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Mudança na Fifa não garante ciclo de moralidade
Pergunte a qualquer torcedor de futebol, brasileiro ou estrangeiro, se já ouviu falar do suíço Gianni Infantino. Provavelmente, a resposta será negativa. Pergunte o mesmo para jogadores profissionais de um clube daqui ou de fora. Provavelmente, a maioria dirá que não tem ideia de quem seja o novo presidente da Fifa. Para quem esperava uma revolução na entidade depois do terremoto de 2015, a eleição realizada nesta sexta (26) em Zurique é frustrante. Como de praxe, os principais personagens do futebol - torcedores e jogadores - passaram longe da escolha de quem o dirige. Gianni Infantino, 45, é secretário-geral da Uefa e cria do ex-jogador francês Michel Platini, banido do futebol por seis anos por receber US$ 2 milhões dos cofres da Fifa em 2011. Seu principal adversário foi o xeque Salman bin al-Khalifa, membro da família real do Bahrein. O xeque começou a "carreira" de cartola no comando do futebol local, hoje 130º colocado no ranking da Fifa. Sua biografia não menciona que já tenha jogado uma pelada sequer na vida. É difícil apostar em um ciclo de moralidade na cartolagem a partir de agora. Não há razões para otimismo. A única certeza é que a vitória de Infantino devolve à Europa o comando do futebol mundial perdido para João Havelange em 1974, quando o brasileiro tirou o inglês Stanley Rous, que estava no cargo desde 1961. Embora seja suíço, Joseph Blatter, sucessor de Havelange, sustentou-se anos no poder com o apoio da cartolagem africana, asiática e sul-americana. Sua relação com a Uefa sempre foi conflituosa. O colégio eleitoral que escolhe o presidente da Fifa explica muita coisa do que ocorre por lá. A decisão ficou nas mãos de 207 federações filiadas à entidade, muitas delas subservientes e integrantes de esquemas de desvios de dinheiro que perpetuaram por décadas cartolas no comando da Fifa e de confederações, entre eles os últimos dirigentes da CBF. No dia 27 de maio do ano passado, Zurique amanheceu sob o susto de uma operação policial, decorrente de investigação do FBI, que prendeu sete cartolas que participariam do congresso da Fifa naquela semana. Entre os presos estava o ex-presidente da CBF José Maria Marin, que hoje cumpre prisão domiciliar nos Estados Unidos sob acusação de recebimento de propina. Meses depois das prisões na Suíça, veio a derrocada de Joseph Blatter, banido das atividades do futebol por seis anos por causa do escândalo do pagamento a Platini, apontado, antes de ser punido, como o favorito para suceder o suíço. No congresso da entidade nesta sexta, a Fifa aprovou um pacote de medidas que buscam mais transparência. Agora, os salários dos seus dirigentes, incluindo o presidente, serão publicados. Seus mandatos são limitados a 12 anos. É muito pouco para uma entidade que vive a maior crise de sua história. As mudanças, aliás, não são vinculantes às federações nacionais. Na prática, muda-se algo na Suíça, mas nada fora dali. O representante da CBF hoje na Fifa, por exemplo, é o empresário Fernando Sarney, cujas credenciais dispensam apresentações.
colunas
Mudança na Fifa não garante ciclo de moralidadePergunte a qualquer torcedor de futebol, brasileiro ou estrangeiro, se já ouviu falar do suíço Gianni Infantino. Provavelmente, a resposta será negativa. Pergunte o mesmo para jogadores profissionais de um clube daqui ou de fora. Provavelmente, a maioria dirá que não tem ideia de quem seja o novo presidente da Fifa. Para quem esperava uma revolução na entidade depois do terremoto de 2015, a eleição realizada nesta sexta (26) em Zurique é frustrante. Como de praxe, os principais personagens do futebol - torcedores e jogadores - passaram longe da escolha de quem o dirige. Gianni Infantino, 45, é secretário-geral da Uefa e cria do ex-jogador francês Michel Platini, banido do futebol por seis anos por receber US$ 2 milhões dos cofres da Fifa em 2011. Seu principal adversário foi o xeque Salman bin al-Khalifa, membro da família real do Bahrein. O xeque começou a "carreira" de cartola no comando do futebol local, hoje 130º colocado no ranking da Fifa. Sua biografia não menciona que já tenha jogado uma pelada sequer na vida. É difícil apostar em um ciclo de moralidade na cartolagem a partir de agora. Não há razões para otimismo. A única certeza é que a vitória de Infantino devolve à Europa o comando do futebol mundial perdido para João Havelange em 1974, quando o brasileiro tirou o inglês Stanley Rous, que estava no cargo desde 1961. Embora seja suíço, Joseph Blatter, sucessor de Havelange, sustentou-se anos no poder com o apoio da cartolagem africana, asiática e sul-americana. Sua relação com a Uefa sempre foi conflituosa. O colégio eleitoral que escolhe o presidente da Fifa explica muita coisa do que ocorre por lá. A decisão ficou nas mãos de 207 federações filiadas à entidade, muitas delas subservientes e integrantes de esquemas de desvios de dinheiro que perpetuaram por décadas cartolas no comando da Fifa e de confederações, entre eles os últimos dirigentes da CBF. No dia 27 de maio do ano passado, Zurique amanheceu sob o susto de uma operação policial, decorrente de investigação do FBI, que prendeu sete cartolas que participariam do congresso da Fifa naquela semana. Entre os presos estava o ex-presidente da CBF José Maria Marin, que hoje cumpre prisão domiciliar nos Estados Unidos sob acusação de recebimento de propina. Meses depois das prisões na Suíça, veio a derrocada de Joseph Blatter, banido das atividades do futebol por seis anos por causa do escândalo do pagamento a Platini, apontado, antes de ser punido, como o favorito para suceder o suíço. No congresso da entidade nesta sexta, a Fifa aprovou um pacote de medidas que buscam mais transparência. Agora, os salários dos seus dirigentes, incluindo o presidente, serão publicados. Seus mandatos são limitados a 12 anos. É muito pouco para uma entidade que vive a maior crise de sua história. As mudanças, aliás, não são vinculantes às federações nacionais. Na prática, muda-se algo na Suíça, mas nada fora dali. O representante da CBF hoje na Fifa, por exemplo, é o empresário Fernando Sarney, cujas credenciais dispensam apresentações.
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Democratizar a mídia, não controlá-la
Em artigo publicado nesta Folha ("O PT e o controle da mídia", 18/6 ), Regis de Oliveira, eminente desembargador aposentado e ex-vice-prefeito de São Paulo durante a gestão Celso Pitta, acusou o PT de buscar "mecanismos legais para subordinar a mídia". A própria frase é estranha, em especial quando pronunciada por um ex-integrante do Poder Judiciário. Afinal, se for para subordinar a mídia, os "tais mecanismos" não seriam legais, pois estariam em desacordo com a Constituição Federal. E também com o que o PT sempre pregou em nosso país: liberdade plena de expressão e de imprensa. É para assegurar o exercício desses princípios que o partido defende o estabelecimento de um novo marco regulatório para os meios de comunicação eletrônicos. Por se tratarem de concessões públicas, e por terem uma poderosa estrutura técnica financiada com dinheiro público, a sociedade tem legitimidade para definir os parâmetros legais do seu funcionamento. Isso está previsto na Constituição Federal, no capítulo dedicado à comunicação social, cujos artigos 220 a 224 fixam os princípios para regulamentação do setor. Nesse conjunto de artigos está absolutamente claro que o objetivo é regulamentar para garantir a liberdade de expressão, proibindo um de seus maiores inimigos: o monopólio ou oligopólio de redes de rádio ou TV. Se a falta de competição é ruim para a liberdade econômica, ela será fatal para a liberdade de informação. Segundo uma estimativa realizada pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), 70% do que é visto, lido e ouvido no Brasil é produzido por empresas ligadas a seis famílias. Mas, mesmo entre estas, o desequilíbrio é gritante. Entre as TVs, uma delas exerce um poder monopolista sem precedentes em termos mundiais. E isso contrariando frontalmente a legislação atual, isto é, o decreto 236, de fevereiro de 1967 –a Lei de Meios do Brasil– que, apesar de antigo, se preocupou em impedir a concentração excessiva da propriedade. Editado não por um general bolivariano, mas por um militar patrício, o marechal Humberto Castelo Branco, esse decreto estabelecia que cada empresa poderia possuir no máximo cinco emissoras abertas (e outras cinco no sistema UHF). O decreto autorizava também a constituição de sistemas de afiliadas, mas proibia que qualquer uma destas afiliadas tenha relação de subordinação com a cabeça de rede. O sujeito que escreveu este decreto era um visionário. Basta analisarmos o cenário das redes de televisão. Em pelo menos um caso, a cabeça de rede controla com mão de ferro mais de cem afiliadas, com domínio na definição das pautas de seus telejornais e até mesmo na repartição da publicidade local. Essas afiliadas produzem quantidade muito pequena de programação própria –no máximo duas horas por dia–, sendo transformadas na prática em simples repetidoras, o que é contrário a lei. Na verdade, professor Regis, o que queremos tem tudo a ver com democracia e transparência, jamais com o nazismo. Aliás, o senhor deve tomar cuidado com suas comparações. Antes mesmo de discutir a imprensa, o nazismo já havia feito escola desinformando, falsificando e manipulando os fatos. Por isso é bom lembrar a frase repetida por Riobaldo, personagem de João Guimarães Rosa, quando ele criticava o excesso de preocupação com o diabo: "Quem muito evita, se convive". JOSÉ AMÉRICO DIAS, 61, é deputado estadual em São Paulo pelo PT e secretário nacional de Comunicação do partido * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Democratizar a mídia, não controlá-laEm artigo publicado nesta Folha ("O PT e o controle da mídia", 18/6 ), Regis de Oliveira, eminente desembargador aposentado e ex-vice-prefeito de São Paulo durante a gestão Celso Pitta, acusou o PT de buscar "mecanismos legais para subordinar a mídia". A própria frase é estranha, em especial quando pronunciada por um ex-integrante do Poder Judiciário. Afinal, se for para subordinar a mídia, os "tais mecanismos" não seriam legais, pois estariam em desacordo com a Constituição Federal. E também com o que o PT sempre pregou em nosso país: liberdade plena de expressão e de imprensa. É para assegurar o exercício desses princípios que o partido defende o estabelecimento de um novo marco regulatório para os meios de comunicação eletrônicos. Por se tratarem de concessões públicas, e por terem uma poderosa estrutura técnica financiada com dinheiro público, a sociedade tem legitimidade para definir os parâmetros legais do seu funcionamento. Isso está previsto na Constituição Federal, no capítulo dedicado à comunicação social, cujos artigos 220 a 224 fixam os princípios para regulamentação do setor. Nesse conjunto de artigos está absolutamente claro que o objetivo é regulamentar para garantir a liberdade de expressão, proibindo um de seus maiores inimigos: o monopólio ou oligopólio de redes de rádio ou TV. Se a falta de competição é ruim para a liberdade econômica, ela será fatal para a liberdade de informação. Segundo uma estimativa realizada pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), 70% do que é visto, lido e ouvido no Brasil é produzido por empresas ligadas a seis famílias. Mas, mesmo entre estas, o desequilíbrio é gritante. Entre as TVs, uma delas exerce um poder monopolista sem precedentes em termos mundiais. E isso contrariando frontalmente a legislação atual, isto é, o decreto 236, de fevereiro de 1967 –a Lei de Meios do Brasil– que, apesar de antigo, se preocupou em impedir a concentração excessiva da propriedade. Editado não por um general bolivariano, mas por um militar patrício, o marechal Humberto Castelo Branco, esse decreto estabelecia que cada empresa poderia possuir no máximo cinco emissoras abertas (e outras cinco no sistema UHF). O decreto autorizava também a constituição de sistemas de afiliadas, mas proibia que qualquer uma destas afiliadas tenha relação de subordinação com a cabeça de rede. O sujeito que escreveu este decreto era um visionário. Basta analisarmos o cenário das redes de televisão. Em pelo menos um caso, a cabeça de rede controla com mão de ferro mais de cem afiliadas, com domínio na definição das pautas de seus telejornais e até mesmo na repartição da publicidade local. Essas afiliadas produzem quantidade muito pequena de programação própria –no máximo duas horas por dia–, sendo transformadas na prática em simples repetidoras, o que é contrário a lei. Na verdade, professor Regis, o que queremos tem tudo a ver com democracia e transparência, jamais com o nazismo. Aliás, o senhor deve tomar cuidado com suas comparações. Antes mesmo de discutir a imprensa, o nazismo já havia feito escola desinformando, falsificando e manipulando os fatos. Por isso é bom lembrar a frase repetida por Riobaldo, personagem de João Guimarães Rosa, quando ele criticava o excesso de preocupação com o diabo: "Quem muito evita, se convive". JOSÉ AMÉRICO DIAS, 61, é deputado estadual em São Paulo pelo PT e secretário nacional de Comunicação do partido * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Condenação de 'ex-bispo' com 24 mulheres e 145 filhos expõe seita polígama no Canadá
Um tribunal da província canadense de Colúmbia Britânica condenou na terça-feira (25) dois líderes religiosos pela prática de poligamia. Winston Blackmore, 61, tinha se casado com 24 mulheres, com quem teve um total de filhos estimado em 145. Um ex-cunhado dele, James Oler, 53, se casou com cinco mulheres. Ambos podem pegar até cinco anos de prisão. Blackmorer e Older são membros da Bountiful, uma comunidade alternativa fundada em 1946 na Colúmbia Britânica e que conta com cerca de 1.500 pessoas. Os dois são ex-bispos de um ramo dissidente da Igreja Mórmon chamado Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo em Seus Últimos Dias (FLDS na sigla inglesa). A comunidade e o braço canadense da FLDS vinham sendo investigadas pelas autoridades desde os anos 1990. A seita também existe nos EUA e conta com 10 mil praticantes. Ao contrário da Igreja Mórmon, que aboliu a poligamia no final do século 19, a FLDS considera os casamentos múltiplos como um dos pilares de sua fé. No Canadá, porém, a poligamia é ilegal, com base na seção 293 do Código Penal. Nem Blackmore nem Oler negaram ser polígamos no tribunal. E, após o anúncio da condenação, Blackmore disse à imprensa que "tinha sido condenado por viver de acordo com sua religião", e que nunca tinha escondido seus casamentos múltiplos. "Depois de 27 anos de investigações e dezenas de milhões de dólares gastos, a única coisa comprovada é algo que nunca negamos. Nunca neguei minha fé", disse. A FLDS também é polêmica por conta de seu ex-líder, o americano Warren Jeffs, considerado um profeta por seus seguidores. Jeffs, que excomungou Blackmore em 2002, e nomeou Oler como seu substituto no cargo de bispo da FLDS no Canadá, cumpre pena de prisão perpétua nos EUA por assédio sexual de menores de idade que considerava suas "mulheres". Uma investigação do FBI (polícia federal americana) revelou que Jeffs promoveu vários casamentos ilegais de seus seguidores com menores de idade. A batalha legal contra a seita no Canadá, porém, esbarrou em problemas de interpretação da lei. Até que, em 2011, a Suprema Corte da Colúmbia Britânica determinou a constitucionalidade da leis antipoligamia, a pedido do governo da província. O parecer da corte foi de que a seção 293 era uma "restrição razoável" às liberdades religiosas. Mas a condenação de Blackmore e Oler não deverá ser o último capítulo desta saga legal. O advogado de Blackmore, Blair Suffredine, disse antes do veredito, que entraria com uma ação contra a seção 293. Alguns comentaristas de assuntos legais acreditam que o caso pode chegar à Suprema Corte do Canadá.
mundo
Condenação de 'ex-bispo' com 24 mulheres e 145 filhos expõe seita polígama no CanadáUm tribunal da província canadense de Colúmbia Britânica condenou na terça-feira (25) dois líderes religiosos pela prática de poligamia. Winston Blackmore, 61, tinha se casado com 24 mulheres, com quem teve um total de filhos estimado em 145. Um ex-cunhado dele, James Oler, 53, se casou com cinco mulheres. Ambos podem pegar até cinco anos de prisão. Blackmorer e Older são membros da Bountiful, uma comunidade alternativa fundada em 1946 na Colúmbia Britânica e que conta com cerca de 1.500 pessoas. Os dois são ex-bispos de um ramo dissidente da Igreja Mórmon chamado Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo em Seus Últimos Dias (FLDS na sigla inglesa). A comunidade e o braço canadense da FLDS vinham sendo investigadas pelas autoridades desde os anos 1990. A seita também existe nos EUA e conta com 10 mil praticantes. Ao contrário da Igreja Mórmon, que aboliu a poligamia no final do século 19, a FLDS considera os casamentos múltiplos como um dos pilares de sua fé. No Canadá, porém, a poligamia é ilegal, com base na seção 293 do Código Penal. Nem Blackmore nem Oler negaram ser polígamos no tribunal. E, após o anúncio da condenação, Blackmore disse à imprensa que "tinha sido condenado por viver de acordo com sua religião", e que nunca tinha escondido seus casamentos múltiplos. "Depois de 27 anos de investigações e dezenas de milhões de dólares gastos, a única coisa comprovada é algo que nunca negamos. Nunca neguei minha fé", disse. A FLDS também é polêmica por conta de seu ex-líder, o americano Warren Jeffs, considerado um profeta por seus seguidores. Jeffs, que excomungou Blackmore em 2002, e nomeou Oler como seu substituto no cargo de bispo da FLDS no Canadá, cumpre pena de prisão perpétua nos EUA por assédio sexual de menores de idade que considerava suas "mulheres". Uma investigação do FBI (polícia federal americana) revelou que Jeffs promoveu vários casamentos ilegais de seus seguidores com menores de idade. A batalha legal contra a seita no Canadá, porém, esbarrou em problemas de interpretação da lei. Até que, em 2011, a Suprema Corte da Colúmbia Britânica determinou a constitucionalidade da leis antipoligamia, a pedido do governo da província. O parecer da corte foi de que a seção 293 era uma "restrição razoável" às liberdades religiosas. Mas a condenação de Blackmore e Oler não deverá ser o último capítulo desta saga legal. O advogado de Blackmore, Blair Suffredine, disse antes do veredito, que entraria com uma ação contra a seção 293. Alguns comentaristas de assuntos legais acreditam que o caso pode chegar à Suprema Corte do Canadá.
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Justiça manda madrasta de Isabella Nardoni para regime semiaberto
A Justiça de São Paulo concedeu nesta segunda (17) a progressão de regime a Anna Carolina Trotta Jatobá, 33, condenada em 2010 a mais de 26 anos de prisão pela participação no assassinato de sua enteada, Isabella Nardoni, 5. Jatobá, que hoje cumpre pena em regime fechado no complexo prisional de Tremembé (a 147 km de São Paulo), vai para o semiaberto. Ela poderá trabalhar fora da prisão e retornar ao presídio durante a noite, além de ter autorização para sair em datas especiais, como Dia das Mães, Natal e Ano Novo. De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária, da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), a direção do presídio onde Jatobá está "já solicitou a remoção para a ala de progressão, que fica na mesma unidade". Como não há, por ora, informações de que ela trabalhará fora da prisão, "possivelmente a presa ficará trabalhando na parte interna da unidade". A decisão é da juíza Sueli Armani, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, e atende a pedido da defesa do casal Nardoni, para quem a ex-estudante de direito atingiu o tempo necessário para conseguir a progressão, tem bom comportamento na prisão e nunca teve outra condenação na vida. "Ademais, foi submetida a exame criminológico e obteve resultado positivo pela unanimidade dos membros da Comissão Técnica de Classificação, os quais ressaltaram que a possibilidade de reincidência é nula atualmente", afirma trecho da decisão da magistrada. Armani também registra que, mesmo passados quase dez anos do crime, ocorrido em 29 de março de 2008 no apartamento do casal, na zona norte da capital, Anna Carolina Jatobá não "reconhece a culpa". "Não assume a responsabilidade pelo delito perpetuado e declara-se inocente", diz a juíza. CONDENAÇÃO A madrasta de Isabella foi condenada, em júri popular, a 26 anos e oito meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, cometido contra menor de 14 anos. O pai da menina, o bacharel em direito Alexandre Nardoni, 39, também está preso e nega ter cometido o crime. Ele foi condenado inicialmente a 31 anos, um mês e dez dias de prisão, mas depois teve a pena reduzida para 30 anos, dois meses e 20 dias. O casal foi condenado ainda a oito meses em regime semiaberto por fraude processual (por ter alterado a cena do crime). Os jurados entenderam que a menina foi asfixiada e jogada do sexto andar do prédio onde eles moravam.
cotidiano
Justiça manda madrasta de Isabella Nardoni para regime semiabertoA Justiça de São Paulo concedeu nesta segunda (17) a progressão de regime a Anna Carolina Trotta Jatobá, 33, condenada em 2010 a mais de 26 anos de prisão pela participação no assassinato de sua enteada, Isabella Nardoni, 5. Jatobá, que hoje cumpre pena em regime fechado no complexo prisional de Tremembé (a 147 km de São Paulo), vai para o semiaberto. Ela poderá trabalhar fora da prisão e retornar ao presídio durante a noite, além de ter autorização para sair em datas especiais, como Dia das Mães, Natal e Ano Novo. De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária, da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), a direção do presídio onde Jatobá está "já solicitou a remoção para a ala de progressão, que fica na mesma unidade". Como não há, por ora, informações de que ela trabalhará fora da prisão, "possivelmente a presa ficará trabalhando na parte interna da unidade". A decisão é da juíza Sueli Armani, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, e atende a pedido da defesa do casal Nardoni, para quem a ex-estudante de direito atingiu o tempo necessário para conseguir a progressão, tem bom comportamento na prisão e nunca teve outra condenação na vida. "Ademais, foi submetida a exame criminológico e obteve resultado positivo pela unanimidade dos membros da Comissão Técnica de Classificação, os quais ressaltaram que a possibilidade de reincidência é nula atualmente", afirma trecho da decisão da magistrada. Armani também registra que, mesmo passados quase dez anos do crime, ocorrido em 29 de março de 2008 no apartamento do casal, na zona norte da capital, Anna Carolina Jatobá não "reconhece a culpa". "Não assume a responsabilidade pelo delito perpetuado e declara-se inocente", diz a juíza. CONDENAÇÃO A madrasta de Isabella foi condenada, em júri popular, a 26 anos e oito meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, cometido contra menor de 14 anos. O pai da menina, o bacharel em direito Alexandre Nardoni, 39, também está preso e nega ter cometido o crime. Ele foi condenado inicialmente a 31 anos, um mês e dez dias de prisão, mas depois teve a pena reduzida para 30 anos, dois meses e 20 dias. O casal foi condenado ainda a oito meses em regime semiaberto por fraude processual (por ter alterado a cena do crime). Os jurados entenderam que a menina foi asfixiada e jogada do sexto andar do prédio onde eles moravam.
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"Eles que peçam a Deus para eu não ser candidato", diz Lula no Nordeste
Em um ato no sertão da Paraíba, empregando um tom emotivo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se lançou na arena eleitoral de 2018 e denunciou publicamente uma articulação para impedir que ele volte a se candidatar ao Palácio do Planalto. Depois de visitar pela primeira vez um trecho concluído das obras de transposição do rio São Francisco, o ex-presidente criticou o governo Michel Temer e disse que está disposto a "brigar nas ruas" contra seus opositores, em referência à disputa eleitoral. "Eu nem sei se estarei vivo para ser candidato em 2018, mas sei que eles querem evitar que eu seja candidato. Eles que peçam a Deus para eu não ser candidato. Porque, se eu for, é para ganhar a eleição nesse país", disse Lula, diante de milhares de pessoas que lotaram a praça central de Monteiro, município de 33 mil habitantes no sertão da Paraíba, a 305 quilômetros da capital, João Pessoa. Lula subiu ao palanque ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff, de governadores, deputados e senadores aliados. Em mais de uma ocasião, o ex-presidente fez menção indireta às suspeitas levantadas contra ele no âmbito de operações como a Lava Jato, afirmando indiretamente que esses processos têm o objetivo de minar política e juridicamente sua candidatura. "Eu estou à espera de um empresário me denunciar e dizer se tem R$ 1 na minha conta. Se tiver, eu não preciso nem me defender", disse, no palanque. "Vocês sabem o que estão tentando fazer com a esquerda nesse país, o que fizeram com a Dilma e estão tentando fazer comigo. Eu quero dizer que, se eles quiserem brigar comigo, eles vão brigar comigo nas ruas desse país, para que o povo possa ser o senhor da razão." Lula é réu em cinco ações penais –três em decorrência da Lava Jato, uma pela Operação Zelotes e uma pela Operação Janus– e apareceu nos pedidos de abertura de inquérito da última lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em decorrência da delação de executivos da Odebrecht. Se condenado em segunda instância antes da próxima eleição, o petista pode ser barrado pela Lei da Ficha Limpa e impedido de disputar as eleições. A demonstração de apoio popular é entendida pelos petistas como anteparo a esse risco. Com um discurso inflamado, incomum na maior parte de seu governo, a ex-presidente Dilma Rousseff defendeu seu padrinho político e o lançou abertamente à Presidência em 2018. "Há um segundo golpe, que é impedir que os candidatos populares sejam colocados à disposição do povo. O Lula é um desses candidatos. Vamos deixar o Lula se encontrar com a democracia. É a única maneira de lavar a alma do povo brasileiro", declarou a petista. "No tapetão, não!", bradou. Dilma também atacou o governo Temer, sem citar o nome do atual presidente, e pediu que a população use as eleições de 2018 para dar uma resposta contra as ações do atual governo. "Todos nós temos um encontro marcado com a democracia em outubro de 2018. Eles sabem que, se deixarem conversar com o povo, nós ganharemos essa eleição", disse. O senador Humberto Costa (PT-PE) fez o discurso mais explícito de defesa da candidatura de Lula contra o risco da Lava Jato. "Estamos aqui mostrando que o povo quer de volta o maior presidente da história! E, quando o povo quer, não tem Moro, não tem Globo, não tem Judiciário, não tem ninguém, porque isso vai acontecer", disse Costa, em referência ao juiz Sergio Moro, às ações a que Lula responde na Justiça, e à imprensa, alvo de críticas frequentes de petistas. "Estamos comemorando a chegada da água, mas também está começando a caminhada para colocar no poder novamente o povo e o governo popular." PÉ NA ÁGUA Lula e Dilma desembarcaram na manhã deste domingo no aeroporto de Campina Grande, onde foram recebidos por políticos locais, aliados e ex-integrantes de seus governos. De lá, seguiram em comboio por cerca de duas horas e meia por uma rodovia até o pequeno município de Monteiro, onde fizeram uma inauguração simbólica do canal que passa pela região. Cercados por uma multidão, que cantava principalmente o nome de Lula, os dois ex-presidentes foram até o canal construído nas obras de transposição. Quando começaram a descer uma pequena trilha até a água, uma multidão que esperava lá dentro os cercou. Lula pisou na água de sapatos e molhou a barra da calça bege. Tirou o chapéu da cabeça, abaixou-se, encheu-o e jogou a água para o alto. Sorrindo, ele e Dilma se abraçaram. GOVERNO TEMER O palanque foi usado para atacar a inauguração oficial do trecho leste da obra de transposição do rio São Francisco, pelo presidente Michel Temer, no último dia 10. O ex-presidente Lula adotou um tom emocional e citou a infância no sertão de Pernambuco, em busca de assumir a paternidade do projeto. "Eu não pensei [nessa obra] apenas de bonzinho. Desde os sete anos eu carrego lata de água na cabeça. Eu sei o que é botar água barrenta no pote e esperar assentar. E a barriguinha era só de esquistossomose, e tinha fezes de vaca, de cavalo, de cabrito e era essa a água que a gente bebia. E eu sabia que o povo do Nordeste tinha que ter direito a uma coisa elementar", disse o ex-presidente. Dilma disse que Temer mentiu ao inaugurar o canal de Monteiro, neste mês, e argumentou que a obra de transposição "estava praticamente concluída" quando ela deixou o governo. "Vejam vocês a cara de pau em dizerem que uma obra de transposição do tamanho dessa podia ser feita em seis meses. Esses que deram o golpe baseado numa mentira, numa inverdade, que fizeram um impeachment sem crime de responsabilidade. Até as pedras sabem que eu nunca cometi nenhum crime e que eles deram esse golpe para tirar os direitos que nós demos durante os nossos governos", afirmou Dilma. Os dois ex-presidentes aproveitaram o evento para atacar especialmente a reforma da Previdência –ponto central da oposição do PT à gestão Temer. "Esse governo que está aí, e não deveria estar, não tem noção do que significa aposentadoria rural para o povo do Nordeste. Eles querem cortar", disse Lula, que ligou o plano de ajuste fiscal à tentativa de barrar sua candidatura presidencial. "Se vocês querem me prejudicar, criem vergonha. Não prejudiquem 204 milhões de pessoas." "O golpe não acabou ainda", afirmou Dilma. "Eles sabem que a democracia sempre beneficiou o povo brasileiro, e que por quatro eleições nós ganhamos porque nunca apresentamos um projeto como esse da aposentadoria, que faz com que o povo brasileiro tenha que começar a trabalhar na melhor das hipóteses aos 16 anos, e, na pior, aos 9 anos. Então esse projeto da aposentadoria é um golpe." SIMBOLISMO Transposição do rio São Francisco A visita às águas transpostas do São Francisco ao solo seco do sertão e o comício diante de milhares de pessoas no interior do Nordeste foram montados para representar a inauguração do movimento de retorno de Lula ao centro da arena política, como preparação para uma provável candidatura à Presidência em 2018. "Essa é a consagração popular do retorno de Lula em 2018", disse o deputado José Guimarães (PT-CE), líder da minoria na Câmara. "Esse povo vai fazer de tudo por ele. É como na eleição de 1988, onde havia um sentimento de identificação e pertencimento." Dirigentes e parlamentares petistas convocaram uma multidão e alugaram vans e ônibus para transportar a população local para o evento. A equipe do ex-presidente fez uma divulgação pesada do evento, enviou equipes para armar palanques e gravou vídeos em tom emocional sobre a obra. Nas cidades da Paraíba, há outdoors que atribuem a transposição exclusivamente a Lula e Dilma. O objetivo dos petistas é tratar a candidatura de Lula, a partir deste ato, não apenas como uma possibilidade, como um contra-ataque ao impeachment de Dilma ou uma resposta à Lava Jato, mas como um fato político consumado. Monteiro foi um dos primeiros pontos do sertão nordestino a receber as águas desviadas pelo projeto de transposição. Com o ato de Lula e Dilma neste domingo, os hotéis e pousadas da região ficaram com vagas esgotadas, e muitos moradores passaram a alugar quartos de suas próprias casas para os visitantes. Milhares de admiradores e curiosos saíram de municípios próximos ao longo dos últimos dias para participar do evento. Mesmo nas cidades vizinhas, o movimento era maior por causa do ato. Às margens do canal que carrega as águas do São Francisco, ambulantes vendiam bonés, camisetas e copos comemorativos. A maior parte dos itens tratava Lula abertamente como candidato à Presidência da República em 2018. OBRA A elaboração de um projeto para levar água às regiões mais áridas do Nordeste chegou a ser discutida no Brasil nos anos do império, no século 19. Estudos para a transposição do São Francisco foram feitos nas gestões Itamar Franco (1992-1994) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). As obras só começaram em 2007, no segundo governo Lula. O custo total já chegou a R$ 9,6 bilhões, mais que o dobro das estimativas iniciais. O presidente Michel Temer esteve no mesmo local no último dia 10 para inaugurar o trecho da obra. Em terreno onde o PT e Lula, em especial, ainda retêm boa parte de sua popularidade, o peemedebista ressaltou os esforços de seu governo para que essa parte do projeto fosse finalizada. "Não quero a paternidade dessa obra porque ninguém pode tê-la. A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino. Vocês é que pagaram impostos ao longo do tempo e permitiram que fizéssemos investimentos nessa obra que vai cada vez mais sendo festejada", afirmou.
poder
"Eles que peçam a Deus para eu não ser candidato", diz Lula no NordesteEm um ato no sertão da Paraíba, empregando um tom emotivo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se lançou na arena eleitoral de 2018 e denunciou publicamente uma articulação para impedir que ele volte a se candidatar ao Palácio do Planalto. Depois de visitar pela primeira vez um trecho concluído das obras de transposição do rio São Francisco, o ex-presidente criticou o governo Michel Temer e disse que está disposto a "brigar nas ruas" contra seus opositores, em referência à disputa eleitoral. "Eu nem sei se estarei vivo para ser candidato em 2018, mas sei que eles querem evitar que eu seja candidato. Eles que peçam a Deus para eu não ser candidato. Porque, se eu for, é para ganhar a eleição nesse país", disse Lula, diante de milhares de pessoas que lotaram a praça central de Monteiro, município de 33 mil habitantes no sertão da Paraíba, a 305 quilômetros da capital, João Pessoa. Lula subiu ao palanque ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff, de governadores, deputados e senadores aliados. Em mais de uma ocasião, o ex-presidente fez menção indireta às suspeitas levantadas contra ele no âmbito de operações como a Lava Jato, afirmando indiretamente que esses processos têm o objetivo de minar política e juridicamente sua candidatura. "Eu estou à espera de um empresário me denunciar e dizer se tem R$ 1 na minha conta. Se tiver, eu não preciso nem me defender", disse, no palanque. "Vocês sabem o que estão tentando fazer com a esquerda nesse país, o que fizeram com a Dilma e estão tentando fazer comigo. Eu quero dizer que, se eles quiserem brigar comigo, eles vão brigar comigo nas ruas desse país, para que o povo possa ser o senhor da razão." Lula é réu em cinco ações penais –três em decorrência da Lava Jato, uma pela Operação Zelotes e uma pela Operação Janus– e apareceu nos pedidos de abertura de inquérito da última lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em decorrência da delação de executivos da Odebrecht. Se condenado em segunda instância antes da próxima eleição, o petista pode ser barrado pela Lei da Ficha Limpa e impedido de disputar as eleições. A demonstração de apoio popular é entendida pelos petistas como anteparo a esse risco. Com um discurso inflamado, incomum na maior parte de seu governo, a ex-presidente Dilma Rousseff defendeu seu padrinho político e o lançou abertamente à Presidência em 2018. "Há um segundo golpe, que é impedir que os candidatos populares sejam colocados à disposição do povo. O Lula é um desses candidatos. Vamos deixar o Lula se encontrar com a democracia. É a única maneira de lavar a alma do povo brasileiro", declarou a petista. "No tapetão, não!", bradou. Dilma também atacou o governo Temer, sem citar o nome do atual presidente, e pediu que a população use as eleições de 2018 para dar uma resposta contra as ações do atual governo. "Todos nós temos um encontro marcado com a democracia em outubro de 2018. Eles sabem que, se deixarem conversar com o povo, nós ganharemos essa eleição", disse. O senador Humberto Costa (PT-PE) fez o discurso mais explícito de defesa da candidatura de Lula contra o risco da Lava Jato. "Estamos aqui mostrando que o povo quer de volta o maior presidente da história! E, quando o povo quer, não tem Moro, não tem Globo, não tem Judiciário, não tem ninguém, porque isso vai acontecer", disse Costa, em referência ao juiz Sergio Moro, às ações a que Lula responde na Justiça, e à imprensa, alvo de críticas frequentes de petistas. "Estamos comemorando a chegada da água, mas também está começando a caminhada para colocar no poder novamente o povo e o governo popular." PÉ NA ÁGUA Lula e Dilma desembarcaram na manhã deste domingo no aeroporto de Campina Grande, onde foram recebidos por políticos locais, aliados e ex-integrantes de seus governos. De lá, seguiram em comboio por cerca de duas horas e meia por uma rodovia até o pequeno município de Monteiro, onde fizeram uma inauguração simbólica do canal que passa pela região. Cercados por uma multidão, que cantava principalmente o nome de Lula, os dois ex-presidentes foram até o canal construído nas obras de transposição. Quando começaram a descer uma pequena trilha até a água, uma multidão que esperava lá dentro os cercou. Lula pisou na água de sapatos e molhou a barra da calça bege. Tirou o chapéu da cabeça, abaixou-se, encheu-o e jogou a água para o alto. Sorrindo, ele e Dilma se abraçaram. GOVERNO TEMER O palanque foi usado para atacar a inauguração oficial do trecho leste da obra de transposição do rio São Francisco, pelo presidente Michel Temer, no último dia 10. O ex-presidente Lula adotou um tom emocional e citou a infância no sertão de Pernambuco, em busca de assumir a paternidade do projeto. "Eu não pensei [nessa obra] apenas de bonzinho. Desde os sete anos eu carrego lata de água na cabeça. Eu sei o que é botar água barrenta no pote e esperar assentar. E a barriguinha era só de esquistossomose, e tinha fezes de vaca, de cavalo, de cabrito e era essa a água que a gente bebia. E eu sabia que o povo do Nordeste tinha que ter direito a uma coisa elementar", disse o ex-presidente. Dilma disse que Temer mentiu ao inaugurar o canal de Monteiro, neste mês, e argumentou que a obra de transposição "estava praticamente concluída" quando ela deixou o governo. "Vejam vocês a cara de pau em dizerem que uma obra de transposição do tamanho dessa podia ser feita em seis meses. Esses que deram o golpe baseado numa mentira, numa inverdade, que fizeram um impeachment sem crime de responsabilidade. Até as pedras sabem que eu nunca cometi nenhum crime e que eles deram esse golpe para tirar os direitos que nós demos durante os nossos governos", afirmou Dilma. Os dois ex-presidentes aproveitaram o evento para atacar especialmente a reforma da Previdência –ponto central da oposição do PT à gestão Temer. "Esse governo que está aí, e não deveria estar, não tem noção do que significa aposentadoria rural para o povo do Nordeste. Eles querem cortar", disse Lula, que ligou o plano de ajuste fiscal à tentativa de barrar sua candidatura presidencial. "Se vocês querem me prejudicar, criem vergonha. Não prejudiquem 204 milhões de pessoas." "O golpe não acabou ainda", afirmou Dilma. "Eles sabem que a democracia sempre beneficiou o povo brasileiro, e que por quatro eleições nós ganhamos porque nunca apresentamos um projeto como esse da aposentadoria, que faz com que o povo brasileiro tenha que começar a trabalhar na melhor das hipóteses aos 16 anos, e, na pior, aos 9 anos. Então esse projeto da aposentadoria é um golpe." SIMBOLISMO Transposição do rio São Francisco A visita às águas transpostas do São Francisco ao solo seco do sertão e o comício diante de milhares de pessoas no interior do Nordeste foram montados para representar a inauguração do movimento de retorno de Lula ao centro da arena política, como preparação para uma provável candidatura à Presidência em 2018. "Essa é a consagração popular do retorno de Lula em 2018", disse o deputado José Guimarães (PT-CE), líder da minoria na Câmara. "Esse povo vai fazer de tudo por ele. É como na eleição de 1988, onde havia um sentimento de identificação e pertencimento." Dirigentes e parlamentares petistas convocaram uma multidão e alugaram vans e ônibus para transportar a população local para o evento. A equipe do ex-presidente fez uma divulgação pesada do evento, enviou equipes para armar palanques e gravou vídeos em tom emocional sobre a obra. Nas cidades da Paraíba, há outdoors que atribuem a transposição exclusivamente a Lula e Dilma. O objetivo dos petistas é tratar a candidatura de Lula, a partir deste ato, não apenas como uma possibilidade, como um contra-ataque ao impeachment de Dilma ou uma resposta à Lava Jato, mas como um fato político consumado. Monteiro foi um dos primeiros pontos do sertão nordestino a receber as águas desviadas pelo projeto de transposição. Com o ato de Lula e Dilma neste domingo, os hotéis e pousadas da região ficaram com vagas esgotadas, e muitos moradores passaram a alugar quartos de suas próprias casas para os visitantes. Milhares de admiradores e curiosos saíram de municípios próximos ao longo dos últimos dias para participar do evento. Mesmo nas cidades vizinhas, o movimento era maior por causa do ato. Às margens do canal que carrega as águas do São Francisco, ambulantes vendiam bonés, camisetas e copos comemorativos. A maior parte dos itens tratava Lula abertamente como candidato à Presidência da República em 2018. OBRA A elaboração de um projeto para levar água às regiões mais áridas do Nordeste chegou a ser discutida no Brasil nos anos do império, no século 19. Estudos para a transposição do São Francisco foram feitos nas gestões Itamar Franco (1992-1994) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). As obras só começaram em 2007, no segundo governo Lula. O custo total já chegou a R$ 9,6 bilhões, mais que o dobro das estimativas iniciais. O presidente Michel Temer esteve no mesmo local no último dia 10 para inaugurar o trecho da obra. Em terreno onde o PT e Lula, em especial, ainda retêm boa parte de sua popularidade, o peemedebista ressaltou os esforços de seu governo para que essa parte do projeto fosse finalizada. "Não quero a paternidade dessa obra porque ninguém pode tê-la. A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino. Vocês é que pagaram impostos ao longo do tempo e permitiram que fizéssemos investimentos nessa obra que vai cada vez mais sendo festejada", afirmou.
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Do que as crianças têm medo? Leia coluna da psicóloga Rosely Sayão
Você conhece a loira do banheiro, que vive assustando crianças na escola? Ai, que medo! Garanto que alguns de seus colegas afirmam que já viram a mulher no espelho e que, se estiverem muito apertados, vão rapidamente e jamais –JAMAIS!– olham para o espelho. Ai, que medo! E filmes e livros de terror, você curte? Muitas crianças adoram histórias que não têm final feliz e filmes que assustam tanto que, na hora H, o corpo até treme, o coração bate mais rápido, e à noite... ah! À noite, no escuro, as cenas voltam aos pensamentos. Ai, que medo! A solução é chamar a mãe ou o pai e pedir para dormir com eles ou com a luz acesa, é ou não é? Leia a coluna completa e veja as tirinhas do Armandinho aqui.
folhinha
Do que as crianças têm medo? Leia coluna da psicóloga Rosely SayãoVocê conhece a loira do banheiro, que vive assustando crianças na escola? Ai, que medo! Garanto que alguns de seus colegas afirmam que já viram a mulher no espelho e que, se estiverem muito apertados, vão rapidamente e jamais –JAMAIS!– olham para o espelho. Ai, que medo! E filmes e livros de terror, você curte? Muitas crianças adoram histórias que não têm final feliz e filmes que assustam tanto que, na hora H, o corpo até treme, o coração bate mais rápido, e à noite... ah! À noite, no escuro, as cenas voltam aos pensamentos. Ai, que medo! A solução é chamar a mãe ou o pai e pedir para dormir com eles ou com a luz acesa, é ou não é? Leia a coluna completa e veja as tirinhas do Armandinho aqui.
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Manifestantes se dizem pressionados a participar de atos pró-governo Maduro
Numa tarde recente, centenas de pessoas participavam de um protesto organizado pelo governo venezuelano no centro de Caracas em solidariedade à presidente afastada Dilma Rousseff. Enquanto um militante chavista discursava contra o que chamou de golpe no Brasil, a Folha quis saber de uma senhora que carregava uma bandeirinha verde e amarela porque ela apoiava a petista. "Não sei. Só estou aqui porque me mandaram e, quando cheguei, me entregaram esta bandeira", respondeu. "Pergunte à supervisora", sugeriu a senhora, apontando para uma mulher de boné vermelho com o logo do Distrito Capital, área de Caracas sob administração chavista. Questionada, a supervisora afirmou que o protesto era "contra o império [EUA]", mas também não soube explicar a relação com o Brasil. O episódio mostra como as manifestações governistas na Venezuela têm se transformado em uma espécie de circos montados com cada vez menos participação espontânea. Basta observar de perto qualquer evento oficial para perceber que a imensa maioria dos presentes é de servidores e funcionários de empresas estatais usando uniforme ou boné das respectivas instituições. Sob condição de anonimato, muitos relatam ser coagidos a comparecer. "Meu nome está numa lista, e eu preciso aparecer", resmungou o funcionário público Alberto Arenas (nome fictício), 32, numa marcha em defesa da "economia comunal", há duas semanas. Segundo dezenas de relatos, convocações são feitas no trabalho ou via WhatsApp. O transporte costuma ser garantido. É comum ver ônibus enfileirados perto das manifestações. Muitas pessoas são trazidas do interior. Há distribuição de camisetas, bandeiras e lanche. Uma vez no local, gerentes com lista na mão fazem chamada para verificar presenças. Quem falta está sujeito a represálias, como suspensão de benefícios ou até demissão. Arenas, o servidor, diz não ver razão para apoiar de coração as manifestações governistas. "Apoiei a revolução bolivariana e a ajuda aos pobres, mas o projeto foi desviado. Olhe essa situação de desabastecimento, violência, filas para conseguir comida." A frase ecoa a insatisfação com o presidente Nicolás Maduro, cuja rejeição atinge 71%, segundo o Datanálisis. De acordo com o mesmo instituto, 68% dos venezuelanos não aceitam a tese oficial de "guerra econômica", pela qual o desabastecimento de itens básicos e remédios seria fruto de um complô da oposição. DESENCANTO Acusado de ser mau gestor, Maduro também deparou-se com a queda do preço do petróleo, pilar da economia. Seu antecessor, Hugo Chávez (1999-2013), não só governou numa época de alta renda petroleira como também possuía carisma e habilidade política que lhe garantiam apoio popular. Marchas que ele convocava formavam um mar de gente em roupa vermelha. Para amenizar o contraste com as manifestações atuais, a TV estatal evita enquadramentos amplos. Chavistas desencantados foram em boa parte responsáveis pelo triunfo da oposição na eleição parlamentar de dezembro. O governo, porém, empenha-se em cultivar a imagem de conexão com as massas. Na última terça (24), a TV estatal mostrou Maduro recebendo uma "marcha das mulheres contra o fascismo". Enquanto esperava do lado de fora do palácio presidencial, a diarista Carolina Willem, 52, buscava algum funcionário que lhe explicasse por que não havia recebido neste mês a ajuda de 10 mil bolívares (US$ 10 na cotação paralela, ou R$ 36) destinada às mães mais pobres. "Não queria ter vindo, mas fiquei com medo de nunca mais receber a ajuda se eu não aparecesse." BASTIÃO Apesar da adversidade, o chavismo ainda tem uma base que representa ao menos 30% do eleitorado, segundo o instituto Hinterlaces. São pessoas como a aposentada Reina Arcia, 78, que faz questão de apoiar o governo na rua. "As coisas estão muito difíceis, mas sempre votarei na revolução, pois a direita não se importa com os pobres."
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Manifestantes se dizem pressionados a participar de atos pró-governo MaduroNuma tarde recente, centenas de pessoas participavam de um protesto organizado pelo governo venezuelano no centro de Caracas em solidariedade à presidente afastada Dilma Rousseff. Enquanto um militante chavista discursava contra o que chamou de golpe no Brasil, a Folha quis saber de uma senhora que carregava uma bandeirinha verde e amarela porque ela apoiava a petista. "Não sei. Só estou aqui porque me mandaram e, quando cheguei, me entregaram esta bandeira", respondeu. "Pergunte à supervisora", sugeriu a senhora, apontando para uma mulher de boné vermelho com o logo do Distrito Capital, área de Caracas sob administração chavista. Questionada, a supervisora afirmou que o protesto era "contra o império [EUA]", mas também não soube explicar a relação com o Brasil. O episódio mostra como as manifestações governistas na Venezuela têm se transformado em uma espécie de circos montados com cada vez menos participação espontânea. Basta observar de perto qualquer evento oficial para perceber que a imensa maioria dos presentes é de servidores e funcionários de empresas estatais usando uniforme ou boné das respectivas instituições. Sob condição de anonimato, muitos relatam ser coagidos a comparecer. "Meu nome está numa lista, e eu preciso aparecer", resmungou o funcionário público Alberto Arenas (nome fictício), 32, numa marcha em defesa da "economia comunal", há duas semanas. Segundo dezenas de relatos, convocações são feitas no trabalho ou via WhatsApp. O transporte costuma ser garantido. É comum ver ônibus enfileirados perto das manifestações. Muitas pessoas são trazidas do interior. Há distribuição de camisetas, bandeiras e lanche. Uma vez no local, gerentes com lista na mão fazem chamada para verificar presenças. Quem falta está sujeito a represálias, como suspensão de benefícios ou até demissão. Arenas, o servidor, diz não ver razão para apoiar de coração as manifestações governistas. "Apoiei a revolução bolivariana e a ajuda aos pobres, mas o projeto foi desviado. Olhe essa situação de desabastecimento, violência, filas para conseguir comida." A frase ecoa a insatisfação com o presidente Nicolás Maduro, cuja rejeição atinge 71%, segundo o Datanálisis. De acordo com o mesmo instituto, 68% dos venezuelanos não aceitam a tese oficial de "guerra econômica", pela qual o desabastecimento de itens básicos e remédios seria fruto de um complô da oposição. DESENCANTO Acusado de ser mau gestor, Maduro também deparou-se com a queda do preço do petróleo, pilar da economia. Seu antecessor, Hugo Chávez (1999-2013), não só governou numa época de alta renda petroleira como também possuía carisma e habilidade política que lhe garantiam apoio popular. Marchas que ele convocava formavam um mar de gente em roupa vermelha. Para amenizar o contraste com as manifestações atuais, a TV estatal evita enquadramentos amplos. Chavistas desencantados foram em boa parte responsáveis pelo triunfo da oposição na eleição parlamentar de dezembro. O governo, porém, empenha-se em cultivar a imagem de conexão com as massas. Na última terça (24), a TV estatal mostrou Maduro recebendo uma "marcha das mulheres contra o fascismo". Enquanto esperava do lado de fora do palácio presidencial, a diarista Carolina Willem, 52, buscava algum funcionário que lhe explicasse por que não havia recebido neste mês a ajuda de 10 mil bolívares (US$ 10 na cotação paralela, ou R$ 36) destinada às mães mais pobres. "Não queria ter vindo, mas fiquei com medo de nunca mais receber a ajuda se eu não aparecesse." BASTIÃO Apesar da adversidade, o chavismo ainda tem uma base que representa ao menos 30% do eleitorado, segundo o instituto Hinterlaces. São pessoas como a aposentada Reina Arcia, 78, que faz questão de apoiar o governo na rua. "As coisas estão muito difíceis, mas sempre votarei na revolução, pois a direita não se importa com os pobres."
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Idade mínima da aposentadoria pode ter revisão periódica, diz chefe do INSS
O presidente do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), Leonardo Gadelha, defende a criação de uma idade mínima diferenciada para a aposentadoria na reforma da Previdência e a revisão periódica desse critério. Em entrevista à Folha, Gadelha argumenta que a proposta que o governo deve enviar ao Congresso ainda neste ano deve ter, para as mulheres, um piso inferior para a idade, devido à dupla jornada de trabalho. Gadelha disse ainda que a revisão dos benefícios por incapacidade começa no mês que vem e os casos que mais preocupam são os de benefícios concedidos pela Justiça, em que não houve sequer avaliação de um médico. Segundo ele, mais de 80% da economia da revisão virá desses benefícios. Folha - É necessário reformar a Previdência? Leonardo Gadelha - A sociedade brasileira está madura para fazer esse debate, entende que algo precisa ser feito. Pela primeira vez na história recente do país, a maioria dos brasileiros defende a necessidade de ter uma reforma da Previdência. O governo está sendo feliz em propor regras de transição. Um instrumento consagrado no país é o do direito adquirido, então quem já está aposentado não será tocado. Concorda com a idade mínima de 65 anos? Do ponto de vista pessoal, sou favorável à idade mínima porque me parece o critério mais justo. É muito difícil, para quem não está participando da formulação, estabelecer um número mágico. Acho que, de tempos em tempos, a sociedade vai precisar sentar e rever. A barra vai ser de tempos em tempos alterada. Se colocar agora 65 anos, é possível que depois de duas décadas se aumente para 70. Mudanças na Previdência enfrentam resistência. Para gerações mais novas, a percepção é fácil: "Se não fizer nada, não teremos aposentadoria no futuro". Mas quem está na faixa de transição se pergunta: "Tinha que acontecer comigo?". Infelizmente, como em nosso modelo uma geração sustenta a outra, em algum instante essa conta teria de ser feita. Deve haver diferença de idade mínima entre homens e mulheres? Desde que a mulher se emancipou, passou a ter jornada dupla. Eu espero que, nos próximos anos, com processo de amadurecimento dos homens, essa jornada dupla seja dividida entre homens e mulheres. Talvez ao longo dos anos possamos ter equiparação. O ideal, então, é que a idade, hoje, seja diferente? Sim. Hoje tem mais mulheres tendo jornada dupla do que homens. Quem sabe daqui uma ou duas décadas seja possível equiparar. O INSS está preparado para implementar as mudanças na Previdência? O INSS tem condições de dar conta de novos desafios. Qualquer que seja a proposta aprovada, será executada. A reforma pode ter efeito colateral de ajudar o INSS a detectar impropriedades, ao deixar mais claros critérios de concessão de benefícios. Um exemplo claro é a MP 739 [determina revisão dos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez]. Se a lei me diz que tenho que fazer a revisão a cada dois anos, e o INSS não vem fazendo, posso dizer que alguém fraudou? Não posso qualificar dessa forma. Qual será o esforço extra que o INSS terá de fazer para realizar esse mutirão de revisão? O mecanismo do mutirão será usado de forma residual. A nossa expectativa é dar vazão à revisão desses benefícios dentro do horário normal de expediente. Das 1.600 agências, cerca de 500 não têm médico perito radicado. Ou faço deslocamento do perito ou adoto regime de mutirão. A ideia é fazer o deslocamento e começar a operação em setembro. A expectativa é de uma economia de R$ 6,3 bilhões? O tamanho da economia depende do índice de reversão. O primeiro público a ser enfrentado, até o fim do ano, são 530 mil auxílios-doença concedidos judicialmente. O benefício médio é de R$ 1.193. Mais de 80% da economia da revisão virá dos benefícios de auxílio-doença concedidos pela Justiça. Muitos foram concedidos por juízes que, insatisfeitos com a lentidão de atendimento no INSS, determinavam a concessão do benefício. Existe caso em que não houve avaliação médica. Servidores mostraram insatisfação com o mutirão, que prevê estímulos aos médicos, mas não aos demais funcionários. Reconhecemos a importância desses funcionários e a necessidade de melhorar condições de trabalho, de contratar funcionários. Mas apostamos muito no comprometimento desse corpo funcional. * Cargo - Presidente do INSS Idade - 41 anos Trajetória - Foi candidato a vice-presidente na chapa do Pastor Everaldo (PSC) à Presidência da República em 2014. Em 2011, assumiu, como suplente, mandato de deputado federal da Paraíba, também pelo PSC Contribuição previdenciária - Principais mudanças que o governo deve propor ao Congresso: >> Criar idade mínima para aposentadoria >> Idade mínima deve ser diferente para homens (65) e mulheres (62) >> Haverá regras de transição para quem tiver a partir de 50 anos >> Ideia da reforma é aproximar regras do regime geral e dos servidores, mas militares ficarão de fora >> Criar limite para o acúmulo de pensão por morte com a aposentadoria >> Crias regras mais duras para a concessão de aposentadoria por invalidez >> Se aprovadas, mudanças valerão para quem não completou os requisitos para a aposentadoria
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Idade mínima da aposentadoria pode ter revisão periódica, diz chefe do INSSO presidente do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), Leonardo Gadelha, defende a criação de uma idade mínima diferenciada para a aposentadoria na reforma da Previdência e a revisão periódica desse critério. Em entrevista à Folha, Gadelha argumenta que a proposta que o governo deve enviar ao Congresso ainda neste ano deve ter, para as mulheres, um piso inferior para a idade, devido à dupla jornada de trabalho. Gadelha disse ainda que a revisão dos benefícios por incapacidade começa no mês que vem e os casos que mais preocupam são os de benefícios concedidos pela Justiça, em que não houve sequer avaliação de um médico. Segundo ele, mais de 80% da economia da revisão virá desses benefícios. Folha - É necessário reformar a Previdência? Leonardo Gadelha - A sociedade brasileira está madura para fazer esse debate, entende que algo precisa ser feito. Pela primeira vez na história recente do país, a maioria dos brasileiros defende a necessidade de ter uma reforma da Previdência. O governo está sendo feliz em propor regras de transição. Um instrumento consagrado no país é o do direito adquirido, então quem já está aposentado não será tocado. Concorda com a idade mínima de 65 anos? Do ponto de vista pessoal, sou favorável à idade mínima porque me parece o critério mais justo. É muito difícil, para quem não está participando da formulação, estabelecer um número mágico. Acho que, de tempos em tempos, a sociedade vai precisar sentar e rever. A barra vai ser de tempos em tempos alterada. Se colocar agora 65 anos, é possível que depois de duas décadas se aumente para 70. Mudanças na Previdência enfrentam resistência. Para gerações mais novas, a percepção é fácil: "Se não fizer nada, não teremos aposentadoria no futuro". Mas quem está na faixa de transição se pergunta: "Tinha que acontecer comigo?". Infelizmente, como em nosso modelo uma geração sustenta a outra, em algum instante essa conta teria de ser feita. Deve haver diferença de idade mínima entre homens e mulheres? Desde que a mulher se emancipou, passou a ter jornada dupla. Eu espero que, nos próximos anos, com processo de amadurecimento dos homens, essa jornada dupla seja dividida entre homens e mulheres. Talvez ao longo dos anos possamos ter equiparação. O ideal, então, é que a idade, hoje, seja diferente? Sim. Hoje tem mais mulheres tendo jornada dupla do que homens. Quem sabe daqui uma ou duas décadas seja possível equiparar. O INSS está preparado para implementar as mudanças na Previdência? O INSS tem condições de dar conta de novos desafios. Qualquer que seja a proposta aprovada, será executada. A reforma pode ter efeito colateral de ajudar o INSS a detectar impropriedades, ao deixar mais claros critérios de concessão de benefícios. Um exemplo claro é a MP 739 [determina revisão dos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez]. Se a lei me diz que tenho que fazer a revisão a cada dois anos, e o INSS não vem fazendo, posso dizer que alguém fraudou? Não posso qualificar dessa forma. Qual será o esforço extra que o INSS terá de fazer para realizar esse mutirão de revisão? O mecanismo do mutirão será usado de forma residual. A nossa expectativa é dar vazão à revisão desses benefícios dentro do horário normal de expediente. Das 1.600 agências, cerca de 500 não têm médico perito radicado. Ou faço deslocamento do perito ou adoto regime de mutirão. A ideia é fazer o deslocamento e começar a operação em setembro. A expectativa é de uma economia de R$ 6,3 bilhões? O tamanho da economia depende do índice de reversão. O primeiro público a ser enfrentado, até o fim do ano, são 530 mil auxílios-doença concedidos judicialmente. O benefício médio é de R$ 1.193. Mais de 80% da economia da revisão virá dos benefícios de auxílio-doença concedidos pela Justiça. Muitos foram concedidos por juízes que, insatisfeitos com a lentidão de atendimento no INSS, determinavam a concessão do benefício. Existe caso em que não houve avaliação médica. Servidores mostraram insatisfação com o mutirão, que prevê estímulos aos médicos, mas não aos demais funcionários. Reconhecemos a importância desses funcionários e a necessidade de melhorar condições de trabalho, de contratar funcionários. Mas apostamos muito no comprometimento desse corpo funcional. * Cargo - Presidente do INSS Idade - 41 anos Trajetória - Foi candidato a vice-presidente na chapa do Pastor Everaldo (PSC) à Presidência da República em 2014. Em 2011, assumiu, como suplente, mandato de deputado federal da Paraíba, também pelo PSC Contribuição previdenciária - Principais mudanças que o governo deve propor ao Congresso: >> Criar idade mínima para aposentadoria >> Idade mínima deve ser diferente para homens (65) e mulheres (62) >> Haverá regras de transição para quem tiver a partir de 50 anos >> Ideia da reforma é aproximar regras do regime geral e dos servidores, mas militares ficarão de fora >> Criar limite para o acúmulo de pensão por morte com a aposentadoria >> Crias regras mais duras para a concessão de aposentadoria por invalidez >> Se aprovadas, mudanças valerão para quem não completou os requisitos para a aposentadoria
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Porta-bandeira do Brasil na abertura da Rio vai ser escolhido por votação em site
MARCEL MERGUIZO PAULO ROBERTO CONDE ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO O porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, em 5 de agosto, será escolhido por votação pública em um site da Globo, a partir do próximo domingo (24). O mais votado será anunciado no dia 31 deste mês, durante o Fantástico, também da Rede Globo, confirmou a emissora carioca à Folha nesta segunda (18). O COB (Comitê Olímpico do Brasil) não confirma, mas a Folha apurou que três nomes foram indicados: Robert Scheidt (vela), Serginho (vôlei) e Yane Marques (pentatlo moderno). O paulista Scheidt, 43, é o maior medalhista brasileiro da história dos Jogos, com dois ouros (1996 e 2004), duas pratas (2000 e 2008) e um bronze (2012). Ele foi o porta-bandeira do país em Pequim-2008. O paranaense Serginho, 40, foi campeão dos Jogos em Atenas-2004, depois conquistou a prata em Pequim-2008 e Londres-2012. É o único da atual seleção masculina de vôlei com um ouro olímpico. O vôlei nunca teve um atleta como porta-bandeira da delegação brasileira. A pernambucana Yane, 32, ganhou o bronze nos Jogos de Londres-2012, a primeira e única medalha do pentatlo moderno brasileiro na história olímpica. É a única mulher entre as indicadas. A Folha apurou que o COB gostaria que um campeão ou bicampeão olímpico fosse porta-bandeira na festa da noite de sexta (5), no Maracanã. O porta-bandeira do Brasil nos Jogos de Londres, em 2012, foi o cavaleiro Rodrigo Pessoa. O medalhista de ouro foi anunciado como reserva na equipe brasileira de hipismo para a Olimpíada nesta segunda. Na delegação brasileira para a Olimpíada do Rio há 14 atletas que já conquistaram o ouro: Sarah Menezes (judô), Arthur Zanetti (ginástica), Robert Scheidt (vela), Rodrigo Pessoa (hipismo, porta-bandeira do Brasil em 2012), Thaísa, Fabiana, Sheilla, Fê Garay, Jaqueline, Dani Lins, Adenízia, Tandara e Natália (todas do vôlei), além de Serginho. Sarah e Zanetti competem logo no primeiro dia, assim como as jogadoras da seleção de vôlei. Fato que tira todos eles da cerimônia de abertura. * Brasileiros na Rio-2016
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Porta-bandeira do Brasil na abertura da Rio vai ser escolhido por votação em site MARCEL MERGUIZO PAULO ROBERTO CONDE ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO O porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, em 5 de agosto, será escolhido por votação pública em um site da Globo, a partir do próximo domingo (24). O mais votado será anunciado no dia 31 deste mês, durante o Fantástico, também da Rede Globo, confirmou a emissora carioca à Folha nesta segunda (18). O COB (Comitê Olímpico do Brasil) não confirma, mas a Folha apurou que três nomes foram indicados: Robert Scheidt (vela), Serginho (vôlei) e Yane Marques (pentatlo moderno). O paulista Scheidt, 43, é o maior medalhista brasileiro da história dos Jogos, com dois ouros (1996 e 2004), duas pratas (2000 e 2008) e um bronze (2012). Ele foi o porta-bandeira do país em Pequim-2008. O paranaense Serginho, 40, foi campeão dos Jogos em Atenas-2004, depois conquistou a prata em Pequim-2008 e Londres-2012. É o único da atual seleção masculina de vôlei com um ouro olímpico. O vôlei nunca teve um atleta como porta-bandeira da delegação brasileira. A pernambucana Yane, 32, ganhou o bronze nos Jogos de Londres-2012, a primeira e única medalha do pentatlo moderno brasileiro na história olímpica. É a única mulher entre as indicadas. A Folha apurou que o COB gostaria que um campeão ou bicampeão olímpico fosse porta-bandeira na festa da noite de sexta (5), no Maracanã. O porta-bandeira do Brasil nos Jogos de Londres, em 2012, foi o cavaleiro Rodrigo Pessoa. O medalhista de ouro foi anunciado como reserva na equipe brasileira de hipismo para a Olimpíada nesta segunda. Na delegação brasileira para a Olimpíada do Rio há 14 atletas que já conquistaram o ouro: Sarah Menezes (judô), Arthur Zanetti (ginástica), Robert Scheidt (vela), Rodrigo Pessoa (hipismo, porta-bandeira do Brasil em 2012), Thaísa, Fabiana, Sheilla, Fê Garay, Jaqueline, Dani Lins, Adenízia, Tandara e Natália (todas do vôlei), além de Serginho. Sarah e Zanetti competem logo no primeiro dia, assim como as jogadoras da seleção de vôlei. Fato que tira todos eles da cerimônia de abertura. * Brasileiros na Rio-2016
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Pressionado por atletas, COI recua e libera publicidade durante Rio-2016
Os atletas venceram a queda de braço com os dirigentes do COI (Comitê Olímpico Internacional). Nesta quinta (26), o comitê executivo da entidade liberou a participação de esportistas em campanhas publicitárias "genéricas" durante os Jogos do Rio. Até então, os atletas eram proibidos de anunciar marcas concorrentes aos dos patrocinadores do COI no período dos Jogos. Os esportistas corriam o risco até de exclusão da Olimpíada. Logo após os Jogos de Londres, a norte-americana Lashinda Demus, medalha de prata nos 400 m com barreiras, iniciou o movimento. O ex-nadador Michel Phelps quase perdeu suas seis medalhas (quatro de ouro e duas de prata) conquistadas em Londres por ter feito um anúncio para uma marca de roupas. As fotos de Phelps para a marca francesa Louis Vuitton foram divulgadas no dia 12 de agosto de 2012, a três dias do final do período imposto pelo COI para a restrição de publicidade aos atletas. A vitória dos atletas vai obrigar o COI a mexer no cápitulo 40 da Carta Olímpica, que regulava a publicidade. Na ocasião, os atletas protestaram pelo twitter. A maioria dos posts simplesmente dizia "tenho orgulho de ser um atleta olímpico, mas exigimos mudanças na regra 40". Diversos atletas americanos postaram mensagens quase simultaneamente no Twitter, de maneira coordenada. O COI alegava a ameaça a Phelps era uma tentativa de "proteger o dinheiro que entra nas Olímpiadas". Segundo a entidade, os atletas que reclamavam eram "sortudos" por terem grandes patrocinadores.
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Pressionado por atletas, COI recua e libera publicidade durante Rio-2016Os atletas venceram a queda de braço com os dirigentes do COI (Comitê Olímpico Internacional). Nesta quinta (26), o comitê executivo da entidade liberou a participação de esportistas em campanhas publicitárias "genéricas" durante os Jogos do Rio. Até então, os atletas eram proibidos de anunciar marcas concorrentes aos dos patrocinadores do COI no período dos Jogos. Os esportistas corriam o risco até de exclusão da Olimpíada. Logo após os Jogos de Londres, a norte-americana Lashinda Demus, medalha de prata nos 400 m com barreiras, iniciou o movimento. O ex-nadador Michel Phelps quase perdeu suas seis medalhas (quatro de ouro e duas de prata) conquistadas em Londres por ter feito um anúncio para uma marca de roupas. As fotos de Phelps para a marca francesa Louis Vuitton foram divulgadas no dia 12 de agosto de 2012, a três dias do final do período imposto pelo COI para a restrição de publicidade aos atletas. A vitória dos atletas vai obrigar o COI a mexer no cápitulo 40 da Carta Olímpica, que regulava a publicidade. Na ocasião, os atletas protestaram pelo twitter. A maioria dos posts simplesmente dizia "tenho orgulho de ser um atleta olímpico, mas exigimos mudanças na regra 40". Diversos atletas americanos postaram mensagens quase simultaneamente no Twitter, de maneira coordenada. O COI alegava a ameaça a Phelps era uma tentativa de "proteger o dinheiro que entra nas Olímpiadas". Segundo a entidade, os atletas que reclamavam eram "sortudos" por terem grandes patrocinadores.
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Helmut Kohl, o arquiteto da reunificação alemã
Anos atrás, ao ser indagado sobre o que achava de todos os memoriais erigidos em sua honra, Helmut Kohl reagiu com humor: quando os visitantes vão embora, primeiro vêm os pombos, depois os cães, e "o que ambos fazem, sabe-se bem", disse. Com a queda do Muro de Berlim e a forma enérgica como ele organizou a Reunificação da Alemanha, o ex-chanceler federal, morto nesta sexta-feira (16), foi alçado ao posto de figura histórica. O fato de ter ganhado um memorial ainda em vida por si só já o destaca no meio de tantos poderosos. Na verdade, porém, no histórico ano de 1989 o democrata-cristão já se encontrava no fim de sua trajetória política. Os críticos dentro de seu partido fizeram campanha contra ele, num verdadeiro motim. Só com muito esforço ele retomou as rédeas de sua União Democrata Cristã (CDU): mesmo com a saúde abalada, uma grande força de sobrevivência o caracteriza. Além disso, Kohl foi um realizador astuto, que soube combinar um infalível instinto de poder com um modo de proceder estratégico. A isso, acrescente-se a chegada do momento certo, o destino e a história, com o colapso da Alemanha Oriental e a queda do Muro. Kohl reconheceu a oportunidade única e age. E agiu certo. UNIDADE INTERNA Apenas três semanas depois da acorrida às fronteiras em Berlim, Kohl apresentou no Parlamento o roteiro para a reunificação alemã: seu plano de dez pontos é um trabalho de mestre. Sua meta, a unificação do país até então dividido entre o comunismo e o capitalismo, ainda despertava reações mistas no exterior. Mas o então chanceler alemão enfrentou os céticos na qualidade de europeu. Por exemplo, em 19 de dezembro de 1989 em Dresden, diante de dezenas de milhares de alemães orientais eufóricos. Na manifestação não planejada, ele escolhe com cuidado as palavras diante da multidão e gera confiança. A ênfase no discernimento e na moderação ganha força, as reações contrárias se esvaziam, em grande parte. Ao lado da configuração da Reunificação da Alemanha, a política externa foi também um ponto alto dos 16 anos de Kohl no governo federal. A amizade com a França, a reconciliação com a Polônia e uma relação marcada por compreensão e sensibilidade com a debilitada União Soviética foram características de sua política prudente em relação às nações vizinhas. EUROPA COMO TAREFA ALEMÃ A experiência da Segunda Guerra Mundial marcou de forma definitiva a biografia de Kohl. A morte como soldado do irmão mais velho, Walter, o ocupou por toda a vida. A divisão da Europa em Leste e Oeste também foi decisiva para ele, que tinha 15 anos de idade ao fim do conflito mundial. Sendo tão jovem, ele não se tornara culpável na Alemanha nazista. Esse fato o político denominava "a bênção do nascimento tardio", o que por muito tempo lhe valeu críticas severas. Tendo passado a infância na guerra e a juventude entre os escombros, Kohl foi um clássico representante da "geração nunca mais". Consequentemente, a integração da Alemanha na Europa, em especial da nação expandida a partir de 1990, é uma espécie de segunda linha mestra na vida do homo politicus. Com sua característica habilidade de unir política e simbolismo histórico, o conservador alemão estendeu a mão ao socialista francês François Mitterrand por sobre as trincheiras da Primeira Guerra Mundial em Verdun. Kohl encarou a Europa como uma tarefa alemã. Ele empregou seu poder na luta pelo euro, visando tornar irrevogável a unificação do bloco. E impôs a ampliação da União Europeia com os países do Leste –mesmo ao preço de uma sobrecarga das estruturas europeias. SIMPLESMENTE ALEMÃO Também fica na lembrança o ser humano Helmut Kohl. Ao contrário de seus antecessores social-democratas –o visionário Willy Brandt e o perito em economia Helmut Schmidt–, durante muitos anos ele permaneceu subestimado, como homem e político. Também devido a sua origem provinciana, que nunca tentou esconder, e a seu jeito um tanto desengonçado de caminhar, grande parte da sociedade alemã não o considera digno de ser levado a sério como personalidade pública. Ele é visto como um tipo inadequado à época –e isso apesar de a CDU ter apresentado nessas décadas resultados eleitorais com que hoje só pode sonhar. O sucesso de Kohl no período anterior à reunificação alemã deveu-se justamente a sua qualidade de alemão mediano –na melhor acepção do termo, de quem se identifica com os gostos e o jeito de ser da média da população. Ele incorporou a essência do homem alemão na segunda –e melhor– metade do século 20. E por isso revelou tanto sobre o seu povo. "Helmut Kohl é uma parte considerável de mim", comentou certa vez um colaborador próximo. A descrição procede: ele era simplesmente alemão. E, no entanto, um grande europeu.
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Helmut Kohl, o arquiteto da reunificação alemãAnos atrás, ao ser indagado sobre o que achava de todos os memoriais erigidos em sua honra, Helmut Kohl reagiu com humor: quando os visitantes vão embora, primeiro vêm os pombos, depois os cães, e "o que ambos fazem, sabe-se bem", disse. Com a queda do Muro de Berlim e a forma enérgica como ele organizou a Reunificação da Alemanha, o ex-chanceler federal, morto nesta sexta-feira (16), foi alçado ao posto de figura histórica. O fato de ter ganhado um memorial ainda em vida por si só já o destaca no meio de tantos poderosos. Na verdade, porém, no histórico ano de 1989 o democrata-cristão já se encontrava no fim de sua trajetória política. Os críticos dentro de seu partido fizeram campanha contra ele, num verdadeiro motim. Só com muito esforço ele retomou as rédeas de sua União Democrata Cristã (CDU): mesmo com a saúde abalada, uma grande força de sobrevivência o caracteriza. Além disso, Kohl foi um realizador astuto, que soube combinar um infalível instinto de poder com um modo de proceder estratégico. A isso, acrescente-se a chegada do momento certo, o destino e a história, com o colapso da Alemanha Oriental e a queda do Muro. Kohl reconheceu a oportunidade única e age. E agiu certo. UNIDADE INTERNA Apenas três semanas depois da acorrida às fronteiras em Berlim, Kohl apresentou no Parlamento o roteiro para a reunificação alemã: seu plano de dez pontos é um trabalho de mestre. Sua meta, a unificação do país até então dividido entre o comunismo e o capitalismo, ainda despertava reações mistas no exterior. Mas o então chanceler alemão enfrentou os céticos na qualidade de europeu. Por exemplo, em 19 de dezembro de 1989 em Dresden, diante de dezenas de milhares de alemães orientais eufóricos. Na manifestação não planejada, ele escolhe com cuidado as palavras diante da multidão e gera confiança. A ênfase no discernimento e na moderação ganha força, as reações contrárias se esvaziam, em grande parte. Ao lado da configuração da Reunificação da Alemanha, a política externa foi também um ponto alto dos 16 anos de Kohl no governo federal. A amizade com a França, a reconciliação com a Polônia e uma relação marcada por compreensão e sensibilidade com a debilitada União Soviética foram características de sua política prudente em relação às nações vizinhas. EUROPA COMO TAREFA ALEMÃ A experiência da Segunda Guerra Mundial marcou de forma definitiva a biografia de Kohl. A morte como soldado do irmão mais velho, Walter, o ocupou por toda a vida. A divisão da Europa em Leste e Oeste também foi decisiva para ele, que tinha 15 anos de idade ao fim do conflito mundial. Sendo tão jovem, ele não se tornara culpável na Alemanha nazista. Esse fato o político denominava "a bênção do nascimento tardio", o que por muito tempo lhe valeu críticas severas. Tendo passado a infância na guerra e a juventude entre os escombros, Kohl foi um clássico representante da "geração nunca mais". Consequentemente, a integração da Alemanha na Europa, em especial da nação expandida a partir de 1990, é uma espécie de segunda linha mestra na vida do homo politicus. Com sua característica habilidade de unir política e simbolismo histórico, o conservador alemão estendeu a mão ao socialista francês François Mitterrand por sobre as trincheiras da Primeira Guerra Mundial em Verdun. Kohl encarou a Europa como uma tarefa alemã. Ele empregou seu poder na luta pelo euro, visando tornar irrevogável a unificação do bloco. E impôs a ampliação da União Europeia com os países do Leste –mesmo ao preço de uma sobrecarga das estruturas europeias. SIMPLESMENTE ALEMÃO Também fica na lembrança o ser humano Helmut Kohl. Ao contrário de seus antecessores social-democratas –o visionário Willy Brandt e o perito em economia Helmut Schmidt–, durante muitos anos ele permaneceu subestimado, como homem e político. Também devido a sua origem provinciana, que nunca tentou esconder, e a seu jeito um tanto desengonçado de caminhar, grande parte da sociedade alemã não o considera digno de ser levado a sério como personalidade pública. Ele é visto como um tipo inadequado à época –e isso apesar de a CDU ter apresentado nessas décadas resultados eleitorais com que hoje só pode sonhar. O sucesso de Kohl no período anterior à reunificação alemã deveu-se justamente a sua qualidade de alemão mediano –na melhor acepção do termo, de quem se identifica com os gostos e o jeito de ser da média da população. Ele incorporou a essência do homem alemão na segunda –e melhor– metade do século 20. E por isso revelou tanto sobre o seu povo. "Helmut Kohl é uma parte considerável de mim", comentou certa vez um colaborador próximo. A descrição procede: ele era simplesmente alemão. E, no entanto, um grande europeu.
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'Comece pelas pequenas coisas', aconselha Obama a jovens brasileiros
O ex-presidente americano Barack Obama entrou na sala, e os 11 jovens brasileiros selecionados para uma reunião com ele se acalmaram. Disseram, na saída, que a presença de Obama é reconfortante. Nesta quinta-feira (5), em uma sala fechada de um hotel em São Paulo, o ex-presidente se sentou em uma mesa quadrada com os 11, arregaçou as mangas, já sem gravata, tirou o terno e pediu a cada um que se apresentasse. Queria saber como a Fundação Obama poderia ajudá-los. Depois de ouvir os brasileiros, ele fez comentários. Não falou de política nem dos EUA nem do Brasil. Deu conselhos. "Comece a fazer pequenas coisas bem feitas, em vez de tentar fazer coisas grandiosas mal feitas." "Para inspirar as pessoas, não devemos fazer as coisas por elas. Mas ajudá-las a achar seu próprio poder." Tabata Amaral de Pontes, 23, do movimento Mapa da Educação, contou que já encontrava "preconceito, intolerância e ódio no caminho, mesmo sendo tão nova". Obama falou que "era mesmo muito difícil, mas que não estávamos sozinhos". Ao final, deu um "superapertão" de mãos e a incentivou: "Sim, a gente pode. Não desista". O ex-prefeito de Pelotas (RS) Eduardo Leite (PSDB), 32, disse que, "se o governo não funciona, as organizações civis vão enxugar gelo", porque o poder público precisa entregar educação, saúde e segurança para a sociedade se desenvolver. "Ele concordou. Ele falou que, 'realmente, senão fica um processo de discussão estéril'.", relatou Leite. Obama disse que a fundação não presta serviços diretamente, mas quer ajudar na formação de agentes locais como os 11 selecionados. Estavam lá também Danielle Fausto, 32, Deborah Lourenço, 30, Paulo Rogério Nunes, 36, Liziane Dranka Silva, 31, Felipe Costa Rodrigues Neves, 28, Cassia Moraes, 27, Murilo Sabino, 28, José Frederico Lyra Netto, 33 e Tiago Gualberto, 34. Os jovens na casa dos 30 anos levaram consigo as placas com seu nome e o de Obama que foram postas na mesa, fizeram fotos e comemoraram, em tom de brincadeira: "Foi horrível. Perdi meu dia!"
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'Comece pelas pequenas coisas', aconselha Obama a jovens brasileirosO ex-presidente americano Barack Obama entrou na sala, e os 11 jovens brasileiros selecionados para uma reunião com ele se acalmaram. Disseram, na saída, que a presença de Obama é reconfortante. Nesta quinta-feira (5), em uma sala fechada de um hotel em São Paulo, o ex-presidente se sentou em uma mesa quadrada com os 11, arregaçou as mangas, já sem gravata, tirou o terno e pediu a cada um que se apresentasse. Queria saber como a Fundação Obama poderia ajudá-los. Depois de ouvir os brasileiros, ele fez comentários. Não falou de política nem dos EUA nem do Brasil. Deu conselhos. "Comece a fazer pequenas coisas bem feitas, em vez de tentar fazer coisas grandiosas mal feitas." "Para inspirar as pessoas, não devemos fazer as coisas por elas. Mas ajudá-las a achar seu próprio poder." Tabata Amaral de Pontes, 23, do movimento Mapa da Educação, contou que já encontrava "preconceito, intolerância e ódio no caminho, mesmo sendo tão nova". Obama falou que "era mesmo muito difícil, mas que não estávamos sozinhos". Ao final, deu um "superapertão" de mãos e a incentivou: "Sim, a gente pode. Não desista". O ex-prefeito de Pelotas (RS) Eduardo Leite (PSDB), 32, disse que, "se o governo não funciona, as organizações civis vão enxugar gelo", porque o poder público precisa entregar educação, saúde e segurança para a sociedade se desenvolver. "Ele concordou. Ele falou que, 'realmente, senão fica um processo de discussão estéril'.", relatou Leite. Obama disse que a fundação não presta serviços diretamente, mas quer ajudar na formação de agentes locais como os 11 selecionados. Estavam lá também Danielle Fausto, 32, Deborah Lourenço, 30, Paulo Rogério Nunes, 36, Liziane Dranka Silva, 31, Felipe Costa Rodrigues Neves, 28, Cassia Moraes, 27, Murilo Sabino, 28, José Frederico Lyra Netto, 33 e Tiago Gualberto, 34. Os jovens na casa dos 30 anos levaram consigo as placas com seu nome e o de Obama que foram postas na mesa, fizeram fotos e comemoraram, em tom de brincadeira: "Foi horrível. Perdi meu dia!"
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Estado Islâmico reivindica atentado contra consulado dos EUA no Iraque
A facção radical Estado Islâmico (EI) reivindicou a explosão de um carro-bomba próximo ao consulado dos EUA em Irbil, capital do Curdistão iraquiano, nesta sexta-feira (17). O atentado ocorreu por volta das 17h40 (11h40 de Brasília) e deixou ao menos três mortos e cinco feridos. O Departamento de Estado dos EUA informou que nenhum funcionário da missão diplomática foi morto ou ferido na explosão. Um perfil do Twitter vinculado ao EI publicou que milicianos da cidade de Kirkuk seriam responsáveis ataque contra o consulado, informou o grupo de monitoramento de extremistas SITE. Na segunda-feira (13), o EI havia reivindicado ataques contra as embaixadas da Coreia do Sul e do Marrocos em Trípoli, na Líbia. Ataques com bombas são raros em Irbil, capital da região semiautônoma do Curdistão iraquiano. O Curdistão é um aliado importante da coalizão liderada pelos Estados Unidos para combater o EI no Iraque e na Síria. BAGDÁ Uma onda de explosões em Bagdá, capital do Iraque, deixou ao menos 40 mortos nesta sexta. Os principais alvos dos ataques foram espaços públicos. Nenhum grupo reivindicou as ações até o momento. O principal ataque foi a explosão de um carro-bomba em um bairro xiita que deixou 15 mortos e 26 feridos.
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Estado Islâmico reivindica atentado contra consulado dos EUA no IraqueA facção radical Estado Islâmico (EI) reivindicou a explosão de um carro-bomba próximo ao consulado dos EUA em Irbil, capital do Curdistão iraquiano, nesta sexta-feira (17). O atentado ocorreu por volta das 17h40 (11h40 de Brasília) e deixou ao menos três mortos e cinco feridos. O Departamento de Estado dos EUA informou que nenhum funcionário da missão diplomática foi morto ou ferido na explosão. Um perfil do Twitter vinculado ao EI publicou que milicianos da cidade de Kirkuk seriam responsáveis ataque contra o consulado, informou o grupo de monitoramento de extremistas SITE. Na segunda-feira (13), o EI havia reivindicado ataques contra as embaixadas da Coreia do Sul e do Marrocos em Trípoli, na Líbia. Ataques com bombas são raros em Irbil, capital da região semiautônoma do Curdistão iraquiano. O Curdistão é um aliado importante da coalizão liderada pelos Estados Unidos para combater o EI no Iraque e na Síria. BAGDÁ Uma onda de explosões em Bagdá, capital do Iraque, deixou ao menos 40 mortos nesta sexta. Os principais alvos dos ataques foram espaços públicos. Nenhum grupo reivindicou as ações até o momento. O principal ataque foi a explosão de um carro-bomba em um bairro xiita que deixou 15 mortos e 26 feridos.
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História de amor une ao Equador brasileira detida durante protesto
"Companheiros de luta e de caminhada", a brasileira Manuela Lavinas Picq, 38, e o equatoriano Carlos Pérez Guartambel, 46, foram separados na noite de sexta (21). Sem visto para permanecer no Equador, cassado após ela participar de uma manifestação contra o governo Rafael Correa, Manuela teve que deixar o país. Ela chegou ao Brasil neste sábado (22). "É muito triste a situação, mas decidimos que, se é para ficarmos separados, é melhor que eu esteja no Brasil do que na prisão", disse ela à Folha, antes de embarcar. A jornalista e acadêmica, que chegou ao Equador em 2004, disse que levaria só uma mala. O apartamento que divide com Carlos ficou intacto em Quito, assim como a casa do casal em Cuenca, no sul do país, onde eles passam a maior parte dos dias juntos com as duas filhas dele, de 10 e 15 anos. A ideia é voltar o quanto antes. "Sem visto, não tenho segurança física e jurídica para permanecer no Equador. Vou ao Brasil, tiro um novo passaporte, resolvo isso e volto. Estou deixando aqui o Carlos e também meu trabalho." O interesse pela preservação dos recursos naturais para os povos indígenas uniu os dois. Carlos e Manuela se conheceram há três anos, quando ela preparava uma reportagem sobre a disputa de comunidades indígenas contra empresas mineradoras para a rede "Al Jazeera". Em 2012, Carlos perdera a mulher, vítima de um câncer. No ano seguinte, ele e Manuela começaram uma relação. Um ano depois moravam juntos e se casaram seguindo os rituais milenares indígenas. A brasileira ajudava Carlos a cuidar das filhas quando o ambientalista tinha que viajar. No último dia 13, na manifestação em Quito, Manuela agarrou com força o companheiro, tentando evitar que ele fosse levado por policiais. "Naquele dia, fui ver a manifestação para escrever um artigo, mas fui principalmente encontrar o Carlos. Sabia que ele estava em situação de perigo e queria estar ao lado dele", conta ela. "Uns dez policiais nos cercaram e começaram a arrastar o Carlos. Eu me joguei em cima dele, para evitar que fosse levado, e me arrastaram também. Nos bateram com cassetete na cabeça, no rosto, e nos separaram." Manuela ficou com o rosto inchado, Carlos com uma marca roxa embaixo do olho esquerdo. No domingo (16), enquanto Manuela era mantida em um centro de detenção para imigrantes ilegais, Carlos ficou parado na porta do edifício, chorando, com um cartaz: "Te amo Manuela", em português. Carlos toca saxofone desde criança. Filho de indígenas da etnia Kañari do sul do Equador, pagou a universidade de direito com o que ganhava tocando em feiras. Decidiu se dedicar à defesa de comunidades afetadas pela extração mineral depois que sua aldeia, Tarqui, teve os reservatórios de água contaminados há 15 anos. "Ele não sairá de lá [do Equador] nunca, é completamente comprometido com a causa", responde a sogra, a brasileira Lena Lavinas, quando indagada se Carlos deixaria o país por Manuela. Lena só o conhece por telefone e vídeos na internet. "Ele é muito calmo, educado, é de outro mundo. Enquanto estávamos todos nervosos com a situação da Manuela, ele falava com a voz serena." Carlos foi detido quatro vezes no governo de Rafael Correa. Na penúltima, foi acusado de "terrorismo altruísta", por bloquear estradas. Ficou dez dias na cadeia. Na última semana, foi a vez de assumir o papel de advogado para defender Manuela da deportação. "Vou atuar com todo meu coração", disse à imprensa local. Venceram o round, mas o governo negou novo visto a Manuela, obrigando-a a vir ao Brasil. "Estou ferido, mas não vencido", diz Carlos em vídeo no Facebook após a prisão de Manuela. "Essa luta não se ganhará com velocidade, mas com resistência."
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História de amor une ao Equador brasileira detida durante protesto"Companheiros de luta e de caminhada", a brasileira Manuela Lavinas Picq, 38, e o equatoriano Carlos Pérez Guartambel, 46, foram separados na noite de sexta (21). Sem visto para permanecer no Equador, cassado após ela participar de uma manifestação contra o governo Rafael Correa, Manuela teve que deixar o país. Ela chegou ao Brasil neste sábado (22). "É muito triste a situação, mas decidimos que, se é para ficarmos separados, é melhor que eu esteja no Brasil do que na prisão", disse ela à Folha, antes de embarcar. A jornalista e acadêmica, que chegou ao Equador em 2004, disse que levaria só uma mala. O apartamento que divide com Carlos ficou intacto em Quito, assim como a casa do casal em Cuenca, no sul do país, onde eles passam a maior parte dos dias juntos com as duas filhas dele, de 10 e 15 anos. A ideia é voltar o quanto antes. "Sem visto, não tenho segurança física e jurídica para permanecer no Equador. Vou ao Brasil, tiro um novo passaporte, resolvo isso e volto. Estou deixando aqui o Carlos e também meu trabalho." O interesse pela preservação dos recursos naturais para os povos indígenas uniu os dois. Carlos e Manuela se conheceram há três anos, quando ela preparava uma reportagem sobre a disputa de comunidades indígenas contra empresas mineradoras para a rede "Al Jazeera". Em 2012, Carlos perdera a mulher, vítima de um câncer. No ano seguinte, ele e Manuela começaram uma relação. Um ano depois moravam juntos e se casaram seguindo os rituais milenares indígenas. A brasileira ajudava Carlos a cuidar das filhas quando o ambientalista tinha que viajar. No último dia 13, na manifestação em Quito, Manuela agarrou com força o companheiro, tentando evitar que ele fosse levado por policiais. "Naquele dia, fui ver a manifestação para escrever um artigo, mas fui principalmente encontrar o Carlos. Sabia que ele estava em situação de perigo e queria estar ao lado dele", conta ela. "Uns dez policiais nos cercaram e começaram a arrastar o Carlos. Eu me joguei em cima dele, para evitar que fosse levado, e me arrastaram também. Nos bateram com cassetete na cabeça, no rosto, e nos separaram." Manuela ficou com o rosto inchado, Carlos com uma marca roxa embaixo do olho esquerdo. No domingo (16), enquanto Manuela era mantida em um centro de detenção para imigrantes ilegais, Carlos ficou parado na porta do edifício, chorando, com um cartaz: "Te amo Manuela", em português. Carlos toca saxofone desde criança. Filho de indígenas da etnia Kañari do sul do Equador, pagou a universidade de direito com o que ganhava tocando em feiras. Decidiu se dedicar à defesa de comunidades afetadas pela extração mineral depois que sua aldeia, Tarqui, teve os reservatórios de água contaminados há 15 anos. "Ele não sairá de lá [do Equador] nunca, é completamente comprometido com a causa", responde a sogra, a brasileira Lena Lavinas, quando indagada se Carlos deixaria o país por Manuela. Lena só o conhece por telefone e vídeos na internet. "Ele é muito calmo, educado, é de outro mundo. Enquanto estávamos todos nervosos com a situação da Manuela, ele falava com a voz serena." Carlos foi detido quatro vezes no governo de Rafael Correa. Na penúltima, foi acusado de "terrorismo altruísta", por bloquear estradas. Ficou dez dias na cadeia. Na última semana, foi a vez de assumir o papel de advogado para defender Manuela da deportação. "Vou atuar com todo meu coração", disse à imprensa local. Venceram o round, mas o governo negou novo visto a Manuela, obrigando-a a vir ao Brasil. "Estou ferido, mas não vencido", diz Carlos em vídeo no Facebook após a prisão de Manuela. "Essa luta não se ganhará com velocidade, mas com resistência."
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Já viu o Sol usando óculos escuros? Confira as tirinhas da 'Folhinha'
Parece que os personagens de Adão nem sentiram o frio que fez na última semana. Nas tirinhas do cartunista, até o Sol está com calor. Confira abaixo também os quadrinhos dos desenhistas Laerte e Pedro C. e as aventuras de Armandinho. * * * *
folhinha
Já viu o Sol usando óculos escuros? Confira as tirinhas da 'Folhinha'Parece que os personagens de Adão nem sentiram o frio que fez na última semana. Nas tirinhas do cartunista, até o Sol está com calor. Confira abaixo também os quadrinhos dos desenhistas Laerte e Pedro C. e as aventuras de Armandinho. * * * *
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EUA confirmam primeiro caso do vírus zika
Autoridades de saúde dos Estados Unidos confirmaram um caso do vírus zika no país. Ele foi diagnosticado em uma cidadã norte-americana no condado de Harris, estado do Texas. De acordo com as autoridades do condado, ela voltou recentemente de uma viagem a El Salvador, onde contraiu a doença. Embora alguns órgãos de imprensa nos EUA tenham noticiado que este seria o primeiro caso no país, o Centro para o Controle e Prevenção de Doenças do governo informou à Folha que em 2015 e 2016 oito pacientes foram diagnosticados com o vírus, todos contraídos no exterior. O órgão acrescentou que o primeiro caso foi em 2007, e até 2014 eles somavam 14, todos viajantes. O risco de a doença se espalhar nos EUA é motivo de preocupação no país, principalmente depois que um primeiro caso de contágio local foi registrado em Porto Rico, que faz parte do território norte-americano, no fim do ano passado. Especialistas alertaram para a possibilidade de entrada do vírus no país por um estado do sul, como o Texas, mas apostavam que isso provavelmente só aconteceria dentro de alguns meses, quando as temperaturas subirão no hemisfério norte. Segundo Peter Hotez, diretor do Hospital Infantil do Texas, as condições nos EUA são propícias para a proliferação do vírus, que no Brasil tem sido associado a casos de microencefalia em bebês _má-formação cerebral que pode trazer limitações graves ao desenvolvimento da criança. "Há uma tempestade perfeita se formando para o vírus zika nos EUA", disse Hotez ao site especializado "Medscape". "Temos duas espécies de mosquitos Aedes quee podem transmitir o zika em nossa área. Também temos altos níveis de pobreza, com pessoas vivendo sem telas nas janelas e perto de pneus abandonados e outros locais onde há água acumulada e os mosquitos podem procrias". No fim do ano passado, as autoridades norte-americanas divulgaram um alerta para quem planeja viajar para a América do Sul, com medidas de prevenção contra o zika como o uso de repelente e blusas de manga comprida. "Mulheres grávidas devem tomar precauções extras para evitar picadas de mosquitos", diz o site do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças.
cotidiano
EUA confirmam primeiro caso do vírus zikaAutoridades de saúde dos Estados Unidos confirmaram um caso do vírus zika no país. Ele foi diagnosticado em uma cidadã norte-americana no condado de Harris, estado do Texas. De acordo com as autoridades do condado, ela voltou recentemente de uma viagem a El Salvador, onde contraiu a doença. Embora alguns órgãos de imprensa nos EUA tenham noticiado que este seria o primeiro caso no país, o Centro para o Controle e Prevenção de Doenças do governo informou à Folha que em 2015 e 2016 oito pacientes foram diagnosticados com o vírus, todos contraídos no exterior. O órgão acrescentou que o primeiro caso foi em 2007, e até 2014 eles somavam 14, todos viajantes. O risco de a doença se espalhar nos EUA é motivo de preocupação no país, principalmente depois que um primeiro caso de contágio local foi registrado em Porto Rico, que faz parte do território norte-americano, no fim do ano passado. Especialistas alertaram para a possibilidade de entrada do vírus no país por um estado do sul, como o Texas, mas apostavam que isso provavelmente só aconteceria dentro de alguns meses, quando as temperaturas subirão no hemisfério norte. Segundo Peter Hotez, diretor do Hospital Infantil do Texas, as condições nos EUA são propícias para a proliferação do vírus, que no Brasil tem sido associado a casos de microencefalia em bebês _má-formação cerebral que pode trazer limitações graves ao desenvolvimento da criança. "Há uma tempestade perfeita se formando para o vírus zika nos EUA", disse Hotez ao site especializado "Medscape". "Temos duas espécies de mosquitos Aedes quee podem transmitir o zika em nossa área. Também temos altos níveis de pobreza, com pessoas vivendo sem telas nas janelas e perto de pneus abandonados e outros locais onde há água acumulada e os mosquitos podem procrias". No fim do ano passado, as autoridades norte-americanas divulgaram um alerta para quem planeja viajar para a América do Sul, com medidas de prevenção contra o zika como o uso de repelente e blusas de manga comprida. "Mulheres grávidas devem tomar precauções extras para evitar picadas de mosquitos", diz o site do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças.
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Grupo SEB compra rede de escolas canadense por cerca de R$ 160 milhões
O grupo SEB, da família do empresário Chaim Zaher, anunciou nesta segunda-feira (13) a compra da Maple Bear no Brasil, escola bilíngue canadense com 85 escolas e 15 mil alunos no país. O valor do negócio não foi divulgado, mas o mercado estima aproximadamente R$ 160 milhões. Pelo acordo, o SEB fica com 95% de participação e poderá expandir a marca para outros países na América do Sul por meio de franquias, um mercado ainda não explorado pelo grupo SEB. A Maple Bear está presente em 13 países no mundo. No Brasil há cerca de dez anos, a canadense já atua com ensino bilingue infantil e fundamental e agora se prepara para entrar no mercado de ensino médio a partir de 2018, segundo Rodney Briggs, presidente da Maple Bear Global Schools. O faturamento da Maple Bear no Brasil gira em torno de R$ 350 milhões. Segundo Chaim Zaher, o negócio com a canadense representa uma porta de entrada para os planos de internacionalizar o grupo SEB. O SEB atua há mais de 50 anos no mercado de educação brasileiro, com foco na educação básica, com cerca de 45 mil alunos distribuídos em 39 unidades. Algumas de suas marcas são SEB COC, Pueri Domus e Dom Bosco. No ano passado, lançou a Conexia, para atuar em diferentes áreas, como material didático, gestão escolar, gestão pedagógica, tecnologia e ensino a distância. A transação com a Maple Bear não é única anunciada pelos Zaher nos últimos meses. No início deste mês, o grupo SEB divulgou que recomprou o sistema de ensino Pueri Domus, que fora vendido por ele mesmo ao britânico Pearson em 2010. No final do ano passado, a nova empresa anunciou que comprou da Oxford University Press o Programa Múltiplo de Ensino. Também no final de 2016, o Grupo SEB anunciou que faria grandes investimentos em projetos de educação infantil e fundamental. A família é acionista da Estácio, que atualmente passa por negociações no Cade para conseguir aprovar a união com a Kroton, formando um gigante do ensino superior. Para concretizar o negócio e voltar a focar na educação básica, os Zaher reduziram de 14% para 11% sua participação na Estácio, fazendo caixa para as novas aquisições.
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Grupo SEB compra rede de escolas canadense por cerca de R$ 160 milhõesO grupo SEB, da família do empresário Chaim Zaher, anunciou nesta segunda-feira (13) a compra da Maple Bear no Brasil, escola bilíngue canadense com 85 escolas e 15 mil alunos no país. O valor do negócio não foi divulgado, mas o mercado estima aproximadamente R$ 160 milhões. Pelo acordo, o SEB fica com 95% de participação e poderá expandir a marca para outros países na América do Sul por meio de franquias, um mercado ainda não explorado pelo grupo SEB. A Maple Bear está presente em 13 países no mundo. No Brasil há cerca de dez anos, a canadense já atua com ensino bilingue infantil e fundamental e agora se prepara para entrar no mercado de ensino médio a partir de 2018, segundo Rodney Briggs, presidente da Maple Bear Global Schools. O faturamento da Maple Bear no Brasil gira em torno de R$ 350 milhões. Segundo Chaim Zaher, o negócio com a canadense representa uma porta de entrada para os planos de internacionalizar o grupo SEB. O SEB atua há mais de 50 anos no mercado de educação brasileiro, com foco na educação básica, com cerca de 45 mil alunos distribuídos em 39 unidades. Algumas de suas marcas são SEB COC, Pueri Domus e Dom Bosco. No ano passado, lançou a Conexia, para atuar em diferentes áreas, como material didático, gestão escolar, gestão pedagógica, tecnologia e ensino a distância. A transação com a Maple Bear não é única anunciada pelos Zaher nos últimos meses. No início deste mês, o grupo SEB divulgou que recomprou o sistema de ensino Pueri Domus, que fora vendido por ele mesmo ao britânico Pearson em 2010. No final do ano passado, a nova empresa anunciou que comprou da Oxford University Press o Programa Múltiplo de Ensino. Também no final de 2016, o Grupo SEB anunciou que faria grandes investimentos em projetos de educação infantil e fundamental. A família é acionista da Estácio, que atualmente passa por negociações no Cade para conseguir aprovar a união com a Kroton, formando um gigante do ensino superior. Para concretizar o negócio e voltar a focar na educação básica, os Zaher reduziram de 14% para 11% sua participação na Estácio, fazendo caixa para as novas aquisições.
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Ameaça norte-coreana
Híbrido arcaico e bizarro de ditadura stalinista e dinastia familiar, o regime da Coreia do Norte é hoje, ao lado do terrorismo, a maior ameaça à segurança internacional. Sob a liderança de Kim Jong-un, o país vem desenvolvendo um programa nuclear para a fabricação de ogivas atômicas e o desenvolvimento de mísseis de médio e longo alcance, capazes de atingir, além dos vizinhos Coreia do Sul e Japão, o território norte-americano. Em que pesem as pressões internacionais lideradas pelo governo dos EUA, os testes com artefatos nucleares prosseguem em seguidas demonstrações de irresponsabilidade e provocação. É como se o líder local, tomado por algum tipo de demência, não conseguisse discernir entre realidade e delírio, repetindo a caricatura clássica de ditadores embriagados pelo poder. "Esse cara não tem nada melhor para fazer da vida?", perguntou o presidente americano, Donald Trump, numa rede social, logo depois do maisrecente bélico de Kim Jong-un, no início da semana passada –quando os norte-coreanos testaram um míssil que supostamente poderia alcançar "qualquer lugar do mundo". Há dúvidas, porém, sobre a efetiva capacidade de o país lançar, neste momento, ogivas à longa distância. Segundo especialistas, há grande diferença entre o teste realizado pela Coreia do Norte e o domínio da capacidade de usar mísseis balísticos em situações reais. A questão que se apresenta ao mundo é como evitar que aquele país venha a desenvolver tal perícia. Embora o fantasma de um conflito armado ronde as relações entre Washington e Pyongyang, é pouco provável que os EUA façam algum movimento nesse sentido. Um ataque norte-americano certamente provocaria reações extremadas e violentas, com consequências imprevisíveis. O caminho a ser trilhado é o da pressão diplomática –e sobretudo comercial. Os EUA têm constrangido governo e empresas da China a interromper negócios com a Coreia do Norte. Os chineses, além da influência como potência regional, são os principais parceiros econômicos dos norte-coreanos. Isso não significa, contudo, que os EUA e seus aliados devam abandonar o terreno militar. Exercícios conjuntos com vistas a demonstrar forças e a instalação de sistemas antimísseis na Coreia do Sul e no Japão se fazem necessários. São parte das ações que estão ao alcance do Ocidente para tentar conter a saga nuclear de Kim Jong-un e seu reino de tempos remotos. editoriais@grupofolha.com.br
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Ameaça norte-coreanaHíbrido arcaico e bizarro de ditadura stalinista e dinastia familiar, o regime da Coreia do Norte é hoje, ao lado do terrorismo, a maior ameaça à segurança internacional. Sob a liderança de Kim Jong-un, o país vem desenvolvendo um programa nuclear para a fabricação de ogivas atômicas e o desenvolvimento de mísseis de médio e longo alcance, capazes de atingir, além dos vizinhos Coreia do Sul e Japão, o território norte-americano. Em que pesem as pressões internacionais lideradas pelo governo dos EUA, os testes com artefatos nucleares prosseguem em seguidas demonstrações de irresponsabilidade e provocação. É como se o líder local, tomado por algum tipo de demência, não conseguisse discernir entre realidade e delírio, repetindo a caricatura clássica de ditadores embriagados pelo poder. "Esse cara não tem nada melhor para fazer da vida?", perguntou o presidente americano, Donald Trump, numa rede social, logo depois do maisrecente bélico de Kim Jong-un, no início da semana passada –quando os norte-coreanos testaram um míssil que supostamente poderia alcançar "qualquer lugar do mundo". Há dúvidas, porém, sobre a efetiva capacidade de o país lançar, neste momento, ogivas à longa distância. Segundo especialistas, há grande diferença entre o teste realizado pela Coreia do Norte e o domínio da capacidade de usar mísseis balísticos em situações reais. A questão que se apresenta ao mundo é como evitar que aquele país venha a desenvolver tal perícia. Embora o fantasma de um conflito armado ronde as relações entre Washington e Pyongyang, é pouco provável que os EUA façam algum movimento nesse sentido. Um ataque norte-americano certamente provocaria reações extremadas e violentas, com consequências imprevisíveis. O caminho a ser trilhado é o da pressão diplomática –e sobretudo comercial. Os EUA têm constrangido governo e empresas da China a interromper negócios com a Coreia do Norte. Os chineses, além da influência como potência regional, são os principais parceiros econômicos dos norte-coreanos. Isso não significa, contudo, que os EUA e seus aliados devam abandonar o terreno militar. Exercícios conjuntos com vistas a demonstrar forças e a instalação de sistemas antimísseis na Coreia do Sul e no Japão se fazem necessários. São parte das ações que estão ao alcance do Ocidente para tentar conter a saga nuclear de Kim Jong-un e seu reino de tempos remotos. editoriais@grupofolha.com.br
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Sou o homem de confiança do presidente, diz Muricy
Em meio à pressão interna que vive no São Paulo, o técnico Muricy Ramalho tentou amenizar o clima no Morumbi e falou sobre o encontro que teve com o presidente do clube, Carlos Miguel Aidar, na véspera da goleada sobre o Danubio (URU) por 4 a 0, no Morumbi. O cartola visitou o time no centro de treinamento da Barra Funda, assistiu ao treino e falou com o treinador após a atividade, chegou a apertar a mão de Muricy e falar palavras de confiança. "Vi isso numa boa. Ele foi lá abraçar o técnico dele. O presidente tem de estar junto com o técnico dele. Sou o homem de confiança. Tem umas malas no clube que não estão junto comigo, mas o presidente tem de estar", disse Muricy, após o confronto no Morumbi. O treinador, no entanto, ressaltou uma declaração que já havia dado no último sábado, ao citar a torcida do São Paulo e dizer que ela é responsável pela sua continuidade no clube. "Eu trabalho duro. A torcida sabe que o que puder pode contar comigo. Foi muito legal ouvir o apoio dos torcedores no jogo. Eu fico triste às vezes porque o futebol é coletivo. As pessoas têm de estar juntas. Esse negócio de nós ganhamos e ele perde não está certo", disse. "A gente continua dominando o CT. Algumas coisas chegaram ao elenco e isso não é legal. As pessoas têm de saber que prejudica demais, mas agora está tudo certo", completou. CONFIANÇA O treinador são-paulino também disse que o resultado diante do Danubio foi importante para recuperar a confiança do time na Copa Libertadores. A equipe perdeu na estreia do torneio para o rival Corinthians por 2 a 0, situação que aumentou a pressão interna no clube por resultados e títulos na temporada. "O resultado foi bom porque é um grupo difícil. Tem San Lorenzo também. Como o Rogério Ceni disse, vai ser uma decisão atrás da outra. Contra o San Lorenzo [dia 18, no Morumbi] será assim como foi hoje contra o Danubio", disse o treinador.
esporte
Sou o homem de confiança do presidente, diz MuricyEm meio à pressão interna que vive no São Paulo, o técnico Muricy Ramalho tentou amenizar o clima no Morumbi e falou sobre o encontro que teve com o presidente do clube, Carlos Miguel Aidar, na véspera da goleada sobre o Danubio (URU) por 4 a 0, no Morumbi. O cartola visitou o time no centro de treinamento da Barra Funda, assistiu ao treino e falou com o treinador após a atividade, chegou a apertar a mão de Muricy e falar palavras de confiança. "Vi isso numa boa. Ele foi lá abraçar o técnico dele. O presidente tem de estar junto com o técnico dele. Sou o homem de confiança. Tem umas malas no clube que não estão junto comigo, mas o presidente tem de estar", disse Muricy, após o confronto no Morumbi. O treinador, no entanto, ressaltou uma declaração que já havia dado no último sábado, ao citar a torcida do São Paulo e dizer que ela é responsável pela sua continuidade no clube. "Eu trabalho duro. A torcida sabe que o que puder pode contar comigo. Foi muito legal ouvir o apoio dos torcedores no jogo. Eu fico triste às vezes porque o futebol é coletivo. As pessoas têm de estar juntas. Esse negócio de nós ganhamos e ele perde não está certo", disse. "A gente continua dominando o CT. Algumas coisas chegaram ao elenco e isso não é legal. As pessoas têm de saber que prejudica demais, mas agora está tudo certo", completou. CONFIANÇA O treinador são-paulino também disse que o resultado diante do Danubio foi importante para recuperar a confiança do time na Copa Libertadores. A equipe perdeu na estreia do torneio para o rival Corinthians por 2 a 0, situação que aumentou a pressão interna no clube por resultados e títulos na temporada. "O resultado foi bom porque é um grupo difícil. Tem San Lorenzo também. Como o Rogério Ceni disse, vai ser uma decisão atrás da outra. Contra o San Lorenzo [dia 18, no Morumbi] será assim como foi hoje contra o Danubio", disse o treinador.
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Empréstimos subsidiados do BNDES custam R$ 184 bilhões à União
Mesmo com a decisão do governo de suspender os repasses de recursos do Tesouro ao BNDES, o Ministério da Fazenda estima que a União ainda vá arcar com um custo de R$ 184 bilhões nas próximas décadas com os empréstimos subsidiados concedidos ao banco a partir de 2009. A projeção, inédita, mede a diferença entre os juros reduzidos pagos pelo BNDES ao Tesouro e a taxa média que o governo paga ao mercado para tomar emprestado recursos, pela venda de títulos. Essa diferença não é coberta pelo Orçamento, mas contribui para elevar a dívida pública. Esse impacto se estende pelos próximos 40 anos, valor médio dos contratos, mas uma parte expressiva se dá ainda no governo Dilma. Segundo cálculos da Fazenda encaminhados ao Tribunal de Contas da União, de 2015 a 2018 o subsídio dos contratos em vigor vai somar R$ 97,5 bilhões –ou R$ 74 bilhões quando calculados a valor presente, ou seja, considerando que ele seria integralmente incorporado à dívida neste ano. ESTÍMULO Os repasses, feitos em títulos da dívida pública, ganharam força a partir de 2009. Na ocasião, a equipe econômica, então comandada por Guido Mantega, decidiu dar crédito barato para empresas com a intenção de estimular a atividade econômica, que sofria efeitos da crise global. Desde então, o volume total de empréstimos do Tesouro ao BNDES saltou de cerca de R$ 40 bilhões para R$ 455 bilhões. Os recursos foram emprestados a taxa de juros próxima à TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), bem inferior ao custo médio com que o Tesouro se financia, que acompanha a taxa Selic. No ano passado, o cus- to com o subsídio nos financiamentos ao BNDES dobrou em relação a 2013, somando R$ 21,3 bilhões. O economista Márcio Garcia, professor da PUC-Rio, aponta que o aumento dos repasses para o BNDES não se refletiu em aumento da taxa de investimento da economia e ainda contribuiu para alimentar a inflação. Ainda no final de 2014, Joaquim Levy anunciou o fim desses repasses como parte do esforço de ajustar as contas públicas. Além desse tipo de subsídio implícito nos empréstimos ao BNDES, o governo tem gastos com o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que tem taxas inferiores à TJLP. Nesse caso, são repassados recursos orçamentários ao BNDES, para cobrir a diferença entre as taxas subsidiadas e a TJLP. No ano passado, foram repassados R$ 110,7 milhões. O valor devido pelo governo é bem superior, mas uma portaria do ministério –que está sendo questionada pelo TCU– autorizou o adiamento. Subsídios * R$ 184,3 bilhões É o custo total dos subsídios concedidos pelo Tesouro ao BNDES R$ 455, bilhões é o total de recursos repassados pelo Tesouro ao BNDES desde 1997 30 anos É o prazo médio dos financiamentos com juros subsidiados
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Empréstimos subsidiados do BNDES custam R$ 184 bilhões à UniãoMesmo com a decisão do governo de suspender os repasses de recursos do Tesouro ao BNDES, o Ministério da Fazenda estima que a União ainda vá arcar com um custo de R$ 184 bilhões nas próximas décadas com os empréstimos subsidiados concedidos ao banco a partir de 2009. A projeção, inédita, mede a diferença entre os juros reduzidos pagos pelo BNDES ao Tesouro e a taxa média que o governo paga ao mercado para tomar emprestado recursos, pela venda de títulos. Essa diferença não é coberta pelo Orçamento, mas contribui para elevar a dívida pública. Esse impacto se estende pelos próximos 40 anos, valor médio dos contratos, mas uma parte expressiva se dá ainda no governo Dilma. Segundo cálculos da Fazenda encaminhados ao Tribunal de Contas da União, de 2015 a 2018 o subsídio dos contratos em vigor vai somar R$ 97,5 bilhões –ou R$ 74 bilhões quando calculados a valor presente, ou seja, considerando que ele seria integralmente incorporado à dívida neste ano. ESTÍMULO Os repasses, feitos em títulos da dívida pública, ganharam força a partir de 2009. Na ocasião, a equipe econômica, então comandada por Guido Mantega, decidiu dar crédito barato para empresas com a intenção de estimular a atividade econômica, que sofria efeitos da crise global. Desde então, o volume total de empréstimos do Tesouro ao BNDES saltou de cerca de R$ 40 bilhões para R$ 455 bilhões. Os recursos foram emprestados a taxa de juros próxima à TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), bem inferior ao custo médio com que o Tesouro se financia, que acompanha a taxa Selic. No ano passado, o cus- to com o subsídio nos financiamentos ao BNDES dobrou em relação a 2013, somando R$ 21,3 bilhões. O economista Márcio Garcia, professor da PUC-Rio, aponta que o aumento dos repasses para o BNDES não se refletiu em aumento da taxa de investimento da economia e ainda contribuiu para alimentar a inflação. Ainda no final de 2014, Joaquim Levy anunciou o fim desses repasses como parte do esforço de ajustar as contas públicas. Além desse tipo de subsídio implícito nos empréstimos ao BNDES, o governo tem gastos com o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que tem taxas inferiores à TJLP. Nesse caso, são repassados recursos orçamentários ao BNDES, para cobrir a diferença entre as taxas subsidiadas e a TJLP. No ano passado, foram repassados R$ 110,7 milhões. O valor devido pelo governo é bem superior, mas uma portaria do ministério –que está sendo questionada pelo TCU– autorizou o adiamento. Subsídios * R$ 184,3 bilhões É o custo total dos subsídios concedidos pelo Tesouro ao BNDES R$ 455, bilhões é o total de recursos repassados pelo Tesouro ao BNDES desde 1997 30 anos É o prazo médio dos financiamentos com juros subsidiados
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Prisão de cartolas da Fifa completa 100 dias; veja como está a situação de cada um dos indiciados
O ex-presidente da CBF José Maria Marin e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos no dia 27 de maio pela polícia suíça em uma operação surpresa, realizada a pedido das autoridades dos Estados Unidos. Os cartolas são investigados pela Justiça americana em um suposto esquema de corrupção. A prisão dos dirigentes completa 100 dias nesta sexta-feira (4). Seis deles continuam detidos na Suíça. Veja abaixo como está a situação de cada um dos indiciados no caso. Ex-presidente da CBF, José Maria Marin continua preso na Suíça. Autoridades suíças devem decidir neste mês se vão extraditar o brasileiro para que seja julgado por corrupção nos Estados Unidos, conforme informou recentemente o porta-voz do Ministério da Justiça do país. Seus advogados tentam evitar a extradição. Uruguaio com naturalização americana e ex-presidente da Conmebol, Eugenio Figueredo continua preso na Suíça. Em junho, ele teve propriedades bloqueadas no Uruguai. Ex-presidente da Federação Costarriquenha de Futebol, Eduardo Li continua preso na Suíça. Ex-presidente da Federação Nicaraguense de Futebol, Julio Rocha continua preso na Suíça. No meio de agosto, ele concordou em ser extraditado para a Nicarágua, seu país natal. O caso, porém, ainda não teve definição. Ex-secretário-geral da Associação de Futebol das Ilhas Cayman e assessor de Jeffreys Webb, ex-presidente da Concacaf, o britânico Costas Takkas continua preso na Suíça. Ex-presidente da Federação Venezuelana de Futebol, Rafael Esquivel continua preso na Suíça. Ex-vice-presidente da Fifa, Jeffrey Webb foi extraditado da Suíça para os Estados Unidos em julho. Ele pagou fiança para permanecer em prisão domiciliar (num raio de, no máximo, 32 km de Brooklyn, em Nova York) até o seu julgamento, que deve ocorrer em outubro. Ex-presidente da Traffic EUA, braço americano da Traffic, do empresário brasileiro J. Hawilla, o americano Aaron Davidson está em prisão domiciliar em Miami. Principal controlador da empresa Torneos y Competencias, o argentino Alejandro Burzaco está em prisão domiciliar nos Estados Unidos. Em julho, ele se declarou inocente das acusações em escândalo da Fifa. Ex-presidente da Conmebol, o paraguaio Nicolás Leoz está em prisão domiciliar em Assunção, no Paraguai. Ex-vice-presidente da Fifa, Jack Warner foi preso em Trinidad e Tobago, no fim de maio, mas pagou fiança e foi libertado. Ele deve, porém, se retratar regularmente às autoridades como condição de sua libertação. Os Estados Unidos já fizeram um pedido formal pela sua extradição, mas não tiveram sucesso. Argentino, pai de Mariano Jinkis e controlador da empresa Full Play S.A., Hugo Jinkis estava em prisão domiciliar, mas foi libertado na semana passada por um juiz argentino enquanto este examina o pedido de extradição dos Estados Unidos. Argentino, filho de Hugo Jinkis e controlador da empresa Full Play S.A., Mariano Jinkis estava em prisão domiciliar, mas foi libertado na semana passada por um juiz argentino enquanto este examina o pedido de extradição dos Estados Unidos. Controlador das empresas Valente Corp. e Somerton Ltd, envolvidas na transmissão de partidas de futebol, o brasileiro José Margulies continua na lista de procurados da Interpol.
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Prisão de cartolas da Fifa completa 100 dias; veja como está a situação de cada um dos indiciadosO ex-presidente da CBF José Maria Marin e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos no dia 27 de maio pela polícia suíça em uma operação surpresa, realizada a pedido das autoridades dos Estados Unidos. Os cartolas são investigados pela Justiça americana em um suposto esquema de corrupção. A prisão dos dirigentes completa 100 dias nesta sexta-feira (4). Seis deles continuam detidos na Suíça. Veja abaixo como está a situação de cada um dos indiciados no caso. Ex-presidente da CBF, José Maria Marin continua preso na Suíça. Autoridades suíças devem decidir neste mês se vão extraditar o brasileiro para que seja julgado por corrupção nos Estados Unidos, conforme informou recentemente o porta-voz do Ministério da Justiça do país. Seus advogados tentam evitar a extradição. Uruguaio com naturalização americana e ex-presidente da Conmebol, Eugenio Figueredo continua preso na Suíça. Em junho, ele teve propriedades bloqueadas no Uruguai. Ex-presidente da Federação Costarriquenha de Futebol, Eduardo Li continua preso na Suíça. Ex-presidente da Federação Nicaraguense de Futebol, Julio Rocha continua preso na Suíça. No meio de agosto, ele concordou em ser extraditado para a Nicarágua, seu país natal. O caso, porém, ainda não teve definição. Ex-secretário-geral da Associação de Futebol das Ilhas Cayman e assessor de Jeffreys Webb, ex-presidente da Concacaf, o britânico Costas Takkas continua preso na Suíça. Ex-presidente da Federação Venezuelana de Futebol, Rafael Esquivel continua preso na Suíça. Ex-vice-presidente da Fifa, Jeffrey Webb foi extraditado da Suíça para os Estados Unidos em julho. Ele pagou fiança para permanecer em prisão domiciliar (num raio de, no máximo, 32 km de Brooklyn, em Nova York) até o seu julgamento, que deve ocorrer em outubro. Ex-presidente da Traffic EUA, braço americano da Traffic, do empresário brasileiro J. Hawilla, o americano Aaron Davidson está em prisão domiciliar em Miami. Principal controlador da empresa Torneos y Competencias, o argentino Alejandro Burzaco está em prisão domiciliar nos Estados Unidos. Em julho, ele se declarou inocente das acusações em escândalo da Fifa. Ex-presidente da Conmebol, o paraguaio Nicolás Leoz está em prisão domiciliar em Assunção, no Paraguai. Ex-vice-presidente da Fifa, Jack Warner foi preso em Trinidad e Tobago, no fim de maio, mas pagou fiança e foi libertado. Ele deve, porém, se retratar regularmente às autoridades como condição de sua libertação. Os Estados Unidos já fizeram um pedido formal pela sua extradição, mas não tiveram sucesso. Argentino, pai de Mariano Jinkis e controlador da empresa Full Play S.A., Hugo Jinkis estava em prisão domiciliar, mas foi libertado na semana passada por um juiz argentino enquanto este examina o pedido de extradição dos Estados Unidos. Argentino, filho de Hugo Jinkis e controlador da empresa Full Play S.A., Mariano Jinkis estava em prisão domiciliar, mas foi libertado na semana passada por um juiz argentino enquanto este examina o pedido de extradição dos Estados Unidos. Controlador das empresas Valente Corp. e Somerton Ltd, envolvidas na transmissão de partidas de futebol, o brasileiro José Margulies continua na lista de procurados da Interpol.
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PM morre após ser baleado na Cidade de Deus
Um policial da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Cidade de Deus, na zona oeste da cidade, morreu após ser baleado, nesta madrugada de quarta-feira (18). De acordo com PMs da localidade, o policial foi vítima de uma emboscada na comunidade. A UPP Cidade de Deus é a segunda mais antiga instalada no Rio. A unidade foi inaugurada em fevereiro de 2009. O policial identificado como Rogério Pereira da Silva, 39, estava em um carro da UPP quando foi surpreendido por disparos feitos no para-brisa dianteiro do veículo. O cabo Pereira foi levado para o hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. No mesmo local havia outros três suspeitos baleados, que continuam internados na unidade. Até o momento, a assessoria de imprensa das UPPs não se pronunciou sobre a morte do policial.
cotidiano
PM morre após ser baleado na Cidade de DeusUm policial da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Cidade de Deus, na zona oeste da cidade, morreu após ser baleado, nesta madrugada de quarta-feira (18). De acordo com PMs da localidade, o policial foi vítima de uma emboscada na comunidade. A UPP Cidade de Deus é a segunda mais antiga instalada no Rio. A unidade foi inaugurada em fevereiro de 2009. O policial identificado como Rogério Pereira da Silva, 39, estava em um carro da UPP quando foi surpreendido por disparos feitos no para-brisa dianteiro do veículo. O cabo Pereira foi levado para o hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. No mesmo local havia outros três suspeitos baleados, que continuam internados na unidade. Até o momento, a assessoria de imprensa das UPPs não se pronunciou sobre a morte do policial.
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O país está à beira do abismo. Alô, alô, Congresso!
O Brasil está a um passo de perder o selo de bom pagador de sua dívida conquistado a duras penas. A agência de classificação de risco S&P alterou a perspectiva da nota brasileira para negativa, o que significa que pode retirar em breve o grau de investimento do país. Ao explicar sua decisão, os analistas da S&P deixam claro de quem é a responsabilidade: da convulsão política provocada pela Operação Lava Jato e da base do governo no Congresso, que não consegue aprovar as medidas do ajuste fiscal propostas pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda). "Apesar das amplas alterações nas políticas em curso, as quais acreditamos continuam recebendo o suporte da presidente, os riscos de execução aumentaram. Tais riscos tem sua origem tanto no front político quanto no econômico", diz o comunicado da S&P. A agência está reagindo ao corte da meta fiscal para apenas 0,15% do PIB promovida pelo governo, mas o recado não podia ser mais claro: a presidente Dilma e sua equipe estão comprometidos com o ajuste das contas públicas, mas a recessão e a confusão no Congresso não permitem o país avançar. Os técnicos da S&P vão além e citam explicitamente a rota aliança de PT e PMDB que gera "a perspectiva de um suporte menos consistente para as medidas de ajuste fiscal necessárias". A agência ressalta que as investigações da Operação Lava Jato são um "exemplo do amadurecimento da estrutura institucional brasileira", mas reconhece que "aumentam as incertezas políticas no curto prazo". O melhor exemplo é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que terminou de romper com o governo após ser atingido pelas investigações. E agora, Congresso, que o país chegou à beira do abismo? O que os senhores deputados e senadores vão fazer? Continuar utilizando o ajuste fiscal como instrumento de barganha contra o governo ou assumir suas responsabilidades perante o país? A perda do grau de investimento terá consequências importantes para a economia, que já sofre com a saída de capitais e com uma recessão que deve durar pelo menos dois anos. O dólar bateu R$ 3,44 com a decisão da S&P, que apenas abriu a fila e deve ser seguida em breve pela Moody's. Muitos analistas acreditam que o real ainda tem espaço para se desvalorizar muito mais, o que vai corroer o poder de compra das pessoas, gerar mais inflação e obrigar o BC a continuar subindo os juros. "Isso é um alerta para o Congresso, que não está fazendo sua parte. Ainda acredito na capacidade de reação dos políticos para evitar essa crise. O diagnóstico do governo é claro, só falta executar", diz Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos. Tomara que ela esteja certa.
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O país está à beira do abismo. Alô, alô, Congresso!O Brasil está a um passo de perder o selo de bom pagador de sua dívida conquistado a duras penas. A agência de classificação de risco S&P alterou a perspectiva da nota brasileira para negativa, o que significa que pode retirar em breve o grau de investimento do país. Ao explicar sua decisão, os analistas da S&P deixam claro de quem é a responsabilidade: da convulsão política provocada pela Operação Lava Jato e da base do governo no Congresso, que não consegue aprovar as medidas do ajuste fiscal propostas pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda). "Apesar das amplas alterações nas políticas em curso, as quais acreditamos continuam recebendo o suporte da presidente, os riscos de execução aumentaram. Tais riscos tem sua origem tanto no front político quanto no econômico", diz o comunicado da S&P. A agência está reagindo ao corte da meta fiscal para apenas 0,15% do PIB promovida pelo governo, mas o recado não podia ser mais claro: a presidente Dilma e sua equipe estão comprometidos com o ajuste das contas públicas, mas a recessão e a confusão no Congresso não permitem o país avançar. Os técnicos da S&P vão além e citam explicitamente a rota aliança de PT e PMDB que gera "a perspectiva de um suporte menos consistente para as medidas de ajuste fiscal necessárias". A agência ressalta que as investigações da Operação Lava Jato são um "exemplo do amadurecimento da estrutura institucional brasileira", mas reconhece que "aumentam as incertezas políticas no curto prazo". O melhor exemplo é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que terminou de romper com o governo após ser atingido pelas investigações. E agora, Congresso, que o país chegou à beira do abismo? O que os senhores deputados e senadores vão fazer? Continuar utilizando o ajuste fiscal como instrumento de barganha contra o governo ou assumir suas responsabilidades perante o país? A perda do grau de investimento terá consequências importantes para a economia, que já sofre com a saída de capitais e com uma recessão que deve durar pelo menos dois anos. O dólar bateu R$ 3,44 com a decisão da S&P, que apenas abriu a fila e deve ser seguida em breve pela Moody's. Muitos analistas acreditam que o real ainda tem espaço para se desvalorizar muito mais, o que vai corroer o poder de compra das pessoas, gerar mais inflação e obrigar o BC a continuar subindo os juros. "Isso é um alerta para o Congresso, que não está fazendo sua parte. Ainda acredito na capacidade de reação dos políticos para evitar essa crise. O diagnóstico do governo é claro, só falta executar", diz Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos. Tomara que ela esteja certa.
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Curso grátis de guarani marca o Dia do Índio na Caixa Cultural São Paulo
DE SÃO PAULO Para homenagear o Dia Nacional do Índio, celebrado no domingo (19/4), a Caixa Cultural São Paulo promove no sábado (18), das 9h30 às 11h30, a oficina "Instrumental Básico de Idioma Guarani". Com duração de duas horas, o curso será dividida em cinco etapas. Em cada uma, os participantes conhecerão a história do idioma, os fonemas, a escrita e adaptações sonoras, o instrumental básico das palavras e as diferenças e semelhanças com relação aos correspondentes em português. A ideia é que ao final da atividade seja possível reconhecer alguns vocábulos do cotidiano e desenvolver frases básicas. O idioma guarani é falado por cerca de 8 milhões de pessoas na América. É um dos idiomas oficiais do Paraguai e também do Mercosul. No Brasil, é adotado por grupos silvícolas guaranis, mas como a grafia ainda não é unificada, utiliza-se uma adaptação da escrita paraguaia. A atividade é gratuita e as inscrições devem ser feitas pelo e-mail supervisao.sp@gentearteira.com. Serão aceitas 50 inscrições para maiores de 16 anos.
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Curso grátis de guarani marca o Dia do Índio na Caixa Cultural São PauloDE SÃO PAULO Para homenagear o Dia Nacional do Índio, celebrado no domingo (19/4), a Caixa Cultural São Paulo promove no sábado (18), das 9h30 às 11h30, a oficina "Instrumental Básico de Idioma Guarani". Com duração de duas horas, o curso será dividida em cinco etapas. Em cada uma, os participantes conhecerão a história do idioma, os fonemas, a escrita e adaptações sonoras, o instrumental básico das palavras e as diferenças e semelhanças com relação aos correspondentes em português. A ideia é que ao final da atividade seja possível reconhecer alguns vocábulos do cotidiano e desenvolver frases básicas. O idioma guarani é falado por cerca de 8 milhões de pessoas na América. É um dos idiomas oficiais do Paraguai e também do Mercosul. No Brasil, é adotado por grupos silvícolas guaranis, mas como a grafia ainda não é unificada, utiliza-se uma adaptação da escrita paraguaia. A atividade é gratuita e as inscrições devem ser feitas pelo e-mail supervisao.sp@gentearteira.com. Serão aceitas 50 inscrições para maiores de 16 anos.
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Senadora Kátia Abreu flerta com esquerda e critica 'reacionários'
Numa tarde de março, uma mulher negra com tranças no cabelo e uma transexual loira conversavam numa sala que, há poucos anos, era parada obrigatória para homens com chapéus e botas de couro em passagem por Brasília. A recepção do gabinete da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) –decorada com retratos de africanos em roupas tradicionais e uma foto em que ela aparece abraçada a dois indígenas– tem atraído um público diferente desde que a peemedebista reassumiu seu posto no Congresso, após deixar o cargo de ministra da Agricultura do governo Dilma Rousseff (PT) e se projetar como uma das principais defensoras da ex-presidente no processo de impeachment. A lealdade de Abreu a Dilma a afastou dos ruralistas, setor que apoiou a queda da petista com entusiasmo e do qual a senadora agora tenta se diferenciar ao defender "um agro moderno, sem posturas reacionárias". Mas a nova postura também lhe fez ganhar admiradores à esquerda e a expôs a outras bandeiras políticas. A BBC Brasil entrevistou a senadora em seu gabinete em 29 de março. Interrompida para que Abreu discursasse no Senado, a conversa foi retomada seis dias depois por telefone - quando voltou a ser encerrada abruptamente, desta vez após a senadora ser questionada sobre seu envolvimento com denúncias investigadas pela Operação Lava Jato. No início do mês de abril, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin tornou pública a abertura de um inquérito para investigar a senadora e seu marido, Moisés Pinto Gomes, pelo suposto recebimento de R$ 500 mil em caixa dois em 2014. Abreu nega irregularidades. HOMOFOBIA A senadora diz que as mulheres que a visitaram naquela tarde foram tratar de um projeto de lei que pune a homofobia com o mesmo rigor com que é tratado o racismo. "A violência [por homofobia] está muito grande: morte, óbito, espancamento. Diz que é uma coisa horrorosa, que o Brasil é o campeão. Fiquei tão chocada", afirmou a senadora após se despedir das mulheres e prometer votar a favor da lei. Segundo Abreu, o encontro foi marcado a pedido da assessora Janaína Oliveira, incorporada a sua equipe após o impeachment. Negra, lésbica e militante do PT, Oliveira presidia o conselho de combate à homofobia da Secretaria Nacional de Direitos Humanos no governo Dilma. Outro novo auxiliar egresso do governo petista é o garçom José da Silva Catalão, que trabalhava no gabinete presidencial do Palácio do Planalto nas gestões Dilma e Lula. A demissão de Catalão virou notícia –segundo relatos, a equipe de Temer resolveu descartá-lo por desconfiar que pudesse transmitir informações aos patrões antigos. Também transitava pelo gabinete da senadora um homem com uma estrela do PT e um broche com o lema "Fora Temer" no paletó, o assessor Osni Calixto. Auxiliar do senador petista Donizeti Nogueira, também do Tocantins, Calixto disse à secretária de Abreu que queria "passar orientações" à senadora. Como ela estava ocupada, ficou de voltar depois. 'MUITO CAFONA' Apesar da convivência mais intensa com petistas, Abreu nega que tenha migrado para a esquerda. "Acho muito cafona esse negócio de direita e esquerda", afirma. "Sou liberal e humanista." A senadora defende que o Estado cuide dos mais vulneráveis, mas diz acreditar que "o emprego vem das empresas, da iniciativa privada". Abreu tem se alinhado à oposição ao governo Temer em alguns dos principais temas na agenda do Congresso. Em dezembro, votou contra a Proposta de Emenda à Constituição que definiu um teto para os gastos públicos, a primeira grande reforma econômica aprovada pela nova gestão. Nas últimas semanas, ela criticou a aprovação na Câmara de uma lei que flexibiliza as terceirizações e engrossou o coro dos parlamentares contrários à reforma da Previdência. Ainda assim, diz que não pertence à oposição. "Sou independente. Não faço da oposição uma profissão, faço oposição àquilo que acredito." Abreu diz à BBC Brasil que a reforma de Previdência de Temer deverá punir, sobretudo, os mais pobres. "Essa é a revolta maior, porque as pessoas sentem que não estão mexendo com os ricos. E é verdade, não estão mesmo." Segundo a senadora, "o governo não quer mexer em quem tem capacidade de mobilização". "O corporativismo funciona e as bancadas reagem, então é mais fácil mexer nos anônimos." Ela defende que as mudanças na Previdência sejam mais brandas para habitantes de zonas rurais e mulheres –que, ela diz, trabalham mais que os homens no Brasil. Aos 55 anos, a senadora afirma que ela mesma chega a ficar "descadeirada" com as tarefas domésticas. "Final de semana é dia de limpar a casa, faxinar a casa, arrumar gaveta, guardar roupa no armário. Eu que faço, sei onde guarda, a roupa que passa." A assessora Priscilla Rodrigues interrompe a entrevista para contar que Abreu costuma espalhar post-its (notas adesivas) pela casa. "Meu marido diz que um dia vai chegar lá e vai ter um post-it nele", diz a senadora. Ela se diverte ao contar que o marido –o agrônomo e seu ex-assessor Moisés Pinto Gomes, com quem se casou em 2015– se espanta com sua organização. "Cheguei no Tocantins e apareceu uma determinada festa, um aniversário, e eu não tinha levado uma roupa assim. Liguei pro Moisés, mandei a combinação da roupa, o arranjo do cabelo, a bolsa, a sandália. Ele falou assim: 'Eu não acredito. Pode apagar a luz que estou encontrando tudo!'". DA FAZENDA À POLÍTICA Nascida em Goiânia e formada em Psicologia pela Universidade Católica de Goiás, Abreu se lançou na política depois que seu então marido, o pecuarista Irajá Silvestre, morreu num acidente de avião, em 1987. Ela assumiu a gestão da fazenda e logo se tornou presidente do sindicato rural de Gurupi, então um município no norte goiano e hoje parte do Tocantins. Em 2003, elegeu-se deputada federal e, quatro anos depois, migrou para o Senado. Antes de entrar no PMDB, em 2013, passou pelo PFL (atual DEM) e pelo PSD. Ao ingressar no governo Dilma, Abreu ganhou a simpatia de antigos desafetos. Em 2015, ela publicou no Twitter uma fotografia em que aparecia abraçada à presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, filiada ao PC do B. A historiadora Maria da Conceição Oliveira, que integra um grupo de blogueiros de esquerda simpáticos aos últimos governos petistas, publicou em 2014 em seu blog um texto crítico à nomeação de Abreu como ministra. Dois anos depois, Oliveira divulgou no Facebook o relato de um encontro com Abreu, quando a parabenizou por ficar ao lado de Dilma no impeachment. "Kátia chorou. Ela estava visivelmente comovida. Sua lealdade à presidenta Dilma é genuína", disse a historiadora. No processo de impeachment, Abreu foi uma das principais defensoras de Dilma no Senado. Ao longo do governo, as duas haviam ficado tão amigas que Abreu escolheu Dilma como sua madrinha de casamento. "Estamos vivendo uma farsa", disse a senadora ao defender a chefe, no Congresso. "Se nós fôssemos agora colocar nesse auditório todos que estão sendo investigados pela lambança de todos os partidos... Mas [está] todo mundo aqui caladinho, acusando a presidente Dilma e escondendo pra debaixo do tapete a corrupção e as acusações que estão dentro de seus próprios partidos." Abreu diz que nunca pensou que seria elogiada por militantes à esquerda e que, ao defender Dilma, chegou a "imaginar que nem política ia ser mais". Hoje, porém, diz que a decisão não teve "custo político nenhum" e que até apoiadores do impeachment aplaudiram seu gesto, entre os quais um amigo "direitaça", dono de uma universidade no Tocantins. "Ele falou: 'Kátia, você não tem noção o tanto que a gente torceu pra essa Dilma cair, mas eu e minha mulher ficávamos lá em casa morrendo de medo d'ocê fraquejar'. Acredita isso?", ela conta, aos risos. ATRITOS Mas as posições da senadora lhe têm causado atritos com o seu partido, o PMDB. Na véspera do impeachment, quando ela se recusou entregar o cargo no governo, o primeiro secretário nacional do partido, Geddel Vieira Lima, apresentou ao Conselho de Ética da legenda um pedido para que Abreu fosse expulsa da agremiação. O caso ainda está sob análise. Geddel foi nomeado ministro por Temer, mas deixou o posto após revelações de que havia pressionado pela concessão de uma licença para uma obra em Salvador. Sobre o pedido de expulsão, Abreu afirma que "não trabalha nem contra nem a favor"."Tô calmamente aguardando o desfecho." A senadora diz continuar no PMDB porque, segundo ela, "é o único partido do Brasil que estatutariamente permite as suas divergências". Alguns políticos da sigla criticam sua permanência. "Se ela tivesse um mínimo de decência política, ela sairia do PMDB", diz o correligionário Alceu Moreira, deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Membro da bancada ruralista, grupo que Abreu presidiu quando deputada, Moreira diz que a senadora comprometeu sua reputação ao se aliar a Dilma. "Como que uma pessoa de bem, presidente da CNA [Confederação Nacional da Agropecuária], vai ser ministra da presidente Dilma, do PT, um partido de esquerda, e se transforma em sua mais fiel escudeira? A relação dela era de bajulação a quem quer que desse espaço político para ela", disse à BBC Brasil. Abreu não quis comentar a declaração do colega. Questionada sobre como avalia o governo Temer, a senadora ri e dá um longo suspiro. "Acho que ele está empenhado em acertar. Acho que está com um relacionamento muito bom com o Congresso, mas acho que as decisões precisam estar mais estruturadas", diz. Para Abreu, o governo tem errado ao se comunicar sobre as reformas e ao mudar sua posição nas negociações. "Há muitos recuos: vai e volta, vai e volta. E isso traz dificuldades." Frustra-se por estar fora de um governo no qual a bancada ruralista parece ter mais força do que nunca, tendo indicado não só o ministro da Agricultura, mas também o ministro da Justiça, Osmar Serraglio? "Absolutamente. Ninguém deu mais empoderamento ao setor agropecuário do que a presidente Dilma –por isso a nossa aliança", ela diz. Abreu afirma que a presidente foi responsável pelos maiores financiamentos públicos ao setor e pelo maior volume de vendas de máquinas agrícolas dos últimos 40 anos. "Isso é uma coisa até natural, talvez porque você sempre quer agradar aqueles que não te amam. Como ela não tinha esse setor, é natural que ela se desdobrasse para estar bem com eles." RIVAIS Pergunto se é por esse mesmo motivo – "agradar aqueles que não te amam"– que Abreu pôs em seu gabinete uma foto em que veste um cocar e está abraçada a dois indígenas. "Meu filho mais velho chama Irajá, meu filho segundo chama Iratã, minha filha mais nova chama Iana. Tem muitos anos que escolhi três nomes indígenas tupi-guarani para os meus três filhos. Não preciso falar mais nada." A BBC Brasil localizou os indígenas na foto com a senadora, o casal Maturembá e Juerana Pataxó, que vive em Trancoso (BA). Maturembá diz que não conhece Abreu e que, ao posar para a foto, pensou se tratar de uma turista interessada no artesanato vendido pelo casal. Ele afirma que processará a senadora caso ela use a imagem para fazer propaganda política. Questionada por e-mail sobre por que escolheu a imagem, Abreu não respondeu. Muitos indígenas consideram a senadora uma das maiores rivais do movimento. Em declarações e artigos na imprensa, ela criticou os critérios para a demarcação de terras indígenas e cobrou maior repressão a ocupações de fazendas. Em 2015, afirmou que os conflitos agrários com indígenas surgiram porque os grupos "saíram da floresta e passaram a descer nas áreas de produção". Hoje, diz que "talvez tenha me comunicado mal, porque não sou contra eles". "Os índios do meu Estado sabem como eu os trato. Não vou ficar lutando contra teses e acusações, não tenho essa necessidade de ser amada por todos", afirma. "Sou radical a favor do direito de propriedade. Se os índios precisam de terras, não precisam tomar de ninguém, o Brasil tem terra demais. É o governo assumir suas responsabilidades, fazer suas análises técnicas e antropológicas, e comprar a terra." Abreu também tem tentado mudar sua imagem perante ambientalistas e se diferenciar de políticos ruralistas que classifica como "reacionários". "Quero um agro moderno, que se preocupa com o meio ambiente, com questões sociais do campo, e que esteja comprometido com a qualidade do seu produto lá na frente." Coordenador de políticas públicas do Greenpeace, ONG que já entregou a Abreu uma "motosserra de ouro" e uma faixa de "Miss Desmatamento", Marcio Astrini diz desconfiar do discurso. Ele afirma que, enquanto ministra, Abreu se opôs a propostas no Congresso que buscavam enfraquecer a legislação ambiental, mas agiu assim "não por defesa dessa agenda, mas para preservar o cargo". "A Kátia Abreu de hoje ou de ontem nunca foi verde", afirma Astrini. Ele conta que, nas negociações do Código Florestal, aprovado em 2012, Abreu criticava ambientalistas e cientistas que se opunham ao afrouxamento das punições por desmatamento ilegal. "No discurso ela fala uma coisa, mas na hora de votar e agir, faz outra bem diferente." A senadora não quis comentar as críticas. Ela diz que posições reacionárias também estiveram por trás de seu afastamento da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA). Presidente da instituição desde 2008, ela se licenciou do cargo em 2015 para assumir o Ministério da Agricultura. Após sair do governo, ela poderia voltar à entidade, mas foi barrada por outros dirigentes do órgão, que reprovaram sua postura diante do impeachment. "Tudo que a Dilma fez pelo setor agropecuário era de conhecimento da CNA, eu fui ovacionada e festejada como ministra da Agricultura várias vezes na CNA, todas as reivindicações da CNA foram atendidas, mas bastou alguém bater um pé para virarem as costas para aquilo que estava dando certo, por puro reacionarismo, preconceito contra posições que divergem." A CNA não quis comentar a declaração de Abreu. No Congresso, antigos aliados dizem que a senadora perdeu influência no setor. Presidente da bancada ruralista, o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT) diz que Abreu anda afastada do grupo. "Ela não participa de nada na frente parlamentar há muito tempo", afirma. "Ela acabou tomando um lado político que conflitava com o que a gente imaginava para o Brasil." CONGRESSO PARALISADO Questionada sobre quem apoiará à Presidência em 2018, Abreu diz que é cedo para pensar no pleito e que está totalmente focada em seu mandato de senadora. Segundo ela, os trabalhos no Congresso foram "totalmente paralisados pela Operação Lava Jato". Ela diz ainda que a operação "deu uma grande contribuição ao país", mas critica os vazamentos de delações e afirma que os investigadores "não podem buscar um personagem e fazer dele culpado de qualquer jeito, como se fosse um ponto de honra" –argumento semelhante ao usado pelos advogados que defendem o ex-presidente Lula. Abreu foi citada nas delações de quatro executivos da Odebrecht. Eles afirmaram que a senadora recebeu por meio de caixa 2 duas parcelas de R$ 250 mil. O dinheiro teria sido entregue a seu marido em encontros no hotel Meliá Jardim Europa, em São Paulo. Segundo o ministro Edson Fachin, Abreu foi identificada nos registros de pagamentos da Odebrecht com o codinome "Machado". A senadora negou as acusações em nota enviada por sua assessoria. "Afirmo categoricamente que, em toda a minha vida pública, nunca participei de corrupção e nunca aceitei participar de qualquer movimento de grupos fora da lei." Ela se disse "à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários de maneira a eliminar qualquer dúvida sobre a minha conduta e a do meu marido". Dias antes do anúncio de que estava sendo investigada, Abreu se impacientou quando a BBC Brasil a questionou se de fato havia recebido recursos da Odebrecht. "Não sei, você tem de ler a delação. É só isso que você tem para me dizer? Eu não tenho mais tempo para você, tá bom?". E desligou o telefone.
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Senadora Kátia Abreu flerta com esquerda e critica 'reacionários'Numa tarde de março, uma mulher negra com tranças no cabelo e uma transexual loira conversavam numa sala que, há poucos anos, era parada obrigatória para homens com chapéus e botas de couro em passagem por Brasília. A recepção do gabinete da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) –decorada com retratos de africanos em roupas tradicionais e uma foto em que ela aparece abraçada a dois indígenas– tem atraído um público diferente desde que a peemedebista reassumiu seu posto no Congresso, após deixar o cargo de ministra da Agricultura do governo Dilma Rousseff (PT) e se projetar como uma das principais defensoras da ex-presidente no processo de impeachment. A lealdade de Abreu a Dilma a afastou dos ruralistas, setor que apoiou a queda da petista com entusiasmo e do qual a senadora agora tenta se diferenciar ao defender "um agro moderno, sem posturas reacionárias". Mas a nova postura também lhe fez ganhar admiradores à esquerda e a expôs a outras bandeiras políticas. A BBC Brasil entrevistou a senadora em seu gabinete em 29 de março. Interrompida para que Abreu discursasse no Senado, a conversa foi retomada seis dias depois por telefone - quando voltou a ser encerrada abruptamente, desta vez após a senadora ser questionada sobre seu envolvimento com denúncias investigadas pela Operação Lava Jato. No início do mês de abril, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin tornou pública a abertura de um inquérito para investigar a senadora e seu marido, Moisés Pinto Gomes, pelo suposto recebimento de R$ 500 mil em caixa dois em 2014. Abreu nega irregularidades. HOMOFOBIA A senadora diz que as mulheres que a visitaram naquela tarde foram tratar de um projeto de lei que pune a homofobia com o mesmo rigor com que é tratado o racismo. "A violência [por homofobia] está muito grande: morte, óbito, espancamento. Diz que é uma coisa horrorosa, que o Brasil é o campeão. Fiquei tão chocada", afirmou a senadora após se despedir das mulheres e prometer votar a favor da lei. Segundo Abreu, o encontro foi marcado a pedido da assessora Janaína Oliveira, incorporada a sua equipe após o impeachment. Negra, lésbica e militante do PT, Oliveira presidia o conselho de combate à homofobia da Secretaria Nacional de Direitos Humanos no governo Dilma. Outro novo auxiliar egresso do governo petista é o garçom José da Silva Catalão, que trabalhava no gabinete presidencial do Palácio do Planalto nas gestões Dilma e Lula. A demissão de Catalão virou notícia –segundo relatos, a equipe de Temer resolveu descartá-lo por desconfiar que pudesse transmitir informações aos patrões antigos. Também transitava pelo gabinete da senadora um homem com uma estrela do PT e um broche com o lema "Fora Temer" no paletó, o assessor Osni Calixto. Auxiliar do senador petista Donizeti Nogueira, também do Tocantins, Calixto disse à secretária de Abreu que queria "passar orientações" à senadora. Como ela estava ocupada, ficou de voltar depois. 'MUITO CAFONA' Apesar da convivência mais intensa com petistas, Abreu nega que tenha migrado para a esquerda. "Acho muito cafona esse negócio de direita e esquerda", afirma. "Sou liberal e humanista." A senadora defende que o Estado cuide dos mais vulneráveis, mas diz acreditar que "o emprego vem das empresas, da iniciativa privada". Abreu tem se alinhado à oposição ao governo Temer em alguns dos principais temas na agenda do Congresso. Em dezembro, votou contra a Proposta de Emenda à Constituição que definiu um teto para os gastos públicos, a primeira grande reforma econômica aprovada pela nova gestão. Nas últimas semanas, ela criticou a aprovação na Câmara de uma lei que flexibiliza as terceirizações e engrossou o coro dos parlamentares contrários à reforma da Previdência. Ainda assim, diz que não pertence à oposição. "Sou independente. Não faço da oposição uma profissão, faço oposição àquilo que acredito." Abreu diz à BBC Brasil que a reforma de Previdência de Temer deverá punir, sobretudo, os mais pobres. "Essa é a revolta maior, porque as pessoas sentem que não estão mexendo com os ricos. E é verdade, não estão mesmo." Segundo a senadora, "o governo não quer mexer em quem tem capacidade de mobilização". "O corporativismo funciona e as bancadas reagem, então é mais fácil mexer nos anônimos." Ela defende que as mudanças na Previdência sejam mais brandas para habitantes de zonas rurais e mulheres –que, ela diz, trabalham mais que os homens no Brasil. Aos 55 anos, a senadora afirma que ela mesma chega a ficar "descadeirada" com as tarefas domésticas. "Final de semana é dia de limpar a casa, faxinar a casa, arrumar gaveta, guardar roupa no armário. Eu que faço, sei onde guarda, a roupa que passa." A assessora Priscilla Rodrigues interrompe a entrevista para contar que Abreu costuma espalhar post-its (notas adesivas) pela casa. "Meu marido diz que um dia vai chegar lá e vai ter um post-it nele", diz a senadora. Ela se diverte ao contar que o marido –o agrônomo e seu ex-assessor Moisés Pinto Gomes, com quem se casou em 2015– se espanta com sua organização. "Cheguei no Tocantins e apareceu uma determinada festa, um aniversário, e eu não tinha levado uma roupa assim. Liguei pro Moisés, mandei a combinação da roupa, o arranjo do cabelo, a bolsa, a sandália. Ele falou assim: 'Eu não acredito. Pode apagar a luz que estou encontrando tudo!'". DA FAZENDA À POLÍTICA Nascida em Goiânia e formada em Psicologia pela Universidade Católica de Goiás, Abreu se lançou na política depois que seu então marido, o pecuarista Irajá Silvestre, morreu num acidente de avião, em 1987. Ela assumiu a gestão da fazenda e logo se tornou presidente do sindicato rural de Gurupi, então um município no norte goiano e hoje parte do Tocantins. Em 2003, elegeu-se deputada federal e, quatro anos depois, migrou para o Senado. Antes de entrar no PMDB, em 2013, passou pelo PFL (atual DEM) e pelo PSD. Ao ingressar no governo Dilma, Abreu ganhou a simpatia de antigos desafetos. Em 2015, ela publicou no Twitter uma fotografia em que aparecia abraçada à presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, filiada ao PC do B. A historiadora Maria da Conceição Oliveira, que integra um grupo de blogueiros de esquerda simpáticos aos últimos governos petistas, publicou em 2014 em seu blog um texto crítico à nomeação de Abreu como ministra. Dois anos depois, Oliveira divulgou no Facebook o relato de um encontro com Abreu, quando a parabenizou por ficar ao lado de Dilma no impeachment. "Kátia chorou. Ela estava visivelmente comovida. Sua lealdade à presidenta Dilma é genuína", disse a historiadora. No processo de impeachment, Abreu foi uma das principais defensoras de Dilma no Senado. Ao longo do governo, as duas haviam ficado tão amigas que Abreu escolheu Dilma como sua madrinha de casamento. "Estamos vivendo uma farsa", disse a senadora ao defender a chefe, no Congresso. "Se nós fôssemos agora colocar nesse auditório todos que estão sendo investigados pela lambança de todos os partidos... Mas [está] todo mundo aqui caladinho, acusando a presidente Dilma e escondendo pra debaixo do tapete a corrupção e as acusações que estão dentro de seus próprios partidos." Abreu diz que nunca pensou que seria elogiada por militantes à esquerda e que, ao defender Dilma, chegou a "imaginar que nem política ia ser mais". Hoje, porém, diz que a decisão não teve "custo político nenhum" e que até apoiadores do impeachment aplaudiram seu gesto, entre os quais um amigo "direitaça", dono de uma universidade no Tocantins. "Ele falou: 'Kátia, você não tem noção o tanto que a gente torceu pra essa Dilma cair, mas eu e minha mulher ficávamos lá em casa morrendo de medo d'ocê fraquejar'. Acredita isso?", ela conta, aos risos. ATRITOS Mas as posições da senadora lhe têm causado atritos com o seu partido, o PMDB. Na véspera do impeachment, quando ela se recusou entregar o cargo no governo, o primeiro secretário nacional do partido, Geddel Vieira Lima, apresentou ao Conselho de Ética da legenda um pedido para que Abreu fosse expulsa da agremiação. O caso ainda está sob análise. Geddel foi nomeado ministro por Temer, mas deixou o posto após revelações de que havia pressionado pela concessão de uma licença para uma obra em Salvador. Sobre o pedido de expulsão, Abreu afirma que "não trabalha nem contra nem a favor"."Tô calmamente aguardando o desfecho." A senadora diz continuar no PMDB porque, segundo ela, "é o único partido do Brasil que estatutariamente permite as suas divergências". Alguns políticos da sigla criticam sua permanência. "Se ela tivesse um mínimo de decência política, ela sairia do PMDB", diz o correligionário Alceu Moreira, deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Membro da bancada ruralista, grupo que Abreu presidiu quando deputada, Moreira diz que a senadora comprometeu sua reputação ao se aliar a Dilma. "Como que uma pessoa de bem, presidente da CNA [Confederação Nacional da Agropecuária], vai ser ministra da presidente Dilma, do PT, um partido de esquerda, e se transforma em sua mais fiel escudeira? A relação dela era de bajulação a quem quer que desse espaço político para ela", disse à BBC Brasil. Abreu não quis comentar a declaração do colega. Questionada sobre como avalia o governo Temer, a senadora ri e dá um longo suspiro. "Acho que ele está empenhado em acertar. Acho que está com um relacionamento muito bom com o Congresso, mas acho que as decisões precisam estar mais estruturadas", diz. Para Abreu, o governo tem errado ao se comunicar sobre as reformas e ao mudar sua posição nas negociações. "Há muitos recuos: vai e volta, vai e volta. E isso traz dificuldades." Frustra-se por estar fora de um governo no qual a bancada ruralista parece ter mais força do que nunca, tendo indicado não só o ministro da Agricultura, mas também o ministro da Justiça, Osmar Serraglio? "Absolutamente. Ninguém deu mais empoderamento ao setor agropecuário do que a presidente Dilma –por isso a nossa aliança", ela diz. Abreu afirma que a presidente foi responsável pelos maiores financiamentos públicos ao setor e pelo maior volume de vendas de máquinas agrícolas dos últimos 40 anos. "Isso é uma coisa até natural, talvez porque você sempre quer agradar aqueles que não te amam. Como ela não tinha esse setor, é natural que ela se desdobrasse para estar bem com eles." RIVAIS Pergunto se é por esse mesmo motivo – "agradar aqueles que não te amam"– que Abreu pôs em seu gabinete uma foto em que veste um cocar e está abraçada a dois indígenas. "Meu filho mais velho chama Irajá, meu filho segundo chama Iratã, minha filha mais nova chama Iana. Tem muitos anos que escolhi três nomes indígenas tupi-guarani para os meus três filhos. Não preciso falar mais nada." A BBC Brasil localizou os indígenas na foto com a senadora, o casal Maturembá e Juerana Pataxó, que vive em Trancoso (BA). Maturembá diz que não conhece Abreu e que, ao posar para a foto, pensou se tratar de uma turista interessada no artesanato vendido pelo casal. Ele afirma que processará a senadora caso ela use a imagem para fazer propaganda política. Questionada por e-mail sobre por que escolheu a imagem, Abreu não respondeu. Muitos indígenas consideram a senadora uma das maiores rivais do movimento. Em declarações e artigos na imprensa, ela criticou os critérios para a demarcação de terras indígenas e cobrou maior repressão a ocupações de fazendas. Em 2015, afirmou que os conflitos agrários com indígenas surgiram porque os grupos "saíram da floresta e passaram a descer nas áreas de produção". Hoje, diz que "talvez tenha me comunicado mal, porque não sou contra eles". "Os índios do meu Estado sabem como eu os trato. Não vou ficar lutando contra teses e acusações, não tenho essa necessidade de ser amada por todos", afirma. "Sou radical a favor do direito de propriedade. Se os índios precisam de terras, não precisam tomar de ninguém, o Brasil tem terra demais. É o governo assumir suas responsabilidades, fazer suas análises técnicas e antropológicas, e comprar a terra." Abreu também tem tentado mudar sua imagem perante ambientalistas e se diferenciar de políticos ruralistas que classifica como "reacionários". "Quero um agro moderno, que se preocupa com o meio ambiente, com questões sociais do campo, e que esteja comprometido com a qualidade do seu produto lá na frente." Coordenador de políticas públicas do Greenpeace, ONG que já entregou a Abreu uma "motosserra de ouro" e uma faixa de "Miss Desmatamento", Marcio Astrini diz desconfiar do discurso. Ele afirma que, enquanto ministra, Abreu se opôs a propostas no Congresso que buscavam enfraquecer a legislação ambiental, mas agiu assim "não por defesa dessa agenda, mas para preservar o cargo". "A Kátia Abreu de hoje ou de ontem nunca foi verde", afirma Astrini. Ele conta que, nas negociações do Código Florestal, aprovado em 2012, Abreu criticava ambientalistas e cientistas que se opunham ao afrouxamento das punições por desmatamento ilegal. "No discurso ela fala uma coisa, mas na hora de votar e agir, faz outra bem diferente." A senadora não quis comentar as críticas. Ela diz que posições reacionárias também estiveram por trás de seu afastamento da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA). Presidente da instituição desde 2008, ela se licenciou do cargo em 2015 para assumir o Ministério da Agricultura. Após sair do governo, ela poderia voltar à entidade, mas foi barrada por outros dirigentes do órgão, que reprovaram sua postura diante do impeachment. "Tudo que a Dilma fez pelo setor agropecuário era de conhecimento da CNA, eu fui ovacionada e festejada como ministra da Agricultura várias vezes na CNA, todas as reivindicações da CNA foram atendidas, mas bastou alguém bater um pé para virarem as costas para aquilo que estava dando certo, por puro reacionarismo, preconceito contra posições que divergem." A CNA não quis comentar a declaração de Abreu. No Congresso, antigos aliados dizem que a senadora perdeu influência no setor. Presidente da bancada ruralista, o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT) diz que Abreu anda afastada do grupo. "Ela não participa de nada na frente parlamentar há muito tempo", afirma. "Ela acabou tomando um lado político que conflitava com o que a gente imaginava para o Brasil." CONGRESSO PARALISADO Questionada sobre quem apoiará à Presidência em 2018, Abreu diz que é cedo para pensar no pleito e que está totalmente focada em seu mandato de senadora. Segundo ela, os trabalhos no Congresso foram "totalmente paralisados pela Operação Lava Jato". Ela diz ainda que a operação "deu uma grande contribuição ao país", mas critica os vazamentos de delações e afirma que os investigadores "não podem buscar um personagem e fazer dele culpado de qualquer jeito, como se fosse um ponto de honra" –argumento semelhante ao usado pelos advogados que defendem o ex-presidente Lula. Abreu foi citada nas delações de quatro executivos da Odebrecht. Eles afirmaram que a senadora recebeu por meio de caixa 2 duas parcelas de R$ 250 mil. O dinheiro teria sido entregue a seu marido em encontros no hotel Meliá Jardim Europa, em São Paulo. Segundo o ministro Edson Fachin, Abreu foi identificada nos registros de pagamentos da Odebrecht com o codinome "Machado". A senadora negou as acusações em nota enviada por sua assessoria. "Afirmo categoricamente que, em toda a minha vida pública, nunca participei de corrupção e nunca aceitei participar de qualquer movimento de grupos fora da lei." Ela se disse "à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários de maneira a eliminar qualquer dúvida sobre a minha conduta e a do meu marido". Dias antes do anúncio de que estava sendo investigada, Abreu se impacientou quando a BBC Brasil a questionou se de fato havia recebido recursos da Odebrecht. "Não sei, você tem de ler a delação. É só isso que você tem para me dizer? Eu não tenho mais tempo para você, tá bom?". E desligou o telefone.
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Derrota do Chelsea para United reabre disputa por título no Inglês
A derrota do Chelsea para o Manchester United, neste domingo (16), diminuiu a vantagem do time londrino na liderança do Campeonato Inglês. No Old Trafford, em Manchester, a equipe de Antonio Conte levou 2 a 0. Com o resultado, a diferença do Chelsea, 75 pontos, em relação ao segundo colocado caiu para quatro. Isso porque o Tottenham chegou a 71 pontos depois da vitória por 4 a 0 sobre o Bournemouth, no sábado (15). Já o United tem 60 pontos e está na quinta posição. O time comandado por José Mourinho ainda briga para ficar entre os quatro primeiros e se classificar para a próxima edição da Liga dos Campeões. Com um jogo a mais, o Manchester City é o quarto na tabela do Inglês, com 64 pontos. O primeiro gol do clássico em Manchester foi marcado na etapa inicial pelo atacante Marcus Rashford. Rivais reclamaram que o meia Ander Herrera, do United, tocou a bola com a mão no início da jogada. No segundo tempo, o próprio Herrera definiu o placar. Com a vitória, o Manchester United amplia a sua invencibilidade no Campeonato Inglês. O time chegou a 22 jogos sem perder na competição. Neste período, são 12 vitórias e dez empates. E este foi o primeiro triunfo da equipe sobre o Chelsea em nove jogos no torneio. A última vitória havia sido em outubro de 2012. Na próxima rodada do Campeonato Inglês, o Manchester United visita o Burnley, no domingo (23), às 10h15, enquanto o Chelsea recebe o Southampton, na terça-feira (25), às 15h45. FIRMINO DECISIVO Também neste domingo, o Liverpool venceu o West Bromwich fora de casa. Com o resultado, chegou à terceira colocação do Inglês, posição que garante classificação para a Liga dos Campeões. O gol da vitória foi marcado aos 45 minutos pelo atacante brasileiro Roberto Firmino, que tem sido convocado por Tite para a seleção. Foi o décimo primeiro gol do brasileiro na atual edição do Campeonato Inglês. Na próxima rodada do torneio, o Liverpool enfrentará o Crystal Palace, no domingo (23), às 12h30.
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Derrota do Chelsea para United reabre disputa por título no InglêsA derrota do Chelsea para o Manchester United, neste domingo (16), diminuiu a vantagem do time londrino na liderança do Campeonato Inglês. No Old Trafford, em Manchester, a equipe de Antonio Conte levou 2 a 0. Com o resultado, a diferença do Chelsea, 75 pontos, em relação ao segundo colocado caiu para quatro. Isso porque o Tottenham chegou a 71 pontos depois da vitória por 4 a 0 sobre o Bournemouth, no sábado (15). Já o United tem 60 pontos e está na quinta posição. O time comandado por José Mourinho ainda briga para ficar entre os quatro primeiros e se classificar para a próxima edição da Liga dos Campeões. Com um jogo a mais, o Manchester City é o quarto na tabela do Inglês, com 64 pontos. O primeiro gol do clássico em Manchester foi marcado na etapa inicial pelo atacante Marcus Rashford. Rivais reclamaram que o meia Ander Herrera, do United, tocou a bola com a mão no início da jogada. No segundo tempo, o próprio Herrera definiu o placar. Com a vitória, o Manchester United amplia a sua invencibilidade no Campeonato Inglês. O time chegou a 22 jogos sem perder na competição. Neste período, são 12 vitórias e dez empates. E este foi o primeiro triunfo da equipe sobre o Chelsea em nove jogos no torneio. A última vitória havia sido em outubro de 2012. Na próxima rodada do Campeonato Inglês, o Manchester United visita o Burnley, no domingo (23), às 10h15, enquanto o Chelsea recebe o Southampton, na terça-feira (25), às 15h45. FIRMINO DECISIVO Também neste domingo, o Liverpool venceu o West Bromwich fora de casa. Com o resultado, chegou à terceira colocação do Inglês, posição que garante classificação para a Liga dos Campeões. O gol da vitória foi marcado aos 45 minutos pelo atacante brasileiro Roberto Firmino, que tem sido convocado por Tite para a seleção. Foi o décimo primeiro gol do brasileiro na atual edição do Campeonato Inglês. Na próxima rodada do torneio, o Liverpool enfrentará o Crystal Palace, no domingo (23), às 12h30.
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Tribunal de Contas quer impedir que Haddad siga com PPP da iluminação
O TCM (Tribunal de Contas do Município) afirmou nesta quinta-feira (13) que recorreu para impedir que a gestão Fernando Haddad (PT) siga adiante com a PPP (parceria público-privada) da iluminação, orçada em R$ 7,2 bilhões. O processo estava travado por um parecer do TCM, após pedido de um dos consórcios concorrentes. No último dia 2, data da eleição municipal, a Justiça decidiu que o TCM não tinha autoridade para impedir a licitação. "A referida decisão judicial não atende aos parâmetros constitucionais e legais que regem as funções dos Tribunais de Contas brasileiros, desconhecendo a fiscalização preventiva e/ou concomitante amplamente exercida por esses órgãos com eficiência inegavelmente superior ao controle posterior, conforme reiteradas decisões do Supremo Tribunal Federal", afirmou o TCM, por meio de nota. A nota afirma ainda que ingressou com recursos cabíveis, "visando à imediata suspensão dessa decisão que amesquinha o sistema de controle externo já consagrado no nosso aparato constitucional e legal". O TCM afirma que a sentença não obriga o prosseguimento do processo e que Haddad já havia afirmado em pronunciamento público que o processo seria tocado pelo próximo prefeito. Em seus últimos meses à frente da Prefeitura de São Paulo, Haddad corre para assinar o acordo antes de deixar a cadeira de prefeito. A PPP prevê expandir e manter a iluminação da cidade pelos próximos 20 anos. Cercado questionamentos entre as empresas que concorrem, o processo acabou ficando travado e ainda é envolvido por polêmica. Uma das bandeiras do petista, o assunto chegou a virar tema de debate entre os candidatos à Prefeitura, na eleição em que João Doria (PSDB) saiu vencedor no primeiro turno. Haddad foi cobrado por não ter entregue a PPP. Na terça (11), a gestão petista anunciou que abrirá na próxima terça-feira (18) os envelopes com as propostas dos dois únicos consórcios que permanecem na licitação: o Walks e FM Rodrigues/CLD. "Se não tiver nenhum óbice, novas paralisações, tempo há [para terminar a PPP neste mandato]. Temos dois meses e meio. Seria bacana a gente entregar para a cidade uma coisa que vai modernizar a iluminação", afirmou o secretário municipal de Serviços, Simão Pedro. DISPUTA A FM foi a responsável por acionar o TCM, afirmando que as garantias de cumprimento do contrato dadas pela adversária não eram válidas. Após a decisão judicial que tirou o assunto da mão dos conselheiros do tribunal, a empresa apelou, sem resultado até o momento. O Walks sustenta que tem como cumprir o contrato e que as empresas que fazem parte do consórcio têm expertise de mais de 50 anos na área. Em ambos os grupos, há empresas que enfrentam problemas financeiros ou judiciais. O Walks tem como integrantes a W Torre e a Alumini, ambas citadas na Lava Jato. A Alumini está em recuperação judicial. O consórcio do qual a FM Rodrigues faz parte também comporta a empresa Consladel, que no ano passado foi condenada no Cade por prática de cartel em licitação para contratação de serviços de sinalização e fiscalização de trânsito no município de Jaú, em São Paulo. CONTRATO ATUAL Apesar de brigarem pela PPP, a FM e a Alumini há mais de dez anos dividem o contrato da iluminação pública na cidade. As empresas, no entanto, racharam no contrato, após queixas da FM em relação à atuação da Alumini. Por isso, a FM ficou com 60% do serviço e a Alumini com 40%. O contrato assinado no primeiro semestre deste ano exigiu que cada uma das empresas oferecesse à Prefeitura uma apólice de seguro ou um depósito caução como garantia de que conseguiriam dar conta da prestação do serviço na cidade. Sem garantias do contrato pela Alumini, em dificuldades financeiras, a prefeitura havia retido R$ 9,6 milhões da empresa. Na semana passada, após as eleições, a prefeitura a liberou de pagar o caução. A prefeitura e a Alumini afirmam que a liberação ocorreu porque a empresa apresentou as garantias exigidas, mas ambas não deram detalhes de quais são elas.
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Tribunal de Contas quer impedir que Haddad siga com PPP da iluminaçãoO TCM (Tribunal de Contas do Município) afirmou nesta quinta-feira (13) que recorreu para impedir que a gestão Fernando Haddad (PT) siga adiante com a PPP (parceria público-privada) da iluminação, orçada em R$ 7,2 bilhões. O processo estava travado por um parecer do TCM, após pedido de um dos consórcios concorrentes. No último dia 2, data da eleição municipal, a Justiça decidiu que o TCM não tinha autoridade para impedir a licitação. "A referida decisão judicial não atende aos parâmetros constitucionais e legais que regem as funções dos Tribunais de Contas brasileiros, desconhecendo a fiscalização preventiva e/ou concomitante amplamente exercida por esses órgãos com eficiência inegavelmente superior ao controle posterior, conforme reiteradas decisões do Supremo Tribunal Federal", afirmou o TCM, por meio de nota. A nota afirma ainda que ingressou com recursos cabíveis, "visando à imediata suspensão dessa decisão que amesquinha o sistema de controle externo já consagrado no nosso aparato constitucional e legal". O TCM afirma que a sentença não obriga o prosseguimento do processo e que Haddad já havia afirmado em pronunciamento público que o processo seria tocado pelo próximo prefeito. Em seus últimos meses à frente da Prefeitura de São Paulo, Haddad corre para assinar o acordo antes de deixar a cadeira de prefeito. A PPP prevê expandir e manter a iluminação da cidade pelos próximos 20 anos. Cercado questionamentos entre as empresas que concorrem, o processo acabou ficando travado e ainda é envolvido por polêmica. Uma das bandeiras do petista, o assunto chegou a virar tema de debate entre os candidatos à Prefeitura, na eleição em que João Doria (PSDB) saiu vencedor no primeiro turno. Haddad foi cobrado por não ter entregue a PPP. Na terça (11), a gestão petista anunciou que abrirá na próxima terça-feira (18) os envelopes com as propostas dos dois únicos consórcios que permanecem na licitação: o Walks e FM Rodrigues/CLD. "Se não tiver nenhum óbice, novas paralisações, tempo há [para terminar a PPP neste mandato]. Temos dois meses e meio. Seria bacana a gente entregar para a cidade uma coisa que vai modernizar a iluminação", afirmou o secretário municipal de Serviços, Simão Pedro. DISPUTA A FM foi a responsável por acionar o TCM, afirmando que as garantias de cumprimento do contrato dadas pela adversária não eram válidas. Após a decisão judicial que tirou o assunto da mão dos conselheiros do tribunal, a empresa apelou, sem resultado até o momento. O Walks sustenta que tem como cumprir o contrato e que as empresas que fazem parte do consórcio têm expertise de mais de 50 anos na área. Em ambos os grupos, há empresas que enfrentam problemas financeiros ou judiciais. O Walks tem como integrantes a W Torre e a Alumini, ambas citadas na Lava Jato. A Alumini está em recuperação judicial. O consórcio do qual a FM Rodrigues faz parte também comporta a empresa Consladel, que no ano passado foi condenada no Cade por prática de cartel em licitação para contratação de serviços de sinalização e fiscalização de trânsito no município de Jaú, em São Paulo. CONTRATO ATUAL Apesar de brigarem pela PPP, a FM e a Alumini há mais de dez anos dividem o contrato da iluminação pública na cidade. As empresas, no entanto, racharam no contrato, após queixas da FM em relação à atuação da Alumini. Por isso, a FM ficou com 60% do serviço e a Alumini com 40%. O contrato assinado no primeiro semestre deste ano exigiu que cada uma das empresas oferecesse à Prefeitura uma apólice de seguro ou um depósito caução como garantia de que conseguiriam dar conta da prestação do serviço na cidade. Sem garantias do contrato pela Alumini, em dificuldades financeiras, a prefeitura havia retido R$ 9,6 milhões da empresa. Na semana passada, após as eleições, a prefeitura a liberou de pagar o caução. A prefeitura e a Alumini afirmam que a liberação ocorreu porque a empresa apresentou as garantias exigidas, mas ambas não deram detalhes de quais são elas.
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Cadastro rural é esperança para a regularização fundiária
O Cadastro Ambiental Rural é uma das principais esperanças, tanto do governo quanto de ambientalistas, para realizar a regularização das propriedades rurais do país. Com os dados de um cadastro nacional obrigatório e georreferenciado espera-se que seja possível fazer uma melhor fiscalização do respeito ao Código Florestal. Essa ferramenta, apontaram vários participantes do Fórum Desmatamento Zero, pode também ser útil para ampliar a receita com o ITR (imposto sobre propriedades rurais), hoje irrisória. Como as informações do cadastro são fornecidas pelos proprietários da terra, é necessário fazer a verificação das informações relatadas –por exemplo, se a área inscrita como "consolidada" (desmatada há décadas) não estaria ainda dotada de cobertura florestal. "A fragilidade dos cadastros é que eles são autodeclaratórios e [os dados] podem ser inconsistentes", afirmou Bernard Appy, economista do Centro de Cidadania Fiscal. Se por um lado o cadastro pode ajudar no combate ao desmatamento ilegal, por outro poderá aumentar a derrubada legalizada da floresta. "[O CAR] será uma revolução institucional nos órgãos ambientais. Mas pode ser usado para proteger ou para desmatar mais", afirmou o consultor Valmir Ortega. Com o cadastro, proprietários que tenham áreas desmatadas abaixo do limite legal poderão mais facilmente reivindicar a derrubada de árvores em uma área maior.
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Cadastro rural é esperança para a regularização fundiáriaO Cadastro Ambiental Rural é uma das principais esperanças, tanto do governo quanto de ambientalistas, para realizar a regularização das propriedades rurais do país. Com os dados de um cadastro nacional obrigatório e georreferenciado espera-se que seja possível fazer uma melhor fiscalização do respeito ao Código Florestal. Essa ferramenta, apontaram vários participantes do Fórum Desmatamento Zero, pode também ser útil para ampliar a receita com o ITR (imposto sobre propriedades rurais), hoje irrisória. Como as informações do cadastro são fornecidas pelos proprietários da terra, é necessário fazer a verificação das informações relatadas –por exemplo, se a área inscrita como "consolidada" (desmatada há décadas) não estaria ainda dotada de cobertura florestal. "A fragilidade dos cadastros é que eles são autodeclaratórios e [os dados] podem ser inconsistentes", afirmou Bernard Appy, economista do Centro de Cidadania Fiscal. Se por um lado o cadastro pode ajudar no combate ao desmatamento ilegal, por outro poderá aumentar a derrubada legalizada da floresta. "[O CAR] será uma revolução institucional nos órgãos ambientais. Mas pode ser usado para proteger ou para desmatar mais", afirmou o consultor Valmir Ortega. Com o cadastro, proprietários que tenham áreas desmatadas abaixo do limite legal poderão mais facilmente reivindicar a derrubada de árvores em uma área maior.
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Projeto que eleva limite de renda do Simples Nacional avança no Senado
O Senado aprovou nesta terça-feira (21) o texto-base do projeto de lei que atualiza as regras do Simples Nacional para micro e pequenas empresas. Os senadores devem concluir a votação nesta quarta (22) ou na próxima semana. Quando a votação for encerrada, o texto seguirá para análise da Câmara dos Deputados. O projeto estabelece que o limite máximo de renda para que uma empresa seja inserida no supersimples passará de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões. A proposta também altera o limite de receita bruta anual para que um empresário seja microempreendedor individual, o chamado MEI, que poderá passar dos atuais R$ 60 mil para R$ 72 mil. A Receita Federal estima um impacto de R$ 3,34 bilhões mas o Sebrae calcula um valor muito menor, de R$ 800 milhões. A única emenda aprovada pelo Senado nesta noite, inclui na tributação do simples nacional os serviços médicos, inclusive laboratorial e enfermagem. Outras emendas que foram apresentadas ao texto serão ainda analisadas. O projeto permite ainda a criação da Empresa Simples de Crédito para que empresas locais de crédito possam oferecer empréstimos, desde que sejam com recursos próprios, a empresas do mesmo município com juros mais baixos que os praticados no mercado. A proposta também regulamenta a atividade do chamado "investidor-anjo", que são pessoas que financiam diretamente empreendimentos ainda em seu estágio inicial. Segundo a proposta, eles não poderão ser considerados sócios e nem terão qualquer direito de gerência ou voto na administração da empresa e poderão firmar contrato de participação com vigência não superior a 7 anos. Em compensação, eles não responderão por qualquer dívida da empresa. Caberá ainda ao Ministério da Fazenda regulamentar a tributação sobre a retirada do capital aplicado pelo investidor-anjo. O governo do presidente interino, Michel Temer, apoia o projeto em parte. Ele é contra a ampliação do prazo de parcelamento das dívidas das empresas de 60 para 120 meses, com redução de juros e multas. Se for mantida, esta regra poderá começar a valer em 2017. Todas as demais mudanças entram em vigor a partir de 2018.
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Projeto que eleva limite de renda do Simples Nacional avança no SenadoO Senado aprovou nesta terça-feira (21) o texto-base do projeto de lei que atualiza as regras do Simples Nacional para micro e pequenas empresas. Os senadores devem concluir a votação nesta quarta (22) ou na próxima semana. Quando a votação for encerrada, o texto seguirá para análise da Câmara dos Deputados. O projeto estabelece que o limite máximo de renda para que uma empresa seja inserida no supersimples passará de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões. A proposta também altera o limite de receita bruta anual para que um empresário seja microempreendedor individual, o chamado MEI, que poderá passar dos atuais R$ 60 mil para R$ 72 mil. A Receita Federal estima um impacto de R$ 3,34 bilhões mas o Sebrae calcula um valor muito menor, de R$ 800 milhões. A única emenda aprovada pelo Senado nesta noite, inclui na tributação do simples nacional os serviços médicos, inclusive laboratorial e enfermagem. Outras emendas que foram apresentadas ao texto serão ainda analisadas. O projeto permite ainda a criação da Empresa Simples de Crédito para que empresas locais de crédito possam oferecer empréstimos, desde que sejam com recursos próprios, a empresas do mesmo município com juros mais baixos que os praticados no mercado. A proposta também regulamenta a atividade do chamado "investidor-anjo", que são pessoas que financiam diretamente empreendimentos ainda em seu estágio inicial. Segundo a proposta, eles não poderão ser considerados sócios e nem terão qualquer direito de gerência ou voto na administração da empresa e poderão firmar contrato de participação com vigência não superior a 7 anos. Em compensação, eles não responderão por qualquer dívida da empresa. Caberá ainda ao Ministério da Fazenda regulamentar a tributação sobre a retirada do capital aplicado pelo investidor-anjo. O governo do presidente interino, Michel Temer, apoia o projeto em parte. Ele é contra a ampliação do prazo de parcelamento das dívidas das empresas de 60 para 120 meses, com redução de juros e multas. Se for mantida, esta regra poderá começar a valer em 2017. Todas as demais mudanças entram em vigor a partir de 2018.
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Elza Soares renasce das cinzas com seu já histórico novo disco
A primeira faixa, "Coração do Mar" (José Miguel Wisnik/Oswald de Andrade), é à capela. A voz de Elza Soares parece que vai falhar, mas nas sombras ela ilumina o início de tudo: "O navio humano, quente, negreiro do mangue". É o prólogo de um passeio pelos círculos do inferno de hoje. O já histórico CD "A Mulher do Fim do Mundo" tem shows de lançamento neste fim de semana no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Os sons e os versos das 11 inéditas são do núcleo de compositores e músicos paulistas formado por, entre outros, Rodrigo Campos, Kiko Dinucci, Romulo Fróes, Clima, Marcelo Cabral, Guilherme Kastrup e Celso Sim. A primeira etapa da saga é "Mulher do Fim do Mundo" (Romulo Fróes/Alice Coutinho), Elza como a narradora que viu e viveu tudo, perdeu dois filhos e agora vai registrar o apocalipse sem meias palavras. Na canção, a desintegração se dá no Carnaval, a "pele preta", a voz e o resto espatifados na avenida. Elza agoniza mas não morre, pede que a deixem "cantar até o fim", e as notas longas da segunda parte traduzem o cansaço e a persistência. "Maria da Vila Matilde" (Douglas Germano) trata da violência doméstica. A mulher reage: "Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim". Distorções sonoras se misturam à melodia. Samba ao rock e ao rap. Não é o fim da canção, mas a canção do fim. Em "Luz Vermelha" (Kiko Dinucci/Clima), com rap e punk rock sobrepostos, o apocalipse é recortado em cenas de periferia, tiroteio, ruas esvaziadas. "O mundo vai terminar num poço cheio de merda", diz a letra. PALAVRÕES No CD, a favela (ou as "quebradas") é o cenário do fim do mundo (ou do Brasil) e o lugar de onde ele pode ser reconstruído, pois ali se dão as maiores violências contra o ser humano. A reação ante a destruição sistemática é a chance de um renascer das cinzas, como Elza fez por toda a vida. Se o disco é sobre um tempo sem delicadeza, palavrões são naturais. Um virou título, "Pra Fuder" (Kiko Dinucci), samba rápido em que o tesão é cantado sem frescura e alardeado pelo naipe de metais. Elza é quente, não é "Frozen". Lirismo também não tem vez em "Benedita" (Celso Sim/Pepê Mata Machado), sobre a transexual que traz no corpo todas as violências sociais, mas nunca se rende. Vive à beira do fim do caminho, em meio a paus e pedras. Guitarras distorcidas e metais dão o clima. Em "Firmeza?!", Rodrigo Campos tornou mantras as frases e gírias que deve ouvir no bairro de São Mateus, seu berço. Angústia e fraternidade saem da música, gravada por Elza em duo com o autor. O tango "Dança" (Cacá Machado/Romulo Fróes) se situa depois do fim. A narradora está morta. Porém, já quase pó, insiste em dançar. Elza não desiste. O Oriente chega na sonoridade e na letra de "O Canal" (Rodrigo Campos). O arranjo segue no ritmo da caminhada feita em busca de algo, talvez renascer. Em "Solto" (Marcelo Cabral/Clima), como o título e as notas soltas indicam, a travessia é solitária, sem nada mais. "O meu corpo/ Caminha/ Na minha sombra." É a única faixa sem guitarras ou distorções. Elas voltam no início de "Comigo" (Romulo Fróes/Alberto Tassinari). O crescendo ruidoso estanca de repente, e Elza ressurge à capela, em tom de oração, de lamento sertanejo. "Levo/ Minha mãe/ Comigo/ Pois deu-me/ Seu próprio ser." E vem o longo silêncio do fim de tudo. Mas, no fundo, ainda se ouve a voz de Elza. Ela insiste. Um recado para nós. A MULHER DO FIM DO MUNDO ARTISTA Elza Soares GRAVADORA Circus/Natura Musical QUANTO R$ 30 SHOWS sáb. (3), às 21h, dom. (4), às 19h; Auditório Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2, tel. 11-3269-1075); R$ 20 (esgotado); 10 anos LUIZ FERNANDO VIANNA é autor de "Aldir Blanc - Resposta ao Tempo" (Casa da Palavra)
ilustrada
Elza Soares renasce das cinzas com seu já histórico novo discoA primeira faixa, "Coração do Mar" (José Miguel Wisnik/Oswald de Andrade), é à capela. A voz de Elza Soares parece que vai falhar, mas nas sombras ela ilumina o início de tudo: "O navio humano, quente, negreiro do mangue". É o prólogo de um passeio pelos círculos do inferno de hoje. O já histórico CD "A Mulher do Fim do Mundo" tem shows de lançamento neste fim de semana no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Os sons e os versos das 11 inéditas são do núcleo de compositores e músicos paulistas formado por, entre outros, Rodrigo Campos, Kiko Dinucci, Romulo Fróes, Clima, Marcelo Cabral, Guilherme Kastrup e Celso Sim. A primeira etapa da saga é "Mulher do Fim do Mundo" (Romulo Fróes/Alice Coutinho), Elza como a narradora que viu e viveu tudo, perdeu dois filhos e agora vai registrar o apocalipse sem meias palavras. Na canção, a desintegração se dá no Carnaval, a "pele preta", a voz e o resto espatifados na avenida. Elza agoniza mas não morre, pede que a deixem "cantar até o fim", e as notas longas da segunda parte traduzem o cansaço e a persistência. "Maria da Vila Matilde" (Douglas Germano) trata da violência doméstica. A mulher reage: "Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim". Distorções sonoras se misturam à melodia. Samba ao rock e ao rap. Não é o fim da canção, mas a canção do fim. Em "Luz Vermelha" (Kiko Dinucci/Clima), com rap e punk rock sobrepostos, o apocalipse é recortado em cenas de periferia, tiroteio, ruas esvaziadas. "O mundo vai terminar num poço cheio de merda", diz a letra. PALAVRÕES No CD, a favela (ou as "quebradas") é o cenário do fim do mundo (ou do Brasil) e o lugar de onde ele pode ser reconstruído, pois ali se dão as maiores violências contra o ser humano. A reação ante a destruição sistemática é a chance de um renascer das cinzas, como Elza fez por toda a vida. Se o disco é sobre um tempo sem delicadeza, palavrões são naturais. Um virou título, "Pra Fuder" (Kiko Dinucci), samba rápido em que o tesão é cantado sem frescura e alardeado pelo naipe de metais. Elza é quente, não é "Frozen". Lirismo também não tem vez em "Benedita" (Celso Sim/Pepê Mata Machado), sobre a transexual que traz no corpo todas as violências sociais, mas nunca se rende. Vive à beira do fim do caminho, em meio a paus e pedras. Guitarras distorcidas e metais dão o clima. Em "Firmeza?!", Rodrigo Campos tornou mantras as frases e gírias que deve ouvir no bairro de São Mateus, seu berço. Angústia e fraternidade saem da música, gravada por Elza em duo com o autor. O tango "Dança" (Cacá Machado/Romulo Fróes) se situa depois do fim. A narradora está morta. Porém, já quase pó, insiste em dançar. Elza não desiste. O Oriente chega na sonoridade e na letra de "O Canal" (Rodrigo Campos). O arranjo segue no ritmo da caminhada feita em busca de algo, talvez renascer. Em "Solto" (Marcelo Cabral/Clima), como o título e as notas soltas indicam, a travessia é solitária, sem nada mais. "O meu corpo/ Caminha/ Na minha sombra." É a única faixa sem guitarras ou distorções. Elas voltam no início de "Comigo" (Romulo Fróes/Alberto Tassinari). O crescendo ruidoso estanca de repente, e Elza ressurge à capela, em tom de oração, de lamento sertanejo. "Levo/ Minha mãe/ Comigo/ Pois deu-me/ Seu próprio ser." E vem o longo silêncio do fim de tudo. Mas, no fundo, ainda se ouve a voz de Elza. Ela insiste. Um recado para nós. A MULHER DO FIM DO MUNDO ARTISTA Elza Soares GRAVADORA Circus/Natura Musical QUANTO R$ 30 SHOWS sáb. (3), às 21h, dom. (4), às 19h; Auditório Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2, tel. 11-3269-1075); R$ 20 (esgotado); 10 anos LUIZ FERNANDO VIANNA é autor de "Aldir Blanc - Resposta ao Tempo" (Casa da Palavra)
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João Saldanha era o anti-Nelson Rodrigues
RIO DE JANEIRO - João Saldanha, cujo centenário de nascimento comemora-se em 3 de julho, garantia —e ai de quem duvidasse dele!— que comeu poeira chinesa atrás de Mao Tsé-tung na Grande Marcha e no Dia D desembarcou na Normandia com o general Montgomery. Saldanha também esteve, de 1950 a 1990, em todas as Copas do Mundo, como analista de futebol e torcedor. Contava que só perdeu a primeira, em 1930, no Uruguai, porque preferiu prestigiar uma corrida de cavalos em cancha reta, "a mais importante e célebre das fronteiras", realizada perto do seu Alegrete (RS) natal. Também viu, em 1933, a grande vitória de Mossoró no primeiro Grande Prêmio Brasil de Turfe. Segundo Rubem Braga, era "um cara que não perdeu o topete gaúcho e incorporou muito da malícia carioca". Famoso no Brasil inteiro, costumava ser parado na rua. Menos no Rio. Aqui, era reconhecido, mas o sujeito fingia que não dava bola e esperava certa distância para gritar pelas suas costas: "O Botafogo não é de nada!". Dos múltiplos Joões —líder estudantil, dono de cartório, brigão, mitômano, comunista de carteirinha, jogador de basquete, ator de cinema, candidato a vice-prefeito, comentarista de rádio e televisão, cartola que levou Didi para General Severiano, selecionador das "feras" no Mundial do México, o Sem-Medo— destaca-se o cronista esportivo. Batucando nas pretinhas, foi, por excelência, o anti-Nelson Rodrigues. Ao hiperbólico e homérico de Nelson, Saldanha contrapunha o coloquial das esquinas. Escrevia como se estivesse conversando na roda de amigos da rua Miguel Lemos, em Copacabana. Dicas de leitura: o recém-lançado "As Cem Melhores Crônicas" (LivrosdeFutebol). Ou a nova edição de "Os Subterrâneos do Futebol" (Lacre). Meu exemplar autografado de "Meus Amigos" (Mitavai) emprestei e nunca mais vi de volta. Vida que segue.
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João Saldanha era o anti-Nelson RodriguesRIO DE JANEIRO - João Saldanha, cujo centenário de nascimento comemora-se em 3 de julho, garantia —e ai de quem duvidasse dele!— que comeu poeira chinesa atrás de Mao Tsé-tung na Grande Marcha e no Dia D desembarcou na Normandia com o general Montgomery. Saldanha também esteve, de 1950 a 1990, em todas as Copas do Mundo, como analista de futebol e torcedor. Contava que só perdeu a primeira, em 1930, no Uruguai, porque preferiu prestigiar uma corrida de cavalos em cancha reta, "a mais importante e célebre das fronteiras", realizada perto do seu Alegrete (RS) natal. Também viu, em 1933, a grande vitória de Mossoró no primeiro Grande Prêmio Brasil de Turfe. Segundo Rubem Braga, era "um cara que não perdeu o topete gaúcho e incorporou muito da malícia carioca". Famoso no Brasil inteiro, costumava ser parado na rua. Menos no Rio. Aqui, era reconhecido, mas o sujeito fingia que não dava bola e esperava certa distância para gritar pelas suas costas: "O Botafogo não é de nada!". Dos múltiplos Joões —líder estudantil, dono de cartório, brigão, mitômano, comunista de carteirinha, jogador de basquete, ator de cinema, candidato a vice-prefeito, comentarista de rádio e televisão, cartola que levou Didi para General Severiano, selecionador das "feras" no Mundial do México, o Sem-Medo— destaca-se o cronista esportivo. Batucando nas pretinhas, foi, por excelência, o anti-Nelson Rodrigues. Ao hiperbólico e homérico de Nelson, Saldanha contrapunha o coloquial das esquinas. Escrevia como se estivesse conversando na roda de amigos da rua Miguel Lemos, em Copacabana. Dicas de leitura: o recém-lançado "As Cem Melhores Crônicas" (LivrosdeFutebol). Ou a nova edição de "Os Subterrâneos do Futebol" (Lacre). Meu exemplar autografado de "Meus Amigos" (Mitavai) emprestei e nunca mais vi de volta. Vida que segue.
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Oposição assume sob tensão comando da Assembleia Nacional da Venezuela
Um mês após sua arrebatadora vitória na eleição parlamentar, a aliança opositora venezuelana MUD (Mesa da Unidade Democrática) assume nesta terça-feira (5) o comando da Assembleia Nacional num clima de alta tensão e sob ameaça do que considera um "golpe judicial" por parte do presidente Nicolás Maduro. Grupos civis armados pelo chavismo prometem ocupar o centro de Caracas "contra a Assembleia burguesa que se instala" e para "enfrentar a contrarrevolução". O apelo ecoa a acusação do governo de que a MUD busca reverter programas de ajuda aos mais pobres. Não está claro se os grupos armados marcharão até as redondezas do Parlamento, ponto de encontro de uma mobilização rival, convocada pela MUD. Temendo violência, líderes da MUD pediram ajuda às Forças Armadas, que, segundo opositores, já intervieram nos bastidores da eleição de 6 de dezembro para obrigar o governo a aceitar a humilhante derrota. "Fazemos um chamado público para que cumpram, de novo, seu dever institucional, como garantes da Constituição e da nação, de proteger o Poder Legislativo", disse o deputado Julio Borges, que era um dos favoritos na disputa interna da MUD pela presidência da Casa, mas acabou sendo vencido por Henry Ramos Allup. SUPERMAIORIA A aliança antichavista também espera contar com o apoio dos militares para garantir que todos os 112 deputados eleitos pela MUD (formando supermaioria de dois terços do plenário de 167 cadeiras) sejam empossados. Na semana passada, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ, equivalente da suprema corte) suspendeu todos os quatro deputados eleitos pelo Estado de Amazonas. Três são da MUD, o que reduz para 109 o número de assentos da bancada opositora e elimina a supermaioria, com a qual poderia emendar a Constituição, aprovar Constituinte ou destituir altos funcionários. A suspensão do TSJ atendeu a um pedido do chavismo para impugnar resultados de circuitos onde ocorreram supostas irregularidades, como compra de votos. O TSJ ainda não confirmou se ordenará novas eleições nas áreas contempladas pela impugnação, que, por ter sido decretada pela máxima instância judiciária, dificilmente poderá ser revertida. A MUD disse que a medida é inconstitucional e anunciou que irá ignorá-la, acirrando risco de embate no dia da posse. "O povo elegeu 112 deputados, e 112 deputados serão juramentados. A partir de 5 de janeiro, teremos uma república onde os Poderes se controlam mutuamente", disse a MUD em comunicado. O jurista José Ignacio Hernández diz que a decisão do TSJ viola o artigo 200 da Constituição, pelo qual deputados eleitos não só não podem ser destituídos como gozam de imunidade parlamentar desde a proclamação de sua vitória nas urnas. OUTRAS MANOBRAS O esforço do governo para minar a vitória da MUD inclui ainda outras manobras controversas. Em sua última sessão do ano, o Parlamento, ainda sob domínio chavista, aprovou, no dia 23 de dezembro, a substituição de 13 dos 32 magistrados do TSJ, numa aparente tentativa de blindar o governo contra a agenda de reformas políticas e econômicas da MUD. Os novos magistrados, cuja nomeação dificilmente será revertida, ficarão no cargo por 12 anos e serão incumbidos, entre outras funções, de avaliar eventuais procedimentos contra qualquer autoridade, incluindo Maduro. Os 13 escolhidos substituem antecessores que se aposentaram sem motivação clara em outubro, mais de um ano antes do prazo. O controle do Judiciário é crucial para o governo num momento em que a oposição acaba com quase 17 anos de poder chavista hegemônico. A bancada chavista também aproveitou seus últimos dias como maioria para aprovar orçamentos e verbas destinadas a aliados. O governo criou, ainda, um Parlamento Comunal, que poderá se reunir quando quiser na Assembleia e aprovar leis para permitir que o "povo mantenha seu modo de vida".
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Oposição assume sob tensão comando da Assembleia Nacional da VenezuelaUm mês após sua arrebatadora vitória na eleição parlamentar, a aliança opositora venezuelana MUD (Mesa da Unidade Democrática) assume nesta terça-feira (5) o comando da Assembleia Nacional num clima de alta tensão e sob ameaça do que considera um "golpe judicial" por parte do presidente Nicolás Maduro. Grupos civis armados pelo chavismo prometem ocupar o centro de Caracas "contra a Assembleia burguesa que se instala" e para "enfrentar a contrarrevolução". O apelo ecoa a acusação do governo de que a MUD busca reverter programas de ajuda aos mais pobres. Não está claro se os grupos armados marcharão até as redondezas do Parlamento, ponto de encontro de uma mobilização rival, convocada pela MUD. Temendo violência, líderes da MUD pediram ajuda às Forças Armadas, que, segundo opositores, já intervieram nos bastidores da eleição de 6 de dezembro para obrigar o governo a aceitar a humilhante derrota. "Fazemos um chamado público para que cumpram, de novo, seu dever institucional, como garantes da Constituição e da nação, de proteger o Poder Legislativo", disse o deputado Julio Borges, que era um dos favoritos na disputa interna da MUD pela presidência da Casa, mas acabou sendo vencido por Henry Ramos Allup. SUPERMAIORIA A aliança antichavista também espera contar com o apoio dos militares para garantir que todos os 112 deputados eleitos pela MUD (formando supermaioria de dois terços do plenário de 167 cadeiras) sejam empossados. Na semana passada, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ, equivalente da suprema corte) suspendeu todos os quatro deputados eleitos pelo Estado de Amazonas. Três são da MUD, o que reduz para 109 o número de assentos da bancada opositora e elimina a supermaioria, com a qual poderia emendar a Constituição, aprovar Constituinte ou destituir altos funcionários. A suspensão do TSJ atendeu a um pedido do chavismo para impugnar resultados de circuitos onde ocorreram supostas irregularidades, como compra de votos. O TSJ ainda não confirmou se ordenará novas eleições nas áreas contempladas pela impugnação, que, por ter sido decretada pela máxima instância judiciária, dificilmente poderá ser revertida. A MUD disse que a medida é inconstitucional e anunciou que irá ignorá-la, acirrando risco de embate no dia da posse. "O povo elegeu 112 deputados, e 112 deputados serão juramentados. A partir de 5 de janeiro, teremos uma república onde os Poderes se controlam mutuamente", disse a MUD em comunicado. O jurista José Ignacio Hernández diz que a decisão do TSJ viola o artigo 200 da Constituição, pelo qual deputados eleitos não só não podem ser destituídos como gozam de imunidade parlamentar desde a proclamação de sua vitória nas urnas. OUTRAS MANOBRAS O esforço do governo para minar a vitória da MUD inclui ainda outras manobras controversas. Em sua última sessão do ano, o Parlamento, ainda sob domínio chavista, aprovou, no dia 23 de dezembro, a substituição de 13 dos 32 magistrados do TSJ, numa aparente tentativa de blindar o governo contra a agenda de reformas políticas e econômicas da MUD. Os novos magistrados, cuja nomeação dificilmente será revertida, ficarão no cargo por 12 anos e serão incumbidos, entre outras funções, de avaliar eventuais procedimentos contra qualquer autoridade, incluindo Maduro. Os 13 escolhidos substituem antecessores que se aposentaram sem motivação clara em outubro, mais de um ano antes do prazo. O controle do Judiciário é crucial para o governo num momento em que a oposição acaba com quase 17 anos de poder chavista hegemônico. A bancada chavista também aproveitou seus últimos dias como maioria para aprovar orçamentos e verbas destinadas a aliados. O governo criou, ainda, um Parlamento Comunal, que poderá se reunir quando quiser na Assembleia e aprovar leis para permitir que o "povo mantenha seu modo de vida".
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Técnico do Kashima critica árbitro por não expulsar Sergio Ramos na final
O técnico do Kashima Antlers, Masatada Ishii, lamentou a "falta de coragem" do árbitro zambiano Janny Sikazwe, que deixou de expulsar o zagueiro Sergio Ramos, do Real Madrid, na final do Mundial de Clubes, perdida por 4 a 2 pelo time japonês, na prorrogação. Ramos cometeu uma falta dura no fim do tempo regulamentar, impedindo um contra-ataque do time da casa, quando já tinha recebido um cartão amarelo. O juiz colocou a mão no bolso, ameaçando aplicar o vermelho, mas acabou voltando atrás, inexplicavelmente. O Real acabou disputando a prorrogação a 11 contra 11 e levou a melhor, com dois gols de Cristiano Ronaldo, que já havia deixado sua marca de pênalti na segunda etapa do tempo normal. "Considero que faltou coragem ao árbitro", criticou Ishii em entrevista coletiva, sem se estender mais sobre o assunto. O treinador elogiou o desempenho da sua equipe, que "não facilitou a vida do Real Madrid". "A diferença não foi grande e a final foi decidida por pequenos detalhes, por isso lamentamos ainda mais a derrota", resumiu. Mesmo assim, Ishii se orgulhou por ter "mostrado o desenvolvimento do futebol japonês" e avisou que pretende voltar ao Mundial no ano que vem, "como campeão asiático". O Kashima, time onde Zico encerrou sua carreira, participou do torneio neste ano como representante do país-sede, duas semanas depois de se sagrar campeão japonês.
esporte
Técnico do Kashima critica árbitro por não expulsar Sergio Ramos na finalO técnico do Kashima Antlers, Masatada Ishii, lamentou a "falta de coragem" do árbitro zambiano Janny Sikazwe, que deixou de expulsar o zagueiro Sergio Ramos, do Real Madrid, na final do Mundial de Clubes, perdida por 4 a 2 pelo time japonês, na prorrogação. Ramos cometeu uma falta dura no fim do tempo regulamentar, impedindo um contra-ataque do time da casa, quando já tinha recebido um cartão amarelo. O juiz colocou a mão no bolso, ameaçando aplicar o vermelho, mas acabou voltando atrás, inexplicavelmente. O Real acabou disputando a prorrogação a 11 contra 11 e levou a melhor, com dois gols de Cristiano Ronaldo, que já havia deixado sua marca de pênalti na segunda etapa do tempo normal. "Considero que faltou coragem ao árbitro", criticou Ishii em entrevista coletiva, sem se estender mais sobre o assunto. O treinador elogiou o desempenho da sua equipe, que "não facilitou a vida do Real Madrid". "A diferença não foi grande e a final foi decidida por pequenos detalhes, por isso lamentamos ainda mais a derrota", resumiu. Mesmo assim, Ishii se orgulhou por ter "mostrado o desenvolvimento do futebol japonês" e avisou que pretende voltar ao Mundial no ano que vem, "como campeão asiático". O Kashima, time onde Zico encerrou sua carreira, participou do torneio neste ano como representante do país-sede, duas semanas depois de se sagrar campeão japonês.
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Jovens presos antes de protesto são soltos em São Paulo
Os 26 jovens presos em São Paulo no domingo (4), acusados pela polícia de preparar atos criminosos durante a manifestação contra Michel Temer, foram soltos na tarde desta segunda (5) por ordem da Justiça. Eles foram detidos antes mesmo de o protesto começar. "O juiz considerou que eles não cometeram nenhum crime", diz o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que foi à sede do Deic com o ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o vereador Nabil Bonduki (PT-SP) para ajudar os pais e os advogados a terem acesso aos detidos. "O magistrado constatou que ninguém os viu praticando violência contra pessoas ou edifícios públicos e privados", afirma Suplicy. "O delegado fez apenas uma suposição. Foi só ouvi-los direito para se concluir que não fizeram nada", diz o ex-senador. Eles foram ouvidos nesta segunda em audiência de custódia e depois liberados.
colunas
Jovens presos antes de protesto são soltos em São PauloOs 26 jovens presos em São Paulo no domingo (4), acusados pela polícia de preparar atos criminosos durante a manifestação contra Michel Temer, foram soltos na tarde desta segunda (5) por ordem da Justiça. Eles foram detidos antes mesmo de o protesto começar. "O juiz considerou que eles não cometeram nenhum crime", diz o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que foi à sede do Deic com o ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o vereador Nabil Bonduki (PT-SP) para ajudar os pais e os advogados a terem acesso aos detidos. "O magistrado constatou que ninguém os viu praticando violência contra pessoas ou edifícios públicos e privados", afirma Suplicy. "O delegado fez apenas uma suposição. Foi só ouvi-los direito para se concluir que não fizeram nada", diz o ex-senador. Eles foram ouvidos nesta segunda em audiência de custódia e depois liberados.
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Cooperativas garantem estabilidade até na crise
Com faturamento maior que o orçamento anual dos municípios e até do Estado em que estão sediadas, as cooperativas agropecuárias do Paraná construíram um império praticamente imune à crise econômica do país. Apenas em 2016, as empresas cresceram 21% na comparação com 2015. Na última década, o crescimento médio foi de 14% ao ano. A Coamo, maior cooperativa da América Latina, faturou no ano passado o equivalente a 35 vezes o orçamento de Campo Mourão, cidade da região central do Paraná na qual se estabeleceu. Já a C.Vale, de Palotina, na região Oeste, teve resultado 62 vezes superior à receita do município. Somadas, as 69 maiores cooperativas paranaenses alcançaram o resultado recorde de R$ 57 bilhões em 2016, 5% maior que o orçamento do Paraná no mesmo ano, segundo a Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná). Em 2016, essas empresas exportaram US$ 2,3 bilhões, quase a metade do total das exportações das cooperativas em nível nacional (US$ 5,13 bilhões), segundo a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). Mas a tendência de crescimento é geral: no ano passado, as 70 maiores cooperativas do país faturaram 15% a mais que 2015. O modelo do cooperativismo consiste em comprar a produção dos cooperados e a negociar diretamente no mercado, o que costuma garantir estabilidade nos ganhos dos produtores. No fim do ano, se há sobra, o montante é dividido entre eles. Com vocação para o cooperativismo por causa da colonização de origem europeia –em que o formato já era comum na zona rural– e pelo predomínio de pequenas propriedades, o Paraná tem mais de metade da produção agrícola ligada ao modelo. A estratégia para manter o crescimento, segundo a Ocepar, foi investir na diversificação da produção em pequenas e médias propriedades. "No Paraná há um limite da área produtiva. Se não dá para plantar mais soja, o produtor pode construir um aviário que ocupa 200 metros quadrados", diz o gerente técnico da Ocepar, Flávio Turra. A C.Vale investiu R$ 110 milhões na construção de um abatedouro de peixes que será aberto em outubro, com um abate inicial de 75 mil tilápias por dia. "A diversificação é a fórmula para oferecer alternativas de renda aos associados", diz Alfredo Lang, presidente da C.Vale. As cooperativas também investiram em novos processos de armazenamento e industrialização, como a Coamo, que colocou mais de R$ 1 bilhão em novos entrepostos de grãos, um novo terminal marítimo e indústrias transformadoras de grãos. Alocadas em cidades pequenas, as cooperativas levam emprego, tecnologia e desenvolvimento para regiões empobrecidas do Estado. Quando a Coamo foi criada, nos anos 1970, Campo Mourão tinha cerca de 20 mil habitantes; hoje, são quase 100 mil.
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Cooperativas garantem estabilidade até na criseCom faturamento maior que o orçamento anual dos municípios e até do Estado em que estão sediadas, as cooperativas agropecuárias do Paraná construíram um império praticamente imune à crise econômica do país. Apenas em 2016, as empresas cresceram 21% na comparação com 2015. Na última década, o crescimento médio foi de 14% ao ano. A Coamo, maior cooperativa da América Latina, faturou no ano passado o equivalente a 35 vezes o orçamento de Campo Mourão, cidade da região central do Paraná na qual se estabeleceu. Já a C.Vale, de Palotina, na região Oeste, teve resultado 62 vezes superior à receita do município. Somadas, as 69 maiores cooperativas paranaenses alcançaram o resultado recorde de R$ 57 bilhões em 2016, 5% maior que o orçamento do Paraná no mesmo ano, segundo a Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná). Em 2016, essas empresas exportaram US$ 2,3 bilhões, quase a metade do total das exportações das cooperativas em nível nacional (US$ 5,13 bilhões), segundo a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). Mas a tendência de crescimento é geral: no ano passado, as 70 maiores cooperativas do país faturaram 15% a mais que 2015. O modelo do cooperativismo consiste em comprar a produção dos cooperados e a negociar diretamente no mercado, o que costuma garantir estabilidade nos ganhos dos produtores. No fim do ano, se há sobra, o montante é dividido entre eles. Com vocação para o cooperativismo por causa da colonização de origem europeia –em que o formato já era comum na zona rural– e pelo predomínio de pequenas propriedades, o Paraná tem mais de metade da produção agrícola ligada ao modelo. A estratégia para manter o crescimento, segundo a Ocepar, foi investir na diversificação da produção em pequenas e médias propriedades. "No Paraná há um limite da área produtiva. Se não dá para plantar mais soja, o produtor pode construir um aviário que ocupa 200 metros quadrados", diz o gerente técnico da Ocepar, Flávio Turra. A C.Vale investiu R$ 110 milhões na construção de um abatedouro de peixes que será aberto em outubro, com um abate inicial de 75 mil tilápias por dia. "A diversificação é a fórmula para oferecer alternativas de renda aos associados", diz Alfredo Lang, presidente da C.Vale. As cooperativas também investiram em novos processos de armazenamento e industrialização, como a Coamo, que colocou mais de R$ 1 bilhão em novos entrepostos de grãos, um novo terminal marítimo e indústrias transformadoras de grãos. Alocadas em cidades pequenas, as cooperativas levam emprego, tecnologia e desenvolvimento para regiões empobrecidas do Estado. Quando a Coamo foi criada, nos anos 1970, Campo Mourão tinha cerca de 20 mil habitantes; hoje, são quase 100 mil.
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Aécio Neves está disposto a participar de ato contra o governo Dilma
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) está disposto a participar da manifestação marcada para domingo (12) que tem como foco a crítica ao governo da presidente Dilma Rousseff. O tucano sinalizou a aliados que deve estar presente no ato em Belo Horizonte ao lado de outros membros do PSDB de Minas. Na primeira manifestação, que ocorreu em março, Aécio optou por não comparecer para não ser acusado de "surfar" no movimento apartidário. Líderes do PSDB continuam divididos sobre a participação de Aécio. Alguns avaliam ser necessária a presença do senador para que o partido se firme como representante da insatisfação popular. O senador ainda não bateu o martelo porque, nos bastidores, teme que os atos estejam esvaziados, o que poderia vincular sua imagem a uma ação com menos força que a anterior. Além disso, o tucano teme ser acusado de pegar carona em um movimento que não tem vinculação política, como pregam seus organizadores. Como a manifestação em Belo Horizonte está marcada para a manhã de domingo, congressistas do PSDB também pressionam Aécio para que o senador compareça ao ato de São Paulo, que ocorre à tarde, onde diversos tucanos prometem estar presentes. Líder do PSDB, o senador Cássio Cunha Lima (PB) disse que o presidente do partido tem que estar presente porque "política não se faz longe da rua". "Ele agiu corretamente ao não participar do primeiro ato para não parecer oportunismo. Mas as pessoas estão exigindo a nossa presença. Não podemos perder esse momento." Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a decisão mais sensata seria a de Aécio não participar dos atos políticos, uma vez que não há vinculação com nenhum partido e vários eleitores defendem a independência dos movimentos. "Acho que nós, políticos, não devemos ir para que o movimento seja espontâneo e apartidário. Qualquer envolvimento de partidos pode parecer oportunismo." Na primeira manifestação, no dia 15 de março, Aécio apareceu na janela de seu apartamento no Rio de Janeiro vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol para sinalizar seu apoio ao movimento, mas não saiu de casa.
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Aécio Neves está disposto a participar de ato contra o governo DilmaO senador Aécio Neves (PSDB-MG) está disposto a participar da manifestação marcada para domingo (12) que tem como foco a crítica ao governo da presidente Dilma Rousseff. O tucano sinalizou a aliados que deve estar presente no ato em Belo Horizonte ao lado de outros membros do PSDB de Minas. Na primeira manifestação, que ocorreu em março, Aécio optou por não comparecer para não ser acusado de "surfar" no movimento apartidário. Líderes do PSDB continuam divididos sobre a participação de Aécio. Alguns avaliam ser necessária a presença do senador para que o partido se firme como representante da insatisfação popular. O senador ainda não bateu o martelo porque, nos bastidores, teme que os atos estejam esvaziados, o que poderia vincular sua imagem a uma ação com menos força que a anterior. Além disso, o tucano teme ser acusado de pegar carona em um movimento que não tem vinculação política, como pregam seus organizadores. Como a manifestação em Belo Horizonte está marcada para a manhã de domingo, congressistas do PSDB também pressionam Aécio para que o senador compareça ao ato de São Paulo, que ocorre à tarde, onde diversos tucanos prometem estar presentes. Líder do PSDB, o senador Cássio Cunha Lima (PB) disse que o presidente do partido tem que estar presente porque "política não se faz longe da rua". "Ele agiu corretamente ao não participar do primeiro ato para não parecer oportunismo. Mas as pessoas estão exigindo a nossa presença. Não podemos perder esse momento." Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a decisão mais sensata seria a de Aécio não participar dos atos políticos, uma vez que não há vinculação com nenhum partido e vários eleitores defendem a independência dos movimentos. "Acho que nós, políticos, não devemos ir para que o movimento seja espontâneo e apartidário. Qualquer envolvimento de partidos pode parecer oportunismo." Na primeira manifestação, no dia 15 de março, Aécio apareceu na janela de seu apartamento no Rio de Janeiro vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol para sinalizar seu apoio ao movimento, mas não saiu de casa.
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Revisão inconsequente
Como se o governo federal colhesse dinheiro em árvores e não enfrentasse sérias dificuldades econômicas, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), resolveu, de forma provisória, dar razão a alguns Estados que pediram mudanças no cálculo de suas dívidas com a União. Por ora, as liminares favoreceram Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, mas tudo sugere que as demais unidades da Federação seguirão o mesmo caminho. Se todas forem contempladas num julgamento definitivo, terá sido criado um rombo de cerca de R$ 300 bilhões nos cofres federais. As ações desses Estados defendem uma revisão irresponsável de seus débitos. Pretendem que sejam cobrados juros simples, em vez dos usuais juros compostos. Grosso modo, as taxas incidiriam apenas sobre o montante original, e não sobre o valor corrigido. Compreende-se o esforço dos Estados, que buscam solução para uma situação de penúria. Ocorre que a alteração não faria o total devido diminuir; apenas transferiria para a União a responsabilidade pelo pagamento. É que, no final dos anos 1990, a renegociação do passivo estadual contou com pesados subsídios do governo federal. Esta, a fim de ajudar os Estados, endividou-se no mercado –e os juros incidentes sobre a dívida da União são compostos. Não faz o menor sentido que os critérios sejam diferentes. Já não seria pouco se essas liminares apenas impusessem tal desfalque ao Tesouro Nacional, com o consequente agravamento da penosa situação econômica do país. As decisões, porém, fazem mais: levam insegurança jurídica a todos os contratos que prescrevam o uso de juros compostos –ou seja, a todos os contratos financeiros. Os juros simples não são prática no mercado financeiro, seja para corrigir dívidas, seja para remunerar investimentos, aqui incluídos os mais comezinhos, como a poupança. Pode-se imaginar a instabilidade que o STF criará se seu plenário confirmar a revisão das taxas nos contratos estaduais. A solução para o problema dos Estados, agravado em grande parte pelo populismo dos governadores, não está nos tribunais. Está num entendimento político com o governo federal em torno da melhor forma de alcançar um alívio de caixa em troca de contrapartidas rigorosas. O alongamento de prazos em troca de compensações na gestão de pessoal e melhorias nos sistemas previdenciários é um bom começo. Deve ser inserido nesse acerto, ademais, uma negociação sobre o ICMS, para pôr fim à guerra fiscal. Não será com ativismo judicial inconsequente que se encontrarão saídas para o pesado endividamento estadual. editoriais@uol.com.br
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Revisão inconsequenteComo se o governo federal colhesse dinheiro em árvores e não enfrentasse sérias dificuldades econômicas, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), resolveu, de forma provisória, dar razão a alguns Estados que pediram mudanças no cálculo de suas dívidas com a União. Por ora, as liminares favoreceram Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, mas tudo sugere que as demais unidades da Federação seguirão o mesmo caminho. Se todas forem contempladas num julgamento definitivo, terá sido criado um rombo de cerca de R$ 300 bilhões nos cofres federais. As ações desses Estados defendem uma revisão irresponsável de seus débitos. Pretendem que sejam cobrados juros simples, em vez dos usuais juros compostos. Grosso modo, as taxas incidiriam apenas sobre o montante original, e não sobre o valor corrigido. Compreende-se o esforço dos Estados, que buscam solução para uma situação de penúria. Ocorre que a alteração não faria o total devido diminuir; apenas transferiria para a União a responsabilidade pelo pagamento. É que, no final dos anos 1990, a renegociação do passivo estadual contou com pesados subsídios do governo federal. Esta, a fim de ajudar os Estados, endividou-se no mercado –e os juros incidentes sobre a dívida da União são compostos. Não faz o menor sentido que os critérios sejam diferentes. Já não seria pouco se essas liminares apenas impusessem tal desfalque ao Tesouro Nacional, com o consequente agravamento da penosa situação econômica do país. As decisões, porém, fazem mais: levam insegurança jurídica a todos os contratos que prescrevam o uso de juros compostos –ou seja, a todos os contratos financeiros. Os juros simples não são prática no mercado financeiro, seja para corrigir dívidas, seja para remunerar investimentos, aqui incluídos os mais comezinhos, como a poupança. Pode-se imaginar a instabilidade que o STF criará se seu plenário confirmar a revisão das taxas nos contratos estaduais. A solução para o problema dos Estados, agravado em grande parte pelo populismo dos governadores, não está nos tribunais. Está num entendimento político com o governo federal em torno da melhor forma de alcançar um alívio de caixa em troca de contrapartidas rigorosas. O alongamento de prazos em troca de compensações na gestão de pessoal e melhorias nos sistemas previdenciários é um bom começo. Deve ser inserido nesse acerto, ademais, uma negociação sobre o ICMS, para pôr fim à guerra fiscal. Não será com ativismo judicial inconsequente que se encontrarão saídas para o pesado endividamento estadual. editoriais@uol.com.br
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Coreia do Norte executa vice-premiê e pune outros 2 funcionários, diz Seul
Um porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul afirmou nesta quarta-feira (31) que o regime da Coreia do Norte executou um vice-premiê e enviou dois outros funcionários de alto escalão para áreas rurais para "reeducação". Segundo o sul-coreano Jeong Joon Hee, o dirigente norte-coreano Kim Yong Jin, que estava a cargo de políticas de educação na função de vice-premiê dentro do gabinete do ditador Kim Jong-un, foi executado, mas não disse nem quando nem por que o regime tomou essa decisão. De acordo com o jornal sul-coreano "JoongAng Ilbo", o vice-premiê teria cochilado durante uma reunião com o ditador. Seul também informou que Kim Yong Chol, funcionário de Pyongyang responsável pelas ações de espionagem contra a Coreia do Sul, foi obrigado a passar por um período de "reeducação revolucionária", mas sem explicar os motivos. A mesma media teria sido tomada contra Choe Hwi, um antigo membro do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte (única legenda permitida no país) que trabalha no departamento de propaganda. Se as punições forem confirmadas, serão as últimas de uma série de execuções e expurgos a mando de Kim Jong-un desde que ele assumiu o poder, em dezembro de 2011, após a morte do pai, Kim Jong-il.
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Coreia do Norte executa vice-premiê e pune outros 2 funcionários, diz SeulUm porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul afirmou nesta quarta-feira (31) que o regime da Coreia do Norte executou um vice-premiê e enviou dois outros funcionários de alto escalão para áreas rurais para "reeducação". Segundo o sul-coreano Jeong Joon Hee, o dirigente norte-coreano Kim Yong Jin, que estava a cargo de políticas de educação na função de vice-premiê dentro do gabinete do ditador Kim Jong-un, foi executado, mas não disse nem quando nem por que o regime tomou essa decisão. De acordo com o jornal sul-coreano "JoongAng Ilbo", o vice-premiê teria cochilado durante uma reunião com o ditador. Seul também informou que Kim Yong Chol, funcionário de Pyongyang responsável pelas ações de espionagem contra a Coreia do Sul, foi obrigado a passar por um período de "reeducação revolucionária", mas sem explicar os motivos. A mesma media teria sido tomada contra Choe Hwi, um antigo membro do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte (única legenda permitida no país) que trabalha no departamento de propaganda. Se as punições forem confirmadas, serão as últimas de uma série de execuções e expurgos a mando de Kim Jong-un desde que ele assumiu o poder, em dezembro de 2011, após a morte do pai, Kim Jong-il.
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É uma crônica, companheira
Eu ia começar com "Em tese, o cronista", mas penso melhor e me dou conta de que deveria começar com "Na prática, o cronista", pois o cronista só existe na prática. O Amor, o Perdão, a Saudade, Deus e outras maiúsculas celestes nós deixamos para os poetas, alpinistas muito mais hábeis que com dois ou três pontos de apoio chegam ao cume de qualquer abstração. O cronista é um pedestre. O que existe para o cronista é a gaveta de meias, a lancheira do filho, o boteco da esquina. Verdade que às vezes, na gaveta de meias, na lancheira do filho, no boteco da esquina, o cronista até resvala no amor, trisca no perdão, se lambuza na saudade, tropeça num deusinho ou outro (desses deuses de antigamente, também pedestres, que se cansam do Olimpo e vão dar umas bandas pela 25 de Março), mas é de leve, é sem querer, pois na prática (e é assim que eu devo começar) o cronista trata do pequeno, do detalhe, do que está tão perto que a gente nem vê. Aí você lê, pensa, nossa, também acho que picada de mosquito entre os dedos dos pés é pior do que tortura chinesa, caramba, é mesmo, não tem som mais melancólico do que um apito de panela de pressão entrando pela janela, no meio da tarde, é isso aí, se cada comida fosse um título literário, empada seria "A Insustentável Leveza do Ser". That's my job. Mas sob o peso desses dias, qualquer leveza soa leviana. Sento para escrever a crônica e me sinto fazendo um origami no ringue do UFC. Sou um barista, durante a erupção do Vesúvio, tentando desenhar coraçãozinho na espuma do café. Um ataque epilético não é, definitivamente, o melhor momento para um cafuné. UFC. Vesúvio. Ataque epilético. Boas imagens para esses dias. Melhor ainda: um lutador de UFC tendo um ataque epilético durante a erupção do Vesúvio. (Morreu o bebê atingido por uma bala dentro da barriga da mãe). Aí o cronista, que também apanha, também esperneia, também respira o enxofre que exala sem parar da cratera noticiosa, faz o quê? O cronista se revolta. Abre mão de toda a delicadeza e diz: é tudo uma merda. O Brasil, os brasileiros, as aves que aqui gorjeiam, o samba e o guaraná. Na semana seguinte bate a ressaca. O cronista junta os cacos. Faz um esforço. Escreve um texto otimista, tentando ver o que há de bom, "Memórias Póstumas de Brás Cubas", 58, 62 e 70, nossos filhos, "O amor da morena maldita no largo do Estácio". Exaurido, ciente de que já bateu ponto nos dois extremos do pêndulo existencial, o cronista imagina que pode voltar ao seu ofício. Senta para escrever a crônica, apura o ouvido, mas não consegue escutar o assovio da panela de pressão entrando pela janela: ouve tiros de fuzil, o uivo da mãe que perdeu o filho baleado dentro da barriga e os discursos dos putos que se compram e se vendem para garantir a própria estabilidade enquanto mães seguem perdendo seus filhos, dentro e fora das barrigas. Eu sei que já escrevi umas dez crônicas dizendo que ficou impossível escrever crônicas, mas veja: esta é a primeira crônica que eu escrevo sobre a dificuldade de escrever crônicas sobre a dificuldade de escrever crônicas. Lembro agora, não sei bem por que, daquela passagem que dá título ao livro do Gabeira. Durante o sequestro do embaixador americano, durante a ditadura, durante a Guerra Fria (UFC, Vesúvio, ataque epilético), a guerrilheira recebe, revoltada, o beijo do guerrilheiro: "O que é isso, companheiro?". Ao que ele responde (leviano?): "É um beijo, companheira".
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É uma crônica, companheiraEu ia começar com "Em tese, o cronista", mas penso melhor e me dou conta de que deveria começar com "Na prática, o cronista", pois o cronista só existe na prática. O Amor, o Perdão, a Saudade, Deus e outras maiúsculas celestes nós deixamos para os poetas, alpinistas muito mais hábeis que com dois ou três pontos de apoio chegam ao cume de qualquer abstração. O cronista é um pedestre. O que existe para o cronista é a gaveta de meias, a lancheira do filho, o boteco da esquina. Verdade que às vezes, na gaveta de meias, na lancheira do filho, no boteco da esquina, o cronista até resvala no amor, trisca no perdão, se lambuza na saudade, tropeça num deusinho ou outro (desses deuses de antigamente, também pedestres, que se cansam do Olimpo e vão dar umas bandas pela 25 de Março), mas é de leve, é sem querer, pois na prática (e é assim que eu devo começar) o cronista trata do pequeno, do detalhe, do que está tão perto que a gente nem vê. Aí você lê, pensa, nossa, também acho que picada de mosquito entre os dedos dos pés é pior do que tortura chinesa, caramba, é mesmo, não tem som mais melancólico do que um apito de panela de pressão entrando pela janela, no meio da tarde, é isso aí, se cada comida fosse um título literário, empada seria "A Insustentável Leveza do Ser". That's my job. Mas sob o peso desses dias, qualquer leveza soa leviana. Sento para escrever a crônica e me sinto fazendo um origami no ringue do UFC. Sou um barista, durante a erupção do Vesúvio, tentando desenhar coraçãozinho na espuma do café. Um ataque epilético não é, definitivamente, o melhor momento para um cafuné. UFC. Vesúvio. Ataque epilético. Boas imagens para esses dias. Melhor ainda: um lutador de UFC tendo um ataque epilético durante a erupção do Vesúvio. (Morreu o bebê atingido por uma bala dentro da barriga da mãe). Aí o cronista, que também apanha, também esperneia, também respira o enxofre que exala sem parar da cratera noticiosa, faz o quê? O cronista se revolta. Abre mão de toda a delicadeza e diz: é tudo uma merda. O Brasil, os brasileiros, as aves que aqui gorjeiam, o samba e o guaraná. Na semana seguinte bate a ressaca. O cronista junta os cacos. Faz um esforço. Escreve um texto otimista, tentando ver o que há de bom, "Memórias Póstumas de Brás Cubas", 58, 62 e 70, nossos filhos, "O amor da morena maldita no largo do Estácio". Exaurido, ciente de que já bateu ponto nos dois extremos do pêndulo existencial, o cronista imagina que pode voltar ao seu ofício. Senta para escrever a crônica, apura o ouvido, mas não consegue escutar o assovio da panela de pressão entrando pela janela: ouve tiros de fuzil, o uivo da mãe que perdeu o filho baleado dentro da barriga e os discursos dos putos que se compram e se vendem para garantir a própria estabilidade enquanto mães seguem perdendo seus filhos, dentro e fora das barrigas. Eu sei que já escrevi umas dez crônicas dizendo que ficou impossível escrever crônicas, mas veja: esta é a primeira crônica que eu escrevo sobre a dificuldade de escrever crônicas sobre a dificuldade de escrever crônicas. Lembro agora, não sei bem por que, daquela passagem que dá título ao livro do Gabeira. Durante o sequestro do embaixador americano, durante a ditadura, durante a Guerra Fria (UFC, Vesúvio, ataque epilético), a guerrilheira recebe, revoltada, o beijo do guerrilheiro: "O que é isso, companheiro?". Ao que ele responde (leviano?): "É um beijo, companheira".
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Empresas abrem vagas e seleções para estágio e trainee; veja como se inscrever
DE SÃO PAULO Organizações de grande porte estão com vagas abertas para programas de estágio e trainee para universitários e recém-formados de diferentes áreas. Veja as oportunidades: A Marisa, da área de moda, tem vagas para trainees interessados em ingressar na área comercial. É preciso ter formação entre dezembro de 2015 e dezembro de 2017 nos cursos de administração, engenharia, economia, marketing e relações internacionais, além de outras graduações relacionadas. As inscrições estão abertas até 22 de novembro no site veredarh.com.br/marisa-2017. A Totvs, da área de tecnologia, iniciou processo seletivo de trainee para 2018. São 15 vagas em São Paulo, com inscrições até 6 de novembro. Podem se candidatar jovens com ensino superior entre dezembro de 2015 e dezembro de 2017 nos cursos de Estatística, Engenharia de Controle e Automação, Mecatrônica, Eletrônica, Sistemas de Informação, Ciência da Computação, Engenharia da Computação, Engenharia de Informação, Engenharia de Sistemas, Engenharia de Telecomunicações, Sistemas de Computação, Sistemas de Informação, Sistemas para Internet, Matemática e Física. Para participar, visite o site supertechtotvs.com.br A farmacêutica Bayer abriu 70 vagas para seu programa de estágio, com inscrições até 31 de outubro. É preciso estar matriculado em cursos como administração, farmácia, química, agronomia, relações internacionais, engenharias, comunicação, direito, sistemas de informação, a partir do terceiro semestre. Há posições em São Paulo, Curitiba (PR), Paulínia (SP), Belford Roxo (RJ), Goiânia (GO), Ribeirão Preto (SP) e Pelotas (RS). Para se inscrever, acesse o site www.bit.ly/estagiobayer. A Statoil, empresa norueguesa do setor de energia, abriu inscrições para o programa de trainee até 31 de outubro. Os candidatos devem ter se formado há até dois anos ou estar no último ano de cursos como administração, comunicação, contabilidade, economia ou engenharia. O processo seletivo será realizado em inglês, então domínio do idioma é fundamental. Os aprovados farão parte do programa na matriz, na Noruega. Para se inscrever, acesse o site www.statoil.com/careers. O grupo DPSP, que controla as drogarias São Paulo e Pacheco, iniciou processo seletivo de trainee com inscrições abertas até 27 de outubro. Há oportunidades nas áreas de marketing, logística, recursos humanos, finanças, comercial, engenharia e expansão, varejo e tecnologia da informação. Para se inscrever, é preciso acessar o site www.grupociadetalentos.com.br/traineegrupodpsp A P&G tem vagas abertas para estágio nas áreas de vendas, logística, recursos humanos e jurídico em São Paulo e finanças no Rio, além de posições em vendas em Manaus e Goiânia. É preciso ter graduação prevista para julho ou dezembro de 2019, com inglês avançado. O processo seletivo é composto por teste online e presenciais e entrevistas na empresa. Para se inscrever, basta acessar o site pgcareers.com, ir em "search and apply for jobs", colocar Brazil no "location" para filtrar as vagas disponíveis no país, e escolher a vaga de interesse. A Odebrecht abriu inscrições até 28 de outubro para seu estágio de férias, com 50 vagas em áreas como Administração, Ciências Contábeis, Comunicação, Economia, Engenharias, Estatística, Direito e Psicologia. Alunos que já estejam pelo menos no 4º semestre podem participar, inscrevendo-se no site www.odebrecht.com/jovemparceiro A seguradora SulAmérica iniciou processo seletivo para estágio, com vagas para quem se forma entre julho de 2019 e julho de 2020. Há vagas em São Paulo e no Rio de Janeiro para alunos de cursos como administração de empresas, contabilidade, direito, engenharia de produção, economia, estatística, matemática, ciências atuariais, comunicação social e tecnologia da informação. Para se inscrever, basta acessar o site vagas.com.br/estagiosulamerica. A Logicalis, da área de TI, abriu 28 vagas de estágio nas cidades de São Paulo, Campinas, Barueri e Rio de Janeiro. Os candidatos devem estar matriculados nos cursos de engenharia (elétrica, eletrônica, da computação, de telecomunicações e de produção), sistemas de informação, análise e desenvolvimento de sistemas, ciência da computação, redes de computadores, administração de empresas, matemática, estatística, ciências econômicas ou ciências contábeis. As inscrições estão abertas no site www.pagetalent.com.br/Vagas/Details/163 até 11 de outubro.
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Empresas abrem vagas e seleções para estágio e trainee; veja como se inscrever DE SÃO PAULO Organizações de grande porte estão com vagas abertas para programas de estágio e trainee para universitários e recém-formados de diferentes áreas. Veja as oportunidades: A Marisa, da área de moda, tem vagas para trainees interessados em ingressar na área comercial. É preciso ter formação entre dezembro de 2015 e dezembro de 2017 nos cursos de administração, engenharia, economia, marketing e relações internacionais, além de outras graduações relacionadas. As inscrições estão abertas até 22 de novembro no site veredarh.com.br/marisa-2017. A Totvs, da área de tecnologia, iniciou processo seletivo de trainee para 2018. São 15 vagas em São Paulo, com inscrições até 6 de novembro. Podem se candidatar jovens com ensino superior entre dezembro de 2015 e dezembro de 2017 nos cursos de Estatística, Engenharia de Controle e Automação, Mecatrônica, Eletrônica, Sistemas de Informação, Ciência da Computação, Engenharia da Computação, Engenharia de Informação, Engenharia de Sistemas, Engenharia de Telecomunicações, Sistemas de Computação, Sistemas de Informação, Sistemas para Internet, Matemática e Física. Para participar, visite o site supertechtotvs.com.br A farmacêutica Bayer abriu 70 vagas para seu programa de estágio, com inscrições até 31 de outubro. É preciso estar matriculado em cursos como administração, farmácia, química, agronomia, relações internacionais, engenharias, comunicação, direito, sistemas de informação, a partir do terceiro semestre. Há posições em São Paulo, Curitiba (PR), Paulínia (SP), Belford Roxo (RJ), Goiânia (GO), Ribeirão Preto (SP) e Pelotas (RS). Para se inscrever, acesse o site www.bit.ly/estagiobayer. A Statoil, empresa norueguesa do setor de energia, abriu inscrições para o programa de trainee até 31 de outubro. Os candidatos devem ter se formado há até dois anos ou estar no último ano de cursos como administração, comunicação, contabilidade, economia ou engenharia. O processo seletivo será realizado em inglês, então domínio do idioma é fundamental. Os aprovados farão parte do programa na matriz, na Noruega. Para se inscrever, acesse o site www.statoil.com/careers. O grupo DPSP, que controla as drogarias São Paulo e Pacheco, iniciou processo seletivo de trainee com inscrições abertas até 27 de outubro. Há oportunidades nas áreas de marketing, logística, recursos humanos, finanças, comercial, engenharia e expansão, varejo e tecnologia da informação. Para se inscrever, é preciso acessar o site www.grupociadetalentos.com.br/traineegrupodpsp A P&G tem vagas abertas para estágio nas áreas de vendas, logística, recursos humanos e jurídico em São Paulo e finanças no Rio, além de posições em vendas em Manaus e Goiânia. É preciso ter graduação prevista para julho ou dezembro de 2019, com inglês avançado. O processo seletivo é composto por teste online e presenciais e entrevistas na empresa. Para se inscrever, basta acessar o site pgcareers.com, ir em "search and apply for jobs", colocar Brazil no "location" para filtrar as vagas disponíveis no país, e escolher a vaga de interesse. A Odebrecht abriu inscrições até 28 de outubro para seu estágio de férias, com 50 vagas em áreas como Administração, Ciências Contábeis, Comunicação, Economia, Engenharias, Estatística, Direito e Psicologia. Alunos que já estejam pelo menos no 4º semestre podem participar, inscrevendo-se no site www.odebrecht.com/jovemparceiro A seguradora SulAmérica iniciou processo seletivo para estágio, com vagas para quem se forma entre julho de 2019 e julho de 2020. Há vagas em São Paulo e no Rio de Janeiro para alunos de cursos como administração de empresas, contabilidade, direito, engenharia de produção, economia, estatística, matemática, ciências atuariais, comunicação social e tecnologia da informação. Para se inscrever, basta acessar o site vagas.com.br/estagiosulamerica. A Logicalis, da área de TI, abriu 28 vagas de estágio nas cidades de São Paulo, Campinas, Barueri e Rio de Janeiro. Os candidatos devem estar matriculados nos cursos de engenharia (elétrica, eletrônica, da computação, de telecomunicações e de produção), sistemas de informação, análise e desenvolvimento de sistemas, ciência da computação, redes de computadores, administração de empresas, matemática, estatística, ciências econômicas ou ciências contábeis. As inscrições estão abertas no site www.pagetalent.com.br/Vagas/Details/163 até 11 de outubro.
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Sob o comando de Tite, seleção brasileira sofre de um jeito diferente
É falso dizer que a seleção brasileira mostrou, contra a peruana, que sabe sofrer. Ou melhor: não é verdade que tenha sido a primeira vez sob o comando de Tite. A seleção sofreu e muito no primeiro tempo na estreia do treinador, em Quito, em setembro, até fazer 1 a 0 no segundo, e então marcar mais duas vezes aproveitando o desespero equatoriano. Como sofreu até abrir o placar contra a Argentina, no Mineirão, para, depois, repetir o roteiro realizado na altitude andina. Portanto, no mínimo, foi a terceira vez que a seleção sofreu em meia dúzia de jogos, com a terceira vitória e a manutenção de 100% de aproveitamento, 17 gols marcados, contra apenas um, que foi contra, de Marquinhos, para a Colômbia. É marca registrada de Tite saber sofrer, que o digam os corintianos -maloqueiros e sofredores, graças a Deus! Só que é um sofrimento normalmente diferente. Tem mais de sensação de iminência de gol do que propriamente de perigo de gol, não sei se me faço entender. A Argentina, por exemplo, pouco exigiu de Alisson enquanto teve o domínio do jogo. Também o Peru, embora tenha havido uma bola na trave e um pênalti não assinalado, dois lances que, convertidos em gol, poderiam mudar o jogo. Apesar disso, imagino, mesmo que o Peru marcasse primeiro, o time de Tite tomaria as rédeas do jogo, quebraria o ritmo dos anfitriões e viraria o placar, tamanha a superioridade coletiva e individual da seleção nacional. O corintiano, por gostar do masoquismo, sofria mais por prazer do que pelos riscos que o time corria. O são-paulino Cueva pôs as manguinhas de fora no começo do jogo, tomou uma traulitada de Renato Augusto, viu a marcação dobrar para cima dele e aquietou-se. O rubro-negro Paolo Guerrero nem isso, porque Marquinhos não lhe deu a menor chance. E a expressão de Ricardo Gareca no banco revelava o quanto ele estava incomodado ao ver Renato Augusto ir jogar na ponta-direita para Philippe Coutinho desequilibrar pelo meio e Daniel Alves aparecer para triangular com os dois e encaixotar Carrillo, exatamente quem tinha acertado a trave brasileira e aparecia com vigor pela esquerda do ataque peruano. Tudo isso somado à eficácia que o torcedor palmeirense reclama não ver em Gabriel Jesus com a camisa verde e que ele tem tido só com a amarela, ao fazer o gol que fez de azul e dar o passe do segundo. Isso porque tem a seu lado quem tem e um treinador que não o estressa, só confia e estimula. Pode passar horas sem aparecer, mas, quando aparece, tem sido fatal, cinco gols em seis jogos, fora os passes para gols, modernamente chamados de assistências, como no basquete ou nos hospitais, sinônimo de ambulâncias. Aliás, até a bola mudou de nome na TV, não é mais a bola, é "essa bola". Enfim, a seleção brasileira já está com passagem comprada para a Rússia e Marco Polo que não viaja não viajará porque depois de Donald Trump é capaz de Vladimir Putin passar a atender o FBI, se o cartola ainda estiver na Casa Bandida do Futebol em 2018. E Tite, por favor, extravase, não precisa dizer que não sabe se merece tanta felicidade. A falsa modéstia é tão constrangedora como a soberba ou a vaidade sem limites.
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Sob o comando de Tite, seleção brasileira sofre de um jeito diferenteÉ falso dizer que a seleção brasileira mostrou, contra a peruana, que sabe sofrer. Ou melhor: não é verdade que tenha sido a primeira vez sob o comando de Tite. A seleção sofreu e muito no primeiro tempo na estreia do treinador, em Quito, em setembro, até fazer 1 a 0 no segundo, e então marcar mais duas vezes aproveitando o desespero equatoriano. Como sofreu até abrir o placar contra a Argentina, no Mineirão, para, depois, repetir o roteiro realizado na altitude andina. Portanto, no mínimo, foi a terceira vez que a seleção sofreu em meia dúzia de jogos, com a terceira vitória e a manutenção de 100% de aproveitamento, 17 gols marcados, contra apenas um, que foi contra, de Marquinhos, para a Colômbia. É marca registrada de Tite saber sofrer, que o digam os corintianos -maloqueiros e sofredores, graças a Deus! Só que é um sofrimento normalmente diferente. Tem mais de sensação de iminência de gol do que propriamente de perigo de gol, não sei se me faço entender. A Argentina, por exemplo, pouco exigiu de Alisson enquanto teve o domínio do jogo. Também o Peru, embora tenha havido uma bola na trave e um pênalti não assinalado, dois lances que, convertidos em gol, poderiam mudar o jogo. Apesar disso, imagino, mesmo que o Peru marcasse primeiro, o time de Tite tomaria as rédeas do jogo, quebraria o ritmo dos anfitriões e viraria o placar, tamanha a superioridade coletiva e individual da seleção nacional. O corintiano, por gostar do masoquismo, sofria mais por prazer do que pelos riscos que o time corria. O são-paulino Cueva pôs as manguinhas de fora no começo do jogo, tomou uma traulitada de Renato Augusto, viu a marcação dobrar para cima dele e aquietou-se. O rubro-negro Paolo Guerrero nem isso, porque Marquinhos não lhe deu a menor chance. E a expressão de Ricardo Gareca no banco revelava o quanto ele estava incomodado ao ver Renato Augusto ir jogar na ponta-direita para Philippe Coutinho desequilibrar pelo meio e Daniel Alves aparecer para triangular com os dois e encaixotar Carrillo, exatamente quem tinha acertado a trave brasileira e aparecia com vigor pela esquerda do ataque peruano. Tudo isso somado à eficácia que o torcedor palmeirense reclama não ver em Gabriel Jesus com a camisa verde e que ele tem tido só com a amarela, ao fazer o gol que fez de azul e dar o passe do segundo. Isso porque tem a seu lado quem tem e um treinador que não o estressa, só confia e estimula. Pode passar horas sem aparecer, mas, quando aparece, tem sido fatal, cinco gols em seis jogos, fora os passes para gols, modernamente chamados de assistências, como no basquete ou nos hospitais, sinônimo de ambulâncias. Aliás, até a bola mudou de nome na TV, não é mais a bola, é "essa bola". Enfim, a seleção brasileira já está com passagem comprada para a Rússia e Marco Polo que não viaja não viajará porque depois de Donald Trump é capaz de Vladimir Putin passar a atender o FBI, se o cartola ainda estiver na Casa Bandida do Futebol em 2018. E Tite, por favor, extravase, não precisa dizer que não sabe se merece tanta felicidade. A falsa modéstia é tão constrangedora como a soberba ou a vaidade sem limites.
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Há mais contradição do que consenso sobre necessidade da lição de casa
Vamos conversar sobre a lição de casa, em especial a das crianças que frequentam a escola até a metade da segunda parte do ensino fundamental. Esse assunto sempre retorna, porque é grande o número de pais, mães principalmente, que atinge os seus limites de tolerância e de desespero para tentar fazer com que os filhos deem conta da tarefa escolar a ser feita em casa. Vamos entender uma característica central nessa história, mas de que poucas pessoas se dão conta: a lição de casa é importante porque concretiza a relação família-escola. E qual o papel de cada uma das instituições nessa tarefa da criança? Cabe à escola ensinar e passar a lição que o aluno deve fazer fora do espaço escolar e, à família, oferecer ao filho todo o apoio necessário para que ele seja capaz de cumprir sua responsabilidade. Os pais precisam, para realizar a sua parte, ter condições materiais, tempo, conhecimento, paciência e gosto em ensinar as disciplinas do conhecimento. E tudo isso não é fácil, já que a maioria dos pais trabalha muito além do turno de oito horas. Sobra pouco tempo para a convivência com os filhos, e nesse tempo ainda precisa caber a tutela da lição de casa. A parte que cabe aos pais é um tanto quanto maior que a parte que cabe à escola, não é? Além disso, não são todos que têm condições de realizar a sua parte, seja por falta de conhecimento específico, seja por falta de tempo ou de paciência com o filho. Não é qualquer mãe ou pai que consegue exercer, simultaneamente, dois papéis: o de pai e o de professor particular do filho. As crianças, em geral, acham o dever de casa entediante, e por isso resistem em usar o seu precioso tempo de brincar para se dedicar a essa tarefa. Para elas, há outras coisas bem mais interessantes a fazer! A lição de casa é, também, um fator que afeta bastante a rotina doméstica, e nem sempre a escola se dá conta disso. Notamos que, nos últimos tempos, há muitas escolas aumentando as exigências quanto à lição de casa, o que significa aumento de tarefas para os pais. Por quê? Porque, para elas e para os pais, há uma relação clara entre a execução das lições pelos estudantes e o bom rendimento escolar. Mas essa equação está muito mais baseada no senso comum do que em estudos e pesquisas. Há mais contradições do que consenso no campo da educação com relação à necessidade de lição de casa. Dou dois exemplos: por que há bons alunos –pelo menos na concepção da escola– que não fazem suas lições? E por que há escolas que aboliram a lição de casa, e seus alunos aprendem e, inclusive, passam nos exames nos quais necessitam passar? A lição de casa não precisa ser, necessariamente, abolida pelas escolas, mas pode ser repensada. Por exemplo, deixar de ser uma responsabilidade do aluno, que ainda não tem condições de arcar com ela sozinho, sem a ajuda da família; ser mais provocativa e desafiante do que burocrática; não ser obrigatória diariamente. Em que idade o aluno consegue assumir seus deveres sem tanta interferência da família? A partir da adolescência. Por que insistimos em cobrar isso das crianças? Já que a lição de casa é uma questão de parceria, por que as escolas e as famílias não decidem juntas essa questão?
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Há mais contradição do que consenso sobre necessidade da lição de casaVamos conversar sobre a lição de casa, em especial a das crianças que frequentam a escola até a metade da segunda parte do ensino fundamental. Esse assunto sempre retorna, porque é grande o número de pais, mães principalmente, que atinge os seus limites de tolerância e de desespero para tentar fazer com que os filhos deem conta da tarefa escolar a ser feita em casa. Vamos entender uma característica central nessa história, mas de que poucas pessoas se dão conta: a lição de casa é importante porque concretiza a relação família-escola. E qual o papel de cada uma das instituições nessa tarefa da criança? Cabe à escola ensinar e passar a lição que o aluno deve fazer fora do espaço escolar e, à família, oferecer ao filho todo o apoio necessário para que ele seja capaz de cumprir sua responsabilidade. Os pais precisam, para realizar a sua parte, ter condições materiais, tempo, conhecimento, paciência e gosto em ensinar as disciplinas do conhecimento. E tudo isso não é fácil, já que a maioria dos pais trabalha muito além do turno de oito horas. Sobra pouco tempo para a convivência com os filhos, e nesse tempo ainda precisa caber a tutela da lição de casa. A parte que cabe aos pais é um tanto quanto maior que a parte que cabe à escola, não é? Além disso, não são todos que têm condições de realizar a sua parte, seja por falta de conhecimento específico, seja por falta de tempo ou de paciência com o filho. Não é qualquer mãe ou pai que consegue exercer, simultaneamente, dois papéis: o de pai e o de professor particular do filho. As crianças, em geral, acham o dever de casa entediante, e por isso resistem em usar o seu precioso tempo de brincar para se dedicar a essa tarefa. Para elas, há outras coisas bem mais interessantes a fazer! A lição de casa é, também, um fator que afeta bastante a rotina doméstica, e nem sempre a escola se dá conta disso. Notamos que, nos últimos tempos, há muitas escolas aumentando as exigências quanto à lição de casa, o que significa aumento de tarefas para os pais. Por quê? Porque, para elas e para os pais, há uma relação clara entre a execução das lições pelos estudantes e o bom rendimento escolar. Mas essa equação está muito mais baseada no senso comum do que em estudos e pesquisas. Há mais contradições do que consenso no campo da educação com relação à necessidade de lição de casa. Dou dois exemplos: por que há bons alunos –pelo menos na concepção da escola– que não fazem suas lições? E por que há escolas que aboliram a lição de casa, e seus alunos aprendem e, inclusive, passam nos exames nos quais necessitam passar? A lição de casa não precisa ser, necessariamente, abolida pelas escolas, mas pode ser repensada. Por exemplo, deixar de ser uma responsabilidade do aluno, que ainda não tem condições de arcar com ela sozinho, sem a ajuda da família; ser mais provocativa e desafiante do que burocrática; não ser obrigatória diariamente. Em que idade o aluno consegue assumir seus deveres sem tanta interferência da família? A partir da adolescência. Por que insistimos em cobrar isso das crianças? Já que a lição de casa é uma questão de parceria, por que as escolas e as famílias não decidem juntas essa questão?
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Coalizão liderada por sauditas declara fim de operações no Iêmen
Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita declarou nesta terça-feira (21) o fim de suas operações militares quase um mês depois de ter lançado ataques aéreos contra rebeldes houthis no Iêmen, afirmando que as ameaças ao território saudita e de seus vizinhos foram removidas. A coalizão "concluiu a Operação Tempestade Decisiva atendendo a um pedido do governo iemenita e do presidente Abdo Rabbo Mansur Hadi", afirmou seu porta-voz, brigadeiro-general Ahmed al-Assiri, em Riad, capital saudita. Ele disse, no entanto, que a coalizão continuará a impor um bloqueio naval ao Iêmen e terá como alvo quaisquer movimentos dos xiitas rebeldes houthis. Segundo um comunicado da coalizão, a próxima fase das operações, denominada "Restaurar a Esperança" terá como objetivo retomar o processo político no Iêmen, o envio de ajuda e o "combate ao terrorismo" no país, onde atua um ramo sangrento da rede Al Qaeda. O ministério saudita da Defesa informou em um comunicado que os ataques aéreos conseguiram "remover, com sucesso, as ameaças à segurança da Arábia Saudita e dos países vizinhos". Segundo ele, isso foi alcançado "destruindo armamento pesado e mísseis balísticos que foram tomados pela milícia houthi e forças aliadas do [ex-ditador] Ali Abdullah Saleh de bases e acampamentos do Exército". A Operação Tempestade Decisiva começou em 26 de março e continuará até a meia-noite. Os insurgentes xiitas, aliados a forças leais a Saleh, tomaram a capital iemenita, Sanaa, em setembro. Em março, quando avançaram sobre a cidade portuária de Áden, fizeram o presidente Hadi, que transferira o governo para lá, fugir para a Arábia Saudita. Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, até a quinta passada (16), pelo menos 364 civis foram mortos no Iêmen desde o início dos bombardeios da coalizão liderada pelos sauditas, em 26 de março. REAÇÕES Um dos líderes da milícia houthi, Abdel Malek al-Ijri, disse estar surpreso com o anúncio do fim dos ataques aéreos, mas afirmou que ele coincidiu com negociações visando a um acordo de paz. "Estávamos à espera da concordância sobre o cessar-fogo após a assinatura de um acordo político, que está quase pronto", afirmou Ijri por telefone à agência Reuters. Acusado de apoiar os houthis, o Irã elogiou a medida da coalizão. "Suspender a matança de pessoas inocentes e indefesas é sem dúvida um passo adiante", declarou a porta-voz da chancelaria iraniana, Marzieh Afkham.
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Coalizão liderada por sauditas declara fim de operações no IêmenUma coalizão liderada pela Arábia Saudita declarou nesta terça-feira (21) o fim de suas operações militares quase um mês depois de ter lançado ataques aéreos contra rebeldes houthis no Iêmen, afirmando que as ameaças ao território saudita e de seus vizinhos foram removidas. A coalizão "concluiu a Operação Tempestade Decisiva atendendo a um pedido do governo iemenita e do presidente Abdo Rabbo Mansur Hadi", afirmou seu porta-voz, brigadeiro-general Ahmed al-Assiri, em Riad, capital saudita. Ele disse, no entanto, que a coalizão continuará a impor um bloqueio naval ao Iêmen e terá como alvo quaisquer movimentos dos xiitas rebeldes houthis. Segundo um comunicado da coalizão, a próxima fase das operações, denominada "Restaurar a Esperança" terá como objetivo retomar o processo político no Iêmen, o envio de ajuda e o "combate ao terrorismo" no país, onde atua um ramo sangrento da rede Al Qaeda. O ministério saudita da Defesa informou em um comunicado que os ataques aéreos conseguiram "remover, com sucesso, as ameaças à segurança da Arábia Saudita e dos países vizinhos". Segundo ele, isso foi alcançado "destruindo armamento pesado e mísseis balísticos que foram tomados pela milícia houthi e forças aliadas do [ex-ditador] Ali Abdullah Saleh de bases e acampamentos do Exército". A Operação Tempestade Decisiva começou em 26 de março e continuará até a meia-noite. Os insurgentes xiitas, aliados a forças leais a Saleh, tomaram a capital iemenita, Sanaa, em setembro. Em março, quando avançaram sobre a cidade portuária de Áden, fizeram o presidente Hadi, que transferira o governo para lá, fugir para a Arábia Saudita. Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, até a quinta passada (16), pelo menos 364 civis foram mortos no Iêmen desde o início dos bombardeios da coalizão liderada pelos sauditas, em 26 de março. REAÇÕES Um dos líderes da milícia houthi, Abdel Malek al-Ijri, disse estar surpreso com o anúncio do fim dos ataques aéreos, mas afirmou que ele coincidiu com negociações visando a um acordo de paz. "Estávamos à espera da concordância sobre o cessar-fogo após a assinatura de um acordo político, que está quase pronto", afirmou Ijri por telefone à agência Reuters. Acusado de apoiar os houthis, o Irã elogiou a medida da coalizão. "Suspender a matança de pessoas inocentes e indefesas é sem dúvida um passo adiante", declarou a porta-voz da chancelaria iraniana, Marzieh Afkham.
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Ex-senador Gim Argello e mais oito viram réus na Lava Jato
O juiz Sergio Moro aceitou, nesta terça-feira (10), denúncia contra o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) e outras oito pessoas, incluindo o filho dele, Jorge Afonso Argello Junior. Segundo as investigações, Argello e pessoas de sua confiança cobraram propina de empresas entre abril e dezembro de 2014 para evitar que empreiteiros fossem convocados a depor na CPI do Senado e na CPMI no Senado e na Câmara que apurava corrupção em contratos da Petrobras. O presidente da OAS, Léo Pinheiro e o dono da UTC, Ricardo Pessoa, estão entre os que tiveram a denúncia aceita por Moro. Em despacho, o juiz afirmou que nove executivos de empreiteiras fizeram relatos parecidos sobre a cobrança de propina por Argello. O empreiteiro Marcelo Odebrecht e o executivo da construtora Cláudio Melo Filho, que tinham sido denunciados, não foram incluídos por Moro na ação. O juiz afirmou que a prova relacionada aos dois é "demasiadamente frágil" e insuficiente. Marcelo Odebrecht é réu em outras três ações penais –já foi condenado por Moro em uma delas. NOVO DELATOR Ao receber a denúncia, Moro citou pela primeira vez depoimentos de colaboração do ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo, que saiu da prisão em fevereiro após firmar acordo de delação. Ao relatar negociações da época da CPI, em 2014, Azevedo implica, além de Argello, o atual ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo, à época senador pelo PMDB da Paraíba. O delator detalhou em depoimentos reuniões com Argello e Vital do Rêgo em que a CPI foi um dos assuntos abordados. Azevedo diz que os dois senadores pediram "uma colaboração especial" e que ficou implícito que seria uma vinculação com "os desenvolvimentos dos trabalhos" da CPI. Mas, segundo o empreiteiro, não foi uma "exigência, mas uma solicitação" e não houve um acerto para barrar a convocação de depoimentos na comissão. Vital do Rêgo já havia sido citado em depoimento de delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) sobre a CPI de 2014. O ministro do TCU vem negando as acusações. Moro escreveu no despacho que, como Vital do Rêgo possui foro privilegiado, não fará nenhuma conclusão a respeito do fato. OS RÉUS Gim Argello, ex-senador Jorge Argello Junior, filho de Gim Argello Paulo César Roxo, assessor da campanha do PR-DF em 2014 Valério Neves Campos, coordenador político do PR-DF em 2014 Léo Pinheiro, empreiteiro da OAS Roberto Zardi Ferreira, executivo da OAS Dilson de Cerqueira Paiva Filho, executivo da OAS Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC Walmir Pinheiro Santana, executivo da UTC
poder
Ex-senador Gim Argello e mais oito viram réus na Lava JatoO juiz Sergio Moro aceitou, nesta terça-feira (10), denúncia contra o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) e outras oito pessoas, incluindo o filho dele, Jorge Afonso Argello Junior. Segundo as investigações, Argello e pessoas de sua confiança cobraram propina de empresas entre abril e dezembro de 2014 para evitar que empreiteiros fossem convocados a depor na CPI do Senado e na CPMI no Senado e na Câmara que apurava corrupção em contratos da Petrobras. O presidente da OAS, Léo Pinheiro e o dono da UTC, Ricardo Pessoa, estão entre os que tiveram a denúncia aceita por Moro. Em despacho, o juiz afirmou que nove executivos de empreiteiras fizeram relatos parecidos sobre a cobrança de propina por Argello. O empreiteiro Marcelo Odebrecht e o executivo da construtora Cláudio Melo Filho, que tinham sido denunciados, não foram incluídos por Moro na ação. O juiz afirmou que a prova relacionada aos dois é "demasiadamente frágil" e insuficiente. Marcelo Odebrecht é réu em outras três ações penais –já foi condenado por Moro em uma delas. NOVO DELATOR Ao receber a denúncia, Moro citou pela primeira vez depoimentos de colaboração do ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo, que saiu da prisão em fevereiro após firmar acordo de delação. Ao relatar negociações da época da CPI, em 2014, Azevedo implica, além de Argello, o atual ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo, à época senador pelo PMDB da Paraíba. O delator detalhou em depoimentos reuniões com Argello e Vital do Rêgo em que a CPI foi um dos assuntos abordados. Azevedo diz que os dois senadores pediram "uma colaboração especial" e que ficou implícito que seria uma vinculação com "os desenvolvimentos dos trabalhos" da CPI. Mas, segundo o empreiteiro, não foi uma "exigência, mas uma solicitação" e não houve um acerto para barrar a convocação de depoimentos na comissão. Vital do Rêgo já havia sido citado em depoimento de delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) sobre a CPI de 2014. O ministro do TCU vem negando as acusações. Moro escreveu no despacho que, como Vital do Rêgo possui foro privilegiado, não fará nenhuma conclusão a respeito do fato. OS RÉUS Gim Argello, ex-senador Jorge Argello Junior, filho de Gim Argello Paulo César Roxo, assessor da campanha do PR-DF em 2014 Valério Neves Campos, coordenador político do PR-DF em 2014 Léo Pinheiro, empreiteiro da OAS Roberto Zardi Ferreira, executivo da OAS Dilson de Cerqueira Paiva Filho, executivo da OAS Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC Walmir Pinheiro Santana, executivo da UTC
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Guarda teme lotação e violência no Ibirapuera com blocos de Carnaval
Após episódios de violência no parque Ibirapuera (zona sul de São Paulo) no último domingo (17), a programação de blocos carnavalescos a partir deste mês na região se tornou motivo de dor de cabeça para moradores e responsáveis pela segurança. A Guarda Civil Metropolitana prevê que a festa, com trios elétricos na frente do parque, vai dobrar de 120 mil para 240 mil a quantidade de visitantes dentro do Ibirapuera. "Nossa preocupação é com interior do parque. As pessoas no Carnaval costumam beber. E na dispersão vão entrar onde? No parque", afirma Carlos Alberto Souza Matos, inspetor e comandante da guarda do Ibirapuera. Integrantes do conselho gestor do parque (formado por membros da sociedade e do poder público) acionarão a Promotoria nesta sexta (22) para tentar barrar os blocos. O tema foi discutido em reunião na última quarta-feira (20), depois dos registros de arrastões (com oito vítimas) e de dois estupros dentro do parque no domingo. A GCM atribuiu os episódios à realização de ao menos dois eventos simultâneos nesse dia: uma festa batizada de "rolezinho do beijo" e um encontro de "youtubers". Ela estima que havia entre 50 mil e 70 mil pessoas no pico. A gestão Fernando Haddad (PT) decidiu programar os desfiles de grandes blocos na avenida Pedro Álvares Cabral, que dá acesso ao parque, nos dias 30 (sábado) e 31 (domingo), na região do Monumento às Bandeiras e do Obelisco. Entre eles estão grupos famosos, como Monobloco, além do cantor Alceu Valença. Os trios foram deslocados para lá como parte da estratégia da prefeitura de atenuar os danos na Vila Madalena (zona oeste) –houve transtornos com blocos ali em 2015. "Está certo que esses são grandes blocos e, evidentemente, causa certa preocupação. Mas está tudo sendo planejado para evitar que haja grandes impactos", afirma Nabil Bonduki, secretário municipal de Cultura. Além desses dias, há previsão de outros blocos de Carnaval na região no mês que vem, porém menores. Polêmica no Ibirapuera "Nossa maior preocupação é com a depredação da fauna e da flora no parque. E lógico que nosso temor aumentou muito mais depois deste domingo", afirma Karol Anness, uma das integrantes do conselho gestor do parque e de associação de moradores. O comandante da GCM no parque admitiu a deficiência de segurança no último final de semana. "Não estávamos preparados para tanta gente", afirma. Na ocasião, havia só 51 guardas no parque. Haddad promete dobrar o efetivo. MAIOR EFETIVO O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta quinta (21) que vai dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana no parque Ibirapuera no próximo fim de semana. No último domingo (17), quando foram registradas denúncias de dois estupros e arrastões, havia 51 guardas espalhados pelos cerca de 1,6 milhão de metros quadrados. A polícia atribui a explosão de casos de violência nesse dia à realização do "Rolezinho do Beijo". Esses encontros viraram hábito entre adolescentes da periferia. Em reunião com organizadores de rolezinhos, a prefeitura acertou a realização do primeiro evento oficial do tipo no Ibirapuera. Ele acontecerá no dia 28 de fevereiro e terá infraestrutura oferecida pela administração. Uma das contrapartidas acertadas foi o cancelamento de outros rolezinhos agendados. "A partir de agora, se acontecer algo, os responsáveis devem responder na Justiça", disse Darlan Mendes, presidente de uma associação de rolezeiros. Para os blocos carnavalescos, o secretário Nabil Bonduki (Cultura) disse que há possibilidade de fechamento de alguns portões de acesso ao Ibirapuera e a colocação de cercas em monumentos. Poderá haver controle de acesso de pessoas ao parque portando bebidas alcoólicas. Com colaboração do "AGORA"
cotidiano
Guarda teme lotação e violência no Ibirapuera com blocos de CarnavalApós episódios de violência no parque Ibirapuera (zona sul de São Paulo) no último domingo (17), a programação de blocos carnavalescos a partir deste mês na região se tornou motivo de dor de cabeça para moradores e responsáveis pela segurança. A Guarda Civil Metropolitana prevê que a festa, com trios elétricos na frente do parque, vai dobrar de 120 mil para 240 mil a quantidade de visitantes dentro do Ibirapuera. "Nossa preocupação é com interior do parque. As pessoas no Carnaval costumam beber. E na dispersão vão entrar onde? No parque", afirma Carlos Alberto Souza Matos, inspetor e comandante da guarda do Ibirapuera. Integrantes do conselho gestor do parque (formado por membros da sociedade e do poder público) acionarão a Promotoria nesta sexta (22) para tentar barrar os blocos. O tema foi discutido em reunião na última quarta-feira (20), depois dos registros de arrastões (com oito vítimas) e de dois estupros dentro do parque no domingo. A GCM atribuiu os episódios à realização de ao menos dois eventos simultâneos nesse dia: uma festa batizada de "rolezinho do beijo" e um encontro de "youtubers". Ela estima que havia entre 50 mil e 70 mil pessoas no pico. A gestão Fernando Haddad (PT) decidiu programar os desfiles de grandes blocos na avenida Pedro Álvares Cabral, que dá acesso ao parque, nos dias 30 (sábado) e 31 (domingo), na região do Monumento às Bandeiras e do Obelisco. Entre eles estão grupos famosos, como Monobloco, além do cantor Alceu Valença. Os trios foram deslocados para lá como parte da estratégia da prefeitura de atenuar os danos na Vila Madalena (zona oeste) –houve transtornos com blocos ali em 2015. "Está certo que esses são grandes blocos e, evidentemente, causa certa preocupação. Mas está tudo sendo planejado para evitar que haja grandes impactos", afirma Nabil Bonduki, secretário municipal de Cultura. Além desses dias, há previsão de outros blocos de Carnaval na região no mês que vem, porém menores. Polêmica no Ibirapuera "Nossa maior preocupação é com a depredação da fauna e da flora no parque. E lógico que nosso temor aumentou muito mais depois deste domingo", afirma Karol Anness, uma das integrantes do conselho gestor do parque e de associação de moradores. O comandante da GCM no parque admitiu a deficiência de segurança no último final de semana. "Não estávamos preparados para tanta gente", afirma. Na ocasião, havia só 51 guardas no parque. Haddad promete dobrar o efetivo. MAIOR EFETIVO O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta quinta (21) que vai dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana no parque Ibirapuera no próximo fim de semana. No último domingo (17), quando foram registradas denúncias de dois estupros e arrastões, havia 51 guardas espalhados pelos cerca de 1,6 milhão de metros quadrados. A polícia atribui a explosão de casos de violência nesse dia à realização do "Rolezinho do Beijo". Esses encontros viraram hábito entre adolescentes da periferia. Em reunião com organizadores de rolezinhos, a prefeitura acertou a realização do primeiro evento oficial do tipo no Ibirapuera. Ele acontecerá no dia 28 de fevereiro e terá infraestrutura oferecida pela administração. Uma das contrapartidas acertadas foi o cancelamento de outros rolezinhos agendados. "A partir de agora, se acontecer algo, os responsáveis devem responder na Justiça", disse Darlan Mendes, presidente de uma associação de rolezeiros. Para os blocos carnavalescos, o secretário Nabil Bonduki (Cultura) disse que há possibilidade de fechamento de alguns portões de acesso ao Ibirapuera e a colocação de cercas em monumentos. Poderá haver controle de acesso de pessoas ao parque portando bebidas alcoólicas. Com colaboração do "AGORA"
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Gordinhos rompem imposição, tiram abadá e saem de barriga no Carnaval
Para alguns, é preciso uma dose de coragem: às vezes, isso significa uma lata de cerveja ou um copo de catuaba. Ou, talvez, seja só para aliviar o calor do verão. Para outros, pode ser uma bandeira de autoafirmação: sou pançudo mesmo, estou feliz, e daí? Então eles tiram a camiseta –ou o abadá– e mostram, sem vergonha nenhuma, a rechonchuda barriga no meio da multidão que corre atrás do bloco de Carnaval. Não é nada anormal ter um ventre gorducho. Pesquisa do IBGE de 2015 aponta que 82 milhões de pessoas estão acima do peso no Brasil. No Carnaval, porém, os musculosos parecem reinar pelas ruas. Ou tentam. Depilados, eles costumam andar em bandos pelas vias lotadas de foliões. Buscam o que muita gente deseja no Carnaval: alguém para beijar. Os músculos à mostra são uma forma de sedução e de conseguir o objetivo sem muita dificuldade, ou mesmo sem empenho. Os gordinhos sem camisa desfilam em menor número. "Nos blocos tem muito gordo, sim. Mas poucos se aventuram. Eu mostro a barriga mesmo, não tenho vergonha, sou o que sou", explica o administrador Mateus, 34, pançudo orgulhoso, no bloco Tô de Bowie, que desfilou na terça (28) no centro de SP. Mateus mostra o bucho à vontade no vale do Anhangabaú, mas pede para a reportagem não revelar seu sobrenome. "Pelo amor de Deus... sabe como é, me separei agora. Melhor não me expor", explica. Então tá. No mesmo bloco, o professor Cláudio José Alves, 47, também não teve medo de tirar a camiseta. "Tem a questão do calor. Mas a ideia principal é impressionar mesmo e atrair companheiros", explica ele, no largo do Arouche. "Tem dado certo, porque estou feliz", diz, lacônico. Busca Blocos DECADÊNCIA DA BARRIGA Para Denise Bernuzzi de Sant'anna, professora de psicologia da PUC-SP, a barriga masculina começou a perder seu valor a partir da década de 1950. Antes disso, ter uma pança avantajada era sinal de poder e riqueza, explica. Ela cita quatro motivos para o declínio: 1) a medicina começou a mostrar os perigos do colesterol; 2) a moda, o cinema e a publicidade criaram um padrão de homem bonito que excluía a barriga grande; 3) a explosão do tipo físico do esportista: magro, corpo longilíneo e depilado; e 4) a valorização do "sex appeal" no lugar da beleza tradicional. "Essa ideia de homem sedutor, que tem "sex appeal", até permite que ele seja careca, ou de cabelos brancos, e até baixinho. O que é mal visto é ser barrigudo. A barriga passou a ser associada a doenças", afirma Denise. Em 2016, a professora lançou o livro "Gordos, Magros e Obesos" (Editora Estação Liberdade), que conta a história do peso no Brasil. No início do século passado, por exemplo, a gordura era vista como algo saudável, conta ela no livro. Restaurantes usavam como propaganda a mensagem de que um lugar bom para comer era aquele que engordava magricelas. Já no Carnaval de 1954, a barriga já era uma vilã. Um rei Momo, considerado obeso e sem agilidade, recebeu o conselho de "fazer urgentemente um regime e ir para as estações das águas". CONSAGRAÇÃO Mostrar os músculos ajuda na hora da sedução? E, na direção contrária, a barriga atrapalha? O estudante João Paulo Rodrigues, 23, barriga à mostra em um bloco no centro, diz que gosta de ver homens "bombados", mas eles não fazem seu tipo. "Acho que funciona para muita gente. Mas na hora de você escolher um relacionamento, não é o principal", diz. O engenheiro Romenique Zedeck, 32, diz que ficou sem camisa em todos os blocos que foi neste Carnaval. "Você tira a camisa e fica normal. E, estando normal, o pessoal está aceitando", diz. Para a professora Denise Bernuzzi, existe uma "imposição" para que as pessoas pareçam saudáveis. "Ninguém proíbe você de comer, mas existe uma ideia de que você não pode ter barriga, que você precisa estar sempre magro para ser feliz", diz. O administrador Mateus, orgulhoso de sua pança no Carnaval, arrisca uma tese: "As minas não ligam para isso. Elas querem conhecer o cara, sair, beber cerveja, comer. As minas têm fome também. Esses musculosos muitas vezes querem beber só água, energético, açaí. É nessas que me consagro."
cotidiano
Gordinhos rompem imposição, tiram abadá e saem de barriga no CarnavalPara alguns, é preciso uma dose de coragem: às vezes, isso significa uma lata de cerveja ou um copo de catuaba. Ou, talvez, seja só para aliviar o calor do verão. Para outros, pode ser uma bandeira de autoafirmação: sou pançudo mesmo, estou feliz, e daí? Então eles tiram a camiseta –ou o abadá– e mostram, sem vergonha nenhuma, a rechonchuda barriga no meio da multidão que corre atrás do bloco de Carnaval. Não é nada anormal ter um ventre gorducho. Pesquisa do IBGE de 2015 aponta que 82 milhões de pessoas estão acima do peso no Brasil. No Carnaval, porém, os musculosos parecem reinar pelas ruas. Ou tentam. Depilados, eles costumam andar em bandos pelas vias lotadas de foliões. Buscam o que muita gente deseja no Carnaval: alguém para beijar. Os músculos à mostra são uma forma de sedução e de conseguir o objetivo sem muita dificuldade, ou mesmo sem empenho. Os gordinhos sem camisa desfilam em menor número. "Nos blocos tem muito gordo, sim. Mas poucos se aventuram. Eu mostro a barriga mesmo, não tenho vergonha, sou o que sou", explica o administrador Mateus, 34, pançudo orgulhoso, no bloco Tô de Bowie, que desfilou na terça (28) no centro de SP. Mateus mostra o bucho à vontade no vale do Anhangabaú, mas pede para a reportagem não revelar seu sobrenome. "Pelo amor de Deus... sabe como é, me separei agora. Melhor não me expor", explica. Então tá. No mesmo bloco, o professor Cláudio José Alves, 47, também não teve medo de tirar a camiseta. "Tem a questão do calor. Mas a ideia principal é impressionar mesmo e atrair companheiros", explica ele, no largo do Arouche. "Tem dado certo, porque estou feliz", diz, lacônico. Busca Blocos DECADÊNCIA DA BARRIGA Para Denise Bernuzzi de Sant'anna, professora de psicologia da PUC-SP, a barriga masculina começou a perder seu valor a partir da década de 1950. Antes disso, ter uma pança avantajada era sinal de poder e riqueza, explica. Ela cita quatro motivos para o declínio: 1) a medicina começou a mostrar os perigos do colesterol; 2) a moda, o cinema e a publicidade criaram um padrão de homem bonito que excluía a barriga grande; 3) a explosão do tipo físico do esportista: magro, corpo longilíneo e depilado; e 4) a valorização do "sex appeal" no lugar da beleza tradicional. "Essa ideia de homem sedutor, que tem "sex appeal", até permite que ele seja careca, ou de cabelos brancos, e até baixinho. O que é mal visto é ser barrigudo. A barriga passou a ser associada a doenças", afirma Denise. Em 2016, a professora lançou o livro "Gordos, Magros e Obesos" (Editora Estação Liberdade), que conta a história do peso no Brasil. No início do século passado, por exemplo, a gordura era vista como algo saudável, conta ela no livro. Restaurantes usavam como propaganda a mensagem de que um lugar bom para comer era aquele que engordava magricelas. Já no Carnaval de 1954, a barriga já era uma vilã. Um rei Momo, considerado obeso e sem agilidade, recebeu o conselho de "fazer urgentemente um regime e ir para as estações das águas". CONSAGRAÇÃO Mostrar os músculos ajuda na hora da sedução? E, na direção contrária, a barriga atrapalha? O estudante João Paulo Rodrigues, 23, barriga à mostra em um bloco no centro, diz que gosta de ver homens "bombados", mas eles não fazem seu tipo. "Acho que funciona para muita gente. Mas na hora de você escolher um relacionamento, não é o principal", diz. O engenheiro Romenique Zedeck, 32, diz que ficou sem camisa em todos os blocos que foi neste Carnaval. "Você tira a camisa e fica normal. E, estando normal, o pessoal está aceitando", diz. Para a professora Denise Bernuzzi, existe uma "imposição" para que as pessoas pareçam saudáveis. "Ninguém proíbe você de comer, mas existe uma ideia de que você não pode ter barriga, que você precisa estar sempre magro para ser feliz", diz. O administrador Mateus, orgulhoso de sua pança no Carnaval, arrisca uma tese: "As minas não ligam para isso. Elas querem conhecer o cara, sair, beber cerveja, comer. As minas têm fome também. Esses musculosos muitas vezes querem beber só água, energético, açaí. É nessas que me consagro."
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Morre Martin Landau, que ganhou o Oscar por papel em 'Ed Wood'
O ator americano Martin Landau morreu aos 89 anos no sábado (15). Dick Guttman, assessor do ator, disse que ele morreu em decorrência de complicações inesperadas durante uma breve internação no hospital UCLA Medical Center, em Los Angeles. Ele deixa duas filhas, Susan e Juliet. O auge de Landau ocorreu em 1995, quando ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante pela representação do ator Bela Lugosi (1882-1956) em "Ed Wood", de Tim Burton. Ele também foi indicado na mesma categoria por "Crimes e Pecados", de Woody Allen, em 1989, e "Tucker - Um Homem e Seu Sonho", no ano anterior. Nascido em 1928, o artista nova-iorquino começou no cinema em 1959, com um pequeno papel em "Pork Chop Hill", drama sobre a guerra da Coreia. Participou de diversos filmes, mas obteve mais sucesso na TV, com séries como "The Alfred Hitchcock Hour" e "Missão Impossível", em que ele interpretou Rollin Hand, um mestre dos disfarces, e ganhou o Globo de Ouro de melhor ator pelo papel, em 1968. Landau também ganhou fama entre os fãs do "Star Trek" por um papel que não interpretou, o agente de ciência da Enterprise, Mr. Spock –Gene Rodenberry, criador da série, ofereceu o papel a Landau, mas ele recusou. O personagem acabou virando sucesso vivido por Leonard Nimoy (1931-2015).
ilustrada
Morre Martin Landau, que ganhou o Oscar por papel em 'Ed Wood'O ator americano Martin Landau morreu aos 89 anos no sábado (15). Dick Guttman, assessor do ator, disse que ele morreu em decorrência de complicações inesperadas durante uma breve internação no hospital UCLA Medical Center, em Los Angeles. Ele deixa duas filhas, Susan e Juliet. O auge de Landau ocorreu em 1995, quando ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante pela representação do ator Bela Lugosi (1882-1956) em "Ed Wood", de Tim Burton. Ele também foi indicado na mesma categoria por "Crimes e Pecados", de Woody Allen, em 1989, e "Tucker - Um Homem e Seu Sonho", no ano anterior. Nascido em 1928, o artista nova-iorquino começou no cinema em 1959, com um pequeno papel em "Pork Chop Hill", drama sobre a guerra da Coreia. Participou de diversos filmes, mas obteve mais sucesso na TV, com séries como "The Alfred Hitchcock Hour" e "Missão Impossível", em que ele interpretou Rollin Hand, um mestre dos disfarces, e ganhou o Globo de Ouro de melhor ator pelo papel, em 1968. Landau também ganhou fama entre os fãs do "Star Trek" por um papel que não interpretou, o agente de ciência da Enterprise, Mr. Spock –Gene Rodenberry, criador da série, ofereceu o papel a Landau, mas ele recusou. O personagem acabou virando sucesso vivido por Leonard Nimoy (1931-2015).
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Renan Calheiros quer intimidar juízes com nova lei, diz associação
A Ajufe (Associação dos Juízes Federais) emitiu uma nota criticando duramente o anteprojeto de lei do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que pune abuso de autoridade. Segundo a associação, o projeto "permite a penalização dos magistrados pelo simples fato de interpretarem a lei, o que afeta diretamente a independência judicial". Ainda de acordo com a nota, a instalação de uma comissão especial para "votar a matéria justamente neste momento de intenso enfrentamento à corrupção no Brasil parece uma tentativa de intimidação de juízes, desembargadores e ministros do poder judiciário na aplicação da lei penal em processos envolvendo criminosos poderosos". "A independência judicial existe para assegurar julgamentos imparciais, imunes a pressões de grupos sociais, econômicos, políticos ou religiosos. Ela garante que o Estado de direito será respeitado e usado como defesa contra todo tido de usurpação", afirma a nota, assinada pelo presidente da entidade, o juiz Roberto Veloso. O anteprojeto de Renan estabelece pena de prisão de um a quatro ano para delegados, promotores, juízes, desembargadores e ministros que emitirem ordem de "captura, detenção ou prisão fora das hipóteses legais". A violação da norma também é punida com multa. Renan quer também punir autoridades que constrangerem presos a produzir provas contra si, o que já foi interpretado por especialistas em direito como um ataque indireto aos acordos de delação premiada. Nesses acordos, o investigado precisa revelar crimes que cometeu e concordar que terá suspenso o direito ao silêncio. O senador já disse que seu projeto não visa enfraquecer a Operação Lava Jato nem intimidar juízes e procuradores, mas atualizar uma lei de 1965. A interpretação da associação dos juízes é similar à feita por procuradores da Lava Jato e senadores como Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Álvaro Dias (PV-PR) e Cristovam Buarque (PPS-DF). Randolfe, por exemplo, já disse que o anteprojeto visa intimidar investigadores. Procurada no final da tarde desta quinta (7), a assessoria de imprensa de Renan não havia se manifestado até o momento. Leia a íntegra da nota: * O anteprojeto de lei que prevê punições a crimes de abuso de autoridades ofende garantias dos juízes previstas na Constituição Federal e na Lei Orgânica da Magistratura (Loman). A proposição, fruto do PL 6418/09, permite a penalização de magistrados pelo simples fato de interpretarem a lei - o que afeta diretamente a independência judicial. A criação de Comissão Especial pelo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), para votar a matéria justamente neste momento de intenso enfrentamento à corrupção no Brasil parece uma tentativa de intimidação de juízes, desembargadores e ministros do Poder Judiciário na aplicação da lei penal em processos envolvendo criminosos poderosos. A Ajufe rechaça quaisquer medidas que enfraqueçam as garantias da magistratura, em especial aquelas que têm o objetivo de gerar, nos juízes, o receio da punição em desacordo com os trâmites constitucionais e legalmente previstos na Loman. A independência judicial existe para assegurar julgamentos imparciais, imunes a pressões de grupos sociais, econômicos, políticos ou religiosos. Ela garante que o Estado de Direito será respeitado e usado como defesa contra todo tipo de usurpação. Trata-se de uma conquista da cidadania, que é garantia do Estado Democrático de Direito e essencial à proteção dos direitos fundamentais do cidadão. As prerrogativas da magistratura são invioláveis porque agem em benefício da sociedade como um todo. Não cabe à lei ordinária restringi-las, nem, mais gravemente, aboli-las. A Ajufe e os magistrados federais esperam ser convidados para apresentar sugestões e debater publicamente matéria tão importante para o país. Roberto Veloso Presidente da Ajufe
poder
Renan Calheiros quer intimidar juízes com nova lei, diz associaçãoA Ajufe (Associação dos Juízes Federais) emitiu uma nota criticando duramente o anteprojeto de lei do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que pune abuso de autoridade. Segundo a associação, o projeto "permite a penalização dos magistrados pelo simples fato de interpretarem a lei, o que afeta diretamente a independência judicial". Ainda de acordo com a nota, a instalação de uma comissão especial para "votar a matéria justamente neste momento de intenso enfrentamento à corrupção no Brasil parece uma tentativa de intimidação de juízes, desembargadores e ministros do poder judiciário na aplicação da lei penal em processos envolvendo criminosos poderosos". "A independência judicial existe para assegurar julgamentos imparciais, imunes a pressões de grupos sociais, econômicos, políticos ou religiosos. Ela garante que o Estado de direito será respeitado e usado como defesa contra todo tido de usurpação", afirma a nota, assinada pelo presidente da entidade, o juiz Roberto Veloso. O anteprojeto de Renan estabelece pena de prisão de um a quatro ano para delegados, promotores, juízes, desembargadores e ministros que emitirem ordem de "captura, detenção ou prisão fora das hipóteses legais". A violação da norma também é punida com multa. Renan quer também punir autoridades que constrangerem presos a produzir provas contra si, o que já foi interpretado por especialistas em direito como um ataque indireto aos acordos de delação premiada. Nesses acordos, o investigado precisa revelar crimes que cometeu e concordar que terá suspenso o direito ao silêncio. O senador já disse que seu projeto não visa enfraquecer a Operação Lava Jato nem intimidar juízes e procuradores, mas atualizar uma lei de 1965. A interpretação da associação dos juízes é similar à feita por procuradores da Lava Jato e senadores como Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Álvaro Dias (PV-PR) e Cristovam Buarque (PPS-DF). Randolfe, por exemplo, já disse que o anteprojeto visa intimidar investigadores. Procurada no final da tarde desta quinta (7), a assessoria de imprensa de Renan não havia se manifestado até o momento. Leia a íntegra da nota: * O anteprojeto de lei que prevê punições a crimes de abuso de autoridades ofende garantias dos juízes previstas na Constituição Federal e na Lei Orgânica da Magistratura (Loman). A proposição, fruto do PL 6418/09, permite a penalização de magistrados pelo simples fato de interpretarem a lei - o que afeta diretamente a independência judicial. A criação de Comissão Especial pelo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), para votar a matéria justamente neste momento de intenso enfrentamento à corrupção no Brasil parece uma tentativa de intimidação de juízes, desembargadores e ministros do Poder Judiciário na aplicação da lei penal em processos envolvendo criminosos poderosos. A Ajufe rechaça quaisquer medidas que enfraqueçam as garantias da magistratura, em especial aquelas que têm o objetivo de gerar, nos juízes, o receio da punição em desacordo com os trâmites constitucionais e legalmente previstos na Loman. A independência judicial existe para assegurar julgamentos imparciais, imunes a pressões de grupos sociais, econômicos, políticos ou religiosos. Ela garante que o Estado de Direito será respeitado e usado como defesa contra todo tipo de usurpação. Trata-se de uma conquista da cidadania, que é garantia do Estado Democrático de Direito e essencial à proteção dos direitos fundamentais do cidadão. As prerrogativas da magistratura são invioláveis porque agem em benefício da sociedade como um todo. Não cabe à lei ordinária restringi-las, nem, mais gravemente, aboli-las. A Ajufe e os magistrados federais esperam ser convidados para apresentar sugestões e debater publicamente matéria tão importante para o país. Roberto Veloso Presidente da Ajufe
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Maroon 5 deve fazer segundo show em SP; ingressos para primeiro esgotaram
A banda americana Maroon 5, de Adam Levine, negocia uma segunda apresentação em SP, no Allianz Parque. Os ingressos para o show do dia 19 de março de 2016 foram disponibilizados na madrugada e esgotaram na manhã de segunda (31).
colunas
Maroon 5 deve fazer segundo show em SP; ingressos para primeiro esgotaramA banda americana Maroon 5, de Adam Levine, negocia uma segunda apresentação em SP, no Allianz Parque. Os ingressos para o show do dia 19 de março de 2016 foram disponibilizados na madrugada e esgotaram na manhã de segunda (31).
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'Dodge enriqueceu o patrimônio cultural e moral do MPF', diz leitor
SUCESSÃO NA PGR A nova procuradora-geral, Raquel Dodge, pronunciou notável discurso de posse. Demonstrou com ideias republicanas e democratas uma fé profunda na dignidade humana. Sem malabarismos verbais, sem metáforas ou versos sutis, ela enriqueceu o patrimônio cultural e moral do MPF. Esse discurso deveria ser enviado a todos os alunos de direito do país. JOSÉ FERNANDO ROCHA (São Paulo, SP) * Influenciado pela minha vergonha alheia, posso estar enganado em relatar que o constrangimento prevaleceu nas fisionomias de Temer e Cármen Lúcia na posse de Raquel Dodge, quando ela defendeu a harmonia entre os Poderes e os direitos das minorias. Fica a pergunta: quem seria essa minoria? NILSON MOLARO (Araraquara, SP) * A nova procuradora-geral, Raquel Dogde, nem sequer mencionou a Lava Jato em suas palavras ao tomar posse. Pode ser um péssimo sinal para o combate à corrupção. MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP) * O Brasil parece uma ilha do Caribe. Quando você pensa que a tormenta passou, vem outro furacão. ROBERTO GODINHO (São Roque, SP) - CRISE NA VENEZUELA Presidentes da América Latina converteram-se em garotos de recado de Trump para Maduro. Que vergonha! Que tal obedecer à Constituição, que diz que "a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações"? Ou seja, contatar diretamente a Venezuela, em vez de ordenado por outro país. SÉRGIO LUIZ ZANDONÁ, advogado (Cascavel, PR) * Quando um governo faz uso político até de produtos de sobrevivência da população, privilegiando grupos simpáticos a ele, com certeza chegou ao caos total. A população está sendo covardemente atacada pela arma da fome, utilizada como ferramenta e como instrumento de opressão. Que a OEA e o mundo inteiro se posicionem com medidas enérgicas para impedir esse terrível crime contra o povo venezuelano! CECÍLIA MORICOCHI MORATO (Franca, SP) - VIOLÊNCIA NA ESCOLA Como professora aposentada, tenho que concordar com Cassiano Alves Macedo sobre as ameaças e humilhações que sofrem professores, inspetores e demais funcionários. É urgente a contratação de psicólogos e assistentes sociais para ajudar o professor na sua árdua missão. Além disso, aulas de teatro, dança, ioga e jardinagem poderiam ajudar no equilíbrio do ambiente. Não basta colocar mais computadores e mudar a grade curricular. RENATA ROSSINI, professora (São Paulo, SP) - LIXO NA RUAS Talvez fosse importante destacar, além da falha na varrição em São Paulo, a atitude das pessoas que jogam lixo nas ruas. Apontar os problemas pode ser mais efetivo se buscarmos suas causas e tentarmos corrigir as falhas. A falha maior está na atitude do cidadão que emporcalha a cidade. VIRGÍNIA MENDONÇA, professora (São Paulo, SP) - RUF 2017 Neste momento de escassez de recursos estaduais e federais para o financiamento das instituições de ensino superior (IES) públicas no Brasil, a quem interessa essa suposta disputa pela liderança do RUF entre a USP e a Unicamp e destas com a UFRJ? Não seria mais republicano defender a valorização de todas as IES públicas? BENEDITO H. MACHADO (Ribeirão Preto, SP) * Como ex-aluno da Faculdade de Medicina da USP, não foi sem desapontamento e preocupação que me foi dado saber, segundo o RUF, que a "alma mater" não detêm mais a primazia da qual tanto os "alumni" nos ufanamos até recentemente. Espero que esse mesmo sentimento inquiete a diretoria e congregação, a fim de que se detenha a decadência em sua fase ainda precoce. PAULO TAUFI MALUF JUNIOR, professor da FMUSP (São Paulo, SP) - 'CURA GAY' Lamentável! Da mesma forma que ninguém pode obrigar o outro a ter um comportamento hétero ou homoafetivo com base em suas escolhas e experiências pessoais, ninguém pode obrigar o outro a seguir uma religião e seus dogmas. Tratar homoafetividade como doença é igual a tratar religião como esquizofrenia. IVAN ZACHARAUSKAS (Campinas, SP) * Não estamos caminhando para o obscurantismo, estamos correndo em direção a ele. EDILSON BORGES (Rio de Janeiro, RJ) - COLUNISTAS Google, Tesla, Mercedes, Volvo e Stanford, entre outros, devem estar investindo na mobilidade e na segurança do trânsito em Marte. Afinal, no planeta Terra, carro é coisa do século passado, segundo o colunista Nabil Bonduki. Viva a ferradura e a bicicleta! MÁRCIO C. FERREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) * Sobre a coluna de Vinicius Mota nenhuma instituição pública está imune à nefasta influência do poder econômico ou do crime organizado, por isso a fiscalização inerente ao sistema de freios e contrapesos, que impede a existência de instituições dotadas de superpoderes, é tão importante para a saúde da democracia brasileira. Toda concentração de poder é perniciosa. RAQUEL KOBASHI GALLINATI, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) - PROPAGANDA A reportagem "De olho na eleições, Doria 'instala' propaganda na porta da prefeitura" exagera ao dizer que uma obra de arte tenha sido colocada pelo prefeito na frente do prédio da prefeitura para fazer propaganda eleitoral antecipada. Ninguém usaria tal expediente com fins propagandísticos, arriscando-se a punições legais. A obra é móvel e foi doada por um artista. No entanto, a Folha está mais preocupada com as eleições do que os políticos e acaba priorizando hipóteses que não se apoiam em fatos comprovados. ADRIANA RAMALHO, vereadora e líder da bancada do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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'Dodge enriqueceu o patrimônio cultural e moral do MPF', diz leitorSUCESSÃO NA PGR A nova procuradora-geral, Raquel Dodge, pronunciou notável discurso de posse. Demonstrou com ideias republicanas e democratas uma fé profunda na dignidade humana. Sem malabarismos verbais, sem metáforas ou versos sutis, ela enriqueceu o patrimônio cultural e moral do MPF. Esse discurso deveria ser enviado a todos os alunos de direito do país. JOSÉ FERNANDO ROCHA (São Paulo, SP) * Influenciado pela minha vergonha alheia, posso estar enganado em relatar que o constrangimento prevaleceu nas fisionomias de Temer e Cármen Lúcia na posse de Raquel Dodge, quando ela defendeu a harmonia entre os Poderes e os direitos das minorias. Fica a pergunta: quem seria essa minoria? NILSON MOLARO (Araraquara, SP) * A nova procuradora-geral, Raquel Dogde, nem sequer mencionou a Lava Jato em suas palavras ao tomar posse. Pode ser um péssimo sinal para o combate à corrupção. MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP) * O Brasil parece uma ilha do Caribe. Quando você pensa que a tormenta passou, vem outro furacão. ROBERTO GODINHO (São Roque, SP) - CRISE NA VENEZUELA Presidentes da América Latina converteram-se em garotos de recado de Trump para Maduro. Que vergonha! Que tal obedecer à Constituição, que diz que "a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações"? Ou seja, contatar diretamente a Venezuela, em vez de ordenado por outro país. SÉRGIO LUIZ ZANDONÁ, advogado (Cascavel, PR) * Quando um governo faz uso político até de produtos de sobrevivência da população, privilegiando grupos simpáticos a ele, com certeza chegou ao caos total. A população está sendo covardemente atacada pela arma da fome, utilizada como ferramenta e como instrumento de opressão. Que a OEA e o mundo inteiro se posicionem com medidas enérgicas para impedir esse terrível crime contra o povo venezuelano! CECÍLIA MORICOCHI MORATO (Franca, SP) - VIOLÊNCIA NA ESCOLA Como professora aposentada, tenho que concordar com Cassiano Alves Macedo sobre as ameaças e humilhações que sofrem professores, inspetores e demais funcionários. É urgente a contratação de psicólogos e assistentes sociais para ajudar o professor na sua árdua missão. Além disso, aulas de teatro, dança, ioga e jardinagem poderiam ajudar no equilíbrio do ambiente. Não basta colocar mais computadores e mudar a grade curricular. RENATA ROSSINI, professora (São Paulo, SP) - LIXO NA RUAS Talvez fosse importante destacar, além da falha na varrição em São Paulo, a atitude das pessoas que jogam lixo nas ruas. Apontar os problemas pode ser mais efetivo se buscarmos suas causas e tentarmos corrigir as falhas. A falha maior está na atitude do cidadão que emporcalha a cidade. VIRGÍNIA MENDONÇA, professora (São Paulo, SP) - RUF 2017 Neste momento de escassez de recursos estaduais e federais para o financiamento das instituições de ensino superior (IES) públicas no Brasil, a quem interessa essa suposta disputa pela liderança do RUF entre a USP e a Unicamp e destas com a UFRJ? Não seria mais republicano defender a valorização de todas as IES públicas? BENEDITO H. MACHADO (Ribeirão Preto, SP) * Como ex-aluno da Faculdade de Medicina da USP, não foi sem desapontamento e preocupação que me foi dado saber, segundo o RUF, que a "alma mater" não detêm mais a primazia da qual tanto os "alumni" nos ufanamos até recentemente. Espero que esse mesmo sentimento inquiete a diretoria e congregação, a fim de que se detenha a decadência em sua fase ainda precoce. PAULO TAUFI MALUF JUNIOR, professor da FMUSP (São Paulo, SP) - 'CURA GAY' Lamentável! Da mesma forma que ninguém pode obrigar o outro a ter um comportamento hétero ou homoafetivo com base em suas escolhas e experiências pessoais, ninguém pode obrigar o outro a seguir uma religião e seus dogmas. Tratar homoafetividade como doença é igual a tratar religião como esquizofrenia. IVAN ZACHARAUSKAS (Campinas, SP) * Não estamos caminhando para o obscurantismo, estamos correndo em direção a ele. EDILSON BORGES (Rio de Janeiro, RJ) - COLUNISTAS Google, Tesla, Mercedes, Volvo e Stanford, entre outros, devem estar investindo na mobilidade e na segurança do trânsito em Marte. Afinal, no planeta Terra, carro é coisa do século passado, segundo o colunista Nabil Bonduki. Viva a ferradura e a bicicleta! MÁRCIO C. FERREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) * Sobre a coluna de Vinicius Mota nenhuma instituição pública está imune à nefasta influência do poder econômico ou do crime organizado, por isso a fiscalização inerente ao sistema de freios e contrapesos, que impede a existência de instituições dotadas de superpoderes, é tão importante para a saúde da democracia brasileira. Toda concentração de poder é perniciosa. RAQUEL KOBASHI GALLINATI, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) - PROPAGANDA A reportagem "De olho na eleições, Doria 'instala' propaganda na porta da prefeitura" exagera ao dizer que uma obra de arte tenha sido colocada pelo prefeito na frente do prédio da prefeitura para fazer propaganda eleitoral antecipada. Ninguém usaria tal expediente com fins propagandísticos, arriscando-se a punições legais. A obra é móvel e foi doada por um artista. No entanto, a Folha está mais preocupada com as eleições do que os políticos e acaba priorizando hipóteses que não se apoiam em fatos comprovados. ADRIANA RAMALHO, vereadora e líder da bancada do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Vivo nega investigação feita pela matriz em contratos de publicidade
A operadora Vivo afirmou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta terça (26) que não existe uma investigação em curso para apurar irregularidades em contratos de publicidade e marketing que levariam ao descredenciamento de fornecedores. A informação foi publicada pelo jornal "Valor Econômico" na segunda-feira (25) e levou a CVM a pedir explicações à Vivo. A reportagem mencionou uma reestruturação interna da área que levou à demissão de sua executiva Cristina Duclos, que ocupava o cargo de diretora de Imagem e Comunicação desde 2008 e também respondia pelo marketing até 10 de junho, data de seu desligamento. A Vivo se negou a comentar sobre a saída da executiva à CVM. "A companhia reitera sua prática de não comentar questões dessa natureza." A operadora disse que mantém uma política de "compliance" com seus fornecedores. Ou seja: faz monitoramentos constantes de seus processos internos de contratação e também da execução dos contratos com fornecedores para tentar evitar irregularidades, como superfaturamentos. A reportagem mencionou rumores de mercado de que contratos da Africa, da DPZ&T e da Young&Rubicam, as agências de propaganda da Vivo, e de empresas de eventos teriam passado pela auditoria da matriz espanhola. A empresa informou que esses contratos estão ativos e, pelas regras de "compliance", teriam sido suspensos se houvesse qualquer irregularidade.
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Vivo nega investigação feita pela matriz em contratos de publicidadeA operadora Vivo afirmou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta terça (26) que não existe uma investigação em curso para apurar irregularidades em contratos de publicidade e marketing que levariam ao descredenciamento de fornecedores. A informação foi publicada pelo jornal "Valor Econômico" na segunda-feira (25) e levou a CVM a pedir explicações à Vivo. A reportagem mencionou uma reestruturação interna da área que levou à demissão de sua executiva Cristina Duclos, que ocupava o cargo de diretora de Imagem e Comunicação desde 2008 e também respondia pelo marketing até 10 de junho, data de seu desligamento. A Vivo se negou a comentar sobre a saída da executiva à CVM. "A companhia reitera sua prática de não comentar questões dessa natureza." A operadora disse que mantém uma política de "compliance" com seus fornecedores. Ou seja: faz monitoramentos constantes de seus processos internos de contratação e também da execução dos contratos com fornecedores para tentar evitar irregularidades, como superfaturamentos. A reportagem mencionou rumores de mercado de que contratos da Africa, da DPZ&T e da Young&Rubicam, as agências de propaganda da Vivo, e de empresas de eventos teriam passado pela auditoria da matriz espanhola. A empresa informou que esses contratos estão ativos e, pelas regras de "compliance", teriam sido suspensos se houvesse qualquer irregularidade.
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Mercado eleva pela quinta semana seguida estimativa de inflação em 2015
Economistas ouvidos pelo Banco Central elevaram a previsão de inflação para 8,31% em 2015, quando considerado o centro das estimativas (mediana). Na semana anterior, a previsão era de alta de 8,29% nos preços. É a quinta alta seguida da estimativa, divulgada semanalmente como parte da pesquisa Focus do BC. A previsão para inflação em 2016 oscilou, no entanto, para baixo, e foi de 5,51% para 5,50%. A expectativa sobre a taxa de juros Selic para o fim de 2015 ficou em 13,50% anuais –atualmente, ela está em 13,25%. A Selic é a principal ferramenta do governo para controle da inflação, e as estimativas sobre ela têm se mantido estáveis desde o final de abril. Para 2016, no entanto, prevê-se uma Selic de 11,75%. A estimativa da semana anterior era de uma taxa em 11,63%. Editoria de Arte/Folhapress PIB Para 2015, espera-se uma queda de 1,20% do PIB, e, para 2016, alta de 1%, mantendo as previsões da semana anterior. A taxa de câmbio deve fechar o ano em R$ 3,20, e 2016 em R$ 3,30, as mesmas previsões da semana anterior. Na sexta-feira (15), o dólar à vista –referência no mercado financeiro– fechou em R$ 2,978.
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Mercado eleva pela quinta semana seguida estimativa de inflação em 2015Economistas ouvidos pelo Banco Central elevaram a previsão de inflação para 8,31% em 2015, quando considerado o centro das estimativas (mediana). Na semana anterior, a previsão era de alta de 8,29% nos preços. É a quinta alta seguida da estimativa, divulgada semanalmente como parte da pesquisa Focus do BC. A previsão para inflação em 2016 oscilou, no entanto, para baixo, e foi de 5,51% para 5,50%. A expectativa sobre a taxa de juros Selic para o fim de 2015 ficou em 13,50% anuais –atualmente, ela está em 13,25%. A Selic é a principal ferramenta do governo para controle da inflação, e as estimativas sobre ela têm se mantido estáveis desde o final de abril. Para 2016, no entanto, prevê-se uma Selic de 11,75%. A estimativa da semana anterior era de uma taxa em 11,63%. Editoria de Arte/Folhapress PIB Para 2015, espera-se uma queda de 1,20% do PIB, e, para 2016, alta de 1%, mantendo as previsões da semana anterior. A taxa de câmbio deve fechar o ano em R$ 3,20, e 2016 em R$ 3,30, as mesmas previsões da semana anterior. Na sexta-feira (15), o dólar à vista –referência no mercado financeiro– fechou em R$ 2,978.
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Ministério Público é elitista e não prioriza atribuições básicas, diz estudo
Elitista, engajado no combate à corrupção, mas pouco comprometido com suas atribuições fundamentais e exclusivas, tais como controle externo das polícias, defesa de direitos coletivos e supervisão da pena de prisão. É assim que a recém-lançada pesquisa "Ministério Público: Guardião da Democracia Brasileira?" retrata o órgão que ganhou os holofotes nos últimos anos desde que intensificou a acusação de políticos e empresários implicados em esquemas de desvio de verbas públicas. O estudo, feito pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Cândido Mendes, em parceria com o Conselho Nacional do Ministério Público e a Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, apontou que 70% dos promotores e procuradores do país são homens e 76%, brancos. Na população brasileira, de acordo com o Censo 2010, esses índices são, respectivamente, 48% e 50%. Além disso, 60% dos pais e 47% das mães dos entrevistados tinham curso superior –na população brasileira, apenas 9% daqueles com 50 anos ou mais têm formação em nível universitário. "Não vou dizer que seja uma regra básica, mas hoje nós temos [...] um promotor muito bem preparado intelectualmente, mas que não tem esse preparo de entender a sociedade com as suas mazelas", explicou um promotor entrevistado sobre as potenciais consequências da elitização das Promotorias e Procuradorias. PERFIL DOS PROFISSIONAIS - De 27 a 70 anos de idade, em % Raça - Em % O estudo —realizado a partir de questionários aplicados a 899 profissionais de todo o Brasil e de entrevistas com membros dos órgãos do Rio e de Minas Gerais— apontou que o país tem, em média, 5,4 promotores ou procuradores para cada 100 mil habitantes, mas que esta distribuição é desigual. No Amapá, por exemplo, há 10,2 membros do Ministério Público por 100 mil habitantes, enquanto no Rio há 5,4, e, em São Paulo, 4,6. O menor índice é o da Bahia, com apenas 3,5 por 100 mil habitantes. Em janeiro de 2015, o órgão tinha 12.326 promotores e procuradores no país. DISTRIBUIÇÃO PELO PAÍS - PRIORIDADES Questionados sobre suas áreas prioritárias de ação, 62% dos promotores e procuradores indicaram o combate à corrupção como sua principal atuação. O resultado, segundo a pesquisa, "pode refletir o momento político vivido pelo país", apesar de estudos realizados há quase 20 anos também apontarem esse tema como prioritário do órgão. A área de patrimônio público, probidade ou corrupção é citada como foco de atuação em 26 das 27 unidades federativas. Já a atuação em lavagem de dinheiro e cartel, área intimamente relacionada ao combate à corrupção, é elencada apenas em uma unidade da federação. Em segundo lugar foi citada como prioritária a investigação criminal (49%), atribuição que foi alvo da PEC 37/2011, que limitava os poderes investigativos do Ministério Público e foi derrubada na Câmara por 430 votos contra 9 durante o período de protestos de junho de 2013. Crianças e adolescentes (47%), meio ambiente (45%) e serviços de relevância pública, como saúde e educação (40%) aparecem em seguida nas prioridades apontadas. Já a supervisão da ação penal foi citada apenas por 15% dos promotores e procuradores, e o controle externo das polícias, só por 12%. ÁREAS PRIORITÁRIAS - VIGILÂNCIA DA POLÍCIA É no controle externo da atividade policial, de atribuição exclusiva do órgão, que reside a pior avaliação de seus membros em termos de qualidade de atuação: 42,4% dizem ser ruim ou péssima e 34,9% avaliam como regular. A polícia brasileira é uma das mais violentas do mundo. Em 2015, as forças policiais brasileiras mataram nove pessoas por dia. De acordo com o estudo, a Constituição de 1988, ao atribuir tal tarefa exclusivamente ao Ministério Público, "resultou num rotundo fracasso". "Mais do que omissão do MP, há certa 'cumplicidade' entre o órgão e as polícias, sobre tramitação de processos penais iniciados com prisão em flagrante, na qual promotores repetem na denúncia a versão policial dos fatos, sem averiguar sua veracidade, nem a legalidade do flagrante, nem tampouco a possível ocorrência de tortura ou maus tratos", afirma Julita Lemgruber, coordenadora da pesquisa. O estudo aponta, num quadro mais geral, que o trabalho de promotores e procuradores tem se concentrado em atividades acusatórias mais que garantistas de direitos. OBSTÁCULOS Na percepção dos entrevistados, os maiores obstáculos à atuação do órgão são, em sua maioria, externos: dificuldades na realização de perícias (94,5%), morosidade da Justiça (94%), falta de assessoria técnica jurídica ou administrativa (92%), instruções deficientes dos inquéritos criminais (91,3%) e investidas contra o poder investigativo (88%). A Constituição de 1988 garantiu ao Ministério Público independência em relação aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e autonomia funcional de seus membros, com poucos mecanismos de controle externo e interno, tanto sobre a instituição quanto sobre seus promotores e procuradores. De acordo com o estudo, essa independência é uma faca de dois gumes já que 90,6% dos entrevistados a avalia como imprescindível para garantir a isenção de seu trabalho, mas quase metade deles admite que ela também funciona como escudo para omissões em sua função. "Essa independência torna muito difícil o controle e a cobrança sobre as atividades-fim e as decisões dos membros do MP, mesmo quando equivocadas, seletivas, morosas ou ineficazes", afirma Lemgruber.
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Ministério Público é elitista e não prioriza atribuições básicas, diz estudoElitista, engajado no combate à corrupção, mas pouco comprometido com suas atribuições fundamentais e exclusivas, tais como controle externo das polícias, defesa de direitos coletivos e supervisão da pena de prisão. É assim que a recém-lançada pesquisa "Ministério Público: Guardião da Democracia Brasileira?" retrata o órgão que ganhou os holofotes nos últimos anos desde que intensificou a acusação de políticos e empresários implicados em esquemas de desvio de verbas públicas. O estudo, feito pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Cândido Mendes, em parceria com o Conselho Nacional do Ministério Público e a Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, apontou que 70% dos promotores e procuradores do país são homens e 76%, brancos. Na população brasileira, de acordo com o Censo 2010, esses índices são, respectivamente, 48% e 50%. Além disso, 60% dos pais e 47% das mães dos entrevistados tinham curso superior –na população brasileira, apenas 9% daqueles com 50 anos ou mais têm formação em nível universitário. "Não vou dizer que seja uma regra básica, mas hoje nós temos [...] um promotor muito bem preparado intelectualmente, mas que não tem esse preparo de entender a sociedade com as suas mazelas", explicou um promotor entrevistado sobre as potenciais consequências da elitização das Promotorias e Procuradorias. PERFIL DOS PROFISSIONAIS - De 27 a 70 anos de idade, em % Raça - Em % O estudo —realizado a partir de questionários aplicados a 899 profissionais de todo o Brasil e de entrevistas com membros dos órgãos do Rio e de Minas Gerais— apontou que o país tem, em média, 5,4 promotores ou procuradores para cada 100 mil habitantes, mas que esta distribuição é desigual. No Amapá, por exemplo, há 10,2 membros do Ministério Público por 100 mil habitantes, enquanto no Rio há 5,4, e, em São Paulo, 4,6. O menor índice é o da Bahia, com apenas 3,5 por 100 mil habitantes. Em janeiro de 2015, o órgão tinha 12.326 promotores e procuradores no país. DISTRIBUIÇÃO PELO PAÍS - PRIORIDADES Questionados sobre suas áreas prioritárias de ação, 62% dos promotores e procuradores indicaram o combate à corrupção como sua principal atuação. O resultado, segundo a pesquisa, "pode refletir o momento político vivido pelo país", apesar de estudos realizados há quase 20 anos também apontarem esse tema como prioritário do órgão. A área de patrimônio público, probidade ou corrupção é citada como foco de atuação em 26 das 27 unidades federativas. Já a atuação em lavagem de dinheiro e cartel, área intimamente relacionada ao combate à corrupção, é elencada apenas em uma unidade da federação. Em segundo lugar foi citada como prioritária a investigação criminal (49%), atribuição que foi alvo da PEC 37/2011, que limitava os poderes investigativos do Ministério Público e foi derrubada na Câmara por 430 votos contra 9 durante o período de protestos de junho de 2013. Crianças e adolescentes (47%), meio ambiente (45%) e serviços de relevância pública, como saúde e educação (40%) aparecem em seguida nas prioridades apontadas. Já a supervisão da ação penal foi citada apenas por 15% dos promotores e procuradores, e o controle externo das polícias, só por 12%. ÁREAS PRIORITÁRIAS - VIGILÂNCIA DA POLÍCIA É no controle externo da atividade policial, de atribuição exclusiva do órgão, que reside a pior avaliação de seus membros em termos de qualidade de atuação: 42,4% dizem ser ruim ou péssima e 34,9% avaliam como regular. A polícia brasileira é uma das mais violentas do mundo. Em 2015, as forças policiais brasileiras mataram nove pessoas por dia. De acordo com o estudo, a Constituição de 1988, ao atribuir tal tarefa exclusivamente ao Ministério Público, "resultou num rotundo fracasso". "Mais do que omissão do MP, há certa 'cumplicidade' entre o órgão e as polícias, sobre tramitação de processos penais iniciados com prisão em flagrante, na qual promotores repetem na denúncia a versão policial dos fatos, sem averiguar sua veracidade, nem a legalidade do flagrante, nem tampouco a possível ocorrência de tortura ou maus tratos", afirma Julita Lemgruber, coordenadora da pesquisa. O estudo aponta, num quadro mais geral, que o trabalho de promotores e procuradores tem se concentrado em atividades acusatórias mais que garantistas de direitos. OBSTÁCULOS Na percepção dos entrevistados, os maiores obstáculos à atuação do órgão são, em sua maioria, externos: dificuldades na realização de perícias (94,5%), morosidade da Justiça (94%), falta de assessoria técnica jurídica ou administrativa (92%), instruções deficientes dos inquéritos criminais (91,3%) e investidas contra o poder investigativo (88%). A Constituição de 1988 garantiu ao Ministério Público independência em relação aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e autonomia funcional de seus membros, com poucos mecanismos de controle externo e interno, tanto sobre a instituição quanto sobre seus promotores e procuradores. De acordo com o estudo, essa independência é uma faca de dois gumes já que 90,6% dos entrevistados a avalia como imprescindível para garantir a isenção de seu trabalho, mas quase metade deles admite que ela também funciona como escudo para omissões em sua função. "Essa independência torna muito difícil o controle e a cobrança sobre as atividades-fim e as decisões dos membros do MP, mesmo quando equivocadas, seletivas, morosas ou ineficazes", afirma Lemgruber.
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Reclama da delação quem não costuma ver clientes presos, diz leitora
Sobre Curto-circuito no Direito, de José Carlos Batochio, entende-se que um advogado criminal de seu calibre se insurja contra prisões de magnatas num país onde só os pobres vão para a cadeia. Battochio é advogado que poucos podem pagar, como Paulo Maluf, Valdemar Costa Neto e Antonio Palocci. Não está acostumado a ver seus ilustres clientes atrás das grades. Essa grita contra a delação premiada nada mais é do que o choque de realidade de que o país mudou para melhor. SIMONE KAMENETZ (Rio de Janeiro, RJ) A entrevista de Carlos Fernando Lima (Não existe Jesus Cristo nem Judas no petrolão) contém informações úteis para compreendermos os procedimentos da Justiça em relação aos acusados no processo. Comprova que não houve coação nas prisões e que provas documentais têm sido fundamentais para que os presos sejam mantidos no cárcere. Esses argumentos deveriam servir de exemplo sobretudo para alguns formadores de opinião empenhados em atacar e depreciar sistematicamente o juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato. NELSON BRITTES LEMOS (Rio de Janeiro, RJ) * Escudando-se em expressão de Rui Barbosa, fora do contexto atual, o advogado do ex-ministro Antonio Palocci, entre outros sobejamente conhecidos da honesta população brasileira, José Roberto Batochio, expõe o seu ponto de vista pessoal sobre todos que aplaudem a operação Lava Jato. Somos apenas uma "turba": multidão que clama por desordem e ilegalidades. Inacreditável! JUAN MANUEL VILLARNOBO FILHO (Santos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Reclama da delação quem não costuma ver clientes presos, diz leitoraSobre Curto-circuito no Direito, de José Carlos Batochio, entende-se que um advogado criminal de seu calibre se insurja contra prisões de magnatas num país onde só os pobres vão para a cadeia. Battochio é advogado que poucos podem pagar, como Paulo Maluf, Valdemar Costa Neto e Antonio Palocci. Não está acostumado a ver seus ilustres clientes atrás das grades. Essa grita contra a delação premiada nada mais é do que o choque de realidade de que o país mudou para melhor. SIMONE KAMENETZ (Rio de Janeiro, RJ) A entrevista de Carlos Fernando Lima (Não existe Jesus Cristo nem Judas no petrolão) contém informações úteis para compreendermos os procedimentos da Justiça em relação aos acusados no processo. Comprova que não houve coação nas prisões e que provas documentais têm sido fundamentais para que os presos sejam mantidos no cárcere. Esses argumentos deveriam servir de exemplo sobretudo para alguns formadores de opinião empenhados em atacar e depreciar sistematicamente o juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato. NELSON BRITTES LEMOS (Rio de Janeiro, RJ) * Escudando-se em expressão de Rui Barbosa, fora do contexto atual, o advogado do ex-ministro Antonio Palocci, entre outros sobejamente conhecidos da honesta população brasileira, José Roberto Batochio, expõe o seu ponto de vista pessoal sobre todos que aplaudem a operação Lava Jato. Somos apenas uma "turba": multidão que clama por desordem e ilegalidades. Inacreditável! JUAN MANUEL VILLARNOBO FILHO (Santos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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'Desrespeito', diz conselho sobre vídeo em que prefeito cobra médico no RS
"Falta de ética", "assédio moral" e "desrespeito". Assim o Cremers (Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul) classificou o vídeo que mostra um prefeito gaúcho telefonando para um médico ausente no posto de saúde num horário em que deveria estar atendendo. "Você poderia me dizer qual é o motivo da sua ausência aqui na UBS [Unidade Básica de Saúde]? É o seu dia de plantão. Tem 16 pacientes na sua agenda e o senhor não está aqui atendendo", diz Daniel Guerra (PRB), prefeito de Caxias do Sul, cidade da serra gaúcha, durante o telefonema. O momento foi filmado na última quinta-feira (2), durante uma das quatro visitas do prefeito a locais de atendimento de saúde, como postos e plantão 24 horas. Os médicos que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde) fizeram uma paralisação de três dias porque não aceitam bater o ponto biométrico. Para baterem o ponto, exigem um aumento de R$ 2.000 nos salários. Depois que Guerra anunciou que teria "tolerância zero" em relação ao cumprimento da jornada de trabalho, três médicos pediram demissão, de acordo com a prefeitura. Nesta segunda-feira (6), os médicos retornaram ao trabalho, porém sem bater o ponto e sem cumprir a carga horária para a qual foram contratados em concurso público. Os médicos atendem uma cota de pacientes por dia, em consultas que podem durar até cinco minutos, segundo Marlonei dos Santos, presidente do Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul. Dessa forma, médicos contratados para trabalhar 20 horas ou 35 horas semanais acabam trabalhando cerca de 10 horas por semana. A "cota", diz Santos, faz parte de um acordo da categoria com a prefeitura em vigor "desde 1998". O Cremers divulgou nota sobre o vídeo do prefeito afirmando que é "lamentável ver o desrespeito, o assédio moral e falta de ética na relação entre gestores e médicos". O texto da entidade também afirma que é "injustificável a exposição midiática do médico e o uso político no trato de uma questão administrativa, comum no dia a dia". O caso repercutiu nacionalmente após reportagem da Folha, publicada na última sexta-feira (3). vídeo "Procuram repassar ao médico, mais uma vez, a incompetência do gestor na solução dos problemas do sistema de saúde de seu município", diz ainda o Cremers. Durante o telefonema, o prefeito lembrou o médico de que "o salário estava em dia" e pediu que "cumprisse o papel de servidor em respeito à população". Por orientação de sua procuradoria jurídica, a prefeitura não quis identificar o médico que recebeu a ligação. O médico estava locado na UBS do bairro Esplanada e deveria atender diversas gestantes naquele dia. O Cremers informou que encaminhará uma representação ao Ministério Público sobre o caso e defendeu o direito à greve da categoria. Procurado pela Folha, o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo Mendes, não quis comentar o caso. GREVE ILEGAL A prefeitura considera a greve dos médicos ilegal por dois motivos: não teria sido avisada com 72 horas de antecedência, como prevê a lei, e o sindicato que representa a categoria é o Sindiserv, dos servidores municipais. O sindicato dos médicos alega que notificou a prefeitura sobre a greve no dia 23 de fevereiro e que a Justiça considerou, em decisão anterior, que o órgão é o representante legal da categoria. O Sindiserv diz que está aberto ao diálogo, tanto com a prefeitura como com os médicos. "Nosso compromisso é com a valorização dos servidores. Mas temos atribuições importantes, temos que cumprir nossas tarefas, nossos horários", disse Silvana Pirolli, presidente do Sindiserv, à Folha. Daniel Guerra diz que não se considera "um político, mas um gestor". Após vencer a eleição, fez uma seleção para escolher os funcionários em cargos comissionados. Ele venceu a eleição em outubro de 2016 com 62,79% dos votos válidos, ante os 37,21% de Edson Néspolo (PDT), candidato apoiado pelo governador gaúcho, José Ivo Sartori (PMDB), e 21 partidos. RENÚNCIA A polêmica ocorre no mesmo dia em que o vice-prefeito de Caxias do Sul, Ricardo Fabris (PRB), entregou uma carta à Câmara renunciando ao cargo. A maioria dos vereadores, 18 de 23, faz oposição ao prefeito desde o início da nova gestão. A prefeitura confirmou a renúncia. A Folha não localizou Fabris. Em janeiro, Fabris disse ao jornal local "Pioneiro" que "não era subordinado" a Guerra. A relação entre vice e prefeito já estava estremecida desde o final da eleição.
cotidiano
'Desrespeito', diz conselho sobre vídeo em que prefeito cobra médico no RS"Falta de ética", "assédio moral" e "desrespeito". Assim o Cremers (Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul) classificou o vídeo que mostra um prefeito gaúcho telefonando para um médico ausente no posto de saúde num horário em que deveria estar atendendo. "Você poderia me dizer qual é o motivo da sua ausência aqui na UBS [Unidade Básica de Saúde]? É o seu dia de plantão. Tem 16 pacientes na sua agenda e o senhor não está aqui atendendo", diz Daniel Guerra (PRB), prefeito de Caxias do Sul, cidade da serra gaúcha, durante o telefonema. O momento foi filmado na última quinta-feira (2), durante uma das quatro visitas do prefeito a locais de atendimento de saúde, como postos e plantão 24 horas. Os médicos que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde) fizeram uma paralisação de três dias porque não aceitam bater o ponto biométrico. Para baterem o ponto, exigem um aumento de R$ 2.000 nos salários. Depois que Guerra anunciou que teria "tolerância zero" em relação ao cumprimento da jornada de trabalho, três médicos pediram demissão, de acordo com a prefeitura. Nesta segunda-feira (6), os médicos retornaram ao trabalho, porém sem bater o ponto e sem cumprir a carga horária para a qual foram contratados em concurso público. Os médicos atendem uma cota de pacientes por dia, em consultas que podem durar até cinco minutos, segundo Marlonei dos Santos, presidente do Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul. Dessa forma, médicos contratados para trabalhar 20 horas ou 35 horas semanais acabam trabalhando cerca de 10 horas por semana. A "cota", diz Santos, faz parte de um acordo da categoria com a prefeitura em vigor "desde 1998". O Cremers divulgou nota sobre o vídeo do prefeito afirmando que é "lamentável ver o desrespeito, o assédio moral e falta de ética na relação entre gestores e médicos". O texto da entidade também afirma que é "injustificável a exposição midiática do médico e o uso político no trato de uma questão administrativa, comum no dia a dia". O caso repercutiu nacionalmente após reportagem da Folha, publicada na última sexta-feira (3). vídeo "Procuram repassar ao médico, mais uma vez, a incompetência do gestor na solução dos problemas do sistema de saúde de seu município", diz ainda o Cremers. Durante o telefonema, o prefeito lembrou o médico de que "o salário estava em dia" e pediu que "cumprisse o papel de servidor em respeito à população". Por orientação de sua procuradoria jurídica, a prefeitura não quis identificar o médico que recebeu a ligação. O médico estava locado na UBS do bairro Esplanada e deveria atender diversas gestantes naquele dia. O Cremers informou que encaminhará uma representação ao Ministério Público sobre o caso e defendeu o direito à greve da categoria. Procurado pela Folha, o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo Mendes, não quis comentar o caso. GREVE ILEGAL A prefeitura considera a greve dos médicos ilegal por dois motivos: não teria sido avisada com 72 horas de antecedência, como prevê a lei, e o sindicato que representa a categoria é o Sindiserv, dos servidores municipais. O sindicato dos médicos alega que notificou a prefeitura sobre a greve no dia 23 de fevereiro e que a Justiça considerou, em decisão anterior, que o órgão é o representante legal da categoria. O Sindiserv diz que está aberto ao diálogo, tanto com a prefeitura como com os médicos. "Nosso compromisso é com a valorização dos servidores. Mas temos atribuições importantes, temos que cumprir nossas tarefas, nossos horários", disse Silvana Pirolli, presidente do Sindiserv, à Folha. Daniel Guerra diz que não se considera "um político, mas um gestor". Após vencer a eleição, fez uma seleção para escolher os funcionários em cargos comissionados. Ele venceu a eleição em outubro de 2016 com 62,79% dos votos válidos, ante os 37,21% de Edson Néspolo (PDT), candidato apoiado pelo governador gaúcho, José Ivo Sartori (PMDB), e 21 partidos. RENÚNCIA A polêmica ocorre no mesmo dia em que o vice-prefeito de Caxias do Sul, Ricardo Fabris (PRB), entregou uma carta à Câmara renunciando ao cargo. A maioria dos vereadores, 18 de 23, faz oposição ao prefeito desde o início da nova gestão. A prefeitura confirmou a renúncia. A Folha não localizou Fabris. Em janeiro, Fabris disse ao jornal local "Pioneiro" que "não era subordinado" a Guerra. A relação entre vice e prefeito já estava estremecida desde o final da eleição.
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Festival de Berlim terá programação brasileira reforçada
O Festival de Berlim começa nesta quinta (5) com extensa participação brasileira: são 12 filmes ao todo, entre curtas e longas, espalhados por diversas seções. Em 2013 e 2014, o Brasil levou nove e sete produções ao festival, respectivamente. Ainda que neste ano esteja ausente da competição de longas, o país participa da disputa de prêmios com o curta "Mar de Fogo", de Joel Pizzini ("Olho Nu"), homenagem ao cineasta Mário Peixoto, autor do clássico "Limite" (1931). "Que Horas Ela Volta?", de Anna Muylaert, faz uma rara ponte entre o Festival de Sundance (onde acaba de levar o Prêmio Especial do Júri para as atrizes Regina Casé e Camila Márdila) e Berlim, onde será um dos destaques da mostra paralela Panorama. Já "Sangue Azul", de Lírio Ferreira, terá as honras de abrir a programação da Panorama, que exibirá ainda "Ausência", de Chico Teixeira ("A Casa de Alice", que estreou em Berlim em 2007) e o documentário "Jia Zhang-Ke "" Um Homem de Fenyang", de Walter Salles. O cineasta, que venceu Berlim em 1998 com "Central do Brasil", também será um dos apresentadores da homenagem ao diretor Wim Wenders e dará uma aula-mestra no Berlinale Talents, voltado para estudantes de cinema. A mostra Forum recebe "Brasil S/A", de Marcelo Pedroso, produção recifense que destila ácida crítica ao ufanismo desenvolvimentista nacional, e "Beira Mar", da jovem dupla gaúcha Filipe Matzembacher e Marcio Reolon. O curta "Escape from My Eyes", de Felipe Bragança, participa do Forum Expanded, enquanto outras quatro produções brasileiras serão exibidas na mostra NATIVe, retrospectiva de obras realizadas por populações nativas ao redor do mundo. HOMENAGEM Além de receber um prêmio honorário pelo conjunto da obra e ser tema de uma retrospectiva, Wim Wenders exibirá seu mais recente filme "Every Thing Will Be Fine", fora de competição. No elenco, James Franco, que atua em outros dois destaques do festival: "Queen of the Desert", de Werner Herzog, na programação oficial, e "I Am Michael", em que vive o ativista gay Michael Glatze. Se nos últimos anos o Festival de Berlim vinha sendo questionado pela qualidade dos filmes, em 2014 conseguiu recuperar prestígio ao lançar pelo menos dois títulos que seguiram sólida carreira internacional: "Boyhood", de Richard Linklater, e "O Grande Hotel Budapeste", de Wes Anderson (ambos indicados ao Oscar). Neste ano, a competição será inaugurada pela coprodução franco-espanhola "Nadie Quiere la Noche", de Isabel Coixet, com Juliette Binoche. Outros 16 filmes vão disputar o Urso de Ouro, entre eles o chileno "El Club", de Pablo Larraín ("No"); "Taxi", novo filme clandestino do cineasta iraniano Jafar Panahi; "Knight of Cups", do agora prolífico Terrence Malick; e "Journal d'une Femme de Chambre", nova versão para a história adaptada por Luis Buñuel em 1964 (agora com direção de Benoît Jacquot e Léa Seydoux no papel que foi de Jeanne Moreau).
ilustrada
Festival de Berlim terá programação brasileira reforçadaO Festival de Berlim começa nesta quinta (5) com extensa participação brasileira: são 12 filmes ao todo, entre curtas e longas, espalhados por diversas seções. Em 2013 e 2014, o Brasil levou nove e sete produções ao festival, respectivamente. Ainda que neste ano esteja ausente da competição de longas, o país participa da disputa de prêmios com o curta "Mar de Fogo", de Joel Pizzini ("Olho Nu"), homenagem ao cineasta Mário Peixoto, autor do clássico "Limite" (1931). "Que Horas Ela Volta?", de Anna Muylaert, faz uma rara ponte entre o Festival de Sundance (onde acaba de levar o Prêmio Especial do Júri para as atrizes Regina Casé e Camila Márdila) e Berlim, onde será um dos destaques da mostra paralela Panorama. Já "Sangue Azul", de Lírio Ferreira, terá as honras de abrir a programação da Panorama, que exibirá ainda "Ausência", de Chico Teixeira ("A Casa de Alice", que estreou em Berlim em 2007) e o documentário "Jia Zhang-Ke "" Um Homem de Fenyang", de Walter Salles. O cineasta, que venceu Berlim em 1998 com "Central do Brasil", também será um dos apresentadores da homenagem ao diretor Wim Wenders e dará uma aula-mestra no Berlinale Talents, voltado para estudantes de cinema. A mostra Forum recebe "Brasil S/A", de Marcelo Pedroso, produção recifense que destila ácida crítica ao ufanismo desenvolvimentista nacional, e "Beira Mar", da jovem dupla gaúcha Filipe Matzembacher e Marcio Reolon. O curta "Escape from My Eyes", de Felipe Bragança, participa do Forum Expanded, enquanto outras quatro produções brasileiras serão exibidas na mostra NATIVe, retrospectiva de obras realizadas por populações nativas ao redor do mundo. HOMENAGEM Além de receber um prêmio honorário pelo conjunto da obra e ser tema de uma retrospectiva, Wim Wenders exibirá seu mais recente filme "Every Thing Will Be Fine", fora de competição. No elenco, James Franco, que atua em outros dois destaques do festival: "Queen of the Desert", de Werner Herzog, na programação oficial, e "I Am Michael", em que vive o ativista gay Michael Glatze. Se nos últimos anos o Festival de Berlim vinha sendo questionado pela qualidade dos filmes, em 2014 conseguiu recuperar prestígio ao lançar pelo menos dois títulos que seguiram sólida carreira internacional: "Boyhood", de Richard Linklater, e "O Grande Hotel Budapeste", de Wes Anderson (ambos indicados ao Oscar). Neste ano, a competição será inaugurada pela coprodução franco-espanhola "Nadie Quiere la Noche", de Isabel Coixet, com Juliette Binoche. Outros 16 filmes vão disputar o Urso de Ouro, entre eles o chileno "El Club", de Pablo Larraín ("No"); "Taxi", novo filme clandestino do cineasta iraniano Jafar Panahi; "Knight of Cups", do agora prolífico Terrence Malick; e "Journal d'une Femme de Chambre", nova versão para a história adaptada por Luis Buñuel em 1964 (agora com direção de Benoît Jacquot e Léa Seydoux no papel que foi de Jeanne Moreau).
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Oposição obstrui trabalhos e sessão conjunta do Congresso é cancelada
A promessa da oposição de paralisar os trabalhos do Congresso como forma de acelerar a tramitação do impeachment da presidente Dilma Rousseff levou ao cancelamento da primeira sessão conjunta do Congresso neste ano. Ela aconteceria na noite desta terça-feira (8) mas com a obstrução dos partidos de oposição, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), avaliou que haveria em esvaziamento da sessão e resolveu tentar remarcá-la. "Estou avaliando transferir a sessão do Congresso para os próximos dias, dez ou quinze dias porque há indicativos de que pode haver obstrução e se pode haver obstrução é melhor nós transferirmos para não radicalizar o debate internamente", afirmou Renan. Os senadores e deputados votariam 16 vetos presidenciais dentro os quais alguns polêmicos como o que anulou o reajuste do programa Bolsa Família e o que impediu a destinação de parte dos recursos da repatriação de dinheiro depositado no exterior e não declarado à Receita Federal a Estados e municípios. ESTRATÉGIA Deputados de partidos da oposição na Câmara decidiram na última sexta-feira (4) obstruir todas as votações na Casa até que o STF (Supremo Tribunal Federal) se pronuncie sobre os recursos apresentados pela Câmara após o julgamento pelo Supremo que derrubou o rito do impeachment imposto pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A obstrução seria uma forma de pressionar o STF a se pronunciar rapidamente. Nesta segunda (7), o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) anunciou em plenário que a oposição na Casa também obstruiria os trabalhos no Senado também com o objetivo de acelerar a tramitação do impedimento da presidente Dilma Rousseff.
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Oposição obstrui trabalhos e sessão conjunta do Congresso é canceladaA promessa da oposição de paralisar os trabalhos do Congresso como forma de acelerar a tramitação do impeachment da presidente Dilma Rousseff levou ao cancelamento da primeira sessão conjunta do Congresso neste ano. Ela aconteceria na noite desta terça-feira (8) mas com a obstrução dos partidos de oposição, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), avaliou que haveria em esvaziamento da sessão e resolveu tentar remarcá-la. "Estou avaliando transferir a sessão do Congresso para os próximos dias, dez ou quinze dias porque há indicativos de que pode haver obstrução e se pode haver obstrução é melhor nós transferirmos para não radicalizar o debate internamente", afirmou Renan. Os senadores e deputados votariam 16 vetos presidenciais dentro os quais alguns polêmicos como o que anulou o reajuste do programa Bolsa Família e o que impediu a destinação de parte dos recursos da repatriação de dinheiro depositado no exterior e não declarado à Receita Federal a Estados e municípios. ESTRATÉGIA Deputados de partidos da oposição na Câmara decidiram na última sexta-feira (4) obstruir todas as votações na Casa até que o STF (Supremo Tribunal Federal) se pronuncie sobre os recursos apresentados pela Câmara após o julgamento pelo Supremo que derrubou o rito do impeachment imposto pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A obstrução seria uma forma de pressionar o STF a se pronunciar rapidamente. Nesta segunda (7), o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) anunciou em plenário que a oposição na Casa também obstruiria os trabalhos no Senado também com o objetivo de acelerar a tramitação do impedimento da presidente Dilma Rousseff.
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Ministro do STF autoriza bloqueio de contas secretas atribuídas a Cunha
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki autorizou nesta quinta-feira (22) o bloqueio e o sequestro de R$ 9,6 milhões depositados em contas secretas no exterior atribuídas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e familiares. A suspeita é de que o dinheiro seja produto de crime, portanto, propina do esquema de corrupção da Petrobras. Relator da Lava Jato no Supremo, o ministro atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A decisão foi motivada porque como o Ministério Público suíço transferiu as investigações sobre as contas de Cunha para o Brasil havia risco de a medida que impedia o acesso do presidente da Câmara aos recursos no exterior perder o efeito, o que permitiria a retomada de transações pelo peemedebista. O Ministério Público da Suíça identificou quatro contas na suíça que foram atribuídas a Cunha, sendo que há cópias de documentos do deputado mostrando que ele seria o real beneficiário, como passaporte diplomático, endereço de sua casa no Rio de Janeiro, além de assinatura. As autoridades da Suíça chegaram a bloquear, em abril deste ano, 2,469 milhões de francos suíços (R$ 9,6 milhões) de Cunha e de sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, sendo 2,3 milhões de francos suíços do deputado (R$ 9 milhões). Os documentos indicam entradas de R$ 31,2 milhões e saídas de R$ 15,8 milhões, entre 2007 e 2015, em valores corrigidos. Os depósitos e retiradas foram feitos em dólares, francos suíços e euros. As informações enviadas pela Suíça mostram uma intensa circulação de dinheiro entre as quatro contas, não sendo possível calcular quanto do dinheiro movimentado foi gasto. Segundo os investigadores, parte do dinheiro movimentado por Cunha tem como origem um contrato de US$ 34,5 milhões assinado pela Petrobras para a compra de um campo de exploração de petróleo em Benin, na África. De acordo com os documentos, o empresário João Augusto Henriques, lobista que viabilizou o negócio no Benin, repassou 1,3 milhão de francos suíços (R$ 5,1 milhões) a uma das contas atribuídas a Cunha, entre 30 de maio e 23 de junho de 2011. Os depósitos foram feitos três meses após a Petrobras fechar o negócio na África. Apontado como um dos operadores do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, Henriques está preso desde setembro em Curitiba. As provas contra Cunha
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Ministro do STF autoriza bloqueio de contas secretas atribuídas a CunhaO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki autorizou nesta quinta-feira (22) o bloqueio e o sequestro de R$ 9,6 milhões depositados em contas secretas no exterior atribuídas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e familiares. A suspeita é de que o dinheiro seja produto de crime, portanto, propina do esquema de corrupção da Petrobras. Relator da Lava Jato no Supremo, o ministro atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A decisão foi motivada porque como o Ministério Público suíço transferiu as investigações sobre as contas de Cunha para o Brasil havia risco de a medida que impedia o acesso do presidente da Câmara aos recursos no exterior perder o efeito, o que permitiria a retomada de transações pelo peemedebista. O Ministério Público da Suíça identificou quatro contas na suíça que foram atribuídas a Cunha, sendo que há cópias de documentos do deputado mostrando que ele seria o real beneficiário, como passaporte diplomático, endereço de sua casa no Rio de Janeiro, além de assinatura. As autoridades da Suíça chegaram a bloquear, em abril deste ano, 2,469 milhões de francos suíços (R$ 9,6 milhões) de Cunha e de sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, sendo 2,3 milhões de francos suíços do deputado (R$ 9 milhões). Os documentos indicam entradas de R$ 31,2 milhões e saídas de R$ 15,8 milhões, entre 2007 e 2015, em valores corrigidos. Os depósitos e retiradas foram feitos em dólares, francos suíços e euros. As informações enviadas pela Suíça mostram uma intensa circulação de dinheiro entre as quatro contas, não sendo possível calcular quanto do dinheiro movimentado foi gasto. Segundo os investigadores, parte do dinheiro movimentado por Cunha tem como origem um contrato de US$ 34,5 milhões assinado pela Petrobras para a compra de um campo de exploração de petróleo em Benin, na África. De acordo com os documentos, o empresário João Augusto Henriques, lobista que viabilizou o negócio no Benin, repassou 1,3 milhão de francos suíços (R$ 5,1 milhões) a uma das contas atribuídas a Cunha, entre 30 de maio e 23 de junho de 2011. Os depósitos foram feitos três meses após a Petrobras fechar o negócio na África. Apontado como um dos operadores do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, Henriques está preso desde setembro em Curitiba. As provas contra Cunha
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Após ataque a ônibus, 15 linhas são afetadas na zona sul de SP
O trajeto de ao menos 15 linhas de ônibus foi afetado na manhã desta terça-feira (1º) devido a interferência na avenida Ângelo Cristianini, na região do Jardim Luso, zona sul de São Paulo. Por volta das 23h30 desta segunda (31), um ônibus foi incendiado por um grupo. Eles montaram barricadas na avenida para obrigar o motorista a parar o coletivo. O grupo obrigou todos a desembarcarem, colocou fogo no ônibus e fugiu. Os bombeiros foram ao local para apagar o fogo, mas o veículo ficou destruído. Por volta das 6h, o ônibus permanecia no local pois ainda não tinha sido feita a perícia da polícia. A Polícia Militar fez buscas nas região, mas nenhum suspeito foi preso.
cotidiano
Após ataque a ônibus, 15 linhas são afetadas na zona sul de SPO trajeto de ao menos 15 linhas de ônibus foi afetado na manhã desta terça-feira (1º) devido a interferência na avenida Ângelo Cristianini, na região do Jardim Luso, zona sul de São Paulo. Por volta das 23h30 desta segunda (31), um ônibus foi incendiado por um grupo. Eles montaram barricadas na avenida para obrigar o motorista a parar o coletivo. O grupo obrigou todos a desembarcarem, colocou fogo no ônibus e fugiu. Os bombeiros foram ao local para apagar o fogo, mas o veículo ficou destruído. Por volta das 6h, o ônibus permanecia no local pois ainda não tinha sido feita a perícia da polícia. A Polícia Militar fez buscas nas região, mas nenhum suspeito foi preso.
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Músico é preso em Paris pela morte de jogador argentino no Rio de Janeiro
Valterson Ferreira Cantuária, conhecido como Toddy Cantuária, foi preso em Paris pela morte do jogador de futsal argentino Matías Sebastian Carena, de 28 anos, em 26 de março deste ano no Rio de Janeiro. Ex-Karametade, o pagodeiro estava foragido e será extraditado nos próximos dias para o Brasil. O músico é um dos quatro suspeitos pelo assassinato do argentino na saída de uma boate no bairro de Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro. Cantuária fugiu para a Espanha antes de se estabelecer em Paris, na França. Se for condenado pelo homicídio, Valterson Ferreira Cantuária poderá pegar 30 anos de prisão. A reportagem do UOL Esporte tentou contato com o delegado responsável pelo caso, mas não obteve resposta até o momento. As informações da prisão de Cantuária foram divulgadas pela rede britânica BBC. Matías defendia o Circulos Unidos GON, time de futsal da Argentina, e passava férias no Brasil quando foi assassinado. Segundo relatos, a briga começou por conta de um esbarrão dentro da boate e se estendeu para a parte externa. O jogador de futsal levou um soco e bateu com a parte de trás da cabeça no batente de uma loja em frente à calçada. A causa da morte, segundo a Divisão de Homicídios, foi traumatismo craniano. Os agressores ainda desferiram chutes e pancadas mesmo depois de Matías já se encontrar desacordado. As imagens das câmeras de segurança identificaram os suspeitos. KARAMETADE O grupo Karametade divulgou um comunicado nas redes sociais repudiando o crime e esclarecendo que Cantuária atuou como percussionista com a banda durante dois meses e que, desde novembro de 2016, "não presta mais qualquer tipo de trabalho nem possui qualquer vínculo, seja de cunho pessoal ou profissional, com a banda."
cotidiano
Músico é preso em Paris pela morte de jogador argentino no Rio de JaneiroValterson Ferreira Cantuária, conhecido como Toddy Cantuária, foi preso em Paris pela morte do jogador de futsal argentino Matías Sebastian Carena, de 28 anos, em 26 de março deste ano no Rio de Janeiro. Ex-Karametade, o pagodeiro estava foragido e será extraditado nos próximos dias para o Brasil. O músico é um dos quatro suspeitos pelo assassinato do argentino na saída de uma boate no bairro de Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro. Cantuária fugiu para a Espanha antes de se estabelecer em Paris, na França. Se for condenado pelo homicídio, Valterson Ferreira Cantuária poderá pegar 30 anos de prisão. A reportagem do UOL Esporte tentou contato com o delegado responsável pelo caso, mas não obteve resposta até o momento. As informações da prisão de Cantuária foram divulgadas pela rede britânica BBC. Matías defendia o Circulos Unidos GON, time de futsal da Argentina, e passava férias no Brasil quando foi assassinado. Segundo relatos, a briga começou por conta de um esbarrão dentro da boate e se estendeu para a parte externa. O jogador de futsal levou um soco e bateu com a parte de trás da cabeça no batente de uma loja em frente à calçada. A causa da morte, segundo a Divisão de Homicídios, foi traumatismo craniano. Os agressores ainda desferiram chutes e pancadas mesmo depois de Matías já se encontrar desacordado. As imagens das câmeras de segurança identificaram os suspeitos. KARAMETADE O grupo Karametade divulgou um comunicado nas redes sociais repudiando o crime e esclarecendo que Cantuária atuou como percussionista com a banda durante dois meses e que, desde novembro de 2016, "não presta mais qualquer tipo de trabalho nem possui qualquer vínculo, seja de cunho pessoal ou profissional, com a banda."
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Livro 'Monções' é reeditado com textos inéditos
Quando era estudante de história na Universidade de São Paulo, nos anos 70, Laura de Mello e Souza intrigava-se com o fato de o já então renomado e veterano professor Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) andar com pequenos pedaços de papel rabiscados e amassados no bolso. Quando lhe perguntava em que andava trabalhando, ele respondia: "Estou reescrevendo 'Monções'". O texto, de 1945, conta a história da expansão paulista por meio de expedições fluviais, durante o período colonial. "Me impressionava por um lado o fato de alguém de idade avançada ainda estar se dedicando a pesquisas de longo prazo. Por outro, que se preocupasse em reescrever um livro que já havia sido lançado havia 30 anos e era considerado canônico", conta a historiadora em entrevista à Folha. ATENÇÃO CONCENTRADA Reeditado agora pela Companhia das Letras, "Monções" foi um dos trabalhos que mais concentraram a atenção do autor de "Raízes do Brasil" (1936) e "Visão do Paraíso" (1959). Nas quatro décadas que viveu depois de seu primeiro lançamento, Holanda refez viagens, visitou novos arquivos e acumulou mais documentos sobre o tema. Tratamento que não deu a nenhum de seus outros livros. "A partir de um certo momento, a documentação relativa a 'Monções' cresceu tanto que ele pensou em transformar tudo num novo e mais completo livro. Mas não deu tempo", diz Mello e Souza. Em 1976, quando realizou-se a segunda edição da obra, Holanda preferiu manter o texto original, porque ainda considerava necessárias mais investigações. Já a terceira edição, de 1990, após sua morte, manteve o texto original, mas publicou também como anexo três capítulos que tinham sido reescritos. Agora, em parceria com o orientando André Sekkel Cerqueira, Mello e Souza preferiu deixar "Monções" como em sua primeira versão, mas fazendo com que fosse acompanhado de outro volume. PACOTE O lançamento inclui o livro "Capítulos de Expansão Paulista", no qual constam os trechos reescritos mais escritos inéditos encontrados no arquivo do autor. Entre os novos documentos levantados pela dupla, está o pedido de auxílio que Holanda fez à Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), em 1965, justificando por que precisava de subsídios para a reedição de "Monções". Ele dizia que seu estudo tentaria "esclarecer em alguns de seus aspectos mais significativos a formação da unidade nacional através da ligação das bacias do Prata e do Amazonas". "Monções" é hoje considerado um divisor de águas na obra de Holanda. Nele, o autor combina seu talento já conhecido para análises de grande escopo com uma pesquisa documental de primeira mão e muito minuciosa. Se por um lado detém-se, por exemplo, em explicar o passo a passo da construção de balsas e jangadas usadas pelos primeiros desbravadores da região, também reconstrói com riqueza literária a solidão e a valentia dos sertanistas que venciam rios e cachoeiras "levando água pelo peito". MONÇÕES E CAPÍTULOS DE EXPANSÃO PAULISTA AUTOR Sérgio Buarque de Holanda ORGANIZAÇÃO Laura de Mello e Souza e André Sekkel Cerqueira EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 92 (194 e 396 págs.)
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Livro 'Monções' é reeditado com textos inéditosQuando era estudante de história na Universidade de São Paulo, nos anos 70, Laura de Mello e Souza intrigava-se com o fato de o já então renomado e veterano professor Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) andar com pequenos pedaços de papel rabiscados e amassados no bolso. Quando lhe perguntava em que andava trabalhando, ele respondia: "Estou reescrevendo 'Monções'". O texto, de 1945, conta a história da expansão paulista por meio de expedições fluviais, durante o período colonial. "Me impressionava por um lado o fato de alguém de idade avançada ainda estar se dedicando a pesquisas de longo prazo. Por outro, que se preocupasse em reescrever um livro que já havia sido lançado havia 30 anos e era considerado canônico", conta a historiadora em entrevista à Folha. ATENÇÃO CONCENTRADA Reeditado agora pela Companhia das Letras, "Monções" foi um dos trabalhos que mais concentraram a atenção do autor de "Raízes do Brasil" (1936) e "Visão do Paraíso" (1959). Nas quatro décadas que viveu depois de seu primeiro lançamento, Holanda refez viagens, visitou novos arquivos e acumulou mais documentos sobre o tema. Tratamento que não deu a nenhum de seus outros livros. "A partir de um certo momento, a documentação relativa a 'Monções' cresceu tanto que ele pensou em transformar tudo num novo e mais completo livro. Mas não deu tempo", diz Mello e Souza. Em 1976, quando realizou-se a segunda edição da obra, Holanda preferiu manter o texto original, porque ainda considerava necessárias mais investigações. Já a terceira edição, de 1990, após sua morte, manteve o texto original, mas publicou também como anexo três capítulos que tinham sido reescritos. Agora, em parceria com o orientando André Sekkel Cerqueira, Mello e Souza preferiu deixar "Monções" como em sua primeira versão, mas fazendo com que fosse acompanhado de outro volume. PACOTE O lançamento inclui o livro "Capítulos de Expansão Paulista", no qual constam os trechos reescritos mais escritos inéditos encontrados no arquivo do autor. Entre os novos documentos levantados pela dupla, está o pedido de auxílio que Holanda fez à Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), em 1965, justificando por que precisava de subsídios para a reedição de "Monções". Ele dizia que seu estudo tentaria "esclarecer em alguns de seus aspectos mais significativos a formação da unidade nacional através da ligação das bacias do Prata e do Amazonas". "Monções" é hoje considerado um divisor de águas na obra de Holanda. Nele, o autor combina seu talento já conhecido para análises de grande escopo com uma pesquisa documental de primeira mão e muito minuciosa. Se por um lado detém-se, por exemplo, em explicar o passo a passo da construção de balsas e jangadas usadas pelos primeiros desbravadores da região, também reconstrói com riqueza literária a solidão e a valentia dos sertanistas que venciam rios e cachoeiras "levando água pelo peito". MONÇÕES E CAPÍTULOS DE EXPANSÃO PAULISTA AUTOR Sérgio Buarque de Holanda ORGANIZAÇÃO Laura de Mello e Souza e André Sekkel Cerqueira EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 92 (194 e 396 págs.)
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Após 6 meses de tratamento, Gabriel vai usar carnaval para se exercitar
A sexta-feira (5) foi marcante para Gabriel: a cirurgia no joelho esquerdo do volante do Palmeiras completou exatos seis meses, prazo mínimo estipulado por médicos e fisioterapeutas para que ele seja liberado para fazer qualquer atividade sem limitação. No entanto, mesmo com o aval dos médicos para curtir a folga do carnaval, o jogador afirmou que não terá festas nesses dias de descanso. "Me deram folga nestes dois dias pelo fato de treinar todos os dias em dois períodos, mas eles falam que agora passarei na academia como escovo os dentes, sempre dando uma fortalecida na musculatura", disse. "Acredito que não virei ao CT (centro de treinamento), mas procurarei uma academia para dar uma movimentada. Será um período de descanso, mas não um relaxamento total", acrescentou. Sem fazer trabalhos com bola desde a lesão, Gabriel quase participou do jogo-treino da equipe na Academia de futebol, mas foi vetado pela comissão técnica. "Estava bem ansioso para participar desse jogo-treino, mas o Marcelo e os médicos conversaram comigo, acharam melhor segurar, porque estava pegado, com uns contatos até desleais. Preciso um pouco de cuidado, então entendi bem e concordei", afirmou. "Creio que falta muito pouco. Na semana que passou evoluí muito, estou perdendo o medo, principalmente no bote, na velocidade, no giro", finalizou o palmeirense. Com Lancepress
esporte
Após 6 meses de tratamento, Gabriel vai usar carnaval para se exercitarA sexta-feira (5) foi marcante para Gabriel: a cirurgia no joelho esquerdo do volante do Palmeiras completou exatos seis meses, prazo mínimo estipulado por médicos e fisioterapeutas para que ele seja liberado para fazer qualquer atividade sem limitação. No entanto, mesmo com o aval dos médicos para curtir a folga do carnaval, o jogador afirmou que não terá festas nesses dias de descanso. "Me deram folga nestes dois dias pelo fato de treinar todos os dias em dois períodos, mas eles falam que agora passarei na academia como escovo os dentes, sempre dando uma fortalecida na musculatura", disse. "Acredito que não virei ao CT (centro de treinamento), mas procurarei uma academia para dar uma movimentada. Será um período de descanso, mas não um relaxamento total", acrescentou. Sem fazer trabalhos com bola desde a lesão, Gabriel quase participou do jogo-treino da equipe na Academia de futebol, mas foi vetado pela comissão técnica. "Estava bem ansioso para participar desse jogo-treino, mas o Marcelo e os médicos conversaram comigo, acharam melhor segurar, porque estava pegado, com uns contatos até desleais. Preciso um pouco de cuidado, então entendi bem e concordei", afirmou. "Creio que falta muito pouco. Na semana que passou evoluí muito, estou perdendo o medo, principalmente no bote, na velocidade, no giro", finalizou o palmeirense. Com Lancepress
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'Haverá mobilizações', diz Stédile, do MST, sobre reforma da Previdência
Líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stédile disse nesta quinta-feira (7) que "haverá mobilização contra o governo" se a reforma da Previdência encampada pela gestão Dilma Rousseff retirar benefícios dos trabalhadores do campo. Segundo ele, "é possível que o sistema de Previdência Social precise de aperfeiçoamentos, desde que não se tire direitos dos trabalhadores". "Os movimentos sociais do campo não aceitam mudança na idade minima da aposentadoria do campo, por se tratar de uma previdência especial, que envolve a vida inteira de trabalho e as contribuições são feitas pela produção", disse Stédile. "Se o governo tentar mudar a idade mínima no campo, certamente haverá mobilizações em todo o país contra o governo." Ainda segundo o líder do MST, "todas as mudanças precisam ser amplamente debatidas com os trabalhadores e a sociedade". "O governo não é dono, nem responsável pela previdência dos trabalhadores." Mais cedo, outra liderança de movimento social, Guilherme Boulos —líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e colunista da Folha—, criticou uma eventual reforma da Previdência. Para ele, a medida "mostra que a presidente Dilma não aprendeu nada com a perda do apoio social que teve desde as eleições de 2014".
poder
'Haverá mobilizações', diz Stédile, do MST, sobre reforma da PrevidênciaLíder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stédile disse nesta quinta-feira (7) que "haverá mobilização contra o governo" se a reforma da Previdência encampada pela gestão Dilma Rousseff retirar benefícios dos trabalhadores do campo. Segundo ele, "é possível que o sistema de Previdência Social precise de aperfeiçoamentos, desde que não se tire direitos dos trabalhadores". "Os movimentos sociais do campo não aceitam mudança na idade minima da aposentadoria do campo, por se tratar de uma previdência especial, que envolve a vida inteira de trabalho e as contribuições são feitas pela produção", disse Stédile. "Se o governo tentar mudar a idade mínima no campo, certamente haverá mobilizações em todo o país contra o governo." Ainda segundo o líder do MST, "todas as mudanças precisam ser amplamente debatidas com os trabalhadores e a sociedade". "O governo não é dono, nem responsável pela previdência dos trabalhadores." Mais cedo, outra liderança de movimento social, Guilherme Boulos —líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e colunista da Folha—, criticou uma eventual reforma da Previdência. Para ele, a medida "mostra que a presidente Dilma não aprendeu nada com a perda do apoio social que teve desde as eleições de 2014".
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Ex-namorada de Evo Morales diz que apresentou filho dos dois à Justiça
Uma ex-namorada do presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que apresentou a um tribunal do país o filho que teve com o mandatário, seguindo um pedido do próprio presidente. O caso tem ganhado destaque desde o início do ano, quando se tornou tema de debate político e jurídico no país. Segundo informações publicadas pelo jornal boliviano "La Razón", Gabriela Zapata, apresentou a criança nascida em 2007, mas não forneceu detalhes sobre o caso por haver determinação de sigilo judicial. "Sim, Perante a autoridade competente, apresentei-o como pediu seu pai, e quero dirigir-me diretamente a ele, que, por favor, tome medidas sobre este assunto e o proteja", disse, ao sair de uma audiência judicial. Zapata está presa desde de fevereiro, acusada de tráfico de influência, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro. A oposição acusa Morales de ter beneficiado a ex-namorada. O presidente nega e, por sua vez, diz que o caso foi usado pela oposição para prejudicá-lo no referendo que, no mês passado, rejeitou a possibilidade de o presidente concorrer a um quarto mandato à Presidência do país. Documentos E Falsificações A informação de que o presidente, solteiro e sem filhos, teria um herdeiro surgiu em 3 de fevereiro. O jornalista Carlos Valverde mostrou como prova uma certidão de nascimento da criança. Dois dias depois, o presidente admitiu a relação e o nascimento da criança, que, segundo Morales, teria morrido ainda em 2007. No final de fevereiro, uma tia de Zapata disse que o menino estava vivo, mas a ex-namorada negou. Diante da versão de que a criança existia, ao contrário do que alegava, Morales apresentou um processo contra Gabriela para que ela apresentasse o menino e se ofereceu para ficar com ele. Em março, oMinistério Público da Bolívia chegou a informar que nunca existiu o filho de Morales e Zapata. Segundo os investigadores, ela havia falsificado documentos para atestar o nascimento da criança. Na ocasião, o procurador-geral do país, Ramiro Guerrero, afirmou que Zapata apresentou ao cartório uma declaração de maternidade do Hospital da Mulher de La Paz, correspondente a uma criança nascida em 2006. Na certidão, o menino aparece como se tivesse nascido em 30 de abril de 2007. Guerrero afirmou também que não existe documentação que confirme a internação de Zapata no hospital no período descrito na declaração.
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Ex-namorada de Evo Morales diz que apresentou filho dos dois à JustiçaUma ex-namorada do presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que apresentou a um tribunal do país o filho que teve com o mandatário, seguindo um pedido do próprio presidente. O caso tem ganhado destaque desde o início do ano, quando se tornou tema de debate político e jurídico no país. Segundo informações publicadas pelo jornal boliviano "La Razón", Gabriela Zapata, apresentou a criança nascida em 2007, mas não forneceu detalhes sobre o caso por haver determinação de sigilo judicial. "Sim, Perante a autoridade competente, apresentei-o como pediu seu pai, e quero dirigir-me diretamente a ele, que, por favor, tome medidas sobre este assunto e o proteja", disse, ao sair de uma audiência judicial. Zapata está presa desde de fevereiro, acusada de tráfico de influência, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro. A oposição acusa Morales de ter beneficiado a ex-namorada. O presidente nega e, por sua vez, diz que o caso foi usado pela oposição para prejudicá-lo no referendo que, no mês passado, rejeitou a possibilidade de o presidente concorrer a um quarto mandato à Presidência do país. Documentos E Falsificações A informação de que o presidente, solteiro e sem filhos, teria um herdeiro surgiu em 3 de fevereiro. O jornalista Carlos Valverde mostrou como prova uma certidão de nascimento da criança. Dois dias depois, o presidente admitiu a relação e o nascimento da criança, que, segundo Morales, teria morrido ainda em 2007. No final de fevereiro, uma tia de Zapata disse que o menino estava vivo, mas a ex-namorada negou. Diante da versão de que a criança existia, ao contrário do que alegava, Morales apresentou um processo contra Gabriela para que ela apresentasse o menino e se ofereceu para ficar com ele. Em março, oMinistério Público da Bolívia chegou a informar que nunca existiu o filho de Morales e Zapata. Segundo os investigadores, ela havia falsificado documentos para atestar o nascimento da criança. Na ocasião, o procurador-geral do país, Ramiro Guerrero, afirmou que Zapata apresentou ao cartório uma declaração de maternidade do Hospital da Mulher de La Paz, correspondente a uma criança nascida em 2006. Na certidão, o menino aparece como se tivesse nascido em 30 de abril de 2007. Guerrero afirmou também que não existe documentação que confirme a internação de Zapata no hospital no período descrito na declaração.
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Com anúncio, Levy encolhe no cargo
Se no mercado financeiro já havia sérias dúvidas sobre a capacidade de o ministro Joaquim Levy salvar a lavoura da economia com o ajuste que propôs até aqui, o anúncio deste começo de noite de quarta (22) parece enterrar de vez qualquer percepção neste sentido. Politicamente, Levy sai derrotado triplamente. Dourando ou não a pílula ao sacar o argumento da credibilidade de previsões, o fato é que ao baixar a meta da economia que o governo vai fazer ele basicamente admite que seu ajuste não está funcionando. Segundo, viu adicionada à receita uma espécie de gatilho de permissividade: se medidas que dependem de um Congresso conflagrado não forem aprovadas, a regra permite que um resultado ainda pior seja aceito. Soa mais como desculpa antecipada do que "construção de expectativas". Meta Fiscal Por fim, a tesourada no Orçamento, que mesmo o Planalto via como essencial há poucas semanas para dar a sinalização sobre a seriedade das intenções do governo, ficou abaixo da metade do que Levy gostaria. Ponto para Nelson Barbosa (Planejamento), eterno opositor do aperto no cinto. Com isso, Levy sai menor desta nova rodada de anúncios econômicos, ainda que venda a concordância com tudo o que foi anunciado. O PT vai comemorar a gradual debacle de seu antípoda "empoderado" a contragosto por Dilma Rousseff _já que ela nunca teve afinidade ideológica ou econômica com o ministro. Sobe assim a cotação de Barbosa no governo, algo bem distantes de agradar os agentes econômicos neste momento. Se o PT conseguir emplacar mudanças na coordenação política do governo, aí a "retomada" terá sido completa, com um previsível agravamento na agenda de crise. Além de criticar o ajuste proposto por Levy, setores do PT próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também gostariam de ver um nome como do petista Jaques Wagner (ora ministro da Defesa) na coordenação política do governo. Aa equação aqui é mais complexa pois melindraria ainda mais o PMDB. O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) foi colocado na função justamente para azeitar a relação com o partido, particularmente para facilitar a aprovação do ajuste no Congresso. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já rompeu publicamente com Dilma, e Renan Calheiros (PMDB-AL) presidiu o Senado no primeiro semestre como um adversário do Planalto a maior parte do tempo. Com Cunha enfraquecido após ser acusado no âmbito da Operação Lava Jato, foi significativo ontem ver Levy visitar Renan e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) antes da entrevista coletiva sobre o corte. E citar nominalmente a "presidência do Senado" como fator de apoio aos esforços do governo. Tais agrados fazem parte de uma tentativa do Senado em apaziguar a relação com Renan, mas tal movimento já ocorreu sem sucesso em outros momentos.
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Com anúncio, Levy encolhe no cargoSe no mercado financeiro já havia sérias dúvidas sobre a capacidade de o ministro Joaquim Levy salvar a lavoura da economia com o ajuste que propôs até aqui, o anúncio deste começo de noite de quarta (22) parece enterrar de vez qualquer percepção neste sentido. Politicamente, Levy sai derrotado triplamente. Dourando ou não a pílula ao sacar o argumento da credibilidade de previsões, o fato é que ao baixar a meta da economia que o governo vai fazer ele basicamente admite que seu ajuste não está funcionando. Segundo, viu adicionada à receita uma espécie de gatilho de permissividade: se medidas que dependem de um Congresso conflagrado não forem aprovadas, a regra permite que um resultado ainda pior seja aceito. Soa mais como desculpa antecipada do que "construção de expectativas". Meta Fiscal Por fim, a tesourada no Orçamento, que mesmo o Planalto via como essencial há poucas semanas para dar a sinalização sobre a seriedade das intenções do governo, ficou abaixo da metade do que Levy gostaria. Ponto para Nelson Barbosa (Planejamento), eterno opositor do aperto no cinto. Com isso, Levy sai menor desta nova rodada de anúncios econômicos, ainda que venda a concordância com tudo o que foi anunciado. O PT vai comemorar a gradual debacle de seu antípoda "empoderado" a contragosto por Dilma Rousseff _já que ela nunca teve afinidade ideológica ou econômica com o ministro. Sobe assim a cotação de Barbosa no governo, algo bem distantes de agradar os agentes econômicos neste momento. Se o PT conseguir emplacar mudanças na coordenação política do governo, aí a "retomada" terá sido completa, com um previsível agravamento na agenda de crise. Além de criticar o ajuste proposto por Levy, setores do PT próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também gostariam de ver um nome como do petista Jaques Wagner (ora ministro da Defesa) na coordenação política do governo. Aa equação aqui é mais complexa pois melindraria ainda mais o PMDB. O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) foi colocado na função justamente para azeitar a relação com o partido, particularmente para facilitar a aprovação do ajuste no Congresso. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já rompeu publicamente com Dilma, e Renan Calheiros (PMDB-AL) presidiu o Senado no primeiro semestre como um adversário do Planalto a maior parte do tempo. Com Cunha enfraquecido após ser acusado no âmbito da Operação Lava Jato, foi significativo ontem ver Levy visitar Renan e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) antes da entrevista coletiva sobre o corte. E citar nominalmente a "presidência do Senado" como fator de apoio aos esforços do governo. Tais agrados fazem parte de uma tentativa do Senado em apaziguar a relação com Renan, mas tal movimento já ocorreu sem sucesso em outros momentos.
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Delcídio poderá falar de negociações com Aécio durante a CPI do mensalão
O senador Delcídio do Amaral já revelou a interlocutores que pode dar detalhes à Justiça sobre negociações feitas entre ele e o tucano Aécio Neves na CPI dos Correios, em 2006, que investigou o mensalão. Na ocasião, o PSDB de Minas Gerais entrou no foco porque tinha adotado esquema semelhante para financiar campanhas eleitorais. OUTRO LUGAR "Aécio Neves nunca tratou de assuntos relacionados à CPI dos Correios com o senador Delcídio do Amaral e nem sequer estava no Congresso Nacional na época", afirma a assessoria do senador, que era governador de Minas Gerais no período. ASSIM NÃO Ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, o advogado José Carlos Dias engrossa o coro dos que criticam a decisão do juiz Sergio Moro de conduzir Lula coercitivamente para prestar depoimento. "Houve um abuso", afirma. "Lula não foi intimado. Portanto, não poderia ter sido levado coercitivamente." José Gregori, que também foi titular da Justiça de FHC, já tinha criticado a decisão. ASSIM NÃO 2 Dias critica, no entanto, advogados que fazem paralelo entre o momento atual e a ditadura. "Naquela época as pessoas eram torturadas e desapareciam. Hoje é totalmente diferente. Temos que criticar os excessos, mas essa comparação é absurda", afirma o ex-ministro. SINAL SONORO A proibição de levar garrafas de água e alimentos para o Lollapalooza está sendo criticada por pessoas que se preparam para ir ao festival, neste fim de semana. Em um grupo na internet, há casos de quem diz precisar de água por motivo de saúde e de quem tem restrições alimentares. Elas se queixam que os produtos à venda no evento são caros (uma água custaria R$ 7) ou não atendem quem sofre de alergias. SONORO 2 A T4F diz que toma as medidas por razões de segurança e não permitirá "a entrada de água em copos descartáveis abertos para evitar-se o ingresso de produtos tóxicos". SOBE O SOM A atriz e cantora Laila Garin apresentou o show "Rabisco" na terça (8), no Teatro Porto Seguro. A mãe de Laila, Nadja Miranda, acompanhou a filha no evento. Os atores Daniel Dantas, Maria Bia, Regina Braga, Melissa Vettore e Juan Manuel Tellategui estiveram na plateia. O diretor do Sesc, Danilo Santos de Miranda, e o médico e colunista da Folha Drauzio Varella também passaram por lá. NA PRESSÃO Gilberto Gil deixou ontem o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, depois de 12 dias internado. E "foi direto para o Tomio Kikuchi", especialista em macrobiótica, segundo Flora Gil, mulher do cantor. Ele vai retomar a dieta. Gil estava com a pressão e a creatinina altas. OUTRA CANTADA Supla, que está procurando uma cantora para dividir os vocais na música nova dele, diz querer "dar oportunidade para novos nomes". O músico vai escolher a vencedora num concurso feito com a rádio 89 FM. "É como um reality show. Mas agora é pra cantar, não é pra arrumar namorada!", diz ele, que participou de um programa assim na MTV, o "Papito in Love". PEDRAS VÃO ROLAR O musical "We Will Rock You", que estreia em 24 de março no novo Teatro Santander, teve 2.300 ingressos comprados em quatro dias. Foi durante a pré-venda para clientes do banco que dá nome ao espaço, localizado no JK Iguatemi. O resultado surpreendeu a equipe. ANDAR COM FÉ Lu Alckmin vai fazer a pé um trajeto de cerca de 190 km entre as cidades de Mogi das Cruzes e Aparecida no mês que vem. A primeira-dama do Estado, que é católica, está se preparando com uma assistente sua que é triatleta para enfrentar a caminhada até o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Ela deve percorrer 20 km por dia e parar à noite para descansar. - 'ENTREVISTA É UM OFÍCIO QUE NUNCA SE APRENDE A FAZER' Paulo Markun, 63, estreia na TV Brasil na próxima quarta (16), às 22h, o programa "Palavras Cruzadas". Na atração semanal, o ex-apresentador do "Roda Viva", da TV Cultura, vai mediar entrevistas com personalidades. Markun falou à coluna. Folha - Como é o programa? Paulo Markun - Terá sempre um entrevistado, quatro entrevistadores e eu na mediação. Vamos receber personalidades que têm algo a dizer na política, economia, cultura, ciência, comportamento. Uma pauta variada, de atualidade. Na estreia será a ministra Cármen Lúcia, futura presidente do Supremo Tribunal Federal. É uma ótima convidada para a estreia, por ser representante de um poder que está na crista da onda e ao mesmo tempo não dar muitas entrevistas. Como vê as comparações com o "Roda Viva"? Diria que ambos têm o mesmo DNA, mas isso não quer dizer que sejam irmãos gêmeos. Existem poucos espaços de discussão aprofundada na TV aberta. Comparar o "Palavras Cruzadas" com um programa de quase 30 anos de estrada é um pouco de pretensão. Ambos são programas de entrevistas em TV aberta e pública. Como será a sua participação? Tenho 45 anos de carreira e acho que a entrevista é uma ferramenta essencial do jornalismo. É um ofício que nunca se aprende a fazer. Espero poder aplicar o que aprendi nesses 40 e tantos anos como entrevistador. A mediação é que nem um jogo de tênis. O mediador só deve entrar no momento indispensável, porque tem mais quatro pessoas participando da entrevista. - MUSICAL ANIMAL O musical "Meu Amigo Charlie Brown", com Tiago Abravanel e Leandro Luna, teve estreia para convidados na segunda (7), no teatro do shopping Frei Caneca. Cíntia Abravanel, mãe de Tiago, foi ao evento com o neto Miguel. A apresentadora Silvia Abravanel, tia do ator, foi com o marido, o cantor Edu Pedroso. CURTO-CIRCUITO Fabio Rabin estreia nesta quinta (10) nova temporada do espetáculo "Queimando o Filme!", às 21h, no Teatro das Artes. O bar Rey Castro faz festa latina nesta quinta (10) para comemorar seus 12 anos. A partir das 20h, na Vila Olímpia. A Feipesca, uma das maiores feiras de pesca esportiva da América Latina, começa nesta quinta (10) no Expo Center Norte. O advogado Rogerio Taffarello é um dos palestrantes de encontro sobre acordos de leniência, nesta quinta (10), às 8h30, no escritório Mattos Filho. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Delcídio poderá falar de negociações com Aécio durante a CPI do mensalãoO senador Delcídio do Amaral já revelou a interlocutores que pode dar detalhes à Justiça sobre negociações feitas entre ele e o tucano Aécio Neves na CPI dos Correios, em 2006, que investigou o mensalão. Na ocasião, o PSDB de Minas Gerais entrou no foco porque tinha adotado esquema semelhante para financiar campanhas eleitorais. OUTRO LUGAR "Aécio Neves nunca tratou de assuntos relacionados à CPI dos Correios com o senador Delcídio do Amaral e nem sequer estava no Congresso Nacional na época", afirma a assessoria do senador, que era governador de Minas Gerais no período. ASSIM NÃO Ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, o advogado José Carlos Dias engrossa o coro dos que criticam a decisão do juiz Sergio Moro de conduzir Lula coercitivamente para prestar depoimento. "Houve um abuso", afirma. "Lula não foi intimado. Portanto, não poderia ter sido levado coercitivamente." José Gregori, que também foi titular da Justiça de FHC, já tinha criticado a decisão. ASSIM NÃO 2 Dias critica, no entanto, advogados que fazem paralelo entre o momento atual e a ditadura. "Naquela época as pessoas eram torturadas e desapareciam. Hoje é totalmente diferente. Temos que criticar os excessos, mas essa comparação é absurda", afirma o ex-ministro. SINAL SONORO A proibição de levar garrafas de água e alimentos para o Lollapalooza está sendo criticada por pessoas que se preparam para ir ao festival, neste fim de semana. Em um grupo na internet, há casos de quem diz precisar de água por motivo de saúde e de quem tem restrições alimentares. Elas se queixam que os produtos à venda no evento são caros (uma água custaria R$ 7) ou não atendem quem sofre de alergias. SONORO 2 A T4F diz que toma as medidas por razões de segurança e não permitirá "a entrada de água em copos descartáveis abertos para evitar-se o ingresso de produtos tóxicos". SOBE O SOM A atriz e cantora Laila Garin apresentou o show "Rabisco" na terça (8), no Teatro Porto Seguro. A mãe de Laila, Nadja Miranda, acompanhou a filha no evento. Os atores Daniel Dantas, Maria Bia, Regina Braga, Melissa Vettore e Juan Manuel Tellategui estiveram na plateia. O diretor do Sesc, Danilo Santos de Miranda, e o médico e colunista da Folha Drauzio Varella também passaram por lá. NA PRESSÃO Gilberto Gil deixou ontem o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, depois de 12 dias internado. E "foi direto para o Tomio Kikuchi", especialista em macrobiótica, segundo Flora Gil, mulher do cantor. Ele vai retomar a dieta. Gil estava com a pressão e a creatinina altas. OUTRA CANTADA Supla, que está procurando uma cantora para dividir os vocais na música nova dele, diz querer "dar oportunidade para novos nomes". O músico vai escolher a vencedora num concurso feito com a rádio 89 FM. "É como um reality show. Mas agora é pra cantar, não é pra arrumar namorada!", diz ele, que participou de um programa assim na MTV, o "Papito in Love". PEDRAS VÃO ROLAR O musical "We Will Rock You", que estreia em 24 de março no novo Teatro Santander, teve 2.300 ingressos comprados em quatro dias. Foi durante a pré-venda para clientes do banco que dá nome ao espaço, localizado no JK Iguatemi. O resultado surpreendeu a equipe. ANDAR COM FÉ Lu Alckmin vai fazer a pé um trajeto de cerca de 190 km entre as cidades de Mogi das Cruzes e Aparecida no mês que vem. A primeira-dama do Estado, que é católica, está se preparando com uma assistente sua que é triatleta para enfrentar a caminhada até o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Ela deve percorrer 20 km por dia e parar à noite para descansar. - 'ENTREVISTA É UM OFÍCIO QUE NUNCA SE APRENDE A FAZER' Paulo Markun, 63, estreia na TV Brasil na próxima quarta (16), às 22h, o programa "Palavras Cruzadas". Na atração semanal, o ex-apresentador do "Roda Viva", da TV Cultura, vai mediar entrevistas com personalidades. Markun falou à coluna. Folha - Como é o programa? Paulo Markun - Terá sempre um entrevistado, quatro entrevistadores e eu na mediação. Vamos receber personalidades que têm algo a dizer na política, economia, cultura, ciência, comportamento. Uma pauta variada, de atualidade. Na estreia será a ministra Cármen Lúcia, futura presidente do Supremo Tribunal Federal. É uma ótima convidada para a estreia, por ser representante de um poder que está na crista da onda e ao mesmo tempo não dar muitas entrevistas. Como vê as comparações com o "Roda Viva"? Diria que ambos têm o mesmo DNA, mas isso não quer dizer que sejam irmãos gêmeos. Existem poucos espaços de discussão aprofundada na TV aberta. Comparar o "Palavras Cruzadas" com um programa de quase 30 anos de estrada é um pouco de pretensão. Ambos são programas de entrevistas em TV aberta e pública. Como será a sua participação? Tenho 45 anos de carreira e acho que a entrevista é uma ferramenta essencial do jornalismo. É um ofício que nunca se aprende a fazer. Espero poder aplicar o que aprendi nesses 40 e tantos anos como entrevistador. A mediação é que nem um jogo de tênis. O mediador só deve entrar no momento indispensável, porque tem mais quatro pessoas participando da entrevista. - MUSICAL ANIMAL O musical "Meu Amigo Charlie Brown", com Tiago Abravanel e Leandro Luna, teve estreia para convidados na segunda (7), no teatro do shopping Frei Caneca. Cíntia Abravanel, mãe de Tiago, foi ao evento com o neto Miguel. A apresentadora Silvia Abravanel, tia do ator, foi com o marido, o cantor Edu Pedroso. CURTO-CIRCUITO Fabio Rabin estreia nesta quinta (10) nova temporada do espetáculo "Queimando o Filme!", às 21h, no Teatro das Artes. O bar Rey Castro faz festa latina nesta quinta (10) para comemorar seus 12 anos. A partir das 20h, na Vila Olímpia. A Feipesca, uma das maiores feiras de pesca esportiva da América Latina, começa nesta quinta (10) no Expo Center Norte. O advogado Rogerio Taffarello é um dos palestrantes de encontro sobre acordos de leniência, nesta quinta (10), às 8h30, no escritório Mattos Filho. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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May se reúne com líder de sigla norte-irlandesa para tentar formar governo
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, recebeu nesta terça-feira (13) a líder da legenda norte-irlandesa DUP (Partido Unionista Democrático), Arlene Foster, para negociar os termos da participação da sigla na coalizão governista. O conteúdo da conversa não foi revelado, mas a emissora BBC apurou que não há questões pendentes, de modo que a aliança pode ser formalizada nesta quarta (14). "As discussões com o governo estão indo bem e esperamos que possamos concluir com sucesso este trabalho", disse Foster após o encontro. May considerou as negociações "produtivas". "Acredito que é importante haver estabilidade. Já trabalhamos com o DUP antes." A primeira-ministra dependerá da aliança com o DUP para se manter no poder após o revés eleitoral do Partido Conservador na eleição de quinta-feira (8). A líder britânica, que havia pedido a antecipação das eleições para tentar fortalecer sua base no Parlamento, acabou perdendo a maioria legislativa que tinha. Pelo calendário original, a eleição deveria acontecer só em 2020. Os conservadores perderam 13 cadeiras, ficando com 318 de um total de 650, e precisarão dos votos dos 10 parlamentares do DUP para aprovar legislações. A escolha de May pela coalizão com o DUP atraiu críticas em seu próprio partido. John Major, premiê conservador de 1990 a 1997, disse nesta terça-feira que a aliança ameaça a "paz frágil" na Irlanda do Norte. Para Major, o acordo pode provocar discórdia entre os unionistas do DUP e os separatistas do Sinn Féin, que encerraram décadas de violência armada no país após um acordo de paz nos anos 1990. "As pessoas não deveriam tomar a paz como algo dado", disse Major. "Uma parte fundamental desse processo de paz é que o governo do Reino Unido precisa se manter imparcial entre os interesses em disputa na Irlanda do Norte." May se defendeu das críticas de seu correligionário, dizendo que o governo segue tendo compromisso "absoluto" com a estabilidade na Irlanda do Norte. MACRON Também nesta terça-feira, May viajou a Paris, onde se reuniu com o presidente Emmanuel Macron. O líder francês afirmou que as portas da União Europeia seguem abertas para o Reino Unido "até o fim das negociações" do "brexit", que devem começar na semana que vem. "Com o desenrolar das negociações, ficará mais e mais difícil voltar", alertou Macron. O processo de saída do bloco regional, aprovado pelos britânicos em plebiscito no ano passado, deve ser concluído em meados de 2019. Os mandatários também disseram que irão unir esforços para combater o terrorismo –seus países foram alvos de atentados recentemente. May prometeu "erradicar esse mal", pressionando empresas de tecnologia a remover conteúdos extremistas da internet. Juntos, May e Macron assistiram ao amistoso entre as seleções de futebol de França (3 x 2) e Inglaterra.
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May se reúne com líder de sigla norte-irlandesa para tentar formar governoA primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, recebeu nesta terça-feira (13) a líder da legenda norte-irlandesa DUP (Partido Unionista Democrático), Arlene Foster, para negociar os termos da participação da sigla na coalizão governista. O conteúdo da conversa não foi revelado, mas a emissora BBC apurou que não há questões pendentes, de modo que a aliança pode ser formalizada nesta quarta (14). "As discussões com o governo estão indo bem e esperamos que possamos concluir com sucesso este trabalho", disse Foster após o encontro. May considerou as negociações "produtivas". "Acredito que é importante haver estabilidade. Já trabalhamos com o DUP antes." A primeira-ministra dependerá da aliança com o DUP para se manter no poder após o revés eleitoral do Partido Conservador na eleição de quinta-feira (8). A líder britânica, que havia pedido a antecipação das eleições para tentar fortalecer sua base no Parlamento, acabou perdendo a maioria legislativa que tinha. Pelo calendário original, a eleição deveria acontecer só em 2020. Os conservadores perderam 13 cadeiras, ficando com 318 de um total de 650, e precisarão dos votos dos 10 parlamentares do DUP para aprovar legislações. A escolha de May pela coalizão com o DUP atraiu críticas em seu próprio partido. John Major, premiê conservador de 1990 a 1997, disse nesta terça-feira que a aliança ameaça a "paz frágil" na Irlanda do Norte. Para Major, o acordo pode provocar discórdia entre os unionistas do DUP e os separatistas do Sinn Féin, que encerraram décadas de violência armada no país após um acordo de paz nos anos 1990. "As pessoas não deveriam tomar a paz como algo dado", disse Major. "Uma parte fundamental desse processo de paz é que o governo do Reino Unido precisa se manter imparcial entre os interesses em disputa na Irlanda do Norte." May se defendeu das críticas de seu correligionário, dizendo que o governo segue tendo compromisso "absoluto" com a estabilidade na Irlanda do Norte. MACRON Também nesta terça-feira, May viajou a Paris, onde se reuniu com o presidente Emmanuel Macron. O líder francês afirmou que as portas da União Europeia seguem abertas para o Reino Unido "até o fim das negociações" do "brexit", que devem começar na semana que vem. "Com o desenrolar das negociações, ficará mais e mais difícil voltar", alertou Macron. O processo de saída do bloco regional, aprovado pelos britânicos em plebiscito no ano passado, deve ser concluído em meados de 2019. Os mandatários também disseram que irão unir esforços para combater o terrorismo –seus países foram alvos de atentados recentemente. May prometeu "erradicar esse mal", pressionando empresas de tecnologia a remover conteúdos extremistas da internet. Juntos, May e Macron assistiram ao amistoso entre as seleções de futebol de França (3 x 2) e Inglaterra.
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Erramos: Cientistas buscam algoritmo para indicar risco de doença
Os especialistas contratados pela SulAmérica ficam baseados na cidade de Nashville, no Tennessee, não em Asheville, na Carolina do Norte, como informado no texto "Cientistas buscam algoritmo para indicar risco de doença", publicado na versão impressa e no site da Folha (Mercado - 18/06/2015 02h00). O texto foi corrigido.
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Erramos: Cientistas buscam algoritmo para indicar risco de doençaOs especialistas contratados pela SulAmérica ficam baseados na cidade de Nashville, no Tennessee, não em Asheville, na Carolina do Norte, como informado no texto "Cientistas buscam algoritmo para indicar risco de doença", publicado na versão impressa e no site da Folha (Mercado - 18/06/2015 02h00). O texto foi corrigido.
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Dilma convoca ministros do PT e pede saída para a crise
Após receber o vice-presidente Michel Temer nesta quinta-feira (6), a presidente Dilma Rousseff convocou todos os ministros filiados ao seu partido, o PT, para discutir o agravamento da crise que acomete o país. As duas reuniões são parte de uma operação do governo um dia após Temer admitir publicamente que a crise pode piorar e pedir ajuda aos partidos políticos para "resolver os problemas" do Brasil. A declaração surpreendeu ministros de Dilma, que viram uma iniciativa do vice se "credenciar" como substituto da presidente. Temer, porém, garantiu a Dilma que esse não era o seu objetivo, mas sim transferir a responsabilidade da crise para o Congresso, ou ao menos dividi-la com parlamentares da base, que têm ajudado a oposição a derrotar o governo em diversas votações importantes. Dilma pedirá um plano de curto prazo para tentar tirar o governo da crise aguda. Ministros admitem que "pouquíssimos movimentos" são capazes disso, um deles seria uma declaração pública da presidente, que poderia pedir "desculpas pelos erros cometidos" durante sua gestão e "um voto de confiança" para colocar o país no eixo. Além disso, a pedido do ex-presidente Lula, Dilma vai viajar para as regiões onde o PT ainda tem alguma ressonância, como o Nordeste. Pesquisa Datafolha desta quinta, porém, apontou queda da popularidade da presidente inclusive nos estados nordestinos. O Planalto admite que "não dá mais" para relevar a crise e que é preciso "mudar tudo muito rápido". O plano, porém, ainda não está muito claro para os integrantes do governo. PROGRAMA No programa partidário que vai ao ar em rede aberta na televisão na noite desta quinta, o PT admite que o país vive uma crise econômica, afirma que o governo está trabalhando para contornar o problema e conclama os brasileiros a não deixar que ela se transforme em uma crise política, que "demora muito, e o sofrimento é imenso". O PT defende que, no governo, evitou por seis anos que a crise internacional chegasse ao Brasil, que hoje o país vive "problemas passageiros na economia" e que há pessoas tentando se aproveitar disso para "criar uma crise política que poderia trazer efeitos bem piores do que uma crise econômica". E conclama o cidadão para evitar que isso ocorra: "Hoje, há uma pessoa capaz de evitar uma grave crise política no país: você". Em sua fala, Dilma afirma que o país está em um ano de travessia que vai levá-lo a um lugar melhor e que o governo está atualizando as bases da economia. "Vamos voltar a crescer com todo o nosso potencial, com preços em baixa e emprego em alta, saúde e educação de mais qualidade." Repetindo o que disse em reunião com governadores, afirma que sabe sabe suportar "pressões e até injustiças" e que tem "ouvido e coração neste novo Brasil que não se acomoda". Neste novo Brasil, nenhum governo, nenhum governante, pode se acomodar, muito menos uma pessoa como eu. Sei que muita coisa precisa melhorar. Tem muito brasileiro sofrendo, mas juntos vamos sair desta", defende.
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Dilma convoca ministros do PT e pede saída para a criseApós receber o vice-presidente Michel Temer nesta quinta-feira (6), a presidente Dilma Rousseff convocou todos os ministros filiados ao seu partido, o PT, para discutir o agravamento da crise que acomete o país. As duas reuniões são parte de uma operação do governo um dia após Temer admitir publicamente que a crise pode piorar e pedir ajuda aos partidos políticos para "resolver os problemas" do Brasil. A declaração surpreendeu ministros de Dilma, que viram uma iniciativa do vice se "credenciar" como substituto da presidente. Temer, porém, garantiu a Dilma que esse não era o seu objetivo, mas sim transferir a responsabilidade da crise para o Congresso, ou ao menos dividi-la com parlamentares da base, que têm ajudado a oposição a derrotar o governo em diversas votações importantes. Dilma pedirá um plano de curto prazo para tentar tirar o governo da crise aguda. Ministros admitem que "pouquíssimos movimentos" são capazes disso, um deles seria uma declaração pública da presidente, que poderia pedir "desculpas pelos erros cometidos" durante sua gestão e "um voto de confiança" para colocar o país no eixo. Além disso, a pedido do ex-presidente Lula, Dilma vai viajar para as regiões onde o PT ainda tem alguma ressonância, como o Nordeste. Pesquisa Datafolha desta quinta, porém, apontou queda da popularidade da presidente inclusive nos estados nordestinos. O Planalto admite que "não dá mais" para relevar a crise e que é preciso "mudar tudo muito rápido". O plano, porém, ainda não está muito claro para os integrantes do governo. PROGRAMA No programa partidário que vai ao ar em rede aberta na televisão na noite desta quinta, o PT admite que o país vive uma crise econômica, afirma que o governo está trabalhando para contornar o problema e conclama os brasileiros a não deixar que ela se transforme em uma crise política, que "demora muito, e o sofrimento é imenso". O PT defende que, no governo, evitou por seis anos que a crise internacional chegasse ao Brasil, que hoje o país vive "problemas passageiros na economia" e que há pessoas tentando se aproveitar disso para "criar uma crise política que poderia trazer efeitos bem piores do que uma crise econômica". E conclama o cidadão para evitar que isso ocorra: "Hoje, há uma pessoa capaz de evitar uma grave crise política no país: você". Em sua fala, Dilma afirma que o país está em um ano de travessia que vai levá-lo a um lugar melhor e que o governo está atualizando as bases da economia. "Vamos voltar a crescer com todo o nosso potencial, com preços em baixa e emprego em alta, saúde e educação de mais qualidade." Repetindo o que disse em reunião com governadores, afirma que sabe sabe suportar "pressões e até injustiças" e que tem "ouvido e coração neste novo Brasil que não se acomoda". Neste novo Brasil, nenhum governo, nenhum governante, pode se acomodar, muito menos uma pessoa como eu. Sei que muita coisa precisa melhorar. Tem muito brasileiro sofrendo, mas juntos vamos sair desta", defende.
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Procuradoria diz que proposta de Escola Sem Partido é inconstitucional
Em manifestação enviada nesta sexta-feira (22) ao Congresso, a Procuradoria-Geral da República classificou de "inconstitucional" a proposta de incluir o Programa Escola Sem Partido entre as diretrizes e bases da educação nacional. A proposta é polêmica e prevê, por exemplo, a "neutralidade" dos docentes diante de questões políticas, ideológicas e religiosas em sala de aula. A ideia do movimento é legislar sobre o que é ou não permitido ao professor debater dentro de sala de aula. Segundo nota técnica da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, a medida fere a Constituição, que traz como objetivo primeiro da educação o pleno desenvolvimento das pessoas e a sua capacitação para o exercício da cidadania, também com o propósito de qualificá-las para o trabalho. "Essa ordem de ideias não é fortuita. Ela se insere na virada paradigmática produzida pela Constituição de 1988, de que a atuação do Estado pauta-se por uma concepção plural da sociedade nacional", escreveu a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat. Para a Procuradoria, sob o pretexto de defender princípios como a "neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado", assim como o "pluralismo de ideias no ambiente acadêmico", o Programa Escola sem Partido coloca o professor sob constante vigilância, principalmente para evitar que afronte as convicções morais dos pais. "O PL subverte a atual ordem constitucional, por inúmeras razões: confunde a educação escolar com aquela que é fornecida pelos pais, e, com isso, os espaços público e privado. Impede o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, nega a liberdade de cátedra e a possibilidade ampla de aprendizagem e contraria o princípio da laicidade do Estado –todos esses direitos previstos na Constituição de 88",disse. A procuradora federal dos Direitos do Cidadão reforça a importância de desmascarar o compromisso aparente que tanto o PL como o Programa Escola sem Partido têm com as garantias constitucionais, "a começar pelo uso equivocado de uma expressão que, em si, é absurda: "neutralidade ideológica". "O que se revela, portanto, no PL e no seu documento inspirador é o inconformismo com a vitória das diversas lutas emancipatórias no processo constituinte; com a formatação de uma sociedade que tem que estar aberta a múltiplas e diferentes visões de mundo; com o fato de a escola ser um lugar estratégico para a emancipação política e para o fim das ideologias sexistas –que condenam a mulher a uma posição naturalmente inferior, racistas– que representam os não-brancos como os selvagens perpétuos, religiosas –que apresentam o mundo como a criação dos deuses, e de tantas outras que pretendem fulminar as versões contrastantes das verdades que pregam", completou.
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Procuradoria diz que proposta de Escola Sem Partido é inconstitucionalEm manifestação enviada nesta sexta-feira (22) ao Congresso, a Procuradoria-Geral da República classificou de "inconstitucional" a proposta de incluir o Programa Escola Sem Partido entre as diretrizes e bases da educação nacional. A proposta é polêmica e prevê, por exemplo, a "neutralidade" dos docentes diante de questões políticas, ideológicas e religiosas em sala de aula. A ideia do movimento é legislar sobre o que é ou não permitido ao professor debater dentro de sala de aula. Segundo nota técnica da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, a medida fere a Constituição, que traz como objetivo primeiro da educação o pleno desenvolvimento das pessoas e a sua capacitação para o exercício da cidadania, também com o propósito de qualificá-las para o trabalho. "Essa ordem de ideias não é fortuita. Ela se insere na virada paradigmática produzida pela Constituição de 1988, de que a atuação do Estado pauta-se por uma concepção plural da sociedade nacional", escreveu a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat. Para a Procuradoria, sob o pretexto de defender princípios como a "neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado", assim como o "pluralismo de ideias no ambiente acadêmico", o Programa Escola sem Partido coloca o professor sob constante vigilância, principalmente para evitar que afronte as convicções morais dos pais. "O PL subverte a atual ordem constitucional, por inúmeras razões: confunde a educação escolar com aquela que é fornecida pelos pais, e, com isso, os espaços público e privado. Impede o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, nega a liberdade de cátedra e a possibilidade ampla de aprendizagem e contraria o princípio da laicidade do Estado –todos esses direitos previstos na Constituição de 88",disse. A procuradora federal dos Direitos do Cidadão reforça a importância de desmascarar o compromisso aparente que tanto o PL como o Programa Escola sem Partido têm com as garantias constitucionais, "a começar pelo uso equivocado de uma expressão que, em si, é absurda: "neutralidade ideológica". "O que se revela, portanto, no PL e no seu documento inspirador é o inconformismo com a vitória das diversas lutas emancipatórias no processo constituinte; com a formatação de uma sociedade que tem que estar aberta a múltiplas e diferentes visões de mundo; com o fato de a escola ser um lugar estratégico para a emancipação política e para o fim das ideologias sexistas –que condenam a mulher a uma posição naturalmente inferior, racistas– que representam os não-brancos como os selvagens perpétuos, religiosas –que apresentam o mundo como a criação dos deuses, e de tantas outras que pretendem fulminar as versões contrastantes das verdades que pregam", completou.
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Oficina gratuita convida crianças a fazer música com O Pequeno Cidadão
GABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO Que tal participar de um karaokê comandado por Taciana Barros e Edgard Scandurra, da banda Pequeno Cidadão? A atração é um dos destaques do Kids Festival, que ocorre no próximo fim de semana, sábado (4) e domingo (5). Além desta, outras atividades neste mês permitem que os pequenos ouçam e façam música. É o caso da montagem "Barbatuquices", que estreia no próximo sábado (4). Na "aula-espetáculo" do grupo Barbatuques, os espectadores também brincam com os sons produzidos pelo próprio corpo —marca do grupo. * OFICINA KARAOKÊ ROCK'N'ROLL DO PEQUENO CIDADÃO As crianças terão um final de semana dedicado a elas durante a programação da 20ª edição do Cultura Inglesa Festival, que reúne espetáculos, exposições e shows até 12/6. Um dos destaques é o karaokê capitaneado por Taciana Barros e Edgard Scandurra, do grupo Pequeno Cidadão. Depois de exercitarem ritmo e afinação, todos cantam juntos num show. Teatro Cultura Inglesa - Pinheiros. R. Dep. Lacerda Franco, 333, Pinheiros, região oeste, tel. 3814-0100. 50 crianças. Dom. (5/6): 14h e 16h30. 90 min. 4 a 14 anos. Retirar ingr. uma hora antes. Valet (R$ 20). GRÁTIS - BARBATUQUICES Com 18 anos de trajetória, o Barbatuques apresenta sua "aula-espetáculo" a partir do próximo sábado (4). O repertório convida o público a brincar com os sons produzidos pelo próprio corpo -marca do grupo- e é formado por reinterpretações de canções de domínio público, caso de "Marinheiro Só", e outras já consagradas, como "Hit Percussivo" e "Quem Som?". Teatro Morumbi Shopping. Av. Roque Petroni Júnior, 1.089, Jardim das Acácias, região sul, tel. 5183-2800. 250 lugares. Sáb. (4/6): 15h. Até 3/7. 45 min. Livre. Ingr.: R$ 50. Estac. (R$ 13 p/ 2 h). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. - SLOWKIDS O objetivo do evento é proporcionar um dia longe de tecnologias e em contato com a natureza. O parque Villa-Lobos irá sediar atrações como a apresentação da Pequena Orquestra Interativa, projeto da Cia. Cabelo de Maria. No show, o grupo entoa canções instrumentais autorais com referências da música cigana -sempre com interação do público. Pq. Villa-Lobos. Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 2.001, Alto de Pinheiros, região oeste, tel. 2683-6302. Dom. (29): 9h às 16h. Livre. Estac. grátis. GRÁTIS - MÚSICA-EXPERIÊNCIA: PLÁSTICAS SONORAS Com materiais reciclados, crianças irão construir instrumentos sonoros para ter os primeiros contatos com a música. Elas também realizam experimentos de voz e de sons que resultam de interações com o próprio corpo. Quem conduz a atividade no Sesc Pinheiros é Deco Pereira. Sesc Pinheiros. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. 30 pessoas. Dom. (29): 13h. 90 min. Livre. Estac. (R$ 7,50 e R$ 10 p/ 3 h). GRÁTIS - O MENINO TERESA Texto e direção: Marcelo Romagnoli. Com: Claudia Missura e Tata Fernandes. 50 min. Livre. Com uma vela, um mapa e um bloquinho em mãos, a menina Teresa, curiosa por explorar o mundo masculino, organiza uma caça ao tesouro no quarto dos meninos. No musical da banda Mirim, Tata Fernandes toca guitarra e canta para ajudar a personagem a entender as descobertas. Sesc Belenzinho. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, região leste, tel. 2076-9700. 392 lugares. Dom. (29): 12h. 50 min. Livre. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 6 e R$ 11). * OS ELEITOS Mônica Rodrigues da Costa, editora da Publifolhinha, recomenda o "Espaço de Brincar" Bebês e crianças se divertem com seus pais em cenário que imita o ambiente campestre, com lago de mentira para brincar com folhas, bichos feitos de tecido e árvores que emitem cantos de pássaros, além de outras atrações. Entre os animais de estimação estão morcegos, carpas, tartarugas e sapos, além de 50 joaninhas. Sesc Interlagos. Av. Manuel Alves Soares, 1.100, região sul, tel. 5662-9500. Qua. a dom.: 9h às 16h30. Evento permanente. GRÁTIS - Fabiana Futema, do blog 'Maternar', sugere o espaço "Parque da Mônica" Maior parque coberto da América Latina, é um passeio divertido para as crianças, em especial em dias frios ou de chuva. Lá dentro, os maiores podem se divertir em brinquedos "com emoção", como a montanha-russa e o splash -lá batizado de Horacic Park. Já os menores gostam mesmo é do lançador de bolinhas e do parquinho. Shopping SP Market. Av. das Nações Unidas, 22.540, região sul, tel. 5993-2200. 3.000 pessoas. Seg. a sex.: 10h30 às 16h30. Sáb. e dom.: 11h às 19h. Livre. Ingr.: R$ 40 (gestantes e pessoas com deficiência), R$ 69,50 (2 a 12 anos e maiores de 60 anos) e R$ 139. Pacotes: R$ 182 (para dois) a R$ 440 (cinco). Checar horários no site. - Gabriela Romeu, jornalista especializada em infância, indica a peça "Por que Nem Todos os Dias São de Sol?" Com delicada poesia visual, o espetáculo traz quatro narrativas que tratam do crescimento, cada uma contada com técnica diferente, como máscaras e animação de objetos. Algumas têm diálogos intergeracionais, como o do menino que descobre o sentido da palavra lembrança durante um encontro com uma idosa. Sesc Pompeia - teatro. R. Clélia, 93, Água Branca, região oeste, tel. 3871-7700. 302 lugares. Sáb. e dom.: 12h. Até 12/6. Ingr.: R$ 5 a R$ 17 (grátis p/ menores de 12 anos).
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Oficina gratuita convida crianças a fazer música com O Pequeno CidadãoGABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO Que tal participar de um karaokê comandado por Taciana Barros e Edgard Scandurra, da banda Pequeno Cidadão? A atração é um dos destaques do Kids Festival, que ocorre no próximo fim de semana, sábado (4) e domingo (5). Além desta, outras atividades neste mês permitem que os pequenos ouçam e façam música. É o caso da montagem "Barbatuquices", que estreia no próximo sábado (4). Na "aula-espetáculo" do grupo Barbatuques, os espectadores também brincam com os sons produzidos pelo próprio corpo —marca do grupo. * OFICINA KARAOKÊ ROCK'N'ROLL DO PEQUENO CIDADÃO As crianças terão um final de semana dedicado a elas durante a programação da 20ª edição do Cultura Inglesa Festival, que reúne espetáculos, exposições e shows até 12/6. Um dos destaques é o karaokê capitaneado por Taciana Barros e Edgard Scandurra, do grupo Pequeno Cidadão. Depois de exercitarem ritmo e afinação, todos cantam juntos num show. Teatro Cultura Inglesa - Pinheiros. R. Dep. Lacerda Franco, 333, Pinheiros, região oeste, tel. 3814-0100. 50 crianças. Dom. (5/6): 14h e 16h30. 90 min. 4 a 14 anos. Retirar ingr. uma hora antes. Valet (R$ 20). GRÁTIS - BARBATUQUICES Com 18 anos de trajetória, o Barbatuques apresenta sua "aula-espetáculo" a partir do próximo sábado (4). O repertório convida o público a brincar com os sons produzidos pelo próprio corpo -marca do grupo- e é formado por reinterpretações de canções de domínio público, caso de "Marinheiro Só", e outras já consagradas, como "Hit Percussivo" e "Quem Som?". Teatro Morumbi Shopping. Av. Roque Petroni Júnior, 1.089, Jardim das Acácias, região sul, tel. 5183-2800. 250 lugares. Sáb. (4/6): 15h. Até 3/7. 45 min. Livre. Ingr.: R$ 50. Estac. (R$ 13 p/ 2 h). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. - SLOWKIDS O objetivo do evento é proporcionar um dia longe de tecnologias e em contato com a natureza. O parque Villa-Lobos irá sediar atrações como a apresentação da Pequena Orquestra Interativa, projeto da Cia. Cabelo de Maria. No show, o grupo entoa canções instrumentais autorais com referências da música cigana -sempre com interação do público. Pq. Villa-Lobos. Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 2.001, Alto de Pinheiros, região oeste, tel. 2683-6302. Dom. (29): 9h às 16h. Livre. Estac. grátis. GRÁTIS - MÚSICA-EXPERIÊNCIA: PLÁSTICAS SONORAS Com materiais reciclados, crianças irão construir instrumentos sonoros para ter os primeiros contatos com a música. Elas também realizam experimentos de voz e de sons que resultam de interações com o próprio corpo. Quem conduz a atividade no Sesc Pinheiros é Deco Pereira. Sesc Pinheiros. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. 30 pessoas. Dom. (29): 13h. 90 min. Livre. Estac. (R$ 7,50 e R$ 10 p/ 3 h). GRÁTIS - O MENINO TERESA Texto e direção: Marcelo Romagnoli. Com: Claudia Missura e Tata Fernandes. 50 min. Livre. Com uma vela, um mapa e um bloquinho em mãos, a menina Teresa, curiosa por explorar o mundo masculino, organiza uma caça ao tesouro no quarto dos meninos. No musical da banda Mirim, Tata Fernandes toca guitarra e canta para ajudar a personagem a entender as descobertas. Sesc Belenzinho. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, região leste, tel. 2076-9700. 392 lugares. Dom. (29): 12h. 50 min. Livre. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 6 e R$ 11). * OS ELEITOS Mônica Rodrigues da Costa, editora da Publifolhinha, recomenda o "Espaço de Brincar" Bebês e crianças se divertem com seus pais em cenário que imita o ambiente campestre, com lago de mentira para brincar com folhas, bichos feitos de tecido e árvores que emitem cantos de pássaros, além de outras atrações. Entre os animais de estimação estão morcegos, carpas, tartarugas e sapos, além de 50 joaninhas. Sesc Interlagos. Av. Manuel Alves Soares, 1.100, região sul, tel. 5662-9500. Qua. a dom.: 9h às 16h30. Evento permanente. GRÁTIS - Fabiana Futema, do blog 'Maternar', sugere o espaço "Parque da Mônica" Maior parque coberto da América Latina, é um passeio divertido para as crianças, em especial em dias frios ou de chuva. Lá dentro, os maiores podem se divertir em brinquedos "com emoção", como a montanha-russa e o splash -lá batizado de Horacic Park. Já os menores gostam mesmo é do lançador de bolinhas e do parquinho. Shopping SP Market. Av. das Nações Unidas, 22.540, região sul, tel. 5993-2200. 3.000 pessoas. Seg. a sex.: 10h30 às 16h30. Sáb. e dom.: 11h às 19h. Livre. Ingr.: R$ 40 (gestantes e pessoas com deficiência), R$ 69,50 (2 a 12 anos e maiores de 60 anos) e R$ 139. Pacotes: R$ 182 (para dois) a R$ 440 (cinco). Checar horários no site. - Gabriela Romeu, jornalista especializada em infância, indica a peça "Por que Nem Todos os Dias São de Sol?" Com delicada poesia visual, o espetáculo traz quatro narrativas que tratam do crescimento, cada uma contada com técnica diferente, como máscaras e animação de objetos. Algumas têm diálogos intergeracionais, como o do menino que descobre o sentido da palavra lembrança durante um encontro com uma idosa. Sesc Pompeia - teatro. R. Clélia, 93, Água Branca, região oeste, tel. 3871-7700. 302 lugares. Sáb. e dom.: 12h. Até 12/6. Ingr.: R$ 5 a R$ 17 (grátis p/ menores de 12 anos).
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O 'SUS turco' e o desafio da oposição ao presidente Erdogan
Estou na Turquia a convite do governo turco e tive um pequeno acidente na rua nesta quinta (17) –machuquei o pé. Como não parava de sangrar, perguntei a amigos turcos onde era a farmácia mais próxima. "É melhor irmos ao pronto socorro público", responderam-me os amigos com quem eu estava jantando. Eram juristas, jornalistas e cientistas políticos da oposição turca, muito críticos ao crescente autoritarismo do governo do presidente Recep Tayyip Erdogan e do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu. O partido de Erdogan, o AKP, perdeu a maioria no Parlamento em junho. O partido convocou novas eleições para novembro, na esperança de enfraquecer o HDP, partido de apoio aos curdos, e ganhar a maioria. A grande ambição de Erdogan é ter maioria para criar uma "super-Presidência", com mais poderes executivos. A Turquia enfrenta desemprego de 11%, e o crescimento desacelerou para cerca de 3%. O governo Erdogan é cada vez mais autoritário e islamista, em uma sociedade com forte componente secular. Erdogan vem reprimindo a imprensa e movendo processo contra jornalistas críticos. Para completar, degringolou o processo de paz com o PKK, o partido dos trabalhadores curdos, considerado terrorista pela Turquia, EUA e UE. Nos últimos dois meses, mais de cem pessoas morreram em atentados do PKK e em choques com a política turca. (Erdogan espera que isso ajude a turbinar sua popularidade, mas a estratégia pode sair para culatra). E, apesar de tudo isso, o governo mantém popularidade em muitas camadas da população. A explicação está no "SUS" turco. Fui atendida em meia hora no hospital público. Não havia fila. Um técnico fez um raio-x, o ortopedista me examinou, a enfermeira me medicou. Não foi sorte, não, garantiram a enfermeira, o médico e a Organização Mundial da Saúde (OMS). A reforma do sistema de saúde turco foi um sucesso, admitem até opositores. Por exemplo: para marcar uma consulta com um médico, basta ligar em um número de atendimento e, em poucos dias, o paciente é atendido. Segundo a OMS, "melhoras nos indicadores de saúde [da Turquia] devem-se principalmente ao sucesso da reforma do sistema de saúde [iniciada em 2003, sob o partido AKP]." "É difícil as pessoas se importarem com a falta de liberdade de imprensa, a repressão política e a islamização se elas vêm ao hospital e tudo funciona bem e são atendidas de forma rápida e eficiente", diz um de meus amigos. "Nós, da oposição, temos uma batalha difícil." Se o SUS brasileiro funcionasse tão bem assim, será que a aprovação de Dilma estaria em 8%?
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O 'SUS turco' e o desafio da oposição ao presidente ErdoganEstou na Turquia a convite do governo turco e tive um pequeno acidente na rua nesta quinta (17) –machuquei o pé. Como não parava de sangrar, perguntei a amigos turcos onde era a farmácia mais próxima. "É melhor irmos ao pronto socorro público", responderam-me os amigos com quem eu estava jantando. Eram juristas, jornalistas e cientistas políticos da oposição turca, muito críticos ao crescente autoritarismo do governo do presidente Recep Tayyip Erdogan e do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu. O partido de Erdogan, o AKP, perdeu a maioria no Parlamento em junho. O partido convocou novas eleições para novembro, na esperança de enfraquecer o HDP, partido de apoio aos curdos, e ganhar a maioria. A grande ambição de Erdogan é ter maioria para criar uma "super-Presidência", com mais poderes executivos. A Turquia enfrenta desemprego de 11%, e o crescimento desacelerou para cerca de 3%. O governo Erdogan é cada vez mais autoritário e islamista, em uma sociedade com forte componente secular. Erdogan vem reprimindo a imprensa e movendo processo contra jornalistas críticos. Para completar, degringolou o processo de paz com o PKK, o partido dos trabalhadores curdos, considerado terrorista pela Turquia, EUA e UE. Nos últimos dois meses, mais de cem pessoas morreram em atentados do PKK e em choques com a política turca. (Erdogan espera que isso ajude a turbinar sua popularidade, mas a estratégia pode sair para culatra). E, apesar de tudo isso, o governo mantém popularidade em muitas camadas da população. A explicação está no "SUS" turco. Fui atendida em meia hora no hospital público. Não havia fila. Um técnico fez um raio-x, o ortopedista me examinou, a enfermeira me medicou. Não foi sorte, não, garantiram a enfermeira, o médico e a Organização Mundial da Saúde (OMS). A reforma do sistema de saúde turco foi um sucesso, admitem até opositores. Por exemplo: para marcar uma consulta com um médico, basta ligar em um número de atendimento e, em poucos dias, o paciente é atendido. Segundo a OMS, "melhoras nos indicadores de saúde [da Turquia] devem-se principalmente ao sucesso da reforma do sistema de saúde [iniciada em 2003, sob o partido AKP]." "É difícil as pessoas se importarem com a falta de liberdade de imprensa, a repressão política e a islamização se elas vêm ao hospital e tudo funciona bem e são atendidas de forma rápida e eficiente", diz um de meus amigos. "Nós, da oposição, temos uma batalha difícil." Se o SUS brasileiro funcionasse tão bem assim, será que a aprovação de Dilma estaria em 8%?
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A pedido do TCU, Petrobras muda regras para desinvestimentos
A Petrobras anunciou nesta terça (16) as novas regras de seu programa de parcerias e desinvestimentos, que havia sido suspenso por determinação do TCU (Tribunal de Contas da União). O primeiro teste será a venda do campo de gás Azulão, no Amazonas, anunciada na noite de segunda (15). Seguindo recomendação do TCU, que autorizou em março a retomada do plano, a estatal tenta dar mais transparência e abrir a competição ao permitir que um número maior de empresas participem das negociações. Manteve, porém, uma regra de conversas diretas com companhias escolhidas para parcerias estratégicas. Com a meta de captar US$ 21 bilhões até 2018, o programa de desinvestimentos foi lançado com o objetivo de reduzir o alto endividamento. O QUE A PETROBRAS VENDEU EM 2016 - Valor dos ativos, em US$ milhões Em 2016, a empresa arrecadou US$ 13,6 bilhões com venda de subsidiárias como a distribuidora de gás de botijão Liquigás e a transportadora de gás NTS (Nova Transportadora do Sudeste). Até a suspensão do programa pelo TCU, em dezembro, as negociações eram feitas apenas com empresas convidadas pela Petrobras e por bancos contratados para assessorar as vendas. Agora, além dos convites, a estatal publicará um prospecto de cada ativo em sua página da internet, possibilitando que outras empresas entrem na disputa. Ao todo, durante o processo de venda, ao menos cinco comunicados ao mercado serão distribuídos —três a mais do que o usual no modelo anterior. Além do comunicado sobre o prospecto, a Petrobras anunciará a evolução das negociações até a sua conclusão. A escolha do vencedor passa a seguir um modelo de leilão sempre que a diferença entre as propostas for menor do que 10% do valor do ativo. Nesse caso, o concorrente que deu o menor lance poderá refazer sua proposta. Com o objetivo de melhorar também a governança, a diretoria-executiva da estatal participará da aprovação de seis etapas, quatro a mais do que no modelo anterior. PARCERIAS A empresa, porém, decidiu manter a possibilidade de negociação direta para parcerias, como a fechada com a francesa Total no fim de 2016, já após a suspensão das vendas pelo TCU. A justificativa é que as parcerias são associações entre duas empresas e trazem também ganhos de conhecimento tecnológico. No caso da Total, por exemplo, a Petrobras diz que a experiência da sócia na costa oeste da África pode ajudar a desenvolver reservas no Brasil. Houve apenas a inclusão de um limite para venda integral de ativos dentro da parceria, equivalente a 20% do valor total da operação –o restante tem que se limitar à venda parcial. No caso da parceria com a Total, que movimentou US$ 2,2 bilhões, a francesa ficou com 78% da fatia da Petrobras no campo de Lapa e 34% da participação da estatal na área de Iara, ambos no pré-sal. Além disso, entrou com 50% do capital em duas térmicas na Bahia. AZULÃO Descoberto em 1999, mas ainda sem operações, o campo de Azulão será o teste do novo modelo. O prospecto foi divulgado no site da Petrobras na segunda. A empresa diz que o campo "possui volume significativo de gás" e que está em uma área que pode servir para a construção de uma usina termelétrica. Poderão participar da competição empresas que têm experiência na produção de petróleo e gás e na operação de termelétricas, com geração de pelo menos 200 MWh.
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A pedido do TCU, Petrobras muda regras para desinvestimentosA Petrobras anunciou nesta terça (16) as novas regras de seu programa de parcerias e desinvestimentos, que havia sido suspenso por determinação do TCU (Tribunal de Contas da União). O primeiro teste será a venda do campo de gás Azulão, no Amazonas, anunciada na noite de segunda (15). Seguindo recomendação do TCU, que autorizou em março a retomada do plano, a estatal tenta dar mais transparência e abrir a competição ao permitir que um número maior de empresas participem das negociações. Manteve, porém, uma regra de conversas diretas com companhias escolhidas para parcerias estratégicas. Com a meta de captar US$ 21 bilhões até 2018, o programa de desinvestimentos foi lançado com o objetivo de reduzir o alto endividamento. O QUE A PETROBRAS VENDEU EM 2016 - Valor dos ativos, em US$ milhões Em 2016, a empresa arrecadou US$ 13,6 bilhões com venda de subsidiárias como a distribuidora de gás de botijão Liquigás e a transportadora de gás NTS (Nova Transportadora do Sudeste). Até a suspensão do programa pelo TCU, em dezembro, as negociações eram feitas apenas com empresas convidadas pela Petrobras e por bancos contratados para assessorar as vendas. Agora, além dos convites, a estatal publicará um prospecto de cada ativo em sua página da internet, possibilitando que outras empresas entrem na disputa. Ao todo, durante o processo de venda, ao menos cinco comunicados ao mercado serão distribuídos —três a mais do que o usual no modelo anterior. Além do comunicado sobre o prospecto, a Petrobras anunciará a evolução das negociações até a sua conclusão. A escolha do vencedor passa a seguir um modelo de leilão sempre que a diferença entre as propostas for menor do que 10% do valor do ativo. Nesse caso, o concorrente que deu o menor lance poderá refazer sua proposta. Com o objetivo de melhorar também a governança, a diretoria-executiva da estatal participará da aprovação de seis etapas, quatro a mais do que no modelo anterior. PARCERIAS A empresa, porém, decidiu manter a possibilidade de negociação direta para parcerias, como a fechada com a francesa Total no fim de 2016, já após a suspensão das vendas pelo TCU. A justificativa é que as parcerias são associações entre duas empresas e trazem também ganhos de conhecimento tecnológico. No caso da Total, por exemplo, a Petrobras diz que a experiência da sócia na costa oeste da África pode ajudar a desenvolver reservas no Brasil. Houve apenas a inclusão de um limite para venda integral de ativos dentro da parceria, equivalente a 20% do valor total da operação –o restante tem que se limitar à venda parcial. No caso da parceria com a Total, que movimentou US$ 2,2 bilhões, a francesa ficou com 78% da fatia da Petrobras no campo de Lapa e 34% da participação da estatal na área de Iara, ambos no pré-sal. Além disso, entrou com 50% do capital em duas térmicas na Bahia. AZULÃO Descoberto em 1999, mas ainda sem operações, o campo de Azulão será o teste do novo modelo. O prospecto foi divulgado no site da Petrobras na segunda. A empresa diz que o campo "possui volume significativo de gás" e que está em uma área que pode servir para a construção de uma usina termelétrica. Poderão participar da competição empresas que têm experiência na produção de petróleo e gás e na operação de termelétricas, com geração de pelo menos 200 MWh.
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Equador entra em estado de alerta após explosões do vulcão Cotopaxi
Autoridades equatorianas declararam neste sábado (15) estado de alerta amarelo em Quito, capital do país, por conta de atividades do grande vulcão Cotopaxi. Nas primeiras horas de sexta-feira (14), houve duas pequenas explosões e chuva de cinzas na região sul da cidade. Autoridades salientaram que as explosões e a alta pluma de cinco quilômetros não significam que o vulcão mais ativo do país andino —que tem mostrado sinais de atividade desde abril— está prestes a entrar em erupção. Mesmo assim, autoridades declararam o chamado estado de alerta amarelo, que significa "precaução" e não "retirada", embora rotas de saída tenham sido publicadas no site da agência de gerenciamento de risco do governo. "Estas são as primeiras explosões registradas desde abril, quando (o vulcão) começou a demonstrar atividades sísmicas", disse a chefe de vulcanologia do Instituto de Geofísica, Patrícia Mothes. "Estas foram pequenas explosões, quase imperceptíveis", acrescentou. O Ministério do Meio Ambiente fechou o Parque Nacional de Cotopaxi como medida preventiva, e o instituto emitiu um alerta sobre um dos mais ativos vulcões do mundo, popular entre turistas. "Recomendamos que montanhistas tomem preocupações ao redor da cratera, dada a possibilidade de explosões, as quais dispersam pedras ou emissões energéticas de vapor e gases vulcânicos que podem ser danosas", disse em comunicado. O vulcão está localizado cerca de 50 quilômetros ao sul de Quito e tem quase 6.000 metros, sendo visível da capital durante um dia claro.
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Equador entra em estado de alerta após explosões do vulcão CotopaxiAutoridades equatorianas declararam neste sábado (15) estado de alerta amarelo em Quito, capital do país, por conta de atividades do grande vulcão Cotopaxi. Nas primeiras horas de sexta-feira (14), houve duas pequenas explosões e chuva de cinzas na região sul da cidade. Autoridades salientaram que as explosões e a alta pluma de cinco quilômetros não significam que o vulcão mais ativo do país andino —que tem mostrado sinais de atividade desde abril— está prestes a entrar em erupção. Mesmo assim, autoridades declararam o chamado estado de alerta amarelo, que significa "precaução" e não "retirada", embora rotas de saída tenham sido publicadas no site da agência de gerenciamento de risco do governo. "Estas são as primeiras explosões registradas desde abril, quando (o vulcão) começou a demonstrar atividades sísmicas", disse a chefe de vulcanologia do Instituto de Geofísica, Patrícia Mothes. "Estas foram pequenas explosões, quase imperceptíveis", acrescentou. O Ministério do Meio Ambiente fechou o Parque Nacional de Cotopaxi como medida preventiva, e o instituto emitiu um alerta sobre um dos mais ativos vulcões do mundo, popular entre turistas. "Recomendamos que montanhistas tomem preocupações ao redor da cratera, dada a possibilidade de explosões, as quais dispersam pedras ou emissões energéticas de vapor e gases vulcânicos que podem ser danosas", disse em comunicado. O vulcão está localizado cerca de 50 quilômetros ao sul de Quito e tem quase 6.000 metros, sendo visível da capital durante um dia claro.
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Autores brasileiros e portugueses se encontram no Tarrafa Literária; veja programação
Começam nesta quinta os debates da 7ª edição da Tarrafa Literária, festival internacional de literatura gratuito que acontece na cidade de Santos, litoral de SP. A programação vai até domingo (27), no Teatro Guarany (pça. dos Andradas, 100, tel. 13-32193828). Entre os destaques internacionais estão o espanhol Miguelanxo Prado e os portugueses Afonso Cruz e Gonçalo Tavares. Ambos participarão de mesas ao lado de brasileiros com trabalhos próximos—o primeiro, que é também ilustrador e músico conversa com o escritor e publicitário João Carrascoza sobre a multidisciplinaridade na literatura; o segundo, participará de debate com Bernardo Carvalho sobre suas experiências dentro e fora dos livros. Tavares também comanda uma oficina de escrita nesta sexta (27). Entre os brasileiros participantes desta edição estão Milton Hatoum, José Hamilton Ribeiro, Noemi Jaffe, Ana Miranda, José Castello, Humberto Werneck e João Carrascoza, entre outros. Confira a programação completa no site do festival.
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Autores brasileiros e portugueses se encontram no Tarrafa Literária; veja programaçãoComeçam nesta quinta os debates da 7ª edição da Tarrafa Literária, festival internacional de literatura gratuito que acontece na cidade de Santos, litoral de SP. A programação vai até domingo (27), no Teatro Guarany (pça. dos Andradas, 100, tel. 13-32193828). Entre os destaques internacionais estão o espanhol Miguelanxo Prado e os portugueses Afonso Cruz e Gonçalo Tavares. Ambos participarão de mesas ao lado de brasileiros com trabalhos próximos—o primeiro, que é também ilustrador e músico conversa com o escritor e publicitário João Carrascoza sobre a multidisciplinaridade na literatura; o segundo, participará de debate com Bernardo Carvalho sobre suas experiências dentro e fora dos livros. Tavares também comanda uma oficina de escrita nesta sexta (27). Entre os brasileiros participantes desta edição estão Milton Hatoum, José Hamilton Ribeiro, Noemi Jaffe, Ana Miranda, José Castello, Humberto Werneck e João Carrascoza, entre outros. Confira a programação completa no site do festival.
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Dom Quixote e Sancho Pança viram gari e morador de rua em peça
A história do homem que lê romances de cavalaria demais, a ponto de guerrear com moinhos, e de seu fiel amigo, que teima em mostrar a cruel realidade do mundo, é um pouco diferente na versão da companhia de teatro Circo Mínimo. O espetáculo gratuito "Quixote", que acontece no próximo fim de semana no Sesc Campo Limpo, em São Paulo, tem como personagens um morador de rua e um gari para representar Dom Quixote e Sancho Pança, respectivamente. Enquanto um mostra o espírito livre do cidadão excluído, o outro retrata um funcionário paciente, enquadrado nas normas sociais (assista abaixo). Baseada no romance do espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616), a peça foi pensada para ser apresentada na rua. Os objetos de cena são um cone de sinalização de trânsito, uma lixeira, vassouras, entre outros. Atuam no espetáculo Rodrigo Matheus, diretor da companhia Circo Mínimo, e Alexandre Roit, que usam técnicas circenses como malabares, acrobacia e palhaço. A apresentação dura 50 minutos, mas varia de acordo com a reação da plateia. "Quixote" foi ganhador do Prêmio Funarte Myriam Muniz na categoria "Circulação de Espetáculos" em 2013, quando passou pelo Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Assista a trecho de "Quixote" PARA CONFERIR Peça "Quixote" ONDE Sesc Campo Limpo - r. Nossa Senhora do Bom Conselho, 120; tel: (11) 5510-2700 QUANDO 31 de outubro (sáb.) e 1º de novembro (dom.), às 17h QUANTO grátis
folhinha
Dom Quixote e Sancho Pança viram gari e morador de rua em peçaA história do homem que lê romances de cavalaria demais, a ponto de guerrear com moinhos, e de seu fiel amigo, que teima em mostrar a cruel realidade do mundo, é um pouco diferente na versão da companhia de teatro Circo Mínimo. O espetáculo gratuito "Quixote", que acontece no próximo fim de semana no Sesc Campo Limpo, em São Paulo, tem como personagens um morador de rua e um gari para representar Dom Quixote e Sancho Pança, respectivamente. Enquanto um mostra o espírito livre do cidadão excluído, o outro retrata um funcionário paciente, enquadrado nas normas sociais (assista abaixo). Baseada no romance do espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616), a peça foi pensada para ser apresentada na rua. Os objetos de cena são um cone de sinalização de trânsito, uma lixeira, vassouras, entre outros. Atuam no espetáculo Rodrigo Matheus, diretor da companhia Circo Mínimo, e Alexandre Roit, que usam técnicas circenses como malabares, acrobacia e palhaço. A apresentação dura 50 minutos, mas varia de acordo com a reação da plateia. "Quixote" foi ganhador do Prêmio Funarte Myriam Muniz na categoria "Circulação de Espetáculos" em 2013, quando passou pelo Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Assista a trecho de "Quixote" PARA CONFERIR Peça "Quixote" ONDE Sesc Campo Limpo - r. Nossa Senhora do Bom Conselho, 120; tel: (11) 5510-2700 QUANDO 31 de outubro (sáb.) e 1º de novembro (dom.), às 17h QUANTO grátis
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Consul vence na estreia de Ar-Condicionado
BRUNO SCATENA DE SÃO PAULO A Samsung manteve sua tendência de crescimento histórica e venceu a categoria Aparelho de TV pela quarta vez, com 30% —três pontos percentuais a mais do que em 2015. O segmento é pesquisado desde 1991, mas a fabricante sul-coreana apareceu na lista apenas em 1998, quando a Philips liderava. "Precisamos ter alguns elementos para isso acontecer: o produto adequado, a marca, a promoção e os canais de relacionamento," diz Andrea Mello, diretora de marketing de consumer electronics. Samsung patrocinou os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. "É histórico que os consumidores, nesses grandes eventos, tenham essa tendência de buscar melhor qualidade de imagem para ver os Jogos, mas é preciso entregar esses elementos", afirma. Para Rodrigo Tafner, coordenador do curso de sistemas de informação em gestão e marketing da ESPM, há outro aspecto que explica, em parte, o crescimento da Samsung em televisores desde 1998. "Há um fenômeno interessante que é a transferência. Hoje, todo mundo tem um celular na mão, todo mundo consome tecnologia de ponta. O consumidor pensa: 'se a Samsung tem bons produtos assim, a TV também deve ser boa'." Samsung atingiu melhores índices na pesquisa entre os mais jovens (36%) e mais ricos (39%). FERRO DE PASSAR "Passar roupa não é a atividade preferida de ninguém. Os consumidores buscam por produtos que os ajudem a realizar essa tarefa no menor tempo possível." É assim que Vincent Mahe, diretor de marketing do Grupo SEB, detentor da marca Arno, resume o desafio de conquistar espaço na lavanderia dos consumidores. O embate é duro. A Arno aparece com 16% das citações dos brasileiros ouvidos pelo Datafolha, três pontos atrás da Black & Decker, em um empate técnico. No desempate, as duas atingiram 23% e venceram a categoria que estreia na pesquisa. Em um mundo em que as atenções estão cada vez mais voltadas para produtos digitais, refinar tecnologias consagradas em produtos tradicionais é a aposta da Arno para se manter competitiva. "Nossa base Durilium, exclusividade da Arno, é líder em deslizamento, além de ser mais resistente a riscos e arranhões", diz Mahe. "Enxergamos o consumidor mais exigente, preocupado em investir em produtos que gerem praticidade no dia a dia, sem deixar de lado a qualidade e a durabilidade do que está consumindo", completa. A Arno se destacou nas regiões Nordeste (21%) e Norte (26%). Sua principal concorrente nesse segmento, a Black & Decker, tem jogando no seu time a tradição. "É a história da família que, quando os filhos saem de casa e perguntam aos pais qual ferro de passar devem comprar, a resposta é certa", diz Marcelo Pellegrinelli, gerente de marketing de eletrodomésticos. "Estamos com uma marca muito consolidada. Estamos há mais de 60 anos no Brasil. É um produto que passa o legado da qualidade de geração para geração." A Black & Decker obteve seus melhores resultados na pesquisa Datafolha entre os entrevistados na faixa de 35 a 44 anos (29%) e entre aqueles que têm renda familiar de cinco a dez salários mínimos (28%). Regionalmente, o produto atingiu número de lembranças acima da média no Sudeste (25%) e no Centro-Oeste (26%). AR-CONDICIONADO Na estreia da categoria no Top of Mind, Consul venceu com uma margem de 8 pontos: atingiu 17% das menções, contra 9% da LG, a segunda mais lembrada. Electrolux (6%), Arno (5%), Samsung, Springer e Brastemp (4% cada um) também foram citadas na pesquisa. Uma grande parcela dos entrevistados (45%) não sabiam ou não se lembravam de nenhuma marca, especialmente as mulheres (51%), os mais velhos (61%), os menos escolarizados (60%) e aqueles que pertencem às classes D/E (64%). Entre os mais ricos, Consul atingiu seu melhor resultado (25%). Um estudo da consultoria BSRIA publicado em junho deste ano mostra que o ano passado foi um período frio para a indústria de ar-condicionado. Principalmente se comparado ao ano anterior, quando, em termos de valor, houve crescimento de 7%, puxado por incrementos no mercado asiático. Em 2015, no entanto, a queda global nesse segmento atingiu 5%. Enfrentando crise econômica, o Brasil, que foi o maior alavancador dos números nas Américas em 2014 -com crescimento de 28%-, mediu retração de 18% em 2015. Foi na sequência deste cenário que estreou a categoria Ar-Condicionado na Folha Top of Mind. Com poder aquisitivo diminuído e pouca margem para errar no uso do dinheiro, o consumidor tende a investir no conhecido, avalia Renato Firminiano, diretor de marketing e comunicação da Whirpool, detentora da Consul. "A partir do momento em que você tem uma marca em que o consumidor já confia, é uma grande vantagem para a gente nesse contexto", diz o executivo. "Independentemente do cenário econômico, queremos continuar investindo. Consul acredita que ter uma marca forte, investindo em comunicação e na entrega do melhor produto, é uma forma de se blindar contra qualquer dificuldade que possa surgir", completa Firminiano. GELADEIRA Quem andou pelos enormes corredores da CES (Consumer Electronics Show), uma das maiores feiras de tecnologia do mundo, que acontece anualmente em Las Vegas (EUA), viu que neste ano as geladeiras e outros produtos de linha branca competiram ombro a ombro com smartphones, drones e óculos de realidade virtual. No Brasil, mesmo que ainda não haja profusão de ofertas de geladeiras inteligentes, elas continuam sendo itens de destaque na cozinha. E neste segmento, a Consul é líder absoluta. Desde 1992, quando a categoria foi criada, a marca aparece em primeiro na contagem das citações na pesquisa Datafolha. Em 2016, foram 39% das menções. Brastemp atingiu 26% das lembranças, e Eletrolux, 17%. "A geladeira é cada vez mais o coração da casa. É o ponto de encontro da família, onde você coloca suas fotos, seus recados. Se você pensar nos apartamentos mais recentes, por exemplo, com as cozinhas americanas, abertas, geladeiras têm uma protagonismo ainda maior," diz Renato Firminiano, diretor de marketing e comunicação da Whirpool, controladora das marcas Brastemp e Consul. Consul se destaca entre os mais velhos (46%), menos escolarizados (49%), das classes D/E (51%) e na região Nordeste (50%). MÁQUINA DE LAVAR ROUPA Pouco importa se a máquina de lavar é inteligente, conectada à internet ou capaz de entender comandos de voz. Se não for uma Brastemp, jamais terá chegado à liderança do Top of Mind em uma década de vida da categoria. Nesta edição, não foi diferente: 35% dos entrevistados pelo Datafolha se lembraram da marca, invicta desde 2007. Houve queda de cinco pontos percentuais. Mesmo assim, a vantagem para Consul (17%) e Eletrolux (14%) continua grande. Não que não haja interesse por dispositivos que consigam administrar sozinhos o sabão em pó. Mas quando se trata de lavar roupa suja é melhor que seja em família, acredita quem é especialista. "Um produto desse tipo ainda se beneficia muito da tradição: 'vou comprar uma Brastemp porque minha mãe tem uma'. É o que pensa o consumidor, embora as gerações mais novas prestem cada vez menos atenção neles [eletroeletrônicos de linha branca]", afirma Rodrigo Tafner, coordenador do curso de sistemas de informação em gestão e marketing da ESPM. Para Firminiano, diretor de marketing e comunicação da Whirpool, controladora das marcas Brastemp e Consul, tradição é mesmo a palavra-chave para o produto. "Brastemp é a melhor marca possível. Embora tenha um público concentrado nas classes A e B, é lembrada por todo mundo pela superioridade: é a lembrança do 'não é assim uma Brastemp'," diz. Segundo o executivo, o desafio da empresa agora é conectar o legado do comercial icônico ao público mais jovem. A marca foi mais lembrada entre os que têm de 45 a 49 anos (43%), os mais ricos (51%), as classes A/B (48%) e os mais escolarizados (50%). VIDEOGAME De acordo com estudo da companhia de pesquisas Newzoo sobre o mercado global de videogames, os jogos eletrônicos devem atingir cerca de US$ 100 bilhões (aproximadamente R$ 320 bilhões) em receita até o fim de 2016. Se a previsão for confirmada, será um aumento de 8,5 pontos percentuais em relação ao montante de 2015. O bom momento da indústria vem especialmente do forte mercado da Ásia, que sedia a japonesa Sony, com 47% desses rendimentos. E é justamente a fabricante nipônica, com seu console PlayStation, a liderar a primeira medição da categoria videogames. Com 19% das citações, ficou à frente da principal concorrente, a Microsoft com seu Xbox (10%). A Nintendo -criadora de hardware e jogos antológicos, como o NES, o Super Nintendo e a franquia do jogo Mario Bros- ficou em empate técnico com a Sony, com 4% e 5%, respectivamente. A maioria dos entrevistados não sabia ou não se lembrava de uma marca (57%). O número salta para 94% entre os mais velhos. "O Brasil é o maior mercado do PlayStation na América Latina. Mesmo em época de varejo fraco, nós não sentimos reduções significativas [das vendas]", afirma Anderson Gracias, gerente geral do console no continente. "Nossas parcerias com os varejistas foram ainda mais importantes para podermos desfrutar melhor desse momento de não redução de números. Tivemos que fazer um investimento maior nos nossos canais de vendas. Inclusive contribuindo com estudos nesse sentido." PlayStation teve 32% de menções entre os mais jovens, segundo o Datafolha. A marca também se destaca entre os homens (25%), entre os mais escolarizados (24%) e entre aqueles que pertencem às classes A/B (24%).
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Consul vence na estreia de Ar-CondicionadoBRUNO SCATENA DE SÃO PAULO A Samsung manteve sua tendência de crescimento histórica e venceu a categoria Aparelho de TV pela quarta vez, com 30% —três pontos percentuais a mais do que em 2015. O segmento é pesquisado desde 1991, mas a fabricante sul-coreana apareceu na lista apenas em 1998, quando a Philips liderava. "Precisamos ter alguns elementos para isso acontecer: o produto adequado, a marca, a promoção e os canais de relacionamento," diz Andrea Mello, diretora de marketing de consumer electronics. Samsung patrocinou os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. "É histórico que os consumidores, nesses grandes eventos, tenham essa tendência de buscar melhor qualidade de imagem para ver os Jogos, mas é preciso entregar esses elementos", afirma. Para Rodrigo Tafner, coordenador do curso de sistemas de informação em gestão e marketing da ESPM, há outro aspecto que explica, em parte, o crescimento da Samsung em televisores desde 1998. "Há um fenômeno interessante que é a transferência. Hoje, todo mundo tem um celular na mão, todo mundo consome tecnologia de ponta. O consumidor pensa: 'se a Samsung tem bons produtos assim, a TV também deve ser boa'." Samsung atingiu melhores índices na pesquisa entre os mais jovens (36%) e mais ricos (39%). FERRO DE PASSAR "Passar roupa não é a atividade preferida de ninguém. Os consumidores buscam por produtos que os ajudem a realizar essa tarefa no menor tempo possível." É assim que Vincent Mahe, diretor de marketing do Grupo SEB, detentor da marca Arno, resume o desafio de conquistar espaço na lavanderia dos consumidores. O embate é duro. A Arno aparece com 16% das citações dos brasileiros ouvidos pelo Datafolha, três pontos atrás da Black & Decker, em um empate técnico. No desempate, as duas atingiram 23% e venceram a categoria que estreia na pesquisa. Em um mundo em que as atenções estão cada vez mais voltadas para produtos digitais, refinar tecnologias consagradas em produtos tradicionais é a aposta da Arno para se manter competitiva. "Nossa base Durilium, exclusividade da Arno, é líder em deslizamento, além de ser mais resistente a riscos e arranhões", diz Mahe. "Enxergamos o consumidor mais exigente, preocupado em investir em produtos que gerem praticidade no dia a dia, sem deixar de lado a qualidade e a durabilidade do que está consumindo", completa. A Arno se destacou nas regiões Nordeste (21%) e Norte (26%). Sua principal concorrente nesse segmento, a Black & Decker, tem jogando no seu time a tradição. "É a história da família que, quando os filhos saem de casa e perguntam aos pais qual ferro de passar devem comprar, a resposta é certa", diz Marcelo Pellegrinelli, gerente de marketing de eletrodomésticos. "Estamos com uma marca muito consolidada. Estamos há mais de 60 anos no Brasil. É um produto que passa o legado da qualidade de geração para geração." A Black & Decker obteve seus melhores resultados na pesquisa Datafolha entre os entrevistados na faixa de 35 a 44 anos (29%) e entre aqueles que têm renda familiar de cinco a dez salários mínimos (28%). Regionalmente, o produto atingiu número de lembranças acima da média no Sudeste (25%) e no Centro-Oeste (26%). AR-CONDICIONADO Na estreia da categoria no Top of Mind, Consul venceu com uma margem de 8 pontos: atingiu 17% das menções, contra 9% da LG, a segunda mais lembrada. Electrolux (6%), Arno (5%), Samsung, Springer e Brastemp (4% cada um) também foram citadas na pesquisa. Uma grande parcela dos entrevistados (45%) não sabiam ou não se lembravam de nenhuma marca, especialmente as mulheres (51%), os mais velhos (61%), os menos escolarizados (60%) e aqueles que pertencem às classes D/E (64%). Entre os mais ricos, Consul atingiu seu melhor resultado (25%). Um estudo da consultoria BSRIA publicado em junho deste ano mostra que o ano passado foi um período frio para a indústria de ar-condicionado. Principalmente se comparado ao ano anterior, quando, em termos de valor, houve crescimento de 7%, puxado por incrementos no mercado asiático. Em 2015, no entanto, a queda global nesse segmento atingiu 5%. Enfrentando crise econômica, o Brasil, que foi o maior alavancador dos números nas Américas em 2014 -com crescimento de 28%-, mediu retração de 18% em 2015. Foi na sequência deste cenário que estreou a categoria Ar-Condicionado na Folha Top of Mind. Com poder aquisitivo diminuído e pouca margem para errar no uso do dinheiro, o consumidor tende a investir no conhecido, avalia Renato Firminiano, diretor de marketing e comunicação da Whirpool, detentora da Consul. "A partir do momento em que você tem uma marca em que o consumidor já confia, é uma grande vantagem para a gente nesse contexto", diz o executivo. "Independentemente do cenário econômico, queremos continuar investindo. Consul acredita que ter uma marca forte, investindo em comunicação e na entrega do melhor produto, é uma forma de se blindar contra qualquer dificuldade que possa surgir", completa Firminiano. GELADEIRA Quem andou pelos enormes corredores da CES (Consumer Electronics Show), uma das maiores feiras de tecnologia do mundo, que acontece anualmente em Las Vegas (EUA), viu que neste ano as geladeiras e outros produtos de linha branca competiram ombro a ombro com smartphones, drones e óculos de realidade virtual. No Brasil, mesmo que ainda não haja profusão de ofertas de geladeiras inteligentes, elas continuam sendo itens de destaque na cozinha. E neste segmento, a Consul é líder absoluta. Desde 1992, quando a categoria foi criada, a marca aparece em primeiro na contagem das citações na pesquisa Datafolha. Em 2016, foram 39% das menções. Brastemp atingiu 26% das lembranças, e Eletrolux, 17%. "A geladeira é cada vez mais o coração da casa. É o ponto de encontro da família, onde você coloca suas fotos, seus recados. Se você pensar nos apartamentos mais recentes, por exemplo, com as cozinhas americanas, abertas, geladeiras têm uma protagonismo ainda maior," diz Renato Firminiano, diretor de marketing e comunicação da Whirpool, controladora das marcas Brastemp e Consul. Consul se destaca entre os mais velhos (46%), menos escolarizados (49%), das classes D/E (51%) e na região Nordeste (50%). MÁQUINA DE LAVAR ROUPA Pouco importa se a máquina de lavar é inteligente, conectada à internet ou capaz de entender comandos de voz. Se não for uma Brastemp, jamais terá chegado à liderança do Top of Mind em uma década de vida da categoria. Nesta edição, não foi diferente: 35% dos entrevistados pelo Datafolha se lembraram da marca, invicta desde 2007. Houve queda de cinco pontos percentuais. Mesmo assim, a vantagem para Consul (17%) e Eletrolux (14%) continua grande. Não que não haja interesse por dispositivos que consigam administrar sozinhos o sabão em pó. Mas quando se trata de lavar roupa suja é melhor que seja em família, acredita quem é especialista. "Um produto desse tipo ainda se beneficia muito da tradição: 'vou comprar uma Brastemp porque minha mãe tem uma'. É o que pensa o consumidor, embora as gerações mais novas prestem cada vez menos atenção neles [eletroeletrônicos de linha branca]", afirma Rodrigo Tafner, coordenador do curso de sistemas de informação em gestão e marketing da ESPM. Para Firminiano, diretor de marketing e comunicação da Whirpool, controladora das marcas Brastemp e Consul, tradição é mesmo a palavra-chave para o produto. "Brastemp é a melhor marca possível. Embora tenha um público concentrado nas classes A e B, é lembrada por todo mundo pela superioridade: é a lembrança do 'não é assim uma Brastemp'," diz. Segundo o executivo, o desafio da empresa agora é conectar o legado do comercial icônico ao público mais jovem. A marca foi mais lembrada entre os que têm de 45 a 49 anos (43%), os mais ricos (51%), as classes A/B (48%) e os mais escolarizados (50%). VIDEOGAME De acordo com estudo da companhia de pesquisas Newzoo sobre o mercado global de videogames, os jogos eletrônicos devem atingir cerca de US$ 100 bilhões (aproximadamente R$ 320 bilhões) em receita até o fim de 2016. Se a previsão for confirmada, será um aumento de 8,5 pontos percentuais em relação ao montante de 2015. O bom momento da indústria vem especialmente do forte mercado da Ásia, que sedia a japonesa Sony, com 47% desses rendimentos. E é justamente a fabricante nipônica, com seu console PlayStation, a liderar a primeira medição da categoria videogames. Com 19% das citações, ficou à frente da principal concorrente, a Microsoft com seu Xbox (10%). A Nintendo -criadora de hardware e jogos antológicos, como o NES, o Super Nintendo e a franquia do jogo Mario Bros- ficou em empate técnico com a Sony, com 4% e 5%, respectivamente. A maioria dos entrevistados não sabia ou não se lembrava de uma marca (57%). O número salta para 94% entre os mais velhos. "O Brasil é o maior mercado do PlayStation na América Latina. Mesmo em época de varejo fraco, nós não sentimos reduções significativas [das vendas]", afirma Anderson Gracias, gerente geral do console no continente. "Nossas parcerias com os varejistas foram ainda mais importantes para podermos desfrutar melhor desse momento de não redução de números. Tivemos que fazer um investimento maior nos nossos canais de vendas. Inclusive contribuindo com estudos nesse sentido." PlayStation teve 32% de menções entre os mais jovens, segundo o Datafolha. A marca também se destaca entre os homens (25%), entre os mais escolarizados (24%) e entre aqueles que pertencem às classes A/B (24%).
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Na Bahia, luxo é encontrar um delivery de camarão no Ano-Novo
Foi uma corrida contra o tempo, precedida de espera aflita. Na véspera, sentado na sombra de uma barraca montada entre o rio e o mar, tomando caipirinha e caldinho de sururu, o responsável pela ceia mandou alto pelo telefone: "É para 20 pessoas, então me vê dez quilos de camarão. Do bom, meu bom". Entrega prometida para as 10h do dia 31 de dezembro, na casa que nos hospedava. Estávamos no litoral norte da Bahia, na praia de Imbassaí –na estrada do Coco, que virou Linha Verde, mas que é a eterna Costa dos Coqueiros. Ali, onde a brisa contínua protege do calor, o mar é de um tom verde escuro, a areia vai variando conforme se anda, o céu é limpo. Parecia incrível um serviço de entrega acionado por telefone funcionando no último dia do ano e oferecendo vários tipos de pescados. E era mesmo incrível. Em vez de chegar às 10h do dia 31 na nossa casa, a encomenda chegou às 18h. A surpresa boa é que não vieram os dez quilos, exagero dos exageros, e sim a metade. "Era o que tinha", disse o entregador, com o sorriso mais simpático do Brasil, desarmando qualquer possibilidade de revolta dos consumidores. A surpresa chocante é que eles vieram inteiros, com cabeças e corpinhos intactos. "Ou eu trazia ou descascava." Tínhamos acabado de chegar de um fim de tarde maravilhoso, depois do mergulho que supostamente deixara na água salgada a zica do ano velho. O atraso e o conteúdo do pacote fizeram sombra no projeto noturno. Mas a ideia de passar a virada sem comer mobilizou forças. Era preciso reverter o fracasso. Sem combinar nada, foram se formando duas frentes. O maior grupo, que incluía o mais jovem hóspede, com seus 11 anos e um espírito de equipe notável, usava a técnica do palitinho para limpar os camarões –eficaz, porém demoradíssima. Num outro canto da mesa, uma dupla ou um trio, não me lembro direito, evoluía com ótima produtividade, apesar de não usar ferramentas. O segredo, na sequência revelado, consistia em limpar um sim e um não, às vezes um sim e dois não, e jogar tudo junto na cuia dos descascados, sem cerimônia. Descoberto o método, a indignação tomou conta do grupão do palitinho. Como assim? O grupinho não deu nenhuma justificativa. Seguiu bebericando sua cerveja, comendo castanha-de-caju, praticando o seu método. Uma consulta ao relógio: 21h. O sistema rápido, uma espécie de limpeza por amostragem, era a única forma de conseguir atingir a meta. Rapidamente, toda a mesa abraçou o procedimento. Íamos explicando e nos convencendo uns aos outros, com crescente volume de voz, das mil e umas vantagens de não limpar neuroticamente todos os camarões. Era óbvio! Assim fomos ganhando escala. Ali pelas 23h, as vasilhas cheias foram entregues ao fogão, pilotado pelo autor da encomenda, sempre entusiasmado e fera no curry. Minutos antes dos rojões e da chuva de fogos, começamos a saborear o recém-nascido, delicioso e apimentadíssimo camarão enchantée, até hoje em nossos corações. Tenho certeza que foi esse prato que me deu sorte o ano todo. Muita proteína e pouca frescura os bens da Bahia são. *
turismo
Na Bahia, luxo é encontrar um delivery de camarão no Ano-NovoFoi uma corrida contra o tempo, precedida de espera aflita. Na véspera, sentado na sombra de uma barraca montada entre o rio e o mar, tomando caipirinha e caldinho de sururu, o responsável pela ceia mandou alto pelo telefone: "É para 20 pessoas, então me vê dez quilos de camarão. Do bom, meu bom". Entrega prometida para as 10h do dia 31 de dezembro, na casa que nos hospedava. Estávamos no litoral norte da Bahia, na praia de Imbassaí –na estrada do Coco, que virou Linha Verde, mas que é a eterna Costa dos Coqueiros. Ali, onde a brisa contínua protege do calor, o mar é de um tom verde escuro, a areia vai variando conforme se anda, o céu é limpo. Parecia incrível um serviço de entrega acionado por telefone funcionando no último dia do ano e oferecendo vários tipos de pescados. E era mesmo incrível. Em vez de chegar às 10h do dia 31 na nossa casa, a encomenda chegou às 18h. A surpresa boa é que não vieram os dez quilos, exagero dos exageros, e sim a metade. "Era o que tinha", disse o entregador, com o sorriso mais simpático do Brasil, desarmando qualquer possibilidade de revolta dos consumidores. A surpresa chocante é que eles vieram inteiros, com cabeças e corpinhos intactos. "Ou eu trazia ou descascava." Tínhamos acabado de chegar de um fim de tarde maravilhoso, depois do mergulho que supostamente deixara na água salgada a zica do ano velho. O atraso e o conteúdo do pacote fizeram sombra no projeto noturno. Mas a ideia de passar a virada sem comer mobilizou forças. Era preciso reverter o fracasso. Sem combinar nada, foram se formando duas frentes. O maior grupo, que incluía o mais jovem hóspede, com seus 11 anos e um espírito de equipe notável, usava a técnica do palitinho para limpar os camarões –eficaz, porém demoradíssima. Num outro canto da mesa, uma dupla ou um trio, não me lembro direito, evoluía com ótima produtividade, apesar de não usar ferramentas. O segredo, na sequência revelado, consistia em limpar um sim e um não, às vezes um sim e dois não, e jogar tudo junto na cuia dos descascados, sem cerimônia. Descoberto o método, a indignação tomou conta do grupão do palitinho. Como assim? O grupinho não deu nenhuma justificativa. Seguiu bebericando sua cerveja, comendo castanha-de-caju, praticando o seu método. Uma consulta ao relógio: 21h. O sistema rápido, uma espécie de limpeza por amostragem, era a única forma de conseguir atingir a meta. Rapidamente, toda a mesa abraçou o procedimento. Íamos explicando e nos convencendo uns aos outros, com crescente volume de voz, das mil e umas vantagens de não limpar neuroticamente todos os camarões. Era óbvio! Assim fomos ganhando escala. Ali pelas 23h, as vasilhas cheias foram entregues ao fogão, pilotado pelo autor da encomenda, sempre entusiasmado e fera no curry. Minutos antes dos rojões e da chuva de fogos, começamos a saborear o recém-nascido, delicioso e apimentadíssimo camarão enchantée, até hoje em nossos corações. Tenho certeza que foi esse prato que me deu sorte o ano todo. Muita proteína e pouca frescura os bens da Bahia são. *
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Explosão no noroeste do Paquistão deixa ao menos 24 mortos
Uma explosão matou 24 pessoas e deixou 70 feridos neste domingo em Parachinar, noroeste do Paquistão, disseram autoridades, e um grupo islâmico sunita reivindicou responsabilidade pelo ataque. "Esta é uma revanche pela morte de muçulmanos causadas pelo presidente sírio e pelo Irã", disse Ali bin Sufyan, porta-voz do grupo islâmico Lashkar-e-Jhangvi (LeJ), cuja ideologia sectária está alinhada à do Estado Islâmico. Ele falou à Reuters por telefone. Mais cedo nesta semana a Reuters informou que uma unidade xiita de insurgentes paquistaneses conhecida como Zeinabiyoun estava entrando na guerra contra o Estado Islâmico na Síria. Muitos vêm de Parachinar, que têm uma grande população xiita, inusual no Paquistão, majoritariamente sunita. Fontes regionais disseram que há centenas de paquistaneses lutando na Síria. Sufyan disse que os moradores de Parachinar não devem viajar ao Irã ou à Síria para lutar na guerra ao lado dos xiitas. A ligação explícita entre os ataques no Paquistão e a guerra na Síria deverá alarmar as autoridades paquistanesas, que vêm negando informações segundo as quais o Estado Islâmico estaria tentando estabelecer presença no país. Como o Estado Islâmico, que criou um califado interfronteiriço em partes do Iraque e da Síria, o LeJ quer matar ou expulsar as minorias xiitas paquistanesas e estabelecer uma teocracia sunita.
mundo
Explosão no noroeste do Paquistão deixa ao menos 24 mortosUma explosão matou 24 pessoas e deixou 70 feridos neste domingo em Parachinar, noroeste do Paquistão, disseram autoridades, e um grupo islâmico sunita reivindicou responsabilidade pelo ataque. "Esta é uma revanche pela morte de muçulmanos causadas pelo presidente sírio e pelo Irã", disse Ali bin Sufyan, porta-voz do grupo islâmico Lashkar-e-Jhangvi (LeJ), cuja ideologia sectária está alinhada à do Estado Islâmico. Ele falou à Reuters por telefone. Mais cedo nesta semana a Reuters informou que uma unidade xiita de insurgentes paquistaneses conhecida como Zeinabiyoun estava entrando na guerra contra o Estado Islâmico na Síria. Muitos vêm de Parachinar, que têm uma grande população xiita, inusual no Paquistão, majoritariamente sunita. Fontes regionais disseram que há centenas de paquistaneses lutando na Síria. Sufyan disse que os moradores de Parachinar não devem viajar ao Irã ou à Síria para lutar na guerra ao lado dos xiitas. A ligação explícita entre os ataques no Paquistão e a guerra na Síria deverá alarmar as autoridades paquistanesas, que vêm negando informações segundo as quais o Estado Islâmico estaria tentando estabelecer presença no país. Como o Estado Islâmico, que criou um califado interfronteiriço em partes do Iraque e da Síria, o LeJ quer matar ou expulsar as minorias xiitas paquistanesas e estabelecer uma teocracia sunita.
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Pai tenta tirar filha de escola invadida e manifestantes pedem 'Fica, Fabíola!'
Era meia-noite quando Fabíola, uma aluna de 17 anos da escola estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, ouviu os gritos do pai. "Atrevida. Você vem comigo!", vociferou o motorista Francisco Gonçalves à filha do 3º ano do Ensino Médio, uma das cerca de cem estudantes que ocupavam o colégio desde o início da manhã de terça (10). O diálogo se deu no portão –ela do lado de dentro, ele do lado de fora, cercado por policiais militares. Manifestantes assistiam curiosos à discussão. Os estudantes planejavam passar a noite de terça (10) para esta quarta (11) dentro do colégio, em protesto contra o fechamento de unidades para a reorganização da rede pública estadual, medida do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Fabíola tentou argumentar: "Eu tenho direito de escolha. Eu não quero ficar em casa". Sua mãe, a autônoma Nazaré, suplicou: "Não precisa disso, Fabíola". E depois: "Você vai obedecer seu pai agora!". Ao ser abordada pela reportagem, Nazaré só questionou se "tinha cabimento" deixar a filha dormir fora de casa. Para seu marido, não. Aflito porque a filha se recusava a deixar a ocupação, Francisco tentou pular as grades e foi segurado pelos policiais. Ouviu vaias de quem estava na rua observando, cerca de 200 manifestantes: "Você deveria ter orgulho da consciência política da sua filha!", "Resiste, Fabíola!" e "Fica Fabíola!". A menina resistiu por 15 minutos. Depois, cedeu à súplica dos pais e, sob aplausos, deixou a escola. "Meus pais são muito conservadores", explicou a irmã de Fabíola, que os acompanhava. ACALMAR OS ÂNIMOS Oito horas após seu pai ter lhe buscado a gritos da ocupação na escola estadual Fernão Dias Paes, Fabíola Gonçalves, 17, voltou ao protesto contra o fechamento de unidades. "Esperei acalmar os ânimos em casa", afirmou a aluna. Às 8h desta quarta (11), a aluna voltou à escola e se juntou aos manifestantes –ela conseguiu entrar novamente no colégio, que está cercado por policiais. Há cerca de 200 pessoas protestando na parte externa, com apoio do MTST, e cem alunos dentro da escola. "Eu fiquei muito preocupada com eles", diz Fabíola. "Ficaram bravos por causa do tumulto. Os policiais disseram para eles que o protesto era uma bagunça. Eles só não queriam que eu dormisse aqui." Ela afirma que os pais apoiam a manifestação, mas não a ocupação, porque "tira a aula de outros alunos".
educacao
Pai tenta tirar filha de escola invadida e manifestantes pedem 'Fica, Fabíola!'Era meia-noite quando Fabíola, uma aluna de 17 anos da escola estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, ouviu os gritos do pai. "Atrevida. Você vem comigo!", vociferou o motorista Francisco Gonçalves à filha do 3º ano do Ensino Médio, uma das cerca de cem estudantes que ocupavam o colégio desde o início da manhã de terça (10). O diálogo se deu no portão –ela do lado de dentro, ele do lado de fora, cercado por policiais militares. Manifestantes assistiam curiosos à discussão. Os estudantes planejavam passar a noite de terça (10) para esta quarta (11) dentro do colégio, em protesto contra o fechamento de unidades para a reorganização da rede pública estadual, medida do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Fabíola tentou argumentar: "Eu tenho direito de escolha. Eu não quero ficar em casa". Sua mãe, a autônoma Nazaré, suplicou: "Não precisa disso, Fabíola". E depois: "Você vai obedecer seu pai agora!". Ao ser abordada pela reportagem, Nazaré só questionou se "tinha cabimento" deixar a filha dormir fora de casa. Para seu marido, não. Aflito porque a filha se recusava a deixar a ocupação, Francisco tentou pular as grades e foi segurado pelos policiais. Ouviu vaias de quem estava na rua observando, cerca de 200 manifestantes: "Você deveria ter orgulho da consciência política da sua filha!", "Resiste, Fabíola!" e "Fica Fabíola!". A menina resistiu por 15 minutos. Depois, cedeu à súplica dos pais e, sob aplausos, deixou a escola. "Meus pais são muito conservadores", explicou a irmã de Fabíola, que os acompanhava. ACALMAR OS ÂNIMOS Oito horas após seu pai ter lhe buscado a gritos da ocupação na escola estadual Fernão Dias Paes, Fabíola Gonçalves, 17, voltou ao protesto contra o fechamento de unidades. "Esperei acalmar os ânimos em casa", afirmou a aluna. Às 8h desta quarta (11), a aluna voltou à escola e se juntou aos manifestantes –ela conseguiu entrar novamente no colégio, que está cercado por policiais. Há cerca de 200 pessoas protestando na parte externa, com apoio do MTST, e cem alunos dentro da escola. "Eu fiquei muito preocupada com eles", diz Fabíola. "Ficaram bravos por causa do tumulto. Os policiais disseram para eles que o protesto era uma bagunça. Eles só não queriam que eu dormisse aqui." Ela afirma que os pais apoiam a manifestação, mas não a ocupação, porque "tira a aula de outros alunos".
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Desconfiança inquisidora rebaixa ganhos de 'Os Dez Mandamentos'
Em um sábado de fevereiro, a aposentada Carmen dos Santos, 82, saiu de sua casa em Guarulhos para ir ao cinema pela primeira vez na vida. O filme escolhido: "Os Dez Mandamentos". "Nunca tinha entrado numa sala de cinema. Fiquei impressionada e emocionada", disse. Parte expressiva do público de "Os Dez Mandamentos" não tem o hábito de frequentar o cinema. Está aí um dos ganhos inegáveis dessa produção. "Eu nem sabia que ainda existiam tantas pessoas com esse perfil no país", comenta Marcio Fraccaroli, diretor da Paris Filmes, distribuidora do longa. A reprodução do império egípcio, as cenas impressionantes das pragas e a abertura do mar Vermelho, produzidas nos melhores estúdios americanos, foram ignoradas pela reportagem "Não Mentirás", publicada na última segunda (11) no caderno "Ilustrada" desta Folha. Também foram desprezados o trabalho de atores consagrados –como Paulo Gorgulho, Denise Del Vecchio e Zé Carlos Machado–, o investimento de R$ 80 milhões em dramaturgia feito pela Record e, sobretudo, corações e mentes que se apaixonaram pela obra. O público que foi ver Moisés na telona sabia da novela da Record que originou o longa. Sucesso na TV aberta, o folhetim impôs uma derrota marcante para a TV Globo no horário nobre. Em vez de violência, o público preferiu a libertação. Seria um erro infantil não relacionar a audiência da novela com o resultado do filme. A primeira temporada começou com 16 pontos. Cinco meses depois chegou à liderança, com 32 pontos de média. O Brasil parou para ver a abertura do mar Vermelho. Hoje, a novela é líder de audiência em Angola, Argentina, Portugal e Chile. E segue fazendo sucesso aqui no país. A fórmula é simples: uma história da Bíblia no formato mais apreciado pelo público –o audiovisual. Num país de 45 milhões de evangélicos, segundo o IBGE, como uma narrativa religiosa não teria tanta força? O argumento para minimizar o sucesso do filme, a ocupação parcial das salas de cinema, é ingênuo. Nem todos que tinham ingresso foram ver o longa. Mas quantos dos 11 milhões de espectadores estavam com o bilhete e não puderam ir? Por que chamar o fenômeno de "mentiroso"? A própria reportagem diz que a taxa de ocupação foi de 70%. E que a venda antecipada de bilhetes já ocorreu em outros filmes religiosos, justamente porque há participação de fãs engajados. PRECONCEITO Ocorreram sessões organizadas para grupos de escolas, asilos e orfanatos financiadas por voluntários. Qual o mal? Isso se chama filantropia. O filme foi exibido para indígenas, policiais, bombeiros, detentos, comunidades carentes e freiras da Igreja Católica. O profeta herói apareceu na telona da Hebraica, o principal clube judaico do Brasil. E a sala estava repleta. Eu estava lá. As imagens de salas lotadas estão por todos os lados nas redes e nas reportagens de TV. Em 11 semanas, foram 111 mil sessões em mil salas de 350 cidades. Aliás, o filme já foi vendido para 16 países, outra prova do seu potencial. E mais: o exibidor não o manteria em cartaz se as salas estivessem vazias, diminuindo receita com a venda de pipoca, refrigerante e doce, que corresponde a 60% do faturamento. Por que menosprezar um produto de sucesso que tantos milhões de brasileiros admiram? O preconceito impõe às religiões evangélicas um rótulo de "fé menor", fazendo com que os ganhos para o cinema sejam rebaixados em função da desconfiança inquisidora. O país do ódio, das crises política e econômica, tem relação com a escolha dos espectadores pela esperança no futuro. O filme "Os Dez Mandamentos" possui muito a ensinar para o Brasil.
ilustrada
Desconfiança inquisidora rebaixa ganhos de 'Os Dez Mandamentos'Em um sábado de fevereiro, a aposentada Carmen dos Santos, 82, saiu de sua casa em Guarulhos para ir ao cinema pela primeira vez na vida. O filme escolhido: "Os Dez Mandamentos". "Nunca tinha entrado numa sala de cinema. Fiquei impressionada e emocionada", disse. Parte expressiva do público de "Os Dez Mandamentos" não tem o hábito de frequentar o cinema. Está aí um dos ganhos inegáveis dessa produção. "Eu nem sabia que ainda existiam tantas pessoas com esse perfil no país", comenta Marcio Fraccaroli, diretor da Paris Filmes, distribuidora do longa. A reprodução do império egípcio, as cenas impressionantes das pragas e a abertura do mar Vermelho, produzidas nos melhores estúdios americanos, foram ignoradas pela reportagem "Não Mentirás", publicada na última segunda (11) no caderno "Ilustrada" desta Folha. Também foram desprezados o trabalho de atores consagrados –como Paulo Gorgulho, Denise Del Vecchio e Zé Carlos Machado–, o investimento de R$ 80 milhões em dramaturgia feito pela Record e, sobretudo, corações e mentes que se apaixonaram pela obra. O público que foi ver Moisés na telona sabia da novela da Record que originou o longa. Sucesso na TV aberta, o folhetim impôs uma derrota marcante para a TV Globo no horário nobre. Em vez de violência, o público preferiu a libertação. Seria um erro infantil não relacionar a audiência da novela com o resultado do filme. A primeira temporada começou com 16 pontos. Cinco meses depois chegou à liderança, com 32 pontos de média. O Brasil parou para ver a abertura do mar Vermelho. Hoje, a novela é líder de audiência em Angola, Argentina, Portugal e Chile. E segue fazendo sucesso aqui no país. A fórmula é simples: uma história da Bíblia no formato mais apreciado pelo público –o audiovisual. Num país de 45 milhões de evangélicos, segundo o IBGE, como uma narrativa religiosa não teria tanta força? O argumento para minimizar o sucesso do filme, a ocupação parcial das salas de cinema, é ingênuo. Nem todos que tinham ingresso foram ver o longa. Mas quantos dos 11 milhões de espectadores estavam com o bilhete e não puderam ir? Por que chamar o fenômeno de "mentiroso"? A própria reportagem diz que a taxa de ocupação foi de 70%. E que a venda antecipada de bilhetes já ocorreu em outros filmes religiosos, justamente porque há participação de fãs engajados. PRECONCEITO Ocorreram sessões organizadas para grupos de escolas, asilos e orfanatos financiadas por voluntários. Qual o mal? Isso se chama filantropia. O filme foi exibido para indígenas, policiais, bombeiros, detentos, comunidades carentes e freiras da Igreja Católica. O profeta herói apareceu na telona da Hebraica, o principal clube judaico do Brasil. E a sala estava repleta. Eu estava lá. As imagens de salas lotadas estão por todos os lados nas redes e nas reportagens de TV. Em 11 semanas, foram 111 mil sessões em mil salas de 350 cidades. Aliás, o filme já foi vendido para 16 países, outra prova do seu potencial. E mais: o exibidor não o manteria em cartaz se as salas estivessem vazias, diminuindo receita com a venda de pipoca, refrigerante e doce, que corresponde a 60% do faturamento. Por que menosprezar um produto de sucesso que tantos milhões de brasileiros admiram? O preconceito impõe às religiões evangélicas um rótulo de "fé menor", fazendo com que os ganhos para o cinema sejam rebaixados em função da desconfiança inquisidora. O país do ódio, das crises política e econômica, tem relação com a escolha dos espectadores pela esperança no futuro. O filme "Os Dez Mandamentos" possui muito a ensinar para o Brasil.
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Saneamento estagnado
A condição ainda provisória do governo de Michel Temer (PMDB) não o autoriza a descuidar das questões de Estado, como deveria ser a do saneamento básico. Como já diz a expressão, água limpa e esgoto tratado são responsabilidades fundamentais e inadiáveis do poder público, porém desde sempre negligenciadas no Brasil. O presidente interino não dá sinais de que fugirá ao padrão insalubre. Com o pretexto da necessidade imperativa de reequilibrar as contas públicas deterioradas, o Planalto vetou subsídio que poderia canalizar R$ 2 bilhões anuais para tornar factível a meta de universalizar o serviço até 2033. A provisão vetada integrava projeto de lei aprovado no Congresso que daria desconto pelos próximos dez anos na alíquota de PIS/Cofins a empresas de saneamento, como contrapartida por novas obras. Estima-se que o país precise investir R$ 14 bilhões anuais no setor para cumprir aquele objetivo, mas o dispêndio tem ficado na casa dos R$ 10 bilhões ao ano. Os avanços são tão lentos que mais se assemelham a uma estagnação. De 2013 para 2014, por exemplo, aumentou apenas 1,5% –para 156,4 milhões de brasileiros– a parcela da população urbana com acesso à rede de água. A média nacional de atendimento no presente fica em 83%. Não é grande coisa, tendo em vista que a região Sudeste já ostenta 91,7%. Os dados constam da última edição do "Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos - 2014", publicação do Ministério das Cidades. Bem pior é a situação da coleta de esgotos. Embora tenha crescido 3,7% entre os dois anos, o contingente servido pelas redes é de 96,8 milhões de pessoas, menos de metade da população nacional. O índice de atendimento marca um vergonhoso 49,8%%; mesmo no Sudeste, a região mais desenvolvida, ainda se encontra em 78,3%. Ninguém contesta a necessidade do governo de evitar a perda de receitas, motivo alegado pelo Planalto para vetar o subsídio. Mas já passou da hora de mudar a mentalidade de que saneamento básico é despesa (entenda-se: sem retorno político-eleitoral), e não investimento. Estima-se que cada real despendido no setor permite economizar outros quatro alhures, por exemplo no sistema de saúde. No ritmo atual de expansão das redes sanitárias, a almejada universalização pode atrasar mais 20 anos e só se completar em 2050. Não será o por ora interino, decerto, em apenas dois anos e meio de governo, quem vai saldar essa dívida centenária. Mas Temer pode, e deve, emitir os sinais corretos. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Saneamento estagnadoA condição ainda provisória do governo de Michel Temer (PMDB) não o autoriza a descuidar das questões de Estado, como deveria ser a do saneamento básico. Como já diz a expressão, água limpa e esgoto tratado são responsabilidades fundamentais e inadiáveis do poder público, porém desde sempre negligenciadas no Brasil. O presidente interino não dá sinais de que fugirá ao padrão insalubre. Com o pretexto da necessidade imperativa de reequilibrar as contas públicas deterioradas, o Planalto vetou subsídio que poderia canalizar R$ 2 bilhões anuais para tornar factível a meta de universalizar o serviço até 2033. A provisão vetada integrava projeto de lei aprovado no Congresso que daria desconto pelos próximos dez anos na alíquota de PIS/Cofins a empresas de saneamento, como contrapartida por novas obras. Estima-se que o país precise investir R$ 14 bilhões anuais no setor para cumprir aquele objetivo, mas o dispêndio tem ficado na casa dos R$ 10 bilhões ao ano. Os avanços são tão lentos que mais se assemelham a uma estagnação. De 2013 para 2014, por exemplo, aumentou apenas 1,5% –para 156,4 milhões de brasileiros– a parcela da população urbana com acesso à rede de água. A média nacional de atendimento no presente fica em 83%. Não é grande coisa, tendo em vista que a região Sudeste já ostenta 91,7%. Os dados constam da última edição do "Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos - 2014", publicação do Ministério das Cidades. Bem pior é a situação da coleta de esgotos. Embora tenha crescido 3,7% entre os dois anos, o contingente servido pelas redes é de 96,8 milhões de pessoas, menos de metade da população nacional. O índice de atendimento marca um vergonhoso 49,8%%; mesmo no Sudeste, a região mais desenvolvida, ainda se encontra em 78,3%. Ninguém contesta a necessidade do governo de evitar a perda de receitas, motivo alegado pelo Planalto para vetar o subsídio. Mas já passou da hora de mudar a mentalidade de que saneamento básico é despesa (entenda-se: sem retorno político-eleitoral), e não investimento. Estima-se que cada real despendido no setor permite economizar outros quatro alhures, por exemplo no sistema de saúde. No ritmo atual de expansão das redes sanitárias, a almejada universalização pode atrasar mais 20 anos e só se completar em 2050. Não será o por ora interino, decerto, em apenas dois anos e meio de governo, quem vai saldar essa dívida centenária. Mas Temer pode, e deve, emitir os sinais corretos. editoriais@grupofolha.com.br
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Após demissão, Dunga foge de entrevista na CBF
Demitido da seleção brasileira depois do fracasso na Copa América Centenário, o técnico Dunga preferiu não dar entrevista na sede da CBF, no Rio, nesta terça-feira (14), depois de uma reunião com o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero. O único que apareceu para falar com a imprensa foi o ex-coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, que também foi demitido. Ele defendeu o trabalho da comissão técnica. Apesar dos resultados negativos da seleção, o ex-goleiro do São Paulo se despediu da CBF dizendo ser "um vencedor". "Estou saindo, mas feliz de colocar em prática aquilo que acredito. No campo, as coisas não aconteceram, mas me considero um vencedor", afirmou Rinaldi. No comando da seleção depois do vexame da seleção na Copa do Mundo, Dunga só colecionou fracassos em partidas oficiais. O time foi eliminado nas quartas na Copa América, disputada no Chile, no ano passado. Nas eliminatórias do Mundial da Rússia, a seleção está em sexto –apenas os quatro primeiros se classificam para a Copa de 2018, enquanto o quinto vai para uma repescagem. No domingo (12), o time saiu da Copa América ao ser derrotado pelo Peru, por 1 a 0, em Boston, nos Estados Unidos. "Não estou magoado. Agradeço o doutor Marco Polo pela oportunidade", afirmou Rinaldi. Ele disse que ficará trabalhando na CBF até quinta-feira (16). Na quarta (15), a entidade precisa enviar uma lista de 35 atletas para o COI (Comitê Olímpico Internacional). Eles serão pré-inscritos no torneio olímpico. No final do mês, o novo treinador anuncia os 18 convocados. Rinaldi anunciou que conseguiu nesta terça a liberação de Douglas Costa, do Bayern de Munique, para disputar a competição. A decisão cabe ao treinador. Dos jogadores acima de 23 anos, Dunga já havia decidido chamar Neymar, Miranda e Willian. Mas ainda não havia conseguido a liberação dos dois últimos. Nesta terça, Del Nero deve se encontrar com Tite para definir a sua contratação. O dirigente ainda não definiu se o técnico do Corinthians vai comandar o time olímpico. Jorginho, do Vasco, poderá ficar com a vaga nos Jogos do Rio. Cronologia do Dunga
esporte
Após demissão, Dunga foge de entrevista na CBFDemitido da seleção brasileira depois do fracasso na Copa América Centenário, o técnico Dunga preferiu não dar entrevista na sede da CBF, no Rio, nesta terça-feira (14), depois de uma reunião com o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero. O único que apareceu para falar com a imprensa foi o ex-coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, que também foi demitido. Ele defendeu o trabalho da comissão técnica. Apesar dos resultados negativos da seleção, o ex-goleiro do São Paulo se despediu da CBF dizendo ser "um vencedor". "Estou saindo, mas feliz de colocar em prática aquilo que acredito. No campo, as coisas não aconteceram, mas me considero um vencedor", afirmou Rinaldi. No comando da seleção depois do vexame da seleção na Copa do Mundo, Dunga só colecionou fracassos em partidas oficiais. O time foi eliminado nas quartas na Copa América, disputada no Chile, no ano passado. Nas eliminatórias do Mundial da Rússia, a seleção está em sexto –apenas os quatro primeiros se classificam para a Copa de 2018, enquanto o quinto vai para uma repescagem. No domingo (12), o time saiu da Copa América ao ser derrotado pelo Peru, por 1 a 0, em Boston, nos Estados Unidos. "Não estou magoado. Agradeço o doutor Marco Polo pela oportunidade", afirmou Rinaldi. Ele disse que ficará trabalhando na CBF até quinta-feira (16). Na quarta (15), a entidade precisa enviar uma lista de 35 atletas para o COI (Comitê Olímpico Internacional). Eles serão pré-inscritos no torneio olímpico. No final do mês, o novo treinador anuncia os 18 convocados. Rinaldi anunciou que conseguiu nesta terça a liberação de Douglas Costa, do Bayern de Munique, para disputar a competição. A decisão cabe ao treinador. Dos jogadores acima de 23 anos, Dunga já havia decidido chamar Neymar, Miranda e Willian. Mas ainda não havia conseguido a liberação dos dois últimos. Nesta terça, Del Nero deve se encontrar com Tite para definir a sua contratação. O dirigente ainda não definiu se o técnico do Corinthians vai comandar o time olímpico. Jorginho, do Vasco, poderá ficar com a vaga nos Jogos do Rio. Cronologia do Dunga
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Secretário da Força Sindical manda livro para Doria e elogia grafites
Secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, mandou para João Doria (PSDB) exemplar de um livro de sua autoria sobre arte urbana. "É para mostrar que a cidade não é tão feia como se diz", afirma ele, que anexou uma carta reclamando da ideia do prefeito de apagar grafites. "Arte de Rua", a obra de Juruna, reúne fotos de murais tiradas por ele. Leia a coluna completa aqui.
colunas
Secretário da Força Sindical manda livro para Doria e elogia grafitesSecretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, mandou para João Doria (PSDB) exemplar de um livro de sua autoria sobre arte urbana. "É para mostrar que a cidade não é tão feia como se diz", afirma ele, que anexou uma carta reclamando da ideia do prefeito de apagar grafites. "Arte de Rua", a obra de Juruna, reúne fotos de murais tiradas por ele. Leia a coluna completa aqui.
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Polêmica e direta, consultoria cresce apesar de seus antagonistas
Eles aterrorizaram ao falar em "fim do Brasil" caso a presidente Dilma fosse reeleita. E isso em julho de 2014, quando o país crescia, economizava, tinha o selo de bom pagador e a Lava Jato não tinha prendido nenhum presidente de empreiteira. A peça "O Fim do Brasil", que viralizou na internet, acabou lhes rendendo um processo do PT, além da pecha de terroristas e de militantes tucanos. Os analistas de ações da Empiricus recusam os adjetivos, mas não têm problema em assumir discurso "politicamente incorreto". Voltada ao pequeno investidor pessoa física, a consultoria valoriza o fato de não estar ligada a nenhum banco, corretora ou grupo financeiro. De acordo com eles, isso lhes permite orientar o cliente sem "segundas intenções". "O Fim do Brasil" era uma carta lida pelo economista Felipe Miranda, 31, fundador da Empiricus, afirmando que o Brasil que nascera em 1994 com Plano Real iria morrer, com 20 anos de idade, após a reeleição do PT ao governo. Sob o argumento de terror eleitoral, o PT processou a consultoria, pedindo ao TSE que suspendesse a peça. A Empiricus venceu por 5 a 2. À época, a Empiricus previa a "maior crise econômica desde 1994", mandava os clientes se protegerem comprando dólar, falava em volta da inflação e até em confisco da poupança. Menos de dois anos depois, o dinheiro da poupança não foi confiscado. Mas a inflação foi a 10%, o dólar disparou, a Bolsa derreteu, o governo elevou impostos e hoje a maior preocupação do Planalto é evitar o impeachment. "Se isso não é o fim do Brasil, não sei o que seria", diz Miranda. O discurso do terror fora inspirado na peça "End of America" da americana Stansberry Research, que alertava, em 2011, para o risco de aprofundamento da crise financeira de 2008. Não por acaso, a Stansberry integra a holding Agora, que comprou metade da Empiricus em 2011. Presente em 14 países, a firma viu na Empiricus uma forma de entrar no Brasil. A condição era replicar o modelo de negócio. A estratégia parte do boletim "Mercado em Cinco Minutos", grátis, enviado a 1,8 milhão de e-mails cadastrados. Desses, espera-se converter ao menos 10% em assinaturas mensais de R$ 23,90 por outro boletim, mais detalhado. Há hoje 110 mil pagantes, segundo a consultoria. A partir daí, há produtos mais especializados. O mais caro é uma cota vitalícia única de R$ 30 mil. Nas últimas semanas, a Empiricus comprou a metade do site "Antagonista", do ex-redator-chefe da "Veja" Mario Sabino, conhecido pela acidez na cobertura política. Segundo Miranda, o objetivo do investimento é "capturar os e-mails" do público de 5 milhões de visitantes. PROCESSOS Além de incomodar o PT, o ativismo da Empiricus já lhe rendeu uma condenação pela Apimec-SP (associação dos analistas, que funciona como órgão regulador). Em 2012, a Empiricus apontou inconsistências contábeis nos balanços do frigorífico Marfrig e pediu a cabeça do diretor de Relações com Investidores, Ricardo Florence, a quem se referia como "executivo metido a besta e enólogo de araque". A Apimec considerou o ataque incompatível com os padrões de conduta do setor, suspendeu por um ano o registro de analista do sócio responsável (Marcos Elias, que depois saiu da Empiricus) e condenou os profissionais a multa de R$ 2.040 cada um. Já a CVM, reguladora do mercado de capitais, pediu à Marfrig a republicação do balanço com a reclassificação das inconsistências apontadas. O frigorífico pagou ainda R$ 800 mil em acordo com a CVM para encerrar o caso. DISCURSO ENFÁTICO Pai solteiro de um garoto de quatro anos, Felipe Miranda, 31, estudou no colégio jesuíta São Luiz (centro de São Paulo), cursou economia na USP e fez mestrado em finanças na FGV, onde se tornou professor de micro e macroeconomia aos 26 anos. Politicamente, diz ser "de direita liberal libertária": "A favor da liberação da droga, de casamento gay etc.". Foi a todas as manifestações contra o governo, mas ressalva: "Deixa claro que a Empiricus não tem partido, hein? Esse sou eu". Aos que criticam o discurso agressivo de suas análises, afirma: "É parte do modelo de negócio e funciona muito mais do que todos imaginam". "Está todo mundo louco para pegar a gente. No mercado financeiro, é assim: se alguém se dá melhor do que você, é porque deu sorte ou roubou!" EMPIRICUS/2016 FATURAMENTO: R$ 160 mi a R$ 200 mi (estimativa) SÓCIOS: Agora Inc, dos EUA, e brasileiros Felipe Miranda, Rodolfo Almstalden e Caio Mesquita CONCORRENTES: área de pesquisa de ações de bancos, corretoras e consultorias independentes, como LCA e Tendências EQUIPE: 15 analistas
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Polêmica e direta, consultoria cresce apesar de seus antagonistasEles aterrorizaram ao falar em "fim do Brasil" caso a presidente Dilma fosse reeleita. E isso em julho de 2014, quando o país crescia, economizava, tinha o selo de bom pagador e a Lava Jato não tinha prendido nenhum presidente de empreiteira. A peça "O Fim do Brasil", que viralizou na internet, acabou lhes rendendo um processo do PT, além da pecha de terroristas e de militantes tucanos. Os analistas de ações da Empiricus recusam os adjetivos, mas não têm problema em assumir discurso "politicamente incorreto". Voltada ao pequeno investidor pessoa física, a consultoria valoriza o fato de não estar ligada a nenhum banco, corretora ou grupo financeiro. De acordo com eles, isso lhes permite orientar o cliente sem "segundas intenções". "O Fim do Brasil" era uma carta lida pelo economista Felipe Miranda, 31, fundador da Empiricus, afirmando que o Brasil que nascera em 1994 com Plano Real iria morrer, com 20 anos de idade, após a reeleição do PT ao governo. Sob o argumento de terror eleitoral, o PT processou a consultoria, pedindo ao TSE que suspendesse a peça. A Empiricus venceu por 5 a 2. À época, a Empiricus previa a "maior crise econômica desde 1994", mandava os clientes se protegerem comprando dólar, falava em volta da inflação e até em confisco da poupança. Menos de dois anos depois, o dinheiro da poupança não foi confiscado. Mas a inflação foi a 10%, o dólar disparou, a Bolsa derreteu, o governo elevou impostos e hoje a maior preocupação do Planalto é evitar o impeachment. "Se isso não é o fim do Brasil, não sei o que seria", diz Miranda. O discurso do terror fora inspirado na peça "End of America" da americana Stansberry Research, que alertava, em 2011, para o risco de aprofundamento da crise financeira de 2008. Não por acaso, a Stansberry integra a holding Agora, que comprou metade da Empiricus em 2011. Presente em 14 países, a firma viu na Empiricus uma forma de entrar no Brasil. A condição era replicar o modelo de negócio. A estratégia parte do boletim "Mercado em Cinco Minutos", grátis, enviado a 1,8 milhão de e-mails cadastrados. Desses, espera-se converter ao menos 10% em assinaturas mensais de R$ 23,90 por outro boletim, mais detalhado. Há hoje 110 mil pagantes, segundo a consultoria. A partir daí, há produtos mais especializados. O mais caro é uma cota vitalícia única de R$ 30 mil. Nas últimas semanas, a Empiricus comprou a metade do site "Antagonista", do ex-redator-chefe da "Veja" Mario Sabino, conhecido pela acidez na cobertura política. Segundo Miranda, o objetivo do investimento é "capturar os e-mails" do público de 5 milhões de visitantes. PROCESSOS Além de incomodar o PT, o ativismo da Empiricus já lhe rendeu uma condenação pela Apimec-SP (associação dos analistas, que funciona como órgão regulador). Em 2012, a Empiricus apontou inconsistências contábeis nos balanços do frigorífico Marfrig e pediu a cabeça do diretor de Relações com Investidores, Ricardo Florence, a quem se referia como "executivo metido a besta e enólogo de araque". A Apimec considerou o ataque incompatível com os padrões de conduta do setor, suspendeu por um ano o registro de analista do sócio responsável (Marcos Elias, que depois saiu da Empiricus) e condenou os profissionais a multa de R$ 2.040 cada um. Já a CVM, reguladora do mercado de capitais, pediu à Marfrig a republicação do balanço com a reclassificação das inconsistências apontadas. O frigorífico pagou ainda R$ 800 mil em acordo com a CVM para encerrar o caso. DISCURSO ENFÁTICO Pai solteiro de um garoto de quatro anos, Felipe Miranda, 31, estudou no colégio jesuíta São Luiz (centro de São Paulo), cursou economia na USP e fez mestrado em finanças na FGV, onde se tornou professor de micro e macroeconomia aos 26 anos. Politicamente, diz ser "de direita liberal libertária": "A favor da liberação da droga, de casamento gay etc.". Foi a todas as manifestações contra o governo, mas ressalva: "Deixa claro que a Empiricus não tem partido, hein? Esse sou eu". Aos que criticam o discurso agressivo de suas análises, afirma: "É parte do modelo de negócio e funciona muito mais do que todos imaginam". "Está todo mundo louco para pegar a gente. No mercado financeiro, é assim: se alguém se dá melhor do que você, é porque deu sorte ou roubou!" EMPIRICUS/2016 FATURAMENTO: R$ 160 mi a R$ 200 mi (estimativa) SÓCIOS: Agora Inc, dos EUA, e brasileiros Felipe Miranda, Rodolfo Almstalden e Caio Mesquita CONCORRENTES: área de pesquisa de ações de bancos, corretoras e consultorias independentes, como LCA e Tendências EQUIPE: 15 analistas
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Lições de Fukushima: especialistas questionam se reação foi exagerada
Há quatro anos, o acidente nuclear em Fukushima, no Japão, levou a uma grande evacuação, inclusive de pacientes internados em hospitais. Agora, os especialistas passam a se questionar: será que era mesmo o caso? No último mês, a Agência Internacional de Energia Atômica apontou que, até agora, ninguém morreu ou mesmo ficou doente por causa da radiação emitida no episódio. Mesmo entre os trabalhadores da usina, os dados têm indicado que não haverá casos de câncer além do normal, embora seja preciso aguardar mais anos para ter certeza. O esforço de evacuação, porém, deixou 1.600 mortos. Um pequeno encontro científico em Tóquio discutiu o assunto recentemente. "O governo basicamente entrou em pânico", disse o oncologista Mohan Doss, que participou do evento. "Quando você evacua uma unidade de tratamento intensivo, você não pode simplesmente levar os pacientes a uma escola e esperar que eles sobrevivam." O nível de radiação, dizem os cientistas, não era tão elevado a ponto de justificar tais medidas. Houve várias vítimas fatais também entre pacientes de asilos, cuja fragilidade dificultou sua evacuação. O problema é que era difícil saber a priori que a radiação seria em boa medida levada pelo vento em direção ao mar. Os habitantes com maior exposição teriam encarado 70 milisieverts de radiação, valor não muito maior do que o de uma tomografia de alta resolução de corpo inteiro ao ano desde o acidente. A maior parte dos moradores, porém, não deve ter recebido mais do que 4 milisieverts –a exposição natural de radiação ao livre, na terra, é de 2,4 milisieverts por ano. Nos EUA, Doss e outros dois pesquisadores, Carol Marcus e Mark Miller, respectivamente da Universidade da Califórnia em Los Angeles e do Laboratório Nacional de Sandia, no Novo México, fizeram uma petição à Comissão de Regulação Nuclear pedindo revisão das regras de evacuação. SEGURANÇA De qualquer modo, ainda é difícil saber qual grau de exposição à radiação é seguro -alguns estudos defendem que o melhor é evitar ao máximo, enquanto outros apontam que um pequeno grau seria até benéfico. Estudos com os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki, por exemplo, são controversos. Como seria imprudente expor pessoas à radiação para testar os efeitos, testes mais controlados são difíceis de se realizar. Um experimento ocorreu sem querer três décadas atrás em Taiwan, quando cerca de 200 prédios, onde moravam 10 mil pessoas, foram construídos a partir de aço contaminado com cobalto radioativo. Ao longo dos anos, os moradores foram expostos a doses de cerca de 10,5 milisieverts ao ano, mais do que o dobro da exposição estimada em Fukushima. Um estudo de 2006 mostrou que não houve mais casos de câncer do que o esperado na população em geral -na verdade, até um pouco menos, embora isso possa ser somente uma oscilação estatística. Toda a discussão sobre a dificuldade de chegar a um protocolo confiável e eficiente de evacuações em casos de acidentes radioativos tem a ver, no final, com a dificuldade humana de lidar com riscos -às vezes, na tentativa de evitar um mal assustador, acabamos criando problemas ainda maiores.
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Lições de Fukushima: especialistas questionam se reação foi exageradaHá quatro anos, o acidente nuclear em Fukushima, no Japão, levou a uma grande evacuação, inclusive de pacientes internados em hospitais. Agora, os especialistas passam a se questionar: será que era mesmo o caso? No último mês, a Agência Internacional de Energia Atômica apontou que, até agora, ninguém morreu ou mesmo ficou doente por causa da radiação emitida no episódio. Mesmo entre os trabalhadores da usina, os dados têm indicado que não haverá casos de câncer além do normal, embora seja preciso aguardar mais anos para ter certeza. O esforço de evacuação, porém, deixou 1.600 mortos. Um pequeno encontro científico em Tóquio discutiu o assunto recentemente. "O governo basicamente entrou em pânico", disse o oncologista Mohan Doss, que participou do evento. "Quando você evacua uma unidade de tratamento intensivo, você não pode simplesmente levar os pacientes a uma escola e esperar que eles sobrevivam." O nível de radiação, dizem os cientistas, não era tão elevado a ponto de justificar tais medidas. Houve várias vítimas fatais também entre pacientes de asilos, cuja fragilidade dificultou sua evacuação. O problema é que era difícil saber a priori que a radiação seria em boa medida levada pelo vento em direção ao mar. Os habitantes com maior exposição teriam encarado 70 milisieverts de radiação, valor não muito maior do que o de uma tomografia de alta resolução de corpo inteiro ao ano desde o acidente. A maior parte dos moradores, porém, não deve ter recebido mais do que 4 milisieverts –a exposição natural de radiação ao livre, na terra, é de 2,4 milisieverts por ano. Nos EUA, Doss e outros dois pesquisadores, Carol Marcus e Mark Miller, respectivamente da Universidade da Califórnia em Los Angeles e do Laboratório Nacional de Sandia, no Novo México, fizeram uma petição à Comissão de Regulação Nuclear pedindo revisão das regras de evacuação. SEGURANÇA De qualquer modo, ainda é difícil saber qual grau de exposição à radiação é seguro -alguns estudos defendem que o melhor é evitar ao máximo, enquanto outros apontam que um pequeno grau seria até benéfico. Estudos com os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki, por exemplo, são controversos. Como seria imprudente expor pessoas à radiação para testar os efeitos, testes mais controlados são difíceis de se realizar. Um experimento ocorreu sem querer três décadas atrás em Taiwan, quando cerca de 200 prédios, onde moravam 10 mil pessoas, foram construídos a partir de aço contaminado com cobalto radioativo. Ao longo dos anos, os moradores foram expostos a doses de cerca de 10,5 milisieverts ao ano, mais do que o dobro da exposição estimada em Fukushima. Um estudo de 2006 mostrou que não houve mais casos de câncer do que o esperado na população em geral -na verdade, até um pouco menos, embora isso possa ser somente uma oscilação estatística. Toda a discussão sobre a dificuldade de chegar a um protocolo confiável e eficiente de evacuações em casos de acidentes radioativos tem a ver, no final, com a dificuldade humana de lidar com riscos -às vezes, na tentativa de evitar um mal assustador, acabamos criando problemas ainda maiores.
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Após mal-entendido com Doria, Kobra diz que 'não compartilha de atitude repressiva'
Enquanto assistentes demarcam o muro de um imóvel nos Jardins, o artista Eduardo Kobra, 41, decide qual desenho pintar na parede. Mal ele pega uma lata de tinta, se aproxima uma moradora do bairro e pede uma selfie. "Minha filha pirou quando disse que ele tá pintando aqui", explica Fernanda Joanitti. "Não quer um café, não?", pergunta ela a Kobra e à repórter Letícia Mori, que acompanha o dia de trabalho do artista. * A recepção calorosa é bem diferente do tratamento que ele costumava receber. De quando começou a fazer arte de rua, aos 12, grafitando muros no bairro do Campo Limpo, em SP, onde cresceu, até ficar conhecido internacionalmente, Kobra chegou a ser preso mais de dez vezes. Algumas quando o trabalho nem era ilegal. "Uma vez eu tava retocando uma pintura minha e a polícia chegou. Só acreditaram na delegacia." * Depois de fazer fama com dezenas de murais coloridos espalhados por cidades como São Paulo, Londres, Berlim e Paris, seu nome virou uma referência tão conhecida que ele acaba sendo tietado nos Jardins e citado pelo prefeito como coordenador de um programa municipal sobre o qual nem estava sabendo. * Há alguns dias, o prefeito João Doria disse que ele seria coordenador de um braço do programa Cidade Linda para combater a pichação e criar algum controle da arte urbana. Após Kobra negar veementemente que ocuparia cargo público, o tucano voltou atrás e afirmou que o artista seria uma espécie de "curador". * "Nem sabia o que era o projeto", diz Kobra, que tinha participado de uma reunião de meia hora com Doria na qual deu sugestões de como incentivar a arte urbana na cidade. "Começou e terminou nesse ponto. Sugeri criar um museu de 'street art', falei do festival de arte 3D que estou organizando no Memorial da América Latina." * "Acho que ele se entusiasmou. Até liguei para ele depois para explicar que não posso ser coordenador nem fazer curadoria nenhuma", diz Kobra, que repete várias vezes durante a conversa que "não trabalha para a prefeitura", "não poderia assumir um cargo nesse sentido" e "não faz parte de um projeto". * "Claro que, se a prefeitura quiser me consultar sobre qualquer coisa que beneficie a arte urbana, estou à disposição. Mas jamais aceitaria um cargo. Principalmente contra pichadores. Não compartilho de atitude repressiva e jamais me colocaria numa posição contrária a outro artista." * Para Kobra, a rua não tem curadoria. "Grafite é uma arte que é livre, ela continua sendo livre, não dá pra controlar. Está no DNA da cidade de SP, que é conhecida por ter a maior diversidade de estilos na arte urbana. Já tem turistas que vêm para cá só para conhecer a arte de rua." * O tempo todo Kobra reforça o orgulho que tem da sua história. E pede para ser chamado de muralista, não grafiteiro. "Grafite, por definição, é arte livre, sem permissão. O que eu faço não é grafite, porque é autorizado", afirma. "Mas nunca deixei colocarem restrições ao meu trabalho. Quando a pessoa autoriza, tem que dar liberdade." * Não que ele tenha que pedir muita licença hoje em dia –a maioria de suas intervenções é a convite. São tantas nos EUA que ele vai montar uma base de trabalho em New Jersey e levar a família para morar com ele por lá. Assim pode passar mais tempo com a mulher e o filho, Pedro, de sete meses. Intercalando temporadas no Brasil, vai fazer uma série de 28 murais espalhados por Nova York. * "A cidade tem a ver com minha história. Comecei a pintar por influência dos grafiteiros de lá, na década de 1980, o [Jean-Michel] Basquiat, o Keith Haring." Aos 18 anos ele foi morar sozinho após atritos com a família, que se opunha ao grafite. "Pintava lojas, trocava por roupa. Nunca tive problema com droga, mas andava só com os 'maloqueiro'. Eles [a família] queriam me proteger." Chegou a trabalhar em banco, depois saiu. * Um resquício ficou de seu tempo pintando ilegalmente e sem proteção: ele sofre de plumbose, contaminação pelo chumbo das tintas. "Aprendi a conviver, mas tem dia que não consigo trabalhar por causa da dor de cabeça." * A mudança veio nos anos 2000, quando seus murais de paisagens históricas de São Paulo começaram a chamar atenção. Hoje vende telas por até 40 mil euros e serigrafias por US$ 3.000. Diz que, apesar de ter uma equipe de cinco pessoas, pinta ele próprio todos os trabalhos, faz apenas um original de cada mural em tela e descarta fazer licenciamento de produtos –o que já gerou críticas a artistas como Romero Britto, por tornar o trabalho mais comercial. * "Acho assim: ele [Romero] me parece feliz com o caminho que escolheu, né?", diz, sem ironia. "Respeito a história dele, mas não tomaria os mesmos caminhos. Tanto é que eu estou há 28 anos pintando e raramente me associo com alguma marca." * "Porém não pode levar para um lado muito radical, de ser hipócrita de imaginar que um artista consegue pagar as contas sem vender. Já vi muita gente na rua falar uma coisa e não conseguir sustentar quando a empresa 'x' bate na porta. Então prefiro cuidar da minha vida", encerra, antes de mirar seu spray de tinta amarela no muro nos Jardins.
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Após mal-entendido com Doria, Kobra diz que 'não compartilha de atitude repressiva'Enquanto assistentes demarcam o muro de um imóvel nos Jardins, o artista Eduardo Kobra, 41, decide qual desenho pintar na parede. Mal ele pega uma lata de tinta, se aproxima uma moradora do bairro e pede uma selfie. "Minha filha pirou quando disse que ele tá pintando aqui", explica Fernanda Joanitti. "Não quer um café, não?", pergunta ela a Kobra e à repórter Letícia Mori, que acompanha o dia de trabalho do artista. * A recepção calorosa é bem diferente do tratamento que ele costumava receber. De quando começou a fazer arte de rua, aos 12, grafitando muros no bairro do Campo Limpo, em SP, onde cresceu, até ficar conhecido internacionalmente, Kobra chegou a ser preso mais de dez vezes. Algumas quando o trabalho nem era ilegal. "Uma vez eu tava retocando uma pintura minha e a polícia chegou. Só acreditaram na delegacia." * Depois de fazer fama com dezenas de murais coloridos espalhados por cidades como São Paulo, Londres, Berlim e Paris, seu nome virou uma referência tão conhecida que ele acaba sendo tietado nos Jardins e citado pelo prefeito como coordenador de um programa municipal sobre o qual nem estava sabendo. * Há alguns dias, o prefeito João Doria disse que ele seria coordenador de um braço do programa Cidade Linda para combater a pichação e criar algum controle da arte urbana. Após Kobra negar veementemente que ocuparia cargo público, o tucano voltou atrás e afirmou que o artista seria uma espécie de "curador". * "Nem sabia o que era o projeto", diz Kobra, que tinha participado de uma reunião de meia hora com Doria na qual deu sugestões de como incentivar a arte urbana na cidade. "Começou e terminou nesse ponto. Sugeri criar um museu de 'street art', falei do festival de arte 3D que estou organizando no Memorial da América Latina." * "Acho que ele se entusiasmou. Até liguei para ele depois para explicar que não posso ser coordenador nem fazer curadoria nenhuma", diz Kobra, que repete várias vezes durante a conversa que "não trabalha para a prefeitura", "não poderia assumir um cargo nesse sentido" e "não faz parte de um projeto". * "Claro que, se a prefeitura quiser me consultar sobre qualquer coisa que beneficie a arte urbana, estou à disposição. Mas jamais aceitaria um cargo. Principalmente contra pichadores. Não compartilho de atitude repressiva e jamais me colocaria numa posição contrária a outro artista." * Para Kobra, a rua não tem curadoria. "Grafite é uma arte que é livre, ela continua sendo livre, não dá pra controlar. Está no DNA da cidade de SP, que é conhecida por ter a maior diversidade de estilos na arte urbana. Já tem turistas que vêm para cá só para conhecer a arte de rua." * O tempo todo Kobra reforça o orgulho que tem da sua história. E pede para ser chamado de muralista, não grafiteiro. "Grafite, por definição, é arte livre, sem permissão. O que eu faço não é grafite, porque é autorizado", afirma. "Mas nunca deixei colocarem restrições ao meu trabalho. Quando a pessoa autoriza, tem que dar liberdade." * Não que ele tenha que pedir muita licença hoje em dia –a maioria de suas intervenções é a convite. São tantas nos EUA que ele vai montar uma base de trabalho em New Jersey e levar a família para morar com ele por lá. Assim pode passar mais tempo com a mulher e o filho, Pedro, de sete meses. Intercalando temporadas no Brasil, vai fazer uma série de 28 murais espalhados por Nova York. * "A cidade tem a ver com minha história. Comecei a pintar por influência dos grafiteiros de lá, na década de 1980, o [Jean-Michel] Basquiat, o Keith Haring." Aos 18 anos ele foi morar sozinho após atritos com a família, que se opunha ao grafite. "Pintava lojas, trocava por roupa. Nunca tive problema com droga, mas andava só com os 'maloqueiro'. Eles [a família] queriam me proteger." Chegou a trabalhar em banco, depois saiu. * Um resquício ficou de seu tempo pintando ilegalmente e sem proteção: ele sofre de plumbose, contaminação pelo chumbo das tintas. "Aprendi a conviver, mas tem dia que não consigo trabalhar por causa da dor de cabeça." * A mudança veio nos anos 2000, quando seus murais de paisagens históricas de São Paulo começaram a chamar atenção. Hoje vende telas por até 40 mil euros e serigrafias por US$ 3.000. Diz que, apesar de ter uma equipe de cinco pessoas, pinta ele próprio todos os trabalhos, faz apenas um original de cada mural em tela e descarta fazer licenciamento de produtos –o que já gerou críticas a artistas como Romero Britto, por tornar o trabalho mais comercial. * "Acho assim: ele [Romero] me parece feliz com o caminho que escolheu, né?", diz, sem ironia. "Respeito a história dele, mas não tomaria os mesmos caminhos. Tanto é que eu estou há 28 anos pintando e raramente me associo com alguma marca." * "Porém não pode levar para um lado muito radical, de ser hipócrita de imaginar que um artista consegue pagar as contas sem vender. Já vi muita gente na rua falar uma coisa e não conseguir sustentar quando a empresa 'x' bate na porta. Então prefiro cuidar da minha vida", encerra, antes de mirar seu spray de tinta amarela no muro nos Jardins.
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Sem política pública de bem-estar animal, país decepciona, afirma leitora
Cada vez mais nosso país decepciona ao demonstrar não ter qualquer tipo de política pública direcionada ao bem-estar animal. Quando as tragédias acontecem em São Paulo, ainda conseguimos saber o que houve. No Pará, mais de 500 bois foram mortos após rompimento de uma barreira em Vila do Conde. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Sem política pública de bem-estar animal, país decepciona, afirma leitoraCada vez mais nosso país decepciona ao demonstrar não ter qualquer tipo de política pública direcionada ao bem-estar animal. Quando as tragédias acontecem em São Paulo, ainda conseguimos saber o que houve. No Pará, mais de 500 bois foram mortos após rompimento de uma barreira em Vila do Conde. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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O que parece original no futebol pode ser resultado de fatos anteriores
Nas Eliminatórias para a Copa de 2002, a Argentina, dirigida por Bielsa, foi muito superior aos adversários, como ocorre hoje com o Brasil. Os argentinos fizeram 43 pontos. O Brasil também pode chegar a 43. A Argentina atuava com três zagueiros e dois alas bem avançados, como pontas. O time propunha o jogo, como diz o atual futebolês. Bielsa bebeu na fonte de Menotti, campeão do mundo pela Argentina, em 1978, e de Rinus Michels, técnico da Holanda em 1974, que influenciou Cruyff, treinador do Barcelona, que inspirou Guardiola, que influenciou Sampaoli. Todos esses técnicos gostam de atuar com três zagueiros, porque trocam um defensor por um meia ou atacante. O time fica mais ofensivo. Cruyff que, 15 dias antes do Mundial de 1974, Rinus Michels disse que a equipe teria de fazer algo inusitado, ousado. Nascia o Carrossel Holandês. Onde estava a bola, havia muitos holandeses para recuperá-la. Era a pelada organizada. Muitos times tentaram fazer como a Holanda, sem sucesso, mas a ideia de pressionar quem está com a bola é cada dia mais atual, moderna. Rinus Michels deve ter se inspirado em alguém, em alguma situação, que não sei qual é. Não foi na seleção brasileira de 1970, que não marcava por pressão. Teria Rinus Michels tido um estalo genial, tirado do nada? Muitos acontecimentos que parecem originais são resultados de fatos e situações anteriores, que não sabemos onde e quando surgiram. O conhecimento nasce de estudos, da imaginação, das influências, das associações mentais e do acaso. Assim como a vida, o saber não é estruturado em normas, padrões, com um fim programado. Muitos times atuais, como Chelsea, Arsenal, Alemanha, Bélgica, Argentina e Chile, têm jogado, de maneira habitual ou alternada, com três zagueiros e dois alas. Todas defendem e atacam com muitos jogadores. Cada equipe tem sua particularidade. Brasil e Colômbia jogam com três zagueiros. A diferença tática entre as duas equipes é a de que o Brasil tem um trio no meio-campo, enquanto a Colômbia joga com dois volantes em linha e um meia de ligação pelo centro. Foi uma partida equilibrada. O calor excessivo diminuiu a intensidade do jogo. A Colômbia fez o gol de empate em uma bola cruzada, lance que Falcao Garcia mais gosta, pois é ótimo no posicionamento e no cabeceio. Embora Neymar não tenha feito gols nem brilhado, como nos grandes momentos, saíram de seus pés os lances que resultaram em chances de gol, além do passe para Willian acertar um belo chute. Nas partidas mais difíceis, contra equipes do mesmo nível, o talento de Neymar será decisivo. Clarice Lispector lamentava, em seus textos, de não saber o que estava atrás do pensamento. Neymar sabe. Antes de saber, faz. Como sabe? Sabendo. JOGO SUJO Lamentavelmente, aumentam, a cada dia, as tentativas de enfraquecer a Lava Jato. Com as cooperações internacionais, a Operação chegou ao Comitê Olímpico Brasileiro, com as denúncias de compra de votos para o Rio sediar a Olimpíada, com as participações do ex-governador Sérgio Cabral e do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman. Falta chegar à CBF, apesar de a entidade não receber dinheiro público. Ex-presidentes já foram investigados e denunciados pela Justiça dos EUA. Marín está preso, e Del Nero não sai do Brasil, com medo de ter o mesmo destino.
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O que parece original no futebol pode ser resultado de fatos anterioresNas Eliminatórias para a Copa de 2002, a Argentina, dirigida por Bielsa, foi muito superior aos adversários, como ocorre hoje com o Brasil. Os argentinos fizeram 43 pontos. O Brasil também pode chegar a 43. A Argentina atuava com três zagueiros e dois alas bem avançados, como pontas. O time propunha o jogo, como diz o atual futebolês. Bielsa bebeu na fonte de Menotti, campeão do mundo pela Argentina, em 1978, e de Rinus Michels, técnico da Holanda em 1974, que influenciou Cruyff, treinador do Barcelona, que inspirou Guardiola, que influenciou Sampaoli. Todos esses técnicos gostam de atuar com três zagueiros, porque trocam um defensor por um meia ou atacante. O time fica mais ofensivo. Cruyff que, 15 dias antes do Mundial de 1974, Rinus Michels disse que a equipe teria de fazer algo inusitado, ousado. Nascia o Carrossel Holandês. Onde estava a bola, havia muitos holandeses para recuperá-la. Era a pelada organizada. Muitos times tentaram fazer como a Holanda, sem sucesso, mas a ideia de pressionar quem está com a bola é cada dia mais atual, moderna. Rinus Michels deve ter se inspirado em alguém, em alguma situação, que não sei qual é. Não foi na seleção brasileira de 1970, que não marcava por pressão. Teria Rinus Michels tido um estalo genial, tirado do nada? Muitos acontecimentos que parecem originais são resultados de fatos e situações anteriores, que não sabemos onde e quando surgiram. O conhecimento nasce de estudos, da imaginação, das influências, das associações mentais e do acaso. Assim como a vida, o saber não é estruturado em normas, padrões, com um fim programado. Muitos times atuais, como Chelsea, Arsenal, Alemanha, Bélgica, Argentina e Chile, têm jogado, de maneira habitual ou alternada, com três zagueiros e dois alas. Todas defendem e atacam com muitos jogadores. Cada equipe tem sua particularidade. Brasil e Colômbia jogam com três zagueiros. A diferença tática entre as duas equipes é a de que o Brasil tem um trio no meio-campo, enquanto a Colômbia joga com dois volantes em linha e um meia de ligação pelo centro. Foi uma partida equilibrada. O calor excessivo diminuiu a intensidade do jogo. A Colômbia fez o gol de empate em uma bola cruzada, lance que Falcao Garcia mais gosta, pois é ótimo no posicionamento e no cabeceio. Embora Neymar não tenha feito gols nem brilhado, como nos grandes momentos, saíram de seus pés os lances que resultaram em chances de gol, além do passe para Willian acertar um belo chute. Nas partidas mais difíceis, contra equipes do mesmo nível, o talento de Neymar será decisivo. Clarice Lispector lamentava, em seus textos, de não saber o que estava atrás do pensamento. Neymar sabe. Antes de saber, faz. Como sabe? Sabendo. JOGO SUJO Lamentavelmente, aumentam, a cada dia, as tentativas de enfraquecer a Lava Jato. Com as cooperações internacionais, a Operação chegou ao Comitê Olímpico Brasileiro, com as denúncias de compra de votos para o Rio sediar a Olimpíada, com as participações do ex-governador Sérgio Cabral e do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman. Falta chegar à CBF, apesar de a entidade não receber dinheiro público. Ex-presidentes já foram investigados e denunciados pela Justiça dos EUA. Marín está preso, e Del Nero não sai do Brasil, com medo de ter o mesmo destino.
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República das commodities
Para pensar o desenvolvimento do Brasil há uma obra obrigatória. Ela se chama "Atlas da Complexidade Econômica", realizada pelo economista Ricardo Hausmann, da Escola de Governo de Harvard, e pelo professor de artes midiáticas do MIT César Hidalgo, dentre outros. Trata-se de um belo exemplo de cooperação entre campos diferentes do conhecimento: economia, estatística e design. Juntos eles criaram o Índice de Complexidade Econômica. Ele mede o quanto a economia de um país é complexa e diversificada, com base na sua cesta de produtos exportados. Quanto mais sofisticados os produtos exportados pelo país, maior é a chance de que ele conseguirá fazer produtos ainda mais complexos. Um país que exporta primordialmente bananas não pode esperar que vá produzir iPhones no ano seguinte. Precisa aumentar sua complexidade gradativamente, pulando de galho em galho, até chegar lá. Aliás, "complexidade" é definida como a quantidade de conhecimento na sociedade que consegue ser traduzido em produtos feitos por ela. Exemplos de produtos complexos incluem maquinário de ponta, eletrônicos e química fina. Já os menos complexos são basicamente as commodities agrícolas. O Brasil vai mal no ranking de complexidade econômica. Ocupamos a 51ª posição global. Ficamos em último lugar dentre todos os BRICs, que possuem economias mais sofisticadas que a nossa. Perdemos em complexidade econômica também para o México, Líbano, Panamá e Tailândia. Essa posição ruim reflete a cesta atual de exportações do país, que é de uma simplicidade franciscana na maior parte: minério de ferro, petróleo bruto, açúcar, café, soja e milho. O problema da falta de complexidade econômica é que ela leva a problemas maiores. Hausmann e Hidalgo descobriram em 2011 que quanto mais um país exporta produtos sofisticados e diversificados, mais ele consegue gerar crescimento econômico futuro. Em outras palavras, o Índice de Complexidade Econômica pode ser usado para medir a perspectiva de desenvolvimento. Mas não é só. Em um novíssimo estudo chamado "Linking Economic Complexity, Institutions and Income Inequality" (conectando complexidade econômica, institutições e desigualdade de renda) publicado há pouco mais de uma semana, Hidalgo e seus companheiros fazem uma nova descoberta. A complexidade econômica é também capaz de prever o aumento da desigualdade. Países que diversificam seus produtos de exportação geram também redução da desigualdade de renda. Tudo isso demonstra a necessidade de se rever com urgência o modelo de desenvolvimento do país. Inovar e aumentar o domínio de conhecimentos por parte da sociedade brasileira, traduzindo-os em produtos, tem de se tornar agenda central. Vale acessar o belo site do Atlas da Complexidade Econômica -que nos ajuda, infelizmente, a enxergar más notícias-, em atlas.cid.harvard.edu. * JÁ ERA Achar que o Vale do Silício não se interessa por empresas de mídia JÁ É O sucesso do BuzzFeed JÁ VEM O IPO do BuzzFeed
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República das commoditiesPara pensar o desenvolvimento do Brasil há uma obra obrigatória. Ela se chama "Atlas da Complexidade Econômica", realizada pelo economista Ricardo Hausmann, da Escola de Governo de Harvard, e pelo professor de artes midiáticas do MIT César Hidalgo, dentre outros. Trata-se de um belo exemplo de cooperação entre campos diferentes do conhecimento: economia, estatística e design. Juntos eles criaram o Índice de Complexidade Econômica. Ele mede o quanto a economia de um país é complexa e diversificada, com base na sua cesta de produtos exportados. Quanto mais sofisticados os produtos exportados pelo país, maior é a chance de que ele conseguirá fazer produtos ainda mais complexos. Um país que exporta primordialmente bananas não pode esperar que vá produzir iPhones no ano seguinte. Precisa aumentar sua complexidade gradativamente, pulando de galho em galho, até chegar lá. Aliás, "complexidade" é definida como a quantidade de conhecimento na sociedade que consegue ser traduzido em produtos feitos por ela. Exemplos de produtos complexos incluem maquinário de ponta, eletrônicos e química fina. Já os menos complexos são basicamente as commodities agrícolas. O Brasil vai mal no ranking de complexidade econômica. Ocupamos a 51ª posição global. Ficamos em último lugar dentre todos os BRICs, que possuem economias mais sofisticadas que a nossa. Perdemos em complexidade econômica também para o México, Líbano, Panamá e Tailândia. Essa posição ruim reflete a cesta atual de exportações do país, que é de uma simplicidade franciscana na maior parte: minério de ferro, petróleo bruto, açúcar, café, soja e milho. O problema da falta de complexidade econômica é que ela leva a problemas maiores. Hausmann e Hidalgo descobriram em 2011 que quanto mais um país exporta produtos sofisticados e diversificados, mais ele consegue gerar crescimento econômico futuro. Em outras palavras, o Índice de Complexidade Econômica pode ser usado para medir a perspectiva de desenvolvimento. Mas não é só. Em um novíssimo estudo chamado "Linking Economic Complexity, Institutions and Income Inequality" (conectando complexidade econômica, institutições e desigualdade de renda) publicado há pouco mais de uma semana, Hidalgo e seus companheiros fazem uma nova descoberta. A complexidade econômica é também capaz de prever o aumento da desigualdade. Países que diversificam seus produtos de exportação geram também redução da desigualdade de renda. Tudo isso demonstra a necessidade de se rever com urgência o modelo de desenvolvimento do país. Inovar e aumentar o domínio de conhecimentos por parte da sociedade brasileira, traduzindo-os em produtos, tem de se tornar agenda central. Vale acessar o belo site do Atlas da Complexidade Econômica -que nos ajuda, infelizmente, a enxergar más notícias-, em atlas.cid.harvard.edu. * JÁ ERA Achar que o Vale do Silício não se interessa por empresas de mídia JÁ É O sucesso do BuzzFeed JÁ VEM O IPO do BuzzFeed
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Paixões das ruas não podem influenciar Ministério Público, diz Janot
Em uma carta divulgada ao Ministério Público nesta terça-feira (22) sobre a atual crise política do país, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu "apagar o brilho personalista da vaidade" e afirmou que "não podemos permitir que as paixões das ruas" influenciem a instituição. No texto intitulado "União e Serenidade", Janot comparou o momento atual brasileiro com a guerra civil dos Estados Unidos no século 19 e com a luta pelo fim do apartheid na África do Sul. "Há muitos anos o país não atravessa uma crise tão aguda e grave como a que vivemos nestes dias difíceis", escreveu. Sem citar diretamente a Operação Lava Jato, Janot faz críticas ao "messianismo", a "cizânias personalistas" e "arroubos das idiossincrasias individuais". "Se chegamos, agora, ao ponto culminante do enfrentamento desse mal que assola nossos governos, atingindo o sistema nervoso central da corrupção, isso não se deve a iniciativas individuais, ao messianismo ou ao voluntarismo, mas ao conjunto de experiências e conhecimentos acumulados coletivamente ao longo de anos de labuta, de erros e de acertos", diz a carta. Ao defender as instituições, o procurador-geral escreve que "o Ministério Público não tem ideologia nem partido, de modo que nosso único guia deve encontrar-se no texto da Constituição da República e nas leis". E completa afirmando que não se pode permitir "que as paixões das ruas encontrem guarida entre as nossas hostes" e que é necessário ficarem "alheios aos interesses da política partidária". "Se não compreendermos isso, estaremos não só insuflando os sentimentos desordenados que fermentam as paixões do povo, como também traindo a nossa missão e a nossa própria essência", diz Janot. Apesar de defender que deve haver um "combate incessante à corrupção, seja onde for e doa a quem doer", Janot ressalta que "há de se preservar sempre as instituições". A fala ocorre em meio às investigações chegando ao ex-presidente Lula, à presidente Dilma Rousseff e a líderes da oposição como o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB. No único trecho em que cita nominalmente a Operação Lava Jato, o procurador-geral da República afirma que a investigação "certamente não salvará o Brasil (...). No entanto, esse belo trabalho –estou convicto disso– tem as condições necessárias para alavancar nossa democracia para um novo e mais elevado patamar". Isso só ocorrerá, porém, afirma Janot, "se, e somente se, soubermos manter a união, a lealdade institucional, o respeito à Constituição". "Devemos apagar o brilho personalista da vaidade para fazer brilhar o valor do coletivo, densificando a institucionalidade dentro da nossa casa e, consequentemente, no país", diz. COMPARAÇÕES Janot abre o texto citando frase do ex-presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln, de 1863: "Encontramo-nos atualmente empenhados numa grande guerra civil, pondo à prova se essa nação, ou qualquer outra nação assim concebida e consagrada, poderá perdurar". Ao lembrar do exemplo norte-americano, o procurador-geral escreve que, a despeito da guerra, o país "deveria sobreviver ou não haveria verdadeira vitória" e que não poderia haver "fratura irreconciliável entre os irmãos americanos". Já sobre a África do Sul, Janot cita o líder Nelson Mandela, sua luta pelo fim do apartheid e a postura que assumiu após chegar ao poder. "Muitos dos companheiros que compartilharam da sua luta acreditavam que, com a sua assunção ao poder, era a hora da revanche contra os que, por tantos anos, injustamente os oprimiram. Mas Mandela foi um gigante em humanidade e sabedoria. Ao contrário do que se poderia esperar de um homem tão brutalmente injustiçado, ele decidiu seguir por um caminho que não levasse o seu país a se desintegrar em uma guerra fratricida", escreveu o procurador-geral da República. Também encerra sua carta com uma referência a outra personalidade histórica, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill. Janot parafraseia o britânico e diz, ao fim do texto, que deseja que haja a convicção de que "se o Ministério Público brasileiro durar mil anos, possam os homens dizer de nós: 'Este foi o seu melhor momento'".
poder
Paixões das ruas não podem influenciar Ministério Público, diz JanotEm uma carta divulgada ao Ministério Público nesta terça-feira (22) sobre a atual crise política do país, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu "apagar o brilho personalista da vaidade" e afirmou que "não podemos permitir que as paixões das ruas" influenciem a instituição. No texto intitulado "União e Serenidade", Janot comparou o momento atual brasileiro com a guerra civil dos Estados Unidos no século 19 e com a luta pelo fim do apartheid na África do Sul. "Há muitos anos o país não atravessa uma crise tão aguda e grave como a que vivemos nestes dias difíceis", escreveu. Sem citar diretamente a Operação Lava Jato, Janot faz críticas ao "messianismo", a "cizânias personalistas" e "arroubos das idiossincrasias individuais". "Se chegamos, agora, ao ponto culminante do enfrentamento desse mal que assola nossos governos, atingindo o sistema nervoso central da corrupção, isso não se deve a iniciativas individuais, ao messianismo ou ao voluntarismo, mas ao conjunto de experiências e conhecimentos acumulados coletivamente ao longo de anos de labuta, de erros e de acertos", diz a carta. Ao defender as instituições, o procurador-geral escreve que "o Ministério Público não tem ideologia nem partido, de modo que nosso único guia deve encontrar-se no texto da Constituição da República e nas leis". E completa afirmando que não se pode permitir "que as paixões das ruas encontrem guarida entre as nossas hostes" e que é necessário ficarem "alheios aos interesses da política partidária". "Se não compreendermos isso, estaremos não só insuflando os sentimentos desordenados que fermentam as paixões do povo, como também traindo a nossa missão e a nossa própria essência", diz Janot. Apesar de defender que deve haver um "combate incessante à corrupção, seja onde for e doa a quem doer", Janot ressalta que "há de se preservar sempre as instituições". A fala ocorre em meio às investigações chegando ao ex-presidente Lula, à presidente Dilma Rousseff e a líderes da oposição como o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB. No único trecho em que cita nominalmente a Operação Lava Jato, o procurador-geral da República afirma que a investigação "certamente não salvará o Brasil (...). No entanto, esse belo trabalho –estou convicto disso– tem as condições necessárias para alavancar nossa democracia para um novo e mais elevado patamar". Isso só ocorrerá, porém, afirma Janot, "se, e somente se, soubermos manter a união, a lealdade institucional, o respeito à Constituição". "Devemos apagar o brilho personalista da vaidade para fazer brilhar o valor do coletivo, densificando a institucionalidade dentro da nossa casa e, consequentemente, no país", diz. COMPARAÇÕES Janot abre o texto citando frase do ex-presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln, de 1863: "Encontramo-nos atualmente empenhados numa grande guerra civil, pondo à prova se essa nação, ou qualquer outra nação assim concebida e consagrada, poderá perdurar". Ao lembrar do exemplo norte-americano, o procurador-geral escreve que, a despeito da guerra, o país "deveria sobreviver ou não haveria verdadeira vitória" e que não poderia haver "fratura irreconciliável entre os irmãos americanos". Já sobre a África do Sul, Janot cita o líder Nelson Mandela, sua luta pelo fim do apartheid e a postura que assumiu após chegar ao poder. "Muitos dos companheiros que compartilharam da sua luta acreditavam que, com a sua assunção ao poder, era a hora da revanche contra os que, por tantos anos, injustamente os oprimiram. Mas Mandela foi um gigante em humanidade e sabedoria. Ao contrário do que se poderia esperar de um homem tão brutalmente injustiçado, ele decidiu seguir por um caminho que não levasse o seu país a se desintegrar em uma guerra fratricida", escreveu o procurador-geral da República. Também encerra sua carta com uma referência a outra personalidade histórica, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill. Janot parafraseia o britânico e diz, ao fim do texto, que deseja que haja a convicção de que "se o Ministério Público brasileiro durar mil anos, possam os homens dizer de nós: 'Este foi o seu melhor momento'".
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Outubro deverá ter entrada recorde de clientes no mercado livre de energia
O mês de outubro deverá registrar o maior número de migrações de consumidores para o mercado livre de energia —em que o preço é fechado com a comercializadora—, segundo a CCEE (do setor). Hoje, existem 1.542 pedidos de adesão em aberto, e o próximo mês concentra 368 solicitações —348 delas são de clientes especiais (utilizam fontes renováveis). O processo de adesão ao mercado livre leva em torno de seis meses, e a consolidação dos pedidos feitos em fevereiro, prevista para outubro, superou as expectativas, diz Roberto Castro, da CCEE. "Ao mesmo tempo em que cresce a quantidade de agentes, cai o uso de energia per capita. Após a entrada de grandes consumidores, as companhias de menor porte têm aderido", aponta. Na comercializadora Delta Energia, subiu o número de supermercados e universidades na carteira de clientes. "Até junho, a solicitação de pedidos estava bem acima da média. As empresas se armavam mais contra a crise e tinham a redução de custos como mantra", segundo Ricardo Lisboa, da companhia. A simplificação de regulamentações no início deste ano também incentivou a migração e reduziu prazos, diz. A entrada maior ou menor de consumidores vai depender do período de chuvas, que começa em novembro e vai influenciar nas tarifas, lembra o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos. ALÔ, LIBERDADE - Adesões ao mercado livre* - Liguem as máquinas O consumo de energia no mercado livre teve um aumento mensal de 2,3% em agosto, já desconsiderado o efeito da migração no período. "A alta foi puxada pelo setor de metalurgia e pela indústria química", afirma Roberto Castro, conselheiro da CCEE (câmara do setor). Os segmentos, que cresceram respectivamente 12,8% e 1,7%, representam 42,5% do mercado livre total —os dados, no entanto, computam a entrada de novas cargas. A Comerc, que vende energia a companhias de grande porte, também registrou um consumo 2,8% maior entre julho e agosto. "Não é uma virada brusca, mas é um sinal de que as empresas se preparam para uma melhora", afirma o presidente da comercializadora, Cristopher Vlavianos. Na empresa, os maiores crescimentos foram dos segmentos de eletroeletrônica (9,2%) e metalurgia (5,8%). "Como hoje a capacidade ociosa das indústrias é grande, uma retomada requer investimentos pequenos, o que pode acelerar o processo." NA TOMADA - Energia no mercado livre<br><br><b>Consumo, em MW médio*</b> - Troca de marcha A indústria automotiva prevê um crescimento pequeno no ano que vem, e projeta que a retomada ocorra só em 2018, segundo a Deloitte, que ouviu 500 executivos de empresas e entidades do setor. Para 36,6% deles, a principal estratégia para a recuperação deverá ser o investimento em eficiência. "Em 2017, as companhias deverão começar a retomar seus aportes. As montadoras, por serem multinacionais, conseguem trazer tecnologias de outros países com mais facilidade", afirma o sócio da consultoria, Reynaldo Saad. Para 28%, a principal saída à crise serão os investimentos em inovação e tecnologia. Os aportes dessa categoria, porém, também deverão ser direcionados à ampliação da eficiência, diz Saad. Modernizações mais avançadas, como carros elétricos ou automáticos, ainda estão distantes. "As empresas sabem que esse é o futuro, mas há alguns passos para chegarmos nesse patamar." Para 62%, a falta de confiança dos consumidores é o maior problema do setor. - Produtividade do setor têxtil cresce com o ajuste da crise Passado o auge da crise econômica, empresários do setor têxtil afirmam que a produtividade das companhias melhorou, aponta a Abit (associação do setor). Na comparação entre agosto deste ano e o mesmo mês de 2015 houve aumento de 40% nos indicadores. A mudança aconteceu especialmente entre as empresas que produzem peças, que são mais intensivas em mão de obra e menos em maquinário que as de tecelagem, diz Rafael Cervone, presidente da entidade e empresário. "O trabalho exige muita especialização, e demora para formar um funcionário. Com a crise, houve demissões, mas o natural é que os mais experientes tenham ficado." O desemprego foi um fator de motivação para os trabalhadores, segundo Mateus Fagundes, presidente da Dois Rios, de lingerie. "Os funcionários aumentaram a produtividade porque enxergam um mercado mais exigente e com menos ofertas de vagas", afirma. SAIA JUSTA - Comparação interanual do setor têxtil, em % - Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
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Outubro deverá ter entrada recorde de clientes no mercado livre de energiaO mês de outubro deverá registrar o maior número de migrações de consumidores para o mercado livre de energia —em que o preço é fechado com a comercializadora—, segundo a CCEE (do setor). Hoje, existem 1.542 pedidos de adesão em aberto, e o próximo mês concentra 368 solicitações —348 delas são de clientes especiais (utilizam fontes renováveis). O processo de adesão ao mercado livre leva em torno de seis meses, e a consolidação dos pedidos feitos em fevereiro, prevista para outubro, superou as expectativas, diz Roberto Castro, da CCEE. "Ao mesmo tempo em que cresce a quantidade de agentes, cai o uso de energia per capita. Após a entrada de grandes consumidores, as companhias de menor porte têm aderido", aponta. Na comercializadora Delta Energia, subiu o número de supermercados e universidades na carteira de clientes. "Até junho, a solicitação de pedidos estava bem acima da média. As empresas se armavam mais contra a crise e tinham a redução de custos como mantra", segundo Ricardo Lisboa, da companhia. A simplificação de regulamentações no início deste ano também incentivou a migração e reduziu prazos, diz. A entrada maior ou menor de consumidores vai depender do período de chuvas, que começa em novembro e vai influenciar nas tarifas, lembra o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos. ALÔ, LIBERDADE - Adesões ao mercado livre* - Liguem as máquinas O consumo de energia no mercado livre teve um aumento mensal de 2,3% em agosto, já desconsiderado o efeito da migração no período. "A alta foi puxada pelo setor de metalurgia e pela indústria química", afirma Roberto Castro, conselheiro da CCEE (câmara do setor). Os segmentos, que cresceram respectivamente 12,8% e 1,7%, representam 42,5% do mercado livre total —os dados, no entanto, computam a entrada de novas cargas. A Comerc, que vende energia a companhias de grande porte, também registrou um consumo 2,8% maior entre julho e agosto. "Não é uma virada brusca, mas é um sinal de que as empresas se preparam para uma melhora", afirma o presidente da comercializadora, Cristopher Vlavianos. Na empresa, os maiores crescimentos foram dos segmentos de eletroeletrônica (9,2%) e metalurgia (5,8%). "Como hoje a capacidade ociosa das indústrias é grande, uma retomada requer investimentos pequenos, o que pode acelerar o processo." NA TOMADA - Energia no mercado livre<br><br><b>Consumo, em MW médio*</b> - Troca de marcha A indústria automotiva prevê um crescimento pequeno no ano que vem, e projeta que a retomada ocorra só em 2018, segundo a Deloitte, que ouviu 500 executivos de empresas e entidades do setor. Para 36,6% deles, a principal estratégia para a recuperação deverá ser o investimento em eficiência. "Em 2017, as companhias deverão começar a retomar seus aportes. As montadoras, por serem multinacionais, conseguem trazer tecnologias de outros países com mais facilidade", afirma o sócio da consultoria, Reynaldo Saad. Para 28%, a principal saída à crise serão os investimentos em inovação e tecnologia. Os aportes dessa categoria, porém, também deverão ser direcionados à ampliação da eficiência, diz Saad. Modernizações mais avançadas, como carros elétricos ou automáticos, ainda estão distantes. "As empresas sabem que esse é o futuro, mas há alguns passos para chegarmos nesse patamar." Para 62%, a falta de confiança dos consumidores é o maior problema do setor. - Produtividade do setor têxtil cresce com o ajuste da crise Passado o auge da crise econômica, empresários do setor têxtil afirmam que a produtividade das companhias melhorou, aponta a Abit (associação do setor). Na comparação entre agosto deste ano e o mesmo mês de 2015 houve aumento de 40% nos indicadores. A mudança aconteceu especialmente entre as empresas que produzem peças, que são mais intensivas em mão de obra e menos em maquinário que as de tecelagem, diz Rafael Cervone, presidente da entidade e empresário. "O trabalho exige muita especialização, e demora para formar um funcionário. Com a crise, houve demissões, mas o natural é que os mais experientes tenham ficado." O desemprego foi um fator de motivação para os trabalhadores, segundo Mateus Fagundes, presidente da Dois Rios, de lingerie. "Os funcionários aumentaram a produtividade porque enxergam um mercado mais exigente e com menos ofertas de vagas", afirma. SAIA JUSTA - Comparação interanual do setor têxtil, em % - Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
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Veja os países em que a Odebrecht ajudou políticos em troca de licitações
Desde que o Departamento de Justiça dos EUA revelou que o Grupo Odebrecht pagou US$ 1 bilhão (R$ 3,1 bilhões) a políticos de diferentes países, em dezembro, os casos de corrupção têm provocado uma tempestade sobre a reputação de diversos governantes. O dinheiro foi enviado como doações de campanha ou propina direta para os políticos, em troca de contratos de construções, principalmente em infraestrutura. Depois do escândalo, alguns deles passaram a impedir a participação da empreiteira brasileira em obras públicas. Veja abaixo a lista de países: * EFEITOS DA LAVA JATO NO MUNDO - Países em que a Odebrecht é acusada de beneficiar políticos em troca de licitações propinas da odebrecht no mundo - Em US$ bilhões VENEZUELA Propina paga: US$ 98 milhões Quando: 2006 a 2015 Ganhos: não informados. Nicolás Maduro ordenou que obras continuassem com "força local" PANAMÁ Quando: 2010 a 2014 O presidente Juan Carlos Varela e dois filhos do ex-líder Ricardo Martinelli foram acusados de receber repasses da empreiteira, que foi proibida de participar de novas licitações COLÔMBIA Quando: 2009 a 2014 O presidente Juan Manuel Santos é acusado de receber US$ 1 milhão em doações de campanha PERU Quando: 2005 a 2014 Justiça ordena prisão do ex-presidente Alejandro Toledo, acusado de receber US$ 20 milhões em propina; governo disse que empresa deveria sair do país ARGENTINA Quando: 2007 a 2014 Justiça investiga se Gustavo Arribas, chefe de espionagem e aliado do presidente Mauricio Macri, recebeu propina de US$ 600 mil da empreiteira BRASIL Quando: 2003 a 2016 77 executivos da empreiteira assinaram acordo de delação que cita envolvimento de lideranças dos principais partidos políticos EQUADOR Quando: 2007 a 2016 Suspeita de envolvimento de funcionários do presidente Rafael Correa abala a candidatura do governista Lenin Moreno; Odebrecht foi proibida de participar de licitações REPÚBLICA DOMINICANA Quando: 2001 a 2014 GUATEMALA Quando: 2013 a 2015 MÉXICO Quando: 2010 a 2014 MOÇAMBIQUE Propina paga: US$ 900 mil Quando: 2011 a 2014 Odebrecht pagou US$ 900 mil em propinas ANGOLA Quando: 2006 a 2013 EL SALVADOR Propina paga: US$ 5,3 milhões Quando: 2008 Ganhos: não informados Odebrecht diz ter repassado caixa dois, intermediado pelo PT, à campanha do ex-presidente Mauricio Funes CUBA Quando: 2010 Polícia Federal investiga se a Odebrecht pagou propina para se beneficiar de verba do BNDES na construção do Porto de Mariel OUTROS CASOS Chile: OAS é acusada de beneficiar as campanhas da presidente Michelle Bachelet e do candidato Marco Enríquez-Ominami, em 2013 Peru: Camargo Corrêa teria pagado propina para participar da licitação da rodovia Interoceânica, entre 2005 e 2011
mundo
Veja os países em que a Odebrecht ajudou políticos em troca de licitaçõesDesde que o Departamento de Justiça dos EUA revelou que o Grupo Odebrecht pagou US$ 1 bilhão (R$ 3,1 bilhões) a políticos de diferentes países, em dezembro, os casos de corrupção têm provocado uma tempestade sobre a reputação de diversos governantes. O dinheiro foi enviado como doações de campanha ou propina direta para os políticos, em troca de contratos de construções, principalmente em infraestrutura. Depois do escândalo, alguns deles passaram a impedir a participação da empreiteira brasileira em obras públicas. Veja abaixo a lista de países: * EFEITOS DA LAVA JATO NO MUNDO - Países em que a Odebrecht é acusada de beneficiar políticos em troca de licitações propinas da odebrecht no mundo - Em US$ bilhões VENEZUELA Propina paga: US$ 98 milhões Quando: 2006 a 2015 Ganhos: não informados. Nicolás Maduro ordenou que obras continuassem com "força local" PANAMÁ Quando: 2010 a 2014 O presidente Juan Carlos Varela e dois filhos do ex-líder Ricardo Martinelli foram acusados de receber repasses da empreiteira, que foi proibida de participar de novas licitações COLÔMBIA Quando: 2009 a 2014 O presidente Juan Manuel Santos é acusado de receber US$ 1 milhão em doações de campanha PERU Quando: 2005 a 2014 Justiça ordena prisão do ex-presidente Alejandro Toledo, acusado de receber US$ 20 milhões em propina; governo disse que empresa deveria sair do país ARGENTINA Quando: 2007 a 2014 Justiça investiga se Gustavo Arribas, chefe de espionagem e aliado do presidente Mauricio Macri, recebeu propina de US$ 600 mil da empreiteira BRASIL Quando: 2003 a 2016 77 executivos da empreiteira assinaram acordo de delação que cita envolvimento de lideranças dos principais partidos políticos EQUADOR Quando: 2007 a 2016 Suspeita de envolvimento de funcionários do presidente Rafael Correa abala a candidatura do governista Lenin Moreno; Odebrecht foi proibida de participar de licitações REPÚBLICA DOMINICANA Quando: 2001 a 2014 GUATEMALA Quando: 2013 a 2015 MÉXICO Quando: 2010 a 2014 MOÇAMBIQUE Propina paga: US$ 900 mil Quando: 2011 a 2014 Odebrecht pagou US$ 900 mil em propinas ANGOLA Quando: 2006 a 2013 EL SALVADOR Propina paga: US$ 5,3 milhões Quando: 2008 Ganhos: não informados Odebrecht diz ter repassado caixa dois, intermediado pelo PT, à campanha do ex-presidente Mauricio Funes CUBA Quando: 2010 Polícia Federal investiga se a Odebrecht pagou propina para se beneficiar de verba do BNDES na construção do Porto de Mariel OUTROS CASOS Chile: OAS é acusada de beneficiar as campanhas da presidente Michelle Bachelet e do candidato Marco Enríquez-Ominami, em 2013 Peru: Camargo Corrêa teria pagado propina para participar da licitação da rodovia Interoceânica, entre 2005 e 2011
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Governadores vão a Brasília mas não selam acordo sobre dívida com União
Em meio a todo o esforço de gerenciamento da crise política no Palácio do Planalto, acentuada nesta sexta-feira (4) pela condução coercitiva do ex-presidente Lula, ministros de Estado e a presidente Dilma Rousseff estiveram reunidos com quase todos os governadores do país para negociar um plano de auxílio aos Estados. Era esperado que um acordo sobre a dívida de Estados e municípios fosse selado, mas não se chegou a um consenso sobre as contrapartidas a serem exigidas pelo governo de Dilma. Outras reuniões devem acontecer nas próximas semanas. De acordo com o ministro Nelson Barbosa (Fazenda), está na mesa a proposta de alongar em vinte anos o prazo para que Estados honrem seus débitos com a União, e em dez anos, com um prazo de carência de quatro anos, o prazo para dívidas contraídas no BNDES. Para Barbosa, a fraca atividade econômica e o atual cenário político pedem uma resposta rápida sobre reequilíbrio das contas dos Estados e municípios, o que vai implicar em corte de gastos por parte desses entes. "Eu acho que a situação econômica que estamos passando exige respostas rápidas e eu tenho certeza de que o contexto político, os parlamentares e governadores, estão todos interessados na recuperação mais rápida da economia. Então, nós vamos conseguir construir um consenso sobre essas propostas." Os Estados têm feito uma verdadeira força-tarefa para costurar esse acordo. A grande maioria deles enfrenta sérios problemas de caixa, em que falta dinheiro inclusive para pagamento da folha de salário de servidores públicos. No total, a dívida de Estados e municípios com a União é de R$ 463 bilhões. Em contrapartida, a União exige que os entes da federação se comprometam com um ajuste severo das contas públicas, que contemple principalmente corte no funcionalismo e nos gastos previdenciários, as maiores fontes de despesas dos Estados. Ao esticar o prazo para pagamento da dívida, o ministério da Fazenda estima que dará um respiro de R$ 36 bilhões aos Estados e municípios. O governo estuda uma trava para que esses recursos poupados não sejam usados em gastos correntes, e sim em investimento. "Esse auxílio não deve ser somente uma medida de curto prazo. Ele deve ser uma oportunidade para se avançar também nas reformas estruturais. Para que a economia brasileira se recupere mais rapidamente, temos o desafio de agir rápido em questões estruturais." CPMF O governo quer enviar ao Congresso o que chama de "reforma fiscal de curto prazo" ainda neste mês. Essa reforma, mais urgente pois tenta aliviar a economia neste ano, inclui a criação de uma tolerância fiscal para frustração de receitas federais, corte de gastos e a negociação com Estados e a recriação da CPMF. Sobre a volta do imposto do cheque, um dos temas da reunião desta sexta, Barbosa afirmou ter o apoio de vários Estados. "É um processo de construção, foi manifestado apoio por vários governadores a essa proposta, já revisamos nossa proposta para expandir sua aplicação além da Previdência Social e também para incluir recursos para estados e municípios. Foi apresentada aos prefeitos e governadores e agora vamos discutir no Congresso." Alguns governadores, contudo, já se manifestaram ser contrários à recriação do imposto, que seria usado para financiar a Previdência, defende o governo federal. O governador do Mato Grosso, Pedro Tasques, disse ser totalmente contrário à CPMF, nem que as receitas do imposto sejam divididas entre Estados. "Não vou vender minha consciência, nem a dos meus eleitores." O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que há consenso entre os governadores sobre a proposta do governo de alongamento da dívida, mas que ainda é preciso tempo para se definir os detalhes e contrapartidas. Estiveram na reunião, além de Barbosa, os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (secretaria de Governo), Valdir Simão (Planejamento). Todos os governadores, exceto de Goiás, Pará, Paraná, Maranhão e Bahia estiveram presentes. Pela manhã, a presidente esteve também com prefeitos, com quem conversou sobre CPMF.
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Governadores vão a Brasília mas não selam acordo sobre dívida com UniãoEm meio a todo o esforço de gerenciamento da crise política no Palácio do Planalto, acentuada nesta sexta-feira (4) pela condução coercitiva do ex-presidente Lula, ministros de Estado e a presidente Dilma Rousseff estiveram reunidos com quase todos os governadores do país para negociar um plano de auxílio aos Estados. Era esperado que um acordo sobre a dívida de Estados e municípios fosse selado, mas não se chegou a um consenso sobre as contrapartidas a serem exigidas pelo governo de Dilma. Outras reuniões devem acontecer nas próximas semanas. De acordo com o ministro Nelson Barbosa (Fazenda), está na mesa a proposta de alongar em vinte anos o prazo para que Estados honrem seus débitos com a União, e em dez anos, com um prazo de carência de quatro anos, o prazo para dívidas contraídas no BNDES. Para Barbosa, a fraca atividade econômica e o atual cenário político pedem uma resposta rápida sobre reequilíbrio das contas dos Estados e municípios, o que vai implicar em corte de gastos por parte desses entes. "Eu acho que a situação econômica que estamos passando exige respostas rápidas e eu tenho certeza de que o contexto político, os parlamentares e governadores, estão todos interessados na recuperação mais rápida da economia. Então, nós vamos conseguir construir um consenso sobre essas propostas." Os Estados têm feito uma verdadeira força-tarefa para costurar esse acordo. A grande maioria deles enfrenta sérios problemas de caixa, em que falta dinheiro inclusive para pagamento da folha de salário de servidores públicos. No total, a dívida de Estados e municípios com a União é de R$ 463 bilhões. Em contrapartida, a União exige que os entes da federação se comprometam com um ajuste severo das contas públicas, que contemple principalmente corte no funcionalismo e nos gastos previdenciários, as maiores fontes de despesas dos Estados. Ao esticar o prazo para pagamento da dívida, o ministério da Fazenda estima que dará um respiro de R$ 36 bilhões aos Estados e municípios. O governo estuda uma trava para que esses recursos poupados não sejam usados em gastos correntes, e sim em investimento. "Esse auxílio não deve ser somente uma medida de curto prazo. Ele deve ser uma oportunidade para se avançar também nas reformas estruturais. Para que a economia brasileira se recupere mais rapidamente, temos o desafio de agir rápido em questões estruturais." CPMF O governo quer enviar ao Congresso o que chama de "reforma fiscal de curto prazo" ainda neste mês. Essa reforma, mais urgente pois tenta aliviar a economia neste ano, inclui a criação de uma tolerância fiscal para frustração de receitas federais, corte de gastos e a negociação com Estados e a recriação da CPMF. Sobre a volta do imposto do cheque, um dos temas da reunião desta sexta, Barbosa afirmou ter o apoio de vários Estados. "É um processo de construção, foi manifestado apoio por vários governadores a essa proposta, já revisamos nossa proposta para expandir sua aplicação além da Previdência Social e também para incluir recursos para estados e municípios. Foi apresentada aos prefeitos e governadores e agora vamos discutir no Congresso." Alguns governadores, contudo, já se manifestaram ser contrários à recriação do imposto, que seria usado para financiar a Previdência, defende o governo federal. O governador do Mato Grosso, Pedro Tasques, disse ser totalmente contrário à CPMF, nem que as receitas do imposto sejam divididas entre Estados. "Não vou vender minha consciência, nem a dos meus eleitores." O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que há consenso entre os governadores sobre a proposta do governo de alongamento da dívida, mas que ainda é preciso tempo para se definir os detalhes e contrapartidas. Estiveram na reunião, além de Barbosa, os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (secretaria de Governo), Valdir Simão (Planejamento). Todos os governadores, exceto de Goiás, Pará, Paraná, Maranhão e Bahia estiveram presentes. Pela manhã, a presidente esteve também com prefeitos, com quem conversou sobre CPMF.
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Em sete anos, dobra número de presos no Brasil sem condenação
Ao mesmo tempo em que prende mais, o Brasil também tem mantido detidas mais pessoas sem acesso à Justiça. Hoje, quatro em cada dez presos no país são provisórios, ou seja, ainda não foram julgados. Em sete anos, esse contingente cresceu 113%. No mesmo período (2005-2012), a população prisional cresceu 74%. Os dados são do "Mapa do Encarceramento", pesquisa divulgada nesta quarta (3) pelo governo federal, em parceria com o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). A pesquisa mostra que 38% dos presos no Brasil estão sob custódia do Estado enquanto aguardam julgamento. Quinze Estados apresentam diferença ainda maior em relação à média nacional: no Piauí, por exemplo, cerca de sete a cada dez presos ainda não foram julgados. "Isso significa que as políticas de encarceramento não encontram correspondência na própria Justiça", diz a socióloga Jacqueline Sinhoretto, autora do estudo. O estudo aponta ainda que, entre os condenados no país, 18,7% fazem parte do grupo para os quais o Código Penal prevê penas alternativas -ou seja, não precisariam estar presos. CRESCIMENTO No período pesquisado, a população carcerária saltou de 296.919 pessoas para 515.482. Um aumento que, na visão do governo, foi puxado principalmente pela prisão de jovens, negros e mulheres. Neste período, houve um aumento de 146% no número de mulheres presas, contra 70% entre homens. Apesar disso, homens, negros e jovens de 18 a 29 anos ainda são maioria entre os presos no país. Em 2012, por exemplo, foram presos (1,5 vez) mais negros do que brancos. "É um dado preocupante. O jovem negro tem sido mais vítima desse sistema", afirma o secretário nacional da Juventude, Gabriel Medina. Crimes como roubos, furtos e drogas motivam 70% das prisões no país. Já crimes contra a vida, como homicídios, respondem por 12%.
cotidiano
Em sete anos, dobra número de presos no Brasil sem condenaçãoAo mesmo tempo em que prende mais, o Brasil também tem mantido detidas mais pessoas sem acesso à Justiça. Hoje, quatro em cada dez presos no país são provisórios, ou seja, ainda não foram julgados. Em sete anos, esse contingente cresceu 113%. No mesmo período (2005-2012), a população prisional cresceu 74%. Os dados são do "Mapa do Encarceramento", pesquisa divulgada nesta quarta (3) pelo governo federal, em parceria com o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). A pesquisa mostra que 38% dos presos no Brasil estão sob custódia do Estado enquanto aguardam julgamento. Quinze Estados apresentam diferença ainda maior em relação à média nacional: no Piauí, por exemplo, cerca de sete a cada dez presos ainda não foram julgados. "Isso significa que as políticas de encarceramento não encontram correspondência na própria Justiça", diz a socióloga Jacqueline Sinhoretto, autora do estudo. O estudo aponta ainda que, entre os condenados no país, 18,7% fazem parte do grupo para os quais o Código Penal prevê penas alternativas -ou seja, não precisariam estar presos. CRESCIMENTO No período pesquisado, a população carcerária saltou de 296.919 pessoas para 515.482. Um aumento que, na visão do governo, foi puxado principalmente pela prisão de jovens, negros e mulheres. Neste período, houve um aumento de 146% no número de mulheres presas, contra 70% entre homens. Apesar disso, homens, negros e jovens de 18 a 29 anos ainda são maioria entre os presos no país. Em 2012, por exemplo, foram presos (1,5 vez) mais negros do que brancos. "É um dado preocupante. O jovem negro tem sido mais vítima desse sistema", afirma o secretário nacional da Juventude, Gabriel Medina. Crimes como roubos, furtos e drogas motivam 70% das prisões no país. Já crimes contra a vida, como homicídios, respondem por 12%.
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Com 83 atrações, Festival de Inverno de Bonito evidencia cultura regional
Começou nesta quinta-feira (28), a 17ª edição do Festival de Inverno de Bonito, no Mato Grosso do Sul. Até domingo (31), o evento promove 15 horas diárias de atividades gratuitas, com shows, peças de teatro, exposições e sessões de cinema em diversos pontos da cidade. Destaques da programação musical, os pernambucanos do Nação Zumbi resgatam o repertório de seu segundo álbum de estúdio, "Afrociberdelia", na sexta-feira (29), e Elza Soares entoa as canções de seu trabalho mais recente, "A Mulher do Fim do Mundo", no sábado (30). A mostra audiovisual exibe produções que evidenciam aspectos regionais, como "A Poeira", ficção de Hélio Godoy, e "Cordilheira de Amoras II", documentário de Jamille Fortunato sobre a infância de uma índia guarani-kaiowá. No sábado, uma mesa redonda abordará temas como a geologia da Serra da Bodoquena, no sudoeste do Pantanal, e a criação da Fundação Casa Memorial do Homem Kariri. Em sua última edição, o evento recebeu artistas como Zeca Baleiro e Sérgio Reis e atraiu 33 mil pessoas —a expectativa da organização é manter a média neste ano. Mais informações e programação completa são encontradas no site do festival.
ilustrada
Com 83 atrações, Festival de Inverno de Bonito evidencia cultura regionalComeçou nesta quinta-feira (28), a 17ª edição do Festival de Inverno de Bonito, no Mato Grosso do Sul. Até domingo (31), o evento promove 15 horas diárias de atividades gratuitas, com shows, peças de teatro, exposições e sessões de cinema em diversos pontos da cidade. Destaques da programação musical, os pernambucanos do Nação Zumbi resgatam o repertório de seu segundo álbum de estúdio, "Afrociberdelia", na sexta-feira (29), e Elza Soares entoa as canções de seu trabalho mais recente, "A Mulher do Fim do Mundo", no sábado (30). A mostra audiovisual exibe produções que evidenciam aspectos regionais, como "A Poeira", ficção de Hélio Godoy, e "Cordilheira de Amoras II", documentário de Jamille Fortunato sobre a infância de uma índia guarani-kaiowá. No sábado, uma mesa redonda abordará temas como a geologia da Serra da Bodoquena, no sudoeste do Pantanal, e a criação da Fundação Casa Memorial do Homem Kariri. Em sua última edição, o evento recebeu artistas como Zeca Baleiro e Sérgio Reis e atraiu 33 mil pessoas —a expectativa da organização é manter a média neste ano. Mais informações e programação completa são encontradas no site do festival.
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Identidade brasileira volta ganhar força nas coleções de verão para 2016
Por muitos anos os estilistas brasileiros negaram as raízes da "tropicalidade" nacional para agradar a uma clientela que recebia informações de moda importadas do hemisfério norte e queria ver esses códigos reproduzidos nas vitrines do Brasil. Os desfiles da temporada de verão 2016, porém, revelaram uma mudança de pensamento na execução das roupas. Símbolos do sincretismo religioso da Bahia, mar, surfe, sereias, carnaval e tribos indígenas desconhecidas dominaram as passarelas dos dois últimos eventos de moda do país. As brasilidades apareceram em várias das apresentações da última São Paulo Fashion Week e do Minas Trend Preview, misto de desfiles e feira de negócios realizado em Belo Horizonte, o segundo mais importante do país. Mas essa onda não tem nada a ver com patriotismo. Assim como toda mudança de padrão estético, esta também é movida por motivações econômicas. A consolidação das grifes internacionais instaladas no país é um dos fatores que alavancaram essa festa. Afinal, seria um tiro no pé reproduzir a coleção do colega estrangeiro da loja ao lado no shopping. A velha máxima de criar roupa para inglês ver parece ter se tornado urgente e, impulsionada pela alta do dólar, definitiva para os planos de expansão das marcas no exterior. A moeda americana valorizada impulsiona a produção têxtil nacional e barateia o produto brasileiro nos Estados Unidos e na Europa. Prova disso é que a mineira Patricia Bonaldi, dona de uma grife que carrega o seu nome e das marcas Lucas Magalhães e Apartamento 03, conseguiu, segundo disse nos bastidores da SPFW, abrir as exportações para os Estados Unidos, o Japão e os Emirados Árabes. No Brasil, o desejo do brasileiro de consumir roupas que dialoguem com sua própria cultura, bolso e corpo também contribui para o movimento. No Minas Trend, terreno de marcas de sucesso como Vivaz, Arte Sacra, Madreperola e Anne Fernandes, as peças mais desejadas e vendidas são aquelas com aplicações de brilho, detalhes em renda dourada e muita, muita cor. A solução para diferenciar-se do manjado barroco e da explosão de cores característica da estética Carmen Miranda, esta que a coroa fashion brasileira evitou por muito tempo, foi aplicar nas coleções elementos e silhuetas semelhantes à da moda europeia. Não à toa, a alfaiataria um tanto andrógina, a mistura de preto com branco e o movimento punk, referências vistas na temporada internacional, surgiram no visual das roupas desfiladas no Brasil. A equação atende, portanto, as expectativas do mercado internacional. Em uma conversa com Lizzy Bowring, diretora de passarelas do escritório de tendências inglês WGSN, ela disse que o Brasil, nesta temporada, "transportou os signos de sua cultura em um olhar globalizado e atento à moda contemporânea". O neotropicalismo é o novo pretinho básico.
serafina
Identidade brasileira volta ganhar força nas coleções de verão para 2016Por muitos anos os estilistas brasileiros negaram as raízes da "tropicalidade" nacional para agradar a uma clientela que recebia informações de moda importadas do hemisfério norte e queria ver esses códigos reproduzidos nas vitrines do Brasil. Os desfiles da temporada de verão 2016, porém, revelaram uma mudança de pensamento na execução das roupas. Símbolos do sincretismo religioso da Bahia, mar, surfe, sereias, carnaval e tribos indígenas desconhecidas dominaram as passarelas dos dois últimos eventos de moda do país. As brasilidades apareceram em várias das apresentações da última São Paulo Fashion Week e do Minas Trend Preview, misto de desfiles e feira de negócios realizado em Belo Horizonte, o segundo mais importante do país. Mas essa onda não tem nada a ver com patriotismo. Assim como toda mudança de padrão estético, esta também é movida por motivações econômicas. A consolidação das grifes internacionais instaladas no país é um dos fatores que alavancaram essa festa. Afinal, seria um tiro no pé reproduzir a coleção do colega estrangeiro da loja ao lado no shopping. A velha máxima de criar roupa para inglês ver parece ter se tornado urgente e, impulsionada pela alta do dólar, definitiva para os planos de expansão das marcas no exterior. A moeda americana valorizada impulsiona a produção têxtil nacional e barateia o produto brasileiro nos Estados Unidos e na Europa. Prova disso é que a mineira Patricia Bonaldi, dona de uma grife que carrega o seu nome e das marcas Lucas Magalhães e Apartamento 03, conseguiu, segundo disse nos bastidores da SPFW, abrir as exportações para os Estados Unidos, o Japão e os Emirados Árabes. No Brasil, o desejo do brasileiro de consumir roupas que dialoguem com sua própria cultura, bolso e corpo também contribui para o movimento. No Minas Trend, terreno de marcas de sucesso como Vivaz, Arte Sacra, Madreperola e Anne Fernandes, as peças mais desejadas e vendidas são aquelas com aplicações de brilho, detalhes em renda dourada e muita, muita cor. A solução para diferenciar-se do manjado barroco e da explosão de cores característica da estética Carmen Miranda, esta que a coroa fashion brasileira evitou por muito tempo, foi aplicar nas coleções elementos e silhuetas semelhantes à da moda europeia. Não à toa, a alfaiataria um tanto andrógina, a mistura de preto com branco e o movimento punk, referências vistas na temporada internacional, surgiram no visual das roupas desfiladas no Brasil. A equação atende, portanto, as expectativas do mercado internacional. Em uma conversa com Lizzy Bowring, diretora de passarelas do escritório de tendências inglês WGSN, ela disse que o Brasil, nesta temporada, "transportou os signos de sua cultura em um olhar globalizado e atento à moda contemporânea". O neotropicalismo é o novo pretinho básico.
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Sob Lava Jato, delação premiada muda de status e vai de tabu a recurso usual
O quadro no escritório do curitibano Tracy Reinaldet, 28, reproduz cena do jurista Evandro Lins e Silva discursando no tribunal do júri. "Ele é a minha grande inspiração no direito", diz. Lins e Silva, morto em 2002, era conhecido pela determinação com que defendia a inocência de seus clientes, mesmo os réus confessos de crimes hediondos. A defesa praticada por Reinaldet e que se espraiou para grandes bancas de criminalistas do país após a Operação Lava Jato não segue os preceitos de Lins e Silva. O advogado curitibano é expoente de uma advocacia calçada no instituto da delação premiada, que pressupõe o abandono da tese da inocência do réu, que passa a acusar outros envolvidos em troca de benefícios. Se num passado recente levar o cliente a delatar era tabu, de um ano e meio para cá são cada vez mais raros os que resistem à estratégia. Até agora, 61 delações foram fechadas só na Lava Jato. Nunca se delatou tanto. Em praticamente todas as outras grandes operações, como Zelotes e Acrônimo, há delatores com papel central. "Quando a pessoa é presa em investigação de crime econômico geralmente há provas muito robustas. As operações não são mais anuladas em tribunais superiores como antes", diz Marlus Arns, com clientes na Lava Jato. Adotar a nova estratégia, no entanto, não foi simples. "Quando resolvemos assinar o primeiro acordo, no ano passado, fizemos uma reunião para calcular os efeitos colaterais para o escritório", diz o defensor Adriano Bretas. Junto com seu sócio Reinaldet, Bretas já publicou cinco artigos jurídicos e prepara livro sobre o assunto. "Hoje há clientes que nos procuram só para fazer delação", disse Arns. "Houve caso em que a pessoa não era investigada, o crime que havia cometido já havia prescrito, mas mesmo assim ele queria fazer delação. Foi difícil demovê-lo da ideia." Até o começo da Lava Jato apenas dois advogados eram considerados especialistas em delação: a paulista Beatriz Catta Preta e o curitibano Antônio Figueiredo Basto. Criticados pelos colegas, saíram na frente ao negociar as primeiras delações na Lava Jato. Catta Preta assinou o acordo do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Depois, falou o doleiro Alberto Youssef, orientado por Basto. Demorou cinco meses da primeira delação na Lava Jato até que outros advogados se arriscassem a utilizá-la. Hoje se sabe que quem demora a delatar tem mais dificuldade. "Quem delata com atraso tem menos o que dizer, negocia em desvantagem", diz o advogado Pierpaolo Bottini. No momento, negociam delações Léo Pinheiro, da OAS, e Marcelo Odebrecht. Para incentivar o acordo, procuradores dizem que apenas um deles será fechado. O instituto não é unânime. Juliano Breda, ex-presidente da OAB do Paraná, tem clientes delatores, mas também não é entusiasta do instrumento. "Há negociação de delação em bloco, outras extremamente frágeis", afirma. "Há risco de a Lava Jato banalizar a delação."
poder
Sob Lava Jato, delação premiada muda de status e vai de tabu a recurso usualO quadro no escritório do curitibano Tracy Reinaldet, 28, reproduz cena do jurista Evandro Lins e Silva discursando no tribunal do júri. "Ele é a minha grande inspiração no direito", diz. Lins e Silva, morto em 2002, era conhecido pela determinação com que defendia a inocência de seus clientes, mesmo os réus confessos de crimes hediondos. A defesa praticada por Reinaldet e que se espraiou para grandes bancas de criminalistas do país após a Operação Lava Jato não segue os preceitos de Lins e Silva. O advogado curitibano é expoente de uma advocacia calçada no instituto da delação premiada, que pressupõe o abandono da tese da inocência do réu, que passa a acusar outros envolvidos em troca de benefícios. Se num passado recente levar o cliente a delatar era tabu, de um ano e meio para cá são cada vez mais raros os que resistem à estratégia. Até agora, 61 delações foram fechadas só na Lava Jato. Nunca se delatou tanto. Em praticamente todas as outras grandes operações, como Zelotes e Acrônimo, há delatores com papel central. "Quando a pessoa é presa em investigação de crime econômico geralmente há provas muito robustas. As operações não são mais anuladas em tribunais superiores como antes", diz Marlus Arns, com clientes na Lava Jato. Adotar a nova estratégia, no entanto, não foi simples. "Quando resolvemos assinar o primeiro acordo, no ano passado, fizemos uma reunião para calcular os efeitos colaterais para o escritório", diz o defensor Adriano Bretas. Junto com seu sócio Reinaldet, Bretas já publicou cinco artigos jurídicos e prepara livro sobre o assunto. "Hoje há clientes que nos procuram só para fazer delação", disse Arns. "Houve caso em que a pessoa não era investigada, o crime que havia cometido já havia prescrito, mas mesmo assim ele queria fazer delação. Foi difícil demovê-lo da ideia." Até o começo da Lava Jato apenas dois advogados eram considerados especialistas em delação: a paulista Beatriz Catta Preta e o curitibano Antônio Figueiredo Basto. Criticados pelos colegas, saíram na frente ao negociar as primeiras delações na Lava Jato. Catta Preta assinou o acordo do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Depois, falou o doleiro Alberto Youssef, orientado por Basto. Demorou cinco meses da primeira delação na Lava Jato até que outros advogados se arriscassem a utilizá-la. Hoje se sabe que quem demora a delatar tem mais dificuldade. "Quem delata com atraso tem menos o que dizer, negocia em desvantagem", diz o advogado Pierpaolo Bottini. No momento, negociam delações Léo Pinheiro, da OAS, e Marcelo Odebrecht. Para incentivar o acordo, procuradores dizem que apenas um deles será fechado. O instituto não é unânime. Juliano Breda, ex-presidente da OAB do Paraná, tem clientes delatores, mas também não é entusiasta do instrumento. "Há negociação de delação em bloco, outras extremamente frágeis", afirma. "Há risco de a Lava Jato banalizar a delação."
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Saída para feriado prolongado deixa o trânsito acima da média em São Paulo
A saída para o feriado prolongado de Corpus Christi deixou o trânsito acima da média na cidade de São Paulo, na noite desta quarta-feira (14). De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a lentidão chegou a 146 km às 19h, o que equivalente a 16,8% dos 868 km de vias monitoradas. A média para o horário é de 11%. O congestionamento, no entanto, não é recorde do ano no período da tarde, já que não superou os 155 km registrados nesta terça (13). A CET estima que 1,7 milhão de carros deixem São Paulo a partir desta quarta em direção ao litoral paulista e ao interior do Estado por causa do feriado prolongado. Por volta das 19h30, a marginal Tietê acumulava 17,5 km de filas, na pista local, sentido Ayrton Senna, desde a Castello Branco até a via Dutra. Na pista expressa, eram 14,6 km de lentidão no mesmo sentido, entre a Castello e a rua Azurita. Ao todo, a marginal tem 22,5 km de extensão. Outras vias com longas filas no horário eram o corredor norte-sul, com 7,2 km sentido Santana; a marginal Pinheiros, com 7,2 km na pista expressa, sentido Interlagos; e a Radial Leste, com 4,7 km de filas no sentido bairro. Algumas rodovias também tinham problemas no horário. Veja detalhes aqui. Piores horários para viajar - FERIADO Por conta do feriado, a CET suspenderá o rodízio de veículos na quinta e sexta-feira (16). Já a ZMRC (Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões) e a ZMRF (Zona de Máxima Restrição ao Fretamento) serão suspensas apenas na quinta, funcionando normalmente na sexta. O rodízio municipal de veículos volta a valer na segunda-feira (19), a partir das 7h. De acordo com o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), o motorista que trafega em locais e horários não permitidos será penalizado com infração média, e receberá quatro pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e multa de R$ 130,16.
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Saída para feriado prolongado deixa o trânsito acima da média em São PauloA saída para o feriado prolongado de Corpus Christi deixou o trânsito acima da média na cidade de São Paulo, na noite desta quarta-feira (14). De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a lentidão chegou a 146 km às 19h, o que equivalente a 16,8% dos 868 km de vias monitoradas. A média para o horário é de 11%. O congestionamento, no entanto, não é recorde do ano no período da tarde, já que não superou os 155 km registrados nesta terça (13). A CET estima que 1,7 milhão de carros deixem São Paulo a partir desta quarta em direção ao litoral paulista e ao interior do Estado por causa do feriado prolongado. Por volta das 19h30, a marginal Tietê acumulava 17,5 km de filas, na pista local, sentido Ayrton Senna, desde a Castello Branco até a via Dutra. Na pista expressa, eram 14,6 km de lentidão no mesmo sentido, entre a Castello e a rua Azurita. Ao todo, a marginal tem 22,5 km de extensão. Outras vias com longas filas no horário eram o corredor norte-sul, com 7,2 km sentido Santana; a marginal Pinheiros, com 7,2 km na pista expressa, sentido Interlagos; e a Radial Leste, com 4,7 km de filas no sentido bairro. Algumas rodovias também tinham problemas no horário. Veja detalhes aqui. Piores horários para viajar - FERIADO Por conta do feriado, a CET suspenderá o rodízio de veículos na quinta e sexta-feira (16). Já a ZMRC (Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões) e a ZMRF (Zona de Máxima Restrição ao Fretamento) serão suspensas apenas na quinta, funcionando normalmente na sexta. O rodízio municipal de veículos volta a valer na segunda-feira (19), a partir das 7h. De acordo com o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), o motorista que trafega em locais e horários não permitidos será penalizado com infração média, e receberá quatro pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e multa de R$ 130,16.
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Falas de líderes mostram forte divisão entre 25 partidos na Câmara
Nas mais de quatro horas de discursos que antecederam a votação do relatório sobre o impeachment, os líderes dos 25 partidos na Câmara deixaram claro a divisão partidária sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Nas falas, 11 partidos se afirmaram a favor do impeachment –PSDB, DEM, PRB, PSB, PTB, SD, PSC, PPS, PV, PSL e PMB–, dez deles se colocaram como contrários –PT, PP, PDT, PTN, PC do B, PSOL, Pros, Rede, PT do B e PEN– e quatro mostraram estar divididos –PMDB, PSD, PR e PHS. Apesar da divisão apontada na comissão, a maioria das bancadas não vota de forma unificada no plenário, o que mantém ainda incerto o placar da votação do próximo fim de semana. As falas demonstram que a forte negociação do governo com os partidos do centro PSD e PR até agora não foram suficientes para que eles tomassem uma posição horas antes da votação na comissão especial. O líder do PR na Câmara, Mauricio Quintella Lessa (AL), optou por não se pronunciar nem ceder os dez minutos de sua liderança a outro deputado. Favorável ao impeachment, ele deixou o posto de líder da sigla no fim da tarde desta segunda (11). O PSD, por sua vez, dividiu seus dez minutos de fala na comissão entre um deputado favorável ao impeachment –Marcos Montes (MG)– e um contrário –Paulo Magalhães (BA). O deputado Aliel Machado (Rede-PR), único deputado do partido que até então estava indefinido na comissão, se posicionou contrário ao impeachment. No caso do PP, sigla com a quarta maior bancada na Câmara e cujos votos têm sido disputados pelo governo e por partidos favoráveis ao impeachment, o líder da legenda na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), afirmou seu voto contra o afastamento de Dilma. No último domingo (10), contudo, nove diretórios estaduais do partido fecharam posição favorável ao impedimento, entre eles SP, RS, PR, GO e MG. Dos cinco deputados do PP na comissão, três devem votar a favor do impedimento de Dilma.
poder
Falas de líderes mostram forte divisão entre 25 partidos na CâmaraNas mais de quatro horas de discursos que antecederam a votação do relatório sobre o impeachment, os líderes dos 25 partidos na Câmara deixaram claro a divisão partidária sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Nas falas, 11 partidos se afirmaram a favor do impeachment –PSDB, DEM, PRB, PSB, PTB, SD, PSC, PPS, PV, PSL e PMB–, dez deles se colocaram como contrários –PT, PP, PDT, PTN, PC do B, PSOL, Pros, Rede, PT do B e PEN– e quatro mostraram estar divididos –PMDB, PSD, PR e PHS. Apesar da divisão apontada na comissão, a maioria das bancadas não vota de forma unificada no plenário, o que mantém ainda incerto o placar da votação do próximo fim de semana. As falas demonstram que a forte negociação do governo com os partidos do centro PSD e PR até agora não foram suficientes para que eles tomassem uma posição horas antes da votação na comissão especial. O líder do PR na Câmara, Mauricio Quintella Lessa (AL), optou por não se pronunciar nem ceder os dez minutos de sua liderança a outro deputado. Favorável ao impeachment, ele deixou o posto de líder da sigla no fim da tarde desta segunda (11). O PSD, por sua vez, dividiu seus dez minutos de fala na comissão entre um deputado favorável ao impeachment –Marcos Montes (MG)– e um contrário –Paulo Magalhães (BA). O deputado Aliel Machado (Rede-PR), único deputado do partido que até então estava indefinido na comissão, se posicionou contrário ao impeachment. No caso do PP, sigla com a quarta maior bancada na Câmara e cujos votos têm sido disputados pelo governo e por partidos favoráveis ao impeachment, o líder da legenda na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), afirmou seu voto contra o afastamento de Dilma. No último domingo (10), contudo, nove diretórios estaduais do partido fecharam posição favorável ao impedimento, entre eles SP, RS, PR, GO e MG. Dos cinco deputados do PP na comissão, três devem votar a favor do impedimento de Dilma.
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