciou o início da vacinação no Estado para 25 de janeiro, mesmo que o Instituto Butantan ainda não tenha apresentado os resultados da fase 3 dos testes. O Butantan diz que vai apresentar os resultados juntamente com o pedido de autorização até 23 de dezembro. O Estadão Verifica fez esta checagem baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 16 de dezembro de 2020. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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['Pedro Prata']
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['coronavírus [vacina]', 'fake news [notícias falsas]', 'coronavírus', 'Europa [continente]', 'China [Ásia]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/novo-coronavirus-tem-origem-natural-ao-contrario-do-que-afirma-virologista-chinesa/
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Novo coronavírus tem origem natural, diferentemente do que afirma virologista chinesa
Texto publicado por Li-Meng Yan foi contestado por cientistas de todo o mundo, que desmentem teoria conspiratória de que vírus teria sido criado em laboratório
2020-12-15
Circulam nas redes sociais e no WhatsApp mensagens que reproduzem declarações insustentáveis feitas pela virologista chinesa Li-Meng Yan. Ela afirma, sem evidências, que o novo coronavírus teria sido fabricado em um laboratório militar na China e utilizado como arma biológica pelo país asiático. Diferentemente do que as postagens sugerem, a cientista não comprovou a origem do SARS-Cov-2, o vírus que causa a covid-19. Ainda que Yan tenha exposto seus argumentos em um relatório publicado em setembro, as melhores evidências produzidas pela ciência até hoje indicam que o novo coronavírus tem origem natural, e não foi criado artificialmente. A microbiologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Giliane Trindade, que é especialista na ecologia de viroses emergentes, disse ao Estadão Verifica que o artigo publicado por Yan “não prova nada”. “Há inúmeros grupos de pesquisa com publicações em revistas renomadas que mostram justamente o contrário — e vários desses grupos trabalham diretamente com iniciativas de pesquisa de vírus zoonóticos silvestres”, pontuou ela. LEIA TAMBÉM Coronavírus: estudo desmente teoria conspiratória sobre criação em laboratório da China Universidade contradiz Yan Durante entrevista para o canal Fox News em julho, Li-Meng Yan disse ter identificado em pesquisa conduzida na Universidade de Hong Kong o potencial do novo coronavírus ser transmitido de humanos para humanos. Ela afirmou ainda que sua descoberta teria sido abafada por seus superiores diante de pressões políticas do Partido Comunista Chinês. Após as declarações de Yan, no entanto, a universidade emitiu um comunicado esclarecendo que a cientista havia deixado suas funções na instituição de ensino e jamais “conduziu pesquisas sobre a transmissão de humano para humano entre dezembro de 2019 a janeiro de 2020”. A nota diz ainda que os apontamentos da virologista “não têm base científica e assemelham-se a rumores”. Yan voltou a defender que o SARS-CoV-2 teria sido criado artificialmente em um programa de televisão no Reino Unido em setembro. Naquele mesmo mês, ela publicou um texto assinado por mais três autores na plataforma de pré-publicação Zenodo e alegou que sua tese foi censurada por revistas científicas. O relatório, que não passou pela revisão de outros cientistas, foi contestado por especialistas da área que acusaram o grupo de ignorar a vasta literatura científica sobre a circulação de coronavírus em populações de animais selvagens — incluindo estudos recentes sobre o SARS-CoV-2, como destaca uma matéria da National Geographic. (O microorganismo que causa a covid-19 é de uma família de vírus chamados de coronavírus) Em entrevista à revista norte-americana Newsweek, uma série de pesquisadores afirmaram que o conteúdo do artigo de Yan se apoia em afirmações infundadas e teorias da conspiração. Outro ponto que desacredita a cientista chinesa é o fato de que ela e os outros autores do texto são filiados à organização sem fins lucrativos Rule of Law Society, que não tem importância na pesquisa sobre doenças infecciosas. SARS-CoV-2 visto em microscópio. Foto: Divulgação O que dizem as melhores evidências A microbiologista Giliane Trindade, da UFMG, explica que as principais evidências indicam a origem natural do novo coronavírus, mas a linhagem exata do microorganismo ainda é incerta. Isso acontece porque a ciência ainda não foi capaz de identificar o “paciente zero” ou a população de animais específica que poderia carregar o vírus ancestral com o mesmo genoma do SARS-CoV-2. Cientistas do mundo inteiro estudam o sequenciamento do genoma do SARS-CoV-2 e analisam as semelhanças e diferenças com as estruturas de vírus que já foram mapeados anteriormente. Foi assim que um grupo de cientistas de universidades dos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália observou que o novo coronavírus não era muito semelhante a vírus que infectam humanos, mas apresentava até 96% de similaridade com o coronavírus de morcegos RatG13. A descoberta é um dos indícios que torna a hipótese de fabricação artificial do novo coronavírus bastante improvável. Segundo os pesquisadores, se o vírus fosse projetado em laboratório, sua estrutura seria parecida com a de outros organismos com potencial de infectar humanos. “Os autores são categóricos ao afirmar que não encontraram indícios de manipulação genética do novo coronavírus”, destaca Giliane. “São pesquisadores renomados, com muita experiência na área, que publicam em revistas de prestígio”. Outra pesquisa publicada na Nature em junho indica que o RaTG13 não seria eficaz o suficiente para se conectar a receptores e dificilmente poderia infectar humanos. Os autores concluem que a origem do novo coronavírus se deu pela recombinação de diferentes genomas de outros vírus da mesma família. Há outros estudos que apontam semelhanças de estruturas genéticas do SARS-CoV-2 com coronavírus encontrados em pangolins. Os trabalhos levantaram a hipótese de que esses mamíferos poderiam ser hospedeiros intermediários para evolução do vírus dos morcegos até atingir os humanos. Essa possibilidade, no entanto, ainda não é consenso na academia. O que diz Yan O trabalho de Li-Meng Yan e seus colegas contesta a credibilidade do estudo publicado em março na Nature. A virologista acusa os autores de conflito de interesse com o governo chinês, sem apresentar evidências concretas para sustentar tal afirmação. O relatório diz também que a pesquisa de Yan e outros trabalhos que propõem uma suposta origem artificial do novo coronavírus são censurados por revistas científicas. Para sustentar que o SARS-CoV-2 foi fabricado em laboratório, a cientista chinesa indica que duas cepas de coronavírus encontrados em morcegos, chamadas ZC45 e ZXC21, apresentam 89% de similaridade com o novo coronavírus. A pesquisadora afirma ainda que, de modo suspeito, esses microorganismos foram identificados e sequenciados por pesquisadores de um laboratório militar na China, em 2018. A autora argumenta que essas cepas de morcegos poderiam ter sido utilizadas como molde do SARS-CoV-2. Essa tese, no entanto, foi rebatida por uma série de especialistas. Uma checagem da agência argentina Chequeado aponta que há várias diferenças entre os vírus ZC45, ZXC21 e o novo coronavírus. Isso torna as cepas encontradas em morcegos candidatas improváveis da bioengenharia do vírus causador da covid-19. Vale lembrar ainda que, apesar do tom alarmista de Yan, não é nenhum segredo que o ZC45 e ZXC21 foram identificados por um laboratório militar chinês. Afinal, os pesquisadores publicaram o estudo em uma revista científica em 2018. Os dois vírus citados também foram alvos de pesquisas que investigaram a origem do novo coronavírus. Não há, no entanto, qualquer associação entre eles a fabricação do SARS-CoV-2. Outro ponto apresentado no trabalho de Yan é que o novo coronavírus tem uma característica estrutural que aumenta o seu potencial de infecção. Os autores do relatório dizem que não há uma estrutura semelhante em outros coronavírus e que isso só poderia ser constituído artificialmente. Pesquisas anteriores, no entanto, já identificaram essa característica em outros coronavírus de morcegos, o que reforça a hipótese de um evento natural provocado pela recombinação de vírus. Teorias da conspiração atrapalham pesquisas Uma carta publicada pela comissão de covid-19 da revista científica Lancet, em setembro, reforça que as investigações sobre as origens do novo coronavírus ainda estão longe de serem concluídas e devem prosseguir de forma científica e objetiva, sem obstáculos de agendas geopolíticas e desinformação. “As evidências até o momento apoiam que o SARS-CoV-2 é um vírus que surgiu naturalmente e não foi o resultado da criação e vazamento em laboratório”, diz a carta. “A possibilidade de envolvimento laboratorial nas origens da pandemia deve ser examinada com rigor científico e minucioso, e com uma colaboração de pesquisa aberta”. “As origens do vírus devem ser compreendidas, tanto para ajudar a pôr fim à atual pandemia, como para prevenir a próxima. Alegações infundadas e teorias de conspiração que não são baseadas em provas são prejudiciais a esta causa”, completa.
https://politica.estadao…190320200149.jpg
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['Victor Pinheiro']
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['coronavírus', 'fake news [notícias falsas]', 'China [Ásia]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/agencia-dos-eua-descartou-relacao-de-vacina-com-morte-de-voluntarios-da-pfizer-maioria-dos-obitos-ocorreu-em-grupo-de-placebo/
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Agência dos EUA descartou relação de vacina com morte de voluntários da Pfizer; maioria dos óbitos ocorreu em grupo de placebo
Postagens nas redes sociais espalham informação falsa de que seis pessoas teriam morrido após início da vacinação no Reino Unido
2020-12-15
É falso que seis pessoas imunizadas com a vacina da Pfizer contra a covid-19 na Inglaterra teriam morrido. A alegação é feita em postagens nas redes sociais que tiram de contexto as circunstâncias de óbitos registrados ainda na fase de testes do imunizante. Duas das pessoas que morreram haviam tomado a vacina, e as outras quatro haviam tomado um placebo. Mais importante, a agência reguladora dos Estados Unidos descartou relação entre as mortes e o imunizante. Em 2 de dezembro, o Reino Unido se tornou o primeiro país do Ocidente a autorizar uma vacina contra a covid-19 e a campanha de imunização em massa começou seis dias depois. Já nos Estados Unidos, a agência regulatória FDA aprovou o uso emergencial do imunizante e as primeiras doses começaram a ser administradas nesta segunda-feira, 14. A FDA considerou o imunizante seguro e eficaz contra a doença. Quatro dos voluntários sequer haviam tomado a vacina. Foto: Reprodução Não há registros na imprensa profissional de pessoas que teriam morrido na Inglaterra após tomar a vacina da Pfizer. As postagens analisadas nesta verificação acompanham o link para um site australiano que comenta sobre seis mortes ocorridas ainda durante o período de testes clínicos. Apesar disso, também é errôneo ligar os óbitos à vacina. Das seis mortes registradas, duas ocorreram no grupo que recebeu o imunizante. Um dos voluntários morreu de parada cardíaca, 62 dias após tomar a segunda dose; e o outro morreu, três dias após receber a primeira dose, de arteriosclerose, condição médica que ele já tinha anteriormente. Nenhuma delas teve a vacina como causa considerada. As quatro mortes restantes foram registradas no grupo de placebo, isto é, entre as pessoas que não receberam a vacina e que serviram de parâmetro para os resultados obtidos com os imunizados. Destes, dois não tiveram as causas da morte identificadas, um morreu de enfarte do miocárdio e outro de derrame hemorrágico. Este conteúdo circulou nos Estados Unidos e foi checado por Reuters e Politifact. No Brasil, mensagens semelhantes viralizaram após serem compartilhadas pelo empresário bolsonarista Carlos Wizard e pelo médico Alessandro Loiola. Este último já teve alegações checadas pelo Estadão Verifica e uma entrevista retirada do ar pelo YouTube por espalhar desinformação sobre a pandemia de covid-19. Entramos em contato com Wizard e Loiola por meio de e-mails ligados a seus sites, mas não obtivemos resposta até a publicação desta checagem. A vacina da Pfizer A vacina das empresas Pfizer e BioNTech utiliza uma tecnologia inovadora que introduz nas células humanas uma parte da informação genética do novo coronavírus (SARS-CoV-2) responsável pela produção de um antígeno viral. Desta forma, as células passam a produzir este antígeno, que será reconhecido pelo sistema imunológico e motivará a produção de anticorpos que protegerão o corpo contra o vírus. A vacina da Pfizer precisa ficar armazenada em a temperaturas abaixo de -70ºC, o que levou o governo federal a inicialmente vê-la com ressalvas. Apesar disso, em meio à disputa política com o governador João Doria para entregar primeiro uma vacina, o ministro Eduardo Pazuello anunciou negociações para aquisição de 70 milhões de doses do imunizante. Estas, porém, não devem começar a chegar antes de janeiro. As vacinas de tecnologia RNAm são alvo de desinformação nas redes sociais. O Estadão Verifica já desmentiu que as vacinas desenvolvidas desta forma possam causar defeitos genéticos. O Ministério da Saúde reconhece que elas são seguras, pois não há “integração do RNAm injetado ao genoma do indivíduo vacinado”. Documento O PLANO NACIONAL DE VACINAÇÃO PDF Caixa do remédio sulfato de hidroxicloroquina, conhecido como Reuquinol, sem eficácia comprovada contra a covid-19. Foto: Márcio Pinheiro/SESA Tratamento precoce Em sua postagem sobre as mortes de voluntários de testes da vacina, Carlos Wizard ainda faz propaganda de um site com informações de um suposto tratamento precoce contra a covid-19. O site já foi desmentido pelo Projeto Comprova e o Estadão Verifica por divulgar informações de medicamentos que não possuem eficácia comprovada contra a infecção pelo novo coronavírus, como a ivermectina, azitromicina e hidroxicloroquina. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o FDA, dos Estados Unidos, não recomendam o uso indiscriminado da hidroxicloroquina e cloroquina “sem a confirmação de que realmente funcionam”. Wizard é fundador da rede de escolas de inglês que leva o seu nome e chegou a ser convidado para chefiar a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde. Ele coordenaria parcerias com a iniciativa privada para fabricação de medicamentos e outros insumos, mas desistiu após se envolver em polêmicas por sugerir que haveria fraude no número de mortos por covid-19 no País. Alegações deste tipo também já foram desmentidas pelo Estadão Verifica e o Projeto Comprova. Até esta terça-feira, 15, o Brasil já tinha registrado 6,9 milhões de infecções pelo novo coronavírus, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. O País tem o segundo maior número de mortes, 181.835, atrás apenas dos EUA. O Estadão Verifica fez esta checagem baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 15 de dezembro de 2020. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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['Pedro Prata']
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['coronavírus', 'coronavírus [vacina]', 'pfizer', 'Carlos Wizard']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/nao-agencia-dos-eua-nao-alertou-que-vacinas-contra-covid-19-podem-provocar-enfarte/
ESTADAO_VERIFICA
Não, agência dos EUA não alertou que vacinas contra covid-19 podem provocar enfarte
Na realidade, FDA listou efeitos adversos que seriam monitorados em testes de imunizantes, o que não quer dizer que essas reações ocorreram
2020-12-14
Não é verdade que a Food and Drug Administration (FDA), órgão americano equivalente à Anvisa, tenha emitido um alerta sobre os riscos de vacinas contra covid-19 levarem à morte e provocarem enfarte ou outras condições médicas graves. Na realidade, em outubro a FDA listou possíveis efeitos adversos que seriam monitorados nos testes de imunizantes. Isso não quer dizer que essas reações negativas tenham ocorrido. Na sexta-feira, 11, o órgão aprovou o uso emergencial nos EUA da vacina produzida pela Pfizer e a startup alemã BioNtech. A alegação enganosa sobre a FDA está em artigo do site bolsonarista Terça Livre sobre a morte do padre John M. Fields na Pensilvânia, Estados Unidos, em 27 de novembro. Apesar do título “Padre que se ofereceu para teste de vacina da covid-19 morre”, o próprio texto esclarece que não há correlação entre os ensaios clínicos do imunizante desenvolvido pela norte-americana Moderna com a morte do religioso. LEIA TAMBÉM Em áudio no WhatsApp, engenheiro faz alegações fantasiosas sobre covid-19 e vacinas em testes Leitores solicitaram a checagem deste conteúdo pelo WhatsApp do Estadão Verifica, 11 97683-7490. Um obituário divulgado pela Archeparchy of Philadelphia, instituição religiosa na qual o padre trabalhava, confirma que ele era voluntário nos testes do imunizante. Ao anunciar o falecimento de Fields nas redes sociais no dia 28, a igreja disse que as causas da morte ainda eram incertas. Posteriormente, o padre Michael Hutsko, da igreja Saint Peter and Paul, na Pensilvânia, afirmou ao site religioso Aleteia que Fields não tinha covid-19 e que uma das causas do óbito poderia ser ataque cardíaco, o que não foi confirmado. O texto do Terça Livre, no entanto, usa a notícia da morte do padre para propagar a desinformação de que o FDA teria alertado para os riscos de ataque cardíaco. “Mesmo que a causa da morte do padre Fields não esteja sendo relacionada como efeito colateral à vacina, o FDA (Food and Drug Administration) órgão americano equivalente à Anvisa, alertou em 22 de outubro para possíveis efeitos colaterais que vacinas contra o vírus chinês poderiam causar”, afirma o artigo enganoso. O texto apresenta um slide retirado de um documento divulgado pelo diretor do Departamento de Estatísticas e Epidemiologia da agência, Steve Anderson, apresentado em conferência virtual no dia 22 de outubro. O documento expõe planos e diretrizes para monitorar a eficácia e a segurança de imunizantes da covid-19. Os eventos adversos listados não são associados a nenhuma vacina contra o novo coronavírus, muito menos representam um alerta. Trata-se, na verdade, de uma relação de episódios adversos hipotéticos, que são mencionados como referência para monitoramento após o licenciamento dos imunizantes. O slide anterior indica que os itens da lista foram selecionados levando em conta critérios da literatura científica e experiências regulatórias com outros imunizantes. “Como indicado no slide, esta é uma descrição dos possíveis, [mas] não conhecidos, eventos adversos que a FDA vai monitorar à medida que a vacina for implementada” explicou um porta-voz da agência ao site americano Politifact. Na última quinta-feira, 10, o comitê consultivo da FDA recomendou a aprovação do uso emergencial da vacina produzida pela Pfizer e a startup alemã BioNtech. Na terça-feira, a agência já havia confirmado a eficácia e segurança do imunizante após avaliar os dados de ensaios clínicos em humanos. As vacinas começaram a ser distribuídas nos EUA nesta segunda-feira, 14. Monitoramento contínuo Ao Estadão Verifica, o virologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Flavio Fonseca destacou que os estudos de vacinas contra o novo coronavírus não serão encerrados após a aprovação emergencial. Segundo ele, os participantes dos estudos ainda serão acompanhados por alguns anos. Um comunicado da FDA diz que a agência vai “monitorar continuamente a segurança das vacinas para detectar rapidamente problemas de segurança, caso estes existam”. Com a distribuição dos imunizantes, autoridades também devem monitorar passivamente a ocorrência de eventos adversos de pessoas que recebem as doses da vacina, mas não fazem parte do grupo de voluntários dos estudos. Isso já acontece com outras vacinas a partir dos relatos de pacientes, familiares e profissionais de saúde. Fonseca explica que listar possíveis efeitos colaterais de referência é uma prática comum de estudos clínicos de imunizantes. Ele reforça que isso não significa que as vacinas não são seguras ou que os efeitos colaterais estejam associados ao produto pesquisado. “A chance do evento adverso ocorrer pode ser mínima, mas tem que estar elencada porque faz parte do estudo”, aponta. O especialista ressalta ainda que não existem vacinas sem efeitos colaterais e destaca que os estudos dos imunizantes de covid-19, incluindo a vacina da Pfizer e BioNtech, indicam a ocorrência de eventos de grau leve a moderado, como dor no local da aplicação e febre. O Estadão Verifica entrou em contato com o site Terça Livre, mas não obteve resposta.
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['Victor Pinheiro']
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['coronavírus [vacina]', 'coronavírus', 'covid-19']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/campanha-de-desinformacao-sobre-vacina-apela-para-ligacao-estapafurdia-entra-imunizante-e-infertilidade/
ESTADAO_VERIFICA
Campanha de desinformação sobre vacina apela para ligação estapafúrdia entre imunizante e infertilidade
Ex-funcionário da Pfizer faz alegações infundadas sobre riscos do produto desenvolvido por Pfizer e BioNTech
2020-12-14
Não há evidências de que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer em parceria com a startup alemã BioNTech seja capaz de causar infertilidade em mulheres, como sugere um artigo amplamente compartilhado nas redes sociais. Especialistas consultados pelo Estadão Verifica e por outros veículos rechaçam a ideia de que o imunizante possa desencadear resposta imunológica contra uma proteína humana essencial na formação da placenta. O artigo analisado foi enviado por leitores ao WhatsApp do Estadão Verifica: 11 97683-7490. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica A vacina da Pfizer e BioNTech usa a tecnologia de RNA mensageiro, ou mRNA. O composto contém fragmentos genéticos da proteína espinhosa (spike) utilizada pelo coronavírus para infectar células humanas. O objetivo do imunizante consiste em levar até as células as instruções para produzir a proteína do vírus. Com isso, elas desenvolvem a capacidade de reconhecer e anular a proteína spike em caso de infecção. O conteúdo falso, publicado no blog Anonymous Incision, repercute uma petição assinada pelo ex-funcionário da Pfizer Mike Yeadon e pelo político alemão Wolfgang Wodarg em defesa da interrupção dos ensaios clínicos do imunizante da empresa. Yeadon, que não trabalha mais na Pfizer há nove anos, já foi desmentido pelo Estadão Verifica por disseminar informações falsas de que vacinas não são necessárias e de que a pandemia acabou. O artigo reproduz afirmações incorretas de que a vacina contém uma proteína importante para o sistema reprodutivo feminino chamada sincitina-1 e que a similaridade com a proteína spike do SARS-Cov-2 poderia acarretar reações cruzadas. “Se a vacina funcionar de modo a formarmos uma resposta imunológica CONTRA a proteína spike, também estaremos treinando o corpo feminino para atacar a sincitina-1, o que pode levar à infertilidade em mulheres por um período não especificado”, diz o texto falso. Para o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Fernando Spilki, no entanto, trata-se de uma hipótese “estapafúrdia”. O especialista ressalta que o imunizante da Pfizer nem sequer possui a sincitina-1. Segundo o pesquisador, a similaridade com a proteína spike do coronavírus é “espúria” e “não tem dimensão suficiente para provocar nenhuma imunidade cruzada”. “Não foi reportado infertilidade nos grupos vacinados e também não existe nenhuma associação conhecida por infecções de outros coronavírus, ou mesmo o SARS-Cov-2, em humanos e infertilidade”, acrescenta o virologista. Ao site Associated Press, uma representante da Pfizer negou existirem riscos da vacina promover uma reação cruzada. Outros especialistas consultados em checagens do Fato ou Fake, da Agência Lupa e do site americano Politifact também rejeitaram essa possibilidade. Neste sábado, 11, o uso emergencial do imunizante da Pfizer e da BioNTech foi aprovado por autores sanitárias dos Estados Unidos após uma revisão dos dados de segurança e eficácia de ensaios clínicos da vacina. A substância já é aplicada — também de forma emergencial – no Reino Unido desde a última terça-feira, 8. Não há evidências de que vacina provoca reação imunológica exagerada O artigo faz outra acusação falsa sobre as vacinas contra covid-19: a de que a formação de “anticorpos não-neutralizantes” poderia levar a uma reação imunológica exagerada no corpo, o que traria problemas de saúde. No entanto, não há evidências de que isso possa acontecer com os imunizantes contra o novo coronavírus. Os anticorpos não-neutralizantes são células que podem se ligar a uma proteína de um agente invasor, mas não têm a capacidade de anular ataques desse microorganismo. Diante de condições específicas, esses anticorpos, em vez de ajudarem a combater a doença, podem facilitar a invasão das células. Esse fenômeno já foi amplamente documentado em reinfecções por dengue e Zika. O texto afirma que, após a vacinação, participantes de testes podem ter problemas ao ter contato com o SARS-CoV-2 em ambientes não-controlados — o que o artigo chama de “vírus real ‘selvagem'”. Os autores argumentam que pode ocorrer uma “amplificação dependente de anticorpos, ADE”. Embora de fato a ADE seja uma preocupação de cientistas no desenvolvimento de imunizantes, não há evidências de que as potenciais vacinas contra o novo coronavírus possam promover essa condição. De acordo com um artigo da The Scientist, nos anos 90, cientistas testaram vacinas contra uma doença infecciosa em felinos e os animais vacinados morreram mais cedo do que os não vacinados. Autores associaram o episódio a uma possível ocorrência de ADE. Isso não prova, porém, que o mesmo pode ocorrer com vacinas de covid-19 ou outros imunizantes em humanos. Segundo Fernando Spilki, nenhum caso de reação imunológica exacerbada foi reportado nos ensaios clínicos de vacinas de covid-19 em testes atualmente. “Se aparece nos testes que a vacina está piorando o quadro da pessoa quando ela é infectada, obviamente essa vacina nunca chega no mercado. Isso não foi relatado nos testes de nenhuma das vacinas de covid-19”, ressalta o pesquisador. SARS-CoV-2 visto em microscópio. Foto: Divulgação O polietilenoglicol O texto diz também que a vacina da Pfizer e BioNTech contém polietilenoglicol (PEG) e 70% das pessoas desenvolvem anticorpos contra essa substância, de forma que o imunizante poderia, segundo os autores, desencadear reações alérgicas fatais. Um documento submetido pela Pfizer à Food and Drugs Administration (FDA), agência sanitária norte-americana equivalente à Anvisa, confirma que a substância compõe a fórmula do imunizante. O composto também é encontrado em medicamentos, alimentos e cosméticos, de acordo com a organização sem fins lucrativos de checagem de fatos Fullfact.org. Nesta quarta-feira, 9, autoridades britânicas alertaram que pessoas com histórico significativo de alergias severas devem adiar a vacinação com o imunizante da Pfizer depois que dois profissionais de saúde desenvolveram reações alérgicas graves após receberem doses do imunizante. O polietilenoglicol é uma das substâncias suspeitas de desencadear os episódios. Especialistas afirmaram, no entanto, que não se trata de algo inesperado, visto que reações alérgicas ocorrem com um bom número de vacinas. Os dois pacientes receberam o tratamento adequado e se recuperaram bem. “Não há nenhuma teoria conspiratória, não existe nenhum segredo. [As reações alérgicas] podem ocorrer com uma variedade de vacinas”, afirmou Spilki ao Estadão Verifica. Apesar do desenvolvimento rápido, vacina passou por testes de segurança rigorosos Na petição, Yeadon e Wolfgang dizem que a “duração muito curta do estudo não permite uma estimativa realista dos efeitos tardios”. “Como nos casos de narcolepsia após a vacinação contra a gripe suína, milhões de pessoas saudáveis estariam expostas a um risco inaceitável se uma aprovação de emergência fosse concedida e se seguisse a possibilidade de observar os efeitos tardios da vacinação”, afirmam. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que, embora o desenvolvimento de potenciais vacinas contra o novo coronavírus avance em tempo recorde, os imunizantes seguem testes de segurança e eficácia rigorosos. “Dada a necessidade urgente de vacinas covid-19, investimentos financeiros sem precedentes e colaborações científicas mudam a forma como as vacinas são desenvolvidas” diz o site oficial da entidade. De fato, estudos associam a vacina contra H1N1 Pandemrix a um aumento de narcolepsia em crianças e jovens na Finlândia. A doença corresponde a um distúrbio do sono que provoca sonolência excessiva durante o dia. Como destaca o Fullfact, uma pesquisa no Reino Unido mostrou que a ocorrência, no entanto, era extremamente baixa, na ordem de um caso a cada 57 mil injeções. A vacina deixou de ser aplicada em crianças e jovens. Não foram identificadas evidências de que outros tipos de imunizantes apresentavam risco de narcolepsia. Segundo Spilki, não se espera nenhum problema ao longo prazo de vacinas da covid-19. Ele ressalta que, embora os estudos sejam desenvolvidos de forma acelerada, são pesquisas transparentes e envolvem uma ampla população de voluntários. Na quinta-feira, 10, a revista científica New England Medicine Journal publicou dados da terceira fase de testes da vacina da Pfizer e BioNtech, com mais de 43 mil participantes. O perfil de segurança da vacina foi caracterizado por eventos adversos leves e moderados, como dor no local de injeção, fadiga e dor de cabeça. “A incidência de eventos adversos graves foi baixa e apresentou frequência semelhante nos grupos de vacina e placebo”, afirma o relatório. Spilki lembra que os estudos de imunizantes contra a covid-19 continuam após a liberação para uso emergencial. “Eu acredito que a nossa preocupação é mais melhorar a eficácia da vacina do que a segurança. Porque em termos de segurança, foi rápido, mas veja quantos milhares de pessoas participaram dos testes”, pontua o pesquisador.
https://img.estadao.com.…617563593097.jpg
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['Victor Pinheiro']
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['coronavírus [vacina]', 'vacina', 'coronavírus']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falsa-postagem-atribuida-a-deltan-dallagnol-com-criticas-a-rodrigo-maia/
ESTADAO_VERIFICA
É falsa postagem atribuída a Deltan Dallagnol com críticas a Rodrigo Maia
Ex-chefe da Lava Jato não publicou post no Facebook em apoio ao governo Jair Bolsonaro
2020-12-11
Voltou a viralizar nas redes sociais uma postagem falsa atribuída ao ex-chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol, com críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Publicada inicialmente em 25 de março de 2019, esta peça de desinformação já foi compartilhada mais de 60 mil vezes e voltou a circular no Facebook recentemente. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica O post falso critica Maia por supostamente pedir cargos e vantagens a deputados como condição para aprovar reformas do governo federal. “Como não conseguiu”, diz a postagem fabricada, “começou a criticar o governo e seus principais líderes”. O Estadão Verifica fez uma busca no Facebook e no Twitter do ex-chefe da Lava Jato pelo termo “Rodrigo Maia”, e não encontrou o post. As únicas menções de Dallagnol ao nome do presidente da Câmara foram para compartilhar notícias da imprensa referentes à tramitação no Congresso de pautas relacionadas ao exercício do Judiciário, como as Dez Medidas contra a Corrupção e o Projeto de Lei do Abuso de Autoridade. Dallagnol teceu comentários sobre projetos de lei referentes à atuação do Judiciário e dos investigadores. Foto: Facebook/@deltandallagnol/Reprodução Procurada, a assessoria de comunicação do Ministério Público Federal no Paraná confirmou que o procurador não fez a postagem. “Supomos ser montagem ou ter sido postado por um dos perfis falsos atribuídos ao procurador que existem ainda hoje ou existiram em algum momento”, disse em nota. Deltan Dallagnol ganhou proeminência por chefiar a equipe de procuradores que realizou a Operação Lava Jato. Com isso, se tornou alvo de peças de desinformação que usam seu nome indevidamente. O procurador alertou para “perfis fakes” com sua imagem em outubro de 2018. O Estadão Verifica já checou versões adulteradas de conversas entre Dallagnol e o ex-juiz federal Sérgio Moro. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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['Pedro Prata']
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['deltan dallagnol', 'fake news [notícias falsas]', 'rodrigo maia']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-trump-tenha-cancelado-id2020-programa-de-identidade-digital-apoiado-pela-microsoft/
ESTADAO_VERIFICA
É falso que Trump tenha cancelado ID2020, programa de identidade digital apoiado pela Microsoft
Ao contrário do que afirma texto no Facebook, projeto de identidade digital não tem como objetivo implantação de microchips na população
2020-12-10
É falso que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha cancelado o projeto de identidade digital ID2020. Também não é verdade que esse consórcio público-privado, ligado a empresas como Microsoft e Accenture, tenha como objetivo a implantação de microchips na população. Em geral, a ID2020 oferece soluções de identidade digital com uso de telefones celulares. A alegação falsa foi compartilhada em postagens no Facebook mais de 1,3 mil vezes. As publicações na rede social atacam o fundador da Microsoft, Bill Gates, e contém diversas informações falsas. O texto circulou em maio e junho em inglês e espanhol, e foi desmentido pelas agências de checagem Politifact, FactCheck.Org, Africa Check, AFP Factual e AP Verifica. LEIA MAIS CRIANDO SUA CONTA GRATUITAMENTE
https://politica.estadao…111120202503.jpg
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['Alessandra Monnerat']
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['Donald Trump', 'bill gates', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-farmaceutica-glaxo-seja-dona-de-laboratorio-biologico-na-china/
ESTADAO_VERIFICA
É falso que farmacêutica Glaxo seja dona de ‘laboratório biológico’ na China
Mensagem que circula no WhatsApp sugere conspiração para criação da covid-19, mas não há nenhuma evidência de que isso seja verdade
2020-12-10
É falsa uma mensagem compartilhada no Facebook e no WhatsApp que afirma haver ligações entre um “laboratório biológico chinês” em Wuhan com as farmacêuticas Glaxo, Pfizer e os empresários Bill Gates e George Soros. O texto sugere uma conspiração entre esses diferentes atores para criação da covid-19, mas não há evidências das relações citadas entre as empresas ou os investidores. Além disso, estudos apontam que o novo coronavírus tem origem natural, e não artificial. Esta verificação foi solicitada por um usuário do WhatsApp por meio do canal do Estadão Verifica (11) 97683-7490. LEIA TAMBÉM Coronavírus: estudo desmente teoria conspiratória sobre criação em laboratório da China A mensagem se refere ao Instituto de Virologia de Wuhan (WIV), localizado na cidade que foi o primeiro epicentro da pandemia do novo coronavírus. O site do órgão aponta que o instituto pertence à Chinese Academy of Sciences (CAS). A academia, por sua vez, é financiada majoritariamente por fundos estatais do governo chinês e verbas de transferência de tecnologia, conforme explica um representante do órgão em artigo na revista Nature. Ou seja: não há relação com Glaxo, Pfizer, Bill Gates ou George Soros. Em janeiro de 2015, o WIV inaugurou o laboratório de biossegurança P4 de Wuhan. Certificado por autoridades do país em janeiro de 2017, o complexo foi construído com o intuito de abrigar investigações científicas sobre a prevenção e controle de doenças infecciosas na China. O comunicado no site do órgão não faz menções à farmacêutica Glaxo. Ao site de verificação de fatos espanhol Maldita.es, a companhia britânica Glaxo assegurou que não é proprietária do Instituto de Virologia de Wuhan. O laboratório é alvo constante de desinformação sobre a origem do novo coronavírus. As melhores evidências indicam que o SARS-Cov-2 surgiu a partir da natureza. Glaxo não detém a Pfizer A mensagem falsa diz ainda que a Glaxo seria proprietária da Pfizer, o que não é verdade. A empresa norte-americana desenvolveu vacina contra a covid-19 em parceria com a startup alemã BioNtech. Após avaliado em três etapas de ensaios clínicos em humanos, o imunizante começou a ser distribuído nesta terça-feira, 8, a profissionais de saúde e pessoas em grupo de risco no Reino Unido. Como aponta a checagem do Maldita.es, a GSK (grupo da Glaxo) não está registrada entre as principais acionistas da Pfizer ou vice-versa. Em nota, a companhia britânica também negou qualquer relação de propriedade com o laboratório norte-americano. O único vínculo, além da concorrência de mercado entre ambas organizações, corresponde a uma joint-venture criada em 2018. Trata-se de uma parceria comercial com a proposta de criar uma empresa separada chamada “GSK Consumer Healthcare”, como informa uma nota da GSK de 2019. O anúncio global com mais detalhes sobre a parceria está disponível em inglês no site da farmacêutica britânica. George Soros e a Open Society Fundations A corrente insinua também associações entre a Pfizer, a Open Society Foundations, do magnata George Soros, e uma série de outras empresas internacionais, como a gestora de ativos BlackRock e a seguradora francesa AXA. A BlackRock é a segunda maior acionista da Pfizer, com 7,46% das ações do laboratório norte-americano, de acordo com informações do Yahoo Finanças. Uma verificação da AFP aponta que George Soros é um dos investidores da companhia. A empresa de investimentos do bilionário húngaro comprou ações da BlackRock em 2018, conforme artigo da Reuters. Não está claro, porém, se a BlackRock de fato administra os ativos da Open Society Foundation. O Estadão Verifica solicitou um posicionamento da entidade filantrópica, mas ainda não obteve retorno. Também não há evidências de nenhuma transação monetária entre a organização fundada por Soros e a empresa de seguros AXA, como destaca a AFP. A companhia francesa adquiriu em 2006 o grupo suíço de seguros Winterthur (citado na mensagem falsa como sendo da Alemanha), informa uma reportagem do El País. De acordo com o site da Academia Chinesa de Ciências, porém, o projeto do laboratório nacional de biossegurança de Wuhan não tem nenhuma relação com essas duas empresas. Na verdade, a unidade foi construída em parceria com o governo francês. “O laboratório de Wuhan P4, foi concebido por unidades de design francesas e chinesas, como [parte de] um mega programa de cooperação científica no âmbito do Acordo de Cooperação Sino-Francesa [assinado em 2004], e foi instalado e construído pela parte chinesa”, diz uma notícia da Academia Chinesa de Ciências publicada em 2017. “O laboratório recebeu o certificado do CNAS [China National Accreditation Service] em janeiro e estará plenamente operacional em breve”. Nenhum dos materiais de divulgação da Academia Chinesa de Ciências checados pelos Estadão Verifica faz menção à Winterthur ou qualquer outra empresa comercial privada estrangeira. Fundação Melinda & Gates Alvo constante de teorias conspiratórias e de desinformação, Bill Gates é apontado no texto como acionista da Pfizer e o “primeiro patrocinador da Organização Mundial da Saúde”. De acordo com a OMS, a instituição filantrópica Bill & Melinda Gates é responsável por 11,65% do fluxo financeiro da entidade, atrás apenas do governo da Alemanha, com 12,18%. A fundação filantrópica do cofundador da Microsoft investiu em estudos clínicos da farmacêutica Pfizer contra a infecções de bactérias streptococcus, que podem desencadear doenças graves em recém-nascidos. Gates também apoiou um programa para ampliar o acesso do anticoncepcional injetável Sayana em países em desenvolvimento. A organização filantrópica também apoia a Pfizer e uma série de outras empresas no desenvolvimento de potenciais vacinas contra o novo coronavírus. Todas essas informações estão disponíveis para consulta no site da fundação. Apesar do apoio financeiro a alguns projetos em parceria com farmacêutica, nem a Fundação Bill & Melinda Gates nem o nome do empresário aparecem entre os principais acionistas do laboratório norte-americano.
https://politica.estadao…190320200149.jpg
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['Victor Pinheiro']
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['coronavírus', 'china', 'pfizer', 'vacina']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/tratamento-precoce-de-covid-19-citado-por-enfermeiro-em-video-nao-tem-respaldo-cientifico/
ESTADAO_VERIFICA
‘Tratamento precoce’ de covid-19 citado por enfermeiro em vídeo não tem respaldo científico
Não há estudos científicos que comprovem a eficácia de hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, zinco e vitamina D contra o novo coronavírus
2020-12-08
Em vídeo com mais de 2,4 milhões de visualizações no Facebook, um enfermeiro recomenda a adoção de “tratamento precoce” contra a covid-19 com hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, zinco e vitamina D. Diversos estudos já mostraram que esses medicamentos não funcionam no controle do coronavírus. Até o momento, não existe nenhum tratamento comprovadamente eficaz contra a doença. Nem a Organização Mundial de Saúde (OMS) nem a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendam o uso dos remédios citados. O enfermeiro que aparece no vídeo, Anthony Ferrari Penza, já foi desmentido em outras três ocasiões pelo Projeto Comprova — coalizão de veículos de imprensa da qual o Estadão Verifica faz parte. Em uma delas, afirmou que um médico morreu por complicações da vacina de Oxford, o que é falso; o enfermeiro também disse que Etiópia e Austrália recomendam o uso de ivermectina, o que não é verdade; Penza chegou até mesmo a acusar governos estaduais e municipais de venderem corpos de vítimas da covid-19. Após a divulgação desse último vídeo, o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro abriu um procedimento administrativo para apurar a atuação de Penza. LEIA TAMBÉM É falso que hidroxicloroquina no início da covid-19 descarte necessidade de UTI No vídeo analisado nesta checagem, o enfermeiro afirma ser importante recorrer a um “tratamento precoce” já na primeira fase da covid-19, que ele chama de fase viral. “Você teve todos esses sintomas (dor de cabeça, coriza, dor de garganta) você já precisa urgentemente começar a primeira fase do tratamento, que é um protocolo recomendado por vários médicos. Azitromicina, hidroxicloroquina, zinco e ivermectina. Tudo com recomendação médica tá?”, diz Penza na gravação. Ao Estadão Verifica, o consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Fábio Gaudenzi destaca que a covid-19 realmente apresenta uma fase de replicação viral no início da doença, mas pontua que ainda não foram identificados medicamentos eficazes para inibir a ação do vírus. No vídeo, o enfermeiro diz ainda que a doença causada pelo novo coronavírus também se desenvolve em fases inflamatória e trombogênica; e chega a sugerir que “hoje existe cura” e que há tratamentos medicamentosos para cada etapa da infecção. O infectologista Gaudenzi destaca que, assim como afirma Penza no vídeo, alguns corticoides são utilizados para modular a inflamação de pacientes em estado grave, e que esse procedimento foi adotado com base em respaldo científico. O médico da SBI diz ainda que em alguns casos o paciente pode desenvolver microtrombos, o que agrava bastante a doença. No entanto, diferentemente do que informa o enfermeiro, apenas o tratamento dos coágulos não é suficiente para resolver as complicações causadas pelo novo coronavírus. Em resposta por telefone ao Estadão Verifica, o enfermeiro Anthony Ferrari disse que apenas informou sobre protocolos usados por colegas médicos — que segundo ele, são aplicados no mundo inteiro. Ferrari afirmou que não recomendou nenhum medicamento, apesar de falar no vídeo que o tratamento precoce é “importante” e “urgente”. Ele argumentou ainda que, embora não tenha comprovação científica de que os medicamentos funcionam, há evidências observacionais de médicos. Acompanhamento precoce De acordo com Gaudenzi, embora não existam medicamentos com eficácia comprovada para o tratamento precoce da covid-19, práticas não medicamentosas podem auxiliar no combate nos primeiros estágios da doença. O infectologista destaca a importância do acompanhamento clínico e da orientação do paciente desde o início dos sintomas, seja por visitas programadas a unidades de saúde ou por teleconferência. “O paciente precisa ser identificado no início dos sintomas, precisa ser examinado e depois monitorado, para que no caso de qualquer mudança no seu quadro clínico ele possa ser reavaliado e submetido a condutas de fisioterapia respiratória, oxigenação ou mesmo, no momento certo, o uso do corticoide”, pontuou Gaudenzi ao Estadão Verifica. Tratamento precoce com hidroxicloroquina é duvidoso Embora presente no protocolo de manejo de pacientes com covid-19 do Ministério da Saúde, a aplicação da hidroxicloroquina no tratamento da doença não é indicada pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão diz que ainda é arriscado afirmar que a substância vai funcionar no tratamento da doença e “não recomenda o uso indiscriminado do medicamento, sem a confirmação de que realmente funciona”, conforme o site da instituição. Caixa do remédio sulfato de hidroxicloroquina, conhecido como Reuquinol. Foto: Márcio Pinheiro/SESA Em nota publicada em junho, a Sociedade Brasileira de Infectologia se opôs à recomendação da hidroxicloroquina para pacientes hospitalizados com covid-19. Sobre a aplicação do medicamento para tratamento nos primeiros dias da doença, em casos leves e moderados, a organização afirma que essa possibilidade ainda é avaliada e que se aguardam resultados de pesquisas científicas. Documento NOTA SBI PDF Um estudo clínico randomizado com 423 pacientes, publicado na revista científica Annals of Internal Medicine, concluiu que a hidroxicloroquina não reduz a severidade ou prevalência de sintomas em pacientes não hospitalizados com sintomas iniciais da covid-19. Os autores destacam, porém, que mais estudos são necessários para confirmar os resultados. Já uma pesquisa realizada na Bélgica com cerca de 8 mil participantes indicou uma redução da mortalidade por covid-19 em pacientes medicados com doses baixas da droga. Os próprios autores afirmaram em entrevista ao projeto Comprova, no entanto, que o trabalho não é suficiente para atestar a eficácia da hidroxicloroquina em qualquer estágio da doença. Ivermectina A ivermectina apresentou potencial de inibir o novo coronavírus em testes em laboratório. Um estudo conduzido pela universidade australiana Monash University detectou a eliminação de 100% do microrganismo em experimentos in-vitro em 48h. Ainda não há, entretanto, evidências que comprovem que o mesmo resultado pode ser obtido no organismo humano. Diante da incerteza, a Anvisa publicou em julho uma nota contra a recomendação do uso indiscriminado do vermífugo. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), por sua vez, “aconselha fortemente contra o uso de ivermectina para quaisquer outros propósitos diferentes daqueles para os quais seu uso está devidamente autorizado.”. A entidade diz em seu site que uma revisão de estudos publicados entre janeiro e maio de 2020 mostrou que os trabalhos apresentavam um alto risco de viés e as evidências existentes eram insuficientes para se chegar a uma conclusão sobre os benefícios e danos do medicamento. Para infectologista, o melhor a se fazer para combater a covid-19 é adotar medidas de prevenção da doença, como o uso de máscaras. Foto: Alex Silva/Estadão Azitromicina Também não há dados que sustentem o uso da azitromicina contra a covid-19 em qualquer fase da doença. O medicamento é um antibiótico com efeito antibacteriano e não age diretamente contra o vírus. Segundo o informe da Sociedade Brasileira de Infectologia, o benefício clínico do efeito “anti-inflamatório e imunomodulador” da azitromicina em pacientes com covid-19 ainda está por ser comprovado. Um estudo brasileiro publicado na revista Lancet em setembro indicou que a droga não acelera a melhora, nem reduz a mortalidade de pacientes em estado grave da doença. Outra pesquisa brasileira, publicada no New England Journal of Medicine, apontou que o antibiótico não apresentou resultados satisfatórios combinada a hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com sintomas leves e moderados. Zinco e Vitamina D No vídeo, Anthony Ferrari também aborda o uso de suplementos alimentares como zinco e a vitamina D. Segundo Fábio Gaudenzi, no entanto, nenhum trabalho conseguiu demonstrar que o uso de suplementação com essas substâncias reduz a possibilidade de pessoas contraírem a covid-19 ou apresentarem quadros mais graves da doença. O infectologista afirma que o engano tem origem em uma interpretação equivocada de trabalhos que sugerem que a deficiência de nutrientes pode estar associada ao desenvolvimento de sintomas mais graves da covid-19. Gaudenzi explica que a suplementação deve ser orientada somente a pessoas com carência dessas substâncias. “Pessoas com deficiências nutricionais têm um deficit global de imunidade. Só que o excesso de vitaminas também não ajuda. O ideal é estar em equilíbrio”, afirma o médico. “Esse equilíbrio vai manter o seu organismo com o melhor desempenho possível para enfrentar a doença, mas não quer dizer que você tem uma superimunidade, esteja superprotegido ou completamente imune ao novo coronavírus”, destaca. O consumo excessivo de vitamina D pode provocar danos à saúde, como explica este conteúdo ‘tira dúvidas’ do Estadão. A prevenção é o caminho Para o médico infectologista, o fator decisivo em relação à covid-19 é a prevenção. Segundo ele, embora já se tenha conhecimento sobre os riscos associados a comorbidades e a idade avançada de pacientes, ainda não há como prever quem vai desenvolver quadros leves ou graves da doença. “É uma loteria que o melhor é não jogar”, afirma. Gaudenzi pontua que a covid-19 é uma doença multifatorial. “Hoje sabemos, por exemplo, que a carga viral a qual o paciente foi exposto é também um componente muito importante, por isso a importância de equipamentos de proteção e máscaras”. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…300620202741.jpg
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['Victor Pinheiro']
[]
['covid-19', 'cloroquina e hidroxicloroquina', 'ivermectina', 'vitamina d', 'azitromicina', 'coronavírus', 'hidroxicloroquina', 'coronavírus [tratamento]']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/postagem-falsa-atribui-a-braga-netto-frase-sobre-intervencao-militar-no-stf/
ESTADAO_VERIFICA
Postagem falsa atribui a Braga Netto frase sobre intervenção militar no STF
Casa Civil negou que ministro tenha feito ameaça ao Supremo; publicações no Facebook têm mais de 10 mil compartilhamentos
2020-12-08
É falso que o ministro-chefe da Casa Civil, general Walter Braga Netto, tenha dito que os militares estão “prontos para combater” o Supremo Tribunal Federal (STF). A frase falsamente atribuída ao ministro circula em postagens no Facebook. Não há registro dessa declaração e a assessoria de imprensa da Casa Civil nega que Braga Netto tenha dito algo parecido. Desde o fim de semana, publicações com a frase ultrapassaram 10 mil compartilhamentos. Em nota, a Casa Civil respondeu que o conteúdo é falso: “O ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto, não é o autor dessa mensagem. Inclusive as redes sociais estão sendo contactadas para tomarem providências em relação ao uso indevido da imagem do ministro”. LEIA TAMBÉM Marcelo Godoy: 'Razões que levaram Santos Cruz a fazer oposição ao Planalto' Em abril deste ano, circulou nas redes sociais um áudio falsamente atribuído a Braga Netto, em que uma voz pedia intervenção militar. Na semana passada, o Estadão Verifica desmentiu que o ministro seja autor de carta contra o STF. Análise pela ferramenta de monitoramento de redes sociais CrowdTangle demonstra que a frase atribuída a Braga Netto sobre intervenção militar no STF começou a ser compartilhada em dezembro de 2018. No final daquele ano, o militar era o interventor federal no Estado do Rio de Janeiro. Antes de assumir a Casa Civil, em fevereiro deste ano, também foi Chefe do Estado-Maior do Exército ao longo de 2019. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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['Tiago Aguiar e Victor Pinheiro']
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['Walter Braga Netto', 'STF [Supremo Tribunal Federal]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/video-em-que-caminhoneiros-ameacam-paralisacao-e-de-2019/
ESTADAO_VERIFICA
Vídeo em que caminhoneiros ameaçam paralisação é de 2019
Posts usam conteúdo fora de contexto para insinuar uma nova greve da categoria
2020-12-07
Publicações nas redes sociais tiram de contexto um vídeo que mostra caminhoneiros ameaçando deflagrar paralisação em estradas do Estado de São Paulo no fim do ano. O conteúdo foi publicado originalmente no Facebook em outubro de 2019, no perfil pessoal do administrador da página “Amigos da estrada força bruta”. As imagens retratam os protestos de quatro homens contra o valor das tarifas de pedágio das estradas paulistas e a favor da aplicação da lei do frete mínimo. “Governador escuta bem o que nós estamos falando. Se o senhor não der uma resposta, nós vamos parar a Anchieta e a Imigrantes agora na temporada, se vai ser em novembro ou em dezembro não importa”, diz o autor do vídeo, Marcos Vicente. O vídeo foi divulgado na página em 7 de outubro de 2019 e compartilhado mais duas vezes recentemente, em agosto e outubro de 2020. No fim do ano passado, um movimento apoiado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logísticas (CNTTL), instituição ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), chegou a ameaçar uma nova greve dos caminhoneiros em várias regiões do País, mas a mobilização não aconteceu. Desde a greve dos caminhoneiros em maio de 2018, circulam conteúdos enganosos que insinuam novas paralisações. Em novembro daquele ano, uma checagem da Agência Lupa desmentiu que a prova do Enem seria adiada por conta de uma nova mobilização. Mais recentemente, o site Boatos.org contestou rumores de que caminhoneiros planejam parar em protesto contra o Supremo Tribunal Federal em agosto e setembro de 2020.
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['Victor Pinheiro']
[]
[]
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/restricao-a-festas-de-fim-de-ano-em-sp-vale-apenas-para-estabelecimentos-comerciais/
ESTADAO_VERIFICA
Restrição a festas de fim de ano em SP vale apenas para estabelecimentos comerciais
Reuniões familiares não estão proibidas; trecho de entrevista com governador João Doria circula fora de contexto
2020-12-04
É enganoso um vídeo que circula nas redes sociais alegando que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), proibiria reuniões familiares nas festas de fim de ano. As imagens fazem parte de uma coletiva de imprensa realizada em 30 de novembro, para falar de medidas de combate ao novo coronavírus, e foram retiradas de contexto. Na verdade, as restrições valem apenas para estabelecimentos comerciais. O vídeo foi enviado por leitores ao WhatsApp do Estadão Verifica, (11) 97683-7490, para checagem. Foto: Reprodução O vídeo original está disponível no YouTube do governo estadual e pode ser visto a partir de 1h12m7s. Doria diz: “O governo do Estado de São Paulo vai aplicar medidas proibindo qualquer tipo de festa, festividade, celebração, privada ou pública, enquanto não tivermos a vacinação dos brasileiros de São Paulo. Não vamos permitir e adotaremos medidas legais e que se sobrepõem, inclusive, a medidas municipais, para impedir a realização de festas. Nem de réveillon, nem festas celebrativas, sejam públicas ou privadas.” O trecho fora de contexto está sendo compartilhado com uma legenda que diz que “quem passar o Natal em família vai ser preso pelo Doria”. A Secretaria de Comunicação do Estado esclareceu que a declaração do governador “refere-se apenas a festas que ocorram em bares, restaurantes, hotéis, salões de festas e demais estabelecimentos comerciais que são regulamentados pelo Plano São Paulo”. O Plano São Paulo é o conjunto de regras que estabelece a retomada dos setores da economia no Estado ou à adoção de ações restritivas ao funcionamento de estabelecimentos comerciais. O Centro de Contingência de Combate à Covid-19 orientou que a população se reúna em até dez pessoas nas reuniões familiares de fim de ano. O coordenador do grupo, José Medina, aconselhou que os encontros tenham curta duração, de até uma hora, e que os mais velhos sejam protegidos. O Estado de São Paulo inteiro regrediu para a fase amarela em 30 de novembro, um dia após o segundo turno das eleições 2020, no qual o Prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB) foi reeleito. A principal diferença para a fase anterior (verde) é a redução do atendimento de 60% para 40% da capacidade total e o funcionamento por no máximo dez horas.
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null
['Pedro Prata']
[]
['fake news [notícias falsas]', 'joão doria', 'Natal [25 de dezembro]']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-boulos-tenha-sido-internado-no-hospital-albert-einstein/
ESTADAO_VERIFICA
É falso que Boulos tenha sido internado no hospital Albert Einstein
Ex-candidato à Prefeitura de São Paulo ficou em isolamento em casa após diagnóstico de covid-19
2020-12-04
SAIBA MAIS É falso que o ex-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) tenha se internado no hospital particular Albert Einstein. Ele foi diagnosticado com covid-19 dois dias antes do segundo turno das eleições 2020, e ficou em isolamento social em casa. Postagens com essa alegação falsa foram compartilhadas ao menos 4,6 mil vezes no Facebook. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens do Estadão Verifica sobre as eleições 2020 Por meio de nota enviada em 4 de dezembro, a assessoria do candidato informou que “Boulos está em casa, no Campo Limpo, e não apresenta sintomas da doença”. O hospital também negou ao Estadão Verifica que ele esteja internado lá. Assessorias do político e do hospital negaram a informação. Foto: Reprodução Boulos divulgou o resultado positivo para a infecção pelo novo coronavírus por meio de uma live no Instagram, na sexta-feira, 27, direto de sua casa. No dia seguinte, gravou novos vídeos, também em casa. A alegação falsa foi publicada em 29 de setembro, dia da votação do segundo turno. Diferentemente do a postagem que sugere, Boulos passou o dia em casa e não foi votar. Ele postou vídeos da sacada de seu imóvel para agradecer os votos recebidos. Como o Estadão mostrou, ele postou um pronunciamento, feito de sua casa, no qual dá a entender que voltará a disputar eleições. “Hoje não é o fim de uma caminhada, é o começo”, disse Boulos. “Apesar de a gente não ter ganho esta eleição, saímos vitoriosos. É o início de um ciclo que se anuncia”. Ainda no período do pleito eleitoral, o Estadão Verifica desmentiu um boato que afirmava ser do pai de Boulos uma mansão na Vila Mariana, zona sul da Capital. Também não era verdade que o candidato teria dito em deixar o País após a derrota para Bruno Covas (PSDB). Este conteúdo também foi checado pelo Boatos.org. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…141120203609.jpg
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['Pedro Prata']
[]
['fake news [notícias falsas]', 'guilherme boulos', 'eleições 2020']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/ex-vice-presidente-da-pfizer-compartilha-informacoes-falsas-sobre-vacinas-e-pandemia/
ESTADAO_VERIFICA
Ex-vice-presidente da Pfizer compartilha informações falsas sobre vacinas e pandemia
As afirmações foram feitas por Mike Yeadon em um artigo divulgado em outubro
2020-12-03
Circulam nas redes sociais e no WhatsApp trechos de um artigo escrito pelo ex-vice-presidente da farmacêutica Pfizer Michael Yeadon. No texto, ele faz alegações falsas, como a que “não há necessidade de vacinas” e que “a pandemia efetivamente acabou”. Um especialista consultado pelo Estadão Verifica e dados divulgados por organizações de saúde de todo o mundo mostram o contrário. Leitores solicitaram a checagem deste conteúdo pelo WhatsApp do Estadão Verifica: 11 97683-7490. LEIA TAMBÉM É falso que o general Braga Netto seja autor de carta contra o STF que circula no WhatsApp O artigo de Yeadon foi publicado no site Lockdown Sceptics no dia 16 de outubro. Além das alegações falsas sobre a pandemia, o cientista também fez críticas ao Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) no trabalho de combate à covid-19. O Verifica entrou em contato com Yeadon por meio de suas redes sociais, mas não teve retorno até o momento da publicação desta checagem. A Pfizer disse que não vai se pronunciar sobre o assunto. Veja nossa verificação sobre as falas de Yeadon: Vacinas são necessárias no enfrentamento da covid-19 O histórico de enfrentamento a doenças infecciosas no Brasil mostra que a vacinação é uma forte aliada para eliminar ou controlar patologias. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde divulgou um relatório que apresenta avanços na “erradicação do sarampo, eliminação do tétano neonatal e no controle de outras doenças imunopreveníveis, como difteria, coqueluche e tétano acidental, hepatite B, meningites, febre amarela, formas graves da tuberculose, rubéola e caxumba, bem como, a manutenção da erradicação da poliomielite”. Documento RELATÓRIO PDF A OMS e o Instituto de Tecnologia em Imunobiologia Bio-Manguinhos da Fiocruz também defendem que o uso de vacinas é o método mais eficaz no combate à doenças infectocontagiosas. Em 2013, o instituto divulgou um artigo sobre a importância da vacinação, no qual considera que o método é o mais barato para o controle da saúde pública, diferente do custo-benefício dos medicamentos. “A vacinação mudou a história da saúde pública mundial”, disse o médico infectologista Leandro Curi, da comissão de covid-19 da Secretaria Municipal de Ibirité, em Minas Gerais. “No Brasil, por exemplo, não tem mais paralisia infantil [poliomielite]. A vacina aumenta a expectativa de vida, por isso é importante investir em pesquisas no cenário que estamos enfrentando, onde a taxa de mortalidade da covid só cresce”. Atualmente, o País recebe quatro testes de vacinas. Entre elas, a CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac Biotech; a Ad26.Cov2.S, do laboratório belga Janssen; a ChAdOx-1, desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica britânica AstraZeneca; e um imunizante da Pfizer com o laboratório alemão Biotech. Pandemia não acabou O Brasil contabiliza atualmente uma média móvel diária de 533 mortes pela covid-19, o que mostra que, diferentemente do que afirma o ex-vice-presidente da Pfizer, a pandemia continua. Foram registrados 669 novos óbitos e 48.107 casos nesta quarta-feira, 3, de acordo com dados divulgados pelas secretarias estaduais da Saúde. O dado global de casos de covid-19 se aproxima de 65 milhões. O Brasil se encontra na 10ª posição do ranking mundial. O médico infectologista Leandro Curi acredita que o País está distante de sair do quadro emergencial da doença. “Não temos segunda onda [termo usado para se referir a aumento de novos casos após redução nas estatísticas], porque não tivemos a capacidade de sair da primeira”, disse Curi. “Foi diferente dos picos de muitos países europeus. O Brasil se manteve em números altos de transmissão e agora está aumentando ainda mais”. O especialista também considera que o fato de muitos brasileiros não cumprirem normas de distanciamento social deixa o País ainda mais distante de uma redução no número de mortes e novos casos da doença. A agências de checagem Lupa e Boatos.org também apuraram a informação que circula nas redes sociais.
https://img.estadao.com.…587662448149.jpg
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['Gabi Coelho']
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['OMS [Organização Mundial de Saúde]', 'covid19', 'coronavírus [vacina]', 'CoronaVac', 'pandemia']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/tabela-forja-dados-sobre-abstencoes-brancos-e-nulos-no-segundo-turno-em-sao-paulo/
ESTADAO_VERIFICA
Tabela forja dados sobre abstenções, brancos e nulos no segundo turno em São Paulo
Números citados em imagem que circula no WhatsApp e no Facebook são muito maiores que os reais
2020-12-03
SAIBA MAIS Uma tabela com dados falsos da eleição municipal deste ano na cidade de São Paulo circula nas redes sociais. A peça informa que no segundo turno abstenções, brancos e nulos somaram 61,09% do total de eleitores. No entanto, os números de votos nulos e em branco mostrados na tabela estão errados. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens do Estadão Verifica sobre as eleições 2020 Os valores corretos são 273.216 votos em branco (3,04% em relação ao total de eleitores aptos) e 607.062 votos nulos (6,75%). A partir dos dados corretos, a proporção de brancos, nulos e abstenções é de 40,6%, e não de 61,09%. O porcentual informado de votos para os candidatos Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) também está incorreto. Na verdade, 35,26% dos eleitores paulistanos votaram no tucano, e não 23,1%; Boulos foi escolhido por 24,12%, e não 15,81%. Os dados oficiais estão disponibilizados no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), O índice de abstenção neste ano em São Paulo foi o maior num segundo turno desde a redemocratização. Mais de 2,7 milhões de eleitores (30,8%) não foram às urnas neste domingo. Este conteúdo também foi checado pela Agência Lupa e pela AFP Checamos. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…141120203609.jpg
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['Tiago Aguiar']
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['eleições 2020 São Paulo [cidade SP]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/video-de-ex-vereador-preso-em-flagrante-por-porte-ilegal-de-armas-circula-fora-de-contexto/
ESTADAO_VERIFICA
Vídeo de ex-vereador preso em flagrante por porte ilegal de armas circula fora de contexto
Postagens tentam relacionar político ao PT e ao PSOL, mas Jaime Ferreira de Lima Filho foi eleito em Guarujá pelo PP
2020-12-02
É falso que um ex-vereador preso por porte ilegal de armas seja filiado ao PT ou ao PSOL. Um vídeo que mostra a prisão de Jaime Ferreira de Lima Filho, o Jaiminho, tem sido compartilhado em postagens que atacam as duas legendas. Na verdade, Jaiminho foi eleito vereador de Guarujá, no litoral paulista, pelo Progressistas (PP) — partido ao qual ele ainda é filiado. A ação policial ocorreu no final de novembro, em Salvador, e o vídeo foi publicado pelo jornal A Tribuna. A gravação foi enviada por leitores ao WhatsApp do Estadão Verifica, (11) 97683-7490, para checagem. Foto: Reprodução De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Jaiminho foi eleito vereador do Guarujá em 2008. Diferentemente do que dizem as postagens, ele era então filiado ao PP. Em 2004, ele já havia tentado se eleger pelo PDT, mas não teve êxito. Em 2012, conseguiu a reeleição, desta vez pelo PMDB, em coligação com o PHS. Quatro anos depois, Jaiminho estava de volta ao PP. Tentou um novo mandato, mas dessa vez não obteve votos suficientes. Naquele ano, a coligação Novo Rumo Guarujá contava também com o PMN e o PPL. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o homem foi preso em flagrante próximo a uma balsa de Salvador. Ele estava com 13 pistolas, 16 carregadores e 1,6 mil munições escondidos no painel de um carro. O vídeo ganhou repercussão nas redes sociais ao ser compartilhado pelo deputado federal Capitão Augusto (PL-SP). Inicialmente, ele publicou que Jaiminho era filiado ao PT/PSOL, mas corrigiu o post horas depois e retirou a menção aos partidos. Uma versão enganosa do vídeo postada por outro usuário teve ao menos 1,2 mil compartilhamentos no Facebook.
https://politica.estadao…021220202652.png
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['Pedro Prata']
[]
['fake news [notícias falsas]', 'PSOL [Partido Socialismo e Liberdade]', 'PT [Partido dos Trabalhadores]', 'Guarujá [SP]', 'arma']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/postagens-compartilham-foto-de-2019-como-se-fosse-de-assalto-a-banco-em-criciuma/
ESTADAO_VERIFICA
Postagens compartilham foto de 2019 como se fosse de assalto a banco em Criciúma
Imagem viral, na verdade, foi registrada por câmeras de segurança em Botucatu, no interior de São Paulo
2020-12-02
É antiga a foto de um homem mascarado que viralizou nas redes sociais como se fosse do assalto a um banco de Criciúma, em Santa Catarina, que ocorreu na madrugada desta terça-feira, 1º. Esta imagem fora de contexto já foi compartilhada ao menos 34,1 mil vezes no Facebook. Foto foi tirada no interior de São Paulo em 2019. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica A foto viral na verdade foi registrada em Botucatu, no interior de São Paulo, em 11 de dezembro de 2019. Ela foi compartilhada pelo G1 na matéria “Criminosos levaram joias estimadas em R$ 1 milhão durante assalto a banco no interior de SP, diz polícia”. A imagem é de uma câmera de segurança que flagrou a ação criminosa, e contém dados do horário e data em que tudo ocorreu. Na ocasião, homens armados realizaram um grande assalto a uma agência da Caixa que contou com explosão de um cofre, tiroteio com a polícia e moradores feitos reféns. Reprodução do portal G1. Assalto em Criciúma Um grupo armado com fuzis assaltou uma agência do Banco do Brasil em Criciúma, no sudeste de Santa Catarina, na madrugada desta terça-feira, 1º. Os criminosos efetuaram disparos em direção ao 9º Batalhão de Polícia Militar e no centro da cidade, onde atingiram prédios e casas. Funcionários da prefeitura que pintavam uma faixa de pedestre foram feitos reféns e obrigados a sentar no meio da rua. A quadrilha ainda queimou um veículo no túnel que liga Criciúma a Tubarão para bloquear a via terrestre com a capital Florianópolis e dificultar a chegada de reforço policial. Quatro pessoas foram presas por furtar cédulas deixadas nas ruas após pelos criminosos. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…011220205248.png
null
['Pedro Prata']
[]
['fake news [notícias falsas]', 'Criciúma [SC]']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/ataque-a-ongs-da-amazonia-envolve-boato-infundado-sobre-envolvimento-em-mineracao/
ESTADAO_VERIFICA
Ataque a ONGs da Amazônia envolve boato infundado sobre envolvimento em mineração
Publicação compartilhada no Facebook e no Twitter sugere interesse de entidades na exploração de minérios, mas não há evidências de que isso exista
2019-08-26
A checagem abaixo foi publicada pelo Projeto Comprova. A verificação foi realizada por uma equipe de jornalistas do ‘Estado’ e Jornal do Commercio. Outras redações concordaram com a checagem, no processo conhecido como “crosscheck”. O Projeto Comprova é uma coalizão de 24 veículos de mídia, formada com o objetivo de combater a desinformação sobre políticas públicas federais. No ano passado, a iniciativa verificou alegações enganosas durante o período eleitoral. Você pode sugerir checagens por meio do número de WhatsApp (11) 97795-0022. É enganosa uma publicação compartilhada no Facebook e no Twitter que sugere, sem evidências, que mais de 100 mil organizações não governamentais (ONGs) que atuam na região amazônica estariam interessadas não na floresta, mas nos minérios presentes na área. Por lei, ONGs são entidades sem fins lucrativos e não podem obter autorização para exploração mineral. Há divergências quanto ao total de ONGs na Amazônia. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que existam 102 mil entidades da sociedade civil registradas em municípios da Amazônia Legal. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula um número bem mais baixo: 15,9 mil. As diferenças entre os dados se dão por causa de metodologias diferentes: enquanto o Ipea usa uma base maior, do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), o IBGE se vale de um recorte menor, do Cadastro Central de Empresas (Cempre). Se considerarmos o estudo do Ipea, o post nas redes sociais acerta o número de ONGs com sede na Amazônia. No entanto, a publicação erra ao dizer que a fonte da informação são “levantamentos do Exército Brasileiro e da ABIN”. De acordo com a assessoria do Ministério da Defesa, o “tema não pertence ao escopo da atuação desta pasta”. De acordo com o Mapa das Organizações da Sociedade Civil do Ipea, o número de ONGs que tem atuação em áreas relacionadas à mineração é muito pequeno: 145 em todo o país, sendo 14 em estados que compõem a Amazônia Legal. É importante destacar que essas entidades não trabalham diretamente na exploração de minérios, e têm papel de representar associações de mineradores. A publicação também alega que há abundância de mais de 14 tipos de minérios na Amazônia, mas, segundo o chefe do Departamento de Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Marcelo Esteves Almeida, nem todos têm potencial de exploração comprovado. De acordo com Almeida, avaliar o potencial de exploração de certos minerais na região, como paládio e ródio, ainda depende de mais estudos. O Comprova verificou informações publicadas no perfil @Luis_Roberto04 no Twitter e em um perfil pessoal no Facebook. Enganoso para o Comprova é o conteúdo que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde ou que seja divulgado para confundir, com ou sem a intenção deliberada de causar dano. Como verificamos Para analisar o conteúdo que viralizou, o Comprova acessou o Mapa das Organizações da Sociedade Civil, do Ipea, e o estudo As Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil (Fasfil), do IBGE. Também consultamos os especialistas Janine Mello, coordenadora do Mapa das Organizações da Sociedade Civil, e Marcelo Esteves Almeida, chefe do Departamento de Recursos Minerais do CPRM. Analisamos ainda legislação sobre autorização de exploração mineral e sobre constituição de organizações da sociedade civil. Documento AS FUNDAÇÕES PRIVADAS E ASSOCIAÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS NO BRASIL PDF Você pode refazer o caminho da verificação do Comprova usando os links para consultar as fontes originais ou visualizar a documentação que reunimos. Quantas ONGs existem na Amazônia? O Ipea calcula que existam 102.080 entidades da sociedade civil com sede em municípios da Amazônia Legal. Esse número representa 12,4% do total de ONGs do país, 820.186. O IBGE, por sua vez, estima que sejam 236.950 fundações privadas e associações sem fins lucrativos, sendo 15.919 (6,7%) em estados que compõem a Amazônia Legal. A discrepância entre os dados do IBGE e do Ipea está explicada na nota técnica reproduzida abaixo. Os dois institutos de pesquisa utilizam bases de dados diferentes; o mapa do Ipea faz um recorte mais amplo. Enquanto o IBGE utiliza o Cadastro Central de Empresas (Cempre), o Ipea parte do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), da Secretaria da Receita Federal (SRF), como um todo e de outras 14 fontes de dados auxiliares. Documento NOTA TÉCNICA PDF Apesar de os números absolutos divergirem, a proporção de ONGs encontradas nas duas pesquisas em relação ao universo total de empresas é parecido: 4,69% no caso do IBGE e 4,09% no Ipea. Além disso, ambas as pesquisas adotam critérios parecidos para classificar ONGs, baseados na Classification of the Purposes of Non-Profit Institutions Serving Households (COPNI), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Estes são os cinco elementos para definir uma ONG: são privadas e não estão vinculadas jurídica ou legalmente ao Estado; não possuem finalidades lucrativas; são legalmente constituídas; são autoadministradas e gerenciam suas próprias atividades de modo autônomo; são constituídas de forma voluntária por indivíduos. Perfil das ONGs na Amazônia A pedido do Comprova, o Ipea levantou o perfil das organizações de sociedade civil com sede em municípios que compõem a Amazônia Legal (lista completa das cidades aqui). As entidades não governamentais sediadas na região representam 12,4% das organizações da sociedade civil em atividade no Brasil. A região Norte, onde fica a maior parte da Amazônia Legal, tem 3,8 ONGs a cada mil habitantes, índice abaixo da média nacional (4/mil hab.). O Sul é a região com maior número de ONGs por pessoa (5,4/mil hab.). A Flourish map Dentre as entidades sediadas na Amazônia Legal, 50.662 (49,6%) atuam na categoria “defesa de direitos e interesses”, nomenclatura mais ampla que inclui associações de moradores, centros comunitários e organizações de defesa de direitos de grupos e minorias, meio ambiente e proteção animal. Essa forma de organização também é majoritária no restante do país (41,3% do total de ONGs). O segundo tipo de ONG mais frequente na Amazônia é a religiosa, com 19.320 entidades (18,9%). A proporção regional é menor do que a nacional (25,4%). Segundo a pesquisadora do Ipea Janine Mello, é comum no Norte do país que essas organizações também se dediquem a temas relacionados à saúde, especialmente dos povos indígenas. ONGs Amazônia 2 Infogram O Ipea também registra os recursos federais recebidos por entidades da sociedade civil. Na Amazônia, esse aporte representou 5,7% do total do valor destinado a ONGs pelo governo entre 2010 e 2018. Apenas 3.626 (0,03% do total da Amazônia) entidades da região obtiveram verba federal, no valor de R$ 6,8 bilhões. Como mostra o gráfico, a destinação de recursos a entidades na Amazônia tem diminuído ao longo dos anos. ONGs Amazônia Infogram Janine ressalta que o mapeamento mostra apenas entidades registradas em municípios da Amazônia Legal. Ainda não existe um estudo detalhado sobre a atuação de organizações internacionais em território brasileiro. Geralmente, essas entidades estão sediadas no Sudeste, afirma a pesquisadora. Quais ONGs têm interesse em minérios? É possível fazer consultas no Mapa das Organizações da Sociedade Civil do Ipea por nome da organização. O Comprova buscou palavras-chaves como “mineração”, “minérios”, “minerais”, “mineradores” e “mineradoras” para estimar quantas entidades não governamentais se dedicam ao assunto. Encontramos apenas 145 organizações que atendiam a essa descrição em todo o país, excluindo clubes de moradores com nomes similares, associações de artesãos de minérios e associações de empresas de água mineral ou suplementos minerais. Do total, apenas 14 têm sede em estados que compõem a Amazônia Legal. A maioria (36 ONGs) está em Minas Gerais, onde há indústria de extração de minério. As entidades que mapeamos na Amazônia são, principalmente, associações regionais de mineradores e de representação de empresas que trabalham na área de mineração. Apesar de essas organizações se dedicarem a temas relacionados a minérios, elas não podem obter autorização de exploração mineral, devido à sua natureza jurídica — são entidades sem fins lucrativos, e não empresas. “Organizações sem fins lucrativos não podem ter concessão federal para fazer extração de minério”, explica a pesquisadora Janine Mello. De acordo com a ouvidoria da Agência Nacional de Mineração (entidade que regula a exploração de minérios no país), para uma pessoa jurídica requerer autorização para uma pesquisa mineral, é preciso ser uma empresa legalmente habilitada, com registro na Junta Comercial. Também é possível que pessoas físicas façam esse requerimento (por exemplo, garimpeiros) — neste caso, é necessário ser pessoa natural do Brasil. Esses requisitos estão no decreto-lei 227. As ONGs precisam atender a certas exigências para serem registradas no Brasil, entre eles o de “não possuir finalidades lucrativas”, como explica este estudo do Ipea. O Código Civil define o empresário como “quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”. Documento PERFIL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NO BRASIL PDF Para existir, uma ONG precisa ter inscrição no CNPJ, mas, como é proibido buscar lucros, a atividade de extração mineral é incompatível com a sua atuação. Esta cartilha do Observatório do Terceiro Setor explica melhor o papel das ONGs no território brasileiro. São entidades de livre associação que existem para influenciar agendas públicas e exercer controle social. Embora algumas dessas organizações desenvolvam trabalhos de assistência à população, as ONGs não têm o objetivo de substituir o trabalho do Estado. Os formatos de pessoas jurídicas privadas em que elas se enquadram no Código Civil são os de associações e fundações, previstos no segundo e no terceiro capítulos da legislação. De acordo com o artigo 53, “constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos”. Conforme uma publicação da Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (Abong), elas podem comercializar produtos ou serviços, mas não podem exercer exclusivamente essa atividade ou fazer dela a sua única finalidade. O artigo 62 estabelece as possibilidades de atuação das organizações: assistência social; cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; educação; saúde; segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; e atividades religiosas. Recursos minerais na Amazônia A publicação afirma que o subsolo da Amazônia é rico em “cassiterita, paládio, ródio, tungstênio, zircônio, titânio, linhito, nióbio, tântalo, columbita, cromo, ouro, diamante e urânio, etc.”. De acordo com o geólogo do CPRM Marcelo Esteves Almeida, há locais na Amazônia onde já é realidade a exploração de recursos minerais como cassiterita (em Pitinga, no Amazonas, e no centro-norte de Rondônia), ouro (no oeste de Roraima, e em Tapajós e Carajás, no Pará), cobre (Carajás), urânio (Pitinga), nióbio-tântalo (Pitinga) e diamante (norte de Roraima). Um exemplo de destaque é a província mineral de Carajás, no Pará. Segundo este artigo do geólogo Breno Augusto dos Santos — responsável pela descoberta de jazidas de ferro na região em 1967 — as 18 bilhões de toneladas de minério encontradas representam “maior concentração de alto teor já localizada no planeta”. Além do ferro, metais como cobre, zinco, manganês e ouro também são encontrados na região. No entanto, segundo Marcelo Esteves Almeida, são necessários mais estudos para determinar o potencial de exploração mineral em outras áreas da Amazônia. “As pesquisas estão ainda muito aquém da importância e do tamanho dessa região”, disse Almeida. Apesar dos esforços recentes, dificuldades logísticas e o custo das expedições científicas têm dificultado bastante o avanço do conhecimento nas últimas décadas.” Repercussão nas redes O Comprova verifica conteúdos duvidosos sobre políticas públicas do governo federal que tenham grande potencial de viralização. A publicação foi feita no Facebook no dia 15 de agosto e, no dia 22, tinha 1,8 mil compartilhamentos, 987 curtidas e 81 comentários. No Twitter, havia 1,9 mil retweets e 5,9 mil curtidas. O mesmo texto foi usado em diversas publicações nas redes sociais desde então. Contexto O presidente Jair Bolsonaro demonstrou publicamente em mais de uma ocasião desconfiança em relação às organizações da sociedade civil. Mais recentemente, ele acusou — sem provas — ONGs que recebem recursos do exterior de estar por trás das queimadas na floresta amazônica. Para ele, o objetivo seria fazer uma “campanha” contra o governo. Em agosto, o presidente criticou o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, por ele ter participado de reuniões com ONGs quando visitou o Brasil. “O que ele veio tratar com ONG aqui? Quando fala em ONG, já nasce um sinal de alerta”, disse Bolsonaro. Quando fez acusações contra o ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Ricardo Galvão, o presidente também tentou associá-lo a ONGs. “No nosso sentimento, isso (dados sobre desmatamento) não condiz com a realidade. Até parece que ele (Ricardo Galvão) está a serviço de alguma ONG, que é muito comum”, afirmou Bolsonaro em julho. O presidente também atacou entidades estrangeiras durante um discurso em visita a Bahia, em julho. Na ocasião, ele disse que a baía de Angra “fatura quase zero” em turismo por causa dos “xiitas ambientais”. “Eu não sei por que essa gente tem tanto amor por ONGs estrangeiras. O Estado está aparelhado. Não temos preconceito contra ninguém, mas temos uma profunda repulsa por quem não é brasileiro.” No início do ano, o então ministro-chefe da Secretaria do Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, disse que a administração federal pretendia fazer um levantamento sobre o número de ONGs em atuação no país para, em um segundo momento, “otimizar” o repasse de verbas públicas a essas entidades. De acordo com o Ipea, de 2010 e 2018, foram repassados R$ 6,8 bilhões em recursos federais a organizações sediadas na Amazônia Legal. Esse valor equivale a 5,74% do total empenhado do Orçamento Geral da União para OSCs, que foi de R$ 118,5 bilhões no período. Essa verba atendeu a 22.214 organizações nesses oito anos, das quais 3.626 eram na Amazônia Legal. “Em 2010, o valor repassado para a Amazônia Legal foi de R$ 1,4 bilhão. Esse valor cai para R$ 338 milhões em 2018”, enfatizou a pesquisadora Janine Mello.
https://politica.estadao…8/Comprova-7.png
null
['Projeto Comprova']
[]
['floresta amazônica', 'Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada]', 'IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/video-em-que-indigena-chora-por-incendio-e-de-julho-e-foi-gravado-em-minas-gerais-e-nao-na-amazonia/
ESTADAO_VERIFICA
Vídeo em que indígena chora por incêndio é de julho e foi gravado em Minas Gerais e não na Amazônia
Gravação foi compartilhada como se fosse de queimadas recentes na floresta Amazônica
2019-08-23
A checagem abaixo foi publicada pelo Projeto Comprova. A verificação foi realizada por uma equipe de jornalistas do Estado, Nexo e Folha de S. Paulo. Outras redações concordaram com a checagem, no processo conhecido como “crosscheck”. O Projeto Comprova é uma coalizão de 24 veículos de mídia, formada com o objetivo de combater a desinformação sobre políticas públicas federais. No ano passado, a iniciativa verificou alegações enganosas durante o período eleitoral. Você pode sugerir checagens por meio do número de WhatsApp (11) 97795-0022. LEIA TAMBÉM Exército vai apagar incêndio criado pelo presidente São enganosas as descrições que apontam um vídeo de uma mulher indígena chorando como se fosse relacionado a incêndios recentes na Amazônia. A gravação original foi feita durante um incêndio, de fato, mas no início de julho de 2019, na aldeia Naô Xohã, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A própria mulher que aparece no vídeo, Celia Ãngohó, afirmou ao Comprova que o incêndio presenciado por ela ocorreu entre os dias 6 e 7 de julho, no município mineiro de São Joaquim de Bicas. Segundo Celia, que é porta-voz e esposa do cacique da aldeia, à época havia indícios de que o incêndio foi criminoso, pois havia sido encontrada uma garrafa plástica com cheiro de combustível no local após o Corpo de Bombeiros ter controlado o fogo. A TV Record Minas fez uma matéria sobre o ocorrido em julho. Segundo a produção da emissora, que conversou com o Comprova, o vídeo foi enviado à equipe de reportagem por um homem da aldeia, identificado como Lindomar. Celia Ãngohó também afirmou que enviou o vídeo que ela gravou a Lindomar, para que ele divulgasse à imprensa. O Comprova entrou em contato com ele por telefone, mas não teve resposta até a publicação desta verificação. Durante o vídeo, Celia cita a mineradora Vale, responsável pela barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Isso porque a mesma aldeia mostrada no vídeo foi afetada no início do ano pelo rompimento da barragem. Uma nota da ONG Instituto Socioambiental (ISA), que acompanhou o caso, afirma que o rio usado pela comunidade foi poluído pelos rejeitos do acidente. Esta verificação do Comprova investigou informações divulgadas pelas páginas Direita Cambé/PR, Catraca Livre e Sunrise Movement, que compartilharam o vídeo sem o contexto correto no Facebook e no Twitter entre os dias 20 e 21 de agosto. Como verificamos Para fazer esta verificação, o Comprova analisou os comentários de três publicações com o vídeo, no Facebook e no Twitter. Em uma delas, na página Quebrando o Tabu (que tirou o vídeo do ar nesse meio tempo), foi localizado um comentário que afirmava que a gravação, na verdade, se tratava de um incêndio em Brumadinho. A partir disso, o Comprova buscou as palavras-chave “incêndio” e “Brumadinho” no Google e identificou duas matérias do portal R7, que pertence à emissora Record, sobre o ocorrido. Em seguida, o Comprova entrou em contato com integrantes da equipe de jornalismo da TV Record Minas. Por meio deles, conseguimos o contato da mulher que aparece no vídeo, a indígena Celia Ãngohó, com quem o Comprova conversou por telefone. Foram também consultadas a Procuradoria da República em Minas Gerais, a Polícia Federal, e a Fundação Nacional do Índio (Funai), hoje ligada ao Ministério da Justiça, chefiado por Sergio Moro. A última não respondeu. Os quatro órgãos enviaram autoridades ao local para apurar a origem do fogo. O Comprova enviou também o vídeo viralizado para um servidor, de um dos órgãos, que pediu para não ser identificado e que esteve no local. Ele confirmou a identidade de Celia, que é esposa do cacique da aldeia Naô Xohã. Outros materiais consultados pelo Comprova foram a nota do ISA sobre o caso e reportagens da Record Minas na TV e na internet. Você pode refazer o caminho da verificação do Comprova usando os links para consultar as fontes originais ou visualizar a documentação que reunimos. Equipes trabalham na lama em busca de vítimas. Foto: Wilton Junior/Estadão A origem do vídeo Ao Comprova, Celia Ãngohó confirmou, por telefone, que é a mesma mulher que aparece no vídeo que viralizou e que ele foi gravado em 6 de julho, e não em agosto. A gravação também se refere à sua aldeia, em Minas Gerais, e não a alguma terra na região amazônica. A origem e a data do vídeo foram também confirmadas pela Procuradoria da República em Minas Gerais. A Polícia Federal, por email, afirmou que esteve em São Joaquim de Bicas. “Me disseram que [nas redes sociais] estão usando o vídeo com minha fala para fazer campanha em defesa da Amazônia”, disse Ãngohó ao Comprova. “Mas foi um incêndio que aconteceu na minha aldeia. Fico triste porque é um vídeo com milhares de visualizações e não falam com a gente. Estou querendo falar da minha comunidade.” Ao menos três links (1, 2, 3) mostram reportagens do portal R7 e da TV Record no local no dia 8 de julho, dois dias depois do incêndio denunciado por Ãngohó. As reportagens exibem e fazem referência ao mesmo vídeo que viralizou nos últimos dias. A produtora Ana Paula Pedrosa confirmou ao Comprova que fez reportagens sobre o ocorrido e que a mesma gravação viralizada nesta semana foi recebida pela produção da TV no início daquele mês. Uma postagem no Facebook da página Mídia Ninja, do dia 7 de julho, e uma nota da ONG Instituto Socioambiental, de 12 de julho, também confirmam que o vídeo existia antes de agosto, mês em que o número de notícias sobre o aumento das queimadas na Amazônia se intensificou. A nota da ONG também confirma a referência à aldeia Naô Xohã, em São Joaquim de Bicas, e não alguma cidade da Amazônia. A origem do incêndio Uma das postagens analisadas pelo Comprova, publicada na quarta-feira, 21 de agosto, no Facebook, pela página Direita Cambé/PR, divulgou o vídeo do incêndio ocorrido em julho, na aldeia Naô Xohã, afirmando que a “suspeita do presidente [Jair Bolsonaro] pode ser confirmada” e fez referência a “canalhas que querem destruir o governo”. A Procuradoria da República, que esteve no local para apurar o fogo, enviou ao Comprova um relato sobre a visita à aldeia Naô Xohã após o incêndio. Ao Comprova, Ãngohó não mencionou ONGs e afirma que não sabe quem causou o incêndio na aldeia onde vive, ainda que acredite que o fogo tenha origem criminosa. Para ela, o incêndio foi provocado com o objetivo de expulsar os indígenas do local. A terra onde vive não é demarcada, e por isso a comunidade enfrenta constantes conflitos pelo território, segundo ela. A ocupação indígena recente do lugar — eles estão lá há dois anos — agrava o problema. “A gente tem três turnos de vigília durante a noite, e temos preparo de bota, luva, máscara [para apagar incêndios]”, diz Ãngohó. “A comunidade está apreensiva, vivemos com medo.” Segundo ela, em agosto houve mais incêndios no local. “A gente sabe que é para intimidar.” Incêndio em uma área da floresta amazônica próxima à cidade de Humaitá, no Estado do Amazonas, em 17 de agosto. Foto: Ueslei Marcelino / Reuters Após queimadas na Amazônia nos últimos dias, Bolsonaro insinuou, na quarta-feira (21), sem apresentar provas, que organizações não-governamentais (ONGs) baseadas na floresta poderiam ter provocado o fogo para atingir a gestão federal, uma vez que deixaram de receber recursos do Executivo assim que o candidato do PSL chegou ao Planalto. A comunidade Naô Xohã fica em um imóvel da Companhia de Mineração Serra Azul (Comisa), subsidiária da Vale. Segundo a Procuradoria da República de Minas Gerais, a área está em processo de regularização fundiária, e o poder público não produziu os relatórios de identificação e delimitação (necessários no processo de demarcação da terra, se ocorrer). A Procuradoria afirmou ainda, por e-mail, que, à época do incêndio, o órgão foi informado de que indígenas pataxó e pataxó hã-hã-hãe relataram terem visto pessoas desconhecidas rondando a aldeia, efetuado disparos de arma de fogo e provocado um incêndio na mata. Eles recomendaram o contato com a Polícia Federal para informações sobre a investigação. A Polícia Federal, por sua vez, afirmou ao Comprova que “efetuou diligências preliminares” no local, mas que não comenta investigações em curso. Um inquérito registrado como nº 818/2019 foi instaurado, mas o caso não foi concluído. Amazônia em chamas. Fogo consome vegetação perto de Porto Velho, em Rondônia, nesta sexta-feira Foto: Victor R. Caivano/AP Contexto O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou em 2019 o maior número de focos de queimada dos últimos cinco anos no Brasil. Foram 75,3 mil ocorrências entre 1º de janeiro e 21 de agosto de 2019, 85% a mais do que no mesmo período do ano passado. Apenas no bioma da Amazônia foram registrados 65,1% dos focos de incêndio. O número de queimadas também aumentou em relação aos últimos cinco meses. Em agosto, até o dia 21, foram 36,7 mil focos no Brasil, aumento de 175% em relação a julho. Apenas no dia 17 deste mês foram identificadas 2,6 mil ocorrências de incêndios. A Flourish data visualization Os dados são do Programa Queimadas, do Inpe, que monitora incêndios florestais por meio de satélites. Os números podem ser consultados aqui e aqui. No início de agosto, o governo do Amazonas decretou situação de emergência no sul do Estado e na região metropolitana de Manaus por causa do impacto negativo do desmatamento e de queimadas ilegais. O objetivo do decreto é agilizar ações de combate aos focos de incêndio nas regiões mais críticas. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) do Amazonas compilou, de janeiro a julho de 2019, 1.699 focos de calor no Estado. A maioria (80%) ocorreu em julho, quando começa o período de estiagem. O aumento das queimadas acontece em meio à alta do desmatamento na região amazônica. De acordo com medições do sistema Deter, do Inpe, houve salto de 278% nos alertas de desmate de julho de 2019 em relação ao mesmo mês do ano passado. Monitoramento independente da organização não-governamental (ONG) Imazon também indica tendência de aumento: alta de 66% em julho deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Repercussão nas redes O Comprova verifica conteúdos duvidosos sobre políticas públicas do governo federal que tenham grande potencial de viralização. A postagem no Facebook da página Direita Cambé teve 201 mil visualizações e mais de 14 mil compartilhamentos até o dia 23 de agosto. No Twitter, a publicação do perfil Sunrise Movement somava 7,7 milhões de visualizações e mais de 139 mil retweets na mesma data. Uma publicação do site Catraca Livre sobre o tema foi compartilhada em sete páginas no Facebook e no Twitter com cerca de 600 interações no total. Outros perfis pessoais no Twitter e no Facebook também compartilharam o vídeo, somando mais visualizações. Manifestantes contra a destruição da Amazônia no vão livre do Masp, em SP Foto: Tulio Kruse/Estadão Outras postagens A situação na Amazônia causou comoção internacional: segundo o professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Fábio Malini, que pesquisa ciência de dados e redes sociais, foram 10,2 milhões de tuítes sobre o assunto ao longo de sete dias, 4,3 milhões apenas em 22 de agosto. As manifestações nas redes sociais, no entanto, frequentemente se utilizaram de fotos fora de contexto. Personalidades públicas como o presidente da França, Emmanuel Macron, a cantora Madonna, o ator Leonardo diCaprio, o jogador de futebol Cristiano Ronaldo e a modelo Gisele Bündchen compartilharam imagens antigas da floresta queimando. Usuários das redes sociais também amplificaram registros feitos em outros lugares, como Ribeirão Preto, em São Paulo, Malibu, na Califórnia, e Jabalpur, na Índia. Várias agências de checagem apontaram fotos compartilhadas fora de contexto: AFP, Agência Lupa, Aos Fatos e Estadão Verifica. O Aos Fatos também verificou as publicações mais recentes sobre o vídeo de Celia Ãngohó e a queimada na aldeia em Minas Gerais.
https://politica.estadao…8/Capturar17.jpg
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['Projeto Comprova']
[]
['floresta amazônica', 'queimada', 'incêndio', 'indígena', 'funai']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/postagem-enganosa-exagera-extensao-de-trecho-em-obras-na-br-381/
ESTADAO_VERIFICA
Postagem enganosa exagera extensão de trecho em obras na BR-381
Página de apoio ao presidente Jair Bolsonaro no Facebook compartilhou imagens de um trecho recém-asfaltado da rodovia e o descreve na legenda como se fosse outro, três vezes maior
2019-08-21
A checagem abaixo foi publicada pelo Projeto Comprova. A verificação foi realizada por uma equipe de jornalistas da revista piauí e da agência de notícias AFP. Outras redações concordaram com a checagem, no processo conhecido como “crosscheck”. O Projeto Comprova é uma coalizão de 24 veículos de mídia, formada com o objetivo de combater a desinformação sobre políticas públicas federais. No ano passado, a iniciativa verificou alegações enganosas durante o período eleitoral. Você pode sugerir checagens por meio do número de WhatsApp (11) 97795-0022. Uma página de apoio ao presidente Jair Bolsonaro no Facebook compartilhou um vídeo com imagens de um trecho recém-asfaltado da BR-381 e o descreve na legenda como se fosse outro, três vezes maior. O vídeo é verdadeiro e mostra trechos asfaltados e um túnel da BR-381 entre Nova Era e Antônio Dias, em Minas Gerais. A distância entre as duas cidades é de 35 km. Na descrição enganosa, o trecho é apresentado como sendo entre Belo Horizonte e João Monlevade, também ligadas pela BR-381, mas distantes 115 km. A BR-381 é popularmente conhecida como “Rodovia da Morte” devido ao grande número de acidentes que ocorrem na estrada. O trecho entre Belo Horizonte e João Monlevade, citado na descrição enganosa da postagem no Facebook, tem uma média de um acidente por dia, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Esta checagem do Comprova investigou os dados de uma publicação da página Bolsonaro Bahia no Facebook. Como verificamos Para investigar essa publicação, o Comprova consultou o site do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do Ministério de Infraestrutura, reportagens publicadas pela imprensa sobre as referidas obras, a página da empresa que realizou a obra dos túneis e o YouTube e tentou contato com o proprietário da página e com o autor do vídeo. Você pode refazer o caminho da verificação do Comprova usando os links para consultar as fontes originais ou visualizar a documentação que reunimos. Vídeo da BR-381 Inicialmente, a legenda da postagem com o vídeo diz que o trecho liberado para o tráfego fica entre Belo Horizonte e João Monlevade. Mas, ao ouvir o vídeo, nota-se que o autor da gravação fala que o trecho filmado corresponde ao caminho entre os municípios de Nova Era e Antônio Dias. Nesse caso, o autor do vídeo está correto. O mapa abaixo mostra a localização e a distância das quatro cidades. Para confirmar o que efetivamente estava sendo filmado, o Comprova fez contato com a página Bolsonaro BAHIA, que postou o conteúdo, e com seu administrador, André Meirelles, a fim de encontrar a fonte primária da gravação, mas não obteve resposta. Posteriormente, ao acessar o YouTube e colocar as palavras-chave “Nova Era Antônio Dias” chegou-se a um vídeo com a mesma duração e mostrando o mesmo trecho postado pelo usuário Bruno Cesar em 21 de julho de 2019. No Facebook, o Comprova encontrou o perfil de Bruno ao fazer uma busca por seu nome e fez contato com ele. Além de ter publicado em seu perfil o mesmo vídeo viralizado, em 22 de julho deste ano, ele ainda fez uma advertência na legenda: “Obs = Só quis expressar minha satisfação com o andamento das Obras e a redução dos trechos perigosos NÃO TEM NADA A VER COM POLÍTICA, SÓ ESPERO QUE O TÍTULO DE RODOVIA DA MORTE ACABE”. O usuário, entretanto, não respondeu. Um dia antes, em 21 de julho, Bruno havia publicado um vídeo da mesma estrada com a seguinte descrição: “Muito feliz por passar no túnel entre Nova Era e Antônio Dias já mostram um certo progresso na BR-381”. Reportagens comprovam inauguração de trecho da BR-381 O Comprova encontrou reportagens de veículos da imprensa que registraram a inauguração da obra em 19 de julho deste ano no trecho que compreende Antônio Dias e Nova Era, mencionada pelo autor do vídeo. Uma matéria publicada no site do Diário do Aço, que cobre a região do Vale do Aço, em Minas Gerais, afirma que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, inaugurou um trecho da duplicação da rodovia BR-381, na localidade de Antônio Dias. Lá, explica que “o trecho integra o chamado ‘binário pista nova’ […], onde estão localizados também dois túneis no sentido Nova Era”. O DNIT e o Ministério da Infraestrutura também publicaram notícias sobre a inauguração e liberação para o tráfego em 19 de julho deste ano. Entretanto, como é possível ver na página da própria rodovia, os túneis citados já estavam finalizados desde outubro de 2015. Contudo, a conclusão do binário pista nova era a condição para a liberação do trânsito “em cerca de 12 km de pista simples”, incluindo a passagem pelos túneis Prainha e Antônio Dias. Isso se dá porque o binário pista nova e os dois túneis são de obras e lotes diferentes: o primeiro faz parte do 3.1 e o segundo, do 3.3. Essa obra teve início em maio de 2014, durante o governo de Dilma Rousseff, como aponta esta matéria do jornal Estado de Minas. Comparação de imagens para verificação da localização Para confirmar que o trecho mencionado pelo autor do vídeo realmente correspondia às imagens mostradas, o Comprova pesquisou outras gravações do trecho publicadas por usuários em dias próximos. Abaixo, pode-se ver uma reprodução do vídeo viralizado (à esquerda), em que aparece o túnel Antônio Dias, e a captura de tela (à direita) da gravação do usuário Minas Gerais Pelo Mundo do mesmo túnel. Em ambas as imagens veem-se as mesmas marcas na construção. Em e-mail ao Comprova, o DNIT confirmou a localização da filmagem e declarou que esta foi feita “certamente no trecho de pista nova do Lote 3.1”. Também assinalou que, de acordo com a fala do usuário, as imagens foram feitas “na semana de 21 a 27 de julho deste ano”. A duplicação à qual o autor do vídeo se refere ainda não foi concluída. Segundo o DNIT, “foram entregues 15 quilômetros do lote 3.1 de pista nova e com piso de concreto. A pista está funcionando como um desvio de obra e nos dois sentidos. Isso ocorre para que seja feita a modernização do trecho já existente. Os desvios são realizados nos quilômetros 303 e 314 e os motoristas têm acesso aos túneis Antônio Dias e Prainha”. O DNIT também explicou que após a modernização da pista antiga, o trecho já liberado passará a ser de pista dupla, com os veículos trafegando apenas no sentido Governador Valadares – Belo Horizonte, direção oposta à vista na filmagem. No site oficial da obra da BR-381 é possível ver o outro lado do túnel Antônio Dias, com uma placa indicativa, cujo sentido do tráfego passará a valer após a duplicação mencionada. A iniciativa Nova 381, movimento do setor empresarial de Minas Gerais com o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico do estado a partir da BR-381, tem um site em que registra o andamento das obras da estrada, que vai de Governador Valadares até Belo Horizonte, passando por, dentre outras cidades, Antônio Dias e Nova Era. A BR-381 corta a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), popularmente conhecida como Vale do Aço. O local é composto por quatro municípios (Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo), além de mais 24 cidades metropolitanas, dentre elas Antônio Dias. O nome da região advém dos complexos de indústrias siderúrgicas, que precisam da BR-381 para que ocorra o escoamento da produção. O trecho da BR-381 ao qual se refere a descrição do vídeo, entre Belo Horizonte e João Monlevade, está previsto para ser duplicado pela iniciativa privada em processo de concessão que será realizado em 2020 pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e que está em fase de audiências públicas. A rodovia será concedida em um pacote com a BR-262, no trecho entre Vitória (ES) e João Monlevade. Repercussão nas Redes O Comprova verifica conteúdos duvidosos sobre políticas públicas do governo federal que tenham grande potencial de viralização. O post com o vídeo que mostra a rodovia BR-381 foi publicado em 5 de agosto de 2019 pela página Bolsonaro Bahia e contou até o dia 19 de agosto com mais de 4,8 mil compartilhamentos e 150 mil visualizações.
https://politica.estadao…8/Comprova-5.png
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2021-05-20
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https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/artigo-enganoso-associa-mais-armas-a-menos-violencia/
ESTADAO_VERIFICA
Artigo enganoso associa mais armas a menos violência
Pesquisas realizadas por universidades nos Estados Unidos e no Brasil indicam o contrário; publicação traz perspectiva incompleta de estatísticas sobre o Brasil e os EUA
2019-08-14
A checagem abaixo foi publicada pelo Projeto Comprova. A verificação foi realizada por uma equipe de jornalistas do Estadão Verifica, GaúchaZH e Jornal do Commercio. Outras redações concordaram com a checagem, no processo conhecido como “crosscheck”. O Projeto Comprova é uma coalizão de 24 veículos de mídia, formada com o objetivo de combater a desinformação sobre políticas públicas federais. No ano passado, a iniciativa verificou alegações enganosas durante o período eleitoral. Você pode sugerir checagens por meio do número de WhatsApp (11) 97795-0022. LEIA TAMBÉM Montagem enganosa atribui a Bolsonaro obras na BR-163 feitas no governo Dilma É enganoso um artigo compartilhado nas redes sociais com a alegação de que mais armas podem reduzir os índices de violência. Pesquisas realizadas por universidades nos Estados Unidos e no Brasil indicam o contrário. O artigo usa números de armas e homicídios dos Estados Unidos, mas fornece dados incorretos sobre o Brasil. A publicação original foi feita após dois atentados com armas de fogo nos Estados Unidos que resultaram em 31 mortos. O texto acusa a mídia de hipocrisia e a esquerda de ser oportunista por relacionarem a permissividade com a posse de armas à violência. O Comprova calculou a correlação entre a força ou fraqueza relativa das legislações estaduais sobre armamentos e a taxa de mortes por armas de fogo nos estados americanos, estatística que também inclui acidentes e suicídios. O resultado encontrado aponta que quanto mais forte a regulamentação antiarmas, menor o índice de mortes por armas de fogo. Esta verificação do Comprova investigou os dados de um texto publicado no site Jornal da Cidade Online. Como verificamos O Comprova verificou as alegações feitas no post com dados de instituições como Small Arms Survey, Organização Mundial da Saúde (OMS), FBI, Giffords Law Center, Departamento de Justiça norte-americano, Suprema Corte dos Estados Unidos, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O Comprova também entrou em contato com o autor da publicação. Você pode refazer o caminho da verificação usando os links para consultar as fontes originais ou visualizar a documentação que reunimos. Armas e homicídios no Brasil e nos Estados Unidos É verdadeiro que os Estados Unidos são o país mais armado do mundo, com 393 milhões de armas, mais do que as 300 milhões indicadas no texto do Jornal da Cidade Online. O país também está em primeiro lugar como a nação com mais armas entre seus cidadãos: há 120,5 armas para cada 100 habitantes. Mais de uma por pessoa e duas vezes mais do que o Iêmen, que está em segundo lugar e tem uma taxa de 52,8 armas per capita. Homens observam modelos de revólver na Sands Convention Center, em Las Vegas (EUA). Foto: Isaac Brekken/The New York Times O Brasil é o sétimo do ranking, com 17,5 milhões de armas. Valor bem acima do exposto no texto, de menos de 1 milhão. Considerando o número de armas entre os cidadãos, há 8,3 para cada 100 habitantes. Os dados são do último relatório da organização Small Arms Survey, de 2017, cujos estudos, envolvendo 178 países, são usados por governos do mundo inteiro para desenvolver políticas públicas. A organização é ligada ao Graduate Institute of International and Development Studies, de Genebra (Suíça). A taxa de homicídios no Brasil é 4,8 vezes maior do que a dos Estados Unidos. Enganosamente, o texto afirma que é seis vezes maior. Por aqui, há 31,3 homicídios a cada 100 mil habitantes e por lá, 6,5 a cada 100 mil. Os dados são de relatório de 2017 da Organização Mundial da Saúde (OMS) (expostos na página 55). Documento RELATÓRIO DO SMALL ARMS SURVEY PDF Documento ANEXO DO RELATÓRIO DO SMALL ARMS SURVEY PDF Documento RELATÓRIO DA OMS PDF Armas no mundo Infogram Relação entre armas e violência A premissa do texto é de que mais armas podem reduzir os índices de violência. No entanto, a maioria das pesquisas sustenta o contrário: que dificultar a compra reduz as mortes por arma de fogo. Um estudo feito na Universidade de Columbia e publicado em 2016 no periódico Epidemiologic Reviews revisou os resultados de 130 pesquisas feitas em 10 países, de 1950 a 2014. Resultado: políticas que restringem o acesso a armas resultaram em menor violência nos países. Em 2018, mais pessoas morreram por armas do que por acidentes de carro nos Estados Unidos, mostrou o CDC, equivalente à Anvisa norte-americana. Há também uma revisão feita no Brasil pelo professor do Insper e pesquisador na área em análise econômica do direito Thomas Conti. Ele analisou 61 pesquisas sobre o assunto – muitas delas, revisões de outros estudos – e descobriu que 90% delas indicam que mais armas não estão associadas a menos crimes. Os critérios de seleção foram estudos publicados nos últimos cinco anos, em revistas científicas de alto padrão. Ele afirma que os estudos que defendem que mais armas combatem a violência têm falhas na metodologia. Ainda no Brasil, há três grandes estudos que analisam a relação entre armas de fogo e violência: Mapa da Violência, o Atlas da Violência e Anuário Brasileiro da Segurança Pública. Todos apontam que maior circulação de armas está associada a mais violência. Documento MAPA DA VIOLÊNCIA PDF Documento ANUÁRIO BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA PDF Daniel Cerqueira, coordenador do Atlas da Violência e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), órgão do governo federal, afirmou ao Comprova que as evidências internacionais e brasileiras apontam que as armas estão relacionadas à violência. Ele também destacou que a realidade dos Estados Unidos precisa ser comparada com a de outros países desenvolvidos — neste caso, o país tem índices de violência acima dos registrados em nações europeias. “As pesquisas internacionais mostram que a arma conspira contra a segurança da própria família, que aumenta as chances de os vizinhos sofrerem violência, aumenta as chances de a arma cair no mercado ilegal e inclusive de o lar da família ser alvo de interesse de criminosos em busca das armas”, aponta o pesquisador, doutor em Economia pela PUC-Rio e um dos maiores especialistas do Brasil na relação entre economia do crime e segurança pública. “Os poucos estudos que apontaram o contrário caíram em descredibilidade por erros técnicos, foram refeitos e chegou-se a resultados contrários”, acrescenta. O estudo mais recente em andamento e com grande abrangência está sendo tocado por um dos mais respeitados pesquisadores sobre os impactos de armas de fogo no mundo, o professor John J. Donohue, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. A metodologia de análise inclui aquela usada por autores que defendem que mais armas reduzem a violência. Em junho de 2019, um artigo com os resultados foi publicado. Ao analisar os efeitos da flexibilização do porte de armas em diferentes Estados norte-americanos (lá, cada estado tem autonomia para decidir sobre o tema), os pesquisadores descobriram que facilitar o porte de armas aumentou de 13% a 15% a taxa de crimes violentos após 10 anos de as leis terem sido flexibilizadas. Nos Estados Unidos, os dados também indicam que armas de fogo em casa são um risco para crianças e adolescentes. Este estudo de 2018 feito por pediatras da Universidade de Stanford, na Califórnia, mostra que ferimentos por arma são a segunda principal causa de morte de jovens nos Estados Unidos – os dados usados são do próprio governo federal. Em estados onde comprar armas é mais fácil, o risco é duas vezes maior do que onde há mais obstáculos para comprá-las. Um dos autores do estudo diz que uma criança norte-americana tem 82 vezes mais chances de morrer com um tiro do que uma criança de qualquer outro país desenvolvido. Há ainda outro problema nos Estados Unidos: quem tem armas de fogo em casa tem 10,4 vezes mais chances de morrer por suicídio, mostrou estudo publicado no American Journal of Epidemiology em 2004. Historicamente, o maior número de mortes por armas de fogo nos EUA ocorre por suicídio, a 10ª maior causa de morte no país. Os dados do CDC ainda mostram que metade dos norte-americanos que se suicidaram em 2017 usaram justamente uma arma de fogo. Documento MORTALIDADE NOS ESTADOS UNIDOS EM 2017 PDF O aumento de armas na população está também associado com o aumento de armas no mercado irregular, aponta o Atlas da Violência, publicado em 2019 no Brasil. O documento cita os resultados da CPI das Armas, realizada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O estudo apurou que, entre 2005 e 2015, 17,6 mil armas legais foram desviadas para o mercado paralelo, das quais 86% tinham sido compradas de forma legal para civis e militares. Legislação sobre armas nos Estados Unidos O texto do Jornal da Cidade Online faz uma comparação enganosa entre cidades dos Estados Unidos, afirmando que Chicago e Baltimore são as mais violentas e que têm legislações mais restritivas para o acesso a armas. Homem treina disparo com revólver no Flatrock Training Center, no Colorado (EUA). Foto: Jason Connolly / AFP Baltimore, em Maryland, é a 4ª cidade com índice mais alto de assassinatos nos Estados Unidos (22 por 100 mil habitantes) e Chicago, em Illinois, fica na 20ª posição (9 a cada 100 mil). Os dados são das estatísticas mais recentes compiladas pela agência federal de inteligência americana, o FBI, de janeiro a junho de 2018. A taxa mais alta de homicídio é de St. Louis, no Missouri (26 mortos a cada 100 mil habitantes). Se considerarmos os índices de crimes violentos (homicídio, estupro, assalto e agressão corporal grave), a cidade mais violenta dos Estados Unidos é Detroit, no Michigan (934 casos por 100 mil habitantes). Baltimore está na 5ª posição do ranking (839 casos a cada 100 mil habitantes) e Chicago só aparece em 30º (479 registros por 100 mil habitantes). Embora Baltimore e Chicago tenham leis de porte e venda de armas mais restritivas, elas não são as mais rígidas do país. Maryland e Illinois estão, respectivamente, no 4º e 8º lugar do ranking do Giffords Law Center, organização que advoga pelo controle de armas de fogo e classifica a legislação dos estados americanos com notas de A a F (sendo a primeira mais restritiva e a segunda, mais permissiva). A entidade leva em consideração aspectos como verificação de antecedentes e regulamentos de segurança. A distribuição das cidades com números de criminalidade mais altos não se divide de forma uniforme em relação à rigidez da legislação estadual sobre armas de fogo. Entre as 30 cidades americanas com maior índice de crimes violentos, 12 estão localizadas em estados com nota “F” no ranking Giffords, cinco em estados com notas “D” e “D-”, quatro em estados com notas “C” e “C-”, duas em um estado com nota “B+” e sete em estados com notas “A” e “A-”. Quando comparamos a taxa de homicídios com a rigidez em relação à legislação de armas, observamos que entre as 30 cidades com índices mais altos de assassinatos, nove estão em estados com nota “F”, ou seja, são mais permissivas; 11 em estados com notas “D” e “D-”, cinco em estados de notas “C+”, “C” e “C-”, uma em um estado com nota “B+” e quatro em estados com notas “A” e “A-”. O que se pode concluir desses dados é que os exemplos de Baltimore e Chicago são anedóticos, e não são indicadores de tendências nos Estados Unidos em geral. As cidades que estão no topo das mais violentas do país, Detroit e St. Louis, ficam em estados com legislação relativamente mais frouxa em relação a armas: Michigan (nota “C”, 16º lugar no ranking Giffords) e Missouri (nota “F”, 47º lugar). Untitled infographic Infogram No ranking do Giffords Law Center, Maryland tem nota “A-”, o que indica uma legislação relativamente restritiva. Entre as exigências, está a checagem de antecedentes para compra e transferência de pistolas e a proibição de venda de mais de uma arma em um período de 30 dias. Para obter licença para comprar um revólver, é preciso completar um curso de segurança. As regras mais rígidas para porte de armas de fogo no estado americano foram aprovadas em 2013, com o Firearm Safety Act. No ano passado, foram estabelecidas normas ainda mais duras, de acordo com o Giffords Law Center. Documento FIREARM SAFETY ACT PDF É importante ressaltar que uma parte considerável das armas utilizadas em crimes em Maryland é importada de outros estados. A Divisão de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, na sigla em inglês) do Departamento de Justiça americano registrou que, em 2017, 53% das armas rastreadas em Maryland foram compradas em outros estados dos EUA, a maior taxa de importação da nação — a média do restante do país é 29%. Documento REGISTROS DO ATF – MARYLAND PDF Segundo a ATF, os armamentos vieram de unidades da federação como Virginia (nota “D”), Pennsylvania (“C+”), West Virginia (“F”) e Georgia (“F”), que têm legislação mais frouxa que Maryland, segundo o ranking do Giffords Law Center. Illinois tem nota “B+” e fica na 8ª posição entre os 50 estados americanos no ranking Giffords. Assim como Maryland, é preciso passar por uma checagem de antecedentes antes de adquirir uma licença para portar armas, que dura 10 anos. Há ainda uma lei de proteção a crianças que proíbe deixar armas destrancadas ao alcance de menores de 14 anos. O estado, no entanto, não exige o registro de armas de fogo nem impõe restrições à compra de múltiplos armamentos. Documento REGISTROS DO ATF – ILLINOIS PDF De forma semelhante ao que ocorre em Maryland, Illinois também tem taxa alta de importação de armas de outros estados. Segundo relatório da ATF de 2017, 52% das armas rastreadas utilizadas em crimes vieram de unidades da federação diferentes. Indiana (nota “D-”), Wisconsin (“C-”) e Missouri (“F”) são as fontes mais frequentes de armas, todos estados com legislação mais permissiva, de acordo com avaliação do Gifford Law Center. O departamento de polícia da cidade de Chicago também produziu um documento sobre a origem das armas empregadas em crimes. O levantamento aponta uma tendência consistente de uma década em que a maioria das armas de fogo ilegais recuperadas em Chicago são rastreadas a estados com menos regulação de armas de fogo. No caso da cidade, quase 60% do armamento usado em crimes vinha de outras unidades da federação. Documento GUN TRACE REPORT – POLÍCIA DE CHICAGO PDF Usar Chicago como exemplo de cidade em que o controle de armas de fogo não funcionaria já foi uma tática empregada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pela ex-porta-voz da Casa Branca Sarah Huckabee Sanders. Como ressaltou a rádio americana NPR, esse argumento também ecoa em sites de direita, como o Breitbart. Essa alegação, no entanto, já foi desmentida por agências de fact checking dos Estados Unidos, como Politifact. De acordo com o Politifact, a reputação de Chicago como uma cidade com alta restrição ao porte e venda de armas vem de 1982, quando foi banida a posse de revólveres nos limites municipais. Essa proibição caiu em 2010, com uma decisão da Suprema Corte americana baseada na Segunda Emenda da Constituição do país. Em 2013, o estado de Illinois afrouxou sua legislação sobre armas, permitindo o porte não ostensivo de armas. Documento DECISÃO DA SUPREMA CORTE AMERICANA PDF Em geral, o estado americano que tem a legislação considerada mais restritiva em relação ao porte e à posse de armas é a Califórnia. Todas as vendas de armamentos e munições precisam passar por verificação de antecedentes; vendedores e compradores devem ter licenciamento; há registros permanentes de armas de fogo; existe proibição de armamentos de alto calibre; autoridades locais têm liberdade de impor ainda mais restrições sobre o assunto. O Mississippi fica em último lugar no ranking do Giffords Law Center, o que quer dizer que o estado tem a legislação considerada mais permissiva em relação ao porte e à posse de armas. Donos de armamentos não precisam ter licença ou registrar suas armas; não há limite no número de armas que pode se comprar de uma só vez; não há verificação de antecedentes na transação de armas entre duas partes privadas. A organização pró-controle de armas observou uma correlação entre os estados com legislação mais permissiva e a taxa de mortes por armas de fogo. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos compila essas estatísticas de mortalidade, que incluem acidentes, auto-defesa e suicídio, além de crimes violentos. Existe correlação entre duas variáveis quando elas caminham juntas. O Comprova calculou a correlação entre a nota do Giffords Law Center e a taxa de mortes por armas de fogo, em uma escala que vai de -1 a 1. Em termos estatísticos, quanto mais próximo o resultado for de 1, maior a correlação — considera-se que ela é “forte” quando fica entre 0,70 e 0,89. A correlação encontrada foi de -0,78, o que quer dizer que quanto mais forte a legislação antiarmas, menor a taxa de mortes por armas de fogo. Correlação entre mortes por armas de fogo e legislação antiarmas Infogram Violência nos Estados Unidos e na Suíça A publicação do Jornal da Cidade Online faz uma comparação entre os índices de violência de cidades dos Estados Unidos governadas por democratas e republicanos. De fato, a maioria das cidades mais violentas dos Estados Unidos são governadas por democratas. Segundo estatísticas de crimes mais recente do FBI, de janeiro a junho de 2016, dentre as 20 cidades com maior índice de criminalidade violenta, apenas uma tinha um prefeito republicano — Wichita, no Kansas. Outras três tinham governo apartidário — caso de Springfield, no Missouri, San Bernardino, na Califórnia, e Beaumont, no Texas. Entre as 20 cidades com menor índice de criminalidade violenta, sete são democratas e seis, republicanas. O mesmo é observado quando a taxa considerada é a de homicídios. Entre as 20 primeiras, apenas uma tem prefeito republicano: Westminster, no Colorado. Dentre as 32 cidades com taxa de homicídio zero, sete são democratas e cinco, republicanas. Mas isso quer dizer que ter um prefeito democrata aumenta a violência de uma cidade? Não necessariamente. Ao refletir sobre o assunto, é preciso ter em mente dois conceitos importantes que cientistas usam ao olhar para dados estatísticos: correlação (quando dados de diferentes contextos aumentam ou sobem junto, indicando que um fenômeno está ligado a outro) e causalidade (quando os dados indicam que um fenômeno causa outro). O site Spurious Correlations (correlações absurdas, em inglês) traz alguns exemplos de ligações que não fazem nenhum sentido. Uma delas é que o número de crianças afogadas em piscina cresce quando é lançado no cinema um filme com o ator Nicholas Cage. Apenas com os dados apresentados no texto publicado pelo Jornal da Cidade Online, não podemos afirmar de forma categórica que a correlação entre cidades democratas e taxa de violência seja espúria. Segundo o cientista político Guilherme Jardim Duarte, é possível que este seja um caso em que existam “variáveis de confusão”. São fatores terceiros que podem influenciar na correlação entre um elemento e outro. “Outros fatores podem estar causando, ao mesmo tempo, a eleição de democratas”, afirma Jardim. “Por exemplo, fatores populacionais, raciais, regionais e de pobreza.” Um artigo na revista National Review explora esse assunto. Um dos elementos a levar em conta é que, em geral, grandes centros urbanos nos EUA são democratas. Das 100 maiores cidades do país, 62% são governadas por este partido. E há exemplos muito diferentes nesse grupo: Baltimore, em Maryland, tem alta taxa de crimes violentos; mas Austin, no Texas, tem índice baixo de violência e também é democrata. As duas cidades têm características muito diferentes. Por exemplo, enquanto Baltimore tem população majoritariamente negra (61,9%), Austin é composta principalmente por brancos (47,7%) e hispânicos ou latinos (34,2%). Baltimore tem taxa de pobreza de 22,4%, com renda média de US$ 47 mil por ano. Em Austin, esses valores são de 15,4% e US$ 67 mil, respectivamente. Esses elementos podem influenciar, de maneiras distintas, os índices de criminalidade. A relação entre armas e criminalidade é complexa: pesquisadores do tema afirmam que o crime ocorre por vários fatores, incluindo desigualdade social, acesso a armas, poucos policiais na rua, entre outros. Uma viatura de polícia patrulha a região do Hotel InterContinental durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Foto: Ruben Sprich / Reuters (21/01/14) O texto do Jornal da Cidade Online alega ainda que, retiradas as cidades democratas, a taxa de homicídios dos Estados Unidos seria comparável à da Suíça. Consultado, o autor do artigo não mostrou estatísticas que corroborem essa comparação. O índice de assassinatos suíço é um dos mais baixos da Europa, de 0,5 a cada 100 mil habitantes segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos Estados Unidos, essa taxa é de 6,5 por 100 mil habitantes. Documento RELATÓRIO DA OMS PDF Áreas com restrições às armas A publicação do Jornal da Cidade Online alega ainda que a restrição às armas em algumas áreas contribuiria para um maior número de ataques. O Washington Post fez em maio de 2018 a checagem de uma declaração do presidente Donald Trump que usava a mesma informação: ele afirmou que 98% dos ataques aconteceram em lugares onde as armas são proibidas. O jornal apontou que Trump se baseou em um estudo da organização Crime Prevention Research Center (CPRC). A página foi atualizada e no dia 13 de agosto apontava que 94% dos ataques desde 1950 aconteceram em “Gun-Free Zones”. Consultando o site Wayback Machine, no entanto, é possível ver que em maio deste ano o índice apontado era de 97,8%. O presidente Donald Trump discursa em Monaca, na Pensilvânia (EUA). Foto: Anna Moneymaker/The New York Times Um estudo da Everytown for Gun Safety, citado pelo Washington Post, apontou que 10% dos ataques entre 2009 e 2016 aconteceram em áreas com restrição às armas. As duas pesquisas, no entanto, não podem ser comparadas por terem metodologias diferentes, como o número de vítimas para que seja considerado um ataque, e terem sido realizadas em períodos distintos. Documento ESTUDO DA EVERYTOWN FOR GUN SAFETY PDF Com exceção das escolas, que estão na legislação nacional, a definição das normas sobre essas localidades cabe a cada um dos estados. A publicação do Jornal da Cidade Online relaciona a política de restrição de armas a Joe Biden, adversário de Trump nas eleições de 2020. Em 1990, foi aprovada uma legislação que criava as “Gun-Free School Zones”, que proibia a posse de armas em áreas escolares. O presidente era George H. W. Bush, do Partido Republicano, e Biden estava no Congresso. Documento LEGISLAÇÃO EM 1990 PDF Em 1994, durante o governo de Bill Clinton, do Partido Democrata, houve uma nova mudança nas leis criminais, que é relacionada politicamente ao nome de Joe Biden nos Estados Unidos. A lei tem um capítulo sobre armas, mas não estabelece outras zonas, além das escolas, onde as armas são proibidas. O trecho sobre as “Gun-Free School Zones”, porém, estabelece que crimes envolvendo drogas e armas são problemas nacionais. Além disso, frisa que a violência em áreas escolares tem como consequência a queda na qualidade da educação, que tem impacto na economia dos Estados Unidos. Documento LEGISLAÇÃO EM 1994 PDF Pena de morte A publicação do Jornal da Cidade Online ainda critica políticas de esquerda e afirma que “terrorista merece a pena de morte”. Esses trechos não foram verificados pelo Comprova por serem opinativos. Repercussão nas Redes O artigo foi divulgado pelo site Jornal da Cidade Online em 6 de agosto e desde então obteve 488 compartilhamentos nas contas de Facebook e Twitter da própria publicação, segundo a ferramenta de medição Crowdtangle. Somando ao engajamento em outras contas, esse conteúdo obteve 1,3 mil interações até o dia 14 de agosto. Os principais divulgadores foram páginas de direita e de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Contexto O texto foi publicado no dia 6 de agosto, após dois ataques nos Estados Unidos, um em El Paso, no Texas, e o outro em Dayton, no estado de Ohio. O primeiro deixou 22 mortos e o segundo terminou com nove mortos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de solenidade de lançamento da campanha publicitária para o desarmamento no Palácio do Planalto, em 2004. Foto: Joedson Alves / Estadão (02/09/04) Em entrevista depois dos atentados, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou a jornalistas que “não é desarmando o povo que você vai evitar isso aí”. No Brasil, o porte de armas é proibido desde o Estatuto do Desarmamento, Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003, quando o presidente era Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As exceções são integrantes das Forças Armadas, policiais (federais, rodoviários federais, ferroviários federais, civis e militares), bombeiros militares, auditores fiscais e tributários, entre outras categorias. Para a posse, alguns dos requisitos eram a declaração da efetiva necessidade e a apresentação de documentos como comprovação de ocupação lícita, residência certa, capacidade técnica e aptidão psicológica. Em 2005, um referendo retirou o artigo 35 do estatuto, que previa a proibição da comercialização de armas de fogo e munição. Os outros trechos da lei, no entanto, não foram alterados na consulta popular. Step by Step Charts Infogram O Estatuto do Desarmamento revogou a lei 9.437/1997, do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que criava o Sistema Nacional de Armas (Sinarm). Essa lei não proibia o porte de arma, apenas limitava ao “requerente comprovar idoneidade, comportamento social produtivo, efetiva necessidade, capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo”. O Mapa da Violência de 2016 apontou que as taxas de homicídios nos estados são heterogêneas e, enquanto São Paulo e Rio de Janeiro, maiores centros urbanos do país, tiveram trajetória de queda, no Norte e no Nordeste houve um aumento. “Continuando o processo iniciado em meados da década de 1990, agora reforçado pelos controles impostos pelo Estatuto do Desarmamento, se consolida a tendência de queda nos grandes polos da violência tradicionais e seu deslocamento para municípios do interior e/ou novos polos”, aponta a pesquisa. As vítimas são predominantemente homens e jovens. Além disso, enquanto o número de vítimas negras aumentou, o de brancas diminuiu. Documento MAPA DA VIOLENCIA PDF Em 2019, Jair Bolsonaro assinou sete decretos flexibilizando a posse e o porte de armas. O primeiro foi o 9.685, de 15 de janeiro de 2019, que mudava as regras para a posse. Esse texto foi revogado pelo decreto 9.785, de 7 de maio de 2019, que, por sua vez, foi alterado pelo decreto 9.797, de 21 de maio de 2019. No dia 18 de junho, o Senado Federal rejeitou o decreto 9.785. Foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo 233/2019, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), sustando o texto de Bolsonaro. O presidente criticou a decisão no Twitter. O decreto de 7 de maio flexibilizava o porte de armas a 20 categorias profissionais, entre elas advogados, políticos com mandato e jornalistas especializados na cobertura policial, e ampliava de 50 para 5 mil o número de munições permitidas. O texto de 21 de maio alterava pontos polêmicos no primeiro, revogando, por exemplo, o artigo que abria a possibilidade de portar armas em aviões. O presidente Jair Bolsonaro participa de ato em Parnaíba, no Piauí. Foto: Alan Santos / Presidência da República O texto do PDL, que sustou o decreto, seguiria para análise da Câmara, mas, no dia 25 de junho, Bolsonaro revogou o decreto e publicou os 9.844 (revogado), 9.845, 9.846 e 9.847, de 25 de junho de 2019. Foi apresentado no dia 26 de junho o PL 3723/2019, que tramita em regime de urgência. O projeto de lei acaba com a proibição do porte de arma e afirma que ele é “pessoal, intransferível e será concedido para” diversas categorias, como caçadores e colecionadores. Além disso, prevê a possibilidade de regulamentar o porte para outras profissões. Já tramitava na Câmara desde 2012 o PL 3722 (com 132 projetos apensados), do deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC), que revoga o Estatuto do Desarmamento.
https://politica.estadao…8/Comprova-3.png
null
['Projeto Comprova']
[]
['arma', 'Estados Unidos [América do Norte]', 'segurança pública', 'OMS [Organização Mundial de Saúde]', 'FBI [Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos]']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/foto-de-soldados-em-obra-de-transposicao-do-sao-francisco-e-de-2011/
ESTADAO_VERIFICA
Foto de soldados em obra de transposição do São Francisco é de 2011
Imagem foi compartilhada fora de contexto nas redes sociais para creditar obras contra a seca ao governo de Jair Bolsonaro
2020-06-30
Atualização (02/07/2020): O texto foi atualizado para corrigir a data da foto verificada. De acordo com o Exército, a imagem foi feita em 2011, e não em 2012, como informava versão anterior desta checagem. Um boato resgata a foto de militares trabalhando em uma obra contra a seca durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff para dizer que a responsabilidade seria do governo de Jair Bolsonaro. O presidente compareceu na sexta, 26, à inauguração de um trecho da transposição do Rio São Francisco em Penaforte, no Ceará, e isso motivou um grande número de postagens no Facebook com informações falsas sobre a obra. Uma das postagens com a foto dos militares alcançou 12,5 mil compartilhamentos em três dias. Soldados trabalham em drenagem de canal do Rio São Francisco. Foto: Reprodução Uma busca com o mecanismo de pesquisa reversa de imagens do Google encontrou publicações com a foto em pelo menos três portais, em 2015, para ilustrar reportagens sobre a atuação do Exército Brasileiro nas obras de transposição do Rio São Francisco. Portanto, as imagens não podem ser do governo Bolsonaro, que só teve início em 2019. Em nota, o Exército informou que a foto foi tirada em 2011. A imagem mostra o trabalho de construção de um trecho de canal de drenagem pluvial no Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco, localizado no município de Floresta, em Pernambuco. A AFP também verificou esta foto em abril de 2019. A agência encontrou o link para a foto original no banco de imagens do Exército Brasileiro. Soldados trabalhando em obra de drenagem em 2012, durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff. Foto: Exército Brasileiro/Divulgação Esta não é a única postagem que promove desinformação sobre o tema. O Estadão Verifica também encontrou a foto de um açude construído entre 1995 e 2003 e que foi resgatada para dar crédito ao governo Bolsonaro. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…300620200851.png
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['Pedro Prata']
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['fake news [notícia falsa]', 'dilma rousseff', 'jair bolsonaro', 'rio são francisco']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-hidroxicloroquina-no-inicio-da-covid-19-descarte-necessidade-de-uti/
ESTADAO_VERIFICA
É falso que hidroxicloroquina no início da covid-19 descarte necessidade de UTI
Ao contrário do que diz médico nas redes sociais, não há comprovação de que o medicamento reduz o risco de morte pela covid-19
2020-06-30
Esta checagem foi produzida pela coalizão do Comprova. Leia mais aqui. Conteúdo verificado: Tuíte de um médico que diz não ter visto nenhum paciente medicado com hidroxicloroquina no início dos sintomas que tenha evoluído para a fase crítica na UTI. Um tuíte do dia 22 de junho, escrito pelo médico Allan Garcês, induz ao erro ao fazer crer que o uso da hidroxicloroquina nos primeiros sintomas de covid-19 impede que a doença siga para uma etapa mais severa. “Ainda não vi nenhum paciente que iniciou o tratamento com hidroxicloroquina no INÍCIO dos sintomas, ou seja, no INÍCIO da sua doença, que tenha evoluído para a fase crítica na UTI. FICA A DICA”, ele escreveu em seu perfil. LEIA TAMBÉM Recebeu algum boato? Envie para checagem do Estadão Verifica Estudos dos programas Solidariedade (da Organização Mundial de Saúde) e Recovery (do governo do Reino Unido) não conseguiram comprovar que a cloroquina e a hidroxicloroquina reduzam o risco de morte de pacientes com covid-19. A autoridade sanitária dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), suspendeu a autorização para uso emergencial dessas substâncias como tratamento do novo coronavírus no país. No Brasil, o Ministério da Saúde permitiu o uso da cloroquina em pacientes graves no dia 23 de março e orientou o uso em casos leves no dia 20 de maio. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) criticaram a liberação para uso da droga na fase inicial da doença. Para o médico Edson Carvalho, professor da Uninove e infectologista do Hospital Unimed e do Hospital Estadual de Bauru (SP), referência no tratamento de covid-19, a “suspeita” de Garcês não tem fundamento. Carvalho, que foi procurado pelo Comprova por recomendar a hidroxicloroquina, diz que tratou “vários” pacientes com hidroxicloroquina desde o início dos sintomas e, mesmo assim, viu eles evoluírem para casos mais graves – alguns, inclusive, morreram. Estudos não conseguiram comprovar que a cloroquina e a hidroxicloroquina reduzam o risco de morte de pacientes com covid-19. Foto: Reprodução Como verificamos? O Comprova buscou identificar os primeiros estudos que sugeriram o uso da cloroquina no tratamento de pacientes com covid-19 e as revisões feitas sobre eles. Também tentou saber como estudos clínicos conduzidos pela Organização Mundial de Saúde e pelo governo do Reino Unido vêm sendo interpretados por essas organizações. A equipe procurou o posicionamento sobre o remédio do governo dos Estados Unidos e do Brasil. Por fim, levantou o posicionamento de entidades como a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac). Também procuramos testemunhos de pessoas que evoluíram para quadros graves da doença mesmo se tratando com a droga desde o início e, em pesquisas na internet, encontramos uma reportagem do site JCNet, de Bauru, com a história de Marília Buzalaf e seu marido, Cláudio, que, em março, ficou 21 dias no hospital – 11 deles intubado – por conta do novo coronavírus, e havia tomado hidroxicloroquina. No Facebook, descobrimos que ela é professora da Faculdade de Odontologia da USP em Bauru, no interior paulista, e, no site da instituição, conseguimos o e-mail dela. Entramos em contato e marcamos uma entrevista, realizada por telefone. Após ouvir o relato de Marília, o Comprova pediu a ela o celular de Edson Carvalho, médico que cuidou do caso, para confirmar se o paciente havia sido realmente tratado com a hidroxicloroquina desde o começo dos sintomas. Também tentamos, sem sucesso, falar com Allan Garcês, autor do tuíte. Ele não respondeu as mensagens diretas no Facebook nem no Instagram – seu Twitter não permite o envio de mensagens. O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 29 de junho de 2020. Verificação O que dizem os estudos? A cloroquina chegou a ser considerada como um possível tratamento de infecções por coronavírus nas epidemias de SARS e MERS. Na época, porém, não houve estudos em humanos que pudessem confirmar a eficácia da droga. Em março deste ano, dias após a OMS classificar a covid-19 como uma pandemia, a medicação voltou ao debate a partir de um estudo conduzido por médicos do Sul da França que sugeriram usar a cloroquina para tratar o SARS-CoV-2. Esse estudo foi alvo de muitas críticas, seus resultados foram questionados e considerados anedóticos — termo da literatura médica que descreve casos isolados, que não representam comprovação científica. Em abril, a International Society of Antimicrobial Chemotherapy e a Elsevier, entidades responsáveis pela revista que publicou o artigo, emitiram um comunicado que reconheceu a existência de dúvidas quanto ao conteúdo do estudo e anunciaram um novo processo de revisão independente. No dia 19 de março, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou o medicamento como uma “mudança de jogo” no tratamento da covid-19 e anunciou que aprovaria o uso dele no país. Dois dias depois, o presidente Jair Bolsonaro disse que o laboratório do Exército aumentaria a produção de cloroquina no Brasil. Em 25 de março, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica autorizando o uso da cloroquina para tratar pacientes com casos graves de covid-19. Depois, em 20 de maio, o governo brasileiro passou a orientar o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no “tratamento medicamentoso precoce” de pacientes com covid-19, incluindo pessoas com sintomas leves da doença. No texto, o próprio Ministério da Saúde escreveu: “ainda não há meta-análises de ensaios clínicos multicêntricos, controlados, cegos e randomizados que comprovem o benefício inequívoco dessas medicações para o tratamento da covid-19”. Documento ORIENTAÇÕES PARA MANUSEIO DE MEDICAMENTOSO DA COVID-19 PDF Naquela semana, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) emitiu uma nota em que “não recomenda o uso da Cloroquina e Hidroxicloroquina associadas, ou não, à Azitromicina, enquanto não houver evidências científicas definitivas acerca do seu emprego”. O texto também orienta os médicos a realizarem eletrocardiogramas nos pacientes que optarem pelo tratamento, de modo a monitorar possíveis complicações cardíacas. A Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) também lançou uma nota ressaltando a “ausência de evidências que apontem claramente o benefício do uso deste esquema terapêutico”. A entidade recomenda o acompanhamento dos pacientes que usem o medicamento para “prevenir a manifestação de eventos arrítmicos potencialmente fatais que podem ocorrer devido a efeitos adversos de um destes fármacos ou da associação entre eles ou com outros fármacos que também possam predispor a distúrbios elétricos cardíacos”. No dia 5 de junho, pesquisadores do Recovery, estudo clínico conduzido no Reino Unido para encontrar medicamentos que combatam o novo coronavírus, afirmaram não haver benefício no uso da hidroxicloroquina em pacientes com covid-19. Dez dias depois, a Food and Drug Administration (FDA), autoridade sanitária americana, revogou a autorização de uso emergencial da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento da doença nos Estados Unidos. A organização afirmou na ocasião que, após realizar estudos, descobriu ser improvável que os medicamentos sejam efetivos no tratamento da covid-19. “Além disso, à luz de eventos adversos cardíacos graves e contínuos e de outros efeitos colaterais sérios, os benefícios conhecidos e potenciais de cloroquina e hidroxicloroquina não superam mais os riscos conhecidos e potenciais para o uso autorizado”, afirmou ainda. A Organização Mundial da Saúde chegou a incluir a hidroxicloroquina na lista de medicamentos avaliados pelo estudo clínico Solidariedade, que testou drogas para combater a covid-19 em pacientes de 35 países. A OMS, porém, encerrou os testes com a hidroxicloroquina no dia 17 de junho por não ter sido capaz de identificar redução no número de óbitos entre os pacientes que usaram a droga. A autoria do tuíte Médico, Allan Quadros Garcês, conhecido como Allan Garcês, foi diretor do Departamento de Articulação Interfederativa da Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde na gestão de Luiz Henrique Mandetta. Deixou o cargo para assumir como secretário estadual da Saúde de Roraima, posição que ocupou por 43 dias, entre janeiro e fevereiro deste ano. O Comprova procurou a Secretaria de Saúde para saber o motivo da exoneração, mas não recebeu resposta até o fechamento desta verificação. Forte defensor da hidroxicloroquina, como mostra em seus perfis nas redes sociais, Allan se lançou ao cargo de ministro da Saúde após a saída de Nelson Teich, em maio. Na época, afirmou em seu Twitter que não havia sido sondado pelo Planalto, mas sabia que seu nome havia chegado “até lá”. No mesmo post, se diz “alinhado ao governo”, como é possível verificar em seus posts – muitos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em 2018, ele foi candidato a deputado federal pelo PSL, mas não se elegeu. Antes, tentou se candidatar a vereador em São Luís, no Maranhão, pelo PMB em 2016, mas também não se elegeu. Em 2012, ficou como suplente da vaga de vereador pela mesma cidade, pelo PSDB. Testemunho Em entrevista ao Comprova, a professora de Odontologia da USP Bauru Marília Buzalaf contou que o seu marido, Cláudio, havia tido febre, dor no corpo e mal-estar por cinco dias quando procurou o Hospital Unimed, em Bauru, em março. “Falta de ar ele não teve”, disse. Ele fez o teste de covid-19 e, por ser cardíaco, acharam melhor interná-lo, mesmo sem o resultado do exame, que só sairia em cinco dias. “Naquele dia (da internação), o médico já tinha quase mandado a gente embora para casa depois de ter feito os exames”, afirmou Marília. Mesmo não considerando o caso grave, a equipe médica passou a tratar o paciente com hidroxicloroquina. O medicamento não fez efeito e, quatro dias depois, Cláudio foi para a UTI. No total, ele ficou 21 dias no hospital, até receber alta. Casos médicos O infectologista Edson Carvalho, que trabalha no Hospital Unimed e no Hospital Estadual de Bauru, e leciona na Uninove, disse ao Comprova que Cláudio estava na fase inicial da doença quando foi internado e passou a ser tratado com hidroxicloroquina. Acrescentou que teve vários pacientes que tomaram a droga assim que surgiram os sintomas e também tiveram o quadro agravado – alguns falecendo. O médico afirmou ainda que hoje tem “pelo menos quatro pacientes graves que tomaram o medicamento desde o começo e evoluíram com gravidade, com intubação, e que a hidroxicloroquina não fez a menor diferença no quadro clínico deles”. Por que investigamos? O Comprova investiga conteúdos suspeitos que viralizam nas redes sociais. Quando o material aborda assuntos relacionados à covid-19, a verificação se torna ainda mais importante, pois conteúdos enganosos podem colocar a saúde das pessoas em risco. O tuíte checado pelo Comprova tinha mais de 17 mil curtidas e foi retuitado 3.500 vezes. Sem apresentar nenhuma prova, Allan Garcês engana ao insinuar que a hidroxicloroquina, se receitada no início dos sintomas de covid-19, evita que os pacientes evoluam para quadros mais graves. Desde os primeiros casos da doença no Brasil, os temas relacionados à pandemia têm sido usados para reforçar narrativas que se alinham ou contrariam o discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro. No caso, o tuíte do médico segue a linha do chefe do Executivo, que sempre defendeu a cloroquina e a hidroxicloroquina como possíveis substâncias eficazes contra o novo coronavírus, descartando evidências científicas segundo as quais ainda não há nenhuma droga conhecida que combata com eficácia a doença. A polarização dos discursos em defesa do uso de medicamentos sem eficácia comprovada pode servir de incentivo à automedicação e causar efeitos colaterais danosos. Desde o início da pandemia, o Comprova já realizou várias checagens sobre a cloroquina. Uma delas enganava ao afirmar que pesquisadores brasileiros usaram doses letais da medicação para matar os pacientes. Outra mentia ao afirmar que o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, proibiu o uso da substância. Recentemente também mostrou que era enganoso um conteúdo que atribuía ao uso da cloroquina a situação da pandemia no Senegal. Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor ou que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.
https://politica.estadao…091120200012.jpg
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['Projeto Comprova']
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['coronavírus', 'cloroquina e hidroxicloroquina', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/fotos-de-obras-contra-a-seca-no-nordeste-sao-usadas-fora-de-contexto-nas-redes/
ESTADAO_VERIFICA
Fotos de obras contra a seca no Nordeste são usadas fora de contexto nas redes
Inauguração de trecho da transposição do Rio São Francisco pelo presidente Jair Bolsonaro impulsionou desinformação no Facebook
2020-06-29
É falsa uma postagem no Facebook que compara duas imagens para supostamente mostrar diferentes estágios da construção do Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco. Uma das fotos usadas no post mostra um canal coberto de terra atravessado por cabras; a outra, um açude repleto de água. Na verdade, nenhuma das duas imagens representa a obra em questão. O presidente Jair Bolsonaro compareceu à inauguração de trecho do Eixo Norte nesta sexta-feira, 26, e desde então o empreendimento tem sido tema de desinformação. Imagens não são das obras do Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Vídeo mostra queima controlada feita pelo Ibama, não incêndio provocado para culpar Bolsonaro As duas imagens são acompanhadas de uma legenda que afirma falsamente que as fotos mostram estágios diferentes de conclusão da transposição do rio São Francisco para o reservatório de Jati, em Penaforte, no Ceará. O estágio deteriorado seria “fruto do abandono do PT”, ao passo que a imagem do canal em funcionamento seria resultado da gestão Bolsonaro. Porém, o mecanismo de busca reversa do Google permitiu identificar que nenhuma das duas fotos foram feitas no trecho do reservatório Jati. A imagem com um canal repleto de areia atravessado por cabras e vegetação crescendo foi tirada pelo fotógrafo Wilson Pedrosa para o Estadão em 30 de novembro de 2011. Ela representa trecho então abandonado do Eixo Leste, entre os municípios pernambucanos de Custódia e Betânia. Detalhes como a cor dos animais e o formato das plantas permitem concluir se tratar da mesma imagem. Foto: Wilson Pedrosa/Estadão A foto ilustrou reportagem do Estadão de 5 de dezembro de 2011 sobre auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) que identificou prejuízo de R$ 8,6 milhões na obra. Entre os principais problemas apontados na época estavam “superfaturamento de preços, fiscalização omissa e atraso injustificável nas obras”. O Eixo Leste foi inaugurado em março de 2017, na gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB). Seu início se deu uma década antes, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Reprodução da edição de 5 de dezembro de 2011 do ‘Estadão’ Já a imagem de um canal repleto de água na verdade representa o Açude de Castanhão, no Ceará. Suas obras tiveram início em 1995 e término em 2003, segundo dados do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS). A busca reversa no Google encontrou a foto em uma matéria da Agência Brasil publicada em 3 de setembro de 2017 sobre o menor volume de água de sua história. A foto foi creditada ao Ministério da Integração Nacional. Banco de imagens do Ministério da Integração onde está a foto original utilizada no boato. Foto: Reprodução O Estadão Verifica pesquisou por imagens do açude no banco de imagens do ministério e encontrou a foto original. O site informa que ela foi feita em 1º de janeiro de 2001. Alguns detalhes na imagem permitem concluir que é a mesma utilizada no boato. Alguns detalhes na paisagem permitem identificar que se trata da mesma imagem. Foto: Ministério da Integração/Divulgação Esse boato também foi checado pelo Aos Fatos. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…290620204539.jpg
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['Pedro Prata']
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['fake news [notícia falsa]', 'rio são francisco']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/video-mostra-queima-controlada-feita-pelo-ibama-nao-incendio-provocado-para-culpar-bolsonaro/
ESTADAO_VERIFICA
Vídeo mostra queima controlada feita pelo Ibama, não incêndio provocado para culpar Bolsonaro
Ação mostrada em gravação foi, na verdade, procedimento previsto no Código Florestal para prevenir focos de incêndio de maiores proporções
2020-06-29
Esta checagem foi produzida pela coalizão do Comprova. Leia mais aqui. Conteúdo verificado: Post da página “Bolsonarianos Ceará”, com um vídeo e a legenda “Ibama provoca incêndio na mata para depois o presidente ser acusado”. Um post faz acusações falsas sobre o Ibama ao afirmar que o órgão estaria promovendo um incêndio na mata “para depois o presidente ser acusado”. O autor da publicação usa um vídeo gravado de dentro de um carro em movimento que mostra um outro veículo com funcionários do Ibama queimando a mata da beira da estrada. No áudio da gravação, um homem diz estar entre as cidades de Sítio Novo e Montes Altos, no Maranhão, e insinua que o incêndio estaria sendo provocado pelo órgão para “poder derrubar o governo Bolsonaro”. Procurado pelo Comprova, o Ibama afirmou que realizou uma ação na região no dia 20 de junho, mas que foi uma queima controlada, feita para combater focos de incêndio e prevista no Código Florestal. O Comprova não conseguiu encontrar o autor do vídeo. Como verificamos? Para saber mais sobre a autoria do vídeo e confirmar o local onde ele foi gravado, o Comprova entrou em contato com a pessoa que assina as postagens na página “Bolsonarianos Ceará”, Jolnê Praxedes, por WhatsApp, pelo número disponibilizado no Facebook. Também entramos em contato com o Ibama e enviamos o vídeo suspeito, além de consultar a Funai sobre o registro da ação e a presença de indígenas na região. O Google Maps foi utilizado para determinar o local onde o autor diz ter feito as imagens, e usamos ferramentas de busca de imagem para confirmar a aparência da viatura. Verificação Autoria do vídeo A página “Bolsonarianos Ceará”, que publicou o vídeo no dia 21 de junho, é de um homem chamado Jolnê Praxedes. O Comprova entrou em contato com ele pelo WhatsApp, pelo telefone presente na própria página e nas postagens. Perguntado sobre o vídeo, se conhecia a pessoa responsável pela filmagem ou se tinha confirmação do local onde as imagens foram feitas, Praxedes disse que participa de 80 a 100 grupos de política diferentes no WhatsApp, além de receber conteúdo de listas de transmissão, e que não se lembrava, exatamente, de onde tinha recebido o vídeo, que chegou como uma “denúncia”. “Antes de publicar, procurei ver se tinha alguma coisa quanto à falsidade do vídeo, e não tinha. Sempre, eu procuro tomar esse cuidado”, afirmou, por mensagem de áudio. O dono da página bolsonarista ainda se dispôs, após o contato do Comprova, a apagar o conteúdo, caso a verificação demonstrasse que as informações eram falsas, e pediu que entrássemos em contato para avisá-lo do resultado da checagem. Pouco tempo depois do contato, porém, antes da publicação desta verificação, o vídeo já havia sido apagado da página do Facebook. Também por mensagem no WhatsApp, Praxedes disse ao Comprova que a página tem outros administradores, mas ele é a única pessoa que aparece em vários vídeos, criticando pessoas vistas como “rivais” do governo de Jair Bolsonaro, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Nos posts mais recentes, as legendas incluem uma hashtag de apoio à pré-candidatura de Praxedes à Câmara Municipal de Fortaleza. Jolnê confirmou que pretende concorrer a um cargo nas próximas eleições, pelo Podemos. Ele já chegou a se registrar como candidato a deputado federal, pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC), em 2018, mas acabou não concorrendo. A página do Facebook, que tem quase 72 mil curtidas, foi criada em novembro de 2017, e publica mensagens de apoio ao presidente Bolsonaro e a outros políticos aliados. Na publicação com o vídeo sobre as queimadas, Praxedes afirma que havia encaminhado o material ao presidente. Questionado pelo Comprova, disse que não enviou por não ter o contato direto do presidente. O que diz o Ibama? O Comprova procurou o Ibama e o órgão afirmou, por e-mail, que a ação mostrada no vídeo realmente ocorreu entre as cidades de Sítio Novo e Montes Altos. Foi realizada no dia 20 de junho, um dia antes da postagem de Praxedes, e era uma queima controlada, “utilizada durante o período chuvoso e no início do período seco (junho e julho) em locais com maior risco de ignição de fogo” para reduzir a “quantidade de combustível na seca, diminuindo drasticamente o risco de grandes incêndios florestais”. A instituição afirmou que esse tipo de queima está previsto no Código Florestal. O texto descreve as situações nas quais o uso de fogo na vegetação é permitido. Entre as possibilidades está o “emprego da queima controlada em Unidades de Conservação, em conformidade com o respectivo plano de manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor da Unidade de Conservação, visando ao manejo conservacionista da vegetação nativa, cujas características ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo”. Segundo o Ibama, “boa parte dos incêndios florestais iniciam nas beiras de estradas e a realização das queimas nesses locais, como no caso do vídeo, é prioritária”. O órgão disse ainda que a queima do dia 20 de junho foi informada aos órgãos competentes e teve acompanhamento da Polícia Militar do Maranhão “para garantir a segurança no trânsito da estrada”. Funai Antes de receber o relatório sobre a queimada preventiva do Ibama, o Comprova entrou em contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai), questionando sobre o registro da ação e a presença de indígenas na região. A instituição não respondeu até o fechamento desta verificação, mas um documento enviado pelo órgão de defesa do meio ambiente confirma que a Funai participou da ação. A operação O Ibama enviou para o Comprova, por e-mail, o relatório da operação. No documento, descreve os detalhes da ação, que contou com dois servidores do órgão, um da Funai, dois policiais militares, dois supervisores de brigadas e 11 voluntários da Aldeia São José da TI Krika. O trabalho começou às 9 horas do dia 20 de junho e terminou às 14. O documento informa, “por fim, não ter havido nenhuma intercorrência durante toda a operação”. Parte da equipe atuou observando se havia animais em risco, mas não foi registrado “nenhum dano significavo à fauna e apenas benefício à flora”. Por que investigamos? O Comprova investiga conteúdos suspeitos de ampla repercussão em redes sociais, como a postagem de Praxedes, que tinha 119 mil visualizações no Facebook até o dia 24 de junho – um dia depois, após contato do Comprova, Praxedes apagou seu post. Os autores do vídeo e da legenda enganam ao acusar o Ibama de incendiar um trecho de mata e levam a postagem para o lado político ao dizer que seria um fogo criminoso usado “para depois o presidente ser acusado”. Postado na página “Bolsonarianos Ceará”, o post servia para reforçar a defesa do presidente Jair Bolsonaro, que, no ano passado, foi criticado quando as queimadas na Amazônia bateram recorde dos últimos sete anos. O chefe do Executivo chegou a dizer, sem provas, que ONGs poderiam ter provocado queimadas na região. Ele também acusou o ator Leonardo DiCaprio de ter dado dinheiro para “tacar fogo na Amazônia”. Falso, para o Comprova, é todo conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira. O G1 e o Boatos.org verificaram o vídeo e classificaram o conteúdo como falso.
https://politica.estadao…290620204420.png
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['Projeto Comprova']
[]
['Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]', 'jair bolsonaro', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/publicacao-no-facebook-fabrica-taxa-de-desaprovacao-ao-stf/
ESTADAO_VERIFICA
Publicação no Facebook fabrica taxa de desaprovação ao STF
Postagem exagera rejeição à atuação do Supremo; levantamento mais recente, do DataPoder360, apontou que 26% avaliavam Tribunal como 'ruim ou péssimo'
2020-06-29
Uma publicação de 2019, com informação falsa sobre a popularidade do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a circular na última semana no Facebook com mais de 14 mil compartilhamentos. A postagem alega que 96% dos brasileiros avaliam o STF como “corrupto, imoral e inútil”, sem citar nenhuma fonte desta medição. Não há qualquer registro de pesquisas que apontem esse nível de desaprovação ao Tribunal. Entre 2018 e 2020, duas pesquisas mediram a opinião dos brasileiros sobre o STF, organizadas pelos institutos DataPoder360 e Datafolha. O DataPoder360 divulgou pela primeira um levantamento sobre o Tribunal no último dia 15. Entre os entrevistados, 26% avaliavam o STF como “ruim ou péssimo”. O Datafolha fez medições em dezembro de 2019 e maio de 2020. O índice de pessoas que considerava a atuação do Supremo “ruim ou péssima” caiu de 39% para 26% entre as duas pesquisas. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica Documento AVALIAÇÃO CONGRESSO E STF DATAFOLHA 26/5/2020 PDF Em agosto de 2017, uma pesquisa do instituto Ipsos indicou que a onda de rejeição a políticos e autoridades públicas tinha chegado ao Poder Judiciário, com aumento significativo da desaprovação a ministros do STF. O levantamento mediu a avaliação individual de ministros do Tribunal — no entanto, nenhum deles teve rejeição perto de 96%. Na época, o magistrado com taxa mais alta de desaprovação era Gilmar Mendes, com 67%. Os últimos anos foram marcados por frequentes protestos contra o STF nas redes sociais e nas ruas. Na última semana, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) apontam atuação de associação criminosa para a “desestabilização do regime democrático” com o objetivo de obter ganhos econômicos e políticos. A observação consta em decisão de quebra de sigilo decretada pelo magistrado em inquérito que apura o financiamento de atos antidemocráticos. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://img.estadao.com.…617563593097.jpg
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['Tiago Aguiar']
[]
['STF [Supremo Tribunal Federal]', 'datafolha']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/foto-de-agressao-a-motorista-de-onibus-foi-tirada-em-2015-no-recife-e-nao-tem-relacao-com-a-covid-19/
ESTADAO_VERIFICA
Foto de agressão a motorista de ônibus foi tirada em 2015, no Recife, e não tem relação com a covid-19
Postagens enganosas no Facebook alegam que trabalhador teria sido atingido por pedrada ao reclamar de passageiro sem máscara
2020-06-29
Uma postagem com mais de 100 mil compartilhamentos no Facebook desde o início de junho engana ao afirmar que um motorista de ônibus foi agredido com uma pedrada ao reclamar de um passageiro que queria entrar no coletivo sem máscara. As fotos mostradas na publicação foram registradas na cidade de Recife, em Pernambuco, em 2015 — cerca de quatro anos antes do registro do primeiro caso de covid-19 no mundo. Não há qualquer relação entre a ocorrência e a pandemia do novo coronavírus. Uma das imagens tiradas de contexto aparece em uma notícia do jornal Diário de Pernambuco publicada em 20 de outubro de 2015. De acordo com a reportagem, o homem retratado se chama José Leite de Queiroz. Ele dirigia um ônibus da empresa Vera Cruz na capital pernambucana quando foi atingido por uma pedra, atirada de fora do veículo, por um homem que aparentava ter distúrbios mentais. Boato tira de contexto imagem de motorista de ônibus agredido em 2015, na cidade de Recife. Foto: Reprodução / Arte Estadão A vítima deu entrada no Hospital Getúlio Vargas com uma fratura no rosto e passou por procedimento cirúrgico. O agressor prestou depoimento na Central de Flagrantes da Polícia Civil e foi levado para o Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano. Na época, o fato também foi noticiado pelo Jornal do Commercio e por telejornal do SBT, cuja reportagem pode ser vista em conteúdo do UOL Tab. Máscara é obrigatória em ônibus no Estado de Pernambuco Assim como em diversas outras localidades do País, o uso de máscaras é obrigatório em todo Estado de Pernambuco a quem precisar sair de casa durante a pandemia de covid-19 e no transporte público. As orientações constam em decreto publicado em 31 de maio. O governo estadual chegou a decretar lockdown em Recife e outras quatro cidades em maio para conter a disseminação do novo coronavírus. Desde o início de junho, as autoridades vem permitindo a abertura gradual de serviços não essenciais. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…260620200619.png
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['Samuel Lima']
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['coronavírus', 'fake news [notícia falsa]', 'facebook', 'estadão verifica', 'Pernambuco [estado]', 'transporte público']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/boato-usa-fotos-antigas-para-alertar-sobre-chegada-de-nuvem-de-poeira-godzilla/
ESTADAO_VERIFICA
Boato usa fotos antigas para alertar sobre chegada de nuvem de poeira ‘Godzilla’
Imagens que circulam nas redes sociais são de duas tempestades de poeira anteriores, que afetaram a Austrália e o Mato Grosso do Sul; especialista afirma que não há motivo de preocupação para o Brasil
2020-06-28
Uma postagem viral no Facebook que alerta sobre a possível chegada da “nuvem de poeira Godzilla” ao Brasil usa fotos antigas, não relacionadas ao fenômeno que se observa atualmente. As imagens do post mostram tempestades de poeira anteriores na Austrália e em uma cidade do Mato Grosso do Sul. O texto que acompanha as fotos antigas afirma que cidades do Nordeste seriam as mais atingidas pela nuvem de poeira, mas um especialista ouvido pelo Estadão Verifica diz não haver motivo para apreensão. A primeira imagem do post que viralizou é de um vídeo divulgado em janeiro deste ano pelo jornal britânico The Guardian. A gravação mostra os efeitos de uma tempestade de poeira que atingiu o Estado de Nova Gales do Sul, na Austrália. No vídeo, a cidade de Parkes é invadida por uma nuvem marrom que encobre todo o território. A reportagem informa que o fenômeno foi causado por rajadas de vento causadas por tempestades de raios. A segunda foto da postagem já havia sido publicada em dia 24 de setembro de 2019 por sites locais do município de Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul. Na ocasião, foi observada na região uma nuvem de poeira que espantou os moradores. Compartilhadas como “poeirão” nas redes sociais, as imagens mostram a cortina de terra que se aproximou do Parque União. O site Jornal do Estado afirmou que foram registradas rajadas de vento de até 60 km/h, que antecederam a chegada de um temporal que causou estragos em imóveis na Avenida Mato Grosso do Sul, uma das principais da cidade. O que é a ‘nuvem de poeira Godzilla’? Vai chegar ao Brasil? A chamada “nuvem de poeira Godzilla” é formada por areia e poluentes que estão em suspensão na atmosfera, como dióxido de carbono e fuligem. A forte massa de ar seco é carregada de partículas de areia, que são originadas no deserto do Saara, nos períodos que encerram a primavera, o verão e o começo do outono no Hemisfério Norte. A nuvem desloca-se em direção ao Oeste sobre o oceano Atlântico. Caso haja ventos leves nestes mesmos períodos do ano, a nuvem é impulsionada a atravessar o Atlântico, e isso explica a ocorrência dela em alguns países da América, como Estados Unidos e Cuba. O meteorologista César Soares, do Climatempo, explica que a nuvem de poeira é um fenômeno esperado anualmente, mas que neste ano tem surpreendido por sua intensidade. “Neste ano, o que chamou a atenção dos profissionais de meteorologia e cientistas em geral foi a extensão da nuvem. Essa extensão é pelo fato de as correntes de ventos alísios (ventos sub-tropicais) estarem mais fortes na região equatorial, o que favorece o transporte de poeira da África Equatorial para a América Central”, explica. Soares confirma que a nuvem de poeira pode atingir o litoral brasileiro, mas afirma não haver motivo para pânico: “O extremo norte da Região Norte pode receber algumas partículas de poeira do Saara, mas nada muito além disso. (A nuvem de poeira talvez chegue ao) Amapá, Roraima e talvez o norte do Amazonas”. O fenômeno pode oferecer riscos à saúde, uma vez que as partículas são pequenas o bastante para entrar no sistema respiratório. Soares recomenda que as pessoas evitem lugares com baixa visibilidade caso a nuvem de poeira chegue ao Brasil. Isso porque a alta concentração de areia e poluição pode provocar problemas respiratórios. Máscaras podem ser usadas como isolantes, porque dificultam a entrada das partículas. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…280620204249.png
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['Estadão Verifica']
[]
[]
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/boato-exagera-salarios-recebidos-por-petistas-com-recursos-do-fundo-partidario/
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Boato exagera salários recebidos por petistas com recursos do Fundo Partidário
Texto compartilhado no WhatsApp traz imprecisões sobre pagamento de figuras conhecidas do PT, como Lula e João Vaccari Neto
2020-06-26
Uma imagem que circula no WhatsApp distorce informações sobre o uso do fundo partidário pelo Partido dos Trabalhadores (PT). O texto traz dados imprecisos sobre pagamentos feitos a figuras conhecidas da sigla, como os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o ex-tesoureiro João Vaccari Neto e o ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência Gilberto Carvalho. O post também foi compartilhado no Facebook, mas recebeu poucos compartilhamentos. O texto impreciso afirma que Lula ganharia salário mensal de R$ 24 mil, Dilma de R$ 16 mil, Gilberto Carvalho de R$ 14 mil e João Vaccari Neto ganharia mensalmente R$ 84 mil desde novembro de 2019. O boato diz ainda que os dados estão disponíveis no Portal da Transparência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O Estadão Verifica consultou a prestação de contas do partido para conferir os valores. Das cifras citadas, apenas a de Gilberto Carvalho está correta. LEIA TAMBÉM É falso que Lula tenha pedido ao STF para passar lua de mel em Dubai Não pudemos confirmar o contracheque de Dilma, uma vez que ela não é empregada direta do PT e, por isso, esta informação não está disponível no TSE. Ela é presidente de honra da Fundação Perseu Abramo, que este ano já recebeu R$ 4.736.122,97 do PT. A prestação de contas da Fundação é feita à Promotoria das Fundações de São Paulo. A Promotoria disse ao Estadão Verifica que “todas as informações são acobertadas por sigilo, ante a natureza privada da fundação”. Dados do boato não batem com prestação de contas disponível no TSE. Foto: Reprodução O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, denominado Fundo Partidário, é constituído por repasses da União, multas, penalidades, doações e outros recursos financeiros. Sua distribuição é definida pela Lei nº 9.096/1995: 5% é destacado para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que atendam aos requisitos constitucionais; e 95% é distribuído na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados. Em 2020, o diretório nacional do PT já gastou R$ 24.899.244,15. O valor equivale a 88,1% de toda a receita do partido até 24 de junho. O montante à disposição da sigla vem majoritariamente do Fundo Partidário, mas não é só isso: é formado também por doações de pessoas físicas e jurídicas. Detalhamento das despesas do PT nos primeiros meses de 2020. Foto: TSE/Reprodução O portal no site do TSE aponta três pagamentos feitos a Lula e Gilberto Carvalho em 30 de janeiro, 3 e 31 de março. Todos eles constam como “salário e ordenados”. “O TSE decidiu que é lícito pagar remuneração a dirigentes partidários que expressivamente prestem atividades para o partido”, explica Flávio Henrique Costa Pereira, especialista em direito eleitoral. A cota do Fundo Partidário é distribuída ao Diretório Nacional que repassa uma porcentagem aos diretórios estaduais de acordo com seu estatuto. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu duas parcelas de R$ 20.380,61 e uma de R$ 20.329,30. O valor está abaixo do informado pelo boato. Ele é presidente de honra da sigla e a assessoria de comunicação do PT informou por meio de WhatsApp que ele tem contrato em regime CLT. Lula já foi funcionário do partido antes de se tornar presidente da República. Pagamentos do PT a Lula feitos a título de salário. Foto: Reprodução Lula possui condenações no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por corrupção e lavagem no caso do triplex do Guarujá e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia. As condenações não impossibilitam o ex-presidente de exercer atividade partidária porque a perda dos direitos políticos só se dá com o trânsito em julgado da ação, diz Costa Pereira. Gilberto Carvalho, por sua vez, recebeu 13º salário e ordenado no mês de janeiro no valor de R$ 25.694,91. As outras duas parcelas foram de R$ 14.794,65 e R$ 14.743,34. Ele ainda teve uma despesa com “lanches e refeições” no valor de R$ 670,34. Segundo a assessoria do PT, ele é dirigente da Escola Nacional de Formação do partido. Pagamentos do PT feitos a Gilberto Carvalho. Foto: Reprodução O ex-tesoureiro João Vaccari Neto não possui salário que conste do portal do TSE em 2019 ou 2020, diferentemente do que falsamente afirma o boato. Ele mantinha um contrato CLT com a sigla antes de ser preso em maio de 2015 na Operação Lava Jato. Quando deixou a prisão, em setembro de 2019, formalizou a rescisão do seu contrato com o partido. Por isso, recebeu indenização de R$ 44.038,11. Pagamentos feitos a João Vaccari Neto feitos a título de verba rescisória. Foto: Reprodução Pagamentos feitos a João Vaccari Neto feitos a título de verba rescisória. Foto: Reprodução Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
https://politica.estadao…210620205537.jpg
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['Pedro Prata']
[]
['whatsapp', 'fake news [notícia falsa]', 'fundo partidário', 'PT [Partido dos Trabalhadores]', 'Lula [Luiz Inácio Lula da Silva]', 'dilma rousseff', 'João Vaccari Neto', 'Gilberto Carvalho', 'TSE [Tribunal Superior Eleitoral]']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/prefeito-de-sao-paulo-nao-proibiu-hidroxicloroquina-e-usou-azitromicina-no-tratamento-da-covid-19/
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É falso que Bruno Covas tenha proibido hidroxicloroquina em SP
Prefeito nunca proibiu o uso da medicação nem a utilizou no seu tratamento para covid-19
2020-06-26
Uma publicação com informações falsas sobre o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), viralizou no Twitter e no Facebook esta semana. Um dos perfis é de uma usuária que usa o apelido de “Tubaína Paschoal” e uma foto da deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP). No post, ela afirma que Covas “deixou muita gente morrer a (sic) míngua ao proibir a hidroxicloroquina”, mas que o prefeito teria usado o medicamento para tratar a covid-19 quando foi infectado. A outra postagem, com o mesmo texto, é de uma conta que usa a foto, o nome e se descreve como uma “homenagem” ao general reformado Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional do Planalto, no Facebook. Nenhuma das informações é verdadeira. A prefeitura de São Paulo nunca proibiu o uso de cloroquina, nem de sua forma menos tóxica, a hidroxicloroquina. O protocolo de atendimento de covid-19 no município, anunciado em 9 de abril, recomenda que o uso do medicamento seja feito com prescrição médica e consentimento do paciente ou da família. Uma recomendação técnica da Secretaria Municipal da Saúde, publicada em 17 de junho, lembra que ainda não existe um medicamento específico para o tratamento da covid-19. E, como não há evidências científicas que justifiquem o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina contra o novo coronavírus, o uso deve ser evitado em pacientes com sintomas leves. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica Documento RECOMENDAÇÃO TÉCNICA PARA INTERVENÇÃO OPORTUNA NA COVID -19 EM CASOS SINTOMÁTICOS – PREFEITURA SP PDF Bruno Covas, de 40 anos, anunciou que estava com covid-19 no dia 13 de junho. O prefeito, que trata um câncer no sistema digestivo, recebeu o diagnóstico depois de um exame de rotina. Em sua conta oficial no Instagram, afirmou que não teve sintomas como febre, dor ou falta de ar e que passaria dez dias isolado, trabalhando de casa. No dia 15, Covas publicou um vídeo em que esclareceu que, mesmo assintomático, estava tomando o antibiótico azitromicina por recomendação médica. “Remédio não é de esquerda ou de direita. Lamento que alguns queiram politizar a escolha do medicamento”, disse. No dia 24, mais uma vez numa mensagem gravada, Covas anunciou que estava recuperado e voltaria ao trabalho presencialmente na prefeitura. Como verificamos? Entramos em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura de São Paulo para saber sobre o estado de saúde do Bruno Covas, como tinha sido feito o tratamento contra a covid-19 e se ele tinha tomado hidroxicloroquina. Por telefone, fomos informados que os detalhes do tratamento são de caráter pessoal do prefeito. E recebemos a sugestão de buscar as informações nas redes sociais de Bruno Covas. Ele publicou vídeos com atualizações ao longo dos dez dias de isolamento domiciliar. Buscamos mais informações e documentos técnicos no site da Secretaria Municipal da Saúde, que segue recomendações da Secretaria Estadual da Saúde e do Ministério da Saúde. Documento RECOMENDAÇÕES DA SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE DE SP PDF Documento MINISTÉRIO DA SAÚDE: ORIENTAÇÕES PARA MANUSEIO MEDICAMENTOSO PRECOCE DE PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DA COVID-19 PDF Em seguida, levantamos quais foram os primeiros estudos a sugerir o uso de cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes com a covid-19 e que revisões foram feitas sobre eles. Também consultamos documentos da Casa Branca e do Ministério da Saúde para explicar como a droga passou a ser adotada nos Estados Unidos e no Brasil. Buscamos também o posicionamento de entidades médicas sobre o uso do medicamento no país. Procuramos ainda informações sobre os status atuais de estudos sobre uso da droga para tratar a covid-19 conduzidos pela Organização Mundial da Saúde, governo do Reino Unido e pela autoridade sanitária americana. Por fim, tentamos localizar os autores das publicações no Twitter e no Facebook. Ambos são perfis sem autoria declarada e não verificados. Por isso, não recebem mensagens privadas de desconhecidos. O contato com o perfil Tubaína Paschoal foi tentado por mensagem aberta e não houve resposta de nenhum dos dois até o fechamento desta reportagem. Já a página de homenagem a Augusto Heleno disponibiliza um e-mail e um telefone com prefixo 88, da região de Juazeiro do Norte, no interior do Ceará. Tentamos contato, mas o número estava desligado. O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 26 de junho de 2020. Verificação O prefeito da capital paulista anunciou que estava com covid-19 no dia 13 de junho. Em um vídeo publicado no Instagram, Bruno Covas disse que depois de quatro testes negativos, dessa vez o resultado foi positivo. “A orientação do meu médico, já que eu não tenho nenhum sintoma, é ficar dentro de casa”, contou. Covas faz tratamento para um câncer no sistema digestivo desde outubro de 2019 e, por isso, faz parte do grupo de risco para novo coronavírus. Ao longo de dez dias, o prefeito se manteve em isolamento domiciliar, trabalhando a distância. No dia 15, mais uma vez em vídeo, Covas esclareceu que permanecia sem febre, sem dor e sem falta de ar e que, por recomendação médica, estava tomando o antibiótico azitromicina. “Medicação a gente toma aquela prescrita pelo médico. Não se trata de remédio de esquerda nem direita. É lamentável ter que politizar a questão do remédio no país, isso não contribui em nada”, lamentou. A azitromicina é um medicamento eficaz para o combate a bactérias, e não tem ação documentada contra vírus, como SARS-CoV-2. Associada à hidroxicloroquina, a droga é prescrita, de forma experimental, a pacientes infectados com o novo coronavírus. No caso do prefeito, somente a azitromicina pode servir para evitar infecções bacterianas oportunistas, já que Covas tem o sistema imunológico prejudicado por causa do tratamento contra o câncer. Nesta verificação, publicada pelo Comprova no dia 25 de junho, o médico Erich Vinícius de Paula explica que é difícil ter certeza que junto com o vírus não haja uma infecção bacteriana associada, mas alerta: “É muito importante entender que o antibiótico não é direcionado para tratar do vírus”. Uso de cloroquina não é proibido “Até o momento, não há vacina nem medicamento antiviral específico para prevenir ou tratar a covid-19”, explica a Organização Pan-Americana de Saúde, braço da Organização Mundial de Saúde (OMS) para as Américas. Uma das drogas em estudo é a cloroquina, usada para o tratamento de malária e doenças autoimunes como o lúpus (leia mais abaixo). O texto verificado afirma que o prefeito proibiu a hidroxicloroquina na cidade. Essa informação é falsa. Em 9 de abril, Covas anunciou que a cloroquina passaria a fazer parte do protocolo de atendimento de pacientes diagnosticados com covid-19 no município. “Ainda não é possível ser uma política pública, pois não temos ainda pesquisas concluídas, mas havendo prescrição do médico e a concordância do paciente, a Secretaria Municipal de Saúde passou a integrar esse [a cloroquina] medicamento no protocolo de tratamento da covid-19”, afirmou Covas. Uma recomendação técnica foi publicada em 17 de junho, sugerindo uma “análise criteriosa do quadro clínico, o monitoramento do paciente, da resposta em relação à terapêutica selecionada e as reações adversas”. A prefeitura segue uma orientação da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, para que a droga não seja prescrita para pacientes com casos leves. E, assim como sugere o Ministério da Saúde, a indicação deve ser feita por um médico com autorização do pacientes ou da família. Documento RECOMENDAÇÃO TÉCNICA PARA INTERVENÇÃO OPORTUNA NA COVID-19 EM CASOS SINTOMÁTICOOS DA PREFEITURA DE SÃO PAULO PDF Documento ORIENTAÇÃO DA SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE DE SÃO PAULO PDF , Cloroquina: o que dizem estudos e autoridades? A cloroquina já havia sido considerada para tratamento de infecções de coronavírus após as epidemias de SARS e MERS. Mas, na época, não foram feitos testes clínicos em humanos para confirmar a eficácia da droga. Em março deste ano, após a covid-19 ter sido declarada uma pandemia pela OMS, um estudo conduzido por médicos do Sul da França se tornou viral ao sugerir que a cloroquina poderia ser usada como tratamento para o SARS-CoV-2, o novo tipo de coronavírus descoberto no final do ano passado. Esse estudo foi alvo de diversas críticas e seus resultados foram questionados e considerados anedóticos, ou seja, se tratavam de casos isolados, sem comprovação científica. Mais tarde, em um comunicado, a International Society of Antimicrobial Chemotherapy e a Elsevier, responsáveis pela revista que publicou o artigo, reconheceram a existência de questionamentos quanto ao conteúdo e anunciaram um novo processo de revisão independente. Em 19 de março, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tratou do medicamento como uma “mudança de jogo” no tratamento da covid-19 e disse que aprovaria o uso dele no país. Dois dias depois, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro anunciou que o laboratório do Exército aumentaria a produção de cloroquina. No dia 25 de março, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica autorizando o uso da cloroquina para tratar pacientes com casos graves de covid-19. Em 20 de maio, o governo brasileiro passou a orientar o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no “tratamento medicamentoso precoce” de pacientes com covid-19, incluindo pessoas com sintomas leves da doença na lista das que podem ser tratadas com a substância. Porém, o próprio Ministério da Saúde afirma no documento que “ainda não há meta-análises de ensaios clínicos multicêntricos, controlados, cegos e randomizados que comprovem o benefício inequívoco dessas medicações para o tratamento da covid-19”. Documento ORIENTAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA MANUSEIO MEDICAMENTOSO PRECOCE DE PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DA COVID-19 PDF Dois dias depois, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) emitiu uma nota em que “não recomenda o uso da Cloroquina e Hidroxicloroquina associada, ou não, a Azitromicina, enquanto não houver evidências científicas definitivas acerca do seu emprego”. O texto também orienta que, para os pacientes que optarem pelo tratamento, “sejam realizados eletrocardiogramas”, de modo a acompanhar possíveis complicações cardíacas. A Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) também emitiu uma nota ressaltando a “ausência de evidências que apontem claramente o benefício do uso deste esquema terapêutico”. A Sobrac recomenda o monitoramento dos pacientes que façam uso do medicamento para “prevenir a manifestação de eventos arrítmicos potencialmente fatais que podem ocorrer devido a efeitos adversos de um destes fármacos ou da associação entre eles ou com outros fármacos que também possam predispor a distúrbios elétricos cardíacos”. No dia 5 de junho, pesquisadores do Recovery, estudo clínico conduzido no Reino Unido para encontrar medicamentos para tratar a infecção pelo novo coronavírus, afirmaram não haver benefício no uso da hidroxicloroquina em pessoas com covid-19. Dez dias depois, a Food and Drug Administration (FDA), autoridade sanitária americana, revogou a autorização para um uso emergencial da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento da doença nos Estados Unidos. A organização alegou que, após o resultado de estudos, é improvável que os medicamentos sejam efetivos no tratamento da covid-19. “Além disso, à luz de eventos adversos cardíacos graves e contínuos e de outros efeitos colaterais sérios, os benefícios conhecidos e potenciais de cloroquina e hidroxicloroquina não superam mais os riscos conhecidos e potenciais para o uso autorizado”, afirmou ainda. A Organização Mundial da Saúde também avaliou o uso da hidroxicloroquina como um dos medicamentos para o tratamento da covid-19 através do estudo clínico Solidariedade, que já recrutou pacientes em 35 países. Mas decidiu encerrar os testes com a hidroxicloroquina no dia 17 de junho por não ter sido capaz de identificar redução no número de óbitos entre os pacientes que fizeram uso da droga. Por que investigamos? O Projeto Comprova verifica conteúdos sobre a covid-19 que tenham grande alcance em redes sociais e grupos de mensagem. A desinformação é perigosa em uma pandemia, pois pode custar vidas. Nesse caso, o texto que acusa o prefeito de São Paulo de tomar proibir a hidroxicloroquina — causando assim a morte de cidadãos — e depois tomar o medicamento teve 11,7 mil interações (8,1 mil curtidas e 3,7 mil compartilhamentos) até o dia 26 de junho em postagem no Twitter, feita por uma conta que usa a foto da deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) e se descreve como uma página de “sátira” e paródia”. Mas o conteúdo postado por ela costuma ser de apoio ao presidente Jair Bolsonaro e a suas políticas de governo. As críticas ficam para políticos de esquerda ou que não fazem parte da base de apoio de Bolsonaro, como o ex-governador Ciro Gomes (PDT), o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) e, como no caso do post verificado, o prefeito Bruno Covas (PSDB). A publicação também engana ao dizer que Covas tomou hidroxicloroquina para tratar covid-19, estimulando o uso de uma droga que não tem eficácia comprovada cientificamente. O conteúdo falso também repercutiu no Facebook. A postagem com o mesmo texto e a mesma foto de Covas foi publicado por um perfil que usa o nome e a foto do general reformado Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. De acordo com dados da plataforma Crowdtangle, a publicação teve ainda mais alcance, 25 mil visualizações até o dia 26, quando foi marcada como conteúdo falso pelo Facebook e, em seguida, apagada pelo autor. Neste caso a desinformação é ainda mais perigosa, porque atribui a mensagem falsamente a uma autoridade do governo federal. Falso para o Comprova é todo conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira. A agência Aos Fatos também concluiu que o conteúdo dessas postagens é falso.
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['Projeto Comprova']
[]
['coronavírus [tratamento]', 'Bruno Covas', 'prefeitura de são paulo']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/nao-ha-evidencias-que-80-da-populacao-seja-imune-ao-novo-coronavirus/
ESTADAO_VERIFICA
Não há evidências que 80% da população seja imune ao novo coronavírus
OMS espera que a maioria dos pacientes com covid-19 desenvolva resposta de anticorpos que proporcione proteção, mas ainda não se sabe qual o nível dessa proteção nem quanto tempo ela duraria
2020-06-26
Não há evidências que 80% da população seja imune ao novo coronavírus, ao contrário do que afirmam posts que circulam no Facebook. A Organização Mundial de Saúde (OMS) espera que a maioria dos pacientes com covid-19 desenvolva uma resposta de anticorpos que proporcione algum tipo de proteção, mas ainda não se sabe qual o nível dessa proteção nem quanto tempo ela duraria. Segundo a OMS, “nenhum estudo respondeu a essas importantes questões ainda”. A microbiologista Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC), explica que essa porcentagem tão alta não faz sentido. Para se ter uma ideia, 85% é a taxa estimada de imunização da população mundial para a poliomielite. A covid-19 é uma doença nova, que ainda não tem tratamento ou vacina comprovadamente eficaz. “80% de uma população imune é o que a gente quer atingir com uma vacina ou com imunidade de rebanho”, explica Pasternak. “Se isso fosse verdade, o vírus nem circulava”. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica A informação falsa foi impulsionada pelo influenciador bolsonarista Winston Ling no Twitter e passou a circular também no Facebook. Ling afirma que “descobrimos que 80% da população é imune porque o sistema imunológico consegue reagir à covid-19 como se fosse um resfriado comum”, mas essa justificativa também não é verdadeira. As duas doenças são causadas por agentes infecciosos distintos, que têm características diferentes entre si. Natália Pasternak: ‘Se isso fosse verdade, o vírus nem circulava’. Foto: Reprodução Pasternak aponta que um estudo publicado no periódico científico Cell em maio analisou a resposta de amostras de sangue coletadas entre 2015 e 2018, quando ainda não circulava o SARS-CoV-2 — o vírus que causa a covid-19. O que os cientistas observaram é que, quando essas amostras de sangue foram expostas ao novo coronavírus, muitas delas apresentaram reatividade em células ligadas à resposta imune do corpo. Os autores do estudo, do La Jolla Institute for Immunology, nos Estados Unidos, inferiram que essas pessoas que doaram sangue provavelmente já tinham entrado em contato com os coronavírus que causam resfriados comuns. O nome “coronavírus” se refere à família de agentes infecciosos do qual o SARS-CoV-2 faz parte. Ainda que uma reação cruzada tenha sido observada, os pesquisadores ainda não sabem se essa reatividade fornece algum tipo de imunidade. “Os coronavírus em geral vão ter características em comum, proteínas parecidas”, explica Pasternak. “É normal que [pessoas expostas a diferentes tipos de coronavírus] tenham algum tipo de reação cruzada, que o sistema imune reconheça o que viu no SARS-CoV-2. Agora, não é correto extrapolar isso para dizer que essas pessoas têm algum tipo de proteção. Isso precisa ser investigado”. Taxa de 80% foi citada por neurocientista britânico como ‘estimativa otimista’ O boato que circula no Facebook distorce uma estimativa feita pelo neurocientista Karl Friston, da University College London, do Reino Unido. Em entrevista a um site, ele disse calcular que até 80% da população não seja suscetível ao novo coronavírus. Consultado pelo Estadão Verifica, Friston esclareceu que o número foi mencionado como uma “estimativa otimista” e que, posteriormente, publicou uma análise com maior nuance (leia mais sobre abaixo). Friston faz parte de um grupo independente para produzir estudos e recomendações sobre a pandemia no Reino Unido chamado Independent SAGE. Eles realizam seu trabalho paralelamente ao Grupo de Aconselhamento Científico em Emergências (SAGE, na sigla em inglês) do governo britânico. O neurocientista trabalha em modelos matemáticos das funções cerebrais e agora aplica seu conhecimento para fazer projeções da disseminação do novo coronavírus. Em entrevista ao jornal The Guardian publicada no final de maio, ele afirma que as projeções oficiais consideram que 100% da população estaria suscetível a ser contaminada. Segundo seu método de projeção, uma infinidade de fatores fazem com que nem todos os habitantes de um país estejam expostos ao vírus — e isso teria influência no número final de infectados. O novo coronavírus é diferente do vírus influenza, causador da gripe. Foto: CDC/Divulgação Friston comentava ao The Guardian a diferença nas taxas de mortalidade entre o Reino Unido e a Alemanha. O governo alemão foi elogiado pela rápida resposta ao novo coronavírus — o país adotou uma estratégia de medidas drásticas de isolamento social e testagem em massa. O neurocientista, no entanto, especula que haveria algo como uma “matéria escura imunológica” na Alemanha: “pessoas que não estão suscetíveis à infecção, talvez porque estejam geograficamente isoladas ou porque possuem algum tipo de resistência natural”, entre outras possibilidades. Recentemente, Friston publicou uma análise técnica com cientistas do Reino Unido, Austrália, Dinamarca e França. Este documento ainda está em versão pré-print, ou seja, ainda não foi revisado por outros acadêmicos ou aceitado em um periódico científico. Os autores se baseiam em equações diferenciais para estimar a porcentagem imune da população e calcular a segunda onda de contágios pelo novo coronavírus. No cálculo, os cientistas estimam uma série de fatores, como a probabilidade de a população sair de casa, a eficácia do sistema de testagem e até a demora em adicionar novos casos à estatística de infectados. Dessa forma, a análise apontou que a porcentagem da população brasileira imune à covid-19 (que já se recuperou da doença após apresentar sintomas leves) seria de 7%; a parcela não-suscetível ao coronavírus (que têm algum tipo de “resistência” natural) seria de 61%. No entanto, os próprios autores admitem que há “muitas limitações” ao modelo, e que as porcentagens calculadas dependem dos dados disponíveis até a data do cálculo (8 de junho de 2020). Os cientistas acrescentam que o objetivo da análise não é oferecer “respostas definitivas”, e sim ilustrar como questões relacionadas à pandemia podem ser respondidas usando o modelo desenvolvido por Friston. Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, disse que estudos tentam determinar a porcentagem de contágios oriundos de pessoas assintomáticas. Foto: EFE/EPA/Salvatore Di Nolfi Boato também distorce informações da OMS sobre taxa de assintomáticos O boato no Facebook afirma ainda que a OMS teria admitido que assintomáticos não transmitem o novo coronavírus. Isso também não é verdade. O diretor-geral da instituição, Tedros Adhanom, disse em 10 de junho que pessoas assintomáticas podem sim transmitir o vírus. No entanto, são necessárias mais informações sobre o comportamento da doença para se afirmar a porcentagem de contágios com origem em pessoas assintomáticas. “Estas pesquisas estão sendo feitas em número cada vez maior”, falou. A OMS faz questão de ressaltar a diferença entre pacientes assintomáticos – ou seja, aqueles infectados e que não desenvolvem qualquer sintoma — e os pré-sintomáticos — isto é, aqueles que foram infectados mas ainda não desenvolveram nenhum sintoma. Testes para se determinar a transmissão por pessoas assintomáticas são difíceis de serem conduzidos, mas a evidência disponível até o momento sugere que elas possuem menos chance de transmissão do que pessoas com os sintomas. “Alguns pesquisadores tentam estimar a proporção de pessoas assintomáticas que virão a transmitir a doença. Os números variam muito dependendo das projeções feitas em cada país, mas algumas estimativas apontam que até 40% da transmissão se dê por pacientes assintomáticos”, explicou a OMS ao Estadão Verifica. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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['Alessandra Monnerat', 'Pedro Prata']
[]
['coronavírus', 'facebook', 'OMS [Organização Mundial de Saúde]']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/texto-engana-ao-dizer-que-trump-indicou-weintraub-ao-banco-mundial/
ESTADAO_VERIFICA
Texto engana ao dizer que Trump indicou Weintraub ao Banco Mundial
Publicação também afirma equivocadamente que a instituição monitora o COAF e a Receita Federal e que, a mando do presidente americano, o ex-ministro da Educação brasileiro tenha escolta do FBI
2020-06-26
Conteúdo verificado: publicação feita em um perfil pessoal no Facebook e também compartilhada em outras redes com o título “*UM PESADELO CHAMADO WEINTRAUB*”. É enganosa a informação que circula em redes sociais de que o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, teria sido nomeado diretor-executivo do Banco Mundial pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O texto induz a acreditar que a nomeação de Weintraub ao cargo já foi aceita e que o mandatário americano teria participação direta no processo. Ainda, fornece informações equivocadas sobre o papel da instituição, como um suposto monitoramento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e da Receita Federal. Weintraub ainda não recebeu a chancela de outros países membros do Banco Mundial para assumir o cargo, conforme explicado pela própria instituição. O conteúdo viralizado nas redes também diz que o ex-ministro conta com escolta do FBI a mando de Trump, embora o Comprova não tenha encontrado nenhum registro que indique proteção especial ao ex-titular do MEC. Como verificamos? O Comprova fez uma busca em redes sociais, por meio das plataformas CrowdTangle e Tweetdeck, para tentar rastrear postagens relacionando indicações de Donald Trump a Abraham Weintraub e o FBI. O post mais antigo encontrado data de 20 de junho, em um grupo público do Facebook, mesmo dia em que o ex-ministro diz ter desembarcado nos EUA. Buscamos contato com o perfil do Facebook que realizou a postagem, mas não obtivemos retorno. Levantamos, junto à assessoria de imprensa do Banco Mundial, quais as atribuições da entidade e se ela monitora instituições financeiras de outros países, como o COAF e a Receita Federal. Pesquisamos no site do órgão como funciona o processo de indicação a um cargo de diretor-executivo e quais tarefas são atribuídas a este posto. Também apuramos como foi a entrada de Weintraub nos Estados Unidos por meio de publicações em veículos de imprensa e postagens do ex-ministro e de seu irmão em redes sociais. Buscamos no site do governo americano orientações sobre entrada de estrangeiros em meio à pandemia de covid-19 e procuramos o Departamento de Estado e o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, além do Itamaraty, para saber como Weintraub conseguiu chegar até o país. Apenas o Departamento de Estado respondeu aos nossos questionamentos. Por fim, pesquisamos no site do FBI quais as responsabilidades do órgão de inteligência dentro do país e se isso inclui a escolta de autoridades estrangeiras. O Comprova também questionou a agência americana sobre uma possível proteção concedida a Weintraub, mas não obteve nenhum retorno. Verificação Indicado por Trump? “Se muitos desejavam a saída do ministro da Educação de sua pasta, agora lamentam profundamente. O ex-ministro foi nomeado pelo Presidente Donald Trump como diretor executivo do Banco Mundial”, começam as publicações compartilhadas mais de 36 mil vezes em redes sociais desde o último dia 20 de junho. Não há qualquer indício, no entanto, de que o presidente dos Estados Unidos tenha influenciado a nomeação de Weintraub ao Banco Mundial — que não é um órgão subordinado ao governo americano, mas uma instituição de desenvolvimento governada por 189 países membros. Envolvido em polêmicas desde que assumiu o Ministério da Educação em abril de 2019, Weintraub renunciou ao cargo em 18 de junho deste ano, após desgaste político por afirmar que gostaria de ver presos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem chamou de “vagabundos”. No vídeo em que anunciou sua saída da pasta, o economista também informou que havia recebido o convite para ser diretor do Banco Mundial, agradecendo ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por ter “referendado” a indicação. No mesmo dia, o Ministério da Economia confirmou em nota oficial que o governo brasileiro oficializou a indicação de Weintraub para diretor executivo do grupo de países que o Brasil lidera no Banco Mundial. Não havia, no comunicado, qualquer menção ao presidente dos EUA, Donald Trump. Questionado pelo Comprova se a indicação do ex-ministro brasileiro havia sido feita pelo mandatário norte-americano, o Banco Mundial afirmou, apenas, que “recebeu uma comunicação oficial das autoridades brasileiras” indicando Weintraub para o cargo. A informação coincide com o processo de nomeação oficial detalhado no site da entidade. O conselho administrativo do Banco Mundial possui 25 cadeiras. Destas, seis são indicadas diretamente pelos maiores acionistas da instituição, entre eles os Estados Unidos. O restante das cadeiras é ocupado por blocos divididos por critérios geopolíticos, chamados de “constituency”. Documento BANCO MUNDIAL PDF O grupo do Brasil é composto por oito outros países: Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago. Estas são as nações que devem aprovar, ou não, a nomeação de Weintraub. O nome do ex-ministro ainda não foi chancelado por estes países. Embora seja considerada uma formalidade, uma vez que o número de votos do Brasil supera o de todos os outros integrantes do “constituency”, Weintraub não foi oficializado, por enquanto, como diretor executivo do banco, como sugerem as postagens. No último dia 24 de junho a Associação de Funcionários do Banco Mundial enviou uma carta ao Comitê de Ética da instituição pedindo a suspensão da indicação de Weintraub, até que seja conduzida uma investigação sobre falas preconceituosas do ex-ministro. “De acordo com várias fontes, Weintraub publicou um tuíte de acusação racial que zomba do sotaque chinês (…) Weintraub deu declarações públicas contra a proteção dos direitos das minorias e a promoção da igualdade racial”, listou a associação, na carta. “Portanto, solicitamos formalmente ao Comitê de Ética que reveja os fatos subjacentes às múltiplas alegações, com vistas a suspender sua indicação até que essas alegações possam ser revisadas”, diz o pedido. Banco Mundial monitora o COAF e a Receita Federal? As publicações viralizadas afirmam, ainda, que o Banco Mundial tem acesso a todo o sistema financeiro do mundo e que monitora, inclusive, o COAF e a Receita Federal brasileira. Por isso, sugerem as postagens, Weintraub teria “a chave dos segredos” e poderia monitorar todos aqueles que “tiveram laranjas” nas suas empresas ou “negociações dúbias”, se aprovado pela instituição: “Lula e seus filhos, juntos aos governadores e prefeitos corruptos”, listam as publicações. Consultado pelo Comprova, o Banco Mundial classificou as afirmações como “incorretas”. “Ninguém do staff ou de qualquer board do Banco Mundial tem acesso a contas bancárias de terceiros”, acrescentou Juliana Braga, representante de Assuntos Externos da entidade, em Brasília. O Banco Mundial tem como objetivo fornecer assistência financeira e técnica a países em desenvolvimento. Para isso, oferece empréstimos e créditos a juros baixos, além de bolsas. A instituição também facilita financiamentos e oferece recomendações sobre políticas. Os diretores desta entidade se reúnem aproximadamente duas vezes por semana para supervisionar os negócios do Banco Mundial, incluindo a aprovação de empréstimos, de novas políticas, do orçamento administrativo e de estratégias de assistência a países, como explica o site da organização. Proteção do FBI O texto viralizado assegura, também, que Donald Trump solicitou que Weintraub seja colocado sob escolta do FBI “por tempo indeterminado”. O FBI é uma agência de inteligência dos EUA que busca manter a segurança nacional por meio da proteção das leis do país. As investigações são focadas em violações da lei e monitoramento de possíveis ameaças. Ao todo, os EUA têm 17 agências de inteligência ligadas a departamentos distintos e com propósitos diferentes. O Comprova entrou em contato com o FBI, tanto no escritório mantido no Brasil, dentro da embaixada de Brasília, quanto na sede em Washington, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. De acordo com o site do Departamento Nacional de Inteligência, diferentemente do que alega a postagem a respeito de Weintraub, a proteção a presidentes, chefes de estado e outras autoridades cabe ao Serviço Secreto — braço do Departamento de Segurança Interna (DHS) e que, embora possa atuar junto do FBI, funciona de forma separada. É tarefa do Serviço Secreto, segundo o site oficial, fornecer proteção a “chefes de estado visitantes, ou outras autoridades, e cônjuges, além de outros estrangeiros ilustres que estejam visitando o país”. Procurado por email, o DHS não respondeu a respeito da entrada de Weintraub nos EUA e se ele recebeu proteção do serviço de inteligência. A ida de Weintraub aos EUA Em 20 de junho — dois dias após o anúncio da saída de Weintraub do Ministério da Educação — o irmão do então ministro, Arthur Weintraub (que ocupa cargo de assessor especial da Presidência), publicou no Twitter que Abraham havia deixado o Brasil e desembarcado em Miami. A assessoria do MEC confirmou a informação aos veículos de imprensa no mesmo dia e declarou que ele havia pagado pela própria passagem e viajado em voo comercial. A exoneração de Weintraub só foi publicada no Diário Oficial da União após a chegada dele aos EUA. O governo admitiu que o pedido de demissão veio depois da viagem. Em 23 de junho, o Diário Oficial publicou uma retificação da data da exoneração do ex-ministro, passando a demissão de 20 para 19 de junho. Desde 24 de maio é vetada, nos EUA, a entrada de brasileiros ou viajantes que tenham passado pelo Brasil nos últimos 14 dias. Há uma lista de exceções fornecida pelas autoridades americanas, que inclui funcionários de governos estrangeiros, de organizações internacionais ou diplomatas — categoria na qual Weintraub, então ministro, se encaixava. As demais entradas são permitidas a cidadãos norte-americanos e seus cônjuges, assim como filhos estrangeiros ou adotivos; pais e responsáveis de cidadãos americanos com menos de 21 anos; pessoas com residência permanente e legal nos EUA; irmãos estrangeiros de cidadãos americanos desde que ambos tenham menos de 21 anos; cidadãos estrangeiros que entram no país a convite de autoridades dos EUA para auxiliar no combate ao novo coronavírus; membros de tripulações aéreas ou marítimas (neste caso, são pessoas que já viajam sem visto de imigrante). Não foi informado como Weintraub entrou nos EUA. Sem ocupar, ainda, cargo na diretoria do Banco Mundial, sua única forma de entrar no país, mesmo vindo do Brasil, seria por meio de um visto de autoridade ou mesmo uso do passaporte diplomático (este último também oferecendo risco de veto). Em ambos os casos, ele só teria a entrada permitida caso ainda fosse ministro. O Comprova enviou um e-mail para o Departamento de Estado dos EUA, que controla entrada de estrangeiros no país, para saber se Weintraub utilizou um passaporte diplomático ou algum tipo de visto especial. O órgão informou que questões de visto são confidenciais e que não comentaria casos individuais. Ainda, acrescentou que exceções ao veto de entrada nos EUA cabem ao Departamento de Segurança Interna (conhecido pela sigla DHS). Também procuramos o Itamaraty para saber como ocorreu a entrada de Weintraub nos EUA. Até o fechamento deste texto, não houve retorno. Por que investigamos? O Comprova investiga conteúdos duvidosos ligados a políticas públicas que apresentam ampla repercussão em redes sociais e aplicativos de mensagens. É o caso da postagem envolvendo o ex-ministro Abraham Weintraub. Até 25 de junho, o conteúdo teve 48.251 mil interações e 36.872 compartilhamentos no Facebook, 4,2 mil retuítes e 13,6 mil curtidas no Twitter e 709 visualizações, 33 curtidas e 8 descurtidas no Youtube. Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado de seu contexto original e usado de modo a induzir outro significado. É o caso da postagem, que embora cite a indicação de Weintraub ao Banco Mundial, fornece a falsa informação de que ele já seria detentor do cargo e que teria chegado lá por indicação do presidente dos EUA, Donald Trump. Apesar do alinhamento político e ideológico do presidente da República Jair Bolsonaro com Trump, não há nenhum indício da interferência do mandatário no processo de escolha da diretoria-executiva do Banco Mundial, conforme explicado ao longo desta investigação. Também não houve nenhuma confirmação de que Weintraub teria recebido algum tipo de tratamento especial em sua chegada aos EUA. O conteúdo já foi considerado falso pelo site Boatos.org. A desinformação em torno de procedimentos que envolvem organismos internacionais já foi alvo de outras checagens do Comprova. No ano passado, uma publicação creditava o atraso da entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a “retrocessos no combate à corrupção”.
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['Projeto Comprova']
[]
['Abraham Weintraub', 'fake news [notícia falsa]', 'Donald Trump', 'banco mundial']
2021-05-20
['ENGANOSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/boato-resgata-foto-antiga-de-joao-doria-sem-mascara-em-local-publico/
ESTADAO_VERIFICA
Boato resgata foto antiga de João Doria sem máscara em local público
Imagem foi feita quando o uso do equipamento de proteção ainda não era obrigatório em São Paulo
2020-06-26
Foi tirada em março a foto do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tomando vacina sem usar máscara de proteção. A imagem circula no Facebook em um boato para atacar Doria após decisão judicial obrigar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e servidores da União a usar máscara em locais públicos. O Estadão Verifica checou o conteúdo após constatar que ele viralizou na rede social e já tem mais de 12 mil compartilhamentos. Imagens foram gravadas no primeiro dia da campanha nacional de vacinação contra a gripe, quando o uso de máscaras em locais públicos ainda não era obrigatório em São Paulo. Foto: Reprodução LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica A imagem de Doria tirada de contexto foi gravada pela reportagem do programa jornalístico SP1, da TV Globo, em 23 de março de 2020. O governador estava tomando a vacina da gripe contra o vírus influenza no mesmo dia em que iniciou-se a campanha nacional de vacinação contra a doença. Àquela altura, ainda não havia decreto para o uso de máscaras em locais públicos no Estado de São Paulo. A determinação só entrou em vigor em 7 de maio. Ao colocar a imagem utilizada no boato lado a lado com o vídeo da reportagem da TV Globo é possível encontrar elementos que provam que a imagem é a mesma: a roupa do governador, o brinco da enfermeira e um detalhe vermelho em seu crachá. Também é possível notar uma planta e mastros ao fundo. Comparação entre a foto do boato e o vídeo da TV Globo permite confirmar que se trata da mesma situação. Foto: SP1/Reprodução No mesmo dia, Doria publicou uma foto em sua conta oficial no Twitter para divulgar a campanha de vacinação: “Hoje começou a campanha nacional de vacinação contra a gripe para idosos (a partir de 60 anos) e profissionais da saúde. A vacina não protege contra o coronavírus, mas é essencial para facilitar o diagnóstico, uma vez que os sintomas da covid-19 são semelhantes aos da gripe comum”, publicou ele. Comparação entre a foto do boato e foto publicada no Twitter oficial do governador permite confirmar que se trata da mesma situação. Foto: Twitter/@jdoriajr/Reprodução A foto antiga foi compartilhada nas redes sociais com menções a Jair Bolsonaro. Isso porque na segunda-feira, 23, a 9ª Vara Cível do Distrito Federal determinou que o presidente utilize máscara facial de proteção em todos os espaços públicos sob pena de multa de R$ 2 mil. O mesmo vale para servidores da União, sob pena de multa de R$ 20 mil. Em meio à pandemia, Bolsonaro compareceu a manifestações em favor de seu governo sem o equipamento de proteção. O uso de máscara em locais públicos é obrigatório no Distrito Federal desde 30 de abril, conforme o decreto Nº 40.648. Foi por causa deste decreto que o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi multado em R$ 2 mil ao comparecer a manifestação pró-governo em 14 de junho em Brasília. Ele também não usava o equipamento de proteção. A obrigatoriedade do uso de máscaras é considerada essencial por autoridades médicas no combate à disseminação da covid-19. Além disso, elas impedem a passagem do novo coronavírus e permitem a troca gasosa para as pessoas respirarem normalmente. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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['Pedro Prata']
[]
['São Paulo [estado]', 'joão doria', 'máscara respiratória', 'facebook', 'Influenza', 'fake news [notícia falsa]']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-forbes-tenha-publicado-sobre-compra-de-hidreleticas-no-brasil-por-empresario-chines/
ESTADAO_VERIFICA
É falso que ‘Forbes’ tenha publicado sobre compra de hidrelétricas no Brasil por empresário chinês
Não há evidências que Jack Ma, dono da Alibaba, tenha adquirido recentemente propriedades no Brasil, ao contrário do que afirma publicação viral no Facebook
2020-06-26
Não há evidências que o empresário Jack Ma, fundador do e-commerce Alibaba e homem mais rico da China, tenha comprado “hidrelétricas” e “centenas de fazendas” no Brasil. As alegações constam em boato compartilhado mais de 3,5 mil vezes no Facebook no mês de junho e são falsamente atribuídas a uma suposta reportagem da revista Forbes. O Estadão Verifica consultou, por e-mail, a redação da Forbes no Brasil e questionou se a revista havia publicado alguma notícia a respeito. “Não publicamos nada sobre isso”, respondeu a editora executiva, Gabriela Arbex. A informação também não aparece em nenhum portal de notícias em uma pesquisa simples no Google pelo nome do empresário e os termos “hidrelétricas”, “fazendas” e “Brasil”. Postagens falsas nas redes sobre supostos negócios do empresário chinês Jack Ma apresentam tom alarmista e erros de português. Foto: Reprodução / Arte Estadão A mensagem alega ainda que o empresário seria xenófobo e teria a intenção de “trazer chineses para trabalhar em seus negócios” — novamente, afirmações sem qualquer fundamento em fontes confiáveis. A China foi acusada de querer “comprar o Brasil” pelo presidente Jair Bolsonaro, repetidamente, durante a campanha eleitoral. Em dezembro de 2018, o Estadão mostrou, a partir de dados oficiais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que a China tem atuação quase irrelevante no mercado de compra ou arrendamento de terras para produção agrícola no País. Os chineses detinham apenas 664 propriedades rurais, somando 10.126 hectares, equivalente a 0,28% do total de terras em nome de estrangeiros à época. A situação é diferente no setor elétrico, em que a China liderava a geração privada de energia no Brasil, pelos dados da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC) de 2018. O cenário é consequência de aportes bilionários de empresas como CTG, Spic e State Grid — três companhias estatais chinesas. Quem é o ‘chinês Jack Ma’? O empresário chinês Jack Ma é fundador de um dos maiores sites de comércio eletrônico do mundo, o Alibaba. De acordo com perfil da revista Forbes, é o homem mais rico da China e o 17º do planeta, com fortuna estimada em 43,2 bilhões de dólares. Em 2014, a empresa bateu o recorde de maior oferta pública inicial de açõesdo mundo, ao levantar 25 bilhões de dólares. Além do Alibaba, Jack Ma é conhecido pelas participações nas indústrias chinesas de entretenimento Huayi Brothers e Beijing Enlight Media. Em 2019, o empresário gerou polêmica ao afirmar que a cultura de várias horas de trabalho extra em empresas de tecnologia era “uma grande benção” para os jovens da China. Ele defendeu o cronograma de trabalho da indústria conhecido como “966”, que se refere a uma carga horária das 9h às 21h, seis dias por semana. Poucos meses depois, recuou sobre a posição, ao declarar que “as pessoas deveriam trabalhar três dias na semana por quatro horas” em debate sobre os avanços na inteligência artificial nos negócios. Ainda no ano passado, Jack Ma deixou o comando da Alibaba. O patrimônio de 460 bilhões de dólares da companhia passou a ser administrado pelo CEO Daniel Zhang. Neste ano, ele também renunciou ao assento no conselho do japonês Softbank. Em meio à pandemia de covid-19, virou notícia internacional ao anunciar a doação de máscaras, testes e respiradores artificiais a uma série de países, entre eles o Brasil. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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['Samuel Lima']
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['jack ma', 'alibaba', 'China [Ásia]', 'facebook', 'estadão verifica', 'fake news [notícia falsa]', 'forbes']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/postagem-distorce-contexto-de-apreensao-de-medicamentos-em-cidade-da-paraiba/
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Postagem distorce contexto de apreensão de medicamentos em cidade da Paraíba
Operação do Ministério Público em Conde foi feita para evitar distribuição de remédios vencidos, sem relação com contabilização de mortos da covid-19
2020-06-25
Uma postagem de um vídeo, com mais de 20 mil compartilhamentos no Facebook, distorce uma investigação do Ministério Público (MP) da Paraíba no município de Conde. A gravação é legítima, feita a partir de imagens de grande quantidade de medicamentos armazenados em uma sala locada pela Prefeitura de Conde. No entanto, a legenda que acompanha o vídeo é falsa — não é verdade que os remédios mostrados nas imagens tenham sido escondidos para que o município recebesse mais recursos do governo federal. A alegação do MP da Paraíba é que os remédios estavam vencidos e, por isso, foram apreendidos. Segundo o órgão, o inquérito civil público foi aberto no último dia 8, a partir de denúncias por WhatsApp sobre a disponibilização de remédios fora do prazo de validade. De acordo com um relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que prestou apoio à operação, os medicamentos também foram armazenados de forma inadequada, sem garantir a ventilação necessária, o que pode comprometer a qualidade dos produtos. LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica Prefeitura não tem incentivo financeiro para aumentar número de mortes Os repasses de recursos do governo federal para municípios e Estados para o enfrentamento à pandemia não são definidos de acordo com o registro de mortos, informação falsa também contida no texto da postagem. Em checagem publicada no último dia 25, o Comprova mostrou que os valores destinados pelo Ministério da Saúde a ações de combate à pandemia do novo coronavírus não se baseia no número de casos ou óbitos. Azitromicina é utilizada em tratamento de infecções A legenda também erra ao sugerir que a azitromicina é usada somente para tratamento de covid-19. O antibiótico é usado para combater diversas infecções bacterianas, como otite e diarreia do viajante. Um documento do Ministério da Saúde orienta a prescrição da substância combinada com a hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes infectados com o novo coronavírus — apesar disso, não há eficácia comprovada da combinação desses medicamentos no tratamento da covid-19. Documento ORIENTAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA MANUSEIO MEDICAMENTOSO PRECOCE DE PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DA COVID-19 PDF Entre os medicamentos encontrados na sala em Conde, na Paraíba, estavam 9,7 mil frascos de dipirona 500 mg/5 ml em gotas, 5,9 mil frascos de ibuprofeno 50 mg/30 ml, 800 ampolas de glicose 50% injetável, além dos 1.314 comprimidos de azitromicina di-hidratada de 500 mg visíveis no vídeo. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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['Tiago Aguiar']
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['coronavírus [tratamento]', 'azitromicina']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/boato-inventa-critica-da-tv-globo-e-resposta-do-flamengo-sobre-retorno-do-futebol-na-pandemia/
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Boato inventa crítica da TV Globo e resposta do Flamengo sobre retorno do futebol na pandemia
Partida entre rubro-negro e Bangu, que marcou a volta do campeonato carioca, sequer é mencionada em telejornal; clube nega texto atribuído nas redes ao presidente Rodolfo Landim
2020-06-25
É falsa a corrente no Facebook que atribui ao presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, uma resposta ao Jornal Nacional, da TV Globo, a respeito de um suposto comentário sobre o retorno do Campeonato Carioca de Futebol em meio à pandemia do novo coronavírus. As alegações foram inventadas e ganharam repercussão nas redes em meio à disputa jurídica entre clube e emissora sobre os direitos de transmissão de partidas do estadual. Corrente inventa declarações do Jornal Nacional, da TV Globo, do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim. Foto: Reprodução / Arte Estadão LEIA TAMBÉM Veja todas as checagens sobre coronavírus publicadas pelo Estadão Verifica Segundo a mensagem falsa, o executivo teria dito que “é repugnante o jornalismo cadavérico” da TV Globo e que a emissora faz “terrorismo informativo” com objetivos financeiros durante a crise do novo coronavírus. O texto seria uma resposta a um suposto comentário no Jornal Nacional, sem indicação de autoria, de que foi “melancólico e repulsivo o Flamengo comemorar gols enquanto dois pacientes morriam no hospital de campanha ao lado do estádio” — referência à partida contra o Bangu, disputada em 18 de junho, no Maracanã, que terminou três a zero para o rubro-negro. Procurada pelo Estadão Verifica, a assessoria de comunicação do Flamengo afirmou que a mensagem é “fake” e, portanto, nunca foi dita por Rodolfo Landim. Além disso, a reportagem consultou a íntegra das edições do Jornal Nacional de 18 e 19 de junho e constatou que a partida que marcou o retorno do futebol brasileiro após semanas de paralisação por conta da pandemia sequer é mencionada. O telejornal preferiu noticiar apenas a medida provisória que altera os direitos de transmissão de jogos de futebol na data do jogo e não teve reportagens esportivas no dia seguinte. A suposta declaração também não foi encontrada em nenhuma reportagem de outro programa da TV Globo ou de qualquer outro veículo, ainda que o fato de que duas pessoas morreram no hospital de campanha naquele mesmo dia tenha sido mencionado em reportagens de veículos como o jornal Extra, do Rio de Janeiro, e pelo jornalista esportivo Mauro Cezar Pereira. O Estadão também publicou reportagem com a informação de que 258 pessoas com covid-19 estavam sendo atendidas do lado de fora do estádio enquanto ocorria a partida. MP de Bolsonaro e disputa entre Flamengo e Globo O boato nas redes sociais aproveita a disputa recente entre o clube e a emissora para espalhar desinformação. Em 18 de junho, o presidente Jair Bolsonaro assinou a Medida Provisória 984/2020, que flexibiliza contratos dos clubes com os jogadores de futebol durante a pandemia do novo coronavírus. O texto causou polêmica ao determinar que os direitos de transmissão dos jogos pertencem ao mandante da partida. Anteriormente, as emissoras precisavam ter contrato vigente com as duas equipes envolvidas. A Globo é detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Carioca de Futebol até 2024 e acertou com 15 clubes, com exceção do Flamengo. Após a publicação da MP, Rodolfo Landim disse que o clube estava livre para negociar os jogos em que o Flamengo é mandante com qualquer emissora, e que as partidas poderiam ser transmitidas em canal próprio, a FlaTV, independentemente do adversário. A Globo, por outro lado, divulgou nota defendendo que a medida não afeta as competições cujos direitos já foram cedidos pelos clubes e ameaçou “tomar medidas legais contra qualquer tentativa de violação de seus direitos adquiridos”. A posição jurídica é compartilhada por advogados do direito esportivo independentes ouvidos em reportagem do Estadão. Na quarta-feira, 24 de junho, a emissora entrou com pedido de liminar na Justiça, para impedir que o Flamengo transmita ou ceda os direitos de transmissão do jogo contra o Boavista, válido pela quinta rodada da Taça Rio. A partida está marcada para 1º de julho, depois que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acatou pedido de Fluminense e Botafogo e adiou os jogos dos dois times na quarta rodada para 28 de junho, obrigando a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) a revisar o calendário do estadual. A MP foi publicada por Bolsonaro cerca de um mês depois de o presidente tratar do assunto com representantes de Flamengo e Vasco, em compromisso fora da agenda oficial. Os dois clubes cariocas defenderam a volta da competição esportiva, ao contrário de Fluminense e Botafogo, que se manifestaram contra o retorno do estadual. Em 17 de junho, um dia antes da medida, Landim acompanhou a posse do ministro das Comunicações, Fábio Faria, em Brasília. Na solenidade, o presidente da República usou um broche com o escudo do clube. Entre os parlamentares, o despacho ganhou o apelido de “MP do Flamengo”. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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['Samuel Lima']
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['coronavírus', 'fake news [notícia falsa]', 'facebook', 'estadão verifica', 'jair bolsonaro', 'rede globo', 'rodolfo landim', 'flamengo', 'campeonato carioca de futebol']
2021-05-20
['FALSO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/video-de-medicos-dancando-em-israel-nao-tem-relacao-com-o-controle-de-casos-de-covid-19/
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Vídeo de médicos dançando em Israel não tem relação com controle de casos de covid-19
Na gravação, profissionais de saúde dançam em comemoração ao dia da independência de Jerusalém
2020-06-25
Circula nas redes sociais um vídeo em que enfermeiros e médicos dançam e levantam as mãos para o alto, em meio a macas de um hospital. A legenda que acompanha uma publicação no Facebook afirma que os profissionais de saúde são de Israel e que estariam “comemorando ter zerado os pacientes do vírus“, mas isso não é verdade. O vídeo, na realidade, foi publicado na página do hospital Shaare Zedeck Medical Center Jerusalem no dia 29 de abril deste ano, com esta legenda em inglês: “A equipe do nosso Centro Integrado de Cardiologia incentiva todos a se exercitarem e a fazerem o coração sorrir e sorrir! Desejando boa saúde a todos”. A postagem também faz referência ao Dia da Independência de Jerusalém: “Feliz Yom Haatzmaut!”. O hospital também postou o mesmo vídeo, com legenda em hebraico, no qual recomenda a dança como benefício à saúde. “Um corpo em movimento melhora a atividade cardíaca”, diz o post. Segundo o painel da Universidade Johns Hopkins, Israel soma 22,4 mil casos confirmados de infecção por covid-19 e 309 mortes. Ainda em março, o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, adotou medidas de distanciamento social para conter a disseminação do vírus. Os israelenses só poderiam sair para o indispensável — caso contrário, estariam sujeitos a multas. Em abril, Netanyahu relaxou algumas medidas de quarentena e depois as revogou. Uma checagem similar também foi feita pela Agência Lupa, no dia 6 de maio. À época, havia registro de diminuição nos casos de internação dos casos de covid-19 no país do Oriente Médio, o que fez algumas unidades de saúde desativarem alas exclusivas aos pacientes infectados pelo novo coronavírus. A medida, entretanto, não é a indicada pelo Ministério de Saúde de Israel.
https://politica.estadao…250620203356.png
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['Estadão Verifica']
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['Israel [Ásia]', 'fake news [notícia falsa]', 'coronavírus']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']
https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/trecho-de-voto-de-alexandre-de-moraes-e-editado-para-parecer-que-ministro-fez-ameacas-ao-stf/
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Trecho de voto de Alexandre de Moraes é editado para parecer que ministro fez ameaças ao STF
Ministro lia ofensas feitas ao Tribunal; uma delas falava em atear fogo ao prédio do Supremo
2020-06-25
Um vídeo no Facebook retirou de contexto um trecho do voto do ministro Alexandre de Moraes pela continuidade do inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF). Na imagem, o ministro lê ameaças ao STF feitas pelos investigados. A falsa postagem vem acompanhada de um texto que sugere que a autoria das ameaças seria do próprio Moraes, quando ele ainda não integrava o Tribunal. O Estadão Verifica decidiu checar o conteúdo após ele viralizar e receber mais de 19 mil compartilhamentos e ser visto 291 mil vezes. “Quanto custa atirar à queima-roupa em cada ministro filho da p*** do STF que queira acabar com a prisão em segunda instância? Caso acabem com a prisão em segunda instância, só nos resta jogar combustível e tocar fogo no plenário com os ministro dentro”, Moraes diz no vídeo compartilhado. Na verdade, ele estava lendo uma das ameaças proferidas contra a Corte que consta nas investigações. LEIA TAMBÉM Foto é adulterada para sugerir apoio do PCC ao ministro Alexandre de Moraes O vídeo é apenas um trecho do voto do ministro, proferido em 17 de junho, no julgamento do plenário que discutia a legalidade do inquérito comandado por Moraes. A investigação foi considerada legal por 10 dos 11 ministros. A votação ocorre de forma virtual por conta do isolamento social da pandemia de covid-19. Alexandre de Moraes é relator de inquérito sobre ameaças e fake news contra integrantes do STF. Foto: Reprodução Moraes comentou as ameaças, mas essa parte foi propositalmente retirada pelo boato. Ele disse: “Peço uma redobrada atenção para algumas duras frases que vou ler de agressões e ofensas feitas ao ministro do STF para que se pare de uma vez por todas de se confundir críticas, por mais ácidas que sejam e que devem continuar, com ameaças, agressões e coações”. Moraes afirmou que enviou 72 processos à 1ª instância decorrentes das investigações. Ele dizia que nenhum deles poderia ser enquadrado como liberdade de expressão e chamou a atitude dos investigados de “bandidagem”. “Onde está, aqui, a liberdade de expressão?”, indagou. Alexandre de Moraes foi indicado ao Supremo Tribunal Federal em 2017 pelo então presidente Michel Temer. Ele foi ministro da Justiça do emedebista. Esse boato também foi checado por Fato ou Fake, Boatos.org, Aos Fatos e Agência Lupa. A íntegra da sessão com o voto de Moraes está disponível no canal do STF no YouTube. As ameaças que o ministro Alexandre de Moraes lê podem ser conferidas a partir de 1h05m38s: Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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['Pedro Prata']
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['fake news [notícia falsa]', 'alexandre de moraes', 'STF [Supremo Tribunal Federal]']
2021-05-20
['FORA DE CONTEXTO']