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Bolsa altera horário de negociações nos meses de outubro a março
A partir de 21 de dezembro, a BM&FBovespa passará a funcionar com horário estendido, das 10h às 18h (de Brasília). O novo período de negociações vigorará até 11 de março de 2016. A decisão foi tomada pelas Câmaras Consultivas de Operações, de Equities e de Pós-Negociação, "visando facilitar operações de arbitragem nos mercados internacionais, bem como a potencialização do fluxo de clientes estrangeiros", segundo comunicado da administradora da Bolsa brasileira. O novo período de negociações será adotado anualmente durante o horário de verão, nos meses de outubro a março. Nos demais meses do ano, permanece a faixa regular, das 10h às 17h. Enquanto vigorar o horário estendido, não haverá o chamado after market —negociações depois do fim do pregão regular. No restante do ano, o after market ocorrerá das 17h30 às 18h.
mercado
Bolsa altera horário de negociações nos meses de outubro a marçoA partir de 21 de dezembro, a BM&FBovespa passará a funcionar com horário estendido, das 10h às 18h (de Brasília). O novo período de negociações vigorará até 11 de março de 2016. A decisão foi tomada pelas Câmaras Consultivas de Operações, de Equities e de Pós-Negociação, "visando facilitar operações de arbitragem nos mercados internacionais, bem como a potencialização do fluxo de clientes estrangeiros", segundo comunicado da administradora da Bolsa brasileira. O novo período de negociações será adotado anualmente durante o horário de verão, nos meses de outubro a março. Nos demais meses do ano, permanece a faixa regular, das 10h às 17h. Enquanto vigorar o horário estendido, não haverá o chamado after market —negociações depois do fim do pregão regular. No restante do ano, o after market ocorrerá das 17h30 às 18h.
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Asteroide de 400 metros passará raspando pela Terra no Halloween
Um asteroide com cerca de 400 metros vai passar raspando pela Terra em pleno Dia das Bruxas. Não vai bater, mas isso não quer dizer que não seja um baita susto. O objeto foi descoberto apenas 21 dias atrás, por um projeto de monitoramento instalado na Universidade do Havaí e financiado pela Nasa. Na prática, isso significa que, se o astro designado pela sigla 2015 TB145 estivesse mesmo em rota de colisão, quase não haveria aviso prévio para tentar evitar o impacto ou mitigar os efeitos. O asteroide não seria capaz de extinguir a humanidade (o que matou os dinossauros tinha mais de 10 km de largura). Mas poderia causar sérios danos em escala local. Compare-o com o meteoro que atingiu a região de Chelyabinsk, na Rússia, em 2013. Naquela ocasião, o bólido tinha apenas 30 metros (um décimo do atual), e sua explosão na atmosfera foi capaz de danificar cerca de 7.200 edifícios e ferir mais de mil pessoas. Essas colisões com pouco ou nenhum aviso obrigam à pergunta: os atuais esforços para monitoramento de asteroides são suficientes para proteger a Terra? "Nossos sistemas ainda estão sujeitos a falhas", destaca Cristóvão Jacques, astrônomo que lidera o Observatório Sonear, em Oliveira (MG), e é o maior descobridor de asteroides próximos à Terra no Brasil. "Um problema é o pouco investimento no hemisfério Sul", diz o pesquisador. "Hoje apenas dois ou três projetos de busca amadores fazem esta cobertura no Sul." Isso significa que metade da abóbada celeste, visível apenas no hemisfério austral do planeta, tem dificuldades de cobertura. E, mesmo na metade norte, ainda há problemas. "Existem épocas em que alguns observatórios fecham, por questões meteorológicas." O Pan-STARRS-1, no Havaí, que descobriu o 2015 TB145 no dia 10, às vezes fecha por conta de furacões ou tempo ruim. PROTEÇÃO PRECÁRIA Ainda que a cobertura do céu fosse total, e durante 100% do tempo, ainda assim teríamos problemas com pontos cegos. Os telescópios não podem observar na direção do Sol ou da Lua, o que gera certos "vãos" nas observações. A faixa extensa por onde percorre a Via Láctea –a nossa galáxia, que tem um formato espiral, mas parece uma faixa porque a vemos no céu pelo lado de dentro– também é um problema. Para detectar objetos ameaçadores, os pesquisadores tiram imagens separadas por alguns minutos ou horas de uma dada região do céu. A ideia é que a sequência de fotos revele algum astro se movendo com relação ao fundo de estrelas. Em geral, o processamento inicial é feito por computador, que identifica potenciais mudanças de uma imagem para outra, para depois ser analisado detalhadamente por um astrônomo. Na faixa da Via Láctea, com tanta estrela, tudo fica mais complicado para a máquina. E para entender a dificuldade de detecção também é preciso levar em conta o tamanho do astro. O monitoramento já foi bastante eficaz nas últimas décadas em identificar os asteroides com o potencial de devastar a civilização –95% deles já foram identificados. Nenhum, felizmente, impõe perigo nas próximas décadas. Contudo, isso ainda deixa uma quantidade numerosa de objetos menores, que ainda podem causar danos significativos, embora não o fim da humanidade. Com seus cerca de 300 metros, o 2015 TB145 entra nessa categoria. A sua aproximação máxima deve acontecer às 15h01 (de Brasília). Ela não o trará a mais que cerca de meio milhão de quilômetros da Terra –aproximadamente 30% mais longe de nós que a Lua. QUASE Parece distante, mas, em termos astronômicos, isso é um "quase". Um raspão tão próximo que, para os cientistas, não se trata de uma má notícia. Com a proximidade, será possível usar radar para mapear o astro, e assim estudá-lo melhor do que se costuma fazer com asteroides distantes. Usando antenas de rádio espalhadas entre os EUA e Porto Rico, os pesquisadores da Nasa esperam revelar a forma exata e traços da superfície do objeto, que pode acabar se revelando não um asteroide, mas um cometa. "A órbita dele é muito alongada com uma alta inclinação para baixo do plano do Sistema Solar", disse Lance Benner, no JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da Nasa. "Uma órbita incomum dessas, assim como sua velocidade de encontro –cerca de 35 km/s– levanta a questão de se ele pode ser algum tipo de cometa." Se for esse o caso, o 2015 TB145 provavelmente trata-se de um objeto que já esgotou seu suprimento de material volátil (gelo) e se tornou um núcleo cometário inativo, contendo apenas agregados rochosos.
ciencia
Asteroide de 400 metros passará raspando pela Terra no HalloweenUm asteroide com cerca de 400 metros vai passar raspando pela Terra em pleno Dia das Bruxas. Não vai bater, mas isso não quer dizer que não seja um baita susto. O objeto foi descoberto apenas 21 dias atrás, por um projeto de monitoramento instalado na Universidade do Havaí e financiado pela Nasa. Na prática, isso significa que, se o astro designado pela sigla 2015 TB145 estivesse mesmo em rota de colisão, quase não haveria aviso prévio para tentar evitar o impacto ou mitigar os efeitos. O asteroide não seria capaz de extinguir a humanidade (o que matou os dinossauros tinha mais de 10 km de largura). Mas poderia causar sérios danos em escala local. Compare-o com o meteoro que atingiu a região de Chelyabinsk, na Rússia, em 2013. Naquela ocasião, o bólido tinha apenas 30 metros (um décimo do atual), e sua explosão na atmosfera foi capaz de danificar cerca de 7.200 edifícios e ferir mais de mil pessoas. Essas colisões com pouco ou nenhum aviso obrigam à pergunta: os atuais esforços para monitoramento de asteroides são suficientes para proteger a Terra? "Nossos sistemas ainda estão sujeitos a falhas", destaca Cristóvão Jacques, astrônomo que lidera o Observatório Sonear, em Oliveira (MG), e é o maior descobridor de asteroides próximos à Terra no Brasil. "Um problema é o pouco investimento no hemisfério Sul", diz o pesquisador. "Hoje apenas dois ou três projetos de busca amadores fazem esta cobertura no Sul." Isso significa que metade da abóbada celeste, visível apenas no hemisfério austral do planeta, tem dificuldades de cobertura. E, mesmo na metade norte, ainda há problemas. "Existem épocas em que alguns observatórios fecham, por questões meteorológicas." O Pan-STARRS-1, no Havaí, que descobriu o 2015 TB145 no dia 10, às vezes fecha por conta de furacões ou tempo ruim. PROTEÇÃO PRECÁRIA Ainda que a cobertura do céu fosse total, e durante 100% do tempo, ainda assim teríamos problemas com pontos cegos. Os telescópios não podem observar na direção do Sol ou da Lua, o que gera certos "vãos" nas observações. A faixa extensa por onde percorre a Via Láctea –a nossa galáxia, que tem um formato espiral, mas parece uma faixa porque a vemos no céu pelo lado de dentro– também é um problema. Para detectar objetos ameaçadores, os pesquisadores tiram imagens separadas por alguns minutos ou horas de uma dada região do céu. A ideia é que a sequência de fotos revele algum astro se movendo com relação ao fundo de estrelas. Em geral, o processamento inicial é feito por computador, que identifica potenciais mudanças de uma imagem para outra, para depois ser analisado detalhadamente por um astrônomo. Na faixa da Via Láctea, com tanta estrela, tudo fica mais complicado para a máquina. E para entender a dificuldade de detecção também é preciso levar em conta o tamanho do astro. O monitoramento já foi bastante eficaz nas últimas décadas em identificar os asteroides com o potencial de devastar a civilização –95% deles já foram identificados. Nenhum, felizmente, impõe perigo nas próximas décadas. Contudo, isso ainda deixa uma quantidade numerosa de objetos menores, que ainda podem causar danos significativos, embora não o fim da humanidade. Com seus cerca de 300 metros, o 2015 TB145 entra nessa categoria. A sua aproximação máxima deve acontecer às 15h01 (de Brasília). Ela não o trará a mais que cerca de meio milhão de quilômetros da Terra –aproximadamente 30% mais longe de nós que a Lua. QUASE Parece distante, mas, em termos astronômicos, isso é um "quase". Um raspão tão próximo que, para os cientistas, não se trata de uma má notícia. Com a proximidade, será possível usar radar para mapear o astro, e assim estudá-lo melhor do que se costuma fazer com asteroides distantes. Usando antenas de rádio espalhadas entre os EUA e Porto Rico, os pesquisadores da Nasa esperam revelar a forma exata e traços da superfície do objeto, que pode acabar se revelando não um asteroide, mas um cometa. "A órbita dele é muito alongada com uma alta inclinação para baixo do plano do Sistema Solar", disse Lance Benner, no JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da Nasa. "Uma órbita incomum dessas, assim como sua velocidade de encontro –cerca de 35 km/s– levanta a questão de se ele pode ser algum tipo de cometa." Se for esse o caso, o 2015 TB145 provavelmente trata-se de um objeto que já esgotou seu suprimento de material volátil (gelo) e se tornou um núcleo cometário inativo, contendo apenas agregados rochosos.
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Juiz vincula viagens de funcionários da Odebrecht a contas secretas
O juiz federal Sergio Moro vinculou uma série de 50 viagens ao exterior de funcionários da Odebrecht, junto com representantes de bancos, a contas que foram usadas pela empreiteira para pagar propina em contratos com a Petrobras, segundo a Polícia Federal. Num dos casos, há suspeita de que um ex-funcionário da empreiteira fugiu do país. Moro cita anotações encontradas no celular de Marcelo Odebrecht, preso desde julho do ano passado, sugerindo que funcionários que controlariam essas contas deixassem o Brasil. A empreiteira foi alvo de nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira (22). As notas escritas por Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo, diziam coisas do tipo "HS/LE. Como estão? Ir para fora já","HS e equipe: fechar todas as contas sob risco" e "Proteger nossos parceiros sem aparecermos". HS e LE são as iniciais de Hilberto Silva e Luiz Eduardo da Rocha Soares, funcionários da Odebrecht que cuidariam de contas no exterior, ainda de acordo com a Polícia Federal. Hilberto, por exemplo, aparece como representante da Odebrecht na ficha na empresa Smith & Nash Engineering Company, acusada de repassar suborno a ex-diretores da Petrobras, o que a Odebrecht nega. Luiz Eduardo, que deixou a empresa em dezembro de 2014, fez viagens com um representante no Brasil de um banco (Vinicius Veiga Borin) que foi usado para repassar propina, o Antigua Overseas. A PF suspeita que Luiz Eduardo tenha fugido do país. Em 21 de junho do ano passado, dois dias após Marcelo Odebrecht ter sido preso, ele deixou o Brasil e nunca mais voltou. Sócio de Luiz Eduardo numa empresa suspeita de atuar na lavagem de dinheiro, Fernando Miglaccio da Silva também deixou o Brasil em julho de 2015 e só voltou em novembro. As viagens ocorreram para locais que integram o circuito de lavagem de dinheiro, como Uruguai e Dubai, por imporem menos controle sobre contas e a origem dos recursos. Em nota, a Odebrecht informou que "permanece à disposição das autoridades para colaborar, sempre que necessário". Segundo a empresa, "as equipes de polícia obtiveram todo auxílio da Odebrecht para o cumprimento" dos mandados de busca e apreensão emitidos pela Justiça Federal para os escritórios da empresa em São Paulo, Rio e Bahia. A Odebrecht informou ainda que Benedito Barbosa da Silva Júnior é diretor presidente da Construtora Norberto Odebrecht, e não vice-presidente de infraestrutura da Odebrecht Engenharia e Construção no Brasil, conforme havia sido apontado pela PF em relatório.
poder
Juiz vincula viagens de funcionários da Odebrecht a contas secretasO juiz federal Sergio Moro vinculou uma série de 50 viagens ao exterior de funcionários da Odebrecht, junto com representantes de bancos, a contas que foram usadas pela empreiteira para pagar propina em contratos com a Petrobras, segundo a Polícia Federal. Num dos casos, há suspeita de que um ex-funcionário da empreiteira fugiu do país. Moro cita anotações encontradas no celular de Marcelo Odebrecht, preso desde julho do ano passado, sugerindo que funcionários que controlariam essas contas deixassem o Brasil. A empreiteira foi alvo de nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira (22). As notas escritas por Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo, diziam coisas do tipo "HS/LE. Como estão? Ir para fora já","HS e equipe: fechar todas as contas sob risco" e "Proteger nossos parceiros sem aparecermos". HS e LE são as iniciais de Hilberto Silva e Luiz Eduardo da Rocha Soares, funcionários da Odebrecht que cuidariam de contas no exterior, ainda de acordo com a Polícia Federal. Hilberto, por exemplo, aparece como representante da Odebrecht na ficha na empresa Smith & Nash Engineering Company, acusada de repassar suborno a ex-diretores da Petrobras, o que a Odebrecht nega. Luiz Eduardo, que deixou a empresa em dezembro de 2014, fez viagens com um representante no Brasil de um banco (Vinicius Veiga Borin) que foi usado para repassar propina, o Antigua Overseas. A PF suspeita que Luiz Eduardo tenha fugido do país. Em 21 de junho do ano passado, dois dias após Marcelo Odebrecht ter sido preso, ele deixou o Brasil e nunca mais voltou. Sócio de Luiz Eduardo numa empresa suspeita de atuar na lavagem de dinheiro, Fernando Miglaccio da Silva também deixou o Brasil em julho de 2015 e só voltou em novembro. As viagens ocorreram para locais que integram o circuito de lavagem de dinheiro, como Uruguai e Dubai, por imporem menos controle sobre contas e a origem dos recursos. Em nota, a Odebrecht informou que "permanece à disposição das autoridades para colaborar, sempre que necessário". Segundo a empresa, "as equipes de polícia obtiveram todo auxílio da Odebrecht para o cumprimento" dos mandados de busca e apreensão emitidos pela Justiça Federal para os escritórios da empresa em São Paulo, Rio e Bahia. A Odebrecht informou ainda que Benedito Barbosa da Silva Júnior é diretor presidente da Construtora Norberto Odebrecht, e não vice-presidente de infraestrutura da Odebrecht Engenharia e Construção no Brasil, conforme havia sido apontado pela PF em relatório.
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Fotógrafo clica o que acontece quando aquecemos misturas de ingredientes
Azeite, gordura de frango, vinagre balsâmico, sal, pimenta e vinho branco. Esses ingredientes são usados no preparo de vários pratos, mas o que acontece quando eles estão todos juntos em uma panela no fogo? O fotógrafo Adrian Mueller, que mora em Nova York (EUA), se juntou à "food stylist" Takako Kuniyuki para responder a essa pergunta –nos mínimos detalhes. Em uma cozinha-estúdio, com auxílio de uma lente macro de 105 milímetros, a dupla registrou, microscopicamente, misturas aquecidas de ingredientes como vinagre balsâmico e óleo vegetal. A ideia era revelar a beleza dos detalhes que podem passar despercebidos quando comemos ou cozinhamos. "Às vezes, as coisas mais interessantes acontecem quando nós menos esperamos por elas", diz a descrição da série no site do fotógrafo. O resultado, nomeado de "Bubbles" (bolhas), revela "padrões maravilhosos que acontecem quando diferentes ingredientes são misturados juntos."
comida
Fotógrafo clica o que acontece quando aquecemos misturas de ingredientesAzeite, gordura de frango, vinagre balsâmico, sal, pimenta e vinho branco. Esses ingredientes são usados no preparo de vários pratos, mas o que acontece quando eles estão todos juntos em uma panela no fogo? O fotógrafo Adrian Mueller, que mora em Nova York (EUA), se juntou à "food stylist" Takako Kuniyuki para responder a essa pergunta –nos mínimos detalhes. Em uma cozinha-estúdio, com auxílio de uma lente macro de 105 milímetros, a dupla registrou, microscopicamente, misturas aquecidas de ingredientes como vinagre balsâmico e óleo vegetal. A ideia era revelar a beleza dos detalhes que podem passar despercebidos quando comemos ou cozinhamos. "Às vezes, as coisas mais interessantes acontecem quando nós menos esperamos por elas", diz a descrição da série no site do fotógrafo. O resultado, nomeado de "Bubbles" (bolhas), revela "padrões maravilhosos que acontecem quando diferentes ingredientes são misturados juntos."
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McDonald's encerra patrocínio de décadas aos Jogos Olímpicos
O McDonald's encerrou seu acordo de patrocínio ao COI (Comitê Olímpico Internacional), que já durava 41 anos, rompendo o contrato de apoio aos Jogos Olímpicos três anos antes do esperado, informou o COI nesta sexta-feira (16). A companhia americana, patrocinadora dos Jogos Olímpicos desde 1976 e parte do programa de principais patrocinadores do COI que contribuem com mais de um US$ 1 bilhão a cada ciclo de quatro anos, tinha contrato em vigor até 2020, incluindo a Olimpíada de Tóquio. "No mundo de negócios de hoje que avança rapidamente, nós entendemos que o McDonald's esteja procurando focar em diferentes prioridades de negócios", disse Timmo Lumme, diretor de Televisão e Serviços de Marketing do COI, em comunicado. "Por essas razões, nós concordamos mutuamente com o McDonald's em nos separar". A diretora de Marketing do McDonald's, Silvia Lagnado, disse no comunicado do COI: "Como parte de nosso plano global de crescimento, nós estamos reconsiderando todos os aspectos de nossos negócios e tomamos essa decisão em cooperação com o COI para focar em diferentes prioridades". O McDonald's, que se associou aos Jogos Olímpicos pela primeira vez em 1968, era o patrocinador de varejo de alimentos. Apesar de se retirar com efeito imediato, o McDonald's vai continuar na Olimpíada de inverno de Pyeongchang no próximo ano como patrocinador com direitos de marketing internos. O COI disse não estar planejando um substituto direto no departamento de varejo de alimentos.
mercado
McDonald's encerra patrocínio de décadas aos Jogos OlímpicosO McDonald's encerrou seu acordo de patrocínio ao COI (Comitê Olímpico Internacional), que já durava 41 anos, rompendo o contrato de apoio aos Jogos Olímpicos três anos antes do esperado, informou o COI nesta sexta-feira (16). A companhia americana, patrocinadora dos Jogos Olímpicos desde 1976 e parte do programa de principais patrocinadores do COI que contribuem com mais de um US$ 1 bilhão a cada ciclo de quatro anos, tinha contrato em vigor até 2020, incluindo a Olimpíada de Tóquio. "No mundo de negócios de hoje que avança rapidamente, nós entendemos que o McDonald's esteja procurando focar em diferentes prioridades de negócios", disse Timmo Lumme, diretor de Televisão e Serviços de Marketing do COI, em comunicado. "Por essas razões, nós concordamos mutuamente com o McDonald's em nos separar". A diretora de Marketing do McDonald's, Silvia Lagnado, disse no comunicado do COI: "Como parte de nosso plano global de crescimento, nós estamos reconsiderando todos os aspectos de nossos negócios e tomamos essa decisão em cooperação com o COI para focar em diferentes prioridades". O McDonald's, que se associou aos Jogos Olímpicos pela primeira vez em 1968, era o patrocinador de varejo de alimentos. Apesar de se retirar com efeito imediato, o McDonald's vai continuar na Olimpíada de inverno de Pyeongchang no próximo ano como patrocinador com direitos de marketing internos. O COI disse não estar planejando um substituto direto no departamento de varejo de alimentos.
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Por quem os sinos dobram?
Tudo indica que o Banco Central (BC) deflagrará um novo ciclo de alta da Selic nesta quarta (20). O IPCA encerrou 2015 a 10,7%, muito acima do teto da meta (6,5%). Esse é um resultado lamentável, que corrói a renda dos brasileiros e afugenta investimentos no país. Mas é preciso ter claro: um novo galope dos juros só reforçará a desconfiança que alimenta a inflação. O aumento da Selic eleva o gasto público: mais deficit, mais dívida. Além disso, os juros maiores aprofundam a recessão, desfazendo a esperança de reduzir ou mesmo de estabilizar a relação dívida/PIB. Por último, a arrecadação do governo diminui, em razão do efeito da alta dos juros sobre a produção. Assim, a dívida bruta –de 65,1% do PIB (nov/2015), ante 57,2% do PIB (dez/2014)– vai crescer ainda mais, chegando a 72% ao final deste ano. A percepção de maior fragilidade fiscal aumenta o risco-Brasil e reforça a elevação do preço do dólar, o que alimenta a inflação. É um quadro de dominância fiscal. A diretoria do BC ignora os efeitos fiscais de suas políticas. O governo busca (sem sucesso algum) gerar superavit primário (receitas menos despesas, exclusive juros), mas esconde sob o tapete o custo elevadíssimo do pagamento de juros sobre a dívida. Usou o lucro virtual com a valorização em reais das reservas cambiais para pagar as pedaladas, no apagar das luzes de 2015, mas continua a ignorar as despesas com juros geradas pelo mesmo BC. Segundo estimam, nos bastidores, diretores do BC e, às claras, analistas do mercado, a Selic subirá de 14,25% para 15,25% até o final de 2016. Essa escalada elevará a despesa pública em, no mínimo, R$ 15 bilhões. Pior, isso não domará a inflação. Mesmo em recessão, amargaremos uma elevação do IPCA superior a 7,5% em 2016, não obstante o esgotamento dos reajustes dos preços administrados. A abertura do IPCA mostra que o aumento da inflação entre 2014 e 2015 resultou do forte reajuste desses preços (gasolina, energia elétrica, etc), além da disparada do dólar e dos choques de oferta. Em 2014, a inflação dos administrados foi de 5,3%, saltando a 18,1% em 2015, o que explica cerca de dois terços do aumento da inflação do período (de 6,4% para 10,7%). Os juros tornaram-se inócuos no combate à inflação, mas o BC continua a acreditar que a sangria é mais eficiente para baixar a febre do que um comprimido de paracetamol. A maior fragilidade fiscal decorrente dessa política monetária vai dar, via desvalorização do real, sua contribuição ao IPCA deste ano. São claros os efeitos da depressão mais séria desde a crise de 1929. A destruição de empregos alcançará 3,3 milhões de vagas no biênio 2015/2016, e o PIB despencará 7% na soma do período. Então, para que turbinar ainda mais os juros? Há três hipóteses não excludentes para entender o erro que o BC está prestes a cometer: (a) não tem o diagnóstico correto e, por isso, aplica remédios que só prolongarão a estadia do paciente na UTI; (b) pretende mostrar que é durão e manda mais do que o Ministério da Fazenda; (c) visa sancionar os juros já considerados como certos pelo mercado depois do indevido falatório de parte da diretoria do banco. Não me perguntem por quem aqueles sinos dobram. Só sei que, nesse jogo insensato, submergem os interesses da coletividade: o crescimento econômico e a estabilidade, bases para a construção de uma sociedade civilizada e justa. FELIPE SALTO, 28, economista, é professor na pós-graduação executiva na FGV/EESP - Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas. Mestre em administração pública, é assessor parlamentar do senador José Serra (PSDB) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Por quem os sinos dobram?Tudo indica que o Banco Central (BC) deflagrará um novo ciclo de alta da Selic nesta quarta (20). O IPCA encerrou 2015 a 10,7%, muito acima do teto da meta (6,5%). Esse é um resultado lamentável, que corrói a renda dos brasileiros e afugenta investimentos no país. Mas é preciso ter claro: um novo galope dos juros só reforçará a desconfiança que alimenta a inflação. O aumento da Selic eleva o gasto público: mais deficit, mais dívida. Além disso, os juros maiores aprofundam a recessão, desfazendo a esperança de reduzir ou mesmo de estabilizar a relação dívida/PIB. Por último, a arrecadação do governo diminui, em razão do efeito da alta dos juros sobre a produção. Assim, a dívida bruta –de 65,1% do PIB (nov/2015), ante 57,2% do PIB (dez/2014)– vai crescer ainda mais, chegando a 72% ao final deste ano. A percepção de maior fragilidade fiscal aumenta o risco-Brasil e reforça a elevação do preço do dólar, o que alimenta a inflação. É um quadro de dominância fiscal. A diretoria do BC ignora os efeitos fiscais de suas políticas. O governo busca (sem sucesso algum) gerar superavit primário (receitas menos despesas, exclusive juros), mas esconde sob o tapete o custo elevadíssimo do pagamento de juros sobre a dívida. Usou o lucro virtual com a valorização em reais das reservas cambiais para pagar as pedaladas, no apagar das luzes de 2015, mas continua a ignorar as despesas com juros geradas pelo mesmo BC. Segundo estimam, nos bastidores, diretores do BC e, às claras, analistas do mercado, a Selic subirá de 14,25% para 15,25% até o final de 2016. Essa escalada elevará a despesa pública em, no mínimo, R$ 15 bilhões. Pior, isso não domará a inflação. Mesmo em recessão, amargaremos uma elevação do IPCA superior a 7,5% em 2016, não obstante o esgotamento dos reajustes dos preços administrados. A abertura do IPCA mostra que o aumento da inflação entre 2014 e 2015 resultou do forte reajuste desses preços (gasolina, energia elétrica, etc), além da disparada do dólar e dos choques de oferta. Em 2014, a inflação dos administrados foi de 5,3%, saltando a 18,1% em 2015, o que explica cerca de dois terços do aumento da inflação do período (de 6,4% para 10,7%). Os juros tornaram-se inócuos no combate à inflação, mas o BC continua a acreditar que a sangria é mais eficiente para baixar a febre do que um comprimido de paracetamol. A maior fragilidade fiscal decorrente dessa política monetária vai dar, via desvalorização do real, sua contribuição ao IPCA deste ano. São claros os efeitos da depressão mais séria desde a crise de 1929. A destruição de empregos alcançará 3,3 milhões de vagas no biênio 2015/2016, e o PIB despencará 7% na soma do período. Então, para que turbinar ainda mais os juros? Há três hipóteses não excludentes para entender o erro que o BC está prestes a cometer: (a) não tem o diagnóstico correto e, por isso, aplica remédios que só prolongarão a estadia do paciente na UTI; (b) pretende mostrar que é durão e manda mais do que o Ministério da Fazenda; (c) visa sancionar os juros já considerados como certos pelo mercado depois do indevido falatório de parte da diretoria do banco. Não me perguntem por quem aqueles sinos dobram. Só sei que, nesse jogo insensato, submergem os interesses da coletividade: o crescimento econômico e a estabilidade, bases para a construção de uma sociedade civilizada e justa. FELIPE SALTO, 28, economista, é professor na pós-graduação executiva na FGV/EESP - Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas. Mestre em administração pública, é assessor parlamentar do senador José Serra (PSDB) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Inter leva três gols do Tigres e é eliminado da Libertadores
O Internacional não conseguiu segurar a vantagem construída na primeira partida da semifinal e foi eliminado da Libertadores na noite desta quarta-feira (22) ao levar 3 a 1 do Tigres (MEX), no México, no jogo de volta. Como havia vencido por 2 a 1 no encontro da ida, o time gaúcho jogava até por um empate para avançar à final da competição sul-americana. Mas, com péssima atuação dos seus dois laterais, William e Geferson, a equipe de Porto Alegre foi presa fácil dos mexicanos, que chegaram a abrir 2 a 0 ainda no primeiro tempo e ampliaram a vitória logo no começo da etapa final. A derrota poderia ter sido até maior se o goleiro Alisson não defendesse um pênalti cobrado pelo brasileiro e ex-colega de clube Rafael Sóbis já no segundo tempo. Nos minutos finais, Lisandro López ainda descontou para os visitantes. Com a derrota, o Inter desperdiçou a chance de chegar à sua quarta final de Libertadores. Os gaúchos venceram em 2006 e 2010, mas perderam a final em 1980. Já o Tigres terá como rival na decisão o argentino River Plate, que superou o Guaraní-PAR na outra semifinal. A primeira partida da final será na próxima quarta-feira (29), enquanto a segunda acontece no dia 5 de agosto. O JOGO O primeiro tempo foi disputado em alta velocidade, com as duas equipes buscando sempre acelerar o passe para encontrar espaços nos contra-ataques. Porém, o Internacional cometeu mais erros na troca de passes e na marcação e viu os donos da casa dominarem a partida até o intervalo. A equipe gaúcha até conseguiu conter a pressão inicial do Tigres, mas sucumbiu diante das jogadas pelos lados do campo e pelo talento do francês Gignac, que se movimentou bastante e abriu muitos espaços na defesa do Inter até anotar o seu gol. Assim como aconteceu no jogo de ida, os laterais do Inter, William e Geferson, tiveram muitas dificuldades de fazer a marcação das jogadas pelos lados do campo dos mexicanos, que abusaram dos cruzamentos na partida. E, assim, abriram o placar. Aos 17min, após uma pressão do Tigres, houve um cruzamento da direita e o francês Gignac, sem marcação, subiu sozinho nas costas do lateral William para fazer 1 a 0. Depois do gol sofrido, o Inter procurou ter mais posse de bola, mas ainda errava muito passes e oferecia com frequência os contra-ataques ao Tigres. Com isso, o time mexicano continuou melhor na partida, mesmo recuando as suas linhas de marcação após conseguir a vantagem no placar. E, em uma infelicidade do lateral esquerdo Geferson, os visitantes levaram o segundo gol antes do intervalo. Aos 40min, após lançamento longo do Tigres para o campo de ataque, o lateral convocado para a seleção brasileira pelo técnico Dunga foi fazer o corte e acabou chutando a bola contra a própria meta. O goleiro Alisson, que estava fora do gol, ainda tentou fazer a defesa, mas não conseguiu evitar os 2 a 0. O Tigres continuou na etapa final com a mesma proposta do primeiro tempo: jogar em cima dos dois laterais do Inter, William e Geferson, que continuaram com muitas dificuldades nas jogadas de mano a mano diante dos jogadores do time mexicano. Desta maneira, os donos da casa construíram a vitória ainda nos primeiros minutos depois da volta dos vestiários. Antes do terceiro gol, o goleiro Alisson ainda chegou a defender um pênalti do brasileiro Rafael Sóbis e que foi cometido pelo lateral direito William em Aquino. Na sequência, aos 11min, Damm passou pelo lateral esquerdo Geferson já dentro da grande área e cruzou para a pequena área, onde estava Arévalo Ríos, que completou de cabeça para decretar os 3 a 0. O técnico Diego Aguirre, que assistiu ao jogo das cabines, já que ainda cumpria suspensão, viu seu auxiliar Enrique Carrera colocar Eduardo Sasha e Alex nas vagas de Nilmar e Valdívia. Assim, a equipe gaúcha ganhou mais mobilidade no ataque e criou algumas chances. Na melhor delas, já aos 43min, Sasha cruzou rasteiro para Lisandro López desviar de primeira e descontar para os visitantes.
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Inter leva três gols do Tigres e é eliminado da LibertadoresO Internacional não conseguiu segurar a vantagem construída na primeira partida da semifinal e foi eliminado da Libertadores na noite desta quarta-feira (22) ao levar 3 a 1 do Tigres (MEX), no México, no jogo de volta. Como havia vencido por 2 a 1 no encontro da ida, o time gaúcho jogava até por um empate para avançar à final da competição sul-americana. Mas, com péssima atuação dos seus dois laterais, William e Geferson, a equipe de Porto Alegre foi presa fácil dos mexicanos, que chegaram a abrir 2 a 0 ainda no primeiro tempo e ampliaram a vitória logo no começo da etapa final. A derrota poderia ter sido até maior se o goleiro Alisson não defendesse um pênalti cobrado pelo brasileiro e ex-colega de clube Rafael Sóbis já no segundo tempo. Nos minutos finais, Lisandro López ainda descontou para os visitantes. Com a derrota, o Inter desperdiçou a chance de chegar à sua quarta final de Libertadores. Os gaúchos venceram em 2006 e 2010, mas perderam a final em 1980. Já o Tigres terá como rival na decisão o argentino River Plate, que superou o Guaraní-PAR na outra semifinal. A primeira partida da final será na próxima quarta-feira (29), enquanto a segunda acontece no dia 5 de agosto. O JOGO O primeiro tempo foi disputado em alta velocidade, com as duas equipes buscando sempre acelerar o passe para encontrar espaços nos contra-ataques. Porém, o Internacional cometeu mais erros na troca de passes e na marcação e viu os donos da casa dominarem a partida até o intervalo. A equipe gaúcha até conseguiu conter a pressão inicial do Tigres, mas sucumbiu diante das jogadas pelos lados do campo e pelo talento do francês Gignac, que se movimentou bastante e abriu muitos espaços na defesa do Inter até anotar o seu gol. Assim como aconteceu no jogo de ida, os laterais do Inter, William e Geferson, tiveram muitas dificuldades de fazer a marcação das jogadas pelos lados do campo dos mexicanos, que abusaram dos cruzamentos na partida. E, assim, abriram o placar. Aos 17min, após uma pressão do Tigres, houve um cruzamento da direita e o francês Gignac, sem marcação, subiu sozinho nas costas do lateral William para fazer 1 a 0. Depois do gol sofrido, o Inter procurou ter mais posse de bola, mas ainda errava muito passes e oferecia com frequência os contra-ataques ao Tigres. Com isso, o time mexicano continuou melhor na partida, mesmo recuando as suas linhas de marcação após conseguir a vantagem no placar. E, em uma infelicidade do lateral esquerdo Geferson, os visitantes levaram o segundo gol antes do intervalo. Aos 40min, após lançamento longo do Tigres para o campo de ataque, o lateral convocado para a seleção brasileira pelo técnico Dunga foi fazer o corte e acabou chutando a bola contra a própria meta. O goleiro Alisson, que estava fora do gol, ainda tentou fazer a defesa, mas não conseguiu evitar os 2 a 0. O Tigres continuou na etapa final com a mesma proposta do primeiro tempo: jogar em cima dos dois laterais do Inter, William e Geferson, que continuaram com muitas dificuldades nas jogadas de mano a mano diante dos jogadores do time mexicano. Desta maneira, os donos da casa construíram a vitória ainda nos primeiros minutos depois da volta dos vestiários. Antes do terceiro gol, o goleiro Alisson ainda chegou a defender um pênalti do brasileiro Rafael Sóbis e que foi cometido pelo lateral direito William em Aquino. Na sequência, aos 11min, Damm passou pelo lateral esquerdo Geferson já dentro da grande área e cruzou para a pequena área, onde estava Arévalo Ríos, que completou de cabeça para decretar os 3 a 0. O técnico Diego Aguirre, que assistiu ao jogo das cabines, já que ainda cumpria suspensão, viu seu auxiliar Enrique Carrera colocar Eduardo Sasha e Alex nas vagas de Nilmar e Valdívia. Assim, a equipe gaúcha ganhou mais mobilidade no ataque e criou algumas chances. Na melhor delas, já aos 43min, Sasha cruzou rasteiro para Lisandro López desviar de primeira e descontar para os visitantes.
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App da Apple para ler notícias é bem recebido por empresas jornalísticas
O News, novo app da Apple para ler notícias de sites e blogs, foi bem recebido por empresas jornalísticas, apesar de não haver certeza ainda se a ferramenta irá reverter em faturamento com a produção de conteúdo. O aplicativo foi lançado nesta segunda-feira (8) em evento da Apple em São Francisco. Ele permite ao usuário ler notícias em uma interface que imita a de uma revista digital e substitui o Newsstand (Banca) nos aparelhos que usam o sistema iOS (iPad, iPhone e iPod touch). Os parceiros da Apple na iniciativa incluem os jornais "The New York Times", "The Guardian", "Financial Times", "The Telegraph" e "Daily Mail", as redes CNN e ESPN, as revistas "The Atlantic" e "Vogue", e sites como BuzzFeed e The Verge, entre outros. Para Joshua Benton, do instituto de pesquisa sobre comunicação Nieman, da Universidade Harvard, a novidade é significativa para o mercado, já que mesmo "pequenas mudanças pela Apple podem causar grandes transformações no comportamento do usuário". Benton lembra que, além de haver centenas de milhões de usuários do iOS, o News será integrado à busca e à assistente virtual Siri na nova edição do sistema, onde poderá mostrar notícias sem sequer ser solicitado. Por outro lado, escreve, "pessoas interessadas em notícias no geral têm hábitos que podem demorar para ser mudados –leitores no Facebook, no Twitter, no Flipboard. Ainda assim, é fácil imaginar um filão de leitores casuais empolgados pelos belos layouts, fontes de informação variadas e facilidade de uso". NOVA EXPERIÊNCIA "O News proverá uma experiência de leitura mais rica e pessoal para nossos leitores", disse John Skipper, presidente da ESPN e membro do conselho diretor da Disney Media, por meio de comunicado à imprensa emitido pela Apple. "Conteúdo 'premium' merece uma experiência 'premium', e o News oferece isso", disse Bob Sauerberg, presidente da editora Condé Nast ("Vanity Fair", "Wired"), no mesmo texto. Diretor internacional da Guardian News & Media, que publica "The Guardian", escreveu no jornal britânico que a iniciativa pode levar "jornalismo original e de alta qualidade aos milhões de novos leitores que o demandam". Ao site da agência Bloomberg, também parte da parceria para o News, o presidente-executivo do Flipboard, Mike McCue, disse que seu produto é diferente do da Apple, já que, segundo ele, tem mais ênfase em compartilhamento de artigos e nas redes sociais. "Temos um relacionamento próximo com a Apple, e estamos conversando sobre coisas que podemos fazer juntos no futuro", afirmou. A revista "The Economist" minimizou o lançamento: à Bloomberg, o editor Tom Standage afirmou que não espera que o News se torne uma fonte significante de faturamento, mas sim uma mera maneira de "encorajar as pessoas para que testem nosso app e visitem nosso site". O presidente-executivo do "The New York Times", Mark Thompson, afirmou à agência que pretende coletar informações sobre os hábitos de leitura dos usuários por meio do News. "O que estamos buscando é uma oportunidade para levar nosso jornalismo à maior plateia possível". Para Nick Farell, articulista do site tecnológico Fudzilla, o modelo do Newsstand, baseado em oferecer um leque de publicações em uma adaptação da versão impressa (em contraste com uma seleção de artigos digitais de diversas origens) levou o aplicativo ao fracasso, junto com o que considera "ganância" na fatia de 30% pelas assinaturas. "As assinaturas tinham de passar pela Apple, que ficava com uma mordida de 30% todo mês. Em resumo, a Apple espantou as publicações", escreveu. "ECOSSISTEMA" Há anos, a concorrência das gigantes tecnológicas se expande horizontalmente pelo setor. Empresas de software desenvolvem aparelhos, caso dos aparelhos Google Nexus e do de realidade virtual Facebook Oculus Rift, e fabricantes de dispositivos criam serviços de internet –como o de música por assinatura mostrado pela Apple também nesta segunda. Notícias são só mais um fator da equação a fim de cercar o consumidor dentro do que costuma ser chamado de "ecossistema", um universo de produtos que força a fidelidade do usuário. Na semana passada, o Google –que aposentou seu agregador de notícias, o Reader, há dois anos– mostrou uma função relacionada à Instant Articles, do Facebook, que será embutida na próxima edição do Android. Intitulada "custom tabs", permitirá aos desenvolvedores criar um atalho dentro de seus apps diretamente a uma versão "completa" do navegador Chrome, permitindo que o usuário acesse o conteúdo complexo de um site sem deixar o aplicativo. A gigante de busca mantém um serviço de consulta de notícias pela internet, também intitulado News (Notícias, na versão em português). No mês que vem, o Apple News poderá ser usado pelo público em geral, mas ainda em fase de testes "beta aberto". O repórter YURI GONZAGA viajou a convite da Apple
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App da Apple para ler notícias é bem recebido por empresas jornalísticasO News, novo app da Apple para ler notícias de sites e blogs, foi bem recebido por empresas jornalísticas, apesar de não haver certeza ainda se a ferramenta irá reverter em faturamento com a produção de conteúdo. O aplicativo foi lançado nesta segunda-feira (8) em evento da Apple em São Francisco. Ele permite ao usuário ler notícias em uma interface que imita a de uma revista digital e substitui o Newsstand (Banca) nos aparelhos que usam o sistema iOS (iPad, iPhone e iPod touch). Os parceiros da Apple na iniciativa incluem os jornais "The New York Times", "The Guardian", "Financial Times", "The Telegraph" e "Daily Mail", as redes CNN e ESPN, as revistas "The Atlantic" e "Vogue", e sites como BuzzFeed e The Verge, entre outros. Para Joshua Benton, do instituto de pesquisa sobre comunicação Nieman, da Universidade Harvard, a novidade é significativa para o mercado, já que mesmo "pequenas mudanças pela Apple podem causar grandes transformações no comportamento do usuário". Benton lembra que, além de haver centenas de milhões de usuários do iOS, o News será integrado à busca e à assistente virtual Siri na nova edição do sistema, onde poderá mostrar notícias sem sequer ser solicitado. Por outro lado, escreve, "pessoas interessadas em notícias no geral têm hábitos que podem demorar para ser mudados –leitores no Facebook, no Twitter, no Flipboard. Ainda assim, é fácil imaginar um filão de leitores casuais empolgados pelos belos layouts, fontes de informação variadas e facilidade de uso". NOVA EXPERIÊNCIA "O News proverá uma experiência de leitura mais rica e pessoal para nossos leitores", disse John Skipper, presidente da ESPN e membro do conselho diretor da Disney Media, por meio de comunicado à imprensa emitido pela Apple. "Conteúdo 'premium' merece uma experiência 'premium', e o News oferece isso", disse Bob Sauerberg, presidente da editora Condé Nast ("Vanity Fair", "Wired"), no mesmo texto. Diretor internacional da Guardian News & Media, que publica "The Guardian", escreveu no jornal britânico que a iniciativa pode levar "jornalismo original e de alta qualidade aos milhões de novos leitores que o demandam". Ao site da agência Bloomberg, também parte da parceria para o News, o presidente-executivo do Flipboard, Mike McCue, disse que seu produto é diferente do da Apple, já que, segundo ele, tem mais ênfase em compartilhamento de artigos e nas redes sociais. "Temos um relacionamento próximo com a Apple, e estamos conversando sobre coisas que podemos fazer juntos no futuro", afirmou. A revista "The Economist" minimizou o lançamento: à Bloomberg, o editor Tom Standage afirmou que não espera que o News se torne uma fonte significante de faturamento, mas sim uma mera maneira de "encorajar as pessoas para que testem nosso app e visitem nosso site". O presidente-executivo do "The New York Times", Mark Thompson, afirmou à agência que pretende coletar informações sobre os hábitos de leitura dos usuários por meio do News. "O que estamos buscando é uma oportunidade para levar nosso jornalismo à maior plateia possível". Para Nick Farell, articulista do site tecnológico Fudzilla, o modelo do Newsstand, baseado em oferecer um leque de publicações em uma adaptação da versão impressa (em contraste com uma seleção de artigos digitais de diversas origens) levou o aplicativo ao fracasso, junto com o que considera "ganância" na fatia de 30% pelas assinaturas. "As assinaturas tinham de passar pela Apple, que ficava com uma mordida de 30% todo mês. Em resumo, a Apple espantou as publicações", escreveu. "ECOSSISTEMA" Há anos, a concorrência das gigantes tecnológicas se expande horizontalmente pelo setor. Empresas de software desenvolvem aparelhos, caso dos aparelhos Google Nexus e do de realidade virtual Facebook Oculus Rift, e fabricantes de dispositivos criam serviços de internet –como o de música por assinatura mostrado pela Apple também nesta segunda. Notícias são só mais um fator da equação a fim de cercar o consumidor dentro do que costuma ser chamado de "ecossistema", um universo de produtos que força a fidelidade do usuário. Na semana passada, o Google –que aposentou seu agregador de notícias, o Reader, há dois anos– mostrou uma função relacionada à Instant Articles, do Facebook, que será embutida na próxima edição do Android. Intitulada "custom tabs", permitirá aos desenvolvedores criar um atalho dentro de seus apps diretamente a uma versão "completa" do navegador Chrome, permitindo que o usuário acesse o conteúdo complexo de um site sem deixar o aplicativo. A gigante de busca mantém um serviço de consulta de notícias pela internet, também intitulado News (Notícias, na versão em português). No mês que vem, o Apple News poderá ser usado pelo público em geral, mas ainda em fase de testes "beta aberto". O repórter YURI GONZAGA viajou a convite da Apple
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SP corta orientadores pedagógicos e verba para material escolar
O governo de SP reduziu a verba para escolas comprarem materiais e cortou coordenadores pedagógicos em escolas com notas baixas. Diretores e professores em quatro regiões do Estado (centro e sul da capital, Limeira e Sorocaba) afirmam que a redução da verba tem causado falta de suprimentos para os alunos, como papel higiênico, cartolina e guache. Além da diminuição dos valores, as escolas já haviam ficado três meses sem o recurso (de novembro a janeiro). Segundo os servidores, que pediram anonimato, os recursos voltaram a ser pagos, mas estão de 30% a 50% menores. Um diretor na área de Sorocaba diz que recebia, até 2014, R$ 3.000 mensais; agora, menos de R$ 2.000. "O professor de artes pediu para os alunos trazerem guache, cartolina e pincel. Os pais estão reclamando, mas o que vamos fazer?", disse. Um professor de Limeira afirmou que os docentes estão fazendo "vaquinha" para comprar materiais. Na unidade, a verba mensal caiu de R$ 2.000 para R$ 1.000. Ao assumir o novo mandato, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou congelamento de 3% no Orçamento, devido à previsão de baixa arrecadação. Questionada sobre as queixas dos educadores, a Secretaria Estadual da Educação afirmou que houve redução nos recursos porque parte do dinheiro não era usada. Na semana passada, a Folha mostrou que o governo reduziu à metade as vagas abertas para o programa que oferece ensino técnico a alunos da rede estadual. O governo diz que fará novas chamadas. Outro corte imposto na rede de ensino foi a da função de coordenador de apoio pedagógico nas escolas prioritárias (com baixas notas ou em áreas vulneráveis). Para atuar na função, eram escolhidos docentes, que recebiam gratificação. No geral, tinham direito ao coordenador 25% das 4.000 escolas. A esses coordenadores cabia ajudar na implementação do currículo, orientar os professores e outras ações. Docentes afirmam ainda que está congelado o processo de evolução na carreira, que concede aumento de 5% no salário dos educadores que concluem cursos. Dizem ainda que não foi dado reajuste salarial de 10,5% aos aprovados num exame em 2014 –o aumento tradicionalmente é feito até o fim do ano. E, em parte da rede, não chegou o kit escolar para os estudantes (com itens como caderno e lápis). SEM PREJUÍZO A Secretaria da Educação afirmou que reduziu a verba para compra de materiais porque parte do recurso não era utilizado. E que cortou uma função de coordenador para que esses professores voltem às salas de aula. Segundo a pasta, parte da verba do programa "rede de suprimentos" ficava parada nas escolas ao fim do ano. Em relação a coordenadores de escolas, a pasta disse que quer esses professores atuando em sala de aula ou no reforço. Segundo a pasta, os colégios têm outros tipos de coordenadores. O governo nega que tenha congelado a evolução da carreira dos servidores. Sobre os servidores aprovados no exame em 2014, o reajuste deve ser feito até abril, de forma retroativa. O novo prazo foi implementado porque passou a haver processo de recurso aos docentes insatisfeitos. Em relação aos kits dos alunos, a pasta diz que há atraso apenas em algumas regiões, devido a problema na licitação.
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SP corta orientadores pedagógicos e verba para material escolarO governo de SP reduziu a verba para escolas comprarem materiais e cortou coordenadores pedagógicos em escolas com notas baixas. Diretores e professores em quatro regiões do Estado (centro e sul da capital, Limeira e Sorocaba) afirmam que a redução da verba tem causado falta de suprimentos para os alunos, como papel higiênico, cartolina e guache. Além da diminuição dos valores, as escolas já haviam ficado três meses sem o recurso (de novembro a janeiro). Segundo os servidores, que pediram anonimato, os recursos voltaram a ser pagos, mas estão de 30% a 50% menores. Um diretor na área de Sorocaba diz que recebia, até 2014, R$ 3.000 mensais; agora, menos de R$ 2.000. "O professor de artes pediu para os alunos trazerem guache, cartolina e pincel. Os pais estão reclamando, mas o que vamos fazer?", disse. Um professor de Limeira afirmou que os docentes estão fazendo "vaquinha" para comprar materiais. Na unidade, a verba mensal caiu de R$ 2.000 para R$ 1.000. Ao assumir o novo mandato, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou congelamento de 3% no Orçamento, devido à previsão de baixa arrecadação. Questionada sobre as queixas dos educadores, a Secretaria Estadual da Educação afirmou que houve redução nos recursos porque parte do dinheiro não era usada. Na semana passada, a Folha mostrou que o governo reduziu à metade as vagas abertas para o programa que oferece ensino técnico a alunos da rede estadual. O governo diz que fará novas chamadas. Outro corte imposto na rede de ensino foi a da função de coordenador de apoio pedagógico nas escolas prioritárias (com baixas notas ou em áreas vulneráveis). Para atuar na função, eram escolhidos docentes, que recebiam gratificação. No geral, tinham direito ao coordenador 25% das 4.000 escolas. A esses coordenadores cabia ajudar na implementação do currículo, orientar os professores e outras ações. Docentes afirmam ainda que está congelado o processo de evolução na carreira, que concede aumento de 5% no salário dos educadores que concluem cursos. Dizem ainda que não foi dado reajuste salarial de 10,5% aos aprovados num exame em 2014 –o aumento tradicionalmente é feito até o fim do ano. E, em parte da rede, não chegou o kit escolar para os estudantes (com itens como caderno e lápis). SEM PREJUÍZO A Secretaria da Educação afirmou que reduziu a verba para compra de materiais porque parte do recurso não era utilizado. E que cortou uma função de coordenador para que esses professores voltem às salas de aula. Segundo a pasta, parte da verba do programa "rede de suprimentos" ficava parada nas escolas ao fim do ano. Em relação a coordenadores de escolas, a pasta disse que quer esses professores atuando em sala de aula ou no reforço. Segundo a pasta, os colégios têm outros tipos de coordenadores. O governo nega que tenha congelado a evolução da carreira dos servidores. Sobre os servidores aprovados no exame em 2014, o reajuste deve ser feito até abril, de forma retroativa. O novo prazo foi implementado porque passou a haver processo de recurso aos docentes insatisfeitos. Em relação aos kits dos alunos, a pasta diz que há atraso apenas em algumas regiões, devido a problema na licitação.
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Veja dicas de produtos 'offline' para passar o tempo ou desafiar amigos
PRODUÇÃO GUGA SARAIVA FOTOS LEO ELOY 1. Dama e ludo, um de cada lado do tabuleiro de madeira. R$ 38,50, na Catavento, tel. 2979-9666. 2. Dominó Trix. R$ 155, na Fina Estampa, tel. 3823-2456. 3. "Cilada", da Estrela. R$ 21,99, em www.americanas.com.br. 4. Jogo da memória com figuras do Pantanal. R$ 48, na Cuca Toys, tel. 3873-2809. 5. Jogo da velha bordado. R$ 59,80, na Projeto Terra, tel. 3034-3550. 6. Snooker Braskit Luxo. R$ 102,80. Na Armarinhos Fernando, tel. 3325-0405. 7. Jogo de cartas. A partir de R$ 10,99, na BMart, tel. 2252-2575. 8. Diário. R$ 24,90 cada um, na Santo Papel Papelaria, tel. 3872-4200. 9. Jogos de xadrez e gamão no mesmo tabuleiro, com peças de madeira. R$ 99,99, na Semaan, tel. 3313-7477. 10. "Cara a Cara", da Estrela. R$ 68,99, na PBkids, tel. 5181-6296. 11. Quebra-cabeça de madeira pintado à mão. R$ 142, na Hortelã Brinquedos Educativos, tel. 3667-5952. 12. Resta um de madeira pintado à mão. R$ 29,90, na Verde Limão Brinquedos, tel. 3831-2641. 13. Jogo de varetas Pallina de madeira ecológica. R$ 258, na Trenzinho Brinquedos Educativos, tel. 3083-5145. 14. Palavras cruzadas com letras de madeira. R$ 40,80, na Tró-ló-ló, tel. 3871-3952.
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Veja dicas de produtos 'offline' para passar o tempo ou desafiar amigosPRODUÇÃO GUGA SARAIVA FOTOS LEO ELOY 1. Dama e ludo, um de cada lado do tabuleiro de madeira. R$ 38,50, na Catavento, tel. 2979-9666. 2. Dominó Trix. R$ 155, na Fina Estampa, tel. 3823-2456. 3. "Cilada", da Estrela. R$ 21,99, em www.americanas.com.br. 4. Jogo da memória com figuras do Pantanal. R$ 48, na Cuca Toys, tel. 3873-2809. 5. Jogo da velha bordado. R$ 59,80, na Projeto Terra, tel. 3034-3550. 6. Snooker Braskit Luxo. R$ 102,80. Na Armarinhos Fernando, tel. 3325-0405. 7. Jogo de cartas. A partir de R$ 10,99, na BMart, tel. 2252-2575. 8. Diário. R$ 24,90 cada um, na Santo Papel Papelaria, tel. 3872-4200. 9. Jogos de xadrez e gamão no mesmo tabuleiro, com peças de madeira. R$ 99,99, na Semaan, tel. 3313-7477. 10. "Cara a Cara", da Estrela. R$ 68,99, na PBkids, tel. 5181-6296. 11. Quebra-cabeça de madeira pintado à mão. R$ 142, na Hortelã Brinquedos Educativos, tel. 3667-5952. 12. Resta um de madeira pintado à mão. R$ 29,90, na Verde Limão Brinquedos, tel. 3831-2641. 13. Jogo de varetas Pallina de madeira ecológica. R$ 258, na Trenzinho Brinquedos Educativos, tel. 3083-5145. 14. Palavras cruzadas com letras de madeira. R$ 40,80, na Tró-ló-ló, tel. 3871-3952.
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Reino Unido diz que compra da Sky pode dar poder excessivo a Murdoch
O Reino Unido pretende sujeitar a oferta de Rupert Murdoch pelo grupo de televisão por assinatura europeu Sky a uma investigação demorada e minuciosa, depois de avaliar que o negócio, de US$ 14,8 bilhões, cria o risco de dar ao magnata de mídia um poder excessivo sobre a pauta do noticiário. A secretária britânica de Mídia, Karen Bradley, disse estar convencida de que a oferta da Twenty-First Century Fox poderia dar à família Murdoch influência demais sobre a mídia depois que a agência reguladora Ofcom avaliou o impacto do negócio. "A entidade proposta teria o terceiro maior alcance total de qualquer provedor de notícias —só menor do que da BBC e da ITN— e iria, de forma única, abarcar a cobertura de notícias na televisão, no rádio, em jornais e online", argumentou Bradley. Murdoch, de 86 anos, e sua família cobiçam há tempos o controle total da Sky, apesar dos danos causados por uma tentativa anterior de 2011, quando seu negócio de jornais britânico foi envolvido em um escândalo de grampos telefônicos que os forçou a desistir da compra. Um inquérito público sobre o caso revelou laços profundos entre Murdoch e o establishment político, o que tornou a nova oferta potencialmente tóxica para o governo da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, que luta pela sobrevivência desde que perdeu sua maioria parlamentar. Bradley pediu à agência reguladora para examine se a Fox teria controle demais sobre a mídia e se estaria empenhada em respeitar os padrões de transmissão se fosse autorizada a comprar a empresa de satélites que transmite no Reino Unido, na Irlanda, Alemanha, Áustria e Itália. A Fox se disse decepcionada com a rejeição governamental de seus planos de manter a independência editorial da Sky News, e disse que uma investigação completa poderia adiar a finalização do acordo para junho próximo. "Vamos continuar a trabalhar construtivamente com as autoridades britânicas", disse o canal.
mercado
Reino Unido diz que compra da Sky pode dar poder excessivo a MurdochO Reino Unido pretende sujeitar a oferta de Rupert Murdoch pelo grupo de televisão por assinatura europeu Sky a uma investigação demorada e minuciosa, depois de avaliar que o negócio, de US$ 14,8 bilhões, cria o risco de dar ao magnata de mídia um poder excessivo sobre a pauta do noticiário. A secretária britânica de Mídia, Karen Bradley, disse estar convencida de que a oferta da Twenty-First Century Fox poderia dar à família Murdoch influência demais sobre a mídia depois que a agência reguladora Ofcom avaliou o impacto do negócio. "A entidade proposta teria o terceiro maior alcance total de qualquer provedor de notícias —só menor do que da BBC e da ITN— e iria, de forma única, abarcar a cobertura de notícias na televisão, no rádio, em jornais e online", argumentou Bradley. Murdoch, de 86 anos, e sua família cobiçam há tempos o controle total da Sky, apesar dos danos causados por uma tentativa anterior de 2011, quando seu negócio de jornais britânico foi envolvido em um escândalo de grampos telefônicos que os forçou a desistir da compra. Um inquérito público sobre o caso revelou laços profundos entre Murdoch e o establishment político, o que tornou a nova oferta potencialmente tóxica para o governo da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, que luta pela sobrevivência desde que perdeu sua maioria parlamentar. Bradley pediu à agência reguladora para examine se a Fox teria controle demais sobre a mídia e se estaria empenhada em respeitar os padrões de transmissão se fosse autorizada a comprar a empresa de satélites que transmite no Reino Unido, na Irlanda, Alemanha, Áustria e Itália. A Fox se disse decepcionada com a rejeição governamental de seus planos de manter a independência editorial da Sky News, e disse que uma investigação completa poderia adiar a finalização do acordo para junho próximo. "Vamos continuar a trabalhar construtivamente com as autoridades britânicas", disse o canal.
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Chef Helena Rizzo fala sobre gravidez, pesquisa e novos restaurantes em SP
Um tanto do crescimento contínuo que se vê na gastronomia brasileira é motivado por Helena Rizzo. Eleita a melhor chef do mundo pela revista inglesa "Restaurant" em 2014, ela acaba de assumir a presidência do C5, o Centro de Cultura Culinária Câmara Cascudo -associação que congrega acadêmicos e cozinheiros interessados em difundir a cozinha do país. Com o posto, Helena passa a conjugar, com mais equilíbrio, o trabalho na cozinha -no qual valoriza o puro e o simples, sem perder de vista a capacidade de quebrar a monotonia- e o trabalho longe do fogão, quando se concentra nas pesquisas. "Esse projeto é a intersecção do academicismo com a prática, é a oportunidade de termos encontros, de trocar." É também nessa interação que a chef se inspira. "A gente acaba descobrindo ingredientes que tu nem sabe de onde vêm, como se utiliza, qual é a história. Esse aprofundamento reflete muito no meu trabalho na cozinha", diz a gaúcha à Folha. Foi em um encontro promovido pela associação em 2013 que Helena conheceu o lírio-do-brejo, uma flor de raiz "superaromática, que lembra gengibre, cúrcuma", e o levou para a cozinha. Surgiu dali uma infusão das pétalas que aromatiza o creme do mil-folhas. "Esse contato com a cadeia a gente vê em restaurantes novos como o Tuju [SP] e o Lasai [RJ], que foram profundamente fundamentados nisso." EBULIÇÃO Neste ano, Helena não só descobriu que está grávida -e teve de driblar crises de enjoo na cozinha-, como abriu duas casas com os sócios: a Padoca do Maní e o restaurante Manioca. Há ainda outras duas novidades à vista: um livro a ser lançado pela editora DBA até julho, sobre o Maní e suas receitas, e um novo menu da casa-mãe, que acaba de ser agraciada com uma estrela "Michelin". Pode adiantar alguma coisa? "Estou trabalhando com abóbora e com peixes curados e defumados..." A cronista Nina Horta um dia escreveu sobre a rapidez em que se apagam as "obras fulgurantes" da chef, ao sumirem pela "garganta profunda dos clientes". Isso não lhe dá prazer? Alimentar os comensais? "Meu prazer, sinceramente, é fazer. É isso que me sustenta." Helena Rizzo, 36 PRÊMIOS > Eleita a melhor chef mulher do mundo em 2014 pela revista inglesa "Restaurant" > No ranking organizado pela mesma revista, o 50 Best, o Maní é o 36º colocado; na lista da América Latina, é o quarto melhor EMPREENDIMENTOS > Maní (2006) > Padoca do Maní (fev.2015) > Manioca (mar.2015) Maní Onde r. Joaquim Antunes, 210, Pinheiros; tel. (11) 3085-4148 Padoca do Maní Onde r. Joaquim Antunes, 138, Pinheiros; tel. (11) 2579-2410 Manioca Iguatemi Onde av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano; tel. (11) 2924-2333
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Chef Helena Rizzo fala sobre gravidez, pesquisa e novos restaurantes em SPUm tanto do crescimento contínuo que se vê na gastronomia brasileira é motivado por Helena Rizzo. Eleita a melhor chef do mundo pela revista inglesa "Restaurant" em 2014, ela acaba de assumir a presidência do C5, o Centro de Cultura Culinária Câmara Cascudo -associação que congrega acadêmicos e cozinheiros interessados em difundir a cozinha do país. Com o posto, Helena passa a conjugar, com mais equilíbrio, o trabalho na cozinha -no qual valoriza o puro e o simples, sem perder de vista a capacidade de quebrar a monotonia- e o trabalho longe do fogão, quando se concentra nas pesquisas. "Esse projeto é a intersecção do academicismo com a prática, é a oportunidade de termos encontros, de trocar." É também nessa interação que a chef se inspira. "A gente acaba descobrindo ingredientes que tu nem sabe de onde vêm, como se utiliza, qual é a história. Esse aprofundamento reflete muito no meu trabalho na cozinha", diz a gaúcha à Folha. Foi em um encontro promovido pela associação em 2013 que Helena conheceu o lírio-do-brejo, uma flor de raiz "superaromática, que lembra gengibre, cúrcuma", e o levou para a cozinha. Surgiu dali uma infusão das pétalas que aromatiza o creme do mil-folhas. "Esse contato com a cadeia a gente vê em restaurantes novos como o Tuju [SP] e o Lasai [RJ], que foram profundamente fundamentados nisso." EBULIÇÃO Neste ano, Helena não só descobriu que está grávida -e teve de driblar crises de enjoo na cozinha-, como abriu duas casas com os sócios: a Padoca do Maní e o restaurante Manioca. Há ainda outras duas novidades à vista: um livro a ser lançado pela editora DBA até julho, sobre o Maní e suas receitas, e um novo menu da casa-mãe, que acaba de ser agraciada com uma estrela "Michelin". Pode adiantar alguma coisa? "Estou trabalhando com abóbora e com peixes curados e defumados..." A cronista Nina Horta um dia escreveu sobre a rapidez em que se apagam as "obras fulgurantes" da chef, ao sumirem pela "garganta profunda dos clientes". Isso não lhe dá prazer? Alimentar os comensais? "Meu prazer, sinceramente, é fazer. É isso que me sustenta." Helena Rizzo, 36 PRÊMIOS > Eleita a melhor chef mulher do mundo em 2014 pela revista inglesa "Restaurant" > No ranking organizado pela mesma revista, o 50 Best, o Maní é o 36º colocado; na lista da América Latina, é o quarto melhor EMPREENDIMENTOS > Maní (2006) > Padoca do Maní (fev.2015) > Manioca (mar.2015) Maní Onde r. Joaquim Antunes, 210, Pinheiros; tel. (11) 3085-4148 Padoca do Maní Onde r. Joaquim Antunes, 138, Pinheiros; tel. (11) 2579-2410 Manioca Iguatemi Onde av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano; tel. (11) 2924-2333
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Com medo de ocupação, Fuvest tira prova de todas as escolas estaduais
A Fuvest alterou nesta quinta-feira (26) mais dois endereços para a realização do vestibular da USP, neste domingo (29). Com a mudança, todas as escolas estaduais do Estado foram excluídas da lista. As alterações foram feitas depois que a escola Conselheiro Crispiniano, em Guarulhos (Grande SP), foi ocupada por estudantes. Eles protestam contra o fechamento de 92 unidades proposto pela gestão Geraldo Alckmin. Ao menos 182 colégios já foram ocupados, de acordo com a Secretaria de Educação. Por temer novas ocupações, a responsável pelo exame de admissão da USP decidiu alterar o endereço de todas as escolas estaduais que iriam sediar o exame. Veja a lista completa abaixo. Segundo a Fuvest, os alunos que deveriam fazer o exame nessas escolas serão avisados por e-mail e SMS, de acordo com as informações dadas no momento de inscrição. As alterações também podem ser consultadas no site da Fuvest. Infográfico: Escolas com endereço alterado A PROVA Neste ano, 142.721 pessoas participarão do processo seletivo para os cursos da USP. Serão oferecidas 9.568 vagas pelo vestibular. A Folha publicou um simulado da primeira fase da Fuvest. Pela primeira vez, a universidade decidiu alocar outras 1.489 matrículas na universidade por meio das notas obtidas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano. A adesão ao Enem é feita por cada unidade. O curso de medicina no campus de Ribeirão Preto é o mais concorrido da Fuvest 2016. São 71,93 candidatos para cada vaga. Infográfico: Carreiras mais disputadas Em segundo lugar está o curso de psicologia, com 59,80 candidatos por vaga, seguido de medicina no campus de São Paulo (58,75) e relações internacionais (43,08). A lista completa está disponível no site www.fuvest.br. Em termos de números de inscritos, ainda predominam as carreiras tradicionais: medicina (17.331 candidatos), direito (10.961) e engenharia na Poli (10.205). As provas da segunda fase serão realizadas nos dias 10, 11 e 12 de janeiro de 2016. Fuvest 2016
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Com medo de ocupação, Fuvest tira prova de todas as escolas estaduaisA Fuvest alterou nesta quinta-feira (26) mais dois endereços para a realização do vestibular da USP, neste domingo (29). Com a mudança, todas as escolas estaduais do Estado foram excluídas da lista. As alterações foram feitas depois que a escola Conselheiro Crispiniano, em Guarulhos (Grande SP), foi ocupada por estudantes. Eles protestam contra o fechamento de 92 unidades proposto pela gestão Geraldo Alckmin. Ao menos 182 colégios já foram ocupados, de acordo com a Secretaria de Educação. Por temer novas ocupações, a responsável pelo exame de admissão da USP decidiu alterar o endereço de todas as escolas estaduais que iriam sediar o exame. Veja a lista completa abaixo. Segundo a Fuvest, os alunos que deveriam fazer o exame nessas escolas serão avisados por e-mail e SMS, de acordo com as informações dadas no momento de inscrição. As alterações também podem ser consultadas no site da Fuvest. Infográfico: Escolas com endereço alterado A PROVA Neste ano, 142.721 pessoas participarão do processo seletivo para os cursos da USP. Serão oferecidas 9.568 vagas pelo vestibular. A Folha publicou um simulado da primeira fase da Fuvest. Pela primeira vez, a universidade decidiu alocar outras 1.489 matrículas na universidade por meio das notas obtidas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano. A adesão ao Enem é feita por cada unidade. O curso de medicina no campus de Ribeirão Preto é o mais concorrido da Fuvest 2016. São 71,93 candidatos para cada vaga. Infográfico: Carreiras mais disputadas Em segundo lugar está o curso de psicologia, com 59,80 candidatos por vaga, seguido de medicina no campus de São Paulo (58,75) e relações internacionais (43,08). A lista completa está disponível no site www.fuvest.br. Em termos de números de inscritos, ainda predominam as carreiras tradicionais: medicina (17.331 candidatos), direito (10.961) e engenharia na Poli (10.205). As provas da segunda fase serão realizadas nos dias 10, 11 e 12 de janeiro de 2016. Fuvest 2016
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Nicolás José Isola: A impunidade dessangra a Argentina
O sangue atravessa mais uma vez a Argentina. Em 18 de julho de 1994, a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) de Buenos Aires sofreu um ataque terrorista no qual morreram 85 pessoas. Foi o maior atentado contra os judeus desde a Segunda Guerra Mundial. Há vinte dias, o promotor Alberto Nisman, que conduzia a investigação sobre o atentado, anunciou que acusaria a presidente Cristina Kirchner de tentar negociar um pacto com o governo do Irã, acusado pelo ataque, para evitar que as investigações chegassem a resultados prejudiciais àquele país. No domingo (18), apareceu morto em seu apartamento, com uma bala calibre 22. A investigação da morte, desde o início, não pareceu confiável. O Secretário de Segurança, Sergio Berni, sem motivos, chegou ao quarto onde estava o corpo do promotor antes do juiz. Berni aventou aos jornalistas um suposto suicídio, condicionando o processo de investigação. Dois dias depois, a presidente, tentando influenciar a investigação, lançou sua própria hipótese pelo Facebook: assassinato. Ao mesmo tempo, responsabilizou Diego Lagomarsino, que emprestou a arma para Nisman e foi a última pessoa que o viu com vida, pelo homicídio. É preciso deixar a justiça trabalhar. A morte está vinculada a lutas internas da Secretaria de Inteligência, ocorridas desde a mudança de Horacio Stiusso, que foi chefe da Secretaria durante décadas e próximo a Nisman. Stiusso possui múltiplas escutas telefônicas da vida privada e de atos de corrupção de políticos, empresários, periodistas, etc. Stiusso ainda não foi convocado pela promotora do caso. Ele sabe demais. Muitos políticos e juízes tem medo dele falar. Nesse contexto de crise, a presidente anunciou esta semana que vai fechar a Secretaria para fundar outra, mas com o mesmo pessoal. Mudar o nome para que nada mude. Entre tanto, os meios de comunicação aportaram sua semente para a confusão. Expuseram hipóteses imprecisas e fizeram operações midiáticas de diversos tipos, às vezes organizadas pelos próprios serviços de inteligência. A impressão de que o país é manipulado por lutas dos Serviços de Inteligência que têm regras mafiosas não é um bom sinal. Isto não começou com a gestão kirchnerista. A lógica de quadrilhas corruptas que se apropriam do Estado tem atravessado os diferentes governos e forma parte de uma cultura que não valoriza as leis como norma. A sensação da maioria da população é de que esta morte não vai ter uma solução clara perante justiça e o povo argentino. O ceticismo e o constrangimento da cidadania são muito grandes. A morte de Nisman diminui a já deteriorada confiança social nos processos democráticos e na divisão dos poderes, próprios de uma República moderna. A percepção da maioria dos argentinos é a de voltar ao eterno retorno de não avançar na busca da verdade. Esta impunidade que se prolonga no tempo, suscita uma profunda desolação institucional e fere os valores de uma democracia cada vez mais fraca. Fora daquele circulo onde aninha a comercialização da mentira, a população fica como refém. Sem regras gerais de convivência que se cumpram na esfera do poder, a lei parece destinada a ser profanada. Com a morte do promotor, morreu um pouco a justiça mesma. Esta semana, Alberto Dines, no Observatório da Imprensa, falou com ironia da "superioridade argentina". Vinte anos depois, a corrupção e a impunidade parecem seguir ganhando uma batalha, onde as regras de jogo não parecem interessar. A desordem está legitimada. Como em um deserto cheio de oásis, faz vinte anos que a sociedade argentina, sedenta, peregrina até aquela mulher chamada Justiça. Ela jamais está ali, sempre se afasta. Hoje, no meio da desesperança, parece uma mulher inalcançável. À força de mortes e verdades silenciadas, a democracia argentina dessangra e parece voltar para trás. Só resta andar. NICOLÁS JOSÉ ISOLA, 34, filósofo argentino, é pesquisador e doutor em Ciências Sociais Twitter: @NicoJoseIsola * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Nicolás José Isola: A impunidade dessangra a ArgentinaO sangue atravessa mais uma vez a Argentina. Em 18 de julho de 1994, a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) de Buenos Aires sofreu um ataque terrorista no qual morreram 85 pessoas. Foi o maior atentado contra os judeus desde a Segunda Guerra Mundial. Há vinte dias, o promotor Alberto Nisman, que conduzia a investigação sobre o atentado, anunciou que acusaria a presidente Cristina Kirchner de tentar negociar um pacto com o governo do Irã, acusado pelo ataque, para evitar que as investigações chegassem a resultados prejudiciais àquele país. No domingo (18), apareceu morto em seu apartamento, com uma bala calibre 22. A investigação da morte, desde o início, não pareceu confiável. O Secretário de Segurança, Sergio Berni, sem motivos, chegou ao quarto onde estava o corpo do promotor antes do juiz. Berni aventou aos jornalistas um suposto suicídio, condicionando o processo de investigação. Dois dias depois, a presidente, tentando influenciar a investigação, lançou sua própria hipótese pelo Facebook: assassinato. Ao mesmo tempo, responsabilizou Diego Lagomarsino, que emprestou a arma para Nisman e foi a última pessoa que o viu com vida, pelo homicídio. É preciso deixar a justiça trabalhar. A morte está vinculada a lutas internas da Secretaria de Inteligência, ocorridas desde a mudança de Horacio Stiusso, que foi chefe da Secretaria durante décadas e próximo a Nisman. Stiusso possui múltiplas escutas telefônicas da vida privada e de atos de corrupção de políticos, empresários, periodistas, etc. Stiusso ainda não foi convocado pela promotora do caso. Ele sabe demais. Muitos políticos e juízes tem medo dele falar. Nesse contexto de crise, a presidente anunciou esta semana que vai fechar a Secretaria para fundar outra, mas com o mesmo pessoal. Mudar o nome para que nada mude. Entre tanto, os meios de comunicação aportaram sua semente para a confusão. Expuseram hipóteses imprecisas e fizeram operações midiáticas de diversos tipos, às vezes organizadas pelos próprios serviços de inteligência. A impressão de que o país é manipulado por lutas dos Serviços de Inteligência que têm regras mafiosas não é um bom sinal. Isto não começou com a gestão kirchnerista. A lógica de quadrilhas corruptas que se apropriam do Estado tem atravessado os diferentes governos e forma parte de uma cultura que não valoriza as leis como norma. A sensação da maioria da população é de que esta morte não vai ter uma solução clara perante justiça e o povo argentino. O ceticismo e o constrangimento da cidadania são muito grandes. A morte de Nisman diminui a já deteriorada confiança social nos processos democráticos e na divisão dos poderes, próprios de uma República moderna. A percepção da maioria dos argentinos é a de voltar ao eterno retorno de não avançar na busca da verdade. Esta impunidade que se prolonga no tempo, suscita uma profunda desolação institucional e fere os valores de uma democracia cada vez mais fraca. Fora daquele circulo onde aninha a comercialização da mentira, a população fica como refém. Sem regras gerais de convivência que se cumpram na esfera do poder, a lei parece destinada a ser profanada. Com a morte do promotor, morreu um pouco a justiça mesma. Esta semana, Alberto Dines, no Observatório da Imprensa, falou com ironia da "superioridade argentina". Vinte anos depois, a corrupção e a impunidade parecem seguir ganhando uma batalha, onde as regras de jogo não parecem interessar. A desordem está legitimada. Como em um deserto cheio de oásis, faz vinte anos que a sociedade argentina, sedenta, peregrina até aquela mulher chamada Justiça. Ela jamais está ali, sempre se afasta. Hoje, no meio da desesperança, parece uma mulher inalcançável. À força de mortes e verdades silenciadas, a democracia argentina dessangra e parece voltar para trás. Só resta andar. NICOLÁS JOSÉ ISOLA, 34, filósofo argentino, é pesquisador e doutor em Ciências Sociais Twitter: @NicoJoseIsola * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Lei tenta poupar vítimas de crimes sexuais do trauma dos interrogatórios
O pai de M. estranhou quando ela começou a se trancar no quarto. Normalmente animada, M. não queria falar com ninguém e se recusava a ir à escola. Finalmente, a menina de 13 anos resolveu se abrir com o pai. Contou que o vizinho de 22 anos tinha dito que queria dar a ela uma marmita. Quando chegou à casa dele, o vizinho fechou a porta e a estuprou. J., que é camelô em Salvador, e a filha M. foram até a delegacia fazer a denúncia. Foram atendidos por dois agentes, que a interrogaram: "Você entrou na casa dele porque quis? Não foi forçada, foi? Você tentou reagir quando ele abaixou sua calça?". M. começou a chorar. Na perícia, que comprovou estupro, voltou a ser interrogada. Quando o caso foi a julgamento, a juíza seguiu a mesma linha: "Como você tem certeza de que foi estupro? Alguém testemunhou?". Como M., a maioria de crianças e adolescentes que denunciam violência sexual no Brasil passam por um calvário. Precisam repetir a história inúmeras vezes para diferentes autoridades e frequentemente têm seus depoimentos questionados de forma preconceituosa. Uma lei sancionada no dia 4 de abril, o PLC 21/2017, conhecida como Lei da Escuta Especializada, pode mudar isso. "A criança passa a ser protegida em todo o processo", diz Itamar Batista, gerente de advocacy da Childhood Brasil, organização de proteção a crianças e adolescentes que fez campanha para aprovação da lei. "A vítima se sente mais à vontade para contar detalhes do abuso e aumenta o índice de responsabilização de adultos", afirma Batista. A legislação estipula que a criança deva sofrer o mínimo possível de exposição, limita o relato ao estritamente necessário e estabelece um protocolo para assistentes sociais, policiais e funcionários do Judiciário que irão entrevistá-la. Também proíbe o contato com seu acusado e determina que o depoimento precisa ser tomado em local com privacidade. A lei prevê ainda treinamento dos agentes para que saibam lidar com as vítimas de forma apropriada e integração entre os serviços de atendimento a saúde, o Judiciário e a polícia. "Muitas vezes, quando a criança revelava uma situação de violência, era recebida com descrédito ou tratada como adulta e confrontada. Isso provocava desconforto, e ela não persistia na acusação", diz Fabiana Gorenstein, oficial de proteção da Unicef Brasil. "A lei faz a criança ser respeitada e ser tratada como criança. É fruto de um trabalho de dez anos." Os Estados têm um ano para se adequar às exigências. DEPOIMENTO ESPECIAL No Judiciário, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) recomendou em 2010 que os tribunais de Justiça dos Estados implantassem o chamado depoimento especial para crianças e adolescentes. As vítimas são ouvidas em um espaço à parte, fora da sala de audiência. Os assistentes sociais fazem as entrevistas seguindo um protocolo. A Childhood Brasil ajuda a treinar esses funcionários. "O depoimento especial é um divisor de águas", diz a assistente social Marleci Venério Hoffmeister, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Antes, a criança tinha de falar na frente de vários adultos que nem conhecia. Os assistentes sociais usavam técnicas normais de entrevista: faziam a mesma pergunta várias vezes de formas diferentes, muitas vezes causando desconforto. Com o depoimento especial, seguem um protocolo específico que ajuda a criança a falar sobre questões que envolvem suas partes íntimas e sobre as ações do acusado. Grande parte dos Tribunais de Justiça já segue esse protocolo. Com a integração de polícia, assistentes sociais e agentes de saúde, prevista na lei, a criança não precisará relatar de oito a dez vezes a violência de que foi vítima. Na polícia, porém, implementar a lei será um desafio. "Na polícia precisamos formar as pessoas", diz Batista. "Ainda há preconceito: acham que houve exploração sexual porque a vítima provocou, perguntam por que estava na rua naquele horário, por que usava roupa justa." Para o gerente de proteção infantil da Plan International Brasil, Flávio Debique, a exploração sexual é resultado de uma combinação de fatores, entre eles "a pobreza em que as famílias se encontram e a sociedade machista, que relativiza a comercialização do corpo da mulher desde a infância". Frequentemente, diz ele, ainda se diz que as crianças estão ali porque querem, ignorando que existe uma disparidade de poder entre a criança e o aliciador.
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Lei tenta poupar vítimas de crimes sexuais do trauma dos interrogatóriosO pai de M. estranhou quando ela começou a se trancar no quarto. Normalmente animada, M. não queria falar com ninguém e se recusava a ir à escola. Finalmente, a menina de 13 anos resolveu se abrir com o pai. Contou que o vizinho de 22 anos tinha dito que queria dar a ela uma marmita. Quando chegou à casa dele, o vizinho fechou a porta e a estuprou. J., que é camelô em Salvador, e a filha M. foram até a delegacia fazer a denúncia. Foram atendidos por dois agentes, que a interrogaram: "Você entrou na casa dele porque quis? Não foi forçada, foi? Você tentou reagir quando ele abaixou sua calça?". M. começou a chorar. Na perícia, que comprovou estupro, voltou a ser interrogada. Quando o caso foi a julgamento, a juíza seguiu a mesma linha: "Como você tem certeza de que foi estupro? Alguém testemunhou?". Como M., a maioria de crianças e adolescentes que denunciam violência sexual no Brasil passam por um calvário. Precisam repetir a história inúmeras vezes para diferentes autoridades e frequentemente têm seus depoimentos questionados de forma preconceituosa. Uma lei sancionada no dia 4 de abril, o PLC 21/2017, conhecida como Lei da Escuta Especializada, pode mudar isso. "A criança passa a ser protegida em todo o processo", diz Itamar Batista, gerente de advocacy da Childhood Brasil, organização de proteção a crianças e adolescentes que fez campanha para aprovação da lei. "A vítima se sente mais à vontade para contar detalhes do abuso e aumenta o índice de responsabilização de adultos", afirma Batista. A legislação estipula que a criança deva sofrer o mínimo possível de exposição, limita o relato ao estritamente necessário e estabelece um protocolo para assistentes sociais, policiais e funcionários do Judiciário que irão entrevistá-la. Também proíbe o contato com seu acusado e determina que o depoimento precisa ser tomado em local com privacidade. A lei prevê ainda treinamento dos agentes para que saibam lidar com as vítimas de forma apropriada e integração entre os serviços de atendimento a saúde, o Judiciário e a polícia. "Muitas vezes, quando a criança revelava uma situação de violência, era recebida com descrédito ou tratada como adulta e confrontada. Isso provocava desconforto, e ela não persistia na acusação", diz Fabiana Gorenstein, oficial de proteção da Unicef Brasil. "A lei faz a criança ser respeitada e ser tratada como criança. É fruto de um trabalho de dez anos." Os Estados têm um ano para se adequar às exigências. DEPOIMENTO ESPECIAL No Judiciário, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) recomendou em 2010 que os tribunais de Justiça dos Estados implantassem o chamado depoimento especial para crianças e adolescentes. As vítimas são ouvidas em um espaço à parte, fora da sala de audiência. Os assistentes sociais fazem as entrevistas seguindo um protocolo. A Childhood Brasil ajuda a treinar esses funcionários. "O depoimento especial é um divisor de águas", diz a assistente social Marleci Venério Hoffmeister, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Antes, a criança tinha de falar na frente de vários adultos que nem conhecia. Os assistentes sociais usavam técnicas normais de entrevista: faziam a mesma pergunta várias vezes de formas diferentes, muitas vezes causando desconforto. Com o depoimento especial, seguem um protocolo específico que ajuda a criança a falar sobre questões que envolvem suas partes íntimas e sobre as ações do acusado. Grande parte dos Tribunais de Justiça já segue esse protocolo. Com a integração de polícia, assistentes sociais e agentes de saúde, prevista na lei, a criança não precisará relatar de oito a dez vezes a violência de que foi vítima. Na polícia, porém, implementar a lei será um desafio. "Na polícia precisamos formar as pessoas", diz Batista. "Ainda há preconceito: acham que houve exploração sexual porque a vítima provocou, perguntam por que estava na rua naquele horário, por que usava roupa justa." Para o gerente de proteção infantil da Plan International Brasil, Flávio Debique, a exploração sexual é resultado de uma combinação de fatores, entre eles "a pobreza em que as famílias se encontram e a sociedade machista, que relativiza a comercialização do corpo da mulher desde a infância". Frequentemente, diz ele, ainda se diz que as crianças estão ali porque querem, ignorando que existe uma disparidade de poder entre a criança e o aliciador.
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Cade abre processo administrativo contra seis bancos
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) abriu um processo administrativo contra os bancos Banco de Brasília, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander por possíveis irregularidades na lei antitruste. A medida foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (9). As instituições financeiras têm 30 dias para apresentar a defesa. De acordo com a publicação, os bancos serão investigados por violações no artigo 36 da lei 12.529/2011, que se refere a infrações de ordem econômica que tenham por efeito limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou livre iniciativa; aumentar arbitrariamente os lucros ou exercer de forma abusiva posição dominante. Além disso, o órgão sugeriu também o arquivamento do processo contra os bancos Banestes, Banese, Banpará e HSBC em virtude da falta de indícios de infração à ordem econômica.
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Cade abre processo administrativo contra seis bancosO Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) abriu um processo administrativo contra os bancos Banco de Brasília, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander por possíveis irregularidades na lei antitruste. A medida foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (9). As instituições financeiras têm 30 dias para apresentar a defesa. De acordo com a publicação, os bancos serão investigados por violações no artigo 36 da lei 12.529/2011, que se refere a infrações de ordem econômica que tenham por efeito limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou livre iniciativa; aumentar arbitrariamente os lucros ou exercer de forma abusiva posição dominante. Além disso, o órgão sugeriu também o arquivamento do processo contra os bancos Banestes, Banese, Banpará e HSBC em virtude da falta de indícios de infração à ordem econômica.
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"Eu pago Netflix", diz o dono do site Mega Filmes HD
Mês passado, a Polícia Federal (PF) deu ordem de prisão ao casal Marcos Magno Cardoso e Thalita Cardoso, acusados de serem responsáveis pelo maior site de streaming de séries e vídeos da América Latina, o Mega Filmes HD. Eles estavam em casa, na cidade de Cerquilho, interior de São Paulo, dormindo, quando a polícia bateu à porta e apreendeu computadores, HDs, smartphones, quatro automóveis, pouco mais de 25 mil reais em dinheiro, jóias e alguns documentos. Suas contas também foram bloqueadas. A investigação começou em setembro desse ano depois que a empresa americana Motion Pictures Association se queixou à Polícia Federal que o site tinha um tráfego muito alto na América Latina. Encontrar Marcos não foi desafio nenhum: ele registrou o site - no ar com 150 mil arquivos ilegais - no próprio nome. Segundo a apuração da PF, o Mega Filmes HD tinha 60 milhões de visualizações mensais e rendia ao casal uma renda de R$ 70 mil. Marcos e Thalita ficaram 10 dias presos e sentiram o sabor da liberdade no último sábado (28). Ele e a esposa, detida como suspeita de cumplicidade, estão agora com dois processos nas costas: de violação de direitos autorais e organização criminosa. Ainda com as vozes cansadas, eles conversaram por telefone com o Motherboard sobre como surgiu o site, como foi o tempo deles na prisão e os planos para o futuro. De acordo com Marcos, ele decidiu começar o site em 2010, quando voltou de um trampo pesado no Japão. Ele queria permitir o acesso gratuito a filmes e séries a quem não podia pagar. Durante a conversa, o dono do Mega Filmes HD revelou também não assistir ao conteúdo que postava. "Eu pago Netflix. Chega a ser irônico, né? Pior que é verdade, a Polícia Federal sabe disso, eles apreenderam meu celular e eu assistia pelo celular", conta. Confira abaixo a conversa com o casal. Motherboard: Por que você começou o site? Marcos: Por hobby mesmo. Eu já assistia a filmes e séries no Japão, então eu decidi fazer a mesma coisa porque eu também via que tinha vários outros sites do gênero. Você esperava o sucesso que teve o site? Não, pra mim foi uma surpresa. Era como um hobby pra mim. Começou a bombar faz um ano e meio, mais ou menos. Você tinha um site no Japão. Era parecido com o Mega Filmes HD? Na verdade, não. Era um blog com conteúdo pessoal. Quanto tempo você morou no Japão? Quase 14 anos. Voltei em 2010. As pessoas estão falando que a minha esposa também veio de lá, mas eu queria deixar claro que ela nunca foi comigo para o Japão, só eu. Eu já tinha conhecido ela e depois voltei. Qual a sua opinião sobre a criminalização da pirataria? Eu não concordo porque isso impede que as pessoas mais humildes tenham acesso a filmes e séries que exigem um custo financeiro que nem todo mundo pode pagar. Uma das suas intenções com o Mega Filmes HD era deixar mais acessível? Isso. Como foi o dia em que vocês foram detidos? Ai, moça, foi o pior dia da minha vida. Você não tem nem ideia. Como foi o dia da detenção em si? Eu tinha acabado de chegar de viagem, cheguei em casa, estava descansando, dormi e aconteceu. Como era a vida de vocês em Cerquilho? O que vocês faziam? A Thalita era dona de casa. Sempre fiz servicinho de webmaster, manutenção de computador. A minha vida é em volta disso. No Japão também? Não, eu trabalhava 12 horas por dia numa firma, de segunda à sábado. Fazia trilho para trem-bala de madeira sintética. Quem são as outras pessoas envolvidas na investigação? Você tinha alguma ligação com elas? Isso eu não posso falar, moça, porque é segredo de justiça, vai acabar me complicando. Quem era a empresa responsável pela publicidade do site? Também é segredo de Justiça. Mas qual é a história? Eles que te procuraram? Eles procuraram a gente. A gente nunca procurou ninguém pra fazer publicidade. Os valores divulgados pela PF de R$ 70 mil por mês estão corretos? Esse valor dependia do mês, conforme o número de acessos. Comecei a receber um valor maior assim faz pouco tempo, não faz muito tempo, menos de um ano. Como foi o tempo de prisão? Foi horrível. Os piores dias da minha vida. Só de lembrar, já fico nervoso. Eu fiquei ali na Polícia Federal de São Paulo. Quais são os planos agora que vocês estão em liberdade? Agora quero cooperar com a Justiça em tudo o que for necessário para a apuração dos fatos e trabalhar em algum outro ramo, dentro da internet mesmo ou com computador, que esteja tudo de acordo com as leis. Como vai ficar a vida de vocês agora? Agora é bola pra frente, levanta a cabeça. Vamos continuar levando a vida normal do jeito que tava, só que trabalhando e fazendo as coisas dentro da lei mesmo. Isso aí me deu uma grande dor de cabeça. Nunca imaginei que ia chegar nessa proporção. Eu queria aproveitar e agradecer também às pessoas que estão me apoiando, os internautas que estão me apoiando. E agradecer os que não estão me apoiando também. Mando um abraço pra eles também. Você viu a petição que fizeram? Vi, achei bacana. A última vez que eu vi tinha 37 mil assinaturas. Achei bacana, não esperava que chegariam a fazer petição. Quais filmes e séries você gostava de assistir do site? Eu? Nenhuma. Eu pago Netflix. Chega a ser irônico, né? Pior que é verdade, a polícia federal sabe disso, eles apreenderam meu celular e eu assistia pelo celular. Eu não tinha muito tempo. Eu tenho animais, ficava mexendo nas minhas coisas. Eu via mais à noite. A última coisa que eu tava assistindo era Narcos. Eu posso falar com a Thalita? Ela tá aqui, mas ela é meio brava, moça. Mas ela pode falar. Como foi o dia em que aconteceram as coisas, Thalita? Thalita: A gente tava dormindo, eles chegaram e fizeram a parte do trabalho deles. A gente acompanhou eles até Sorocaba, depois fomos encaminhados pra São Paulo. Fomos ouvidos e depois fomos presos. Os 10 dias da prisão foram amargos, minha filha. Os 10 dias piores da minha vida. Perdi 10 quilos. É uma coisa que me abateu bastante porque nunca imaginei que pudesse acontecer isso, eu era dona de casa, fazia minhas coisas, tinha minha vida normal, tudo, vivia normalmente. Estou tendo que tomar calmante porque não consigo dormir, não consigo comer, a gente fica muito nervoso, demora um tempo pra passar tudo isso. A cadeia não desejo nem pro meu pior inimigo. É triste demais. É terrível, parece que fui sugada. Você sabia o que o seu marido fazia? Eu não posso responder isso porque é segredo de Justiça. Mas você não tinha nenhuma relação? Não. Isso era do meu marido. Era o trabalho dele. Você sabia que ele trabalhava com internet? Isso. Como vai ficar sua vida agora? Ah, meu bem, tenho meus planos porque, na verdade, o Marcos chegou dia 30 de novembro de 2010. Ele já tinha ido para o Japão para trabalhar pra juntar um dinheiro pra gente viver aqui. Ele mandava um dinheiro para guardar, ele me mantinha aqui, a gente foi fazendo a vida. Quando ele chegou, já tava tudo pronto pra gente viver. Agora, vamos recomeçar, vamos ter que recomeçar do zero, porque a gente não tem mais nada. A gente tem a cabeça erguida, a nossa dignidade, estamos respondendo por um processo, por tudo o que está acontecendo, mas a gente vai começar de novo. Eu sou daqui, sou nascida aqui, tenho família aqui, então o apoio que eu posso receber está todo aqui. As pessoas podem ajudar, a gente tem alguns planos. Quero voltar a trabalhar. Então vou tentar recomeçar a minha vida. Com o que você trabalha? Já trabalhei com estética, com cabelo, trabalhei na prefeitura, sempre trabalhei. Casei e parei de trabalhar. Quantos maridos não sustentam suas esposas? A maioria. Então eu trabalhei, tenho cursos, aqui na cidade sou muito conhecida pela parte da estética que eu trabalhava, então eu vou tentar começar nisso aí de novo. Mas é bola para frente. Uma coisa que falei pra Deus: se eu sair desse lugar, o que o senhor me mandar eu recebo, porque é muito triste, abala muito a gente. Muito. Por que a sua mãe foi detida? Ela não foi detida. Era uma coisa que eu queria explicar também. Ela foi ouvida como testemunha. Ela foi junto com os policiais no carro, normal. Ela foi lá, deu o depoimento dela, porque ela não tem nada a ver com isso, e depois o outro advogado trouxe ela pra casa. Ela ficou esperando em casa a gente voltar. E as outras pessoas investigadas? Isso a gente não pode comentar. Leia no site da Vice: "Eu Pago Netflix", Diz o Dono do Site Mega Filmes HD
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"Eu pago Netflix", diz o dono do site Mega Filmes HDMês passado, a Polícia Federal (PF) deu ordem de prisão ao casal Marcos Magno Cardoso e Thalita Cardoso, acusados de serem responsáveis pelo maior site de streaming de séries e vídeos da América Latina, o Mega Filmes HD. Eles estavam em casa, na cidade de Cerquilho, interior de São Paulo, dormindo, quando a polícia bateu à porta e apreendeu computadores, HDs, smartphones, quatro automóveis, pouco mais de 25 mil reais em dinheiro, jóias e alguns documentos. Suas contas também foram bloqueadas. A investigação começou em setembro desse ano depois que a empresa americana Motion Pictures Association se queixou à Polícia Federal que o site tinha um tráfego muito alto na América Latina. Encontrar Marcos não foi desafio nenhum: ele registrou o site - no ar com 150 mil arquivos ilegais - no próprio nome. Segundo a apuração da PF, o Mega Filmes HD tinha 60 milhões de visualizações mensais e rendia ao casal uma renda de R$ 70 mil. Marcos e Thalita ficaram 10 dias presos e sentiram o sabor da liberdade no último sábado (28). Ele e a esposa, detida como suspeita de cumplicidade, estão agora com dois processos nas costas: de violação de direitos autorais e organização criminosa. Ainda com as vozes cansadas, eles conversaram por telefone com o Motherboard sobre como surgiu o site, como foi o tempo deles na prisão e os planos para o futuro. De acordo com Marcos, ele decidiu começar o site em 2010, quando voltou de um trampo pesado no Japão. Ele queria permitir o acesso gratuito a filmes e séries a quem não podia pagar. Durante a conversa, o dono do Mega Filmes HD revelou também não assistir ao conteúdo que postava. "Eu pago Netflix. Chega a ser irônico, né? Pior que é verdade, a Polícia Federal sabe disso, eles apreenderam meu celular e eu assistia pelo celular", conta. Confira abaixo a conversa com o casal. Motherboard: Por que você começou o site? Marcos: Por hobby mesmo. Eu já assistia a filmes e séries no Japão, então eu decidi fazer a mesma coisa porque eu também via que tinha vários outros sites do gênero. Você esperava o sucesso que teve o site? Não, pra mim foi uma surpresa. Era como um hobby pra mim. Começou a bombar faz um ano e meio, mais ou menos. Você tinha um site no Japão. Era parecido com o Mega Filmes HD? Na verdade, não. Era um blog com conteúdo pessoal. Quanto tempo você morou no Japão? Quase 14 anos. Voltei em 2010. As pessoas estão falando que a minha esposa também veio de lá, mas eu queria deixar claro que ela nunca foi comigo para o Japão, só eu. Eu já tinha conhecido ela e depois voltei. Qual a sua opinião sobre a criminalização da pirataria? Eu não concordo porque isso impede que as pessoas mais humildes tenham acesso a filmes e séries que exigem um custo financeiro que nem todo mundo pode pagar. Uma das suas intenções com o Mega Filmes HD era deixar mais acessível? Isso. Como foi o dia em que vocês foram detidos? Ai, moça, foi o pior dia da minha vida. Você não tem nem ideia. Como foi o dia da detenção em si? Eu tinha acabado de chegar de viagem, cheguei em casa, estava descansando, dormi e aconteceu. Como era a vida de vocês em Cerquilho? O que vocês faziam? A Thalita era dona de casa. Sempre fiz servicinho de webmaster, manutenção de computador. A minha vida é em volta disso. No Japão também? Não, eu trabalhava 12 horas por dia numa firma, de segunda à sábado. Fazia trilho para trem-bala de madeira sintética. Quem são as outras pessoas envolvidas na investigação? Você tinha alguma ligação com elas? Isso eu não posso falar, moça, porque é segredo de justiça, vai acabar me complicando. Quem era a empresa responsável pela publicidade do site? Também é segredo de Justiça. Mas qual é a história? Eles que te procuraram? Eles procuraram a gente. A gente nunca procurou ninguém pra fazer publicidade. Os valores divulgados pela PF de R$ 70 mil por mês estão corretos? Esse valor dependia do mês, conforme o número de acessos. Comecei a receber um valor maior assim faz pouco tempo, não faz muito tempo, menos de um ano. Como foi o tempo de prisão? Foi horrível. Os piores dias da minha vida. Só de lembrar, já fico nervoso. Eu fiquei ali na Polícia Federal de São Paulo. Quais são os planos agora que vocês estão em liberdade? Agora quero cooperar com a Justiça em tudo o que for necessário para a apuração dos fatos e trabalhar em algum outro ramo, dentro da internet mesmo ou com computador, que esteja tudo de acordo com as leis. Como vai ficar a vida de vocês agora? Agora é bola pra frente, levanta a cabeça. Vamos continuar levando a vida normal do jeito que tava, só que trabalhando e fazendo as coisas dentro da lei mesmo. Isso aí me deu uma grande dor de cabeça. Nunca imaginei que ia chegar nessa proporção. Eu queria aproveitar e agradecer também às pessoas que estão me apoiando, os internautas que estão me apoiando. E agradecer os que não estão me apoiando também. Mando um abraço pra eles também. Você viu a petição que fizeram? Vi, achei bacana. A última vez que eu vi tinha 37 mil assinaturas. Achei bacana, não esperava que chegariam a fazer petição. Quais filmes e séries você gostava de assistir do site? Eu? Nenhuma. Eu pago Netflix. Chega a ser irônico, né? Pior que é verdade, a polícia federal sabe disso, eles apreenderam meu celular e eu assistia pelo celular. Eu não tinha muito tempo. Eu tenho animais, ficava mexendo nas minhas coisas. Eu via mais à noite. A última coisa que eu tava assistindo era Narcos. Eu posso falar com a Thalita? Ela tá aqui, mas ela é meio brava, moça. Mas ela pode falar. Como foi o dia em que aconteceram as coisas, Thalita? Thalita: A gente tava dormindo, eles chegaram e fizeram a parte do trabalho deles. A gente acompanhou eles até Sorocaba, depois fomos encaminhados pra São Paulo. Fomos ouvidos e depois fomos presos. Os 10 dias da prisão foram amargos, minha filha. Os 10 dias piores da minha vida. Perdi 10 quilos. É uma coisa que me abateu bastante porque nunca imaginei que pudesse acontecer isso, eu era dona de casa, fazia minhas coisas, tinha minha vida normal, tudo, vivia normalmente. Estou tendo que tomar calmante porque não consigo dormir, não consigo comer, a gente fica muito nervoso, demora um tempo pra passar tudo isso. A cadeia não desejo nem pro meu pior inimigo. É triste demais. É terrível, parece que fui sugada. Você sabia o que o seu marido fazia? Eu não posso responder isso porque é segredo de Justiça. Mas você não tinha nenhuma relação? Não. Isso era do meu marido. Era o trabalho dele. Você sabia que ele trabalhava com internet? Isso. Como vai ficar sua vida agora? Ah, meu bem, tenho meus planos porque, na verdade, o Marcos chegou dia 30 de novembro de 2010. Ele já tinha ido para o Japão para trabalhar pra juntar um dinheiro pra gente viver aqui. Ele mandava um dinheiro para guardar, ele me mantinha aqui, a gente foi fazendo a vida. Quando ele chegou, já tava tudo pronto pra gente viver. Agora, vamos recomeçar, vamos ter que recomeçar do zero, porque a gente não tem mais nada. A gente tem a cabeça erguida, a nossa dignidade, estamos respondendo por um processo, por tudo o que está acontecendo, mas a gente vai começar de novo. Eu sou daqui, sou nascida aqui, tenho família aqui, então o apoio que eu posso receber está todo aqui. As pessoas podem ajudar, a gente tem alguns planos. Quero voltar a trabalhar. Então vou tentar recomeçar a minha vida. Com o que você trabalha? Já trabalhei com estética, com cabelo, trabalhei na prefeitura, sempre trabalhei. Casei e parei de trabalhar. Quantos maridos não sustentam suas esposas? A maioria. Então eu trabalhei, tenho cursos, aqui na cidade sou muito conhecida pela parte da estética que eu trabalhava, então eu vou tentar começar nisso aí de novo. Mas é bola para frente. Uma coisa que falei pra Deus: se eu sair desse lugar, o que o senhor me mandar eu recebo, porque é muito triste, abala muito a gente. Muito. Por que a sua mãe foi detida? Ela não foi detida. Era uma coisa que eu queria explicar também. Ela foi ouvida como testemunha. Ela foi junto com os policiais no carro, normal. Ela foi lá, deu o depoimento dela, porque ela não tem nada a ver com isso, e depois o outro advogado trouxe ela pra casa. Ela ficou esperando em casa a gente voltar. E as outras pessoas investigadas? Isso a gente não pode comentar. Leia no site da Vice: "Eu Pago Netflix", Diz o Dono do Site Mega Filmes HD
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'Master of None' e mais quatro séries para fazer uma maratona no Dia dos Namorados
BEATRIZ IZUMINO DE SÃO PAULO Veja cinco dicas de séries para assistir em maratona sentado, deitado, sozinho ou ao lado de uma (ou várias) companhias. * "MASTER OF NONE" Você aí sentado no sofá com o "mozão" talvez se lembre como é difícil ser solteiro numa cidade grande em busca de amor. Os 20 episódios dessa série, original da Netflix, acompanham Dev, 33, interpretado pelo ator Aziz Ansari em sua busca por alguém com quem se divertir e dividir um bom prato de comida. Na segunda temporada, a estadia do rapaz na Itália vai inspirar muitos roteiros de férias a dois. Onde assistir: Netflix * "HOW I MET YOUR MOTHER" Todo mundo conhece um casal que adora contar a gênesis do namoro. Com sorte, a versão dos seus amigos dura menos que nove temporadas! De final controverso, esse cruzamento de "Friends" com "Lost" é recheado de grandes gestos românticos e piadas que serão incorporadas ao seu vocabulário. Aguarde. Ou melhor: "wait for it", como diz um dos personagens. Onde assistir: Canal Sony, Netflix * "OUTLANDER" Acaso ou destino fazem a enfermeira Claire viajar no tempo e ir parar nos (enormes) braços de Jaimie, valoroso soldado. Juntos, eles encaram violentos inimigos e as forças da história. Chamar "Outlander" de romance histórico pode até desagradar Diana Gabaldon, autora dos livros que inspiraram a série, mas é difícil argumentar contra lindas damas de corpete e cavaleiros sarados. Onde assistir: Netflix, NetNow * "THE AMERICANS" Uma série sobre dois espiões russos infiltrados nos Estados Unidos em plena Guerra Fria pode não parecer, de cara, sinônimo de romance. Mas "The Americans" é uma história tanto sobre espionagem quanto sobre um casamento e seus altos e baixos. Só vale estar preparado: Philip e Elizabeth Jennings costumam demonstrar seu amor quebrando pescoços e extraindo dentes. Onde assistir: Netflix, Fox Premium 2, NetNow * "FLEABAG" Tudo o que o Dev, de "Master of None" (à esquerda), tem de romântico, a protagonista anônima de "Fleabag" (foto acima) tem de maldosa. À procura de um par, ela dispara julgamentos mordazes compartilhados com o espectador por olhares e pequenos comentários, que vão desde artimanhas para a sedução até reflexões sobre como uma noite com um bonitão reflete a sua anatomia. Onde assistir: Amazon Prime Video
saopaulo
'Master of None' e mais quatro séries para fazer uma maratona no Dia dos NamoradosBEATRIZ IZUMINO DE SÃO PAULO Veja cinco dicas de séries para assistir em maratona sentado, deitado, sozinho ou ao lado de uma (ou várias) companhias. * "MASTER OF NONE" Você aí sentado no sofá com o "mozão" talvez se lembre como é difícil ser solteiro numa cidade grande em busca de amor. Os 20 episódios dessa série, original da Netflix, acompanham Dev, 33, interpretado pelo ator Aziz Ansari em sua busca por alguém com quem se divertir e dividir um bom prato de comida. Na segunda temporada, a estadia do rapaz na Itália vai inspirar muitos roteiros de férias a dois. Onde assistir: Netflix * "HOW I MET YOUR MOTHER" Todo mundo conhece um casal que adora contar a gênesis do namoro. Com sorte, a versão dos seus amigos dura menos que nove temporadas! De final controverso, esse cruzamento de "Friends" com "Lost" é recheado de grandes gestos românticos e piadas que serão incorporadas ao seu vocabulário. Aguarde. Ou melhor: "wait for it", como diz um dos personagens. Onde assistir: Canal Sony, Netflix * "OUTLANDER" Acaso ou destino fazem a enfermeira Claire viajar no tempo e ir parar nos (enormes) braços de Jaimie, valoroso soldado. Juntos, eles encaram violentos inimigos e as forças da história. Chamar "Outlander" de romance histórico pode até desagradar Diana Gabaldon, autora dos livros que inspiraram a série, mas é difícil argumentar contra lindas damas de corpete e cavaleiros sarados. Onde assistir: Netflix, NetNow * "THE AMERICANS" Uma série sobre dois espiões russos infiltrados nos Estados Unidos em plena Guerra Fria pode não parecer, de cara, sinônimo de romance. Mas "The Americans" é uma história tanto sobre espionagem quanto sobre um casamento e seus altos e baixos. Só vale estar preparado: Philip e Elizabeth Jennings costumam demonstrar seu amor quebrando pescoços e extraindo dentes. Onde assistir: Netflix, Fox Premium 2, NetNow * "FLEABAG" Tudo o que o Dev, de "Master of None" (à esquerda), tem de romântico, a protagonista anônima de "Fleabag" (foto acima) tem de maldosa. À procura de um par, ela dispara julgamentos mordazes compartilhados com o espectador por olhares e pequenos comentários, que vão desde artimanhas para a sedução até reflexões sobre como uma noite com um bonitão reflete a sua anatomia. Onde assistir: Amazon Prime Video
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Cidadão pacífico não é cidadão indefeso
Depois de 15 anos de negociações, o governo brasileiro anunciou no final de 2014 a compra de 36 caças supersônicos que farão parte da frota da Força Aérea Brasileira. O Brasil também está construindo cinco submarinos, um deles de propulsão nuclear. Com uma fronteira de mais de 8 mil quilômetros, a maior floresta equatorial do mundo, uma das maiores reservas de petróleo e riquezas naturais imensuráveis, o país precisa mostrar que tem poder de dissuasão, para compelir qualquer ameaça estrangeira. O governo atual, de fato, acredita no poder dissuasório. A Estratégia Nacional de Defesa está sustentada pela possibilidade de oferecer resistência ao inimigo. De maneira correta e responsável, o Brasil se previne para defender seu povo de possíveis ameaças externas. Entretanto, outra frase estampada na primeira página do Livro Branco de Defesa, documento que reúne as estratégias das Forças Armadas brasileiras, é de uma verdade inconteste: o Brasil é um país pacífico. Atualmente, 65 nações estão em conflito bélico e o Brasil não é uma delas. O país vive em harmonia com seus vizinhos e há exatos 70 anos, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, não envia tropas para combates, com exceção em missões de paz, como no Haiti. A questão é que essa tranquilidade na relação com outras nações contrasta com um crescente da violência e dos homicídios dentro do país, registrando atualmente mais mortes do que regiões em guerra, segundo levantamentos. Recentemente, em um almoço de confraternização das Forças Armadas, a presidente Dilma Rousseff citou: "Um país pacífico não pode nem deve ser confundido com um país indefeso". Se por um lado o país não deve ser indefeso, por outro o mesmo governo torna seus cidadãos indefesos ao tolher o direito de adquirir legalmente e utilizar-se de meios proporcionais ao risco que de fato lhe está sendo imputado. É legítimo concluir que para isso não deveria ser cerceado o acesso legal aos instrumentos de defesa. É o que impõe o Estatuto do Desarmamento que, em virtude do excesso de burocracia e a inexistência de estrutura do órgão responsável pelos registros, atualmente, está colocando na irregularidade quase nove milhões de brasileiros e falhou ao tentar ser uma política de segurança pública. Sendo assim, não seria coerente também garantir e respeitar o direito a legítima defesa do cidadão brasileiro e de sua família? SALESIO NUHS presidente da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (Aniam) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Cidadão pacífico não é cidadão indefesoDepois de 15 anos de negociações, o governo brasileiro anunciou no final de 2014 a compra de 36 caças supersônicos que farão parte da frota da Força Aérea Brasileira. O Brasil também está construindo cinco submarinos, um deles de propulsão nuclear. Com uma fronteira de mais de 8 mil quilômetros, a maior floresta equatorial do mundo, uma das maiores reservas de petróleo e riquezas naturais imensuráveis, o país precisa mostrar que tem poder de dissuasão, para compelir qualquer ameaça estrangeira. O governo atual, de fato, acredita no poder dissuasório. A Estratégia Nacional de Defesa está sustentada pela possibilidade de oferecer resistência ao inimigo. De maneira correta e responsável, o Brasil se previne para defender seu povo de possíveis ameaças externas. Entretanto, outra frase estampada na primeira página do Livro Branco de Defesa, documento que reúne as estratégias das Forças Armadas brasileiras, é de uma verdade inconteste: o Brasil é um país pacífico. Atualmente, 65 nações estão em conflito bélico e o Brasil não é uma delas. O país vive em harmonia com seus vizinhos e há exatos 70 anos, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, não envia tropas para combates, com exceção em missões de paz, como no Haiti. A questão é que essa tranquilidade na relação com outras nações contrasta com um crescente da violência e dos homicídios dentro do país, registrando atualmente mais mortes do que regiões em guerra, segundo levantamentos. Recentemente, em um almoço de confraternização das Forças Armadas, a presidente Dilma Rousseff citou: "Um país pacífico não pode nem deve ser confundido com um país indefeso". Se por um lado o país não deve ser indefeso, por outro o mesmo governo torna seus cidadãos indefesos ao tolher o direito de adquirir legalmente e utilizar-se de meios proporcionais ao risco que de fato lhe está sendo imputado. É legítimo concluir que para isso não deveria ser cerceado o acesso legal aos instrumentos de defesa. É o que impõe o Estatuto do Desarmamento que, em virtude do excesso de burocracia e a inexistência de estrutura do órgão responsável pelos registros, atualmente, está colocando na irregularidade quase nove milhões de brasileiros e falhou ao tentar ser uma política de segurança pública. Sendo assim, não seria coerente também garantir e respeitar o direito a legítima defesa do cidadão brasileiro e de sua família? SALESIO NUHS presidente da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (Aniam) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Escritório muito frio ou quente gera cansaço e problemas de saúde
JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO A temperatura no ambiente de trabalho durante o verão deve ficar entre 23ºC a 26ºC, segundo resolução da Anvisa. Mas quem disse que essa norma acabou com as disputas entre funcionários friorentos e calorentos pelo controle do ar-condicionado? Em busca do próprio conforto térmico, há quem desligue os aparelhos sem abrir as janelas ou abaixe a temperatura ao mínimo possível. Isso pode desequilibrar o clima e levar a extremos, causando infecções respiratórias, alergias e queda no rendimento. "O conforto está relacionado ao equilíbrio do corpo humano. Um ambiente de trabalho agradável deve ter a temperatura de acordo com a norma, uma renovação de ar frequente e umidade de, no mínimo, 40%", explica o médico Kleber José Campos, conselheiro científico da APMT (Associação Paulista de Medicina do Trabalho). Suor, irritação, falta de disposição e saídas constantes para "tomar um ar" são situações bastante conhecidas pelos calorentos. A endocrinologista Laura Ward, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, explica que espaços muito quentes, assim como os muito frios, geram um gasto energético no corpo para que ele se adapte à temperatura externa. Neste caso, com a transpiração. "Com isso, sobra menos energia para outras funções do organismo, afetando aquelas ligadas ao sistema nervoso central, como a concentração", explica. O estudante de relações públicas Lucas Menezes, 22, sabe bem o que é isso. Ele chega às 11h ao estágio, em uma start-up de cupons para compras on-line, e liga todos os aparelhos de ar-condicionado do lugar a cerca de 20ºC. "O calor me deixa indisposto e, às vezes, dá até dor de cabeça. Preciso do aparelho em uma intensidade forte", diz ele. "Talvez porque eu seja gordinho." A atitude não agrada em nada a publicitária Luíza Cardoso, 25, sua colega de trabalho. Ela chega ao escritório às 8h e, até a chegada de Menezes, mantém o ar desligado. "O frio me causa muito desconforto. E nem consigo esquentar as mãos porque trabalho digitando", diz. A solução encontrada pelos dois foi trocar de lugar entre si. "Melhorou bastante", garante ela, que tem sempre um casaco a tiracolo. Com a chegada do verão, porém, a situação deve ficar pior para Cardoso. "É a época em que as pessoas exageram no frio." POLO NORTE Segundo um estudo publicado pela Universidade Cornell (EUA), em 2004, funcionários tendem a cometer mais erros em escritórios e lugares com temperaturas mais geladas. A pesquisa mostrou que, quando a temperatura passa de 20ºC para 25ºC, os erros de digitação caem 44% e a produtividade aumenta em mais de 100%. "O frio leva ao aumento de movimentos involuntários do corpo para que seja aquecido, como os tremores, e à perda dos voluntários, o que dificulta o movimento dos dedos e atrapalha a digitação", explica Campos, da APMT. Temperaturas muito frias no trabalho também podem afetar a saúde dos funcionários, levando a infecções respiratórias e à piora de alergias, explica José Eduardo Cançado, presidente da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia). "O corpo vai gastar mais energia para manter temperatura interna e, com isso, sobra menos para as células de defesa, reduzindo a imunidade", explica. Gripes, sinusites e amigdalites estão entre as consequências. Além disso, o frio deixa o ar mais seco, o que causa o ressecamento das mucosas e piora alergias respiratórias. "É importante aplicar soro fisiológico de duas a três vezes por dia para umedecê-las", afirma o pneumologista. Oscilar entre lugares frios e quentes ao longo do dia é também um problema, afirma Cançado. "O corpo não consegue se adaptar a mudanças bruscas de clima, aumentando o risco de crises respiratórias." A assistente de comunicação Laura Loyo, 22, funcionária de uma start-up de educação a distância, teve que trocar de lugar após ficar com dor de garganta por causa do ar-condicionado. "Foi uma decisão triste, eu gostava muito da minha mesa porque ficava do lado da varanda e a internet nunca caía", diz. "Agora, estou quentinha." Antes disso, os conflitos com seu chefe por causa do frio eram frequentes. "Tenho trauma de calor porque, no primeiro escritório da empresa, não havia ar-condicionado. Ele me dá moleza e desânimo", afirma o publicitário Gustavo Uehara, 31. A temperatura do escritório costuma ficar em torno de 20ºC. "Quando há conflitos, tentamos resolvê-los. Não é porque sou gestor que tenho direito de impor o clima que eu quero", afirma. MUDAR TEMPERATURA SEM CONSULTA PODE AFETAR IMAGEM DO FUNCIONÁRIO Desligar ou ligar o ar-condicionado sem consultar os colegas, além de não ser educado, pode prejudicar a imagem de um funcionário na empresa, afirma Maria Aparecida Araújo, especialista em comportamento profissional e dona da consultoria Etiqueta Empresarial. "O comportamento perante as situações mostra que tipo de profissional você é. Quem adapta a temperatura a si mesmo mostra egoísmo, rigidez e falta de adaptabilidade", diz. "Por outro lado, aquele que sente frio ou calor e se protege mostra altruísmo, tolerância e resiliência, qualidades valorizadas no mercado", acrescenta. Outro comportamento que pode ser negativo para o funcionário é reclamar o tempo inteiro sobre o clima. Segundo Araújo, é preciso ter uma certa discrição e não ficar se abanando ou esfregando o braço para se aquecer. "Ninguém tem culpa se você saiu de casa com a roupa errada." O diálogo é fundamental antes de fazer qualquer alteração, ressalta Yeda Moraes de Camargo, especialista em comportamento organizacional da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "O incômodo é geral? As pessoas concordam com a mudança? É preciso fazer essas perguntas", afirma. A participação do chefe na negociação nem sempre é fundamental, diz. "Há situações que podem ser resolvidas com conversa entre os colegas e não precisam ser levadas ao gestor". Mas ela defende que chefes peçam sugestões aos funcionários.
sobretudo
Escritório muito frio ou quente gera cansaço e problemas de saúde JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO A temperatura no ambiente de trabalho durante o verão deve ficar entre 23ºC a 26ºC, segundo resolução da Anvisa. Mas quem disse que essa norma acabou com as disputas entre funcionários friorentos e calorentos pelo controle do ar-condicionado? Em busca do próprio conforto térmico, há quem desligue os aparelhos sem abrir as janelas ou abaixe a temperatura ao mínimo possível. Isso pode desequilibrar o clima e levar a extremos, causando infecções respiratórias, alergias e queda no rendimento. "O conforto está relacionado ao equilíbrio do corpo humano. Um ambiente de trabalho agradável deve ter a temperatura de acordo com a norma, uma renovação de ar frequente e umidade de, no mínimo, 40%", explica o médico Kleber José Campos, conselheiro científico da APMT (Associação Paulista de Medicina do Trabalho). Suor, irritação, falta de disposição e saídas constantes para "tomar um ar" são situações bastante conhecidas pelos calorentos. A endocrinologista Laura Ward, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, explica que espaços muito quentes, assim como os muito frios, geram um gasto energético no corpo para que ele se adapte à temperatura externa. Neste caso, com a transpiração. "Com isso, sobra menos energia para outras funções do organismo, afetando aquelas ligadas ao sistema nervoso central, como a concentração", explica. O estudante de relações públicas Lucas Menezes, 22, sabe bem o que é isso. Ele chega às 11h ao estágio, em uma start-up de cupons para compras on-line, e liga todos os aparelhos de ar-condicionado do lugar a cerca de 20ºC. "O calor me deixa indisposto e, às vezes, dá até dor de cabeça. Preciso do aparelho em uma intensidade forte", diz ele. "Talvez porque eu seja gordinho." A atitude não agrada em nada a publicitária Luíza Cardoso, 25, sua colega de trabalho. Ela chega ao escritório às 8h e, até a chegada de Menezes, mantém o ar desligado. "O frio me causa muito desconforto. E nem consigo esquentar as mãos porque trabalho digitando", diz. A solução encontrada pelos dois foi trocar de lugar entre si. "Melhorou bastante", garante ela, que tem sempre um casaco a tiracolo. Com a chegada do verão, porém, a situação deve ficar pior para Cardoso. "É a época em que as pessoas exageram no frio." POLO NORTE Segundo um estudo publicado pela Universidade Cornell (EUA), em 2004, funcionários tendem a cometer mais erros em escritórios e lugares com temperaturas mais geladas. A pesquisa mostrou que, quando a temperatura passa de 20ºC para 25ºC, os erros de digitação caem 44% e a produtividade aumenta em mais de 100%. "O frio leva ao aumento de movimentos involuntários do corpo para que seja aquecido, como os tremores, e à perda dos voluntários, o que dificulta o movimento dos dedos e atrapalha a digitação", explica Campos, da APMT. Temperaturas muito frias no trabalho também podem afetar a saúde dos funcionários, levando a infecções respiratórias e à piora de alergias, explica José Eduardo Cançado, presidente da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia). "O corpo vai gastar mais energia para manter temperatura interna e, com isso, sobra menos para as células de defesa, reduzindo a imunidade", explica. Gripes, sinusites e amigdalites estão entre as consequências. Além disso, o frio deixa o ar mais seco, o que causa o ressecamento das mucosas e piora alergias respiratórias. "É importante aplicar soro fisiológico de duas a três vezes por dia para umedecê-las", afirma o pneumologista. Oscilar entre lugares frios e quentes ao longo do dia é também um problema, afirma Cançado. "O corpo não consegue se adaptar a mudanças bruscas de clima, aumentando o risco de crises respiratórias." A assistente de comunicação Laura Loyo, 22, funcionária de uma start-up de educação a distância, teve que trocar de lugar após ficar com dor de garganta por causa do ar-condicionado. "Foi uma decisão triste, eu gostava muito da minha mesa porque ficava do lado da varanda e a internet nunca caía", diz. "Agora, estou quentinha." Antes disso, os conflitos com seu chefe por causa do frio eram frequentes. "Tenho trauma de calor porque, no primeiro escritório da empresa, não havia ar-condicionado. Ele me dá moleza e desânimo", afirma o publicitário Gustavo Uehara, 31. A temperatura do escritório costuma ficar em torno de 20ºC. "Quando há conflitos, tentamos resolvê-los. Não é porque sou gestor que tenho direito de impor o clima que eu quero", afirma. MUDAR TEMPERATURA SEM CONSULTA PODE AFETAR IMAGEM DO FUNCIONÁRIO Desligar ou ligar o ar-condicionado sem consultar os colegas, além de não ser educado, pode prejudicar a imagem de um funcionário na empresa, afirma Maria Aparecida Araújo, especialista em comportamento profissional e dona da consultoria Etiqueta Empresarial. "O comportamento perante as situações mostra que tipo de profissional você é. Quem adapta a temperatura a si mesmo mostra egoísmo, rigidez e falta de adaptabilidade", diz. "Por outro lado, aquele que sente frio ou calor e se protege mostra altruísmo, tolerância e resiliência, qualidades valorizadas no mercado", acrescenta. Outro comportamento que pode ser negativo para o funcionário é reclamar o tempo inteiro sobre o clima. Segundo Araújo, é preciso ter uma certa discrição e não ficar se abanando ou esfregando o braço para se aquecer. "Ninguém tem culpa se você saiu de casa com a roupa errada." O diálogo é fundamental antes de fazer qualquer alteração, ressalta Yeda Moraes de Camargo, especialista em comportamento organizacional da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "O incômodo é geral? As pessoas concordam com a mudança? É preciso fazer essas perguntas", afirma. A participação do chefe na negociação nem sempre é fundamental, diz. "Há situações que podem ser resolvidas com conversa entre os colegas e não precisam ser levadas ao gestor". Mas ela defende que chefes peçam sugestões aos funcionários.
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Partido social-democrata forte será importante nos próximos anos
RESUMO A oposição interna do PT, com posições indefensáveis sobre economia e alianças, dificulta a alternância de poder na sigla, que precisa de uma autocrítica moral e programática. O desafio é seguir tardiamente a trilha dos partidos social-democratas da "fase heroica" num país em que "welfare state" não foi construído. * O pt vai acabar? Provavelmente não. Não há dúvida de que a crise é a mais grave da história do partido, e sem uma resposta adequada da direção o risco de declínio é real. Mas a necessidade de um partido social-democrata forte deve ser muito maior nos próximos anos do que foi nos últimos 12. E, como veremos, a criação de uma alternativa de esquerda ao PT (um "pós-PT") não será fácil. Trinta anos de crescimento baixo sugerem que serão mesmo necessárias reformas para aumentar nossa produtividade, e muitas dessas reformas devem pressionar a desigualdade para cima. Mas já estamos na fronteira superior da desigualdade possível. Não adianta os liberais brasileiros quererem brincar de Thatcher: um programa liberal no Brasil não será implementado contra o fundo de 30 anos de construção do "welfare state" e forte queda de desigualdade, como foi no Reino Unido. Será contra 12 anos de governos de esquerda muito moderados que conseguiram fazer a desigualdade cair até o nível (já altíssimo) do Brasil dos anos 1960. Justamente porque o país precisa de reformas liberais, precisa ao mesmo tempo redistribuir renda e oportunidades com um entusiasmo que nunca teve. Este é o acordo necessário para nossas próximas décadas: mais liberalismo em troca de mais redistribuição. Após quatro vitórias presidenciais, seria razoável supor que o PT liderasse a esquerda nessa negociação. Mas os escândalos de corrupção recentes podem colocar em xeque a hegemonia petista na esquerda. Para fechar esse flanco, o partido precisa ao menos começar a pagar sua conta junto à opinião pública. Moralmente a ferida agora é mais profunda do que foi no mensalão. A acusação de que o PT levava uma porcentagem do dinheiro supostamente desviado pelo PP, se comprovada, descarta o argumento da governabilidade que, em algum grau, funcionava no mensalão e escândalos anteriores. Não parece provável que o PP tenha exigido que o PT aceitasse uma porcentagem do esquema como condição para apoiar o governo. Cabe então perguntar, visto que o PT já demonstrou habilidade política razoável, por que não faz o óbvio: reconhece seus erros e afasta os dirigentes envolvidos em casos de corrupção. Parte da história, é claro, deve ser a influência política que vários dos acusados ainda têm. Mas não é só isso. OBSTÁCULO A alternância de poder no PT esbarra em um obstáculo: as tendências internas que mais aparecem nas denúncias de corrupção são as que melhor entenderam a necessidade de aceitar as regras do jogo político e da economia de mercado. Deve haver correlação entre as duas coisas, e isso deve dizer algo sobre o jogo político e o mercado no Brasil, mas são temas para outra hora. Enquanto a oposição dentro do PT não aceitar o programa social-democrata, a alternância interna continuará inviável, já que muita gente que não é corrupta apoia o atual grupo dirigente (ou dele faz parte) porque não quer implementar o programa de transição trotskista, alguma versão à esquerda da "nova matriz econômica" ou seja lá que atualização programática os avatares ornitológicos de Chávez tenham dado ao bolivarianismo nesta semana. É bastante frequente que críticos do governo à esquerda comecem falando coisas ponderadas sobre corrupção e terminem falando coisas indefensáveis sobre alianças e economia. Enquanto isso continuar, o grupo dirigente do PT tem estabilidade no emprego. E falta de alternância política sempre traz o risco de corrupção. A revisão programática do PT é urgente. Pode haver algum espaço para pequenos movimentos que ainda tentem extrair algo da tradição socialista, assim como para "libertarians", anarquistas ou conservadores de todo tipo. Seria ruim se toda ideia política fosse submetida ao teste pragmático "faz sentido implementar isso hoje?" em toda e qualquer situação. As ideias políticas se fertilizam mutuamente de maneira imprevisível; elas não existem só para governar, e nunca se sabe da mistura de quê com o quê sairá a próxima boa ideia. Um espaço público em que só se discuta a centro-esquerda e a centro-direita seria desnecessariamente pobre. Mas nada que não tenha uma boa resposta para o teste pragmático deve chegar perto de posições de governo. Se o PT, ou uma grande parte de sua esquerda, quiser ser uma alternativa de esquerda à social-democracia, talvez valha lembrar que ninguém aqui conquistou o direito ao tédio escandinavo. As tarefas históricas da social-democracia mal começaram a ser realizadas no Brasil. O PT tem vencido eleições porque deu passos importantes nesse sentido. Não foi porque "derrotou o neoliberalismo" ou porque o Foro de São Paulo esconde a verdade da população. Não interessa o que os quadros ou os intelectuais do PT achavam que estavam construindo, os sindicatos e os eleitores construíram um partido social-democrata. Social-democracia é mirar o imposto para cima e o gasto governamental para baixo, e é isso que a população espera que o governo petista faça. A social-democracia exige contas públicas razoavelmente equilibradas, pois uma social-democracia com um Estado em crise é como um liberalismo alavancado em "subprime". É muito difícil fazer isso tudo em um país pobre: talvez o único exemplo indiscutível de partido social-democrata no Terceiro Mundo seja o Partido Socialista chileno. Mas essa é a tarefa histórica do Partido dos Trabalhadores, que pode aceitá-la ou sair da frente. ESBOÇOS Os esboços de pós-PT que apareceram recentemente (Rede, Raiz, talvez o PSB) normalmente começam pelo final: pela adesão declarada ao programa social-democrata e/ou verde, pela defesa da ética, pela reconquista da classe média. Mas esses são planos para resolver os problemas do PT (e que o PT faria bem em copiar), não para substituí-lo no que ele funciona. Eric Hobsbawm caracterizou o PT como um exemplo tardio dos velhos partidos social-democratas que prosperaram na Europa. O "tardio" aqui tem consequências práticas profundas. Os partidos social-democratas europeus cresceram junto com o operariado fabril, que era uma parcela grande da população, e deixaram como legado imensos Estados de bem-estar social. No Primeiro Mundo, o "welfare state" sobrevive ao declínio numérico e político do operariado tradicional, aos trancos e barrancos, pelo apoio dos usuários de seus serviços. Hoje, boa parte do que os sociais-democratas europeus precisam fazer é ajustar a máquina de redistribuição de oportunidades às necessidades da eficiência econômica e às novas reivindicações de gênero, ambientais etc. Não é por acaso que é fácil para a centro-direita brasileira se dizer social-de mocrata. Seu modelo é a social-democracia que já venceu. O PT é um partido social-democrata da fase heroica, de quando o "welfare state" ainda não estava montado. Mas a janela em que os grandes partidos social-democratas europeus se consolidaram já se fechou. O tempo entre nossa industrialização tardia e a crise do industrialismo não foi suficiente para que um movimento operário de massas construísse nosso Estado de bem-estar social -e muito dessa industrialização se deu sem democracia. Os "30 anos gloriosos" da social-democracia europeia aqui foram alguns anos de commodities um pouco mais caras. O PT teve que tentar outra coisa. Em sua "História do PT", Lincoln Secco sugere uma fórmula interessante: ao contrário da social-democracia europeia, que se moveu para o centro se aproximando da classe média, o PT o fez se aproximando dos setores mais pobres, que são a maioria da população brasileira. Como notou André Singer, os mais pobres são mais sensíveis a mudanças bruscas (por exemplo, no que se refere à inflação), o que explica que essa aproximação tenha se manifestado como movimento para o centro. É importante notar que, como mostrou Singer, a aproximação da esquerda com os pobres se deu principalmente após a conquista do governo. O carisma de Lula é inegável, mas ele só foi totalmente ativado quando a renda dos pobres começou a subir aceleradamente. O pós-PT entraria no jogo sem o patrimônio político e organizacional acumulado nessa história. O cenário em que a maioria da população se sindicaliza é tão improvável para o pós-PT quanto para o PT -e o pós-PT precisaria mobilizar os mais pobres sem o crédito das políticas sociais do lulismo. Não poderia reeditar os anos 80, e não começaria sendo governo. Mesmo se quisesse voltar aos 80 (às vezes parece ser o caso do PSOL), àquela época o PT não disputava com outro PT já constituído; e, mesmo se já começasse no governo, as políticas sociais mais fáceis de implementar e de aceitação mais universal já foram postas em prática por Lula/Dilma. Isto é, o pós-PT precisaria descobrir formas de mobilização popular que o PT não soube criar, ao menos para crescer o suficiente para atrair uma grande dissidência petista. E, para que a crítica ética do pós-PT se traduzisse em algo mais efetivo, precisaria de uma base de apoio popular ainda maior e mais mobilizada, que se refletisse numa maioria parlamentar. Não é impossível. Mas, mesmo se o PT fracassar na autocrítica moral e programática, o mais provável é que os projetos de pós-PT só prosperem, de início, como sócios minoritários em alianças que incluam o PT, ou como alternativas eleitorais onde o partido for fraco. Isso, claro, supondo que a crise não cause uma deserção de petistas tão grande que o pós-PT acabe sendo pouco mais que uma mudança de nome (ou de direção). CELSO BARROS, 42, é doutor em sociologia pela Universidade de Oxford (Reino Unido). SERGIO SISTER, 66, é artista plástico.
ilustrissima
Partido social-democrata forte será importante nos próximos anosRESUMO A oposição interna do PT, com posições indefensáveis sobre economia e alianças, dificulta a alternância de poder na sigla, que precisa de uma autocrítica moral e programática. O desafio é seguir tardiamente a trilha dos partidos social-democratas da "fase heroica" num país em que "welfare state" não foi construído. * O pt vai acabar? Provavelmente não. Não há dúvida de que a crise é a mais grave da história do partido, e sem uma resposta adequada da direção o risco de declínio é real. Mas a necessidade de um partido social-democrata forte deve ser muito maior nos próximos anos do que foi nos últimos 12. E, como veremos, a criação de uma alternativa de esquerda ao PT (um "pós-PT") não será fácil. Trinta anos de crescimento baixo sugerem que serão mesmo necessárias reformas para aumentar nossa produtividade, e muitas dessas reformas devem pressionar a desigualdade para cima. Mas já estamos na fronteira superior da desigualdade possível. Não adianta os liberais brasileiros quererem brincar de Thatcher: um programa liberal no Brasil não será implementado contra o fundo de 30 anos de construção do "welfare state" e forte queda de desigualdade, como foi no Reino Unido. Será contra 12 anos de governos de esquerda muito moderados que conseguiram fazer a desigualdade cair até o nível (já altíssimo) do Brasil dos anos 1960. Justamente porque o país precisa de reformas liberais, precisa ao mesmo tempo redistribuir renda e oportunidades com um entusiasmo que nunca teve. Este é o acordo necessário para nossas próximas décadas: mais liberalismo em troca de mais redistribuição. Após quatro vitórias presidenciais, seria razoável supor que o PT liderasse a esquerda nessa negociação. Mas os escândalos de corrupção recentes podem colocar em xeque a hegemonia petista na esquerda. Para fechar esse flanco, o partido precisa ao menos começar a pagar sua conta junto à opinião pública. Moralmente a ferida agora é mais profunda do que foi no mensalão. A acusação de que o PT levava uma porcentagem do dinheiro supostamente desviado pelo PP, se comprovada, descarta o argumento da governabilidade que, em algum grau, funcionava no mensalão e escândalos anteriores. Não parece provável que o PP tenha exigido que o PT aceitasse uma porcentagem do esquema como condição para apoiar o governo. Cabe então perguntar, visto que o PT já demonstrou habilidade política razoável, por que não faz o óbvio: reconhece seus erros e afasta os dirigentes envolvidos em casos de corrupção. Parte da história, é claro, deve ser a influência política que vários dos acusados ainda têm. Mas não é só isso. OBSTÁCULO A alternância de poder no PT esbarra em um obstáculo: as tendências internas que mais aparecem nas denúncias de corrupção são as que melhor entenderam a necessidade de aceitar as regras do jogo político e da economia de mercado. Deve haver correlação entre as duas coisas, e isso deve dizer algo sobre o jogo político e o mercado no Brasil, mas são temas para outra hora. Enquanto a oposição dentro do PT não aceitar o programa social-democrata, a alternância interna continuará inviável, já que muita gente que não é corrupta apoia o atual grupo dirigente (ou dele faz parte) porque não quer implementar o programa de transição trotskista, alguma versão à esquerda da "nova matriz econômica" ou seja lá que atualização programática os avatares ornitológicos de Chávez tenham dado ao bolivarianismo nesta semana. É bastante frequente que críticos do governo à esquerda comecem falando coisas ponderadas sobre corrupção e terminem falando coisas indefensáveis sobre alianças e economia. Enquanto isso continuar, o grupo dirigente do PT tem estabilidade no emprego. E falta de alternância política sempre traz o risco de corrupção. A revisão programática do PT é urgente. Pode haver algum espaço para pequenos movimentos que ainda tentem extrair algo da tradição socialista, assim como para "libertarians", anarquistas ou conservadores de todo tipo. Seria ruim se toda ideia política fosse submetida ao teste pragmático "faz sentido implementar isso hoje?" em toda e qualquer situação. As ideias políticas se fertilizam mutuamente de maneira imprevisível; elas não existem só para governar, e nunca se sabe da mistura de quê com o quê sairá a próxima boa ideia. Um espaço público em que só se discuta a centro-esquerda e a centro-direita seria desnecessariamente pobre. Mas nada que não tenha uma boa resposta para o teste pragmático deve chegar perto de posições de governo. Se o PT, ou uma grande parte de sua esquerda, quiser ser uma alternativa de esquerda à social-democracia, talvez valha lembrar que ninguém aqui conquistou o direito ao tédio escandinavo. As tarefas históricas da social-democracia mal começaram a ser realizadas no Brasil. O PT tem vencido eleições porque deu passos importantes nesse sentido. Não foi porque "derrotou o neoliberalismo" ou porque o Foro de São Paulo esconde a verdade da população. Não interessa o que os quadros ou os intelectuais do PT achavam que estavam construindo, os sindicatos e os eleitores construíram um partido social-democrata. Social-democracia é mirar o imposto para cima e o gasto governamental para baixo, e é isso que a população espera que o governo petista faça. A social-democracia exige contas públicas razoavelmente equilibradas, pois uma social-democracia com um Estado em crise é como um liberalismo alavancado em "subprime". É muito difícil fazer isso tudo em um país pobre: talvez o único exemplo indiscutível de partido social-democrata no Terceiro Mundo seja o Partido Socialista chileno. Mas essa é a tarefa histórica do Partido dos Trabalhadores, que pode aceitá-la ou sair da frente. ESBOÇOS Os esboços de pós-PT que apareceram recentemente (Rede, Raiz, talvez o PSB) normalmente começam pelo final: pela adesão declarada ao programa social-democrata e/ou verde, pela defesa da ética, pela reconquista da classe média. Mas esses são planos para resolver os problemas do PT (e que o PT faria bem em copiar), não para substituí-lo no que ele funciona. Eric Hobsbawm caracterizou o PT como um exemplo tardio dos velhos partidos social-democratas que prosperaram na Europa. O "tardio" aqui tem consequências práticas profundas. Os partidos social-democratas europeus cresceram junto com o operariado fabril, que era uma parcela grande da população, e deixaram como legado imensos Estados de bem-estar social. No Primeiro Mundo, o "welfare state" sobrevive ao declínio numérico e político do operariado tradicional, aos trancos e barrancos, pelo apoio dos usuários de seus serviços. Hoje, boa parte do que os sociais-democratas europeus precisam fazer é ajustar a máquina de redistribuição de oportunidades às necessidades da eficiência econômica e às novas reivindicações de gênero, ambientais etc. Não é por acaso que é fácil para a centro-direita brasileira se dizer social-de mocrata. Seu modelo é a social-democracia que já venceu. O PT é um partido social-democrata da fase heroica, de quando o "welfare state" ainda não estava montado. Mas a janela em que os grandes partidos social-democratas europeus se consolidaram já se fechou. O tempo entre nossa industrialização tardia e a crise do industrialismo não foi suficiente para que um movimento operário de massas construísse nosso Estado de bem-estar social -e muito dessa industrialização se deu sem democracia. Os "30 anos gloriosos" da social-democracia europeia aqui foram alguns anos de commodities um pouco mais caras. O PT teve que tentar outra coisa. Em sua "História do PT", Lincoln Secco sugere uma fórmula interessante: ao contrário da social-democracia europeia, que se moveu para o centro se aproximando da classe média, o PT o fez se aproximando dos setores mais pobres, que são a maioria da população brasileira. Como notou André Singer, os mais pobres são mais sensíveis a mudanças bruscas (por exemplo, no que se refere à inflação), o que explica que essa aproximação tenha se manifestado como movimento para o centro. É importante notar que, como mostrou Singer, a aproximação da esquerda com os pobres se deu principalmente após a conquista do governo. O carisma de Lula é inegável, mas ele só foi totalmente ativado quando a renda dos pobres começou a subir aceleradamente. O pós-PT entraria no jogo sem o patrimônio político e organizacional acumulado nessa história. O cenário em que a maioria da população se sindicaliza é tão improvável para o pós-PT quanto para o PT -e o pós-PT precisaria mobilizar os mais pobres sem o crédito das políticas sociais do lulismo. Não poderia reeditar os anos 80, e não começaria sendo governo. Mesmo se quisesse voltar aos 80 (às vezes parece ser o caso do PSOL), àquela época o PT não disputava com outro PT já constituído; e, mesmo se já começasse no governo, as políticas sociais mais fáceis de implementar e de aceitação mais universal já foram postas em prática por Lula/Dilma. Isto é, o pós-PT precisaria descobrir formas de mobilização popular que o PT não soube criar, ao menos para crescer o suficiente para atrair uma grande dissidência petista. E, para que a crítica ética do pós-PT se traduzisse em algo mais efetivo, precisaria de uma base de apoio popular ainda maior e mais mobilizada, que se refletisse numa maioria parlamentar. Não é impossível. Mas, mesmo se o PT fracassar na autocrítica moral e programática, o mais provável é que os projetos de pós-PT só prosperem, de início, como sócios minoritários em alianças que incluam o PT, ou como alternativas eleitorais onde o partido for fraco. Isso, claro, supondo que a crise não cause uma deserção de petistas tão grande que o pós-PT acabe sendo pouco mais que uma mudança de nome (ou de direção). CELSO BARROS, 42, é doutor em sociologia pela Universidade de Oxford (Reino Unido). SERGIO SISTER, 66, é artista plástico.
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Na faixa dos 20: conheça quatro jovens atores que brilham nos musicais de SP
FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO Eles cantam, dançam, brilham em cena e chamam a atenção do público. Os quatro jovens atores listados abaixo ainda estão na faixa dos 20 anos, mas acumulam importantes espetáculos na carreira —e são destaques de grandes musicais que estão em cartaz atualmente em São Paulo. Conheça detalhes sobre Ícaro Silva ("S'Imbora - A História de Wilson Simonal"), Malu Rodrigues ("Nine - Um Musical Felliniano"), Mateus Ribeiro ("Chacrinha") e Thiago Machado ("Mudança de Hábito"). * ÍCARO SILVA É o protagonista da lista. Com 28 anos, o artista já tinha chamado a atenção em peças como "Rock in Rio" e "Elis, a Musical", ganhando o público com atuações divertidas e certeiras. Agora, ele é Wilson Simonal em "S'Imbora, o Musical", em cartaz no teatro Cetip até 26/7. Ele conta que são três horas bem intensas em cena e que precisa estar atento o tempo todo: "Para não deixar que a emoção me descontrole ou que a técnica me esfrie." E ele mantém o ritmo lá em cima, cantando lindamente e incorporando a ginga característica de Simonal, um dos maiores cantores do país, que foi hostilizado após problemas envolvendo a ditadura. * MALU RODRIGUES Em cena, ela é doce, sensual, meiga e poderosa, tudo ao mesmo tempo. A atriz e cantora de 21 anos foi escalada para mexer com a cabeça do protagonista Guido Contini em "Nine - Um Musical Felliniano", em cartaz no teatro Porto Seguro, mas ela acaba fascinando o público todo. "Foi o personagem mais desafiador da minha vida. Ela é um 'mulherão', muito diferente de mim", avalia a artista, que deu início à parceria com os diretores Charles Möeller e Claudio Botelho aos 14 anos, em "Noviça Rebelde". Malu também está na série "Tapas e Beijos" (Globo) e fará a Wanderléa no filme "Minha Fama de Mau", que será rodado neste ano. * MATEUS RIBEIRO Ele é ator, cantor, bailarino e sapateador, e sua primeira grande produção foi aos 17 anos com "Cabaret", dividindo o palco com Cláudia Raia. De lá para cá, já passou por musicais como "O Mágico de Oz" e "Crazy for You", e agora, aos 21 anos, é destaque da superprodução "Chacrinha". Nela, ele interpreta Antônio Maria, Pedro de Lara, Nanato Barbosa (filho do protagonista, vivido por Stepan Nercessian), Paulo Miklos, um policial e até um cachorro. E chama a atenção em cada uma das atuações. "É correria, mas eu amo, porque tenho a oportunidade de mostrar muita coisa, cada personagem é bem diferente do outro", diz. Escrita por Pedro Bial, a peça sai de cartaz no sábado (25). * THIAGO MACHADO Sua interpretação doce e carismática do delegado Eddie em "Mudança de Hábito" rende aplausos em cena aberta. O ator de 28 anos, que já fez "Mamma Mia" e foi Roberto Frejat em "Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz", conta que o primeiro desafio desse papel foi se adequar às exigências da canção que interpreta —com mais de quatro minutos. "A partitura é bem difícil e exige uma extensão vocal não muito comum." O segundo foi mostrar seu personagem de forma mais humana, e não caricatural. Na história, ele é apaixonado pela protagonista e precisa superar traumas de infância para ser feliz. "O Eddie pode ser você, eu, qualquer pessoa", diz. O musical já foi visto por mais de 5 milhões de pessoas no mundo todo —e sai de cartaz em outubro.
saopaulo
Na faixa dos 20: conheça quatro jovens atores que brilham nos musicais de SPFABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO Eles cantam, dançam, brilham em cena e chamam a atenção do público. Os quatro jovens atores listados abaixo ainda estão na faixa dos 20 anos, mas acumulam importantes espetáculos na carreira —e são destaques de grandes musicais que estão em cartaz atualmente em São Paulo. Conheça detalhes sobre Ícaro Silva ("S'Imbora - A História de Wilson Simonal"), Malu Rodrigues ("Nine - Um Musical Felliniano"), Mateus Ribeiro ("Chacrinha") e Thiago Machado ("Mudança de Hábito"). * ÍCARO SILVA É o protagonista da lista. Com 28 anos, o artista já tinha chamado a atenção em peças como "Rock in Rio" e "Elis, a Musical", ganhando o público com atuações divertidas e certeiras. Agora, ele é Wilson Simonal em "S'Imbora, o Musical", em cartaz no teatro Cetip até 26/7. Ele conta que são três horas bem intensas em cena e que precisa estar atento o tempo todo: "Para não deixar que a emoção me descontrole ou que a técnica me esfrie." E ele mantém o ritmo lá em cima, cantando lindamente e incorporando a ginga característica de Simonal, um dos maiores cantores do país, que foi hostilizado após problemas envolvendo a ditadura. * MALU RODRIGUES Em cena, ela é doce, sensual, meiga e poderosa, tudo ao mesmo tempo. A atriz e cantora de 21 anos foi escalada para mexer com a cabeça do protagonista Guido Contini em "Nine - Um Musical Felliniano", em cartaz no teatro Porto Seguro, mas ela acaba fascinando o público todo. "Foi o personagem mais desafiador da minha vida. Ela é um 'mulherão', muito diferente de mim", avalia a artista, que deu início à parceria com os diretores Charles Möeller e Claudio Botelho aos 14 anos, em "Noviça Rebelde". Malu também está na série "Tapas e Beijos" (Globo) e fará a Wanderléa no filme "Minha Fama de Mau", que será rodado neste ano. * MATEUS RIBEIRO Ele é ator, cantor, bailarino e sapateador, e sua primeira grande produção foi aos 17 anos com "Cabaret", dividindo o palco com Cláudia Raia. De lá para cá, já passou por musicais como "O Mágico de Oz" e "Crazy for You", e agora, aos 21 anos, é destaque da superprodução "Chacrinha". Nela, ele interpreta Antônio Maria, Pedro de Lara, Nanato Barbosa (filho do protagonista, vivido por Stepan Nercessian), Paulo Miklos, um policial e até um cachorro. E chama a atenção em cada uma das atuações. "É correria, mas eu amo, porque tenho a oportunidade de mostrar muita coisa, cada personagem é bem diferente do outro", diz. Escrita por Pedro Bial, a peça sai de cartaz no sábado (25). * THIAGO MACHADO Sua interpretação doce e carismática do delegado Eddie em "Mudança de Hábito" rende aplausos em cena aberta. O ator de 28 anos, que já fez "Mamma Mia" e foi Roberto Frejat em "Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz", conta que o primeiro desafio desse papel foi se adequar às exigências da canção que interpreta —com mais de quatro minutos. "A partitura é bem difícil e exige uma extensão vocal não muito comum." O segundo foi mostrar seu personagem de forma mais humana, e não caricatural. Na história, ele é apaixonado pela protagonista e precisa superar traumas de infância para ser feliz. "O Eddie pode ser você, eu, qualquer pessoa", diz. O musical já foi visto por mais de 5 milhões de pessoas no mundo todo —e sai de cartaz em outubro.
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O tiro certeiro de Walter Franco
POR ANDRÉ BARCINSKI O período entre 1972 e 1976 foi o mais rico do pop brasileiro e marcado por grandes discos: "Acabou Chorare", dos Novos Baianos, o primeiro (e homônimo) dos Secos & Molhados, "Gita", de Raul Seixas, "A Tábua de Esmeralda", de Jorge Ben, "Tim Maia Racional", "Manera Fru, Fru, Manera", de Fagner, e muitos outros. Foi uma época em que as gravadoras nacionais, mais que buscar o sucesso imediato, ainda investiam em artistas que julgavam ter carreiras longas e produtivas. Para cada sucesso de vendas, como "Gita", foram lançados inúmeros discos de qualidade, mas que não tinham grande potencial de vendas. Um exemplo é a Philips, uma imensa gravadora multinacional, que deu carta branca para Arnaldo Baptista fazer seu "Lóki", um dos discos mais estranhos e transgressores do pop nacional. Não vendeu, mas entrou para a história. O caso da gravadora Continental também era curioso: o selo tinha seus campeões de venda, como Benito di Paula e a dupla Milionário & José Rico, mas costumava arriscar alguns lançamentos mais ousados. Foi assim, em 1973, que acabou distribuindo o disco de maior vendagem de sua história, o LP de estreia dos Secos & Molhados, o primeiro álbum a tirar Roberto Carlos do topo das paradas nacionais. No mesmo ano, a Continental lançou um disco ainda mais esquisito que o da trupe andrógina liderada por Ney Matogrosso: "Ou Não", de Walter Franco, mais conhecido como o "disco da mosca". Um ano antes, no Festival da Globo, Walter tinha levado uma vaia colossal depois que o júri, formado, entre outros, por Décio Pignatari, Júlio Medaglia e Rogério Duprat, premiara "Cabeça", sua canção concretista. Em 1975, Franco voltou com um disco mais "roqueiro" e menos experimental, mas igualmente genial: "Revolver". O LP misturava Beatles, concretismo, haicais e poesia marginal, embalados por uma sonoridade agressiva e psicodélica. O disco foi relançado pela Polysom e é indispensável. Uma relíquia de quando o pop brasileiro vivia para transgredir. Revolver Artista: Walter Franco distribuidora: Polysom (LP, R$ 99,90) * DVD Os Trapalhões - Vol. 2 (Europa Filmes, DVD, R$ 127,90) Segundo volume da série com filmes de Dedé, Didi, Mussum e Zacarias para o cinema, traz dez DVDs com dez longas do quarteto, como "O Mundo Mágico dos Trapalhões", "Os Trapalhões e o Rei do Futebol" e "O Casamento dos Trapalhões". Os longas para o cinema variam muito de qualidade e não são tão engraçados quanto os programas de TV, mas têm lá seus momentos. Rio Duran Duran (EMI, LP, importado, US$ 18) Reedição do segundo disco do Duran Duran, um marco do tecnopop e do movimento "new romantic", lançado em 1982. O LP tem vários hits, como "Hungry Like the Wolf" e a faixa-título, "Rio", que, diferentemente do que muitos pensam, não é uma homenagem à Cidade Maravilhosa, mas uma metáfora do sonho da banda em fazer sucesso nos EUA. O "Rio" da letra é o Rio Grande, na fronteira do país com o México. R.E.M. by MTV R.E.M. (Rhino, 2015, DVD, importado, US$ 11,99) O grupo R.E.M. e a MTV nasceram quase juntos -a banda, em 1980; a emissora, no ano seguinte- e sempre tiveram uma relação próxima: foi naquele canal que eles estrearam seus clipes mais famosos, como o de "Losing My Religion", e a trupe de Michael Stipe sempre fez questão de prestigiar a MTV, aparecendo em prêmios e gravando programas especiais. Esse documentário, disponível anteriormente na caixa "REMTV", conta toda a história da banda e traz clipes e apresentações ao vivo. * DISCOS África Brasil Um dos melhores discos de Ben, lançado em 1976, também foi relançado em vinil e traz sonoridade pesada e festiva, com clássicos como "Ponta de Lança Africano (Umbabarauma)". Artista: Jorge Ben Distribuidora: Polysom (LP, R$ 79,90) A Máquina Voadora Na virada dos anos 1960 para os 1970, Ronnie Von lançou três discos psicodélicos que viraram itens de colecionador. A Polysom os relançou em vinil, resgatando essa fase do "Pequeno Príncipe". Artista: Ronnie Von Distribuidora: Polysom (LP, R$ 79,90)
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O tiro certeiro de Walter FrancoPOR ANDRÉ BARCINSKI O período entre 1972 e 1976 foi o mais rico do pop brasileiro e marcado por grandes discos: "Acabou Chorare", dos Novos Baianos, o primeiro (e homônimo) dos Secos & Molhados, "Gita", de Raul Seixas, "A Tábua de Esmeralda", de Jorge Ben, "Tim Maia Racional", "Manera Fru, Fru, Manera", de Fagner, e muitos outros. Foi uma época em que as gravadoras nacionais, mais que buscar o sucesso imediato, ainda investiam em artistas que julgavam ter carreiras longas e produtivas. Para cada sucesso de vendas, como "Gita", foram lançados inúmeros discos de qualidade, mas que não tinham grande potencial de vendas. Um exemplo é a Philips, uma imensa gravadora multinacional, que deu carta branca para Arnaldo Baptista fazer seu "Lóki", um dos discos mais estranhos e transgressores do pop nacional. Não vendeu, mas entrou para a história. O caso da gravadora Continental também era curioso: o selo tinha seus campeões de venda, como Benito di Paula e a dupla Milionário & José Rico, mas costumava arriscar alguns lançamentos mais ousados. Foi assim, em 1973, que acabou distribuindo o disco de maior vendagem de sua história, o LP de estreia dos Secos & Molhados, o primeiro álbum a tirar Roberto Carlos do topo das paradas nacionais. No mesmo ano, a Continental lançou um disco ainda mais esquisito que o da trupe andrógina liderada por Ney Matogrosso: "Ou Não", de Walter Franco, mais conhecido como o "disco da mosca". Um ano antes, no Festival da Globo, Walter tinha levado uma vaia colossal depois que o júri, formado, entre outros, por Décio Pignatari, Júlio Medaglia e Rogério Duprat, premiara "Cabeça", sua canção concretista. Em 1975, Franco voltou com um disco mais "roqueiro" e menos experimental, mas igualmente genial: "Revolver". O LP misturava Beatles, concretismo, haicais e poesia marginal, embalados por uma sonoridade agressiva e psicodélica. O disco foi relançado pela Polysom e é indispensável. Uma relíquia de quando o pop brasileiro vivia para transgredir. Revolver Artista: Walter Franco distribuidora: Polysom (LP, R$ 99,90) * DVD Os Trapalhões - Vol. 2 (Europa Filmes, DVD, R$ 127,90) Segundo volume da série com filmes de Dedé, Didi, Mussum e Zacarias para o cinema, traz dez DVDs com dez longas do quarteto, como "O Mundo Mágico dos Trapalhões", "Os Trapalhões e o Rei do Futebol" e "O Casamento dos Trapalhões". Os longas para o cinema variam muito de qualidade e não são tão engraçados quanto os programas de TV, mas têm lá seus momentos. Rio Duran Duran (EMI, LP, importado, US$ 18) Reedição do segundo disco do Duran Duran, um marco do tecnopop e do movimento "new romantic", lançado em 1982. O LP tem vários hits, como "Hungry Like the Wolf" e a faixa-título, "Rio", que, diferentemente do que muitos pensam, não é uma homenagem à Cidade Maravilhosa, mas uma metáfora do sonho da banda em fazer sucesso nos EUA. O "Rio" da letra é o Rio Grande, na fronteira do país com o México. R.E.M. by MTV R.E.M. (Rhino, 2015, DVD, importado, US$ 11,99) O grupo R.E.M. e a MTV nasceram quase juntos -a banda, em 1980; a emissora, no ano seguinte- e sempre tiveram uma relação próxima: foi naquele canal que eles estrearam seus clipes mais famosos, como o de "Losing My Religion", e a trupe de Michael Stipe sempre fez questão de prestigiar a MTV, aparecendo em prêmios e gravando programas especiais. Esse documentário, disponível anteriormente na caixa "REMTV", conta toda a história da banda e traz clipes e apresentações ao vivo. * DISCOS África Brasil Um dos melhores discos de Ben, lançado em 1976, também foi relançado em vinil e traz sonoridade pesada e festiva, com clássicos como "Ponta de Lança Africano (Umbabarauma)". Artista: Jorge Ben Distribuidora: Polysom (LP, R$ 79,90) A Máquina Voadora Na virada dos anos 1960 para os 1970, Ronnie Von lançou três discos psicodélicos que viraram itens de colecionador. A Polysom os relançou em vinil, resgatando essa fase do "Pequeno Príncipe". Artista: Ronnie Von Distribuidora: Polysom (LP, R$ 79,90)
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'Pênis voador' se enrosca na fiação elétrica e intriga Capão Redondo
Tudo começou no dia 20 de abril de 1993. Um relato chegou à Redação do "Notícias Populares", dos mais inusitados que a reportagem já tinha escutado: um pênis encontrava-se pendurado havia uma semana num fio de alta tensão. O jornal apurou a história, e ela era fidedigna, afinal havia mesmo um membro sexual suspenso na estrada de Itapecerica, no bairro do Capão Redondo, na zonal sul de São Paulo. O "NP", então, debruçou-se sobre o caso, já que pipocavam versões para o que foi chamado de "pênis voador". Logo no primeiro dia, a principal história contada por moradores da região dava conta de que o órgão pertencia a um rapaz que tentara estuprar uma menina de 13 anos, fora descoberto pelo pai da criança e morto por este. Outros, porém, acreditavam que, devido ao tamanho, o "pênis voador" deveria ser de algum animal. De toda a forma, contando até com informações do 47º DP (Capão Redondo), o caso foi apresentado na quarta-feira, 21 de abril de 1993, como "Coisa louca" e com o título "Procura-se um dono pra este pênis!". No dia seguinte, algo mais intrigante manteve o caso nas páginas do jornal: durante a madrugada o "pênis voador" desaparecera. O caso foi relatado por dois PMs, que, após lerem o "Notícias Populares", foram até o local, na altura do número 7.100 da estrada de Itapecerica, e não encontraram nada. Depois de o delegado do 47º DP confirmar que ninguém do departamento retirara o objeto do fio e a reportagem do "NP" não ter encontrado em hospitais, necrotérios e delegacias da cidade um homem sem sexo, o caso agora tinha duas perguntas insolúveis: 1) de quem era o "pênis voador"?; 2) quem o levou?. Começava ali uma saga que se estenderia por mais cinco dias, abriria novas perguntas e mobilizaria reportagem, polícia e moradores. Um leitor do "NP", que ligou para o jornal e, sem se identificar, afirmou saber de quem era o "objeto", motivou as primeiras ações. Segundo ele, um homem chamado Gérson, que havia estuprado várias garotas da região, era o dono, mas fora morto e estava enterrado em um matagal no Jardim Piracema. Em "PM caça o dono do pênis voador", o jornal relatou que a polícia investigou cinco covas da região e não encontrou nenhum cadáver e tampouco a delegacia tinha registro de estupros nos últimos dias. O fato mais revelador desse dia estava sob o título "Órgão já foi de um homem". Isso porque o cientista Gameiro de Carvalho, então professor de reprodução animal da Faculdade de Veterinária da USP, afirmara ao "NP", após ter olhado as fotos do órgão, que o "pênis voador" não era de um animal, e sim de humano. No dia 24, uma nova versão para a história do estuprador foi parar nas páginas do "NP". De acordo com A.S., um morador do Capão Redondo que também não quis se identificar, o suposto criminoso tratava-se de um rapaz negro, de 1,78 m, que fora morto por ter molestado uma menina de sete anos e outra de 13. Conforme o relato, o vingador seria um moço que estava servindo o Exército e, com uma turma de mais de dez colegas, capou o suposto estuprador. A vítima, após perder muito sangue, chegara morta ao hospital –reportagem do "NP" confirmou que o hospital Novo Campo Limpo não tinha registro do caso. E o medo de represália da gangue mantinha a história em segredo. Nesse dia, outro destaque foi para o fato de que o "NP" havia confirmado que o dono do "pênis voador" era mesmo um bem-dotado. De acordo com um médico do departamento de patologia clínica da Associação Paulista de Medicina, "diferentemente do corpo humano, que incha após a morte por causa de substâncias que fazem o organismo fermentar, um órgão decepado não cresce, porque não tem essas substâncias". A essa altura, a história motivara mais leitores a ligarem para o jornal, e levou a polícia a novas buscas pela região, no que passou a ser chamado pelo "NP" de "O mistério do Capão Redondo". Uma semana após a primeira reportagem sobre o caso, o jornal apresentou a pista mais concreta para se chegar a uma solução para o "pênis voador". Em 26 de outubro, o relato da faxineira Aparecida –o sobrenome foi omitido para proteger a moça– em "Desespero: `Pênis voador foi tirado do meu marido'" parecia embicar para o desfecho da história. Desesperada, ela ligou para o jornal e perguntou ao repórter: "Você está cavando no mato atrás do dono do pênis? Você encontrou meu marido?". A faxineira, então com 28 anos, referia-se a Gérson, 33, que sumira de casa havia dez dias. Ela havia reconhecido o pênis no jornal e disse que, após o desaparecimento do marido, sofrera ameaças. "Três homens conhecidos no bairro começaram a cercar minha casa. Eles diziam que o Gérson tinha estuprado a filha de um deles e que fariam justiça." O medo fez com que Aparecida deixasse o Jardim Piracema. Apesar de a história ter sido elucidada, afinal o "NP" já tinha outro relato referindo-se a Gérson, o jornal criticava a morosidade da polícia. No dia seguinte, ao mesmo tempo em que relatava a entrada da Polícia Civil no caso, para investigar o sumiço de Gérson, o "NP" publicou que um dos investigadores do 47º DP afirmara que o "pênis voador" nada mais era do que um rabo de boi que tivera o couro retirado, o que lhe conferiu a aparência de pele humana. A saga do "pênis voador" chegou ao fim com o reconhecimento da polícia de que a reportagem do "NP" levantara informações importantes para desvendar o caso. Mas nada mais foi publicado ou registrado até hoje para dizer qual foi o paradeiro do "pênis voador". Colaboraram ALBERTO NOGUEIRA, ALEXANDRE POLLARA, FLORA PEREIRA e LUIZ CARLOS FERREIRA
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'Pênis voador' se enrosca na fiação elétrica e intriga Capão RedondoTudo começou no dia 20 de abril de 1993. Um relato chegou à Redação do "Notícias Populares", dos mais inusitados que a reportagem já tinha escutado: um pênis encontrava-se pendurado havia uma semana num fio de alta tensão. O jornal apurou a história, e ela era fidedigna, afinal havia mesmo um membro sexual suspenso na estrada de Itapecerica, no bairro do Capão Redondo, na zonal sul de São Paulo. O "NP", então, debruçou-se sobre o caso, já que pipocavam versões para o que foi chamado de "pênis voador". Logo no primeiro dia, a principal história contada por moradores da região dava conta de que o órgão pertencia a um rapaz que tentara estuprar uma menina de 13 anos, fora descoberto pelo pai da criança e morto por este. Outros, porém, acreditavam que, devido ao tamanho, o "pênis voador" deveria ser de algum animal. De toda a forma, contando até com informações do 47º DP (Capão Redondo), o caso foi apresentado na quarta-feira, 21 de abril de 1993, como "Coisa louca" e com o título "Procura-se um dono pra este pênis!". No dia seguinte, algo mais intrigante manteve o caso nas páginas do jornal: durante a madrugada o "pênis voador" desaparecera. O caso foi relatado por dois PMs, que, após lerem o "Notícias Populares", foram até o local, na altura do número 7.100 da estrada de Itapecerica, e não encontraram nada. Depois de o delegado do 47º DP confirmar que ninguém do departamento retirara o objeto do fio e a reportagem do "NP" não ter encontrado em hospitais, necrotérios e delegacias da cidade um homem sem sexo, o caso agora tinha duas perguntas insolúveis: 1) de quem era o "pênis voador"?; 2) quem o levou?. Começava ali uma saga que se estenderia por mais cinco dias, abriria novas perguntas e mobilizaria reportagem, polícia e moradores. Um leitor do "NP", que ligou para o jornal e, sem se identificar, afirmou saber de quem era o "objeto", motivou as primeiras ações. Segundo ele, um homem chamado Gérson, que havia estuprado várias garotas da região, era o dono, mas fora morto e estava enterrado em um matagal no Jardim Piracema. Em "PM caça o dono do pênis voador", o jornal relatou que a polícia investigou cinco covas da região e não encontrou nenhum cadáver e tampouco a delegacia tinha registro de estupros nos últimos dias. O fato mais revelador desse dia estava sob o título "Órgão já foi de um homem". Isso porque o cientista Gameiro de Carvalho, então professor de reprodução animal da Faculdade de Veterinária da USP, afirmara ao "NP", após ter olhado as fotos do órgão, que o "pênis voador" não era de um animal, e sim de humano. No dia 24, uma nova versão para a história do estuprador foi parar nas páginas do "NP". De acordo com A.S., um morador do Capão Redondo que também não quis se identificar, o suposto criminoso tratava-se de um rapaz negro, de 1,78 m, que fora morto por ter molestado uma menina de sete anos e outra de 13. Conforme o relato, o vingador seria um moço que estava servindo o Exército e, com uma turma de mais de dez colegas, capou o suposto estuprador. A vítima, após perder muito sangue, chegara morta ao hospital –reportagem do "NP" confirmou que o hospital Novo Campo Limpo não tinha registro do caso. E o medo de represália da gangue mantinha a história em segredo. Nesse dia, outro destaque foi para o fato de que o "NP" havia confirmado que o dono do "pênis voador" era mesmo um bem-dotado. De acordo com um médico do departamento de patologia clínica da Associação Paulista de Medicina, "diferentemente do corpo humano, que incha após a morte por causa de substâncias que fazem o organismo fermentar, um órgão decepado não cresce, porque não tem essas substâncias". A essa altura, a história motivara mais leitores a ligarem para o jornal, e levou a polícia a novas buscas pela região, no que passou a ser chamado pelo "NP" de "O mistério do Capão Redondo". Uma semana após a primeira reportagem sobre o caso, o jornal apresentou a pista mais concreta para se chegar a uma solução para o "pênis voador". Em 26 de outubro, o relato da faxineira Aparecida –o sobrenome foi omitido para proteger a moça– em "Desespero: `Pênis voador foi tirado do meu marido'" parecia embicar para o desfecho da história. Desesperada, ela ligou para o jornal e perguntou ao repórter: "Você está cavando no mato atrás do dono do pênis? Você encontrou meu marido?". A faxineira, então com 28 anos, referia-se a Gérson, 33, que sumira de casa havia dez dias. Ela havia reconhecido o pênis no jornal e disse que, após o desaparecimento do marido, sofrera ameaças. "Três homens conhecidos no bairro começaram a cercar minha casa. Eles diziam que o Gérson tinha estuprado a filha de um deles e que fariam justiça." O medo fez com que Aparecida deixasse o Jardim Piracema. Apesar de a história ter sido elucidada, afinal o "NP" já tinha outro relato referindo-se a Gérson, o jornal criticava a morosidade da polícia. No dia seguinte, ao mesmo tempo em que relatava a entrada da Polícia Civil no caso, para investigar o sumiço de Gérson, o "NP" publicou que um dos investigadores do 47º DP afirmara que o "pênis voador" nada mais era do que um rabo de boi que tivera o couro retirado, o que lhe conferiu a aparência de pele humana. A saga do "pênis voador" chegou ao fim com o reconhecimento da polícia de que a reportagem do "NP" levantara informações importantes para desvendar o caso. Mas nada mais foi publicado ou registrado até hoje para dizer qual foi o paradeiro do "pênis voador". Colaboraram ALBERTO NOGUEIRA, ALEXANDRE POLLARA, FLORA PEREIRA e LUIZ CARLOS FERREIRA
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Longo inverno
Os últimos dados de emprego, renda e vendas no varejo indicam que a recessão ainda será longa. As evidências são de aceleração na perda de postos de trabalho e retração nas intenções de consumo, fatores que dificultam a chance de retomada econômica. Após resistir à desaceleração do crescimento que já ocorria desde 2012, o mercado de trabalho sucumbiu no ano passado. A taxa de desemprego medida pela Pnad contínua do IBGE atingiu 10,2% no trimestre encerrado em fevereiro, 2,8 pontos percentuais acima do mesmo período de 2015. Trata-se de um aumento de 40% no número de pessoas desocupadas, que já chega a 10,4 milhões. Não por acaso caem a renda e as intenções de consumo. A Pnad aponta retração de 4,9% na massa salarial nesse período. A Confederação Nacional do Comercio, por sua vez, indica em sua última pesquisa a menor intenção de consumo da série. O segmento de bens duráveis (como carros, geladeiras e TVs) é o mais atingido, com queda de 43,6% em relação a abril de 2015, mas o quadro recessivo espraia-se por todos os setores. A combinação de fatores sugere que as vagas hoje cortadas no mercado de trabalho dificilmente serão recriadas com rapidez. As empresas passam por um período de forte ajuste de custos e de processos produtivos, numa adaptação não só à conjuntura mas também a mudanças de fundo na economia. No período 2004-2012, o crescimento ancorou-se principalmente em segmentos de matérias-primas e, depois, no varejo, reforçado por programas de transferência de renda. A indústria sofreu, sobretudo a partir de 2010, com os altos custos internos e a sobrevalorização da moeda brasileira. Agora há nova perspectiva. Não se antecipa outro ciclo altista nos preços de matérias-primas nem a incorporação acelerada de novos contingentes de consumidores. O reajuste do câmbio e dos custos internos indica que o crescimento, ao voltar, se apoiará em outros vetores, nem tanto no consumo. A indústria, por exemplo, terá um período promissor à frente, com melhores condições de custo e maior viabilidade exportadora. Não se descarta, porém, uma expansão com padrão similar ao dos anos 1990, quando as empresas reforçavam a produtividade e criavam menos postos de trabalho. Caso essa hipótese de fato se confirme, as consequências para o país serão preocupantes. A baixa criação de novas vagas formais resultará, entre outras coisas, em insuficiente crescimento das receitas da Previdência, um bônus da década passada que parece encerrado. É preciso compreender tais mudanças e preparar o país para lidar com elas a médio e longo prazo. Enquanto isso, infelizmente, as indicações são de um inquietante período de escassez de empregos. editoriais@uol.com.br
opiniao
Longo invernoOs últimos dados de emprego, renda e vendas no varejo indicam que a recessão ainda será longa. As evidências são de aceleração na perda de postos de trabalho e retração nas intenções de consumo, fatores que dificultam a chance de retomada econômica. Após resistir à desaceleração do crescimento que já ocorria desde 2012, o mercado de trabalho sucumbiu no ano passado. A taxa de desemprego medida pela Pnad contínua do IBGE atingiu 10,2% no trimestre encerrado em fevereiro, 2,8 pontos percentuais acima do mesmo período de 2015. Trata-se de um aumento de 40% no número de pessoas desocupadas, que já chega a 10,4 milhões. Não por acaso caem a renda e as intenções de consumo. A Pnad aponta retração de 4,9% na massa salarial nesse período. A Confederação Nacional do Comercio, por sua vez, indica em sua última pesquisa a menor intenção de consumo da série. O segmento de bens duráveis (como carros, geladeiras e TVs) é o mais atingido, com queda de 43,6% em relação a abril de 2015, mas o quadro recessivo espraia-se por todos os setores. A combinação de fatores sugere que as vagas hoje cortadas no mercado de trabalho dificilmente serão recriadas com rapidez. As empresas passam por um período de forte ajuste de custos e de processos produtivos, numa adaptação não só à conjuntura mas também a mudanças de fundo na economia. No período 2004-2012, o crescimento ancorou-se principalmente em segmentos de matérias-primas e, depois, no varejo, reforçado por programas de transferência de renda. A indústria sofreu, sobretudo a partir de 2010, com os altos custos internos e a sobrevalorização da moeda brasileira. Agora há nova perspectiva. Não se antecipa outro ciclo altista nos preços de matérias-primas nem a incorporação acelerada de novos contingentes de consumidores. O reajuste do câmbio e dos custos internos indica que o crescimento, ao voltar, se apoiará em outros vetores, nem tanto no consumo. A indústria, por exemplo, terá um período promissor à frente, com melhores condições de custo e maior viabilidade exportadora. Não se descarta, porém, uma expansão com padrão similar ao dos anos 1990, quando as empresas reforçavam a produtividade e criavam menos postos de trabalho. Caso essa hipótese de fato se confirme, as consequências para o país serão preocupantes. A baixa criação de novas vagas formais resultará, entre outras coisas, em insuficiente crescimento das receitas da Previdência, um bônus da década passada que parece encerrado. É preciso compreender tais mudanças e preparar o país para lidar com elas a médio e longo prazo. Enquanto isso, infelizmente, as indicações são de um inquietante período de escassez de empregos. editoriais@uol.com.br
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Médico critica fechamento da avenida Paulista para os carros aos domingos
Todo o meu apoio ao texto do leitor Laércio Zannini (Painel do Leitor ). Os paulistanos estamos cansados de "festinhas". Sugiro aos adoradores do asfalto que se deliciem no sofrido e corroído centro da cidade, que é bem mais tranquilo do que a agitada avenida Paulista com seus inúmeros hospitais. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
paineldoleitor
Médico critica fechamento da avenida Paulista para os carros aos domingosTodo o meu apoio ao texto do leitor Laércio Zannini (Painel do Leitor ). Os paulistanos estamos cansados de "festinhas". Sugiro aos adoradores do asfalto que se deliciem no sofrido e corroído centro da cidade, que é bem mais tranquilo do que a agitada avenida Paulista com seus inúmeros hospitais. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Sete coisas que você precisa saber sobre a geração mais promissora do surfe brasileiro
Se o futebol do Brasil ainda é uma incógnita após o 7 a 1, ao menos o surfe do país oferece algum alento. A inédita conquista do título mundial em 2014 por Gabriel Medina e a vitória de Filipe Toledo logo na primeira etapa do Circuito Mundial de 2015, em Gold Coast, na Austrália, evidenciam que a atual geração do surfe brasileiro é a melhor de sua história. Com sete atletas na elite em 2015, cujas idades variam de 19 a 28 anos, o Brasil só está atrás da Austrália (12), de nomes consagrados como Mick Fanning, no número de representantes. Nesta quarta-feira (1º), em Bells Beach, outra praia da Austrália, começa a segunda das 11 etapas do circuito. Com US$ 1,23 milhão (cerca de R$ 3,96 milhões em valores atuais) em premiações e o título mundial de 2014, seria razoável esperar que Gabriel Medina fosse o surfista brasileiro com mais premiações. No entanto, em dez anos de WCT Adriano 'Mineirinho' conseguiu juntar US$ 1, 35 milhão (cerca de R$ 4,4 milhões em valores atuais), e é o surfista com os maiores valores acumulados. Veja as premiações dos outros surfistas brasileiros. Para se tornarem surfistas profissionais de sucesso, todos eles começaram a surfar antes dos dez anos de idade. O mais precoce foi Filipe Toledo, o mais jovem deles: ele diz ter começado a surfar com dez meses de idade, com seu pai. Wiggolly também começou muito cedo, aos três anos de idade. Veja a idade com que os demais começaram a surfar. Quando se trata de futebol, a nova geração do surfe brasileiro é homogênea. Dos sete surfistas, cinco são corintianos: Medina, Mineirinho, Filipe Toledo, Pupo e Wiggolly. Jadson André torce para o ABC (RN), enquanto Ítalo não torce para nenhum time. corinthians Apesar de ser um "point" internacionalmente reconhecido de surfe, o Rio de Janeiro não revelou nenhum dos surfistas da nova geração. Santa Catarina, outra região historicamente formadora de surfistas, também não colocou ninguém no WCT em 2015. Os paulistas são maioria: Medina, Mineirinho, Filipe Toledo, Pupo e Wiggolly. Ítalo e Jadson são do Rio Grande do Norte. A nova geração conta com patrocinadores que os ajudam a custear suas despesas e garantem uma entrada de renda mais regular que as eventuais premiações do circuito. Trata-se de um incentivo que foi mais raro para gerações anteriores, formada por surfistas como Teco Padaratz e Fabio Gouveia, que em entrevista à Folha conta que só mais velho teve a oportunidade de viajar para treinar em mares internacionais. Filipinho é o mais novo desta geração, e tem apenas 19 anos. No entanto, até mesmo o mais experiente deles, Mineirinho, tem 28 anos de idade. A média de idade do grupo é de 23 anos de idade, o que mostra que eles ainda terão muito tempo para alcançar os feitos de veteranos como o australiano Mick Fanning, 33, e Kelly Slater, 43. Diferentemente do que se poderia esperar, o grande ídolo desta geração de surfistas brasileiros é o australiano Mick Fanning, e não o hendecampeão (11 vezes) Kelly Slater, este que é tido como o maior surfista de todos os tempos. Mineirinho, Jadson André e Ítalo consideram Fanning como ídolo. Além deles, Medina já declarou em entrevistas anteriores que também vê o "white lightning" ("relâmpago branco", apelido que o australiano recebeu pela velocidade de seu surfe) como seu ídolo na modalidade. p(gallery3).
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Sete coisas que você precisa saber sobre a geração mais promissora do surfe brasileiroSe o futebol do Brasil ainda é uma incógnita após o 7 a 1, ao menos o surfe do país oferece algum alento. A inédita conquista do título mundial em 2014 por Gabriel Medina e a vitória de Filipe Toledo logo na primeira etapa do Circuito Mundial de 2015, em Gold Coast, na Austrália, evidenciam que a atual geração do surfe brasileiro é a melhor de sua história. Com sete atletas na elite em 2015, cujas idades variam de 19 a 28 anos, o Brasil só está atrás da Austrália (12), de nomes consagrados como Mick Fanning, no número de representantes. Nesta quarta-feira (1º), em Bells Beach, outra praia da Austrália, começa a segunda das 11 etapas do circuito. Com US$ 1,23 milhão (cerca de R$ 3,96 milhões em valores atuais) em premiações e o título mundial de 2014, seria razoável esperar que Gabriel Medina fosse o surfista brasileiro com mais premiações. No entanto, em dez anos de WCT Adriano 'Mineirinho' conseguiu juntar US$ 1, 35 milhão (cerca de R$ 4,4 milhões em valores atuais), e é o surfista com os maiores valores acumulados. Veja as premiações dos outros surfistas brasileiros. Para se tornarem surfistas profissionais de sucesso, todos eles começaram a surfar antes dos dez anos de idade. O mais precoce foi Filipe Toledo, o mais jovem deles: ele diz ter começado a surfar com dez meses de idade, com seu pai. Wiggolly também começou muito cedo, aos três anos de idade. Veja a idade com que os demais começaram a surfar. Quando se trata de futebol, a nova geração do surfe brasileiro é homogênea. Dos sete surfistas, cinco são corintianos: Medina, Mineirinho, Filipe Toledo, Pupo e Wiggolly. Jadson André torce para o ABC (RN), enquanto Ítalo não torce para nenhum time. corinthians Apesar de ser um "point" internacionalmente reconhecido de surfe, o Rio de Janeiro não revelou nenhum dos surfistas da nova geração. Santa Catarina, outra região historicamente formadora de surfistas, também não colocou ninguém no WCT em 2015. Os paulistas são maioria: Medina, Mineirinho, Filipe Toledo, Pupo e Wiggolly. Ítalo e Jadson são do Rio Grande do Norte. A nova geração conta com patrocinadores que os ajudam a custear suas despesas e garantem uma entrada de renda mais regular que as eventuais premiações do circuito. Trata-se de um incentivo que foi mais raro para gerações anteriores, formada por surfistas como Teco Padaratz e Fabio Gouveia, que em entrevista à Folha conta que só mais velho teve a oportunidade de viajar para treinar em mares internacionais. Filipinho é o mais novo desta geração, e tem apenas 19 anos. No entanto, até mesmo o mais experiente deles, Mineirinho, tem 28 anos de idade. A média de idade do grupo é de 23 anos de idade, o que mostra que eles ainda terão muito tempo para alcançar os feitos de veteranos como o australiano Mick Fanning, 33, e Kelly Slater, 43. Diferentemente do que se poderia esperar, o grande ídolo desta geração de surfistas brasileiros é o australiano Mick Fanning, e não o hendecampeão (11 vezes) Kelly Slater, este que é tido como o maior surfista de todos os tempos. Mineirinho, Jadson André e Ítalo consideram Fanning como ídolo. Além deles, Medina já declarou em entrevistas anteriores que também vê o "white lightning" ("relâmpago branco", apelido que o australiano recebeu pela velocidade de seu surfe) como seu ídolo na modalidade. p(gallery3).
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Contadora de histórias usa origami para narrar lendas tradicionais
Já viu uma história inteira contada apenas com dobraduras de papel? Utilizando as técnicas do "origamishibai" (narrativas com uso de origamis) e do "kamishibai" (com ilustrações), a artista Diana Ishimitsu vai narrar as lendas orais tradicionais "A Origem da Lua" e "O Cordeirinho", neste domingo (15). As apresentações fazem parte da série "Viagem ao Mundo Através das Lendas", do Sesc Campo Limpo, em que as crianças são convidadas a conhecer dois países novos a cada dia. As contações são acompanhadas pelo som do "shamisen", tradicional instrumento japonês, e contam com oficina de dobraduras. Acontecem todo sábado e domingo, das 14h às 15h, até o dia 29 de março. Confira a programação completa: 15/3: "A Origem da Lua" (EUA) e "O Cordeirinho" (Índia) 21/3: "O Dragão Negro" (Japão) e "O Elefante, o Hipopótamo e a Tartaruga Esperta" (África) 22/3: "O Flautista de Hamelin" (Alemanha) e "Amigo da Onça" (Brasil) 28/3: "As Três Laranjas Mágicas" (Costa Rica) e "A Raposa e o Gato" (Alemanha) 29/3: "O Príncipe Serpente" (Índia) e "A Raposa e o Vinhedo" (Israel) * Viagem ao Mundo Através das Lendas ONDE Sesc Campo Limpo - rua Nossa Senhora do Bom Conselho, 120; tel. (11) 5510-2700 QUANDO até 29 de março, aos sábados e domingos, das 14h às 15h QUANTO grátis
folhinha
Contadora de histórias usa origami para narrar lendas tradicionaisJá viu uma história inteira contada apenas com dobraduras de papel? Utilizando as técnicas do "origamishibai" (narrativas com uso de origamis) e do "kamishibai" (com ilustrações), a artista Diana Ishimitsu vai narrar as lendas orais tradicionais "A Origem da Lua" e "O Cordeirinho", neste domingo (15). As apresentações fazem parte da série "Viagem ao Mundo Através das Lendas", do Sesc Campo Limpo, em que as crianças são convidadas a conhecer dois países novos a cada dia. As contações são acompanhadas pelo som do "shamisen", tradicional instrumento japonês, e contam com oficina de dobraduras. Acontecem todo sábado e domingo, das 14h às 15h, até o dia 29 de março. Confira a programação completa: 15/3: "A Origem da Lua" (EUA) e "O Cordeirinho" (Índia) 21/3: "O Dragão Negro" (Japão) e "O Elefante, o Hipopótamo e a Tartaruga Esperta" (África) 22/3: "O Flautista de Hamelin" (Alemanha) e "Amigo da Onça" (Brasil) 28/3: "As Três Laranjas Mágicas" (Costa Rica) e "A Raposa e o Gato" (Alemanha) 29/3: "O Príncipe Serpente" (Índia) e "A Raposa e o Vinhedo" (Israel) * Viagem ao Mundo Através das Lendas ONDE Sesc Campo Limpo - rua Nossa Senhora do Bom Conselho, 120; tel. (11) 5510-2700 QUANDO até 29 de março, aos sábados e domingos, das 14h às 15h QUANTO grátis
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Conectar caminhão, ferrovia e porto ainda é desafio de logística no Brasil
No meio do caminho tinha uma pedra. Mas podia ser também um atoleiro, a falta de uma ponte, uma ferrovia que não ficou pronta ou um canal portuário por onde o navio não passa. Na infraestrutura brasileira, vários projetos foram executados sem pensar na integração, o que ocasiona interrupções nos trajetos por onde as cargas deveriam passar. Estudiosos apontam que o transporte inadequado custa o equivalente a 12% do PIB —entre 50% e 100% mais que em outros países. Em geral, as obras e as concessões tentam criar corredores de escoamento pelo país. Raramente, no entanto, os projetos se completam. Um exemplo é o corredor que escoaria produtos agrícolas do Centro-Oeste para os portos na região Norte. Pela BR-163, iniciada no governo FHC, a produção chegaria a Miritituba (PA) e, depois, seguiria por balsa pelo rio Tapajós até os terminais portuários da região Norte com custo cerca de 30% menor do que o atual. O trecho de 1.800 quilômetros entre Mato Grosso e o Pará ainda não terminou de ser asfaltado (faltam cerca de cem quilômetros), deixando atolados caminhões que tentam acessar os terminais portuários já prontos no Pará, com investimentos que ultrapassam os R$ 5 bilhões. Outro exemplo são as eclusas da Hidrelétrica de Tucuruí. Depois de quase três décadas de obras, ficaram prontas, permitindo a navegação pelo rio Tocantins. Mas os barcos não passam por lá em parte do ano porque não foi retirado o chamado Pedral do Lourenço, que teve a obra licitada neste ano. Estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) aponta que R$ 107 bilhões em obras fora da região Sudeste levariam à economia de R$ 21,2 bilhões por ano à agroindústria. Wagner Cardoso, gerente de infraestrutura da CNI, afirma que a junção dos ministérios do setor numa só pasta tende a colaborar para a integração dos projetos. Para ele, o país conseguiu em alguns trechos, principalmente no Sudeste, ter corredores com eficiência e padrão internacional, citando o sistema de estradas e terminais de portos entre São Paulo e Santos (SP). "É um raio pequeno em que os corredores são eficientes. Não é a toa que a indústria está toda ali." Entre 2007 e 2015, o país lançou sete diferentes programas de investimentos em infraestrutura para tentar solucionar esses gargalos. Entre eles, houve duas características comuns: volumes bilionários de investimentos anunciados e a falta de conclusão da maioria deles. Venilton Tadini, presidente-executivo da Abdib (Associação Brasileira da Indústria de Base), diz que os planos até agora foram orientados para resultados de curto prazo, mas que jamais conseguiram melhorar a produtividade do país. Tadini defende que o país melhore a qualificação técnica dos servidores responsáveis por contratar e analisar os projetos. "Os projetos foram colocados sem a maturidade necessária e com isso não conseguiram chegar ao fim", afirma. Bernardo Figueiredo, que já ocupou cargos públicos de direção nos governo Lula e Dilma, afirma que as soluções para a melhoria dos transportes vão variar pouco porque já estão traçadas desde a década de 1970. Segundo ele, o que falta são projetos com qualidade, o que não ocorreu nos últimos dois programas de concessões. O governo, afirma, quis concluí-los em seis meses, quando seriam necessários ao menos 18 meses. "Ganharam um ano para perder três", lamenta. CORREDOR NORTE Rodovias projetadas para levar a produção agrícola do Centro-Oeste a portos fluviais no Pará e, de lá, para o exterior O que ocorreu? As obras de asfaltamento da BR-163 se arrastam há uma década. Ainda há cerca de 100 km de estrada para serem asfaltados, o que reduz o número de caminhões que passam na via. Com isso, os terminais portuários já construídos podem a ficar ociosos Custo estimado R$ 3,8 bilhões (obras em rodovias, hidrovias e terminais portuários) Economia potencial/ano R$ 2,2 bilhões Prazo do retorno do investimento 1,7 ano CORREDOR NORDESTE Ampliação dos portos de Pecém (CE) e Suape (PE) para receber navios de grande porte vindos do hemisfério Norte, conectados por trem pela Ferrovia Transnordestina O que ocorreu? Os portos criaram parte de sua infraestrutura, mas a construção da ferrovia se arrasta há uma década sem prazo para que ela esteja concluída. Projetos de ampliação dos terminais, como o novo terminal de contêineres de Suape, também pararam Custo Estimado R$ 2,9 bilhões/R$ 5,8 bilhões (Transnordestina+Suape/ Transnordestina+Pecém) Economia potencial/ano R$ 122 milhões/R$ 883 milhões Prazo do retorno do investimento 24 anos/6,5 anos CORREDOR NORTE-SUL Projeto de extensão da Ferrovia Norte-Sul, que ia de São Luís (MA) a Palmas (TO), até SP. Outro projeto previa ramal do norte do Pará para Manaus. Objetivo é levar cargas para o Norte e manufaturadas para o Sul O que ocorreu? Os terminais portuários de São Luís estão sendo ampliados, mas a ferrovia continua operando apenas de Palmas para cima. Pela falta de projeto para levar a estrada de ferro a Manaus, investidores estão temerosos de investir na ampliação dos terminais no Amazonas e no Pará Custo estimado R$ 15,5 bilhões (ferrovias e portos) Economia potencial/ano R$ 2,3 bilhões Prazo do retorno do investimento 6 anos CORREDOR SUL-SUDESTE Criação de um corredor de estradas duplicadas para transporte de caminhão entre São Paulo e Buenos Aires (Argentina), com objetivo de facilitar o trânsito de mercadorias entre os dois países de maior comércio bilateral da região O que ocorreu? As obras da BR-153 estão em andamento. Mas a principal obra da BR-116, a serra do Cafezal, deveria estar pronta desde 2013, mas a concessionária atrasou o serviço e ela só deve estar concluída dentro de mais um ano. No caso da BR-476, o governo tenta concedê-la Custo estimado R$ 783 milhões (rodovias) Economia potencial/ano R$ 1,6 bilhão Prazo do retorno do investimento 6 meses *Os custos são estimados com base em números de 2013, divulgados em 2014. O retorno potencial é em redução de custos de transportes
mercado
Conectar caminhão, ferrovia e porto ainda é desafio de logística no BrasilNo meio do caminho tinha uma pedra. Mas podia ser também um atoleiro, a falta de uma ponte, uma ferrovia que não ficou pronta ou um canal portuário por onde o navio não passa. Na infraestrutura brasileira, vários projetos foram executados sem pensar na integração, o que ocasiona interrupções nos trajetos por onde as cargas deveriam passar. Estudiosos apontam que o transporte inadequado custa o equivalente a 12% do PIB —entre 50% e 100% mais que em outros países. Em geral, as obras e as concessões tentam criar corredores de escoamento pelo país. Raramente, no entanto, os projetos se completam. Um exemplo é o corredor que escoaria produtos agrícolas do Centro-Oeste para os portos na região Norte. Pela BR-163, iniciada no governo FHC, a produção chegaria a Miritituba (PA) e, depois, seguiria por balsa pelo rio Tapajós até os terminais portuários da região Norte com custo cerca de 30% menor do que o atual. O trecho de 1.800 quilômetros entre Mato Grosso e o Pará ainda não terminou de ser asfaltado (faltam cerca de cem quilômetros), deixando atolados caminhões que tentam acessar os terminais portuários já prontos no Pará, com investimentos que ultrapassam os R$ 5 bilhões. Outro exemplo são as eclusas da Hidrelétrica de Tucuruí. Depois de quase três décadas de obras, ficaram prontas, permitindo a navegação pelo rio Tocantins. Mas os barcos não passam por lá em parte do ano porque não foi retirado o chamado Pedral do Lourenço, que teve a obra licitada neste ano. Estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) aponta que R$ 107 bilhões em obras fora da região Sudeste levariam à economia de R$ 21,2 bilhões por ano à agroindústria. Wagner Cardoso, gerente de infraestrutura da CNI, afirma que a junção dos ministérios do setor numa só pasta tende a colaborar para a integração dos projetos. Para ele, o país conseguiu em alguns trechos, principalmente no Sudeste, ter corredores com eficiência e padrão internacional, citando o sistema de estradas e terminais de portos entre São Paulo e Santos (SP). "É um raio pequeno em que os corredores são eficientes. Não é a toa que a indústria está toda ali." Entre 2007 e 2015, o país lançou sete diferentes programas de investimentos em infraestrutura para tentar solucionar esses gargalos. Entre eles, houve duas características comuns: volumes bilionários de investimentos anunciados e a falta de conclusão da maioria deles. Venilton Tadini, presidente-executivo da Abdib (Associação Brasileira da Indústria de Base), diz que os planos até agora foram orientados para resultados de curto prazo, mas que jamais conseguiram melhorar a produtividade do país. Tadini defende que o país melhore a qualificação técnica dos servidores responsáveis por contratar e analisar os projetos. "Os projetos foram colocados sem a maturidade necessária e com isso não conseguiram chegar ao fim", afirma. Bernardo Figueiredo, que já ocupou cargos públicos de direção nos governo Lula e Dilma, afirma que as soluções para a melhoria dos transportes vão variar pouco porque já estão traçadas desde a década de 1970. Segundo ele, o que falta são projetos com qualidade, o que não ocorreu nos últimos dois programas de concessões. O governo, afirma, quis concluí-los em seis meses, quando seriam necessários ao menos 18 meses. "Ganharam um ano para perder três", lamenta. CORREDOR NORTE Rodovias projetadas para levar a produção agrícola do Centro-Oeste a portos fluviais no Pará e, de lá, para o exterior O que ocorreu? As obras de asfaltamento da BR-163 se arrastam há uma década. Ainda há cerca de 100 km de estrada para serem asfaltados, o que reduz o número de caminhões que passam na via. Com isso, os terminais portuários já construídos podem a ficar ociosos Custo estimado R$ 3,8 bilhões (obras em rodovias, hidrovias e terminais portuários) Economia potencial/ano R$ 2,2 bilhões Prazo do retorno do investimento 1,7 ano CORREDOR NORDESTE Ampliação dos portos de Pecém (CE) e Suape (PE) para receber navios de grande porte vindos do hemisfério Norte, conectados por trem pela Ferrovia Transnordestina O que ocorreu? Os portos criaram parte de sua infraestrutura, mas a construção da ferrovia se arrasta há uma década sem prazo para que ela esteja concluída. Projetos de ampliação dos terminais, como o novo terminal de contêineres de Suape, também pararam Custo Estimado R$ 2,9 bilhões/R$ 5,8 bilhões (Transnordestina+Suape/ Transnordestina+Pecém) Economia potencial/ano R$ 122 milhões/R$ 883 milhões Prazo do retorno do investimento 24 anos/6,5 anos CORREDOR NORTE-SUL Projeto de extensão da Ferrovia Norte-Sul, que ia de São Luís (MA) a Palmas (TO), até SP. Outro projeto previa ramal do norte do Pará para Manaus. Objetivo é levar cargas para o Norte e manufaturadas para o Sul O que ocorreu? Os terminais portuários de São Luís estão sendo ampliados, mas a ferrovia continua operando apenas de Palmas para cima. Pela falta de projeto para levar a estrada de ferro a Manaus, investidores estão temerosos de investir na ampliação dos terminais no Amazonas e no Pará Custo estimado R$ 15,5 bilhões (ferrovias e portos) Economia potencial/ano R$ 2,3 bilhões Prazo do retorno do investimento 6 anos CORREDOR SUL-SUDESTE Criação de um corredor de estradas duplicadas para transporte de caminhão entre São Paulo e Buenos Aires (Argentina), com objetivo de facilitar o trânsito de mercadorias entre os dois países de maior comércio bilateral da região O que ocorreu? As obras da BR-153 estão em andamento. Mas a principal obra da BR-116, a serra do Cafezal, deveria estar pronta desde 2013, mas a concessionária atrasou o serviço e ela só deve estar concluída dentro de mais um ano. No caso da BR-476, o governo tenta concedê-la Custo estimado R$ 783 milhões (rodovias) Economia potencial/ano R$ 1,6 bilhão Prazo do retorno do investimento 6 meses *Os custos são estimados com base em números de 2013, divulgados em 2014. O retorno potencial é em redução de custos de transportes
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Governo deveria mudar seu lema para Meu voto, minha vida, afirma leitor
O efeito prático das liminares do STF é que a decisão de iniciar ou não um processo de impeachment da presidente Dilma está, hoje, no colo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (Supremo trava marcha do impeachment na Câmara ). Com isso, ele passou a ser cortejado tanto pelo governo quanto pela oposição, mas nem um nem outro tem condições de garantir a Cunha aquilo que ele tanto almeja: sair incólume do processo de cassação do seu mandato. A tendência é que Cunha postergue o máximo possível a sua decisão quanto aos pedidos de abertura de impeachment na tentativa de ganhar tempo. PAULO EDUARDO BAZANELLI GUIDO (São Paulo, SP) * * Já que contra fatos não há argumentos, a saída é abandonar a linha da negação e admitir que Dilma pedalou, sim, mas foi pela justiça social. É o que Lula acaba de fazer ao confessar que as manobras contábeis foram para pagar programas sociais do governo Dilma (Presidente fez pedaladas para pagar programas sociais, diz Lula). O lema "Pátria Educadora" deveria ser "Meu voto, minha vida". SILVIO NATAL (São Paulo, SP) * A oposição critica, com razão, a roubalheira do petrolão, mas continua atrelada a Eduardo Cunha, correntista de, ao menos, quatro contas na Suíça, abastecidas com dinheiro de corrupção ("PSOL e Rede oficializam pedido para cassar mandato de Cunha). Em 2018, teremos a opção de votar em Marina Silva ou na Rede. MARISA BODENSTORFER (Lenting, Alemanha) * * Este é só o começo do derrocada do presidente da Câmara, o senhor Eduardo Cunha, além de outros paladinos do moralismo como Paulinho da Força Sindical, senador Agripino Maia e Aécio Neves. Pena que esta mídia não dê a devida atenção e destaque a quem só governa para si em detrimento do país e do povo. PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS, advogado (Curitiba, PR) * A Folha, como panfletária do PSDB, DEM e da elite, está perdendo seu poder de convicção. Já tem 39% de críticos que se insurgiram contra o triste papel desse jornal (61% dos leitores querem renúncia de Dilma). O que salva um pouco a Folha é contar com opiniões de colunistas sérios como Janio de Freitas, André Singer, Vladimir Safatle e Marcelo Freixo. ISNARD CAMARA DE OLIVEIRA (Bragança Paulista, SP) * Há pouco tempo, Chico Buarque comentou, em entrevista, a lógica das redes sociais. Enquanto nas ruas o artista está acostumado a receber o carinho de desconhecidos, na internet, pessoas que ele nunca viu parecem odiá-lo. Como se fossem crianças, muitos adultos, fugindo de qualquer comprometimento real e histórico, preferem amar e odiar quem eles desconhecem. É nesse horizonte infantilizado das relações humanas que se desenrola a atual crise política. PAULO HENRIQUE FERNANDES SILVEIRA, professor (São Paulo, SP) * Com relação a carta do leitor Dalton A. A. Andrade (Painel do Leitor), acredito que sua opinião se deve ao fato de não ter vivido à época ditadura-Sarney-Collor. Collor foi deposto legalmente num processo legítimo e, de lá para cá, o país só melhorou –até a chegada de Dilma. RENE SERAGIOTTO DO AMARAL (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Governo deveria mudar seu lema para Meu voto, minha vida, afirma leitorO efeito prático das liminares do STF é que a decisão de iniciar ou não um processo de impeachment da presidente Dilma está, hoje, no colo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (Supremo trava marcha do impeachment na Câmara ). Com isso, ele passou a ser cortejado tanto pelo governo quanto pela oposição, mas nem um nem outro tem condições de garantir a Cunha aquilo que ele tanto almeja: sair incólume do processo de cassação do seu mandato. A tendência é que Cunha postergue o máximo possível a sua decisão quanto aos pedidos de abertura de impeachment na tentativa de ganhar tempo. PAULO EDUARDO BAZANELLI GUIDO (São Paulo, SP) * * Já que contra fatos não há argumentos, a saída é abandonar a linha da negação e admitir que Dilma pedalou, sim, mas foi pela justiça social. É o que Lula acaba de fazer ao confessar que as manobras contábeis foram para pagar programas sociais do governo Dilma (Presidente fez pedaladas para pagar programas sociais, diz Lula). O lema "Pátria Educadora" deveria ser "Meu voto, minha vida". SILVIO NATAL (São Paulo, SP) * A oposição critica, com razão, a roubalheira do petrolão, mas continua atrelada a Eduardo Cunha, correntista de, ao menos, quatro contas na Suíça, abastecidas com dinheiro de corrupção ("PSOL e Rede oficializam pedido para cassar mandato de Cunha). Em 2018, teremos a opção de votar em Marina Silva ou na Rede. MARISA BODENSTORFER (Lenting, Alemanha) * * Este é só o começo do derrocada do presidente da Câmara, o senhor Eduardo Cunha, além de outros paladinos do moralismo como Paulinho da Força Sindical, senador Agripino Maia e Aécio Neves. Pena que esta mídia não dê a devida atenção e destaque a quem só governa para si em detrimento do país e do povo. PAULO SÉRGIO CORDEIRO SANTOS, advogado (Curitiba, PR) * A Folha, como panfletária do PSDB, DEM e da elite, está perdendo seu poder de convicção. Já tem 39% de críticos que se insurgiram contra o triste papel desse jornal (61% dos leitores querem renúncia de Dilma). O que salva um pouco a Folha é contar com opiniões de colunistas sérios como Janio de Freitas, André Singer, Vladimir Safatle e Marcelo Freixo. ISNARD CAMARA DE OLIVEIRA (Bragança Paulista, SP) * Há pouco tempo, Chico Buarque comentou, em entrevista, a lógica das redes sociais. Enquanto nas ruas o artista está acostumado a receber o carinho de desconhecidos, na internet, pessoas que ele nunca viu parecem odiá-lo. Como se fossem crianças, muitos adultos, fugindo de qualquer comprometimento real e histórico, preferem amar e odiar quem eles desconhecem. É nesse horizonte infantilizado das relações humanas que se desenrola a atual crise política. PAULO HENRIQUE FERNANDES SILVEIRA, professor (São Paulo, SP) * Com relação a carta do leitor Dalton A. A. Andrade (Painel do Leitor), acredito que sua opinião se deve ao fato de não ter vivido à época ditadura-Sarney-Collor. Collor foi deposto legalmente num processo legítimo e, de lá para cá, o país só melhorou –até a chegada de Dilma. RENE SERAGIOTTO DO AMARAL (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Zagueiro corintiano será julgado no próximo dia 30 por caso de doping
O zagueiro Yago será julgado na próxima segunda-feira (30) no Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo. O corintiano está suspenso preventivamente desde o dia 10 depois de ter sido pego no doping, por um período de um mês. O atleta foi sorteado para realizar o teste após o jogo contra o Santos, pela oitava rodada do Campeonato Paulista, e o resultado foi positivo. Uma contraprova foi realizada e novamente testou positivo. De acordo com os advogados do clube, o jogador estará presente para a defesa, assim como os médicos. "Yago vai estar presente e os médicos também", informou João Zanforlin, que representa o time no tribunal. Joaquim Grava e o filho Ivan Grava são presença confirmada, de acordo com o advogado. A tese de defesa do Corinthians é de tentar provar que a betametazona, substância encontrada na urina do jogador após ser medicado, é permitido, tanto por via oral quanto de forma intervenosa, e que o tratamento não foi utilizado para "espertamente" colocar o jogador em condições para as partidas. "Não foi um uso espertinho. Foi feito porque era permitido", completou Zanforlin.
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Zagueiro corintiano será julgado no próximo dia 30 por caso de dopingO zagueiro Yago será julgado na próxima segunda-feira (30) no Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo. O corintiano está suspenso preventivamente desde o dia 10 depois de ter sido pego no doping, por um período de um mês. O atleta foi sorteado para realizar o teste após o jogo contra o Santos, pela oitava rodada do Campeonato Paulista, e o resultado foi positivo. Uma contraprova foi realizada e novamente testou positivo. De acordo com os advogados do clube, o jogador estará presente para a defesa, assim como os médicos. "Yago vai estar presente e os médicos também", informou João Zanforlin, que representa o time no tribunal. Joaquim Grava e o filho Ivan Grava são presença confirmada, de acordo com o advogado. A tese de defesa do Corinthians é de tentar provar que a betametazona, substância encontrada na urina do jogador após ser medicado, é permitido, tanto por via oral quanto de forma intervenosa, e que o tratamento não foi utilizado para "espertamente" colocar o jogador em condições para as partidas. "Não foi um uso espertinho. Foi feito porque era permitido", completou Zanforlin.
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Inscrição para o vestibular da Unesp termina nesta terça
O prazo de inscrição para o vestibular da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) termina às 16h (horário de Brasília) desta terça-feira (13). Os interessados em participar do exame devem efetuar a inscrição no site da Vunesp, fundação responsável pelo vestibular da Unesp, e efetuar o pagamento da taxa no valor de R$ 155, em qualquer agência bancária ou pela própria internet. De acordo com a fundação, cerca de 400 mil alunos matriculados no último ano do ensino médio da rede pública estadual paulista podem se inscrever com desconto de 75% na taxa –valor cobrado será de R$ 38,75. Os interessados devem procurar a secretaria de sua escola para obter uma senha de acesso à ficha de inscrição com o benefício. A medida faz parte de uma parceria entre a universidade, a Secretaria da Educação e a Fundação Vunesp. O benefício é oferecido também a alunos das escolas do Centro Paula Souza. Na última segunda (5), a Unesp os nomes dos candidatos contemplados com isenção da taxa de inscrição do vestibular 2016 –confira aqui a lista aqui. Ao todo, eram oferecidas 7.355 isenções, mas apenas 7.158 pessoas conseguiram o benefício. Os candidatos isentos também já estão automaticamente inscritos no vestibular. A universidade oferece um total de 7.355 vagas em 23 cidades. A primeira fase está programada para o dia 15 de novembro, enquanto as provas da segunda fase ocorrerão em 13 e 14 de dezembro..
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Inscrição para o vestibular da Unesp termina nesta terçaO prazo de inscrição para o vestibular da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) termina às 16h (horário de Brasília) desta terça-feira (13). Os interessados em participar do exame devem efetuar a inscrição no site da Vunesp, fundação responsável pelo vestibular da Unesp, e efetuar o pagamento da taxa no valor de R$ 155, em qualquer agência bancária ou pela própria internet. De acordo com a fundação, cerca de 400 mil alunos matriculados no último ano do ensino médio da rede pública estadual paulista podem se inscrever com desconto de 75% na taxa –valor cobrado será de R$ 38,75. Os interessados devem procurar a secretaria de sua escola para obter uma senha de acesso à ficha de inscrição com o benefício. A medida faz parte de uma parceria entre a universidade, a Secretaria da Educação e a Fundação Vunesp. O benefício é oferecido também a alunos das escolas do Centro Paula Souza. Na última segunda (5), a Unesp os nomes dos candidatos contemplados com isenção da taxa de inscrição do vestibular 2016 –confira aqui a lista aqui. Ao todo, eram oferecidas 7.355 isenções, mas apenas 7.158 pessoas conseguiram o benefício. Os candidatos isentos também já estão automaticamente inscritos no vestibular. A universidade oferece um total de 7.355 vagas em 23 cidades. A primeira fase está programada para o dia 15 de novembro, enquanto as provas da segunda fase ocorrerão em 13 e 14 de dezembro..
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Páscoa salgada
Como já era de se esperar, os chocolates também sentiram o impacto da inflação nos últimos 12 meses e chegam às vésperas da Páscoa de 2015 cerca de 10% mais caros, segundo dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Ou seja, é fundamental parar e fazer algumas contas antes de sair enchendo o carrinho de ovos de Páscoa. Uma dica muito boa para quem quer economizar no chocolate é tentar substituir, sempre que possível, o ovo pelo chocolate em sua forma tradicional, seja em barras, em bombons arredondados e até retangulares. Apesar de todo o encantamento que o ovo de chocolate representa tradicionalmente para a Páscoa aqui no Brasil, a diferença de preços é significativa. A equipe do Caro Dinheiro foi a um grande hipermercado da capital paulista no último sábado, dia 21. A comparação foi feita entre o preço dos ovos de Páscoa e a versão tradicional dos mesmos chocolates que estavam nas gôndolas. Ao todo, foi possível coletar e analisar preços de 13 marcas diferentes e em todos os casos o chocolate em formato tradicional saiu mais em conta do que o ovo. Não foram avaliados ovos que continham brindes. Para podermos comparar os preços, calculamos de forma padronizada o valor do quilo do alimento. A menor variação de preço foi a do ovo "Confete". Enquanto o tradicional "tubinho de ensaio" de Confete saía a R$ 74,87 o quilo, o ovo saía a R$ 106,7 o quilo. Uma diferença de 42%. Supondo que o consumidor optasse pelos pequenos "tubos de ensaio" com o chocolate, em vez do ovo, a economia seria de R$ 31,83 a cada quilo comprado. A maior variação de preço entre o formato original e o do ovo de Páscoa foi encontrada no chocolate "Lacta ao Leite". Em barra, o chocolate sai a R$ 29,60 o quilo. Em formato de ovo de Páscoa, o preço salta para R$ 86,50 o quilo. Optando pela barra, o consumidor economizaria R$ 56,90 a cada quilo comprado. Assim, se você vai às compras nos próximos dias e precisa economizar fique atento as variações e preço por quilo que está pagando - se necessário, troque por ovos menores ou chocolates em outros formatos. Uma boa solução seria deixar os ovos de Páscoa apenas para as crianças. Se for presentear adultos, que tal dar chocolates retangulares, bombons ou outras formas? Post em parceria com Adriana Matiuzo
colunas
Páscoa salgadaComo já era de se esperar, os chocolates também sentiram o impacto da inflação nos últimos 12 meses e chegam às vésperas da Páscoa de 2015 cerca de 10% mais caros, segundo dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Ou seja, é fundamental parar e fazer algumas contas antes de sair enchendo o carrinho de ovos de Páscoa. Uma dica muito boa para quem quer economizar no chocolate é tentar substituir, sempre que possível, o ovo pelo chocolate em sua forma tradicional, seja em barras, em bombons arredondados e até retangulares. Apesar de todo o encantamento que o ovo de chocolate representa tradicionalmente para a Páscoa aqui no Brasil, a diferença de preços é significativa. A equipe do Caro Dinheiro foi a um grande hipermercado da capital paulista no último sábado, dia 21. A comparação foi feita entre o preço dos ovos de Páscoa e a versão tradicional dos mesmos chocolates que estavam nas gôndolas. Ao todo, foi possível coletar e analisar preços de 13 marcas diferentes e em todos os casos o chocolate em formato tradicional saiu mais em conta do que o ovo. Não foram avaliados ovos que continham brindes. Para podermos comparar os preços, calculamos de forma padronizada o valor do quilo do alimento. A menor variação de preço foi a do ovo "Confete". Enquanto o tradicional "tubinho de ensaio" de Confete saía a R$ 74,87 o quilo, o ovo saía a R$ 106,7 o quilo. Uma diferença de 42%. Supondo que o consumidor optasse pelos pequenos "tubos de ensaio" com o chocolate, em vez do ovo, a economia seria de R$ 31,83 a cada quilo comprado. A maior variação de preço entre o formato original e o do ovo de Páscoa foi encontrada no chocolate "Lacta ao Leite". Em barra, o chocolate sai a R$ 29,60 o quilo. Em formato de ovo de Páscoa, o preço salta para R$ 86,50 o quilo. Optando pela barra, o consumidor economizaria R$ 56,90 a cada quilo comprado. Assim, se você vai às compras nos próximos dias e precisa economizar fique atento as variações e preço por quilo que está pagando - se necessário, troque por ovos menores ou chocolates em outros formatos. Uma boa solução seria deixar os ovos de Páscoa apenas para as crianças. Se for presentear adultos, que tal dar chocolates retangulares, bombons ou outras formas? Post em parceria com Adriana Matiuzo
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O balanço de Temer
Ao longo de um ano no Palácio do Planalto, Michel Temer (PMDB) conseguiu estancar a degradação dramática da economia —o que não conteve o repúdio a seu governo, de impopularidade comparável à de mandatários depostos após a redemocratização do país. O presidente sem votos se vale dessa desconexão com o eleitorado para implementar um plano de reformas ambicioso. Caso se complete a contento, tal agenda provocará transformações profundas. Seu governo, organizado em uma espécie de semiparlamentarismo, conseguiu que propostas controversas fossem votadas pelo Congresso em ritmo raro. Aprovou-se o teto para as despesas federais. Alterou-se a gestão das estatais e do setor de petróleo. Reviram-se normas de concessões de obras e serviços públicos. Avançam projetos destinados a evitar a falência iminente de Estados e a flexibilizar a CLT. O sucesso de tal programa ainda depende muito da aprovação da reforma da Previdência, fundamental para o equilíbrio orçamentário a longo prazo e, de imediato, para a retomada da confiança de empresários e investidores. Em conjunto, as medidas redesenham as relações de trabalho e seguridade; restringem a intervenção e o tamanho do Estado. Talvez não haja mudanças tão profundas desde a Constituição de 1988. O motor das transformações é a brutal crise econômica, cuja superação se dá de forma claudicante. O rombo nas contas do Tesouro Nacional foi contido, a inflação está em queda e os juros podem ser cortados em maior velocidade. Por deficiências de gestão e limitações políticas, o governo faz menos do que deveria pela retomada. O plano de concessões em infraestrutura, essencial para compensar a míngua do investimento público, mostra pouco resultado. A permissão para saques de contas inativas do FGTS foi, ao menos, uma ideia original para atenuar a recessão, embora nem a medida de apelo popular tenha melhorado o prestígio presidencial. Afora a economia, é medíocre o desempenho da maior parte do ministério de nomes pouco expressivos, no qual predomina um conservadorismo arcaico. Exceções honrosas são a reforma do ensino médio e o avanço da base curricular nacional da educação. Apesar de suspeitas difundidas desde antes de sua posse, Temer não conteve investigações de corrupção. Ao menos seis ministros, porém, caíram em meio a casos rumorosos; oito são alvos da Lava Jato (um deles ganhou foro privilegiado ao ser alçado ao posto). De todo modo, considerado o imenso desafio de restaurar a governabilidade e evitar um desastre econômico ainda maior, o governo tem cumprido as tarefas centrais. Uma eventual derrota na reforma previdenciária colocará muito a perder —bem mais, diga-se, do que um balanço presidencial. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
O balanço de TemerAo longo de um ano no Palácio do Planalto, Michel Temer (PMDB) conseguiu estancar a degradação dramática da economia —o que não conteve o repúdio a seu governo, de impopularidade comparável à de mandatários depostos após a redemocratização do país. O presidente sem votos se vale dessa desconexão com o eleitorado para implementar um plano de reformas ambicioso. Caso se complete a contento, tal agenda provocará transformações profundas. Seu governo, organizado em uma espécie de semiparlamentarismo, conseguiu que propostas controversas fossem votadas pelo Congresso em ritmo raro. Aprovou-se o teto para as despesas federais. Alterou-se a gestão das estatais e do setor de petróleo. Reviram-se normas de concessões de obras e serviços públicos. Avançam projetos destinados a evitar a falência iminente de Estados e a flexibilizar a CLT. O sucesso de tal programa ainda depende muito da aprovação da reforma da Previdência, fundamental para o equilíbrio orçamentário a longo prazo e, de imediato, para a retomada da confiança de empresários e investidores. Em conjunto, as medidas redesenham as relações de trabalho e seguridade; restringem a intervenção e o tamanho do Estado. Talvez não haja mudanças tão profundas desde a Constituição de 1988. O motor das transformações é a brutal crise econômica, cuja superação se dá de forma claudicante. O rombo nas contas do Tesouro Nacional foi contido, a inflação está em queda e os juros podem ser cortados em maior velocidade. Por deficiências de gestão e limitações políticas, o governo faz menos do que deveria pela retomada. O plano de concessões em infraestrutura, essencial para compensar a míngua do investimento público, mostra pouco resultado. A permissão para saques de contas inativas do FGTS foi, ao menos, uma ideia original para atenuar a recessão, embora nem a medida de apelo popular tenha melhorado o prestígio presidencial. Afora a economia, é medíocre o desempenho da maior parte do ministério de nomes pouco expressivos, no qual predomina um conservadorismo arcaico. Exceções honrosas são a reforma do ensino médio e o avanço da base curricular nacional da educação. Apesar de suspeitas difundidas desde antes de sua posse, Temer não conteve investigações de corrupção. Ao menos seis ministros, porém, caíram em meio a casos rumorosos; oito são alvos da Lava Jato (um deles ganhou foro privilegiado ao ser alçado ao posto). De todo modo, considerado o imenso desafio de restaurar a governabilidade e evitar um desastre econômico ainda maior, o governo tem cumprido as tarefas centrais. Uma eventual derrota na reforma previdenciária colocará muito a perder —bem mais, diga-se, do que um balanço presidencial. editoriais@grupofolha.com.br
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PF indicia Pimentel, governador de MG, na Operação Acrônimo
A Polícia Federal indiciou o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e o empresário Marcelo Odebrecht no âmbito da Operação Acrônimo, que investiga a liberação de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a Odebrecht. Pimentel é acusado do crime de corrupção passiva e Marcelo Odebrecht de corrupção passiva. Segundo a Folha apurou, a PF investiga se Pimentel recebeu propina e troca de ter atuado na liberação de financiamentos do BNDES para obras da Odebrecht na Argentina e em Moçambique. Pimentel foi ministro do Desenvolvimento de 2011 a 2014, período em que a empresa se beneficiou de dinheiro do banco estatal. Como o governador tem foro privilegiado, o ministro Herman Benjamin, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), teve que autorizar o indiciamento, que aconteceu há cerca de 20 dias. O inquérito será encaminhado à Procuradoria-Geral da República, que decidirá se oferece mais esta denúncia contra o petista e o empreiteiro. NOVA FASE Nesta quinta a PF também deflagrou a 8ª fase da Acrônimo, que novamente investiga se houve pagamento de propina por parte da Odebrecht. A empresa teria sido beneficiada por US$ 3 bilhões do BNDES para fazer os projetos do Porto Mariel, em Cuba, e também outros na República Dominicana, Panamá, Angola, Gana e México, em troca de pagamento de propina a um assessor do ministério da Fazenda. O governador de Minas não é alvo desta fase. OUTRO LADO Em nota, a defesa de Pimentel disse que o indiciamento é ato de convencimento da autoridade policial e que não tem qualquer outra consequência; que o STF, por "maioria esmagadora", afirma a impossibilidade do indiciamento, assim como a Procuradoria Geral da República; que é "risível" a "coincidência" que vai se repetindo a cada dia em que se designa novas datas para o prosseguimento do julgamento dos recursos da defesa no STJ; e que aguarda o julgamento das questões de ordem que demonstrarão as "absolutas ilegalidades" dessa operação e da colaboração premiada. "Nessa, trocou-se um pacote de crimes de toda espécie por um ano de domiciliar. Violação da primeira à última letra da Lei", diz a nota. A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Marcelo Odebrecht, nem com a empreiteira.
poder
PF indicia Pimentel, governador de MG, na Operação AcrônimoA Polícia Federal indiciou o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e o empresário Marcelo Odebrecht no âmbito da Operação Acrônimo, que investiga a liberação de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a Odebrecht. Pimentel é acusado do crime de corrupção passiva e Marcelo Odebrecht de corrupção passiva. Segundo a Folha apurou, a PF investiga se Pimentel recebeu propina e troca de ter atuado na liberação de financiamentos do BNDES para obras da Odebrecht na Argentina e em Moçambique. Pimentel foi ministro do Desenvolvimento de 2011 a 2014, período em que a empresa se beneficiou de dinheiro do banco estatal. Como o governador tem foro privilegiado, o ministro Herman Benjamin, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), teve que autorizar o indiciamento, que aconteceu há cerca de 20 dias. O inquérito será encaminhado à Procuradoria-Geral da República, que decidirá se oferece mais esta denúncia contra o petista e o empreiteiro. NOVA FASE Nesta quinta a PF também deflagrou a 8ª fase da Acrônimo, que novamente investiga se houve pagamento de propina por parte da Odebrecht. A empresa teria sido beneficiada por US$ 3 bilhões do BNDES para fazer os projetos do Porto Mariel, em Cuba, e também outros na República Dominicana, Panamá, Angola, Gana e México, em troca de pagamento de propina a um assessor do ministério da Fazenda. O governador de Minas não é alvo desta fase. OUTRO LADO Em nota, a defesa de Pimentel disse que o indiciamento é ato de convencimento da autoridade policial e que não tem qualquer outra consequência; que o STF, por "maioria esmagadora", afirma a impossibilidade do indiciamento, assim como a Procuradoria Geral da República; que é "risível" a "coincidência" que vai se repetindo a cada dia em que se designa novas datas para o prosseguimento do julgamento dos recursos da defesa no STJ; e que aguarda o julgamento das questões de ordem que demonstrarão as "absolutas ilegalidades" dessa operação e da colaboração premiada. "Nessa, trocou-se um pacote de crimes de toda espécie por um ano de domiciliar. Violação da primeira à última letra da Lei", diz a nota. A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Marcelo Odebrecht, nem com a empreiteira.
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Líder do PSDB no Senado critica deputados tucanos aliados a Cunha
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), criticou duramente, nesta quarta-feira (14), a bancada tucana na Câmara por ter mantido o apoio ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após as denúncias de que ele possui contas secretas na Suíça, abastecidas supostamente com dinheiro de propina. Para o tucano, o partido "pecou por lentidão" ao, mesmo após a divulgação de uma carta em que pedia o afastamento do peemedebista do comando da Casa, não ter desembarcado definitivamente do núcleo de apoio a Cunha. "Era para ter reagido mais rapidamente mas ainda há tempo para essa reação", disse. "O PSDB da Câmara está errando", completou. Para Cássio, é preciso acompanhar o andamento do processo de quebra de decoro parlamentar apresentado nesta terça (13) pelo PSOL e Rede ao Conselho de Ética da Câmara contra Cunha. "Agora é aguardar e cobrar o trâmite desse julgamento no Conselho de Ética para que a resposta para a sociedade seja dada e se acabe com esse leilão que está posto de quem dá menos pela ética", disse. Liderados pelo deputado Carlos Sampaio (SP), o PSDB da Câmara assinou no sábado (10) uma carta, em conjunto com outros partidos de oposição, em que pedia o afastamento de Cunha da Presidência da Casa. No entanto, Sampaio se reuniu com Cunha no mesmo fim de semana para definir o script do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, como mostrou a coluna Painel. Segundo Cássio, ele tentou falar com Sampaio por diversas vezes durante o feriado para tratar sobre a posição que o PSDB adotaria em relação às denúncias mas não obteve sucesso. "Ele sequer me retornou", disse. Por isso, o tucano irá propor ao presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), que convoque ainda nesta semana uma reunião da Executiva Nacional da sigla para que a postura do partido seja discutida. "Não pode nem ficar na liderança da Câmara e nem na liderança do Senado. A executiva nacional do PSDB precisa se reunir para deliberar sobre isso. O que não pode é uma ética seletiva. Se nós queremos ética, ela tem que ser para tudo e para todos. Não pode ser para alguns de acordo com as nossas conveniências e interesses. Temos que ter coerência para apresentar os caminhos de mudança que o brasil precisa", afirmou o senador. Cássio defende que Cunha se afaste da presidência da Câmara enquanto é investigado. "Ele pode, como tantos outros deputados e senadores, permanecer no plenário da Casa respondendo a inquéritos e ações penais porque há centenas de casos. Mas na condição de presidenta da Câmara ele não tem mais como exercer esse mandato pela peculiaridade do cargo e pela pedagogia péssima que se traz para a sociedade como um todo", afirmou. Cássio comparou ainda a situação de Cunha, que teria mentido à CPI da Petrobras quando disse não ter contas no exterior, a de Dilma, que é acusada pelos tucanos de ter mentido na campanha eleitoral. "Nós combatemos muito a presidente Dilma e ela deve ser punida pelas mentiras que a levaram à presidência. Ela mentiu para o país inteiro e se elegeu presidente. Se critica o deputado Eduardo Cunha pelo fato de ele ter mentido na CPI. A mentira é ruim em qualquer lugar. É tão grave mentir em uma CPI quanto em uma eleição", disse.
poder
Líder do PSDB no Senado critica deputados tucanos aliados a CunhaO líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), criticou duramente, nesta quarta-feira (14), a bancada tucana na Câmara por ter mantido o apoio ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após as denúncias de que ele possui contas secretas na Suíça, abastecidas supostamente com dinheiro de propina. Para o tucano, o partido "pecou por lentidão" ao, mesmo após a divulgação de uma carta em que pedia o afastamento do peemedebista do comando da Casa, não ter desembarcado definitivamente do núcleo de apoio a Cunha. "Era para ter reagido mais rapidamente mas ainda há tempo para essa reação", disse. "O PSDB da Câmara está errando", completou. Para Cássio, é preciso acompanhar o andamento do processo de quebra de decoro parlamentar apresentado nesta terça (13) pelo PSOL e Rede ao Conselho de Ética da Câmara contra Cunha. "Agora é aguardar e cobrar o trâmite desse julgamento no Conselho de Ética para que a resposta para a sociedade seja dada e se acabe com esse leilão que está posto de quem dá menos pela ética", disse. Liderados pelo deputado Carlos Sampaio (SP), o PSDB da Câmara assinou no sábado (10) uma carta, em conjunto com outros partidos de oposição, em que pedia o afastamento de Cunha da Presidência da Casa. No entanto, Sampaio se reuniu com Cunha no mesmo fim de semana para definir o script do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, como mostrou a coluna Painel. Segundo Cássio, ele tentou falar com Sampaio por diversas vezes durante o feriado para tratar sobre a posição que o PSDB adotaria em relação às denúncias mas não obteve sucesso. "Ele sequer me retornou", disse. Por isso, o tucano irá propor ao presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), que convoque ainda nesta semana uma reunião da Executiva Nacional da sigla para que a postura do partido seja discutida. "Não pode nem ficar na liderança da Câmara e nem na liderança do Senado. A executiva nacional do PSDB precisa se reunir para deliberar sobre isso. O que não pode é uma ética seletiva. Se nós queremos ética, ela tem que ser para tudo e para todos. Não pode ser para alguns de acordo com as nossas conveniências e interesses. Temos que ter coerência para apresentar os caminhos de mudança que o brasil precisa", afirmou o senador. Cássio defende que Cunha se afaste da presidência da Câmara enquanto é investigado. "Ele pode, como tantos outros deputados e senadores, permanecer no plenário da Casa respondendo a inquéritos e ações penais porque há centenas de casos. Mas na condição de presidenta da Câmara ele não tem mais como exercer esse mandato pela peculiaridade do cargo e pela pedagogia péssima que se traz para a sociedade como um todo", afirmou. Cássio comparou ainda a situação de Cunha, que teria mentido à CPI da Petrobras quando disse não ter contas no exterior, a de Dilma, que é acusada pelos tucanos de ter mentido na campanha eleitoral. "Nós combatemos muito a presidente Dilma e ela deve ser punida pelas mentiras que a levaram à presidência. Ela mentiu para o país inteiro e se elegeu presidente. Se critica o deputado Eduardo Cunha pelo fato de ele ter mentido na CPI. A mentira é ruim em qualquer lugar. É tão grave mentir em uma CPI quanto em uma eleição", disse.
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Nova droga impede formação de proteína que causa alzheimer
Uma droga experimental se mostrou capaz de impedir a formação de uma proteína tóxica no cérebro humano, minimizando significativamente uma das principais causas do mal de Alzheimer. O sucesso inicial, com um grupo de 32 pacientes que sofrem da doença degenerativa, levou os cientistas a testá-la em 2.000 pessoas. Se funcionar, a substância poderá chegar ao mercado. Os resultados foram descritos na edição desta semana da revista "Science Translational Medicine" por uma equipe ligada ao Departamento de Neurociência da empresa farmacêutica Merck. O estudo é importante porque ninguém ainda havia achado um meio seguro de interferir na formação da proteína beta-amiloide. Ela forma grandes placas no cérebro de quem sofre de alzheimer e leva à mortandade em massa dos neurônios (o que explica a perda de memória e outros sintomas). mal de Alzheimer A equipe do bioquímico Matthew Kennedy partiu do princípio que era preciso interferir na "linha de montagem" da beta-amiloide. Acredita-se que um dos processos que desencadeiam o mal de Alzheimer seja a produção exagerada ou a falta de degradação (a "reciclagem" natural do organismo) da molécula. Isso indicaria que, nas pessoas com a doença, acontece algo errado quando o organismo está produzindo a beta-amiloide a partir de uma molécula que funciona como matéria-prima dela –a APP (veja infográfico). Uma ideia óbvia seria interferir numa das tesouras moleculares que cortam a APP e produzem a beta-amiloide. Se a tesoura não corta direito, a quantidade de beta-amiloide diminui. Na prática, achar uma substância que realizasse esse papel com eficácia e poucos efeitos colaterais não foi brincadeira. Após achar uma molécula com essa capacidade, mas não muito eficiente, os cientistas passaram a modificá-la em laboratório, até chegar à nova droga que está em teste: a verubecestate. As características bioquímicas do verubecestate permitem que ele seja ministrado aos pacientes por via oral uma vez ao dia, um cenário considerado ideal para que o tratamento seja seguido com facilidade pelas pessoas. Após testes em camundongos, ratos e macacos que mostraram boa capacidade de impedir a formação da beta-amiloide, houve ensaios com pessoas saudáveis e, finalmente, com o grupo de 32 doentes com alzheimer. Essas pessoas, que sofrem de formas da doença que vão da versão suave à moderada, receberam diferentes doses do medicamento por 14 dias. O efeito teve relação direta com a dose (quanto maior a dose, menor a presença de beta-amiloide no organismo dos doentes), com uma diminuição média da substância entre 60% e 80%. Houve poucos efeitos colaterais. Um dos pacientes precisou deixar o estudo após sofrer um caso sério de urticária e as doses mais altas (acima de 300 mg) foram relacionadas a alterações sutis no ritmo do coração. DETALHES E DESAFIOS Embora pareçam muito promissores, os resultados ainda estão longe de significar uma solução simples para a doença degenerativa. Agora os pesquisadores têm que mostrar que o uso do verubecestate é seguro e traz poucos efeitos colaterais a longo prazo. A equipe de cientistas também tem de comprovar que o medicamento experimental melhora o raciocínio, a memória e o comportamento dos doentes, ou pelo menos impede que eles continuem a se deteriorar. É provável que isso dependa do estágio da enfermidade de cada paciente. Em casos mais avançados, talvez haja tantas placas de beta-amiloide "consolidadas" no cérebro que um mecanismo que impeça a formação de novos agregados da molécula tóxica não terá um efeito positivo que faça alguma diferença para o doente. Além disso, o mal de Alzheimer também se caracteriza pela formação de agregados malformados de outra molécula, a proteína tau (nesse caso, dentro dos neurônios, e não fora deles). O peso relativo das duas proteínas (a beta-amiloide e a tau) na mortandade de neurônios das pessoas ainda não está claro, mas é possível que o cérebro continue a sofrer danos mesmo com a formação de agregados de beta-amiloide sob controle. A complexidade da doença, portanto, indica que é preciso ter cautela, apesar dos novos dados animadores.
equilibrioesaude
Nova droga impede formação de proteína que causa alzheimerUma droga experimental se mostrou capaz de impedir a formação de uma proteína tóxica no cérebro humano, minimizando significativamente uma das principais causas do mal de Alzheimer. O sucesso inicial, com um grupo de 32 pacientes que sofrem da doença degenerativa, levou os cientistas a testá-la em 2.000 pessoas. Se funcionar, a substância poderá chegar ao mercado. Os resultados foram descritos na edição desta semana da revista "Science Translational Medicine" por uma equipe ligada ao Departamento de Neurociência da empresa farmacêutica Merck. O estudo é importante porque ninguém ainda havia achado um meio seguro de interferir na formação da proteína beta-amiloide. Ela forma grandes placas no cérebro de quem sofre de alzheimer e leva à mortandade em massa dos neurônios (o que explica a perda de memória e outros sintomas). mal de Alzheimer A equipe do bioquímico Matthew Kennedy partiu do princípio que era preciso interferir na "linha de montagem" da beta-amiloide. Acredita-se que um dos processos que desencadeiam o mal de Alzheimer seja a produção exagerada ou a falta de degradação (a "reciclagem" natural do organismo) da molécula. Isso indicaria que, nas pessoas com a doença, acontece algo errado quando o organismo está produzindo a beta-amiloide a partir de uma molécula que funciona como matéria-prima dela –a APP (veja infográfico). Uma ideia óbvia seria interferir numa das tesouras moleculares que cortam a APP e produzem a beta-amiloide. Se a tesoura não corta direito, a quantidade de beta-amiloide diminui. Na prática, achar uma substância que realizasse esse papel com eficácia e poucos efeitos colaterais não foi brincadeira. Após achar uma molécula com essa capacidade, mas não muito eficiente, os cientistas passaram a modificá-la em laboratório, até chegar à nova droga que está em teste: a verubecestate. As características bioquímicas do verubecestate permitem que ele seja ministrado aos pacientes por via oral uma vez ao dia, um cenário considerado ideal para que o tratamento seja seguido com facilidade pelas pessoas. Após testes em camundongos, ratos e macacos que mostraram boa capacidade de impedir a formação da beta-amiloide, houve ensaios com pessoas saudáveis e, finalmente, com o grupo de 32 doentes com alzheimer. Essas pessoas, que sofrem de formas da doença que vão da versão suave à moderada, receberam diferentes doses do medicamento por 14 dias. O efeito teve relação direta com a dose (quanto maior a dose, menor a presença de beta-amiloide no organismo dos doentes), com uma diminuição média da substância entre 60% e 80%. Houve poucos efeitos colaterais. Um dos pacientes precisou deixar o estudo após sofrer um caso sério de urticária e as doses mais altas (acima de 300 mg) foram relacionadas a alterações sutis no ritmo do coração. DETALHES E DESAFIOS Embora pareçam muito promissores, os resultados ainda estão longe de significar uma solução simples para a doença degenerativa. Agora os pesquisadores têm que mostrar que o uso do verubecestate é seguro e traz poucos efeitos colaterais a longo prazo. A equipe de cientistas também tem de comprovar que o medicamento experimental melhora o raciocínio, a memória e o comportamento dos doentes, ou pelo menos impede que eles continuem a se deteriorar. É provável que isso dependa do estágio da enfermidade de cada paciente. Em casos mais avançados, talvez haja tantas placas de beta-amiloide "consolidadas" no cérebro que um mecanismo que impeça a formação de novos agregados da molécula tóxica não terá um efeito positivo que faça alguma diferença para o doente. Além disso, o mal de Alzheimer também se caracteriza pela formação de agregados malformados de outra molécula, a proteína tau (nesse caso, dentro dos neurônios, e não fora deles). O peso relativo das duas proteínas (a beta-amiloide e a tau) na mortandade de neurônios das pessoas ainda não está claro, mas é possível que o cérebro continue a sofrer danos mesmo com a formação de agregados de beta-amiloide sob controle. A complexidade da doença, portanto, indica que é preciso ter cautela, apesar dos novos dados animadores.
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A Olimpíada está chegando
O Rio vai realizar Jogos Olímpicos fabulosos num Brasil em crise. Temos zika, recessão, violência urbana, poluição na baía. Mas, como dizia Tom Jobim, quem não gosta do Rio não tem caráter. Essa conjuntura adversa torna a Olimpíada mais relevante ainda, uma oportunidade valiosa de mostrar o que o Brasil tem de bom. É a pauta boa do ano. Somos historicamente mais competentes em divulgar nossos problemas que nossas qualidades, ainda mais num momento como este. Mas não podemos focar só os nossos defeitos, pois serão nossas qualidades que resolverão nossos problemas. O mundo está precisando ouvir nossas boas histórias. O governo brasileiro sempre foi grande anunciante, mas nunca no exterior. A verba para anunciar lá fora não espalha nem boato. É menor do que a de países muito menores que o Brasil. E, se antes era uma fortuna anunciar no mundo, hoje, com a fragmentação do público e do marketing, é uma pechincha. O reconhecimento do Brasil no mundo é baixo. E o Rio é a cara global do Brasil. Vamos olhar o Rio como uma empresa global e pegar uma carona de relações públicas com a cidade. O mundo precisa conhecer as transformações do Rio, que até aqui tem sido melhor em "storydoing" do que em "storytelling". Steve Jobs pensava em tecnologia, design e marketing. Aqui temos o produto bem desenhado, mas não temos o marketing. A parte mais difícil está feita, que foi construir a verdade da história. Mas a propaganda é a alma do negócio. A mensagem tem que ser consistente e insistente. Depois da Copa e depois da Olimpíada, o Brasil precisa montar um calendário para oferecer ao mundo. Não pode ser só Réveillon e Carnaval. Tem que ter negócios na pauta porque essa é a pauta que move o mundo. Não entendo por que o Rio não tem até hoje um centro de convenções à altura da cidade para atrair grandes eventos mundiais. O lugar até já está pronto: o Forte de Copacabana. Londres, que é um dos grandes centros de relações públicas do mundo, usou a Olimpíada de 2012 de maneira espetacular. Ficavam o tempo todo vendendo o Reino Unido. Todas as apresentações envolviam mensagens sobre a excelência da indústria britânica, da economia britânica, da música britânica, do Parlamento britânico. O Rio, e o Rio é Brasil, tem uma enorme pauta boa para divulgar. Mas não pode ser nem paroquial nem eventual. Tem que ser obsessivo, como Steve Jobs. O Rio é uma das grandes cidades do mundo. Uma cidade aberta que convida ao convívio, à multiplicidade, à beleza. Os Jogos do Rio têm que ser a Olimpíada da cidade mais linda do mundo, da maratona mais linda do mundo. Precisamos tirar da Olimpíada tudo o que elas podem nos oferecer. Já era para ser assim, mas ainda mais agora com a crise. Essa janela de atenção do mundo, de mais de 20 dias, é valiosíssima e já está paga. Vamos usá-la da melhor forma possível. O Rio está construindo um legado. Agora precisa contar esse legado ao mundo (e também ao Brasil). Em São Paulo, nem parece que teremos Olimpíada daqui a seis meses. A Copa do Mundo foi uma ópera. Envolvia a paixão nacional e a obrigação da vitória. No final, perdemos dentro do campo e ganhamos fora dele. Na Olimpíada, o importante é competir em campo e vencer no marketing. É uma vitória de que precisamos, e ela está ao nosso alcance.
colunas
A Olimpíada está chegandoO Rio vai realizar Jogos Olímpicos fabulosos num Brasil em crise. Temos zika, recessão, violência urbana, poluição na baía. Mas, como dizia Tom Jobim, quem não gosta do Rio não tem caráter. Essa conjuntura adversa torna a Olimpíada mais relevante ainda, uma oportunidade valiosa de mostrar o que o Brasil tem de bom. É a pauta boa do ano. Somos historicamente mais competentes em divulgar nossos problemas que nossas qualidades, ainda mais num momento como este. Mas não podemos focar só os nossos defeitos, pois serão nossas qualidades que resolverão nossos problemas. O mundo está precisando ouvir nossas boas histórias. O governo brasileiro sempre foi grande anunciante, mas nunca no exterior. A verba para anunciar lá fora não espalha nem boato. É menor do que a de países muito menores que o Brasil. E, se antes era uma fortuna anunciar no mundo, hoje, com a fragmentação do público e do marketing, é uma pechincha. O reconhecimento do Brasil no mundo é baixo. E o Rio é a cara global do Brasil. Vamos olhar o Rio como uma empresa global e pegar uma carona de relações públicas com a cidade. O mundo precisa conhecer as transformações do Rio, que até aqui tem sido melhor em "storydoing" do que em "storytelling". Steve Jobs pensava em tecnologia, design e marketing. Aqui temos o produto bem desenhado, mas não temos o marketing. A parte mais difícil está feita, que foi construir a verdade da história. Mas a propaganda é a alma do negócio. A mensagem tem que ser consistente e insistente. Depois da Copa e depois da Olimpíada, o Brasil precisa montar um calendário para oferecer ao mundo. Não pode ser só Réveillon e Carnaval. Tem que ter negócios na pauta porque essa é a pauta que move o mundo. Não entendo por que o Rio não tem até hoje um centro de convenções à altura da cidade para atrair grandes eventos mundiais. O lugar até já está pronto: o Forte de Copacabana. Londres, que é um dos grandes centros de relações públicas do mundo, usou a Olimpíada de 2012 de maneira espetacular. Ficavam o tempo todo vendendo o Reino Unido. Todas as apresentações envolviam mensagens sobre a excelência da indústria britânica, da economia britânica, da música britânica, do Parlamento britânico. O Rio, e o Rio é Brasil, tem uma enorme pauta boa para divulgar. Mas não pode ser nem paroquial nem eventual. Tem que ser obsessivo, como Steve Jobs. O Rio é uma das grandes cidades do mundo. Uma cidade aberta que convida ao convívio, à multiplicidade, à beleza. Os Jogos do Rio têm que ser a Olimpíada da cidade mais linda do mundo, da maratona mais linda do mundo. Precisamos tirar da Olimpíada tudo o que elas podem nos oferecer. Já era para ser assim, mas ainda mais agora com a crise. Essa janela de atenção do mundo, de mais de 20 dias, é valiosíssima e já está paga. Vamos usá-la da melhor forma possível. O Rio está construindo um legado. Agora precisa contar esse legado ao mundo (e também ao Brasil). Em São Paulo, nem parece que teremos Olimpíada daqui a seis meses. A Copa do Mundo foi uma ópera. Envolvia a paixão nacional e a obrigação da vitória. No final, perdemos dentro do campo e ganhamos fora dele. Na Olimpíada, o importante é competir em campo e vencer no marketing. É uma vitória de que precisamos, e ela está ao nosso alcance.
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Trapalhada de republicanos em debate provoca cena cômica em TV dos EUA
O início do debate entre pré-candidatos republicanos à Presidência dos Estados Unidos, neste sábado (6), foi um tanto constrangedor. A abertura da transmissão, feita ao vivo pela rede ABC, teve uma confusão no momento em que os pré-candidatos deveriam entrar no palco do colégio Saint Anselm, em New Hampshire. Nesta terça-feira (9) o Estado faz prévias para escolher que nome do partido apoiará para concorrer à Casa Branca.O neurocirurgião aposentado Ben Carson não ouviu seu nome sendo chamado pelos apresentadores da rede ABC. Ele se manteve parado no corredor que dava acesso ao palco. O senador Ted Cruz (Texas) foi chamado e, em seguida, o empresário Donald Trump -que também não ouviu seu nome e se uniu a Carson no corredor.Leia a reportagem
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Trapalhada de republicanos em debate provoca cena cômica em TV dos EUAO início do debate entre pré-candidatos republicanos à Presidência dos Estados Unidos, neste sábado (6), foi um tanto constrangedor. A abertura da transmissão, feita ao vivo pela rede ABC, teve uma confusão no momento em que os pré-candidatos deveriam entrar no palco do colégio Saint Anselm, em New Hampshire. Nesta terça-feira (9) o Estado faz prévias para escolher que nome do partido apoiará para concorrer à Casa Branca.O neurocirurgião aposentado Ben Carson não ouviu seu nome sendo chamado pelos apresentadores da rede ABC. Ele se manteve parado no corredor que dava acesso ao palco. O senador Ted Cruz (Texas) foi chamado e, em seguida, o empresário Donald Trump -que também não ouviu seu nome e se uniu a Carson no corredor.Leia a reportagem
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Cresce exportação de lixo eletrônico brasileiro, mas setor caminha no risco
A ONU estima que serão gerados em torno de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico no mundo este ano, ante 41,8 milhões de 2014, quando elaborou estudo alertando para o problema ambiental e de saúde pública crescente do descarte incorreto desses materiais. Se o Brasil acompanhar essa perspectiva de cerca de 20% de expansão, produzirá em 2017 quase 1,7 milhão de toneladas de resíduos eletrônicos, como também são chamados os smartphones, iPads, TVs, computadores e toda sorte de eletrônicos descartados à medida que as empresas lançam inovações no mercado. O volume expressivo deve tornar ainda mais robusto um fenômeno que vem ganhando escala nos últimos anos, a "mineração urbana", que recupera metais preciosos de resíduos eletrônicos como ouro, prata e platina. A composição dos produtos eletrônicos com metais pesados e nobres, embora em pouca quantidade, ganharam relevância diante do gigantesco volume descartado, causando preocupação e desencadeando um novo modelo de negócio, que ainda está em grande parte na ilegalidade. É que o valor desses materiais no mercado tem também estimulado a informalidade no Brasil, uma vez que diversos agentes compram os resíduos para extrair apenas as partes com metais preciosos, deixando, porém, de dar a destinação adequada aos metais pesados por desconhecimento das leis ou para ter vantagem econômica. Devido à aplicação rigorosa da legislação ambiental por parte dos tribunais brasileiros, muitas empresas têm sido responsabilizadas por danos ambientais resultantes da destinação inadequada dos seus produtos descartados pelo consumidor. Em razão disso, as exportações desses resíduos têm conquistado importância, e os países desenvolvidos são destinos relevantes. Nações como Alemanha, Japão e Cingapura, por exemplo, conseguiram desenvolver técnicas para extrair esses materiais e dispor de forma correta todo o lixo eletrônico, ganhando reputação e lucros com isso. A exportação de resíduos perigosos está sujeita às regras estabelecidas na Convenção da Basileia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos, um tratado internacional que conta atualmente com 186 países membros e do qual o Brasil é signatário desde 1992. Segundo a convenção, a exportação de resíduos perigosos é sujeita ao prévio consentimento dos países exportador, de trânsito e importador. Assim, as empresas estabelecidas no Brasil deverão solicitar ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) autorização para esse tipo de exportação. É responsabilidade do Ibama consultar os órgãos ambientais dos países de trânsito e importação, autorizando ou não a operação, bem como fiscalizar e coibir a saída ilegal desses materiais do país. Embora seja uma alternativa interessante, a exportação do lixo eletrônico também sofre com a ilegalidade, na medida em que muitos agentes exportam esses resíduos sem o conhecimento do Ibama, o que viola as regras estabelecidas na convenção. Cabe ressaltar que, no Brasil, quem não seguir a legislação de manuseio, transporte e exportação de substâncias consideradas perigosas, como podem ser enquadrados esses resíduos, pode incorrer em infração administrativa, com previsão de multa de até R$ 2 milhões, além de possível prática de crime ambiental, com pena prevista de um a quatro anos de prisão. ALEX MAKRAY é sócio responsável pela área Ambiental do Carvalho, Sica, Muszkat, Vidigal, Carneiro Advogados (CSMV); mestre em Direito e Política Ambiental pela University College London, é pós-graduado em Direito Ambiental pela Fundação Getulio Vagas (FGV-SP) e membro da Ukela - UK Environmental Law Association. PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Cresce exportação de lixo eletrônico brasileiro, mas setor caminha no riscoA ONU estima que serão gerados em torno de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico no mundo este ano, ante 41,8 milhões de 2014, quando elaborou estudo alertando para o problema ambiental e de saúde pública crescente do descarte incorreto desses materiais. Se o Brasil acompanhar essa perspectiva de cerca de 20% de expansão, produzirá em 2017 quase 1,7 milhão de toneladas de resíduos eletrônicos, como também são chamados os smartphones, iPads, TVs, computadores e toda sorte de eletrônicos descartados à medida que as empresas lançam inovações no mercado. O volume expressivo deve tornar ainda mais robusto um fenômeno que vem ganhando escala nos últimos anos, a "mineração urbana", que recupera metais preciosos de resíduos eletrônicos como ouro, prata e platina. A composição dos produtos eletrônicos com metais pesados e nobres, embora em pouca quantidade, ganharam relevância diante do gigantesco volume descartado, causando preocupação e desencadeando um novo modelo de negócio, que ainda está em grande parte na ilegalidade. É que o valor desses materiais no mercado tem também estimulado a informalidade no Brasil, uma vez que diversos agentes compram os resíduos para extrair apenas as partes com metais preciosos, deixando, porém, de dar a destinação adequada aos metais pesados por desconhecimento das leis ou para ter vantagem econômica. Devido à aplicação rigorosa da legislação ambiental por parte dos tribunais brasileiros, muitas empresas têm sido responsabilizadas por danos ambientais resultantes da destinação inadequada dos seus produtos descartados pelo consumidor. Em razão disso, as exportações desses resíduos têm conquistado importância, e os países desenvolvidos são destinos relevantes. Nações como Alemanha, Japão e Cingapura, por exemplo, conseguiram desenvolver técnicas para extrair esses materiais e dispor de forma correta todo o lixo eletrônico, ganhando reputação e lucros com isso. A exportação de resíduos perigosos está sujeita às regras estabelecidas na Convenção da Basileia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos, um tratado internacional que conta atualmente com 186 países membros e do qual o Brasil é signatário desde 1992. Segundo a convenção, a exportação de resíduos perigosos é sujeita ao prévio consentimento dos países exportador, de trânsito e importador. Assim, as empresas estabelecidas no Brasil deverão solicitar ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) autorização para esse tipo de exportação. É responsabilidade do Ibama consultar os órgãos ambientais dos países de trânsito e importação, autorizando ou não a operação, bem como fiscalizar e coibir a saída ilegal desses materiais do país. Embora seja uma alternativa interessante, a exportação do lixo eletrônico também sofre com a ilegalidade, na medida em que muitos agentes exportam esses resíduos sem o conhecimento do Ibama, o que viola as regras estabelecidas na convenção. Cabe ressaltar que, no Brasil, quem não seguir a legislação de manuseio, transporte e exportação de substâncias consideradas perigosas, como podem ser enquadrados esses resíduos, pode incorrer em infração administrativa, com previsão de multa de até R$ 2 milhões, além de possível prática de crime ambiental, com pena prevista de um a quatro anos de prisão. ALEX MAKRAY é sócio responsável pela área Ambiental do Carvalho, Sica, Muszkat, Vidigal, Carneiro Advogados (CSMV); mestre em Direito e Política Ambiental pela University College London, é pós-graduado em Direito Ambiental pela Fundação Getulio Vagas (FGV-SP) e membro da Ukela - UK Environmental Law Association. PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Kez serve bons bagels e pratos da tradição judaica, que precisam de ajustes
LUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA Com ares mediterrâneos, o Kez nasce de uma boa ideia: popularizar o bagel, aquele pão judeu redondo com um anel vazado no centro, denso, de crosta ligeiramente úmida. Nessa missão, aos cuidados da padeira Juliana Feher, que estudou panificação nos Estados Unidos e aqui trabalhou na Padoca do Maní, a casa se sai bem. A oferta do pão, em versões com gergelim e com cebola, para além da clássica, atravessa o dia: vai do café da manhã, ocasião em que pode ser pedido na chapa com requeijão (R$ 7) ou com ovo, bacon e abacate (R$ 15), por exemplo, avança para o almoço e segue disponível ao longo da tarde. O bagel vale como uma refeição quando recheado com rosbife, ovo cozido, cebola caramelizada, tomate confit, rúcula e cream cheese de mostarda feita na casa (R$ 23). Estes últimos elementos dão estimulante picância ao todo –e ajudam a equilibrar a excessiva doçura da cebola (melhor seria caramelizá-la em fogo baixo, com tempo e paciência, e não com adição de açúcar). Falta sabor à variante com salmão defumado –insosso e cortado tão finamente que pouco se conserva da textura– com queijo de cabra, castanhas e homus de beterraba (à base de grão-de-bico e de uma pasta homogênea do tubérculo assado; R$ 32). Também valem por uma refeição as saladas, robustas, equilibradas e nutritivas. Uma delas combina cogumelos, queijo de coalho tostado, ovo cozido, tomate, castanha e folhas (R$ 30); outra mistura grãos de lentilha e quinua com cubos de abobrinha grelhada, damasco e molho de iogurte. No almoço, são agregados pratos da tradição judaica ao cardápio –alguns carecem de ajustes. Os vareniques, massa dobrada em meia-lua recheada com batata e cebola caramelizada, são massudos, pouco delicados (R$ 32,90). Fez falta o creme azedo servido geralmente na companhia dessa receita típica do leste europeu, que chegou aqui com imigrantes judeus e poloneses. O goulash, uma sopa húngara com pedaços de carne, aqui surge descaracterizado, mais próximo de um picadinho. Cubos de filé-mignon são acomodados em um molho denso de tomate e vinho tinto, com pimentões grelhados e nhoque de batata (R$ 32,90). Mas no balanço é ok –bem temperado e com sustância. * Kez - Bagel & Café Onde: r. dos Pinheiros, 725, Pinheiros; tel. 2589-3198. Quando: de seg. a sex, das 8h às 19h; sáb., das 10h às 16h. Avaliação regular
saopaulo
Kez serve bons bagels e pratos da tradição judaica, que precisam de ajustesLUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA Com ares mediterrâneos, o Kez nasce de uma boa ideia: popularizar o bagel, aquele pão judeu redondo com um anel vazado no centro, denso, de crosta ligeiramente úmida. Nessa missão, aos cuidados da padeira Juliana Feher, que estudou panificação nos Estados Unidos e aqui trabalhou na Padoca do Maní, a casa se sai bem. A oferta do pão, em versões com gergelim e com cebola, para além da clássica, atravessa o dia: vai do café da manhã, ocasião em que pode ser pedido na chapa com requeijão (R$ 7) ou com ovo, bacon e abacate (R$ 15), por exemplo, avança para o almoço e segue disponível ao longo da tarde. O bagel vale como uma refeição quando recheado com rosbife, ovo cozido, cebola caramelizada, tomate confit, rúcula e cream cheese de mostarda feita na casa (R$ 23). Estes últimos elementos dão estimulante picância ao todo –e ajudam a equilibrar a excessiva doçura da cebola (melhor seria caramelizá-la em fogo baixo, com tempo e paciência, e não com adição de açúcar). Falta sabor à variante com salmão defumado –insosso e cortado tão finamente que pouco se conserva da textura– com queijo de cabra, castanhas e homus de beterraba (à base de grão-de-bico e de uma pasta homogênea do tubérculo assado; R$ 32). Também valem por uma refeição as saladas, robustas, equilibradas e nutritivas. Uma delas combina cogumelos, queijo de coalho tostado, ovo cozido, tomate, castanha e folhas (R$ 30); outra mistura grãos de lentilha e quinua com cubos de abobrinha grelhada, damasco e molho de iogurte. No almoço, são agregados pratos da tradição judaica ao cardápio –alguns carecem de ajustes. Os vareniques, massa dobrada em meia-lua recheada com batata e cebola caramelizada, são massudos, pouco delicados (R$ 32,90). Fez falta o creme azedo servido geralmente na companhia dessa receita típica do leste europeu, que chegou aqui com imigrantes judeus e poloneses. O goulash, uma sopa húngara com pedaços de carne, aqui surge descaracterizado, mais próximo de um picadinho. Cubos de filé-mignon são acomodados em um molho denso de tomate e vinho tinto, com pimentões grelhados e nhoque de batata (R$ 32,90). Mas no balanço é ok –bem temperado e com sustância. * Kez - Bagel & Café Onde: r. dos Pinheiros, 725, Pinheiros; tel. 2589-3198. Quando: de seg. a sex, das 8h às 19h; sáb., das 10h às 16h. Avaliação regular
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Nó previdenciário
Na esteira do enfraquecimento do governo Michel Temer (PMDB), o meio político especula em torno de objetivos menos ambiciosos para as reformas, em especial a da Previdência. Por realista que possa parecer, a mera abertura do debate envolve riscos consideráveis. Pela dispersão de hipóteses lançadas no noticiário, está-se longe de uma estratégia para fazer avançar a proposta previdenciária, mesmo em versão desidratada, na Câmara dos Deputados. Há mesmo quem fale em limitar o texto da emenda constitucional à fixação da idade mínima para a aposentadoria, de 65 anos para homens e 62 para mulheres; calcula-se que projetos de lei e medidas provisórias, de aprovação mais simples, poderiam minorar a sangria dos cofres do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Momentos assim são propícios a todo tipo de lobby de categorias ou setores interessados em manter suas regalias; os próprios parlamentares, ademais, dispõem de um pretexto para esquivar-se de votações controversas. Será precipitação imprudente, nesse cenário turvo, abrir negociações em torno da reforma. É fato que o governo não dispõe dos 308 votos necessários, dentre os 513 deputados, para aprová-la; tampouco os tinha antes da divulgação da conversa mais que suspeita entre o presidente e um empresário sob investigação. Há, no entanto, um texto aprovado em comissão especial menos de um mês atrás, a partir de entendimento firmado entre os principais partidos da base governista. Tal concertação implicou concessões de monta, mas preservou alterações relevantes, como um cálculo mais racional dos benefícios e a redução de privilégios do funcionalismo público civil. Alterações por MP ou projeto de lei são possíveis, mas tornariam a reforma mais injusta –seriam atingidos basicamente os segurados do setor privado, dado que as regras das aposentadorias dos servidores do Estado estão fixadas na Constituição. Perdida a oportunidade de promover já um ajuste relevante da Previdência, haverá enorme pressão sobre o governo a ser iniciado em 2019. Este terá de evitar, nesse caso, que só os gastos do INSS passem a consumir, até o final do próximo mandato presidencial, mais da metade dos desembolsos não financeiros do Tesouro Nacional. editoriais@grupofolha.com.br
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Nó previdenciárioNa esteira do enfraquecimento do governo Michel Temer (PMDB), o meio político especula em torno de objetivos menos ambiciosos para as reformas, em especial a da Previdência. Por realista que possa parecer, a mera abertura do debate envolve riscos consideráveis. Pela dispersão de hipóteses lançadas no noticiário, está-se longe de uma estratégia para fazer avançar a proposta previdenciária, mesmo em versão desidratada, na Câmara dos Deputados. Há mesmo quem fale em limitar o texto da emenda constitucional à fixação da idade mínima para a aposentadoria, de 65 anos para homens e 62 para mulheres; calcula-se que projetos de lei e medidas provisórias, de aprovação mais simples, poderiam minorar a sangria dos cofres do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Momentos assim são propícios a todo tipo de lobby de categorias ou setores interessados em manter suas regalias; os próprios parlamentares, ademais, dispõem de um pretexto para esquivar-se de votações controversas. Será precipitação imprudente, nesse cenário turvo, abrir negociações em torno da reforma. É fato que o governo não dispõe dos 308 votos necessários, dentre os 513 deputados, para aprová-la; tampouco os tinha antes da divulgação da conversa mais que suspeita entre o presidente e um empresário sob investigação. Há, no entanto, um texto aprovado em comissão especial menos de um mês atrás, a partir de entendimento firmado entre os principais partidos da base governista. Tal concertação implicou concessões de monta, mas preservou alterações relevantes, como um cálculo mais racional dos benefícios e a redução de privilégios do funcionalismo público civil. Alterações por MP ou projeto de lei são possíveis, mas tornariam a reforma mais injusta –seriam atingidos basicamente os segurados do setor privado, dado que as regras das aposentadorias dos servidores do Estado estão fixadas na Constituição. Perdida a oportunidade de promover já um ajuste relevante da Previdência, haverá enorme pressão sobre o governo a ser iniciado em 2019. Este terá de evitar, nesse caso, que só os gastos do INSS passem a consumir, até o final do próximo mandato presidencial, mais da metade dos desembolsos não financeiros do Tesouro Nacional. editoriais@grupofolha.com.br
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Nasa lança sonda para cutucar asteroide e voltar com um pedaço dele
A Nasa está se preparando para lançar na próxima quinta-feira (8) sua primeira sonda capaz de recolher amostras de um asteroide. E não falta emoção à missão —o alvo escolhido tem um risco não negligenciável de colidir com a Terra na segunda metade do século 22. Antes que alguém fique excessivamente preocupado, o risco de impacto é de apenas 1 em 2.700 –baixo, mas não suficientemente confortável para os cientistas. E, considerando que se trata de um pedregulho de cerca de 500 metros de diâmetro, é melhor não se arriscar demais. O bólido celeste foi batizado de Bennu, uma ave mitológica egípcia, para combinar com o nome da missão: Osiris-rex. A referência óbvia é à divindade egípcia que governava o mundo dos mortos, Osíris. Mas se tem uma coisa que os cientistas adoram são acrônimos engraçadinhos. Então, Osiris-rex na verdade é: Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification, Security, Regolith Explorer. Em português: Origens, Interpretação Espectral, Identificação de Recursos, Segurança e Explorador de Regolito. Certo. Apesar da óbvia forçada de barra, o nome resume tudo que a sonda Osiris-rex irá fazer: investigar a origem do Sistema Solar ao estudar um asteroide que remonta à formação dos planetas; verificar sua composição por meio de espectroscopia e, com isso, identificar possíveis recursos naturais interessantes para futuras investidas de mineração espacial; se certificar de que o asteroide não vá bater com a Terra, assegurando assim a segurança do nosso planeta; e recolher uma amostra da fina poeira que o recobre –chamada de regolito. O Bennu tem uma órbita muito similar à da Terra, que o coloca ora mais perto do Sol, ora mais longe —ocasionalmente cruzando o nosso caminho. Até onde os cientistas podem determinar, não haverá nenhum ponto nas próximas centenas de anos em que os dois corpos celestes —a Terra e ele— estarão no mesmo lugar ao mesmo tempo, o que naturalmente seria uma má notícia. Contudo, haverá diversos "quases", sobretudo na segunda metade do século 22. E, o que dá o tempero ao problema, é impossível determinar com precisão absoluta a órbita de um asteroide com muitas décadas de antecedência. Isso porque, embora a gravidade seja a principal força a comandar sua trajetória, todos os corpos influenciam-se mutuamente no espaço, em maior ou menor grau, o que gera uma certa dose de incerteza. É mais complicado: o asteroide reflete a luz solar, processo que transfere um pouco de energia de movimento das partículas luminosas, os fótons, para o bólido celeste, como se ele fosse uma tosca vela solar. É o chamado efeito Yarkovsky, que pode mudar de forma significativa a trajetória de um corpo celeste pequeno como um asteroide com o passar de décadas. Somente mapeando detalhadamente sua superfície é possível calculá-lo com precisão e, então, afastar definitivamente um risco de colisão. Se a conclusão dos cientistas for a de que o astro vai bater em nosso planeta, teremos de bolar uma estratégia de defesa, possivelmente tentando desviá-lo. E para isso é fundamental sabermos de que o Bennu é feito. As estratégias possíveis mudariam bastante entre um asteroide carbonáceo (como é o caso) e um metálico, por exemplo. De todo modo, com ou sem colisão, os benefícios da missão serão grandes. Essa será a maior coleta de amostras de um objeto celeste já feita desde as missões Apollo, que levaram astronautas à Lua entre 1969 e 1972. Até dois quilos do Bennu poderão ser trazidos à Terra, numa manobra que Christina Richey, da Nasa, descreveu como um "'high-five' muito seguro e suave". Se tudo correr conforme o planejado, a sonda chegará ao asteroide em 2020 e fará a coleta de amostra, apenas encostando suavemente um braço robótico na superfície e disparando um jato de gás que fará partículas se erguerem da superfície e entrarem em um receptáculo. Depois, o braço robótico colocará as amostras numa cápsula, e a sonda iniciará o caminho de volta à Terra, que terminará com a recuperação do material no deserto de Utah, em 2023. Espera-se que essas amostras revelem alguns dos segredos da formação do Sistema Solar e do surgimento de química complexa, precursora da vida, uma vez que sua superfície deve ser rica em compostos de carbono. A Osiris-rex é a segunda missão de retorno de amostras de asteroide já realizada. Antes dela, a sonda japonesa Hayabusa foi até o asteroide Itokawa, onde recolheu amostras em 2005 e trouxe de volta em 2010. No momento os japoneses estão tocando a missão Hayabusa 2, lançada em 2014 e que deve trazer uma amostra do asteroide Ryugu em 2020. Veja vídeo
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Nasa lança sonda para cutucar asteroide e voltar com um pedaço deleA Nasa está se preparando para lançar na próxima quinta-feira (8) sua primeira sonda capaz de recolher amostras de um asteroide. E não falta emoção à missão —o alvo escolhido tem um risco não negligenciável de colidir com a Terra na segunda metade do século 22. Antes que alguém fique excessivamente preocupado, o risco de impacto é de apenas 1 em 2.700 –baixo, mas não suficientemente confortável para os cientistas. E, considerando que se trata de um pedregulho de cerca de 500 metros de diâmetro, é melhor não se arriscar demais. O bólido celeste foi batizado de Bennu, uma ave mitológica egípcia, para combinar com o nome da missão: Osiris-rex. A referência óbvia é à divindade egípcia que governava o mundo dos mortos, Osíris. Mas se tem uma coisa que os cientistas adoram são acrônimos engraçadinhos. Então, Osiris-rex na verdade é: Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification, Security, Regolith Explorer. Em português: Origens, Interpretação Espectral, Identificação de Recursos, Segurança e Explorador de Regolito. Certo. Apesar da óbvia forçada de barra, o nome resume tudo que a sonda Osiris-rex irá fazer: investigar a origem do Sistema Solar ao estudar um asteroide que remonta à formação dos planetas; verificar sua composição por meio de espectroscopia e, com isso, identificar possíveis recursos naturais interessantes para futuras investidas de mineração espacial; se certificar de que o asteroide não vá bater com a Terra, assegurando assim a segurança do nosso planeta; e recolher uma amostra da fina poeira que o recobre –chamada de regolito. O Bennu tem uma órbita muito similar à da Terra, que o coloca ora mais perto do Sol, ora mais longe —ocasionalmente cruzando o nosso caminho. Até onde os cientistas podem determinar, não haverá nenhum ponto nas próximas centenas de anos em que os dois corpos celestes —a Terra e ele— estarão no mesmo lugar ao mesmo tempo, o que naturalmente seria uma má notícia. Contudo, haverá diversos "quases", sobretudo na segunda metade do século 22. E, o que dá o tempero ao problema, é impossível determinar com precisão absoluta a órbita de um asteroide com muitas décadas de antecedência. Isso porque, embora a gravidade seja a principal força a comandar sua trajetória, todos os corpos influenciam-se mutuamente no espaço, em maior ou menor grau, o que gera uma certa dose de incerteza. É mais complicado: o asteroide reflete a luz solar, processo que transfere um pouco de energia de movimento das partículas luminosas, os fótons, para o bólido celeste, como se ele fosse uma tosca vela solar. É o chamado efeito Yarkovsky, que pode mudar de forma significativa a trajetória de um corpo celeste pequeno como um asteroide com o passar de décadas. Somente mapeando detalhadamente sua superfície é possível calculá-lo com precisão e, então, afastar definitivamente um risco de colisão. Se a conclusão dos cientistas for a de que o astro vai bater em nosso planeta, teremos de bolar uma estratégia de defesa, possivelmente tentando desviá-lo. E para isso é fundamental sabermos de que o Bennu é feito. As estratégias possíveis mudariam bastante entre um asteroide carbonáceo (como é o caso) e um metálico, por exemplo. De todo modo, com ou sem colisão, os benefícios da missão serão grandes. Essa será a maior coleta de amostras de um objeto celeste já feita desde as missões Apollo, que levaram astronautas à Lua entre 1969 e 1972. Até dois quilos do Bennu poderão ser trazidos à Terra, numa manobra que Christina Richey, da Nasa, descreveu como um "'high-five' muito seguro e suave". Se tudo correr conforme o planejado, a sonda chegará ao asteroide em 2020 e fará a coleta de amostra, apenas encostando suavemente um braço robótico na superfície e disparando um jato de gás que fará partículas se erguerem da superfície e entrarem em um receptáculo. Depois, o braço robótico colocará as amostras numa cápsula, e a sonda iniciará o caminho de volta à Terra, que terminará com a recuperação do material no deserto de Utah, em 2023. Espera-se que essas amostras revelem alguns dos segredos da formação do Sistema Solar e do surgimento de química complexa, precursora da vida, uma vez que sua superfície deve ser rica em compostos de carbono. A Osiris-rex é a segunda missão de retorno de amostras de asteroide já realizada. Antes dela, a sonda japonesa Hayabusa foi até o asteroide Itokawa, onde recolheu amostras em 2005 e trouxe de volta em 2010. No momento os japoneses estão tocando a missão Hayabusa 2, lançada em 2014 e que deve trazer uma amostra do asteroide Ryugu em 2020. Veja vídeo
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FHC participará de grupo em defesa de opositores presos na Venezuela
Felipe González, ex-premiê espanhol, telefonou a Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil, para convidá-lo a um grupo que irá defender os opositores venezuelanos Leopoldo López e Antonio Ledezma. A informação foi confirmada à Folha pela Fundação Instituto Fernando Henrique Cardoso, que ademais afirmou que o político brasileiro aceitou o convite de González e juntou-se ao grupo. Ainda não há uma viagem planejada à Venezuela. Uma fonte próxima a González confirmou também à reportagem que as conversas estão encaminhadas e que o político espanhol monta sua equipe para a defesa dos opositores. Diversas figuras de alto escalão foram sondadas, incluindo FHC e Ricardo Lagos, ex-presidente chileno. Em nota oficial, FHC havia elogiado o gesto de González. "Já passou da hora de as vozes democráticas e especialmente os governos democráticos da América Latina protestarem contra os abusos praticados pelo governo da Venezuela", disse. O Brasil faz parte de um grupo criado pela Unasul (União de Nações Sul-Americanas) para mediar a crise entre governo e oposição. A decisão de González foi noticiada pelo jornal espanhol "El País" na segunda (23). López está preso há mais de um ano. Ledezma, desde fevereiro deste ano. Em entrevista à mídia espanhola, González afirmou que é necessário haver um diálogo entre o governo e a oposição na Venezuela e, para tal, "não se pode deter representantes políticos". González afirmou que seu objetivo é a liberdade dos presos. Segundo declarações à imprensa, ele auxiliará na defesa de López e participará das audiências prévias de seu caso. O convite a Cardoso foi feito para formar um grupo de apoio de líderes latino-americanos. Deputados chavistas responderam às declarações de González acusando o espanhol de "ingerência". Dário Vivas, deputado da Assembleia Nacional, criticou que "setores da política espanhola peçam impunidade a López e Ledezma", de acordo com o jornal "El País". A oposição venezuelana, por sua vez, aplaudiu o anúncio de González. Henrique Capriles, duas vezes candidato presidencial e atual governador do Estado de Miranda, parabenizou a decisão e afirmou ter relação de amizade com o espanhol.
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FHC participará de grupo em defesa de opositores presos na VenezuelaFelipe González, ex-premiê espanhol, telefonou a Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil, para convidá-lo a um grupo que irá defender os opositores venezuelanos Leopoldo López e Antonio Ledezma. A informação foi confirmada à Folha pela Fundação Instituto Fernando Henrique Cardoso, que ademais afirmou que o político brasileiro aceitou o convite de González e juntou-se ao grupo. Ainda não há uma viagem planejada à Venezuela. Uma fonte próxima a González confirmou também à reportagem que as conversas estão encaminhadas e que o político espanhol monta sua equipe para a defesa dos opositores. Diversas figuras de alto escalão foram sondadas, incluindo FHC e Ricardo Lagos, ex-presidente chileno. Em nota oficial, FHC havia elogiado o gesto de González. "Já passou da hora de as vozes democráticas e especialmente os governos democráticos da América Latina protestarem contra os abusos praticados pelo governo da Venezuela", disse. O Brasil faz parte de um grupo criado pela Unasul (União de Nações Sul-Americanas) para mediar a crise entre governo e oposição. A decisão de González foi noticiada pelo jornal espanhol "El País" na segunda (23). López está preso há mais de um ano. Ledezma, desde fevereiro deste ano. Em entrevista à mídia espanhola, González afirmou que é necessário haver um diálogo entre o governo e a oposição na Venezuela e, para tal, "não se pode deter representantes políticos". González afirmou que seu objetivo é a liberdade dos presos. Segundo declarações à imprensa, ele auxiliará na defesa de López e participará das audiências prévias de seu caso. O convite a Cardoso foi feito para formar um grupo de apoio de líderes latino-americanos. Deputados chavistas responderam às declarações de González acusando o espanhol de "ingerência". Dário Vivas, deputado da Assembleia Nacional, criticou que "setores da política espanhola peçam impunidade a López e Ledezma", de acordo com o jornal "El País". A oposição venezuelana, por sua vez, aplaudiu o anúncio de González. Henrique Capriles, duas vezes candidato presidencial e atual governador do Estado de Miranda, parabenizou a decisão e afirmou ter relação de amizade com o espanhol.
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EUA querem atrair investidor brasileiro, diz gerente da Nasa
O governo dos EUA quer atrair investidores brasileiros para criar empresas em solo americano capazes de levar ao mercado tecnologias originalmente desenvolvidas pela Nasa. É o que diz Michael Lester, gerente de Parcerias de Desenvolvimento Tecnológico do Centro Espacial Kennedy, da Nasa. Lester esteve no Brasil para uma série de palestras, trazido pela Câmara de Comércio Brasil-Flórida, que tem como um de seus objetivos auxiliar investidores brasileiros que queiram estabelecer negócios nos EUA. "É a primeira vez que fazemos isso, de visitar outro país em busca de parceiros para transferência de tecnologia", disse Lester à Folha. TRADIÇÃO Historicamente, a agência espacial americana tem como uma de suas atribuições fazer com que tecnologias desenvolvidas originalmente para aplicações espaciais produzam impactos positivos para quem fica na Terra, os chamados "spinoffs". Contudo, o nível de empenho nesse esforço tem aumentado nos últimos anos, em especial durante o governo de Barack Obama. "Uma das razões é a crise econômica", explica Lester. Por lei, a Nasa não pode transferir tecnologias para empresas fora dos EUA, então a parceria só é possível se o investidor decidir se estabelecer em solo americano. "Também exigimos que uma boa parte do processo de fabricação do produto seja feita nos EUA", diz. E não é um processo sem risco –muitas das patentes desenvolvidas nos laboratórios da agência espacial americana não estão maduras para ir direto ao mercado. É preciso estar disposto a investir em pesquisa e desenvolvimento e esperar pelos resultados. "Temos uma tinta inteligente, contra ferrugem, por exemplo, que ainda precisa ser desenvolvida, e uma empresa automobilística encarou o desafio e está investindo centenas de milhões de dólares para levá-la ao mercado." Do Brasil, Lester diz que está em contato com duas empresas, com subsidiárias nos Estados Unidos, que se interessaram por uma tecnologia de descontaminação ambiental desenvolvida no Centro Espacial Kennedy. INCENTIVO Lester também disse que, durante a visita ao Brasil, faria visitas a duas escolas públicas do interior de São Paulo, com o objetivo de encorajar o interesse dos jovens em carreiras de ciência e engenharia. "Não vou falar de transferência de tecnologia lá, claro", diz. "Todo mundo conhece os astronautas, mas os jovens precisam saber que não são eles que projetam as espaçonaves, os trajes espaciais. Sem engenheiros, não teríamos astronautas", afirmou.
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EUA querem atrair investidor brasileiro, diz gerente da NasaO governo dos EUA quer atrair investidores brasileiros para criar empresas em solo americano capazes de levar ao mercado tecnologias originalmente desenvolvidas pela Nasa. É o que diz Michael Lester, gerente de Parcerias de Desenvolvimento Tecnológico do Centro Espacial Kennedy, da Nasa. Lester esteve no Brasil para uma série de palestras, trazido pela Câmara de Comércio Brasil-Flórida, que tem como um de seus objetivos auxiliar investidores brasileiros que queiram estabelecer negócios nos EUA. "É a primeira vez que fazemos isso, de visitar outro país em busca de parceiros para transferência de tecnologia", disse Lester à Folha. TRADIÇÃO Historicamente, a agência espacial americana tem como uma de suas atribuições fazer com que tecnologias desenvolvidas originalmente para aplicações espaciais produzam impactos positivos para quem fica na Terra, os chamados "spinoffs". Contudo, o nível de empenho nesse esforço tem aumentado nos últimos anos, em especial durante o governo de Barack Obama. "Uma das razões é a crise econômica", explica Lester. Por lei, a Nasa não pode transferir tecnologias para empresas fora dos EUA, então a parceria só é possível se o investidor decidir se estabelecer em solo americano. "Também exigimos que uma boa parte do processo de fabricação do produto seja feita nos EUA", diz. E não é um processo sem risco –muitas das patentes desenvolvidas nos laboratórios da agência espacial americana não estão maduras para ir direto ao mercado. É preciso estar disposto a investir em pesquisa e desenvolvimento e esperar pelos resultados. "Temos uma tinta inteligente, contra ferrugem, por exemplo, que ainda precisa ser desenvolvida, e uma empresa automobilística encarou o desafio e está investindo centenas de milhões de dólares para levá-la ao mercado." Do Brasil, Lester diz que está em contato com duas empresas, com subsidiárias nos Estados Unidos, que se interessaram por uma tecnologia de descontaminação ambiental desenvolvida no Centro Espacial Kennedy. INCENTIVO Lester também disse que, durante a visita ao Brasil, faria visitas a duas escolas públicas do interior de São Paulo, com o objetivo de encorajar o interesse dos jovens em carreiras de ciência e engenharia. "Não vou falar de transferência de tecnologia lá, claro", diz. "Todo mundo conhece os astronautas, mas os jovens precisam saber que não são eles que projetam as espaçonaves, os trajes espaciais. Sem engenheiros, não teríamos astronautas", afirmou.
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Facebook lança plataforma para debater partidas esportivas no site
Nos tempos atuais, quem assiste a futebol pela TV invariavelmente fica também com o celular na mão, checando as redes sociais e publicando comentários sobre a partida –o que se convencionou chamar de segunda tela. Só na Copa do Mundo de 2014, por exemplo, 350 milhões de pessoas fizeram comentários sobre os jogos no Facebook; na última edição do SuperBowl, a final do campeonato de futebol americano, 65 milhões de usuários postaram no site. Pois a rede social anunciou, na noite desta quarta-feira (20), o lançamento de uma plataforma que deve estimular ainda mais o fenômeno. Batizada de Sports Stadium, a ferramenta vai funcionar como um filtro para determinado evento esportivo –a princípio, ela tem compatibilidade apenas com iPhones nos EUA, para jogos de futebol americano (para desktops, a partir do SuperBowl, em 7 de fevereiro); aos poucos, será ampliada para outros esportes e países. Na prática, o espaço dedicado à partida terá, em uma aba, os comentários de amigos sobre o jogo, mostrados sempre em ordem cronológica; em outra, os de "especialistas" (usuários com contas verificadas) e, por exemplo, os feitos pela página do próprio campeonato. A plataforma também deve informar estatísticas e lances da partida em tempo real –nos EUA, em parceria com a Sportradar.
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Facebook lança plataforma para debater partidas esportivas no siteNos tempos atuais, quem assiste a futebol pela TV invariavelmente fica também com o celular na mão, checando as redes sociais e publicando comentários sobre a partida –o que se convencionou chamar de segunda tela. Só na Copa do Mundo de 2014, por exemplo, 350 milhões de pessoas fizeram comentários sobre os jogos no Facebook; na última edição do SuperBowl, a final do campeonato de futebol americano, 65 milhões de usuários postaram no site. Pois a rede social anunciou, na noite desta quarta-feira (20), o lançamento de uma plataforma que deve estimular ainda mais o fenômeno. Batizada de Sports Stadium, a ferramenta vai funcionar como um filtro para determinado evento esportivo –a princípio, ela tem compatibilidade apenas com iPhones nos EUA, para jogos de futebol americano (para desktops, a partir do SuperBowl, em 7 de fevereiro); aos poucos, será ampliada para outros esportes e países. Na prática, o espaço dedicado à partida terá, em uma aba, os comentários de amigos sobre o jogo, mostrados sempre em ordem cronológica; em outra, os de "especialistas" (usuários com contas verificadas) e, por exemplo, os feitos pela página do próprio campeonato. A plataforma também deve informar estatísticas e lances da partida em tempo real –nos EUA, em parceria com a Sportradar.
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Maduro anuncia fechamento de mais uma parte da fronteira com Colômbia
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na madrugada desta terça-feira (8) a expansão das áreas sob estado de exceção e o fechamento de mais um importante posto de passagem na fronteira com a Colômbia. Mais 3.000 militares foram mobilizados. Até então restritas ao Estado de Táchira, as medidas adotadas sob pretexto de combater o contrabando e as ações de paramilitares agora incluem o Estado de Zulia, um dos mais povoados do país. "Decidi, após um diagnóstico preciso, [fechar] o posto fronteiriço de Paraguáchon, no Estado de de Zulia", disse Maduro numa reunião ministerial transmitida pela TV. Guajira, Mara e Almirante Padilla são os municípios que acabam de ser incluídas na zona sob estado de exceção, medida que restringe liberdades e aumenta poderes do aparato de segurança. Maduro ressaltou, porém, que a medida não se aplicará ao povo guajiro, formado por 600 mil indígenas instalados há milhares de anos entre o Estado de Zulia e o território colombiano e alheio ao traçado de fronteiras. Fronteira Venezuela x Colômbia Os guajiros são vistos no imaginário venezuelano como um povo guerreiro que não aceita interferência política. Eles tiram boa parte de seu sustento de atividades de contrabando que o governo venezuelano diz querer combater. Maduro também anunciou ter aceitado proposta de mediação de Brasil e Argentina para solucionar e crise. O presidente disse que os chanceleres dos dois países lhe propuseram um encontro com o colega colombiano, Juan Manuel Santos, em Manaus ou Buenos Aires. TÁCHIRA A crise começou no dia 19 de agosto, quando três militares venezuelanos foram feridos a bala em circunstâncias confusas na fronteira com a Colômbia. Maduro culpou contrabandistas e paramilitares colombianos. Críticos dizem que o incidente foi um acerto de contas entre bandas criminosas rivais que operam dentro do aparato de segurança e acusam o presidente de tentar desviar o foco da crise econômica antes da eleição parlamentar de 6 de dezembro. Sob a justificativa de "limpar a área", Maduro fechou a fronteira em Táchira, decretou estado de exceção em cinco municípios do Estado, despachou contingente inicial de 2.000 militares para a área e deportou mais de mil colombianos. Outros 14 mil colombianos fugiram por se sentir pressionados, segundo cifras de Bogotá. A Colômbia diz que seus cidadãos sofreram abusos e denunciou a Venezuela na ONU por maus-tratos. A Venezuela exigiu ser ressarcida por ter recebido e fornecido saúde e educação gratuitas a grande quantidade de colombianos que escaparam do conflito interno na Colômbia desde os anos 1990.
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Maduro anuncia fechamento de mais uma parte da fronteira com ColômbiaO presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na madrugada desta terça-feira (8) a expansão das áreas sob estado de exceção e o fechamento de mais um importante posto de passagem na fronteira com a Colômbia. Mais 3.000 militares foram mobilizados. Até então restritas ao Estado de Táchira, as medidas adotadas sob pretexto de combater o contrabando e as ações de paramilitares agora incluem o Estado de Zulia, um dos mais povoados do país. "Decidi, após um diagnóstico preciso, [fechar] o posto fronteiriço de Paraguáchon, no Estado de de Zulia", disse Maduro numa reunião ministerial transmitida pela TV. Guajira, Mara e Almirante Padilla são os municípios que acabam de ser incluídas na zona sob estado de exceção, medida que restringe liberdades e aumenta poderes do aparato de segurança. Maduro ressaltou, porém, que a medida não se aplicará ao povo guajiro, formado por 600 mil indígenas instalados há milhares de anos entre o Estado de Zulia e o território colombiano e alheio ao traçado de fronteiras. Fronteira Venezuela x Colômbia Os guajiros são vistos no imaginário venezuelano como um povo guerreiro que não aceita interferência política. Eles tiram boa parte de seu sustento de atividades de contrabando que o governo venezuelano diz querer combater. Maduro também anunciou ter aceitado proposta de mediação de Brasil e Argentina para solucionar e crise. O presidente disse que os chanceleres dos dois países lhe propuseram um encontro com o colega colombiano, Juan Manuel Santos, em Manaus ou Buenos Aires. TÁCHIRA A crise começou no dia 19 de agosto, quando três militares venezuelanos foram feridos a bala em circunstâncias confusas na fronteira com a Colômbia. Maduro culpou contrabandistas e paramilitares colombianos. Críticos dizem que o incidente foi um acerto de contas entre bandas criminosas rivais que operam dentro do aparato de segurança e acusam o presidente de tentar desviar o foco da crise econômica antes da eleição parlamentar de 6 de dezembro. Sob a justificativa de "limpar a área", Maduro fechou a fronteira em Táchira, decretou estado de exceção em cinco municípios do Estado, despachou contingente inicial de 2.000 militares para a área e deportou mais de mil colombianos. Outros 14 mil colombianos fugiram por se sentir pressionados, segundo cifras de Bogotá. A Colômbia diz que seus cidadãos sofreram abusos e denunciou a Venezuela na ONU por maus-tratos. A Venezuela exigiu ser ressarcida por ter recebido e fornecido saúde e educação gratuitas a grande quantidade de colombianos que escaparam do conflito interno na Colômbia desde os anos 1990.
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Seis dicas para baratear compra de dólar e outras moedas
Com a crise política a perder de vista e o real perdendo paulatinamente valor, veja dicas para baratear sua compra de dólar e de outras moedas. Em momentos de pouco estresse, os câmbios turismo e paralelo costumam refletir o que ocorreu no dia anterior nos mercados comercial e à vista. Nesse caso, vale a pena fechar o câmbio no dia seguinte a uma baixa no dólar comercial ou à vista. Já nos momentos de forte oscilação, a transmissão de um mercado para outro é mais rápida. Evite momentos de alta variação e sequências de mais de quatro altas seguidas. Após um estresse, normalmente, vem um dia de correção nos preços, que pode ser favorável ao comprador. Os bancos vendem dólar no cartão pré-pago com cotação menor do que em espécie para compensar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6,38%. Se a pessoa for sacar o dinheiro num caixa eletrônico, no entanto, poderá ter de pagar comissão ao segundo banco. Apesar do risco de roubo, é sempre bom ter um pouco de dinheiro em espécie. Bancos e casas de câmbio cobram uma comissão de 1,5% a 10%, dependendo do valor. A comissão poder ser embutida no valor negociado ou ser cobrada à parte, mesmo que o intermediador diga que não cobra comissão. Na maioria dos casos, vale mais a pena pagar um preço fixo pelo serviço (US$ 10, por exemplo) e ter uma cotação com valor menor do que ser isento e pagar uma cotação pior. Incide 0,38% de IOF sobre o valor da compra em espécie. Se houver ganho de capital com o dólar guardado, a pessoa tem de recolher 15% do rendimento após um período. O limite anual de isenção para não recolhimento é de US$ 5.000, válido para qualquer moeda estrangeira. Os bancos e as casas de câmbio afirmam que há uma operação direta de reais para euro, de acordo com a oferta e a demanda. Como o mercado de euro é bem menor do que o de dólar, acontecem na prática duas operações sucessivas: real para dólar e, depois, dólar para euro, o que encarece o câmbio. Por isso, se a pessoa conseguir uma boa cotação na Europa, pode ser mais vantajoso levar dólar em vez de euro. Para viagens de férias, pode não fazer tanta diferença, mas para intercâmbios e cursos longos a vantagem pode ser grande. Dólar australiano e canadense, entre outras moedas, têm mercados pequenos no Brasil. Por isso, o câmbio será de real para dólar e depois para a moeda de destino, com duas comissões. O peso argentino é uma exceção, em determinados bancos e locais, como fronteiras.
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Seis dicas para baratear compra de dólar e outras moedasCom a crise política a perder de vista e o real perdendo paulatinamente valor, veja dicas para baratear sua compra de dólar e de outras moedas. Em momentos de pouco estresse, os câmbios turismo e paralelo costumam refletir o que ocorreu no dia anterior nos mercados comercial e à vista. Nesse caso, vale a pena fechar o câmbio no dia seguinte a uma baixa no dólar comercial ou à vista. Já nos momentos de forte oscilação, a transmissão de um mercado para outro é mais rápida. Evite momentos de alta variação e sequências de mais de quatro altas seguidas. Após um estresse, normalmente, vem um dia de correção nos preços, que pode ser favorável ao comprador. Os bancos vendem dólar no cartão pré-pago com cotação menor do que em espécie para compensar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6,38%. Se a pessoa for sacar o dinheiro num caixa eletrônico, no entanto, poderá ter de pagar comissão ao segundo banco. Apesar do risco de roubo, é sempre bom ter um pouco de dinheiro em espécie. Bancos e casas de câmbio cobram uma comissão de 1,5% a 10%, dependendo do valor. A comissão poder ser embutida no valor negociado ou ser cobrada à parte, mesmo que o intermediador diga que não cobra comissão. Na maioria dos casos, vale mais a pena pagar um preço fixo pelo serviço (US$ 10, por exemplo) e ter uma cotação com valor menor do que ser isento e pagar uma cotação pior. Incide 0,38% de IOF sobre o valor da compra em espécie. Se houver ganho de capital com o dólar guardado, a pessoa tem de recolher 15% do rendimento após um período. O limite anual de isenção para não recolhimento é de US$ 5.000, válido para qualquer moeda estrangeira. Os bancos e as casas de câmbio afirmam que há uma operação direta de reais para euro, de acordo com a oferta e a demanda. Como o mercado de euro é bem menor do que o de dólar, acontecem na prática duas operações sucessivas: real para dólar e, depois, dólar para euro, o que encarece o câmbio. Por isso, se a pessoa conseguir uma boa cotação na Europa, pode ser mais vantajoso levar dólar em vez de euro. Para viagens de férias, pode não fazer tanta diferença, mas para intercâmbios e cursos longos a vantagem pode ser grande. Dólar australiano e canadense, entre outras moedas, têm mercados pequenos no Brasil. Por isso, o câmbio será de real para dólar e depois para a moeda de destino, com duas comissões. O peso argentino é uma exceção, em determinados bancos e locais, como fronteiras.
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Pesquisa mostra relação entre brasileiros e marcas
YURI GONZAGA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Entre descobrir ter comprado uma garrafa de refrigerante vencido e passar a receber brindes da marca responsável, tudo o que a estudante de engenharia ambiental Giovanna Marquioro precisou foram de alguns caracteres em seu Twitter. "Comprei uma Coca-Cola vencida e reclamei na rede social. A marca me seguiu de volta e começamos a trocar mensagens", diz. A companhia a indenizou e passou a enviar, esporadicamente, pequenos agrados, como uma minigeladeira e copos da marca. Segundo Adriana Knackfuss, diretora de comunicação integrada de marketing da empresa, o protocolo de atendimento a reclamações como essa varia muito. "Temos um time de especialistas que avalia a situação e, quando é preciso, encaminhamos o caso para o fabricante, que tem o controle técnico. Havendo necessidade, fazemos o ressarcimento financeiro", diz, ressaltando que a central de relacionamento está em contato direto com o consumidor, por telefone, redes sociais e e-mail. A Coca-Cola investe bastante nas mídias sociais, reduto, principalmente, de seu público adolescente. Entende que são ferramentas importantes para posicionar a marca e falar com os consumidores. Pessoas como Giovanna, paraense de 20 anos, que tem 2.154 seguidores. Ela integra o grupo de 13% dos brasileiros que acessam a internet, possuem conta em alguma rede social e já usaram um serviço on-line desse tipo para reclamar, segundo o Datafolha. Pela primeira vez, o instituto perguntou sobre a relação virtual que eles têm com as marcas: 21% dos que acessam a internet são seguidores de alguma empresa e 22% já fizeram elogios na web. No total, 79% dizem ter conta em rede social. Samsung (5%), Apple, Nike e Adidas (2% cada) são as mais seguidas. Ao lado do portal "Reclame Aqui", o Twitter é a ferramenta predileta para resolução de problemas do dentista Rodrigo Cassini, 39. "Acho que o Facebook também é eficiente, mas nele você acaba se expondo demais", avalia. O mineiro, que resolveu há menos de um mês impasse com a Net via rede social, conta ter recorrido ao site só depois de tentar o atendimento telefônico. "Muitas vezes, a gente precisa pôr a boca no trombone. Assim, normalmente te dão um atendimento melhor, e você ainda pode ajudar outras pessoas." Ane Lopes, diretora de comunicação e marketing do Grupo América Móvil, que controla Net, Claro e Embratel, avalia que um dos motivos para o uso das redes e da internet é que o atendimento digital tende a ser mais fácil, rápido e barato do que o convencional. A companhia entrou no Twitter em 2010 e, no ano seguinte, criou perfil dedicado só às demandas dos consumidores, atitude repetida por diversas empresas. Funcionários precisam seguir protocolo específico para o meio on-line. O uso dessas ferramentas é bem distribuído pelo país. No Sudeste, 80% têm conta em rede social. O índice sobe no Sul e no Centro-Oeste (81% cada). O Norte registra 79%, e o Nordeste, 75%. Entre os membros das classes A/B, o percentual é de 83%. Na C, 79%, e nas D/E, 64%. Para Leslie Orsioli, diretora da agência de marketing digital We Are Social Brasil, o mercado tardou a "amadurecer" em relação às plataformas virtuais. "Houve uma rápida adoção lá fora, mas aqui ainda é muito menos forte", diz. "Só há pouco tempo as marcas começaram a entender que as redes sociais são uma via de mão dupla e não só de geração de conteúdo." O movimento dos brasileiros nessas mídias é semelhante ao dos EUA, por exemplo. Segundo a empresa Statista, que faz pesquisa de mercado, 78% dos americanos têm conta em rede social, quase o mesmo número verificado pelo Top of Mind dentro do país. Lá, no entanto, 36% dos usuários seguiam uma ou mais marcas nas plataformas em 2014. No Brasil, o total chega a 21%. As ações das marcas nas redes são definidas por diversos fatores. Um deles é a idade. Bruno Couto, diretor de marketing da Netshoes, diz que a empresa não tem perfil no Snapchat por causa da audiência —predominantemente jovem. "O comportamento lá é diferente, dá prioridade para seguir celebridades." A principal motivação citada para acompanhar uma marca, entre todas as faixas etárias, é conseguir algum benefício, seja por meio de cupons ou de sorteios.
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Pesquisa mostra relação entre brasileiros e marcasYURI GONZAGA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Entre descobrir ter comprado uma garrafa de refrigerante vencido e passar a receber brindes da marca responsável, tudo o que a estudante de engenharia ambiental Giovanna Marquioro precisou foram de alguns caracteres em seu Twitter. "Comprei uma Coca-Cola vencida e reclamei na rede social. A marca me seguiu de volta e começamos a trocar mensagens", diz. A companhia a indenizou e passou a enviar, esporadicamente, pequenos agrados, como uma minigeladeira e copos da marca. Segundo Adriana Knackfuss, diretora de comunicação integrada de marketing da empresa, o protocolo de atendimento a reclamações como essa varia muito. "Temos um time de especialistas que avalia a situação e, quando é preciso, encaminhamos o caso para o fabricante, que tem o controle técnico. Havendo necessidade, fazemos o ressarcimento financeiro", diz, ressaltando que a central de relacionamento está em contato direto com o consumidor, por telefone, redes sociais e e-mail. A Coca-Cola investe bastante nas mídias sociais, reduto, principalmente, de seu público adolescente. Entende que são ferramentas importantes para posicionar a marca e falar com os consumidores. Pessoas como Giovanna, paraense de 20 anos, que tem 2.154 seguidores. Ela integra o grupo de 13% dos brasileiros que acessam a internet, possuem conta em alguma rede social e já usaram um serviço on-line desse tipo para reclamar, segundo o Datafolha. Pela primeira vez, o instituto perguntou sobre a relação virtual que eles têm com as marcas: 21% dos que acessam a internet são seguidores de alguma empresa e 22% já fizeram elogios na web. No total, 79% dizem ter conta em rede social. Samsung (5%), Apple, Nike e Adidas (2% cada) são as mais seguidas. Ao lado do portal "Reclame Aqui", o Twitter é a ferramenta predileta para resolução de problemas do dentista Rodrigo Cassini, 39. "Acho que o Facebook também é eficiente, mas nele você acaba se expondo demais", avalia. O mineiro, que resolveu há menos de um mês impasse com a Net via rede social, conta ter recorrido ao site só depois de tentar o atendimento telefônico. "Muitas vezes, a gente precisa pôr a boca no trombone. Assim, normalmente te dão um atendimento melhor, e você ainda pode ajudar outras pessoas." Ane Lopes, diretora de comunicação e marketing do Grupo América Móvil, que controla Net, Claro e Embratel, avalia que um dos motivos para o uso das redes e da internet é que o atendimento digital tende a ser mais fácil, rápido e barato do que o convencional. A companhia entrou no Twitter em 2010 e, no ano seguinte, criou perfil dedicado só às demandas dos consumidores, atitude repetida por diversas empresas. Funcionários precisam seguir protocolo específico para o meio on-line. O uso dessas ferramentas é bem distribuído pelo país. No Sudeste, 80% têm conta em rede social. O índice sobe no Sul e no Centro-Oeste (81% cada). O Norte registra 79%, e o Nordeste, 75%. Entre os membros das classes A/B, o percentual é de 83%. Na C, 79%, e nas D/E, 64%. Para Leslie Orsioli, diretora da agência de marketing digital We Are Social Brasil, o mercado tardou a "amadurecer" em relação às plataformas virtuais. "Houve uma rápida adoção lá fora, mas aqui ainda é muito menos forte", diz. "Só há pouco tempo as marcas começaram a entender que as redes sociais são uma via de mão dupla e não só de geração de conteúdo." O movimento dos brasileiros nessas mídias é semelhante ao dos EUA, por exemplo. Segundo a empresa Statista, que faz pesquisa de mercado, 78% dos americanos têm conta em rede social, quase o mesmo número verificado pelo Top of Mind dentro do país. Lá, no entanto, 36% dos usuários seguiam uma ou mais marcas nas plataformas em 2014. No Brasil, o total chega a 21%. As ações das marcas nas redes são definidas por diversos fatores. Um deles é a idade. Bruno Couto, diretor de marketing da Netshoes, diz que a empresa não tem perfil no Snapchat por causa da audiência —predominantemente jovem. "O comportamento lá é diferente, dá prioridade para seguir celebridades." A principal motivação citada para acompanhar uma marca, entre todas as faixas etárias, é conseguir algum benefício, seja por meio de cupons ou de sorteios.
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Sonhos dos alemães durante nazismo mostram relação entre medo e desejo
Tenho sonhado muito nos últimos tempos –em geral, com artigos que tenho de escrever–, mas quase nunca aparece algum político nas atividades do meu inconsciente. Fernando Henrique Cardoso, às vezes, só que não associado ao governo, e sim à minha época de estudante na faculdade de ciências sociais; e assim retorno ao tema dos textos e trabalhos a entregar. Outro político, estranhamente, apareceu num sonho em que eu estava em algum ponto do mar Morto, descobrindo o que seriam os manuscritos do Quinto Evangelista. Por alguma razão, esse apóstolo se revelava ser o então ministro das Minas e Energia no governo Itamar Franco, Paulino Cícero –cuja fisionomia até hoje desconheço. Bom sinal, o de que a política se mantenha restrita a camadas superficiais da minha mente. Não ocorria o mesmo com o sr. S., empresário com cerca de 60 anos, que era simpático às propostas dos sociais-democratas alemães em 1933. Hitler tinha acabado de subir ao poder. Ele sonha com o ministro da Propaganda nazista, Goebbels, fazendo uma visita à sua fábrica. Os funcionários têm de se organizar em duas filas, uma à esquerda, outra à direita. O sr. S. fica no meio, e deve fazer o gesto de "Heil Hitler". Não consegue levantar o braço. Goebbels observa sem reagir. Quando S. consegue finalmente fazer a saudação, Goebbels lhe diz: "Não desejo a sua saudação". Retira-se, enquanto S., com o braço ainda erguido, repara no pé torto do nazista, que sai mancando (de fato, Goebbels tinha um pé virado para dentro). O sonho de S. é contado pela jornalista Charlotte Beradt (1907-1986), autora de um livro que acaba de sair pela editora Três Estrelas, selo editorial do Grupo Folha. Trata-se de "Sonhos no Terceiro Reich", que recolhe e comenta rapidamente diferentes tipos de elaboração onírica a perturbar as noites dos alemães sob o regime de Hitler. Como psicanalista amador, fui logo tratando de interpretar o sonho de S. A impossibilidade de erguer o braço me pareceu relacionada à impotência sexual. O pé manco de Goebbels retraduzia o tema, levando-me a concluir que S. e Goebbels, no sonho, estavam fundidos na mesma pessoa. Empresário e socialista, S. ficava entre a fila da esquerda e a da direita, enquanto Goebbels nem aprovava nem reprovava a sua incapacidade de fazer a saudação. No fim, o alívio: o nazista (o próprio S.) não quer a homenagem. Percebo agora que, seja qual for o mérito dessa interpretação, o aspecto da impotência sexual não esclarece coisa nenhuma. Charlotte Beradt fez bem em excluir do livro as tentações freudianas, que diriam respeito à história particular de cada entrevistado. Seria aliás interessante conhecer os sonhos que, naquela época, não faziam menção ao nazismo. A autora restringiu seu foco ao que se referia diretamente ao quadro totalitário, e nisso já encontrou pano para mangas. Dividiu o livro conforme as atitudes possíveis –reconhecidamente poucas– dos indivíduos submetidos ao sistema. Há quem tenha pesadelos de perseguição, há os que sonham com alguma resistência, e também, o que me parece o mais interessante, quem tenha fantasias de ser aceito pelos hitleristas. Talvez aí esteja um dos aspectos mais perversos de todo terror, político ou não. Você imagina que o carrasco possa te perdoar. Quanto mais frequente a ameaça de castigo, maior a possibilidade de que sua inconformidade, seu espanto, seu susto, se transfigurem em desejo de reconhecimento e de amor. Não é outro o motivo, imagino, para que os professores tirânicos sejam muitas vezes populares na sala de aula, ou que cônjuges maltratados tenham dificuldade em se livrar do casamento. A culpa é efeito do castigo: este comprova que havia algo de errado em mim; prometo ser melhor da próxima vez. O medo não apenas imobiliza e se transmite numa espécie de contágio, mas parece que precisa se transformar em outra coisa. O certo seria responder com ódio ou com revolta: mas, precisamente, o próprio medo impede que essa reação se faça. Uma coisa que resta –a menos que se sobreviva numa passividade total– é a esperança de ser amado. Reduzidos a uma condição de não-sujeitos, muitos alemães preferiram, pelo que indica o livro, a saída de aderir ao nazismo (porque era uma forma de agir, mesmo que não acreditassem em tudo) ou desejar que o nazismo gostasse deles.
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Sonhos dos alemães durante nazismo mostram relação entre medo e desejoTenho sonhado muito nos últimos tempos –em geral, com artigos que tenho de escrever–, mas quase nunca aparece algum político nas atividades do meu inconsciente. Fernando Henrique Cardoso, às vezes, só que não associado ao governo, e sim à minha época de estudante na faculdade de ciências sociais; e assim retorno ao tema dos textos e trabalhos a entregar. Outro político, estranhamente, apareceu num sonho em que eu estava em algum ponto do mar Morto, descobrindo o que seriam os manuscritos do Quinto Evangelista. Por alguma razão, esse apóstolo se revelava ser o então ministro das Minas e Energia no governo Itamar Franco, Paulino Cícero –cuja fisionomia até hoje desconheço. Bom sinal, o de que a política se mantenha restrita a camadas superficiais da minha mente. Não ocorria o mesmo com o sr. S., empresário com cerca de 60 anos, que era simpático às propostas dos sociais-democratas alemães em 1933. Hitler tinha acabado de subir ao poder. Ele sonha com o ministro da Propaganda nazista, Goebbels, fazendo uma visita à sua fábrica. Os funcionários têm de se organizar em duas filas, uma à esquerda, outra à direita. O sr. S. fica no meio, e deve fazer o gesto de "Heil Hitler". Não consegue levantar o braço. Goebbels observa sem reagir. Quando S. consegue finalmente fazer a saudação, Goebbels lhe diz: "Não desejo a sua saudação". Retira-se, enquanto S., com o braço ainda erguido, repara no pé torto do nazista, que sai mancando (de fato, Goebbels tinha um pé virado para dentro). O sonho de S. é contado pela jornalista Charlotte Beradt (1907-1986), autora de um livro que acaba de sair pela editora Três Estrelas, selo editorial do Grupo Folha. Trata-se de "Sonhos no Terceiro Reich", que recolhe e comenta rapidamente diferentes tipos de elaboração onírica a perturbar as noites dos alemães sob o regime de Hitler. Como psicanalista amador, fui logo tratando de interpretar o sonho de S. A impossibilidade de erguer o braço me pareceu relacionada à impotência sexual. O pé manco de Goebbels retraduzia o tema, levando-me a concluir que S. e Goebbels, no sonho, estavam fundidos na mesma pessoa. Empresário e socialista, S. ficava entre a fila da esquerda e a da direita, enquanto Goebbels nem aprovava nem reprovava a sua incapacidade de fazer a saudação. No fim, o alívio: o nazista (o próprio S.) não quer a homenagem. Percebo agora que, seja qual for o mérito dessa interpretação, o aspecto da impotência sexual não esclarece coisa nenhuma. Charlotte Beradt fez bem em excluir do livro as tentações freudianas, que diriam respeito à história particular de cada entrevistado. Seria aliás interessante conhecer os sonhos que, naquela época, não faziam menção ao nazismo. A autora restringiu seu foco ao que se referia diretamente ao quadro totalitário, e nisso já encontrou pano para mangas. Dividiu o livro conforme as atitudes possíveis –reconhecidamente poucas– dos indivíduos submetidos ao sistema. Há quem tenha pesadelos de perseguição, há os que sonham com alguma resistência, e também, o que me parece o mais interessante, quem tenha fantasias de ser aceito pelos hitleristas. Talvez aí esteja um dos aspectos mais perversos de todo terror, político ou não. Você imagina que o carrasco possa te perdoar. Quanto mais frequente a ameaça de castigo, maior a possibilidade de que sua inconformidade, seu espanto, seu susto, se transfigurem em desejo de reconhecimento e de amor. Não é outro o motivo, imagino, para que os professores tirânicos sejam muitas vezes populares na sala de aula, ou que cônjuges maltratados tenham dificuldade em se livrar do casamento. A culpa é efeito do castigo: este comprova que havia algo de errado em mim; prometo ser melhor da próxima vez. O medo não apenas imobiliza e se transmite numa espécie de contágio, mas parece que precisa se transformar em outra coisa. O certo seria responder com ódio ou com revolta: mas, precisamente, o próprio medo impede que essa reação se faça. Uma coisa que resta –a menos que se sobreviva numa passividade total– é a esperança de ser amado. Reduzidos a uma condição de não-sujeitos, muitos alemães preferiram, pelo que indica o livro, a saída de aderir ao nazismo (porque era uma forma de agir, mesmo que não acreditassem em tudo) ou desejar que o nazismo gostasse deles.
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Saída para o feriado tem trânsito acima da média na capital paulista
O paulistano enfrenta trânsito pesado na noite desta quinta-feira (24), véspera do feriado prolongado. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrava às 20h congestionamento de 189 km nas vias da capital, enquanto a média para o horário é de 102 km. O pico de trânsito do dia foi às 18h30, quando havia 266 km de filas. A média para o horário é de 129 km. As maiores filas continuam concentradas na marginal Tietê. No sentido Ayrton Senna, o motorista enfrenta 14 km de congestionamento desde a altura da Avenida Gastão Vidigal até a ponte do Tatuapé. No sentido inverso, são 11 km de filas, do Tatuapé à Freguesia do Ó. Trânsito também é na marginal Pinheiros. São 2,7 km de congestionamento em direção a Interlagos. A CET não registrava mais congestionamento no sentido Castello Branco às 20h. Segundo a companhia, a tendência de congestionamento já era de queda às 20h30. As rodovias de acesso ao litoral e interior têm trechos de lentidão e congestionamento neste fim de tarde. Às 20h20 horas, o sistema Anchieta-Imigrantes, que dá acesso ao litoral sul de São Paulo, registrava lentidão. A Imigrantes tem filas na chegada a Praia Grande, do km 67 ao km 70. Tráfego lento na Anchieta do km 15 ao km 22. Confira aqui a situação das estradas neste momento. O tráfego seguia normal, por volta das 20h, nas Rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto. No sentido do Rio, a Via Dutra tinha, ao menos cinco pontos de lentidão entre Guarulhos e São José dos Campos. No total, são 29 km de filas. A Rodovia Castello Branco, no sentido interior, tem seis quilômetros de lentidão entre Osasco e Barueri. O tráfego normal na Raposo Tavares às 20h20. TEMPO A previsão do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura de São Paulo é de tempo instável nos próximos dias. Deve chover na cidade na tarde de amanhã (25) e de sábado. No domingo de Páscoa, sol durante o dia e chuvas no fim da tarde, com mínima de 20ºC e máxima de 29ºC. PREPARE-SE PARA A PÁSCOA - Piores horários para viajar
cotidiano
Saída para o feriado tem trânsito acima da média na capital paulistaO paulistano enfrenta trânsito pesado na noite desta quinta-feira (24), véspera do feriado prolongado. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrava às 20h congestionamento de 189 km nas vias da capital, enquanto a média para o horário é de 102 km. O pico de trânsito do dia foi às 18h30, quando havia 266 km de filas. A média para o horário é de 129 km. As maiores filas continuam concentradas na marginal Tietê. No sentido Ayrton Senna, o motorista enfrenta 14 km de congestionamento desde a altura da Avenida Gastão Vidigal até a ponte do Tatuapé. No sentido inverso, são 11 km de filas, do Tatuapé à Freguesia do Ó. Trânsito também é na marginal Pinheiros. São 2,7 km de congestionamento em direção a Interlagos. A CET não registrava mais congestionamento no sentido Castello Branco às 20h. Segundo a companhia, a tendência de congestionamento já era de queda às 20h30. As rodovias de acesso ao litoral e interior têm trechos de lentidão e congestionamento neste fim de tarde. Às 20h20 horas, o sistema Anchieta-Imigrantes, que dá acesso ao litoral sul de São Paulo, registrava lentidão. A Imigrantes tem filas na chegada a Praia Grande, do km 67 ao km 70. Tráfego lento na Anchieta do km 15 ao km 22. Confira aqui a situação das estradas neste momento. O tráfego seguia normal, por volta das 20h, nas Rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto. No sentido do Rio, a Via Dutra tinha, ao menos cinco pontos de lentidão entre Guarulhos e São José dos Campos. No total, são 29 km de filas. A Rodovia Castello Branco, no sentido interior, tem seis quilômetros de lentidão entre Osasco e Barueri. O tráfego normal na Raposo Tavares às 20h20. TEMPO A previsão do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura de São Paulo é de tempo instável nos próximos dias. Deve chover na cidade na tarde de amanhã (25) e de sábado. No domingo de Páscoa, sol durante o dia e chuvas no fim da tarde, com mínima de 20ºC e máxima de 29ºC. PREPARE-SE PARA A PÁSCOA - Piores horários para viajar
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Crítica: Boas atuações compensam sentimentalismo de 'Johnny & June'
"Johnny & June" (2005, 12 anos, TC Touch, 19h30) é um produto de James Mangold, e como tal deve-se esperar mais sentimentos do que profundidade. Até porque é uma história de paixão e conflitos entre estrelas da música folk americana. Isso é o centro do filme, e Mangold toma os problemas que existem entre Johnny Cash e June Carter como causa mais ou menos única do sofrimento brutal que marca a existência de Cash. Mangold não dá uma boa perspectiva de época. Estamos nos anos de Jerry Lee Lewis e Elvis Presley –a esse respeito o filme informa. Mas vive-se uma Guerra Fria tormentosa e uma quase guerra racial: por isso o longa passa praticamente batido. Em troca, o investimento nos intérpretes é total. Tanto Reese Witherspoon como, sobretudo, Joaquin Phoenix, entram na pele de seus personagens com uma intensidade que, por si só, faz o interesse do filme.
ilustrada
Crítica: Boas atuações compensam sentimentalismo de 'Johnny & June'"Johnny & June" (2005, 12 anos, TC Touch, 19h30) é um produto de James Mangold, e como tal deve-se esperar mais sentimentos do que profundidade. Até porque é uma história de paixão e conflitos entre estrelas da música folk americana. Isso é o centro do filme, e Mangold toma os problemas que existem entre Johnny Cash e June Carter como causa mais ou menos única do sofrimento brutal que marca a existência de Cash. Mangold não dá uma boa perspectiva de época. Estamos nos anos de Jerry Lee Lewis e Elvis Presley –a esse respeito o filme informa. Mas vive-se uma Guerra Fria tormentosa e uma quase guerra racial: por isso o longa passa praticamente batido. Em troca, o investimento nos intérpretes é total. Tanto Reese Witherspoon como, sobretudo, Joaquin Phoenix, entram na pele de seus personagens com uma intensidade que, por si só, faz o interesse do filme.
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Obama e Raúl admitem falhas de direitos humanos em Cuba
O presidente dos EUA, Barack Obama, e o ditador de Cuba, Raúl Castro, abordaram nesta segunda-feira (21) o embargo econômico e as questões de direitos humanos e liberdades fundamentais em Cuba, mas prometeram que, apesar das diferenças, continuarão seguindo adiante na construção de um novo caminho entre os dois países. No segundo dia de sua viagem histórica a Cuba, o líder americano conseguiu fazer com que Raúl aceitasse ser questionado por repórteres, algo incomum na ilha comunista, onde a mídia é amplamente controlada. Durante entrevista coletiva concedida após um encontro bilateral no Palácio da Revolução, o ditador cubano admitiu haver falhas de direitos humanos em Cuba, mas fez a ressalva de que isso não é um problema que se restringe à ilha. "Alguns países cumprem algumas coisas, outros cumprem outras. De 61 instrumentos de direitos humanos, cumprimos 47. A questão de direitos humanos não deve ser politizada", afirmou ao lado de Obama. Raúl disse também que Cuba se opõe "à manipulação política e à abordagem de dois pesos e duas medidas na questão dos direitos humanos" —a China, também criticada pela forma como lida com os direitos humanos, usou recentemente a mesma expressão ao falar dos EUA. Questionado por jornalistas norte-americanos sobre a repressão do regime, Raúl demonstrou irritação, negando que haja presos políticos no país. "Não vou permitir isso. Me dê a lista agora mesmo dos presos políticos para soltá-los. Mencione agora. Que presos políticos?", rebateu. Obama reconheceu haver "diferenças muitos sérias" entre os dois governos, particularmente em questões como direitos humanos, mas disse acreditar que é possível manter um "diálogo construtivo". O líder americano também reiterou que seu país continuará defendendo a democracia e as liberdades fundamentais em todos os países por acreditar que são "princípios universais". Mas disse que os EUA não pretendem ditar aos cubanos como devem governar seu país. "O destino de Cuba não será decidido pelos EUA ou qualquer outro país", disse Obama. "O futuro de Cuba será decidido pelos cubanos e ninguém mais." EMBARGO Raúl voltou a exortar os EUA a suspenderem o embargo econômico a seu país, em vigor desde 1962. Afirmou que as medidas tomadas pelo governo Obama desde a retomada das relações para amenizar as sanções "são positivas, mas não suficientes". Também pediu o fechamento da base militar norte-americana de Guantánamo, situada no sudeste da ilha. "O bloqueio é o maior obstáculo para nosso desenvolvimento econômico e sua eliminação é essencial para normalizar as relações bilaterais", disse Raúl, pedindo que os norte-americanos "aceitem e respeitem as diferenças" entre os dois países. "Destruir uma ponte é fácil, mas reconstruí-la solidamente é uma tarefa longa e difícil." Obama já se mostrou favorável ao fim do embargo várias vezes, mas a suspensão só pode ocorrer por decisão do Congresso norte-americano, que é controlado pela oposição republicana. "O embargo vai acabar. Quando? Não posso ter certeza absoluta, mas acredito que acabará", disse Obama, cujo mandato termina no início de 2017. "O caminho que estamos trilhando continuará além do meu governo." O líder americano também afirmou que o fim do bloqueio "dependerá de quão rapidamente conseguiremos convergir em nossas diferenças, como direitos humanos, por exemplo". O presidente americano agradeceu pela forma como foi recebido pelo povo cubano e fez uma brincadeira sobre as filhas, Sasha e Malia, que acompanharam a comitiva oficial. "Elas nunca querem fazer as coisas conosco [os pais], mas para Cuba quiseram vir." A propósito da sucessão de Obama, um repórter norte-americano questionou Raúl se ele preferia a democrata Hillary Clinton ou o republicano Donald Trump, que lideram a corrida presidencial. "Não posso votar nos Estados Unidos", esquivou-se o ditador cubano, com um sorriso. A visita de Obama é a primeira de um presidente norte-americano a Cuba desde 1928, e coroa o processo de reaproximação entre os dois países iniciada no fim de 2014, que encerrou 53 anos de rompimento diplomático. Obama em Cuba
mundo
Obama e Raúl admitem falhas de direitos humanos em CubaO presidente dos EUA, Barack Obama, e o ditador de Cuba, Raúl Castro, abordaram nesta segunda-feira (21) o embargo econômico e as questões de direitos humanos e liberdades fundamentais em Cuba, mas prometeram que, apesar das diferenças, continuarão seguindo adiante na construção de um novo caminho entre os dois países. No segundo dia de sua viagem histórica a Cuba, o líder americano conseguiu fazer com que Raúl aceitasse ser questionado por repórteres, algo incomum na ilha comunista, onde a mídia é amplamente controlada. Durante entrevista coletiva concedida após um encontro bilateral no Palácio da Revolução, o ditador cubano admitiu haver falhas de direitos humanos em Cuba, mas fez a ressalva de que isso não é um problema que se restringe à ilha. "Alguns países cumprem algumas coisas, outros cumprem outras. De 61 instrumentos de direitos humanos, cumprimos 47. A questão de direitos humanos não deve ser politizada", afirmou ao lado de Obama. Raúl disse também que Cuba se opõe "à manipulação política e à abordagem de dois pesos e duas medidas na questão dos direitos humanos" —a China, também criticada pela forma como lida com os direitos humanos, usou recentemente a mesma expressão ao falar dos EUA. Questionado por jornalistas norte-americanos sobre a repressão do regime, Raúl demonstrou irritação, negando que haja presos políticos no país. "Não vou permitir isso. Me dê a lista agora mesmo dos presos políticos para soltá-los. Mencione agora. Que presos políticos?", rebateu. Obama reconheceu haver "diferenças muitos sérias" entre os dois governos, particularmente em questões como direitos humanos, mas disse acreditar que é possível manter um "diálogo construtivo". O líder americano também reiterou que seu país continuará defendendo a democracia e as liberdades fundamentais em todos os países por acreditar que são "princípios universais". Mas disse que os EUA não pretendem ditar aos cubanos como devem governar seu país. "O destino de Cuba não será decidido pelos EUA ou qualquer outro país", disse Obama. "O futuro de Cuba será decidido pelos cubanos e ninguém mais." EMBARGO Raúl voltou a exortar os EUA a suspenderem o embargo econômico a seu país, em vigor desde 1962. Afirmou que as medidas tomadas pelo governo Obama desde a retomada das relações para amenizar as sanções "são positivas, mas não suficientes". Também pediu o fechamento da base militar norte-americana de Guantánamo, situada no sudeste da ilha. "O bloqueio é o maior obstáculo para nosso desenvolvimento econômico e sua eliminação é essencial para normalizar as relações bilaterais", disse Raúl, pedindo que os norte-americanos "aceitem e respeitem as diferenças" entre os dois países. "Destruir uma ponte é fácil, mas reconstruí-la solidamente é uma tarefa longa e difícil." Obama já se mostrou favorável ao fim do embargo várias vezes, mas a suspensão só pode ocorrer por decisão do Congresso norte-americano, que é controlado pela oposição republicana. "O embargo vai acabar. Quando? Não posso ter certeza absoluta, mas acredito que acabará", disse Obama, cujo mandato termina no início de 2017. "O caminho que estamos trilhando continuará além do meu governo." O líder americano também afirmou que o fim do bloqueio "dependerá de quão rapidamente conseguiremos convergir em nossas diferenças, como direitos humanos, por exemplo". O presidente americano agradeceu pela forma como foi recebido pelo povo cubano e fez uma brincadeira sobre as filhas, Sasha e Malia, que acompanharam a comitiva oficial. "Elas nunca querem fazer as coisas conosco [os pais], mas para Cuba quiseram vir." A propósito da sucessão de Obama, um repórter norte-americano questionou Raúl se ele preferia a democrata Hillary Clinton ou o republicano Donald Trump, que lideram a corrida presidencial. "Não posso votar nos Estados Unidos", esquivou-se o ditador cubano, com um sorriso. A visita de Obama é a primeira de um presidente norte-americano a Cuba desde 1928, e coroa o processo de reaproximação entre os dois países iniciada no fim de 2014, que encerrou 53 anos de rompimento diplomático. Obama em Cuba
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Explosão de carro-bomba na Síria deixa 43 mortos perto da fronteira
Ao menos 43 pessoas morreram no sábado (7) devido à explosão de um carro-bomba em Azaz, cidade controlada por rebeldes no norte da Síria, segundo o OSDH (Observatório Sírio de Direitos Humanos). A explosão, ocorrida em frente aos tribunais da cidade, deixou também dezenas de feridos. A maioria das vitimas era civil. Azaz fica perto da fronteira com a Turquia e integra a província de Aleppo. A cidade foi alvo de vários ataques e ofensivas do Estado Islâmico, que tenta tomar o controle do local. O último ataque à cidade foi em 17 de novembro, contra a sede do grupo rebelde Nureddin Zinki. Na ocasião, dez morreram, segundo o OSDH. Um cessar-fogo está em vigor na Síria desde o fim de dezembro reduziu a violência no país, mas ainda há registros de conflitos em algumas áreas. O acordo foi mediado pela Rússia e pela Turquia. CONFLITO O confronto sírio foi iniciado em março de 2011 após protestos pacíficos serem escalados pela violência do regime e da oposição armada. Não há uma estimativa oficial de vítimas, mas supõe-se que quase 500 mil pessoas tenham sido mortas. Cerca de 11 milhões foram deslocados e 1 milhão de sírios pediram asilo na Europa, 300 mil deles apenas dentro da Alemanha. Turquia e Rússia têm defendido, nos últimos anos, posições opostas. Ancara exige a saída do ditador Bashar Al-Assad, enquanto Moscou defende o líder, seu principal aliado na região. A Rússia tem uma importante base naval na Síria.
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Explosão de carro-bomba na Síria deixa 43 mortos perto da fronteiraAo menos 43 pessoas morreram no sábado (7) devido à explosão de um carro-bomba em Azaz, cidade controlada por rebeldes no norte da Síria, segundo o OSDH (Observatório Sírio de Direitos Humanos). A explosão, ocorrida em frente aos tribunais da cidade, deixou também dezenas de feridos. A maioria das vitimas era civil. Azaz fica perto da fronteira com a Turquia e integra a província de Aleppo. A cidade foi alvo de vários ataques e ofensivas do Estado Islâmico, que tenta tomar o controle do local. O último ataque à cidade foi em 17 de novembro, contra a sede do grupo rebelde Nureddin Zinki. Na ocasião, dez morreram, segundo o OSDH. Um cessar-fogo está em vigor na Síria desde o fim de dezembro reduziu a violência no país, mas ainda há registros de conflitos em algumas áreas. O acordo foi mediado pela Rússia e pela Turquia. CONFLITO O confronto sírio foi iniciado em março de 2011 após protestos pacíficos serem escalados pela violência do regime e da oposição armada. Não há uma estimativa oficial de vítimas, mas supõe-se que quase 500 mil pessoas tenham sido mortas. Cerca de 11 milhões foram deslocados e 1 milhão de sírios pediram asilo na Europa, 300 mil deles apenas dentro da Alemanha. Turquia e Rússia têm defendido, nos últimos anos, posições opostas. Ancara exige a saída do ditador Bashar Al-Assad, enquanto Moscou defende o líder, seu principal aliado na região. A Rússia tem uma importante base naval na Síria.
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No novo Átrio dos Gentios, um encontro entre fé e ciência
RESUMO O autor reconstrói seu encontro com o cardeal Gianfranco Ravasi, que vem organizando pelo mundo debates públicos entre Igreja e cientistas sobre os mais diversos assuntos, de genética a robótica. A experiência corrobora a ideia de que, sob prismas diferentes, todos buscamos o sentido da existência. Muitos de meus colegas, talvez a maioria deles, consideraria uma grande perda de tempo dividir um palco com um cardeal do Vaticano para conversar sobre ciência e religião. Os mais extremos diriam que fazer isso é dar à religião uma credibilidade que não merece. Dado que discordo frontalmente desse tipo de atitude radical proveniente do que hoje chamamos de cientificismo, no último dia 11 fui ao Tuca da Pontifícia Universidade Católica do Paraná para conversar com o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho de Cultura do Vaticano. Foi uma noite memorável e inspiradora. Dentro da tradição historicamente conservadora do Vaticano, fiquei surpreso com a atitude de Ravasi, de franca abertura à ciência. Afinal, esse é o mesmo Vaticano que, apenas em 1992, sob ordem do papa João Paulo 2º, admitiu ter errado ao condenar Galileu Galilei –359 anos antes– por afirmar que a Terra gira em torno do Sol, e não o contrário. Ravasi está construindo conexões com cientistas do mundo inteiro, organizando debates públicos nos quais são discutidas questões de grande importância para a sociedade, incluindo temas como a pesquisa e o uso das células-tronco na medicina, a ética do uso de drogas nos esportes, a possibilidade de a moralidade ser independente da religião e o nosso futuro como espécie em vista da integração crescente de tecnologias digitais nas nossas vidas. Para estabelecer uma plataforma de suporte a essa iniciativa, Ravasi seguiu as diretrizes de Bento 16 e ressuscitou o Átrio dos Gentios, um fórum para promover o diálogo construtivo entre cristãos e não crentes, explorando questões relacionadas com a "fé e razão, e cultura secular e Igreja". Interessante notar que o Átrio dos Gentios original ficava no Segundo Templo de Jerusalém e designava a área onde judeus e não judeus podiam circular livremente, comprar e vender mercadorias, trocar dinheiro ou sacrificar animais. Foi nele que, segundo registram os evangelhos, Jesus teve sua altercação com os negociantes, acusando-os de perverter a santidade do templo. No caso do Átrio mais recente, a ideia é abrir as portas da Igreja para uma discussão franca de questões de interesse para crentes e não crentes, supostamente com menos animosidade. Abri a noite explicando como a ciência amplifica nossa visão da realidade, criando uma narrativa do mundo natural submetida a revisão constante; expliquei como a ciência contribuiu de forma essencial para mudar nossa visão de mundo no passado e como continuará a fazê-lo no futuro, ao explorarmos os confins do mundo material, do nível subatômico e humano ao cosmológico. Mencionei Einstein, que nos convida a buscar o engajamento com o "mistério", a fonte que inspira o trabalho criativo tanto nas artes quanto nas ciências. Argumentei que existe uma dimensão espiritual na ciência, na medida em que ela induz uma relação mais íntima e profunda com a natureza. Argumentei que a ciência moderna está redefinindo nossa posição no cosmo, ao se distanciar da tradição copernicana, segundo a qual quanto mais aprendemos sobre o mundo menos importantes somos. Essa interpretação é profundamente nociva na percepção pública da ciência, já que diz que a ciência não tem qualquer papel na nossa busca por sentido: qual o sentido da vida se vivemos num universo gigantesco e frio, que pouco liga para nós? Ou, como se escuta dizer em debates mais populares, "a ciência roubou Deus da gente e não deu nada em troca". Em oposição a isso, propus uma posição pós-copernicana, segundo a qual a variedade de outros mundos no cosmo e a compreensão dos vários passos que a vida teve de dar para evoluir de simples células procariotas até seres humanos são um indicativo de que a vida inteligente é extremamente rara, mesmo que possam existir outros seres inteligentes na galáxia. MÁQUINAS Mesmo excluindo Deus, essa conclusão tem consequência imediata, já que nos transforma nessas entidades raras, máquinas moleculares capazes de sentir e pensar. Surpreendentemente, ao menos de forma metafórica, a ciência moderna nos restitui uma posição central no cosmo, como guardiões da vida e da criatividade humana. Concluí propondo a necessidade de uma complementaridade do conhecimento humano que vá além da simples tolerância das diferenças. Existem diferentes modos de entender e examinar a mesma questão, diferentes modos de aprender sobre o mundo. Por exemplo, ao olharmos para um cálice de vinho, podemos examiná-lo sob várias perspectivas. Bioquimicamente, como produto de um processo de fermentação; opticamente, ao estudarmos sua cor, os reflexos da luz no cristal; fisicamente, como um fluido de certa densidade, em repouso a uma determinada temperatura e pressão atmosférica, no campo gravitacional da Terra; sociologicamente, como produto agrícola em algum país distante com certas leis trabalhistas; ecologicamente, como algo que necessitou o desmatamento de alguma área, o uso de técnicas inseticidas próprias, o preço em poluentes do transporte da fazenda até a loja onde compramos a garrafa. No entanto, temos toda uma outra gama de aspectos sob os quais examinar o cálice de vinho: sua beleza estética, a simetria das formas, a sensação de tocar e manipular o cálice, o aroma do vinho, seu gosto tão único e, talvez mais importante ainda, a companhia com quem estejamos dividindo o momento, as emoções que vêm dessa presença, o significado da experiência, única para cada um. Dentro dessa óptica, exigir de um crente uma prova concreta da existência de Deus não faz sentido. Fé é a crença no que não pode ser (ou não foi) provado. CÉU E CÉUS Por outro lado, argumentar que textos religiosos explicam ou podem prever fenômenos naturais de forma científica é também uma proposta absurda. Como disse Galileu, a Bíblia não foi escrita para descrever como vão os céus, mas como se vai ao céu. Felizmente, Ravasi não é um literalista –ou eu não teria aceitado dialogar com ele. Pelo contrário, citou Santo Agostinho como alguém que já havia reconhecido os perigos de usar a Bíblia como texto de valor científico. Aqueles que se dizem crentes constituem em torno de dois terços da população mundial, mais do que 4 bilhões de pessoas. Classificar sua fé como uma espécie de delírio ou loucura não leva a nada. Ravasi desconsidera os pronunciamentos mais incendiários de ateus radicais sugerindo, como alternativa, uma troca aberta de ideias. Em determinado momento, propôs três modos de olhar para o mundo: para baixo, ao explorarmos a matéria que constitui as coisas; para frente, na relação com outras pessoas e seres vivos; para cima, na busca por alguma forma de transcendência. Precisamos dos três modos, mesmo que se manifestem de formas diferentes para cada um. Deus foi evocado raramente na fala de Ravasi, defendendo a necessidade de uma busca pluralista pelo conhecimento, que ressoa bem em minha proposta de complementaridade do saber. Ravasi mencionou o biólogo americano Stephen Jay Gould e sua proposta de "magistérios que não se superponham" (do inglês Non-Overlapping Magisteria, ou Noma), que já mencionamos aqui numa outra oportunidade. Segundo Gould, ciência e religião deveriam existir em paralelo, sem interferências de uma na outra. Ravasi saudou a iniciativa de Gould, que, afinal, põe a religião em pé de igualdade com a ciência. Porém sugeriu que seria necessário ir além, de modo a criar uma visão mais coesiva. Brincou que, na época de Galileu, seria inconcebível ter um cientista dividindo o palco com um cardeal. Naquela época, eram os homens da Igreja Católica que se recusariam a dividir o palco com um mero cientista. "Os tempos mudaram", disse, "e devemos mudar com eles". O cardeal pareceu-me completamente sincero e autêntico. Vi com alívio que o Vaticano hoje tem pessoas como Ravasi em postos de comando. Ele está disposto a escrever um novo capítulo na longa e tortuosa história do debate entre ciência e igreja, com um final mais feliz do que o de seus antecessores. Ficou claro para os presentes que, nesses diálogos, a questão não é tentar convencer o outro. Esse seria um exercício supérfluo, como já deveríamos ter aprendido. Trata-se de estar aberto para ouvir o outro, sem recorrer aos recursos limitados de um tribalismo no qual o "outro", aquele com opiniões diversas da sua, é necessariamente um ser inferior que precisa ser ou eliminado ou convertido. Ficou claro, também, que um diálogo desse tipo seria impossível entre facções radicais. Não poderia conversar com um literalista ou mesmo com um primo distante meu, que é judeu ortodoxo, sobre ciência e fé. Os argumentos de um literalista são absurdos para a maioria dos cientistas. Somos criaturas finitas, num mundo cheio de desafios, com mais perguntas do que respostas. Fatos, valores, crenças e tradições formam uma rica teia em que é fácil se perder. A essência de um diálogo construtivo entre a fé e a ciência é reconhecer que, mesmo guardando todas as diferenças, a busca por sentido é de cada um e de todos nós. A perplexidade diante do fato de que estamos vivos, mesmo se a expressamos de modo diverso, é parte da nossa essência. MARCELO GLEISER, 57, professor titular de física, astronomia e filosofia natural no Dartmouth College (EUA), é autor de "A Ilha do Conhecimento" (Record).
ilustrissima
No novo Átrio dos Gentios, um encontro entre fé e ciênciaRESUMO O autor reconstrói seu encontro com o cardeal Gianfranco Ravasi, que vem organizando pelo mundo debates públicos entre Igreja e cientistas sobre os mais diversos assuntos, de genética a robótica. A experiência corrobora a ideia de que, sob prismas diferentes, todos buscamos o sentido da existência. Muitos de meus colegas, talvez a maioria deles, consideraria uma grande perda de tempo dividir um palco com um cardeal do Vaticano para conversar sobre ciência e religião. Os mais extremos diriam que fazer isso é dar à religião uma credibilidade que não merece. Dado que discordo frontalmente desse tipo de atitude radical proveniente do que hoje chamamos de cientificismo, no último dia 11 fui ao Tuca da Pontifícia Universidade Católica do Paraná para conversar com o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho de Cultura do Vaticano. Foi uma noite memorável e inspiradora. Dentro da tradição historicamente conservadora do Vaticano, fiquei surpreso com a atitude de Ravasi, de franca abertura à ciência. Afinal, esse é o mesmo Vaticano que, apenas em 1992, sob ordem do papa João Paulo 2º, admitiu ter errado ao condenar Galileu Galilei –359 anos antes– por afirmar que a Terra gira em torno do Sol, e não o contrário. Ravasi está construindo conexões com cientistas do mundo inteiro, organizando debates públicos nos quais são discutidas questões de grande importância para a sociedade, incluindo temas como a pesquisa e o uso das células-tronco na medicina, a ética do uso de drogas nos esportes, a possibilidade de a moralidade ser independente da religião e o nosso futuro como espécie em vista da integração crescente de tecnologias digitais nas nossas vidas. Para estabelecer uma plataforma de suporte a essa iniciativa, Ravasi seguiu as diretrizes de Bento 16 e ressuscitou o Átrio dos Gentios, um fórum para promover o diálogo construtivo entre cristãos e não crentes, explorando questões relacionadas com a "fé e razão, e cultura secular e Igreja". Interessante notar que o Átrio dos Gentios original ficava no Segundo Templo de Jerusalém e designava a área onde judeus e não judeus podiam circular livremente, comprar e vender mercadorias, trocar dinheiro ou sacrificar animais. Foi nele que, segundo registram os evangelhos, Jesus teve sua altercação com os negociantes, acusando-os de perverter a santidade do templo. No caso do Átrio mais recente, a ideia é abrir as portas da Igreja para uma discussão franca de questões de interesse para crentes e não crentes, supostamente com menos animosidade. Abri a noite explicando como a ciência amplifica nossa visão da realidade, criando uma narrativa do mundo natural submetida a revisão constante; expliquei como a ciência contribuiu de forma essencial para mudar nossa visão de mundo no passado e como continuará a fazê-lo no futuro, ao explorarmos os confins do mundo material, do nível subatômico e humano ao cosmológico. Mencionei Einstein, que nos convida a buscar o engajamento com o "mistério", a fonte que inspira o trabalho criativo tanto nas artes quanto nas ciências. Argumentei que existe uma dimensão espiritual na ciência, na medida em que ela induz uma relação mais íntima e profunda com a natureza. Argumentei que a ciência moderna está redefinindo nossa posição no cosmo, ao se distanciar da tradição copernicana, segundo a qual quanto mais aprendemos sobre o mundo menos importantes somos. Essa interpretação é profundamente nociva na percepção pública da ciência, já que diz que a ciência não tem qualquer papel na nossa busca por sentido: qual o sentido da vida se vivemos num universo gigantesco e frio, que pouco liga para nós? Ou, como se escuta dizer em debates mais populares, "a ciência roubou Deus da gente e não deu nada em troca". Em oposição a isso, propus uma posição pós-copernicana, segundo a qual a variedade de outros mundos no cosmo e a compreensão dos vários passos que a vida teve de dar para evoluir de simples células procariotas até seres humanos são um indicativo de que a vida inteligente é extremamente rara, mesmo que possam existir outros seres inteligentes na galáxia. MÁQUINAS Mesmo excluindo Deus, essa conclusão tem consequência imediata, já que nos transforma nessas entidades raras, máquinas moleculares capazes de sentir e pensar. Surpreendentemente, ao menos de forma metafórica, a ciência moderna nos restitui uma posição central no cosmo, como guardiões da vida e da criatividade humana. Concluí propondo a necessidade de uma complementaridade do conhecimento humano que vá além da simples tolerância das diferenças. Existem diferentes modos de entender e examinar a mesma questão, diferentes modos de aprender sobre o mundo. Por exemplo, ao olharmos para um cálice de vinho, podemos examiná-lo sob várias perspectivas. Bioquimicamente, como produto de um processo de fermentação; opticamente, ao estudarmos sua cor, os reflexos da luz no cristal; fisicamente, como um fluido de certa densidade, em repouso a uma determinada temperatura e pressão atmosférica, no campo gravitacional da Terra; sociologicamente, como produto agrícola em algum país distante com certas leis trabalhistas; ecologicamente, como algo que necessitou o desmatamento de alguma área, o uso de técnicas inseticidas próprias, o preço em poluentes do transporte da fazenda até a loja onde compramos a garrafa. No entanto, temos toda uma outra gama de aspectos sob os quais examinar o cálice de vinho: sua beleza estética, a simetria das formas, a sensação de tocar e manipular o cálice, o aroma do vinho, seu gosto tão único e, talvez mais importante ainda, a companhia com quem estejamos dividindo o momento, as emoções que vêm dessa presença, o significado da experiência, única para cada um. Dentro dessa óptica, exigir de um crente uma prova concreta da existência de Deus não faz sentido. Fé é a crença no que não pode ser (ou não foi) provado. CÉU E CÉUS Por outro lado, argumentar que textos religiosos explicam ou podem prever fenômenos naturais de forma científica é também uma proposta absurda. Como disse Galileu, a Bíblia não foi escrita para descrever como vão os céus, mas como se vai ao céu. Felizmente, Ravasi não é um literalista –ou eu não teria aceitado dialogar com ele. Pelo contrário, citou Santo Agostinho como alguém que já havia reconhecido os perigos de usar a Bíblia como texto de valor científico. Aqueles que se dizem crentes constituem em torno de dois terços da população mundial, mais do que 4 bilhões de pessoas. Classificar sua fé como uma espécie de delírio ou loucura não leva a nada. Ravasi desconsidera os pronunciamentos mais incendiários de ateus radicais sugerindo, como alternativa, uma troca aberta de ideias. Em determinado momento, propôs três modos de olhar para o mundo: para baixo, ao explorarmos a matéria que constitui as coisas; para frente, na relação com outras pessoas e seres vivos; para cima, na busca por alguma forma de transcendência. Precisamos dos três modos, mesmo que se manifestem de formas diferentes para cada um. Deus foi evocado raramente na fala de Ravasi, defendendo a necessidade de uma busca pluralista pelo conhecimento, que ressoa bem em minha proposta de complementaridade do saber. Ravasi mencionou o biólogo americano Stephen Jay Gould e sua proposta de "magistérios que não se superponham" (do inglês Non-Overlapping Magisteria, ou Noma), que já mencionamos aqui numa outra oportunidade. Segundo Gould, ciência e religião deveriam existir em paralelo, sem interferências de uma na outra. Ravasi saudou a iniciativa de Gould, que, afinal, põe a religião em pé de igualdade com a ciência. Porém sugeriu que seria necessário ir além, de modo a criar uma visão mais coesiva. Brincou que, na época de Galileu, seria inconcebível ter um cientista dividindo o palco com um cardeal. Naquela época, eram os homens da Igreja Católica que se recusariam a dividir o palco com um mero cientista. "Os tempos mudaram", disse, "e devemos mudar com eles". O cardeal pareceu-me completamente sincero e autêntico. Vi com alívio que o Vaticano hoje tem pessoas como Ravasi em postos de comando. Ele está disposto a escrever um novo capítulo na longa e tortuosa história do debate entre ciência e igreja, com um final mais feliz do que o de seus antecessores. Ficou claro para os presentes que, nesses diálogos, a questão não é tentar convencer o outro. Esse seria um exercício supérfluo, como já deveríamos ter aprendido. Trata-se de estar aberto para ouvir o outro, sem recorrer aos recursos limitados de um tribalismo no qual o "outro", aquele com opiniões diversas da sua, é necessariamente um ser inferior que precisa ser ou eliminado ou convertido. Ficou claro, também, que um diálogo desse tipo seria impossível entre facções radicais. Não poderia conversar com um literalista ou mesmo com um primo distante meu, que é judeu ortodoxo, sobre ciência e fé. Os argumentos de um literalista são absurdos para a maioria dos cientistas. Somos criaturas finitas, num mundo cheio de desafios, com mais perguntas do que respostas. Fatos, valores, crenças e tradições formam uma rica teia em que é fácil se perder. A essência de um diálogo construtivo entre a fé e a ciência é reconhecer que, mesmo guardando todas as diferenças, a busca por sentido é de cada um e de todos nós. A perplexidade diante do fato de que estamos vivos, mesmo se a expressamos de modo diverso, é parte da nossa essência. MARCELO GLEISER, 57, professor titular de física, astronomia e filosofia natural no Dartmouth College (EUA), é autor de "A Ilha do Conhecimento" (Record).
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Maior e com novos equipamentos, 6ª geração do Polo estreia no fim do ano
FERNANDO VALEIKA DE BARROS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BERLIM O novo Polo é a aposta da Volkswagen para voltar a dominar o segmento dos compactos, território em que a empresa já deu as cartas nos tempos do Fusca e nas primeiras gerações do Gol. A sexta geração do modelo acaba de ser revelada em Berlim e já está confirmada para o Brasil. Será produzida em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) e estreia no fim deste ano. O Polo virá acompanhado do sedã Virtus e de um utilitário compacto, que chegarão ao mercado em 2018 e 2019, respectivamente. "Estes carros representam a maior ofensiva da marca em 25 anos e complementarão a nossa família de modelos compactos, que continuará a ter o Gol, o Fox, o Up! e o Golf", diz Juergen Stockman, membro do conselho executivo do grupo Volkswagen. O novo hatch evoluiu bastante em comparação ao último modelo nacional (quarta geração), que foi produzido no Brasil entre 2002 e 2014 sem jamais ter alcançado o sucesso esperado. O carro atual utiliza a versão reduzida da plataforma modular MQB. A evolução permite adotar tecnologias como oACC (piloto automático adaptativo), que aciona os freios ou o acelerador para manter a distância segura do carro que vai na frente. O motorista seleciona a velocidade no controlador de cruzeiro e o sistema mantém o ritmo da viagem. Esse item, contudo, não deverá equipar o Polo nacional. Pelas contas da montadora, o ACC colocaria o carro em um nível muito alto. A VW planeja manter o carro na mesma faixa de preço de versões intermediárias de Chevrolet Onix, Fiat Argo e Hyundai HB20. Ou seja, o lançamento de origem alemã deverá ter preços iniciais entre R$ 50 mil e R$ 55 mil. CRESCIDO Embora compacto, o novo Volkswagen tem ares de carro médio. São 4,05 metros de comprimento, cerca de 11 centímetros a mais do que a última geração do modelo vendida no Brasil. Os 2,56 metros de distância entre eixos representam um ganho de 10 centímetros sobre o antigo nacional. As mudanças resultam em mais espaço para pernas e cabeças de ocupantes que viajam no banco traseiro. O porta-malas também está maior, com 350 litros de capacidade -antes, eram 250. "Quisemos fazer um carro com estilo mais robusto que antes", afirma o designer brasileiro Marco Antonio Pavone, que coordenou os projetos de Up!, Jetta e Tiguan. Pavone e sua equipe deixaram as linhas externas mais marcantes, com vincos. Os faróis dianteiros do Polo têm contornos de LEDs, que se conectam com o friso cromado da grade. "Servem para dar uma assinatura a esse automóvel", diz o projetista. As lanternas traseiras e as janelas laterais são similares às dos modelos das gerações anteriores. De acordo com Pavone, esses elementos "funcionam como um traço genético da família". Apesar de a VW buscar essa similaridade, o público em geral poderá confundir o Polo com o Gol no mercado nacional. A montadora promoverá algumas alterações visuais no carro brasileiro, mas só quando ambos estiverem lado a lado nas lojas será possível notar o quanto são diferentes. Ou não. TECNOLOGIA E MOTORES O sistema multimídia tem desenho e funções muito parecidas com as encontradas no Golf. A tela central de oito polegadas sensível ao toque estará presente na versão brasileiro, que também deverá trazer quadro de instrumentos 100% digital. Outra solução tecnológica que provavelmente estará no Polo nacional é o sistema de carregamento de telefones celulares por indução, sem a necessidade de conectar fios. Na Europa, o hatch pode trazer desde motores 1.0 de 65 cv até a opção 2.0 turbo que equipa a versão GTI. No Brasil, as apostas recaem sobre o 1.6 MSI (120 cv) e os 1.0 e 1.4 TSI, com 105 cv e 150 cv, respectivamente. Como já é padrão, todos serão flex.
sobretudo
Maior e com novos equipamentos, 6ª geração do Polo estreia no fim do ano FERNANDO VALEIKA DE BARROS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BERLIM O novo Polo é a aposta da Volkswagen para voltar a dominar o segmento dos compactos, território em que a empresa já deu as cartas nos tempos do Fusca e nas primeiras gerações do Gol. A sexta geração do modelo acaba de ser revelada em Berlim e já está confirmada para o Brasil. Será produzida em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) e estreia no fim deste ano. O Polo virá acompanhado do sedã Virtus e de um utilitário compacto, que chegarão ao mercado em 2018 e 2019, respectivamente. "Estes carros representam a maior ofensiva da marca em 25 anos e complementarão a nossa família de modelos compactos, que continuará a ter o Gol, o Fox, o Up! e o Golf", diz Juergen Stockman, membro do conselho executivo do grupo Volkswagen. O novo hatch evoluiu bastante em comparação ao último modelo nacional (quarta geração), que foi produzido no Brasil entre 2002 e 2014 sem jamais ter alcançado o sucesso esperado. O carro atual utiliza a versão reduzida da plataforma modular MQB. A evolução permite adotar tecnologias como oACC (piloto automático adaptativo), que aciona os freios ou o acelerador para manter a distância segura do carro que vai na frente. O motorista seleciona a velocidade no controlador de cruzeiro e o sistema mantém o ritmo da viagem. Esse item, contudo, não deverá equipar o Polo nacional. Pelas contas da montadora, o ACC colocaria o carro em um nível muito alto. A VW planeja manter o carro na mesma faixa de preço de versões intermediárias de Chevrolet Onix, Fiat Argo e Hyundai HB20. Ou seja, o lançamento de origem alemã deverá ter preços iniciais entre R$ 50 mil e R$ 55 mil. CRESCIDO Embora compacto, o novo Volkswagen tem ares de carro médio. São 4,05 metros de comprimento, cerca de 11 centímetros a mais do que a última geração do modelo vendida no Brasil. Os 2,56 metros de distância entre eixos representam um ganho de 10 centímetros sobre o antigo nacional. As mudanças resultam em mais espaço para pernas e cabeças de ocupantes que viajam no banco traseiro. O porta-malas também está maior, com 350 litros de capacidade -antes, eram 250. "Quisemos fazer um carro com estilo mais robusto que antes", afirma o designer brasileiro Marco Antonio Pavone, que coordenou os projetos de Up!, Jetta e Tiguan. Pavone e sua equipe deixaram as linhas externas mais marcantes, com vincos. Os faróis dianteiros do Polo têm contornos de LEDs, que se conectam com o friso cromado da grade. "Servem para dar uma assinatura a esse automóvel", diz o projetista. As lanternas traseiras e as janelas laterais são similares às dos modelos das gerações anteriores. De acordo com Pavone, esses elementos "funcionam como um traço genético da família". Apesar de a VW buscar essa similaridade, o público em geral poderá confundir o Polo com o Gol no mercado nacional. A montadora promoverá algumas alterações visuais no carro brasileiro, mas só quando ambos estiverem lado a lado nas lojas será possível notar o quanto são diferentes. Ou não. TECNOLOGIA E MOTORES O sistema multimídia tem desenho e funções muito parecidas com as encontradas no Golf. A tela central de oito polegadas sensível ao toque estará presente na versão brasileiro, que também deverá trazer quadro de instrumentos 100% digital. Outra solução tecnológica que provavelmente estará no Polo nacional é o sistema de carregamento de telefones celulares por indução, sem a necessidade de conectar fios. Na Europa, o hatch pode trazer desde motores 1.0 de 65 cv até a opção 2.0 turbo que equipa a versão GTI. No Brasil, as apostas recaem sobre o 1.6 MSI (120 cv) e os 1.0 e 1.4 TSI, com 105 cv e 150 cv, respectivamente. Como já é padrão, todos serão flex.
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Opinião: sensualidade tem a ver com ser capaz de relaxar, não com nudez
Na sua frente, depois de uma boa hora de caminhada sob um tórrido sol mediterrâneo, uma bifurcação e duas placas: Paradise e Super Paradise. Você tinha um só dia naquela ilha grega. Não precisa pensar muito para adivinhar qual eu escolhi visitar... Não havia nenhuma indicação de que seria uma praia de nudismo. Não fui à Grécia para isso –minha experiência em Santorini não me educou em nada nesse sentido: fiquei encantado com a ilha por sua estupenda beleza natural. Mas eis que me vi diante de uma pequena multidão sem roupa. Meio sem saber o que fazer, e ainda de sunga, imediatamente rebatizei o lugar de "Super Purgatório"... Logo percebi que eu era o único constrangido. Todos ali eram indiferentes não só à minha inibição como à falta dela no resto dos frequentadores. Gente de todas as idades, todos os sexos, todos os tons de pele –gente que já tinha negociado a vida inteira com a gravidade e, àquela altura, já não se importava mais em perder a batalha contra ela. Eu imaginava –talvez com minha "cabeça de brasileiro"– que, para um novato, o mais difícil seria administrar a libido, mas a segunda surpresa que tive, depois do choque da normalidade de ver tantos corpos nus de uma vez, foi a ausência de qualquer manifestação sensual. Nas nossas areias, que desfrutamos praticamente nus, mal conseguimos imaginar o que seria conviver com a exposição total. Não tenho a experiência de visitar uma praia de nudismo por aqui, mas pelo furor que um simples topless costuma causar no Brasil –uma "ironia cultural"– meu palpite é que um espaço assim possa ser um teste definitivo para nosso puritanismo de fachada. Lá em Super Paradise não havia espaço para isso. Devo ter ficado uma boas quatro horas por lá. Passei o tempo lendo, nadando, olhando e até cochilando... E fui embora sem uma boa história. Ela veio alguns anos depois, na mesma Grécia, mas durante uma viagem à Turquia. Peguei um barco para passar o dia em Samos e novamente fui pego de surpresa ao descobrir que a praia de lá, bem diferente das turcas que visitava, era de nudismo. O cenário lembrava o de Super Paradise. Mas minha descontração, conquistada com a experiência anterior, abriu caminho para um episódio que não cabe descrever cá neste distinto caderno. E a lição que fica é que a sensualidade, como sempre, tem muito pouco a ver com a superfície de pele que você mostra –e muito a ver com sua capacidade de relaxar...
turismo
Opinião: sensualidade tem a ver com ser capaz de relaxar, não com nudezNa sua frente, depois de uma boa hora de caminhada sob um tórrido sol mediterrâneo, uma bifurcação e duas placas: Paradise e Super Paradise. Você tinha um só dia naquela ilha grega. Não precisa pensar muito para adivinhar qual eu escolhi visitar... Não havia nenhuma indicação de que seria uma praia de nudismo. Não fui à Grécia para isso –minha experiência em Santorini não me educou em nada nesse sentido: fiquei encantado com a ilha por sua estupenda beleza natural. Mas eis que me vi diante de uma pequena multidão sem roupa. Meio sem saber o que fazer, e ainda de sunga, imediatamente rebatizei o lugar de "Super Purgatório"... Logo percebi que eu era o único constrangido. Todos ali eram indiferentes não só à minha inibição como à falta dela no resto dos frequentadores. Gente de todas as idades, todos os sexos, todos os tons de pele –gente que já tinha negociado a vida inteira com a gravidade e, àquela altura, já não se importava mais em perder a batalha contra ela. Eu imaginava –talvez com minha "cabeça de brasileiro"– que, para um novato, o mais difícil seria administrar a libido, mas a segunda surpresa que tive, depois do choque da normalidade de ver tantos corpos nus de uma vez, foi a ausência de qualquer manifestação sensual. Nas nossas areias, que desfrutamos praticamente nus, mal conseguimos imaginar o que seria conviver com a exposição total. Não tenho a experiência de visitar uma praia de nudismo por aqui, mas pelo furor que um simples topless costuma causar no Brasil –uma "ironia cultural"– meu palpite é que um espaço assim possa ser um teste definitivo para nosso puritanismo de fachada. Lá em Super Paradise não havia espaço para isso. Devo ter ficado uma boas quatro horas por lá. Passei o tempo lendo, nadando, olhando e até cochilando... E fui embora sem uma boa história. Ela veio alguns anos depois, na mesma Grécia, mas durante uma viagem à Turquia. Peguei um barco para passar o dia em Samos e novamente fui pego de surpresa ao descobrir que a praia de lá, bem diferente das turcas que visitava, era de nudismo. O cenário lembrava o de Super Paradise. Mas minha descontração, conquistada com a experiência anterior, abriu caminho para um episódio que não cabe descrever cá neste distinto caderno. E a lição que fica é que a sensualidade, como sempre, tem muito pouco a ver com a superfície de pele que você mostra –e muito a ver com sua capacidade de relaxar...
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Datafolha ouve paulistanos que viajam sobre melhores destinos e serviços
ALESSANDRO JANONI DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA Mudanças pouco expressivas nos resultados da edição de 2017 do Melhor de São Paulo Turismo, reforçam o diagnóstico de que há ainda espaço importante a ser explorado por marcas do setor no imaginário do consumidor. A taxa média de entrevistados que não conseguem apontar os melhores players em 50 categorias ultrapassa 30%, um escore elevado considerando-se as características de perfil do universo —paulistanos das classes A/B que viajaram nos últimos 12 meses. Em alguns itens, a dificuldade em responder ultrapassa o patamar de 70%. São os casos de seguro viagem, casa de câmbio, roaming internacional e empresas de intercâmbio. Também apresentam altos índices de desconhecimento categorias como cruzeiro marítimo, rede de hotéis no exterior e hotéis-fazenda. Em algumas categorias contudo, a combinação de relevância e comunicação adequada gerou retenção. É uma tendência que se observa especialmente em relação aos aplicativos digitais. As taxas de desconhecimento dos aplicativos de viagem e de busca de hotéis, por exemplo, caíram, no último ano, 11 e sete pontos percentuais, respectivamente. As marcas líderes desses mercados cresceram seis pontos percentuais cada, no mesmo espaço de tempo. Uma hipótese de explicação para os baixos índices de lembrança de alguns serviços relacionados a viagens ao exterior pode encontrar-se na queda do número de paulistanos que foram para outros países nos últimos 12 meses. No levantamento de 2016, 46% dos entrevistados revelavam a experiência no período correspondente. Agora, são apenas 32%. Sobre os destinos, dentre as categorias que possibilitam comparação com estudo anterior, as variações, na grande maioria dos casos, ficaram dentro da margem de erro. A cidade do Rio de Janeiro ocupa posição de destaque como polo nacional e lidera em pelo menos quatro itens —destino de Carnaval, Réveillon, para solteiros e melhor cidade no Brasil. Quando a pergunta se refere ao melhor Estado do país para se viajar, menções à Bahia cresceram mais do que lembranças do Rio. No exterior, Estados Unidos tem maior apelo junto aos paulistanos. Interessante será acompanhar a evolução dessas respostas nas próximas tomadas do "Viaja sãopaulo", quando efeitos da crise nos Estados brasileiros e das novas restrições norte-americanas às viagens ao país, já terão sido absorvidas de maneira mais expressiva pelos consumidores do setor. * A PESQUISA 1.646 moradores da capital paulista, das classes A e B, que viajaram nos últimos 12 meses para outros Estados e para fora do Brasil, o Datafolha entrevistou entre 16 e 26 de junho deste ano. 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, é a margem de erro, considerando um nível de confiança de 95% (ou seja, se fossem realizados cem levantamentos com a mesma metodologia, em 95% os resultados estariam dentro da margem prevista). Desempate Houve a utilização de um teste estatístico que considera a margem de erro de cada percentual em relação à mostra *
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Datafolha ouve paulistanos que viajam sobre melhores destinos e serviçosALESSANDRO JANONI DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA Mudanças pouco expressivas nos resultados da edição de 2017 do Melhor de São Paulo Turismo, reforçam o diagnóstico de que há ainda espaço importante a ser explorado por marcas do setor no imaginário do consumidor. A taxa média de entrevistados que não conseguem apontar os melhores players em 50 categorias ultrapassa 30%, um escore elevado considerando-se as características de perfil do universo —paulistanos das classes A/B que viajaram nos últimos 12 meses. Em alguns itens, a dificuldade em responder ultrapassa o patamar de 70%. São os casos de seguro viagem, casa de câmbio, roaming internacional e empresas de intercâmbio. Também apresentam altos índices de desconhecimento categorias como cruzeiro marítimo, rede de hotéis no exterior e hotéis-fazenda. Em algumas categorias contudo, a combinação de relevância e comunicação adequada gerou retenção. É uma tendência que se observa especialmente em relação aos aplicativos digitais. As taxas de desconhecimento dos aplicativos de viagem e de busca de hotéis, por exemplo, caíram, no último ano, 11 e sete pontos percentuais, respectivamente. As marcas líderes desses mercados cresceram seis pontos percentuais cada, no mesmo espaço de tempo. Uma hipótese de explicação para os baixos índices de lembrança de alguns serviços relacionados a viagens ao exterior pode encontrar-se na queda do número de paulistanos que foram para outros países nos últimos 12 meses. No levantamento de 2016, 46% dos entrevistados revelavam a experiência no período correspondente. Agora, são apenas 32%. Sobre os destinos, dentre as categorias que possibilitam comparação com estudo anterior, as variações, na grande maioria dos casos, ficaram dentro da margem de erro. A cidade do Rio de Janeiro ocupa posição de destaque como polo nacional e lidera em pelo menos quatro itens —destino de Carnaval, Réveillon, para solteiros e melhor cidade no Brasil. Quando a pergunta se refere ao melhor Estado do país para se viajar, menções à Bahia cresceram mais do que lembranças do Rio. No exterior, Estados Unidos tem maior apelo junto aos paulistanos. Interessante será acompanhar a evolução dessas respostas nas próximas tomadas do "Viaja sãopaulo", quando efeitos da crise nos Estados brasileiros e das novas restrições norte-americanas às viagens ao país, já terão sido absorvidas de maneira mais expressiva pelos consumidores do setor. * A PESQUISA 1.646 moradores da capital paulista, das classes A e B, que viajaram nos últimos 12 meses para outros Estados e para fora do Brasil, o Datafolha entrevistou entre 16 e 26 de junho deste ano. 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, é a margem de erro, considerando um nível de confiança de 95% (ou seja, se fossem realizados cem levantamentos com a mesma metodologia, em 95% os resultados estariam dentro da margem prevista). Desempate Houve a utilização de um teste estatístico que considera a margem de erro de cada percentual em relação à mostra *
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Estrangeiro elogia hospitalidade, mas não os preços no Brasil
O Ministério do Turismo divulgou nesta quarta-feira (18) os resultados de um estudo que busca traçar o perfil dos turistas estrangeiros que visitam o Brasil. A pesquisa, realizada desde 2008, foi feita em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e ouviu 44 mil turistas no ano passado –em 2014, o Brasil atingiu um recorde de 6,4 milhões de visitantes estrangeiros. De acordo com o órgão, o estudo deste ano atestou avaliações positivas que estrangeiros fazem do país: 97,2% dos entrevistados aprovaram a hospitalidade dos brasileiros, 94,4% gostaram da gastronomia local e 92,4% aprovaram os meios de hospedagem. Os índices se mantêm estáveis nesse patamar pelo menos desde 2010. Tiveram as melhoras mais significativas entre 2013 e 2014 a sinalização turística (passou de 75,3% para 76,9% de avaliações positivas), a informação turística (de 85,6% para 87,3%), os aeroportos (de 72,9% para 74,3%) e a diversão noturna (90,7% para 91,5%). No outro extremo, os itens com as taxas mais baixas de aprovação entre os estrangeiros no ano passado foram os preços (56,4% de avaliações positivas), as redes de telecomunicações (62,6%) e as rodovias (69,9%). Vale lembrar que 2014 foi ano de Copa do Mundo; dos 44 mil entrevistados, 10 mil foram ouvidos no período das competições. O Ministério destacou ainda algumas tendências constatadas pela pesquisa. A primeira é o crescimento de São Paulo como um destino de lazer: a capital paulista, 4a cidade mais visitada em 2013, passou Florianópolis (SC) e Foz do Iguaçu (PR) e foi a vice-líder nesse quesito, com 19,4% das visitas. A capital catarinense baixou de 18,7% para 14,6% das menções; Foz, de 17% para 12,4% –nenhuma das duas foi sede de partidas da Copa do Mundo. O Rio continua liderando esse ranking: teve 45,2% das menções como destino visitado, ante 30,2% no ano anterior. Outras tendências apontam Brasília como a cidade em que turistas estrangeiros mais gastam e o crescimento das hospedagens alternativas –que incluem casas de aluguel em serviços como Airbnb e AlugueTemporada. O Rio é o 6o maior mercado do Airbnb no mundo.
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Estrangeiro elogia hospitalidade, mas não os preços no BrasilO Ministério do Turismo divulgou nesta quarta-feira (18) os resultados de um estudo que busca traçar o perfil dos turistas estrangeiros que visitam o Brasil. A pesquisa, realizada desde 2008, foi feita em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e ouviu 44 mil turistas no ano passado –em 2014, o Brasil atingiu um recorde de 6,4 milhões de visitantes estrangeiros. De acordo com o órgão, o estudo deste ano atestou avaliações positivas que estrangeiros fazem do país: 97,2% dos entrevistados aprovaram a hospitalidade dos brasileiros, 94,4% gostaram da gastronomia local e 92,4% aprovaram os meios de hospedagem. Os índices se mantêm estáveis nesse patamar pelo menos desde 2010. Tiveram as melhoras mais significativas entre 2013 e 2014 a sinalização turística (passou de 75,3% para 76,9% de avaliações positivas), a informação turística (de 85,6% para 87,3%), os aeroportos (de 72,9% para 74,3%) e a diversão noturna (90,7% para 91,5%). No outro extremo, os itens com as taxas mais baixas de aprovação entre os estrangeiros no ano passado foram os preços (56,4% de avaliações positivas), as redes de telecomunicações (62,6%) e as rodovias (69,9%). Vale lembrar que 2014 foi ano de Copa do Mundo; dos 44 mil entrevistados, 10 mil foram ouvidos no período das competições. O Ministério destacou ainda algumas tendências constatadas pela pesquisa. A primeira é o crescimento de São Paulo como um destino de lazer: a capital paulista, 4a cidade mais visitada em 2013, passou Florianópolis (SC) e Foz do Iguaçu (PR) e foi a vice-líder nesse quesito, com 19,4% das visitas. A capital catarinense baixou de 18,7% para 14,6% das menções; Foz, de 17% para 12,4% –nenhuma das duas foi sede de partidas da Copa do Mundo. O Rio continua liderando esse ranking: teve 45,2% das menções como destino visitado, ante 30,2% no ano anterior. Outras tendências apontam Brasília como a cidade em que turistas estrangeiros mais gastam e o crescimento das hospedagens alternativas –que incluem casas de aluguel em serviços como Airbnb e AlugueTemporada. O Rio é o 6o maior mercado do Airbnb no mundo.
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Zona leste é o segundo melhor lugar para viver em SP, diz pesquisa
BÁRBARA PEREIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A zona leste é vice-campeã duas vezes: é a segunda melhor região para viver em São Paulo, de acordo com os próprios paulistanos, e ficou em segundo lugar no número de novos prédios residenciais nos últimos três anos. Nos dois casos, o primeiro lugar é da zona sul -líder na preferência dos moradores da capital, segundo pesquisa Datafolha feita entre 10 e 12 de agosto com 493 pessoas. Na zona leste, Tatuapé e Vila Prudente disputam a preferência das incorporadoras. Enquanto no primeiro foram construídos 42 empreendimentos nos últimos cinco anos, no segundo foram erguidos 24 condomínios. Em comum, os dois bairros têm boa infraestrutura, acesso fácil a outras regiões da cidade e áreas de lazer. O Tatuapé, por exemplo, é próximo dos parques Ceret (Centro Esportivo, Recreativo e Educativo do Trabalhador) e Piqueri, além dos shoppings Metrô Boulevard Tatuapé e Anália Franco. "É uma boa opção para quem mora em bairros mais afastados da zona leste, mas trabalha na região central", diz Marcelo Dzik, diretor comercial da Even, que entrega em 2019 o empreendimento Mirada Tatuapé, com imóveis de dois e três quartos com plantas entre 48 e 61 metros quadrados. O prédio ficará próximo das estações Tatuapé e Carrão do metrô. Foi a boa oferta de transporte que fez a enfermeira Leiliane Carvalho Nunes, 25, querer se mudar da zona sul de São Paulo para a zona leste. Ela e o noivo escolheram o bairro da Vila Prudente. "A nossa única exigência era que fosse perto das linhas verde ou azul do metrô", conta. Foi visitando um empreendimento na região que eles encontraram o Maxmitre Vila Prudente. O prédio, lançado em setembro, terá 190 apartamentos de 58 e 77 metros quadrados. Metade das unidades já foram vendidas. Outra opção na região é o Spazio Helbor, com apartamentos de três dormitórios e plantas que vão de 78 a 120 metros quadrados. A planta de cem metros quadrados no empreendimento da Helbor é negociada por em torno de R$ 630 mil. Renato Lobo, vice-presidente de negócios da Brasil Brokers em São Paulo, aposta que a zona leste deve ser destaque em 2018. "Em média, 45% dos imóveis lançados na região são vendidos em 12 meses. A média de São Paulo é de 36%", diz. Segundo ele, ainda há espaço para crescimento.
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Zona leste é o segundo melhor lugar para viver em SP, diz pesquisa BÁRBARA PEREIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A zona leste é vice-campeã duas vezes: é a segunda melhor região para viver em São Paulo, de acordo com os próprios paulistanos, e ficou em segundo lugar no número de novos prédios residenciais nos últimos três anos. Nos dois casos, o primeiro lugar é da zona sul -líder na preferência dos moradores da capital, segundo pesquisa Datafolha feita entre 10 e 12 de agosto com 493 pessoas. Na zona leste, Tatuapé e Vila Prudente disputam a preferência das incorporadoras. Enquanto no primeiro foram construídos 42 empreendimentos nos últimos cinco anos, no segundo foram erguidos 24 condomínios. Em comum, os dois bairros têm boa infraestrutura, acesso fácil a outras regiões da cidade e áreas de lazer. O Tatuapé, por exemplo, é próximo dos parques Ceret (Centro Esportivo, Recreativo e Educativo do Trabalhador) e Piqueri, além dos shoppings Metrô Boulevard Tatuapé e Anália Franco. "É uma boa opção para quem mora em bairros mais afastados da zona leste, mas trabalha na região central", diz Marcelo Dzik, diretor comercial da Even, que entrega em 2019 o empreendimento Mirada Tatuapé, com imóveis de dois e três quartos com plantas entre 48 e 61 metros quadrados. O prédio ficará próximo das estações Tatuapé e Carrão do metrô. Foi a boa oferta de transporte que fez a enfermeira Leiliane Carvalho Nunes, 25, querer se mudar da zona sul de São Paulo para a zona leste. Ela e o noivo escolheram o bairro da Vila Prudente. "A nossa única exigência era que fosse perto das linhas verde ou azul do metrô", conta. Foi visitando um empreendimento na região que eles encontraram o Maxmitre Vila Prudente. O prédio, lançado em setembro, terá 190 apartamentos de 58 e 77 metros quadrados. Metade das unidades já foram vendidas. Outra opção na região é o Spazio Helbor, com apartamentos de três dormitórios e plantas que vão de 78 a 120 metros quadrados. A planta de cem metros quadrados no empreendimento da Helbor é negociada por em torno de R$ 630 mil. Renato Lobo, vice-presidente de negócios da Brasil Brokers em São Paulo, aposta que a zona leste deve ser destaque em 2018. "Em média, 45% dos imóveis lançados na região são vendidos em 12 meses. A média de São Paulo é de 36%", diz. Segundo ele, ainda há espaço para crescimento.
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Rússia vai instalar telescópio no Brasil para monitorar lixo espacial
O governo russo vai instalar um telescópio em território brasileiro para monitorar a crescente ameaça do lixo espacial. É o primeiro telescópio com esse fim instalado no Brasil. O acordo para a instalação será assinado no próximo dia 7, na sede do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Itajubá (MG). A previsão é de que o telescópio russo já esteja operando em novembro. Os signatários serão a Roscosmos (antiga agência espacial russa, recém-refundada como uma corporação estatal) e a Agência Espacial Brasileira. O equipamento será instalado no Observatório do Pico dos Dias, localizado no município de Brazópolis. A uma altitude de cerca de 1.800 m, trata-se da principal instalação de observação astronômica em solo brasileiro. O telescópio será de pequeno porte, com 75 centímetros de abertura, mas terá a capacidade de cobrir vastas regiões do céu –configuração ideal para o monitoramento de lixo espacial. O custo não foi informado, mas será integralmente bancado pelos russos. Ao Brasil caberá ceder o espaço e infraestrutura básica. PERIGO A ideia é que o telescópio trabalhe todos os dias em que houver visibilidade, monitorando objetos que estejam em órbita da Terra. Com isso, será possível criar uma base de dados com localização e trajetória de detritos que podem apresentar risco de colisão com satélites artificiais ativos ou até mesmo ameaçar danos à superfície da Terra, em caso de reentrada atmosférica. Um equipamento similar, instalado nas montanhas Altai, na Rússia, já está em operação. A brasileira seria a segunda da rede e primeira fora do território russo. "A seleção está ligada com o nível profundo de cooperação na área espacial entre Brasil e Rússia", diz Gennady Saenko, representante da Roscosmos que negociou o acordo. Entre acordos previamente firmados entre brasileiros e russos, houve uma consultoria para melhorar o projeto do VLS, o veículo lançador de satélites nacionais, em 2003, e o voo do astronauta brasileiro Marcos Cesar Pontes à Estação Espacial Internacional, que acaba de completar uma década. Também há entendimentos para a instalação de estações de solo do sistema Glonass (a versão russa do GPS americano) em território brasileiro, e há discussões no momento para uma missão não tripulada conjunta a um asteroide, embora sem definição concreta até agora. PESQUISA ASTRONÔMICA O projeto, conhecido pela sigla PanEOS (Sistema Eletro-Óptico Panorâmico para Detecção de Detritos Espaciais), pode ser benéfico para a comunidade de astrônomos brasileiros, segundo Albert Bruch, pesquisador do LNA responsável pela negociação do contrato com os russos. "As imagens esperadas do PanEOS têm um enorme potencial para pesquisa astronômica em muitas áreas", diz o pesquisador. "O equipamento vai fornecer imagens de uma grande parte do céu visível no hemisfério Sul a cada noite com céu aberto. Elas conterão não apenas informações sobre detritos espaciais, mas também sobre todas as estrelas e galáxias no campo de visão." Por fazer esse monitoramento constante do céu, elas devem ser especialmente úteis para estudar novas e supernovas, além do estudo de estrelas de brilho variável. Também pode ser útil na busca por objetos mais discretos do Sistema Solar, como asteroides, cometas e membros do cinturão de Kuiper. Pelo acordo, a comunidade astronômica brasileira terá acesso a todas as imagens produzidas pelo PanEOS no Pico dos Dias. Bruch já está inclusive avaliando o potencial de forma concreta, com base em dados colhidos pela estação gêmea nas montanhas Altai.
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Rússia vai instalar telescópio no Brasil para monitorar lixo espacialO governo russo vai instalar um telescópio em território brasileiro para monitorar a crescente ameaça do lixo espacial. É o primeiro telescópio com esse fim instalado no Brasil. O acordo para a instalação será assinado no próximo dia 7, na sede do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Itajubá (MG). A previsão é de que o telescópio russo já esteja operando em novembro. Os signatários serão a Roscosmos (antiga agência espacial russa, recém-refundada como uma corporação estatal) e a Agência Espacial Brasileira. O equipamento será instalado no Observatório do Pico dos Dias, localizado no município de Brazópolis. A uma altitude de cerca de 1.800 m, trata-se da principal instalação de observação astronômica em solo brasileiro. O telescópio será de pequeno porte, com 75 centímetros de abertura, mas terá a capacidade de cobrir vastas regiões do céu –configuração ideal para o monitoramento de lixo espacial. O custo não foi informado, mas será integralmente bancado pelos russos. Ao Brasil caberá ceder o espaço e infraestrutura básica. PERIGO A ideia é que o telescópio trabalhe todos os dias em que houver visibilidade, monitorando objetos que estejam em órbita da Terra. Com isso, será possível criar uma base de dados com localização e trajetória de detritos que podem apresentar risco de colisão com satélites artificiais ativos ou até mesmo ameaçar danos à superfície da Terra, em caso de reentrada atmosférica. Um equipamento similar, instalado nas montanhas Altai, na Rússia, já está em operação. A brasileira seria a segunda da rede e primeira fora do território russo. "A seleção está ligada com o nível profundo de cooperação na área espacial entre Brasil e Rússia", diz Gennady Saenko, representante da Roscosmos que negociou o acordo. Entre acordos previamente firmados entre brasileiros e russos, houve uma consultoria para melhorar o projeto do VLS, o veículo lançador de satélites nacionais, em 2003, e o voo do astronauta brasileiro Marcos Cesar Pontes à Estação Espacial Internacional, que acaba de completar uma década. Também há entendimentos para a instalação de estações de solo do sistema Glonass (a versão russa do GPS americano) em território brasileiro, e há discussões no momento para uma missão não tripulada conjunta a um asteroide, embora sem definição concreta até agora. PESQUISA ASTRONÔMICA O projeto, conhecido pela sigla PanEOS (Sistema Eletro-Óptico Panorâmico para Detecção de Detritos Espaciais), pode ser benéfico para a comunidade de astrônomos brasileiros, segundo Albert Bruch, pesquisador do LNA responsável pela negociação do contrato com os russos. "As imagens esperadas do PanEOS têm um enorme potencial para pesquisa astronômica em muitas áreas", diz o pesquisador. "O equipamento vai fornecer imagens de uma grande parte do céu visível no hemisfério Sul a cada noite com céu aberto. Elas conterão não apenas informações sobre detritos espaciais, mas também sobre todas as estrelas e galáxias no campo de visão." Por fazer esse monitoramento constante do céu, elas devem ser especialmente úteis para estudar novas e supernovas, além do estudo de estrelas de brilho variável. Também pode ser útil na busca por objetos mais discretos do Sistema Solar, como asteroides, cometas e membros do cinturão de Kuiper. Pelo acordo, a comunidade astronômica brasileira terá acesso a todas as imagens produzidas pelo PanEOS no Pico dos Dias. Bruch já está inclusive avaliando o potencial de forma concreta, com base em dados colhidos pela estação gêmea nas montanhas Altai.
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Netflix começa expansão para Ásia com lançamento no mercado japonês
A expansão da Netflix, um dos maiores serviços de filmes e séries por streaming do mundo, para a Ásia já tem data definida. A companhia americana começará a operar no Japão a partir do dia 2 de setembro. Nesta segunda-feira (3), a Netflix lançou uma nova versão de sua página e um perfil no Twitter, ambos em japonês, para interagir com os possíveis clientes do outro lado do mundo. A empresa ainda divulgou um vídeo no YouTube, em estilo anime, típico do Japão, para promover a chegada ao novo país. vídeo promocional da chegada do Netflix ao Japão O serviço atualmente está disponível em países da América, incluindo Cuba, além de Europa, Austrália e Nova Zelândia, mas ainda não havia chegado ao continente mais populoso do mundo. A empresa, que conta com quase 66 milhões de assinantes, também deve entrar na Itália, Portugal, Espanha e Islândia ainda neste ano. A expansão global é a solução da Netflix para encontrar novas receitas, uma vez que tem gastado cada vez mais com séries próprias como "House of Cards", "Daredevil", "Orange is the New Black" e "Sense8". LICENÇA MATERNIDADE Nesta terça-feria (4), a Netflix anunciou novas regras de licenças maternidade e paternidade para seus funcionários, sem que haja redução de salário. "Estamos introduzindo uma política de licença ilimitada para novas mães e pais que permite que se afastem por tanto tempo quanto precisarem durante o primeiro ano após o nascimento ou adoção de crianças", afirmou Tawni Cranz, vice-presidente da empresa, no blog oficial do Netflix. Os pais poderão escolher como retornar ao trabalho, se será meio período ou período integral, além de se afastar das funções conforme achem necessário durante o primeiro ano.
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Netflix começa expansão para Ásia com lançamento no mercado japonêsA expansão da Netflix, um dos maiores serviços de filmes e séries por streaming do mundo, para a Ásia já tem data definida. A companhia americana começará a operar no Japão a partir do dia 2 de setembro. Nesta segunda-feira (3), a Netflix lançou uma nova versão de sua página e um perfil no Twitter, ambos em japonês, para interagir com os possíveis clientes do outro lado do mundo. A empresa ainda divulgou um vídeo no YouTube, em estilo anime, típico do Japão, para promover a chegada ao novo país. vídeo promocional da chegada do Netflix ao Japão O serviço atualmente está disponível em países da América, incluindo Cuba, além de Europa, Austrália e Nova Zelândia, mas ainda não havia chegado ao continente mais populoso do mundo. A empresa, que conta com quase 66 milhões de assinantes, também deve entrar na Itália, Portugal, Espanha e Islândia ainda neste ano. A expansão global é a solução da Netflix para encontrar novas receitas, uma vez que tem gastado cada vez mais com séries próprias como "House of Cards", "Daredevil", "Orange is the New Black" e "Sense8". LICENÇA MATERNIDADE Nesta terça-feria (4), a Netflix anunciou novas regras de licenças maternidade e paternidade para seus funcionários, sem que haja redução de salário. "Estamos introduzindo uma política de licença ilimitada para novas mães e pais que permite que se afastem por tanto tempo quanto precisarem durante o primeiro ano após o nascimento ou adoção de crianças", afirmou Tawni Cranz, vice-presidente da empresa, no blog oficial do Netflix. Os pais poderão escolher como retornar ao trabalho, se será meio período ou período integral, além de se afastar das funções conforme achem necessário durante o primeiro ano.
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Em artigo, FHC dá apoio a Jimmy Carter em tratamento contra o câncer
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chamou de "grande líder moral de nosso tempo" o ex-mandatário americano Jimmy Carter, 90, em artigo publicado nesta quarta-feira (26) no site da revista "Americas Quartely". O texto é uma homenagem a Carter, que, na última quinta (20), disse que vai passar por radioterapia para a retirada de um câncer no cérebro. Nele, Fernando Henrique faz um relato de como foi sua relação com o americano. Fernando Henrique lembrou a visita de Carter ao Brasil em 1978, no meio da ditadura militar (1964-1985). Para o brasileiro, o fato de o ex-presidente ter se reunido com membros do regime e da oposição foi marcante. "O gesto foi suficientemente destemido que reverberou no Brasil nos anos seguintes. O regime militar não tinha mais o apoio incondicional de Washington —um fato que não passou despercebido nem pelos generais nem pela oposição." O ex-presidente brasileiro considera que o americano era um dos presidentes mais dedicados à América Latina e à defesa dos direitos humanos e da democracia na região e no resto do mundo. "Durante todos estes anos vi como ele é corajoso, gentil, racional, dotado de uma extraordinária energia física e, acima de tudo, um compromisso com valores fundamentais: liberdade, democracia, direitos humanos e a necessidade de ouvir aqueles que não têm uma voz forte." Para Fernando Henrique, as qualidades de Carter o inspiraram, assim como a outros líderes, a serem melhores. "E tudo isso nos leva a prestar toda a solidariedade a Jimmy Carter, meu amigo, um amigo da América Latina, e um grande líder moral de nosso tempo." Os ex-mandatários brasileiro e americano fazem parte desde 2003 do grupo The Elders, formado pelo líder sul-africano Nelson Mandela (1918-2013).
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Em artigo, FHC dá apoio a Jimmy Carter em tratamento contra o câncerO ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chamou de "grande líder moral de nosso tempo" o ex-mandatário americano Jimmy Carter, 90, em artigo publicado nesta quarta-feira (26) no site da revista "Americas Quartely". O texto é uma homenagem a Carter, que, na última quinta (20), disse que vai passar por radioterapia para a retirada de um câncer no cérebro. Nele, Fernando Henrique faz um relato de como foi sua relação com o americano. Fernando Henrique lembrou a visita de Carter ao Brasil em 1978, no meio da ditadura militar (1964-1985). Para o brasileiro, o fato de o ex-presidente ter se reunido com membros do regime e da oposição foi marcante. "O gesto foi suficientemente destemido que reverberou no Brasil nos anos seguintes. O regime militar não tinha mais o apoio incondicional de Washington —um fato que não passou despercebido nem pelos generais nem pela oposição." O ex-presidente brasileiro considera que o americano era um dos presidentes mais dedicados à América Latina e à defesa dos direitos humanos e da democracia na região e no resto do mundo. "Durante todos estes anos vi como ele é corajoso, gentil, racional, dotado de uma extraordinária energia física e, acima de tudo, um compromisso com valores fundamentais: liberdade, democracia, direitos humanos e a necessidade de ouvir aqueles que não têm uma voz forte." Para Fernando Henrique, as qualidades de Carter o inspiraram, assim como a outros líderes, a serem melhores. "E tudo isso nos leva a prestar toda a solidariedade a Jimmy Carter, meu amigo, um amigo da América Latina, e um grande líder moral de nosso tempo." Os ex-mandatários brasileiro e americano fazem parte desde 2003 do grupo The Elders, formado pelo líder sul-africano Nelson Mandela (1918-2013).
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Sem controle sobre contas e servidores, Pezão fica sitiado
RIO DE JANEIRO - O governo fluminense está sitiado. O símbolo mais visível disso foi o segundo cerco dos servidores à Assembleia Legislativa do Estado, nesta quarta (16). Tentavam evitar a votação do pacote de medidas de austeridade que afeta diretamente o funcionalismo. Na semana passada, os manifestantes chegaram a invadir a Alerj. Nesta, o governo se precaveu e cercou o Palácio Tiradentes com grades. Em resposta, os servidores primeiro debocharam do aparato, que dava ao edifício o semblante de uma prisão. "O dia em que o povo do Rio de Janeiro prendeu os deputados", dizia um cartaz. Depois, tentaram invadir à força, novamente capitaneados por policiais e bombeiros. Havia inclusive gente com faixa pedindo "intervenção militar já" — numa preocupante coincidência (se é que se tratou disso) com o que se passou na Câmara, em Brasília, nesta mesma quarta. O segundo cerco ao Legislativo estadual foi, no entanto, apenas o mais recente indício de que a administração de Luiz Fernando Pezão está sitiada. O governador não tem mais controle sobre seu orçamento. A Justiça vem fazendo bloqueios sistemáticos para garantir o pagamento do funcionalismo, que tem sido atrasado há meses. Irritado com a situação, Pezão ameaçou pedir intervenção federal no Estado — e poucas coisas podem ser mais sinalizadoras do fracasso de uma administração do que isso. Os peemedebistas que governam o Rio há uma década perderam também o comando da economia local. Oficializaram isso ao decretar o estado de calamidade financeira. Perder o controle sobre os servidores muda a crise de nível. A ponto de o governo federal enviar a Força Nacional para "auxiliar na preservação da ordem pública". A história recente serve de alerta a Pezão: por muito menos, sua amiga Dilma Rousseff perdeu o cargo.
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Sem controle sobre contas e servidores, Pezão fica sitiadoRIO DE JANEIRO - O governo fluminense está sitiado. O símbolo mais visível disso foi o segundo cerco dos servidores à Assembleia Legislativa do Estado, nesta quarta (16). Tentavam evitar a votação do pacote de medidas de austeridade que afeta diretamente o funcionalismo. Na semana passada, os manifestantes chegaram a invadir a Alerj. Nesta, o governo se precaveu e cercou o Palácio Tiradentes com grades. Em resposta, os servidores primeiro debocharam do aparato, que dava ao edifício o semblante de uma prisão. "O dia em que o povo do Rio de Janeiro prendeu os deputados", dizia um cartaz. Depois, tentaram invadir à força, novamente capitaneados por policiais e bombeiros. Havia inclusive gente com faixa pedindo "intervenção militar já" — numa preocupante coincidência (se é que se tratou disso) com o que se passou na Câmara, em Brasília, nesta mesma quarta. O segundo cerco ao Legislativo estadual foi, no entanto, apenas o mais recente indício de que a administração de Luiz Fernando Pezão está sitiada. O governador não tem mais controle sobre seu orçamento. A Justiça vem fazendo bloqueios sistemáticos para garantir o pagamento do funcionalismo, que tem sido atrasado há meses. Irritado com a situação, Pezão ameaçou pedir intervenção federal no Estado — e poucas coisas podem ser mais sinalizadoras do fracasso de uma administração do que isso. Os peemedebistas que governam o Rio há uma década perderam também o comando da economia local. Oficializaram isso ao decretar o estado de calamidade financeira. Perder o controle sobre os servidores muda a crise de nível. A ponto de o governo federal enviar a Força Nacional para "auxiliar na preservação da ordem pública". A história recente serve de alerta a Pezão: por muito menos, sua amiga Dilma Rousseff perdeu o cargo.
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Polícia cumpre reintegração e alunos são retirados de universidade no PR
Cerca de 50 alunos que ocupavam a sede da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), em Curitiba, deixaram a instituição nesta sexta-feira (25), após ordem de reintegração de posse cumprida pelas polícias Federal e Militar. Eles estavam havia uma semana na universidade. A ação foi pacífica. Os estudantes, porém, deixaram o local em um ônibus da Polícia Federal, que os conduziu até outros pontos da cidade, para evitar confrontos com manifestantes antiocupação. A reintegração ocorreu durante a madrugada, por volta das 4h, para "garantir a segurança de todos os envolvidos", segundo nota emitida pela PF. Ao longo da semana, alunos que queriam voltar às aulas fizeram manifestações em frente à universidade. Grupos como o MBL (Movimento Brasil Livre) apoiaram os protestos, e em alguns momentos houve discussões e empurra-empurra. Na terça (22), os grupos entraram em confronto, mas ninguém foi preso. Os ocupantes protestavam contra a PEC que que estabelece o congelamento de despesas do governo federal por 20 anos e a reforma do ensino médio. No total, havia 55 estudantes na ocupação –dos quais seis eram menores de idade. Cada estudante terá que pagar R$ 40 mil em multa. Na última terça (22), a Justiça havia determinado multa diária de R$ 10 mil caso a decisão fosse descumprida –os estudantes tinham uma hora para deixar a instituição. Os alunos ainda poderão responder por dano ao patrimônio, entre outras sanções, a depender da avaliação que os peritos fizerem do prédio ocupado. A Polícia Federal decidirá se vai instaurar inquérito ou não, com base nessa avaliação. Reformas no Ensino Médio
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Polícia cumpre reintegração e alunos são retirados de universidade no PRCerca de 50 alunos que ocupavam a sede da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), em Curitiba, deixaram a instituição nesta sexta-feira (25), após ordem de reintegração de posse cumprida pelas polícias Federal e Militar. Eles estavam havia uma semana na universidade. A ação foi pacífica. Os estudantes, porém, deixaram o local em um ônibus da Polícia Federal, que os conduziu até outros pontos da cidade, para evitar confrontos com manifestantes antiocupação. A reintegração ocorreu durante a madrugada, por volta das 4h, para "garantir a segurança de todos os envolvidos", segundo nota emitida pela PF. Ao longo da semana, alunos que queriam voltar às aulas fizeram manifestações em frente à universidade. Grupos como o MBL (Movimento Brasil Livre) apoiaram os protestos, e em alguns momentos houve discussões e empurra-empurra. Na terça (22), os grupos entraram em confronto, mas ninguém foi preso. Os ocupantes protestavam contra a PEC que que estabelece o congelamento de despesas do governo federal por 20 anos e a reforma do ensino médio. No total, havia 55 estudantes na ocupação –dos quais seis eram menores de idade. Cada estudante terá que pagar R$ 40 mil em multa. Na última terça (22), a Justiça havia determinado multa diária de R$ 10 mil caso a decisão fosse descumprida –os estudantes tinham uma hora para deixar a instituição. Os alunos ainda poderão responder por dano ao patrimônio, entre outras sanções, a depender da avaliação que os peritos fizerem do prédio ocupado. A Polícia Federal decidirá se vai instaurar inquérito ou não, com base nessa avaliação. Reformas no Ensino Médio
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Leitores comentam editorial sobre Operação Zelotes
O editorial "Receita de fraude" é irretorquível. Aliás, a ausência de transparência no Carf é tamanha, que o nome do advogado do contribuinte é deliberadamente omitido nas intimações das pautas de julgamento (art. 55 do Regimento Interno do Carf). Trata-se de odioso ardil para dificultar o acompanhamento da sessão e a realização de sustentação oral. MÁRCIO CAMARGO FERREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) * O editorial sustenta que a descoberta de esquema bilionário de sonegação fiscal reforça necessidade de aumentar mecanismos de controle e transparência, ou seja, defende aumentar a estrutura e os recursos aportados para o próprio órgão que ensejou fraudes. A raiz da corrupção está em um sistema estatal ensimesmado, aparelhado e corrupto, que está asfixiando a sociedade e sepultando até mesmo ideais outrora nobres. Não adianta expandi-lo, pois o desvio está no cerne da sua existência, tal como está configurado. AIRTON REIS JÚNIOR (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores comentam editorial sobre Operação ZelotesO editorial "Receita de fraude" é irretorquível. Aliás, a ausência de transparência no Carf é tamanha, que o nome do advogado do contribuinte é deliberadamente omitido nas intimações das pautas de julgamento (art. 55 do Regimento Interno do Carf). Trata-se de odioso ardil para dificultar o acompanhamento da sessão e a realização de sustentação oral. MÁRCIO CAMARGO FERREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) * O editorial sustenta que a descoberta de esquema bilionário de sonegação fiscal reforça necessidade de aumentar mecanismos de controle e transparência, ou seja, defende aumentar a estrutura e os recursos aportados para o próprio órgão que ensejou fraudes. A raiz da corrupção está em um sistema estatal ensimesmado, aparelhado e corrupto, que está asfixiando a sociedade e sepultando até mesmo ideais outrora nobres. Não adianta expandi-lo, pois o desvio está no cerne da sua existência, tal como está configurado. AIRTON REIS JÚNIOR (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Natura tem prejuízo de R$ 69 milhões no 1º trimestre com queda nas vendas
A fabricante de produtos de beleza Natura divulgou na noite de quarta-feira (27) que teve prejuízo de R$ 69,1 milhões no primeiro trimestre, afetada pela retração de vendas no Brasil, pelo efeito da variação cambial e aumento de provisão. No mesmo período do ano passado, a empresa havia obtido lucro líquido de R$ 119,6 milhões. A companhia teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 217 milhões no período, queda de 24,1% em relação aos três primeiros meses do ano passado. A margem Ebitda caiu 4,6 pontos percentuais, a 12,8%. Além da piora no resultado operacional, o prejuízo teve impacto do aumento de provisão para compra da parcela restante da australiana Aesop, pela marcação a mercado do hedge das dívidas em moeda estrangeira e outros fatores ligados ao câmbio. A receita líquida consolidada avançou 2,9%, para R$ 1,69 bilhão, com a expansão de 42,4% da receita internacional compensando a baixa de 9,8% no Brasil. O pior desempenho no país ocorreu principalmente por causa do aumento da carga tributária em relação ao ano passado e pela queda de 11,4% nos volumes, disse a Natura. A empresa elevou os preços em 9,1% nos últimos 12 meses para atenuar o impacto da carga tributária e da inflação nos custos. A produtividade das consultoras no país recuou 9,5% na comparação com um ano antes. "Além do cenário recessivo, também é importante destacar que em 2016 postergamos o início da campanha do dia das mães em relação a 2015, concentrando assim uma parcela maior das receitas no mês de abril", disse a companhia. As despesas com vendas, marketing e logística tiveram alta de 6,7% ante os três primeiros meses de 2015, enquanto as despesas administrativas avançaram 19,1%.
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Natura tem prejuízo de R$ 69 milhões no 1º trimestre com queda nas vendasA fabricante de produtos de beleza Natura divulgou na noite de quarta-feira (27) que teve prejuízo de R$ 69,1 milhões no primeiro trimestre, afetada pela retração de vendas no Brasil, pelo efeito da variação cambial e aumento de provisão. No mesmo período do ano passado, a empresa havia obtido lucro líquido de R$ 119,6 milhões. A companhia teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 217 milhões no período, queda de 24,1% em relação aos três primeiros meses do ano passado. A margem Ebitda caiu 4,6 pontos percentuais, a 12,8%. Além da piora no resultado operacional, o prejuízo teve impacto do aumento de provisão para compra da parcela restante da australiana Aesop, pela marcação a mercado do hedge das dívidas em moeda estrangeira e outros fatores ligados ao câmbio. A receita líquida consolidada avançou 2,9%, para R$ 1,69 bilhão, com a expansão de 42,4% da receita internacional compensando a baixa de 9,8% no Brasil. O pior desempenho no país ocorreu principalmente por causa do aumento da carga tributária em relação ao ano passado e pela queda de 11,4% nos volumes, disse a Natura. A empresa elevou os preços em 9,1% nos últimos 12 meses para atenuar o impacto da carga tributária e da inflação nos custos. A produtividade das consultoras no país recuou 9,5% na comparação com um ano antes. "Além do cenário recessivo, também é importante destacar que em 2016 postergamos o início da campanha do dia das mães em relação a 2015, concentrando assim uma parcela maior das receitas no mês de abril", disse a companhia. As despesas com vendas, marketing e logística tiveram alta de 6,7% ante os três primeiros meses de 2015, enquanto as despesas administrativas avançaram 19,1%.
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Finalistas do Empreendedor Social terão mentoria da Artemisia
Pioneira na disseminação e fomento de negócios de impacto social, a Artemisia integra em 2016 o time de parceiros institucionais dos Prêmios Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro. A organização oferecerá aos finalistas bolsas integrais do Curso On-line de Negócios Sociais e mentorias da equipe da Aceleradora. Os prêmios Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro já estão com as inscrições abertas; participe Segundo Maure Pessanha, diretora-executiva da organização, a parceria ocorreu porque ela acredita na força da iniciativa. "O prêmio dá destaque aos negócios inovadores que já estão fazendo a diferença na vida de muitos brasileiros da baixa renda, além de apoiar os novos empreendedores que estão iniciando, trazendo visibilidade e auxiliando no crescimento;" Os empreendedores do Hand Talk, Programa Vivenda e Geekie, vencedores de edições passadas, passaram pelo processo de aceleração da organização e hoje integram a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, um grupo de líderes brasileiros inovadores. Empreendedores do Geekie, Eduardo Bontempo e Claudio Sassaki partiram da premissa de que duas pessoas não aprendem da mesma forma para criar a tecnologia usada para entender as dificuldades do aluno e permitir que o processo de aprendizado seja individual. Já os alagoanos Ronaldo Tenório, Thadeu Luz e Carlos Wanderlan criaram a plataforma Hand Talk –um software que traduz o português oral e escrito para a Libras (Língua Brasileira de Sinais). Vencedor do Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro em 2015, Fernando Assad fundou o Vivenda, negócio de impacto social destinado a tornar reformas estruturais acessíveis para a baixa renda. "Ficamos felizes em ver empreendedores da nossa rede de acelerados, sendo reconhecidos e premiados. Isso mostra o trabalho alinhado da nossa equipe de Busca & Seleção em encontrar os melhores negócios, com empreendedores altamente qualificados", acrescenta a diretora-executiva.
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Finalistas do Empreendedor Social terão mentoria da ArtemisiaPioneira na disseminação e fomento de negócios de impacto social, a Artemisia integra em 2016 o time de parceiros institucionais dos Prêmios Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro. A organização oferecerá aos finalistas bolsas integrais do Curso On-line de Negócios Sociais e mentorias da equipe da Aceleradora. Os prêmios Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro já estão com as inscrições abertas; participe Segundo Maure Pessanha, diretora-executiva da organização, a parceria ocorreu porque ela acredita na força da iniciativa. "O prêmio dá destaque aos negócios inovadores que já estão fazendo a diferença na vida de muitos brasileiros da baixa renda, além de apoiar os novos empreendedores que estão iniciando, trazendo visibilidade e auxiliando no crescimento;" Os empreendedores do Hand Talk, Programa Vivenda e Geekie, vencedores de edições passadas, passaram pelo processo de aceleração da organização e hoje integram a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, um grupo de líderes brasileiros inovadores. Empreendedores do Geekie, Eduardo Bontempo e Claudio Sassaki partiram da premissa de que duas pessoas não aprendem da mesma forma para criar a tecnologia usada para entender as dificuldades do aluno e permitir que o processo de aprendizado seja individual. Já os alagoanos Ronaldo Tenório, Thadeu Luz e Carlos Wanderlan criaram a plataforma Hand Talk –um software que traduz o português oral e escrito para a Libras (Língua Brasileira de Sinais). Vencedor do Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro em 2015, Fernando Assad fundou o Vivenda, negócio de impacto social destinado a tornar reformas estruturais acessíveis para a baixa renda. "Ficamos felizes em ver empreendedores da nossa rede de acelerados, sendo reconhecidos e premiados. Isso mostra o trabalho alinhado da nossa equipe de Busca & Seleção em encontrar os melhores negócios, com empreendedores altamente qualificados", acrescenta a diretora-executiva.
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Por menos brigas, advogados sugerem guarda compartilhada gradativa
A luta para ter a guarda compartilhada da filha virou o projeto de vida de Paulo Halegua. Gerente de banco, ele foi cursar direito e virou advogado especializado em direito de família para usufruir do direito de conviver com a filha. Halegua contou sua história na edição ao vivo da "TV Folha" desta quinta-feira (28). "Eu senti preconceito até por parte da família. Existe o apelo na sociedade que o lugar de filho é com a mãe e ao pai cabe ajudar". A advogada Shirlei Saracene Klouri, especialista na área de família, também participou do debate. Ela defende que não há necessidade de laudos para a guarda compartilhada. "Na frente do juiz, o pai ou mãe podem levantar acusações para não aceitar a guarda compartilhada. E então isso retardada o processo, pois são pedidos laudos, avaliações e análises psicossociais", explica. "O Estado deveria trabalhar com a presunção de que pai e mãe podem dividir os cuidados com o filho. Na separação, o que costuma haver é o pai virar um visitante do filho", completa Shirlei. A advogada usa como exemplo um idoso, em comparação à criança. Ela lembra que filhos e familiares se mobilizam para o bem-estar desse familiar, e ficar trocando de casa uma vez por semana não é confortável. "Com a criança é a mesma coisa, deve-se pensar no bem-estar do menor, não na facilidade e comodidade de pais e mães", diz ela, que defende que o advogado deve atuar também como conselheiro da situação para evitar a briga, o conflito e competição. Por fim, Paulo Halegua propõe a guarda compartilhada gradativa. "Podem fazer uma escala. É assim que o advogado deve se comportar". Para ele, os pais devem lembrar que o filho não é propriedade de nenhum dos dois. "É preciso aprender a compartilhar, não dividir". A mesa foi comandada Bell Kranz, blog "Casar, descasar, recasar".
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Por menos brigas, advogados sugerem guarda compartilhada gradativaA luta para ter a guarda compartilhada da filha virou o projeto de vida de Paulo Halegua. Gerente de banco, ele foi cursar direito e virou advogado especializado em direito de família para usufruir do direito de conviver com a filha. Halegua contou sua história na edição ao vivo da "TV Folha" desta quinta-feira (28). "Eu senti preconceito até por parte da família. Existe o apelo na sociedade que o lugar de filho é com a mãe e ao pai cabe ajudar". A advogada Shirlei Saracene Klouri, especialista na área de família, também participou do debate. Ela defende que não há necessidade de laudos para a guarda compartilhada. "Na frente do juiz, o pai ou mãe podem levantar acusações para não aceitar a guarda compartilhada. E então isso retardada o processo, pois são pedidos laudos, avaliações e análises psicossociais", explica. "O Estado deveria trabalhar com a presunção de que pai e mãe podem dividir os cuidados com o filho. Na separação, o que costuma haver é o pai virar um visitante do filho", completa Shirlei. A advogada usa como exemplo um idoso, em comparação à criança. Ela lembra que filhos e familiares se mobilizam para o bem-estar desse familiar, e ficar trocando de casa uma vez por semana não é confortável. "Com a criança é a mesma coisa, deve-se pensar no bem-estar do menor, não na facilidade e comodidade de pais e mães", diz ela, que defende que o advogado deve atuar também como conselheiro da situação para evitar a briga, o conflito e competição. Por fim, Paulo Halegua propõe a guarda compartilhada gradativa. "Podem fazer uma escala. É assim que o advogado deve se comportar". Para ele, os pais devem lembrar que o filho não é propriedade de nenhum dos dois. "É preciso aprender a compartilhar, não dividir". A mesa foi comandada Bell Kranz, blog "Casar, descasar, recasar".
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Shoppings no centro de SP apresentam áreas infantis, aulas de zumba e teatro
DE SÃO PAULO Confira atrações em shoppings da região central paulistana. * CENTER 3 Inauguração: 04/1969 Lojas: 99 Praça de alimentação: 850 lugares + 28 opções Restaurantes: Starbucks e Pateo da Luz Cinema: 5 (em reforma até outubro) Estacionamento: 227 vagas + Aulas de zumba, feira de artes e design aos domingos, áreas infantis com fraldário, bicicletário com até 30 vagas e carregadores para celulares e tablets shoppingcenter3.com.br. Av. Paulista, 2.064, Bela Vista, centro, tel. 3285-2458. Seg. a sáb.: 8h às 22h. Dom.: 10h às 22h. Estac. a partir de R$ 15 (r. Luís Coelho, 91). * SHOPPING CIDADE SÃO PAULO Inauguração: 04/2015 Lojas: 160 (âncoras: Fast Shop, Kalunga e Livraria Leitura) Praça de alimentação: 894 lugares + 16 opções Restaurantes: Johnny Rockets, Almanara e Hiro Cinema (salas): 6 (3D) Estacionamento: 1.500 vagas + Áreas infantis com espaço família, com sala de amamentação e micro-ondas para esquentar papinha, e vagas no estacionamento com QR Code que facilitam a localização do veículo shoppingcidadesp.com.br. Av. Paulista, 1.230, Bela Vista, região central, tel. 3595-1230. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 11h às 22h. Estac. a partir de R$ 14. * FREI CANECA Inauguração: 05/2001 Lojas: 153 (âncora: Riachuelo) Praça de alimentação: 798 lugares + 22 opções Restaurantes: Outback, New York City Pasta e North Bar & Grill Cinema (salas): 9 (1 3D) Estacionamento: 1.400 vagas + Áreas infantis com espaço kids e família, centro de convenções e escola de teatro Wolf Maya, Teatro Shopping Frei Caneca (600 lugares), Teatro Nair Bello (240 lugares) e supermercado Master freicanecashopping.com. R. Frei Caneca, 569, Consolação, região central, tel. 3472-2075. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Estac. a partir de R$ 10. GRÁTIS * PÁTIO HIGIENÓPOLIS Inauguração: 10/1999 Lojas: 305 (âncoras: Tok&Stok e Fast Shop, entre outras) Praça de alimentação: 594 lugares + 14 opções Restaurantes: Modi, Forneria San Paolo e Ráscal, entre outros Academia: Bio Ritmo + Parque Playspace, banheiro família, sala vip e concierge e Teatro Folha (305 lugares) iguatemi.com.br/patiohigienopolis. Av. Higienópolis, 618, Higienópolis, região central, tel. 3823-2300. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Estac. a partir de R$ 15. * PÁTIO PAULISTA Inauguração: 11/1989 Lojas: 234 (âncoras: Zara, Saraiva e Fast Shop) Praça de alimentação: 600 lugares + 24 opções Restaurantes: Galeto's, Almanara e The Fifties Cinema (salas): 9 (2 3D) Estacionamento: 1.658 vagas + Áreas infantis com Pátio Petit, com banheiro infantil, sala de papinha e para amamentação shoppingpatiopaulista.com.br. R. 13 de Maio, 1.947, Bela Vista, região central, tel. 3191-1100. Seg. a dom.: 10h às 23h. Estac. a partir de R$ 14. * TOP CENTER Lojas: 84 (âncora: Forever 21) Praça de alimentação: 440 lugares + 18 opções Restaurantes: Burger Joint, Croassonho e Temakeria&Cia Academia: Runner Estacionamento: 346 vagas topcentershopping.com.br. Top Center Shopping. av. Paulista, 854, Bela Vista, região sul, tel. 3171-3973. Seg. a sáb.: 9h às 21h. Dom.: 12h às 18h. Estac. a partir de R$ 17 (r. São Carlos do Pinhal, 241). * SHOPPING LIGHT Inauguração: 11/1999 Lojas: 120 (âncoras: Renner e Lojas Americanas) Praça de alimentação: 1.160 lugares + 33 opções Estacionamento: 250 vagas + Walking tour no último domingo do mês shoppinglight.com.br. R. Cel. Xavier de Toledo, 23, República, região central, tel. 3154-2299. Seg. a sáb.: 9h30 às 22h30. Dom.: 11h às 20h. Estac. a partir de R$ 20.
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Shoppings no centro de SP apresentam áreas infantis, aulas de zumba e teatroDE SÃO PAULO Confira atrações em shoppings da região central paulistana. * CENTER 3 Inauguração: 04/1969 Lojas: 99 Praça de alimentação: 850 lugares + 28 opções Restaurantes: Starbucks e Pateo da Luz Cinema: 5 (em reforma até outubro) Estacionamento: 227 vagas + Aulas de zumba, feira de artes e design aos domingos, áreas infantis com fraldário, bicicletário com até 30 vagas e carregadores para celulares e tablets shoppingcenter3.com.br. Av. Paulista, 2.064, Bela Vista, centro, tel. 3285-2458. Seg. a sáb.: 8h às 22h. Dom.: 10h às 22h. Estac. a partir de R$ 15 (r. Luís Coelho, 91). * SHOPPING CIDADE SÃO PAULO Inauguração: 04/2015 Lojas: 160 (âncoras: Fast Shop, Kalunga e Livraria Leitura) Praça de alimentação: 894 lugares + 16 opções Restaurantes: Johnny Rockets, Almanara e Hiro Cinema (salas): 6 (3D) Estacionamento: 1.500 vagas + Áreas infantis com espaço família, com sala de amamentação e micro-ondas para esquentar papinha, e vagas no estacionamento com QR Code que facilitam a localização do veículo shoppingcidadesp.com.br. Av. Paulista, 1.230, Bela Vista, região central, tel. 3595-1230. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 11h às 22h. Estac. a partir de R$ 14. * FREI CANECA Inauguração: 05/2001 Lojas: 153 (âncora: Riachuelo) Praça de alimentação: 798 lugares + 22 opções Restaurantes: Outback, New York City Pasta e North Bar & Grill Cinema (salas): 9 (1 3D) Estacionamento: 1.400 vagas + Áreas infantis com espaço kids e família, centro de convenções e escola de teatro Wolf Maya, Teatro Shopping Frei Caneca (600 lugares), Teatro Nair Bello (240 lugares) e supermercado Master freicanecashopping.com. R. Frei Caneca, 569, Consolação, região central, tel. 3472-2075. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Estac. a partir de R$ 10. GRÁTIS * PÁTIO HIGIENÓPOLIS Inauguração: 10/1999 Lojas: 305 (âncoras: Tok&Stok e Fast Shop, entre outras) Praça de alimentação: 594 lugares + 14 opções Restaurantes: Modi, Forneria San Paolo e Ráscal, entre outros Academia: Bio Ritmo + Parque Playspace, banheiro família, sala vip e concierge e Teatro Folha (305 lugares) iguatemi.com.br/patiohigienopolis. Av. Higienópolis, 618, Higienópolis, região central, tel. 3823-2300. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Estac. a partir de R$ 15. * PÁTIO PAULISTA Inauguração: 11/1989 Lojas: 234 (âncoras: Zara, Saraiva e Fast Shop) Praça de alimentação: 600 lugares + 24 opções Restaurantes: Galeto's, Almanara e The Fifties Cinema (salas): 9 (2 3D) Estacionamento: 1.658 vagas + Áreas infantis com Pátio Petit, com banheiro infantil, sala de papinha e para amamentação shoppingpatiopaulista.com.br. R. 13 de Maio, 1.947, Bela Vista, região central, tel. 3191-1100. Seg. a dom.: 10h às 23h. Estac. a partir de R$ 14. * TOP CENTER Lojas: 84 (âncora: Forever 21) Praça de alimentação: 440 lugares + 18 opções Restaurantes: Burger Joint, Croassonho e Temakeria&Cia Academia: Runner Estacionamento: 346 vagas topcentershopping.com.br. Top Center Shopping. av. Paulista, 854, Bela Vista, região sul, tel. 3171-3973. Seg. a sáb.: 9h às 21h. Dom.: 12h às 18h. Estac. a partir de R$ 17 (r. São Carlos do Pinhal, 241). * SHOPPING LIGHT Inauguração: 11/1999 Lojas: 120 (âncoras: Renner e Lojas Americanas) Praça de alimentação: 1.160 lugares + 33 opções Estacionamento: 250 vagas + Walking tour no último domingo do mês shoppinglight.com.br. R. Cel. Xavier de Toledo, 23, República, região central, tel. 3154-2299. Seg. a sáb.: 9h30 às 22h30. Dom.: 11h às 20h. Estac. a partir de R$ 20.
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Delator diz ter recebido US$ 23 mi de propina da Odebrecht
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa contou em um depoimento feito em acordo de delação premiada que recebeu US$ 23 milhões (o equivalente a R$ 59,3 milhões hoje) da Odebrecht por meio de um doleiro do Rio de Janeiro chamado Bernardo Freiburghaus. A propina foi paga para a empresa conquistar contratos da Petrobras em 2009, ainda de acordo com o executivo. Nesse ano, vários aditivos da construção da refinaria Abreu e Lima foram assinados com a empreiteira. A Odebrecht nega com veemência que tenha pago propina ao ex-diretor da Petrobras para conseguir contratos com a petroleira. Foi a empreiteira, segundo Costa, que pediu a ele abrir as contas na Suíça que seriam abastecidas pelo doleiro. A sugestão para abrir contas do exterior, ainda de acordo com o ex-diretor da estatal, partiu de Rogério Araújo, diretor da Odebrecht Plantas Industriais. O executivo disse que o doleiro foi indicado porque já tinha negócios na Suíça. O depoimento de Costa sobre a Odebrecht estava no Supremo Tribunal Federal e foi devolvido à Justiça do Paraná no último dia 21. Costa já havia citado o nome de Araújo em depoimento prestado à Justiça como um dos seus contatos na Odebrecht. Em depoimento da delação, Costa afirmou que o diretor da Odebrecht teria dito a seguinte frase para ele quando sugeriu abrir as contas na Suíça: "Paulo, você é muito tolo, você ajuda mais os outros do que a si mesmo". Os outros, segundo o relato feito pelo ex-diretor, eram políticos. Costa disse que o PT ficava com 2% do valor dos contratos da diretoria de Abastecimento e o PP, com 1%. O executivo disse ter aberto quatro contas na Suíça, nos seguintes bancos: Royan Bank of Canadá, Banque Cremer, Banque Pictec e PBK. Costa disse ter criado empresas offshore em seu próprio nome para operar as contas. Posteriormente os US$ 23 milhões foram redistribuídos em 12 contas. Os pagamentos foram feitos pela Odebrecht entre 2008 e 2009, ainda de acordo com o ex-diretor. Os depósitos eram feitos a cada dois, três meses pelo doleiro da Diagonal Investimentos Agente Autônomo Ltda. A empresa funciona em uma sala no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro. A Folha revelou em 2 de outubro que Costa contara aos procuradores ter recebido US$ 23 milhões de suborno da Odebrecht na Suíça. Costa ocupou a diretoria de Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012, nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Dilma demitiu-o quando sua fama de operador político na Petrobras começou a crescer. Costa foi indicado ao cargo pelo PP, mas depois ganhou o apoio do PT. O executivo foi o primeiro investigado da Operação Lava Jato a fazer um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, depois de ter sido preso pela segunda vez, porque escondera da Polícia Federal as contas que tinha na Suíça. Pelo acordo, Costa se compromete a devolver cerca de R$ 70 milhões, entre os quais os US$ 23 milhões que estavam bloqueados na Suíça. Em troca, ele deixou a custódio da PF em Curitiba e cumpre prisão domiciliar em sua casa, no Rio. A Odebrecht ainda não foi alvo de medidas judiciais porque os procuradores da Operação Lava Jato estão esperando chegar provas da Suíça sobre o suposto depósito de US$ 23 milhões. OUTRO LADO Em nota, a empreiteira refuta que tenha havido pagamento de suborno: "A Odebrecht nega veementemente as alegações caluniosas feitas pelo réu confesso e ex-diretor da Petrobras. Nega em especial ter feito qualquer pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer executivo ou ex-executivo da estatal. O diretor da empresa, Rogério também nega ter "feito, intermediado ou mandado fazer qualquer pagamento ilegal ao delator". Segundo ele, a versão de Costa sobre o suborno é fruto "de uma questionável delação premiada e ilegal vazamento, fatos que impedem qualquer manifestação". A Folha não conseguiu localizar Bernardo Freiburghaus no seu escritório nem em sua casa no Rio.
poder
Delator diz ter recebido US$ 23 mi de propina da OdebrechtO ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa contou em um depoimento feito em acordo de delação premiada que recebeu US$ 23 milhões (o equivalente a R$ 59,3 milhões hoje) da Odebrecht por meio de um doleiro do Rio de Janeiro chamado Bernardo Freiburghaus. A propina foi paga para a empresa conquistar contratos da Petrobras em 2009, ainda de acordo com o executivo. Nesse ano, vários aditivos da construção da refinaria Abreu e Lima foram assinados com a empreiteira. A Odebrecht nega com veemência que tenha pago propina ao ex-diretor da Petrobras para conseguir contratos com a petroleira. Foi a empreiteira, segundo Costa, que pediu a ele abrir as contas na Suíça que seriam abastecidas pelo doleiro. A sugestão para abrir contas do exterior, ainda de acordo com o ex-diretor da estatal, partiu de Rogério Araújo, diretor da Odebrecht Plantas Industriais. O executivo disse que o doleiro foi indicado porque já tinha negócios na Suíça. O depoimento de Costa sobre a Odebrecht estava no Supremo Tribunal Federal e foi devolvido à Justiça do Paraná no último dia 21. Costa já havia citado o nome de Araújo em depoimento prestado à Justiça como um dos seus contatos na Odebrecht. Em depoimento da delação, Costa afirmou que o diretor da Odebrecht teria dito a seguinte frase para ele quando sugeriu abrir as contas na Suíça: "Paulo, você é muito tolo, você ajuda mais os outros do que a si mesmo". Os outros, segundo o relato feito pelo ex-diretor, eram políticos. Costa disse que o PT ficava com 2% do valor dos contratos da diretoria de Abastecimento e o PP, com 1%. O executivo disse ter aberto quatro contas na Suíça, nos seguintes bancos: Royan Bank of Canadá, Banque Cremer, Banque Pictec e PBK. Costa disse ter criado empresas offshore em seu próprio nome para operar as contas. Posteriormente os US$ 23 milhões foram redistribuídos em 12 contas. Os pagamentos foram feitos pela Odebrecht entre 2008 e 2009, ainda de acordo com o ex-diretor. Os depósitos eram feitos a cada dois, três meses pelo doleiro da Diagonal Investimentos Agente Autônomo Ltda. A empresa funciona em uma sala no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro. A Folha revelou em 2 de outubro que Costa contara aos procuradores ter recebido US$ 23 milhões de suborno da Odebrecht na Suíça. Costa ocupou a diretoria de Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012, nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Dilma demitiu-o quando sua fama de operador político na Petrobras começou a crescer. Costa foi indicado ao cargo pelo PP, mas depois ganhou o apoio do PT. O executivo foi o primeiro investigado da Operação Lava Jato a fazer um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, depois de ter sido preso pela segunda vez, porque escondera da Polícia Federal as contas que tinha na Suíça. Pelo acordo, Costa se compromete a devolver cerca de R$ 70 milhões, entre os quais os US$ 23 milhões que estavam bloqueados na Suíça. Em troca, ele deixou a custódio da PF em Curitiba e cumpre prisão domiciliar em sua casa, no Rio. A Odebrecht ainda não foi alvo de medidas judiciais porque os procuradores da Operação Lava Jato estão esperando chegar provas da Suíça sobre o suposto depósito de US$ 23 milhões. OUTRO LADO Em nota, a empreiteira refuta que tenha havido pagamento de suborno: "A Odebrecht nega veementemente as alegações caluniosas feitas pelo réu confesso e ex-diretor da Petrobras. Nega em especial ter feito qualquer pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer executivo ou ex-executivo da estatal. O diretor da empresa, Rogério também nega ter "feito, intermediado ou mandado fazer qualquer pagamento ilegal ao delator". Segundo ele, a versão de Costa sobre o suborno é fruto "de uma questionável delação premiada e ilegal vazamento, fatos que impedem qualquer manifestação". A Folha não conseguiu localizar Bernardo Freiburghaus no seu escritório nem em sua casa no Rio.
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Japão anuncia a criação de um selo de qualidade gastronômico
O Japão criará um selo para seus produtos gastronômicos em 2016 inspirado no sistema usado pela Fundação Dieta Mediterrânea para ressaltar a procedência e qualidade das matérias-primas e sua preparação, informou nesta semana o jornal "Nikkei". Desde que a Unesco reconheceu, em dezembro de 2013, a culinária tradicional japonesa, chamada "washoku", como patrimônio cultural imaterial, o Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca japonês mostrou uma preocupação cada vez maior para proteger a imagem da marca dos alimentos e receitas japonesas, e para potencializar sua exportação. Diante do aumento da popularidade da gastronomia do país no exterior, as autoridades detectaram um aumento no número de produtos "falsificados" que são vendidos como japoneses fora do país, alguns dos quais imitam até os desenhos da embalagem. O novo sistema de certidão que o governo prepara servirá para catalogar produtos alimentícios, que vão da carne bovina de exemplares da raça "wagyu" até o molho de soja e a pasta de missô, vendidos em supermercados e outras lojas no exterior. O Ministério da Agricultura mostrou um grande interesse pelo sistema operado pela Fundação Dieta Mediterrânea, com sede em Barcelona, para proteger e divulgar esta cultura gastronômica que também é patrimônio cultural imaterial.
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Japão anuncia a criação de um selo de qualidade gastronômicoO Japão criará um selo para seus produtos gastronômicos em 2016 inspirado no sistema usado pela Fundação Dieta Mediterrânea para ressaltar a procedência e qualidade das matérias-primas e sua preparação, informou nesta semana o jornal "Nikkei". Desde que a Unesco reconheceu, em dezembro de 2013, a culinária tradicional japonesa, chamada "washoku", como patrimônio cultural imaterial, o Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca japonês mostrou uma preocupação cada vez maior para proteger a imagem da marca dos alimentos e receitas japonesas, e para potencializar sua exportação. Diante do aumento da popularidade da gastronomia do país no exterior, as autoridades detectaram um aumento no número de produtos "falsificados" que são vendidos como japoneses fora do país, alguns dos quais imitam até os desenhos da embalagem. O novo sistema de certidão que o governo prepara servirá para catalogar produtos alimentícios, que vão da carne bovina de exemplares da raça "wagyu" até o molho de soja e a pasta de missô, vendidos em supermercados e outras lojas no exterior. O Ministério da Agricultura mostrou um grande interesse pelo sistema operado pela Fundação Dieta Mediterrânea, com sede em Barcelona, para proteger e divulgar esta cultura gastronômica que também é patrimônio cultural imaterial.
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Em congresso, PT volta a flertar com anos 90
RESUMO O 5º Congresso do PT, no qual predominaram discursos pré-governo Lula, expôs as dificuldades do partido de definir novos caminhos. Entre palmas ao tesoureiro preso e namoros com o Podemos e o Syriza, o lulismo saiu derrotado. Inflação, corrupção e políticas para os pobres desorganizados ficaram esquecidas. * Em entrevista à CNN, o político trabalhista britânico David Miliband, irmão do ex-líder do partido, explicou a derrota recente frente aos conservadores nos seguintes termos: o país queria que virássemos a página, mas nós a viramos para trás. O PT entrou em seu 5º Congresso, realizado na semana passada em Salvador, com grande dificuldade de descobrir para que lado segue o livro. Na luta principal da noite, a tendência de oposição mais articulada, a Mensagem ao Partido (que tem entre seus líderes o ex-governador gaúcho Tarso Genro) propôs o afastamento dos dirigentes acusados de corrupção, a revisão das alianças e a rejeição do ajuste fiscal; o grupo majoritário, o Partido que Muda o Brasil (PMB, o grupo de Lula) conseguiu que, no documento final do evento, a "Carta de Salvador", tanto a tentativa de virada à esquerda quanto a discussão franca sobre corrupção fossem substancialmente neutralizadas. A dinâmica habitual entre as tendências petistas se repetiu. Em que pese a coragem diante da crise ética que vive o petismo, as propostas da esquerda do PT sobre política e economia dariam ao governo Dilma uma expectativa de vida de cerca de 15 minutos e, se implementadas, lançariam o país em uma crise ainda pior do que a atual. Mais uma vez, o grupo majoritário do PT dá a impressão de ser o único que compreende minimamente o que significa ser governo, e sua virtual estabilidade no emprego impossibilita a autocrítica ética que o PT precisa fazer. A imagem que possivelmente ficará do Congresso é a do episódio bizarro do aplauso ao tesoureiro Vaccari, acusado de corrupção e, no momento, preso. Várias correntes defenderam o afastamento dos dirigentes acusados de corrupção (por exemplo, a Mensagem ao Partido e a Militância Socialista). Isso não teve nenhum eco no documento aprovado. Mais adiante discutiremos as possibilidades estratégicas do PT, mas é preciso começar com o registro: ao se recusar a prestar contas à população na questão da corrupção, o PT limitou drasticamente suas possibilidades de reconquistar o centro do espectro político, ou mesmo de virar à esquerda com eficiência. Todas as suas ideias serão ouvidas com desconfiança, o que é um alívio no caso das ruins, mas uma pena no caso das boas. E mais uma pena do que um alívio, porque as ideias ruins poderiam ser descartadas mais dignamente em um debate aberto. Esse abandono do centro certamente favoreceu o tom de "virada à esquerda" ou "fuga para a frente" que marca tanto as teses quanto, em menor grau, a "Carta de Salvador". Certamente enfraqueceu a resistência oferecida pelo PMB às teses mais à esquerda. E não há dúvida de que muita gente no PT está usando "memes" tradicionais da esquerda (em especial em relação à mídia) para evitar debates sobre corrupção e sobre erros na condução da política econômica. Mas a virada à esquerda no discurso petista –que, mesmo amenizada, sobreviveu na "Carta de Salvador"– tem uma raiz mais profunda na vida e nas discussões dentro do partido. No fundo de sua alma, o PT rompeu com o lulismo e ainda espera um bom argumento pela reconciliação. O tema unificador das diversas teses apresentadas no congresso foi, com efeito, a crítica ao lulismo, entendido como estratégia de conciliação política baseada em políticas públicas pró-pobres que não conflitem nem com os interesses da elite nem com os do sistema político. Algumas tendências veem na crise do lulismo a crise inevitável de toda estratégia de esquerda moderada; outras apenas constatam que, com o fim da alta das commodities e o movimento do PMDB para a direita, os acordos se tornaram mais difíceis. Em todas as teses o diagnóstico é de que não há mais como avançar nas conquistas sociais sem gerar perdedores, e a estratégia é garantir que os perdedores estejam predominantemente entre os mais ricos e entre os setores políticos que tradicionalmente mandaram na política brasileira. O lulismo, é claro, não se confunde com o apoio a Lula, que já existia antes de 2002 e pode seguir existindo. Mas, após o lulismo, o quê? O exame das discussões no 5º Congresso demonstra um recurso excessivo ao repertório ideológico pré-lulista, e, sobretudo, uma falta de diálogo com a experiência dos 12 anos de governo. ORTODOXIA A crítica ao lulismo é mais evidente na proposta de abandonar a ortodoxia econômica, que marcou o governo Lula, digamos, em sua "fase clássica". As discussões sobre economia nos textos apresentados pelas tendências são extremamente rápidas e/ou superficiais, quando não francamente bizarras: em evento recente da esquerda do PT, o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin defendeu que houve um ciclo virtuoso da economia brasileira que teria se estendido até 2014. E, se é verdade que na oposição atual há luto mal resolvido pela derrota em 2014, o PT poderia dar o exemplo, admitir que perdeu em 1994, e discutir inflação com mais seriedade. É um alívio que essas ideias apareçam pouco na resolução final. Algumas tendências parecem ver a presença de Joaquim Levy na Fazenda como uma invasão, um "Occupy Wall Street" reverso, o que é estúpido. Mas é inteiramente legítimo discutir quem arcará com o custo do ajuste. Seria um sopro de ar fresco se os programas da esquerda brasileira tivessem menos conversa a respeito dos "rentistas" e mais discussão sobre tributação progressiva. As teses apresentadas em Salvador são típicas de quem acabou de começar a pensar nisso a sério (para além das homenagens rituais ao princípio, que sempre existiram), e jogam com todas as ideias de uma só vez, sem muita discussão: imposto sobre grandes fortunas, mudanças nas faixas do imposto de renda, tributação sobre lucros. Não custa torcer para que a discussão progrida racionalmente e chegue à proposta mais eficiente sob os diversos critérios possíveis. A "Carta de Salvador" inclui, entre suas teses principais, um apelo para a "expansão da progressividade do fundo público", uma boa formulação, pois parece incluir tanto a progressividade dos impostos quanto a do gasto público, a ser concentrado nos mais pobres. Mas é provável que essas declarações sobre tributação valham mais como início de uma reorientação programática de médio prazo. A hora em que você precisa desesperadamente fazer um ajuste fiscal é provavelmente a pior hora possível para conduzir essa negociação. O governo vai ter que fazer o ajuste, de algum jeito, em um prazo curto. Sem arrancar concessões da direita no Congresso, só vai poder fazer as correções com o sacrifício de sua própria base. Para garantir que as medidas sejam implementadas à custa da base do PT, basta aos opositores da redistribuição de renda esperar a crise piorar até o governo ter que fazer o ajuste de qualquer maneira (imaginem o exemplo contrário: um governo de direita sem maioria parlamentar na mesma situação teria que acabar por taxar bem mais do que as grandes fortunas). Quanto mais a hora da inevitabilidade se aproximar, mais o poder de negociação da esquerda vai diminuir, até chegar a zero –que é quase onde estamos. Por esses e outros motivos, seria bom evitar fazer ajuste fiscal só quando a situação já é dramática. A herança do lulismo também é descartada na repetida recusa da conciliação política. Consciente de que a base parlamentar atual não parece disposta a aprovar nada remotamente progressista, todas as tendências do PT propõem "levar a luta política para a sociedade". Passou a proposta da formação, aparentemente razoável, de uma frente de esquerda envolvendo partidos e movimentos sociais. Entretanto a ênfase no fim da conciliação política bem como os depoimentos recentes de Tarso Genro sugerem que a ideia seria romper com o PMDB –ou tomar medidas (como a substituição de ministros) que claramente implicariam o rompimento com o PMDB. Não é fácil entender como uma base política menor seria capaz de aprovar mais propostas de esquerda. O apelo aos movimentos sociais supõe que a opinião pública esteja propensa a ser liderada pela esquerda com tal entusiasmo que os congressistas aceitem votar contra seus interesses para não perderem seu eleitorado; se há evidências de que isso, hoje, é provável, elas deveriam ter sido apresentadas. Seria algo difícil mesmo sem as acusações de corrupção e sem o silêncio do PT sobre elas. Percebe-se claramente que o partido gostaria de estar lidando com a crise de 2013, não com a de 2015. Os petistas têm muito mais repertório intelectual e prático para lidar com as manifestações de rua do que com a crise econômica ou o presidencialismo de coalizão. Em um movimento da discussão sobre eleições diretas no partido na plenária final do último congresso (cujo vídeo está disponível na web), alguém puxou o coro de "PT! Na rua! O resto é falcatrua!"; esse é o slogan que parece resumir o sentimento atual da militância, que percebe o deslocamento do processo para uma arena em que ela não parece ter qualquer influência –e na qual são gerados escândalos pelos quais ela é responsabilizada nas ruas, em seus locais de trabalho, nas reuniões de família. No auge do lulismo, isso era compensado por aumentos de 10% na renda dos mais pobres todos os anos. Não é mais. A nostalgia pela política de base também ajuda a explicar o profundo impacto que parecem ter tido, no imaginário petista, os movimentos antiausteridade europeus, em especial o Syriza e o Podemos, citados com aprovação nas teses e em discursos no congresso, sem a devida consideração de quão incipientes são ainda os resultados de ambos os partidos no governo –embora seja legítimo, claro, torcer para que sejam bem-sucedidos nas dificílimas tarefas que têm à frente. Há mesmo a tentação adicional de comparar a austeridade europeia ao ajuste brasileiro. Mas é preciso matar a ideia no nascedouro: a Europa teve política anticíclica de menos, o Brasil provavelmente teve política anticíclica demais. Os pontos de partida da austeridade são completamente diferentes. A intelectualidade petista parece estar com muito mais vontade de ler os teóricos dos novos movimentos de rebeldia urbana do que em pensar em grandes esquemas de alianças e disputa pela hegemonia. É um movimento compreensível em um partido de oposição, que pode inspirar boas práticas de diálogo com os movimentos sociais, mas de modo algum pode ser a linha geral de um partido no poder. Rebeldia com controle do Exército e do Orçamento público não é tão romântico, não é "horizontal", e, para dizer o mínimo, tem pouco potencial libertador. Essa contradição explica o fato, ademais inacreditável, de alguns documentos elogiarem ao mesmo tempo os movimentos de rebeldia e o governo venezuelano, que tem desenvolvido uma abordagem bastante particular para conter os movimentos de contestação. Essa "inveja do Podemos", no fundo, é uma tentativa de resolver dentro do imaginário petista –e apenas lá– o dilema da incapacidade do PT de conseguir um aliado de centro com quem possa atuar no Parlamento. Pelas origens históricas semelhantes, esse aliado seria o PSDB, mas essa porta se fechou em 1994. O PSDB, é claro, está em deslocamento para a direita, pelo menos desde as manifestações deste ano. Viveu tensões importantes, por exemplo, entre a bancada e a direção na questão do impeachment. É razoável supor que perca eleitores de centro se exagerar no movimento para a direita, e para o PT seria imensamente importante conquistá-los –ou que algum partido aliado o fizesse. Mas ninguém vai conseguir fazer isso com aplausos a dirigentes presos e com o programa econômico de Arno Augustin. POBRES Por fim, os principais personagens do lulismo, os pobres desorganizados, quase sumiram. Os pobres só entram no discurso "quero ser Syriza" quando já são altamente politizados: são os pobres do MST, do MTST, dos movimentos culturais de periferia. O pobre evangélico que ainda está fascinado pelo fato de que seu filho agora tem alguma chance de frequentar a universidade também deve ser entregue de graça, ao que parece, à oposição, juntamente com o centro do espectro político, o Congresso Nacional e o monopólio da gestão macroeconômica responsável. Em um trecho notável, a tese do PMB admite ignorância, algo extremamente raro em manifestos políticos: "Não temos, nem mesmo, um conceito preciso para caracterizar os milhões de emergentes que as reformas Lula/Dilma fizeram aparecer na sociedade brasileira [...] O Partido não é uma escola de sociologia. Mas é evidente que temos uma necessidade política de compreender a exata natureza das mudanças sociais em curso e, junto com elas, captar as demandas dos novos atores da cena brasileira. Elas são hoje, seguramente, distintas daquelas de 2003, quando esse processo de mudança apenas iniciava". É uma coincidência interessante que, com os pobres desorganizados, tenha sumido o debate sobre a inflação. Em sua formulação inicial por André Singer, o conceito de lulismo tinha entre seus elementos constitutivos um certo conservadorismo popular, derivado da fragilidade da situação dos muito pobres: eles não têm como se proteger em aplicações financeiras e estão próximos demais da miséria extrema para arriscar movimentos bruscos. As propostas da esquerda do PT e mesmo, em menor grau, do grupo dirigente, por certo aumentariam a instabilidade econômica e política –o que, é claro, nem sempre é ruim; tanto as manifestações de 2013 quanto as de 2015 aumentaram a instabilidade. Mas ninguém parece muito preocupado com o que os pobres desorganizados, que foram muito mais importantes para reeleger Dilma do que qualquer militante de esquerda, têm a dizer sobre propostas econômicas que aumentariam a inflação. O historiador britânico E.P. Thompson notabilizou-se por mostrar como a classe trabalhadora inglesa, em alguma medida, "fez a si mesma", além de ter sido "feita" pelo processo de industrialização. Os segmentos ascendentes, quer os chamemos de "nova classe média", como Marcelo Neri, "nova classe trabalhadora", como Márcio Pochmann, ou "batalhadores" como Jessé de Souza (curiosamente, os três últimos presidentes do Ipea), ainda estão, de alguma forma, decidindo o que serão. Se o conceito parece indeterminado é porque, em parte, dependerá da atuação das forças políticas sobre esses setores –e seria melancólico se o principal partido da esquerda brasileira não tivesse nada a oferecer para a formação dessa identidade. A "Carta de Salvador" tem uma proposta que promete ao menos dialogar com os setores emergentes e o centro do espectro político. Em seu ponto 44, defende políticas para "o verdadeiro mar que organiza os micro e pequenos negócios no país", com a constituição de fundos públicos que ofereçam acesso a crédito, formação e tecnologia, entre outras coisas. A proposta tem todas as digitais de Roberto Mangabeira Unger, que, em entrevistas recentes, vem apresentando ideias semelhantes. É sempre difícil imaginar como o ministro Unger pretende passar da poesia à prosa, mas a ideia parece ser um esforço intelectualmente honesto e politicamente viável de dar poder aos mais pobres para que decidam suas vidas, uma visão para os setores ascendentes do lulismo que não passa nem pela sua instrumentalização política como massa de manobra nem por mantê-los apenas como consumidores passivos. Naturalmente, é só um esboço de solução. No fim de semana passado, o lulismo (de novo, como formulado por Singer) morreu em seu último habitat. É significativo que muitos no PT tenham experimentado o processo como uma liberação: o fim do lulismo criou um impulso por ativismo, pela recuperação de antigas propostas e pela abertura de novas ideias de esquerda. Tudo isso pode ser saudável, entretanto é preciso entender que a trégua lulista congelou também tarefas urgentes de revisão ideológica, que a esquerda brasileira deveria ter feito desde os anos 90. O adiamento sem prazo de certos ideais de esquerda no partido permitiu que eles permanecessem imunes à crítica e manteve o esquerdismo da época do PT oposicionista em suspenso, sobrevivendo ao lado dos grandes acordos e das grandes conciliações. Não fazia sentido discutir seriamente aquelas ideias que, afinal, não seriam mesmo implementadas. O direito de continuar a repetir o discurso dos anos 1990 foi preservado pelos mesmos acordos que mantiveram impostos pouco progressivos e esquemas políticos tradicionais. Quem quiser rediscutir os acordos precisa rediscutir esse programa. Algumas ideias da "Carta de Salvador", como a "progressividade do fundo público" (tanto na tributação quanto no gasto), a volta à militância de base, a formação de uma frente com os aliados da esquerda, e, quem sabe, as propostas de Mangabeira Unger, podem gerar bons resultados; outras dificilmente sobreviverão mesmo a uma análise rápida, como a que foi feita aqui. Esse trabalho de crítica é tão importante quanto descobrir uma nova forma de se relacionar com a base aliada no Congresso, ou um modo de reverter os piores efeitos da crise econômica. E, ao contrário de todos os outros temas discutidos acima, depende exclusivamente da competência dos petistas. Uma parte razoável do impulso à ação recém-liberado no PT vai precisar ser gasta olhando para dentro. CELSO BARROS, 42, é doutor em sociologia pela Universidade de Oxford (Reino Unido). FELIPE CAMA, 44, é artista plástico e expõe na galeria Leme a partir de 13/8.
ilustrissima
Em congresso, PT volta a flertar com anos 90RESUMO O 5º Congresso do PT, no qual predominaram discursos pré-governo Lula, expôs as dificuldades do partido de definir novos caminhos. Entre palmas ao tesoureiro preso e namoros com o Podemos e o Syriza, o lulismo saiu derrotado. Inflação, corrupção e políticas para os pobres desorganizados ficaram esquecidas. * Em entrevista à CNN, o político trabalhista britânico David Miliband, irmão do ex-líder do partido, explicou a derrota recente frente aos conservadores nos seguintes termos: o país queria que virássemos a página, mas nós a viramos para trás. O PT entrou em seu 5º Congresso, realizado na semana passada em Salvador, com grande dificuldade de descobrir para que lado segue o livro. Na luta principal da noite, a tendência de oposição mais articulada, a Mensagem ao Partido (que tem entre seus líderes o ex-governador gaúcho Tarso Genro) propôs o afastamento dos dirigentes acusados de corrupção, a revisão das alianças e a rejeição do ajuste fiscal; o grupo majoritário, o Partido que Muda o Brasil (PMB, o grupo de Lula) conseguiu que, no documento final do evento, a "Carta de Salvador", tanto a tentativa de virada à esquerda quanto a discussão franca sobre corrupção fossem substancialmente neutralizadas. A dinâmica habitual entre as tendências petistas se repetiu. Em que pese a coragem diante da crise ética que vive o petismo, as propostas da esquerda do PT sobre política e economia dariam ao governo Dilma uma expectativa de vida de cerca de 15 minutos e, se implementadas, lançariam o país em uma crise ainda pior do que a atual. Mais uma vez, o grupo majoritário do PT dá a impressão de ser o único que compreende minimamente o que significa ser governo, e sua virtual estabilidade no emprego impossibilita a autocrítica ética que o PT precisa fazer. A imagem que possivelmente ficará do Congresso é a do episódio bizarro do aplauso ao tesoureiro Vaccari, acusado de corrupção e, no momento, preso. Várias correntes defenderam o afastamento dos dirigentes acusados de corrupção (por exemplo, a Mensagem ao Partido e a Militância Socialista). Isso não teve nenhum eco no documento aprovado. Mais adiante discutiremos as possibilidades estratégicas do PT, mas é preciso começar com o registro: ao se recusar a prestar contas à população na questão da corrupção, o PT limitou drasticamente suas possibilidades de reconquistar o centro do espectro político, ou mesmo de virar à esquerda com eficiência. Todas as suas ideias serão ouvidas com desconfiança, o que é um alívio no caso das ruins, mas uma pena no caso das boas. E mais uma pena do que um alívio, porque as ideias ruins poderiam ser descartadas mais dignamente em um debate aberto. Esse abandono do centro certamente favoreceu o tom de "virada à esquerda" ou "fuga para a frente" que marca tanto as teses quanto, em menor grau, a "Carta de Salvador". Certamente enfraqueceu a resistência oferecida pelo PMB às teses mais à esquerda. E não há dúvida de que muita gente no PT está usando "memes" tradicionais da esquerda (em especial em relação à mídia) para evitar debates sobre corrupção e sobre erros na condução da política econômica. Mas a virada à esquerda no discurso petista –que, mesmo amenizada, sobreviveu na "Carta de Salvador"– tem uma raiz mais profunda na vida e nas discussões dentro do partido. No fundo de sua alma, o PT rompeu com o lulismo e ainda espera um bom argumento pela reconciliação. O tema unificador das diversas teses apresentadas no congresso foi, com efeito, a crítica ao lulismo, entendido como estratégia de conciliação política baseada em políticas públicas pró-pobres que não conflitem nem com os interesses da elite nem com os do sistema político. Algumas tendências veem na crise do lulismo a crise inevitável de toda estratégia de esquerda moderada; outras apenas constatam que, com o fim da alta das commodities e o movimento do PMDB para a direita, os acordos se tornaram mais difíceis. Em todas as teses o diagnóstico é de que não há mais como avançar nas conquistas sociais sem gerar perdedores, e a estratégia é garantir que os perdedores estejam predominantemente entre os mais ricos e entre os setores políticos que tradicionalmente mandaram na política brasileira. O lulismo, é claro, não se confunde com o apoio a Lula, que já existia antes de 2002 e pode seguir existindo. Mas, após o lulismo, o quê? O exame das discussões no 5º Congresso demonstra um recurso excessivo ao repertório ideológico pré-lulista, e, sobretudo, uma falta de diálogo com a experiência dos 12 anos de governo. ORTODOXIA A crítica ao lulismo é mais evidente na proposta de abandonar a ortodoxia econômica, que marcou o governo Lula, digamos, em sua "fase clássica". As discussões sobre economia nos textos apresentados pelas tendências são extremamente rápidas e/ou superficiais, quando não francamente bizarras: em evento recente da esquerda do PT, o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin defendeu que houve um ciclo virtuoso da economia brasileira que teria se estendido até 2014. E, se é verdade que na oposição atual há luto mal resolvido pela derrota em 2014, o PT poderia dar o exemplo, admitir que perdeu em 1994, e discutir inflação com mais seriedade. É um alívio que essas ideias apareçam pouco na resolução final. Algumas tendências parecem ver a presença de Joaquim Levy na Fazenda como uma invasão, um "Occupy Wall Street" reverso, o que é estúpido. Mas é inteiramente legítimo discutir quem arcará com o custo do ajuste. Seria um sopro de ar fresco se os programas da esquerda brasileira tivessem menos conversa a respeito dos "rentistas" e mais discussão sobre tributação progressiva. As teses apresentadas em Salvador são típicas de quem acabou de começar a pensar nisso a sério (para além das homenagens rituais ao princípio, que sempre existiram), e jogam com todas as ideias de uma só vez, sem muita discussão: imposto sobre grandes fortunas, mudanças nas faixas do imposto de renda, tributação sobre lucros. Não custa torcer para que a discussão progrida racionalmente e chegue à proposta mais eficiente sob os diversos critérios possíveis. A "Carta de Salvador" inclui, entre suas teses principais, um apelo para a "expansão da progressividade do fundo público", uma boa formulação, pois parece incluir tanto a progressividade dos impostos quanto a do gasto público, a ser concentrado nos mais pobres. Mas é provável que essas declarações sobre tributação valham mais como início de uma reorientação programática de médio prazo. A hora em que você precisa desesperadamente fazer um ajuste fiscal é provavelmente a pior hora possível para conduzir essa negociação. O governo vai ter que fazer o ajuste, de algum jeito, em um prazo curto. Sem arrancar concessões da direita no Congresso, só vai poder fazer as correções com o sacrifício de sua própria base. Para garantir que as medidas sejam implementadas à custa da base do PT, basta aos opositores da redistribuição de renda esperar a crise piorar até o governo ter que fazer o ajuste de qualquer maneira (imaginem o exemplo contrário: um governo de direita sem maioria parlamentar na mesma situação teria que acabar por taxar bem mais do que as grandes fortunas). Quanto mais a hora da inevitabilidade se aproximar, mais o poder de negociação da esquerda vai diminuir, até chegar a zero –que é quase onde estamos. Por esses e outros motivos, seria bom evitar fazer ajuste fiscal só quando a situação já é dramática. A herança do lulismo também é descartada na repetida recusa da conciliação política. Consciente de que a base parlamentar atual não parece disposta a aprovar nada remotamente progressista, todas as tendências do PT propõem "levar a luta política para a sociedade". Passou a proposta da formação, aparentemente razoável, de uma frente de esquerda envolvendo partidos e movimentos sociais. Entretanto a ênfase no fim da conciliação política bem como os depoimentos recentes de Tarso Genro sugerem que a ideia seria romper com o PMDB –ou tomar medidas (como a substituição de ministros) que claramente implicariam o rompimento com o PMDB. Não é fácil entender como uma base política menor seria capaz de aprovar mais propostas de esquerda. O apelo aos movimentos sociais supõe que a opinião pública esteja propensa a ser liderada pela esquerda com tal entusiasmo que os congressistas aceitem votar contra seus interesses para não perderem seu eleitorado; se há evidências de que isso, hoje, é provável, elas deveriam ter sido apresentadas. Seria algo difícil mesmo sem as acusações de corrupção e sem o silêncio do PT sobre elas. Percebe-se claramente que o partido gostaria de estar lidando com a crise de 2013, não com a de 2015. Os petistas têm muito mais repertório intelectual e prático para lidar com as manifestações de rua do que com a crise econômica ou o presidencialismo de coalizão. Em um movimento da discussão sobre eleições diretas no partido na plenária final do último congresso (cujo vídeo está disponível na web), alguém puxou o coro de "PT! Na rua! O resto é falcatrua!"; esse é o slogan que parece resumir o sentimento atual da militância, que percebe o deslocamento do processo para uma arena em que ela não parece ter qualquer influência –e na qual são gerados escândalos pelos quais ela é responsabilizada nas ruas, em seus locais de trabalho, nas reuniões de família. No auge do lulismo, isso era compensado por aumentos de 10% na renda dos mais pobres todos os anos. Não é mais. A nostalgia pela política de base também ajuda a explicar o profundo impacto que parecem ter tido, no imaginário petista, os movimentos antiausteridade europeus, em especial o Syriza e o Podemos, citados com aprovação nas teses e em discursos no congresso, sem a devida consideração de quão incipientes são ainda os resultados de ambos os partidos no governo –embora seja legítimo, claro, torcer para que sejam bem-sucedidos nas dificílimas tarefas que têm à frente. Há mesmo a tentação adicional de comparar a austeridade europeia ao ajuste brasileiro. Mas é preciso matar a ideia no nascedouro: a Europa teve política anticíclica de menos, o Brasil provavelmente teve política anticíclica demais. Os pontos de partida da austeridade são completamente diferentes. A intelectualidade petista parece estar com muito mais vontade de ler os teóricos dos novos movimentos de rebeldia urbana do que em pensar em grandes esquemas de alianças e disputa pela hegemonia. É um movimento compreensível em um partido de oposição, que pode inspirar boas práticas de diálogo com os movimentos sociais, mas de modo algum pode ser a linha geral de um partido no poder. Rebeldia com controle do Exército e do Orçamento público não é tão romântico, não é "horizontal", e, para dizer o mínimo, tem pouco potencial libertador. Essa contradição explica o fato, ademais inacreditável, de alguns documentos elogiarem ao mesmo tempo os movimentos de rebeldia e o governo venezuelano, que tem desenvolvido uma abordagem bastante particular para conter os movimentos de contestação. Essa "inveja do Podemos", no fundo, é uma tentativa de resolver dentro do imaginário petista –e apenas lá– o dilema da incapacidade do PT de conseguir um aliado de centro com quem possa atuar no Parlamento. Pelas origens históricas semelhantes, esse aliado seria o PSDB, mas essa porta se fechou em 1994. O PSDB, é claro, está em deslocamento para a direita, pelo menos desde as manifestações deste ano. Viveu tensões importantes, por exemplo, entre a bancada e a direção na questão do impeachment. É razoável supor que perca eleitores de centro se exagerar no movimento para a direita, e para o PT seria imensamente importante conquistá-los –ou que algum partido aliado o fizesse. Mas ninguém vai conseguir fazer isso com aplausos a dirigentes presos e com o programa econômico de Arno Augustin. POBRES Por fim, os principais personagens do lulismo, os pobres desorganizados, quase sumiram. Os pobres só entram no discurso "quero ser Syriza" quando já são altamente politizados: são os pobres do MST, do MTST, dos movimentos culturais de periferia. O pobre evangélico que ainda está fascinado pelo fato de que seu filho agora tem alguma chance de frequentar a universidade também deve ser entregue de graça, ao que parece, à oposição, juntamente com o centro do espectro político, o Congresso Nacional e o monopólio da gestão macroeconômica responsável. Em um trecho notável, a tese do PMB admite ignorância, algo extremamente raro em manifestos políticos: "Não temos, nem mesmo, um conceito preciso para caracterizar os milhões de emergentes que as reformas Lula/Dilma fizeram aparecer na sociedade brasileira [...] O Partido não é uma escola de sociologia. Mas é evidente que temos uma necessidade política de compreender a exata natureza das mudanças sociais em curso e, junto com elas, captar as demandas dos novos atores da cena brasileira. Elas são hoje, seguramente, distintas daquelas de 2003, quando esse processo de mudança apenas iniciava". É uma coincidência interessante que, com os pobres desorganizados, tenha sumido o debate sobre a inflação. Em sua formulação inicial por André Singer, o conceito de lulismo tinha entre seus elementos constitutivos um certo conservadorismo popular, derivado da fragilidade da situação dos muito pobres: eles não têm como se proteger em aplicações financeiras e estão próximos demais da miséria extrema para arriscar movimentos bruscos. As propostas da esquerda do PT e mesmo, em menor grau, do grupo dirigente, por certo aumentariam a instabilidade econômica e política –o que, é claro, nem sempre é ruim; tanto as manifestações de 2013 quanto as de 2015 aumentaram a instabilidade. Mas ninguém parece muito preocupado com o que os pobres desorganizados, que foram muito mais importantes para reeleger Dilma do que qualquer militante de esquerda, têm a dizer sobre propostas econômicas que aumentariam a inflação. O historiador britânico E.P. Thompson notabilizou-se por mostrar como a classe trabalhadora inglesa, em alguma medida, "fez a si mesma", além de ter sido "feita" pelo processo de industrialização. Os segmentos ascendentes, quer os chamemos de "nova classe média", como Marcelo Neri, "nova classe trabalhadora", como Márcio Pochmann, ou "batalhadores" como Jessé de Souza (curiosamente, os três últimos presidentes do Ipea), ainda estão, de alguma forma, decidindo o que serão. Se o conceito parece indeterminado é porque, em parte, dependerá da atuação das forças políticas sobre esses setores –e seria melancólico se o principal partido da esquerda brasileira não tivesse nada a oferecer para a formação dessa identidade. A "Carta de Salvador" tem uma proposta que promete ao menos dialogar com os setores emergentes e o centro do espectro político. Em seu ponto 44, defende políticas para "o verdadeiro mar que organiza os micro e pequenos negócios no país", com a constituição de fundos públicos que ofereçam acesso a crédito, formação e tecnologia, entre outras coisas. A proposta tem todas as digitais de Roberto Mangabeira Unger, que, em entrevistas recentes, vem apresentando ideias semelhantes. É sempre difícil imaginar como o ministro Unger pretende passar da poesia à prosa, mas a ideia parece ser um esforço intelectualmente honesto e politicamente viável de dar poder aos mais pobres para que decidam suas vidas, uma visão para os setores ascendentes do lulismo que não passa nem pela sua instrumentalização política como massa de manobra nem por mantê-los apenas como consumidores passivos. Naturalmente, é só um esboço de solução. No fim de semana passado, o lulismo (de novo, como formulado por Singer) morreu em seu último habitat. É significativo que muitos no PT tenham experimentado o processo como uma liberação: o fim do lulismo criou um impulso por ativismo, pela recuperação de antigas propostas e pela abertura de novas ideias de esquerda. Tudo isso pode ser saudável, entretanto é preciso entender que a trégua lulista congelou também tarefas urgentes de revisão ideológica, que a esquerda brasileira deveria ter feito desde os anos 90. O adiamento sem prazo de certos ideais de esquerda no partido permitiu que eles permanecessem imunes à crítica e manteve o esquerdismo da época do PT oposicionista em suspenso, sobrevivendo ao lado dos grandes acordos e das grandes conciliações. Não fazia sentido discutir seriamente aquelas ideias que, afinal, não seriam mesmo implementadas. O direito de continuar a repetir o discurso dos anos 1990 foi preservado pelos mesmos acordos que mantiveram impostos pouco progressivos e esquemas políticos tradicionais. Quem quiser rediscutir os acordos precisa rediscutir esse programa. Algumas ideias da "Carta de Salvador", como a "progressividade do fundo público" (tanto na tributação quanto no gasto), a volta à militância de base, a formação de uma frente com os aliados da esquerda, e, quem sabe, as propostas de Mangabeira Unger, podem gerar bons resultados; outras dificilmente sobreviverão mesmo a uma análise rápida, como a que foi feita aqui. Esse trabalho de crítica é tão importante quanto descobrir uma nova forma de se relacionar com a base aliada no Congresso, ou um modo de reverter os piores efeitos da crise econômica. E, ao contrário de todos os outros temas discutidos acima, depende exclusivamente da competência dos petistas. Uma parte razoável do impulso à ação recém-liberado no PT vai precisar ser gasta olhando para dentro. CELSO BARROS, 42, é doutor em sociologia pela Universidade de Oxford (Reino Unido). FELIPE CAMA, 44, é artista plástico e expõe na galeria Leme a partir de 13/8.
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Aumento do Judiciário é 'tapa na cara' dos desempregados, diz leitor
PAUTA-BOMBA O aumento do Judiciário autorizado por Temer é uma tapa na cara do desempregado e desmente seu discurso. FRANCISCUS D'HANENS (São Paulo, SP) * Como desabafar a indignação ao ler a notícia de que a criação de 14 mil cargos federais foi aprovada em pauta-bomba? Vontade de arregimentar uma grande corrente de todos os que partilham do mesmo sentimento. Como apoiar meu próprio algoz? VERA LÚCIA FINAZZI PORTO (Campinas, SP) * Gostaria que alguém me explicasse essa calamidade estarrecedora de que, apesar da expectativa de fechar 2016 com um rombo de R$170 bilhões nas contas e do desemprego monstruoso, o governo Temer concordou com a aprovação de um megapacote de reajuste para todo o funcionalismo federal, com impacto de ao menos R$58 bilhões até 2019. Não dá para entender. O povo brasileiro tem que se mexer. EUGÊNIO BARROS (São Paulo, SP) - GOVERNO TEMER Desde o dia em que Michel Temer tomou o poder, espero ansiosamente uma pesquisa Datafolha sobre a popularidade do presidente interino. ALBERTO VILLAS (São Paulo, SP) * Sensacional a foto de Michel Temer na cerimônia de posse do novo ministro da Transparência. Resume tudo. MARIA CONSUELO APOCALYPSE JÓIA (Ouro Fino, MG) * m Michel Temer, ao montar seu ministério com vários nomes envolvidos na Lava Jato, dois dos quais já afastados na esteira de escândalos, fornece farta munição à atual oposição para a inimaginável devolução do poder a Dilma Rousseff. Pode ser, por outro lado, que o presidente em exercício, ao efetivar as nomeações, aposte num pragmatismo de resultados extremamente sutil e fora do alcance da percepção do cidadão comum que não conhece as catacumbas de Brasilia. Quem sabe? PAULO ROBERTO GOTAÇ (Rio de Janeiro, RJ) - DIREITOS DAS MULHERES Caro Reinaldo Azevedo, para que você tente compreender antes de ridicularizar os que defendem a luta contra "a tal cultura do estupro", inclusive seus colegas da Folha, segue a definição da pesquisadora Cynthia Semíramis: "A expressão indica que a sociedade não só tolera como incentiva a violência contra mulheres por meio da violência sexual, mas vai além: é um processo para constranger pessoas a se adequarem a papéis de gênero". CRISTINA CAMARGO SILVA CROSO * Reinaldo Azevedo assusta-se com "tempos bárbaros" em que "a esquerda" transforma um crime em agenda política. Assustador mesmo é ter que lembrar ao colunista que estuprador não escolhe suas vítimas por idade, classe social, etnia e muito menos filiação partidária. Além disso, são os crimes bárbaros que movem o Legislativo, vide a Lei Maria da Penha. HAROLDO H. SOUZA DE ARRUDA (São Paulo, SP) * Que absurdo a nomeação de Fátima Peleas para Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. A ex-deputada, além de não ter nenhuma ligação com o movimento de mulheres, está enroscada em inquérito que apura "articulação criminosa". Por que Temer insiste em nomear pessoas com pendências judiciais? O discurso de "nomeações técnicas" virou pó. Não é a toa que a imagem do Brasil rola ladeira abaixo aos olhos do mundo. LICA CINTRA (São Paulo, SP) - MINHA HISTÓRIA Fiquei profundamente triste e estarrecido com a história de Daniele Toledo. Minha solidariedade a ela, que foi vítima da injustiça, da crueldade humana e de alardes da imprensa sensacionalista da época. Que ela siga com fé o seu caminho. ADRIANO BOMBONATTI (São Paulo, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO A AgênciaClick Mídia Interativa refuta as informações divulgadas pelo site da "Época" e reproduzidas pela Folha. A empresa nunca teve e não mantém nenhuma relação de natureza societária ou comercial com a empresa Pepper ou seus dirigentes. O contrato com o governo federal é resultado de transparente processo de licitação do qual foi uma das duas agências selecionadas. A empresa avalia medidas legais cabíveis e reitera seu compromisso com a lei e a ética. MARINA TUNES, diretora da AgênciaClick Mídia Interativa (São Paulo, SP) - R$ 148 MI EM MEDALHAS A Folha erra ao atribuir a mim uma licitação homologada 14 dias antes da minha nomeação como secretário de Esportes, Lazer e Juventude. Nada foi efetivamente pago, pois o governador Geraldo Alckmin determinou a revogação da licitação. A Corregedoria-Geral da Administração e a Polícia Civil investigam o caso a nosso pedido. PAULO GUSTAVO MAIURINO, secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo (São Paulo, SP) * RESPOSTA DO JORNALISTA LEANDRO MACHADO - Não há erro, já que a reportagem não atribuiu a ele, e sim à secretaria, a abertura da licitação. - CARTAS Frequentemente, um terço ou mais das cartas publicadas no Painel do Leitor não são de leitores comuns, mas de assessor de imprensa de político, advogado de investigado, deputado deste ou daquele partido, vereador, porta-voz de secretarias estaduais e demais amigos dos nobres de plantão. Nada contra, mas diatribes e polêmicas internas de partidos deveriam ser publicadas numa seção a parte chamada, quem sabe, "Painel dos Incomodados". Chegamos ao cúmulo com a publicação da estranha cartinha assinada pelo doutor Milton Flavio Lautenschlager, ex-presidente municipal do PSDB: hermética, incompreensível, ameaçadora e claramente dirigida a algum desafeto do seu ex-partido. Vossas excelências, deixem, por favor, o espaço para os súditos. Os leitores agradecem. FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP) - EDUCAÇÃO Adequado o editorial "Uma base mais firme", sobre a versão reformulada da Base Nacional Comum Curricular. Escolas e educadores esperam dispor de conteúdos que foquem as novas exigências de um mundo em transformação e de uma juventude cada vez mais protagonista. Certamente até outubro estarão participando das discussões que concluirão o texto final. Creio que a educação e a classe dos professores mereçam mais respeito da sociedade e dos governos. JONAS NILSON DA MATTA, professor aposentado (São Paulo, SP) * Nossos estudantes precisam entender que movimentos que impeçam o fluxo normal das aulas só lhes são prejudiciais. Estão perdendo tempo, e tempo é sagrado e não volta. Não adianta ficar batendo em teclas que são evidentes, mas custam caro, pois o Estado está falido. GERALDO SIFFERT JUNIOR, médico (Rio de Janeiro, RJ) - EBC É absurda a situação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Ter um presidente com um mandato de quatro anos "engessa" a entidade. Não tem qualquer sentido um novo governo federal ter de lidar com uma direção que lhe seja hostil. Como o governo Temer pode ter um sistema público de comunicação controlado pelo antigo governo do PT? É uma situação totalmente diferente do caso das agências reguladoras. HEITOR VIANNA P. FILHO (Araruama, RJ) ZOO A existência de zoológicos em pleno século 21 não tem sentido. Manter animais selvagens em cativeiro, fora de seu habitat natural, é uma covardia. A morte a tiros do gorila Harambe mostra bem o absurdo que é a existência de jardins zoológicos, em total violação aos direitos dos animais. Lugar de animal selvagem é na natureza, solto e livre, e nunca engaiolados para deleite humano. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Aumento do Judiciário é 'tapa na cara' dos desempregados, diz leitorPAUTA-BOMBA O aumento do Judiciário autorizado por Temer é uma tapa na cara do desempregado e desmente seu discurso. FRANCISCUS D'HANENS (São Paulo, SP) * Como desabafar a indignação ao ler a notícia de que a criação de 14 mil cargos federais foi aprovada em pauta-bomba? Vontade de arregimentar uma grande corrente de todos os que partilham do mesmo sentimento. Como apoiar meu próprio algoz? VERA LÚCIA FINAZZI PORTO (Campinas, SP) * Gostaria que alguém me explicasse essa calamidade estarrecedora de que, apesar da expectativa de fechar 2016 com um rombo de R$170 bilhões nas contas e do desemprego monstruoso, o governo Temer concordou com a aprovação de um megapacote de reajuste para todo o funcionalismo federal, com impacto de ao menos R$58 bilhões até 2019. Não dá para entender. O povo brasileiro tem que se mexer. EUGÊNIO BARROS (São Paulo, SP) - GOVERNO TEMER Desde o dia em que Michel Temer tomou o poder, espero ansiosamente uma pesquisa Datafolha sobre a popularidade do presidente interino. ALBERTO VILLAS (São Paulo, SP) * Sensacional a foto de Michel Temer na cerimônia de posse do novo ministro da Transparência. Resume tudo. MARIA CONSUELO APOCALYPSE JÓIA (Ouro Fino, MG) * m Michel Temer, ao montar seu ministério com vários nomes envolvidos na Lava Jato, dois dos quais já afastados na esteira de escândalos, fornece farta munição à atual oposição para a inimaginável devolução do poder a Dilma Rousseff. Pode ser, por outro lado, que o presidente em exercício, ao efetivar as nomeações, aposte num pragmatismo de resultados extremamente sutil e fora do alcance da percepção do cidadão comum que não conhece as catacumbas de Brasilia. Quem sabe? PAULO ROBERTO GOTAÇ (Rio de Janeiro, RJ) - DIREITOS DAS MULHERES Caro Reinaldo Azevedo, para que você tente compreender antes de ridicularizar os que defendem a luta contra "a tal cultura do estupro", inclusive seus colegas da Folha, segue a definição da pesquisadora Cynthia Semíramis: "A expressão indica que a sociedade não só tolera como incentiva a violência contra mulheres por meio da violência sexual, mas vai além: é um processo para constranger pessoas a se adequarem a papéis de gênero". CRISTINA CAMARGO SILVA CROSO * Reinaldo Azevedo assusta-se com "tempos bárbaros" em que "a esquerda" transforma um crime em agenda política. Assustador mesmo é ter que lembrar ao colunista que estuprador não escolhe suas vítimas por idade, classe social, etnia e muito menos filiação partidária. Além disso, são os crimes bárbaros que movem o Legislativo, vide a Lei Maria da Penha. HAROLDO H. SOUZA DE ARRUDA (São Paulo, SP) * Que absurdo a nomeação de Fátima Peleas para Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. A ex-deputada, além de não ter nenhuma ligação com o movimento de mulheres, está enroscada em inquérito que apura "articulação criminosa". Por que Temer insiste em nomear pessoas com pendências judiciais? O discurso de "nomeações técnicas" virou pó. Não é a toa que a imagem do Brasil rola ladeira abaixo aos olhos do mundo. LICA CINTRA (São Paulo, SP) - MINHA HISTÓRIA Fiquei profundamente triste e estarrecido com a história de Daniele Toledo. Minha solidariedade a ela, que foi vítima da injustiça, da crueldade humana e de alardes da imprensa sensacionalista da época. Que ela siga com fé o seu caminho. ADRIANO BOMBONATTI (São Paulo, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO A AgênciaClick Mídia Interativa refuta as informações divulgadas pelo site da "Época" e reproduzidas pela Folha. A empresa nunca teve e não mantém nenhuma relação de natureza societária ou comercial com a empresa Pepper ou seus dirigentes. O contrato com o governo federal é resultado de transparente processo de licitação do qual foi uma das duas agências selecionadas. A empresa avalia medidas legais cabíveis e reitera seu compromisso com a lei e a ética. MARINA TUNES, diretora da AgênciaClick Mídia Interativa (São Paulo, SP) - R$ 148 MI EM MEDALHAS A Folha erra ao atribuir a mim uma licitação homologada 14 dias antes da minha nomeação como secretário de Esportes, Lazer e Juventude. Nada foi efetivamente pago, pois o governador Geraldo Alckmin determinou a revogação da licitação. A Corregedoria-Geral da Administração e a Polícia Civil investigam o caso a nosso pedido. PAULO GUSTAVO MAIURINO, secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo (São Paulo, SP) * RESPOSTA DO JORNALISTA LEANDRO MACHADO - Não há erro, já que a reportagem não atribuiu a ele, e sim à secretaria, a abertura da licitação. - CARTAS Frequentemente, um terço ou mais das cartas publicadas no Painel do Leitor não são de leitores comuns, mas de assessor de imprensa de político, advogado de investigado, deputado deste ou daquele partido, vereador, porta-voz de secretarias estaduais e demais amigos dos nobres de plantão. Nada contra, mas diatribes e polêmicas internas de partidos deveriam ser publicadas numa seção a parte chamada, quem sabe, "Painel dos Incomodados". Chegamos ao cúmulo com a publicação da estranha cartinha assinada pelo doutor Milton Flavio Lautenschlager, ex-presidente municipal do PSDB: hermética, incompreensível, ameaçadora e claramente dirigida a algum desafeto do seu ex-partido. Vossas excelências, deixem, por favor, o espaço para os súditos. Os leitores agradecem. FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP) - EDUCAÇÃO Adequado o editorial "Uma base mais firme", sobre a versão reformulada da Base Nacional Comum Curricular. Escolas e educadores esperam dispor de conteúdos que foquem as novas exigências de um mundo em transformação e de uma juventude cada vez mais protagonista. Certamente até outubro estarão participando das discussões que concluirão o texto final. Creio que a educação e a classe dos professores mereçam mais respeito da sociedade e dos governos. JONAS NILSON DA MATTA, professor aposentado (São Paulo, SP) * Nossos estudantes precisam entender que movimentos que impeçam o fluxo normal das aulas só lhes são prejudiciais. Estão perdendo tempo, e tempo é sagrado e não volta. Não adianta ficar batendo em teclas que são evidentes, mas custam caro, pois o Estado está falido. GERALDO SIFFERT JUNIOR, médico (Rio de Janeiro, RJ) - EBC É absurda a situação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Ter um presidente com um mandato de quatro anos "engessa" a entidade. Não tem qualquer sentido um novo governo federal ter de lidar com uma direção que lhe seja hostil. Como o governo Temer pode ter um sistema público de comunicação controlado pelo antigo governo do PT? É uma situação totalmente diferente do caso das agências reguladoras. HEITOR VIANNA P. FILHO (Araruama, RJ) ZOO A existência de zoológicos em pleno século 21 não tem sentido. Manter animais selvagens em cativeiro, fora de seu habitat natural, é uma covardia. A morte a tiros do gorila Harambe mostra bem o absurdo que é a existência de jardins zoológicos, em total violação aos direitos dos animais. Lugar de animal selvagem é na natureza, solto e livre, e nunca engaiolados para deleite humano. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. 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João Doria forma equipe para empinar candidatura a prefeito de São Paulo
O empresário João Doria Jr. já trabalha com equipe de consultores, inclusive de marketing, para tentar empinar sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo. EM FRENTE "O pessoal fala demais", reagiu ele quando questionado sobre os profissionais que tem consultado. Em seguida, emendou: "Eu vou em frente". E disse que já está inclusive levantando os "problemas de SP" para debatê-los no futuro. BOA VIZINHANÇA Doria já conversou com José Serra para saber se ele pensa em concorrer à prefeitura –hipótese em que não se movimentaria para tentar ser candidato. O senador tucano descartou a possibilidade. Nesta semana, Doria deve almoçar com o vereador Andrea Matarazzo (PSDB-SP), que já se lançou há meses para concorrer à sucessão municipal. BOA VIZINHANÇA 2 A situação no PSDB é confusa. Matarazzo é o pré-candidato que tem mais força na legenda, no âmbito municipal. Doria é amigo pessoal de Geraldo Alckmin. O secretário Alexandre de Moraes, da Segurança, corre por fora e também é próximo do governador. TODAS AS LÍNGUAS A informação de que Renato Duque, ex-diretor da Petrobras e suspeito de operar com o PT, Fernando Baiano, suspeito de operar para o PMDB, e até João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, estariam fazendo acordo de delação premiada com o Ministério Público inquietou bancas que representam empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato. TUDO CALMO "Não tem nada disso. Vaccari está sereno. Não há qualquer prova contra ele", diz o advogado Luiz Flávio D'Urso, que defende o ex-tesoureiro do PT. A coluna não localizou os advogados dos outros dois investigados. AÇÃO E REAÇÃO E D'Urso diz que pedirá ao deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) que abrace a ideia e apresente projeto proibindo que investigados possam fazer acordo de delação premiada quando estão presos. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apoia. O ENIGMA DE BEATRIZ A advogada Beatriz Catta Preta, que conduziu nove das 12 delações premiadas da Operação Lava Jato, diz que dará "em breve" declaração sobre sua saída repentina do Brasil, deixando para trás todos os clientes que até então representava. Ela decidiu viver em Miami e já postou mensagens enigmáticas em sua página no Facebook. RITMO DE FESTA O cantor e ator Tiago Abravanel estreou o show "Baile do Abrava" no domingo (26) no Lapa 40º, casa na Vila Madalena que tem o dançarino Carlinhos de Jesus como sócio. A empresária Cíntia Abravanel acompanhou a apresentação do filho. Os atores Juan Alba, Laryssa Dias, Juliana Alves e Marcos Veras estavam na plateia. O estilista Fause Haten e a bailarina Ivi Mesquita também compareceram. CINEMA A JATO O cineasta Cristiano Burlan está filmando um novo longa. Mario Bortolotto está no elenco do filme, que será rodado em quatro dias. "É sobre um homem que sai vagando por SP", diz. SOFRI DEMAIS A ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei Ana Paula Henkel vai publicar um livro para jovens sobre "bullying". "Não é autobiográfico, mas tem a ver com a minha história, meus tombos e como me levantei", diz ela, que vai mesclar contos e poesias. "Sofri muito antes de descobrir o esporte: eu era magricela e alta, quase que uma alienígena." Agora, afirma se sentir "quase na obrigação de passar isso para a frente". NA REDE Ana Paula, que mora nos EUA há seis anos, acompanha a vida no Brasil e dá opiniões para quase 53 mil seguidores no Twitter. "O livro e meu engajamento político [apoiou Aécio Neves na campanha de 2014] são para deixar uma semente aqui. Porque ainda penso em voltar", diz ela, que está no país para negociar a obra com editoras. MÚSICA DE DOMINGO Os músicos Thiago Pethit e Silva se apresentaram na Sol Sunday Sessions, no restaurante Manioca, da chef Helena Rizzo. As atrizes Carla Lamarca e Michelle Batista estiveram no evento, no domingo (26). A relações-públicas Priscila Borgonovi também foi aos shows. * CURTO-CIRCUITO O cantor suíço Bastian Baker faz show nesta terça (28) no shopping Cidade Jardim, a partir das 19h. A convite da Omega Boutique. Grátis. Fatek Al Said, membro da família real de Omã, está em SP para exposição sobre o país árabe que começa nesta terça (28) no shopping Eldorado. A blogueira Camila Coutinho participa nesta quarta (29) no Itaim Bibi do lançamento da nova edição da revista "Estilo", com ela na capa. A 60ª Festa do Peão de Barretos será lançada nesta quarta (29) no Espaço das Américas com show de 12 das duplas sertanejas mais famosas do país, às 21h. 18 anos. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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João Doria forma equipe para empinar candidatura a prefeito de São PauloO empresário João Doria Jr. já trabalha com equipe de consultores, inclusive de marketing, para tentar empinar sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo. EM FRENTE "O pessoal fala demais", reagiu ele quando questionado sobre os profissionais que tem consultado. Em seguida, emendou: "Eu vou em frente". E disse que já está inclusive levantando os "problemas de SP" para debatê-los no futuro. BOA VIZINHANÇA Doria já conversou com José Serra para saber se ele pensa em concorrer à prefeitura –hipótese em que não se movimentaria para tentar ser candidato. O senador tucano descartou a possibilidade. Nesta semana, Doria deve almoçar com o vereador Andrea Matarazzo (PSDB-SP), que já se lançou há meses para concorrer à sucessão municipal. BOA VIZINHANÇA 2 A situação no PSDB é confusa. Matarazzo é o pré-candidato que tem mais força na legenda, no âmbito municipal. Doria é amigo pessoal de Geraldo Alckmin. O secretário Alexandre de Moraes, da Segurança, corre por fora e também é próximo do governador. TODAS AS LÍNGUAS A informação de que Renato Duque, ex-diretor da Petrobras e suspeito de operar com o PT, Fernando Baiano, suspeito de operar para o PMDB, e até João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, estariam fazendo acordo de delação premiada com o Ministério Público inquietou bancas que representam empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato. TUDO CALMO "Não tem nada disso. Vaccari está sereno. Não há qualquer prova contra ele", diz o advogado Luiz Flávio D'Urso, que defende o ex-tesoureiro do PT. A coluna não localizou os advogados dos outros dois investigados. AÇÃO E REAÇÃO E D'Urso diz que pedirá ao deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) que abrace a ideia e apresente projeto proibindo que investigados possam fazer acordo de delação premiada quando estão presos. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apoia. O ENIGMA DE BEATRIZ A advogada Beatriz Catta Preta, que conduziu nove das 12 delações premiadas da Operação Lava Jato, diz que dará "em breve" declaração sobre sua saída repentina do Brasil, deixando para trás todos os clientes que até então representava. Ela decidiu viver em Miami e já postou mensagens enigmáticas em sua página no Facebook. RITMO DE FESTA O cantor e ator Tiago Abravanel estreou o show "Baile do Abrava" no domingo (26) no Lapa 40º, casa na Vila Madalena que tem o dançarino Carlinhos de Jesus como sócio. A empresária Cíntia Abravanel acompanhou a apresentação do filho. Os atores Juan Alba, Laryssa Dias, Juliana Alves e Marcos Veras estavam na plateia. O estilista Fause Haten e a bailarina Ivi Mesquita também compareceram. CINEMA A JATO O cineasta Cristiano Burlan está filmando um novo longa. Mario Bortolotto está no elenco do filme, que será rodado em quatro dias. "É sobre um homem que sai vagando por SP", diz. SOFRI DEMAIS A ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei Ana Paula Henkel vai publicar um livro para jovens sobre "bullying". "Não é autobiográfico, mas tem a ver com a minha história, meus tombos e como me levantei", diz ela, que vai mesclar contos e poesias. "Sofri muito antes de descobrir o esporte: eu era magricela e alta, quase que uma alienígena." Agora, afirma se sentir "quase na obrigação de passar isso para a frente". NA REDE Ana Paula, que mora nos EUA há seis anos, acompanha a vida no Brasil e dá opiniões para quase 53 mil seguidores no Twitter. "O livro e meu engajamento político [apoiou Aécio Neves na campanha de 2014] são para deixar uma semente aqui. Porque ainda penso em voltar", diz ela, que está no país para negociar a obra com editoras. MÚSICA DE DOMINGO Os músicos Thiago Pethit e Silva se apresentaram na Sol Sunday Sessions, no restaurante Manioca, da chef Helena Rizzo. As atrizes Carla Lamarca e Michelle Batista estiveram no evento, no domingo (26). A relações-públicas Priscila Borgonovi também foi aos shows. * CURTO-CIRCUITO O cantor suíço Bastian Baker faz show nesta terça (28) no shopping Cidade Jardim, a partir das 19h. A convite da Omega Boutique. Grátis. Fatek Al Said, membro da família real de Omã, está em SP para exposição sobre o país árabe que começa nesta terça (28) no shopping Eldorado. A blogueira Camila Coutinho participa nesta quarta (29) no Itaim Bibi do lançamento da nova edição da revista "Estilo", com ela na capa. A 60ª Festa do Peão de Barretos será lançada nesta quarta (29) no Espaço das Américas com show de 12 das duplas sertanejas mais famosas do país, às 21h. 18 anos. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Direito a férias completa 90 anos no Brasil; veja histórico e regras atuais
Muito aproveitado nos meses de dezembro e janeiro, o direito a férias previsto em lei completa 90 anos nesta quinta-feira (31). Instituído em decreto publicado em 1925, o benefício, inicialmente bastante desrespeitado e com apenas 15 dias de duração, foi um marco no direito trabalhista do Brasil e sofreu várias alterações no decorrer dos anos. "As férias são consideradas o primeiro benefício geral estabelecido no Brasil para os trabalhadores", diz Eli Alves da Silva, presidente da Comissão de Direito Material do Trabalho da OAB-SP. Antes do decreto, poucos eram os brasileiros com descanso anual. No setor privado, as férias só existiam nos raros casos em que o empregador as instituía por iniciativa própria –como, na Bahia, o industrial Luís Tarquínio em 1891 e, em São Paulo, Jorge Street em 1917. Além disso, havia desde 1889 uma previsão específica do benefício para trabalhadores do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, que no ano seguinte foi estendida aos trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 1933, com o objetivo de tornar mais efetivo o direito até então muito desrespeitado, surgiram várias regras relacionadas a ele que permanecem até hoje: a regulamentação do desconto de faltas, a proibição de o empregado trabalhar para um novo empregador durante o descanso anual e o estabelecimento tanto de um intervalo de 12 meses para que se adquira o direito às férias, quanto de um período subsequente de 12 meses durante os quais elas devem gozadas. Dez anos depois, em 1943, foi aprovada a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que sistematizou a legislação trabalhista e estendeu o direito a férias aos trabalhadores rurais, deixando ainda de fora, porém, os domésticos —os quais só passaram a ter esse direito em 1972. O período de descanso anual remunerado foi expandido só em 1949, para 20 dias. Apenas em 1977, por meio de decreto-lei do então presidente Ernesto Geisel, é que os atuais 30 dias foram estabelecidos. Por fim, em 1988, com a promulgação da atual Constituição, um novo direito foi criado: o adicional de um terço ao salário que se recebe durante as férias. "O Brasil seguiu uma tradição jurídica latino-americana de acrescer à remuneração das férias uma certa quantia, porque não adiantava você dar descanso sem a possibilidade de se ter um dinheiro extraordinário. Afinal, descansar custa dinheiro", diz o advogado trabalhista Luís Carlos Moro. "Esse terço a mais é uma reivindicação não só dos trabalhadores, mas das indústrias do turismo, do transporte e dos restaurantes, para que as pessoas tenham uma disponibilidade de dinheiro para fazer frente às despesas de lazer", afirma Moro. REGRAS VIGENTES O exercício e a organização do direito de férias contam com uma série de regras específicas. Por exemplo, o período de férias pode ser diminuído conforme o acúmulo durante o ano de faltas não justificadas —ou seja, ausências que não tenham motivos como casamento, doença, morte na família ou alistamento militar (veja quadro abaixo). Outro ponto importante é a possibilidade de o trabalhador "vender" um terço de suas férias, trabalhando para receber a remuneração que seria devida por esses dias. Se o empregador desejar, o descanso anual pode ser dividido em dois períodos, sendo nenhum deles inferior a dez dias corridos. Vale lembrar, porém, que essa opção é vetada no caso de trabalhadores com menos de 18 anos e com mais de 50 anos. Um caso específico é o de férias coletivas. "Como é o empregador que tem o poder de escolher quando as férias são gozadas, é muito comum a ocorrência de férias coletivas dos trabalhadores de uma empresa ou de um de seus setores. No caso de algumas carreiras, como a de professor, isso é até regulamentado de forma permanente", diz Moro. As férias coletivas, que podem durar a totalidade do descanso anual do empregado, precisam ser comunicadas ao Ministério do Trabalho e ao sindicato da categoria. A regulamentação das férias no caso de fim do vínculo de emprego também conta com detalhes. "Qualquer que seja o motivo da demissão, o trabalhador tem direito à remuneração do período de férias já adquirido e não gozado. A justa causa só rompe o período de férias em aquisição", afirma Moro. Com isso, o demitido por justa causa não tem direito às chamadas férias proporcionais. As regras, entretanto, podem às vezes ser modificadas por negociações entre representantes de empregados e empregadores. "Há variáveis que podem mudar no direito de férias através da negociação coletiva, mas sempre para ampliar o benefício do trabalhador. Por exemplo, é possível aumentar o número de faltas que se pode ter sem a diminuição de dias de férias", diz Eli Alves da Silva. Regra do direito a férias
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Direito a férias completa 90 anos no Brasil; veja histórico e regras atuaisMuito aproveitado nos meses de dezembro e janeiro, o direito a férias previsto em lei completa 90 anos nesta quinta-feira (31). Instituído em decreto publicado em 1925, o benefício, inicialmente bastante desrespeitado e com apenas 15 dias de duração, foi um marco no direito trabalhista do Brasil e sofreu várias alterações no decorrer dos anos. "As férias são consideradas o primeiro benefício geral estabelecido no Brasil para os trabalhadores", diz Eli Alves da Silva, presidente da Comissão de Direito Material do Trabalho da OAB-SP. Antes do decreto, poucos eram os brasileiros com descanso anual. No setor privado, as férias só existiam nos raros casos em que o empregador as instituía por iniciativa própria –como, na Bahia, o industrial Luís Tarquínio em 1891 e, em São Paulo, Jorge Street em 1917. Além disso, havia desde 1889 uma previsão específica do benefício para trabalhadores do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, que no ano seguinte foi estendida aos trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 1933, com o objetivo de tornar mais efetivo o direito até então muito desrespeitado, surgiram várias regras relacionadas a ele que permanecem até hoje: a regulamentação do desconto de faltas, a proibição de o empregado trabalhar para um novo empregador durante o descanso anual e o estabelecimento tanto de um intervalo de 12 meses para que se adquira o direito às férias, quanto de um período subsequente de 12 meses durante os quais elas devem gozadas. Dez anos depois, em 1943, foi aprovada a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que sistematizou a legislação trabalhista e estendeu o direito a férias aos trabalhadores rurais, deixando ainda de fora, porém, os domésticos —os quais só passaram a ter esse direito em 1972. O período de descanso anual remunerado foi expandido só em 1949, para 20 dias. Apenas em 1977, por meio de decreto-lei do então presidente Ernesto Geisel, é que os atuais 30 dias foram estabelecidos. Por fim, em 1988, com a promulgação da atual Constituição, um novo direito foi criado: o adicional de um terço ao salário que se recebe durante as férias. "O Brasil seguiu uma tradição jurídica latino-americana de acrescer à remuneração das férias uma certa quantia, porque não adiantava você dar descanso sem a possibilidade de se ter um dinheiro extraordinário. Afinal, descansar custa dinheiro", diz o advogado trabalhista Luís Carlos Moro. "Esse terço a mais é uma reivindicação não só dos trabalhadores, mas das indústrias do turismo, do transporte e dos restaurantes, para que as pessoas tenham uma disponibilidade de dinheiro para fazer frente às despesas de lazer", afirma Moro. REGRAS VIGENTES O exercício e a organização do direito de férias contam com uma série de regras específicas. Por exemplo, o período de férias pode ser diminuído conforme o acúmulo durante o ano de faltas não justificadas —ou seja, ausências que não tenham motivos como casamento, doença, morte na família ou alistamento militar (veja quadro abaixo). Outro ponto importante é a possibilidade de o trabalhador "vender" um terço de suas férias, trabalhando para receber a remuneração que seria devida por esses dias. Se o empregador desejar, o descanso anual pode ser dividido em dois períodos, sendo nenhum deles inferior a dez dias corridos. Vale lembrar, porém, que essa opção é vetada no caso de trabalhadores com menos de 18 anos e com mais de 50 anos. Um caso específico é o de férias coletivas. "Como é o empregador que tem o poder de escolher quando as férias são gozadas, é muito comum a ocorrência de férias coletivas dos trabalhadores de uma empresa ou de um de seus setores. No caso de algumas carreiras, como a de professor, isso é até regulamentado de forma permanente", diz Moro. As férias coletivas, que podem durar a totalidade do descanso anual do empregado, precisam ser comunicadas ao Ministério do Trabalho e ao sindicato da categoria. A regulamentação das férias no caso de fim do vínculo de emprego também conta com detalhes. "Qualquer que seja o motivo da demissão, o trabalhador tem direito à remuneração do período de férias já adquirido e não gozado. A justa causa só rompe o período de férias em aquisição", afirma Moro. Com isso, o demitido por justa causa não tem direito às chamadas férias proporcionais. As regras, entretanto, podem às vezes ser modificadas por negociações entre representantes de empregados e empregadores. "Há variáveis que podem mudar no direito de férias através da negociação coletiva, mas sempre para ampliar o benefício do trabalhador. Por exemplo, é possível aumentar o número de faltas que se pode ter sem a diminuição de dias de férias", diz Eli Alves da Silva. Regra do direito a férias
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Petrobras retoma proposta de reduzir carga horária para área administrativa
A Petrobras decidiu retomar a proposta de oferecer redução da carga horária, com corte nos salários, a empregados da área administrativa. A medida foi anunciada em 2015, mas esbarrou na resistência de sindicatos. A proposta faz parte de um esforço para reduzir os custos operacionais da estatal, que já anunciou o corte de 43% das funções gerenciais e vem provocando forte enxugamento do quadro de terceirizados. O anúncio de retomada foi feito pelo diretor de Recursos Humanos, SMS e Serviços da empresa, Hugo Repsold, quando questionado por empregados a respeito do tema em conversa de apresentação do novo presidente da companhia, Pedro Parente. Repsold, porém, não deu detalhes sobre a proposta. A Folha apurou que a ideia é repetir a proposta apresentada no ano passado, que reduz a carga horária para seis horas, com corte de 25% no salário. A adesão é opcional. O tema será discutido com os sindicatos quando forem iniciadas as conversas para o acordo coletivo de trabalho para o próximo ano. O prazo para assinatura do acordo vence em setembro. ANALISTAS Na sexta-feira (10), Parente, participou de reunião com analistas do mercado financeiro. Em relatórios divulgados aos clientes após o evento, os analistas dizem que Parente se comprometeu com a redução do endividamento da companhia, com a manutenção dos esforços de corte de custos e de venda de ativos e com uma política de preços dos combustíveis livre de ingerências políticas. Para Wesley Bernabé, do Banco do Brasil, o encontro foi "construtivo", mas a valorização da empresa ainda depende de maior entendimento sobre os custos que a empresa pode enfrentar com as ações coletivas por perdas com corrupção nos Estados Unidos, que serão julgadas em setembro.
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Petrobras retoma proposta de reduzir carga horária para área administrativaA Petrobras decidiu retomar a proposta de oferecer redução da carga horária, com corte nos salários, a empregados da área administrativa. A medida foi anunciada em 2015, mas esbarrou na resistência de sindicatos. A proposta faz parte de um esforço para reduzir os custos operacionais da estatal, que já anunciou o corte de 43% das funções gerenciais e vem provocando forte enxugamento do quadro de terceirizados. O anúncio de retomada foi feito pelo diretor de Recursos Humanos, SMS e Serviços da empresa, Hugo Repsold, quando questionado por empregados a respeito do tema em conversa de apresentação do novo presidente da companhia, Pedro Parente. Repsold, porém, não deu detalhes sobre a proposta. A Folha apurou que a ideia é repetir a proposta apresentada no ano passado, que reduz a carga horária para seis horas, com corte de 25% no salário. A adesão é opcional. O tema será discutido com os sindicatos quando forem iniciadas as conversas para o acordo coletivo de trabalho para o próximo ano. O prazo para assinatura do acordo vence em setembro. ANALISTAS Na sexta-feira (10), Parente, participou de reunião com analistas do mercado financeiro. Em relatórios divulgados aos clientes após o evento, os analistas dizem que Parente se comprometeu com a redução do endividamento da companhia, com a manutenção dos esforços de corte de custos e de venda de ativos e com uma política de preços dos combustíveis livre de ingerências políticas. Para Wesley Bernabé, do Banco do Brasil, o encontro foi "construtivo", mas a valorização da empresa ainda depende de maior entendimento sobre os custos que a empresa pode enfrentar com as ações coletivas por perdas com corrupção nos Estados Unidos, que serão julgadas em setembro.
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Praias desertas e custos baixos levam noivos a se casarem em cruzeiros
TOMÁS CHIAVERINI DE SÃO PAULO Quando deixou a terra firme do porto de Santos para embarcar no transatlântico MSC Armonia, a noiva Anna Carolina Reis Maia, 25, achou por bem preparar os ânimos para eventuais contratempos. Não bastasse toda a tensão inerente ao momento de subir ao altar, ela havia aberto mão de igrejas e bufês para se casar em um cruzeiro de três dias entre as cidades de Santos (SP) e Cabo Frio (RJ). "Por mais que tivesse feito tudo com antecedência, não sabia se aquilo ia dar certo, porque nunca tinha participado de um cruzeiro." A festança, ocorrida há cerca de quatro meses, contou com quase 50 convidados, sendo que, a exemplo de Anna Carolina, boa parte deles nunca tinha posto os pés em um transatlântico. Mesmo assim, o grupo topou participar da aventura, o que, segundo o casal, aliviou consideravelmente a conta dos noivos. "A gente tinha muitas pessoas para convidar, sonhava com uma festa exorbitante, mas para isso teríamos que gastar muito. No cruzeiro, conseguimos convidar todo mundo e foi quem quis e pôde pagar. No fim, a sensação é de que só estava lá quem realmente gostava muito da gente." Em tempos de nuvens negras, essa diferença de custos faz com que a ideia de trocar alianças em alto-mar atraia cada vez mais casais. Numa das maiores empresas do setor, a MSC, por exemplo, o número de casamentos a bordo subiu de 36, entre 2013 e 2014, para 45, entre 2015 e 2016 —crescimento de 25%. Enquanto em uma festa tradicional, os gastos facilmente ultrapassam os R$ 100 mil, em um cruzeiro de três dias, no qual os convidados arcam cada um com a sua parte, os custos podem ficar entre R$ 2.000 e R$ 3.000, sem contar o valor pago pelo cruzeiro. "E ainda dá pra conjurar a viagem à reunião familiar e à uma lua de mel. Tudo isso em um só gasto", diz Orlando Palhares, gerente de Cruzeiros Marítimos da CVC. Para Adrian Ursilli, diretor comercial e de marketing da MSC no Brasil, o que as pessoas buscam são os diferenciais: "O aspecto romântico de estar a bordo de um transatlântico de luxo, cercado de amigos". O leque de opções é amplo. "Existe a possibilidade de casar com o navio ancorado, de ter o comandante como celebrante, de fazer os votos em uma praia privativa no Haiti ou até de se casar no Alasca", explica Fernanda Dominicis, gerente de marketing da Royal Caribbean. Quatro meses após o "sim" diante do pôr do sol, Anna Carolina resume a experiência: "A gente tinha muito medo de o cruzeiro não atender às expectativas, de as pessoas passarem mal, mas no fim deu tudo certo". " * CONVIDADOS Cada um arca com os custos de sua viagem, assim os cruzeiros costumam ser uma opção mais em conta do que as festas tradicionais E VAI ROLAR A FESTA... Geralmente, ela ocorre num salão privativo do navio escolhido, reservado por tempo determinado DE MENTIRINHA As cerimônias em alto-mar costumam ser laicas e não têm valor legal. Podem ser celebradas pelo capitão ou por um oficial do navio
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Praias desertas e custos baixos levam noivos a se casarem em cruzeirosTOMÁS CHIAVERINI DE SÃO PAULO Quando deixou a terra firme do porto de Santos para embarcar no transatlântico MSC Armonia, a noiva Anna Carolina Reis Maia, 25, achou por bem preparar os ânimos para eventuais contratempos. Não bastasse toda a tensão inerente ao momento de subir ao altar, ela havia aberto mão de igrejas e bufês para se casar em um cruzeiro de três dias entre as cidades de Santos (SP) e Cabo Frio (RJ). "Por mais que tivesse feito tudo com antecedência, não sabia se aquilo ia dar certo, porque nunca tinha participado de um cruzeiro." A festança, ocorrida há cerca de quatro meses, contou com quase 50 convidados, sendo que, a exemplo de Anna Carolina, boa parte deles nunca tinha posto os pés em um transatlântico. Mesmo assim, o grupo topou participar da aventura, o que, segundo o casal, aliviou consideravelmente a conta dos noivos. "A gente tinha muitas pessoas para convidar, sonhava com uma festa exorbitante, mas para isso teríamos que gastar muito. No cruzeiro, conseguimos convidar todo mundo e foi quem quis e pôde pagar. No fim, a sensação é de que só estava lá quem realmente gostava muito da gente." Em tempos de nuvens negras, essa diferença de custos faz com que a ideia de trocar alianças em alto-mar atraia cada vez mais casais. Numa das maiores empresas do setor, a MSC, por exemplo, o número de casamentos a bordo subiu de 36, entre 2013 e 2014, para 45, entre 2015 e 2016 —crescimento de 25%. Enquanto em uma festa tradicional, os gastos facilmente ultrapassam os R$ 100 mil, em um cruzeiro de três dias, no qual os convidados arcam cada um com a sua parte, os custos podem ficar entre R$ 2.000 e R$ 3.000, sem contar o valor pago pelo cruzeiro. "E ainda dá pra conjurar a viagem à reunião familiar e à uma lua de mel. Tudo isso em um só gasto", diz Orlando Palhares, gerente de Cruzeiros Marítimos da CVC. Para Adrian Ursilli, diretor comercial e de marketing da MSC no Brasil, o que as pessoas buscam são os diferenciais: "O aspecto romântico de estar a bordo de um transatlântico de luxo, cercado de amigos". O leque de opções é amplo. "Existe a possibilidade de casar com o navio ancorado, de ter o comandante como celebrante, de fazer os votos em uma praia privativa no Haiti ou até de se casar no Alasca", explica Fernanda Dominicis, gerente de marketing da Royal Caribbean. Quatro meses após o "sim" diante do pôr do sol, Anna Carolina resume a experiência: "A gente tinha muito medo de o cruzeiro não atender às expectativas, de as pessoas passarem mal, mas no fim deu tudo certo". " * CONVIDADOS Cada um arca com os custos de sua viagem, assim os cruzeiros costumam ser uma opção mais em conta do que as festas tradicionais E VAI ROLAR A FESTA... Geralmente, ela ocorre num salão privativo do navio escolhido, reservado por tempo determinado DE MENTIRINHA As cerimônias em alto-mar costumam ser laicas e não têm valor legal. Podem ser celebradas pelo capitão ou por um oficial do navio
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Ataque à App Store expõe falhas de aplicativos desenvolvidos na China
A "grande muralha" da China pode ser parcialmente culpada pelo primeiro grande ataque contra a loja de aplicativos da Apple, App Store. Mas especialistas também apontam para procedimentos de segurança fracos de algumas grandes empresas de tecnologia da China e para o modo como a empresa norte-americana apoia desenvolvedores de software em seu segundo maior mercado. Um vírus chamado XcodeGhost atingiu centenas, talvez milhares de aplicativos criados para o sistema iOS, incluindo produtos de algumas das mais bem sucedidas empresas de tecnologia da China usados por centenas de milhões de pessoas. A Palo Alto Networks, empresa norte-americana que descobriu a invasão, disse que o autor do XcodeGhost pode enviar comandos para os aparelhos infectados que podem ser usados para roubo de informações pessoais e, em teoria, conduzir outros ataques. "Eu usaria a expressão convergência da ignorância e complacência", disse Andy Tian, presidente da Asia Innovations, uma produtora de aplicativos chinesa. "Ignorância da Apple e complacência das companhias chinesas." Companhias atingidas pelo ataque do XcodeGhost incluem a Tencent, uma das maiores empresas de internet do mundo, e Didi Kuaidi, rival do serviço de transporte Uber, que acabou de completar uma rodada de investimento. Tencent e Didi Kuaidi não comentaram o assunto, além de dizer que consertaram o problema e que os dados dos usuários não foram afetados. A arquitetura de censura da China, apelidada de "Grande Firewall", não impede produtores de aplicativos de baixarem uma versão oficial do programa distribuído pela Apple para ajudar o desenvolvimento de aplicativos para seus aparelhos, chamado de Xcode. Mas os controles e o baixo investimento em infraestrutura para conexões internacionais tornam o uso de serviços fora da China um processo doloroso. Além disso, desenvolvedores de aplicativos na China reclamam de falta de suporte da Apple, apesar de a empresa ter tido lucro no país de US$ 13 bilhões no último trimestre fiscal. "A Apple não cuida o suficiente dos desenvolvedores chineses e nem dá valor aos usuários", disse o produtor de software Feng Dahui. Segundo ele, se a Apple fornecesse uma fonte local e rápida para o Xcode oficial, a empresa teria evitado o problema do XcodeGhost.
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Ataque à App Store expõe falhas de aplicativos desenvolvidos na ChinaA "grande muralha" da China pode ser parcialmente culpada pelo primeiro grande ataque contra a loja de aplicativos da Apple, App Store. Mas especialistas também apontam para procedimentos de segurança fracos de algumas grandes empresas de tecnologia da China e para o modo como a empresa norte-americana apoia desenvolvedores de software em seu segundo maior mercado. Um vírus chamado XcodeGhost atingiu centenas, talvez milhares de aplicativos criados para o sistema iOS, incluindo produtos de algumas das mais bem sucedidas empresas de tecnologia da China usados por centenas de milhões de pessoas. A Palo Alto Networks, empresa norte-americana que descobriu a invasão, disse que o autor do XcodeGhost pode enviar comandos para os aparelhos infectados que podem ser usados para roubo de informações pessoais e, em teoria, conduzir outros ataques. "Eu usaria a expressão convergência da ignorância e complacência", disse Andy Tian, presidente da Asia Innovations, uma produtora de aplicativos chinesa. "Ignorância da Apple e complacência das companhias chinesas." Companhias atingidas pelo ataque do XcodeGhost incluem a Tencent, uma das maiores empresas de internet do mundo, e Didi Kuaidi, rival do serviço de transporte Uber, que acabou de completar uma rodada de investimento. Tencent e Didi Kuaidi não comentaram o assunto, além de dizer que consertaram o problema e que os dados dos usuários não foram afetados. A arquitetura de censura da China, apelidada de "Grande Firewall", não impede produtores de aplicativos de baixarem uma versão oficial do programa distribuído pela Apple para ajudar o desenvolvimento de aplicativos para seus aparelhos, chamado de Xcode. Mas os controles e o baixo investimento em infraestrutura para conexões internacionais tornam o uso de serviços fora da China um processo doloroso. Além disso, desenvolvedores de aplicativos na China reclamam de falta de suporte da Apple, apesar de a empresa ter tido lucro no país de US$ 13 bilhões no último trimestre fiscal. "A Apple não cuida o suficiente dos desenvolvedores chineses e nem dá valor aos usuários", disse o produtor de software Feng Dahui. Segundo ele, se a Apple fornecesse uma fonte local e rápida para o Xcode oficial, a empresa teria evitado o problema do XcodeGhost.
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Crítica: 'Chacrinha, O Musical' é um passo atrás em dramaturgia
Década de 1940, antes de existir TV, o radialista Chacrinha já era tema de marchas de Wilson Batista, Zé Keti, Nestor de Holanda. No samba deste último, o próprio surgia ao fundo, buzinando e dizendo: "Tereziiii-nha...!". É o que conta José Ramos Tinhorão em "Música Popular: Do Gramofone ao Rádio e TV" (ed. 34). Nos anos 50, na TV Tupi, ele "cedo soube compreender a imagem, institucionalizando sua 'loucura' na roupa estapafúrdia". Mas o Chacrinha do musical de Pedro Bial e Andrucha Waddington se concentra na Globo, onde só foi parar em 1967. Com maniqueísmo de telenovela, opõe um libertário e frágil Chacrinha ao vilão José Bonifácio de Oliveira Sobrinho –então o principal executivo, hoje fora da emissora. É esse cruel Boni quem o força a voltar após cinco anos para a Tupi, saindo mais tarde para a Band. Seguem-se dez anos do que o musical trata como ostracismo e depressão. Chacrinha só volta a ser feliz quando retorna à Globo e ao sucesso na década de 80. Mas essa narrativa linear e pobre, que resulta em personagens inverossímeis, tem concorrente quanto ao que é pior em "Chacrinha, o Musical": a própria música. A trilha se desculpa na seleção eclética, na diversidade adotada por seus programas para amontoar 67 hits, a grande maioria sem qualquer relação com o apresentador a não ser ter tocado no rádio ou na TV. Não foram necessariamente projetadas ou sequer programadas por ele. O personagem, na verdade, só ganha estofo graças à caracterização de Stepan Nercessian, no andar, nos movimentos. Sua voz rouca obviamente não foi preparada para o canto, mas até nisso o ator soa genuíno, fiel ao original, de timbre tão parecido. Como em "Elis, o Musical", da mesma produtora, a carioca Aventura, é sobretudo no retrato de seu protagonista que o espetáculo se salva. E um pouco também, como naquele, pelo talento do coreógrafo Alonso Barros, que é ainda diretor de movimento, incluindo os de Nercessian e das chacretes. O mesmo não se pode dizer da direção de arte de Gringo Cardia, longe de seus melhores momentos. Ele também se perde na "diversidade" e acaba desperdiçando um artista que soube tão bem "compreender a imagem". De maneira geral, em relação a outro musical da Aventura, "Se Eu Fosse Você", "Chacrinha" é um largo passo atrás, sobretudo em dramaturgia, em associação das músicas à trama, enfim, em contar a história. CHACRINHA, O MUSICAL ONDE Teatro Alfa, r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000 QUANDO qui., 21h; sex., 21h30; sáb., 16h e 20h; dom., 19h AVALIAÇÃO bom QUANTO R$ 50 a R$ 180
ilustrada
Crítica: 'Chacrinha, O Musical' é um passo atrás em dramaturgiaDécada de 1940, antes de existir TV, o radialista Chacrinha já era tema de marchas de Wilson Batista, Zé Keti, Nestor de Holanda. No samba deste último, o próprio surgia ao fundo, buzinando e dizendo: "Tereziiii-nha...!". É o que conta José Ramos Tinhorão em "Música Popular: Do Gramofone ao Rádio e TV" (ed. 34). Nos anos 50, na TV Tupi, ele "cedo soube compreender a imagem, institucionalizando sua 'loucura' na roupa estapafúrdia". Mas o Chacrinha do musical de Pedro Bial e Andrucha Waddington se concentra na Globo, onde só foi parar em 1967. Com maniqueísmo de telenovela, opõe um libertário e frágil Chacrinha ao vilão José Bonifácio de Oliveira Sobrinho –então o principal executivo, hoje fora da emissora. É esse cruel Boni quem o força a voltar após cinco anos para a Tupi, saindo mais tarde para a Band. Seguem-se dez anos do que o musical trata como ostracismo e depressão. Chacrinha só volta a ser feliz quando retorna à Globo e ao sucesso na década de 80. Mas essa narrativa linear e pobre, que resulta em personagens inverossímeis, tem concorrente quanto ao que é pior em "Chacrinha, o Musical": a própria música. A trilha se desculpa na seleção eclética, na diversidade adotada por seus programas para amontoar 67 hits, a grande maioria sem qualquer relação com o apresentador a não ser ter tocado no rádio ou na TV. Não foram necessariamente projetadas ou sequer programadas por ele. O personagem, na verdade, só ganha estofo graças à caracterização de Stepan Nercessian, no andar, nos movimentos. Sua voz rouca obviamente não foi preparada para o canto, mas até nisso o ator soa genuíno, fiel ao original, de timbre tão parecido. Como em "Elis, o Musical", da mesma produtora, a carioca Aventura, é sobretudo no retrato de seu protagonista que o espetáculo se salva. E um pouco também, como naquele, pelo talento do coreógrafo Alonso Barros, que é ainda diretor de movimento, incluindo os de Nercessian e das chacretes. O mesmo não se pode dizer da direção de arte de Gringo Cardia, longe de seus melhores momentos. Ele também se perde na "diversidade" e acaba desperdiçando um artista que soube tão bem "compreender a imagem". De maneira geral, em relação a outro musical da Aventura, "Se Eu Fosse Você", "Chacrinha" é um largo passo atrás, sobretudo em dramaturgia, em associação das músicas à trama, enfim, em contar a história. CHACRINHA, O MUSICAL ONDE Teatro Alfa, r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000 QUANDO qui., 21h; sex., 21h30; sáb., 16h e 20h; dom., 19h AVALIAÇÃO bom QUANTO R$ 50 a R$ 180
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Minério de ferro despenca 11% na China e tem menor cotação em 10 anos
Os preços do minério de ferro no mercado à vista da China caíram nesta quarta-feira (8) para o menor nível em 10 anos, devido a uma perspectiva negativa para a economia e a uma forte queda nos mercados acionários do país. As ações na China despencaram com o aviso do órgão regulador de que investidores estão caminhando para um "sentimento de pânico" e com o mercado dando sinais de congelamento, à medida que empresas tentam escapar da forte queda em seu valor de mercado ao suspender a negociação de suas ações. O minério com entrega imediata no porto chinês de Tianjin caiu pelo décimo dia consecutivo, para US$ 44,10 por tonelada, recuo diário de 11,3 %, atingindo a menor cotação em 10 anos, segundo o The Steel Index. O mercado acumula perdas de 33% do pico de US$ 65,40 registrado em junho. Apenas nesta quarta, 173 grupos listados nas bolsas de Xangai e Shenzhen suspenderam o comércio de ações. No total, já são 940 empresas, ou mais de um terço das companhias listadas nas duas bolsas. O índice CSI300 das maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen fechou em queda de 6,8%, enquanto o índice de Xangai caiu 5,9%. Após atingirem a maior alta em sete anos há cerca de um mês, as ações chinesas têm sofrido uma estrondosa queda, gerada por restrições ao empréstimo de dinheiro para a compra de ações em resposta a preocupações quanto a uma bolha. As ações já perderam US$ 3 trilhões em valor. "Com a crise da dívida grega e com os crescentes temores sobre a perspectiva de crescimento da economia chinesa a dominarem os negócios no curto prazo, nós esperamos que os preços do minério de ferro no mercado à vista permaneçam sob grande pressão no terceiro trimestre", disse o analista Kash Kamal, da Sucden Financial. Um novo aumento nos estoques de minério nos portos da China e um recuo nos preços do aço elevaram o sentimento baixista no mercado. Além disso, a entrada de mais produção de baixo custos de mineradoras da Austrália e do Brasil ameaçam derrubar ainda mais os preços, disseram analistas. A China é o principal mercado da brasileira Vale, maior produtora global de minério de ferro.
mercado
Minério de ferro despenca 11% na China e tem menor cotação em 10 anosOs preços do minério de ferro no mercado à vista da China caíram nesta quarta-feira (8) para o menor nível em 10 anos, devido a uma perspectiva negativa para a economia e a uma forte queda nos mercados acionários do país. As ações na China despencaram com o aviso do órgão regulador de que investidores estão caminhando para um "sentimento de pânico" e com o mercado dando sinais de congelamento, à medida que empresas tentam escapar da forte queda em seu valor de mercado ao suspender a negociação de suas ações. O minério com entrega imediata no porto chinês de Tianjin caiu pelo décimo dia consecutivo, para US$ 44,10 por tonelada, recuo diário de 11,3 %, atingindo a menor cotação em 10 anos, segundo o The Steel Index. O mercado acumula perdas de 33% do pico de US$ 65,40 registrado em junho. Apenas nesta quarta, 173 grupos listados nas bolsas de Xangai e Shenzhen suspenderam o comércio de ações. No total, já são 940 empresas, ou mais de um terço das companhias listadas nas duas bolsas. O índice CSI300 das maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen fechou em queda de 6,8%, enquanto o índice de Xangai caiu 5,9%. Após atingirem a maior alta em sete anos há cerca de um mês, as ações chinesas têm sofrido uma estrondosa queda, gerada por restrições ao empréstimo de dinheiro para a compra de ações em resposta a preocupações quanto a uma bolha. As ações já perderam US$ 3 trilhões em valor. "Com a crise da dívida grega e com os crescentes temores sobre a perspectiva de crescimento da economia chinesa a dominarem os negócios no curto prazo, nós esperamos que os preços do minério de ferro no mercado à vista permaneçam sob grande pressão no terceiro trimestre", disse o analista Kash Kamal, da Sucden Financial. Um novo aumento nos estoques de minério nos portos da China e um recuo nos preços do aço elevaram o sentimento baixista no mercado. Além disso, a entrada de mais produção de baixo custos de mineradoras da Austrália e do Brasil ameaçam derrubar ainda mais os preços, disseram analistas. A China é o principal mercado da brasileira Vale, maior produtora global de minério de ferro.
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Quanto tempo é necessário para uma 'desintoxicação digital'?
Na era de "ansiedade digital" em que vivemos, mais e mais pessoas optam por uma medida radical –divulgada por um movimento que começou há cinco anos nos Estados Unidos– para lidar com a dependência da internet e das redes sociais: "desconectar" de tudo. O princípio é semelhante ao do tratamento de pessoas com adicções a substâncias químicas, a ideia de "limpar" o corpo. E se você não lembra da última vez que foi dormir sem usar o celular pouco antes de fechar os olhos, e se faz muito tempo que não deixa de conferir as redes sociais ou sai de casa sem o telefone, pode estar precisando de uma "desintoxicação digital". "Desconecte para reconectar" é o lema da Digital Detox, uma das organizações que iniciaram o movimento em San Francisco (EUA), em 2012, apenas um ano antes do dicionário Oxford incluir pela primeira vez o termo "desintoxicação digital" em suas páginas. Seu fundador, Levi Felix, trabalhava 70 horas sem descanso por semana em uma start-up, até ser hospitalizado por exaustão em 2008. Pouco tempo depois, ele trocou seu computador por uma mochila. Foi com sua namorada viajar pelo mundo e se mudou para uma ilha remota no Sudeste Asiático. A experiência abriu seus olhos e o inspirou a criar a sua própria empresa –dois anos e meio e 15 países depois– com a ideia de organizar retiros de ioga e meditação para ajudar as pessoas a se desconectar da tecnologia. Desde então, o número de iniciativas para o mesmo fim não parou de crescer. Veja abaixo algumas delas e o tempo de "desintoxicação" que sugerem: DESCANSO DIGITAL DE PELO MENOS 3 DIAS "Vivemos em um mundo cada vez mais digitalizado", conta à BBC Mundo Martin Talk, fundador da Digital Detoxing, uma empresa com sede no Reino Unido que "ajuda pessoas a encontrar um equilíbrio saudável entre as tecnologias digitais e o mundo não digital." Martin organiza "retiros digitais" para que seus clientes possam deixar o mundo tecnológico de lado por um tempo e curar seu vício digital ,"geralmente por um período mínimo de três dias." "As pessoas precisam de tempo para se adaptar", diz ele. "A reação inicial é o horror de ter o telefone longe ou efeitos como a 'vibração fantasma' no bolso, o que os faz pensar que o dispositivo está tocando, mesmo quando ele não está lá." No entanto, e apesar do sofrimento inicial, Martin diz que as pessoas começam a se sentir "muito mais relaxadas" à medida que o processo avança. "Muitos descrevem a sensação como uma respiração profunda de ar fresco. As pessoas se sentem mais envolvidas com o mundo ao seu redor", diz o especialista. RETIRO DE SILÊNCIO: 10 DIAS Carla, uma jovem espanhola que mora na Holanda, teve uma experiência semelhante há apenas um mês em Mianmar. Durante 10 dias, desligou completamente seu telefone e as redes sociais e participou de um retiro de silêncio em um monastério budista. Longe da tecnologia, com o único propósito de meditar e se "reconectar" com ela mesma. "Nos primeiros cinco dias, eu estava querendo fazendo as malas para ir embora. Foi difícil. Mas eu não desisti e decidi viver a experiência até o fim", disse ela à BBC Mundo. Geralmente, esse tipo de retiro não pode durar menos tempo. A experiência implica em levantar-se todos os dias às 4h00 e meditar por duas horas, tomar café da manhã, fazer meditação em grupo, comer, e meditar até o fim do dia (e ir para a cama sem jantar). Mas como é voltar ao "mundo digital", depois de uma experiência como essa? "Eu me senti diferente, como se estivesse faltando alguma coisa, como se não estivesse conectada com o mundo", diz Carla. "Usar o celular de novo foi o mais estranho. Não tinha certeza se queria ligar de novo. Mas acho que mais pessoas deveriam ter a mesma experiência para aprender a controlar o hábito." Carla fala do retiro como uma provação –que ela não se arrepende de ter enfrentado. TERAPIA DE DESCONEXÃO: AO MENOS 6 MESES Marc Masip, psicólogo e diretor do Instituto de Psicologia Desconecta, em Barcelona, ​​disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, que "é muito difícil largar [o telefone e redes sociais], mas é muito fácil voltar a se envolver". Masip diz que a "intoxicação digital" é tratada como qualquer outro vício, embora, neste caso, sem substâncias relacionadas a ele, mas comportamentos. Ele enfatiza que cada caso é diferente, mas é necessário ao menos seis meses de terapia cognitiva-comportamental para mudar de hábitos e o tratamento ser eficaz. "Na verdade, não se trata de quanto tempo de terapia é necessário. Trata-se de averiguar por que houve tal vício e que conflitos ele causou". Seu programa inclui acampamentos de desintoxicação, com esportes, meditação e sessões psicológicas. "No início, os pacientes nos dizem que têm ansiedade, mas, em seguida, se sentem mais relaxados. Eles melhoram todos os aspectos de sua vida, do trabalho às relações sociais", explica Masop. "A conscientização social é necessária para percebermos que temos um problema e fazer um plano individualizado para cada pessoa. Há um perfil de um viciado e um roteiro, mas cada caso é diferente." A parte mais difícil, diz Masop, é perceber que existe uma dependência. ADOTAR A IDEIA: 1 DIA Frances Booth, especialista em desintoxicação digital e autora de "The Distraction Trap: How to Focus in a Digital World" (A Armadilha da Distração: Como se Concentrar em um Mundo Digital, na tradução livre) diz que precisamos nos desconectar do mundo digital por razões de "saúde e produtividade." "Muitas pessoas estão estressadas e sobrecarregadas pelo excesso de informação e sofrem pela demanda de estar constantemente conectada. Precisamos alcançar um melhor equilíbrio", disse a jornalista à BBC Mundo. Booth aponta que fazer uma desintoxicação digital "pode ​​ajudá-lo a recuperar o equilíbrio e, quando você retornar ao trabalho, você estará mais produtivo." Mas por quanto tempo é necessário? "É incrível a diferença que pode fazer apenas um dia sem estar constantemente conectado", diz a autora. "Você começa a ter a noção de ter tempo para outras coisas e pensar sem interrupções constantes." E para descobrir se você precisa da desintoxicação, recomenda fazer a pergunta: "Você é capaz de ir até a loja da esquina sem levar seu smartphone?" Tanya Goodin, fundadora da empresa especializada em desintoxicação digital Time To Log Off (Hora de desconectar), em Londres, diz que "inclusive uma hora ou duas são suficientes para se 'reiniciar' e acalmar a mente da constante estimulação digital." "Mas para melhores benefícios (especialmente um melhor descanso) recomendamos 24 horas", diz à BBC Mundo. Em seus retiros especializados, Goodin garante que os hóspedes ficam longe de "todos os dispositivos digitais" e os armazenam em um lugar reservado, a sete chaves. Mas não há necessidade de ir a um retiro para fazer uma desconexão digital. "Se você quiser fazer isso em casa, basta colocar todos os seus equipamentos em uma gaveta ou em um armário fechado. Não tente desconectar do mundo digital com seu celular e laptop por perto", recomenda Goodin. E, para ser eficaz, precisa "desligar completamente o seu telefone, tablet, computador ou qualquer outro aparelho digital. Isso significa não se conectar a redes sociais e se isolar completamente [de forma temporária] do mundo digital." E para quem ainda tem dúvidas sobre a necessidade ou não de se desconectar ou mesmo "desintoxicar", Goodin oferece o seguinte conselho: "Se você perceber que você tem falta de sono e que você tem dificuldade para se concentrar ou que seu humor se deteriora sempre que você usa redes sociais, uma desintoxicação digital será, sem dúvida, de grande ajuda."
equilibrioesaude
Quanto tempo é necessário para uma 'desintoxicação digital'?Na era de "ansiedade digital" em que vivemos, mais e mais pessoas optam por uma medida radical –divulgada por um movimento que começou há cinco anos nos Estados Unidos– para lidar com a dependência da internet e das redes sociais: "desconectar" de tudo. O princípio é semelhante ao do tratamento de pessoas com adicções a substâncias químicas, a ideia de "limpar" o corpo. E se você não lembra da última vez que foi dormir sem usar o celular pouco antes de fechar os olhos, e se faz muito tempo que não deixa de conferir as redes sociais ou sai de casa sem o telefone, pode estar precisando de uma "desintoxicação digital". "Desconecte para reconectar" é o lema da Digital Detox, uma das organizações que iniciaram o movimento em San Francisco (EUA), em 2012, apenas um ano antes do dicionário Oxford incluir pela primeira vez o termo "desintoxicação digital" em suas páginas. Seu fundador, Levi Felix, trabalhava 70 horas sem descanso por semana em uma start-up, até ser hospitalizado por exaustão em 2008. Pouco tempo depois, ele trocou seu computador por uma mochila. Foi com sua namorada viajar pelo mundo e se mudou para uma ilha remota no Sudeste Asiático. A experiência abriu seus olhos e o inspirou a criar a sua própria empresa –dois anos e meio e 15 países depois– com a ideia de organizar retiros de ioga e meditação para ajudar as pessoas a se desconectar da tecnologia. Desde então, o número de iniciativas para o mesmo fim não parou de crescer. Veja abaixo algumas delas e o tempo de "desintoxicação" que sugerem: DESCANSO DIGITAL DE PELO MENOS 3 DIAS "Vivemos em um mundo cada vez mais digitalizado", conta à BBC Mundo Martin Talk, fundador da Digital Detoxing, uma empresa com sede no Reino Unido que "ajuda pessoas a encontrar um equilíbrio saudável entre as tecnologias digitais e o mundo não digital." Martin organiza "retiros digitais" para que seus clientes possam deixar o mundo tecnológico de lado por um tempo e curar seu vício digital ,"geralmente por um período mínimo de três dias." "As pessoas precisam de tempo para se adaptar", diz ele. "A reação inicial é o horror de ter o telefone longe ou efeitos como a 'vibração fantasma' no bolso, o que os faz pensar que o dispositivo está tocando, mesmo quando ele não está lá." No entanto, e apesar do sofrimento inicial, Martin diz que as pessoas começam a se sentir "muito mais relaxadas" à medida que o processo avança. "Muitos descrevem a sensação como uma respiração profunda de ar fresco. As pessoas se sentem mais envolvidas com o mundo ao seu redor", diz o especialista. RETIRO DE SILÊNCIO: 10 DIAS Carla, uma jovem espanhola que mora na Holanda, teve uma experiência semelhante há apenas um mês em Mianmar. Durante 10 dias, desligou completamente seu telefone e as redes sociais e participou de um retiro de silêncio em um monastério budista. Longe da tecnologia, com o único propósito de meditar e se "reconectar" com ela mesma. "Nos primeiros cinco dias, eu estava querendo fazendo as malas para ir embora. Foi difícil. Mas eu não desisti e decidi viver a experiência até o fim", disse ela à BBC Mundo. Geralmente, esse tipo de retiro não pode durar menos tempo. A experiência implica em levantar-se todos os dias às 4h00 e meditar por duas horas, tomar café da manhã, fazer meditação em grupo, comer, e meditar até o fim do dia (e ir para a cama sem jantar). Mas como é voltar ao "mundo digital", depois de uma experiência como essa? "Eu me senti diferente, como se estivesse faltando alguma coisa, como se não estivesse conectada com o mundo", diz Carla. "Usar o celular de novo foi o mais estranho. Não tinha certeza se queria ligar de novo. Mas acho que mais pessoas deveriam ter a mesma experiência para aprender a controlar o hábito." Carla fala do retiro como uma provação –que ela não se arrepende de ter enfrentado. TERAPIA DE DESCONEXÃO: AO MENOS 6 MESES Marc Masip, psicólogo e diretor do Instituto de Psicologia Desconecta, em Barcelona, ​​disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, que "é muito difícil largar [o telefone e redes sociais], mas é muito fácil voltar a se envolver". Masip diz que a "intoxicação digital" é tratada como qualquer outro vício, embora, neste caso, sem substâncias relacionadas a ele, mas comportamentos. Ele enfatiza que cada caso é diferente, mas é necessário ao menos seis meses de terapia cognitiva-comportamental para mudar de hábitos e o tratamento ser eficaz. "Na verdade, não se trata de quanto tempo de terapia é necessário. Trata-se de averiguar por que houve tal vício e que conflitos ele causou". Seu programa inclui acampamentos de desintoxicação, com esportes, meditação e sessões psicológicas. "No início, os pacientes nos dizem que têm ansiedade, mas, em seguida, se sentem mais relaxados. Eles melhoram todos os aspectos de sua vida, do trabalho às relações sociais", explica Masop. "A conscientização social é necessária para percebermos que temos um problema e fazer um plano individualizado para cada pessoa. Há um perfil de um viciado e um roteiro, mas cada caso é diferente." A parte mais difícil, diz Masop, é perceber que existe uma dependência. ADOTAR A IDEIA: 1 DIA Frances Booth, especialista em desintoxicação digital e autora de "The Distraction Trap: How to Focus in a Digital World" (A Armadilha da Distração: Como se Concentrar em um Mundo Digital, na tradução livre) diz que precisamos nos desconectar do mundo digital por razões de "saúde e produtividade." "Muitas pessoas estão estressadas e sobrecarregadas pelo excesso de informação e sofrem pela demanda de estar constantemente conectada. Precisamos alcançar um melhor equilíbrio", disse a jornalista à BBC Mundo. Booth aponta que fazer uma desintoxicação digital "pode ​​ajudá-lo a recuperar o equilíbrio e, quando você retornar ao trabalho, você estará mais produtivo." Mas por quanto tempo é necessário? "É incrível a diferença que pode fazer apenas um dia sem estar constantemente conectado", diz a autora. "Você começa a ter a noção de ter tempo para outras coisas e pensar sem interrupções constantes." E para descobrir se você precisa da desintoxicação, recomenda fazer a pergunta: "Você é capaz de ir até a loja da esquina sem levar seu smartphone?" Tanya Goodin, fundadora da empresa especializada em desintoxicação digital Time To Log Off (Hora de desconectar), em Londres, diz que "inclusive uma hora ou duas são suficientes para se 'reiniciar' e acalmar a mente da constante estimulação digital." "Mas para melhores benefícios (especialmente um melhor descanso) recomendamos 24 horas", diz à BBC Mundo. Em seus retiros especializados, Goodin garante que os hóspedes ficam longe de "todos os dispositivos digitais" e os armazenam em um lugar reservado, a sete chaves. Mas não há necessidade de ir a um retiro para fazer uma desconexão digital. "Se você quiser fazer isso em casa, basta colocar todos os seus equipamentos em uma gaveta ou em um armário fechado. Não tente desconectar do mundo digital com seu celular e laptop por perto", recomenda Goodin. E, para ser eficaz, precisa "desligar completamente o seu telefone, tablet, computador ou qualquer outro aparelho digital. Isso significa não se conectar a redes sociais e se isolar completamente [de forma temporária] do mundo digital." E para quem ainda tem dúvidas sobre a necessidade ou não de se desconectar ou mesmo "desintoxicar", Goodin oferece o seguinte conselho: "Se você perceber que você tem falta de sono e que você tem dificuldade para se concentrar ou que seu humor se deteriora sempre que você usa redes sociais, uma desintoxicação digital será, sem dúvida, de grande ajuda."
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MS registra 1º caso de raiva humana após 21 anos; paciente está em coma
O Estado de Mato Grosso do Sul registrou um caso de raiva humana depois de 21 anos sem ocorrências. O paciente, de 38 anos, está em estado grave no Hospital da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. De acordo com os médicos, o homem foi mordido há mais de 40 dias por um cão infectado com raiva na cidade de Corumbá (interior do Estado) e só procurou atendimento médico no último dia 13. Após o diagnóstico, ele foi transferido para o hospital universitário, em Campo Grande. Este é o primeiro caso de raiva humana no Estado desde 1994. Segundo informações do hospital, a equipe aguarda a chegada de medicamentos, que serão enviados de Brasília para a capital sul-mato-grossense, na tentativa de reverter o quadro do paciente que está em coma induzido, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Corumbá vive um surto de raiva animal, o que fez a Secretaria Municipal de Saúde intensificou ações de combate à doença. Segundo a pasta, nove casos de raiva canina foram confirmados, e o Centro de Controle de Zoonoses trabalha em regime de plantão para vacinação e captura de animais com alterações neurológicas. Há plantão também de médicos veterinários.
cotidiano
MS registra 1º caso de raiva humana após 21 anos; paciente está em comaO Estado de Mato Grosso do Sul registrou um caso de raiva humana depois de 21 anos sem ocorrências. O paciente, de 38 anos, está em estado grave no Hospital da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. De acordo com os médicos, o homem foi mordido há mais de 40 dias por um cão infectado com raiva na cidade de Corumbá (interior do Estado) e só procurou atendimento médico no último dia 13. Após o diagnóstico, ele foi transferido para o hospital universitário, em Campo Grande. Este é o primeiro caso de raiva humana no Estado desde 1994. Segundo informações do hospital, a equipe aguarda a chegada de medicamentos, que serão enviados de Brasília para a capital sul-mato-grossense, na tentativa de reverter o quadro do paciente que está em coma induzido, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Corumbá vive um surto de raiva animal, o que fez a Secretaria Municipal de Saúde intensificou ações de combate à doença. Segundo a pasta, nove casos de raiva canina foram confirmados, e o Centro de Controle de Zoonoses trabalha em regime de plantão para vacinação e captura de animais com alterações neurológicas. Há plantão também de médicos veterinários.
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Governo estuda ampliar taxa de retorno para concessões, diz Quintella
O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, disse nesta terça-feira (7) que o governo estuda aumentar a taxa de retorno para atrair investidores a leilões de concessão no país. Na semana passada, o ministério suspendeu a concessão de um terminal de fertilizantes no Porto de Santarém, no Pará, por falta de interessados. "Esse leilão foi pensado em 2013, quando as perspectivas eram outras", afirmou Quintella, em entrevista durante inauguração de terminais no Porto do Açu, no Norte Fluminense. Segundo ele, o aumento das taxas de retorno é uma das medidas em estudo pelo governo para um novo pacote de concessões, além do financiamento do BNDES. Uma primeira reunião do grupo criado para discutir o tema será realizada em 15 a 20 dias. As concessões têm sido citadas pelo governo interino como uma alternativa rápida para fomentar a recuperação da economia. Quintella não quis adiantar quais serão os primeiros projetos na fila de licitações. Ele disse apenas que o governo vai oferecer primeiro "o que for mais fácil, o que tiver mais atratividade". "Espero um programa robusto, com concessões de ferrovias e rodovias", disse, citando ainda projetos de aeroportos que estão mais adiantados, como o de Porto Alegre. ORÇAMENTO O ministro afirmou que está pleiteando ao Ministério do Planejamento um acréscimo em seu orçamento deste ano, dos R$ 5,5 bilhões aprovados para o mesmo volume de 2015, R$ 8 bilhões. Segundo ele, do orçamento de 2016, R$ 3 bilhões foram usados para pagar restos do ano anterior e R$ 1,5 bilhão já estão comprometidos. Dessa forma, argumentou, o ministério fica sem recursos para terminar obras já iniciadas, como a pavimentação da BR 163 e a duplicação da BR 101. "Tivemos uma sinalização muito positiva do Planejamento neste sentido", informou.
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Governo estuda ampliar taxa de retorno para concessões, diz QuintellaO ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, disse nesta terça-feira (7) que o governo estuda aumentar a taxa de retorno para atrair investidores a leilões de concessão no país. Na semana passada, o ministério suspendeu a concessão de um terminal de fertilizantes no Porto de Santarém, no Pará, por falta de interessados. "Esse leilão foi pensado em 2013, quando as perspectivas eram outras", afirmou Quintella, em entrevista durante inauguração de terminais no Porto do Açu, no Norte Fluminense. Segundo ele, o aumento das taxas de retorno é uma das medidas em estudo pelo governo para um novo pacote de concessões, além do financiamento do BNDES. Uma primeira reunião do grupo criado para discutir o tema será realizada em 15 a 20 dias. As concessões têm sido citadas pelo governo interino como uma alternativa rápida para fomentar a recuperação da economia. Quintella não quis adiantar quais serão os primeiros projetos na fila de licitações. Ele disse apenas que o governo vai oferecer primeiro "o que for mais fácil, o que tiver mais atratividade". "Espero um programa robusto, com concessões de ferrovias e rodovias", disse, citando ainda projetos de aeroportos que estão mais adiantados, como o de Porto Alegre. ORÇAMENTO O ministro afirmou que está pleiteando ao Ministério do Planejamento um acréscimo em seu orçamento deste ano, dos R$ 5,5 bilhões aprovados para o mesmo volume de 2015, R$ 8 bilhões. Segundo ele, do orçamento de 2016, R$ 3 bilhões foram usados para pagar restos do ano anterior e R$ 1,5 bilhão já estão comprometidos. Dessa forma, argumentou, o ministério fica sem recursos para terminar obras já iniciadas, como a pavimentação da BR 163 e a duplicação da BR 101. "Tivemos uma sinalização muito positiva do Planejamento neste sentido", informou.
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Vídeo mostra o caminho dos produtos orgânicos, da plantação à feira
Não utilizar agrotóxicos, adubos químicos ou substâncias sintéticas que agridam o ambiente é a principal característica da produção orgânica, de acordo com o Ministério da Agricultura. E é também a mais lembrada pelos consumidores que buscam produtos que estampam o selo federal do SisOrg (Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica). No entanto, segundo a pasta, para ser considerado orgânico, o processo produtivo também deve contemplar o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando ainda as relações sociais, culturais e trabalhistas. Leia mais aqui
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Vídeo mostra o caminho dos produtos orgânicos, da plantação à feiraNão utilizar agrotóxicos, adubos químicos ou substâncias sintéticas que agridam o ambiente é a principal característica da produção orgânica, de acordo com o Ministério da Agricultura. E é também a mais lembrada pelos consumidores que buscam produtos que estampam o selo federal do SisOrg (Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica). No entanto, segundo a pasta, para ser considerado orgânico, o processo produtivo também deve contemplar o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando ainda as relações sociais, culturais e trabalhistas. Leia mais aqui
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Precisamos do voto distrital e de candidatos independentes, diz leitor
Entristece-me o fato de que cientistas políticos continuem defendendo o monopólio do poder por meio de partidos, quando ele pertence, constitucionalmente, ao povo (Para especialistas, distritão é um retrocesso, "Poder", 23/4). Precisamos não só do voto distrital como também de candidatos independentes. Só assim teremos (poucos) partidos fortes, cujas ideias e ideologia, aliadas a bons candidatos, garantam boa representatividade do povo. O paternalismo estatal aos partidos determinou a conjuntura de corrupção do sistema político que, a continuar assim, conduzirá o país a algum tipo de ruptura. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Precisamos do voto distrital e de candidatos independentes, diz leitorEntristece-me o fato de que cientistas políticos continuem defendendo o monopólio do poder por meio de partidos, quando ele pertence, constitucionalmente, ao povo (Para especialistas, distritão é um retrocesso, "Poder", 23/4). Precisamos não só do voto distrital como também de candidatos independentes. Só assim teremos (poucos) partidos fortes, cujas ideias e ideologia, aliadas a bons candidatos, garantam boa representatividade do povo. O paternalismo estatal aos partidos determinou a conjuntura de corrupção do sistema político que, a continuar assim, conduzirá o país a algum tipo de ruptura. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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SKY cobra por pacote mais caro do que o contratado, diz leitora
Lia Sanae Igawa afirma que a SKY cobrou por um pacote mais caro do que o contratado por ela. A leitora diz que pediu pelo serviço mais barato ao contatar a empresa, o que corresponde a R$ 69,90 por mês. Nos três primeiros meses, ela ainda teria um desconto, deixando o preço em R$ 49,90. Na chegada da primeira fatura, ela diz ter sido surpreendida por uma fatura de R$ 169,90. Ao questionar a empresa, foi informada de que o sistema apontava um plano maior e, como o sinal ficou aberto, ela deveria pagar. A leitora afirma que vários canais estavam em degustação no primeiro mês e ela não tinha como identificar o erro. RESPOSTA - Pede desculpas pelo ocorrido e diz o valor excedente será dado como crédito em pagamentos futuros. - Queixa de Helena Mello de Carvalho: Falta de opções A NET fez um desconto em débito em conta maior do que o combinado com a leitora na contratação de um plano combo. Mesmo com a cobrança maior, ela ainda está recebendo avisos de falta de pagamento. RESPOSTA DA NET - Afirma que entrou em contato com a cliente e fez os ajustes necessários nos valores. - Queixa de Nelson Yasui: sem sinal A Vivo não realizou o reparo da telefonia e da internet do leitor após ambos apresentarem problema. Ele chegou a contatar a empresa, mas nenhum técnico foi enviado para verificar a falha. RESPOSTA DA VIVO - Diz que resolveu o problema e que o cliente será ressarcido na conta do mês de maio. - Queixa de Juliana Baggini Paes: cadê meu brinde? A Samsung não entregou o fone Level On anunciado como brinde na compra de um celular Galaxy Edge S7 Black Piano. Ao solicitar o produto, o leitor verificou a disponibilidade, mas depois foi dado com em falta. RESPOSTA DA SAMSUNG - Informa que entrou em contato com a cliente e prestou todos os esclarecimentos. - Queixa de Thiago Cândido da Silva: compra cancelada A Saraiva cancelou uma compra de quadrinhos e de dez CDs feita dez dias antes pela internet sem dar qualquer explicação do porquê e após o leitor ter feito o pagamento da fatura. RESPOSTA DA SARAIVA - Diz que contatou o cliente para resolver a questão e está á disposição para eventuais dúvidas. Direito do consumidor
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SKY cobra por pacote mais caro do que o contratado, diz leitoraLia Sanae Igawa afirma que a SKY cobrou por um pacote mais caro do que o contratado por ela. A leitora diz que pediu pelo serviço mais barato ao contatar a empresa, o que corresponde a R$ 69,90 por mês. Nos três primeiros meses, ela ainda teria um desconto, deixando o preço em R$ 49,90. Na chegada da primeira fatura, ela diz ter sido surpreendida por uma fatura de R$ 169,90. Ao questionar a empresa, foi informada de que o sistema apontava um plano maior e, como o sinal ficou aberto, ela deveria pagar. A leitora afirma que vários canais estavam em degustação no primeiro mês e ela não tinha como identificar o erro. RESPOSTA - Pede desculpas pelo ocorrido e diz o valor excedente será dado como crédito em pagamentos futuros. - Queixa de Helena Mello de Carvalho: Falta de opções A NET fez um desconto em débito em conta maior do que o combinado com a leitora na contratação de um plano combo. Mesmo com a cobrança maior, ela ainda está recebendo avisos de falta de pagamento. RESPOSTA DA NET - Afirma que entrou em contato com a cliente e fez os ajustes necessários nos valores. - Queixa de Nelson Yasui: sem sinal A Vivo não realizou o reparo da telefonia e da internet do leitor após ambos apresentarem problema. Ele chegou a contatar a empresa, mas nenhum técnico foi enviado para verificar a falha. RESPOSTA DA VIVO - Diz que resolveu o problema e que o cliente será ressarcido na conta do mês de maio. - Queixa de Juliana Baggini Paes: cadê meu brinde? A Samsung não entregou o fone Level On anunciado como brinde na compra de um celular Galaxy Edge S7 Black Piano. Ao solicitar o produto, o leitor verificou a disponibilidade, mas depois foi dado com em falta. RESPOSTA DA SAMSUNG - Informa que entrou em contato com a cliente e prestou todos os esclarecimentos. - Queixa de Thiago Cândido da Silva: compra cancelada A Saraiva cancelou uma compra de quadrinhos e de dez CDs feita dez dias antes pela internet sem dar qualquer explicação do porquê e após o leitor ter feito o pagamento da fatura. RESPOSTA DA SARAIVA - Diz que contatou o cliente para resolver a questão e está á disposição para eventuais dúvidas. Direito do consumidor
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Nanni Moretti capta rastros de fantasmas da Itália em novo filme
Na primeira fase de seu reconhecimento como um herdeiro da grande família de cineastas italianos, já no ocaso do cinema de autor, Nanni Moretti foi confundido com um equivalente peninsular do humor à Woody Allen. A comicidade irônica combinada com a autoflagelação neurótica induzia essa associação. O fato de Moretti também protagonizar seus filmes e interpretar o mesmo tipo –cujo nome, Michele Apicella, repete-se de "Io Sono un Autarchico" (1976) a "Palombella Rossa" (1989)– sugeria simbiose semelhante à do autor-ator posta em prática por Allen em sua obra. O fato de ambos terem elaborado suas ficções seguindo chaves psicanalíticas reafirmava o parentesco. No entanto a problemática moral no cinema de Moretti não se limita às motivações e à psicologia do personagem no molde americano. Os dilemas de seus personagens também evidenciam o esvaziamento progressivo de ideais outrora coletivos e revelam a incapacidade individual de reagir à redução da política ao espetáculo. Sua Itália já deixou há muito de ser a do neorrealismo, e a realidade de agora é a simulada nos "reality shows" dos canais de TV de Berlusconi. Fascismo, terrorismo, comunismo, catolicismo e irrealidade cotidiana são fantasmas que moldaram a face do país, e Moretti, como diretor ou na pele de Michele, capta seus últimos rastros. Em "Mia Madre, que foi exibido no Festival do Rio e deve estrear em 24/12, seu 12º longa em 40 anos, Moretti retoma o conflito entre fragilidade particular e nível alto de exigência na performance pública que introduzia desordem na eleição de um novo pontífice em "Habemus Papam" (2011). A crise está mais uma vez da primeira à última cena de "Mia Madre", só que amplificada. A primeira imagem, por exemplo, é a de um grupo de trabalhadores demitidos que protesta em frente ao portão de uma fábrica. Logo essa ação se revela uma encenação, parte de um filme que retrata os efeitos da crise econômica. Trata-se de um típico desencaixe narrativo de um cineasta que valoriza o desequilíbrio e a desarticulação entre partes e todo. No centro dessa ação reenquadrada, surge Margherita (Margherita Buy), cineasta de renome que parece irritada e desmotivada. Ao quebrar a ilusão do filme engajado, Moretti aproveita para lançar uma questão à tendência estética do pseudocumentário disseminada no cinema contemporâneo. "Você está do lado dos policiais ou dos manifestantes?", indaga a diretora ao operador de câmera que insiste em captar as imagens próximas aos corpos, em busca de uma suposta autenticidade. Na face ficcional do filme, o diretor retoma o problema da morte ou da diluição do cinema na era do apogeu do espetáculo e aproveita para questionar a aparência inofensiva do entretenimento. A chegada de Barry, o ator importado no qual John Turturro mescla insegurança e canastrice, reafirma o aspecto cansado da ficção, reduzida à repetição de tiques e truques. A mãe de Margherita está no leito de morte, e esse luto por antecipação esclarece em parte o estado de inação da personagem. Suas relações sentimentais com o pai da filha e com o amante também estão desfeitas. Entre a ficção do cinema e a realidade da morte, Moretti mostra sua cineasta imersa num limbo mental, dispersa em situações concretas ou desperta em momentos oníricos. Ao lado dela, o irmão, interpretado pelo próprio diretor, acompanha, escuta e às vezes provoca, mas basta uma cena solo para revelar que ele também se encontra perdido e sem vontade. Em ambos se lê a distinção de Freud em "Luto e Melancolia": "No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio; na melancolia, é o próprio Eu". Só que nessa zona cinzenta, em que tudo parece tomado pela síndrome de Bartleby, Moretti não diagnostica a crise apenas como fenômeno individual. De "Habemus Papam" a "Mia Madre" ele mostra que o gás paralisante se espalha cada vez mais no ar do tempo. CÁSSIO STARLING CARLOS, 51, é crítico de cinema da Folha.
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Nanni Moretti capta rastros de fantasmas da Itália em novo filmeNa primeira fase de seu reconhecimento como um herdeiro da grande família de cineastas italianos, já no ocaso do cinema de autor, Nanni Moretti foi confundido com um equivalente peninsular do humor à Woody Allen. A comicidade irônica combinada com a autoflagelação neurótica induzia essa associação. O fato de Moretti também protagonizar seus filmes e interpretar o mesmo tipo –cujo nome, Michele Apicella, repete-se de "Io Sono un Autarchico" (1976) a "Palombella Rossa" (1989)– sugeria simbiose semelhante à do autor-ator posta em prática por Allen em sua obra. O fato de ambos terem elaborado suas ficções seguindo chaves psicanalíticas reafirmava o parentesco. No entanto a problemática moral no cinema de Moretti não se limita às motivações e à psicologia do personagem no molde americano. Os dilemas de seus personagens também evidenciam o esvaziamento progressivo de ideais outrora coletivos e revelam a incapacidade individual de reagir à redução da política ao espetáculo. Sua Itália já deixou há muito de ser a do neorrealismo, e a realidade de agora é a simulada nos "reality shows" dos canais de TV de Berlusconi. Fascismo, terrorismo, comunismo, catolicismo e irrealidade cotidiana são fantasmas que moldaram a face do país, e Moretti, como diretor ou na pele de Michele, capta seus últimos rastros. Em "Mia Madre, que foi exibido no Festival do Rio e deve estrear em 24/12, seu 12º longa em 40 anos, Moretti retoma o conflito entre fragilidade particular e nível alto de exigência na performance pública que introduzia desordem na eleição de um novo pontífice em "Habemus Papam" (2011). A crise está mais uma vez da primeira à última cena de "Mia Madre", só que amplificada. A primeira imagem, por exemplo, é a de um grupo de trabalhadores demitidos que protesta em frente ao portão de uma fábrica. Logo essa ação se revela uma encenação, parte de um filme que retrata os efeitos da crise econômica. Trata-se de um típico desencaixe narrativo de um cineasta que valoriza o desequilíbrio e a desarticulação entre partes e todo. No centro dessa ação reenquadrada, surge Margherita (Margherita Buy), cineasta de renome que parece irritada e desmotivada. Ao quebrar a ilusão do filme engajado, Moretti aproveita para lançar uma questão à tendência estética do pseudocumentário disseminada no cinema contemporâneo. "Você está do lado dos policiais ou dos manifestantes?", indaga a diretora ao operador de câmera que insiste em captar as imagens próximas aos corpos, em busca de uma suposta autenticidade. Na face ficcional do filme, o diretor retoma o problema da morte ou da diluição do cinema na era do apogeu do espetáculo e aproveita para questionar a aparência inofensiva do entretenimento. A chegada de Barry, o ator importado no qual John Turturro mescla insegurança e canastrice, reafirma o aspecto cansado da ficção, reduzida à repetição de tiques e truques. A mãe de Margherita está no leito de morte, e esse luto por antecipação esclarece em parte o estado de inação da personagem. Suas relações sentimentais com o pai da filha e com o amante também estão desfeitas. Entre a ficção do cinema e a realidade da morte, Moretti mostra sua cineasta imersa num limbo mental, dispersa em situações concretas ou desperta em momentos oníricos. Ao lado dela, o irmão, interpretado pelo próprio diretor, acompanha, escuta e às vezes provoca, mas basta uma cena solo para revelar que ele também se encontra perdido e sem vontade. Em ambos se lê a distinção de Freud em "Luto e Melancolia": "No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio; na melancolia, é o próprio Eu". Só que nessa zona cinzenta, em que tudo parece tomado pela síndrome de Bartleby, Moretti não diagnostica a crise apenas como fenômeno individual. De "Habemus Papam" a "Mia Madre" ele mostra que o gás paralisante se espalha cada vez mais no ar do tempo. CÁSSIO STARLING CARLOS, 51, é crítico de cinema da Folha.
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Tetraplégico mexe braço e come sozinho após implante robótico
Um trabalho publicado nesta terça (28) na revista científica "The Lancet" mostrou, pela primeira vez, que é possível fazer uma pessoa com tetraplegia recuperar o controle de um membro e que o utilize de maneira funcional –no caso, comer sozinho. O estudo que teve esse desfecho começou efetivamente em dezembro de 2014, na Case Western Reserve University, em Cleveland (EUA), quando o paciente Bill Kochevar decidiu submeter-se a uma cirurgia para realizar o implante de dois eletrodos no cérebro, na área relacionada ao movimento (córtex motor). Oito anos antes aconteceu o acidente. Kochevar andava de bicicleta na rua em um dia chuvoso. Ele perdeu a noção da distância e não conseguiu frear quando um caminhão dos correios parou para fazer uma entrega. Só restaram movimentos do ombro para cima. Após o primeiro implante, Kochevar, 53 anos à época, passou por um treinamento em que aprendeu a mexer uma mão virtual em três dimensões com a mente. Depois de quatro meses é que os pesquisadores decidiram fazer o implante de 36 eletrodos em seu braço e antebraço direito, já que ele é destro. Desse modo, com a leitura das intenções cerebrais e uma maneira de executar os movimentos –ao contrair os músculos com os estímulos elétricos–, teria se formado uma espécie de ponte ou atalho sobre a lesão vertebral de Kochevar, permitindo que o cérebro novamente assuma o controle do membro. No fim das contas, o paciente acertou entre 80% e 100% das vezes. "As pessoas têm que fazer muito por mim: me virar a cada duas horas, me dar água", diz Kochevar. "Essa pesquisa aumentou minha capacidade de fazer coisas sozinho." A empreitada da Case Western faz parte do estudo BrainGate2, que investiga a interface cérebro-máquina com o objetivo de dar independência a quem tem paralisia. Já foi mostrado em outras ocasiões os avanços propiciados por essa tecnologia. Em 2012 foi relatado que Cathy Hutchinson, tetraplégica após um AVC, conseguiu pela primeira vez manusear um braço robótico com a mente. Outro estudo, em 2015, mostrou que Eric Sorto, tetraplégico após levar um tiro em uma briga de gangues, também conseguiu a mesma proeza. Veja vídeo em que Kochevar se alimenta sozinho
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Tetraplégico mexe braço e come sozinho após implante robóticoUm trabalho publicado nesta terça (28) na revista científica "The Lancet" mostrou, pela primeira vez, que é possível fazer uma pessoa com tetraplegia recuperar o controle de um membro e que o utilize de maneira funcional –no caso, comer sozinho. O estudo que teve esse desfecho começou efetivamente em dezembro de 2014, na Case Western Reserve University, em Cleveland (EUA), quando o paciente Bill Kochevar decidiu submeter-se a uma cirurgia para realizar o implante de dois eletrodos no cérebro, na área relacionada ao movimento (córtex motor). Oito anos antes aconteceu o acidente. Kochevar andava de bicicleta na rua em um dia chuvoso. Ele perdeu a noção da distância e não conseguiu frear quando um caminhão dos correios parou para fazer uma entrega. Só restaram movimentos do ombro para cima. Após o primeiro implante, Kochevar, 53 anos à época, passou por um treinamento em que aprendeu a mexer uma mão virtual em três dimensões com a mente. Depois de quatro meses é que os pesquisadores decidiram fazer o implante de 36 eletrodos em seu braço e antebraço direito, já que ele é destro. Desse modo, com a leitura das intenções cerebrais e uma maneira de executar os movimentos –ao contrair os músculos com os estímulos elétricos–, teria se formado uma espécie de ponte ou atalho sobre a lesão vertebral de Kochevar, permitindo que o cérebro novamente assuma o controle do membro. No fim das contas, o paciente acertou entre 80% e 100% das vezes. "As pessoas têm que fazer muito por mim: me virar a cada duas horas, me dar água", diz Kochevar. "Essa pesquisa aumentou minha capacidade de fazer coisas sozinho." A empreitada da Case Western faz parte do estudo BrainGate2, que investiga a interface cérebro-máquina com o objetivo de dar independência a quem tem paralisia. Já foi mostrado em outras ocasiões os avanços propiciados por essa tecnologia. Em 2012 foi relatado que Cathy Hutchinson, tetraplégica após um AVC, conseguiu pela primeira vez manusear um braço robótico com a mente. Outro estudo, em 2015, mostrou que Eric Sorto, tetraplégico após levar um tiro em uma briga de gangues, também conseguiu a mesma proeza. Veja vídeo em que Kochevar se alimenta sozinho
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Condomínios em Miami vendem luxo com arte
"Vou explicar por que esse projeto é exclusivo", diz a corretora de imóveis Magda Ruby. "Esse é o último pedaço de terra em Bal Harbour. É um terreno de 27 mil metros quadrados com vista para o mar nos dois lados. E os lobbies vão ter obras de Jeff Koons. Você sabe que ele acabou de vender uma escultura na Christie's por US$ 58 milhões, né? Aqui vai ser como viver num museu de arte contemporânea." No escritório de vendas do Oceana Bal Harbour, no extremo norte de Miami Beach, o pedaço do balneário norte-americano que vai afinando Atlântico adentro com água azul-turquesa por toda parte, a vendedora brasileira tenta me convencer -em bom português- dos encantos do mais novo empreendimento imobiliário do empresário argentino Eduardo Costantini. O dono do Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires, famoso por ter comprado o "Abaporu", de Tarsila do Amaral, está erguendo agora seu segundo condomínio em Miami. O primeiro deles, já concluído e com todos os apartamentos vendidos menos a cobertura, que vale US$ 27 milhões, tem murais da artista Beatriz Milhazes e esculturas de Artur Lescher. Fica em Key Biscayne, no outro extremo do pedaço de terra que é Miami Beach. Nos dois condomínios, Costantini implantou a mais nova modalidade de especulação imobiliária envolvendo obras de arte. Na compra do imóvel, moradores dos apartamentos ali viram sócios das obras que decoram as áreas comuns, podendo votar em reuniões de condomínio para leiloar as peças. "Não é o espírito do projeto que as pessoas vendam as obras", diz Costantini, por telefone, de Buenos Aires. "Sou colecionador há 40 anos e, em todas as minhas casas, estou rodeado de obras de arte, então é natural incluir arte nos empreendimentos imobiliários, já que isso também vai ser a casa das pessoas. E, como investimento, é claro que as obras também valorizam. Elas se tornam essenciais, como as paredes de um prédio." Parece ser um enlace perfeito, quando não aliança perversa, entre empreiteiras e a indústria da arte que encontrou em Miami o solo mais fértil do mundo desde que a feira Art Basel Miami Beach, franquia da suíça Art Basel que acontece todo mês de dezembro há 12 anos, deslocou boa parte das verdadeiras fortunas ligadas à arte para o então decadente balneário. "Pluto e Proserpina", a versão de Jeff Koons em aço inoxidável dourado de mais de três metros de altura para um clássico do escultor barroco italiano Lorenzo Bernini, vai adornar o saguão principal do novo condomínio. Isso depois de ter passado pela retrospectiva de Koons no Museu Whitney, em Nova York, e ter viajado mais tarde ao Centro Pompidou, em Paris. O último destino da peça comprada por Costantini por US$ 18 milhões antes de virar decoração de seu prédio será uma aparição estratégica na Art Basel Miami Beach em dezembro deste ano, concluindo uma turnê de exposição e consequente valorização. Além de Koons, obras de outros artistas vão adornar o prédio, um investimento de US$ 15 milhões, já que, como diz o corretor Ernesto Corti, "você não pode pôr um Koons ao lado de um Zé Ninguém". CARTOLA Quarenta quadras ao sul do novo condomínio, o empresário argentino Alan Faena, uma estranha figura sempre de echarpe e cartola brancas, domina sua parte de Miami Beach, próxima do centro de convenções ocupado pela feira. São sete quarteirões disputadíssimos, onde saem do papel um centro cultural desenhado pelo arquiteto holandês Rem Koolhaas, uma torre de apartamentos assinada pelo britânico Norman Foster e renovações de velhas joias "art déco" de Miami que foram viradas do avesso para atrair moradores bilionários. Nesse sentido, grifes de vencedores do prêmio Pritzker, o Nobel da arquitetura, como Koolhaas e Foster, e de queridinhos de Hollywood, como o diretor Baz Luhrmann, de "Moulin Rouge" e "O Grande Gatsby", são essenciais. Luhrmann e sua mulher, a oscarizadíssima figurinista Catherine Martin, assinam a decoração de um dos hotéis de Faena em seu enclave americano. "É um prédio dos anos 1940 que está sendo reformado, com aquele ar da velha Hollywood", diz Benjamin Sinclair, um dos diretores do bairro de Faena, sobre a torre decorada por Luhrmann. "A cobertura custa US$ 55 milhões." Mas não teria esse preço sem o apelo gentrificador da arte contemporânea. "O centro cultural é o coração do distrito", diz Zoe Lukov, responsável pelas exposições das propriedades de Faena, durante um passeio pelo canteiro de obras em Miami, aonde convidados chegam de Rolls Royce com chofer bancados pelo empresário. "É como olhar dentro da mente dele e do Rem Koolhaas, um gabinete de curiosidades." De fato, o projeto de Koolhaas para o que Faena chama de seu fórum de ideias em Miami lembra um volume brutalista por fora, mas é cheio de volutas arquitetônicas por dentro, uma espécie de materialização em concreto das sinapses de um cérebro. Todas as mentes em Miami, aliás, parecem ter um pensamento fixo. Tentam agregar a preços de imóveis o valor intangível de obras de arte, que alcançam milhões de dólares em leilões mesmo que à custa de mecanismos obscuros da indústria da arte. Na base de tudo, está o mercado de luxo e a forma como desde marcas de champanhe a fabricantes de automóveis como BMW e Rolls Royce enxergam em Miami, em especial na época da feira Art Basel Miami Beach, uma mina de ouro. "Nós pedimos para trazerem a Art Basel para cá", lembra Irma Braman, diretora do Instituto de Arte Contemporânea de Miami e uma das colecionadoras mais poderosas do balneário. De sua casa cheia de peças de Calder, Picasso e Giacometti, numa ilha particular com vista para um mar azul de golfinhos saltitantes, ela lembra como a chegada da feira suíça mudou a realidade financeira local. Dias antes, vestindo um tailleur e com laquê ultrapotente nos cabelos, capaz de resistir à brisa quase tufão de Miami, Braman discursava na inauguração da nova sede de seu museu no chamado Design District, criação do empresário americano Craig Robins para revitalizar o centro da cidade. Num investimento de US$ 2 bilhões, Robins comprou dez quarteirões numa área deteriorada e escalou grifes e arquitetos de grife para ocupar a região. Ao lado de um prédio de vidro do japonês Sou Fujimoto e esculturas póstumas de Buckminster Fuller, ele dizia que é isso que torna Miami "tão mágica". Entre as lojas de marcas como Gucci, Dior, Prada e Cartier, carrinhos de golfe circulavam levando seus convidados. Artistas como os americanos Theaster Gates e John Baldessari, além de arquitetos como a iraquiana Zaha Hadid, estão todos envolvidos na empreitada, criando instalações ao ar livre para acompanhar as novas lojas. "Estamos transformando Miami numa capital da arte", diz Robins. "São esses manifestos arquitetônicos e artísticos que vão impulsionar os novos bairros da cidade." Marc Spiegler, diretor da Art Basel Miami Beach, estava sentado na primeira fila da entrevista coletiva para anunciar os próximos 20 prédios do Design District. "A feira traz muita gente para Miami, artistas e galeristas, mas dura só uma semana", diz Spiegler. "Então é importante que a cidade tenha uma vida cultural estruturada. Acho ótimo que a cultura seja capaz de orientar o desenvolvimento." Nas palavras de Tomás Regalado, o prefeito de Miami, os museus e centros culturais erguidos a reboque de condomínios e lojas de luxo são a "cereja no bolo" de um processo de valorização exponencial. "Antes aqui era noite, agora é dia", diz Regalado, sobre a região onde surgiu o novo distrito dedicado ao design. "Era uma área degradada, mas agora as pessoas passaram a acreditar em Miami." SILAS MARTÍ, 30, é repórter da Folha.
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Condomínios em Miami vendem luxo com arte"Vou explicar por que esse projeto é exclusivo", diz a corretora de imóveis Magda Ruby. "Esse é o último pedaço de terra em Bal Harbour. É um terreno de 27 mil metros quadrados com vista para o mar nos dois lados. E os lobbies vão ter obras de Jeff Koons. Você sabe que ele acabou de vender uma escultura na Christie's por US$ 58 milhões, né? Aqui vai ser como viver num museu de arte contemporânea." No escritório de vendas do Oceana Bal Harbour, no extremo norte de Miami Beach, o pedaço do balneário norte-americano que vai afinando Atlântico adentro com água azul-turquesa por toda parte, a vendedora brasileira tenta me convencer -em bom português- dos encantos do mais novo empreendimento imobiliário do empresário argentino Eduardo Costantini. O dono do Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires, famoso por ter comprado o "Abaporu", de Tarsila do Amaral, está erguendo agora seu segundo condomínio em Miami. O primeiro deles, já concluído e com todos os apartamentos vendidos menos a cobertura, que vale US$ 27 milhões, tem murais da artista Beatriz Milhazes e esculturas de Artur Lescher. Fica em Key Biscayne, no outro extremo do pedaço de terra que é Miami Beach. Nos dois condomínios, Costantini implantou a mais nova modalidade de especulação imobiliária envolvendo obras de arte. Na compra do imóvel, moradores dos apartamentos ali viram sócios das obras que decoram as áreas comuns, podendo votar em reuniões de condomínio para leiloar as peças. "Não é o espírito do projeto que as pessoas vendam as obras", diz Costantini, por telefone, de Buenos Aires. "Sou colecionador há 40 anos e, em todas as minhas casas, estou rodeado de obras de arte, então é natural incluir arte nos empreendimentos imobiliários, já que isso também vai ser a casa das pessoas. E, como investimento, é claro que as obras também valorizam. Elas se tornam essenciais, como as paredes de um prédio." Parece ser um enlace perfeito, quando não aliança perversa, entre empreiteiras e a indústria da arte que encontrou em Miami o solo mais fértil do mundo desde que a feira Art Basel Miami Beach, franquia da suíça Art Basel que acontece todo mês de dezembro há 12 anos, deslocou boa parte das verdadeiras fortunas ligadas à arte para o então decadente balneário. "Pluto e Proserpina", a versão de Jeff Koons em aço inoxidável dourado de mais de três metros de altura para um clássico do escultor barroco italiano Lorenzo Bernini, vai adornar o saguão principal do novo condomínio. Isso depois de ter passado pela retrospectiva de Koons no Museu Whitney, em Nova York, e ter viajado mais tarde ao Centro Pompidou, em Paris. O último destino da peça comprada por Costantini por US$ 18 milhões antes de virar decoração de seu prédio será uma aparição estratégica na Art Basel Miami Beach em dezembro deste ano, concluindo uma turnê de exposição e consequente valorização. Além de Koons, obras de outros artistas vão adornar o prédio, um investimento de US$ 15 milhões, já que, como diz o corretor Ernesto Corti, "você não pode pôr um Koons ao lado de um Zé Ninguém". CARTOLA Quarenta quadras ao sul do novo condomínio, o empresário argentino Alan Faena, uma estranha figura sempre de echarpe e cartola brancas, domina sua parte de Miami Beach, próxima do centro de convenções ocupado pela feira. São sete quarteirões disputadíssimos, onde saem do papel um centro cultural desenhado pelo arquiteto holandês Rem Koolhaas, uma torre de apartamentos assinada pelo britânico Norman Foster e renovações de velhas joias "art déco" de Miami que foram viradas do avesso para atrair moradores bilionários. Nesse sentido, grifes de vencedores do prêmio Pritzker, o Nobel da arquitetura, como Koolhaas e Foster, e de queridinhos de Hollywood, como o diretor Baz Luhrmann, de "Moulin Rouge" e "O Grande Gatsby", são essenciais. Luhrmann e sua mulher, a oscarizadíssima figurinista Catherine Martin, assinam a decoração de um dos hotéis de Faena em seu enclave americano. "É um prédio dos anos 1940 que está sendo reformado, com aquele ar da velha Hollywood", diz Benjamin Sinclair, um dos diretores do bairro de Faena, sobre a torre decorada por Luhrmann. "A cobertura custa US$ 55 milhões." Mas não teria esse preço sem o apelo gentrificador da arte contemporânea. "O centro cultural é o coração do distrito", diz Zoe Lukov, responsável pelas exposições das propriedades de Faena, durante um passeio pelo canteiro de obras em Miami, aonde convidados chegam de Rolls Royce com chofer bancados pelo empresário. "É como olhar dentro da mente dele e do Rem Koolhaas, um gabinete de curiosidades." De fato, o projeto de Koolhaas para o que Faena chama de seu fórum de ideias em Miami lembra um volume brutalista por fora, mas é cheio de volutas arquitetônicas por dentro, uma espécie de materialização em concreto das sinapses de um cérebro. Todas as mentes em Miami, aliás, parecem ter um pensamento fixo. Tentam agregar a preços de imóveis o valor intangível de obras de arte, que alcançam milhões de dólares em leilões mesmo que à custa de mecanismos obscuros da indústria da arte. Na base de tudo, está o mercado de luxo e a forma como desde marcas de champanhe a fabricantes de automóveis como BMW e Rolls Royce enxergam em Miami, em especial na época da feira Art Basel Miami Beach, uma mina de ouro. "Nós pedimos para trazerem a Art Basel para cá", lembra Irma Braman, diretora do Instituto de Arte Contemporânea de Miami e uma das colecionadoras mais poderosas do balneário. De sua casa cheia de peças de Calder, Picasso e Giacometti, numa ilha particular com vista para um mar azul de golfinhos saltitantes, ela lembra como a chegada da feira suíça mudou a realidade financeira local. Dias antes, vestindo um tailleur e com laquê ultrapotente nos cabelos, capaz de resistir à brisa quase tufão de Miami, Braman discursava na inauguração da nova sede de seu museu no chamado Design District, criação do empresário americano Craig Robins para revitalizar o centro da cidade. Num investimento de US$ 2 bilhões, Robins comprou dez quarteirões numa área deteriorada e escalou grifes e arquitetos de grife para ocupar a região. Ao lado de um prédio de vidro do japonês Sou Fujimoto e esculturas póstumas de Buckminster Fuller, ele dizia que é isso que torna Miami "tão mágica". Entre as lojas de marcas como Gucci, Dior, Prada e Cartier, carrinhos de golfe circulavam levando seus convidados. Artistas como os americanos Theaster Gates e John Baldessari, além de arquitetos como a iraquiana Zaha Hadid, estão todos envolvidos na empreitada, criando instalações ao ar livre para acompanhar as novas lojas. "Estamos transformando Miami numa capital da arte", diz Robins. "São esses manifestos arquitetônicos e artísticos que vão impulsionar os novos bairros da cidade." Marc Spiegler, diretor da Art Basel Miami Beach, estava sentado na primeira fila da entrevista coletiva para anunciar os próximos 20 prédios do Design District. "A feira traz muita gente para Miami, artistas e galeristas, mas dura só uma semana", diz Spiegler. "Então é importante que a cidade tenha uma vida cultural estruturada. Acho ótimo que a cultura seja capaz de orientar o desenvolvimento." Nas palavras de Tomás Regalado, o prefeito de Miami, os museus e centros culturais erguidos a reboque de condomínios e lojas de luxo são a "cereja no bolo" de um processo de valorização exponencial. "Antes aqui era noite, agora é dia", diz Regalado, sobre a região onde surgiu o novo distrito dedicado ao design. "Era uma área degradada, mas agora as pessoas passaram a acreditar em Miami." SILAS MARTÍ, 30, é repórter da Folha.
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Balé da Cidade exibe figuras impecáveis, mas poderia ir além
Dirigido por Iracity Cardoso desde 2013, o Balé da Cidade de São Paulo tem uma história bem anterior –foi criado em 1968. É de se esperar que os quase cinquenta anos de estrada da companhia confiram um lugar de destaque ao grupo no cenário da dança. Atualmente, 207 balés fazem parte de seu repertório, com criações de coreógrafos nacionais e internacionais. Não ter um coreógrafo fixo e poder contar com inúmeros artistas de todo o mundo fazem com que seus trabalhos sejam esperados e acompanhados, com lugar para surpresas e experimentações. "Corpus" é o balé mais recente da companhia, que estreou na quinta-feira (9) no palco do Theatro Municipal de São Paulo. Criado pelo português André Mesquita, também coreógrafo de "Cidade Incerta" (2011) e da ópera "Salomé" (2014), é baseado em livro homônimo do filósofo francês Jean-Luc Nancy e propõe um outro olhar para os corpos além da anatomia. Acompanhados pela Orquestra Experimental de Repertório, sob direção de Carlos Moreno, os 24 bailarinos exibem seus físicos maravilhosos evidenciados pelo figurino minimalista de Cássio Brasil. Começa com a entrada dos intérpretes em movimentação animalesca que, no entanto, dilui-se para voltar apenas no final. Fica evidente a criação de belas figuras e o deslocamento dos corpos, seja em trios, quartetos ou em grupões, que promovem dinamismo e enfatizam a técnica dos bailarinos, com algumas meninas dançando nas pontas. ATMOSFERA A música de Glaucio Zangheri sobre composições de Bach, Berlioz e Smetana dá um tom sombrio e cheio de atmosfera à cena. No entanto, em alguns momentos parece não haver um aproveitamento total do que a música propõe. Ao final da peça, esse aspecto é recuperado, mostrando relação mais crescente. Mas, apesar da beleza inegável dos corpos que se movimentam em possibilidades infinitas, fica a questão: "Para onde podemos olhar além?". O programa ainda conta com "Adastra" (2015), do espanhol Cayetano Soto, e "O Balcão de Amor" (2014), do israelense Itzik Galili, ambas com passagens recentes pela Europa com grande sucesso. Nesses dois balés, em especial no último, é possível enxergar melhor a individualidade dos intérpretes. Evidentemente se trata de outras propostas, intrínsecas, mas que mostram melhor a força do elenco do Balé da Cidade de São Paulo, que pode sempre ir muito mais além. BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO QUANDO: SEX. (10) E SÁB. (11), ÀS 20H, DOM. (12), ÀS 17H ONDE: THEATRO MUNICIPAL, PÇA. RAMOS DE AZEVEDO, S/ Nº, TEL. (11) 3053-2090 QUANTO: R$ 25 A R$ 90
ilustrada
Balé da Cidade exibe figuras impecáveis, mas poderia ir alémDirigido por Iracity Cardoso desde 2013, o Balé da Cidade de São Paulo tem uma história bem anterior –foi criado em 1968. É de se esperar que os quase cinquenta anos de estrada da companhia confiram um lugar de destaque ao grupo no cenário da dança. Atualmente, 207 balés fazem parte de seu repertório, com criações de coreógrafos nacionais e internacionais. Não ter um coreógrafo fixo e poder contar com inúmeros artistas de todo o mundo fazem com que seus trabalhos sejam esperados e acompanhados, com lugar para surpresas e experimentações. "Corpus" é o balé mais recente da companhia, que estreou na quinta-feira (9) no palco do Theatro Municipal de São Paulo. Criado pelo português André Mesquita, também coreógrafo de "Cidade Incerta" (2011) e da ópera "Salomé" (2014), é baseado em livro homônimo do filósofo francês Jean-Luc Nancy e propõe um outro olhar para os corpos além da anatomia. Acompanhados pela Orquestra Experimental de Repertório, sob direção de Carlos Moreno, os 24 bailarinos exibem seus físicos maravilhosos evidenciados pelo figurino minimalista de Cássio Brasil. Começa com a entrada dos intérpretes em movimentação animalesca que, no entanto, dilui-se para voltar apenas no final. Fica evidente a criação de belas figuras e o deslocamento dos corpos, seja em trios, quartetos ou em grupões, que promovem dinamismo e enfatizam a técnica dos bailarinos, com algumas meninas dançando nas pontas. ATMOSFERA A música de Glaucio Zangheri sobre composições de Bach, Berlioz e Smetana dá um tom sombrio e cheio de atmosfera à cena. No entanto, em alguns momentos parece não haver um aproveitamento total do que a música propõe. Ao final da peça, esse aspecto é recuperado, mostrando relação mais crescente. Mas, apesar da beleza inegável dos corpos que se movimentam em possibilidades infinitas, fica a questão: "Para onde podemos olhar além?". O programa ainda conta com "Adastra" (2015), do espanhol Cayetano Soto, e "O Balcão de Amor" (2014), do israelense Itzik Galili, ambas com passagens recentes pela Europa com grande sucesso. Nesses dois balés, em especial no último, é possível enxergar melhor a individualidade dos intérpretes. Evidentemente se trata de outras propostas, intrínsecas, mas que mostram melhor a força do elenco do Balé da Cidade de São Paulo, que pode sempre ir muito mais além. BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO QUANDO: SEX. (10) E SÁB. (11), ÀS 20H, DOM. (12), ÀS 17H ONDE: THEATRO MUNICIPAL, PÇA. RAMOS DE AZEVEDO, S/ Nº, TEL. (11) 3053-2090 QUANTO: R$ 25 A R$ 90
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Entenda a proposta que limita os gastos do governo e por que ela não tira o país da recessão, mas ajuda
A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (10) o texto base da proposta de emenda à Constituição que congela os gastos federais pelos próximos 20 anos, prioridade do governo Michel Temer para 2016. A proposta restringe as despesas do governo à inflação dos 12 meses anteriores, e tem duração de duas décadas, com possibilidade de mudança na forma de limitar os gastos a partir do décimo ano. Em dez pontos, entenda o que é a medida, porque ela foi criada e como ela ajuda o Brasil, mas não tira o país da recessão. * É um mecanismo proposto pelo governo para limitar o crescimento dos gastos públicos a longo prazo, fixando como teto a inflação passada. Como algumas despesas têm regras ditadas pela Constituição, como saúde e educação, para alterá-las é preciso fazer uma proposta de emenda constitucional (PEC), cuja votação tem um rito especial. Depende de dois turnos na Câmara dos Deputados e dois no Senado e só passa com aprovação de ampla maioria -três quintos dos deputados (308 votos) e dos senadores (49 votos). Tratada como prioridade número 1 do governo, a proposta tem boas chances de ser aprovada neste ano. Os gastos do governo crescem mais do que o PIB há duas décadas e, repetidas vezes, o buraco foi tapado com aumento de impostos ou criação de tributos -como a extinta CPMF ou a Cide (que incide sobre a gasolina). Outra forma foi aumentar a dívida pública, que chegou a 70% do PIB neste ano -bem acima da média dos países com o mesmo estágio de desenvolvimento do Brasil (45% do PIB). A recessão, iniciada em 2014, piorou tudo: fez cair as receitas públicas e gerou desconfiança com o futuro do Brasil, o que se traduziu em aumento das taxas de juros cobrada pelos investidores para financiar o governo. Com isso, a dívida assumiu uma trajetória insustentável no longo prazo. O ORÇAMENTO DO GOVERNO É UM COBERTOR CURTO - Despesas primárias da União, em % do PIB O teto do gasto proposto pelo governo durará pelo menos nove anos, se for aprovado pelo Congresso. Depois disso, ou seja, em 2025, o presidente da República poderia propor uma nova regra para contenção dos gastos, válida para o seu mandato. E assim seria até 2036. Segundo economistas do governo, o prazo dilatado é importante para sintonizar o ritmo das despesas com o das receitas sem recorrer a mais impostos ou a um corte drástico de gastos. Economistas como Felipe Salto, assessor do senador José Aníbal (PSDB), argumentam porém que é tempo demais para uma medida tão dura, que na prática congela os gastos do governo. Alternativas chegaram a ser ventiladas, como atrelar o teto à evolução da dívida pública ou reduzir o prazo de vigência, mas até agora prevaleceu o argumento do governo. O FUTURO DAS CONTAS - Evolução das receitas e das despesas e o impacto da proposta de teto dos gastos. Em % do PIB Para funcionar, o teto dos gastos públicos depende de mudanças na Previdência que limitem o aumento dos gastos com benefícios e pensões. Por isso, a reforma previdenciária é a segunda prioridade do governo. Os gastos da Previdência representam cerca de 45% das despesas públicas e crescem atualmente 4% acima da inflação por ano, segundo o economista Bernard Appy, do Centro de Estudos e Políticas Públicas. Para analistas do Itaú Unibanco, sem a reforma da Previdência o teto só contribuiria para o equilíbrio das contas públicas até 2019. GASTO COM A PREVIDÊNCIA CRESCE RAPIDAMENTE - Receitas e despesas da Previdência Social, em % do PIB Com o teto, os gastos do governo devem cair como proporção do PIB, mas isso só vai acontecer quando o país se recuperar e as receitas do governo voltarem a crescer a um ritmo superior à inflação, o que deve levar algum tempo. Hoje o país enfrenta uma recessão que deve chegar a 3,1% neste ano e inflação de 7,2%. Assim, no curto prazo, afirma o economista Felipe Salto, o efeito do teto será nulo e até permitirá mais gastos. E, ao fim de 20 anos, produziria um superavit primário brutal (equivalente a 6,5% do PIB), muito superior ao necessário para reduzir a dívida pública. Analistas que defendem o teto, como Mauricio Oreng, do holandês Rabobank, dizem que, mesmo com o teto, o governo só conseguirá fazer com que a dívida pare de subir por volta de 2022, quando ela terá atingido um nível elevado (86% do PIB). Ou seja, o endividamento público subirá por mais seis anos antes de estabilizar e depois cair. O FUTURO DAS CONTAS - Resultado primário*, em % do PIB Depois da Previdência, saúde e educação são as duas áreas de maior despesa do governo. Por isso, foram incluídas nos gastos sujeitos ao teto. Isso altera as atuais regras, que destinam às duas áreas uma fatia fixa das receitas públicas. Especialistas em educação e saúde temem que as duas áreas percam a disputa de recursos para grupos com lobby mais bem organizado no Congresso. E reclamam que, com as regras em vigor, receberiam mais no longo prazo. O governo argumenta que, com a recessão, as receitas caíram sem que houvesse redução dos gastos. Ou seja, a regra atual não protege as duas áreas no momento mais difícil e quando mais gente recorre aos serviços públicos. Além disso, o teto estabelece que saúde e educação deverão receber, no mínimo, o mesmo que gastaram no ano anterior mais a inflação. Se durante a elaboração do Orçamento os deputados quiserem destinar mais dinheiro para essas duas áreas, será permitido, desde que cortem outras despesas. O teto global para a expansão do gasto público não poderia ser desrespeitado. Conter gastos não estimula a economia, mas indica que as contas do governo são sustentáveis. No curto prazo, isso se traduz em mais confiança para os empresários -que podem voltar a investir e produzir- e de consumidores. A confiança começou a voltar lentamente. Com sinais de que o governo vai ajustar suas contas, a taxa de juros também deverá cair, o que ajuda a reativar a economia. O Itaú Unibanco prevê que, neste cenário, o país poderá crescer 4% em 2018. No longo prazo, porém, o Brasil deveria discutir outras reformas para melhorar a eficiência da economia, observa o economista Bernard Appy, com mudanças no sistema tributário e nas leis trabalhistas. A primeira alternativa ao teto seria aumentar impostos. O governo prevê um deficit de R$ 170,5 bilhões neste ano -equivalente a cinco vezes o que o governo previa arrecadar com a CPMF em um ano. Ainda que coloque as despesas do passado em dia, os gastos continuarão subindo e exigirão mais impostos a cada ano. Segundo analistas do Itaú Unibanco, sem o teto, o governo teria que aumentar a carga tributária em 4 pontos percentuais do PIB, o que levaria os brasileiros a entregar ao governo quase R$ 4 a cada R$ 10 que produzirem -o que é muito para um país em desenvolvimento. A segunda opção seria reduzir os gastos públicos artificialmente. O governo imprimiria reais para pagar suas contas e deixaria a inflação subir para corroer as despesas. A saída foi muito aplicada no passado e levou o país à hiperinflação no início dos anos 1990. A terceira possibilidade seria deixar a dívida subir e não pagar, o que seria um calote. E mais de 80% dos credores são poupadores brasileiros, que aplicam em fundos de investimento e no Tesouro Direto, por exemplo, ou são ainda fundos de pensão e de previdência privada. A expectativa de economistas como Eduardo Loyo, do banco BTG Pactual, é que o reordenamento das contas do governo permitirá uma queda permanente da taxa de juros do Brasil, uma das mais elevadas do mundo, o que facilitaria o acesso de empresários e consumidores a crédito. Para outros economistas, seria a chance de o governo gerenciar melhor o dinheiro público e escolher políticas que deem melhor resultado caso queiram permanecer no poder.
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Entenda a proposta que limita os gastos do governo e por que ela não tira o país da recessão, mas ajudaA Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (10) o texto base da proposta de emenda à Constituição que congela os gastos federais pelos próximos 20 anos, prioridade do governo Michel Temer para 2016. A proposta restringe as despesas do governo à inflação dos 12 meses anteriores, e tem duração de duas décadas, com possibilidade de mudança na forma de limitar os gastos a partir do décimo ano. Em dez pontos, entenda o que é a medida, porque ela foi criada e como ela ajuda o Brasil, mas não tira o país da recessão. * É um mecanismo proposto pelo governo para limitar o crescimento dos gastos públicos a longo prazo, fixando como teto a inflação passada. Como algumas despesas têm regras ditadas pela Constituição, como saúde e educação, para alterá-las é preciso fazer uma proposta de emenda constitucional (PEC), cuja votação tem um rito especial. Depende de dois turnos na Câmara dos Deputados e dois no Senado e só passa com aprovação de ampla maioria -três quintos dos deputados (308 votos) e dos senadores (49 votos). Tratada como prioridade número 1 do governo, a proposta tem boas chances de ser aprovada neste ano. Os gastos do governo crescem mais do que o PIB há duas décadas e, repetidas vezes, o buraco foi tapado com aumento de impostos ou criação de tributos -como a extinta CPMF ou a Cide (que incide sobre a gasolina). Outra forma foi aumentar a dívida pública, que chegou a 70% do PIB neste ano -bem acima da média dos países com o mesmo estágio de desenvolvimento do Brasil (45% do PIB). A recessão, iniciada em 2014, piorou tudo: fez cair as receitas públicas e gerou desconfiança com o futuro do Brasil, o que se traduziu em aumento das taxas de juros cobrada pelos investidores para financiar o governo. Com isso, a dívida assumiu uma trajetória insustentável no longo prazo. O ORÇAMENTO DO GOVERNO É UM COBERTOR CURTO - Despesas primárias da União, em % do PIB O teto do gasto proposto pelo governo durará pelo menos nove anos, se for aprovado pelo Congresso. Depois disso, ou seja, em 2025, o presidente da República poderia propor uma nova regra para contenção dos gastos, válida para o seu mandato. E assim seria até 2036. Segundo economistas do governo, o prazo dilatado é importante para sintonizar o ritmo das despesas com o das receitas sem recorrer a mais impostos ou a um corte drástico de gastos. Economistas como Felipe Salto, assessor do senador José Aníbal (PSDB), argumentam porém que é tempo demais para uma medida tão dura, que na prática congela os gastos do governo. Alternativas chegaram a ser ventiladas, como atrelar o teto à evolução da dívida pública ou reduzir o prazo de vigência, mas até agora prevaleceu o argumento do governo. O FUTURO DAS CONTAS - Evolução das receitas e das despesas e o impacto da proposta de teto dos gastos. Em % do PIB Para funcionar, o teto dos gastos públicos depende de mudanças na Previdência que limitem o aumento dos gastos com benefícios e pensões. Por isso, a reforma previdenciária é a segunda prioridade do governo. Os gastos da Previdência representam cerca de 45% das despesas públicas e crescem atualmente 4% acima da inflação por ano, segundo o economista Bernard Appy, do Centro de Estudos e Políticas Públicas. Para analistas do Itaú Unibanco, sem a reforma da Previdência o teto só contribuiria para o equilíbrio das contas públicas até 2019. GASTO COM A PREVIDÊNCIA CRESCE RAPIDAMENTE - Receitas e despesas da Previdência Social, em % do PIB Com o teto, os gastos do governo devem cair como proporção do PIB, mas isso só vai acontecer quando o país se recuperar e as receitas do governo voltarem a crescer a um ritmo superior à inflação, o que deve levar algum tempo. Hoje o país enfrenta uma recessão que deve chegar a 3,1% neste ano e inflação de 7,2%. Assim, no curto prazo, afirma o economista Felipe Salto, o efeito do teto será nulo e até permitirá mais gastos. E, ao fim de 20 anos, produziria um superavit primário brutal (equivalente a 6,5% do PIB), muito superior ao necessário para reduzir a dívida pública. Analistas que defendem o teto, como Mauricio Oreng, do holandês Rabobank, dizem que, mesmo com o teto, o governo só conseguirá fazer com que a dívida pare de subir por volta de 2022, quando ela terá atingido um nível elevado (86% do PIB). Ou seja, o endividamento público subirá por mais seis anos antes de estabilizar e depois cair. O FUTURO DAS CONTAS - Resultado primário*, em % do PIB Depois da Previdência, saúde e educação são as duas áreas de maior despesa do governo. Por isso, foram incluídas nos gastos sujeitos ao teto. Isso altera as atuais regras, que destinam às duas áreas uma fatia fixa das receitas públicas. Especialistas em educação e saúde temem que as duas áreas percam a disputa de recursos para grupos com lobby mais bem organizado no Congresso. E reclamam que, com as regras em vigor, receberiam mais no longo prazo. O governo argumenta que, com a recessão, as receitas caíram sem que houvesse redução dos gastos. Ou seja, a regra atual não protege as duas áreas no momento mais difícil e quando mais gente recorre aos serviços públicos. Além disso, o teto estabelece que saúde e educação deverão receber, no mínimo, o mesmo que gastaram no ano anterior mais a inflação. Se durante a elaboração do Orçamento os deputados quiserem destinar mais dinheiro para essas duas áreas, será permitido, desde que cortem outras despesas. O teto global para a expansão do gasto público não poderia ser desrespeitado. Conter gastos não estimula a economia, mas indica que as contas do governo são sustentáveis. No curto prazo, isso se traduz em mais confiança para os empresários -que podem voltar a investir e produzir- e de consumidores. A confiança começou a voltar lentamente. Com sinais de que o governo vai ajustar suas contas, a taxa de juros também deverá cair, o que ajuda a reativar a economia. O Itaú Unibanco prevê que, neste cenário, o país poderá crescer 4% em 2018. No longo prazo, porém, o Brasil deveria discutir outras reformas para melhorar a eficiência da economia, observa o economista Bernard Appy, com mudanças no sistema tributário e nas leis trabalhistas. A primeira alternativa ao teto seria aumentar impostos. O governo prevê um deficit de R$ 170,5 bilhões neste ano -equivalente a cinco vezes o que o governo previa arrecadar com a CPMF em um ano. Ainda que coloque as despesas do passado em dia, os gastos continuarão subindo e exigirão mais impostos a cada ano. Segundo analistas do Itaú Unibanco, sem o teto, o governo teria que aumentar a carga tributária em 4 pontos percentuais do PIB, o que levaria os brasileiros a entregar ao governo quase R$ 4 a cada R$ 10 que produzirem -o que é muito para um país em desenvolvimento. A segunda opção seria reduzir os gastos públicos artificialmente. O governo imprimiria reais para pagar suas contas e deixaria a inflação subir para corroer as despesas. A saída foi muito aplicada no passado e levou o país à hiperinflação no início dos anos 1990. A terceira possibilidade seria deixar a dívida subir e não pagar, o que seria um calote. E mais de 80% dos credores são poupadores brasileiros, que aplicam em fundos de investimento e no Tesouro Direto, por exemplo, ou são ainda fundos de pensão e de previdência privada. A expectativa de economistas como Eduardo Loyo, do banco BTG Pactual, é que o reordenamento das contas do governo permitirá uma queda permanente da taxa de juros do Brasil, uma das mais elevadas do mundo, o que facilitaria o acesso de empresários e consumidores a crédito. Para outros economistas, seria a chance de o governo gerenciar melhor o dinheiro público e escolher políticas que deem melhor resultado caso queiram permanecer no poder.
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Antipetista, ministro da Educação estudou em escola de esquerda
Ao enfrentar a reação de servidores do então recém-extinto Ministério da Cultura, que o vaiaram e o chamaram de golpista quando ele foi se apresentar no último dia 13, o novo ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), evocou uma memória remota para amaciar o grupo. "Tenho uma formação política numa escola da diversidade. Estudei na escola privada mais radical de esquerda do Recife, a Escola Parque, cujos fundadores foram fundadores do PT", disse, numa retórica conciliatória e pontuada por tiradas quebra-gelo, como a de que liberais, como ele, não comem fígado humano. Ao fim da fala, parte do auditório o aplaudiu –outra parte insistiu nas hostilidades. Político de centro-direita e um dos porta-vozes mais ruidosos do antipetismo no Congresso, o ex-líder do DEM na Câmara estudou por sete anos (da então quinta série, atual sexto ano, até prestar o vestibular para administração) num ambiente de ideias opostas às de sua formação caseira. Filho de José Mendonça Bezerra (1936-2011), político que foi da Arena, partido de sustentação à ditadura, e depois das siglas que a sucederam –PDS, PFL e DEM–, Mendonça Filho, 49, encontrou na Escola Parque do Recife um clima de efervescência crítica, na contramão do regime que naquele apagar dos anos 70 começava a se desminliguir. O ministro carregou nas tintas ao falar em radicalismo, mas é fato que três fundadoras do colégio em 1978 –Myrtha Carvalho, Malba Magalhães e Maria Adozinda Costa, esta última morta em 2007–, todas citadas por Mendonça no discurso no MinC, eram mulheres de esquerda. Adozinda, a Dosa, era prima-irmã de Paulo Freire, o educador brasileiro mais reconhecido no mundo e cuja pedagogia de formar alunos com consciência crítica norteou a trajetória da Escola Parque. Foi presa e torturada na ditadura. Myrtha e Malba ajudaram a fundar o PT no Recife e são até hoje filiadas ao partido. Myrtha, professora de português dos 17 aos 70 anos, e Malba, que leciona matemática, continuam à frente da escola. Nos seus primeiros anos, a Escola Parque do Recife funcionou num casarão à beira-mar na praia de Boa Viagem, zona sul da capital pernambucana –mais tarde se mudou para uma locação menos idílica a poucos quilômetros de distância, no bairro de Piedade, Jaboatão dos Guararapes, município vizinho. Não se exigia uniforme, havia tolerância com a frequência (alguns alunos pulavam o muro para surfar e voltavam, zanzando sem camisa pela escola), estimulava-se o debate. Tal abertura não turvava um ensino de excelência. Não raro a escola emplacava alunos entre os primeiros dos vestibulares. "Sou, e coloco no meu currículo como uma coisa top, fundador da Escola Parque do Recife [entrou na primeira turma]", disse Mendonça à Folha. Lá, ele era conhecido como Mendoncinha, como muitos ainda o tratam. Foi, segundo relato de colegas e professores –e conforme a memória deste repórter, que frequentou a mesma escola, em turmas mais novas–, um aluno discreto e esforçado, mas mediano. Vídeo AGRESTE Mendonça é o segundo de seis filhos de um casal oriundo de Belo Jardim, no agreste pernambucano. Seus cinco irmãos também estudaram na Escola Parque. Ele conta que foi a mãe, Estefânia, de cabeça mais aberta que o pai, a responsável por matriculá-los num reduto prafrentex da classe média alta da capital. Parte porque a família era amiga, do interior, da família de uma das fundadores (Dosa); parte porque, narra Mendonça, a mãe "sempre foi muito adiante do seu tempo". Os filhos acabaram gostando, mas não foi uma operação de todo harmônica. As divergências de visão política fizeram com que várias vezes a mãe reclamasse à direção do que se passava em sala de aula. "Ela questionava o fato de professores emitirem opiniões políticas. Mas nunca ameaçou tirar os filhos da escola", relata Myrtha Carvalho. Mendonça diz que a experiência "plural e diversificada" da Escola Parque foi crucial para ele ter virado político. Alavancado pelo pai, elegeu-se deputado estadual aos 20 anos. Foi ainda secretário de Agricultura do governo Joaquim Francisco (1991-1995), deputado federal (autor da emenda da reeleição em 1997), duas vezes vice-governador de Pernambuco (1999-2002 e 2002-2006) e, quando o governador Jarbas Vasconcelos se licenciou para concorrer ao Senado, ocupou o cargo por nove meses em 2006. Neste mesmo ano, foi derrotado por Eduardo Campos na disputa pelo governo do Estado. Voltaria a se eleger deputado federal em 2010. "A abertura, a democracia de convivência com contrários da Escola Parque, de tentar convencer e ser convencido, foram fundamentais para mim", diz o hoje ministro, que faz parte de um grupo de WhatsApp chamado Escola Parque 78 (ano da fundação). Críticas do processo que levou Temer e Mendonça ao poder ("um golpe parlamentar com o apoio da mídia, que não cumpriu seu papel de contraditório", diz Myrtha), as diretoras da escola são cautelosas ao comentar como o ex-aluno pode se sair na Esplanada. "É jovem e tem todas as condições de levar muito a sério o trabalho, como sempre fez. Mas vai depender da capacidade dele de escolher as pessoas certas, que conheçam os mecanismos do Ministério da Educação, uma instituição gigante", diz Myrtha. "Se ele lembrar dos professores que teve, preocupados em incluir, em trabalhar as diferenças, é provável que dê continuidade ao bom trabalho que vinha sendo feito por Mercadante", ela acrescenta. Malba lembra do aluno para falar do ministro. "Era um menino sério, dedicado. Tinha objetivos e os cumpria. Eu não tinha a menor expectativa de que chegasse tão longe, porque era muito quieto." "É um desafio muito grande. Mas ele tem uma qualidade, ele sabe ouvir, não se arvora a ser o sabe-tudo." POLÍTICA DE EDUCAÇÃO Se Mendonça já negou que vá mexer nos programas mais vistosos das gestões petistas na educação, como Prouni e Fies, os primeiros movimentos do ministro da Educação do governo interino indicam ser ilusório o desejo de continuidade exposto por Myrtha. Duas das principais auxiliares nomeadas por Mendonça são profissionais ligadas ao PSDB: a secretária-executiva, Maria Helena Guimarães de Castro, e a presidente do Inep, Maria Inês Fini. Para a Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior, o ministro escolheu o economista Maurício Costa Romão. Romão tem ligações com o Ser Educacional, um dos maiores grupos privados de educação superior do país. Ele foi professor e integrou o Conselho Científico do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, que faz parte do grupo. Segundo o MEC, Romão se desligou do Ser em fevereiro –em texto no site do instituto em 5 de maio, ele ainda aparecia como consultor. O fundador e sócio-majoritário do grupo Ser, Janguiê Diniz, preside a Abmes (Associação Brasileiras de Mantenedoras do Ensino Superior), que representa o setor privado de ensino superior. A pasta que Romão assume tem entre suas atribuições regular o ensino superior público e privado, o que inclui definir sobre expansão de vagas e processos para desativação de cursos. Outro aspecto com potencial de controvérsia na nova gestão é o da política de cotas nas universidades. O DEM, partido de Mendonça, já entrou com ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra as cotas raciais, mas foi derrotado. Mendonça diz que é contra as cotas raciais, mas defende cotas sociais. "A ênfase do partido era na cota social em relação à cota racial, que aí está praticamente incluída, pois a maior parte da população é negra. O que defendemos é a cota social, para que os brancos pobres também possam ter acesso à universidade."
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Antipetista, ministro da Educação estudou em escola de esquerdaAo enfrentar a reação de servidores do então recém-extinto Ministério da Cultura, que o vaiaram e o chamaram de golpista quando ele foi se apresentar no último dia 13, o novo ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), evocou uma memória remota para amaciar o grupo. "Tenho uma formação política numa escola da diversidade. Estudei na escola privada mais radical de esquerda do Recife, a Escola Parque, cujos fundadores foram fundadores do PT", disse, numa retórica conciliatória e pontuada por tiradas quebra-gelo, como a de que liberais, como ele, não comem fígado humano. Ao fim da fala, parte do auditório o aplaudiu –outra parte insistiu nas hostilidades. Político de centro-direita e um dos porta-vozes mais ruidosos do antipetismo no Congresso, o ex-líder do DEM na Câmara estudou por sete anos (da então quinta série, atual sexto ano, até prestar o vestibular para administração) num ambiente de ideias opostas às de sua formação caseira. Filho de José Mendonça Bezerra (1936-2011), político que foi da Arena, partido de sustentação à ditadura, e depois das siglas que a sucederam –PDS, PFL e DEM–, Mendonça Filho, 49, encontrou na Escola Parque do Recife um clima de efervescência crítica, na contramão do regime que naquele apagar dos anos 70 começava a se desminliguir. O ministro carregou nas tintas ao falar em radicalismo, mas é fato que três fundadoras do colégio em 1978 –Myrtha Carvalho, Malba Magalhães e Maria Adozinda Costa, esta última morta em 2007–, todas citadas por Mendonça no discurso no MinC, eram mulheres de esquerda. Adozinda, a Dosa, era prima-irmã de Paulo Freire, o educador brasileiro mais reconhecido no mundo e cuja pedagogia de formar alunos com consciência crítica norteou a trajetória da Escola Parque. Foi presa e torturada na ditadura. Myrtha e Malba ajudaram a fundar o PT no Recife e são até hoje filiadas ao partido. Myrtha, professora de português dos 17 aos 70 anos, e Malba, que leciona matemática, continuam à frente da escola. Nos seus primeiros anos, a Escola Parque do Recife funcionou num casarão à beira-mar na praia de Boa Viagem, zona sul da capital pernambucana –mais tarde se mudou para uma locação menos idílica a poucos quilômetros de distância, no bairro de Piedade, Jaboatão dos Guararapes, município vizinho. Não se exigia uniforme, havia tolerância com a frequência (alguns alunos pulavam o muro para surfar e voltavam, zanzando sem camisa pela escola), estimulava-se o debate. Tal abertura não turvava um ensino de excelência. Não raro a escola emplacava alunos entre os primeiros dos vestibulares. "Sou, e coloco no meu currículo como uma coisa top, fundador da Escola Parque do Recife [entrou na primeira turma]", disse Mendonça à Folha. Lá, ele era conhecido como Mendoncinha, como muitos ainda o tratam. Foi, segundo relato de colegas e professores –e conforme a memória deste repórter, que frequentou a mesma escola, em turmas mais novas–, um aluno discreto e esforçado, mas mediano. Vídeo AGRESTE Mendonça é o segundo de seis filhos de um casal oriundo de Belo Jardim, no agreste pernambucano. Seus cinco irmãos também estudaram na Escola Parque. Ele conta que foi a mãe, Estefânia, de cabeça mais aberta que o pai, a responsável por matriculá-los num reduto prafrentex da classe média alta da capital. Parte porque a família era amiga, do interior, da família de uma das fundadores (Dosa); parte porque, narra Mendonça, a mãe "sempre foi muito adiante do seu tempo". Os filhos acabaram gostando, mas não foi uma operação de todo harmônica. As divergências de visão política fizeram com que várias vezes a mãe reclamasse à direção do que se passava em sala de aula. "Ela questionava o fato de professores emitirem opiniões políticas. Mas nunca ameaçou tirar os filhos da escola", relata Myrtha Carvalho. Mendonça diz que a experiência "plural e diversificada" da Escola Parque foi crucial para ele ter virado político. Alavancado pelo pai, elegeu-se deputado estadual aos 20 anos. Foi ainda secretário de Agricultura do governo Joaquim Francisco (1991-1995), deputado federal (autor da emenda da reeleição em 1997), duas vezes vice-governador de Pernambuco (1999-2002 e 2002-2006) e, quando o governador Jarbas Vasconcelos se licenciou para concorrer ao Senado, ocupou o cargo por nove meses em 2006. Neste mesmo ano, foi derrotado por Eduardo Campos na disputa pelo governo do Estado. Voltaria a se eleger deputado federal em 2010. "A abertura, a democracia de convivência com contrários da Escola Parque, de tentar convencer e ser convencido, foram fundamentais para mim", diz o hoje ministro, que faz parte de um grupo de WhatsApp chamado Escola Parque 78 (ano da fundação). Críticas do processo que levou Temer e Mendonça ao poder ("um golpe parlamentar com o apoio da mídia, que não cumpriu seu papel de contraditório", diz Myrtha), as diretoras da escola são cautelosas ao comentar como o ex-aluno pode se sair na Esplanada. "É jovem e tem todas as condições de levar muito a sério o trabalho, como sempre fez. Mas vai depender da capacidade dele de escolher as pessoas certas, que conheçam os mecanismos do Ministério da Educação, uma instituição gigante", diz Myrtha. "Se ele lembrar dos professores que teve, preocupados em incluir, em trabalhar as diferenças, é provável que dê continuidade ao bom trabalho que vinha sendo feito por Mercadante", ela acrescenta. Malba lembra do aluno para falar do ministro. "Era um menino sério, dedicado. Tinha objetivos e os cumpria. Eu não tinha a menor expectativa de que chegasse tão longe, porque era muito quieto." "É um desafio muito grande. Mas ele tem uma qualidade, ele sabe ouvir, não se arvora a ser o sabe-tudo." POLÍTICA DE EDUCAÇÃO Se Mendonça já negou que vá mexer nos programas mais vistosos das gestões petistas na educação, como Prouni e Fies, os primeiros movimentos do ministro da Educação do governo interino indicam ser ilusório o desejo de continuidade exposto por Myrtha. Duas das principais auxiliares nomeadas por Mendonça são profissionais ligadas ao PSDB: a secretária-executiva, Maria Helena Guimarães de Castro, e a presidente do Inep, Maria Inês Fini. Para a Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior, o ministro escolheu o economista Maurício Costa Romão. Romão tem ligações com o Ser Educacional, um dos maiores grupos privados de educação superior do país. Ele foi professor e integrou o Conselho Científico do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, que faz parte do grupo. Segundo o MEC, Romão se desligou do Ser em fevereiro –em texto no site do instituto em 5 de maio, ele ainda aparecia como consultor. O fundador e sócio-majoritário do grupo Ser, Janguiê Diniz, preside a Abmes (Associação Brasileiras de Mantenedoras do Ensino Superior), que representa o setor privado de ensino superior. A pasta que Romão assume tem entre suas atribuições regular o ensino superior público e privado, o que inclui definir sobre expansão de vagas e processos para desativação de cursos. Outro aspecto com potencial de controvérsia na nova gestão é o da política de cotas nas universidades. O DEM, partido de Mendonça, já entrou com ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra as cotas raciais, mas foi derrotado. Mendonça diz que é contra as cotas raciais, mas defende cotas sociais. "A ênfase do partido era na cota social em relação à cota racial, que aí está praticamente incluída, pois a maior parte da população é negra. O que defendemos é a cota social, para que os brancos pobres também possam ter acesso à universidade."
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Líder colombiano admite 'caixa 2', mas nega ter recebido propina por obras
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, admitiu ter existido caixa dois em suas campanhas à Presidência em 2010 e 2014, inclusive de doações feitas pela empreiteira brasileira Odebrecht. No entanto, negou ter recebido propina da empresa. Santos pediu para responder por escrito às indagações da Justiça eleitoral sobre as suspeitas de "caixa dois". Em entrevista à rádio RCN, na manhã desta segunda-feira (8), ele voltou a apontar para seu coordenador de campanha, Roberto Prieto, dizendo que não sabia que sua candidatura havia recebido dinheiro para além do teto estabelecido pela lei e de forma não declarada. "É um assunto muito doloroso, Prieto me traiu e já admitiu que cometeu essa irregularidade e por isso sinto muita tristeza", declarou Santos. "Eu havia dado instruções de campanha muito claras de que não íamos receber doações privadas, essas instruções estão escritas", afrimou Santos. O presidente, porém, disse considerar que deva ser feita uma distinção entre pagamentos extra a campanhas e propinas. "O mais grave com relação ao caso Odebrecht são as propinas. No período do meu mandato, das 22 licitações de que a empresa participou, ganhou apenas 2, e em nenhuma delas houve suborno. Já desrespeitar o teto das campanhas é uma irregularidade, sim, mas não um delito, como é o suborno." O documento com as respostas às perguntas da juíza Ángela Hernández está com a Presidência e deve ser entregue nos próximos dias. Segundo um levantamento do Departamento de Justiça dos EUA, feito com informações repassadas pela própria Odebrecht, a empreiteira pagou propinas e destinou dinheiro ilícito a políticos e funcionários do governo colombiano no valor de US$ 11 milhões. No total, a empresa pagou cerca de US$ 1 bilhão em propina a autoridades de 12 países. Além do presidente, devem ser ouvidos ao longo da semana o ex-senador Otto Bula, que fez a denúncia inicial contra Santos, e os empresários Eleuberto Martorelli e Andrés Giraldo, que teriam sido mencionados em delações do caso Odebrecht. Também está sendo investigado o ex-candidato oposicionista Óscar Iván Zuluaga (Centro Democrático), que saiu vencedor no primeiro turno das eleições de 2014, mas acabou sendo vencido por Santos no segundo turno do pleito.
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Líder colombiano admite 'caixa 2', mas nega ter recebido propina por obrasO presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, admitiu ter existido caixa dois em suas campanhas à Presidência em 2010 e 2014, inclusive de doações feitas pela empreiteira brasileira Odebrecht. No entanto, negou ter recebido propina da empresa. Santos pediu para responder por escrito às indagações da Justiça eleitoral sobre as suspeitas de "caixa dois". Em entrevista à rádio RCN, na manhã desta segunda-feira (8), ele voltou a apontar para seu coordenador de campanha, Roberto Prieto, dizendo que não sabia que sua candidatura havia recebido dinheiro para além do teto estabelecido pela lei e de forma não declarada. "É um assunto muito doloroso, Prieto me traiu e já admitiu que cometeu essa irregularidade e por isso sinto muita tristeza", declarou Santos. "Eu havia dado instruções de campanha muito claras de que não íamos receber doações privadas, essas instruções estão escritas", afrimou Santos. O presidente, porém, disse considerar que deva ser feita uma distinção entre pagamentos extra a campanhas e propinas. "O mais grave com relação ao caso Odebrecht são as propinas. No período do meu mandato, das 22 licitações de que a empresa participou, ganhou apenas 2, e em nenhuma delas houve suborno. Já desrespeitar o teto das campanhas é uma irregularidade, sim, mas não um delito, como é o suborno." O documento com as respostas às perguntas da juíza Ángela Hernández está com a Presidência e deve ser entregue nos próximos dias. Segundo um levantamento do Departamento de Justiça dos EUA, feito com informações repassadas pela própria Odebrecht, a empreiteira pagou propinas e destinou dinheiro ilícito a políticos e funcionários do governo colombiano no valor de US$ 11 milhões. No total, a empresa pagou cerca de US$ 1 bilhão em propina a autoridades de 12 países. Além do presidente, devem ser ouvidos ao longo da semana o ex-senador Otto Bula, que fez a denúncia inicial contra Santos, e os empresários Eleuberto Martorelli e Andrés Giraldo, que teriam sido mencionados em delações do caso Odebrecht. Também está sendo investigado o ex-candidato oposicionista Óscar Iván Zuluaga (Centro Democrático), que saiu vencedor no primeiro turno das eleições de 2014, mas acabou sendo vencido por Santos no segundo turno do pleito.
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Dezoito lojas em SP onde comprar artigos de decoração para dar um 'up' na casa
DE SÃO PAULO Resoluções drásticas nem sempre são necessárias para mudar o visual da casa. Muitas vezes, dá para fugir da reforma (xô, quebra-quebra!) e dos gastos vultuosos com mobiliário novo trocando itens de decoração nos cômodos. Uma luminária nova, um conjunto de adesivos para dar graça à parede. Que tal uma porção de almofadas coloridas para o sofá sem estilo? Ficou animado? Confira uma seleção de lojas em São Paulo onde comprar artigos decorativos. DECORAÇÃO CALU FONTES Artista plástica, Calu Fontes pinta à mão as peças de seu acervo. Os azulejos estampados (a partir de R$ 10, 15 x 15 cm) são as estrelas da marca. Diferentes uns dos outros, podem ser utilizados para compor mosaicos em paredes e balcões. calufontes.com. R. Afonso José de Carvalho, 242, Vila Madalena, região oeste, tel. 3034 0352. Seg. a sex.: 10h às 18h. Sáb.: 10h às 14h. CASA BONITA DECORAÇÕES Na Vila Madalena, a empresa tem oficina própria de persianas, pisos laminados e papéis de parede. Repare na gama de tecidos disponíveis -dá para fazer cortinas (varões e suportes também estão à venda na loja), almofadas e protetores de berço. casabonitadecoracoes.com.br. R. Delfina, 57, Vl. Madalena, tel. 3034-1075. Seg. a qui.: 8h às 18h. Sex.: 8h às 17h. Sáb.: 9h às 12h. CASA DA VALENTINA Em seu blog sobre decoração e arquitetura, Lucila Zahran abre espaço para uma loja virtual multimarcas de móveis, utensílios domésticos e peças decorativas. Na seção de mobiliário, a poltrona Frida (da 1 UP Móveis), multicolorida e com Frida Kahlo na estampa, sai por R$ 2.100. casadavalentina.com.br. tel. 3854-6051. CECILIA DALE Com oito lojas na grande São Paulo, a grife trabalha com móveis (poltronas, sofás, mesas e aparadores) e objetos decorativos para a casa. Há luminárias, porta-retratos (a partir de R$ 39) e louças finas para mesa. ceciliadale.com.br. R. Dr. Melo Alvez, 513, Cerqueira César, região oeste, tel. 3372-3900. Seg. a sex.: 10h às 20h. Sáb.: 10h às 18h. Dom.: 12h às 18h. ELEGANCY DESIGN Réplicas quase perfeitas de poltronas, cadeiras e mesas assinadas são o chamariz da loja. A economia é considerável e pode chegar a mais de R$ 100 por peça. A cadeira Eames DSW, que é semelhante ao modelo desenhado por Charles e Ray Eames, sai por R$ 210 -e o desconto aumenta no pagamento com boleto à vista (R$ 189). elegancydesing.com.br. R. Teodoro Sampaio, 1.539, Pinheiros, região oeste, tel. 3063-2017. Seg. a sáb.: 10h às 20h. Dom.: 11h às 19h. EMPÓRIO BERALDIN Produzir mobiliário e acessórios com matéria-prima natural e sustentável faz parte da filosofia da marca. A luminária colmeia tem estrutura de madeira e cúpula feita com seda e chifre bovino. Madeira, linho, couro e aço também compõem as peças. emporioberaldin.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2.168, Jardim Paulistano, tel. 3085-1728. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 14h. FUTTON COMPANY A marca toma os futons japoneses emprestado para montar camas, sofás e poltronas -as almofadas, em diferentes cores, cobrem o estrado de madeira. O catálogo ainda abarca tatames em junco, pufes e almofadas. Na ponta de estoque em Pinheiros, as peças têm desconto de até 50%. futon-company.com.br. R. Inácio Pereira da Rocha, 295, Pinheiros, tel. 3813-9700. Seg. a sex.: 10h às 19h. I-STICK Com operação on-line, a loja aposta em itens de "decoração divertida para transformar a casa". O portfólio oferece adesivos, papéis de parede, imãs para geladeira e peças de mobiliário. Destaque para a cabeça de alce (em MDF modulado azul), que brinca com a tradição de pendurar troféus de caça selvagem nas paredes. istickonline.com. tel. 3743-1066. MARIA PIA CASA Após firmar-se com venda on-line de mobiliário e acessórios para decoração, a marca inaugurou em 2014 a primeira loja física, dentro do shopping D&D. Da vasta oferta, destaque para a seção vintage, que abarca vitrolas (R$ 893) e placas decorativas. Não deixe de espiar a seção de porcelanas. mariapiacasa.com.br. Shopping D&D - Av. das Nações Unidas, 12.551, Itaim Bibi, tel. 5506-0026. Seg. a sex.: 10h às 21h. Sáb.: 10h às 20h. Dom.: 14h às 19h. ÔOH DE CASA Desde 1999, as sócias Marcia Maia e Vera Sampaio garimpam peças de artesanato Brasil afora para vender em sua lojinha. Há itens do interior paulista, de Minas Gerais e da região nordeste do país. Destaque para os futons de chita, os puxadores de cerâmica e os tapetes de crochê. ohdecasa.com.br. R. Fradique Coutinho, 899, Vl. Madalena, tel. 3812-4934. Seg. a sex.: 10h às 18h30. Sáb.: 10h às 18h. PEQUENAS CAUSAS A loja virtual sugere: divirta-se decorando. Para tanto, arremate adesivos, banners e cestos de crochê para enfeitar sua casa. Da gama de colantes, destaque para o conjunto que traz uma porção de coraçõezinhos para espalhar pela parede. lojapequenascausas.com.br. email: p.causas@gmail.com SPICY Com nove lojas em São Paulo, a rede escolheu a unidade do Itaim Bibi para instalar sua ponta de estoque. Ali, utensílios culinários que estão fora de linha ou que têm poucas peças em estoque são comercializados com descontos de 10% a 70%. spicy.com.br. R. Ten. Negrão, 90, Itaim Bibi, tel. 3168-5771. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 18h. STUDIO BERGAMIN Alessandro Bergamin mantém duas lojas na mesma rua: uma delas é voltada para profissionais, a outra, aberta recentemente, reúne apetrechos de decoração garimpados pelo proprietário. Chances de arrematar cerâmicas em forma de abacaxi, xícaras de ágata, cadeiras e baús. studiobergamin.com.br. R. Barão de Tatuí, 339, Vila Buarque, região central, tel. 3667-6032. Seg. a sex.: 10h às 18h. Sáb.: 10h às 14h. URBAN ARTS "É uma galeria de arte diferente", como ela própria diz, com um acervo de pôsteres e quadros criados por artistas independentes de todo o mundo. São mais de 30 mil opções, divididas em categorias: caveiras, comics, pop art, geométricos, abstratos, grafite, oriental e por aí vai. urbanarts.com.br. tel. 3060-8326. - ILUMINAÇÃO BERTOLUCCI Desde 1956 na Vila Romana, a loja conta com fabricação própria de abajures, arandelas, colunas e outros modelos para iluminação. O portfólio arrojado também abarca peças desenhadas pelos arquitetos Guto Requera, Mauricio Arruda e Debora Aguiar e pela designer Ana Strumpf. bertolucci.com.br. R. Espártaco, 367, Vila Romana, tel. 3873-2879. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 14h. 
 LA LAMPE André Bastos e Guilherme Leite Ribeiro, ambos do estúdio Nada Se Leva, garimpam os itens criativos à venda na loja. Destaque para a luminária Cricket II, desenhada por André Wagner em alumínio e madeira, e para o pendente de Staffan Svensson, cujo soquete fica pendurado pelo próprio fio, num proposital improviso. lalampe.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.258, Jardim América, região oeste, tel. 3069-3940 e 3069-3949. Seg. a sex.: 9h30 às 19h. Sáb.: 10h às 14h. REKA Desde 1973 no mercado, a grife oferece diferentes modelos de luminária, a maioria produzida com latão, ferro, alumínio e acrílico. Na contramão da concorrência, que investe em peças arrojadas, a marca aposta em modelos menos rebuscados. reka.com.br. R. Fidalga, 565, Vila Madalena, região oeste, tel. 3093-8177. Seg. a sex.: 9h30 às 18h30. Sáb.: 10h às 14h. YAMAMURA Numa das lojas mais tradicionais (desde 1972) da cidade no ramo de iluminação decorativa, impressiona a quantidade de modelos de luminárias disponíveis -são mais de 18 mil produtos nacionais e importados em estoque, entre spots, arandelas, pendentes. Entre os abajures, o NLI, em aço e vidro, imita o formato de um lampião. yamamura.com.br. R. da Consolação, 2.004,tel. 3218-2727. Seg. a sex.: 9h às 21h. Sáb.: 9h às 20h. Dom.: 10h às 17h. CC: todos.
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Dezoito lojas em SP onde comprar artigos de decoração para dar um 'up' na casaDE SÃO PAULO Resoluções drásticas nem sempre são necessárias para mudar o visual da casa. Muitas vezes, dá para fugir da reforma (xô, quebra-quebra!) e dos gastos vultuosos com mobiliário novo trocando itens de decoração nos cômodos. Uma luminária nova, um conjunto de adesivos para dar graça à parede. Que tal uma porção de almofadas coloridas para o sofá sem estilo? Ficou animado? Confira uma seleção de lojas em São Paulo onde comprar artigos decorativos. DECORAÇÃO CALU FONTES Artista plástica, Calu Fontes pinta à mão as peças de seu acervo. Os azulejos estampados (a partir de R$ 10, 15 x 15 cm) são as estrelas da marca. Diferentes uns dos outros, podem ser utilizados para compor mosaicos em paredes e balcões. calufontes.com. R. Afonso José de Carvalho, 242, Vila Madalena, região oeste, tel. 3034 0352. Seg. a sex.: 10h às 18h. Sáb.: 10h às 14h. 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Dr. Melo Alvez, 513, Cerqueira César, região oeste, tel. 3372-3900. Seg. a sex.: 10h às 20h. Sáb.: 10h às 18h. Dom.: 12h às 18h. ELEGANCY DESIGN Réplicas quase perfeitas de poltronas, cadeiras e mesas assinadas são o chamariz da loja. A economia é considerável e pode chegar a mais de R$ 100 por peça. A cadeira Eames DSW, que é semelhante ao modelo desenhado por Charles e Ray Eames, sai por R$ 210 -e o desconto aumenta no pagamento com boleto à vista (R$ 189). elegancydesing.com.br. R. Teodoro Sampaio, 1.539, Pinheiros, região oeste, tel. 3063-2017. Seg. a sáb.: 10h às 20h. Dom.: 11h às 19h. EMPÓRIO BERALDIN Produzir mobiliário e acessórios com matéria-prima natural e sustentável faz parte da filosofia da marca. A luminária colmeia tem estrutura de madeira e cúpula feita com seda e chifre bovino. Madeira, linho, couro e aço também compõem as peças. emporioberaldin.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2.168, Jardim Paulistano, tel. 3085-1728. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 14h. FUTTON COMPANY A marca toma os futons japoneses emprestado para montar camas, sofás e poltronas -as almofadas, em diferentes cores, cobrem o estrado de madeira. O catálogo ainda abarca tatames em junco, pufes e almofadas. Na ponta de estoque em Pinheiros, as peças têm desconto de até 50%. futon-company.com.br. R. Inácio Pereira da Rocha, 295, Pinheiros, tel. 3813-9700. Seg. a sex.: 10h às 19h. I-STICK Com operação on-line, a loja aposta em itens de "decoração divertida para transformar a casa". O portfólio oferece adesivos, papéis de parede, imãs para geladeira e peças de mobiliário. Destaque para a cabeça de alce (em MDF modulado azul), que brinca com a tradição de pendurar troféus de caça selvagem nas paredes. istickonline.com. tel. 3743-1066. MARIA PIA CASA Após firmar-se com venda on-line de mobiliário e acessórios para decoração, a marca inaugurou em 2014 a primeira loja física, dentro do shopping D&D. 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URBAN ARTS "É uma galeria de arte diferente", como ela própria diz, com um acervo de pôsteres e quadros criados por artistas independentes de todo o mundo. São mais de 30 mil opções, divididas em categorias: caveiras, comics, pop art, geométricos, abstratos, grafite, oriental e por aí vai. urbanarts.com.br. tel. 3060-8326. - ILUMINAÇÃO BERTOLUCCI Desde 1956 na Vila Romana, a loja conta com fabricação própria de abajures, arandelas, colunas e outros modelos para iluminação. O portfólio arrojado também abarca peças desenhadas pelos arquitetos Guto Requera, Mauricio Arruda e Debora Aguiar e pela designer Ana Strumpf. bertolucci.com.br. R. Espártaco, 367, Vila Romana, tel. 3873-2879. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 14h. 
 LA LAMPE André Bastos e Guilherme Leite Ribeiro, ambos do estúdio Nada Se Leva, garimpam os itens criativos à venda na loja. Destaque para a luminária Cricket II, desenhada por André Wagner em alumínio e madeira, e para o pendente de Staffan Svensson, cujo soquete fica pendurado pelo próprio fio, num proposital improviso. lalampe.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.258, Jardim América, região oeste, tel. 3069-3940 e 3069-3949. Seg. a sex.: 9h30 às 19h. Sáb.: 10h às 14h. REKA Desde 1973 no mercado, a grife oferece diferentes modelos de luminária, a maioria produzida com latão, ferro, alumínio e acrílico. Na contramão da concorrência, que investe em peças arrojadas, a marca aposta em modelos menos rebuscados. reka.com.br. R. Fidalga, 565, Vila Madalena, região oeste, tel. 3093-8177. Seg. a sex.: 9h30 às 18h30. Sáb.: 10h às 14h. YAMAMURA Numa das lojas mais tradicionais (desde 1972) da cidade no ramo de iluminação decorativa, impressiona a quantidade de modelos de luminárias disponíveis -são mais de 18 mil produtos nacionais e importados em estoque, entre spots, arandelas, pendentes. Entre os abajures, o NLI, em aço e vidro, imita o formato de um lampião. yamamura.com.br. R. da Consolação, 2.004,tel. 3218-2727. Seg. a sex.: 9h às 21h. Sáb.: 9h às 20h. Dom.: 10h às 17h. CC: todos.
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Colunista enfrenta jantar inglês regado a preconceitos e xenofobia
Jantar na casa do contador inglesão que se casou com a melhor amiga de infância da cunhada. A conversa sobre como as crianças hoje estão cada vez mais viciadas em internet está muito chata. Não é o assunto em si que é insuportável, mas a banalidade das opiniões ao redor da mesa. Já é a terceira vez que, quando a anfitriã abre a boca, eu consigo adivinhar exatamente o que ela vai dizer. Digo a mim mesmo: 'Pare agora de ser o misantropo arrogante de sempre e faça de conta que é uma boa pessoa'. Surge uma oportunidade: um dos convidados elogia o vinho lusitano e aproveito a deixa para emendar aquela piada de português que costuma agradar. Na mosca. Minha mulher me acode, gargalhando mesmo depois de ter ouvido a piada mil vezes. O pessoal cai na risada. Sim, explico para os convidados, agora seduzidos pelo meu charme: "Para nós, brasileiros, os portugueses equivalem, no universo piadístico, ao que os irlandeses são para os ingleses e os belgas para os franceses". Não, não conheço ninguém no Brasil que contraiu o vírus da zika. Sim, já li boatos na internet de que não vai ter Olimpíada no Rio, mas não pode ser verdade. Nossa... O padrinho de casamento da sobrinha da advogada suíça sentada do meu lado foi assaltado em Copacabana em 2007. Todo mundo já se esqueceu do 7 a 1 contra a Alemanha. Sim, depois de anos em ascendência, a economia brasileira agora está em crise. Ai! Se tivesse calado a boca em vez de contar piadinha idiota, não teria que ficar declamando chavões. Mas, de repente, do outro lado da mesa, o anfitrião chama a minha atenção. Ele diz palavras que me irritam mas, ao mesmo tempo, deleitam, afinal, sei que o jantar vai ficar mais interessante -e, provavelmente, mais curto. Ele diz "muçulmanos" e "neste país" com um tom de superioridade e menosprezo. Logo percebo que caímos em outro inevitável clichê cada vez mais onipresente em jantares da direita europeia: falar mal de árabes e de imigrantes. Os outros convidados concordam e logo evocam os atentados em Paris, os assédios sexuais em Colônia e a certeza absoluta de que, num futuro muito próximo, na Europa viveremos oprimidos sob as leis da sharia. Lembro aos comensais que, em Londres, 15% da população é islamita. Quase um milhão de pessoas. Pergunto se alguém da mesa já foi importunado por muçulmanos querendo convertê-los ou impondo seus valores. Como ninguém foi, a resposta é um "isso não vem ao caso". Agora quero ir embora de verdade e a vontade de voltar logo para casa para assistir ao último episódio de "Better Call Saul" fica insuportável. Digo "boa noite" e saio pensando. Muito mais do que refugiados e islamitas, esta Europa paranoica e racista deveria temer os robôs. Eles sim, num futuro muito próximo e palpável, vão tirar empregos, mudar as regras do jogo e desgovernar nosso mundo.
serafina
Colunista enfrenta jantar inglês regado a preconceitos e xenofobiaJantar na casa do contador inglesão que se casou com a melhor amiga de infância da cunhada. A conversa sobre como as crianças hoje estão cada vez mais viciadas em internet está muito chata. Não é o assunto em si que é insuportável, mas a banalidade das opiniões ao redor da mesa. Já é a terceira vez que, quando a anfitriã abre a boca, eu consigo adivinhar exatamente o que ela vai dizer. Digo a mim mesmo: 'Pare agora de ser o misantropo arrogante de sempre e faça de conta que é uma boa pessoa'. Surge uma oportunidade: um dos convidados elogia o vinho lusitano e aproveito a deixa para emendar aquela piada de português que costuma agradar. Na mosca. Minha mulher me acode, gargalhando mesmo depois de ter ouvido a piada mil vezes. O pessoal cai na risada. Sim, explico para os convidados, agora seduzidos pelo meu charme: "Para nós, brasileiros, os portugueses equivalem, no universo piadístico, ao que os irlandeses são para os ingleses e os belgas para os franceses". Não, não conheço ninguém no Brasil que contraiu o vírus da zika. Sim, já li boatos na internet de que não vai ter Olimpíada no Rio, mas não pode ser verdade. Nossa... O padrinho de casamento da sobrinha da advogada suíça sentada do meu lado foi assaltado em Copacabana em 2007. Todo mundo já se esqueceu do 7 a 1 contra a Alemanha. Sim, depois de anos em ascendência, a economia brasileira agora está em crise. Ai! Se tivesse calado a boca em vez de contar piadinha idiota, não teria que ficar declamando chavões. Mas, de repente, do outro lado da mesa, o anfitrião chama a minha atenção. Ele diz palavras que me irritam mas, ao mesmo tempo, deleitam, afinal, sei que o jantar vai ficar mais interessante -e, provavelmente, mais curto. Ele diz "muçulmanos" e "neste país" com um tom de superioridade e menosprezo. Logo percebo que caímos em outro inevitável clichê cada vez mais onipresente em jantares da direita europeia: falar mal de árabes e de imigrantes. Os outros convidados concordam e logo evocam os atentados em Paris, os assédios sexuais em Colônia e a certeza absoluta de que, num futuro muito próximo, na Europa viveremos oprimidos sob as leis da sharia. Lembro aos comensais que, em Londres, 15% da população é islamita. Quase um milhão de pessoas. Pergunto se alguém da mesa já foi importunado por muçulmanos querendo convertê-los ou impondo seus valores. Como ninguém foi, a resposta é um "isso não vem ao caso". Agora quero ir embora de verdade e a vontade de voltar logo para casa para assistir ao último episódio de "Better Call Saul" fica insuportável. Digo "boa noite" e saio pensando. Muito mais do que refugiados e islamitas, esta Europa paranoica e racista deveria temer os robôs. Eles sim, num futuro muito próximo e palpável, vão tirar empregos, mudar as regras do jogo e desgovernar nosso mundo.
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Nada de Dory: peixes têm memória boa e até diferenciam estilos musicais
Era uma vez um trio de carpas ornamentais batizadas de Beauty, Oro e Pepi. Por meio de um sistema complicado de recompensas alimentares, pesquisadores da Universidade Harvard ensinaram os três peixes a diferenciar entre gravações dos concertos para oboé do compositor barroco alemão Bach e o blues do americano John Lee Hooker. Improvável? Pois as carpas foram além e aprenderam a generalizar seu conhecimento musical para o nível dos gêneros –passaram a reconhecer que tanto Muddy Waters quanto Koko Taylor faziam blues, enquanto Beethoven e Schubert eram compositores clássicos. (Coincidência ou não, outros experimentos feitos com carpas mostraram que elas crescem mais rápido quando são expostas a música, independentemente do gênero.) Relatos como esses deveriam levar o Homo sapiens a repensar sua usual condescendência em relação aos peixes, argumenta o etólogo (especialista em comportamento animal) Jonathan Balcombe em seu novo livro, "What a Fish Knows: The Inner Lives of Our Underwater Cousins" ("O que um Peixe Sabe: A Vida Interior de Nossos Primos Subaquáticos"). Para Balcombe, que nasceu no Reino Unido e hoje trabalha no Instituto de Ciência e Políticas Públicas da Humane Society, nos EUA, o "preconceito antipeixe", em especial a ideia de que eles são intrinsecamente primitivos por nunca terem colonizado a terra firme (ao contrário dos demais vertebrados), impediu cientistas e leigos de ver como esses animais podem ser complexos, inteligentes e até emotivos. Meu nome não é Dory O argumento evolutivo usado por Balcombe é bastante sólido: embora o padrão anatômico básico de certos tipos de peixes, como o dos tubarões, realmente não tenha mudado muito ao longo de dezenas de milhões de anos, a evolução nunca fica totalmente parada. O planeta está sempre mudando e isto força os peixes a se adaptarem continuamente a novas condições ambientais. De mais a mais, a diversidade de espécies do grupo (mais de 33 mil, segundo as contagens mais recentes) supera a de todos os demais vertebrados somados, o que significa que não faz o menor sentido considerá-los como um bloco monolítico de seres vivos, todos mais ou menos igualmente "primitivos". Por incrível que pareça, ainda há gente que nega que os peixes sejam capazes de sentir dor conscientemente –basicamente porque eles não possuem córtex, a área do cérebro humano considerada a sede da consciência. No entanto, evidências experimentais indicam que outras áreas do cérebro deles cumprem funções equivalentes. "Sugerir que os peixes não sentem dor porque não possuem neuroanatomia suficiente para tal é como argumentar que balões não voam porque não possuem asas", resume Lori Marino, bióloga da Universidade Emory. Além desse mito do primitivismo, outro fator que atrapalhou a compreensão da verdadeira complexidade deste grupo de animais é a especificidade de seu ambiente e de sua anatomia. É tecnicamente mais difícil fazer observações detalhadas do comportamento deles em seu ambiente natural, é óbvio. Peixes também precisam lidar com um ambiente naturalmente "viscoso", quando comparado com o ar à nossa volta, não possuem patas, e muito menos dedos, o que não facilita muito na hora de manipular objetos, por exemplo. QUEBRA-CONCHA Esse último ponto fez com que, por muito tempo, as pessoas imaginassem que eles eram incapazes de usar instrumentos –até que algumas observações mostraram que peixes do arquipélago de Palau, no Pacífico, usam "bigornas" de pedra como superfície de apoio para quebrar conchas de mariscos. A sequência de ações, neste caso, lembra muito a adotada por macacos-pregos brasileiros para quebrar coquinhos (tais macacos, é bom lembrar, estão entre os mais inteligentes do planeta, segundo especialistas). Outra marca clássica da flexibilidade mental entre animais, a capacidade de brincar, também tem sido registrada entre eles –exemplares de uma espécie de ciclídeo (parente das tilápias), por exemplo, aprenderam a usar termômetros flutuantes de aquários como "joão-bobo", dando pancadinhas no objeto para que ele caísse e voltasse à posição vertical, aparentemente achando tudo aquilo muito divertido. E, por mais que as pessoas justificadamente adorem Dory, a peixinha desmemoriada da Disney, a memória de poucos segundos dos peixes não passa de mito. Experimentos comprovaram que eles são capazes de recordar detalhes de eventos que aconteceram meses ou anos antes. Autor Jonathan Balcombe Editora Scientific American/Farrar, Straus and Giroux Quanto R$ 44,07 (304 págs.)
ciencia
Nada de Dory: peixes têm memória boa e até diferenciam estilos musicaisEra uma vez um trio de carpas ornamentais batizadas de Beauty, Oro e Pepi. Por meio de um sistema complicado de recompensas alimentares, pesquisadores da Universidade Harvard ensinaram os três peixes a diferenciar entre gravações dos concertos para oboé do compositor barroco alemão Bach e o blues do americano John Lee Hooker. Improvável? Pois as carpas foram além e aprenderam a generalizar seu conhecimento musical para o nível dos gêneros –passaram a reconhecer que tanto Muddy Waters quanto Koko Taylor faziam blues, enquanto Beethoven e Schubert eram compositores clássicos. (Coincidência ou não, outros experimentos feitos com carpas mostraram que elas crescem mais rápido quando são expostas a música, independentemente do gênero.) Relatos como esses deveriam levar o Homo sapiens a repensar sua usual condescendência em relação aos peixes, argumenta o etólogo (especialista em comportamento animal) Jonathan Balcombe em seu novo livro, "What a Fish Knows: The Inner Lives of Our Underwater Cousins" ("O que um Peixe Sabe: A Vida Interior de Nossos Primos Subaquáticos"). Para Balcombe, que nasceu no Reino Unido e hoje trabalha no Instituto de Ciência e Políticas Públicas da Humane Society, nos EUA, o "preconceito antipeixe", em especial a ideia de que eles são intrinsecamente primitivos por nunca terem colonizado a terra firme (ao contrário dos demais vertebrados), impediu cientistas e leigos de ver como esses animais podem ser complexos, inteligentes e até emotivos. Meu nome não é Dory O argumento evolutivo usado por Balcombe é bastante sólido: embora o padrão anatômico básico de certos tipos de peixes, como o dos tubarões, realmente não tenha mudado muito ao longo de dezenas de milhões de anos, a evolução nunca fica totalmente parada. O planeta está sempre mudando e isto força os peixes a se adaptarem continuamente a novas condições ambientais. De mais a mais, a diversidade de espécies do grupo (mais de 33 mil, segundo as contagens mais recentes) supera a de todos os demais vertebrados somados, o que significa que não faz o menor sentido considerá-los como um bloco monolítico de seres vivos, todos mais ou menos igualmente "primitivos". Por incrível que pareça, ainda há gente que nega que os peixes sejam capazes de sentir dor conscientemente –basicamente porque eles não possuem córtex, a área do cérebro humano considerada a sede da consciência. No entanto, evidências experimentais indicam que outras áreas do cérebro deles cumprem funções equivalentes. "Sugerir que os peixes não sentem dor porque não possuem neuroanatomia suficiente para tal é como argumentar que balões não voam porque não possuem asas", resume Lori Marino, bióloga da Universidade Emory. Além desse mito do primitivismo, outro fator que atrapalhou a compreensão da verdadeira complexidade deste grupo de animais é a especificidade de seu ambiente e de sua anatomia. É tecnicamente mais difícil fazer observações detalhadas do comportamento deles em seu ambiente natural, é óbvio. Peixes também precisam lidar com um ambiente naturalmente "viscoso", quando comparado com o ar à nossa volta, não possuem patas, e muito menos dedos, o que não facilita muito na hora de manipular objetos, por exemplo. QUEBRA-CONCHA Esse último ponto fez com que, por muito tempo, as pessoas imaginassem que eles eram incapazes de usar instrumentos –até que algumas observações mostraram que peixes do arquipélago de Palau, no Pacífico, usam "bigornas" de pedra como superfície de apoio para quebrar conchas de mariscos. A sequência de ações, neste caso, lembra muito a adotada por macacos-pregos brasileiros para quebrar coquinhos (tais macacos, é bom lembrar, estão entre os mais inteligentes do planeta, segundo especialistas). Outra marca clássica da flexibilidade mental entre animais, a capacidade de brincar, também tem sido registrada entre eles –exemplares de uma espécie de ciclídeo (parente das tilápias), por exemplo, aprenderam a usar termômetros flutuantes de aquários como "joão-bobo", dando pancadinhas no objeto para que ele caísse e voltasse à posição vertical, aparentemente achando tudo aquilo muito divertido. E, por mais que as pessoas justificadamente adorem Dory, a peixinha desmemoriada da Disney, a memória de poucos segundos dos peixes não passa de mito. Experimentos comprovaram que eles são capazes de recordar detalhes de eventos que aconteceram meses ou anos antes. Autor Jonathan Balcombe Editora Scientific American/Farrar, Straus and Giroux Quanto R$ 44,07 (304 págs.)
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Por que o medo de ser demitido prejudica a produtividade do funcionário a longo prazo
DA BBC BRASIL Em pânico com a ideia de ser demitido? O estresse pode torná-lo pior no emprego. A preocupação em se tornar desnecessário, a sensação de impotência devido a mudanças no local de trabalho e incerteza sobre o posto podem afetar seu desempenho. Ainda assim, criar um ambiente de insegurança de propósito é uma tática usada em alguns negócios - ao colocar mais demandas e estresse sobre funcionários - na crença enganosa de que isso aumentará sua performance. Há algumas versões desse tipo de gerência. Uma é a regra 20-70-10, popularizada por Jack Welch, ex-presidente da multinacional General Electric, que defendia a ideia de demitir 10% dos funcionários com as performances mais fracas. Outra versão, conhecida como "para cima ou para fora", é uma estratégia adotada por algumas empresas das áreas de consultoria e legislação na qual quem performa menos - aqueles que não estão subindo a escada de promoção da carreira - são substituídos. Mas, ao manter os funcionários na ponta dos pés ao provocar sentimentos de incerteza no local de trabalho, os empregadores fazem mais mal do que bem, diz William Schiemann, chefe do grupo Metrus, uma empresa de pesquisa organizacional com base em Somerville, Nova Jersey (EUA). "É um tiro pela culatra quando empresas usam a segurança no emprego como um graveto, em vez de uma cenoura, porque os funcionários perdem o sentimento de compromisso", diz ele. A tática pode acabar com a confiança no trabalho, acrescenta. Mas embora a ameaça da perda de emprego nunca seja agradável, há um nível de sensação de segurança no emprego que pode fazer você dar o seu melhor? E há algo que você possa fazer enquanto uma mera peça na máquina corporativa? As respostas são complicadas. DECIFRANDO A SEGURANÇA NO TRABALHO Como e por que esses medos dos empregados ocorrem é subjetivo. A ansiedade relacionada ao trabalho depende de sua profissão, seu posto, sua situação financeira e até mesmo a sua localização. Trabalhadores na Europa têm proteções mais rígidas sobre demissões quando comparados aos dos Estados Unidos, por exemplo. Na Bélgica, funcionários que estão no emprego há três anos precisam ter um aviso prévio de três meses antes de qualquer desligamento, um número que chega a duas semanas em terras americanas. Para os funcionários, a insegurança no trabalho não se refere apenas à ameaça de ser demitido, mas também às ansiedades sobre o futuro do seu cargo - a chamada insegurança qualitativa de emprego, segundo Tinne Vander Elst, uma psicóloga organizacional da Universidade de Leuven, na Bélgica. Em seu país, por exemplo, enquanto apenas 6% dos funcionários dizem ter medo de perder o emprego, 31% temem mudanças negativas na sua situação de trabalho. Ambos podem impactar na performance, diz. ESTRESSE EM PEQUENAS DOSES Não há dúvidas de que a ideia de perder o emprego e incertezas na carreira causam estresse. Mas, em doses pequenas, sentimentos de incerteza no trabalho podem dar um incentivo extra aos funcionários para performances melhores a curto prazo, diz Schiemann. Alguma incerteza - durante épocas de demissões ou cortes, por exemplo - pode fazer as pessoas trabalharem mais duro para provar seu valor à chefia, afirma. "Se (os funcionários) pensam que é contornável, eles vão se esforçar de verdade." Para consultores, acrescenta ele, sentir-se inseguro sobre garantir seu próximo projeto também pode impulsionar o desempenho. Por mais que não existam estudos científicos sobre esse fenômeno específico, algumas pesquisas indicam que em algumas circunstâncias o estresse do local de trabalho pode ajudar a focar melhor nas tarefas e aumentar a eficiência. No entanto, situações altamente estressantes nunca são boas para a performance a longo prazo, diz David Creelman, um consultor de Recursos Humanos com base em Toronto. "Você não deveria colocar alguém nesse tipo de situação se você puder evitar isso", diz. "Pessoas altamente estressadas têm mais chances de ter lapsos mentais e éticos e têm mais dificuldade de se dar bem como membros da equipe do que pessoas menos estressadas." PROBLEMAS A LONGO PRAZO A insegurança relacionada ao trabalho não apenas impacta na saúde e na performance, mas também provoca problemas físicos que podem perdurar por anos depois que você deixou o emprego, diz Vander Elst. Em seu estudo mais recente, funcionários que disseram sentir níveis mais altos de insegurança no trabalho tiveram depressão até três anos mais tarde, diz ela. "Passar por altos níveis de insegurança no trabalho era a cereja no bolo para ficar depressivo." Mesmo se alguns tiverem desempenho melhor com um pouco de incerteza, aqueles que se sentem inseguros no trabalho estão em desvantagem, diz Vander Elst. A ideia de que algum nível de insegurança pode fazer os funcionários mais produtivos é um conceito falso, garante ela. "Há uma relação entre insegurança com o trabalho, níveis mais baixos de performance e de comportamento inovativo e mais comportamentos de bullying e rotatividade real", afirma. Para os funcionários que querem se sentir mais confortáveis no emprego, Schiemann sugere olhar para gerentes e firmas que focam na justiça e transparência, o que pode ajudá-lo a trabalhar melhor durante épocas de incerteza. Não importa qual seja seu setor, você ficará mais engajado se você sentir que seu empregador trata você e seus colegas igualmente, diz. Por fim, não há um método infalível para você se sentir seguro em seu emprego. E, se isso está afetando os seus resultados, está na hora de prestar atenção.
sobretudo
Por que o medo de ser demitido prejudica a produtividade do funcionário a longo prazo DA BBC BRASIL Em pânico com a ideia de ser demitido? O estresse pode torná-lo pior no emprego. A preocupação em se tornar desnecessário, a sensação de impotência devido a mudanças no local de trabalho e incerteza sobre o posto podem afetar seu desempenho. Ainda assim, criar um ambiente de insegurança de propósito é uma tática usada em alguns negócios - ao colocar mais demandas e estresse sobre funcionários - na crença enganosa de que isso aumentará sua performance. Há algumas versões desse tipo de gerência. Uma é a regra 20-70-10, popularizada por Jack Welch, ex-presidente da multinacional General Electric, que defendia a ideia de demitir 10% dos funcionários com as performances mais fracas. Outra versão, conhecida como "para cima ou para fora", é uma estratégia adotada por algumas empresas das áreas de consultoria e legislação na qual quem performa menos - aqueles que não estão subindo a escada de promoção da carreira - são substituídos. Mas, ao manter os funcionários na ponta dos pés ao provocar sentimentos de incerteza no local de trabalho, os empregadores fazem mais mal do que bem, diz William Schiemann, chefe do grupo Metrus, uma empresa de pesquisa organizacional com base em Somerville, Nova Jersey (EUA). "É um tiro pela culatra quando empresas usam a segurança no emprego como um graveto, em vez de uma cenoura, porque os funcionários perdem o sentimento de compromisso", diz ele. A tática pode acabar com a confiança no trabalho, acrescenta. Mas embora a ameaça da perda de emprego nunca seja agradável, há um nível de sensação de segurança no emprego que pode fazer você dar o seu melhor? E há algo que você possa fazer enquanto uma mera peça na máquina corporativa? As respostas são complicadas. DECIFRANDO A SEGURANÇA NO TRABALHO Como e por que esses medos dos empregados ocorrem é subjetivo. A ansiedade relacionada ao trabalho depende de sua profissão, seu posto, sua situação financeira e até mesmo a sua localização. Trabalhadores na Europa têm proteções mais rígidas sobre demissões quando comparados aos dos Estados Unidos, por exemplo. Na Bélgica, funcionários que estão no emprego há três anos precisam ter um aviso prévio de três meses antes de qualquer desligamento, um número que chega a duas semanas em terras americanas. Para os funcionários, a insegurança no trabalho não se refere apenas à ameaça de ser demitido, mas também às ansiedades sobre o futuro do seu cargo - a chamada insegurança qualitativa de emprego, segundo Tinne Vander Elst, uma psicóloga organizacional da Universidade de Leuven, na Bélgica. Em seu país, por exemplo, enquanto apenas 6% dos funcionários dizem ter medo de perder o emprego, 31% temem mudanças negativas na sua situação de trabalho. Ambos podem impactar na performance, diz. ESTRESSE EM PEQUENAS DOSES Não há dúvidas de que a ideia de perder o emprego e incertezas na carreira causam estresse. Mas, em doses pequenas, sentimentos de incerteza no trabalho podem dar um incentivo extra aos funcionários para performances melhores a curto prazo, diz Schiemann. Alguma incerteza - durante épocas de demissões ou cortes, por exemplo - pode fazer as pessoas trabalharem mais duro para provar seu valor à chefia, afirma. "Se (os funcionários) pensam que é contornável, eles vão se esforçar de verdade." Para consultores, acrescenta ele, sentir-se inseguro sobre garantir seu próximo projeto também pode impulsionar o desempenho. Por mais que não existam estudos científicos sobre esse fenômeno específico, algumas pesquisas indicam que em algumas circunstâncias o estresse do local de trabalho pode ajudar a focar melhor nas tarefas e aumentar a eficiência. No entanto, situações altamente estressantes nunca são boas para a performance a longo prazo, diz David Creelman, um consultor de Recursos Humanos com base em Toronto. "Você não deveria colocar alguém nesse tipo de situação se você puder evitar isso", diz. "Pessoas altamente estressadas têm mais chances de ter lapsos mentais e éticos e têm mais dificuldade de se dar bem como membros da equipe do que pessoas menos estressadas." PROBLEMAS A LONGO PRAZO A insegurança relacionada ao trabalho não apenas impacta na saúde e na performance, mas também provoca problemas físicos que podem perdurar por anos depois que você deixou o emprego, diz Vander Elst. Em seu estudo mais recente, funcionários que disseram sentir níveis mais altos de insegurança no trabalho tiveram depressão até três anos mais tarde, diz ela. "Passar por altos níveis de insegurança no trabalho era a cereja no bolo para ficar depressivo." Mesmo se alguns tiverem desempenho melhor com um pouco de incerteza, aqueles que se sentem inseguros no trabalho estão em desvantagem, diz Vander Elst. A ideia de que algum nível de insegurança pode fazer os funcionários mais produtivos é um conceito falso, garante ela. "Há uma relação entre insegurança com o trabalho, níveis mais baixos de performance e de comportamento inovativo e mais comportamentos de bullying e rotatividade real", afirma. Para os funcionários que querem se sentir mais confortáveis no emprego, Schiemann sugere olhar para gerentes e firmas que focam na justiça e transparência, o que pode ajudá-lo a trabalhar melhor durante épocas de incerteza. Não importa qual seja seu setor, você ficará mais engajado se você sentir que seu empregador trata você e seus colegas igualmente, diz. Por fim, não há um método infalível para você se sentir seguro em seu emprego. E, se isso está afetando os seus resultados, está na hora de prestar atenção.
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Tiros e explosões são registrados em subúrbio de Paris
Ao menos uma mulher-bomba morreu e cinco suspeitos foram presos em uma megaoperação policial em Saint-Denis, subúrbio ao norte de Paris, ligada aos ataques terroristas do dia 13 que deixaram 129 mortos e 352 feridos.Por volta de 4h20 (1h20, horário de Brasília) desta quarta (18), policiais cercaram a esquina das ruas Corbillon e République, centro da cidade, a cerca de 500 metros da catedral gótica de Saint Denis, do século 12. Mais tarde, soldados chegaram ao local da operação.Os suspeitos estariam em um ou mais apartamentos na região -houve uma intensa troca de tiros e explosões. Segundo a Procuradoria local, uma mulher-bomba se suicidou ao detonar explosivos que carregava junto ao corpo e três suspeitos foram presos em um apartamento e outros dois nos arredores. Há cinco policiais feridos.Fontes policiais relataram ao jornal "Le Monde" que há mais um morto. A agência de notícias Associated Press disse haver sete pessoas detidas. Essas informações não foram confirmadas oficialmente.Saiba mais em http://folha.com/no1707862
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Tiros e explosões são registrados em subúrbio de ParisAo menos uma mulher-bomba morreu e cinco suspeitos foram presos em uma megaoperação policial em Saint-Denis, subúrbio ao norte de Paris, ligada aos ataques terroristas do dia 13 que deixaram 129 mortos e 352 feridos.Por volta de 4h20 (1h20, horário de Brasília) desta quarta (18), policiais cercaram a esquina das ruas Corbillon e République, centro da cidade, a cerca de 500 metros da catedral gótica de Saint Denis, do século 12. Mais tarde, soldados chegaram ao local da operação.Os suspeitos estariam em um ou mais apartamentos na região -houve uma intensa troca de tiros e explosões. Segundo a Procuradoria local, uma mulher-bomba se suicidou ao detonar explosivos que carregava junto ao corpo e três suspeitos foram presos em um apartamento e outros dois nos arredores. Há cinco policiais feridos.Fontes policiais relataram ao jornal "Le Monde" que há mais um morto. A agência de notícias Associated Press disse haver sete pessoas detidas. Essas informações não foram confirmadas oficialmente.Saiba mais em http://folha.com/no1707862
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Podemos espanhol critica homônimo brasileiro por ser "amigo de Temer"
O deputado espanhol Rafa Mayoral, do Podemos, gravou um vídeo para dizer que o partido brasileiro que tem o mesmo nome da agremiação não tem nada a ver com os princípios e as ideias do original, alinhadas à esquerda. O Podemos brasileiro surgiu a partir do PTN (Partido Trabalhista Nacional) e lançou o senador Alvaro Dias para disputar a Presidência da República em 2018. Dizendo-se surpreso com o fato de "alguns amigos de [Michel] Temer estão utilizando um nome parecido com o nosso sendo amigos de Temer", Mayoral afirma: "A verdade é que nós queremos dizer muito claramente que eles não têm nada a ver com a gente aqueles que defendem Temer". Ele segue dizendo que "nenhum amigo de Temer é amigo do Podemos". O dirigente espanhol afirma ainda que o partido dele está com "os setores populares na luta na luta pelo resgate da democracia". A assessoria do Podemos brasileiro afirma que o partido se declarou independente e não apoia Temer, tendo até perdido cargos no governo depois que a deputada Renata Abreu, que preside a legenda, votou a favor da investigação contra o presidente na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). A coluna ainda não conseguiu localizar o senador Álvaro Dias para comentar. O vídeo está sendo divulgado no Brasil pelo Mídia Ninja, pela Frente Povo Sem Medo e por Guilherme Boulos, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que esteve neste mês na Espanha a convite do Podemos.
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Podemos espanhol critica homônimo brasileiro por ser "amigo de Temer"O deputado espanhol Rafa Mayoral, do Podemos, gravou um vídeo para dizer que o partido brasileiro que tem o mesmo nome da agremiação não tem nada a ver com os princípios e as ideias do original, alinhadas à esquerda. O Podemos brasileiro surgiu a partir do PTN (Partido Trabalhista Nacional) e lançou o senador Alvaro Dias para disputar a Presidência da República em 2018. Dizendo-se surpreso com o fato de "alguns amigos de [Michel] Temer estão utilizando um nome parecido com o nosso sendo amigos de Temer", Mayoral afirma: "A verdade é que nós queremos dizer muito claramente que eles não têm nada a ver com a gente aqueles que defendem Temer". Ele segue dizendo que "nenhum amigo de Temer é amigo do Podemos". O dirigente espanhol afirma ainda que o partido dele está com "os setores populares na luta na luta pelo resgate da democracia". A assessoria do Podemos brasileiro afirma que o partido se declarou independente e não apoia Temer, tendo até perdido cargos no governo depois que a deputada Renata Abreu, que preside a legenda, votou a favor da investigação contra o presidente na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). A coluna ainda não conseguiu localizar o senador Álvaro Dias para comentar. O vídeo está sendo divulgado no Brasil pelo Mídia Ninja, pela Frente Povo Sem Medo e por Guilherme Boulos, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que esteve neste mês na Espanha a convite do Podemos.
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