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Da Reportagem Local Começam hoje em São Paulo as festas de comemoração dos 170 anos de imigração alemã. Às 19h30, haverá sessão solene no Clube Transatlântico, na rua José Guerra, em Santo Amaro (zona sul). A seguir, haverá apresentação da banda da Polícia Militar de São Paulo e dos coros Lyra (fundado em 1884) e Scala (criado em 1972). Na ocasião também será lançado um carimbo comemorativo pela ECT (Empresa de Correios e Telégrafos), com alusão à data. Os interessados em utilizar o carimbo deverão levar, durante a próxima semana, sua correspondência à agência central dos Correios, na avenida São João (região central de São Paulo). Amanhã será celebrado culto ecumênico na catedral da Sé, às 16h, com o cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, o pastor regional da Igreja Evangélica de Confissão Luterana, Martin Hiltel, e o rabino-mor da Congregação Israelita Paulista, Michael Leipziger. O ano de 1824 foi convencionado como o da chegada dos primeiros alemães. Naquele ano, colonos trazidos por d. Pedro I se estabeleceram em São Leopoldo (RS). No Estado de São Paulo, entretanto, já havia alemães desde 1811, vindos para trabalhar na fábrica de ferro de Sorocaba. Em 1827, outro grupo de colonos chegou a São Paulo. Nos dois anos seguintes, vieram para São Paulo cerca de 900 alemães. No final do século passado, a prosperidade das lavouras de café fez com que muitos imigrantes alemães fossem para São Paulo. Eles representavam mão-de-obra especializada. Se estabeleceram como comerciantes, marceneiros, ourives, cervejeiros e chapeleiros, entre outras profissões. Estima-se que entre 1818 e 1968 o Brasil recebeu 300 mil alemães. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o último dado disponível sobre população alemã no Brasil é de 1980. Até esta data, havia 53.764 alemães residentes no país, sendo 25.651 no Estado de São Paulo.
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Leia a parte final da sentença Leia o trecho final da sentença que condenou PC Farias: Assim visto, e considerado o que mais dos autos consta julgo procedente a ação penal para condenar os réus Paulo César Cavalcante Farias, Jorge Waldério Tenório Bandeira de Melo, Ricardo Campos da Costa Barros e Rosinete Silva e Carvalho Melanias, pela prática de crimes subsumidos na Lei n.º 8.137, de 27.12.90 (Lei de Sonegação Fiscal), de acordo com a tipicidade apontada na denúncia de fls., e retroelencada, como segue: a) Paulo César Cavalcante Farias, art. 1.º, I, III e IV, da Lei n.º 8.137/90, combinado com o art. 29 do Código Penal, aplicando-se o art. 69 deste mesmo Diploma Legal (em concurso material); b) Jorge Waldério Tenório Bandeira de Melo, art. 1.º, III e IV, da Lei 8.137/90, combinado com o artigo 29 do Código Penal, aplicando-se o art. 69 deste mesmo Diploma Legal (em concurso material); c) Ricardo Campos da Costa Barros, art. 1.º, I e III, da Lei 8.137/90, c/c o art. 29 do Código Penal; e, d) Rosinete Silva de Carvalho Melanias, art. 1.º, III e IV, da Lei 8.137/90; c/c o art. 29 do Código Penal. Quanto aos acusados Paulo César Cavalcante Farias e Jorge Waldério Tenório Bandeira de Melo, em razão de suas culpabilidades, à inexistência de antecedentes criminais, às circunstâncias e consequências do crime, fixo-lhes a pena-base em três (03) anos de reclusão, acrescida de mais um (01) ano, no total de quatro (04) anos para cada um, tornando-a definitiva, acréscimo esse em razão da agravante pelo concurso de pessoas (art. 62, do CP) no caso in specie, os demais denunciados, que recebiam ordens para a prática dos ilícitos, emanadas dos dois primeiros denunciados, além do concurso material (art. 69, caput, do CP), e pena de multa de 90 (noventa) dias-multa, para cada um, correspondendo cada dia-multa a 1/30 (um trinta avos) do salário mínimo (art. 49, do CP). A pena de reclusão deverá ser cumprida em regime aberto, na forma do artigo 33, Parágrafo 2.º, letra "c", do CP. Com relação aos réus Ricardo Campos da Costa Barros e Rosinete Silva de Carvalho Melanias, igualmente considerando a inexistência de antecedentes criminais, as circunstâncias e consequências do crime, fixo-lhes a pena-base em dois (02) anos de reclusão, com o acréscimo de um terço em face do concurso de agentes, tornando a pena em definitivo para cada um em dois (02) anos e oito (08) meses de reclusão, que deverá ser cumprida em regime aberto, na forma do artigo 33, Parágrafo 2.º, letra "c", do Código Penal, além da pena de multa de 60 (sessenta) dias-multa, também para cada um, correspondendo cada dia-multa a 1/30 (um trinta avos) do salário mínimo (art. 49, do CP). Retifico a decisão de hipoteca legal dos bens dos acusados, exarada nos Autos de Pedido de Hipoteca Legal (proc. n.º 93.92158-4), em favor do Erário Público, cuja decisão deverá ser certificada naqueles autos, e regularmente registrada em cartório, após traslado. Indefiro o pedido de prisão preventiva feito pelo MPF, em autos apensados a este processo-crime, por desnecessário, tornando-o extinto e determinando seu arquivamento após ser desapensado dos presentes autos, em vista da decretação de prisão preventiva nos autos do processo-crime n.º 93.0092163-0, como incurso no artigo 21, Parágrafo Unico, da Lei 7.492/90. Traslade-se cópia desta sentença para os autos do pedido de prisão preventiva. Procedem-se as anotações cartorárias, e as comunicações de estilo. Após o trânsito em julgado, lancem-se os nomes dos réus no Rol dos Culpados Expeçam-se os respectivos mandados de prisão, com a extração da carta de guia, de forma individual, aplicando-se ainda a detração referida pelo artigo 42, do Código Penal se for o caso. Determino a extração de cópias dos documentos pertinentes às contas-correntes abertas no Banco Rural S.A., Agência de Brasília (DF), em nome das pessoas fictícias, cuja documentação deverá ser encaminhada, por ofício, ao Departamento de Polícia Federal para instauração de IPL, com a participação auxílio do Banco Central do Brasil, objetivando apurar a responsabilidade penal (Lei 7.492/86) do gerente da agência, ou do diretor responsável da área dessa Instituição Financeira que determinou a abertura dessas contas fictícias abaixo, de tudo dando conta a este Juízo no prazo legal. a) José Carlos Bomfim e/ou Regina Silva Bomfim conta corrente n.º 01.006101-2, cuja movimentação era feita por Paulo César Cavalcante Farias, ou pessoas a ele ligadas: e, b) Manoel Dantas Araújo, conta corrente n.º 01.000185-7, cuja movimentação era feita por Paulo César Cavalcante Farias, ou pessoas a ele ligadas.
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Bandas de nomes exóticos misturam sanfona e guitarra elétrica para animar noites cearenses PAULO MOTA Da Agência Folha, em Fortaleza O trinômio "sol, forró e mar" deverá ser a principal atração desta temorada de férias em Fortaleza. Apostando em conquistar a liderança do turismo nordestino, o governo cearense investiu US$ 2 milhões na promoção da imagem do Estado e estima que 300 mil turistas devam visitar o Ceará nesta temporada. A "oxente-music" um ritmo variante do forró que mistura sanfona e guitarras elétricas é a nova mania entre os cearenses. Animadas por bandas de nomes exóticos como "Mastruz com Leite", "Mel com Terra" ou "Calango Aceso", milhares de pessoas participam das festas que acontecem de segunda a segunda-feira nas cerca de cem casas de forró existentes em Fortaleza. Todas as semanas, a animação da noite cearense começa às segundas-feiras na praia de Iracema com o já tradicional Forró do Pirata, considerado o preferido dos turistas estrangeiros. O Clube dos Vaqueiros, nas quartas, e o Chico do Carangueijo, nas quintas, são outros pontos de encontro dos forrozeiros. Nos finais de semana, o arrasta-pé acontece nas barracas da praia do Futuro. A partir das 10h, é comum ver pessoas dançando em plena beira-mar o "puladinho", dança criada pelos apreciadores da "oxente-music". As barracas Subindo ao Céu e Olodum são as mais frequentadas. Para quem não gosta de agitação, um passeio pelo Parque Ecológico do Cocó considerado o maior parque urbano da América Latina é uma boa pedida. Os barzinhos do calçadão da praia de Iracema são ótimos para acompanhar o pôr-do-sol e "points" para paqueras e encontros. Quem tem mais tempo e dinheiro pode aproveitar e conhecer as praias ainda consideradas "selvagens". Nessa categoria, Jericoacoara, Baleia e Icapuí estão entre as mais belas. Quem desejar visitar o Ceará deve fazer reservas com antecedência. A rede hoteleira, que dispõe de 12 mil leitos, prevê ocupação total na temporada. As empresas aéreas nacionais devem colocar vôos extras semanais para o sul do país.
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Da Agência Folha, em Florianópolis Um deslizamento de terra na madrugada de ontem em Antônio Carlos, na Grande Florianópolis, matou os irmãos Eliane, 14, Clarice, 7, e Diego Schmitz, 2. Eles foram soterrados pela lama e pedras de um morro que ficava nos fundos da casa onde moravam com os pais José Salésio, 36, e Elma, 32, que nada sofreram. A outra filha do casal, Cleolice, 12, foi retirada com vida dos escombros e depois internada no Hospital Regional de São José. Ela está fora de perigo. Em outras regiões do Estado onde há enchentes a situação se manteve estável ontem. Em Joinville, cidade mais atingida pelas cheias, a Defesa Civil da cidade registrou o primeiro caso de leptospirose em um menino de 15 anos. A Prefeitura de Marabá (420 km ao sul de Belém) iniciou anteontem campanha de vacinação em massa nos bairros atingidos pelas enchentes dos rios Itacaiúnas e Tocantins. O nível das águas deve baixar nos próximos dias. A cidade já tem de 3.750 desabrigados.
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Das agências internacionais Apenas cerca de 250 pessoas compareceram à cremação do piloto austríaco Roland Ratzenberger, ontem, na Áustria. Ratzenberger foi cremado no cemitério de sua cidade natal, Salzburgo. O piloto da equipe Simtek morreu no último sábado, um dia antes de Senna, em um acidente durante o último treino oficial para o GP de San Marino, em Imola. Compareceram à cerimônia o britânico Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), os pilotos austríacos Gerhard Berger, da Ferrari, e Karl Wendlinger, da Sauber-Mercedes, e o também austríaco Niki Lauda, campeão mundial em 75 e 77 e diretor da Ferrari. Berger, visivelmente cansado assistira na véspera ao enterro de Senna, em São Paulo, afirmou que, "em princípio", não deixará as pistas, apesar de estar abalado pelas duas mortes. Ele disse que descansará alguns dias em Capri (Itália), antes do GP de Mônaco, em 15 de maio, próxima etapa do Mundial de F-1. "Roland tinha um sonho e, para realizá-lo, não hesitou em deixar de lado os riscos que sabia correr", disse Niki Lauda. O próprio Lauda sofreu um grave acidente durante o GP da Alemanha de 1976, em Nurburgring. Ficou tão seriamente queimado que chegou a receber a extrema-unção, mas se recuperou e voltou às pistas 42 dias depois. Ratzenberger tinha 31 anos e era engenheiro mecânico. Tinha estreado na Fórmula 1 este ano. Disputou apenas um Grande Prêmio, no autódromo de Aida, no Japão, este ano. A equipe Simtek decidiu na última quarta-feira, em homenagem ao piloto, correr com apenas um carro no Grande Prêmio de Mônaco.
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DENISE ABADE Enviada especial ao Guarujá O primeiro fim-de-semana do ano atraiu mais de um milhão de pessoas ao Guarujá (litoral de São Paulo), segundo a Secretaria de Turismo da cidade. Apesar do grande número de pessoas, não houve nenhum incidente sério. Em um domingo com sol e temperatura perto dos 30.º, a maior reclamação do turista era na hora de se deslocar entre a multidão que se aglomerava nas praias. "Realmente acho que a praia está cheia demais. Mas não tem problema, gosto de lugares mais agitados mesmo. E com dias como os que têm feito, 1994 não poderia começar melhor", disse a estudante de Medicina Mônica Costa, 20, paulistana, na praia de Pitangueiras. Mônica chegou ao Guarujá na sexta-feira e iria embora ontem à noite, "bem tarde, para não pegar trânsito". O comerciante Fernando Jabur, 27, namorado de Mônica, reclamou que ontem a praia estava "lotada demais". "Não dá nem para andar direito. Nas ruas, estamos pegando trânsito para ir a todos os lugares. Parece São Paulo", disse. Quem não reclamava do movimento eram os vendedores e ambulantes. Luís Pereira Duarte, 46, proprietário de um carrinho de bebidas, afirmou que esse foi "o melhor fim-de-semana" desde que comprou o carrinho, há seis meses. "Comecei o ano bem. O dia está bonito, a praia está cheia e o dinheiro está entrando. Espero que continue assim." Os preços cobrados na praia estavam em muitos casos 150% acima dos preços encontrados nos supermercados. Uma lata de cerveja ou um coco verde eram vendidos por CR$ 500. Nas barraquinhas de peixe, uma porção com seis sardinhas custava CR$ 1.000. A porção com meia dúzia de camarões estava sendo vendida por CR$ 5.000. "Venho sempre aqui e estou acostumada com os preços. Nunca compro nada. Também me habituei à praia cheia. A única diferença é que não dá para se esticar muito na esteira; não tem lugar", disse a psicóloga paulistana Susi Sendik, 36. Segundo o secretário de Turismo do Guarujá, Caride Bernardino, 47, o número de pessoas que veio passar o feriado nesse final de ano na cidade foi maior do que em 92. "Todo ano há um aumento de turistas no Guarujá", diz. "Estamos esperando um número grande de turistas nesta temporada de verão. Para isso, gastamos mais de US$ 500 mil em equipamentos de segurança e contratamos mais 1.000 homens para fazer a fiscalização de roubos na praia." De acordo com Bernardino, as praias não ficarão sujas nem com a superpopulação de turistas. Em dezembro, a Prefeitura do Guarujá começou uma campanha junto à população para manter as praias limpas. "Colocamos uma cesta de lixo a cada 100 metros nas praias de Pitangueiras e Enseada. Além disso, a equipe de limpeza das praias foi reforçada." No feriado do Ano Novo, fizeram apresentações na praia da Enseada o cantor de reggae Jimmy Cliff, o conjunto baiano Banda Mel e Jorge Ben Jor.
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Antônio Houaiss: influências e afinidades no seu labor lingüístico-filológico (Evanildo Bechara UERJ/ UFF) Vem-se, a pouco e pouco, compondo o quadro da história das idéias e das atividades dos lingüistas, filólogos e gramáticos brasileiros. A partir de um primeiro e fragmentário levantamento, por falta de informações, de José Leite de Vasconcelos, e do bem mais circunstanciado Breve retrospecto sobre o ensino da Língua Portuguesa, redigido por Maximino Maciel em novembro de 1910 e que vem como apêndice à sua Gramática Descritiva, vem-se avolumando, em vários centros universitários brasileiros, a pesquisa de informações sobre o tema, de modo que, dentro de pouco, já se pode elaborar um manual bastante rico e informativo sobre essas idéias e atividades. Circunscrevendo-se, pela facilidade de informações diretas, ao que se vem fazendo no Rio de Janeiro, cabe menção a um ou dois capítulos da 1.ª série dos Estudos Filológicos de Antenor Nascentes, saídos em 1939, e, mais recentemente, os levantamentos de Sílvio Elia, nos Ensaios de Filologia e Lingüística. Depois de um primeiro momento de visão panorâmica, surgem os estudos especiais de autor: M. Said Ali (de Evanildo Bechara), J. Mattoso Câmara Jr. (de Carlos Eduardo Falcão Uchôa), Clóvis Monteiro (de Jayr Calhau), Olmar Guterres da Silveira (de Horácio Rolim de Freitas), o exaustivo estudo sobre Sousa da Silveira (de Maximiano de Carvalho e Silva), sem contar as análises percucientes de Joaquim Mattoso Câmara Jr. acerca da obra de M. Said Ali e João Ribeiro, reunidos nos Dispersos. Só para a referência de uma importante contribuição de São Paulo (USP - 1998), cabe menção a recente tese de livre-docência de Valter Kehdi A Morfologia e a Sintaxe Portuguesas na Obra de J. Mattoso Câmara Jr. Em linhas gerais, depois que os estudos lingüísticos no Brasil se puderam beneficiar da contribuição mais moderna da Europa e da América, traçam-se cinco gerações de representantes bem delineadas das quais só trataremos das três primeiras, porque na última delas se inserem a atividade e a produção de Antônio Houaiss, sobre quem queremos hoje vos falar. Na primeira, inserem-se, entre outros, M. Said Ali, João Ribeiro, Pacheco da Silva Júnior, Maximino Maciel. Uma segunda, com Mário Barreto, Sousa da Silveira, Antenor Nascentes, José Oiticica, Clóvis Monteiro; uma terceira, com J. Mattoso Câmara Jr., Serafim da Silva Neto, Sílvio Elia, Gladstone Chaves de Melo, Celso Cunha, Antônio Houaiss. Antônio Houaiss, nascido no Rio de Janeiro a 15 de outubro de 1915 e, nesta mesma cidade, falecido a 7 de março de 1999, conheceu um amplo quadro de atividades como filólogo, diplomata, político, acadêmico, enciclopedista, dicionarista, bibliólogo, ensaísta, crítico literário, teórico da literatura, tradutor, jornalista, perito em gastronomia: numa palavra, um humanista. Um universo tão multifacetado quanto este permite a execução de um livro de macroscopia de vida, como esse dedicado, com muita justiça, aos 80 anos de Antônio Houaiss, cuja trajetória triunfal pode ser resumida nesse título feliz do depoimento do diplomata e musicólogo Vasco Mariz: um processo administrativo-ideológico. É o que foi a vida de Houaiss: nada se fez de improviso ou por acaso. Operário disciplinado, cada degrau de sua ascensão era impulsionado pela força do seu projeto ideológico de bem servir a quem dele precisasse, e, na ponta última desse projeto, bem servir a seu país. Mas de toda esta trajetória, de todo esse processo administrativo-ideológico nos dão conta os estudos e depoimentos sobre o homem e sobre suas obras enfeixados na miscelânea em honra aos 80 anos de Houaiss. Temos aí um retrato de corpo inteiro levantado na visão macroscópica do objeto estudado. Todavia, é hora de descermos às minúncias e de percorrer as estradas vicinais que vão desembocar na grande avenida, na grande estrada percorrida pelos ilustres colaboradores de Uma Vida. E esses fragmentos, aparentemente desinteressantes e desprovidos de valor, nos permitem juntar certos dados menores para melhor conhecer o gigante retratado Antônio Houaiss. Sinto-me em condições favoráveis para fazer esse exercício de crítica construtiva na reunião de alguns dados fragmentários que julgo importantes para uma visão aprofundada do nosso Houaiss, porque convivi - para pouca alegria e regozijo meu - porque convivi, repito, pouco com ele, se por convivência queremos aludir à proximidade da presença física. Permanentemente estava eu com Houaiss na sua produção lingüístico-filológica refletida e plasmada nos seus livros, nos seus artigos, nas suas conferências. E, como éramos joeiradores da mesma seara, percebia com mais nitidez as afinidades com suas fontes de formação e informações, percebendo suas ligações intelectuais mais próximas - percebendo ou supondo perceber -, ainda que se manifestassem, quase sempre, mais elaboradas e mais contundentes do que suas fontes originais, detectava matrizes que honravam os mestres e dignificavam o discípulo. Nessa pesquisa de recolher as peças soltas para compor o quadro definitivo, há questões que se impõem pela sua curiosidade. Uma delas, por exemplo, está na opção de Houaiss de matricular-se, na Faculdade Nacional de Filosofia, no Curso de Letras Clássicas, para licenciar-se em disciplinas, como Grego e o Latim, disciplinas que durante toda a sua vida de produção científica não ocuparam o lugar que normalmente seria esperado. É certo que Houaiss lecionou Latim, ao lado da Língua Portuguesa; é certo também que o conhecimento dos idiomas clássicos esteve na raiz de seu trabalho lexicográfico, dicionarístico e enciclopédístico, mas não tivemos o nosso homenageado a editar textos de grego e latim ou a tratar especificamente de questões de língua ou de literatura clássicas. Um interessante episódio de sua vida, narrada por Maximiano de Carvalho e Silva no livro sobre Sousa da Silveira, revela-nos o quanto já estudava e conhecia de latim, mesmo antes de ingressar na Faculdade. Abrira a Prefeitura do Distrito Federal, em 1936, concurso para preenchimento de uma vaga de Português no seu quadro de magistério. Inscreveram-se 23 candidatos, entre os quais Antônio Houaiss. Ponto sorteado: a ortografia portuguesa e seus fundamentos históricos. Na comissão examinadora estavam Sousa da Silveira (presidente), Daltro Santos e Marieta Castagnino da Mota. Corrigidas as provas, foram selecionados 6 candidatos, e de um sétimo, porque escrevera mais de trinta péginas sobre ortografia latina; se pensou em não aprová-lo, sob o pretexto de ter fugido do assunto. Aí interveio em favor do candidato o presidente Sousa da Silveira, argumentando que, quem escreveu tanto sobre ortografia latina, se lhe sobrasse tempo, teria feito outra boa exposição acerca da ortografia portuguesa e seus fundamentos históricos. E assim foram 7 os candidatos aprovados, tendo alcançado o 1.º lugar no concurso o nosso saudoso Sílvio Elia. Pensando no tema e conversando com pessoas bem informadas, podemos propor umas tantas razões da matrícula nesse Curso de Letras Clássicas. Mas são meras conjecturas, uma vez que Houaiss, segundo me parece, nunca o explicitou, nem clara nem implicitamente. A primeira proposta aponta a influência de seu professor Ernesto Faria na Escola Amaro Cavalcanti, onde concluiu seu curso de perito-contador. Como sabemos, Ernesto Faria foi excelente professor de latim, entusiasta do ensino clássico, autor de livros na suas especialidade e um grande propagandista do magistério do latim entre seus alunos, quer no curso secundário, quer no curso superior. Mas há duas fortes objeções a essa primeira tentativa de explicação: Houaiss freqüentou uma escola pública secundária no tempo em que ela atraía verdadeiros mestres de nível universitário, e na Amaro Cavalcanti Houaiss tivera professores dessa estirpe, como Clóvis Monteiro e Mattoso Câmara Jr., que, a prevalecer e explicação por influência de seus mestres, melhor o iriam levar a matricular-se no Curso de Letras Neolatinas. A segunda objeção é que à turma de Houaiss na FNF pertenciam Celso Cunha e Olavo Nascentes, que não tinham podido sofrer a influência de Ernesto Faria na Escola Amaro Cavalcanti. Como Houaiss, Celso Cunha também não se dedicou especificamente à pesquisa e à produção na área clássica, a competir com sua importante elaboração de obras no domínio da Língua Portuguesa. Olavo Nascentes, filho de nosso mestre e saudoso amigo Antenor Nascentes, excetuando a tradução da Gramática Latina do notável lingüista e filólogo chileno Rodolfo Oroz, também nada produziu relativo ao grego e ao latim. À semelhança de Houaiss e Celso, sua participação nessa área limitou-se ao magistério do latim. Não custa lembrar que, por essa fase inicial da FNF, e antes dela, na Universidade do Distrito Federal (UDF), brilhavam nela os nomes de Sousa da Silveira, José Oiticica e Antenor Nascentes, que, sem dúvida, constituiriam mais uma razão para que Houaiss, Celso e Olavo fizessem o Curso de Letras Neolatinas. Outra plausível explicação para a matrícula em Letras Clássicas se deve ao fato de se tratar de um curso de largo e profundo prestígio cultural dentro das universidades do mundo inteiro e por um aspecto especial de nele, àquela época inicial dos estudos superiores no Brasil, contar com uma plêiade de mestres europeus, de renome internacional, que vieram ao Brasil, convidados por Afrânio Peixoto em nome do nosso Governo, para lançar as raízes nessa área de estudos universitários: Jean Bourciez, Jacques Perret, Eugène Albertini, Georges Millardet. Por aí se vê o que de interessante comportam as indagações dessas pequenas facetas, dessa análise microscópica necessária e importante para se fixarem, com maior detalhe, os traços do retrato de corpo inteiro de um talento como Antônio Houaiss, e mesmo de boa parte da história cultural dos intelectuais e artistas do Brasil. Neste exercício de investigação microscópica das vertentes e fontes que impulsionaram Antônio Houaiss, ao largo de sua atividade como lingüista e filólogo - atividade desdobrada no labor lexicográfico, dicionarístico, enciclopédico, ecdótico e de crítica literária -, além, está claro, de seus dotes natos e inclinações pessoais, desejo agora trazer à luz e à consideração dos meus benévolos ouvintes a figura de José Oiticica que, dentre a trindade que reinava na fase inicial de nossos cursos superiores de letras, poderia ser o menos indicado para, à primeira vista, estabelecer tantos pontos de contacto com Houaiss. E, quiçá, não só pontos de contactos, mas evidentes afinidades, que não se devem reduzir, a meu ver, ao plano do ideal político, pois que, neste aspecto, por informação do irmão Maurício Houaiss, este ideal deriva da influência do Professor Pascoal Leme que "tinha "idéias" que logo o apaixonaram, acrescidas do influxo de um colega seu pouco mais velho, Reinaldo Machado, cujo pai, José Alves Machado, foi por longo tempo mestre de ambos em matéria de anarquismo"1. Sílvio Elia, na sua contribuição ao livro acima citado, levanta a ponta desta afinidade a que me refiro, mas, como não era propósito seu, ficou apenas no seguinte pormenor: "Foi nessa oportunidade que três amigos seus [de Houaiss], que também haviam participado e sido aprovados no referido concurso [para preencher vagas de Professor da antiga Prefeitura do Distrito Federal, em 1935], Rocha Lima, Matos Peixoto e o autor destas linhas, se reuniram para alugarem uma sala no centro da cidade, com o fito de atenderem a alunos particulares (...) Aí não só cumpríamos os nossos deveres profissionais, mas ainda nos reuníamos para trocar idéias sobre problemas do ensino, indagar das novas tendências da filosofia e da lingüística e, last but not least, perdermos em alguns dedos de amenidades e questões de momento. Foi então que se aproximou de nós um mestre que todos admirávamos e respeitávamos: José Oiticica. Veio trazer-nos a experiência do seu trabalho didático, de sua larga cultura, a vivência do seu amor ao estudo e aos estudantes. José Oiticica, numa época em que os estudos lingüísticos estavam engolfados nas águas do historicismo, volta-se, em bases mentalistas, para a investigação dos fatos da língua portuguesa, antecipando-se assim ao que viria a ser apanágio da lingüística moderna: a perspectiva sincrônica nos estudos da linguagem. Tome-se para exemplo o seu inovador Manual de Análise, infelizmente e injustamente esquecido em nossos cursos universitários. Para vaidade nossa, mestre Oiticica preparava nova edição desse seu livro e queria ouvir a voz crítica da nossa geração sobre o que fizera e o que seria passível de correção e aperfeiçoamento. Imagine-se o nosso desvanecimento por sermos assim contemplados por um dos mais autorizados catedráticos do tradicional baluarte da cultura humanística em nosso país, o Colégio Pedro II. Oiticica foi generoso conosco. Deixou estas palavras inscritas na "Advertência desta edição", que reproduzo da 5.ª ed. refundida: E apresso-me em consignar aqui meu profundo reconhecimento aos jovens professores Almir Câmara de Matos Peixoto, Antônio Houaiss, Sílvio Elia e Rocha Lima, por muitas preciosas sugestões, levando-me a emendas sérias, modificações de quadros e acuramento na disposição geral.2 A citação é de caso pensado longa pela importância de dados biográficos que encerra e por me ensejar partir daí para levantar alguns véus da trama de influências e afinidades que se podem estabelecer entre o nosso Houaiss e José Oiticica, restringindo-me, como anunciara antes, ao campo das atividades lingüístico-filológicas de ambos. Da confluência de características inatas de Antônio Houaiss com a possível participação da presença de Oiticica, aponto em primeiro lugar, como traço comum a ambos, a preocupação da sistematização dos fatos estudados. Oiticica era um sistematizador por excelência; suas análises em geral confluíam para quadros sinóticos ou esquemas. Daí é o próprio mestre do Pedro II que estabelece, neste sentido, sua relação com outro sistematizador nesses estudos de linguagem que foi Maximino Maciel, catedrático de Língua Portuguesa do Colégio Militar, autor de uma Gramática Descritiva, muito em voga no ensino entre 1887 a 1930, mais ou menos, depois caída injustamente no esquecimento e hoje objeto de teses de pós-graduação em nossas universidades, pelo que apresentava de intuições transformadas em lições da lingüística moderna. Nos prefácios e em notas de rodapé, entre outras oportunidades, José Oiticica ressalta essa contribuição de Maximino. Na última palestra de uma série proferida em São Paulo, na Rádio Cruzeiro do Sul, na década de 40, refere-se à contribuição do gramático sergipano e a importância da sistematização do desenvolvimento dos programas escolares e de sua aplicação na experiência pedagógica desenvolvida no Colégio Latino-Americano de propriedade de Oiticica, entre 1905 e 1908. Foi a característica de sistematização na vida e na obra de Antônio Houaiss que me fez considerar atrás uma síntese feliz dessa atividade o título do depoimento de Vasco Mariz: "Um processo administrativo-ideológico". Vale recordar que, na referência aos jovens professores que colaboraram na revisão do Manual de Análise, Oiticica alude a "modificações de quadros" e ao "acuramento na disposição geral", duas facetas de uma qualidade central que se chama "sistematização". O segundo elo entre Oiticica e Houaiss está no interesse da descrição do sistema fonético do português, especialmente do português do Brasil. José Oiticica, depois de trabalhar para uma tese de concurso ao Colégio Pedro II acerca da língua de Camões, apresenta à Congregação, em 1916, a 1.ª série de seu Estudos de Fonologia que, incontestavelmente, abre novo caminho nesse domínio da descrição lingüística entre nós. Houaiss sempre cultivou a preocupação da descrição fonética, tanto ligado ao Oiticica quanto a Nascentes - outro notável cultor dos estudos fonéticos -, e o ponto mais alto dessa atividade está consubstanciado na exaustiva elaboração da Tentativa de Descrição do Sistema Vocálico do Português Culto na Área Dita Carioca, em 1959 e das Normas da pronúncia normal do Brasil, aprovadas pelo Primeiro Congresso Brasileiro de Língua Falada no Teatro, realizado em 1956, em Salvador (Bahia). Só um sistematizador empreende, como empreendeu Houaiss, o caminho para o dicionário, para a enciclopédia, para a crítica textual. Sem alusões pejorativas, tivemos, no campo da erudição dicionarística, quatro gigantes na seara: o Padre Augusto Magne, Antenor Nascentes, Aurélio Buarque de Holanda e Antônio Houaiss. O sonhador entre eles, o Padre Magne, deixou-nos inacabados excelentes dicionários no âmbito do português e do latim; os sistematizadores, e disciplinados, os demais, chegaram com sucesso ao fim de seus projetos lexicográficos. Também Oiticica empreendeu a elaboração de um Novo Dicionário Popular da Língua Portuguesa Prosódico e Ortográfico que, apesar dos seus 16 fascículos, ficou incompleto, por falta de recursos para prossegui-lo. O trato com a língua e seu léxico está presente em Oiticica e em Houaiss, o que leva os dois a defender a necessidade da riqueza vocabular. As seguintes palavras são do velho mestre do Colégio Pedro II, mas Houaiss poderia subscrevê-las com prazer e com assentimento: O primeiro mister do escritor é apreender o sistema vocabular de sua língua. Tal apreensão há de fazer-se em dois sentidos: extensão e profundidade. Ora, o vocabulário das línguas civilizadas cresce todo dia, rapidamente em extensão, quase inteira, no setor técnico, industrial principalmente. Novas cousas, novos produtos; novas máquinas, novos nomes.3 Ou mais adiante: O estudo penetrante do vocabulário nos dois sentidos apontados capacita o escritor de exprimir tudo com a máxima propriedade. Potência vocabular e riqueza de dicção constituem os dois tesouros essenciais do escritor. Foi esse o alforje de um Camilo Castelo Branco, singular milagre literário.4 Dos grandes mestres do idioma com quem Houaiss conviveu como aluno e discípulo - Oiticica, Sousa da Silveira e Antenor Nascentes - só o primeiro possuía esse desvanecimento pela riqueza vocabular, como também o praticava nos seus escritos, em prosa ou poesia. Oiticica debruçou-se nos escritores de léxico pujante, fichando seu arsenal vocabular, como, segundo suas declarações, fez de autores portugueses (Camilo e Aquilino Ribeiro) e brasileiros (Rui, Euclides e Coelho Neto). Defende este último de maneira veemente: «Houve quem acoimasse Coelho Neto de maníaco nesse ponto, glosando-se que inventava as histórias para empregar certos vocábulos. Não me parece real a coima. O que reconheço é serem seus vocábulos empregados com perfeita precisão».5 Léxico extenso e profundo não se há de confundir com exuberância desenfreada, catadupa lexical que camba para a verborragia. Oiticica condena-o, ainda que venha sob a chancela de um bom autor: Finalmente, há também, o vocabulário destrambelhado, sem regra nem medida, felizmente raro ou ímpar. É o de Fialho de Almeida. Nem sua centelha inconfundível logrou salvá-lo.6 Outra estreita afinidade entre essas duas inteligências - Houaiss e Oiticica ou Oiticica e Houaiss - é o respeito à língua padrão, à norma culta, apanágio da Cultura, que, longe de ser entendida como antiliberal e aprofundadora das diferenças sociais, é tida como um ponto ideal a ser atingido pela ação da escola e das diversas agências de cultura de que dispõe a sociedade. Ambos eram devotos da disciplina gramatical. Tal orientação coincide com a de um dos maiores teóricos da linguagem dos nossos dias. Eugenio Coseriu, em resumo de uma conferência no Liceu Literário Português, assim se manifesta: Na lingüística atual considera-se com freqüência só a língua falada 'primária' (espontânea ou 'usual') como 'natural' e 'livre', ao mesmo tempo que a língua exemplar (ou 'língua padrão') e a forma literária desta se consideram como 'artificiais' e 'impostas'. Por conseguinte, consideram-se também só a gramática descritiva 'objetivista' como realmente científica e a gramática normativa como expressão sem fundamento científico duma atitude antiliberal e dogmática. Trata de erros e confusões teóricas que procedem da concepção positivista vulgar da linguagem e da Lingüística. Na realidade e, portanto, na boa teoria, a língua literária representa o grau mais alto da dimensão deôntica (o 'dever ser') da língua; e a gramática normativa é a manifestação metalingüística explícita desta dimensão.7 Sem compará-lo a Oiticica, Sílvio Elia, no seu estudo sobre Houaiss, chamou-nos a atenção para este aspecto do pensamento lingüístico-pedagógico-político do nosso homenageado. Como Oiticica, Houaiss não perfilhou a tese populista para quem, no dizer de Sílvio, "a língua errada do povo" era a forma autêntica da fala brasileira. Nisto, Oiticica enquanto anarquista, e Houaiss enquanto socialista, tocam numa e mesma tecla. Como bem resumiu Sílvio Elia, «Pode, por conseguinte, o homem, ser racional e livre que é, melhorar, aperfeiçoar o seu comportamento por um processo chamado "educação" (...) A escola, no que tange ao ensino da língua portuguesa, ministrará, portanto, ao aluno os conhecimentos necessários para o domínio satisfatório do padrão culto do idioma pátrio».8 Neste particular, Oiticica, tão fiel à sua noção de ordem e de perfeição idiomática, não aceitou os "futuristas". Houaiss, mais jovem e mais bem aparelhado para receber as mudanças, soube melhor compreender o modernismo e futurismo, sem renegar - como fizera Oiticica - seu partidarismo de uma sociedade baseada na ordem, no belo, na estética. Também Houaiss se aproximava das atividades de Oiticica no que toca a uma permanente e intensa atuação como crítico literário, labor que não praticavam, com regularidade, Nascentes nem Sousa da Silveira. Curioso é que até neste domínio Houaiss se aproxima de Oiticica, pois que a crítica literária entre eles assinala o domínio de menor relevo e importância de suas atividades. Eis aqui uma pálida amostra do que se pode fazer de análise microscópica na obra lingüístico-filológica de Antônio Houaiss, nas suas aproximações com seus mestres e contemporâneos. A Houaiss se podem bem aplicar as palavras com que Oiticica se definia a si mesmo, no seu último livro de sonetos Fonte Perene (1954): sou da raça pagã dos Prometeus... guardo em mim as grandezas do indescrito, e a vontade divina de ser Deus.
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Da Folha ABCD José Benedito de Souza, 33, apontado como o autor dos disparos que matou o sindicalista e presidente do Sindicato dos Condutores Rodoviários do ABCD, Oswaldo Cruz Júnior, era cobrador da empresa de transportes Viação Alpina, de Santo André, até março do ano passado, quando passou a ocupar a suplência do conselho fiscal da diretoria do sindicato dos condutores do ABCD. Souza foi afastado da empresa para assumir o cargo na entidade. Segundo o motorista da EPT (Empresa Pública de Transportes), de Santo André, e militante do sindicato Carlos Roberto Pinto, Souza é casado com a sobrinha de Cícero Bezerra da Silva, secretário-geral do sindicato dos condutores e opositor de Oswaldo Cruz Júnior. Pinto não soube informar o nome da mulher de Souza. "Zezé era um jagunço que andava armado dentro do sindicato e não fazia nada lá", disse o motorista Carlos Roberto Pinto. Natural de Bodocó, no Estado de Pernambuco, Souza tem passagem registrada na polícia por porte ilegal de arma em 1991. Além da fama de violento, Souza também costumava se embriagar, disseram seus conhecidos.
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Sindicalistas ligados a Oswaldo Cruz Júnior dizem que opositor não vai assumir; viúva duvida de crime político Da Folha ABCD e da Reportagem Local O enterro do presidente do Sindicato dos Condutores Rodoviários do ABC, Oswaldo Cruz Júnior, acirrou a disputa pelo controle da entidade. Sindicalistas ligados ao grupo de Cruz afirmaram ontem que o secretário-geral da entidade, Cícero Bezerra da Silva, que liderava o grupo de oposição, não vai assumir a presidência da entidade. Durante o enterro, os sindicalistas defenderam a posse do irmão de Cruz, Clodovil Aparecido de Carvalho, que é secretário de Relações Sindicais do Sindicato. Carvalho disse que vai assumir a presidência da entidade na segunda-feira. Ele usou o carro de som que carregava o corpo de Cruz para pedir apoio aos motoristas e cobradores que acompanhavam o enterro. "Precisamos de vocês para continuar administrando essa entidade", afirmou Clodovil. Outros sindicalistas também pediram apoio contra o grupo liderado por Bezerra da Silva. Cruz foi enterrado na tarde de ontem, no cemitério da Colina, em São Bernardo. Há uma disputa judicial em torno da sucessão de Cruz Júnior. A vigência de dois estatutos diferentes está sendo discutida judicialmente. Um prevê a posse de Bezerra da Silva e, outro, de Clodovil. Bezerra da Silva disse ontem assumirá o cargo na segunda-feira com o auxílio da PM. Denúncias Clodovil e outros irmãos de Cruz sustentam a tese de que o assassinato foi provocado pelas denúncias de utilização do sindicato para financiar campanhas eleitorais de candidatos do PT, PSDB e PTB. A viúva de Cruz, Valéria Cristina Cruz, acredita que o assassinato foi causado por disputas internas no sindicato. "Era uma divergência política que degenerou numa briga pessoal". A tese dos irmãos de Cruz é defendida pelo presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros. "Foi queima de arquivo", disse durante o velório. Segundo ele, a CUT e o PT teriam interesse na morte do sindicalista. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, Vicente Paulo da Silva o Vicentinho, Medeiros está explorando politicamente uma "tragédia". Vicentinho disse que o PT e a CUT querem uma apuração rigorosa do crime. Medeiros estave no velório durante a manhã e Paulo da Silva acompanhou o enterro. O presidente da CGT, Canindé Pegado, também estave no velório. O enterro de Cruz foi acompanhado por uma carreata de protesto que congestionou as principais ruas dos centros de Santo André e São Bernardo. Acompanharam o enterro o presidente do Sindicato dos Motoristas de São Paulo, Edvaldo Santiago, o tesoureiro da CUT nacional, Kjeld Jakobsen, o deputado estadual Arlindo Chinaglia (PT), o vereador Astrogildo de Souza (PMDB), de Santo André, o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, Carlos Alberto Grana, e o ex-líder sindical e ex-vereador de Santo André, Miguel Rupp, que era amigo pessoal de Cruz.
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Da Reportagem Local McLaren e Benetton fecharam o ano de 93 com suas vagas de segundo piloto abertas, apesar das promessas de Ron Dennis e Flavio Briatore de que os anúncios seriam feitos antes do Réveillon. O motivo da demora, para a McLaren, é a relutância de Alain Prost em adiar a aposentadoria anunciada em setembro do ano passado. No caso da Benetton, Briatore espera apenas que subam os lances do leilão aberto pelo segundo cockpit de seu time. A estratégia da McLaren deve ser a mesma utilizada em 93. Inscreve qualquer um como segundo piloto e mantém aberta a possibilidade de Prost correr ate as vésperas da abertura do campeonato, dia 27 de março, em Interlagos. Alain já deu sinais de que pode voltar atrás na decisão de parar, mas só vai colocar de novo o pescoço a prêmio depois de um teste com o novo carro, equipado com motor Peugeot. Se o francês sentir algum potencial na máquina para, no mínimo, derrotar Ayrton Senna em alguns GPs, volta a dirigir. Se não, o companheiro de Mika Hakkinen, já confirmado como primeiro piloto, deve ser Mark Blundell. A disputa pelo lugar na Benetton é financeira. Michele Alboreto tem US$ 6 milhões para oferecer. É um bom dinheiro, contra o qual luta o finlandês J.J. Lehto, apadrinhado de Keke Rosberg. Se perder o lugar para o italiano, J.J. é forte candidato a parceiro de Rubens Barrichello na Jordan. Alboreto, 37, que nunca tinha guiado um carro com câmbio semi-automático em sua vida, ficou encantado com o B193B, o mesmo Benetton do ano passado sem suspensão ativa e controle de tração. "Depois de testar esse carro, decidi que se não ficar na Benetton deixo a Fórmula 1", disse. "Não vejo mais sentido, com a minha idade, em correr por uma equipe pouco competitiva como fiz na Scuderia Italia." Ao lado de Lehto e do espanhol Jordi Gene, Alboreto participou da última sessão de testes coletivos de 93, em Barcelona, de 13 a 17 de dezembro. Foi o 9.º mais rápido entre 16 pilotos, marcando 1min19s750 na melhor das 214 voltas que completou. J.J. foi o 4.º, com 1min18s650, e Gene que só fez o teste porque é catalão ficou em 13.º. O mais rápido de todos foi Mika Hakkinen, com 1min18s290, ainda com McLaren-Ford, seguido por Gerhard Berger (Ferrari) e Damon Hill (Williams). (FG)
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Atual presidente teve 61,34% dos votos; 74,94%; do eleitorado compareceu, segundo o governo Das agências internacionais O general Liamine Zéroual foi proclamado oficialmente vencedor das eleições presidenciais da Argélia. Segundo um comunicado do Ministério do Interior, o atual presidente obteve 61,34% dos votos. O comparecimento às urnas, segundo o governo, foi de 74,92%. O partido de oposição FIS (Frente Islâmica de Salvação), que está na ilegalidade, disse em um comunicado emitido em Paris que menos de 37% do eleitorado votou. A eleição foi realizada sob um forte esquema de segurança. A FIS pediu um boicote à votação, e extremistas islâmicos ameaçaram matar eleitores. Cerca de 200 mil policiais e soldados do Exército garantiram que a eleição no país transcorresse sem incidentes. Policiais uniformizados e à paisana e milhares de civis comemoraram a vitória de Zéroual com salvas de tiros e caravanas nas ruas da capital, Argel. A TV estatal colocou no ar durante o dia imagens semelhantes em diversas partes do país. Uma mulher que celebrava a vitória disse que ela e colegas de trabalho saíram às ruas por solicitação de seu superior. "Como posso comemorar? Meu filho de 26 anos foi morto no ano passado e deixou dois filhos pequenos. Eu tenho que fingir. Você entende, não?" Um homem disse que as eleições parecem ter rompido uma tradição no mundo árabe. "Apesar de tudo, é a primeira vez que em um país árabe que há quatro candidatos e o vencedor obtém uma porcentagem que é bem inferior a 99%", disse ele. O candidato do partido islâmico Hamas, Mahfoud Nahnah, segundo colocado (veja quadro abaixo) contestou o resultado da eleição. "Nós dormiremos bem, enquanto aqueles que trabalharam para fraudar e adulterar terão sua punição", disse em um encontro com simpatizantes. Apesar do protesto, ele pediu que seus partidários permaneçam calmos e mantenham o compromisso com a paz. O governo espera que o resultado e o alto índice de comparecimento às urnas dê legitimidade a Zéroual no confronto contra grupos radicais islâmicos. Ele foi conduzido ao poder pelos militares. "As eleições foram uma vitória da soberania do povo e da verdadeira democracia em nosso país e uma lição aos seus inimigos dentro e fora da Argélia", afirmou o presidente Zéroual. Desde a anulação, em janeiro de 1992, da eleição parlamentar supostamente vencida pela FIS, 50 mil pessoas morreram assassinadas e em atentados a bomba atribuídos a radicais.
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Universidade aumenta em 25% o total arrecadado com venda de tecnologia a empresas privadas EDSON FRANCO Da Folha Sudeste O Escritório de Transferência de Tecnologia (ETT) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas encerrou o ano passado com um faturamento aproximado de US$ 20 milhões. Esse valor representa crescimento de 25% sobre a arrecadação de 92 e resulta de acordos com empresas privadas e governamentais. Essa verba tem ajudado a tirar o orçamento da Unicamp do vermelho. Segundo o diretor-técnico do ETT, Jadson da Silva Freitas, 34, o dinheiro que a universidade recebe do governo estadual cobre apenas os gastos com pessoal. "Sem o dinheiro arrecadado pelo ETT, a manutenção e as pesquisas seriam prejudicadas", afirma Freitas. O ETT foi criado em 1990 para fazer a ponte entre empresa e universidade. Antes de seu surgimento, as negociações eram feitas diretamente com os diversos departamentos da Unicamp. Hoje, o escritório possui um cadastro com 1.200 empresas que mantêm convênios ou que já adquiriram tecnologias produzidas pela Unicamp. Empresas Entre as empresas conveniadas estão IBM, Rhodia e Petrobrás. As três são responsáveis pelas maiores fatias do orçamento gerenciado pelo ETT. As consultas feitas ao ETT são cobradas por tempo. O preço da hora fica entre US$ 50 e US$ 100, variando conforme o assunto e sua complexidade. Qualquer pessoa física ou jurídica pode encomendar um trabalho ao ETT. A maioria das consultas é feita ao ETT por micro e pequenas empresas. Geralmente, os pedidos de informação são encaminhados pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que paga até a segunda hora de consulta. As horas excedentes são pagas pelo empresário. O processo para a assinatura de um convênio com a Unicamp leva de 15 a 20 dias, em média. Esse prazo é necessário para que o ETT receba o pedido e inicie um processo interno para verificar qual departamento da Unicamp pode resolver o problema. Encontrado o departamento, o ETT chama o usuário para uma reunião onde serão discutidos os custos. Falta tecnologia Apesar de solucionar a maioria dos casos que recebe, a Unicamp já perdeu clientes por falta de algumas tecnologias. Como exemplo, Freitas lembra o caso de um empresário interessado em tecnologia para reciclagem de papel, plástico e vidro. A Unicamp ainda não desenvolveu tecnologias nessa área. Já houve casos em que a universidade desenvolveu pesquisas para atender demanda. A Unicamp montou um Centro de Tecnologia de Plástico, depois de receber pedidos de 80 empresas. O ETT assinou convênios recentemente com a IBM e a Usina da Barra, de Barra Bonita (SP). Junto com a IBM, a Unicamp vai desenvolver novos 'softwares' (programas de computador). Como pagamento, a empresa está enviando para a universidade os equipamentos para o laboratório onde serão feitas as pesquisas. O custo do equipamento é de US$ 4 milhões. Com a Usina da Barra, o convênio se refere ao "new sugar", tipo de açúcar que não engorda (leia texto abaixo). Por essa tecnologia, a usina vai pagar US$ 100 mil.
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Descubro uma solução óbvia para o jumento adquirido no governo de Orestes Quércia Marcos Augusto Gonçalves Morava em Milão e, numa tarde primaveril, fui visitar a feira do Naviglio. Os "navigli" são canais que ainda permanecem na cidade. No passado chegavam ao centro. Ajudaram a transportar as pedras que ergueram o Duomo. Hoje, a área dos "navigli" é um bairro boêmio. Lembra um pouco o clima de Santa Teresa, no Rio, com toques do Embu, de São Paulo. Ateliês, gente de barba, artesanato duvidoso, restaurantes bonitinhos, muitos para turistas, e uma ou outra coisa realmente interessante. A feira é um acontecimento. Um mercado à la Portobello. Peças cobiçáveis, antiquidades, roupa e bugigangas em geral. Pois bem, passeio pela feira e, a todo instante, recebo um panfleto. Era época de eleições municipais. Milano ia eleger sua nova junta e seu novo prefeito. Muito ativos na cidade, os partidos verdes se multiplicavam. Divididos em correntes, brigavam entre si e tentavam disputar seus eleitores. Uma das correntes mais curiosas chamava-se —talvez já esteja em extinção— "animalista". Os animalistas eram, como o nome indica, ferrenhos defensores dos animais. Gente que entra num jardim zoológico como se estivesse pisando em Auschwitz. Aproximava-me do final da feira quando avistei um ruidoso grupo desses animalistas panfletando. Um deles, vestindo máscara de jumento e mortalha, aproximou-se, papelzinho em punho. Disse que era estrangeiro e não votava. "Di dove sei?" "Brasiliano". Pronto. Perguntas sobre a Amazônia, a queima de florestas, os esquadrões da morte. Pacientemente, respondi sobre os problemas do país, mas não sem deixar de revelar minha —insincera— surpresa pelas dificuldades que os italianos têm de controlar a Máfia e de plantar árvores em Milão. E, olhando aquela ridícula máscara de jumento, perguntei do que se tratava. Veio a explicação: estavam preocupados com a extinção dos jumentos. Havia pouquíssimos na Europa. Ainda me refazia da consternação quando veio a pergunta: "Há muitos jumentos soltos no Brasil?" Bem... O que dizer? "Muitos, muitos. Soltos, presos e até no governo". Soltei a blague e saí andando. Agora descubro —e que felicidade não traria tal notícia para o animalista lombardo— que, efetivamente, há um jumento no governo de São Paulo. Claro que não me refiro a nenhum político: falo do jumento mesmo, aquele que, segundo a Folha do último domingo, foi adquirido no período Quércia como reprodutor —mas nunca deu conta da tarefa. O coitado acabou abandonado e foi parar num certo Sítio Pardal, onde causa transtornos ao agrônomo José Roberto Vita. Ora, tenho uma solução óbvia para o caso. Com o intuito de estreitar os laços ítalo-brasileiros que unem São Paulo e Milão e reafirmando as relações de cidades gêmeas, o governo paulista deveria doar o jumento para a capital da Lombardia. Ficariam todos felicíssimos —do animalista ao animal. Marcos Augusto Gonçalves é editor da Revista da Folha Ilustração: Jumento comprado em 90 pelo governo do Estado de São Paulo; foto de Pierre Duarte.
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Desesperadas, pessoas usam água contaminada pelo cólera numa região que em 93 teve menos chuva que o Saara ADELSON BARBOSA Da Agência Folha, no Cariri (PB) Há pelo menos dois anos não chove com regularidade no Cariri Ocidental da Paraíba, a região mais seca e miserável do país, segundo pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Este ano, a média pluviométrica do Cariri foi inferior a 50 mm, informou a Secretaria de Agricultura do Estado. A média pluviométrica do deserto do Saara oscila em torno de 200 mm. A do deserto de Atacama, no Chile, em 75 mm. Em condições normais, a média pluviométrica do sertão nordestino varia em torno de 800 mm anuais. O agravamento da seca amplia a miséria e a fome na região. A agricultura foi totalmente dizimada. Não houve aproveitamento nem das culturas de feijão e milho. Os açudes estão quase todos secos. Em apenas cinco ainda há água. Estão com menos de 10% da capacidade. Nos 12 municípios da região, vivem cerca de 111 mil pessoas. Há também uma região do Cariri no Ceará. Água contaminada A população das cidades está sendo abastecida por carros-pipas, que distribuem água de má qualidade, de poços e açudes que também estão secando. Em Monteiro, a maior cidade da região, com 30 mil habitantes, a população utiliza água contaminada pelo vibrião colérico, segundo a Secretaria Estadual da Saúde, porque não existe outra opção. Na cidade, pelo menos 500 pessoas foram internadas nos últimos dois meses com cólera, hepatite e febre tifóide, informou o Núcleo Regional da Secretaria de Saúde. A economia da região gira hoje em torno dos recursos provenientes do pagamento dos aposentados, dos alistados nas frentes de emergência e dos funcionários municipais. Os aposentados da Previdência Social são os mais beneficiados, porque não ganham menos que o salário mínimo e têm seus benefícios reajustados mensalmente, o que não ocorre com os trabalhadores das frentes de emergência e dos funcionários municipais. O comércio das cidades só tem movimento nos dias de pagamento. Mesmo assim, apenas a cesta básica da região é vendida pelos pequenos comerciantes. A cesta é composta por feijão, fubá, café, açúcar, rapadura e farinha. "O que eu mais vendo é feijão, açúcar, café e fubá", disse José Inaldo Neves, 42, dono de um pequeno armazém no município de São Sebastião do Umbuzeiro. Na zona rural, a situação é mais grave. Muitas pessoas percorrem até 4 km para conseguir uma lata d'água para beber. No último dia 2, a Folha encontrou Quitéria Maria Francisca, 52. Ela percorreu 4 km entre uma cacimba (poço raso no leito de um rio seco) e sua casa, no sítio Lagoa, em Monteiro, com uma lata d'água na cabeça. "A nossa situação é muito feia e tem gente que não acredita. A gente não tem nem água para beber. Hoje, é mais um dia em que não tenho nada em casa para comer com meus filhos e netos", disse Quitéria. O trabalhador rural José Genival Ferreira, 45, teve mais sorte que Quitéria. Ele percorreu os mesmos quatro quilômetros com uma lata d'água numa bicicleta. Tinha saído de casa pela manhã para conseguir água e alimentos para os cinco filhos menores. Retornou no final da tarde, com uma lata d'água, duas mangas e dez goiabas. Disse que aguardava receber "o pagamento da emergência" (frentes de trabalho) para comprar feijão e fubá e alimentar a família. O pagamento está atrasado há um mês. Ferreira ganha CR$ 3 mil por quinzena para sustentar sete pessoas. O único dinheiro que ganhou em 93 foi o equivalente a US$ 80 do pagamento da emergência, de junho a outubro. "Viver aqui é um milagre", disse. Manoel Francisco, 54, cinco filhos e quatro netos, também voltou para casa no final da tarde do dia 2 com algumas goiabas, para a primeira e única refeição do dia. "Bicho duro de morrer é gente pobre", disse. Segundo ele, "a fome é tão grande que já estamos acostumados". Francisco afirmou que na vegetação seca da caatinga não existem mais preás (roedor) e arribações (um tipo de ave nativa do Nordeste), animais utilizados na alimentação nas épocas de seca. Alguns fazendeiros estão alimentando o gado com palma forrageira, um tipo de cacto cultivado, resistente à seca, e mandacaru, cacto nativo encontrado em abundância na caatinga. Muitos pequenos proprietários rurais estão investindo o que têm na criação de cabras e ovelhas, animais muito resistentes à seca, que se alimentam com pasto ressecado e bebem pouca água. Pesquisa A pesquisa da Universidade Federal da Paraíba se apóia em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste). Os pesquisadores estão desenvolvendo um trabalho de campo, com aplicação de questionários para as lideranças dos trabalhadores rurais, prefeitos e líderes comunitários e políticos, além de promoverem reuniões com essas pessoas nas zonas urbana e rural para colher depoimentos.
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Da Reportagem Local O quarto fascículo do atlas Folha das sextas-feira circula com os jornais do dia 14 de outubro. O fascículo traz a segunda parte do mapa com os países da Europa, Inglaterra e País de Gales, Escócia, Irlanda, as Ilhas Britânicas e o mar do Norte e a Escandinávia e o mar Báltico. Um dos mapas detalhados do fascículo mostra a Irlanda. A ilha é dividida: 26 condados ao sul compõe a República da Irlanda, cuja capital é Dublin. Os 25 distritos do norte da ilha fazem parte do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte. A capital é Belfast. As províncias do norte estão divididas por uma guerra civil entre católicos e protestantes que dura mais de quinze anos. Há cerca de um mês, o governo britânico teria feito um acordo com o Exército Republicano Irlandês, conhecido por sua sigla em inglês, IRA. Os católicos do IRA declararam um cessar-fogo unilateral por três meses, condição imposta pelo governo de Londres para iniciar as negociações formais de paz. Os católicos são minoria no norte e maioria absoluta no sul. Lago Ness A Escócia, que também integra o Reino Unido, está em outro mapa. O famoso Loch (lago) Ness aparece no mapa, próximo à cidade de Inverness. A lenda da existência de um ``monstro'' no lago durou décadas, até ser desmascarada recentemente. O monstro, que alguns diziam ser um dinossauro, era na verdade uma montagem fotográfica. O mapa da Escandinávia e mar Báltico mostra a região entre Tallin, capital da Estônia, e Estocolmo, capital sueca, onde naufragou semana passada a ``Estonia''. O naufrágio causou cerca de 900 mortes, e teria sido provocado pela ruptura de uma das portas dianteiras do navio, uma balsa usada na travessia do Báltico.
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Da Agência Folha, em São Luís O corpo do estudante Eugênio Rodrigues dos Santos Filho, 17, foi encontrado ontem pela manhã na praia do Caolho, em São Luís (MA), com a barriga e a perna direita dilaceradas. Os ferimentos indicam que ele foi atacado possivelmente por um tubarão. "Pelo tamanho das lesões, foi tubarão", afirmou o auxiliar de enfermagem Luiz Carlos Martins Ferreira, que fez a autópsia no Instituto Médico Legal com o médico Edilson Soares Constantino. Ferreira disse que o corpo do estudante tinha marcas de dentadas na barriga, na nádega e na perna direitas. O laudo do médico Constantino cita "ausência de toda a parede abdominal, com exposição de todas as vísceras" e "ausência de partes moles da coxa direita". No atestado de óbito, consta que a causa da morte foi "asfixia por afogamento". Eugênio estava desaparecido desde a tarde do último domingo. Ele tomava banho com dois amigos na praia do Olho D'Água (a 2 km da praia do Caolho), próximo à arrebentação, quando os três começaram a se afogar. Um banhista conseguiu salvar Sérgio Savala, 15, e André Bezerra, 15. Segundo relato dos amigos da vítima, o banhista tentou puxar Eugênio pela mão, mas pressentiu que ele estava sendo atacado por um tubarão e desistiu. Savala disse ontem que a água batia na altura da barriga e que Eugênio submergiu, voltou à tona pedindo socorro, submergiu de novo e não foi mais visto. Desde 92, foram registrados seis ataques de tubarão na cidade. (Cris Gutkoski)
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Obra do italiano, inicialmente marcada pelo engajamento político, sofre mudança radical na última fase AUGUSTO DE CAMPOS Especial para a Folha Na década de 50, causaram grande impacto nos meios artísticos a imprevista conversão de Stravinski ao serialismo e a revelação de seu devotamento a Anton Webern, ao qual ele então proclamou "o justo da música". A polarização entre Schoenberg e Stravinski dividira, na primeira metade do século, a música moderna em dois partidos antagônicos, a tal ponto que John Cage chegaria a afirmar que, ao iniciar-se como compositor, viu-se na contingência de escolher entre os dois grandes mestres (ele optou por Schoenberg, de quem veio a ser aluno). Não importa aqui aferir o valor das composições seriais de Stravinski, para alguns meros exercícios de estilo, elegantes e rigorosos; para outros, um novo salto qualitativo na obra caleidoscópica do inquieto compositor russo-franco-americano. No mínimo, a derradeira guinada stravinskiana foi uma leitura crítica que lhe permitiu digerir a evolução da linguagem centro-européia e dialogar com a renovação operada nos anos 50 por alguns dos maiores compositores da geração afluente, como Stockhausen e Boulez. Superando dialeticamente a antinomia que outros (como Adorno) haviam sido incapazes de resolver, Boulez, de resto, num ensaio memorável "Strawinsky Demeure" (Stravinski Permanece), de 1953, colocara o conflito sob novo enfoque, perfazendo a necessária síntese dialética, ao localizar na complexidade das células rítmicas de Stravinski (o da "Sagração" e da fase russa especialmente) a contraparte revolucionária da renovação morfológica e sintática do vocabulário musical efetivada pelo Grupo de Viena (Schoenberg, Webern, Berg). De qualquer forma, peças como "Septeto", "3 Songs from Shakespeare", "In Memoriam Dylan Thomas", "Agon", "Movements", "Threni", todas da década de 50, atestam a incrível capacidade de renovação do compositor. Sobrevivente físico da batalha estética da sua geração (Alban Berg, Webern e Schoenberg já haviam morrido, este em 1951), Stravinski aturdiu a todos com a lição de humildade que o levou a situar-se "sob a proteção da arte de Webern", cuja memória cultuou, a ponto de deslocar-se, já idoso, com o maestro Robert Craft, em peregrinação, para ir visitar em Mittersil, uma pequena aldeia da Áustria, o túmulo modesto do "herói desconhecido" da música moderna. Anton Webern, como se sabe, morrera em 1945, no pós-guerra, assassinado pelo tiro afoito de um soldado norte-americano, sob a indiferença universal. Através do estudo da obra de Webern aquele, dentre os vienenses, cuja obra, pela clareza e distanciamento, mais se afeiçoava às concepções musicais de Stravinski pôde este redirecionar o seu caminho e, afastando-se definitivamente das piruetas regressivas do neoclassicismo, reencontrar, com nova metodologia e nova liberdade de linguagem, o que havia de melhor em sua própria obra. Não sei de nenhum outro caso de virada tão radical e consequente de direções artísticas como o de Stravinski, salvo talvez o que me foi dado recentemente identificar na obra do compositor italiano Luigi Nono (1925-1990), que figurou na primeira linha dos protagonistas da Música Nova, em Darmstadt, ao lado de Boulez e Stockhausen e dos seus compatriotas Bruno Maderna e Luciano Berio. O caso de Nono, sem dúvida menos espetacular, devido à menor repercussão do compositor fora dos círculos especializados, tem características únicas no cenário da música moderna. Muitos compositores de formação elaborada, até dodecafônica, como aquele medíocre discípulo de Schoenberg, Hans Eisler, que a má-consciência tentou inutilmente promover a primeiro time, sentiram-se tocados pela vontade de expressar em obras musicais o seu engajamento político, geralmente em prejuízo da qualidade estética. Nenhum, como Nono, membro do Comitê Central do Partido Comunista Italiano desde 1952, foi capaz de equilibrar a tal ponto a consciência política e o rigor estético. Em se tratando de música, o mais abstrato dos gêneros artísticos, a receita do engajamento termina invariavelmente por impor duas condicionantes: o apelo à retórica verbal para dar conta da "mensagem" (que nunca está na música); e a simplificação da linguagem para viabilizar a suposta comunicação com as audiências (supostamente largas). Duas imposições que, em raros casos, deixam de afetar a integridade do trabalho artístico. O rigor compositivo de Nono, porém, jamais lhe permitiu fazer concessões estéticas ou vulgarizar a sua música. Mesmo quando recorria a slogans ou textos políticos, não se pode dizer que tenha barateado o discurso, pois o radical tratamento musical ou eletrônico a que submetia as palavras, neutralizava, por assim dizer, o seu apelo retórico e muitas vezes perturbava até mesmo o seu entendimento imediato. É o caso de "Il Canto Sospeso" (1956), para três solos vocais, coro misto e orquestra, obra que mereceu minuciosa análise de Stockhausen na histórica revista "Die Reihe" (n.º 6, 1960) e na qual Nono utiliza fragmentos de cartas escritas por membros da Resistência antes de serem executados. Da "ópera" "Intolleranza 1960", com um libreto de Angelo Ripellino misturando citações de Eluard, Maiakóvski, Sartre e Brecht e slogans históricos. De "A Floresta é Jovem e Cheia de Vida" (1966), para soprano, vozes, clarineta, pratos de cobre e fita magnética, em que Nono colageia textos de um guerrilheiro do MPLA, de Lumumba, Fidel Castro, operários norte-americanos e italianos. Ou de "Non Consumiamo Marx", música eletrônica atravessada por slogans encontrados nos muros de Paris (como o próprio título) e ruídos dos combates de rua gravados por ocasião da rebelião estudantil de maio de 1968. Certamente por causa da intransigência do tratamento sonoro que deu às suas músicas vocais, apesar da solidariedade dos temas e dos textos que as caracterizaram, Luigi Nono não logrou aumentar a sua comunicabilidade, e elas acabaram se tornando até menos conhecidas e divulgadas que as dos seus pares, Berio, Boulez, Stockhausen. Ele ficou identificado, no entanto, como protótipo do compositor exemplarmente engajado, ao longo de toda uma vida de composição dentro das correntes musicais mais avançadas do nosso tempo. Como escreveu Paul Mefano ("Musique en Jeu", n.º 2, 1971) sua obra explicita o paradoxo de "dar consciência à tragédia humana a partir de uma arte sem concessão alguma, em seu mais alto nível." Nada mais surpreendente, portanto, que travar contato com as últimas criações de Nono, que não parecem guardar qualquer afinidade com seu ideário anterior. Refiro-me às composições "A Carlo Scarpa, Architetto, ai Suoi Infiniti Possibili" (1984), "No Hay Caminos, Hay que Caminar...", "Andrej Tarkovskij" (1987), "La Lontananza Nostálgica Utópica Futura" (1988-89), "Madrigal para Mais 'Caminantes"' com Gidon Kremer, violino solo, oito fitas magnéticas, de oito a dez estantes e "Hay que Caminar So¤ando" (1989), para dois violinos, todas elas registradas em disco após a morte do compositor, ocorrida em 1990. As duas primeiras com a Orquestra Sinfônica de Baden-Baden, sob a direção de Michael Gielen (CD Audivis Astrée E 8741, de 1990). As demais, integrantes do CD 435 870-2, da Deutsche Grammophon, editado no ano passado, tendo como intérpretes os violinistas Gidon Kramer e Tatiana Grindenko. Há 20 ou 30 anos atrás, era muito diverso em nosso país o repertório das casas de disco. Em algumas delas encontravam-se as últimas novidades em matéria de música contemporâea. Em 1952, eu, Haroldo e Décio compramos na loja Stradivarius, na av. Ipiranga, em São Paulo, as primeiras gravações em LP de Webern, Schoenberg, Varése, Cage. O sofisticado proprietário da Stradivarius, Nagib Elchmer, acentuava, à época, no número 1 (e talvez o único) da revista de mesmo nome, por ele editada, que o Brasil era o segundo importador de LPs dos EUA e o quarto país a fabricá-los no mundo. Podia-se até mesmo, com alguma facilidade, importar discos individuais nessas casas. Assim obtive os registros, hoje raros, de momentos mágicos como a ópera "Villon" de Ezra Pound e "Four Saints in Three Acts" de Virgil Thomson e Gertrude Stein. Hoje, é como se um furacão tivesse varrido as estantes de música erudita das casas de discos. Além de ópera italiana e do mais surrado repertório do legado romântico e clássico, só escombros erráticos da grande música medieval e renascentista e migalhas do presente, a despeito de os catálogos internacionais estarem repletos de novos registros da música do nosso tempo. Tal situação coloca o Brasil na posição de um dos países mais atrasados do mundo em informação musical. Nesse quadro, fica difícil a avaliação de uma obra complexa como a de Luigi Nono, quase toda ela ausente das prateleiras nacionais e mesmo escassa nos catálogos internacionais, nos quais não se vêem disponíveis obras relevantes como "Il Canto Sospeso" (1956) e as óperas "Intolleranza 1960", "Al Gran Sole Carico d'Amore" (1975) e a mais recente "Prometeo" (1984). Contudo, mesmo com esse "handicap", faltando-me acesso a alguns ítens importantes da musicografia de Nono, arrisco-me a estas conjecturas, movido pela funda impressão que me causaram as suas últimas obras e pelo desejo de dar notícia delas. Agradeço a Aldo Brizzi, jovem maestro e compositor italiano, especialista na música de Giacinto Scelsi, e ao crítico J.Jota de Moraes, a ajuda que me deram, suprindo as omissões da minha discoteca, quanto a outros ítens. Chama logo a atenção o fato de tais obras serem apenas instrumentais, notabilizando-se pela ausência (a não ser em mínimos fragmentos reelaborados em estúdio) da fala ou do canto. Estes ocupam lugar proeminente na criação de Nono, um "obcecado pela voz humana", como notou Mefano. Na verdade, essa retomada da música pura, fazendo lembrar as primeiras especulações de Nono como as "Variazioni Canoniche" (1950) e "Polifonica- Monodia-Rítmica" (1951), surge logo após um dos mais notáveis experimentos vocais do compositor, a ópera "Al Gran Sole Carico d'Amore" (1975), cujo título provém significativamente do poema de Rimbaud, "Les Mains de Jeanne Marie" e que Nono propôs como "o repensar ideal de um fato fundamental da luta de libertação da classe operária e do movimento de libertação em geral a Comuna de Paris". Um ano depois, ele veio a criar "...Sofferte Onde Serene...", para piano e fita magnética, interpretada por Maurizio Pollini estranhíssima composição, a começar pelo título reticente, e que se revelaria um marco na reviravolta musical do compositor veneziano. Diga-se desde logo, que as "óperas" de Nono pouco têm a ver com a ópera tradicional ou con as facilidades do "bel canto". Nono é, antes, um autor de "antióperas", peças vocais que incorporam a teatralidade, mas onde a severidade compositiva, a manipulação não-ortodoxa dos textos, em colagens fragmentárias, e a desconstrução da fala e do canto, pulverizados pelas técnicas eletrônicas, afastam qualquer aproximação com as convenções do gênero. Mas o fato é que num autor para o qual a palavra e voz tiveram tanto significado e se tornaram, além de vetores da composição, um campo tão fértil de especulação sonora, causa espécie esse radical abandono, que assume as proporções de uma verdadeira renúncia, ainda mais acentuada pela natureza dessas últimas peças instrumentais. É que todas elas têm em comum a extrema abstração, a ausência de referentes, mesmo compositivos, como o modalismo ou a série, e o direcionamento para as perquirições ligadas à microestrutura, ou seja, à materialidade do som em si mesmo, representada antes pelas formas inusitadas de ataque e produção do som e pela exploração da dinâmica e da timbrística, espectralizadas pela filtragem eletrônica, do que pelas articulações melódicas, harmônicas e rítmicas da sua macroestrutura. "...Sofferte Onde Serene..." (1976) se desenvolve como um diálogo entre o piano ao vivo de Maurizio Pollini e a sua reelaboração em fita magnética, explorando-lhe as ressonâncias percussivas, da dinâmica da digitação e dos diferentes ataques de som até as vibrações dos pedais.
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Da Reportagem Local As chuvas que atingiram a cidade na manhã de ontem provocaram congestionamentos de até 104 km de extensão entre as 9h e 9h30. Muitas ruas tiveram pontos de alagamento. O trânsito somente se normalizou por volta das 11h30. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a média normal de congestionamentos no pico da manhã, entre as 7h e as 9h30 da manhã, costuma ficar por volta de 75km de extensão. A coincidência entre o horário do início da chuva e o final do horário de pico do movimento da manhã foi apontada pela CET como principal causa dos congestionamentos. Desabamento No Jardim Monte Líbano (zona sul), perto da divisa com Diadema, uma casa desabou durante o temporal, por volta das 9h30. A garota Liliane Rodrigues Bonfim, 11, estava sozinha na casa na hora do desabamento e ficou soterrada por cerca de meia hora, sendo resgatada pelos bombeiros apenas com ferimentos leves. Na zona leste, o elevado Aricanduva ficou alagado no seu início, no sentido Itaquera-marginal. A avenida Inajar de Souza ficou alagada na altura do número 2.500, no sentido bairro-centro. Na zona oeste, o transbordamento do córrego Pirajussara provocou o alagamento da avenida Francisco Morato. Houve ainda cerca de 15 pontos de alagamento na cidade que, segundo a CET, não afetaram o trânsito. A marginal Tietê ficou alagada nos dois sentidos na altura da ponte Anhanguera. Na ponte da Freguesia do Ó, no sentido Penha-Lapa, também houve alagamento de pista. Na altura da ponte do Limão, também no sentido Penha-Lapa, houve alagamento da pista local. Na marginal Pinheiros, os principais pontos de alagamento aconteceram na ponte da Cidade Jardim (nos dois sentidos), na ponte do Morumbi (no sentido Jaguaré-Santo Amaro) e na ponte João Dias (sentido Santo-Amaro-Jaguaré). A rodovia Dutra também apresentou alguns pontos de alagamento na altura do km 235, no sentido Rio-São Paulo, provocando um congestionamento de cerca de 3km de extensão. Previsão A estação metereológica de Santana (zona norte) mediu ontem pela manhã 38mm de chuvas em menos de uma hora, índice considerado alto. Segundo o Inmet (Instituto Naccional de Metereologia), as chuvas ocorreram devido a uma frente fria sobre São Paulo, que hoje começa a se deslocar na direção do Rio de Janeiro. A previsão do Inmet para hoje é de tempo parcialmente nublado pela manhã, com possibilidades de chuvas à tarde.
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JAIME SPITZCOVSKY De Pequim O governo chinês, acostumado a reinar absoluto, queria que as manifestações no encontro das ONGs se confinassem a uma escola, um "protestódromo". Mas as mulheres não aceitaram a ordem e promoveram pequenos protestos nas ruas de Huairou. Ontem houve protestos da Anistia Internacional contra violações dos direitos humanos das mulheres e uma manifestação de japonesas contra testes nucleares. Também foi mostrado vídeo contrabandeado de Myanma (ex-Birmânia) com pronunciamento de Aung San Suu Kyi, a líder do movimento pró-democracia. Ela, Prêmio Nobel da Paz, foi libertada em julho passado, depois de seis anos em prisão domiciliar. Não tentou viajar a Pequim com medo de que o governo militar de Myanma impedisse sua volta. Aung San Suu Kyi pediu às mulheres que se mobilizem contra a intolerância e que busquem trazer "mais luz ao mundo". Enquanto o vídeo era mostrado, havia fora do prédio uma manifestação de cerca de 20 militantes da Anistia Internacional, entidade pró-direitos humanos e não-governamental com sede em Londres. Mostravam 12 casos de violações de direitos humanos de mulheres. Citavam o caso de duas chinesas presas. A jornalista Gao Yu foi acusada de revelar "segredos de Estado" em reportagens sobre corrupção no governo. Contra a religiosa budista Phuntsog Niydro pesa a acusação de defender a independência do Tibete, região ocupada por tropas chinesas. Hoje pela manhã, um grupo de nove exiladas tibetanas, amordaçadas, fez um protesto contra a China. Mulheres à volta gritaram: "Liberdade, liberdade". Policiais vigiaram o ato sem interferir. No vídeo também foi mencionado o caso da brasileira Edméia da Silva Eugênio. Ela e sua amiga Sheila da Conceição foram assassinadas no Rio de Janeiro no início de 1994. A Anistia suspeita que policiais sejam os responsáveis. Edméia foi uma das líderes do movimento de mães que exigia investigação para o caso de 11 crianças sequestradas em uma fazenda em Magé (RJ) em julho de 1990, desaparecidas até hoje. Entre os sequestrados estava seu filho. A polícia chinesa não interveio para dissolver a manifestação da Anistia. Uma chinesa com um megafone disse em inglês que o ato deveria ser realizado no "protestódromo". Foi ignorada. A polícia, no entanto, filmou a ação da Anistia. Essa tem sido uma de suas tentativas de intimidar os ativistas. Num seminário sobre direitos humanos, dois fotógrafos e dois cinegrafistas registraram imagens dos participantes. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Chen Jian, admitiu ontem que as leis da ONU prevalecem nos locais do encontro de ONGs e da conferência. Portanto, há em Huairou liberdade de expressão, e a polícia não pode exigir a limitação das manifestações ao "protestódromo".
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Hélio Alves, preso anteontem, diz que padeiro detido na quinta teria planejado com outras 2 pessoas morte de menores Da FT e da Reportagem Local Helio Ferreira Alves, 25, preso anteontem pela polícia em Mogi das Cruzes (Grande São Paulo), sob acusação de participar da chacina de três adolescentes na última quinta-feira em Suzano, disse à polícia que o crime foi planejado e executado por comerciantes da região. O delegado seccional de Mogi, Alcides Singilo, disse que Alves negou envolvimento na chacina, mas teria apontado o comerciante Francisco José Druri, 21, e os mecânicos Paulo Sérgio dos Santos Ruiz, 21, e Edilson Pinto da Silva, 20, como os responsáveis pelos assassinatos. Segundo Singilo, Alves teria dito que Ruiz e Silva pegaram com Druri as armas usadas para atirar nos garotos. Druri está preso desde quinta-feira à noite em Mogi. Até ontem, a polícia tentava encontrar Ruiz e Silva, que estão foragidos desde o dia do crime. Druri, dono da padaria Padre Cícero, próxima ao local da chacina, nega envolvimento. Ele afirmou à polícia que sabia que Silva e Ruiz, dono de uma oficina vizinha à padaria, planejavam matar os meninos, mas negou ser o mandante do crime. Segundo Singilo, a hipótese de Alves ter participado da chacina é reforçada porque o acusado é cunhado do dono de uma casa de material de construção assaltada um dia antes da chacina. Os garotos eram acusados de praticar furtos na região. O delegado Marcelo Damas, da Divisão de Homicídios de Mogi, disse que Alves e Ruiz foram reconhecidos como autores do crime por M.S.F., 16, que sobreviveu à chacina. Segundo o depoimento de M.S.F, no dia anterior ao crime Druri conversou longamente com os assassinos. O comerciante teria ainda dado voltas de carro pela praça e apontado os garotos. Na chacina, três homens mataram a tiros João Henrique da Silva Oliveira, 15, André César Valdo, 14, e Romério Silva Alves, 16. Além de M.S.F., o garoto F.M., 13, baleado na barriga, sobreviveu. Ele está internado na Santa Casa de Suzano. Os dois sobreviventes estão sob proteção policial.
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Da Folha Vale e ABCD Duas pessoas morreram e duas ficaram feridas em um acidente com um avião monomotor prefixo PTDEV anteontem à tarde em Atibaia (SP). O avião decolou da fazenda Vale El Dorado, por volta de 16h, e caiu um minuto depois. O juiz Bruno Boschetti Júnior e Thomas Mursymowski, estudante e sobrinho de Bruno, morreram carbonizados. O enterro foi ontem às 15h30 em Santo André. Alexandre Rodrigues Duarte e Sofia Boschetti Duarte ficaram feridos e foram socorridos por moradores da fazenda. Os quatro ocupantes do avião moravam na região do ABC paulista. O Corpo de Bombeiros de Bragança Paulista foi acionado para ir até o local. Quando chegou, por volta de 16h40, os feridos já haviam sido socorridos. Segundo os bombeiros, o avião caiu menos de um minuto após a decolagem, que aconteceu da pista da fazenda, onde acontecem torneios aéreos. O Serviço Regional de Aviação Civil de São Paulo esteve no local para investigar as causas do acidente, mas não soube informar ontem o motivo da queda.
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Das agências internacionais Empresários do Peru e do Equador reuniram-se ontem na ponte internacional que une a cidade peruana de Aguas Verdes à equatoriana de Huanquillas e divulgaram um manifesto conjunto pela paz. O documento foi assinado pelos presidentes da Confiep (Confederação de Instituições Empresariais Privadas do Peru), Arturo Woodman Pollit, da Confederação de Câmaras de Comércio do Peru, Guillermo Arguedas, e da FIE (Federação das Indústrias do Equador), Gustavo Pinedo. Pollit disse que o manifesto não faz alusão a temas políticos ou militares e apenas pede que o conflito na fronteira seja resolvido pela via diplomática. Além dos prejuízos causados aos dois países beligerantes, o conflito atrapalhou as negociações de integração comercial entre o Pacto Andino (Peru, Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela) e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), suspensas esta semana em Caracas.
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Morre ex-presidente da Câmara dos EUA Thomas "Tip" O'Neill Jr., um dos mais influentes políticos dos EUA após a Segunda Guerra Mundial, morreu no fim da noite de anteontem em Washington, aos 81 anos, vítima de parada cardíaca. O'Neill, do Partido Democrata (o mesmo do presidente Bill Clinton), foi presidente da Câmara dos Deputados, o terceiro na linha sucessória presidencial, de 1976 a 1986. Geórgia investiga suposto suicídio O presidente da Geórgia, Eduard Chevardnadze, enviou ontem uma equipe de investigação para o oeste do país para determinar se o ex-presidente e líder rebelde Zviad Gamsakhúrdia se suicidou, como anunciou anteontem sua mulher, Manana. O jornal espanhol "El País", citando o representante de Gamsakhúrdia em Moscou, disse que ele está vivo, em estado grave devido a um ferimento de bala. Ataque a presidente mata 40 no Togo Pelo menos 40 pessoas morreram em Lome, capital do Togo, após mais de cem homens terem atacado o carro e a residência militar do presidente Gnassingbe Eyadema. Entre os mortos estão três civis e sete soldados do governo. As eleições legislativas marcadas para 23 de janeiro foram adiadas por duas semanas. Eyadema, que assumiu o poder em golpe militar em 1967, não estava no local do ataque. AI denuncia violência contra as crianças A Anistia Internacional disse ontem em Londres que as crianças em todos os continentes sofrem tortura, estupros e assassinatos, apesar da introdução há quatro anos da Convenção dos Direitos da Criança da ONU, ratificada por mais de 140 países. O grupo de direitos humanos disse que alguns países, apesar de serem signatários da convenção, permitem que os abusos continuem. Sendero ataca em Lima e no oeste Terroristas do grupo maoísta peruano Sendero Luminoso assassinaram a tiros um homem de 70 anos e duas mulheres durante ataque contra a aldeia de Huamanguilla (oeste). Em Lima, a explosão de um carro-bomba deixou nove pessoas feridas.
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A líder oposicionista de Myanma (ex-Birmânia), Aung San Suu Kyi, libertada anteontem depois de seis anos de prisão, pediu à junta militar do país uma reconciliação, como disse existir na África do Sul. Segundo ela, inimigos devem trabalhar juntos para melhorar a condição do país. Ela pediu a libertação de outros presos políticos e a volta da democracia ao país.
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DJALMA WEFFORT Os peixes de piracema, que procuram a cabeceira dos rios para a desova, estão impedidos de se reproduzir no rio Paraná. O governo do Estado de São Paulo concluiu as obras civis da usina hidrelétrica de Porto Primavera, no Pontal do Paranapanema, mas não proviu a barragem de dispositivos para transposição de peixes. Dourados, pintados e jaús, peixes com até mais de 60 quilos, não conseguem vencer a força das águas turbulentas que passam pelos 16 vertedouros desse imenso paredão de concreto que secciona o rio em mais de 10 quilômetros de largura. Na tentativa de concluírem o seu ciclo natural de reprodução, os peixes investem contra a correnteza, saltam, chocam-se contra os pilares da obra, até que, estressados e feridos, avolumam-se em enormes cardumes, nas alças de proteção da represa. Ali perdem a desova ou são presas fáceis de pescadores de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná atraídos pela falta de fiscalização e facilidade com que abastecem os seus barcos. A impressão que se tem é que Porto Primavera funciona como uma perfeita armadilha onde os peixes, não conseguindo fugir, são vítimas das redes e tarrafas dos predadores. A Cesp, responsável pela construção da hidrelétrica, precisa tomar providências imediatas, sob pena de colocar em risco a sobrevivência das espécies nobres do rio Paraná e comprometer a sua imagem de empresa preocupada com o meio ambiente. Até que se encontre a solução definitiva, é possível que a alternativa mais viável seja hoje a demolição temporária das alças dos vertedouros ou a transposição manual dos peixes a montante da barragem. Quando for inaugurada, em 1996, a hidrelétrica de Porto Primavera inundará extensas áreas de Mata Atlântica, lagoas, várzeas e varjões entre os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. A primeira vítima será a Reserva Lagoa São Paulo, única unidade de conservação do governo estadual nas margens do rio Paraná. As matas e os "pantaninhos" da região abrigam animais em extinção como a onça-preta, o cervo-do-pantanal, jacaré-de-papo-amarelo e o mico-leão-preto; e outros que sequer foram estudados pela ciência, como o putrião uma ave de hábitos exóticos que habita as margens dos rios do Peixe e Aguapeí (SP) e rios Verde e Pardo (MS). A falta de dispositivo para transposição de peixe, escada, elevador ou canal de reprodução, é um preocupante indício do que pode vir a ser Porto Primavera quando formar esse imenso lago de mais de 2.000 km2 de área. Acreditamos, no entanto, que ainda há tempo para se evitar o desastre maior, caso o governo de São Paulo decida efetivamente investir em projetos e programas ambientais na área de influência do reservatório. DJALMA WEFFORT, 43, jornalista, é presidente da Apoena (Associação em Defesa do rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar).
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"Paris Match" afirma que o piloto brasileiro, que morreu em maio de 94, foi o mais talentoso de sua geração De Paris A uma semana do primeiro aniversário da morte de Ayrton Senna, a revista francesa "Paris Match" dedicou sua capa ao brasileiro. O semanário francês publica fotos da bagagem que ele levara à Itália para o Grande Prêmio de San Marino. Naquela corrida, Senna sofreu o acidente que o matou no circuito de Imola, em 1º de maio de 1994. As fotos, de Gianni Giansanti, mostram o conteúdo de uma mala e uma maleta 007 guardadas por Leonardo Senna, irmão de Ayrton, tal como o piloto as deixara e objetos pessoais (veja quadro). "Da extraordinária aventura do piloto mais talentoso de sua geração, restaram apenas algumas lembranças, que um país inteiro vela cuidadosamente", afirma o texto que acompanha as fotos na revista francesa. Dentro da Bíblia que pertencia a Senna, há uma flor seca. Vários versículos são marcados com tinta amarela fluorescente. Entre esses versículos, vários do Livro de Isaías, como: "Porém, os que esperam no Senhor adquirirão sempre novas forças, tomarão asas como de águia, correrão, e não se fatigarão, caminharão, e não desfalecerão." (capítulo 40, versículo 31). Colados do lado interno da capa da Bíblia, dois adesivos um representando o capacete do piloto e outro com a frase "Sorria Jesus te ama", sobre fundo florido. Na casa do piloto em Tatuí (135 km a oeste de São Paulo) também há uma foto autografada do ex-piloto argentino Juan Manuel Fangio, cinco vezes campeão mundial. No retrato autografado, Fangio escreveu em 14 de novembro de 1993: "Ao meu amigo Ayrton Senna, com afeto e admiração". Ao lado, a foto de Senna ilustra o calendário "de um ano cujo fim ele não veria jamais", relata a revista, melodramática. Vídeo A popularidade do piloto Ayrton Senna na França era comparável à de seu maior rival, Alain Prost, quatro vezes campeão mundial. Um exemplo disso é o fato de que uma produtora de vídeo francesa está realizando um documentário sobre a vida do piloto brasileiro. A mesma produtora fizera outro vídeo sobre ele, "Ayrton Senna, o automobilismo no sangue". O vídeo foi realizado após o terceiro título mundial conquistado pelo brasileiro, em 1991. Nele, Senna falava dos acidentes que sofrera: "Você vê o quanto é frágil. Não tem qualquer poder para fazer alguma coisa. Pode desaparecer em uma fração de segundo. Aí você percebe que não é nada e que sua vida pode ter um fim repentino", admite o piloto. "Isso te faz perguntar: 'Vale mesmo à pena fazer isso? Por quanto tempo continuar?' Você sabe que pode encarar situações inesperadas, mas isso é parte de sua vida. Você as encara ou abandona. E eu gosto demais do que faço para abandonar", acrescenta. (André Fontenelle)
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Jantar - O jantar de hoje do presidente será tipicamente britânico. O embaixador Rubens Barbosa levará a comitiva para o Mark's, clube privado do qual é sócio. Antes, FHC vai ao concerto da violinista Anne-Sophie Mutter, no Royal Festival Hall. Dia da Vitória - FHC estará presente aos quatro grandes atos oficiais dos 50 anos do Dia da Vitória. Um é amanhã, a recepção no Guildhall, sede do governo londrino. Os outros três são no domingo: missa de ação de graças na Catedral de São Paulo, banquete oferecido pela rainha Elizabeth 2ª no Palácio de Buckingham, e a cerimônia no Hyde Park. Ministros - A comitiva oficial de FHC em Londres inclui apenas dois ministros, o chanceler Luiz Felipe Lampreia e o ministro-chefe do Gabinete Militar, general Alberto Cardoso.
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Fernando Rodrigues Enquanto políticos, ministros e outros profissionais do otimismo ficam enganando a população, é bom que se diga logo, para o bem dos leitores, que este ano vai ser apenas uma réplica piorada de 1989. Não se trata de previsão pessimista fácil, mas 1994 é um ano perdido antecipadamente por força da conjuntura e da incompetência dos políticos nacionais. O espaço aqui é pequeno, mas precioso para se prestar um serviço público, pois os leitores podem se prevenir melhor para o ano que não vai existir. Nas rodas de pessoas bem-informadas do país já se dá como certo as seguintes catástrofes para os próximos 12 meses: 1) o governo não vai conseguir aprovar um ajuste fiscal perfeito para sanar as contas do país no longo prazo; 2) o déficit público vai continuar a existir; 3) a privatização ficará no mesmo "ritmo Itamar" de 93, durante o qual apenas seis empresas foram vendidas; 4) o Congresso deve receber uma limpeza nas eleições, mas o sistema eleitoral viciado continuará a impor desigualdade na representação dos eleitores. Para completar, Carnaval em fevereiro e clima de Copa do Mundo em maio, junho e julho. As previsões acima são incontestáveis. Não é à toa que a revista inglesa "The Economist" começa o verbete sobre Brasil em 94 com a frase "caos e mais caos". Ocorre agora mais ou menos o que aconteceu em 1989, quando o ex-presidente José Sarney disse que sua maior missão era conduzir o país até as eleições. Itamar Franco não fez essa afirmação, mas já deixou de pegar duro no batente faz tempo. É claro que o presidente não pode admitir o catatonismo ao qual impinge ao país. O ministro Fernando Henrique Cardoso vai continuar dando entrevistas dizendo estar tentanto um acordo democrático com o Congresso. "E la nave và." O mais impressionante disso tudo é que o país nunca teve um ministro da Fazenda com tanto apoio na mídia. Anteontem, o "Jornal Nacional" anunciou em manchete uma "queda nos preços" dos produtos da cesta básica. Uma tremenda ficção, obviamente, porque os preços com a inflação atual podem subir menos, ter baixas momentâneas, mas qualquer analfabeto sabe que isso não dura 15 dias. Ou seja, não serve para nada. FHC tem tudo a seu favor. Alguém se lembra, por exemplo, os infernos que foram as gestões de Funaro, Bresser, Mailson e Zélia, para não citar a dupla caipira Haddad e Krause? FHC deve ficar constrangido quando ouve seu chefe, Itamar, dizer que é favorável à readmissão de mais de 50 mil funcionários públicos demitidos por Collor. Se isso ocorrer, não há dúvida que 94 terá sido pior do que 89. A única vantagem do ano é que Itamar deixa sua cadeira no último dia de dezembro. Não será preciso esperar até março de 95 para a posse do novo presidente. Enquanto isso, tal como em 89, quem tem dinheiro vai ganhar muito mais. Depósitos na poupança dia 11 dão juro real próximo de 4% em 30 dias. Juro real alto assim, em dólar, nem na Alemanha. Fernando Rodrigues é repórter da Folha. Hoje, excepcionalmente, deixamos de publicar o artigo de Tasso Jereissati, que escreve às quintas-feiras nesta coluna.
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Do enviado especial a Curitiba Basta cruzar o Portal de Santa Felicidade para se entrar na "Little Italy" curitibana. O bairro italiano da cidade e não poderia ser diferente é um dos redutos da gastronomia local e traz, ao longo da avenida Manoel Ribas, a 7 km do centro, restaurantes que cobrem de norte a sul a culinária peninsular. Do parque do Cascatinha ao correto Porta Romana, são vários endereços Casa dos Arcos, Castello Trevizzo, Dom Antônio, Famiglia Fadanelli, Madalosso, Veneza etc. O vinho paranense é uma das revelações de Santa Felicidade e poderia haver nome mais adequado para esse território de odores e sabores? Ninguém espere por fermentados que prometem abalar a enologia. Limite a expectativa e fique com o jeito honesto e sem truques do produto. Na Viti-Vinícola Romani Durigan (avenida Manoel Ribas, 6.189), fundada em 1873, além de informações sobre a produção vinícola, podem-se comprar garrrafas de vinho branco, rosê ou tinto. Depois da "pasta & vino", saia pelo bairro devagar, entre nas lojas de artesanato e confira um pouco da história da imigração italiana através de algumas casas de época que ainda sobrevivem. Se quiser, dê uma esticada até o Parque Barigui, nas proximidades. E "arrivederci"! (Federico Mengozzi)
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JAIRO BOUER Especial para a Folha O que fazer quando você acorda com aquela maldita ressaca? Além de se arrepender do "porre" tomado, alguns truques podem ser úteis. O "dia-seguinte" começa com sensação de mal-estar, dor de cabeça, tontura, náuseas, sensibilidade à luz e boca amarga. Nada animador! Esses sintomas são resultado da ação nociva do álcool sobre estômago, fígado e sistema nervoso. O melhor jeito de enfrentar a barra é um bom repouso, bolsas de gelo na cabeça, óculos escuros, beber bastante água (para hidratar o organismo), uso de plasil (para as náuseas) e de medicações como aspirina (para as dores). Baldes de café (com a substância cafeína) reduzem a dilatação dos vasos sanguíneos que irrigam a cabeça e melhoram os sintomas. Beber apenas após estar com estômago cheio, não misturar tipos diferentes de bebida, evitar aquelas com teor alcoólico elevado (vodka, pinga e uísque) e conhecer seus próprios limites com relação ao álcool diminuem a intensidade da sua ressaca. JAIRO BOUER, 28, é médico. Se você tem dúvidas sobre saúde, escreva para o Folhateen.
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Do enviado especial Aida foi uma má surpresa para Ayrton Senna. Depois de dar algumas voltas com um carro de rua pela pista, na quarta-feira, o piloto foi dormir menos intranquilo. O circuito parecia ser liso o bastante para que os problemas que ele enfrentou com as ondulações de Interlagos não se repetissem. Na madrugada de ontem, seu Williams voltou a saltitar como um cabrito contente, perdendo aderência e "escorregando" nas curvas lentas do traçado do circuito japonês. "Na verdade, essa pista é ondulada em vários pontos críticos. A gente sabe que tem problemas com o carro e também sabe que não vai ter solução aqui. Talvez em Imola. Talvez", disse Senna. As modificações testadas em Jerez de la Frontera (Espanha), na semana passada, estão sendo analisadas e preparadas na sede da equipe em Didcot, Inglaterra. Em Aida, segundo Ayrton, "o negócio é dar um jeitinho e empurrar como for". Seu discurso depois do primeiro treino extra-oficial para o GP do Pacífico foi um festival de pessimismo. Eis algumas de suas frases: "O carro é inconstante e de repente a aderência some." "Nas curvas de baixa velocidade não tem aderência, nem tração." "O carro não está de acordo." "A gente não está com o carro na mão'." "Ainda estou brigando com o carro." "Ele é muito sensível e difícil de controlar." "Essa pista é o oposto do que nosso carro tem de bom." Senna disse que tem ainda "tempo disponível", porque andou com o carro pesado, com quase cem litros de gasolina no tanque. A única voz destoante do clima de velório que rondou o piloto brasileiro veio de seu engenheiro, David Brown. Ele foi categórico. "Em pistas velozes nós somos melhores. Vamos ganhar. Temos que ter calma. Esta é só a segunda corrida do ano." Ponto final. A Williams não parece assustada com a Benetton, apesar dos temores de Senna. Dá a impressão de que tudo é uma mera questão de tempo.(FG)
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Software livre, cultura livre, palco livre... Eduardo EGS · Porto Alegre (RS) · 20/4/2007 15:38 · 153 votos Num imenso galpão com estruturas metálicas, acontece todo ano um evento que prima pela liberdade. É o Fórum Internacional Software Livre, o fisl, que chega a sua oitava edição cada vez maior. E mais diversificado. Diferentes tipos circulam pelo local em harmonia. E não haveria por que ser diferente. Todos estão lá por um motivo em comum: o uso de ferramentas livres, baseadas na colaboração. E dentro desse evento, ocorre outra manifestação de liberdade: o Criei, Tive Como!, Festival Multimídia de Cultura Livre do Brasil, que acontece pela segunda vez. Se no ano passado o festival tinha um estande acanhado, num dos cantos doCentro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre, agora as coisas foram bem diferentes. E Como! Um estande central foi montado, com direito a banquinhos brancos e cortinas feitas com tubo de plástico, o que garantiu o resultado mais bonito entre todos os estandes, sem dúvida. Mas não ficou só por aí (e não mesmo!). O espaço contou com um estúdio de rádio e um estúdio de TV em pleno estande, que projetou vídeos o tempo inteiro, chamando a atenção dos participantes. Comandadas por Gabriel Menotti, do Cine Falcatrua, as projeções não seguiam uma programação prévia. " Ano passado a gente preparou um mote especial pra cá, que passava num horário determinado. Nesse ano, a gente tá controlando a transmissão 24 horas, conta. Foi feita uma grade de programação de 36 horas, com materiais da internet e enviados através de uma convocação especial para o festival, mas o que se viu por lá foram pessoas levando seus vídeos para passar sem marcar hora, bem no espírito colaborativo da cultura livre. "Naturalmente, você fazendo a programação do lado do espaço de exibição, as pessoas têm acesso não só a tela como ao dispositivo de controle e também a nós, que estamos controlando a estrutura. Então você tem um diálogo muito maior entre os projecionistas e o público, completa. Sem dúvida, houve uma evolução no comparativo com o ano anterior. Quem confirma isso é o Vj pixel, que viu o festival crescer: " Esse ano a gente tem uma estrutura bem maior, que não atinge só o público que tá circulando pelo fisl, mas atinge as pessoas que acessam o site do fisl na internet também, porque a gente tem uma TV e uma rádio que tão sendo exibidas aqui internamente. A gente tem um telão e uma caixa de som com a programação da rádio, mas tem também streaming desse material que a gente tá produzindo, que é onde tá a maior parte do público. Mas a evolução não ficou só na estrutura do estande e dos conteúdos. O famoso show de abertura do festival também cresceu e se diversificou. Realizada no Teatro do Sesi, local ao lado do espaço do fisl, a noite começou com os gaúchos da Bataclã FC, que entraram no palco com uniformes do DMLU, oDepartamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre e abriram o show com o clássico Amigo Punk. A certa altura, o vocalista Richard Serraria chamou o público que dançava na fila do gargarejo a subir ao palco, com o comentário "É software livre, é palco livre, mas acho que a cara feia dos seguranças não motivou o pessoal a se arriscar. Não que isso tenha sido problema: Richard acabou o show no meio da massa, cantando com as mãos pra cima, pra alegria de todos. A segunda atração foi oDJ Dolores, que antes de tocar comentou que muita gente considerava que fazer música no computador era como enviar um e-mail, uma atividade burocrática e sem vida. Pra fechar o seu discurso, largou um "Então me dêem licença que eu vou ali passar um e-mail, sob os aplausos do público. O ponto alto foi o dueto com a rabeca do Maciel Salustiano, filho do Mestre Salustiano, que fizeram uma performance de arrepiar. Na seqüência, vieram os DJs Lucio K e JC, ganhadores do Overmixter, Concurso de Remixes Brasil-África do Sul. O sul-africano JC abriu os trabalhos com o seu remix vencedor e convidou o público a bater palma enquanto a mistura sonora invadia o recinto. Em seguida, foi a vez do Lucio K, com o seu remix vencedor Tudo Vem da África e com uma faixa do seu último disco, que mistura carimbó com música eletrônica, agitando a platéia. Pra valer: " No final, ainda recebi de um espectador um dos melhores elogios possíveis: "fiquei impressionado com o groove que você tem, mesmo sendo branco assim!, diverte-se o Lucio. Encerrando a noite, os pernambucanos do Mombojó fizeram um ótimo show, com o público cantando junto e dançando. No final, o vocalista Felipe S. convidou o povo pra subir ao palco, e ao contrário do show da Bataclã, o convite foi aceito, com uma galera invadindo o palco e pulando muito, pelo menos até a hora em que os seguranças começaram a tirar todo mundo de lá. Mas foi uma bela forma de terminar a festa, com alegria e empolgação, características que marcaram não só os shows como os três dias de Criei, Tive Como!. E no que depender do Vj pixel, que pela segunda vez fez a ambientação visual do show (esse ano ao lado do inglês Salsaman), o Criei tem tudo para melhorar cada vez mais empolgante: "A gente gostou muito da estrutura que tem aqui, todo mundo tá adorando fazer. Nossa intenção é, terminando o evento, refletir sobre isso e escrever um relatório sobre o que foi bom e o que foi ruim, pra no ano que vem fazer uma estrutura semelhante, mas ainda melhor". Pelo que vi nos três dias de evento, tenho certeza que esse objetivo vai ser alcançado.
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Da Reportagem Local Para Carlos Antonio Luque, presidente da Ordem dos Economistas de São Paulo, o governo "não tem capacidade, por enquanto, de desenvolver o crescimento auto-sustentado". Segundo ele, o país perdeu a capacidade de investir. Nos anos 70, empregava-se na produção o equivalente a 25% do PIB. Hoje a taxa não ultrapassa 16%. Luque entende que a expansão sólida da economia não virá "enquanto não se recuperarem as poupanças pública e privada e a expectativa do empresariado quanto aos rumos da economia". Fora disso, o país vai continuar vivendo ciclos alternados de crescimento e recessão, ao sabor das variações conjunturais, diz. "Desde abril a economia está em declínio e não se observa nenhuma expectaiva melhor nem capacidade do governo de rearticular e capacitar investimentos", afirma Luque. Os números da Confederação Nacional da Indústria também mostram o compasso de espera. A produção cresceu 8%, mas as as horas trabalhadas caíram 2,4%. O economista Flávio Castelo Branco acredita que os juros elevados e o impacto o Plano FHC devem proporcionar um primeiro trimestre morno, muito diferente dos superaquecidos três primeiros meses de 1993. (EBe)
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O rio Ceará transbordou alagando a vila onde moram os descendentes dos índios Tapebas, em Caucaia. Cerca de 600 pessoas ficaram desabrigadas. A enchente foi causada pelas chuvas do último fim-de-semana. Os índios querem ir para área demarcada pela Funai. Ceará 2 O Instituto dos Cegos do Ceará comprou um computador que imprime em código braile. O equipamento vai permitir que os cegos leiam jornais, livros e outros artigos em linguagem escrita. Os textos são digitados no computador e impressos em código braile. Bahia 1 A Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial decidiu reajustar os preços das multas de apreensão de animais nas estradas. A multa agora é de CR$ 15.000,00. A medida visa reduzir a presença de animais nas pistas, motivo de vários acidentes. Bahia 2 O governador Antonio Imbassahy assinou decreto garantindo isenção de ICMS na compra de carros para táxi no Estado. A medida beneficia o taxista que exercia a atividade até 29 de março em veículo próprio. Com a isenção, o preço dos carros cai 10.65%.
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Piloto não mede seus atos para alcançar vitórias; o acidente no Brasil foi um castigo para essa voracidade FERNANDO RODRIGUES Da Reportagem Local Não passa de mito o bom-mocismo de Ayrton Senna. Fruto do imaginário popular, essa suposta veia altruista do piloto brasileiro não tem relação com a verdade. Sua derrota no GP do Brasil foi uma espécie de castigo para sua desmedida voracidade por destruir adversários sem se importar com os meios. Quando a Willians pilotada pelo brasileiro rodou na pista de Interlagos, um fato de quatro anos atrás me veio à memória para ilustrar o caráter desse adorado piloto de Fórmula 1. O cenário era a bucólica Suzuka, no sul do Japão, onde é disputado o GP daquele país. O ano era 1990. Para Senna sagrar-se campeão por antecipação, bastava que o francês Alain Prost não pontuasse. Antes da corrida, esse era o assunto que dominava as rodinhas de jornalistas e pilotos nos boxes. Ninguém ousava perguntar para sua majestade Senna se ele considerava a possibilidade de forçar a saída de Prost da prova. Mas era exatamente isso que o brasileiro queria. Para complicar, o circuito de Suzuka tinha uma peculiaridade: era melhor sair em segundo do que em primeiro: o lado da pista onde ficava o pole position era menos emborrachado que o do segundo colocado no grid de largada. Burramente, Senna conquistou a pole e Prost ficou em segundo. O francês teria muito mais arranque na hora de largar. De uma maneira estúpida, fazendo pressão nos bastidores, o brasileiro tentou inverter o lado da saída. Não deu certo, é claro. Prost também não é flor que se cheire. Era quase certo que o brasileiro perderia a dianteira logo na primeira curva. E ele não estava disposto a isso. Pouco antes da largada, um repórter perguntou diretamente a Senna sobre seus planos. "Você considera a possibilidade de um acidente para tirar Prost do GP?", foi a pergunta. O piloto brasileiro se irritou e disse que não responderia. Diante da insistência do repórter, Senna ameaçou agredi-lo. O jornalista, impassível, repetiu a pergunta. Chegou a turma do deixa-disso e não houve briga. Para quem acompanha Fórmula 1, o final dessa história é conhecido. Segundos depois da largada do GP do Japão em 1990, Senna forçou uma ultrapassagem sobre Prost na primeira curva. Não deu. Bateram. Os dois pilotos ficaram fora da corrida. E Senna foi campeão. Esse é o Ayrton Senna verdadeiro. Uma praga quando quer conquistar alguma coisa. No Brasil, ele rodou sozinho. Sorte de Michael Schumacher, que não estava por perto. Os adversários que se cuidem. Futebol A histeria em torno da escalação da seleção brasileira de futebol acabou relegando a segundo plano uma discussão mais importante: a falta de calendário. O assunto é chato, quase insuportável, mas fundamental para que o país volte a ser vencedor em nível internacional com sua seleção, um time perdedor desde 1970. Por causa do calendário destrambelhado da CBF, é virtualmente impossível dizer no momento se jogadores como Edmundo e Palhinha devem ou não ser convocados. Os dois passam por uma má fase profunda. Submetidos à maratona de jogos em seus clubes, alternam duas situações: 1) ficam fora da partida porque estão machucados ou 2) jogam mal. Quem já viu esses dois jogadores atuando sabe que fazem parte da constelação de primeira grandeza do futebol brasileiro. O ano está passando e ninguém da CBF fala no assunto. Tudo bem que a Copa do Mundo esteja aí. Pelo jeito é preciso mais um fracasso para que os dirigentes do futebol dêem mais atenção para o planejamento do esporte.
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O príncipe Edward, do Reino Unido, que também tem o título de duque de Kent, chega ao Brasil na terça-feira para uma visita de três dias. Ele dirige o Escritório de Comércio Exterior Britânico e deve se reunir com o presidente Fernando Henrique Cardoso e o com o chanceler Luiz Felipe Lampreia. México confirma prisão de zapatista Fernando Yáñez Muñoz, suposto líder do grupo mexicano Exército Zapatista de Libertação Nacional, foi declarado formalmente preso pela Justiça federal, por posse de arma reservada das Forças Armadas. Ele foi preso no sábado e diz ter sido torturado na prisão. Avalanche mata 16 na Islândia Pelo menos 16 pessoas morreram por causa de uma avalanche que atingiu a vila de Flateyri (noroeste da Islândia, país insular próximo ao Ártico). Há quatro desaparecidos. Há 17 casas soterradas pela neve. Corte espanhola quer investigar ministro A Suprema Corte da Espanha pediu ao Parlamento licença para investigar o ex-ministro do Interior José Barrionuevo, suspeito de participação no escândalo GAL (Grupos Antiterroristas de Libertação, acusados da morte de separatistas bascos). Barrionuevo é membro do Parlamento. EUA acusam mãe de pôr filha em forno Veronica Russell, 25, foi indiciada ontem pela polícia de Columbus (Ohio, EUA) por ter supostamente posto sua filha de dois anos no forno do bar de uma escola. A criança foi retirada a salvo por funcionários da escola, que prenderam a mulher. França volta a vender armas a Taiwan O governo da França enviou 550 mísseis antiaéreos a Taiwan, rompendo promessa feita à República Popular da China de que não armaria o governo da ilha. Taiwan (capitalista) e a China (comunista) são inimigos. A China disse que as boas relações com a França dependem da manutenção do acordo. Rebeldes chacinam 30 em Serra Leoa Ataque atribuídos a guerrilheiros deixaram 30 mortos em Serra Leoa (oeste da África), incluindo mulheres e crianças. Os civis foram queimados vivos ou decapitados, nas cidades de Bo e Moyamba (sul). Assassina de Selena pega prisão perpétua Yolanda Saldívar, ex-presidente do fã-clube da cantora Selena, foi sentenciada à prisão perpétua, pela morte da sua artista preferida. Na segunda-feira, o júri havia anunciado que ela era culpada. Ontem saiu sua pena. O crime aconteceu em março. Ela matou a cantora após uma discussão sobre dinheiro. Yolanda chorou ao ouvir a pena. Barco afunda em rio da Índia e mata 26 Pelo menos 26 pessoas morreram quando um barco de passageiros afundou no rio Ganges (leste da Índia). Viajavam no barco 80 pessoas. A polícia indiana acredita que todas as pessoas a bordo podem ter se afogado. O navio ia de Calcutá para Puri, um trajeto de 200 km.
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Da Reportagem Local Morreu na noite de anteontem a primeira vítima de raiva no Estado de São Paulo nos últimos dois anos. O bancário Toshio Tomito, 35, de Araçatuba (532 km a noroeste de SP), foi mordido por um cachorro da família há cerca de 40 dias. Ele estava internado havia uma semana no Hospital Emílio Ribas de São Paulo. O último caso de raiva humana no Estado foi registrado em 92 na cidade de Araras (170 km a noroeste de SP). Nos últimos oito anos, dez pessoas morreram em cidades do interior. Araçatuba é uma das quatro regiões do Estado onde o número de cães atacados pela raiva vem crescendo muito. Ontem, mais um cão doente foi diagnosticado na cidade, passando para 21 o número de cachorros loucos identificados no último ano. A situação é mais preocupante na região de Andradina (680 km a noroeste de SP), onde 50 cães doentes foram diagnosticados no ano passado. As cidades de Mirandópolis (vizinha a Andradina) e Leme (190 km a noroeste de SP) também apresentam casos. Em todas essas cidades estão sendo feitos os "arrastões da raiva". Sempre que um cachorro é identificado, todos os cãs e gatos daquele bairro são vacinados. Por causa da vacinação, o último caso de raiva humana na cidade de São Paulo foi registrado em 81. O último caso de cachorro louco ocorreu em 83. Giselda Katz, diretora da Divisão de Zoonoses do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde (CVE), disse que o caso de Toshio Tomito está mobilizando as cidades do interior. Segundo a médica, a raiva só será contida com a vacinação e a captura de animais sem donos. Os proprietários de cães e gatos devem vaciná-los uma vez por ano e evitar que tenham contato com animais de rua. Pessoas vítimas de arranhões ou mordidas de cães desconhecidos ou que não foram vacinados devem procurar os serviços da Saúde. Medicada a tempo, a pessoa não corre riscos. A preocupação no momento é com dois outros familiares de Tomito que teriam sido mordidos pelo mesmo cão. Segundo os médicos, uma vez infectada, a pessoa demora em média de 30 a 45 dias para manifestar a doença. Em todos os casos, a raiva é fatal. O corpo de Tomito foi transportado de São Paulo para Araçatuba ontem à tarde. A família ainda não tinha decidido se seria enterrado na cidade ou retornaria para São Paulo para ser cremado. (Aureliano Biancarelli)
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ANDRÉ FONTENELLE De Paris A Holanda espera que os diques dos rios Waal e Meuse resistam à ascensão das águas, que ameaçam provocar a pior enchente no país em quatro décadas. Até o final do dia de hoje, 250 mil pessoas deverão ter sido evacuadas de zonas de risco. Soldados e mergulhadores foram convocados para reforçar os diques. Caso estes se rompam, cidades abaixo do nível dos rios podem ficar sob até 5 metros de água. Áreas que haviam sido evacuadas dias antes permanecem inundadas. A rainha Beatriz visitou a região para examinar os estragos. As auto-estradas holandesas foram congestionadas pela população em fuga, que deixou para trás verdadeiras cidades-fantasmas. O governo anunciou leis excepcionais, que prevêem julgamento sumário de eventuais saqueadores. O corpo da segunda vítima das enchentes na Holanda foi encontrado ontem. Nos outros países atingidos —principalmente França, Bélgica e Alemanha—, as águas continuam a baixar. Na França, a situação melhorou no oeste, mas continua preocupante em Charleville (nordeste), onde o rio Meuse baixa lentamente. Na Alemanha, o rio Reno começou a baixar. Ele atingira 11 metros, nível mais alto desde 1926, inundando Colônia. No norte da Inglaterra, um homem morreu afogado após ter se recusado a abandonar sua casa. Os mortos pelas chuvas no continente somam 29. A França, país mais atingido, tem 16 vítimas.
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Free-lance para a Folhinha Os cientistas dizem que os tubarões só atacam por vingança nas histórias de faz-de-conta, como em "Tubarão", de Steven Spielberg. Fábio Hazin estuda por que os tubarões estão atacando surfistas em Recife há quase um ano. Segundo ele, os tubarões, que têm o hábito de seguir navios, gostaram da idéia de comer a comida jogada pelos barcos perto do porto. Seguindo os navios, eles ficam mais perto das praias. O porto de Suape é diferente do de Recife porque suas águas são mais fundas e mais salgadas. Tubarões gostam de águas assim. No porto também existe uma corrente marinha que sai do sul do país em direção ao norte. A corrente leva os tubarões para perto das praias, onde eles encontram mais "comida": os surfistas. Alguns cientistas dizem que o tubarão é um bicho muito curioso, mas como não tem mãos, "pesquisa" com boca o que acha que pode virar um bom almoço. Quando percebe que não mordeu um peixe, o tubarão solta sua presa. Muitas vezes, os surfistas morrem porque a mordida do bicho é muito forte e, sem querer, o tubarão acaba arrancando um pedaço. Quase sempre, os surfistas entram sozinhos na água e não há ninguém para socorrê-los. Os cientistas da universidade de Pernambuco dizem que não há como resolver o problema, porque o porto não pode fechar. Eles pensam em colocar redes nas praias perigosas até o final do ano, para impedir que os tubarões cheguem perto das pessoas. Mas Gadig diz que isso não vai resolver o problema. "Na África do Sul, onde há muitos tubarões, isso não deu certo." Para ele, o que funciona é aprender a conviver com os tubarões. "O governo deve fazer campanhas para ensinar as pessoas a não entrar na água sozinhas e nos horários em que os tubarões se alimentam, pela manhã e à tardinha." Gadig diz que isso já foi feito na Califórnia (EUA) e deu certo. Lá, havia muitos ataques de tubarões brancos, um dos mais perigosos.
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* Deslizamento mata três irmãos em SC * Joinville tem primeiro caso de leptospirose * Marabá tem mais de 3.700 desabrigados * SP tem chuva recorde em março desde 1930 Da Reportagem Local As chuvas já causam transtornos neste final de verão. Desde o início do mês, os temporais castigam várias regiões do país, de norte a sul. Em Florianópolis (Santa Catarina), três crianças morreram e uma ficou gravemente ferida devido ao um deslizamento de terra. Joinville, que também sofre com as enchentes, registrou o primeiro caso de leptospirose do Estado, doença que já matou 19 pessoas em São Paulo este ano. A Prefeitura de Marabá (420 km ao sul de Belém-PA) iniciou campanha de vacinação em massa nos bairros atingidos pelas enchentes dos rios Itacaiúnas e Tocantins. A cidade já tem mais de 3.700 desabrigados. Já São Paulo ainda vivia ontem os efeitos da chuva recorde que atingiu a cidade na noite de quinta-feira. Entre 21h e 23h, choveu 106 mm, índice mais alto no mês de março desde 1930. O temporal causou acidentes e congestionamentos em todas as regiões da cidade.
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* Em entrevista à TV canadense, o piloto da F-Indy Jacques Villeneuve, filho do lendário Gilles, afirmou que não foi sondado por nenhuma equipe da F-1 para a temporada de 1995. "A F-1 é totalmente diferente. Mas reconheço que me atrai", disse Villeneuve. * A segunda curva após a reta dos boxes do circuito canadense será batizada com o nome do piloto brasileiro Ayrton Senna, que morreu no circuito de Imola, durante o GP de San Marino. Para a corrida de hoje, os organizadores prometeram pintar no asfalto da curva a mensagem "Salut Ayrton!", além de uma bandeira do Brasil. * Na linha de chegada, já existe uma inscrição no asfalto: "Salut Gilles!", homenagem ao canadense morto em 1982, que também dá nome ao circuito. * O mais veterano em GPs do Canadá é o italiano Andrea de Cesaris. Desde 1980, o piloto participou de todas as edições da corrida, sendo seu melhor resultado um 3º lugar em 89, pela extinta Dallara. * De Cesaris, este ano, defende a Sauber, na vaga deixada pelo piloto austríaco Karl Wendlinger, que se recupera de acidente sofrido nos treinos para o Grande Prêmio de Mônaco. Seu contrato vale pelo resto da temporada. * Wendlinger foi transferido há uma semana para a Unidade de Tratamento Intensivo da Clínica Universitária Innsbruck, em Viena, e deverá ficar internado nos próximos quatros meses para se recuperar do acidente, que o deixou em coma profundo durante três semanas. Em sua edição de sexta-feira, o jornal austríaco "Tiroler Tageseintun" garante que Wendlinger terá "100% de recuperação e retornará às pistas da F-1". * "Acredito que exista uma chance real de Wendlinger voltar às corridas de Fórmula 1, mas não posso prometer isso. Afinal, ele hoje não é o mesmo de antes do acidente", disse o dr. Erich Schmutzhard. O boletim oficial dos exames neurológicos realizados em Wendlinger revelaram que ele não ficará paralítico e nem terá dificuldades para falar, como os médicos temiam.
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Mais de cem praias, trilhas e visibilidade de até trinta metros para mergulho atraem ecoturistas para o local RODRIGO LEITE Enviado especial à Ilha Grande (RJ) Não há carros, não há badalação, há poucos turistas em algumas partes, nenhum, há colônias de pescadores, há praias limpas e águas transparentes. E o mais legal: a Ilha Grande (RJ), que abriga toda esta maravilha, não fica muito longe. São mais de cem praias, algumas minúsculas. O acesso é só por barco, a partir de Angra dos Reis (cidade à qual a ilha está ligada administrativamente) ou de Mangaratiba. Em seis horas de ônibus a partir de São Paulo e mais uma hora e meia de barco chega-se lá. Já para andar no interior da ilha são outros quinhentos. Por medida de segurança, devido ao presídio instalado por lá, não há carros no local. Assim, para ir de uma praia a outra é necessário recorrer a trilhas ou barco. As trilhas, é verdade, exigem um preparo físico razoável. A Ilha Grande é muito montanhosa, e assim, para ir de uma praia a outra, há uma sucessão de sobes e desces aparentemente interminável. Leve água não há garantia de achar uma fonte, vá calçado e procure andar com alguém que já conheça o lugar. A outra grande atração são os mergulhos. As águas são claríssimas e a visiblidade pode chegar a trinta metros. Só com máscara e snorkel, dá para ver cardumes multicoloridos. Na ponta da praia Vermelha, um navio afundado faz a festa dos mergulhadores. Dali, a meia hora de barco, fica o Saco Grande, habitat de lulas, raias e outros bichos. Próximo à praia Vermelha fica um dos pontos mais exóticos da ilha, a gruta do Acaiá. Ela tem duas entradas: uma por terra, descendo uma precária escada de madeira e arrastando-se por um estreito túnel de cerca de vinte metros; e outra pelo mar, mergulhando e passando sob a entrada na rocha junto ao costão. Mas cuidado, é praticamente impossível entrar pelo mar sem equipamento de mergulho autônomo! Dentro da gruta, a sensação estranha fica por conta de só conseguir ver qualquer coisa que estiver na água. Isso acontece por que a única entrada de luz para a gruta acontece pela água. Próximo à ilha no máximo uma hora de barco ficam outras ilhas encantadoras: a Gipóia, com belas praias, as Botinas, boas para mergulho, e as próprias praias de Angra. Esses passeios são quase obrigatórios para quem fica na praia Vermelha, no oeste da ilha. Outras atrações ficam no lado da ilha que se abre para o oceano. Nesta parte, o sul da ilha Grande, sucedem-se as praias do Aventureiro, do Sul e do Leste (estas duas são uma reserva ambiental, e para ficar nelas é necessário ter autorização dos fiscais que ficam no Aventureiro), da Parnaioca, do Presídio (use o bom senso e nem tente desembarcar nela) e de Lopes Mendes. Por fim, o programa "cabeça". Próximo à vila do Abraão, há as ruínas do antigo presídio, onde ficaram presos Luis Carlos Prestes e Graciliano Ramos, por exemplo. Se você leu "Memórias do Cárcere" (ou assistiu ao filme), há de ficar emocionado andando por lá. O jornalista RODRIGO LEITE viajou a convite da Radama Ecoturismo.
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Piloto admite que não esperava perder para Schumacher em Interlagos e promete recuperação no próximo GP Da Reportagem Local Nem Ayrton Senna, nem a Williams esperavam ser derrotados na abertura do Mundial de Fórmula 1, domingo passado em Interlagos. O piloto brasileiro admitiu que o resultado foi "uma ducha d'água fria" no time. A corrida foi vencida pelo alemão Michael Schumacher, da Benetton. Senna usou a expressão num breve diálogo que travou com o humorista e apresentador de TV Jô Soares diante de 2.000 convidados anteontem à noite na festa de lançamento da marca alemã de carros Audi. O evento aconteceu num hangar da Varig no aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo) e contou com a presença de vips de todos os matizes. Estiveram lá Francisco Cuoco, Chiquinho Scarpa, Angélica, Marta Rocha, Romeu Tuma, Tom Cavalcante e Wilson Fittipaldi Jr., entre muitos outros. Jô foi contratado para fazer o show que encerrou a festa, regada a uísque e vinho branco importados, salgadinhos e frios preparados pelo bufê do restaurante The Place. O humorista chegou às 22h30, desembarcando de um Boeing de carga da Varig que "estacionou" diante do hangar convertido em teatro. Desceu num Audi conversível e dirigiu o carro até o palco. O show durou 20 minutos. Senna evitou falar muito de Fórmula 1. Recebeu com bom-humor as brincadeiras de Jô sobre a rodada que o tirou do GP Brasil, na 56ª volta da corrida, e prometeu se recuperar na próxima etapa o GP do Pacífico, marcado para o dia 17 de abril em Aida, no Japão. Ontem foi completado o lançamento dos carros Audi, que Ayrton passa a importar com exclusividade para o Brasil através de sua empresa Senna Import. O piloto reuniu a imprensa especializada em Interlagos para apresentar os quatro modelos que estarão à venda nos próximos dias com preços entre US$ 55 mil e US$ 92 mil. Senna deve passar o feriado da Páscoa em sua casa de praia, em Angra dos Reis (RJ), e na segunda-feira embarca para a Espanha para uma sessão de três dias de testes a partir de quarta. A Williams vai levar seus carros até o autódromo de Jerez de La Frontera que promovia o GP espanhol até 90. A pista, estreita, travada e ondulada, tem características semelhantes às de Aida, o que vai ajudar na preparação da equipe para o GP do Pacífico.(Flavio Gomes)
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Do enviado a Imola Max Mosley, presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), afirmou ontem em Imola, Itália, que a F-1 é "útil" e deveria ser utilizada pela indústria automobilística como laboratório para pesquisa de itens de segurança dos veículos. "Depois de tudo o que aconteceu aqui (em Imola) no ano passado, conseguimos fazer com que os carros ficassem mais seguros", disse o advogado inglês, se referindo às mortes de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna. Segundo o dirigente, a preocupação da FIA com a segurança extrapola o campo esportivo. Citando estatísticas, disse que a segurança ainda é um campo pouco explorado pelos fabricantes e pouco cobrado pelos governos. "A F-1 pode, como já fez em outros setores de pesquisa, auxiliar a indústria no desenvolvimento de dispositivos de proteção." Quanto às queixas da Ferrari sobre a polêmica da gasolina no Brasil, Mosley disse que a decisão foi do tribunal de apelações da FIA e não sua. (JHM)
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Da Agência Folha, em Belém O prefeito Haroldo Bezerra (PSDB) deverá decretar, hoje, estado de emergência no município de Marabá (420 km ao sul de Belém/PA) devido à elevação do nível das águas dos rios Itacaiúnas e Tocantins. Há 3.750 desabrigados em Marabá. As enchentes estão desabrigando moradores nas cidades do sudeste do Pará, sul do Maranhão e norte de Tocantins. O assessor de Comunicação Social da Prefeitura, João Salame Neto, informou, ontem, que o nível dos rios deve aumentar hoje por causa das chuvas que atingem as cidades maranhenses e tocantinenses banhadados pelos rios e seus afluentes. "O sol até que apareceu, mas vamos sofrer o repiquete que vem das águas que caíram nessas cidades", disse ele. O nível das águas estava, ontem, em 11,75 metros acima do nível normal. Quando atinge 12 metros é decretado o estado de emergência. A Defesa Civil de Marabá informou que a rodovia PA-150, que liga o sul ao norte do Estado, está interrompida em dois pontos, a 630 km de Belém. Os rios tomaram conta do leito da rodovia e as pontes estão em estado precário.
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O piloto alemão conquista a primeira pole position de sua carreira e supera marca do inglês Nigel Mansell Do enviado especial a Mônaco O alemão Michael Schumacher, folgado líder do Mundial de Pilotos, teve ontem mais um dia luminoso nas ruas de Mônaco, transformadas em autódromo. Quebrou o recorde do circuito e, com isso, obteve a primeira pole position de sua carreira de 41 GPs, 5 vitórias, 139 pontos marcados. Apesar de conquistar a pole, Schumacher largará da segunda fila, ao lado de Mika Hakkinen. Os dois lugares da primeira fila não serão ocupados em homenagem aos pilotos Ayrton Senna e Roland Ratzenberger, que morreram no circuito de Imola há duas semanas. Schumacher cravou 1min18s560, quase um segundo menos do que o 1min19s495 do inglês Nigel Mansell, titular do recorde anterior, obtido em 92. O brasileiro Christian Fittipaldi largará em 6º lugar, atrás de Hakkinen (MacLaren), Gerhard Berger (Ferrari), Damon Hill (Williams) e Jean Alesi (Ferrari). Christian festejou: "O carro é competitivo". O piloto da Footwork marcou 1min21s053, dois e meio segundos menos do que na primeira sessão de qualificação, na quinta-feira. O outro brasileiro, Rubens Barrichello, ficou com a 15ª posição, com o tempo de 1min22s359, igualmente quase 2,5 segundos menos do que na quinta-feira. Rubinho, embora diga que está "mais satisfeito", continua sofrendo os efeitos de seu acidente em Imola, há duas semanas. "Não estou dando tudo o que sei que posso, porque ainda estou me recuperando do acidente", afirmou. Schumacher é o único piloto que não tem do que se queixar. Depois de obter sua primeira pole, disse o óbvio: "Estou confiante para amanhã (hoje), porque o carro trabalhou bem a semana toda". O finlandês Hakkinen disse que o motor ainda tem que melhorar. "Precisamos de mais força", queixou-se, apesar de ter feito um bom tempo (1min19s488), igualmente abaixo do recorde anterior. Já Berger reconhecia que fôra ao limite permitido pelo carro e que os problemas ainda existentes levarão "duas ou três corridas" para serem inteiramente resolvidos. O austríaco marcou 1min19s958. O 52º GP de Mônaco começa às 15h30 (10h30 em Brasília) e será o último com a atual aerodinâmica dos carros. Para o GP de Barcelona, dia 29, começam a entrar em vigor as alterações anunciadas anteontem pela FIA. Os três pilotos que melhor posição obtiveram ontem não quiseram comentar as alterações. Schumacher alegou, em nome deles, que estiveram muito ocupados com a preparação para a corrida e só depois dela e de discutir as alterações com os técnicos se sentiriam em condições de opinar. (Clóvis Rossi)
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EUGÊNIO NASCIMENTO Da Agência Folha, em Aracaju A reprodução de tartarugas marinhas deverá ser recorde neste ano na costa brasileira. O projeto Tamar (Tartarugas marinhas) pretende levar ao mar até abril 300 mil filhotes de tartarugas marinhas em todo o país. Vinculado ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o projeto colocou no mar 240 mil filhotes de tartarugas na temporada 93-94. Apesar do aumento da população de tartarugas na costa brasileira, o risco de extinção da espécie não está definitivamente afastado. Até o ano 2.000, segundo avaliação do Tamar, as pequenas tartarugas ainda estarão sujeitas à ação de tubarões e pescadores. As que sobreviverem, se tornando adultas, consolidarão o processo de preservação da espécie. A presidente da Fundação Pró-Tamar (entidade não-governamental que atua junto com o Ibama), Maria Ângela Morcovalde, disse que são positivos os resultados alcançados pelo projeto. "O Tamar realiza no Brasil um trabalho vitorioso, mas falta apoio da iniciativa privada. Precisamos de patrocinadores. Contamos com apoio apenas da Petrobrás", disse. Segundo o engenheiro de pesca César Coelho, coordenador do Tamar em Sergipe e Alagoas, as tartarugas necessitam de proteção, apesar da alta taxa de reprodução. A proteção, segundo ele, consiste em evitar que os filhotes fiquem presos em redes de pesca ou sejam capturados para consumo. Segundo o engenheiro, somente agora as primeiras tartarugas levadas ao mar em 1982 pelo projeto estão atingindo a fase adulta. Em 82 foram produzidas apenas 2.000 tartarugas. "Agora há tendência de estabilização do projeto", disse Coelho. Em Sergipe, onde funcionam três bases do Tamar —Pirambu, Ponta dos Mangues e Abaís— a previsão é de que em 95 pelo menos 36 mil tartarugas sejam lançadas ao mar. Em 93-94, a reprodução atingiu 26 mil. Em 13 anos do projeto no Estado, foram produzidos 200 mil filhotes. No Brasil, a reprodução atingiu 1,5 milhão. O Tamar tem bases em Sergipe, Alagoas, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. A Bahia, que conta hoje com cerca de 500 tartarugas marinhas desovando sob proteção do Ibama, responde por 45% da reprodução no país. O segundo colocado é o Espírito Santo, com 20% e em seguida vem Sergipe, com 18%. Pernambuco tem 5% da reprodução, em Fernando de Noronha. Os 12% restantes estão espalhados nos Estados com bases do Tamar. Adoção Técnicos do Ibama realizam em todo o país uma campanha de adoção de tartarugas para obter recursos para a preservação. Quem adotar uma tartaruga paga uma taxa anual de R$ 45,00. Em troca, recebe uma camiseta, um "botton", um certificado e concorre a uma passagem para Fernando de Noronha ou praia do Forte, em Salvador, e passa a ter o direito de acompanhamento das ações do dia-a-dia do Ibama na preservação do animal. Os recursos vão para as bases do Tamar, clubes ecológicos, hortas comunitárias e na conquista de aliados na proteção da tartaruga.
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Da Folha ABCD O corpo do sindicalista Oswaldo Cruz Júnior, assassinado no dia 6 de janeiro pelo cobrador José Benedito de Souza, o Zezé, foi exumado na manhã de ontem no cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo. A exumação, solicitada pelo promotor de Santo André, Marcelo Milani, foi coordenada pelo médico-legista Fortunato Badan Palhares. Palhares chegou ao cemitério às 8h acompanhado do médico-legista Antônio Noel Ribeiro. Após a exumação, o corpo foi levado para o pronto-socorro de São Bernardo, onde foram feitas várias radiografias. Em seguida o corpo foi transferido para o IML (Instituto Médico Legal) de São Bernardo. Segundo Palhares, as primeiras impressões são de que existe fratura no crânio do corpo de Cruz e fragmentos metálicos nos arcos costais (região do tórax). Após uma análise preliminar de três horas, Palhares disse que levaria para Campinas fragmentos ósseos do corpo para determinar a trajetória dos disparos e o número de balas que Cruz teria recebido."Não tenho condições de adiantar nenhuma conclusão. Só vou poder fazer isso daqui a 25 dias." Reconstituição A Polícia Civil de Santo André realizou ontem a reconstituição da morte de Cruz. O exame pericial contou com a presença de Zezé, José Carlos de Souza, o Carlinhos, única testemunha ocular do assassinato, e José Basílio dos Santos, que afirma ter visto Carlinhos barrar a fuga de Cruz. Zezé também foi interrogado ontem no Fórum de Santo André pelo juiz Luis Fernando Camargo de Barros Vidal pela morte do desempregado Maurílio Nunes, morto com quatro tiros em maio do ano passado em Santo André.
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Para ex-companheiro de Senna, resultado `é como um remédio para o que aconteceu nos últimos tempos' Do enviado especial "Essa vitória eu quero dedicar aos brasileiros que queriam ver Ayrton Senna vencendo na Williams", disse Damon Hill após a corrida de ontem. O piloto inglês foi o companheiro de equipe de Senna neste ano, até a corrida de Imola, onde o brasileiro morreu. "É triste saber que os brasileiros nunca viram seu ídolo ganhando pela Williamns, e nunca mais poderão ver", disse Hill, que ontem ganhou sua quarta prova na Fórmula 1. O piloto inglês esteve no Brasil para o enterro de Senna. "As pessoas que eu encontrei lá me disseram que queriam me ver vencendo, então eu mando essa vitória para os fãs de Ayrton, embora eu saiba que ninguém nunca poderá substituir Senna"', disse Hill. "Essa vitória é como um remédio para tudo o que aconteceu na equipe nos últimos tempos. Acho que precisávamos todos disso: uma prova realmente sensacional", continuou Hill. "Nós não vamos nos esquecer de Ayrton por muito tempo", disse ontem Frank Williams, o dono da escuderia que leva seu nome. "Essa vitória apenas ajuda a tornar as coisas menos difíceis para nós todos que trabalhamos com ele", afirmou ele. "Esse é um dia que estávamos todos querendo", disse Williams. Após reinar absoluta no mundo da F-1 nos últimos anos, a equipe não teve um bom começo de ano, obtendo ontem sua primeira vitória. Até agora, vinha sendo fraca a participação de Damon Hill na temporada. Depois de um segundo lugar no GP do Brasil, o piloto inglês não marcou pontos no GP do Pacífico. Em Imola, conseguiu um magro sexto lugar e não marcou pontos em Monaco. Com a vitória de ontem, passou ao segundo lugar no campeonato, com 17 pontos. A equipe pôde ainda comemorar a boa corrida de David Coulthard, o substituto de Senna. Apesar de um problema elétrico ter tirado o piloto da prova, ele conseguiu "mostrar serviço" em Barcelona. Na sua primeira prova, com um carro que não conhecia bem após as mudanças impostas pela FIA, largou em nono e esteve entre os seis primeiros enquanto participou da corrida. A vaga de Coulthard foi cogitada para ser entregue a Rubens Barrichello. O contrato do brasileiro com a Jordan inviabilizou o negócio, que seria excelente para Barrichello. Coulthard, ex-rival do brasileiro nas pistas, ajudou a tornar mais distante o sonho de Rubinho. Ainda ontem corria a informação de que Nélson Piquet poderia ir para a Williams. A notícia chegou a Frank Williams, que apenas deu uma risada. O caso não foi levado muito a sério pela maioria das pessoas, inclusive pilotos. (André Lahoz)
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A MacWorld, maior feira mundial para usuários Macintosh, consolida a tecnologia de escrita a mão da Apple SONIA ROMÉRIO Da Reportagem Local Os críticos torceram o nariz, mas o Newton MessagePad, da Apple, conquistou o público e está na lista dos itens mais vendidos no final do ano nos EUA. Por ter problemas para "entender" as palavras escritas na tela, o Newton parecia destinado a engrossar a lista de tecnologias sem funcionalidade. Não é o que vem acontecendo. Os novos programas para Newton dividiram com os software para o chip PowerPC a atenção dos visitantes da MacWorld, maior feira mundial para usuários Macintosh, que aconteceu na semana passada nos EUA. Do tamanho de um bloco de anotações, o Newton integra a categoria dos PDA (assistentes pessoais digitais). Essas máquinas não só transformam o que você escreve na tela em letras tipográficas, como desempenham outras funções: arquivam telefones, notas, recados, podem ter programas de tradução, mapas e correio eletrônico, entre outros. São verdadeiros assistentes, só que digitais. Vendido por US$ 700, nos EUA, o Newton acaba de ganhar uma série de programas. "MobileCalc" (US$ 110, nos EUA) é uma planilha eletrônica que permite fazer análises financeiras, estatísticas, cálculos de engenharia e de matemática. "PresenterPad" (US$ 80, nos EUA) é um software que permite criar e monitorar encontros, apresentações e rascunhos de textos. Transforma o Newton em um teleprompter de mão. "Slate Daytimer" (US$ 100, nos EUA) funciona como uma lousa: organiza automaticamente todas as suas despesas com viagens, jantares, encontros, estacionamentos etc. "Money Magazine Business Forms" (US$ 30, nos EUA) vem com 12 modelos de formulários financeiros e permite o acesso a informações de planilhas eletrônicas instaladas no Newton. "Expense It" (US$ 119,98, nos EUA) cuida de todas as despesas pessoais e de negócios. "Fodor's '94 Travel Manager: Top U.S. Cities" (US$ 80, nos EUA) tem mapas e rotas de mais de 500 lugares por cidade, como aeroportos, shoppings, centros de informação e restaurantes. "Fortune 500 Guide to American Business" (US$ 70, nos EUA) tem dados das 500 maiores empresas segundo a revista "Fortune". Faz análise comparativa com dados até cinco anos da data. Para quem quer usar dados do computador do escritório, o "PocketCall" (US$ 129,98, nos EUA) cuida da conexão. Funciona como correio eletrônico e traz para o Newton as informações guardadas no micro da empresa. Na linha diversão há os programas "Dell Crossword Puzzles" (US$ 40, nos EUA), para os malucos por palavras cruzadas; "Mystery Capers" (US$ 60), com 40 jogos ilustrados com as cenas dos crimes; e "Fingertip for Golf" (US$ 135, nos EUA), para jogar golfe no computador. No Brasil, o Newton é vendido pela CompuSource, distribuidora Apple no país, por US$ 1.300. Os programas podem ser comprados por cartão de crédito internacional direto das lojas. ONDE ENCONTRAR COMPUSOURCE: tel. (011) 253-6711; MACCONNECTION: tel. (001-603) 446-3333, fax (001-603) 446-7791; MAC'S PLACE: fax (001-406) 758-8080; THE MAC ZONE: tel. (001-206) 883-3088, fax (001-206) 881-3421
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Da Agência Folha e da Folha Vale As três estradas que dão acesso ao município de Eldorado (235 km de SP) foram interditadas às 14h de ontem devido às chuvas. A cidade está ilhada. O acesso passou ontem a ser feito por barcos. O prefeito, Donizete Antônio de Oliveira, 34, decretou estado de calamidade pública na última segunda. O rio Iguape, que corta a cidade, chegou ontem a 11,1 m acima do normal. As chuvas atingem a região há uma semana. Uma pessoa morreu afogada no sábado. Na maior enchente registrada em Eldorado, ocorrida em janeiro de 83, o nível do rio Iguape atingiu 11,4 metros acima do normal. A Defesa Civil do município informou que 1.600 dos 18 mil habitantes estão desabrigadas. Cerca de 30% das casas estão sem água potável. Os bairros mais atingidos, segundo o órgão, são da periferia. No Paraná, a cidade de Porto Amazonas, a 70 km de Curitiba, foi atingido durante a madrugada de ontem pelas águas do rio Iguaçu, deixando 400 desabrigados. O nível do rio era de 7,31 m, quase 3 m acima da cota de alerta. Três municípios estão desde ontem em estado de alerta. Em Curitiba e região metropolitana, a situação permaneceu inalterada. Desde as 5h da manhã de ontem não chove. Os 6.200 desabrigados da capital, de Pinhais e São José dos Pinhais não voltaram às suas casas. Em Santa Catarina, a cidade de Presidente Nereu (164 km de Florianópolis) decretou estado de calamidade pública por causa das chuvas. Outros sete municípios já declararam estado de emergência. Em Blumenau (140 km de Florianópolis), a prefeitura manteve o estado de alerta, após o nível da água do rio Itajaí-Açu começar a baixar. A cidade registrou duas mortes e 450 desabrigados. O prejuízo pode ser de R$ 2,5 milhões. Em Cuiabá, no Mato Grosso, três bairros deixaram ontem de receber fornecimento de água devido à enchente. Segundo o coordenador da Defesa Civil do Estado, Domingos Iglésias Valério, há 6.000 desabrigados em sete municípios banhados pelo rio Cuiabá. Em Mato Grosso do Sul, 695 pessoas estão desabrigadas nos municípios de Miranda, Anastácio e Bela Vista. Em Porto Murtinho, o prefeito disse que se o nível do rio Paraguai, que ontem atingiu 6,66, chegar a 9,50 m, vai decretar estado de calamidade pública.
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Schumacher elogia sua equipe e revela que aproveitou o pit stop porque não conseguia ultrapassar Senna JOSÉ HENRIQUE MARIANTE Da Reportagem Local Ele conseguiu. O alemão voador, Michael Schumacher, mostrou ontem, antes do esperado, que será de fato o rival de Ayrton Senna em 1994. Seu carro foi bem, sua equipe foi melhor e ele, o que sempre achou de si mesmo: perfeito. Venceu o GP Brasil, a primeira prova de um temporada que, depois do que aconteceu ontem em Interlagos, promete muito. Schumacher afirmou após a prova que a vitória não foi "surpresa". "Desde os testes do começo do ano, o carro prometia. Os treinos de sexta-feira e sábado também foram sinais de que poderíamos vencer", disse. Segundo o alemão, sua estratégia previa mesmo duas paradas. Na 21ª volta, quando ele e Ayrton entraram nos boxes, Schumacher disse que sua intenção era evitar o tráfego. Ele garantiu que não foi por causa de Senna. "Tivemos o mesmo pensamento", afirmou. Parado no pit, Schumacher diz que percebeu pelo espelho retrovisor de seu Benetton que poderia sair na frente de Senna. Quando o chefe de equipe o liberou, Schumacher deixou Senna para trás. Segundo o piloto, era essa sua única chance de ganhar. "Após a segunda ou terceira volta, percebi que a regulagem da minha asa não permitiria lutar na pista com a Williams. Tinha que dar um jeito de ficar na frente com os pits." "Ficando na frente, eu tinha condições de administrar a corrida", afirmou. Estava mais do que certo, pois Senna, ao contrário de encher seu tanque e ter o carro mais pesado, compensando os problemas de estabilidade da Williams, preferiu não deixar Schumacher sair muito na frente. Na 45ª volta, Schumacher abriu 9,2 segundos sobre Senna, que parou para fazer seu segundo pit. Schumacher aproveitou e fez o seu também, uma volta depois. Mas com o abandono de Senna, na 56ª volta, Schumacher não precisava mais se preocupar. "Naquela hora só pensei que poderia relaxar", disse sorrindo. "Não que eu estivesse sendo muito pressionado por Senna. Mas poderia, a partir deste momento, poupar carro, pneus e gasolina." Na volta final, quando só a maior das fatalidades poderia tirar sua terceira vitória na Fórmula 1, Schumacher foi cuidadoso ao ponto de não levantar as mãos para acenar para o público. "Fiquei com medo de tocar na chave geral, como aconteceu com o Nigel Mansell", brincou. Schumacher se referiu a besteira do piloto inglês que perdeu o GP do Canadá, em 91, por este motivo insólito. Schumacher fez questão de elogiar o motor Ford e sua equipe, "pelo excelente trabalho nos boxes". O próprio piloto, dias atrás, confiava que o trabalho nos boxes poderia ser crucial na corrida. "Em 93 fomos mais rápidos que a Williams. Isso pode nos beneficiar este ano", disse na ocasião.
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Estudante de 14 anos é mordido no pé no litoral paulista e especialista afirma que 'todas as características são de tubarão' MARCUS FERNANDES Da Agência Folha O estudante Alexandre Nascimento Martins, 14, diz ter sido mordido por um animal que julga ser um tubarão às 14h de terça-feira, na praia do José Menino, em Santos (SP). Segundo o biólogo Otto Bismarck Gadig, 32, especialista em tubarões da Universidade Federal da Paraíba, "a mordida no pé esquerdo do menino tem todas as características de ter sido feita por um tubarão". Gadig está de férias em Santos e visitou a vítima, que mora no bairro de Campo Grande. Ele é representante no Brasil do Museu Estadual da Flórida (EUA), que cataloga ataques de tubarões no mundo. "Na região da Baixada Santista, temos registrados quatro ataques de tubarões desde 1976, incluindo uma morte", disse o biólogo. Segundo Gadig, Martins teria sido a quinta vítima na região a sofrer ferimentos provocados por tubarões. O adolescente levou 14 pontos no pé esquerdo. Ele foi atendido no Pronto-Socorro Central de Santos, pelo médico Valter Nakagawa Makoto, 40. "A possibilidade de o ferimento ter sido provocado por um animal marinho é grande. Mas não posso ter certeza absoluta", afirmou Makoto. De acordo com o salva-vidas Marcos Antonio Xavier da Silva, 28, que retirou Martins da água, "um surfista que estava no local na hora do acidente disse ter visto tubarões. Eu não vi nada," Martins, que foi liberado pelos médicos e se recupera em sua casa, disse que foi mordido por um "peixe cinza, que tinha uma barbatana na parte de cima do corpo". Ele afirmou que estava a uma profundidade de 1,5 m quando sentiu "uma dor aguda no pé esquerdo". Nesse momento, o menino afirma que levantou o pé para ver o que tinha ocorrido. "O peixe ainda estava preso ao meu pé. Parecia ser um tubarão. Ele tinha a pele muito áspera", disse. Com as mãos, Martins "empurrou" o animal e nadou até a beira d'água. Gadig diz que "foi um tubarão de pequeno porte" -cerca de 1,5 metro- que atacou MArtins. Às 19h de ontem, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Santos informou que irá designar um médico e um biólogo para visitar Martins. Após a análise dos profissionais, a prefeitura divulgará as medidas a serem tomadas.
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Das agências internacionais O presidente deposto e líder rebelde da Geórgia, Zviad Gamsakhúrdia, 54, teria cometido suicídio ao ser cercado por inimigos, disse ontem a agência russa "Interfax". Segundo a mulher do líder georgiano, Manana, ele se matou no dia 31 de dezembro, no oeste da ex-república soviética. Não há confirmação independete da morte. A assessoria de Gamsakhúrdia divulgou uma declaração que ele teria feito pouco antes de morrer. "(Eu) cometo esse ato com a mente sã, como um protesto contra o atual regime da Geórgia." O governo da Geórgia disse que Gamsakhúrdia teria sido baleado em 30 de dezembro e poderia ter morrido ontem, mas o "serviço de inteligência suspeita que os rumores foram iniciados para levantar sua causa". Gamsakhúrdia, o mais importante líder oposicionista da Geórgia durante o regime soviético, foi eleito presidente em maio de 91. Em janeiro de 92 foi derrubado por uma coalizão militar. Pouco depois, assumiu o ex-chanceler da URSS Eduard Chevardnadze.
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Causas do acidente ainda são desconhecidas; Ministério dos Transportes fala em bomba Das agências internacionais Todos os 75 passageiros que viajavam a bordo de um Airbus da companhia russa Aeroflot morreram quando o avião caiu nas montanhas próximas a Novokuznetsk (3.750 km a leste de Moscou), na Sibéria, abrindo uma clareira de 80 metros na floresta. O aparelho voava entre Moscou e Hong Kong quando desapareceu de repente das telas do radar da companhia às 23h49 (14h49 de Brasília) de anteontem, depois de quatro horas de vôo. Ainda não existem pistas da causa do acidente. Equipes de resgate, que só conseguiram chegar ao local de helicóptero ou de esqui, encontraram destroços do avião e nenhum sobrevivente, segundo o Ministério da Defesa. As buscas foram suspensas no início da noite de ontem. Imagens de uma emissora de TV russa mostraram a área, coberta por destroços e objetos pessoais das vítimas. Vários corpos podiam ser vistos sobre a neve. Um alto funcionário do Ministério dos Transportes disse à TV que o acidente só pode ter acontecido por causa de uma despressurização súbita devida a uma possível explosão a bordo ou a uma colisão com um objeto fora do avião. "Especialistas consideram altamente suspeito o silêncio da tripulação por 19 minutos quando o avião caiu vertiginosamente de uma altura de mais de 10 mil metros", disse a emissora. O chefe do sistema de controle de tráfico aéreo da Rússia, Dimitri Polkanov, descartou a possibilidade de uma bomba ter causado o acidente. "Nossa primeira suposição é um defeito no sistema do avião ", disse. Segundo Alexander Banov, funcionário do comitê de Situações de Emergência, as causas do acidente só serão conhecidas dentro de dez dias, quando terminarem os trabalhos da equipe de investigação. Foi o segundo desastre aéreo do ano na região siberiana. No dia 3 de janeiro, a queda de um Tupolev Tu-154 de uma companhia doméstica deixou 120 mortos. Foi também o primeiro desastre da Aeroflot em linhas internacionais desde 1986, quando 70 pessoas morreram na queda de um avião em Berlim. A tragédia reacendeu temores sobre a segurança aérea na Rússia. O controle da segurança no aeroporto internacional de Moscou foi mais rigoroso ontem. A Airbus Industrie, consórcio que construiu o avião, disse ontem na França que vai enviar uma equipe de escpecialistas à Sibéria para investigar o acidente. Dentro do Airbus, com capacidade para 185 pessoas, viajavam 17 chineses, 4 britânicos, 1 norte-americano e 1 indiano.
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VANESSA DE SÁ Free-lance para a Folha Mais de 110 horas embaixo da água, 204 "encontros com tubarões de 21 espécies. A viagem que levou o brasileiro Lawrence Wahba, 26, a mergulhar nos três oceanos (veja quadro abaixo) durante quatro meses foi mais do que uma grande aventura que muita gente chamaria de "maluquice. Wahba partiu em busca dos grandes tubarões do planeta para documentar de perto o comportamento desses animais. O resultado desse trabalho são filmes que chegam à televisão em breve. "Quis mostrar que eles têm enorme importância para o ecossistema marinho e que estão integrados a seu meio, diz. Uma das mais arriscadas etapas da viagem foi o encontro com o tubarão branco. A espécie, que ganhou fama de "assassina desde o filme "Tubarão, de Steven Spielberg, em 1975, é chamada pelos australianos de "white death (morte branca). "Mas os ataques não acontecem à toa. Como não têm mãos, eles exploram tudo com a boca, além de confundirem um mergulhador com leões marinhos, seu alimento, diz Wahba, que os filmou abrigado em uma gaiola. Wahba foi o primeiro brasileiro a participar de uma expedição no Falie, barco que o ex-campeão de mergulho australiano Rodney Fox usa para expedições, para documentá-lo na Austrália. Fox, 56, tinha 23 anos quando foi atacado pelo animal. Depois de ter levado mais de cem pontos, dirigindo as sequências submarinas do filme de Spielberg, hoje é um dos maiores defensores da espécie, ameaçada de extinção. Mas nem todas as etapas da viagem poderiam ser chamadas de perigosas. Prova disso é que em Cape Range (golfo de Exmouth, no oceano Índico), Wahba foi "salvo por um tubarão baleia. "Mergulhei para vê-los, quando percebi que um `silver-tip' (tubarão ponta de prata) vinha do fundo em minha direção. Quando segurei a cauda de um tubarão baleia, o outro acabou se `assustando'. Acabei pegando carona com o baleia por quase dez minutos. Espírito de tubarão Em Kontu (Papua Nova Guiné), tubarões são mais do que um animais que impõem respeito. Diz a tradição que eles guardam o espírito dos ancestrais. "Alguns homens da aldeia têm a função de `chamadores' de tubarão, diz Wahba. Saem sozinhos, sem falar com ninguém, em uma pequena canoa para mar aberto. Lá, jogam um pedra para acordar o espírito do tubarão e mexem um chocalho que lembra o som de uma lagosta. "Quando o tubarão se aproxima, o pegam pelo rabo e matam com um porrete. A carne é repartida por todos da tribo, que comem também os órgãos internos."
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Polícia conclui que assassinato de Oswaldo Cruz Júnior foi provocado por briga pessoal e nega participação da CUT RODRIGO VERGARA Da Folha ABCD O inquérito que investiga o assassinato do presidente do Sindicato dos Condutores do ABCD, Oswaldo Cruz Júnior, foi concluído ontem e aponta para um crime de motivação pessoal. Cruz foi morto em sua sala na sede do sindicato no último dia 6 de janeiro por José Benedito de Souza, o Zezé. No início das investigações, o delegado Nélson Guimarães, do DHPP de São Paulo, disse que não descartava a hipótese de um crime político, já que Cruz vinha fazendo denúncias contra a CUT e o PT. A Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Zezé pelo crime. "Havia um clima de disputa interna dentro do sindicato, mas Zezé matou Cruz por causa de uma briga pessoal entre eles. A CUT e o PT não têm relação com o caso", afirmou ontem Fernão de Oliveira Santos, delegado-seccional de Santo André. Santos substituiu Guimarães nas investigações a pedido da promotoria de Santo André. Segundo o delegado, Cruz humilhava Zezé constantemente com insultos e havia cortado o salário do acusado, que é diretor do sindicato. Ao inquérito ainda serão anexados os resultados da exumação do corpo de Cruz e da reconstituição do crime. Ele foi divulgado antes para evitar que o Tribunal de Justiça de São Paulo concedesse o habeas corpus pedido por Zezé. O acusado está preso desde o da 10 do mês passado suspeito da morte de Maurílio Nunes, assassinado em maio do ano passado após uma briga de bar. O resultado da exumação do corpo de Cruz e da reconstituição do crime devem ficar prontos em uma semana. A conclusão da Polícia Civil desautoriza as versões de legítima defesa apresentada pelos advogados de Zezé, e de crime político, defendida por Clodovil Aparecido de Carvalho, irmão do sindicalista morto. Clodovil afirma que seu irmão foi morto porque vinha fazendo denúncias contra a CUT, denunciou um suposto complô que teria tramado a morte de Cruz, mas não apresentou qualquer documento que comprovasse suas afirmações. PT O deputado estadual e presidente do PT de São Paulo, Arlindo Chinaglia, afirmou que a conclusão da polícia de Santo André sobre a morte de Oswaldo Cruz Júnior "mostrou mais uma vez que o PT foi vítima de manobras sórdidas". Segundo ele, o partido sempre soube que o crime não tinha motivação política. "Acredito que houve preciptação de algumas pessoas em dar conotações políticas ao caso. Agora, é bom que a sociedade analise o comportamento de algumas pessoas, como Medeiros e Maluf, que estão sendo processadas pelas bobagens que falaram", afirmou. O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPR), foi procurado ontem, às 17h25, em seu gabinete. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que ele estava em Itaquera, na zona leste de São Paulo. Luiz Antônio Medeiros, presidente da Força Sindical, passou o dia em Brasília. Sua assessoria disse que não havia como localizá-lo. O presidente nacional da CUT, Jair Meneguelli, disse que nunca teve dúvidas de que a morte de Oswaldo Cruz Júnior não teve envolvimento político. Segundo ele, a conclusão do inquérito prova que muita gente tentou se aproveitar politicamente da morte.
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A família do estudante de medicina, Albano Gomes Dias Filho (foto), 25, quer responsabilizar judicialmente a Prefeitura de Recife pelo ataque que o rapaz afirma ter sofrido de um tubarão, anteontem, na praia de Boa Viagem. A secretária municipal de imprensa, Terezinha Nunes, disse que a prefeitura "não tem nenhuma ingerência sobre o mar" e que colocar avisos na praia é "inviável, pois não há estudo técnico que comprove a presença constante de tubarões". O NÚMERO 2 ... mil transplantes de rim foram completados ontem pelo Hospital das Clínicas de São Paulo. O garoto Leonardo Henrique Lopes, de 2 anos e 8 meses, que tinha ineficiência renal congênita, recebeu o rim de sua mãe, Regina Lopes. O primeiro transplante de rim da América Latina foi realizado no HC em 1965. Chuva em Fortaleza deixa desabrigados Vinte e cinco famílias que moravam às margens das lagoas do Tijolo e da Zeza, no bairro Tancredo Neves, em Fortaleza, tiveram seus barracos destruídos pelas chuvas. Elas foram abrigadas no Campo do Santa Ruth, também próximo às lagoas. Elas não aceitaram ser transferidas para o Centro Social de Tancredo Neves, como queria a Defesa Civil, por temerem perder seus terrenos. Médico canadense é acusado de abuso sexual Maurice Genereux, 47, médico de Toronto conhecido por ter tratado um grande número de portadores do vírus da Aids no Canadá, foi suspenso por nove meses do exercício da profissão. Ele é acusado de cometer abuso sexual contra seus pacientes. Genereux admitiu ter praticado o abuso. Estudantes abandonam curso por causa de trote Três alunos do curso de medicina da PUC de Botucatu estiveram ontem com seus pais em São Paulo para comunicar à reitoria da universidade a decisão de abandonar o curso depois de um ano. Eles disseram que não aguentavam a violência praticada durante o trote. Os estudantes, que não querem ser identificados, afirmam que foram obrigados a se arrastar pelo chão, receberam tapas e tiveram bebida jogada no rosto, além de terem sido ofendidos moralmente.
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Da Reportagem Local Ayrton Senna dirige hoje pela primeira vez o carro com o qual espera ganhar o Mundial de Fórmula 1. Ele e seu companheiro Damon Hill iniciam os testes com o modelo FW16 da Williams, projetado por Adrian Newey com supervisão técnica de Patrick Head. Em sua nova equipe, o brasileiro até agora só guiou a máquina que venceu o campeonato de 93, mas sem suspensão ativa. Os testes vão acontecer no circuito inglês de Silverstone até amanhã. Senna fica na Europa para mais duas sessões: de 28 de fevereiro a 3 de março em Paul Ricard, na França, e de 7 a 11 em Barcelona, na Espanha. Antes de embarcar para a Inglaterra, na madrugada de ontem, Ayrton disse que o novo Williams "será um carro muito diferente do modelo atual". Segundo ele, o ponto forte do FW16 será a aerodinâmica, que sofreu "mudanças radicais". Ainda de acordo com o piloto, o FW16 terá recursos "nunca vistos antes na F-1". Rubens Barrichello se junta hoje a Eddie Irvine em Barcelona nos testes com o Jordan 194. A Ferrari, até o final da semana, deve andar também na pista espanhola, colocando a revolucionária 412T1 de John Barnard pela primeira vez na pista ao lado de outros carros.
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O vírus na maçã. A chamada Cultura Pop sempre foi gerada no caldeirão fervente das periferias. Obvio ululante. Mesmo a cultura HipHop, este emaranhado de atitudes sócio culturais atribuído à juventude desvalida das grandes metrópoles norte americanas, pode ser descrita, coerentemente, como o ôvo do futuro, gerado no mais remoto e desprezado dos passados. Pura relatividade, portanto. Sejamos francos: Não há 'modernidade', 'novidade' possível (pelo menos em se tratando de música e dança populares) fora do contexto efervescente das periferias. Fora dos guetos e favelas nada se cria. Tudo se copia. Sempre foi assim e, talvez, sempre será. O eixo irradiador de toda esta fervura é o mesmo eixo de um centro econômico de cada época, cada ocasião, no caso, em nossos dias, Nova York, onde vicejaram o Rap, o Street Dance, o Grafitti, manifestações criadas nas periferias da grande maçã podre, a Big Apple sem Beatles, sem MacIntosh, sem nada. Cultura popular orgânica, com potência de vírus (benigno?), estas manifestações são, em ultima análise, o antídoto humanizador para o veneno intrínseco a um sistema arcaico e carcomido (pelo menos do ponto de vista cultural), totalmente 'out' e 'nada a ver'. Se duvidam, experimentem traçar uma linha de tempo e enxerguem (em preto & branco, é claro), lá longe, nos idos dos anos 50, um grupo de negros marcando o tempo com o estalar dos dedos, criando vocais em contraponto, nas esquinas de conjuntos habitacionais infectos ou cantos de quadras de basqueteball suburbanas. Soul e Funk básicos (e ainda o velho Rock and Roll), rolando já ali naquelas manifestações atávicas, quase ancestrais. Firmem a vista e vejam o que se dança nestas esquinas. Andem para trás, um pouco mais, e vejam o som das plaquetas metálicas do sapateado ecoando no paralelepípedos das ruas. Isto mesmo! É aquele mesmo sapateado do Gregory Heynes, do Sammy Davis Junior, antes mal assimilado pelos Fred Astaires de ocasião, usufruidores dos lucros do mainstream, este ambiente insípido, onde tudo que uns criam os outros copiam. Saiam da Broadway, rápido, e vejam mais longe ainda o som vibrante do bate-enxadas e do baticum ritmado das botas dos trabalhadores das estradas de ferro que cruzaram os States de leste á oeste, unificando as distancias, antes, sofridamente, percorridas à cavalo ou pelas empoeiradas diligências que conhecemos nos filmes de Far West (e bota Far nisto). Escutem o que eles cantam. Há work songs, Gospels, Spirituals, Rhytm'n'Blues, Soul e Funk ainda rolando por ali. Querem regredir um pouco mais? Não? Ok. Já sabemos muito bem onde isto vai dar. Mas, vejam bem, são cruzamentos entre vias as mais diversas, os mais inusitados caminhos. Não importa muito se são negros ou brancos os criadores dos elementos básicos desta cultura urbanopop, que nos apaixona a todos. Afinal, são meros seres humanos os criadores desta força emocional que nos mantém, a todos, unidos, vivos e felizes. Os criadores são o que são - ocorre que, no caso deste nosso estranho mundo 'moderno', eles têm sido negros (ou não brancos, tanto faz) desde há muito tempo - É que o universo capitalista é mesmo este insano criador de periferias, pústulas urbanas, lixo debaixo do tapete, encruzilhadas e guerras. Mundo extremista, cruel, que ainda morre disto um dia. Mas, e o Kuduro? Brasileiros que somos, se focarmos mais ainda a nossa lente, vamos encontrar no Kuduro, a mais pura essência (os tonalistas também odeiam este conceito) de nossa tão ambígua e fugidia brasilidade. Duvidam?
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A equipe do programa "Pesca e Companhia" exibido semanalmente pela Rede Bandeirantes foi a Miami (EUA) para mostrar a pesca do tubarão, que é realizada em águas rasas (com aproximadamente 1,5m de profundidade). Para fisgar o predador, são utilizados peixes como isca. A equipe do programa comandada por Rubens Almeida Prado conseguiu pescar tubarões de até 40 kg. Também são mostrados outros peixes abundantes na região, como o robalo. PESCA E COMPANHIA Bandeirantes, 8h.
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A pesquisa feita por Fábio Hazin mostra que o trânsito de navios no porto de Suape é um dos responsáveis pelos ataques de tubarões. Não se sabe o motivo, mas os tubarões gostam de seguir navios. Talvez o barulho produzido pelas hélices atraia esses bichos. Quando o movimento de navios no porto de Suape foi muito grande, aconteceram mais acidentes. Entre janeiro de 92 e dezembro de 94, ou seja, em 36 meses, aconteceram 14 ataques de tubarões. Desses 14, 12 aconteceram em um período de dez meses. Nesse período, o movimento do porto foi superior a 30 navios por mês. Quando o movimento de navios no porto ficou entre 25 e 30 navios por mês, aconteceram dois ataques. Isso durou um ano. Finalmente, por 14 meses, não houve registro de ataques. Nesses meses, o movimento no porto foi inferior a 25 navios por mês. Antonio Dourado, 42, presidente do porto, disse que respeita muito o trabalho de Hazin, mas acha que "a pesquisa precisa ser mais profunda". Ele diz que Suape vai continuar funcionando, "mas não gostaria que o porto fosse visto como um vilão, que presta um serviço ruim à população e ao país". Dourado acha que é preciso educar a população e os surfistas para o perigo dos ataques. Hazin diz que vai ser possível aprender a conviver com os tubarões.
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Astrônomos brasileiros esperam fotografar os primeiros planetas fora do Sistema Solar com a ajuda do maior telescópio do mundo, o Gemini , a partir do ano que vem . A informação foi dada na conferência "Da Origem do Universo aos Grandes Telescópios" , ministrada ontem por João Steiner , astrofísico da USP , durante a 52ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência . A reunião começou anteontem no campus da UnB ( Universidade de Brasília ). O planeta mais distante até hoje fotografado é Plutão . "Imagine alguém de fora da nossa galáxia que tente fotografar o Sol . Essa pessoa não perceberia a Terra , que seria ofuscada pela luminosidade solar", explicou Steiner . O mesmo acontece atualmente com os astrônomos que fotografam estrelas muito distantes. No entanto, o Gemini poderá "enxergar" planetas. Isso porque, além de medir luz, o telescópio mede calor, por meio de radiação infravermelha. E, embora não emitam luz, planetas geram calor. O projeto Gemini , resultado de um consórcio de sete países, envolve a construção de dois telescópios com um espelho de oito metros de diâmetro. Um dos telescópios já está pronto e em funcionamento no Havaí , EUA . O outro entrará em operação no ano que vem , em Atacama , Chile , e o Brasil terá direito a usá-lo 14 noites por ano . Segundo Steiner , os telescópios Gemini têm capacidade científica de observação e qualidade de imagem dez vezes superiores às de um telescópio espacial.
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Da Reportagem Local A Organização Odebrecht divulgou ontem uma nota contestando as informações fornecidas pela Polícia Federal sobre a CPI do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A PF investiga a possibilidade dea empreiteira ter participado da confecção do documento oficial da CPI, que apurava possíveis irregularidades no Canal da Maternidade, obra da Odebrecht em Rio Branco (AC). Segundo a nota, a construtora "é alvo de exploração e sensacionalismo em torno de um fato irrelevante." A Odebrecht alega que "o documento encontrado entre os apreendidos de forma irregular e apresentado ontem como possível prova de envolvimento da empresa nas deliberações da CPI do FGTS não tem a menor importância". Quando cita o documento, a direção da Odebrecht se refere a papéis encontrados pela PF na casa de Ailton Reis, diretor da construtora, apreendidos por solicitação da CPI do Orçamento. A nota da Odebrecht define o documento apreendido sobre a CPI do FGTS: "Nada mais é do que um bilhete, de um funcionário de uma outra empresa da própria Organização, encaminhando a seu companheiro um documento de nosso interesse vazado daquela CPI." Segundo a PF, foram encontrados na casa de Reis dois documentos sobre o assunto. Um deles era a cópia de um ofício, assinado por Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), então presidente da CPI do FGTS, encaminhando à Procuradoria Geral da República o resultado da comissão. Junto com o ofício havia um bilhete, indicando que alguém da comissão teria elaborado o texto com o resultado final da CPI.
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Da Folha ABCD Uma rebelião de presos destruiu ontem 14 das 18 celas da Cadeia Pública de São Bernardo, no ABCD (Grande SP), que fica ao lado do 1º Distrito Policial. O motim começou por volta das 11h, durante uma revista de PMs nas alas A e B. Nas três alas da cadeia, estão 335 presos, distribuídos em 18 celas. A capacidade do presídio é para 108 detentos. Os 32 presos que ocupam as quatro celas da ala C não participaram do motim. Os 303 presos das 14 celas das alas A e B só se acalmaram às 13h, após negociar com o juiz-corregedor Roberto Solimene a transferência de 110 detentos para cadeias de São Paulo e do ABCD. A transferência começou às 15h40, quando 50 presos foram para a cadeia de Santo André (ABCD). Até o final da tarde, estava prevista a transferência de mais 60, dos quais 25 iriam para a Casa de Detenção de São Paulo e, 35, para o Cadeião de Pinheiros. O delegado-titular Adalberto Barbosa tentaria, até o final da noite de ontem, a transferência dos outros presos rebelados. O 6º Batalhão da PM e a tropa de choque de São Bernardo cercaram o presídio. Foi a segunda grande rebelião no local em um ano. Em setembro de 94, duas pessoas morreram em um motim. Segundo Barbosa, um telefonema anônimo denunciou que haveria fuga de presos no feriado de 7 de Setembro. "Fomos procurar indícios quando começou o motim."
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Não há como não dizer que as providências do "Estado" foram tão minúsculas como sua Nota da Redação. O jornal, que não tem por hábito corrigir as informações eventualmente erradas que publica, colocou nas ruas uma manchete -manchete!- a respeito de um homem público e, na hora de retificá-la, achou que bastava uma Nota da Redação perdida dentro da edição de quinta-feira. Ou bem a imprensa, toda ela, discute seu comportamento ético diante de erros, especialmente erros desse tamanho e natureza (política, quem pode dizer o contrário?), ou o leitor continuará sendo obrigado a engolir essas Notas da Redação, hipócritas como providências para restaurar a verdade. Na coluna de Janio de Freitas da última quinta-feira, apareceu a notícia de que o Movimento pela Ética na Política está montando uma comissão de ombudsmen para "identificar os comportamentos antiéticos capazes de influir no eleitorado". A comissão vai divulgar boletins com análises dos meios de comunicação. Será, sem dúvida, providência inédita e muito necessária para enquadrar a cobertura das eleições em padrões mais elevados. Mesmo porque, na grande imprensa, só a Folha segue tendo o seu ombudsman há mais de quatro anos. E já que toquei no assunto no texto lá de cima, o pior título da semana saiu em Esporte, na edição de sexta-feira: "Novo piloto da Williams deve sair em 6 dias". Perguntei na crítica interna: "Mas ele não vai exatamente entrar na equipe, no lugar de Senna?" E já que o assunto é Senna, a imprensa brasileira até agora não apresentou as conclusões finais das investigações que estariam sendo feitas sobre as condições da morte do piloto. Até hoje, não se sabe se Senna bateu a cabeça no muro em Imola, ou se uma peça do carro atingiu seu capacete. O assunto sumiu dos jornais. Assim como sumiram informações sobre Karl Wendlinger, o austríaco que saiu da pista em Mônaco em estado de coma. A tragédia da Fórmula 1 não interessa mais aos jornalistas e, por extensão, aos leitores. É o que deve imaginar a imprensa, e se engana: na semana passada, recebi mais 32 manifestações sobre a cobertura da morte de Senna. No total, elas já são 85. Na quinta e sexta-feira, a ombudsman estará fora do jornal, participando do seminário "Ombudsman, jornalismo e a volta da democracia" organizado pelo jornal "Hoy", editado em Assunción, no Paraguai, que tem seu primeiro ombudsman há sete meses. O seminário deve reunir outros ombudsmen que atuam na América Latina (presenças ainda não estavam confirmadas até ontem). Nesses dois dias, os leitores podem deixar recados na secretária eletrônica, que serão respondidos na volta. JUNIA NOGUEIRA DE SÁ é a ombudsman da Folha. A ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais um ano. Ela não pode ser demitida durante o exercício do cargo e tem estabilidade por um ano após o exercício da função. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva do leitor recebendo e checando as reclamações que ele encaminha à Redação e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação. Cartas devem ser enviadas para a al. Barão de Limeira, 425, 8º andar, São Paulo (SP), CEP 01202-001, a.c. Junia Nogueira de Sá/Ombudsman. Para contatos telefônicos, ligue (011) 224-3896 entre 14h e 18h, de segunda a sexta-feira.
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Patricia Arquette protagoniza 'Muito Além de Rangun', filme do cineasta inglês sobre repressão na ex-Birmânia ELAINE GUERINI Especial para a Folha Dez anos depois das filmagens de ``A Floresta de Esmeraldas", o inglês John Boorman, 62, retoma o gosto pela aventura e pelo cinema-denúncia. Desta vez, a câmera do diretor passa longe do Brasil mais precisamente da selva amazônica e mostra o que acontece ``Muito Além de Rangun". Seu novo filme, com estréia no Brasil prevista para 15 de setembro, revela o lado sangrento da ditadura militar de Myanma (ex-Birmânia, Sudeste Asiático). Baseado em fatos reais, o roteiro registra acontecimentos de 1988, logo depois que as Forças Armadas retomaram o poder no país. Boorman estrutura a história a partir das aventuras de uma americana que participou dos protestos contra o regime, e assistiu ao massacre de manifestantes mais de mil pessoas morreram, principalmente estudantes e monges budistas. Quem vive a protagonista na tela é a atriz Patricia Arquette. Por motivos de segurança, a equipe rodou o filme na Malásia. ``Gosto de trabalhar em campo desconhecido, principalmente em lugares exóticos", disse Boorman, em entrevista por telefone de sua casa em Wicklow, na Irlanda. Definindo cinema como uma ``forma de exploração", o diretor (de ``Amargo Pesadelo", ``Excalibur" e ``Esperança e Glória") aproveitou para dizer que está com saudades do Brasil. ``Filmar na Amazônia foi uma aventura." Leia a seguir trechos da entrevista. Folha - Você dirigiu ``A Floresta de Esmeraldas" na Amazônia depois de assistir a um documentário sobre a agonia dos índios brasileiros. Em ``Muito Além de Rangun", o que mais o motivou a filmar a história? Boorman - Desta vez, o que me instigou foi a história de Aung San Suu Kyi, a líder pacifista birmanesa que tentou impedir a ditadura e passou seis anos sob prisão domiciliar (ela recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1991, mas só foi libertada no mês passado). Essa mulher é uma figura heróica que representa a esperança de seu povo. Ela só aparece uma vez no filme, mas sua determinação está presente o tempo todo. Folha - Até que ponto você foi fiel aos fatos? É possível manter a fidelidade e fazer a história funcionar como filme? Boorman - O filme é baseado em fatos reais, com doses de ficção. Tentei reproduzir os principais acontecimentos do jeito que eles aconteceram. A única coisa que eu inventei foi Laura Bowman, a médica americana. Existiu realmente uma americana que presenciou o massacre, mas ela não era como eu mostro no filme e não estava viajando para esquecer o assassinato do marido e do filho. Esses elementos dramáticos foram criados para deixar a história mais interessante. Folha - Você acha que o filme-denúncia pode ajudar os países envolvidos? Boorman -Eu acho que sim. ``A Floresta de Esmeraldas", por exemplo, influenciou positivamente a atitude das pessoas com relação à Amazônia e aos índios. É claro que o filme não impediu a devastação da floresta, mas ajudou em termos de conscientização. ``Muito Além de Rangun" contribui na medida em que tira Myanma do isolamento. Até agora, como poucos jornalistas estrangeiros tiveram acesso ao país, os ditadores estavam conseguindo esconder muitas coisas. E até onde eu sei, eles estão muito nervosos, preocupados com o efeito que o filme pode ter. A recente libertação de Aung San Suu Kyi pode ter sido um reflexo. Folha - Você enfrentou algum tipo de problema quando esteve pesquisando em Myanma antes das filmagens? Boorman - Eu visitei o país antes de divulgar a minha intenção de fazer o filme. Vindo da Tailândia, cruzei a fronteira ilegalmente e passei um tempo com os guerrilheiros. Mas isso não foi um problema. As dificuldades só apareceram quando as filmagens já estavam adiantadas na Malásia. Quando os ditadores de Myanma descobriram, eles contataram o governo da Malásia exigindo explicações. Eles se recusaram a fazer acordos e pediram a nossa expulsão. Nós tivemos que deixar o país o mais rápido possível. Folha - O filme não foi muito bem recebido em Cannes. Qual o motivo, na sua opinião? Boorman - Eu acho que a reação foi mista. Metade do público adorou e a outra metade o rejeitou totalmente. O que eu pude perceber foi que algumas pessoas não gostaram de Laura, a protagonista. Eu não sei bem a razão. Mas acho que os homens não gostam de ver mulheres como protagonistas de histórias em ritmo de aventura.
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Das agências internacionais Corpos de camponeses rebelados no sul do México foram encontrados com tiros na cabeça. A revelação, feita por médicos encarregados das necrópsias, levantou a possibilidade de execução dos rebelados por parte do Exército. Ontem, aviões da Força Aérea continuaram o bombardeio contra posições dos rebeldes no Estado de Chiapas (sul do país). Milhares de soldados ocuparam a região e fecharam os acessos. Médicos legistas encarregados dos exames em Tuxtla Gutiérrez (capital estadual) disseram que 8 de 26 corpos examinados apresentavam perfurações na cabeça que pareciam tiros a queima-roupa. Um grupo denominado "Frente Urbana" do Exército Zapatista de Libertação Nacional divulgou comunicado afirmando que o Exército estaria "tomando prisioneiros e executando-os depois de torturá-los". O presidente Carlos Salinas de Gortari enviou Jorge Madrazo, diretor da Comissão Nacional de Direitos Humanos, para investigar as denúncias de violações cometidas por soldados e rebeldes. Os rebeldes zapatistas teriam recusado as exigências do governo para negociações de paz, segundo emissão de rádio captada na Cidade do México. O governo exigia cessar-fogo, entrega das armas pelos rebeldes, libertação dos reféns e identificação dos líderes zapatistas. Ontem, o governo admitiu que tinha conhecimento dos preparativos da rebelião há um ano. Um porta-voz disse que a informação não foi divulgada, porque a "extrema pobreza e uma história de repressão obrigaram o governo a ser prudente". Os rebeldes zapatistas iniciaram o levante no dia de Ano Novo, chegando a conquistar seis cidades em Chiapas. Eles acusaram o governo de práticas "genocidas" e exigiram terras. A rebelião foi sufocada pelas Forças Armadas e os zapatistas fugiram para as montanhas. Dados do governo indicam que pelo menos 105 pessoas morreram na rebelião.
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Da Reportagem Local O boom da literatura étnica e do multiculturalismo também produz seus efeitos nos meios acadêmicos norte-americanos. Os departamentos da chamada literatura e cultura asiático-americana (referente a chineses, japoneses, coreanos e filipinos, principalmente) e hispânica (referente aos mexicanos residentes nos EUA) proliferam pelas universidades de todo o país. Desde os anos 60 os estudos étnicos são comuns nas universidades da costa Oeste dos EUA, historicamente mais permeáveis à imigração oriental e mexicana devido à proximidade geográfica da Asia e do México. Mas hoje os departamentos de estudos asiáticos-americanos chegam a universidades mais "sisudas" do Leste americano, como a Universidade de Cornell. "Hoje há departamentos de estudos asiático-americanos até em Utah (capital mórmon dos EUA e com pequena população oriental)", diz Nellie Wong, que dá aulas na Universidade da Califórnia em Berkeley, onde a disciplina foi criada em 1969. Toronto, no Canadá, é outro centro de editoras e estudos sobre literatura produzida por imigrantes, principalmente asiáticos, que representam um grande contingente dos estrangeiros que chegam ao país como imigrantes. Os asiático-americanos são apenas o grupo em maior evidência em parte relacionada à ascensão econômica do Japão e da China dentro da compartimentação crescente da produção cultural e acadêmica nos EUA. Filipinos, hispânicos, latinos e afro-americanos são outros grupos que se tornam palatáveis aos estudos acadêmicos. Os caprichos da correção política não param de criar novos rótulos. Hoje, por exemplo, não se pode mais falar de "latino writer" (escritor latino) para se referir a uma escritora do sexo feminino. É considerado politicamente incorreto por ser uma forma de discriminação contra a mulher. Uma escritora de origem latina deve ser chamada de "latina writer", criando uma regra de concordância de gênero que não faz parte da língua inglesa. O avanço dos grupos étnicos na produção cultural e acadêmica é tão rápido que cada vez se torna mais difícil encontrar nos departamento de literatura norte-americana cursos sobre "clássicos" ingleses ou americanos. Os próprios departamentos de literatura norte-americana e inglesa têm oferecido cursos específicos sobre a produção literária de grupos étnicos, como os filipinos, os hispânicos e os latinos.
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Da Reportagem Local Se estiver em Pernambuco, não hesite. Fuja do movimento de Boa Viagem, que chega a ser insuportável nos finais de semana, alugue um bugue e vá ao litoral sul. Apenas 58 quilômetros separam Recife de Porto de Galinhas, um dos trechos mais bonitos e concorridos da costa pernambucana. São 14 quilômetros de praias, piscinas naturais e jangadas. A antiga vila de pescadores, que há oito anos não tinha sequer um hotel, hoje já conta com seis, mais de 40 pousadas e 500 casas de veraneio. No vilarejo, ainda rústico, proliferam barzinhos de comida típica à beira-mar e barracas de artesanato. Na maré baixa, jangadas levam turistas às inúmeras piscinas naturais. É possível ainda sobrevoar o litoral de ultraleve. Vale a pena. A 4 km da vila de pescadores, está o Pontal de Maracaípe, lugar quase deserto. Braços do rio Maracaípe formam manguezais cheios de caranguejinhos amarelos, que se encontram com o mar, formando pequenas lagoas quando baixa a maré. Para mergulhar, escolha a praia do Muro Alto, a 8 km do vilarejo. Um grande arrecife faz com que o visitante, de "snorkell" se sinta dentro de um aquário natural. E o que é melhor, protegido dos ataques dos tubarões que andam atacando surfistas. (Simone Galib)
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MARCUS FERNANDES Da Agência Folha, em Santos A Prefeitura de Santos (SP) recomenda aos banhistas que evitem profundidades superiores a 1,8 m nos próximos dois dias nas praias do município. A medida é preventiva, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, e está relacionada com a possível aparição de tubarões na baía de Santos. Na última terça-feira, o estudante Alexandre Nascimento Martins, 14, disse ter sido ferido por um tubarão. O acidente aconteceu às 14h, na praia de José Menino, próximo ao canal 2. Martins nadava a uma profundidade de 1,5 m quando sentiu uma dor no pé esquerdo. Segundo os biólogos Otto Bismarck Gadig e Luiz Alonso Ferreira, que examinaram o ferimento no pé do estudante, a marca deixada pode ter sido produzida por um tubarão. "É um ferimento característico da espécie, produzido por um animal com provavelmente 1 m de comprimento", disse Gadig. Representante do Museu Estadual da Flórida, que cataloga ataques de tubarões no mundo, Gadig afirmou que o último registro envolvendo seres humanos no Brasil aconteceu há poucos dias em Pernambuco. Foi em 31 de janeiro deste ano. A vítima foi um menino, também de 14 anos, que teve ferimentos na perna e no pé. Gadig acredita que não há motivo para pânico. "Ataques de tubarões a pessoas são casos raros. No Brasil, só temos conhecimento de 50 notificações dessa natureza", afirmou. Para o biólogo Ferreira, chefe do Museu do Mar de Santos, "o que aconteceu com Martins é um fato isolado, muito raro de se repetir". Gadig, que faz tese de mestrado sobre tubarões na Universidade Federal da Paraíba, disse que o primeiro ataque de tubarões a pessoas na Baixada Santista aconteceu em março de 1976. "Foi uma mulher de 34 anos, atacada na praia do Boqueirão, em Praia Grande. Ele teve parte do tronco arrancado e morreu". "Não existe um local específico no litoral brasileiro onde esses ataques sejam mais frequentes. Eles acontecem de forma aleatória", disse Gadig.
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Da Reportagem Local O trânsito esteve intenso ontem durante todo o dia no sistema Anchieta-Imigrantes. Segundo o Dersa (Desenvolvimento Rodoviário), até ontem, 405.361 veículos já haviam retornado para a capital. O período de maior movimento foi entre 17h e 18h, quando 17 mil carros passaram pelo sistema, com 79 carros por minuto. Do quinta a domingo houve 533 acidentes nas rodovias de São Paulo. O número de acidentes foi maior do que o registrado no mesmo período no ano passado, quando aconteceram 515 acidentes. Mas houve menos mortos este ano. Foram 348 feridos e 31 mortes. Em 93, 422 pessoas ficaram feridas e 38 morreram. Nas rodovias federais, a polícia registrou entre o dia 30, quinta-feira, até ontem de manhã, 87 acidentes, envolvendo 141 veículos,. Os acidentes deixaram 72 feridos e sete mortos.
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Da Agência Folha, em São Luís e em Bauru O corpo do estudante Eugênio Rodrigues dos Santos Filho, 17, foi encontrado ontem pela manhã na praia do Caolho, em São Luís (MA), com a barriga e a perna direita dilaceradas. Os ferimentos indicam que ele foi atacado possivelmente por um tubarão. "Pelo tamanho das lesões, foi tubarão", afirmou o auxiliar de enfermagem Luiz Carlos Ferreira, que fez a autópsia no IML (Instituto Médico Legal). Ferreira disse que o corpo do estudante tinha marcas de dentadas na barriga, na nádega e na perna direitas. O laudo cita "ausência de toda a parede abdominal, com exposição das vísceras" e "ausência de partes moles da coxa direita". No atestado de óbito, consta que a causa da morte foi "asfixia por afogamento". Santos Filho estava desaparecido desde a tarde do último domingo. Ele tomava banho com dois amigos na praia do Olho D'Água (a 2 km da praia do Caolho), próximo à arrebentação, quando os três começaram a se afogar. Um banhista conseguiu salvar Sérgio Savala, 15, e André Bezerra, 15. Segundo relato dos amigos da vítima, o banhista tentou puxar Santos Filho pela mão, mas pressentiu que ele estava sendo atacado por um tubarão e desistiu. Savala disse ontem que a água batia na altura da barriga e que Santos Filho submergiu, voltou à tona pedindo socorro, submergiu de novo e não foi mais visto. Para o especialista em tubarões Otto Bismarck Gadig, 32, que pesquisou o litoral maranhense, a existência de tubarões nas praias de São Luís pode ser explicada por dois fatores. Um deles é a grande quantidade de peixes com mais de 20 cm, que atraem grandes predadores. O outro fator é a característica da orla: o canal do porto de Itaqui (o segundo mais profundo do mundo) se ramifica e passa junto às praias de São Marcos e Caolho, facilitando o acesso dos tubarões às áreas pouco profundas, próximas à beira da praia. Desde 1992, foram registrados seis ataques de tubarão em São Luís. O último foi em novembro de 94 e causou a morte de um banhista. Piranhas Em Itapuí (330 km de SP), um desequilíbrio no meio ambiente seria a provável causa da proliferação de piranhas no rio Tietê. Segundo Wilson Sakai, 40, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), por causa provavelmente da poluição, o predador da piranha sumiu da região e por isso as pirambebas (tipo de piranha) estão se proliferando. Na última sexta-feira, o prefeito de Itapuí, Antônio César Simão (PMDB), 39, interditou a prainha da cidade por causa de ataques de piranhas a banhistas. Houve quatro ataques. O mais grave foi com o estudante André Gonçalves, 11, que teve 3 cm do calcanhar direito decepados.
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Ele revelaria desvio de dinheiro que italianos deram à central para criar um departamento de saúde GILBERTO DIMENSTEIN Diretor da Sucursal de Brasília Um mês antes de ser assassinado, o presidente do Sindicato dos Rodoviários do ABC, Oswaldo de Carvalho Cruz Júnior, revelou diretamente a pelo menos três pessoas sua disposição de fazer denúncias em "conta-gotas" envolvendo o PT e a CUT em supostas irregularidades. Ele fez essa confidência a três assessores da Prefeitura de São Bernardo do Campo, todos ex-militantes sindicais: Miguel Rupp, Esmeraldo Benedito e Francisco Paulo da Silva. Eles estavam acompanhando os bastidores da briga entre Cruz e a CUT, acompanhados pelo presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros. No próximo dia 11, Cruz teria um encontro com deputados em Brasília. Nesse encontro, ele deveria dar munição para a CPI destinada a apurar a transfusão de recursos da CUT para o PT. Ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e ex-vereador do PT Miguel Rupp disse ontem à Folha que Oswaldo tinha arquitetado uma estratégia para enfrentar os setores da CUT que queriam expulsá-lo da presidência do sindicato. "Ele disse várias vezes que tinha muita coisa para falar e iria falar em conta-gotas". Rupp saiu rompido do PT. Ex-integrante da cúpula da CUT paulista, Cruz fez essa mesma declaração diante de Esmeraldo e Francisco Paulo. Esmeraldo disse ter conhecimento de pelo menos uma denúncia que seria, em breve, lançada um suposto desvio de recursos provenientes de sindicatos e do governo italiano para a criação de um departamento de saúde da CUT. Esmeraldino contou que, em 1988, esteve na Itália junto com Cruz para a assinatura do convênio. "O dinheiro saiu, chegou ao Brasil, mas até hoje não se sabe como foi utilizado. Esse departamento nunca foi criado". Oswaldo estava se sentindo inseguro e enviou pedido de ajuda a Luiz Antônio de Medeiros. Eles tinham uma reunião marcada ontem de manhã. Mas Medeiros postergou-a para a próxima terça-feira, porque fora convidado a comparecer a uma cerimônia de filiação do PP em Minas. "O Oswaldo queria apoio de advogados e até ajuda em sua segurança particular. Não apenas dele, mas de sua familia", diz Medeiros. Desde o início, Oswaldo fez passar a Medeiros, pelos bastidores, informações sobre o PT inclusive a de que parte dos recursos do Sindicato dos Rodoviários chegou à Articulação, facção política do PT. O dinheiro ia através de uma conta da Articulação Sindical, destinado a campanhas eleitorais. Os dirigentes da CUT negaram que houvesse qualquer apoio financeiro ao PT. Atribuem as afirmações de Oswaldo às acusações de enriquecimento ilícito, sua expulsão da CUT e sua frustrada tentativa de sair candidato a deputado pelo PT. Ele foi barrado porque grupos feministas do partido o acusaram de estupro.
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HUMBERTO SACCOMANDI De Londres O governo britânico afirmou ontem que não vai permitir o uso de óvulos extraídos de fetos abortados no tratamento da infertilidade. O anúncio deve encerrar a polêmica que tomou conta do país desde que pesquisadores escoceses divulgaram, no início da semana, a nova técnica. Segundo a ministra britânica da Saúde, Virginia Bottomley, a atual legislação britânica é muito cuidadosa quanto a questões éticas. "Ficaria surpresa se houvesse brechas", afirmou ontem à televisão. A técnica, desenvolvida por cientistas da Universidade de Edimburgo, possibilita o uso em inseminação artificial de células de fetos femininos abortados. Os óvulos são extraídos e "amadurecidos". Em seguida, eles são fertilizados com o sêmen do doador e colocados no útero da paciente. Essa técnica poderia acabar com a constante falta de doadoras de óvulos para tratamento de infertilidade no Reino Unido. As pesquisas, no entanto, estão suspensas desde o início da polêmica. A técnica foi testada com sucesso em camundongos, mas os cientistas não pretendem testá-la em seres humanos se o uso não for permitido. Há dois obstáculos para esse tipo de tratamento. Primeiro, a criança gerada pode ter dificuldade em lidar com o fato de sua mãe biológica nunca ter nascido. Segundo, o uso crescente de tecido fetal pode incentivar o surgimento de um mercado negro de abortos. Mulheres poderiam engravidar com o único objetivo de abortar e vender o feto.
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TROPA DE ELITE, OSSO DURO DE ROER, PEGA UM PEGA GERAL, TAMBÉM VAI PEGAR VOCÊ! Ontem, na esquina de casa, um camelô estendia seus murais com capas de DVDs mal impressas. Passei por ele sem me importar, era apenas mais um desses caras que atrapalham o nosso caminho pelas calçadas. Continuei rumo à sessão das 19h no Espaço de Cinema em Botafogo. Trinta passos adiante parei e lembrei do recente caso "Tropa de Elite: o filme tinha vazado no pirata, e desde o início da semana estava sendo vendido nas ruas do Rio. Titubeei um pouco, podia perder a sessão no cinema, mas acabei voltando para conferir os títulos que o camelô oferecia. Cheguei devagar, olhando meio de longe, um pouco constrangido, confesso. Ainda sou dessas pessoas que têm um certo pudor em ficar ali, cara a cara com o pirata. Logo encontrei dois títulos nacionais: Xuxa Gêmeas e Ó paí ó. Perguntei se ele tinha Tropa de Elite, o rapaz branquelo, com cara de rapper zona sul, boné e bermudão Billabong respondeu: - Com certeza! Tem sim. Quis saber mais sobre o filme, como se só tivesse ouvido falar através do burburinho das ruas: - Ah, esse não é o filme que teve os armamentos roubados no "Chapéu Mangueira"? - É esse mesmo. É com o Olavo da novela. - Que Olavo? - O Wagner, Wagner Moura. - Ah legal, então é esse mesmo. Quanto é? - É cinco. - E a qualidade é boa? - É sim, é DVD mesmo, não é VCD não. Mídia roxinha! - Tá completo ne? Não falta cena não!? - Completo! - Beleza então, se a qualidade não for boa eu volto aqui amanhã e troco. - Tranqüilo, tá garantido. E tava mesmo. A qualidade realmente era perfeita, som e imagem de primeira, cartelas e intertítulos em inglês! Só faltaram os créditos finais. Nessa, o camelo parou pra olhar uma conversa meio estranha que seu companheiro de banca travava com um sujeito meio cara de PM à paisana. Ficou ali, meio de esguelha, prestando atenção, e eu, ao lado, esperando o produto. Parecia que a conversa alheia fechava alguma combinação. Cutuquei: - E aê, tem o Tropa de Elite ou não? - perguntei de novo, querendo sair logo pro cinema. - Tem sim. Sai um Tropa aí - disse o branquelo pro chapa. O comparsa foi lá numa bolsa preta e pegou lá um plástico com uma folha mal impressa que trazia Tropa de Elite escrito com uma fonte meio "Linha Direta" e umas fotos não identificáveis que deviam reproduzir cenas do filme. Dentro vinha o DVD da "mídia roxinha", abri pra constatar. Me entregou logo dizendo: - Também tem aquele ali, com o Lázaro Ramos, "Ó pái ó". - Ó Paí ó, to ligado, esse eu já vi - o que não era verdade, só para não estender mais a transação. - Também tem o Caixa Dois, sabe qual é? - Sei sim, mas hoje só quero o Tropa mesmo - já quase íntimo do filme do Padilha. Paguei e fui pro cinema pensando na tamanha facilidade com que aquele filme tinha parado nas minhas mãos por 5 pratas, menos que um big mac...no esforço que devia ter sido fazer tudo aquilo: levantar a história com os Bopes, roteirizar em zilhões de tratamentos, reservar o espaço na agenda de caras como Tulé Peak (diretor de arte), Braulio Mantovani (roteirista) e Daniel Rezende (montador) - não por acaso, o mesmo trio ternura por trás de Cidade de Deus -, e além disso, aprovar o projeto, captar, produzir, filmar, ter as filmagens paralisadas pelo roubo de todo o armamento cenográfico, artefatos que protagonizam o filme do início ao fim, e ainda finalizar, negociar a comercialização, traçar uma estratégia de marketing, etc. Uma trabalheira danada. E depois de tudo isso, ver um pedaço mutilado do seu "filho" de 3 anos parar na mão de geral por 5 real (a versão que circula é que a cópia vendida pelos ambulantes é o segundo corte do filme, que já estaria na 16ª versão da montagem). É um caso inédito para o cinema brasileiro, e talvez para a Polícia também. Um filme que desperta tal interesse do público, de forma tão espontânea, que ganha as ruas pela via da ilegalidade antes do seu lançamento nos cinemas, numa avassaladora "não-ação" de marketing viral, ou numa curiosa referência àquilo mesmo de que trata sua história. O vazamento da cópia já está sendo investigado pela própria Polícia. Haja metalinguagem cinematográfica! Resta saber como isso vai repercutir daqui pra frente. Vai ser bom ou não? Quem pode ter certeza sobre o que o diretor José Padilha diz à Folha de S. Paulo: "que ninguém sabe o efeito que as vendas piratas terão sobre a bilheteria do filme, mas acredita na chance de não haver prejuízo à performance da venda de ingressos, já que, analisa, o público do DVD pirata é um e o dos cinemas, outro." Ou será que o boca a boca vai fazer o filme estourar? Vai virar reportagem do Fantástico? Ganhar as páginas policiais dos jornais mais uma vez? Mídia espontânea ou um baita furo pirata, ninguém pode dizer ainda. O que dá pra comentar do lado de cá é que o filme é brilhantemente aterrador. Um thriller que combina a crueza esquemática de Notícias de uma guerra particular e a cinematografia exuberante de Cidade de Deus. Esse é só o começo de uma grande História que vem por aí. Em breve, num cinema perto de você.
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A oposicionista Aung San Suu Kyi estava presa sem julgamento há seis anos no Sudeste Asiático Das agências internacionais O governo de Myanma libertou ontem a líder oposicionsita Aung San Suu Kyi, mantida sob prisão domiciliar durante quase seis anos. As autoridades de Myanma (ex-Birmânia, Sudeste Asiático) nunca julgaram Suu Kyi, Prêmio Nobel da Paz em 1991. Às 16h30 de ontem (10h em Brasília), o vice-diretor do serviço de inteligência, coronel Kyaw Win, foi à casa dela, na avenida universitária de Yangon (a capital, antes chamada Rangum) e informou à militante que a junta militar que governa o país havia decidido sua libertação. Segundo a agência de notícias japonesa "Kyodo", Suu Kyi, 50 anos, está livre para visitar qualquer pessoa e viajar a qualquer ponto de Myanma. "Alguns agentes continuam vigiando sua casa a pedido dela, mas Suu Kyi já é uma cidadã como qualquer outra", disse o coronel Win. Ela foi presa no dia 20 de julho de 1989, com base em uma lei anti-subversão de 1975. Ontem, antes do anúncio oficial, opositores exilados anunciaram que sua libertação era iminente, já que hoje seria o prazo limite estabelecido pela lei para sua libertação. Suu Kyi é filha de um dos heróis da independência da Birmânia e foi presa após enfrentar os dirigentes do país com uma série de discursos. O atual regime militar está no poder desde 1988, sucedendo a outro regime autoritário, derrubado após protestos pró-democracia. O partido de Suu Kyi, a Liga Nacional Democrática, venceu as eleições gerais de maio de 1990, mas os militares não reconheceram o resultado da votação e se recusaram a entregar o governo. A Anistia Internacional, organização pró-direitos humanos com sede em Londres, pediu a libertação de outros 40 presos políticos no país. Há 20 deputados presos, eleitos em 1990. "A situação dos direitos humanos em Myanma continua desesperadora", diz em comunicado. A libertação de Suu Kyi é vista por analistas financeiros como uma concessão do governo de Myanma para atrair mais investimentos externos. Como seus vizinhos do Sudeste Europeu, Myanma é um dos chamados novos tigres asiáticos, mas tem perdido investimentos para o Vietnã. A libertação de Suu Kyi contribuiu para romper o isolamento político do país, que deixou de receber ajuda internacional em 1988. "Mas ainda falta um longo caminho", diz Anthony Goldstone, do grupo Unidade de Inteligência Econômica.
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A ativista birmanesa Aung San Suu Kyi (foto), vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1991, visitou ontem o túmulo de seu pai. Foi a sua primeira aparição pública desde que as autoridades de Myanma a liberaram da prisão domiciliar a que esteve submetida por seis anos. Não houve incidentes. Polícia argentina vê ligação com atentado O comissário Pedro Klodczyk, ex-chefe da polícia da Província de Buenos Aires, admitiu que dois agentes mantinham ligações com Carlos Alberto Telledín, o único acusado pelo atentado à entidade judaica Amia, há um ano. A Justiça convocou para depor o rabino norte-americano Avi Weiss, que acusou membros do governo de estarem envolvidos no atentado. Empregado mata colegas nos EUA Um empregado da Prefeitura de Los Angeles ( Costa Oeste dos EUA) matou quatro colegas de trabalho ao entrar atirando no prédio em que trabalhava. Ele foi preso. A polícia não divulgou sua identidade e disse que ele estava "descontente" com seu emprego. Houve pânico no local. Berlusconi anuncia venda de canal de TV O empresário Silvio Berlusconi deve anunciar hoje a venda de parte de sua rede de TV para um grupo estrangeiro. Especula-se que os compradores sejam o príncipe saudita Al-Ualid, o sul-africano Johann Rupert e o alemão Leo Kirsch. Devem ser vendidos entre 20% e 30% das ações. O irmão de Berlusconi, Paolo, foi interrogado ontem. Ele é acusado de suborno contra o juiz Antonio Di Pietro. Cidade francesa proíbe mendigos A cidade de Mende (sul da França) proibiu o ingresso de mendigos. É a sexta localidade do país a tomar a medida. A primeira cidade a adotá-la foi La Rochelle, em 4 de julho. O premiê Alain Juppé condenou a iniciativa. Assessor de Samper admite ajuda de cartel Santiago Medina, tesoureiro de campanha do presidente colombiano, Ernesto Samper, admitiu ter recebido um cheque equivalente a US$ 50 mil de traficantes do Cartel de Cali. O cheque teria sido emitido por uma empresa usada como fachada. Ele deu as declarações à Procuradoria Geral do País.
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Ronaldo volta a treinar com bola no Milan Fenômeno não participava de um coletivo desde novembro. Jogador se recupera de lesão Das agências de notícias Dubai, Emirados Árabes Depois de ser cotado para vestir a camisa do Flamengo, o Fenômeno parece, se não satisfeito, pelo menos conformado em retornar ao grupo do Milan. Após longo período se recuperando de uma lesão, Ronaldo calçou as chuteiras e voltou a treinar com bola, o que não fazia desde novembro. O atacante segue em recuperação. Nesta sexta-feira, participou da maior parte das atividades, em Dubai, nos Emirados Árabes. O técnico dividiu o elenco em dois times com 11 jogadores atuando na metade do gramado do estádio Al Maktoum. Em seguida, quando começou a movimentação com bola, Ronaldo seguiu correndo. Aí quem se destacou - negativamente, de acordo com o jornal italiano " La Gazzetta dello Sport " - foi o goleiro Dida. O brasileiro voltou a não passar segurança e no treino em campo reduzido seu time foi derrotado por 6 a 0. Três dos gols que levou eram defensáveis, segundo o jornal italiano. Alessandro Nesta saiu em defesa do companheiro. - Poderíamos ter vencido o Inter (2 a 1, o segundo gol em falha de Dida). Não podemos ficar pressionando o Dida. Estaremos ao seu lado e considero que ele está se portando de maneira positiva na concentração - explica.
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Mais de 100 mil pessoas e 54 chefes de Estado e de governo vão à comemoração no Hyde Park ROGÉRIO SIMÕES De Londres Cerca de 100 mil pessoas foram ontem ao Hyde Park, em Londres, para assistir à cerimônia central de comemoração pelos 50 anos da vitória dos Aliados na Europa na Segunda Guerra Mundial. O evento contou com a presença de 54 chefes de Estado e governo, entre eles o chanceler alemão, Helmut Kohl, o presidente francês, François Mitterrand, o rei Hussein, da Jordânia, e o presidente Fernando Henrique Cardoso. Os EUA foram representados pelo vice-presidente, Al Gore. O presidente norte-americano, Bill Clinton, recusou o convite do governo britânico, o que foi considerado mais um sinal de distanciamento entre os dois governos. Clinton participará apenas das comemorações em Moscou, que começam hoje. Comandada pela rainha Elizabeth 2ª, a cerimônia de ontem fez parte de um fim-de-semana de eventos na capital britânica, com banquetes, reunindo membros da família real e os convidados estrangeiros, e shows de música e dança para o público. As comemorações pelo "VE Day (Dia da Vitória na Europa) começaram no sábado, quando a rainha-mãe, Elizabeth, 94, discursou e recebeu a aclamação do público no Hyde Park. À noite, num jantar no Guildhall oferecido pela rainha aos chefes de Estado e governo, Elizabeth 2ª discursou sobre a necessidade de manutenção da paz conquistada 50 anos atrás. Eles também estiveram presentes à missa de ação de graças, realizada ontem de manhã na catedral de Saint Paul, uma das poucas construções de Londres que não foram atingidas pelos bombardeios alemães. Os líderes foram recebidos em seguida em um almoço no Palácio de Buckingham, de onde foram, de ônibus, para o Hyde Park. Depois de algumas apresentações musicais, a rainha Elizabeth 2ª e seu marido, o Duque de Edimburgo, comandaram os líderes estrangeiros e seus acompanhantes em uma cerimônia simbólica, em que cada um caminhava em direção a um globo acompanhado de uma criança. Em Belfast (Irlanda do Norte), um jantar ontem à noite, com a presença do príncipe Andrew, duque de York, marcaria o fim da guerra na Europa. Dez vereadores de Belfast do Sinn Fein, braço político do IRA (Exército Republicano Irlandês), recusaram o convite para o jantar. LEIA MAIS sobre o fim da Segunda Guerra no caderno especial 50 Anos Depois
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Pesquisa FAPESP Edição 109 - Março 2005 Humanidades > Esportes Olimpo terrestre Entrevistando atletas, pesquisa faz um retrato do imaginário olímpico brasileiro Carlos Haag De dois em dois anos, a frase de Brecht, "infeliz do país que precisa de heróis", perde a sua validade. Entre Copas e Olimpíadas, o esporte reina soberano e os atletas se transformam em protagonistas de um dos maiores espetáculos sociais do mundo contemporâneo, exibidos como grandes heróis, capazes de proezas vetadas aos mortais comuns que os vêem pela TV. No Brasil, país do anti-herói, essa condição heróica do esportista ganha contornos próprios. "Para pobres e negros, a prática esportiva permitiu que pudessem conquistar a liberdade que possivelmente em outras atividades não teriam. No Brasil, por influência da mídia, a população passou a crer na vitória esportiva como afirmação de uma identidade nacional, de igualdade ou superioridade, perante aqueles que detêm a hegemonia pela força ou poder econômico", explica Kátia Rubio, cuja tese de livre-docência, Do atleta à instituição esportiva: o imaginário esportivo brasileiro (apoiada pela FAPESP), traz uma radiografia do imaginário olímpico nacional a partir das histórias de vida dos atletas, segundo a autora, "um mosaico de lembranças e imagens para chegar à representação que a participação olímpica pode ter para um atleta competitivo". Para tanto, a pesquisadora foi em busca dos responsáveis pelas 67 medalhas olímpicas brasileiras, a primeira delas conquistada em 1920 por Guilherme Parense, na Antuérpia, na modalidade tiro. Curiosamente, dentre essas, apenas cinco foram ganhas em modalidades coletivas. "Essa é uma indicação do quanto o esporte nacional sobrevive à custa de esforços individuais, uma vez que o processo de formação de equipes é complexo e envolve mais do que a soma de valores individuais", observa Kátia. "Daí a importância do registro da memória individual como forma de preservar não apenas as lembranças das conquistas pessoais, mas, por meio delas, recuperar a memória do esporte brasileiro", avalia a autora. Historicamente, a relação do Brasil e dos brasileiros seguiu de perto a trajetória burguesa do esporte europeu da era moderna, em que a prática esportiva era uma atividade de uma elite que podia se dar ao luxo de praticar o esporte como amador, virtude preconizada pelo olimpismo nascente do Barão de Coubertin. "Não por acaso, o primeiro participante brasileiro no Comitê Olímpico Internacional, em 1910, foi um diplomata, Raul do Rio Branco (filho do Barão do Rio Branco), descendente da restrita aristocracia brasileira, bem como os atletas que debutaram nos Jogos da Antuérpia pertenciam à burguesia dos centros urbanos", observa Kátia. Filhos da aristocracia paulista e carioca iam para a Europa estudar e voltavam "impregnados" do esporte europeu, entusiasmo nacional que se somava ao dos imigrantes que, no Brasil, reproduziam a cultura de movimento de seus países de origem. Essa cultura preconizava o esporte como impulso civilizador, ainda que, em quase todos os países civilizados, a sua prática estivesse associada a processos de afirmação da nacionalidade e a preparação para a guerra e defesa do Estado. O Barão de Coubertin quis reformar esse estado de coisas criando um olimpismo baseado na reforma social feita a partir da educação e do esporte, vistos numa perspectiva pacifista e internacionalista. Mas, bom filho do século 19, o movimento olímpico incipiente trazia armadilhas para a entrada das massas trabalhadoras nos Jogos. O esporte "nobre" deveria ser uma atividade de poucos para poucos. As travas eram o amadorismo ("a prática do esporte por prazer sem ganho material de nenhuma natureza") e o fair play, o cavalheirismo esportivo que vetava ao atleta explorar o limite das possibilidades numa competição, em nome do bom-tom. "O amadorismo foi aos poucos sendo esquecido como um dos elementos fundamentais do olimpismo na década de 1970, emergindo um movimento de disfarce de atletas em funcionários de empresas para que escapassem à condição de profissionais do esporte. Esse esforço foi substituído, com sucesso, pelos contratos com patrocinadores, surgindo daí outros tipos de problema", explica a pesquisadora. A partir de 1960, nos Jogos de Roma, a mídia adentrou os estádios e o olimpismo desinteressado de Coubertin se transformou em negócio milionário. Se em 1980 as televisões pagaram US$ 100 milhões para a transmissão dos jogos, em 2008 esse valor chegará a US$ 1,7 bilhões. "O esporte espetáculo, midiatizado, representa para a sociedade uma espécie de alvo de projeção social, porque anônimos ganham o estrelato ao se destacarem em uma modalidade, conquistando contratos milionários e fama mundial. Muitos garotos, hoje, não desejam ser grandes futebolistas, mas o Ronaldinho, com seus contratos, mulheres e fama", nota Kátia. "Para um sujeito habilidoso, o esporte acaba sendo uma das poucas oportunidades de ascensão social no mundo contemporâneo", avalia. No Brasil, para tanto é preciso superar o acesso difícil aos equipamentos públicos e privados, locais ideais para o desenvolvimento das atividades esportivas. "Não é de estranhar que justamente no atletismo, modalidade que não requer nenhum equipamento especial, se concentre o grupo de indivíduos de origem mais pobre e que também trouxe o maior número de medalhas para o país." A entrada de grandes empresas patrocinadoras ampliou a condição de espetáculo dos jogos e, por aqui, foi um modelo rapidamente assimilado pelo voleibol. "Para outras modalidades esse modelo ainda busca fórmulas e identidade, prevalecendo uma prática amadora no gerenciamento do esporte, o que leva ao improviso e a crenças fantasiosas nos momentos que antecedem as grandes competições", diz Kátia. Ou seja, falta ao esporte brasileiro um planejamento de longo prazo, fundamental para criar atletas. Essa falta de organização se refletiu, por anos, na incapacidade de se massificar junto à população o esporte olímpico brasileiro. "Embora modalidades como o basquete masculino fosse bi-campeão mundial na década de 1960, conquistasse três medalhas de bronze olímpicas e fosse a segunda modalidade mais praticada e prestigiada no Brasil, políticas institucionaise incapacidade de gerenciamento tiraram a seleção brasileira das duas últimas edições dos Jogos Olímpicos", observa a pesquisadora. "Isso afugenta a mídia, que passa a não mais prestigiar a modalidade, que deixa de ser divulgada e, logo, leva menos pessoas a se interessar por ela, em uma espiral inversa." Assim, nota Kátia, o esporte brasileiro sobrevive mais de esforços individuais do que de políticas que favoreçam o surgimento e sustentação de atletas vitoriosos. "Por isso, as empresas patrocinadoras são hoje o mal necessário do esporte. O problema é o limite a que essa relação pode chegar. Há casos em que não se tem clareza até onde é domínio do técnico e até onde é domínio da empresa. Assistimos a campeonatos com calendários e horários inaceitáveis do ponto de vista da fisiologia do atleta, mas altamente rentável para as empresas", afirma. "É hora de uma avaliação não apenas técnica dessa situação, mas também ética sobre o espetáculo esportivo." Em meio a tudo isso, o atleta ainda tem que enfrentar o estigma da derrota. "Embora seja uma das condições do esporte e uma situação inevitável para o esportista, a derrota, no Ocidente, passou a representar não estar no topo, no lugar de maior destaque, de projeção para outros saltos. Ou seja, é a sombra da sociedade contemporânea", observa. "Os desdobramentos disso levam a situações extremas em que feitos dignos de destaque são depreciados por aqueles que sabem de seu valor. É o caso das medalhas de prata e bronze que perdem valor por serem consideradas derrotas, e não conquistas. A medalha passa a ser a afirmação de impotência, embora seja o privilégio de um grupo extremamente restrito de pessoas que habitam o planeta." Mas há os Vanderlei Cordeiro. Para eles, prata e bronze valem ouro. O Projeto Do atleta à instituição esportiva: o imaginário esportivo brasileiro Modalidade Linha regular de auxílio à pesquisa Coordenadora Kátia Rubio - EEFE/USP Investimento R$ 60.450,03 (FAPESP)
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Pesquisa FAPESP Edição 28 - Janeiro e fevereiro 1998 Política de C & T > Íntegra do discurso do Prof. Carlos Henrique de Brito Cruz, Presidente do Conselho Superior da FAPESP Esse é um momento especial na história da FAPESP. Pela primeira vez é posto em marcha, pela Fundação, por aprovação de seu Conselho Superior, um programa voltado especificamente a projetos de pesquisa em empresas.Hoje assinaremos os primeiros trinta contratos de financiamento dentro desse programa, que já é um programa permanente da Fundação, no valor total de um milhão e trezentos mil reais. Esse programa, bem como vários outros que a FAPESP mantém, é possível porque a FAPESP tem sido criteriosa na gestão dos recursos públicos que administra. Mas especialmente porque o Estado de São Paulo, na figura do sr. Governador, tem apoiado a FAPESP sistematicamente, dentro do preceito constitucional.Permita-me elogiá-lo, sr. Governador, citando um clássico que é de seu conhecimento. Há algumas semanas, na inauguração do Laboratório de Luz Síncrotron, em Campinas, o sr. Governador impressionou a todos os acadêmicos presentes citando Francis Bacon, para justificar a importância da busca do conhecimento. Pois o mesmo Francis Bacon foi quem afirmou que "nenhuma ação dignifica melhor o bom governo do que o apoio decidido à geração do conhecimento", que é exatamente o que o Governo do Estado de São Paulo tem feito, com especial atenção, mesmo nos momentos mais difíceis. Em segundo lugar, sr. Governador, esse programa é necessário. Necessário para estimular a cultura de Pesquisa e Desenvolvimento na empresa, em São Paulo. Ao contrário do que muitos pensam, a inovação tecnológica nasce na empresa, não na universidade. Adam Smith já observava isso, em A Riqueza das Nações. E mais recentemente, estudos cuidadosos feitos pela National Science Fundation demostram que nove entre dez inovações tecnológicas de produtos ou processos nascem na empresa. Por isso é essencial para a competitividade da empresa paulista e brasileira o uso de mais cientistas e engenheiros em suas atividades de Pesquisa e Desenvolvimento. Neste espírito, duas coisas esse programa da FAPESP exigiu das pequenas empresas candidatas: um bom projeto e um líder do projeto que fosse membro da empresa ou a ela dedicado em tempo integral. São trinta projetos de excelente nível, analisados cuidadosamente e aprovados por uma comissão composta por: Roberto Waack, presidente da ANPEI; Jorge Fazenda, consultor, e pelo professor Alcir Monticelli, ex-membro do Conselho Superior da FAPESP, um dos idealizadores desse programa de apoio à pesquisa na pequena empresa. Com esses trinta projetos, sr. Governador, a FAPESP ultrapassa de longe a meta inicialmente estabelecida de vinte projetos nesta primeira rodada. A qualidade verificada nesses trinta justificou esta ampliação. Para a faseI, que envolve o estudo de viabilidade, estamos contratando hoje R$ 1,3 milhão. Sendo selecionados para a segunda fase, aquela da realização dos projetos, o investimento chegará a mais de R$ 8 milhões, nesses trinta projetos.Para um programa novo dessa natureza, a FAPESP adotou políticas flexíveis e está financiando oito bolsistas em empresas, como parte dos recursos aprovados. Note, sr. Governador, que não por acaso há uma distribuição de projetos com concentração nas cidades de Campinas, São Carlos e São José dos Campos: 50% dos projetos aprovados estão nessas localidades. Justamente onde há instituições de ensino superior públicas de excelente nível, a USP, a UNICAMP e o ITA. Muitas dessas empresas que aqui estão hoje contratando projetos, nasceram dessas instituições. Finalmente, sr. Governador, destaco que o programa continua em andamento.Para a segunda rodada recebemos cinqüenta projetos, que estão sendo analisados. Esse número, mais a qualidade observada na primeira rodada, criam um otimismo muito grande com relação ao programa e seus efeitos. A FAPESP já tem outros 25 projetos contratados na linha de Desenvolvimento Tecnológico em Parceria entre Universidade e Empresa. São, portanto, 55 projetos contratados envolvendo o apoio da FAPESP e, portanto, do Governo do Estado de São Paulo, ao desenvolvimento tecnológico e à competitividade da empresa paulista. Este é um marco na história dessa Fundação em seu objetivo constitucional de apoiar a pesquisa para o desenvolvimento científico e tecnológico e, portanto, seguindo Bacon e Smith, desenvolvimento econômico e social do Estado de São Paulo.
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Pesquisa FAPESP Edição 165 - Novembro 2009 Entrevista > Um duplo olhar para a ciência O filósofo e físico francês Michel Paty examina as implicações epistemológicas de uma eventual unificação das teorias quântica e da relatividade Mariluce Moura e Fabrício Marques Dificilmente outra personagem pareceria tão ilustrativa do diá­logo intelectual possível entre duas nações quanto Michel Paty, no colóquio “Racionalidades franco-brasileiras de ontem e de hoje”, realizado de 14 a 16 de setembro na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), dentro das atividades Ano da França no Brasil. O filósofo e físico francês de 71 anos tem visto sua trajetória profissional, seu trabalho acadêmico e a própria vida pessoal se impregnarem fortemente de experiências brasileiras, desde que aqui aportou pela primeira vez em 1965, para um período de um ano no Departamento de Física da jovem Universidade de Brasília (UnB). Terminou ficando na instituição, assaltada pela violência da ditadura militar naquele ano, por apenas seis meses e preferiu cumprir o resto do período acertado para sua cooperação no país no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro. Depois disso, Paty esperou a democracia voltar aos poucos à cena política brasileira e seus amigos cientistas retornarem ao Brasil nos voos da anistia, para recomeçar seus trajetos franco-brasileiros, de variadas formas. Ser professor visitante na USP tem sido uma delas. Ao longo desses anos, marcados de forma sensível pelo trânsito do investigador dos domínios da física de partículas para a filosofia da ciência, as reflexões de Paty sobre o conhecimento científico e, em especial, sobre o presente e o futuro da física ganharam, além de consistência, uma evidente facilidade de expressão. O que se mostra, aliás, num livro acessível a não especialistas como A física do século XX, publicado no Brasil agora em 2009 pela editora Ideias e Letras, com tradução do também fílósofo e professor da USP Pablo Mariconda. Para os que quiserem se aventurar mais pelo olhar crítico de Michel Paty, há um outro livro seu traduzido para o português, A matéria roubada, publicado pela Edusp em 1995, com tradução de Mary Amazonas Leite de Barros. Os originais franceses das duas obras são respectivamente, de 2003 e de 1988. Nesta entrevista concedida em 18 de setembro passado, Michel Paty, a par de discorrer muito à vontade sobre sua trajetória, explicou detida e apaixonadamente sua visão da ciência como um sistema simbólico de pensamento cujas representações permitem, efetivamente, nossa aproximação de um mundo real do qual ainda sabemos muito pouco. Tomando Einstein como seu mestre por excelência (ver, a propósito, Pesquisa FAPESP nº 155, de janeiro de 2009, e edição especial de fevereiro de 2009), ele se permitiu falar de forma enfática sobre a ciência como um trabalho também de criação e invenção, que abre espaço para grandes e inspirados momentos de síntese que a fazem avançar por vias antes insuspeitadas. Michel Paty promete para os próximos anos três abordagens, que talvez se tornem três diferentes livros, com base em suas pesquisas mais recentes: “A ciência como pensamento simbólico”, “a ciência como criação” e “a função da racionalidade”. Neste último ele promete deixar um pouco sua cautela ante os grandes temas da filosofia de lado e arriscar comparações entre a ciência ocidental e o conhecimento de outras tradições. Proponho começar por sua relação acadêmica com o Brasil, antes de entrarmos no tema principal da entrevista, a física do século XXI. Bom, tem a minha história pessoal e tem a história das relações entre França e Brasil, em particular no campo da filosofia e da filosofia da ciência. Então vou começar pela experiência pessoal: conheço o Brasil há bastante tempo, há 44 anos. Eu tenho uma formação inicial de físico e passei 20 anos ou mais da minha vida na pesquisa em física. Dentro da universidade francesa? Sim. E depois eu comecei uma nova carreira, em continuidade à outra, mas no campo da filosofia. Porque, enquanto eu fazia pesquisa em física, também estudava, digamos, às noites, filosofia. Assisti a aulas de filosofia, fiz todos os trabalhos necessários. Tenho uma tese em física e uma tese em filosofia, tenho dupla formação. Como se explica seu interesse simultâneo por física e por filosofia, áreas que normalmente as pessoas não juntam tanto assim? São coisas mais ou menos relacionadas com o perfil e a trajetória individual. Na verdade eu entrei na física – para mim isso não era óbvio – levado um pouco pelo acaso. Porque eu me formei inicialmente na França em matemática. Gostava muito de matemática, gostava muito de literatura também, essas eram realmente as minhas duas inclinações. E não gostava tanto da física, preferia a matemática porque é mais segura, mais certa, enquanto na física se trabalha muito sobre hipóteses... se utiliza a matemática, mas afinal por que se utiliza a matemática? Essa é uma questão que vai levar à filosofia! Em seu livro A física do século XX, há uma frase sua sobre como a matemática é a representação mais simples do pensamento abstrato. Aproveitando então essa sua entrada na área... Bom, esse já é um assunto que sai da minha biografia para minhas pesquisas mais recentes. Mas vamos em zigue-zague: isso na verdade está muito relacionado com a razão pela qual eu fiz física e pela qual, depois de ter feito física ou ainda fazendo física, eu quis fazer filosofia (Depois vamos voltar para a história do meu Brasil, não?). Eu me encantei com a física depois de já começar a pesquisa. Eu ainda não tinha o doutorado de física, mas já tinha terminado todos os outros exames, já estava bem formado, quando entrei um pouco por acaso em uma pós-graduação de física nuclear e de partículas em Bordeaux, minha cidade de nascimento, e lá era muito matemática essa formação, o que me agradava muito. Mas tinha física também, então eu descobri que essa física era diferente da física do colégio que eu não gostava tanto, na verdade. Diferente, em que sentido? Diferente porque lá parecia que o raciocínio era muito mais seguro, que era muito mais rigoroso e que realmente se dava muito bem naturalmente com a matemática. Enquanto o que aprendi no colégio não me permitia entender bem a conexão entre a matemática e a física. Tinha professores que insistiam nas experiências no laboratório, outros que insistiam nas fórmulas das equações, então a gente ficava um pouco na dúvida sobre, afinal, o que era a física. Isso não é uma deficiência do ensino? Eu acho, sim, que é uma deficiência do ensino que se encontra em geral em muitos países. E só quando você tem um mestre com uma visão muito aguda do que é a física consegue vencer essa deficiência. O primeiro mestre que eu encontrei realmente, e que depois me encantou, foi Einstein, porque seus escritos permitem entender as razões da física. E eu entendi bem Einstein porque, com a formação que estava fazendo, eu estava entrando no campo mesmo pela reflexão prática, pela experiência do pensamento. Tem um momento nesse livro em que emerge sua visão da física como um conjunto ou um sistema de ideias, a par de ser também esse campo de experimentação e de representação de forças da natureza, e um pouco de invenção, criação. É exatamente isso. Na verdade, me voltei para a física quando entendi que ela era um pensamento próprio que permitia alcançar a realidade material, mesmo essa realidade material que você não vê, que foge dos sentidos, porque são átomos – a distância entre átomos e nós é enorme e, se você quer em números, é 10 elevado à potência 23. Então é uma diferença muito grande e acontece que a força do pensamento da física é tal que você pode pensar essas entidades que você nunca vai ver. Diretamente, claro, porque nós somos seres humanos que temos muitos átomos em tudo que nós somos e encontramos. Eu comecei a entender isso pela prática da pesquisa e depois encontrei escritos de Albert Einstein e outros. Mas Einstein foi o melhor, eu continuo achando. E fundamentalmente em que trabalhos? Inicialmente li o Einstein que existia em livros, do gênero Como eu vejo o mundo ou coisa assim. Só que depois me dei conta de que esses livros eram muito mal traduzidos e que tinha muito mais no pensamento real dele. Então fui atrás de tudo que Einstein já tinha escrito, inclusive os textos científicos. Eu o descobri como um cientista que pensa no sentido do seu mundo, que é a física, primeiro, e, segundo, em termos filosóficos, a reflexão. Mas vamos voltar a seu trânsito entre a física e a filosofia. Então, precisamente: a física em que eu estava mergulhado era a física das partículas dos campos fundamentais da matéria, quer dizer, física dos átomos e ainda menos, física dos núcleos e dos constituintes dos núcleos; física dessas entidades muito pequenas e que estão por baixo do núcleo, chamadas de partículas elementares e que só podem ser conceitualizadas através de uma noção que parece muito abstrata, que é a noção de campo quântico. Depois se chama essa disciplina de física das partículas e campos fundamentais. Porque não são partículas como a gente imagina. Mas não têm massa? Têm massa, mas não têm – como dizer? – uma forma definida, não têm uma ocupação do espaço definida, coisas assim. Então, é algo muito difícil de imaginar pela maneira de pensar normal, por imagens ou palavras. A única maneira de imaginar é pensando pelos conceitos matematizados, pelos conceitos construídos pela mente humana, como campo, carga elétrica e outros que não vamos detalhar aqui. E esses conceitos são objetos próprios que têm uma forma matemática obtida pelo trabalho dos físicos, desde o início do século XX. Não é mais fácil se apossar desse pensamento pela ideia de carga elétrica... A carga elétrica é uma maneira de intuir o que está em jogo. Que uma carga elétrica é algo que tem influência sobre outras cargas elétricas ou que tem efeitos sobre elas, da mesma maneira que uma corrente elétrica, quando passa na vizinhança de uma agulha magnética, vai movimentar a agulha em certa direção. Foi a teoria fundamental do eletromagnetismo que explicou isso, que forjou essas noções de campo, por exemplo. Mas ali se fala de campo clássico, de campo eletromagnético. Na física quântica foi construída e elaborada uma noção, inicialmente inspirada pela noção de campo, quer dizer, é uma ação de propagação de próximo em próximo entre esses tipos de entidades, como a carga, e que na verdade não são do mesmo tipo porque elas não podem ser representadas no espaço da mesma maneira. E se chama quântico, o que é um marco da diferença. Mas, em sua experiência de falar com não especialistas da física, qual a melhor maneira de levar o pensamento dessas pessoas a se aproximar efetivamente de uma noção adequada dessas partículas elementares que não têm forma e cuja massa, de tão ínfima, é inimaginável? Eu escrevi textos de divulgação, inclusive este que você tem na mão [A física do século XX]. Eu o considero de divulgação, mais do que um texto científico propriamente dito, apesar de ter um pouco de coisas precisas que permitem fazer as correspondências entre a ciência e o senso comum, e apesar de eu tentar também pôr de maneira discreta algumas questões filosóficas (que acho inerentes a esta apresentação). A minha experiência é de que na verdade se pode comunicar bastante coisas deste conhecimento muito especializado a pessoas que não são especialistas, que nem sabem muita coisa. Eu insisto nessa questão porque a física, em particular, parece uma área mais difícil de ser traduzida para essa linguagem do senso comum do que, por exemplo, a biologia ou a química. Claro. E é simples, porque os elementos de conhecimento em biologia se podem até visualizar no microscópio. Até a molécula gigante de DNA pode ser vista no microscópio – então é imagem, é visual. Enquanto a física de que eu falo não é visual, escapa totalmente, não se pode atingi-la pela visualização, pela luz, pelos raios de luz, mas por outras radiações adequadas para chegar a essas dimensões muito pequenas. Essas radiações são as próprias partículas ou são os raios gama, por exemplo, ondas eletromagnéticas do mesmo tipo que a luz, só que de energia muito maior, quer dizer, de comprimento de onda muito pequeno que permite alcançar essas dimensões. Ao considerar isso, você pode fazer uma espécie de analogia entre a visão de imagens através do microscópio e a visão indireta por esse tipo de radiação, quer dizer, você transpõe o papel da luz para essas radiações. Mas isso é bastante universal, porque essa radiação permite alcançar não só as partículas elementares, mas também os objetos enormes e muito longínquos do Universo, porque são fontes de raios gama muito energéticos, que chegam a nós, observamos, e podem nos revelar o que se passa nesses objetos gigantes. Vamos tentar chegar ao momento do salto da física para a filosofia? O início da minha carreira em física de partículas elementares foi em um laboratório no Cern, em Genebra, onde tinha um acelerador de partículas que faz essas radiações. E eu pude fazer observações num detector chamado câmara de bolhas, que ainda existia na época, e que permite visualizar por efeito macroscópico de ampliação o caminho de uma partícula, permite identificar essas partículas, medir e calcular as suas características e depois saber o que acontece nessa região da constituição da matéria. Quando eu vi isso – para mim até então as partículas eram uma abstração –, quando de repente eu vi os perpasses que permitem saber que essas radiações têm efeitos materiais, foi um pouco o meu caminho de Damasco, como caminho da revelação para São Paulo. Só que a minha revelação não foi de Deus, mas da realidade íntima da matéria. No caso, e para terminar com essa evocação, essas partículas resultavam de interações, na época quase desconhecidas, de neutrinos. São partículas de que se fala muito hoje em dia e os meus primeiros estudos foram nesse campo pioneiro na época. Eu não me tinha me dado conta até aí, dada a maneira na qual fui formado (e eu era bastante ágil em equações, em calcular um campo e sua interação), de que tudo isso que era na forma matemática correspondia, entretanto, a algo que eu até podia ver, mesmo que não diretamente – e foi aí que me dei conta, concretamente por assim dizer, de que é uma realidade física que tem essas propriedades que eu tratava matematicamente. Ou seja, as experiências no Cern lhe permitiram sair da alta abstração matemática para entrar no âmbito da existência material. Isso é que realmente foi o achado em minha primeira experiência na física, posso dizer. Então imediatamente vem a filosofia, porque precisamente ela inclui em seus problemas este da relação entre a representação mental – e essa forma matemática não passa de uma representação mental – e a realidade do mundo independentemente de mim. Quer dizer, tais representações não inventaram o mundo, este é concreto, existe, pelo menos todo mundo pensa, com razão, que isso tem um sentido. Esse era o problema fundamental: o conhecimento pela mente, simbólico, do mundo e do mundo real, apesar de sua diferença de natureza, têm a ver um com o outro. Eu ainda não falava nesses termos, mais tarde desenvolvi minha pesquisa e achei que essa colocação de que o pensamento científico é um pensamento simbólico era fundamental. Porque permite dar tudo o que essa representação merece e também permite caracterizar a referência com o mundo real. Portanto, isso foi o início mais consciente do meu percurso. Foi como dar um passo atrás para olhar em perspectiva o conhecimento científico enquanto um campo simbólico de relação, de interação, entre a realidade externa e aquilo que a mente pode entender Inter-relacionamento é a palavra certa. O pensamento que é muito abstrato, que funciona dentro da cabeça, por assim dizer, ele não está isolado, porque ele tem acompanhamento do corpo e dos sentidos. Então por essa conexão entre o pensamento abstrato e os sentidos é que se pode ter uma relação entre o pensamento e o mundo que existe, no qual eu posso tocar, no qual eu posso agir. É mais ou menos essa a linha de interação, é isso que permite explicar que haja uma correspondência entre o mundo do pensamento e o mundo real. E se tem toda uma corrente de interações que faz com que eu pense o mundo de uma maneira, mas eu o questiono concretamente a partir das minhas experiências por meio de aparelhos, que prolongam os corpos, na verdade. Cito mais um trecho sobre o futuro da física, em A física do século XX, que me chamou muito a atenção: “Uma representação não se identifica com o que ela representa, que é dado como exterior ao pensamento. Natureza e matéria são independentes de nós e as representações que delas fazemos são evidentemente imperfeitas e sujeitas a transformações”. Aí eu lhe pergunto: mas como são independentes de nós? Não somos também nós natureza e matéria? Sim, mas nesse caso nós somos obrigados a não ser “umbiguistas”, porque no que acabei de dizer realmente tem nosso pensamento e tem o mundo que podemos tocar, por exemplo, ou que não podemos tocar, mas sabemos que existe: planetas, astros, existem independentemente de os tocarmos. Então, o que você está perguntando é: será que ao falarmos do mundo já nos estamos falando no mundo? Expressando o pensamento, esse mundo já não faz parte de nós? E nós somos também natureza, ao mesmo tempo. Muito bem, este é o ponto: o mundo está dentro de nosso pensamento de uma certa maneira, mas um mundo transformado pelas condições do pensamento. Poderíamos ser solipsistas e dizer “eu não sei nada fora do meu pensamento, então nada fora existe”, mas permita-me lhe dizer que você não iria muito longe com esse raciocínio. Então tem que fazer uma hipótese: na verdade não só o que eu toco, não só o que eu posso representar, existe. Assim, eu vou colocar: o mundo existe, e o mundo é isso que existe independente de mim. Mas depois disso não posso dizer nada deste mundo sem fazer uso dos meios do pensamento. Eu, com o tipo de pensamento que é a ciência, posso representar ou tentar representar, posso alcançar até um certo ponto, posso assimilar dentro do meu pensamento, este mundo. O que posso saber dele só pode ser através da minha representação. Nesse momento em que você entende o pensamento científico como um pensamento simbólico, como isso afeta em termos práticos sua vida profissional? Então, eu saí do Cern, quer dizer, acabei minha tese que tinha feito em física na Universidade de Paris e naquele momento eu tinha que fazer o serviço militar. Acontece que lá em Genebra, que é um lugar muito internacional, eu tinha conhecido um físico brasileiro, Roberto Salmeron. E fiquei amigo dele. Naquele tempo ele escolheu voltar ao Brasil para fundar em Brasília uma nova universidade, pioneira. Como eu falara para ele, quando estávamos em Genebra, de meu interesse pelo Terceiro Mundo e dissera que sabia das coisas... Era politicamente engajado. Não tão engajado, quanto concernido, porque não pertencia a nenhum partido político. Mas eu era realmente muito interessado. Eu tinha sido engajado no meio estudantil no momento da guerra da Argélia para militar contra a guerra e o colonialismo, coisas assim. Mas depois, quando estava em Genebra, a guerra já tinha terminado e eu me interessava pela situação geral do Terceiro Mundo, o problema da fome no mundo e do desenvolvimento. Eu também tinha lido sobre o Brasil através de vários autores, em economia e em literatura. Daí, de minhas conversas com Salmeron saiu esse convite: “Olha, eu vou para o Brasil para desenvolver essa universidade, você não quer vir?”. E como na época quem tinha boa formação universitária podia fazer, em vez do serviço militar, uma cooperação na universidade, em países em via de desenvolvimento, eu disse: “Eu topo, claro”. Então eu fui nesse quadro. Para criar a Universidade de Brasília? Ela já tinha sido criada, mas estava no começo. Salmeron regressou um pouco antes da ditadura militar, que logo em seguida se instaurou. E nesse instante se tratava de continuar as coisas. Mas os seis meses que eu passei lá foram de luta para tentar sobreviver em condições honrosas quando a ditadura militar queria realmente esmagar, impor suas exigências que eram completamente anticientíficas e promoveu o afastamento arbitrário de professores, e então quase todos os professores se demitiram, dizendo “não aceitamos trabalhar nessas condições”. Eu admirei muito. Foi para mim uma grande experiência humana, uma experiência política em sentido amplo, acho mesmo que foi uma espécie de lição de filosofia e política. Qual era a sua idade naquele momento? Eu tinha 27 anos. Eu era muito aberto a tudo, entusiasmado. Sua vinculação era ao Departamento de Física da UnB? Sim. E fiquei até o final do ano, porque a universidade fechou, depois não houve possibilidade de conciliação, então... Então isso aconteceu no segundo semestre de 1965? Isso. Depois, como eu tinha sido contratado através da cooperação entre a UnB e a embaixada francesa, o acordo foi modificado e eu fui emprestado para o CBPF do Rio de Janeiro [Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas] para poder completar o meu período. Eu não queria ficar na Universidade de Brasília, uma vez que meus colegas tinham sido obrigados a sair, então eu me solidarizei, mas de maneira a não criar problemas com a embaixada francesa, que era responsável por mim. Como estrangeiro, eu não podia fazer muito. Acontece que eu tinha sido preso um dia nesse período. O Salmeron menciona isso no livro dele sobre a universidade [A universidade interrompida]. No conjunto, essa experiência para mim foi grande e posso dizer que me ajudou nessa condição de trânsito para a filosofia, porque a Universidade de Brasília era pequena, tinha professores excelentes, uma espécie de seleção dos melhores, e era fácil, sendo de uma disciplina, encontrar pessoas de outras. E no meu caso, como às vezes tinha tempo livre porque tinha greve, tinha cursos fechados etc., eu assistia a cursos de sociologia, de cinema...ouvi lições sobre o Cinema Novo pelos protagonistas… Ficava ouvindo o Nelson Pereira dos Santos dando aula. Sim, e mais Jean Claude Bernardet. De Nelson Pereira dos Santos eu conhecia filmes, tinha visto Vidas secas antes de vir para o Brasil. Foi fantástico. Também eu tinha muita discussão com filósofos e com sociólogos, e em particular o professor Paul Arbousse-Bastide, professor francês visitante na UnB naquele período, ele tinha sido um dos fundadores da USP. Eu fiz amizade com ele e durante os seis meses da minha vida em Brasília nós convivemos praticamente direto. Eu tinha um jipe, então eu o levava pelo sertão nos finais de semana e, como ele tinha uma intimidade incrível como o Brasil, eu aproveitei muito. Graças a ele eu comecei a realmente conhecer e a gostar muito do Brasil. Quanto tempo durou seu trabalho no CBPF? Eu fiquei os seis meses que faltavam para cumprir um ano de contrato. E lá foi bom, porque eu dei aula tranquilamente, o CBPF naquela época não era perseguido, e eu podia conhecer melhor outros físicos, além dos que conheci em Brasília: Jaime Tiomno, Fernando de Souza Barros etc. Leite Lopes eu já conhecera antes, porque ele ficou vários anos em Paris ensinando física na Universidade d’Orsay e depois, quando eu voltei do Brasil, ele ainda estava em Paris. Daí fizemos uma amizade profunda. Quando em sua volta ao Brasil ele terminou cassado pela ditadura, eu falei com os meus colegas de Estrasburgo. Eu tinha sido nomeado para a Universidade Louis Pasteur em Estrasburgo, depois de terminar meu período no Brasil. Lá tinha física nuclear e de partículas e eu podia trabalhar bem. Então, em determinado momento fui avisado por Salmeron, por carta, da cassação de Leite Lopes. Falei com os colegas, os professores de física, o presidente da universidade, Guy Ourisson (que morreu há dois anos), ficaram todos muito interessados nessa possível candidatura e o chamaram para o posto. Ele teve ali um posto de professor titular até se aposentar. O Leite Lopes ficou para mim como um grande amigo e também um mestre. Quanto tempo durou sua estada na Universidade Louis Pasteur? Fiquei 16 anos e lá me formei em filosofia. Eu trabalhava na física, ia à filosofia e na medida do possível assistia às aulas, ou fazia os exames, lia e estudava os textos de história da filosofia, redigia os deveres que tinha que fazer e tudo. Eu gostava da filosofia, os professores ficavam muito contentes com as minhas dissertações e me sugeriam fazer mais filosofia da ciência do que outros campos. Na verdade, eu era bastante interessado em outras coisas também, na filosofia da existência, na metafísica, na ética, eu gostava muito de filósofos como Paul Ricoeur e o professor dele, Jean Nabert, gente assim. E também filosofia da estética, um pouco, que tinha lá professores muito bons. A sua tese em filosofia foi qual? Bem havia um professor de metafísica chamado André Canivez, especialista no filósofo francês da educação do final do século XIX, Jules Lagneau. E ele ensinava este autor, mas também filósofos recentes. Então eu não sabia ainda que direção escolher e ele, que gostava de meu perfil e das minhas dissertações, me disse: “Você vai fazer agora o master e depois a tese, então eu aconselho você a trabalhar sobre a filosofia da ciência, porque você é muito bem formado em ciência, você sabe, pratica isso, então seria uma pena perder isso e entrar num campo muito diferente”. E observou que ali, infelizmente, não tinha muito filósofos da ciência, mas havia um grande especialista da história das ideias e, em particular, do início da ciência moderna, quer dizer do século XVIII, Século das Luzes, do Iluminismo, enfim. Este professor era Georges Gusdorf. Ele tinha escrito muitos volumes sobre o pensamento das ciências humanas e três ou quatro volumes desse conjunto eram dedicados ao século XVIII, dentro dos quais um que falava mais das ciências exatas. Ele enfatizava, em particular, o papel de um grande filósofo e matemático da época, Jean D’Alembert, que foi, com Diderot, o diretor da Enciclopédia. Quando fui vê-lo, já no momento de escolher um assunto de tese de doutorado, ele me disse: “Tem um autor totalmente feito para você, que é o D’Alembert”. Então eu fui mergulhar na obra de D’Alembert, fiz a tese. Levou tempo porque eu estava trabalhando ao mesmo tempo, mas finalmente defendi minha tese. Ou seja, suas tarefas incluíam dar aula de física, fazer pesquisa em física e preparar a tese de filosofia, tudo ao mesmo tempo. Exatamente. Meu trabalho oficial era realmente a pesquisa em física, eu era chefe de uma equipe importante e orientava teses. Houve um momento em que eu fui subdiretor do Centro de Pesquisa em Física em Estrasburgo. E, paralelamente, por conta própria, estudava filosofia. Então levei sete anos para redigir a minha tese. O professor Gusdorf de vez em quando dizia “essa tese nunca vai terminar!” Mas ele entendia. Vou aproveitar para fazer uma pergunta a respeito de sua visão filosófica da física. Num trecho de seu livro sobre o pensamento físico e pensamento crítico, está dito o seguinte: “De maneira mais geral, para além do detalhe das descrições, das explicações e até dos retornos reflexivos e críticos nos diversos campos de relevância, os ensinamentos que recebemos da física sobre a natureza e sobre o pensamento da natureza, concorrem para formar em nós uma representação do mundo. Trata-se de uma concepção mais ampla do universo, do pensamento e da situação em que cada um vê a si mesmo”. A partir disso, lhe pergunto como uma física que hoje parece não uma disciplina, mas muitas, que transita entre a física quântica, a física de partículas, a astrofísica, a cosmologia, enfim, como esta física tão complexa influi na maneira como nós, no século XXI, vemos o mundo? Preliminarmente eu gostaria de enfatizar que falo da física aqui, mas deveria estender isso às lições das outras áreas da ciência, da biologia em particular. Hoje não podemos pensar o mundo sem pensar no que sabemos da biologia, por exemplo. Aliás, no livro alerto os físicos quanto à necessidade de às vezes serem um pouco mais modestos, embora agora já não sejam tanto os físicos que pretensiosamente querem reduzir tudo à física: são mais certos biólogos que querem reduzir tudo à biologia. O pensamento, por exemplo, seria reduzido à biologia, a matemática seria somente um efeito da organização biológica do nosso corpo, do nosso cérebro, o que não acredito, porque matemática é outra coisa. No século XIX muitos físicos pensavam que só a física era uma ciência, enquanto as outras disciplinas não eram tão científicas, porque a física foi a primeira a se desenvolver nitidamente com um método científico bem formulado, bem estabelecido. Entretanto, a ciência foi desenvolvida em áreas muito diversas cada uma com suas particularidades, mas todas científicas, sem redução às outras. Claro que isso não nega a física, cujo objeto é a base das propriedades da matéria inanimada que constitui todos os corpos. Acho que todas as ciências deveriam ter parte em nossa representação do mundo. Se sou físico ou era físico, então vou privilegiar um pouco a física, que vai me ensinar mais do que as outras (em se tratando de mim, porque a conheço melhor). Mas sou obrigado a não ignorar que as outras existem e vou incluir a biologia, ou a sociologia, a psicologia… Também a economia, que se pretende ciência, mas que às vezes, quando se vê que como é aplicada no mundo, é bem pouco científica, mas com pretensão científica e argumentos de autoridade, o que é muito ruim. Com isso, não quero dizer que a economia não seja uma ciência, mas que ela deve realmente estar segura de ser ciência quando se formula. Muitos economistas não têm esse recuo e nos fazem tomar por ciência o que é ideologia. Eu não vou comentar mais, eu apenas faço uma pequena alusão, só para apontar que é necessário colocar em perspectiva as ideias e criticá-las para avaliar nas ciências o que é científico. No seu livro há uma referência a Amartya Sen. Sim, para mostrar que a economia deve ser considerada de uma maneira muito mais ampla e muito mais aberta do que ela foi de forma predominante durante muito tempo, de maneira mais socialmente embasada também, claro, porque a economia pertence de uma certa maneira à ciência da sociedade, como Amartya Sen me parece ter feito. Ao abordar os desdobramentos da ciência no futuro, há uma frase sua de grande impacto: “O que conhecemos faz parte da totalidade do que é, da qual ignoramos a maior parte”. Essa é a diferença: o mundo que está fora não precisa de nós. Mas nós tentamos alcançá-lo com a nossa pequena mente – apesar de ser pequena ela é forte, ela é poderosa, mas ela é pequena comparada com o mundo (mesmo levando em conta sua dimensão social coletiva e histórica que a amplia), ela não inclui o mundo. Como dizia o cientista Henri Poincaré, matemático e filósofo, “o mundo é muito maior do que a mente que está nele e não pode ser incluído em totalidade na mente”. Tem essa outra observação: “É por essa razão que essas apreensões permitem que avancemos progredindo na direção de maior clareza, já que há esse grande desconhecimento para o que é, só que às vezes essa clareza só é obtida à custa de mudanças profundas na própria maneira de pensar”. Em sua visão, onde deve mudar a nossa maneira de pensar para que o conhecimento científico e particularmente a física avancem numa direção bem criativa no século XXI? Bom, eu coloco o problema, não dou solução. O que eu considero pelos avanços da ciência, utilizando as lições do passado até agora, é que na verdade, a cada momento em que a gente pensa que detém uma representação praticamente acabada, totalmente coerente, satisfatória, que pode dar ao pensamento uma impressão de conforto, há uma modificação necessária, tudo é abalado e tem que ser repensado de uma outra forma. Digo abalado, e não destruído, porque a reconstrução recicla o material precedente. Foi isso que aconteceu no século XX na física, com a teoria da relatividade e com a física quântica. Acho que a física hoje continua na mesma linha, grosso modo, não se vê uma grande revolução desde essas teorias. A única coisa substancialmente diferente que se está procurando é a reunião dessas duas grandes teorias, quer dizer, a teoria da matéria contínua e a teoria da matéria descontínua. Esse é um grande objetivo da física, mas não sabemos se vai ser alcançado. Pode ser, até lá é que podemos pensar filosoficamente, de uma certa maneira. E os cientistas têm que se transformar um pouco em filósofos para imaginar como podemos alcançar a tal da perspectiva. Mas não falo de tudo, falo do campo da física. Então a procura por essa unificação faz sentido, talvez seja melhor uma teoria do que duas para abordar objetos comuns. Mas elas têm objetos comuns? Têm. E a cosmologia moderna, por exemplo, tal como se vê hoje, é tributária das duas teorias. Quer dizer, a cosmologia, ciência do Universo, uma vez que o espaço já é grande e formado, é da competência da teoria da relatividade. Mas a cosmologia primordial, os períodos iniciais da cosmologia, que temos que pensar que existiram, porque seus traços estão aí, são da física quântica necessariamente, porque se referem a estados da matéria que são os mesmos que os físicos de partículas e dos campos quânticos estudam. São estados ordenados pelas interações fracas, pelas interações fortes, pelos quarks, essas coisas. Então a cosmologia, se se quer ver o conjunto do desenvolvimento da história do Universo segundo o tempo e o espaço, necessariamente tem que ter uma junção entre a teoria da relatividade e a teoria quântica. O problema está colocado e tem bons argumentos. Se pensarmos bem como vamos conseguir uma visão mais coerente, pode ser que o caminho mais natural seja ou não unificar essas duas teorias que conhecemos. Pode ser que haja adiante um outro princípio mais fundamental, que não corresponderia a uma representação espacial nem às coisas da representação quântica – mas é difícil pensar no vazio. No campo da astrofísica, é posto como um grande desafio para os próximos anos a questão da energia escura do Universo. Enfrentar esse problema não poderia terminar num atalho para a teoria unificada? Essas coisas são propostas pelos cosmólogos que falam da energia escura e da matéria escura. Creio também que os buracos negros são bons objetos para essa articulação, porque são revelados pela teoria da relatividade geral, sabemos pela observação que existem porque têm efeitos que correspondem exatamente ao que estava descrito pela teoria da relatividade geral e, se existem, têm muito a ver com a física quântica porque sua matéria é quântica. Quanto à massa escura, energia escura etc., a primeira aparece como necessária se se quer entender o movimento das galáxias relativamente umas às outras, do qual a teoria da gravitação dá conta normalmente. A massa visível não basta. Nesse movimento há provavelmente uma responsabilidade muito maior de uma massa não visível, negra, “escura”, que não sabemos o que é. Por enquanto, só se pode dizer isso. E a segunda, energia escura, é porque quando se considera o ritmo da expansão do Universo, que é medido indiretamente, se necessita também da presença de uma energia que não é visível, mas que seria a causa de uma aceleração da expansão do Universo capaz de explicar certos fenômenos cosmológicos. Não se sabe o que ela pode ser, mas se sabe que se necessita disso. Não sei até que ponto uma explicação por baixo desses fenômenos não podia ser encontrada em termos diferentes. Pode ser que esta “energia escura” tenha a ver com as propriedades quânticas da matéria no Universo primordial, particularmente com a passagem do regime quântico do Universo a seu regime de gravitação relativista. Mas agora eu me situo no ponto de vista da filosofia e não vou competir com as hipóteses dos físicos, eu deixo as hipóteses para eles e só sugiro que de vez em quando se reflita sobre as bases do nosso conhecimento físico, clássico, quântico, cosmológico e nas suas interfaces. Minhas últimas pesquisas epistemológicas são sobre o que significa o conhecimento na física quântica. Por que ele é diferente na física quântica? Ele é apresentado como diferente. Porque, por exemplo, a física quântica descreve a matéria em termos de campos que não têm as propriedades dos campos clássicos, eletromagnético, ou gravitacional, por exemplo. Os campos quânticos têm uma forma e um comportamento diferentes e suas grandezas são quânticas, remetem a algo que não se expressa no modo clássico, mas que se expressa de maneira, afinal de contas, muito precisa e exata. Então, será que os dois modos fazem uma grande diferença? Durante muito tempo foi pensado que é difícil intuir a física quântica sem passar pelos meios da nossa mente habituada pelo que é clássico, e sobretudo porque os aparelhos utilizados nas experiências são clássicos. Consideremos, por exemplo, as concepções do grande físico Niels Bohr, um dos fundadores da física quântica: segundo ele, tudo que nós sabemos do quântico é sempre através dos aparelhos clássicos, então não tem saída, nós temos que falar do mundo quântico em termos forjados pelo pensamento clássico. Acho que isso pode ser questionado, porque não está tão certo. Os aparelhos que nos informam sobre os fenômenos quânticos são microscópios eletrônicos, aceleradores de partículas… No microscópio você pode observar em nível de uma célula, por exemplo, e para observar você utiliza a luz que encontra o objeto, atravessa o objetivo do microscópio e chega no olho – isso é um aparelho clássico. A observação em nível quântico obedece ao mesmo princípio, só que as radiações utilizadas nos aceleradores têm comprimentos de onda muito menor, o que corresponde a frequências muito grandes, isto é, a energias muito altas. Os detectores, cuja função corresponde a esta do objetivo no caso do microscópio, detectam efeitos clássicos resultando nos fenômenos em nível quântico. Da medição desses efeitos se pode remontar aos fenômenos quânticos que foram suas fontes e expressá-los em termos quânticos – dos conceitos e da teoria quântica. Mas não há exatamente aparelho quântico... Bom, não há quando falamos de aparelhos que nós tocamos, mas utilizando de certa maneira um arranjo de aparelhos clássicos para observar efeitos tipicamente quânticos, produzidos em nível quântico por sistemas quânticos, seja com aceleradores, seja com aparelhos de ótica quântica, se pode analisar especificamente esses fenômenos quânticos remetidos aos sistemas fontes e, de fato, agir diretamente sobre eles – sendo assim, me parece possível falar de aparelhos quânticos. Consideremos como exemplo o conjunto de aparelhos utilizado nas experiências de “decoerência quântica”, que são recentes, de 10 anos atrás. Com esses aparelhos se produz um sistema quântico tendo a propriedade de emaranhamento, relacionada com uma propriedade teórica dos sistemas quânticos chamada “princípio de superposição dos estados”. Nessas experiências se fabrica um sistema tipicamente quântico, com essa propriedade de emaranhamento que não existe nos fenômenos clássicos, e se pode segui-lo em sua propagação no espaço, identificando seu estado. Trata-se de um sistema quântico, mas quase macroscópico, na fronteira do microscópico e do macroscópico, feito de um átomo de grande dimensão interagindo com um campo elétrico (com um ou poucos fótons, partículas quânticas de luz). O aparelho é capaz de detectar o estado do sistema e de determinar o momento em que este perde sua propriedade quântica de emaranhamento por causa de sua interação com os outros componentes quânticos (atômicos) do meio atravessado. Chama-se de decoerência esse fenômeno, análogo à propriedade correspondente da luz: um feixe laser, por exemplo, é um feixe de luz coerente, de amplitudes em fases superpostas ou adicionadas. É o equivalente para estados quânticos. É possível dizer que um aparelho que produz e mostra tal propriedade é um aparelho quântico, só que ele é feito de aparelhos clássicos, cujo arranjo é adequado para poder manipular objetos quânticos, dada a seleção interna que permite um subsistema quântico dentro do aparelho clássico. A nossa experiência de mundo, ou seja, nossas relações sociais e pessoais, nosso contato com a realidade e com o conhecimento, hoje é fortemente impactada pelo computador e pela revolução que ele vem provocando em múltiplos campos. E eu pergunto, na expectativa do filósofo, como isso vai transformar o conhecimento científico, agora, no século XXI? Essa é uma pergunta bastante difícil, porque se teria que prever em todos os campos ao mesmo tempo, pois com certeza os avanços de um campo têm efeitos, às vezes indiretos, num outro, já que todos os campos do saber são solidários – e a matéria do mundo é uma. É um assunto que os historiadores da ciência estudam, pelo menos eles têm estudado ou estudam os equivalentes revelados na história até hoje, e que tem ressonância epistemológica e filosófica, e também na sociologia da ciência. Há uma tendência na história social da ciência, não toda ela, em explicar todas as transformações científicas pelas transformações sociais ou, pelo menos, por fatores puramente sociais, deixando de lado as ideias. Mas tal perspectiva me parece muito limitada, porque não é nos assuntos sociais que se vão encontrar as razões epistemológicas próprias a cada uma das ciências. Não é simplesmente porque houve transformação social que veio, como se fosse assim secretada, uma ideia científica revolucionaria, nem a física quântica nem a biologia molecular nasceram disso. Mas é verdade que as transformações sociais podem permitir, eventualmente, um outro olhar dos cientistas ou uma outra concepção da organização da ciência ou mudanças de mentalidade, favorecendo ou não um certo tipo de ideias. A sociedade pode ter um papel desse tipo, mas não é isso que produz ideias. As ideias são produzidas por seres pensantes que pensam os fenômeno que estão estudando, e as ideias desses fenômenos são as primeiras que se deve considerar. Os conhecimentos são ideias, não formas sociais. Se as segundas podem ter efeito sobre as primeiras – como se constata no nível das civilizações, na interdependência da ciência, da cultura e da sociedade –, tal efeito é indireto. Há um caminho complexo para passar do nível social ao das ideias, de tal maneira que não se pode fazer a economia de estudar os detalhes das representações e dos pensamentos no seu próprio sistema para entender algo. Quer dizer, não se pode fazer a economia da problematização epistemológica. Se você quer avançar na compreensão das razões da física, tem que considerar a física enquanto tal e entrar nas suas próprias argumentações, que são racionais, não retóricas. O mesmo vale para a epistemologia da física enquanto pensamento reflexivo sobre a física. E é da mesma forma para todas as outras disciplinas. Em síntese, se constatam mudanças, mas é muito difícil saber quais são as causas e os efeitos destas. Então prever as mudanças que acontecerão no futuro me parece ainda muito mais difícil. Mas eu pergunto isso também porque o trabalho dos cientistas em rede, propiciado nos últimos 10 anos ou um pouco mais pela internet, provocou uma sensível agilização na obtenção de resultados de pesquisa. No campo da biologia molecular, da genômica, por exemplo, isso foi notável. Não lhe parece que, de alguma forma, aí está um poder novo que circula por dentro da própria produção científica? Não sei. É verdade que com muita gente trabalhando de maneira correlacionada, se formando junto e se informando mutuamente se vai muito mais rápido para chegar a algum resultado do que se caminhassem sozinhas. Com certeza tais redes ajudam a aumentar a eficiência, a acelerar a combinação e a ampliação dos dados recolhidos e das ideias adquiridas. Isso faz com que conheçamos melhor os dados complexos e numerosos, que não estejamos afogados por eles, e que possamos dominá-los, o que não seria possível sem isso. Mas eu penso que isso não basta para fazer nascer as ideias. As ideias, que depois vão ser necessárias para realmente elaborar uma representação teórica coerente, eu duvido que venham direta e facilmente desse tipo de trabalho. Há também um efeito perverso possível, que é o da uniformização dos pensamentos, se todos são organizados para seguir na mesma direção. Aqui a eficiência do coletivo pode ser capaz de matar a originalidade do pensamento e sua inventividade. Seria necessário, a meu ver, encontrar um equilíbrio entre o trabalho científico coletivo e o pensamento criativo individual. Mas os dados em grande volume não se impõem à nossa imaginação de tal maneira que produzem eventualmente uma nova ideia? Essa é uma questão epistemológica que devemos considerar seriamente. Ela se encontra com esta outra, tradicional, de saber se a teoria que vem a explicar fenômenos sai deles quase que logicamente, por indução. A essa questão, Hume respondia que só o hábito nos familiariza com os dados empíricos. E Kant propôs uma concepção racional do conhecimento de acordo com o seguinte esquema: primeiro, a percepção dos fenômenos pelos sentidos munidos de propriedades adequadas para propiciar sua transcrição em dados, por assim dizer; em seguida, esses dados seriam considerados pelo entendimento que funciona através da razão estruturada tal como ele a analisou, e que assim organiza nosso conhecimento. Mas Kant deixava de lado o problema dos novos conhecimentos, esses nunca pensados anteriormente. A meu ver, podemos considerar os dois tipos de resposta, combinando o trabalho da razão – que é central – e este do hábito – que ajuda e melhora o funcionamento da razão. Ao funcionamento kantiano da razão, acrescentemos no entendimento a capacidade de imaginar, inventar e criar, o que possibilita a inteligibilidade do novo, do antes desconhecido, e a formulação de conhecimentos inéditos inteligíveis doravante. Nesse processo, a inteligibilidade concerne a um pensamento individual, e alguma invenção mental é necessária, os dados recolhidos pelos sentidos não são suficientes por si mesmos para serem entendidos. É a razão humana que organiza e compreende seus conhecimentos, na linha mesma de Kant, apesar das diferenças sugeridas (em particular, que a razão trabalha e se modifica a si mesma). Neste sentido não faz uma diferença fundamental se os dados são em grande ou em pequeno volume. Mas a questão do volume dos dados pode intervir no momento da preparação destes pelos sentidos, que pode, por exemplo, orientar preferencialmente na direção de uns ou de outros. Com efeito, o exercício dos sentidos não é neutro, e a atividade cerebral intervém a seu nível também – veja-se o que diz a respeito Maurice Merleau-Ponty em seu estudo da Fenomenologia da percepção. O volume e a frequência dos fenômenos, e daí dos dados, podem influir também num outro nível, este do exercício da razão mesma, pois a razão se exercita, as suas operações são facilitadas pelo exercício (como Descartes recomendava a propósito da matemática). Trata-se de um hábito, mas submetido à ordem da razão, qualquer que este seja. Em termos modernos, o exercício do raciocínio vai favorecer a agilidade das conexões neuronais pelo melhoramento das sinapses. Mas as ideias nem por isso vão vir automaticamente, mecanicamente. As ideias teóricas se fabricam na mente, elas não vêm só das redes neuronais, que são seu suporte biológico, vêm também de fatores culturais, os dois tipos se imbricando no processo, no trabalho do pensamento. Deve haver fatores, sejam neuronais, sejam culturais, que facilitam as funções do pensamento, a formulação de ideias, a intuição, a visão sintética, a memória também, mas sempre isso se fará em mentes individuais. Esse aspecto do hábito da mente pelo exercício faz parte do funcionamento da racionalidade, e pode ter como efeito transformações de concepções e de interpretações. O cálculo diferencial, que parecia artificial no momento de sua invenção, veio a ser uma forma de pensar, uma vez que foi assimilado e exercitado no tratamento de muitos problemas matemáticos e físicos no século XVIII, chegando a ser considerado como o pensamento racional, matemático, das grandezas contínuas. Podemos dizer que o cálculo ampliou as capacidades do pensamento racional. Eu penso também que os conceitos e a formulação da teoria quântica, exercitados com muito sucesso, mudaram a concepção efetiva do racional no tratamento – no pensamento – dos fenômenos do nível quântico. Se pensa diretamente tais fenômenos por esse meio, e os físicos não precisam mais de uma interpretação externa (tal como a filosofia bohriana da complementaridade) para entender a significação física dos conceitos e da teoria quântica. Eles pensam pela teoria quântica tal como é, por uma racionalidade adequada, ao ponto de eles serem capazes de projetar e realizar experiências que fabricam praticamente aparelhos quânticos para “olhar” o mundo quântico. Claro, isso não teria sido possível se não tivesse uma comunidade de cientistas trabalhando regular e intensamente no mesmo campo e comunicando uns aos outros seus resultados e suas explicações. Mudam as mentes e se agiliza a maneira de pensar o campo. Mas o centro das operações e transformações mentais e intelectuais que levaram a esta situação não deixa de ser, como sempre, o pensamento individual de cada um. Eu fiquei com uma dúvida ao terminar de ler o último capítulo do seu livro. Efetivamente, dentro do campo científico, que lugar lhe parece estar reservado à física nos próximos anos e nas próximas décadas, comparativamente às outras ciências? Não reivindico um lugar privilegiado para a física, porque todas as ciências têm o direito de ser desenvolvidas. É uma necessidade, para a comunidade humana, compreender o mundo. O problema são as escolhas que as sociedades fazem, isto é, os Estados e as organizações internacionais no quadro dos quais se realizam essas pesquisas. Tem que se fazer escolhas, e as escolhas feitas podem muito bem não ser sempre as melhores. Acho que a física merece ser continuada, eu não vou dizer que ela merece tomar todas as verbas e não deixar nada para os outros. Mas penso que se vai um pouco no outro sentido agora: qualquer coisa que seja biologia vai receber mais dinheiro do que as outras disciplinas. Também isso não é bem equilibrado e as razões podem ser estudadas. Mas uma das razões muitas vezes invocada é a possibilidade de aplicar a ciência. Se uma ciência leva a muitas aplicações que vão ser lucrativas de uma maneira ou de outra, então ela é favorecida. Só que as aplicações geralmente não vêm das ciências conhecidas, vêm dos conhecimentos que ainda não foram adquiridos. Foi isso que aconteceu sempre na física: sem a pesquisa fundamental em física, a engenharia não iria muito longe. Então, tem que assegurar o mínimo, e um pouco mais do que o mínimo, para continuar inventando, porque se inventa, a física tem que ir além do que se sabe já, agora, e para manter esse ritmo, que é necessário para o conhecimento, acho que se tem que realmente decidir a continuar uma pesquisa fundamental neste campo – o que vale para todos os outros. Veja a informática hoje, você sabe como ela se desenvolveu a esse ponto? Graças à física, em particular, à física de partículas, porque a rede internet, essas questões de e-mail e tudo, embora se diga que foram inventadas pelas redes de informação militar, a verdade é que o maior progresso nisso veio dos engenheiros físicos de pesquisa, que desenvolveram a informática e essa linguagem de internet para que os laboratórios do mundo todo se comuniquem entre si. Tudo isso é produto da física, indireto, mas produto. A tecnologia da informação continua demandando conhecimentos da física. Isso também não deve funcionar de forma geral como incentivo à continuidade da pesquisa básica, aquela que até pode não resultar em aplicações, mas faz avançar o conhecimento? A FAPESP, por exemplo, aposta nisso. Sim, e um exemplo pode ser a informação quântica. Seria um efeito gerado pela pesquisa fundamental. Fala-se em computadores quânticos porque as propriedades dos estados quânticos, em particular esse emaranhamento devido ao princípio de superposição, levam a possibilidades enormes de transporte de informações. Se não se tem certeza de que seja a boa maneira de avançar na tecnologia de informação, é, porém, claro que há que se pesquisar nesse campo. O perigo seria os físicos quânticos se orientarem inteiramente nessa direção para conseguirem verbas, abandonando por sua vez outras áreas fundamentais. Já aqui, quanto à FAPESP, tenho certeza de que ela tem gente com essa visão clara, tal como você colocou. Mas considerando a situação geral, nos vários países, há políticos que não têm essa visão e podem ser iludidos facilmente pela perspectiva de uma produtividade fácil. Eu queria voltar um pouco ao mundo da prática cotidiana: como se deu de novo seu contato com o Brasil, e com a USP, depois de ter retornado à França? Voltei para o Brasil em 1982, depois de 16 anos de ausência. Eu não pude fazer nada aqui durante todo aquele tempo, os meus colegas brasileiros estavam exilados e eu detestava a ditadura. Me aliviou quando aos poucos a democracia voltou e, no mesmo momento, meus amigos brasileiros exilados voltaram ao Brasil, com a anistia inicialmente e, em seguida, com o restabelecimento da democracia. E os que antes não podiam fazer oposição aberta e tomar iniciativas importantes aqui, mas que ainda assim faziam um “trabalho de formiga” no ensino e na pesquisa, trabalho que depois se mostrou muito efetivo, passaram a ter mais espaço. Eu fui convidado, em 1982, na USP, pelo Instituto de Física. Amélia e Ernst Hamburguer tinham sido avisados dos meus trabalhos epistemológicos por Fernando e Susana Souza Barros e pensaram que eu poderia ajudar seus alunos nessa direção em que eles também eram interessados. Assim, fiquei uns três meses dando aulas de física e de epistemologia. De fato, ainda estava nos dois campos, esse era o período da minha transição. O curso de epistemologia me deu a oportunidade de entrar em contato com alguns filósofos que assistiam a minhas aulas, em particular Pablo Mariconda, que agora é chefe de um grupo importante de filosofia da ciência na USP. Comecei a frequentar o Departamento de Filosofia. Dois anos depois fui convidado para dar aulas neste departamento, e assim fui entrando numa colaboração regular e em contatos frequentes com físicos e filósofos, dando aulas e ajudando na orientação de teses. Alguns alunos de pós-graduação foram à França para preparar doutorado comigo, alguns outros eu orientava por correspondência e durante as minhas estadas periódicas no Brasil. No conjunto, uma boa proporção dos meus doutorandos na França é de brasileiros, aos quais se acrescentam doutorandos daqui que passaram um período na França e que orientei parcialmente, juntamente com professores daqui. Minha colaboração com brasileiros, colegas e ex-orientandos no campo da filosofia e da história da ciência prossegue assim há quase 28 anos. Eu considero que essa troca intelectual e acadêmica com brasileiros transcende minha pessoa, pois ela corresponde a um relacionamento especial entre o campo da filosofia da ciência e o da ciência que vem se ampliando mais ou menos desde o tempo da minha segunda chegada no país. É uma coincidência interessante porque é significativa de um momento e de uma necessidade em níveis tanto nacionais (de vários países) quanto internacional. O interesse ampliado pela filosofia e pela história da ciência se observa em um bom número de países, sejam eles já desenvolvidos (da Europa e os Estados Unidos) ou em via de desenvolvimento (na Índia e na América Latina, particularmente). Que tal interesse acompanhe o desenvolvimento da ciência no Brasil, isto me parece ser uma confirmação da maturidade da ciência nesta nação. Desde uns 20 anos se constata um desenvolvimento considerável da comunidade dos historiadores e filósofos da ciência no Brasil, com um florescimento de trabalhos numerosos e de boa qualidade, acompanhando a explosão, por assim dizer, do ensino universitário e da pesquisa científica atestada em todas as disciplinas no país. De maneira geral, eu vejo nessa conjunção a ilustração de que, enquanto a ciência se desenvolve, ela precisa ao mesmo tempo ser pensada enquanto ciência, isto é, reflexivamente. Sua presença formal na USP como professor visitante aconteceu entre 2004 e 2006? Houve um período anterior, em 1989 e 1990. Eu fiquei dois anos como professor convidado no Departamento de Filosofia para dar sequência à cooperação francesa na filosofia, iniciada já no período da fundação da USP, na década de 1930, e que prosseguiu com Jean Maugüe, Gilles Granger, Gérard Lebrun, Francis Wolff, para mencionar só alguns deles. Mais recentemente, entre 2004 e 2006, fui contratado diretamente pela própria universidade como professor visitante do Departamento de Filosofia, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Houve uma tentativa de relacionar isso com a criação de uma cátedra de filosofia franco-brasileira, com o nome proposto de Cátedra Roger Bastide, mas cuja existência foi até agora essencialmente virtual. Eu fui o primeiro, por assim dizer, ocupante desta nova cadeira virtual. Meus colegas do Departamento de Filosofia me honram dizendo que eu faço parte permanentemente, e não só episodicamente, do departamento, in pecto, por assim dizer, e isso me agrada bastante. Tenho muitos amigos aqui. Tudo isso se insere na tradição da USP, porque quando a universidade nasceu a área das humanidades foi diretamente formada pelos franceses. Os brasileiros que dirigiam a USP em sua fundação tinham uma tendência a favorecer os italianos para as ciências exatas. Se não me engano, entre os químicos havia alemães, mas só os foragidos, porque se temia a vinda de nazistas e, para as ciências humanas, os que queriam organizar essa universidade pediram conselhos de franceses, em particular de Georges Dumas, que era médico, mas era também cientista social, e que tinha um peso enorme. Entenderam que franceses eram os mais indicados nesta área. Afinal, argumentavam, eram da pátria de Auguste Comte, a qual tinha, com efeito, toda uma tradição de ciências humanas – e de democracia. A verdade é que escolheram muito bem. Escolheram Claude Lévi-Strauss, Roger Bastide, Paul Arbousse-Bastide, Pierre Monbeig, Fernand Braudel (conheci esses três últimos) e outros pensadores, todos muito finos, que vieram ao Brasil ainda jovens e que seriam mestres famosos, renomados internacionalmente; no entanto, ainda não se sabia na época de sua contratação que iam ser tão bons, tão importantes intelectualmente. É um fenômeno digno de ser notado. No Colóquio Brasil-França de Filosofia qual foi a sua abordagem? Foi sobre um aspecto do tema filosófico que estou desenvolvendo há alguns anos, a respeito da ciência como forma simbólica, como criação pelo pensamento, em relação ao estudo do que é a racionalidade e sua função, na ciência e em outras formas do pensamento humano. O título da minha exposição foi: “O novo e o racional“. Para encerrarmos, é possível dar uma breve ideia de como andam seus estudos nesse campo da criação simbólica e o que ele visa? Como minha origem é na física e como só me agreguei à filosofia depois, fui considerado durante longo tempo como um físico, mesmo tendo feito a formação específica em filosofia e tendo publicado neste campo. E quanto a mim mesmo, eu tinha muita modéstia em minha aproximação da filosofia – e ainda continuo tendo, mas sem ter muito medo – e pensava que devia ser muito cauteloso ao abordar seus grandes temas. Eu tinha lido um bom número dos grandes filósofos do passado e também dos filósofos importantes mais recentes, mas eu ia pensando que, se era para abordar temas gerais de filosofia, teria que ser de maneira progressiva, me apoiando em meu terreno seguro, que é este da epistemologia. Mas acontece que fazendo isso mesmo, estudando assuntos epistemológicos bem precisos, tal como o conhecimento que a teoria da relatividade é, como foi que se chegou a ela, quais foram as características de sua invenção, como esta foi possível, e também tal como a física quântica, como ela se transforma, como agora ela se vê de uma outra maneira, como sua “interpretação” não é a mesma do que no início... eu fui levado por necessidade a enfrentar temas que correspondem a considerações gerais sobre o conhecimento. Nessa perspectiva, juntamente com meus estudos de epistemologia, se revelaram muito fundamentais estes temas filosóficos que, na verdade, eu até já tinha abordado um pouco, mas quase marginalmente. Vejo agora o quanto são problemas fundamentais, e que ninguém domina o suficiente, mesmo se alguns pretendem o contrário. Tomo em conta reflexões de outros filósofos, claro, mas não tenho medo de orientar minha reflexão numa direção própria. Por exemplo, eu já tinha enfatizado no início do livro A matéria roubada que a ciência é pensamento simbólico e que o pensamento simbólico não é para ser confundido com o real, externo ao pensamento, e daí a significação do título: a matéria do mundo é por assim dizer surrupiada pelo pensamento, que se apropria dela no seu espaço próprio. O conhecimento científico é elaborado para isso mesmo. A conexão entre o pensamento (simbólico, abstrato, elaborado por invenção e construção) e a realidade (digamos concreta, que nos obriga, necessária) é um problema fundamental que corre através da história da filosofia. Eu fui levado a retomá-lo de maneira mais sistemática, mais geral, passando da epistemologia de uma ciência particular à filosofia propriamente dita, equipado por assim dizer com algumas ferramentas intelectuais elaboradas e submetidas à prova no caminho das minhas pesquisas ao longo de todos esses anos. E dessa forma eu fui levado desde algum tempo a retomar este tema do pensamento simbólico de maneira mais explícita e sistemática, no campo da filosofia mesmo. Essa expressão para a ciência provocava muita rejeição, não? Provocou, pelo menos. Parece estranha. Geralmente se diz: a ciência é eficiente, concreta, não é só pensamento simbólico, porque eles acham que pensamento simbólico é imaginação pura. Na verdade, todo pensamento é simbólico, o pensamento racional é simbólico, a razão trabalha no simbólico. É claro que o efeito último é nosso poder de representação sobre a matéria, sobre o mundo, mas ele não deixa de passar pelo pensamento. Não são as máquinas ou os aparelhos que fazem as coisas sozinhos, que agem diretamente no mundo e, claro, não são eles que pensam o mundo, a matéria (nem mesmo as máquinas informáticas!). Somos nós, os seres humanos, que pensamos com nossos cérebros: é este pensamento, o qual é de natureza simbólica, que se apropria da matéria, do mundo, colocando algum equivalente desses dentro do seu próprio espaço (mental, simbólico). É este que é até capaz de acrescentar às realidades do mundo as máquinas, os artifícios. Este pensamento simbólico tem poder criativo, não só em matéria de arte, mas também de ciência, pois a ciência para vir a existir no pensamento tinha que ser criada nos meios mesmos do pensamento, já que não pré-existia na natureza nesta forma. Encontrei em particular nas obras científicas e nos pensamentos filosóficos de Poincaré, o matemático, e de Einstein, o físico, a ideia praticada e refletida da ciência como criação, como invenção, e ao mesmo tempo orientada pela objetividade. Não é o dado (pelos sentidos e aparelhos) que engendra a ciência por si mesmo. Pelo contrário, é o pensamento excitado ou motivado pelos dados que considera, que inventa, formula e generaliza as proposições teóricas, que as organiza numa representação intelectual coerente adequada com o real (isto é, com o conjunto fenomenal, o dado). Mas muitos dos filósofos do século XX diziam que, se há criação no processo da ciência, só pode ser um momento, subjetivo, irracional, da relevância da psicologia, que a reconstrução lógico-racional cientifica posterior permite esquecer e que não deve ser considerado pela filosofia. Ora, o problema é que no processo da ciência se começa estudando um problema bem definido, isto é, racionalmente definido, e se chega no final com uma solução a esse problema ou com a colocação de um novo problema, isto é, em todo caso há algo também totalmente racional. A ligação entre esses dois momentos racionais do trabalho do pensamento só poderia ser um momento irracional? Parece difícil entender uma tal sequência. Estudando casos efetivos, históricos, de trabalho científico com surgimento de novidade, é possível caracterizar de maneira mais positiva do ponto de vista da racionalidade a passagem da formulação do problema até sua solução, que inclui o aparecimento de novidade. Fui levado, assim, a desenvolver argumentos em favor da ideia de que a criação científica se efetua no campo do racional mesmo, seguindo um guia de racionalidade, mesmo se às vezes há momentos que parecem escapar a uma caracterização estritamente “racional”. Há momentos de intuição, ou seja, de uma tomada sintética intelectual dos elementos transformados do problema e uma escolha entre várias possibilidades que nem são necessariamente formuladas explicitamente: um momento que é “não analítico”, mas “não analítico” não quer dizer “não racional”. Nesta base há, eu penso, consequências para uma concepção da racionalidade que inclui a operação de uma “intuição intelectual”, aliás já reivindicada por Descartes e Espinoza, e retomada por Poincaré e Einstein. Na sua palestra sobre Einstein, essas ideias já estavam aparecendo. Elas serão desdobradas em um livro? Por enquanto, publiquei alguns artigos. Pretendo preparar livros, provavelmente três, um sobre “a ciência como pensamento simbólico”, outro sobre “a ciência como criação na racionalidade” e um terceiro sobre “a função da racionalidade”. Neste último, pretendo ir além da consideração só das ciências como a física e a matemática e utilizar alguns conhecimentos relacionados com outros campos, em particular a antropologia, a sociologia e as “ciências” – ou sistemas de conhecimentos – de outras tradições. Acho que há algo em comum entre estes sistemas na sua diversidade, que é a racionalidade, mas expressada em formas diferentes. Nós, por exemplo, fazemos uma separação entre o racional e o subjetivo, entre o conhecimento da natureza e a mitologia, e é verdade que esta distinção nos permite descrever e entender de maneira nítida e eficiente, por exemplo, os objetos do mundo. Mas há outras culturas que não fazem essas mesmas separações, não é que não haja racionalidade: esta funciona, mas é combinada com outras dimensões, tal como o imaginário e o mítico. O conhecimento (por exemplo, do meio ambiente) que disso resulta se mostra muitas vezes bem racional, mesmo se não é científico no sentido metodológico. Isso pelo menos merece ser estudado e já revela uma unidade das capacidades cerebrais dos seres humanos e a universalidade da função de racionalidade mesmo com formas variadas.
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > Pedras sob controle Chá de quebra-pedra impede que os cristais de oxalato de cálcio se juntem e formem cálculos renais Nos últimos anos, várias pesquisas científicas praticamente comprovaram os benefícios do uso do chá de quebra-pedra para combater cálculos renais. Faltava, no entanto, desvendar o mecanismo de ação das infusões feitas com as folhas e sementes da espécie vegetalPhyllantus niruri , nome científico da planta. Estudos recentes conduzidos por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) deram um passo significativo nessa direção. Ao contrário do que a sua popular designação dá a entender, o chá de quebra-pedra não quebra nada. Ele não faz um cálculo grande se partir em pedaços menores, como muitos acreditam. Seu efeito positivo é um pouco mais sutil, mais preventivo do que curativo, mas não menos eficiente. O chá impede a agregação dos cristais de oxalato de cálcio, o componente químico mais comum das pedras. Sob sua ação, os cristais acabam não aderindo uns aos outros, evitando assim a formação de cálculos de maior dimensão, aqueles que provocam dor na região do rim e são difíceis de ser expelidos sem o auxílio de algum remédio ou tratamento. Na prática, as infusões comPhyllantus param o processo de crescimento das pedras já existentes e evitam a formação de novos cálculos. Somente por causa dessa propriedade, o consumo do chá, sob supervisão médica, já seria recomendado. Mas as pesquisas indicam que a bebida pode proporcionar ainda um segundo alívio aos portadores de cálculos renais, em torno de 10% da população geral: o quebra-pedra é capaz de relaxar o sistema urinário, o que torna menos penosa a tarefa de eliminar as pedras. "Na pior das hipóteses, o chá de quebra-pedra é tão eficaz quanto as drogas convencionais usadas para tratar de cálculos renais", compara o nefrologista Nestor Schor, da Unifesp. "Com a vantagem de ser um produto mais barato e comprovadamente não-tóxico." Schor é coordenador de um projeto temático da FAPESP sobre insuficiência renal aguda e outras questões relacionadas aos rins, como o estudo da formação de pedras no órgão e o mecanismo de ação do extrato aquoso - o próprio chá - doPhyllantus . Numa outra linha de estudo do temático, pesquisadores descobriram que uma proteína da urina, aretinol binding protein (RBP), pode ser um indicador precoce de futuros problemas renais em pacientes que sofreram transplante de coração. A presença de pedras nos rins é um problema antigo da espécie humana. A análise de múmias egípcias mostra que os cálculos renais já atormentavam a vida desse povo há, pelo menos, 7 mil anos. Não há nada específico que possa ser apontado como o grande fator desencadeador da formação das pedras na maioria das pessoas, apesar da incidência de cálculos apresentar uma curva crescente na história recente. Fatores genético-hereditários, problemas metabólicos, infecções no trato urinário e até o sedentarismo podem estar associados à ocorrência do problema. A idéia de que dietas extremamente ricas em cálcio originam obrigatoriamente pedras nos rins não tem respaldo científico. A menos que tenha uma clara predisposição genético-metabólica, uma pessoa não desenvolve cálculos por causa do consumo de leite e seus derivados, alimentos com alta concentração desse elemento químico. De concreto, as estatísticas médicas mostram que as taxas atuais de reincidência de cálculo são altas. "Metade das pessoas que tiveram pedra nos rins volta a ter o problema no período de um ano e 70% em dois anos", diz Mirian Boim, fisiopatologista da Unifesp que estuda há 15 anos o emprego do quebra-pedra contra cálculos. Ação antiaderente O mecanismo de ação do chá no combate à gênese de pedras nos rins ainda não foi totalmente desvendado, mas os pesquisadores contabilizam alguns progressos. Descobriram, por exemplo, que a infusão dePhyllantus diminui a adesão de cristais de oxalato de cálcio nas paredes (epitélio) do túbulo renal, um fino tubo que faz parte de cada unidade ativa de excreção do rim. O que isso tem a ver com a origem dos cálculos? Para que ocorra a formação de pedras no rim, é imprescindível que haja a adesão dessas minipartículas nos tecidos do túbulo. "Se isso não acontecesse, os cristais de oxalato ficariam em suspensão e seriam eliminados pela urina", diz Mirian. Após grudar nos tecidos do túbulo, as partículas de oxalato de cálcio são absorvidas pelas células renais, num processo chamado de endocitose. Quando são grandes, com mais de meio milímetro, os cristais podem provocar a morte das células. Já os menores passam algum tempo no interior das células e são liberados de volta ao túbulo renal. O problema é que, depois do passeio intracelular, os cristais retornam mais robustos, acrescidos de proteínas e agregados que aumentam a sua dimensão.Com os indícios colhidos em seus experimentos, os pesquisadores formularam uma hipótese para explicar por que o chá de quebra-pedra evita a adesão das partículas de oxalato de cálcio. De uma forma simplificada, pode-se dizer que os cristais se prendem à parede celular porque há uma atração elétrica entre ambos. Os cristais têm carga positiva, e a parede celular, negativa. "OPhyllantus parece mudar a polaridade da carga dos cristais, inibindo assim sua adesão ao epitélio e diminuindo o processo de endocitose", diz Mirian. Para dificultar ainda mais a formação de cálculos, o chá promove também uma alteração na estrutura do tipo de cristal de oxalato de cálcio mais maléfico ao organismo, os chamados monoidratados, que se fixam mais facilmente à parede celular. O chá os transforma em cristais diidratados, cujo grau de adesão é bem menor. Evitar a entrada de partículas de oxalato de cálcio em células parece ser uma propriedade não só do chá de quebra-pedra, mas da própria planta. Alertada por uma colega australiana, que havia observado a presença de cristais nas folhas de espécies vegetais semelhantes aoPhyllantus , a fisiopatologista percebeu o mesmo fenômeno no quebra-pedra. Num aparente mecanismo de autodefesa, que regula o nível de cálcio em suas células, a planta inibe a entrada dos cristais, o que provocaria o acúmulo das partículas na sua parte externa, as folhas. Com auxílio de um microscópio eletrônico, Mirian visualizou facilmente os cristais nas folhas da quebra-pedra. Ao que tudo indica, esse mecanismo natural de regulação da entrada de cálcio mantém-se no extrato aquoso da planta e é repassado para quem toma o chá. Bola de golfe As pedras nos rins podem ser do tamanho de um grão de areia ou de uma pérola. Em casos extremos, alcançam a dimensão de uma bola de golfe. Podem ser lisas ou exibir recortes. Ser amarelas, avermelhadas ou marrons. Em 80% dos casos, são constituídas de oxalato de cálcio, mas há também cálculos feitos de fosfato de cálcio, ácido úrico e outros materiais. Ou ainda uma combinação de vários elementos químicos. Em casos simples, os médicos geralmente pedem que os portadores de cálculos tomem muita água, o que facilita a movimentação e eliminação da pedra, e um analgésico ou antiinflamatório para diminuir a dor. Em situações extremas, em que a pedra é maior e o sofrimento é grande, o paciente é internado num hospital. No passado, o procedimento - padrão nessas ocasiões era a cirurgia para retirar o cálculo. Hoje em dia, em alguns casos, podem ser empregados métodos alternativos não - invasivos, como o uso de equipamentos que criam ondas de choque que partem as pedras em pedaços menores.Todas as evidências científicas, fruto de pesquisas com o uso do chá em ratos, seres humanos e testes conduzidosin vitro , indicam que a bebida pode ser uma alternativa a alguns desses procedimentos. Afinal, o extrato aquoso doPhyllantus realmente previne a formação de novas pedras e pode auxiliar a eliminação das já existentes. Isso, no entanto, não quer dizer que os pesquisadores da Unifesp recomendem seu uso indiscriminado. Ainda são necessários estudos mais prolongados, que acompanhem a ação do chá em seus usuários por um período de seis meses. Até agora, o tempo máximo de acompanhamento se restringiu a três meses. Os médicos também não sabem qual é a dose ideal de chá que deve ser consumida pelos portadores de cálculo. Além dessas questões científicas, há empecilhos práticos que desestimulam a automedicação com as infusões de quebra-pedra. Não há disponível no mercado um chá comercial de qualidade feito com a espécie vegetal e algumas pessoas podem confundir oPhyllantus com outras plantas e acabar tomando a infusão errada. "O chá funciona, mas é preciso ter cuidado com o que se toma", afirma Schor. O PROJETO Aspectos Celulares e Molecularesda Insuficiência Renal Aguda MODALIDADE Projeto temático Coordenador Nestor Schor - Unifesp Investimento R$ 2.469.886,53
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > Um alívio para os transplantados A ciclosporina, principal droga usada no combate à rejeição de órgãos transplantados, aumenta a sobrevida dos pacientes, mas costuma causar um efeito colateral indesejado. Seu uso continuado e em altas doses provoca danos aos rins, podendo levar ao comprometimento total desse órgão, problema de saúde que aumenta o risco de morte nesse tipo de doente. A equipe do médico Álvaro Pacheco e Silva Filho, da Unifesp, descobriu uma forma de diagnosticar precocemente essa agressão aos rins, quando os prejuízos ao funcionamento do órgão ainda estão em sua fase inicial e, talvez, possam ser controlados. Os pesquisadores perceberam que transplantados do coração que apresentam altas concentrações de uma conhecida proteína encontrada na urina, aretinol binding protein (RBP), têm maior chance de desenvolver insuficiência renal crônica. Mesmo quando todos os demais parâmetros clínicos do paciente revelam-se plenamente satisfatórios, como a taxa de creatinina (proteína classicamente medida para inferir o grau de funcionamento dos rins), o simples aumento na quantidade de RBP na urina indica que o dano aos rins já está em curso. "Nesse caso, estamos falando de transplantados que, até agora, julgávamos perfeitamente saudáveis", comenta Silva Filho. "Pacientes que qualquer médico examinaria e diria que estão muito bem." O médico conseguiu estabelecer a relação entre os níveis de RBP e problemas nos rins depois de realizar medições em 92 transplantados cardíacos em ótimas condições clínicas. Entre os que exibiam índices da proteína superior a 0,4 miligrama por litro de urina, 38% desenvolveram insuficiência renal crônica, levando à perda de um ou ambos os rins. Nos pacientes com taxas menores do que esse índice, não houve registro de nenhum caso de insuficiência. "E nenhum desses transplantados perdeu o rim." Vista agora como um marcador do nível de toxicidade renal da ciclosporina, a taxa de RBP é uma nova arma na luta para controlar os efeitos colaterais da ciclosporina. É uma batalha árdua. Para diminuir a ação negativa da droga anti-rejeição, os médicos costumam reduzir a dose do remédio ou utilizar novos compostos aparentemente menos tóxicos, como a azatioprina ou o micofenolato mofetil. "Com esses procedimentos, já conseguimos diminuir a taxa de RBP em alguns pacientes, mas ainda não temos certeza de que as células renais deixaram de sofrer", pondera Silva Filho. De qualquer forma, a descoberta do marcador fornece um aviso antecipado do problema. "Encontramos um novo uso para um velho teste", comenta Silva Filho.
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > Hemodiálise com precisão Dispositivo calibra máquinas filtradoras do sangue de pacientes renais Uma equipe do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) aproveitou as características dos cristais líquidos - substâncias que ficam a meio caminho entre sólidos cristalinos (cristais) e líquidos isotrópicos (como a água) - para produzir um equipamento que calibra com precisão as máquinas de hemodiálise, de modo a tornar mais eficiente a filtragem que elas fazem do sangue de pessoas com insuficiência renal. O grupo, coordenado pelo professor Antônio Martins Figueiredo Neto, já apresentou pedido de patente ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e espera que algum fabricante se interesse em produzi-lo em escala comercial. O sistema consiste em injetar cristal líquido na mangueira por onde deve fluir o sangue e, por meio de uma célula óptica, medir as variações na velocidade do fluido. Conhecida a velocidade, pode-se saber se a máquina está adequadamente calibrada ou não. Hoje, as máquinas de hemodiálise são controladas de forma manual, imprecisa, o que pode deixar o fluxo do sangue muito rápido, vagaroso demais ou com variações bruscas de velocidade. "O aparelho", diz Figueiredo, "pode verificar a qualidade do fluxo: isto é, se o circulador de sangue a ser testado provocar variações bruscas no fluxo - o que poderia acarretar mudanças não desejadas na pressão sanguínea -, o aparelho pode detectar o problema e sugerir mudanças nas partes móveis do circulador para evitar isso". Os cristais líquidos - um tipo de fluido complexo - foram descobertos em 1888, quando o botânico austríaco Friedrich Reinitzer estudava propriedades de derivados do colesterol - acetato e benzoato de colesterila. Descobriu que essas substâncias, que à temperatura ambiente tinham aparência sólida cristalina, quando aquecidas, se transformavam num fluido leitoso. Prosseguindo o aquecimento, voltavam a mudar de aparência, desta vez para um líquido transparente. No benzoato de colesterila, os dois pontos de fusão estavam a 145,5°C e 178,5°C (graus Celsius). "Uma vez que o fenômeno poderia ser devido a eventuais impurezas no material, Reinitzer pediu ao químico alemão Otto Lehmann que o submetesse a análise química, para descobrir os possíveis contaminantes", conta Figueiredo. "Depois de um estudo criterioso, Lehmann concluiu que não havia contaminante algum: os derivados de colesterol eram substâncias puras." Fase mesomórfica Como explicar, então, seu comportamento? A resposta veio em 1922 com o francês George Friedel: a fase leitosa, que chamou mesomórfica, correspondia ao até então desconhecido cristal líquido, estado intermediário entre o sólido cristalino e o líquido isotrópico. "Outra característica notável desses materiais", diz Figueiredo, "é que refletem seletivamente a luz branca. Parte da radiação é absorvida e parte refletida, resultando disso luzes coloridas, que variam com a temperatura". Foi essa propriedade, análoga à dos sólidos cristalinos, que levou Lehmann a dar aos fluidos leitosos o nome de cristais líquidos. E foi também o que levou os pesquisadores da USP a desenvolver o equipamento. "Os cristais líquidos", diz Figueiredo, "agrupam-se em duas grandes famílias: os termotrópicos, cujas transições de fase são regidas pela temperatura, e os liotrópicos, que também podem mudar de fase com apropriadas variações de concentração e em função da temperatura". Os termotrópicos respondem por 99% das aplicações - por exemplo, mostradores de relógios digitais, telas de TV e monitores de computador. Mas, por serem menos estudados e por suas especificidades, os liotrópicos atraem mais: para eles se voltam 60% do trabalho da equipe, que integra o Grupo de Fluidos Complexos do Ifusp. Seu projeto consistiu no uso de técnicas de óptica linear e não-linear e de radiocristalografia para estudar estrutura e propriedades de cristais líquidos e ferrofluidos - outro tipo de fluido complexo. "Descobrimos, por exemplo, que alguns liotrópicos são opticamente isotrópicos - têm as mesmas propriedades físicas em todas as direções - quando em repouso, mas se tornam anisotrópicos quando em movimento." Assim, em movimento, seu índice de refração varia, de modo que deixa passar mais ou menos luz, conforme a velocidade. "Foi com base nessa propriedade que inventamos o dispositivo que permite verificar o funcionamento dos equipamentos de hemodiálise." Orientação paralela As peculiaridades dos cristais líquidos decorrem da assimetria de suas moléculas. Em certas condições de concentração, pressão e temperatura, os eixos moleculares podem se orientar paralelamente uns aos outros. É esse ordenamento que faz os cristais líquidos se comportarem um pouco como líquidos, um pouco como sólidos cristalinos, e não ser nem uma coisa nem outra independentemente. Ocorre que o conjunto de moléculas de um líquido não apresenta nenhum tipo de ordem de posição, enquanto o conjunto de moléculas de um sólido cristalino tem ordem posicional. Os cristais líquidos têm a fluidez dos líquidos comuns e, ao mesmo tempo, propriedades ópticas típicas dos sólidos cristalinos. Os termotrópicos, que mudam de fase com a temperatura, têm moléculas em forma de bastões, discos ou bananas, todas com grande assimetria ou, mais precisamente, anisotropia de forma. É essa anisotropia - o fato de as moléculas não se distribuírem igualmente em todas as direções, como num líquido comum - que permite seu ordenamento orientacional. Já os constituintes básicos dos liotrópicos, que também mudam de fase com certas variações de concentração e de temperatura, não são formados de moléculas isoladas, mas de agregados moleculares chamados micelas. Os agregados se formam porque suas moléculas têm características antagônicas - uma região polar e outra apolar. Em contato com um solvente polar como a água - cujas moléculas têm um dipolo elétrico, ou seja, cargas positivas e negativas afastadas umas das outras -, as micelas tendem a assumir certa orientação: por afinidade elétrica, a região polar se aproxima da molécula de água vizinha, e a região apolar permanece afastada. A partir de uma concentração crítica, as porções polares se juntam, como num casulo, dentro do qual as porções apolares ficam isoladas do ambiente aquoso. Cada casulo é uma micela, e funciona como blindagem entre as regiões apolares e a água. "É o que ocorre quando lavamos as mãos com sabão para eliminar a graxa. Quando temos na mão graxa - um material apolar - e tentamos lavar com água apenas, não conseguimos removê-la. Assim, misturamos detergente (cujas moléculas são anfifílicas, com regiões polares e apolares) e esfregamos as mãos, misturando água, detergente e graxa. Agora, as moléculas do detergente formam superestruturas do tipo micelar (casulos) com a graxa dentro, sendo lavadas pelo fluxo de água." A propósito, a qualificação dos cristais líquidos como substâncias puras se aplica aos termotrópicos, mas não aos liotrópicos - que são, de fato, misturas de pelo menos duas substâncias: a que compõe as micelas e o solvente. Ferro em líquido Outra classe de fluidos complexos estudada pelo grupo são os ferrofluidos, com propriedades magnetoópticas muito interessantes. Eles foram inventados nos anos 60 na Nasa, para transportar combustível dos tanques até os motores dos satélites espaciais. "Os técnicos da agência espacial americana produziram um ingrediente magnético que podia ser dissolvido no combustível. Bastava então aplicar campos magnéticos de baixa intensidade para conduzir o material de um compartimento a outro, arrastando o combustível junto", explica Figueiredo. Para isso, obtiveram uma suspensão coloidal com grânulos de magnetita de cerca de 10 nanômetros, que podia ser dissolvida no combustível sem que o material magnético se depositasse no fundo do tanque. "As aplicações tecnológicas do produto depois se diversificaram. Hoje, ele é usado, por exemplo, na fabricação de tintas magnéticas que podem tornar aviões invisíveis ao radar, selos rotatórios que protegem os discos rígidos dos computadores e em dispositivos que detectam a inclinação dos aviões." O PROJETO Investigação de Propriedades Ópticas e Mecânicas de Cristais Líquidos MODALIDADE Projeto temático Coordenador Antônio Martins Figueiredo Neto -Instituto de Física da USP Investimento R$ 31.000,00 e US$ 209.400,00
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > Vitaminas desvendadas Descobertas funções dos bioflavonóides na preservação das células O canadense Brian John Bandy fez o caminho inverso de muitos pesquisadores brasileiros: saiu de seu país ao terminar o doutorado para prosseguir a carreira aqui. Veio em 1996, fez pós-doutoramento no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) e voltou para o Canadá no ano seguinte. Atraído de novo pelo Brasil, reinstalou-se em 1998 para uma segunda temporada no mesmo instituto. Nesse vaivém, concluiu um estudo que aumentou a importância de um grupo de substâncias, os bioflavonóides, antes vistas apenas como vitaminas. Bandy mostrou que são muito mais que isso: protegem as células animais do envelhecimento e da morte prematura. O artigo assinado por ele e por seu supervisor, Etelvino Bechara, foi a capa da edição de agosto doJournal of Bioenergetics and Biomembranes , dos Estados Unidos. Os resultados atestam pela primeira vez o papel essencial dos bioflavanóides nas reações de produção de energia dentro da célula e indicam como as vitaminas agem conjuntamente em benefício do organismo. Encontrados em extratos de plantas e abundantes, por exemplo, no chá verde (Camellia sinensis) e no vinho tinto, os flavonóides - chamados de bioflavonóides quando vistos como nutrientes - atuam em conjunto com a vitamina C ou ascorbato, também encontrada em frutas e hortaliças. Já se sabia há anos que o ascorbato isolado pode até ser tóxico, ainda que indiretamente, por promover reações que liberam substâncias danosas à célula - um alerta para quem exagera nas doses de vitamina C e acha que não precisa de qualquer outra, nem de frutas ou verduras. Dupla afinidade Por meio de técnicas que monitoram a transferência de elétrons, as alterações da forma das moléculas de proteínas chamadas citocromos e a formação e o desaparecimento de radicais livres, Brian e Bechara detalharam esses mecanismos de interação, que decorrem de uma propriedade das moléculas de bioflavonóides: a dupla afinidade química, tanto pela água como pela membrana da mitocôndria - compartimento celular em que se processam as reações químicas responsáveis pela produção de energia. Os bioflavonóides - pelo menos cinco dos 20 testados - provavelmente ficam parcialmente envolvidos pela mitocôndria eparcialmente fora dela. É uma posição ideal para apanharem elétrons do ascorbato, que têm afinidade apenas pela água (permanecem afastados da membrana), e conduzi-los para dentro das membranas de dezenas de mitocôndrias contidas em cada célula animal - uma célula do fígado humano, por exemplo, tem de 1.000 a 2.000 mitocôndrias. Vencida a membrana, os elétrons chegam ao destino que beneficia quem quer adiar o envelhecimento: os citocromos c, proteínas que protagonizam as reações de respiração celular - que levam à produção de energia para a célula. Em conjunto, os citocromos são vermelhos e lembram sangue por causa dos átomos de ferro, que formam uma ramificação da molécula, o chamado grupo heme. É por causa dos citocromos que as mitocôndrias têm normalmente a cor bege escuro. Outra peculiaridade é que, às vezes, as mitocôndrias emitem luz, como resultado da reação do oxigênio com um elétron excitado, ao longo das reações da respiração celular. Nesse processo, um dos compostos que se formam é o peróxido de hidrogênio (ou água oxigenada, H2O2). Reagindo com o citocromo c, o H2O2 origina radicais hidroxila. Eles é que são o perigo. As hidroxilas, um dos tipos dos chamados radicais livres, quebram o heme e retiram o ferro do citocromo, com conseqüências nada boas, do ponto de vista do funcionamento do organismo: sem o ferro, o citocromo perde não só o vermelho característico, mas também a capacidade de atuar na respiração celular. É ainda pior quando os radicais fazem as mitocôndrias incharem e se romperem. E, livres no interior da célula, os citocromos c disparam o processo de morte celular, a chamada apoptose. Uma descoberta Nem Bandy nem Bechara pretendiam estudar bioflavonóides nesse papel. Ao começar o trabalho, Bandy comprovou que o ascorbato sozinho protege o citocromo c do ataque dos peróxidos, efeito não muito bem caracterizado antes. Mas era um efeito limitado. Numa situação mais perto do real - com lipossomos, um tipo de membrana artificial feito com as moléculas mais comuns na membrana das mitocrôndrias -, não funcionou. Explica-se o resultado pelo fato de o ascorbato ter afinidade apenas com água - na prática, fica longe da membrana. Disposto a descobrir os mecanismos e as substâncias que impedem a destruição do citocromo c, Bandy resolveu testar um bioflavanóide que, como ele sabia, tem afinidade pela membrana. Só tinha um na prateleira, a epicatequina. Testou e deu certo. "Foi sorte", diz. "Há centenas de bioflavanóides e nem todos funcionam desse modo." A descoberta teria naufragado se, por exemplo, tivesse usado naringerina ou hesperetina, dois dos cerca de 20 bioflavonóides que testou mais tarde e parecem não ligar para o ascorbato. Até então, os bioflavonóides só eram conhecidos como antioxidantes, que anulam a ação dos radicais livres. "Ainda não havia sido descrita nenhuma situação em que eram realmente indispensáveis nos processos celulares." Das reações em conjunto, o caso clássico era o da vitamina P, que, junto com a vitamina C, impede a permeabilidade dos vasos sangüíneos e assim evita o escorbuto - doença que faz as gengivas sangrarem e provoca graves hemorragias. Era típica dos viajantes do século 16, que permaneciam meses em alto-mar sem comer frutas ou verduras frescas. Era mortal. Há relatos de que, de 400 pessoas a bordo, só dez sobreviveram. O húngaro Albert Szent-Gyorgyi (1893-1986, Nobel de Medicina em 1937) descobriu que a vitamina C, por ele próprio descoberta em 1928, não funciona sozinha para deter o rompimento dos capilares - era preciso algo mais, a vitamina P. Ascorbato perigoso Os resultados a que Bandy chegou também têm implicações práticas. No tratamento de pacientes que sobreviveram a um enfarte ou durante cirurgias do coração, por exemplo, o ascorbato parece não dar a menor proteção à mitocôndria das células do coração contra o ataque dos peróxidos. "Talvez funcione com alguns bioflavanóides", cogita ele. Em princípio, seu trabalho também poderia ajudar a conter o envelhecimento, pois sugere uma combinação de nutrientes que seria mais eficiente para minimizar os danos às células - o chamado estresse oxidativo, resultado dos processos de respiração que ocorrem na mitocôndria. A pesquisa avança. Recentemente, Bandy obteve as primeiras evidências do que pode ser chamado de lado ruim do ascorbato. Sozinho, mesmo em baixas concentrações, pode fazer a mitocôndria inflar, primeiro passo para o processo de morte celular. "O ascorbato sozinho é perigoso", comenta, antes de contar outra novidade, também sujeita a verificações mais aprofundadas: há bioflavonóides capazes de bloquear essa ação do ascorbato. Animado com o fato de seu segundo pós-doutoramento ter sido renovado até setembro do próximo ano para que possa explorar esse outro lado da cooperação entre o ascorbato e os bioflavonóides, ele se prepara para lidar com mitocôndrias isoladas, ainda mais próximas dos organismos reais. A parceria Aos 44 anos, Bandy não deve voltar tão cedo a seu país para ficar. Bechara o ajuda a procurar um espaço numa universidade brasileira. Ambos se conheceram em 1995, num congresso sobre radicais livres em Pasadena, nos Estados Unidos. Bandy terminara o doutorado na Simon Frase University de Burnaby, Canadá. Na tese, mostrava como os esportistas gastam energia e geram mais mitocôndrias. Impressionou Bechara o fato de Bandy ter escrito um artigo - sobre o papel da mitocôndria no estresse oxidativo - que já era referência internacional. Bechara, que na época já estudava o ácido amino-levinolínico - uma das fontes de radicais livres que atacam mitocôndrias -, viu o recém-doutor como ótimo parceiro. De lá para cá, observou o desenvolvimento e o gosto de Bandy pelo Brasil: o canadense, que já gostava de pescarias e de longas caminhadas pela mata, entrou nos cursos extras do Instituto de Química e hoje se sente à vontade para dançar samba e jogar futebol. O supervisor Bechara especializou-se também na tarefa de reter pesquisadores promissores. Antes de Bandy, trouxe o italiano Paolo Di Mascio, recém-doutorado em Dusseldorf, Alemanha. Mascio ficou dois anos, fez concurso e hoje é titular no Instituto de Química da USP. O PROJETO Interações de Ascorbato, Bioflavonóides e Biofatores Redox em Citocromos c induzidos a Estresse Peroxidativo e Apoptose Modalidade Bolsa de pós-graduação no país Coordenador Etelvino José Henriques Bechara - Instituto de Química da USP Investimento R$ 96.000,00
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > Informação no prato Levantamento do conteúdo de hortaliças visa a melhorar a alimentação no país As hortaliças não têm grande prestígio com o brasileiro, que, em média, só come 50 quilogramas (kg) delas por ano. Isso é três vezes menos que a média de consumo do alemão, do norte-americano e do japonês, por exemplo, embora estes precisem menos de hortaliças, por não viverem num clima tropical. E o consumo de hortaliças no país é baixo, independentemente da camada social: vai de 30,8 kg anuaisper capita , entre os que ganham até dois salários mínimos, até 72,3 kg, na faixa acima de 30 salários mínimos. Se continuarmos assim, não será por falta de informação: pesquisadoras da Embrapa Hortaliças, de Brasília, reuniram num pôster de 60 por 60 centímetros amplas informações sobre a composição nutricional de 53 hortaliças alinhadas alfabeticamente, da abóbora à vagem. Para cada hortaliça, o quadro mostra seu conteúdo de 19 nutrientes. A essa tabela, onde juntaram informações dispersas em muitos livros e manuais, as pesquisadoras acrescentaram as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) sobre o consumo mínimo necessário de nutrientes para adultos, gestantes e crianças. A tabela também serve de orientação para atender a necessidades específicas. Quem, por exemplo, tem anemia - ou não quer ter - deve buscar alimentos ricos em ferro. Caso se canse do sabor do brócolos - que tem 15.000 miligramas (mg) de ferro em 100 gramas -, pode recorrer ao grão-de-bico (6.240 mg), à acelga (2.900 mg) ou mesmo à cenoura (0,6 mg). Inversamente, quem precisa evitar zinco, cujo excesso causa rachaduras na pele, pode se fartar com almeirão, batata-doce branca e roxa, cenoura, couve-manteiga, ervilha, jiló e vagem, hortaliças nas quais não se detectou esse mineral, de acordo com o levantamento das autoras desse trabalho. O trabalho remete a um problema amplo. "Temos de rever a alimentação", diz a engenheira agrônoma Rita de Fátima Alves Luengo, uma das autoras. Num país de clima normalmente ameno como o Brasil, além do valioso trivial arroz com feijão e "mistura" (proteína animal), as pessoas precisam consumir mais os chamados alimentos de manutenção, que são as hortaliças e as frutas, ricas em vitaminas e sais minerais. É uma situação diferente da dos países de clima frio, onde a prioridade são as proteínas e as gorduras, para ajudar o corpo a manter o calor. Um agravante é que vitaminas e sais minerais não se acumulam no organismo, como as gorduras: precisam ser constantemente repostos. É preciso, portanto, aumentar seu consumo, bem como o de frutas. A propósito, conclui Rita, "uma tabela equivalente de frutas seria muito bem-vinda". Elaborada pela agrônoma Rita junto com as bibliotecárias Rosane Mendes Parmagnani, Márcia Regina Parente e Maria Fátima Bezerra Ferreira Lima, a Tabela de Composição Nutricional das Hortaliças pode ser solicitada pelo endereço sac.hortalicas@embrapa.br.
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > Bebês a salvo Substância pulmonar de que prematuros precisam é produzida experimentalmente no Butantan e testada com sucesso em coelhos Porcos e coelhos ajudarão a produzir em escala comercial o surfactante pulmonar, uma substância essencial ao tratamento de um mal que a cada ano atinge milhares de bebês prematuros no país e causa muitas mortes: a síndrome do desconforto respiratório (SDR). Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) já obtiveram bons resultados com a aplicação, em coelhos prematuros, de um surfactante extraído do pulmão de porcos e produzido pelo Instituto Butantan. Produzido naturalmente pelos pulmões, o surfactante age no interior dos alvéolos (bolsas microscópicas nas quais ocorrem as trocas gasosas de oxigênio e gás carbônico), permitindo que eles se mantenham abertos durante a expiração. A SDR, causada pela produção insuficiente de surfactante pelos pulmões, é uma das principais patologias dos prematuros. Quanto menor o tempo de gestação, maior a imaturidade pulmonar e a incidência da SDR: dela sofrem cerca de 50% dos chamados prematuros extremos, que nascem entre seis e meio a sete meses de gestação (da 26ª à 28ª semana), mas muitos dos que nascem entre a 28ª e a 31ª semana também são afetados. No ano 2000, a SDR foi responsável por 7.715 internações e 2.664 mortes de bebês prematuros no país, segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS). O tratamento da SDR consiste na reposição artificial de surfactante durante as primeiras horas de vida do bebê, diretamente na traquéia. O surfactante é importado, a preços que variam de RS$ 900 e R$ 1.200 por ampola, o que torna a terapia muito cara para o sistema público de saúde. Em cada caso, podem ser usadas até duas ampolas do medicamento, dependendo da gravidade da doença e da massa corporal do bebê. A promessa de uma solução nacional está na extração de surfactante do pulmão de porcos, que são, como outros mamíferos, uma fonte importante da substância. Vai nessa direção o projeto de pesquisa finalizado recentemente pelo pediatra Celso Moura Rebello, da FM-USP. Bons resultados Rebello e sua equipe mensuraram em coelhos prematuros os efeitos de um surfactante de origem porcinafabricado experimentalmente pelo Instituto Butantan. Os resultados foram comparados aos obtidos com a aplicação de um dos surfactantes mais vendidos, produzido a partir de pulmão bovino.Antes de desenvolver a metodologia, Rebello passou por um treinamento de dois anos na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA), sob orientação de Alan Jobe e Machiko Ikegami, referências internacionais na área de pulmão prematuro. O projeto foi desenvolvido no Laboratório de Pesquisa Experimental do Departamento de Pediatria da FM-USP. Rebello comparou três características do funcionamento mecânico dos pulmões: a pressão suportada durante a ventilação mecânica, o volume de ar e a capacidade de distensão do pulmão. Foram estudados 93 coelhinhos, divididos em quatro grupos: 21 deles receberam o produto comercial; 22, o surfactante produzido pelo Butantan; 25 o surfactante natural extraído de coelho; e os 25 restantes compuseram o grupo de controle, que não recebeu nenhuma terapia. Todos os animais nasceram de cesariana no 27º dia da gestação, para simular condições comparáveis às de um prematuro extremo. Os animais foram anestesiados e conectados a um aparelho de ventilação mecânica durante 20 minutos, por meio de uma pequena incisão na traquéia. A evolução dos animais forneceu dados, que foram analisados por um programa de computador desenvolvido no Setor de Pneumologia Experimental da FM-USP. A análise mostrou que a pressão necessária para que os pulmões recebessem determinado volume de ar foi 30% menor nos grupos tratados com surfactante do que no grupo de controle. Além disso, no teste para avaliar a capacidade de distensão dos pulmões - ou complacência -, os coelhos tratados tiveram resultados melhores. Depois da ventilação mecânica, parte dos animais foi submetida à avaliação do volume que os pulmões atingiam sob uma pressão estabelecida. Verificou-se que o pulmão dos coelhos que receberam surfactante alcançava um volume maior. E, no exame ao microscópio, os pulmões dos coelhos que não receberam o medicamento apresentaram proporção maior de alvéolos danificados que os tratados. A ação de cada surfactante também foi analisadain vitro . "Em todos os testes, não houve diferença de eficácia entre o produto comercial e o surfactante do Butantan", destaca o pesquisador. Os dados da pesquisa foram apresentados no Congresso Brasileiro de Perinatologia, realizado de 10 a 14 de novembro de 2001 em Florianópolis (SC). Antes de iniciar a produção em escala comercial, o Butantan precisa registrar o produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde, responsável pela fiscalização de medicamentos. Para isso, será essencial o estudo clínico do surfactante nacional no tratamento de seres humanos, para comprovar que é eficaz. Novo estudo Com esse objetivo, Rebello prepara um estudo que deverá começar em agosto de 2002 e durar cerca de dois anos. O trabalho será submetido à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e terá a colaboração do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano dos EUA. Envolverá cerca de 360 bebês prematuros e nove hospitais universitários - cinco da capital paulista, três no interior e um de Porto Alegre (RS). O professor Isaías Raw, coordenador do Centro de Biotecnologia do Butantan, instituto que desenvolve desde 1997 a produção do surfactante nacional, lembra que "a testagem clínica é o passo mais complicado antes do início da produção industrial do surfactante". Ele estima que seja necessário investir cerca de R$ 1 milhão para completar essa etapa. As demais - estudo em bancada e desenvolvimento tecnológico da produção de lotes do produto com qualidade para teste em seres humanos - já foram finalizadas com sucesso. Os pesquisadores estão confiantes, pois o surfactante do Butantan terá uma grande vantagem em relação ao concorrente importado: baixo custo. Raw calcula que o produto possa ser vendido ao governo federal para distribuição na rede do SUS por valores entre R$ 125 e R$ 200 a ampola - cerca de 15% do preço do produto importado. Um dos motivos para essa redução é a técnica de extração do surfactante do pulmão dos porcos, que o instituto está patenteando. Essa técnica, explica Flávia Kubrusly, do Centro de Biotecnologia do Butantan, "substitui o uso de centrífugas de alta velocidade para a extração de surfactante por um tipo de papel chamado DEAE celulose, que sai bem mais barato para uso em grande escala". Há outros motivos para o custo baixo: o Butantan não faz campanhas demarketing e a venda não visará ao lucro. Com a redução do preço, o uso do produto deverá ampliar-se para o tratamento de doenças pulmonares de recém-nascidos a termo - os que nascem no período normal, depois de 37 semanas de gestação - e até de crianças vítimas de pneumonia grave. Nessa e noutras doenças, como a síndrome de aspiração do mecônio durante o parto, o surfactante ajuda na recuperação (mecônio é o líquido do aparelho digestivo do próprio bebê). No entanto, como a dosagem é calculada com base na massa corporal - 100 miligramas por quilograma do bebê -, essa terapia é atualmente muito cara. "Em crianças e adultos, o custo atual é proibitivo. O barateamento do medicamento aumentaria as chances de usá-lo para tratar essas doenças", afirma Rebello. Mais benefícios Além da potencial economia para o governo e da ampliação do uso do medicamento, há outros benefícios associados à produção nacional. Para a universidade pública, é o aprendizado da realização dos chamados ensaios clínicos multicêntricos, tecnologia que, segundo Rebello, é dominada principalmente pelos laboratórios farmacêuticos. Também há uma aquisição de competência tecnológica que poderá ser aplicada a outros produtos. Além disso, a produção terá surfactantes diferenciados, como o liofilizado, uma inovação adotada pelo Butantan. Raw afirma que a técnica desenvolvida para a produção foi um achado: "A tecnologia adotada revelou-se tão boa que, com uma planta (fábrica) pequena como a que possuímos, podemos suprir a necessidade brasileira de consumo de surfactante". Essa necessidade, segundo Flávia Kubrusly, é de cerca de 180 mil doses - o que equivale a 22,5 mil ampolas -, para tratar prematuros afetados pela SDR, número calculado em torno de 45 mil bebês por ano. O PROJETO Avaliação in Vivo e in vitro da Função de um Novo Surfactante Pulmonar de Origem Porcina, Desenvolvido e Produzido com Tecnologia Nacional MODALIDADE Linha regular de auxílio à pesquisa Coordenador Celso Moura Rebello - Faculdadede Medicina da USP Investimento R$ 130.257,72 e US$ 145.147,29
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > Um líquido precioso Os alvéolos pulmonares são os sacos microscópicos onde chega finalmente o ar que respiramos: ali o oxigênio inspirado é absorvido para entrar na corrente sanguínea pelos vasos capilares e trocado por gás carbônico, que sai na expiração. O surfactante pulmonar é um líquido que atua como uma espécie de detergente natural, para manter os alvéolos com a viscosidade adequada para exercer sua função. É um líquido viscoso (por ter cerca de 90% de lípides na sua composição), de coloração clara (entre o branco e o amarelo claro). Como a parede interna dos alvéolos é recoberta por uma finíssima película de água, esses saquinhos se fechariam quando se esvaziassem durante a expiração, devido à força de atração entre as moléculas de água. O surfactante reduz essa força, impedindo que as paredes internas dos alvéolos grudem na expiração. Produzido continuamente por células especializadas dos alvéolos - chamadas pneumócitos do tipo 2 -, o surfactante é composto por quatro tipos de proteína (SPA, SPB, SPC e SPD), além de fosfolípides (compostos de gorduras e fosfato). Na falta desse detergente natural em quantidade suficiente, ocorre a síndrome do desconforto respiratório (SDR). Essa produção insuficiente se deve à prematuridade do bebê e, conseqüentemente, do órgão pulmonar. Por isso, a respiração torna-se extremamente difícil e, se o problema não for tratado com surfactante, o bebê poderá morrer por insuficiência respiratória. O pesquisador explica: "O surfactante começa a ser detectado no pulmão humano a partir da 24ª semana de gestação. A sua produção aumenta gradativamente e atinge o valor máximo por quilograma de massa corpórea na gestação de termo, a que chega a completar 40 semanas. Antes da 36ª semana, a produção ainda é pequena: portanto, se ocorrer o nascimento prematuro (por definição, prematura é a gestação que não completou 37 semanas), essa produção insuficiente de surfactante pode causar a SDR. É claro que, quanto menor for a idade gestacional - particularmente no prematuro extremo, como foi dito - mais grave será a SDR, podendo levar à morte do prematuro".
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > A resistência da floresta Ecossistemas degradados, desde que próximos da mata original, conseguem manter a biodiversidade. Carlos Fioravanti No sul da Bahia, quem se interessa por ecologia desfruta uma atração a mais, além dos encantos turísticos de Ilhéus, a terra de Jorge Amado: a Reserva Biológica de Una, prioritária para a conservação no sistema florestal atlântico. Um dos últimos grandes trechos contínuos preservados do Nordeste, a reserva sobrevive em meio a plantações de cacau, seringais e pastagens em atividade ou abandonadas. Formou-se uma paisagem fragmentada, cujo efeito sobre a biodiversidade é surpreendentemente menor do que se imaginava. Os pesquisadores do projeto Remanescentes de Floresta da Região de Una (RestaUna) verificaram que, na região vizinha, ou entorno, a fragmentação florestal não levou, como se temia, ao isolamento completo das populações de animais e plantas: espécies da floresta original são também encontradas em trechos em que a mata foi modificada. Concebido por jovens pesquisadores paulistas e mantido desde 1998 pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) de Ilhéus, o RestaUna indica que o mosaico formado pelo conjunto de ambientes que resultou da degradação consegue manter a maior parte da biodiversidade original: desde que próximos às áreas de mata original, os ambientes modificados abrigam cerca de 70% das espécies animais encontradas na floresta original. Até agora, os pesquisadores identificaram cerca de 420 espécies de animais e 600 de plantas. Em Una, descobriram 12 novas espécies de animais e outras 12 de plantas, descritas em artigos que devem ser publicados nos próximos meses. Entre os achados estão, por exemplo, duas espécies de lagartos, duas de sapo do gêneroChyasmocleis , além de três espécies de morcego da família Phyllostomidae e duas borboletas Nymphalidae, antes só encontradas na Amazônia. O trabalho inclui a relação de espécies vulneráveis, que diminuem de abundância em relação aos interiores de áreas contínuas: 48 de animais (incluindo 26 de aves) e 46 de vegetais (com 18 bromélias e 19 árvores e arbustos). Mata, cacau e capoeira Para entender por que essa descoberta impressionou é preciso explorar a região com um jipe e, à custa de muito suor e sacolejos, conhecer de perto os ambientes da região: floresta preservada, matas de cacau (ou cabrucas) e capoeiras (onde a mata foi derrubada e está em regeneração). A floresta intacta é abafada, úmida e densa, com árvores de todos os tamanhos: as de troncos grossos e 20 a 30 metros de altura perto das mais jovens, ainda finas, integradas por redes de cipós e nuvens de mosquitinhos. Nas trilhas, depois que o olhar se acostuma, fica clara a diversidade. Se entramos numa capoeira, o ambiente fica mais quente e claro - quase dá para ver o Sol - e a vegetação muda: predominam árvores novas, de troncos finos, e há muitos cipós. Às vezes, a capoeira já parece uma floresta jovem, em outras se assemelha a pastos, tão rala a vegetação. Mais adiante entramos em plantações de cacau, também quentes e abafadas, mas menos diversificadas: a paisagem é dominada pelos cacaueiros, de dois a três metros de altura, no espaço antes ocupado por árvores de sub-bosque, de até 10 metros. Árvores mais altas são poupadas, para dar a sombra de que o cacaueiro precisa. É um ambiente despojado, ainda com os persistentes mosquitos, e já se pode andar com certa facilidade. O problema é que essa forma de exploração em que se preserva parte da mata não tende a perdurar: a fragmentação avança com a decadência da cacauicultura, devastada desde os anos 80 pelo fungo vassoura-de-bruxa (Crinipellis perniciosa ) - o que pode explicar que dificilmente se cruze com alguém nas matas cacaueiras. Em imagens de satélite ou nos mapas, notam-se manchas de floresta separadas por extensas áreas não-florestadas. Assim, cabrucas e capoeiras - em Una, sempre próximas de floresta nativa - funcionam como corredores entre os remanescentes de mata original. Mas o grupo do RestaUna alerta para o perigo de generalização desses resultados: corredores muito extensos, distantes de qualquer trecho de mata original, dificilmente manteriam a mesma diversidade de espécies florestais que o projeto constatou. Risco subsiste O trabalho dos 12 integrantes do projeto tem o aval do biólogo norte-americano William Laurance, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), uma das autoridades mundiais em fragmentação de florestas tropicais. E baseia-se em cerca de 35 mil registros de coletas, o que forma um dos maiores bancos de dados sobre animais de um ecossistema brasileiro. A diversidade encontrada nas áreas degradadas tem limite. "Os animais da floresta costeira atlântica são altamente sensíveis à fragmentação", alerta Laurance. Não há redução no número total de espécies dentro de cada grupo de animais, mas a fragmentação abala as comunidades de animais e vegetais em Una: espécies numericamente raras dentro de cada grupo podem se sobrepor a outras, antes dominantes, ou mesmo desaparecer, em resposta à variação de umidade e de luz. O lagartoEnyalius catenatus picus e as borboletas do gêneroMorpho , por exemplo, encontrados com relativa facilidade nas florestas, são raríssimos nas matas de cacau. Os três pequenos mamíferos que dominam a floresta intacta - o roedorOryzomys laticeps e os marsupiaisMarmosops incanus e Monodelphis americana - tornam-se raros nas bordas dos remanescentes que foram invadidos por espécies não-florestais e típicas de áreas abertas. Os achados contrariam idéias assentadas, em especial a Teoria de Biogeografia de Ilhas, ainda uma das diretrizes dos que trabalham com fragmentação. Formulada em 1967 por Robert MacArthur e Edward Osborne Wilson, da Universidade de Harvard, Estados Unidos, a teoria sustenta que, nas ilhas, o número de espécies é proporcional à área e à distância entre um e outro hábitat. Com o tempo, suas conclusões abarcaram as "ilhas" continentais, ou manchas de hábitat. Mas, de acordo com o grupo do RestaUna, a teoria só seria válida quando os ambientes que envolvem as manchas são realmente inóspitos - é o caso de um pasto, mas não o de uma capoeira ou de uma cabruca. Efeito de borda Em Una, eles acreditam, o que mais interfere nas comunidades de plantas e animais não é a redução do hábitat original, mas o efeito de borda - a modificação da floresta causada pelo contato com as áreas abertas que surgem com o desmatamento. A partir das bordas - trechos de floresta perturbada, mais quentes e mais iluminadas que o interior das matas originais -, cresce a mortalidade das árvores e o microclima se altera sob o efeito de ventos e luminosidade mais intensos. Nesse ponto, os resultados do RestaUna reforçam as hipóteses de um trabalho que é referência em fragmentação de florestas tropicais: o Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), desenvolvido desde 1979 pelo Inpa em colaboração com a Smithsonian Institution, dos Estados Unidos. Para determinar as conseqüências do desmatamento e da fragmentação florestal na Amazônia, foram isoladas 11 áreas ao norte de Manaus, que mediam 1, 10 ou 100 hectares (1 hectare tem 10 mil metros quadrados). Ficou claro que o picotamento da floresta pela abertura de pastagens provoca uma perda substancial de espécies, especialmente de aves, embora o isolamento também possa manter estáveis ou até aumentar a população de alguns animais, como sapos e pequenos mamíferos. Delineou-se também o impacto do efeito de borda: as reservas menores, de 1 hectare, são incapazes de manter a biodiversidade original, por deixarem entrar mais luz, o que reduz a umidade, altera o microclima e aumenta a taxa de mortalidade de árvores, especialmente as adultas próximas às bordas dos fragmentos. Detalhe: os fragmentos estudados na Amazônia eram cercados por pastagens - contraste bem mais acentuado do que no sul da Bahia, onde os remanescentes de mata estão rodeados por capoeiras e cabrucas, as matas de cacau. "Essa diferença reforça a idéia de que a cabruca é uma alternativa de uso 'ambientalmente amigável', pois permite que muitas espécies da floresta possam deslocar-se por ela ou mesmo residir e reproduzir-se nela", comenta Heraldo Vasconcelos, coordenador científico do PDBFF. Mas ele próprio adverte: "Não quero dizer que devemos substituir floresta por cabruca, mas somente que a cabruca aumenta o valor de conservação dos fragmentos de floresta, ao contrário de outros usos da terra, como a pastagem, que diminuem". Hoje, 40% do que resta de floresta no sul da Bahia serve ao cultivo de cacau, que ocupa cerca de 600 mil hectares na região. Nem todas se comportam igualmente. "Uma cabruca isolada é menos rica em espécies de morcegos do que outra, situada entre trechos de floresta", exemplifica Deborah Faria, coordenadora técnica do RestaUna. Caminhos opostos "É notável que um projeto como esse tenha sido iniciado e organizado inteiramente por estudantes de pós-graduação, que fizeram um extraordinário trabalho", reconhece Laurance. Foi em 1996 que começaram as primeiras conversas entre doutorandos das universidades de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp), dispostos a reunir suas teses em torno de um projeto só. "O fato de sermos doutorandos, que era uma fragilidade do grupo, tornou-se uma vantagem: tivemos de levantar os dados com rapidez e qualidade, para terminar as teses", conta Renata Pardini, responsável pelo levantamento de pequenos mamíferos, que fez o doutorado sob a orientação de Eleonora Trajano, da USP. Depois de estudar a abordagem do PDBFF - em que as pesquisas foram sucessivas e, em parte por dificuldades logísticas, passaram-se anos até que se encontrassem todas as áreas de estudo, situadas em fazendas particulares -, a equipe resolveu seguir o caminho contrário: estudar os grupos de animais e plantas ao mesmo tempo e nos mesmos locais de coleta. Assim, conseguiu limitar o impacto da fragmentação à biologia das espécies, sem a interferência da transformação da floresta, já que uma pastagem pode transformar-se em capoeira de um ano para outro. A FAPESP apoiou o projeto com duas bolsas de doutorado e duas de mestrado. Com o tempo, o grupo conseguiu apoios do Ministério do Meio Ambiente, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Banco Mundial (Bird), entre outros, o que permitiu criar a infra-estrutura para a pesquisa de campo, que incluiu dois jipes para percorrer os difíceis caminhos da reserva de Una. Preservação com uso Seguindo o desenho do projeto sugerido por Laurance, os 12 biólogos trabalharam em 36 áreas de amostragem, distribuídas entre floresta contínua, bordas, capoeiras e cabrucas. Esses espaços situam-se em três quadrados de 5 km de lado, que, juntos, somam 49% de florestas, 27% de pastos, 15% de capoeiras, 6% de cabrucas e 2% de seringais. A região inclui porções ainda intactas de floresta, a maioria em fazendas particulares, além da reserva de Una, que tem 7 mil hectares. Durante três anos, eles fizeram expedições que duravam até duas ou três semanas. A amostragem sobre a qual estudaram o efeito da fragmentação envolve dez grupos: aves, morcegos, pequenos mamíferos, sapos e lagartos, besouros e borboletas, invertebrados de serapilheira (terrestres), bromélias, samambaias, árvores e arbustos. Foram, por exemplo, 440 baldes enterrados para apanhar lagartos e 2.500 horas de observação de morcegos, coletados à noite em redes.Aos poucos ficou claro como os animais reagem às intervenções humanas no meio ambiente. Para os sapos (foram coletados 2.448, de 18 espécies), cabrucas e capoeiras parecem funcionar como extensões da floresta. "Ambas funcionam como a costura de uma colcha, por unirem os retalhos e permitirem a conexão das populações das diferentes manchas de mata da região", comenta Deborah. Nas bordas - importantes porque 63% do perímetro de toda a mata que resta está em contato com áreas abertas -, verifica-se a perda ou o declínio de algumas espécies. Ali não se encontram os morcegosTrachops cirrhosus, Micronicterys hirsuta e Tonatia salrophila . Típicos de florestas preservadas, eles não se dão bem nas bordas porque a grande densidade de folhas e cipós dificulta o vôo e as manobras de captura de artrópodes, seus alimentos prediletos, encontrados sobre folhas e galhos. Nessas faixas também há menos samambaias do que no interior das matas - conseqüência do aumento de temperatura e da diminuição da umidade. As bordas são, porém, o espaço preferido de espécies invasoras típicas de áreas abertas, como os roedoresAkodon cursor e Oligoryzomys sp e as borboletasHermeuptychia hermes, Yphthimoides ca. ochracea e Yphtimoides renata .Mas também há espécies que não respondem à fragmentação e ocorrem em todos os ambientes do mosaico de Una, como as borboletasArchaeopreona spp. e Colobura dirce . Já o marsupialMarmosa murina é uma espécie florestal que vive em árvores, mas se dá bem em ambientes perturbados: sua presença cresce tanto nas bordas como nas capoeiras e cabrucas. Mamíferos sumidos Outra atividade humana com impacto profundo é a caça, que ameaça, sobretudo, os grandes mamíferos. Ali não se encontram mais, por exemplo, a anta (Tapirus terrestris ) e o porco-do-mato ou queixada (Tayassu pecari ), ainda que a floresta de Una seja grande o suficiente para abrigá-los.Ali a caça é um complemento alimentar importante, segundo levantamento feito por Renata e por Gabriel Rodrigues dos Santos: a maioria das 204 famílias entrevistadas vive em fazendas próximas e tem renda mensal inferior a dois salários mínimos. Com base nos resultados, eles incluíram sugestões para reduzir a caça entre as propostas de diretrizes biológicas para a região, encaminhadas no ano passado aos administradores e técnicos em ambiente da Bahia. Recomendam, por exemplo, uma ação intensiva junto aos donos das fazendas, para que proíbam a caça - hoje, 70% deles não impõem restrições. Outra medida: incentivar os moradores da reserva a criar mais intensivamente animais domésticos, como galinhas e porcos. O levantamento indicou que o chefe de família que tem comida em casa dificilmente sai para caçar e até poderá pensar em preservação. OS PROJETOS Efeitos da Fragmentação e Conversão Antrópica de Ambientes Naturais sobre a Comunidade de Morcegos na Floresta Atlântica do Sul da Bahia Modalidade Bolsa de pós-graduação Coordenador Wesley Rodrigues Silva - Institutode Biologia da Unicamp Investimento R$ 56.102,22 Fragmentação da Floresta e Usos da Terra no Mosaico Ambiental da Região de Una, Sul da Bahia - Efeitos sobre a Comunidade de Mamíferos Terrestres Modalidade Bolsa de pós-graduação Coordenadora Eleonora Trajano - Institutode Biociências da USP Investimento R$ 98.307,11
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > Distantes, mas iguais Grande similaridade genética entre populações de cabeça-seca redireciona táticas de conservação Bandos de cabeças-secas ou cegonhas brasileiras (Mycteria americana ) surgem todos os anos no Pantanal a partir de junho. Por algumas semanas, essas pernaltas aquáticas de até 1 metro de altura se agrupam em colônias para se reproduzir, formando de 50 a 5.000 ninhos. Ninhais como esses se espalham por outras regiões das Américas, do sudeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina, passando pelo Centro-Oeste brasileiro. Supunha-se que as populações de cabeças-secas das Américas do Norte e do Sul, por estarem distantes, fossem geneticamente distintas. Contudo, um estudo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) revelou elevada similaridade genética - em torno de 99% - entre as cabeças-secas do Brasil e as dos Estados Unidos. "Do ponto de vista genético, poderíamos até dizer que se trata de uma única população", comenta Sílvia Nassif Del Lama, coordenadora do trabalho. Como explicar o fato de as populações serem geneticamente homogêneas, mesmo ocupando regiões geográficas tão distantes?A hipótese do grupo da UFSCar é a de que, em pontos intermediários entre a Flórida e o Pantanal, aves da América do Norte cruzam com aves da América do Sul. Desse cruzamento resultariam filhotes com características genéticas das duas regiões - é o que os biólogos chamam de fluxo gênico. Fluxo gênico De 1997 a 2000, a equipe de São Carlos fez três expedições ao Pantanal, tendo manipulado cerca de 500 filhotes de cabeças-secas. Anilhas metálicas coloridas foram fixadas nas pernas de todos. Essas anilhas seguem padrões internacionais de identificação e, pelo seu uso, é possível desvendar rotas migratórias.Caso as aves anilhadas sejam encontradas por pesquisadores de outras regiões ou países, sua rota poderá ser descoberta após o ciclo reprodutivo. Se identificadas nos ninhais, poderão ajudar a esclarecer depois em quanto tempo, e em que proporção, machos e fêmeas voltam - se é que voltam - ao lugar onde nasceram. Sílvia revela que nunca se encontrou no Brasil um cabeça-seca que tenha sido anilhado - identificado por uma braçadeira colorida na perna - nos Estados Unidos. Contudo, aves anilhadas nos Estados Unidos já foram vistas em ninhais do México, o que reforça a idéia do fluxo gênico. "A América Central deve ser o ponto de encontro entre as populações da América do Norte e do Sul", diz a pesquisadora. O grupo procurou fazer uma análise comparativa com dois estudos feitos nos Estados Unidos na década de 90 sobre a estrutura genética das populações de cabeça-seca. As análises, feitas nas mesmas regiões da molécula de DNA analisadas pelos norte-americanos, levaram aos mesmos resultados. Estudos com dois tipos de marcadores genéticos apontam na mesma direção. Ou seja, as populações são mesmo muito parecidas geneticamente. Mais fêmeas Num dos oito ninhais estudados, Sílvia encontrou maior proporção de fêmeas entre os filhotes. Esse desvio ocorreu numa área atingida por resíduos de mercúrio provenientes do garimpo de ouro na região de Poconé, norte do Pantanal.Nesse lugar, filhotes fêmeas predominam, na proporção de duas para cada macho. "Entre as aves, são as fêmeas que determinam o sexo do filhote, diferentemente do que ocorre entre humanos", comenta a pesquisadora. Quando nascem mais fêmeas, a estrutura da população de um ninhal se altera. "As fêmeas cabeças-secas", diz Sílvia, "parecem se dispersar mais do que os machos, retornando em menor proporção ao ninhal onde nasceram. Daqui a três anos, fêmeas nascidas nesse ninhal vão formar ninhais em outros lugares. Já os machos retornarão ao lugar onde nasceram - é a chamada filopatria". Como Poconé não oferece boas condições para a reprodução, as fêmeas favorecem a produção de mais fêmeas, o sexo mais dispersivo e menos dependente desse local para se reproduzir. A pesquisadora acredita que o desvio observado na distribuição sexual desse ninhal pode estar, portanto, sinalizando que a colônia está em processo de extinção. Preservação As conclusões do grupo do Departamento de Genética da UFSCar poderão ajudar a mudar as estratégias de preservação das populações dessa ave. A pesquisa evidenciou que as populações pantaneiras de cabeça-seca vão muito bem, com índices crescentes de reprodução. Um quadro bem diferente das populações dos Estados Unidos - onde a espécie está na lista das ameaçadas de extinção desde 1984. Na região de Everglades, sul da Flórida, por exemplo, a população caiu de 20 mil casais para pouco mais de 5 mil. Para restaurar as populações afetadas e evitar cruzamento entre aparentados, alguns pesquisadores norte-americanos propuseram a introdução de indivíduos de populações abundantes, como as do Brasil, em áreas como a de Everglades.Contudo, os estudos da UFSCar mostram que essa estratégia de nada adiantaria, pois as aves do Brasil são muito semelhantes às de Everglades e o objetivo, a introdução de "sangue novo", não seria alcançado com esse procedimento.A ocorrência do fluxo gênico remete a novas estratégias de conservação da espécie. "Talvez seja o caso de priorizar a manutenção de condições gerais que garantam o fluxo gênico, em vez de preservar um ou outro sítio onde as aves se reúnem para se alimentar ou se reproduzir", cogita Sílvia. "Se o fluxo é real, as ações conservacionistas não podem ser planejadas isoladamente. É preciso compreender, por exemplo, que o impacto em Everglades não afetou apenas as populações norte-americanas, mas todas as presentes no continente americano. E, se aconteceram perdas naquele local, elas já foram tamponadas pelo fluxo de indivíduos migrantes, os quais restauraram a variabilidade genética da população impactada, sem serem percebidos. Ou seja, para manter as populações sadias geneticamente, é preciso uma ação conjunta das três Américas, visando ao monitoramento e à proteção de áreas essenciais para a reprodução e a alimentação dessas aves." A pesquisa desfaz equívocos, esclarece um pouco mais sobre o comportamento da ave e propõe um plano de conservação, mas, para Sílvia, ainda há questões intrigantes a responder. Falta saber, por exemplo, para onde migram quando saem de seu ciclo reprodutivo no Pantanal: "Vão mesmo até a América Central? Em que regiões se misturam em maior proporção?". São perguntas que a equipe da UFSCar pretende esclarecer num próximo projeto. O PROJETO Estrutura de Populações deMycteria americana nos Ninhais do Pantanal Mato-Grossense Modalidade Linha regular de auxílio à pesquisa Coordenadora Sílvia Nassif Del Lama - Departamento de Genética da Universidade Federal de São Carlos Investimento R$ 30.935,96 mais US$ 18.693,00
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > Rápidas e longevas A cabeça-seca tem o reflexo mais rápido já registrado entre os vertebrados: só precisa de 25 milésimos de segundo para fechar o bico e engolir um peixe. E, a favor de sua preservação, a glutona também tem a longevidade: aMycteria americana vive cerca de 40 anos e alcança maturidade sexual a partir do terceiro ano. Os casais são aparentemente monogâmicos em cada temporada de cio, e a fase reprodutiva começa com a formação de pares nos ninhais. Os cabeças-secas formam ninhais em meio a outras aves aquáticas como a garça (Ardea alba ) e o colhereiro (Platalea ajaja ). Para esses grandes núcleos, que podem abrigar de 200 até 4.000 casais, são atraídos predadores como o gavião (Caracara plancus ), o urubu (Coragyps atratus ) e a sucuri (Eunectes murinus ). A postura ocorre em intervalos de um a dois dias. Os ovos são incubados por um mês e chocados 24 horas por dia pelo macho ou pela fêmea, que se revezam nessa tarefa e na pesca. O barulho de motores de popa, a presença de vacas e de seres humanos circulando na área do ninhal provocam distúrbios, que levam muitas vezes os casais a abandonar os ninhos. Os cabeças-secas preferem comer peixes, mas não dispensam insetos, moluscos, crustáceos e até pequenos anfíbios e répteis. Pescam intensamente, dia e noite, em águas de no máximo 50 centímetros de profundidade.
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > Mais perto dos asteróides Um dos maiores levantamentos sobre os menores corpos do Sistema Solar ajudará a entender sua formação Wagner de Oliveira Amanhecia num dia de setembro último no extremo sul do deserto chileno do Atacama quando a astrofísica Daniela Lazzaro tirou os olhos da tela do computador ligado ao telescópio e respirou aliviada, depois de ter passado a noite observando asteróides a centenas de milhões de quilômetros. Era o ponto final de 1.300 horas e 135 noites de observações em cinco anos, que produziram um dos mais amplos estudos sobre a composição dos asteróides e deverão ajudar a entender a formação e evolução do Sistema Solar. "Na reunião da Sociedade Astronômica Brasileira em agosto", diz Daniela, "apresentei os resultados quase finais desse grande levantamento da composição de asteróides, em desenvolvimento desde 1996, assim como foram apresentados os trabalhos de alunos meus que trabalham com dados desse levantamento. Temos bastante resultados". E exemplifica: "Entre os resultados importantes obtidos até agora eu poderia citar: a descoberta de alguns objetos com composição bastante rara, um deles tema de artigo publicado na revistaScience em junho de 2000; a análise da distribuição de composições em alguns grupos e famílias de asteróides, comprovando uma origem distinta; e a análise da distribuição total de composições no cinturão de asteróides, mostrando que é diferente da considerada até o presente. Com cerca de 800 asteróides observados, nosso levantamento já é o segundo maior do mundo em número de objetos." Todo o trabalho foi feito no telescópio de 1,52 metro do European Southern Observatory (ESO), em La Silla, e faz parte de um convênio com o Observatório Nacional (ON) do Rio de Janeiro, onde Daniela trabalha. Pelo convênio, o ON usa metade do tempo do telescópio. O levantamento e todos os dados estarão à disposição a partir de dezembro pela Internet, em www.on.br. O método de análise foi a espectroscopia de reflexão, que permite apurar a composição química e mineralógica da superfície de um asteróide a partir do princípio de que diferentes materiais refletem a luz distintamente. Os principais minerais encontrados foram piroxênio, olivina, níquel-ferro, feldspatos e minerais enriquecidos com carbono e orgânicos. Testemunhas do começo Asteróides são blocos de pedra de vários tamanhos localizados predominantemente no Cinturão de Asteróides, uma faixa situada entre Marte e Júpiter, distante entre 1,5 e 5 unidades astronômicas (UA) da Terra. Cada UA equivale a 150 milhões de quilômetros, distância média entre a Terra e o Sol.Como são bem menores que os planetas, os asteróides preservam materiais dos estágios finais de formação do Sistema Solar, que não sofreram uma significativa evolução térmica, química e tectônica após um processo de aglomeramento chamado acreção. Daniela explica o processo: "Todos os corpos do Sistema Solar foram formados a partir da acreção de pequenos corpos, chamados de planetesimais, de tamanhos entre alguns centímetros e alguns metros. Quanto maior o corpo, mais planetesimais foram aglomerados. A acreção em si já gera um calor interno: logo, quanto maior o corpo, mais calor interno 'primordial' - calor oriundo do processo de acreção - esse corpo terá. Maior calor leva a maiores transformações químicas e mineralógicas. Mais ainda: quanto maior o corpo, maiores pressões são geradas. Essas pressões também levam a transformações químicas e mineralógicas. Por outro lado, um corpo pequeno terá pouco calor primordial, assim como pequenas pressões internas: logo, os materiais que inicialmente tiveram acreção serão mantidos inalterados, ou pouco alterados." É por isso que os asteróides são chamados objetos primordiais. Há 30 mil deles catalogados. "Eles são fundamentais para se entender os mecanismos que deram origem ao Sistema Solar que observamos hoje", acentua Daniela. O estudo, que analisou a composição mineral da superfície de 830 asteróides, só perde em número para o levantamento disponibilizado este ano pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), que abrangeu 1.200 asteróides. "Nosso estudo e o do MIT são muito similares, mas se concentram em regiões distintas do Cinturão de Asteróides - ou seja, em grande parte são complementares. A maioria dos objetos observados por nós não foi observada por eles e vice-versa, já que desde o início existiu uma boa cooperação entre as duas equipes." As observações no Chile permitiram várias conclusões. Foi possível confirmar que "famílias" de asteróides, partes de um corpo maior que sofreu uma forte colisão, apresentam o que os pesquisadores chamam de relação genética entre seus membros. Foram analisadas três grandes famílias:Flora, Themis e Eunomia . EmFlora e Eunomia , o principal mineral encontrado foi o piroxênio. "Do ponto de vista mineralógico, os membros de cada família têm o mesmo perfil entre si e diferente das outras famílias. Ou seja, cada grande família foi resultado de uma colisão diferente", diz Daniela. O mesmo não pode ser dito dos "grupos dinâmicos", aglomerações de asteróides posicionadas em pontos específicos do Cinturão, que sofrem influência gravitacional de Júpiter. A pesquisa em detalhe de dois desses grupos,Phocaea e Hungaria , mostrou que eles não têm uma composição semelhante e que cada asteróide revela uma origem. "Nesse caso, não existiu um corpo grande que se quebrou. Cada asteróide veio de um lugar diferente e está ali por processos dinâmicos, como a força gravitacional de Júpiter", explica a astrofísica. Efeito radioativo O modelo baseado na influência do Sol na composição mineralógica dos asteróides do Cinturão é contestado pelos dados gerados na pesquisa. Segundo o modelo, os asteróides teriam chegado à composição atual conforme o grau de aquecimento que sofreram a partir de suas distâncias do Sol. Asteróides mais próximos do astro, por exemplo, teriam sido aquecidos e passado por transformações que determinaram suas composições mineralógicas. Já os mais distantes do Sol não teriam sofrido os efeitos do aquecimento e seriam, portanto, mais primitivos. As observações em La Silla contestam essa separação da composição dos asteróides do Cinturão, segundo sua distância até o Sol. Em vez disso, uma das hipóteses consideradas é a possível presença de materiaisradioativos nos asteróides. Quantidades distintas desses materiais levariam a distintos graus de aquecimento. "O Sol não deve ser o único culpado pelo aquecimento maior que alguns asteróides sofreram", afirma Daniela. "Na realidade, o que ocorre é que materiais radioativos decaem e nesse processo geram calor. Quanto mais desses materiais um asteróide tiver juntado durante sua formação, mais calor será gerado posteriormente no processo de decaimento radioativo, fato que levará a modificações químico-mineralógicas." Rocha basáltica O estudo também levou ao descobrimento de três asteróides com composição rara. Eles têm uma superfície de rocha basáltica, criada pela erupção de vulcões e antes só encontrada em seis corpos do Sistema Solar - Terra, Lua, Marte, Vênus, Io (lua de Júpiter) e no asteróide Vesta, que tem 500 quilômetros de diâmetro. Até então, considerava-se que fossem raros os corpos celestes com resquícios de atividade vulcânica. A equipe do ON constatou a composição basáltica de Magnya, asteróide de 30 quilômetros que é provavelmente fragmento de um corpo maior. O achado, publicado no artigo deScience , mostrou que esse asteróide, de apenas 30 quilômetros de diâmetro, pode ter sido o que restou de um corpo celeste maior, que teria passado por intensa atividade vulcânica. "As teorias de formação de corpos basálticos no Cinturão terão de ser revistas. A composição de Magnya implica que pelo menos um segundo asteróide basáltico, além de Vesta, foi formado", Daniela enfatiza. Ela acha que os meteoritos basálticos que caem na Terra podem ser outros pedaços da fragmentação do corpo maior que deu origem a Magnya. Em 2001, além de Magnya, a equipe do ON encontrou mais dois asteróides com composição basáltica. São os fragmentos de Vesta maiores e mais distantes desse asteróide já descobertos. "Isso comprova que a família de Vesta se estende muito além dos limites atuais", diz Daniela. Outra parte do estudo mostrou ainda que os asteróides com superfície de piroxênio e olivinas são os mais abundantes no Cinturão. Antes, acreditava-se que os do tipo carbonáceo predominavam. Os principais achados da missão observacional deverão ser publicados na revista de astronomiaIcarus , dos Estados Unidos. "A pesquisa insere o Brasil com destaque na área de astrofísica do Sistema Solar", diz Daniela. A pesquisadora acha que recursos minerais oriundos de asteróides, como titânio e ferro, podem futuramente ser usados na Terra, e a pesquisa do Observatório servirá de referência para esse trabalho. "Esses dados são fundamentais para a escolha de asteróides a serem visitados por missões espaciais", observa ela. Com os dados, foi possível obter a distribuição precisa de composições físico-químicas no Cinturão de Asteróides como um todo. "Esse trabalho será fundamental para o entendimento da formação e evolução do Cinturão e do Sistema Solar", diz Daniela, que trabalhou em conjunto com pesquisadores do Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo (IAG-USP), do MIT e do Laboratório de Jato-Propulsão da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos.
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > Do grande Ceres aos pedregulhos Também chamados de "planetas menores", por orbitarem o Sol como planetas, eles se concentram numa faixa entre Júpiter e Marte, chamada Cinturão de Asteróides, mas há muitos outros espalhados desde a órbita da Terra - com a qual podem chocar-se de vez em quando - até para lá da órbita de Saturno. O maior asteróide é Ceres, com 1.000 quilômetros (km) de diâmetro, descoberto em 1801. Há mais 15 com diâmetro superior a 240 km e muitos que não passam de pedregulhos. Todos juntos não chegariam à metade do tamanho da Lua. As observações diretas de asteróides são feitas basicamente a partir da Terra, como o exaustivo estudo brasileiro no observatório de La Silla. Já a primeira imagem espacial de um asteróide com alta resolução foi obtida de Gaspra em 1991, pela sonda americana Galileo. Dois anos depois, a mesma nave chegou bem perto do asteróide Ida. Em 1997, a grande aproximação da sonda Near com o asteróide Mathilde permitiu constatar que ele é rico em carbono. Imagens do grande Vesta, com cerca de 500 km de diâmetro, foram fornecidas pelo telescópio espacial Hubble. Há asteróides que se situam em rota de colisão com a Terra. Daniela Lazzaro distingue três tipos deles: "Meteoróide é um pequeno asteróide que pode entrar na atmosfera da Terra. Meteoro é o que de fato entra na atmosfera e, devido ao atrito com ela, chega a ficar incandescente, risca o céu e se desintegra totalmente: é popularmente chamado de 'estrela cadente'. E meteorito é um pequeno asteróide que entra na atmosfera, mas não se desintegra totalmente ao atravessá-la, e chega a atingir a superfície. Sobra um pedaço no chão, ou até se forma uma cratera". Esse é muito importante para os estudos astrofísicos e, sempre que encontrado, é analisado em laboratório. "Já que não podemos ter um asteróide em laboratório, pelo menos temos um pedacinho dele", diz Daniela.
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > Armadilha de átomos Equipe cria atalho para obter um estado especial da matéria No mundo há quatro grupos empenhados em obter a partir de átomos de cálcio um estranho estado da matéria - os condensados de Bose-Einstein -, e entre eles está o da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) liderado por Artemio Scalabrin. Os demais grupos usam elementos da primeira coluna da tabela periódica, como sódio, lítio e rubídio. "A vantagem do cálcio e de outros integrantes da segunda coluna é sua peculiar estrutura eletrônica, que pode permitir simplificar o método de obtenção dos condensados", diz Scalabrin. Flávio Caldas da Cruz, também do Grupo delasers do Instituto de Física da Unicamp que desenvolve o projeto, recorda: "Quando o primeiro condensado foi produzido, gerou-se a expectativa de que ocorreria no setor a mesma explosão provocada pela criação dolaser , nos anos 60. No entanto, passados quase sete anos, apenas um número limitado de grupos experimentais obteve esses condensados. O principal motivo é a grande dificuldade técnica, em particular a associada à armadilha magnética, de se obter esses objetos". "Daí o interesse no condensado de cálcio", explica Cruz. "Graças à sua estrutura de níveis, esse elemento tem propriedades específicas que oferecem a perspectiva de se chegar a tal estado da matéria apenas por métodos ópticos. Para isto, um segundo tipo de armadilha, semelhante a uma pinça óptica, substituiria a armadilha magnética. Isso representaria um importante atalho para os condensados." Átomos aprisionados Com seu segundo projeto temático, em fase de conclusão, 60 trabalhos em revistas internacionais, sete teses de doutoramento e seis de mestrado concluídas nos últimos dez anos, o Grupo delasers acredita ter cacife para a empreitada. "Sempre desenvolvemos os equipamentos necessários à pesquisa", revela Daniel Pereira, integrante da equipe. "Somos hoje o único grupo brasileiro com presença no restrito círculo de laboratórios internacionais capazes de realizar medidas de freqüência delasers na região do terahertz (que corresponde a 1 trilhão de oscilações por segundo)." Na batalha pelo condensado, o grupo já faz o mais difícil: aprisionar os átomos de cálcio. Para isso, adota o seguinte procedimento: inicialmente, um forno aquece o cálcio metálico, transformando-o em vapor e elevando-o para 600 graus Celsius. Com o aquecimento, os átomos alcançam a velocidade média de 700 metros por segundo (m/s). No vácuo, os átomos são colimados - ou seja, suas trajetórias se tornam paralelas - e constituem um feixe. Em seguida, ao deslocar-se por um tubo, o jato de átomos é desacelerado pela pressão de radiação de umlaser que aponta em sentido contrário - os fótons, partículas de luz, têm a capacidade de pressionar a matéria, o que produz um fenômeno como a cauda dos cometas. A desaceleração pelolaser - cerca de um milhão de vezes maior, em valor absoluto, que a aceleração da gravidade - faz a velocidade dos átomos cair para cerca de 0,5 m/s. Desacelerados, os átomos podem ser aprisionados por meio de um dispositivo composto de seislasers - opostos dois a dois e dispostos segundo três direções ortogonais, cada uma correspondendo a um eixo cartesiano do espaço - e um campo magnético. Com essa técnica, cerca de 10 milhões de átomos são confinados numa esfera de 1 milímetro de diâmetro. A baixa mobilidade faz sua temperatura despencar para o platô de 1 milikelvin, um milésimo de grau acima do zero absoluto (o zero kelvin corresponde a -273,15 graus Celsius). O tempo de permanência dos átomos na armadilha é de cerca de 20 milissegundos - duração que parece irrisória, mas, para a escala de tempo dos fenômenos atômicos, é muito. "Mesmo nessa temperatura baixíssima ainda ocorrem colisões entre os átomos. É a chamada colisão ultrafria, muito pouco estudada até o momento para elementos da segunda coluna da tabela periódica", comenta Pereira. Relógios atômicos A obtenção do condensado não é a única finalidade desse experimento. "Uma de suas importantes aplicações práticas é estabelecer padrões universais de freqüência, tempo e comprimento", informa Scalabrin. "Uma transição do cálcio é atualmente utilizada como padrão de freqüência. E permite definir também padrões de tempo e comprimento, essenciais em metrologia, redes de telecomunicações e de energia elétrica e navegações aérea e marítima. Quando os átomos têm velocidades mais altas, esse padrão sofre variações e é perturbado por um número maior de colisões. Em temperaturas próximas ao zero absoluto, a freqüência atinge uma estabilidade quase ideal. A perspectiva é construir, a partir daí, relógios atômicos portáteis de altíssima precisão." O pesquisador fala em transição do cálcio. Para entender, é preciso recordar o modelo quântico do átomo, formulado pelo dinamarquês Niels Bohr em 1912. Quando recebe um aporte externo de energia, o elétron salta de um nível relativamente próximo ao núcleo para outro mais distante. Transcorrido um intervalo de tempo indeterminado, a partícula deixa essa condição excitada e retorna ao estado fundamental, devolvendo ao meio exterior a energia excedente. Bohr elaborou seu modelo para o átomo de hidrogênio, o mais simples de todos, constituído por apenas um próton e um elétron. Mas ele pode ser generalizado para átomos mais complexos. No caso do cálcio, que tem 20 elétrons distribuídos por várias camadas, são as duas partículas da última camada que transitam para níveis diferentes quando excitadas. A energia para isso é conferida pelos fótons, partículas ligadas à interação eletromagnética, que compõem a emissão dolaser . Para produzir essas transições, olaser precisa ser altamente monocromático, com uma cor muito bem definida. A freqüência associada a cada transição é a dolaser - idêntica à da luz emitida pelo átomo quando seus elétrons voltam ao estado fundamental. "Entre as muitas transições possíveis de um átomo, aquelas que realmente interessam são as que envolvem os chamados níveis metaestáveis, nos quais o elétron é capaz de permanecer durante um longo tempo, antes de decair", afirma Cruz. "Isso se deve ao fato de que, quanto maior o tempo de permanência do elétron num nível, mais definida é a energia necessária para produzir essa excitação. Quando o tempo de permanência é curto, há uma grande indefinição no valor da energia - o que é uma decorrência direta do Princípio da Incerteza, um dos pilares da física quântica." Três transições são especialmente interessantes no cálcio. Duas são estimuladas pela radiação eletromagnética na faixa do infravermelho longínquo, em 1,6 e 3,2 terahertz (THz). Outra, ainda mais energética, é produzida pela luz visível em 456 THz. Essas transições tornam o cálcio extremamente promissor para o desenvolvimento de relógios atômicos de altíssima precisão. "O motivo é que, quanto mais elevada a freqüência do oscilador, maior a estabilidade dos 'tique-taques' do relógio". explica Cruz. "Os relógios atômicos convencionais, baseados no césio e no rubídio, utilizam oscilações geradas na faixa de microondas do espectro eletromagnético, no patamar do gigahertz (1 bilhão de oscilações por segundo). Um eventual relógio de cálcio, alimentado pelas oscilações do campo eletromagnético delasers , operaria com freqüências milhares de vezes mais altas." A idéia de produzir um relógio de cálcio no infravermelho longínquo, trocando os geradores de microondas porlasers como fonte excitatória, existe há cerca de 30 anos e tem sido incrementada. Verificou-se, por exemplo, que, esfriando-se os átomos, era possível obter freqüências mais estáveis. E que o cálcio apresentava aquela outra transição, na faixa visível do espectro, com freqüência ainda mais alta. Tudo isso gerou grande expectativa, mas havia um problema: até há dois anos, medir freqüências na faixa do terahertz parecia impossível. De pouco adiantava produzir uma transição de freqüência tão elevada se não havia como mensurá-la.Foi quando se descobriu que umlaser de pulsos ultracurtos poderia servir para medir a freqüência de outrolaser . Ao contrário dolaser usado para excitar o átomo, cuja emissão deve ser contínua e altamente monocromática, esselaser medidor emite pulsos descontínuos e policromáticos - isto é, compostos por radiações de diferentes freqüências. E sua emissão policromática é o chamado "pente de freqüências" - algo que funciona como uma régua para a aferição de outras freqüências. Isso, por si, já parecia muito bom. Mas o impressionante era o período de cada pulso: algo da ordem do femtossegundo (1 quatrilhonésimo de segundo). Com pulsações tão rápidas, esselaser pode balizar tranqüilamente freqüências de centenas de terahertz. Esselaser pulsante mudou o cenário e forneceu o ingrediente que faltava ao relógio atômico de cálcio. Pois, em princípio, tudo o que se precisa para fazer o relógio é um oscilador estável e um medidor de oscilações. O oscilador, no caso, é olaser monocromático estabilizado à transição atômica do cálcio. E o medidor, olaser de pulsos ultracurtos. Daí até o relógio efetivo é uma questão de vencer obstáculos técnicos, o que também pode ser dito quanto à obtenção dos condensados. Mas o caminho já foi aberto. O PROJETO Espectroscopia Atômica e Molecular com laser Modalidade Projeto temático Coordenador Artêmio Scalabrin - Instituto de Física da Unicamp Investimento R$ 199.624,98 e US$ 336.494,00
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Ciência > Bem perto do zero absoluto A pesquisa do Grupo delaser s da Unicamp envereda por um campo recente: a produção experimental de um condensado de Bose-Einstein foi conseguida pela primeira vez em 1995 e seus autores - os americanos Eric Cornell e Carl Wieman, da Universidade do Colorado, em Boulder, e o alemão Wolfgang Ketterle, do Massachusetts Institute of Tecnology (MIT) - receberam o Nobel de Física de 2001. Previsto teoricamente em 1924 pelo indiano Satyendra Nath Bose (1894-1974) e pelo judeu-alemão Albert Einstein (1879-1955), o condensado foi buscado por décadas, até ser obtido independentemente pela dupla Cornell e Wieman e por Ketterle. A presteza da premiação indica a importância do feito. O condensado é um estado da matéria em que os átomos perdem suas individualidades e passam a se comportar como entidade única. Ocorre quando os corpúsculos estão em um nível excepcionalmente baixo de energia, em temperatura alguns bilionésimos de grau acima do zero absoluto. A situação provavelmente não existe na Natureza, pois nem mesmo o espaço intergaláctico é tão frio, mas pode ser obtida em laboratório. A técnica para isso consiste em reduzir drasticamente a agitação térmica dos átomos, aprisionando-os num volume muito pequeno por meio de uma armadilha delasers e de um campo magnético. E, depois, usar uma armadilha magnética manipulada com radiofreqüência, de modo a expelir os átomos mais energéticos, deixando ficar apenas os impecavelmente quietos. A coerência de comportamento desse gás de átomos ultrafrios é tal que faz com que ele esteja para um gás à temperatura ambiente assim como olaser está, num exemplo trivial, para a luz de uma lanterna. Uma das possíveis aplicações do condensado é justamente a criação de "lasers " atômicos. Há equipes que trabalham nessa direção, mas o processo está em fase muito preliminar. No momento, a pesquisa se concentra no estudo das propriedades físicas dos condensados, ainda largamente desconhecidas.
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Humanidades > Bons regimes que ajudam a crescer Estudos revelam que há uma relação entre desenvolvimento econômico e a sustentabilidade das democracias Robinson Borges Costa A democracia é um artigo de luxo. Enquanto a maioria dos países pobres vive sob uma ditadura, grande parte dos países ricos é regida pela democracia. Segundo o livroDemocracy and Development - Political Institutions and Well-Being in The World, 1950-1990 (Cambrigde University Press, Estados Unidos), esse fenômeno ocorre porque há uma associação entre manutenção da democracia e o nível de desenvolvimento econômico. "Verificamos que há uma maior dificuldade de observar democracias com más performances econômicas porque esses regimes tendem a ir para a ditadura quando isso ocorre", analisa Fernando Limongi, um dos autores do livro. Professor de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), Limongi obteve apoio da FAPESP para o desenvolvimento desse trabalho nos Estados Unidos, escrito com Adam Przeworski (New York University), José Antonio Cheibub (Yale University) e Michael E. Alvarez (DePaul University). Segundo a pesquisa, a sobrevivência de uma democracia está relacionada a um patamar de rendaper capita do país. Ou seja, quanto maior a renda, maior a estabilidade do regime. Acima de US$ 6 mil, observou-se que o regime democrático está assegurado para sempre, faça chuva ou sol na economia. Já entre US$ 4 mil e US$ 6 mil de renda, há uma probabilidade de a permanência do sistema político ser de aproximadamente cem anos. "Quando um país é rico e adotou o regime democrático, se constitui uma situação de equilíbrio e permanência da estrutura", afirma Limongi. No entanto, se uma nação tiver uma rendaper capita abaixo de US$ 1 mil, a possibilidade de resistência do regime democrático se torna frágil. Os números indicam que o sistema deve perdurar apenas 8,2 anos. Abaixo do limiar de rendaper capita de US$ 4 mil, uma democracia passa a correr risco de continuar em vigor no país por apenas 33 anos. O drama ocorre porque crises econômicas em democracias pobres tendem a exterminar o regime democrático do jogo político - e crises econômicas em países pobres e autoritários levam à preservação da ditadura. Esses indicadores foram colhidos a partir de uma análise estatística a respeito da sobrevivência e da morte de regimes políticos em 135 países entre 1950 e 1990. Ao longo desse período, foram avaliados 224 regimes, dos quais 101 eram democráticos e 123 autoritários. Foram identificadas também 40 transições para a ditadura e 50 para a democracia. Um país democrático, segundo a pesquisa, é aquele cujo partido de oposição tem alguma chance de ganhar uma eleição oficial.A partir desses dados, os autores identificaram que a sobrevivência da democracia em países pobres está ligada à capacidade dogoverno de promover crescimento econômico com inflação moderada. Concluíram também que as chances de um regime democrático ser preservado é ainda maior quando a economia cresce acima de 5% ao ano. Mas é muito menor se apresentar crescimento negativo. Um país democrático com rendaper capita de menos de US$ 1 mil, mas com crescimento econômico, tem mais possibilidades de manter o regime do que a democracia de um país com rendaper capita entre US$ 1 mil e US$ 4 mil, mas com crescimento negativo. Luz vermelha A Argentina, por exemplo, está no terceiro ano consecutivo de crescimento negativo. Mas, de acordo com Limongi, as próximas eleições estão garantidas. Isso ocorre porque o país está acima da rendaper capita considerada limiar de segurança. A Venezuela, por sua vez, está com a luz vermelha acesa. O país está abaixo do indicador de sustentação da democracia. "Era um país rico, entrou numa crise e sua economia decresceu", diz Limongi. "Não seria uma surpresa se se tornasse uma ditadura." Segundo Przeworski, as transições de regime são tipicamente precedidas por crises econômicas, mas é possível determinar qual é a causa e qual é o efeito. "Uma crise econômica pode criar uma crise política. Uma vez que há uma crise política, a crise econômica se aprofunda", afirma. A explicação para a estabilidade da democracia em países com rendaper capita acima do limiar é a do jogo político. Segundo Limongi, a mudança de um regime é feita por meio de um golpe de Estado, o que sempre traz problemas. "O que você pode ganhar sendo um ditador por meio de um golpe em um país rico pode ser menor do que o que se vai ganhar se esperar a próxima eleição. Há estímulos para concorrer ao próximo pleito", afirma Limongi. "As ditaduras reprimem e as pessoas têm medo de pressões físicas. No momento em que os países se tornam mais ricos, há uma vida melhor para botá-la em risco", observa o professor Przeworski. A premissa do livro é buscar respostas para uma ideologia dominante até os anos 80, que apontava a ditadura como elemento essencial para a promoção do crescimento econômico em países pobres. E, uma vez que esses países tivessem conquistado desenvolvimento econômico, a democracia seria imediatamente adotada. O resultado do estudo, porém, põe esses pressupostos por água abaixo. Primeiro, porque se identificou que, se o país se transformou em uma nação rica e é autoritário, não haverá uma transformação direta e imediata para uma democracia por essa razão. "O crescimento econômico não leva diretamente à democracia", avalia Limongi. Alguns países, como Taiwan, Espanha e Coréia do Sul, ficaram ricos sob a ditadura e não transitaram para a democracia por esse fato. "Não é um processo endógeno", alerta. Outros fatores Para o professor, são necessários elementos exteriores para que isso ocorra e as respostas não são passíveis de estatísticas. Na Espanha, por exemplo, houve a morte do ditador Franco, em 1975. A ausência de um líder enfraqueceu a possibilidade de uma ditadura continuar. Em Taiwan, houve o rompimento com o regime autoritário por uma estratégia de política externa. O governo do país avaliou que para ter apoio internacional para sua ação de independência da China era melhor ser uma nação democrática. "Mas, ao transitar de regime e conquistar a democracia, sua manutenção nesse sistema é mais fácil de se dar", sustenta Limongi. Osegundo indicador que caminha na contramão da tese da ditadura para o desenvolvimento está nas evidências fortes de que um regime democrático ou ditatorial não influencia diretamente no crescimento econômico. Dos países autoritários com rendaper capita anual de menos de US$ 1 mil na primeira vez em que foram observados na pesquisa, 56 não conseguiram desenvolvimento econômico em 1990, 18 deles chegaram a uma renda de US$ 1 mil, seis obtiveram uma renda de US$ 2 mil e três de mais de US$ 3 mil. A Coréia do Sul e Taiwan, entretanto, tiveram um êxito extraordinário: são os dois únicos regimes ditatoriais que entraram em 1950 com uma renda inferior a US$ 1 mil e em 1990 excediam US$ 5 mil. Demografia e ditadura "O que aprendemos é que os regimes políticos - ditadura ou democracia - não afetam a taxa de crescimento do PIB. Mas também descobrimos, para nossa surpresa, que a população cresce mais rápido nas ditaduras", conta Przeworski. "Ao mesmo tempo, identificamos que a rendaper capita cresce mais rápido nas democracias. Ou seja, parece que o regime político tem mais impacto em demografia do que em economia." Mas a pesquisa indica que até o patamar de US$ 3 mil de rendaper capita a composição da taxa de crescimento depende dos mesmos fatores tanto para um regime autoritário como democrático. No entanto, quando se ultrapassa esse valor, os dois regimes apresentam a mesma taxa de crescimento, mas com uma fórmula diferente. "Chegam aos mesmos resultados, mas a função de produção revela que a democracia se baseia em um tipo de fator e o autoritarismo em outro", explica o professor Limongi. "A democracia paga melhor os trabalhadores e têm maior desenvolvimento tecnológico. No autoritarismo os trabalhadores são mais explorados." A explicação pode estar no processo político aberto das democracias, que permite que reivindicações dos trabalhadores sejam mais aceitas. "As democracias tendem a se aproximar da social-democracia, com melhor distribuição de renda e maior participação do trabalhador na produção", avalia Fernando Limongi. "Os regimes autoritários tendem mais ao processo de Singapura, Coréia, Taiwan e Tailândia, modelos em que a mão-de-obra é utilizada intensivamente, sem que ela seja muito produtiva." Há, entretanto, outros contornos que favoreceram o crescimento extraordinário dos Tigres Asiáticos para além do regime político. "Esses países puderam proteger seus mercados e adotar políticas exportadoras", diz Limongi. "Os Estados Unidos não fecharam o mercado para eles. Isso ocorreu por razões estratégicas. A Coréia do Sul era metade comunista e metade não. Os Estados Unidos deixaram esse país se desenvolver para ganhar força contra o bloco soviético. O mesmo ocorreu com Taiwan." Na década de 70, o Brasil figurava ao lado da Coréia do Sul e do México como um New Industrialized Country (NIC). No entanto, saiu dessa categoria porque teve dificuldades de continuar a entrar no mercado americano. "Os Estados Unidos queriam reciprocidade de abertura, mas o Brasil não abriu", diz. A diferença, porém, é que a Coréia pode continuar fechada e, ao mesmo tempo, exportar para os Estados Unidos. "Não tem nada a ver com autoritarismo. Tem a ver com estratégia política da maior hegemonia do mundo." Muitas das teorias desenvolvidas sob o ponto de vista da ditadura para o desenvolvimento eram influenciadas pelo que se acreditava ser o sucesso da ex-União Soviética: um sistema extremamente fechado com mobilização de todos os recursospara o investimento. Nos anos 60, no auge da Guerra Fria, os políticos de direita dos Estados Unidos consideravam que estavam perdendo a luta internacional por causa dos altos vôos que o bloco socialista estava levantando. Para eles, a grande inimiga, a extinta União Soviética, possuía um modelo para o desenvolvimento de países subdesenvolvidos. Brasil No interior dessa preocupação, os Estados Unidos começaram a apoiar regimes autoritários pelo mundo. O golpe militar de 1964 no Brasil é fruto dessa ideologia. Foi o período mais próspero da economia. Mas, nos anos 80, o ritmo de crescimento caiu assustadoramente. Para alguns, a queda do crescimento era fruto da redemocratização do país. "Nas décadas de 50, 60 e 70, o Brasil acompanha o mesmo passo da Coréia do Sul. Na década de 80, ele pára e a Coréia continua", expõe Limongi. De acordo com Przeworski, não há uma relação entre a estrutura de desenvolvimento do Brasil e seu regime político. O problema do país, segundo ele, está na dificuldade de cobrar impostos dos mais ricos e usar os tributos para aumentar o investimento social, seja um regime autoritário ou democrático.
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Humanidades > O cavaleiro da sabedoria Expulso do Partido Comunista Brasileiro, Astrojildo Pereira dedicou-se a pensar uma política cultural pioneira para o país Astrojildo Pereira (1890-1965), fundador e primeiro secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, foi uma das personalidades mais inquietas, intensas e controversas envolvidas na tentativa de desenvolver uma política cultural no país. Eram as décadas de 30 e 40, a intelectualidade efervescia - formada por nomes como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e Otto Maria Carpeaux, seus amigos - e, mais tarde, desembocaria na modernidade. De início, Astrojildo preferiu dedicar-se à política, mas o Brasil ganhou, graças ao partido que expulsou, em 1931, um dos seus mais brilhantes estudiosos das letras, um pensador bem formado pelas leituras de Machado de Assis, feitas desde a juventude. Apesar das críticas de seus adversários de partido, foi entre os intelectuais que se disseminou a imagem de pessoa sensível e profunda. Daí o título do livro do professor de comunicação comparada na Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Martin Cezar Feijó:O revolucionário cordial - Astrojildo Pereira e as origens de uma política cultural (250 págs., R$ 26). Recém-lançada pela editora Boitempo, cuja edição foi parcialmente patrocinada pela FAPESP, a obra foi o tema de doutorado de Feijó na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), em 1999. Esse é o décimo livro de Martin Feijó e não é o primeiro sobre um dos poucos homens que realmente pensaram a política cultural brasileira. Em 1983, quando trabalhava na Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo, Feijó publicouO que é política cultural , na coleção Primeiros Passos, da editora Brasiliense. Passados dois anos, já como editor de cultura deA Voz da Unidade , jornal do partido, o autor foi a Rio Bonito (RJ), onde Astrojildo nasceu, entrevistou intelectuais que conviveram com ele, como Francisco Assis Barbosa, correspondeu-se com Carlos Drummond de Andrade e visitou Niterói, onde Astrojildo morou. "Fui verificar que fatos antecederam a sua atração para o comunismo e o marxismo", explica. Como resultado de seus estudos, publicouFormação Política de Astrojildo Pereira (editora Novos Rumos), que trata do período de sua vida até o surgimento com o partido. Em um primeiro momento, o professor pensou em escrever a biografia de Astrojildo. Em 1990, porém, mudou o rumo e decidiu buscar o conceito de política cultural dentro da vida e obra de Astrojildo, para o seu doutorado. Surgiu, assim, um livro com ares de biografia, sem o hermetismo dos textos acadêmicos, mas permeado da principal preocupação do autor sobre o ainda não formado projeto cultural para o país. "Minha pretensão é que seja um ponto de partida do pensamento político-cultural para o futuro, não para o passado", afirma o professor. Machado de Assis A obra se baseia em duas importantes pilastras que nortearam a vida desse intelectual: o comunismo e Machado de Assis. Várias histórias que ele protagonizou o tornaram uma espécie de figura lendária e ilustram a força desses dois vetores em sua trajetória. Ainda dirigente comunista, ele estava convencido de que seu partido deveria estabelecer uma aliança com o capitão do exército Luís Carlos Prestes - o "Cavaleiro da Esperança", que acabara de cortar o país disposto a transformar o quadro de atraso e miséria no Brasil. Era 1927 e Astrojildo foi de trem até Corumbá, em Mato Grosso, e seguiu de automóvel até Puerto Suarez, na Bolívia, para conversar com Prestes. Antes de partir, o comunista deixou livros marxistas para o militar. Esse leu com atenção aquela literatura "que trazia uma nova possibilidade para seu anseio de transformar o mundo e não apenas derrubar um governo", como observa Feijó no livro. Assim, foi pelas suas mãos que o dirigente militar converteu-se em comunista. "E esse encontro levou Astrojildo a receber uma das mais fortes críticas dentro do partido, a de ser 'prestista'", observa Feijó. "Esta foi uma das justificativas para a sua expulsão do PCB, depois de ter sido destituído do cargo de secretário-geral, em 1931." Mas, como se costuma dizer, há males que vêm para bem. "Sua expulsão foi fundamental para ele começar a trabalhar sobre uma política cultural para o país; foi quando afastado da militância que ele se relacionou mais com a intelectualidade carioca, começou a escrever e retomou Machado de Assis", diz Feijó. Uma comovente história também ilustra à perfeição a admiração de Astrojildo por Machado e o quanto o escritor foi importante em sua formação intelectual. Em 1908, quando o futuro intelectual tinha 17 anos, o escritor agonizava no leito de sua casa em Cosme Velho, no Rio. Sem avisar a ninguém, o jovem tomou a balsa de Niterói e dirigiu-se àquela casa onde não conhecia ninguém. Bateu na porta e pediu para ver o dono e, não sem relutância, a passagem lhe foi permitida. O rapaz entrou no quarto, ajoelhou-se e beijou-lhe a mão. Despediu-se de todos e saiu. O doente morreria poucas horas depois. E só mais de 30 anos mais tarde se saberia quem fora "aquele menino elevado", citado por Euclides da Cunha, uma das testemunhas da cena, por meio do livro publicado por Lúcia Miguel Pereira sobre Machado. Então, ele já era um homem de trajetória invejável. Suas credenciais eram inúmeras: jornalista cultural, historiador, militante, pensador, publicista, autodidata e, o mais notável, o principal estrategista de uma política cultural de esquerda. Tropicalismo Machado de Assis e Formação do PCB são dois de seus livros definitivos. Mas, para Feijó, seu texto mais importante foiMachado de Assis, Romancista no Segundo Reinado , publicado em 1939 naRevista Acadêmica , em que Mário de Andrade trabalhava. Ele também apontaTarefas da Inteligência Brasileira , publicado em 1944, em que Astrojildo apresentou propostas decisivas para serem discutidas, um ano mais tarde, durante o Congresso de Escritores, em São Paulo. "Ele afirmava que o intelectual é o agente do processo cultural, por isso, ele tem de estar desligado do Estado e também do partido para poder pensar o país sem amarras", conta Feijó. "E diz que o caminho passa pela educação, pela alfabetização do ensino primário ao ensino superior; isto é, não basta aprender a escrever, é preciso aprender a entender o que se lê e a pensar." É como se fosse uma linha contínua que vai formando um caminho pelas décadas do século 20. "Paulo Freire pegaria esse mesmo conceito, e muitas propostas embutidas e defendidas naquele texto também foram desenvolvidas, mais tarde, pelo Cinema Novo, pelo Tropicalismo, pelos teatros de Arena e Oficina", diz Feijó. "Essa efervescência cultural é algo devedora de Astrojildo, seu grupo de pessoas e, até, a Machado de Assis, pois, além de grande escritor, ele também tentou pensar uma política cultural dentro dos limites de sua época", conclui. Agora, é tentar continuar tomando a ponta dessa linha e seguir para a frente pelo século 21.O Revolucionário Cordial abre algumas portas para refletir sobre o assunto e agir. O PROJETO O revolucionário cordial - Astrojildo Pereira e as origens de uma política cultural Modalidade Auxílio publicação Coordenador Celso Frederico - ECA/USP Investimento R$ 5.000,00
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Pesquisa FAPESP Edição 70 - Novembro 2001 Humanidades > Ciência com arte e emoção Leopoldo de Meis, 63 anos, é uma figura excepcional dentro da comunidade científica brasileira. Médico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor titular de Bioquímica no Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ e pesquisador dos mais respeitados em sua área, ele publica sem cessar nas mais importantes revistas científicas internacionais de Bioquímica. Suas linhas de pesquisa: Mecanismos de transdução de energia em sistemas biológicos, transporte ativo de íons, e síntese e hidrólise de ATP (adenosina trifosfato). Até aí, temos traços de um currículo que não o distinguiria muito de outros bons pesquisadores brasileiros. O que então singulariza esse brasileiro e carioca, nascido na Itália e trazido para o Brasil em decorrência da busca de seu pai - músico de formação erudita, violoncelista - por melhores condições de vida no pós-guerra, é seu esforço persistente para tornar a ciência mais compreensível. E aqui entenda-se a ciência tanto como um corpus global de conhecimentos quanto em sua condição de poderosa prática social. Trata-se de torná-la mais compreensível, primeiro, para si mesmo. Porque é de seu desejo pessoal de compreensão que sem dúvida De Meis fala, ainda que assim termine por abarcar seus pares, quando diz "como seria bom se fosse permitido a cada especialista trabalhar também na claridade dos demais". Em segundo - e talvez mais fundamental - lugar, seu esforço dirige-se para reduzir a opacidade da ciência para os não-especialistas, para a sociedade em geral. E é por força desse objetivo admirável que de Meis inclui "Educação, gestão e difusão para Ciência" entre suas linhas de pesquisa e procura, incansavelmente, formas de traduzir a ciência, com emoção, para os leigos. Essas buscas o conduziram, por um tempo, à política científica, depois, a experiências educacionais e, mais recentemente, a um diálogo com a arte e com outras linguagens de comunicação fácil. O resultado disso são livros em quadrinhos sobre ciência, uma peça de teatro, um filme de divulgação científica com belíssimas e vertiginosas imagens produzidas por computação gráfica e novas idéias que jorram de sua imaginação. O texto que se segue contém apenas os trechos principais da entrevista que Leopoldo de Meis concedeu aPesquisa FAPESP , em sua linguagem viva, apaixonada, coloquial, atravessada por gírias - carioca, enfim. Embora já fosse há muito tempo um pesquisador respeitado em sua área, o senhor tornou-se bem mais conhecido depois da publicação de seu livro Perfil da Ciência Brasileira. Como começou seu interesse por esses estudos? - Houve uma época em que fiz política científica. Hoje, não faço mais, embora respeite muito as pessoas que sabem fazer isso. Eu não tenho vocação. Mas o trabalho foi feito em 1988, 1989, e foi publicado em 1990. Eu mostrei os dados do crescimento da pós-graduação no Brasil, comparando com os dados externos que consegui. Mostrei o tempo gasto, publicações por ano, a qualidade das revistas em que se publicava, seu impacto, etc. E o resultado dessas comparações é que, na realidade, não havia nenhuma diferença significativa entre os que fizeram pós-graduação no Brasil e os que fizeram lá fora. Em relação ao pós-doc, sim, fazia uma grande diferença ir lá fora. Mas a essa altura, não está na hora de fortalecer o pós-doc internamente? - Ah, claro. Tem uma quantidade enorme de grupos brasileiros de pesquisa que não deve absolutamente nada para ninguém. Podem-se contar dezenas desses grupos que são de altíssimo nível para oferecer pós-doc. Haveria ainda no país um entendimento insuficiente de qual é o papel da ciência para o desenvolvimento nacional? - Eu acho que sim. A maior parte do nosso Congresso não tem a menor idéia do que é ciência. E não só ele. Há uns poucos anos fiz um trabalho baseado em entrevistas com os técnicos do CNPq, e a filosofia vigente era que ciência básica devia ser feita somente lá fora, porque não tínhamos condições econômicas para desenvolvê-la aqui. Deveríamos fazer ciência aplicada. Ora, isso é coisa de quem realmente não tem a menor idéia do que seja ciência. Não existe ciência e ciência aplicada... Quem começa a classificar assim, comigo já leva nota zero. Gosto, nesses casos, de citar Pasteur, que dizia que não há ciência básica e aplicada, mas o conhecimento e sua utilização. Eu pergunto como é que você vai classificar o projeto Genoma daXylella ? Vai dizer que é ciência aplicada? É um somatório de coisas, incluindo formação de gente. A que se deve essa visão? Acho que a ciência é muito nova no Brasil. Alguns países, pouco tempo depois do começo da ciência moderna, a incorporaram logo, em termos não só econômicos, mas culturais. E até agora 70% ou 80% da ciência é feita nesses países precursores. Enquanto nós estamos ali com 1,2% da produção científica mundial. - Mas isso é espetacular, se você considerar que antes do desenvolvimento da pós-graduação o Brasil inteiro publicava 50, 60 trabalhos, em todas as áreas do conhecimento. Portanto, a ciência no Brasil é muito nova... Ou seja, a ciência só começa a se institucionalizar no Brasil no pós-guerra. - Sim, e portanto é um traço cultural novo, que ganha um vigor enorme após a pós-graduação, a melhor bolação jamais feita no Brasil. Ela cresceu de uma forma vigorosa, e é fundamental para o país nesse processo de globalização. Qual é, aliás, a sua análise sobre nossa articulação com as tendências, as linhas dominantes de pesquisa nesse mundo globalizado? - Estamos agora cada vez mais expostos às coisas que acontecem em outros países. Coisas culturais, econômicas... Estamos num momento muito delicado, porque em qualquer lugar do mundo começa-se a ter idades culturais, idades de conhecimento, distintas. São grupos populacionais enormes com grandes discrepâncias de exposição, aquisição e entendimento do que nós, espécie humana, já descobrimos. E isso explica suas preocupações em torno da educação e difusão científicas. - Sim, porque enquanto estamos falando do desconhecimento sobre ocarro, o computador, etc., éuma coisa, mas quando você passa para outros níveis, por exemplo, para a medicação da alma, digamos assim, a coisa fica complicada. Hoje pode-se ir à farmácia, tomar um Prozac e medicar a alma. Ora, lidar com o relógio e não entendê-lo, tudo bem, mas quando começa-se a dispor de coisas que mexem com toda a estrutura do indivíduo e não se as entende, isso pode dar num samba do crioulo doido. E qual é a sua preocupação específica nesse âmbito? - É o conflito humano-tecnológico que está surgindo. Os conceitos milenares de paternidade, maternidade, etc. estão mudando com esse negócio de inseminação artificial, clonagem... Hábitos milenares estão mudando de forma muito rápida. E se as pessoas não têm a possibilidade de entender o alcance das mudanças, elas estarão não só alienadas de seu próprio universo social, mas sofrendo. Não estamos lidando com algo só econômico, mas com o que é humano, e o terror maior é que os homens das ciências exatas e das humanas não se falam. Daí o senhor defende um processo de educação e de difusão constantes dessas conquistas novas da ciência e da tecnologia para que a sociedade se prepare para as mudanças que estão em curso. - Isso é muito ambicioso. Antes de pensar tão longe, penso no entendimento entre os próprios cientistas. Veja, o matemático tem uma visão do universo muito precisa, mas muito distante da visão que um biólogo tem. Muito diferente da visão de um físico, de um químico. A quantidade de conhecimento que temos é tamanha, que é impossível uma pessoa controlar todas as áreas do conhecimento. Até um século, dois, o volume de conhecimento era pequeno e o cérebro podia absorver, digerir um pouquinho de cada coisa e isso tudo se misturava. Gosto do exemplo de Descartes: era um grande filósofo, um grande matemático (as coordenadas cartesianas) e um grande biólogo (descobriu a hipófise). Com a enorme quantidade de pesquisas, hoje, quando só nas revistas indexadas publica-se anualmente 1,2 milhão de trabalhos, isso é impossível. A produção de novos dados acontece numa velocidade avassaladora, porque a quantidade de pessoas no planeta que trabalha em ciência aumentou de maneira incrível: no começo dos 1900 se calculava algo em torno de 2 mil, 3 mil pessoas, e hoje o número estimado é acima de 20 milhões. A velocidade da produção obrigou a superespecialização: o que fazemos é cavar em profundidade e um especialista não consegue entender o universo do outro. E o que poderia articulá-los? - Uma nova linguagem que permitisse às diversas ciências se comunicar com rapidez e clareza. Se conseguíssemos cada um trabalhar também na claridade dos demais, acho que encontraríamos saídas e entenderíamos o universo muito mais depressa. Mas aí não seriam os 20 milhões de especialistas que entenderiam um pouco mais de tudo enquanto os outros ficariam cada vez mais à margem? - Primeiro os cientistas. Isso já provocaria um grande salto. O outro pedaço, onde eu também procuro trabalhar, é diferente. Veja, quando se fala de ciência nos jornais, revistas, etc., na maior parte das vezes aborda-se o aspecto muito importante da aplicação da ciência, de sua utilidade, de sua importância para a economia de um país, para o desenvolvimento econômico, social, o que é absolutamente correto, mas raramente fala-se sobre um outro lado que é o do desejo do homem de entender o universo. Essa é a parte lúdica da ciência, suas motivações originais e, depois, as emoções associadas com a ciência. Isso ninguém ensina epor isso as nossas aulas de ciência são tão chatas. Mas as aulas não são chatas também pela falta de motivação dos professores? - Sem dúvida isso contribui. Mas, tirando isso, o fato é o seguinte: só mostramos o lado utilitário da ciência, e o outro lado, igualmente importante e fundamental para o menino em formação, fica esquecido. Ora, um menino de 7, 10, 15 anos, excepcionalmente pode até estar interessado em Produto Interno Bruto, mas está muito mais interessado no que ele gosta e no que não gosta. E mostrar que a ciência traz algo muito maior, por exemplo, entender o universo, pode ser, para eles, um negócio importante. O seu trabalho teatral com o método científico se insere exatamente aí. - Exatamente aí. Começou como um trabalho de pesquisa. Queria ver como é que as crianças viam a ciência e pedi que desenhassem o cientista. A partir de uma amostra grande feita no Brasil e nos Estados Unidos, vimos que o desenho não muda desde que a criança tem 6 ou 7 anos até ela entrar na universidade. É sempre o mesmo desenho machista, não tem mulher fazendo ciência... A coisa passa pelo estereótipo do homem sempre solitário, com a cara meio entediada, não há comunicação. Mais de 30% desses desenhos mostravam pessoas que você não convidaria para tomar chá em sua casa. Umas caras horríveis, loucos, desvairados... Depois, em outros trabalhos, perguntamos a universitários o que era ciência. Escolhemos os que tinham acabado de passar no vestibular de Medicina, porque é o mais difícil e que requer mais conhecimento da ciência que se ensina no colégio, e os meninos da Escola de Belas-Artes. Esperava respostas diferentes. Nada! Todos diziam que ciência é um negócio lógico e não precisa de criatividade, porque se descobre o que já está aí. É só observação. - É. Lógica, observação, precisão... nenhuma emoção, nenhum sentimento. Aí perguntei "o que é arte?", e diziam o contrário: é emoção, criatividade, criar coisas novas, universos. Mas de onde vem essa visão? - Não sei. Eu pedi a um colega meu dos Estados Unidos, Harvey Penefsky, um dos descobridores da transdução mitocondrial, para fazer a mesma coisa no College Siracuse, no segundo ano decollege , quando o menino tem que tomar sua decisão de carreira. O resultado foi idêntico. Portanto, não é uma qualidade brasileira essa visão distorcida. E, então, comecei a pensar de que maneira poderia tentar fazer alguma coisa sobre isso e fui criticado por muitos colegas (fui elogiado por outros também), que diziam: "Como você vai fazer sociologia da ciência?". Fiquei angustiado porque realmente não tinha leitura suficiente disso. Isso foi nos anos 1980, não? - Nos anos 80. Naquela época eu jogava bastante bola, e quando se joga bola, você está correndo, mas de vez em quando está parado e, enquanto as pernas estão correndo, a cuca funciona. Aí fiquei muito angustiado, até que disse: "Besteira, cara! Desde os 18 anos eu faço sociologia da ciência, estou interagindo com pessoas de ciência, vou fazer!" É minha tribo, são meus índios, qual é? Aí comecei a fazer. Se certo, errado, não sei, mas alguma coisa está acontecendo. E uma das coisas que eu comecei há muito tempo foi a dar cursos para meninos de colégio quando eles entram em férias. Um negócio maravilhoso. No princípio, eu mesmo dava o curso, mas desde ofim dos anos 80 os pós-graduados ficaram muito entusiasmados com isso. Então, o esquema é assim: um professor pega um tema, os pós-graduados durante a época letiva preparam um curso puramente experimental, cuja característica não é fazer o menino ver, mas descobrir. São 80, 90 meninos, em cada rodada. Depois, os pós-graduados começaram a reclamar comigo porque as professoras criavam caso, então elas vieram. Umas 50 por ano. Enfim, temos um bom programa dos meninos de baixa renda que trabalham em laboratório. Escolho um menino que tem que ser bom no curso. Boto no laboratório para trabalhar com o pós-graduado que passa a ser o tutor dele, tem que cuidar, acompanhar o boletim, explicar os deveres de casa, tudo. E que idade têm esses meninos? - Em torno de 15, 16 anos. Em compensação, o menino funciona como uma espécie de técnico, ajuda o pós-graduado a trabalhar. E mostra para o pós-graduado uma realidade, extremamente cruel muitas vezes, a que normalmente ele não é exposto. E o objetivo não é o menino ficar melhorzinho, é entrar para uma faculdade pública. E já são mais de 40 que conseguiram isso, tem um ótimo, brilhante, que está fazendo doutorado. Depois veio o teatro mesmo. - Sim. Os cursos ainda não me satisfaziam. E aí pensei, outra vez jogando bola: a linguagem da arte é muito importante se você quer transmitir emoção. O cientista tem os seus momentos de emoção, o problema é como transmitir essa emoção. Os bons cientistas, os que se destacam, falam dessas emoções, falam da intuição. E isso levou a quê? - Eu não tinha a menor idéia do que fazer. Então comecei a ir a tudo quanto era palestra que aparecia sobre "ciência e arte". A maior parte era interessante, algumas brilhantes, outras chatas. Mas o fato é que em nenhuma delas eu entendi qual é a relação entre ciência e arte. Era bonito, mas não tinha nada a ver "habeas corpus " com "corpus christi ". Então eu disse "bah, vou tentar aprender a linguagem das artes". E tem uma colega maravilhosa da escola de Belas-Artes, a Lourdes Barreto, com quem comecei a conversar. Primeira coisa que percebi: o material de ciência que vai para as escolas é chato pra caramba; dois: é feio; três: é difícil de entender; quatro: não fala a linguagem dos garotos. Aí lembrei que quando eu era garoto adorava o almanaque. Quando chegava o fim do ano tinha três coisas maravilhosas que aconteciam: primeiro, férias, ficava livre do colégio, ah, que maravilha, ficar livre daquela porcaria. Número dois, ia chegar o Natal, ia ter festa. E, número três, apareciam os almanaques. Eu adorava gibi, Príncipe Valente, Tarzan... Aí pensei, "vou fazer um". Procurei com meus colegas da Belas-Artes um cara bom para fazer gibi, eles indicaram o Diucênio Rangel e fizemosO Método Científico . Quando foi publicado? - A primeira edição foi em 1996. Foram 4 mil exemplares, feitos com apoio da Academia Brasileira de Ciências, do CNPq, e distribuídos gratuitamente nas escolas, graças ao apoio da Fundação Vitae. Depois, foram mais 4 mil exemplares na segunda edição, e aí a FAPESP foi preciosa: comprou metade, distribuiu nas escolas. Depois, em 1998, veio no mesmo estilo "A respiração e a 1ª lei da termodinâmica ou... a alma da matéria". Estou tentando fazer um agora sobre a história das vacinas. Mas como aconteceu o teatro? - Foi uma coisa gozada. Toda vez que eu faço o curso deférias, trago um conferencista que possa mexer com a cabeça dos meninos. Aí um conferencista programado não pôde vir e o pessoal disse: "Você vai dar a palestra, Leopoldo", e eu, "Deixa estar, vamos fazer o seguinte: em vez de apresentar slides, eu falo e vocês representam aquilo que estaria nosslides ". Os estudantes de pós-graduação ficaram animados, começaram a inventar coisas maravilhosas para fazer com o projetor, roupas, papéis. E aí nós fizemos. Os meninos adoraram, bateram palmas de pé, gritaram... Depois, a Universidade Mackenzie soube da história, pediu que levássemos para São Paulo. O pessoal do Sul chamou, fizemos uma turnê começando por Porto Alegre, e de repente estavam 8,5 mil crianças dentro do anfiteatro na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A cada vez que viajávamos, íamos mudando, botando mais música, mais figurino. Fomos a Santa Maria, Pelotas, Caxias do Sul, Vitória, São Carlos, Campinas e, há pouco, São Paulo de novo, na Escola Paulista (Universidade Federal de São Paulo, Unifesp). Agora as sociedades brasileiras de Bioquímica e de Química nos convidaram para apresentar. E nós vamos. Fomos a diversos colégios, ao Pedro II, etc., sempre em grupo de 13 a 16 pessoas, entre professores e pós-graduados. Agora, finalmente, o que estou mais envolvido é com computação gráfica e cinema.Mitocôndria em três atos , filme de animação é o pedaço mais novo dessa jornada. A nossa sala de cinema no laboratório acabou de ser montada.