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Promotoria de MG denuncia cunhado de Ana Hickmann por morte de fã
O Ministério Público de Minas Gerais denunciou à Justiça, nesta quinta-feira (7), o cunhado da apresentadora Ana Hickmann, Gustavo Henrique Bello Corrêa, 35 anos, por homicídio doloso (com intenção) do homem que invadiu armado o quarto do hotel onde a apresentadora da TV Record estava hospedada, no dia 21 de maio, em Belo Horizonte. A decisão contraria o entendimento da Polícia Civil sobre o caso, registrado como legítima defesa e com recomendação para o inquérito ser arquivado. A Justiça decidirá se aceita ou não a a denúncia. Em caso positivo, Corrêa se tornará réu e poderá ir a júri popular. O promotor responsável pelo caso, Francisco de Assis Santiago, afirma que Corrêa "excedeu" ao atirar três vezes em Rodrigo Augusto de Pádua, 30 anos, e que poderia contê-lo sem usar a arma, segundo trechos da denúncia apresentados ao 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, na capital mineira. Em seu depoimento formal à polícia, Corrêa disse que na ocasião tomou o revólver de Pádua quando ele deixou cair no chão durante briga entre eles. Alega que decidiu reagir e lutar após a concunhada e assessora de Ana, Giovana de Oliveira, ser baleada duas vezes ao pular em frente dos disparos feitos em direção à cabeça da apresentadora. Corrêa é casado com Giovana. O cunhado afirmou ainda que um dos disparos que atingiram o atirador aconteceu durante a briga. E que atirou mais duas vezes ao pegar a arma por impulso. Pádua morreu na hora. Imagens das câmeras do hotel mostram Corrêa levando a arma à recepção do hotel após o ocorrido. O promotor Santiago disse que não se pronunciaria oficialmente ontem e esperaria a decisão da Justiça. O delegado Flávio Grossi, que cuidou das investigações, concluiu anteriormente que o atirador "tinha clara intenção de matar Ana" e a reação de Corrêa após Giovana ser baleada "impediu uma tragédia ainda maior". Maurício Bemfica, advogado de Ana Hickmann e do cunhado da apresentadora, disse que apesar de ainda não poder falar sobre a decisão do Ministério Público mineiro por não conhecer o conteúdo do processo, "mostra-se evidente" que Gustavo Bello Corrêa agiu em legítima defesa na ocasião. "Não há a menor dúvida. Basta ver os depoimentos e provas obtidas pela polícia na investigação. Ficou tudo muito claro. Mas preciso saber primeiro quais foram as alegações feitas", afirmou.
cotidiano
Promotoria de MG denuncia cunhado de Ana Hickmann por morte de fãO Ministério Público de Minas Gerais denunciou à Justiça, nesta quinta-feira (7), o cunhado da apresentadora Ana Hickmann, Gustavo Henrique Bello Corrêa, 35 anos, por homicídio doloso (com intenção) do homem que invadiu armado o quarto do hotel onde a apresentadora da TV Record estava hospedada, no dia 21 de maio, em Belo Horizonte. A decisão contraria o entendimento da Polícia Civil sobre o caso, registrado como legítima defesa e com recomendação para o inquérito ser arquivado. A Justiça decidirá se aceita ou não a a denúncia. Em caso positivo, Corrêa se tornará réu e poderá ir a júri popular. O promotor responsável pelo caso, Francisco de Assis Santiago, afirma que Corrêa "excedeu" ao atirar três vezes em Rodrigo Augusto de Pádua, 30 anos, e que poderia contê-lo sem usar a arma, segundo trechos da denúncia apresentados ao 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, na capital mineira. Em seu depoimento formal à polícia, Corrêa disse que na ocasião tomou o revólver de Pádua quando ele deixou cair no chão durante briga entre eles. Alega que decidiu reagir e lutar após a concunhada e assessora de Ana, Giovana de Oliveira, ser baleada duas vezes ao pular em frente dos disparos feitos em direção à cabeça da apresentadora. Corrêa é casado com Giovana. O cunhado afirmou ainda que um dos disparos que atingiram o atirador aconteceu durante a briga. E que atirou mais duas vezes ao pegar a arma por impulso. Pádua morreu na hora. Imagens das câmeras do hotel mostram Corrêa levando a arma à recepção do hotel após o ocorrido. O promotor Santiago disse que não se pronunciaria oficialmente ontem e esperaria a decisão da Justiça. O delegado Flávio Grossi, que cuidou das investigações, concluiu anteriormente que o atirador "tinha clara intenção de matar Ana" e a reação de Corrêa após Giovana ser baleada "impediu uma tragédia ainda maior". Maurício Bemfica, advogado de Ana Hickmann e do cunhado da apresentadora, disse que apesar de ainda não poder falar sobre a decisão do Ministério Público mineiro por não conhecer o conteúdo do processo, "mostra-se evidente" que Gustavo Bello Corrêa agiu em legítima defesa na ocasião. "Não há a menor dúvida. Basta ver os depoimentos e provas obtidas pela polícia na investigação. Ficou tudo muito claro. Mas preciso saber primeiro quais foram as alegações feitas", afirmou.
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México encontra 60 corpos em crematório fechado em Acapulco
As forças de segurança do México encontraram na noite desta quinta-feira (5) 60 corpos em estado avançado de decomposição em um crematório particular na cidade turística de Acapulco, no Estado de Guerrero (a 378 km da Cidade do México). O local foi descoberto em uma operação conjunta do Exército, da Polícia Federal e da Guarda Nacional, após moradores fazerem uma denúncia anônima dizendo que saía um cheiro forte do crematório, que fica em um bairro nobre da cidade. A maioria dos cadáveres era de homens e estavam cobertos com lençóis e untados com cal para reduzir o cheiro. Segundo a polícia, os corpos encontrados ali são recentes, embora a instalação tenha fechado há mais de um ano. Na tarde desta sexta (6), as autoridades reduziram o número de mortos de 61 para 60, sem dar explicações. Guerrero é um dos Estados mais pobres e mais violentos do México e tornou-se foco de atenção no país no ano passado depois que 43 alunos da escola normal rural de Ayotzinapa desapareceram em 26 de setembro, na cidade de Iguala. Os estudantes deixavam um protesto em dois ônibus quando foram abordados por policiais municipais e traficantes do cartel de drogas Guerreros Unidos, que dispararam contra os veículos. Segundo a Promotoria, o mandante da ação foi o prefeito de Iguala, José Luis Abarca, e a mulher, María de los Ángeles Pineda, cujos irmãos estão vinculados ao cartel. Os promotores consideram que os jovens foram levados, alguns deles com vida, a um lixão da cidade vizinha de Cocula, onde teriam sido mortos e seus corpos queimados. Apenas o corpo de um deles foi identificado pelas autoridades. Os pais dos alunos de Ayotzinapa não acreditam na versão dos promotores e acusam o governo do presidente Enrique Peña Nieto de querer encobrir o crime. Nesta semana, alguns deles foram a um comitê da ONU em Genebra pedir mais pressão internacional por uma solução do caso. Na quinta, milhares de manifestantes fecharam a rodovia que é o acesso da Cidade do México para Acapulco para protestar contra o desaparecimento dos jovens.
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México encontra 60 corpos em crematório fechado em AcapulcoAs forças de segurança do México encontraram na noite desta quinta-feira (5) 60 corpos em estado avançado de decomposição em um crematório particular na cidade turística de Acapulco, no Estado de Guerrero (a 378 km da Cidade do México). O local foi descoberto em uma operação conjunta do Exército, da Polícia Federal e da Guarda Nacional, após moradores fazerem uma denúncia anônima dizendo que saía um cheiro forte do crematório, que fica em um bairro nobre da cidade. A maioria dos cadáveres era de homens e estavam cobertos com lençóis e untados com cal para reduzir o cheiro. Segundo a polícia, os corpos encontrados ali são recentes, embora a instalação tenha fechado há mais de um ano. Na tarde desta sexta (6), as autoridades reduziram o número de mortos de 61 para 60, sem dar explicações. Guerrero é um dos Estados mais pobres e mais violentos do México e tornou-se foco de atenção no país no ano passado depois que 43 alunos da escola normal rural de Ayotzinapa desapareceram em 26 de setembro, na cidade de Iguala. Os estudantes deixavam um protesto em dois ônibus quando foram abordados por policiais municipais e traficantes do cartel de drogas Guerreros Unidos, que dispararam contra os veículos. Segundo a Promotoria, o mandante da ação foi o prefeito de Iguala, José Luis Abarca, e a mulher, María de los Ángeles Pineda, cujos irmãos estão vinculados ao cartel. Os promotores consideram que os jovens foram levados, alguns deles com vida, a um lixão da cidade vizinha de Cocula, onde teriam sido mortos e seus corpos queimados. Apenas o corpo de um deles foi identificado pelas autoridades. Os pais dos alunos de Ayotzinapa não acreditam na versão dos promotores e acusam o governo do presidente Enrique Peña Nieto de querer encobrir o crime. Nesta semana, alguns deles foram a um comitê da ONU em Genebra pedir mais pressão internacional por uma solução do caso. Na quinta, milhares de manifestantes fecharam a rodovia que é o acesso da Cidade do México para Acapulco para protestar contra o desaparecimento dos jovens.
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Mortes: O médico que não receitava remédios
Quem procurava tratamento com o psiquiatra Paulo Gaudêncio deveria se preparar para métodos menos ortodoxos. Apesar da formação em medicina, remédio, por exemplo, era a última opção. Muito antes vinham a psicanálise e psicoterapias, como o psicodrama (uso da representação dramática para tratamento). De pai marceneiro e mãe professora de escola primária, Paulo teve uma infância pobre no Brás, conta Álvaro, seu filho. Entrou na Faculdade de Medicina da USP na segunda tentativa e no terceiro ano de universidade já dava aulas de psicologia na PUC. Com uma série de incursões na mídia (foi curador e apresentador de um programa voltado para jovens na TV Cultura nos anos 1960, do qual foi demitido por falar abertamente de sexo, além de colunista da revista "Nova" por décadas), fez amizade com artistas e intelectuais. Era próximo de Vinícius de Moraes, por exemplo, segundo seu filho –violonista amador, tinha as composições do poeta entre suas preferidas. "No tempo da ditadura, o pessoal que tinha problema com os militares o procurava não só como um psiquiatra mas também como um amigo solidário", conta o jornalista José Hamilton Ribeiro, que também foi seu paciente. Escreveu mais de dez livros, cujos temas iam de liderança às relações humanas, e chegou a trabalhar com terapia em grupo no Corinthians. Morreu no último dia 15, aos 83, por insuficiência respiratória. Deixa a mulher, Cristina, cinco filhos, uma enteada e seis netos. A missa de sétimo dia acontece nesta quarta (21), às 11h, na igreja S. José do Jd. Europa, em SP. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: O médico que não receitava remédiosQuem procurava tratamento com o psiquiatra Paulo Gaudêncio deveria se preparar para métodos menos ortodoxos. Apesar da formação em medicina, remédio, por exemplo, era a última opção. Muito antes vinham a psicanálise e psicoterapias, como o psicodrama (uso da representação dramática para tratamento). De pai marceneiro e mãe professora de escola primária, Paulo teve uma infância pobre no Brás, conta Álvaro, seu filho. Entrou na Faculdade de Medicina da USP na segunda tentativa e no terceiro ano de universidade já dava aulas de psicologia na PUC. Com uma série de incursões na mídia (foi curador e apresentador de um programa voltado para jovens na TV Cultura nos anos 1960, do qual foi demitido por falar abertamente de sexo, além de colunista da revista "Nova" por décadas), fez amizade com artistas e intelectuais. Era próximo de Vinícius de Moraes, por exemplo, segundo seu filho –violonista amador, tinha as composições do poeta entre suas preferidas. "No tempo da ditadura, o pessoal que tinha problema com os militares o procurava não só como um psiquiatra mas também como um amigo solidário", conta o jornalista José Hamilton Ribeiro, que também foi seu paciente. Escreveu mais de dez livros, cujos temas iam de liderança às relações humanas, e chegou a trabalhar com terapia em grupo no Corinthians. Morreu no último dia 15, aos 83, por insuficiência respiratória. Deixa a mulher, Cristina, cinco filhos, uma enteada e seis netos. A missa de sétimo dia acontece nesta quarta (21), às 11h, na igreja S. José do Jd. Europa, em SP. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Troca de ministro é irrelevante nesta roleta-russa política, diz Delfim Netto
A troca de ministros da Fazenda é irrelevante e não afasta a impressão de que o país está "indo para o buraco", diz o ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto. Um dos economistas mais respeitados do país, Delfim foi ministro na ditadura militar e interlocutor dos governos Lula e Dilma, no início do primeiro mandato. O afastamento começou no final de 2012, quando a presidente insistia numa política econômica que desequilibrou os preços no país e enfraqueceu o setor industrial. Embora contrário ao impeachment —"seria preciso haver prova de que Dilma foi desonesta"—, ele diz que a administração política da presidente "desintegrou-se". "Estamos numa roleta-russa, não num jogo político." * Folha - A troca de ministros da Fazenda faz diferença? Antonio Delfim Netto - Não. Os dois [Joaquim Levy e seu substituto, Nelson Barbosa] são muito competentes. O problema não é econômico. É político. Não há possibilidade de terminar um ajuste fiscal sem reconstruir primeiro —ou junto com ele, pelo menos– a expectativa de crescimento. Como se recupera o crescimento agora? O crescimento é um estado de espírito. O que existe hoje é um desânimo muito grande, produzido pelas dificuldades da economia, que, por sua vez, desintegraram a administração política. O Brasil é um país hoje em que a administração política está anulada. Um governo que tem dez partidos com 320 deputados, e nenhum partido tem fidelidade ao governo, nenhum deputado tem fidelidade ao partido. Estamos numa roleta-russa, não num jogo político. Sem definição do conflito político, então, não há saída? É mais que isso. Não é só que a situação presente é difícil. É muito pior, a perspectiva é que estamos caminhando para o buraco. O que precisa eliminar é essa perspectiva, e ela só será eliminada se fizermos as reformas necessárias. Quais são? Enfrentar o problema da Previdência, das vinculações. Vinculação é um ato maluco, é a mesma coisa que estar num avião, ligar o piloto automático e esperar acabar o querosene. Ela tira o poder do Congresso e do Executivo. Precisamos restabelecer certa flexibilidade no mercado de trabalho, o que não quer dizer reduzir direitos constitucionais do trabalhador, mas harmonizar as relações entre trabalhadores e empresários, sob vigilância dos sindicatos, para que se organizem melhor. Precisa enfrentar também o problema fiscal. A tributação é muito alta, muito injusta. Não vai resolver tudo de uma vez, mas é preciso que alguém apresente ao Congresso essas reformas. Isso obriga o Congresso a enfrentar os assuntos. Hoje se imagina que o Congresso não vai aprovar e não se manda nada. Há clima político para aprovar alguma reforma agora? Não. É preciso organizar a política. Temos um sistema sem credibilidade. A troca de ministros é irrelevante. O que é relevante é o Poder Executivo recuperar o seu protagonismo, apresentar ao Congresso as reformas constitucionais necessárias e ir para a rua —conclamar a sociedade a pôr em xeque o Congresso para aprová-las. A presidente Dilma tem condições para isso? Espero que sim. Ela diz, pelo menos, que é guerreira. Não há solução tranquila para o país a não ser a retomada do protagonismo do Executivo. A reação de desconfiança do mercado financeiro após o anúncio de Barbosa indica que o custo do ajuste será mais alto? O mercado sabe muito pouco. Basta ver o que pensava no início deste ano e o que pensa hoje. E a proposta aventada por Barbosa de colocar bandas na meta fiscal? Não inventa nada, meu Deus! Todos os países desenvolvidos hoje, por tentativa e erro, chegaram à mesma política. Vamos copiar em vez de inventar. Qual o principal erro do ministro Levy? O ministro Levy não cometeu erro nenhum. Ele não teve poder para fazer o que precisava ser feito. Confundiu-se o Levy como um fanático do equilíbrio fiscal, que era só uma ponte para ver aprovadas as reformas constitucionais. O Levy nunca viu seu plano adotado, não tem culpa de nada. Tudo o que se atribui a ele vem das medidas tomadas antes. É o pensamento mágico da esquerda infantil, de achar que o efeito vem antes da causa. - IDADE: 87 anos OCUPAÇÃO: Economista e professor emérito da Faculdade de Economia da USP FORMAÇÃO: Economia (USP) CARREIRA: Ministro da Fazenda (1967-1974), embaixador do Brasil na França (1975-1978), ministro da Agricultura (1979) e do Planejamento (1979-1985), deputado federal (1987-2007)
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Troca de ministro é irrelevante nesta roleta-russa política, diz Delfim NettoA troca de ministros da Fazenda é irrelevante e não afasta a impressão de que o país está "indo para o buraco", diz o ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto. Um dos economistas mais respeitados do país, Delfim foi ministro na ditadura militar e interlocutor dos governos Lula e Dilma, no início do primeiro mandato. O afastamento começou no final de 2012, quando a presidente insistia numa política econômica que desequilibrou os preços no país e enfraqueceu o setor industrial. Embora contrário ao impeachment —"seria preciso haver prova de que Dilma foi desonesta"—, ele diz que a administração política da presidente "desintegrou-se". "Estamos numa roleta-russa, não num jogo político." * Folha - A troca de ministros da Fazenda faz diferença? Antonio Delfim Netto - Não. Os dois [Joaquim Levy e seu substituto, Nelson Barbosa] são muito competentes. O problema não é econômico. É político. Não há possibilidade de terminar um ajuste fiscal sem reconstruir primeiro —ou junto com ele, pelo menos– a expectativa de crescimento. Como se recupera o crescimento agora? O crescimento é um estado de espírito. O que existe hoje é um desânimo muito grande, produzido pelas dificuldades da economia, que, por sua vez, desintegraram a administração política. O Brasil é um país hoje em que a administração política está anulada. Um governo que tem dez partidos com 320 deputados, e nenhum partido tem fidelidade ao governo, nenhum deputado tem fidelidade ao partido. Estamos numa roleta-russa, não num jogo político. Sem definição do conflito político, então, não há saída? É mais que isso. Não é só que a situação presente é difícil. É muito pior, a perspectiva é que estamos caminhando para o buraco. O que precisa eliminar é essa perspectiva, e ela só será eliminada se fizermos as reformas necessárias. Quais são? Enfrentar o problema da Previdência, das vinculações. Vinculação é um ato maluco, é a mesma coisa que estar num avião, ligar o piloto automático e esperar acabar o querosene. Ela tira o poder do Congresso e do Executivo. Precisamos restabelecer certa flexibilidade no mercado de trabalho, o que não quer dizer reduzir direitos constitucionais do trabalhador, mas harmonizar as relações entre trabalhadores e empresários, sob vigilância dos sindicatos, para que se organizem melhor. Precisa enfrentar também o problema fiscal. A tributação é muito alta, muito injusta. Não vai resolver tudo de uma vez, mas é preciso que alguém apresente ao Congresso essas reformas. Isso obriga o Congresso a enfrentar os assuntos. Hoje se imagina que o Congresso não vai aprovar e não se manda nada. Há clima político para aprovar alguma reforma agora? Não. É preciso organizar a política. Temos um sistema sem credibilidade. A troca de ministros é irrelevante. O que é relevante é o Poder Executivo recuperar o seu protagonismo, apresentar ao Congresso as reformas constitucionais necessárias e ir para a rua —conclamar a sociedade a pôr em xeque o Congresso para aprová-las. A presidente Dilma tem condições para isso? Espero que sim. Ela diz, pelo menos, que é guerreira. Não há solução tranquila para o país a não ser a retomada do protagonismo do Executivo. A reação de desconfiança do mercado financeiro após o anúncio de Barbosa indica que o custo do ajuste será mais alto? O mercado sabe muito pouco. Basta ver o que pensava no início deste ano e o que pensa hoje. E a proposta aventada por Barbosa de colocar bandas na meta fiscal? Não inventa nada, meu Deus! Todos os países desenvolvidos hoje, por tentativa e erro, chegaram à mesma política. Vamos copiar em vez de inventar. Qual o principal erro do ministro Levy? O ministro Levy não cometeu erro nenhum. Ele não teve poder para fazer o que precisava ser feito. Confundiu-se o Levy como um fanático do equilíbrio fiscal, que era só uma ponte para ver aprovadas as reformas constitucionais. O Levy nunca viu seu plano adotado, não tem culpa de nada. Tudo o que se atribui a ele vem das medidas tomadas antes. É o pensamento mágico da esquerda infantil, de achar que o efeito vem antes da causa. - IDADE: 87 anos OCUPAÇÃO: Economista e professor emérito da Faculdade de Economia da USP FORMAÇÃO: Economia (USP) CARREIRA: Ministro da Fazenda (1967-1974), embaixador do Brasil na França (1975-1978), ministro da Agricultura (1979) e do Planejamento (1979-1985), deputado federal (1987-2007)
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Mathias Coaracy (1974-2015) - Um fotógrafo multitalentoso
Mathias Coaracy valorizava muito o trabalho dos profissionais de comunicação e queria que as outras pessoas pensassem da mesma forma. Certa vez, ao ser chamado para fotografar um evento, descobriu que seria servido Chandon aos convidados. Na hora de negociar o orçamento, foi direto: "Minhas fotos vão durar para sempre, o Chandon vai acabar em minutos". O organizador contratou-o sem questionar o valor. Mathias fez importante carreira no ramo da moda —tema que adorava—, cobrindo desfiles como o São Paulo Fashion Week e bastidores. Também gostava de registrar shows e outras formas de arte, mas encarava qualquer assunto. Fazia muitas fotos conceituais de seu jardim, de viagens e da noite. As lentes, porém, não foram sua única paixão. Também pintou quadros e fez gravuras. Criativo, não negava as origens. A tataravó Corina publicou jornais e produziu e traduziu obras literárias; o bisavô Vivaldo foi jornalista e escritor; a avó Ismênia, artista plástica reconhecida internacionalmente. Era, aliás, muito próximo de Ismênia. As paredes de seu quarto ostentavam algumas obras da talentosa avó. Entre os amigos, é unânime a lembrança de um homem sensível, delicado e muito próximo da família, além de sociável e divertido companheiro de trabalho. No último ano, teve vários casos de trombose. Morreu no domingo (25), aniversário de São Paulo, sua terra natal, aos 40. Deixa a mãe, Vera, três irmãos, as avós, tios e primos. coluna.obituario@uol.com.br
cotidiano
Mathias Coaracy (1974-2015) - Um fotógrafo multitalentosoMathias Coaracy valorizava muito o trabalho dos profissionais de comunicação e queria que as outras pessoas pensassem da mesma forma. Certa vez, ao ser chamado para fotografar um evento, descobriu que seria servido Chandon aos convidados. Na hora de negociar o orçamento, foi direto: "Minhas fotos vão durar para sempre, o Chandon vai acabar em minutos". O organizador contratou-o sem questionar o valor. Mathias fez importante carreira no ramo da moda —tema que adorava—, cobrindo desfiles como o São Paulo Fashion Week e bastidores. Também gostava de registrar shows e outras formas de arte, mas encarava qualquer assunto. Fazia muitas fotos conceituais de seu jardim, de viagens e da noite. As lentes, porém, não foram sua única paixão. Também pintou quadros e fez gravuras. Criativo, não negava as origens. A tataravó Corina publicou jornais e produziu e traduziu obras literárias; o bisavô Vivaldo foi jornalista e escritor; a avó Ismênia, artista plástica reconhecida internacionalmente. Era, aliás, muito próximo de Ismênia. As paredes de seu quarto ostentavam algumas obras da talentosa avó. Entre os amigos, é unânime a lembrança de um homem sensível, delicado e muito próximo da família, além de sociável e divertido companheiro de trabalho. No último ano, teve vários casos de trombose. Morreu no domingo (25), aniversário de São Paulo, sua terra natal, aos 40. Deixa a mãe, Vera, três irmãos, as avós, tios e primos. coluna.obituario@uol.com.br
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Reduto da oposição cubana, Miami tem festa após morte de Fidel Castro
Centenas de cubanos tomaram as ruas de Miami, reduto do exílio da oposição cubana, para festejar a morte de Fidel Castro aos gritos de "Cuba livre!" e "Liberdade, liberdade!", em meio ao estouro de champanhes, cantorias e panelaços. "É triste a pessoa se alegrar com a morte de uma pessoa, mas essa pessoa jamais deveria ter nascido", declarou Pablo Arencibia, 67, um professor que deixou Cuba há 20 anos. "Satanás é que tem que se preocupar agora, pois Fidel vai querer tirar o lugar dele", brincou, em meio ao barulho de buzinas, tambores e fogos de artifício que acordaram a cidade. Alguns cantavam o hino de Cuba e gritavam "Viva Cuba!". Segundo o Pew Research Center, 2 milhões de cubanos vivem nos EUA, cerca de 68% deles na Flórida. Com comentários como "demorou demais" e "agora falta Raúl", mais de mil pessoas em Little Havana e outro tanto em Hialeah (duas regiões de Miami que reúnem os exilados) cantavam, dançavam e se abraçavam celebrando a morte de Fidel. Um grupo de venezuelanos em Miami "acompanhou em sua euforia" os exilados cubanos na madrugada deste sábado (26). "A Organização de Venezuelanos Perseguidos Políticos no Exílio acompanha em sua euforia e sentimento o glorioso exílio cubano pela morte do ditador Fidel Castro Ruz", afirmou o comunicado. A entidade, presidida pelo ex-militar José Antonio Colina, acrescentou que agora o presidente da Venezuela "Nicolás Maduro ficou seu seu mentor político", em referência à aliança entre Caracas e Havana. "A morte deste ditador, que tanta tristeza e desgraças causou ao nobre povo de Cuba, é o primeiro passo para o desaparecimento absoluto desse atroz regime de esquerda", acrescentou a organização. Fidel Castro morreu na noite desta sexta (25) aos 90 anos, segundo o anúncio feito por seu irmão Raúl. morte de fidel
mundo
Reduto da oposição cubana, Miami tem festa após morte de Fidel CastroCentenas de cubanos tomaram as ruas de Miami, reduto do exílio da oposição cubana, para festejar a morte de Fidel Castro aos gritos de "Cuba livre!" e "Liberdade, liberdade!", em meio ao estouro de champanhes, cantorias e panelaços. "É triste a pessoa se alegrar com a morte de uma pessoa, mas essa pessoa jamais deveria ter nascido", declarou Pablo Arencibia, 67, um professor que deixou Cuba há 20 anos. "Satanás é que tem que se preocupar agora, pois Fidel vai querer tirar o lugar dele", brincou, em meio ao barulho de buzinas, tambores e fogos de artifício que acordaram a cidade. Alguns cantavam o hino de Cuba e gritavam "Viva Cuba!". Segundo o Pew Research Center, 2 milhões de cubanos vivem nos EUA, cerca de 68% deles na Flórida. Com comentários como "demorou demais" e "agora falta Raúl", mais de mil pessoas em Little Havana e outro tanto em Hialeah (duas regiões de Miami que reúnem os exilados) cantavam, dançavam e se abraçavam celebrando a morte de Fidel. Um grupo de venezuelanos em Miami "acompanhou em sua euforia" os exilados cubanos na madrugada deste sábado (26). "A Organização de Venezuelanos Perseguidos Políticos no Exílio acompanha em sua euforia e sentimento o glorioso exílio cubano pela morte do ditador Fidel Castro Ruz", afirmou o comunicado. A entidade, presidida pelo ex-militar José Antonio Colina, acrescentou que agora o presidente da Venezuela "Nicolás Maduro ficou seu seu mentor político", em referência à aliança entre Caracas e Havana. "A morte deste ditador, que tanta tristeza e desgraças causou ao nobre povo de Cuba, é o primeiro passo para o desaparecimento absoluto desse atroz regime de esquerda", acrescentou a organização. Fidel Castro morreu na noite desta sexta (25) aos 90 anos, segundo o anúncio feito por seu irmão Raúl. morte de fidel
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Exposição traz fotos de Robert Capa que são marco da fotografia de guerra
RESUMO A partir do dia 23/7 será exposto em São Paulo o acervo de imagens que Robert Capa, sua mulher, Gerda Taro, e David Seymour fizeram durante a Guerra Civil Espanhola (1936-39). O material, que só veio à tona nos anos 1990, é um marco na história da formação do fotojornalismo de guerra. Imagine que revolução seria provocada nos estudos sobre o Renascimento se, de repente, surgisse uma caixa com centenas ou milhares de esboços e trabalhos do começo da produção de Leonardo da Vinci. Foi mais ou menos o que aconteceu com o nascimento da fotografia de guerra quando foram encontrados 4.500 negativos que Robert Capa, sua mulher Gerda Taro e seu amigo David "Chim" Seymour produziram na Guerra Civil Espanhola (1936-39). Esse período marcou o início da consagração dos três e a construção das bases da fotografia de guerra do século 20, da qual Capa é, como da Vinci, ao mesmo tempo mestre e referência teórica. Capa mantinha um estúdio em Paris onde guardava os negativos produzidos pelos três amigos. No final de 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial e a iminência da invasão da França pelo exército alemão, o assistente que cuidava do estúdio embalou o arquivo e o entregou a uma pessoa, para proteção. E nunca mais se teve notícias do conjunto. Em resumo, depois da invasão da França, o material passou à guarda de um diplomata mexicano junto ao governo de Vichy (regime fantoche francês que governava as áreas não ocupadas), que o levou ao México em meio à guerra. Nas décadas seguintes, com os três autores mortos, o irmão mais novo de Capa, Cornell, perseguiu o material sem sucesso. Nos anos 1990, o material havia passado para um sobrinho do diplomata, o cineasta Benjamin Tarver, que em 2007 decidiu entregá-lo ao ICP (centro internacional de fotografia, em inglês), fundado por Cornell. O material não estava em uma mala, mas em três caixas contendo negativos, ainda enrolados, e envelopes com tiras já editadas e contatos. Pouco tempo depois de receber o Graal de sua vida, o irmão de Capa morreu. Gerda Taro, Robert Capa e David "Chim" Seymour eram como "nomes de guerra" dos três grandes repórteres fotográficos. Eles eram judeus e esquerdistas exilados na França em um tempo marcado pelo antissemitismo. Gerda era Gerta Pohorylle, alemã, nascida em 1910. Capa era Endre Friedmann, nascido em 1913; aos 17 anos, tinha deixado a Hungria natal, fugindo da perseguição por militância esquerdista, buscou primeiro exílio na Alemanha, onde iniciou a vida como fotógrafo, em Berlim. Chim era Dawid Szymin, nascido na Polônia em 1911; estudou artes gráficas em Leipzig até 1932, quando mudou para a capital francesa. NAZISMO Com a ascensão do nazismo ao poder na Alemanha, em 1933, tentavam a vida em Paris. Chim foi o primeiro a estabelecer uma vida profissional: para fazer dinheiro, começou a fotografar cenas de rua, retratos de gente comum, que passou a publicar na revista "Regards" e depois no jornal "Ce Soir", publicações de esquerda. Os três viram no conflito espanhol uma grande oportunidade de trabalho e de conquista de destaque profissional. Chim foi o primeiro a chegar, em abril de 1936, antes das tensões se tornarem uma guerra civil entre o governo republicano, de esquerda, e os monarquistas, com apoio da Alemanha nazista e da Itália fascista. Capa e Taro chegaram em seguida. A maior parte do que produziriam estava na Valise Mexicana. Os 4.500 fotogramas, divididos de forma semelhante entre os três, são representativos de um momento crucial do desenvolvimento do fotojornalismo. Neles, vê-se Capa experimentando o estilo que o consagraria: buscando trabalhar junto às cenas e, em algumas fotos de ação, criando imagens tremidas, sem foco, o que resulta em contorno pouco definido dos elementos. Mais tarde, resumiria esses procedimentos em dois mandamentos frequentemente citados: um que diz que uma foto não é boa quando não é feita suficientemente de perto; e outro que propõe que a foto de guerra precisa ser "ligeiramente fora de foco". Os negativos de Gerda Taro se dividem entre os iniciais, quadrados, produzidos com câmera Rolleiflex, e, depois, retangulares, feitos com câmera Leica. Ela realizava, como todo o fotojornalismo faria, a transição da máquina mais pesada e menos ágil (o fotógrafo tinha que olhar o visor de cima para baixo), para câmeras 35mm, mais leves e usadas no nível do olho, que Capa e Chim já utilizavam. É nessa época que Capa passa a ser chamado de "o maior fotógrafo de guerra do mundo" (em um perfil na revista "Picture Post"). Uma das constatações dos estudiosos que durante anos se debruçaram sobre os 4.500 negativos que formam a chamada Valise Mexicana é a grande frequência com que fotografias marcantes não retratavam o que passaram a significar depois de publicadas, muitas vezes por defeito das legendas feitas por seus editores. Esse deslocamento de sentido fica claro no caso de uma foto de Chim que mostra uma mulher amamentando o filho bebê durante um comício republicano. Recortada, ela seria usada em uma montagem, na capa de um livro, como se as pessoas da foto olhassem aviões e bombas alemãs. Além disso, a análise dos milhares de fotogramas mostrou também que algumas das fotos atribuídas a Robert Capa foram em verdade feitas por sua mulher, Gerda Taro, ou por "Chim", o que talvez se deva ao fato de os três trabalharem como uma agência informal. Ao buscar a foto "ligeiramente fora de foco", Capa punha em relevo um paradoxo do desenvolvimento da fotografia. Até meados do século 19, a química dos negativos e a mecânica das câmeras impunham longo tempo de exposição para formar a imagem. Era o tempo das fotos posadas, quando sumiam os elementos que se moviam. Quando não desapareciam, os objetos em movimento pareciam ter uma aura, desfazendo a exatidão de seu contorno. Em muitas fotografias antigas, pode-se notar uma ou mais áreas borradas, que traduziam movimento. NITIDEZ Na década de 1930, os equipamentos fotográficos já tinham capacidade de retratar objetos em velocidade, como trens ou aviões, que podiam parecer estáticos. Isso criava uma contradição: quanto mais velozes os obturadores, mais paralisadas as imagens (um carro de corrida parece congelado a 250 km/h). A foto sem foco perfeito e com baixa velocidade de exposição produz mais verossimilhança que a nítida. Capa desenvolveria essa técnica ao longo do conflito espanhol. É possível que a estivesse testando quando fotografou o "Soldado Espanhol Morrendo" (cujo negativo não faz parte da Valise), pois ao ver a foto publicada, ele comentou com o amigo O.D. Gallagher: "Se você quer boas fotos de ação, elas não podem estar em perfeito foco. Se sua mão treme um pouco, então você terá uma boa foto", segundo o livro "A Primeira Vítima", de Phillip Knightley. Já durante a Segunda Guerra, ele escreveria que suas fotos da invasão aliada da Sicília não eram obras-primas, mas "estavam ligeiramente fora de foco" (expressão que levou ao título do livro "Ligeiramente Fora de Foco", 2010). E atinge a perfeição nos 11 fotogramas que sobreviveram dos dois filmes que fez na invasão aliada no Dia D, em que os personagens parecem esfumaçados. Outro mandamento que Capa desenvolve ao longo do período coberto pelas fotos da Valise Mexicana é o de que a boa foto é feita bem perto da cena. No livro sobre a exposição da Valise, lançado em 2010, a curadora Cynthia Young comenta a diferença das fotos de Capa e de Gerda Taro, quando ambos cobriram o mesmo desfile de tropas republicanas em Madri. Gerda fotografa a cena ligeiramente de cima, com um ponto de vista superior e distante, o que garante a visão do contexto. Já Capa, se coloca junto aos soldados, no meio do movimento. Ali amadurecia seu mais famoso preceito, de que a foto só é boa quando feita de perto. Como escrevi nesta "Ilustríssima" ("O Mandamento de Capa", 12/2/2012), seguida religiosamente, a regra expõe a risco, muitas vezes desnecessário, gerações de fotógrafos. É o que se pode concluir da própria história dos autores desses 4.500 fotogramas: os três morreram em ação, no intervalo de duas décadas. Gerda foi a primeira, atropelada por um tanque na Espanha, em 1937; Capa pisou em uma mina na Indochina, em 1954; e Chim foi morto por um tiro quando cobria a Guerra do Suez, em 1956. LEÃO SERVA, 57, jornalista, é autor de "Um Tipógrafo na Colônia" (Publifolha).
ilustrissima
Exposição traz fotos de Robert Capa que são marco da fotografia de guerraRESUMO A partir do dia 23/7 será exposto em São Paulo o acervo de imagens que Robert Capa, sua mulher, Gerda Taro, e David Seymour fizeram durante a Guerra Civil Espanhola (1936-39). O material, que só veio à tona nos anos 1990, é um marco na história da formação do fotojornalismo de guerra. Imagine que revolução seria provocada nos estudos sobre o Renascimento se, de repente, surgisse uma caixa com centenas ou milhares de esboços e trabalhos do começo da produção de Leonardo da Vinci. Foi mais ou menos o que aconteceu com o nascimento da fotografia de guerra quando foram encontrados 4.500 negativos que Robert Capa, sua mulher Gerda Taro e seu amigo David "Chim" Seymour produziram na Guerra Civil Espanhola (1936-39). Esse período marcou o início da consagração dos três e a construção das bases da fotografia de guerra do século 20, da qual Capa é, como da Vinci, ao mesmo tempo mestre e referência teórica. Capa mantinha um estúdio em Paris onde guardava os negativos produzidos pelos três amigos. No final de 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial e a iminência da invasão da França pelo exército alemão, o assistente que cuidava do estúdio embalou o arquivo e o entregou a uma pessoa, para proteção. E nunca mais se teve notícias do conjunto. Em resumo, depois da invasão da França, o material passou à guarda de um diplomata mexicano junto ao governo de Vichy (regime fantoche francês que governava as áreas não ocupadas), que o levou ao México em meio à guerra. Nas décadas seguintes, com os três autores mortos, o irmão mais novo de Capa, Cornell, perseguiu o material sem sucesso. Nos anos 1990, o material havia passado para um sobrinho do diplomata, o cineasta Benjamin Tarver, que em 2007 decidiu entregá-lo ao ICP (centro internacional de fotografia, em inglês), fundado por Cornell. O material não estava em uma mala, mas em três caixas contendo negativos, ainda enrolados, e envelopes com tiras já editadas e contatos. Pouco tempo depois de receber o Graal de sua vida, o irmão de Capa morreu. Gerda Taro, Robert Capa e David "Chim" Seymour eram como "nomes de guerra" dos três grandes repórteres fotográficos. Eles eram judeus e esquerdistas exilados na França em um tempo marcado pelo antissemitismo. Gerda era Gerta Pohorylle, alemã, nascida em 1910. Capa era Endre Friedmann, nascido em 1913; aos 17 anos, tinha deixado a Hungria natal, fugindo da perseguição por militância esquerdista, buscou primeiro exílio na Alemanha, onde iniciou a vida como fotógrafo, em Berlim. Chim era Dawid Szymin, nascido na Polônia em 1911; estudou artes gráficas em Leipzig até 1932, quando mudou para a capital francesa. NAZISMO Com a ascensão do nazismo ao poder na Alemanha, em 1933, tentavam a vida em Paris. Chim foi o primeiro a estabelecer uma vida profissional: para fazer dinheiro, começou a fotografar cenas de rua, retratos de gente comum, que passou a publicar na revista "Regards" e depois no jornal "Ce Soir", publicações de esquerda. Os três viram no conflito espanhol uma grande oportunidade de trabalho e de conquista de destaque profissional. Chim foi o primeiro a chegar, em abril de 1936, antes das tensões se tornarem uma guerra civil entre o governo republicano, de esquerda, e os monarquistas, com apoio da Alemanha nazista e da Itália fascista. Capa e Taro chegaram em seguida. A maior parte do que produziriam estava na Valise Mexicana. Os 4.500 fotogramas, divididos de forma semelhante entre os três, são representativos de um momento crucial do desenvolvimento do fotojornalismo. Neles, vê-se Capa experimentando o estilo que o consagraria: buscando trabalhar junto às cenas e, em algumas fotos de ação, criando imagens tremidas, sem foco, o que resulta em contorno pouco definido dos elementos. Mais tarde, resumiria esses procedimentos em dois mandamentos frequentemente citados: um que diz que uma foto não é boa quando não é feita suficientemente de perto; e outro que propõe que a foto de guerra precisa ser "ligeiramente fora de foco". Os negativos de Gerda Taro se dividem entre os iniciais, quadrados, produzidos com câmera Rolleiflex, e, depois, retangulares, feitos com câmera Leica. Ela realizava, como todo o fotojornalismo faria, a transição da máquina mais pesada e menos ágil (o fotógrafo tinha que olhar o visor de cima para baixo), para câmeras 35mm, mais leves e usadas no nível do olho, que Capa e Chim já utilizavam. É nessa época que Capa passa a ser chamado de "o maior fotógrafo de guerra do mundo" (em um perfil na revista "Picture Post"). Uma das constatações dos estudiosos que durante anos se debruçaram sobre os 4.500 negativos que formam a chamada Valise Mexicana é a grande frequência com que fotografias marcantes não retratavam o que passaram a significar depois de publicadas, muitas vezes por defeito das legendas feitas por seus editores. Esse deslocamento de sentido fica claro no caso de uma foto de Chim que mostra uma mulher amamentando o filho bebê durante um comício republicano. Recortada, ela seria usada em uma montagem, na capa de um livro, como se as pessoas da foto olhassem aviões e bombas alemãs. Além disso, a análise dos milhares de fotogramas mostrou também que algumas das fotos atribuídas a Robert Capa foram em verdade feitas por sua mulher, Gerda Taro, ou por "Chim", o que talvez se deva ao fato de os três trabalharem como uma agência informal. Ao buscar a foto "ligeiramente fora de foco", Capa punha em relevo um paradoxo do desenvolvimento da fotografia. Até meados do século 19, a química dos negativos e a mecânica das câmeras impunham longo tempo de exposição para formar a imagem. Era o tempo das fotos posadas, quando sumiam os elementos que se moviam. Quando não desapareciam, os objetos em movimento pareciam ter uma aura, desfazendo a exatidão de seu contorno. Em muitas fotografias antigas, pode-se notar uma ou mais áreas borradas, que traduziam movimento. NITIDEZ Na década de 1930, os equipamentos fotográficos já tinham capacidade de retratar objetos em velocidade, como trens ou aviões, que podiam parecer estáticos. Isso criava uma contradição: quanto mais velozes os obturadores, mais paralisadas as imagens (um carro de corrida parece congelado a 250 km/h). A foto sem foco perfeito e com baixa velocidade de exposição produz mais verossimilhança que a nítida. Capa desenvolveria essa técnica ao longo do conflito espanhol. É possível que a estivesse testando quando fotografou o "Soldado Espanhol Morrendo" (cujo negativo não faz parte da Valise), pois ao ver a foto publicada, ele comentou com o amigo O.D. Gallagher: "Se você quer boas fotos de ação, elas não podem estar em perfeito foco. Se sua mão treme um pouco, então você terá uma boa foto", segundo o livro "A Primeira Vítima", de Phillip Knightley. Já durante a Segunda Guerra, ele escreveria que suas fotos da invasão aliada da Sicília não eram obras-primas, mas "estavam ligeiramente fora de foco" (expressão que levou ao título do livro "Ligeiramente Fora de Foco", 2010). E atinge a perfeição nos 11 fotogramas que sobreviveram dos dois filmes que fez na invasão aliada no Dia D, em que os personagens parecem esfumaçados. Outro mandamento que Capa desenvolve ao longo do período coberto pelas fotos da Valise Mexicana é o de que a boa foto é feita bem perto da cena. No livro sobre a exposição da Valise, lançado em 2010, a curadora Cynthia Young comenta a diferença das fotos de Capa e de Gerda Taro, quando ambos cobriram o mesmo desfile de tropas republicanas em Madri. Gerda fotografa a cena ligeiramente de cima, com um ponto de vista superior e distante, o que garante a visão do contexto. Já Capa, se coloca junto aos soldados, no meio do movimento. Ali amadurecia seu mais famoso preceito, de que a foto só é boa quando feita de perto. Como escrevi nesta "Ilustríssima" ("O Mandamento de Capa", 12/2/2012), seguida religiosamente, a regra expõe a risco, muitas vezes desnecessário, gerações de fotógrafos. É o que se pode concluir da própria história dos autores desses 4.500 fotogramas: os três morreram em ação, no intervalo de duas décadas. Gerda foi a primeira, atropelada por um tanque na Espanha, em 1937; Capa pisou em uma mina na Indochina, em 1954; e Chim foi morto por um tiro quando cobria a Guerra do Suez, em 1956. LEÃO SERVA, 57, jornalista, é autor de "Um Tipógrafo na Colônia" (Publifolha).
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Três vezes medalhista olímpico, Emanuel anuncia aposentadoria
O campeão olímpico do vôlei de praia Emanuel, 42, anunciou que vai se aposentar na próxima semana, após o Grand Slam do Rio de Janeiro. "Chegou a hora de dizer: 'agora, eu não jogo mais'. A decisão está tomada. Os momentos passam em nossa cabeça. As areias sempre foram o meu lugar de conforto", disse o paranaense em entrevista ao "Jornal Nacional". Emanuel participou de cinco edições dos Jogos Olímpicos, desde que o vôlei de praia entrou no programa, em Atlanta-1996. Ele tem três medalhas olímpicas (ouro em 2004, prata em Londres-2012 e bronze em Pequim-2008). Em Londres, Emanuel jogou ao lado de Alison. Durante a carreira, seu principal parceiro foi o baiano Ricardo, 40. Juntos, eles conquistaram vários títulos nacionais e internacionais: a medalha de ouro na Olimpíada de Atenas-2004, a medalha de bronze na de Pequim-2008, a medalha de ouro no Campeonato Mundial (2003), os cinco títulos do Circuito Mundial (2007/2006/2005/2004/2003), a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro (2007) e os cinco títulos do Circuito Brasileiro (2015/2008/2006/2003/2002). Em setembro do ano passado, a Confederação Brasileira de Vôlei oficializou as duplas que participarão dos Jogos do Rio, e Ricardo e Emanuel ficaram fora da disputa. "Tentamos a vaga, lutamos em quadra, mas, infelizmente, não fomos os escolhidos. Que as duplas consigam manter esse histórico de bons resultados e conquistas para o nosso país. Desejo sorte e, com certeza, não vai faltar torcida", afirmou na ocasião. Na Rio-2016, o Brasil será representado por Alison/Bruno Schmidt e Evandro/Pedro Solberg.
esporte
Três vezes medalhista olímpico, Emanuel anuncia aposentadoriaO campeão olímpico do vôlei de praia Emanuel, 42, anunciou que vai se aposentar na próxima semana, após o Grand Slam do Rio de Janeiro. "Chegou a hora de dizer: 'agora, eu não jogo mais'. A decisão está tomada. Os momentos passam em nossa cabeça. As areias sempre foram o meu lugar de conforto", disse o paranaense em entrevista ao "Jornal Nacional". Emanuel participou de cinco edições dos Jogos Olímpicos, desde que o vôlei de praia entrou no programa, em Atlanta-1996. Ele tem três medalhas olímpicas (ouro em 2004, prata em Londres-2012 e bronze em Pequim-2008). Em Londres, Emanuel jogou ao lado de Alison. Durante a carreira, seu principal parceiro foi o baiano Ricardo, 40. Juntos, eles conquistaram vários títulos nacionais e internacionais: a medalha de ouro na Olimpíada de Atenas-2004, a medalha de bronze na de Pequim-2008, a medalha de ouro no Campeonato Mundial (2003), os cinco títulos do Circuito Mundial (2007/2006/2005/2004/2003), a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro (2007) e os cinco títulos do Circuito Brasileiro (2015/2008/2006/2003/2002). Em setembro do ano passado, a Confederação Brasileira de Vôlei oficializou as duplas que participarão dos Jogos do Rio, e Ricardo e Emanuel ficaram fora da disputa. "Tentamos a vaga, lutamos em quadra, mas, infelizmente, não fomos os escolhidos. Que as duplas consigam manter esse histórico de bons resultados e conquistas para o nosso país. Desejo sorte e, com certeza, não vai faltar torcida", afirmou na ocasião. Na Rio-2016, o Brasil será representado por Alison/Bruno Schmidt e Evandro/Pedro Solberg.
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Folclórico comércio informal nos trens do Rio será retirado na Olimpíada
BRUNO VILLAS BÔAS LUIZA FRANCO DO RIO Quem viaja nos trens do Rio deverá passar as próximas semanas sem ver figuras como o Gordo do Trem, vendedor ambulante de chocolate que canta, em ritmo de rap: "Não vem que não tem / Não vem que não tem / Quem quer comprar barato / Compra com o Gordão do Trem". O folclórico comércio informal nos trens do Rio precisará dar um tempo, pelo menos nos ramais que atendem às estações da Olimpíada, como as do Estádio Olímpico do Engenho de Dentro, do Maracanã e do Complexo de Deodoro, no subúrbio. Segundo a Supervia, concessionária de trens do Rio, sua equipe de segurança vai intensificar o combate ao comércio ilegal de produtos no período dos Jogos. Estima-se que 10 mil pessoas vendam produtos pelos trens da Central do Brasil. Biscoitos, chocolates, goiabadas, bebidas, DVDs, maquiagens. Tudo por preços abaixo do comércio formal. O boato da fiscalização já está circulando entre os ambulantes, mas eles dizem que não vão parar de trabalhar. O vendedor Wander Santana, 23, que percorre os vagões dos trens da Central oferecendo um salgadinho sabor churrasco, soube do aperto da fiscalização por colegas. Ele diz que os vendedores estão evitando descer do trem nas estações com instalações olímpicas para evitar a fiscalização, como Maracanã, Engenho de Dentro e Deodoro, todas atendidas pelos ramais Santa Cruz e Japeri. "O que vai acontecer é que vamos trabalhar mais para o fim da linha do trem, depois das estações da Olimpíada, a partir da estação Magalhães Bastos onde a fiscalização deve ser menos intensa", disse o vendedor. Outros dizem que podem até ser retirados do trem, mas voltarão em seguida. "Todos nós que estamos aqui precisamos deste trabalho. Se me tirarem, vou voltar, senão não consigo sustentar meus três filhos", diz o vendedor de chocolates e pastor evangélico Carlos Henrique Mathias, 38. Também é esse o caso de Adriana Rosa, 39, que vende pipoca nos vagões. Conta que, toda vez que fica desempregada, volta a trabalhar como ambulante. Faz isso há mais de dez anos. Diz que tira cerca de R$ 1 mil por mês para sustentar os três filhos. Márcio Luis Augusto, 52, não sabia do aperto na fiscalização durante a Olimpíada, mas diz que também não pretende deixar de trabalhar. "Um dia que não trabalho é prejuízo em dobro: não tenho a minha renda e ainda acabo gastando dinheiro por aí. Então, vou vender em outro lugar", disse ele. De mochila nas costas e microfone de rosto, ele circula pelo trem vendendo escovas de dentes de "cabo de borracha, limpador de língua e selo de ISO" Segundo ele, é possível ter uma renda de um pouco mais de R$ 1 mil por mês com a venda do produto. O importante é saber atrair o freguês com "muita lábia". Ele diz que, geralmente, os seguranças da concessionária pegam a mercadoria e entregam para a guarda municipal, que apreendem os produtos. A passageira Rosangela Azevedo, 54, assistente administrativa, afirma que os vendedores ajudam a matar fome e sede no trajeto, mas são também um grande transtorno quando o trem está cheio demais. "Eu entendo que eles precisam ganhar o dinheiro deles, mas muitos não tem educação. Eles esbarram na gente, empurram para passar", diz ela. "E se vamos ter mais fiscalização, vamos ter menos assaltos, o que é bom". Em nota, a concessionária diz que, em geral, as mercadorias são de "procedência não conhecida e, no caso de alimentos, podem oferecer riscos à saúde, já que, por vezes, encontram-se fora do prazo de validade".
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Folclórico comércio informal nos trens do Rio será retirado na Olimpíada BRUNO VILLAS BÔAS LUIZA FRANCO DO RIO Quem viaja nos trens do Rio deverá passar as próximas semanas sem ver figuras como o Gordo do Trem, vendedor ambulante de chocolate que canta, em ritmo de rap: "Não vem que não tem / Não vem que não tem / Quem quer comprar barato / Compra com o Gordão do Trem". O folclórico comércio informal nos trens do Rio precisará dar um tempo, pelo menos nos ramais que atendem às estações da Olimpíada, como as do Estádio Olímpico do Engenho de Dentro, do Maracanã e do Complexo de Deodoro, no subúrbio. Segundo a Supervia, concessionária de trens do Rio, sua equipe de segurança vai intensificar o combate ao comércio ilegal de produtos no período dos Jogos. Estima-se que 10 mil pessoas vendam produtos pelos trens da Central do Brasil. Biscoitos, chocolates, goiabadas, bebidas, DVDs, maquiagens. Tudo por preços abaixo do comércio formal. O boato da fiscalização já está circulando entre os ambulantes, mas eles dizem que não vão parar de trabalhar. O vendedor Wander Santana, 23, que percorre os vagões dos trens da Central oferecendo um salgadinho sabor churrasco, soube do aperto da fiscalização por colegas. Ele diz que os vendedores estão evitando descer do trem nas estações com instalações olímpicas para evitar a fiscalização, como Maracanã, Engenho de Dentro e Deodoro, todas atendidas pelos ramais Santa Cruz e Japeri. "O que vai acontecer é que vamos trabalhar mais para o fim da linha do trem, depois das estações da Olimpíada, a partir da estação Magalhães Bastos onde a fiscalização deve ser menos intensa", disse o vendedor. Outros dizem que podem até ser retirados do trem, mas voltarão em seguida. "Todos nós que estamos aqui precisamos deste trabalho. Se me tirarem, vou voltar, senão não consigo sustentar meus três filhos", diz o vendedor de chocolates e pastor evangélico Carlos Henrique Mathias, 38. Também é esse o caso de Adriana Rosa, 39, que vende pipoca nos vagões. Conta que, toda vez que fica desempregada, volta a trabalhar como ambulante. Faz isso há mais de dez anos. Diz que tira cerca de R$ 1 mil por mês para sustentar os três filhos. Márcio Luis Augusto, 52, não sabia do aperto na fiscalização durante a Olimpíada, mas diz que também não pretende deixar de trabalhar. "Um dia que não trabalho é prejuízo em dobro: não tenho a minha renda e ainda acabo gastando dinheiro por aí. Então, vou vender em outro lugar", disse ele. De mochila nas costas e microfone de rosto, ele circula pelo trem vendendo escovas de dentes de "cabo de borracha, limpador de língua e selo de ISO" Segundo ele, é possível ter uma renda de um pouco mais de R$ 1 mil por mês com a venda do produto. O importante é saber atrair o freguês com "muita lábia". Ele diz que, geralmente, os seguranças da concessionária pegam a mercadoria e entregam para a guarda municipal, que apreendem os produtos. A passageira Rosangela Azevedo, 54, assistente administrativa, afirma que os vendedores ajudam a matar fome e sede no trajeto, mas são também um grande transtorno quando o trem está cheio demais. "Eu entendo que eles precisam ganhar o dinheiro deles, mas muitos não tem educação. Eles esbarram na gente, empurram para passar", diz ela. "E se vamos ter mais fiscalização, vamos ter menos assaltos, o que é bom". Em nota, a concessionária diz que, em geral, as mercadorias são de "procedência não conhecida e, no caso de alimentos, podem oferecer riscos à saúde, já que, por vezes, encontram-se fora do prazo de validade".
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A lista de alvos da Al Qaeda
Stephane Charbonnier, editor do Charlie Hebdo que foi morto por miliantes islâmicos hoje, estava na lista dos principais alvos da Al Qaeda. A lista, "procurados, vivos ou mortos, por crimes contra o Islã", foi publicada originalmente em 2013, na revista "Inspire", da Al Qaeda, e voltou a circular nas redes sociais nesta quarta. O escritor indiano Salman Rushdie, a ativista somali Ayan Hirsi Aali e cinco cartunistas que fizeram charges satirizando o Islã também aparecem como inimigos a serem eliminados. "Sim nós podemos", diz a ilustração que acompanha a lista, parafraseando o slogan de campanha do presidente americano Barack Obama. "Uma bala por dia mantém os infiéis afastados —defenda o profeta Maomé, que a paz esteja com ele". Como ilustração, uma foto do pastor Terry Jones levando um tiro na cabeça. Jones, que também está na lista, entrou na mira dos extremistas ao queimar o Alcorão em eventos na Flórida. Entrevistei Terry Jones em 2012, no norte da Flórida. Na época, ele afirmou: "O islã não é uma religião compatível com a sociedade ocidental, pois o Ocidente é baseado em três elementos básicos: liberdade de expressão, de imprensa e de religião. O islã não tolera crítica." Cinco pessoas da lista estão relacionadas a charges consideradas "ofensivas" ao Islã: Carsten Juste e Flemming Rose eram o editor-chefe e editor de cultura no jornal dinamarquês "Jyllands-Posten", que publicou charges satirizando Maomé. Kurt Westergaard foi o autor de charges no jornal. Lars Vilks, cartunista holandês que também satirizou o islã, é outro da lista. Assim como Molly Norris, que propôs o dia de "todo mundo desenha o Maomé" para combater a censura. O escritor indiano Salman Rushdie passou anos escondido depois de ter um fatwa (sentença de morte) decretado por causa de seus livro "Os Versos Satânicos", considerado blasfemo pelos radicais islâmicos. Outros nomes são o político holandês de direita Geert Wilders e Morris Sadek, que disseimou um vídeo satirizando o Islã. Acessei a mais recente edição da revista "Inspire" da Al Qaeda, de dezembro passado. Além de receitas detalhadas para fabricar bombas e driblar a segurança para entrar em aviões, a Al Qaeda acrescenta mais nomes à sua "hit list". Identificados como "alvos de alto perfil da economia americana" aparecem Ben Bernanke, (que eles incorretamente identificam como atual presidente do Fed - ele deixou o posto em fevereiro de 2014) e o fundador da Microsoft, Bill Gates.
colunas
A lista de alvos da Al QaedaStephane Charbonnier, editor do Charlie Hebdo que foi morto por miliantes islâmicos hoje, estava na lista dos principais alvos da Al Qaeda. A lista, "procurados, vivos ou mortos, por crimes contra o Islã", foi publicada originalmente em 2013, na revista "Inspire", da Al Qaeda, e voltou a circular nas redes sociais nesta quarta. O escritor indiano Salman Rushdie, a ativista somali Ayan Hirsi Aali e cinco cartunistas que fizeram charges satirizando o Islã também aparecem como inimigos a serem eliminados. "Sim nós podemos", diz a ilustração que acompanha a lista, parafraseando o slogan de campanha do presidente americano Barack Obama. "Uma bala por dia mantém os infiéis afastados —defenda o profeta Maomé, que a paz esteja com ele". Como ilustração, uma foto do pastor Terry Jones levando um tiro na cabeça. Jones, que também está na lista, entrou na mira dos extremistas ao queimar o Alcorão em eventos na Flórida. Entrevistei Terry Jones em 2012, no norte da Flórida. Na época, ele afirmou: "O islã não é uma religião compatível com a sociedade ocidental, pois o Ocidente é baseado em três elementos básicos: liberdade de expressão, de imprensa e de religião. O islã não tolera crítica." Cinco pessoas da lista estão relacionadas a charges consideradas "ofensivas" ao Islã: Carsten Juste e Flemming Rose eram o editor-chefe e editor de cultura no jornal dinamarquês "Jyllands-Posten", que publicou charges satirizando Maomé. Kurt Westergaard foi o autor de charges no jornal. Lars Vilks, cartunista holandês que também satirizou o islã, é outro da lista. Assim como Molly Norris, que propôs o dia de "todo mundo desenha o Maomé" para combater a censura. O escritor indiano Salman Rushdie passou anos escondido depois de ter um fatwa (sentença de morte) decretado por causa de seus livro "Os Versos Satânicos", considerado blasfemo pelos radicais islâmicos. Outros nomes são o político holandês de direita Geert Wilders e Morris Sadek, que disseimou um vídeo satirizando o Islã. Acessei a mais recente edição da revista "Inspire" da Al Qaeda, de dezembro passado. Além de receitas detalhadas para fabricar bombas e driblar a segurança para entrar em aviões, a Al Qaeda acrescenta mais nomes à sua "hit list". Identificados como "alvos de alto perfil da economia americana" aparecem Ben Bernanke, (que eles incorretamente identificam como atual presidente do Fed - ele deixou o posto em fevereiro de 2014) e o fundador da Microsoft, Bill Gates.
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Falso Papai Noel recebeu US$ 60 mil por helicóptero roubado em São Paulo
A Polícia Civil de Sorocaba (a 99 km de São Paulo) afirmou nesta terça-feira (12) que o homem que se fantasiou de Papai Noel para roubar um helicóptero no dia 27 de novembro e o piloto responsável por conduzir a aeronave, ambos já presos, receberam, cada um, cerca de US$ 60 mil (cerca de R$ 243 mil) pelo crime. A informação foi passada por um dos dois durante os depoimentos à polícia. Nabiel Cordeiro da Silva, 30 anos, que confessou ser o Papai Noel, e um piloto de táxi aéreo do aeroporto Campo de Marte, em Santana (zona norte de São Paulo), que levou o helicóptero após o crime, foram presos na última semana. A polícia procura agora pelo casal responsável por alugar o sítio em Mairinque para onde a aeronave foi levada e o roubo foi anunciado. Os investigadores já sabem que eles usaram nomes falsos para o contrato de locação. De acordo com os depoimentos, o helicóptero foi para uma cidade do Paraguai que faz divisa com o Paraná. Segundo a polícia, a quadrilha é paraguaia e abasteceria em drogas parte do Sul do país, além de ter contatos com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Nabiel Cordeiro da Silva, 30, foi detido na sexta-feira (8) no município de Queimadas (BA). Uma operação conjunta entre as polícias dos dois Estados descobriu que ele se escondeu na cidade pois tem parentes na região de Queimadas. Além disso, foi preso na quinta (7) o suspeito de ter pilotado a aeronave após o crime. CASO Silva contratou um piloto no aeroporto do Campo de Marte, na zona norte da capital paulista, para um "voo do Papai Noel". Rendido, o condutor pousou em um sítio em Mairinque, onde estavam outros dois suspeitos. No local, comparsas do criminoso já aguardavam a aeronave. Eles amarraram o piloto, que foi trancado em um banheiro. Meia hora depois, segundo o boletim de ocorrência, o piloto ouviu o helicóptero decolar. Ele permaneceu amarrado durante cinco horas até conseguir se soltar.
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Falso Papai Noel recebeu US$ 60 mil por helicóptero roubado em São PauloA Polícia Civil de Sorocaba (a 99 km de São Paulo) afirmou nesta terça-feira (12) que o homem que se fantasiou de Papai Noel para roubar um helicóptero no dia 27 de novembro e o piloto responsável por conduzir a aeronave, ambos já presos, receberam, cada um, cerca de US$ 60 mil (cerca de R$ 243 mil) pelo crime. A informação foi passada por um dos dois durante os depoimentos à polícia. Nabiel Cordeiro da Silva, 30 anos, que confessou ser o Papai Noel, e um piloto de táxi aéreo do aeroporto Campo de Marte, em Santana (zona norte de São Paulo), que levou o helicóptero após o crime, foram presos na última semana. A polícia procura agora pelo casal responsável por alugar o sítio em Mairinque para onde a aeronave foi levada e o roubo foi anunciado. Os investigadores já sabem que eles usaram nomes falsos para o contrato de locação. De acordo com os depoimentos, o helicóptero foi para uma cidade do Paraguai que faz divisa com o Paraná. Segundo a polícia, a quadrilha é paraguaia e abasteceria em drogas parte do Sul do país, além de ter contatos com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Nabiel Cordeiro da Silva, 30, foi detido na sexta-feira (8) no município de Queimadas (BA). Uma operação conjunta entre as polícias dos dois Estados descobriu que ele se escondeu na cidade pois tem parentes na região de Queimadas. Além disso, foi preso na quinta (7) o suspeito de ter pilotado a aeronave após o crime. CASO Silva contratou um piloto no aeroporto do Campo de Marte, na zona norte da capital paulista, para um "voo do Papai Noel". Rendido, o condutor pousou em um sítio em Mairinque, onde estavam outros dois suspeitos. No local, comparsas do criminoso já aguardavam a aeronave. Eles amarraram o piloto, que foi trancado em um banheiro. Meia hora depois, segundo o boletim de ocorrência, o piloto ouviu o helicóptero decolar. Ele permaneceu amarrado durante cinco horas até conseguir se soltar.
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Líder das Farc é morto em ataque, diz imprensa colombiana
Um dos líderes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) teria morrido em um novo ataque das forças do governo no departamento de Chocó (noroeste), segundo o jornal colombiano "El Tiempo". Alfredo Alarcón Machado, conhecido como Román Ruiz, seria chefe da frente 18 das Farc, e teria morrido com outros quatro guerrilheiros. De acordo com a imprensa local, Ruiz é considerado o braço direito de Félix Antonio Muñoz Lascarro, conhecido como "Pastor Alape", um dos negociadores das Farc nas negociações de paz que a guerrilha mantém com o governo há 30 meses em Cuba. Nesta segunda-feira (25), as Farc disseram, em Havana, que o fim de seu cessar-fogo unilateral, anunciado na semana passada depois que 26 guerrilheiros morreram num ataque das forças colombianas, é um retrocesso nas conversas de paz para encerrar cinco décadas de guerra. A liderança da guerrilha afirmou, em Cuba, onde as tratativas vêm acontecendo há dois anos e meio, que a paz será inalcançável se a ofensiva for intensificada. "Sem dúvida os eventos trágicos da semana passada foram um passo atrás", afirmou o negociador rebelde Pablo Catatumbo em um comunicado. "Este é o caminho errado, e é óbvio que a paz jamais será obtida escalando o conflito", acrescentou. "Seguiremos adiante com a cabeça fria e os corações ardentes, não podemos jogar fora nossos esforços determinados de quase três anos de conversas", acrescentou Catatumbo. As Farc suspenderam uma trégua unilateral de quase cinco meses na sexta (22), depois que tropas mataram 26 de seus combatentes, uma ação que provavelmente irá acirrar as tensões nas negociações. O governo havia interrompido brevemente os bombardeios contra acampamentos rebeldes, mas os retomou em abril, depois que as Farc mataram 11 soldados na província de Cauca, na prática rompendo o cessar-fogo. No comunicado, as Farc repetiram sua exigência de um cessar-fogo bilateral, o que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, descartou até a assinatura de um acordo de paz definitivo. OPERAÇÃO O departamento do Chocó, onde aconteceu a operação militar que teria matado Ruiz, é uma região de selva na qual as Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN), a segunda maior guerrilha do país, têm forte presença. Nesse departamento, as Farc sequestraram em novembro de 2014 o general Rubén Darío Alzate junto com o cabo Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego. O sequestro de Alzate paralisou temporariamente as negociações de paz, que só foram retomadas quando o general foi libertado junto com Rodríguez e Urrego. Este seria o terceiro golpe contra as Farc nos últimos cinco dias. Em três bombardeios da Força Aérea, morreram quase 40 membros da guerrilha.
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Líder das Farc é morto em ataque, diz imprensa colombianaUm dos líderes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) teria morrido em um novo ataque das forças do governo no departamento de Chocó (noroeste), segundo o jornal colombiano "El Tiempo". Alfredo Alarcón Machado, conhecido como Román Ruiz, seria chefe da frente 18 das Farc, e teria morrido com outros quatro guerrilheiros. De acordo com a imprensa local, Ruiz é considerado o braço direito de Félix Antonio Muñoz Lascarro, conhecido como "Pastor Alape", um dos negociadores das Farc nas negociações de paz que a guerrilha mantém com o governo há 30 meses em Cuba. Nesta segunda-feira (25), as Farc disseram, em Havana, que o fim de seu cessar-fogo unilateral, anunciado na semana passada depois que 26 guerrilheiros morreram num ataque das forças colombianas, é um retrocesso nas conversas de paz para encerrar cinco décadas de guerra. A liderança da guerrilha afirmou, em Cuba, onde as tratativas vêm acontecendo há dois anos e meio, que a paz será inalcançável se a ofensiva for intensificada. "Sem dúvida os eventos trágicos da semana passada foram um passo atrás", afirmou o negociador rebelde Pablo Catatumbo em um comunicado. "Este é o caminho errado, e é óbvio que a paz jamais será obtida escalando o conflito", acrescentou. "Seguiremos adiante com a cabeça fria e os corações ardentes, não podemos jogar fora nossos esforços determinados de quase três anos de conversas", acrescentou Catatumbo. As Farc suspenderam uma trégua unilateral de quase cinco meses na sexta (22), depois que tropas mataram 26 de seus combatentes, uma ação que provavelmente irá acirrar as tensões nas negociações. O governo havia interrompido brevemente os bombardeios contra acampamentos rebeldes, mas os retomou em abril, depois que as Farc mataram 11 soldados na província de Cauca, na prática rompendo o cessar-fogo. No comunicado, as Farc repetiram sua exigência de um cessar-fogo bilateral, o que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, descartou até a assinatura de um acordo de paz definitivo. OPERAÇÃO O departamento do Chocó, onde aconteceu a operação militar que teria matado Ruiz, é uma região de selva na qual as Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN), a segunda maior guerrilha do país, têm forte presença. Nesse departamento, as Farc sequestraram em novembro de 2014 o general Rubén Darío Alzate junto com o cabo Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego. O sequestro de Alzate paralisou temporariamente as negociações de paz, que só foram retomadas quando o general foi libertado junto com Rodríguez e Urrego. Este seria o terceiro golpe contra as Farc nos últimos cinco dias. Em três bombardeios da Força Aérea, morreram quase 40 membros da guerrilha.
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Com aval de Temer, Câmara aprova pauta-bomba de R$ 58 bi em reajustes
Apesar da expectativa de fechar 2016 com um rombo de R$ 170 bilhões nas contas públicas, o governo interino de Michel Temer (PMDB) e sua base na Câmara concordaram com a aprovação de um megapacote de reajuste para o funcionalismo federal —Executivo, Judiciário e Legislativo, além do Ministério Público—, com impacto de ao menos R$ 58 bilhões até 2019. Represados na gestão de Dilma Rousseff, 15 projetos de lei que estabelecem reajuste e benefícios ao funcionalismo foram aprovados entre a noite desta quarta-feira (1º) e o início da madrugada desta quinta (2). A de maior impacto foi o aumento do salário dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). O rendimento, que delimita o teto do funcionalismo, passou de R$ 33.763 para R$ 39.293. O efeito cascata gerado em todo o Judiciário deverá, segundo o Ministério da Fazenda, ter um impacto de R$ 6,9 bilhões até 2019. Entre outras propostas aprovadas, estavam concessões de reajustes para o procurador-geral da República, para os servidores da Câmara e do Senado e do TCU (Tribunal de Contas da União), além de servidores do Ministério Público da União. Todos os projetos terão de passar pelo Senado —exceto o do reajuste dos servidores dessa Casa, que irá para sanção presidencial. O pacote da Câmara recebeu aval público do Planejamento nesta quarta. Em nota, o ministério afirmou que os projetos "são resultado de negociações que duraram aproximadamente oito meses e terminaram na assinatura de 32 termos de acordo com as lideranças sindicais" e que, para todos eles, "já haviam sido assegurados, na Lei Orçamentária Anual de 2016, os recursos necessários". O Planejamento afirma que o impacto para 2016 é de R$ 4,2 bilhões, o que não inclui projetos do Legislativo e do Judiciário. Para esses, diz o Planejamento, também já há recursos previstos no Orçamento de 2016. Nos bastidores, o argumento é que o fortalecimento político de Temer com o funcionalismo, principalmente com suas cúpulas, compensa o desfalque bilionário nos cofres públicos. DRU Depois dos reajustes, os deputados aprovaram em primeiro turno a DRU (Desvinculação de Receitas da União). Proposta de emenda à Constituição amplia e prorroga até 2023 o mecanismo, que permite à União gastar livremente parte de sua receita. Em seu relatório, o deputado Laudívio Carvalho (SD-MG) manteve a proposta de Dilma de ampliar a desvinculação dos atuais 20% para 30% das receitas relativas às contribuições sociais até 2023. Carvalho estendeu a DRU, porém, a Estados e municípios. Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição, ainda é necessária mais uma votação, que deve ocorrer na próxima terça (7), antes do texto seguir para a apreciação dos senadores. No Senado, também ocorrerá apreciação em dois turnos no plenário, para a proposta então ser promulgada.
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Com aval de Temer, Câmara aprova pauta-bomba de R$ 58 bi em reajustesApesar da expectativa de fechar 2016 com um rombo de R$ 170 bilhões nas contas públicas, o governo interino de Michel Temer (PMDB) e sua base na Câmara concordaram com a aprovação de um megapacote de reajuste para o funcionalismo federal —Executivo, Judiciário e Legislativo, além do Ministério Público—, com impacto de ao menos R$ 58 bilhões até 2019. Represados na gestão de Dilma Rousseff, 15 projetos de lei que estabelecem reajuste e benefícios ao funcionalismo foram aprovados entre a noite desta quarta-feira (1º) e o início da madrugada desta quinta (2). A de maior impacto foi o aumento do salário dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). O rendimento, que delimita o teto do funcionalismo, passou de R$ 33.763 para R$ 39.293. O efeito cascata gerado em todo o Judiciário deverá, segundo o Ministério da Fazenda, ter um impacto de R$ 6,9 bilhões até 2019. Entre outras propostas aprovadas, estavam concessões de reajustes para o procurador-geral da República, para os servidores da Câmara e do Senado e do TCU (Tribunal de Contas da União), além de servidores do Ministério Público da União. Todos os projetos terão de passar pelo Senado —exceto o do reajuste dos servidores dessa Casa, que irá para sanção presidencial. O pacote da Câmara recebeu aval público do Planejamento nesta quarta. Em nota, o ministério afirmou que os projetos "são resultado de negociações que duraram aproximadamente oito meses e terminaram na assinatura de 32 termos de acordo com as lideranças sindicais" e que, para todos eles, "já haviam sido assegurados, na Lei Orçamentária Anual de 2016, os recursos necessários". O Planejamento afirma que o impacto para 2016 é de R$ 4,2 bilhões, o que não inclui projetos do Legislativo e do Judiciário. Para esses, diz o Planejamento, também já há recursos previstos no Orçamento de 2016. Nos bastidores, o argumento é que o fortalecimento político de Temer com o funcionalismo, principalmente com suas cúpulas, compensa o desfalque bilionário nos cofres públicos. DRU Depois dos reajustes, os deputados aprovaram em primeiro turno a DRU (Desvinculação de Receitas da União). Proposta de emenda à Constituição amplia e prorroga até 2023 o mecanismo, que permite à União gastar livremente parte de sua receita. Em seu relatório, o deputado Laudívio Carvalho (SD-MG) manteve a proposta de Dilma de ampliar a desvinculação dos atuais 20% para 30% das receitas relativas às contribuições sociais até 2023. Carvalho estendeu a DRU, porém, a Estados e municípios. Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição, ainda é necessária mais uma votação, que deve ocorrer na próxima terça (7), antes do texto seguir para a apreciação dos senadores. No Senado, também ocorrerá apreciação em dois turnos no plenário, para a proposta então ser promulgada.
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Marvel vai lançar uma série na Netflix por semestre
Em painel promovido pela TCA, a associação de críticos de TV dos Estados Unidos, na terça-feira (28), executivos da Netflix anunciaram que farão uma nova série com super-heróis da Marvel por semestre. A princípio, as novas atrações serão baseadas nos heróis da série de HQs Os Defensores –a primeira delas foi "Demolidor", que estreou no serviço de vídeo sob demanda em abril. De acordo com a Associated Press, os próximos heróis a ganhar seriados são Jessica Jones, o Punho de Ferro e Luke Cage. Depois que cada um deles estrelar a própria atração, se reunirão em outro seriado, dedicado aos Defensores. Krysten Ritter, a namorada de Jesse Pinkman em "Breaking Bad" será Jessica Jones, a primeira heroína feminina a protagonizar um projeto dos estúdios Marvel. Apesar de a personagem Peggy Carter aparecer na série "Agent Carter" da ABC, exibida nos anos 1940, ela não tem superpoderes –assim como a Viúva Negra, única mulher nos filmes dos Vingadores. O primeiro filme da Marvel com heroínas, "Capitã Marvel", só estreia em 2018p(erramos). + Erramos Se o tom de "Demolidor" servir como indício, Jessica Jones e as outras séries da Marvel na Netflix serão mais sombrias e sangrentas do que qualquer outra produção conhecida pelos fãs, como "Homem de Ferro" e "Vingadores".
ilustrada
Marvel vai lançar uma série na Netflix por semestreEm painel promovido pela TCA, a associação de críticos de TV dos Estados Unidos, na terça-feira (28), executivos da Netflix anunciaram que farão uma nova série com super-heróis da Marvel por semestre. A princípio, as novas atrações serão baseadas nos heróis da série de HQs Os Defensores –a primeira delas foi "Demolidor", que estreou no serviço de vídeo sob demanda em abril. De acordo com a Associated Press, os próximos heróis a ganhar seriados são Jessica Jones, o Punho de Ferro e Luke Cage. Depois que cada um deles estrelar a própria atração, se reunirão em outro seriado, dedicado aos Defensores. Krysten Ritter, a namorada de Jesse Pinkman em "Breaking Bad" será Jessica Jones, a primeira heroína feminina a protagonizar um projeto dos estúdios Marvel. Apesar de a personagem Peggy Carter aparecer na série "Agent Carter" da ABC, exibida nos anos 1940, ela não tem superpoderes –assim como a Viúva Negra, única mulher nos filmes dos Vingadores. O primeiro filme da Marvel com heroínas, "Capitã Marvel", só estreia em 2018p(erramos). + Erramos Se o tom de "Demolidor" servir como indício, Jessica Jones e as outras séries da Marvel na Netflix serão mais sombrias e sangrentas do que qualquer outra produção conhecida pelos fãs, como "Homem de Ferro" e "Vingadores".
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Menina de sete anos morre após ser atingida por bala perdida no Rio
Uma menina de sete anos morreu após ser atingida por uma bala perdida na noite desta quarta-feira (15) no Complexo da Maré, na zona norte do Rio. Fernanda Adriana Caparica Pinheiro estava brincando na laje de uma casa no Parque União, quando foi atingida por um tiro por volta das 20h. Segundo a Polícia Civil, houve um tiroteio na região da Maré. No entanto, não se sabe de onde partiu o tiro que matou a menina. Ela foi levada ao Hospital Geral de Bonsucesso, mas ela não não resistiu ao ferimento e morreu. O caso é investigado pela DH (Delegacia de Homicídios) do Rio. OUTRO CASO Em janeiro, uma criança de dois anos e sete meses morreu vítima de bala perdida dentro de uma lanchonete, em Irajá, zona norte do Rio. De acordo com a Polícia Militar, Sofia Lara Braga brincava num espaço infantil da lanchonete Habib's quando policiais e suspeitos trocaram tiros no local. Atingida na cabeça, ela já chegou ao Hospital Getúlio Vargas, sem vida.
cotidiano
Menina de sete anos morre após ser atingida por bala perdida no RioUma menina de sete anos morreu após ser atingida por uma bala perdida na noite desta quarta-feira (15) no Complexo da Maré, na zona norte do Rio. Fernanda Adriana Caparica Pinheiro estava brincando na laje de uma casa no Parque União, quando foi atingida por um tiro por volta das 20h. Segundo a Polícia Civil, houve um tiroteio na região da Maré. No entanto, não se sabe de onde partiu o tiro que matou a menina. Ela foi levada ao Hospital Geral de Bonsucesso, mas ela não não resistiu ao ferimento e morreu. O caso é investigado pela DH (Delegacia de Homicídios) do Rio. OUTRO CASO Em janeiro, uma criança de dois anos e sete meses morreu vítima de bala perdida dentro de uma lanchonete, em Irajá, zona norte do Rio. De acordo com a Polícia Militar, Sofia Lara Braga brincava num espaço infantil da lanchonete Habib's quando policiais e suspeitos trocaram tiros no local. Atingida na cabeça, ela já chegou ao Hospital Getúlio Vargas, sem vida.
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Brasil é país que mais baixa app de dublagens Dubsmash em uma semana
Na semana passada, o Brasil foi o país que mais fez downloads do aplicativo Dubsmash, que serve para o usuário "dublar" o trecho de uma música ou o diálogo de um filme, por exemplo, e enviar o vídeo para os amigos. O app foi lançado em novembro de 2014, mas só se tornou popular por aqui depois que celebridades como o jogador Neymar começaram a usá-lo. Criado por um grupo de alemães, o sistema foi baixado mais de 20 milhões de vezes no mundo. Veja vídeo Esse, na verdade, foi o terceiro aplicativo criado pelo grupo, que se conheceu em 2013 em um evento de programação em Berlim –nenhum deles teve sucesso. O último, chamado Starlize, permitia que o usuário criasse vídeos musicais pessoais. "Todos os apps tinham vídeos, mas eram muito complicados, então os fundadores decidiram reduzir o número de recursos", conta Matéo Sossah, 26, diretor de operações da companhia. Hoje, o principal uso do Dubsmash é criar os vídeos com as dublagens, que podem ser enviados pelo WhatsApp, por exemplo. De acordo com Sossah, a ideia é tornar a ferramenta mais parecida com uma rede social, com recursos que permitam que as pessoas troquem os filmes na plataforma. Isso permitiria que a companhia fugisse do perigo de criar um aplicativo que fica muito popular rapidamente, mas acaba esquecida também, algo que Sossah diz não temer por estar "ouvindo os usuários".
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Brasil é país que mais baixa app de dublagens Dubsmash em uma semanaNa semana passada, o Brasil foi o país que mais fez downloads do aplicativo Dubsmash, que serve para o usuário "dublar" o trecho de uma música ou o diálogo de um filme, por exemplo, e enviar o vídeo para os amigos. O app foi lançado em novembro de 2014, mas só se tornou popular por aqui depois que celebridades como o jogador Neymar começaram a usá-lo. Criado por um grupo de alemães, o sistema foi baixado mais de 20 milhões de vezes no mundo. Veja vídeo Esse, na verdade, foi o terceiro aplicativo criado pelo grupo, que se conheceu em 2013 em um evento de programação em Berlim –nenhum deles teve sucesso. O último, chamado Starlize, permitia que o usuário criasse vídeos musicais pessoais. "Todos os apps tinham vídeos, mas eram muito complicados, então os fundadores decidiram reduzir o número de recursos", conta Matéo Sossah, 26, diretor de operações da companhia. Hoje, o principal uso do Dubsmash é criar os vídeos com as dublagens, que podem ser enviados pelo WhatsApp, por exemplo. De acordo com Sossah, a ideia é tornar a ferramenta mais parecida com uma rede social, com recursos que permitam que as pessoas troquem os filmes na plataforma. Isso permitiria que a companhia fugisse do perigo de criar um aplicativo que fica muito popular rapidamente, mas acaba esquecida também, algo que Sossah diz não temer por estar "ouvindo os usuários".
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PM será indiciado por morte de menina dentro de escola no Rio
A Polícia Civil do Rio chegou à conclusão de que um policial militar foi o responsável pela morte de Maria Eduarda Alves da Conceição, 13, atingida por tiros de fuzil dentro da escola pública onde estudava, em Acari, na zona norte do Rio, em março deste ano. No momento em que Maria Eduarda foi morta, policiais trocavam tiros com criminosos. O inquérito policial, entregue ao Ministério Público na tarde desta segunda-feira (26) concluiu que o cabo Fábio de Barros Dias foi culpado pelo crime. Ele será indiciado por homicídio com dolo eventual (quando a pessoa assume o risco de cometer o crime), que tem pena de seis a 20 anos prevista. O outro policial que estava com o cabo, o sargento David Centeno, foi inocentado. A menina estava no pátio da escola, durante uma aula de educação física, quando foi atingida. Para a Polícia Civil, o cabo assumiu o risco de matar ao fazer disparos na direção da escola, ainda que naquele momento trocasse tiros com criminosos. Embasaram o indiciamento do cabo depoimentos de testemunhas, dos policiais e informações técnicas de confronto balístico, como a posição do tiro e o calibre da bala que atingiu a menina. Fragmentos de bala de um fuzil usado pela PM foram encontrados no corpo dela. Durante o confronto que resultou na morte da menina, o cabo e o sargento foram flagrados em vídeo atirando em dois suspeitos que já estavam no chão, Júlio César Ferreira de Jesus e Alexandre dos Santos Albuquerque. Os policiais respondem em liberdade pelo homicídio deles.
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PM será indiciado por morte de menina dentro de escola no RioA Polícia Civil do Rio chegou à conclusão de que um policial militar foi o responsável pela morte de Maria Eduarda Alves da Conceição, 13, atingida por tiros de fuzil dentro da escola pública onde estudava, em Acari, na zona norte do Rio, em março deste ano. No momento em que Maria Eduarda foi morta, policiais trocavam tiros com criminosos. O inquérito policial, entregue ao Ministério Público na tarde desta segunda-feira (26) concluiu que o cabo Fábio de Barros Dias foi culpado pelo crime. Ele será indiciado por homicídio com dolo eventual (quando a pessoa assume o risco de cometer o crime), que tem pena de seis a 20 anos prevista. O outro policial que estava com o cabo, o sargento David Centeno, foi inocentado. A menina estava no pátio da escola, durante uma aula de educação física, quando foi atingida. Para a Polícia Civil, o cabo assumiu o risco de matar ao fazer disparos na direção da escola, ainda que naquele momento trocasse tiros com criminosos. Embasaram o indiciamento do cabo depoimentos de testemunhas, dos policiais e informações técnicas de confronto balístico, como a posição do tiro e o calibre da bala que atingiu a menina. Fragmentos de bala de um fuzil usado pela PM foram encontrados no corpo dela. Durante o confronto que resultou na morte da menina, o cabo e o sargento foram flagrados em vídeo atirando em dois suspeitos que já estavam no chão, Júlio César Ferreira de Jesus e Alexandre dos Santos Albuquerque. Os policiais respondem em liberdade pelo homicídio deles.
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Pacote não resolve crise, mas tenta dar tempo para Meirelles
Se ainda restava alguma dúvida, o minipacote de medidas anunciado pelo presidente Michel Temer deixou evidente o quão limitado é o espaço do governo para estimular a economia. O diagnóstico está correto ao tentar reduzir o endividamento das empresas e das famílias, mas, por falta de dinheiro, o remédio é incapaz de curar o doente e traz apenas algum alívio. Não são somente o governo federal e os Estados que estão atolados em dívidas. Com uma pilha de prestações em atraso, as famílias não consomem e as empresas não investem. O governo tenta suavizar o problema ao propor um alongamento das dívidas das empresas com a Receita e tentando estimular os bancos a reduzir os "spreads" (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram na ponta). Com exceção do questionável refinanciamento dos empréstimos do BNDES, cujos juros camaradas já custaram bilhões aos cofres públicos, a equipe econômica segue resistindo a saídas tão milagrosas quanto ineficazes. "Depois da gastança dos anos Dilma, não há espaço para uma política anticíclica significativa sem comprometer o ajuste fiscal", conclui a economista Mônica de Bolle. Resumindo: essas medidas não vão tirar o país da recessão, e o experiente Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, sabe disso. Ele só está tentando ganhar tempo. A solução continua sendo perseguir o ajuste completo da economia, que, no início de 2017, deve chegar ao seu momento mais doloroso, com o desemprego no seu auge. O anúncio do minipacote foi um ato político para mostrar que o governo não está inerte diante da recessão e para tentar desviar as atenções da Operação Lava Jato. O problema é que, com denúncias de corrupção que atingem seus principais auxiliares e o próprio Temer surgindo a todo momento na delação da Odebrecht, o governo está perigosamente perdendo a legitimidade para pedir mais sacrifícios ao povo.
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Pacote não resolve crise, mas tenta dar tempo para MeirellesSe ainda restava alguma dúvida, o minipacote de medidas anunciado pelo presidente Michel Temer deixou evidente o quão limitado é o espaço do governo para estimular a economia. O diagnóstico está correto ao tentar reduzir o endividamento das empresas e das famílias, mas, por falta de dinheiro, o remédio é incapaz de curar o doente e traz apenas algum alívio. Não são somente o governo federal e os Estados que estão atolados em dívidas. Com uma pilha de prestações em atraso, as famílias não consomem e as empresas não investem. O governo tenta suavizar o problema ao propor um alongamento das dívidas das empresas com a Receita e tentando estimular os bancos a reduzir os "spreads" (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram na ponta). Com exceção do questionável refinanciamento dos empréstimos do BNDES, cujos juros camaradas já custaram bilhões aos cofres públicos, a equipe econômica segue resistindo a saídas tão milagrosas quanto ineficazes. "Depois da gastança dos anos Dilma, não há espaço para uma política anticíclica significativa sem comprometer o ajuste fiscal", conclui a economista Mônica de Bolle. Resumindo: essas medidas não vão tirar o país da recessão, e o experiente Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, sabe disso. Ele só está tentando ganhar tempo. A solução continua sendo perseguir o ajuste completo da economia, que, no início de 2017, deve chegar ao seu momento mais doloroso, com o desemprego no seu auge. O anúncio do minipacote foi um ato político para mostrar que o governo não está inerte diante da recessão e para tentar desviar as atenções da Operação Lava Jato. O problema é que, com denúncias de corrupção que atingem seus principais auxiliares e o próprio Temer surgindo a todo momento na delação da Odebrecht, o governo está perigosamente perdendo a legitimidade para pedir mais sacrifícios ao povo.
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Fachin nega pedido para impedir sessão do impeachment no domingo
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Edson Fachin negou pedido do deputado Weverton Rocha (PDT-MA) para tentar impedir a realização da votação do impeachment no domingo (17) e também o procedimento de chamada dos deputados. Rocha havia protocolado um mandado de segurança no Supremo nesta segunda-feira (11), mas Fachin negou o pedido na mesma noite. O mandado de segurança impetrado pelo parlamentar nesta segunda-feira (11) acusa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de não manter a imparcialidade na condução do processo, com objetivo de facilitar o impedimento da chefe do Executivo. Entre os pontos citados, Rocha condena a intenção do presidente da Casa de iniciar a votação pelos deputados dos Estados do Sul do país, majoritariamente favoráveis ao impeachment. Rocha pede que a votação seja feita alternadamente, ou seja, um deputado do Norte vota e, em seguida, seria a vez de um parlamentar do Sul. "O objetivo é criar uma onda pró-impeachment", sustenta Weverton Rocha na peça enviada ao Supremo. Ele sugere, como alternativa, estabelecer o critério de ordem alfabética para definir a ordem dos votantes, assim como foi feito em 1992, no processo de impedimento do então presidente Fernando Collor, hoje senador. O deputado amazonense também atacou a escolha de Cunha de convocar a sessão para o domingo, o que facilitará a reunião de um número maior de manifestante em frente ao Congresso. "A autoridade impetrada (Eduardo Cunha) tem se manifestado reiteradamente [...] sobre a aplicação de um procedimento de votação construído com a única finalidade de atingir o resultado que reflita seu interesse[...: a aprovação do recebimento da denúncia contra a presidente da República", justifica, no mandado de segurança.
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Fachin nega pedido para impedir sessão do impeachment no domingoO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Edson Fachin negou pedido do deputado Weverton Rocha (PDT-MA) para tentar impedir a realização da votação do impeachment no domingo (17) e também o procedimento de chamada dos deputados. Rocha havia protocolado um mandado de segurança no Supremo nesta segunda-feira (11), mas Fachin negou o pedido na mesma noite. O mandado de segurança impetrado pelo parlamentar nesta segunda-feira (11) acusa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de não manter a imparcialidade na condução do processo, com objetivo de facilitar o impedimento da chefe do Executivo. Entre os pontos citados, Rocha condena a intenção do presidente da Casa de iniciar a votação pelos deputados dos Estados do Sul do país, majoritariamente favoráveis ao impeachment. Rocha pede que a votação seja feita alternadamente, ou seja, um deputado do Norte vota e, em seguida, seria a vez de um parlamentar do Sul. "O objetivo é criar uma onda pró-impeachment", sustenta Weverton Rocha na peça enviada ao Supremo. Ele sugere, como alternativa, estabelecer o critério de ordem alfabética para definir a ordem dos votantes, assim como foi feito em 1992, no processo de impedimento do então presidente Fernando Collor, hoje senador. O deputado amazonense também atacou a escolha de Cunha de convocar a sessão para o domingo, o que facilitará a reunião de um número maior de manifestante em frente ao Congresso. "A autoridade impetrada (Eduardo Cunha) tem se manifestado reiteradamente [...] sobre a aplicação de um procedimento de votação construído com a única finalidade de atingir o resultado que reflita seu interesse[...: a aprovação do recebimento da denúncia contra a presidente da República", justifica, no mandado de segurança.
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'Pensei que fosse o fim do mundo', diz chileno que perdeu casa em tremor
Manuel Moya, 38, estava em sua cama, ao lado da mulher, assistindo à TV, quando sentiu o terremoto. Com medo de morrer se ficassem do lado de dentro, os dois foram para a rua, em suas roupas de baixo, esperar o tremor passar. Minutos depois, a casa onde moravam era uma pilha de escombros. "Pensei que fosse o fim do mundo e que íamos morrer", disse Moya. Morador de Illapel, sua cidade está localizada 280 km ao norte de Santiago e 55 km a leste do epicentro do terremoto de magnitude 8,3 que atingiu o centro do Chile nesta quarta-feira (16). "Disseram que foi de magnitude 8, mas parecia um de 10", afirmou Moya, que passou a noite em seu quintal. Os vizinhos lhes emprestaram roupas. A terra chacoalhou por cerca de três minutos, provocando diversos danos a construções na capital do país e arredores. As autoridades emitiram um alerta de tsunami no Pacífico —posteriormente suspenso— para toda a costa do país, levando os habitantes do litoral a abandonar suas casas. O evento forçou a remoção de mais de 1 milhão de pessoas. O país andino havia sido atingido em 2010 por um terremoto de magnitude 8,8 seguido por um tsunami, deixando mais de 500 mortos. Nos últimos meses, o país enfrentou grandes enchentes, incêndios florestais e duas erupções de vulcão. "Mais uma vez precisamos confrontar uma força poderosa da natureza", disse em discurso a presidente do país, Michelle Bachelet. O vice-ministro do Interior, Mahmud Aleuy, acrescentou que 240 mil domicílios ficaram sem luz. Dezenas de tremores secundários, incluindo um de magnitude 7 e outros sete de magnitude 6 ou maior, também foram sentidos. REDUÇÃO DE DANOS O número consideravelmente menor de mortes indica que as medidas de redução de risco implementadas nos últimos cinco anos pelo Chile têm surtido efeito. "O impacto de um terremoto é um pouco como o mercado imobiliário: o que importa é localização, localização e localização", disse a geofísica Susan Hough, do Serviço Geológico dos Estados Unidos. "Mas é verdade que a preparação e a redução de riscos no Chile está à frente de muitas partes do mundo, e isso fez a diferença", acrescentou. Claudio Moreno estava em um bar em Santiago quando o terremoto começou. "Fomos para a rua e então percebemos que aquilo estava chacoalhando há muito tempo", afirmou, comentando que a duração do tremor causou mais medo do que sua intensidade. "Durou mais de um minuto."
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'Pensei que fosse o fim do mundo', diz chileno que perdeu casa em tremorManuel Moya, 38, estava em sua cama, ao lado da mulher, assistindo à TV, quando sentiu o terremoto. Com medo de morrer se ficassem do lado de dentro, os dois foram para a rua, em suas roupas de baixo, esperar o tremor passar. Minutos depois, a casa onde moravam era uma pilha de escombros. "Pensei que fosse o fim do mundo e que íamos morrer", disse Moya. Morador de Illapel, sua cidade está localizada 280 km ao norte de Santiago e 55 km a leste do epicentro do terremoto de magnitude 8,3 que atingiu o centro do Chile nesta quarta-feira (16). "Disseram que foi de magnitude 8, mas parecia um de 10", afirmou Moya, que passou a noite em seu quintal. Os vizinhos lhes emprestaram roupas. A terra chacoalhou por cerca de três minutos, provocando diversos danos a construções na capital do país e arredores. As autoridades emitiram um alerta de tsunami no Pacífico —posteriormente suspenso— para toda a costa do país, levando os habitantes do litoral a abandonar suas casas. O evento forçou a remoção de mais de 1 milhão de pessoas. O país andino havia sido atingido em 2010 por um terremoto de magnitude 8,8 seguido por um tsunami, deixando mais de 500 mortos. Nos últimos meses, o país enfrentou grandes enchentes, incêndios florestais e duas erupções de vulcão. "Mais uma vez precisamos confrontar uma força poderosa da natureza", disse em discurso a presidente do país, Michelle Bachelet. O vice-ministro do Interior, Mahmud Aleuy, acrescentou que 240 mil domicílios ficaram sem luz. Dezenas de tremores secundários, incluindo um de magnitude 7 e outros sete de magnitude 6 ou maior, também foram sentidos. REDUÇÃO DE DANOS O número consideravelmente menor de mortes indica que as medidas de redução de risco implementadas nos últimos cinco anos pelo Chile têm surtido efeito. "O impacto de um terremoto é um pouco como o mercado imobiliário: o que importa é localização, localização e localização", disse a geofísica Susan Hough, do Serviço Geológico dos Estados Unidos. "Mas é verdade que a preparação e a redução de riscos no Chile está à frente de muitas partes do mundo, e isso fez a diferença", acrescentou. Claudio Moreno estava em um bar em Santiago quando o terremoto começou. "Fomos para a rua e então percebemos que aquilo estava chacoalhando há muito tempo", afirmou, comentando que a duração do tremor causou mais medo do que sua intensidade. "Durou mais de um minuto."
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Trump recebe emir do Kuait e diz estar disposto a mediar diálogo com Qatar
Após se reunir com o emir do Kuait, Sabah al-Ahmad al-Jaber al-Sabah, o presidente Donald Trump disse, nesta quinta-feira (7), que estaria disposto a mediar o diálogo entre o Qatar e os países do golfo —papel desempenhado pelo Kuait hoje. "Embora eu aprecie e respeite a mediação [do Kuait], eu estaria disposto a ser o mediador", disse Trump, ao lado do emir, a jornalistas. "Se eu puder ajudar a mediar entre o Qatar e, em particular, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, eu estaria disposto a fazê-lo. Acho que vocês teriam um acordo muito rapidamente", completou. Em junho, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito cortaram relações com o Qatar e impuseram um bloqueio econômico ao país, sob a acusação de que ele apoiava o terrorismo. O Qatar rejeita as acusações. As declarações foram dadas após uma reunião entre os dois na Casa Branca —e depois de Trump falar por telefone com o rei Salman, da Arábia Saudita. Questionado sobre o andamento das conversas, o emir do Kuait disse ter "esperança" que o conflito será resolvido logo. "Especialmente porque nossos amigos nos EUA e outros amigos estão ajudando a resolver essa questão, estou otimista que a solução virá num futuro próximo", afirmou.
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Trump recebe emir do Kuait e diz estar disposto a mediar diálogo com QatarApós se reunir com o emir do Kuait, Sabah al-Ahmad al-Jaber al-Sabah, o presidente Donald Trump disse, nesta quinta-feira (7), que estaria disposto a mediar o diálogo entre o Qatar e os países do golfo —papel desempenhado pelo Kuait hoje. "Embora eu aprecie e respeite a mediação [do Kuait], eu estaria disposto a ser o mediador", disse Trump, ao lado do emir, a jornalistas. "Se eu puder ajudar a mediar entre o Qatar e, em particular, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, eu estaria disposto a fazê-lo. Acho que vocês teriam um acordo muito rapidamente", completou. Em junho, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito cortaram relações com o Qatar e impuseram um bloqueio econômico ao país, sob a acusação de que ele apoiava o terrorismo. O Qatar rejeita as acusações. As declarações foram dadas após uma reunião entre os dois na Casa Branca —e depois de Trump falar por telefone com o rei Salman, da Arábia Saudita. Questionado sobre o andamento das conversas, o emir do Kuait disse ter "esperança" que o conflito será resolvido logo. "Especialmente porque nossos amigos nos EUA e outros amigos estão ajudando a resolver essa questão, estou otimista que a solução virá num futuro próximo", afirmou.
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Leitores escrevem sobre redução da velocidade em marginais e outras vias
Com a redução de velocidade nas marginais, em São Paulo, o índice de acidentes continuará o mesmo, pois fora do alcance de radares, os motoristas não deixarão a imprudência de lado. Se algo vai mudar, será a arrecadação das multas, cada vez maior. Egon Massahiro Kutomi, engenheiro mecânico (São Paulo, SP) * Nem sempre a nossa "lógica intuitiva" tem lógica. Quando a velocidade em uma avenida é mais baixa, passam mais veículos por ela. A explicação está na engenharia de tráfego. É menor a distância necessária entre carros em movimento quando a velocidade é mais baixa. Mas, dificilmente, uma autoridade de trânsito será elogiada quando reduzir o limite da velocidade em uma via. Rogerio Belda (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores escrevem sobre redução da velocidade em marginais e outras viasCom a redução de velocidade nas marginais, em São Paulo, o índice de acidentes continuará o mesmo, pois fora do alcance de radares, os motoristas não deixarão a imprudência de lado. Se algo vai mudar, será a arrecadação das multas, cada vez maior. Egon Massahiro Kutomi, engenheiro mecânico (São Paulo, SP) * Nem sempre a nossa "lógica intuitiva" tem lógica. Quando a velocidade em uma avenida é mais baixa, passam mais veículos por ela. A explicação está na engenharia de tráfego. É menor a distância necessária entre carros em movimento quando a velocidade é mais baixa. Mas, dificilmente, uma autoridade de trânsito será elogiada quando reduzir o limite da velocidade em uma via. Rogerio Belda (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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O que ainda falta esclarecer sobre a onda de explosões do Galaxy Note 7
A Samsung fez um segundo recall de todas as unidades já vendidas do smartphone Galaxy Note 7, um desastre sem precedentes para a fabricante de eletrônicos coreana e o setor de celulares como um todo. Já houve recalls no passado por problemas com a bateria de aparelhos. A Nokia, por exemplo, pediu em 2007 que consumidores devolvessem 46 milhões de baterias por risco de superaquecimento das peças, mas, como a bateria podia ser removida, não foi necessário dar fim a uma linha de celulares bem sucedida. "Parem de usar o aparelho, façam uma cópia dos dados e o desliguem", informou a Samsung aos donos do Note 7 após a confirmação de interrupção da produção do aparelho, motivada por registros de incêndios com o smartphone. Usuários poderão receber o dinheiro de volta ou trocar o smartphone pelos modelos Galaxy S7 ou S7 Edge, além de receber parte do valor pago na compra do Note 7. Mas várias questões continuam sem resposta. - Quando a Samsung instituiu um recall inicial no mês passado, a empresa indicou que a causa era um problema na célula de bateria. Um relatório enviado pela empresa a orgãos reguladores foi mais específico, dizendo que uma falha na produção fez com que algumas baterias fossem ligeiramente maiores do que deveriam, o que colocou mais pressão sobre elas ao serem inseridas nos telefones, segundo um documento divulgado pela agência de notícias Bloomberg. A culpa pelo problema foi atribuída à fabricante de peças, a Samsung SDI, e ele deveria ter sido resolvido substituindo as baterias com defeito por outras feitas pela empresa ATL. Ocorre que diversos celulares desta segunda leva também superaqueceram —não está claro, portanto, se o diagnóstico original estava correto. Segundo o jornal "The New York Times", os engenheiros da Samsung nunca conseguiram fazer os celulares explodirem ao tentarem recriar a falha. "Estamos trabalhando com órgãos reguladores para investigar os casos recentes envolvendo o Galaxy Note 7", disse a Samsung no único comentário feito por um porta-voz da companhia sobre o assunto. - A Samsung ainda não revelou quantos Note 7 foram fabricados antes de interromper sua produção. Em 2 de setembro, a empresa disse que 2,5 milhões de aparelhos estavam sujeitos ao recall inicial. Em 27 de setembro, acrescentou que mais de 60% destes celulares vendidos na Coreia do Sul e nos Estados Unidos tinham sido substituídos por novos telefones. Esses dois países respondem pela maioria dos smartphones vendidos —apenas cerca de 50 mil foram comprados na Europa. E o Note 7 só voltou a ser vendido por um curto período para novos consumidores na Coreia do Sul na semana passada. Tudo isso reunido perfaz um total aproximado de 4 milhões de unidades. A consultoria britânica IHS havia previsto inicialmente que cerca de 6 milhões de Note 7 haviam sido fabricados —se tudo tivesse saído de acordo com os planos da Samsung. Mas não está claro quantos exatamente superaqueceram. A Samsung diz ter recebido "35 notificações" quando fez o primeiro recall, e houve sete relatos na mídia sobre aparelhos que já haviam sido substituídos e que tiveram o mesmo problema. - A Samsung disse que tomará "todas as medidas" para receber de volta os aparelhos. Por enquanto, isso significa enviar e-mails e alertas para usuários registrados. Na época do recall original, a empresa também liberou uma atualização do software do aparelho que prevenia que as baterias fossem recarregadas completamente. Especula-se que outras restrições —ou um bloqueio completo do telefone— sejam impostas a quem se recusar a devolver o celular. Ainda há a questão sobre o que a Samsung fará com a grande quantidade de smartphones devolvidos. Um porta-voz se recusou a dizer se eles seriam desmontados para reutilização das peças em outros produtos. Mas um grupo de defesa do meio ambiente exigiu que a companhia atue com responsabilidade. "Celulares têm materiais valiosos e preciosos em seu interior, e a mineração deles pode causar um dano ambiental significativo —e isso pode se dar muitas vezes em condições de trabalho degradantes em países em desenvolvimento", disse o diretor de políticas da Friends of the Earth, Mike Childs. "Todos os telefones deveriam ser reciclados ao fim de sua vida útil ou ao serem devolvidos por problemas técnicos. O meio ambiente não deveria sofrer por erros de fabricantes de celulares." - Muitos consumidores compraram capas, teclados, lentes, canetas e baterias reserva para seus Note 7. Um porta-voz da Samsung disse que ainda discute com as lojas a eventual cobertura desses custos. Alguns donos de aparelhos se questionam se receberão dinheiro para devolver um aparelho de realidade virtual, o Gear VR, que veio junto com o smartphone se ele foi comprado antes de ser lançado —ele custa R$ 400 nos Estados Unidos se comprado em separado. O porta-voz afirmou que a companhia considerava esse item um "presente", mas não descartava fornecer uma compensação adicional por ele. - A linha de celulares Galaxy se distinguia dos iPhones da Apple por permitir a abertura, pelos usuários, da parte traseira dos aparelhos para troca da bateria. Mas lançamentos mais recentes como o S6 e o Note 5 mudaram isso, o que ajudou a fazer com que os telefones fossem mais compactos e resistentes à água. Algumas pessoas apontaram que o problema atual poderia ter sido evitado se essa alteração não tivesse ocorrido. E é importante notar que a rival da Samsung, a LG, incluiu baterias removíveis em seus dois modelos de ponta. Não é surpresa que a Samsung se recuse a comentar sobre o design de aparelhos futuros, mas um especialista disse que todas fabricantes irão rever seus planos. "Os smartphones modernos consomem muita energia —têm telas maiores e com melhor resolução, processadores mais rápidos e conexão 4G—, mas também há uma pressão maior para mantê-los compactos e, ao mesmo tempo, permitir que sejam recarregados mais rapidamente", disse Ian Fogg, da IHS. "São demandas que competem entre si. Todo mundo vai ficar de olho nos próximos lançamentos e pedir a seus times de engenharia que revejam a forma como são carregados e como as baterias funcionam para garantir que não tenham um problema parecido. E a Samsung vai ter um cuidado especial com seus novos modelos, já que é possível que tenham alguns itens de design usados no Note 7."
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O que ainda falta esclarecer sobre a onda de explosões do Galaxy Note 7A Samsung fez um segundo recall de todas as unidades já vendidas do smartphone Galaxy Note 7, um desastre sem precedentes para a fabricante de eletrônicos coreana e o setor de celulares como um todo. Já houve recalls no passado por problemas com a bateria de aparelhos. A Nokia, por exemplo, pediu em 2007 que consumidores devolvessem 46 milhões de baterias por risco de superaquecimento das peças, mas, como a bateria podia ser removida, não foi necessário dar fim a uma linha de celulares bem sucedida. "Parem de usar o aparelho, façam uma cópia dos dados e o desliguem", informou a Samsung aos donos do Note 7 após a confirmação de interrupção da produção do aparelho, motivada por registros de incêndios com o smartphone. Usuários poderão receber o dinheiro de volta ou trocar o smartphone pelos modelos Galaxy S7 ou S7 Edge, além de receber parte do valor pago na compra do Note 7. Mas várias questões continuam sem resposta. - Quando a Samsung instituiu um recall inicial no mês passado, a empresa indicou que a causa era um problema na célula de bateria. Um relatório enviado pela empresa a orgãos reguladores foi mais específico, dizendo que uma falha na produção fez com que algumas baterias fossem ligeiramente maiores do que deveriam, o que colocou mais pressão sobre elas ao serem inseridas nos telefones, segundo um documento divulgado pela agência de notícias Bloomberg. A culpa pelo problema foi atribuída à fabricante de peças, a Samsung SDI, e ele deveria ter sido resolvido substituindo as baterias com defeito por outras feitas pela empresa ATL. Ocorre que diversos celulares desta segunda leva também superaqueceram —não está claro, portanto, se o diagnóstico original estava correto. Segundo o jornal "The New York Times", os engenheiros da Samsung nunca conseguiram fazer os celulares explodirem ao tentarem recriar a falha. "Estamos trabalhando com órgãos reguladores para investigar os casos recentes envolvendo o Galaxy Note 7", disse a Samsung no único comentário feito por um porta-voz da companhia sobre o assunto. - A Samsung ainda não revelou quantos Note 7 foram fabricados antes de interromper sua produção. Em 2 de setembro, a empresa disse que 2,5 milhões de aparelhos estavam sujeitos ao recall inicial. Em 27 de setembro, acrescentou que mais de 60% destes celulares vendidos na Coreia do Sul e nos Estados Unidos tinham sido substituídos por novos telefones. Esses dois países respondem pela maioria dos smartphones vendidos —apenas cerca de 50 mil foram comprados na Europa. E o Note 7 só voltou a ser vendido por um curto período para novos consumidores na Coreia do Sul na semana passada. Tudo isso reunido perfaz um total aproximado de 4 milhões de unidades. A consultoria britânica IHS havia previsto inicialmente que cerca de 6 milhões de Note 7 haviam sido fabricados —se tudo tivesse saído de acordo com os planos da Samsung. Mas não está claro quantos exatamente superaqueceram. A Samsung diz ter recebido "35 notificações" quando fez o primeiro recall, e houve sete relatos na mídia sobre aparelhos que já haviam sido substituídos e que tiveram o mesmo problema. - A Samsung disse que tomará "todas as medidas" para receber de volta os aparelhos. Por enquanto, isso significa enviar e-mails e alertas para usuários registrados. Na época do recall original, a empresa também liberou uma atualização do software do aparelho que prevenia que as baterias fossem recarregadas completamente. Especula-se que outras restrições —ou um bloqueio completo do telefone— sejam impostas a quem se recusar a devolver o celular. Ainda há a questão sobre o que a Samsung fará com a grande quantidade de smartphones devolvidos. Um porta-voz se recusou a dizer se eles seriam desmontados para reutilização das peças em outros produtos. Mas um grupo de defesa do meio ambiente exigiu que a companhia atue com responsabilidade. "Celulares têm materiais valiosos e preciosos em seu interior, e a mineração deles pode causar um dano ambiental significativo —e isso pode se dar muitas vezes em condições de trabalho degradantes em países em desenvolvimento", disse o diretor de políticas da Friends of the Earth, Mike Childs. "Todos os telefones deveriam ser reciclados ao fim de sua vida útil ou ao serem devolvidos por problemas técnicos. O meio ambiente não deveria sofrer por erros de fabricantes de celulares." - Muitos consumidores compraram capas, teclados, lentes, canetas e baterias reserva para seus Note 7. Um porta-voz da Samsung disse que ainda discute com as lojas a eventual cobertura desses custos. Alguns donos de aparelhos se questionam se receberão dinheiro para devolver um aparelho de realidade virtual, o Gear VR, que veio junto com o smartphone se ele foi comprado antes de ser lançado —ele custa R$ 400 nos Estados Unidos se comprado em separado. O porta-voz afirmou que a companhia considerava esse item um "presente", mas não descartava fornecer uma compensação adicional por ele. - A linha de celulares Galaxy se distinguia dos iPhones da Apple por permitir a abertura, pelos usuários, da parte traseira dos aparelhos para troca da bateria. Mas lançamentos mais recentes como o S6 e o Note 5 mudaram isso, o que ajudou a fazer com que os telefones fossem mais compactos e resistentes à água. Algumas pessoas apontaram que o problema atual poderia ter sido evitado se essa alteração não tivesse ocorrido. E é importante notar que a rival da Samsung, a LG, incluiu baterias removíveis em seus dois modelos de ponta. Não é surpresa que a Samsung se recuse a comentar sobre o design de aparelhos futuros, mas um especialista disse que todas fabricantes irão rever seus planos. "Os smartphones modernos consomem muita energia —têm telas maiores e com melhor resolução, processadores mais rápidos e conexão 4G—, mas também há uma pressão maior para mantê-los compactos e, ao mesmo tempo, permitir que sejam recarregados mais rapidamente", disse Ian Fogg, da IHS. "São demandas que competem entre si. Todo mundo vai ficar de olho nos próximos lançamentos e pedir a seus times de engenharia que revejam a forma como são carregados e como as baterias funcionam para garantir que não tenham um problema parecido. E a Samsung vai ter um cuidado especial com seus novos modelos, já que é possível que tenham alguns itens de design usados no Note 7."
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'Missão: Impossível - Nação Secreta' se destaca por descuidos e exageros
"Missão: Impossível" é um ótimo título. Porque justifica qualquer cena absolutamente impossível que os roteiristas dos filmes possam inventar. E o quinto exemplar da série abusa dessa liberdade. A muito divulgada cena inicial, na qual o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) se segura na fuselagem de um avião e decola junto com ele, pendurado do lado de fora, entra direto no folclore pessoal de Cruise, que teria realmente feito a cena. O que vem depois não deixa por menos. Numa trama em que a agência de Hunt é desfeita e absorvida pela CIA (chefiada por um canastrão Alec Baldwin), o governo não acredita na existência de uma organização secreta disposta a destruir o mundo. Mas Hunt acredita e quer desbaratá-la. Falta a mocinha. Agente tão mortal quando Hunt, Ilsa Faust é o primeiro papel de destaque da sueca Rebecca Ferguson, bonita e convincente. O filme usa todos os clichês da série: perseguições de carro e de moto, Hunt cumprindo plano mirabolante para invadir algum lugar, as máscaras que ele usa e a cena em que é surrado brutalmente antes de se livrar e liquidar o agressor. Depois de cinco filmes, fica difícil distinguir qual cena é de qual filme. "Nação Secreta", porém, se destaca por descuidos e exageros. Numa perseguição espetacular no Marrocos, as ruas estão vazias, à luz do dia. Cadê todo mundo? A falta de pontaria dos bandidos quando atiram no herói que foge correndo não é exclusividade deste filme, mas é pedir demais que assassinos profissionais metralhem Hunt a dez metros e nunca acertem. A sequência final chega a constranger. É a pior solução entre os filmes da franquia. Enfim, "Missão: Impossível" número cinco é divertido. Mas é preciso perdoar os furos do roteiro e suportar Cruise em sua demonstração de macheza rodando cenas sem dublês. MISSÃO: IMPOSSÍVEL - NAÇÃO SECRETA (Mission: Impossible - Rogue Nation) DIREÇÃO: CHRISTOPHER MCQUARRIE ELENCO: TOM CRUISE, JEREMY RENNER, REBECCA FERGUSON PRODUÇÃO: EUA, 2015 QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (13) CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS
ilustrada
'Missão: Impossível - Nação Secreta' se destaca por descuidos e exageros"Missão: Impossível" é um ótimo título. Porque justifica qualquer cena absolutamente impossível que os roteiristas dos filmes possam inventar. E o quinto exemplar da série abusa dessa liberdade. A muito divulgada cena inicial, na qual o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) se segura na fuselagem de um avião e decola junto com ele, pendurado do lado de fora, entra direto no folclore pessoal de Cruise, que teria realmente feito a cena. O que vem depois não deixa por menos. Numa trama em que a agência de Hunt é desfeita e absorvida pela CIA (chefiada por um canastrão Alec Baldwin), o governo não acredita na existência de uma organização secreta disposta a destruir o mundo. Mas Hunt acredita e quer desbaratá-la. Falta a mocinha. Agente tão mortal quando Hunt, Ilsa Faust é o primeiro papel de destaque da sueca Rebecca Ferguson, bonita e convincente. O filme usa todos os clichês da série: perseguições de carro e de moto, Hunt cumprindo plano mirabolante para invadir algum lugar, as máscaras que ele usa e a cena em que é surrado brutalmente antes de se livrar e liquidar o agressor. Depois de cinco filmes, fica difícil distinguir qual cena é de qual filme. "Nação Secreta", porém, se destaca por descuidos e exageros. Numa perseguição espetacular no Marrocos, as ruas estão vazias, à luz do dia. Cadê todo mundo? A falta de pontaria dos bandidos quando atiram no herói que foge correndo não é exclusividade deste filme, mas é pedir demais que assassinos profissionais metralhem Hunt a dez metros e nunca acertem. A sequência final chega a constranger. É a pior solução entre os filmes da franquia. Enfim, "Missão: Impossível" número cinco é divertido. Mas é preciso perdoar os furos do roteiro e suportar Cruise em sua demonstração de macheza rodando cenas sem dublês. MISSÃO: IMPOSSÍVEL - NAÇÃO SECRETA (Mission: Impossible - Rogue Nation) DIREÇÃO: CHRISTOPHER MCQUARRIE ELENCO: TOM CRUISE, JEREMY RENNER, REBECCA FERGUSON PRODUÇÃO: EUA, 2015 QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (13) CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS
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Cuca tem volta triunfal, e Palmeiras estreia com goleada no Brasileiro
O caso de amor da torcida do Palmeiras com Cuca recomeçou com vitória. Metódico e supersticioso, o treinador apareceu com a calça cor de vinho para dar sorte. Tentou seguir o mesmo ritual da conquista do título brasileiro do ano passado. Deu certo. Na estreia da competição em 2017, o Palmeiras goleou o Vasco por 4 a 0, no Allianz Parque, neste domingo (14). Ele era o único nome possível para substituir Eduardo Baptista. No que dependesse do torcedor palmeirense, nem teria saído. Passou cinco meses fora. Ao ouvir seu nome gritado pelo público no estádio, fez gesto de reverência, se virou para os quatro setores da arena e agradeceu, punhos cerrados. Nenhum jogador foi tão aplaudido e teve o nome entoado com tanta força quanto Cuca. Se suas manias eram para dar sorte, vão continuar. Depois de cinco minutos de jogo, o Palmeiras já vencia por 1 a 0. Jean cobrou pênalti cometido por Jomar sobre Dudu. Gol de Jean O time paulista passou sufoco em alguns momentos. Ao forçar lances pelo setor direito do ataque, o Vasco levou vantagem e fez a bola chegar à área. Duas vezes, esta cruzou o gol sem que ninguém esticasse a perna para empurrá-la para a rede. A sorte estava com Cuca, como ele queria desde o início. Douglas aproveitou erro de Jean e saiu de frente para Fernando Prass. Com o gol à mercê, chutou no travessão. Nenê, referência do Vasco, gesticulava, impaciente. Felipe Melo, referência do Palmeiras, tentava fazer a troca de passes ser mais rápida no meio-campo e reclamava com a arbitragem. Cuca, agachado no limite da sua área técnica, era a imagem da tranquilidade. Nem o segundo gol, marcado por Guerra, o fez explodir de alegria. Fez o sinal da cruz e bateu palmas. Os reservas foram abraçá-lo. Fernando Prass saiu da sua área para dar a mão para o técnico que carrega a esperança palmeirense de levar a equipe ao segundo título nacional consecutivo. Gol de Guerra No intervalo, o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, distribuiu medalhas para 18 seguranças que estiveram com o clube em Montevidéu, na partida da Libertadores contra o Peñarol. Seria uma homenagem aos que protegeram o elenco na confusão que resultou em suspensão de seis jogos para Felipe Melo. Foi também uma cutucada na Conmebol. O clube brasileiro considera ter sido injustiçado. A conta do clube no Twitter os chamou de "heróis de Montevidéu". Apesar do sossego no segundo tempo, Cuca beijou várias vezes a imagem de Nossa Senhora Aparecida e a guardou em seguida dentro da camisa. Foi um retorno tão triunfal que serviu até para Borja espantar a má fase. Pela primeira vez vestindo a camisa 9, anotou duas vezes. Até então, o colombiano tinha apenas quatro gols desde a chegada, em fevereiro. Contratado por US$ 10,5 milhões, foi o principal reforço do clube para este ano. De peixinho, Borja fez o terceiro da equipe no primeiro minuto do segundo tempo. Primeiro gol de Borja Enquanto Cuca reclamava a cada bola pelo alto e fazia sinal para que esta fosse tocada pelo chão, o Palmeiras criava uma chance atrás da outra. Dudu, Borja, Guerra e Jean poderiam ter feito mais gols. O time atuou com confiança no ataque. Os problemas não desapareceram do dia para a noite. O Vasco continuou a rondar a área cada vez que foi à frente. Mas quando sofreu o terceiro gol, estava derrotado. O Vasco desistiu, mas Jomar, não. Depois de derrubar Dudu na área e quase fazer um golaço contra, o zagueiro cometeu outro pênalti sobre o atacante palmeirense aos 33 minutos. Borja fechou a goleada. Segundo gol de Borja Quando o árbitro Rodolpho Toski Marques encerrou a partida, as 33 mil pessoas presentes no Allianz Parque não homenagearam nenhum jogador. Nem sequer gritaram "Palmeiras". Cantaram "olê, olê, olê, olá, Cuca..." O treinador agradeceu, cumprimentou seus atletas, um a um, beijou a santa e foi embora.
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Cuca tem volta triunfal, e Palmeiras estreia com goleada no BrasileiroO caso de amor da torcida do Palmeiras com Cuca recomeçou com vitória. Metódico e supersticioso, o treinador apareceu com a calça cor de vinho para dar sorte. Tentou seguir o mesmo ritual da conquista do título brasileiro do ano passado. Deu certo. Na estreia da competição em 2017, o Palmeiras goleou o Vasco por 4 a 0, no Allianz Parque, neste domingo (14). Ele era o único nome possível para substituir Eduardo Baptista. No que dependesse do torcedor palmeirense, nem teria saído. Passou cinco meses fora. Ao ouvir seu nome gritado pelo público no estádio, fez gesto de reverência, se virou para os quatro setores da arena e agradeceu, punhos cerrados. Nenhum jogador foi tão aplaudido e teve o nome entoado com tanta força quanto Cuca. Se suas manias eram para dar sorte, vão continuar. Depois de cinco minutos de jogo, o Palmeiras já vencia por 1 a 0. Jean cobrou pênalti cometido por Jomar sobre Dudu. Gol de Jean O time paulista passou sufoco em alguns momentos. Ao forçar lances pelo setor direito do ataque, o Vasco levou vantagem e fez a bola chegar à área. Duas vezes, esta cruzou o gol sem que ninguém esticasse a perna para empurrá-la para a rede. A sorte estava com Cuca, como ele queria desde o início. Douglas aproveitou erro de Jean e saiu de frente para Fernando Prass. Com o gol à mercê, chutou no travessão. Nenê, referência do Vasco, gesticulava, impaciente. Felipe Melo, referência do Palmeiras, tentava fazer a troca de passes ser mais rápida no meio-campo e reclamava com a arbitragem. Cuca, agachado no limite da sua área técnica, era a imagem da tranquilidade. Nem o segundo gol, marcado por Guerra, o fez explodir de alegria. Fez o sinal da cruz e bateu palmas. Os reservas foram abraçá-lo. Fernando Prass saiu da sua área para dar a mão para o técnico que carrega a esperança palmeirense de levar a equipe ao segundo título nacional consecutivo. Gol de Guerra No intervalo, o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, distribuiu medalhas para 18 seguranças que estiveram com o clube em Montevidéu, na partida da Libertadores contra o Peñarol. Seria uma homenagem aos que protegeram o elenco na confusão que resultou em suspensão de seis jogos para Felipe Melo. Foi também uma cutucada na Conmebol. O clube brasileiro considera ter sido injustiçado. A conta do clube no Twitter os chamou de "heróis de Montevidéu". Apesar do sossego no segundo tempo, Cuca beijou várias vezes a imagem de Nossa Senhora Aparecida e a guardou em seguida dentro da camisa. Foi um retorno tão triunfal que serviu até para Borja espantar a má fase. Pela primeira vez vestindo a camisa 9, anotou duas vezes. Até então, o colombiano tinha apenas quatro gols desde a chegada, em fevereiro. Contratado por US$ 10,5 milhões, foi o principal reforço do clube para este ano. De peixinho, Borja fez o terceiro da equipe no primeiro minuto do segundo tempo. Primeiro gol de Borja Enquanto Cuca reclamava a cada bola pelo alto e fazia sinal para que esta fosse tocada pelo chão, o Palmeiras criava uma chance atrás da outra. Dudu, Borja, Guerra e Jean poderiam ter feito mais gols. O time atuou com confiança no ataque. Os problemas não desapareceram do dia para a noite. O Vasco continuou a rondar a área cada vez que foi à frente. Mas quando sofreu o terceiro gol, estava derrotado. O Vasco desistiu, mas Jomar, não. Depois de derrubar Dudu na área e quase fazer um golaço contra, o zagueiro cometeu outro pênalti sobre o atacante palmeirense aos 33 minutos. Borja fechou a goleada. Segundo gol de Borja Quando o árbitro Rodolpho Toski Marques encerrou a partida, as 33 mil pessoas presentes no Allianz Parque não homenagearam nenhum jogador. Nem sequer gritaram "Palmeiras". Cantaram "olê, olê, olê, olá, Cuca..." O treinador agradeceu, cumprimentou seus atletas, um a um, beijou a santa e foi embora.
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Atores se entregam a Kubrick em 'De Olhos Bem Fechados'
"De Olhos Bem Fechados" (1999, 18 anos, Max, 2h20) não seria o mesmo filme se outros fossem os atores. Mas Stanley Kubrick elegeu o Casal 20 da época, Tom Cruise e Nicole Kidman, para os papéis centrais. Mais precisamente, para os de um casal mergulhado num momento de beleza e dor, desde que ela, Alice, diz ao marido, o médico Bill Harford, ter sentido desejo sexual por outro homem. ANGÚSTIA Como se trata de Kubrick, os atores entregam-se a ele. Não se concebe ver Nicole Kidman sentada numa privada, a não ser num filme dele... É em torno da sexualidade que se desenvolve, basicamente, o restante do filme. Talvez não da sexualidade que a maior parte dos filmes aborda: aqui, ela é vivenciada como angústia e sentimento de contradição entre as pulsões humanas e as exigências da civilização. Último filme à altura de Kubrick.
ilustrada
Atores se entregam a Kubrick em 'De Olhos Bem Fechados'"De Olhos Bem Fechados" (1999, 18 anos, Max, 2h20) não seria o mesmo filme se outros fossem os atores. Mas Stanley Kubrick elegeu o Casal 20 da época, Tom Cruise e Nicole Kidman, para os papéis centrais. Mais precisamente, para os de um casal mergulhado num momento de beleza e dor, desde que ela, Alice, diz ao marido, o médico Bill Harford, ter sentido desejo sexual por outro homem. ANGÚSTIA Como se trata de Kubrick, os atores entregam-se a ele. Não se concebe ver Nicole Kidman sentada numa privada, a não ser num filme dele... É em torno da sexualidade que se desenvolve, basicamente, o restante do filme. Talvez não da sexualidade que a maior parte dos filmes aborda: aqui, ela é vivenciada como angústia e sentimento de contradição entre as pulsões humanas e as exigências da civilização. Último filme à altura de Kubrick.
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Lugano diz que joga até de goleiro e fala em encerrar carreira no São Paulo
O zagueiro uruguaio Diego Lugano foi apresentado oficialmente pelo São Paulo nesta segunda-feira (18). Em entrevista coletiva, ele disse que sua principal função no clube será assumir a responsabilidade nos momentos ruins e afirmou que quer ser tratado igual a todos os colegas. "Estou 100% à disposição para ser parte do grupo, jogando ou não jogando, levando água para os companheiros. Isso é ser parte do grupo", afirmou o zagueiro. Lugano fez um balanço do que deve ser a temporada para o São Paulo e disse que a Libertadores deste ano estará forte como nunca. "Se você ver a Libertadores hoje, todos os times grandes estão se preparando para vencer. É uma brincadeira de gente grande". O uruguaio também afirmou que a tendência é que o São Paulo cresça ao longo da competição. "Quando o São Paulo começar a ganhar os jogos, o time vai crescendo. É diferente dos times que começam voando e caem. O mais difícil vai ser o começo. O torcedor vai ter que ter paciência com a comissão técnica estrangeira e jogadores que estão começando. Vai ser difícil, mas o São Paulo vai pegando força e, se Deus quiser, vai estar na decisão da Libertadores", disse. Finalmente, perguntado sobre o risco que corria de manchar a história que construiu no São Paulo, ele foi categórico. "Como muita gente me falou, tem muito risco, por ser tão boa minha primeira passagem. Mas o risco fica em quinto lugar quando tem uma torcida e um clube que precisa de você. A tendência é que tudo dê certo. E se não for como sonhamos, não será por falta de trabalho e compromisso", afirmou o uruguaio, que pensa em terminar a sua carreira no clube paulista. "É um desejo que eu tenho, mas vamos pouco a pouco. Eu não sei quando será o meu último jogo, mas tomara que seja aqui", disse. Mercado da bola ESTREIA Sobre sua estreia, Lugano disse que ainda não está pronto e que a decisão será da comissão técnica. "Infelizmente perdemos tempo na ultima semana até eu vir para o São Paulo e tenho que recuperar agora. Não sei exatamente quando estarei pronto, futebolisticamente. A comissão técnica determinará. Acho que semana que vem estarei fazendo trabalho de campo, mas a estreia é o treinador quem vai saber". O zagueiro já treinava no São Paulo desde quarta-feira (13), após recepção calorosa da torcida no aeroporto internacional de Guarulhos, na terça (12). Entretanto, não irá ao Paraguai para enfrentar seu ex-clube, o Cerro Porteño, em partida amistosa, na quarta-feira (20). No São Paulo, porém, ele disse que topa até mesmo substituir Rogério Ceni. "Se ele [o técnico] quiser me botar de goleiro, eu vou, sem problema", afirmou. HISTÓRICO Lugano foi contratado pelo São Paulo em 2003, vindo do Nacional, do Uruguai. Pelo clube do Morumbi, o zagueiro foi campeão do Paulista, da Libertadores e do Mundial em 2005, além do Campeonato Brasileiro em 2006. Nos últimos anos, entretanto, o uruguaio fez poucos jogos e passou por times e ligas menos expressivas. Depois de boa passagem pelo Fenerbahçe, da Turquia, ficou um ano e meio no PSG, entre 2011 e 2013, mas fez apenas 21 partidas. Foi, então, emprestado ao Málaga e, no meio de 2013, transferiu-se para o West Bromwich Albion, da Inglaterra. Em maio de 2014, porém, o uruguaio se desligou do clube, que brigava para não cair naquele ano. Após a saída, Lugano ficou mais de seis meses parado e, apenas em 2015, voltou aos gramados, dessa vez na Suécia, pelo desconhecido BK Hackën. No mesmo ano, retornou para a América do Sul, contratado pelo Cerro Porteño. No Paraguai, Lugano jogou apenas seis meses, mas ganhou a admiração da torcida. Em apenas um semestre, fez 16 jogos e marcou surpreendentes cinco gols. Pelo São Paulo, foram 176 jogos e 11 gols.
esporte
Lugano diz que joga até de goleiro e fala em encerrar carreira no São PauloO zagueiro uruguaio Diego Lugano foi apresentado oficialmente pelo São Paulo nesta segunda-feira (18). Em entrevista coletiva, ele disse que sua principal função no clube será assumir a responsabilidade nos momentos ruins e afirmou que quer ser tratado igual a todos os colegas. "Estou 100% à disposição para ser parte do grupo, jogando ou não jogando, levando água para os companheiros. Isso é ser parte do grupo", afirmou o zagueiro. Lugano fez um balanço do que deve ser a temporada para o São Paulo e disse que a Libertadores deste ano estará forte como nunca. "Se você ver a Libertadores hoje, todos os times grandes estão se preparando para vencer. É uma brincadeira de gente grande". O uruguaio também afirmou que a tendência é que o São Paulo cresça ao longo da competição. "Quando o São Paulo começar a ganhar os jogos, o time vai crescendo. É diferente dos times que começam voando e caem. O mais difícil vai ser o começo. O torcedor vai ter que ter paciência com a comissão técnica estrangeira e jogadores que estão começando. Vai ser difícil, mas o São Paulo vai pegando força e, se Deus quiser, vai estar na decisão da Libertadores", disse. Finalmente, perguntado sobre o risco que corria de manchar a história que construiu no São Paulo, ele foi categórico. "Como muita gente me falou, tem muito risco, por ser tão boa minha primeira passagem. Mas o risco fica em quinto lugar quando tem uma torcida e um clube que precisa de você. A tendência é que tudo dê certo. E se não for como sonhamos, não será por falta de trabalho e compromisso", afirmou o uruguaio, que pensa em terminar a sua carreira no clube paulista. "É um desejo que eu tenho, mas vamos pouco a pouco. Eu não sei quando será o meu último jogo, mas tomara que seja aqui", disse. Mercado da bola ESTREIA Sobre sua estreia, Lugano disse que ainda não está pronto e que a decisão será da comissão técnica. "Infelizmente perdemos tempo na ultima semana até eu vir para o São Paulo e tenho que recuperar agora. Não sei exatamente quando estarei pronto, futebolisticamente. A comissão técnica determinará. Acho que semana que vem estarei fazendo trabalho de campo, mas a estreia é o treinador quem vai saber". O zagueiro já treinava no São Paulo desde quarta-feira (13), após recepção calorosa da torcida no aeroporto internacional de Guarulhos, na terça (12). Entretanto, não irá ao Paraguai para enfrentar seu ex-clube, o Cerro Porteño, em partida amistosa, na quarta-feira (20). No São Paulo, porém, ele disse que topa até mesmo substituir Rogério Ceni. "Se ele [o técnico] quiser me botar de goleiro, eu vou, sem problema", afirmou. HISTÓRICO Lugano foi contratado pelo São Paulo em 2003, vindo do Nacional, do Uruguai. Pelo clube do Morumbi, o zagueiro foi campeão do Paulista, da Libertadores e do Mundial em 2005, além do Campeonato Brasileiro em 2006. Nos últimos anos, entretanto, o uruguaio fez poucos jogos e passou por times e ligas menos expressivas. Depois de boa passagem pelo Fenerbahçe, da Turquia, ficou um ano e meio no PSG, entre 2011 e 2013, mas fez apenas 21 partidas. Foi, então, emprestado ao Málaga e, no meio de 2013, transferiu-se para o West Bromwich Albion, da Inglaterra. Em maio de 2014, porém, o uruguaio se desligou do clube, que brigava para não cair naquele ano. Após a saída, Lugano ficou mais de seis meses parado e, apenas em 2015, voltou aos gramados, dessa vez na Suécia, pelo desconhecido BK Hackën. No mesmo ano, retornou para a América do Sul, contratado pelo Cerro Porteño. No Paraguai, Lugano jogou apenas seis meses, mas ganhou a admiração da torcida. Em apenas um semestre, fez 16 jogos e marcou surpreendentes cinco gols. Pelo São Paulo, foram 176 jogos e 11 gols.
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Entre o justo e o possível
BRASÍLIA - No ano passado, a presidente Dilma enfrentou um perrengue no Congresso por causa da correção da tabela do Imposto de Renda, assunto pop e que sempre gera debates acalorados. O imbróglio, neste ano, promete ser bem maior. Enquanto a queda de braço de 2015 começou devido à proposta apresentada pelo Planalto – muito acanhada diante do tamanho da inflação registrada no ano anterior –, a situação em 2016 será pior por um detalhe relevante: o governo, desta vez, não propôs reajuste algum. A ideia inicial do Planalto em 2015 era corrigir a tabela em 4,5%, abaixo da alta de 6,41% dos preços em 2014. A oposição fez um escarcéu e tentou forçar uma correção de 6,5%. O governo conseguiu barrar o populismo oposicionista, negociou com quem manda no Congresso e acabou aprovando um reajuste escalonado das faixas da tabela. A correção ficou, na média, em 5,6%. Como não faltou confusão no fim do ano passado, ninguém percebeu o fato de que o Orçamento de 2016 foi aprovado sem previsão de reajuste da tabela, como sempre quer toda e qualquer equipe econômica. Os ministros petistas acordaram e já começaram a pressionar o colega Nelson Barbosa para arrumar um jeito de apresentar alguma alternativa. O chefe da Fazenda terá enorme trabalho para convencer seus colegas políticos, usando argumentos técnicos, de que não dá para corrigir nada, mesmo depois da inflação de quase 11% no ano passado. O assunto ainda não chegou à mesa da chefe. Até lá, o bloco da pressão vai deixar de estar restrito aos amigos petistas. Vamos assistir a um movimento suprapartidário, assim que deputados e senadores voltarem ao trabalho, no início de fevereiro. Dilma terá que decidir se faz o que parece ser justo ou se atém ao que é possível. Se corrigir a tabela, algum outro imposto vai subir. Se negar o reajuste, vai comprometer ainda mais seu ínfimo capital político. renato.andrade@grupofolha.com.br
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Entre o justo e o possívelBRASÍLIA - No ano passado, a presidente Dilma enfrentou um perrengue no Congresso por causa da correção da tabela do Imposto de Renda, assunto pop e que sempre gera debates acalorados. O imbróglio, neste ano, promete ser bem maior. Enquanto a queda de braço de 2015 começou devido à proposta apresentada pelo Planalto – muito acanhada diante do tamanho da inflação registrada no ano anterior –, a situação em 2016 será pior por um detalhe relevante: o governo, desta vez, não propôs reajuste algum. A ideia inicial do Planalto em 2015 era corrigir a tabela em 4,5%, abaixo da alta de 6,41% dos preços em 2014. A oposição fez um escarcéu e tentou forçar uma correção de 6,5%. O governo conseguiu barrar o populismo oposicionista, negociou com quem manda no Congresso e acabou aprovando um reajuste escalonado das faixas da tabela. A correção ficou, na média, em 5,6%. Como não faltou confusão no fim do ano passado, ninguém percebeu o fato de que o Orçamento de 2016 foi aprovado sem previsão de reajuste da tabela, como sempre quer toda e qualquer equipe econômica. Os ministros petistas acordaram e já começaram a pressionar o colega Nelson Barbosa para arrumar um jeito de apresentar alguma alternativa. O chefe da Fazenda terá enorme trabalho para convencer seus colegas políticos, usando argumentos técnicos, de que não dá para corrigir nada, mesmo depois da inflação de quase 11% no ano passado. O assunto ainda não chegou à mesa da chefe. Até lá, o bloco da pressão vai deixar de estar restrito aos amigos petistas. Vamos assistir a um movimento suprapartidário, assim que deputados e senadores voltarem ao trabalho, no início de fevereiro. Dilma terá que decidir se faz o que parece ser justo ou se atém ao que é possível. Se corrigir a tabela, algum outro imposto vai subir. Se negar o reajuste, vai comprometer ainda mais seu ínfimo capital político. renato.andrade@grupofolha.com.br
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Garoa cai em São Paulo e temperatura deve baixar no fim de semana
A umidade subiu na capital paulista e o dia amanheceu com tempo um pouco mais ameno que o registrado nos últimos dias. O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência) registrou garoas isoladas nesta sexta-feira (25) em bairros da zona leste e norte, como Penha, Vila Maria, Belém e Mooca. A umidade relativa do ar mínima na cidade até as 10h era de 35%. No fim da manhã, chuvas breves caíram em várias partes da cidade. Segundo o CGE, as precipitações devem continuar ao longo do dia, com mais expressividade no começo da noite e durante a madrugada. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) prevê temperaturas entre 21ºC e 33ºC. As chuvas devem continuar a cair até pelo menos o começo de outubro, de acordo com o CGE. O sábado deve ser nublado, com mínima de 20ºC e máxima de 29ºC. O domingo (27) deve ser de curtos períodos de sol e pancadas de chuva ao longo do dia, com intensidade de moderada a forte. A temperatura oscila entre 19ºC e 28ºC. As chuvas devem aliviar o calor que atingiu São Paulo nas últimas semanas. Meteorologias previam que a temperatura poderia bater recordes entre quinta e sexta feira (24 e 25). Segundo o CGE, a queda na temperatura se deve a uma frente fria que vem do sul do país –e que causou estragos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
cotidiano
Garoa cai em São Paulo e temperatura deve baixar no fim de semanaA umidade subiu na capital paulista e o dia amanheceu com tempo um pouco mais ameno que o registrado nos últimos dias. O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência) registrou garoas isoladas nesta sexta-feira (25) em bairros da zona leste e norte, como Penha, Vila Maria, Belém e Mooca. A umidade relativa do ar mínima na cidade até as 10h era de 35%. No fim da manhã, chuvas breves caíram em várias partes da cidade. Segundo o CGE, as precipitações devem continuar ao longo do dia, com mais expressividade no começo da noite e durante a madrugada. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) prevê temperaturas entre 21ºC e 33ºC. As chuvas devem continuar a cair até pelo menos o começo de outubro, de acordo com o CGE. O sábado deve ser nublado, com mínima de 20ºC e máxima de 29ºC. O domingo (27) deve ser de curtos períodos de sol e pancadas de chuva ao longo do dia, com intensidade de moderada a forte. A temperatura oscila entre 19ºC e 28ºC. As chuvas devem aliviar o calor que atingiu São Paulo nas últimas semanas. Meteorologias previam que a temperatura poderia bater recordes entre quinta e sexta feira (24 e 25). Segundo o CGE, a queda na temperatura se deve a uma frente fria que vem do sul do país –e que causou estragos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
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Militância fora do tribunal indica que Moro está, sim, candidato a algo
"Lula vai ser preso?" Essa é a pergunta número um das bocas, dos becos e dos botecos. A minha resposta: "Não sei". Outro dia arrisquei: "Com corte de gastos, reforma da Previdência e reforma trabalhista, seria preferível uma condenação em regime aberto. Não gosto de heróis presos em períodos de crise. Mas que se cumpra a lei". A pessoa ficou brava. Não foi uma resposta adequada a esses tempos de redes sociais. Nestes dias, quem indaga quer ver apenas a própria cara refletida no "black mirror", na tela. Ou nada de "like" pra você. Uma segunda questão começa a ganhar corpo em versos e trovas e a sair do breu das tocas: "Sergio Moro vai ser candidato?" Com alguma frequência, deixa-se de lado o complemento nominal porque parece tão óbvio que a palavra "candidato", nesse caso, é intransitiva! Só pode ser "à Presidência". E eu: "Seria melhor que não fosse". E a cara contrariada do outro lado: "Por quê? Você imagina alguém melhor?". Oh mares! Oh temporais! Oh Cícero dos falsos cognatos! O que é que se fez da dúvida nesta terra? Quem pergunta não espera ouvir uma resposta. Quer uma reiteração, uma redundância, um pleonasmo. Num mundo em que só há certezas, a inteligência especulativa se torna, por óbvio, subversiva. Avanço um pouco. Moro já é candidato. E sacio a fome de complemento de quem não suporta a gramática da dúvida: é candidato "a alguma coisa". Que ele já não caiba mais no molde do juiz, disso estou certo. Mandam-me um vídeo em que o "esposo", Moro, lê o trecho de um discurso de Theodore Roosevelt contra a corrupção. O americano, que falava suavemente, carregava, como se sabe, um grande porrete, o imortalizado "big stick". Encerra a gravação sem esquecer de um agradecimento: "E fica essa leitura aí para ser apresentada nessa página, que é mantida, muito gentilmente, pela minha querida esposa". A tal página, no Facebook, é a "Eu MORO com ele". Traz, logo na abertura, uma foto com as palavras "DE AMOR POR VOCÊ". No primeiro caso, um trocadilho; no segundo, uma elipse trocadilhesca: "[Moro] de amor por você". Assim, já se sabe a quem remete o pronome "Ele", que não mais substitui um nome, um substantivo, mas alude a um mito em fermentação. A página da "minha [dele] gentil esposa", para a qual "Ele" grava vídeos, faz a defesa do fim do foro especial por prerrogativa de função, chamado, sem a devida vênia jurídica, de "foro privilegiado"; reproduz a foto de uma criança de oito anos que se fantasia com os "pretos sobre preto" da vestimenta do juiz; faz militância política aberta sobre temas que estão por aí, em trânsito. Em suma, "Eu MORO com ele", "muito gentilmente tocada" por sua "querida esposa", é uma página de militância política. Inclusive contra o Supremo, para onde vai boa parte dos políticos da Lava Jato com foro especial. Sugestão evidente: "Ele" pode fazer Justiça; já aqueles do STF... E que mal há na existência de uma página com essas características? Nenhum! Desde que "Ele" não concentrasse hoje poder de vida e morte sobre a reputação de pessoas num mercado do qual "Ele" decidiu fazer parte. E o leitor tem todo o direito de considerar —e a minha avaliação não é muito distinta- que ninguém está na "Vara do Moro" porque andou se comportando bem no verão passado. Ocorre que a gramática da Justiça exige uma isenção incompatível com a gramática da política. O nosso "Tirano de Siracusa" (pesquisem) já está candidato. O tempo vai dizer o que será que será. Facebook: https://goo.gl/X9PYqA
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Militância fora do tribunal indica que Moro está, sim, candidato a algo"Lula vai ser preso?" Essa é a pergunta número um das bocas, dos becos e dos botecos. A minha resposta: "Não sei". Outro dia arrisquei: "Com corte de gastos, reforma da Previdência e reforma trabalhista, seria preferível uma condenação em regime aberto. Não gosto de heróis presos em períodos de crise. Mas que se cumpra a lei". A pessoa ficou brava. Não foi uma resposta adequada a esses tempos de redes sociais. Nestes dias, quem indaga quer ver apenas a própria cara refletida no "black mirror", na tela. Ou nada de "like" pra você. Uma segunda questão começa a ganhar corpo em versos e trovas e a sair do breu das tocas: "Sergio Moro vai ser candidato?" Com alguma frequência, deixa-se de lado o complemento nominal porque parece tão óbvio que a palavra "candidato", nesse caso, é intransitiva! Só pode ser "à Presidência". E eu: "Seria melhor que não fosse". E a cara contrariada do outro lado: "Por quê? Você imagina alguém melhor?". Oh mares! Oh temporais! Oh Cícero dos falsos cognatos! O que é que se fez da dúvida nesta terra? Quem pergunta não espera ouvir uma resposta. Quer uma reiteração, uma redundância, um pleonasmo. Num mundo em que só há certezas, a inteligência especulativa se torna, por óbvio, subversiva. Avanço um pouco. Moro já é candidato. E sacio a fome de complemento de quem não suporta a gramática da dúvida: é candidato "a alguma coisa". Que ele já não caiba mais no molde do juiz, disso estou certo. Mandam-me um vídeo em que o "esposo", Moro, lê o trecho de um discurso de Theodore Roosevelt contra a corrupção. O americano, que falava suavemente, carregava, como se sabe, um grande porrete, o imortalizado "big stick". Encerra a gravação sem esquecer de um agradecimento: "E fica essa leitura aí para ser apresentada nessa página, que é mantida, muito gentilmente, pela minha querida esposa". A tal página, no Facebook, é a "Eu MORO com ele". Traz, logo na abertura, uma foto com as palavras "DE AMOR POR VOCÊ". No primeiro caso, um trocadilho; no segundo, uma elipse trocadilhesca: "[Moro] de amor por você". Assim, já se sabe a quem remete o pronome "Ele", que não mais substitui um nome, um substantivo, mas alude a um mito em fermentação. A página da "minha [dele] gentil esposa", para a qual "Ele" grava vídeos, faz a defesa do fim do foro especial por prerrogativa de função, chamado, sem a devida vênia jurídica, de "foro privilegiado"; reproduz a foto de uma criança de oito anos que se fantasia com os "pretos sobre preto" da vestimenta do juiz; faz militância política aberta sobre temas que estão por aí, em trânsito. Em suma, "Eu MORO com ele", "muito gentilmente tocada" por sua "querida esposa", é uma página de militância política. Inclusive contra o Supremo, para onde vai boa parte dos políticos da Lava Jato com foro especial. Sugestão evidente: "Ele" pode fazer Justiça; já aqueles do STF... E que mal há na existência de uma página com essas características? Nenhum! Desde que "Ele" não concentrasse hoje poder de vida e morte sobre a reputação de pessoas num mercado do qual "Ele" decidiu fazer parte. E o leitor tem todo o direito de considerar —e a minha avaliação não é muito distinta- que ninguém está na "Vara do Moro" porque andou se comportando bem no verão passado. Ocorre que a gramática da Justiça exige uma isenção incompatível com a gramática da política. O nosso "Tirano de Siracusa" (pesquisem) já está candidato. O tempo vai dizer o que será que será. Facebook: https://goo.gl/X9PYqA
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PF quer esclarecer papel de vice-governador do Rio na Lava Jato
Um relatório da Polícia Federal enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) pede que seja esclarecido o papel do vice-governador do Rio Francisco Dornelles (PP) no esquema de corrupção da Petrobras. O documento pede que seja realizado o depoimento do vice-governador e justifica que a medida é necessária porque ele comandou o PP entre 2007 e 2013, tendo tratado de doações de empresas investigadas por desvios na estatal ao partido. Segundo a PF, "faz-se necessário, portanto, trazer para a apuração dos fatos a participação de Francisco Dornelles, em razão de, na condição de presidente do PP, haver solicitado a Paulo Roberto Costa [ex-diretor da Petrobras] R$ 2 milhões em doações para o diretório nacional do PP. O texto fala ainda que "destaca-se que em um cenário de corrupção partidária desta envergadura seria improvável sem o conhecimento e anuência do presidente do partido, razão pela qual, além de Ciro Nogueira, atual presidente do PP, a conduta do ex-presidente do partido, o ex-senador e atual vice-Governador do Estado do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, também e trazida para a presente análise investigativa". A PF aponta que o diretório nacional do PP teria recebido R$ 2,74 milhões em doações eleitorais do grupo Queiroz Galvão, sendo R$ 2,4 milhões da Vital Engenharia, ligada ao grupo, que também teria repassado R$ 7,5 milhões no evento relatado pelo doleiro Alberto Yousseff e que beneficiou diversos parlamentares e diretórios do PP. Procurada pela Folha, a assessoria de Dornelles ainda não se manifestou. O PP é o partido com o maior número de congressistas investigados na Lava Jato. Dos 35 parlamentares, 18 deputados e três senadores são alvo de inquérito no STF –sendo que o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e seu pai, o senador Benedito de Lira (PP-AL) já foram denunciados pela Procuradoria Geral da República ao STF pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A diretoria de Abastecimento, comandada por Costa, servia inicialmente para abastecer repasses ao PP, que eram operados por Youssef, e depois passou a atender também o PMDB. Por isso a prevalência de citações a parlamentares do PP. Em sua delação, o doleiro inclusive cita parlamentares que foram buscar pessoalmente dinheiro no escritório de sua empresa, a GFD, em São Paulo.
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PF quer esclarecer papel de vice-governador do Rio na Lava JatoUm relatório da Polícia Federal enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) pede que seja esclarecido o papel do vice-governador do Rio Francisco Dornelles (PP) no esquema de corrupção da Petrobras. O documento pede que seja realizado o depoimento do vice-governador e justifica que a medida é necessária porque ele comandou o PP entre 2007 e 2013, tendo tratado de doações de empresas investigadas por desvios na estatal ao partido. Segundo a PF, "faz-se necessário, portanto, trazer para a apuração dos fatos a participação de Francisco Dornelles, em razão de, na condição de presidente do PP, haver solicitado a Paulo Roberto Costa [ex-diretor da Petrobras] R$ 2 milhões em doações para o diretório nacional do PP. O texto fala ainda que "destaca-se que em um cenário de corrupção partidária desta envergadura seria improvável sem o conhecimento e anuência do presidente do partido, razão pela qual, além de Ciro Nogueira, atual presidente do PP, a conduta do ex-presidente do partido, o ex-senador e atual vice-Governador do Estado do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, também e trazida para a presente análise investigativa". A PF aponta que o diretório nacional do PP teria recebido R$ 2,74 milhões em doações eleitorais do grupo Queiroz Galvão, sendo R$ 2,4 milhões da Vital Engenharia, ligada ao grupo, que também teria repassado R$ 7,5 milhões no evento relatado pelo doleiro Alberto Yousseff e que beneficiou diversos parlamentares e diretórios do PP. Procurada pela Folha, a assessoria de Dornelles ainda não se manifestou. O PP é o partido com o maior número de congressistas investigados na Lava Jato. Dos 35 parlamentares, 18 deputados e três senadores são alvo de inquérito no STF –sendo que o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e seu pai, o senador Benedito de Lira (PP-AL) já foram denunciados pela Procuradoria Geral da República ao STF pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A diretoria de Abastecimento, comandada por Costa, servia inicialmente para abastecer repasses ao PP, que eram operados por Youssef, e depois passou a atender também o PMDB. Por isso a prevalência de citações a parlamentares do PP. Em sua delação, o doleiro inclusive cita parlamentares que foram buscar pessoalmente dinheiro no escritório de sua empresa, a GFD, em São Paulo.
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Negociação entre Temer e Renan faz cair conceito dos políticos, diz leitor
IMPEACHMENT Temer e Renan negociam para que o julgamento da presidente afastada seja feito antes da definição da cassação do deputado Eduardo Cunha. Essa é uma situação absurda e que coloca em destaque o oportunismo de quem está no comando. Mostra ainda que o caso do impeachment é efetivamente uma questão política, não jurídica. É mais uma situação muito desfavorável para o conceito da classe dos políticos. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) * Está chegando ao fim o velório político mais longo da história brasileira. O PT e os demais partidos que apoiam o governo Dilma querem esticar a corda, pouco se importando com a situação do Brasil. A crise não cessa enquanto não acabar esse malfadado impeachment. É importante que os brasileiros tirem lições para suas vidas e aprendam a votar nas próximas eleições, pois uma escolha malfeita deixa consequências dolorosas para todos. Basta ver a situação do Brasil hoje. IZABEL AVALLONE (São Paulo, SP) * Se é verdade que não há previsão legal para afastar do poder um governante que, por incompetência, ação ou omissão, leva um município, um Estado ou o país à ruína, então temos que admitir que a legislação é falha e necessita ser corrigida urgentemente. A sociedade não pode ficar refém de irresponsáveis. ROBERTO FISSMER (Porto Alegre, RS) * Que presidente necessita ser blindado para não ouvir vaias? Sou contra essa forma de atuação, mas acho que ele deve sentir o que o povo pensa e manter sua postura. MARIA HELENA BEAUCHAMP CARLOS WEBER (São Paulo, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO Correndo o risco de ser rotulado como mais um dos imbecis que ainda nutrem alguma esperança de ver este país nos trilhos, ouso perguntar: o que é que o STF tanto teme de Renan, de Jucá, de Sarney, de Lula, de Paulo Bernardo e de outros escroques? CARLOS ALBERTO BELLOZI (Belo Horizonte, MG) * Impressionante como Lula insiste em afirmar que é inocente em tudo o que acontece ao seu redor. Mais impressionante ainda é que tem gente que acredita na sua inocência. HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) - SALVA-VIDAS NA RIO-2016 Impagável a sutileza de Hélio Schwartsman em "Um emprego divino". Eu li a reportagem a que ele se refere e acho que faltou informar se uma das exigências para o cargo de salva-vidas seria "saber nadar". ABDIAS FERREIRA FILHO (São Paulo, SP) * Salva-vidas na piscina olímpica. Se a moda pega, vai ser obrigatória a presença do Samu em sala de cirurgia. SÉRGIO PIVA (Maringá, PR) - MALUF Paulo Maluf conseguiu repatriar um dinheiro que não existe, manter-se como deputado federal e continuar rico, leve e solto. CARLOS GASPAR (São Paulo, SP) - MANIA Será que os idealizadores do jogo Pokémon Go, que aporta agora também no Brasil, alertaram os viciados a que, enquanto procuram desesperadamente seus monstrinhos pelas ruas, distraídos, podem perder seus celulares? Com certeza, para os costumeiros assaltantes, a coisa ficará muito mais fácil. BEATRIZ CAMPOS (São Paulo, SP) * Para quem anda com algum excesso de fé na humanidade e almeja voltar a um certo equilíbrio, costumo receitar que veja alguns capítulos de "Big Brother Brasil". Agora que o programa não está no ar, sugiro imaginar que, neste momento, boa parte da humanidade está freneticamente ocupada em caçar Pokémons pelas ruas do mundo. CARLOS MORAES (São Paulo, SP) - FIO DENTAL A reportagem "Fio dental não é tão eficaz, diz estudo" ) me causou indignação como cirurgiã-dentista e periodontista. Sabe-se que uma adequada higiene bucal requer o uso da escova dental, mas ela não é capaz de limpar as superfícies entre os dentes. O uso do fio dental é eficaz na limpeza interdental, mas depende do paciente fazê-lo corretamente. O fato é que o fio dental, com uso orientado e personalizado de acordo com as necessidades de cada indivíduo, continua sendo o melhor método para prevenir cárie interdental. DAIANE PERUZZO, professora de periodontia da Faculdade São Leopoldo Mandic (Campinas, SP) * Fiquei pasmo ao ler reportagem com colegas periodontistas dizendo que o fio dental não é importante para a manutenção da saúde bucal. Posso atestar que o fio dental é o único meio de remoção da placa bacteriana subgengival. É ele que vai deixar as gengivas e todo o periodonto saudável. É por essas e outras que a periodontia é a especialidade mais negligenciada pelos dentistas e 80% da população tem doença periodontal. LUÍS F. DUPIN, periodontista (São Paulo, SP) - COLUNISTAS O artigo "Resistir ao poder mais opressivo", de Contardo Calligaris, é uma verdadeira aula a respeito de como a psiquiatria se rendeu à necessidade de patologizar os comportamentos supostamente desviantes. Os manuais de classificação das doenças mentais, DSM e CID, prestam-se a ser catálogos nos quais se encontram rótulos para tudo. Por trás de tais classificações, existem inúmeros interesses, principalmente o de assegurar que aqueles que são diferentes sejam classificados como doentes mentais. JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR) - ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL No debate sobre alimentação saudável que Jamie Oliver e David Hertz propõem é necessário incluir na pauta o uso abusivo de agrotóxicos no Brasil. De nada serve um belo e nutritivo prato impregnado de veneno. JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Negociação entre Temer e Renan faz cair conceito dos políticos, diz leitorIMPEACHMENT Temer e Renan negociam para que o julgamento da presidente afastada seja feito antes da definição da cassação do deputado Eduardo Cunha. Essa é uma situação absurda e que coloca em destaque o oportunismo de quem está no comando. Mostra ainda que o caso do impeachment é efetivamente uma questão política, não jurídica. É mais uma situação muito desfavorável para o conceito da classe dos políticos. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) * Está chegando ao fim o velório político mais longo da história brasileira. O PT e os demais partidos que apoiam o governo Dilma querem esticar a corda, pouco se importando com a situação do Brasil. A crise não cessa enquanto não acabar esse malfadado impeachment. É importante que os brasileiros tirem lições para suas vidas e aprendam a votar nas próximas eleições, pois uma escolha malfeita deixa consequências dolorosas para todos. Basta ver a situação do Brasil hoje. IZABEL AVALLONE (São Paulo, SP) * Se é verdade que não há previsão legal para afastar do poder um governante que, por incompetência, ação ou omissão, leva um município, um Estado ou o país à ruína, então temos que admitir que a legislação é falha e necessita ser corrigida urgentemente. A sociedade não pode ficar refém de irresponsáveis. ROBERTO FISSMER (Porto Alegre, RS) * Que presidente necessita ser blindado para não ouvir vaias? Sou contra essa forma de atuação, mas acho que ele deve sentir o que o povo pensa e manter sua postura. MARIA HELENA BEAUCHAMP CARLOS WEBER (São Paulo, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO Correndo o risco de ser rotulado como mais um dos imbecis que ainda nutrem alguma esperança de ver este país nos trilhos, ouso perguntar: o que é que o STF tanto teme de Renan, de Jucá, de Sarney, de Lula, de Paulo Bernardo e de outros escroques? CARLOS ALBERTO BELLOZI (Belo Horizonte, MG) * Impressionante como Lula insiste em afirmar que é inocente em tudo o que acontece ao seu redor. Mais impressionante ainda é que tem gente que acredita na sua inocência. HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) - SALVA-VIDAS NA RIO-2016 Impagável a sutileza de Hélio Schwartsman em "Um emprego divino". Eu li a reportagem a que ele se refere e acho que faltou informar se uma das exigências para o cargo de salva-vidas seria "saber nadar". ABDIAS FERREIRA FILHO (São Paulo, SP) * Salva-vidas na piscina olímpica. Se a moda pega, vai ser obrigatória a presença do Samu em sala de cirurgia. SÉRGIO PIVA (Maringá, PR) - MALUF Paulo Maluf conseguiu repatriar um dinheiro que não existe, manter-se como deputado federal e continuar rico, leve e solto. CARLOS GASPAR (São Paulo, SP) - MANIA Será que os idealizadores do jogo Pokémon Go, que aporta agora também no Brasil, alertaram os viciados a que, enquanto procuram desesperadamente seus monstrinhos pelas ruas, distraídos, podem perder seus celulares? Com certeza, para os costumeiros assaltantes, a coisa ficará muito mais fácil. BEATRIZ CAMPOS (São Paulo, SP) * Para quem anda com algum excesso de fé na humanidade e almeja voltar a um certo equilíbrio, costumo receitar que veja alguns capítulos de "Big Brother Brasil". Agora que o programa não está no ar, sugiro imaginar que, neste momento, boa parte da humanidade está freneticamente ocupada em caçar Pokémons pelas ruas do mundo. CARLOS MORAES (São Paulo, SP) - FIO DENTAL A reportagem "Fio dental não é tão eficaz, diz estudo" ) me causou indignação como cirurgiã-dentista e periodontista. Sabe-se que uma adequada higiene bucal requer o uso da escova dental, mas ela não é capaz de limpar as superfícies entre os dentes. O uso do fio dental é eficaz na limpeza interdental, mas depende do paciente fazê-lo corretamente. O fato é que o fio dental, com uso orientado e personalizado de acordo com as necessidades de cada indivíduo, continua sendo o melhor método para prevenir cárie interdental. DAIANE PERUZZO, professora de periodontia da Faculdade São Leopoldo Mandic (Campinas, SP) * Fiquei pasmo ao ler reportagem com colegas periodontistas dizendo que o fio dental não é importante para a manutenção da saúde bucal. Posso atestar que o fio dental é o único meio de remoção da placa bacteriana subgengival. É ele que vai deixar as gengivas e todo o periodonto saudável. É por essas e outras que a periodontia é a especialidade mais negligenciada pelos dentistas e 80% da população tem doença periodontal. LUÍS F. DUPIN, periodontista (São Paulo, SP) - COLUNISTAS O artigo "Resistir ao poder mais opressivo", de Contardo Calligaris, é uma verdadeira aula a respeito de como a psiquiatria se rendeu à necessidade de patologizar os comportamentos supostamente desviantes. Os manuais de classificação das doenças mentais, DSM e CID, prestam-se a ser catálogos nos quais se encontram rótulos para tudo. Por trás de tais classificações, existem inúmeros interesses, principalmente o de assegurar que aqueles que são diferentes sejam classificados como doentes mentais. JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR) - ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL No debate sobre alimentação saudável que Jamie Oliver e David Hertz propõem é necessário incluir na pauta o uso abusivo de agrotóxicos no Brasil. De nada serve um belo e nutritivo prato impregnado de veneno. JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Grife Miu Miu lança 9º filme de série sobre o universo feminino
Uma das grifes mais importantes do calendário parisiense, a Miu Miu, linha da italiana Prada, acaba de lançar o nono curta-metragem da série "Women's Tales", que conta a visão de mulheres sobre o universo feminino. "O Vestido" tem roteiro e direção da italiana Alice Rohrwacher, 33, e se baseia na última coleção da Miu Miu desfilada em Paris, em outubro. A trama reflete sobre a fama, a indústria da moda e as sensações que a roupa desperta na mulher. Em Nova York para o lançamento do curta, no mês passado, a diretora disse à Folha que a obra foi filmada em película para preservar o tom manual da produção de roupas. "Queria fazer um filme que falasse de moda mas não tivesse a pretensão de ser um filme de moda. Tudo é feito para parecer simples, o que no cinema de hoje é difícil", diz. Alçada à fama em 2011, quando ganhou o troféu de direção da Quinzena dos Realizadores, em Cannes, por "Corpo Celeste", ela começou a se tornar um nome premiado na nova safra de cineastas europeus. Em 2014, venceu o Grande Prêmio do Júri em Cannes por "As Maravilhas". Mas "As Maravilhas" recebeu críticas negativas após virar a "zebra" do festival. O longa, segundo a imprensa, teria sido premiado por falta de bons filmes na programação. "O ser humano sempre vai criticar a produção cultural do seu tempo", diz. Para ela, a Itália vive a retomada do seu cinema. "A crise financeira e institucional despertou uma realidade dura que os cineastas não conheciam e, agora, colocam nos filmes".
ilustrada
Grife Miu Miu lança 9º filme de série sobre o universo femininoUma das grifes mais importantes do calendário parisiense, a Miu Miu, linha da italiana Prada, acaba de lançar o nono curta-metragem da série "Women's Tales", que conta a visão de mulheres sobre o universo feminino. "O Vestido" tem roteiro e direção da italiana Alice Rohrwacher, 33, e se baseia na última coleção da Miu Miu desfilada em Paris, em outubro. A trama reflete sobre a fama, a indústria da moda e as sensações que a roupa desperta na mulher. Em Nova York para o lançamento do curta, no mês passado, a diretora disse à Folha que a obra foi filmada em película para preservar o tom manual da produção de roupas. "Queria fazer um filme que falasse de moda mas não tivesse a pretensão de ser um filme de moda. Tudo é feito para parecer simples, o que no cinema de hoje é difícil", diz. Alçada à fama em 2011, quando ganhou o troféu de direção da Quinzena dos Realizadores, em Cannes, por "Corpo Celeste", ela começou a se tornar um nome premiado na nova safra de cineastas europeus. Em 2014, venceu o Grande Prêmio do Júri em Cannes por "As Maravilhas". Mas "As Maravilhas" recebeu críticas negativas após virar a "zebra" do festival. O longa, segundo a imprensa, teria sido premiado por falta de bons filmes na programação. "O ser humano sempre vai criticar a produção cultural do seu tempo", diz. Para ela, a Itália vive a retomada do seu cinema. "A crise financeira e institucional despertou uma realidade dura que os cineastas não conheciam e, agora, colocam nos filmes".
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Protesto de caminhoneiros deixa 'ilhado' polo do agronegócio baiano
Um dos polos do agronegócio baiano, a cidade de Luís Eduardo Magalhães, no oeste do Estado, teve as suas três saídas parcialmente fechadas na manhã desta quarta-feira (25) durante protesto dos caminhoneiros, que atinge ao menos 12 Estados no país. O fechamento, que ocorreu pelo segundo dia seguido, tem o apoio dos empresários do agronegócio e do comércio local. As paralisações de caminhoneiros começaram na última quarta (18) e já afetaram a produção na indústria e na agricultura do país. Os motoristas reivindicam queda nos preços do diesel e pedágios e aumento do valor pago no frete. Desde a manhã de terça-feira, os manifestantes impediram a passagem de caminhões nas três saídas da cidade: na BR-242 (com saídas para Barreiras e para o Estado do Tocantins), e na BR-020 (para Brasília). Segundo a Polícia Rodoviária Federal, veículos com cargas perecíveis, ônibus e carros de passeio foram liberados. Na cidade, que se denomina como "capital do agronegócio", o transporte da produção agrícola e de mercadorias é exclusivamente rodoviário. "Há um descaso com os caminhoneiros, que são um galho da árvore muito importante do setor produtivo", disse Vanir Kohl, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães. Sobre o preço do frete, Kohl defende que o agronegócio não tem condições de pagar mais. "Nos dois últimos anos caiu o preço de todas as commodities, não temos como aumentar o valor pago ao caminhoneiro", disse. Presidente do sindicato rural do município vizinho de Barreiras, Moisés Schimdt, salienta que começa nesta semana a colheita da safra de soja, de 1,46 milhões de hectares –a expectativa é de colher 4,8 milhões de toneladas do grão. "Não temos como armazenar essa quantidade. Se a greve não acabar teremos problemas seríssimos, com perdas muito significativas, porque é perecível, estraga", afirmou. A Associação Comercial e Empresarial de Luís Eduardo Magalhães e a Câmara de Dirigentes Lojistas também publicaram notas defendendo as manifestações. A prefeitura do município afirma que, com apenas dois dias de paralisação nas rodovias, supermercados e postos de combustível ainda não sofrem com desabastecimento e a rotina dos serviços públicos segue normal. RIQUEZA DO CAMPO Com PIB de R$ 3,6 bilhões, oitavo maior do Estado, Luís Eduardo Magalhães experimentou um crescimento econômico em dez anos de 462%, impulsionado pelo cultivo de grãos e pela agroindústria instalada num parque que reúne cerca de 50 empresas. A cidade é a sede administrativa do agronegócio da região oeste baiana, que tem área plantada de 2,2 milhões de hectares –é o quinto maior produtor de soja do Brasil e o segundo maior produtor de algodão. No Centro Industrial do Cerrado, onde a principal atividade é o beneficiamento da produção agrícola, está a maior esmagadora de soja da América Latina, da Bunge, e grandes exportadoras, como a Louis Dreyfus.
mercado
Protesto de caminhoneiros deixa 'ilhado' polo do agronegócio baianoUm dos polos do agronegócio baiano, a cidade de Luís Eduardo Magalhães, no oeste do Estado, teve as suas três saídas parcialmente fechadas na manhã desta quarta-feira (25) durante protesto dos caminhoneiros, que atinge ao menos 12 Estados no país. O fechamento, que ocorreu pelo segundo dia seguido, tem o apoio dos empresários do agronegócio e do comércio local. As paralisações de caminhoneiros começaram na última quarta (18) e já afetaram a produção na indústria e na agricultura do país. Os motoristas reivindicam queda nos preços do diesel e pedágios e aumento do valor pago no frete. Desde a manhã de terça-feira, os manifestantes impediram a passagem de caminhões nas três saídas da cidade: na BR-242 (com saídas para Barreiras e para o Estado do Tocantins), e na BR-020 (para Brasília). Segundo a Polícia Rodoviária Federal, veículos com cargas perecíveis, ônibus e carros de passeio foram liberados. Na cidade, que se denomina como "capital do agronegócio", o transporte da produção agrícola e de mercadorias é exclusivamente rodoviário. "Há um descaso com os caminhoneiros, que são um galho da árvore muito importante do setor produtivo", disse Vanir Kohl, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães. Sobre o preço do frete, Kohl defende que o agronegócio não tem condições de pagar mais. "Nos dois últimos anos caiu o preço de todas as commodities, não temos como aumentar o valor pago ao caminhoneiro", disse. Presidente do sindicato rural do município vizinho de Barreiras, Moisés Schimdt, salienta que começa nesta semana a colheita da safra de soja, de 1,46 milhões de hectares –a expectativa é de colher 4,8 milhões de toneladas do grão. "Não temos como armazenar essa quantidade. Se a greve não acabar teremos problemas seríssimos, com perdas muito significativas, porque é perecível, estraga", afirmou. A Associação Comercial e Empresarial de Luís Eduardo Magalhães e a Câmara de Dirigentes Lojistas também publicaram notas defendendo as manifestações. A prefeitura do município afirma que, com apenas dois dias de paralisação nas rodovias, supermercados e postos de combustível ainda não sofrem com desabastecimento e a rotina dos serviços públicos segue normal. RIQUEZA DO CAMPO Com PIB de R$ 3,6 bilhões, oitavo maior do Estado, Luís Eduardo Magalhães experimentou um crescimento econômico em dez anos de 462%, impulsionado pelo cultivo de grãos e pela agroindústria instalada num parque que reúne cerca de 50 empresas. A cidade é a sede administrativa do agronegócio da região oeste baiana, que tem área plantada de 2,2 milhões de hectares –é o quinto maior produtor de soja do Brasil e o segundo maior produtor de algodão. No Centro Industrial do Cerrado, onde a principal atividade é o beneficiamento da produção agrícola, está a maior esmagadora de soja da América Latina, da Bunge, e grandes exportadoras, como a Louis Dreyfus.
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Trabalhadores sem partido, uni-vos!
Um amigo, Felipe Nogueira, me sugeriu o tema desta coluna. Há uma nova consciência se formando no país. Ela não sabe direito quais são os pressupostos do PT. Também não tem muito claros os fundamentos do PSDB. Uma coisa é certa: essa turma não é mais refém dessa dualidade que, a seu modo, só interessava aos litigantes, como em "Os Duelistas", o excelente filme de estreia de Ridley Scott. As personagens de Harvey Keytel e Keith Carradine passam a vida tentando matar um ao outro. Até o dia em que o desequilíbrio acontece, e um deles morre. Bem, e aí? Aí o filme acaba em melancolia. Não estou dando spoiler nenhum. Por óbvio, haveria a hora em que um dos dois cometeria um erro. Aconteceu. E o outro pôde experimentar, então, a verdadeira solidão. Há um novo lugar na política brasileira que, até agora, não foi ocupado por ninguém. Os milhares, ou milhões, que saíram às ruas no dia 15 de março são órfãos de partido, são órfãos de representação, são órfãos de porta-vozes. A maioria conservadora do país –que excita o tédio e a fúria pretensamente elegantes e inequivocamente persecutórios da revista "Piauí"– não encontra seus representantes na política institucional. É crescente o número de pessoas dessa maioria a perceber que os tucanos, por exemplo, continuam, com as exceções de praxe, com medo "do povo que há" porque demasiadamente preocupados "com o povo a haver". Peessedebistas, em suma, ainda privilegiam em seu discurso uma população, digamos, escoimada de suas supostas impurezas. Vários movimentos que se opõem ao atual estado de coisas convocaram um protesto para este domingo, dia 12. Talvez reúna menos gente do que o do dia 15 de março. Superar aquele marco não é relevante. Nenhuma sociedade, a menos que viva uma convulsão pré-revolucionária, se mantém permanentemente na rua contra o "statu quo". O sintoma que interessa ao futuro é outro. Mesmo liderando uma máquina ainda poderosa e organizada, CUT e PT protagonizaram um vexame na terça passada. Nem os companheiros compareceram ao enterro da última quimera de Luiz Inácio Lula da Silva. Quem apostaria, até outro dia, que a prontidão de mulheres e homens comuns, sem o abrigo de bandeiras, superaria a da militância organizada? Mas hoje é assim. Os procuradores da velha ordem ainda insistem em ouvir no alarido dessa rua sem pedigree o sotaque daquela dualidade que interessava a oportunistas e picaretas. Acabou. Não há mais. Quando a esquerda financeira da revista chique para botocudo faz pouco caso da direita-sem-banco que produz, bate panelas e se nega a financiar o PT, a gente tem de concluir que algo de efetivamente novo está em curso no país. Para a tristeza dos dinossauros de punhos de renda. E essa novidade não depende nem da adesão nem da bênção daqueles que se queriam os donatários da legitimidade das causas. A tão sonhada, pelas esquerdas, "democratização" dos meios de comunicação se realiza na prática e leva à praça a voz dos que trabalham e arrecadam impostos. E isso parece insuportável aos ouvidos dos distributivistas do fruto do trabalho alheio –desde que o spread bancário financie a boa consciência, é claro! Tucanos versus petistas? Que coisa velha, santo Deus! Também o PSDB terá de se reinventar, e haverá de ser à direita, se não quiser ser banido, junto com o PT, do universo de referências desses que ora despertam.
colunas
Trabalhadores sem partido, uni-vos!Um amigo, Felipe Nogueira, me sugeriu o tema desta coluna. Há uma nova consciência se formando no país. Ela não sabe direito quais são os pressupostos do PT. Também não tem muito claros os fundamentos do PSDB. Uma coisa é certa: essa turma não é mais refém dessa dualidade que, a seu modo, só interessava aos litigantes, como em "Os Duelistas", o excelente filme de estreia de Ridley Scott. As personagens de Harvey Keytel e Keith Carradine passam a vida tentando matar um ao outro. Até o dia em que o desequilíbrio acontece, e um deles morre. Bem, e aí? Aí o filme acaba em melancolia. Não estou dando spoiler nenhum. Por óbvio, haveria a hora em que um dos dois cometeria um erro. Aconteceu. E o outro pôde experimentar, então, a verdadeira solidão. Há um novo lugar na política brasileira que, até agora, não foi ocupado por ninguém. Os milhares, ou milhões, que saíram às ruas no dia 15 de março são órfãos de partido, são órfãos de representação, são órfãos de porta-vozes. A maioria conservadora do país –que excita o tédio e a fúria pretensamente elegantes e inequivocamente persecutórios da revista "Piauí"– não encontra seus representantes na política institucional. É crescente o número de pessoas dessa maioria a perceber que os tucanos, por exemplo, continuam, com as exceções de praxe, com medo "do povo que há" porque demasiadamente preocupados "com o povo a haver". Peessedebistas, em suma, ainda privilegiam em seu discurso uma população, digamos, escoimada de suas supostas impurezas. Vários movimentos que se opõem ao atual estado de coisas convocaram um protesto para este domingo, dia 12. Talvez reúna menos gente do que o do dia 15 de março. Superar aquele marco não é relevante. Nenhuma sociedade, a menos que viva uma convulsão pré-revolucionária, se mantém permanentemente na rua contra o "statu quo". O sintoma que interessa ao futuro é outro. Mesmo liderando uma máquina ainda poderosa e organizada, CUT e PT protagonizaram um vexame na terça passada. Nem os companheiros compareceram ao enterro da última quimera de Luiz Inácio Lula da Silva. Quem apostaria, até outro dia, que a prontidão de mulheres e homens comuns, sem o abrigo de bandeiras, superaria a da militância organizada? Mas hoje é assim. Os procuradores da velha ordem ainda insistem em ouvir no alarido dessa rua sem pedigree o sotaque daquela dualidade que interessava a oportunistas e picaretas. Acabou. Não há mais. Quando a esquerda financeira da revista chique para botocudo faz pouco caso da direita-sem-banco que produz, bate panelas e se nega a financiar o PT, a gente tem de concluir que algo de efetivamente novo está em curso no país. Para a tristeza dos dinossauros de punhos de renda. E essa novidade não depende nem da adesão nem da bênção daqueles que se queriam os donatários da legitimidade das causas. A tão sonhada, pelas esquerdas, "democratização" dos meios de comunicação se realiza na prática e leva à praça a voz dos que trabalham e arrecadam impostos. E isso parece insuportável aos ouvidos dos distributivistas do fruto do trabalho alheio –desde que o spread bancário financie a boa consciência, é claro! Tucanos versus petistas? Que coisa velha, santo Deus! Também o PSDB terá de se reinventar, e haverá de ser à direita, se não quiser ser banido, junto com o PT, do universo de referências desses que ora despertam.
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Banco Central está atento a inovações financeiras, aponta relatório
O Banco Central informou que está vigilante em relação à introdução de inovações financeiras na medida em que possam afetar a solidez do sistema financeiro e apontou que está pronto para adotar medidas tempestivamente caso identifique a necessidade de intervenção regulatória. Em seu Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre divulgado nesta quinta-feira (15), o BC reconheceu as transformações promovidas pelas empresas de tecnologia de serviços financeiros, as chamadas fintechs, e destacou que encoraja o desenvolvimento de novas tecnologias. "Isso pode estimular a concorrência no mercado, o que impacta sua eficiência e possibilita a oferta de produtos a preços menores aos clientes, atingindo maior parcela da população", afirmou. Por outro lado, apontou que "novas formas de prestação de serviços implicam a necessidade de métodos atualizados de acompanhamento de seu emprego e de um marco regulatório tempestivamente aprimorado, de forma a garantir o regular funcionamento do Sistema Financeiro Nacional e das infraestruturas do mercado financeiro". Após alertar em relatórios anteriores que os efeitos decorrentes do aumento do risco de crédito das empresas investigadas na Lava Jato seguiam como fatores de atenção contínua, o BC retirou a menção à operação no documento divulgado nesta quinta. Segundo a autoridade monetária, o "ambiente adverso" da economia real continuou a se refletir de maneira pronunciada nos indicadores de crédito na primeira metade do ano, o que levou à manutenção da cautela na concessão de crédito e na baixa demanda por parte dos tomadores, resultando num baixo crescimento da carteira. O cenário também contou com alta da inadimplência, incluindo "considerável aumento" da taxa de não pagamento das empresas, que encerrou o semestre em 3%. No relatório, o BC ponderou que a variação da inadimplência não reflete completamente o avanço do risco, já que "a renegociação e a reestruturação de dívidas mantiveram-se em alta no período, como forma de adequação dos fluxos financeiros esperados à capacidade de pagamento de empresas e famílias". No caso das empresas, a inadimplência ao fim do primeiro semestre iria a 3,7% se considerado o ajuste das reestruturações de dívidas. Apesar do cenário, o BC apontou que a cobertura da inadimplência por provisões permanece adequada, tanto entre bancos públicos como entre bancos privados. Segundo o BC, a liquidez do sistema bancário permaneceu estável no período. Após a realização de testes de estresse, o BC destacou que o sistema continuou mostrando capacidade de suportar choques de cenários macroeconômicos adversos, bem como de mudanças abruptas nas taxas de juros e de câmbio, de aumento na inadimplência ou de queda generalizada dos preços dos imóveis residenciais. Ao fim do primeiro semestre, o índice médio de Basileia, que mede o requerimento mínimo de capital dos bancos, ficou em 16,5%, ante 16,3% em dezembro de 2015.
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Banco Central está atento a inovações financeiras, aponta relatórioO Banco Central informou que está vigilante em relação à introdução de inovações financeiras na medida em que possam afetar a solidez do sistema financeiro e apontou que está pronto para adotar medidas tempestivamente caso identifique a necessidade de intervenção regulatória. Em seu Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre divulgado nesta quinta-feira (15), o BC reconheceu as transformações promovidas pelas empresas de tecnologia de serviços financeiros, as chamadas fintechs, e destacou que encoraja o desenvolvimento de novas tecnologias. "Isso pode estimular a concorrência no mercado, o que impacta sua eficiência e possibilita a oferta de produtos a preços menores aos clientes, atingindo maior parcela da população", afirmou. Por outro lado, apontou que "novas formas de prestação de serviços implicam a necessidade de métodos atualizados de acompanhamento de seu emprego e de um marco regulatório tempestivamente aprimorado, de forma a garantir o regular funcionamento do Sistema Financeiro Nacional e das infraestruturas do mercado financeiro". Após alertar em relatórios anteriores que os efeitos decorrentes do aumento do risco de crédito das empresas investigadas na Lava Jato seguiam como fatores de atenção contínua, o BC retirou a menção à operação no documento divulgado nesta quinta. Segundo a autoridade monetária, o "ambiente adverso" da economia real continuou a se refletir de maneira pronunciada nos indicadores de crédito na primeira metade do ano, o que levou à manutenção da cautela na concessão de crédito e na baixa demanda por parte dos tomadores, resultando num baixo crescimento da carteira. O cenário também contou com alta da inadimplência, incluindo "considerável aumento" da taxa de não pagamento das empresas, que encerrou o semestre em 3%. No relatório, o BC ponderou que a variação da inadimplência não reflete completamente o avanço do risco, já que "a renegociação e a reestruturação de dívidas mantiveram-se em alta no período, como forma de adequação dos fluxos financeiros esperados à capacidade de pagamento de empresas e famílias". No caso das empresas, a inadimplência ao fim do primeiro semestre iria a 3,7% se considerado o ajuste das reestruturações de dívidas. Apesar do cenário, o BC apontou que a cobertura da inadimplência por provisões permanece adequada, tanto entre bancos públicos como entre bancos privados. Segundo o BC, a liquidez do sistema bancário permaneceu estável no período. Após a realização de testes de estresse, o BC destacou que o sistema continuou mostrando capacidade de suportar choques de cenários macroeconômicos adversos, bem como de mudanças abruptas nas taxas de juros e de câmbio, de aumento na inadimplência ou de queda generalizada dos preços dos imóveis residenciais. Ao fim do primeiro semestre, o índice médio de Basileia, que mede o requerimento mínimo de capital dos bancos, ficou em 16,5%, ante 16,3% em dezembro de 2015.
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UFRJ promete erguer novo complexo estudantil e reformar alojamentos
A reitoria da UFRJ afirma que, em 2014, avançou o processo de reforma geral do alojamento existente, o que duplicará a oferta de vagas. A universidade diz ainda que está construindo um novo complexo estudantil, com três blocos de apartamentos e restaurante. Ambos terão sistema de controle informatizado para acesso às residências. Ainda não há previsão de quando esse complexo ficará pronto. A universidade acrescenta que, em 2014, deu uma bolsa emergencial de moradia de R$ 1.200,00 a 404 alunos selecionados por um edital. Veja fotos "Nossa meta é, nos próximos anos, garantir que todos os que se enquadrem no perfil para recebimento do benefício sejam contemplados com uma vaga na universidade", diz a UFRJ em nota. Ainda de acordo com a reitoria, "quando um morador regular abriga outro sem direito ao benefício, este 'agregado' tira a vaga de alguém que está concorrendo à moradia por meio das vias legais". Para a instituição, isso "não é justo". Em relação aos problemas de infraestrutura, a universidade afirma que está empenhada na reforma do prédio, "a primeira em décadas". Informou ainda que a infestação de ratos no local já está sendo controlada.
educacao
UFRJ promete erguer novo complexo estudantil e reformar alojamentosA reitoria da UFRJ afirma que, em 2014, avançou o processo de reforma geral do alojamento existente, o que duplicará a oferta de vagas. A universidade diz ainda que está construindo um novo complexo estudantil, com três blocos de apartamentos e restaurante. Ambos terão sistema de controle informatizado para acesso às residências. Ainda não há previsão de quando esse complexo ficará pronto. A universidade acrescenta que, em 2014, deu uma bolsa emergencial de moradia de R$ 1.200,00 a 404 alunos selecionados por um edital. Veja fotos "Nossa meta é, nos próximos anos, garantir que todos os que se enquadrem no perfil para recebimento do benefício sejam contemplados com uma vaga na universidade", diz a UFRJ em nota. Ainda de acordo com a reitoria, "quando um morador regular abriga outro sem direito ao benefício, este 'agregado' tira a vaga de alguém que está concorrendo à moradia por meio das vias legais". Para a instituição, isso "não é justo". Em relação aos problemas de infraestrutura, a universidade afirma que está empenhada na reforma do prédio, "a primeira em décadas". Informou ainda que a infestação de ratos no local já está sendo controlada.
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Há quase consenso para mudar regra de transição na aposentadoria, diz relator
O relator da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, Arthur Maia (PPS-BA), afirmou nesta terça-feira (21) que há quase um consenso na base aliada para que sejam feitas mudanças nas regras de transição estabelecidas na proposta enviada pelo governo peemedebista. Segundo ele, o tema é o mais recorrente nas 131 emendas parlamentares válidas que foram apresentadas ao texto original na comissão especial que discute o assunto. Ele observou que, embora a maioria defenda mudanças, o critério de alteração não tem consenso. De acordo com ele, entre as sugestões feitas pela base aliada, há tanto de criação de um escalonamento por idade como de um escalonamento por tempo de contribuição. "A questão das regras de transição tem quase um consenso de que tem de haver alguma alteração. Agora, há muitas alternativas de mudança", disse. O relator participou nesta terça-feira (21) de reunião com o presidente Michel Temer e com a base aliada para discutir as emendas apresentadas ao texto original. Segundo relatos, durante o encontro, para manter os alicerces principais da reforma, o governo demonstrou disposição em negociar dois pontos da proposta: tanto um escalonamento na regra de transição como uma diferenciação na aposentadoria rural. O último tema foi inclusive o que predominou na queixa dos parlamentares presentes, os quais defenderam um regime diferenciado inclusive para as mulheres em relação aos homens. Segundo o relator, a aposentadoria rural é outro tema que integra boa parte das emendas válidas apresentadas à proposta original. O Palácio do Planalto também discute aceitar o fim da isenção tributária concedida a entidades filantrópicas e a manutenção de tratamento especial para a aposentadoria de policiais.
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Há quase consenso para mudar regra de transição na aposentadoria, diz relatorO relator da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, Arthur Maia (PPS-BA), afirmou nesta terça-feira (21) que há quase um consenso na base aliada para que sejam feitas mudanças nas regras de transição estabelecidas na proposta enviada pelo governo peemedebista. Segundo ele, o tema é o mais recorrente nas 131 emendas parlamentares válidas que foram apresentadas ao texto original na comissão especial que discute o assunto. Ele observou que, embora a maioria defenda mudanças, o critério de alteração não tem consenso. De acordo com ele, entre as sugestões feitas pela base aliada, há tanto de criação de um escalonamento por idade como de um escalonamento por tempo de contribuição. "A questão das regras de transição tem quase um consenso de que tem de haver alguma alteração. Agora, há muitas alternativas de mudança", disse. O relator participou nesta terça-feira (21) de reunião com o presidente Michel Temer e com a base aliada para discutir as emendas apresentadas ao texto original. Segundo relatos, durante o encontro, para manter os alicerces principais da reforma, o governo demonstrou disposição em negociar dois pontos da proposta: tanto um escalonamento na regra de transição como uma diferenciação na aposentadoria rural. O último tema foi inclusive o que predominou na queixa dos parlamentares presentes, os quais defenderam um regime diferenciado inclusive para as mulheres em relação aos homens. Segundo o relator, a aposentadoria rural é outro tema que integra boa parte das emendas válidas apresentadas à proposta original. O Palácio do Planalto também discute aceitar o fim da isenção tributária concedida a entidades filantrópicas e a manutenção de tratamento especial para a aposentadoria de policiais.
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Fifa nega recurso da CBF para liberar Neymar de punição nas eliminatórias
A Comissão Disciplinar da Fifa negou o recurso da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para liberar o atacante Neymar da suspensão das duas primeiras partidas da seleção brasileiras nas eliminatórias da Copa do Mundo-2018. O atacante foi suspenso pela Conmebol por quatro partidas após ser expulso no jogo contra a Colômbia, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa América. O jogador cumpriu dois jogos da punição -contra –Venezuela   – e precisa cumprir mais duas partidas. Com a decisão da Fifa, o camisa 10 da seleção brasileira ficará fora dos dois primeiros jogos da equipe de Dunga nas eliminatórias sul-americanas. O sorteio da competição está marcado para o dia 25 de julho. "O pedido de reconsideração foi negado pela Comissão Disciplinar da Fifa. Dentro do prazo recursal, a CBF interporá o recurso de apelação para o Tribunal Arbitral Autônomo ", disse o diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, ao UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha. De acordo com o Lopes, o prazo para entrar com recurso termina nesta quarta-feira (15). O pedido para tentar reduzir a pena de Neymar havia sido protocolado pela CBF na última terça-feira (7).  A CBF entende que a Copa de um continente não tem relação específica com as eliminatórias e Copa do Mundo. A CBF teve a chance de recorrer à punição imposta ao jogador do Barcelona ainda durante a Copa América, mas optou por não buscar a redução da pena após obter a informação de que Guillermo Saltos, presidente da Câmara de Apelação da Conmebol, não diminuiria a punição.
esporte
Fifa nega recurso da CBF para liberar Neymar de punição nas eliminatóriasA Comissão Disciplinar da Fifa negou o recurso da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para liberar o atacante Neymar da suspensão das duas primeiras partidas da seleção brasileiras nas eliminatórias da Copa do Mundo-2018. O atacante foi suspenso pela Conmebol por quatro partidas após ser expulso no jogo contra a Colômbia, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa América. O jogador cumpriu dois jogos da punição -contra –Venezuela   – e precisa cumprir mais duas partidas. Com a decisão da Fifa, o camisa 10 da seleção brasileira ficará fora dos dois primeiros jogos da equipe de Dunga nas eliminatórias sul-americanas. O sorteio da competição está marcado para o dia 25 de julho. "O pedido de reconsideração foi negado pela Comissão Disciplinar da Fifa. Dentro do prazo recursal, a CBF interporá o recurso de apelação para o Tribunal Arbitral Autônomo ", disse o diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, ao UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha. De acordo com o Lopes, o prazo para entrar com recurso termina nesta quarta-feira (15). O pedido para tentar reduzir a pena de Neymar havia sido protocolado pela CBF na última terça-feira (7).  A CBF entende que a Copa de um continente não tem relação específica com as eliminatórias e Copa do Mundo. A CBF teve a chance de recorrer à punição imposta ao jogador do Barcelona ainda durante a Copa América, mas optou por não buscar a redução da pena após obter a informação de que Guillermo Saltos, presidente da Câmara de Apelação da Conmebol, não diminuiria a punição.
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Samarco é multada pelo Ibama em R$ 1 milhão por omitir depósito de lama
O Ibama multou em R$ 1 milhão a mineradora Samarco, responsável pelo rompimento de uma barragem de rejeitos em Mariana (MG), em novembro do ano passado, por omitir em documento oficial a existência de um depósito temporário de lama em Barra Longa, a 70 km do local da tragédia. Segundo o órgão ambiental, a empresa afirmou, em resposta a ofício, que não usa qualquer área na cidade como depósito temporário de rejeitos removidos dos pontos atingidos. No entanto, a Samarco utiliza, desde o ano passado, o terreno de um parque de exposições em Barra Longa para depositar 35 mil m³ de rejeitos. O local é de fácil acesso e visível a quem acessa a cidade. "Esses rejeitos estão colocado em local indevido, próximo ao rio, e podem ser carreados [levados para a água] durante o período chuvoso", afirma Marcelo Belisário, superintendente do Ibama em Minas Gerais. Em 5 de novembro de 2015, 32,4 milhões de m³ de rejeitos vazaram da barragem do Fundão, em Mariana, destruindo o subdistrito de Bento Rodrigues. O material atingiu os rios Gualaxo do Norte, do Carmo (que corta o município de Barra Longa) e Doce. A lama deixou um rastro de destruição até o litoral do Espírito Santo. Em Barra Longa, cidade de 5.799 habitantes, o perímetro urbano foi atingido pela onda de rejeitos de minério. Seis meses após a tragédia, o município ainda sofria com o material seco nas ruas e no fundo das casas. Segundo a Secretaria de Saúde da cidade, a poeira fez aumentar os registros de casos de doenças respiratórias, de pele e diarreia. Moradores também criticam o uso do parque de exposições como depósito. "O parque é colado na casa de algumas pessoas, e a poeira da lama seca pode causar doenças. Criamos até um slogan: 'A Samarco está levando a lama para onde não houve tragédia'", disse à Folha, em abril, Sérgio Papagaio, integrante da comissão de moradores atingidos pelo rompimento da barragem. A Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, afirmou, em nota, que recebeu o auto de infração, lavrado no último sábado (20), e que "analisa as medidas que serão adotadas". "A empresa ressalta que mantém diálogo frequente com o órgão a respeito das ações que vem sendo tomadas", diz a mineradora. O Caminho da Lama
cotidiano
Samarco é multada pelo Ibama em R$ 1 milhão por omitir depósito de lamaO Ibama multou em R$ 1 milhão a mineradora Samarco, responsável pelo rompimento de uma barragem de rejeitos em Mariana (MG), em novembro do ano passado, por omitir em documento oficial a existência de um depósito temporário de lama em Barra Longa, a 70 km do local da tragédia. Segundo o órgão ambiental, a empresa afirmou, em resposta a ofício, que não usa qualquer área na cidade como depósito temporário de rejeitos removidos dos pontos atingidos. No entanto, a Samarco utiliza, desde o ano passado, o terreno de um parque de exposições em Barra Longa para depositar 35 mil m³ de rejeitos. O local é de fácil acesso e visível a quem acessa a cidade. "Esses rejeitos estão colocado em local indevido, próximo ao rio, e podem ser carreados [levados para a água] durante o período chuvoso", afirma Marcelo Belisário, superintendente do Ibama em Minas Gerais. Em 5 de novembro de 2015, 32,4 milhões de m³ de rejeitos vazaram da barragem do Fundão, em Mariana, destruindo o subdistrito de Bento Rodrigues. O material atingiu os rios Gualaxo do Norte, do Carmo (que corta o município de Barra Longa) e Doce. A lama deixou um rastro de destruição até o litoral do Espírito Santo. Em Barra Longa, cidade de 5.799 habitantes, o perímetro urbano foi atingido pela onda de rejeitos de minério. Seis meses após a tragédia, o município ainda sofria com o material seco nas ruas e no fundo das casas. Segundo a Secretaria de Saúde da cidade, a poeira fez aumentar os registros de casos de doenças respiratórias, de pele e diarreia. Moradores também criticam o uso do parque de exposições como depósito. "O parque é colado na casa de algumas pessoas, e a poeira da lama seca pode causar doenças. Criamos até um slogan: 'A Samarco está levando a lama para onde não houve tragédia'", disse à Folha, em abril, Sérgio Papagaio, integrante da comissão de moradores atingidos pelo rompimento da barragem. A Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, afirmou, em nota, que recebeu o auto de infração, lavrado no último sábado (20), e que "analisa as medidas que serão adotadas". "A empresa ressalta que mantém diálogo frequente com o órgão a respeito das ações que vem sendo tomadas", diz a mineradora. O Caminho da Lama
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Exigências da Petrobras causam prejuízo de US$ 600 mi à Sete Brasil
As novas exigências da Petrobras vão representar prejuízo adicional de US$ 600 milhões a US$ 800 milhões aos acionistas da Sete Brasil. O valor representa 15% dos US$ 4 bilhões investidos até o momento. Esse é o cálculo dos sócios do que vão perder se aceitarem a demanda da Petrobras de limitar a cinco o número de sondas de petróleo a serem pilotadas pela Sete. No plano de reestruturação da Sete, está previsto colocar pelo menos sete sondas sob seu comando. Assumir a operação das embarcações e receber por isso foi a maneira que a Sete encontrou de viabilizar o projeto, que está por um fio desde que a empresa foi envolvida nas investigações da Operação Lava Jato. Para a Petrobras, colocar mais de cinco sondas na mão de um único operador, sem experiência, é assumir um grande risco. A estatal já habilitou sete companhias, incluindo a Sete, para operar as 15 sondas. Os navios estão sendo construídos por estaleiros para a Sete, que os alugará para a Petrobras. Os sócios da Sete, que incluem bancos e fundos de pensão, resistem a aceitar esse novo prejuízo. Quando entraram no negócio, acreditaram que teriam retorno de 14% sobre o capital investido. Hoje os cálculos indicam uma perda que varia de 35% a 60% do total aplicado, dependendo dos últimos detalhes do negócio. Pelo plano de reestruturação, a empresa vai encolher das 28 sondas de petróleo para 15. Já foram rodados mais de 2.000 cenários diferentes para salvar a Sete. Mas qualquer solução não seguirá adiante sem o aval da Petrobras, a única cliente e sócia minoritária da Sete Brasil. Na estatal, no entanto, as opiniões são divergentes. Desde que os preços do petróleo despencaram e se tornou muito mais barato contratar esses equipamentos no exterior, técnicos da diretoria de exploração e produção resistem muito a alugar as sondas da Sete por um valor maior que o de terceiros. Pelos contratos assinados, a Sete vai cobrar da Petrobras cerca de US$ 400 mil por dia pelo aluguel das embarcações. A média internacional é de US$ 300 mil. O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, defende que é preciso respeitar os contratos. JUSTIÇA Os acionistas da Sete Brasil já cogitam resolver o assunto na Justiça. A empresa acredita que tem bons argumentos para um litígio, porque o projeto da Sete Brasil foi concebido pela própria Petrobras. Além disso, a estatal foi responsável por indicar o ex-presidente da Sete, José Carlos Ferraz, e o ex-diretor Pedro Barusco. Os dois são acusados na Operação Lava Jato de receber propina. Além dos sócios, os bancos credores da companhia também estudam recorrer aos tribunais. Dessa vez, contra o BNDES. Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander emprestaram R$ 14 bilhões à companhia enquanto ela não recebia os recursos prometidos pelo BNDES. Diante da crise, o BNDES não repassou o dinheiro e dá sinais de que vai desistir do negócio. Os bancos já executaram suas garantias, mas devem receber só 40% do valor. A única maneira de conseguir o restante é pela Justiça. BB e Caixa acompanhariam os demais no processo. A Sete Brasil só tem caixa para as despesas mais urgentes até o final do primeiro trimestre de 2016.p(gallery). - A empresa Criada em dezembro de 2010 para construir 28 sondas de perfuração que seriam alugadas à Petrobras para exploração do pré-sal Principais sócios BTG Pactual, Bradesco, Santander, fundos de pensão estatais, FI-FGTS e Petrobras Crise A ligação da Sete Brasil com o esquema de corrupção investigado pela Lava Jato impediu a companhia de receber financiamento de US$ 9 bilhões do BNDES
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Exigências da Petrobras causam prejuízo de US$ 600 mi à Sete BrasilAs novas exigências da Petrobras vão representar prejuízo adicional de US$ 600 milhões a US$ 800 milhões aos acionistas da Sete Brasil. O valor representa 15% dos US$ 4 bilhões investidos até o momento. Esse é o cálculo dos sócios do que vão perder se aceitarem a demanda da Petrobras de limitar a cinco o número de sondas de petróleo a serem pilotadas pela Sete. No plano de reestruturação da Sete, está previsto colocar pelo menos sete sondas sob seu comando. Assumir a operação das embarcações e receber por isso foi a maneira que a Sete encontrou de viabilizar o projeto, que está por um fio desde que a empresa foi envolvida nas investigações da Operação Lava Jato. Para a Petrobras, colocar mais de cinco sondas na mão de um único operador, sem experiência, é assumir um grande risco. A estatal já habilitou sete companhias, incluindo a Sete, para operar as 15 sondas. Os navios estão sendo construídos por estaleiros para a Sete, que os alugará para a Petrobras. Os sócios da Sete, que incluem bancos e fundos de pensão, resistem a aceitar esse novo prejuízo. Quando entraram no negócio, acreditaram que teriam retorno de 14% sobre o capital investido. Hoje os cálculos indicam uma perda que varia de 35% a 60% do total aplicado, dependendo dos últimos detalhes do negócio. Pelo plano de reestruturação, a empresa vai encolher das 28 sondas de petróleo para 15. Já foram rodados mais de 2.000 cenários diferentes para salvar a Sete. Mas qualquer solução não seguirá adiante sem o aval da Petrobras, a única cliente e sócia minoritária da Sete Brasil. Na estatal, no entanto, as opiniões são divergentes. Desde que os preços do petróleo despencaram e se tornou muito mais barato contratar esses equipamentos no exterior, técnicos da diretoria de exploração e produção resistem muito a alugar as sondas da Sete por um valor maior que o de terceiros. Pelos contratos assinados, a Sete vai cobrar da Petrobras cerca de US$ 400 mil por dia pelo aluguel das embarcações. A média internacional é de US$ 300 mil. O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, defende que é preciso respeitar os contratos. JUSTIÇA Os acionistas da Sete Brasil já cogitam resolver o assunto na Justiça. A empresa acredita que tem bons argumentos para um litígio, porque o projeto da Sete Brasil foi concebido pela própria Petrobras. Além disso, a estatal foi responsável por indicar o ex-presidente da Sete, José Carlos Ferraz, e o ex-diretor Pedro Barusco. Os dois são acusados na Operação Lava Jato de receber propina. Além dos sócios, os bancos credores da companhia também estudam recorrer aos tribunais. Dessa vez, contra o BNDES. Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander emprestaram R$ 14 bilhões à companhia enquanto ela não recebia os recursos prometidos pelo BNDES. Diante da crise, o BNDES não repassou o dinheiro e dá sinais de que vai desistir do negócio. Os bancos já executaram suas garantias, mas devem receber só 40% do valor. A única maneira de conseguir o restante é pela Justiça. BB e Caixa acompanhariam os demais no processo. A Sete Brasil só tem caixa para as despesas mais urgentes até o final do primeiro trimestre de 2016.p(gallery). - A empresa Criada em dezembro de 2010 para construir 28 sondas de perfuração que seriam alugadas à Petrobras para exploração do pré-sal Principais sócios BTG Pactual, Bradesco, Santander, fundos de pensão estatais, FI-FGTS e Petrobras Crise A ligação da Sete Brasil com o esquema de corrupção investigado pela Lava Jato impediu a companhia de receber financiamento de US$ 9 bilhões do BNDES
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Sob pressão, Colégio Eleitoral ratifica hoje vitória de Trump na eleição
Donald Trump ainda não ganhou. A chancela final acontece nesta segunda (19), quando os 538 delegados do Colégio Eleitoral deverão apontá-lo como 45° presidente dos EUA. Numa hora dessas, parte do país questiona: é justo esse sistema que permite um candidato receber mais votos e ainda assim sair derrotado da eleição? Essa situação se repetiu cinco vezes em 58 pleitos: três no século 19 e duas nos últimos 16 anos, quando democratas venceram nas urnas e perderam a Casa Branca, primeiro Al Gore para George Bush, em 2000, e agora Hillary Clinton para Trump —ela teve 2,9 milhões de votos a mais, mas ele triunfou por conta de um sistema que, em 2012, chamou de "um desastre". É difícil explicar como o país que se vende como farol global da democracia não elege diretamente seu presidente, vide a profusão de piadas na internet como a desta eleitora frustrada: "Meu paquera acha que Colégio Eleitoral é uma escola :(". É, na verdade, o nome do processo já comparado a um "Frankenstein eleitoral", no qual cada Estado indica delegados para representá-lo, embora estes tecnicamente possam votar em quem quiser (alguns "rebeldes" prometem ir contra a preferência estadual). Confuso? O site Congress for Kids pode ser útil: "Você sabia que os EUA não votam para presidente? As pessoas na verdade escolhem delegados quando vão às urnas. Eles se comprometem a apoiar o presidenciável indicado pelo partido. Em geral, as cédulas só trazem o nome dos candidatos, e não dos delegados, aí muitos creem que estão votando para presidente". O princípio democrático de uma pessoa, um voto nunca foi o espírito do Colégio, no qual ganha quem tiver ao menos 270 delegados (Trump teve 306; Hillary, 232). Douglas McAdam, da Universidade Stanford, lembra à Folha das palavras de Alexander Hamilton, um dos Pais Fundadores dos EUA (líderes da independência): os "mais capazes" deveriam salvar o país de massas seduzidas por alguém "com talentos para as artes pequenas da popularidade". Na prática, a palavra final caberia à elite (homens brancos). Não à toa muitos veem racismo na origem do processo, em 1787. Escravos, naquele começo, contavam como 3/5 de uma pessoa —e só valiam algo por uma manobra de James Madison, vulgo "o Pai da Constituição". Ele possuía escravos na sulista Virgínia, onde negros cativos eram 40% da população. Para o Sul fazer frente ao Norte, precisava computar essa horda. O número de delegados por Estado equivale às cadeiras de cada um no Congresso. A divisão não é proporcional: o Wyoming e a Califórnia têm, respectivamente, três representantes para 585 mil habitantes e 55 para 39 milhões. Ou seja, um eleitor da unidade menos povoada do país pesa 3,6 mais do que o da mais populosa. "Se imperasse o voto popular, eleitores das poucas áreas, como Califórnia, Nova York e Texas [25% da população], sempre decidiriam o resultado. A opinião do resto do país não valeria", diz Alexander Belenky, autor de "Um Guia para o Sistema Eleitoral dos EUA". Gary Gregg, que escreveu "Protegendo a Democracia: Por Que Temos um Colégio Eleitoral", ressalta que "Hillary ganhou na Califórnia por mais de 4 milhões de votos, e Trump, no resto da nação, por mais de 2 milhões". "O voto direto empoderaria grandes metrópoles, responsáveis pelas maiores doações às campanhas e onde a mídia se concentra." O sistema "winner takes all" (o vencedor leva tudo) ajuda a distorcer o resultado: se alguém garantir 50,1% dos votos, fatura todos os delegados do Estado —só Maine e Nebraska adotam distribuição proporcional. "Logo, a maioria absoluta do eleitorado não tem nenhuma influência no resultado", afirma McAdam. Isso porque, em geral, os partidos não se dão ao trabalho de visitar 80% dos Estados. Veja o Alabama, que desde 1980 só elege republicanos. Para Trump e Hillary, seria desperdício de tempo e dinheiro fazer campanha lá –melhor concentrar esforços em Estados mais indecisos, como a Flórida. Essa lógica às vezes dá o bote. Hillary foi criticada por esnobar Michigan na corrida. Achou que estava segura lá, onde democratas estavam invictos há 16 anos, mas Trump acabou ganhando. "E os eleitores em Estados não competitivos?", questiona McAdam. "Imagine o republicano leal que vive na Califórnia ou o valente democrata de Mississippi. A cada quatro anos, votar para eles é um exercício de impotência política." ASTROS Martin Sheen já foi presidente dos EUA —na série "West Wing". Agora, quer impedir que a Casa Branca pare nas mãos de outro marco da TV, Donald Trump, ex-apresentador do reality "O Aprendiz". Sheen se juntou a outras celebridades, como o músico Moby e a atriz Debra Messing, para tentar convencer 37 delegados que representam Estados onde Trump ganhou a mudar de voto —só assim o republicano teria menos dos 270 necessários para vencer no Colégio Eleitoral. São 538 delegados no total, que em geral se comprometem a chancelar o candidato campeão nas urnas locais. Mas, na teoria, ninguém é obrigado a isso. "Nossos Pais Fundadores construíram o Colégio para proteger o povo americano dos perigos de um demagogo", diz Sheen. "Vocês têm a oportunidade de entrar na história como um herói americano que mudou o curso da história." As chances de sucesso são ínfimas. Numa das estimativas mais otimistas, de Larry Lessig, professor de Harvard, 20 delegados de Trump poderiam se rebelar. Só um deles tornou pública sua aversão ao presidente eleito. Chris Suprun, bombeiro do time de socorro nos ataques terroristas de 11/9/2001, representa o Texas, onde Trump ficou dez pontos à frente. "Ele não tem experiência em política externa para ser comandante-em-chefe", escreveu em artigo para o "New York Times". "Há 15 anos, fiz um juramento para defender meu país contra todos os inimigos, externos e internos. Neste 19/12, farei isso de novo." Mas delegados rebeldes sempre foram gatos pingados, apesar da pressão popular. Os do Kansas reclamam de receber 10 mil e-mails num único dia, cobrando um voto contra o republicano. Uma delas, Ashley Hutchinson, rebateu: "Não violarei o desejo do povo do Kansas simplesmente porque as elites acham que o sr. Trump tuíta muito".
mundo
Sob pressão, Colégio Eleitoral ratifica hoje vitória de Trump na eleiçãoDonald Trump ainda não ganhou. A chancela final acontece nesta segunda (19), quando os 538 delegados do Colégio Eleitoral deverão apontá-lo como 45° presidente dos EUA. Numa hora dessas, parte do país questiona: é justo esse sistema que permite um candidato receber mais votos e ainda assim sair derrotado da eleição? Essa situação se repetiu cinco vezes em 58 pleitos: três no século 19 e duas nos últimos 16 anos, quando democratas venceram nas urnas e perderam a Casa Branca, primeiro Al Gore para George Bush, em 2000, e agora Hillary Clinton para Trump —ela teve 2,9 milhões de votos a mais, mas ele triunfou por conta de um sistema que, em 2012, chamou de "um desastre". É difícil explicar como o país que se vende como farol global da democracia não elege diretamente seu presidente, vide a profusão de piadas na internet como a desta eleitora frustrada: "Meu paquera acha que Colégio Eleitoral é uma escola :(". É, na verdade, o nome do processo já comparado a um "Frankenstein eleitoral", no qual cada Estado indica delegados para representá-lo, embora estes tecnicamente possam votar em quem quiser (alguns "rebeldes" prometem ir contra a preferência estadual). Confuso? O site Congress for Kids pode ser útil: "Você sabia que os EUA não votam para presidente? As pessoas na verdade escolhem delegados quando vão às urnas. Eles se comprometem a apoiar o presidenciável indicado pelo partido. Em geral, as cédulas só trazem o nome dos candidatos, e não dos delegados, aí muitos creem que estão votando para presidente". O princípio democrático de uma pessoa, um voto nunca foi o espírito do Colégio, no qual ganha quem tiver ao menos 270 delegados (Trump teve 306; Hillary, 232). Douglas McAdam, da Universidade Stanford, lembra à Folha das palavras de Alexander Hamilton, um dos Pais Fundadores dos EUA (líderes da independência): os "mais capazes" deveriam salvar o país de massas seduzidas por alguém "com talentos para as artes pequenas da popularidade". Na prática, a palavra final caberia à elite (homens brancos). Não à toa muitos veem racismo na origem do processo, em 1787. Escravos, naquele começo, contavam como 3/5 de uma pessoa —e só valiam algo por uma manobra de James Madison, vulgo "o Pai da Constituição". Ele possuía escravos na sulista Virgínia, onde negros cativos eram 40% da população. Para o Sul fazer frente ao Norte, precisava computar essa horda. O número de delegados por Estado equivale às cadeiras de cada um no Congresso. A divisão não é proporcional: o Wyoming e a Califórnia têm, respectivamente, três representantes para 585 mil habitantes e 55 para 39 milhões. Ou seja, um eleitor da unidade menos povoada do país pesa 3,6 mais do que o da mais populosa. "Se imperasse o voto popular, eleitores das poucas áreas, como Califórnia, Nova York e Texas [25% da população], sempre decidiriam o resultado. A opinião do resto do país não valeria", diz Alexander Belenky, autor de "Um Guia para o Sistema Eleitoral dos EUA". Gary Gregg, que escreveu "Protegendo a Democracia: Por Que Temos um Colégio Eleitoral", ressalta que "Hillary ganhou na Califórnia por mais de 4 milhões de votos, e Trump, no resto da nação, por mais de 2 milhões". "O voto direto empoderaria grandes metrópoles, responsáveis pelas maiores doações às campanhas e onde a mídia se concentra." O sistema "winner takes all" (o vencedor leva tudo) ajuda a distorcer o resultado: se alguém garantir 50,1% dos votos, fatura todos os delegados do Estado —só Maine e Nebraska adotam distribuição proporcional. "Logo, a maioria absoluta do eleitorado não tem nenhuma influência no resultado", afirma McAdam. Isso porque, em geral, os partidos não se dão ao trabalho de visitar 80% dos Estados. Veja o Alabama, que desde 1980 só elege republicanos. Para Trump e Hillary, seria desperdício de tempo e dinheiro fazer campanha lá –melhor concentrar esforços em Estados mais indecisos, como a Flórida. Essa lógica às vezes dá o bote. Hillary foi criticada por esnobar Michigan na corrida. Achou que estava segura lá, onde democratas estavam invictos há 16 anos, mas Trump acabou ganhando. "E os eleitores em Estados não competitivos?", questiona McAdam. "Imagine o republicano leal que vive na Califórnia ou o valente democrata de Mississippi. A cada quatro anos, votar para eles é um exercício de impotência política." ASTROS Martin Sheen já foi presidente dos EUA —na série "West Wing". Agora, quer impedir que a Casa Branca pare nas mãos de outro marco da TV, Donald Trump, ex-apresentador do reality "O Aprendiz". Sheen se juntou a outras celebridades, como o músico Moby e a atriz Debra Messing, para tentar convencer 37 delegados que representam Estados onde Trump ganhou a mudar de voto —só assim o republicano teria menos dos 270 necessários para vencer no Colégio Eleitoral. São 538 delegados no total, que em geral se comprometem a chancelar o candidato campeão nas urnas locais. Mas, na teoria, ninguém é obrigado a isso. "Nossos Pais Fundadores construíram o Colégio para proteger o povo americano dos perigos de um demagogo", diz Sheen. "Vocês têm a oportunidade de entrar na história como um herói americano que mudou o curso da história." As chances de sucesso são ínfimas. Numa das estimativas mais otimistas, de Larry Lessig, professor de Harvard, 20 delegados de Trump poderiam se rebelar. Só um deles tornou pública sua aversão ao presidente eleito. Chris Suprun, bombeiro do time de socorro nos ataques terroristas de 11/9/2001, representa o Texas, onde Trump ficou dez pontos à frente. "Ele não tem experiência em política externa para ser comandante-em-chefe", escreveu em artigo para o "New York Times". "Há 15 anos, fiz um juramento para defender meu país contra todos os inimigos, externos e internos. Neste 19/12, farei isso de novo." Mas delegados rebeldes sempre foram gatos pingados, apesar da pressão popular. Os do Kansas reclamam de receber 10 mil e-mails num único dia, cobrando um voto contra o republicano. Uma delas, Ashley Hutchinson, rebateu: "Não violarei o desejo do povo do Kansas simplesmente porque as elites acham que o sr. Trump tuíta muito".
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Gestão João Doria testa ônibus sem cobradores na zona sul de SP
A gestão João Doria (PSDB) autorizou uma empresa a testar a partir deste sábado (1º) ônibus municipais sem a presença de cobrador. O teste será feito em 5 dos 17 veículos que fazem a linha 576C-10 (Metrô Jabaquara - Terminal Santo Amaro), da viação MobiBrasil, que só vai aceitar Bilhete Único como forma de pagamento da passagem. "É claro que eu tenho medo de perder o emprego. Não sabemos o que pode acontecer", afirmou o cobrador, na função há 29 anos. Os ônibus da linha já estão com um adesivo que diz que os coletivos só aceitam o Bilhete Único. A retirada de cobradores dos ônibus é avaliada por Doria como opção para baixar os custos do transporte. Em fevereiro, Doria admitiu que que a função poderia deixar de existir e pediu às empresas que treinassem os cobradores para exercer outras funções. Há cerca de 19 mil desses profissionais no sistema, que representam 12% dos gastos das empresas –perto de R$ 1 bilhão ao ano. Porém, 6% dos passageiros pagam com dinheiro, o que significa R$ 300 milhões ao ano, segundo a SPUrbanuss. Os outros 94% dos usuários pagam com Bilhete Único. A retirada dos cobradores também seria uma forma de reduzir os custos do sistema no momento em que o prefeito João Doria (PSDB) decidiu congelar a tarifa em R$ 3,80. Segundo o SPUrbanuss, o sindicato das empresas de ônibus, são cerca de 19 mil cobradores no sistema de transporte municipal. Eles representam 12% do custo do sistema de transporte urbano, de quase R$ 8 bilhões ao ano (sendo R$ 3 bilhões de subsídio da prefeitura às empresas e os outros R$ 5 bilhões de arrecadação). Ou seja, R$ 1 bilhão ao ano. O sindicado e a Prefeitura de São Paulo disseram, no entanto, que não haverá demissão dos cobradores dos ônibus. O presidente do Sindmotoristas, que representa os trabalhadores da categoria, Valdevan Noventa, disse que não aceitará redução de postos de trabalho. Segundo ele, o cobrador é um "agente social do qual não se pode abrir mão" FALTA O gerente Ricardo Lima da Silva, 26 anos, viajou em um dos cinco ônibus da linha 576C-10 (Metrô Jabaquara -Terminal Santo Amaro), que a partir de amanhã não terá mais cobradores. Ele estava com o Bilhete Único sem crédito e pagou a passagem em dinheiro. "Se o cobrador não estivesse aqui, teria que descer e carregar o bilhete. Ia perder muito tempo", disse. A estudante Renata Loiola, 29 anos, afirmou que a retirada dos cobradores será ruim para os passageiros e para os cobradores. "Mesmo que a pessoa tenha Bilhete Único, o crédito pode acabar. Se isso acontecer, certamente a pessoa não vai poder entrar no ônibus." Já a estudante Camila Martins de Melo, 21 anos, disse que é indiferente à medida, e ressaltou que a maioria dos passageiros pagam com bilhete. "As pessoas precisam ser mais prevenidas e andar com o bilhete sempre carregado", afirmou. A SPTrans (empresa municipal responsável pelo transporte coletivo) disse que autorizou, "em caráter experimental", a operação sem cobrador na viação MobiBrasil. A empresa afirmou que os cobradores serão transferidos para outras áreas por meio de um plano de carreira. O SPUrbanuss disse que a medida é um teste e que não há determinação nem previsão para que toda frota opere sem cobrador.
cotidiano
Gestão João Doria testa ônibus sem cobradores na zona sul de SPA gestão João Doria (PSDB) autorizou uma empresa a testar a partir deste sábado (1º) ônibus municipais sem a presença de cobrador. O teste será feito em 5 dos 17 veículos que fazem a linha 576C-10 (Metrô Jabaquara - Terminal Santo Amaro), da viação MobiBrasil, que só vai aceitar Bilhete Único como forma de pagamento da passagem. "É claro que eu tenho medo de perder o emprego. Não sabemos o que pode acontecer", afirmou o cobrador, na função há 29 anos. Os ônibus da linha já estão com um adesivo que diz que os coletivos só aceitam o Bilhete Único. A retirada de cobradores dos ônibus é avaliada por Doria como opção para baixar os custos do transporte. Em fevereiro, Doria admitiu que que a função poderia deixar de existir e pediu às empresas que treinassem os cobradores para exercer outras funções. Há cerca de 19 mil desses profissionais no sistema, que representam 12% dos gastos das empresas –perto de R$ 1 bilhão ao ano. Porém, 6% dos passageiros pagam com dinheiro, o que significa R$ 300 milhões ao ano, segundo a SPUrbanuss. Os outros 94% dos usuários pagam com Bilhete Único. A retirada dos cobradores também seria uma forma de reduzir os custos do sistema no momento em que o prefeito João Doria (PSDB) decidiu congelar a tarifa em R$ 3,80. Segundo o SPUrbanuss, o sindicato das empresas de ônibus, são cerca de 19 mil cobradores no sistema de transporte municipal. Eles representam 12% do custo do sistema de transporte urbano, de quase R$ 8 bilhões ao ano (sendo R$ 3 bilhões de subsídio da prefeitura às empresas e os outros R$ 5 bilhões de arrecadação). Ou seja, R$ 1 bilhão ao ano. O sindicado e a Prefeitura de São Paulo disseram, no entanto, que não haverá demissão dos cobradores dos ônibus. O presidente do Sindmotoristas, que representa os trabalhadores da categoria, Valdevan Noventa, disse que não aceitará redução de postos de trabalho. Segundo ele, o cobrador é um "agente social do qual não se pode abrir mão" FALTA O gerente Ricardo Lima da Silva, 26 anos, viajou em um dos cinco ônibus da linha 576C-10 (Metrô Jabaquara -Terminal Santo Amaro), que a partir de amanhã não terá mais cobradores. Ele estava com o Bilhete Único sem crédito e pagou a passagem em dinheiro. "Se o cobrador não estivesse aqui, teria que descer e carregar o bilhete. Ia perder muito tempo", disse. A estudante Renata Loiola, 29 anos, afirmou que a retirada dos cobradores será ruim para os passageiros e para os cobradores. "Mesmo que a pessoa tenha Bilhete Único, o crédito pode acabar. Se isso acontecer, certamente a pessoa não vai poder entrar no ônibus." Já a estudante Camila Martins de Melo, 21 anos, disse que é indiferente à medida, e ressaltou que a maioria dos passageiros pagam com bilhete. "As pessoas precisam ser mais prevenidas e andar com o bilhete sempre carregado", afirmou. A SPTrans (empresa municipal responsável pelo transporte coletivo) disse que autorizou, "em caráter experimental", a operação sem cobrador na viação MobiBrasil. A empresa afirmou que os cobradores serão transferidos para outras áreas por meio de um plano de carreira. O SPUrbanuss disse que a medida é um teste e que não há determinação nem previsão para que toda frota opere sem cobrador.
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Profissionais de outros países precisam enfrentar barreiras culturais
ANNA RANGEL DE SÃO PAULO Metade dos profissionais expatriados tiveram dificuldade para se adaptar ao novo país, diz uma pesquisa da consultoria Global Line, especializada em treinamento intercultural, que falou com 210 multinacionais em 2016. Entre os principais problemas estão as diferenças culturais, que surgem nas interações e no modo de trabalhar dos outros povos. Por isso, antes de deixar o país de origem, o profissional deve ser preparado para assimilar e aceitar as diferenças, afirma o psicólogo João Baptista Brandão, doutor em administração e professor de gestão de pessoas da FGV (Fundação Getulio Vargas). "Ter disposição para tirar aspectos positivos da cultura do país de destino é fundamental para que se tenha uma boa experiência, e isso acontece com quem procura estabelecer consensos com os colegas", afirma. O contador britânico Matthew Birtwistle, 26, está no país há um ano e meio e estranhou o fato de os brasileiros serem menos diretos que os ingleses na hora de relatar um problema no trabalho. "Já fui um pouco abrupto em um comentário durante uma reunião e achei que soei grosseiro para os profissionais daqui, mas procurei entender essa particularidade local", conta. A doutora em antropologia e sociologia Carmen Migueles, professora da FGV, explica que, culturalmente, o brasileiro "doura a pílula" por medo de ofender seus colegas e gestores, traço causado pelo histórico de autoritarismo vivido pelo país ao longo de sua história. "Temos mais dificuldade de demonstrar autonomia do que povos anglo-saxões, por exemplo, acostumados a uma proximidade maior das estruturas de poder", afirma. Não se trata de conflito, mas da distância natural entre as culturas, diz o doutor em administração e professor da FIA (Fundação Instituto de Administração) Joel Dutra. "Pode haver um desconforto, mas a solução passa por aproximar mais esses profissionais, para que todos transitem melhor no ambiente a despeito das diferenças", avalia Dutra. O próprio gestor tem um papel vital nessa integração, segundo Brandão, da FGV. "Ele deve agir como uma espécie de zelador da área, mediando as interações em caso de ruído na comunicação." Para a empresa e para o funcionário, essa troca é positiva na medida em que pode indicar aperfeiçoamentos de comportamento e de processos de trabalho, afirma Sócrates Melo, administrador e gerente regional da consultoria de RH Randstad. "É preciso propor que os colegas aprendam entre si, já que um traz características que o outro não conhece." O jeito brasileiro pode ter suas vantagens. A economista colombiana Amalia de la Torre, 40, que passou por Venezuela, México e Alemanha antes de se instalar no Brasil, há quatro anos, tornou-se próxima dos colegas na empresa onde trabalha, em São Paulo, e atribui o bom relacionamento à cultura local. "Aqui, o ambiente é mais amistoso, e fica gostoso trabalhar. Na Alemanha, tínhamos campanhas constantes para melhorar o clima organizacional porque as pessoas se relacionavam pouco", diz. Mas é preciso saber separar diferenças culturais de conflitos interpessoais, afirma a psicóloga e consultora Andréa Fuks, da Global Line. "Não dá pra dizer que todos que compartilham a mesma nacionalidade são iguais, já que até entre brasileiros pode haver interferências de cultura", diz Fuks. * JEITINHO BRASILEIRO Como trabalham os profissionais no país, segundo pesquisa DISTÂNCIA DO PODER O Brasil é um país com forte hierarquia. Nas empresas, é comum ter um gestor que assuma responsabilidade total sobre o trabalho da equipe. São valorizados símbolos de status ou poder, que indicam a posição social e necessidade de mostrar respeito CÓDIGOS CLAROS A sociedade tem estrutura elaborada de regras e sistemas jurídicos mas, no trabalho, são permitidos momentos de relaxamento, como a pausa para o cafezinho e os almoços fora da empresa. Os brasileiros prezam por um bom relacionamento com os colegas COLETIVISMO E INDIVIDUALISMO No trabalho, buscam a construção de relações de confiança por muitos anos e optam por conhecer os membros da equipe antes de fazer negócios. Para se comunicar, priorizam conversas mais longas e com grande contextualização das atividades propostas pela área VITÓRIA OU EQUILÍBRIO A lógica de "vencedores" e "perdedores" tem menos espaço por aqui, já que o consenso entre os membros da equipe é mais valorizado e a negociação em geral privilegia o "ganha-ganha" ORIENTAÇÃO DE LONGO PRAZO A adaptação rápida às mudanças de regras, que pode ser vista como o 'jeitinho', é importante na hora de criar soluções para problemas surgidos nas funções e no setor em que a empresa está inserida O levantamento foi feito com base em dados de 70 países colhidos a partir de 1967 usando pesquisas internacionais sobretudo da IBM, onde Hofstede trabalhou 27% dos expatriados foram indicados para a experiência por seus próprios gestores 41% relatam ter vivido os maiores obstáculos culturais entre o primeiro e o terceiro ano no novo país 63% apontam a possibilidade de avanço na carreira como motivo para aceitar uma transferência internacional 46% dos expatriados no Brasil ocupam cargos de gerência Fonte: Geert Hofstede, psicólogo e consultor holandês e Global Line, consultoria de mobilidade para profissionais
sobretudo
Profissionais de outros países precisam enfrentar barreiras culturais ANNA RANGEL DE SÃO PAULO Metade dos profissionais expatriados tiveram dificuldade para se adaptar ao novo país, diz uma pesquisa da consultoria Global Line, especializada em treinamento intercultural, que falou com 210 multinacionais em 2016. Entre os principais problemas estão as diferenças culturais, que surgem nas interações e no modo de trabalhar dos outros povos. Por isso, antes de deixar o país de origem, o profissional deve ser preparado para assimilar e aceitar as diferenças, afirma o psicólogo João Baptista Brandão, doutor em administração e professor de gestão de pessoas da FGV (Fundação Getulio Vargas). "Ter disposição para tirar aspectos positivos da cultura do país de destino é fundamental para que se tenha uma boa experiência, e isso acontece com quem procura estabelecer consensos com os colegas", afirma. O contador britânico Matthew Birtwistle, 26, está no país há um ano e meio e estranhou o fato de os brasileiros serem menos diretos que os ingleses na hora de relatar um problema no trabalho. "Já fui um pouco abrupto em um comentário durante uma reunião e achei que soei grosseiro para os profissionais daqui, mas procurei entender essa particularidade local", conta. A doutora em antropologia e sociologia Carmen Migueles, professora da FGV, explica que, culturalmente, o brasileiro "doura a pílula" por medo de ofender seus colegas e gestores, traço causado pelo histórico de autoritarismo vivido pelo país ao longo de sua história. "Temos mais dificuldade de demonstrar autonomia do que povos anglo-saxões, por exemplo, acostumados a uma proximidade maior das estruturas de poder", afirma. Não se trata de conflito, mas da distância natural entre as culturas, diz o doutor em administração e professor da FIA (Fundação Instituto de Administração) Joel Dutra. "Pode haver um desconforto, mas a solução passa por aproximar mais esses profissionais, para que todos transitem melhor no ambiente a despeito das diferenças", avalia Dutra. O próprio gestor tem um papel vital nessa integração, segundo Brandão, da FGV. "Ele deve agir como uma espécie de zelador da área, mediando as interações em caso de ruído na comunicação." Para a empresa e para o funcionário, essa troca é positiva na medida em que pode indicar aperfeiçoamentos de comportamento e de processos de trabalho, afirma Sócrates Melo, administrador e gerente regional da consultoria de RH Randstad. "É preciso propor que os colegas aprendam entre si, já que um traz características que o outro não conhece." O jeito brasileiro pode ter suas vantagens. A economista colombiana Amalia de la Torre, 40, que passou por Venezuela, México e Alemanha antes de se instalar no Brasil, há quatro anos, tornou-se próxima dos colegas na empresa onde trabalha, em São Paulo, e atribui o bom relacionamento à cultura local. "Aqui, o ambiente é mais amistoso, e fica gostoso trabalhar. Na Alemanha, tínhamos campanhas constantes para melhorar o clima organizacional porque as pessoas se relacionavam pouco", diz. Mas é preciso saber separar diferenças culturais de conflitos interpessoais, afirma a psicóloga e consultora Andréa Fuks, da Global Line. "Não dá pra dizer que todos que compartilham a mesma nacionalidade são iguais, já que até entre brasileiros pode haver interferências de cultura", diz Fuks. * JEITINHO BRASILEIRO Como trabalham os profissionais no país, segundo pesquisa DISTÂNCIA DO PODER O Brasil é um país com forte hierarquia. Nas empresas, é comum ter um gestor que assuma responsabilidade total sobre o trabalho da equipe. São valorizados símbolos de status ou poder, que indicam a posição social e necessidade de mostrar respeito CÓDIGOS CLAROS A sociedade tem estrutura elaborada de regras e sistemas jurídicos mas, no trabalho, são permitidos momentos de relaxamento, como a pausa para o cafezinho e os almoços fora da empresa. Os brasileiros prezam por um bom relacionamento com os colegas COLETIVISMO E INDIVIDUALISMO No trabalho, buscam a construção de relações de confiança por muitos anos e optam por conhecer os membros da equipe antes de fazer negócios. Para se comunicar, priorizam conversas mais longas e com grande contextualização das atividades propostas pela área VITÓRIA OU EQUILÍBRIO A lógica de "vencedores" e "perdedores" tem menos espaço por aqui, já que o consenso entre os membros da equipe é mais valorizado e a negociação em geral privilegia o "ganha-ganha" ORIENTAÇÃO DE LONGO PRAZO A adaptação rápida às mudanças de regras, que pode ser vista como o 'jeitinho', é importante na hora de criar soluções para problemas surgidos nas funções e no setor em que a empresa está inserida O levantamento foi feito com base em dados de 70 países colhidos a partir de 1967 usando pesquisas internacionais sobretudo da IBM, onde Hofstede trabalhou 27% dos expatriados foram indicados para a experiência por seus próprios gestores 41% relatam ter vivido os maiores obstáculos culturais entre o primeiro e o terceiro ano no novo país 63% apontam a possibilidade de avanço na carreira como motivo para aceitar uma transferência internacional 46% dos expatriados no Brasil ocupam cargos de gerência Fonte: Geert Hofstede, psicólogo e consultor holandês e Global Line, consultoria de mobilidade para profissionais
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Maracanã reabre para final entre Vasco e Botafogo
O Maracanã reabre suas portas neste domingo (1º) para a primeira partida da final do Estadual do Rio, entre Vasco e Botafogo, às 16h. O estádio que receberá as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio não é sede de uma partida de futebol desde o final do ano passado. A carga total de ingressos disponível é de 60 mil, sendo 51 mil para venda à torcida. O segundo jogo da decisão ocorrerá no próximo domingo, também no Maracanã. Invicto na competição, o Vasco pode se tornar este ano a equipe com mais títulos estaduais no Rio sem sofrer derrotas, caso não seja batido pelo Botafogo em um dos jogos. Hoje, os vascaínos dividem com o Flamengo essa liderança, com cinco títulos invictos cada um. O Fluminense tem três conquistas desse tipo, e o Botafogo, apenas uma. Em caso de dois resultados iguais na decisão do Estadual deste ano, a definição do campeão será nos pênaltis. Nos últimos sete jogos entre os rivais alvinegros, foram quatro vitórias vascaínas e três empates. O Vasco é o atual campeão da competição, mas acabou rebaixado para a Série B do Brasileiro no ano passado. Caminho inverso do que fez o Botafogo, vice do Estadual do Rio em 2015, mas que retornou da segunda divisão para a elite do futebol nacional em 2016. O Vasco conseguiu a liberação do zagueiro Rodrigo, que havia pego um jogo de suspensão por causa de confusão com o atacante Guerrero, do Flamengo, no empate por 1 a 1, em 30 de março. Rodrigo foi absolvido no pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio (TJD-RJ) na última terça-feira (26). Já o Botafogo não terá sua dupla de zaga formada por Carli, suspenso, e Emerson lesionado. Jogam Renan Fonseca e Emerson Silva. * VASCO Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Diguinho, Julio dos Santos, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Éder Luís. Técnico: Jorginho BOTAFOGO Jefferson, Luis Ricardo, Renan Fonseca, Emerson Silva e Diogo Barbosa; Fernandes (Leandrinho ou Airton), Rodrigo Lindoso, Bruno Silva e Gegê; Salgueiro e Ribamar. Técnico: Ricardo Gomes Estádio: Maracanã Árbitro: Wagner Nascimento Magalhães TV: Globo e Band (para RJ)
esporte
Maracanã reabre para final entre Vasco e BotafogoO Maracanã reabre suas portas neste domingo (1º) para a primeira partida da final do Estadual do Rio, entre Vasco e Botafogo, às 16h. O estádio que receberá as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio não é sede de uma partida de futebol desde o final do ano passado. A carga total de ingressos disponível é de 60 mil, sendo 51 mil para venda à torcida. O segundo jogo da decisão ocorrerá no próximo domingo, também no Maracanã. Invicto na competição, o Vasco pode se tornar este ano a equipe com mais títulos estaduais no Rio sem sofrer derrotas, caso não seja batido pelo Botafogo em um dos jogos. Hoje, os vascaínos dividem com o Flamengo essa liderança, com cinco títulos invictos cada um. O Fluminense tem três conquistas desse tipo, e o Botafogo, apenas uma. Em caso de dois resultados iguais na decisão do Estadual deste ano, a definição do campeão será nos pênaltis. Nos últimos sete jogos entre os rivais alvinegros, foram quatro vitórias vascaínas e três empates. O Vasco é o atual campeão da competição, mas acabou rebaixado para a Série B do Brasileiro no ano passado. Caminho inverso do que fez o Botafogo, vice do Estadual do Rio em 2015, mas que retornou da segunda divisão para a elite do futebol nacional em 2016. O Vasco conseguiu a liberação do zagueiro Rodrigo, que havia pego um jogo de suspensão por causa de confusão com o atacante Guerrero, do Flamengo, no empate por 1 a 1, em 30 de março. Rodrigo foi absolvido no pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio (TJD-RJ) na última terça-feira (26). Já o Botafogo não terá sua dupla de zaga formada por Carli, suspenso, e Emerson lesionado. Jogam Renan Fonseca e Emerson Silva. * VASCO Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Diguinho, Julio dos Santos, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Éder Luís. Técnico: Jorginho BOTAFOGO Jefferson, Luis Ricardo, Renan Fonseca, Emerson Silva e Diogo Barbosa; Fernandes (Leandrinho ou Airton), Rodrigo Lindoso, Bruno Silva e Gegê; Salgueiro e Ribamar. Técnico: Ricardo Gomes Estádio: Maracanã Árbitro: Wagner Nascimento Magalhães TV: Globo e Band (para RJ)
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As três prisões
A devastação no conceito do país, qualquer país, feita por uma iniciativa como a do procurador-geral Rodrigo Janot dirigida ao Supremo Tribunal Federal, é de recuperação dificílima por muito tempo. Mas às vezes se justifica. Não é o caso, até se pode presumir com alguma base, do pedido de prisão de um ex-presidente da República, do presidente do Senado e do Congresso, e ainda de um senador. Tanto mais no ambiente de denúncias e delações vigente há dois anos e quando o interino da salvação escolhe, para o seu ministério, oito pendurados em acusações judiciais. A menos que a fundamentação do pedido contenha razões ainda não divulgadas, não se limitando às gravações feitas por Sérgio Machado, o ato de Janot só pode ser visto como um impulso tático, emocional ou político. Razões para um sensato pedido de prisão, nenhum dos três deixou gravadas. Indicar advogados, como fez José Sarney, além de banal, não consiste em obstrução a coisa alguma. Renan Calheiros reiterou uma tese defensável, presente em projeto no Congresso: não mais permitir delação premiada de preso. O uso da prisão para constranger, até à concordância em delatar, não é exceção. Na Lava Jato, há evidências de que se trata mesmo do método preferido, senão único. Mas é coerção. Ou uma forma de chantagem, reprimida e punida quando praticada por assaltantes e sequestradores. Levado à consagração, o método da delação dispensaria a polícia investigativa e suas técnicas admiráveis. Bastaria o meganha para prender o futuro preso-delator. As provas? Ora, as provas. Fulano e sicrano disseram na delação, é quanto basta. Romero Jucá é o único que apresenta visão objetiva e prática sobre o problema que a Lava Jato representa "para todos" no Congresso. Embora "todos" seja apenas retórico, haverá também gente atingida pela confusão vigente na Lava Jato entre dinheiro sujo, de corrupção, e doação de campanha cuja origem monetária o candidato desconhecia. Reconhecido no Senado como articulador incomparável de fórmulas e acordos políticos (relatorias de "pepinos" em geral vão para ele), Jucá não negou a vocação quando provocado por Machado. Para "delimitar" a "sangria" provocada pela Lava Jato, Jucá propôs "um pacto amplo" dos partidos. Saída política, pois. Com imaginada participação até do Supremo. Em termos finais, modificaria ou interromperia a Lava Jato "no ponto até aqui". Nem por isso suscitou mais indícios que os de uma ideia fantasiosa, e não criminosa. As comparações dos três com o caso de Delcídio do Amaral são infundadas. Delcídio propôs a fuga de um réu, ato ilegal, com o agravante de clandestinos. E se pôs como intermediário de proteção financeira para a família do fugitivo. É duvidoso de que propusesse o plano para realizar mesmo. As condições físicas de Nestor Cerveró lhe negam a hipótese de clandestinidade, tão fácil seria a identificação depois das suas fotos correrem mundo. Mas Delcídio propôs ilegalidades. Nada a ver com as respostas às instigações de Sergio Machado. Além do mais, Rodrigo Janot sabe que o Senado não daria, por tão pouco, a necessária licença para a prisão dos dois senadores. O pedido que fez ao Supremo só pode ter motivação que não está nas gravações. E isso não quer dizer que apareça no pedido. Pode ser mais um dos expedientes já bem explorados na Lava Jato: de jogar verdes –e colher presos. Ainda assim, o vazamento deu oportunidade a que o ministro Gilmar Mendes o considerasse "crime" e "abuso de autoridade". Os vazamentos anteriores, com outros personagens, nada lhe haviam parecido. São duas conquistas nossas, portanto. A segunda é a noção de "abuso de autoridade" demonstrada, e aparentemente despossuída quando o ministro reteve por ano e meio um voto, que expunha em entrevistas, para assim obstruir o fim das doações eleitorais de empresas.
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As três prisõesA devastação no conceito do país, qualquer país, feita por uma iniciativa como a do procurador-geral Rodrigo Janot dirigida ao Supremo Tribunal Federal, é de recuperação dificílima por muito tempo. Mas às vezes se justifica. Não é o caso, até se pode presumir com alguma base, do pedido de prisão de um ex-presidente da República, do presidente do Senado e do Congresso, e ainda de um senador. Tanto mais no ambiente de denúncias e delações vigente há dois anos e quando o interino da salvação escolhe, para o seu ministério, oito pendurados em acusações judiciais. A menos que a fundamentação do pedido contenha razões ainda não divulgadas, não se limitando às gravações feitas por Sérgio Machado, o ato de Janot só pode ser visto como um impulso tático, emocional ou político. Razões para um sensato pedido de prisão, nenhum dos três deixou gravadas. Indicar advogados, como fez José Sarney, além de banal, não consiste em obstrução a coisa alguma. Renan Calheiros reiterou uma tese defensável, presente em projeto no Congresso: não mais permitir delação premiada de preso. O uso da prisão para constranger, até à concordância em delatar, não é exceção. Na Lava Jato, há evidências de que se trata mesmo do método preferido, senão único. Mas é coerção. Ou uma forma de chantagem, reprimida e punida quando praticada por assaltantes e sequestradores. Levado à consagração, o método da delação dispensaria a polícia investigativa e suas técnicas admiráveis. Bastaria o meganha para prender o futuro preso-delator. As provas? Ora, as provas. Fulano e sicrano disseram na delação, é quanto basta. Romero Jucá é o único que apresenta visão objetiva e prática sobre o problema que a Lava Jato representa "para todos" no Congresso. Embora "todos" seja apenas retórico, haverá também gente atingida pela confusão vigente na Lava Jato entre dinheiro sujo, de corrupção, e doação de campanha cuja origem monetária o candidato desconhecia. Reconhecido no Senado como articulador incomparável de fórmulas e acordos políticos (relatorias de "pepinos" em geral vão para ele), Jucá não negou a vocação quando provocado por Machado. Para "delimitar" a "sangria" provocada pela Lava Jato, Jucá propôs "um pacto amplo" dos partidos. Saída política, pois. Com imaginada participação até do Supremo. Em termos finais, modificaria ou interromperia a Lava Jato "no ponto até aqui". Nem por isso suscitou mais indícios que os de uma ideia fantasiosa, e não criminosa. As comparações dos três com o caso de Delcídio do Amaral são infundadas. Delcídio propôs a fuga de um réu, ato ilegal, com o agravante de clandestinos. E se pôs como intermediário de proteção financeira para a família do fugitivo. É duvidoso de que propusesse o plano para realizar mesmo. As condições físicas de Nestor Cerveró lhe negam a hipótese de clandestinidade, tão fácil seria a identificação depois das suas fotos correrem mundo. Mas Delcídio propôs ilegalidades. Nada a ver com as respostas às instigações de Sergio Machado. Além do mais, Rodrigo Janot sabe que o Senado não daria, por tão pouco, a necessária licença para a prisão dos dois senadores. O pedido que fez ao Supremo só pode ter motivação que não está nas gravações. E isso não quer dizer que apareça no pedido. Pode ser mais um dos expedientes já bem explorados na Lava Jato: de jogar verdes –e colher presos. Ainda assim, o vazamento deu oportunidade a que o ministro Gilmar Mendes o considerasse "crime" e "abuso de autoridade". Os vazamentos anteriores, com outros personagens, nada lhe haviam parecido. São duas conquistas nossas, portanto. A segunda é a noção de "abuso de autoridade" demonstrada, e aparentemente despossuída quando o ministro reteve por ano e meio um voto, que expunha em entrevistas, para assim obstruir o fim das doações eleitorais de empresas.
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Veja o andamento das medidas do governo Temer
O presidente interino, Michel Temer, anunciou uma série de medidas para tentar reanimar a economia brasileira. Uma nova meta fiscal, corte de cargos comissionados, reforma da previdência e desvinculação das receitas são algumas das propostas. Confira: Propostas de Temer
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Veja o andamento das medidas do governo TemerO presidente interino, Michel Temer, anunciou uma série de medidas para tentar reanimar a economia brasileira. Uma nova meta fiscal, corte de cargos comissionados, reforma da previdência e desvinculação das receitas são algumas das propostas. Confira: Propostas de Temer
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Procon cobra da Eletropaulo número de áreas sem luz desde o dia 29
O Procon notificou a Eletropaulo nesta terça-feira (6) para saber quantas áreas de região metropolitana continuam sem fornecimento de energia elétrica devido ao temporal que atingiu São Paulo no dia 29 de dezembro. A chuva daquela madrugada teve rajadas de vento de até 96,3 km/h, causou a queda de 286 árvores em menos de 12 horas, um recorde na cidade de São Paulo, e ao fechamento do parque Ibirapuera (zona sul). O fornecimento de energia elétrica e água foi interrompido em diversos bairros, principalmente na zona sul. De acordo com Roberto Dutra, assessor-chefe do Procon, até esta terça-feira (6), ainda há consumidores sem energia elétrica na cidade. Desde o dia 29, o órgão recebeu 250 reclamações causadas pela interrupção no fornecimento de luz e prejuízos causados pelas falhas. A Eletropaulo, que apresentou seus dados, afirma Dutra, recebeu desde então 111 mil reclamações. Para ele, a empresa não estava preparada para atender a demanda após o evento. "O que verificamos é que apesar dos esforços da Eletropaulo, ela não está devidamente preparada", afirma. Segundo ele, o órgão está compilando os dados das reclamações contra a empresa para avaliar as situações e, se for o caso, autuá-la. Em nota, a Eletropaulo afirma que "interage permanentemente com o Procon" e que nesta terça, "prestou os devidos esclarecimentos" ao órgão. Além dos problemas com o fornecimento de energia elétrica, ainda existem árvores caídas em diversas regiões da cidade desde o dia 29. Como a Folha mostrou nesta terça, em Moema, no Planalto Paulista, e no Butantã, árvores e partes delas ainda atrapalhavam o trânsito uma semana após o temporal do fim de dezembro. Procurada a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou que o caso de Moema já foi resolvido. A árvore caída no Planalto Paulista deve ser retirada nesta quarta (7) e as que caíram no Butantã, na quinta (8).
cotidiano
Procon cobra da Eletropaulo número de áreas sem luz desde o dia 29O Procon notificou a Eletropaulo nesta terça-feira (6) para saber quantas áreas de região metropolitana continuam sem fornecimento de energia elétrica devido ao temporal que atingiu São Paulo no dia 29 de dezembro. A chuva daquela madrugada teve rajadas de vento de até 96,3 km/h, causou a queda de 286 árvores em menos de 12 horas, um recorde na cidade de São Paulo, e ao fechamento do parque Ibirapuera (zona sul). O fornecimento de energia elétrica e água foi interrompido em diversos bairros, principalmente na zona sul. De acordo com Roberto Dutra, assessor-chefe do Procon, até esta terça-feira (6), ainda há consumidores sem energia elétrica na cidade. Desde o dia 29, o órgão recebeu 250 reclamações causadas pela interrupção no fornecimento de luz e prejuízos causados pelas falhas. A Eletropaulo, que apresentou seus dados, afirma Dutra, recebeu desde então 111 mil reclamações. Para ele, a empresa não estava preparada para atender a demanda após o evento. "O que verificamos é que apesar dos esforços da Eletropaulo, ela não está devidamente preparada", afirma. Segundo ele, o órgão está compilando os dados das reclamações contra a empresa para avaliar as situações e, se for o caso, autuá-la. Em nota, a Eletropaulo afirma que "interage permanentemente com o Procon" e que nesta terça, "prestou os devidos esclarecimentos" ao órgão. Além dos problemas com o fornecimento de energia elétrica, ainda existem árvores caídas em diversas regiões da cidade desde o dia 29. Como a Folha mostrou nesta terça, em Moema, no Planalto Paulista, e no Butantã, árvores e partes delas ainda atrapalhavam o trânsito uma semana após o temporal do fim de dezembro. Procurada a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou que o caso de Moema já foi resolvido. A árvore caída no Planalto Paulista deve ser retirada nesta quarta (7) e as que caíram no Butantã, na quinta (8).
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Joe Perry, do Aerosmith, diz que toca melhor com suas botas de estimação
O fim do grupo Aerosmith já vem sendo discutido entre os membros, conta o guitarrista Joe Perry, 66, em entrevista à Folha. "Não sei por quanto tempo conseguiremos tocar da maneira como ainda tocamos", afirma. Por ora, no entanto, ele não pretende pendurar as botinas. É que, nos shows, Perry mantém uma superstição: usa sempre as mesmas botas. "Quando subo ao palco sem elas, acabo sentindo que toquei abaixo do que eu poderia. Por isso, podem reparar, minhas botas não mudam." Embora ele soe reticente quanto ao rompimento, o fim do Aerosmith é tema recorrente em entrevistas dos roqueiros. Em junho, o vocalista Steven Tyler, 68, anunciou que o grupo faria uma turnê de despedida em 2017. A notícia coincidiu com o lançamento de seu primeiro disco solo, "We're All Somebody From Somewhere". No mês passado, foi a vez do baterista Joey Kramer, 66, admitir, em entrevista à revista "Rolling Stone", que a ideia está sendo analisada. Os problemas de saúde de Perry não ajudam: em julho, ele passou mal e desmaiou antes de um show com sua banda paralela, o Hollywood Vampires. "Eu ainda me surpreendo com o fato de estarmos juntos", diz o guitarrista. Mas, por enquanto, não há nada oficial sobre a turnê de despedida. Até o final do ano, o Aerosmith só tem shows marcados na América Latina com a turnê Rock n' Roll Rumble. Porto Alegre (11/10), São Paulo (15/10) e Recife (21/10) estão na rota da turnê, sendo que os dois primeiros shows estão com ingressos esgotados. No ano que vem, a banda virá de novo para o Rock in Rio. Tocar no país não é uma novidade na extensa carreira do Aerosmith, que atravessa a quinta década e contabiliza 15 álbuns de estúdio. PERRY OU PEREIRA? Para o guitarrista, visitar o Brasil tem um quê especial. O Perry de seu sobrenome é uma adaptação do sobrenome Pereira. O avô dele era um imigrante português e o músico diz ver muito de sua cultura no Brasil. "Demorou demais para irmos pela primeira vez", diz, por terem estreado em solo brasileiro apenas em 1994. "Mas, depois disso, o país se tornou um dos meus lugares favoritos para tocar." O profissionalismo de Perry, segundo o próprio, impede que os muitos anos de estrada pesem na hora de se apresentar. "A cada show, você tem que pensar que alguns só terão aquela chance de ver o Aerosmith ao vivo. Então, dane-se, esqueça que você já fez aquilo muitas vezes." O espírito profissional é o que manteve a formação da banda praticamente intacta ao longo dos anos, algo raro no rock. Para o músico, foi essencial separar vida pessoal de assuntos do Aerosmith. "Procuramos manter as coisas frescas e excitantes. Não dá para reinventar a roda, mas há sempre o que melhorar." ROCK N' ROLL RUMBLE - AEROSMITH STYLE 2016 QUANDO 11/10, em Porto Alegre (esgotado); 15/10, em São Paulo (esgotado); e 21/10, em Olinda ONDE Beira-Rio (RS), Allianz Parque (SP) e Classic Hall (PE) QUANTO R$ 250 a R$ 1.200, em ingressorapido.com.br
ilustrada
Joe Perry, do Aerosmith, diz que toca melhor com suas botas de estimaçãoO fim do grupo Aerosmith já vem sendo discutido entre os membros, conta o guitarrista Joe Perry, 66, em entrevista à Folha. "Não sei por quanto tempo conseguiremos tocar da maneira como ainda tocamos", afirma. Por ora, no entanto, ele não pretende pendurar as botinas. É que, nos shows, Perry mantém uma superstição: usa sempre as mesmas botas. "Quando subo ao palco sem elas, acabo sentindo que toquei abaixo do que eu poderia. Por isso, podem reparar, minhas botas não mudam." Embora ele soe reticente quanto ao rompimento, o fim do Aerosmith é tema recorrente em entrevistas dos roqueiros. Em junho, o vocalista Steven Tyler, 68, anunciou que o grupo faria uma turnê de despedida em 2017. A notícia coincidiu com o lançamento de seu primeiro disco solo, "We're All Somebody From Somewhere". No mês passado, foi a vez do baterista Joey Kramer, 66, admitir, em entrevista à revista "Rolling Stone", que a ideia está sendo analisada. Os problemas de saúde de Perry não ajudam: em julho, ele passou mal e desmaiou antes de um show com sua banda paralela, o Hollywood Vampires. "Eu ainda me surpreendo com o fato de estarmos juntos", diz o guitarrista. Mas, por enquanto, não há nada oficial sobre a turnê de despedida. Até o final do ano, o Aerosmith só tem shows marcados na América Latina com a turnê Rock n' Roll Rumble. Porto Alegre (11/10), São Paulo (15/10) e Recife (21/10) estão na rota da turnê, sendo que os dois primeiros shows estão com ingressos esgotados. No ano que vem, a banda virá de novo para o Rock in Rio. Tocar no país não é uma novidade na extensa carreira do Aerosmith, que atravessa a quinta década e contabiliza 15 álbuns de estúdio. PERRY OU PEREIRA? Para o guitarrista, visitar o Brasil tem um quê especial. O Perry de seu sobrenome é uma adaptação do sobrenome Pereira. O avô dele era um imigrante português e o músico diz ver muito de sua cultura no Brasil. "Demorou demais para irmos pela primeira vez", diz, por terem estreado em solo brasileiro apenas em 1994. "Mas, depois disso, o país se tornou um dos meus lugares favoritos para tocar." O profissionalismo de Perry, segundo o próprio, impede que os muitos anos de estrada pesem na hora de se apresentar. "A cada show, você tem que pensar que alguns só terão aquela chance de ver o Aerosmith ao vivo. Então, dane-se, esqueça que você já fez aquilo muitas vezes." O espírito profissional é o que manteve a formação da banda praticamente intacta ao longo dos anos, algo raro no rock. Para o músico, foi essencial separar vida pessoal de assuntos do Aerosmith. "Procuramos manter as coisas frescas e excitantes. Não dá para reinventar a roda, mas há sempre o que melhorar." ROCK N' ROLL RUMBLE - AEROSMITH STYLE 2016 QUANDO 11/10, em Porto Alegre (esgotado); 15/10, em São Paulo (esgotado); e 21/10, em Olinda ONDE Beira-Rio (RS), Allianz Parque (SP) e Classic Hall (PE) QUANTO R$ 250 a R$ 1.200, em ingressorapido.com.br
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Minha (ex)Casa Minha Vida
O Brasil tem um déficit habitacional estimado em 5,2 milhões de residências. Isso inclui moradores de favelas, pessoas que dividem precariamente casas com parentes e sem-tetos. Com o envelhecimento da população, com mais gente casando e tendo filhos, o número deve saltar a 20 milhões daqui a dez anos, segundo estimativa da Fundação Getúlio Vargas. Agora pipocam em todo o país notícias sobre atrasos nos desembolsos dos pagamentos do Minha Casa Minha Vida. A situação é mais grave no Nordeste, onde várias construtoras paralisaram suas atividades por falta de repasses da Caixa Econômica Federal. Criado durante o governo Lula, a crise do MCMV é mais uma das heranças malditas deixadas pelo governo Dilma 1. Até os problemas atuais, o programa era visto como uma história de sucesso, com cerca de 2,7 milhões de unidades construídas em suas versões 1 e 2. A terceira fase, sob Dilma, ainda não saiu do papel. A Caixa também acaba de anunciar a redução do teto de financiamento para imóveis usados. Caiu de 80% do valor do imóvel para, no máximo, 50%. O crédito da Caixa é uma das principais portas de entrada para quem compra uma casa. Com a elevação da taxa básica de juros (a Selic) e o descontrole da inflação, também está cada vez mais difícil, em qualquer faixa de preço ou renda, financiar a compra de um teto. Os números gerais do setor mostram uma crise aguda. Entre 2013 e 2014, o setor imobiliário vendeu, em valores, cerca de 40% menos, deixando mais gente longe do sonho da casa própria. Em termos de emprego, a construção demitiu 300 mil trabalhadores formais (de um total de 3,3 milhões) nos últimos seis meses, inaugurando a primeira retração na área em 12 anos. A retração econômica atual é ruim para todo mundo. Mas é pior para quem ainda não tem onde morar direito. E para os que vivem de trabalho pouco qualificado, como na construção, o que é a regra no Brasil.
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Minha (ex)Casa Minha VidaO Brasil tem um déficit habitacional estimado em 5,2 milhões de residências. Isso inclui moradores de favelas, pessoas que dividem precariamente casas com parentes e sem-tetos. Com o envelhecimento da população, com mais gente casando e tendo filhos, o número deve saltar a 20 milhões daqui a dez anos, segundo estimativa da Fundação Getúlio Vargas. Agora pipocam em todo o país notícias sobre atrasos nos desembolsos dos pagamentos do Minha Casa Minha Vida. A situação é mais grave no Nordeste, onde várias construtoras paralisaram suas atividades por falta de repasses da Caixa Econômica Federal. Criado durante o governo Lula, a crise do MCMV é mais uma das heranças malditas deixadas pelo governo Dilma 1. Até os problemas atuais, o programa era visto como uma história de sucesso, com cerca de 2,7 milhões de unidades construídas em suas versões 1 e 2. A terceira fase, sob Dilma, ainda não saiu do papel. A Caixa também acaba de anunciar a redução do teto de financiamento para imóveis usados. Caiu de 80% do valor do imóvel para, no máximo, 50%. O crédito da Caixa é uma das principais portas de entrada para quem compra uma casa. Com a elevação da taxa básica de juros (a Selic) e o descontrole da inflação, também está cada vez mais difícil, em qualquer faixa de preço ou renda, financiar a compra de um teto. Os números gerais do setor mostram uma crise aguda. Entre 2013 e 2014, o setor imobiliário vendeu, em valores, cerca de 40% menos, deixando mais gente longe do sonho da casa própria. Em termos de emprego, a construção demitiu 300 mil trabalhadores formais (de um total de 3,3 milhões) nos últimos seis meses, inaugurando a primeira retração na área em 12 anos. A retração econômica atual é ruim para todo mundo. Mas é pior para quem ainda não tem onde morar direito. E para os que vivem de trabalho pouco qualificado, como na construção, o que é a regra no Brasil.
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Pressão de deputados adia sanção de Temer de nova lei de estatais
O governo do presidente interino, Michel Temer, decidiu adiar a sanção do projeto de Lei de Responsabilidade das Estatais diante da pressão de deputados que defendem o veto à quarentena de 36 meses para dirigentes de partidos e pessoas que tenham atuado em campanhas eleitorais assumirem postos de direção e de conselho de administração de estatais. A equipe de Temer já avisou os deputados governistas que não tem condições de vetar este trecho do projeto e pediu que eles busquem um acordo com senadores para modificar sua redação. Para dar tempo à busca de um entendimento entre Câmara e Senado, Temer desistiu de fazer a sanção nesta terça-feira (28) do projeto que proíbe dirigentes de partidos políticos de serem nomeados para o comando de estatais. Segundo assessores, a sanção pode ser transferida para a próxima semana. Um deles disse à Folha que Temer não pode vetar a quarenta de 36 meses porque seria acusado de desfigurar a proposta, classificada de moralizadora das indicações políticas. Além disto, ele acabaria trombando com o Senado, responsável pela aprovação da quarentena. Este trecho do projeto havia sido suprimido pelos deputados, mas foi resgatado pelos senadores na votação final do projeto. Segundo a Lei de Responsabilidade das Estatais, quem atuou em instâncias decisórias de partidos ou em trabalho vinculado à organização, estruturação e realização de campanha eleitoral deve cumprir uma quarentena de três anos para assumir diretorias ou vaga em conselho de administração de estatal. A regra, na avaliação de deputados, ficou muito restritiva e estaria discriminando em demasia a classe política. Segundo eles, o importante é que o indicado se enquadre nas exigências fixadas pela lei, como dez anos de experiência profissional no setor ou quatro em cargos de direção ou chefia em empresa de porte similar à da estatal. Agora, deputados querem encontrar com senadores uma fórmula intermediária à quarentena de 36 meses, mas o formato ainda não foi definido. Um prazo menor é uma das ideias em discussão, mas é preciso articular como isso poderia ser feito no Congresso. A avaliação é de que o governo ou um parlamentar teria que apresentar um projeto para alterar o trecho específico e ele estaria sujeito ao tempo de tramitação no Congresso. De acordo com integrantes da base do governo, há chances de o acordo ser fechado ainda nesta semana. Temer já avisou sua base aliada que vai manter a proibição de nomeação de dirigentes de partidos políticos e de organização sindical nas estatais e que não tem condições de vetar o período de quarentena exigido. Sem esta regra, bastaria que um político deixasse um cargo de direção partidária para assumir uma estatal, desde que se enquadre nas exigências de experiência profissional. VETOS O presidente vai vetar, no entanto, alguns pontos do projeto. Entre eles, o que não permite que o presidente da empresa participe do seu conselho de administração. Dentro do Palácio do Planalto, foi lembrado que isto impediria que o presidente da Petrobras, Pedro Parente, participasse do conselho de administração da empresa. Outro veto recairá sobre a responsabilidade dos conselheiros da estatal em votações do conselho de administração. O texto permite a interpretação de que todos podem ser responsabilizados pelas decisões do conselho, mesmo os que votaram contra. Para impedir a dubiedade, o governo decidiu vetar este trecho, já que a Lei das Sociedades Anônimas permite o voto em separado dos conselheiros contrários a algum ponto em discussão, o que o isenta de responsabilidade. Alvo de polêmica entre entidades de arquitetos, o trecho da proposta que permite a contratação integrada como modalidade de licitação para empresas estatais não deve ser vetado pelo presidente interino. O Palácio do Planalto não avalia que a medida estimule episódios de corrupção, apenas impede um aquecimento no mercado de projetos. Comando das estatais
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Pressão de deputados adia sanção de Temer de nova lei de estataisO governo do presidente interino, Michel Temer, decidiu adiar a sanção do projeto de Lei de Responsabilidade das Estatais diante da pressão de deputados que defendem o veto à quarentena de 36 meses para dirigentes de partidos e pessoas que tenham atuado em campanhas eleitorais assumirem postos de direção e de conselho de administração de estatais. A equipe de Temer já avisou os deputados governistas que não tem condições de vetar este trecho do projeto e pediu que eles busquem um acordo com senadores para modificar sua redação. Para dar tempo à busca de um entendimento entre Câmara e Senado, Temer desistiu de fazer a sanção nesta terça-feira (28) do projeto que proíbe dirigentes de partidos políticos de serem nomeados para o comando de estatais. Segundo assessores, a sanção pode ser transferida para a próxima semana. Um deles disse à Folha que Temer não pode vetar a quarenta de 36 meses porque seria acusado de desfigurar a proposta, classificada de moralizadora das indicações políticas. Além disto, ele acabaria trombando com o Senado, responsável pela aprovação da quarentena. Este trecho do projeto havia sido suprimido pelos deputados, mas foi resgatado pelos senadores na votação final do projeto. Segundo a Lei de Responsabilidade das Estatais, quem atuou em instâncias decisórias de partidos ou em trabalho vinculado à organização, estruturação e realização de campanha eleitoral deve cumprir uma quarentena de três anos para assumir diretorias ou vaga em conselho de administração de estatal. A regra, na avaliação de deputados, ficou muito restritiva e estaria discriminando em demasia a classe política. Segundo eles, o importante é que o indicado se enquadre nas exigências fixadas pela lei, como dez anos de experiência profissional no setor ou quatro em cargos de direção ou chefia em empresa de porte similar à da estatal. Agora, deputados querem encontrar com senadores uma fórmula intermediária à quarentena de 36 meses, mas o formato ainda não foi definido. Um prazo menor é uma das ideias em discussão, mas é preciso articular como isso poderia ser feito no Congresso. A avaliação é de que o governo ou um parlamentar teria que apresentar um projeto para alterar o trecho específico e ele estaria sujeito ao tempo de tramitação no Congresso. De acordo com integrantes da base do governo, há chances de o acordo ser fechado ainda nesta semana. Temer já avisou sua base aliada que vai manter a proibição de nomeação de dirigentes de partidos políticos e de organização sindical nas estatais e que não tem condições de vetar o período de quarentena exigido. Sem esta regra, bastaria que um político deixasse um cargo de direção partidária para assumir uma estatal, desde que se enquadre nas exigências de experiência profissional. VETOS O presidente vai vetar, no entanto, alguns pontos do projeto. Entre eles, o que não permite que o presidente da empresa participe do seu conselho de administração. Dentro do Palácio do Planalto, foi lembrado que isto impediria que o presidente da Petrobras, Pedro Parente, participasse do conselho de administração da empresa. Outro veto recairá sobre a responsabilidade dos conselheiros da estatal em votações do conselho de administração. O texto permite a interpretação de que todos podem ser responsabilizados pelas decisões do conselho, mesmo os que votaram contra. Para impedir a dubiedade, o governo decidiu vetar este trecho, já que a Lei das Sociedades Anônimas permite o voto em separado dos conselheiros contrários a algum ponto em discussão, o que o isenta de responsabilidade. Alvo de polêmica entre entidades de arquitetos, o trecho da proposta que permite a contratação integrada como modalidade de licitação para empresas estatais não deve ser vetado pelo presidente interino. O Palácio do Planalto não avalia que a medida estimule episódios de corrupção, apenas impede um aquecimento no mercado de projetos. Comando das estatais
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Ex-presidente da Petrobras deverá depor novamente à Justiça
O ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, foi intimado a prestar novo depoimento à Justiça Federal, no dia 23 de março, como testemunha nas investigações da Operação Lava Jato, que investiga um escândalo de corrupção na estatal. Gabrielli foi arrolado pelas defesas do lobista Fernando Soares –o Fernando Baiano– e de Nestor Cerveró, ex-diretor da companhia. Os dois estão presos em Curitiba. Quando o pedido para que o ex-presidente da Petrobras fosse chamado a depor foi entregue, em janeiro, a defesa de Cerveró também havia incluído Dilma Rousseff entre as testemunhas. Na ocasião, não foi detalhado o motivo da inclusão de Dilma e Gabrielli como testemunhas. Horas depois, o ex-diretor desistiu de citar a presidente, conforme papel apresentado pela defesa. Na desistência, o advogado Edson Ribeiro argumentou que a decisão sobre a aquisição de sondas, pela qual Cerveró é processado sob acusação de ter recebido vantagens indevidas, foi "privativa da diretoria da Petrobras, não passando pelo conselho de administração, onde a testemunha ora substituída exercia a presidência". Cerveró, porém, foi preso preventivamente devido a um outro inquérito, sob a justificativa de que havia transferido imóveis de seu patrimônio para o nome de parentes. NOVO DEPOIMENTO Gabrielli já depôs ao juiz Sergio Moro, que conduz as investigações de propina na Petrobras. Em setembro de 2014, ele foi ouvido na condição de testemunha do doleiro Alberto Youssef. Na ocasião, eximiu a presidência da estatal da responsabilidade pela escolha de Paulo Roberto Costa para comandar a diretoria de Abastecimento e Refino da companhia. Costa exerceu o cargo entre 2004 e 2012 e é suspeito de chefiar o esquema de desvio de recursos da estatal. Tal qual ocorreu naquela ocasião, este novo depoimento deverá ocorrer por teleconferência.
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Ex-presidente da Petrobras deverá depor novamente à JustiçaO ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, foi intimado a prestar novo depoimento à Justiça Federal, no dia 23 de março, como testemunha nas investigações da Operação Lava Jato, que investiga um escândalo de corrupção na estatal. Gabrielli foi arrolado pelas defesas do lobista Fernando Soares –o Fernando Baiano– e de Nestor Cerveró, ex-diretor da companhia. Os dois estão presos em Curitiba. Quando o pedido para que o ex-presidente da Petrobras fosse chamado a depor foi entregue, em janeiro, a defesa de Cerveró também havia incluído Dilma Rousseff entre as testemunhas. Na ocasião, não foi detalhado o motivo da inclusão de Dilma e Gabrielli como testemunhas. Horas depois, o ex-diretor desistiu de citar a presidente, conforme papel apresentado pela defesa. Na desistência, o advogado Edson Ribeiro argumentou que a decisão sobre a aquisição de sondas, pela qual Cerveró é processado sob acusação de ter recebido vantagens indevidas, foi "privativa da diretoria da Petrobras, não passando pelo conselho de administração, onde a testemunha ora substituída exercia a presidência". Cerveró, porém, foi preso preventivamente devido a um outro inquérito, sob a justificativa de que havia transferido imóveis de seu patrimônio para o nome de parentes. NOVO DEPOIMENTO Gabrielli já depôs ao juiz Sergio Moro, que conduz as investigações de propina na Petrobras. Em setembro de 2014, ele foi ouvido na condição de testemunha do doleiro Alberto Youssef. Na ocasião, eximiu a presidência da estatal da responsabilidade pela escolha de Paulo Roberto Costa para comandar a diretoria de Abastecimento e Refino da companhia. Costa exerceu o cargo entre 2004 e 2012 e é suspeito de chefiar o esquema de desvio de recursos da estatal. Tal qual ocorreu naquela ocasião, este novo depoimento deverá ocorrer por teleconferência.
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Os sem-teto
Para sustar a alta galopante da dívida do governo, fixou-se, no ano passado, um teto para os gastos federais, que daqui em diante não podem crescer acima da inflação. Há outro teto imposto à administração pública, mais antigo, segundo o qual os salários dos servidores não ultrapassarão os pagos aos ministros do Supremo Tribunal Federal -hoje, R$ 33.763 mensais. A experiência com o limite remuneratório, cujas primeiras versões datam dos anos 1990, ensina que a burocracia estatal sempre busca meios de esquivar-se das tentativas de conter sua expansão. No mais das vezes, com sucesso. Num exemplo, esta Folha noticiou que 97% dos membros do Ministério Público paulista receberam, em 2015, vencimentos superiores ao que se imagina ser o máximo permitido pela Constituição. Mas, sustenta a categoria, nenhuma regra foi infringida. A corporação ampara-se em expediente mais que conhecido: inflam-se os rendimentos com toda sorte de abonos, auxílios e outros penduricalhos extrassalariais. Artifícios do gênero abundam também no Judiciário, onde o gasto médio com cada magistrado atingiu R$ 46,2 mil mensais, conforme o Conselho Nacional de Justiça. Exemplos de supersalários tendem a ser mais numerosos daqui para a frente -o Supremo Tribunal Federal decidiu, na quinta (27), que a remuneração de um servidor com dois cargos públicos pode extrapolar o limite constitucional. Tais casos hiperbólicos despertam a atenção geral, sem dúvida, porém estão longe de descrever a extensão do poderio das corporações do funcionalismo. Uma demonstração mais eloquente encontra-se nos resultados recém-divulgados das contas do Tesouro Nacional, no primeiro trimestre sob a vigência do teto para os dispêndios. Enquanto programas de governo passam por severa contração, para compensar a alta inevitável dos encargos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), as despesas com pessoal ativo e inativo expandem-se em taxa vigorosa -projetada em cerca de 5% acima da inflação até o final do ano. Trata-se de reflexo dos reajustes salariais generalizados concedidos pelo governo Michel Temer (PMDB), que preferiu não enfrentar a pressão dos servidores. Certamente mais cômoda, tal escolha implicará custos crescentes se mantida nos próximos anos. Assim o evidenciam, também, as concessões feitas a professores e policiais na reforma da Previdência. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Os sem-tetoPara sustar a alta galopante da dívida do governo, fixou-se, no ano passado, um teto para os gastos federais, que daqui em diante não podem crescer acima da inflação. Há outro teto imposto à administração pública, mais antigo, segundo o qual os salários dos servidores não ultrapassarão os pagos aos ministros do Supremo Tribunal Federal -hoje, R$ 33.763 mensais. A experiência com o limite remuneratório, cujas primeiras versões datam dos anos 1990, ensina que a burocracia estatal sempre busca meios de esquivar-se das tentativas de conter sua expansão. No mais das vezes, com sucesso. Num exemplo, esta Folha noticiou que 97% dos membros do Ministério Público paulista receberam, em 2015, vencimentos superiores ao que se imagina ser o máximo permitido pela Constituição. Mas, sustenta a categoria, nenhuma regra foi infringida. A corporação ampara-se em expediente mais que conhecido: inflam-se os rendimentos com toda sorte de abonos, auxílios e outros penduricalhos extrassalariais. Artifícios do gênero abundam também no Judiciário, onde o gasto médio com cada magistrado atingiu R$ 46,2 mil mensais, conforme o Conselho Nacional de Justiça. Exemplos de supersalários tendem a ser mais numerosos daqui para a frente -o Supremo Tribunal Federal decidiu, na quinta (27), que a remuneração de um servidor com dois cargos públicos pode extrapolar o limite constitucional. Tais casos hiperbólicos despertam a atenção geral, sem dúvida, porém estão longe de descrever a extensão do poderio das corporações do funcionalismo. Uma demonstração mais eloquente encontra-se nos resultados recém-divulgados das contas do Tesouro Nacional, no primeiro trimestre sob a vigência do teto para os dispêndios. Enquanto programas de governo passam por severa contração, para compensar a alta inevitável dos encargos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), as despesas com pessoal ativo e inativo expandem-se em taxa vigorosa -projetada em cerca de 5% acima da inflação até o final do ano. Trata-se de reflexo dos reajustes salariais generalizados concedidos pelo governo Michel Temer (PMDB), que preferiu não enfrentar a pressão dos servidores. Certamente mais cômoda, tal escolha implicará custos crescentes se mantida nos próximos anos. Assim o evidenciam, também, as concessões feitas a professores e policiais na reforma da Previdência. editoriais@grupofolha.com.br
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Iggy Pop e Cher vêm ao país na temporada de moda de São Paulo
A temporada de moda verão 2016, que começa no próximo mês em São Paulo, trará dois dos maiores ídolos da cultura pop mundial ao país. Os cantores americanos Iggy Pop, 67, e Cher, 68, vêm ao Brasil para participar de eventos paralelos à São Paulo Fashion Week. Ainda sem data confirmada para chegar, Iggy Pop participará de uma ação da grife de óculos Chilli Beans. Ele quebrará um óculos gigante montado no Parque Villa-Lobos, onde ocorrerá a SPFW, para promove uma parceria da grife com a marca de cristais Swarovski. A Folha apurou que, na ação, o artista estará rodeado de três mulheres, provavelmente tops que desfilarão no evento. Ainda não é certo se Iggy, famoso por sucessos como "I Wanna be Your Dog" (1969) e "Search and Destroy" (1973), cantará no evento. A atriz e cantora Cher, por sua vez, será uma das homenageadas da Inspiração Gala São Paulo, baile anual que a Amfar, organização americana que arrecada fundos para a descoberta da vacina anti-HIV, armará na cidade. Em 10 de abril, antes da SPFW, que será aberta em 13/4, ela e o estilista francês Jean Paul Gaultier subirão num palco armado na casa do empresário Dinho Diniz, no Jardim América, para receber homenagem pela luta contra a Aids. Cher, vencedora do Oscar de melhor atriz pelo filme "Feitiço da Lua" (1987) e autora do hit "Believe" (1998), não cantará. Mas a organização do evento não descarta que ela dê uma palhinha na apresentação da cantora pop Kylie Minogue. A australiana também virá a São Paulo, mas como uma das atrações musicais do baile anual da Amfar. A sambista Alcione também cantará no evento beneficente.
ilustrada
Iggy Pop e Cher vêm ao país na temporada de moda de São PauloA temporada de moda verão 2016, que começa no próximo mês em São Paulo, trará dois dos maiores ídolos da cultura pop mundial ao país. Os cantores americanos Iggy Pop, 67, e Cher, 68, vêm ao Brasil para participar de eventos paralelos à São Paulo Fashion Week. Ainda sem data confirmada para chegar, Iggy Pop participará de uma ação da grife de óculos Chilli Beans. Ele quebrará um óculos gigante montado no Parque Villa-Lobos, onde ocorrerá a SPFW, para promove uma parceria da grife com a marca de cristais Swarovski. A Folha apurou que, na ação, o artista estará rodeado de três mulheres, provavelmente tops que desfilarão no evento. Ainda não é certo se Iggy, famoso por sucessos como "I Wanna be Your Dog" (1969) e "Search and Destroy" (1973), cantará no evento. A atriz e cantora Cher, por sua vez, será uma das homenageadas da Inspiração Gala São Paulo, baile anual que a Amfar, organização americana que arrecada fundos para a descoberta da vacina anti-HIV, armará na cidade. Em 10 de abril, antes da SPFW, que será aberta em 13/4, ela e o estilista francês Jean Paul Gaultier subirão num palco armado na casa do empresário Dinho Diniz, no Jardim América, para receber homenagem pela luta contra a Aids. Cher, vencedora do Oscar de melhor atriz pelo filme "Feitiço da Lua" (1987) e autora do hit "Believe" (1998), não cantará. Mas a organização do evento não descarta que ela dê uma palhinha na apresentação da cantora pop Kylie Minogue. A australiana também virá a São Paulo, mas como uma das atrações musicais do baile anual da Amfar. A sambista Alcione também cantará no evento beneficente.
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Adoção de animal abandonado em SP poderá dar desconto em impostos
A Prefeitura de SP poderá dar desconto em tributos ou isenção a quem adotar animais abandonados. A proposta, do vereador Mario Covas Neto (PSDB-SP), o Zuzinha, começou a tramitar na Câmara Municipal. Impostos como IPTU e ISS poderão ter o abatimento. "Só ao Centro de Zoonoses chegam mais de 60 bichos por dia", diz o autor. SOL DEMAIS E a onda de calor em São Paulo tem sido cruel com os bichos de estimação. O Hospital Veterinário Sena Madureira teve, na última semana, um aumento de 40% em internações de animais que passaram mal por exposição ao sol em horários impróprios. Leia a coluna completa aqui.
colunas
Adoção de animal abandonado em SP poderá dar desconto em impostosA Prefeitura de SP poderá dar desconto em tributos ou isenção a quem adotar animais abandonados. A proposta, do vereador Mario Covas Neto (PSDB-SP), o Zuzinha, começou a tramitar na Câmara Municipal. Impostos como IPTU e ISS poderão ter o abatimento. "Só ao Centro de Zoonoses chegam mais de 60 bichos por dia", diz o autor. SOL DEMAIS E a onda de calor em São Paulo tem sido cruel com os bichos de estimação. O Hospital Veterinário Sena Madureira teve, na última semana, um aumento de 40% em internações de animais que passaram mal por exposição ao sol em horários impróprios. Leia a coluna completa aqui.
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Blogueiros condenados expõem os limites da internet na Rússia
A condenação, pela Justiça russa, de um famoso blogueiro abriu um debate sobre os limites da liberdade de expressão no país. Anton Nossik, 50, considerado o "pai da internet" na Rússia, foi condenado no início deste mês a pagar uma multa de 500 mil rublos (R$ 25 mil) por "extremismo" (artigo 282 do Código Criminal do país) por afirmar que mulheres, velhos e crianças sírios "devem morrer". Ele está recorrendo. A sentença gerou controvérsia no país, já que Nossik é o sexto blogueiro mais lido da Rússia, onde a atividade goza de enorme popularidade "Esse é meu direito constitucional, dizer tudo o que eu pensar", defendeu-se ele em entrevista à Folha. Judeu e sionista, Nossik publicou, a partir de seu computador pessoal, um post em seu blog na comunidade virtual LiveJournal com conteúdo extremista contra os sírios. "Saúdo calorosamente quem quer que bombardeie a Síria hoje, e se a varrerem completamente da face da Terra, não me aflijo nem um pouco, só agradeço", lê-se no post, em que Nossik ainda afirma que é preciso "minar todas as saídas [da Síria] para que ela não exporte a jihad para a Europa" e que "dane-se se os alvos [dos bombardeios russos no país] não tinham nenhuma relação com o Estado Islâmico". TERRORISMO Em junho passado, outro blogueiro influente, Aleksêi Kungurov, foi condenado à prisão por um post intitulado "Quem, na realidade, os falcões de Putin bombardeiam". A publicação, de outubro de 2015, critica as atividades da força aérea russa na Síria —o Kremlin é aliado do ditador Bashar al-Assad na guerra civil que destrói o país. Mas, enquanto Nossik foi condenado por uma acusação mais "leve", Kungurov foi acusado de terrorismo —no Código Penal russo, "chamado público à realização de atos terroristas ou justificação pública do terrorismo". "[Kungurov foi condenado] apesar de ele não ter clamado que ninguém fizesse nada disso, e simplesmente ter notado que as cidade de Hama e Homs, que são bombardeadas pela nossa aviação, estão a centenas de quilômetros das posições do Estado Islâmico", escreveu Nossik, ao comentar o caso de Kungurov em seu blog. "O governo quer levar o cidadão russo à autocensura começando esse processo contra uma pessoa pública", disse o oposicionista russo e também blogueiro Aleksêi Naválni durante o julgamento de Nossik, ao qual esteve presente. A imprensa local, em geral, mostrou-se contrária à condenação de Nossik. Em ataque ao governo, diversos veículos noticiaram o veredito de forma kafkiana: "Rússia condena Nossik por apoiar operação russa na Síria". 'CIDADE-HEROÍNA' Também neste mês, o designer e quarto blogueiro mais lido do país, Artêmi Lêbedev, foi condenado a pagar a um veterano de guerra uma indenização equivalente a R$ 50 mil, por "publicação ofensiva" no final do ano passado. O general Serguêi Kramarenko, 93, processou-o por escrever, ainda em 2015, que "Brest não é uma 'cidade-heroína', mas de covardes". A cidade bielorrussa recebeu o título de "cidade-heroína", assim como outras 12 da extinta União Soviética, por sua resistência durante a Segunda Guerra Mundial. Após a cidade ser abandonada pelos soviéticos na invasão alemã, apenas cerca de uma dezena, da população de 20 mil judeus, sobreviveram às execuções nazistas.
mundo
Blogueiros condenados expõem os limites da internet na RússiaA condenação, pela Justiça russa, de um famoso blogueiro abriu um debate sobre os limites da liberdade de expressão no país. Anton Nossik, 50, considerado o "pai da internet" na Rússia, foi condenado no início deste mês a pagar uma multa de 500 mil rublos (R$ 25 mil) por "extremismo" (artigo 282 do Código Criminal do país) por afirmar que mulheres, velhos e crianças sírios "devem morrer". Ele está recorrendo. A sentença gerou controvérsia no país, já que Nossik é o sexto blogueiro mais lido da Rússia, onde a atividade goza de enorme popularidade "Esse é meu direito constitucional, dizer tudo o que eu pensar", defendeu-se ele em entrevista à Folha. Judeu e sionista, Nossik publicou, a partir de seu computador pessoal, um post em seu blog na comunidade virtual LiveJournal com conteúdo extremista contra os sírios. "Saúdo calorosamente quem quer que bombardeie a Síria hoje, e se a varrerem completamente da face da Terra, não me aflijo nem um pouco, só agradeço", lê-se no post, em que Nossik ainda afirma que é preciso "minar todas as saídas [da Síria] para que ela não exporte a jihad para a Europa" e que "dane-se se os alvos [dos bombardeios russos no país] não tinham nenhuma relação com o Estado Islâmico". TERRORISMO Em junho passado, outro blogueiro influente, Aleksêi Kungurov, foi condenado à prisão por um post intitulado "Quem, na realidade, os falcões de Putin bombardeiam". A publicação, de outubro de 2015, critica as atividades da força aérea russa na Síria —o Kremlin é aliado do ditador Bashar al-Assad na guerra civil que destrói o país. Mas, enquanto Nossik foi condenado por uma acusação mais "leve", Kungurov foi acusado de terrorismo —no Código Penal russo, "chamado público à realização de atos terroristas ou justificação pública do terrorismo". "[Kungurov foi condenado] apesar de ele não ter clamado que ninguém fizesse nada disso, e simplesmente ter notado que as cidade de Hama e Homs, que são bombardeadas pela nossa aviação, estão a centenas de quilômetros das posições do Estado Islâmico", escreveu Nossik, ao comentar o caso de Kungurov em seu blog. "O governo quer levar o cidadão russo à autocensura começando esse processo contra uma pessoa pública", disse o oposicionista russo e também blogueiro Aleksêi Naválni durante o julgamento de Nossik, ao qual esteve presente. A imprensa local, em geral, mostrou-se contrária à condenação de Nossik. Em ataque ao governo, diversos veículos noticiaram o veredito de forma kafkiana: "Rússia condena Nossik por apoiar operação russa na Síria". 'CIDADE-HEROÍNA' Também neste mês, o designer e quarto blogueiro mais lido do país, Artêmi Lêbedev, foi condenado a pagar a um veterano de guerra uma indenização equivalente a R$ 50 mil, por "publicação ofensiva" no final do ano passado. O general Serguêi Kramarenko, 93, processou-o por escrever, ainda em 2015, que "Brest não é uma 'cidade-heroína', mas de covardes". A cidade bielorrussa recebeu o título de "cidade-heroína", assim como outras 12 da extinta União Soviética, por sua resistência durante a Segunda Guerra Mundial. Após a cidade ser abandonada pelos soviéticos na invasão alemã, apenas cerca de uma dezena, da população de 20 mil judeus, sobreviveram às execuções nazistas.
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Aplicativo de alertas retira moradores da 'rotas de balas perdidas' no Rio
O medo de tiroteios, que só nos dois primeiros dias de julho chegaram a 30 no Rio de Janeiro, fez aumentar o uso de um aplicativo de alertas em tempo real para fugir das chamadas "rotas de balas perdidas", que já deixaram dezenas de vítimas este ano. O total de incidentes com armas de fogo notificados pelo app "Onde Tem Tiroteio" (OTT) chega a 2.879 até agora no ano de 2017, e cada vez mais pessoas têm utilizado a plataforma para se manterem informadas e tentarem fugir do perigo. "A maior gratificação que o OTT hoje nos proporciona é justamente isso, são esses relatos de pessoas que conseguiram, graças a um alerta nosso, se livrar de uma situação adversa. São pais e mães que nos ligam, nos mandam mensagem agradecendo, porque os filhos estavam em uma situação completamente perigosa", disse Henrique Caamaño, diretor operacional do projeto, em entrevista. Criado no início de 2016, motivado por uma reportagem sobre uma vítima de tiroteio, o OTT começou inicialmente como uma página no Facebook para ajudar amigos próximos. Hoje, publica alertas sobre tiroteios e arrastões para cerca de 400 mil usuários em um aplicativo para Android e em contas em redes sociais. Por dia são registrados de 15 a 20 tiroteios. A plataforma é alimentada por informações dos usuários, enviadas por aplicativos de mensagem e depois checadas em grupos criados para locais específicos da cidade, em no máximo cinco minutos. "Tudo que envolva risco à sociedade, à população, a gente procura alertar no tempo real. Tiroteios, arrastões, manifestações em vias que impossibilitem o ir e vir das pessoas, manifestações com ônibus queimados, entre outros", disse Caamaño, que faz parte do projeto desde outubro de 2016. De acordo com os dados mais recentes divulgados pela Secretaria de Segurança do Estado, o número de homicídios aumentou para 2.329 no Rio de Janeiro nos cinco primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. O número de pessoas mortas pela polícia em tiroteios durante os cinco primeiros meses do ano saltou quase 50% em comparação com os mesmos meses do ano anterior, totalizando 480 mortes. As autoridades estaduais não registram os números de pessoas atingidas por balas perdidas, mas o número de casos relatados na mídia tem aumentado junto com os casos de violência em geral. VÍTIMAS Na semana passada, Claudineia dos Santos, que estava grávida de nove meses, foi atingida por uma bala perdida que também acertou seu filho dentro da barriga. A polícia disse que trocou tiros com suspeitos na região onde a mulher mora. Após uma cesariana de emergência, médicos disseram que o menino ficou paraplégico e corre risco de morte. A mãe está em condição estável. Em junho, uma professora foi atingida por um tiro de raspão dentro de uma escola no Complexo da Maré, na zona norte da capital fluminense.
cotidiano
Aplicativo de alertas retira moradores da 'rotas de balas perdidas' no RioO medo de tiroteios, que só nos dois primeiros dias de julho chegaram a 30 no Rio de Janeiro, fez aumentar o uso de um aplicativo de alertas em tempo real para fugir das chamadas "rotas de balas perdidas", que já deixaram dezenas de vítimas este ano. O total de incidentes com armas de fogo notificados pelo app "Onde Tem Tiroteio" (OTT) chega a 2.879 até agora no ano de 2017, e cada vez mais pessoas têm utilizado a plataforma para se manterem informadas e tentarem fugir do perigo. "A maior gratificação que o OTT hoje nos proporciona é justamente isso, são esses relatos de pessoas que conseguiram, graças a um alerta nosso, se livrar de uma situação adversa. São pais e mães que nos ligam, nos mandam mensagem agradecendo, porque os filhos estavam em uma situação completamente perigosa", disse Henrique Caamaño, diretor operacional do projeto, em entrevista. Criado no início de 2016, motivado por uma reportagem sobre uma vítima de tiroteio, o OTT começou inicialmente como uma página no Facebook para ajudar amigos próximos. Hoje, publica alertas sobre tiroteios e arrastões para cerca de 400 mil usuários em um aplicativo para Android e em contas em redes sociais. Por dia são registrados de 15 a 20 tiroteios. A plataforma é alimentada por informações dos usuários, enviadas por aplicativos de mensagem e depois checadas em grupos criados para locais específicos da cidade, em no máximo cinco minutos. "Tudo que envolva risco à sociedade, à população, a gente procura alertar no tempo real. Tiroteios, arrastões, manifestações em vias que impossibilitem o ir e vir das pessoas, manifestações com ônibus queimados, entre outros", disse Caamaño, que faz parte do projeto desde outubro de 2016. De acordo com os dados mais recentes divulgados pela Secretaria de Segurança do Estado, o número de homicídios aumentou para 2.329 no Rio de Janeiro nos cinco primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. O número de pessoas mortas pela polícia em tiroteios durante os cinco primeiros meses do ano saltou quase 50% em comparação com os mesmos meses do ano anterior, totalizando 480 mortes. As autoridades estaduais não registram os números de pessoas atingidas por balas perdidas, mas o número de casos relatados na mídia tem aumentado junto com os casos de violência em geral. VÍTIMAS Na semana passada, Claudineia dos Santos, que estava grávida de nove meses, foi atingida por uma bala perdida que também acertou seu filho dentro da barriga. A polícia disse que trocou tiros com suspeitos na região onde a mulher mora. Após uma cesariana de emergência, médicos disseram que o menino ficou paraplégico e corre risco de morte. A mãe está em condição estável. Em junho, uma professora foi atingida por um tiro de raspão dentro de uma escola no Complexo da Maré, na zona norte da capital fluminense.
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Atualidades são o terror dos alunos mal-informados; saiba como estudar
Nos vestibulares, as atualidades são a incógnita mais temida pelos estudantes na área de ciências humanas. Se escrever uma redação exige treino, acompanhar as notícias demanda um hábito que muitos candidatos não têm. "É difícil o aluno seguir todos os meios de comunicação. É importante que os professores aproveitem as aulas para sintetizar os acontecimentos", diz Vagner Augusto, que leciona geografia no cursinho do Anglo. Vinícius Sesso, 19, estudante do mesmo pré-vestibular, diz que só dá um pulo no noticiário aos finais de semana. "Leio algumas notícias no trem, no metrô, mas sempre de forma bem corrida." Sabendo que esse tipo de aluno prevalece em sala, Augusto criou um método: ele faz "pílulas" de notícias mais quentes da semana e as contextualiza. "Quando o professor comenta um assunto, ajuda. Não dá para ler tudo sozinho", afirma Sesso. O estudante Matheus Mansour El Batti, 19, do Objetivo, segue a mesma bula de seus pais: lê jornal diariamente. "As provas exigem um envolvimento com o mundo, um discernimento para entender as alternativas que não são oito ou oitenta", diz ele, que pretende cursar medicina. Cada cursinho tem um jeito próprio de dissecar os temas contemporâneos. No Objetivo, o conteúdo está disponível em videoaulas. Já no Poliedro, o assunto é repassado em aulas presenciais. E no Intergraus, a matéria é customizada para atender o exame que o aluno vai prestar. O segredo para se dar bem nas atualidades é desenvolver um hábito de leitura e estudar geografia e história, ensina o professor de história Daniel Pereira, do Poliedro. "Os alunos confundem muito os conceitos, como os sistemas políticos ou como funciona o Judiciário", diz. Ele exemplifica: na operação Lava Jato, "suspeito" não é o mesmo que "indiciado". As aulas de Pereira sempre começam com uma introdução histórica e incluem a situação geopolítica de cada país. Depois, os alunos discutem os tópicos do programa, com os eventos políticos mais significativos dos últimos meses. AJUDA EXTRA É raro no currículo do ensino médio a inclusão de aulas específicas de atualidades. Muitos vestibulandos fazem uso de material extracurricular, como revistas, livros e filmes, que ajudam na compreensão de um fato. Para o professor de geografia Eder Melgar, do cursinho Intergraus, contexto, no entanto, não é tudo. Em provas como as da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) ou da Cásper Líbero, o candidato tem que memorizar informações simples, como o nome do diretor do filme que ganhou o Oscar. "Varia muito de um vestibular para outro", diz Melgar. "O aluno tem que saber o que está em jogo em um fato. Não só saber que o Trump está disputando as eleições americanas, mas que corrente ideológica ele representa, quais vão ser as propostas dele." Na Fuvest, organizadora da prova da USP, e na PUC-SP, as atualidades são cobradas em questões interdisciplinares, junto às de biologia e geografia, por exemplo. A Unicamp, que costumava seguir o perfil da Fuvest, mudou em 2016. Na segunda fase, uma pergunta exigiu, por exemplo, conhecimentos específicos sobre o grupo terrorista Estado Islâmico. Se os fatos do cotidiano aparecem mais nas questões objetivas e discursivas de humanas, o aluno não pode se esquecer da redação, ainda mais a do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A preocupação com a prova de texto do exame nacional é tamanha, que os cursinhos também passaram a ensinar atualidades nas aulas de redação. "O aluno tem que ter um mínimo de ligação com as notícias e saber quais são os temas atuais para ir bem na prova", afirma Daniel Pereira, do Poliedro. - LISTA DE APOSTAS Assuntos prováveis no vestibular deste ano * ATENTADOS TERRORISTAS O atentado em Paris, em novembro de 2015, e o massacre de jovens LGBTs numa boate na Flórida, em junho deste ano, também são temas certos. Ambos têm conexão aparente com o grupo terrorista "Estado Islâmico". O estudante deverá discorrer sobre xenofobia, tensões imigratórias e, no caso da balada americana Pulse, homofobia * POLÍTICA LATINO-AMERICANA A América Latina vive uma reviravolta, com o restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos; o caos político da Venezuela e os resultados do primeiro ano de mandato de Mauricio Macri, na Argentina. O aluno deve conhecer as causas desses processos e quais são os agentes políticos envolvidos * LAVA JATO e IMPEACHMENT O acontecimento político brasileiro mais marcante de 2016, até agora, é o processo de impeachment que afastou a presidente Dilma Rousseff. O tema será cobrado indiretamente nos vestibulares, preveem professores, em perguntas sobre combate à corrupção, organização partidária e reforma política * OLIMPÍADA Os percalços da estruturação dos Jogos do Rio ganharam atenção da mídia. O impacto ambiental do evento será assunto provável em questões interdisciplinares sobre química e biologia * AMBIENTE A tragédia do Rio Doce, em Mariana (MG), não morreu em 2015. Vale conhecer a repercussão que o acidente teve sobre os moradores e a atuação da companhia Samarco, criticada por ambientalistas * ELEIÇÕES NOS EUA A polarização entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump deve aparecer nas provas relacionada a temas como atentados terroristas e direitos trabalhistas * ZIKA e MICROCEFALIA O vírus da zika e sua associação com a microcefalia são assuntos potenciais. O aluno deve conhecer o histórico da doença, a sua causa, os sintomas e as iniciativas tomadas contra ela * FEMINISMO A redação do Enem, em 2015, foi "violência contra a mulher". O estupro coletivo de uma jovem no Rio de Janeiro reacendeu o debate sobre o tema. Fique atento! A prova deve exigir o que significa a "cultura do estupro" * REFUGIADOS e XENOFOBIA A crise dos refugiados do Oriente Médio na Europa é um assunto quente. O aluno deve saber como cada país lida com imigrantes e refugiados, além de apontar as rotas de migração
educacao
Atualidades são o terror dos alunos mal-informados; saiba como estudarNos vestibulares, as atualidades são a incógnita mais temida pelos estudantes na área de ciências humanas. Se escrever uma redação exige treino, acompanhar as notícias demanda um hábito que muitos candidatos não têm. "É difícil o aluno seguir todos os meios de comunicação. É importante que os professores aproveitem as aulas para sintetizar os acontecimentos", diz Vagner Augusto, que leciona geografia no cursinho do Anglo. Vinícius Sesso, 19, estudante do mesmo pré-vestibular, diz que só dá um pulo no noticiário aos finais de semana. "Leio algumas notícias no trem, no metrô, mas sempre de forma bem corrida." Sabendo que esse tipo de aluno prevalece em sala, Augusto criou um método: ele faz "pílulas" de notícias mais quentes da semana e as contextualiza. "Quando o professor comenta um assunto, ajuda. Não dá para ler tudo sozinho", afirma Sesso. O estudante Matheus Mansour El Batti, 19, do Objetivo, segue a mesma bula de seus pais: lê jornal diariamente. "As provas exigem um envolvimento com o mundo, um discernimento para entender as alternativas que não são oito ou oitenta", diz ele, que pretende cursar medicina. Cada cursinho tem um jeito próprio de dissecar os temas contemporâneos. No Objetivo, o conteúdo está disponível em videoaulas. Já no Poliedro, o assunto é repassado em aulas presenciais. E no Intergraus, a matéria é customizada para atender o exame que o aluno vai prestar. O segredo para se dar bem nas atualidades é desenvolver um hábito de leitura e estudar geografia e história, ensina o professor de história Daniel Pereira, do Poliedro. "Os alunos confundem muito os conceitos, como os sistemas políticos ou como funciona o Judiciário", diz. Ele exemplifica: na operação Lava Jato, "suspeito" não é o mesmo que "indiciado". As aulas de Pereira sempre começam com uma introdução histórica e incluem a situação geopolítica de cada país. Depois, os alunos discutem os tópicos do programa, com os eventos políticos mais significativos dos últimos meses. AJUDA EXTRA É raro no currículo do ensino médio a inclusão de aulas específicas de atualidades. Muitos vestibulandos fazem uso de material extracurricular, como revistas, livros e filmes, que ajudam na compreensão de um fato. Para o professor de geografia Eder Melgar, do cursinho Intergraus, contexto, no entanto, não é tudo. Em provas como as da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) ou da Cásper Líbero, o candidato tem que memorizar informações simples, como o nome do diretor do filme que ganhou o Oscar. "Varia muito de um vestibular para outro", diz Melgar. "O aluno tem que saber o que está em jogo em um fato. Não só saber que o Trump está disputando as eleições americanas, mas que corrente ideológica ele representa, quais vão ser as propostas dele." Na Fuvest, organizadora da prova da USP, e na PUC-SP, as atualidades são cobradas em questões interdisciplinares, junto às de biologia e geografia, por exemplo. A Unicamp, que costumava seguir o perfil da Fuvest, mudou em 2016. Na segunda fase, uma pergunta exigiu, por exemplo, conhecimentos específicos sobre o grupo terrorista Estado Islâmico. Se os fatos do cotidiano aparecem mais nas questões objetivas e discursivas de humanas, o aluno não pode se esquecer da redação, ainda mais a do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A preocupação com a prova de texto do exame nacional é tamanha, que os cursinhos também passaram a ensinar atualidades nas aulas de redação. "O aluno tem que ter um mínimo de ligação com as notícias e saber quais são os temas atuais para ir bem na prova", afirma Daniel Pereira, do Poliedro. - LISTA DE APOSTAS Assuntos prováveis no vestibular deste ano * ATENTADOS TERRORISTAS O atentado em Paris, em novembro de 2015, e o massacre de jovens LGBTs numa boate na Flórida, em junho deste ano, também são temas certos. Ambos têm conexão aparente com o grupo terrorista "Estado Islâmico". O estudante deverá discorrer sobre xenofobia, tensões imigratórias e, no caso da balada americana Pulse, homofobia * POLÍTICA LATINO-AMERICANA A América Latina vive uma reviravolta, com o restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos; o caos político da Venezuela e os resultados do primeiro ano de mandato de Mauricio Macri, na Argentina. O aluno deve conhecer as causas desses processos e quais são os agentes políticos envolvidos * LAVA JATO e IMPEACHMENT O acontecimento político brasileiro mais marcante de 2016, até agora, é o processo de impeachment que afastou a presidente Dilma Rousseff. O tema será cobrado indiretamente nos vestibulares, preveem professores, em perguntas sobre combate à corrupção, organização partidária e reforma política * OLIMPÍADA Os percalços da estruturação dos Jogos do Rio ganharam atenção da mídia. O impacto ambiental do evento será assunto provável em questões interdisciplinares sobre química e biologia * AMBIENTE A tragédia do Rio Doce, em Mariana (MG), não morreu em 2015. Vale conhecer a repercussão que o acidente teve sobre os moradores e a atuação da companhia Samarco, criticada por ambientalistas * ELEIÇÕES NOS EUA A polarização entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump deve aparecer nas provas relacionada a temas como atentados terroristas e direitos trabalhistas * ZIKA e MICROCEFALIA O vírus da zika e sua associação com a microcefalia são assuntos potenciais. O aluno deve conhecer o histórico da doença, a sua causa, os sintomas e as iniciativas tomadas contra ela * FEMINISMO A redação do Enem, em 2015, foi "violência contra a mulher". O estupro coletivo de uma jovem no Rio de Janeiro reacendeu o debate sobre o tema. Fique atento! A prova deve exigir o que significa a "cultura do estupro" * REFUGIADOS e XENOFOBIA A crise dos refugiados do Oriente Médio na Europa é um assunto quente. O aluno deve saber como cada país lida com imigrantes e refugiados, além de apontar as rotas de migração
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Leitor critica Ricardo Lewandowski, presidente do STF
Cláudio Ferro disse que "Mario Sergio Conti, em 'O 59º urso', conseguiu nos mostrar o que realmente pensamos sobre o ex-presidente Lula e sua esposa". Será que Cláudio Ferro leu o mesmo artigo que eu? Conti descreve uma metáfora da traição, na qual aduladores dos tempos de "vacas gordas" tornaram-se algozes nestes tempos de "vacas magras". FELIPE DE MOURA LIMA (Amparo, SP) * * Distorcido e preocupante como Ricardo Lewandowski julga uma causa, inocentar culpados só porque o sistema penitenciário está falido ou que parece um inferno de Dante corrobora o temor da sociedade, "que a balança da justiça deve ser aferida", em outras palavras, culpados notórios só serão condenados quando o sistema estiver um jardim do Éden? SERGIO TAKEO MIYABARA (São Carlos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Leitor critica Ricardo Lewandowski, presidente do STFCláudio Ferro disse que "Mario Sergio Conti, em 'O 59º urso', conseguiu nos mostrar o que realmente pensamos sobre o ex-presidente Lula e sua esposa". Será que Cláudio Ferro leu o mesmo artigo que eu? Conti descreve uma metáfora da traição, na qual aduladores dos tempos de "vacas gordas" tornaram-se algozes nestes tempos de "vacas magras". FELIPE DE MOURA LIMA (Amparo, SP) * * Distorcido e preocupante como Ricardo Lewandowski julga uma causa, inocentar culpados só porque o sistema penitenciário está falido ou que parece um inferno de Dante corrobora o temor da sociedade, "que a balança da justiça deve ser aferida", em outras palavras, culpados notórios só serão condenados quando o sistema estiver um jardim do Éden? SERGIO TAKEO MIYABARA (São Carlos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Crítica: Contraste na iniciação sexual de personagens torna '50 Tons' belo
Vivo e respiro sexualidade todos os dias e, com todo respeito a Barbara Gancia, discordo da forma como ela interpretou e rotulou (avaliação do livro "50 Tons de Cinza" ("Ilustrada", 11/2, pág. E1). A sua interpretação de que o filme é "sadismo politicamente correto" foi tendenciosa e, de forma irônica, até com certo ranço de moralismo, reduziu tudo a uma simplicidade fria e sem graça. "50 Tons" é um dos livros mais lidos pelas mulheres e um dos filmes mais concorridos. Faça um teste nos horários mais nobres: salas quase que completamente lotadas diariamente. O domínio do macho alfa ainda impera em quatro paredes, me desculpem a liga das senhoras católicas e as feministas de carteirinha. Sadismo entre um casal em que os dois consentem tem toda uma iniciação, não é só "trocar porrada". Mas a regra única é: tem de ser respeitado o livre-arbítrio, a submissão é por opção, e no filme o personagem masculino vai levando Anastasia de uma forma gradativa a satisfazer a sua necessidade. O ponto forte do filme é analisar a formação dos personagens, e é isso que lhe dá beleza. Christian Grey teve como mãe biológica uma prostituta viciada em crack, foi adotado por uma família rica e tradicional. A amiga da mãe adotiva o iniciou na vida sexual aos 10, de uma forma autoritária. Anastasia Steele é virgem, de classe média, com uma mãe extremamente romântica, que se casou quatro vezes por amor. Cursa literatura na universidade e tem como modelo, no seu conceito de sexualidade, os valores românticos. A beleza de cenas como ele tocando piano, o luxo da cobertura, as emoções do voo de planador, o prazer de dominar e de ser dominado e o choque dos valores tradicionais também fazem deste filme uma obra interessante. Obs.: Assisti ao filme três vezes com três mulheres diferentes, com quem tenho amizade colorida. Elas não se conhecem e se lerem este texto vão saber do segredinho. O ritual foi idêntico com as três: um jantar, onde eu comentava dos prazeres que senti ao ler o livro e que em partes me identifiquei com o Christian Grey e também com a parte romântica de Anastasia. Após o filme, levei essas mulheres para minha cobertura, a noite foi maravilhosa, com emoções, ousadias, e o prazer de dominar e ser dominado. Barbara Gancia, não fale de panetone ou violino se você nunca tocou um instrumento ou nunca fez um panetone. CINQUENTA TONS DE CINZA (Fifty Shades of Grey) DIREÇÃO Sam Taylor-Johnson PRODUÇÃO EUA, 2015, 16 anos QUANDO em cartaz AVALIAÇÃO muito bom
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Crítica: Contraste na iniciação sexual de personagens torna '50 Tons' beloVivo e respiro sexualidade todos os dias e, com todo respeito a Barbara Gancia, discordo da forma como ela interpretou e rotulou (avaliação do livro "50 Tons de Cinza" ("Ilustrada", 11/2, pág. E1). A sua interpretação de que o filme é "sadismo politicamente correto" foi tendenciosa e, de forma irônica, até com certo ranço de moralismo, reduziu tudo a uma simplicidade fria e sem graça. "50 Tons" é um dos livros mais lidos pelas mulheres e um dos filmes mais concorridos. Faça um teste nos horários mais nobres: salas quase que completamente lotadas diariamente. O domínio do macho alfa ainda impera em quatro paredes, me desculpem a liga das senhoras católicas e as feministas de carteirinha. Sadismo entre um casal em que os dois consentem tem toda uma iniciação, não é só "trocar porrada". Mas a regra única é: tem de ser respeitado o livre-arbítrio, a submissão é por opção, e no filme o personagem masculino vai levando Anastasia de uma forma gradativa a satisfazer a sua necessidade. O ponto forte do filme é analisar a formação dos personagens, e é isso que lhe dá beleza. Christian Grey teve como mãe biológica uma prostituta viciada em crack, foi adotado por uma família rica e tradicional. A amiga da mãe adotiva o iniciou na vida sexual aos 10, de uma forma autoritária. Anastasia Steele é virgem, de classe média, com uma mãe extremamente romântica, que se casou quatro vezes por amor. Cursa literatura na universidade e tem como modelo, no seu conceito de sexualidade, os valores românticos. A beleza de cenas como ele tocando piano, o luxo da cobertura, as emoções do voo de planador, o prazer de dominar e de ser dominado e o choque dos valores tradicionais também fazem deste filme uma obra interessante. Obs.: Assisti ao filme três vezes com três mulheres diferentes, com quem tenho amizade colorida. Elas não se conhecem e se lerem este texto vão saber do segredinho. O ritual foi idêntico com as três: um jantar, onde eu comentava dos prazeres que senti ao ler o livro e que em partes me identifiquei com o Christian Grey e também com a parte romântica de Anastasia. Após o filme, levei essas mulheres para minha cobertura, a noite foi maravilhosa, com emoções, ousadias, e o prazer de dominar e ser dominado. Barbara Gancia, não fale de panetone ou violino se você nunca tocou um instrumento ou nunca fez um panetone. CINQUENTA TONS DE CINZA (Fifty Shades of Grey) DIREÇÃO Sam Taylor-Johnson PRODUÇÃO EUA, 2015, 16 anos QUANDO em cartaz AVALIAÇÃO muito bom
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A um mês da eleição, mais de 400 mil eleitores já votaram nos EUA
No último dia 4, mais de um mês antes do 8 de novembro em que acontece oficialmente a eleição presidencial americana, milhares de eleitores já começaram a ir às urnas para escolher entre Hillary Clinton e Donald Trump. Segundo dados preliminares divulgados pela agência de notícias Associated Press, pelo menos 403 mil americanos já votaram na eleição deste ano. Espera-se que 45 milhões registrem sua escolha antes de 8 de novembro e que a votação antecipada possa atingir 40% do eleitorado —bem acima dos 35% registrados em 2012. A legislação eleitoral dos EUA permite que o voto seja antecipado, ou que cidadãos votem pelo correio. A medida é uma forma de facilitar a participação, o que é importante em um país onde o voto não é obrigatório. Como o sistema eleitoral é descentralizado, cada Estado estabelece regulações próprias para o voto antecipado. PELO CORREIO A flexibilização da data para votar começou a ser regulamentada por Estados no início do século 20. Eleitores que não poderão comparecer ao local de votação podem solicitar cédulas e enviar pelos correios —há Estados que exigem uma justificativa para isso. Neste ano, 37 Estados abrem locais físicos de votação antecipada. A modalidade vem crescendo. Nas eleições de 2012, um terço dos votos foi emitido antes do dia oficial, segundo o órgão responsável pelo censo eleitoral. Nas eleições de 1996, foram 10,5% dos inscritos.
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A um mês da eleição, mais de 400 mil eleitores já votaram nos EUANo último dia 4, mais de um mês antes do 8 de novembro em que acontece oficialmente a eleição presidencial americana, milhares de eleitores já começaram a ir às urnas para escolher entre Hillary Clinton e Donald Trump. Segundo dados preliminares divulgados pela agência de notícias Associated Press, pelo menos 403 mil americanos já votaram na eleição deste ano. Espera-se que 45 milhões registrem sua escolha antes de 8 de novembro e que a votação antecipada possa atingir 40% do eleitorado —bem acima dos 35% registrados em 2012. A legislação eleitoral dos EUA permite que o voto seja antecipado, ou que cidadãos votem pelo correio. A medida é uma forma de facilitar a participação, o que é importante em um país onde o voto não é obrigatório. Como o sistema eleitoral é descentralizado, cada Estado estabelece regulações próprias para o voto antecipado. PELO CORREIO A flexibilização da data para votar começou a ser regulamentada por Estados no início do século 20. Eleitores que não poderão comparecer ao local de votação podem solicitar cédulas e enviar pelos correios —há Estados que exigem uma justificativa para isso. Neste ano, 37 Estados abrem locais físicos de votação antecipada. A modalidade vem crescendo. Nas eleições de 2012, um terço dos votos foi emitido antes do dia oficial, segundo o órgão responsável pelo censo eleitoral. Nas eleições de 1996, foram 10,5% dos inscritos.
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Recessão enfraquece intenção de compra de brasileiros nos EUA
A recessão econômica que o Brasil enfrenta enfraquece a intenção de compra da população no exterior. Pesquisa divulgada pelo Google mostra que a busca dos brasileiros sobre compras nos EUA vem caindo no site, principalmente nos últimos dois anos. A culpa desta diminuição na demanda é de uma indigesta combinação, acentuada desde 2013, de queda na renda e de câmbio desfavorável aos brasileiros. De acordo com o levantamento, o auge nas buscas sobre compras em Miami, na Flórida, ocorreu em dezembro de 2010 -ano em que o PIB do Brasil teve o maior crescimento da década, com 7,6%, e o dólar esteve cotado abaixo dos R$ 2. Com mais renda e uma moeda mais forte, os brasileiros atingiram o ápice na intenção de consumo na cidade americana, símbolo do turismo de compras. Segundo a pesquisa, que não divulga os números absolutos de busca, dezembro de 2010 registrou a máxima histórica e por isso recebeu o número 100. No mesmo mês, as buscas por compras em Orlando foram de 29, enquanto que compras em Nova York ficaram em 11. "Na decisão de compra, duas coisas importam: renda e preço. A economia cresceu 7,6% em 2010 e o câmbio era extremamente favorável. Isso criou um ambiente perfeito para o consumidor ir aos EUA", afirma Clemens Nunes, professor da FGV. A degradação na economia brasileira, contudo, fez com que as buscas pelo consumo no país norte-americano despencassem. A queda mais acentuada foi justamente no final de 2015, ano em que economistas projetam queda de 3,5% no PIB do país e a moeda americana acima dos R$ 4. Segundo a pesquisa, em dezembro, o número de buscas por compras em Miami atingiu 11. Nova York e Orlando ficaram com 9 e 12, respectivamente. Em dezembro de 2014, quando a crise ainda não era latente, as buscas sobre compras nos EUA estavam superiores às do mesmo mês do ano passado. A procura por Miami era 31, por Orlando 30 e por Nova York 11. "A partir de 2013 é reversão. A economia começa a desacelerar, passando pela estagnação e agora a recessão. Além disso, a taxa de câmbio começa a inverter ante o dólar", afirma Nunes. RENDA PER CAPITA Na divisão estadual no interesse por compra nos EUA, o Distrito Federal e o Estado de São Paulo lideram as buscas, de acordo com o Google. Enquanto que a intenção de consumo atinge 100 no Distrito Federal, ela fica em 66 em São Paulo, 54 no Rio de Janeiro e 53 em Goiás. "Esses Estados têm as economias com renda per capita mais elevadas. O Distrito Federal possui o maior poder de compra, enquanto que São Paulo corresponde por um terço do PIB do Brasil. São locais onde as pessoas têm renda mais elevada para o consumo no exterior", conclui Nunes.
mercado
Recessão enfraquece intenção de compra de brasileiros nos EUAA recessão econômica que o Brasil enfrenta enfraquece a intenção de compra da população no exterior. Pesquisa divulgada pelo Google mostra que a busca dos brasileiros sobre compras nos EUA vem caindo no site, principalmente nos últimos dois anos. A culpa desta diminuição na demanda é de uma indigesta combinação, acentuada desde 2013, de queda na renda e de câmbio desfavorável aos brasileiros. De acordo com o levantamento, o auge nas buscas sobre compras em Miami, na Flórida, ocorreu em dezembro de 2010 -ano em que o PIB do Brasil teve o maior crescimento da década, com 7,6%, e o dólar esteve cotado abaixo dos R$ 2. Com mais renda e uma moeda mais forte, os brasileiros atingiram o ápice na intenção de consumo na cidade americana, símbolo do turismo de compras. Segundo a pesquisa, que não divulga os números absolutos de busca, dezembro de 2010 registrou a máxima histórica e por isso recebeu o número 100. No mesmo mês, as buscas por compras em Orlando foram de 29, enquanto que compras em Nova York ficaram em 11. "Na decisão de compra, duas coisas importam: renda e preço. A economia cresceu 7,6% em 2010 e o câmbio era extremamente favorável. Isso criou um ambiente perfeito para o consumidor ir aos EUA", afirma Clemens Nunes, professor da FGV. A degradação na economia brasileira, contudo, fez com que as buscas pelo consumo no país norte-americano despencassem. A queda mais acentuada foi justamente no final de 2015, ano em que economistas projetam queda de 3,5% no PIB do país e a moeda americana acima dos R$ 4. Segundo a pesquisa, em dezembro, o número de buscas por compras em Miami atingiu 11. Nova York e Orlando ficaram com 9 e 12, respectivamente. Em dezembro de 2014, quando a crise ainda não era latente, as buscas sobre compras nos EUA estavam superiores às do mesmo mês do ano passado. A procura por Miami era 31, por Orlando 30 e por Nova York 11. "A partir de 2013 é reversão. A economia começa a desacelerar, passando pela estagnação e agora a recessão. Além disso, a taxa de câmbio começa a inverter ante o dólar", afirma Nunes. RENDA PER CAPITA Na divisão estadual no interesse por compra nos EUA, o Distrito Federal e o Estado de São Paulo lideram as buscas, de acordo com o Google. Enquanto que a intenção de consumo atinge 100 no Distrito Federal, ela fica em 66 em São Paulo, 54 no Rio de Janeiro e 53 em Goiás. "Esses Estados têm as economias com renda per capita mais elevadas. O Distrito Federal possui o maior poder de compra, enquanto que São Paulo corresponde por um terço do PIB do Brasil. São locais onde as pessoas têm renda mais elevada para o consumo no exterior", conclui Nunes.
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Jovem diz ter sido agredido após discutir com aluna ao pedir silêncio em sala
Depois de uma discussão durante a aula com uma colega de classe nesta sexta-feira (20), um estudante de um centro universitário de São Carlos (a 247 km de São Paulo) diz ter sido espancado por um rapaz, que recebeu ajuda de outros dois. Ele relata que apanhou porque é homossexual. Segundo o estudante de publicidade e propaganda Antônio Carlos Archibald, 23, o principal agressor é namorado da colega com quem ele discutiu e cuja identidade ele desconhece. Os outros dois são colegas da mesma classe. Archibald disse que foi até uma delegacia, mas foi aconselhado a fazer o boletim de ocorrência apenas quando soubesse nome e sobrenome desse agressor. O estudante afirmou que levou 26 pontos, espalhados em cortes no queixo, bochecha, testa e nuca. Segundo Archibald, o Unicep (Centro Universitário Central Paulista) investiga o caso e está tentando falar com a aluna para localizar o namorado dela. "Eles me disseram que até segunda-feira vão me dar o nome dele", disse ele à Folha. Archibald diz que pedia silêncio durante a primeira aula de sexta-feira do curso de publicidade e propaganda. Depois do segundo pedido, discutiu com a colega de sala, que o agrediu com um tapa na cara. "Não sou santo. Quando ela fez isso, eu a empurrei. Ela caiu no chão", diz. Segundo o jovem, depois da agressão ele decidiu ir para casa. Um telefonema da coordenadora do curso, no entanto, fez com que ele voltasse à faculdade. Ela dizia que estava com a agressora e pedia para que eles conversassem. O estudante relata que, ao chegar na faculdade, por volta das 20h40, três rapazes o esperavam –dois colegas de classe, que garantiram que ele não fugisse–, e o namorado da agressora, que o esmurrou nas costas e jogou contra uma parede de vidro. Antes de pedir socorro, ele ouviu seu agressor dizer: "Pra você aprender que não pode bater em mulher, seu viado". Apesar da quantidade numerosa de testemunhas, ninguém o defendeu. "Não deu tempo, foi muito rápido", diz. Ele levantou, correu até a sala da coordenadora, que o esperava com a colega de classe. "A menina chorou muito. Eu realmente não sei se foi uma armadilha dela e do namorado ou se ela também foi pega de surpresa". A coordenadora do curso chamou uma ambulância e ele foi encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Santa Felícia. Antônio diz que nunca escondeu sua homossexualidade, e que nunca teve maiores problemas na faculdade por isso. "Eu sempre fui chamado de 'viado', e acabei me acostumando e deixando de me incomodar com isso, mas nessa situação foi horrível", diz. O jovem conta que não há nenhum grupo de apoio às minorias na faculdade, e que pretende fundar um depois do acontecido: "sei que posso ajudar contando a história, divulgando". A Folha ainda não conseguiu contato com o centro universitário para falar sobre o ocorrido.
cotidiano
Jovem diz ter sido agredido após discutir com aluna ao pedir silêncio em salaDepois de uma discussão durante a aula com uma colega de classe nesta sexta-feira (20), um estudante de um centro universitário de São Carlos (a 247 km de São Paulo) diz ter sido espancado por um rapaz, que recebeu ajuda de outros dois. Ele relata que apanhou porque é homossexual. Segundo o estudante de publicidade e propaganda Antônio Carlos Archibald, 23, o principal agressor é namorado da colega com quem ele discutiu e cuja identidade ele desconhece. Os outros dois são colegas da mesma classe. Archibald disse que foi até uma delegacia, mas foi aconselhado a fazer o boletim de ocorrência apenas quando soubesse nome e sobrenome desse agressor. O estudante afirmou que levou 26 pontos, espalhados em cortes no queixo, bochecha, testa e nuca. Segundo Archibald, o Unicep (Centro Universitário Central Paulista) investiga o caso e está tentando falar com a aluna para localizar o namorado dela. "Eles me disseram que até segunda-feira vão me dar o nome dele", disse ele à Folha. Archibald diz que pedia silêncio durante a primeira aula de sexta-feira do curso de publicidade e propaganda. Depois do segundo pedido, discutiu com a colega de sala, que o agrediu com um tapa na cara. "Não sou santo. Quando ela fez isso, eu a empurrei. Ela caiu no chão", diz. Segundo o jovem, depois da agressão ele decidiu ir para casa. Um telefonema da coordenadora do curso, no entanto, fez com que ele voltasse à faculdade. Ela dizia que estava com a agressora e pedia para que eles conversassem. O estudante relata que, ao chegar na faculdade, por volta das 20h40, três rapazes o esperavam –dois colegas de classe, que garantiram que ele não fugisse–, e o namorado da agressora, que o esmurrou nas costas e jogou contra uma parede de vidro. Antes de pedir socorro, ele ouviu seu agressor dizer: "Pra você aprender que não pode bater em mulher, seu viado". Apesar da quantidade numerosa de testemunhas, ninguém o defendeu. "Não deu tempo, foi muito rápido", diz. Ele levantou, correu até a sala da coordenadora, que o esperava com a colega de classe. "A menina chorou muito. Eu realmente não sei se foi uma armadilha dela e do namorado ou se ela também foi pega de surpresa". A coordenadora do curso chamou uma ambulância e ele foi encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Santa Felícia. Antônio diz que nunca escondeu sua homossexualidade, e que nunca teve maiores problemas na faculdade por isso. "Eu sempre fui chamado de 'viado', e acabei me acostumando e deixando de me incomodar com isso, mas nessa situação foi horrível", diz. O jovem conta que não há nenhum grupo de apoio às minorias na faculdade, e que pretende fundar um depois do acontecido: "sei que posso ajudar contando a história, divulgando". A Folha ainda não conseguiu contato com o centro universitário para falar sobre o ocorrido.
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Ex-treinador de Cielo busca ouro no Rio com promessa da Ucrânia
PAULO ROBERTO CONDE ENVIADO ESPECIAL AO RIO Em janeiro, Arilson Silva, 45, recebeu a notícia: não era mais treinador de Cesar Cielo. Eles trabalharam juntos em 2015, justamente a temporada em que o principal nadador da história do país teve seus piores resultados. Quis o destino que, em uma reviravolta improvável, a 14 dias da abertura dos Jogos do Rio, o técnico chegasse ao evento com condições de ver um comandado seu subir no pódio —ao passo que Cielo ficou fora do torneio. "Por algum motivo, o universo não quis que nem eu nem o Cesar tivéssemos nossas melhores performances no ano em que tivemos a oportunidade de ficar juntos, porém vou fazer o quê?". A página virou. Silva treina há seis meses o ucraniano Andrii Govorov, 24, talento da natação que tardou a despontar, mas que sob seu comando está em estado de graça. Govorov entrará nos Jogos cotado para medalha. Ele detém o quinto melhor tempo do mundo nos 50 m livre no ano (21s61), feito em junho. Mais do que isso, o ucraniano protagonizou um feito ao derrotar o atual campeão olímpico da distância, o francês Florent Manaudou, no Aberto da França, neste mês. Foi a primeira derrota de Manaudou, também o atual campeão mundial em piscina longa (50 m), em uma competição de relevo em muito tempo. "Acho que chegaremos extremamente competitivos e, quando digo isso, é para ganhar a prova", afirmou Silva à Folha. A distância será a única que Govorov vai nadar na Olimpíada. As eliminatórias, semifinais e final ocorrerão nos dias 11 e 12 de agosto. As trajetórias de Govorov e de Silva se cruzaram no início de 2013, quando o técnico fez parte de projeto de alto rendimento na cidade de Caserta, na Itália. Apesar do bom trabalho em conjunto, não firmaram a parceria. A reaproximação ocorreu no início deste ano, quando o ucraniano recorreu ao brasileiro, já sabendo que o vínculo com Cielo terminaria. "É preciso bater palmas para o menino, porque foi um movimento bastante corajoso dele", disse o treinador. Govorov chegou a São Paulo, onde treinou na piscina do Centro Olímpico de Treinamento (no Ibirapuera), fora de forma, com verba contada e a mulher a tiracolo. "Ele não tinha dinheiro sobrando, até porque não teve apoio do comitê. Os ucranianos estavam reticentes com a mudança", contou Silva. Em maio, no Campeonato Europeu, em Londres, porém, o sacrifício começou a vingar. Govorov venceu os 50 m borboleta com o melhor tempo da história sem trajes de poliuretano (ele melhorou a marca no mês seguinte) e foi prata nos 50 m livre, atrás de Manaudou, de quem ganharia dois meses depois. Em meio a tantos resultados auspiciosos, o nadador ratificou a vaga nos Jogos, e Silva entrou para a comissão técnica ucraniana. No momento, ambos fazem aclimatação em Aracaju. Que esporte é esse? - Natação
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Ex-treinador de Cielo busca ouro no Rio com promessa da Ucrânia PAULO ROBERTO CONDE ENVIADO ESPECIAL AO RIO Em janeiro, Arilson Silva, 45, recebeu a notícia: não era mais treinador de Cesar Cielo. Eles trabalharam juntos em 2015, justamente a temporada em que o principal nadador da história do país teve seus piores resultados. Quis o destino que, em uma reviravolta improvável, a 14 dias da abertura dos Jogos do Rio, o técnico chegasse ao evento com condições de ver um comandado seu subir no pódio —ao passo que Cielo ficou fora do torneio. "Por algum motivo, o universo não quis que nem eu nem o Cesar tivéssemos nossas melhores performances no ano em que tivemos a oportunidade de ficar juntos, porém vou fazer o quê?". A página virou. Silva treina há seis meses o ucraniano Andrii Govorov, 24, talento da natação que tardou a despontar, mas que sob seu comando está em estado de graça. Govorov entrará nos Jogos cotado para medalha. Ele detém o quinto melhor tempo do mundo nos 50 m livre no ano (21s61), feito em junho. Mais do que isso, o ucraniano protagonizou um feito ao derrotar o atual campeão olímpico da distância, o francês Florent Manaudou, no Aberto da França, neste mês. Foi a primeira derrota de Manaudou, também o atual campeão mundial em piscina longa (50 m), em uma competição de relevo em muito tempo. "Acho que chegaremos extremamente competitivos e, quando digo isso, é para ganhar a prova", afirmou Silva à Folha. A distância será a única que Govorov vai nadar na Olimpíada. As eliminatórias, semifinais e final ocorrerão nos dias 11 e 12 de agosto. As trajetórias de Govorov e de Silva se cruzaram no início de 2013, quando o técnico fez parte de projeto de alto rendimento na cidade de Caserta, na Itália. Apesar do bom trabalho em conjunto, não firmaram a parceria. A reaproximação ocorreu no início deste ano, quando o ucraniano recorreu ao brasileiro, já sabendo que o vínculo com Cielo terminaria. "É preciso bater palmas para o menino, porque foi um movimento bastante corajoso dele", disse o treinador. Govorov chegou a São Paulo, onde treinou na piscina do Centro Olímpico de Treinamento (no Ibirapuera), fora de forma, com verba contada e a mulher a tiracolo. "Ele não tinha dinheiro sobrando, até porque não teve apoio do comitê. Os ucranianos estavam reticentes com a mudança", contou Silva. Em maio, no Campeonato Europeu, em Londres, porém, o sacrifício começou a vingar. Govorov venceu os 50 m borboleta com o melhor tempo da história sem trajes de poliuretano (ele melhorou a marca no mês seguinte) e foi prata nos 50 m livre, atrás de Manaudou, de quem ganharia dois meses depois. Em meio a tantos resultados auspiciosos, o nadador ratificou a vaga nos Jogos, e Silva entrou para a comissão técnica ucraniana. No momento, ambos fazem aclimatação em Aracaju. Que esporte é esse? - Natação
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Primeira Liga ganha 3 clubes e estuda venda de direitos de TV por licitação
Os detalhes da segunda edição da Primeira Liga começaram a ser definidos na manhã desta segunda-feira (11). Em 2017, a competição terá a participação de mais três clubes: Chapecoense, Joinville e Paraná, que já faziam parte da Liga, mas não disputaram a competição neste ano. Vasco e Botafogo seguem fora do torneio. A Primeira Liga de 2017 será disputada entre 22 de janeiro até 29 de março, podendo ser estendido para abril por causa da Libertadores —as datas podem mudar de acordo com participantes da competição continental. O torneio ainda pode ter a venda de direito de TV em licitação. "Globo é interessado natural, já conversamos com o Esporte Interativo, e vamos ouvir outros. Pode ser a Fox, a ESPN. Vamos ter conversas individuais para poder montar um modelo e ver o que interessa às emissoras", afirmou José Sabino, CEO da Primeira Liga. Os 15 clubes participantes serão divididos em três grupos. Os dois primeiros colocados vão às quartas de final, assim como os dois melhores terceiros. No total, serão sete datas: quatro jogos na primeira fase, mais jogos únicos na sequência. "Ficou decidido o calendário. Vamos fazer formato de três chaves de cinco, os 15 fundadores vão participar. Vamos formatar os jogos dependendo da Libertadores. Temos que aguardar isso", disse o presidente do Cruzeiro e da Primeira Liga, Gilvan de Pinho Tavares. Na primeira edição da competição, 12 clubes lutaram pelo título, em apenas cinco datas. Depois da fase de grupos, os times já se enfrentaram nas semifinais. Na decisão, o Fluminense derrotou o Atlético-PR por 1 a 0.
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Primeira Liga ganha 3 clubes e estuda venda de direitos de TV por licitaçãoOs detalhes da segunda edição da Primeira Liga começaram a ser definidos na manhã desta segunda-feira (11). Em 2017, a competição terá a participação de mais três clubes: Chapecoense, Joinville e Paraná, que já faziam parte da Liga, mas não disputaram a competição neste ano. Vasco e Botafogo seguem fora do torneio. A Primeira Liga de 2017 será disputada entre 22 de janeiro até 29 de março, podendo ser estendido para abril por causa da Libertadores —as datas podem mudar de acordo com participantes da competição continental. O torneio ainda pode ter a venda de direito de TV em licitação. "Globo é interessado natural, já conversamos com o Esporte Interativo, e vamos ouvir outros. Pode ser a Fox, a ESPN. Vamos ter conversas individuais para poder montar um modelo e ver o que interessa às emissoras", afirmou José Sabino, CEO da Primeira Liga. Os 15 clubes participantes serão divididos em três grupos. Os dois primeiros colocados vão às quartas de final, assim como os dois melhores terceiros. No total, serão sete datas: quatro jogos na primeira fase, mais jogos únicos na sequência. "Ficou decidido o calendário. Vamos fazer formato de três chaves de cinco, os 15 fundadores vão participar. Vamos formatar os jogos dependendo da Libertadores. Temos que aguardar isso", disse o presidente do Cruzeiro e da Primeira Liga, Gilvan de Pinho Tavares. Na primeira edição da competição, 12 clubes lutaram pelo título, em apenas cinco datas. Depois da fase de grupos, os times já se enfrentaram nas semifinais. Na decisão, o Fluminense derrotou o Atlético-PR por 1 a 0.
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Número de mortos em ataque a hospital da MSF sobe para 22
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou neste domingo (4) a morte de mais três pacientes após o bombardeio atribuído aos Estados Unidos, neste sábado (3), a um hospital gerido pela entidade na cidade de Kunduz, no Afeganistão. Assim, o número de mortos por causa do ataque sobe para ao menos 22, sendo 12 membros da MSF e dez pacientes, incluindo três crianças. Christopher Stokes, diretor-geral da MSF, pediu uma investigação independente do ocorrido -o presidente dos EUA, Barack Obama, já havia afirmado apurar o que aconteceu- e disse não acreditar na versão que terroristas teriam usado o hospital para se esconder. "Sob a presunção clara de que um crime de guerra foi cometido, a organização humanitária internacional MSF exige uma investigação completa, transparente e conduzida por um órgão internacional independente", disse em um comunicado. "Contar apenas com uma investigação interna gerida por uma parte do conflito seria totalmente insuficiente", continuou. "Nenhum profissional da nossa equipe relatou qualquer confronto dentro do complexo hospitalar de MSF antes do ataque aéreo", afirmou Stokes. Ainda segundo ele, o hospital estava lotado no momento do acidente, sendo que o prédio principal foi atingido diversas vezes, enquanto as outras alas do edifício foram deixadas praticamente intactas. Assista DE SAÍDA A Médicos Sem Fronteiras disse neste domingo que está retirando todo seu pessoal de Kunduz. "O hospital da MSF não pode continuar funcionando. Os pacientes em estado crítico foram transferidos para outros estabelecimentos. Nenhum funcionário da MSF está mais no hospital", informou Kate Stegeman, porta-voz da organização no Afeganistão. "Neste momento, não sei dizer se o centro de traumatologia de Kunduz voltará a abrir", enfatizou. Onde fica Kunduz
mundo
Número de mortos em ataque a hospital da MSF sobe para 22A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou neste domingo (4) a morte de mais três pacientes após o bombardeio atribuído aos Estados Unidos, neste sábado (3), a um hospital gerido pela entidade na cidade de Kunduz, no Afeganistão. Assim, o número de mortos por causa do ataque sobe para ao menos 22, sendo 12 membros da MSF e dez pacientes, incluindo três crianças. Christopher Stokes, diretor-geral da MSF, pediu uma investigação independente do ocorrido -o presidente dos EUA, Barack Obama, já havia afirmado apurar o que aconteceu- e disse não acreditar na versão que terroristas teriam usado o hospital para se esconder. "Sob a presunção clara de que um crime de guerra foi cometido, a organização humanitária internacional MSF exige uma investigação completa, transparente e conduzida por um órgão internacional independente", disse em um comunicado. "Contar apenas com uma investigação interna gerida por uma parte do conflito seria totalmente insuficiente", continuou. "Nenhum profissional da nossa equipe relatou qualquer confronto dentro do complexo hospitalar de MSF antes do ataque aéreo", afirmou Stokes. Ainda segundo ele, o hospital estava lotado no momento do acidente, sendo que o prédio principal foi atingido diversas vezes, enquanto as outras alas do edifício foram deixadas praticamente intactas. Assista DE SAÍDA A Médicos Sem Fronteiras disse neste domingo que está retirando todo seu pessoal de Kunduz. "O hospital da MSF não pode continuar funcionando. Os pacientes em estado crítico foram transferidos para outros estabelecimentos. Nenhum funcionário da MSF está mais no hospital", informou Kate Stegeman, porta-voz da organização no Afeganistão. "Neste momento, não sei dizer se o centro de traumatologia de Kunduz voltará a abrir", enfatizou. Onde fica Kunduz
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Sem enfrentar lixo, velejadores ainda desconfiam da baía de Guanabara
Os atletas que participaram neste sábado (15) do primeiro dia do evento-teste da vela para a Olimpíada de 2016 afirmaram que não encontraram lixo nas raias de competição dentro da baía de Guanabara. Apesar disso, todos demonstraram desconfiança em relação à qualidade da água. "Esperava encontrar um local de competição pior, mais poluído. Estava sem lixo, embora com um pouco de mau cheiro", disse a croata Tina Mihelic, da classe Laser Radial. O lixo é a principal preocupação dos organizadores, já que pode prejudicar as regatas. O governo do Estado usa barcos para "varrer" a sujeira no espelho d'água, com apoio de equipe em helicóptero que indica locais de concentração de sujeira. A qualidade da água é alvo de questionamento desde a escolha do Rio como sede da Olimpíada. No mês passado, reportagem da AP (Associated Press) mostrou que os níveis de vírus presentes nos locais de competição da baía eram altos. O COI (Comitê Olímpico Internacional) afirmou que as águas nas raias de competição são seguras. A presidente da comissão de coordenação do COI para os Jogos de 2016, a marroquina Nawal El Moutawakel, prometeu mergulhar na baía na Olimpíada. A polonesa Malgorzata Bialecka, da classe RS:X, disse também que não encontrou lixo na água. Mas afirmou não confiar tanto na qualidade da baía. "A água está limpa para a prática de windsurf, mas não mergulharia. Nosso médico recomendou que não fizéssemos isso", disse ela. O brasileiro Ricardo Winicki, o Bimba, atribuiu a boa qualidade da água para a competição à ausência de chuva. "Está ótimo. Não vi nenhum saco plástico, nem atleta parando no meio da prova por causa da sujeira. Demos sorte porque não choveu. Assim a sujeira não cai na baía", disse Bimba, da classe RS:X. RESULTADOS O evento teste começou com quatro classes disputando regatas em duas raias dentro da baía. O melhor resultado brasileiro foi de Robert Scheidt, na classe Laser. Após duas regatas, ele terminou em segundo na classificação geral do primeiro dia. "Fiquei muito satisfeito, depois de um mês que não foi muito bom para mim", disse Scheidt, que ficou em 15º no Mundial da classe Laser em julho, no Canadá. Patrícia Freitas, na classe RS:X feminino, e Fernanda Decnop, na classe Laser Radial, terminaram o primeiro dia em sexto na classificação geral. Bimba está em oitavo. Além de preparar o local de competição, o evento-teste é um bom treinamento para os atletas. Diferentemente de outros esportes, a competição de vela atraiu os principais atletas do esporte. O objetivo deles é treinar o máximo possível nas seis raias –três estão dentro da baía, e as outras três, fora.
esporte
Sem enfrentar lixo, velejadores ainda desconfiam da baía de GuanabaraOs atletas que participaram neste sábado (15) do primeiro dia do evento-teste da vela para a Olimpíada de 2016 afirmaram que não encontraram lixo nas raias de competição dentro da baía de Guanabara. Apesar disso, todos demonstraram desconfiança em relação à qualidade da água. "Esperava encontrar um local de competição pior, mais poluído. Estava sem lixo, embora com um pouco de mau cheiro", disse a croata Tina Mihelic, da classe Laser Radial. O lixo é a principal preocupação dos organizadores, já que pode prejudicar as regatas. O governo do Estado usa barcos para "varrer" a sujeira no espelho d'água, com apoio de equipe em helicóptero que indica locais de concentração de sujeira. A qualidade da água é alvo de questionamento desde a escolha do Rio como sede da Olimpíada. No mês passado, reportagem da AP (Associated Press) mostrou que os níveis de vírus presentes nos locais de competição da baía eram altos. O COI (Comitê Olímpico Internacional) afirmou que as águas nas raias de competição são seguras. A presidente da comissão de coordenação do COI para os Jogos de 2016, a marroquina Nawal El Moutawakel, prometeu mergulhar na baía na Olimpíada. A polonesa Malgorzata Bialecka, da classe RS:X, disse também que não encontrou lixo na água. Mas afirmou não confiar tanto na qualidade da baía. "A água está limpa para a prática de windsurf, mas não mergulharia. Nosso médico recomendou que não fizéssemos isso", disse ela. O brasileiro Ricardo Winicki, o Bimba, atribuiu a boa qualidade da água para a competição à ausência de chuva. "Está ótimo. Não vi nenhum saco plástico, nem atleta parando no meio da prova por causa da sujeira. Demos sorte porque não choveu. Assim a sujeira não cai na baía", disse Bimba, da classe RS:X. RESULTADOS O evento teste começou com quatro classes disputando regatas em duas raias dentro da baía. O melhor resultado brasileiro foi de Robert Scheidt, na classe Laser. Após duas regatas, ele terminou em segundo na classificação geral do primeiro dia. "Fiquei muito satisfeito, depois de um mês que não foi muito bom para mim", disse Scheidt, que ficou em 15º no Mundial da classe Laser em julho, no Canadá. Patrícia Freitas, na classe RS:X feminino, e Fernanda Decnop, na classe Laser Radial, terminaram o primeiro dia em sexto na classificação geral. Bimba está em oitavo. Além de preparar o local de competição, o evento-teste é um bom treinamento para os atletas. Diferentemente de outros esportes, a competição de vela atraiu os principais atletas do esporte. O objetivo deles é treinar o máximo possível nas seis raias –três estão dentro da baía, e as outras três, fora.
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Bairro nobre de SP ganha primeira 'rotatória verde' após 4 anos de análise
Começando pela manhã desta quarta-feira (19), as rotatórias dos Jardins deixarão de ser apenas marcas no chão para organizar o trânsito para também se tornarem formas de ampliar os espaços verdes em São Paulo. A primeira "rotatória verde" da região, localizada na esquina das ruas Alemanha e Bucareste, é uma iniciativa da Ame Jardins, associação criada para representar os moradores do local. Após cerca de quatro anos em análise na prefeitura, o projeto saiu do papel e foi realizado com materiais arrecadados pela associação. "Nós oferecemos isso gratuitamente para a cidade. Já estávamos dispostos a cobrir o curso das flores e das plantas. Só faltava retirar o concreto", diz o presidente da AME, Marcos Arbaitman. A parceria foi feita com o prefeito regional de Pinheiros, Paulo Mathias. Segundo Arbaitman, a iniciativa é essencial para a cidade. "Só faz bem para São Paulo. Fica mais bonito, as plantas absorvem a água da chuva. Reunimos 82 associações de moradores recentemente e sugerimos que isso seja reproduzido em outros bairros também", conta. O presidente diz que cada rotatória tem demorado cerca de 50 dias para ficar pronta e outras duas já estão em adaptação. Além da que será inaugurada às 9h desta quarta, a ideia é que mais de dez se transformem em canteiros verdes nas regiões dos Jardins América, Europa, Paulista e Paulistano.
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Bairro nobre de SP ganha primeira 'rotatória verde' após 4 anos de análiseComeçando pela manhã desta quarta-feira (19), as rotatórias dos Jardins deixarão de ser apenas marcas no chão para organizar o trânsito para também se tornarem formas de ampliar os espaços verdes em São Paulo. A primeira "rotatória verde" da região, localizada na esquina das ruas Alemanha e Bucareste, é uma iniciativa da Ame Jardins, associação criada para representar os moradores do local. Após cerca de quatro anos em análise na prefeitura, o projeto saiu do papel e foi realizado com materiais arrecadados pela associação. "Nós oferecemos isso gratuitamente para a cidade. Já estávamos dispostos a cobrir o curso das flores e das plantas. Só faltava retirar o concreto", diz o presidente da AME, Marcos Arbaitman. A parceria foi feita com o prefeito regional de Pinheiros, Paulo Mathias. Segundo Arbaitman, a iniciativa é essencial para a cidade. "Só faz bem para São Paulo. Fica mais bonito, as plantas absorvem a água da chuva. Reunimos 82 associações de moradores recentemente e sugerimos que isso seja reproduzido em outros bairros também", conta. O presidente diz que cada rotatória tem demorado cerca de 50 dias para ficar pronta e outras duas já estão em adaptação. Além da que será inaugurada às 9h desta quarta, a ideia é que mais de dez se transformem em canteiros verdes nas regiões dos Jardins América, Europa, Paulista e Paulistano.
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Sistema em pane, aqui e na França
As pesquisas não permitem adiantar o mais provável vencedor das eleições francesas do próximo domingo (23). Há quatro candidatos em situação de empate técnico : o centrista Emmanuel Macron (23,5%); Marine Le Pen, da extrema-direita (22,5%); François Fillon, da direita (19,5%); e Jean-Luc Mélenchon, da esquerda (19%). Mas já para dizer quem vai perder. É o "sistema", se tomado como a configuração de como funcionam as coisas na política, na economia, no mundo dos negócios. Ou seja, o establishment, o status quo. Pelo menos é essa a conclusão a que se chega a partir da manchete desta quarta (19) do jornal "Le Monde" que diz que todos esses quatro candidatos em um momento ou outro (ou sempre, acrescento) se posicionaram contra o "sistema", ainda que nem sempre a definição do termo seja coincidente entre eles. Seja como for, há dois candidatos que são decididamente antissistema: Marine Le Pen, obviamente, e Jean-Luc Mélenchon, cujo grito de guerra é "dégagez/dégagez/dégagez", escandindo as sílabas. O verbo significa "sair"/"liberar-se" [do sistema, no caso]. Já nos casos de Macron e Fillon, trata-se, diz o "Monde", de uma tentativa de mobilizar eleitores para suas causas. Mas, ainda assim, fica claro que criticar o sistema e seus representantes dá votos, ao menos na opinião dos principais candidatos presidenciais na França. Desnecessário acrescentar que o establishment tampouco goza de muito prestígio no Brasil, seja o político (principalmente), seja o empresarial. Suspeito que haja mais gente aqui do que na França pronta para gritar "dégagez" agora ou no ano que vem. Essa evidente crise do "sistema" faz mal para a democracia. É razoável supor que ainda seja o sistema preferido de uma maioria substancial, mas o seu funcionamento está em xeque. É sintomático que o Índice Democrático da Unidade de Inteligência da revista britânica "The Economist" assinale o seguinte: "As perspectivas de democratização no mundo árabe permanecem altamente incertas; a democracia regrediu em muitas partes do Leste Europeu; e há uma crise de confiança popular na política no Ocidente". Conclusão inevitável da revista: "Não é fácil construir uma democracia robusta. Mesmo democracias há muito estabelecidas são vulneráveis à corrosão se não forem alimentadas e protegidas". No caso da França —como, antes, nos Estados Unidos— o problema parece ser mais de percepção do que de regressão real do padrão de vida da população. Há uma fatia do eleitorado que se sente deixada para trás por todos os políticos, o a leva a buscar os que se dizem contra o establishment. O problema é que acabam votando em um Donald Trump, por exemplo, que é a quintessência do "sistema", ainda que se diga contra ele. É possível que, no fim das contas, a eleição francesa termine com a vitória de Macron ou Fillon, representantes do establishment, ainda que critiquem um ao outro por fazerem parte dele. Mas, na França como no Brasil, o número de descontentes é suficientemente importante para fazer o "sistema" pensar em alimentar a democracia com algo pelo qual valha a pena sonhar.
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Sistema em pane, aqui e na FrançaAs pesquisas não permitem adiantar o mais provável vencedor das eleições francesas do próximo domingo (23). Há quatro candidatos em situação de empate técnico : o centrista Emmanuel Macron (23,5%); Marine Le Pen, da extrema-direita (22,5%); François Fillon, da direita (19,5%); e Jean-Luc Mélenchon, da esquerda (19%). Mas já para dizer quem vai perder. É o "sistema", se tomado como a configuração de como funcionam as coisas na política, na economia, no mundo dos negócios. Ou seja, o establishment, o status quo. Pelo menos é essa a conclusão a que se chega a partir da manchete desta quarta (19) do jornal "Le Monde" que diz que todos esses quatro candidatos em um momento ou outro (ou sempre, acrescento) se posicionaram contra o "sistema", ainda que nem sempre a definição do termo seja coincidente entre eles. Seja como for, há dois candidatos que são decididamente antissistema: Marine Le Pen, obviamente, e Jean-Luc Mélenchon, cujo grito de guerra é "dégagez/dégagez/dégagez", escandindo as sílabas. O verbo significa "sair"/"liberar-se" [do sistema, no caso]. Já nos casos de Macron e Fillon, trata-se, diz o "Monde", de uma tentativa de mobilizar eleitores para suas causas. Mas, ainda assim, fica claro que criticar o sistema e seus representantes dá votos, ao menos na opinião dos principais candidatos presidenciais na França. Desnecessário acrescentar que o establishment tampouco goza de muito prestígio no Brasil, seja o político (principalmente), seja o empresarial. Suspeito que haja mais gente aqui do que na França pronta para gritar "dégagez" agora ou no ano que vem. Essa evidente crise do "sistema" faz mal para a democracia. É razoável supor que ainda seja o sistema preferido de uma maioria substancial, mas o seu funcionamento está em xeque. É sintomático que o Índice Democrático da Unidade de Inteligência da revista britânica "The Economist" assinale o seguinte: "As perspectivas de democratização no mundo árabe permanecem altamente incertas; a democracia regrediu em muitas partes do Leste Europeu; e há uma crise de confiança popular na política no Ocidente". Conclusão inevitável da revista: "Não é fácil construir uma democracia robusta. Mesmo democracias há muito estabelecidas são vulneráveis à corrosão se não forem alimentadas e protegidas". No caso da França —como, antes, nos Estados Unidos— o problema parece ser mais de percepção do que de regressão real do padrão de vida da população. Há uma fatia do eleitorado que se sente deixada para trás por todos os políticos, o a leva a buscar os que se dizem contra o establishment. O problema é que acabam votando em um Donald Trump, por exemplo, que é a quintessência do "sistema", ainda que se diga contra ele. É possível que, no fim das contas, a eleição francesa termine com a vitória de Macron ou Fillon, representantes do establishment, ainda que critiquem um ao outro por fazerem parte dele. Mas, na França como no Brasil, o número de descontentes é suficientemente importante para fazer o "sistema" pensar em alimentar a democracia com algo pelo qual valha a pena sonhar.
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Lobista Fernando Baiano foi à Câmara antes de fazer pagamentos
Apontado como responsável por repassar para o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) propina do esquema de corrupção descoberto na Petrobras, o lobista Fernando Soares esteve na Câmara dos Deputados dias antes de receber os últimos pagamentos do lobista Júlio Camargo. Camargo é um dos delatores da Operação Lava Jato e afirmou em depoimento à Procuradoria-Geral da República que os pagamentos feitos a Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, eram propina e tinham Cunha como destinatário final. Segundo registros de entrada da Câmara, que foram obtidos pelo PSOL e serão enviados à Procuradoria, Baiano foi ao anexo 4 em 3 de outubro de 2012. É o principal prédio onde ficam os gabinetes dos deputados federais. Os registros, porém, não revelam o local exato a que ele se dirigiu. Naquela data, Cunha estava em Brasília, de acordo com os registros das viagens pagas com verbas do seu gabinete nessa época. Pouco depois, em 10 de outubro, Júlio Camargo repassou R$ 422 mil a uma empresa de Baiano. Em 30 de outubro, fez o último pagamento a Baiano, no valor de R$ 377 mil.As transferências foram identificadas pelos investigadores com a quebra de sigilo bancário das empresas de Camargo. As declarações de Camargo e os comprovantes das transferências são as principais evidências exibidas pelo Ministério Público na denúncia apresentada contra Cunha ao Supremo Tribunal Federal, que ainda não decidiu se aceitará a ação penal, o que tornaria Cunha réu. O deputado é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Procuradoria. Camargo disse que o peemedebista tinha US$ 5 milhões em propina a receber. A Câmara registrou nove visitas de Fernando Baiano, entre 2005 e 2014. Em 10 junho de 2005, Baiano participou de uma reunião na Petrobras com o então diretor Nestor Cerveró, o lobista Julio Camargo e representantes da empresa Mitsui, de acordo com a Procuradoria. Na ocasião, foi feito o acerto inicial entre a empresa e a Petrobras para a aquisição de dois navios-sonda para exploração de petróleo. Foram esses contratos que, segundo a Procuradoria, geraram a propina para Eduardo Cunha. Um mês após a reunião na Petrobras, em 14 de julho, Baiano visitou um gabinete da Câmara, mas os registros não identificam o local visitado. Outra ida de Baiano à Câmara foi em 5 de março de 2013. Nesta mesma data, foi arquivado um dos requerimentos da então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) que, segundo a Procuradoria, foram usados para pressionar Camargo a pagar a propina. A liderança do PSOL na Câmara pediu vídeos com registros das visitas do lobista, mas a Casa respondeu que os vídeos só são guardados por 40 dias e, portanto, não existiam mais, restando apenas registros escritos de acesso às dependências da Câmara. Houve uma visita de Fernando Baiano em 2005, uma em 2012, seis em 2013 e uma em maio de 2014. O ofício encaminhado ao PSOL informa que outros acessos à Câmara podem ter ocorrido "sem identificação ou sem passar pelo controle de acesso". OUTRO LADO O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nega que tenha recebido propina e disse que, pelo que se lembra, nunca encontrou o lobista Fernando Baiano nas dependências da Câmara. "Que eu me lembre, nunca o encontrei lá", afirmou à Folha. Em seu depoimento à CPI da Petrobras em março, Cunha havia sido mais incisivo e disse que "ninguém nunca comprovou" que Baiano esteve alguma vez na liderança do PMDB na Câmara. Cunha disse na ocasião que Baiano não tem relação com o PMDB e que o conhece porque o lobista representava uma empresa espanhola que atuava no Porto de Açu, no Rio, e por isso fez "várias gestões" para obter apoio à obra. Cunha afirma que o lobista Julio Camargo foi pressionado pela Procuradoria Geral da República a mudar seus depoimentos iniciais, nos quais não mencionava Cunha, para depois acusá-lo. Procurada, a defesa de Fernando Baiano, preso desde novembro por causa da Operação Lava Jato, não respondeu aos contatos da Folha.
poder
Lobista Fernando Baiano foi à Câmara antes de fazer pagamentosApontado como responsável por repassar para o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) propina do esquema de corrupção descoberto na Petrobras, o lobista Fernando Soares esteve na Câmara dos Deputados dias antes de receber os últimos pagamentos do lobista Júlio Camargo. Camargo é um dos delatores da Operação Lava Jato e afirmou em depoimento à Procuradoria-Geral da República que os pagamentos feitos a Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, eram propina e tinham Cunha como destinatário final. Segundo registros de entrada da Câmara, que foram obtidos pelo PSOL e serão enviados à Procuradoria, Baiano foi ao anexo 4 em 3 de outubro de 2012. É o principal prédio onde ficam os gabinetes dos deputados federais. Os registros, porém, não revelam o local exato a que ele se dirigiu. Naquela data, Cunha estava em Brasília, de acordo com os registros das viagens pagas com verbas do seu gabinete nessa época. Pouco depois, em 10 de outubro, Júlio Camargo repassou R$ 422 mil a uma empresa de Baiano. Em 30 de outubro, fez o último pagamento a Baiano, no valor de R$ 377 mil.As transferências foram identificadas pelos investigadores com a quebra de sigilo bancário das empresas de Camargo. As declarações de Camargo e os comprovantes das transferências são as principais evidências exibidas pelo Ministério Público na denúncia apresentada contra Cunha ao Supremo Tribunal Federal, que ainda não decidiu se aceitará a ação penal, o que tornaria Cunha réu. O deputado é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Procuradoria. Camargo disse que o peemedebista tinha US$ 5 milhões em propina a receber. A Câmara registrou nove visitas de Fernando Baiano, entre 2005 e 2014. Em 10 junho de 2005, Baiano participou de uma reunião na Petrobras com o então diretor Nestor Cerveró, o lobista Julio Camargo e representantes da empresa Mitsui, de acordo com a Procuradoria. Na ocasião, foi feito o acerto inicial entre a empresa e a Petrobras para a aquisição de dois navios-sonda para exploração de petróleo. Foram esses contratos que, segundo a Procuradoria, geraram a propina para Eduardo Cunha. Um mês após a reunião na Petrobras, em 14 de julho, Baiano visitou um gabinete da Câmara, mas os registros não identificam o local visitado. Outra ida de Baiano à Câmara foi em 5 de março de 2013. Nesta mesma data, foi arquivado um dos requerimentos da então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) que, segundo a Procuradoria, foram usados para pressionar Camargo a pagar a propina. A liderança do PSOL na Câmara pediu vídeos com registros das visitas do lobista, mas a Casa respondeu que os vídeos só são guardados por 40 dias e, portanto, não existiam mais, restando apenas registros escritos de acesso às dependências da Câmara. Houve uma visita de Fernando Baiano em 2005, uma em 2012, seis em 2013 e uma em maio de 2014. O ofício encaminhado ao PSOL informa que outros acessos à Câmara podem ter ocorrido "sem identificação ou sem passar pelo controle de acesso". OUTRO LADO O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nega que tenha recebido propina e disse que, pelo que se lembra, nunca encontrou o lobista Fernando Baiano nas dependências da Câmara. "Que eu me lembre, nunca o encontrei lá", afirmou à Folha. Em seu depoimento à CPI da Petrobras em março, Cunha havia sido mais incisivo e disse que "ninguém nunca comprovou" que Baiano esteve alguma vez na liderança do PMDB na Câmara. Cunha disse na ocasião que Baiano não tem relação com o PMDB e que o conhece porque o lobista representava uma empresa espanhola que atuava no Porto de Açu, no Rio, e por isso fez "várias gestões" para obter apoio à obra. Cunha afirma que o lobista Julio Camargo foi pressionado pela Procuradoria Geral da República a mudar seus depoimentos iniciais, nos quais não mencionava Cunha, para depois acusá-lo. Procurada, a defesa de Fernando Baiano, preso desde novembro por causa da Operação Lava Jato, não respondeu aos contatos da Folha.
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Parada LGBT de São Paulo terá shows de Anitta e Daniela Mercury
A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que será realizada neste domingo (18), terá shows das cantoras Daniela Mercury e Anitta. O anúncio ocorreu nesta terça-feira (13) na prefeitura. A gestão João Doria (PSDB), que financiou parte do evento, espera que até três milhões de pessoas passem pelo evento. A prefeitura investiu R$ 1,4 milhão nesta edição. Outra parte dos recursos foi bancada por patrocínio de empresas privadas. Essa será a 21º parada, tida como a maior do mundo. Neste ano, o tema do evento é uma crítica ao fundamentalismo religioso: "Independente de nossas crenças, nenhuma religião é lei! Todos e todas por um Estado laico!", diz o slogan. "A violência contra os LGBT vem de uma intolerância que tem uma base religiosa, uma base que quer determinar o que é certo ou errado, bem ou mal. Essa violência parte de uma educação preconceituosa. O Estado tem que garantir que todo cidadão tenha respeito e direitos independente do que as religiões acham", afirmou Claudia Regina Santos Garcia, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT, que organiza o evento. A concentração da Parada vai começar às 10h no vão livre do Masp, na avenida Paulista, região central da cidade. A parada terá 19 trios elétricos que vão desfilar por um percurso de 3,4 km —da Paulista até o Vale do Anhangabaú, onde vai ocorrer o show de encerramento com a cantora Tâmara Angel. As cantoras Anitta e Naiara Azevedo vão se apresentar em um trio patrocinado por um aplicativo de transportes, e em uma festa conhecida como Chá da Alice. Já Daniela Mercury fará um show em um trio de uma marca de cervejas. O prefeito João Doria afirmou que não vai comparecer ao evento. Ele disse que estará em viagem com a família. "Ao lado da Fórmula 1, a parada é o maior evento gerador de fluxo turístico na nossa cidade. Ela tem um impacto econômico de grande expressão. Além dos objetivos, contribui muito para a economia da cidade, gerando renda, empregos e imagem internacional", diz Doria.
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Parada LGBT de São Paulo terá shows de Anitta e Daniela MercuryA Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que será realizada neste domingo (18), terá shows das cantoras Daniela Mercury e Anitta. O anúncio ocorreu nesta terça-feira (13) na prefeitura. A gestão João Doria (PSDB), que financiou parte do evento, espera que até três milhões de pessoas passem pelo evento. A prefeitura investiu R$ 1,4 milhão nesta edição. Outra parte dos recursos foi bancada por patrocínio de empresas privadas. Essa será a 21º parada, tida como a maior do mundo. Neste ano, o tema do evento é uma crítica ao fundamentalismo religioso: "Independente de nossas crenças, nenhuma religião é lei! Todos e todas por um Estado laico!", diz o slogan. "A violência contra os LGBT vem de uma intolerância que tem uma base religiosa, uma base que quer determinar o que é certo ou errado, bem ou mal. Essa violência parte de uma educação preconceituosa. O Estado tem que garantir que todo cidadão tenha respeito e direitos independente do que as religiões acham", afirmou Claudia Regina Santos Garcia, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT, que organiza o evento. A concentração da Parada vai começar às 10h no vão livre do Masp, na avenida Paulista, região central da cidade. A parada terá 19 trios elétricos que vão desfilar por um percurso de 3,4 km —da Paulista até o Vale do Anhangabaú, onde vai ocorrer o show de encerramento com a cantora Tâmara Angel. As cantoras Anitta e Naiara Azevedo vão se apresentar em um trio patrocinado por um aplicativo de transportes, e em uma festa conhecida como Chá da Alice. Já Daniela Mercury fará um show em um trio de uma marca de cervejas. O prefeito João Doria afirmou que não vai comparecer ao evento. Ele disse que estará em viagem com a família. "Ao lado da Fórmula 1, a parada é o maior evento gerador de fluxo turístico na nossa cidade. Ela tem um impacto econômico de grande expressão. Além dos objetivos, contribui muito para a economia da cidade, gerando renda, empregos e imagem internacional", diz Doria.
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Em Milão, Versace, Diesel e Dolce & Gabbana 'renascem' com moda jovem
Algumas grifes são famosas mais pelo que representam no contexto histórico de um país do que pelas novidades que apresentam em suas coleções. Dolce & Gabbana, Versace e Diesel são marcas italianas da cabeça aos pés, e, a cada temporada, salvaguardam a sensualidade, a tradição e a qualidade que definem a moda italiana. No domingo (26), a mais siciliana das grifes reafirmou o compromisso de equacionar a cultura do sul da Itália de uma maneira que atinja mulheres e homens de diferentes partes do mundo. Por isso, Domenico Dolce e Stefano Gabbana resolveram buscar "mammas" (mães) e "figlie" (filhos) italianos, americanos e brasileiros para desfilar o que chamaram de "novo renascimento". As atrizes Grazi Massafera e Marina Ruy Barbosa trajaram os conhecidos vestidos justos que ressaltam curvas e pernas, enquanto a ex-miss Iara Jereissati e sua filha, Maria Clara, se juntaram ao clã da ex-modelo Andrea Dellal, Alice e Charlotte, para formar o time das brasileiras na passarela montada para a semana de moda de Milão. O youtuber Austin Mahone, 21, famoso por cantar "covers" de músicas pop em seu canal virtual, soltou o vozeirão e a pose para os 148 modelos, entre famosos e desconhecidos do público, que fizeram o carnaval da marca. Texto ( 3830 ) Animais pintados em estilo renascentista -bichos costumavam posar ao lado dos donos nos quadros de família do século 15- estamparam peças dessa coleção de inverno 2018. Outro animal, só que da indústria fonográfica, Justin Bieber, apareceu pintado em camisetas com o escrito "D&G ama Justin Bieber". Mais pop, urbano e "millenial" impossível. O discurso direto, traduzido em frases e palavras, é moda nesta temporada. A Versace, apoiada pela melhor forma criativa de sua estilista e dona, Donatella Versace, aplicou palavras como "amor", "igualdade", "união" e "força" em roupas que misturavam estética "street" e alta-costura. Ainda há os indefectíveis microvestidos com aplicações de brilho, mas, desta vez, a alfaiataria ganha um bloco inteiro da coleção com casacos borrifados de cor e calças que remetem à escola belga, com propostas em preto e assimetria. Às campeãs de vendas da grife, sandálias e bolsas, foram adicionadas as palavras de efeito e a medusa que adorna a logo da Versace. Detalhes em borracha nos acessórios e peças de stretch coladíssimas ganharam recortes transversais do macacão de surfe. A estética esportiva, vale lembrar, anda de mãos dadas com a moda a pelo menos dois anos. O cheiro de feromônio está por todos os lados nessa coleção, mas Donatella reescreve a história do irmão, Gianni Versace (1946-1997), com elementos da cultura pop, da tinta fluorescente jogada nos casacos de pele às referências ao punk. Tão pop quanto a marca de estilo jovem que carrega na etiqueta o peso de vender o que a indústria da moda acredita ser "o melhor jeans do mundo". No desfile da Diesel Black Gold, prêt-à-porter de luxo da marca do magnata Renzo Rosso, o tricô foi adicionado ao jeans encerado para criar a imagem "street couture" do próximo inverno. Vestidos sem mangas, em sua maioria pretos e de tons de areia, foram sobrepostos a bases pesadas de malha com golas altas. Referências aos anos 1990, período mais "jeans" da moda, dão a liga da coleção do estilista Andreas Melbostad, que ainda cria uma das jaquetas "bomber" mais interessantes da temporada. De náilon preto, ela é adornada com zíperes diagonais da mesma cor e totalmente ajustável na cintura.
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Em Milão, Versace, Diesel e Dolce & Gabbana 'renascem' com moda jovemAlgumas grifes são famosas mais pelo que representam no contexto histórico de um país do que pelas novidades que apresentam em suas coleções. Dolce & Gabbana, Versace e Diesel são marcas italianas da cabeça aos pés, e, a cada temporada, salvaguardam a sensualidade, a tradição e a qualidade que definem a moda italiana. No domingo (26), a mais siciliana das grifes reafirmou o compromisso de equacionar a cultura do sul da Itália de uma maneira que atinja mulheres e homens de diferentes partes do mundo. Por isso, Domenico Dolce e Stefano Gabbana resolveram buscar "mammas" (mães) e "figlie" (filhos) italianos, americanos e brasileiros para desfilar o que chamaram de "novo renascimento". As atrizes Grazi Massafera e Marina Ruy Barbosa trajaram os conhecidos vestidos justos que ressaltam curvas e pernas, enquanto a ex-miss Iara Jereissati e sua filha, Maria Clara, se juntaram ao clã da ex-modelo Andrea Dellal, Alice e Charlotte, para formar o time das brasileiras na passarela montada para a semana de moda de Milão. O youtuber Austin Mahone, 21, famoso por cantar "covers" de músicas pop em seu canal virtual, soltou o vozeirão e a pose para os 148 modelos, entre famosos e desconhecidos do público, que fizeram o carnaval da marca. Texto ( 3830 ) Animais pintados em estilo renascentista -bichos costumavam posar ao lado dos donos nos quadros de família do século 15- estamparam peças dessa coleção de inverno 2018. Outro animal, só que da indústria fonográfica, Justin Bieber, apareceu pintado em camisetas com o escrito "D&G ama Justin Bieber". Mais pop, urbano e "millenial" impossível. O discurso direto, traduzido em frases e palavras, é moda nesta temporada. A Versace, apoiada pela melhor forma criativa de sua estilista e dona, Donatella Versace, aplicou palavras como "amor", "igualdade", "união" e "força" em roupas que misturavam estética "street" e alta-costura. Ainda há os indefectíveis microvestidos com aplicações de brilho, mas, desta vez, a alfaiataria ganha um bloco inteiro da coleção com casacos borrifados de cor e calças que remetem à escola belga, com propostas em preto e assimetria. Às campeãs de vendas da grife, sandálias e bolsas, foram adicionadas as palavras de efeito e a medusa que adorna a logo da Versace. Detalhes em borracha nos acessórios e peças de stretch coladíssimas ganharam recortes transversais do macacão de surfe. A estética esportiva, vale lembrar, anda de mãos dadas com a moda a pelo menos dois anos. O cheiro de feromônio está por todos os lados nessa coleção, mas Donatella reescreve a história do irmão, Gianni Versace (1946-1997), com elementos da cultura pop, da tinta fluorescente jogada nos casacos de pele às referências ao punk. Tão pop quanto a marca de estilo jovem que carrega na etiqueta o peso de vender o que a indústria da moda acredita ser "o melhor jeans do mundo". No desfile da Diesel Black Gold, prêt-à-porter de luxo da marca do magnata Renzo Rosso, o tricô foi adicionado ao jeans encerado para criar a imagem "street couture" do próximo inverno. Vestidos sem mangas, em sua maioria pretos e de tons de areia, foram sobrepostos a bases pesadas de malha com golas altas. Referências aos anos 1990, período mais "jeans" da moda, dão a liga da coleção do estilista Andreas Melbostad, que ainda cria uma das jaquetas "bomber" mais interessantes da temporada. De náilon preto, ela é adornada com zíperes diagonais da mesma cor e totalmente ajustável na cintura.
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Novo iPhone de US$ 999 é recebido com ceticismo pelo mercado
O mercado recebeu com certo ceticismo o aguardado anúncio, nesta terça (12), do iPhone X, que quebra paradigmas de preço (custa a partir de US$ 999) e de tecnologia para produtos da Apple. As ações da empresa fecharam o dia em queda de 0,42%. Elas vinham em alta até a Apple anunciar a data de lançamento do iPhone X –ele chega às lojas apenas no dia 3 de novembro. Começando em US$ 999, o valor está acima do padrão. Em setembro de 2016, o iPhone 7 chegou ao mercado com preço inicial de US$ 649. Os lançamentos costumam ocorrer no fim de setembro, data em que os iPhones 8 e 8 Plus, os outros dois modelos anunciados nesta terça, chegam às lojas –não há data prevista para o Brasil. Mais baratos, eles têm memória RAM menor e menos recursos de inteligência artificial em relação ao X. O lançamento tardio do iPhone X gerou questionamentos sobre a possibilidade de a empresa ter problemas com o fornecimento do produto. Além disso, os investidores têm dúvidas se os consumidores da Apple manterão fidelidade à marca com um produto de valor mais alto. O iPhone X é uma edição comemorativa de dez anos do lançamento do primeiro iPhone, em 2007. Tim Cook disse, durante o evento, que o objetivo é que o aparelho seja "o padrão de tecnologia para a próxima década", como foi o iPhone original. Evolução iPhone No visual, os três dispositivos vêm cobertos de vidro ("o mais resistente de todos os tempos", segundo a empresa), dispensando a casca de alumínio que vinha sendo usada nos iPhones anteriores. Também é o primeiro smartphone da Apple a vir com tela Amoled, de melhor definição e já disponível em aparelhos da Samsung. O evento deu ênfase às novas câmeras com inteligência artificial, capazes de reconhecer padrões de rostos, paisagens ou animais, e o carregamento sem fio de todos os dispositivos (Apple Watch, Air Pods e iPhone). Nenhum desses recursos é inédito, embora a promessa da Apple seja de melhorá-los. O iPhone 7 já comportava carregamento sem fio, e a Samsung adota tecnologia semelhante nas câmeras desde o Galaxy S6. O iPhone X tem uma aparência diferente dos antecessores, sem botão "home" e com tela infinita. Por não ter botão, a Apple aposta em tornar o reconhecimento facial o padrão para desbloqueio. FALHA Ao demonstrar o reconhecimento facial no evento, um engenheiro de software protagonizou uma gafe quando seu iPhone X não destrancou. "Ops. Vamos usar o plano B", afirmou, antes de digitar sua senha manualmente. A maior inovação técnica divulgada pela empresa nos novos produtos está nos processadores. Os celulares virão equipados com o A11 Bionic, um chip que promete ser mais rápido e mais potente que os concorrentes, e processadores gráficos (GPU). O iOS 11, novo sistema operacional, estará disponível para download no dia 19. Comparação iPhone - Samsung RELÓGIO Também foi anunciada a nova geração do Apple Watch, a Série 3, que virá com um chip para funcionar de forma independente do iPhone. O relógio poderá fazer ligações sem estar ligado ao smartphone e usará o mesmo número do aparelho. O evento de lançamento aconteceu na nova sede da Apple, o Apple Park, em Cupertino (Califórnia, EUA), escritório de 260 mil m² inaugurado em abril de 2017. Considerado o último projeto de Steve Jobs, a sede custou US$ 5 bilhões, segundo revistas especializadas, e demorou oito anos para ser construída. Ela já abriga mais de 2.000 funcionários.
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Novo iPhone de US$ 999 é recebido com ceticismo pelo mercadoO mercado recebeu com certo ceticismo o aguardado anúncio, nesta terça (12), do iPhone X, que quebra paradigmas de preço (custa a partir de US$ 999) e de tecnologia para produtos da Apple. As ações da empresa fecharam o dia em queda de 0,42%. Elas vinham em alta até a Apple anunciar a data de lançamento do iPhone X –ele chega às lojas apenas no dia 3 de novembro. Começando em US$ 999, o valor está acima do padrão. Em setembro de 2016, o iPhone 7 chegou ao mercado com preço inicial de US$ 649. Os lançamentos costumam ocorrer no fim de setembro, data em que os iPhones 8 e 8 Plus, os outros dois modelos anunciados nesta terça, chegam às lojas –não há data prevista para o Brasil. Mais baratos, eles têm memória RAM menor e menos recursos de inteligência artificial em relação ao X. O lançamento tardio do iPhone X gerou questionamentos sobre a possibilidade de a empresa ter problemas com o fornecimento do produto. Além disso, os investidores têm dúvidas se os consumidores da Apple manterão fidelidade à marca com um produto de valor mais alto. O iPhone X é uma edição comemorativa de dez anos do lançamento do primeiro iPhone, em 2007. Tim Cook disse, durante o evento, que o objetivo é que o aparelho seja "o padrão de tecnologia para a próxima década", como foi o iPhone original. Evolução iPhone No visual, os três dispositivos vêm cobertos de vidro ("o mais resistente de todos os tempos", segundo a empresa), dispensando a casca de alumínio que vinha sendo usada nos iPhones anteriores. Também é o primeiro smartphone da Apple a vir com tela Amoled, de melhor definição e já disponível em aparelhos da Samsung. O evento deu ênfase às novas câmeras com inteligência artificial, capazes de reconhecer padrões de rostos, paisagens ou animais, e o carregamento sem fio de todos os dispositivos (Apple Watch, Air Pods e iPhone). Nenhum desses recursos é inédito, embora a promessa da Apple seja de melhorá-los. O iPhone 7 já comportava carregamento sem fio, e a Samsung adota tecnologia semelhante nas câmeras desde o Galaxy S6. O iPhone X tem uma aparência diferente dos antecessores, sem botão "home" e com tela infinita. Por não ter botão, a Apple aposta em tornar o reconhecimento facial o padrão para desbloqueio. FALHA Ao demonstrar o reconhecimento facial no evento, um engenheiro de software protagonizou uma gafe quando seu iPhone X não destrancou. "Ops. Vamos usar o plano B", afirmou, antes de digitar sua senha manualmente. A maior inovação técnica divulgada pela empresa nos novos produtos está nos processadores. Os celulares virão equipados com o A11 Bionic, um chip que promete ser mais rápido e mais potente que os concorrentes, e processadores gráficos (GPU). O iOS 11, novo sistema operacional, estará disponível para download no dia 19. Comparação iPhone - Samsung RELÓGIO Também foi anunciada a nova geração do Apple Watch, a Série 3, que virá com um chip para funcionar de forma independente do iPhone. O relógio poderá fazer ligações sem estar ligado ao smartphone e usará o mesmo número do aparelho. O evento de lançamento aconteceu na nova sede da Apple, o Apple Park, em Cupertino (Califórnia, EUA), escritório de 260 mil m² inaugurado em abril de 2017. Considerado o último projeto de Steve Jobs, a sede custou US$ 5 bilhões, segundo revistas especializadas, e demorou oito anos para ser construída. Ela já abriga mais de 2.000 funcionários.
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Economistas preveem queda de 1,97% do PIB em 2015 e estagnação em 2016
Pela primeira vez, a previsão para 2016 de economistas consultados pelo Banco Central é de estagnação, segundo o centro das estimativas (mediana). Há uma semana, esperava-se crescimento de 0,20%. Em 2015, o PIB brasileiro deve encolher 1,97%, o que representa um aumento do pessimismo comparado com a semana passada, em que era prevista retração de 1,80% do PIB. As informações fazem parte do boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC com base em consultas a economistas e instituições financeiras. Segundo a previsão dos economistas, a inflação oficial, medida pelo IPCA, que atualmente está em 9,56% em um período de 12 meses, deve ficar em 9,32% em 2015. Há uma semana esperava-se 9,25%. Todos os valores ficam acima do teto da meta oficial, de 6,50%. Para 2016, a previsão ficou estável. Foi de 5,40% de inflação na semana passada para 5,43%, acima do centro da meta, de 4,50%. Boletim focus O dólar, que fechou a sexta-feira em R$ 3,51, deve terminar 2015 em R$ 3,40, segundo expectativa dos economistas. Há uma semana, esperava-se o câmbio em R$ 3,35. A previsão é de que a moeda termine 2016 em R$ 3,44. Há uma semana, esperava-se o câmbio em R$ 3,38. Segundo os economistas, a taxa de juros Selic deve manter, no fim de 2015, os atuais 14,25% ao ano, a mesma previsão da semana passada. A previsão para 2016 também ficou estável, em 12%. É a mesma expectativa da semana anterior. Como driblar a inflação
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Economistas preveem queda de 1,97% do PIB em 2015 e estagnação em 2016Pela primeira vez, a previsão para 2016 de economistas consultados pelo Banco Central é de estagnação, segundo o centro das estimativas (mediana). Há uma semana, esperava-se crescimento de 0,20%. Em 2015, o PIB brasileiro deve encolher 1,97%, o que representa um aumento do pessimismo comparado com a semana passada, em que era prevista retração de 1,80% do PIB. As informações fazem parte do boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC com base em consultas a economistas e instituições financeiras. Segundo a previsão dos economistas, a inflação oficial, medida pelo IPCA, que atualmente está em 9,56% em um período de 12 meses, deve ficar em 9,32% em 2015. Há uma semana esperava-se 9,25%. Todos os valores ficam acima do teto da meta oficial, de 6,50%. Para 2016, a previsão ficou estável. Foi de 5,40% de inflação na semana passada para 5,43%, acima do centro da meta, de 4,50%. Boletim focus O dólar, que fechou a sexta-feira em R$ 3,51, deve terminar 2015 em R$ 3,40, segundo expectativa dos economistas. Há uma semana, esperava-se o câmbio em R$ 3,35. A previsão é de que a moeda termine 2016 em R$ 3,44. Há uma semana, esperava-se o câmbio em R$ 3,38. Segundo os economistas, a taxa de juros Selic deve manter, no fim de 2015, os atuais 14,25% ao ano, a mesma previsão da semana passada. A previsão para 2016 também ficou estável, em 12%. É a mesma expectativa da semana anterior. Como driblar a inflação
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Inaugurada por Lula, reforma de centro da Petrobras teve 17 aditivos
A ampliação do Cenpes (Centro de Pesquisas da Petrobras) foi inaugurada no dia 7 de outubro de 2010, com o argumento de preparar a estrutura de pesquisa da Petrobras para o crescimento da companhia após a descoberta do pré-sal. A reforma é investigada pela Operação Lava Jato e desencadeou sua 31ª fase, denominada "Abismo", nesta segunda (4). Projetado pelo arquiteto Siegbert Zanettini, o edifício ocupa uma área de mais de 150 mil metros quadrados e está localizado na Ilha do Fundão, zona norte do Rio, em frente ao Cenpes original, inaugurado em 1973. São mais de 200 laboratórios, onde cientistas e pesquisadores trabalham no desenvolvimento de tecnologias para exploração de petróleo e produção de combustíveis, entre outros. O principal contrato da obra, para construção da edificação teve 17 aditivos, a maior parte para revisão do valor. A Petrobras pagou R$ 1,023 bilhão pelas obras civis, de acordo com dados do Portal de Transparência. Inicialmente, o contrato com as construtoras havia sido fechado em R$ 850 milhões Procurada, a Petrobras não informou as razões que levaram aos 17 aditivos. Disse apenas que há uma investigação interna para apurar "posssíveis irregularidades" nos contratos de ampliação do Cenpes. A empresa repetiu que foi "vítima de um cartel" e que está colaborando com as investigações da Operação Lava Jato. A inauguração da ampliação do Cenpes teve a presença do então presidente Lula, que comemorou em seu discurso a abertura do "maior centro de pesquisa da Petrobras e do Hemisfério Sul". Mais cedo no mesmo dia, em visita ao estaleiro Brasfels, Lula havia afirmado que em seu governo a Petrobras deixara de ser uma "caixa-preta" para se transformar em uma "caixa branca e transparente". "A gente sabe o que acontece lá dentro e a gente decide muitas das coisas que ela vai fazer", disse.
poder
Inaugurada por Lula, reforma de centro da Petrobras teve 17 aditivosA ampliação do Cenpes (Centro de Pesquisas da Petrobras) foi inaugurada no dia 7 de outubro de 2010, com o argumento de preparar a estrutura de pesquisa da Petrobras para o crescimento da companhia após a descoberta do pré-sal. A reforma é investigada pela Operação Lava Jato e desencadeou sua 31ª fase, denominada "Abismo", nesta segunda (4). Projetado pelo arquiteto Siegbert Zanettini, o edifício ocupa uma área de mais de 150 mil metros quadrados e está localizado na Ilha do Fundão, zona norte do Rio, em frente ao Cenpes original, inaugurado em 1973. São mais de 200 laboratórios, onde cientistas e pesquisadores trabalham no desenvolvimento de tecnologias para exploração de petróleo e produção de combustíveis, entre outros. O principal contrato da obra, para construção da edificação teve 17 aditivos, a maior parte para revisão do valor. A Petrobras pagou R$ 1,023 bilhão pelas obras civis, de acordo com dados do Portal de Transparência. Inicialmente, o contrato com as construtoras havia sido fechado em R$ 850 milhões Procurada, a Petrobras não informou as razões que levaram aos 17 aditivos. Disse apenas que há uma investigação interna para apurar "posssíveis irregularidades" nos contratos de ampliação do Cenpes. A empresa repetiu que foi "vítima de um cartel" e que está colaborando com as investigações da Operação Lava Jato. A inauguração da ampliação do Cenpes teve a presença do então presidente Lula, que comemorou em seu discurso a abertura do "maior centro de pesquisa da Petrobras e do Hemisfério Sul". Mais cedo no mesmo dia, em visita ao estaleiro Brasfels, Lula havia afirmado que em seu governo a Petrobras deixara de ser uma "caixa-preta" para se transformar em uma "caixa branca e transparente". "A gente sabe o que acontece lá dentro e a gente decide muitas das coisas que ela vai fazer", disse.
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Com melhor início desde 2010, Massa vê renovação com Williams bem perto
Sexto colocado no Mundial de Pilotos da F-1 e vindo de um pódio na última etapa do campeonato, a terceira colocação no GP da Áustria, há duas semanas, Felipe Massa vive seu melhor início de temporada desde 2010. Tendo deixado de marcar pontos em apenas uma das oito etapas já realizadas (Mônaco), Massa soma 62 pontos em 2015 –apenas cinco a menos do que tinha na mesma altura do campeonato de 2010, quando ainda corria na Ferrari. Naquele campeonato, o brasileiro tinha feito dois pódios e também ficado de fora da zona de pontuação em apenas uma etapa do Mundial. As boas performances e o fato de sentir-se muito confortável na Williams não o deixam preocupado pelo fato de ainda não ter contrato para o ano que vem. Pelo contrário. De acordo com o brasileiro, a renovação com a equipe é basicamente uma questão de tempo. "Temos uma data para exercer ou não a opção no meu contrato para o ano que vem e não vejo porque isso não vá acontecer. A equipe sabe que estou feliz aqui, que tenho interesse em continuar e, para ser sincero, não me interessei em falar com nenhum outro time porque estou satisfeito com o que tenho", afirmou Massa em Silverstone, onde no domingo (5) será disputado o GP da Inglaterra, a partir das 9h (de Brasília). "Acho que o importante é estar feliz e trabalhar num lugar onde te respeitam, onde você se sente feliz e tem tranquilidade para fazer as suas coisas. Não é apenas uma questão de dinheiro e sim o retorno que você recebe de todas as partes da equipe. O lado financeiro não é o mais importante e acredito que vou continuar aqui no ano que vem", completou. Após oito anos como titular da Ferrari, Massa transferiu-se para a Williams, que vinha em uma péssima fase. Sua chegada, no entanto, foi apenas parte de uma grande reestruturação no time inglês, que fez com que os resultados aparecessem rapidamente. E vários jejuns que o brasileiro atravessava chegaram ao fim: o de poles no GP da Áustria do ano passado e o de pódios na corrida em Monza, na Itália. "Estou relaxado e me sinto feliz na Williams. Acho que a principal diferença com a Ferrari é que aqui o que importa são as corridas. A pressão externa é muito menor e todos estão focados em conseguir bons resultados e tentar ser melhor na corrida seguinte. O resto importa menos", afirmou o piloto brasileiro. "Claro que foi bom ter subido no pódio na última corrida porque é sempre bom ver seu esforço recompensado, mas já estava tranquilo desde o começo do ano. Tinha feito boas corridas antes e espero agora conseguir mais resultados como este. Fomos ao pódio nas duas últimas corridas [Valtteri Bottas foi o terceiro no GP do Canadá] e isso mostra que estamos melhorando". Massa espera ter melhor sorte no GP da Inglaterra deste ano. E 2014, envolveu-se em um acidente com Kimi Raikkonen logo depois da largada e teve de abandonar a prova. Seu companheiro de time, Bottas, foi ao pódio no segundo posto –Lewis Hamilton venceu. "Nosso carro se comportou bem aqui no ano passado e acho que temos tudo para repetir o bom desempenho neste ano também", afirmou Massa.
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Com melhor início desde 2010, Massa vê renovação com Williams bem pertoSexto colocado no Mundial de Pilotos da F-1 e vindo de um pódio na última etapa do campeonato, a terceira colocação no GP da Áustria, há duas semanas, Felipe Massa vive seu melhor início de temporada desde 2010. Tendo deixado de marcar pontos em apenas uma das oito etapas já realizadas (Mônaco), Massa soma 62 pontos em 2015 –apenas cinco a menos do que tinha na mesma altura do campeonato de 2010, quando ainda corria na Ferrari. Naquele campeonato, o brasileiro tinha feito dois pódios e também ficado de fora da zona de pontuação em apenas uma etapa do Mundial. As boas performances e o fato de sentir-se muito confortável na Williams não o deixam preocupado pelo fato de ainda não ter contrato para o ano que vem. Pelo contrário. De acordo com o brasileiro, a renovação com a equipe é basicamente uma questão de tempo. "Temos uma data para exercer ou não a opção no meu contrato para o ano que vem e não vejo porque isso não vá acontecer. A equipe sabe que estou feliz aqui, que tenho interesse em continuar e, para ser sincero, não me interessei em falar com nenhum outro time porque estou satisfeito com o que tenho", afirmou Massa em Silverstone, onde no domingo (5) será disputado o GP da Inglaterra, a partir das 9h (de Brasília). "Acho que o importante é estar feliz e trabalhar num lugar onde te respeitam, onde você se sente feliz e tem tranquilidade para fazer as suas coisas. Não é apenas uma questão de dinheiro e sim o retorno que você recebe de todas as partes da equipe. O lado financeiro não é o mais importante e acredito que vou continuar aqui no ano que vem", completou. Após oito anos como titular da Ferrari, Massa transferiu-se para a Williams, que vinha em uma péssima fase. Sua chegada, no entanto, foi apenas parte de uma grande reestruturação no time inglês, que fez com que os resultados aparecessem rapidamente. E vários jejuns que o brasileiro atravessava chegaram ao fim: o de poles no GP da Áustria do ano passado e o de pódios na corrida em Monza, na Itália. "Estou relaxado e me sinto feliz na Williams. Acho que a principal diferença com a Ferrari é que aqui o que importa são as corridas. A pressão externa é muito menor e todos estão focados em conseguir bons resultados e tentar ser melhor na corrida seguinte. O resto importa menos", afirmou o piloto brasileiro. "Claro que foi bom ter subido no pódio na última corrida porque é sempre bom ver seu esforço recompensado, mas já estava tranquilo desde o começo do ano. Tinha feito boas corridas antes e espero agora conseguir mais resultados como este. Fomos ao pódio nas duas últimas corridas [Valtteri Bottas foi o terceiro no GP do Canadá] e isso mostra que estamos melhorando". Massa espera ter melhor sorte no GP da Inglaterra deste ano. E 2014, envolveu-se em um acidente com Kimi Raikkonen logo depois da largada e teve de abandonar a prova. Seu companheiro de time, Bottas, foi ao pódio no segundo posto –Lewis Hamilton venceu. "Nosso carro se comportou bem aqui no ano passado e acho que temos tudo para repetir o bom desempenho neste ano também", afirmou Massa.
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Paulistanos contam qual é a sua praia em pesquisa do Datafolha
DE SÃO PAULO Em pesquisa realizada pelo Datalfolha no último dia 26 de setembro, com mais de 600 pessoas acima dos 16 anos, 64% dos moradores de São Paulo revelaram que viajam ao litoral pelo menos uma vez ao ano. Fernando de Noronha, no Brasil, e Havaí, no exterior, são os mais citados quando se fala no lugar que os moradores da cidade gostariam de conhecer. Saiba mais sobre as preferências dos paulistanos quando a assunto é sol, areia e mar. * Com praias para todos, Fernando de Noronha é o sonho de paulistanos Porto de Galinhas conquista turistas com água morna em piscinas naturais Com sol o ano todo, Natal atrai turistas de São Paulo Terra de Iracema, Fortaleza reúne atrativos urbanos e belezas naturais No verão, paulistanos cobiçam praias de Miami como destino estrangeiro Com nome de santa boliviana, Copacabana é um ícone carioca Além das praias, Cancún oferece passeios históricos e vida noturna linha fina Turista pode usar mordomias de hotéis de luxo sem se hospedar Terrinha de Barack Obama, Havaí tem miniparaísos para qualquer perfil Meca das festas, Ibiza, na Espanha é ideal para viajar com amigos
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Paulistanos contam qual é a sua praia em pesquisa do DatafolhaDE SÃO PAULO Em pesquisa realizada pelo Datalfolha no último dia 26 de setembro, com mais de 600 pessoas acima dos 16 anos, 64% dos moradores de São Paulo revelaram que viajam ao litoral pelo menos uma vez ao ano. Fernando de Noronha, no Brasil, e Havaí, no exterior, são os mais citados quando se fala no lugar que os moradores da cidade gostariam de conhecer. Saiba mais sobre as preferências dos paulistanos quando a assunto é sol, areia e mar. * Com praias para todos, Fernando de Noronha é o sonho de paulistanos Porto de Galinhas conquista turistas com água morna em piscinas naturais Com sol o ano todo, Natal atrai turistas de São Paulo Terra de Iracema, Fortaleza reúne atrativos urbanos e belezas naturais No verão, paulistanos cobiçam praias de Miami como destino estrangeiro Com nome de santa boliviana, Copacabana é um ícone carioca Além das praias, Cancún oferece passeios históricos e vida noturna linha fina Turista pode usar mordomias de hotéis de luxo sem se hospedar Terrinha de Barack Obama, Havaí tem miniparaísos para qualquer perfil Meca das festas, Ibiza, na Espanha é ideal para viajar com amigos
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Morto aos 80, Jannis Kounellis criou arte da presença incômoda
Morto aos 80, nesta quinta, em Roma, o artista grego Jannis Kounellis foi um dos maiores nomes da chamada arte povera, ou arte pobre, vanguarda italiana que surgiu no fim da década 1960. Suas esculturas criadas com sacos de estopa, pedaços de pedra e carvão, vigas de ferro e até animais vivos, de cavalos a peixes e araras, tinham tudo para se enquadrar, de fato, no movimento batizado dessa forma pelo crítico Germano Celant, que via despontar na Itália do pós-Guerra uma onda de arte avessa ao espetáculo. Kounellis, que se mudou para Roma em 1956, logo se tornou um dos nomes mais fortes dessa corrente, ao lado de Alberto Burri, Giuseppe Penone e Michelangelo Pistoletto. Mas a pobreza na obra desse artista também passava pela ideia de fome e miséria, como se a falta daquilo que é essencial para a vida fosse mais potente enquanto material plástico do que um simples efeito visual. Em 1969, numa das exposições mais importantes da história da arte contemporânea, Kounellis mostrou sacos de arroz, café, feijão e lentilhas. Esse seu trabalho em "Quando Atitudes se Tornam Forma", a mítica mostra organizada por Harald Szeemann em Berna, parecia ser um desdobramento inerte de seu trabalho mais famoso, realizado meses antes, quando transformou uma galeria de Roma em estábulo, levando 12 cavalos de verdade ao cubo branco. Talvez o nome mais visceral e teatral da arte povera, o artista entendeu a ação como uma pintura, dizendo não importar a presença dos cavalos, mas a imagem dos bichos. Ele orquestrava ali um estranho zoológico, em que o retrato dos cavalos eram eles mesmos em sua presença bruta, a energia nervosa da carne exposta. Esse jogo de presenças incômodas marcou sua trajetória, que teve passagens pela Bienal de Veneza e mostras individuais em museus como a Tate Modern, de Londres, e o Reina Sofía, de Madri. Em toda a sua obra, como nos tambores usados por uma escola de samba que mostrou pendurados contra retângulos metálicos na extinta galeria Progetti, no Rio, há uma espécie de latência ou tensão entre o que seria a representação de um objeto e sua vida verdadeira, a experiência física, no caso, dos tambores vibrando no Carnaval carioca. Há dois anos, o artista também fez os cenários de "Lohengrin", ópera de Wagner montada pelo Theatro Municipal paulistano, caminhando cada vez mais para uma dimensão de performance e mise-en-scène em seu trabalho. Muito além de uma ideia de pobreza enquanto resistência a uma arte inebriada pelo luxo e presa à criação de objetos estéticos para a venda, Kounellis trouxe a vida que pulsa para dentro da arte.
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Morto aos 80, Jannis Kounellis criou arte da presença incômodaMorto aos 80, nesta quinta, em Roma, o artista grego Jannis Kounellis foi um dos maiores nomes da chamada arte povera, ou arte pobre, vanguarda italiana que surgiu no fim da década 1960. Suas esculturas criadas com sacos de estopa, pedaços de pedra e carvão, vigas de ferro e até animais vivos, de cavalos a peixes e araras, tinham tudo para se enquadrar, de fato, no movimento batizado dessa forma pelo crítico Germano Celant, que via despontar na Itália do pós-Guerra uma onda de arte avessa ao espetáculo. Kounellis, que se mudou para Roma em 1956, logo se tornou um dos nomes mais fortes dessa corrente, ao lado de Alberto Burri, Giuseppe Penone e Michelangelo Pistoletto. Mas a pobreza na obra desse artista também passava pela ideia de fome e miséria, como se a falta daquilo que é essencial para a vida fosse mais potente enquanto material plástico do que um simples efeito visual. Em 1969, numa das exposições mais importantes da história da arte contemporânea, Kounellis mostrou sacos de arroz, café, feijão e lentilhas. Esse seu trabalho em "Quando Atitudes se Tornam Forma", a mítica mostra organizada por Harald Szeemann em Berna, parecia ser um desdobramento inerte de seu trabalho mais famoso, realizado meses antes, quando transformou uma galeria de Roma em estábulo, levando 12 cavalos de verdade ao cubo branco. Talvez o nome mais visceral e teatral da arte povera, o artista entendeu a ação como uma pintura, dizendo não importar a presença dos cavalos, mas a imagem dos bichos. Ele orquestrava ali um estranho zoológico, em que o retrato dos cavalos eram eles mesmos em sua presença bruta, a energia nervosa da carne exposta. Esse jogo de presenças incômodas marcou sua trajetória, que teve passagens pela Bienal de Veneza e mostras individuais em museus como a Tate Modern, de Londres, e o Reina Sofía, de Madri. Em toda a sua obra, como nos tambores usados por uma escola de samba que mostrou pendurados contra retângulos metálicos na extinta galeria Progetti, no Rio, há uma espécie de latência ou tensão entre o que seria a representação de um objeto e sua vida verdadeira, a experiência física, no caso, dos tambores vibrando no Carnaval carioca. Há dois anos, o artista também fez os cenários de "Lohengrin", ópera de Wagner montada pelo Theatro Municipal paulistano, caminhando cada vez mais para uma dimensão de performance e mise-en-scène em seu trabalho. Muito além de uma ideia de pobreza enquanto resistência a uma arte inebriada pelo luxo e presa à criação de objetos estéticos para a venda, Kounellis trouxe a vida que pulsa para dentro da arte.
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Ex-militante pela queda de Dilma se foca em combate à corrupção
RESUMO - Ex-militante entusiasmada de grupos que pedem a queda da presidente Dilma Rousseff, como o Vem Pra Rua e o Acorda Brasil, a empresária e socialite Rosangela Lyra agora se diz contra o impeachment. Mais importante, diz a presidente da Associação dos Lojistas dos Jardins –conhecida também por ser ex-sogra do jogador Kaká–, é coletar assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular patrocinado pelo Ministério Público com medidas anticorrupção. "Hoje, para mim, passar o Brasil a limpo é mais importante que tirar o PT do poder na marra", explica. * No início do ano, pensava que seria possível uma renúncia da presidente Dilma. Falava-se muito da possibilidade de ter havido fraude na reeleição, a economia estava com uma perspectiva muito ruim, o desemprego estava crescendo e havia erros de gestão. Queria que ela saísse. Na eleição, Eduardo Campos era a minha opção. Quando ele faleceu, eu comecei a apoiar a Marina e colaborei um pouco com a campanha. Marina foi desconstruída pelo marketing do PT. No momento em que ela apoiou o Aécio, fiz o mesmo, porque eu não queria a Dilma. Em agosto de 2014, comecei a fazer o Política Viva [encontros em que convidados debatem o cenário nacional]. Me envolvi mais abertamente com política. Anteriormente, já havia ajudado a campanha de 2004 do ex-prefeito José Serra (PSDB) e fiz um jantar para arrecadar fundos para a campanha de 2010 do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Não tenho simpatia pelo PT. A convite dos fundadores do Vem Pra Rua, fiz parte do movimento deles por dois meses. Algumas pessoas saíram e montaram o Acorda Brasil. Minha passagem por lá foi mais no sentido de entender o que eles queriam do que de efetivamente participar. Também arrecadei fundos para o MBL (Movimento Brasil Livre) na marcha que eles fizeram para Brasília. Pensei: "São jovens que querem mudar o Brasil". Eu não tinha visto tanto radicalismo naquele momento. É mais fácil você criar um rótulo e sair atacando. Como posts de raiva geram mais "likes", alguns movimentos põem um post de raiva e todo mundo concorda, comenta com emoticons de palminha, beijinho, bandeirinha. No primeiro semestre, o Ministério Público me convidou a encabeçar um movimento junto aos lojistas, ao comércio aqui da região. Divulguei muito as 10 Medidas [conjunto de propostas do Ministério Público contra a corrupção]. Sacrifiquei horas de almoço, noite e fins de semana para coletar assinaturas. Das 75 mil assinaturas que o nosso grupo, chamado Força-Tarefa das 10 Medidas, coletou até o dia 9 de dezembro, só metade fomos nós que colhemos. O resto foram os multiplicadores. Distribuímos mais de 5.000 kits com 64 fichas cada um. Por isso ganhei uma homenagem do Ministério Público. Meu ponto de virada foi quando eu percebi a importância da Lava Jato e a não interferência da presidente. A gente se acostumou a mudar os personagens da história, e não o enredo. Prefiro mudar o enredo. Tem que pegar os corruptos, seja do PT, do PMDB, do PSDB, do PP. Esse meu posicionamento vai ao encontro do que pensam os investigadores da Lava Jato. Na última coletiva, perguntaram se havia interferência do governo na operação. Os investigadores disseram que não havia. Poderiam ter se esquivado ou respondido com menos ênfase, mas foram categóricos. Se a Lava Jato tem hoje o peso que tem, foi porque Dilma sancionou a lei que prevê a delação premiada e deixa a operação funcionar. Quem iria para a rua quando começassem as canetadas, as pessoas sendo soltas? A Itália, na Operação Mãos Limpas, também prendeu poderosos, políticos e empresários. Mas, como não aproveitou aquele momento para fazer as reformas, entrou o Silvio Berlusconi [ex-premiê]. Escuto a explicação "um de cada vez" para justificar a saída da Dilma primeiro, mas não é assim no mundo real, você não tira dois presidentes do poder no mesmo ano. Esse próximo presidente, independente de quem fosse, teria todos os poderes para desconstruir a Lava Jato. Hoje, para mim, passar o Brasil a limpo é mais importante que tirar o PT do poder na marra. Eu não consigo ver as duas coisas –o impeachment e a ascensão de um político com discurso de unificação e com interesses políticos contrários à Lava Jato– possibilitando essa limpeza. Eu chamo de evolução de posicionamento, não de mudança. As pessoas me escrevem: "Para com essa posição de ir contra o impeachment, você está queimando sua imagem". Alguns me acusam de estar levando dinheiro do PT. Eu digo que o tempo vai corrigir qualquer distorção que eles estejam vendo. Quando alguém diz que a Justiça e a Procuradoria só prendem gente do PMDB, e não do PT, eu pergunto: "Vocês esqueceram que João Vaccari Neto, José Dirceu e Delcídio do Amaral estão presos?". Eles põem em dúvida a idoneidade da Procuradoria-Geral da República. Que Dilma continue deixando a Lava Jato adquirir cada vez mais corpo e que ela enrole todos aqueles que fazem pressão para demitir o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que notadamente não interfere. Tenho a humildade de ter mudado de opinião, por que não é fácil mudar. E tenho muita confiança de que é pelo bem do país.
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Ex-militante pela queda de Dilma se foca em combate à corrupçãoRESUMO - Ex-militante entusiasmada de grupos que pedem a queda da presidente Dilma Rousseff, como o Vem Pra Rua e o Acorda Brasil, a empresária e socialite Rosangela Lyra agora se diz contra o impeachment. Mais importante, diz a presidente da Associação dos Lojistas dos Jardins –conhecida também por ser ex-sogra do jogador Kaká–, é coletar assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular patrocinado pelo Ministério Público com medidas anticorrupção. "Hoje, para mim, passar o Brasil a limpo é mais importante que tirar o PT do poder na marra", explica. * No início do ano, pensava que seria possível uma renúncia da presidente Dilma. Falava-se muito da possibilidade de ter havido fraude na reeleição, a economia estava com uma perspectiva muito ruim, o desemprego estava crescendo e havia erros de gestão. Queria que ela saísse. Na eleição, Eduardo Campos era a minha opção. Quando ele faleceu, eu comecei a apoiar a Marina e colaborei um pouco com a campanha. Marina foi desconstruída pelo marketing do PT. No momento em que ela apoiou o Aécio, fiz o mesmo, porque eu não queria a Dilma. Em agosto de 2014, comecei a fazer o Política Viva [encontros em que convidados debatem o cenário nacional]. Me envolvi mais abertamente com política. Anteriormente, já havia ajudado a campanha de 2004 do ex-prefeito José Serra (PSDB) e fiz um jantar para arrecadar fundos para a campanha de 2010 do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Não tenho simpatia pelo PT. A convite dos fundadores do Vem Pra Rua, fiz parte do movimento deles por dois meses. Algumas pessoas saíram e montaram o Acorda Brasil. Minha passagem por lá foi mais no sentido de entender o que eles queriam do que de efetivamente participar. Também arrecadei fundos para o MBL (Movimento Brasil Livre) na marcha que eles fizeram para Brasília. Pensei: "São jovens que querem mudar o Brasil". Eu não tinha visto tanto radicalismo naquele momento. É mais fácil você criar um rótulo e sair atacando. Como posts de raiva geram mais "likes", alguns movimentos põem um post de raiva e todo mundo concorda, comenta com emoticons de palminha, beijinho, bandeirinha. No primeiro semestre, o Ministério Público me convidou a encabeçar um movimento junto aos lojistas, ao comércio aqui da região. Divulguei muito as 10 Medidas [conjunto de propostas do Ministério Público contra a corrupção]. Sacrifiquei horas de almoço, noite e fins de semana para coletar assinaturas. Das 75 mil assinaturas que o nosso grupo, chamado Força-Tarefa das 10 Medidas, coletou até o dia 9 de dezembro, só metade fomos nós que colhemos. O resto foram os multiplicadores. Distribuímos mais de 5.000 kits com 64 fichas cada um. Por isso ganhei uma homenagem do Ministério Público. Meu ponto de virada foi quando eu percebi a importância da Lava Jato e a não interferência da presidente. A gente se acostumou a mudar os personagens da história, e não o enredo. Prefiro mudar o enredo. Tem que pegar os corruptos, seja do PT, do PMDB, do PSDB, do PP. Esse meu posicionamento vai ao encontro do que pensam os investigadores da Lava Jato. Na última coletiva, perguntaram se havia interferência do governo na operação. Os investigadores disseram que não havia. Poderiam ter se esquivado ou respondido com menos ênfase, mas foram categóricos. Se a Lava Jato tem hoje o peso que tem, foi porque Dilma sancionou a lei que prevê a delação premiada e deixa a operação funcionar. Quem iria para a rua quando começassem as canetadas, as pessoas sendo soltas? A Itália, na Operação Mãos Limpas, também prendeu poderosos, políticos e empresários. Mas, como não aproveitou aquele momento para fazer as reformas, entrou o Silvio Berlusconi [ex-premiê]. Escuto a explicação "um de cada vez" para justificar a saída da Dilma primeiro, mas não é assim no mundo real, você não tira dois presidentes do poder no mesmo ano. Esse próximo presidente, independente de quem fosse, teria todos os poderes para desconstruir a Lava Jato. Hoje, para mim, passar o Brasil a limpo é mais importante que tirar o PT do poder na marra. Eu não consigo ver as duas coisas –o impeachment e a ascensão de um político com discurso de unificação e com interesses políticos contrários à Lava Jato– possibilitando essa limpeza. Eu chamo de evolução de posicionamento, não de mudança. As pessoas me escrevem: "Para com essa posição de ir contra o impeachment, você está queimando sua imagem". Alguns me acusam de estar levando dinheiro do PT. Eu digo que o tempo vai corrigir qualquer distorção que eles estejam vendo. Quando alguém diz que a Justiça e a Procuradoria só prendem gente do PMDB, e não do PT, eu pergunto: "Vocês esqueceram que João Vaccari Neto, José Dirceu e Delcídio do Amaral estão presos?". Eles põem em dúvida a idoneidade da Procuradoria-Geral da República. Que Dilma continue deixando a Lava Jato adquirir cada vez mais corpo e que ela enrole todos aqueles que fazem pressão para demitir o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que notadamente não interfere. Tenho a humildade de ter mudado de opinião, por que não é fácil mudar. E tenho muita confiança de que é pelo bem do país.
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Del Nero tem cargo remunerado em comitê da Copa de 2014
Marco Polo Del Nero é muito conhecido como presidente da CBF, a entidade que manda no futebol brasileiro. O que pouca gente sabe, ao menos até agora, é que o cartola também está no comando do COL, o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (essa sobreposição de cargos não é ilegal). Quase 15 meses depois de a Alemanha bater a Argentina na final do Mundial do Brasil, a empresa criada em 2008 para coordenar as ações da Copa continua ativa, sendo bancada pela Fifa. Em 17 de abril de 2015, Del Nero, que um dia antes assumiu a presidência da CBF no lugar de José Maria Marin, o substituiu também como sócio e diretor-presidente do COL, com direito, segundo o contrato social da empresa, a uma remuneração mensal. Conforme publicou Juca Kfouri, colunista da Folha, em 2012 a quantia era R$ 110 mil por mês. Sócia majoritária do COL, a CBF confirmou a mudança na empresa, que passou a ter Del Nero como minoritário, além de diretor do comitê. Mas a entidade não respondeu se o cartola recebe normalmente a remuneração. Não há ilegalidade em receber como sócio-presidente do comitê ou acumular esses vencimentos com os da CBF -seu salário na entidade que comanda o futebol brasileiro gira em torno de R$ 200 mil. Seus antecessores Ricardo Teixeira (de 2008 a 2012) e Marin (de 2012 a 2015) mantiveram as duas funções. O orçamento do comitê foi repassado 100% pela Fifa a fim de pagar funcionários, ações de marketing, transporte, entre outras atividades. Segundo a Fifa, foram US$ 453 milhões (R$ 1,8 bilhão, na cotação atual) entre junho de 2008, quando o COL foi criado, e dezembro de 2014. Repasse da Fifa para o COL DISSOLUÇÃO Del Nero assumiu uma empresa que hoje tem funções limitadas à burocracia, como pagamento a fornecedores, e que está em processo de dissolução, segundo o departamento jurídico do comitê. O contrato social determina que o COL seja "dissolvido e liquidado" em até 18 meses após final da Copa, ou seja, até 12 de janeiro de 2016. Hoje o comitê funciona em duas salas em prédio na Barra da Tijuca, no Rio. Com apenas dez colaboradores, tem uma estrutura bem mais modesta do que a de 2014, quando ocupou diversas salas no Riocentro, espaço onde ficou o centro internacional de imprensa. HISTÓRICO O COL foi criado em junho de 2008 para organizar a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014. A Fifa exige a criação desse comitê local para todos os eventos que realiza. No Brasil, houve uma particularidade: o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, decidiu que comandaria as duas instituições, a CBF e COL. Na Alemanha, em 2006, o ex-jogador Franz Beckenbauer era unicamente presidente do comitê local. Em março de 2012, Teixeira, enfraquecido na Fifa por suposta propina que ganhou de empresa de marketing esportivo, renunciou aos dois cargos, sendo substituído em ambos por José Maria Marin. Pouco antes, para amenizar críticas de acúmulo dos cargos, foi criado um conselho de administração, com os ex-atletas Ronaldo e Bebeto. Os ex-jogadores tinham direito a remuneração pelo cargo, mas, quando assumiram, afirmaram em entrevistas que abririam mão dos salários. OUTRO LADO Sócia majoritária do COL (Comitê Olímpico Local), a CBF confirmou a mudança na empresa, que passou a ter Del Nero como sócio minoritário, além de diretor do comitê. Questionada quatro vezes nos últimos dias se o cartola recebe normalmente a remuneração, a CBF não respondeu à reportagem. Essa foi a única das perguntas feitas pela Folha que a CBF e o COL não responderam em relação a Del Nero como diretor-presidente do comitê local. Em 17 de abril de 2015, Del Nero substituiu Marin à frente da CBF. Pouco mais de um mês depois, Marin foi preso na Suíça. No dia 15 de maio deste ano, o COL protocolou a alteração societária na Junta Comercial do Rio. "O COL encontra-se em processo de desmobilização, contando com estrutura mínima necessária, sendo que o prazo final para a referida desmobilização ainda não foi definida", escreveu Alvaro Palma de Jorge, um dos advogados do COL. Ele também diz que não há lucro a ser distribuído entre os sócios. "Qualquer sobra orçamentária será devolvida para a Fifa ao término do processo de desmobilização, conforme acordado com aquela entidade", afirma o advogado. Segundo o COL, a empresa continua a existir devido a questões burocráticas, como pagamentos a fornecedores, ainda referentes à Copa do Mundo, e audiências em processos judiciais. SAIBA MAIS FUNDAÇÃO O Comitê Organizador Local foi criado em junho de 2008 para organizar a Copa das Confederações-2013 e a Copa do Mundo-2014 no Brasil LIDERANÇA De junho de 2008 a março de 2012, o presidente e sócio minoritário do COL foi Ricardo Teixeira, que presidia também a CBF (a confederação era a sócia majoritária). Ele foi substituído por José Maria Marin, que depois cedeu o cargo, em abril de 2015, a Marco Polo Del Nero. O posto é remunerado REDUÇÃO Em dezembro de 2014, o COL diminuiu suas atividades e mudou sua sede do Riocentro para duas salas em um prédio comercial na Barra da Tijuca
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Del Nero tem cargo remunerado em comitê da Copa de 2014Marco Polo Del Nero é muito conhecido como presidente da CBF, a entidade que manda no futebol brasileiro. O que pouca gente sabe, ao menos até agora, é que o cartola também está no comando do COL, o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (essa sobreposição de cargos não é ilegal). Quase 15 meses depois de a Alemanha bater a Argentina na final do Mundial do Brasil, a empresa criada em 2008 para coordenar as ações da Copa continua ativa, sendo bancada pela Fifa. Em 17 de abril de 2015, Del Nero, que um dia antes assumiu a presidência da CBF no lugar de José Maria Marin, o substituiu também como sócio e diretor-presidente do COL, com direito, segundo o contrato social da empresa, a uma remuneração mensal. Conforme publicou Juca Kfouri, colunista da Folha, em 2012 a quantia era R$ 110 mil por mês. Sócia majoritária do COL, a CBF confirmou a mudança na empresa, que passou a ter Del Nero como minoritário, além de diretor do comitê. Mas a entidade não respondeu se o cartola recebe normalmente a remuneração. Não há ilegalidade em receber como sócio-presidente do comitê ou acumular esses vencimentos com os da CBF -seu salário na entidade que comanda o futebol brasileiro gira em torno de R$ 200 mil. Seus antecessores Ricardo Teixeira (de 2008 a 2012) e Marin (de 2012 a 2015) mantiveram as duas funções. O orçamento do comitê foi repassado 100% pela Fifa a fim de pagar funcionários, ações de marketing, transporte, entre outras atividades. Segundo a Fifa, foram US$ 453 milhões (R$ 1,8 bilhão, na cotação atual) entre junho de 2008, quando o COL foi criado, e dezembro de 2014. Repasse da Fifa para o COL DISSOLUÇÃO Del Nero assumiu uma empresa que hoje tem funções limitadas à burocracia, como pagamento a fornecedores, e que está em processo de dissolução, segundo o departamento jurídico do comitê. O contrato social determina que o COL seja "dissolvido e liquidado" em até 18 meses após final da Copa, ou seja, até 12 de janeiro de 2016. Hoje o comitê funciona em duas salas em prédio na Barra da Tijuca, no Rio. Com apenas dez colaboradores, tem uma estrutura bem mais modesta do que a de 2014, quando ocupou diversas salas no Riocentro, espaço onde ficou o centro internacional de imprensa. HISTÓRICO O COL foi criado em junho de 2008 para organizar a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014. A Fifa exige a criação desse comitê local para todos os eventos que realiza. No Brasil, houve uma particularidade: o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, decidiu que comandaria as duas instituições, a CBF e COL. Na Alemanha, em 2006, o ex-jogador Franz Beckenbauer era unicamente presidente do comitê local. Em março de 2012, Teixeira, enfraquecido na Fifa por suposta propina que ganhou de empresa de marketing esportivo, renunciou aos dois cargos, sendo substituído em ambos por José Maria Marin. Pouco antes, para amenizar críticas de acúmulo dos cargos, foi criado um conselho de administração, com os ex-atletas Ronaldo e Bebeto. Os ex-jogadores tinham direito a remuneração pelo cargo, mas, quando assumiram, afirmaram em entrevistas que abririam mão dos salários. OUTRO LADO Sócia majoritária do COL (Comitê Olímpico Local), a CBF confirmou a mudança na empresa, que passou a ter Del Nero como sócio minoritário, além de diretor do comitê. Questionada quatro vezes nos últimos dias se o cartola recebe normalmente a remuneração, a CBF não respondeu à reportagem. Essa foi a única das perguntas feitas pela Folha que a CBF e o COL não responderam em relação a Del Nero como diretor-presidente do comitê local. Em 17 de abril de 2015, Del Nero substituiu Marin à frente da CBF. Pouco mais de um mês depois, Marin foi preso na Suíça. No dia 15 de maio deste ano, o COL protocolou a alteração societária na Junta Comercial do Rio. "O COL encontra-se em processo de desmobilização, contando com estrutura mínima necessária, sendo que o prazo final para a referida desmobilização ainda não foi definida", escreveu Alvaro Palma de Jorge, um dos advogados do COL. Ele também diz que não há lucro a ser distribuído entre os sócios. "Qualquer sobra orçamentária será devolvida para a Fifa ao término do processo de desmobilização, conforme acordado com aquela entidade", afirma o advogado. Segundo o COL, a empresa continua a existir devido a questões burocráticas, como pagamentos a fornecedores, ainda referentes à Copa do Mundo, e audiências em processos judiciais. SAIBA MAIS FUNDAÇÃO O Comitê Organizador Local foi criado em junho de 2008 para organizar a Copa das Confederações-2013 e a Copa do Mundo-2014 no Brasil LIDERANÇA De junho de 2008 a março de 2012, o presidente e sócio minoritário do COL foi Ricardo Teixeira, que presidia também a CBF (a confederação era a sócia majoritária). Ele foi substituído por José Maria Marin, que depois cedeu o cargo, em abril de 2015, a Marco Polo Del Nero. O posto é remunerado REDUÇÃO Em dezembro de 2014, o COL diminuiu suas atividades e mudou sua sede do Riocentro para duas salas em um prédio comercial na Barra da Tijuca
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Com apelo social, plataforma on-line atrai investidores para start ups
Na hora de diversificar suas aplicações, o advogado Murilo Morelli, 33, encontrou em uma start up um bom investimento. Comprou R$ 10 mil em ações por meio de uma plataforma de financiamento coletivo, chamado de equity crowdfunding. Com as economias divididas em fundos CDI e poupança até então, ele se tornou em dezembro um dos investidores do Programa Vivenda, um negócio social que realiza reformas de baixo custo em favelas de São Paulo. "O que me interessou foi o projeto em si", explica o advogado. "O foco não é o retorno financeiro." Os prêmios Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro já estão com as inscrições abertas; participe. Além de diversificar as aplicações, ele comprou ações de uma empresa que tem como missão melhorar as condições de vida da população de baixa renda. "Foi um jeito de apoiar um projeto com a certeza de que ia ter pelo menos a correção da poupança." O novo tipo de captação aprovado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em 2014 já atraiu mais de 600 investidores ativos, que utilizam a plataforma on-line Broota para fazer suas aplicações. Desde então, cerca de R$ 6 milhões foram investidos em start ups e negócios de impacto social. Estreante nesse tipo de investimento, a jornalista Gabriela Sylos, 33, só tinha ousado até então ao comprar papéis do Tesouro Direto. Foi no Facebook que ela descobriu o link para a plataforma de financiamento para negócios sociais. "Tinha interesse em ajudar, mas jamais trabalhei no terceiro setor", relata. Gabriela investiu o valor mínimo da captação: R$ 2.500. Achou a operação simples e a plataforma didática. "É uma forma bem diferente de colaborar, tem retorno financeiro, mas sei que é de risco. Estou esperando no que vai dar." Mais experiente, Roberto Politi, 52, superintendente de investimentos do Banco Ourinvest, também se interessou pelo Broota e acabou investindo em sete negócios iniciantes que estão captando na plataforma, entre eles Pet Delícia, Timokids e Vivenda. De portfólio mais conservador, suas aplicações sempre foram em renda fixa, bolsa de ações e fundo imobiliário. "Achei interessante poder unir investimento em start up com tese social." Ele aposta em retorno no Vivenda, criada há apenas dois anos por Fernando Assad. " [O negócio] tem uma área de atuação interessante e tudo para crescer", diz. Assad se diz surpreso com o perfil diversificado de investidores que colocaram R$ 445 mil em seu negócio por meio do equity crowdfunding. "A gente não imaginava qual era o perfil e veio de tudo." Ele contou com a assessoria da Din4mo. A consultoria especializada em negócios sociais faz a ponte com potenciais investidores e auxiliou também na captação de R$ 600 mil para a Impact Hub, um espaço de trabalho compartilhado para empreendedores de impacto. "Periodicamente, os investidores recebem informações, relatórios financeiros, legais e operacionais. É isso que muda, principalmente. É preciso ser compreensível para todos", explica Marco Gorini, sócio da Din4mo. É o tipo de garantia que faz investidores de maior porte entrarem na carteira. A InterCement, multinacional da área de cimento, por exemplo, investiu R$ 150 mil na Vivenda pelo Broota. Usou para isso a NeoGera, uma empresa da holding criada em 2014 justamente para investir em start ups. O relacionamento entre o Vivenda e a empresa já vinha ocorrendo, quando o negócio social começou a buscar potenciais parceiros do setor de construção para baratear os custos das reformas que realiza. "No Vivenda, a gente tem dois pilares, e um deles é comprar material mais barato. Para isso, a estratégia é se aproximar da indústria", afirma Assad. Parte do dinheiro obtido pelo financiamento coletivo viabilizou a abertura da primeira loja Vivenda, na terça-feira (5), no Jardim Ibirapuera, na zona sul de SP. "O objetivo não é só vender reforma, mas construir parcerias, como a da InterCement, com viés de desenvolvimento para fidelizar o cliente", explica Assad. O próximo passo do Vivenda é validar o modelo de negócio de reformas de baixo custo e alcançar 1 milhão de clientes a partir de 2017.
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Com apelo social, plataforma on-line atrai investidores para start upsNa hora de diversificar suas aplicações, o advogado Murilo Morelli, 33, encontrou em uma start up um bom investimento. Comprou R$ 10 mil em ações por meio de uma plataforma de financiamento coletivo, chamado de equity crowdfunding. Com as economias divididas em fundos CDI e poupança até então, ele se tornou em dezembro um dos investidores do Programa Vivenda, um negócio social que realiza reformas de baixo custo em favelas de São Paulo. "O que me interessou foi o projeto em si", explica o advogado. "O foco não é o retorno financeiro." Os prêmios Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro já estão com as inscrições abertas; participe. Além de diversificar as aplicações, ele comprou ações de uma empresa que tem como missão melhorar as condições de vida da população de baixa renda. "Foi um jeito de apoiar um projeto com a certeza de que ia ter pelo menos a correção da poupança." O novo tipo de captação aprovado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em 2014 já atraiu mais de 600 investidores ativos, que utilizam a plataforma on-line Broota para fazer suas aplicações. Desde então, cerca de R$ 6 milhões foram investidos em start ups e negócios de impacto social. Estreante nesse tipo de investimento, a jornalista Gabriela Sylos, 33, só tinha ousado até então ao comprar papéis do Tesouro Direto. Foi no Facebook que ela descobriu o link para a plataforma de financiamento para negócios sociais. "Tinha interesse em ajudar, mas jamais trabalhei no terceiro setor", relata. Gabriela investiu o valor mínimo da captação: R$ 2.500. Achou a operação simples e a plataforma didática. "É uma forma bem diferente de colaborar, tem retorno financeiro, mas sei que é de risco. Estou esperando no que vai dar." Mais experiente, Roberto Politi, 52, superintendente de investimentos do Banco Ourinvest, também se interessou pelo Broota e acabou investindo em sete negócios iniciantes que estão captando na plataforma, entre eles Pet Delícia, Timokids e Vivenda. De portfólio mais conservador, suas aplicações sempre foram em renda fixa, bolsa de ações e fundo imobiliário. "Achei interessante poder unir investimento em start up com tese social." Ele aposta em retorno no Vivenda, criada há apenas dois anos por Fernando Assad. " [O negócio] tem uma área de atuação interessante e tudo para crescer", diz. Assad se diz surpreso com o perfil diversificado de investidores que colocaram R$ 445 mil em seu negócio por meio do equity crowdfunding. "A gente não imaginava qual era o perfil e veio de tudo." Ele contou com a assessoria da Din4mo. A consultoria especializada em negócios sociais faz a ponte com potenciais investidores e auxiliou também na captação de R$ 600 mil para a Impact Hub, um espaço de trabalho compartilhado para empreendedores de impacto. "Periodicamente, os investidores recebem informações, relatórios financeiros, legais e operacionais. É isso que muda, principalmente. É preciso ser compreensível para todos", explica Marco Gorini, sócio da Din4mo. É o tipo de garantia que faz investidores de maior porte entrarem na carteira. A InterCement, multinacional da área de cimento, por exemplo, investiu R$ 150 mil na Vivenda pelo Broota. Usou para isso a NeoGera, uma empresa da holding criada em 2014 justamente para investir em start ups. O relacionamento entre o Vivenda e a empresa já vinha ocorrendo, quando o negócio social começou a buscar potenciais parceiros do setor de construção para baratear os custos das reformas que realiza. "No Vivenda, a gente tem dois pilares, e um deles é comprar material mais barato. Para isso, a estratégia é se aproximar da indústria", afirma Assad. Parte do dinheiro obtido pelo financiamento coletivo viabilizou a abertura da primeira loja Vivenda, na terça-feira (5), no Jardim Ibirapuera, na zona sul de SP. "O objetivo não é só vender reforma, mas construir parcerias, como a da InterCement, com viés de desenvolvimento para fidelizar o cliente", explica Assad. O próximo passo do Vivenda é validar o modelo de negócio de reformas de baixo custo e alcançar 1 milhão de clientes a partir de 2017.
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Temer espera efeito político de acordo com Estados
A renegociação das dívidas dos Estados vai custar R$ 50 bilhões até 2018 para os cofres da União e pode ser debitada na conta do impeachment, tanto para o interino Michel Temer como para a afastada Dilma Rousseff. Pressionado pela interinidade, o peemedebista pediu a seu ministro Henrique Meirelles (Fazenda) uma solução ainda na segunda-feira (20) para o impasse envolvendo as dívidas estaduais. Motivo: Temer não queria governadores insatisfeitos num momento em que depende do Senado, a Casa dos Estados, para o julgamento final do impeachment da petista Dilma Rousseff. A ordem era ceder, até onde era possível e sem causar sangrias exageradas nos cofres públicos, para evitar que o imbróglio das dívidas estaduais pudesse complicar a vida do peemedebista dentro do Senado Federal e tirar votos decisivos de senadores. O resultado é que a conta ficou mais salgada do que o previsto inicialmente. Na reta final, saltou de R$ 45 bilhões para R$ 50 bilhões. Mas foi o preço da tranquilidade na relação com os governadores e, também, para tentar fazer os Estados voltarem a funcionar num momento de debilidade econômica. Assessores do peemedebista destacam que ele não podia postergar a decisão não só por questões políticas, mas também judiciais e de herança econômica deixada pela presidente afastada, um problema que ela não resolveu. O Supremo Tribunal Federal havia dado prazo até a próxima segunda-feira (27) para que União e Estados fechassem um acordo, sob risco de tomar uma decisão que poderia ser ainda pior para os cofres da União. Além disto, Temer herdou de Dilma a situação de penúria dos Estados, um problema criado não só pelos governadores mas também pela presidente petista. Durante seu primeiro mandato, a presidente afastada decidiu incentivar os Estados a se endividarem e autorizou que eles aumentassem suas dívidas. A justificativa era que os governadores precisavam de dinheiro para investir e ajudar a recuperar o crescimento da economia do país. Na época, o então ministro Guido Mantega (Fazenda) foi alertado que o governo federal estava colocando em risco a responsabilidade fiscal dos Estados, o que poderia piorar mais a crise econômica em vez de atenuá-la. O resultado foi que os governadores que assumiram ou foram reeleitos com Dilma Rousseff em 2014, com raras exceções, encontraram os cofres vazios –atraso de pagamento de servidores públicos virou rotina no país. A profecia dos economistas virou realidade. A situação falimentar dos Estados, incentivada por Dilma, só fez agravar a recessão econômica, um dos fatores decisivos para a aprovação do afastamento da própria petista. Fez também o Brasil reviver uma triste fase de sua história, quando governadores gastavam sem responsabilidade na confiança de que, na hora da crise aguda, seriam socorridos pela União.
poder
Temer espera efeito político de acordo com EstadosA renegociação das dívidas dos Estados vai custar R$ 50 bilhões até 2018 para os cofres da União e pode ser debitada na conta do impeachment, tanto para o interino Michel Temer como para a afastada Dilma Rousseff. Pressionado pela interinidade, o peemedebista pediu a seu ministro Henrique Meirelles (Fazenda) uma solução ainda na segunda-feira (20) para o impasse envolvendo as dívidas estaduais. Motivo: Temer não queria governadores insatisfeitos num momento em que depende do Senado, a Casa dos Estados, para o julgamento final do impeachment da petista Dilma Rousseff. A ordem era ceder, até onde era possível e sem causar sangrias exageradas nos cofres públicos, para evitar que o imbróglio das dívidas estaduais pudesse complicar a vida do peemedebista dentro do Senado Federal e tirar votos decisivos de senadores. O resultado é que a conta ficou mais salgada do que o previsto inicialmente. Na reta final, saltou de R$ 45 bilhões para R$ 50 bilhões. Mas foi o preço da tranquilidade na relação com os governadores e, também, para tentar fazer os Estados voltarem a funcionar num momento de debilidade econômica. Assessores do peemedebista destacam que ele não podia postergar a decisão não só por questões políticas, mas também judiciais e de herança econômica deixada pela presidente afastada, um problema que ela não resolveu. O Supremo Tribunal Federal havia dado prazo até a próxima segunda-feira (27) para que União e Estados fechassem um acordo, sob risco de tomar uma decisão que poderia ser ainda pior para os cofres da União. Além disto, Temer herdou de Dilma a situação de penúria dos Estados, um problema criado não só pelos governadores mas também pela presidente petista. Durante seu primeiro mandato, a presidente afastada decidiu incentivar os Estados a se endividarem e autorizou que eles aumentassem suas dívidas. A justificativa era que os governadores precisavam de dinheiro para investir e ajudar a recuperar o crescimento da economia do país. Na época, o então ministro Guido Mantega (Fazenda) foi alertado que o governo federal estava colocando em risco a responsabilidade fiscal dos Estados, o que poderia piorar mais a crise econômica em vez de atenuá-la. O resultado foi que os governadores que assumiram ou foram reeleitos com Dilma Rousseff em 2014, com raras exceções, encontraram os cofres vazios –atraso de pagamento de servidores públicos virou rotina no país. A profecia dos economistas virou realidade. A situação falimentar dos Estados, incentivada por Dilma, só fez agravar a recessão econômica, um dos fatores decisivos para a aprovação do afastamento da própria petista. Fez também o Brasil reviver uma triste fase de sua história, quando governadores gastavam sem responsabilidade na confiança de que, na hora da crise aguda, seriam socorridos pela União.
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Armando Freitas Filho beira a narrativa em novos poemas
Reuniões da poesia completa de um autor vivo sempre são provisórias. No caso de Armando Freitas Filho, porém, a publicação de "Máquina de Escrever" (2003) teve por efeito tornar mais nítidas as continuidades e mudanças entre o conjunto de seus títulos publicados até então e os livros seguintes. As continuidades são identificáveis na própria estrutura dos livros. Pois se "Máquina de Escrever" trazia, junto aos anteriores (começando por "Palavra", de 1963, e terminando por "Fio Terra", de 2000), o livro inédito "Numeral/Nominal", os quatro livros seguintes deram sequência à série "Numeral" —com poemas encadeados por uma numeração que progride de uma coletânea a outra. Neste "Rol", a seção "Numeral" começa pelo poema 138 e vai até o 177, com versos que oscilam entre instantâneos do cotidiano e experiências de leitura, como os que alinham signos enigmáticos de Kafka e de Borges. Cada poema de "Numeral" traz uma data, menos com o intuito de demarcar a progressão da série do que de singularizar no tempo cada percepção do real. Esse esforço de objetivação —marca de Armando—, essa tentativa de salvar os entes da deglutição pela cadência numérica que o próprio poeta se impôs, ilumina retrospectivamente a primeira parte de "Rol", em que ele afirma: "Escrevo com meus erros rigorosos". "Escritor, Escritório", o longo poema de abertura do livro (30 séries de versos em 17 páginas), esmiúça as aflições e incertezas da escrita: "E se for hábito antigo que virou vício/ perdendo toda a virtude, reduzido/ a um jogo de paciência para matar o tempo/ através de uma forma indolor na casa quieta?". À solidão e à "mosca oftálmica" da velhice se somam a angústia da influência (o grande autor do passado como "monstro mesclado de corpo e letra") e o desencontro com leitores e críticos. No entanto, esses poemas contrastam com a feição áspera de sua poética até "Máquina de Escrever". Com menos arestas e uma sintaxe mais contínua, "Rol" beira a narrativa —como no conjunto da série "O Caso Ana C.", que relembra o suicídio da poeta (e ex-namorada) Ana Cristina Cesar. ROL AUTOR Armando Freitas Filho EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 39,90 (144 págs.)
ilustrada
Armando Freitas Filho beira a narrativa em novos poemasReuniões da poesia completa de um autor vivo sempre são provisórias. No caso de Armando Freitas Filho, porém, a publicação de "Máquina de Escrever" (2003) teve por efeito tornar mais nítidas as continuidades e mudanças entre o conjunto de seus títulos publicados até então e os livros seguintes. As continuidades são identificáveis na própria estrutura dos livros. Pois se "Máquina de Escrever" trazia, junto aos anteriores (começando por "Palavra", de 1963, e terminando por "Fio Terra", de 2000), o livro inédito "Numeral/Nominal", os quatro livros seguintes deram sequência à série "Numeral" —com poemas encadeados por uma numeração que progride de uma coletânea a outra. Neste "Rol", a seção "Numeral" começa pelo poema 138 e vai até o 177, com versos que oscilam entre instantâneos do cotidiano e experiências de leitura, como os que alinham signos enigmáticos de Kafka e de Borges. Cada poema de "Numeral" traz uma data, menos com o intuito de demarcar a progressão da série do que de singularizar no tempo cada percepção do real. Esse esforço de objetivação —marca de Armando—, essa tentativa de salvar os entes da deglutição pela cadência numérica que o próprio poeta se impôs, ilumina retrospectivamente a primeira parte de "Rol", em que ele afirma: "Escrevo com meus erros rigorosos". "Escritor, Escritório", o longo poema de abertura do livro (30 séries de versos em 17 páginas), esmiúça as aflições e incertezas da escrita: "E se for hábito antigo que virou vício/ perdendo toda a virtude, reduzido/ a um jogo de paciência para matar o tempo/ através de uma forma indolor na casa quieta?". À solidão e à "mosca oftálmica" da velhice se somam a angústia da influência (o grande autor do passado como "monstro mesclado de corpo e letra") e o desencontro com leitores e críticos. No entanto, esses poemas contrastam com a feição áspera de sua poética até "Máquina de Escrever". Com menos arestas e uma sintaxe mais contínua, "Rol" beira a narrativa —como no conjunto da série "O Caso Ana C.", que relembra o suicídio da poeta (e ex-namorada) Ana Cristina Cesar. ROL AUTOR Armando Freitas Filho EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 39,90 (144 págs.)
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O pior ainda piora: inflação
A pretensão de chegar à inflação de 4,5% em 2016 foi praticamente para as cucuias, como quase tudo mais na economia. Não bastassem todas as incertezas, caos, na verdade, abriu-se de vez outra frente de desarranjos sérios. Em termos simples, a conversa na nova trincheira de desastres diz respeito ao que vai piorar mais: juros, dólar ou inflação? A pergunta é se o Banco Central vai: a) Elevar a taxa de juros (o que aprofunda ou prolonga a recessão e, agora, pode não fazer efeito); b) Intervir no câmbio (segurar o preço ora inflacionário do dólar: improvável); c) Jogar a toalha, esperar que pelo menos meia boca do pacote fiscal meia boca passe (improvável, diz o PMDB) e que seja o que Deus quiser. Há duas opções restantes, claro. Primeira, o espírito de todos os santos baixa no governo, que apresenta milagrosamente um plano amplo e crível de arrumação de suas contas e de renúncia a bobagens econômicas de outra espécie, tirando o gás de dólar, juros etc. Segunda, credores incrédulos ligam o botão do colapso, com a disparada fatal de câmbio e juros. Levar a inflação à meta de 4,5% no fim de 2016 sem elevar a taxa básica de juros além do nível atual, 14,25%, era o plano do BC até ao menos a quinta-feira passada, passado remoto, nas novas condições brasileiras. Na semana passada, o próprio Banco Central previa inflação de 5,3% em 2016, mantida a taxa de juros atual, dólar ali por R$ 3,90 no final do ano etc. Ontem, os economistas que mais costumam acertar previsões, de acordo com o BC, estimavam inflação de 6,4% para 2016. Previsões costumam estar erradas; não são destino. Mas é o que se tem à mão a fim de calibrar a taxa de juros a fim de evitar alta extra da inflação. Pode ser que a recessão de 2015-16 seja grande o bastante para evitar altas adicionais de preços. Quer dizer, em termos "pop", só vai ser bom se for ruim. Só que não. As expectativas de inflação em alta, como agora, tendem a elevar a inflação. De resto, ainda não há perspectiva de contenção do preço ora inflacionário do dólar. A economia indexada deve carregar pelo menos parte da inflação de agora para o ano que vem. Isto é, por meio de regras formais ou não, reajustar 2016 pelas altas de 2015. Por exemplo, haverá em 2016 um reajuste de 10% no salário mínimo, aliás letal para prefeituras. Mesmo que não esteja em contrato, as pessoas passam a fazer contas reajustando tudo por "10%". Pode haver ainda reajustes de preços controlados pelo governo. Não está certo se a conta de luz já pagou todos os efeitos da seca e dos erros de Dilma Rousseff: pode haver mais reajustes extras. Dado o risco de desastre na Petrobras e a falta de dinheiro do governo para socorrê-la, não é absurdo imaginar que virão reajustes de combustíveis. Note-se que o aumento das estimativas de inflação para 2016 não se deveu à previsão de inflação maior nos preços administrados. O pior pode piorar. Em um governo crível, seria possível ter uma meta "extraordinária", intermediária, de inflação para 2016, com um plano estrito de redução da meta nos anos seguintes, o que permitiria segurar os juros sem rolo maior. Um governo crível teria plano fiscal para os próximos anos. Não é o que temos.
colunas
O pior ainda piora: inflaçãoA pretensão de chegar à inflação de 4,5% em 2016 foi praticamente para as cucuias, como quase tudo mais na economia. Não bastassem todas as incertezas, caos, na verdade, abriu-se de vez outra frente de desarranjos sérios. Em termos simples, a conversa na nova trincheira de desastres diz respeito ao que vai piorar mais: juros, dólar ou inflação? A pergunta é se o Banco Central vai: a) Elevar a taxa de juros (o que aprofunda ou prolonga a recessão e, agora, pode não fazer efeito); b) Intervir no câmbio (segurar o preço ora inflacionário do dólar: improvável); c) Jogar a toalha, esperar que pelo menos meia boca do pacote fiscal meia boca passe (improvável, diz o PMDB) e que seja o que Deus quiser. Há duas opções restantes, claro. Primeira, o espírito de todos os santos baixa no governo, que apresenta milagrosamente um plano amplo e crível de arrumação de suas contas e de renúncia a bobagens econômicas de outra espécie, tirando o gás de dólar, juros etc. Segunda, credores incrédulos ligam o botão do colapso, com a disparada fatal de câmbio e juros. Levar a inflação à meta de 4,5% no fim de 2016 sem elevar a taxa básica de juros além do nível atual, 14,25%, era o plano do BC até ao menos a quinta-feira passada, passado remoto, nas novas condições brasileiras. Na semana passada, o próprio Banco Central previa inflação de 5,3% em 2016, mantida a taxa de juros atual, dólar ali por R$ 3,90 no final do ano etc. Ontem, os economistas que mais costumam acertar previsões, de acordo com o BC, estimavam inflação de 6,4% para 2016. Previsões costumam estar erradas; não são destino. Mas é o que se tem à mão a fim de calibrar a taxa de juros a fim de evitar alta extra da inflação. Pode ser que a recessão de 2015-16 seja grande o bastante para evitar altas adicionais de preços. Quer dizer, em termos "pop", só vai ser bom se for ruim. Só que não. As expectativas de inflação em alta, como agora, tendem a elevar a inflação. De resto, ainda não há perspectiva de contenção do preço ora inflacionário do dólar. A economia indexada deve carregar pelo menos parte da inflação de agora para o ano que vem. Isto é, por meio de regras formais ou não, reajustar 2016 pelas altas de 2015. Por exemplo, haverá em 2016 um reajuste de 10% no salário mínimo, aliás letal para prefeituras. Mesmo que não esteja em contrato, as pessoas passam a fazer contas reajustando tudo por "10%". Pode haver ainda reajustes de preços controlados pelo governo. Não está certo se a conta de luz já pagou todos os efeitos da seca e dos erros de Dilma Rousseff: pode haver mais reajustes extras. Dado o risco de desastre na Petrobras e a falta de dinheiro do governo para socorrê-la, não é absurdo imaginar que virão reajustes de combustíveis. Note-se que o aumento das estimativas de inflação para 2016 não se deveu à previsão de inflação maior nos preços administrados. O pior pode piorar. Em um governo crível, seria possível ter uma meta "extraordinária", intermediária, de inflação para 2016, com um plano estrito de redução da meta nos anos seguintes, o que permitiria segurar os juros sem rolo maior. Um governo crível teria plano fiscal para os próximos anos. Não é o que temos.
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O futuro da medicina
O avanço da tecnologia afetou as bases de boa parte das profissões. As vítimas se contam às dezenas e incluem músicos, jornalistas, carteiros etc. Um ofício relativamente poupado até aqui é o de médico. Até aqui. A crer no médico e "geek" Eric Topol, autor de "The Patient Will See You Now" (o paciente vai vê-lo agora), está no forno uma revolução da qual os médicos não escaparão, mas que terá impactos positivos para os pacientes. Para Topol, o futuro está nos smartphones. O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já disponíveis ou muito próximas disso, que terão grande impacto sobre a medicina. Já é possível, por exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as imagens a um algoritmo que as analisa e diz com mais precisão do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode ser um câncer, o que exige medidas adicionais. Está para chegar ao mercado um apetrecho que transforma o celular num verdadeiro laboratório de análises clínicas, realizando mais de 50 exames a uma fração do custo atual. Também é possível, adquirindo lentes que custam centavos, transformar o smartphone num supermicroscópio que permite fazer diagnósticos ainda mais sofisticados. Tudo isso aliado à democratização do conhecimento, diz Topol, fará com que as pessoas administrem mais sua própria saúde, recorrendo ao médico em menor número de ocasiões e de preferência por via eletrônica. É o momento, assegura o autor, de ampliar a autonomia do paciente e abandonar o paternalismo que desde Hipócrates assombra a medicina. Concordo com as linhas gerais do pensamento de Topol, mas, como todo entusiasta da tecnologia, ele provavelmente exagera. Acho improvável, por exemplo, que os hospitais caminhem para uma rápida extinção. Dando algum desconto para as previsões, "The Patient..." é uma excelente leitura para os interessados nas transformações da medicina.
colunas
O futuro da medicinaO avanço da tecnologia afetou as bases de boa parte das profissões. As vítimas se contam às dezenas e incluem músicos, jornalistas, carteiros etc. Um ofício relativamente poupado até aqui é o de médico. Até aqui. A crer no médico e "geek" Eric Topol, autor de "The Patient Will See You Now" (o paciente vai vê-lo agora), está no forno uma revolução da qual os médicos não escaparão, mas que terá impactos positivos para os pacientes. Para Topol, o futuro está nos smartphones. O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já disponíveis ou muito próximas disso, que terão grande impacto sobre a medicina. Já é possível, por exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as imagens a um algoritmo que as analisa e diz com mais precisão do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode ser um câncer, o que exige medidas adicionais. Está para chegar ao mercado um apetrecho que transforma o celular num verdadeiro laboratório de análises clínicas, realizando mais de 50 exames a uma fração do custo atual. Também é possível, adquirindo lentes que custam centavos, transformar o smartphone num supermicroscópio que permite fazer diagnósticos ainda mais sofisticados. Tudo isso aliado à democratização do conhecimento, diz Topol, fará com que as pessoas administrem mais sua própria saúde, recorrendo ao médico em menor número de ocasiões e de preferência por via eletrônica. É o momento, assegura o autor, de ampliar a autonomia do paciente e abandonar o paternalismo que desde Hipócrates assombra a medicina. Concordo com as linhas gerais do pensamento de Topol, mas, como todo entusiasta da tecnologia, ele provavelmente exagera. Acho improvável, por exemplo, que os hospitais caminhem para uma rápida extinção. Dando algum desconto para as previsões, "The Patient..." é uma excelente leitura para os interessados nas transformações da medicina.
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Por que a Samarco tinha, a céu aberto, água contaminada?, pergunta leitor
Que a Samarco tem que indenizar a população é óbvio e ululante. A questão é por que a Samarco/ Vale tinha água contaminada armazenada a céu aberto? Qual é o processo de tratamento de efluente que permitiu acumular tamanho deficit de água contaminada? Governo, Ibama e Samarco estavam em conluio e esperavam que o sol evaporasse a água deixando o solo impermeável e contaminado? * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Por que a Samarco tinha, a céu aberto, água contaminada?, pergunta leitorQue a Samarco tem que indenizar a população é óbvio e ululante. A questão é por que a Samarco/ Vale tinha água contaminada armazenada a céu aberto? Qual é o processo de tratamento de efluente que permitiu acumular tamanho deficit de água contaminada? Governo, Ibama e Samarco estavam em conluio e esperavam que o sol evaporasse a água deixando o solo impermeável e contaminado? * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Turista argentino morre em briga com brasileiros em Ipanema, no Rio
Um turista argentino morreu na madrugada deste domingo (26) durante uma briga com brasileiros em um bar no bairro de Ipanema, na zona sul do Rio. Matias Carena, 28, estava no Rio de férias com amigos. Segundo a Globonews, eles o levaram para o Hospital Municipal Miguel Couto, mas Carena morreu antes de chegar. A Polícia Civil passou o dia ouvindo testemunhas, mas ainda não identificou nenhum suspeito. O corpo do turista está no IML (Instituto Médico Legal), que apontará a causa da morte. Carena era jogador de futsal do Círculos Unidos. O time decretou 48 horas de luto. "É com pesar que comunicamos a morte de Matias Carena, jogador da primeira divisão, em um confuso episódio no Rio. Matias chegou aqui com a mochila cheia de ilusões e em suas merecidas férias uns assassinos lhe arrancaram a vida. Pedimos apenas que compartilhem esta publicação para pedir #justicapormatias", diz texto na página do clube em uma rede social. Neste sábado (25), uma outra turista argentina morreu no Rio. Natália Cappetti ficou quase um mês internada no Hospital Souza Aguiar, após ser baleada no morro dos Prazeres, em Santa Teresa, na região central do Rio. Natália estava de carro com mais três amigos quando entrou, por engano, na favela quando tentavam chegar ao Corcovado com auxílio de um aplicativo de localização. O carro em que estavam foi recebido a tiros, que atingiram Natália na perna e na barriga. Seu marido e o casal de espanhóis que estava com eles não tiveram ferimentos.
cotidiano
Turista argentino morre em briga com brasileiros em Ipanema, no RioUm turista argentino morreu na madrugada deste domingo (26) durante uma briga com brasileiros em um bar no bairro de Ipanema, na zona sul do Rio. Matias Carena, 28, estava no Rio de férias com amigos. Segundo a Globonews, eles o levaram para o Hospital Municipal Miguel Couto, mas Carena morreu antes de chegar. A Polícia Civil passou o dia ouvindo testemunhas, mas ainda não identificou nenhum suspeito. O corpo do turista está no IML (Instituto Médico Legal), que apontará a causa da morte. Carena era jogador de futsal do Círculos Unidos. O time decretou 48 horas de luto. "É com pesar que comunicamos a morte de Matias Carena, jogador da primeira divisão, em um confuso episódio no Rio. Matias chegou aqui com a mochila cheia de ilusões e em suas merecidas férias uns assassinos lhe arrancaram a vida. Pedimos apenas que compartilhem esta publicação para pedir #justicapormatias", diz texto na página do clube em uma rede social. Neste sábado (25), uma outra turista argentina morreu no Rio. Natália Cappetti ficou quase um mês internada no Hospital Souza Aguiar, após ser baleada no morro dos Prazeres, em Santa Teresa, na região central do Rio. Natália estava de carro com mais três amigos quando entrou, por engano, na favela quando tentavam chegar ao Corcovado com auxílio de um aplicativo de localização. O carro em que estavam foi recebido a tiros, que atingiram Natália na perna e na barriga. Seu marido e o casal de espanhóis que estava com eles não tiveram ferimentos.
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Retração neste ano pode superar a de 2015, diz economista
O desempenho da economia neste ano poderá ser pior do que o de 2015, quando houve retração estimada em 3,7%, se a ação do governo e dos empresários para responder aos desafios atuais forem equivocados ou insuficientes para estancar a crise. A avaliação é de Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, que participou de transmissão ao vivo da "TV Folha" nesta segunda (11). A última previsão dos economistas, que consta do Boletim Focus do Banco Central, é que o PIB tenha retração de 2,99% em 2016. Para a economista, a recessão atual começa a assumir aspectos de depressão econômica, em que as ações de estímulo passam a não ter o resultado esperado. Zeina Latif defende um ajuste fiscal vigoroso como forma de retomar a confiança e criar um horizonte mínimo de visibilidade para os indicadores econômicos. No debate, a especialista fala também sobre inflação, crise política e impacto da desaceleração da China para o Brasil.
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Retração neste ano pode superar a de 2015, diz economistaO desempenho da economia neste ano poderá ser pior do que o de 2015, quando houve retração estimada em 3,7%, se a ação do governo e dos empresários para responder aos desafios atuais forem equivocados ou insuficientes para estancar a crise. A avaliação é de Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, que participou de transmissão ao vivo da "TV Folha" nesta segunda (11). A última previsão dos economistas, que consta do Boletim Focus do Banco Central, é que o PIB tenha retração de 2,99% em 2016. Para a economista, a recessão atual começa a assumir aspectos de depressão econômica, em que as ações de estímulo passam a não ter o resultado esperado. Zeina Latif defende um ajuste fiscal vigoroso como forma de retomar a confiança e criar um horizonte mínimo de visibilidade para os indicadores econômicos. No debate, a especialista fala também sobre inflação, crise política e impacto da desaceleração da China para o Brasil.
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Djokovic diz que não quis 'criar luta entre sexos' e pede desculpa
Alvo de críticas da norte-americana Serena Williams após fazer um comentário sexista no Masters 1.000 de Indian Wells, o tenista sérvio Novak Djokovic pediu desculpas e afirmou que não quis criar uma "luta entre os sexos". "Como todos deve ter visto, me pediram para comentar sobre uma controvérsia que não foi criada por mim. Com a euforia e adrenalina após a vitória no domingo, fiz alguns comentários que não são a melhor articulação do meu ponto de vista, e eu gostaria de esclarecê-los", disse Djokovic nas redes sociais. "Eu me importo profundamente com o futuro do esporte e todos os jogadores. O tênis me ajudou muito na minha vida e a estar onde estou hoje, senti a necessidade de falar sobre a distribuição melhor e mais justa das premiações. Nós todos temos que lutar por aquilo que merecemos. Isso nunca foi dito para ser feita uma luta entre os sexos e diferenças de premiação, mas na forma para que todos os jogadores sejam recompensados por seu jogo e esforço", acrescentou o tenista. No domingo (20), o sérvio afirmou que "mundo do tênis masculino deve lutar mais por seus direitos, porque as estatísticas mostram que nós temos muito mais espectadores em jogos de tênis". A declaração do sérvio foi logo após o diretor do torneio de Indian Wells, Raymond Moore, dizer que as tenistas mulheres "deveriam agradecer de joelho a Deus por Roger Federer e Rafa Nadal terem nascidos, porque eles carregam o esporte". Um dia após a declaração, Raymond Moore renunciou ao cargo no torneio. VEJA NA ÍNTEGRA A NOTA DE DJOKOVIC Eu normalmente uso esta página para compartilhar minha emoção com você, especialmente depois de grandes vitórias. Mas desta vez eu tive que respirar fundo antes de me dirigir vocês. Como todos deve ter visto, me pediram para comentar sobre uma controvérsia que não foi criada por mim. Com a euforia e adrenalina após a vitória no domingo, fiz alguns comentários que não são a melhor articulação do meu ponto de vista, e eu gostaria de esclarecê-las. Como todos sabem, eu me importo profundamente com o futuro do esporte e todos os jogadores. O tênis me ajudou muito na minha vida e a estar onde estou hoje, senti a necessidade de falar sobre a distribuição melhor e mais justa das premiações. Nós todos temos que lutar por aquilo que merecemos. Isso nunca foi dito para ser feita em uma luta entre os sexos e diferenças de premiação, mas na forma como todos os jogadores sejam recompensados por seu jogo e esforço. O tênis é um esporte que eu amo e que me deu a oportunidade de ajudar os outros que ainda têm um longo caminho a percorrer para alcançar os seus sonhos. Esta foi a minha visão o tempo todo e eu peço desculpas a qualquer pessoa que tenha entendido de forma equivocada.
esporte
Djokovic diz que não quis 'criar luta entre sexos' e pede desculpaAlvo de críticas da norte-americana Serena Williams após fazer um comentário sexista no Masters 1.000 de Indian Wells, o tenista sérvio Novak Djokovic pediu desculpas e afirmou que não quis criar uma "luta entre os sexos". "Como todos deve ter visto, me pediram para comentar sobre uma controvérsia que não foi criada por mim. Com a euforia e adrenalina após a vitória no domingo, fiz alguns comentários que não são a melhor articulação do meu ponto de vista, e eu gostaria de esclarecê-los", disse Djokovic nas redes sociais. "Eu me importo profundamente com o futuro do esporte e todos os jogadores. O tênis me ajudou muito na minha vida e a estar onde estou hoje, senti a necessidade de falar sobre a distribuição melhor e mais justa das premiações. Nós todos temos que lutar por aquilo que merecemos. Isso nunca foi dito para ser feita uma luta entre os sexos e diferenças de premiação, mas na forma para que todos os jogadores sejam recompensados por seu jogo e esforço", acrescentou o tenista. No domingo (20), o sérvio afirmou que "mundo do tênis masculino deve lutar mais por seus direitos, porque as estatísticas mostram que nós temos muito mais espectadores em jogos de tênis". A declaração do sérvio foi logo após o diretor do torneio de Indian Wells, Raymond Moore, dizer que as tenistas mulheres "deveriam agradecer de joelho a Deus por Roger Federer e Rafa Nadal terem nascidos, porque eles carregam o esporte". Um dia após a declaração, Raymond Moore renunciou ao cargo no torneio. VEJA NA ÍNTEGRA A NOTA DE DJOKOVIC Eu normalmente uso esta página para compartilhar minha emoção com você, especialmente depois de grandes vitórias. Mas desta vez eu tive que respirar fundo antes de me dirigir vocês. Como todos deve ter visto, me pediram para comentar sobre uma controvérsia que não foi criada por mim. Com a euforia e adrenalina após a vitória no domingo, fiz alguns comentários que não são a melhor articulação do meu ponto de vista, e eu gostaria de esclarecê-las. Como todos sabem, eu me importo profundamente com o futuro do esporte e todos os jogadores. O tênis me ajudou muito na minha vida e a estar onde estou hoje, senti a necessidade de falar sobre a distribuição melhor e mais justa das premiações. Nós todos temos que lutar por aquilo que merecemos. Isso nunca foi dito para ser feita em uma luta entre os sexos e diferenças de premiação, mas na forma como todos os jogadores sejam recompensados por seu jogo e esforço. O tênis é um esporte que eu amo e que me deu a oportunidade de ajudar os outros que ainda têm um longo caminho a percorrer para alcançar os seus sonhos. Esta foi a minha visão o tempo todo e eu peço desculpas a qualquer pessoa que tenha entendido de forma equivocada.
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O encontro de Ro e Vla na ocupação da Funarte
(Sala soturna de uma ocupação na Funarte. Paredes grafitadas, colchonetes encardidos, pilhas de cadeiras. Sentada no chão, Rosa tecla o celular quando chega Vladimir. Mal se entende o que falam.) Ro: E aí, cara, fazendo o que aqui? Perdeu-se na neblina da guerra social? Veio visitar o cafofo da juventude dourada? Vla: Nem vem. Vim ver como está a luta contra o golpe. Ro: Sei, sei. Até ontem, você e o PT negavam verbas, diziam que éramos mimados e desocupados. Agora que a festa acabou, vem ver se recruta alguma ingênua para o seu grupelho patético. Lascou-se, mané. Você é casca e eu caroço. Vla: Você sabe muito bem que nunca tivemos ilusões. Se apoiamos essa droga de governo foi para estar junto com as massas, viver com elas suas ilusões reformistas. E o que importa é que 30 milhões de pessoas melhoraram de vida. Ro: Juro que não parecia. Vocês aparelharam o governo para cacifar o seu partidinho, isso sim. E pode me dizer onde estavam esses 30 milhões quando Dona Dilma desmoronou? Vla: Nós ajudávamos os miseráveis, os feios. Enquanto isso, vocês espichavam a juventude. Fingiam de artistas e encenavam peças cada vez mais extremistas, mas com verbas do governo que criticavam. Eu a sério e você nem aí. (Uma funcionária atravessa a cena, varrendo o chão de má-vontade.) Ro: Esqueceu que o único ato radical desses anos, a insurgência, foi organizado por nós, gente nova, naquele junho? Vla: Como esquecer? Na maior irresponsabilidade, começaram uma barulheira utópica e, na hora H, brincaram de black blocs. Entregaram o apocalipse à contrarrevolução. Você o pavio e o povo a pólvora. Ro: E a esquerda revolucionária, onde andava? Pode deixar que respondo: ao lado dos tucanos, aplaudindo a PM que baixava o pau no povo rebelde. Você a raquete e eu a bola. Vla: Nada disso, eu o pingue e você o pongue. Tivemos que nos adaptar, acumular forças para avançar. Não se inicia uma revolução sem ter quem a dirija. Eu princípio e você prazer. (Uma dupla de arapongas da Abin, fantasiados de artistas, atravessa a cena sem prestar atenção no que dizem. Conversam: "o general Etchegoyen não come mel; come abelha". "Que bigode maneiro!".) Ro: Você mente e eu me espreguiço. Esse papo de construir partido de elite nunca deu certo. Revolução se faz no dia a dia, com o que há à mão: os desamparados, os mestiços, as mulheres, os jovens, o lúmpen. Você é o efeito e eu a causa. Vla: O que não existe é essa história de espontaneidade revolucionária. Só se começa a mudar as coisas ao tomar o poder de Estado. É preciso por a mão na merda. Você é o risco e eu o fósforo. Você é brisa e eu dilúvio. Ro: Você não aprende, cara? Os teus amigos se venderam antes e depois de chegar ao poder –por viagens e vinhos, para andar em carrões com chofer, para comer secretárias– e você acreditando na grande aurora. O que vale é o aqui e o agora. Existe no meio do tempo a possibilidade de uma ilha. Vla: Pronto! Só falta você, logo você, dizer que o movimento é tudo e o fim, nada. É melhor recomeçarmos. Ro: Já que não há liberdade sem luta, vamos lá, rumo ao futuro de uma ilusão. Vla: Tentaremos de novo até o fim da dor. Você é o canto, minha sereia. Você é joia e eu joio. Ro: Não tem jeito, eu também não aprendo. Somos sempre e nunca. Vla: Você é o sonho. Ro: E eu com sono. (Assim falavam eles no galpão do que sobrou. Só a noite entendia suas palavras.)
colunas
O encontro de Ro e Vla na ocupação da Funarte(Sala soturna de uma ocupação na Funarte. Paredes grafitadas, colchonetes encardidos, pilhas de cadeiras. Sentada no chão, Rosa tecla o celular quando chega Vladimir. Mal se entende o que falam.) Ro: E aí, cara, fazendo o que aqui? Perdeu-se na neblina da guerra social? Veio visitar o cafofo da juventude dourada? Vla: Nem vem. Vim ver como está a luta contra o golpe. Ro: Sei, sei. Até ontem, você e o PT negavam verbas, diziam que éramos mimados e desocupados. Agora que a festa acabou, vem ver se recruta alguma ingênua para o seu grupelho patético. Lascou-se, mané. Você é casca e eu caroço. Vla: Você sabe muito bem que nunca tivemos ilusões. Se apoiamos essa droga de governo foi para estar junto com as massas, viver com elas suas ilusões reformistas. E o que importa é que 30 milhões de pessoas melhoraram de vida. Ro: Juro que não parecia. Vocês aparelharam o governo para cacifar o seu partidinho, isso sim. E pode me dizer onde estavam esses 30 milhões quando Dona Dilma desmoronou? Vla: Nós ajudávamos os miseráveis, os feios. Enquanto isso, vocês espichavam a juventude. Fingiam de artistas e encenavam peças cada vez mais extremistas, mas com verbas do governo que criticavam. Eu a sério e você nem aí. (Uma funcionária atravessa a cena, varrendo o chão de má-vontade.) Ro: Esqueceu que o único ato radical desses anos, a insurgência, foi organizado por nós, gente nova, naquele junho? Vla: Como esquecer? Na maior irresponsabilidade, começaram uma barulheira utópica e, na hora H, brincaram de black blocs. Entregaram o apocalipse à contrarrevolução. Você o pavio e o povo a pólvora. Ro: E a esquerda revolucionária, onde andava? Pode deixar que respondo: ao lado dos tucanos, aplaudindo a PM que baixava o pau no povo rebelde. Você a raquete e eu a bola. Vla: Nada disso, eu o pingue e você o pongue. Tivemos que nos adaptar, acumular forças para avançar. Não se inicia uma revolução sem ter quem a dirija. Eu princípio e você prazer. (Uma dupla de arapongas da Abin, fantasiados de artistas, atravessa a cena sem prestar atenção no que dizem. Conversam: "o general Etchegoyen não come mel; come abelha". "Que bigode maneiro!".) Ro: Você mente e eu me espreguiço. Esse papo de construir partido de elite nunca deu certo. Revolução se faz no dia a dia, com o que há à mão: os desamparados, os mestiços, as mulheres, os jovens, o lúmpen. Você é o efeito e eu a causa. Vla: O que não existe é essa história de espontaneidade revolucionária. Só se começa a mudar as coisas ao tomar o poder de Estado. É preciso por a mão na merda. Você é o risco e eu o fósforo. Você é brisa e eu dilúvio. Ro: Você não aprende, cara? Os teus amigos se venderam antes e depois de chegar ao poder –por viagens e vinhos, para andar em carrões com chofer, para comer secretárias– e você acreditando na grande aurora. O que vale é o aqui e o agora. Existe no meio do tempo a possibilidade de uma ilha. Vla: Pronto! Só falta você, logo você, dizer que o movimento é tudo e o fim, nada. É melhor recomeçarmos. Ro: Já que não há liberdade sem luta, vamos lá, rumo ao futuro de uma ilusão. Vla: Tentaremos de novo até o fim da dor. Você é o canto, minha sereia. Você é joia e eu joio. Ro: Não tem jeito, eu também não aprendo. Somos sempre e nunca. Vla: Você é o sonho. Ro: E eu com sono. (Assim falavam eles no galpão do que sobrou. Só a noite entendia suas palavras.)
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Governo do Rio loteia a cultura e ataca a melhor rádio do Estado
RIO DE JANEIRO - Dada a crise generalizada em que os governos do PMDB colocaram o Rio, ninguém há de se surpreender ao saber que a cultura carioca também está em situação de penúria. O Theatro Municipal, que pertence ao Estado, vê seu corpo artístico e de funcionários ser esvaziado pelo atraso de salários. As exemplares bibliotecas parque, em áreas pobres, fecharam por falta de verba —mesmo motivo por que o parque Lage, polo de artes plásticas, está largado. Agora, não bastasse a falta de dinheiro, até o pouco que vinha funcionando a duras penas começa a ser vitimado pela outra crise, a política. Desde que assumiu a secretaria estadual de Cultura, o deputado André Lazaroni, ex-líder do PMDB na Câmara, começou a lotear os cargos entre aliados. Tal estratégia atingiu nesta semana uma das mais antigas rádios do país, a Roquette Pinto (83 anos), que passou a ser subordinada à secretaria depois que Lazaroni assumiu. Dona da melhor programação no dial carioca, por seu compromisso com a variedade e a qualidade, não com o jabá, a rádio perdeu nesta semana sua diretora, Eliana Caruso. Após oito anos no cargo, ela foi exonerada e substituída pelo radialista Fernando Ribeiro, vulgo Cabeção, candidato derrotado a vereador pelo PT. A mudança se alinha a nomeações que o secretário tem feito para abrigar outros derrotados, de municípios diferentes, pavimentando o caminho para sua campanha nas eleições de 2018. Lazaroni foi notícia nesta Folha pela última vez há um ano, quando o jornal descobriu que a prefeitura de Eduardo Paes (PMDB) contratara sem licitação duas empreiteiras de seu pai para concluir obras olímpicas em atraso. Seu comportamento à frente da pasta da Cultura do Rio é um presságio de tempos sombrios.
colunas
Governo do Rio loteia a cultura e ataca a melhor rádio do EstadoRIO DE JANEIRO - Dada a crise generalizada em que os governos do PMDB colocaram o Rio, ninguém há de se surpreender ao saber que a cultura carioca também está em situação de penúria. O Theatro Municipal, que pertence ao Estado, vê seu corpo artístico e de funcionários ser esvaziado pelo atraso de salários. As exemplares bibliotecas parque, em áreas pobres, fecharam por falta de verba —mesmo motivo por que o parque Lage, polo de artes plásticas, está largado. Agora, não bastasse a falta de dinheiro, até o pouco que vinha funcionando a duras penas começa a ser vitimado pela outra crise, a política. Desde que assumiu a secretaria estadual de Cultura, o deputado André Lazaroni, ex-líder do PMDB na Câmara, começou a lotear os cargos entre aliados. Tal estratégia atingiu nesta semana uma das mais antigas rádios do país, a Roquette Pinto (83 anos), que passou a ser subordinada à secretaria depois que Lazaroni assumiu. Dona da melhor programação no dial carioca, por seu compromisso com a variedade e a qualidade, não com o jabá, a rádio perdeu nesta semana sua diretora, Eliana Caruso. Após oito anos no cargo, ela foi exonerada e substituída pelo radialista Fernando Ribeiro, vulgo Cabeção, candidato derrotado a vereador pelo PT. A mudança se alinha a nomeações que o secretário tem feito para abrigar outros derrotados, de municípios diferentes, pavimentando o caminho para sua campanha nas eleições de 2018. Lazaroni foi notícia nesta Folha pela última vez há um ano, quando o jornal descobriu que a prefeitura de Eduardo Paes (PMDB) contratara sem licitação duas empreiteiras de seu pai para concluir obras olímpicas em atraso. Seu comportamento à frente da pasta da Cultura do Rio é um presságio de tempos sombrios.
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Clube dos Emirados Árabes anuncia contratação de Valdivia
O Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, anunciou nesta quinta-feira (25) a contratação do meia chileno Valdivia, 31, que defendia o Palmeiras desde 2010. De acordo com comunicado do clube asiático, o jogador assinará contrato assim que terminar seu vínculo com os brasileiros. Valdivia tem contrato com o Palmeiras até o dia 17 de agosto. No entanto, não está certo se ele retornará ao time para cumprir o restante do acordo quando terminar a Copa América. Existe a possibilidade de o clube antecipar o fim do vínculo para liberar o chileno para defender o Al Wahda. Editoria de Arte/Folhapress O rompimento entre o jogador e o Palmeiras está ligado a razões financeiras. O clube não aceitou manter o salário de cerca de R$ 500 mil que o meia recebe atualmente e vinculou a renovação do contrato a uma drástica redução nos rendimentos fixos do atleta. A proposta palmeirense, rejeitada por Valdivia e seu estafe, previa um salário de R$ 150 mil mais uma bonificação de R$ 50 mil por cada partida que o jogador disputasse. Campeão paulista pelo Palmeiras em 2008, o chileno retornou ao clube em 2010, após passagem pelo Al-Ain, também dos Emirados Árabes. Em cinco anos, o camisa 10 colecionou problemas médicos e foi rebaixado para a Série B do Brasileiro em 2012, mas também mostrou bom futebol. Ele conquistou os títulos da Copa do Brasil (2012) e da segunda divisão nacional (2013).
esporte
Clube dos Emirados Árabes anuncia contratação de ValdiviaO Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, anunciou nesta quinta-feira (25) a contratação do meia chileno Valdivia, 31, que defendia o Palmeiras desde 2010. De acordo com comunicado do clube asiático, o jogador assinará contrato assim que terminar seu vínculo com os brasileiros. Valdivia tem contrato com o Palmeiras até o dia 17 de agosto. No entanto, não está certo se ele retornará ao time para cumprir o restante do acordo quando terminar a Copa América. Existe a possibilidade de o clube antecipar o fim do vínculo para liberar o chileno para defender o Al Wahda. Editoria de Arte/Folhapress O rompimento entre o jogador e o Palmeiras está ligado a razões financeiras. O clube não aceitou manter o salário de cerca de R$ 500 mil que o meia recebe atualmente e vinculou a renovação do contrato a uma drástica redução nos rendimentos fixos do atleta. A proposta palmeirense, rejeitada por Valdivia e seu estafe, previa um salário de R$ 150 mil mais uma bonificação de R$ 50 mil por cada partida que o jogador disputasse. Campeão paulista pelo Palmeiras em 2008, o chileno retornou ao clube em 2010, após passagem pelo Al-Ain, também dos Emirados Árabes. Em cinco anos, o camisa 10 colecionou problemas médicos e foi rebaixado para a Série B do Brasileiro em 2012, mas também mostrou bom futebol. Ele conquistou os títulos da Copa do Brasil (2012) e da segunda divisão nacional (2013).
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'Centro financeiro da cidade agora é ponto de encontro', diz Haddad
RICARDO GALLO DE SÃO PAULO A ideia de tornar a Paulista uma área de lazer partiu da premissa de que São Paulo não tinha "esplanadas e praças de encontro como as que há na Europa", diz o prefeito da cidade, Fernando Haddad (PT). "Se o turista chegasse em São Paulo e quisesse aproveitar o domingo para andar, flanar, ia onde? Não tinha isso. Hoje, são 19 ruas abertas na cidade", diz. A abertura nos próximos anos de locais como o Instituto Moreira Salles e uma nova unidade do Sesc irão reforçar, afirma, o viés cultural e de uso misto da avenida. "O centro financeiro da cidade agora tem conceito de ponto de encontro." A prefeitura diz que nota um aumento progressivo de visitantes à Paulista, mas não realizou medições para atestar oficialmente essa percepção. Quanto às queixas dos moradores sobre o acesso à avenida, o prefeito diz que o fechamento da Paulista "não é um projeto que nasce pronto". "Nossa primeira preocupação foi com hospitais e clubes sociais, e não temos notícia de que tem havido problemas. O retorno é o melhor possível." Avaliação do prefeito - Ele diz que as solicitações levadas à CET são analisadas e respondidas. Tampouco houve impacto significativo no trânsito, diz. Haddad não quer polemizar com os comerciantes que associam o fechamento da via à redução na frequência. "Não vou contestar ninguém", diz. O prefeito reconhece que o número de artistas e artesãos na Paulista tem ultrapassado os 50 estabelecidos em decreto municipal, mas não tem uma proposta clara: "Não queremos reinstalar a cultura repressiva, mas precisamos recalibrar alguns pontos. Vou cobrar que os artistas nos ajudem sem auxílio de força, que é desnecessária."
saopaulo
'Centro financeiro da cidade agora é ponto de encontro', diz HaddadRICARDO GALLO DE SÃO PAULO A ideia de tornar a Paulista uma área de lazer partiu da premissa de que São Paulo não tinha "esplanadas e praças de encontro como as que há na Europa", diz o prefeito da cidade, Fernando Haddad (PT). "Se o turista chegasse em São Paulo e quisesse aproveitar o domingo para andar, flanar, ia onde? Não tinha isso. Hoje, são 19 ruas abertas na cidade", diz. A abertura nos próximos anos de locais como o Instituto Moreira Salles e uma nova unidade do Sesc irão reforçar, afirma, o viés cultural e de uso misto da avenida. "O centro financeiro da cidade agora tem conceito de ponto de encontro." A prefeitura diz que nota um aumento progressivo de visitantes à Paulista, mas não realizou medições para atestar oficialmente essa percepção. Quanto às queixas dos moradores sobre o acesso à avenida, o prefeito diz que o fechamento da Paulista "não é um projeto que nasce pronto". "Nossa primeira preocupação foi com hospitais e clubes sociais, e não temos notícia de que tem havido problemas. O retorno é o melhor possível." Avaliação do prefeito - Ele diz que as solicitações levadas à CET são analisadas e respondidas. Tampouco houve impacto significativo no trânsito, diz. Haddad não quer polemizar com os comerciantes que associam o fechamento da via à redução na frequência. "Não vou contestar ninguém", diz. O prefeito reconhece que o número de artistas e artesãos na Paulista tem ultrapassado os 50 estabelecidos em decreto municipal, mas não tem uma proposta clara: "Não queremos reinstalar a cultura repressiva, mas precisamos recalibrar alguns pontos. Vou cobrar que os artistas nos ajudem sem auxílio de força, que é desnecessária."
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Nadal se emociona ao vencer Raonic e avança para semifinal na Austrália
O espanhol Rafael Nadal, 30, continuou sua brilhante atuação no Aberto da Austrália e derrotou nesta quarta-feira (25) o canadense Milos Raonic por por 3 sets a 0, com parciais 6-4, 7-6 (7) e 6-4. Nono colocado do ranking ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), Nadal alcança sua primeira semifinal em torneios de Grand Slam em três anos –a última foi em 2014 no Aberto da França. Nadal confirma a sua recuperação depois de conviver com problemas físicos no ano passado. "Milos é um adversário muito difícil. Eu sabia que haveria momentos difíceis no jogo quando se joga contra ele. Ele tem um dos melhores saques do circuito", disse o espanhol. O espanhol disputará a semifinal com o búlgaro Grigor Dimitrov por uma vaga na final. A outra semifinal terá um duelo suíço: Roger Federer e Stan Wawrinka.
esporte
Nadal se emociona ao vencer Raonic e avança para semifinal na AustráliaO espanhol Rafael Nadal, 30, continuou sua brilhante atuação no Aberto da Austrália e derrotou nesta quarta-feira (25) o canadense Milos Raonic por por 3 sets a 0, com parciais 6-4, 7-6 (7) e 6-4. Nono colocado do ranking ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), Nadal alcança sua primeira semifinal em torneios de Grand Slam em três anos –a última foi em 2014 no Aberto da França. Nadal confirma a sua recuperação depois de conviver com problemas físicos no ano passado. "Milos é um adversário muito difícil. Eu sabia que haveria momentos difíceis no jogo quando se joga contra ele. Ele tem um dos melhores saques do circuito", disse o espanhol. O espanhol disputará a semifinal com o búlgaro Grigor Dimitrov por uma vaga na final. A outra semifinal terá um duelo suíço: Roger Federer e Stan Wawrinka.
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Balança comercial tem superavit recorde de US$ 7,7 bilhões em maio
A balança comercial registrou um superavit recorde de US$ 7,7 bilhões em maio, o melhor resultado mensal da série histórica do governo, que começa em 1989. O resultado acumulado de janeiro a maio, um superavit de US$ 29 bilhões, é o maior para o período. Os dados foram divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços nesta quinta-feira (1º). O superavit do mês passado é resultado de exportações no valor de US$ 19,8 bilhões e de importações que somaram US$ 12,1 bilhões. De janeiro a maio, as vendas externas somaram US$ 87,9 bilhões e as importações, US$ 58,9 bilhões. As exportações estão entre as principais causas do resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano. De acordo com o IBGE, a economia brasileira cresceu 1% no período, ante o último trimestre de 2016. Segundo economistas ouvidos pela Folha, se não fosse pelas exportações, o PIB teria recuado 0,5%. Em maio, as exportações cresceram 7,5% em relação a igual mês de 2016. Na comparação com abril, contudo, houve uma queda de 8,4%. As importações subiram 4% ante maio do ano passado e caíram 7,4% na comparação com abril. A expectativa do governo é chegar ao fim do ano com um superavit superior a US$ 55 bilhões na balança comercial. Se esse resultado for alcançado, será o maior da série histórica do ministério. "As exportações estão crescendo significativamente. Tem uma demanda mais aquecida por produtos brasileiros e tem uma capacidade de oferta ampliada, inclusive devido a safra recorde de grãos. Tem também o setor automotivo contribuindo", disse o diretor de estatística e apoio à exportação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Herlon Brandão, para explicar a projeção. A chamada conta petróleo, que considera a compra e a venda de petróleo e derivados, registrou um superavit de US$ 2,7 bilhões nos cinco primeiros meses deste ano. No mesmo período do ano passado, havia um deficit de US$ 1,2 bilhão. CATEGORIAS Em maio, os produtos semimanufaturados representaram a maior alta nas exportações, de 16,4% comparado a igual mês de 2016. O resultado foi puxado por produtos como celulose, ferro fundido e madeira serrada. A exportação de produtos básicos subiu 11,6% no mesmo período, puxada por minério de ferro, petróleo em bruto e milho em grão. As vendas externas de manufaturados, ao contrário, caíram 1,2%. A queda é explicada principalmente por motores e geradores elétricos e polímeros plásticos. Nas importações, houve queda no mês apenas na compra de bens de capital (-20,7%). Cresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (+30,2%), bens de consumo (+20,2%) e bens intermediários (+1,5%).
mercado
Balança comercial tem superavit recorde de US$ 7,7 bilhões em maioA balança comercial registrou um superavit recorde de US$ 7,7 bilhões em maio, o melhor resultado mensal da série histórica do governo, que começa em 1989. O resultado acumulado de janeiro a maio, um superavit de US$ 29 bilhões, é o maior para o período. Os dados foram divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços nesta quinta-feira (1º). O superavit do mês passado é resultado de exportações no valor de US$ 19,8 bilhões e de importações que somaram US$ 12,1 bilhões. De janeiro a maio, as vendas externas somaram US$ 87,9 bilhões e as importações, US$ 58,9 bilhões. As exportações estão entre as principais causas do resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano. De acordo com o IBGE, a economia brasileira cresceu 1% no período, ante o último trimestre de 2016. Segundo economistas ouvidos pela Folha, se não fosse pelas exportações, o PIB teria recuado 0,5%. Em maio, as exportações cresceram 7,5% em relação a igual mês de 2016. Na comparação com abril, contudo, houve uma queda de 8,4%. As importações subiram 4% ante maio do ano passado e caíram 7,4% na comparação com abril. A expectativa do governo é chegar ao fim do ano com um superavit superior a US$ 55 bilhões na balança comercial. Se esse resultado for alcançado, será o maior da série histórica do ministério. "As exportações estão crescendo significativamente. Tem uma demanda mais aquecida por produtos brasileiros e tem uma capacidade de oferta ampliada, inclusive devido a safra recorde de grãos. Tem também o setor automotivo contribuindo", disse o diretor de estatística e apoio à exportação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Herlon Brandão, para explicar a projeção. A chamada conta petróleo, que considera a compra e a venda de petróleo e derivados, registrou um superavit de US$ 2,7 bilhões nos cinco primeiros meses deste ano. No mesmo período do ano passado, havia um deficit de US$ 1,2 bilhão. CATEGORIAS Em maio, os produtos semimanufaturados representaram a maior alta nas exportações, de 16,4% comparado a igual mês de 2016. O resultado foi puxado por produtos como celulose, ferro fundido e madeira serrada. A exportação de produtos básicos subiu 11,6% no mesmo período, puxada por minério de ferro, petróleo em bruto e milho em grão. As vendas externas de manufaturados, ao contrário, caíram 1,2%. A queda é explicada principalmente por motores e geradores elétricos e polímeros plásticos. Nas importações, houve queda no mês apenas na compra de bens de capital (-20,7%). Cresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (+30,2%), bens de consumo (+20,2%) e bens intermediários (+1,5%).
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Petrobras perde 34 sondas em 4 anos e reduz exploração de petróleo
A falta de leilões de novas áreas de petróleo, a crise na Petrobras e a queda no preço do barril no mercado internacional fizeram o país perder, nos últimos quatro anos, 34 sondas de perfuração de poços, equipamento que é tido como um dos principais termômetros do setor. Em 2012, eram 89 sondas em operação. Neste ano, são apenas 55, das quais apenas duas não estão à serviço da Petrobras. Somente de 2014 para 2015, 17 deixaram o país. As sondas são fundamentais na atividade de exploração, fase anterior à produção. O equipamento faz perfurações em busca dos poços mais produtivos das áreas adquiridas em leilão. Como as reservas são finitas, as petroleiras precisam explorar continuamente novas áreas para manter a produção em contínua expansão. Ainda neste mês, por exemplo, um contrato de três anos entre a Petrobras e a norueguesa Odjfell terminará e não será renovado. O mesmo ocorreu com a inglesa Ensco, que não conseguiu renovar contratos para três sondas, o que reduziu quase à metade sua frota a serviço da Petrobras. Até o fim do ano que vem, quatro equipamentos —de empresas como Diamond, Transocean, Sevan e a própria Ensco— terão contrato encerrado. Segundo integrantes do mercado, a crise da Petrobras está fazendo com que a estatal não renove com as empresas ou reposicione os equipamentos para outros campos, o que faz com que as sondas tenham de deixar o país. Cada sonda gera de 150 a 200 empregos diretos e os equipamentos estão sendo deslocados para países como México, Angola, Moçambique e Índia. A Folha apurou que no início deste ano a Petrobras avisou às principais donas de sondas offshore que diminuiria em dez o número de equipamentos no Brasil. Conforme a Folha publicou no início deste mês, a estatal reduziu 40% do seu investimento em exploração em 2014. INDÚSTRIA DO PETRÓLEO A indústria do petróleo é segmentada e o dono da área a ser explorada, o chamado operador, subcontrata serviços de gigantes como Schlumberger, Halliburton, e Baker Hughes —as duas últimas estão em processo de fusão. A queda do preço do barril —na última segunda (25), a queda acumulada em um ano era de 40,3%, mas já foi de 60% no início de 2015— faz com que o mercado mundial de sondas desacelerasse. O custo de uma sonda gira em torno de US$ 250 a US$ 300 mil por dia. Antes da queda do petróleo, era de US$ 500 mil diários. A americana Baker anunciou que 7 mil pessoas serão dispensadas neste ano ao redor do globo. Na Schlumberger, serão 9 mil. Até pouco tempo, o Brasil era visto, no entanto, como porto seguro por conta das reservas do pré-sal descobertas em 2006. Mas o hiato de cinco anos sem leilões de novas áreas —o governo federal interrompeu o período de leilões de 2008 a 2013— minou a confiança das empresas estrangeiras. A Transocean tinha, em 2012, dez equipamentos, metade trabalhando para a Petrobras e metade para operadoras estrangeiras. Só sobraram as que estão trabalhando para a estatal.
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Petrobras perde 34 sondas em 4 anos e reduz exploração de petróleoA falta de leilões de novas áreas de petróleo, a crise na Petrobras e a queda no preço do barril no mercado internacional fizeram o país perder, nos últimos quatro anos, 34 sondas de perfuração de poços, equipamento que é tido como um dos principais termômetros do setor. Em 2012, eram 89 sondas em operação. Neste ano, são apenas 55, das quais apenas duas não estão à serviço da Petrobras. Somente de 2014 para 2015, 17 deixaram o país. As sondas são fundamentais na atividade de exploração, fase anterior à produção. O equipamento faz perfurações em busca dos poços mais produtivos das áreas adquiridas em leilão. Como as reservas são finitas, as petroleiras precisam explorar continuamente novas áreas para manter a produção em contínua expansão. Ainda neste mês, por exemplo, um contrato de três anos entre a Petrobras e a norueguesa Odjfell terminará e não será renovado. O mesmo ocorreu com a inglesa Ensco, que não conseguiu renovar contratos para três sondas, o que reduziu quase à metade sua frota a serviço da Petrobras. Até o fim do ano que vem, quatro equipamentos —de empresas como Diamond, Transocean, Sevan e a própria Ensco— terão contrato encerrado. Segundo integrantes do mercado, a crise da Petrobras está fazendo com que a estatal não renove com as empresas ou reposicione os equipamentos para outros campos, o que faz com que as sondas tenham de deixar o país. Cada sonda gera de 150 a 200 empregos diretos e os equipamentos estão sendo deslocados para países como México, Angola, Moçambique e Índia. A Folha apurou que no início deste ano a Petrobras avisou às principais donas de sondas offshore que diminuiria em dez o número de equipamentos no Brasil. Conforme a Folha publicou no início deste mês, a estatal reduziu 40% do seu investimento em exploração em 2014. INDÚSTRIA DO PETRÓLEO A indústria do petróleo é segmentada e o dono da área a ser explorada, o chamado operador, subcontrata serviços de gigantes como Schlumberger, Halliburton, e Baker Hughes —as duas últimas estão em processo de fusão. A queda do preço do barril —na última segunda (25), a queda acumulada em um ano era de 40,3%, mas já foi de 60% no início de 2015— faz com que o mercado mundial de sondas desacelerasse. O custo de uma sonda gira em torno de US$ 250 a US$ 300 mil por dia. Antes da queda do petróleo, era de US$ 500 mil diários. A americana Baker anunciou que 7 mil pessoas serão dispensadas neste ano ao redor do globo. Na Schlumberger, serão 9 mil. Até pouco tempo, o Brasil era visto, no entanto, como porto seguro por conta das reservas do pré-sal descobertas em 2006. Mas o hiato de cinco anos sem leilões de novas áreas —o governo federal interrompeu o período de leilões de 2008 a 2013— minou a confiança das empresas estrangeiras. A Transocean tinha, em 2012, dez equipamentos, metade trabalhando para a Petrobras e metade para operadoras estrangeiras. Só sobraram as que estão trabalhando para a estatal.
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Com paralisia no mercado interno, montadoras apostam na exportação
Com o mercado doméstico parado, as montadoras instaladas no Brasil veem no exterior a chance de manter ativas suas linhas de produção. A fabricante de caminhões e ônibus MAN Latin America prepara a entrada em cinco novos países da África e Oriente Médio. Nesse caso, irá abrir no exterior unidades no sistema CKD (em que as partes dos veículos são produzidas no Brasil e enviadas em kits para serem montadas). A BMW, que inaugurou fábrica em Araquari (SC) em outubro de 2014, anunciou que iniciará exportações para os EUA em julho. Serão embarcados 10 mil carros ao ano. "Essa política tem de ser permanente. É muito difícil retomar relações comerciais quando esta é interrompida para atender o mercado interno", disse o vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), Carlos Eduardo Portella. O presidente da MAN, Roberto Cortes, diz que o plano é abrir mais cinco unidades de montagem em CKD, na Nigéria, no Quênia, no Marrocos, na Argélia e em um país do Oriente Médio, que pode ser o Irã. A montadora já mantém uma fábrica desse tipo na África do Sul. "A ideia é exportar partes de caminhões da linha Volks e os ônibus. A fábrica da Nigéria começa a operar no segundo semestre", disse Cortes. Hoje, 20% da produção é exportada. A meta é chegar a 40% em três anos. PICAPE Outra que já olha para fora é a Fiat. Segundo Stefan Ketter, presidente do grupo FCA na América Latina, diz que há interesse em exportar a recém-lançada picape Toro para os EUA, mas é preciso ajustar demandas (há fila de espera no Brasil) e resolver questões de logística. "Queremos que o Brasil se torne um exportador permanente." A Toyota, que acaba de apresentar a linha 2017 do compacto Etios, também quer ampliar as exportações via acordos comerciais na América do Sul, mas enfrenta problemas de competitividade. De acordo com o presidente da marca no Brasil, Konji Kondo, as fábricas da Tailândia, dos EUA e do Japão encontram melhores condições comerciais para abastecer mercados que poderiam receber carros feitos no Brasil. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as exportações, em volume, no primeiro trimestre do ano totalizaram 98,8 mil unidades, aumento de 24%. Em valores, os embarques apresentaram queda de 7,6%, de US$ 2,43 bilhões para US$ 2,25 bilhões. No mês passado, a queda foi de 7,7% sobre março de 2015, de US$ 920 milhões para US$ 850 milhões. O presidente da Anfavea, Luiz Moan, já havia ressaltado que o acordo de exportação de veículos para o Irã tem enorme potencial e pode alavancar os embarques das empresas brasileiras. Pelos cálculos da Anfavea, o mercado iraniano pode absorver 140 mil automóveis, 17 mil ônibus e 35 mil caminhões. Portella, da AEB, disse que o país deverá abocanhar boa parte do volume para a renovação de frota do Irã. "O Brasil sempre manteve boa relação com o Irã. Creio que temos grandes chance de estreitar a parceria." PLATAFORMA EXPORTADORA MAN (caminhões e ônibus Volkswagen e caminhões da marca MAN) Localização: Resende (RJ) Inauguração: 1996 Produção: 23,8 mil veículos em 2015 BMW Localização: Araquari (SC) Inauguração: out.2014 Capacidade de produção: 32 mil veículos por ano O que produz: BMW X1, X3, BMW Série 1 e Mini Countryman O que exportará: BMW X1
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Com paralisia no mercado interno, montadoras apostam na exportaçãoCom o mercado doméstico parado, as montadoras instaladas no Brasil veem no exterior a chance de manter ativas suas linhas de produção. A fabricante de caminhões e ônibus MAN Latin America prepara a entrada em cinco novos países da África e Oriente Médio. Nesse caso, irá abrir no exterior unidades no sistema CKD (em que as partes dos veículos são produzidas no Brasil e enviadas em kits para serem montadas). A BMW, que inaugurou fábrica em Araquari (SC) em outubro de 2014, anunciou que iniciará exportações para os EUA em julho. Serão embarcados 10 mil carros ao ano. "Essa política tem de ser permanente. É muito difícil retomar relações comerciais quando esta é interrompida para atender o mercado interno", disse o vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), Carlos Eduardo Portella. O presidente da MAN, Roberto Cortes, diz que o plano é abrir mais cinco unidades de montagem em CKD, na Nigéria, no Quênia, no Marrocos, na Argélia e em um país do Oriente Médio, que pode ser o Irã. A montadora já mantém uma fábrica desse tipo na África do Sul. "A ideia é exportar partes de caminhões da linha Volks e os ônibus. A fábrica da Nigéria começa a operar no segundo semestre", disse Cortes. Hoje, 20% da produção é exportada. A meta é chegar a 40% em três anos. PICAPE Outra que já olha para fora é a Fiat. Segundo Stefan Ketter, presidente do grupo FCA na América Latina, diz que há interesse em exportar a recém-lançada picape Toro para os EUA, mas é preciso ajustar demandas (há fila de espera no Brasil) e resolver questões de logística. "Queremos que o Brasil se torne um exportador permanente." A Toyota, que acaba de apresentar a linha 2017 do compacto Etios, também quer ampliar as exportações via acordos comerciais na América do Sul, mas enfrenta problemas de competitividade. De acordo com o presidente da marca no Brasil, Konji Kondo, as fábricas da Tailândia, dos EUA e do Japão encontram melhores condições comerciais para abastecer mercados que poderiam receber carros feitos no Brasil. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as exportações, em volume, no primeiro trimestre do ano totalizaram 98,8 mil unidades, aumento de 24%. Em valores, os embarques apresentaram queda de 7,6%, de US$ 2,43 bilhões para US$ 2,25 bilhões. No mês passado, a queda foi de 7,7% sobre março de 2015, de US$ 920 milhões para US$ 850 milhões. O presidente da Anfavea, Luiz Moan, já havia ressaltado que o acordo de exportação de veículos para o Irã tem enorme potencial e pode alavancar os embarques das empresas brasileiras. Pelos cálculos da Anfavea, o mercado iraniano pode absorver 140 mil automóveis, 17 mil ônibus e 35 mil caminhões. Portella, da AEB, disse que o país deverá abocanhar boa parte do volume para a renovação de frota do Irã. "O Brasil sempre manteve boa relação com o Irã. Creio que temos grandes chance de estreitar a parceria." PLATAFORMA EXPORTADORA MAN (caminhões e ônibus Volkswagen e caminhões da marca MAN) Localização: Resende (RJ) Inauguração: 1996 Produção: 23,8 mil veículos em 2015 BMW Localização: Araquari (SC) Inauguração: out.2014 Capacidade de produção: 32 mil veículos por ano O que produz: BMW X1, X3, BMW Série 1 e Mini Countryman O que exportará: BMW X1
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PF desarticula quadrilha que atuava com TV por assinatura clandestina
A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta terça-feira para combater uma quadrilha responsável por uma TV a cabo pirata com mais de 10 mil clientes em 16 estados. Estão sendo cumpridos nove mandados de prisão e 34 de busca e apreensão no Rio Grande Sul, Paraná, em São Paulo e Goiás. Os policiais também estão realizando diligências num país europeu, não divulgado, onde há suspeitas de que a organização criminosa também atuava. Parte da quadrilha era responsável por distribuir equipamentos importados usados na transmissão do sinal e das chaves de acesso à TV clandestina. O grupo oferecia canais fechados por preços mais baratos do que os encontrados no mercado formal. A operação, batizada de Fake Sat, foi deflagrada após nove meses de investigação, que teve início a partir de denúncias anônimas recebidas pela PF. Os policiais apuram, desde janeiro deste ano, práticas de contrabando e descaminho de equipamentos que captam sinais de canais de TV por assinatura.
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PF desarticula quadrilha que atuava com TV por assinatura clandestinaA Polícia Federal deflagrou uma operação nesta terça-feira para combater uma quadrilha responsável por uma TV a cabo pirata com mais de 10 mil clientes em 16 estados. Estão sendo cumpridos nove mandados de prisão e 34 de busca e apreensão no Rio Grande Sul, Paraná, em São Paulo e Goiás. Os policiais também estão realizando diligências num país europeu, não divulgado, onde há suspeitas de que a organização criminosa também atuava. Parte da quadrilha era responsável por distribuir equipamentos importados usados na transmissão do sinal e das chaves de acesso à TV clandestina. O grupo oferecia canais fechados por preços mais baratos do que os encontrados no mercado formal. A operação, batizada de Fake Sat, foi deflagrada após nove meses de investigação, que teve início a partir de denúncias anônimas recebidas pela PF. Os policiais apuram, desde janeiro deste ano, práticas de contrabando e descaminho de equipamentos que captam sinais de canais de TV por assinatura.
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Hoje na TV: finais do basquete e Campeonato Brasileiro
9h 2º treino livre GP de Mônaco F-1, SporTV 2 14h25 França x República Tcheca Torneio de futebol de Toulon, ESPN 15h10 Fenerbahce x Galatasaray Final Copa da Turquia, ESPN Brasil 17h10 Flamengo x Bauru Final do NBB, SporTV 17h35 Sul-Americano feminino Basquete-decisão 3º lugar, ESPN+ 19h50 Sul-Americano feminino Basquete-final, ESPN+ 21h Atlético-MG x Grêmio Brasileiro, SporTV 22h G.S. Warriors x O. C. Thunder NBA, SporTV 2
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Hoje na TV: finais do basquete e Campeonato Brasileiro9h 2º treino livre GP de Mônaco F-1, SporTV 2 14h25 França x República Tcheca Torneio de futebol de Toulon, ESPN 15h10 Fenerbahce x Galatasaray Final Copa da Turquia, ESPN Brasil 17h10 Flamengo x Bauru Final do NBB, SporTV 17h35 Sul-Americano feminino Basquete-decisão 3º lugar, ESPN+ 19h50 Sul-Americano feminino Basquete-final, ESPN+ 21h Atlético-MG x Grêmio Brasileiro, SporTV 22h G.S. Warriors x O. C. Thunder NBA, SporTV 2
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Coleção Folha apresenta legado de Ella Fitzgerald
Uma das maiores cantoras do século 20 é a estrela do terceiro volume da Coleção Folha Lendas do Jazz. Ella Fitzgerald (1917-1996) superou uma infância sofrida, preconceito, casamentos desastrosos e doenças para deixar sua marca na história da música. O livro-CD sobre a cantora americana chega às bancas no próximo domingo (3). Conta sua vida e traz uma seleção de dez canções, entre elas "One for My Baby" e "How High the Moon" em impressionantes versões gravadas em shows. Ella perdeu a mãe cedo, teria sido abusado pelo padrasto e foi humilhada por donos de casas de jazz que não a contratavam para cantar por considerá-la muito feia. Depois de brilhar na orquestra de Chick Webb e na big band de Dizzy Gillespie, nos anos 1940, ganhou ar de lenda vida na década seguinte, com álbuns magistrais dedicados ao repertório de grandes compositores, como Cole Porter e Duke Ellington. Nos anos 1960, suas incursões na música pop, gravando até Beatles e canções da Motown, aumentaram sua popularidade pelo planeta. Nos últimos 30 anos de vida, Ella enfrentou problemas de saúde causados por diabetes. Teve as pernas amputadas e dificuldade para enxergar. Mas deixou um legado incontestável na música moderna. * 2 de abril Volume 3: Ella Fitzgerald (1917-1996), cantora Americana de Newport News, Virgínia, era considerada "a primeira dama da canção". Começou sua carreira no auge do swing. Foi premiada 14 vezes com a estatueta do Grammy. 9 de abril Volume 4: Chet Baker (1929-1988), trompetista Nascido em Yale, Oklahoma, o "James Dean do jazz" criou um estilo único no instrumento e fez carreira aclamada como cantor, principalmente por seus álbuns da década de 1950. 16 de abril Volume 5: Nina Simone (1933-2003), cantora Nascida em Tryon, Carolina do Norte, era pianista, compositora e arranjadora, trabalhando com jazz, blues, R&B, folk, gospel e pop, além de intenso ativismo pelos direitos civis. 23 de abril Volume 6: Billie Holiday (1915-1959), cantora Americana da Filadélfia, Pensilvânia, teve uma carreira impressionante de apenas três décadas. Foi tempo suficiente para influenciar cantoras de jazz e também de música pop. 30 de abril Volume 7: Glenn Miller (1904-1944), trombonista Nascido em Clarinda, Iowa, tornou-se um dos maiores bandleaders do swing. Teve sucessos mundiais como "Moonlight Serenade" e "Chattanooga Choo-Choo". 7 de maio Volume 8: Count Basie (1904-1984), pianista Americano de Red Bank, Nova Jersey, é um dos mais populares bandleaders do jazz e pianista brilhante. Formou sua orquestra em 1935, na era do swing, e esteve à frente dela por 50 anos. 14 de maio Volume 9: Charlie Parker (1920-1955), saxofonista Nascido em Kansas City, Kansas, foi uma figura fundamental no desenvolvimento do bebop e suas harmonias intrincadas. "Bird", como era chamado, era ídolo dos escritores beatniks. 21 de maio Volume 10: Louis Armstrong (1924-1990), cantor e trompetista Nascido em Nova Orleans, Louisiana, é um ícone do jazz, numa carreira que atravessou décadas e vários estilos. Teve seu maior hit como cantor com "What a Wonderful World". 28 de maio Volume 11: Dizzy Gillespie (1917-1993), trompetista Americano de Cheraw, Carolina do Sul, impressionava a todos com a grande dilatação das bochechas quando soprava o trompete. Teve seu auge de popularidade nos anos 1970. 4 de junho Volume 12: Thelonious Monk (1917-1982), pianista Natural de Rocky Mount, Carolina do Norte, desenvolveu um estilo de improvisação ímpar e escreveu clássicos incontestáveis, como "Round Midnight" e "Ruby, My Dear". 11 de junho Volume 13: Art Blakey (1919-1990), baterista Nascido em Pittsburgh, na Pensilvânia, o único baterista da coleção fez fama nas big bands, se destacou no bebop e depois lançou futuros astros em seu grupo The Jazz Messengers. 18 de junho Volume 14: Charles Mingus (1922-1979), baixista Americano nascido na base militar de Nogales, no Arizona, foi um grande bandleader e um músico excepcional, com uma mistura que incluía hard bop, free jazz e música gospel. 25 de junho Volume 15: Miles Davis (1926-1991), trompetista Nascido em Alton, Illinois, é para muitos o maior nome do jazz. Lançou quase todos os grandes músicos famosos nos anos 1960 e 1970. Seu álbum clássico é "Kind of Blue". 2 de julho Volume 16: John Coltrane (1926-1967), saxofonista Nascido em Hamlet, Carolina do Norte, mostrou virtuosismo no bebop e no hard bop, para depois explodir como grande estrela do free jazz. "A Love Supreme" é um álbum magistral. 9 de julho Volume 17: Anita O'Day (1919-2006), cantora Americana de Kansas City, Missouri, surgiu nos anos 1930 para se rebelar contra a figura bem comportada das cantoras das big bands. Ousada no visual e na incrível técnica vocal. 16 de julho Volume 18: Nat King Cole (1919-1965), cantor e pianista Americano de Montgomery, Alabama, passou de ótimo pianista de jazz para um dos cantores que mais vendeu discos nos anos 1950. Teve também um programa de TV. 23 de julho Volume 19: Stan Getz (1927-1991), saxofonista Nascido na Filadélfia, na Pensilvânia, era um discípulo de Lester Young. Indo das big bands ao cool jazz, foi grande divulgador da bossa nova nos EUA, gravando com João Gilberto. 30 de julho Volume 20: Bill Evans (1929-1980), pianista Americano de Plainfield, Nova Jersey, transformou-se em uma das maiores influências para pianistas de jazz na segunda metade do século 20, recriando o repertório tradicional do gênero. 6 de agosto Volume 21: Benny Goodman (1909-1986), clarinetista Nascido em Chicago, Illinois, chamado de "Rei do Swing" no final dos anos 1930. Foi o primeiro musico a criar uma banda com negros e brancos para tocar no Carnegie Hall. 13 de agosto Volume 22: Sonny Rollins (1930, 86 anos), saxofonista Nascido em Nova York, ainda era um adolescente quando começou a tocar com Thelonious Monk. Gravou com John Coltrane e Miles Davis. É o único músico vivo que está na coleção. 20 de agosto Volume 23: Oscar Peterson (1925-2007), pianista Canadense de Montreal, Québec, teve uma carreira de quase seis décadas, montando trios que reuniram nomes destacados do jazz, como o guitarrista Joe Pass e o contrabaixista Ray Brown. 27 de agosto Volume 24: Lester Young (1909-1959), saxofonista Americano de Woodville, Mississippi, influenciou muitos saxofonistas desde os anos 1930, quando era um dos grandes nomes do swing. Tocou na orquestra de Count Basie. 3 de setembro Volume 25: Jimmy Smith (1925-2005), organista Americano de Norristown, na Pensilvânia. Ele ganhou notoriedade ao utilizar o órgão Hammond no jazz. Fez carreira com o instrumento pelos clubes de Nova York nos anos 1950. 10 de setembro Volume 26: Dexter Gordon (1923-1990), saxofonista De Los Angeles, Califórnia, era considerado um virtuose e pioneiro do bebop. Ficaram famosos seus "duelos" de sax com Wardell Gray, nos discos que gravaram entre 1947 e 1952. 17 de setembro Volume 27: Wes Montgomery (1923-1968), guitarrista Nascido em Indianapolis, Indiana, tocava usando o polegar no lugar da palheta. Tornou famosa a formação de guitarra, órgão Hammond e bateria, com o Wes Montgomery Trio. 24 de setembro Volume 28: Horace Silver (1928-2014), pianista Americano de Norwalk, em Connecticut, inseriu em seu jazz influências da música de Cabo Verde, terra de seu pai. Começou no jazz tocando sax, antes de se decidir pelo piano. 1º de outubro Volume 29: Coleman Hawkins (1904-1969), saxofonista Nascido em Saint Joseph, Missouri, ainda adolescente tocou na orquestra de Fletcher Henderson. Criou técnicas de saxofone que transformaram o instrumento em atração no jazz. 8 de outubro Volume 30: Django Reinhardt (1924-1990), guitarrista Francês de origem belga, nascido em Liberchies, foi considerado um dos pais do jazz na Europa e um dos primeiros músicos brancos a se destacar no gênero. Criou o "gypsy jazz". COMO COMPRAR A COLEÇÃO FOLHA LENDAS DO JAZZ CANAIS DE VENDA Livrarias e bancas. A venda não é restrita aos assinantes do jornal. Leitores em geral também podem adquirir pelo telefone (11 3224-3090 na Grande São Paulo ou 0800 775 8080 para outras localidades), site, bancas ou livrarias. OPÇÕES DE VENDAS E PREÇOS Coleção completa 30 volumes Assinantes Folha* R$ 497,50. Na compra da coleção completa, o assinante ganha 5 livros grátis Leitores em geral R$ 577,10 Coleção completa + caixa 30 volumes + caixa para guardar a coleção com livreto Assinantes Folha* R$ 522,40 Na compra da coleção completa + caixa, o assinante ganha 5 livros grátis Leitores em geral R$ 602,00 Lotes avulsos: 5 lotes, com 6 livros cada Lote 1 volumes 1 ao 6 Lote 2 volumes 7 ao 12 Lote 3 volumes 13 ao 18 Lote 4 volumes 19 ao 24 Lote 5 volumes 25 ao 30 *Assinantes Folha R$ 99,50. Na compra dos lotes avulsos, o assinante ganha 1 livro grátis por lote Leitores em geral R$ 115,40 Volumes individuais R$ 24,90 VALOR DO FRETE 1. Coleção completa (com ou sem caixa) e lotes avulsos SP, RJ, MG e PR: frete gratuito Demais Estados: favor consultar o site ou Atendimento ao Assinante 2. Volumes individuais e caixa Todos os Estados: consultar o site ou Atendimento ao Assinante para informação do valor do frete FORMA DE PAGAMENTO 1. Coleção completa (com ou sem caixa) Cartão de crédito: à vista ou parcelado em até 10 vezes Débito em conta ou boleto: somente à vista 2. Lote avulso Cartão de crédito: à vista ou parcelado em 2 vezes Débito em conta ou boleto: somente à vista 3. Volumes individuais e caixa Cartão de crédito, débito em conta ou boleto: somente à vista PRAZO DE ENTREGA: Consultar o site ou Atendimento ao Assinante para informação do prazo de entrega
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Coleção Folha apresenta legado de Ella FitzgeraldUma das maiores cantoras do século 20 é a estrela do terceiro volume da Coleção Folha Lendas do Jazz. Ella Fitzgerald (1917-1996) superou uma infância sofrida, preconceito, casamentos desastrosos e doenças para deixar sua marca na história da música. O livro-CD sobre a cantora americana chega às bancas no próximo domingo (3). Conta sua vida e traz uma seleção de dez canções, entre elas "One for My Baby" e "How High the Moon" em impressionantes versões gravadas em shows. Ella perdeu a mãe cedo, teria sido abusado pelo padrasto e foi humilhada por donos de casas de jazz que não a contratavam para cantar por considerá-la muito feia. Depois de brilhar na orquestra de Chick Webb e na big band de Dizzy Gillespie, nos anos 1940, ganhou ar de lenda vida na década seguinte, com álbuns magistrais dedicados ao repertório de grandes compositores, como Cole Porter e Duke Ellington. Nos anos 1960, suas incursões na música pop, gravando até Beatles e canções da Motown, aumentaram sua popularidade pelo planeta. Nos últimos 30 anos de vida, Ella enfrentou problemas de saúde causados por diabetes. Teve as pernas amputadas e dificuldade para enxergar. Mas deixou um legado incontestável na música moderna. * 2 de abril Volume 3: Ella Fitzgerald (1917-1996), cantora Americana de Newport News, Virgínia, era considerada "a primeira dama da canção". Começou sua carreira no auge do swing. Foi premiada 14 vezes com a estatueta do Grammy. 9 de abril Volume 4: Chet Baker (1929-1988), trompetista Nascido em Yale, Oklahoma, o "James Dean do jazz" criou um estilo único no instrumento e fez carreira aclamada como cantor, principalmente por seus álbuns da década de 1950. 16 de abril Volume 5: Nina Simone (1933-2003), cantora Nascida em Tryon, Carolina do Norte, era pianista, compositora e arranjadora, trabalhando com jazz, blues, R&B, folk, gospel e pop, além de intenso ativismo pelos direitos civis. 23 de abril Volume 6: Billie Holiday (1915-1959), cantora Americana da Filadélfia, Pensilvânia, teve uma carreira impressionante de apenas três décadas. Foi tempo suficiente para influenciar cantoras de jazz e também de música pop. 30 de abril Volume 7: Glenn Miller (1904-1944), trombonista Nascido em Clarinda, Iowa, tornou-se um dos maiores bandleaders do swing. Teve sucessos mundiais como "Moonlight Serenade" e "Chattanooga Choo-Choo". 7 de maio Volume 8: Count Basie (1904-1984), pianista Americano de Red Bank, Nova Jersey, é um dos mais populares bandleaders do jazz e pianista brilhante. Formou sua orquestra em 1935, na era do swing, e esteve à frente dela por 50 anos. 14 de maio Volume 9: Charlie Parker (1920-1955), saxofonista Nascido em Kansas City, Kansas, foi uma figura fundamental no desenvolvimento do bebop e suas harmonias intrincadas. "Bird", como era chamado, era ídolo dos escritores beatniks. 21 de maio Volume 10: Louis Armstrong (1924-1990), cantor e trompetista Nascido em Nova Orleans, Louisiana, é um ícone do jazz, numa carreira que atravessou décadas e vários estilos. Teve seu maior hit como cantor com "What a Wonderful World". 28 de maio Volume 11: Dizzy Gillespie (1917-1993), trompetista Americano de Cheraw, Carolina do Sul, impressionava a todos com a grande dilatação das bochechas quando soprava o trompete. Teve seu auge de popularidade nos anos 1970. 4 de junho Volume 12: Thelonious Monk (1917-1982), pianista Natural de Rocky Mount, Carolina do Norte, desenvolveu um estilo de improvisação ímpar e escreveu clássicos incontestáveis, como "Round Midnight" e "Ruby, My Dear". 11 de junho Volume 13: Art Blakey (1919-1990), baterista Nascido em Pittsburgh, na Pensilvânia, o único baterista da coleção fez fama nas big bands, se destacou no bebop e depois lançou futuros astros em seu grupo The Jazz Messengers. 18 de junho Volume 14: Charles Mingus (1922-1979), baixista Americano nascido na base militar de Nogales, no Arizona, foi um grande bandleader e um músico excepcional, com uma mistura que incluía hard bop, free jazz e música gospel. 25 de junho Volume 15: Miles Davis (1926-1991), trompetista Nascido em Alton, Illinois, é para muitos o maior nome do jazz. Lançou quase todos os grandes músicos famosos nos anos 1960 e 1970. Seu álbum clássico é "Kind of Blue". 2 de julho Volume 16: John Coltrane (1926-1967), saxofonista Nascido em Hamlet, Carolina do Norte, mostrou virtuosismo no bebop e no hard bop, para depois explodir como grande estrela do free jazz. "A Love Supreme" é um álbum magistral. 9 de julho Volume 17: Anita O'Day (1919-2006), cantora Americana de Kansas City, Missouri, surgiu nos anos 1930 para se rebelar contra a figura bem comportada das cantoras das big bands. Ousada no visual e na incrível técnica vocal. 16 de julho Volume 18: Nat King Cole (1919-1965), cantor e pianista Americano de Montgomery, Alabama, passou de ótimo pianista de jazz para um dos cantores que mais vendeu discos nos anos 1950. Teve também um programa de TV. 23 de julho Volume 19: Stan Getz (1927-1991), saxofonista Nascido na Filadélfia, na Pensilvânia, era um discípulo de Lester Young. Indo das big bands ao cool jazz, foi grande divulgador da bossa nova nos EUA, gravando com João Gilberto. 30 de julho Volume 20: Bill Evans (1929-1980), pianista Americano de Plainfield, Nova Jersey, transformou-se em uma das maiores influências para pianistas de jazz na segunda metade do século 20, recriando o repertório tradicional do gênero. 6 de agosto Volume 21: Benny Goodman (1909-1986), clarinetista Nascido em Chicago, Illinois, chamado de "Rei do Swing" no final dos anos 1930. Foi o primeiro musico a criar uma banda com negros e brancos para tocar no Carnegie Hall. 13 de agosto Volume 22: Sonny Rollins (1930, 86 anos), saxofonista Nascido em Nova York, ainda era um adolescente quando começou a tocar com Thelonious Monk. Gravou com John Coltrane e Miles Davis. É o único músico vivo que está na coleção. 20 de agosto Volume 23: Oscar Peterson (1925-2007), pianista Canadense de Montreal, Québec, teve uma carreira de quase seis décadas, montando trios que reuniram nomes destacados do jazz, como o guitarrista Joe Pass e o contrabaixista Ray Brown. 27 de agosto Volume 24: Lester Young (1909-1959), saxofonista Americano de Woodville, Mississippi, influenciou muitos saxofonistas desde os anos 1930, quando era um dos grandes nomes do swing. Tocou na orquestra de Count Basie. 3 de setembro Volume 25: Jimmy Smith (1925-2005), organista Americano de Norristown, na Pensilvânia. Ele ganhou notoriedade ao utilizar o órgão Hammond no jazz. Fez carreira com o instrumento pelos clubes de Nova York nos anos 1950. 10 de setembro Volume 26: Dexter Gordon (1923-1990), saxofonista De Los Angeles, Califórnia, era considerado um virtuose e pioneiro do bebop. Ficaram famosos seus "duelos" de sax com Wardell Gray, nos discos que gravaram entre 1947 e 1952. 17 de setembro Volume 27: Wes Montgomery (1923-1968), guitarrista Nascido em Indianapolis, Indiana, tocava usando o polegar no lugar da palheta. Tornou famosa a formação de guitarra, órgão Hammond e bateria, com o Wes Montgomery Trio. 24 de setembro Volume 28: Horace Silver (1928-2014), pianista Americano de Norwalk, em Connecticut, inseriu em seu jazz influências da música de Cabo Verde, terra de seu pai. Começou no jazz tocando sax, antes de se decidir pelo piano. 1º de outubro Volume 29: Coleman Hawkins (1904-1969), saxofonista Nascido em Saint Joseph, Missouri, ainda adolescente tocou na orquestra de Fletcher Henderson. Criou técnicas de saxofone que transformaram o instrumento em atração no jazz. 8 de outubro Volume 30: Django Reinhardt (1924-1990), guitarrista Francês de origem belga, nascido em Liberchies, foi considerado um dos pais do jazz na Europa e um dos primeiros músicos brancos a se destacar no gênero. Criou o "gypsy jazz". COMO COMPRAR A COLEÇÃO FOLHA LENDAS DO JAZZ CANAIS DE VENDA Livrarias e bancas. A venda não é restrita aos assinantes do jornal. Leitores em geral também podem adquirir pelo telefone (11 3224-3090 na Grande São Paulo ou 0800 775 8080 para outras localidades), site, bancas ou livrarias. OPÇÕES DE VENDAS E PREÇOS Coleção completa 30 volumes Assinantes Folha* R$ 497,50. 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