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Retomada da economia pós-coronavírus é oportunidade para descarbonizá-la
Governos do mundo todo preparam, neste momento, pacotes de estímulo para recuperação do choque provocado pela pandemia. Esse é protocolo para o momento seguinte à resposta à emergência e já foi aplicado à crise financeira global de 2008, ao choque do petróleo na década de 1970 e a outras situações anteriores.Assim como nos protocolos médicos de reabertura após o isolamento social, são necessárias regras transparentes e pactuadas com a sociedade para reativação econômica. Engana-se, porém, quem pensa que temos um "template" para usar como guia neste momento.Não temos. Temos alguns bons exemplos, que podem nos valer como referência. Um deles é a corajosa decisão do Brasil de apostar no Pró-Álcool no final dos anos 1970 como resposta aos choques do petróleo. Esse programa ampliou a resiliência econômica nacional à volatilidade de preços do mineral.Permitiu também ganhos para a saúde pública e nos colocou em posição de vantagem competitiva, ambiental e econômica, em relação ao mundo.Outros são propostas de Reconstrução Verde ou "green deal" em franco desenvolvimento na Coreia do Sul, China e União Europeia, calcadas em recuperação combinada com a descarbonização da economia.Aqui e agora, é preciso ter a mesma coragem e ousar. Não basta copiar e colar o que estão fazendo as economias mais avançadas. Temos que trilhar nosso próprio caminho e saltar etapas para retomar o caminho sustentável.Vivemos uma situação sem precedentes, em que a pandemia está combinada com outras crises de igual urgência que se interpõe pedindo uma resposta conjunta. Ameaças autoritárias, desigualdades gritantes, desmatamento desenfreado e emergência climática.Quem tentar ignorar uma ou quaisquer dessas dimensões na resposta vai claramente "enxugar gelo". Uma transição justa, democrática e para maior resiliência frente às crises futuras é necessária.Mas o que seria isso?Não dá para aguardar a democracia produzir melhores lideranças para resolver nossos problemas. Como sociedade, temos o dever de pactuar princípios comuns, isolar defeitos e construir soluções republicanas, agora.A maior crise no horizonte é a causada pela mudança do clima. Sabemos o que precisamos fazer: em dez anos, reduzir pela metade as emissões globais; nos 20 anos depois disso, descarbonizar totalmente a economia. O Acordo de Paris é o mapa a ser seguido.No Brasil, significa acabar com o desmatamento até no máximo 2030, e ampliar o uso de fontes renováveis de energia, que são abundantes e mais baratas que as fontes fósseis.Não adiantaria falar apenas de desmatamento ilegal, pois alguém poderia imaginar que bastaria dar legalidade ao que hoje se pratica criminosamente, como falsa maneira de alcançar essa meta. Um filme que já conhecemos, que tem como roteiro a concessão de anistia aos criminosos que invadem terras públicas e desmatam ilegalmente na certeza da impunidade que virá com o próximo Refis Ambiental, na forma de uma revisão do Código Florestal, de uma medida provisória ou projeto de lei com título "bem intencionado".Os desmatadores têm servido de vetores de transmissão do novo coronavírus às comunidades remotas. O problema é agudo na região da Amazônia e não pode ser deixado para depois. Como resposta, temos que dar força total à fiscalização com urgência e criar alternativas econômicas robustas, como o açaí, que tem rendimento dez vezes superior à da soja por hectare, segundo estudo da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).Demonstrar resultados de controle do desmatamento é fundamental para retomar a credibilidade da economia brasileira e atrair investimentos privados. É preciso controlar de vez as queimadas e roubo de madeira e terras das florestas públicas. Na pandemia, neste ano, e nos anos subsequentes.A recuperação da economia depende da retomada do consumo no curto prazo, mas crescimento sustentável após a pandemia depende da retomada do investimento, que já se encontrava no nível mais baixo da série histórica antes do Covid19.Pequenos passos não são suficientes. Tampouco medidas incrementais ou um plano “ambiental”. Precisamos dar um salto qualitativo no destino dado pelo Estado aos recursos dos contribuintes. Precisamos definir um novo ciclo de prioridades, projetos produtivos e de infraestrutura alinhados às necessidades atuais, deste século e do seguinte.É esperado o socorro estatal a setores cambaleantes, como a aviação civil, e em especial às indústrias com potencial de geração de muitos empregos. Mas a grande oportunidade está nas novas indústrias, nos novos setores da economia que podem criar milhões de postos de trabalho em atividades menos poluentes.Há uma oportunidade de modernização do parque produtivo, de adoção de novas tecnologias, de qualificação dos novos profissionais, que não pode ser desperdiçada. Não podemos desperdiçar os recursos do contribuinte salvando setores que estão fadados a sucumbir ao longo do século, alavancando ativos que vão encalhar por falta de demanda, ignorar os alertas dos analistas de risco e os compromissos assumidos pelos investidores de descarbonizar seus portfólios.Por fim, precisamos reduzir as distorções dos mercados, eliminar incentivos para atividades devastadoras e poluentes, parar de subsidiar com os escassos recursos públicos setores despreparados para sobreviver diante de eventos climáticos extremos.Mas seria muito frio tratar disso tudo apenas em "economês", considerando que, no Brasil, a pandemia tem tido impacto desproporcional em indígenas e negros e que a saída dela pode reforçar problemas estruturais que temos, em especial a desigualdade.Se o processo de transição não for justo, tampouco será justo seu resultado.A transição desse momento difícil para um novo normal requer coragem para reparar a dívida social do passado e criar um novo pacto social para o futuro.
2020-06-04 23:15:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2020/06/retomada-da-economia-pos-coronavirus-e-oportunidade-para-descarboniza-la.shtml
Henrique Fogaça fecha restaurante no Rio por causa da pandemia do novo coronavírus
O chef e empresário Henrique Fogaça disse que vai ter que fechar as portas do restaurante que possui em um shopping no Rio. "Infelizmente, estamos vivendo um pesadelo com a economia, com a pandemia, com tudo", disse ele, nesta quinta-feira (4), em entrevista ao canal do apresentador Datena, no YouTube.Segundo ele, entre janeiro e abril deste ano, o estabelecimento carioca somou prejuízo na casa dos R$ 500 mil. "Um mês você segura, o segundo mês, você quebra, vai para o buraco", afirmou. Fogaça também reclamou que os shoppings não são flexíveis na hora de negociar o preço do aluguel e exploram os comerciantes. Por conta da crise econômica provocada pelo coronavírus, o chef afirmou que teve que demitir 200 funcionários. Os seus restaurantes localizados em São Paulo –Sal Gastronomia, Cão Véio e Jamile–seguem abertos, mas só com atendimento por delivery. "Estamos trabalhando com delivery, mas traz 15% do faturamento normal do restaurante. Então, é contar moeda para pagar conta de água, conta de luz", disse.A expectativa dele é que as unidades na capital paulista possam reabrir no próximo dia 15. "Vamos ter mesas com distanciamento. Se tenho hoje cem lugares, vou ter 50...é uma nova forma de trabalho", afirmou.
2020-06-04 22:16:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/06/herinque-fogaca-fecha-restaurante-no-rio-por-causa-da-pandemia-do-novo-coronavirus.shtml
Weintraub diz à PF que usou humor em críticas à China nas redes sociais
Em depoimento por escrito entregue à Polícia Federal nesta quinta-feira (4), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, manteve as afirmações sobre a China que o levaram a responder a um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) por racismo.À PF Weintraub afirmou que não tratou os chineses com discriminação ao satirizar o sotaque de asiáticos que moram no Brasil para insinuar que o país oriental sairá fortalecido da pandemia do novo coronavírus.Ele se disse ofendido por estar sendo investigado por racismo e justificou que o “método abordado” na publicação nas redes sociais que ensejou o inquérito “incluiu elementos de humor”.O ministro também alegou que sua afirmação está protegida pela liberdade de expressão e ressaltou que “há fortíssimas evidências de que o vírus foi criado em laboratório e que o Partido Comunista Chinês escondeu o início da pandemia e informou à OMS (Organização Mundial da Saúde) que não havia contágio entre humanos”.Weintraub compareceu à sede da PF para prestar depoimento no inquérito aberto a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e autorizado pelo ministro Celso de Mello, relator do caso no Supremo.A solicitação da procuradoria ocorreu após Weintraub publicar no Twitter a capa de um gibi com a bandeira chinesa e postar uma mensagem trocando a letra "r" por "l", como faz o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica."Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?", escreveu.A mudança das letras ridiculariza o sotaque de muitos asiáticos ao falar português. Weintraub posteriormente apagou a publicação. Na época, a embaixada chinesa afirmou que "tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil". O ministro passou cerca de 20 minutos no prédio da PF. Na saída, uma claque o aguardava, e ele foi carregado nos braços de apoiadores. Os investigadores receberam o documento de quatro páginas com o depoimento, mas o procedimento pegou os investigadores de surpresa, uma vez que a previsão inicial não era fazer a oitiva por escrito.Diante da situação inesperada, os investigadores avaliarão a situação e informarão o fato ao ministro relator, a quem caberá decidir a validade desse documento. No depoimento por escrito, ele afirma que a postagem teve o objetivo de abordar “um tema da maior seriedade, sem ser enfadonho, na dinâmica própria das redes sociais”.O intuito, segundo Weintraub, foi levantar o debate sobre o papel do PCC (Partido Comunista Chinês) na pandemia. A publicação, diz o ministro, não se dirigiu ao povo chinês.“Geopolítica é a política entre os países, não a relação entre povos”, argumenta. Ele acusa, ainda, o país asiático de ser “campeão de violações aos direitos humanos” e de viver uma “ditadura comunista de partido único que despreza os princípios que regem uma democracia liberal”. “Eu, que tenho orgulho de descender de judeus, negros, cristãos, índios e uma profusão de etnias, fico ofendido por estar sendo investigado por uma acusação de racismo por conta de uma manifestação de conteúdo geopolítico”, conclui. Na semana passada, o ministro já havia prestado depoimento no inquérito que apura a disseminação de notícias falsas e ameaças a integrantes do Supremo.Nesse outro caso, Weintraub entrou na mira do Supremo após ter sido divulgada a reunião ministerial de 22 de abril em que ele afirma que mandaria todo mundo para a cadeia, “começando pelo STF”.
2020-06-04 21:33:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/06/weintraub-diz-a-pf-que-usou-humor-em-criticas-a-china-nas-redes-sociais.shtml
Coronavírus mata mais de uma pessoa por minuto no Brasil
Exatos cem dias apos ter sido diagnosticada pela primeira vez no Brasil, a doença primeiro chamada de "gripezinha" já mata mais de um brasileiro a cada minuto no país.Com um salto de 1.473 óbitos por Covid-19 registrados no país nas últimas 24 horas, o Brasil cruzou a marca de 34 mil mortes em decorrência do novo coronavírus e superou a Itália, país que simbolizou primeiro a tragédia da pandemia, tornando-se nesta quinta-feira (4) o terceiro no ranking de óbitos resultantes da doença no mundo.Neste momento, apenas os Estados Unidos, com 107 mil mortes, e o Reino Unido, com quase 40 mil, estão à frente.Foram 30.925 novos casos de coronavírus registrados apenas nas últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde com um atraso de mais de três horas em relação ao horário programado. Ao todo, são 34.021 mortes e 614.941 casos confirmados no país até agora, com outras 4.159 mortes em investigação.O numero pode ser maior, sobretudo nos casos, já que o país é um dos que tem os menores índices de testagem do mundo, limitando os exames no sistema público a casos graves e profissionais da saúde e da segurança.Esta quinta foi o segundo dia seguido com recorde no número de mortes. Na quarta-feira (3), foram registradas 1.349 óbitos em um período de 24 horas.Nas últimas semana, o Brasil, que registrou seu primeiro diagnóstico em 25 de fevereiro e a primeira morte decorrente da doença em 16 de março, foi superando um a um os países que marcaram a emergência da crise, inclusive Espanha e França, e caminha para superar também o Reino Unido.Diferentemente dos demais países com grande numero de casos, porém, o Brasil ainda não começou a achatar a curva de disseminação da doença. Ou seja, o pico de casos, quando eles chegam a seu auge para então começar a regredir, não foi atingido, indicando que a situação vai piorar nas próximas semanas.Esse salto ocorre em um momento em que governadores e prefeitos, pressionados pela queda abrupta na atividade econômica, começam a afrouxar restrições de isolamento social que vinham contendo parte do crescimento dos casos. Coincide também com a disseminação do discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que a paralisação da atividade econômica traria consequências mais graves do que a pandemia em si, apesar dos repetidos alertas de médicos e cientistas para os riscos.A quarentena tem sido recomendada como um meio de os estados prepararem melhor seus sistemas hospitalares para receber os doentes de Covid-19. Nesta semana, segundo levantamento feito pela Folha, ao menos cinco estados tinham mais de 90% de seus leitos de UTI para pacientes de coronavírus ocupados, o que coloca novos doentes em risco de ficarem sem vagas.Assim como acontece desde o início da pandemia, o estado de São Paulo concentra os casos confirmados da Covid-19. São agora 8.560 óbitos e 129.200 pessoas infectadas pela doença. O Rio de Janeiro é o segundo estado com maior número de obitos: 6.327. Na sequência aparecem Ceará (3.813), Pará (3.416) e Pernambuco (3.134). O balanço do Ministério da Saúde também indica que 254.963 pessoas se recuperaram da Covid-19, o que representa 41,5% do total de infectados. Os demais casos estão em fase de acompanhamento da doença.Também nesta quinta-feira, gráficos apresentados pelo Ministério da Saúde com referências às duas semanas anteriores à atual mostram que nenhuma região brasileira apresenta indícios de estabilização, tanto na quantidade de novos casos como de óbitos."Ao se comparar as semanas 21 e 22, a gente ainda percebe um aumento [na quantidade de casos e mortes] nessas semanas", disse o secretário substituto de vigilância em saúde do ministério, Eduardo Macário.Por outro lado, alguns estados brasileiros mostram os primeiros sinais de estabilização e queda. O caso mais visível é Pernambuco, o quinto com maior número de mortes.Comparando-se a semana passada com a anterior, a curva de casos e óbitos é decrescente, como na região metropolitana do Recife. Há indícios também de estabilização nas regiões metropolitanas de Manaus (AM) e Belém (PA).A reabertura das atividades em vários desses estados, porem, põe a tendência em risco, podendo alimentar nova onda de disseminação do vírus.A mortalidade por minuto pela Covid-19 supera a de mortes violentas e outros conjuntos doenças. Doenças cardiovasculares, por exemplo, matam um brasileiro a cada dois minutos, e todo o conjunto de cânceres mata uma pessoa a cada três minutos.Homicídios são a causa de morte de um brasileiro a cada 10 minutos, e acidentes de trânsito, que vitimaram 5.332 pessoas em 2019 só em rodovias federais, levam a óbito uma pessoa a cada 17 minutos.
2020-06-04 22:00:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/06/coronavirus-mata-mais-de-uma-pessoa-por-minuto-no-brasil.shtml
Após pressão de Bolsonaro, Ministério da Saúde retira do ar nota técnica que cita acesso a aborto legal
Após pressão do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde decidiu cancelar e retirar do ar uma nota técnica que citava necessidade de que o acesso a métodos contraceptivos e a serviços de aborto nos casos previstos em lei fossem mantidos em meio a pandemia do novo coronavírus.A revogação ocorre depois de o presidente afirmar, por meio das redes sociais, que o ministério tentava identificar a autoria do texto.Na postagem, Bolsonaro chamou o documento de "minuta de portaria apócrifa sobre aborto que circulou na internet". Mais O documento, no entanto, não era uma portaria, mas uma nota técnica elaborada pela equipe da Coordenação de Saúde da Mulher, que faz parte da secretaria de atenção primária da pasta. Também não era apócrifo, mas assinado por três coordenadores e uma diretora da área, e elaborado com apoio da Organização Pan-americana de Saúde.A postagem de Bolsonaro ocorreu após o texto ser repercutido em sites bolsonaristas. Ao comentar o documento nas redes sociais, Bolsonaro disse que o ministério "não apoia qualquer tentativa de legalização do aborto, caso que está afeto ao Congresso"."Outrossim, como já declarado em inúmeras oportunidades, o Presidente Jair Bolsonaro é contrário a essa prática", continuou, citando a frase como de autoria do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello —o qual chamou na postagem de "Fernando Pazuello".Apesar da citação do presidente, o texto da nota técnica revogada não citava proposta de legalização do aborto de forma geral, mas apenas a manutenção de serviços em hospitais para os casos previstos em lei, hoje restrito a situações de gravidez após estupro, risco à vida da mãe e fetos anencéfalos.Divulgado na segunda-feira (1º) em sistema interno do Ministério da Saúde e distribuído para estados e municípios, o texto trazia recomendações para manter serviços de atenção à saúde das mulheres durante a pandemia da Covid-19.Para isso, a nota técnica citava posicionamento da Organização Mundial de Saúde de que unidades de saúde que ofertam serviços como oferta de contraceptivos "são consideradas essenciais, e não devem ser descontinuados durante a pandemia".Trazia ainda projeções internacionais que apontam risco de aumento em casos de gravidez não planejada por falta de acesso a contraceptivos e também por estupro, em um contexto de aumento de casos de violência contra a mulher. Mais "Portanto, devem ser considerados como serviços essenciais e ininterruptos a essa população: os serviços de atenção à violência sexual; o acesso à contracepção de emergência; o direito de adolescentes e mulheres à SSSR [saúde sexual e reprodutiva] e abortamento seguro para os casos previstos em Lei; prevenção e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis, incluindo diagnóstico e tratamento para HIV/AIDS; e, sobretudo, incluindo a contracepção como uma necessidade essencial", apontava o texto.Em seguida, recomendava ações básicas à rede, como aumentar informações sobre métodos contraceptivos e ampliar o prazo de receitas para 90 dias, manter dispensação de pílula de emergência e oferta de DIU e "reiterar a continuidade dos serviços de assistência a casos de violência sexual e aborto legal."Apesar de o documento não propor mudanças na prática em relação ao que já ocorre, Bolsonaro voltou a criticar o documento nesta quinta, dizendo que tinha sido feito de "má fé"."Desculpa o linguajar, fez para sacanear, porque a nota circulou. Eu sou contra o aborto e, no que depender de mim, não terá aborto", disse ele, segundo quem o ministro não tinha conhecimento da nota. Nesta quinta, porém, após a pressão de Bolsonaro, a nota foi revogada.Em nota, o Ministério da Saúde justificou a medida dizendo que o documento foi elaborado pela equipe da coordenação, mas se tratava de uma minuta de nota técnica, a qual "não foi demandada nem apreciada por esta Secretaria de Atenção Primária à Saúde" e foi divulgada "indevidamente". "Desta forma, a referida minuta não possui legitimidade desta secretaria e o assunto em comento não foi discutido no âmbito do Ministério da Saúde", informou.Em seguida, disse ter tomado "medidas administrativas para "identificar a falha processual e os responsáveis pela elaboração e divulgação não autorizada da referida minuta."
2020-06-04 21:12:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/06/apos-pressao-de-bolsonaro-ministerio-da-saude-retira-do-ar-nota-tecnica-que-cita-acesso-a-aborto-legal.shtml
Itaú ressarcirá 4,7 milhões de clientes por tarifas cobradas de forma indevida
O Itaú terá que ressarcir 4,7 milhões de clientes por tarifas cobradas indevidamente de 2008 a 2018. Em acordo firmado com Banco Central, publicado nesta quinta-feira (4), a instituição se compromete a devolver os valores.Segundo o termo de compromisso, a instituição terá de pagar R$ 18 milhões aos clientes. O valor total cobrado foi de R$ 75,6 milhões, mas o banco afirmou já ter devolvido R$ 57,5 milhões ao longo dos anos. O termo de compromisso também determina que o banco desembolse R$ 29,6 milhões ao regulador em forma de contribuição pecuniária —o equivalente a uma multa, só que estabelecido em comum acordo.Além do banco, 12 diretores e ex-diretores também arcarão com parte dessa quantia. O termo de compromisso é uma espécie de acordo entre o BC e a instituição financeira. Nele, o banco se compromete a corrigir irregularidades, indenizar prejuízos e pagar contribuição pecuniária.O banco realizou diversos tipos de cobranças irregulares no período, como tarifa de cadastro de clientes, de emissão de extrato impresso e de saque, de ordem de pagamento, de avaliação emergencial de crédito e de cadastro de operações de crédito consignado. O Itaú terá que entrar em contato com os clientes e realizar o pagamento em 15 dias úteis. Caso o banco não encontre o consumidor, ele pode emitir ordem de pagamento. A instituição também poderá depositar o valor em contas de outros bancos de mesma titularidade do cliente. Os valores serão corrigidos pela inflação. De acordo com o documento, o Itaú também se compromete a não cobrar mais tarifas indevidas. Em nota, a instituição financeira afirmou que a cobrança irregular de tarifas foi “ocasionada por problemas operacionais e sistêmicos”. Segundo o Itaú, o maior montante foi cobrado em razão de problemas em sistemas que processavam operações de cartão de crédito e de crédito consignado adquiridas de terceiros. “Antes mesmo de firmar o termo, o banco já havia restituído todos os clientes com quem possuía relacionamento e continua nesse processo para outros impactados”, disse. A instituição também reforçou que os processos foram alterados para que situações semelhantes não voltem a ocorrer e “reafirma seu compromisso de ter o cliente no centro de suas decisões e ações”.
2020-06-04 22:02:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/itau-ressarcira-47-milhoes-de-clientes-por-tarifas-cobradas-de-forma-indevida.shtml
Argentina vai flexibilizar quarentena a partir do dia 8
O presidente Alberto Fernández anunciou, na noite desta quinta-feira (4), que a Argentina começará a flexibilizar a quarentena a partir de 8 de junho, mas algum grau de restrição será mantido até o próximo dia 28. O país está há 80 dias em quarentena nacional e obrigatória.Haverá maior abertura no interior do país, onde não há circulação comunitária do vírus. Ali, serão reativados o turismo local, restaurantes, bares e comércios, com protocolos de segurança específicos."Vamos passar do isolamento social ao distanciamento social", explicou Fernández. "Ou seja, não é obrigatório ficar em casa, mas as saídas devem obedecer as regras de distância entre as pessoas. Todas as atividades que forem liberadas seguirão procedimentos de higiene, e as reuniões com mais de dez pessoas estão proibidas."Apesar dos bons resultados nas províncias, Fernández chamou a atenção para a situação de Misiones, que faz fronteira com o Brasil. "A situação do vírus no Brasil nos preocupa muito."A doença mata um brasileiro por minuto, segundo dados divulgados na noite desta quinta.As novas regras na Argentina não se aplicam à cidade e à província de Buenos Aires, que correspondem a 95% dos casos de coronavírus no país.Ali continuam valendo as restrições de mobilidade, e ainda será necessário ter permissões especiais para sair de casa. Nas estações de trem e metrô e nas paradas de ônibus continuarão sendo pedidos os documentos e as cartas de permissão para transitar.A capital argentina, porém, retomará algumas atividades econômicas, como lojas de roupas e calçados, fechados desde o começo da pandemia. Outros comércios não essenciais, construções e indústrias poderão abrir "paulatinamente", por meio de estudos caso a caso, e com permissões específicas.As saídas recreativas familiares, antes restritas a uma hora, no fim de semana, podem passar a ser realizadas nos dois dias do fim de semana, sempre com apenas um menor e um adulto, e restritos a 500 metros de distância de casa. As crianças continuam sem poder sair durante a semana.Também será permitido praticar esporte ao ar livre, algo que estava proibido desde o início da quarentena. Mas ainda há restrição de horário: apenas entre 20h e 8h.Continua sendo proibido viajar entre as províncias sem uma permissão especial, assim como ainda não há voos regionais e internacionais. A expectativa é que as rotas internacionais voltem a operar em setembro. Também continuarão fechados cinemas, teatros, clubes e centros culturais.Ainda seguirá vigente a ajuda mensal a informais e a empresas privadas que não forem autorizadas a abrir. E continua valendo a proibição de demissões, seja do setor público como do privado.A Argentina registrou 20.184 casos de coronavírus e 608 mortes. Mais
2020-06-04 22:39:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/06/argentina-vai-flexibilizar-quarentena-a-partir-do-dia-8.shtml
Bolsonaro diz já ter acertado pagamento de duas novas parcelas de auxílio emergencial
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na noite desta quinta-feira (4) que já definiu com o ministro Paulo Guedes (Economia) que o governo pagará duas novas parcelas do auxílio emergencial.Até o início da semana, a extensão do socorro era tratada como uma possibilidade. O valor das novas parcelas ainda não foi anunciado, embora já se saiba que será menor que os atuais R$ 600."Vai ter, também acertado com o Paulo Guedes, a quarta e a quinta parcela do auxílio emergencial. Vai ser menor do que os R$ 600, para ir aí partindo exatamente para um fim. Porque cada vez que nós pagamos esse auxílio emergencial, dá quase R$ 40 bilhões. É mais do que os 13 meses do Bolsa Família. O Estado não aguenta isso aí. O Estado, não, o contribuinte brasileiro não aguenta isso aí", disse Bolsonaro em sua live semanal.Na terça-feira (2), o presidente havia dito que estava "quase certo" que haveria duas novas parcelas do auxílio emergencial para trabalhadores informais afetados pela crise econômica da Covid-19.Inicialmente, o socorro se daria em três parcelas de R$ 600, a última, agora em junho.O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, havia informado na semana passada que o auxílio provavelmente seria prorrogado. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já disse querer um valor de R$ 200.​
2020-06-04 20:46:00
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Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/bolsonaro-diz-ja-ter-acertado-pagamento-de-duas-novas-parcelas-de-auxilio-emergencial.shtml
Saúde atrasa divulgação de número de mortes por coronavírus pelo segundo dia
Pelo segundo dia seguido, o Ministério da Saúde atrasa a divulgação do boletim com o número de mortes e casos confirmados do novo coronavírus. O novo atraso acontece após o Brasil ter registrado na quarta-feira (3) recorde na quantidade de óbitos registrados em 24h, com 1.349.Até 21h45 desta quinta-feira (4), os dados não haviam sido divulgados. A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde não informa por que houve o atraso e qual a previsão do horário para a publicação do boletim.Na quarta-feira (3), dia em que o Brasil novo recorde de mortes em decorrência da Covid, os dados foram divulgados às 22h —depois, portanto, do horário de fechamento das edições dos jornais e das transmissões dos principais telejornais. Com as sucessivas trocas de ministros da Saúde, a pasta abandonou algumas práticas de divulgação de informações referentes ao coronavírus, provocando reclamações de especialistas e da imprensa. Primeiro, após o fim gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, os titulares da pasta deixaram de comparecer a todas as entrevistas coletivas, realizadas no Palácio do Planalto. O atual ministro interino Eduardo Pazuello, até o momento, ainda não participou de nenhuma entrevista desse tipo. As próprias entrevistas coletivas deixaram de ser diárias, como acontecia durante a gestão Mandetta e parte da gestão de Nelson Teich. Os técnicos da pasta também deixaram de responder perguntas relativas ao possível período de pico da pandemia no Brasil. Os boletins com as informações sobre mortos e infectados também passaram a ser divulgados mais tarde. Antes a divulgação acontecia às 17h. Passou para as 19h e não raro atrasa.Questionado sobre o assunto, durante entrevista coletiva na tarde de quinta-feira, o secretário substituto de vigilância em saúde da pasta, Eduardo Macário, apenas reforçou que há problemas técnicos e que a demora é muitas vezes necessária para publicar dados confiáveis. Mais
2020-06-04 20:47:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/06/saude-atrasa-divulgacao-de-numero-de-mortes-do-coronavirus-pelo-segundo-dia.shtml
Remédio para azia é testado contra a Covid-19
Dez pacientes com Covid-19 tratados com um remédio contra azia reportaram melhora dos sintomas da doença. A série de casos em questão foi publicada nesta quinta (4) na revista Gut, periódico da British Society of Gastroenterology e publicação do grupo BMJ.A pesquisa, ainda pequena, não indica que a droga seja eficaz contra a Covid-19.Os cientistas selecionaram oito pessoas do estado de Nova York, uma de Nova Jersey e outra da Suécia para participar da pesquisa. Todas foram medicadas com altas doses da droga famotidina, popular nos EUA por seu preço acessível em comparação a outros medicamentos com funções semelhantes.Entre os pacientes, sete tinham resultado positivo para Covid-19 apontado por teste PCR (considerado padrão-ouro), dois tiveram a doença confirmada por testes sorológicos e o último teve somente o diagnóstico clínico. Segundo os pesquisadores, cerca de 48 horas após o início do uso da famotidina, todos os pacientes já relatavam melhora dos sintomas —havia grande variação do período sintomático anterior dos pacientes. Nenhum paciente foi hospitalizado.Os próprios autores, contudo, alertam para as grandes fragilidades da pesquisa.Ela não é um ensaio clínico duplo-cego (no qual médicos e pacientes não sabem, respectivamente, o que estão dando ou tomando), não é controlado (quando há um grupo de controle para comparação dos resultados com os provenientes de pacientes que usaram determinado medicamento) nem randomizado (quando a escolha dos pacientes que farão parte do estudo é aleatória).Estudos que cumprem os itens acima são considerados como padrão-ouro, ou seja, a melhor evidência científica possível de ser obtida.Sem essas condições, vieses podem interferir no resultado encontrado e, consequentemente, o estudo por apontar para respostas incorretas. Um médico, por exemplo, pode ter a impressão de que sua intervenção faz efeito, e os pacientes, por efeito placebo, podem sentir melhora em seu quadro.Os cientistas afirmam, contudo, que “a série de casos sugere, mas não estabelece, benefício do uso de famotidina no tratamento de pacientes de Covid-19 não hospitalizados”.A antiga droga é um antagonista do receptor H2 que inibe a secreção gástrica e é utilizada no tratamento de doença como gastrite, úlcera, esofagite, segundo Andrea Vieira, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e chefe da clínica de gastroenterologia da Santa Casa/SP, que não participou do estudo.Uma matéria de abril da revista Science já apontava que, sem estardalhaço, uma pesquisa com a droga já estava em andamento em Nova York.A história da relação da droga com a Covid-19 começou a partir de relatos anedóticos do período em que a pandemia ainda se desenrolava na China.Pesquisadores observaram que pacientes com azia crônica que tomavam famotidina pareciam morrer menos —com uma diferença estatisticamente não significativa, segundo a matéria da Science.De volta aos EUA, um desses pesquisadores, Michael Callahan, começou a analisar a possibilidade de a droga ter algum efeito contra a doença. Modelagens moleculares apontavam que o medicamento poderia impedir a ação de uma enzima essencial para a replicação viral.O pesquisador, então, entrou em contato com colegas para a realização de um estudo mais sólido, randomizado e duplo-cego.Contudo, considerando o momento pandêmico dos EUA em que o estudo foi iniciado —com a hidroxicloroquina sendo usada em quase todos os pacientes hospitalizados—, os pesquisadores tiveram que fazer um braço do estudo com utilização de doses consideravelmente altas de famotidina e hidroxicloroquina e outro só com a droga propagandeada pelo presidente americano Donald Trump.Callahan também é autor de outro estudo, dessa vez retrospectivo (ou seja, usando dados do passado e, por isso, com um nível potencial de evidência científica menor), sobre a droga.Nessa pesquisa, publicada na revista Gastroenterology, os cientistas analisaram pacientes atendidos no Centro Médico Irving e em uma ala do Hospital Presbiteriano de Nova York, ambos da Universidade Columbia.As análises dos pesquisadores indicaram que, em pacientes com Covid-19 e não intubados, a famotidina estava associada com redução da chance de morte ou intubação. “Os achados são observacionais e não devem ser interpretados como se a famotidina tivesse efeito protetivo contra a Covid-19”, dizem os autores.“Estamos esperando o estudo prospectivo, mas pode ser uma luz. Porém pode ter sido só uma coincidência”, afirma Vieira, alertando que não há recomendação para uso da droga e, portanto, não há motivo para que esses estudos levem a uma busca pelo medicamento.Um pronunciamento do presidente ameriocano Donald Trump sobre hidroxicloroquina levou a uma corrida às farmácias em busca da droga nos EUA e no Brasil. Pacientes que a utilizam corriqueiramente começaram a ter dificuldades para encontrá-la e a Anvisa passou a exigir receita para sua compra.
2020-06-04 20:56:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/06/remedio-para-azia-e-testado-contra-a-covid-19.shtml
Kanye West doa R$ 10 milhões para família de Floyd e de vítimas negras nos EUA
O rapper Kanye West, 42, fez uma doação de US$ 2 milhões (R$ 10,2 milhões) para as famílias de Ahmaud Arbery, Breonna Taylor e George Floyd , três negros que foram assassinados nos Estados Unidos neste ano.A informação foi divulgada pela CNN americana. Segundo um representante do cantor, ele também montou um fundo para arcar com as mensalidades da faculdade da filha de Floyd, Gianna, de 6 anos, e fez uma doação separada para financiar os advogados das famílias de Arbery e Taylor. Vários famosos participam da onda de protestos que acontece nos Estados Unidos depois da morte de George Floyd, sufocado por um policial branco em Minneápolis. Em fevereiro, o assassinato de Ahmaud Arbery, um homem negro de 25 anos, já tinha provocado comoção entre os americanos. Em março, causou indignação a morte da técnica de pronto socorro Breonna Taylor pela polícia de Louisville, no Kentucky, durante a execução de um mandado de “busca invasiva” em seu apartamento.O assassinato de Floyd em maio foi o estopim para o início das manifestações que tomam as ruas de várias cidades americanas contra o racismo e pelo fim da violência institucionalizada contra os negros. Na segunda-feira (1º), o ator Cole Sprouse revelou que foi preso em uma das manifestações. "Nos deram a opção de partir e deixaram claro que, se não recuássemos, seríamos detidos. Quando muitos se viraram para sair, encontramos outra linha de policiais bloqueando o caminho e então, começaram a nos algemar com lacres. Precisa ser dito que, como um heterossexual branco e figura pública, as consequências do meu encarceramento não são nada comparadas às de outros membros deste movimento", disse ele em seu perfil no Instagram.Outros famosos que não participaram presencialmente das manifestações nas ruas resolveram apoia-las pagando a fiança de manifestantes detidos. Segundo o portal La Vanguardia, Katy Perry e Harry Styles doaram para um fundo que paga a fiança dos presos nos protestos. Nomes como Justin Bieber e Ariana Grande também haviam feito doações.A cantora Halsey, além de doar para o fundo, esteve em algumas manifestações e prestou atendimento médico a um protestante que levou um tiro de arma de borracha.
2020-06-04 19:50:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/06/kanye-west-doa-r-10-milhoes-para-familia-de-floyd-e-de-vitimas-negras-nos-eua.shtml
Em sinal a Trump, Putin detalha política para uso de armas nucleares
Em meio a tensões crescentes na área nuclear com os Estados Unidos, o presidente Vladimir Putin assinou um documento detalhando as hipóteses em que a Rússia poderá empregar armas atômicas.Há mais minúcias em relação à doutrina militar russa de 2009, publicada em 2010, mas o principal segue intacto: a Rússia se reserva o direito de usar a bomba mesmo que seja atacada com armas convencionais, embora diga que não faria um primeiro ataque nuclear sem ser provocada.Isso se daria caso fossem alvejadas infraestruturas cruciais ou se o país corresse risco existencial. O mesmo vale para o caso de aliados de Moscou serem alvo, e aí os rivais americanos Irã e Coreia do Norte vêm ao topo da lista.O documento também coloca no papel algo dito pelo Ministério das Relações Exteriores no fim de abril: qualquer lançamento de míssil balístico contra a Rússia ensejará uma reação nuclear.Isso se deu porque Donald Trump colocou em operação neste ano, em sua frota de submarinos, bombas atômicas de baixa potência, de efeito tático, como a destruição de tropas ou instalações militares.O americano o fez após publicar sua própria revisão de política nuclear, em 2018, aumentando significativamente a possibilidade de emprego de armas atômicas. Ali, já previa a necessidade da nova arma.A revisão americana seguia a doutrina militar russa em vários aspectos, mas era mais agressiva e inserida no contexto belicista preconizado por Trump.O documento, uma demonstração de alerta em meio à pandemia do novo coronavírus, transforma a retórica dos últimos anos em política oficial e reflete uma preocupação que remonta ao fim da Guerra Fria, quando o poderio convencional da União Soviética era temido pelo Ocidente tanto quanto o nuclear.O sucateamento das Forças Armadas russas na década de 1990 levou a um temor contrário em Moscou: o de que a Otan (aliança militar ocidental) pudesse levar vantagem em um embate convencional com os russos, sem assim ensejar uma reação nuclear pelo risco de Apocalipse que lhe seria inerente.O documento assinado por Putin na terça (2) mostra clara preocupação com o aumento de atividade militar nos membros mais ao leste da Otan e com o desenvolvimento bélico no espaço —Trump criou a Força Espacial no fim de 2019.É uma avenida com duas mãos. Putin vem assustando o Ocidente com sua desenvoltura militar, iniciada na guerra contra a Geórgia em 2008 e que chegou ao máximo com a anexação da Crimeia da Ucrânia em 2014 e a intervenção na guerra civil síria, no ano seguinte.O pensamento russo é claro: as investidas de expansão ao leste pela Otan após a Guerra Fria indicam um cerco a suas fronteiras. Assim, é preciso riscar linhas no chão, mesmo ao preço de isolamento internacional e sanções econômicas. Assim, a sugestão feita já nos anos 2000 de um escudo antimísseis na Europa levou Putin a desenvolver uma nova gama de armas estratégicas, como mísseis hipersônicos e até um "torpedo do Juízo Final" capaz de obliterar a Costa Leste americana.Como uma busca por culpados levaria aos anos 1940, quando o desenho do século 20 foi delineado pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial, o que sobra agora são as provocações.O turno atual é dos EUA. Além da revisão nuclear, Trump deixou dois importantes acordos de controle de armas recentemente e ameaça deixar caducar o principal instrumento de limitação de ogivas nucleares no mundo, o Novo Start, que vence em 2021.Putin já alertou que o fim do tratado elevará o risco de uma nova corrida armamentista nuclear, provavelmente integrada pela hoje secundária China. Em Pequim, nacionalistas já pedem a quadruplicação do arsenal de 320 ogivas da ditadura comunista.Hoje, segundo a referencial Federação dos Cientistas Americanos, os russos têm 1.572 armas prontas para uso e outras 4.310 estocadas, enquanto os americanos possuem 1.750 e 3.800, respectivamente. É mais que suficiente para destruir o planeta inúmeras vezes.
2020-06-04 19:55:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/06/em-sinal-a-trump-putin-detalha-politica-para-uso-de-armas-nucleares.shtml
Listados em dossiê antifascista atribuído a deputado bolsonarista recorrem à polícia e à Justiça
Pessoas que tiveram seus dados divulgados nesta quinta-feira (4) em uma lista que compila supostos antifascistas irão recorrer à polícia e à Justiça para evitar ataques advindos dessa exposição e para buscar punir responsáveis pelos vazamentos.O dossiê com quase mil nomes é atribuído ao deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), aliado do presidente Jair Bolsonaro. O deputado, que considera os antifascistas uma organização terrorista, afirmou que nunca divulgou dados das pessoas, apenas os entregou a autoridades.Douglas é um dos deputados investigados pelo inquérito das fake news, conduzido no Supremo Tribunal Federal.Na Assembleia Legislativa de São Paulo, o PSOL irá protocolar um pedido de cassação de Douglas. Ao mesmo tempo, pessoas expostas no documento se organizam para acionar a Justiça.Membros da Gaviões da Fiel, torcida organizada do Corinthians, que também aparecem na lista farão um boletim de ocorrência.Além de nome, fotos e endereços de perfis nas redes sociais, o documento traz informações como endereços de casa, de trabalho, telefones e números de documentos das pessoas listadas.Ao longo da semana, Douglas pediu pelas redes sociais que seus apoiadores lhe enviassem perfis de pessoas que fazem parte do que ele chama de "grupo terrorista Antifa”. Na terça (2), ele gravou um vídeo mostrando o dossiê que havia reunido, com cerca de 700 a 1.000 nomes, e afirmou que é preciso criar uma rede de combate ao terrorismo.Os chamados antifascistas fazem parte de um movimento de oposição ao governo Bolsonaro e com discurso pró-democracia, que ganhou corpo na última semana por meio de diversos manifestos de entidades e por uma manifestação no domingo (31) na avenida Paulista. O ato foi convocado por torcidas organizadas, incluindo o grupo Somos Democracia, do Corinthians, alvo do dossiê.A partir de então, várias pessoas na internet passaram a adotar filtros e hashtags de “antifascista” em suas redes sociais. Nos EUA, na esteira de manifestações contra o racismo, o presidente Donald Trump declarou o grupo Antifa como terrorista. Também nesta semana, Douglas teve seus dados pessoais vazados pelo grupo de hackers Anonymous Brasil, que se declara antifascista. O deputado afirmou que “os grupos criminosos e terroristas que foram às ruas são a mesma galera” que vazou seus dados e, por isso, revidou denunciando pessoas suspeitas de participação em associações antifascistas.Para o deputado, os antifas são “grupos de extermínio aos conservadores” e “a personificação do fascismo”. Ele defende que as pessoas sejam enquadradas na Lei de Segurança Nacional.O deputado afirmou ainda, em vídeos divulgados nas redes sociais, que levou a lista de nomes à polícia, à Procuradoria-Geral da República e à embaixada dos EUA, para que os membros da organização que ele considera terrorista sejam investigados.O dossiê que o deputado divulgou, borrando nomes e fotos, se parece com uma lista que passou a circular em grupos e páginas de extrema direita nesta quinta-feira.Para o gabinete da deputada estadual Mônica Seixas (PSOL), ao estimular a divulgação de dados de pessoas afirmando que elas fazem parte de organização terrorista, Douglas utiliza seu mandato e recursos do mandato para cometer crimes de denunciação caluniosa e incitação à violência e ao ódio.Além de estar na mira do STF, Douglas também é investigado pelo Ministério Público de São Paulo. Na segunda-feira (1º), o órgão abriu inquérito civil contra Douglas e seu chefe de gabinete para investigar o uso de recursos públicos em suposto "gabinete do ódio" e na coleta de assinaturas para a criação do partido Aliança pelo Brasil.O Ministério Público irá apurar suposta prática de atos de improbidade administrativa pela utilização de computadores, internet e serviços da Assembleia, em horário de expediente, para promover manifestações de ódio contra figuras públicas nas redes sociais.Cerca de 50 pessoas que tiveram seus dados publicados na lista se organizam para ir à Justiça. Segundo o advogado Jucemar da Silva Morais, que auxilia o grupo, cabe uma ação coletiva pedindo a suspensão da divulgação da lista na internet e o pagamento de indenização por danos morais, além de um pedido ao Ministério Público para que investigue o vazamento de dados pessoais.“A divulgação desses dados, sem motivo algum, é crime. Se declarar antifascista não é crime, é uma posição ideológica e não justifica o vazamento. As pessoas estão correndo risco de sofrer represálias”, diz o advogado.Pessoas que tiveram seus dados divulgados temem sofrer ataques e estão abaladas, segundo relatos à Folha.Os listados suspeitam que o dossiê seja uma nova versão de listas menores e mais desorganizadas que já circulavam em grupos de extrema direita há mais tempo.“Já é a segunda vez que apareço na lista. É uma replicação de uma lista que circulou em novembro do ano passado, com as mesmas fotos e a mesma diagramação. A diferença é que a de agora é mais organizada e tem mais pessoas. Essa lista foi passada ao Douglas. Ele não é o criador da lista, que possivelmente foi elaborada por neonazistas”, diz Fábio Soares da Silva, 44.Silva diz que não faz parte de grupos e nunca se considerou um antifa. Ele compartilha opiniões de esquerda para cerca de 3.000 amigos virtuais de suas redes desde 2014. “O que eles querem é amedrontar, que a gente fique com medo e se cale.”Silvia Helena Senne, 33, também estava na lista que circulou no ano passado e voltou a ser registrada agora, mas dessa vez com o endereço de sua casa também exposto. Com cerca de 1.500 seguidores, ela é filiada ao PT e costuma postar a favor da esquerda. Também é autoria de um livro que fala contra a prisão do ex-presidente Lula (PT).“Eu tenho medo que aconteça alguma coisa contra mim. Esse momento está muito pesado. A gente não tem paz para nada. Eles querem acabar com movimentos de esquerda e sociais”, diz. Pelo Twitter, Douglas negou que tivesse divulgado qualquer dado e afirmou que os próprios antifas estão divulgando a lista como se fosse a dele.“Descobri que terroristas antifas estão divulgando uma lista com nomes de pessoas, afirmando que seria a mesma que eu recebi e entreguei às autoridades competentes. Isso é mais uma tramoia destes criminosos para me atacar, visto que nunca divulguei nada, bem ao contrário destes canalhas que expuseram toda minha família nas redes sociais”, afirmou.“Essa é uma prática comum desses terroristas, isto é, a desinformação, a fim de esconder seus crimes e criminalizar suas vítimas. Eu apenas entreguei um documento que recebi, afirmando claramente que seriam supostos integrantes de grupos antifas”, completou.
2020-06-04 18:43:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/06/listados-em-dossie-antifascista-atribuido-a-deputado-bolsonarista-recorrem-a-policia-e-a-justica.shtml
UPA acumula corpos e até prefeito atende pacientes em Santarém (PA)
Tornou-se rotineiro o acúmulo de corpos em um dia de plantão na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Santarém, no oeste do Pará. Nesta quarta-feira (3), eram oito suspeitas de serem vítimas da Covid-19 que esperavam a remoção para os cemitérios da cidade.Funcionários relatam exaustão nos plantões que resultam em muitas vítimas. Santarém registra 98 mortes e 2.003 casos confirmados —nos números, não foram contabilizados os oito corpos da UPA desta quarta.Devido à demanda e ao afastamento de funcionários infectados pela doença, o prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, que é médico, passou a atender pacientes na UPA no início desta semana.A unidade não tem UTI, mas salas de estabilização montadas para pacientes com quadros mais delicados. Os casos graves que requeiram internação em UTI são transferidos para o Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará; o Hospital de Campanha de Santarém recebe pacientes de baixa e média complexidade.Santarém está com 100% dos 48 leitos de UTI ocupados no hospital regional, e há 60 pacientes graves na fila, esperando uma vaga. Só nesse hospital, há hoje 51 profissionais de saúde afastados porque foram infectados pelo novo coronavírus.Em nota, a direção da UPA disse que corpos não se amontoam na unidade. “Infelizmente, diante da pandemia e por ser uma Unidade que atende de portas abertas, casos de óbitos ocorreram. Entretanto, ressaltamos que em nenhum momento corpos ficaram acumulados no espaço." Ainda segundo a nota, Santarém vive uma alta demanda de atendimento e “todos os esforços são feitos para dar a assistência devida. Inclusive com a retaguarda do Hospital de Campanha de Santarém, que recebe pacientes com quadro moderado e grave”.Diante da alta de casos, com colapso nas UTIs da cidade, Santarém chegou a ter lockdown, com total restrição da circulação de pessoas até o último dia 31.A partir de segunda-feira (1), o comércio de rua reabriu. Para evitar aglomerações, a prefeitura, porém, impôs um "rodízio" de pessoas circulando nas ruas.O morador precisa andar com CPF; quem tem no final número ímpar não pode circular num determinado dia e é orientado a voltar pra casa, se abordado na fiscalização.Também está em vigor um toque de recolher, com circulação proibida nas ruas entre 19h e 5h. ​Com 46.473 casos confirmados e 3.245 óbitos, o Pará tem 80% dos leitos estaduais de UTI ocupados —está entre os dez estados brasileiros com taxa de ocupação acima de 80%.Diante do avanço da doença, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB) decidiu suspender a reabertura de shoppings e salões na cidade, que estava prevista para essa quinta, a fim de evitar aglomerações.Na segunda-feira (1), o prefeito de Santarém inaugurou uma usina de gases medicinais, que vai funcionar dentro do hospital municipal. A intenção é fazer o processamento de oxigênio usado no tratamento dos pacientes da cidade. Será possível produzir 30 metros cúbicos de oxigênio por hora, o que deve atender simultaneamente 40 pacientes.
2020-06-04 19:56:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/06/upa-acumula-corpos-e-ate-prefeito-atende-pacientes-em-santarem-pa.shtml
Aras quer fatiar inquérito das fake news e separar apuração sobre Weintraub
O procurador-geral da República, Augusto Aras, quer fatiar o inquérito das fake news e abrir uma investigação específica sobre a afirmação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que, por ele, prenderia todo mundo, “começando pelo STF”.O pedido vai ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal antes da sessão que julgará, no próximo dia 10, a legalidade das apurações que visam identificar responsáveis pela disseminação em massa de notícias falsas e ameaças a integrantes da corte.Na visão do PGR, o desmembramento seria uma solução para que haja uma delimitação mais precisa do objeto da investigação em curso no Supremo. Mais Nesta quinta-feira (4), a colunista Mônica Bergamo antecipou o teor de memorial encaminhado ao Supremo em que Aras faz duras críticas à abrangência do inquérito.Na manifestação, Aras defende a continuidade da investigação, mas afirma que são necessárias "medidas mínimas" para que compatibilizá-la com "a Constituição Federal e a lei vigente".O procurador-geral cita a necessidade de se permitir que o Ministério Público Federal participe das apurações e solicita que procedimentos como quebra de sigilo, busca e apreensão e vedação de uso de redes sociais passem pelo crivo do MPF.Para o procurador-geral, há uma “exorbitância” em relação ao alvo das investigações.“O inquérito, que já ultrapassou 6 mil páginas no volume principal e mais 74 apensos, revela que, sob a motivação da condução de investigações de fake news contra a Suprema Corte, detém objeto cambiante, periodicamente modulado, para alcançar fatos e pessoas distintas, em pontos de investigação separados em apensos dos autos sem qualquer relação de conexão”, disse.O PGR também volta a questionar a atuação do ministro Alexandre de Moraes à frente das investigações. Ele contesta por que o mesmo ministro relata fatos que, em muitos casos, não têm relação entre si e deveriam ser distribuídos por sorteio."Hoje, o processo já conta com 74 apensos, cada um tratando de fatos distintos e sem nenhuma conexão entre eles, revelando o procedimento de irem sendo juntados aos mesmos autos, sob mesma numeração e mesma relatoria, novos apensos, cada um contendo novos fatos, envolvendo pessoas ou grupos de pessoas distintas", pondera.O procurador afirma que o inquérito tem 10 mil páginas, entre o volume principal e 74 apensos. E que "apenas cerca de 2% delas [páginas] consistem em elementos de prova com indícios de participação de pessoas com prerrogativa de foro".De acordo com a PGR, 90% desse material já foi desmembrado do inquérito principal e redistribuído a instâncias inferiores, competentes para julgar pessoas sem foro privilegiado.O movimento para abrir uma investigação à parte relacionada a Weintraub pode tirar o caso das mãos de Moraes. Mais O ministro da Educação entrou na mira do inquérito das fake news após o ministro Celso de Mello levantar o sigilo de reunião ministerial de 22 de abril citada pelo ex-ministro Sergio Moro como uma das provas de que o presidente Jair Bolsonaro desejava violar a autonomia da Polícia Federal.No encontro, Weintraub diz ter ojeriza de Brasília, em referência às negociações políticas, e faz críticas ao Supremo. ​"Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF."A Polícia Federal foi até o Ministério da Educação colher depoimento dele sobre o caso no último dia 29, mas o ministro permaneceu calado. Na decisão em que determinou a oitiva de Weintraub, Moraes ressaltou que há indícios de que o responsável pelas políticas educacionais do governo federal cometeu seis crimes que preveem até 20 anos e 4 meses de prisão.Pessoas com acesso às investigações avaliam que a tendência é do Supremo redistribua o apenso 74, que apura a declaração de Weintraub.Os indícios envolvendo os parlamentares estão no apenso 70 que deve continuar nas mãos de Moraes. Além de deputados, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e empresários são investigados por supostamente disseminarem fake news.O restante da documentação se refere a "atos supostamente criminosos perpetrados por centenas de cidadãos" contra a Corte. Os relatos vão desde ameaças a ministros a disseminação de ataques nas redes sociais.Nesta quinta-feira, Weintraub prestou novo depoimento à PF, mas no âmbito do inquérito em que é investigado por afirmações nas redes sociais supostamente preconceituosas com a China.O inquérito das fake news é alvo de críticas desde que foi instaurado, em março de 2019, por ter sido aberto pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, de ofício, ou seja, sem provocação da PGR. Além disso, Moraes foi escolhido relator sem sorteio.Toffoli, porém, usou o artigo 43 do regimento interno da corte, que tem força de lei e trata da polícia do tribunal, para justificar a abertura das investigações. O dispositivo prevê que, caso ocorra “infração à lei penal na sede ou dependência do tribunal”, o presidente pode instaurar inquérito e designar um relator. Mais
2020-06-04 19:44:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/06/aras-quer-fatiar-inquerito-das-fake-news-e-separar-apuracao-sobre-weintraub.shtml
BNDES lança programa de R$ 3 bilhões para socorrer usinas de cana-de-açúcar
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) lançou nesta quinta (4) uma linha de financiamento para socorrer usinas de cana-de-açúcar afetadas pela queda nas vendas de combustíveis durante a pandemia. O crédito pode chegar a R$ 3 bilhões.Assim como nos outros programas de socorro anunciados pelo BNDES após o início da crise gerada pelo novo coronavírus, o socorro às usinas respeitará condições de mercado e será oferecido em parceria com bancos privados.O BNDES entrará com até 50% do valor dos contratos de financiamento. Para isso, separou R$ 1,5 bilhão. "A ação conjunta com bancos comerciais pode elevar o apoio ao setor, portanto, a mais de R$ 3 bilhões", disse o banco de fomento. Os contratos têm o objetivo de financiar a estocagem do etanol que está sendo produzido mas não encontra mercado, já que as medidas de isolamento social derrubaram as vendas de combustíveis automotivos no país."O setor é responsável por 1 milhão de empregos no interior do país e pela geração de US$ 10 bilhões [cerca de R$ 50 bilhões] em exportações por ano", justificou o BNDES. As vendas de etanol caíram quase 40% em abril."A medida dará fôlego às usinas para enfrentarem o período e diminuirá o risco de desabastecimento energético no momento de reaquecimento econômico", diz o banco.Os contratos de financiamento terão carência de até 12 meses e prazo para pagamento de dois anos. Os estoques de etanol poderão ser usados como garantia para a obtenção dos recursos.A oferta de crédito para financiar os estoques vem sendo negociada com o governo desde o início da pandemia. O setor queria ainda a elevação dos impostos sobre a gasolina, mas a proposta encontrou resistência na Petrobras e não avançou.A estatal alegou que impostos mais altos reduziriam as vendas de gasolina, o que criaria problemas no abastecimento de gás de cozinha, já que esses dois combustíveis são produzidos nas mesmas unidades de refino.O pacote de socorro ao setor de etanol é parte de uma série de medidas que o BNDES vem anunciando para tentar mitigar efeitos da pandemia na saúde financeira das empresas brasileiras. Entre os setores já em negociação, estão as indústrias automobilística e de energia e o setor aéreo.O banco, porém, vem recebendo críticas pelas dificuldades no acesso ao crédito disponível tanto por pequenas quanto por grandes empresas, já que os contratos dependem de análise de risco dos bancos parceiros.Por isso, o banco vem anunciando novas medidas para tentar destravar o crédito, como a oferta de R$ 20 bilhões em garantias para micro e pequenas empresas e revisão na linha que financia a folha de pagamentos, que foi uma das primeiras iniciativas após o início da crise.
2020-06-04 18:29:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/bndes-lanca-programa-de-r-3-bilhoes-para-socorrer-usinas-de-cana-de-acucar.shtml
Morcegos e a Covid-19: vilões ou vítimas?
​Desde o começo da pandemia de Covid-19 morcegos têm sido apontados como culpados, mesmo sem nenhum estudo categórico que mostre tal conexão direta.Há consenso de que o vírus é de origem silvestre, não de laboratório, e de que houve um hospedeiro intermediário, mas desconhecido até o momento.A busca por este hospedeiro começou com a comparação do genoma do Sars-CoV-2, vírus causador da pandemia, e de outros coronavírus conhecidos em morcegos na China. Mas a similaridade foi de 96%. Embora alta, 4% de diferença descartam morcegos como tal hospedeiro, e podem ainda apontar para múltiplos hospedeiros intermediários. Mais: a diferenciação entre o vírus dos morcegos e aquele causador da Covid-19 deve ter ocorrido de 40 a 70 anos atrás. Morcegos estão sob os holofotes, pois desde a epidemia de Sars, em 2002, eles são mais estudados por causa de seu voo —que potencializaria a dispersão de patógenos— e de seu peculiar sistema imunológico.Procurando bem, mais vírus foram encontrados neste grupo. Mas morcegos e roedores —"vilões" apontados em epidemias— não são nem mais, nem menos importantes como reservatórios do que outros animais.A transmissão viral de animais silvestres para humanos é complexa, e ainda faltam “peças” para completar o quebra-cabeças da Covid-19. Infelizmente, detalhes das intrincadas e intrigantes relações entre patógenos, hospedeiros primários e intermediários, os mecanismos de transmissão e de mutações nem sempre chegam de maneira completa e correta ao público. Na dúvida ou pressa por achar um "culpado" pela Covid-19, morcegos foram responsabilizados por algo em que não estiveram diretamente envolvidos. Isso é péssimo para um grupo que, infelizmente, já tem uma injusta má reputação.Desde o início da pandemia, aumentaram os casos de vandalismo e destruição de abrigos e populações de morcegos no mundo, o que afetará as 1.421 espécies de morcegos conhecidas e os serviços valiosos que elas nos prestam.Tais serviços incluem a polinização de centenas de espécies de plantas, muitas comerciais, além da dispersão de sementes e a regeneração de habitats, o controle de populações de insetos, incluindo pragas agrícolas e vetores de doenças para humanos e rebanhos.Atacar morcegos é cientificamente um desserviço. Morcegos têm alta resistência a infecções virais, mas sem a resposta inflamatória típica em vários animais, incluindo humanos. Tal resposta combate a infecção, mas acima de certos níveis pode contribuir para a morte celular e o envelhecimento do organismo.Essa capacidade natural de atenuar inflamações torna-os excelentes para, exatamente, entendermos como enfrentar infecções virais. Mecanismos gênicos e de autorreparo no DNA, únicos dos morcegos, também podem explicar uma característica ímpar: morcegos vivem muito mais do que animais de mesmo tamanho, o que os torna modelos em estudos para retardar o envelhecimento e tratar doenças da idade em humanos.Mais além, morcegos têm baixa suscetibilidade a doenças cancerígenas, e a microflora oral de algumas espécies parece diminuir a susceptibilidade a cáries. Assim, morcegos devem ser vistos não como potenciais reservatórios de doenças, mas sim como fonte de informações muito úteis para nós.Perigosas também são as visões alarmistas que apontam para o enorme risco que estaríamos correndo por convivermos com muitas espécies e seus vírus, bactérias e outros microrganismos. Deveríamos culpar nossa rica biodiversidade por contaminações ("spillovers") causados não pelos animais em si, mas pela ação humana e como interagimos com o meio natural? Obviamente que não. Todos os animais —e humanos não são exceção— hospedam milhares de espécies de microrganismos, mas pouquíssimos têm potencial letal e menos ainda potencial letal pandêmico. O Brasil é um país megadiverso, com 182 espécies de morcegos, e recordista de espécies de primatas e aves, e está no topo para anfíbios, répteis, peixes e plantas. Atribuir uma relação causal direta do tipo "mais espécies, mais vírus, mais perigo" não é certo porque tal relação não necessariamente existe.A contaminação por zoonoses é dinâmica e complexa, "spillovers" podem acontecer sem a presença direta dos animais e não necessariamente estão ligados com riqueza de biodiversidade. Quase sempre são frutos da ação humana e a perda de biodiversidade e de habitats naturais potencializa muito a disseminação de zoonoses.Há ainda o chamado "efeito de diluição": na existência de várias espécies potenciais hospedeiras de um mesmo vírus, a taxa de encontro entre indivíduos infectados e indivíduos susceptíveis diminui, diminuem as taxas de transmissão e diminui também a densidade de indivíduos infectados nas diferentes populações. Recentemente foi proposto que um aumento da emergência de zoonoses em humanos pode exatamente ter relação com a extinção da megafauna de mamíferos no final do Quaternário.A verdade é que o modelo de desenvolvimento que teimamos em seguir é a causa de desequilíbrios ambientais, está na origem da pandemia de Covid-19, e potencializará novas caso não alteremos a nossa ação sobre o planeta.Culpar morcegos ou outros animais por "spillovers" para humanos é um desserviço. Útil será aproveitar este momento para nos conscientizarmos de que ações depredatórias sobre habitats e espécies têm consequências para a nossa sobrevivência como indivíduos, quiçá como espécie. Passou da hora de mudarmos a forma como interagimos com nosso planeta.Fica a reflexão feita pelo conservacionista Thomas Lovejoy: “A natureza nos sustenta. É onde nos originamos. A lição para a humanidade dessa pandemia não é ter medo da natureza, mas restaurá-la, abraçá-la e entender como viver e se beneficiar dela"."Toda essa biodiversidade é essencialmente uma gigantesca biblioteca de soluções, pré-testadas pela seleção e evolução naturais, para vários desafios biológicos", segue o biólogo americano. "A biologia idiossincrática dos morcegos, por exemplo —o fato de serem de alguma forma imunes ao coronavírus— pode contribuir para o desenvolvimento de um tratamento em humanos. A humanidade tem um enorme respeito pelas bibliotecas de nossas próprias obras; há todas as razões para tratar a biblioteca viva da natureza com o mesmo respeito e cuidado.”
2020-06-04 19:02:00
ciencia
Ciência
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2020/06/morcegos-e-a-covid-19-viloes-ou-vitimas.shtml
Mortes: Lenda para os netos, ensinou a viver e espalhar o amor
Nem as tristes lembranças da guerra vivas na memória de Felix Brull, alemão nascido em Hamburgo, apagaram seu sorriso.Durante a Segunda Guerra Mundial, o medo de perseguição o fez fugir para Bruxelas, na Bélgica, onde ficou escondido na casa de um amigo.Depois, veio com a mãe para o Brasil. Um primo que morava em São Paulo custeou as passagens de navio. Desembarcaram no Rio de Janeiro e imediatamente viajaram à capital paulista.A primeira porta para o mercado de trabalho quem abriu foi o primo, na própria empresa. Passado algum tempo, Felix conseguiu emprego em uma indústria de algodão e entrou para a área comercial, no ramo de embalagens.Em 1982, conheceu o grande amor de sua vida, Dagmar Boer. Ela ficou ao seu lado até o último momento.Pai coruja, gostava demais dos filhos. "Ele era um paizão, mas você pode trocar o z pelo x porque também era pura paixão", diz o filho, o administrador Michel Fábio Brull, 63.Descontraído, poético e sensível ao mesmo tempo, Felix se encantava pelo pôr do sol, pela emoção da música clássica e das artes e pelos concertos que assistia na Sala São Paulo. Para os amigos do Clube Paulistano, servia de inspiração e fonte de vivacidade. Até 2019, praticava musculação diariamente. Com o lado artístico aflorado, Felix também cantava no coral. Entre os netos, era chamado carinhosamente de lenda."Meu pai se encantou pelo Brasil e espalhou amor entre as pessoas sem esperar nada em troca. Foi o seu legado", diz o filho Michel.Suas aventuras deram vida ao livro "De bem com a vida", lançado há cerca de oito anos. Felix Brull morreu dia 2 de junho, aos 95 anos, por complicações da idade. Deixa esposa, dois filhos e cinco netos. coluna.obituario@grupofolha.com.brVeja os anúncios de mortesVeja os anúncios de missa
2020-06-04 19:05:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/06/mortes-lenda-para-os-netos-ensinou-a-viver-e-espalhar-o-amor.shtml
Home office é viável para quase 25% dos trabalhadores no Brasil, estima Ipea
O Brasil possui 20,8 milhões de pessoas que podem utilizar o home office ou teletrabalho, o que corresponde a 22,7% dos postos de trabalho, segundo estudo publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).O Distrito Federal apresenta o maior percentual de porcentual de teletrabalho (31,6%), em torno de 450 mil pessoas, seguido por São Paulo (27,7% ou 6,167 milhões de pessoas). O estado do Piauí é o que apresenta o menor percentual (15,6%), cerca de 192 mil.Os números são parte do estudo “Potencial de teletrabalho na pandemia: um retrato no Brasil e no mundo”, dos pesquisadores Geraldo Sandoval Góes, Felipe dos Santos Martins e José Antonio Sena do Nascimento.O grupo de profissionais das ciências e intelectuais possui o maior potencial de teletrabalho (65%), seguido por diretores e gerentes (61%), trabalhadores de apoio administrativo (41%) e técnicos e profissionais de nível médio (30%). “O estudo evidenciou que há uma correlação positiva entre o percentual de teletrabalho e a renda per capita dos estados brasileiros”, diz o trabalho.Eles citam um estudo internacional que mostra economias de baixa renda como aquelas que têm uma parcela menor de trabalho que podem ser realizados remotamente. Nesse estudo, o Brasil ocupa a 45ª posição entre 86 países, com um percentual de 25,65% de teletrabalho.Luxemburgo apresentou a maior proporção (53,4%), e Moçambique apresentou a menor (5,24%). Entre os nove países da América Latina que constam do estudo o Brasil ocupa a segunda posição, muito próximo ao Chile (25,74%)."As perspectivas da retomada das atividades econômicas após a pandemia devem levar em conta as novas modalidades de trabalho que emergiram de forma marcante no período de isolamento e que, muito provavelmente, serão mais utilizadas, o que reforça a necessidade de estudos que quantifiquem e localizem essas novas possibilidades de teletrabalho", dizem os pesquisadores.
2020-06-04 19:12:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/home-office-e-viavel-para-quase-25-dos-trabalhadores-no-brasil-estima-ipea.shtml
Neymar é o único brasileiro em lista das 25 celebridades mais bem pagas do mundo
O jogador Neymar, 28, é o único brasileiro a aparecer na lista das 25 celebridades mais bem pagas do mundo, divulgada nesta quinta (4) pela Forbes. O atacante do PSG está em sétimo lugar com ganhos de US$ 95,5 milhões (R$ 487 milhões). Ele fica atrás dos jogadores Lionel Messi (5º lugar) e Cristiano Ronaldo (4º lugar), ambos que tiveram rendimentos de US$ 104 milhões (R$ 530 milhões).Apesar de a própria Forbes ter divulgado no último dia 29 que Kylie Jenner, 22, mentia sobre o seu patrimônio, a influenciadora é a primeira colocada no ranking. Segundo a revista, ela teve faturamento de US$ 590 milhões (R$ 3 bilhões), sendo que a maior parte da fortuna veio da venda de 51% de sua empresa de cosméticos para a Coty."Embora ela tenha exagerado ao longo dos anos sobre a grandiosidade de seus negócios, o valor levantado na transação é real –o suficiente para ser classificado como um dos maiores ganhos de celebridades de todos os tempos", explica a publicação. Mais O segundo lugar é ocupado pelo cunhado de Kylie, Kanye West, que faturou US$ 170 milhões (R$ 867 milhões), sendo a maior parte de seus ganhos pelo acordo de sua linha de tênis Yeezy com a Adidas.A lista da Forbes ainda conta com artistas como Ryan Reynolds (18ª colocação) e Taylor Swift (25ª). Veja: Mais
2020-06-04 18:08:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/06/neymar-e-o-unico-brasileiro-em-lista-das-25-celebridades-mais-bem-pagas-do-mundo.shtml
Weintraub atende Guedes e projeto do Future-se chega à Câmara desidratado, sem previsão de criação de fundos
Anunciado com pompa pelo MEC (Ministério da Educação) em meados de 2019, o projeto do Future-se, de incentivo ao financiamento privado em universidades federais, chegou desidratado nesta semana ao Congresso, mas mantém pontos considerados como ataques à autonomia das instituições.Foi retirada do texto uma das principais apostas, que era a criação de fundos de investimentos para irrigar os caixas das instituições com recursos extras. Por outro lado, o texto final não deixa claro que os orçamentos atuais das universidades estão garantidos independentemente da adesão ao programa, como constava anteriormente.O Future-se foi uma das bandeiras centrais da gestão do ministro da Educação, Abraham Weintraub, em 2019. A proposta surgiu em paralelo a ataques sistemáticos de Weintraub às federais, associadas por ele ao dispêndio de recursos públicos, uso de drogas e dominação da esquerda.A retirada da previsão de criar novos fundos ocorreu porque Weintraub perdeu queda de braço com a equipe de Paulo Guedes (Economia), contrária a esse ponto. Originalmente, a principal contrapartida para a adesão das universidades era ter acesso aos recursos dos fundos, que seriam criados a partir do programa. Já a versão atual diz que o MEC poderá ofertar recursos adicionais às instituições caso metas sejam alcançadas. A proposta enviada ao Congresso só cita que fundos patrimoniais, também conhecidos como endowments ou fundos filantrópicos, podem apoiar as ações do programa, "sem prejuízo da existência de outros fundos patrimoniais específicos para universidades e institutos federais."O MEC foi questionado pela reportagem sobre o teor das alterações e a previsão de recursos mas não obteve resposta até a publicação deste texto.Desde o primeiro momento o Future-se não foi bem recebido pela maioria das universidades, não consultadas antes da formulação inicial. Mas a oposição dentro da Economia foi o principal motivo para uma demora de quase um ano para o envio do projeto ao Congresso.O projeto é organizado em três eixos: pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação; empreendedorismo e internacionalização. Ficam de fora, portanto, outras dimensões da universidade, como ensino e extensão.A operacionalização se daria por meio de contratos de resultados, a partir dos quais seriam estipulados metas, e a atuação de fundações de apoio. Esse arranjo é que permitirá, por exemplo, o "fornecimento e comercialização de insumos, produtos e serviços, relacionados às universidades ou aos institutos federais participantes".As instituições federais poderão ainda, segundo o projeto, celebrar contratos de concessão de direito de nomear (naming rights) prédios para a exploração econômica de nome ou marca. As instituições públicas têm a tradição de só homenagear pessoas relevantes pela sua dedicação acadêmica.Também foi suprimida a possibilidade de parcerias com organizações sociais, outro ponto que era central no projeto original. Agora, essas parcerias deverão ser feitas com as fundações de apoio às universidades, por meio das quais se espera que haja contratação de serviços, execução de obras e aquisição de materiais e equipamentos. As fundações têm maior flexibilidade de atuação com relação à legislação de licitações que compreende os órgãos públicos.Para João Carlos Salles, presidente da Andifes (entidade de representação dos reitores das universidades federais), o projeto, mesmo desidratado, mantém o espírito prejudicial para o sistema universitário."Pontos sensíveis foram retirados, mas o texto conserva vícios essenciais, manifesta o descompromisso do Estado com o financiamento da educação superior e apresenta uma visão unilateral da vida universitária porque escolhe uma das dimensões da universidade", diz ele, reitor da UFBA (Universidade Federal da Bahia). Além de ressaltar a indissociabilidade da missão das universidades nas dimensões de ensino, pesquisa e extensão, Salles diz que o projeto interfere na autonomia garantida na Constituição de outras duas formas: ao prever assinatura de contratos de gestão com fundações e ao determinar a inclusão de conteúdos.O texto diz que as matrizes curriculares devem prever conteúdos de propriedade intelectual.O presidente da Andifes afirma ainda que a entidade vai acompanhar a discussão no Congresso, mas considera inoportuno o envio da matéria em meio à pandemia de coronavírus.O PSOL já encaminhou à presidência da Câmara pedido para que o projeto seja devolvido. O partido reforça argumento sobre o despropósito do envio na pandemia e insiste que o que o texto é inconstitucional, "na medida em que cuida de interferir na gestão de contratos e mesmo na orientação didático científica" das instituições."As parcerias entre as universidades públicas e o setor privado, que já ocorrem, podem ser mantidas e mesmo ampliadas no marco da legislação vigente, o que dispensa a inovação ora proposta", diz ofício, assinado pelos deputados da legenda.A proposta ainda cita que as instituições devem incentivar a criação de sturt-ups e promover a cultura de estímulo à pesquisa tecnológica, inovação, empreendedorismo e à proteção à propriedade intelectual. O MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) também assina o texto.Recentemente, esta pasta excluiu as ciências humanas das prioridades dos mecanismos de financiamento para, por outro lado, dar maior foco em tecnologias.O texto autoriza o MEC a instituir um sistema nacional de acreditação acadêmica, o que esvaziaria o modelo de avaliação e regulação do ensino superior. Também estão previstas como contrapartidas à adesão e cumprimento de metas a concessão preferencial de bolsas da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) --o que contraria regras recentes sobre o tema.
2020-06-04 18:12:00
educacao
Educação
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/06/weintraub-atende-guedes-e-projeto-do-future-se-chega-a-camara-desidratado-sem-previsao-de-criacao-de-fundos.shtml
NBA retoma temporada em julho com formato enxuto e jogos na Disney
A NBA aprovou nesta quinta-feira (4), em assembleia com os 30 donos de franquias da liga, a retomada da tempodada 2019/2020 a partir do dia 31 de julho.Para que a volta da competição acontecesse, havia a necessidade de que pelo menos três quartos dos proprietários das equipes votassem a favor do retorno. Das 30 franquias, somente o dono do Portland Trail Blazers foi contra."Enquanto a pandemia da Covid-19 ainda nos apresenta um desafio formidável, estamos esperançosos de poder terminar a temporada em uma maneira segura e responsável, com base em protocolos rígidos, que agora têm sido finalizados com autoridades de saúde pública e especialistas da medicina", disse o comissário da liga, Adam Silver."Nós também reconhecemos que, enquanto nos preparamos para voltar aos jogos, nossa sociedade está sofrendo das tragédias recentes de violência racial e injustiça, e nós vamos continuar trabalhando proximamente com nossas equipes e jogadores para usar recursos coletivos e assim influenciar esses temas de maneira real e concreta", afirmou o dirigente.Para a retomada da NBA, o plano inicial de disputa prevê um número reduzido de times: 13 da Conferência Oeste e nove da Conferência Leste, que se enfrentarão em uma espécie de repescagem para definirem as vagas nos playoffs.As equipes foram selecionadas com base em uma margem de até seis jogos de diferença para um lugar nos playoffs. Isso dará possibilidades de classificação a algumas franquias que não estavam entre as primeiras, mas se encontravam não muito distantes de uma vaga. Os treinos e jogos acontecerão em um único local, o Wide World Sports, complexo esportivo que pertence à Disney, em Orlando, e que fica próximo aos parques de diversões da empresa. Os atletas também ficarão hospedados no complexo.A expectativa é que a temporada, interrompida em 11 de março depois que o pivô Rudy Gobert, do Utah Jazz, foi confirmado com Covid-19, encerre-se em outubro.
2020-06-04 17:02:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2020/06/nba-retoma-temporada-em-julho-com-formato-enxuto-e-jogos-na-disney.shtml
Deputados aprovam permanência ininterrupta de fisioterapeutas em CTIs públicos e particulares
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (4) um projeto de lei que obriga CTIs (Centros de Terapia Intensiva) a ter a presença ininterrupta de profissionais de fisioterapia. Em turnos, os fisioterapeutas atenderão pacientes 24 horas por dia. O projeto, agora, segue para o Senado. O texto aprovado pelos deputados prevê que todos os CTIs públicos e privados, sejam eles voltados para atendimento adulto, pediátrico ou neonatal, deverão ter profissionais escalados em turnos para que esses especialistas estejam disponíveis durante todas as 24 horas do dia. Originalmente, a deputada Margarete Coelho (PP-PI), autora do projeto, sugeriu que fosse obrigatória a presença de pelo menos um fisioterapeuta para cada 10 leitos de CTI. A relatora do texto, deputada Aline Sleutjes (PSL-PR), retirou a previsão da limitação. O parecer foi lido pela deputada Maria Rosas (Republicanos-SP) porque a deputada paranaense não estava presente na sessão. "O número de profissionais que deverão atuar nos Centros de Terapia Intensiva não deve ser limitado, considerando a dinamicidade da atuação dos profissionais que atuam no trabalho em saúde e o avanço tecnológico que constantemente modifica a composição das equipes de saúde e sua carga-horária de atuação", afirma a deputada paranaense em seu relatório. As duas deputadas também destacaram a importância de ter fisioterapeutas acompanhando os cuidados de pacientes críticos, especialmente para diminuir o tempo de ventilação mecânica por meio de respiradores. O uso desse equipamento é essencial em casos graves de infecção pela Covid-19. "Inúmeros estudos realizados demonstram que a presença do fisioterapeuta nos CTIs em regime integral (vinte quatro horas) é crucial quando atrelada à redução do tempo de ventilação mecânica, permanência do paciente no CTI e de internação hospitalar, além da redução dos custos hospitalares", apontou Margarete.
2020-06-04 17:11:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/06/deputados-aprovam-permanencia-ininterrupta-de-fisioterapeutas-em-ctis-publicos-e-particulares.shtml
Como funciona o 'modelo japonês' que controlou o coronavírus
Quando Shinzo Abe encerrou o estado de emergência no Japão na semana passada, com apenas 16.724 infecções e 894 mortes pela Covid-19, ele não resistiu a se gabar do "modelo japonês" para lidar com o coronavírus."De uma maneira tipicamente japonesa, quase controlamos a epidemia no último mês e meio", declarou o primeiro-ministro. Seus comentários levantaram uma pergunta: qual é o modelo japonês, e ele poderia funcionar em outro lugar?Embora tenha havido um aumento dos casos em Tóquio, entender as razões do relativo sucesso do Japão no controle da Covid-19 tem importância global. Afinal, o país não impôs um bloqueio obrigatório e aplicou poucos testes do vírus, dois elementos que outros países consideram cruciais.Grande parte do debate público no Japão havia girado em torno de fatores culturais, como altos padrões de higiene, obediência às solicitações do governo e até afirmações de que a ausência de consoantes aspiradas no idioma japonês reduz a propagação de gotículas de vírus.Mas especialistas locais afirmam não acreditar que seu país tenha um poder mágico para derrotar o vírus.Em vez disso, apontam outros três fatores prosaicos: uma estratégia especial de rastreamento de contatos, a conscientização precoce, que produziu uma reação positiva do público japonês, e a declaração a tempo do estado de emergência.O Japão foi atingido logo no início da epidemia por causa de seus laços estreitos com a China. O país relatou seu primeiro caso em 15 de janeiro, e a primeira infecção doméstica, em 28 de janeiro.No início de fevereiro, quando a maioria do mundo ainda tratava a Covid-19 como um problema chinês, Tóquio enfrentou um surto no navio de cruzeiro Diamond Princess. "O Japão percebeu o que estava acontecendo e começou a reagir antes que o vírus se instalasse", disse Satoshi Hori, especialista em controle de infecções e professor na Universidade Juntendo. "Foi uma vantagem local."Sem nenhuma instrução oficial, a população começou a esterilizar as mãos, a usar máscaras e a praticar distanciamento social por vontade própria."Todo mundo usou máscaras para se proteger, mas o efeito real foi reduzir a propagação por portadores assintomáticos da Covid-19", disse o professor Hori. "Pode ter sido sorte, mas fez a diferença."O Japão usou uma abordagem específica para rastrear contatos. "A maioria dos outros países adotou o que chamamos de rastreamento prospectivo", disse Shigeru Omi, chefe do grupo de especialistas que aconselha o governo sobre o vírus."A abordagem baseada em grupos usa rastreamento retrospectivo completo de contatos para identificar fontes comuns de infecção."No rastreamento prospectivo, os contatos próximos de um caso de Covid-19 são monitorados para que possam ficar em quarentena se apresentarem sintomas.A abordagem japonesa também tenta descobrir onde eles foram infectados, seja uma boate ou um hospital, e depois monitora as pessoas que visitaram o mesmo lugar.Quatro em cada cinco pacientes com coronavírus não infectam mais ninguém, por isso Omi disse que encontrar os superpropagadores é uma maneira mais eficaz de controlar a doença. Kenji Shibuya, especialista em saúde pública do King's College, em Londres, disse que o controle de grupos funcionou bem até o início de março, mas depois o coronavírus começou a circular nas grandes cidades do Japão.A desaceleração do crescimento do surto ajudou o primeiro-ministro a declarar o estado de emergência no momento certo, quando o número de casos ainda era administrável."Se a decisão tivesse sido tomada uma semana depois, o número de casos teria explodido", disse Shibuya, comparando o momento da declaração do Japão com os bloqueios na Itália e no Reino Unido.O estado de emergência não obrigava as pessoas a ficarem em casa, mas muitas respeitaram o pedido. "O bloqueio moderado no Japão parece ter tido um efeito de bloqueio real", disse ele.Outros países podem não ter o mesmo nível de aceitação a uma solicitação não compulsória, disse o professor Hori.Shibuya disse que a abordagem do Japão não é perfeita e que outros países asiáticos se saíram melhor. Segundo ele, é vital aplicar mais testes."Como não tinham os testes, não puderam impedir o crescimento exponencial em Tóquio e nas grandes cidades", explicou.
2020-06-04 17:21:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/06/como-funciona-o-modelo-japones-que-controlou-o-coronavirus.shtml
Weintraub depõe em inquérito sobre China e é carregado nos braços por apoiadores
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, compareceu na tarde desta quinta-feira (4) à sede da Policia Federal, em Brasilia, para prestar esclarecimentos no inquérito que apura se ele cometeu crime de racismo ao fazer declarações jocosas contra a China em uma rede social.O ministro passou cerca de 20 minutos no prédio da PF. Na saída, uma claque o aguardava, e Weintraub foi carregado nos braços.Ele pegou o megafone de um dos militantes e fez uma rápida declaração: “Gente, eu quero dizer só uma coisa para vocês. A liberdade é a coisa mais importante da democracia, e a primeira coisa que vão tentar calar é a liberdade de expressão”.O inquérito tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) sob a relatoria do ministro Celso de Mello. O titular da Educação recorreu ao tribunal na tentativa de evitar o depoimento, mas não teve sucesso.Na PF, recusou-se a responder a perguntas e optou por entregar uma manifestação por escrito. Na postagem que motivou a investigação, o ministro usou o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, para fazer chacota da China."Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?", escreveu o membro do gabinete do presidente Jair Bolsonaro, trocando a letra "r" por "l", assim como na criação de Mauricio de Sousa. A mudança das letras ridiculariza o sotaque de muitos asiáticos ao falar português. Ele, posteriormente, apagou a publicação, que também sugeria que a China poderia ter ganhos com a crise da Covid-19.A maior faixa levada à porta da PF pelos apoiadores do ministro dizia “liberdade na internet - apoiamos Weintraub e Heleno”, numa referência ao titular da Educação e ao general Augusto Heleno, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência).Outra trazia “Abraham Weintraub - o melhor ministro do MEC de todos os tempos”. Havia também “fora comunismo” e “fora globalismo”.O grupo de apoiadores de Weintraub chegou à porta da PF bem antes dele. Nesta mesma tarde, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), investigada no inquérito da fake news, também sob a responsabilidade do STF, tinha agendado um depoimento no mesmo local.A parlamentar preferiu não responder às perguntas dos investigadores alegando não ter tido ainda o acesso ao autos do inquérito.
2020-06-04 17:11:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/06/weintraub-depoe-em-inquerito-sobre-china-e-e-carregado-nos-bracos-por-apoiadores.shtml
The Lancet faz retratação de estudo que apontava maior risco de morte associado à hidroxicloroquina
A revista científica The Lancet publicou uma retratação que anula a validade do estudo com dados de 96 mil pessoas internadas com Covid-19 publicado recentemente, que mostrava que quem havia tomado hidroxicloroquina ou cloroquina apresentava maior risco de arritmia e morte em comparação com pacientes que não usaram a droga.O estudo é alvo de uma série de críticas sobre inconsistências nos dados hospitalares apresentados, obtidos através da empresa Surgisphere. Segundo o jornal The Guardian, a companhia desconhecida americana conta com pessoas sem formação em dados ou em ciência no seu quadro de funcionários.A retratação ocorre após a tentativa de auditoria externa de dados, o que não foi possível porque a empresa Surgisphere não aceitou transferir a base de dados de completa usada, alegando que isso viola acordos de confidencialidade com clientes.Com isso, não foi possível conduzir uma revisão independente dos dados publicados. "Não podemos nos esquecer nunca da responsabilidade que temos como pesquisadores de assegurar escrupulosamente que nos baseamos em fontes de dados que respeitam os mais elevados padrões de qualidade", afirmam três dos autores do estudo alvo da retratação —o quarto é Sapan S Desai, parte da Surgisphere. "Nós não podemos atestar a veracidade das fontes primárias dos dados em questão."A conclusão do artigo publicado no Lancet de aumento do risco de morte associado ao uso de cloroquina levou a OMS (Organização Mundial da Saúde) a suspender temporariamente seus testes com a droga no estudo multicêntrico Solidarity.Pouco tempo depois, segundo a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, o comitê independente que avaliou os dados obtidos até agora pelo Solidarity e por outros estudos não viu indícios de que a hidroxicloroquina esteja relacionada a maior mortalidade, o que permitiu a retomada dos experimentos.No dia 29 de maio, a Lancet já havia publicado uma correção do estudo, mas afirmou que os resultados permaneciam. Na quarta (3), a revista publicou um "expression of concern" ("expressão de preocupação") sobre a pesquisa. "Questões científicas importantes foram levantadas sobre os dados no estudo. Apesar de uma auditoria independente sobre a origem e a validade dos dados ter sido requisitada pelos autores não afiliados à Surgisphere e estar em curso, com resultados esperados em breve, estamos publicando uma Expressão de Preocupação para alertar os leitores para o fato de que questões sérias foram trazidas à nossa atenção. Vamos atualizar este aviso assim que tivermos mais informações."Também houve retratação de outro estudo, publicado no The New England Journal of Medicine, que utilizou dados da Surgisphere. A pesquisa em questão avaliava a relação de eventos cardíacos em pacientes internados com Covid-19 e medicamentos.Essa retratação também ocorreu porque as bases de dados não puderam ser acessadas por um auditor independente.Ambas as pesquisas retiradas eram estudos observacionais. Ou seja, foram feitas análises de dados de pacientes que tinham sido tratados anteriormente.Ensaios clínicos randomizados (em que os pacientes são escolhidos aleatoriamente para receber uma droga), duplo-cegos (médico e paciente não sabem o que estão dando ou tomando, respectivamente) e controlados (com um grupo chamado controle, que toma placebo) são considerados o padrão-ouro em evidência científica.Um estudo sobre hidroxicloroquina contra Covid-19 com esse desenho padrão-ouro foi publicado na quarta na revista The New England Journal of Medicine. Os pesquisadores analisaram 821 pessoas que tiveram exposição de risco alto ou moderado ao novo coronavírus, o que significa ter tido proximidade com pacientes com Covid-19.Os cientistas concluíram que a hidroxicloroquina não é capaz de proteger pessoas recém-expostas ao novo coronavírus, a chamada profilaxia pós-exposição.Outros estudos, a maior parte deles observacional, também não encontraram eficácia da hidroxicloroquina, seja ela associada ou não à azitromicina, contra a Covid-19.Um deles, também publicado no The New England Journal of Medicine, utilizou dados de 1.376 pacientes que tinham sido tratados no Hospital Presbiteriano de Nova York (que é associado à Universidade Columbia e à Weill Cornell Medicine). Os pesquisadores não observaram redução de mortalidade ou de intubação nas pessoas que receberam hidroxicloroquina, quando comparadas ao grupo que não tomou a droga.Outra pesquisa, publicada no Jama (Journal of the American Medical Association), com 1.376 pacientes de Nova York também não observou redução de mortalidade por Covid-19 entre os pacientes que receberam a droga.Ao mesmo tempo em que os estudos apontam que a hidroxicloroquina não tem efeito benéfico contra a Covid-19 e que pesquisadores e entidades científicas afirmam que o seu uso deve ocorrer somente em pesquisas clínicas com acompanhamento, o governo Jair Bolsonaro (sem partido) insiste em apostar na droga para o enfrentamento à pandemia.A pressão por um protocolo de cloroquina para casos leves (o que pode implicar em uso sem acompanhamento médico) levou à demissão do ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, que afirmava que a mudança não era correta e não tinha amparo cientifico. A nova regra foi publicada pouco tempo depois da saída de Teich.No domingo (31), foi anunciado que os EUA vão enviar 2 milhões de doses de hidroxicloroquina para o Brasil. O presidente americano Donald Trump é um dos que defendem, mesmo sem evidências científicas que sustentem a ideia, o uso da cloroquina contra a Covid-19. As suas afirmações a respeito da droga foram ecoadas no Brasil por Bolsonaro.
2020-06-04 17:38:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/06/the-lancet-retrata-estudo-que-apontava-maior-risco-de-morte-associado-a-hidroxicloroquina.shtml
Bradesco, BB, Caixa, Santander e Itaú têm 80% do mercado, diz BC
As cinco maiores instituições financeiras no país (Bradesco, Banco do Brasil, Caixa, Santander e Itaú) concentraram 80,7% das operações de crédito no sistema bancário ao fim de 2019.Os números mostram que o indicador de concentração ficou em patamares similares ao observado nos anos anteriores, mesmo com críticas à concentração feitas pelo ministro Paulo Guedes (Economia).Os dados foram apresentados hoje pelo BC (Banco Central) no relatório sobre a economia bancária e mostram um recuo marginal da concentração ao longo dos últimos três anos. Ao fim de 2017, a participação dos cinco maiores era de 83,4%. Em 2018, de 82,2%. Contribuiu para essa leve redução a retração de participação dos principais bancos públicos federais. Ela foi, em alguma medida, compensada por um avanço das instituições privadas (mas, segundo o BC, não o suficiente para aumentar a concentração total).João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, diz que o indicador é importante. Mas afirma que a autarquia vai monitorar cada vez mais outros índices, como aqueles que atestam o nível de competição entre os bancos.“É perfeitamente possível ter um sistema bancário razoavelmente concentrado e muito competitivo”, afirmou. “É por isso que estamos olhando cada vez mais, estamos dando ênfase crescente aos indicadores de competição. Não deixando de lado a concentração, porque é um indicador importante”, disse.O Banco Central costuma defender que certas medidas devem produzir resultados para o aumento da competição. Entre elas, a implantação do chamado open banking (iniciativa que autoriza instituições financeiras a compartilharem entre si dados de clientes), que pode gerar tarifas mais baixas.Os dados são apresentados em meio a críticas de empresários sobre a dificuldade de acessar crédito durante a pandemia do coronavírus. Levantamento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) divulgada no mês passado aponta que 86% dos pequenos negócios que buscaram crédito na crise não conseguiram.Antes mesmo do estouro da pandemia, Guedes criticava a concentração bancária dizendo que o país é formado por uma população de “trouxas” atendidos por poucos concorrentes. Por isso, ele dizia que haveria mudanças.“Em vez de termos 200 milhões de trouxas sendo explorados por seis bancos, seis empreiteiras, seis empresas de cabotagem, seis distribuidoras de combustíveis; em vez de sermos isso, vai ser o contrário. Teremos centenas, milhares de empresas”, disse no dia 9 de maio em teleconferência com investidores.Os dados do BC mostram também que o lucro das instituições financeiras bateu novo recorde, de quase R$ 120 bilhões, na série apresentada no relatório (iniciada em 1994).A rentabilidade dos bancos subiu pelo terceiro ano seguido. O chamado retorno sobre o patrimônio líquido do sistema bancário nacional alcançou 16,5% em dezembro do ano passado, contra 14,8% no fechamento de 2018.O crescimento da rentabilidade foi principalmente resultado do aumento do crédito e da mudança de composição da carteira, com o aumento das operações com maiores juros (para pessoas físicas e para pequenas e médias empresas).Para 2020, o BC espera uma redução da rentabilidade principalmente por causa do coronavírus. Paralelamente, deve haver aumento no crédito. A estimativa de alta para o saldo neste ano passou de 4,8% para 7,6% com o coronavírus.Fabio Kanczuk, diretor de Política Econômica do BC, considera que a demanda por crédito atualmente não é para atender novos investimentos, mas sim para mitigar os efeitos da crise.Para ele, esse cenário deve começar a ser revertido até o fim do ano, considerando a expectativa oficial de recuperação no terceiro trimestre e a gradual substituição do perfil de crédito para um objetivo mais voltado à expansão da atividade.
2020-06-04 17:43:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/bradesco-bb-caixa-santander-e-itau-tem-80-do-mercado-diz-bc.shtml
Unifesp vai recrutar mil profissionais de saúde para teste de vacina de Covid-19
O Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) vai recrutar mil voluntários para testar a eficácia da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford contra a Covid-19. De acordo com a universidade, a previsão é que o chamamento comece entre a segunda e a terceira semana de junho. Enquanto o recrutamento não começa, interessados podem ligar para a Crie e deixar o telefone.Para a etapa de testes, serão chamados profissionais da saúde que atuam na linha de frente do combate à Covid-19, uma vez que estão mais expostos à contaminação. Além disso, é necessário ter entre 18 e 55 anos e não ter contraído o coronavírus —gestantes não devem participar.É preciso que o voluntário esteja disponível para responder perguntas por telefone durante 12 meses e comparecer ao Crie para seis consultas.Em um comunicado publicado no site da universidade, Lily Yin Weckx, investigadora principal do estudo, explica que o mais importante é que essa etapa de estudo seja realizada neste momento em que a curva epidemiológica ainda é ascendente e os resultados para a vacina podem ser mais assertivos. Ainda segundo a nota da Unifesp, o Brasil é o primeiro país a iniciar os testes fora do Reino Unido. Há, no entanto, outros cuja participação está em processo de análise e aprovação.Os resultados dos testes são importantes para o registro da vacina no Reino Unido, que deve acontecer apenas após a conclusão dos estudos realizados em todos os países participantes. Isso deve ocorrer no final deste ano.Os testes em São Paulo foram viabilizados financeiramente pela Fundação Lemann. Em comunicado à imprensa, Denis Mizne, diretor-executivo da fundação, qualificou a inserção no Brasil em um estudo de vacina contra a Covid-19 como "um marco importante" e que acreditava que a medida poderia "acelerar soluções que tragam bons resultados e rápidos."Ao todo no Brasil, 2.000 pessoas devem participar —1.000 em São Paulo e 1.000 no Rio de Janeiro, onde o teste será conduzido pela Rede D'Or São Luiz e Instituto D’Or (Idor).A aprovação do procedimento pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) foi publicada no Diário Oficial nesta terça-feira (2). A vacina de Oxford assumiu a dianteira na corrida contra uma solução para a pandemia de Covid-19 e foi a primeira a atingir uma escala relativamente grande.Assim, poderá fornecer lições sobre a natureza do coronavírus e sobre as reações do sistema imunológico que poderão informar os governos, doadores, empresas farmacêuticas e outros cientistas que buscam uma imunização.
2020-06-04 17:44:00
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Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/06/unifesp-vai-recrutar-mil-profissionais-de-saude-para-teste-de-vacina-de-covid-19.shtml
Eduardo Sterblitch promove 'terapia em grupo' com novo talk show do Globoplay
“Sterblitch não tem um Talk Show” surgiu há alguns anos como uma peça de teatro. Mas, nesta sexta-feira (5), ele se reinventa para se transformar em atração de streaming exclusiva da Globoplay, sob o nome de “Sterblitch não tem um Talk Show: o Talk Show”.Em tempos de quarentena, o programa digital comandado por Eduardo Sterblitch é gravado inteiramente dentro da casa do humorista. A ideia, segundo ele, é promover uma “terapia em grupo” com conversas sobre os mais diferentes assuntos, via live no Twitter e Facebook do Gshow, com anônimos (da plateia virtual, criada mediante pré-inscrição) e famosos (como Fábio Porchat e Fátima Bernardes).Tais conversas, que acontecem às segundas e terças-feiras às 22h, são então editadas e, nas sextas-feiras seguintes, lançadas como o programa na Globoplay. A intenção é fazer 24 lives, resultando em 12 episódios, lançados semanalmente –o primeiro episódio, gravado nesta segunda (1º), contará com a presença do casal Michel Melamed e Letícia Colin, e da cantora Ivete Sangalo.“Minha vontade é fazer exatamente o contrário dos talk shows; não conversar com famosos, mas com o público. Ver o que a galera tem a dizer, até porque é um momento de muita divisão”, explica o humorista em coletiva de imprensa via videoconferência. “É uma paródia, na verdade, da quantidade de humoristas que fazem talk show, [...] uma coisa mais ‘deep web’, como se a gente fosse um vírus ali. Como se estivéssemos fazendo um programa que nem a Globo sabe que tem”.Aberto a todos os temas, Sterblitch diz que se permite abordar assuntos recorrentes, como a política, mas que a intenção é não falar sobre aquilo que todos já estão falando, muito menos polemizar em cima desses temas. "Não sou uma pessoa intelectual, não consigo dissertar sobre muitos assuntos de uma forma muito profunda, mas sou muito sensível", diz. “Vamos respirar e rir junto, porque eu não aguento mais ficar discutindo, ficar nervoso e ansioso". Para não fazer "mais do mesmo", Sterblitch diz que acompanha os projetos atuais de Fábio Porchat, Marcelo Adnet e Tatá Werneck para conseguir criar algo inovador. O “talk show” do nome do programa, segundo ele, é uma forma de popularizá-lo, uma vez que o formato costuma ser atrativo para o público.“Ele não tem essa responsabilidade de ser um programa de televisão”, explica. “Pra mim é muito mais uma peça [de internet] do que um programa de TV. [...] Só quero fazer a minha arte e fazer a diferença de alguma forma, seja como for".​Ainda assim, Sterblitch reconhece o papel da televisão ao devanear sobre os ambientes de hospitais, onde muitas pessoas estão acamadas e assistindo à TV. "Normalmente essa televisão está ligada na Globo. A não ser que essa pessoa seja muito fã do Bolsonaro, aí ela coloca na Record ou no SBT", diz.Questionado sobre se resistiria a entrevistar alguém, o humorista afirmou que não. “Tem muitas pessoas que eu não gosto, mas acho que mesmo assim os entrevistaria. Sou curioso acima de raivoso”, diz ele, reafirmando que prefere se desafiar e se surpreender, do que fazer um trabalho puramente pelo salário. “Quanto mais nervoso eu fico, artisticamente, mais atento eu fico e mais presente”.No programa, ele pretende ser “um Edu cru”, seguindo seus trabalhos de teatro, que o obrigam a lidar com o improviso. Para isso, conduzirá durante as lives games e dinâmicas divertidas com a linguagem da web, incluindo a criação de memes e "trollagens".“Nunca imaginei que faria televisão e ficaria famoso. O Edu raiz é muito insuportável, e meio metido”, brinca. “Nunca me achei engraçado. Descobri que eu era engraçado no Pânico [na TV, da Band], porque me chamaram para fazer mais de uma vez.”Depois de participar de humorísticos, séries, novela e programas voltados para mulheres e até crianças, Sterblitch ainda quer “fazer de tudo” –mas somente se o público permitir. “Se o público me cancelar, talvez eu não consiga. Mas se eu continuar não sendo cancelado, talvez eu consiga alçar outros voos”.
2020-06-04 16:08:00
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Cinema e Séries
https://f5.folha.uol.com.br/cinema-e-series/2020/06/eduardo-sterblitch-promove-terapia-em-grupo-em-novo-talk-show-da-globo.shtml
Concessionárias e escritórios serão autorizados a abrir na cidade de SP
Concessionárias e escritórios serão autorizados a abrir na cidade de São Paulo nesta sexta-feira (5). Segundo o prefeito Bruno Covas (PSDB), os protocolos são assinados nesta quinta (4) e passam a valer a partir de amanhã.As medidas para a reabertura foram apresentadas nesta quinta, em uma entrevista coletiva da prefeitura.Os estabelecimentos poderão funcionar quatro horas por dia e a abertura e o fechamento devem acontecer fora dos horários de pico de trânsito. Eles não podem, portanto, abrir depois das 7h e antes das 10h e fechar depois das 17h e antes das 20h. Mais Entre os protocolos a serem seguidos, estão o distanciamento de 1,5 m entre as pessoas, com demarcações e barreiras físicas, e estímulo ao trabalho remoto, principalmente para mães com filhos pequenos.Pessoas dos grupos de risco também devem evitar o trabalho presencial e a limitação de 20% de público nos espaços deve ser respeitada.Em relação aos processos de higienização, os escritórios e concessionárias devem disponibilizar álcool em gel, água, sabão e toalhas descartáveis, intensificar medidas de limpeza e reforçar a higienização do sistema de ar condicionado.O uso de máscaras por funcionários e clientes também é obrigatório e as empresas devem fazer medição de temperatura e testagem de funcionários que apresentarem sintomas de coronavírus.Covas afirmou que, até ontem a noite, a prefeitura da capital recebeu 74 propostas de reabertura —42 são dos 5 setores que estão na segunda fase do plano de reabertura do estado de São Paulo. As outras 32 são de setores das demais fases.No plano do estado de São Paulo, a capital foi incluída na chamada área laranja, na classificação de cinco fases do governo: vermelha, laranja, amarela, verde e azul. Na primeira, há restrição total, que vai desaparecendo gradualmente até chegar na fase azul, de abertura.Questionado sobre como a prefeitura se planeja para o maior movimento de pessoas, esperado pela reabertura, o prefeito também disse que 2.000 ônibus entrarão em circulação de acordo com a demanda da SPTrans para não haver superlotação. Hoje, a frota é de 8.400.Até esta quarta-feira (3), a cidade tem 72.171 casos confirmados de Covid-19 e 4.480 óbitos.Já taxa de ocupação de leitos de UTI na capital é de 64%. Em todo o estado, a taxa é de 71,4%.
2020-06-04 16:45:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/concessionarias-e-escritorios-serao-autorizados-a-abrir-na-cidade-de-sp.shtml
Depósito em conta de auxílio emergencial faz poupança bater novo recorde histórico
Os depósitos em cadernetas de poupança superaram em R$ 37,2 bilhões os saques em maio, maior captação líquida da história.O auxílio emergencial do governo pode explicar o movimento. Grande parte do socorro oferecido em razão da pandemia do novo coronavírus é pago por meio de conta-poupança.Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (4) pelo Banco Central. Em abril, o investimento já tinha batido recorde, com R$ 30,4 bilhões. A série histórica foi iniciada em janeiro de 1995.O saldo total aplicado na modalidade é de R$ 921 bilhões e também é o maior da série. Os brasileiros depositaram R$ 235 bilhões na poupança, maior valor da série para o mês de maio. Os saques, embora tenham tido leve alta em relação ao mês anterior, ficaram abaixo da média registrada nos outros meses deste ano, com R$ 197,8 bilhões.Embora tenha perdido 0,04 ponto percentual em rentabilidade em relação ao março, em abril a caderneta teve ganho real (acima da inflação), de acordo com dados do Banco Central e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Em abril, a poupança rendeu 0,17% e houve deflação (inflação negativa) de 0,31%, com 0,48 ponto percentual de ganho real.O investimento rende a Taxa Referencial (TR), hoje zerada, mais 70% da Selic, que está em 3% ao ano.A regra prevê que, quando a taxa básica de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será 0,50% ao mês, mais TR. Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR.
2020-06-04 16:41:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/deposito-em-conta-de-auxilio-emergencial-faz-poupanca-bater-novo-recorde-historico.shtml
Tenista de 16 anos faz discurso em protesto pela morte de George Floyd
A tenista norte-americana Coco Gauff, 16, foi mais uma atleta que emprestou a sua voz para se juntar aos protestos nos Estados Unidos pela morte de Goerge Floyd, homem negro de 46 anos morto pela polícia de Minneapolis.Durante uma manifestação em sua cidade natal, Delrey Beach, na Flórida, a tenista fez um discurso emotivo sobre a questão racial no país e se disse triste ao protestar por uma causa que sua avó, presente no local, já protestava há 50 anos."Precisamos primeiro amar uns aos outros. Eu passei toda a semana tendo conversas duras e tentando educar meus amigos que não são negros sobre como eles podem ajudar o movimento. Em segundo lugar, precisamos agir. Eu não estou na idade de votar, está nas mãos de vocês votar pelo futuro, o futuro dos meus irmãos, o seu futuro, então essa é uma forma de mudar. Em terceiro lugar, vocês precisam usar sua voz, não importa o quão pequena ou grande seja sua plataforma, você precisa usar sua voz", disse Gauff."Eu vi uma citação do Dr. Martin Luther King que dizia que o silêncio das pessoas boas é pior que a brutalidade das más", prosseguiu a atleta.Gauff publicou o vídeo do discurso em sua conta no Twitter. A publicação já superou a marca 175 mil visualizações.A ex-número um do mundo Kim Clijsters elogiou a postura da jovem atleta e, também no Twitter, manifestou apoio ao discurso da norte-americana."Obrigada por ser uma garota com quem minha filha vai aprender e admirar. Eu prometo que vamos seguir ensinando nossas crianças a coisa certa a se fazer para que eles possam passar isso adiante. Tudo começa em casa!", escreveu Clijsters.Coco Gauff ganhou grande destaque em 2019 quando superou em Wimbledon, com apenas 15 anos de idade, a pentacampeã do torneio Venus Williams, em sua estreia na chave principal da competição.
2020-06-04 15:50:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2020/06/tenista-de-16-anos-faz-discurso-em-protesto-pela-morte-de-george-floyd.shtml
Fundações doam R$ 66 milhões ao combate à Covid-19
Comprometida em apoiar as comunidades no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, a Fundação Salvador Arena (FSA) vai doar mais de R$ 2,6 milhões a iniciativas de amparo a famílias, cidadãos em situação de rua e hospitais, impactando cerca de 80 mil pessoas diretamente.Entre as instituições de saúde atendidas, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo recebeu cerca de R$ 360 mil para a compra de novos sistemas de vácuo, aspiradores de secreção, monitores multiparâmetros, macas, fios para entubação, entre outros produtos para equipar as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).Já o Hospital Santa Marcelina, maior da zona leste de São Paulo, recebeu tubos de cobre, conexões e peças para ampliação do pronto socorro, além de mil litros de álcool em gel, ultrapassando R$ 19 mil em investimentos. Mais A Fundação também ampliou o Programa de Auxílio Emergencial para Famílias (PAEF), que fornece cartão supermercado a lares em situação de vulnerabilidade social. A indicação é feita pelos colaboradores e, devido ao surto da Covid-19, foi ampliado de 400 para 2.100 famílias, beneficiando aproximadamente 6.930 pessoas.O Programa de Alimentação Complementar para Entidades Sociais (PACES), que subsidia entidades beneficentes que oferecem alimentação também foi expandido. Além do aumento de 49 para 60 instituições contempladas, passou a fornecer cestas de alimentos e produtos de higiene e limpeza para os assistidos consumirem em suas casas. Estas ampliações demandaram R$ 1,4 milhão em investimentos.Ainda na linha alimentar, a FSA garante mil refeições diárias, por três meses, para cidadãos em situação de rua atendidos pelo Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS), que atua no entorno do Largo São Francisco, região central de São Paulo. Para os alunos do seu Centro Educacional em situação de vulnerabilidade e moradores de bairros carentes da região do ABC Paulista, a Fundação vem fornecendo cestas básicas que, juntas, somaram investimentos de R$ 235 mil.Outra ação de destaque é a destinação de 300 litros de álcool em gel e cerca de mil cobertores ao Fundo Social de São Bernardo do Campo, que fará a distribuição em diversas comunidades atendidas pelas ONGs da cidade, um investimento de quase R$ 25 mil.Um projeto em comum com o Centro Educacional e Profissional do Coroadinho (CEPC), situado em região de extrema vulnerabilidade social em São Luís do Maranhão, iniciado em 2019, permitiu estender as ações da FSA na comunidade e garantir a chegada de alimentos e produtos de limpeza, direcionando R$ 105 mil a 2.356 famílias.Na mesma linha, a Amgen e a Amgen Foundation anunciam a contribuição inicial de US$ 12,5 milhões (R$ 63,7 milhões) para os esforços para conter a Covid-19, tratamento de pacientes que já contraíram a infecção e suporte às comunidades ao redor do mundo.A doação no Brasil será de US$ 100 mil (R$ 510 mil), voltada especialmente ao atendimento às necessidades das comunidades que possam ser ou já foram afetadas pela pandemia do novo coronavírus.O auxílio chegará à população por meio das organizações sociais Visão Mundial e Gerando Falcões —cada uma receberá aproximadamente R$ 200 mil reais.Com a quantia, a Visão Mundial, que atua com pessoas em situações de vulnerabilidade, distribuirá kits de higiene pessoal e limpeza para garantir a prevenção de famílias em áreas de risco.Já a Gerando Falcões, que apoia e acelera o trabalho de outras ONGs que atuam em periferias e favelas de todo o Brasil, utilizará o valor para aumentar a distribuição de cestas básicas digitais —cartões com cargas de R$ 100 ao mês no decorrer de três meses, que podem ser usados em mercados no entorno das favelas.A Amgen Brasil também incentiva os funcionários a realizarem doações às organizações Vocação e Ação Cidadania, que atuam na luta contra o novo coronavírus a partir da compra e entrega de cestas básicas e produtos para higiene pessoal.Com isso, a Amgen Foundation se comprometeu a dobrar o valor doado pelos funcionários Amgen, destinando a quantia para a instituição selecionada pelo colaborador.
2020-06-04 16:25:00
empreendedorsocial
Empreendedorismo Social
https://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2020/06/fundacoes-doam-r-66-milhoes-ao-combate-a-covid-19.shtml
Prorrogar desoneração da folha evita aumento do desemprego, diz Maia
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira (4) que a prorrogação da desoneração da folha de pagamento até o fim de 2021vai evitar o aumento do desemprego.Pelas estimativa da Casa, sem a desoneração, os 17 setores da economia que hoje contam com esse benefício teriam de arcar com um adicional de R$ 10 bilhões em custos trabalhistas, uma despesa pesada no momento em que a pandemia reduz drasticamente o faturamento das empresas.A manutenção da desoneração está no texto da MP-936, medida provisória que regulamente reduções de jornada e de salário durante a pandemia. A MP passou pela Câmara e ainda precisa ser analisado pelos senadores.Maia relembrou que durante a discussão do fim da desoneração da folha em 2018, ainda no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), não se esperava a crise que o país vive hoje por causa da pandemia."[A proposta de prorrogação por 12 meses vai] gerar alguma previsibilidade de 2020 para 2021 para os setores que vão ter esse aumento de R$ 10 bilhões. Para que essa previsibilidade possa garantir ou uma não demissão de funcionários ou, pelo menos, um número menor de desemprego nesses setores para os próximos meses" disse.Durante as discussões em torno da MP, a proposta inicial era que a desoneração fosse prorrogada por dois anos, mas o período foi reduzido para 12 meses."Nós achamos razoável que a prorrogação fosse apenas por 12 meses, porque isso tinha relação direta com a crise. Quando você entrava em 2022, você já estava muito distante dessa crise de 2020", afirmou Maia.Atualmente, a desoneração abrange empresas de 17 setores, entre elas as que atuam no ramo da informática, com desenvolvimento de sistemas, processamento de dados e criação de jogos eletrônicos, além de call center e empresas de comunicação (mídia).
2020-06-04 15:25:00
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Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/prorrogar-desoneracao-da-folha-pode-evitar-impacto-de-r-10-bilhoes-em-custos-de-mao-de-obra-diz-maia.shtml
Série da Amazon sobre Fifagate mostra dirigentes corruptos e caricatos
Cada vez que os personagens de "El Presidente" fazem uma negociata, é tocada ao fundo uma música de comédia pastelão, daquelas em que uma trapalhada está sempre prestes a acontecer.Em oito episódios, a série inspirada no escândalo que ficou conhecido como Fifagate estreia nesta sexta (5) no serviço de streaming Amazon Prime. Um dos seus produtores executivos é Armando Bó, vencedor do Oscar em 2014 como roteirista de "Birdman", que também levou estatuetas de melhor filme e diretor.O esquema de suborno para dirigentes da Fifa atingiu em cheio os cartolas sul-americanos a partir de maio de 2015, quando o FBI fez prisões na Suíça e processou presidentes de associações nacionais e empresários.O então mandatário da CBF, José Maria Marin, que acabou condenado e preso nos EUA, saiu da cadeia apenas em abril deste ano, por causa da pandemia da Covid-19. Seu antecessor, Ricardo Teixeira, e o sucessor, Marco Polo del Nero, não deixam o Brasil com medo de serem detidos.A Folha assistiu aos quatro primeiros episódios e os dirigentes estão quase todos representados, menos Del Nero. O argentino Mariano Jinkis, dono da Full Play, e o brasileiro J.Hawilla, proprietário da Traffic e morto em 2018, também são retratados na série.Ambos foram acusados de oferecer subornos pelos direitos de transmissão de jogos organizados pela Conmebol. Hawilla se tornou colaborador da Justiça americana.O fio condutor da narrativa está no personagem de Julio Grondona, presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino) de 1979 a 2014, ano em que morreu. Ele desempenha na série o papel de tutor de Sergio Jadue nos meandros do futebol e nos esquemas de corrupção. Jadue, retratado de forma caricata na série, é ex-presidente da AFNP (Associação Nacional de Futebol Profissional) do Chile.Interpretado por Luis Margani, Grondona mantém a imagem que sempre cultivou entre seus pares do futebol sul-americano na vida real: uma espécie de Don Corleone da bola, aquele capaz de vinganças silenciosas e mestre no maquiavelismo, com seu lema escrito no anel que sempre usava: "tudo passa".O primeiro episódio começa no enterro do cartola, em 2014, quando os outros se reúnem, mesmo no cemitério, para começar a debater quem vai ficar com o que no espólio da corrupção.A série reproduz fielmente alguns cenários conhecidos pela cartolagem do futebol sul-americano, como os corredores do hotel em Luque, no Paraguai, que fica ao lado da sede da Conmebol."El Presidente" é baseado em fatos reais, mas romanceado. Jadue (interpretado por Andrés Parra), que realmente saiu da presidência de um clube pequeno, o Deportes La Calera, e chegou de maneira surpreendente à presidência da associação nacional, é retratado como um bobo, controlado pela mulher, Nené (Paulina Gaitán), também por Grondona e principalmente por Rosario, a agente do FBI interpretada por Karla Souza. Flagrado em esquemas de corrupção, Jadue se tornou colaborador da Justiça americana. No ano passado, foi fotografado ensanguentado após brigar com o atual namorado de Nené.Para os mais rigorosos, há imprecisões históricas, criadas para efeito dramático. O chileno não era um paspalho, mas um dirigente que soube se aproveitar do descontentamento dos clubes pequenos para assegurar seu poder no futebol do país. É uma receita repetida pelo atual presidente da AFA, Claudio Tapia.As cenas filmadas no que seriam o estádio do Arsenal de Sarandí, time criado por Grondona, acabaram feitas no campo do Tigre. A família do cartola ainda controla o Arsenal.Todos os personagens brasileiros simulam sotaques do Rio de Janeiro, e o mais marcado de todos é justamente o do paulista José Maria Marin (interpretado pelo chileno Alejandro Trejo).A série mostra a relação entre Jadue e Rosário (que aparece no início como funcionária do bar do hotel ao lado da Conmebol) como de medo, chantagem e em algumas vezes de afeto. Por exemplo, quando a mãe da agente morre e ela pergunta ao cartola corrupto como este se sentiu ao perder o pai.Há cenas tolas, como a de Jashir (Alberto Ajaka), capanga de Jadue que, para se livrar dos pombos que insistem em aparecer no centro de treinamento da seleção chilena, os abate a tiros.São ilustrativas as imagens das "bolinhas geladas" no sorteio dos grupos da Copa América de 2015, no Chile. Uma picaretagem clássica do futebol sul-americano, ambiente que "El Presidente" tenta retratar ao exibir dirigentes de futebol corruptos, cafonas e atrapalhados.A única exceção neste último quesito é Grondona, que avisa a Jadue, feliz pelo Chile ter sido escolhido sede da competição: "O torneio começa a ser jogado no sorteio dos grupos".
2020-06-04 15:14:00
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https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2020/06/serie-da-amazon-sobre-fifagate-mostra-dirigentes-corruptos-e-caricatos.shtml
Parlamento holandês aprova moção contra acordo entre Mercosul e União Europeia
Antes mesmo de ser assinado, o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia enfrentou nova rejeição política por um país europeu nesta quarta-feira (3): a maioria do Parlamento holandês fez passar uma moção contra sua ratificação.Os argumentos usados são os mesmos dos deputados da Valônia (região belga de língua francesa) que, em fevereiro, aprovaram por unanimidade um veto ao acordo. Segundo os parlamentares, ele abre o mercado europeu para produtos agropecuários obtidos à custa da destruição do ambiente.Desde o anúncio de que os dois lados haviam aparado todas as arestas das negociações comerciais, têm crescido críticas contra a política ambiental brasileira em países nos quais setores agrícolas exercem pressão política grande, como França, Irlanda e regiões da Bélgica, e na Áustria, cuja coligação governista inclui o Partido Verde.Nesta etapa, nenhuma das manifestações parlamentares têm efeito prático, mas elas prenunciam uma batalha política que deve dificultar os planos de exportadores brasileiros que sonham com acesso facilitado a um mercado de quase 450 milhões de habitantes, que em 2019 comprou 26,8 bilhões de euros (mais de R$ 155 bilhões) em produtos brasileiros. O Brasil é o maior exportador de agropecuários para o bloco europeu, que, por sua vez, é o segundo principal parceiro comercial do país, atrás da China.Num sinal de que pressões protecionistas agravadas pela crise do coronavírus devem se alimentar de maus resultados ambientais brasileiros, na semana passada até a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, vista como defensora do agronegócio "sustentável", foi chamada pelo jornal francês Le Monde de "senhora desmatamento".Negociado em 2019, o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia está em fase de revisão jurídica.Em seguida, será traduzido para todas as línguas oficiais da UE e do Mercosul, e precisará ser assinado pela Comissão Europeia (Poder Executivo da UE), aprovado por unanimidade pelo Conselho Europeu (que reúne os líderes dos 27 Estados membros) e pela maioria do Parlamento Europeu.Depois, terá ainda que ser aprovado por cerca de 35 parlamentos nacionais e regionais (no caso de federações como a Bélgica, que tem três Casas regionais, entre elas a da Valônia). Se for reprovado em qualquer uma dessas instâncias, volta à estaca zero. Diplomatas e empresários que acompanham as negociações consideram previsíveis as oposições de rivais agrícolas, mas dizem acreditar que, como o livre comércio beneficia a União Europeia, mesmo líderes nacionais que o criticam publicamente agirão pela sua aprovação quando (ou se) o documento chegar aos plenários.No último mês, porém, um novo obstáculo começou a ser costurado nos gabinetes da Comissão Europeia e dos eurodeputados, com apoio dos governos francês e holandês. Nesta quarta, as comissões de Comércio Exterior e de Agricultura do Parlamento Europeu se manifestaram a favor de que o Acordo de Paris se transforme em cláusula essencial dos tratados de livre comércio ainda não assinados.Isso abriria espaço para que, mesmo que o acordo com o Mercosul seja ratificado, os europeus impusessem barreiras a produtos brasileiros por causa de problemas como o recente aumento no desmatamento (que, neste ano, deve ficar entre 12 mil km2 e 16 mil km2, uma das piores escaladas de aumento na destruição da floresta em pelo menos dez anos).
2020-06-04 14:51:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/parlamento-holandes-aprova-mocao-contra-acordo-entre-mercosul-e-uniao-europeia.shtml
Brazilian Environment Minister Signs Order Revoking Regularized Atlantic Forest Invasions
The Minister of the Environment, Ricardo Salles, revoked an order that would have canceled Atlantic Forest environmental infraction notices related to invasions going up to 2008.The initiative, which was linked to the Advocacia-Geral da União and applied the Forest Code, allowed environmental infraction notices to be canceled in practice.In an interview with Folha, the minister said that he invalidated the order and that the government decided to enter an ADC (Direct Action of Constitutionality) in the STF (Supreme Federal Court), thus trying to avoid legal questions.In recent weeks, the decision has been contested by environmental entities, and the Federal Public Ministry has even requested its annulment.In the conversation with Folha, the minister acknowledged the difficulty in reducing deforestation in the Amazon forest this year but said he believed that the outlook is positive for 2021.He minimized a bid of R $ 1 million for the rental of armored cars. "All ministries have an armored car. Is a Minister of State riding an armored car a case of Maharajah?" he asked.Translated by Kiratiana FreelonRead the article in the original language
2020-06-04 14:40:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/scienceandhealth/2020/06/brazilian-environment-minister-signs-order-revoking-regularized-atlantic-forest-invasions.shtml
Adélio agiu sozinho na facada em Bolsonaro, conclui Procuradoria ao pedir arquivamento de inquérito
O Ministério Público Federal em Minas Gerais se manifestou pelo arquivamento provisório do segundo inquérito policial que apura a possível participação de terceiros no atentado contra o presidente Jair Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018.No documento enviado à Justiça Federal, a Procuradoria afirma ter concluído, após análise do material reunido pela Polícia Federal, que Adélio Bispo de Oliveira concebeu, planejou e executou sozinho o atentado.Adélio, declarado inimputável por ter doença mental, cumpre medida de segurança no presídio federal de Campo Grande (MS). Segundo o Ministério Público Federal, Adélio já estava em Juiz de Fora quando o ato de campanha do então candidato Bolsonaro foi programado e que, portanto, o autor da facada não se deslocou até a cidade com o objetivo de cometer o crime.Os representantes da Procuradoria afirmam ainda que Adélio não mantinha relações pessoais com nenhuma pessoa na cidade mineira, tampouco estabeleceu contatos que pudessem ter exercido influência sobre o atentado.Além disso, frisam ainda os procuradores que ele não efetuou ou recebeu ligações telefônicas ou troca de mensagens por meio eletrônico com possível interessado no atentado ou relacionadas ao crime.As investigações da polícia, de acordo com a Procuradoria, deixaram claro que, nas contas bancárias de Adélio e de seus familiares também investigados, não houve movimentação financeira incompatível com seus trabalhos ou com seus padrões de vida.A apuração não encontrou valores atípicos ou de origens desconhecidas nas contas do suspeito ou de seus familiares. “Não há respaldo à hipótese de que o delito pudesse ter sido praticado mediante pagamento”, afirma o Ministério Público Federal. Apesar das conclusões do inquérito apontarem para Adélio como único autor do crime, o pedido de arquivamento enviado à Justiça Federal é provisório em razão de diligências que dependem de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) para serem concluídas e que poderiam, em tese, revelar a existência de grupo ou pessoas no atentado.Para a Procuradoria, resta a identificação da origem dos honorários alegadamente pagos para a defesa de Adélio Bispo, a qual não foi contratada pelo próprio acusado nem por seus familiares.“Nesta investigação, também não há suspeita de participação dos advogados na infração penal. E a identificação da origem dos honorários alegadamente contratados faz-se igualmente necessária à completa elucidação do fato. Trata-se da linha de investigação ainda pendente, em coerência com a orientação de exaurimento de todas as hipóteses cogitadas”, diz a manifestação. Com a conclusão da Polícia Federal de que não houve mandante da facada, o foco do presidente no caso passa a ser o julgamento no STF sobre a perícia em materiais apreendidos com advogados do autor do crime.O caso foi remetido à corte em fevereiro, mas está parado. Como a ação ainda não foi distribuída internamente, não foi escolhido nem sequer o ministro relator. A decisão sobre o assunto é considerada importante porque pode fornecer elementos para abrir novas frentes de investigação.Como a Folha mostrou em abril, a PF descartou no inquérito a participação de terceiros no planejamento ou execução da facada, confirmando a tese de que Adélio agiu sozinho.Esse foi o segundo inquérito aberto pela PF sobre o caso. O primeiro, finalizado ainda no mês do atentado, em setembro de 2018, já havia demonstrado que Adélio atuou por conta própria ao tentar assassinar o então presidenciável durante um ato de campanha em Juiz de Fora. O autor está preso desde então.A pressão sobre a investigação se elevou com afirmações de Bolsonaro que puseram em xeque o trabalho da PF. O presidente e seus apoiadores voltaram a propagandear a versão de que o crime teria sido encomendado a Adélio, o que nunca ficou provado nos inquéritos. A insatisfação de Bolsonaro com o resultado foi um dos ingredientes alegados por ele para a troca no comando da corporação, o que levou ao pedido de demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.Agora, o STF terá que decidir se autoriza ou não a análise de celulares, documentos e outros itens apreendidos pela PF no escritório do advogado Zanone de Oliveira Júnior, que assumiu a defesa de Adélio logo após o fato. Desde o fim do ano passado, ele é representado pela DPU (Defensoria Pública da União).A corte dirá se o exame dos materiais viola o sigilo profissional do advogado, garantido pela Constituição. A perícia foi suspensa em 2019, após a Justiça atender a um pedido apresentado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).O debate judicial estava ocorrendo no TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), que em fevereiro resolveu encaminhar o caso ao STF, por se tratar de assunto constitucional.Os registros recolhidos no escritório de Zanone poderiam fornecer pistas sobre possíveis contratantes ou financiadores de Adélio, abrindo caminho para eventualmente se chegar a nomes de terceiros envolvidos na tentativa de assassinato. O defensor sempre refutou essa hipótese.O advogado Antônio Pitombo, que representa Bolsonaro no processo, confirmou à Folha que as atenções agora se voltam para o Supremo. "Há uma prova pertinente e relevante que depende do julgamento de um mandado de segurança, que se encontra no STF", afirmou, referindo-se aos itens apreendidos.Mesmo sem um veredito, a PF trabalha com a possibilidade de reabrir a investigação no futuro caso o STF autorize o pente-fino nos materiais.
2020-06-04 14:37:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/06/adelio-agiu-sozinho-na-facada-em-bolsonaro-conclui-procuradoria-ao-pedir-arquivamento-de-inquerito.shtml
Transferência da rede de ensino particular para a estadual cresce mais de dez vezes em SP
O número de alunos transferidos da rede particular para a estadual cresceu mais de dez vezes em abril e maio deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior.Segundo o governo, foram 2.388 transferências em 2020, contra 219 em 2019. Pela primeira vez, as matrículas podem ser feitas online neste ano e a página para a pré-inscrição já está disponível.Elas valem para o ano vigente e para a migração para a rede estadual de aluno que esteja ou na rede privada ou vindo de outros estados.Já as transferência entre redes públicas estão suspensas e devem voltar no mesmo momento que as aulas presenciais retornarem no estado.
2020-06-04 13:55:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/06/transferencia-da-rede-de-ensino-particular-para-a-estadual-cresce-mais-de-dez-vezes-em-sp.shtml
Estado de SP inicia teste de Covid-19 em internos da Fundação Casa e asilos
Dentro da estratégia ampliada de testes para covid-19, o governo estadual começou a testar funcionários da saúde, internos da Fundação Casa e asilos.No total, serão testados 12 mil funcionários do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e 20 mil do HC-SP, 4.800 internos de 138 unidades da Fundação Casa e a população de 552 asilos.Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e membro do Centro de Contingência do Coronavírus, já foram realizados 90.000 testes rápidos, sendo 70.000 na coorte da Segurança Pública (policiais civis, militares, bombeiros e seus familiares). Do total, 20% demonstraram ter tido contato com o vírus e adquiriram imunidade. O governo do estado pretende testar também doadores de sangue e quem apresentou sintomas leves de gripe. "O estado de São Paulo é o que mais testa e chegará aos níveis de testagem de outros países, como Itália e Espanha", diz Covas.A ampliação da estratégia de testagem da população proporcionará obter uma melhor dimensão da curva de infecções, o que será fundamental para a tomada de decisões no enfrentamento da pandemia.Covas afirmou que o estado aumentou a capacidade de realização de testes para diagnóstico de Covid-19 de mil, no início de abril, para oito mil por dia, seja o RT-PCR, que identifica a presença do vírus, ou o teste rápido, que aponta a presença de anticorpos do vírus no sangue.O estado de São Paulo chegou a 8.561 mortos por Covid-19 nesta quinta-feira (4), um aumento de 3,4% em relação ao dia anterior, quando somou 8.276. No período, houve 285 novas mortes.Em relação aos casos, há 129.200 infectados, 4,4% a mais que o registrado na quarta (3), quando foram confirmados 123.483.As taxas de ocupação dos leitos de UTI continuam altas, mas estáveis, com 71,4% no estado e 82,4% na Grande São Paulo.O estado abriu mais 61 novos leitos de UTI. Destes, oito foram implantados em Votuporanga (521 km de SP) e 43 na Grande SP.Até esta quinta, 7.670 pacientes com confirmação ou suspeita da doença estão internados nas enfermarias e 4.799 em UTIs.
2020-06-04 13:39:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/06/estado-de-sp-tem-mais-de-8500-mortos-por-covid-19.shtml
Morre Mario Tatini, fundador de tradicional restaurante italiano de SP
Morreu, aos 92 anos, na madrugada desta quinta-feira (4), Mario Tatini, fundador de uma das mais tradicionais casas de comida de São Paulo, o Restaurante Tatini. A morte, segundo seu neto Thiago, foi por causas naturais.A família italiana Tatini é conhecida pela forte tradição gastronômica há mais de um século. Casimiro Tatini, avô de Mario, abriu o primeiro restaurante da família, o Antico Fattore, em Firenze, na Itália, em 1910. Décadas depois, em 1983, Mario abriu o próprio restaurante em São Paulo, onde morava desde 1954. ​Após fazer sucesso entre os paulistas, o estabelecimento italiano inspirou a autora Teresa Cristófani Barreto a escrever o livro "Receita de Mario Tatini", publicado em 2004, que narra as experiências gastronômicas de quatro gerações da família no Brasil e em países europeus e africanos.Há dois anos, Thiago também decidiu seguir a tradição familiar e abriu o restaurante Casimiro, na Alameda Santos.Mario Tatini deixa a mulher Gisela, quatro filhos e quatro netos. O velório acontece nesta quinta, às 14h, no Cemitério de Congonhas, em São Paulo.
2020-06-04 13:37:00
comida
Comida
https://www1.folha.uol.com.br/comida/2020/06/morre-mario-tatini-fundador-de-tradicional-restaurante-italiano-de-sp.shtml
É falso que ação da PF no Ceará reduziu mortes por Covid-19 em 90%, como circula nas redes
É falsa a informação que tem circulado nas redes sociais sobre uma redução de 90% no número de mortes por Covid-19 depois que a Polícia Federal deflagrou uma operação no Ceará. Uma imagem publicada em um perfil pessoal no Facebook no dia 27 de maio afirma que, em dois dias, o número de óbitos do estado pelo novo coronavírus teria caído 90%. A postagem diz ainda que a Polícia Federal seria o “remédio infalível” para a redução.Conforme verificado pelo Comprova, de fato, a PF deflagrou uma operação, chamada Dispneia, no Ceará, no dia 25 de maio, para apurar superfaturamento na compra de respiradores para o município de Fortaleza. A ação aconteceu em parceria com o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União.Dados do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Ceará apontaram para uma redução no número de mortes entre a data da operação da PF e a publicação. Mas nada próximo da queda de 90% apontada no post.A verificação feita pelo Comprova foi realizada em duas etapas. Primeiro, foi investigado se houve, de fato, uma operação da Polícia Federal no Ceará em datas próximas à da postagem e se havia relação com o contexto da pandemia do novo coronavírus. Em seguida, checou os registros de óbitos no estado em datas próximas à da postagem para verificar se houve uma redução de 90% dos registros.Nenhum dos órgãos consultados apontou uma redução de 90% dos óbitos nos dias subsequentes à realização da operação da Polícia Federal. Segundo o Ministério da Saúde, a queda foi de 60% no período – 169 mortes em 25 de maio e 68 dois dias depois, na data da postagem. Já a Secretaria de Saúde do Ceará detectou queda de 29% entre as duas datas (de 69 para 49 óbitos).O Comprova também tentou falar com a autora da postagem, que diz morar em Fortaleza e ser formada em Odontologia. Ela costuma postar mensagens a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e contra o governador do Ceará, Camilo Santana (PT). Até o momento da publicação, ela não havia respondido.Falso para o Comprova é todo o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira.
2020-06-04 13:17:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/06/e-falso-que-acao-da-pf-no-ceara-reduziu-mortes-por-covid-19-em-90-como-circula-nas-redes.shtml
Multidão de camelôs se aglomera no Brás, e gestão Covas faz operação
Após o anúncio do início da reabertura pelo governo de São Paulo, o grupo de ambulantes que fica nas madrugadas aumentou e a Prefeitura de São Paulo fez uma operação na madrugada de quinta (4) para tentar coibir a multidão.Imagens obtidas pela Folha mostram uma grande multidão na rua Rodrigues dos Santos, no Brás. A pessoa que faz a filmagem mostra uma grande aglomeração de comerciantes e camelôs e diz: "O Brás voltou".O comércio não está permitido nas ruas da cidade até a aprovação de protocolos de segurança, o que não impediu a atuação irregular, que reuniu um grande número de pessoas, gerando risco de disseminação do coronavírus.O vereador Adilson Amadeu (DEM) fez críticas ao poder público por, enquanto manda fechar comércios regulares, não impede esse tipo de aglomeração."Um absurdo. O governo fecha as portas para o comércio regular, que construiu grandes shoppings, hotéis, lojas, que dá 400 mil empregos, e os ambulantes começaram para valer", disse.Ele afirmou que a polícia também tem de investigar grupos que cobram por segurança no local. Nesta semana, segundo ele, contêineres foram esvaziados para venda irregular naquele ponto.A gestão Covas afirmou que "operação realizada na madrugada desta quinta-feira (4) teve o apoio da Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana, e objetivo foi impedir que os ambulantes se estabelecessem, como forma de evitar aglomeração de pessoas".Segundo a administração, a operação durou entre 22h e 5h, nas ruas Oriente, da Juta e Rodrigues dos Santos. As ações na região serão mantidas durante o mês de junho, diz a prefeitura."Vale ressaltar que a operação de fiscalização é contínua. Nos meses de abril e maio, foram apreendidos mais de 12 mil produtos vendidos irregularmente na região".
2020-06-04 13:48:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/06/multidao-de-camelos-se-aglomera-no-bras-e-gestao-covas-faz-operacao.shtml
Alemanha vai dar 300 euros para cada criança em megapacote para reanimar economia no tranco
A Alemanha ligou sua casa de força hoje com um pacote de estímulo de 130 bilhões de euros (cerca de R$ 754 bilhões) que envolve dinheiro para famílias com crianças, cortes de impostos e incentivos a carros elétricos entre outras coisas. É o primeiro país europeu a lançar um programa de investimento público na recuperação.O ministro da Economia, Peter Altmaier, chamou o plano de o "maior programa de estímulo de todos os tempos" ao apresentar o documento que ostentava na capa, em letras pretas grandes, o título “Kraftpaket Deutschland” (Alemanha Casa de Força).O ministro das Finanças, Olaf Scholz, afirmou que o objetivo é tirar o país da crise "com um kabum" (som de algo que explode).O choque de recuperação inclui cortar o imposto sobre valor agregado de 19% e 7% para 16% e 5% até o final de 2020, a um custo de 20 bilhões de euros, e pagar às famílias € 300 (cerca de R$ 1.700) para cada criança do país, um total de € 4,3 bilhões que deve se refletir no consumo.Também foram anunciados investimentos de € 50 bilhões em tecnologias digitais ou de combate ao aquecimento global, e o subsídio para carros elétricos dobrou, de 3.000 para 6.000 euros, para veículos que custam 40 mil euros. Carros a diesel ou gasolina ficaram de fora do pacote, para frustração da indústria automobilística do país, responsável por fatia considerável das exportações alemãs.Haverá investimento de 2,5 bilhões de euros em infraestrutura para reabastecer os carros elétricos e em tecnologia de baterias e um esquema especial para substituir caminhões a diesel mais antigos, além de 1 bilhão de euros no financiamento de aeronaves que provoquem menos poluição atmosférica e sonora.O pacote inclui ainda um fundo de € 25 bilhões para emprestar a pequenas empresas que tenham queda abrupta de receita no segundo semestre, o que deve socorrer principalmente bares, restaurantes e hotéis. Para todas, as contribuições para a previdência social foram limitadas a 40% dos salários (até o teto) nos próximos anos.O setor público também foi incluído no socorro atual, com 10 bilhões de euros para compensar a perda de arrecadação e investir em infraestrutura e habitação. A Casa de Força é um passo além do programa de socorro para os danos da crise, de € 750 bilhões, voltado para manter fluindo o crédito para empresas e evitar demissões. A Alemanha é também o país da Europa que mais repassou recursos públicos a empresas afetadas pela pandemia até agora.A chanceler (equivalente a primeira-ministra) Angela Merkel havia prometido “medidas ousadas” para religar a economia alemã, que vinha engasgando desde o final do ano passado, antes mesmo de ser afetada pela pandemia de coronavírus.Com as medidas tomadas desde março, Merkel se afasta de vez da política de austeridade, que procurava evitar déficits nas contas públicas e aumento do endividamento. Desde o começo de 2020, o governo vinha sendo pressionado a gastar mais para reanimar a maior economia da Europa, em vez de manter superávits como o de 13,5 bilhões de euros em 2019, um número recorde que se seguiu a outros quatro anos seguidos de sobra nos cofres públicos.O megapacote é considerado também uma vitória política de Merkel, que precisou negociá-lo com os dois partidos que formam com a União Democrática Cristã a coalizão que governa o país: a CSU (União Social Cristã, da Baviera), também de centro-direita, e o SPD (Partido Social-Democrata), de centro-esquerda.
2020-06-04 13:07:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/alemanha-anuncia-megapacote-de-investimento-publico-para-recuperacao-do-pais.shtml
Ex-BBB Clara Aguiar vira 'camgirl' e revela que clientes pagam para vê-la dormindo
Clara Aguiar, 32, a terceira colocada da 14ª edição do Big Brother Brasil, revelou em uma entrevista ao programa Conversa com Bial (Globo) que recebe "pedidos exóticos" de seus clientes nas redes sociais. A ex-BBB, que há algum tempo virou "camgirl" (mulher que grava vídeos sensuais para terceiros, como forma de arrecadação de renda), diz que tem sido procurada para servir de companhia, mais do que para o show sensual que faz na internet."Agora na quarentena tem gente que está pagando para ter companhia até na hora de comer; para almoçar e jantar junto [...] Tem uns que perguntam: 'Tudo bem se eu pedir uma pizza e a gente ficar só conversando?'", disse ela no programa que foi ao ar na madrugada desta quinta-feira (4). Mais "Tem muito cliente que entra para ficar falando sobre o coronavírus, sobre o que está fazendo na quarentena, quais livros está lendo e quais os filmes que está assistindo", continuou. "Tem um cliente que passa a noite inteira comigo. Ele gosta de me ver dormir e paga só para me ver dormindo".Ela ainda revelou que um outro cliente seu tem fetiche por seu pé, e que costuma direcionar a câmera para ele enquanto assiste a um filme e "fico lá enquanto o dinheiro vai entrando".Outros clientes, ela diz, apenas procuram por companhia. "Muita gente pensa que 'camgirl' é só para tirar a roupa e tal, mas eu sempre digo que uma 'camgirl' de sucesso faz mais dinheiro com roupa do que sem, porque acabamos fazendo papel de psicóloga e amiga".
2020-06-04 13:15:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/06/ex-bbb-clara-aguiar-vira-camgirl-e-revela-que-clientes-pagam-para-ve-la-dormindo.shtml
Amenazado por pedidos de impeachtment, el gobernador de Río de Janeiro destituye a su ex mano derecha
Bajo la presión de los diputados e investigaciones criminales, el gobernador de Río de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), destituyó el miércoles (3) a su principal aliado, el abogado Lucas Tristão, del comando de la Secretaría de Desarrollo Económico.Tristán fue la mano derecha de Witzel antes de que el gobernador dejara la magistratura para postularse a gobernador. Coordinó la campaña del exjuez y llegó a ganar fuerza en el gobierno, incluso después de que se conociera su estrecha relación con el empresario Mário Peixoto, detenido el mes pasado en el marco de la Operación Favorito.No obstante, el gobernador ha acabado cediendo a la presión de los diputados estatales, que mantenían una pésima relación con el secretario, al que acusaron de hacer grabaciones ilegales contra miembros de la Asamblea Legislativa.Sobre Witzel recaen hasta diez pedidos de impeachment, interpuestos tras la puesta en marcha de la Operación Placebo, de la cual fue objetivo principal junto a la Primera Dama Helena Witzel. Asimismo, las cuentas no fueron aprobadas por el TCE (Tribunal de Auditoría del Estado), cuya recomendación necesita la aprobación de los diputados.La destitución de Tristão se publicó en una edición extra del Diario Oficial de este miércoles, que no incluye otra información que no sea el despido del exsecretario.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2020-06-04 13:50:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/brasil/2020/06/amenazado-por-pedidos-de-impeachtment-el-gobernador-de-rio-de-janeiro-destituye-a-su-ex-mano-derecha.shtml
Caixa diz que Porto Maravilha do Rio era inviável desde o início
Depois de nove anos e R$ 5 bilhões do FGTS investidos na revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro, a Caixa Econômica Federal afirma numa ação na Justiça que a operação urbana é inviável desde o seu início.O banco afirma que o projeto, maior investimento em infraestrutura já feito com recursos do fundo de garantia dos trabalhadores, acumulava um prejuízo de R$ 2,4 bilhões em dezembro de 2018 —última demonstração financeira anual disponível. Ele pede mudanças para que a ação se torne financeiramente sustentável.O Fundo da Investimento Imobiliário Porto Maravilha (FIIPM), gerido pela Caixa, propôs no fim de maio uma ação contra a Cdurp (Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região Portuária), órgão da prefeitura, para manter a operação de dois túneis da região cuja complexidade exige um gasto de R$ 2 milhões mensais. Embora a ação tenha um objetivo pontual, ela faz um raio-X duro de toda a revitalização.De acordo com estudo apresentado pela Caixa à Justiça Federal, apenas um cenário improvável traria uma demanda a todos os 6,4 milhões de títulos adquiridos pelo fundo em 2011. O papéis, chamados de Cepacs (Certificado de Potencial Adicional de Construção), permitem a construção de prédios altos na região e sua revenda financiaria obras e serviços na área ao longo de 15 anos.O cenário provável, feito antes da grave crise econômica do país em razão da pandemia do novo coronavírus, daria vazão a apenas 68% dos papéis adquiridos. Para o banco, houve "excesso de Cepacs e falha nos estudos e premissas que embasaram toda a operação".“O volume potencial de área para a construção na região excede em muito a demanda do mercado do Rio de Janeiro, mesmo considerando um quadro de retomada do crescimento econômico”, afirma o estudo finalizado no ano passado.A Caixa critica ainda o fato do município ter implementado políticas urbanas que prejudicaram o desenvolvimento da região. O primeiro ponto citado são os investimentos na região da Barra da Tijuca, na zona oeste, para a realização da Olimpíada de 2016.Há queixas ainda sobre as condições dos terrenos entregues pelo município. Segundo o banco, muitos ainda não foram disponibilizados para uso, ou foram repassados com pendências ambientais.A Caixa também solicitou ao município uma revisão das condições e compromissos do projeto, que previa inicialmente o investimento de R$ 10,5 bilhões —em valores atuais— na região em 15 anos. Resta ainda a metade desse valor a ser investido.Dirigentes do município também não pouparam o banco de críticas nos últimos anos. Um dos questionamentos foi a estratégia do fundo imobiliário de, em vez de vender os Cepacs, usar os papéis para se tornar sócio dos poucos empreendimentos erguidos na região. A decisão, para a prefeitura, adiou a entrada de recursos que poderiam ajudar no fluxo de caixa e na manutenção das obras e serviços.A Cdurp também entrou com uma ação contra a Caixa na segunda-feira (1) cujos termos estão em sigilo.Há nove anos, o FIIPM comprou os 6,4 milhões de Cepacs e o direito sobre 400 mil metros quadrados de terrenos na zona portuária. Pagou à vista R$ 3,5 bilhões, com dinheiro do FGTS, e se comprometeu a repassar outros R$ 6,5 bilhões —em valores atualizados— por 15 anos.Era com a revenda desses terrenos e papéis que o banco manteria o cronograma de repasse acertado com o município até 2026. Com essas transferências, a prefeitura pagaria à concessionária Porto Novo, responsável pelas obras e serviços básicos previstos para a região, como limpeza e gerenciamento de trânsito.A venda pela prefeitura de um lote único ao fundo foi viabilizada por acerto político entre o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) e o ex-presidente Lula.Arrematando todos os Cepacs de uma vez, o banco disponibilizou recursos suficientes para que as principais obras do projeto —como a nova praça Mauá e o Museu do Amanhã— fossem inaugurados até 2016, ano da Olimpíada na cidade. A alternativa totalmente privada previa a venda pelo município direto aos mercado em leilões, o que deixaria o andamento das obras vulnerável ao interesse ou não dos empreendedores.Afetada pela crise econômica a partir de 2014, a Caixa comercializou menos de 10% dos Cepacs adquiridos. Quase sua totalidade foi usada para ter participação em empreendimentos, o que não gerou caixa ao FIIPM.Em 2015, o FGTS teve de aportar mais R$ 1,5 bilhão para manter o cronograma das obras. Em 2016, nova engenharia financeira teve de ser feita. Desta vez, o município emprestou R$ 198 milhões para o FIIPM, e a concessionária aceitou outros R$ 725 milhões em Cepacs como garantia de pagamento.Após o início da gestão Marcelo Crivella (Republicanos), a prefeitura voltou a exigir que o fundo da Caixa aportasse os valores devidos.Os impasses fizeram com que o ambicioso projeto de obras e serviços públicos se desidratasse, resumindo-se atualmente à manutenção de dois complexos de túneis na área. O investimento anual que girava em torno de R$ 400 milhões se limita desde setembro do ano passado ao gasto de R$ 4,3 milhões mensais.Agora, a Caixa pediu à Justiça para que tenha a autorização para repassar R$ 2 milhões por mês, ao longo de seis meses, diretamente à Porto Novo, para que faça a manutenção dos túneis. O banco pede para que o valor seja abatido de seus compromissos junto ao município.A preocupação é que, caso a concessionária paralise os serviços, a complexa estrutura se deteriore rapidamente, prejudicando mais a atratividade da região. Por estarem abaixo do nível do mar, os túneis contam com monitoramento do movimento de veículos, ventilação forçada para controle da qualidade do ar e drenagem de água por meio de 14 bombas submersíveis que recolhem, armazenam e conduzem para o mar toda a água superficial e de infiltração.A Cdurp disse, em nota, que há duas ações em curso "para a retomada da PPP e continuidade da revitalização da região porturária". Caixa e Porto Novo não quiseram se pronunciar.
2020-06-04 12:00:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/apos-prejuizo-bilionario-ao-fgts-caixa-diz-que-revitalizacao-do-porto-do-rio-e-inviavel.shtml
Brasil registra más de 1.300 muertes por coronavirus en 24 horas, nueva cifra máxima de óbitos
Brasil registró un nuevo récord diario de muertes: 1.349 muertes. Además, han sido confirmados 28.633 nuevos casos de coronavirus en las últimas 24 horas, según el Ministerio de Sanidad. En total, la cifra de muertes se eleva a 32.548 y 584.016 casos confirmados en el país hasta el momento.El martes (2), Brasil notificó 1.262 nuevas muertes, y superó la barrera macabrta de 30 mil fallecimientos desde que comenzó la pandemia.El Ministerio de Sanidad no hizo declaraciones sobre las nuevas cifras. La tarde del miércoles debía celebrarse una rueda de prensa, en la que el equipo técnico iba a presentar el perfil epidemiológico de la pandemia de la Covid-19. No obstante fue cancelada y aplazada hasta el jueves (4).El Director Ejecutivo de la OMS, Michael Ryan, dijo el miércoles (3) que la transmisión comunitaria del coronavirus sigue siendo intensa en Brasil y que el país es uno de los que preocupa a la OMS, junto a Haití, Nicaragua y Perú.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2020-06-04 12:45:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/cienciaysalud/2020/06/brasil-registra-mas-de-1300-muertes-por-coronavirus-en-24-horas-nueva-cifra-maxima-de-obitos.shtml
Promotoria pede julgamento de 12 suspeitos de roubo a Kim Kardashian em hotel de Paris
A Promotoria de Paris pediu o julgamento de 12 suspeitos de envolvimento no roubo a Kim Kardashian, 39, em outubro de 2016, na capital francesa. A socialite chegou a ser rendida e amordaçada na ocasião, enquanto os ladrões roubavam suas joias.Os juízes de instrução devem decidir se levam ou não os suspeitos ao tribunal criminal de Paris, o que não ocorreria antes de 2021. As joias levadas nunca foram localizadas, disse uma fonte judiciária à AFP, nesta quarta-feira (3).Estima-se que o grupo, descrito pela polícia como uma gangue "à moda antiga", tenha roubado cerca de 9 milhões de euros (R$ 50 mi) em joias de Kim, o que seriam o maior roubo a um indivíduo nos últimos 20 anos na França.O crime aconteceu na noite de 2 de outubro de 2016, quando cinco homens abordaram Kim Kardashian, então com 36 anos, em um hotel de luxo. Dois ladrões a ameaçaram com uma arma na cabeça, antes de amarrá-la, amordaçá-la e trancá-la no banheiro. Mais Os assaltantes levaram joias de diamante e ouro, incluindo uma pedra de 18,88 quilates, avaliada em quase 4 milhões de euros (cerca de R$ 23 mi).O suposto líder do grupo, Aomar Aït Khedache, conhecido como "Omar, o Velho", disse aos investigadores que deu o diamante a uma pessoa cuja identidade ele não revelou e que derreteu as peças de ouro.A Promotoria de Paris pede que os cinco supostos ladrões, livres sob controle judicial, sejam julgados por "roubo em organização criminosa com uso de arma", "sequestro" e "organização criminosa", considerando-os reincidências, segundo a fonte judicial.Também pede o julgamento de Marceau Baum-Gartner, suspeito de ser o receptador, por viajar oito vezes em dois meses para Antuérpia, paraíso das joias, duas delas, acompanhado por "Omar, o Velho".Outras três pessoas próximas a Omar podem ser julgadas: seu filho, suspeito de ter sido motorista, sua companheira e um de seus amigos, ambos acusados de participação na organização do crime.O pai de um dos ladrões pode ser julgado por posse ilegal de armas e outros dois sujeitos por fornecerem informações ao grupo.
2020-06-04 11:15:00
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https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/06/promotoria-pede-julgamento-de-12-suspeitos-de-roubo-a-kim-kardashian-em-hotel-de-paris.shtml
Em telegrama, Itamaraty diz que mídia dá a impressão de que EUA são dominados por 'racismo sistêmico'
Telegrama reservado enviado da embaixada do Brasil em Washington na quarta-feira (3) afirma que a “mídia progressista" dos Estados Unidos causa a impressão de que “o país é dominado por onipresente e irremediável 'racismo sistêmico'” e amplifica “ad nauseam” incidentes de violência e confrontação de caráter racial.A comunicação diplomática sobre os protestos desencadeados pelo caso George Floyd, obtida pela Folha, lamenta as “terríveis circunstâncias da morte" do segurança negro e é assinada pelo diplomata Nestor Forster, indicado ao cargo de embaixador em Washington.O telegrama, no entanto, traz críticas aos protestos, dizendo que “a crise atual é composta por elementos adicionais de uma visão que tende a reduzir todos os problemas sociais dos EUA a questões raciais”.Também condena o que chama de “proliferação da 'cultura da queixa', vitimização nas universidades e a retórica política das lideranças do Partido Democrata desde os anos 1960, quando decidiram finalmente abandonar sua tradicional defesa de políticas públicas de segregação racial"."Essa potente combinação, aqui apenas esboçada, explica em alguma medida a intensidade da reação de movimentos sociais às terríveis circunstâncias da morte de George Floyd.”Floyd foi morto no dia 25 de maio em Minneapolis, no estado de Minnesota, depois de ter o pescoço prensado contra o chão por quase nove minutos pelo joelho de Derek Chauvin, um policial branco. Outros três agentes ajudaram a segurá-lo.Segundo o Itamaraty, o telegrama em nenhum momento minimiza a gravidade da morte de Floyd, mas tenta apenas apresentar um contexto que explique a intensidade e a violência dos protestos.O autor do telegrama corrobora posição do presidente dos EUA, Donald Trump, crítica à atuação dos governadores americanos.“Em situação de aparente anomia, as autoridades públicas de Minneapolis não só não garantiram a ordem pública como também evacuaram as instalações de delegacia de polícia, permitindo que os manifestantes ateassem fogo ao prédio", escreve. "O governador de Minnesota, [o democrata] Tim Walz, ecoando o que parece ser a visão dominante no Partido Democrata e na mídia progressista, desculpou os atos de violência, afirmando que “as cinzas são simbólicas de décadas e de gerações de dor e angústia inauditas”.O autor do telegrama elogia a atuação do presidente americano na crise, dizendo que “Donald Trump tem adotado retórica firme em defesa da lei e da ordem”, e também se solidariza com o republicano, afirmando que há “obsessiva campanha de mídia contra o Chefe do Executivo”.O texto diferencia as ações do grupo Black Lives Matter, um dos organizadores das manifestações, da atuação da “Antifa”, caracterizada no telegrama como “movimento de extrema esquerda que opera em regime de redes, sem conhecida estrutura central".A comunicação diplomática afirma que o grupo tem por objetivo a "abolição do capitalismo e o esmagamento do fascismo" e seu "'modus operandi' é caracterizado justamente por atitudes associadas aos movimentos fascistas europeus dos anos 1930 e à selvageria dos movimentos revolucionários em geral, como agressão física, depredações, incêndios e saques”.Com várias vertentes e definições, o antifascismo tem como cerne o combate a regimes autoritários, geralmente ligados à ultradireita, que costumam defender o culto à personalidade e o racismo.O maior exemplo do fascismo foi a ditadura de Benito Mussolini (1922-1943), que levou a Itália a lutar na Segunda Guerra ao lado da Alemanha nazista.Parte dos antifascistas defende abertamente o uso da violência, como a destruição de propriedades, como meio para chegar a mudanças. Não há, no entanto, uma entidade antifascista organizada, embora alguns grupos façam reuniões eventuais para coordenar ações.Trump anunciou que pretende classificar a "Antifa" como uma organização terrorista.O telegrama ainda coloca em dúvida o fato de a violência policial no país ter os negros como principais vítimas, dizendo que a presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, estuda criar uma comissão para avaliar “o suposto impacto desproporcional das forças de segurança sobre os negros".Encerra o texto afirmando que, “para alguns analistas, a onda de ódio sob pretexto racial volta-se, na verdade, contra os valores fundamentais da democracia americana.”
2020-06-04 12:34:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/06/em-telegrama-itamaraty-diz-que-midia-da-a-impressao-de-que-eua-sao-dominados-por-racismo-sistemico.shtml
Manifestantes desafiam proibição e protestam contra China em Hong Kong
Em um grande desafio ao governo de Pequim, milhares de manifestantes foram às ruas de Hong Kong para fazer uma vigília proibida em memória dos mortos no Massacre da Praça da Paz Celestial. Houve confronto com a polícia.Em 4 de junho de 1989, a ditadura comunista matou centenas de estudantes que pediam mais democracia no ponto central da capital chinesa, o mais notório ato de repressão do regime que se abria para o mundo por meio da economia.Desde então, a data é lembrada com um evento no parque Victoria, na elegante área de Causeway Bay, em Hong Kong. Desde 1997, a antiga colônia britânica voltou ao controle chinês, mas com um sistema que permite um grau de liberdade política inaudito no resto do país, além de adotar capitalismo desregulado.A vigília deste ano havia sido proibida pela executiva-chefe do território, Carrie Lam, sob a alegação de riscos envolvendo a Covid-19, que foi bastante controlada em Hong Kong.Mas o motivo real é outro: a nova lei de segurança de Hong Kong, aprovada na semana passada em Pequim.Ela visa coibir as manifestações que tomaram as ruas do território desde o ano passado, em princípio contra uma lei facilitando extradição de locais para a China e depois tornando-se um movimento amplo pró-democracia.Como definiu o deputado Eddie Chu, um dos líderes da oposição no Conselho Legislativo, a lei visa "matar Hong Kong". Ele foi um dos parlamentares que boicotaram, antes da vigília, a votação que aprovou um dispositivo para punir insultos ao hino nacional chinês."Fui retirado do meu local de trabalho pela polícia logo depois. Isso mostra para onde vamos", disse, por aplicativo.​Apesar da proibição, no começo da noite (manhã no Brasil) honcongueses começaram a fazer fila para assinar uma petição contra a China e a pegar velas para a vigília no parque Victoria. Não houve estimativa de presença, mas fotos permitiam supor milhares de pessoas.A polícia acompanhou o ato, levantando faixas informando que ele era ilegal e alertando para o risco de infecção. Em toda Hong Kong, 3.000 policiais da tropa de choque foram mobilizados.As grades colocadas em torno do parque foram removidas por ativistas e, por volta das 19h (8h em Brasília), o local ficou lotado. No começo, manifestantes com máscara estavam respeitando alguma distância uns dos outros, mas isso se perdeu.Comandados pelo veterano ativista Lee Chuk-yan, os presentes ouviram palavras de ordem contra o jugo chinês sobre Hong Kong e advertências acerca da nova lei de segurança. "Conclamamos o povo de Hong Kong a acender uma vela conosco no ano que vem", disse Lee ao fim do evento, às 21h (10h em Brasília).Apesar do clima pacífico, houve tensão em outros pontos do território. Em Mong Kok, na parte continental de Hong Kong, cerca de mil pessoas se concentraram e houve escaramuças entre manifestantes e policiais, com pelo menos quatro prisões sendo feitas, segundo o jornal South China Morning Post.Na dispersão do evento no parque Victoria, houve empurra-empurra entre policiais e ativistas, mas sem maiores consequências. Segundo o Post, a ordem do governo à polícia foi a de evitar grandes choques, para não aumentar a exposição internacional do ato.Não deu certo, a julgar pela cobertura de órgãos de imprensa ocidentais do ato. Os Estados Unidos estão na linha de frente da pressão sobre Pequim, apoiando os manifestantes e prometendo sanções econômicas contra o território.Passam por Hong Kong 65% dos investimentos estrangeiros que entram na China e também os que são feitos por ela no exterior.O interesse americano também é político, dado que o governo de Donald Trump está em plena guerra comercial e geopolítica contra a potência asiática ascendente. Já os antigos donos do pedaço, os britânicos, não só condenaram a lei de segurança como ameaçam facilitar a imigração de quase 3 milhões dos 7,5 milhões de honcongueses caso ela seja aplicada de fato.Americanos, britânicos e outros afirmam que a lei viola o acordo de devolução entre Londres e Pequim, que previa a manutenção do sistema dual de Hong Kong até pelo menos 2047.A China, por sua vez, associa tal interesse externo aos manifestantes pró-democracia, conforme sua narrativa de que os atos visam apenas desestabilizar o regime comandado por Xi Jinping.Por óbvio, há objetivos maiores no apoio externo. Mas tachar as manifestações de manipuladas também ignora o enorme movimento da sociedade civil no território, que aparentemente não vai desistir de suas demandas com tanta facilidade.Com isso, quando a lei de segurança estiver em vigor, talvez no crucial mês eleitoral de setembro, e forças chinesas puderem operar contra o que consideram terrorismo e secessionismo em Hong Kong, o embate subirá a outro patamar.
2020-06-04 11:23:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/06/manifestantes-desafiam-proibicao-e-protestam-contra-china-em-hong-kong.shtml
TSE autoriza convenção partidária virtual para escolha de candidatos a prefeito e vereador
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou os partidos a realizarem suas convenções para as eleições municipais de 2020 de forma virtual em razão da pandemia do coronavírus.Por unanimidade, os ministros decidiram que os partidos têm autonomia para utilizar as ferramentas tecnológicas que entenderem necessárias para as convenções que escolherão os candidatos a prefeito e a vereador.Mesmo com a pandemia, o calendário eleitoral foi mantido. As convenções devem ser realizadas de 20 julho a 5 de agosto. A eleição segue marcada para outubro.A decisão do TSE foi tomada em uma consulta feita pelo deputado federal Hiram Manuel (PP-RR). O congressista questionou se, diante do quadro de pandemia e a necessidade de manutenção do distanciamento social, medidas alternativas aos encontros presenciais poderiam ser adotadas.Os ministros definiram também que as regras e procedimentos adotados pelos partidos para a realização da convenção física deverão seguir também no campo virtual. Mais Um parecer elaborado pela área técnica da corte afirmou não haver impedimento jurídico para a realização de convenções partidárias de forma virtual desde que mantido os regramentos atuais.O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem afirmado que há um entendimento entre os líderes partidários no sentido de adiar as eleições municipais de outubro, sem, contudo, prorrogar os mandatos dos atuais prefeitos e vereadores.Um grupo de senadores e deputados deve ser criado para debater a proposta, que ocorreria em caráter excepcional devido à pandemia. Ainda não há definição sobre quem irá compor esse grupo e qual é o prazo para deliberação.Pelo calendário eleitoral, que segue as diretrizes estabelecidas pela Constituição, o primeiro turno das eleições ocorrerá em 4 de outubro, e o segundo turno, onde necessário, no dia 25 do mesmo mês.Eventual mudança nas datas das eleições deve exigir a aprovação de uma PEC (proposta de emenda à Constituição), que exige apoio de pelo menos três quintos dos deputados e dos senadores, em dois turnos de votação na Câmara e no Senado.Alterações eleitorais devem ocorrer com o mínimo de um ano de antecedência, mas há uma defesa de que essa exigência deve ser flexibilizada em situações de calamidade pública, como a atual. Mais Na última segunda-feira (1º), o presidente do TSE, ministro Luis Roberto Barroso, afirmou aos presidentes dos 27 Tribunais Regionais Eleitorais que é possível que as eleições, inicialmente previstas para ocorrerem em outubro, precisem ser adiadas para novembro e dezembro.Segundo ele, o Congresso Nacional –a quem cabe aprovar a emenda constitucional que estabelecerá esse adiamento– já está estudando a hipótese de que o primeiro turno da votação para prefeitos e vereadores ocorra no dia 15 de novembro e, o segundo, no dia 6 de dezembro.Barroso disse ainda que o TSE, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal concordam que o adiamento deve ocorrer pelo menor tempo possível, de modo que não seja necessária a prorrogação dos mandatos dos políticos.“Fazer com que as eleições não se constituam em risco para a saúde dos eleitores e dos colaboradores da Justiça Eleitoral tem sido uma grande preocupação do TSE”, afirmou Barroso.Também para minimizar o contato físico e a possibilidade de transmissão do novo coronavírus, o presidente do TSE informou que, provavelmente, a identificação dos eleitores por meio da biometria será dispensada nas eleições deste ano.Em entrevista à Folha em 12 de abril, Barroso reconheceu que a aglomeração das convenções partidárias e a fase de testes das urnas eletrônicas eram entraves à realização das eleições municipais de outubro em meio à pandemia.Na ocasião, Barroso defendeu que o pleito fosse adiado por poucas semanas e também se disse contrário à prorrogação do mandato de prefeitos e vereadores para depois de 1º de janeiro de 2021.Outra consulta sobre o mesmo tema foi analisada na sessão desta quinta. Os ministros rejeitaram o questionamento do partido Republicanos sobre a possibilidade de alterar a data das convenções. O Plenário decidiu que o prazo de 180 dias antes do pleito, estabelecido pela Lei das Eleições, não pode ser flexibilizado sem decisão legislativa.4 de abril A data marcou o fim do prazo para que detentores de mandatos no Executivo renunciassem aos cargos para se lançarem candidatos6 de maio Foi o último dia para que os eleitores regularizassem sua situação junto à Justiça Eleitoral15 de maio Foi permitido iniciar a arrecadação facultativa de doações, por meio de plataformas de financiamento coletivo credenciadas30 de junho Pré-candidatos que apresentem programas de rádio ou TV ficam proibidos de continuar a fazê-lo20 de julho a 5 de agosto Início das convenções partidárias para a escolha dos candidatos. Também a partir de 20 de julho, os candidatos passam a ter direito de resposta à divulgação de conteúdo difamatório, calunioso ou injurioso por veículo de comunicação15 de agosto Última dia para os partidos registrarem as candidaturas20 de agosto Caso o partido não tenha feita o registro, o candidato pode unilateralmente fazer o seu pleito até esta data16 de agosto Passa a ser permitida a propaganda eleitoral, inclusive na internet. Os comícios poderão acontecer até o dia 1º de outubro28 de agosto O horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão passa a ser veiculado de 28 de agosto a 1º de outubro19 de setembro A partir desta data, os candidatos não poderão ser presos, salvo no caso de flagrante delito. Eleitores, por sua vez, não poderão, em regra, ser presos a partir do dia 29 do mesmo mês4 de outubro O primeiro turno de votação para vereadores e prefeitos25 de outubro Segundo turno para municípios com mais de 200 mil eleitores18 de dezembro Diplomação dos eleitos​
2020-06-04 12:43:00
poder
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/06/tse-autoriza-convencao-partidaria-virtual-para-escolha-de-candidatos-a-prefeito-e-vereador.shtml
Promotoria alemã afirma acreditar que Madeleine está morta
Autoridades alemãs consideram que a menina Madeleine McCann, que desapareceu em Portugal quando tinha três anos de idade, em 3 de maio de 2007, está morta."O gabinete do promotor público está investigando um cidadão alemão de 43 anos por suspeita de assassinato. Com isso, você pode ver que assumimos que a garota está morta", disse a jornalistas nesta quinta (4) Hans Christian Wolters, porta-voz da Promotoria da região de Braunschweig, na Alemanha.A polícia britânica, porém, que trabalha com a alemã e a portuguesa no caso por se tratar de uma cidadã do Reino Unido, disse não ter "evidências definitivas" de que ela tenha morrido e continua investigando seu "desaparecimento".Identificado pela imprensa alemã como Christian B., o suspeito está preso em Kiel, no norte do país. O jornal Bild, que chegou a publicar uma foto do suspeito, o descreve como branco, de cabelos loiros e curtos, com 1,80 metro e magro.No final do ano passado, B. foi condenado a sete anos de prisão, pelo estupro em 2005 de uma americana de 72 anos na praia da Luz, a mesma em que Madeleine desapareceu.Segundo o Serviço Federal de Polícia Criminal da Alemanha (BKA), B. viveu na região do Algarve português de 1995 e 2007, com várias idas e vindas entre Portugal e seu país natal. Segundo o jornal britânico Guardian, no período ele foi suspeito de crimes sexuais, tráfico de drogas, furtos e falsificação de documentos.Durante a investigação sobre o estupro da americana, testemunhas disseram já ter visto o alemão entrando por janelas de apartamentos durante a tarde ou a noite e ouvido B. relatar furtos de câmeras, passaportes e dinheiro. Mas o caso foi arquivado por falta de provas, em 2006.Em 2007, quando Madeleine desapareceu do apartamento em que a família passava as férias na praia da Luz, ele morava numa casa a cerca de 3 km do local..A polícia afirma que o suspeito trabalhava como garçom e barman em bares da região e fazia bicos de mecânico ou vendia laranjas que colhia de fazendas vizinhas ou bolas de golfe que recolhia de campos da região turística.O mistério do desaparecimento de Madeleine provocou caçadas policiais em parte da Europa e, segundo o jornal britânico Guardian, o esforço mais recente já custou mais de 11 milhões de libras (mais de R$ 66 milhões) à polícia do país desde 2011.Os próprios pais, que na época disseram estar jantando com amigos em um restaurante próximo, chegaram a ser tratados como suspeitos, mas a investigação passou a considerar que a menina havia sido sequestrada. Mais Na noite desta quarta, Christian Hoppe, investigador do BKA, afirmou em um programa de TV alemão que a polícia havia seguido o rastro do suspeito em 2013, quando os pais de Madeleine apareceram no mesmo canal pedindo informações que levassem ao paradeiro da menina, mas que não havia informações suficientes para uma investigação, muito menos para uma prisão.A polícia suspeitou de B. porque ele tinha um histórico judicial ligado ao abuso sexual de crianças —a primeira condenação foi em 1994, aos 17 anos.Em 2017, sofreu nova condenação por abuso sexual de uma criança e acabou sendo preso em Milão em 2018 e extraditado para a Alemanha.Apesar do arquivamento da investigação pelo estupro da americana em 2006, o nome de B. voltou à baila anos depois, quando um homem preso por furtar óleo diesel entregou à polícia um vídeo do crime, que teria sido filmado pelo alemão. Foi essa nova pista que levou à condenação em dezembro do ano passado, sentença da qual recorreu.A polícia alemã, no entanto, diz que não tem provas para condenar Christian B. pela morte de Madeleine e lançou um pedido de informações, junto com fotos de uma casa e dois carros que seriam ligados ao suspeito —um deles, um Jaguar, foi transferido para o nome de outra pessoa no dia seguinte ao do desaparecimento da menina.Também foram divulgados o número do telefone que o suspeito usava na noite em que Madeleine desapareceu e o de uma pessoa que falou com ele entre as 19h32 e as 20h02. A menina teria sido levada entre as 21h10 às 22h. As polícias dos três países oferecem uma recompensa de 20 mil libras (cerca de R$ 120 mil) para quem tiver informações que levem à condenação do suspeito.Antes da declaração da Promotoria alemã de que considerava Madeleine morta, Clarence Mitchell, porta-voz da família McCann, disse que os pais da menina, Kate e Gerry, consideravam o anúncio de um suspeito "potencialmente muito significativo".Segundo o porta-voz, que representa a família desde o desaparecimento da menina, a polícia nunca havia sido "tão específica" sobre um suspeito."De todos os milhares de pistas e possíveis suspeitos mencionados no passado, nunca houve algo tão claro quanto o de não apenas uma, mas três forças policiais", afirmou no telejornal matutino BBC Breakfast, da TV britânica.A outro telejornal da rede britânica um policial que participou da investigação inicial, Jim Gamble, também afirmou que era a primeira vez em 13 anos em que "ousava ter esperança".maio de 2007Madeleine desaparece no dia 3 de maio, no Complexo de Oceans Beach, na praia da Luz, em Portugal, onde a família McCann passava férias.Poucos dias depois, os pais da menina abrem um fundo para receber doações e contratam investigadores privados com o dinheiro arrecadado.junho de 2007Um dos chefes da polícia portuguesa admite que provas vitais podem ter sido destruídas porque o Complexo não foi protegido adequadamente.julho de 2007A polícia britânica envia cães farejadores para ajudar na investigação, e são realizadas inspeções no apartamento e no carro alugado dos McCann.setembro de 2007Kate McCann, mãe de Madeleine, é ouvida pela polícia como suspeita, e dias depois a família retorna para o Reino Unido. Procuradores afirmam depois que não há evidências para considerá-los suspeitos.Turistas afirmam ter visto Madeleine em Marrakesh, no Marrocos.2008A família McCann divulga esboços de um suspeito, com base na descrição feita por um turista britânico de um "homem assustador" visto no resort. 2011Os pais da menina publicam um livro sobre o caso. A Polícia Metropolitana de Londres dá início às investigações, após a polícia portuguesa não obter sucesso.2013A Scotland Yard abre uma investigação sobre o caso e identifica 41 potenciais suspeitos. A polícia de Portugal reabre a investigação.2015O governo britânico anuncia que as investigações sobre o caso custaram mais de 10 milhões de libras (R$ 64 milhões). 2017Em maio, quando o desaparecimento de Madeleine completava 10 anos, a polícia britânica informa que havia investigado 40 mil documentos e 600 pessoas. junho de 2020 A polícia alemã anuncia que investiga um cidadão de 43 anos por suspeita de assassinato de Madeleine.
2020-06-04 11:25:00
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Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/06/promotoria-alema-afirma-acreditar-que-madeleine-esta-morta.shtml
Lea Michele é acusada de transfobia por atriz, após ser apontada por suposto racismo
Lea Michele, 33, famosa pelo seriado “Glee” (Fox, 2009-2015), voltou a ser acusada de intolerância e preconceito por colegas de profissão. Agora, foi a modelo e atriz trans Plastic Martyr, que afirmou nas redes sociais ter passado por uma “experiência transfóbica” com ela ao encontrá-la em uma premiação.Plastic Martyr contou ter conhecido Lea Michelle durante uma premiação do Emmy, há alguns anos, quando ainda estava no seu processo de transição. Na ocasião, segundo seu relato, ela encontrou a atriz de Glee no banheiro, que questionou: “Você percebeu que está no banheiro feminino?”.A atriz, que classificou Lea Michele como uma pessoa muito desagradável, diz que estava se sentindo “tão bonita naquele dia, mas saiu daquele banheiro se sentindo muito envergonhada”.O relato de Plastic Martyr acontece apenas alguns dias depois de a atriz Samantha Ware, 28, que também fez “Glee”, acusar Lea Michele de racismo. Na ocasião, ela comentou um post em que Lea apoiando o movimento #BlackLivesMatter (vidas negras importam), após o assassinato de George Loyd nos Estados Unidos. “Lembra quando você fez do meu primeiro show de televisão um inferno? Porque eu nunca esquecerei”, escreveu Samantha. “Acredito que você tenha dito a todos que, se tivesse a oportunidade, estaria no meu lugar, entre outras microagressões traumáticas que me fizeram questionar uma carreira em Hollywood”, completo.Outros membros do elenco, incluindo Alex Newell, Amber Riley e Dabier Snell, também reagiram às acusações, mostrando apoio a Ware e lançando mais dúvidas sobre Michele Lea. “Garota, você não deixava eu sentar na mesma mesa com os outros atores porque “eu não pertencia”. Vai se ferrar”, escreveu Snell.Lea Michele se manifestou, nesta quarta-feira (3) sobre as acusações de racismo em suas redes sociais. “Peço desculpas por meu comportamento ou por qualquer dor que eu tenha causado. Todos nós podemos crescer e mudar e eu definitivamente tenho usado os últimos meses para refletir sobre minhas falhas.”A atriz afirmou que não se lembra de ter feito os comentários apontadas pelos colegas, mas destaca que esse não é o ponto importante: “O que importa é que eu claramente agi de uma maneira que machucou outra pessoa”, afirmou ela, que terminou falando que quer ser um bom exemplo para o filho que espera.Casada desde março do ano passado com o empresário Zandy Reich, Lea Michele anunciou a gravidez de seu primeiro filho há pouco mais de um mês.
2020-06-04 09:05:00
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https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/06/lea-michele-e-acusada-de-transfobia-por-atriz-apos-ser-apontada-por-suposto-racismo.shtml
Países mais pobres são novo epicentro dos males do colesterol, aponta estudo
O epicentro de doenças e mortes causadas pelo colesterol no mundo mudou de posição no mapa. Países do leste e no Sudeste Asiático são os mais afetados pelo problema, e as mortes causadas ali pelo colesterol não HDL, conhecido popularmente como a gordura ruim, já representam metade de todos os óbitos causados por ele no mundo todo.A informação está em um artigo publicado pela revista científica Nature nesta quarta-feira (3). Mais de 400 pesquisadores do mundo todo assinam o trabalho, que fez um levantamento de mais de mil estudos, relatando medições do colesterol em cerca de 100 milhões de pessoas com mais de 18 anos.Os dados permitem comparar a situação em diferentes regiões desde os anos 1980 até 2018. No início do período, países mais ricos da Europa Ocidental, como Bélgica, Finlândia, Noruega, Suíça e Suécia, eram os lugares que apresentavam os maiores níveis do colesterol ruim.Na análise mais recente, países mais pobres da Ásia, como Malásia, Filipinas e Tailândia, assumem a frente como donos das populações com os maiores índices do colesterol não HDL.A quantidade de colesterol não HDL é obtida quando os pesquisadores subtraem o colesterol HDL (considerado bom) do colesterol total. O não HDL está associado a um maior risco de surgimento de doenças cardiovasculares, que muitas vezes levam à morte.Esse tipo de colesterol provoca a aterosclerose, um acúmulo da gordura nas paredes das artérias. Esse acúmulo pode obstruir o fluxo sanguíneo. Em 2017, estima-se que cerca de 3,9 milhões de mortes tenham sido causadas por níveis elevados de colesterol não HDL.“Mudanças na dieta, principalmente a substituição da gordura saturada pela insaturada, são os maiores contribuintes para a redução do colesterol não HDL na Europa Ocidental”, escrevem os cientistas no artigo.“Em contraste aos países ricos da Europa Ocidental, no leste e no Sudeste Asiático houve um aumento no consumo de alimentos de fontes animais, carboidratos refinados [como as farinhas brancas] e óleo de palma”, acrescentam.Outro motivo para a mudança, segundo os pesquisadores, foi o aumento do uso de estatinas na Europa Ocidental. Esses medicamentos são usados para combater o colesterol alto. Já nos países que registraram crescimento nos níveis de colesterol, o uso de estatinas permaneceu o mesmo, aponta o estudo.“O estudo mostra que populações europeias que fazem mais atividades físicas e comem melhor têm os melhores níveis de colesterol HDL”, diz Antonio Carlos Chagas, cardiologista do HCor, em São Paulo, que não participou do estudo.“Hoje sabemos que não é um problema só dos mais ricos. Ele atinge todas as populações, em diferentes idades, e está relacionado aos hábitos de vida”, completa o médico, que também pesquisa colesterol.Chagas lembra que o combate a esse mal está baseado em um tripé: alimentação saudável, realização de atividades físicas e a medicação, quando indicada pelo médico.De acordo com o artigo, o Brasil não apresenta mudanças significativas dentro dos últimos anos. Mas, segundo Chagas, as alterações nos hábitos dos brasileiros, como uma alimentação com mais açúcar e a gordura dos fast-foods, fazem aumentar o risco de colesterol mais alto, até mesmo em crianças que vivem em lugares mais pobres.“A aterosclerose é uma doença dinâmica e universal por causas distintas”, afirma Chagas.Para o médico, o papel das políticas públicas na prevenção do colesterol alto é essencial. “Já fizemos alguns avanços com o Ministério da Saúde, mas ainda é um desafio para as sociedades médicas”, diz.“Embora hoje tenhamos tratamentos altamente eficazes, é muito melhor investir em prevenção e educação para evitar a doença do que esperar que ela apareça”, conclui.
2020-06-04 09:00:00
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Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/06/paises-mais-pobres-sao-novo-epicentro-dos-males-do-colesterol-aponta-estudo.shtml
Liberdade de expressão tem que ser para todo mundo, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (4) que "liberdade de expressão tem que valer para todo mundo". A declaração ocorreu em resposta a um apoiador que, em frente ao Palácio da Alvorada, disse que o mandatário deveria processar críticos que se referem a ele como "genocida"."Se o cara me chama de fascista por exemplo e eu processo, não acontece nada. Se eu chamo ele de fascista, levo R$ 20 mil no ombro. Não adianta, minha taxa de sucesso é próxima de zero. E outra coisa: se é liberdade de expressão, tem que valer pra todo mundo", respondeu Bolsonaro.A fala foi transmitida no perfil do presidente no Facebook. Em meio à pandemia do novo coronavírus e após semanas de atos pró-Bolsonaro, o governo foi alvo de manifestações contra o presidente no domingo (31). Novos atos foram convocados para este fim de semana.Em reação, Bolsonaro na terça (2) classificou como marginais e terroristas os integrantes dos chamados grupos antifascistas que estão promovendo os protestos."Começou aqui com os antifas em campo. O motivo, no meu entender, político, diferente [daquele dos protestos nos EUA]. São marginais, no meu entender, terroristas. Têm ameaçado, domingo, fazer movimentos pelo Brasil, em especial, aqui no DF", disse Bolsonaro.Na segunda-feira (1º), o presidente já havia dito a seus apoiadores que eles não deveriam ir às ruas no próximo domingo (7), como fazem todos os finais de semana, já que, neste, está marcado um ato contra o fascismo e em oposição ao governo Bolsonaro.Nesta quinta, Bolsonaro também conversou em frente ao Alvorada com um grupo de atiradores e colecionadores de arma de fogo. Eles agradeceram o mandatário pela edição de normas que facilitaram o acesso a armas e munições e pediram novas medidas para, segundo eles, "desburocratizar" procedimentos.Bolsonaro determinou que um integrante do governo se reúna com o grupo para ouvir suas demandas em detalhe.Bolsonaro enfrenta o seu pico de rejeição desde o início do mandato, em janeiro do ano passado. Segundo pesquisa Datafolha da semana passada, 43% dos brasileiros consideram o governo ruim ou péssimo. Recorde na gestão, esse número era de 38% no levantamento anterior, no final de abril.Por outro lado, 33% dos brasileiros consideram sua gestão ótima ou boa. Já aqueles que acham o governo regular, potenciais eleitores-pêndulo numa disputa polarizada, são 22%.De acordo com a mesma pesquisa, as possibilidades de impeachment e de renúncia do presidente continuam dividindo a população praticamente ao meio.Disseram que o Congresso não deve abrir processo para afastar o presidente 50% dos entrevistados. Para 46%, o Legislativo deveria dar início ao processo. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.Em relação à renúncia, 50% acreditam que o presidente não deve renunciar, enquanto a taxa de quem defende a renúncia de Bolsonaro atingiu 48%.
2020-06-04 09:47:00
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/06/liberdade-de-expressao-tem-que-ser-para-todo-mundo-diz-bolsonaro.shtml
Em meio a protestos, Hong Kong aprova lei que pune insultos ao hino nacional chinês
O Parlamento de Hong Kong aprovou, nesta quinta-feira (4), o projeto de lei que criminaliza o desrespeito ao hino nacional chinês. A nova norma é vista pelos opositores pró-democracia como mais uma tentativa de Pequim de acabar com a autonomia parcial da ex-colônia britânica.A lei do hino nacional ordena que alunos das escolas primárias e secundárias de Hong Kong sejam ensinados a cantar a "Marcha dos Voluntários".Práticas que forem consideradas insultos ao hino serão punidas com multas de até 50 mil dólares honcongueses (R$ 32,8 mil) e penas de até três anos de prisão.As autoridades chinesas estão insatisfeitas há muito tempo com vaias e gritos durante a execução do hino nacional, sobretudo em estádios de futebol antes das partidas da seleção de Hong Kong.Durante a execução do hino, parte dos torcedores canta "Glória a Hong Kong", música que se tornou um grito de guerra pelo movimento democrático e independentista do território semiautônomo.A nova lei, que deve ser ratificada pela chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam, foi aprovada com 41 votos a favor e apenas um contrário. A oposição decidiu boicotar a votação, sob a alegação de que a aprovação já estava previamente decidida em favor da maioria.Houve protestos durante a sessão, e parlamentares pró-democracia espirraram um líquido malcheiroso na sede do Conselho Legislativo, depois que a maior parte das emendas à lei do hino nacional propostas pelos democratas foi rejeitada pelos legisladores pró-Pequim."Um estado assassino fede para sempre. O que fizemos hoje é lembrar ao mundo que nunca devemos perdoar o Partido Comunista Chinês por matar seu próprio povo há 31 anos", disse o democrata Eddie Chu, antes de ele e outros legisladores serem removidos da Câmara por policiais, em referência ao Massacre da Paz Celestial, quando tropas chinesas abriram fogo contra estudantes e ativistas que protestavam pela democracia em 4 de junho de 1989.Nesta semana, autoridades de Hong Kong proibiram a tradicional vigília em memória das vítimas do massacre citando o risco de propagação do coronavírus. Reuniões públicas com mais de oito pessoas estão proibidas em Hong Kong como medida de contenção da Covid-19.Ativistas denunciam que há motivações políticas por trás da proibição, já que a polícia tem utilizado os mesmos argumentos sobre o distanciamento social para limitar manifestações pró-democracia.Os organizadores, no entanto, desafiaram o impedimento e fizeram manifestações em Victoria Park, onde, tradicionalmente, é realizada a vigília, e na Universidade de Hong Kong, onde uma escultura chamada Pilar da Vergonha celebra a memória das vítimas.Pelo menos sete igrejas católicas em Hong Kong tinham missas programadas para esta quinta-feira (4), com momentos de silêncio e orações pelos mortos em 1989. As regras de distanciamento social para instituições religiosas permitem reuniões com até 50% da capacidade máxima das igrejas.Na China continental, qualquer menção ao massacre é censurada pelo regime, e as autoridades perseguem parentes dos mortos e proíbem qualquer memorial formal."Será a última vigília à luz de velas antes da lei de segurança nacional", disse Lee Cheuk-yan, presidente da aliança em apoio aos movimentos democráticos patrióticos da China ao jornal The New York Times.“O próximo ano será ainda mais perigoso. Eles podem usar a lei de segurança nacional contra o povo de Hong Kong.”Há uma semana, a aprovação da medida pelo Congresso da China recrudesceu o controle do regime de Pequim sobre Hong Kong, que atualmente dispõe de liberdades individuais não vistas na China continental e de um sistema judiciário independente. Ignorando protestos que levaram milhões de pessoas às ruas desde o ano passado, Pequim também desafia a comunidade internacional por meio das novas leis.Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Canadá, bem como grupos internacionais de direitos humanos, dizem que a lei de segurança nacional corrói as liberdades de Hong Kong.As leis de segurança nacional aprovadas pelo Parlamento chinês proíbem secessão, interferência estrangeira, terrorismo e qualquer atividade considerada contra o regime central de Pequim.O governo de Hong Kong, alinhado à ditadura comunista, já havia tentando aprovar leis semelhantes em 2003, mas encontrou resistência generalizada entre população e opositores.
2020-06-04 08:42:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/06/em-meio-a-protestos-hong-kong-aprova-lei-que-pune-insultos-ao-hino-nacional-chines.shtml
Mulheres têm mais funções domésticas que homens e menos tempo para trabalho remunerado, diz IBGE
Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que, embora a tendência de maior participação dos homens em funções domésticas tenha se mantido em 2019, o trabalho mais pesado, como cozinhar ou limpar a casa, permanece nas costas das mulheres.Com mais funções em casa, as mulheres têm menos tempo para se dedicar ao trabalho remunerado: a carga horária semanal das mulheres empregadas ou com trabalho informal tem 5,1 horas a menos do que os homens. Somando a jornada dupla em casa, porém, elas trabalham 3 horas a mais por semana.A pesquisa usa dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar) para identificar outras formas de trabalho realizadas pelos brasileiros, como afazeres domésticos, cuidado de pessoas, produção para consumo próprio e voluntariado.Os resultados divulgados nesta quinta confirmam tendência verificada nos dois anos anteriores, quando a crise econômica obrigou os homens a participar mais ativamente das tarefas domésticas. O movimento, que foi mais intenso entre 2016 e 2017, pode refletir a dificuldade das famílias para manter empregada doméstica.Em 2019, diz o IBGE, 149 milhões de brasileiros (ou 87,1% da população com 14 anos ou mais) disseram ter realizado alguma atividade doméstica ou cuidado de pessoas no domicílio em que moram ou na casa de parentes. Em média, gastaram 16,8 horas semanais nessas atividades.A desigualdade de gênero foi verificada nas duas funções: 92,1% das mulheres disseram realizar afazeres domésticos e 36,8% cuidaram de pessoas em casa ou na casa de parentes; entre os homens, foram 78,6% e 25,9%, respectivamente.Entre as atividades pesquisadas pelo IBGE, as mulheres continuam responsáveis pela parte mais pesada, como cozinhar, limpar a casa, auxiliar nos cuidados pessoais, como alimentar, vestir e dar banho, e nas atividades educacionais dos filhos.A divisão de tarefas só se equilibra em atividades como cuidar da organização do domicílio, como pagar contas e contratar serviços, fazer companhia, brincar e transportar os filhos. A única função em que mais homens disseram ter feito é cuidar de pequenos reparos do domicílio automóvel ou eletrodomésticos.Com mais funções dentro de casa, diz o IBGE, a mulher que divide seu tempo entre o emprego e as funções domésticas tem carga horária semanal de 53,3 horas, contra 50,3 horas do homem em mesma condição. entre os desempregados, a mulher dedica a tarefas do lar o dobro do tempo dedicado pelo homem."Ainda que taxa de realização [de tarefas domésticas] dos homens esteja aumentando, número de horas dedicadas pelas mulheres aumenta também", disse a analista de Trabalho e Rendimento do IBGE, Alessandra Brito.A pesquisa mostra que a participação do homem nas atividades domésticas cresce de acordo com a escolaridade. Entre os que têm ensino superior completo, 30.3% disseram ter ajudado em casa. Já entre os sem instrução, o percentual é de 21,3%.E indica ainda grandes desigualdades regionais na distribuição das tarefas do lar: nas regões Nordeste e Norte, as diferenças entre homens e mulheres que declararam cuidar da casa eram de 13,7 pontos percentuais e 13,5 pontos percentuais, respectivamente. No Sul, foi de 9 pontos percentuais.
2020-06-04 10:08:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/mulheres-tem-mais-funcoes-domesticas-que-homens-e-menos-tempo-para-trabalho-remunerado-diz-ibge.shtml
A solução para as fake news passa pela educação
Não faz muito tempo que o termo fake news passou a fazer parte do vocabulário de qualquer brasileiro, tornando-se uma das expressões mais usadas dentro e fora das redes sociais. Em tempos de coronavírus, em que a informação confiável é crucial para salvar vidas, o combate a esse fenômeno se tornou ainda mais importante.Mas as chamadas fake news voltaram às manchetes nos últimos dias por conta de outros três motivos: as ações do coletivo digital Sleeping Giants Brasil, grupo que alerta empresas da presença de seus anúncios em sites com conteúdo duvidoso e preconceituoso; a operação da Polícia Federal no âmbito do chamado “inquérito das fake news” do Supremo Tribunal Federal (STF), e a votação do projeto de lei 2630/2020, de mesmo tema, no Senado, adiada para a próxima semana.Os três assuntos, aliados a todo o cenário de abundância de informação em que vivemos, trazem um grande desafio: como combater as fake news sem que direitos sejam retirados e, ao mesmo tempo, tenhamos um ambiente informacional mais saudável?O debate em torno de denúncias e medidas restritivas em relação à criação, publicação e compartilhamento de conteúdos falsos é complexo porque esbarra em questões fundamentais. A primeira é a própria definição do que seriam fake news, uma vez que o conceito, tão desgastado, alargou-se de tal forma que significa um vasto leque de coisas, que vão de golpes virtuais a memes divertidos, passando também por opiniões com as quais o interlocutor não concorda e por uma forma eficaz de desqualificar o trabalho da imprensa profissional.A segunda questão crucial nessa discussão é, obviamente, o possível cerceamento da liberdade de expressão, direito constitucional garantido a todo cidadão brasileiro desde 1988. É evidente que ela não representa um salvo-conduto a ofensas e nem pode servir de escudo para a disseminação de discurso de ódio, inverdades ou práticas intolerantes —afinal, liberdade de expressão não pode ter limites, mas tem consequências. No entanto, em um estado democrático, em que a liberdade de opinião, de escolha e o livro arbítrio são cláusulas pétreas, não pode haver margem para qualquer tipo de censura.Esses dois aspectos cruciais do debate em torno da desinformação, palavra mais adequada para classificar o fenômeno das fake news que manipula e confunde tanta gente, não podem estar desvinculados de outro fator primordial: a educação midiática. Mais Vivemos em uma sociedade hiperconectada em que todos produzem e consomem conteúdos o tempo todo, fazendo com que o excesso de opiniões disponíveis sejam um desafio à nossa percepção. Fatos são confundidos com posicionamentos e há a exigência de interpretarmos a intenção, a autoria e o contexto de cada mensagem que recebemos, com o intuito de não curtirmos, comentarmos e compartilharmos mentiras ou conteúdos tóxicos sem saber.Tal cenário exige uma nova alfabetização, uma educação compatível com essa realidade ultraconectada. Não adianta tratarmos dos sintomas se não prevenirmos a doença, pois estaremos enxugando gelo. Para cada “fake news” tirada do ar em uma rede social, o que será feito com o print dela disseminado por milhares de grupos de WhatsApp?Ser um usuário da internet e das plataformas sociais exige mais do que uma conexão, um celular, logins e senhas. É preciso ter ética, senso crítico e, principalmente, responsabilidade para navegar na rede, identificando charlatões, teorias da conspiração, boatos, caça-cliques, pishing e tantas outras armadilhas que nos cercam, que vão muito além das notícias falsas.Os exemplos acima fazem parte do conjunto de habilidades que compõe a educação midiática: saber acessar informações, conseguir analisá-las corretamente e conhecer as técnicas de criação e produção de mensagens. Em suma: ter senso crítico e saber como participar do mundo conectado de forma ética e responsável. Estes são fatores fundamentais e ferramentas que empoderam o cidadão e reforçam seu papel na sociedade.O problema da desinformação é complexo e, infelizmente, não existe solução mágica ou bala de prata. Também não poderá ser plenamente resolvido a partir de uma lei. Exige sim um acordo social, um esforço coletivo que precisa começar desde cedo, nas famílias e principalmente nas escolas. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já tem o arcabouço necessário para isso, contemplando a educação midiática de maneira transversal. É preciso colocá-la em prática.Caso não formemos crianças e jovens midiaticamente educados, estaremos apenas perpetuando o problema. Como ressaltou o ministro Luiz Roberto Barroso, ao assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), instituição que vem atuando fortemente contra a desinformação, “a educação, mais que tudo, não pode ser capturada pela mediocridade, pela grosseria e por visões pré-iluministas do mundo. Precisamos armar o povo com educação, cultura e ciência”. E a educação midiática, que contempla inteiramente essas três dimensões essenciais para exercermos a cidadania em sua plenitude, não pode ficar de fora.
2020-06-04 08:30:00
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Educação
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/06/a-solucao-para-as-fake-news-passa-pela-educacao.shtml
Inquérito sobre suposto estupro cometido por Felipe Prior deve ter desfecho até julho
Responsável pelo inquérito que investiga acusações de estupro e tentativa de estupro de três mulheres contra o arquiteto Felipe Prior, 27, a delegada Maria Valéria Pereira Novaes afirma que as apurações estão na reta final. Ela explica que o caso ficou moroso devido à pandemia do novo coronavírus e à antecipação dos feriados em São Paulo."Tivemos que parar [a apuração], porque as pessoas não podem vir à delegacia. Acredito que –por mais vontade que eu tenha de terminar esse inquérito– nós ainda vamos demorar um pouquinho. Não estamos procrastinando, mas pelo fato de termos que ouvir as testemunhas do suposto autor, vamos nos adequar à possibilidade de eles virem, já que alguns são de São Paulo, mas outros não", diz Novaes, em entrevista ao F5. "No máximo, até o meio de junho já tenha ouvido a todos e siga para o Ministério Público."O caso de abuso sexual envolvendo o ex-BBB Felipe Prior completa dois meses nesta semana. Os crimes teriam acontecido entre 2014 e 2018, e foram revelados pela revista Marie Claire e confirmados ao F5. Por meio dos seus advogados e por seu Instagram, Prior negou as acusações.O inquérito foi instaurado pelo Ministério Público na 1ª Delegacia da Defesa da Mulher no Cambuci, região central de São Paulo, na primeira semana de abril. Desde então, a polícia judiciária investiga o caso. Todas as três vítimas que acusaram Prior inicialmente, além das testemunhas das vítimas foram ouvidas. Das sete testemunhas de defesa do arquiteto, apenas três foram depor. A delegada Maria Valéria Pereira Novaes é a única pessoa à frente do caso, e que media os depoimentos dos envolvidos e de suas respectivas testemunhas. Todas as oitivas também são acompanhadas por duas promotoras e uma escrivã.Concluído o inquérito, ele é encaminhado para o Ministério Público, e o juiz designado pode acatar ou não a denúncia, o que segundo Novaes, deve acontecer de maneira mais célere. "A hora em que eu terminar o relatório –que eu acredito ser antes de julho–, já em julho, ou agosto, eu acho que haverá uma decisão do Ministério Público. Acho que isso tem que ser resolvido o quanto antes, porque as pessoas sofrem. As vítimas, o acusado e as famílias dos dois lados", diz."O inquérito serve justamente para isso: investigar os fatos e fazer o levantamento de provas, com todas as testemunhas. É um caso delicado, então precisa ser uma coisa cuidadosa, porque é um crime muito grave e existem pessoas envolvidas –tanto da parte das supostas vítimas, quanto do suposto autor. Temos que fazer um trabalho minucioso para que não haja dúvidas no inquérito", acrescenta.“Diz respeito à vida de uma pessoa, e à possibilidade de ela ser presa. Em caso de violência real, mesmo passado tanto tempo, ele pode ser condenado. Nós temos que ter certeza absoluta, seguir uma linha de muita legalidade, sem levar para o lado emocional. Mas as testemunhas estão nos dando os subsídios que precisamos", completa.No meio do percurso da investigação, uma nova suposta vítima apareceu acusando Prior de estupro. Apesar de não ter sido ouvida –a vítima mora fora no Brasil–, sua alegação foi anexada ao inquérito para conhecimento da Justiça. Assim como as outras três vítimas, que tem os nomes protegidos por lei e não podem ser revelados. "Se eles tiverem interesse em intimar essa pessoa, que ela venha ao Brasil ou algo assim, cabe à Justiça. Para mim, são três vítimas apenas”, diz Novaes.O arquiteto e ex-BBB Felipe Prior é acusado de estupro e tentativa de estupro por três mulheres. Os crimes teriam acontecido entre 2014 e 2018 e foram noticiados pela revista Marie Claire. Os relatos dos supostos crimes foram confirmados ao F5 pela advogada Juliana de Almeida Valente, que representa as vítimas.Prior negou as acusações. Ele disse ser inocente e afirmou que jamais cometeu violência sexual. "Estou muito chateado mesmo. Desconheço os fatos apresentados, nunca cometi nenhuma violência sexual contra ninguém. Sou inocente. O que me deixa mais chateado é saber que depois que eu entrei na casa [BBB 20] as pessoas apresentaram uma denúncia pesada contra mim"Segundo a advogada Juliana, os três crimes teriam acontecido após festas dos jogos universitários InterFAU, que são realizados anualmente e reúnem alunos de várias faculdades de arquitetura de urbanismo do Estado de São Paulo. As três mulheres não teriam registrado boletim de ocorrência na ocasião por vergonha e medo.Uma das vítimas afirma, segundo a advogada, que estava com uma amiga, em uma festa de comemoração dos jogos universitários na cidade de São Paulo, quando pegou carona com Prior. Ela conta que, depois de deixarem a amiga em casa, ele teria encostado o carro em uma rua escura e teria ido para cima dela, que estava embriagada.Prior teria puxado a jovem para o banco de trás e teria forçado a relação sexual de forma violenta e incisiva, apesar de ela dizer não. A violência teria provocado um ferimento na região vaginal da vítima, o que teria levado a um grande sangramento. Ele então teria parado e se oferecido para levá-la ao hospital, o que ela teria recusado.A jovem teria ido posteriormente ao pronto-socorro, onde teria sido questionada sobre um possível abuso sexual, mas ela teria se recusado a falar sobre o ocorrido por vergonha. Segundo a advogada, ela ficou uma semana de cama e posteriormente teve abalo emocional, crise de pânico e dificuldade em relacionamentos.Outro caso teria ocorrido na cidade de Biritiba Mirim, interior paulista, durante o InterFAU 2016. Segundo a Marie Clare, ela acompanhou Prior até sua barraca de camping, mas teria desistido da relação sexual por não ter camisinha. Ele então teria tentado força-la e impedi-la de deixar o local, mas ela teria conseguido se desvencilhar.Valente afirmou que a vítima resolveu procurá-la apenas depois do início do Big Brother Brasil 20, após um tuíte apontar casos de assédio e abuso relacionados a Prior. O post acabou sendo apagado pela autora, mas a partir daí a jovem encontrou as outras duas vítimas.O caso mais recente teria acontecido em 2018, também no InterFAU, em Itapetininga. Ainda de acordo com a revista, ela também teria aceitado ir até à barraca de camping do arquiteto e teria tido relações sexuais com ele, mas em certa altura ele teria passado a ser agressivo e ela falou que não queria mais, mas ele não teria parado.O InterFAU afirmou, em nota, que Prior não poderia ingressar e tampouco participar das atividades do evento desde outubro de 2018, justamente por causa de denúncias envolvendo-o em casos de assédio “além de uma acusação de crime sexual durante o InterFAU de 2018”.A advogada das três vítimas encaminhou uma notícia-crime à Justiça. Segundo ela, o caso poderá dar origem a um ou mais inquéritos, a depender da decisão do Ministério Público. A partir daí, as denúncias serão apuradas e poderão levar Prior à julgamento. Ela disse ainda que recebeu notícias de que existiriam mais relatos de vítimas, apesar de nenhum caso ter chegado diretamente a ela. Um pedido de medida protetiva chegou a ser feito, mas foi negado pela juíza Patrícia Álvares Cruz, do Foro Criminal da Barra Funda em São Paulo.
2020-06-04 07:00:00
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https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/06/inquerito-sobre-suposto-estupro-cometido-por-felipe-prior-deve-ter-desfecho-ate-julho.shtml
YouTuber que comprou mansão para fazer vídeos anuncia live e desmente valor da casa
A influenciadora digital Camila Loures, 25, que comprou uma mansão, em Belo Horizonte, para fazer seus vídeos, anunciou uma live para o próximo sábado (6). Ela também desmentiu que o imóvel tenha sido comprado por R$ 6,5 milhões, valor que chamou a atenção de seus fãs nesta semana.“A casa foi comprada no início do ano por um valor muito inferior”, afirmou a assessoria de Camila, que acrescentou que “o motivo da mudança para um espaço maior é que a artista produz no local os conteúdos para o seu canal no YouTube, que já conta com 11 milhões de inscritos”.A própria Camila já tinha mostrado a mansão em suas redes sociais, quando revelou que ela seria uma “casa de gravações”. “Aqui é onde vão acontecer todos os vídeos. A gente não se mudou. Lá, vai ser a nossa casa de morar, vamos continuar morando lá. Aqui é a casa de gravação”, afirmou.Quem ficou curioso para ver um pouquinho mais da nova casa, Camila anunciou uma live, que será transmitida direto de lá, no próximo sábado, às 13h, e será uma arraiá. Segundo ela, toda sua família participará, com brincadeiras típicas, como pescaria e danças. Ela ainda cantará seus hits “Bambolê” e “Tocar o Terror”.Apesar de negar que o imóvel tenha sido adquirido por R$ 6,5 milhões, a influenciadora não revelou o valor exato pago por ela.
2020-06-04 07:40:00
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https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/06/youtuber-que-comprou-mansao-para-fazer-videos-anuncia-live-e-desmente-valor-da-casa.shtml
Criminosos aproveitam pandemia de Covid-19 para aplicar golpes virtuais
Links falsos de cervejaria com oferta fictícia de bebida grátis para quem adere ao isolamento social, lives de shows clonadas para surrupiar doações, pesquisas telefônicas fraudulentas sobre coronavírus que furtam dados do celular da vítima.Os golpes virtuais, especialmente os estelionatos, dispararam durante a pandemia de Covid-19. Relatório inédito da Apura Cybersecurity Intelligence, empresa especializada em ameaças digitais, identificou, entre março e maio últimos, um aumento de mais de 41.000% de sites suspeitos com coronavírus e Covid no domínio atuando no Brasil: passaram de 2.236 para 920.866.O diretor de operações da Apura, Maurício Paranhos, diz que os crimes cibernéticos, que já vinham em ascensão, se multiplicaram após o início da pandemia. “Os cibercriminosos estão utilizando temas relacionados à Covid para chamar a atenção e atacar. Não poupam nem instituições de saúde.”Os golpes por meio do aplicativo WhatsApp têm sido frequentes. Em 13 de maio, a nutricionista Janaína, de Minas Gerais, recebeu um telefonema de um homem que se identificava como funcionário do Ministério da Saúde e que dizia estar fazendo uma pesquisa sobre o coronavírus.Após oito perguntas relacionadas à pandemia, o homem disse que mandaria um código de certificação da pesquisa. Quando Janaína confirmou a numeração, o WhatsApp imediatamente ficou bloqueado. Ela teve os contatos violados, e o golpista passou a mandar mensagens para eles com pedido de dinheiro. Uma cliente da nutricionista chegou a transferir R$ 1.690 para a conta dos criminosos.“O diálogo foi muito convincente, até porque o Ministério da Saúde estava mesmo fazendo uma pesquisa telefônica naquele período e eu sabia disso”, relata Janaína.Segundo o Ministério da Saúde, a pesquisa telefônica (Vigitel) não faz contato com os entrevistados por meio de aplicativos. As únicas informações pessoais pedidas são sobre idade, sexo, escolaridade, estado civil e raça/cor.De acordo com delegado Carlos Ruiz, especializado em fraudes patrimoniais por meios eletrônicos, nesse tipo de golpe o criminoso pega um chip de telefone novo, insere o WhatsApp, e o aplicativo manda automaticamente um novo código para a vítima.“Aí ele liga pedindo o código de certificação e, se pessoa passa, automaticamente já tem dados violados.” No Código Penal, o crime é de invasão de dispositivo informático (artigo 154-A). Já as pessoas que caíram no golpe, transferindo dinheiro para a conta do criminoso, são vítimas de estelionato.A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não tem estatísticas específicas sobre golpes virtuais. Todos os casos entram no rol dos estelionatos. Na capital paulista, esses crimes tiveram aumento de 39,6% entre janeiro e abril deste ano em relação ao mesmo período do ano passado—23.699 casos contra 16.979. No estado, a alta foi parecida, de 39,2% (de 59.682 para 42.883). Ao todo, 361 pessoas foram presasSegundo Ruiz, como as pessoas estão mais em casa por conta da pandemia, fazem mais compras online, o que aumenta no risco de caírem em golpes. Um que tem sido bem frequente é o aplicado por falsos sites de leilões de carros."A pessoa acha que vai fazer um grande negócio comprando um carro pela metade do preço, recebe uma documetação falsa e deposita o dinheiro na conta do Pedro das Couves", diz o delegado.Os golpistas também têm usado o mote do isolamento social para atrair vítimas em potencial. Foi o caso de uma promoção falsa que circulou via WhatsApp que prometia quatro barris de cerveja grátis para quem estivesse em casa e respondesse a uma rápida pesquisa.Ao acessar um link falso da cervejaria e responder questões como “você prefere a cerveja pilsen ou lager”, a página dizia que a pessoa estava qualificada para receber os barris de cerveja e a induzia a compartilhar a falsa promoção para contatos do WhatsApp.De acordo com uma sondagem feita pelo laboratório especializado em segurança digital da PSafe, em apenas quatro horas, o número de vítimas do "golpe da cerveja" foi de 55 mil para 159 mil.“Quando você clica num link malicioso [fraudulento] e instala o aplicativo, ele passa a monitorar tudo o que você digita no seu computador ou no celular. Ao entrar no internet banking, por exemplo, ele captura os dados e pode usá-los para fazer transações indevidas”, afirma Paranhos, da empresa Apura.Os criminosos também estão se aproveitando de eventos online, como lives de artistas, para aplicar golpes. Eles reproduzem o sinal ao vivo da live oficial em outra plataforma, criando um evento paralelo.Nas lives falsas são divulgados QR Codes e contas para que as pessoas façam doações que supostamente seriam destinadas a famílias afetadas pela Covid-19. O Procon de São Paulo recebeu várias denúncias nesse sentido.A Polícia Federal investiga vários golpes envolvendo o auxílio emergencial. Aplicativos falsos simulam o app da Caixa Econômica Federal e capturam informações pessoais dos usuários.“Com esses dados, o criminoso consegue dar vários golpes no nome da vítima, inclusive pedir o próprio auxílio emergencial”, explica o delegado Ruiz.Instituições de saúde também começam a sofrer ataques de ransomware, um tipo de software nocivo que bloqueia o acesso ao sistema de dados, criptografa todas as informações e cobra um resgate por elas.Para que a instituição possa ter acesso àquela máquina novamente, precisa pagar um valor, normalmente é vinculado a uma moeda virtual como o Bitcoin. Um hospital da República Tcheca foi recentemente alvo de um ataque desses que causou o desligamento imediato de toda a sua rede de computadores.“Toda a rede corporativa pode ser contaminada. Imagine isso num hospital, que é altamente dependente de tecnologia? Sem nenhum computador funcionando, com a logística interna parada? Pode até morrer gente”, diz Paranhos.Segundo ele, os criminosos conseguem invadir os sistemas por meio de varreduras da rede. Descobrem servidores mal configurados, rodando versões antigas de sistemas operacionais ou com alguma vulnerabilidade.Há ainda ataques por meio do envio de arquivos por email, muitas vezes clonados e capazes de driblar os antivírus. Mensagens em SMS com links falsos que apontam para sites falsos também são utilizados.Outro grande risco a que as organizações de saúde estão sujeitas é a quebra de confidencialidade de senhas de colaboradores. Isso ocorre, por exemplo, quando um funcionário utiliza uma senha muito simples ou a mesma senha em vários serviços diferentes.No Brasil, foram detectados mais de 6.000 emails de clínicas médicas, hospitais e órgãos públicos de saúde com quebra de credenciais.A empresa Apura criou um site em que lista os casos de golpes cibernéticos identificados, com textos explicando como agem os criminosos e imagens que ajudam a reconhecer os casos.No endereço, há um serviço voltado a instituições de saúde (públicas ou privadas) e autoridades governamentais. Por meio de cadastro, elas podem ter acesso a um relatório mais específico, com informações sobre ataques que estão acontecendo na área de saúde. Ambos os serviços são gratuitos. Mais informações no site covidcyber.apura.com.br.Dicas para evitar ciberataques 1 - Use soluções de segurança no celular como detecção automática de phishing em aplicativos de mensagem e redes sociais 2 - Tenha cuidado ao tocar em links compartilhados no WhatsApp ou nas redes sociais. Vá direto aos sites oficiais das empresas para baixar qualquer aplicativo 3 - Desconfie de promoções, brindes e descontos muito bons. Pesquise antes na própria internet sobre a empresa anunciante 4 - Empresas devem instruir seus funcionários a alterarem sempre as senhas, não clicarem em nenhum link, desconfiar de emails que solicitem informações pessoais e não abrir anexos suspeitos 5 - Se for vítima de crimes digitais, faça boletim de ocorrência. Em muitos estados, é possível fazer o registro online
2020-06-04 08:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/06/criminosos-aproveitam-pandemia-de-covid-19-para-aplicar-golpes-virtuais.shtml
Podcast discute as questões da saúde para além da Covid-19; ouça
A pandemia da Covid-19 fez com que sistemas de saúde do mundo inteiro precisassem se adaptar a um novo vírus de transmissão fácil, ainda sem tratamento medicamentoso e que leva um número significativo de pessoas à terapia intensiva.Profissionais, equipamentos e alas inteiras de hospitais passaram a ser dedicados exclusivamente ao atendimento da Covid-19. Para tentar desafogar o sistema e diminuir as chances de contágio, cirurgias eletivas foram suspensas, assim como muitas consultas presenciais e até visitas a pacientes internados.No entanto, como as pessoas continuam adoecendo por inúmeros motivos, especialistas temem que a pandemia leve a falta de diagnóstico e de atenção em outras áreas da saúde além da infectologia, que vão do atendimento básico até o mais especializado.No episódio desta quinta-feira (4), o Café da Manhã fala sobre como estão funcionando durante a pandemia os setores da saúde que não têm relação direta com a Covid-19 e quais as consequências das mudanças que têm ocorrido.Foram ouvidas a enfermeira Luciana Ribeiro, gerente da Estratégia de Saúde da Família na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); a agente de saúde Cristiane Félix Fernandes Kuster; a oncologista Maria Del Pilar Estevez Diz, chefe da Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e a cardiologista Jaqueline Scholz, coordenadora da área de cardiologia do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (InCor).O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando abaixo. Para acessar no aplicativo basta se cadastrar gratuitamente.Ouça o episódio:O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é conduzido pelos jornalistas Rodrigo Vizeu e Magê Flores, com roteiro e produção de Jéssica Maes e Renan Sukevicius. A edição de som é de Thomé Granemann.
2020-06-04 05:00:00
podcasts
Podcasts
https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2020/06/podcast-discute-as-questoes-da-saude-para-alem-da-covid-19-ouca.shtml
Fique em casa: amor não idealizado é tema de mostra virtual de cinema
Apesar do nome Mostra Amorosa de Cinema Online, os quatro filmes nacionais selecionados pelo Itaú Cultural estão longe do romance água com açúcar.Os títulos ficam disponíveis gratuitamente entre esta segunda (8) e 28/6 no site da instituição. A sessão virtural é alternativa para celebrar o Dia dos Namorados respeitando o isolamento social.Único longa, "Amor?" (2011), de João Jardim, mistura ficção e documentário ao contar histórias verídicas –representadas por atores como Júlia Lemmertz, Lilia Cabral, Ângelo Antônio e Letícia Colin–, marcadas por violência física ou psicológica. Mais Três curtas completam o programa. Em "Coisas Frágeis" (2014), de Tati Otaka e Gustavo Fattori, um homem abandona mulher e filho para ficar com outra, mas não consegue concretizar seu plano porque a amada morre.Inspirado na música "What You Don't Do", de Lianne La Havas, "Sample" (2018), de Ana Julia Travia, acompanha um romance intenso marcado por questões raciais na cidade de São Paulo.Por fim, "Tea For Two" (2018), de Julia Katharine, retrata um triângulo amoroso entre uma cineasta de meia-idade, sua ex-mulher e sua vizinha transexual.No site itaucultural.org.br, de seg. (8) até 28/6. Grátis
2020-06-04 23:15:00
cinema-e-series
Cinema e Séries
https://guia.folha.uol.com.br/cinema/2020/06/fique-em-casa-amor-nao-idealizado-e-tema-de-mostra-virtual-de-cinema.shtml
Trump contraria medicina e sugere injeção de desinfetante para tratar coronavírus
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contrariou indicações da medicina nesta quinta-feira (23) ao sugerir que injeções de desinfetante poderiam servir para o tratamento da Covid-19.Durante entrevista coletiva na Casa Branca, Trump disse que, ao ver que "o desinfetante derruba o coronavírus em um minuto", "pode existir uma maneira de fazer algo desse tipo por dentro, com uma injeção, ou quase como uma limpeza"."Porque, veja bem, ele entra nos pulmões e faz um trabalho tremendo nos pulmões, então seria interessante checar isso. Então, será preciso ver com os médicos, mas soa interessante para mim.”O presidente americano também fez alusão a supostos tratamentos para o coronavírus com radiação ultravioleta, novamente sem corroboração científica. “Talvez seja possível, talvez não seja. Eu não sou médico. Mas eu sou, tipo, uma pessoa que tem um bom você sabe o quê”, disse.As declarações do republicano foram dadas logo após uma apresentação do subsecretário interino de ciência e tecnologia do Departamento de Segurança Interna dos EUA, William Bryan.Ele mostrou slides resumindo os resultados de um experimento que concluiu que o coronavírus é menos perigoso em ambientes mais quentes e úmidos. O estudo também analisou o efeito dos desinfetantes.Especialistas e autoridades médicas reagiram à declaração de Trump com indignação. “Eu certamente não recomendaria a ingestão interna de desinfetante”, disse Stephen Hahn, funcionário da FDA (agência de vigilância sanitária americana), à emissora CNN.Não é a primeira vez que Trump ignora evidências científicas na pandemia da Covid-19. O presidente tem promovido a utilização da hidroxicloroquina, medicamento usado no tratamento da malária e outras doenças, mas sem estudos suficientes para confirmar sua eficácia contra o novo coronavírus.Nesta semana, o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA contraindicou o uso do medicamento para tratar a Covid-19.
2020-04-24 01:58:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/04/contrariando-medicina-trump-sugere-que-injecao-de-desinfetante-pode-tratar-coronavirus.shtml
Prove vários vinhos e encontre o que te dá mais prazer, diz sommelier do Fasano
Quando se trata de vinho, o mais importante é que ele seja uma fonte de prazer, diz Manoel Beato, sommelier do restaurante Fasano há 28 anos e um dos maiores especialistas na bebida do país.Para atingir esse objetivo, não é preciso consumir apenas vinhos caros e ter uma taça exclusiva para cada variedade. O melhor é provar vários tipos da bebida, em copos e taças de formatos diversos, que se tenha em casa, até encontrar a combinação que seja mais agradável ao olfato e paladar de cada um.Segundo o sommelier, é possível encontrar bons vinhos a partir de R$ 40, em geral, e a quarentena é um período propício para degustar a bebida com atenção. “Às vezes, quando bebemos em um jantar com muita gente, não prestamos tanta atenção quanto quando estamos em casa”, afirmou à repórter da Folha Marília Miragaia, no Ao Vivo em Casa desta sexta (24).Para quem está passando o período de isolamento social sozinho, não é preciso se preocupar em tomar uma garrafa inteira de uma vez. Beato explica que os vinhos podem, sim, ser armazenados depois de abertos.A melhor opção para guardar as garrafas abertas é a geladeira, mesmo que se tenha adega em casa. “Quanto mais jovem o vinho, mais tempo ele dura aberto na geladeira, e os brancos resistem mais do que os tintos”, afirma.Os brancos conseguem aguentar até uma semana no refrigerador. “Os puristas dizem que não é o mesmo vinho, porque ele perde nuances a cada dia, mas ainda é gostoso”, diz.Na hora de beber, basta tirar as garrafas da geladeira com antecedência para que o vinho chegue à temperatura mais adequada para ser servido. No caso dos tintos, isso fica entre 16 e 22ºC, enquanto os brancos são consumidos entre 7 e 13ºC.Encontrar o vinho ideal no mercado não é tarefa fácil. Beato compara o processo a chegar em uma biblioteca e ter que escolher um livro sem conhecer o autor e sem poder folhear o volume. Quando não há prova, o jeito é se fiar no nome do produtor, na região em que a bebida foi feita e consultar vendedores e guias especializados, na internet ou em revistas.Nessa situação, o sommelier também aconselha a optar por vinhos mais jovens, da safra de 2017 para frente para os brancos e só um pouco mais antigas para os tintos, e a ficar atento à temperatura da loja: se for muito quente, é sinal de que os vinhos não são armazenados corretamente, o que pode interferir na qualidade da bebida.E vale também prestar mais atenção nos vinhos nacionais. Além dos já famosos espumantes —"os melhores da América do Sul, e concorremos com a Argentina e o Chile”—, o sommelier do Fasano diz se surpreender com os tintos produzidos no Brasil. Os brancos também são uma surpresa recente para ele. “Há 15 anos, havia apenas cinco bons brancos nacionais, mas cada vez provo mais vinhos brancos de qualidade", afirma. ​ O Ao Vivo em Casa, série de lives da Folha, é transmitido no site do jornal e também em seu canal no YouTube, onde é possível mandar perguntas para os entrevistados.Às sextas, Comida, Turismo e Ilustrada se revezam nas lives às 17h, para ouvir especialistas e trazer histórias e dicas de gastronomia, viagens e cultura durante a quarentena —e ajudar a se planejar para o que virá depois desse período.Segunda-feira PoderTerça-feira FolhinhaQuarta-feira SaúdeQuinta-feira Mercado e Painel S.A.Sexta-feira Ilustrada, Turismo e Comida
2020-04-24 02:00:00
comida
Comida
https://www1.folha.uol.com.br/comida/2020/04/sommelier-manoel-beato-e-o-convidado-da-live-da-folha-nesta-sexta.shtml
Sobrevoo de helicóptero da polícia perto de cemitério assusta moradores de Pinheiros, em SP
Dezenas de moradores de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, relataram cenas de medo no início da madrugada desta sexta-feira (24). O motivo: o sobrevoo do helicóptero Águia da Polícia Militar com a luz da lanterna direcionada para os arredores do cemitério São Paulo, localizado na rua Cardeal Arcoverde.No mesmo local, a presença de viaturas da polícia também chamou a atenção da vizinhança.As equipes policiais faziam buscas a um homem que fugiu de operação da PM e teria se escondido no cemitério. Ele não foi encontrado."Os moradores de Pinheiros em polvorosa com o helicóptero que está há uns bons minutos sobrevoando nossas cabeças. Nessa quarentena qualquer coisa vira o mistério da semana", resumiu uma vizinha do cemitério sobre o fato que assustou o bairro.Nas redes sociais, os moradores compartilharam fotos, vídeos, relatos e desconfianças sobre o helicóptero que faz parte do patrulhamento aéreo da Polícia Militar e dá apoio às operações terrestres.Não faltaram especulações sobre uma suposta quadrilha que faria roubos no cemitério ou suposições sobre a gravação de alguma série protagonizada por zumbis. A Polícia Militar não confirma nenhuma das informações.Muitos dos que descreveram a cena definiram o fato como "o mistério do helicóptero" e disseram que iriam dormir curiosos sem saber o motivo do sobrevoo.Outros relacionaram a presença do helicóptero à decisão da prefeitura de São Paulo de autorizar os sepultamentos noturnos. A medida faz parte de um plano de contingência para garantir o funcionamento adequado do serviço funerário durante a pandemia da Covid-19, a doença provocada pelo coronavirus.Segundo a decisão anunciada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), os sepultamentos podem ocorrer após o horário convencional (18h). A prefeitura contratou 220 coveiros e outros 200 profissionais serão contratados para trabalharem no período noturno, caso ocorram mais de 400 sepultamentos por dia. No entanto, isso ainda não aconteceu na cidade. O caso de Pinheiros não é o único episódio recente de um helicóptero que assusta moradores de São Paulo durante a madrugada. Em agosto de 2019, helicópteros e explosões luminosas e barulhentas em ruas com as luzes apagadas levaram pânico ao centro. A cena distópica fazia parte das gravações da série de TV "Conquest", produzida pelo americano Keanu Reeves e filmada na capital paulista.
2020-04-24 03:09:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/04/sobrevoo-de-helicoptero-perto-de-cemiterio-assusta-moradores-de-pinheiros.shtml
Doria sugere ao comércio adiar para agosto o Dia das Mães
A possibilidade de adiar o Dia das Mães para agosto tem sido bem recebida entre os comerciantes paulistas. A medida foi sugerida pelo governador João Doria (PSDB-SP) durante reunião virtual nesta quinta (23) foi com o Comitê Empresarial Econômico, que reúne 328 empresários.A iniciativa foi elogiada pelo presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado São Paulo) e da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Alfredo Cotait Neto.“Acho boa a ideia. Nós apoiamos a mudança de postergar o movimento do comércio para uma data um pouco mais livre, mas tem que ser uma decisão nacional”, diz . Na quarta-feira (22), as entidades encabeçaram um pedido de flexibilização da quarentena para o Dia das Mães, que será no dia 10 de maio.A data é a segunda de maior faturamento do setor no ano, atrás apenas do Natal.Durante a reunião, Doria comentou que o adiamento seria apropriado para impulsionar o comércio que ainda está fechado por causa das medidas de restrições adotados para enfrentar o coronavírus.“O Dia das Mães tem dois significados importantes: o primeiro é o encontro familiar, que na atual conjuntura não está fácil, e o segundo é por causa da movimentação do comércio”, diz Cotait.A proposta por Doria também foi bem recebida pela FecomércioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).“Acho interessante tornar oficial isso, porque uniformiza procedimento e promoção e isso alavanca. Não que a gente precise de um ato do governo, já que o reconhecimento dessas datas veio depois de iniciativas do comércio”, diz Ivo Dall’Acqua Júnior, vice-presidente da FecomercioSP.O governador, aliás, lembrou durante a reunião com os empresários na manhã desta quinta que o Dia das Mães foi criado por seu pai, o publicitário baiano João Agripino da Costa Doria, que popularizou a comemoração no Brasil em 1949, ao lançar uma campanha que institucionalizou a data.Mas há vozes contrárias ao adiamento. O empresário José Isaac Peres, da Multiplan, empresa de shoppings, diz que mudar a data vai apenas piorar a situação do comércio.“Qual a diferença em flexibilizar a quarentena cinco dias antes ou um dia depois do Dia das Mães? Adiar vai ser muito ruim para o varejo. O comerciante já está muito mal, já são muitos desempregados. Temo que o desemprego seja uma causa futura de doenças até piores que a Covid-19.”
2020-04-24 01:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/04/doria-sugere-ao-comercio-adiar-para-agosto-o-dia-das-maes.shtml
Mesmo com delivery, faturamento de restaurantes despenca na quarentena
Restaurantes completam o primeiro mês de vendas exclusivamente por delivery, reflexo da quarentena imposta pelo governo de São Paulo para combater a pandemia do novo coronavírus, com a convicção de que esse é um plano tão emergencial quanto as medidas de controle da pandemia.O faturamento de alguns restaurantes chegou a cair a um terço do que era antes de fecharem suas portas ao público. Foi preciso cortar jornadas e salários e demitir parte dos funcionários. Os cardápios foram adaptados e parte da equipe mudou de função.Isso porque a operação de um restaurante convencional é maior do que a cozinha de um delivery: também envolve, por exemplo, equipe de salão, lavadores de pratos e lavanderia para uniformes, guardanapos e toalhas de mesa.Paulo Shin, chef do coreano Komah, na Barra Funda, conta que após fechar um contrato de exclusividade com o iFood, lançar o serviço de entregas era o grande plano da casa para 2020. "Estávamos visando ter um grande crescimento com o lançamento."Com a suspensão das atividades do salão, o projeto de abrir uma dark kitchen (cozinha exclusiva para o delivery) teve que ser repensado e a nova operação teve que ser adaptada para o endereço físico do Komah."Tivemos que criar várias estratégias", diz. Além de refazer contratos e de dar férias coletivas nos primeiros 15 dias da quarentena, Shin dividiu sua equipe de 30 pessoas em duas, cada uma com meia jornada, na esteira da medida provisória que permitiu a redução de jornada e salário durante a pandemia."Meu time é super capacitado, mas está inflado. Acaba que fica uma pessoa só grampeando as embalagens."A estreia das entregas ocorreu há uma semana e, na avaliação do chef, foi ótima. "Não posso reclamar do faturamento, mas o nosso custo é o de um restaurante operante.""É normal o faturamento cair quando o restaurante ainda carrega uma parte dos custos de quando funcionava normalmente", explica Cesar Costa, à frente do Corrutela, na Vila Madalena. "Essa adaptação toma um tempo, não é da noite pro dia". Para Matheus Zanchini, do italiano Borgo, na Mooca, na zona leste, a transição ocorre com alguma facilidade —mas nem por isso seu negócio deixou de ter perdas. Após descartar entrar em aplicativo de delivery —que, segundo o chef, estava cobrando taxas altíssimas no primeiro contato—, ele optou por se comunicar com a clientela pelo WhatsApp, através de um mailing criado para divulgar o menu semanal da casa."Deu certo. Vendemos 300, 350 pratos por final de semana. Tem me dado um respiro para pagar a rescisão de quem eu tive que mandar embora". Mesmo com a percepção positiva, ele afirma faturamento da casa caiu pela metade e que está trabalhando apenas com um terço da equipe —eram 14, agora são seis, contando com ele."Minha prioridade é conseguir manter a equipe", diz Telma Shiraishi, do japonês Aizomê. Além da matriz, nos Jardins, o restaurante também tem uma unidade dentro do centro cultural Japan House.O faturamento, ela afirma, não chega a um terço do da operação normal. "O que ajuda é que temos uma clientela fiel. Está dando para cobrir os salários, honrar uma parcela das contas e girar a cadeia de fornecedores." Parte dos funcionários também foi transferido —quem atendia no salão está no delivery, por exemplo. Mas Shiraishi e os outros chefs lembram, ainda, que uma parte do salário dos empregados vem do serviço cobrado no salão."Realmente, não cobre o buraco todo. Mas é muito melhor do que estar totalmente fechado e sem perspectivas", afirma.Segundo dados divulgados pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) no último dia 14, estima-se que o Brasil já tenha 10% dos negócios voltados à alimentação fora do lar fechados (cem mil estabelecimentos) de forma definitiva e mais de 15% dos trabalhadores do setor demitidos (mais de 900 mil). O estado de São Paulo representa 30% do percentual nacional.O governo de São Paulo pretende fazer a reabertura gradual da economia a partir de maio.“Até 10 de maio, nada muda na quarentena em São Paulo. A partir de 11 de maio, colocaremos em prática um programa em fases, para manter a orientação da ciência e liberar gradualmente a economia. Mas repito, até dia 10 de maio, nada muda”, disse à Folha o governador João Doria."Mesmo com o fim da quarentena, a gente não vai voltar com 100% da operação", afirma Shin, do Komah. "Se eu vou sobreviver? Espero que sim. Agora, como eu vou sobreviver? Vamos ter que remodelar muito."​
2020-04-24 01:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/04/mesmo-com-delivery-faturamento-de-restaurantes-despenca-na-quarentena.shtml
Aos 90, Sarney descarta risco para democracia, mas vê Brasil em labirinto político
“Assistente, testemunha e protagonista da história do Brasil”, como se autodefine, o ex-presidente José Sarney completa 90 anos nesta sexta-feira (24).“Estou cumprindo rigorosamente as leis do isolamento” é seu primeiro recado ao iniciar a entrevista à Folha, por telefone, de Brasília, onde se refugiou durante a crise do coronavírus.Recolhido do debate público, mas ainda atuante nos bastidores, Sarney não vê risco para o que considera a grande obra de sua vida política, a redemocratização.Ele chama os pedidos por um novo AI-5 de “saudosismo inalcançável”. “O Brasil hoje tem uma democracia consolidada”, afirma.Sobre os reiterados flertes do presidente Jair Bolsonaro com grupos que defendem intervenção militar, diz serem episódios sem maior importância. “São condutas políticas eventuais."Com relação ao outro grande legado de seu mandato (1985-1990), a Constituição, Sarney tem uma avaliação mais nuançada. Diz que a Carta foi um marco na garantia de direitos sociais, mas tornou o país ingovernável, por misturar as atribuições do Executivo e do Legislativo.Parlamentarista, o ex-presidente, que também chefiou o Congresso Nacional, lamenta as rusgas entre Bolsonaro e líderes do Legislativo. Para ele, são prova de subdesenvolvimento político.Escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, o ex-presidente diz que trabalha num livro de análise política com o título de “O Brasil no seu Labirinto”. “Nós estamos num labirinto sem saber que saída vamos encontrar”, afirma. O sr. imaginaria chegar aos 90 anos no meio da situação que estamos vivendo? Eu nunca pensei em viver tanto. Quando eu nasci, em 1930, no interior do Maranhão, não se fazia ainda o cálculo da perspectiva de vida. Mas em 1965, a perspectiva de vida no Maranhão era 29 anos. Em 1930, devia ser no máximo uns 20 anos. Eu atravessei todas as doenças da infância. Vivi numa casa de 50 metros quadrados de chão batido. Só malárias tive três, e todas as doenças que naquele tempo as crianças tinham e as levavam para o céu.Nesses 90 anos o sr. se lembra de alguma crise tão grave como a atual? Assisti a todas as crises do Brasil e às do mundo. Mas eu realmente nunca assisti a um momento de tanta superposição de crises. Acredito que essa vai mudar um pouco o mundo, porque vai ter que transformar o pensamento do homem. Até agora o homem pensou individualmente em resolver os problemas pessoais, da natureza, dos Estados. Mas essa crise nos mostra que temos de pensar coletivamente. Porque o que está ameaçado é a vida humanaA sua grande obra na política foi a redemocratização? Acho que sim. Deus me deu esse encargo de ser presidente na redemocratização. Coube ao meu tempo de governo um momento em que a história se contorcia. Passávamos do regime autoritário para o regime democrático. Isso necessitou uma engenharia política de grande envergadura. Acredito que dei minha contribuição com meu temperamento de paciência, tolerância, diálogo. Só eu sei as dificuldades que tivemos que atravessar.O crescimento da renda per capita até hoje não foi repetido. E entregamos o país redemocratizado. Nós tivemos três etapas na história brasileira. A Constituição de 1824 procurava defender a propriedade. A republicana [de 1891], os direitos individuais. E nós conseguimos fazer essa Constituição [de 1988] dos direitos sociais. Terminamos um século de República tendo um operário candidato a presidente. Como o sr. vê os pedidos de intervenção militar e um novo AI-5? Isso é um saudosismo inalcançável. O Brasil hoje tem uma democracia consolidada. Esse pensamento é uma coisa que nós não podemos mais mudar, a democracia e uma economia também liberal.Não há risco de retrocesso democrático então? Não vejo risco nenhum, porque a mentalidade militar hoje no Brasil é inteiramente favorável à Constituição e à sua submissão ao poder civil, que é a síntese de todos os Poderes. A própria Escola Superior de Guerra tem uma expressão que diz isso no seu manual de estudos.Como o sr. viu a participação do presidente Bolsonaro num ato em que havia faixas pedindo o AI-5? São episódios que eu não dou maior importância. São condutas políticas eventuais.O sr. não tem dúvida sobre o comprometimento do presidente com a democracia? Eu não tenho dúvida é que o país jamais aceitará ou que as Forças Armadas participarão de qualquer aventura que não seja baseada na Constituição, embora a Constituição de 1988 tenha muitos defeitos. Eu mesmo denunciei que ela ia tornar o país ingovernável. Basta ver que tivemos 105 emendas e ainda temos uma cem para fazer.Eu sou parlamentarista. O parlamentarismo é o regime que realmente acaba com esses abalos que nós vivemos nesse presidencialismo que não se sabe de que tipo é. O Congresso é o coração da democracia. Só não implantamos o parlamentarismo quando eu era presidente porque o Mário Covas [ex-governador de São Paulo] vetou o acordo que estávamos fazendo.O sr., que presidiu o país e o Congresso, como vê a artilharia verbal entre Bolsonaro, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre? Vejo como uma prova de subdesenvolvimento político.Deveria haver uma relação mais harmoniosa entre os presidentes de Poderes? Isso vai ter que existir. O próprio amadurecimento do sistema democrático vai nos levar a isso.O que o sr. acha do discurso de que é necessária uma nova política, usado inclusive pelo presidente Bolsonaro? Isso são táticas circunstanciais. Não tem nenhuma profundidade. No Brasil, nós nunca tivemos partidos políticos com essa divisão de velha política ou nova política. A política é uma só.O sr. também tem uma longa carreira literária. Tem algum novo livro em preparação? Escrevi 121 livros, com 168 edições, traduzidos em 12 línguas. Me sinto muito realizado nas duas vertentes que a vida me deu: a da literatura e a da política. Estou na Academia Brasileira de Letras como decano, completo 40 anos no dia 17 de julho. Estou escrevendo um livro que é “O Brasil no seu Labirinto”, examinando momentos que estamos vivendo no país e de certo modo sugerindo algumas soluções. É um livro de análise política.Por que esse nome? Nós estamos num labirinto sem saber que saída vamos encontrar. Eu debito muito das crises atuais aos erros da Constituição de 1988. Foi uma Constituição feita com os olhos no retrovisor. Mas ao mesmo tempo fizemos dois capítulos que asseguram a estabilidade do país, o dos direitos individuais e o dos direitos sociais.Por que o sr. diz que a Constituição foi feita com o olho no retrovisor? Ela é híbrida, é parlamentarista e presidencialista. Deu funções legislativas ao Executivo e funções executivas ao Legislativo. Isso cria a base dessa atual briga entre o Congresso e o Poder Executivo. Na sua longa carreira política, quais foram as figuras que mais lhe serviram de referência? Na história do Brasil, a maior foi o José Bonifácio. Foi quem formulou o país, que surgiu em um ambiente civil, ao contrário da América espanhola, construída em batalhas. Depois, vejo a figura do Rio Branco, que deu a visão de país. Daqueles com quem convivi, destacaria Afonso Arinos, Carlos Lacerda, Juscelino [Kubitschek] e Jânio [Quadros], que, com todos os defeitos, tinha um grande espírito público.Algum arrependimento? Eu não posso ter nenhum ressentimento. Isso só faz mal à pessoa de bem. Sou um homem de fé, religioso, de maneira que chego aos 90 anos com o sentimento de grande gratidão a Deus pela graça da vida.O sr. está otimista com o futuro? O Brasil é e será um grande país. Sobretudo, temos um grande povo. Nós damos o exemplo da miscigenação. Construímos um povo que não tem problema de raça, nem de religião, nem de fronteira. E temos um país que tem a cultura da paz e da convivência.Essa polarização na sociedade que temos visto o preocupa? Não é o temperamento do brasileiro.Como o sr. vê o cenário eleitoral para 2022? Eu já não estou no tempo de fazer profecias, nem de usar bola de cristal.Nascimento José Ribamar Ferreira de Araújo Costa nasce em 24.abr.1930, em Pinheiro (MA)Formação Conclui em 1953 o bacharelado na Faculdade de Direito do MaranhãoPrimeiro cargo eleito Em out.1954 elege-se quarto suplente de deputado federal pelo Maranhão, então no PSD (Partido Social Democrático). Em 1956 e 1957, chega a ocupar uma cadeira na Câmara por curtos períodos de tempoProfessor Em 1957 começa a dar aulas na Faculdade de Serviço Social da Universidade Católica do MaranhãoDeputado Elege-se deputado federal em out.1958, já na UDN (União Democrática Nacional), partido conservador do qual seria um dos principais líderesGovernador Em out.1965, com o apoio do marechal Castello Branco, primeiro presidente da ditadura militar, elege-se governador do Maranhão. No mesmo ano, adota legalmente o nome José Sarney, referência ao pai, Sarney de Araújo CostaPartido governista Pouco após a eleição para o governo maranhense, é instituído o bipartidarismo no Brasil. Sarney ingressa na sigla que dá sustentação ao regime militar, a Arena (Aliança Renovadora Nacional)Senado Em 1970, é eleito para o primeiro mandato de senador, cargo que manteria até 1985Imortal Autor de mais de uma dezena de livros, entre romances, contos, poesia e ensaios, é eleito em 1980 para uma cadeira na Academia Brasileira de LetrasVice de Tancredo Uma complexa articulação coloca Sarney como vice-presidente na chapa de Tancredo Neves, do PMDB, opositor da ditadura, na votação indireta realizada pelo Colégio Eleitoral em 15.jan.1985Presidente A internação de Tancredo para uma cirurgia na véspera da posse, em 15.mar.1985, faz com que Sarney assuma interinamente a Presidência. Com a morte de Tancredo, em 21.abr, Sarney assume em definitivo. Seu governo é marcado, no campo interno, pela hiperinflação e sucessivos planos econômicos fracassados, e no campo externo, pelo estreitamento de relações com a Argentina que cimentaria as bases para o MercosulVolta ao Senado Sarney deixa a Presidência em 1990. Após falhar em articular sua candidatura a senador pelo Maranhão, consegue se eleger pelo Amapá, ex-território alçado à condição de estado naquele ano. Permanece no Senado até 1º.fev.2015, um ano após anunciar que não tentaria a reeleição. Foi presidente da Casa em três ocasiões: 1995-1997, 2003-2005 e 2009-2013
2020-04-24 01:00:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/aos-90-sarney-descarta-risco-para-democracia-mas-ve-brasil-em-labirinto-politico.shtml
Veja a imagem que o Hubble criou no dia do seu aniversário
Há 30 anos o Hubble vasculha o Universo. Como comemoração do aniversário do telescópio espacial mais famoso, a Nasa criou um site no qual é possível conhecer uma imagem criada pelo Hubble no dia do seu aniversário.Basta acessar o site https://imagine.gsfc.nasa.gov/hst_bday/, colocar o dia e o mês do seu aniversário e ver informações e uma pequena parte do Universo, pelas lentes do Hubble.
2020-04-24 01:00:00
ciencia
Ciência
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2020/04/veja-a-imagem-que-o-hubble-criou-no-dia-do-seu-aniversario.shtml
Promotoria investiga socialite ligada a pelo menos 44 casos de coronavírus no Uruguai
Até esta quinta-feira (19), o Uruguai contabiliza ao menos 55 casos confirmados de coronavírus, uma cifra considerada alta para o tamanho da população do país, de cerca de 3,5 milhões de pessoas.A vizinha Argentina, com mais de 43 milhões de habitantes, por exemplo, tem 97 casos. A explicação para grande parte do número uruguaio chega a ser tragicômica.A decoradora Carmela Hontou, 57, que ficou doente durante duas passagens pela Europa nos primeiros meses deste ano, foi a um casamento com 500 convidados no mesmo dia em que retornou ao país.Hontou teve febre alta e inflamação na garganta quando foi a Milão e Madri no fim de janeiro.Nessa primeira viagem, um médico da companhia de seguros que a examinou na Espanha receitou antibióticos e recomendou que, ao chegar ao Uruguai, fizesse exames. "Ele me deu antibióticos para tomar por 14 dias, mas eu tomei menos, porque me sentia bem", disse ela. Exames, Hontou não fez.No final de fevereiro, viajou a trabalho outra vez às duas cidades. Ao chegar a Madri, sentiu-se mal. Procurou conhecidos em Milão, que recomendaram não viajar à cidade, muito afetada pelo coronavírus.Permaneceu então alguns dias na capital espanhola, onde voltou a ter febre. No dia 7 de março, retornou ao Uruguai. Como não havia o registro de nenhum caso de Covid-19 no país quando aterrissou, ainda não havia protocolo em vigor no aeroporto de Carrasco.Hontou foi para casa e, mesmo apresentando sintomas de que poderia estar infectada, compareceu a um casamento da alta sociedade uruguaia, no bairro nobre de Carrasco.De acordo com o jornal uruguaio El Observador, fontes do ministério de Saúde Pública afirmam que, dos 55 casos confirmados no país, 44 foram contaminados a partir da cerimônia. Desse número, nem todos compareceram à festa, mas foram infectados a partir do "vetor Carmela".Em entrevista ao site Infobae, a decoradora disse que não considerou a possibilidade de não ir ao evento, uma vez que o noivo é "como um filho" para ela.Depois da festa, Hontou voltou a passar mal, foi a um hospital e recebeu o diagnóstico de coronavírus. Um escândalo, então, tomou conta de seu círculo de amigos e das redes sociais.Muitos publicaram comentários públicos criticando a empresária. Em grupos de WhatsApp, convidados a condenaram por ter ido ao evento. "Ela não sabe o que está acontecendo no mundo?", "vive em um túper [um Tupperware]?" e "ela poderia ter contaminado um povoado inteiro" eram algumas das mensagens. Também ao site Infobae, Hontou se defendeu. "A repercussão foi muito feia. As pessoas pensam que fui a um casamento só para propagar um vírus, tratam-me como uma terrorista, e não foi assim."Com o diagnóstico, Hontou se transformou num dos primeiros casos, se não o primeiro, de coronavírus no Uruguai. Na sequência, outros 20 convidados da festa receberam a notícia de que estavam contaminados.A partir do caso, o governo passou a adotar o protocolo de manter em quarentena quem chega dos países mais afetados, como Espanha, Itália, Coreia do Sul e China, mesmo que não apresente sintomas.A história não parou aí. Liberada do hospital para cumprir quarentena em casa, Hontou foi denunciada por vizinhos e pelo porteiro do prédio, segundo os quais a decoradora continuava a receber visitas de amigos e parentes. Entre os visitantes, seus dois filhos.Assim, o promotor Alejandro Machado passou a investigar a conduta da empresária e prepara uma acusação formal na Justiça de dano e violação às regras de vigilância sanitária. Machado também emitiu ordem para que os filhos de Hontou sejam investigados.Um dos filhos da empresária já recebeu o diagnóstico de coronavírus e não estaria fazendo o isolamento obrigatório. Segundo o Código Penal, a lei uruguaia determina que atentar contra a segurança sanitária do país é passível de uma pena de 2 a 24 meses de prisão. As autoridades sanitárias estão, ainda, convocando todos os presentes à festa de casamento em que Hontou esteve para que realizem exames para determinar se foram infectados.O vice-ministro de saúde pública, José Luis Satdjian, confirmou que, dos 50 casos no país, 20 estão relacionados ao episódio da festa. Ele usou o episódio como exemplo de responsabilidade coletiva que toda a população deveria assumir.Depois dos primeiros quatro casos, identificados na última sexta-feira (13), incluindo o de Hontou, o número de infectados subiu para oito no domingo e está em 50 nesta quinta-feira (19).O governo do recém-empossado Luis Lacalle Pou ordenou o fechamento de shoppings e lojas, exceto as que vendem alimentos e medicamentos. O presidente ainda suspendeu o funcionamento de parques e locais públicos de diversão.Hontou respondeu às críticas por meio das redes sociais. Em posts no Instagram, disse que decidiu ir à festa porque "não estava mal e não tinha nenhum sintoma".A empresária afirma ainda que, ao retornar ao Uruguai, perguntou no aeroporto se havia alguma medida a quem chegasse da Europa, e a resposta foi negativa.
2020-03-19 13:05:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/03/promotoria-investiga-socialite-ligada-a-pelo-menos-44-casos-de-coronavirus-no-uruguai.shtml
Noah Centineo divulga número do celular para conversar com fãs durante quarentena
Noah Centineo, 23, surpreendeu os fãs nesta quarta-feira (18) ao passar seu número de celular nas redes sociais.O ator de "Para Todos os Garotos que Já Amei" (Netflix) disse que pretende conversar com o maior número de pessoas possíveis durante a quarentena por causa do novo coronavírus. "Estou com um novo número pessoal. +1(561-220-0860)", escreveu em um tuíte. Nas redes sociais, os fãs de Centineo confirmaram que esse é o número do ator. Um deles disse que escutou a voz do artista na caixa postal e "surtou". "Eu não tenho sorte, você não me atenderia", disparou outro admirador.Assim como Noah Centineo, muitos artistas estão ativos nas redes sociais como forma de conscientizar as pessoas a ficarem em suas casas, como recomendação para conter o vírus.Miley Cyrus, por exemplo, decidiu lançar um programa de entrevistas à distancia. O programa chamado "Bright Minded: Live With Miley" acontece de segunda à sexta na rede social da cantora, tem convidados especiais todos os diasA brasileira Anitta também estará bastante ativida nas redes durante este periodo. Ela vai compartilhar com os seguidores do Instagram suas aulas online de francês, de culinária, de dança e outras que terá durante a crise do coronavírus. Na noite desta quarta, a artista convidou sua professora e bailarina, Arielle Macedo, para ensinar a coreografia da música "Rave de Favela". ​
2020-03-19 12:48:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/03/noah-centineo-divulga-numero-do-celular-para-conversar-com-fas-durante-quarentena.shtml
El gobierno de Brasil permitirá reducir el salario y la jornada laboral a la mitad
El gobierno de Jair Bolsonaro permitirá a las compañías reducir las jornadas y los salarios de los trabajadores hasta en un 50% debido al avance del coronavirus. La iniciativa debe ser enviada al Congreso como Medida Provisional.El Ministerio de Economía dice que la medida, que requiere negociación individual, preservará los empleos. “Es necesario ofrecer instrumentos para que las empresas y los empleados superen este período de turbulencia. Ambos están interesados ​​en preservar puestos de trabajo e ingresos”, declaró el Secretario de Trabajo, Bruno Dalcolmo.Según las reglas mencionadas por el Ministerio, las compañías deben continuar pagando al menos el salario mínimo. Tampoco se puede reducir el salario por hora del trabajador.La reducción proporcional en horas y salarios puede durar mientras el estado de calamidad esté vigente. Esta semana, el gobierno envió al Congreso una solicitud para que se decrete la situación de emergencia a fines de este año.Sin embargo, el equipo económico cree que puede haber una mejora de la economía antes de ello, en hasta cuatro meses, lo que haría que las empresas normalizasen sus contratos.Los técnicos no descartan la adopción de medidas más profundas. Una de las ideas que está encima de la mesa es la posibilidad de permitir la suspensión del contrato de trabajo, dando acceso al paro.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2020-03-19 12:56:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/economia/2020/03/el-gobierno-de-brasil-permitira-reducir-el-salario-y-la-jornada-laboral-a-la-mitad.shtml
Coronavírus leva Brasil a fechar fronteiras terrestres com 8 países por 15 dias
O governo brasileiro decidiu restringir por 15 dias a entrada, apenas por via terrestre, de estrangeiros de oito países que fazem fronteira com o Brasil como medida de contenção ao avanço no novo coronavírus.São eles Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, República Cooperativa da Guiana, Paraguai, Peru e Suriname.Como já tinha sido anunciada medida semelhante para a Venezuela, com isso, fica restrito o acesso de estrangeiros em todas as fronteiras terrestres do Brasil, à exceção do Uruguai. "Fica restringida, pelo prazo de quinze dias, contado da data de publicação desta portaria, a entrada no país, por rodovias ou meios terrestres, de estrangeiros oriundos dos países mencionados", diz a portaria.O texto esclarece ainda que o prazo poderá ser prorrogado de acordo com recomendações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).A decisão foi determinada em portaria que será publicada nesta quinta-feira (19). O governo informou ainda que será feita uma determinação específica para o Uruguai, que deve ser publicada também nesta quinta. A decisão foi tomada conjuntamente pelos ministérios da Defesa, Justiça e pela Casa Civil da Presidência da República. A portaria foi divulgada após reunião do comitê de crise criado pelo governo para tratar do impacto do avanço do novo coronavírus no país.De acordo com a portaria, a medida não será aplicada a brasileiros, tanto nascidos em território nacional quanto naturalizados.Os estrangeiros nas seguintes condições também não serão atingidos pela decisão do governo: imigrantes com prévia autorização de residência definitiva em território brasileiro, profissional estrangeiro em missão a serviço de organismo internacional, desde que devidamente identificado, e funcionário estrangeiro acreditado junto ao governo brasileiro, caso de integrantes de corpos diplomáticos de outros países, por exemplo.A portaria esclarece ainda que a restrição não impedirá "o livre tráfego do transporte rodoviário de cargas, nem a execução de ações humanitárias transfronteiriças previamente autorizada pelas autoridades sanitárias locais; assim como o tráfego de residentes de cidades gêmeas com linha de fronteira exclusivamente terrestre".Em caso de descumprimento, a portaria prevê como punições a responsabilização civil, administrativa e penal e deportação imediata, acrescida da inabilitação de pedido de refúgio.Segundo interlocutores relataram à Folha, a situação da fronteira terrestre com o Uruguai deve ser tratada em outra normativa. Isso porque o governo uruguaio entrou em contato com as autoridades do Brasil para acertar conjuntamente a situação de algumas passagens fronteiriças entre os dois países. Colaborou Ricardo Della Coletta
2020-03-19 12:44:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/03/brasil-fecha-por-15-dias-fronteiras-com-oito-paises-por-causa-do-coronavirus.shtml
Tulsi Gabbard desiste de corrida democrata e anuncia apoio a Biden
A deputada Tulsi Gabbard desistiu da corrida pela nomeação democrata nesta quinta (19) e anunciou apoio a Joe Biden."Conheço o vice-presidente Biden e sua esposa e sou grata por ter chamado seu filho Beau, que também serviu na Guarda Nacional, de amigo", escreveu ela em um e-mail."Embora eu não concorde com o vice-presidente em todas as questões, sei que ele tem um bom coração e é motivado por seu amor pelo nosso país e pelo povo americano."Gabbard, 38, é deputada pelo Havaí desde 2013 e é a primeira hindu a ser eleita para o Congresso. Veterana da guerra do Iraque, ela advoga pelo término das “guerras sem fim”.Ela era o terceiro nome que ainda estava na corrida, ao lado de Biden e do senador por Vermont Bernie Sanders, mas suas chances eram praticamente nulas.Gabbard não obteve bons resultados nas primárias que já aconteceram e não se qualificou para nenhum dos debates neste ano.Quem está à frente na disputa que vai eleger o oponente de Donald Trump nas eleições de novembro é Biden —ele venceu por larga margem as prévias de terça (17), em Illinois, Flórida e Arizona.
2020-03-19 12:44:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/03/tulsi-gabbard-desiste-de-corrida-democrata-e-anuncia-apoio-a-biden.shtml
Com 66 casos, Rio de Janeiro confirma duas mortes por coronavírus
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro confirmou duas mortes por coronavírus, nesta quinta-feira (19): um homem, de 69 anos, e uma mulher, de 63 anos.Ao menos seis pessoas morreram no Brasil em decorrência da Covid-19. Quatro mortes foram registrados em São Paulo entre terça e quarta-feira.Segundo a assessoria de imprensa do Estado do Rio de Janeiro, o homem de 69 anos morava em Niterói, era diabético e hipertenso e apresentou os primeiros sintomas, como febre, tosse e mialgia (dor muscular), no último dia 11 de março. Ele pode ter contraído o vírus após ter tido contato com uma pessoa infectada que viajou para o exterior. Pela manhã, o governo do Rio e a Prefeitura de Miguel Pereira confirmaram o primeiro caso de morte epor Covid-19 no Estado. A vítima é uma mulher de de 63 anos. Ela morreu na terça-feira (17), no município de Miguel Pereira, onde vivia.Empregada doméstica, trabalhava no Rio de Janeiro e entrou em contato com sua empregadora, que, ao voltar de uma viagem à Itália, foi submetida a teste e teve a doença confirmada."Estamos todos consternados e tristes. Meus sentimentos a familiares e amigos. Esse vírus nos atinge a todos. É momento de reflexão e de pensarmos nos que mais amamos. É por isso que reforço para que as pessoas não saiam de casa, que orem e que acompanhem todas as orientações do Ministério da Saúde e da nossa Secretaria de Saúde, para que sigamos juntos unidos contra esse mal que assola o mundo", disse o governador Wilson Witzel.Segundo nota, a mulher, diabética e hipertensa, apresentou sintomas no dia 15. Ela havia passado mal ao voltar do trabalho, sendo internada no hospital municipal Luiz Gonzaga na segunda (16).No fim da tarde do dia seguinte, terça (17), o material foi encaminhado para análise pelo Lacen (Laboratório Central Noel Nutels). O teste deu resultado positivo para coronavírus. "Quero também expressar a minha solidariedade a essa família. Faço um apelo à população que acredite na gravidade da situação e siga as orientações das autoridades de evitar sair de casa e ir a unidades de saúde sem necessidade. Reforço que nós não vamos descansar na luta para que casos como esses ocorram em menor número possível", diz o secretário de Saúde, Edmar Santos.De acordo com a secretaria, até o momento o estado do Rio de Janeiro registra 66 casos, 56 dos quais na capital e os demais distribuídos nas seguintes cidades: Niterói (7) Barra Mansa (1), Miguel Pereira (1) e Guapimirim (1).
2020-03-19 13:05:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/03/com-65-casos-rio-de-janeiro-confirma-duas-mortes-por-coronavirus.shtml
DJ que criou música remix da Cardi B sobre o coronavírus diz que vai doar lucro para a caridade
O DJ iMarkkeyz, responsável por remixar o vídeo da cantora norte-americana Cardi B sobre o coronavírus, que viralizou nas redes sociais nos últimos dias, afirmou que pretende doar os ganhos da música para instituições de caridade.A declaração veio através das redes sociais do DJ, que respondeu uma internauta que disse que eles deveriam considerar ajudar as pessoas carentes que não têm acesso a saúde e aos cuidados necessários para a pandemia da Covid-19."Essa era o meu objetivo", respondeu o DJ. Ele também disse que Cardi B concorda com a doação, porém que isso deve demorar algum tempo para acontecer. "Lembrem-se que você não recebe seu dinheiro na hora... mas mesmo meses daqui ainda teremos famílias com problemas financeiros por serem demitidas por causa do vírus. Nós vamos doar!", prometeu o produtor. A gravação remixada de Cardi B se tornou uma das canções mais baixadas no mundo, ao todo em mais de 15 países. Nesta terça-feira (17), a cantora compartilhou em sua rede social um ranking internacional mostrando os países em que o remix do seu discurso é mais baixado na web. Na Bulgária e no Egito, o remix está em primeiro lugar dos rankings e em segundo lugar no Brasil.Questionada por um dos seus seguidores se estaria trabalhando em oficializar a música, Cardi B contou que ela e sua equipe estão trabalhando nisso. “Sou automaticamente creditada é a minha voz”, ressaltou. “Mas se eu colocar meu nome neste momento provavelmente vamos ter que deletar a música e baixar novamente.”
2020-03-19 12:03:00
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Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/03/dj-que-criou-musica-remix-da-cardi-b-sobre-o-coronavirus-diz-que-vai-doar-lucro-para-a-caridade.shtml
Judoca retribui com projeto social aprendizado que teve na Rocinha
Há oito anos, o mato-grossense David Moura, 32, filho do judoca Fenelon Oscar Muller, medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1975, foi ao morro da Rocinha para treinar no Instituto Reação. Queria aprender com o medalhista olímpico Flávio Canto a lutar melhor no chão.O programa social fundado por Canto em 2004 atende a 1.750 crianças e adolescentes no Rio de Janeiro –desses, 37% estão abaixo da linha da pobreza. Foi onde Rafaela Silva, campeã olímpica em 2016, começou a praticar o esporte.“Eu estava perdendo muitas lutas no chão, inocentemente, e procurei pelo Flávio Canto, o melhor do mundo no chão”, afirma Moura, de 1,92 m e 130 kg. O lutador da categoria acima de 100 kg passou a ir para o Rio de Janeiro com frequência a partir de 2012. Quando não dava, treinava na escola construída em Cuiabá pelo pai, a sua maior inspiração.“Eu nunca quis sair daqui. Temos hoje na academia sete bons atletas no peso-pesado, o que é difícil de reunir nessa categoria. São atletas do interior, de São Paulo, de Minas Gerais, querendo o seu espaço. Isso deixa o treino mais bruto”, afirmou Moura.Campeão pan-americano em 2015, em Toronto, o cuiabano voltou para o Brasil após aquela conquista com a sensação de estar em dívida com a população desassistida. “O Reação mudou a minha maneira de ver a vida e o judô", explica.Inicialmente sem um patrocinador ou benefícios com a lei de incentivo ao esporte, Moura deu início ao seu projeto social em um tatame improvisado numa igreja, no bairro de Cidade Alta. Para manter a atividade, o lutador contou com a ajuda dos pais e familiares, que contribuíam com dinheiro, refeições e quimonos.Após visitá-lo, Canto demonstrou interesse em abrir uma unidade do Reação na capital mato-grossense. “Éramos uma pequena fábrica de refrigerantes, de repente alguém chega e nos pergunta se queremos ser a Coca-Cola”, compara Moura. “Tínhamos uma estrutura improvisada numa igreja, era bom, mas não como um instituto que, hoje, conta com assistente social, psicólogo...”.O Reação na cidade de Cuiabá, inaugurado oficialmente no início deste mês, já tem 250 crianças e adolescentes matriculados.A prefeitura cedeu espaço em uma escola municipal no bairro de Três Barras, periferia de Cuiabá, e vai arcar com despesas mensais de água e de luz. O banco BV, patrocinador do judoca e do instituto, contribuirá com R$ 800 mil por ano.Realizado com a inauguração do Reação Cuiabá, Moura tem outro desafio pelos próximos meses. Tentar garantir uma vaga na Olimpíada de Tóquio, até o momento marcada de 24 de julho a 9 de agosto.O Brasil tem direito a uma vaga por categoria, e o melhor no ranking até o final de junho será o representante. Moura tem a concorrência de Rafael Silva, o Baby, duas vezes medalhista olímpico (2012 e 2016) e a quem se refere como pedra no seu sapato.Atualmente, Baby é o sexto do ranking olímpico da Federação Internacional de Judô, com 3.983 pontos. Moura, o sexto, tem 3.445.Ele terá que tirar a diferença até o fim da classificação, mas a grande questão do momento é se haverá eventos no calendário para isso. Vários já foram cancelados por causa da pandemia de coronavírus.O cuiabano acredita que Tóquio-2020 seja sua última chance para realizar o sonho de disputar uma Olimpíada. Por isso a classifica como a oportunidade da vida. "Com 32 anos, não sei se dará para ir na próxima [em 2024, na França] e me sinto num bom momento hoje, mais experiente e forte, com chances de conquistar uma medalha", disse o judoca.Em 2016, na Olimpíada do Rio, Moura não conseguiu tomar a vaga de Baby. "Vou ficar triste se sair o nome dele para ir para Tóquio, e o meu não. Mas não tem sensação pior de não ter ido no seu país.”Em outubro passado, o cuiabano foi superado pelo francês Teddy Riner na final do Grand Slam de Brasília. Foi sua quarta derrota para o astro, incluindo a na final do Mundial de 2017.Em fevereiro, o bicampeão olímpico perdeu em casa uma invencibilidade de dez anos, para o japonês Kokoro Kageura. Moura estava na arquibancada do Grand Slam de Paris.“A derrota foi um susto. Ele não estava bem naquele dia, achei até que fosse abandonar a competição, e o japonês de perto é outra coisa. Já lutei contra ele, é canhoto e espera o adversário entrar para tentar reverter”, conta o brasileiro.
2020-03-19 12:00:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2020/03/judoca-retribui-com-projeto-social-aprendizado-que-teve-na-rocinha.shtml
Domingão do Faustão exibirá reprises e Show dos Famosos é cancelado
Com o avanço do novo coronavírus no Brasil, a Globo decidiu que o Domingão do Faustão, a partir deste domingo (22), não será ao vivo nem gravado. Segundo divulgado pela emissora, o programa vai ao ar, mas serão exibidas reprises dos melhores momentos."Nas próximas semanas, a atração relembrará em edições especiais quadros e participações de grandes nomes da música, dramaturgia e jornalismo que fizeram parte da história do programa", diz nota oficial. "O Domingão do Faustão deixa de ser ao vivo, indo ao encontro da corrente para conter a pandemia do Covid-19 no Brasil e no mundo".A emissora informou também que a edição 2020 do Show dos Famosos foi cancelada. Neste domingo (22), a atração vai reapresentar uma edição especial do quadro Ding Dong, que contou com as participações de Milton Nascimento, Gilberto Gil, Ivete Sangalo e Simone. Medida semelhante foi tomada pela Globo com outros programas, como Altas Horas e The Voice Kids. No último domingo (14), o Domingão do Faustão foi ao ar sem a presença da plateia plateia já como ação preventiva. A atração também teve que contratar em cima da hora uma equipe de bailarinas, já que as atuais tiveram que se afastar depois de uma delas ter tido diagnóstico positivo para o vírus.A Globo fez diversas alterações na sua grade por causa da pandemia do coronavírus. As gravações de todas as suas novelas foram paralisadas, e reprises serão transmitidas no lugar. Os programas Mais Você, Encontro com Fátima Bernardes, Globo Esporte e Se Joga foram suspensos para dar mais espaço a cobertura jornalística do assunto.Na terça-feira (17), a emissora anunciou que vai adiar as estreias do programa Conversa com Bial, a nova atração de Angélica, o "Simples Assim", e a segunda temporada da série "Segunda Chamada". ​O Fora de Hora, que estreou em janeiro deste ano, terá programa até final de março. A partir do dia 7 de abril, a emissora vai exibir a primeira temporada da série "Manifest" após o BBB 20.Já nas quartas-feiras à noite, a Globo vai exibir a faixa "Cinema Especial" depois da novela das 21, no lugar em que era exibido os campeonatos de futebol, já que eles foram suspensos.Os programas Lady Nihht, às quintas, Globo Repórter, às sextas, É de Casa e Caldeirão do Huck, aos sábados, permanecerão na grade de programação da emissora em seus horários habituais. Serginho Groisman também anunciou que parou as gravações do Altas Horas e exibirá os melhores momentos dos 20 anos da atração a partir deste sábado (21).Já o Só Toca Top Verão termina no dia 28 de março e será substituído pelo programa "Música Boa Ao Vivo", com a apresentação da cantora Iza, exibido em 2019 no Multishow.
2020-03-19 11:38:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2020/03/domingao-do-faustao-exibira-reprises-de-seus-melhores-momentos-neste-domingo.shtml
Coronavírus ataca sete membros de uma mesma família e mata quatro deles
​Todos os domingos, Grace Fusco, mãe de 11 filhos e avó de 27 netos, sentava-se no mesmo banco da igreja, cercada por quase uma dúzia de membros de sua grande família ítalo-americana.Os almoços de domingo atraíam ainda mais familiares à sua casa na região central de Nova Jersey.Agora seu clã está unido novamente, mas pela dor indizível: Fusco morreu, aos 73 anos, depois de ser contaminada pelo coronavírus —horas depois de seu filho ter morrido devido ao Covid-19 e cinco dias após a morte de sua filha, disse a advogada Roseann Paradiso Fodera, prima de Grace.Na quinta (19), outro filho que contraiu o vírus, Vincent Fuscom também morreu.Três outros filhos de Grace infectados com o coronavírus continuam hospitalizados, dois deles em estado crítico, segundo Roseann.A filha mais velha de Grace, Rita Fusco-Jackson, 55, de Freehold, Nova Jersey, morreu na sexta-feira (13).A família só ficou sabendo que ela contraíra o vírus depois da morte. O filho mais velho de Grace, Carmine Fusco, de Bath, Pensilvânia, morreu na quarta-feira.Grace Fusco, de Freehold, morreu depois de passar a quarta-feira “em estado grave”, respirando com a ajuda de aparelhos. Segundo Roseann, ela não sabia da morte dos dois filhos mais velhos.Quase 20 outros parentes da matriarca estão fazendo quarentena em suas casas, orando em solidão, sem poder chorar juntos as perdas profundas que sofreram coletivamente.“Quem não está entubado está de quarentena”, disse Roseann. “É tão triste. Eles nem podem chorar seus mortos como se faz normalmente.”Até a tarde de quinta, nove habitantes de Nova Jersey haviam morrido depois de contrair o vírus, que já contaminou pelo menos 742 pessoas no estado.Em todo o país, 10.822 pessoas já tiveram resultado positivo no teste do coronavírus, e pelo menos 172 morreram, segundo um banco de dados do jornal The New York Times. Os casos do vírus estão presentes em todos os estados, além de Washington, o Distrito Federal, e três territórios dos EUA.Mas a devastação deixada em uma única família é vista como rara e difícil de entender.“Eles são jovens e não têm problemas médicos preexistentes”, disse Roseann.Grace Fusco e quatro de seus filhos estavam sendo tratados no CentraState Medical Center em Freehold, uma hora ao sul de Manhattan.Carmine Fusco morreu num hospital da Pensilvânia perto de sua casa.A família tem vínculos estreitos com o mundo do turfe perto da Hípica de Freehold. Alguns de seus membros treinavam cavalos, outros eram jóqueis. O marido de Grace, Vincenzo Fusco, fez as duas coisas, segundo seu obituário.A comissária de saúde de Nova Jersey, Judith Persichilli, disse que uma pessoa que teve contato com um homem que morreu em Nova Jersey em 10 de março, tornando-se a primeira fatalidade do Estado ligada ao coronavírus, participou de uma reunião recente da família Fusco. O primeiro homem de Nova Jersey a morrer foi identificado por um amigo íntimo e pela Hípica de Yonkers, onde trabalhava, como John Brennan.Roseann disse que o encontro familiar em questão foi um jantar como outro qualquer numa terça-feira.“Algo que para a maioria das pessoas seria uma festa, para eles era um jantar como outro qualquer”, disse ela, antes de desfiar os nomes dos presentes, identificando-os numa árvore genealógica que inclui 27 netos.Acredita-se que foi nesse encontro que os membros da família contraíram o vírus. Informações sobre o número de pessoas contaminadas nesse dia levaram Persichilli a intensificar a recomendação de que encontros, mesmo pequenos, com amigos e familiares, sejam evitados.“Não posso exagerar a importância de as pessoas assumirem responsabilidade pessoal e evitarem mesmo os encontros de grupos pequenos”, disse Persichilli.James Matera, diretor médico do CentraState Medical Center, discutiu com a comissária estadual de Saúde e representantes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) o caso raro envolvendo tantos membros de uma mesma família.Ele disse que as autoridades estão avaliando o histórico médico dos pacientes em busca de pistas que expliquem por que o vírus avançou tão rapidamente e com tanta intensidade.“Não sei se isso tem algo a ver com uma cepa”, disse Matera. “Eu diria que essas pessoas em particular são incomuns.”Rita Fusco-Jackson morreu na noite de sábado, um dia antes de sair o resultado positivo de seu exame de coronavírus.Seus familiares estão pedindo que o CentraState ou o CDC realizem uma autópsia para descobrir mais sobre como o vírus a matou.Disseram que ela estava em boas condições de saúde e dava aulas de educação religiosa na igreja católica St. Robert Bellarmine, em Freehold.Mãe de três filhos, Rita cantava no coral, coordenava casamentos na paróquia e era voluntária no clube de jardinagem da igreja, segundo o padre Sam Sirianni.Depois do que aconteceu, a igreja passou por uma faxina profunda, e Sirianni, assim como todos os outros funcionários da paróquia, está sob quarentena, devido à possibilidade de ter sido exposto ao vírus.“Significa que eu me volto ainda mais ao Senhor”, disse ele. “O que me veio à mente na semana passada foi ‘Senhor, salve teu povo’. É algo que repito sempre que vou orar.” ​Sirianni disse que está sofrendo por não poder visitar os doentes no CentraState.Além das pessoas internadas no CentraState que tiverem resultado positivo no teste de coronavírus, estão internadas sob observação no hospital 27 pessoas da comunidade que já fizeram o teste, mas ainda não receberam o resultado.Segundo o diretor médico James Matera, o prazo demorado para obter o resultado do teste deixa os pacientes aflitos e sobrecarrega o hospital.Pacientes que podem acabar recebendo resultado negativo e em condições de receber alta estão, em vez disso, sendo mantidos em isolamento. Se os resultados dos testes saíssem em menos tempo, mais pacientes poderiam receber alta.“Haveria mais leitos disponíveis. Isso reduziria o nível de ansiedade de nossos funcionários”, disse Matera.Os familiares de Rita acham que, se o resultado de seu teste de coronavírus tivesse chegado em menos tempo, isso poderia ter feito uma diferença no atendimento que lhe foi dado.“O hospital não a tratou como um caso confirmado do vírus, isso porque tudo demora tanto”, disse Roseann. “É uma burocracia tremenda. O tempo levado para o resultado do teste é importante.”
2020-03-19 11:46:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/03/coronavirus-ataca-sete-membros-de-uma-mesma-familia-e-mata-tres-deles.shtml
De máscara, Alice Wegmann participa de panelaço contra Bolsonaro: 'Me sinto pronta'
Alice Wegmann, 24, é uma das famosas que está em casa de quarentena por conta do surto do novo coronavírus. Nesta noite de quarta-feira (18), a atriz compartilhou uma foto em sua rede social usando máscara de proteção facial e também, panelas.Em sua casa, Wegmann participou do protesto de panelaço contra o governo de Jair Bolsonaro, que aconteceu em diversas capitais do país. "Me sinto pronta", escrev eu a atriz, que também completou com a hashtag #ForaBolsonaro. (sic) Essa não é a primeira vez que a atriz manifesta sua insatisfação com a política. Ao F5, atriz já disse que procura ser muito transparente e verdadeira nas redes sociais e não se priva de nenhum assunto com medo do que os outros possam pensar. Nas eleições presidenciais de 2018, a atriz declarou seu voto em Fernando Haddad (PT), opositor ao atual presidente Jair Bolsonaro (PSL).Wegmann também contou que quando um seguidor a incomoda muito com frases agressivas, ela bloqueia. Mas, em geral, procura conversar. "Se a gente pode dialogar com as pessoas, melhor."Seu último papel nas telinhas da Globo foi a vilã Dalila, de "Órfãos da Terra", em 2019. Em meio à pandemia de coronavírus, artistas tem usado sua influência e se manifestado para que as pessoas fiquem em suas casas e seguiam os procedimentos que ajudam a evitar o contágio.Anitta, 26, decidiu compartilhar com os seguidores do Instagram suas aulas online de francês, de culinária, de dança e outras que terá durante a crise do coronavírus. Na noite desta quarta, a artista convidou sua professora e bailarina, Arielle Macedo, para ensinar a coreografia da música "Rave de Favela". Em casa e grávida, Giovanna Ewbank também disse que "a situação é muito séria" e lembrou seus seguidores da importância de lavar as mãos, evitar contato físico e estar atento às orientações das autoridades de saúde, evitando sair de casa.Já Bruna Marquezine gosta de compartilhar conteúdos sobre o BBB 20.
2020-03-19 11:27:00
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Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/03/de-mascara-alice-wegmann-participa-de-panelaco-contra-bolsonaro-me-sinto-pronta.shtml
Com coronavírus, Alcolumbre passa a madrugada internado em hospital de Brasília
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), 42, passou a madrugada desta quinta-feira (19) internado na unidade do Hospital Sírio-Libanês em Brasília. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa de Alcolumbre.Segundo a assessoria da presidência do Senado, Alcolumbre realizou uma tomografia para acompanhar a evolução do coronavírus, confirmado um dia antes em exame. Por recomendação médica, ainda segundo a assessoria, o senador ficou em observação no local e recebeu alta na manhã desta quinta-feira (19). "O presidente do Senado permanecerá em casa, em isolamento, de acordo com as orientações médicas", completa a nota do Senado.Segundo pessoas próximas ao senador, na noite de quarta, ele começou a ter dificuldade para respirar e foi aconselhado por seu médico a ir ao hospital fazer uma tomografia do pulmão. Diante do resultado do exame, ficou internado para observação.O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), 58, que, assim como Alcolumbre, está com coronavírus, também está internado no mesmo hospital, segundo sua assessoria.De acordo com a assessoria de Trad, o senador realizou tomografia de tórax e não apresentou sinais de gravidade.​​​Alcolumbre havia feito um teste na semana passada com resultado negativo. Acometido de um resfriado que piorou ao longo desta semana, o presidente do Senado refez o teste na noite de terça-feira (17). Na quarta, o resultado positivo para a Covid-19 foi divulgado pela assessoria de imprensa do senador.Na segunda-feira (16), Alcolumbre participou de uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, outros cinco ministros da corte —Luiz Fux, Rosa Weber, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso—, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o advogado-geral da União, André Mendonça. Ele havia feito o primeiro teste na noite de quinta-feira passada (12) porque havia tido contato, ao longo da semana, com mais de 20 ministros, parlamentares e assessores que estiveram com o presidente Jair Bolsonaro em viagem aos Estados Unidos, no início de março —19 integrantes da comitiva já foram diagnosticados com a Covid-19.O presidente da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações‎​), Sergio Segovia, é o mais recente integrante da comitiva presidencial que foi à Flórida a ter a confirmação de que foi infectado.Segovia realizou um primeiro exame na sexta-feira (13), que não detectou o vírus. Seguindo o protocolo, ele fez uma segunda análise na quarta (18), que confirmou a infecção.Apesar de ter feito parte da missão que acompanhou Bolsonaro aos Estados Unidos, Segovia não viajou com o mandatário no avião presidencial.Já o segundo teste de coronavírus do ministro Ernesto Araújo (Relações Ecteriores) deu resultado negativo. A informação foi confirmada pelo Itamaraty. Desde que retornou da Flórida, Araújo cumpre período de isolamento em sua casa. Seu primeiro exame também não detectou a presença do vírus.​Nesta quinta, o suplente do senador Cid Gomes (PDT-CE), Prisco Bezerra (PDT-CE), 47, foi diagnosticado com a Covid-19. Ele é o terceiro parlamentar com coronavírus no Senado.Em nota, a assessoria de Prisco informou que ele realizou o teste após apresentar tosse e febre."O senador passa bem e, por medida de precaução, antes mesmo de conhecer o resultado, já estava isolado, em quarentena, trabalhando em regime de home office", informou a assessoria do senador.Apesar do quadro, de sua casa, no Ceará, ele participará da primeira sessão remota do Senado, na manhã desta sexta (20), para votar o pedido de decretação de calamidade pública nacional por causa da pandemia de coronavírus.
2020-03-19 10:23:00
poder
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/03/com-coronavirus-alcolumbre-e-internado-em-hospital-de-brasilia.shtml
Fronteiras fechadas na Europa geram caos e congestionamentos de 30 horas
A decisão tomada por líderes europeus de combater a expansão do coronavírus com o fechamento de fronteiras terrestres abertas 25 anos atrás deixou motoristas enfurecidos, mercadorias paradas e congestionamentos de quilômetros de extensão no coração de um continente acostumado a deixar seus residentes se deslocarem entre um país e outro sem verificações de documentos.A promessa de que o transporte de mercadorias não seria interrompido pelas medidas parecia estar sendo gravemente descumprida na quarta-feira (18), especialmente na Hungria, país sem saída para o mar que de uma hora para outra virou um gargalo na Europa.Na segunda-feira (16), o primeiro-ministro Viktor Orbán cumpriu sua promessa de fechar as fronteiras do país a todos os estrangeiros, deixando viajantes por terra parados e furiosos.Depois de muitas companhias aéreas internacionais cancelarem voos, e os Estados Unidos terem proibido a entrada de passageiros da maior parte da Europa, os planos deram lugar a confusão, e os aeroportos viraram cenários de pânico e confusão.Um cenário semelhante vem ocorrendo há dias nas rodovias europeias, mas em escala maior.Num esforço para pressionar as autoridades a abrir o principal ponto de travessia da fronteira austro-húngara, búlgaros, romenos, sérvios e ucranianos de ambos os lados da fronteira saíram de seus carros e se sentaram sobre a via principal, impedindo a passagem de veículos em qualquer direção.Os caminhões de transporte de mercadorias entre países como Polônia e Alemanha enfrentavam esperas de 30 horas. Eslovacos que trabalham na Hungria não sabem quando poderão voltar para casa, devido aos congestionamentos na fronteira húngaro-eslovaca.“Não nos mexemos um metro sequer desde as 8h”, disse o caminhoneiro húngaro Janos Fenyvesi, 68, que estava sentado no congestionamento do lado austríaco da fronteira desde a tarde de terça-feira.Ele transportava mercadorias da Suíça para Nyiregyhaza, no leste da Hungria, quando sua viagem foi interrompida abruptamente a 25 km da fronteira entre a Áustria e a Hungria.“Não entendo por que a polícia austríaca não tirou essa gente da pista”, reclamou Fenyvesi, dizendo que um trajeto que ele normalmente cobriria em dois a três dias agora pode levar o dobro do tempo.“Esses romenos não estão respeitando as leis da Áustria.”A livre circulação de mercadorias e pessoas é um princípio fundamental da União Europeia, e uma semana atrás vários países, incluindo a Alemanha, ironizaram a decisão do presidente Donald Trump de fechar as fronteiras dos EUA à maior parte dos viajantes da Europa.Mas, diante da escalada mundial dos casos de coronavírus, que até quarta-feira já haviam passado de 200 mil, alguns dos 26 países que integram o Acordo de Schengen, que define a Europa sem fronteiras internas, começaram a erguer controles e a barrar a passagem de não residentes e outros que não podiam comprovar a necessidade de entrar nesses países.Orban, que retrata a Hungria como o histórico baluarte protetor da civilização cristã europeia, há muito tempo adota linha especialmente dura contra candidatos a asilo, reprimindo migrantes e, em 2015, fechando a fronteira sul de seu país com a Sérvia e a Croácia.Desde o início da epidemia de coronavírus na Europa, o líder húngaro e seus aliados vêm aproveitando a presença da enfermidade no continente para atribuí-la à migração.E a Hungria limitou o acesso dos candidatos a asilo às zonas de trânsito ao longo de sua fronteira sul.Mas ao meio-dia da quarta-feira a estratégia dos manifestantes parecia ter surtido efeito. Karl Nehammer, o ministro austríaco do Interior, que desde a terça-feira estava em consultas com seu colega húngaro para buscar uma solução, anunciou que a Hungria reabrira sua fronteira, num esforço para reduzir o congestionamento. “Os cidadãos da UE precisam poder retornar a seus países. Precisamos assegurar o fluxo do tráfego a leste de Viena”, disse Nehammer.As autoridades húngaras aconselharam seus próprios cidadãos a utilizar outros postos de travessia da fronteira. E na noite de terça para quarta-feira abriram o que descreveram como um “corredor humanitário” para permitir a passagem pela Hungria de romenos a caminho de seu próprio país.A iniciativa, porém, não ajudou muito a reduzir o congestionamento.O caos provocado pelo fechamento de fronteiras internas na Europa teve efeitos subsequentes, maiores ou menores, em todo o continente.Imagens transmitidas do lado austríaco da fronteira na manhã da quarta-feira mostravam dezenas de pessoas sentadas ou em pé ao lado das barreiras de concreto que dividem as pistas da rodovia, que parecia um enorme estacionamento.Na Áustria, a polícia informou que a fila de veículos se estendia por mais de 30 km na direção de Viena, dificultando a circulação de veículos no país.A Eslováquia, vizinha da Hungria ao norte, também informou que os congestionamentos de seu lado da fronteira se estendem por quilômetros, levando a preocupações sobre se o país vai conseguir manter o fornecimento de produtos essenciais.A Eslováquia importa mais de 50% dos alimentos consumidos no país.“Estamos muito preocupados não apenas com nossa própria situação, mas com o trabalho de todos os fornecedores que mantêm este país funcionando”, disse a jornalistas na terça-feira o presidente da aliança de caminhoneiros, Pavol Jankovic.A polícia eslovaca informou que está tentando tirar caminhões transportando animais vivos, alimentos e remédios do congestionamento em volta da capital, Bratislava, situada perto da fronteira com a Áustria, para ajudá-los a atravessar a fronteira em menos tempo. O congestionamento também está paralisando as viagens entre Alemanha e Polônia, onde as autoridades avisaram que, depois de o governo polonês ter fechado as fronteiras nacionais, no domingo, os caminhões enfrentam esperas de quatro a 30 horas.A iniciativa paralisou o tráfego em todas as três principais rodovias que interligam a Alemanha e a Polônia, revelou Katharina Burkardt, porta-voz do Ministério do Trânsito no Estado alemão de Brandemburgo.Mais tarde na quarta-feira as autoridades polonesas concordaram em abrir mais quatro postos de fronteira à passagem de veículos, num esforço para aliviar o congestionamento e permitir a passagem de caminhões de carga.Na Espanha, onde o fechamento de fronteiras entrou em vigor à meia-noite da segunda-feira, não houve confusão desse tipo, e os caminhões vêm atravessando normalmente, disse José Ángel González, diretor da polícia nacional, em entrevista coletiva na quarta-feira.Ele disse que a polícia checou cerca de 1.550 veículos e deteve duas pessoas: uma por desobedecer as regras e outra, um motorista contra quem havia um mandado de prisão.
2020-03-19 11:17:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/03/fronteiras-fechadas-na-europa-geram-caos-e-congestionamentos-de-30-horas.shtml
Caixa paralisa por dois meses cobrança de parcela de crédito e reduz juros por coronavírus
A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta quinta-feira (19), redução de até 23% nas taxas de juros para empréstimos e concedeu uma pausa de dois meses no pagamento de contratos de crédito vigentes para pessoas físicas e empresas. A medida também vale para financiamentos habitacionais.Os interessados em contrair novos empréstimos terão taxas menores e uma carência de seis meses.O presidente do banco, Pedro Guimarães, disse que o plano tentar reduzir o impacto causado pelo coronavírus na economia. Para isso, serão R$ 78 bilhões a mais disponibilizados para novos empréstimos. Deste total, R$ 3 bilhões foram destinados a linhas de crédito para hospitais e Santas Casas que atendem pela rede do SUS (Sistema Único de Saúde).O dinheiro, neste caso, pode ser usado até para pagamento de dívidas pendentes, uma forma de liberar o caixa desses hospitais para despesas necessárias ao atendimento de casos de pacientes infectados pelo vírus.Tanto pessoas físicas quanto empresas poderão postergar o pagamento de operações de crédito vigentes por dois meses. O benefício passa a valer a partir de segunda-feira (23) e cobre o consignado, empréstimos pessoais (CDC), capital de giro e renegociação.O consignado para aposentados e pensionistas do INSS foi ampliado e as taxas reduzidas.“Essa é uma crise mundial [provocada pelo coronavírus]. Vamos conceder dois meses mas, se for preciso, passaremos para 90 dias, 120 dias. A Caixa é o banco com mais liquidez no mercado e vamos reagir caso seja necessário”, disse Guimarães em uma live da Caixa transmitida na manhã desta segunda-feira.No crédito consignado, por exemplo, a menor taxa (varia com o valor do empréstimo) passa a ser de 0,99% ao mês. No CDC, 2,17% ao mês.Para empresas, além da postergação de créditos vigentes, haverá uma redução maior de juros em novos contratos.Micro e pequenas empresas, que devem ser mais afetadas pela crise, a redução de juros será de até 45% para capital de giro, com taxas a partir de 0,57% ao mês. Empresas que atuam no comércio e na prestação de serviços, mais impactadas com o isolamento dos consumidores em casa, terão até seis meses de carência em linhas especiais de crédito.Pessoas físicas e empresas poderão solicitar pausa estendida de até duas prestações de seus contratos habitacionais ou financiamentos imobiliários.Para os hospitais e Santas Casas que atendem a rede do SUS, o banco disponibilizou R$ 3 bilhões. Para quem tomar crédito por até 60 meses, a taxa será de 0,80% ao mês, uma redução de 14%. Nos contratos de até 120 meses, os juros serão de 0,87% ao mês, redução de 23%, e carência de seis meses.Todos os produtos serão contratados via aplicativos da Caixa, mas as agência também estão preparadas para esse atendimento.
2020-03-19 10:35:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/03/caixa-paralisa-pagamentos-por-dois-meses-reduz-juros-e-libera-r-3-bi-para-hospitais-por-coronavirus.shtml
Deputado que relacionou Felipe Neto a massacre de Suzano é condenado a pagar R$ 35 mil
O youtuber Felipe Neto, 32, comemorou nesta quarta-feira (18) a vitória de uma ação movida contra o deputado federal Carlos Jordy, 38, que no início de 2019 o acusou de incitar em um de seus vídeos o massacre ocorrido em Suzano.Na época, Neto disse que o político estava cometendo um ato de calúnia e que informaria sua equipe jurídica para tomar as ações necessárias.Um ano depois do caso, o deputado é condenado e deve pagar um valor de R$ 35 mil a Felipe Neto. "Vitória! O dinheiro será integralmente doado para o Instituto Marielle Franco e o movimento Ocupa Sapatão. Que sirva de exemplo para esses deputados que acham que estão acima da lei e podem falar o que quiser para tentar destruir opositores. Carlos Jordy teve a pachorra de pedir imunidade parlamentar em sua defesa. Perdeu!", escreveu o youtuber nas redes sociais, compartilhando o valor a ser pago.Procurado pela reportagem, Carlos Jordy não se manifestou até a publicação deste texto. A briga começou em março de 2019, quando o Jordy escreveu no Twitter: "Quando digo que pais não devem deixar os filhos assistirem aos vídeos do Felipe Neto, não é brincadeira. Em 2016, ele fez vídeo ensinando a entrarem em sites da deepweb. Agora descobriram que os assassinos de Suzano pegaram informações para o massacre num dos sites após assistirem ao vídeo".Felipe, então, respondeu: "Um Deputado Federal vindo a público cometer crime de calúnia. 1) Ele não sabe o que é deep web e nunca ensinei nada disso; 2) A mentira de que os terroristas conheceram os chans por minha causa foi armada pelos próprios chans; 3) Vai responder criminalmente."
2020-03-19 10:06:00
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https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/03/deputado-que-relacionou-felipe-neto-a-massacre-de-suzano-e-condenado-a-pagar-r-35-mil.shtml
Cristiano Ronaldo sai para fazer compras em meio a pandemia de coronavírus e web crítica
Cristiano Ronaldo, 35, optou por não seguir as recomendações de permanecer em casa e saiu para fazer compras nos últimos dias com sua mulher, Georgina Rodríguez, em meio à pandemia de coronavírus.O jogador de futebol do clube italiano Juventus refugiou-se com sua família em um apartamento luxuoso em Funchal, na Ilha da Madeira, após seu companheiro de equipe Rugani revelar ter resultado positivo para o coronavírus,A atitude de não regressar à Itália já era criticada pelos italianos, segundo o jornal El País, mas nos últimos dias as reações aumentaram, após Cristiano Ronaldo ter sido fotografado fazendo compras em Funchal, enquanto os portugueses pedem para que todos procurem ficar em quarentena.A soma de fatores fez com que o jogador fosse criticado nas redes sociais por internautas que consideram a atitude pouco favorável no momento que estão vivendo, e até um certo exibicionismo de sua situação privilegiada. Em sua última publicação no Instagram, Cristiano Ronaldo recebeu comentários sobre sua atitude, uma vez que ele havia pregado o completo oposto:“O mundo está passando por um momento difícil que exige nosso maior cuidado e atenção. Hoje não falo como jogador de futebol, mas como filho, pai e ser humano, ciente dos eventos que estão afetando a todos. É importante que todos sigamos os avisos da OMS e das autoridades que lidam com essa situação. Proteger a vida humana está acima de outros interesses”, afirmou ele na legenda da publicação, elogiando as ações dos médicos e funcionários de saúde.Desde então, o jogador não fez novas publicações nas redes sociais. Veículos de informação do meio esportivo afirmam que ele desaprova a forma como sua equipe italiana administrou a crise de saúde, segundo o El País.
2020-03-19 08:46:00
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https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/03/cristiano-ronaldo-sai-para-fazer-compras-em-meio-a-pandemia-de-coronavirus-e-web-critica.shtml
Maior festival de música a céu aberto, Glastonbury é cancelado por causa de coronavírus
O festival britânico de Glastonbury, o maior festival de música a céu aberto do mundo, foi cancelado este ano devido ao surto de coronavírus,segundo informaram os organizadores nesta quarta-feira (18).Kendrick Lamar, Paul McCartney, Taylor Swift e Diana Ross estavam entre os destaques da 50ª edição do Glastonbury, que aconteceria em junho.“Claramente, este não era um curso de ação que esperávamos adotar para o nosso 50º aniversário, mas após as novas medidas do governo anunciadas nesta semana - e em tempos de incerteza sem precedentes –agora é nossa única opção viável”, disse o fundador do festival Michael Eavis e sua filha Emily Eavis.“Lamentamos muito que essa decisão tenha sido tomada. Não tínhamos escolha. Mas estamos ansiosos por recebê-los novamente a esses campos no próximo ano e, até então, enviamos nosso amor e apoio a todos vocês.” Mais de 135.000 ingressos foram vendidos para o festival realizado na fazenda de Eavis, no sudoeste da Inglaterra. Milhões de pessoas assistem às apresentações na televisão.Os organizadores disseram que os que compraram ingressos –esgotados em apenas 34 minutos em outubro do ano passado– terão a oportunidade de participar do evento em 2021.
2020-03-19 07:58:00
musica
Música
https://f5.folha.uol.com.br/musica/2020/03/maior-festival-de-musica-a-ceu-aberto-glastonbury-e-cancelado-por-causa-de-coronavirus.shtml
Cartolas pausam futebol, mas prazo para retomá-lo pode gerar conflitos
O problema era o poder, na verdade: quem o detinha, quem o cobiçava, quem o manteria.Com isso removido, e com as disputas ferozes entre aqueles que ameaçavam paralisar o futebol suplantadas por uma crise que eles não têm como vencer por meio de escambo ou intimidação, todas aquelas exigências incontornáveis se tornaram irrelevantes. Os impotentes não estão em condição de brigar sobre seus problemas.Em apenas cinco dias –embora a sensação tenha sido de que muito, muito mais tempo transcorreu–, o futebol descobriu um espírito de “unidade”. Gianni Infantino, o presidente da Fifa, a organização que comanda o futebol mundial, percebeu o fato. O mesmo vale para Aleksander Ceferin, o presidente da Uefa, a organização que comanda o futebol europeu. De alguma forma, apenas uma semana se passou desde que os dois se encontraram em Amsterdã no congresso anual da Uefa, com o primeiro tentando fazer as pazes e o segundo respondendo com uma esnobada: poses e vaidades que agora parecem pertencer a outro lugar, outro mundo.Naquele momento e lugar, Fifa e Uefa estavam em confronto, por controle, por dinheiro, por tudo. E não eram as únicas: os clubes tinham sua agenda, as ligas, também. Ninguém parecia especialmente preocupado com aquilo que os jogadores desejam, e ninguém jamais se incomoda em perguntar aos torcedores o que acham. Os organizadores queriam mais torneios, ou ampliar seus torneios; mais partidas, mais prêmios, mais tudo, mais qualquer coisa.De repente, quando Juventus, Inter de Milão, Real Madrid e Arsenal entraram em quarentena por conta do coronavírus, e quando ligas esportivas de todo o planeta decidiram paralisar suas atividades, ficou evidente que a questão já não era a necessidade de ter mais, e sim a realidade de que, por algum tempo, todos teriam nada.Não fazia sentido, depois disso, brigar pelo poder, não quando se tornou claro, mesmo para figuras como as que comandam o futebol, que algo mais estava no controle.Foi essa sensação de impotência que criou o novo sentimento de unidade no futebol. No final de semana, representantes de todas as partes interessadas no esporte examinaram contratos, fizeram contas e realizaram reuniões.E –o que parece igualmente importante– alguns deles se dispuseram a ouvir. Quando a Uefa convocou a primeira de suas teleconferências da semana –primeiro com as ligas e clubes da Europa, e em seguida com as federações nacionais dos países do continente–, a estrutura básica de um plano foi desenvolvida.A Eurocopa masculina que seria disputada na metade do ano teria de ser adiada, como já era ofuscantemente óbvio havia algum tempo, e a decisão foi a de que ela seria disputada nos mesmos locais, e mais ou menos com o mesmo calendário, no ano que vem.Diversos torneios –os campeonatos europeus sub-21, a final da Liga das Nações e o campeonato feminino europeu– terão de mudar de data para acomodar esse ajuste.Isso por sua vez cria espaço e folga no calendário para que a Uefa não só conclua as edições atuais de seus torneios –Champions League e Liga Europa–, como para que as ligas nacionais da Europa encontrem maneiras de concluir suas atuais temporadas.Idealmente, disse a Uefa, isso deveria acontecer antes de 30 de junho, a data em que a “atual temporada esportiva” se encerra e, mais importante, a data de expiração de diversos contratos. Se isso não acontecer, a Uefa terá de buscar maneiras de alterar os processos qualificativos para a Champions League e Liga Europa do ano que vem, a fim de criar ainda mais espaço no calendário.Existe a aceitação, é claro, de que talvez realizar qualquer um desses planos se torne impossível, e de que existe a possibilidade de que a atual temporada precise ser anulada integralmente, ou concluída prematuramente. Não existe nenhum vislumbre de retorno à disputa pelo poder.De sua parte, a Fifa adiou a Copa do Mundo de Clubes que acaba de reformular, marcada para a China no ano que vem; a organização ainda não definiu a nova data para sua disputa.Poucas horas depois do anúncio da Uefa, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) confirmou que também transferiria seu principal torneio, a Copa América, da metade deste ano para o ano que vem. A Copa Africana de Nações, marcada originalmente para Camarões em janeiro do ano que vem, foi adiada por prazo indefinido.Agora, a Uefa, os clubes e as ligas europeus devem começar a determinar como concluir o que falta da atual temporada de alguma forma satisfatória, o que fazer caso isso não seja possível e como ajudar as ligas e clubes cuja existência está sob ameaça por conta de uma paralisação que pode levar meses.“A situação nos uniu. Percebemos que nosso ecossistema é frágil, que temos um só ecossistema e precisamos agir responsavelmente, precisamos ajudar uns aos outros. Não há mais espaço para ideias egoístas. Não há mais espaço para egoísmo. O futebol mundial precisa recomeçar do zero”, disse Ceferin.“Vi extrema solidariedade. Vi um espírito amistoso. Vi amizade. Por isso estou otimista. Mas precisamos esperar para ver. Você sabe que, quando a crise chega, às vezes agimos um pouco diferentemente do que fazemos depois que ela passa”, afirmou.“Senti que hoje, nesta reunião, tivemos uma reunião de solidariedade. Foi uma grande sensação perceber a grande solidariedade que o futebol europeu demonstrou hoje. Eu diria que essa é a maior crise que o futebol já enfrentou em sua história. Mas também serve como uma possibilidade de recomeçar algumas coisas”, acrescentou o presidente da Uefa.Ao anunciar sua reunião de emergência, na semana passada, a Uefa deixou claro aos diversos convidados que tudo estaria na mesa, que não haveria restrições, tabus ou qualquer coisa inegociável. O otimismo de Ceferin é tamanho que ele claramente –e com alguma justificativa– acredita que essa abordagem tenha funcionado.Mas tantas das coisas que estão em consideração no momento eram consideradas completamente impensáveis na semana passada: que uma grande confederação (ou três) mudasse as datas de seu principal evento; que partidas da Champions League fossem jogadas em finais de semana, tradicionalmente um período sacrossanto para os campeonatos nacionais; que a Fifa concordasse em adiar uma competição que Infantino passou anos promovendo e vendendo em todo o mundo.E, infelizmente, nada disso foi testado na prática. O teste ainda está por vir, quando os clubes e ligas tentarem encontrar uma forma de concluir a temporada atual e jogar a seguinte, em um prazo de 15 meses. E isso sem saber até que ponto o surto do coronavírus, completamente imprevisível, vai se estender, quando os esportes poderão ser retomados ou, crucialmente, se o público, sitiado e alquebrado, ainda terá tolerância para com essas competições.Os limites rígidos podem ter desaparecido, mas continua a haver limites. Existe “flexibilidade” agora, como disse Ceferin, mas apenas até certo ponto. A Uefa não precisava ter definido já a nova data da Eurocopa. Poderia ter anunciado simplesmente que ela não seria jogada neste ano.Em lugar disso, a organização para todos os efeitos estabeleceu um prazo. Agora, por exemplo, não é possível usar o momento como oportunidade para preparar o futebol mundial para outro grande choque, esse autoinduzido, quando o Qatar sediar a primeira Copa do Mundo a ser jogada em dezembro, em 2022.Jogar a Eurocopa no começo do ano que vem poderia criar uma oportunidade de alinhar a temporada europeia com dois anos de antecedência: jogar temporadas completas em 2021 e 2022, cada qual encerrada em novembro, como preparação para a Copa.Essa possibilidade agora desapareceu. Pode bem ser que existam motivos convincentes para isso. Nenhuma das soluções adotadas é fácil. Mas elas tampouco são urgentes. Se há algo que não falta aos dirigentes do futebol, no momento, é tempo.Mas temos pressão sobre os clubes, sobre as ligas, sobre a Uefa mesmo, por uma solução que permita que a Eurocopa, disputada na metade do ano que vem, coroe temporadas nacionais e continental completas. É mais fácil falar nisso do que fazê-lo.Mesmo em seu momento de magnanimidade, mesmo quando não está no controle dos eventos, a Uefa conseguiu impor um prazo. Talvez, depois de tantos anos o exercendo, não seja fácil abrir mão do poder.
2020-03-19 10:09:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2020/03/cartolas-pausam-futebol-mas-prazo-para-retoma-lo-pode-gerar-conflitos.shtml
Capes recua e diz que não cortará bolsas de estudantes no exterior por causa de coronavírus
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) anunciou nesta quarta-feira (18) um possível corte nas bolsas de estudantes brasileiros que estão em universidades no exterior e optaram por não antecipar a volta ao Brasil devido à pandemia do novo coronavírus.Mas horas depois, a instituição recuou da medida.Um comunicado da Capes gerou apreensão entre bolsistas que, neste momento, realizam suas pesquisas em instituições estrangeiras. Muitos dizem que um retorno agora traria enormes prejuízos ao seu trabalho. Publicado pelo órgão em sua página na internet, o texto “Covid-19: informações para bolsistas da Capes no exterior” informava que os beneficiários que estão em universidades cujas atividades acadêmicas estejam acontecendo apenas no modo online devem voltar ao Brasil e realizar as atividades remotamente.“Caso as fronteiras do país ainda estejam abertas e o bolsista opte por permanecer no exterior, a bolsa será suspensa até a comprovação da normalização das atividades na instituição”, dizia ainda o comunidado.A reportagem também teve acesso a uma conversa entre um bolsista e um técnico da Capes pelo Whatsapp. Nela, o funcionário do órgão diz que não faz sentido os bolsistas ficarem no exterior, isolados dos centros universitários, forçados a trabalhar em casa. “Existe a possibilidade de suspendermos imediatamente as bolsas de quem insistir em permanecer no exterior nesse cenário”, complementa.Na quinta-feira (19), após a publicação da reportagem, a Capes procurou a Folha para esclarecer que “os bolsistas que desejarem continuar seus estudos onde se encontram continuarão a receber normalmente o auxílio, mesmo que a instituição de ensino não esteja em funcionamento e independentemente da fronteira do país estar aberta ou fechada”.Também na manhã de quinta-feira, após a publicação da reportagem, a Capes atualizou em seu site a página “Capes orienta bolsistas sobre pandemia de Covid-19”. A nova versão já não traz as orientações anteriores.Questionada sobre a mudança de posição, a Capes disse que as informações divulgadas no primeiro comunicado “não estavam bem claras”.Muitos estudantes ficaram apreensivos sobre o possível corte das bolsas. Uma doutoranda da Universidade de São Paulo (USP), que atualmente está na Universidade Nacional Autônoma do México e prefere não se identificar, diz que a volta agora seria desastrosa para sua pesquisa, que depende muito mais do trabalho de campo do que das aulas presenciais. Sem o dinheiro da bolsa, no entanto, ela não teria como se sustentar na Cidade do México.Apesar da Capes ter anunciado que os benefícios serão retomados assim que a situação se normalizar, muitos pesquisadores temem voltar ao Brasil e ficar sem recursos aqui, já que há atrasos na reativação das bolsas pagas no país.Também na quarta-feira, a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) anunciou que todos os estudantes que estão no exterior com bolsa da agência poderão antecipar a volta ao Brasil. Muitos pesquisadores, no entanto, seguem em dúvida. Pós-doutorando na Unicamp, Felipe Bier Nogueira conta que pretendia deixar a Universidade de Princeton (EUA) e voltar ao Brasil apenas no dia 16 de abril, exatamente no dia em que chega ao fim o contrato de sua Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE). Agora, porém, ele teme esperar e acabar não conseguindo retornar.Se for obrigado a permanecer nos Estados Unidos sem os valores pagos em dólar pela Fapesp, ele não terá como se manter em uma das regiões mais caras do país, ainda mais sem o plano de saúde, que também vence no próximo dia 16. “Seria o pior momento para ficar sem a cobertura”, pondera Bier, que deixou de sair de casa não apenas para evitar a possibilidade de contaminação, mas também para economizar algum dinheiro.A Fapesp anunciou a prorrogação, por sessenta dias, de todas as bolsas em universidades brasileiras, mas os casos de pesquisadores que estão no exterior serão analisados caso a caso.Na Universidade de Illinois Urbana-Champaign, até o momento a preocupação de Lorena Muniagurria é com relação às passagens aéreas que foram compradas para a participação em congressos mas não poderão ser utilizadas. Das três viagens previamente programadas, a antropóloga pesquisadora do Instituto de Artes da Unicamp já sabe que não será reembolsada pela companhia em pelo menos um dos casos.“O que eu estou fazendo é guardar absolutamente todos os recibos e documentos possíveis, para que depois possa demonstrar tudo na prestação de contas” à Fapesp, diz Muniagurria, que não pretende retornar antes ao Brasil, já que sua bolsa tem duração até o mês de agosto, quando espera que a situação esterá sob controle.Em Harvard, a pesquisadora no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Mariah Queiroz conta que sua bolsa de Estágio de Doutorando no Exterior concedida pela Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) vai até o fim de abril, mas ela já pensa em antecipar a volta ao Brasil.Apesar do prejuízo à sua pesquisa, Mariah Queiroz diz que a questão financeira está pesando em sua decisão. Ao descobrir que seu plano de saúde não cobria pandemias, por exemplo, ela decidiu pagar do próprio bolso por um novo plano, mais abrangente, mas agora não sabe se conseguirá ser ressarcida.Procurado pela reportagem, o presidente da Faperj, Jerson Lima, que vem trabalhando de casa por ter tido confirmado o diagnóstico do novo coronavírus, informou que a fundação fluminense será flexível na avaliação das demandas dos pesquisadores. Entre as medidas já adotadas, está a prorrogação, em noventa dias, do prazo para que os bolsistas prestem contas.O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que também oferece bolsas para pesquisa no exterior informou que todas as solicitações ligadas ao coronavírus estão sendo analisadas caso a caso.
2020-03-19 08:00:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/03/capes-pode-cortar-bolsa-de-brasileiros-no-exterior-por-causa-de-coronavirus.shtml
Empresas sociais e criativas empregam mais jovens e mulheres, diz estudo
As empresas sociais e criativas do Brasil estão gerando mais empregos formais para mulheres, jovens e pessoas LGBTQ + em comparação à economia brasileira em geral. No entanto, o quadro é menos positivo em relação à inclusão de negros, o que reflete obstáculos estruturais da sociedade brasileira.É o que conclui o Mapeamento sobre Empreendedorismo Social e Criativo no Brasil, estudo inédito realizado pelo British Council e pelo DICE (Developing Inclusive and Creative Economies), programa do governo britânico que apoia o desenvolvimento do setor no Reino Unido, Brasil, Egito, Indonésia, Paquistão e na África do Sul.O trabalho do British Council e do DICE se baseia na hipótese de que apoiar o desenvolvimento de projetos criativos e negócios sociais é uma maneira eficaz de abordar questões como desemprego, desigualdade, crescimento econômico e de construir sociedades mais inclusivas.Para realizar a pesquisa, entre junho de 2019 e janeiro de 2020 foram entrevistados 926 empreendedores de todo o país, dos quais 666 atenderam aos critérios definidos pelo estudo.Tanto nos empreendimentos sociais como nos criativos analisados, 47% do staff é composto por mulheres.“Os negócios sociais e criativos empregam uma proporção elevada de mulheres num país como o Brasil que possui uma taxa de subutilização da força de trabalho feminina quase dez pontos maior do que a dos homens”, explica o pesquisador Gustavo Möller, da Catavento Pesquisa, responsável pelo estudo desenvolvido em parceria com a SEUK, Social Enterprise UK, que lidera a maior rede de empresas sociais no Reino Unido.“O mesmo padrão é observado entre os jovens de 18 a 24 anos, segmento que se caracteriza por uma taxa de desemprego de 27% no ano passado, mais de dez pontos acima da taxa nacional”, afirma o pesquisador.O Mapeamento mostra que nos negócios sociais com até um ano de atuação, 23% das equipes são formadas por jovens com menos de 25 anos. Nas empresas criativas e nas híbridas, este índice chega a 21%.Entre os grupos sociais vulneráveis, as empresas sociais e criativas estão empregando um número maior de funcionários LGBTQ + do que o esperado, principalmente os empreendimentos mais novos.Naqueles com até um ano de operação, por exemplo, 21% do staff é composto por pessoas LGBTQ+. Em negócios com até cinco anos, 11% pertencem a este segmento. Essa taxa baixa para uma média entre 6% e 7% em empreendimentos com mais de 6 anos.O mapeamento foi apresentado no evento Diálogos Transformadores, realizado pela Folha e pelo British Council. De 2018 para 2019, o número de funcionários dos negócios sociais e dos híbridos aumentou em mais de 30%. Nas empresas criativas o crescimento chegou à metade dessa taxa. Mais “É importante notar que esse desempenho foi alcançado em face da estagnação do desemprego mais amplo no Brasil, que está constantemente acima de 10% desde 2016 (IBGE)”, destaca o estudo. Quanto à contratação formal de negros, os números são bem mais baixos do que entre outras populações vulneráveis: nas empresas sociais eles são 9%, nas criativas 14%.Para Adriana Barbosa, vencedora do Troféu Grão 2019 e integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, este resultado revela a invisibilidade das mulheres negras no mercado de trabalho formal no país.“Como o Mapeamento levantou especificamente esta parcela de trabalhadores, as pesquisas não chegaram até elas”, avalia a criadora da Feira Preta, o maior festival da cultura negra da América Latina. "Boa parte das empresas com as quais me relaciono são de mulheres negras empregando mulheres negras, mas não são trabalhos formais. O que não quer dizer que não estejam empregando e trabalhando”.Um dos aspectos positivos apontados pelo estudo é de que, apesar das incertezas da economia brasileira, os empreendedores sociais e criativos são otimistas em relação ao próprio futuro e querem crescer fazendo negócios. Entre as empresas criativas, 67% esperam evoluir atraindo novos clientes e 55% delas acreditam que podem aumentar o volume de trabalho com o desenvolvimento e lançamento de novos produtos.“Ninguém pode duvidar da criatividade natural do brasileiro”, diz Martin Dowle, diretor presidente do British Council no Brasil. “Esta é uma sociedade inventiva que luta para superar os obstáculos impostos pela sociedade. Há uma falta clara de estratégia governamental, de políticas para o desenvolvimento e um longo caminho a ser percorrido em termos de inclusão, mas este estudo reconhece o que está sendo feito até agora”.Dan Gregory, diretor internacional de Desenvolvimento Sustentável da SEUK, considera o resultado do mapeamento muito bom para o Brasil no cenário global. “Fizemos pesquisas similares em países diferentes e estou feliz porque, aqui, a notícia é positiva. É encorajador que essas empresas estejam criando empregos e sociedades inclusivas”.Uma das hipóteses destacadas pelo mapeamento é que negócios sociais e criativos impactam positivamente as comunidades em que estão inseridos, reafirmando suas identidades e contribuindo para seu crescimento cultural e econômico.É o caso do "Centro Cultural Lá da Favelinha", fundado pelo agitador cultural e empreendedor social Kdu dos Anjos, no Aglomerado da Serra, em Minas Gerais, uma das maiores favelas do Brasil. No Favelinha Fashion Week, jovens da comunidade desfilam com roupas recicladas, criadas pela marca própria “Remexe”, onde trabalham dez costureiras. Cada uma recebe R$ 1.200 por mês.“O Mapeamento mostra o que está acontecendo. A periferia não tem só subemprego e tráfico. As pessoas de lá têm talento e podem viver dele”, afirma. “O que existe na periferia é troca e sem dinheiro não há troca justa."Kdu recebeu o apoio do DICE com a meta de dobrar a renda das mulheres não brancas que trabalham com eles. "Em um ano aumentou 250%", orgulha-se o empreendedor social e criativo.Mesmo crescendo e se multiplicando, o estudo apontou que 35% dos empreendimentos sociais e 39% dos criativos têm dificuldade para acessar investimentos e vender inovação. É o que aponta Gustavo Glasser, vencedor do Prêmio Empreendedor Social de Futuro da Folha em 2019 com a Carambola, negócio social que forma pessoas em situação de vulnerabilidade (LGBTQ+, negros e jovens da periferia) para o mercado de tecnologia. Mais "Há duas coisas em que não acredito e nunca vi: investimento em inovação e em impacto social no Brasil", diz ele sobre as agruras de uma startup de educação e tecnologia como a dele conseguir investidores. "Os empresários querem inovação e quando mostro algo novo, perguntam se alguém já fez aquilo. Querem algo novo ou o que já existe?", questiona o chef e empreendedor social David Hertz, fundador da Gastromotiva, que com seus cursos, já capacitou e colocou mais de 5.500 pessoas no mercado de trabalho.Entre os alunos, 62% reconhecem que ampliaram a renda e 90% continuam na área de gastronomia, 57% voltaram a estudar, 43% estão estudando na área de gastronomia. Mas estes dados não sensibilizam financiadores. "Não há uma empresa brasileira ou um indivíduo apoiando a Gastromotiva porque ela qualifica as pessoas", lamenta Hertz, vencedor do Prêmio Empreendedor Social de Futuro em 2009.
2020-03-19 09:00:00
empreendedorsocial
Empreendedorismo Social
https://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2020/03/empresas-sociais-e-criativas-empregam-mais-jovens-e-mulheres-diz-estudo.shtml
Reunião especial de 'Friends' é adiada devido ao coronavírus
A reunião especial planejada pela HBO para a série "Friends" teve sua produção adiada devido à epidemia de coronavírus, informou a Variety nesta quarta-feira (18).As filmagens ocorreriam na próxima semana, mas agora foram adiadas para maio, segundo a publicação.O reencontro de "Friends" foi confirmado em fevereiro, e estava programado para acontecer no lançamento da plataforma de streaming HBO Max, em maio. Os próprios atores anunciaram a novidade em suas redes sociais. Além do especial não roteirizado, os 236 episódios da série estarão disponíveis para os assinantes da HBO Max.Jennifer Aniston, a eterna Rachel Green, publicou no Instagram uma foto da série e escreveu: "Está acontecendo".David Crane e Marta Kauffman, criadores da série, também vão participar do episódio, que deve ter duração de uma hora. Segundo o site The Hollywood Reporter, cada ator vai ganhar pelo especial entre US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 11 milhões) US$ 3 milhões (R$ 13 milhões)O reencontro será filmado no palco 24 do estúdio da Warner Bros. em Burbank, Los Angeles, onde toda a série foi gravada.
2020-03-19 07:44:00
cinema-e-series
Cinema e Séries
https://f5.folha.uol.com.br/cinema-e-series/2020/03/reuniao-especial-de-friends-e-adiada-devido-ao-coronavirus.shtml
Podcast tem debate sobre economia em tempos de coronavírus; ouça
Na noite desta terça-feira (17), o governo Jair Bolsonaro anunciou que solicitaria ao Congresso reconhecimento de estado de calamidade pública no país por causa do novo coronavírus. Em mensagem ao Poder Legislativo, o presidente ressaltou que os impactos da pandemia poderão levar a uma queda do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano.A decisão do Planalto chega depois de um pacote de medidas para minimizar os efeitos do novo vírus divulgado na segunda (16) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Em conjunto com outras ações, as propostas têm impacto de R$ 147,3 bilhões.Além destas ações, Guedes defende a aprovação das reformas administrativa e tributária para "atravessar essa turbulência que vem de fora".No Café da Manhã, Laura Carvalho, professora da Escola de Economia da USP (Universidade de São Paulo), e Zeina Latif, ex-economista-chefe da XP Investimentos, discutem as iniciativas do governo federal e como elas podem afetar o futuro do país.O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando abaixo. Para acessar no aplicativo basta se cadastrar gratuitamente.Ouça o episódio:O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia.O episódio é conduzido pelos jornalistas Rodrigo Vizeu e Magê Flores, com produção de Jéssica Maes e edição de som de Renan Sukevicius.
2020-03-19 05:00:00
podcasts
Podcasts
https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2020/03/podcast-tem-debate-sobre-economia-em-tempos-de-coronavirus-ouca.shtml
Onde investir com juro a 3,75% ao ano e Bolsa em queda?
Com a Selic a 3,75% ao ano, nova mínima histórica, e a Bolsa de Valores em desvalorização, o investidor precisa diversificar ainda mais os investimentos, especialmente na renda fixa, apontam especialistas.“Em condições normais, quando os juros caem, recomendamos renda variável, mas está muito difícil nesse momento de indicar isso", afirma Bruno Mori, planejador financeiro CFP pela Planejar.Com a crise do coronavírus, o Ibovespa acumula queda de 42% em 2020. Em 2019, subiu 31,6%.Segundo Mori, não é recomendável entrar na Bolsa agora ou ampliar a fatia de renda variável da carteira. "As ações até estão baratas, mas o que a Bolsa precifica agora é quanto tempo vai durar a recessão e não mais se ela vai existir", diz Mori.Ele aponta que a taxa de juros baixa deixa a renda fixa menos rentável, mas, em momentos de crise, ela se torna ainda mais importante.“As reservas de emergência são importantes para o momento que estamos vivendo, com a economia global parando e empresas demitindo”, afirma Bruno Mori, planejador financeiro CFP pela Planejar.A reserva emergencial consiste em, no mínimo, seis meses de gastos mensais alocados em um investimento de renda fixa que supere a inflação e possa ser resgatado no mesmo dia sem perda de valor, como o Tesouro Selic, fundos DI e CDBs (Certificado de Depósito Bancário) acima de 100% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário, que segue a Selic). Ela deve ser utilizada em caso de desemprego ou de emergências médicas para evitar a contração de dívidas.Nesse caso, alocações na poupança, principal investimento dos brasileiros, deve ser evitada. Desde novembro de 2019, o seu rendimento já perde para a inflação. Isso porque ela rende a Taxa Referencial (TR), hoje zerada, mais 70% da Selic, o equivalente a 2,625% ao ano a partir desta quarta.Para 2020, o mercado prevê inflação de 3,10%.“Nesse cenário, de taxa de juros real próxima do negativo, o que a renda fixa assegura é a manutenção da compra. Não tem para onde fugir”, diz Rafael Panonko, chefe de análises da Toro Investimentos.A taxa de juros real equivale a taxa de juros nominal (3,75% ao ano) menos a inflação, o que equivale a 0,65% em 2020, conforme a previsão.Mori recomenda que os investidores que tenham a poupança nova, alocações feitas a partir de 4 de maio de 2012, troquem esse investimento, depois do aniversário, por CDBs com rendimentos a partir de 100% do CDI.Também é importante estar atento ao banco que emite o certificado. Quando mais arriscado o emissor, mais alta a remuneração. Os CDBs têm, contudo, garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), algo que os fundos DI não têm.Outro ponto e a liquidez. Apesar de rendimentos maiores, os CDBs de bancos pequenos e médios não tem liquidez diária e sim, prazo de vencimento, que varia de seis meses a dois anos."Quem tem a poupança da regra antiga não deve nem pensar em resgatar. Rendimento de 0,5% ao mês mais TR é um sonho nos dias de hoje", diz o economista.A poupança, ao contrário do CDB, é isenta de imposto de renda (IR). Contudo, mesmo com isenção de IR, o CDB é mais vantajoso que a poupança nova.Se a aplicação no CDB permanecer sem resgates pelo período mínimo de 720 dias, há incidência mínima do IR (15%), com rendimento líquido de 3,1875%.“Nesse cenário, de taxa de juros real próxima do negativo, o que a renda fixa garante é a manutenção do poder compra. Não tem para onde fugir”, diz Rafael Panonko, chefe de análises da Toro Investimentos. Levantamento feito pela Yubb, com base na rentabilidade média de cada investimento Rentabilidade bruta anual de 5,04%Rentabilidade bruta anual de 4,64%Rentabilidade bruta anual de 4,48%Rentabilidade líquida anual de 4,35%Rentabilidade bruta anual de 4,23%Rentabilidade bruta anual de 3,77%Rentabilidade líquida anual de 2,68%Rentabilidade líquida anual de 2,37%Rentabilidade bruta anual de 2%Rentabilidade líquida anual de 1,40%Outras alternativas para a renda fixa são LCA e LCI (Letra de Crédito do Agronegócio e Imobiliário, respectivamente)‎, que também seguem o CDI e títulos do Tesouro Direto atrelados ao IPCA.Segundo os especialistas, com a Selic a 3,75%, os investimentos prefixados não são indicados. Isso porque eles têm uma taxa de juros combinada no momento da aplicação, que não muda mesmo que a Selic suba ou caia, ou seja, é vantajoso quando há expectativa de queda de juros. No momento atual, o mercado não precifica mais cortes e considera que as Selic deva subir ao fim de 2020.Para diversificar a carteira além da renda fixa, Pononko recomenda fundos multimercado, que são administrados por um gestor especializado e investem em mais de um tipo de ativo. Geralmente, eles combinam aplicações conservadoras, como títulos públicos, com ativos mais arriscados, que podem ser dívidas em empresas, ações e dívidas de empresas no exterior. Para saber no que um fundo investe, é preciso ler o informativo.O gestor destes fundos trabalha de forma a garantir a atingir a maior rentabilidade possível, com mudanças diárias na carteira. Com a queda de 42% do Ibovespa neste ano, estes fundos têm se desfeito de ações e comprado ativos mais seguros.Segundo especialistas, outra boa opção na renda variável são os ETFs, fundos que replicam um índice de ações, como o Ibovespa. Neste caso, por exemplo, o ganho do fundo será, ao final de um período, o mesmo registrado pela Bolsa. Como é um fundo passivo (não há um gestor tomando decisões de investimento) negociado em Bolsa, tem taxas mais baixas.Panonko recomenda o ETF atrelado ao S&P 500, índice que acompanha a valorização de 500 empresas listadas na Bolsa de Nova York e na Nasdaq, mas alerta "não há garantia de rentabilidade". Hoje, este índice fechou cotado a R$ 133,50.Para se proteger das fortes quedas do mercado de ações, o gestor recomenda equilibrar a carteira com fundos cambiais, que investem em dólar, euro e libra, cujo rendimento acompanha a valorização destas moedas. Em 2020, o dólar sobe 29,6% ante o real, cotado a R$ 5,201. Tais fundos, contudo, são menos acessíveis, com ​aplicação mínima a partir de R$ 1 mil.Tanto fundos cambiais, ETFs e ações são investimentos de renda variável, ou seja, sua rentabilidade varia. Dessa forma, não podem ocupar a maior parte da carteira de investimentos.A proporção da carteira varia conforme o perfil de cada investidor, não podendo ultrapassar os 40% no caso dos mais agressivos, ou seja, dispostos a correr riscos.O perfil, por sua vez, varia conforme a renda, os objetivos e a personalidade de cada um."Se o investidor não consegue dormir à noite porque está 'perdendo' R$ 20 mil na Bolsa, talvez ele tenha se enganado quanto ao seu perfil de risco", diz Mori, da Planejar.
2020-03-19 01:00:00
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Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/03/onde-investir-com-juro-a-375-ao-ano-e-bolsa-em-queda.shtml
Colunistas dão sugestões para o período de quarentena
Diariamente, durante a crise do coronavírus, um colunista ou um blogueiro da Folha vai indicar sugestões para o período de quarentena, como livros, filmes, séries, entre outras opções.As primeiras dicas são de Juca Kfouri, jornalista esportivo e autor de “Confesso que Perdi”."O Romance de Minha Vida"É considerado pelo autor, Leonardo Padura, o seu principal livro. A obra de um cubano apaixonado por seu país, crítico de suas mazelas, até por isso meio ignorado por lá, país que não abandona nem difama.Ed. Boitempo, 328 páginas, R$ 54. Kindle, R$ 38,61 "Merlí" Série de 40 capítulos lançada em 2015. A filosofia e a vida bem tratadas. Se já viu, reveja. Se tiver filhos adolescentes, veja com eles. Se tiver netos adolescentes, recomende vivamente. Mas eles lá e os avós cá, exatamente a parte pior do isolamento. Vai passar. A série está disponível na Netflix.TV3/Netflix. 2015. Três temporadas. 32 horas e 25 minutos.
2020-03-19 01:00:00
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Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/03/colunistas-dao-sugestoes-para-o-periodo-de-quarentena.shtml
Nas redes sociais, direita ensaia discurso de golpe contra Bolsonaro
Na versão virtual da guerra das panelas, a direita bolsonarista deu os primeiros passos para denunciar um suposto golpe contra o presidente, num discurso que lembrou o do PT durante o impeachment de Dilma Rousseff.Muitos utilizaram a hashtag #respeitem57milhoesdeeleitores, em referência ao total de votos que Jair Bolsonaro teve no segundo turno em 2018."Bolsonaro foi eleito democraticamente e tem consigo uma grande nação que trabalha pelo bem do país e não mede esforços para defendê-lo", tuitou, por exemplo, o Jornal da Cidade Online, uma das vozes mais potentes nas redes bolsonaristas.Carmelo Neto, ativista conservador e membro suplente do Conselho Nacional da Juventude, ligado ao Ministério dos Direitos Humanos, denunciou a tentativa da esquerda de pedir o impeachment do presidente."Já que estamos todos em casa de quarentena, não custa nada bater panela em apoio ao governo e repúdio à esquerda nojenta, que quer 'impchimar 'Jair Bolsonaro", escreveu.Outros iam além, pedindo #Bolsonaroaté2026, já prevendo sua reeleição em 2022.Em geral, os apoiadores do presidentes mostraram-se incomodados por perder o monopólio sobre o uso dos utensílios culinários como instrumento de protesto.Em postagens no Twitter, que usavam a hashtag #PanelacoContraAEsquerda, bolsonaristas famosos e anônimos cobravam de seus pares que não deixassem o panelaço ser apropriado pelo campo inimigo."Nós fazemos um bom panelaço. Somos nós que sabemos mexer com as panelas", disse a apresentadora de um vídeo do grupo Avança Brasil, convocando para a manifestação.Houve grande preocupação com a presença de penetras da esquerda na hashtag do panelaço bolsonarista."A esquerda vai copiar e colar cada passo que demos pra tirar a Dilma do poder, escutem o que estou dizendo. Por isso não podemos cessar fogo", escreveu a militante conservadora Sara Winter. Por volta de 21h10, curtos vídeos de até 1 minuto de duração começaram a ser publicado no Twitter, mostrando manifestações em defesa do presidente. Em comum, sons de panela e luzes de apartamentos piscando.Mas alguns opositores se infiltraram, como temido pelos apoiadores do presidente, e publicaram vídeos em que havia apenas silêncio e escuridão.Críticas à imprensa, sobretudo à Rede Globo, e a esquerdistas em geral foram uma constante na reação dos bolsonaristas nas redes sociais.Expoente da tropa de choque do governo, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) deu uma espécie de tiro de largada para a manifestação virtual por volta de 20h15, no auge do panelaço esquerdista, publicando um vídeo com o hino nacional sendo tocado de uma sacada no bairro da Aclimação, área nobre de São Paulo. Um homem grita "mortadela!", apelido pejorativo para a esquerda.Por volta das 21h30, uma relativa calma voltou às redes sociais da direita, pouco depois de as sacadas pelo país também silenciarem.
2020-03-19 01:00:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/03/nas-redes-sociais-direita-ensaia-discurso-de-golpe-contra-bolsonaro.shtml
Integrante do Pânico diz não ser ele atirando em vídeo publicado em seu perfil: 'Achei engraçado'
André Alba, youtuber e integrante do programa Pânico, publicou um vídeo, na noite desta quarta-feira (18), logo após os panelaços contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro, em que uma pessoa aparece atirando de uma janela em direção à rua. Ao fundo, dá para ouvir o barulho de panelas batendo.Após receber críticas, Alba Expider, como é conhecido, apagou o vídeo do seu perfl no Twitter e pediu desculpas. "Coloquei um vídeo que vi na net, acabei achando engraçado, só que acho que fui só eu. Peço desculpas pelo ocorrido", escreveu ele.Questionado pelo F5, Alba afirmou que não é ele no vídeo. "Lógico que não sou eu. Era um vídeo que estava na internet, e eu achei engraçado. Pedi desculpas para quem se ofendeu. Como não é uma piada minha, não tive problema nenhum em apagar", afirmou.Disparar arma de fogo em via pública ou em direção a ela é crime previsto no Estatuto do Desarmamento. A pena prevista é prisão de dois a quatro anos, e multa. Por causa do vídeo, Alba disse que pessoas o acusaram de ser criminoso e de incitar a violência. "E eu estou em casa, acamado", afirmou. Durante o programa Pânico, na rádio Jovem Pan, desta quarta-feira (18), ele disse que sentiu uma indisposição muito forte. Depois, também teve febre e "sentiu a garganta pegando".Ele disse que após os sintomas resolveu se isolar. Inicialmente, Alba afirmou que não vai fazer o exame para saber se está com coronavírus. Ele quer esperar alguns dias para ver se melhora.O youtuber afirmou também que toma cuidado redobrado com a saúde, porque tem uma doença autoimune, a Doença de Crohn, uma síndrome que afeta o sistema digestivo.
2020-03-19 00:25:00
celebridades
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https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/03/integrante-do-panico-diz-nao-ser-ele-atirando-em-video-publicado-em-seu-perfil-achei-engracado.shtml
Evo Morales viaja a Cuba com justificativa de realizar exames médicos
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales, que vive na capital argentina há dois meses na condição de refugiado, viajou na madrugada desta segunda-feira (10) para Cuba.De acordo com nota divulgada por sua assessoria de imprensa em Buenos Aires, Evo foi a Havana para realizar exames médicos.Essa foi a mesma explicação que concedeu ao deixar o México —primeiro país no qual o líder boliviano se abrigou, após renunciar, em 10 de novembro. Ele não retornou e desde então está em Buenos Aires.Agora, a ex-ministra da Saúde da Bolívia Graciela Camaño, que também está na Argentina, afirma que ele voltará, uma vez que o plano é o de coordenar a campanha de seu partido, o MAS (Movimento para o Socialismo), para o Legislativo e para a Presidência, a partir de Buenos Aires.De acordo com Camaño, Evo voltará ao país já no próximo fim de semana, onde, diz ela, tem reuniões marcadas.A saída de Evo do país ocorre em meio à expectativa de uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral da Bolívia sobre a legitimidade de sua candidatura ao Senado.Embora a inscrição do ex-presidente para concorrer esteja feita, membros da oposição pressionam para que ela seja revista.Eles argumentam que conquistar uma vaga no Legislativo seria apenas uma tentativa de ganhar foro privilegiado e, assim, voltar à Bolívia.Em dezembro, a Procuradoria local emitiu uma ordem que obriga o ex-presidente a prestar depoimento ao Ministério Público, após uma denúncia do governo interino do país de suposto envolvimento com crimes de sedição e terrorismo. Mais Em uma entrevista a uma rádio, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, tratou o assunto com naturalidade.Disse ter falado com Evo há alguns dias e que ele manifestou o desejo de sair do país para fazer um tratamento. "Eu lhe garanti que isso não muda em nada o nosso acerto sobre seu status de refugiado", disse o mandatário argentino.Evo, porém, em entrevistas a jornalistas nas últimas semanas, afirmou que os Estados Unidos têm feito pressão para que o governo argentino limite suas ações no país —Fernández teria sido o responsável por demover o ex-presidente boliviano da ideia de fazer um ato de campanha na fronteira da Argentina com a Bolívia.Para Evo, o movimento é resultado de pressão de Donald Trump sobre Fernández. O presidente argentino não comentou a questão.
2020-02-10 15:29:00
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Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/02/evo-morales-viaja-a-cuba-com-justificativa-de-realizar-exames-medicos.shtml
Como apps de entrega estão levando pequenos restaurantes à falência
Aos 49 anos, Ricardo Masironi desistiu de empreender. Desde novembro, o ex-dono de hamburgueria se tornou cozinheiro de uma cervejaria artesanal em Moema, zona sul de São Paulo.Masironi havia criado a Montanha Burger em 2016 e viu a chance de prosperar a partir do serviço de entrega de comida iFood, que estava expandindo as suas operações na mesma época.Foi uma decisão acertada: com "propaganda" garantida por parte do parceiro de delivery, a Montanha Burger, que tinha um pequeno salão próximo ao metrô São Judas, também na zona sul da capital, chegou a despachar 90 entregas por dia, metade da sua demanda diária, com uma média de R$ 55 por pedido. Nada mau para um negócio de pequeno porte.Mas, no começo de 2019, algo começou a dar errado: os pedidos deixaram de aparecer de uma hora para outra. Não foi uma redução gradual, fruto de um possível aumento de competição. Nem uma mudança de cardápio ou receita, que permaneceram exatamente os mesmos.Masironi sequer teve a chance de sondar a clientela para saber o que estava acontecendo: no final de 2018, o iFood já havia deixado de fornecer o contato dos clientes aos restaurantes. A partir de então, o consumidor passou a ser do serviço de entrega —não importa quem faça a comida."Com o tempo, o iFood mudou radicalmente o atendimento aos restaurantes", diz Masironi, que acabou fechando o salão em agosto do ano passado. Manteve apenas o delivery e enveredou pelos lanches mais baratos, vendidos a R$ 9,50.Mas seus produtos não eram exibidos na seção de comida barata do iFood, de até R$ 10. Questionou o aplicativo, mas não obteve resposta conclusiva. Sem pedidos, Masironi não suportou os custos e encerrou definitivamente a operação em novembro.O caso da Montanha Burger não é isolado. A reportagem conversou com outros oito donos de restaurantes, cafés, bares e lanchonetes que colecionam mais dissabores que vantagens após contratar os serviços do iFood.As principais queixas se referem às "promoções malucas" propostas pelo aplicativo, do tipo "compre um lanche e ganhe outro", ou a oferta sistemática de cupons de desconto de R$ 10, que acaba com as margens de lucro dos estabelecimentos."A minha porção de calabresa custa R$ 14. Eu tenho que pagar 27% sobre o preço do pedido para o iFood. Como é que eu vou dar um desconto de R$ 10? Vai me sobrar o quê?", questiona Jane Bassoli, sócia do marido Alexandre Bassoli no Bassa Bar e Restaurante, na zona oeste de São Paulo.Questionado pela reportagem, o iFood não respondeu se, ao formular as suas promoções, que são as que mais chamam a atenção dos consumidores, leva em conta o percentual de lucro dos restaurantes.Na percepção dos estabelecimentos, a relação com o iFood começou a piorar na segunda metade do ano passado, quando o aplicativo investiu no Loop, o seu próprio "restaurante". Por meio do Loop, o cliente programa a compra do almoço na véspera ou até as 11h do mesmo dia.A primeira refeição é vendida a R$ 4,99, sem taxa de entrega. A partir da segunda refeição, o preço é R$ 9,99, também com entrega grátis. "Cinco reais é o preço de um salgado. Como a gente vai competir com isso? Como ter lucro e servir uma refeição decente a R$ 10, sem taxa de entrega?", pergunta Alexandre Bassoli.A reportagem apurou que, no caso do Loop, o iFood faz acordos com restaurantes que vendem comida por quilo. O cardápio do dia é definido previamente e, na véspera, o iFood encomenda ao restaurante a quantidade que será entregue, com base na demanda já agendada. Na prática, o aplicativo compra o aumento da capacidade do restaurante, a quem paga antecipado.Na visão da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a prática indica dumping —quando um fornecedor põe à venda um produto a um preço muito inferior ao do mercado. "O delivery é um ponto chave para a competitividade dos restaurantes, cada vez mais os clientes buscam conveniência", diz Célio Salles, membro do conselho de administração nacional da Abrasel. "Mas o aplicativo não pode praticar subsídio na venda dos produtos, o que acaba deturpando o equilíbrio do mercado", afirma. A empresa se defende. "O iFood esclarece que age de acordo com a legislação aplicável na operação do Loop e em suas demais atividades e que não compactua com qualquer tipo de prática ilegal. O modelo de negócio desse serviço tem como base a utilização da capacidade produtiva ociosa de restaurantes e o agendamento de pedidos combinado à logística de entrega eficiente, o que resulta em refeições a preços mais acessíveis."A prática não envolve apenas os pequenos restaurantes. O franqueado de uma grande rede de fast-food, que não quis se identificar, afirmou que o aplicativo faz promoções em que oferece desconto de 50% sobre o preço do milk shake, por exemplo. "O aplicativo me paga o preço cheio do produto, mas vende pela metade", diz o franqueado. Neste caso, porém, o restaurante não tem prejuízo —embora a venda na sua loja física seja canibalizada, já que o cliente vai optar pelo aplicativo."É muito positivo atender aos anseios dos consumidores, assim como gerar novas oportunidades de negócios e fomentar a economia. Mas isso deve ser feito dentro de um modelo sustentável, em que as regras estejam claras e sejam iguais para todos, com transparência", diz a advogada Patrícia Peck, do escritório PG Advogados, uma das pioneiras no estudo do direito digital no Brasil.Ela lembra que a competição costuma ser acirrada em novos mercados, o que acaba gerando benefício de descontos à clientela no começo, devido à guerra de preços. "Mas se a situação perdurar, gera um canibalismo do sistema, que logo alcança um desvio perigoso", diz Peck, que preside o Instituto iStart de Ética Digital.Além dos preços agressivos, uma das maiores queixas dos restaurantes se refere à transparência na exposição do seu negócio na plataforma. Quem aparece primeiro na pesquisa por categoria —lanches, padaria, comida brasileira etc.— tem mais chances de ser escolhido pelo consumidor."Na região do metrô São Judas, são cerca de 200 lanchonetes no iFood. Como é feito este ranqueamento? Eles dizem que a exposição depende da nota do restaurante, com base na pontualidade e na avaliação do cliente. Mas eu nunca vi essas informações. Minha lanchonete desabou das cinco primeiras posições para uma das 30 primeiras de uma hora para outra, sem ter recebido reclamação", diz Masironi, ex-Montanha Burger.Outro restaurante que ficou sem resposta foi o Buffet Lé com Cré, na Lapa, zona oeste de São Paulo. "Para ser mais competitivo, queria me tornar um restaurante com frete grátis, como vários que aparecem na plataforma, porque o iFood cobrava R$ 6,90 do meu cliente pela entrega. Eu perguntei o que teria que fazer, mas eles nunca me responderam", diz Ruy da Silva Elentério, sócio do Lé com Cré.Para aproveitar a ociosidade do buffet durante a semana, ele passou a servir almoço por quilo no restaurante, que tem capacidade para 80 pessoas. Mas, no último ano, empresas do entorno fecharam as portas e Elentério decidiu partir para o delivery, na tentativa de aquecer as vendas. Preparou fotos, cardápio e treinou pessoal. "Fiquei três meses no iFood e não vendi nada", diz."A gente foi atrás por causa da superpropaganda da marca, já que eles aparecem até na novela da Globo. Achamos que o negócio iria bombar, era nossa chance de atender além dos 500 metros, que é a distância média que alguém caminha para almoçar. Mas foi só ilusão", diz Elentério, que fechou o restaurante por quilo no fim de dezembro, para se concentrar apenas no buffet infantil. Demitiu três funcionários.Na opinião do especialista em direito digital Renato Opice Blum, do Opice Blum, Bruno, Abrusio & Vainzof Advogados, a prática do iFood pode configurar abuso de poder econômico, caso seja comprovado que o aplicativo vem prejudicando a operação dos restaurantes. "Quando o propósito do investimento é eliminar pequenos parceiros, há concorrência desleal e dumping", diz o advogado, professor do Insper, onde coordena os cursos de proteção de dados e direito digital.A questão de como se dá o ranqueamento dentro da plataforma, crucial para as vendas, foi levantada junto a iFood, Rappi e Uber Eats. Todos disseram que a ordem é determinada pela "inteligência artificial" (veja mais abaixo).Em resposta à reportagem, o iFood afirmou que os parceiros costumam apresentar 50% de crescimento nos primeiros seis meses cadastrados da plataforma. O iFood diz que "está sempre disposto a ouvir os seus parceiros e fazer melhorias em seus processos para atendê-los com mais eficiência". Segundo o iFood, os restaurantes contam com "ferramentas de inteligência de negócio" para melhorar as vendas, um time que oferece as primeiras orientações e uma equipe de pós-venda.Fundado em 2011, o iFood faz parte do seleto grupo de "unicórnios" do país —como são chamadas as startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão. No final de 2018, o aplicativo recebeu um aporte de US$ 500 milhões, a maior rodada de investimentos já obtida por uma empresa na América Latina. A previsão era aplicar o montante, cerca de R$ 2 bilhões, até o fim de 2019.Brasileiro, com operações no México e na Colômbia, o iFood é líder no mercado de entrega de comida no país, à frente dos rivais Rappi, Uber Eats e da novata 99 Food. Entre janeiro e setembro de 2019, realizou 159,3 milhões de entregas, uma média de 18 milhões de pedidos por mês, o que representa um crescimento de quase 50% sobre 2018. No período, 86 mil entregadores atenderam a 886 cidades no Brasil e na América Latina.Todo esse poder de fogo abriu o apetite para novas empreitadas: a criação de "dark kitchens", ou restaurantes virtuais, voltados apenas para o delivery. A aposta não é exclusividade do iFood: Rappi e Uber Eats também enveredaram por esse caminho, como uma maneira de explorar o enorme "big data" à sua disposição.Funciona assim: a partir da sua base de dados, os serviços de entrega de comida detectam onde existe uma grande demanda por determinado tipo de produto. Elegem parceiros para abrir um restaurante naquela região, em regime de exclusividade —normalmente, os restaurantes que mais vendem na plataforma.O aplicativo indica o melhor local para montar a "cozinha virtual" —o mesmo espaço, inclusive, pode reunir várias cozinhas diferentes (massa, pizza, sushi, hambúrguer etc), uma espécie de coworking das cozinhas, atendendo a um só aplicativo.O empresário entra com o investimento para equipar o espaço, enquanto o aplicativo se encarrega de fazer toda a propaganda, muitas vezes criando uma marca específica, que o cliente só vai encontrar na sua plataforma.Essa marca tem visibilidade privilegiada e costuma estar à frente dos outros restaurantes. Ao dar as ordens na cozinha, os aplicativos conseguem ter o controle sobre todo o processo e negociar melhor as margens de cada etapa."Para mim, o fato de eu não aderir às promoções malucas do iFood fez as minhas vendas caírem de uma hora para outra no delivery", diz Masironi, ex-Montanha Burger. "Quem não entra no esquema deles, fica de escanteio. Eles privilegiam as dark kitchens que ajudam a montar".Sobre o Loop, o iFood afirma ter iniciado testes em novembro de 2018, "e o serviço foi desenvolvido com o suporte de nutricionistas e chefs consultores para oferecer um cardápio balanceado, variado e de qualidade a preços acessíveis". "O modelo de operação do Loop traz rentabilidade aos restaurantes parceiros, que aproveitam melhor seus recursos, e também para as demais pontas do ecossistema".O aplicativo diz que as refeições são entregues lacradas e com as informações do restaurante. Mas não informa quais os critérios para a escolha do parceiro.Alexandre Sampaio Padovani, dono do restaurante Hollyfood no Itaim Bibi, zona sudoeste de São Paulo, desistiu de participar das promoções semanais propostas pelo iFood. "Quando eu entrava na promoção, a média de pedidos passava de seis para 20 no dia, mas eu não tinha lucro", diz.Se em um primeiro momento ele encarou o custo como marketing, acabou deixando de fazê-lo. Apesar de mais do que triplicar o número de pedidos no dia, a promoção não agregava novos clientes, uma vez que a sua média diária de vendas permanecia a mesma."No iFood, o que compensa para mim é o cliente do salão que paga com o QR Code do aplicativo", afirma Padovani. O cliente do iFood que usa o QR Code para pagar seus pedidos acumula pontos, que podem ser usados como desconto tanto nos restaurantes físicos conveniados quanto no próprio aplicativo, com exceção do Loop."O valor da compra pelo QR Code entra para mim em dois dias, muito mais rápido do que no voucher ou nos cartões de débito e crédito, que demoram 30 dias para me pagar", diz.Outra reclamação comum à maioria dos restaurantes ouvidos pela reportagem é o seu status dentro da plataforma: muitos aparecem para o consumidor como "fechados" ou com "área de atendimento reduzida", mas estão operando normalmente. "Se a área está bombando e não tem motoqueiro suficiente para fazer as entregas, o iFood tira o restaurante da área ou reduz a sua atuação", diz Masironi.Alexandre Bassoli, do Bassa Bar e Restaurante, achou estranho quando consultou a visibilidade do seu estabelecimento no iFood em novembro. Em um dia de semana, pouco depois do meio-dia, o Bassa apareceu como "aberto —com área de entrega reduzida". O estabelecimento, porém, operava normalmente. A restrição se manteve ao longo da semana.Quando questionou o aplicativo, recebeu a seguinte resposta, dentro da plataforma: "A logística iFood, quando verifica uma alta demanda na região, como prevenção para o próprio estabelecimento, reduz o raio de atendimento ou até mesmo pode indisponibilizá-lo momentaneamente ou por um curto período a fim de o restaurante não sofrer avaliações ou receber notas baixas decorrentes de possíveis atrasos. Esta operação logística é automática do sistema"."Não tem cabimento essa resposta, sondei o meu principal concorrente na região e ele também estava vendendo pouco no delivery", diz Bassoli, que afirma que o problema se repete sistematicamente com o Bassa. "No iFood, leva vantagem na exposição quem vende comida de graça. Eles subsidiam os pratos, se tornaram nossos concorrentes."Jane Bassoli reclama do ritmo ditado ao restaurante. "Eles determinam o tempo entre o pedido e a entrega. Mas como produzir e levar uma feijoada ou um bife à parmegiana em 25 minutos?", diz ela, que também aponta a difícil comunicação com o aplicativo, restrita a mensagens dentro da plataforma, e o sistema de pontuação. "Eu não tenho o contato do cliente, não sei se as avaliações que recebo são de gente que realmente consumiu o meu produto."Para Michel Khodair, até os entregadores do iFood complicam o relacionamento da plataforma com os restaurantes. "Um minuto depois que entra o pedido na plataforma, o motoboy chega. Estamos preparando os pratos, em um prazo super apertado para o nosso modelo de negócio, e os entregadores ficam enviando mensagem ao aplicativo, dizendo que estamos atrasados", diz o empresário, dono do Marilyn Restaurante, no Tatuapé, zona leste de São Paulo. "Isso prejudica a nossa nota no aplicativo e a exposição do restaurante cai."Com pratos à la carte, o Marilyn é obrigado a vender mais caro na plataforma do que no salão, para compensar todos os gastos extras com o delivery —embalagem, lacre, sacolas, fora os 27% que vão para o iFood. "Alguns clientes falam que é mais barato pegar um Uber e vir comer no salão do que pedir minha comida pelo iFood".Khodair decidiu sair da plataforma no começo deste ano e contratou um serviço particular de entregas. "Estou voltando à moda antiga", diz ele, que nem quis testar o serviço dos concorrentes Rappi e Uber Eats.Todos os empresários ouvidos pela reportagem já contrataram motoboys particulares para o delivery, mas na maioria das vezes se queixaram de falta de profissionalismo e pontualidade —daí resolveram aderir ao iFood. E encontraram novos problemas envolvendo os entregadores. "Já tive que pegar um táxi para entregar um pedido feito pelo iFood por um cliente da pizzaria, que acabou entrado em contato comigo por estranhar a demora", diz Rose Halphen, dona da Pedaço da Itália Pizzaria, na Lapa, zona oeste de São Paulo. A pizza encomendada pelo iFood nunca chegou ao destino.Problemas com entregadores não são exclusivos do iFood —mesmo porque um mesmo prestador de serviço pode trabalhar para dois ou três aplicativos ao mesmo tempo.Christiane Chaves, dona da loja de doces Sweeter, na zona sul da capital, foi protagonista de um caso esdrúxulo: uma encomenda de bolo e doces foi sequestrada por um motoboy do Rappi. "O cliente me conhecia e ligou perguntando sobre a demora na entrega. A festa já iria começar e nada do bolo e dos doces", lembra Christiane. "Pouco depois, o motoboy me ligou e disse que só faria a entrega se eu depositasse uns R$ 20 reais de gorjeta para ele na plataforma. Não tive opção, fiz o que ele queria".Já com um entregador do iFood, um bolo da Sweeter também sumiu no meio do caminho. "O surreal neste caso foi que o iFood me reembolsou o valor do bolo, que nunca chegou para o cliente, mas me cobrou a taxa de entrega, que não foi feita", diz ela, que também viu sua demanda na plataforma desabar ao longo do último ano."Antes, eu entregava quatro ou cinco bolos por dia pelo iFood. Depois passei a vender dois por semana", afirma. A empresária desistiu do aplicativo e também do Rappi e Uber Eats, cujas taxas considera ainda mais caras que as do concorrente. "Fechei contrato com um motoboy, pago por quilômetro de distância. E repasso a taxa para o cliente", diz.Para Alexandre Lescovar, da Oh Café, que vende marmitas congeladas via delivery em Perdizes, zona oeste da capital paulista, a saída foi contratar um sistema de entregas sem comissionamento. Por meio do Apetite, ele paga R$ 11 por pedido e a taxa é repassada ao cliente. "Eu tive uma experiência muito ruim com o iFood", diz. "Eu nunca tinha feito delivery e eles não deram qualquer apoio ou orientação, os primeiros pedidos chegaram revirados para os clientes, eu não sabia qual a embalagem adequada", diz.Enquanto dava entrevista por telefone à reportagem, Christiane Chaves, dona da loja de doces Sweeter, esperava a entrega do seu lanche, encomendado pelo iFood. Ela desistiu de contratar o serviço para entregar seus bolos, mas continua com o aplicativo instalado no seu celular. "Quero comer um hambúrguer e vêm 800 opções na minha tela. Pego a primeira que aparece. O iFood é ótimo para o cliente, mas acaba com o empresário", diz ela. "Se eu quisesse ter uma margem de lucro, pagando a entrega e os gastos com o delivery, teria que cobrar R$ 60 por um bolo de laranja. Nada justifica esse preço."Christiane se incomodava especialmente com a falta de contato com o cliente —o consumidor sabe de quem está comprando, mas o restaurante nunca sabe para quem está vendendo. A identificação do comprador só fica visível para o restaurante durante o período da entrega.Em um ramo em que a fidelidade à marca depende principalmente do bom atendimento, a falta de contato com a clientela prejudica a operação. "Já tiramos do ar determinados pratos no dia, mas a plataforma os manteve disponíveis. Os pedidos foram feitos e virou uma bagunça", diz Michel Khodair, do Marylin Restaurante."Não conseguimos falar diretamente com o cliente, tem que ser via atendente do iFood, que entra em contato com o consumidor, e depois retorna para nós, para informar se vamos seguir ou não com o pedido", afirma. "Nesse ínterim, chega o motoboy para controlar o tempo, dizendo que estamos atrasados, o que vai diminuir nossa pontuação no aplicativo. Tudo isso em meio à correria do serviço no salão. É tudo muito desgastante."Segundo o advogado especializado em direito digital Renato Opice Blum, o aplicativo poderia pedir o aval do cliente para compartilhar as suas informações com o restaurante, seguindo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que vai entrar em vigor em agosto deste ano. "A lei não veda o compartilhamento dessas informações, que devem ser uma escolha do cliente", diz.Para a também especialista em direito digital Patrícia Peck, o advento dos aplicativos e plataformas digitais permitiu aumentar a inteligência de dados e conhecer mais o cliente. "Mas a questão que fica é: de quem são estes dados?", diz ela. "Para fins jurídicos, a relação de clientela sempre foi considerada um ativo empresarial, aquilo que pode inclusive compor com o ponto comercial e a marca o valor do negócio."Segundo ela, com a nova LGPD, os dados pessoais são do próprio titular. Na relação com o restaurante, o consumidor pode consentir que suas informações sejam tratadas pelo estabelecimento. "Mas, a partir do momento em que a relação passou a ter um intermediário, no caso, o aplicativo, há a possibilidade legítima de tanto a plataforma ter a informação do cliente, pela relação direta com este, como o restaurante, se isso ficar estabelecido em contrato e o consumidor for avisado sobre o compartilhamento, sempre resguardando a sua privacidade", diz Patrícia Peck. Isso significa tratar os dados de maneira estatística, anônima, não individualizada.É por meio desse tratamento de dados que os aplicativos chegaram à instalação das cozinhas virtuais, as "dark kitchens", criadas em parceria com alguns estabelecimentos. Neste ponto, mais uma vez, é fundamental a transparência, diz Peck."Quando as informações da base de dados da plataforma identificam quais os perfis de demanda não atendidos por bairros, isso deve estar disponível para todos os parceiros do aplicativo, gerando oportunidades para quem quiser explorar, o que estimula a livre concorrência", afirma a advogada. "No entanto, se essas informações forem repassadas apenas a um pequeno grupo privilegiado, isso pode ser enquadrado como uma prática de favoritismo e ser entendido como concorrência desleal."A Abrasel, associação do setor de bares e restaurantes, já solicitou formalmente aos três principais aplicativos —iFood, Rappi e Uber Eats— o compartilhamento dos dados dos clientes. "Disseram que estão analisando", afirma Célio Salles. Ele avalia que os grandes serviços de delivery geram impacto direto sobre o setor, ao afetarem sistema de pagamentos, tecnologia e hábitos do consumidor."O iFood já declarou que seu objetivo é fornecer comida a um preço mais acessível. É uma meta muito nobre, mas vai ser atingida às custas de quem?", questiona Salles.Ao espremer ou até aniquilar a margem de lucro dos restaurantes parceiros, investir em dark kitchens que ninguém sabe onde estão, aceitar na plataforma qualquer fornecedor com CNPJ, sem exigir as licenças da Vigilância Sanitária, a competição não está sendo fomentada em bases iguais, diz o conselheiro da Abrasel. "Quem se responsabiliza pelo que é entregue ao consumidor? Os aplicativos deveriam ser corresponsáveis pelo que vendem. Mas na maioria das vezes o cliente não recebe nem sequer a nota fiscal do que comprou", afirma.Na opinião de Peck, as parcerias entre as plataformas e os negócios tradicionais podem trazer grandes resultados para todos os envolvidos, incluindo os consumidores, mas é preciso cuidado para evitar abusos. "Uma coisa é fomentar o surgimento de cozinhas voltadas para entregas, outra coisa é estimular um modelo de cozinha clandestina que não esteja cumprindo a legislação de vigilância sanitária, nem pagando impostos."A especialista ressalta que a sociedade vive um momento de inovação em várias frentes e algumas das novas tecnologias são disruptivas. O modelo de negócios dos aplicativos de entrega de comida deve respeitar o previsto na lei 12.529/2011, de Defesa da Concorrência, especialmente o artigo 36, que define crimes contra a ordem econômica, como prática de preço predatório, venda casada, abuso de posição dominante e criação de dificuldades ao concorrente."Para ser um modelo sustentável, saudável, duradouro, precisa ser bom para todos, consumidores e a livre concorrência", diz Peck. "Com o aumento potencial do lucro, sempre vem a reboque o aumento da responsabilidade."Os principais aplicativos de entrega de comida no país —iFood, Rappi e Uber Eats— foram questionados pela reportagem acerca das queixas dos restaurantes.A reportagem testou o serviço dos três aplicativos. Nenhuma das entregas veio com cupom fiscal. Quando questionados a respeito, as empresas foram rápidas em responder ao cliente, via telefone ou e-mail. Em qualquer um dos casos, disseram que isso é uma responsabilidade do restaurante.O iFood diz exigir, em contrato, que "os estabelecimentos cumpram todos os requisitos legais necessários estabelecidos pelo poder público, responsável pela fiscalização". Mas, no aplicativo, basta informar um CNPJ para fazer o cadastro. A empresa diz que, ao personalizar a experiência do consumidor por meio da inteligência artificial, há variação no ranqueamento dos restaurantes na plataforma. Caso o restaurante não consiga atender o tempo de preparo que ele mesmo determinou, pode interromper a venda. "O último recurso é [o iFood] ajudar, fechando o estabelecimento momentaneamente, para evitar que isso impacte a própria operação e avaliação do restaurante, bem como a experiência dos clientes."Segundo o aplicativo, cerca de 30% dos restaurantes utilizam o modelo em que a plataforma conecta os entregadores que fazem as entregas. "Nesse caso, os entregadores podem informar o iFood sobre possíveis atrasos do restaurante pelo chat no próprio aplicativo, ou entrar em contato com o cliente e/ou restaurante por meio do app".A Rappi, por sua vez, não informa quais os critérios para a exposição dos restaurantes dentro da plataforma e como se dá o ranqueamento dentro da categoria. "Por questões estratégicas de negócio, a Rappi não divulga essa informação", diz. A empresa respondeu o mesmo sobre o que um restaurante precisa fazer para obter a entrega grátis. A respeito do percentual cobrado sobre os pedidos, diz que o "valor varia de acordo com a negociação com cada estabelecimento".Sobre os critérios para escolha de um parceiro em uma dark kitchen, a Rappi diz que se baseia em três modelos: os restaurantes que estão com um bom desempenho, mas cujas cozinhas já não suportam tanto a demanda; os que estão bem estabelecidos em um bairro, mas ainda não conseguem chegar a outras regiões; e novos estabelecimentos com alto potencial de crescimento, que ainda não possuem condições financeiras para investir em uma ampliação.A empresa afirma não solicitar a confirmação de regularização do restaurante junto à Vigilância Sanitária por entender que "essa é uma obrigação e uma prerrogativa dos estabelecimentos comerciais para operar". Segundo a Rappi, o endereço das dark kitchens é divulgado. "Elas aparecem no aplicativo na categoria 'cozinhas exclusivas', dentro do botão 'Restaurantes' e, quando o cliente faz o pedido, consegue ver o endereço da DK no mapa de entrega." A reportagem, porém, não conseguiu visualizar essa informação.De acordo com o Uber Eats, as pequenas e médias empresas são 70% da sua base. Segundo a empresa, as taxas sobre os pedidos são negociadas caso a caso, e "nelas já estão inclusas a taxa de cartão de crédito, a logística através dos nossos restaurantes parceiros e toda tecnologia do algoritmo e inteligência artificial da Uber Eats".O aplicativo diz oferecer aos restaurantes insights baseados nos dados que coletou, como "oportunidade de incremento ou variação de seus cardápios e de suas cozinhas"."Por meio da inteligência artificial, a empresa identifica oportunidades como as culinárias mais procuradas em cada região e propõe diálogos com empreendedores parceiros", diz a empresa a respeito da instalação das dark kitchens, sem informar quais são os critérios para a seleção desses restaurantes. "Temos analisado cuidadosamente as oportunidades do setor e trabalhado junto com nossos parceiros para ampliar esse modelo", afirma.No que se refere às normas da Vigilância Sanitária, a Uber Eats diz que, "ao se inscrever na plataforma, o restaurante atesta estar de acordo com essas exigências e é responsável pela manutenção de todas as permissões".
2020-02-10 15:16:00
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Mercado
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Greve de petroleiros chega ao décimo dia e Petrobras busca temporários
A greve dos petroleiros completa dez dias nesta segunda (10) com adesões em 13 estados e leva a Petrobras a buscar temporários para manter as operações em refinarias e plataformas. Para sindicatos, é a greve mais forte desde 1995, quando a paralisação durou 32 dias.Segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros), cerca de 20 mil trabalhadores estão mobilizados em 40 plataformas, 11 refinarias e outras 20 unidades operacionais da estatal. Quatro sindicalistas ocupam uma sala na sede da empresa desde o dia 31 de janeiro.A greve foi iniciada em protesto contra demissões no Paraná e mudanças feitas pela área de recursos humanos da companhia em relação ao sistema de turnos e o pagamento de horas extras, entre outros.Mas trata-se também de um manifesto contra a privatização de unidades da empresa, principalmente as refinarias. Na semana passada, em decisão que considerou o movimento abusivo, o ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Ives Gandra autorizou a Petrobras a contratar temporários para manter a operação das unidades. No pedido, a empresa disse que a refinaria de Paulínia (SP), a maior do país, tinha apenas 23% do pessoal necessário.Na sexta (7), a empresa anunciou o início do processo de contratação emergencial. A companhia não informou ainda quantos serão chamados e qual será o custo. De acordo com os petroleiros, a Petrobras vem procurando aposentados para as vagas temporárias. Nesta segunda (10), a federação foi à Justiça contra a autorização para a contratação de temporários. Pede ainda que Gandra suspenda bloqueio nas contas dos sindicatos estabelecido na semana passada por descumprimento de ordem para manter em atividade 90% do pessoal de cada unidade.A FUP alega que vem questionando a Petrobras sobre como proceder para manter o contingente de 90%, mas que não tem resposta da empresa e que não há riscos de deterioração de bens e máquinas durante a paralisação, já que há equipes de empregados cuidando dos ativos.Diz ainda que as multas aplicadas pelo TST são desproporcionais. Gandra determinou pagamento diário de R$ 250 mil a R$ 500 mil por sindicato em caso de descumprimento da decisão."Os valores determinados por Gandra são considerados abusivos pela FUP e seus sindicatos", diz a entidade.O advogado que assessora os sindicatos, Adilson Siqueira, do escritório Normando Rodrigues & Associados, argumenta que a decisão monocrática de Gandra viola o direito à livre associação, já que suspende os repasses da mensalidade do sindicalizados, eliminando a fonte de renda das entidades.Eles tentam reverter o bloqueio em plenário na Seção de Dissídios Coletivos, como ocorreu em dezembro, quando Gandra também impôs bloqueios financeiros aos sindicatos em razão de uma greve.Siqueira rebate o ministro, dizendo que a greve não é abusiva por ter como motivo o descumprimento de acordo coletivo de trabalho pela Petrobras. Segundo os sindicatos, a empresa deveria negociar soluções para os empregados da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados antes de anunciar demissão coletiva.A estatal decidiu fechar a unidade, alegando que as operações são deficitárias. De acordo com os sindicatos, cerca de mil pessoas serão demitidas.Na nota divulgada na sexta, a Petrobras diz que, até o momento, a greve não afetou sua produção de petróleo e derivados. Nesta segunda, a companhia ainda não se manifestou sobre o tema.
2020-02-10 15:09:00
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