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Acs. |
STJ de 13/07/2017, 09/07/2015 e 06/04/2017, todos disponíveis em www.dgsi.pt). |
De facto, como é dito no Acórdão do STJ de 13/07/2017, disponível em www.dsgi.pt, "as conclusões das alegações que, inquestionavelmente, reproduzem o texto das alegações, dão a conhecer o objeto do recurso – art. |
63, n. 3, do Código do Processo Civil – o que não pode deixar de ser tido em consideração no juízo de ponderação que importa convocar quanto a saber se, por tal procedimento, é como se não existissem”, acrescentando que "a equivalência que o Acórdão recorrido faz, considerando não haver conclusões, pelo facto delas serem a reprodução das alegações, parece excessiva”, concluindo após que deverá ser efectuado um convite ao recorrente para o aperfeiçoamento das alegações. |
Considerando tal jurisprud��ncia, bem como, no caso dos autos, ter o recurso sido já interposto já há alguns meses, e não serem as conclusões apresentadas muito extensas, entende-se não haver necessidade de efectuar tal convite, pese embora se entenda que as conclusões apresentadas não se apresentem como uma súmula ou síntese das alegações.Questões a decidir. |
Sendo o âmbito dos recursos delimitado pelas conclusões das alegações do recorrente – artigos 63, n. 4 e 63, n.s 1 e 2 do Código de Processo Civil doravante, abreviadamente, designado por, aprovado pela Lei n. 41/2013, de 26 de Junho –, ressalvadas as questões do conhecimento oficioso que ainda não tenham sido conhecidas com trânsito em julgado, as questões que se colocam à apreciação deste Tribunal são as seguintes: - saber se apesar da existência de penhora anterior efectuada no âmbito de uma execução fiscal, deve ser ordenado o prosseguimento desta execução cível. |
- saber se, em caso de resposta negativa à questão anterior, deve ser sustada esta execução quanto à totalidade do imóvel penhorado, visto que na execução fiscal apenas foi penhorado "½ do imóvel”.Fundamentação de facto. |
Os factos materiais relevantes para a decisão da causa são os que decorrem do relatório supra. |
Mais releva para as questões a decidir o seguinte facto, que resulta da consulta dos autos: - Pela apresentação 1720 de 2016/11/16, foi registada penhora a favor da Fazenda Nacional, apenas quanto a ½ do imóvel penhorado nestes autos, sendo sujeito passivo o aqui executado G. , para garantia do pagamento de € 814,93, no âmbito da execução fiscal n ...62 e apensos, do serviço de finanças de ....Fundamentação de direito. |
Vejamos as normas relevantes para o enquadramento jurídico da situação. |
Dispõe o art. |
79 do Código de Processo Civil, no que para aqui releva, que: " Pendendo mais de uma execução sobre os mesmos bens, o agente de execução susta quanto a estes a execução em que a penhora tiver sido posterior, podendo o exequente reclamar o respectivo crédito no processo em que a penhora seja mais antiga. |
Se o exequente ainda não tiver sido citado no processo em que a penhora seja mais antiga, pode reclamar o seu crédito no prazo de 15 dias a contar da notificação de sustação; 3 A sustação integral determina a extinção da execução, sem prejuízo do disposto no n 5 do art. |
850”. |
Já o art. |
850 do Código de Processo Civil, também no que para aqui releva, prevê que: "1 Também o credor reclamante, cujo crédito esteja vencido e haja sido reclamado para ser pago pelo produto dos bens penhorados que não chegaram entretanto a ser vendidos nem adjudicados, pode requerer, no prazo de 10 dias contados da notificação da extinção da execução, a renovação desta para efectiva verificação, graduação e pagamento do seu crédito. |
O requerimento faz prosseguir a execução, mas somente quanto aos bens sobre que incida a garantia real invocada pelo requerente, que assume a posição de exequente 4 5”. |
Por seu lado, resulta das seguintes normas do Código de Procedimento e de Processo Tributário/CPPT, aprovado pelo n. 433/99, de 210, na redacção conferida pela Lei n. 13/2016, de 25, que: - art. |
2 al. |
: "Direito subsidiário São de aplicação supletiva ao procedimento e processo judicial tributário, de acordo com a natureza dos casos omissos: a) ; b) ; ) ; ) ; e) O Código de Processo Civil.”; - art. |
218, n. 3: podem ser penhorados pelo órgão da execução fiscal os bens apreendidos por qualquer tribunal, não sendo a execução, por esse motivo, sustada nem apensada; - art. |
219, n. 5: a penhora sobre o bem imóvel com finalidade de habitação própria e permanente está sujeita às condições previstas no art. |
244; - art. |
235 n 2: a penhora não pode ser levantada qualquer que seja o tempo por que se mantiver parada a execução, ainda que o motivo não seja imputável ao executado a não ser em caso de pagamento coercivo ou voluntário da dívida ou de anulação desta - arts. |
260, 269 e 271, todos do. |
- art. |
23: "Citação dos credores preferentes e do cônjuge: "1 - Feita a penhora e junta a certidão de ónus, serão citados os credores com garantia real, relativamente aos bens penhorados, e o cônjuge do executado no caso previsto no artigo 22 ou quando a penhora incida sobre bens imóveis ou bens móveis sujeitos a registo, sem o que a execução não prosseguirá. |
2 - ”. |
- art. |
24: "Convocação de credores: 1 - Podem reclamar os seus créditos no prazo de 15 dias após a citação nos termos do artigo anterior os credores que gozem de garantia real sobre os bens penhorados. |
2 - O crédito exequendo não carece de ser reclamado. |
3 - O órgão da execução fiscal só procede à convoca��ão de credores quando dos autos conste a existência de qualquer direito real de garantia. |
4 - O disposto no número anterior não obsta a que o credor com garantia real reclame espontaneamente o seu crédito na execução, até à transmissão dos bens penhorados”. |
- art. |
24: "Realização da venda 1 – A venda realiza-se após o termo do prazo de reclamação de créditos. |
2 – Não há lugar à realização da venda de imóvel destinado exclusivamente a habitação própria e permanente do devedor ou do seu agregado familiar, quando o mesmo esteja efectivamente afecto a esse fim. |
3 - O disposto no número anterior não é aplicável aos imóveis cujo valor tributável se enquadre, no momento da penhora, na taxa máxima prevista para a aquisição de prédio urbano ou de fracção autónoma de prédio urbano destinado exclusivamente a habitação própria e permanente, em sede de imposto sobre as transmissões onerosas de imóveis. |
4 - Nos casos previstos no número anterior, a venda só pode ocorrer um ano após o termo do prazo de pagamento voluntário da dívida mais antiga. |
5 - A penhora do bem imóvel referido no n. 2 não releva para efeitos do disposto no artigo 21, enquanto se mantiver o impedimento à realização da venda previsto no número anterior, e não impede a prossecução da penhora e venda dos demais bens do executado. |
6 - O impedimento legal à realização da venda de imóvel afecto a habitação própria e permanente previsto no n. 2 pode cessar a qualquer momento, a requerimento do executado”. |
- art. |
246, n. 1: na reclamação de créditos observam-se as disposições do Código de Processo Civil, excepto no que respeita à reclamação da decisão de verificação e graduação, que é efectuada exclusivamente nos termos dos artigos 276 a 278 deste código.O art. |
244 do CPPT, acima citado, tem a redacção que lhe foi dada pela Lei 13/2016 de 25, cujo art. |
1 dispõe: "A presente lei protege a casa de morada de família no âmbito de processos de execução fiscal, estabelecendo restrições à venda executiva de imóvel que seja habitação própria e permanente do executado”. |
Assim, após a entrada em vigor da lei em causa, e sendo a mesma aplicável a todos os processos de execução fiscal pendentes, passou a ficar impossibilitada a venda, a impulso da Autoridade Tributária, dos imóveis destinados exclusivamente a habitação própria e permanente do executado ou do seu agregado familiar, com a excepção prevista no seu n Como é sabido, a execução fiscal destina-se ao pagamento coercivo de dívidas fiscais. |
E tem sido entendimento unânime na Jurisprudência que a proibição da venda de imóvel destinado exclusivamente a habitação própria e permanente do devedor ou do seu agregado familiar, quando o mesmo esteja efectivamente afecto a esse fim, prevista no n.2 do art. |
24 do CPPT, apenas diz respeito à venda a impulso da administração fiscal e destinada ao pagamento coercivo de dívidas fiscais do devedor. |
Assim, tal proibição de venda, não se aplica às dívidas do devedor de outra natureza, uma vez que nada nos leva a crer que o legislador quis criar, ainda que de forma indirecta, um entrave ao prosseguimento das execuções cíveis. |
Contudo, pese embora o facto de não ser possível a venda do imóvel do devedor por impulso da Autoridade Tributária, a verdade é que a penhora efectuada no âmbito da execução fiscal se mantém, pois que o CPPT não prevê, para tal situação proibição de venda do bem para pagamento coercivo de dívidas o levantamento dessa penhora, ou a suspensão da execução fiscal. |
No caso dos autos, efectuada a penhora do imóvel, foi sustada a execução, vista a existência de penhora anterior, quanto a ½ do mesmo, no âmbito de uma execução fiscal. |
Considerando o que acima se afirmou, ficará a aqui recorrente/exequente impedida de ver satisfeito o seu crédito? |
A resposta não pode deixar de ser negativa, pelo que acabou de se expor, restando apenas apurar qual das execuções deve prosseguir se esta, se a execução. |
Quanto a tal questão existem duas correntes jurisprudenciais antagónicas, uma no sentido de que deverá o exequente na execução cível, requerer o prosseguimento da execução fiscal, enquanto credor reclamante, sustando-se a execução cível, e outra no sentido de que deve esta prosseguir. |
Defende a primeira dessas correntes, de que são exemplo os Acs. |
da Relação de Coimbra de 24/10/2017, e da Relação do Porto de 08/03/2019, ambos disponíveis in www.dgsi.pt que: - mantendo-se vigente a penhora incidente sobre o imóvel do devedor que esteja destinado exclusivamente a habitação própria e permanente do mesmo ou do seu agregado familiar, quando o mesmo esteja efectivamente afecto a esse em sede de execução fiscal, não poderá ser levantada a sustação da execução cível ocorrida pela anterioridade daquela e atenta a sua prevalência sobre as posteriores cfr. |
art.s 82 do Civil e 79 n. 1 do P.Civil que não permite que o credor com penhora anterior reclame o seu crédito no processo onde foi efectuada a penhora; - a solução para a questão há-de encontrar-se na interpretação que se faça do citado art. |
244, n. 2 que tem de ser no sentido de que a Administração Fiscal não pode promover, nessa situação – penhora de imóvel destinado exclusivamente a habitação própria e permanente do executado ou do seu agregado familiar –, a venda desse bem, mas não impede que um credor que nesse processo tenha reclamado o seu crédito promova essa venda dado que se encontra em situação similar à prevista no art. |
850, n. 2, do P. Civil, normativo que deve ser aplicado com as adaptações necessárias; - assim, na interpretação que fazem do art. |
244, n. 2, do CPPT, entendem que o exequente não se encontra impedido de exercer o direito a ver satisfeito o seu crédito através da penhora do bem imóvel que se encontra penhorado na execução fiscal, podendo promover a venda do mesmo, nessa execução fiscal, mesmo que a venda para efeitos fiscais se não possa realizar art. |
24 n2 do, mantendo-se a sustação da execução cível. |
Já a segunda corrente jurisprudencial, de que são exemplo os Acs. |
da Relação de Coimbra de 26/09/2017, da Relação de Lisboa de 07/02/2019, e desta Relação de Guimarães, de 17/01/2019, todos disponíveis em www.dgsi.pt, entende que: - a ratio legis da norma do art. |
794 do CPC, tendo subjacente razões de certeza jurídica e de protecção tanto do devedor executado, como dos credores exequentes, postula que ambas as execuções se encontrem numa situação de dinâmica processual; - com o estatuído no seu n. 1 pretende-se evitar que em processos diferentes se opere a adjudicação ou a venda dos mesmos bens; a liquidação tem de ser única e, em princípio, há-de fazer-se no processo em que os bens foram penhorados em primeiro lugar; - inexistindo inércia da Fazenda Nacional na tramitação da execução fiscal com penhora prioritária) mas, apenas, a consequência decorrente do regime jurídico que impede a venda, nesse processo, de imóvel que seja habitação própria e permanente do executado art. |
244, n. 2 do CPPT, na redacção conferida pela Lei n. 13/2016, de 25), afigura-se que, inviabilizado na execução fiscal mecanismo algum de tutela do direito do credor garantido pela penhora na execução comum o credor reclamante, neste caso credor hipotecário, não pode requerer o prosseguimento da execução fiscal em circunstância, não resta alternativa ao levantamento da sustação da execução comum para que se providencie pela actuação conducente à realização da venda no processo executivo cível, distribuindo-se o produto da venda em conformidade com o que for determinado na sentença de graduação. |
- assim, o disposto no n. 1 do art. |
79 do Código de Processo Civil deve ser lido como referindo a pendência de execuções efectivas com potencialidade de atingirem o seu fim último de materialização coerciva de direitos, incidentes sobre os mesmos bens, o que afasta do seu âmbito as execuções definitivamente inviabilizadas antes de atingirem a sua finalidade última face ao disposto no n. 2 do art. |
24 do Código de Procedimento e de Processo Tributário. |
Pese embora ambas as soluções nos pareçam defensáveis, propendemos a seguir a segunda delas. |
Com efeito, como se diz no Ac. |
da Relação de Coimbra de 26/09/2017, acima referido: " A ratio legis da norma do art. |
794, tendo subjacente razões de certeza jurídica e de protecção tanto do devedor executado, como dos credores exequentes, postula que ambas as execuções se encontrem numa situação de dinâmica processual, ou seja, não é suficiente a mera pluralidade de execuções, exigindo-se ainda que estejam em movimento, seguindo o curso processual normal, o que não acontece, por exemplo, quando a execução mais antiga, onde o crédito deveria ser reclamado se encontra parada por inércia do exequente. |
Poderá ainda ocorrer a suspensão ditada por imperativos legais, retirando temporariamente nos termos a dinâmica processual à execução fiscal pendente g., as situações decorrentes do regime legal de pagamento da dívida em prestações art. |
- quando a execução fiscal se encontre suspensa por causa de nela ter sido firmado, entre exequente e executado, um plano de pagamento em prestações da quantia exequenda - ou, no passado recente, da aplicação do denominado "Plano "/n. |
124/96, de 18, mas o crédito que é objecto da execução sustada conservará toda a protecção resultante da penhora, que será efectivada na execução fiscal se aí o bem penhorado for vendido ou quando, cessado o pagamento das prestações em execução fiscal, recomeçar a tramitação da execução sustada. |
A sustação prevista no art. |
794, n. 1 é aplicável quando a penhora sobre o mesmo bem ocorre numa execução comum e numa execução fiscal, sendo esta a mais antiga, como aqui se verifica. |
In casu, aplicar-se-á o regime previsto no n. 2 do art. |
244 do CPPT, estando, assim, impedida a realização da venda de imóvel penhorado nas execuções fiscal e cível), porventura o único ou o mais significativo dos executados. |
Nas apontadas circunstâncias, impedida a venda executiva, frustra-se o funcionamento do sistema concursal previsto na lei processual e na lei processual tributária - fica assim seriamente comprometido, na sua consistência prática, o direito patrimonial do credor exequente em execução não fiscal, sendo que sempre o crédito da recorrente só poderia ser satisfeito com o produto da venda do bem, pois, como se refere na alegação de recurso, a presente execução está sustada quanto ao imóvel e na execução fiscal há um impedimento legal à realização da venda, do bem hipotecado e penhorado, mantendo-se a penhora do Fisco apenas como mera garantia do crédito fiscal, sem quaisquer outras consequências processuais sublinhado nosso, pois a venda não se irá realizar. |
Ademais, não estamos perante uma simples sustação da execução comum que importe para o respectivo credor um atraso na cobrança coerciva do seu crédito, quando esta tiver que fazer-se na execução fiscal, por ter que aguardar que, aí, se vendam os bens penhorados para, então, reclamar o seu crédito - a via judiciária continuaria aberta para esse fim, embora sujeita a demora; nestas circunstâncias, a suspensão da execução comum não traz prejuízo ao, nela, exequente já que o seu direito de ser pago pelo produto da venda do bem imóvel) penhorado está garantido, apenas faltando saber se ocorre nessa execução ou na fiscal, e quando; mas certo de que, ou numa ou noutra, haverá de vir a ter lugar. |
E se é de admitir que, contrariamente a uma lata aplicação do art. |
794, n. 1, seria melhor direito um regime processual que, ao invés de impor a sustação da execução comum no caso de, na execução fiscal, terem sido penhorados, com anterioridade, os mesmos bens que o foram naquela, permitisse que as execuções prosseguissem ambas os respectivos trâmites, ficando a Fazenda Nacional com o ónus de ir reclamar os seus créditos à execução comum, se quisesse prevenir a hipótese de a venda dos bens duplamente penhorados se fazer primeiro nesta última, solução que não seria a única compatível com a Lei Fundamental, pois também a da sustação da execução comum na sequência da penhora anterior em execução cumprirá os desígnios constitucionais, se temporalmente limitada e em equilibrada ponderação dos interesses contrapostos, por não haver aí diminuição da garantia do credor à satisfação do seu crédito nem esta se tornar desproporcionalmente mais difícil ou onerosa, no caso em análise, pelas razões já aduzidas, aquela aventada possibilidade transmutar-se-á em necessidade, constituindo, em obediência à ratio legis e numa interpretação coerente e racional que atenda aos elementos racional, sistemático e histórico), mas também restritivasob pena de se ultrapassar o fim visado pelo legislador, cingido às execuções fiscais, a forma razoável de reparar/afastar a discrepância, a contradição e a inadequação inerentes a uma acrítica e imediata aplicação dos art.s 794, n. 1 do CPC e 244, n. 2 do CPPT, sabendo-se que "é a interpretação a via mais apropriada para adequar às circunstâncias do caso concreto os juízos valorativos consagrados na lei”, que a interpretação "é, afinal, a via mais adequada à ´realização do direito”. |
Por conseguinte, tudo levando a crer que não ocorrerá inércia do exequente Fazenda na tramitação da dita execução fiscal mas, apenas, no apurado circunstancialismo, a consequência decorrente do regime jurídico que impede a venda, nesse processo, de imóvel que seja habitação própria e permanente do executado, afigura-se que, inviabilizado na execução fiscal mecanismo algum de tutela do direito do credor garantido pela penhora na execução comum o credor reclamante, neste caso credor hipotecário, não pode requerer o prosseguimento da execução fiscal em circunstância, não resta alternativa ao levantamento da sustação da execução em apreço para que o Tribunal a quo averigúe do estado da execução fiscal e, mantendo-se a impossibilidade de aí efectuar a venda, providencie pela actuação conducente à sua realização no processo executivo cível”. |
Concorda-se na íntegra com o aí referido. |
Acrescenta-se ainda que, mesmo na vigência do Código de Processo Civil de 1961, a jurisprudência já ia no sentido de que "sustada a execução nos termos do art. |
871 do Código de Processo Civil de 1961, se a execução, onde houve penhora anterior e onde foi reclamado o crédito da execução sustada, vier a ficar suspensa, interrompida ou por qualquer modo ´parada`, pode prosseguir a instância na execução sustada para, assim, se evitar o impasse em ambas as execuções” cfr. |
Acórdão da RL de 312006, disponível em www.dgsi.pt). |
A tal ainda acresce que nos parece, contrariamente ao defendido pela primeira corrente jurisprudencial supra referida, não ser possível a aplicação do disposto pelo art. |
850 n 2 do Código de Processo Civil, que como resulta do acima citado art. |
2 al. |
do CPPT, seria aplicável subsidiariamente. |
E tal impossibilidade resulta do facto de, tal norma art. |
850 n, exigir, para que o credor reclamante possa requerer a renovação da execução, que esta esteja extinta, extinção essa que não ocorreu, nem ocorrerá na execução fiscal excepto se a dívida for paga ou. |
Assim, sendo certo que a penhora não será levantada no âmbito da execução fiscal, não se extinguindo esta a não ser, como se disse, que a dívida seja paga ou, aplicando-se literalmente o disposto pelo art. |
794, n 1 do Código de Processo Civil, os credores com garantia real sobre o bem imóvel penhorado anteriormente na execução fiscal, ficarão impedidos de satisfazer os seus créditos pelo produto da venda desse bem. |
Como nos diz Eurico Lopes Cardoso, in Manual da Acção Executiva, 3 ed, pág. |
493, o que o art. |
794, n 1 do P. Civil pretendeu foi que, estando pendentes várias execuções sobre o mesmo bem, a venda do mesmo fosse promovida apenas na execução onde tivesse ocorrido a primeira penhora, evitando a pendência de execuções simultâneas sobre os mesmos bens. |
"Ora, no caso dos autos não há esse perigo, pois que na primeira execução a venda do bem não pode ocorrer por força do disposto no art. |
244, n 2 do CPPT. |