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Renúncia acelera corrida entre deputados por presidência da Câmara
A renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acelerou a corrida entre deputados que tentam cacifar uma candidatura para as eleições de um mandato tampão. O novo presidente da Câmara ficará no cargo por cerca de sete meses, até fevereiro que vem, quando deverá ocorrer uma nova eleição para um mandato de dois anos. O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), tem prazo de cinco sessões para convocar novas eleições e anunciou que elas deverão ocorrer na próxima quinta-feira (14). No entender dos adversários ao grupo de Cunha na Câmara, o peemedebista tem interesse em fazer as novas eleições o mais rápido possível, no começo da semana, pois isso atrapalharia a oposição, que teria pouco tempo, com um final de semana no meio, para articular um nome de consenso. Nas conversas entre os deputados circulam diversos nomes com maior ou menor chance de apresentar uma candidatura: Rogério Rosso (PSD-DF), que seria apoiado por boa parte do grupo ligado a Cunha, Júlio Delgado (PSB-MG), Osmar Serraglio (PMDB-PR), Baleia Rossi (PMDB-SP), Fernando Giacobo (PR-PR), Rodrigo Maia (DEM-RJ), Carlos Manato (SD-ES) e Beto Mansur (PRB-SP). Dois dos principais parlamentares no páreo, Rosso e Delgado, oficialmente negam ser candidatos. Serraglio e Baleia, que tem o apoio do Palácio do Planalto, podem estar dispostos a sacrificar o mandato tampão em prol de uma candidatura em 2017. Em entrevista à imprensa concedida horas depois da renúncia de Cunha, nesta quinta-feira (7), Rogério Rosso disse que não é candidato, mas vai trabalhar para um "candidato de consenso" na base aliada do governo interino de Michel Temer (PMDB-SP). Rosso disse que as eleições deveriam ocorrer "o mais rápido possível" para "evitar um racha na base aliada". Júlio Delgado deu início às conversas políticas para definir uma possível candidatura, desejo que ele ainda não assume em público. Delgado disse a interlocutores que na quarta-feira (6) consultou 20 parlamentares mais próximos e que com certeza apoiariam seu nome. Segundo ele, 14 disseram que ele deveria se lançar já para o mandato tampão e seis opinaram que ele deve se candidatar apenas em fevereiro do ano que vem, para um mandato completo na presidência da Câmara. Dos nomes que estão sendo cogitados, o de Delgado deve ser o menos aceito por Eduardo Cunha. Durante os trabalhos do Conselho de Ética que avaliou denúncia contra Cunha, Delgado fez oposição aberta ao então presidente da Casa. Delgado já foi candidato a presidente da Câmara, em 2014. Ele ficou em terceiro lugar na disputa, com 100 votos. Eduardo Cunha foi eleito com 267 votos, contra 136 dados a Arlindo Chinaglia (PT-SP). Delgado disse a interlocutores que, para ser eleito, seu grupo de apoio, formado pelo seu próprio partido, o PSB, mais o PPS, PDT, uma parte do PSDB, uma do PT e outra do PC do B, deve ter a capacidade de obter votos do chamado "centrão", formado por 12 partidos com mais de 290 parlamentares. Isso sem descuidar a coesão de seu próprio grupo original. Uma parte do PT, por exemplo, estaria inclinada a apoiar uma eventual candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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Renúncia acelera corrida entre deputados por presidência da CâmaraA renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acelerou a corrida entre deputados que tentam cacifar uma candidatura para as eleições de um mandato tampão. O novo presidente da Câmara ficará no cargo por cerca de sete meses, até fevereiro que vem, quando deverá ocorrer uma nova eleição para um mandato de dois anos. O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), tem prazo de cinco sessões para convocar novas eleições e anunciou que elas deverão ocorrer na próxima quinta-feira (14). No entender dos adversários ao grupo de Cunha na Câmara, o peemedebista tem interesse em fazer as novas eleições o mais rápido possível, no começo da semana, pois isso atrapalharia a oposição, que teria pouco tempo, com um final de semana no meio, para articular um nome de consenso. Nas conversas entre os deputados circulam diversos nomes com maior ou menor chance de apresentar uma candidatura: Rogério Rosso (PSD-DF), que seria apoiado por boa parte do grupo ligado a Cunha, Júlio Delgado (PSB-MG), Osmar Serraglio (PMDB-PR), Baleia Rossi (PMDB-SP), Fernando Giacobo (PR-PR), Rodrigo Maia (DEM-RJ), Carlos Manato (SD-ES) e Beto Mansur (PRB-SP). Dois dos principais parlamentares no páreo, Rosso e Delgado, oficialmente negam ser candidatos. Serraglio e Baleia, que tem o apoio do Palácio do Planalto, podem estar dispostos a sacrificar o mandato tampão em prol de uma candidatura em 2017. Em entrevista à imprensa concedida horas depois da renúncia de Cunha, nesta quinta-feira (7), Rogério Rosso disse que não é candidato, mas vai trabalhar para um "candidato de consenso" na base aliada do governo interino de Michel Temer (PMDB-SP). Rosso disse que as eleições deveriam ocorrer "o mais rápido possível" para "evitar um racha na base aliada". Júlio Delgado deu início às conversas políticas para definir uma possível candidatura, desejo que ele ainda não assume em público. Delgado disse a interlocutores que na quarta-feira (6) consultou 20 parlamentares mais próximos e que com certeza apoiariam seu nome. Segundo ele, 14 disseram que ele deveria se lançar já para o mandato tampão e seis opinaram que ele deve se candidatar apenas em fevereiro do ano que vem, para um mandato completo na presidência da Câmara. Dos nomes que estão sendo cogitados, o de Delgado deve ser o menos aceito por Eduardo Cunha. Durante os trabalhos do Conselho de Ética que avaliou denúncia contra Cunha, Delgado fez oposição aberta ao então presidente da Casa. Delgado já foi candidato a presidente da Câmara, em 2014. Ele ficou em terceiro lugar na disputa, com 100 votos. Eduardo Cunha foi eleito com 267 votos, contra 136 dados a Arlindo Chinaglia (PT-SP). Delgado disse a interlocutores que, para ser eleito, seu grupo de apoio, formado pelo seu próprio partido, o PSB, mais o PPS, PDT, uma parte do PSDB, uma do PT e outra do PC do B, deve ter a capacidade de obter votos do chamado "centrão", formado por 12 partidos com mais de 290 parlamentares. Isso sem descuidar a coesão de seu próprio grupo original. Uma parte do PT, por exemplo, estaria inclinada a apoiar uma eventual candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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Equipe feminina da Chapecoense busca força e inspiração na tragédia
Da trágica morte dos atletas e da delegação da Chapecoense na semana passada, as jogadores do time feminino do clube pretendem tirar força e inspiração. "Virou uma motivação para a equipe. Temos que seguir adiante com o legado que deixaram", diz Laura Brustolin, 17, com um semblante preocupado. Ela é "Chapecoense desde pequena". No futebol de campo, ela joga na lateral direita; na quadra de futsal, é goleira -o time de feminino da Chapecoense foi formado a partir dessa modalidade. Financiado pela prefeitura, as meninas do futsal embarcaram em um projeto no começo de 2016: o futebol de campo da Chapecoense. As jogadoras são pagas para disputar torneios pelo time de futsal da cidade, mas usam a estrutura da Chape para treinar no campo. Desde 2015, o clube disputa competições de futebol feminino. Neste ano, porém, apostou com mais força nas categorias de base. Com um grupo de quase 40 meninas de 14 a 19 anos, a equipe disputou a Copa do Brasil. A Chapecoense foi eliminada na segunda fase pelo Foz Cataratas, um dos times mais tradicionais da modalidade. "Jogamos a vida", diz o coordenador do grupo, Amauri Giordan, 36. Pelas regras, era certo que no ano que vem a equipe disputaria a primeira divisão do Brasileiro. "Nosso objetivo era não cair da Série A durante cinco anos e, em 2020, brigar para ser campeão brasileiro com as mesmas meninas", afirma Amauri. Para tanto, tinha apresentado um plano para 2017 ao presidente da Chapecoense, Sandro Pallaoro -o mandatário estava no avião que caiu na Colômbia, e foi sepultado no último domingo (4). Giordan pedia um investimento do clube de R$ 500 mil no futebol feminino para gastos com treinos, seguro, disputa do torneio e contratação de "quatro ou cinco jogadoras feras do Brasil, para dar um corpo ao time", como a goleira Bárbara, da seleção brasileira feminina. Agora, esse futuro está incerto. "Nesse momento, não podemos pensar nisso. Se o clube disser 'vamos dar uma segurada no projeto', estaremos com eles", diz o coordenador, preocupado primeiro com "as famílias desamparadas dos jogadores, de membros da delegação e de jornalistas" e, depois, com a reconstrução do time. INSPIRAÇÃO Para a volante Rafaela Schinaider, 16, a morte de 71 pessoas na queda do avião na terça-feira (29) "mexeu muito com as atletas". "Mas conversamos sobre o que isso pode significar e resolvemos dar o nosso melhor para representar bem a Chapecoense." Ela diz "não saber o que vai acontecer com o time ainda", mas que todas vão continuar treinando. As meninas encontravam os jogadores de vez em quando na arena ou no refeitório. Conversavam com os atletas da equipe principal e tiravam fotos com eles. Uma das mais novas do time, a meia Bruna Nhaia, a Bruninha, é de Castro, no Paraná. "Não acompanhava muito a Chape, mas eu e as meninas que viemos para cá nos apaixonamos pelo time, que é de guerreiros, muito unido. Assistíamos aos jogos no estádio; eram nossa inspiração", lamenta. Laura, a lateral direita, lembra da visibilidade que o futebol feminino ganhou nos Jogos Olímpicos do Rio. "O campo ganhou bastante espaço e fez todas nós sonharmos com uma perspectiva melhor. Queremos fazer nosso time crescer como os atletas da Chapecoense fizeram com o deles." Ivan Tozzo, presidente em exercício do clube, diz ainda não ter conhecimento sobre os planos do clube para o futebol feminino. Colaborou LUIZ COSENZO, enviado especial a Chapecó (SC) Tragédia em voo da Chapecoense
esporte
Equipe feminina da Chapecoense busca força e inspiração na tragédiaDa trágica morte dos atletas e da delegação da Chapecoense na semana passada, as jogadores do time feminino do clube pretendem tirar força e inspiração. "Virou uma motivação para a equipe. Temos que seguir adiante com o legado que deixaram", diz Laura Brustolin, 17, com um semblante preocupado. Ela é "Chapecoense desde pequena". No futebol de campo, ela joga na lateral direita; na quadra de futsal, é goleira -o time de feminino da Chapecoense foi formado a partir dessa modalidade. Financiado pela prefeitura, as meninas do futsal embarcaram em um projeto no começo de 2016: o futebol de campo da Chapecoense. As jogadoras são pagas para disputar torneios pelo time de futsal da cidade, mas usam a estrutura da Chape para treinar no campo. Desde 2015, o clube disputa competições de futebol feminino. Neste ano, porém, apostou com mais força nas categorias de base. Com um grupo de quase 40 meninas de 14 a 19 anos, a equipe disputou a Copa do Brasil. A Chapecoense foi eliminada na segunda fase pelo Foz Cataratas, um dos times mais tradicionais da modalidade. "Jogamos a vida", diz o coordenador do grupo, Amauri Giordan, 36. Pelas regras, era certo que no ano que vem a equipe disputaria a primeira divisão do Brasileiro. "Nosso objetivo era não cair da Série A durante cinco anos e, em 2020, brigar para ser campeão brasileiro com as mesmas meninas", afirma Amauri. Para tanto, tinha apresentado um plano para 2017 ao presidente da Chapecoense, Sandro Pallaoro -o mandatário estava no avião que caiu na Colômbia, e foi sepultado no último domingo (4). Giordan pedia um investimento do clube de R$ 500 mil no futebol feminino para gastos com treinos, seguro, disputa do torneio e contratação de "quatro ou cinco jogadoras feras do Brasil, para dar um corpo ao time", como a goleira Bárbara, da seleção brasileira feminina. Agora, esse futuro está incerto. "Nesse momento, não podemos pensar nisso. Se o clube disser 'vamos dar uma segurada no projeto', estaremos com eles", diz o coordenador, preocupado primeiro com "as famílias desamparadas dos jogadores, de membros da delegação e de jornalistas" e, depois, com a reconstrução do time. INSPIRAÇÃO Para a volante Rafaela Schinaider, 16, a morte de 71 pessoas na queda do avião na terça-feira (29) "mexeu muito com as atletas". "Mas conversamos sobre o que isso pode significar e resolvemos dar o nosso melhor para representar bem a Chapecoense." Ela diz "não saber o que vai acontecer com o time ainda", mas que todas vão continuar treinando. As meninas encontravam os jogadores de vez em quando na arena ou no refeitório. Conversavam com os atletas da equipe principal e tiravam fotos com eles. Uma das mais novas do time, a meia Bruna Nhaia, a Bruninha, é de Castro, no Paraná. "Não acompanhava muito a Chape, mas eu e as meninas que viemos para cá nos apaixonamos pelo time, que é de guerreiros, muito unido. Assistíamos aos jogos no estádio; eram nossa inspiração", lamenta. Laura, a lateral direita, lembra da visibilidade que o futebol feminino ganhou nos Jogos Olímpicos do Rio. "O campo ganhou bastante espaço e fez todas nós sonharmos com uma perspectiva melhor. Queremos fazer nosso time crescer como os atletas da Chapecoense fizeram com o deles." Ivan Tozzo, presidente em exercício do clube, diz ainda não ter conhecimento sobre os planos do clube para o futebol feminino. Colaborou LUIZ COSENZO, enviado especial a Chapecó (SC) Tragédia em voo da Chapecoense
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Cão cibernético rouba as atenções em conferência futurista no Canadá
Um círculo de pessoas se forma em torno de uma estranha criatura, câmeras a disparar em sua direção, enquanto seu dono chega para pedir que todos deem um passo para trás, como que para não assustá-la. SpotMini tem quatro pernas e age como um cachorrinho, mas na verdade é um robô. Marc Raibert, fundador da Boston Dynamics, tinha acabado de fazer sua apresentação no TED sobre o avanço de suas criaturas eletrônicas, ao lado de outros cientistas que falaram sobre o futuro da inteligência artificial. "Estou aterrorizado", concluiu ao final do painel Chris Anderson, o organizador do evento, que terminou na sexta (28). Mas, quando Raibert levou sua cria para passear pelos corredores do TED, a reação foi oposta. Pessoas chegavam perto para tirar selfies e outras tentavam tocá-la como que para fazer carinho. "Somos como pais orgulhosos", disse Raibert, usando uma festiva camisa havaiana, ao ser questionado sobre o futuro sombrio pintado no painel. De fato, enquanto SpotMini é um robô simpático, mesmo com sua "cabeça" que vira um braço e segura o celular de um curioso, outros robôs que Raibert exibiu parecem mais assustadores. Eles conseguem abrir portas, andar na neve, subir montanhas e mover caixas, mesmo quando alguém se mete em seu caminho: se alguém os chuta, empurra ou derruba, eles voltam a ficar de pé e seguem com suas tarefas. Mas e se eles ficassem mais inteligentes com o tempo e enxergassem os humanos como uma ameaça? Talvez apertar o botão de desliga não seja o suficiente, disse o professor Stuart Russell, autor de um dos livros essenciais da área, "Artificial Intelligence: A Modern Approach". Para Russell, a solução está em desenvolver inteligência artificial "compatível com humanos", focando criaturas altruístas que preenchem suas lacunas de conhecimento com valores de comportamentos humanos. ENTREGADOR A Boston Dynamics, que Raibert lançou em 1992 após experimentos no MIT, foi adquirida em 2013 pelo Google, depois de anos financiada por contratos com militares. Em sua palestra no TED, Raibert mostrou um vídeo de uma versão maior do Spot entregando encomendas nas ruas de Boston. "Eles estão indo muito bem, 70% de acerto", disse. "Há muitas aplicações comerciais possíveis." Raibert ainda não vive com nenhum robô, ainda que consiga fazer SpotMini pegar uma lata de refrigerante e entregar em sua mão, como fez no palco do TED. Sua empresa utiliza um galpão no qual construiu uma casa fictícia, onde robôs podem circular pela cozinha e pela sala de jantar, ambientes que são verdadeiros desafios por causa do espaço apertado. E, quando eles param de funcionar, como na noite anterior de sua apresentação, há sempre um engenheiro para consertar. "Eles quebram o tempo todo. É a vida."
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Cão cibernético rouba as atenções em conferência futurista no CanadáUm círculo de pessoas se forma em torno de uma estranha criatura, câmeras a disparar em sua direção, enquanto seu dono chega para pedir que todos deem um passo para trás, como que para não assustá-la. SpotMini tem quatro pernas e age como um cachorrinho, mas na verdade é um robô. Marc Raibert, fundador da Boston Dynamics, tinha acabado de fazer sua apresentação no TED sobre o avanço de suas criaturas eletrônicas, ao lado de outros cientistas que falaram sobre o futuro da inteligência artificial. "Estou aterrorizado", concluiu ao final do painel Chris Anderson, o organizador do evento, que terminou na sexta (28). Mas, quando Raibert levou sua cria para passear pelos corredores do TED, a reação foi oposta. Pessoas chegavam perto para tirar selfies e outras tentavam tocá-la como que para fazer carinho. "Somos como pais orgulhosos", disse Raibert, usando uma festiva camisa havaiana, ao ser questionado sobre o futuro sombrio pintado no painel. De fato, enquanto SpotMini é um robô simpático, mesmo com sua "cabeça" que vira um braço e segura o celular de um curioso, outros robôs que Raibert exibiu parecem mais assustadores. Eles conseguem abrir portas, andar na neve, subir montanhas e mover caixas, mesmo quando alguém se mete em seu caminho: se alguém os chuta, empurra ou derruba, eles voltam a ficar de pé e seguem com suas tarefas. Mas e se eles ficassem mais inteligentes com o tempo e enxergassem os humanos como uma ameaça? Talvez apertar o botão de desliga não seja o suficiente, disse o professor Stuart Russell, autor de um dos livros essenciais da área, "Artificial Intelligence: A Modern Approach". Para Russell, a solução está em desenvolver inteligência artificial "compatível com humanos", focando criaturas altruístas que preenchem suas lacunas de conhecimento com valores de comportamentos humanos. ENTREGADOR A Boston Dynamics, que Raibert lançou em 1992 após experimentos no MIT, foi adquirida em 2013 pelo Google, depois de anos financiada por contratos com militares. Em sua palestra no TED, Raibert mostrou um vídeo de uma versão maior do Spot entregando encomendas nas ruas de Boston. "Eles estão indo muito bem, 70% de acerto", disse. "Há muitas aplicações comerciais possíveis." Raibert ainda não vive com nenhum robô, ainda que consiga fazer SpotMini pegar uma lata de refrigerante e entregar em sua mão, como fez no palco do TED. Sua empresa utiliza um galpão no qual construiu uma casa fictícia, onde robôs podem circular pela cozinha e pela sala de jantar, ambientes que são verdadeiros desafios por causa do espaço apertado. E, quando eles param de funcionar, como na noite anterior de sua apresentação, há sempre um engenheiro para consertar. "Eles quebram o tempo todo. É a vida."
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Rio ergue arena 'secreta' para disputa do boxe na Olimpíada
Operários estão há dois meses no canteiro de obras. O projeto está desenhado desde março deste ano. A edificação, que custará R$ 50 milhões, ocupa uma área de 7.200 metros quadrados e terá uma altura de 15 metros. Mesmo em estágio avançado, a construção do pavilhão 6 do Riocentro, sede da competição de boxe na Olimpíada de 2016, não consta na Matriz de Responsabilidades, documento que detalha projetos, custos e responsáveis por cada obra da Olimpíada. No "Diário Oficial", o contrato da obra foi publicado de forma que impedia a identificação clara do acordo, fechado sem licitação. Em agosto, a Folha revelou que governos omitiram mais de R$ 400 milhões em gastos com os Jogos na atualização da Matriz. A ausência do pavilhão 6 do Riocentro, cuja identificação não era possível à época, é o primeiro caso de ocultação de gasto com uma arena. Com ela, o gasto com obras para a Olimpíada não registrada nos documentos oficiais chega a R$ 489 milhões. O custo oficial dos Jogos é, até o momento, R$ 38,7 bilhões. A Prefeitura do Rio disse que ela não foi incluída porque a obra ainda não havia começado. O município afirmou que o projeto estará na próxima atualização do documento, em janeiro de 2016. Desde a sua primeira divulgação, em janeiro de 2014, a Matriz apresenta tanto obras concluídas como projetos ainda sem custo definido. O objetivo é justamente dar transparência em relação à evolução das construções e seu custo, quando disponível. A Matriz foi criada pela APO (Autoridade Pública Olímpica) como forma de prestação de contas à sociedade sobre o prazo das obras e seus custos. Ela também é usada como orientador para a fiscalização de órgãos de controle, como o TCU (Tribunal de Contas da União). A omissão dificulta cobranças sobre eventuais atrasos ou estouro de custo. Segundo a Folha apurou, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) tem evitado incluir na Matriz obras sem custo. O objetivo é apresentar a Matriz sempre com projetos próximos de conclusão. Na data da última divulgação, em agosto, a arena de boxe já tinha preço estimado, mas a obra ainda não havia começado. Com conclusão prevista para março de 2016, o espaço não vai sediar nenhum evento-teste dos Jogos. O torneio internacional de boxe está previsto para acontecer no pavilhão 4 do Riocentro, entre 4 e 6 de dezembro deste ano. São esperados 78 atletas de 40 países. ACORDO A prefeitura fechou acordo sem licitação com a francesa GL events, concessionária do Riocentro, que vai pagar a obra. Ela será concluída em março de 2016. Em troca, a empresa teve a concessão da Arena Olímpica do Rio, que também administra, quadruplicada. O contrato que terminaria no ano que vem foi estendido por 30 anos, vencendo em 2046. Além da construção do novo pavilhão no Riocentro, a empresa vai modernizar a infraestrutura do centro de convenções, palco de quatro modalidades olímpicas, e da Arena, sede da ginástica nos Jogos de 2016. O total a ser investido é R$ 72 milhões. No "Diário Oficial" do município, o acordo foi oficializado com três publicações com duas linhas cada em três dias diferentes. Eles não informam o assunto, o nome da empresa e sequer a obra a ser executada. Indicam apenas o número do processo e a existência de um aditamento à concessão -sem detalhar as mudanças. A intenção inicial era que a arena de boxe fosse uma instalação temporária. O CEO da GL events, Arthur Repsold, disse que em março foi definido como melhor opção um pavilhão permanente. "Uma instalação temporária com 15 metros de pé direito tem uma fundação igual a uma permanente para poder resistir ao vento. O custo estava quase igual, então a prefeitura decidiu investir em algo que ficasse como legado", disse Repsold. De acordo com o executivo, a negociação vem desde o ano passado. Ele afirma que o acordo foi concluído "entre fevereiro e março". Detalhes burocráticos fizeram com que o contrato só fosse oficializado em 3 setembro deste ano. Gastos secretos da Rio-2016 OUTRO LADO A Prefeitura do Rio afirmou, via assessoria de imprensa, que a construção do novo pavilhão do Riocentro, sede das competições de boxe na Olimpíada de 2016, estará descrita na Matriz de Responsabilidades na próxima atualização, em janeiro. O município afirmou que ela não foi incluída na última atualização, apresentada em agosto, porque o acordo com a GL events, responsável por custear a obra, ainda não havia sido assinado. A Folha apurou que o projeto e a estimativa de custos estavam, contudo, definidos desde março. A Matriz, que descreve as obras ligadas aos Jogos e seus preços, prevê inclusão de projetos desde o início da confecção da proposta básica, ainda que sem definição de gasto. Em agosto, quando a Folha revelou a omissão de mais de R$ 400 milhões em obras olímpicas em documentos dos Jogos, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), reconheceu a possibilidade de existir uma "contabilidade paralela". À época, ele afirmou que alguns dos itens apontados se tratavam de "custos marginais". O secretário municipal de Concessões e Parcerias Público Privadas, Jorge Arraes, afirmou que o município só "é obrigado a publicar o extrato do contrato". A publicação no "Diário Oficial" não descreve o local da obra e os termos do acordo. Questionado, o município não explicou porque decidiu não fazer licitação para a realização da obra. O CEO da GL events, Arthur Repsold, disse que o acordo foi fechado após "negociação pesada da prefeitura". "Não era um investimento que estava no nossos planos. Ela fez uma negociação forte para que assumíssemos os custos", afirmou. Compare os gastos da Rio-2016
esporte
Rio ergue arena 'secreta' para disputa do boxe na OlimpíadaOperários estão há dois meses no canteiro de obras. O projeto está desenhado desde março deste ano. A edificação, que custará R$ 50 milhões, ocupa uma área de 7.200 metros quadrados e terá uma altura de 15 metros. Mesmo em estágio avançado, a construção do pavilhão 6 do Riocentro, sede da competição de boxe na Olimpíada de 2016, não consta na Matriz de Responsabilidades, documento que detalha projetos, custos e responsáveis por cada obra da Olimpíada. No "Diário Oficial", o contrato da obra foi publicado de forma que impedia a identificação clara do acordo, fechado sem licitação. Em agosto, a Folha revelou que governos omitiram mais de R$ 400 milhões em gastos com os Jogos na atualização da Matriz. A ausência do pavilhão 6 do Riocentro, cuja identificação não era possível à época, é o primeiro caso de ocultação de gasto com uma arena. Com ela, o gasto com obras para a Olimpíada não registrada nos documentos oficiais chega a R$ 489 milhões. O custo oficial dos Jogos é, até o momento, R$ 38,7 bilhões. A Prefeitura do Rio disse que ela não foi incluída porque a obra ainda não havia começado. O município afirmou que o projeto estará na próxima atualização do documento, em janeiro de 2016. Desde a sua primeira divulgação, em janeiro de 2014, a Matriz apresenta tanto obras concluídas como projetos ainda sem custo definido. O objetivo é justamente dar transparência em relação à evolução das construções e seu custo, quando disponível. A Matriz foi criada pela APO (Autoridade Pública Olímpica) como forma de prestação de contas à sociedade sobre o prazo das obras e seus custos. Ela também é usada como orientador para a fiscalização de órgãos de controle, como o TCU (Tribunal de Contas da União). A omissão dificulta cobranças sobre eventuais atrasos ou estouro de custo. Segundo a Folha apurou, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) tem evitado incluir na Matriz obras sem custo. O objetivo é apresentar a Matriz sempre com projetos próximos de conclusão. Na data da última divulgação, em agosto, a arena de boxe já tinha preço estimado, mas a obra ainda não havia começado. Com conclusão prevista para março de 2016, o espaço não vai sediar nenhum evento-teste dos Jogos. O torneio internacional de boxe está previsto para acontecer no pavilhão 4 do Riocentro, entre 4 e 6 de dezembro deste ano. São esperados 78 atletas de 40 países. ACORDO A prefeitura fechou acordo sem licitação com a francesa GL events, concessionária do Riocentro, que vai pagar a obra. Ela será concluída em março de 2016. Em troca, a empresa teve a concessão da Arena Olímpica do Rio, que também administra, quadruplicada. O contrato que terminaria no ano que vem foi estendido por 30 anos, vencendo em 2046. Além da construção do novo pavilhão no Riocentro, a empresa vai modernizar a infraestrutura do centro de convenções, palco de quatro modalidades olímpicas, e da Arena, sede da ginástica nos Jogos de 2016. O total a ser investido é R$ 72 milhões. No "Diário Oficial" do município, o acordo foi oficializado com três publicações com duas linhas cada em três dias diferentes. Eles não informam o assunto, o nome da empresa e sequer a obra a ser executada. Indicam apenas o número do processo e a existência de um aditamento à concessão -sem detalhar as mudanças. A intenção inicial era que a arena de boxe fosse uma instalação temporária. O CEO da GL events, Arthur Repsold, disse que em março foi definido como melhor opção um pavilhão permanente. "Uma instalação temporária com 15 metros de pé direito tem uma fundação igual a uma permanente para poder resistir ao vento. O custo estava quase igual, então a prefeitura decidiu investir em algo que ficasse como legado", disse Repsold. De acordo com o executivo, a negociação vem desde o ano passado. Ele afirma que o acordo foi concluído "entre fevereiro e março". Detalhes burocráticos fizeram com que o contrato só fosse oficializado em 3 setembro deste ano. Gastos secretos da Rio-2016 OUTRO LADO A Prefeitura do Rio afirmou, via assessoria de imprensa, que a construção do novo pavilhão do Riocentro, sede das competições de boxe na Olimpíada de 2016, estará descrita na Matriz de Responsabilidades na próxima atualização, em janeiro. O município afirmou que ela não foi incluída na última atualização, apresentada em agosto, porque o acordo com a GL events, responsável por custear a obra, ainda não havia sido assinado. A Folha apurou que o projeto e a estimativa de custos estavam, contudo, definidos desde março. A Matriz, que descreve as obras ligadas aos Jogos e seus preços, prevê inclusão de projetos desde o início da confecção da proposta básica, ainda que sem definição de gasto. Em agosto, quando a Folha revelou a omissão de mais de R$ 400 milhões em obras olímpicas em documentos dos Jogos, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), reconheceu a possibilidade de existir uma "contabilidade paralela". À época, ele afirmou que alguns dos itens apontados se tratavam de "custos marginais". O secretário municipal de Concessões e Parcerias Público Privadas, Jorge Arraes, afirmou que o município só "é obrigado a publicar o extrato do contrato". A publicação no "Diário Oficial" não descreve o local da obra e os termos do acordo. Questionado, o município não explicou porque decidiu não fazer licitação para a realização da obra. O CEO da GL events, Arthur Repsold, disse que o acordo foi fechado após "negociação pesada da prefeitura". "Não era um investimento que estava no nossos planos. Ela fez uma negociação forte para que assumíssemos os custos", afirmou. Compare os gastos da Rio-2016
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'Burburinho' ligou alerta sobre roubo; infografia mostra a estrutura do túnel
Foi a partir de um "burburinho" ouvido há três meses que a Polícia Civil passou a investigar o que poderia ter sido o maior assalto a banco do país –R$ 1 bilhão, segundo as investigações que levaram à prisão de 16 pessoas em São Paulo na noite de segunda (2). "Como cada meio tem a sua fofoca, a sua conversa, começa-se a falar na área criminosa, às vezes um advogado, às vezes um criminoso: 'Nossa, parece que vai ter um roubo bilionário'", disse o delegado Fábio Pinheiro Lopes, responsável pela operação. Os suspeitos presos planejavam um roubo de R$ 1 bilhão de uma base de distribuição do Banco do Brasil na zona sul de SP, segundo a polícia. Eles teriam investido R$ 4 milhões no crime e usaram equipamento sofisticado e alto conhecimento técnico. Identificada a quadrilha suspeita de planejar o assalto, os investigadores alugaram, há um mês, um imóvel nas proximidades do que seria o QG do grupo, um galpão no extremo norte da cidade –um local antes pacato, mas que há três meses passou a ter movimentação intensa. Com a suspeita de que a cifra chegaria a R$ 1 bi, a polícia restringiu a busca a locais que poderiam armazenar esse montante e chegou à essa base de distribuição do Banco do Brasil na Chácara Santo Antônio –o local visado, centro que guarda depósitos compulsórios de bancos, pode armazenar até R$ 5 bilhões. Em junho, os bandidos usaram documento falso e alugaram uma casa a 650 metros do banco, por R$ 2.000 mensais –chegaram a atrasar o aluguel uma vez. A partir daí, passaram a escavar o túnel. Para evitar serem vistos da rua, os bandidos trocaram o portão da casa. Fizeram pouco barulho durante as escavações –exceto no momento de quebrar o piso, pois o terreno na região é argiloso. Na manhã desta terça (3), as paredes e chão do imóvel estavam sujos de terra, e havia um gerador e uma série de colchões empilhados. O túnel que sai da casa vai até a galeria de águas pluviais da prefeitura. Os bandidos aproveitaram essa estrutura, que passa perto do banco, e a partir dela cavaram a última parte do túnel, até um cofre da instituição. "A gente procurou o pessoal do banco, que falou: 'Não, lá não tem como isso ocorrer'. A gente pediu uma vistoria e eles detectaram uma rachadura em um dos cofres, que seria o alvo da quadrilha", diz o delegado, que suspeita do envolvimento de algum funcionário terceirizado, prestador de serviço do banco. O túnel já estava pronto, e os bandidos montavam a estrutura dos trilhos em outro imóvel. Para a polícia, o roubo ocorreria possivelmente nesta sexta (6). No momento da prisão, ninguém reagiu, e nenhuma arma foi achada. No imóvel usado como base da quadrilha, foi encontrada uma máquina de solda e corte a plasma –geralmente utilizada para cortar aço de navio, mas que serviria para construir a estrutura de escoamento do dinheiro, com mil metros de trilho e dez carrinhos. Entre as 16 pessoas presas havia um serralheiro. Túnel A polícia também suspeita da participação de um engenheiro ou mestre de obras no planejamento da escavação do túnel, que tem cerca de 500 metros e que liga a residência alugada pelos bandidos ao banco. Diz ainda diz que pode haver quatro foragidos, mas que os chefes foram pegos. O grupo deve responder por formação de quadrilha e tentativa de furto –um suspeito pode ser acusado ainda de falsidade ideológica, por usar documento falso. Dos 16 presos, quatro não tinham passagem pela polícia, e dois eram procurados. O delegado diz ver ligações do líder do grupo, Alceu Ceu, 35, com outros casos, como o roubo a uma transportadora de valores no Paraguai em abril. O delegado diz não ter informações do envolvimento de Ceu com a facção PCC.
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'Burburinho' ligou alerta sobre roubo; infografia mostra a estrutura do túnelFoi a partir de um "burburinho" ouvido há três meses que a Polícia Civil passou a investigar o que poderia ter sido o maior assalto a banco do país –R$ 1 bilhão, segundo as investigações que levaram à prisão de 16 pessoas em São Paulo na noite de segunda (2). "Como cada meio tem a sua fofoca, a sua conversa, começa-se a falar na área criminosa, às vezes um advogado, às vezes um criminoso: 'Nossa, parece que vai ter um roubo bilionário'", disse o delegado Fábio Pinheiro Lopes, responsável pela operação. Os suspeitos presos planejavam um roubo de R$ 1 bilhão de uma base de distribuição do Banco do Brasil na zona sul de SP, segundo a polícia. Eles teriam investido R$ 4 milhões no crime e usaram equipamento sofisticado e alto conhecimento técnico. Identificada a quadrilha suspeita de planejar o assalto, os investigadores alugaram, há um mês, um imóvel nas proximidades do que seria o QG do grupo, um galpão no extremo norte da cidade –um local antes pacato, mas que há três meses passou a ter movimentação intensa. Com a suspeita de que a cifra chegaria a R$ 1 bi, a polícia restringiu a busca a locais que poderiam armazenar esse montante e chegou à essa base de distribuição do Banco do Brasil na Chácara Santo Antônio –o local visado, centro que guarda depósitos compulsórios de bancos, pode armazenar até R$ 5 bilhões. Em junho, os bandidos usaram documento falso e alugaram uma casa a 650 metros do banco, por R$ 2.000 mensais –chegaram a atrasar o aluguel uma vez. A partir daí, passaram a escavar o túnel. Para evitar serem vistos da rua, os bandidos trocaram o portão da casa. Fizeram pouco barulho durante as escavações –exceto no momento de quebrar o piso, pois o terreno na região é argiloso. Na manhã desta terça (3), as paredes e chão do imóvel estavam sujos de terra, e havia um gerador e uma série de colchões empilhados. O túnel que sai da casa vai até a galeria de águas pluviais da prefeitura. Os bandidos aproveitaram essa estrutura, que passa perto do banco, e a partir dela cavaram a última parte do túnel, até um cofre da instituição. "A gente procurou o pessoal do banco, que falou: 'Não, lá não tem como isso ocorrer'. A gente pediu uma vistoria e eles detectaram uma rachadura em um dos cofres, que seria o alvo da quadrilha", diz o delegado, que suspeita do envolvimento de algum funcionário terceirizado, prestador de serviço do banco. O túnel já estava pronto, e os bandidos montavam a estrutura dos trilhos em outro imóvel. Para a polícia, o roubo ocorreria possivelmente nesta sexta (6). No momento da prisão, ninguém reagiu, e nenhuma arma foi achada. No imóvel usado como base da quadrilha, foi encontrada uma máquina de solda e corte a plasma –geralmente utilizada para cortar aço de navio, mas que serviria para construir a estrutura de escoamento do dinheiro, com mil metros de trilho e dez carrinhos. Entre as 16 pessoas presas havia um serralheiro. Túnel A polícia também suspeita da participação de um engenheiro ou mestre de obras no planejamento da escavação do túnel, que tem cerca de 500 metros e que liga a residência alugada pelos bandidos ao banco. Diz ainda diz que pode haver quatro foragidos, mas que os chefes foram pegos. O grupo deve responder por formação de quadrilha e tentativa de furto –um suspeito pode ser acusado ainda de falsidade ideológica, por usar documento falso. Dos 16 presos, quatro não tinham passagem pela polícia, e dois eram procurados. O delegado diz ver ligações do líder do grupo, Alceu Ceu, 35, com outros casos, como o roubo a uma transportadora de valores no Paraguai em abril. O delegado diz não ter informações do envolvimento de Ceu com a facção PCC.
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Ministro alemão pede que Pegida desconvoque passeata islamofóbica
O ministro de Justiça da Alemanha, Heiko Maas, pressionou neste domingo (11) o movimento "Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente" (Pegida) a desconvocar sua manifestação silenciosa marcada para esta segunda-feira (12) e que pretende ser de luto pelas vítimas da revista francesa "Charlie Hebdo". "Se têm um pingo de decência, deveriam desconvocar sua manifestação", apontou Maas, do Partido Social-Democrata (SPD), em declarações que serão divulgadas na segunda (12) pelo jornal "Bild", e foram antecipadas hoje. O ministro alemão classificou como "repugnante" a pretensão do movimento de instrumentalizar o "atroz atentado" contra a revista, e lembrou que a própria Pegida acusava uma semana atrás a imprensa de assédio e de difamar o movimento. O Pegida convocou para amanhã sua 12ª manifestação em Dresden, a cidade onde se originou esse movimento e onde foram crescendo essas convocações, até alcançarem o número de 18 mil seguidores, uma semana atrás. Nesta ocasião, o movimento pediu em sua conta no Facebook que levem papeis negros pelas vítimas de "Charlie Hebdo", um atentado que, segundo uma mensagem dos líderes do movimento, reforça suas advertências contra o islã. Cerca de 35 mil manifestantes, segundo números das autoridades de Dresden, se somaram no sábado (10) à manifestação convocada na cidade a favor da tolerância e em resposta às passeatas de segunda-feira do Pegida. A manifestação, liderada pelo primeiro-ministro do "Land", o conservador Stalislaw Tillich, passou pela Frauenkirche, a igreja mais emblemática de Dresden, destruída pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial e reconstruída com donativos de todo o mundo. "Não deixaremos que o ódio nos divida", era o lema da passeata, expressão de rejeição da população ao Pegida. Foi a maior mobilização até agora na Alemanha contra esse movimento islamofóbico, seguida por outras em várias cidades do país. A comoção após o atentado de Paris multiplicou, por um lado, as convocações contra a islamofobia e, por outro, as advertências do Pegida de que o Islã é uma ameaça. O Conselho Central dos Muçulmanos da Alemanha chamou os partidos do espectro parlamentar a apoiar sua concentração, na próxima terça-feira (13), diante do Portão de Brandemburgo de Berlim. A chanceler Angela Merkel, que neste domingo (11) participou da manifestação de Paris com vários de seus ministros, garantiu o respaldo da União Democrata-Cristã (CDU) à convocação do coletivo muçulmano. Em sentido parecido, se pronunciaram a direção das principais formações políticas, tanto o governante Partido Social-Democrata (SPD) como os opositores Verdes.
mundo
Ministro alemão pede que Pegida desconvoque passeata islamofóbicaO ministro de Justiça da Alemanha, Heiko Maas, pressionou neste domingo (11) o movimento "Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente" (Pegida) a desconvocar sua manifestação silenciosa marcada para esta segunda-feira (12) e que pretende ser de luto pelas vítimas da revista francesa "Charlie Hebdo". "Se têm um pingo de decência, deveriam desconvocar sua manifestação", apontou Maas, do Partido Social-Democrata (SPD), em declarações que serão divulgadas na segunda (12) pelo jornal "Bild", e foram antecipadas hoje. O ministro alemão classificou como "repugnante" a pretensão do movimento de instrumentalizar o "atroz atentado" contra a revista, e lembrou que a própria Pegida acusava uma semana atrás a imprensa de assédio e de difamar o movimento. O Pegida convocou para amanhã sua 12ª manifestação em Dresden, a cidade onde se originou esse movimento e onde foram crescendo essas convocações, até alcançarem o número de 18 mil seguidores, uma semana atrás. Nesta ocasião, o movimento pediu em sua conta no Facebook que levem papeis negros pelas vítimas de "Charlie Hebdo", um atentado que, segundo uma mensagem dos líderes do movimento, reforça suas advertências contra o islã. Cerca de 35 mil manifestantes, segundo números das autoridades de Dresden, se somaram no sábado (10) à manifestação convocada na cidade a favor da tolerância e em resposta às passeatas de segunda-feira do Pegida. A manifestação, liderada pelo primeiro-ministro do "Land", o conservador Stalislaw Tillich, passou pela Frauenkirche, a igreja mais emblemática de Dresden, destruída pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial e reconstruída com donativos de todo o mundo. "Não deixaremos que o ódio nos divida", era o lema da passeata, expressão de rejeição da população ao Pegida. Foi a maior mobilização até agora na Alemanha contra esse movimento islamofóbico, seguida por outras em várias cidades do país. A comoção após o atentado de Paris multiplicou, por um lado, as convocações contra a islamofobia e, por outro, as advertências do Pegida de que o Islã é uma ameaça. O Conselho Central dos Muçulmanos da Alemanha chamou os partidos do espectro parlamentar a apoiar sua concentração, na próxima terça-feira (13), diante do Portão de Brandemburgo de Berlim. A chanceler Angela Merkel, que neste domingo (11) participou da manifestação de Paris com vários de seus ministros, garantiu o respaldo da União Democrata-Cristã (CDU) à convocação do coletivo muçulmano. Em sentido parecido, se pronunciaram a direção das principais formações políticas, tanto o governante Partido Social-Democrata (SPD) como os opositores Verdes.
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Irã tentou barrar saída da família de repórter dos EUA libertado após pacto
As autoridades iranianas "continuaram a manipular" o jornalista do "Washington Post" Jason Rezaian, 39, até o momento em que foi libertado junto a outros quatro americanos em uma troca de prisioneiros no fim de semana, disse seu irmão nesta segunda-feira (18). Um acordo de troca foi negociado entre Washington e Teerã, mas, no último minuto, as autoridades iranianas tentaram impedir a mulher do jornalista iraniano-americano, Yeganeh Salehi, de deixar o país com ele, disse Ali Rezaian à emissora CNN. "Os iranianos, como têm sempre feito, continuaram a manipulá-los, continuaram e tentar atrapalhá-los e barrar a saída de Yeggie por algum tempo", declarou Ali em uma entrevista próximo a um hospital militar dos EUA em Landstuhl, na Alemanha. "Os EUA mantiveram sua posição, de que Yeggie tinha que vir com Jason, e tiraram ela dali", afirmou. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse nesta segunda-feira que um atraso na decolagem do avião que tirou algum dos prisioneiros do Irã foi parcialmente provocado por um "desentendimento temporário" sobre a presença no avião da mãe de Rezaian, Mary, e de sua mulher, que também é jornalista, conforme havia sido combinado. Depois, confirmou-se que elas estavam de fato no avião. A troca de prisioneiros coincidiu com a derrubada de grande parte das sanções internacionais contra o Irã após a confirmação de que o regime de Teerã cumpriu com exigências de um acordo para conter seu programa nuclear. Rezaian e dois outros cidadãos iranianos-americanos chegaram no domingo (17) a Landstuhl para exames médicos. Editores do "Washington Post" viajaram à Alemanha para encontrar Rezaian, que apareceu em uma foto no site do jornal vestindo um moletom cinza e disse estar se sentindo bem. - FIM DO ISOLAMENTO IRANIANO Reaproximação com Irã assusta antigos aliados dos EUA Fim do isolamento iraniano - "Eu quero que as pessoas saibam que fisicamente eu estou me sentindo bem", disse Rezaian, segundo o jornal. "Eu sei que as pessoas querem ouvir de mim, mas eu quero processar isso por um tempo." Um dos editores de Rezaian, Doug Jelh, disse à CNN que o jornalista passou 49 dias na solitária antes de ser levado a uma cela de 24 metros quadrados com um companheiro. "Ele não tinha certeza até a saída de seu avião de que sua agonia tinha acabado, disse Jehl. AIATOLÁ Em sua primeira declaração pública desde o fim das sanções contra o Irã, o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, expressou "pessimismo" em relação às intenções dos EUA e pediu "atenção sobre as outras partes para que cumpram com seus compromissos" do acordo nuclear. "Eu reitero a necessidade de estar vigilante sobre fraudes e traições de países arrogantes, especialmente os EUA, nessa questão [nuclear] e em outras", afirmou Khamenei. Menos de 24 horas após a Casa Branca e a União Europeia levantarem as sanções, o governo dos EUA anunciou novas medidas de retaliação contra 11 indivíduos e empresas envolvidos no fornecimento de tecnologia usada em um teste de mísseis balísticos realizado pelo Irã em outubro. O regime iraniano considerou as novas sanções "ilegítimas" e prometeu desenvolver "mais do que nunca" seu programa de mísseis balísticos e suas capacidades de defesa.
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Irã tentou barrar saída da família de repórter dos EUA libertado após pactoAs autoridades iranianas "continuaram a manipular" o jornalista do "Washington Post" Jason Rezaian, 39, até o momento em que foi libertado junto a outros quatro americanos em uma troca de prisioneiros no fim de semana, disse seu irmão nesta segunda-feira (18). Um acordo de troca foi negociado entre Washington e Teerã, mas, no último minuto, as autoridades iranianas tentaram impedir a mulher do jornalista iraniano-americano, Yeganeh Salehi, de deixar o país com ele, disse Ali Rezaian à emissora CNN. "Os iranianos, como têm sempre feito, continuaram a manipulá-los, continuaram e tentar atrapalhá-los e barrar a saída de Yeggie por algum tempo", declarou Ali em uma entrevista próximo a um hospital militar dos EUA em Landstuhl, na Alemanha. "Os EUA mantiveram sua posição, de que Yeggie tinha que vir com Jason, e tiraram ela dali", afirmou. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse nesta segunda-feira que um atraso na decolagem do avião que tirou algum dos prisioneiros do Irã foi parcialmente provocado por um "desentendimento temporário" sobre a presença no avião da mãe de Rezaian, Mary, e de sua mulher, que também é jornalista, conforme havia sido combinado. Depois, confirmou-se que elas estavam de fato no avião. A troca de prisioneiros coincidiu com a derrubada de grande parte das sanções internacionais contra o Irã após a confirmação de que o regime de Teerã cumpriu com exigências de um acordo para conter seu programa nuclear. Rezaian e dois outros cidadãos iranianos-americanos chegaram no domingo (17) a Landstuhl para exames médicos. Editores do "Washington Post" viajaram à Alemanha para encontrar Rezaian, que apareceu em uma foto no site do jornal vestindo um moletom cinza e disse estar se sentindo bem. - FIM DO ISOLAMENTO IRANIANO Reaproximação com Irã assusta antigos aliados dos EUA Fim do isolamento iraniano - "Eu quero que as pessoas saibam que fisicamente eu estou me sentindo bem", disse Rezaian, segundo o jornal. "Eu sei que as pessoas querem ouvir de mim, mas eu quero processar isso por um tempo." Um dos editores de Rezaian, Doug Jelh, disse à CNN que o jornalista passou 49 dias na solitária antes de ser levado a uma cela de 24 metros quadrados com um companheiro. "Ele não tinha certeza até a saída de seu avião de que sua agonia tinha acabado, disse Jehl. AIATOLÁ Em sua primeira declaração pública desde o fim das sanções contra o Irã, o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, expressou "pessimismo" em relação às intenções dos EUA e pediu "atenção sobre as outras partes para que cumpram com seus compromissos" do acordo nuclear. "Eu reitero a necessidade de estar vigilante sobre fraudes e traições de países arrogantes, especialmente os EUA, nessa questão [nuclear] e em outras", afirmou Khamenei. Menos de 24 horas após a Casa Branca e a União Europeia levantarem as sanções, o governo dos EUA anunciou novas medidas de retaliação contra 11 indivíduos e empresas envolvidos no fornecimento de tecnologia usada em um teste de mísseis balísticos realizado pelo Irã em outubro. O regime iraniano considerou as novas sanções "ilegítimas" e prometeu desenvolver "mais do que nunca" seu programa de mísseis balísticos e suas capacidades de defesa.
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Governo apresenta Orçamento de 2016 com R$ 30,5 bi de deficit
O governo entregou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta segunda-feira (31), a proposta de Orçamento da União de 2016 com a previsão de deficit primário de R$ 30,5 bilhões, o que representa 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto). A peça foi apresentada pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento). "Devido ao cenário de receitas e, mesmo após o nosso esforço de contenção do crescimento de gastos tanto obrigatórios quanto discricionários, ainda assim, não será possível cumprir a nossa meta anterior de resultado primário que era de R$ 34 bilhões. Diante do novo cenário de receitas e despesas, nós teremos nossa previsão, para o próximo ano, de um déficit primário de R$ 30,5 bilhões", anunciou Barbosa. Segundo o ministro, a previsão de crescimento da economia para 2016 é de 0,2%, e a para a inflação, de 5,4%. O salário mínimo proposto passa dos atuais R$ 788 para R$ 865,50. Como a proposta ainda será analisada pelos parlamentares, o valor pode ser alterado. O ministro indicou que o governo deverá atuar sobre gastos obrigatórios da União para poder reequilibrar o orçamento. No entanto, qualquer mudança neste tipo de gasto precisa da aprovação do Congresso. "Existem várias formas de enfrentar essa situação, de reduzir esse déficit ao longo do próximo ano mas isso envolve principalmente uma atuação sobre os chamados gastos obrigatórios da União, que são determinados por lei. Qualquer atuação sobre um gasto obrigatório necessita de uma proposta legal", disse Barbosa. O governo decidiu neste domingo (30) enviar o Orçamento com deficit após desistir de recriar a CPMF, o chamado imposto do cheque. Sem os recursos do tributo, o governo optou por enviar um "orçamento realista e transparente", sem receitas garantidas e que poderiam não vingar. A decisão foi informada pela própria presidente Dilma Rousseff no domingo à noite a líderes aliados, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Orçamento 2016 As previsões do governo MUDANÇA DE ATITUDE Após a entrega do orçamento, Renan classificou a peça como uma "mudança de atitude" do governo, sendo "menos ficção e mais realismo". "Esse orçamento deficitário significa uma mudança de atitude. Pelo menos é um orçamento mais verdadeiro, mais realista e mobiliza a todos no sentido de que precisamos continuar trabalhando para encontrar saídas para o Brasil. [...] É menos ficção e mais realismo". Após a sinalização de Barbosa de que haverá mudanças nos gastos obrigatórios, Renan afirmou que o "Congresso Nacional fará o que for possível". "O que for possível para fazermos a reforma do Estado, para cotarmos despesas, para melhorarmos o ambiente de negócios e investimentos. O que for possível, nós vamos fazer", disse. Questionado sobre um possível aumento de impostos, Renan afirmou que isso não pode ser um "caminho único". "Primeiro é preciso cortar despesa, melhorar a eficiência do gasto público. O Congresso está disposto a colaborar nessa direção", disse. O deputado Ricardo Barros (PP-PR), que irá relatar a proposta no Congresso, disse que o Parlamento via discutir com a sociedade para tentar "equilibrar até o final do ano quando votamos o Orçamento". Questionado como os congressistas poderiam fazer "uma mágica" para equilibrar o Orçamento, o deputado afirmou apenas que a única maneira seria "aumentar receita e cortar despesas". "São as únicas soluções", disse o deputado. SEM 'MÍSTICAS' O ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) afirmou nesta segunda-feira (31) que a decisão do governo de enviar ao Congresso a previsão de deficit nas contas públicas em 2016 tem como objetivo dar à sociedade "transparência absoluta" da situação fiscal. "É positivo. Dá o raio-x do que é efetivamente a situação fiscal. Estamos em deficit hoje. Pronto. Esgotadas todas as místicas, estamos em deficit e estamos prevendo para o ano que vem que teremos de mudar essa correlação entre receitas e despesas ou as contas não fecharão", disse. Segundo ele, abriu-se agora a "oportunidade para o debate" no Congresso. Ele não quis responder, contudo, se já há conversas entre o governo e os parlamentares da base sobre o texto. "Melhor seria que tivéssemos condição ter de orçamento com superavit. Não é o caso. Temos de enfrentar a realidade como ela é. Aliás, a solução do problema começa quando a gente reconhece que ele existe", afirmou. Padilha vinha acumulando o cargo de titular da secretaria da Aviação Civil com a função de auxiliar do vice-presidente Michel Temer na articulação política do governo. Mas, com a saída de Temer do cargo, também deixará a Secretaria de Relações Institucionais. Segundo ele, a secretaria, inclusive, não tem mais "muita razão para existir" neste governo, já que a distribuição de emendas aos parlamentares e de cargos do governo já foi definida.
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Governo apresenta Orçamento de 2016 com R$ 30,5 bi de deficitO governo entregou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta segunda-feira (31), a proposta de Orçamento da União de 2016 com a previsão de deficit primário de R$ 30,5 bilhões, o que representa 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto). A peça foi apresentada pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento). "Devido ao cenário de receitas e, mesmo após o nosso esforço de contenção do crescimento de gastos tanto obrigatórios quanto discricionários, ainda assim, não será possível cumprir a nossa meta anterior de resultado primário que era de R$ 34 bilhões. Diante do novo cenário de receitas e despesas, nós teremos nossa previsão, para o próximo ano, de um déficit primário de R$ 30,5 bilhões", anunciou Barbosa. Segundo o ministro, a previsão de crescimento da economia para 2016 é de 0,2%, e a para a inflação, de 5,4%. O salário mínimo proposto passa dos atuais R$ 788 para R$ 865,50. Como a proposta ainda será analisada pelos parlamentares, o valor pode ser alterado. O ministro indicou que o governo deverá atuar sobre gastos obrigatórios da União para poder reequilibrar o orçamento. No entanto, qualquer mudança neste tipo de gasto precisa da aprovação do Congresso. "Existem várias formas de enfrentar essa situação, de reduzir esse déficit ao longo do próximo ano mas isso envolve principalmente uma atuação sobre os chamados gastos obrigatórios da União, que são determinados por lei. Qualquer atuação sobre um gasto obrigatório necessita de uma proposta legal", disse Barbosa. O governo decidiu neste domingo (30) enviar o Orçamento com deficit após desistir de recriar a CPMF, o chamado imposto do cheque. Sem os recursos do tributo, o governo optou por enviar um "orçamento realista e transparente", sem receitas garantidas e que poderiam não vingar. A decisão foi informada pela própria presidente Dilma Rousseff no domingo à noite a líderes aliados, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Orçamento 2016 As previsões do governo MUDANÇA DE ATITUDE Após a entrega do orçamento, Renan classificou a peça como uma "mudança de atitude" do governo, sendo "menos ficção e mais realismo". "Esse orçamento deficitário significa uma mudança de atitude. Pelo menos é um orçamento mais verdadeiro, mais realista e mobiliza a todos no sentido de que precisamos continuar trabalhando para encontrar saídas para o Brasil. [...] É menos ficção e mais realismo". Após a sinalização de Barbosa de que haverá mudanças nos gastos obrigatórios, Renan afirmou que o "Congresso Nacional fará o que for possível". "O que for possível para fazermos a reforma do Estado, para cotarmos despesas, para melhorarmos o ambiente de negócios e investimentos. O que for possível, nós vamos fazer", disse. Questionado sobre um possível aumento de impostos, Renan afirmou que isso não pode ser um "caminho único". "Primeiro é preciso cortar despesa, melhorar a eficiência do gasto público. O Congresso está disposto a colaborar nessa direção", disse. O deputado Ricardo Barros (PP-PR), que irá relatar a proposta no Congresso, disse que o Parlamento via discutir com a sociedade para tentar "equilibrar até o final do ano quando votamos o Orçamento". Questionado como os congressistas poderiam fazer "uma mágica" para equilibrar o Orçamento, o deputado afirmou apenas que a única maneira seria "aumentar receita e cortar despesas". "São as únicas soluções", disse o deputado. SEM 'MÍSTICAS' O ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) afirmou nesta segunda-feira (31) que a decisão do governo de enviar ao Congresso a previsão de deficit nas contas públicas em 2016 tem como objetivo dar à sociedade "transparência absoluta" da situação fiscal. "É positivo. Dá o raio-x do que é efetivamente a situação fiscal. Estamos em deficit hoje. Pronto. Esgotadas todas as místicas, estamos em deficit e estamos prevendo para o ano que vem que teremos de mudar essa correlação entre receitas e despesas ou as contas não fecharão", disse. Segundo ele, abriu-se agora a "oportunidade para o debate" no Congresso. Ele não quis responder, contudo, se já há conversas entre o governo e os parlamentares da base sobre o texto. "Melhor seria que tivéssemos condição ter de orçamento com superavit. Não é o caso. Temos de enfrentar a realidade como ela é. Aliás, a solução do problema começa quando a gente reconhece que ele existe", afirmou. Padilha vinha acumulando o cargo de titular da secretaria da Aviação Civil com a função de auxiliar do vice-presidente Michel Temer na articulação política do governo. Mas, com a saída de Temer do cargo, também deixará a Secretaria de Relações Institucionais. Segundo ele, a secretaria, inclusive, não tem mais "muita razão para existir" neste governo, já que a distribuição de emendas aos parlamentares e de cargos do governo já foi definida.
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Carnaval e jogo do Palmeiras complicam o trânsito neste sábado
O QUE AFETA SUA VIDA O trânsito deve complicar nas imediações do Allianz Parque em razão do jogo do Palmeiras contra o Linense pela 4ª rodada do campeonato Paulista, às 17h. A partida altera o trajeto de 28 ônibus. A folia ainda não acabou. E, por isso, as intermediações da Vila Madalena, de Pinheiros e do Centro terão bloqueios e alterações no trânsito. Fique esperto. TEMPO Segundo o Inmet, o dia e a noite permanecem nublados, mas não há previsão de chuvas. A temperatura cai um pouco, com máxima de 30ºC e mínima de 16ºC. CULTURA E LAZER Todo Carnaval tem seu fim. Mas, em 2016, está difícil para o paulistano se despedir. Neste sábado (13), o bloco Primavera, Te Amo desfila por Pinheiros. A concentração está marcada para as 12h, em frente ao bar Pirajá. Para os pequenos, uma versão de "Chapeuzinho Vermelho" menos ingênua, que se diverte com um Lobo Mau ilusionista e um Lenhador simpático. O espetáculo, em cartaz no Teatro Folha até o dia 26 de junho, começa às 16h. Considerado o maior evento do gênero fora da China, o Ano Novo Chinês, que celebra o ano do macaco, toma conta da praça da Liberdade neste fim de semana. Entre as atrações culturais, estão apresentações de ópera chinesa e jogo da memória que representa uma "aula" de mandarim. A programação começa neste sábado (13), às 12h. AMANHÃ As notícias do dia seguinte são publicadas aqui e no nosso app, sempre às 21h.
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Carnaval e jogo do Palmeiras complicam o trânsito neste sábadoO QUE AFETA SUA VIDA O trânsito deve complicar nas imediações do Allianz Parque em razão do jogo do Palmeiras contra o Linense pela 4ª rodada do campeonato Paulista, às 17h. A partida altera o trajeto de 28 ônibus. A folia ainda não acabou. E, por isso, as intermediações da Vila Madalena, de Pinheiros e do Centro terão bloqueios e alterações no trânsito. Fique esperto. TEMPO Segundo o Inmet, o dia e a noite permanecem nublados, mas não há previsão de chuvas. A temperatura cai um pouco, com máxima de 30ºC e mínima de 16ºC. CULTURA E LAZER Todo Carnaval tem seu fim. Mas, em 2016, está difícil para o paulistano se despedir. Neste sábado (13), o bloco Primavera, Te Amo desfila por Pinheiros. A concentração está marcada para as 12h, em frente ao bar Pirajá. Para os pequenos, uma versão de "Chapeuzinho Vermelho" menos ingênua, que se diverte com um Lobo Mau ilusionista e um Lenhador simpático. O espetáculo, em cartaz no Teatro Folha até o dia 26 de junho, começa às 16h. Considerado o maior evento do gênero fora da China, o Ano Novo Chinês, que celebra o ano do macaco, toma conta da praça da Liberdade neste fim de semana. Entre as atrações culturais, estão apresentações de ópera chinesa e jogo da memória que representa uma "aula" de mandarim. A programação começa neste sábado (13), às 12h. AMANHÃ As notícias do dia seguinte são publicadas aqui e no nosso app, sempre às 21h.
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O muro no fim do túnel
Na semana que vem, poderá ser votada pelo Senado a emenda proposta pelo senador José Serra que visa estabelecer limites globais para as dívidas consolidadas líquida e bruta da União. O projeto fixa um teto para a dívida bruta de quatro vezes a Receita Corrente Líquida (RCL) e para a dívida líquida de 1,5 vez a RCL. O texto estabelece também um prazo de 15 anos para que seja feita esta convergência, a uma velocidade constante de um quinze avos por ano. Hoje esses valores estão em 5,4 e 2,1 vezes a RCL, respectivamente, bem acima dos limites propostos. Mas o que realmente salta aos olhos é que, no caso da dívida líquida, não há nenhum ano na série histórica em que tal limite foi cumprido, ainda que esse coeficiente tenha caído progressivamente de 3,1 em 2002 para 1,7 em 2013. Quanto à dívida bruta, que não deduz o valor dos ativos do governo, a proporção foi reduzida de 5,9 em 2002 para 4,8 em 2013, e apenas em 2008 ficou abaixo do teto da proposta. O esforço para o cumprimento da proposta exigiria, portanto, 15 anos de austeridade no Brasil. E ainda assim, não haveria qualquer garantia de satisfação do critério, já que a dinâmica da dívida pública (mesmo em proporção à RCL) não depende apenas da ação do governo e da boa vontade do Congresso, mas também das taxas de juros, da taxa de câmbio, da taxa de inflação e do próprio crescimento econômico. Os resultados desastrosos do ajuste promovido neste ano revelam que tais cortes permanentes de gastos públicos poderiam servir apenas para eliminar qualquer possibilidade de retomada do crescimento econômico, sem promover nenhuma melhoria na situação fiscal. Mas por incrível que pareça, os potenciais malefícios para a sociedade de uma proposta como esta vão muito além de perenizar a crise que estamos vivendo. Nos Estados Unidos, um dos sete países no mundo que adotam um teto para a dívida (os outros sendo Malásia, Quênia, Namíbia, Paquistão, Polônia e Dinamarca), essa restrição levou a um rebaixamento da nota do país pela Standard & Poor's em 2011, mesmo sem haver nenhum risco de default e das taxas de juros pagas sobre a dívida estarem próximas de zero. Em 2013, sem que o presidente Obama conseguisse costurar um aumento desse teto no Congresso, o governo teve de mandar para casa por 16 dias cerca de 800 mil funcionários públicos, deixou de pagar empresas fornecedoras por serviços prestados e fechou a Estátua da Liberdade, o Grand Canyon e mais de 400 outros pontos turísticos federais. O "shutdown" levou a uma redução no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano da ordem de 0,6% no trimestre, de acordo com estimativas feitas à época pela Standard & Poor's, levantando críticas contundentes de economistas e agentes do mercado financeiro à lei sobre o teto da dívida. No caso da proposta brasileira, após os 15 anos de transição, o governo também passaria a ficar proibido de contratar novas operações de crédito se eventualmente ultrapassasse o limite estabelecido. Não é difícil imaginar os rebaixamentos de nota por agências de classificação de risco e o caos gerado por medidas drásticas que teriam de ser tomadas em tal situação. Assim, como se já não bastasse impor à sociedade mais 15 anos de crise, no fim do túnel não necessariamente encontraríamos a luz.
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O muro no fim do túnelNa semana que vem, poderá ser votada pelo Senado a emenda proposta pelo senador José Serra que visa estabelecer limites globais para as dívidas consolidadas líquida e bruta da União. O projeto fixa um teto para a dívida bruta de quatro vezes a Receita Corrente Líquida (RCL) e para a dívida líquida de 1,5 vez a RCL. O texto estabelece também um prazo de 15 anos para que seja feita esta convergência, a uma velocidade constante de um quinze avos por ano. Hoje esses valores estão em 5,4 e 2,1 vezes a RCL, respectivamente, bem acima dos limites propostos. Mas o que realmente salta aos olhos é que, no caso da dívida líquida, não há nenhum ano na série histórica em que tal limite foi cumprido, ainda que esse coeficiente tenha caído progressivamente de 3,1 em 2002 para 1,7 em 2013. Quanto à dívida bruta, que não deduz o valor dos ativos do governo, a proporção foi reduzida de 5,9 em 2002 para 4,8 em 2013, e apenas em 2008 ficou abaixo do teto da proposta. O esforço para o cumprimento da proposta exigiria, portanto, 15 anos de austeridade no Brasil. E ainda assim, não haveria qualquer garantia de satisfação do critério, já que a dinâmica da dívida pública (mesmo em proporção à RCL) não depende apenas da ação do governo e da boa vontade do Congresso, mas também das taxas de juros, da taxa de câmbio, da taxa de inflação e do próprio crescimento econômico. Os resultados desastrosos do ajuste promovido neste ano revelam que tais cortes permanentes de gastos públicos poderiam servir apenas para eliminar qualquer possibilidade de retomada do crescimento econômico, sem promover nenhuma melhoria na situação fiscal. Mas por incrível que pareça, os potenciais malefícios para a sociedade de uma proposta como esta vão muito além de perenizar a crise que estamos vivendo. Nos Estados Unidos, um dos sete países no mundo que adotam um teto para a dívida (os outros sendo Malásia, Quênia, Namíbia, Paquistão, Polônia e Dinamarca), essa restrição levou a um rebaixamento da nota do país pela Standard & Poor's em 2011, mesmo sem haver nenhum risco de default e das taxas de juros pagas sobre a dívida estarem próximas de zero. Em 2013, sem que o presidente Obama conseguisse costurar um aumento desse teto no Congresso, o governo teve de mandar para casa por 16 dias cerca de 800 mil funcionários públicos, deixou de pagar empresas fornecedoras por serviços prestados e fechou a Estátua da Liberdade, o Grand Canyon e mais de 400 outros pontos turísticos federais. O "shutdown" levou a uma redução no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano da ordem de 0,6% no trimestre, de acordo com estimativas feitas à época pela Standard & Poor's, levantando críticas contundentes de economistas e agentes do mercado financeiro à lei sobre o teto da dívida. No caso da proposta brasileira, após os 15 anos de transição, o governo também passaria a ficar proibido de contratar novas operações de crédito se eventualmente ultrapassasse o limite estabelecido. Não é difícil imaginar os rebaixamentos de nota por agências de classificação de risco e o caos gerado por medidas drásticas que teriam de ser tomadas em tal situação. Assim, como se já não bastasse impor à sociedade mais 15 anos de crise, no fim do túnel não necessariamente encontraríamos a luz.
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Mostra sobre Bill Plympton traz animador americano a SP e RJ
Considerado um dos maiores nomes da animação independente, Bill Plympton vem ao Brasil para participar de mostra em sua homenagem em São Paulo e Rio de Janeiro. A retrospectiva sobre a obra do desenhista americano começa nesta quinta-feira (14) na capital paulista —no Rio, acontece desde terça (12). Ao todo, serão exibidos 45 filmes: sete longas-metragens e 38 curtas. Plympton, que já negou contratos com a Disney, concorreu duas vezes ao Oscar de melhor curta de animação: por "Your Face" (1988) e "Guard Dog" (2005). Em São Paulo, o bate-papo com o animador acontece nesta sexta (15). Na capital carioca, a conversa está marcada para o domingo (17). Na programação da mostra, estão ainda debates sobre animação autoral, com a presença dos animadores brasileiros Rosana Urbes, Fábio Yamaji, Thomas Larson, Zé Brandão e David Mussel, entre outros. Os debates, assim como os encontros com Plympton, tem entrada gratuita, mediante inscrição no site do evento. Para os filmes, ingressos custam R$ 10 em São Paulo e R$ 4 no Rio. MOSTRA 'BILL PLYMPTON - O REI DA ANIMAÇÃO INDEPENDENTE' QUANDO no Rio, 12 a 24/4; em São Paulo, 14 a 20/4 ONDE no Rio, Caixa Cultural Rio de Janeiro (av. Almirante Barroso, 25, 21 3980 3815); em São Paulo, Caixa Belas Artes (r. da Consolação, 2423, 11 2894 5781) QUANTO no Rio, R$ 4; em São Paulo, R$ 10 INFORMAÇÕES www.mostrabillplympton.com.br
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Mostra sobre Bill Plympton traz animador americano a SP e RJConsiderado um dos maiores nomes da animação independente, Bill Plympton vem ao Brasil para participar de mostra em sua homenagem em São Paulo e Rio de Janeiro. A retrospectiva sobre a obra do desenhista americano começa nesta quinta-feira (14) na capital paulista —no Rio, acontece desde terça (12). Ao todo, serão exibidos 45 filmes: sete longas-metragens e 38 curtas. Plympton, que já negou contratos com a Disney, concorreu duas vezes ao Oscar de melhor curta de animação: por "Your Face" (1988) e "Guard Dog" (2005). Em São Paulo, o bate-papo com o animador acontece nesta sexta (15). Na capital carioca, a conversa está marcada para o domingo (17). Na programação da mostra, estão ainda debates sobre animação autoral, com a presença dos animadores brasileiros Rosana Urbes, Fábio Yamaji, Thomas Larson, Zé Brandão e David Mussel, entre outros. Os debates, assim como os encontros com Plympton, tem entrada gratuita, mediante inscrição no site do evento. Para os filmes, ingressos custam R$ 10 em São Paulo e R$ 4 no Rio. MOSTRA 'BILL PLYMPTON - O REI DA ANIMAÇÃO INDEPENDENTE' QUANDO no Rio, 12 a 24/4; em São Paulo, 14 a 20/4 ONDE no Rio, Caixa Cultural Rio de Janeiro (av. Almirante Barroso, 25, 21 3980 3815); em São Paulo, Caixa Belas Artes (r. da Consolação, 2423, 11 2894 5781) QUANTO no Rio, R$ 4; em São Paulo, R$ 10 INFORMAÇÕES www.mostrabillplympton.com.br
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Aflições de um quase pai
–Amor, essas dores estão muito estranhas. Não estou mais aguentando, não. Cata os cacarecos e vamos para o hospital que a menina está nascendo. "Deuzulivre" a minha filha nascer dentro do elevador, no meio da rua, na padaria ou nos braços de um bombeirão chamado sargento Amadeu. –Nada, você está muito ansioso. Essas dores são normais. Logo passam, disse-me a mulher desdenhando a minha imaturidade paternal. –Ligue para o médico, então, porque senão quem vai parir sou eu, e a qualquer momento. Gases... Eram gases, segundo o obstetra que não teve a elegância de me receitar uma maracujina ou de me fazer um chamego dizendo "tudo dará certo no final, acalme-se". Ora, a minha ansiedade fazia sentido. A barriga, do dia para a noite, transformou-se numa montanha que me jogou a um cantinho da cama e de onde um ser, lá de dentro, samba durante toda a madruga. Somado a isso, já contamos 34 semanas de gestação. Ou seriam 33 semanas? Ou seria o oitavo mês, prenúncio da hora derradeira? Ter de contar o tempo de maneira diferente do que venho contando há 40 anos só faz aumentar a minha aflição e a minha confusão. –Ainda falta muito... Muito quanto? Não é possível que o homem já saiba calcular exatamente quantos espermatozoides saem da casinha no momento da explosão de paixão e não saiba me dizer certinho a que horas sai da festa o convidado mais malandrão que me deu um bebê de brinde. Com a bexiga espremida por nossa menina, a mulher, ultimamente, vai ao banheiro umas três vezes durante a madrugada. Nesta semana, quando acordei e não a vi na cama, achei que ela tivesse ido parir à minha revelia, como se quisesse me poupar de um vexame no hospital devido a meu nervosismo. Mas a minha agonia não é para menos. Fico imaginando a tal da bolsa estourando, alagando o quarto, minha amada berrando vida por todo o apartamento e eu ainda tentando vestir a calça jeans (cadeirantes demoram séculos para aprumá-la no corpo). Penso naquelas cenas de filme à la Almodóvar em que Penélope Cruz, em via de dar à luz, começa a suar e a pedir por misericórdia que a peguem nos braços e saiam em disparada pelas ruas afora até chegar ao alívio de uma maternidade cheia de móbiles bonitinhos. Não vai rolar de eu levar minha mulher no colo e tocar meu cavalo de rodas ao mesmo tempo. Seremos dois deitados no asfalto. Correr pelas ruas de São Paulo até o local do nascedouro de minha filha só seria possível no dia 1º de janeiro, sem chuva e de bicicleta, pelas ciclovias do Haddad, o que também não será para mim nesta encarnação. "Huff, hufff, huff", ok, estou respirando compassadamente e puxando bastante o ar, obrigado. Também estou levando em consideração aquilo que as colegas me juraram: "Bebê não nasce dessa maneira, menino". Mas essa sensação de não ter o mínimo controle da situação acaba com as minhas cutículas. Normalmente, tenho de saber se aonde vou tem rampa, tem elevador, tem a presença de "malacabadofóbicos". Agora, a viagem não tem um rumo que eu consiga encontrar no Google Maps ou um caminho mais fácil que o Waze me indique. Só me resta acreditar que pé de galinha não mata pinto e que minha Elis será ungida com a tolerância máxima às diferenças e fará de tudo para poupar o papai, fazendo as melhores combinações possíveis com a mamãe. jairo.marques@grupofolha.com.br
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Aflições de um quase pai–Amor, essas dores estão muito estranhas. Não estou mais aguentando, não. Cata os cacarecos e vamos para o hospital que a menina está nascendo. "Deuzulivre" a minha filha nascer dentro do elevador, no meio da rua, na padaria ou nos braços de um bombeirão chamado sargento Amadeu. –Nada, você está muito ansioso. Essas dores são normais. Logo passam, disse-me a mulher desdenhando a minha imaturidade paternal. –Ligue para o médico, então, porque senão quem vai parir sou eu, e a qualquer momento. Gases... Eram gases, segundo o obstetra que não teve a elegância de me receitar uma maracujina ou de me fazer um chamego dizendo "tudo dará certo no final, acalme-se". Ora, a minha ansiedade fazia sentido. A barriga, do dia para a noite, transformou-se numa montanha que me jogou a um cantinho da cama e de onde um ser, lá de dentro, samba durante toda a madruga. Somado a isso, já contamos 34 semanas de gestação. Ou seriam 33 semanas? Ou seria o oitavo mês, prenúncio da hora derradeira? Ter de contar o tempo de maneira diferente do que venho contando há 40 anos só faz aumentar a minha aflição e a minha confusão. –Ainda falta muito... Muito quanto? Não é possível que o homem já saiba calcular exatamente quantos espermatozoides saem da casinha no momento da explosão de paixão e não saiba me dizer certinho a que horas sai da festa o convidado mais malandrão que me deu um bebê de brinde. Com a bexiga espremida por nossa menina, a mulher, ultimamente, vai ao banheiro umas três vezes durante a madrugada. Nesta semana, quando acordei e não a vi na cama, achei que ela tivesse ido parir à minha revelia, como se quisesse me poupar de um vexame no hospital devido a meu nervosismo. Mas a minha agonia não é para menos. Fico imaginando a tal da bolsa estourando, alagando o quarto, minha amada berrando vida por todo o apartamento e eu ainda tentando vestir a calça jeans (cadeirantes demoram séculos para aprumá-la no corpo). Penso naquelas cenas de filme à la Almodóvar em que Penélope Cruz, em via de dar à luz, começa a suar e a pedir por misericórdia que a peguem nos braços e saiam em disparada pelas ruas afora até chegar ao alívio de uma maternidade cheia de móbiles bonitinhos. Não vai rolar de eu levar minha mulher no colo e tocar meu cavalo de rodas ao mesmo tempo. Seremos dois deitados no asfalto. Correr pelas ruas de São Paulo até o local do nascedouro de minha filha só seria possível no dia 1º de janeiro, sem chuva e de bicicleta, pelas ciclovias do Haddad, o que também não será para mim nesta encarnação. "Huff, hufff, huff", ok, estou respirando compassadamente e puxando bastante o ar, obrigado. Também estou levando em consideração aquilo que as colegas me juraram: "Bebê não nasce dessa maneira, menino". Mas essa sensação de não ter o mínimo controle da situação acaba com as minhas cutículas. Normalmente, tenho de saber se aonde vou tem rampa, tem elevador, tem a presença de "malacabadofóbicos". Agora, a viagem não tem um rumo que eu consiga encontrar no Google Maps ou um caminho mais fácil que o Waze me indique. Só me resta acreditar que pé de galinha não mata pinto e que minha Elis será ungida com a tolerância máxima às diferenças e fará de tudo para poupar o papai, fazendo as melhores combinações possíveis com a mamãe. jairo.marques@grupofolha.com.br
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After Arrest of Group, Minister Says Chance of Attacks at Games Is Minimal
GABRIEL MASCARENHAS FROM BRASÍLIA Justice Minister Alexandre de Moraes referred to the Brazilians arrested under suspicion of planning a terrorist attack during the Olympics as a group of amateurs and repeated that he considers common criminality to be a bigger concern than the possibility of any terrorist attack during Rio-16. "Apparently it was a completely amateur cell, totally unprepared. If they had been prepared they wouldn't have been trying to buy weapons on the internet. I continue to emphasize that general security is of a greater concern than terrorism, but of course we can't ignore anything", he argued. For Moraes, this episode doesn't alter the government's degree of concern related to possible actions by extremist factions. "It doesn't increase the level of alert at all. This all has already all been mapped out. Both concrete situations that came up have been dealt with: the French Professor [actually, French- Algerian], who was deported on Friday [15], and this group that was arrested today [Thursday, 21]", he explained. According to the Minister, the group, which refers to itself as "Defenders of Sharia", communicated through the internet and had a leader, who called upon the others to initiate a kind of preparation with training in martial arts and in marksmanship. As Folha revealed in Thursday's edition, the Brazilian Government has been monitoring 100 people in the country that have been clearly and openly sympathetic to the Islamic State. The ten arrested this morning were people on the list who were being more closely followed. Since the beginning of the investigation these were the ones who have been garnering more attention from security forces. "The 10% were all arrested this morning by the Federal Police (PF)", affirmed Moraes, during an interview. This was the first anti-terror operation carried out by the PF since a law was passed specifying crimes of this nature. At first, according to the Minister, the conversations and sites visited by the suspects didn't suggest that the they were planning to carry out an actual attack in Brazil. "They quickly went from simply commenting about the Islamic State to preparatory activities. Four to six of them took an oath of allegiance [virtually] to the Islamic State and one of them got into contact with a clandestine weapons site, trying to purchase an AK 47", he explained. "Their exchange of messages shows the degradation of these people, celebrating the attack in Orlando, in Nice and another, also in France. They also sent [images of] executions carried out by the Islamic State. A few days back, they started taking up an increasingly menacing posture", the Minister added. Two of those arrested on Thursday had prior police records and had already served time for homicide. The PF operation, code-named "Hashtag", had been authorized by the Federal Justice Department in Paraná, that had issued a total of 32 warrants: 12 for temporary detention, 2 for proceeding with force and 19 for search and seizure. Two suspects still haven't been arrested, but according to Moraes, they are being followed. Through an official written notification, the PF communicated that an NGO is also being investigated. At a press conference the Minister said that this institution is suspected as serving as an apologist for the Islamic State and terrorism and that one of its leaders was taken into custody to be questioned and to give testimony. Translated by LLOYD HARDER Read the article in the original language +Latest news in English *After Dismissal of His Appeal, Cunha Says He Will Appeal to the Supreme Court *Rio's Main Airport Faces Turbulence with Customer Dissatisfaction *Competition Areas in Rio Will Have Restricted Airspace Starting July 24
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After Arrest of Group, Minister Says Chance of Attacks at Games Is Minimal GABRIEL MASCARENHAS FROM BRASÍLIA Justice Minister Alexandre de Moraes referred to the Brazilians arrested under suspicion of planning a terrorist attack during the Olympics as a group of amateurs and repeated that he considers common criminality to be a bigger concern than the possibility of any terrorist attack during Rio-16. "Apparently it was a completely amateur cell, totally unprepared. If they had been prepared they wouldn't have been trying to buy weapons on the internet. I continue to emphasize that general security is of a greater concern than terrorism, but of course we can't ignore anything", he argued. For Moraes, this episode doesn't alter the government's degree of concern related to possible actions by extremist factions. "It doesn't increase the level of alert at all. This all has already all been mapped out. Both concrete situations that came up have been dealt with: the French Professor [actually, French- Algerian], who was deported on Friday [15], and this group that was arrested today [Thursday, 21]", he explained. According to the Minister, the group, which refers to itself as "Defenders of Sharia", communicated through the internet and had a leader, who called upon the others to initiate a kind of preparation with training in martial arts and in marksmanship. As Folha revealed in Thursday's edition, the Brazilian Government has been monitoring 100 people in the country that have been clearly and openly sympathetic to the Islamic State. The ten arrested this morning were people on the list who were being more closely followed. Since the beginning of the investigation these were the ones who have been garnering more attention from security forces. "The 10% were all arrested this morning by the Federal Police (PF)", affirmed Moraes, during an interview. This was the first anti-terror operation carried out by the PF since a law was passed specifying crimes of this nature. At first, according to the Minister, the conversations and sites visited by the suspects didn't suggest that the they were planning to carry out an actual attack in Brazil. "They quickly went from simply commenting about the Islamic State to preparatory activities. Four to six of them took an oath of allegiance [virtually] to the Islamic State and one of them got into contact with a clandestine weapons site, trying to purchase an AK 47", he explained. "Their exchange of messages shows the degradation of these people, celebrating the attack in Orlando, in Nice and another, also in France. They also sent [images of] executions carried out by the Islamic State. A few days back, they started taking up an increasingly menacing posture", the Minister added. Two of those arrested on Thursday had prior police records and had already served time for homicide. The PF operation, code-named "Hashtag", had been authorized by the Federal Justice Department in Paraná, that had issued a total of 32 warrants: 12 for temporary detention, 2 for proceeding with force and 19 for search and seizure. Two suspects still haven't been arrested, but according to Moraes, they are being followed. Through an official written notification, the PF communicated that an NGO is also being investigated. At a press conference the Minister said that this institution is suspected as serving as an apologist for the Islamic State and terrorism and that one of its leaders was taken into custody to be questioned and to give testimony. Translated by LLOYD HARDER Read the article in the original language +Latest news in English *After Dismissal of His Appeal, Cunha Says He Will Appeal to the Supreme Court *Rio's Main Airport Faces Turbulence with Customer Dissatisfaction *Competition Areas in Rio Will Have Restricted Airspace Starting July 24
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E a liberdade de expressão, ministro Gilmar?
Em 13 de novembro do ano passado escrevi neste espaço um artigo com o título "Gilmar Mendes e o bolivarianismo", questionando condutas do ministro do STF. Todas as informações utilizadas eram de conhecimento público. Isso não impediu o ilustre magistrado de ajuizar contra mim uma ação de danos morais pedindo R$ 100 mil de indenização por "macular sua imagem pública". Não chegou a ser uma surpresa, dado seus antecedentes em processar quem dele discorde, como fez com Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Rubens Valente e com a revista "Carta Capital", dentre outros. Mas a frequência com que é feita não pode tornar tolerável esta prática intimidatória. Os termos usados no artigo e rebatidos pelo ministro na acusação –"brava..." e "juiz afinado com o PS..."– chegam a ser brandos se tomarmos as manifestações de diversos juristas e entidades representativas em relação às suas atitudes. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em nota recente, após Gilmar Mendes abandonar tempestivamente o plenário do STF durante a fala de um advogado, lamentou a "postura grosseira, arbitrária e incorreta" do ministro e sustentou que seus comportamentos são "incompatíveis com o que se exige de um magistrado", representando um "espasmo autoritário". Juristas de grande expressão como Fabio Konder Comparato, Celso Antônio Bandeira de Mello e Dalmo Dallari –este último definiu a presença de Gilmar no STF como a "degradação do Judiciário"– fizeram em mais de uma ocasião críticas duras (e necessárias) à conduta do ministro. Ou seja, as atitudes de Gilmar Mendes estão longe de serem inquestionáveis. Se há algo que "macula sua imagem pública" não são as críticas que recebe. Cabe a ele uma reflexão a respeito do que seja. Talvez o divã ajude. As pessoas podem ter as posições que quiserem, mas precisam sustentá-las com coerência. O mesmo juiz que processa sistematicamente jornalistas, colunistas, revistas e críticos não pode pretender-se guardião da liberdade de expressão. Gilmar Mendes tem vários votos no STF com defesas ardorosas das liberdades de imprensa e expressão. No fim de 2014 cassou um direito de resposta pedido pelo PT à revista "Veja", afirmando em sua decisão que "a Corte fixou o entendimento no sentido de que a liberdade ampla de imprensa engloba o exercício de crítica jornalística contundente, em especial quando direcionada a ocupantes de cargos públicos". Na ocasião, para reforçar seu argumento, citou ainda uma passagem do deputado Miro Teixeira: "O exercício concreto da liberdade de imprensa assegura ao jornalista o direito de expender críticas a qualquer pessoa, ainda que em tom áspero ou contundente, especialmente contra as autoridades e os agentes do Estado. A crítica jornalística, pela sua relação de inerência com o interesse público, não é aprioristicamente suscetível de censura, mesmo que legislativa ou judicialmente intentada". E então, faça como eu digo mas não como eu faço? Ninguém está acima da crítica, ministro Gilmar. Nem você. Defender a liberdade de imprensa quando não se gosta de quem é criticado é fácil. Difícil é assegurá-la quando a crítica está dirigida a si próprio. Fica então esta pergunta a Gilmar Mendes: a liberdade expressão não vale quando questiona suas atitudes e posições? Só vale para seus adversários? Considere-se chamado às falas, ilustre ministro.
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E a liberdade de expressão, ministro Gilmar?Em 13 de novembro do ano passado escrevi neste espaço um artigo com o título "Gilmar Mendes e o bolivarianismo", questionando condutas do ministro do STF. Todas as informações utilizadas eram de conhecimento público. Isso não impediu o ilustre magistrado de ajuizar contra mim uma ação de danos morais pedindo R$ 100 mil de indenização por "macular sua imagem pública". Não chegou a ser uma surpresa, dado seus antecedentes em processar quem dele discorde, como fez com Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Rubens Valente e com a revista "Carta Capital", dentre outros. Mas a frequência com que é feita não pode tornar tolerável esta prática intimidatória. Os termos usados no artigo e rebatidos pelo ministro na acusação –"brava..." e "juiz afinado com o PS..."– chegam a ser brandos se tomarmos as manifestações de diversos juristas e entidades representativas em relação às suas atitudes. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em nota recente, após Gilmar Mendes abandonar tempestivamente o plenário do STF durante a fala de um advogado, lamentou a "postura grosseira, arbitrária e incorreta" do ministro e sustentou que seus comportamentos são "incompatíveis com o que se exige de um magistrado", representando um "espasmo autoritário". Juristas de grande expressão como Fabio Konder Comparato, Celso Antônio Bandeira de Mello e Dalmo Dallari –este último definiu a presença de Gilmar no STF como a "degradação do Judiciário"– fizeram em mais de uma ocasião críticas duras (e necessárias) à conduta do ministro. Ou seja, as atitudes de Gilmar Mendes estão longe de serem inquestionáveis. Se há algo que "macula sua imagem pública" não são as críticas que recebe. Cabe a ele uma reflexão a respeito do que seja. Talvez o divã ajude. As pessoas podem ter as posições que quiserem, mas precisam sustentá-las com coerência. O mesmo juiz que processa sistematicamente jornalistas, colunistas, revistas e críticos não pode pretender-se guardião da liberdade de expressão. Gilmar Mendes tem vários votos no STF com defesas ardorosas das liberdades de imprensa e expressão. No fim de 2014 cassou um direito de resposta pedido pelo PT à revista "Veja", afirmando em sua decisão que "a Corte fixou o entendimento no sentido de que a liberdade ampla de imprensa engloba o exercício de crítica jornalística contundente, em especial quando direcionada a ocupantes de cargos públicos". Na ocasião, para reforçar seu argumento, citou ainda uma passagem do deputado Miro Teixeira: "O exercício concreto da liberdade de imprensa assegura ao jornalista o direito de expender críticas a qualquer pessoa, ainda que em tom áspero ou contundente, especialmente contra as autoridades e os agentes do Estado. A crítica jornalística, pela sua relação de inerência com o interesse público, não é aprioristicamente suscetível de censura, mesmo que legislativa ou judicialmente intentada". E então, faça como eu digo mas não como eu faço? Ninguém está acima da crítica, ministro Gilmar. Nem você. Defender a liberdade de imprensa quando não se gosta de quem é criticado é fácil. Difícil é assegurá-la quando a crítica está dirigida a si próprio. Fica então esta pergunta a Gilmar Mendes: a liberdade expressão não vale quando questiona suas atitudes e posições? Só vale para seus adversários? Considere-se chamado às falas, ilustre ministro.
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Nossos 'serial killers'
RIO DE JANEIRO - O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, comparou a corrupção a um assassinato em série, "que mata sorrateiramente milhares de pessoas em estradas esburacadas, hospitais sem remédios e ruas sem segurança". Significa: o dinheiro desviado para bolsos partidários ou particulares resulta em desassistência, pobreza e morte. Para Dallagnol, e com razão, o corrupto equivale a um "serial killer". Em Londres, há duas semanas, fui à caça do "serial killer" mais famoso do mundo: Jack, o Estripador — o homem que, entre agosto e novembro de 1888, matou seis mulheres em Whitechapel, bairro miserável da zona leste da cidade. Sua identidade nunca foi descoberta. A cada 20 anos, alguém vem com a solução "definitiva" do caso, que logo se revela inconsistente e será substituída por outra. Munido de mapas, nomes de ruas e tudo que sei sobre o Estripador, fui de táxi à distante Whitechapel. As velhas ruas por onde ele circulou ficaram modernas, sem interesse. Mas uma delas, a Gunthorpe Street, cenário do quarto assassinato, conserva a atmosfera original: sinistra, quase um beco, de paralelepípedos, prédios feios e sujos. Jack andou por aquelas pedras. E um pub, o White Hart, de 1721, continua lá — ou ele ou suas vítimas o frequentaram. De repente, farejando o otário, saem das tocas as ofertas de "excursões guiadas" pelos passos de Jack, turmas com hora marcada a 10 libras por cabeça e venda de camisetas, chaveiros, abridores de garrafas. É decepcionante. Mas inevitável: Jack, o Estripador foi há 128 anos. Hoje, só mesmo para fins turísticos. É o de que precisamos aqui — que, um dia, se possa promover excursões guiadas aos nossos "serial killers", digo, corruptos, por seus escritórios em Brasília, Rio, São Paulo. Mas, para isso, precisarão estar extintos ou a ferros.
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Nossos 'serial killers'RIO DE JANEIRO - O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, comparou a corrupção a um assassinato em série, "que mata sorrateiramente milhares de pessoas em estradas esburacadas, hospitais sem remédios e ruas sem segurança". Significa: o dinheiro desviado para bolsos partidários ou particulares resulta em desassistência, pobreza e morte. Para Dallagnol, e com razão, o corrupto equivale a um "serial killer". Em Londres, há duas semanas, fui à caça do "serial killer" mais famoso do mundo: Jack, o Estripador — o homem que, entre agosto e novembro de 1888, matou seis mulheres em Whitechapel, bairro miserável da zona leste da cidade. Sua identidade nunca foi descoberta. A cada 20 anos, alguém vem com a solução "definitiva" do caso, que logo se revela inconsistente e será substituída por outra. Munido de mapas, nomes de ruas e tudo que sei sobre o Estripador, fui de táxi à distante Whitechapel. As velhas ruas por onde ele circulou ficaram modernas, sem interesse. Mas uma delas, a Gunthorpe Street, cenário do quarto assassinato, conserva a atmosfera original: sinistra, quase um beco, de paralelepípedos, prédios feios e sujos. Jack andou por aquelas pedras. E um pub, o White Hart, de 1721, continua lá — ou ele ou suas vítimas o frequentaram. De repente, farejando o otário, saem das tocas as ofertas de "excursões guiadas" pelos passos de Jack, turmas com hora marcada a 10 libras por cabeça e venda de camisetas, chaveiros, abridores de garrafas. É decepcionante. Mas inevitável: Jack, o Estripador foi há 128 anos. Hoje, só mesmo para fins turísticos. É o de que precisamos aqui — que, um dia, se possa promover excursões guiadas aos nossos "serial killers", digo, corruptos, por seus escritórios em Brasília, Rio, São Paulo. Mas, para isso, precisarão estar extintos ou a ferros.
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Refinarias que não saem do papel levam Petrobras a perdas de R$ 2,7 bi
Como se não bastassem as perdas prováveis com corrupção que a Petrobras deverá reconhecer com as recém construídas refinarias de Abreu e Lima e Comperj, outros dois projetos em refino que nem saíram do papel já levaram a empresa a perda de R$ 2,7 bilhões. Os projetos estavam ainda na fase de terraplanagem. Não há previsão de quando serão retomados. A baixa com as refinarias Premium 1 e 2, que seriam erguidas no Maranhão e no Ceará, foi reconhecida neste trimestre e é, segundo a empresa, um dos principais fatores responsáveis pela queda de 38% no lucro do terceiro trimestre em relação ao segundo, de R$ 5 bilhões para R$ 3,1 bilhões. Os quatro projetos foram propostos e aprovados na gestão do ex-diretor Paulo Roberto Costa, delator na Operação Lava Jato que está em prisão domiciliar e responde a ações penais por corrupção na estatal. O comunicado da Petrobras que acompanha o balanço do trimestre, divulgado nesta madrugada, atribui as perdas a "descontinuidade" dos projetos, indicando que elas foram descartadas do plano de investimento. Não há detalhes adicionais a respeito no documento. A Folha apurou que os dois projetos foram descartados. "Trata-se de uma nova 'Pasadena', disse, nesta madrugada, o gestor de um fundo de investimentos, ao deparar-se com o número. Ele referia-se à compra da refinaria americana pela Petrobras, entre 2006 e 2012, que resultou em perdas à empresa calculadas em US$ 792 milhões, segundo o TCU. HISTÓRICO As duas refinarias começaram a ser planejadas em 2008, sob justificativa de aproveitar as margens financeiras do refino, na época mais favoráveis. A pedra fundamental dos projetos foi lançada em 2010, em Bacabeira (MA) e Pecém (CE), pela diretoria da empresa, com a presença do então presidente Lula. Os investimentos previstos, na época, eram de US$ 30 bilhões nas duas unidades. Premium 1 era prevista para entrar em funcionamento em 2016 e a 2, em 2017. Desde que a atual presidente, Graça Foster, assumiu, em 2012, a Petrobras vinha levando os projetos em banho maria. No início de 2014, as duas obras ainda estavam no plano de investimento, mas sem indicação de grandes avanços. Em meados do ano, o conselho de administração da Petrobras começou a estudar a retirada dos dois projetos dos investimentos previstos até 2018, diante do elevado custo para sua construção, da queda nas margens obtidas com o refino e da necessidade de redirecionar recursos para a exploração do pré-sal. Ao depor à Justiça em outubro, na Operação Lava Jato, Costa revelou que comandava um esquema de desvio de recursos em sua diretoria, ocupada por ele entre 2004 e 2012, que contava com a participação de empreiteiras, para superfaturar contratos. Os montantes desviados eram repartidos entre funcionários da empresa, lobistas e partidos políticos.
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Refinarias que não saem do papel levam Petrobras a perdas de R$ 2,7 biComo se não bastassem as perdas prováveis com corrupção que a Petrobras deverá reconhecer com as recém construídas refinarias de Abreu e Lima e Comperj, outros dois projetos em refino que nem saíram do papel já levaram a empresa a perda de R$ 2,7 bilhões. Os projetos estavam ainda na fase de terraplanagem. Não há previsão de quando serão retomados. A baixa com as refinarias Premium 1 e 2, que seriam erguidas no Maranhão e no Ceará, foi reconhecida neste trimestre e é, segundo a empresa, um dos principais fatores responsáveis pela queda de 38% no lucro do terceiro trimestre em relação ao segundo, de R$ 5 bilhões para R$ 3,1 bilhões. Os quatro projetos foram propostos e aprovados na gestão do ex-diretor Paulo Roberto Costa, delator na Operação Lava Jato que está em prisão domiciliar e responde a ações penais por corrupção na estatal. O comunicado da Petrobras que acompanha o balanço do trimestre, divulgado nesta madrugada, atribui as perdas a "descontinuidade" dos projetos, indicando que elas foram descartadas do plano de investimento. Não há detalhes adicionais a respeito no documento. A Folha apurou que os dois projetos foram descartados. "Trata-se de uma nova 'Pasadena', disse, nesta madrugada, o gestor de um fundo de investimentos, ao deparar-se com o número. Ele referia-se à compra da refinaria americana pela Petrobras, entre 2006 e 2012, que resultou em perdas à empresa calculadas em US$ 792 milhões, segundo o TCU. HISTÓRICO As duas refinarias começaram a ser planejadas em 2008, sob justificativa de aproveitar as margens financeiras do refino, na época mais favoráveis. A pedra fundamental dos projetos foi lançada em 2010, em Bacabeira (MA) e Pecém (CE), pela diretoria da empresa, com a presença do então presidente Lula. Os investimentos previstos, na época, eram de US$ 30 bilhões nas duas unidades. Premium 1 era prevista para entrar em funcionamento em 2016 e a 2, em 2017. Desde que a atual presidente, Graça Foster, assumiu, em 2012, a Petrobras vinha levando os projetos em banho maria. No início de 2014, as duas obras ainda estavam no plano de investimento, mas sem indicação de grandes avanços. Em meados do ano, o conselho de administração da Petrobras começou a estudar a retirada dos dois projetos dos investimentos previstos até 2018, diante do elevado custo para sua construção, da queda nas margens obtidas com o refino e da necessidade de redirecionar recursos para a exploração do pré-sal. Ao depor à Justiça em outubro, na Operação Lava Jato, Costa revelou que comandava um esquema de desvio de recursos em sua diretoria, ocupada por ele entre 2004 e 2012, que contava com a participação de empreiteiras, para superfaturar contratos. Os montantes desviados eram repartidos entre funcionários da empresa, lobistas e partidos políticos.
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Para recuperar credibilidade, novo plano da Petrobras busca meta realista
Um desafio do novo plano de negócios da Petrobras é passar credibilidade com relação às metas propostas, depois de anos de frustração de expectativas. O documento que será analisado nesta segunda-feira (19) segue a máxima das "metas realistas", que vem sendo repetida desde que Aldemir Bendine assumiu a empresa, em fevereiro de 2015. Em seu primeiro e único plano de negócios, a equipe de Bendine reduziu a meta de produção de 2020 de 4,2 milhões para 2,8 milhões de barris por dia, adiando para a próxima década projetos importantes como as descobertas de petróleo em Sergipe. Ele reviu também o objetivo de 2015, levando a estatal a superar, pela primeira vez em 13 anos, a meta de produção de curto prazo, que era de 2,1 milhões de barris por dia. Frustração histórica - Produção da Petrobras fica abaixo do planejado e investimento encolhe O número, porém, é 46% inferior ao projetado no plano de negócios 2011-2015, lançado ainda pelo ex-presidente José Sergio Gabrielli, que previa investimentos de US$ 224 bilhões para chegar a 3,99 milhões de barris por dia no fim do período. A frustração dos objetivos era tão recorrente que, em sua primeira apresentação de plano de negócios como presidente, em 2012, Graça Foster apresentou uma tabela com todas as metas não cumpridas nos anos anteriores. Sua gestão, porém, também não conseguiu cumprir o prometido. Naquele ano, a estatal previu que a produção de petróleo chegaria a 2,5 milhões de barris por dia em 2016. Hoje, a Petrobras trabalha para fechar o ano produzindo 2,145 milhões de barris por dia. Segundo a Folha apurou, a estimativa de produção para 2020 não deve sofrer grande corte no novo plano que será apresentado nesta semana.
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Para recuperar credibilidade, novo plano da Petrobras busca meta realistaUm desafio do novo plano de negócios da Petrobras é passar credibilidade com relação às metas propostas, depois de anos de frustração de expectativas. O documento que será analisado nesta segunda-feira (19) segue a máxima das "metas realistas", que vem sendo repetida desde que Aldemir Bendine assumiu a empresa, em fevereiro de 2015. Em seu primeiro e único plano de negócios, a equipe de Bendine reduziu a meta de produção de 2020 de 4,2 milhões para 2,8 milhões de barris por dia, adiando para a próxima década projetos importantes como as descobertas de petróleo em Sergipe. Ele reviu também o objetivo de 2015, levando a estatal a superar, pela primeira vez em 13 anos, a meta de produção de curto prazo, que era de 2,1 milhões de barris por dia. Frustração histórica - Produção da Petrobras fica abaixo do planejado e investimento encolhe O número, porém, é 46% inferior ao projetado no plano de negócios 2011-2015, lançado ainda pelo ex-presidente José Sergio Gabrielli, que previa investimentos de US$ 224 bilhões para chegar a 3,99 milhões de barris por dia no fim do período. A frustração dos objetivos era tão recorrente que, em sua primeira apresentação de plano de negócios como presidente, em 2012, Graça Foster apresentou uma tabela com todas as metas não cumpridas nos anos anteriores. Sua gestão, porém, também não conseguiu cumprir o prometido. Naquele ano, a estatal previu que a produção de petróleo chegaria a 2,5 milhões de barris por dia em 2016. Hoje, a Petrobras trabalha para fechar o ano produzindo 2,145 milhões de barris por dia. Segundo a Folha apurou, a estimativa de produção para 2020 não deve sofrer grande corte no novo plano que será apresentado nesta semana.
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Ed Sheeran é acusado de plagiar música de Marvin Gaye
O cantor Ed Sheeran foi processado por plágio em relação ao seu hit "Thinking Out Loud", que os herdeiros de compositor alegam que é copiado de um clássico de Marvin Gaye, "Let's Get It On". A queixa foi apresentada em meio a uma onda de apelações no mundo musical, que incluem um veredicto de referência emitido no ano passado a favor dos herdeiros de Gaye, que apresentaram demandas por outras músicas. Este último caso não foi apresentado pela família de Gaye, mas por descendentes do falecido Ed Townsend, que escreveu o famoso hit de 1973 com o cantor de soul e manteve os direitos sobre a canção. "Os melódicos, harmômicos e rítmicos acordes de 'Thinking' são substancialmete e/ou surpreendentemente similares aos da bateria em 'Let's'", afirma a demanda apresentada na terça-feira (9) ante um tribunal federal de Nova York. Compare as duas canções: "Thinking Out Loud" "Let's Get it On"
ilustrada
Ed Sheeran é acusado de plagiar música de Marvin GayeO cantor Ed Sheeran foi processado por plágio em relação ao seu hit "Thinking Out Loud", que os herdeiros de compositor alegam que é copiado de um clássico de Marvin Gaye, "Let's Get It On". A queixa foi apresentada em meio a uma onda de apelações no mundo musical, que incluem um veredicto de referência emitido no ano passado a favor dos herdeiros de Gaye, que apresentaram demandas por outras músicas. Este último caso não foi apresentado pela família de Gaye, mas por descendentes do falecido Ed Townsend, que escreveu o famoso hit de 1973 com o cantor de soul e manteve os direitos sobre a canção. "Os melódicos, harmômicos e rítmicos acordes de 'Thinking' são substancialmete e/ou surpreendentemente similares aos da bateria em 'Let's'", afirma a demanda apresentada na terça-feira (9) ante um tribunal federal de Nova York. Compare as duas canções: "Thinking Out Loud" "Let's Get it On"
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Vestiário do Coritiba é invadido, e Ceni diz que é caso de 'parar o futebol'
A derrota por 2 a 1 para o São Paulo na tarde deste domingo fez com que os jogadores do Coritiba vivessem momentos de tensão no Couto Pereira. Depois do apito final do árbitro, um grupo de torcedores invadiu o vestiário da equipe paranaense para cobrar os jogadores, que tentam tirar a equipe da zona de rebaixamento nas últimas seis rodadas. O meia Thiago Galhardo precisou até buscar refúgio no vestiário do time tricolor. "Você vê que no jogo de hoje os jogadores do Coritiba correram e lutaram até o fim, mas no futebol um tem que ganhar e o outro tem que perder. É natural do futebol. Isso que aconteceu, para mim, é caso de parar o futebol. Porque aconteceu hoje com o Coritiba e amanhã vai acontecer com outro time, ou com a gente em outro dia", disse Rogério Ceni. Veja vídeo O capitão são-paulino se mostrou muito irritado com a situação e lembrou que a militância no Bom Senso FC visava justamente evitar episódios deste tipo e dar melhores condições de trabalho aos atletas. Ceni só não prolongou as críticas ao episódio por temer a repercussão de seu discurso. Na semana passada, o goleiro já havia feito críticas à arbitragem e à pressão feita pelo presidente do Vasco, Eurico Miranda, antes do embate com o São Paulo. As reclamações de que o pênalti convertido pelos cariocas no Morumbi já havia sido marcado antes da partida devido às reclamações do cartola vascaíno levarão Ceni ao Superior Tribunal de Justiça Desporitva (STJD) no fim desta semana e podem tirá-lo do restante do Campeonato Brasileiro. "Não é de direito de um torcedor fazer isso. Aliás, torcedor, como diz a palavra, ele vem ao estádio vibrar, torcer, trazer a família. É uma vergonha para o futebol brasileiro. Criamos o Bom Senso e tentamos fazer alguma coisa em prol do futebol, mas no Brasil a gente sabe que é difícil. Qualquer declaração que você queira dar as pessoas tentam censurar - reclamou. Em 2009, quando acabou rebaixado à Série B do Brasileirão na última rodada, o Coritiba sofreu com a invasão do gramado pela torcida e destruição de boa parte do Couto Pereira. O incidente culminou em punição pesada ao clube e ao estádio, que ficou dez jogos interditado (a pena era de 30 partidas, mas foi reduzida posteriormente). Agora, o time comandado por Ney Franco tem 33 pontos, mas pode sair da zona da degola já na próxima rodada se bater o líder Corinthians e Figueirense ou Avaí forem derrotados.
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Vestiário do Coritiba é invadido, e Ceni diz que é caso de 'parar o futebol'A derrota por 2 a 1 para o São Paulo na tarde deste domingo fez com que os jogadores do Coritiba vivessem momentos de tensão no Couto Pereira. Depois do apito final do árbitro, um grupo de torcedores invadiu o vestiário da equipe paranaense para cobrar os jogadores, que tentam tirar a equipe da zona de rebaixamento nas últimas seis rodadas. O meia Thiago Galhardo precisou até buscar refúgio no vestiário do time tricolor. "Você vê que no jogo de hoje os jogadores do Coritiba correram e lutaram até o fim, mas no futebol um tem que ganhar e o outro tem que perder. É natural do futebol. Isso que aconteceu, para mim, é caso de parar o futebol. Porque aconteceu hoje com o Coritiba e amanhã vai acontecer com outro time, ou com a gente em outro dia", disse Rogério Ceni. Veja vídeo O capitão são-paulino se mostrou muito irritado com a situação e lembrou que a militância no Bom Senso FC visava justamente evitar episódios deste tipo e dar melhores condições de trabalho aos atletas. Ceni só não prolongou as críticas ao episódio por temer a repercussão de seu discurso. Na semana passada, o goleiro já havia feito críticas à arbitragem e à pressão feita pelo presidente do Vasco, Eurico Miranda, antes do embate com o São Paulo. As reclamações de que o pênalti convertido pelos cariocas no Morumbi já havia sido marcado antes da partida devido às reclamações do cartola vascaíno levarão Ceni ao Superior Tribunal de Justiça Desporitva (STJD) no fim desta semana e podem tirá-lo do restante do Campeonato Brasileiro. "Não é de direito de um torcedor fazer isso. Aliás, torcedor, como diz a palavra, ele vem ao estádio vibrar, torcer, trazer a família. É uma vergonha para o futebol brasileiro. Criamos o Bom Senso e tentamos fazer alguma coisa em prol do futebol, mas no Brasil a gente sabe que é difícil. Qualquer declaração que você queira dar as pessoas tentam censurar - reclamou. Em 2009, quando acabou rebaixado à Série B do Brasileirão na última rodada, o Coritiba sofreu com a invasão do gramado pela torcida e destruição de boa parte do Couto Pereira. O incidente culminou em punição pesada ao clube e ao estádio, que ficou dez jogos interditado (a pena era de 30 partidas, mas foi reduzida posteriormente). Agora, o time comandado por Ney Franco tem 33 pontos, mas pode sair da zona da degola já na próxima rodada se bater o líder Corinthians e Figueirense ou Avaí forem derrotados.
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Tribunal Penal Internacional pune estupros como crimes de guerra
Comandantes de tropas que aterrorizam a população local com a prática de estupros receberam um alerta do Tribunal Penal Internacional (TPI): esses atos serão perseguidos como crimes de guerra e contra a humanidade. No final de março, a corte condenou o congolês Jean-Pierre Bemba por uma ofensiva militar na República Centro-Africana entre outubro de 2002 e março de 2003. Testemunhas ouvidas pelo tribunal relataram a prática corrente de assassinatos, estupros coletivos —de mulheres, crianças pequenas e homens— e roubos pelas tropas sob comando de Bemba. Mais de 5.000 pessoas buscaram a corte para se identificar como vítimas no conflito —que teve mais estupros que assassinatos, segundo a procuradoria junto ao tribunal. Após quase seis anos do julgamento presidido pela juíza brasileira Sylvia Steiner, o TPI condenou o congolês por crimes contra a humanidade (assassinato e estupro) e por crimes de guerra (assassinato, estupro e roubo). Bemba, preso desde 2008, já recorreu. A juíza conta como o estupro era usado como forma de submissão e eliminação de resistências. "Houve um caso em que [as tropas] entraram em uma casa para roubar. Uma mulher interferiu e foi estuprada. Quando o marido foi tentar defendê-la, estupraram o marido também", relata. A decisão foi festejada como uma vitória das vítimas de agressões sexuais, já que foi a primeira vez que o tribunal enfatizou o estupro como uma das principais condenações. "O caso de Bemba é um sinal forte que o TPI fará da justiça para os estupros em massa uma importante parte de seu trabalho. E isso é relevante, porque o TPI é a única corte internacional permanente e uma corte de último recurso quando os tribunais domésticos são incapazes ou não estão dispostos a processar", avalia Geraldine Mattioli-Zeltner, que acompanha casos como o de Bemba, no TPI, pela ONG Human Rights Watch. "Esperamos que o julgamento mande um sinal poderoso aos comandantes de tropas que eles, também, têm responsabilidade pessoal se não pararem com os abusos", afirma Mattioli-Zeltner. Ao comemorar a condenação, a procuradoria que atuou junto ao tribunal afirmou que não vai poupar esforços na briga contra crimes sexuais. E festejou a responsabilização de um comandante pelos crimes praticados pelas tropas. "É um ponto chave dessa decisão que aqueles com posições de controle têm obrigações legais sobre suas tropas mesmo quando são enviadas ao exterior", declarou a procuradoria em nota após o julgamento, em 21 de março. PAÍSES VIZINHOS Segundo o tribunal, os crimes foram cometidos pelo braço militar do Movimento de Liberação do Congo, presidido à época por Bemba. Cerca de 1.500 homens foram enviados da República Democrática do Congo à República Centro-Africana para defender o então presidente Ange-Félix Patassé de rebeldes. Quando foi preso, em 2008, Bemba era senador no Congo. A defesa do congolês argumentou que Bemba não comandou as tropas nem tinha treinamento militar. Também colocou em xeque a identificação das tropas pelas vítimas, afirmando que os crimes foram cometidos pelos rebeldes centro-africanos. A defesa ainda sugeriu que, se Bemba fosse condenado, os países passariam a ter dificuldade de oferecer assistência militar a outras nações. Enquanto corre a apelação, o TPI deverá proferir a pena a ser aplicada. A reparação às vítimas só será decidida ao final do caso.
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Tribunal Penal Internacional pune estupros como crimes de guerraComandantes de tropas que aterrorizam a população local com a prática de estupros receberam um alerta do Tribunal Penal Internacional (TPI): esses atos serão perseguidos como crimes de guerra e contra a humanidade. No final de março, a corte condenou o congolês Jean-Pierre Bemba por uma ofensiva militar na República Centro-Africana entre outubro de 2002 e março de 2003. Testemunhas ouvidas pelo tribunal relataram a prática corrente de assassinatos, estupros coletivos —de mulheres, crianças pequenas e homens— e roubos pelas tropas sob comando de Bemba. Mais de 5.000 pessoas buscaram a corte para se identificar como vítimas no conflito —que teve mais estupros que assassinatos, segundo a procuradoria junto ao tribunal. Após quase seis anos do julgamento presidido pela juíza brasileira Sylvia Steiner, o TPI condenou o congolês por crimes contra a humanidade (assassinato e estupro) e por crimes de guerra (assassinato, estupro e roubo). Bemba, preso desde 2008, já recorreu. A juíza conta como o estupro era usado como forma de submissão e eliminação de resistências. "Houve um caso em que [as tropas] entraram em uma casa para roubar. Uma mulher interferiu e foi estuprada. Quando o marido foi tentar defendê-la, estupraram o marido também", relata. A decisão foi festejada como uma vitória das vítimas de agressões sexuais, já que foi a primeira vez que o tribunal enfatizou o estupro como uma das principais condenações. "O caso de Bemba é um sinal forte que o TPI fará da justiça para os estupros em massa uma importante parte de seu trabalho. E isso é relevante, porque o TPI é a única corte internacional permanente e uma corte de último recurso quando os tribunais domésticos são incapazes ou não estão dispostos a processar", avalia Geraldine Mattioli-Zeltner, que acompanha casos como o de Bemba, no TPI, pela ONG Human Rights Watch. "Esperamos que o julgamento mande um sinal poderoso aos comandantes de tropas que eles, também, têm responsabilidade pessoal se não pararem com os abusos", afirma Mattioli-Zeltner. Ao comemorar a condenação, a procuradoria que atuou junto ao tribunal afirmou que não vai poupar esforços na briga contra crimes sexuais. E festejou a responsabilização de um comandante pelos crimes praticados pelas tropas. "É um ponto chave dessa decisão que aqueles com posições de controle têm obrigações legais sobre suas tropas mesmo quando são enviadas ao exterior", declarou a procuradoria em nota após o julgamento, em 21 de março. PAÍSES VIZINHOS Segundo o tribunal, os crimes foram cometidos pelo braço militar do Movimento de Liberação do Congo, presidido à época por Bemba. Cerca de 1.500 homens foram enviados da República Democrática do Congo à República Centro-Africana para defender o então presidente Ange-Félix Patassé de rebeldes. Quando foi preso, em 2008, Bemba era senador no Congo. A defesa do congolês argumentou que Bemba não comandou as tropas nem tinha treinamento militar. Também colocou em xeque a identificação das tropas pelas vítimas, afirmando que os crimes foram cometidos pelos rebeldes centro-africanos. A defesa ainda sugeriu que, se Bemba fosse condenado, os países passariam a ter dificuldade de oferecer assistência militar a outras nações. Enquanto corre a apelação, o TPI deverá proferir a pena a ser aplicada. A reparação às vítimas só será decidida ao final do caso.
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A quatro jogos da Copa, artilheiro quer mostrar que Síria é mais do que guerra
Com o jogo empatado em 0 a 0, a seleção da Síria se mandou para o ataque. A vitória sobre o Uzbequistão, em março, era imprescindível para continuar com chances de classificação. Nos acréscimos, a equipe teve um pênalti. O atacante Omar Kharbin, 23, se apresentou para cobrar. Naquela situação decisiva, ele poderia chutar forte ou colocado. No alto ou rasteiro. Deu uma cavadinha na bola. "Era momento em que o goleiro jamais esperaria que eu fosse fazer aquilo. Era arriscado, mas o jeito mais seguro de sair o gol", afirmou o atacante à Folha. A surpresa e a ousadia do artilheiro sírio das eliminatórias, com oito gols, resumem o que é a improvável campanha da seleção. Nesta quinta (5), o time faz a partida de ida dos playoffs da Ásia para a Copa do Mundo, contra a Austrália. O confronto será em Krubong, na Malásia, às 9h30. O jogo de volta está marcado para terça (10), em Sydney, na Austrália. Quem passar, enfrentará o 4º colocado da Concacaf, valendo vaga para o Mundial na Rússia. A Síria é a zebra. A seleção jamais esteve em uma Copa. O adversário disputou os últimos três torneios. Devastada pela guerra civil iniciada em 2011, a Síria não atua em casa desde 2010. Quase foi retirada das eliminatórias por causa disso. Qatar e Emirados Árabes, dois países consultados para abrigar os jogos da seleção, recusaram. Não queriam estar associados a Bashar al-Assad, presidente acusado de usar armas químicas contra seu próprio povo. O governo sírio nega as acusações. Até hoje, o conflito matou cerca de 400 mil pessoas. A uma hora do prazo final para a Síria conseguir uma casa, a Malásia aceitou o pedido. Se declinasse, a equipe não poderia jogar. "Nós queremos que falem da Síria além da guerra. Somos mais do que isso. Hoje em dia a imagem da Síria ficou associada à guerra e temos a chance de mudar um pouco isso", diz Kharbin. Ele está fora do país desde 2016, quando foi para o Al Dhafra, dos Emirados Árabes. Em janeiro deste ano, foi contratado pelo Al-Hilal, um dos clubes mais populares da Ásia. Tem nove gols na liga nacional. Sete na Liga dos Campeões do continente. "Omar é um ótimo jogador, que tem faro de gol. Ajuda bastante e está em grande fase. Ele não fala muito sobre a situação no país dele. Acho que está mais tranquilo porque a família inteira conseguiu sair da Síria. Então, fica mais sossegado", afirma o meia brasileiro Carlos Eduardo, companheiro de Kharbin no time árabe. BOICOTE Ao contrário de outros jogadores do país, o artilheiro não pensou em boicotar a seleção. Tentou separar esporte da política, algo que nem todos conseguiram. Algumas das principais revelações sírias, fartas dos horrores da guerra, desistiram. Como o meia Mohammed Jaddou, 19, que se refugiou na Alemanha e hoje joga no Arminia Bielefeld, da 2ª divisão. O mesmo aconteceu com Omar Al Soma, 28, atacante do Al Ahli, da Arábia Saudita. Por causa de Assad, ele ficou cinco anos sem atuar pela seleção. A primeira partida do seu retorno foi contra o Irã, em 5 de setembro. A Síria precisava de um empate para avançar aos playoffs e perdia por 2 a 1 até os 49 do 2º tempo. Al Soma marcou e classificou a seleção. "Agora na Síria há muitos assassinos, não apenas um ou dois. Odeio a todos eles. O que quer que aconteça, 12 milhões de sírios vão me amar e os outros 12 milhões vão querer me matar", disse ele, em entrevista para o site da ESPN britânica. Al Soma quis dizer não desejar ser visto como aliado de Assad, mas que recusava que seu boicote fosse interpretado como apoio a grupos terroristas que se opõem ao presidente, como o Estado Islâmico e Al-Qaeda. "O resultado contra o Irã foi incrível pela maneira como aconteceu, com um gol no último lance. Com o passar do tempo, o time foi acreditando ser possível [ir para a Copa]", completa Kharbin. É inevitável que o regime tente conseguir ganhos políticos com as vitórias da seleção. Nos primeiros jogos das eliminatórias, alguns atletas deram entrevistas usando camisas com a imagem de Assad estampada, após pedido da federação. Para os jogadores que atuam na Síria, o governo garante o pagamento do salário mínimo (R$ 230 mensais), custeia as viagens e hospedagens para os jogos. Depois de mais 360 minutos de futebol, pode ter de financiar também uma viagem à Rússia no ano que vem.
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A quatro jogos da Copa, artilheiro quer mostrar que Síria é mais do que guerraCom o jogo empatado em 0 a 0, a seleção da Síria se mandou para o ataque. A vitória sobre o Uzbequistão, em março, era imprescindível para continuar com chances de classificação. Nos acréscimos, a equipe teve um pênalti. O atacante Omar Kharbin, 23, se apresentou para cobrar. Naquela situação decisiva, ele poderia chutar forte ou colocado. No alto ou rasteiro. Deu uma cavadinha na bola. "Era momento em que o goleiro jamais esperaria que eu fosse fazer aquilo. Era arriscado, mas o jeito mais seguro de sair o gol", afirmou o atacante à Folha. A surpresa e a ousadia do artilheiro sírio das eliminatórias, com oito gols, resumem o que é a improvável campanha da seleção. Nesta quinta (5), o time faz a partida de ida dos playoffs da Ásia para a Copa do Mundo, contra a Austrália. O confronto será em Krubong, na Malásia, às 9h30. O jogo de volta está marcado para terça (10), em Sydney, na Austrália. Quem passar, enfrentará o 4º colocado da Concacaf, valendo vaga para o Mundial na Rússia. A Síria é a zebra. A seleção jamais esteve em uma Copa. O adversário disputou os últimos três torneios. Devastada pela guerra civil iniciada em 2011, a Síria não atua em casa desde 2010. Quase foi retirada das eliminatórias por causa disso. Qatar e Emirados Árabes, dois países consultados para abrigar os jogos da seleção, recusaram. Não queriam estar associados a Bashar al-Assad, presidente acusado de usar armas químicas contra seu próprio povo. O governo sírio nega as acusações. Até hoje, o conflito matou cerca de 400 mil pessoas. A uma hora do prazo final para a Síria conseguir uma casa, a Malásia aceitou o pedido. Se declinasse, a equipe não poderia jogar. "Nós queremos que falem da Síria além da guerra. Somos mais do que isso. Hoje em dia a imagem da Síria ficou associada à guerra e temos a chance de mudar um pouco isso", diz Kharbin. Ele está fora do país desde 2016, quando foi para o Al Dhafra, dos Emirados Árabes. Em janeiro deste ano, foi contratado pelo Al-Hilal, um dos clubes mais populares da Ásia. Tem nove gols na liga nacional. Sete na Liga dos Campeões do continente. "Omar é um ótimo jogador, que tem faro de gol. Ajuda bastante e está em grande fase. Ele não fala muito sobre a situação no país dele. Acho que está mais tranquilo porque a família inteira conseguiu sair da Síria. Então, fica mais sossegado", afirma o meia brasileiro Carlos Eduardo, companheiro de Kharbin no time árabe. BOICOTE Ao contrário de outros jogadores do país, o artilheiro não pensou em boicotar a seleção. Tentou separar esporte da política, algo que nem todos conseguiram. Algumas das principais revelações sírias, fartas dos horrores da guerra, desistiram. Como o meia Mohammed Jaddou, 19, que se refugiou na Alemanha e hoje joga no Arminia Bielefeld, da 2ª divisão. O mesmo aconteceu com Omar Al Soma, 28, atacante do Al Ahli, da Arábia Saudita. Por causa de Assad, ele ficou cinco anos sem atuar pela seleção. A primeira partida do seu retorno foi contra o Irã, em 5 de setembro. A Síria precisava de um empate para avançar aos playoffs e perdia por 2 a 1 até os 49 do 2º tempo. Al Soma marcou e classificou a seleção. "Agora na Síria há muitos assassinos, não apenas um ou dois. Odeio a todos eles. O que quer que aconteça, 12 milhões de sírios vão me amar e os outros 12 milhões vão querer me matar", disse ele, em entrevista para o site da ESPN britânica. Al Soma quis dizer não desejar ser visto como aliado de Assad, mas que recusava que seu boicote fosse interpretado como apoio a grupos terroristas que se opõem ao presidente, como o Estado Islâmico e Al-Qaeda. "O resultado contra o Irã foi incrível pela maneira como aconteceu, com um gol no último lance. Com o passar do tempo, o time foi acreditando ser possível [ir para a Copa]", completa Kharbin. É inevitável que o regime tente conseguir ganhos políticos com as vitórias da seleção. Nos primeiros jogos das eliminatórias, alguns atletas deram entrevistas usando camisas com a imagem de Assad estampada, após pedido da federação. Para os jogadores que atuam na Síria, o governo garante o pagamento do salário mínimo (R$ 230 mensais), custeia as viagens e hospedagens para os jogos. Depois de mais 360 minutos de futebol, pode ter de financiar também uma viagem à Rússia no ano que vem.
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Olimpíada não beneficiou agências de turismo, diz entidade
O faturamento das operadoras de turismo caiu cerca de 7% no primeiro semestre do ano em relação a igual período de 2015, segundo a Braztoa, entidade do setor. Como a TAM Viagens foi a agência oficial da Olimpíada -a única a oferecer pacotes com ingressos-, o evento não beneficiou as demais empresas, diz Magda Nassar, presidente da entidade. "Ter uma única operadora com bilhetes foi um erro, acabou por tolher o mercado. Os efeitos da Olimpíada serão sentidos só a longo prazo." Mesmo no caso da Alatur JTB, que foi responsável pelas viagens dos comitês olímpicos, o impacto dos Jogos foi limitado: dos R$ 1,7 bilhão em vendas neste ano, o evento representou uma alta de 5%. "Compensou a diminuição das demais viagens corporativas pelo país", afirma Eduardo Kina, diretor-executivo da operadora. Neste segundo semestre, porém, o setor deverá crescer entre 4% e 5%, puxado pela valorização do real e pela melhora da confiança dos consumidores, aponta Nassar. "A partir de julho, notamos uma movimentação mais forte do mercado, acreditamos que por um reaquecimento da economia", afirma o presidente Agaxtur, Aldo Leone. turismo Leia a coluna completa aqui.
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Olimpíada não beneficiou agências de turismo, diz entidadeO faturamento das operadoras de turismo caiu cerca de 7% no primeiro semestre do ano em relação a igual período de 2015, segundo a Braztoa, entidade do setor. Como a TAM Viagens foi a agência oficial da Olimpíada -a única a oferecer pacotes com ingressos-, o evento não beneficiou as demais empresas, diz Magda Nassar, presidente da entidade. "Ter uma única operadora com bilhetes foi um erro, acabou por tolher o mercado. Os efeitos da Olimpíada serão sentidos só a longo prazo." Mesmo no caso da Alatur JTB, que foi responsável pelas viagens dos comitês olímpicos, o impacto dos Jogos foi limitado: dos R$ 1,7 bilhão em vendas neste ano, o evento representou uma alta de 5%. "Compensou a diminuição das demais viagens corporativas pelo país", afirma Eduardo Kina, diretor-executivo da operadora. Neste segundo semestre, porém, o setor deverá crescer entre 4% e 5%, puxado pela valorização do real e pela melhora da confiança dos consumidores, aponta Nassar. "A partir de julho, notamos uma movimentação mais forte do mercado, acreditamos que por um reaquecimento da economia", afirma o presidente Agaxtur, Aldo Leone. turismo Leia a coluna completa aqui.
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Morre a jornalista Clare Hollingworth, que noticiou início da Segunda Guerra
A veterana correspondente de guerra britânica Clare Hollingworth, que noticiou o início da Segunda Guerra Mundial, morreu nesta terça-feira (10) aos 105 anos. A família divulgou um breve comunicado sobre a morte da jornalista. "Estamos tristes em anunciar que, depois de uma ilustre carreira de quase um século de notícias, a celebrada correspondente de guerra Clare Hollingworth morreu esta noite, em Hong Kong", afirma o texto. Ela vivia em Hong Kong havia 30 anos. A jornalista possou boa parte de sua carreira nas frentes de batalha de conflitos em países como Vietnã, Argélia, Oriente Médio, Índia e Paquistão, além de ter coberto a Revolução Cultural na China. Mas ela é mais lembrada pelo furo de reportagem ao anunciar o início da Segunda Guerra, em 1939, quando era apenas uma repórter iniciante, aos 27 anos. FURO Ela noticiou a invasão alemã à Polônia durante sua primeira semana trabalhando como jornalista do "Daily Telegraph". Nos últimos dias de agosto daquele ano, a fronteira entre os dois países estava fechada exceto para veículos diplomáticos. Em sua autobiografia, a jornalista conta ter emprestado o carro de um funcionário do consulado britânico para ir até o lado alemão da fronteira, onde noticiou ter visto os tanques e armamentos das tropas nazistas, que se preparavam para atacar a Polônia. Três dias depois, em 1º se setembro, Hollingworth noticiou o primeiro ataque alemão contra a Polônia, ao norte da cidade de Katowice. Ela conta que sua primeira ligação foi para a Embaixada britânica em Varsóvia e que o funcionário com quem conversou não acreditava na notícia. "'Ouça!' Eu segurei o telefone para fora da janela do meu quarto. O ruído crescente de tanques cercando Katowice podia ser ouvido claramente", diz a repórter em sua autobiografia. "'Você não consegue ouvir?'" Depois, ela telefonou para o correspondente do "Telegraph" em Varsóvia, que reportou a notícia para a redação do jornal, em Londres. Hollingworth comemorou em outubro seu 105º aniversário no Clube de Correspondentes Estrangeiros em Hong Kong.
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Morre a jornalista Clare Hollingworth, que noticiou início da Segunda GuerraA veterana correspondente de guerra britânica Clare Hollingworth, que noticiou o início da Segunda Guerra Mundial, morreu nesta terça-feira (10) aos 105 anos. A família divulgou um breve comunicado sobre a morte da jornalista. "Estamos tristes em anunciar que, depois de uma ilustre carreira de quase um século de notícias, a celebrada correspondente de guerra Clare Hollingworth morreu esta noite, em Hong Kong", afirma o texto. Ela vivia em Hong Kong havia 30 anos. A jornalista possou boa parte de sua carreira nas frentes de batalha de conflitos em países como Vietnã, Argélia, Oriente Médio, Índia e Paquistão, além de ter coberto a Revolução Cultural na China. Mas ela é mais lembrada pelo furo de reportagem ao anunciar o início da Segunda Guerra, em 1939, quando era apenas uma repórter iniciante, aos 27 anos. FURO Ela noticiou a invasão alemã à Polônia durante sua primeira semana trabalhando como jornalista do "Daily Telegraph". Nos últimos dias de agosto daquele ano, a fronteira entre os dois países estava fechada exceto para veículos diplomáticos. Em sua autobiografia, a jornalista conta ter emprestado o carro de um funcionário do consulado britânico para ir até o lado alemão da fronteira, onde noticiou ter visto os tanques e armamentos das tropas nazistas, que se preparavam para atacar a Polônia. Três dias depois, em 1º se setembro, Hollingworth noticiou o primeiro ataque alemão contra a Polônia, ao norte da cidade de Katowice. Ela conta que sua primeira ligação foi para a Embaixada britânica em Varsóvia e que o funcionário com quem conversou não acreditava na notícia. "'Ouça!' Eu segurei o telefone para fora da janela do meu quarto. O ruído crescente de tanques cercando Katowice podia ser ouvido claramente", diz a repórter em sua autobiografia. "'Você não consegue ouvir?'" Depois, ela telefonou para o correspondente do "Telegraph" em Varsóvia, que reportou a notícia para a redação do jornal, em Londres. Hollingworth comemorou em outubro seu 105º aniversário no Clube de Correspondentes Estrangeiros em Hong Kong.
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Redução da maioridade penal é bandeira da população, diz leitor
Não se pode deixar de apontar a falácia da coluna de Bernardo Mello Franco (A bancada do gás de pimenta), ao dizer que a redução da maioridade penal é uma "bandeira do grupo conservador que tem ditado as regras na Casa". Na verdade, essa bandeira, segundo pesquisa Datafolha, é de 87% da população brasileira (87% querem redução da maioridade penal). A bancada supostamente "conservadora" apenas cumpre seu papel de representar a vontade da esmagadora maioria do eleitorado brasileiro, que também considera essa uma questão urgente. ARISTÓTELES BARBOSA (São Paulo, SP) * * O leitor Sergio Zurita argumenta, não sem razão, que é inútil diminuir idade para punição de menores infratores, pois sairão da cadeia piores do que entraram, como acontece com os adultos. Concordo, mas, seguindo tal linha de pensamento, pergunto se também não é inútil a detenção de maiores. WILSON DAHER (São José Rio Preto, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Redução da maioridade penal é bandeira da população, diz leitorNão se pode deixar de apontar a falácia da coluna de Bernardo Mello Franco (A bancada do gás de pimenta), ao dizer que a redução da maioridade penal é uma "bandeira do grupo conservador que tem ditado as regras na Casa". Na verdade, essa bandeira, segundo pesquisa Datafolha, é de 87% da população brasileira (87% querem redução da maioridade penal). A bancada supostamente "conservadora" apenas cumpre seu papel de representar a vontade da esmagadora maioria do eleitorado brasileiro, que também considera essa uma questão urgente. ARISTÓTELES BARBOSA (São Paulo, SP) * * O leitor Sergio Zurita argumenta, não sem razão, que é inútil diminuir idade para punição de menores infratores, pois sairão da cadeia piores do que entraram, como acontece com os adultos. Concordo, mas, seguindo tal linha de pensamento, pergunto se também não é inútil a detenção de maiores. WILSON DAHER (São José Rio Preto, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Estatístico prevê 72% de votos favoráveis a impeachment de Dilma
Se a votação na Câmara fosse hoje, o impeachment da presidente Dilma teria a aprovação de 72% dos deputados, indica análise estatística do professor de economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Regis Ely. Para que o processo seja aprovado, são necessários votos de 342 parlamentares, ou 67% do total. "A não ser que ocorra fato político muito relevante, há probabilidade de cerca de 75% de o impeachment passar na etapa de admissibilidade na Câmara", afirma Ely, que atua nas áreas de previsão, análise de dados, séries temporais e finanças. O algoritmo construído por Ely parte do princípio de que a decisão dos deputados sofre influência do partido e do Estado pelo qual foram eleitos. Com base nisso, ele infere qual será a posição dos que ainda não declararam seu voto (detalhes da metodologia podem ser vistos em regisely.com/blog/impeachment/ ). A análise, feita a partir de dados levantados pelo Datafolha de 21 de março a 7 de abril, tem acurácia de 91%. O número de deputados que se declaram indecisos mostra, porém, que há negociação em curso, o que eleva a volatilidade das decisões. EFEITO MANADA Ely ressalta dois fatores que podem afetar a previsibilidade da votação –prevista para ocorrer no dia 17. A ordem de votação, que ainda não foi definida pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pode provocar um "efeito manada". Além disso, se em algum momento a votação estiver decidida, os deputados podem mudar de opinião ou se abster. "Esses fatores podem gerar distorções significativas no percentual de favoráveis que o algoritmo prevê, mas não creio que influenciem o resultado final da votação." Também tem impacto na previsibilidade o índice de ausência na votação, já que cada falta implica um voto a menos a favor do processo. Para estimar esse efeito, Ely fez simulações com diferentes índices de ausência (veja quadro). De acordo com os cálculos, se as faltas não superarem 5%, a tendência é que o processo seja autorizado (sempre com base nos dados apurados até o dia 7). "Entretanto, quando a ausência é maior que 6%, o resultado final da votação parece se inverter", afirma Ely. O algoritmo foi construído como exercício de previsão com fins didáticos e de demonstração do uso de técnicas de análise de dados em problemas práticos, afirma o professor da UFPel. Contribuíram com o projeto os professores Cláudio Shikida (UFPel) e Bruno Speck (USP).
poder
Estatístico prevê 72% de votos favoráveis a impeachment de DilmaSe a votação na Câmara fosse hoje, o impeachment da presidente Dilma teria a aprovação de 72% dos deputados, indica análise estatística do professor de economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Regis Ely. Para que o processo seja aprovado, são necessários votos de 342 parlamentares, ou 67% do total. "A não ser que ocorra fato político muito relevante, há probabilidade de cerca de 75% de o impeachment passar na etapa de admissibilidade na Câmara", afirma Ely, que atua nas áreas de previsão, análise de dados, séries temporais e finanças. O algoritmo construído por Ely parte do princípio de que a decisão dos deputados sofre influência do partido e do Estado pelo qual foram eleitos. Com base nisso, ele infere qual será a posição dos que ainda não declararam seu voto (detalhes da metodologia podem ser vistos em regisely.com/blog/impeachment/ ). A análise, feita a partir de dados levantados pelo Datafolha de 21 de março a 7 de abril, tem acurácia de 91%. O número de deputados que se declaram indecisos mostra, porém, que há negociação em curso, o que eleva a volatilidade das decisões. EFEITO MANADA Ely ressalta dois fatores que podem afetar a previsibilidade da votação –prevista para ocorrer no dia 17. A ordem de votação, que ainda não foi definida pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pode provocar um "efeito manada". Além disso, se em algum momento a votação estiver decidida, os deputados podem mudar de opinião ou se abster. "Esses fatores podem gerar distorções significativas no percentual de favoráveis que o algoritmo prevê, mas não creio que influenciem o resultado final da votação." Também tem impacto na previsibilidade o índice de ausência na votação, já que cada falta implica um voto a menos a favor do processo. Para estimar esse efeito, Ely fez simulações com diferentes índices de ausência (veja quadro). De acordo com os cálculos, se as faltas não superarem 5%, a tendência é que o processo seja autorizado (sempre com base nos dados apurados até o dia 7). "Entretanto, quando a ausência é maior que 6%, o resultado final da votação parece se inverter", afirma Ely. O algoritmo foi construído como exercício de previsão com fins didáticos e de demonstração do uso de técnicas de análise de dados em problemas práticos, afirma o professor da UFPel. Contribuíram com o projeto os professores Cláudio Shikida (UFPel) e Bruno Speck (USP).
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CPI do Municipal rejeita texto final de seu relator por omissão de dados
O relatório apresentado nesta quinta (20) pelo vereador Alfredinho (PT), na CPI da Câmara dos Vereadores que investiga contratações e contas do Theatro Municipal, não obteve a aprovação da maioria dos membros da comissão. O vereador Ricardo Nunes (PMDB) apresentou parecer cujo teor acabou sendo votado como o relatório final do processo, iniciado em junho. A razão da apresentação deste segundo relatório, segundo Nunes, foi a omissão de dados que podem comprometer a gestão do prefeito Fernando Haddad, correligionário do relator. A CPI do Theatro Municipal foi criada após a constatação, pela Controladoria Geral do Município e pelo Ministério Público, de irregularidades na administração do teatro entre 2013 e 2015. Os órgãos já haviam identificado um rombo de R$ 15 milhões nas contas da casa. Dois diretores administrativos do teatro –José Luiz Herencia, ex-diretor da Fundação Theatro Municipal, e William Nacked, ex-diretor do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural, organização social que administrava o teatro– assumiram participação em esquema e fecharam acordo de delação premiada no Ministério Público. Após as delações, o secretário de comunicação de Haddad, Nunzio Briguglio Filho, passou a ser um dos focos da comissão. Ele é investigado por ter interferido a favor de "Alma Brasileira", um espetáculo que não estreou, embora tenha consumido R$ 1 milhão dos cofres públicos. Também levantou-se a suspeita de que o secretário favoreceu um amigo pessoal, o cineasta Toni Venturi, ao contratar sua empresa Olhar Imaginário para a produção de vídeos e áudios institucionais. A empresa recebeu R$ 540 mil pelo trabalho, que não foi veiculado. Venturi disse na CPI que não era responsável por sua publicação. QUALIDADE Briguglio defendeu, na CPI, que a contratação da empresa de Venturi se deu pela qualidade de seu trabalho e disse que o empenho para aprovar "Alma Brasileira" tinha como razão promover a imagem de São Paulo no exterior. Segundo John Neschling, diretor artístico afastado do Municipal, o espetáculo acabou não estreando porque não foi captado o restante dos recursos necessários. Os gastos, porém, não foram restituídos. A Secretaria de Comunicação da prefeitura apontou razões políticas nas acusações contra Briguglio. O órgão ressalta que o nome do secretário não aparece nem no relatório da Controladoria Geral do Município que apurou os desvios nem no relatório da intervenção da Fundação Theatro Municipal no IBGC. O relatório de Alfredinho afirma que "a desordem administrativa e financeira, associada a um contrato de gestão com infindáveis termos de aditamento, com incapacidade das instâncias de controle da Fundação Theatro Municipal e do IBGC e de um diretor artístico com autonomia para propor projetos fora do escopo do contrato de gestão, gerou prejuízos ao erário por realizar o pagamento de um projeto que até aquele momento não possuía garantias financeiras suficientes para sua execução". Além de reiterar suspeitas sobre Briguglio, o relatório de Nunes menciona outras alegadas irregularidades, entre elas o contrato entre a PMM Produções Artísticas, empresa representante do maestro John Neschling, e o Instituto Brasileiro de Gestão Cultural. Nunes afirma que o estatuto da Fundação Theatro Municipal não permite que o diretor artístico da casa acumule também a função de regente. Além do salário de R$ 150 mil, Neschling recebia por regências que eram programadas por ele mesmo. Em sessão na Câmara, o vereador também responsabilizou o maestro por contratos de artistas estrangeiros "com valores superfaturados", e disse que ele contratava artistas representados pelos mesmos agentes que o representavam fora do país. Em sessão na CPI, Neschling se defendeu sob o argumento de que as escolhas levavam em consideração apenas o talento dos artistas contratados. Após a sessão desta quarta, Eduardo Carnelós, advogado de Neschling, qualificou a aprovação do relatório de Nunes como "mais uma ilegalidade praticada" pela comissão, "pois ela foi extinta no último dia 5 deste mês de outubro". Em 5 de outubro foi extinto o prazo para investigação pela CPI, o que impediu que fosse realizada sessão de acareação entre Briguglio, Herencia, Nacked e Venturi, como pretendia a comissão.
ilustrada
CPI do Municipal rejeita texto final de seu relator por omissão de dadosO relatório apresentado nesta quinta (20) pelo vereador Alfredinho (PT), na CPI da Câmara dos Vereadores que investiga contratações e contas do Theatro Municipal, não obteve a aprovação da maioria dos membros da comissão. O vereador Ricardo Nunes (PMDB) apresentou parecer cujo teor acabou sendo votado como o relatório final do processo, iniciado em junho. A razão da apresentação deste segundo relatório, segundo Nunes, foi a omissão de dados que podem comprometer a gestão do prefeito Fernando Haddad, correligionário do relator. A CPI do Theatro Municipal foi criada após a constatação, pela Controladoria Geral do Município e pelo Ministério Público, de irregularidades na administração do teatro entre 2013 e 2015. Os órgãos já haviam identificado um rombo de R$ 15 milhões nas contas da casa. Dois diretores administrativos do teatro –José Luiz Herencia, ex-diretor da Fundação Theatro Municipal, e William Nacked, ex-diretor do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural, organização social que administrava o teatro– assumiram participação em esquema e fecharam acordo de delação premiada no Ministério Público. Após as delações, o secretário de comunicação de Haddad, Nunzio Briguglio Filho, passou a ser um dos focos da comissão. Ele é investigado por ter interferido a favor de "Alma Brasileira", um espetáculo que não estreou, embora tenha consumido R$ 1 milhão dos cofres públicos. Também levantou-se a suspeita de que o secretário favoreceu um amigo pessoal, o cineasta Toni Venturi, ao contratar sua empresa Olhar Imaginário para a produção de vídeos e áudios institucionais. A empresa recebeu R$ 540 mil pelo trabalho, que não foi veiculado. Venturi disse na CPI que não era responsável por sua publicação. QUALIDADE Briguglio defendeu, na CPI, que a contratação da empresa de Venturi se deu pela qualidade de seu trabalho e disse que o empenho para aprovar "Alma Brasileira" tinha como razão promover a imagem de São Paulo no exterior. Segundo John Neschling, diretor artístico afastado do Municipal, o espetáculo acabou não estreando porque não foi captado o restante dos recursos necessários. Os gastos, porém, não foram restituídos. A Secretaria de Comunicação da prefeitura apontou razões políticas nas acusações contra Briguglio. O órgão ressalta que o nome do secretário não aparece nem no relatório da Controladoria Geral do Município que apurou os desvios nem no relatório da intervenção da Fundação Theatro Municipal no IBGC. O relatório de Alfredinho afirma que "a desordem administrativa e financeira, associada a um contrato de gestão com infindáveis termos de aditamento, com incapacidade das instâncias de controle da Fundação Theatro Municipal e do IBGC e de um diretor artístico com autonomia para propor projetos fora do escopo do contrato de gestão, gerou prejuízos ao erário por realizar o pagamento de um projeto que até aquele momento não possuía garantias financeiras suficientes para sua execução". Além de reiterar suspeitas sobre Briguglio, o relatório de Nunes menciona outras alegadas irregularidades, entre elas o contrato entre a PMM Produções Artísticas, empresa representante do maestro John Neschling, e o Instituto Brasileiro de Gestão Cultural. Nunes afirma que o estatuto da Fundação Theatro Municipal não permite que o diretor artístico da casa acumule também a função de regente. Além do salário de R$ 150 mil, Neschling recebia por regências que eram programadas por ele mesmo. Em sessão na Câmara, o vereador também responsabilizou o maestro por contratos de artistas estrangeiros "com valores superfaturados", e disse que ele contratava artistas representados pelos mesmos agentes que o representavam fora do país. Em sessão na CPI, Neschling se defendeu sob o argumento de que as escolhas levavam em consideração apenas o talento dos artistas contratados. Após a sessão desta quarta, Eduardo Carnelós, advogado de Neschling, qualificou a aprovação do relatório de Nunes como "mais uma ilegalidade praticada" pela comissão, "pois ela foi extinta no último dia 5 deste mês de outubro". Em 5 de outubro foi extinto o prazo para investigação pela CPI, o que impediu que fosse realizada sessão de acareação entre Briguglio, Herencia, Nacked e Venturi, como pretendia a comissão.
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Vídeo registra cinco pessoas em ciclovia no momento do desabamento
Uma câmera instalada dentro de um ônibus registrou o exato momento em que a ciclovia da avenida Niemeyer foi atingida por uma onda e desabou no instante seguinte.O acidente ocorreu nesta quinta-feira (21). De acordo com o horário registrado pelo vídeo, às 11h12, o veículo se aproximou do exato local do desastre. É possível ver três pessoas seguindo pela ciclovia em direção ao Leblon.Leia a reportagem
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Vídeo registra cinco pessoas em ciclovia no momento do desabamentoUma câmera instalada dentro de um ônibus registrou o exato momento em que a ciclovia da avenida Niemeyer foi atingida por uma onda e desabou no instante seguinte.O acidente ocorreu nesta quinta-feira (21). De acordo com o horário registrado pelo vídeo, às 11h12, o veículo se aproximou do exato local do desastre. É possível ver três pessoas seguindo pela ciclovia em direção ao Leblon.Leia a reportagem
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Restaurante Noma vende a louça utilizada em sua temporada no Japão
O restaurante dinamarquês Noma, de René Redzepi, que passou cinco semanas em uma residência no Hotel Mandarin Oriental, em Tóquio, está vendendo toda sua louça utilizada durante sua experiência na ilha. As pessoas que não puderam conhecê-lo em Tóquio, vão poder ter um pedaço dessa experiência em suas próprias casa, literalmente. O restaurante criou um site de vendas online no qual encontram-se pratos, bowls, talheres e outros utensílios utilizados durante esses dois meses, que foram feitos por artesãos japoneses com materiais como madeira e argila. No entanto, tais produtos estão longe de serem baratos. Um garfo preto feito pelo designer Akito Akgagi custa U$ 200 (R$ 567,70), enquanto hashis (os famosos "palitinhos" japoneses) feitos por Shiro Miura custam U$ 65 (R$ 184,50). O produto mais caro é uma estante feita por Wahl & Ross que sai por U$ 2.890 (R$ 8.203).
comida
Restaurante Noma vende a louça utilizada em sua temporada no JapãoO restaurante dinamarquês Noma, de René Redzepi, que passou cinco semanas em uma residência no Hotel Mandarin Oriental, em Tóquio, está vendendo toda sua louça utilizada durante sua experiência na ilha. As pessoas que não puderam conhecê-lo em Tóquio, vão poder ter um pedaço dessa experiência em suas próprias casa, literalmente. O restaurante criou um site de vendas online no qual encontram-se pratos, bowls, talheres e outros utensílios utilizados durante esses dois meses, que foram feitos por artesãos japoneses com materiais como madeira e argila. No entanto, tais produtos estão longe de serem baratos. Um garfo preto feito pelo designer Akito Akgagi custa U$ 200 (R$ 567,70), enquanto hashis (os famosos "palitinhos" japoneses) feitos por Shiro Miura custam U$ 65 (R$ 184,50). O produto mais caro é uma estante feita por Wahl & Ross que sai por U$ 2.890 (R$ 8.203).
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Após protesto, sem-teto deixa área invadida e marginal Pinheiros é liberada
Um grupo de sem-teto chegou a atear fogo e a espalhar partes dos barracos pelas pistas da marginal Pinheiros nesta terça (6) para impedir a operação policial de cumprir a reintegração de posse de um terreno invadido, localizado próximo ao acesso à rodovia Castello Branco, zona oeste de São Paulo. Os moradores bloquearam todas as faixas da marginal Pinheiros, na região do Cebolão, por volta das 6h. Os motoristas que trafegavam em direção à rodovia Castello Branco ficaram represados até que a polícia conseguisse contornar a situação. Os policiais militares tiveram que utilizar bombas de efeito moral para conter os manifestantes e liberar as pistas para os motoristas, que só conseguiram retomar o trajeto por volta das 6h40, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Trânsito). O terreno, segundo a PM, era ocupado por ao menos 70 pessoas (cerca de 40 famílias), que moravam em tendas de lona e barracas de madeira no local. Após o confronto com a polícia, as famílias começaram a retirar seus pertences do local. A reintegração foi solicitada pela Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), proprietária da área, e determinada pelo juiz Renato Guanaes Simões Thomsen, da 4ª Vara Cível do Foro Regional IV Lapa.
cotidiano
Após protesto, sem-teto deixa área invadida e marginal Pinheiros é liberadaUm grupo de sem-teto chegou a atear fogo e a espalhar partes dos barracos pelas pistas da marginal Pinheiros nesta terça (6) para impedir a operação policial de cumprir a reintegração de posse de um terreno invadido, localizado próximo ao acesso à rodovia Castello Branco, zona oeste de São Paulo. Os moradores bloquearam todas as faixas da marginal Pinheiros, na região do Cebolão, por volta das 6h. Os motoristas que trafegavam em direção à rodovia Castello Branco ficaram represados até que a polícia conseguisse contornar a situação. Os policiais militares tiveram que utilizar bombas de efeito moral para conter os manifestantes e liberar as pistas para os motoristas, que só conseguiram retomar o trajeto por volta das 6h40, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Trânsito). O terreno, segundo a PM, era ocupado por ao menos 70 pessoas (cerca de 40 famílias), que moravam em tendas de lona e barracas de madeira no local. Após o confronto com a polícia, as famílias começaram a retirar seus pertences do local. A reintegração foi solicitada pela Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), proprietária da área, e determinada pelo juiz Renato Guanaes Simões Thomsen, da 4ª Vara Cível do Foro Regional IV Lapa.
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'Silêncio' é um livro infilmável porque a alma de um crente também é
Um aviso: se o leitor não assistiu ao filme "Silêncio", o melhor é não prosseguir com a leitura. Haverá revelações que podem estragar o prazer cinéfilo, embora "prazer" não seja a palavra certa para resumir a história que o filme adapta. Foi em 1966. O escritor japonês Shusaku Endo, católico, publicava o romance que Scorsese leu e nunca esqueceu. História conhecida: dois jesuítas portugueses partem para o Japão em busca do padre Ferreira. Teria ele apostatado, como se dizia? Em meados do século 17, a perseguição aos cristãos no Oriente exercia-se com arrepiante brutalidade. Os jesuítas chegam às ilhas nipônicas. Encontram as primeiras comunidades clandestinas, que mendigam batismos e confissões. Mas a opressão das autoridades abate-se sobre os crentes. Na alma do padre Rodrigues, personagem central, a dúvida instala-se: onde está Deus perante o sofrimento dos seus filhos? Silêncio. Quando os mártires japoneses são crucificados no mar, o que assombra Rodrigues é a indiferença das ondas e a banalidade da morte. Rodrigues será também capturado: um dos seus "discípulos", o trágico e cômico Kichijiro, atraiçoa-o por 300 moedas de prata. E se escrevo a palavra "discípulo" é porque o romance de Endo permite vislumbrar uma "imitação de Cristo" na conduta de Rodrigues: perante todos os tormentos, ele debate-se com a sua fé. Mas compara-se sempre ao exemplo supremo do filho de Deus: Ele também foi atraiçoado; também padeceu angústias e tormentos; também entregou a vida para salvar todas as vidas. Rodrigues, confrontado com o dilema crucial da história –renegar a fé para salvar o rebanho ou continuar fiel aos evangelhos e permitir que os japoneses sejam sacrificados–, acaba por apostatar. O sacrifício está consumado. Acontece que "Silêncio" pode ter outra interpretação –e Scorsese sabe qual é: em prefácio para a nova edição do romance, o diretor relembra-nos a figura de Judas. Em "Silêncio", existe um Judas literal –Kichijiro. Mas a questão é outra: não será Rodrigues, apesar da soberba com que se compara a Cristo, apenas um imitador de Judas? E não será a sua apostasia o preço necessário para que se cumpra um plano que é superior à vida de Rodrigues? Quando li "Silêncio", concordei com Scorsese e vi no destino de Rodrigues essa mesma "via sacra": não a "via sacra" de quem cumpre os passos de Cristo; mas a "via sacra" interior de quem aceita finalmente a fraqueza de Judas. E, apesar disso, ou por causa disso, fortalece e salva a sua fé. O filme de Scorsese é a melhor adaptação de "Silêncio" que conheço. Até porque existiu outra: em 1971, Masahiro Shinoda filmou o romance de Shusaku Endo com a colaboração no roteiro do próprio Endo. Foi um desastre de proporções bíblicas, com o escritor a afastar-se publicamente do produto e a deplorar o final escolhido: Rodrigues, depois da apostasia, entrega-se aos prazeres carnais com uma paradoxal mistura de alívio e desespero. Scorsese corrige essa versão grotesca com absoluta fidelidade à letra (e ao espírito) do romance. Mas é preciso reconhecer que o filme, arrastado e ilustrativo, só raramente atinge a densidade que a palavra escrita contém. A culpa, se "culpa" é o termo adequado, não é de Scorsese. "Silêncio" sempre me pareceu um romance infilmável, porque infilmável é o tom da dúvida, da oração, da meditação, do orgulho, da humilhação e da compaixão que habitam a alma de Rodrigues. "Silêncio" é infilmável porque a alma de um crente também é. Na "New Yorker", o sempre brilhante Anthony Lane escreveu, a propósito de "Silêncio", que Scorsese nunca foi um cineasta de "interioridades" (como Ingmar Bergman, por exemplo). Os seus melhores filmes precisam de "exterioridades" –grandes arenas de conflito espiritual habitadas por "touros indomáveis". Concordo com ele. E digo mais: os melhores filmes religiosos de Scorsese não são os filmes literalmente religiosos (como "A Última Tentação de Cristo", "Kundun" ou "Silêncio"). A religiosidade profunda do diretor encontra-se nos dilemas de "Caminhos Perigosos"; no calvário de Travis Bickle (em "Taxi Driver"); ou na mais bela crucificação que o cinema já viu: a de Jake LaMotta, no ringue, golpeado por Sugar Ray Robinson (em "Touro Indomável"). Um conselho? Leia a obra-prima de Shusaku Endo. E, em relação a Scorsese, reveja os antigos testamentos.
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'Silêncio' é um livro infilmável porque a alma de um crente também éUm aviso: se o leitor não assistiu ao filme "Silêncio", o melhor é não prosseguir com a leitura. Haverá revelações que podem estragar o prazer cinéfilo, embora "prazer" não seja a palavra certa para resumir a história que o filme adapta. Foi em 1966. O escritor japonês Shusaku Endo, católico, publicava o romance que Scorsese leu e nunca esqueceu. História conhecida: dois jesuítas portugueses partem para o Japão em busca do padre Ferreira. Teria ele apostatado, como se dizia? Em meados do século 17, a perseguição aos cristãos no Oriente exercia-se com arrepiante brutalidade. Os jesuítas chegam às ilhas nipônicas. Encontram as primeiras comunidades clandestinas, que mendigam batismos e confissões. Mas a opressão das autoridades abate-se sobre os crentes. Na alma do padre Rodrigues, personagem central, a dúvida instala-se: onde está Deus perante o sofrimento dos seus filhos? Silêncio. Quando os mártires japoneses são crucificados no mar, o que assombra Rodrigues é a indiferença das ondas e a banalidade da morte. Rodrigues será também capturado: um dos seus "discípulos", o trágico e cômico Kichijiro, atraiçoa-o por 300 moedas de prata. E se escrevo a palavra "discípulo" é porque o romance de Endo permite vislumbrar uma "imitação de Cristo" na conduta de Rodrigues: perante todos os tormentos, ele debate-se com a sua fé. Mas compara-se sempre ao exemplo supremo do filho de Deus: Ele também foi atraiçoado; também padeceu angústias e tormentos; também entregou a vida para salvar todas as vidas. Rodrigues, confrontado com o dilema crucial da história –renegar a fé para salvar o rebanho ou continuar fiel aos evangelhos e permitir que os japoneses sejam sacrificados–, acaba por apostatar. O sacrifício está consumado. Acontece que "Silêncio" pode ter outra interpretação –e Scorsese sabe qual é: em prefácio para a nova edição do romance, o diretor relembra-nos a figura de Judas. Em "Silêncio", existe um Judas literal –Kichijiro. Mas a questão é outra: não será Rodrigues, apesar da soberba com que se compara a Cristo, apenas um imitador de Judas? E não será a sua apostasia o preço necessário para que se cumpra um plano que é superior à vida de Rodrigues? Quando li "Silêncio", concordei com Scorsese e vi no destino de Rodrigues essa mesma "via sacra": não a "via sacra" de quem cumpre os passos de Cristo; mas a "via sacra" interior de quem aceita finalmente a fraqueza de Judas. E, apesar disso, ou por causa disso, fortalece e salva a sua fé. O filme de Scorsese é a melhor adaptação de "Silêncio" que conheço. Até porque existiu outra: em 1971, Masahiro Shinoda filmou o romance de Shusaku Endo com a colaboração no roteiro do próprio Endo. Foi um desastre de proporções bíblicas, com o escritor a afastar-se publicamente do produto e a deplorar o final escolhido: Rodrigues, depois da apostasia, entrega-se aos prazeres carnais com uma paradoxal mistura de alívio e desespero. Scorsese corrige essa versão grotesca com absoluta fidelidade à letra (e ao espírito) do romance. Mas é preciso reconhecer que o filme, arrastado e ilustrativo, só raramente atinge a densidade que a palavra escrita contém. A culpa, se "culpa" é o termo adequado, não é de Scorsese. "Silêncio" sempre me pareceu um romance infilmável, porque infilmável é o tom da dúvida, da oração, da meditação, do orgulho, da humilhação e da compaixão que habitam a alma de Rodrigues. "Silêncio" é infilmável porque a alma de um crente também é. Na "New Yorker", o sempre brilhante Anthony Lane escreveu, a propósito de "Silêncio", que Scorsese nunca foi um cineasta de "interioridades" (como Ingmar Bergman, por exemplo). Os seus melhores filmes precisam de "exterioridades" –grandes arenas de conflito espiritual habitadas por "touros indomáveis". Concordo com ele. E digo mais: os melhores filmes religiosos de Scorsese não são os filmes literalmente religiosos (como "A Última Tentação de Cristo", "Kundun" ou "Silêncio"). A religiosidade profunda do diretor encontra-se nos dilemas de "Caminhos Perigosos"; no calvário de Travis Bickle (em "Taxi Driver"); ou na mais bela crucificação que o cinema já viu: a de Jake LaMotta, no ringue, golpeado por Sugar Ray Robinson (em "Touro Indomável"). Um conselho? Leia a obra-prima de Shusaku Endo. E, em relação a Scorsese, reveja os antigos testamentos.
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Pato vira esperança para São Paulo reagir na Libertadores
Antes que qualquer jornalista perguntasse, Pato admitiu que a ansiedade para estrear na Libertadores pelo São Paulo é grande e que teria problemas para dormir. O atacante, que já disputou duas edições do torneio, foi escolhido para entrar no lugar de Alan Kardec contra o Danubio (URU), nesta quarta-feira (25), no Morumbi. Entrará em campo com uma responsabilidade: fazer a equipe reagir no torneio. Há uma semana, o São Paulo perdeu para o Corinthians por 2 a 0 na partida de estreia dos clubes no Grupo 2 da Libertadores. O resultado aumentou a pressão da diretoria sobre o treinador Muricy Ramalho e os jogadores. Pato não jogou naquela oportunidade por questões contratuais –como está emprestado pelo Corinthians até o final deste ano, só poderia entrar campo se o clube tricolor pagasse R$ 1 milhão. O time teve atuação apagada contra o Corinthians. Não chutou uma vez ao gol rival. Com Pato titular, a expectativa de Muricy é que o São Paulo seja mais agressivo. Os números do atacante ajudam. É o artilheiro do time em 2015: seis gols em seis jogos oficiais. Com ele, a equipe também ganha em dinamismo no ataque. Pode pressionar o adversário pelos lados do campo e não apenas pelo centro, problema comum quando Kardec joga. Com tanta expectativa em torno de si, Pato reconheceu que o peso do jogo é grande, mas disse que vive o melhor momento no São Paulo. "Estou colhendo frutos do meu trabalho. Sei que não há cadeira cativa no time e não desanimei. A vaga no time é o resultado", afirmou. A pressão em torno do time também é grande e, portanto, outro desafio. O treino de terça-feira (24) foi acompanhado pelo presidente Carlos Miguel Aidar. Ao final da atividade, o mandatário reuniu-se com Muricy e falou algumas palavras de incentivo. Empate ou derrota nesta quarta é impensável para o elenco porque pode comprometer a classificação às oitavas de final. "Só pensamos em vencer para recuperar a confiança", afirmou Pato.
esporte
Pato vira esperança para São Paulo reagir na LibertadoresAntes que qualquer jornalista perguntasse, Pato admitiu que a ansiedade para estrear na Libertadores pelo São Paulo é grande e que teria problemas para dormir. O atacante, que já disputou duas edições do torneio, foi escolhido para entrar no lugar de Alan Kardec contra o Danubio (URU), nesta quarta-feira (25), no Morumbi. Entrará em campo com uma responsabilidade: fazer a equipe reagir no torneio. Há uma semana, o São Paulo perdeu para o Corinthians por 2 a 0 na partida de estreia dos clubes no Grupo 2 da Libertadores. O resultado aumentou a pressão da diretoria sobre o treinador Muricy Ramalho e os jogadores. Pato não jogou naquela oportunidade por questões contratuais –como está emprestado pelo Corinthians até o final deste ano, só poderia entrar campo se o clube tricolor pagasse R$ 1 milhão. O time teve atuação apagada contra o Corinthians. Não chutou uma vez ao gol rival. Com Pato titular, a expectativa de Muricy é que o São Paulo seja mais agressivo. Os números do atacante ajudam. É o artilheiro do time em 2015: seis gols em seis jogos oficiais. Com ele, a equipe também ganha em dinamismo no ataque. Pode pressionar o adversário pelos lados do campo e não apenas pelo centro, problema comum quando Kardec joga. Com tanta expectativa em torno de si, Pato reconheceu que o peso do jogo é grande, mas disse que vive o melhor momento no São Paulo. "Estou colhendo frutos do meu trabalho. Sei que não há cadeira cativa no time e não desanimei. A vaga no time é o resultado", afirmou. A pressão em torno do time também é grande e, portanto, outro desafio. O treino de terça-feira (24) foi acompanhado pelo presidente Carlos Miguel Aidar. Ao final da atividade, o mandatário reuniu-se com Muricy e falou algumas palavras de incentivo. Empate ou derrota nesta quarta é impensável para o elenco porque pode comprometer a classificação às oitavas de final. "Só pensamos em vencer para recuperar a confiança", afirmou Pato.
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Tucano apresenta projeto para tentar barrar Lula em ministério
O deputado federal Bruno Covas (PSDB-SP) apresentou nesta terça-feira (15) um projeto de lei para tentar impedir que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assuma um ministério no governo Dilma Rousseff. Lula tem dito a aliados que não tem como recusar os apelos da presidente para ir para a Esplanada, provavelmente a Secretaria de Governo. Alvo da Lava Jato, Lula ganharia prerrogativa de foro privilegiado caso vá mesmo para o governo. Em caso de denúncia, a ação teria de ser julgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), saindo das mãos do juiz Sérgio Moro. A proposta do tucano torna obrigatório que todos os ministros de Estado tenham curso superior. Na justificativa, Covas afirma que o projeto tem como objetivo "impedir que se efetive notícia vinculada em diversos meios de comunicação", segundo a qual, "a presidente Dilma Rousseff deve acomodar em seu Ministério indivíduos que buscam foro privilegiado em detrimento do interesse público". Lula concluiu o ginásio e aos 14 anos foi admitido no curso técnico de torneiro mecânico do Senai. À Folha, o deputado afirmou que, caso a presidente nomeie Lula ministro, ela "resolve ignorar as manifestações de domingo, o que diz a população e abre mão dos últimos princípios que restavam". "Nomear alguém para ter foro privilegiado é o fim do mundo", disse Covas. Questionado se a proposta não reforça a ideia de que o PSDB é um partido elitista, o deputado afirmou que o projeto não está relacionado aos cargos eletivos. "O eleito precisa representar a população, pode ou não ter curso superior. Agora um auxiliar direto da presidente, ocupando cargo de ministro de Estado, tem que ser alguém que tenha conhecimento", afirmou. Para ser aprovado, no entanto, o projeto precisa passar pelas comissões especiais, pelos plenários da Câmara e do Senado e, só depois de toda a tramitação, ser levado à presidente da República.
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Tucano apresenta projeto para tentar barrar Lula em ministérioO deputado federal Bruno Covas (PSDB-SP) apresentou nesta terça-feira (15) um projeto de lei para tentar impedir que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assuma um ministério no governo Dilma Rousseff. Lula tem dito a aliados que não tem como recusar os apelos da presidente para ir para a Esplanada, provavelmente a Secretaria de Governo. Alvo da Lava Jato, Lula ganharia prerrogativa de foro privilegiado caso vá mesmo para o governo. Em caso de denúncia, a ação teria de ser julgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), saindo das mãos do juiz Sérgio Moro. A proposta do tucano torna obrigatório que todos os ministros de Estado tenham curso superior. Na justificativa, Covas afirma que o projeto tem como objetivo "impedir que se efetive notícia vinculada em diversos meios de comunicação", segundo a qual, "a presidente Dilma Rousseff deve acomodar em seu Ministério indivíduos que buscam foro privilegiado em detrimento do interesse público". Lula concluiu o ginásio e aos 14 anos foi admitido no curso técnico de torneiro mecânico do Senai. À Folha, o deputado afirmou que, caso a presidente nomeie Lula ministro, ela "resolve ignorar as manifestações de domingo, o que diz a população e abre mão dos últimos princípios que restavam". "Nomear alguém para ter foro privilegiado é o fim do mundo", disse Covas. Questionado se a proposta não reforça a ideia de que o PSDB é um partido elitista, o deputado afirmou que o projeto não está relacionado aos cargos eletivos. "O eleito precisa representar a população, pode ou não ter curso superior. Agora um auxiliar direto da presidente, ocupando cargo de ministro de Estado, tem que ser alguém que tenha conhecimento", afirmou. Para ser aprovado, no entanto, o projeto precisa passar pelas comissões especiais, pelos plenários da Câmara e do Senado e, só depois de toda a tramitação, ser levado à presidente da República.
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Crime contra mulher expõe relação de poder entre agressor e vítima
O feminicídio, ou seja, o assassinato de uma mulher por sua condição de gênero, não está relacionado à crise de segurança pública nem à epidemia de homicídios do país. A tipificação deste crime no Código Penal também não tem motivação sexista, de tratar a morte da mulher como mais grave que a do homem. Sua função seria a de dar nome a um tipo de homicídio que, diferentemente de mortes decorrentes da criminalidade violenta, tem características específicas ligadas à condição feminina e a uma cultura de tolerância à violência contra a mulher, o que pede um instrumental próprio. Trata-se de um tipo de homicídio que ocorre no âmbito das relações íntimas e afetivas da vítima, ou que decorre de menosprezo e discriminação em relação à mulher. É um crime do ambiente privado praticado por conhecidos da vítima, enquanto o homicídio comum, do qual os homens são maioria entre as vítimas, ocorre no espaço público e, em geral, por um agente desconhecido. Muitos dos casos de feminicídio envolvem também violência sexual, o que evidencia uma relação de poder entre algoz e vítima, um dos aspectos da chamada desigualdade de gênero –cujo debate foi proscrito do Plano Nacional de Educação. Essa desigualdade está expressa na recorrência das morte por estrangulamento, que pressupõe superioridade de força física do agressor. O trabalho na apuração técnica desses crimes praticados fez a médica legista Luciana Campos Nascimento, chefe da equipe Oeste do IML paulista, identificar outros tipos de lesão sugestivas do feminicídio: múltiplas e contra órgãos genitais, seios e face. Segundo ela, seguem este mesmo padrão as agressões graves contra mulheres, que não resultaram em morte. "Há uma preferência por destruir a imagem da mulher, por desfigurá-la", diz. Neste sentido, quando há uso de arma de fogo, o tiro costuma ser na cabeça", explica, como se descrevesse duas das mortes dos últimos dias. Em outros tempos, esses seriam tratados como crimes passionais, linguagem que romantiza a morte provocada por ciúme ou ações interpretadas como insubordinação. "Não é crime motivado por amor ou paixão, mas pela manifestação de poder sobre uma mulher cujo comportamento é visto como afronta, como nos casos em que ela é infiel ou escolhe romper o relacionamento", avalia a promotora Silvia Chakian, coordenadora do Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica do MP-SP. Casos de feminicídio no Estado de SP - <br> Chakian e outros especialistas em violência contra a mulher tratam essas mortes como "evitáveis", porque ocorrem num contexto crônico de violência com sinais que antecipam o desfecho trágico. Segundo a promotora, há dois tipos de vítimas: as que morrem em silêncio e as que gritaram por socorro. Em ambos os casos, a falha é do poder público. No primeiro porque não disponibilizou serviços de enfrentamento à violência com os quais a mulher pudesse contar e confiar. No segundo, porque houve falha no monitoramento das medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha. "Não adianta estimularmos a mulher a denunciar e pedir ajuda se, na outra ponta, não existe uma rede de instituições funcionando de maneira adequada." Estimativas apontam que cerca de 13 dessas "mortes evitáveis" ocorram por dia no país. Celina Gama, que denunciou ameaça 11 dias antes de ser morta, é apenas uma delas.
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Crime contra mulher expõe relação de poder entre agressor e vítimaO feminicídio, ou seja, o assassinato de uma mulher por sua condição de gênero, não está relacionado à crise de segurança pública nem à epidemia de homicídios do país. A tipificação deste crime no Código Penal também não tem motivação sexista, de tratar a morte da mulher como mais grave que a do homem. Sua função seria a de dar nome a um tipo de homicídio que, diferentemente de mortes decorrentes da criminalidade violenta, tem características específicas ligadas à condição feminina e a uma cultura de tolerância à violência contra a mulher, o que pede um instrumental próprio. Trata-se de um tipo de homicídio que ocorre no âmbito das relações íntimas e afetivas da vítima, ou que decorre de menosprezo e discriminação em relação à mulher. É um crime do ambiente privado praticado por conhecidos da vítima, enquanto o homicídio comum, do qual os homens são maioria entre as vítimas, ocorre no espaço público e, em geral, por um agente desconhecido. Muitos dos casos de feminicídio envolvem também violência sexual, o que evidencia uma relação de poder entre algoz e vítima, um dos aspectos da chamada desigualdade de gênero –cujo debate foi proscrito do Plano Nacional de Educação. Essa desigualdade está expressa na recorrência das morte por estrangulamento, que pressupõe superioridade de força física do agressor. O trabalho na apuração técnica desses crimes praticados fez a médica legista Luciana Campos Nascimento, chefe da equipe Oeste do IML paulista, identificar outros tipos de lesão sugestivas do feminicídio: múltiplas e contra órgãos genitais, seios e face. Segundo ela, seguem este mesmo padrão as agressões graves contra mulheres, que não resultaram em morte. "Há uma preferência por destruir a imagem da mulher, por desfigurá-la", diz. Neste sentido, quando há uso de arma de fogo, o tiro costuma ser na cabeça", explica, como se descrevesse duas das mortes dos últimos dias. Em outros tempos, esses seriam tratados como crimes passionais, linguagem que romantiza a morte provocada por ciúme ou ações interpretadas como insubordinação. "Não é crime motivado por amor ou paixão, mas pela manifestação de poder sobre uma mulher cujo comportamento é visto como afronta, como nos casos em que ela é infiel ou escolhe romper o relacionamento", avalia a promotora Silvia Chakian, coordenadora do Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica do MP-SP. Casos de feminicídio no Estado de SP - <br> Chakian e outros especialistas em violência contra a mulher tratam essas mortes como "evitáveis", porque ocorrem num contexto crônico de violência com sinais que antecipam o desfecho trágico. Segundo a promotora, há dois tipos de vítimas: as que morrem em silêncio e as que gritaram por socorro. Em ambos os casos, a falha é do poder público. No primeiro porque não disponibilizou serviços de enfrentamento à violência com os quais a mulher pudesse contar e confiar. No segundo, porque houve falha no monitoramento das medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha. "Não adianta estimularmos a mulher a denunciar e pedir ajuda se, na outra ponta, não existe uma rede de instituições funcionando de maneira adequada." Estimativas apontam que cerca de 13 dessas "mortes evitáveis" ocorram por dia no país. Celina Gama, que denunciou ameaça 11 dias antes de ser morta, é apenas uma delas.
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Na natação, Brasil vê evolução em revezamento misto para o Rio
PAULO ROBERTO CONDE ENVIADO ESPECIAL AO RIO Com duas marcas no top 5 do ranking mundial dos estilos costas e peito estabelecidas nos dois primeiros dias do Troféu Maria Lenk, a natação brasileira passa a ver com carinho o revezamento 4 x 100 m medley masculino. Na sexta (15), data que abriu a última seletiva nacional, João Gomes Júnior venceu os 100 m peito para 59s06, segundo melhor registro do ano. Neste sábado (16), Guilherme Guido foi o melhor nas eliminatórias dos 100 m costas em 53s10, quinto do mundo. Ambos garantiram vaga para os Jogos Olímpicos do Rio, em agosto. Mais que isso, deram a ideia de que é possível ter boa formação do país no revezamento, que envolve os quatro estilos -a ordem é costas, peito, borboleta e livre; o Brasil já tem vaga para essa prova. Até há pouco, o nado costas era a fraqueza do time. Mas, com a ascensão de Guido, a expectativa mudou. "Estou na melhor forma", disse o nadador, que não gostou do tempo da manhã. O país tem bons nadadores nos 100 m livre -desde Marcelo Chierighini, quinto no Mundial de Kazan-2015, ao campeão olímpico júnior Matheus Santana, entre outros. O maior desafio é encontrar um representante nos 100 m borboleta. Até o momento, Henrique Martins e Marcos Macedo têm índice para a prova, mas estão longe da elite. A definição será na quarta-feira (20). A avaliação da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) é de que é cedo para se pensar em disputa por medalhas, porém já existe potencial para sonhar. Segundo Alberto Pinto da Silva, treinador-chefe da seleção masculina, a entidade planeja potencializar as chances do time. Para isso, deve montar estratégia de treinos com nadadores para aperfeiçoar passagens, partidas e o espírito de grupo. A ideia do técnico é fazer preparo semelhante ao feito com o revezamento 4 x 100 m livre. Na temporada passada, um grupo composto por Santana, Chierighini, Cesar Cielo, Bruno Fratus e João de Lucca fez treinos específicos. Sem contar com Cielo, o quarteto conquistou o ouro no Pan de Toronto e ficou em quarto lugar em Kazan. O Brasil é apontado como um dos fortes candidatos a medalha nos Jogos Olímpicos do Rio. O plano é que o revezamento medley surpreenda e chegue no mesmo patamar. "O time do Brasil está mais maduro, e reflete nos resultados. Esse revezamento bem para brigar por medalha", afirmou João Gomes Júnior.
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Na natação, Brasil vê evolução em revezamento misto para o Rio PAULO ROBERTO CONDE ENVIADO ESPECIAL AO RIO Com duas marcas no top 5 do ranking mundial dos estilos costas e peito estabelecidas nos dois primeiros dias do Troféu Maria Lenk, a natação brasileira passa a ver com carinho o revezamento 4 x 100 m medley masculino. Na sexta (15), data que abriu a última seletiva nacional, João Gomes Júnior venceu os 100 m peito para 59s06, segundo melhor registro do ano. Neste sábado (16), Guilherme Guido foi o melhor nas eliminatórias dos 100 m costas em 53s10, quinto do mundo. Ambos garantiram vaga para os Jogos Olímpicos do Rio, em agosto. Mais que isso, deram a ideia de que é possível ter boa formação do país no revezamento, que envolve os quatro estilos -a ordem é costas, peito, borboleta e livre; o Brasil já tem vaga para essa prova. Até há pouco, o nado costas era a fraqueza do time. Mas, com a ascensão de Guido, a expectativa mudou. "Estou na melhor forma", disse o nadador, que não gostou do tempo da manhã. O país tem bons nadadores nos 100 m livre -desde Marcelo Chierighini, quinto no Mundial de Kazan-2015, ao campeão olímpico júnior Matheus Santana, entre outros. O maior desafio é encontrar um representante nos 100 m borboleta. Até o momento, Henrique Martins e Marcos Macedo têm índice para a prova, mas estão longe da elite. A definição será na quarta-feira (20). A avaliação da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) é de que é cedo para se pensar em disputa por medalhas, porém já existe potencial para sonhar. Segundo Alberto Pinto da Silva, treinador-chefe da seleção masculina, a entidade planeja potencializar as chances do time. Para isso, deve montar estratégia de treinos com nadadores para aperfeiçoar passagens, partidas e o espírito de grupo. A ideia do técnico é fazer preparo semelhante ao feito com o revezamento 4 x 100 m livre. Na temporada passada, um grupo composto por Santana, Chierighini, Cesar Cielo, Bruno Fratus e João de Lucca fez treinos específicos. Sem contar com Cielo, o quarteto conquistou o ouro no Pan de Toronto e ficou em quarto lugar em Kazan. O Brasil é apontado como um dos fortes candidatos a medalha nos Jogos Olímpicos do Rio. O plano é que o revezamento medley surpreenda e chegue no mesmo patamar. "O time do Brasil está mais maduro, e reflete nos resultados. Esse revezamento bem para brigar por medalha", afirmou João Gomes Júnior.
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