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After Receiving Complaints, Olympic Committee Goes Ahead with Repairs to Olympic Village
MARCEL RIZZO PAULO ROBERTO CONDE SPECIAL ENVOYS TO RIO After the Australian Olympic delegation complained about the quality of the accommodation in Rio's Olympic Village, the event's organising committee admitted that several repairs and renovations will have to be completed before the buildings can be used safely. However, just one day after announcing that half of the 31 accommodation blocks would not be ready, the committee claimed this Tuesday (26) that good progress on the repairs was underway. According to the Executive-Director of Operations, Rodrigo Tostes, 25 towers were opened to delegations. The remaining six will be ready for use this Thursday (28). The Olympic village will host about 18,000 athletes and officials for the duration of the Games. Cracks began to appear in the smoothness of this operation last Sunday (24), when the Village was opened for the first time to competitors. Australia sparked a crisis by protesting that the venue its teams were offered, tower 23, was insecure and "uninhabitable", owing to electrical and structural faults. The country declared it would not let its Olympic athletes stay in the accommodation. However, the President of the organising committee, Carlos Arthur Nuzman, said that the problems faced by the delegations were not without solutions. He maintained that it would have been "impossible" to create 3,600 perfect apartments - the Village boasts 3,604 - that did not need any repairs. "We're talking about the completion of 31 buildings and 3,600 apartments all at once. The possibility that no repairs are needed is frankly out of the question. This kind of thing happens at every Olympics," he said. Translated by GILLIAN SOPHIE HARRIS Read the article in the original language +Latest news in English *After Arrest of Group, Minister Says Chance of Attacks at Games is Minimal *Arrest of Ten Brazilians Was the First Action Based on New Anti-Terrorism Law *Olympic Games Cultural Actions Cancelled
esporte
After Receiving Complaints, Olympic Committee Goes Ahead with Repairs to Olympic Village MARCEL RIZZO PAULO ROBERTO CONDE SPECIAL ENVOYS TO RIO After the Australian Olympic delegation complained about the quality of the accommodation in Rio's Olympic Village, the event's organising committee admitted that several repairs and renovations will have to be completed before the buildings can be used safely. However, just one day after announcing that half of the 31 accommodation blocks would not be ready, the committee claimed this Tuesday (26) that good progress on the repairs was underway. According to the Executive-Director of Operations, Rodrigo Tostes, 25 towers were opened to delegations. The remaining six will be ready for use this Thursday (28). The Olympic village will host about 18,000 athletes and officials for the duration of the Games. Cracks began to appear in the smoothness of this operation last Sunday (24), when the Village was opened for the first time to competitors. Australia sparked a crisis by protesting that the venue its teams were offered, tower 23, was insecure and "uninhabitable", owing to electrical and structural faults. The country declared it would not let its Olympic athletes stay in the accommodation. However, the President of the organising committee, Carlos Arthur Nuzman, said that the problems faced by the delegations were not without solutions. He maintained that it would have been "impossible" to create 3,600 perfect apartments - the Village boasts 3,604 - that did not need any repairs. "We're talking about the completion of 31 buildings and 3,600 apartments all at once. The possibility that no repairs are needed is frankly out of the question. This kind of thing happens at every Olympics," he said. Translated by GILLIAN SOPHIE HARRIS Read the article in the original language +Latest news in English *After Arrest of Group, Minister Says Chance of Attacks at Games is Minimal *Arrest of Ten Brazilians Was the First Action Based on New Anti-Terrorism Law *Olympic Games Cultural Actions Cancelled
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Coldplay mostra pop sem brilho e rock frouxo em show de pirotecnia
As pessoas costumam dizer que o Coldplay quer ser o U2. Bobagem. O vocalista Chris Martin e seus colegas de banda querem mesmo é ser o Asa de Águia. O show que o grupo britânico fez na noite de quinta (7) no Allianz Parque, em São Paulo, foi uma micareta com roteiro em inglês. A preocupação era fazer todo mundo pular. Tarefa facílima. Na segunda música da apresentação, a baladona "Yellow", primeiro hit do grupo, de 2000, foi recebida com saltos ininterruptos. Por que os fãs saltavam feito loucos ao ouvir uma balada? Sei lá. É incrível como a banda piorou em cinco anos. No Rock in Rio de 2011, o Coldplay fez o melhor show do festival. Estava então divulgando um álbum muito bom, "Mylo Xyloto", e tinha na discografia apenas um trabalho fraco, "Viva la Vida" (2008). De lá para cá o Coldplay acrescentou dois lançamentos bem abaixo da média, "Ghost Stories" (2014) e o recente "A Head Full of Dreams" (2015). Boa parte do repertório da atual turnê, a quinta pelo Brasil, sai desses discos, o que derruba muito o show. Coldplay Mais do que isso, cada vez mais o pop está ganhando espaço no som da banda. Considerado um grupo de rock que flerta com o pop, o Coldplay de 2016 exibe dois problemas: o rock é pouco e frouxo, o pop é crescente, mas sem brilho algum. Taylor Swift já está soando mais rocker do que o quarteto inglês. Não há canções memoráveis no currículo da banda. Bem, dá para considerar "Yellow", "Clocks" e "Speed of Sound" hits com gabarito, mas é pouco para quase 20 anos de estrada. A música não é harmoniosa, é montada com pequenos truques sonoros para fisgar o ouvinte distraído e fazer o fã cantarolar. Os truques visuais, estes sim são impactantes: laser, canhões que disparam pedacinhos de papel laminado, muitos balões coloridos, fogos de artifício e as pulseiras eletrônicas que o público recebe para usar, mudando de cor o tempo todo e criando um manto de estrelas coloridas e piscantes pela pista e pelas arquibancadas. Com tanta cor e pirotecnia, o show fica maior do que realmente é. Falta música, mas sobra luz, cor e o clima de aula de ginástica. Martin manda o público pular, jogar as mãos para cima e, no momento mais ridículo da noite, convence todos a se agacharem no chão enquanto aguardam a ordem do mestre para saltarem num mesmo instante, algo que parece enlouquecer a plateia. Mas ela já deveria estar louca antes, para topar a brincadeira. As 45 mil pessoas em São Paulo amaram, como o mesmo tanto deve adorar o segundo e último show da turnê, neste domingo (10) no Rio, no Maracanã. São fãs tão alucinados que devem ter aprovado até a pavorosa versão de "Heroes" executada no show. Executada literalmente. David Bowie não merecia. COLDPLAY EM SÃO PAULO AVALIAÇÃO ruim
ilustrada
Coldplay mostra pop sem brilho e rock frouxo em show de pirotecniaAs pessoas costumam dizer que o Coldplay quer ser o U2. Bobagem. O vocalista Chris Martin e seus colegas de banda querem mesmo é ser o Asa de Águia. O show que o grupo britânico fez na noite de quinta (7) no Allianz Parque, em São Paulo, foi uma micareta com roteiro em inglês. A preocupação era fazer todo mundo pular. Tarefa facílima. Na segunda música da apresentação, a baladona "Yellow", primeiro hit do grupo, de 2000, foi recebida com saltos ininterruptos. Por que os fãs saltavam feito loucos ao ouvir uma balada? Sei lá. É incrível como a banda piorou em cinco anos. No Rock in Rio de 2011, o Coldplay fez o melhor show do festival. Estava então divulgando um álbum muito bom, "Mylo Xyloto", e tinha na discografia apenas um trabalho fraco, "Viva la Vida" (2008). De lá para cá o Coldplay acrescentou dois lançamentos bem abaixo da média, "Ghost Stories" (2014) e o recente "A Head Full of Dreams" (2015). Boa parte do repertório da atual turnê, a quinta pelo Brasil, sai desses discos, o que derruba muito o show. Coldplay Mais do que isso, cada vez mais o pop está ganhando espaço no som da banda. Considerado um grupo de rock que flerta com o pop, o Coldplay de 2016 exibe dois problemas: o rock é pouco e frouxo, o pop é crescente, mas sem brilho algum. Taylor Swift já está soando mais rocker do que o quarteto inglês. Não há canções memoráveis no currículo da banda. Bem, dá para considerar "Yellow", "Clocks" e "Speed of Sound" hits com gabarito, mas é pouco para quase 20 anos de estrada. A música não é harmoniosa, é montada com pequenos truques sonoros para fisgar o ouvinte distraído e fazer o fã cantarolar. Os truques visuais, estes sim são impactantes: laser, canhões que disparam pedacinhos de papel laminado, muitos balões coloridos, fogos de artifício e as pulseiras eletrônicas que o público recebe para usar, mudando de cor o tempo todo e criando um manto de estrelas coloridas e piscantes pela pista e pelas arquibancadas. Com tanta cor e pirotecnia, o show fica maior do que realmente é. Falta música, mas sobra luz, cor e o clima de aula de ginástica. Martin manda o público pular, jogar as mãos para cima e, no momento mais ridículo da noite, convence todos a se agacharem no chão enquanto aguardam a ordem do mestre para saltarem num mesmo instante, algo que parece enlouquecer a plateia. Mas ela já deveria estar louca antes, para topar a brincadeira. As 45 mil pessoas em São Paulo amaram, como o mesmo tanto deve adorar o segundo e último show da turnê, neste domingo (10) no Rio, no Maracanã. São fãs tão alucinados que devem ter aprovado até a pavorosa versão de "Heroes" executada no show. Executada literalmente. David Bowie não merecia. COLDPLAY EM SÃO PAULO AVALIAÇÃO ruim
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Lucro líquido do Santander Brasil cresce 32% no 1º trimestre
O lucro líquido do Santander Brasil cresceu 32% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2014, para R$ 684 milhões, informou o banco nesta terça-feira (28). Já na comparação com o quarto trimestre do ano passado, quando a instituição financeira lucrou R$ 578 milhões, o aumento foi de 18,2%. O lucro recorrente, que inclui amortização de ágio com a compra do Banco Real, foi de R$ 1,633 bilhão, aumento de 14,4% em relação aos R$ 1,428 bilhão dos três primeiros meses de 2014. Quando se compara com o último trimestre de 2014, quando o lucro gerencial foi de R$ 1,521 bilhão, o crescimento foi de 7,3%. A carteira de crédito do Santander Brasil –que inclui empréstimos a pessoas físicas, financiamento ao consumo e crédito para pequenas, médias e grandes empresas– somou R$ 258,144 bilhões de janeiro a março, um aumento de 15,3% quando se compara com o mesmo período de 2014. Ante o último trimestre de 2014, o crescimento foi menos expressivo, de 5,1%. Em seu balanço, o banco informa que a carteira de crédito foi afetada pela associação com o Banco Bonsucesso –focado em empréstimos consignados–, concluída em fevereiro deste ano e que teve um impacto positivo de R$ 1,7 bilhão. Segundo o Santander, sem esse efeito e excluindo também a variação cambial, a carteira de crédito teria crescimento de 9,2% na comparação com o primeiro trimestre de 2014 e de 1,6% em relação aos três últimos meses do ano passado. O maior crescimento na carteira de crédito do banco no primeiro trimestre foi em empréstimos a grandes empresas, com alta de 39,5% em relação ao mesmo período de 2014 –passou de R$ 79,2 bilhões para R$ 110,5 bilhões. Por outro lado, o banco reduziu seu financiamento do consumo (que inclui financiamento de veículos) em 3,3% na comparação anual e diminuiu em 0,7% os empréstimos a pequenas e médias empresas, na mesma base comparativa. DESPESAS As despesas gerais do banco –que incluem desde gastos com a operação do banco e com pessoal, por exemplo– cresceram 3,2% no primeiro trimestre do ano na comparação com 2014, para R$ 4,103 bilhões, contra R$ 3,974 bilhões nos três primeiros meses do ano passado. Em relação ao quarto trimestre, houve queda de 7,6%. A inadimplência medida por operações vencidas com mais de 90 dias caiu de 3,3% no quarto trimestre de 2014 para 3% nos três primeiros meses do ano. No primeiro trimestre de 2014, era de 3,8%. O banco reduziu sua provisão para perdas com inadimplência, passando de R$ 2,128 bilhões no quarto trimestre do ano passado para R$ 2,122 bilhões no primeiro trimestre de 2015 –queda de 0,8%. Na comparação com os três primeiros meses do ano passado –quando provisionou R$ 2,346 bilhões–, a queda foi de 10%. MATRIZ A matriz espanhola teve alta de 32% no lucro líquido do primeiro trimestre, impulsionado por melhores resultados no Reino Unido e no Brasil, enquanto toma medidas para impulsionar os empréstimos. Sob o comando de Ana Botín, o banco espanhol está tentando impulsionar receitas ao expandir o crédito e ganhar clientes, deixando para trás a dependência de aquisições. Os empréstimos a clientes do grupo subiram 8 por cento, apesar de terem tido uma leve queda em seu mercado doméstico, disse o banco nesta terça-feira. O Santander como um todo publicou lucro líquido de 1,72 bilhão de euros, em linha com as expectativas. O banco disse que o euro mais fraco na comparação com o dólar e a libra impulsionou o lucro quando convertido na moeda da zona do euro.
mercado
Lucro líquido do Santander Brasil cresce 32% no 1º trimestreO lucro líquido do Santander Brasil cresceu 32% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2014, para R$ 684 milhões, informou o banco nesta terça-feira (28). Já na comparação com o quarto trimestre do ano passado, quando a instituição financeira lucrou R$ 578 milhões, o aumento foi de 18,2%. O lucro recorrente, que inclui amortização de ágio com a compra do Banco Real, foi de R$ 1,633 bilhão, aumento de 14,4% em relação aos R$ 1,428 bilhão dos três primeiros meses de 2014. Quando se compara com o último trimestre de 2014, quando o lucro gerencial foi de R$ 1,521 bilhão, o crescimento foi de 7,3%. A carteira de crédito do Santander Brasil –que inclui empréstimos a pessoas físicas, financiamento ao consumo e crédito para pequenas, médias e grandes empresas– somou R$ 258,144 bilhões de janeiro a março, um aumento de 15,3% quando se compara com o mesmo período de 2014. Ante o último trimestre de 2014, o crescimento foi menos expressivo, de 5,1%. Em seu balanço, o banco informa que a carteira de crédito foi afetada pela associação com o Banco Bonsucesso –focado em empréstimos consignados–, concluída em fevereiro deste ano e que teve um impacto positivo de R$ 1,7 bilhão. Segundo o Santander, sem esse efeito e excluindo também a variação cambial, a carteira de crédito teria crescimento de 9,2% na comparação com o primeiro trimestre de 2014 e de 1,6% em relação aos três últimos meses do ano passado. O maior crescimento na carteira de crédito do banco no primeiro trimestre foi em empréstimos a grandes empresas, com alta de 39,5% em relação ao mesmo período de 2014 –passou de R$ 79,2 bilhões para R$ 110,5 bilhões. Por outro lado, o banco reduziu seu financiamento do consumo (que inclui financiamento de veículos) em 3,3% na comparação anual e diminuiu em 0,7% os empréstimos a pequenas e médias empresas, na mesma base comparativa. DESPESAS As despesas gerais do banco –que incluem desde gastos com a operação do banco e com pessoal, por exemplo– cresceram 3,2% no primeiro trimestre do ano na comparação com 2014, para R$ 4,103 bilhões, contra R$ 3,974 bilhões nos três primeiros meses do ano passado. Em relação ao quarto trimestre, houve queda de 7,6%. A inadimplência medida por operações vencidas com mais de 90 dias caiu de 3,3% no quarto trimestre de 2014 para 3% nos três primeiros meses do ano. No primeiro trimestre de 2014, era de 3,8%. O banco reduziu sua provisão para perdas com inadimplência, passando de R$ 2,128 bilhões no quarto trimestre do ano passado para R$ 2,122 bilhões no primeiro trimestre de 2015 –queda de 0,8%. Na comparação com os três primeiros meses do ano passado –quando provisionou R$ 2,346 bilhões–, a queda foi de 10%. MATRIZ A matriz espanhola teve alta de 32% no lucro líquido do primeiro trimestre, impulsionado por melhores resultados no Reino Unido e no Brasil, enquanto toma medidas para impulsionar os empréstimos. Sob o comando de Ana Botín, o banco espanhol está tentando impulsionar receitas ao expandir o crédito e ganhar clientes, deixando para trás a dependência de aquisições. Os empréstimos a clientes do grupo subiram 8 por cento, apesar de terem tido uma leve queda em seu mercado doméstico, disse o banco nesta terça-feira. O Santander como um todo publicou lucro líquido de 1,72 bilhão de euros, em linha com as expectativas. O banco disse que o euro mais fraco na comparação com o dólar e a libra impulsionou o lucro quando convertido na moeda da zona do euro.
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Torcedores do Real Madrid chutam carros de jogadores após derrota
Após a derrota para o Barcelona neste domingo (22), torcedores do Real Madrid foram até o centro de treinamento de Valdebebas, na capital espanhola, para protestar contra a atuação de alguns jogadores. Um grupo inferior a dez torcedores aguardou a saída dos atletas no portão do CT e chutou os veículos que deixavam o local. Os mais hostilizados foram Jesé Rodríguez, acusado de falta de comprometimento e excessos na vida noturna, e o galês Gareth Bale. O capitão do time, Sergio Ramos, chegou a parar o automóvel para dialogar com os mais exaltados. "Qual é o problema? Você acredita que essa é a atitude?", perguntou o defensor aos mais exaltados. "A equipe tem dado a cara. Quando perdemos fazemos do mesmo jeito que quando ganhamos", afirmou Ramos, em imagens captadas pelo canal Tele Cinco, de Madri. O Real Madrid ocupa o segundo lugar do Campeonato Espanhol, com 64 pontos, quatro a menos do que o líder Barcelona, com dez rodadas restantes.
esporte
Torcedores do Real Madrid chutam carros de jogadores após derrotaApós a derrota para o Barcelona neste domingo (22), torcedores do Real Madrid foram até o centro de treinamento de Valdebebas, na capital espanhola, para protestar contra a atuação de alguns jogadores. Um grupo inferior a dez torcedores aguardou a saída dos atletas no portão do CT e chutou os veículos que deixavam o local. Os mais hostilizados foram Jesé Rodríguez, acusado de falta de comprometimento e excessos na vida noturna, e o galês Gareth Bale. O capitão do time, Sergio Ramos, chegou a parar o automóvel para dialogar com os mais exaltados. "Qual é o problema? Você acredita que essa é a atitude?", perguntou o defensor aos mais exaltados. "A equipe tem dado a cara. Quando perdemos fazemos do mesmo jeito que quando ganhamos", afirmou Ramos, em imagens captadas pelo canal Tele Cinco, de Madri. O Real Madrid ocupa o segundo lugar do Campeonato Espanhol, com 64 pontos, quatro a menos do que o líder Barcelona, com dez rodadas restantes.
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STF proíbe Moro de analisar citações de delator contra Sarney na Lava Jato
Os ministros da Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram que o juiz Sergio Moro, da Justiça Federal no Paraná, não pode usar depoimentos do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado referentes ao ex-presidente José Sarney. A decisão foi tomada nesta terça (21) pela maioria dos ministros que compõem a Segunda Turma. Foram quatro votos nesse sentido: Celso de Mello, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Os ministros aceitaram recurso da defesa de Sarney e entenderam que as citações a ele feitas por Machado estão diretamente relacionadas a menções a outros políticos com prerrogativa de foro no STF –portanto, qualquer investigação relacionada ao ex-presidente deveria permanecer no Supremo. O antigo relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, determinou em setembro de 2016 que as citações sobre Sarney fossem enviadas ao Paraná. A posição dos ministros foi contrária à do relator da Operação Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin. Fachin defendeu que as informações sobre Sarney poderiam ser compartilhadas com a primeira instância do Judiciário. Esta foi a primeira derrota de Fachin como relator da Lava Jato. Sarney é investigado junto aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) em inquérito que corre no STF para apurar se eles tentaram obstruir as investigações da Lava Jato. O ex-presidente não tem foro privilegiado no Supremo. DELAÇÃO Em delação premiada, Sérgio Machado citou manobras dos políticos para interferir nas investigações. O delator disse em depoimento que durante sua gestão na Transpetro repassou ao PMDB pouco mais de R$ 100 milhões cuja origem eram propinas pagas por empresas contratadas pela estatal. Segundo Sérgio Machado, foram repassados a partir de contratos da Transpetro R$ 32,2 milhões para Renan Calheiros, R$ 21 milhões para Romero Jucá e R$ 18,5 milhões para o ex-presidente José Sarney. DEFESA Em nota, a defesa de Sarney diz que a decisão foi "uma grande vitória" porque " era evidente a conexão probatória" das informações com os senadores Renan e Jucá, que têm foro no STF. "Como temos absoluta certeza de que a delação do Sergio Machado é falsa, oportunista e falaciosa, será fácil demonstrar neste único inquérito que o único crime foi cometido pelo Sergio Machado com a gravação criminosa, ilegal e imoral. E mais uma vez se desmancha a tese de que a 13 Vara de Curitiba é uma vara com jurisdição nacional", afirma em nota Kakay, advogado de Sarney.
poder
STF proíbe Moro de analisar citações de delator contra Sarney na Lava JatoOs ministros da Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram que o juiz Sergio Moro, da Justiça Federal no Paraná, não pode usar depoimentos do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado referentes ao ex-presidente José Sarney. A decisão foi tomada nesta terça (21) pela maioria dos ministros que compõem a Segunda Turma. Foram quatro votos nesse sentido: Celso de Mello, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Os ministros aceitaram recurso da defesa de Sarney e entenderam que as citações a ele feitas por Machado estão diretamente relacionadas a menções a outros políticos com prerrogativa de foro no STF –portanto, qualquer investigação relacionada ao ex-presidente deveria permanecer no Supremo. O antigo relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, determinou em setembro de 2016 que as citações sobre Sarney fossem enviadas ao Paraná. A posição dos ministros foi contrária à do relator da Operação Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin. Fachin defendeu que as informações sobre Sarney poderiam ser compartilhadas com a primeira instância do Judiciário. Esta foi a primeira derrota de Fachin como relator da Lava Jato. Sarney é investigado junto aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) em inquérito que corre no STF para apurar se eles tentaram obstruir as investigações da Lava Jato. O ex-presidente não tem foro privilegiado no Supremo. DELAÇÃO Em delação premiada, Sérgio Machado citou manobras dos políticos para interferir nas investigações. O delator disse em depoimento que durante sua gestão na Transpetro repassou ao PMDB pouco mais de R$ 100 milhões cuja origem eram propinas pagas por empresas contratadas pela estatal. Segundo Sérgio Machado, foram repassados a partir de contratos da Transpetro R$ 32,2 milhões para Renan Calheiros, R$ 21 milhões para Romero Jucá e R$ 18,5 milhões para o ex-presidente José Sarney. DEFESA Em nota, a defesa de Sarney diz que a decisão foi "uma grande vitória" porque " era evidente a conexão probatória" das informações com os senadores Renan e Jucá, que têm foro no STF. "Como temos absoluta certeza de que a delação do Sergio Machado é falsa, oportunista e falaciosa, será fácil demonstrar neste único inquérito que o único crime foi cometido pelo Sergio Machado com a gravação criminosa, ilegal e imoral. E mais uma vez se desmancha a tese de que a 13 Vara de Curitiba é uma vara com jurisdição nacional", afirma em nota Kakay, advogado de Sarney.
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Robinho se despede do Santos e diz que 'renovação não foi possível'
Robinho, 31, não vai mais defender o Santos. O atacante anunciou por meio de um vídeo no site do clube que não houve acerto para a renovação contratual. O vínculo terminou nesta terça-feira (30). "Infelizmente não vai ser possível a renovação. O Santos vai estar sempre no meu coração. A diretoria fez esforço para eu continuar, mas não foi possível. O Santos continua grande, acima de qualquer jogador e eu saio chateado, mas é vida que segue", disse Robinho. Segundo Modesto Roma Jr., presidente do Santos, o clube alvinegro não conseguiu concorrer com os clubes estrangeiros interessados no atacante. Entre os concorrentes, estão o mexicano Querétaro, um clube chinês e alguns clubes árabes. Editoria de Arte/Folhapress "Conversamos com o Robinho sobre a renovação do contrato e infelizmente as condições que o Santos pode pagar são menores que os dos clubes do exterior", disse o dirigente. O clube santista ofereceu um contrato de três anos para o jogador, inicialmente com o salário atual –cerca de R$ 800 mil– e aumento progressivo do valor. A atual passagem de Robinho pelo Santos começou em agosto do ano passado, quando chegou por empréstimo do Milan. O atacante teve altos e baixos, mas conseguiu conduzir o time ao título do Campeonato Paulista deste ano. Foi a segunda passagem dele, que foi revelado no Santos em 2002. Além do Paulista-2015, ele conquistou os Brasileiros de 2002 e 2004, a Copa do Brasil de 2010 e o Paulista de 2010.
esporte
Robinho se despede do Santos e diz que 'renovação não foi possível'Robinho, 31, não vai mais defender o Santos. O atacante anunciou por meio de um vídeo no site do clube que não houve acerto para a renovação contratual. O vínculo terminou nesta terça-feira (30). "Infelizmente não vai ser possível a renovação. O Santos vai estar sempre no meu coração. A diretoria fez esforço para eu continuar, mas não foi possível. O Santos continua grande, acima de qualquer jogador e eu saio chateado, mas é vida que segue", disse Robinho. Segundo Modesto Roma Jr., presidente do Santos, o clube alvinegro não conseguiu concorrer com os clubes estrangeiros interessados no atacante. Entre os concorrentes, estão o mexicano Querétaro, um clube chinês e alguns clubes árabes. Editoria de Arte/Folhapress "Conversamos com o Robinho sobre a renovação do contrato e infelizmente as condições que o Santos pode pagar são menores que os dos clubes do exterior", disse o dirigente. O clube santista ofereceu um contrato de três anos para o jogador, inicialmente com o salário atual –cerca de R$ 800 mil– e aumento progressivo do valor. A atual passagem de Robinho pelo Santos começou em agosto do ano passado, quando chegou por empréstimo do Milan. O atacante teve altos e baixos, mas conseguiu conduzir o time ao título do Campeonato Paulista deste ano. Foi a segunda passagem dele, que foi revelado no Santos em 2002. Além do Paulista-2015, ele conquistou os Brasileiros de 2002 e 2004, a Copa do Brasil de 2010 e o Paulista de 2010.
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Dólar fecha em alta pelo segundo dia com atuação menor do BC
O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (4) e chegou a atingir R$ 3,097 com a sinalização do Banco Central de que fará a rolagem parcial dos contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) no mercado cambial brasileiro. O BC anunciou na quinta-feira (30) que rolaria nesta segunda-feira 8.100 contratos de swaps cambiais, enquanto em abril a rolagem diária era de 10.600 contratos. Caso mantenha esse ritmo de oferta, o BC rolará cerca de 80% do lote total. Ao rolar menos contratos, o Banco Central reduz a oferta de swaps cambiais, o que pressiona a moeda para cima, explica Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 2,12%, para R$ 3,075. Já o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, teve valorização de 2,29%, para R$ 3,082. A valorização do dólar ocorreu em linha com o desempenho da moeda no exterior. Das 24 principais moedas emergentes, 16 se desvalorizaram em relação à divisa americana. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 2%, para 57.353 pontos, o maior patamar desde 14 de outubro de 2014. Apesar da alta no dia, o dólar pode vir a ceder ao longo da semana, influenciado pela votação de medidas provisórias importantes para que o governo consiga implementar seus ajustes fiscais, afirma Galhardo. "Se o governo aprovar as medidas, o dólar tende perder força em relação ao real, porque reduz o risco político que vinha pressionando em alta a moeda nos últimos meses", ressalta. No entanto, Ignácio Rey, economista da Guide Investimentos, não vê espaço para que o dólar caia abaixo de R$ 3, como ocorreu em abril. "A alta desta segunda também é uma correção do real em relação ao dólar, após uma forte desvalorização no mês passado. As incertezas políticas no país e a sinalização de uma rolagem menor do BC contribuíram para que o dólar ganhasse força nesta sessão", afirma. EXTERIOR Na China, a atividade industrial teve, em abril, a maior contração em um ano, com queda nas novas encomendas, mostrou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC/Markit nesta segunda-feira. O dado reforça o argumento a favor de mais estímulos para enfrentar a desaceleração da segunda maior economia do mundo. A mais recente indicação de aumento das preocupações com a indústria aumenta o risco de que o crescimento econômico no segundo trimestre fique abaixo de 7% pela primeira vez desde o ápice da crise global, dando força a temores com a possibilidade de perdas de emprego e calotes a nível local. Na Europa, divergências sobre as reformas trabalhista e previdenciária continuaram a atrapalhar as negociações do governo da Grécia com seus credores internacionais, apesar do progresso em outras áreas, à medida que a situação financeira do país se torna cada vez mais crítica. Nesta semana, os investidores ficarão atentos ao discurso da presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Janet Yellen, que pode dar indícios sobre a percepção da autoridade monetária dos Estados Unidos em relação à economia do país. Na sexta-feira saem dados de emprego nos EUA, um dos fatores considerados pelo Fed na elaboração de sua política monetária. Uma melhora no mercado de trabalho pode fazer com que o banco central americano eleve os juros que servem como base para remuneração de títulos públicos já em setembro. Algumas estimativas apontavam que o Fed só elevaria as taxas em 2016, aguardando uma evolução mais consistente da economia americana. Caso aumente os juros, os investidores poderiam retirar o dinheiro de países emergentes, como o Brasil, e aplicar nos títulos americanos, considerados mais seguros. Com a perspectiva de maior saída de dólares na economia brasileira, a cotação da moeda sobe. BOLSA A expectativa em torno da adoção de medidas de estímulos na China impulsionou as ações da Vale e de siderúrgicas nesta segunda-feira. Os papéis preferenciais da Vale fecharam com alta de 6,34%, para R$ 19,30, enquanto as ações ordinárias subiram 9,40%, para R$ 24,78. As ações da CSN fecharam com avanço de 7,31%, para R$ 8,66. As ações preferenciais da Usiminas subiram 7,20%, para R$ 6,40, enquanto as ordinárias fecharam com valorização de 7,80%, para R$ 18,10. Os papéis da Petrobras subiram após declarações do ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) indicando que a estatal pode não participar de todos os leilões do pré-sal, o que aliviaria seu caixa. As ações preferenciais da estatal -mais negociadas e sem direito a voto- fecharam em alta de 5,75%, para R$ 13,80. As ações ordinárias da petrolífera tiveram alta de 5,54%, para R$ 15,04. Com Reuters
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Dólar fecha em alta pelo segundo dia com atuação menor do BCO dólar fechou em alta nesta segunda-feira (4) e chegou a atingir R$ 3,097 com a sinalização do Banco Central de que fará a rolagem parcial dos contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) no mercado cambial brasileiro. O BC anunciou na quinta-feira (30) que rolaria nesta segunda-feira 8.100 contratos de swaps cambiais, enquanto em abril a rolagem diária era de 10.600 contratos. Caso mantenha esse ritmo de oferta, o BC rolará cerca de 80% do lote total. Ao rolar menos contratos, o Banco Central reduz a oferta de swaps cambiais, o que pressiona a moeda para cima, explica Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 2,12%, para R$ 3,075. Já o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, teve valorização de 2,29%, para R$ 3,082. A valorização do dólar ocorreu em linha com o desempenho da moeda no exterior. Das 24 principais moedas emergentes, 16 se desvalorizaram em relação à divisa americana. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 2%, para 57.353 pontos, o maior patamar desde 14 de outubro de 2014. Apesar da alta no dia, o dólar pode vir a ceder ao longo da semana, influenciado pela votação de medidas provisórias importantes para que o governo consiga implementar seus ajustes fiscais, afirma Galhardo. "Se o governo aprovar as medidas, o dólar tende perder força em relação ao real, porque reduz o risco político que vinha pressionando em alta a moeda nos últimos meses", ressalta. No entanto, Ignácio Rey, economista da Guide Investimentos, não vê espaço para que o dólar caia abaixo de R$ 3, como ocorreu em abril. "A alta desta segunda também é uma correção do real em relação ao dólar, após uma forte desvalorização no mês passado. As incertezas políticas no país e a sinalização de uma rolagem menor do BC contribuíram para que o dólar ganhasse força nesta sessão", afirma. EXTERIOR Na China, a atividade industrial teve, em abril, a maior contração em um ano, com queda nas novas encomendas, mostrou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC/Markit nesta segunda-feira. O dado reforça o argumento a favor de mais estímulos para enfrentar a desaceleração da segunda maior economia do mundo. A mais recente indicação de aumento das preocupações com a indústria aumenta o risco de que o crescimento econômico no segundo trimestre fique abaixo de 7% pela primeira vez desde o ápice da crise global, dando força a temores com a possibilidade de perdas de emprego e calotes a nível local. Na Europa, divergências sobre as reformas trabalhista e previdenciária continuaram a atrapalhar as negociações do governo da Grécia com seus credores internacionais, apesar do progresso em outras áreas, à medida que a situação financeira do país se torna cada vez mais crítica. Nesta semana, os investidores ficarão atentos ao discurso da presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Janet Yellen, que pode dar indícios sobre a percepção da autoridade monetária dos Estados Unidos em relação à economia do país. Na sexta-feira saem dados de emprego nos EUA, um dos fatores considerados pelo Fed na elaboração de sua política monetária. Uma melhora no mercado de trabalho pode fazer com que o banco central americano eleve os juros que servem como base para remuneração de títulos públicos já em setembro. Algumas estimativas apontavam que o Fed só elevaria as taxas em 2016, aguardando uma evolução mais consistente da economia americana. Caso aumente os juros, os investidores poderiam retirar o dinheiro de países emergentes, como o Brasil, e aplicar nos títulos americanos, considerados mais seguros. Com a perspectiva de maior saída de dólares na economia brasileira, a cotação da moeda sobe. BOLSA A expectativa em torno da adoção de medidas de estímulos na China impulsionou as ações da Vale e de siderúrgicas nesta segunda-feira. Os papéis preferenciais da Vale fecharam com alta de 6,34%, para R$ 19,30, enquanto as ações ordinárias subiram 9,40%, para R$ 24,78. As ações da CSN fecharam com avanço de 7,31%, para R$ 8,66. As ações preferenciais da Usiminas subiram 7,20%, para R$ 6,40, enquanto as ordinárias fecharam com valorização de 7,80%, para R$ 18,10. Os papéis da Petrobras subiram após declarações do ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) indicando que a estatal pode não participar de todos os leilões do pré-sal, o que aliviaria seu caixa. As ações preferenciais da estatal -mais negociadas e sem direito a voto- fecharam em alta de 5,75%, para R$ 13,80. As ações ordinárias da petrolífera tiveram alta de 5,54%, para R$ 15,04. Com Reuters
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Putin decide criar nova reserva militar, paga e treinada
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a criação de uma nova força militar de reserva, como parte de suas medidas para aumentar o treinamento e prontidão militares em meio a tensões internacionais com o Ocidente devido à Ucrânia. A nova força de reserva tem sido debatida há vários anos e sua criação foi determinada por Putin em 2012, logo depois de sua reeleição como presidente. O mais novo decreto foi publicado na noite de sexta (17). Será uma força distinta das reservas militares russas atuais porque seus integrantes, de tempo parcial, receberão um salário mensal e treinarão regularmente. A Rússia já tem vários milhões de reservistas militares que já serviram às suas Forças Armadas, mas eles treinam pouco e há restrições ao quanto eles podem ser convocados. Segundo o Ministério da Defesa, a nova força de reserva foi projetada para começar com cerca de 5.000 homens, um volume pequeno num país que tem cerca de 750.000 soldados na linha de batalha. A criação da nova força vinha sendo adiada por falta de recursos financeiros, segundo a imprensa russa. O decreto de Putin determinou que o governo tire o financiamento da nova força do orçamento existente do Ministério da Defesa.
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Putin decide criar nova reserva militar, paga e treinadaO presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a criação de uma nova força militar de reserva, como parte de suas medidas para aumentar o treinamento e prontidão militares em meio a tensões internacionais com o Ocidente devido à Ucrânia. A nova força de reserva tem sido debatida há vários anos e sua criação foi determinada por Putin em 2012, logo depois de sua reeleição como presidente. O mais novo decreto foi publicado na noite de sexta (17). Será uma força distinta das reservas militares russas atuais porque seus integrantes, de tempo parcial, receberão um salário mensal e treinarão regularmente. A Rússia já tem vários milhões de reservistas militares que já serviram às suas Forças Armadas, mas eles treinam pouco e há restrições ao quanto eles podem ser convocados. Segundo o Ministério da Defesa, a nova força de reserva foi projetada para começar com cerca de 5.000 homens, um volume pequeno num país que tem cerca de 750.000 soldados na linha de batalha. A criação da nova força vinha sendo adiada por falta de recursos financeiros, segundo a imprensa russa. O decreto de Putin determinou que o governo tire o financiamento da nova força do orçamento existente do Ministério da Defesa.
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Reforma da Previdência 'diluída' não resolve, diz Meirelles a deputados
Em apresentação a deputados, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu que uma reforma da Previdência "diluída", que não gere "muita resistência", não é capaz de resolver o problema previdenciário do Brasil. "Uma reforma da Previdência que seja tão diluída para não criar muita resistência também não resolve o problema. Não resolvendo o problema, é melhor não enfrentar o problema. [...] Se for para fazer, tem que ser uma reforma que de fato funcione", disse. O ministro fez a afirmação a deputados da bancada do PSD, com a qual se reuniu na manhã desta quarta-feira (8). Ele argumentou, ainda, que a reforma da Previdência "não é uma opção, é uma necessidade". Meirelles e o secretário da Previdência, Marcelo Caetano, têm se reunido com bancadas da Câmara para defender a necessidade da reforma e tentar convencer os deputados de que o texto deve ser mantido o mais fiel possível à versão do Executivo. Levantamento da Folha aponta que metade dos integrantes da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a reforma da Previdência se opõe à exigência de idade mínima de 65 anos para aposentadoria, e a maioria discorda de outros pontos cruciais da proposta apresentada pelo presidente Michel Temer. Nesta terça (7), Meirelles e Caetano se reuniram com a bancada do PMDB, partido do presidente Michel Temer. Segundo participantes da reunião, a intenção do governo era convencer os deputados da necessidade da reforma e dar argumentos para que eles defendam os principais pontos da proposta. Na reunião, o líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), disse que "existem muitas mentiras sobre esse tema circulando na rede". Ele afirmou ter certeza de que o PMDB não fugirá da responsabilidade "de fazer com que as propostas do presidente Michel avancem na Câmara dos Deputados". Veja vídeo No encontro com o PSD, o líder da bancada na Câmara, Marcos Montes (MG), defendeu a necessidade de "fazer medidas duras, impopulares" para "consertar" a economia brasileira. As reuniões têm sido abertas à imprensa apenas durante a apresentação inicial do ministro. No momento em que os deputados questionam os pontos da reforma, a participação fica restrita aos parlamentares e assessores parlamentares. SUBSISTÊNCIA Nesta terça, o relator da proposta na comissão especial, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), defendeu que a aposentadoria deve representar "subsistência" e que, para ter uma "vida melhor", o trabalhador deve fazer outro tipo de poupança. "Aposentadoria é subsistência. Quem quiser ter vida melhor faça outro tipo de poupança", afirmou o relator a uma plateia de sindicalistas. Caberá a ele apresentar o parecer da reforma da Previdência à comissão, que deve trazer mudanças em relação ao texto original. A expectativa dele é que esse relatório seja divulgado na última semana de março. O presidente Michel Temer disse, também na terça, que quem reclama do projeto é "quem ganha mais" e defendeu que não haverá perda de direitos para os trabalhadores.
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Reforma da Previdência 'diluída' não resolve, diz Meirelles a deputadosEm apresentação a deputados, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu que uma reforma da Previdência "diluída", que não gere "muita resistência", não é capaz de resolver o problema previdenciário do Brasil. "Uma reforma da Previdência que seja tão diluída para não criar muita resistência também não resolve o problema. Não resolvendo o problema, é melhor não enfrentar o problema. [...] Se for para fazer, tem que ser uma reforma que de fato funcione", disse. O ministro fez a afirmação a deputados da bancada do PSD, com a qual se reuniu na manhã desta quarta-feira (8). Ele argumentou, ainda, que a reforma da Previdência "não é uma opção, é uma necessidade". Meirelles e o secretário da Previdência, Marcelo Caetano, têm se reunido com bancadas da Câmara para defender a necessidade da reforma e tentar convencer os deputados de que o texto deve ser mantido o mais fiel possível à versão do Executivo. Levantamento da Folha aponta que metade dos integrantes da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a reforma da Previdência se opõe à exigência de idade mínima de 65 anos para aposentadoria, e a maioria discorda de outros pontos cruciais da proposta apresentada pelo presidente Michel Temer. Nesta terça (7), Meirelles e Caetano se reuniram com a bancada do PMDB, partido do presidente Michel Temer. Segundo participantes da reunião, a intenção do governo era convencer os deputados da necessidade da reforma e dar argumentos para que eles defendam os principais pontos da proposta. Na reunião, o líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), disse que "existem muitas mentiras sobre esse tema circulando na rede". Ele afirmou ter certeza de que o PMDB não fugirá da responsabilidade "de fazer com que as propostas do presidente Michel avancem na Câmara dos Deputados". Veja vídeo No encontro com o PSD, o líder da bancada na Câmara, Marcos Montes (MG), defendeu a necessidade de "fazer medidas duras, impopulares" para "consertar" a economia brasileira. As reuniões têm sido abertas à imprensa apenas durante a apresentação inicial do ministro. No momento em que os deputados questionam os pontos da reforma, a participação fica restrita aos parlamentares e assessores parlamentares. SUBSISTÊNCIA Nesta terça, o relator da proposta na comissão especial, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), defendeu que a aposentadoria deve representar "subsistência" e que, para ter uma "vida melhor", o trabalhador deve fazer outro tipo de poupança. "Aposentadoria é subsistência. Quem quiser ter vida melhor faça outro tipo de poupança", afirmou o relator a uma plateia de sindicalistas. Caberá a ele apresentar o parecer da reforma da Previdência à comissão, que deve trazer mudanças em relação ao texto original. A expectativa dele é que esse relatório seja divulgado na última semana de março. O presidente Michel Temer disse, também na terça, que quem reclama do projeto é "quem ganha mais" e defendeu que não haverá perda de direitos para os trabalhadores.
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Com empate heroico, Síria ainda sonha com vaga na Copa de 2018
Enfrentando uma guerra civil que já dura seis anos, a Síria encontrou nesta terça-feira (5), por meio do futebol, um motivo para comemorar. Pelas eliminatórias asiáticas para a Copa do Mundo, sua seleção nacional conseguiu um empate heroico com o Irã, por 2 a 2, em Teerã, para seguir com chances de ir à Rússia-2018. Terceira colocada do Grupo A, a equipe, que nunca disputou o Mundial, vai para a repescagem da confederação asiática. O gol salvador foi marcado aos três minutos de acréscimo do segundo tempo, pelo atacante Omar Al Soma, de 28 anos. A Síria agora vai enfrentar a Austrália em outubro. Se vencer, ainda terá de disputar um play-off em novembro contra o quarto colocado da zona da Concacaf, que envolve as seleções das Américas do Norte e Central e do Caribe. Hoje, esse oponente seria Honduras. Os sírios contaram também com um empate sem gols entre Uzbequistão e Coreia do Sul –em jogo disputado simultaneamente, em Tashkent– para garantir o terceiro lugar. Terminaram a terceira fase das eliminatórias asiáticas com 13 pontos, mesma quantia dos uzbeques, e levaram a melhor no saldo de gols. Com 15 pontos, os sul-coreanos asseguraram a segunda vaga direta da chave. Os iranianos, que já estavam classificados, terminaram com 22 pontos. Abalada por conflitos dentro de suas fronteiras desde 2011, a Síria não recebeu partidas de sua seleção nestas eliminatórias. Todos os seus cinco jogos como "anfitrião" foram realizados na cidade de Malacca, na Malásia, o que praticamente lhes tirou o fator casa. Na vitória por 1 a 0 contra o Uzbequistão em março, por exemplo, apenas 350 pessoas foram ao estádio. Estimativas consideradas conservadoras apontam para mais de 400 mil mortos no conflito. De acordo com o jornal italiano "La Gazzetta dello Sport", 38 jogadores profissionais foram assassinados desde 2011 no país. Outros 200 deixaram a Síria. Dos convocados à seleção nacional, apenas seis jogam no futebol local. O campeonato é, hoje, reduzido às áreas controladas pelo ditador Bashar al-Assad, como Damasco, Latakia e Hama. No leste do país, a milícia radical Estado Islâmico, que condena o futebol, controla cidades importantes, como Raqqa e Deir-Ezzor. Nesta terça, milhares de torcedores assistiram à partida contra o Irã em um telão montado no estádio Al-Jalaa, em Damasco. Por 32 minutos, esses torcedores, na verdade, puderam sonhar até mesmo com uma classificação direta ao Mundial. Os visitantes abriram o placar em Teerã aos 13 min e seguraram essa vantagem até os instantes finais da primeira etapa, quando Sardar Azmoun empatou. Àquela altura, a combinação de resultados do Grupo A lhes dava a segunda vaga da chave. Se a seleção síria não conseguiu vencer o Irã, mostrou força ao marcar dois contra a equipe dirigida pelo português Carlos Queiroz. Foi uma proeza: os iranianos não levavam um gol pelas eliminatórias desde novembro de 2015, contra o Turcomenistão. Desde então, foram mais de 1.100 minutos de invencibilidade, ou 18 horas.
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Com empate heroico, Síria ainda sonha com vaga na Copa de 2018Enfrentando uma guerra civil que já dura seis anos, a Síria encontrou nesta terça-feira (5), por meio do futebol, um motivo para comemorar. Pelas eliminatórias asiáticas para a Copa do Mundo, sua seleção nacional conseguiu um empate heroico com o Irã, por 2 a 2, em Teerã, para seguir com chances de ir à Rússia-2018. Terceira colocada do Grupo A, a equipe, que nunca disputou o Mundial, vai para a repescagem da confederação asiática. O gol salvador foi marcado aos três minutos de acréscimo do segundo tempo, pelo atacante Omar Al Soma, de 28 anos. A Síria agora vai enfrentar a Austrália em outubro. Se vencer, ainda terá de disputar um play-off em novembro contra o quarto colocado da zona da Concacaf, que envolve as seleções das Américas do Norte e Central e do Caribe. Hoje, esse oponente seria Honduras. Os sírios contaram também com um empate sem gols entre Uzbequistão e Coreia do Sul –em jogo disputado simultaneamente, em Tashkent– para garantir o terceiro lugar. Terminaram a terceira fase das eliminatórias asiáticas com 13 pontos, mesma quantia dos uzbeques, e levaram a melhor no saldo de gols. Com 15 pontos, os sul-coreanos asseguraram a segunda vaga direta da chave. Os iranianos, que já estavam classificados, terminaram com 22 pontos. Abalada por conflitos dentro de suas fronteiras desde 2011, a Síria não recebeu partidas de sua seleção nestas eliminatórias. Todos os seus cinco jogos como "anfitrião" foram realizados na cidade de Malacca, na Malásia, o que praticamente lhes tirou o fator casa. Na vitória por 1 a 0 contra o Uzbequistão em março, por exemplo, apenas 350 pessoas foram ao estádio. Estimativas consideradas conservadoras apontam para mais de 400 mil mortos no conflito. De acordo com o jornal italiano "La Gazzetta dello Sport", 38 jogadores profissionais foram assassinados desde 2011 no país. Outros 200 deixaram a Síria. Dos convocados à seleção nacional, apenas seis jogam no futebol local. O campeonato é, hoje, reduzido às áreas controladas pelo ditador Bashar al-Assad, como Damasco, Latakia e Hama. No leste do país, a milícia radical Estado Islâmico, que condena o futebol, controla cidades importantes, como Raqqa e Deir-Ezzor. Nesta terça, milhares de torcedores assistiram à partida contra o Irã em um telão montado no estádio Al-Jalaa, em Damasco. Por 32 minutos, esses torcedores, na verdade, puderam sonhar até mesmo com uma classificação direta ao Mundial. Os visitantes abriram o placar em Teerã aos 13 min e seguraram essa vantagem até os instantes finais da primeira etapa, quando Sardar Azmoun empatou. Àquela altura, a combinação de resultados do Grupo A lhes dava a segunda vaga da chave. Se a seleção síria não conseguiu vencer o Irã, mostrou força ao marcar dois contra a equipe dirigida pelo português Carlos Queiroz. Foi uma proeza: os iranianos não levavam um gol pelas eliminatórias desde novembro de 2015, contra o Turcomenistão. Desde então, foram mais de 1.100 minutos de invencibilidade, ou 18 horas.
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Estudo mostra efeito do câmbio na soja
Câmbio, produtividade, preços internacionais, estoques elevados e custos de produção são pontos fundamentais para as margens de retorno dos produtores brasileiros de soja na safra 2015/16. Diante de tantas variáveis, como será a rentabilidade da oleaginosa na próxima safra? O câmbio certamente é um dos principais componentes a ser avaliado. Por isso, os analistas Renato Rasmussen e Victor Ikeda, do Rabobank, um banco especializado no setor de agronegócio, buscaram a relação entre câmbio e os preços da soja no Brasil. As simulações feitas pelos analistas indicam que o câmbio acima de R$ 3,00 por dólar resultaria em margens positivas para o produtor sempre que a soja ficar acima de US$ 8,50 por bushel em Chicago. Já a soja a US$ 8,60 por bushel, por exemplo, resultaria em margens positivas para os produtores com o dólar acima de R$ 2,90. Para que haja um ponto de equilíbrio entre os preços de soja em Chicago e os custos dos produtores com um câmbio a R$ 2,90, a soja deveria ser negociada a US$ 8,54 em Chicago. Já um dólar a R$ 3,50 dá esse equilíbrio a uma soja a US$ 7,98 por bushel. Os analistas levaram em consideração diferentes valores de dólar -R$ 2,90 a R$ 3,50- e de cotações da soja em Chicago -de US$ 8,50 por bushel a US$ 10- para simularem os cenários de rentabilidade dessa cultura. Tomaram como base os custos de produção do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola) e a diferença média de preço entre o primeiro contrato futuro e o valor à vista da soja em Mato Grosso. A produtividade considerada é de 51,9 sacas por hectare e o dólar é o mesmo para compra de insumos e para a venda da soja. Mas a desvalorização do real não é totalmente benéfica ao produtor, pois também gera impactos nos custos de produção. Pelo menos em parte deles. Cerca de 70% dos fertilizantes são importados. Embora os preços tenham caído no mercado internacional neste ano, subiram no país devido a essa desvalorização. Outro item de pressão são os defensivos utilizados no cultivo da soja, devido ao peso das importações. Diante de um cenário bem indefinido, restam aos produtores reduzir custos variáveis e negociar bem. O contrato futuro de maio de 2016 de venda de dólar, por exemplo, tem girado em R$ 3,40, enquanto em Chicago a soja está próxima de US$ 10 por bushel. Combinados esses cenários, o produtor obteria uma margem de R$ 642 por hectare, um retorno de 25% sobre o custo operacional. Os analistas lembram, no entanto, que a média de retorno das últimas cinco safras girou próximo de 50%. É claro que os produtores que obtiverem uma combinação melhor dessas variáveis, como uma produtividade maior, terão uma margem melhor na próxima safra. Apesar da expectativa de menores margens, as estimativas do Rabobank são de um aumento de 3% a 5% na área de soja na próxima safra. Esse avanço será restrito em áreas novas, e se dará em espaço ocupado atualmente por outras culturas, como a de milho verão. Fatores de peso Os preços da soja serão pressionados neste ano por um desbalanceamento entre produção e consumo mundiais, o que deverá elevar ainda mais os estoques da oleaginosa. Rasmussen e Ikeda afirmam que o ano safra 2014/15 entrará na história como aquele que melhor evidenciou a espantosa capacidade produtiva dos sojicultores mundiais. A produção mundial atingiu 318 milhões de toneladas, com crescimento de 12,7%. Já o consumo, em ritmo menor, teve evolução de 6,5%, somando 294 milhões de toneladas. Com isso, os estoques evoluíram 33% no período, subindo para 84 milhões de toneladas. É o correspondente a 102 dias de consumo, o maior patamar em 60 anos. E a recuperação dos estoques pode não parar por aí, segundo os analistas. Dependendo das condições climáticas, esse volume vai superar 93 milhões de toneladas na safra 2015/16. Os analistas advertem que o câmbio tem papel fundamental na rentabilidade da soja brasileira, mas o produtor deverá ficar atento aos preço em Chicago. A proteção contra as quedas do grão pode ser tão essencial quanto o câmbio no cenário atual, dizem eles.
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Estudo mostra efeito do câmbio na sojaCâmbio, produtividade, preços internacionais, estoques elevados e custos de produção são pontos fundamentais para as margens de retorno dos produtores brasileiros de soja na safra 2015/16. Diante de tantas variáveis, como será a rentabilidade da oleaginosa na próxima safra? O câmbio certamente é um dos principais componentes a ser avaliado. Por isso, os analistas Renato Rasmussen e Victor Ikeda, do Rabobank, um banco especializado no setor de agronegócio, buscaram a relação entre câmbio e os preços da soja no Brasil. As simulações feitas pelos analistas indicam que o câmbio acima de R$ 3,00 por dólar resultaria em margens positivas para o produtor sempre que a soja ficar acima de US$ 8,50 por bushel em Chicago. Já a soja a US$ 8,60 por bushel, por exemplo, resultaria em margens positivas para os produtores com o dólar acima de R$ 2,90. Para que haja um ponto de equilíbrio entre os preços de soja em Chicago e os custos dos produtores com um câmbio a R$ 2,90, a soja deveria ser negociada a US$ 8,54 em Chicago. Já um dólar a R$ 3,50 dá esse equilíbrio a uma soja a US$ 7,98 por bushel. Os analistas levaram em consideração diferentes valores de dólar -R$ 2,90 a R$ 3,50- e de cotações da soja em Chicago -de US$ 8,50 por bushel a US$ 10- para simularem os cenários de rentabilidade dessa cultura. Tomaram como base os custos de produção do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola) e a diferença média de preço entre o primeiro contrato futuro e o valor à vista da soja em Mato Grosso. A produtividade considerada é de 51,9 sacas por hectare e o dólar é o mesmo para compra de insumos e para a venda da soja. Mas a desvalorização do real não é totalmente benéfica ao produtor, pois também gera impactos nos custos de produção. Pelo menos em parte deles. Cerca de 70% dos fertilizantes são importados. Embora os preços tenham caído no mercado internacional neste ano, subiram no país devido a essa desvalorização. Outro item de pressão são os defensivos utilizados no cultivo da soja, devido ao peso das importações. Diante de um cenário bem indefinido, restam aos produtores reduzir custos variáveis e negociar bem. O contrato futuro de maio de 2016 de venda de dólar, por exemplo, tem girado em R$ 3,40, enquanto em Chicago a soja está próxima de US$ 10 por bushel. Combinados esses cenários, o produtor obteria uma margem de R$ 642 por hectare, um retorno de 25% sobre o custo operacional. Os analistas lembram, no entanto, que a média de retorno das últimas cinco safras girou próximo de 50%. É claro que os produtores que obtiverem uma combinação melhor dessas variáveis, como uma produtividade maior, terão uma margem melhor na próxima safra. Apesar da expectativa de menores margens, as estimativas do Rabobank são de um aumento de 3% a 5% na área de soja na próxima safra. Esse avanço será restrito em áreas novas, e se dará em espaço ocupado atualmente por outras culturas, como a de milho verão. Fatores de peso Os preços da soja serão pressionados neste ano por um desbalanceamento entre produção e consumo mundiais, o que deverá elevar ainda mais os estoques da oleaginosa. Rasmussen e Ikeda afirmam que o ano safra 2014/15 entrará na história como aquele que melhor evidenciou a espantosa capacidade produtiva dos sojicultores mundiais. A produção mundial atingiu 318 milhões de toneladas, com crescimento de 12,7%. Já o consumo, em ritmo menor, teve evolução de 6,5%, somando 294 milhões de toneladas. Com isso, os estoques evoluíram 33% no período, subindo para 84 milhões de toneladas. É o correspondente a 102 dias de consumo, o maior patamar em 60 anos. E a recuperação dos estoques pode não parar por aí, segundo os analistas. Dependendo das condições climáticas, esse volume vai superar 93 milhões de toneladas na safra 2015/16. Os analistas advertem que o câmbio tem papel fundamental na rentabilidade da soja brasileira, mas o produtor deverá ficar atento aos preço em Chicago. A proteção contra as quedas do grão pode ser tão essencial quanto o câmbio no cenário atual, dizem eles.
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No primeiro encontro cara a cara, Hillary e Sanders têm debate tenso
Depois meses como franca favorita na corrida democrata à Casa Branca, Hillary Clinton experimentou pela primeira vez o desconforto de sair atrás do placar. Sua reação foi jogar no contra-ataque. No debate travado nesta quinta (4) em New Hampshire, seu oponente, o senador Bernie Sanders, levou a melhor na maior parte, batendo na tecla de sempre, a desigualdade econômica. Hillary teve vantagem quando a discussão foi sobre política externa, onde tem mais experiência. Foi o primeiro debate cara a cara entre os dois, e de longe o mais intenso. Com a desistência do ex-governador Martin O`Malley, a disputa virou um duelo de titãs. De um lado, Hillary, há duas décadas sob o olhar público, com a experiência de primeira-dama, senadora e secretária de Estado. De outro, Bernie Sanders, político com mais de 30 anos de estrada, como prefeito, deputado e senador, que despontou como um fenômeno de popularidade, principalmente entre os jovens. O debate foi o último antes da primária de New Hampshire, na terça-feira (9), o segundo teste das urnas para os pré-candidatos. No primeiro, na prévia de Iowa, Hillary saiu vitoriosa por uma margem minúscula. Eleição nos EUA - Democratas Em New Hampshire, a ex-secretária de Estado briga para perder de pouco: as pesquisas dão entre 13 e 30 pontos percentuais de vantagem para Sanders, que é beneficiado por estar quase em casa, já que construiu sua carreira política no Estado vizinho de Vermont. O ponto mais tenso do debate foi quando Hillary defendeu-se da insistência de Sanders em afirmar que ela não podia ser considerada progressista porque recebeu cachês e doações de Wall Street. A crítica aos excessos do mercado financeiro e o distorções do financiamento de campanha são os carros-chefe da campanha de Sanders. "Já basta. Se você tem algo a dizer, diga diretamente", disparou Hillary, afirmando que jamais mudara de posição ou voto por causa de doações. "É hora de parar à astuta difamação que você e sua campanha vem conduzindo". Surpreso, Sanders arregalou os olhos e balançou a cabeça: "Uuuu...". Mas a ex-secretária de Estado ficou numa saia justa quando o mediador quis saber se ela estaria disposta a divulgar a transcrição das palestras que deu no banco de investimento Goldman Sachs, por polpudos cachês. "Vou dar uma olhada nisso. Não sei o status", disse, sem muita convicção. Com a credibilidade arranhada devido ao uso de um servidor privado para mandar emails de trabalho quando era secretária de Estado, Hillary corre o risco de cair em mais uma polêmica. Centrada em temas domésticos e credenciais ideológicas, a primeira parte do debate favoreceu o veterano senador. Sanders mostrou porque tornou-se um páreo duro para Hillary, com seu discurso consistente e extremamente focado, baseado em ataques à concentração de riqueza nos EUA e na defesa de direitos como sistema universal de saúde e ensino universitário gratuito. E ele faz questão de dar nomes em suas acusações. O mais citado é o banco de investimento Goldman Sachs, segundo ele um exemplo de como a fraude tornou-se o "modelo de negócios" de Wall Street. "O Goldman Sachs foi uma das empresas cuja atividade ilegal ajudou a destruir a economia e arruinar a vida de milhões de americanos", disse, em referência à crise global do subprime, em 2008. Diante de Sanders não estava mais a Hillary confiante e e até brincalhona dos primeiros debates, quando liderava a corrida com folga. Neste primeiro duelo cara a cara com Sanders, Hillary deixou sua zona de conforto, mostrou nervosismo e chegou a gaguejar, algo raro para ela. O discurso de Sanders empurrou Hillary para a esquerda. Ela também criticou Wall Street e deu nomes de empresas que haviam sido salvas por resgates do governo e agora não pagam imposto. De modo geral, a ex-secretária de Estado buscou se firmar como a candidata viável e pragmática, "uma progressista que faz as coisas acontecerem", em contraste com a "revolução política" pregada pelo rival. "Estou lutando por pessoas que não podem esperar por essas mudanças, e eu não faço promessas que não posso cumprir", disse. Conheça os candidatos POLÍTICA EXTERNA Quando o assunto passou a ser política externa, Hillary empatou o jogo. Sanders foi questionado porque quase não falava do tema em sua campanha. O senador respondeu lembrando que votou contra a invasão do Iraque no Congresso, ao contrário de Hillary, e disse que os EUA não podem ser a polícia do mundo. "Eu diria que a principal doutrina de um governo Sanders seria que não podemos continuar a fazer isso sozinhos. Precisamos trabalhar numa coalizão". Mas se atrapalhou e não respondeu se maneria os atuais dez mil soldados americanos no Afeganistão e foi questionado por Hillary sobre seu preparo e experiência em assuntos internacionais. "Pela minha experiência, é preciso estar pronto desde o primeiro dia. Há perigos e ameaças imprevisíveis demais hoje no mundo, você sabe, para dizer apenas, eu vejo isso quando puder. Isso simplesmente não é uma atitude aceitável". Sanders reconheceu que Hillary tem mais currículo que ele em política externa, mas disse que muitas vezes ter julgamento é mais importante que ter experiência. E voltou a lembrar que, ao contrário da oponente, votou contra a guerra no Iraque, "que criou organizações bárbaras como o Estado Islâmico".
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No primeiro encontro cara a cara, Hillary e Sanders têm debate tensoDepois meses como franca favorita na corrida democrata à Casa Branca, Hillary Clinton experimentou pela primeira vez o desconforto de sair atrás do placar. Sua reação foi jogar no contra-ataque. No debate travado nesta quinta (4) em New Hampshire, seu oponente, o senador Bernie Sanders, levou a melhor na maior parte, batendo na tecla de sempre, a desigualdade econômica. Hillary teve vantagem quando a discussão foi sobre política externa, onde tem mais experiência. Foi o primeiro debate cara a cara entre os dois, e de longe o mais intenso. Com a desistência do ex-governador Martin O`Malley, a disputa virou um duelo de titãs. De um lado, Hillary, há duas décadas sob o olhar público, com a experiência de primeira-dama, senadora e secretária de Estado. De outro, Bernie Sanders, político com mais de 30 anos de estrada, como prefeito, deputado e senador, que despontou como um fenômeno de popularidade, principalmente entre os jovens. O debate foi o último antes da primária de New Hampshire, na terça-feira (9), o segundo teste das urnas para os pré-candidatos. No primeiro, na prévia de Iowa, Hillary saiu vitoriosa por uma margem minúscula. Eleição nos EUA - Democratas Em New Hampshire, a ex-secretária de Estado briga para perder de pouco: as pesquisas dão entre 13 e 30 pontos percentuais de vantagem para Sanders, que é beneficiado por estar quase em casa, já que construiu sua carreira política no Estado vizinho de Vermont. O ponto mais tenso do debate foi quando Hillary defendeu-se da insistência de Sanders em afirmar que ela não podia ser considerada progressista porque recebeu cachês e doações de Wall Street. A crítica aos excessos do mercado financeiro e o distorções do financiamento de campanha são os carros-chefe da campanha de Sanders. "Já basta. Se você tem algo a dizer, diga diretamente", disparou Hillary, afirmando que jamais mudara de posição ou voto por causa de doações. "É hora de parar à astuta difamação que você e sua campanha vem conduzindo". Surpreso, Sanders arregalou os olhos e balançou a cabeça: "Uuuu...". Mas a ex-secretária de Estado ficou numa saia justa quando o mediador quis saber se ela estaria disposta a divulgar a transcrição das palestras que deu no banco de investimento Goldman Sachs, por polpudos cachês. "Vou dar uma olhada nisso. Não sei o status", disse, sem muita convicção. Com a credibilidade arranhada devido ao uso de um servidor privado para mandar emails de trabalho quando era secretária de Estado, Hillary corre o risco de cair em mais uma polêmica. Centrada em temas domésticos e credenciais ideológicas, a primeira parte do debate favoreceu o veterano senador. Sanders mostrou porque tornou-se um páreo duro para Hillary, com seu discurso consistente e extremamente focado, baseado em ataques à concentração de riqueza nos EUA e na defesa de direitos como sistema universal de saúde e ensino universitário gratuito. E ele faz questão de dar nomes em suas acusações. O mais citado é o banco de investimento Goldman Sachs, segundo ele um exemplo de como a fraude tornou-se o "modelo de negócios" de Wall Street. "O Goldman Sachs foi uma das empresas cuja atividade ilegal ajudou a destruir a economia e arruinar a vida de milhões de americanos", disse, em referência à crise global do subprime, em 2008. Diante de Sanders não estava mais a Hillary confiante e e até brincalhona dos primeiros debates, quando liderava a corrida com folga. Neste primeiro duelo cara a cara com Sanders, Hillary deixou sua zona de conforto, mostrou nervosismo e chegou a gaguejar, algo raro para ela. O discurso de Sanders empurrou Hillary para a esquerda. Ela também criticou Wall Street e deu nomes de empresas que haviam sido salvas por resgates do governo e agora não pagam imposto. De modo geral, a ex-secretária de Estado buscou se firmar como a candidata viável e pragmática, "uma progressista que faz as coisas acontecerem", em contraste com a "revolução política" pregada pelo rival. "Estou lutando por pessoas que não podem esperar por essas mudanças, e eu não faço promessas que não posso cumprir", disse. Conheça os candidatos POLÍTICA EXTERNA Quando o assunto passou a ser política externa, Hillary empatou o jogo. Sanders foi questionado porque quase não falava do tema em sua campanha. O senador respondeu lembrando que votou contra a invasão do Iraque no Congresso, ao contrário de Hillary, e disse que os EUA não podem ser a polícia do mundo. "Eu diria que a principal doutrina de um governo Sanders seria que não podemos continuar a fazer isso sozinhos. Precisamos trabalhar numa coalizão". Mas se atrapalhou e não respondeu se maneria os atuais dez mil soldados americanos no Afeganistão e foi questionado por Hillary sobre seu preparo e experiência em assuntos internacionais. "Pela minha experiência, é preciso estar pronto desde o primeiro dia. Há perigos e ameaças imprevisíveis demais hoje no mundo, você sabe, para dizer apenas, eu vejo isso quando puder. Isso simplesmente não é uma atitude aceitável". Sanders reconheceu que Hillary tem mais currículo que ele em política externa, mas disse que muitas vezes ter julgamento é mais importante que ter experiência. E voltou a lembrar que, ao contrário da oponente, votou contra a guerra no Iraque, "que criou organizações bárbaras como o Estado Islâmico".
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Foragido da Operação Lava Jato se entrega em Curitiba
Mario Goes, apontado pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco como um dos "operadores" do pagamento de propina no esquema da estatal, se entregou à Polícia Federal neste domingo (7). Ele se apresentou em Curitiba às 11h40, acompanhado de um advogado. A Folha não conseguiu fazer contato com seu defensor. Goes teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal na nona fase da Operação Lava Jato, chamada My Way, deflagrada na última quinta-feira (5). Desde então, era considerado foragido. Em seu acordo de delação premiada, Barusco disse que Goes era um dos "operadores" de empreiteiras que acertavam pagamentos e entregavam dinheiro de propinas para executivos da Petrobras. Barusco foi gerente da diretoria de Serviços da Petrobras, ocupada por Renato Duque, que usava o cargo para levantar recursos para o PT, de acordo com investigadores da Lava Jato. O ex-gerente contou nos depoimentos que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, atuava diretamente no esquema de arrecadação da estatal. O PT nega ter recebido contribuições ilegais. Para escapar da prisão, Barusco relatou crimes que praticou e se comprometeu a devolver US$ 97 milhões que recebeu de suborno. O ex-gerente relatou na mesma série de depoimentos que o esquema da Petrobras rendera ao PT entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões entre 2003 e 2013. Ainda segundo Barusco, o operador que se entregou neste domingo tinha duas contas no Banco Safra na Suíça, que usava para fazer pagamento de suborno. Goes, segundo os depoimentos de Barusco, atuava em nome das empresas UTC, MPE, OAS, Mendes Júnior, Andrade Gutierrez, Schahin, Carioca e Bueno Engenharia. Barusco e Goes eram tão próximos, segundo o depoimento do ex-gerente da estatal, que chegaram a ter sociedade num avião, comprado por US$ 600 mil. Barusco contou que Goes lhe entregava "umas mochilas com alguns valores", que oscilavam de R$ 300 mil a R$ 400 mil, normalmente na casa do operador, no Rio. Planilha entregue por Barusco à PF com 89 dos maiores contratos da Petrobras e as respectivas propinas cita o nome de Goes como intermediador de suborno em 26 contratos da Petrobras.
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Foragido da Operação Lava Jato se entrega em CuritibaMario Goes, apontado pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco como um dos "operadores" do pagamento de propina no esquema da estatal, se entregou à Polícia Federal neste domingo (7). Ele se apresentou em Curitiba às 11h40, acompanhado de um advogado. A Folha não conseguiu fazer contato com seu defensor. Goes teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal na nona fase da Operação Lava Jato, chamada My Way, deflagrada na última quinta-feira (5). Desde então, era considerado foragido. Em seu acordo de delação premiada, Barusco disse que Goes era um dos "operadores" de empreiteiras que acertavam pagamentos e entregavam dinheiro de propinas para executivos da Petrobras. Barusco foi gerente da diretoria de Serviços da Petrobras, ocupada por Renato Duque, que usava o cargo para levantar recursos para o PT, de acordo com investigadores da Lava Jato. O ex-gerente contou nos depoimentos que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, atuava diretamente no esquema de arrecadação da estatal. O PT nega ter recebido contribuições ilegais. Para escapar da prisão, Barusco relatou crimes que praticou e se comprometeu a devolver US$ 97 milhões que recebeu de suborno. O ex-gerente relatou na mesma série de depoimentos que o esquema da Petrobras rendera ao PT entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões entre 2003 e 2013. Ainda segundo Barusco, o operador que se entregou neste domingo tinha duas contas no Banco Safra na Suíça, que usava para fazer pagamento de suborno. Goes, segundo os depoimentos de Barusco, atuava em nome das empresas UTC, MPE, OAS, Mendes Júnior, Andrade Gutierrez, Schahin, Carioca e Bueno Engenharia. Barusco e Goes eram tão próximos, segundo o depoimento do ex-gerente da estatal, que chegaram a ter sociedade num avião, comprado por US$ 600 mil. Barusco contou que Goes lhe entregava "umas mochilas com alguns valores", que oscilavam de R$ 300 mil a R$ 400 mil, normalmente na casa do operador, no Rio. Planilha entregue por Barusco à PF com 89 dos maiores contratos da Petrobras e as respectivas propinas cita o nome de Goes como intermediador de suborno em 26 contratos da Petrobras.
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Itaquerão vira personagem central do clássico entre Corinthians e São Paulo
Já são quase nove anos sem uma única derrota do Corinthians dentro de casa na Copa Libertadores da América. E o São Paulo, que tentará quebrar essa marca nesta quarta-feira (18), quando os dois times estreiam na fase de grupos, passou sua última campanha inteira no torneio sem somar um mísero ponto longe dos seus domínios. Por essas e outras, o Itaquerão virou personagem central do primeiro clássico entre os arquirrivais na história do torneio continental. Inaugurado em maio do ano passado, o estádio virou uma fortaleza corintiana. A derrota por 1 a 0 para o Figueirense na abertura foi a única do time na nova casa. Desde então, foram mais 16 vitórias e cinco empates. Além disso, o time não costuma tropeçar quando atua como mandante na Libertadores. Sua última derrota em casa na competição foi para o argentino River Plate, por 3 a 1, em 2006, com direito a invasão de campo e confusão com policiais no Pacaembu. O Corinthians passou invicto como mandante por cinco Libertadores: 2010, 2011 (caiu na fase preliminar), 2012 (faturou o título), 2013 e 2015 (vitória sobre o Once Caldas no único jogo), com 15 vitórias e só três empates. Outra marca favorável ao time do Parque São Jorge é o fato de o São Paulo ter feito uma campanha ridícula como visitante na última vez que esteve na competição. Em 2013, a equipe do Morumbi foi derrotada nos cinco jogos que fez longe de casa: perdeu duas vezes em Minas Gerais (Atlético), uma na Argentina (Arsenal de Sarandí) e mais duas na Bolívia (Bolívar e The Strongest). Para completar, o Itaquerão deve ser um caldeirão pressionando o São Paulo. Até a conclusão desta edição, 35 mil ingressos haviam sido vendidos. A expectativa é de recorde de público em jogos do Corinthians. Foram colocadas à venda 42 mil entradas. A marca a ser batida é de 38.413 torcedores, em dezembro, contra o Criciúma. FORA DE CAMPO O Itaquerão virou protagonista até fora de campo. A partida está cercada de tensão devido à dificuldade que os são-paulinos terão para voltar para casa no primeiro clássico no estádio às 22h. O último metrô sai à 0h30 de Itaquera e só deve receber corintianos, já que a PM deve segurar os são paulinos por uma hora. Como a estação de trens da CPTM fecha à 0h, a torcida do São Paulo não terá transporte público. Ao site "Lancenet", a Independente, maior organizada do São Paulo, disse que, sem transporte público, seus integrantes retornarão andando –cerca de 20 km até o centro. "Sabemos que a Radial Leste é ponto de corintianos, mas é nossa única opção", disse ao site Henrique Gomes, vice-presidente da torcida.
esporte
Itaquerão vira personagem central do clássico entre Corinthians e São PauloJá são quase nove anos sem uma única derrota do Corinthians dentro de casa na Copa Libertadores da América. E o São Paulo, que tentará quebrar essa marca nesta quarta-feira (18), quando os dois times estreiam na fase de grupos, passou sua última campanha inteira no torneio sem somar um mísero ponto longe dos seus domínios. Por essas e outras, o Itaquerão virou personagem central do primeiro clássico entre os arquirrivais na história do torneio continental. Inaugurado em maio do ano passado, o estádio virou uma fortaleza corintiana. A derrota por 1 a 0 para o Figueirense na abertura foi a única do time na nova casa. Desde então, foram mais 16 vitórias e cinco empates. Além disso, o time não costuma tropeçar quando atua como mandante na Libertadores. Sua última derrota em casa na competição foi para o argentino River Plate, por 3 a 1, em 2006, com direito a invasão de campo e confusão com policiais no Pacaembu. O Corinthians passou invicto como mandante por cinco Libertadores: 2010, 2011 (caiu na fase preliminar), 2012 (faturou o título), 2013 e 2015 (vitória sobre o Once Caldas no único jogo), com 15 vitórias e só três empates. Outra marca favorável ao time do Parque São Jorge é o fato de o São Paulo ter feito uma campanha ridícula como visitante na última vez que esteve na competição. Em 2013, a equipe do Morumbi foi derrotada nos cinco jogos que fez longe de casa: perdeu duas vezes em Minas Gerais (Atlético), uma na Argentina (Arsenal de Sarandí) e mais duas na Bolívia (Bolívar e The Strongest). Para completar, o Itaquerão deve ser um caldeirão pressionando o São Paulo. Até a conclusão desta edição, 35 mil ingressos haviam sido vendidos. A expectativa é de recorde de público em jogos do Corinthians. Foram colocadas à venda 42 mil entradas. A marca a ser batida é de 38.413 torcedores, em dezembro, contra o Criciúma. FORA DE CAMPO O Itaquerão virou protagonista até fora de campo. A partida está cercada de tensão devido à dificuldade que os são-paulinos terão para voltar para casa no primeiro clássico no estádio às 22h. O último metrô sai à 0h30 de Itaquera e só deve receber corintianos, já que a PM deve segurar os são paulinos por uma hora. Como a estação de trens da CPTM fecha à 0h, a torcida do São Paulo não terá transporte público. Ao site "Lancenet", a Independente, maior organizada do São Paulo, disse que, sem transporte público, seus integrantes retornarão andando –cerca de 20 km até o centro. "Sabemos que a Radial Leste é ponto de corintianos, mas é nossa única opção", disse ao site Henrique Gomes, vice-presidente da torcida.
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Vídeo com ofensas racistas a ginasta repercute no governo federal
Angelo Assumpção nem sequer competiria na etapa de São Paulo da Copa do Mundo, no início de maio. Mas a contusão do titular da seleção, Arthur Nory, 21, abriu espaço para a revelação de 18 anos ganhar ouro no solo, sua primeira medalha em um torneio de alto nível. Duas semanas depois, o mesmo Nory levou novamente Assumpção do anonimato à notoriedade. Desta vez, o expôs negativamente. Companheiro de clube Pinheiros e seleção, Nory –junto com outros dois ginastas (Fellipe Arakawa e Henrique Flores)– gravou e publicou um vídeo no aplicativo Snapchat em que faz injúrias raciais contra Assumpção, único negro da equipe. No vídeo, divulgado pelo jornal "O Globo", os ginastas riem de comparações entre negros e a cor da tela de celular quebrada ou de sacos de lixo. "Seu celular quebrou: a tela quando funciona é branca... quando ele estraga é de que cor? [risos]", diz Nory. "Preto!", dizem outros atletas. E eles seguem: O saquinho do supermercado é branco... e o do lixo? É preto!". Após repercussão negativa, os três (ao lado de Assumpção) publicaram pedido de desculpas e disseram que o vídeo era brincadeira. Veja vídeo O governo federal disse à Folha que está acompanhando o caso. De acordo com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, os ginastas cometeram dois crimes: injúria racial na esfera privada e incitação ao racismo, em razão da publicação do vídeo na internet. A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) afirmou que vai instaurar inquérito para encaminhar ao STJD da ginástica para definir eventuais punições aos atletas. Em nota, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) disse que "não tolera racismo, preconceito e atitudes do gênero". Mas lembrou que "os atletas já se manifestaram arrependidos e a comissão técnica da seleção também já chamou a atenção deles". O COB ainda disse que apoia a CBG no trabalho educativo com eles. Diego Hypolito, 28, defendeu os colegas de seleção em texto nas redes sociais. "Sei o quanto nossa seleção é unida, não existe intolerância de nenhuma forma. Espero que esta fatalidade não interfira no sonho da classificação olímpica. Uma infeliz atitude que não é o reflexo interno. Conheço o Arthur Nory faz muito tempo e todos os meninos são do bem."
esporte
Vídeo com ofensas racistas a ginasta repercute no governo federalAngelo Assumpção nem sequer competiria na etapa de São Paulo da Copa do Mundo, no início de maio. Mas a contusão do titular da seleção, Arthur Nory, 21, abriu espaço para a revelação de 18 anos ganhar ouro no solo, sua primeira medalha em um torneio de alto nível. Duas semanas depois, o mesmo Nory levou novamente Assumpção do anonimato à notoriedade. Desta vez, o expôs negativamente. Companheiro de clube Pinheiros e seleção, Nory –junto com outros dois ginastas (Fellipe Arakawa e Henrique Flores)– gravou e publicou um vídeo no aplicativo Snapchat em que faz injúrias raciais contra Assumpção, único negro da equipe. No vídeo, divulgado pelo jornal "O Globo", os ginastas riem de comparações entre negros e a cor da tela de celular quebrada ou de sacos de lixo. "Seu celular quebrou: a tela quando funciona é branca... quando ele estraga é de que cor? [risos]", diz Nory. "Preto!", dizem outros atletas. E eles seguem: O saquinho do supermercado é branco... e o do lixo? É preto!". Após repercussão negativa, os três (ao lado de Assumpção) publicaram pedido de desculpas e disseram que o vídeo era brincadeira. Veja vídeo O governo federal disse à Folha que está acompanhando o caso. De acordo com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, os ginastas cometeram dois crimes: injúria racial na esfera privada e incitação ao racismo, em razão da publicação do vídeo na internet. A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) afirmou que vai instaurar inquérito para encaminhar ao STJD da ginástica para definir eventuais punições aos atletas. Em nota, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) disse que "não tolera racismo, preconceito e atitudes do gênero". Mas lembrou que "os atletas já se manifestaram arrependidos e a comissão técnica da seleção também já chamou a atenção deles". O COB ainda disse que apoia a CBG no trabalho educativo com eles. Diego Hypolito, 28, defendeu os colegas de seleção em texto nas redes sociais. "Sei o quanto nossa seleção é unida, não existe intolerância de nenhuma forma. Espero que esta fatalidade não interfira no sonho da classificação olímpica. Uma infeliz atitude que não é o reflexo interno. Conheço o Arthur Nory faz muito tempo e todos os meninos são do bem."
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Assim Como Você: Cura de lesão medular ainda é 'sonho mundial'
A professora e pesquisadora brasileira Denise Tate, xxx, está no comando de uma das 15 frentes de linhas de pesquisas levantadas pelos EUA em busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência, particularmente das que tiveram lesão medular de... Leia post completo no blog
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Assim Como Você: Cura de lesão medular ainda é 'sonho mundial'A professora e pesquisadora brasileira Denise Tate, xxx, está no comando de uma das 15 frentes de linhas de pesquisas levantadas pelos EUA em busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência, particularmente das que tiveram lesão medular de... Leia post completo no blog
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Feira quer arrecadar uma tonelada de ração para pets carentes; veja locais
DE SÃO PAULO No sábado (25) e no domingo (26), das 11h às 18h, acontece a Feira Colaborativa. Em sua 12ª edição, o evento visa arrecadar uma tonelada de ração para animais carentes. Sediada na Vila Mariana e distribuída em outros três pontos de recolhimento de doações (veja endereços abaixo), a iniciativa começou em 2012. Hoje, redistribui alimentos para ONGs, associações e projetos destinados a cuidar de animais abandonados, além de ajudar diretamente moradores de rua com animais. A cada 1 quilo de ração ou R$ 10 doados, o colaborador ganha um cupom para concorrer a dez prêmios, entre bijuterias e roupas. É possível efetuar doações online pelo site da Feira ou presencialmente em algum dos pontos de arrecadação. Planet Dog Resort Av. Professor Vicente Rao, 783, Brooklin, zona sul, tel. 5093-1083. Cada Qual Colaborativa R. Augusta, 2.171, Jardins, zona oeste, tel. 3062-7079 Vila Canina R. Luis Góis,1.390, Mirandópolis, zona sul, tel. 5584-0816. Obs.: aberto das 9h às 19h. Feira Colaborativa R. Domingos de Morais, 1.581, Vila Mariana, zona sul, s/tel. Obs.: aberto das 11h às 18h.
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Feira quer arrecadar uma tonelada de ração para pets carentes; veja locaisDE SÃO PAULO No sábado (25) e no domingo (26), das 11h às 18h, acontece a Feira Colaborativa. Em sua 12ª edição, o evento visa arrecadar uma tonelada de ração para animais carentes. Sediada na Vila Mariana e distribuída em outros três pontos de recolhimento de doações (veja endereços abaixo), a iniciativa começou em 2012. Hoje, redistribui alimentos para ONGs, associações e projetos destinados a cuidar de animais abandonados, além de ajudar diretamente moradores de rua com animais. A cada 1 quilo de ração ou R$ 10 doados, o colaborador ganha um cupom para concorrer a dez prêmios, entre bijuterias e roupas. É possível efetuar doações online pelo site da Feira ou presencialmente em algum dos pontos de arrecadação. Planet Dog Resort Av. Professor Vicente Rao, 783, Brooklin, zona sul, tel. 5093-1083. Cada Qual Colaborativa R. Augusta, 2.171, Jardins, zona oeste, tel. 3062-7079 Vila Canina R. Luis Góis,1.390, Mirandópolis, zona sul, tel. 5584-0816. Obs.: aberto das 9h às 19h. Feira Colaborativa R. Domingos de Morais, 1.581, Vila Mariana, zona sul, s/tel. Obs.: aberto das 11h às 18h.
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Janela de transferências
A dança das cadeiras é incessante na cena gastronômica de São Paulo: a todo momento, conhecidos chefs trocam de lugar, como se verificou nas últimas semanas. A principal notícia foi a volta de um grande nome: Laurent Suaudeau, o francês que já foi considerado o melhor chef da cidade, mas que há onze anos fechara seu restaurante. Ele assume as panelas do Kaá como chef-executivo (o titular, Massimo Barletti, segue no dia a dia). O novo menu tem sua marca: francês com ingredientes brasileiros, em pratos como atum grelhado ao vinagrete de semente de quiabo com nhoque de mandioca e banana-da-terra. Alguns de seus antigos clássicos estarão de volta, como o gratin de nhoque de milho ao parmesão. Outro que assumiu novo endereço é Marc Le Dantec —que esteve justamente no Kaá até o começo do ano. Ele agora chefia o Figo, onde acrescentou novas receitas, como a panelinha de ovo mexido com ragu de quinoa e frango orgânico, o peixe cozido mais folha de mostarda e mandioquinha com vinagrete de cogumelos e tomilho-limão e a coxa de pato confit com figo seco envolta em massa folhada e servida com trigo sarraceno em grãos. Num outro sentido —um brasileiro assumindo um restaurante francês— está o recém-inaugurado Parigi Bistrot, numa bela área externa com plantas no shopping Cidade Jardim. A casa do grupo Fasano dedicada à culinária francesa tem no comando da cozinha Wagner Resende, cuja competência vinha sendo mostrada nos últimos anos no Le Chef Rouge. No Parigi, ele executa pratos tradicionais, como camarão ao Champagne, ovos Benedict com salmão defumado, filé Chateaubriand com quatro opções de molho (como pimenta e béarnaise) e "crêpe Suzette". Figo. R. Diogo Jácome, 372, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3044-3193. 85 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h30 e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h30 e 19h às 23h30. Sáb.: 12h às 16h30 e 19h às 23h30. Dom.: 12h às 16h30. Menu-executivo: R$ 55 (almoço de seg. a sex., exceto feriados). Valet (R$ 18). Kaá. Av. Juscelino Kubitschek, 279, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3045-0043. 182 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sex.: 12h às 15h e 19h à 1h. Sáb.: 12h às 17h e 19h à 1h. Dom.: 12h às 17h. Valet (R$ 20). Parigi Bistrot - shopping Cidade Jardim. Av. Magalhães de Castro, 12.000, Butantã, região oeste, tel. 3198-9440. 80 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 16h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 17h30 e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h30 e 19h às 22h. Menu-executivo: R$ 85 (almoço de seg. a sex., exceto feriados). Estac. (R$ 13 a 1ª h). Reserva (12h às 13h e 19h às 20h).
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Janela de transferênciasA dança das cadeiras é incessante na cena gastronômica de São Paulo: a todo momento, conhecidos chefs trocam de lugar, como se verificou nas últimas semanas. A principal notícia foi a volta de um grande nome: Laurent Suaudeau, o francês que já foi considerado o melhor chef da cidade, mas que há onze anos fechara seu restaurante. Ele assume as panelas do Kaá como chef-executivo (o titular, Massimo Barletti, segue no dia a dia). O novo menu tem sua marca: francês com ingredientes brasileiros, em pratos como atum grelhado ao vinagrete de semente de quiabo com nhoque de mandioca e banana-da-terra. Alguns de seus antigos clássicos estarão de volta, como o gratin de nhoque de milho ao parmesão. Outro que assumiu novo endereço é Marc Le Dantec —que esteve justamente no Kaá até o começo do ano. Ele agora chefia o Figo, onde acrescentou novas receitas, como a panelinha de ovo mexido com ragu de quinoa e frango orgânico, o peixe cozido mais folha de mostarda e mandioquinha com vinagrete de cogumelos e tomilho-limão e a coxa de pato confit com figo seco envolta em massa folhada e servida com trigo sarraceno em grãos. Num outro sentido —um brasileiro assumindo um restaurante francês— está o recém-inaugurado Parigi Bistrot, numa bela área externa com plantas no shopping Cidade Jardim. A casa do grupo Fasano dedicada à culinária francesa tem no comando da cozinha Wagner Resende, cuja competência vinha sendo mostrada nos últimos anos no Le Chef Rouge. No Parigi, ele executa pratos tradicionais, como camarão ao Champagne, ovos Benedict com salmão defumado, filé Chateaubriand com quatro opções de molho (como pimenta e béarnaise) e "crêpe Suzette". Figo. R. Diogo Jácome, 372, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3044-3193. 85 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h30 e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h30 e 19h às 23h30. Sáb.: 12h às 16h30 e 19h às 23h30. Dom.: 12h às 16h30. Menu-executivo: R$ 55 (almoço de seg. a sex., exceto feriados). Valet (R$ 18). Kaá. Av. Juscelino Kubitschek, 279, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3045-0043. 182 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sex.: 12h às 15h e 19h à 1h. Sáb.: 12h às 17h e 19h à 1h. Dom.: 12h às 17h. Valet (R$ 20). Parigi Bistrot - shopping Cidade Jardim. Av. Magalhães de Castro, 12.000, Butantã, região oeste, tel. 3198-9440. 80 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 16h e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 17h30 e 19h às 24h. Dom.: 12h às 17h30 e 19h às 22h. Menu-executivo: R$ 85 (almoço de seg. a sex., exceto feriados). Estac. (R$ 13 a 1ª h). Reserva (12h às 13h e 19h às 20h).
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Região de Ribeirão Preto tem 3 mortes por dengue; quarto caso é apurado
A epidemia de dengue que atinge uma em cada dez cidades do país já provocou três mortes, duas delas devido à forma hemorrágica da doença, na região de Ribeirão Preto em 2015. Uma quarta morte ainda é investigada. Com 735 casos confirmados da doença, uma alta de 115,5% em relação aos 341 registros de 2014 inteiro, São Carlos decretou situação de emergência devido à epidemia e investiga uma morte. O encarregado Gilson Alves, 40, morreu na última quarta-feira (18), duas semanas após apresentar sintomas da doença –febre alta e dores musculares e na cabeça. A prefeitura diz aguardar resultado do exame para confirmar a causa da morte. A cidade é a que apresenta a pior situação entre as mais populosas da região: Araraquara soma 600 casos da doença, Ribeirão Preto tem 200 e Franca, 121. Além dessa morte, outras três foram registradas, em Bebedouro, Severínia e Mococa. Em Mococa, a confirmação da causa da morte ocorreu nesta sexta (20). A vítima é uma aposentada de 73 anos, que morreu uma semana antes. Neste ano, 2.242 pessoas tiveram dengue na cidade. Em Bebedouro, que também enfrenta epidemia, com 774 casos, a morte de uma mulher de 74 anos ocorreu em janeiro, mas a confirmação só chegou nesta semana. Segundo a administração, a causa foi a forma hemorrágica da dengue. Outros 596 suspeitos de terem contraído a doença aguardam resultados de exames. A dengue hemorrágica também causou a morte de uma mulher de 43 anos em Severínia, no último dia 11. Proporcionalmente, no entanto, a pior situação é enfrentada por Trabiju, com 112 registros da doença até o início do mês, para uma população de 1.650 pessoas. "Para combater a dengue temos feito, inclusive à noite, visitas para eliminar criadouros, além de arrastões", disse William Ademir Letice, diretor de Saúde de Trabiju. Apesar de não enfrentarem epidemia, Ribeirão Preto e Franca vivem o avanço da doença este ano. Enquanto no primeiro semestre de 2014 Ribeirão havia apresentado apenas 34 casos, neste ano já são 200. Para o infectologista Benedito Antonio Lopes da Fonseca, da USP Ribeirão, uma explicação para a doença não se propagar tanto na cidade é que ela já sofreu muitas epidemias nos últimos anos. "Em 2010 e 2011, as epidemias foram do tipo 1 da dengue. Agora, o que circula é o próprio tipo 1, e muitos habitantes estão imunes porque já foram infectados. A população suscetível é menor." A dengue tem quatro sorotipos. Quando a pessoa é infectada por um deles, fica imune a esse tipo. Franca, que teve 36 confirmações de janeiro a março do ano passado, agora já tem 121, segundo a prefeitura.
cotidiano
Região de Ribeirão Preto tem 3 mortes por dengue; quarto caso é apuradoA epidemia de dengue que atinge uma em cada dez cidades do país já provocou três mortes, duas delas devido à forma hemorrágica da doença, na região de Ribeirão Preto em 2015. Uma quarta morte ainda é investigada. Com 735 casos confirmados da doença, uma alta de 115,5% em relação aos 341 registros de 2014 inteiro, São Carlos decretou situação de emergência devido à epidemia e investiga uma morte. O encarregado Gilson Alves, 40, morreu na última quarta-feira (18), duas semanas após apresentar sintomas da doença –febre alta e dores musculares e na cabeça. A prefeitura diz aguardar resultado do exame para confirmar a causa da morte. A cidade é a que apresenta a pior situação entre as mais populosas da região: Araraquara soma 600 casos da doença, Ribeirão Preto tem 200 e Franca, 121. Além dessa morte, outras três foram registradas, em Bebedouro, Severínia e Mococa. Em Mococa, a confirmação da causa da morte ocorreu nesta sexta (20). A vítima é uma aposentada de 73 anos, que morreu uma semana antes. Neste ano, 2.242 pessoas tiveram dengue na cidade. Em Bebedouro, que também enfrenta epidemia, com 774 casos, a morte de uma mulher de 74 anos ocorreu em janeiro, mas a confirmação só chegou nesta semana. Segundo a administração, a causa foi a forma hemorrágica da dengue. Outros 596 suspeitos de terem contraído a doença aguardam resultados de exames. A dengue hemorrágica também causou a morte de uma mulher de 43 anos em Severínia, no último dia 11. Proporcionalmente, no entanto, a pior situação é enfrentada por Trabiju, com 112 registros da doença até o início do mês, para uma população de 1.650 pessoas. "Para combater a dengue temos feito, inclusive à noite, visitas para eliminar criadouros, além de arrastões", disse William Ademir Letice, diretor de Saúde de Trabiju. Apesar de não enfrentarem epidemia, Ribeirão Preto e Franca vivem o avanço da doença este ano. Enquanto no primeiro semestre de 2014 Ribeirão havia apresentado apenas 34 casos, neste ano já são 200. Para o infectologista Benedito Antonio Lopes da Fonseca, da USP Ribeirão, uma explicação para a doença não se propagar tanto na cidade é que ela já sofreu muitas epidemias nos últimos anos. "Em 2010 e 2011, as epidemias foram do tipo 1 da dengue. Agora, o que circula é o próprio tipo 1, e muitos habitantes estão imunes porque já foram infectados. A população suscetível é menor." A dengue tem quatro sorotipos. Quando a pessoa é infectada por um deles, fica imune a esse tipo. Franca, que teve 36 confirmações de janeiro a março do ano passado, agora já tem 121, segundo a prefeitura.
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Maior homenagem a João Havelange vira parede em branco no Rio
EDER FANTONI ENVIADO ESPECIAL AO RIO SÉRGIO RANGEL ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS PAULO PASSOS EDITOR-ASSISTENTE DE 'ESPORTE' No dia 16 de dezembro de 2003, João Havelange, já ex-presidente da Fifa, recebeu sua maior homenagem da cidade do Rio de Janeiro. Foi no lançamento da pedra fundamental do novo estádio da capital fluminense batizado com o nome do dirigente, morto na terça-feira (16). O estádio inaugurado em 2007 para os Jogos Pan Americanos hoje recebe seu maior evento esportivo, a Rio-2016. Foi assim nesta terça-feira (16), palco de mais de uma dezena de provas, entre elas a eliminatórias dos 200 m livres, com Usain Bolt. No dia da morte de Havelange, porém, o nome do cartola já não aparecia no local. Não havia nenhuma referência a ele por lá. Em 2015, oito anos depois da sua inauguração, o estádio foi oficialmente rebatizado de Nilton Santos a pedido do Botafogo. Depois da mudança, duas referencias a João Havelange foram retiradas da arena. Uma ficava no hall de uma das entradas. Onde se lia "Estádio Olímpico João Havelange" numa parede de azulejos, agora só se vê apenas os azulejos brancos, sem nenhum nome no local. A outra recordação também ficava nesse hall. Era uma pintura feita em grafite com a imagem do ex-presidente da Fifa. Foi apagada. A parede está toda branca. "Devemos ao Havelange a revolução no futebol brasileiro desde a conquista de 1958, a revolução no futebol mundial universalizando e incluindo todos os continentes. Devemos a Havelange a idéia da Olimpíada no Rio e a conquista da Olimpíada na votação no COI (Comitê Olímpico Internacional)", defende César Maia, que realizou a homenagem ao cartola. O ex-prefeito disse à Folha que o nome do local não foi alterado, já que, segundo ele, não teria havido aprovação da mudança na Câmara Municipal do Rio. Em 2015, porém, o atual prefeito da cidade, Eduardo Paes, autorizou o pedido do Botafogo, que arrenda a arena, para rebatizá-la. "Cumprimentando-o, sirvo-me do presente para, em resposta ao ofício encaminhado no dia 26 de janeiro de 2015, e em respeito à decisão do Prefeito César Maia, responsável pela execução do Estádio, que resolveu denominá-lo "Estádio Olímpico Municipal João Havelange", na forma do Decreto 28.086, de 18 de junho de 2007, afirmar que nada tenho a opor ao pleito do Botafogo de Futebol e Regatas. Dessa forma, autorizo a utilização da nomenclatura "Estádio Nilton Santos", na forma do solicitado, destacando a justa homenagem ao atleta e ídolo, Nilton Santos", escreveu Paes ao presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira. O texto foi publicado no "Diário Oficial" do município do Rio. A assessoria de imprensa do Botafogo informou que a mudança ocorreu em razão da ligação de Havelange com o Fluminense. Torcedor do tricolor, o ex-presidente da Fifa também atuou como atleta de pólo aquático do clube. O Botafogo informa que foi feita uma pesquisa para saber qual nome o torcedor gostaria de dar ao estádio: Nilton Santos, Mané Garrincha ou João Saldanha. O primeiro foi vencedor. O clube confirma que não há mais nenhuma referência a João Havelange no estádio. OSTRACISMO O movimento para tirar o nome de Havelange do estádio começou bem antes de 2015. Ele ganhou força há cinco anos, quando foi revelado oficialmente a ligação do dirigente com o escândalo da ISL (empresa de marketing esportivo que pagava propina a dirigentes da Fifa). O dirigente optou por se afastar da vida pública. Desde então, homenagens, antes corriqueiras, viraram raras. O cartola renunciou ao cargo de integrante do COI temendo ser banido. A entidade queria analisar um relatório elaborado pelo Comitê de Ética sobre o caso ISL. Por consequência, deixou de ser membro do conselho executivo do Comitê Organizador da Rio-2016. Ainda é membro nato do COB (Comitê Olímpico do Brasil). Nesta terça, o COI adotou uma postura indiferente em relação à morte de Havelange. O ex-presidente da Fifa teve atuação decisiva para garantir a vinda dos Jogos para o Rio de Janeiro. Foi nesse cargo que diversas investigações abalaram sua reputação, alvo de acusações de corrupção. O COI se recusou a colocar a sua bandeira oficial, com os aros olímpicos, a meio mastro. A entidade, porém, disse ter aceitado um pedido do Comitê Rio 2016 para que a bandeira do Brasil fique a meio mastro nas instalações dos Jogos.
esporte
Maior homenagem a João Havelange vira parede em branco no Rio EDER FANTONI ENVIADO ESPECIAL AO RIO SÉRGIO RANGEL ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS PAULO PASSOS EDITOR-ASSISTENTE DE 'ESPORTE' No dia 16 de dezembro de 2003, João Havelange, já ex-presidente da Fifa, recebeu sua maior homenagem da cidade do Rio de Janeiro. Foi no lançamento da pedra fundamental do novo estádio da capital fluminense batizado com o nome do dirigente, morto na terça-feira (16). O estádio inaugurado em 2007 para os Jogos Pan Americanos hoje recebe seu maior evento esportivo, a Rio-2016. Foi assim nesta terça-feira (16), palco de mais de uma dezena de provas, entre elas a eliminatórias dos 200 m livres, com Usain Bolt. No dia da morte de Havelange, porém, o nome do cartola já não aparecia no local. Não havia nenhuma referência a ele por lá. Em 2015, oito anos depois da sua inauguração, o estádio foi oficialmente rebatizado de Nilton Santos a pedido do Botafogo. Depois da mudança, duas referencias a João Havelange foram retiradas da arena. Uma ficava no hall de uma das entradas. Onde se lia "Estádio Olímpico João Havelange" numa parede de azulejos, agora só se vê apenas os azulejos brancos, sem nenhum nome no local. A outra recordação também ficava nesse hall. Era uma pintura feita em grafite com a imagem do ex-presidente da Fifa. Foi apagada. A parede está toda branca. "Devemos ao Havelange a revolução no futebol brasileiro desde a conquista de 1958, a revolução no futebol mundial universalizando e incluindo todos os continentes. Devemos a Havelange a idéia da Olimpíada no Rio e a conquista da Olimpíada na votação no COI (Comitê Olímpico Internacional)", defende César Maia, que realizou a homenagem ao cartola. O ex-prefeito disse à Folha que o nome do local não foi alterado, já que, segundo ele, não teria havido aprovação da mudança na Câmara Municipal do Rio. Em 2015, porém, o atual prefeito da cidade, Eduardo Paes, autorizou o pedido do Botafogo, que arrenda a arena, para rebatizá-la. "Cumprimentando-o, sirvo-me do presente para, em resposta ao ofício encaminhado no dia 26 de janeiro de 2015, e em respeito à decisão do Prefeito César Maia, responsável pela execução do Estádio, que resolveu denominá-lo "Estádio Olímpico Municipal João Havelange", na forma do Decreto 28.086, de 18 de junho de 2007, afirmar que nada tenho a opor ao pleito do Botafogo de Futebol e Regatas. Dessa forma, autorizo a utilização da nomenclatura "Estádio Nilton Santos", na forma do solicitado, destacando a justa homenagem ao atleta e ídolo, Nilton Santos", escreveu Paes ao presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira. O texto foi publicado no "Diário Oficial" do município do Rio. A assessoria de imprensa do Botafogo informou que a mudança ocorreu em razão da ligação de Havelange com o Fluminense. Torcedor do tricolor, o ex-presidente da Fifa também atuou como atleta de pólo aquático do clube. O Botafogo informa que foi feita uma pesquisa para saber qual nome o torcedor gostaria de dar ao estádio: Nilton Santos, Mané Garrincha ou João Saldanha. O primeiro foi vencedor. O clube confirma que não há mais nenhuma referência a João Havelange no estádio. OSTRACISMO O movimento para tirar o nome de Havelange do estádio começou bem antes de 2015. Ele ganhou força há cinco anos, quando foi revelado oficialmente a ligação do dirigente com o escândalo da ISL (empresa de marketing esportivo que pagava propina a dirigentes da Fifa). O dirigente optou por se afastar da vida pública. Desde então, homenagens, antes corriqueiras, viraram raras. O cartola renunciou ao cargo de integrante do COI temendo ser banido. A entidade queria analisar um relatório elaborado pelo Comitê de Ética sobre o caso ISL. Por consequência, deixou de ser membro do conselho executivo do Comitê Organizador da Rio-2016. Ainda é membro nato do COB (Comitê Olímpico do Brasil). Nesta terça, o COI adotou uma postura indiferente em relação à morte de Havelange. O ex-presidente da Fifa teve atuação decisiva para garantir a vinda dos Jogos para o Rio de Janeiro. Foi nesse cargo que diversas investigações abalaram sua reputação, alvo de acusações de corrupção. O COI se recusou a colocar a sua bandeira oficial, com os aros olímpicos, a meio mastro. A entidade, porém, disse ter aceitado um pedido do Comitê Rio 2016 para que a bandeira do Brasil fique a meio mastro nas instalações dos Jogos.
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Jovair Arantes faz vaquinha para financiar campanha na Câmara
Candidato à presidência da Câmara, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) está fazendo uma vaquinha para financiar sua campanha. Na disputa contra o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Rogério Rosso (PSD-DF) e André Figueiredo (PDT-CE), ele está pedindo aos colegas entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Arantes disse à Folha já ter "de 10 a 15" deputados que se propuseram a ajudar. O candidato quer chegar a 30 colegas doadores para pagar material de campanha, viagens de jatinho pelo país e almoços em busca de votos. Jovair Arantes se recusou a informar quem eram os doadores e afirmou que abriria uma conta para receber os recursos. Eventuais sobras, segundo o deputado, serão devolvidas aos doadores. O deputado fez uma reunião em Brasília nesta terça-feira (3) para definir estratégias de campanha. Ele diz ainda não saber para que capitais viajará. Já seus adversários já começaram a rodar o país. Rosso foi a Goiás nesta tarde e pretende ir ao Ceará, São Paulo e Pernambuco até o final da semana. Ele informou que está usando "recursos próprios" para financiar a campanha. Rodrigo Maia deve ir ao Recife na sexta-feira (6). CRÍTICAS Antes do início da reunião com aliados, Jovair fez críticas à tentativa de Maia de ser reconduzido à presidência da Câmara. Ele disse entender que a candidatura do atual presidente "não é legítima" já que a Constituição e o regimento interno da Casa não permite a reeleição de membros da Mesa numa mesma legislatura. "A questão do Rodrigo é uma questão de contestar uma posição de rasgar a Constituição e o regimento da Casa", afirmou Jovair, prometendo judicializar a questão caso Maia seja eleito. Jovair Arantes contestou também a afirmação de que o Palácio do Planalto cogita oferecer a ele o Ministério do Trabalho para fazê-lo desistir da disputa. "Minha candidatura é para valer. Nunca tive uma candidatura para negociar posição", afirmou o deputado do PTB. Arantes disse ainda que aceita participar do debate televisivo entre os candidatos proposto por Maia e se comprometeu a votar a reforma da Previdência no primeiro semestre, caso seja eleito. Procurado, Maia não quis comentar as declarações de Jovair.
poder
Jovair Arantes faz vaquinha para financiar campanha na CâmaraCandidato à presidência da Câmara, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) está fazendo uma vaquinha para financiar sua campanha. Na disputa contra o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Rogério Rosso (PSD-DF) e André Figueiredo (PDT-CE), ele está pedindo aos colegas entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Arantes disse à Folha já ter "de 10 a 15" deputados que se propuseram a ajudar. O candidato quer chegar a 30 colegas doadores para pagar material de campanha, viagens de jatinho pelo país e almoços em busca de votos. Jovair Arantes se recusou a informar quem eram os doadores e afirmou que abriria uma conta para receber os recursos. Eventuais sobras, segundo o deputado, serão devolvidas aos doadores. O deputado fez uma reunião em Brasília nesta terça-feira (3) para definir estratégias de campanha. Ele diz ainda não saber para que capitais viajará. Já seus adversários já começaram a rodar o país. Rosso foi a Goiás nesta tarde e pretende ir ao Ceará, São Paulo e Pernambuco até o final da semana. Ele informou que está usando "recursos próprios" para financiar a campanha. Rodrigo Maia deve ir ao Recife na sexta-feira (6). CRÍTICAS Antes do início da reunião com aliados, Jovair fez críticas à tentativa de Maia de ser reconduzido à presidência da Câmara. Ele disse entender que a candidatura do atual presidente "não é legítima" já que a Constituição e o regimento interno da Casa não permite a reeleição de membros da Mesa numa mesma legislatura. "A questão do Rodrigo é uma questão de contestar uma posição de rasgar a Constituição e o regimento da Casa", afirmou Jovair, prometendo judicializar a questão caso Maia seja eleito. Jovair Arantes contestou também a afirmação de que o Palácio do Planalto cogita oferecer a ele o Ministério do Trabalho para fazê-lo desistir da disputa. "Minha candidatura é para valer. Nunca tive uma candidatura para negociar posição", afirmou o deputado do PTB. Arantes disse ainda que aceita participar do debate televisivo entre os candidatos proposto por Maia e se comprometeu a votar a reforma da Previdência no primeiro semestre, caso seja eleito. Procurado, Maia não quis comentar as declarações de Jovair.
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Cerveró vai deixar prisão e devolver R$ 18 milhões
Ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró terá que devolver aos cofres públicos cerca de R$ 18 milhões por sua participação no esquema de corrupção da Petrobras. Ele também deixará a prisão no próximo dia 24 de junho –sendo que está preso desde janeiro de 2015. A devolução dos recursos foi acerta por Cerveró em seu acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e que foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A verba inclui, por exemplo, 1 milhão de libras esterlinas mantido em bancos de Londres, R$ 9,7 milhões, além de US$ 495 mil em contas sob controle da offshore Russel em Nassau, Bahamas. Se não cumprir o acordo, poderá perder fazenda ou imóveis na zona sul do Rio. Ficou definido ainda que Cerveró só poderá ser condenado a no máximo 25 anos. Ele cumprirá um ano, cinco meses e nove dias em regime fechado na carceragem da PF e continuará a cumprir pena em casa a partir de 24 de junho. O ex-diretor da Petrobras terá que usar tornozeleira eletrônica até dezembro de 2018. Ele ficará em Petrópolis (RJ). A delação foi homologada no fim do ano passado pelo Supremo. Ele fechou o acordo depois que foi descoberta uma trama com a participação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) para evitar que Cerveró falasse. A PGR ofereceu denúncia ao STF acusando, além de Delcídio, o ex-presidente Lula, o banqueiro André Esteves, e o pecuarista José Carlos Bumlai, entre outros, por tentativa de obstrução à justiça. Todos negam ligação com a tentativa de compra do silêncio de Cerveró. Em sua delação, Cerveró faz implicações a integrantes do PMDB, disse supor que a presidente afastada Dilma Rousseff tinha conhecimento de que políticos do PT recebiam propina da Petrobras Ele afirmou ainda que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu-lhe um cargo público em 2008 como "reconhecimento" pela ajuda que ele prestou para quitar um empréstimo de R$ 12 milhões considerado fraudulento pela Operação Lava Jato. Cerveró também atribuiu a Lula decisão de ter "concedido influência sobre a BR Distribuidora" ao senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL). Poder semelhante teria sido dado ao alagoano pela presidente Dilma Rousseff, conforme o delator alegou ter ouvido do senador. Segundo Cerveró, por volta de setembro de 2013 ele foi chamado a Brasília para uma reunião com Collor na Casa da Dinda, residência do senador. Na ocasião, o senador disse ter falado com Dilma, "a qual teria dito que estavam à disposição de Fernando Collor a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora". Na delação, Cerveró contou ainda que chegou a perder parte de seu dinheiro no exterior em 2008. Segundo ele, parte da propina foi depositada num fundo do Madoff, tendo aplicado US$ 2 milhões. O ex-diretor disse ainda que "com a quebra desses fundos, perdeu cerca de US$ 700 mil dólares".
poder
Cerveró vai deixar prisão e devolver R$ 18 milhõesEx-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró terá que devolver aos cofres públicos cerca de R$ 18 milhões por sua participação no esquema de corrupção da Petrobras. Ele também deixará a prisão no próximo dia 24 de junho –sendo que está preso desde janeiro de 2015. A devolução dos recursos foi acerta por Cerveró em seu acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e que foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A verba inclui, por exemplo, 1 milhão de libras esterlinas mantido em bancos de Londres, R$ 9,7 milhões, além de US$ 495 mil em contas sob controle da offshore Russel em Nassau, Bahamas. Se não cumprir o acordo, poderá perder fazenda ou imóveis na zona sul do Rio. Ficou definido ainda que Cerveró só poderá ser condenado a no máximo 25 anos. Ele cumprirá um ano, cinco meses e nove dias em regime fechado na carceragem da PF e continuará a cumprir pena em casa a partir de 24 de junho. O ex-diretor da Petrobras terá que usar tornozeleira eletrônica até dezembro de 2018. Ele ficará em Petrópolis (RJ). A delação foi homologada no fim do ano passado pelo Supremo. Ele fechou o acordo depois que foi descoberta uma trama com a participação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) para evitar que Cerveró falasse. A PGR ofereceu denúncia ao STF acusando, além de Delcídio, o ex-presidente Lula, o banqueiro André Esteves, e o pecuarista José Carlos Bumlai, entre outros, por tentativa de obstrução à justiça. Todos negam ligação com a tentativa de compra do silêncio de Cerveró. Em sua delação, Cerveró faz implicações a integrantes do PMDB, disse supor que a presidente afastada Dilma Rousseff tinha conhecimento de que políticos do PT recebiam propina da Petrobras Ele afirmou ainda que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu-lhe um cargo público em 2008 como "reconhecimento" pela ajuda que ele prestou para quitar um empréstimo de R$ 12 milhões considerado fraudulento pela Operação Lava Jato. Cerveró também atribuiu a Lula decisão de ter "concedido influência sobre a BR Distribuidora" ao senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL). Poder semelhante teria sido dado ao alagoano pela presidente Dilma Rousseff, conforme o delator alegou ter ouvido do senador. Segundo Cerveró, por volta de setembro de 2013 ele foi chamado a Brasília para uma reunião com Collor na Casa da Dinda, residência do senador. Na ocasião, o senador disse ter falado com Dilma, "a qual teria dito que estavam à disposição de Fernando Collor a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora". Na delação, Cerveró contou ainda que chegou a perder parte de seu dinheiro no exterior em 2008. Segundo ele, parte da propina foi depositada num fundo do Madoff, tendo aplicado US$ 2 milhões. O ex-diretor disse ainda que "com a quebra desses fundos, perdeu cerca de US$ 700 mil dólares".
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'Ainda sou o presidente', diz Blatter sobre acusação de 'ditador' de Figo
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, quebrou o silêncio e rebateu nesta terça-feira (26) a acusação do ex-jogador português Luís Figo de que a entidade vive uma ditadura". "Figo é um homem livre para dizer o que quiser. Podiam perguntar a ele por que me chamou de ditador? Já recebi muitos títulos, e ainda sou o presidente até sexta-feira (30)", afirmou. A declaração de Blatter foi dada em Zurique, pouco antes de ele participar de uma reunião da Concacaf, entidade que reúne as seleções da América Central. A Fifa realiza na sexta-feira a eleição do novo presidente. No cargo desde 1998, Blatter deve ser reeleito com tranquilidade - seu único adversário é o príncipe da Jordânia, Ali bin Al-Hussein. O português Luís Figo era candidato até semana passada, quando saiu da disputa disparando contra o comando da entidade. Junto dele também desistiu da candidatura o dirigente holandês Michael van Praag. Ambos apoiam agora o príncipe da Jordânia. Em um comunicado, Figo criticou a eleição de sexta-feira (29) e classificou de "ditadura" o atual modelo de comando da Fifa. Ao todo, 209 federações votam na eleição, que será realizada durante o congresso da entidade. Até agora, do ponto de vista relevante, o príncipe da Jordânia recebeu apenas o apoio dos cartolas europeus, sobretudo do presidente da Uefa, Michel Platini, mas insuficiente para derrotar Blatter.
esporte
'Ainda sou o presidente', diz Blatter sobre acusação de 'ditador' de FigoO presidente da Fifa, Joseph Blatter, quebrou o silêncio e rebateu nesta terça-feira (26) a acusação do ex-jogador português Luís Figo de que a entidade vive uma ditadura". "Figo é um homem livre para dizer o que quiser. Podiam perguntar a ele por que me chamou de ditador? Já recebi muitos títulos, e ainda sou o presidente até sexta-feira (30)", afirmou. A declaração de Blatter foi dada em Zurique, pouco antes de ele participar de uma reunião da Concacaf, entidade que reúne as seleções da América Central. A Fifa realiza na sexta-feira a eleição do novo presidente. No cargo desde 1998, Blatter deve ser reeleito com tranquilidade - seu único adversário é o príncipe da Jordânia, Ali bin Al-Hussein. O português Luís Figo era candidato até semana passada, quando saiu da disputa disparando contra o comando da entidade. Junto dele também desistiu da candidatura o dirigente holandês Michael van Praag. Ambos apoiam agora o príncipe da Jordânia. Em um comunicado, Figo criticou a eleição de sexta-feira (29) e classificou de "ditadura" o atual modelo de comando da Fifa. Ao todo, 209 federações votam na eleição, que será realizada durante o congresso da entidade. Até agora, do ponto de vista relevante, o príncipe da Jordânia recebeu apenas o apoio dos cartolas europeus, sobretudo do presidente da Uefa, Michel Platini, mas insuficiente para derrotar Blatter.
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Amigos dizem que suspeito mais jovem de ataque em Paris é inocente
Colegas de classe do jovem de 18 anos suspeito de ter participado do ataque contra o jornal satírico "Charlie Hebdo" estão usando o Twitter para defender sua inocência. Com a hashtag #MouradHamydInnocent, os amigos afirmam que Mourad Hamyd estava em aula quando os atiradores deixaram ao menos 12 mortos ao abrir fogo na sede do jornal em Paris. Hamyd se entregou à polícia na madrugada desta quinta-feira (8) em sua cidade natal, Charleville Mezieres, cerca de 230 quilômetros a nordeste de Paris, perto da fronteira com a Bélgica, "depois de ver que seu nome circulava nas redes sociais", disse uma fonte ouvida pela AFP. Os outros dois suspeitos do atentado foram identificados pela polícia francesa como os irmãos franceses Said Kouachi, 34, e Cherif Kouachi, 32, que seguem foragidos. Fotos dos dois foram divulgadas pela polícia. O jovem de 18 anos é cunhado de Chérif. Logo depois da menção ao nome de Hamy, os colegas de classe começaram a tuitar em defesa do jovem. "Ele é da minha sala, e ele estava lá durante três matérias pela manhã", disse @babydroma. Aparentemente frustrada por jornalistas que questionavam sua identidade e motivação, horas depois a usuária da conta afirmou: "Juro que não falei com Mourad mais do que cinco vezes, mas me sinto obrigada a ajudá-lo". Outros se uniram a mesma hashtag. "Imagine que você vá a uma aula com um colega, e à tarde ele seja acusado de [participar] de um ataque. Por favor retuíte #MouradHamydInnocent, disse @_neednobody.
mundo
Amigos dizem que suspeito mais jovem de ataque em Paris é inocenteColegas de classe do jovem de 18 anos suspeito de ter participado do ataque contra o jornal satírico "Charlie Hebdo" estão usando o Twitter para defender sua inocência. Com a hashtag #MouradHamydInnocent, os amigos afirmam que Mourad Hamyd estava em aula quando os atiradores deixaram ao menos 12 mortos ao abrir fogo na sede do jornal em Paris. Hamyd se entregou à polícia na madrugada desta quinta-feira (8) em sua cidade natal, Charleville Mezieres, cerca de 230 quilômetros a nordeste de Paris, perto da fronteira com a Bélgica, "depois de ver que seu nome circulava nas redes sociais", disse uma fonte ouvida pela AFP. Os outros dois suspeitos do atentado foram identificados pela polícia francesa como os irmãos franceses Said Kouachi, 34, e Cherif Kouachi, 32, que seguem foragidos. Fotos dos dois foram divulgadas pela polícia. O jovem de 18 anos é cunhado de Chérif. Logo depois da menção ao nome de Hamy, os colegas de classe começaram a tuitar em defesa do jovem. "Ele é da minha sala, e ele estava lá durante três matérias pela manhã", disse @babydroma. Aparentemente frustrada por jornalistas que questionavam sua identidade e motivação, horas depois a usuária da conta afirmou: "Juro que não falei com Mourad mais do que cinco vezes, mas me sinto obrigada a ajudá-lo". Outros se uniram a mesma hashtag. "Imagine que você vá a uma aula com um colega, e à tarde ele seja acusado de [participar] de um ataque. Por favor retuíte #MouradHamydInnocent, disse @_neednobody.
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Veja os lançamentos da área jurídica em destaque nesta semana
A Folha seleciona semanalmente sugestões de livros jurídicos. Confira os destaques: EVOLUÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER NO BRASIL Autoras Anna Candida da C. Ferraz, Márcia Cristina de S. Alvim e Margareth A. Leister Editora EdiFieo / (11) 3651-9980 Quanto R$ 30 (268 págs.) Traz análise detalhada da bastante comentada, mas pouco compreendida, Lei Maria da Penha. A interpretação de artigos é permeada por referências judiciais, questionamentos de política pública, aspectos históricos e de processo legislativo. Muito interessante. A RECUPERAÇÃO JUDICIAL COMENTADA ARTIGO POR ARTIGO Autor Renaldo Limiro da Silva Editora Del Rey / (31) 3273-2971 Quanto R$ 144 (597 págs.) De forma sistemática, analisa a lei 11.101 de 2005. O diferencial está na organização do livro por temas, e não por artigos. Os comentários contemplam análise de jurisprudência e da doutrina. Apresenta posições divergentes e a posição do próprio autor. Manual bem completo e crítico. DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL Autores Maria Luiza M. Granziera e Fernando Rei (coords.) Editora Atlas / 0800-171944 Quanto R$ 52 (176 págs.) É uma coletânea de artigos críticos e com propostas de política pública. Divide-se em duas partes: análise de conferências internacionais e ensaios sobre governança global, direito e desenvolvimento sustentável. Recorrem a bibliografia inédita e reconstroem o panorama normativo. Instigante. IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO (IPTU) E IMPOSTO TERRITORIAL RURAL (ITR) Autor Juraci Mourão L. Filho Editora Atlas / 0800-171944 Quanto R$ 70 (227 págs.) Da "Série Direito Tributário", analisa os mencionados tributos por seus aspectos constitucionais, suas hipóteses de incidência e sua estrutura normativa. Analisa decisões judiciais de forma pormenorizada. Manual exaustivo com foco preciso e viés prático.
cotidiano
Veja os lançamentos da área jurídica em destaque nesta semanaA Folha seleciona semanalmente sugestões de livros jurídicos. Confira os destaques: EVOLUÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER NO BRASIL Autoras Anna Candida da C. Ferraz, Márcia Cristina de S. Alvim e Margareth A. Leister Editora EdiFieo / (11) 3651-9980 Quanto R$ 30 (268 págs.) Traz análise detalhada da bastante comentada, mas pouco compreendida, Lei Maria da Penha. A interpretação de artigos é permeada por referências judiciais, questionamentos de política pública, aspectos históricos e de processo legislativo. Muito interessante. A RECUPERAÇÃO JUDICIAL COMENTADA ARTIGO POR ARTIGO Autor Renaldo Limiro da Silva Editora Del Rey / (31) 3273-2971 Quanto R$ 144 (597 págs.) De forma sistemática, analisa a lei 11.101 de 2005. O diferencial está na organização do livro por temas, e não por artigos. Os comentários contemplam análise de jurisprudência e da doutrina. Apresenta posições divergentes e a posição do próprio autor. Manual bem completo e crítico. DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL Autores Maria Luiza M. Granziera e Fernando Rei (coords.) Editora Atlas / 0800-171944 Quanto R$ 52 (176 págs.) É uma coletânea de artigos críticos e com propostas de política pública. Divide-se em duas partes: análise de conferências internacionais e ensaios sobre governança global, direito e desenvolvimento sustentável. Recorrem a bibliografia inédita e reconstroem o panorama normativo. Instigante. IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO (IPTU) E IMPOSTO TERRITORIAL RURAL (ITR) Autor Juraci Mourão L. Filho Editora Atlas / 0800-171944 Quanto R$ 70 (227 págs.) Da "Série Direito Tributário", analisa os mencionados tributos por seus aspectos constitucionais, suas hipóteses de incidência e sua estrutura normativa. Analisa decisões judiciais de forma pormenorizada. Manual exaustivo com foco preciso e viés prático.
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Depoimento: Personagem foi modelo e precursor para a cultura nerd
Quem foi um garoto pré-adolescente há 40 anos pode ter passado por uma experiência extremamente dolorosa: o toque neural vulcano. Quando precisava subjugar alguém pela força, Spock evitava o confronto. Colocava a mão no ombro do oponente e apertava com os dedos um suposto feixe nervoso, levando o coitado a desmaiar na hora. Na escola, os moleques queriam fazer o mesmo, e incontáveis disputas eram travadas no horário do recreio. Um apertava o ombro do outro, e o primeiro que pedisse para parar era o perdedor. Eu juro, isso doía de montão. Spock nunca aprovaria essa violência gratuita e ilógica. A palavra nerd não existia na época, mas ele foi um tipo de "meganerd" guiado pela devoção completa à lógica. Finalmente, um herói de identificação imediata para garotos socialmente travados. Sheldon, o nerd principal da série "The Big Bang Theory", é uma espécie de Spock sem uma pistola phaser para se defender do bullying. Além dos filmes de cinema, dos desenhos animados e dos games temáticos da série, Spock é facilmente encontrado em programas de humor na TV, como "Saturday Night Live" e "Os Simpsons". Sua figura dispensa apresentações, e isso facilita a vida para qualquer roteirista. Basta uma expressão circunspecta e duas orelhas pontudas para saber: eis aqui um alienígena inteligente. Spock se espalhou rápido pela cultura pop, audaciosamente indo onde nenhum personagem jamais esteve.
ilustrada
Depoimento: Personagem foi modelo e precursor para a cultura nerdQuem foi um garoto pré-adolescente há 40 anos pode ter passado por uma experiência extremamente dolorosa: o toque neural vulcano. Quando precisava subjugar alguém pela força, Spock evitava o confronto. Colocava a mão no ombro do oponente e apertava com os dedos um suposto feixe nervoso, levando o coitado a desmaiar na hora. Na escola, os moleques queriam fazer o mesmo, e incontáveis disputas eram travadas no horário do recreio. Um apertava o ombro do outro, e o primeiro que pedisse para parar era o perdedor. Eu juro, isso doía de montão. Spock nunca aprovaria essa violência gratuita e ilógica. A palavra nerd não existia na época, mas ele foi um tipo de "meganerd" guiado pela devoção completa à lógica. Finalmente, um herói de identificação imediata para garotos socialmente travados. Sheldon, o nerd principal da série "The Big Bang Theory", é uma espécie de Spock sem uma pistola phaser para se defender do bullying. Além dos filmes de cinema, dos desenhos animados e dos games temáticos da série, Spock é facilmente encontrado em programas de humor na TV, como "Saturday Night Live" e "Os Simpsons". Sua figura dispensa apresentações, e isso facilita a vida para qualquer roteirista. Basta uma expressão circunspecta e duas orelhas pontudas para saber: eis aqui um alienígena inteligente. Spock se espalhou rápido pela cultura pop, audaciosamente indo onde nenhum personagem jamais esteve.
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Prepare-se: segunda com marginais Pinheiros e Tietê interditadas às 22h
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "O imprevisto serve pra te colocar no caminho certo. Às vezes, a gente bate a cabeça e tenta seguir um caminho que talvez não seja o certo. Ou melhor, o nosso. Por isso, se alguma coisa der errado, não desista. Veja qual é a segunda opção e faça dela a melhor de todas, sempre." Raphael Lopes, 19, autônomo, Luz * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Prepare-se: segunda com marginais Pinheiros e Tietê interditadas às 22hDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "O imprevisto serve pra te colocar no caminho certo. Às vezes, a gente bate a cabeça e tenta seguir um caminho que talvez não seja o certo. Ou melhor, o nosso. Por isso, se alguma coisa der errado, não desista. Veja qual é a segunda opção e faça dela a melhor de todas, sempre." Raphael Lopes, 19, autônomo, Luz * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Bradesco é alvo de duas ações coletivas na Justiça americana
O banco Bradesco é alvo de duas ações coletivas protocoladas na segunda-feira (6) na Justiça americana. Um dos documentos, assinado pelo escritório de advocacia Rosen Law Firm, representa investidores individuais que dizem ter comprado ações (ADSs, American Depositary Shares, em inglês) a "preços artificiamente inflados" entre 30 de abril de 2012 e 31 de maio de 2016. O processo envolve três executivos do banco brasileiro: o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; o diretor vice-presidente Alexandre da Silva Glüher; e o ex-vice-presidente Júlio de Siqueira Carvalho. Eles são acusados de se envolverem "direta ou indiretamente" na "elaboração, produção, revisão e/ou divulgação de declarações falsas e enganosas" para encobrir atividades ilegais da instituição –que abrangem a tentativa de evitar pagar US$ 828 milhões (R$ 2,9 bilhões) em impostos. Quando a "verdade emergiu", o preço das ações caíram, levando a perdas financeiras dos investidores, diz a ação. O documento menciona a Operação Zelotes, que investiga a venda de sentenças do Carf (conselho administrativo de recursos fiscais), Na terça-feira passada (31), o Ministério Público Federal no Distrito Federal recebeu relatório da Polícia Federal que indiciou Trabuco no caso. Naquele dia, o preço dos ADSs do Bradesco caiu 5,6%, (US$ 0,37), até chegar a US$ 6,26. Segundo o processo da Rosen Law Firm, o reclamente estima que "centenas ou milhares" foram prejudicados pelo Bradesco, embora não saiba quantificar quantos. A ação está em nome do investidor individual William Bryan. Até 2 de agosto, outras pessoas que se julguem prejudicadas podem embarcar no processo coletivo, segundo o escritório de advocacia. OUTRO LADO Procurado pela Folha, o Bradesco informou, em nota, que ratifica os esclarecimentos prestados em comunicado e que "não entende ter havido oscilações relevantes no preço dos papéis da instituição para justificar a movimentação dos investidores no sentido de uma ação judicial". O Bradesco informa ainda que vai contratar escritórios americanos para representar a instituição nessas questões.
mercado
Bradesco é alvo de duas ações coletivas na Justiça americanaO banco Bradesco é alvo de duas ações coletivas protocoladas na segunda-feira (6) na Justiça americana. Um dos documentos, assinado pelo escritório de advocacia Rosen Law Firm, representa investidores individuais que dizem ter comprado ações (ADSs, American Depositary Shares, em inglês) a "preços artificiamente inflados" entre 30 de abril de 2012 e 31 de maio de 2016. O processo envolve três executivos do banco brasileiro: o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; o diretor vice-presidente Alexandre da Silva Glüher; e o ex-vice-presidente Júlio de Siqueira Carvalho. Eles são acusados de se envolverem "direta ou indiretamente" na "elaboração, produção, revisão e/ou divulgação de declarações falsas e enganosas" para encobrir atividades ilegais da instituição –que abrangem a tentativa de evitar pagar US$ 828 milhões (R$ 2,9 bilhões) em impostos. Quando a "verdade emergiu", o preço das ações caíram, levando a perdas financeiras dos investidores, diz a ação. O documento menciona a Operação Zelotes, que investiga a venda de sentenças do Carf (conselho administrativo de recursos fiscais), Na terça-feira passada (31), o Ministério Público Federal no Distrito Federal recebeu relatório da Polícia Federal que indiciou Trabuco no caso. Naquele dia, o preço dos ADSs do Bradesco caiu 5,6%, (US$ 0,37), até chegar a US$ 6,26. Segundo o processo da Rosen Law Firm, o reclamente estima que "centenas ou milhares" foram prejudicados pelo Bradesco, embora não saiba quantificar quantos. A ação está em nome do investidor individual William Bryan. Até 2 de agosto, outras pessoas que se julguem prejudicadas podem embarcar no processo coletivo, segundo o escritório de advocacia. OUTRO LADO Procurado pela Folha, o Bradesco informou, em nota, que ratifica os esclarecimentos prestados em comunicado e que "não entende ter havido oscilações relevantes no preço dos papéis da instituição para justificar a movimentação dos investidores no sentido de uma ação judicial". O Bradesco informa ainda que vai contratar escritórios americanos para representar a instituição nessas questões.
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Tamoios terá trecho bloqueado na madrugada para operação especial
A rodovia Tamoios, que liga a região metropolitana de São Paulo ao Vale do Paraíba, terá trecho completamente bloqueado na madrugada desta quarta-feira (1º) para transporte de carga especial. A interdição acontecerá da 1h às 5h no trecho de serra, entre os km 68 e 80,6, em ambos os sentidos,. Caso seja preciso fazer o trajeto, o motorista deve utilizar como alternativa as rodovias Mogi-Bertioga e Oswaldo Cruz. O transporte de carga especial –de São Sebastião a Paulínia– contará com o apoio da Polícia Militar Rodoviária e da concessionária responsável pela via.
cotidiano
Tamoios terá trecho bloqueado na madrugada para operação especialA rodovia Tamoios, que liga a região metropolitana de São Paulo ao Vale do Paraíba, terá trecho completamente bloqueado na madrugada desta quarta-feira (1º) para transporte de carga especial. A interdição acontecerá da 1h às 5h no trecho de serra, entre os km 68 e 80,6, em ambos os sentidos,. Caso seja preciso fazer o trajeto, o motorista deve utilizar como alternativa as rodovias Mogi-Bertioga e Oswaldo Cruz. O transporte de carga especial –de São Sebastião a Paulínia– contará com o apoio da Polícia Militar Rodoviária e da concessionária responsável pela via.
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Levy espera estabilidade do dólar após cenário de incertezas
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, espera uma maior estabilidade do dólar tão logo o país "vença incertezas", como a proposta do orçamento para 2016 e a manutenção dos vetos presidenciais de propostas que aumentam os gastos do governo. "Acredito que veremos maior estabilidade do dólar. É impossível estabelecer o patamar, mas tenho certeza que essa volatilidade maior vai se esvair, a medida que algumas questões, como a votação dos vetos e o próprio orçamento, sejam devidamente equacionadas", afirmou Levy, após participar de fórum promovido pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), nesta quarta-feira (23). Ontem, a moeda norte-americana fechou o dia valendo R$ 4,05, o maior valor desde o início do Plano Real, em 1994. No final da manhã desta quarta-feira (23), a moeda mantinha a trajetória de alta, batendo em R$ 4,13. Levy afirmou haver um movimento global de câmbio, e que é necessário estar atento a ele. "Mas acho que o mais importante é a gente avaliar a situação do Brasil. O processo de recuperação da economia está em curso, diversas medidas que foram tomadas no começo do ano estão produzindo seus efeitos", disse o ministro. Ele também acredita existir um represamento dos efeitos dessas medidas, por razões não econômicas, que geram insegurança no mercado. "Isso tem limitado a capacidade de investimento, limitado a capacidade de arrecadação, mas tenho convicção de que vencidas essas incertezas, a capacidade de recuperação da economia será rápida, porque os efeitos do realinhamento de preços e o próprio efeito de segurança dada pela recalibragem fiscal estão transformando nossa economia. A gente só não vê alguns resultados positivos por causa da insegurança.", afirmou. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Joaquim Levy comentou a visita da agência de classificação de risco Fitch. Representantes da agência estiveram reunidos ontem com o ministro. Levy classificou o encontro como positivo. "Acho que há essa percepção também, do compromisso do governo brasileiro, e perfeita noção do que foi feito no começo do ano está permitindo permitindo encontrar um outro caminho de crescimento", disse o ministro. Ainda segundo ele, "enquanto a gente não tiver solidez fiscal, tudo fica mais difícil, mas tenho convicção de que a gente vai conseguir isso". Ao lado da Moody's, a Fitch mantém o grau de investimento da nota de crédito brasileira. A Standard & Poor's retirou o selo de bom pagador do Brasil no início deste mês.
mercado
Levy espera estabilidade do dólar após cenário de incertezasO ministro da Fazenda, Joaquim Levy, espera uma maior estabilidade do dólar tão logo o país "vença incertezas", como a proposta do orçamento para 2016 e a manutenção dos vetos presidenciais de propostas que aumentam os gastos do governo. "Acredito que veremos maior estabilidade do dólar. É impossível estabelecer o patamar, mas tenho certeza que essa volatilidade maior vai se esvair, a medida que algumas questões, como a votação dos vetos e o próprio orçamento, sejam devidamente equacionadas", afirmou Levy, após participar de fórum promovido pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), nesta quarta-feira (23). Ontem, a moeda norte-americana fechou o dia valendo R$ 4,05, o maior valor desde o início do Plano Real, em 1994. No final da manhã desta quarta-feira (23), a moeda mantinha a trajetória de alta, batendo em R$ 4,13. Levy afirmou haver um movimento global de câmbio, e que é necessário estar atento a ele. "Mas acho que o mais importante é a gente avaliar a situação do Brasil. O processo de recuperação da economia está em curso, diversas medidas que foram tomadas no começo do ano estão produzindo seus efeitos", disse o ministro. Ele também acredita existir um represamento dos efeitos dessas medidas, por razões não econômicas, que geram insegurança no mercado. "Isso tem limitado a capacidade de investimento, limitado a capacidade de arrecadação, mas tenho convicção de que vencidas essas incertezas, a capacidade de recuperação da economia será rápida, porque os efeitos do realinhamento de preços e o próprio efeito de segurança dada pela recalibragem fiscal estão transformando nossa economia. A gente só não vê alguns resultados positivos por causa da insegurança.", afirmou. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Joaquim Levy comentou a visita da agência de classificação de risco Fitch. Representantes da agência estiveram reunidos ontem com o ministro. Levy classificou o encontro como positivo. "Acho que há essa percepção também, do compromisso do governo brasileiro, e perfeita noção do que foi feito no começo do ano está permitindo permitindo encontrar um outro caminho de crescimento", disse o ministro. Ainda segundo ele, "enquanto a gente não tiver solidez fiscal, tudo fica mais difícil, mas tenho convicção de que a gente vai conseguir isso". Ao lado da Moody's, a Fitch mantém o grau de investimento da nota de crédito brasileira. A Standard & Poor's retirou o selo de bom pagador do Brasil no início deste mês.
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Divulgado nesta quinta, novo single de Prince é versão de música gospel
O cantor Prince divulgou nesta quinta (12) seu novo single, What If. A música é uma versão de uma canção da cantora gospel Nichole Nordeman, só que com forte presença de guitarras. "What If" foi gravado em parceria com o trio feminino de rock-funk 3rdEyeGirl, que acompanha o cantor desde 2012. Prince lançou dois álbuns em 2014: "Art Official Age" e "Plectrumelectrum", com o 3rdEyeGirl.
ilustrada
Divulgado nesta quinta, novo single de Prince é versão de música gospelO cantor Prince divulgou nesta quinta (12) seu novo single, What If. A música é uma versão de uma canção da cantora gospel Nichole Nordeman, só que com forte presença de guitarras. "What If" foi gravado em parceria com o trio feminino de rock-funk 3rdEyeGirl, que acompanha o cantor desde 2012. Prince lançou dois álbuns em 2014: "Art Official Age" e "Plectrumelectrum", com o 3rdEyeGirl.
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Diretor da Polícia do Senado será liberado
O diretor da Polícia do Senado, Pedro Carvalho, será solto à meia-noite desta quarta (26). Sua prisão temporária vence pela manhã, segundo a Polícia Federal, e não houve nenhum pedido de prorrogação ou de transformação dela em preventiva. Carvalho foi detido na Operação Métis, acusado de obstruir as investigações da Lava Jato, fazendo varreduras em casas e escritórios de senadores para tentar retirar grampos. Além dele, outros três policiais também foram presos na última sexta-feira, mas foram soltos no mesmo dia, depois de prestarem depoimentos. O Senado havia tentado um pedido de habeas corpus para Carvalho, mas ele foi negado.
poder
Diretor da Polícia do Senado será liberadoO diretor da Polícia do Senado, Pedro Carvalho, será solto à meia-noite desta quarta (26). Sua prisão temporária vence pela manhã, segundo a Polícia Federal, e não houve nenhum pedido de prorrogação ou de transformação dela em preventiva. Carvalho foi detido na Operação Métis, acusado de obstruir as investigações da Lava Jato, fazendo varreduras em casas e escritórios de senadores para tentar retirar grampos. Além dele, outros três policiais também foram presos na última sexta-feira, mas foram soltos no mesmo dia, depois de prestarem depoimentos. O Senado havia tentado um pedido de habeas corpus para Carvalho, mas ele foi negado.
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Último ato da tragédia grega
O drama grego adquire contornos ainda mais dramáticos com o referendo de hoje, no qual o governo submete à população pacote de ajuda da União Europeia condicionado a ajustes econômicos. É uma situação bizarra onde o premiê faz campanha pelo não ao acordo e promete que, se ganhar, fechará acordo em 48 horas. Já com a vitória do sim ao acordo, o governo promete renunciar. É característica de governos populistas tentarem simplificar as questões à população, transformando problemas complexos e profundos em soluções fáceis e mágicas. O problema vai muito além de gastar mais ou menos, aumentar ou diminuir a idade e o valor das aposentadorias. Ele passa por uma economia cartorial com alta proteção a setores econômicos e profissionais. Cada um tem e quer manter o seu privilégio. O dono de uma farmácia, por exemplo, é protegido por leis que restringem concorrentes na região mesmo que sejam mais capazes de atender aos consumidores. E passa também pelo não pagamento de impostos por boa parte das empresas e da população, o que compromete programas sociais relativamente mais generosos que os dos países ricos do norte europeu. Mas o governo populista grego passa ao largo dessas questões, centrando a discussão na necessidade de gastos sociais e no sofrimento do povo, que é real. A triste ironia aparece com força nas grandes filas de aposentados desesperados diante dos bancos fechados. Esse desespero não é causado pela imposição de programas de ajuste, mas pelas atitudes do governo, que levam a um confronto com a União Europeia e ao risco de saída do euro, além de terem interrompido recuperação incipiente da economia. A população supostamente beneficiária dessa postura do governo teme suas consequências e fez saques maciços dos bancos quando pôde. Há solução ao drama grego. Na própria zona do euro, países como Espanha, Portugal e Irlanda enfrentaram crises duríssimas, mas começam a retomar o caminho do crescimento sustentável com reformas por mais competitividade, austeridade e ajuda europeia. Já o Reino Unido adota reformas ambiciosas para reajustar o tamanho do governo e elevar a competitividade e a capacidade de crescer. Nos EUA, o caminho da recuperação foi o mesmo. Reformas pela competitividade e ajuste nos gastos públicos (na época, acusado de levar o país a um abismo fiscal) recuperaram a força da maior economia do mundo. As saídas para a crise existem e já foram testadas. O sofrido povo grego tem a chance de trilhar esse caminho, mas são necessárias reformas para a economia poder crescer e criar empregos, abandonando o foco exclusivo em gastar ou não gastar recursos públicos.
colunas
Último ato da tragédia gregaO drama grego adquire contornos ainda mais dramáticos com o referendo de hoje, no qual o governo submete à população pacote de ajuda da União Europeia condicionado a ajustes econômicos. É uma situação bizarra onde o premiê faz campanha pelo não ao acordo e promete que, se ganhar, fechará acordo em 48 horas. Já com a vitória do sim ao acordo, o governo promete renunciar. É característica de governos populistas tentarem simplificar as questões à população, transformando problemas complexos e profundos em soluções fáceis e mágicas. O problema vai muito além de gastar mais ou menos, aumentar ou diminuir a idade e o valor das aposentadorias. Ele passa por uma economia cartorial com alta proteção a setores econômicos e profissionais. Cada um tem e quer manter o seu privilégio. O dono de uma farmácia, por exemplo, é protegido por leis que restringem concorrentes na região mesmo que sejam mais capazes de atender aos consumidores. E passa também pelo não pagamento de impostos por boa parte das empresas e da população, o que compromete programas sociais relativamente mais generosos que os dos países ricos do norte europeu. Mas o governo populista grego passa ao largo dessas questões, centrando a discussão na necessidade de gastos sociais e no sofrimento do povo, que é real. A triste ironia aparece com força nas grandes filas de aposentados desesperados diante dos bancos fechados. Esse desespero não é causado pela imposição de programas de ajuste, mas pelas atitudes do governo, que levam a um confronto com a União Europeia e ao risco de saída do euro, além de terem interrompido recuperação incipiente da economia. A população supostamente beneficiária dessa postura do governo teme suas consequências e fez saques maciços dos bancos quando pôde. Há solução ao drama grego. Na própria zona do euro, países como Espanha, Portugal e Irlanda enfrentaram crises duríssimas, mas começam a retomar o caminho do crescimento sustentável com reformas por mais competitividade, austeridade e ajuda europeia. Já o Reino Unido adota reformas ambiciosas para reajustar o tamanho do governo e elevar a competitividade e a capacidade de crescer. Nos EUA, o caminho da recuperação foi o mesmo. Reformas pela competitividade e ajuste nos gastos públicos (na época, acusado de levar o país a um abismo fiscal) recuperaram a força da maior economia do mundo. As saídas para a crise existem e já foram testadas. O sofrido povo grego tem a chance de trilhar esse caminho, mas são necessárias reformas para a economia poder crescer e criar empregos, abandonando o foco exclusivo em gastar ou não gastar recursos públicos.
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EUA abrem inquérito contra Nike por pagamentos à CBF
Autoridades dos EUA abriram inquérito contra a multinacional esportiva Nike. A empresa é investigada por supostos subornos e por acordo de patrocínio no valor de US$ 160 milhões assinado com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 1996. O inquérito civil, que está em seu estágio inicial e pode não levar a qualquer constatação de irregularidades ou de execução, está sendo conduzido pela SEC (Securities and Exchange Commission), órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos. Além da Nike, os EUA estão examinando o comportamento de outras empresas com ligações com a Fifa ou outros organismos de futebol envolvidos em um grande escândalo de corrupção. O objetivo é avaliar se houve eventual violação das leis federais norte-americanas, disse uma pessoa com conhecimento do assunto, que pediu para não ser identificada devido à natureza não-pública da investigação. A fonte ainda informou que o foco da SEC está voltado a empresas de capital aberto que tenham se envolvido em contratos de futebol, disse a fonte. A ação da SEC abre uma nova frente em uma ampla investigação conduzida pelos EUA e autoridades suíças acerca de suborno envolvendo autoridades do futebol, executivos de marketing e várias empresas. No final de maio, os EUA indiciaram nove autoridades do futebol –a maioria dos quais ocupavam cargos na Fifa– e cinco executivos por várias infrações relacionadas com mais de US$ 150 milhões de supostos subornos e propinas. O escopo exato do inquérito e os nomes de outras empresas que serão analisados não puderam ser informados. Uma porta-voz da SEC disse que não comentaria. Em um comunicado na sexta-feira (17), um porta-voz da Nike disse que a empresa "está comprometida em cooperar com qualquer investigação do governo sobre o assunto Fifa".
esporte
EUA abrem inquérito contra Nike por pagamentos à CBFAutoridades dos EUA abriram inquérito contra a multinacional esportiva Nike. A empresa é investigada por supostos subornos e por acordo de patrocínio no valor de US$ 160 milhões assinado com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 1996. O inquérito civil, que está em seu estágio inicial e pode não levar a qualquer constatação de irregularidades ou de execução, está sendo conduzido pela SEC (Securities and Exchange Commission), órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos. Além da Nike, os EUA estão examinando o comportamento de outras empresas com ligações com a Fifa ou outros organismos de futebol envolvidos em um grande escândalo de corrupção. O objetivo é avaliar se houve eventual violação das leis federais norte-americanas, disse uma pessoa com conhecimento do assunto, que pediu para não ser identificada devido à natureza não-pública da investigação. A fonte ainda informou que o foco da SEC está voltado a empresas de capital aberto que tenham se envolvido em contratos de futebol, disse a fonte. A ação da SEC abre uma nova frente em uma ampla investigação conduzida pelos EUA e autoridades suíças acerca de suborno envolvendo autoridades do futebol, executivos de marketing e várias empresas. No final de maio, os EUA indiciaram nove autoridades do futebol –a maioria dos quais ocupavam cargos na Fifa– e cinco executivos por várias infrações relacionadas com mais de US$ 150 milhões de supostos subornos e propinas. O escopo exato do inquérito e os nomes de outras empresas que serão analisados não puderam ser informados. Uma porta-voz da SEC disse que não comentaria. Em um comunicado na sexta-feira (17), um porta-voz da Nike disse que a empresa "está comprometida em cooperar com qualquer investigação do governo sobre o assunto Fifa".
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Bairro de Miami que inspira projeto de Doria obtém lucro com grafite de rua
Era uma vez uma imensidão de galpões abandonados, de janelas lacradas, cegas à paisagem cinza recortada por cercas de arame farpado. Wynwood, hoje o bairro mais colorido de Miami, em nada lembra aquilo que já foi um dia. No fim da década de 1990, o distrito do balneário americano que o prefeito João Doria (PSDB) mira como modelo do "grafitódromo" que quer implantar na capital paulista era um descampado urbano -a antiga zona industrial perdeu suas fábricas para a China e ninguém se atrevia a andar por suas calçadas. "Não tinha gente por lá, era desolador. Era impossível tomar um café na rua", lembra David Lombardi, primeiro empresário a desbravar há 20 anos aquilo que mais tarde viraria um shopping a céu aberto decorado por murais de grafiteiros badalados. "Sem querer, descobri uma cena artística ali que poderia acontecer." Lombardi então usou a tal cena como maior arma de seu projeto de maquiagem urbana. Deixou que grafiteiros pintassem todos os prédios dos quatro quarteirões que comprou e logo passou a alugar os antigos galpões do bairro para galerias de arte -o bairro chegou a ter 60 delas. Na sequência, vieram restaurantes estrelados e butiques de luxo. Também vieram outros especuladores, como Tony Goldman, que "gourmetizou" a onda grafiteira convocando Jeffrey Deitch, poderoso galerista nova-iorquino, para fazer uma seleção dos melhores e mais rentáveis nomes para colorir as fachadas -as chamadas Wynwood Walls hoje atraem mais de 1 milhão de visitantes ao bairro a cada ano. Wynwood foi de cenário de filme de terror a meca hipster pelas mãos desses dois homens. Agora, entra no estágio final de evolução com o projeto do israelense Moishe Mana, que comprou as últimas quadras do bairro já com planos de erguer museus inteiros, com mais paredes entregues aos jatos de spray. Enquanto isso, desde que Doria iniciou seu programa zeladoria urbana, a cidade de São Paulo tem presenciado uma verdadeira "guerra do spray ". O prefeito promete agora criar lei para punir pichadores com multas de até R$ 50 mil, uma forma de desestimular essa prática. LOUVRE NA SARJETA "Será a maior instituição de arte do mundo, com 250 mil metros quadrados", diz um extasiado Gene Lemay, presidente executivo do projeto de Mana. "É maior do que o Louvre e o Metropolitan." Esse espírito empreendedor grandiloquente vem sendo turbinado desde a virada do milênio pela Art Basel Miami Beach, evento suíço que abriu na cidade americana o que veio a ser a maior feira de arte dos Estados Unidos. Ou seja, aquilo que Doria quer criar em São Paulo com respaldo da máquina pública é dominado pela iniciativa privada em Miami. Wynwood se tornou tão lucrativa que os empresários do bairro bancam do próprio bolso a limpeza das ruas e o reforço da segurança, já que, segundo eles, a prefeitura há tempos abandonou a região. Só agora, quase duas décadas depois, o governo local quer implementar uma lei para submeter projetos de murais em locais públicos à aprovação de um conselho -até aqui, os proprietários decidem o que fazer com as fachadas. Mas Wynwood, adianta a vice-diretora de planejamento urbano de Miami, Luciana Gonzalez, ficará de fora da regra, talvez porque ali o sistema não parece incomodar. David Snow, chefe do departamento de urbanismo de Miami, diz que a "arte não é regulamentada pela cidade". Também não faz distinção entre pichação e grafite. Tudo que não tenha sido autorizado pelo dono do imóvel, segundo Snow, é vandalismo. Não é um problema das ruas coloridas de Wynwood, onde empreiteiros vêm até construindo prédios com aluguéis mais baratos para quem se dispõe a sair grafitando galpões.
cotidiano
Bairro de Miami que inspira projeto de Doria obtém lucro com grafite de ruaEra uma vez uma imensidão de galpões abandonados, de janelas lacradas, cegas à paisagem cinza recortada por cercas de arame farpado. Wynwood, hoje o bairro mais colorido de Miami, em nada lembra aquilo que já foi um dia. No fim da década de 1990, o distrito do balneário americano que o prefeito João Doria (PSDB) mira como modelo do "grafitódromo" que quer implantar na capital paulista era um descampado urbano -a antiga zona industrial perdeu suas fábricas para a China e ninguém se atrevia a andar por suas calçadas. "Não tinha gente por lá, era desolador. Era impossível tomar um café na rua", lembra David Lombardi, primeiro empresário a desbravar há 20 anos aquilo que mais tarde viraria um shopping a céu aberto decorado por murais de grafiteiros badalados. "Sem querer, descobri uma cena artística ali que poderia acontecer." Lombardi então usou a tal cena como maior arma de seu projeto de maquiagem urbana. Deixou que grafiteiros pintassem todos os prédios dos quatro quarteirões que comprou e logo passou a alugar os antigos galpões do bairro para galerias de arte -o bairro chegou a ter 60 delas. Na sequência, vieram restaurantes estrelados e butiques de luxo. Também vieram outros especuladores, como Tony Goldman, que "gourmetizou" a onda grafiteira convocando Jeffrey Deitch, poderoso galerista nova-iorquino, para fazer uma seleção dos melhores e mais rentáveis nomes para colorir as fachadas -as chamadas Wynwood Walls hoje atraem mais de 1 milhão de visitantes ao bairro a cada ano. Wynwood foi de cenário de filme de terror a meca hipster pelas mãos desses dois homens. Agora, entra no estágio final de evolução com o projeto do israelense Moishe Mana, que comprou as últimas quadras do bairro já com planos de erguer museus inteiros, com mais paredes entregues aos jatos de spray. Enquanto isso, desde que Doria iniciou seu programa zeladoria urbana, a cidade de São Paulo tem presenciado uma verdadeira "guerra do spray ". O prefeito promete agora criar lei para punir pichadores com multas de até R$ 50 mil, uma forma de desestimular essa prática. LOUVRE NA SARJETA "Será a maior instituição de arte do mundo, com 250 mil metros quadrados", diz um extasiado Gene Lemay, presidente executivo do projeto de Mana. "É maior do que o Louvre e o Metropolitan." Esse espírito empreendedor grandiloquente vem sendo turbinado desde a virada do milênio pela Art Basel Miami Beach, evento suíço que abriu na cidade americana o que veio a ser a maior feira de arte dos Estados Unidos. Ou seja, aquilo que Doria quer criar em São Paulo com respaldo da máquina pública é dominado pela iniciativa privada em Miami. Wynwood se tornou tão lucrativa que os empresários do bairro bancam do próprio bolso a limpeza das ruas e o reforço da segurança, já que, segundo eles, a prefeitura há tempos abandonou a região. Só agora, quase duas décadas depois, o governo local quer implementar uma lei para submeter projetos de murais em locais públicos à aprovação de um conselho -até aqui, os proprietários decidem o que fazer com as fachadas. Mas Wynwood, adianta a vice-diretora de planejamento urbano de Miami, Luciana Gonzalez, ficará de fora da regra, talvez porque ali o sistema não parece incomodar. David Snow, chefe do departamento de urbanismo de Miami, diz que a "arte não é regulamentada pela cidade". Também não faz distinção entre pichação e grafite. Tudo que não tenha sido autorizado pelo dono do imóvel, segundo Snow, é vandalismo. Não é um problema das ruas coloridas de Wynwood, onde empreiteiros vêm até construindo prédios com aluguéis mais baratos para quem se dispõe a sair grafitando galpões.
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A designer Gabriela Cavallari é a próxima convidada do #168horas
DE SÃO PAULO O designer Gabriela Cavallari (@gabicominstagram ), 23, é a próxima convidada a mostrar sua São Paulo nas próximas 168 horas, no feed da sãopaulo. 1. Qual a sua relação com São Paulo? Eu cresci aqui. É a cidade onde eu me sinto em casa e que eu sei pra onde ir. 2. Por que São Paulo merece ser retratada? Sempre tem alguma coisa que você ainda não viu em SP. Não importa quanto tempo você more aqui, existe algum lugar que você nunca passou ou que não tinha percebido antes. 3. Qual o melhor lugar em SP para fotografar? Por quê? Eu não tenho um lugar específico. Gosto de lugares altos porque se pode perceber várias coisas acontecendo e capturar toda aquela ação em uma imagem só. 4. O que te motiva a fotografar / fazer arte? Saber que há um mundo de imagens que eu ainda não vi. 5. O que podemos esperar de você nas próximas 168horas? O meu dia a dia em pequenas pausas.
saopaulo
A designer Gabriela Cavallari é a próxima convidada do #168horasDE SÃO PAULO O designer Gabriela Cavallari (@gabicominstagram ), 23, é a próxima convidada a mostrar sua São Paulo nas próximas 168 horas, no feed da sãopaulo. 1. Qual a sua relação com São Paulo? Eu cresci aqui. É a cidade onde eu me sinto em casa e que eu sei pra onde ir. 2. Por que São Paulo merece ser retratada? Sempre tem alguma coisa que você ainda não viu em SP. Não importa quanto tempo você more aqui, existe algum lugar que você nunca passou ou que não tinha percebido antes. 3. Qual o melhor lugar em SP para fotografar? Por quê? Eu não tenho um lugar específico. Gosto de lugares altos porque se pode perceber várias coisas acontecendo e capturar toda aquela ação em uma imagem só. 4. O que te motiva a fotografar / fazer arte? Saber que há um mundo de imagens que eu ainda não vi. 5. O que podemos esperar de você nas próximas 168horas? O meu dia a dia em pequenas pausas.
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BNDES reduz exigência de conteúdo nacional em máquinas e equipamentos
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) decidiu reduzir temporariamente sua exigência de conteúdo nacional para fornecedores de máquinas e equipamentos, incluindo ônibus, caminhões e tratores. O banco divulgou nesta terça-feira (6) que o maquinário deve ter, a partir de agora, ao menos 50% de componentes nacionais (em valores) para serem credenciados em programas de financiamento como o Finame. Esse índice de nacionalização era de, no mínimo, 60% do valor do contrato de serviços —o que inclui mão-de-obra, serviços de engenharia, peças, partes e componentes necessários para produção das máquinas. Segundo nota do banco, a redução válida até 30 de junho de 2017 vai evitar que as indústrias fabricantes acabem "desenquadradas das regras de financiamento por questões de efeitos cambiais". Válida por nove meses, a medida tira na prática a corda do pescoço de parte dos fabricantes de caminhões e ônibus, ramos que são associados à Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Desde o ano passado, esses fabricantes têm dificuldades para cumprir o conteúdo local mínimo após a desvalorização cambial dos últimos dois anos ter aumentado o peso em reais de componentes importados. Apesar da valorização recente do câmbio, o conteúdo nacional considera a variação da moeda em longo prazo. Em dois anos, o câmbio desvalorizou-se 45%, de R$ 2,23 em setembro de 2004 para R$ 3,24 nesta segunda-feira (6). Desta forma, um eixo importado usado na fabricação de um caminhão passou a ter um peso maior no custo final do produto. Exemplos assim reduziram o peso do conteúdo nacional nos custos das montadoras. O presidente da Anfavea, Antonio Megale, afirmou que a redução do conteúdo local corrige uma "distorção" causada pela desvalorização do real, que aumentou o valor de componentes importados. "[Isso] poderia provocar, inclusive, o descredenciamento de alguns produtos. A intenção não é reduzir o conteúdo nacional, mas apenas adequar uma questão cambial por um período transitório. Tanto que o índice mínimo de nacionalização em peso foi mantido [em 60%]", disse Megale. O presidente da Abimaq (associação da indústria de máquinas e equipamentos), José Veloso, afirmou que os associados não estariam com problemas para cumprir a exigência de 60% e que a decisão do banco seria uma "sinalização ruim". "Essa sinalização do governo abre um precedente para a retirada do conteúdo local. O BNDES está jurando de pés-juntos que [a medida] é só por nove meses. Eu tenho que acreditar. Mas é um precedente perigoso", disse Veloso. No comunicado, o BNDES diz que a medida faz parte do planejamento de rever a metodologia de cálculo do índice de nacionalização, "tendo em conta a perspectiva da competitividade da indústria brasileira". Segundo Carlos Alberto Vianna, chefe do departamento de relações institucionais, isso não significa que o banco de desenvolvimento esteja avaliando mudar sua política de conteúdo nacional. O banco passou a exigir conteúdo nacional mínimo de 60% em 2004, parte de uma proposta de política industria do primeiro governo Lula (2003-2006), o que incluía software, medicamentos e bens de capital. "Não há revisão sobre o ponto de vista de política de conteúdo local. O que existe é uma mudança por causa de algo externo às fabricantes que afetou as planilhas de cálculos dos produtos que estão em nosso cadastro", disse Vianna. Ele acrescentou que nenhum produto chegou a sair do chamado Credenciamento de Fornecedores Informatizado (CFI) por causa da variação cambial. "São mais de cem mil produtos nesse banco de dados", acrescentou.
mercado
BNDES reduz exigência de conteúdo nacional em máquinas e equipamentosO BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) decidiu reduzir temporariamente sua exigência de conteúdo nacional para fornecedores de máquinas e equipamentos, incluindo ônibus, caminhões e tratores. O banco divulgou nesta terça-feira (6) que o maquinário deve ter, a partir de agora, ao menos 50% de componentes nacionais (em valores) para serem credenciados em programas de financiamento como o Finame. Esse índice de nacionalização era de, no mínimo, 60% do valor do contrato de serviços —o que inclui mão-de-obra, serviços de engenharia, peças, partes e componentes necessários para produção das máquinas. Segundo nota do banco, a redução válida até 30 de junho de 2017 vai evitar que as indústrias fabricantes acabem "desenquadradas das regras de financiamento por questões de efeitos cambiais". Válida por nove meses, a medida tira na prática a corda do pescoço de parte dos fabricantes de caminhões e ônibus, ramos que são associados à Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Desde o ano passado, esses fabricantes têm dificuldades para cumprir o conteúdo local mínimo após a desvalorização cambial dos últimos dois anos ter aumentado o peso em reais de componentes importados. Apesar da valorização recente do câmbio, o conteúdo nacional considera a variação da moeda em longo prazo. Em dois anos, o câmbio desvalorizou-se 45%, de R$ 2,23 em setembro de 2004 para R$ 3,24 nesta segunda-feira (6). Desta forma, um eixo importado usado na fabricação de um caminhão passou a ter um peso maior no custo final do produto. Exemplos assim reduziram o peso do conteúdo nacional nos custos das montadoras. O presidente da Anfavea, Antonio Megale, afirmou que a redução do conteúdo local corrige uma "distorção" causada pela desvalorização do real, que aumentou o valor de componentes importados. "[Isso] poderia provocar, inclusive, o descredenciamento de alguns produtos. A intenção não é reduzir o conteúdo nacional, mas apenas adequar uma questão cambial por um período transitório. Tanto que o índice mínimo de nacionalização em peso foi mantido [em 60%]", disse Megale. O presidente da Abimaq (associação da indústria de máquinas e equipamentos), José Veloso, afirmou que os associados não estariam com problemas para cumprir a exigência de 60% e que a decisão do banco seria uma "sinalização ruim". "Essa sinalização do governo abre um precedente para a retirada do conteúdo local. O BNDES está jurando de pés-juntos que [a medida] é só por nove meses. Eu tenho que acreditar. Mas é um precedente perigoso", disse Veloso. No comunicado, o BNDES diz que a medida faz parte do planejamento de rever a metodologia de cálculo do índice de nacionalização, "tendo em conta a perspectiva da competitividade da indústria brasileira". Segundo Carlos Alberto Vianna, chefe do departamento de relações institucionais, isso não significa que o banco de desenvolvimento esteja avaliando mudar sua política de conteúdo nacional. O banco passou a exigir conteúdo nacional mínimo de 60% em 2004, parte de uma proposta de política industria do primeiro governo Lula (2003-2006), o que incluía software, medicamentos e bens de capital. "Não há revisão sobre o ponto de vista de política de conteúdo local. O que existe é uma mudança por causa de algo externo às fabricantes que afetou as planilhas de cálculos dos produtos que estão em nosso cadastro", disse Vianna. Ele acrescentou que nenhum produto chegou a sair do chamado Credenciamento de Fornecedores Informatizado (CFI) por causa da variação cambial. "São mais de cem mil produtos nesse banco de dados", acrescentou.
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Segunda denúncia contra Temer chega à Câmara dos Deputados
A segunda denúncia contra o presidente Michel Temer chegou à Câmara dos Deputados na noite desta quinta-feira (21). A remessa ao Legislativo aconteceu poucas horas depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) concluir o julgamento, por 10 votos a 1, sobre se deveria ou não enviar a denúncia por obstrução de Justiça e participação em organização criminosa. O julgamento foi finalizado depois de três sessões. Na quarta (20) o Supremo já havia formado maioria de votos nesse sentido. O procedimento está determinado na Constituição, mas a defesa do presidente pediu a Fachin para suspender a tramitação até que a PGR (Procuradoria-Geral da República) concluísse uma investigação interna sobre a delação dos executivos da JBS, cujas informações serviram como base para formular a acusação contra Temer. A PGR rescindiu o acordo fechado com dois delatores, Joesley Batista e Ricardo Saud, que tinham benefício de imunidade penal. A defesa de Temer também havia pedido que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, devolvesse a denúncia para a PGR. Os advogados alegaram que Michel Temer foi denunciado pelos crimes de obstrução de Justiça e participação em organização criminosa por fatos anteriores ao mandato, o que é vetado pela Constituição. Mas os ministros do STF entenderam que qualquer irregularidade envolvendo as acusações contra o presidente só pode ser analisada no decorrer do processo, o que poderia, inclusive, levar ao arquivamento da denúncia. A denúncia é lida em plenário e Michel Temer é notificado. Ela então é analisada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. O relatório aprovado no colegiado é votado em plenário. A oposição precisa conseguir 342 votos para que o STF dê seguimento ao processo. O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), deve anunciar quem será o relator do caso na próxima semana. Aliados de Michel Temer acreditam que ele escolherá um nome neutro. O relator da primeira denúncia, Sérgio Zveiter (então no PMDB, agora no Podemos-RJ), apresentou parecer a favor da denúncia. O governo, que havia feito uma série de substituições de membros da CCJ, conseguiu derrotar o relatório de Zveiter e aprovar um texto favorável a Temer, redigido pelo deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG). O governista Beto Mansur (PRB-SP) disse que vai filtrar os nomes dos deputados que faltaram à votação ou se abstiveram na primeira denúncia para elaborar um cardápio com nomes desses "isentos" para oferecer a Pacheco no domingo (24) ou na segunda-feira (25). "Vou levantar os dados e sentir a temperatura dos parlamentares. Às vezes tem algum com febre que precisa ser medicado", afirmou. No início de agosto, votaram a primeira denúncia, por corrupção passiva, 492 dos 513 deputados: 263 a favor do relatório, 227 contra e duas abstenções. Houve 19 ausências.
poder
Segunda denúncia contra Temer chega à Câmara dos DeputadosA segunda denúncia contra o presidente Michel Temer chegou à Câmara dos Deputados na noite desta quinta-feira (21). A remessa ao Legislativo aconteceu poucas horas depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) concluir o julgamento, por 10 votos a 1, sobre se deveria ou não enviar a denúncia por obstrução de Justiça e participação em organização criminosa. O julgamento foi finalizado depois de três sessões. Na quarta (20) o Supremo já havia formado maioria de votos nesse sentido. O procedimento está determinado na Constituição, mas a defesa do presidente pediu a Fachin para suspender a tramitação até que a PGR (Procuradoria-Geral da República) concluísse uma investigação interna sobre a delação dos executivos da JBS, cujas informações serviram como base para formular a acusação contra Temer. A PGR rescindiu o acordo fechado com dois delatores, Joesley Batista e Ricardo Saud, que tinham benefício de imunidade penal. A defesa de Temer também havia pedido que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, devolvesse a denúncia para a PGR. Os advogados alegaram que Michel Temer foi denunciado pelos crimes de obstrução de Justiça e participação em organização criminosa por fatos anteriores ao mandato, o que é vetado pela Constituição. Mas os ministros do STF entenderam que qualquer irregularidade envolvendo as acusações contra o presidente só pode ser analisada no decorrer do processo, o que poderia, inclusive, levar ao arquivamento da denúncia. A denúncia é lida em plenário e Michel Temer é notificado. Ela então é analisada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. O relatório aprovado no colegiado é votado em plenário. A oposição precisa conseguir 342 votos para que o STF dê seguimento ao processo. O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), deve anunciar quem será o relator do caso na próxima semana. Aliados de Michel Temer acreditam que ele escolherá um nome neutro. O relator da primeira denúncia, Sérgio Zveiter (então no PMDB, agora no Podemos-RJ), apresentou parecer a favor da denúncia. O governo, que havia feito uma série de substituições de membros da CCJ, conseguiu derrotar o relatório de Zveiter e aprovar um texto favorável a Temer, redigido pelo deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG). O governista Beto Mansur (PRB-SP) disse que vai filtrar os nomes dos deputados que faltaram à votação ou se abstiveram na primeira denúncia para elaborar um cardápio com nomes desses "isentos" para oferecer a Pacheco no domingo (24) ou na segunda-feira (25). "Vou levantar os dados e sentir a temperatura dos parlamentares. Às vezes tem algum com febre que precisa ser medicado", afirmou. No início de agosto, votaram a primeira denúncia, por corrupção passiva, 492 dos 513 deputados: 263 a favor do relatório, 227 contra e duas abstenções. Houve 19 ausências.
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Flávio Dino: O Maranhão no século 21
O Maranhão atravessou todo o século 20 sofrendo as graves consequências do patrimonialismo e do coronelismo, em uma proporção que nenhuma outra unidade da nossa Federação jamais viveu. O resultado mais nítido desse ciclo é conhecido de todo o Brasil: os piores indicadores sociais do país, produtos desse amálgama entre regime oligárquico tardio e uma desastrada "modernização" baseada em enclaves econômicos. Desde 1º de janeiro, nosso desafio é virar essa página, fazendo com que o Maranhão seja capaz de gerar um ciclo de direitos que cheguem até a casa de todos. Para isso, o passo inicial é afirmar um novo projeto de desenvolvimento, baseado na alta qualidade das despesas públicas e na ampliação dos investimentos privados. Visando garantir a concretização dessas metas, adotamos, no primeiro dia de governo, medidas como a criação da Secretaria de Transparência e Controle e do Conselho Empresarial do Maranhão (há que se frisar: sem a criação de um único cargo público a mais). A Secretaria de Transparência e Controle funciona nos moldes da CGU (Controladoria-Geral da União), com uma atuação preventiva –no que se refere aos gastos do novo governo– e investigativa, no tocante aos diversos e gravíssimos indícios de mau uso do dinheiro público no Maranhão. Apenas para citar o caso mais recente, lembro as transações entre o doleiro Alberto Youssef e o governo do Maranhão, envolvendo cifras superiores a R$ 100 milhões. Já o Conselho Empresarial do Maranhão reúne o governador e os secretários com as principais entidades empresariais do Estado, com pautas voltadas à remoção dos entraves para a ampliação da atividade econômica no nosso território. Vinculadas ao conselho, criamos as câmaras setoriais das principais cadeias produtivas aqui instaladas ou para as quais somos vocacionados. Temos a expectativa também da retomada vigorosa de um importante projeto nacional hoje em ritmo lento: o Centro de Lançamento de Alcântara, que queremos transformar, com políticas complementares, em um polo de geração e irradiação de tecnologia para o desenvolvimento do nosso Estado. O Maranhão tem vantagens competitivas únicas, tais como o complexo portuário brasileiro mais próximo dos grandes mercados consumidores do planeta, energia e água abundantes. Chegou a hora de usar esse patrimônio a favor do povo maranhense. Nesses primeiros dias de governo, além de organizar o caos administrativo reinante, uma causa tem mobilizado todos os nossos esforços: a educação. Lançamos o programa "Escola Digna", para eliminar as escolas de taipa e palha no Maranhão, e vamos implantar uma rede estadual de educação profissional em tempo integral, já começando neste ano de 2015. Trilhando esse e outros caminhos, com o enorme potencial que temos, tenho a convicção de que –nos próximos anos– vamos finalmente colocar o Maranhão no século 21. E com isso pretendemos contribuir para a recuperação da grandeza da política. A política que é indignada com a injustiça. A política feita com honestidade, que não é um fim em si mesma, mas um instrumento para melhorar a vida das pessoas. A política sem preconceitos, quando é hora de escolher a política pública mais eficiente. A política que respeita as divergências, mas acredita na união em torno dos grandes desafios de um povo. FLÁVIO DINO, 46, advogado, é governador do Estado do Maranhão. Foi presidente da Embratur (governo Dilma), juiz federal e deputado federal pelo PC do B * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Flávio Dino: O Maranhão no século 21O Maranhão atravessou todo o século 20 sofrendo as graves consequências do patrimonialismo e do coronelismo, em uma proporção que nenhuma outra unidade da nossa Federação jamais viveu. O resultado mais nítido desse ciclo é conhecido de todo o Brasil: os piores indicadores sociais do país, produtos desse amálgama entre regime oligárquico tardio e uma desastrada "modernização" baseada em enclaves econômicos. Desde 1º de janeiro, nosso desafio é virar essa página, fazendo com que o Maranhão seja capaz de gerar um ciclo de direitos que cheguem até a casa de todos. Para isso, o passo inicial é afirmar um novo projeto de desenvolvimento, baseado na alta qualidade das despesas públicas e na ampliação dos investimentos privados. Visando garantir a concretização dessas metas, adotamos, no primeiro dia de governo, medidas como a criação da Secretaria de Transparência e Controle e do Conselho Empresarial do Maranhão (há que se frisar: sem a criação de um único cargo público a mais). A Secretaria de Transparência e Controle funciona nos moldes da CGU (Controladoria-Geral da União), com uma atuação preventiva –no que se refere aos gastos do novo governo– e investigativa, no tocante aos diversos e gravíssimos indícios de mau uso do dinheiro público no Maranhão. Apenas para citar o caso mais recente, lembro as transações entre o doleiro Alberto Youssef e o governo do Maranhão, envolvendo cifras superiores a R$ 100 milhões. Já o Conselho Empresarial do Maranhão reúne o governador e os secretários com as principais entidades empresariais do Estado, com pautas voltadas à remoção dos entraves para a ampliação da atividade econômica no nosso território. Vinculadas ao conselho, criamos as câmaras setoriais das principais cadeias produtivas aqui instaladas ou para as quais somos vocacionados. Temos a expectativa também da retomada vigorosa de um importante projeto nacional hoje em ritmo lento: o Centro de Lançamento de Alcântara, que queremos transformar, com políticas complementares, em um polo de geração e irradiação de tecnologia para o desenvolvimento do nosso Estado. O Maranhão tem vantagens competitivas únicas, tais como o complexo portuário brasileiro mais próximo dos grandes mercados consumidores do planeta, energia e água abundantes. Chegou a hora de usar esse patrimônio a favor do povo maranhense. Nesses primeiros dias de governo, além de organizar o caos administrativo reinante, uma causa tem mobilizado todos os nossos esforços: a educação. Lançamos o programa "Escola Digna", para eliminar as escolas de taipa e palha no Maranhão, e vamos implantar uma rede estadual de educação profissional em tempo integral, já começando neste ano de 2015. Trilhando esse e outros caminhos, com o enorme potencial que temos, tenho a convicção de que –nos próximos anos– vamos finalmente colocar o Maranhão no século 21. E com isso pretendemos contribuir para a recuperação da grandeza da política. A política que é indignada com a injustiça. A política feita com honestidade, que não é um fim em si mesma, mas um instrumento para melhorar a vida das pessoas. A política sem preconceitos, quando é hora de escolher a política pública mais eficiente. A política que respeita as divergências, mas acredita na união em torno dos grandes desafios de um povo. FLÁVIO DINO, 46, advogado, é governador do Estado do Maranhão. Foi presidente da Embratur (governo Dilma), juiz federal e deputado federal pelo PC do B * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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'Casa dos sonhos tem memórias e amigos', diz presidente da Casa Cor
TATIANA BABADOBULOS DE SÃO PAULO Baiana, Lívia Pedreira, 59, é jornalista e chegou a São Paulo nos anos 1980 para fazer um mestrado na área de medicina, mas acabou indo trabalhar em uma revista de arquitetura. "Fui entrevistar o arquiteto [João Batista] Vilanova Artigas e a conversa foi definidora da minha carreira. Decidi que queria trabalhar na área de arquitetura e design." Este é o primeiro ano dela como presidente da Casa Cor, evento de decoração e design realizado em mais de 20 cidades, inclusive em outros países. Desde 2006 no Jockey Club de São Paulo, a mostra abre as portas no dia 26 de maio e vai até 12 de julho. A expectativa da organização é superar os 120 mil visitantes do ano passado. sãopaulo - O que há de novo na 29ª Casa Cor? Lívia Pedreira - Reduzimos o evento porque queremos que os arquitetos tenham condições de fazer um bom trabalho, que as empresas possam mostrar os seus produtos e que as pessoas não saiam de lá com a sensação de que não viram nada. São 76 ambientes, incluindo o serviço de restaurante, bar, café, boulangerie, livraria. Outra novidade é trazer para São Paulo expressões regionais. De quais Estados haverá representantes nesta edição? Não temos da região Norte, mas temos David Bastos e Gustavo Jansen, da Bahia, Paola Ribeiro, do Rio, Leo Romano, de Goiás, Pedro Lazaro e Myrna Porcaro, de Minas Gerais, Osvaldo Tenósio, de Alagoas, e Gui Torres, do Paraná. Por que continuar no Jockey? É o melhor endereço em São Paulo. Temos segurança, comodidade para estacionar o carro ou ir de bicicleta. A gente vai estimular muito porque a ciclofaixa está aqui na porta. Quem vier de bicicleta pagará meia entrada [o ingresso inteiro custa a partir de R$ 48]. Como os arquitetos estão lidando com a falta de recursos? Estamos fazendo um evento na era da escassez de recursos, como água e luz, então teremos 100% LED. A intenção é monitorar o consumo com LED e comparar a economia se estivéssemos usando lâmpada incandescente. Os jardins terão plantas que pedem pouca água. Com a desaceleração da economia, o que muda no comportamento quando se fala em construir? Talvez a gente viva de uma outra maneira. Tem sempre um ônus, mas creio que esses momentos só nos permitem avançar. Acho que a gente vai ter uma disseminação de construção racional, portanto mais econômica. Qual seria a casa dos sonhos do paulistano hoje? Quando cheguei aqui, a casa dos sonhos estava em Alphaville. Vi amigos mudarem porque tinham filho pequeno. Os filhos começaram a crescer e tinham festa em São Paulo. A casa dos sonhos passou a ser um bom apartamento. Hoje, eu diria que a casa dos sonhos é aquela onde você se reconhece, tem as suas memórias, onde pode reunir os amigos —daí a mania das cozinhas integradas e das salas sem tantos compartimentos.
saopaulo
'Casa dos sonhos tem memórias e amigos', diz presidente da Casa CorTATIANA BABADOBULOS DE SÃO PAULO Baiana, Lívia Pedreira, 59, é jornalista e chegou a São Paulo nos anos 1980 para fazer um mestrado na área de medicina, mas acabou indo trabalhar em uma revista de arquitetura. "Fui entrevistar o arquiteto [João Batista] Vilanova Artigas e a conversa foi definidora da minha carreira. Decidi que queria trabalhar na área de arquitetura e design." Este é o primeiro ano dela como presidente da Casa Cor, evento de decoração e design realizado em mais de 20 cidades, inclusive em outros países. Desde 2006 no Jockey Club de São Paulo, a mostra abre as portas no dia 26 de maio e vai até 12 de julho. A expectativa da organização é superar os 120 mil visitantes do ano passado. sãopaulo - O que há de novo na 29ª Casa Cor? Lívia Pedreira - Reduzimos o evento porque queremos que os arquitetos tenham condições de fazer um bom trabalho, que as empresas possam mostrar os seus produtos e que as pessoas não saiam de lá com a sensação de que não viram nada. São 76 ambientes, incluindo o serviço de restaurante, bar, café, boulangerie, livraria. Outra novidade é trazer para São Paulo expressões regionais. De quais Estados haverá representantes nesta edição? Não temos da região Norte, mas temos David Bastos e Gustavo Jansen, da Bahia, Paola Ribeiro, do Rio, Leo Romano, de Goiás, Pedro Lazaro e Myrna Porcaro, de Minas Gerais, Osvaldo Tenósio, de Alagoas, e Gui Torres, do Paraná. Por que continuar no Jockey? É o melhor endereço em São Paulo. Temos segurança, comodidade para estacionar o carro ou ir de bicicleta. A gente vai estimular muito porque a ciclofaixa está aqui na porta. Quem vier de bicicleta pagará meia entrada [o ingresso inteiro custa a partir de R$ 48]. Como os arquitetos estão lidando com a falta de recursos? Estamos fazendo um evento na era da escassez de recursos, como água e luz, então teremos 100% LED. A intenção é monitorar o consumo com LED e comparar a economia se estivéssemos usando lâmpada incandescente. Os jardins terão plantas que pedem pouca água. Com a desaceleração da economia, o que muda no comportamento quando se fala em construir? Talvez a gente viva de uma outra maneira. Tem sempre um ônus, mas creio que esses momentos só nos permitem avançar. Acho que a gente vai ter uma disseminação de construção racional, portanto mais econômica. Qual seria a casa dos sonhos do paulistano hoje? Quando cheguei aqui, a casa dos sonhos estava em Alphaville. Vi amigos mudarem porque tinham filho pequeno. Os filhos começaram a crescer e tinham festa em São Paulo. A casa dos sonhos passou a ser um bom apartamento. Hoje, eu diria que a casa dos sonhos é aquela onde você se reconhece, tem as suas memórias, onde pode reunir os amigos —daí a mania das cozinhas integradas e das salas sem tantos compartimentos.
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Série de longas no canal Curta! documenta declínio da URSS
Voltemos a "Adeus Camaradas" (2011, 16 anos, Curta!, 18h), a reveladora série sobre o fim do socialismo na Europa Oriental. Começa por ser apresentada pela filha de um ocidental que foi para a URSS após o Maio de 68 francês, entusiasmado com o comunismo. A filha não parece muito feliz com a escolha paterna, mas assim é o mundo. A série foca o apogeu e decadência do regime soviético a partir dos anos 1970. O episódio desta quinta-feira (31) traz o momento em que países como Polônia e Hungria se rebelam contra a URSS. "Dois Irmãos" (2010, 14 anos, Arte1, 16h30) trata com suavidade da saga de irmão e irmã, bem idosos e bem diferentes. Os modos de ser, grandezas e mesquinharias da espécie, são observadas com delicadeza por Daniel Burman. Nem por isso seu olhar deixa de ser implacável e acurado: trata-se de um dos mais regulares realizadores argentinos atuais.
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Série de longas no canal Curta! documenta declínio da URSSVoltemos a "Adeus Camaradas" (2011, 16 anos, Curta!, 18h), a reveladora série sobre o fim do socialismo na Europa Oriental. Começa por ser apresentada pela filha de um ocidental que foi para a URSS após o Maio de 68 francês, entusiasmado com o comunismo. A filha não parece muito feliz com a escolha paterna, mas assim é o mundo. A série foca o apogeu e decadência do regime soviético a partir dos anos 1970. O episódio desta quinta-feira (31) traz o momento em que países como Polônia e Hungria se rebelam contra a URSS. "Dois Irmãos" (2010, 14 anos, Arte1, 16h30) trata com suavidade da saga de irmão e irmã, bem idosos e bem diferentes. Os modos de ser, grandezas e mesquinharias da espécie, são observadas com delicadeza por Daniel Burman. Nem por isso seu olhar deixa de ser implacável e acurado: trata-se de um dos mais regulares realizadores argentinos atuais.
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CPI da Petrobras está virando um circo, afirma leitor
A CPI da Petrobras está se transformando num circo: o lobista Julio Faerman estava no Brasil havia vários dias já prestando esclarecimentos ao Ministério Público Federal no Rio e teve de acusar paradeiro após ameaça de prisão (Lobista informa seu paradeiro a CPI após ser ameaçado de prisão, "Poder", 21/5). Agora, com a proposta de exumação de José Janene (CPI cogita exumar corpo de ex-deputado, "Poder", 21/5), completou-se. Para surpresa geral, o declarante do óbito do deputado Janene é nada mais nada menos do que o doleiro-bandido e delator-herói Alberto Youssef. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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CPI da Petrobras está virando um circo, afirma leitorA CPI da Petrobras está se transformando num circo: o lobista Julio Faerman estava no Brasil havia vários dias já prestando esclarecimentos ao Ministério Público Federal no Rio e teve de acusar paradeiro após ameaça de prisão (Lobista informa seu paradeiro a CPI após ser ameaçado de prisão, "Poder", 21/5). Agora, com a proposta de exumação de José Janene (CPI cogita exumar corpo de ex-deputado, "Poder", 21/5), completou-se. Para surpresa geral, o declarante do óbito do deputado Janene é nada mais nada menos do que o doleiro-bandido e delator-herói Alberto Youssef. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Promotor argentino apela de rejeição de juiz à denúncia contra Cristina
O promotor que substituiu Alberto Nisman, morto em janeiro, apresentou nesta quarta-feira (4) recurso para prosseguir na investigação contra a presidente Cristina Kirchner. Gerardo Pollicita tenta levar adiante a denúncia que apura se a presidente ordenou proteger suspeitos iranianos pelo atentado à entidade judaica Amia, em 1994. Em troca, a Argentina teria vantagens comerciais. A Justiça havia rejeitado a denúncia na semana passada, mas Pollicita argumentou que a decisão foi prematura. "A decisão de encerrar a causa imediatamente, sem realizar nenhuma das propostas [para obtenção de provas] requeridas, impede contar com informação essencial", afirmou.
mundo
Promotor argentino apela de rejeição de juiz à denúncia contra CristinaO promotor que substituiu Alberto Nisman, morto em janeiro, apresentou nesta quarta-feira (4) recurso para prosseguir na investigação contra a presidente Cristina Kirchner. Gerardo Pollicita tenta levar adiante a denúncia que apura se a presidente ordenou proteger suspeitos iranianos pelo atentado à entidade judaica Amia, em 1994. Em troca, a Argentina teria vantagens comerciais. A Justiça havia rejeitado a denúncia na semana passada, mas Pollicita argumentou que a decisão foi prematura. "A decisão de encerrar a causa imediatamente, sem realizar nenhuma das propostas [para obtenção de provas] requeridas, impede contar com informação essencial", afirmou.
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Condenado nos EUA por ameaças de bomba, brasileiro se diz arrependido
Desafiado por amigos, o estudante de publicidade Francisco Fernando Cruz, 23, que fazia intercâmbio nos EUA, enviou em 8 de janeiro de 2014 falsas ameaças de bomba por e-mail para a polícia dos EUA e para a TAM. No dia seguinte, foi preso em Miami no mesmo voo da ameaça. Sentenciado a um ano e um dia de prisão, voltou a Sorocaba (SP) no dia 19 com uma lição: "Tenho que levar as coisas mais a sério". * Depoimento... Em junho de 2012, fui para a Universidade do Estado de Nova York. Fiquei por três semestres e trabalhei como "au pair" [babá]. Em janeiro de 2014, já tinha acabado tudo o que tinha para fazer por lá. Na época, fazia parte de um grupo na internet. Propúnhamos desafios entre nós. A princípio, não enviaria os e-mails [com falsa ameaça de bomba], mas acabei mandando para cumprir um desafio. Visitava uma amiga em Montclair [Nova Jersey], e de lá enviei as mensagens, em 8 de janeiro de 2014, de uma universidade. No dia 9, eu sairia de Nova York, meu voo faria conexão em Miami, e eu viria para o Brasil no dia 10. Assim que o avião pousou em Miami, a polícia entrou e pediu para eu acompanhá-la. Sabia o que era, porque não havia nenhum outro motivo. "Você não precisa de um advogado porque a gente já sabe a verdade e tudo vai ficar bem com você. A gente só precisa da sua confissão." Eu então falei tudo para eles. Depois, vi um policial preenchendo um formulário. Falei: "Nossa, eu estou sendo preso?" Disseram que sim. Até entendo o motivo, mas se a ideia é que a pessoa aprenda a não fazer coisas erradas, acho que foi um pouco exagerado. No primeiro dia eu já sabia que não deveria nunca mais fazer aquilo. Na prisão, você é um nada. Fui para D. Ray James [presídio em Folkston, na Geórgia], onde fiquei primeiro numa cela com 60 pessoas, depois com um narcotraficante colombiano, até sair de lá. Conversava bastante com dois brasileiros, presos por fraude em cartões de crédito. Trabalhei como conselheiro para viciados. Era interessante. Nunca tive experiência com drogas e aprendi muito sobre o lado negativo delas. Quase toda semana tinha briga entre gangues. Eram 2.500 pessoas juntas. Pouco após eu sair de lá, todo mundo ficou fechado por quase um mês, pois um jamaicano matou um mexicano. Quando via brigas, eu me afastava. Eu lia muito. Tinham uma biblioteca com 800 livros. Recebi da minha família o "Fall Of Giants" [Queda de Gigantes], do Ken Follett, e toda a saga das "Crônicas de Gelo e Fogo", de "A Guerra dos Tronos" [de George R. R. Martin]. Saí da prisão no dia 21 de novembro por bom comportamento e fui para a imigração, pois seria deportado. Por três meses, fiquei lá esperando, não podia sair. Agora, só posso voltar aos EUA depois de dez anos. Aprendi várias lições. Todos merecem uma segunda chance. Conheci muitas pessoas que não pareciam ser a pior pessoa do mundo para estar onde estavam. E tenho que levar as coisas mais a sério. Sempre fui brincalhão e vou tentar mudar um pouco. Estou pensando se volto para a faculdade ou se me mudo para o Sul. Quero trabalhar com publicidade. O pior, por enquanto, são os comentários. Muitas pessoas estão falando que o que fiz foi muito estúpido, o que foi mesmo, mas estão sendo bem mal-educadas. Alguns amigos também não falam mais comigo, mas não creio que possa existir no futuro nada muito pior do que isso.
cotidiano
Condenado nos EUA por ameaças de bomba, brasileiro se diz arrependidoDesafiado por amigos, o estudante de publicidade Francisco Fernando Cruz, 23, que fazia intercâmbio nos EUA, enviou em 8 de janeiro de 2014 falsas ameaças de bomba por e-mail para a polícia dos EUA e para a TAM. No dia seguinte, foi preso em Miami no mesmo voo da ameaça. Sentenciado a um ano e um dia de prisão, voltou a Sorocaba (SP) no dia 19 com uma lição: "Tenho que levar as coisas mais a sério". * Depoimento... Em junho de 2012, fui para a Universidade do Estado de Nova York. Fiquei por três semestres e trabalhei como "au pair" [babá]. Em janeiro de 2014, já tinha acabado tudo o que tinha para fazer por lá. Na época, fazia parte de um grupo na internet. Propúnhamos desafios entre nós. A princípio, não enviaria os e-mails [com falsa ameaça de bomba], mas acabei mandando para cumprir um desafio. Visitava uma amiga em Montclair [Nova Jersey], e de lá enviei as mensagens, em 8 de janeiro de 2014, de uma universidade. No dia 9, eu sairia de Nova York, meu voo faria conexão em Miami, e eu viria para o Brasil no dia 10. Assim que o avião pousou em Miami, a polícia entrou e pediu para eu acompanhá-la. Sabia o que era, porque não havia nenhum outro motivo. "Você não precisa de um advogado porque a gente já sabe a verdade e tudo vai ficar bem com você. A gente só precisa da sua confissão." Eu então falei tudo para eles. Depois, vi um policial preenchendo um formulário. Falei: "Nossa, eu estou sendo preso?" Disseram que sim. Até entendo o motivo, mas se a ideia é que a pessoa aprenda a não fazer coisas erradas, acho que foi um pouco exagerado. No primeiro dia eu já sabia que não deveria nunca mais fazer aquilo. Na prisão, você é um nada. Fui para D. Ray James [presídio em Folkston, na Geórgia], onde fiquei primeiro numa cela com 60 pessoas, depois com um narcotraficante colombiano, até sair de lá. Conversava bastante com dois brasileiros, presos por fraude em cartões de crédito. Trabalhei como conselheiro para viciados. Era interessante. Nunca tive experiência com drogas e aprendi muito sobre o lado negativo delas. Quase toda semana tinha briga entre gangues. Eram 2.500 pessoas juntas. Pouco após eu sair de lá, todo mundo ficou fechado por quase um mês, pois um jamaicano matou um mexicano. Quando via brigas, eu me afastava. Eu lia muito. Tinham uma biblioteca com 800 livros. Recebi da minha família o "Fall Of Giants" [Queda de Gigantes], do Ken Follett, e toda a saga das "Crônicas de Gelo e Fogo", de "A Guerra dos Tronos" [de George R. R. Martin]. Saí da prisão no dia 21 de novembro por bom comportamento e fui para a imigração, pois seria deportado. Por três meses, fiquei lá esperando, não podia sair. Agora, só posso voltar aos EUA depois de dez anos. Aprendi várias lições. Todos merecem uma segunda chance. Conheci muitas pessoas que não pareciam ser a pior pessoa do mundo para estar onde estavam. E tenho que levar as coisas mais a sério. Sempre fui brincalhão e vou tentar mudar um pouco. Estou pensando se volto para a faculdade ou se me mudo para o Sul. Quero trabalhar com publicidade. O pior, por enquanto, são os comentários. Muitas pessoas estão falando que o que fiz foi muito estúpido, o que foi mesmo, mas estão sendo bem mal-educadas. Alguns amigos também não falam mais comigo, mas não creio que possa existir no futuro nada muito pior do que isso.
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Para FHC, é preciso prestar 'muita atenção' em eleições na Venezuela
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu nesta terça-feira (10) que a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), que enviará uma missão de observadores à Venezuela, preste "muita atenção" nas eleições legislativas de 6 de dezembro. "É preciso prestar muita atenção no que vai acontecer na Venezuela, porque não há um clima de liberdade", disse FHC à Folha, após evento no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo. "A Venezuela não é o Brasil. Aqui nós podemos criticar, somos livres, não temos medo de ser presos. Lá as pessoas estão sendo presas, há uma pressão muito forte do governo", completou o ex-presidente, que tem sido bastante vocal em denunciar a prisão arbitrária do opositor Leopoldo López. No fim de outubro, um dos principais responsáveis pela acusação contra López, o promotor Franklin Nieves denunciou suposta manipulação no julgamento do opositor. López foi condenado a quase 14 anos de prisão sob pretexto de incentivar protestos violentos. FHC disse que o Brasil, especialmente, precisa ser minucioso na missão de observação. "O Brasil tem que ser claro em dizer o que está certo e o que está errado. O Brasil tem que defender os direitos humanos na Venezuela e a democracia", afirmou. Mesmo antes de ter sido formada, a missão já havia gerado um imbróglio diplomático entre Brasília e Caracas. Isso porque, diante de uma resistência do governo de Nicolás Maduro ao nome do ex-ministro Nelson Jobim para chefiar a missão -e de um atraso que comprometeu o trabalho dos observadores–, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou que não participaria da missão da Unasul. Agora, o Itamaraty tem sondado juízes e técnicos que já passaram pelo TSE que aceitariam participar da missão. Cada país pode enviar até quatro representantes.
mundo
Para FHC, é preciso prestar 'muita atenção' em eleições na VenezuelaO ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu nesta terça-feira (10) que a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), que enviará uma missão de observadores à Venezuela, preste "muita atenção" nas eleições legislativas de 6 de dezembro. "É preciso prestar muita atenção no que vai acontecer na Venezuela, porque não há um clima de liberdade", disse FHC à Folha, após evento no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo. "A Venezuela não é o Brasil. Aqui nós podemos criticar, somos livres, não temos medo de ser presos. Lá as pessoas estão sendo presas, há uma pressão muito forte do governo", completou o ex-presidente, que tem sido bastante vocal em denunciar a prisão arbitrária do opositor Leopoldo López. No fim de outubro, um dos principais responsáveis pela acusação contra López, o promotor Franklin Nieves denunciou suposta manipulação no julgamento do opositor. López foi condenado a quase 14 anos de prisão sob pretexto de incentivar protestos violentos. FHC disse que o Brasil, especialmente, precisa ser minucioso na missão de observação. "O Brasil tem que ser claro em dizer o que está certo e o que está errado. O Brasil tem que defender os direitos humanos na Venezuela e a democracia", afirmou. Mesmo antes de ter sido formada, a missão já havia gerado um imbróglio diplomático entre Brasília e Caracas. Isso porque, diante de uma resistência do governo de Nicolás Maduro ao nome do ex-ministro Nelson Jobim para chefiar a missão -e de um atraso que comprometeu o trabalho dos observadores–, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou que não participaria da missão da Unasul. Agora, o Itamaraty tem sondado juízes e técnicos que já passaram pelo TSE que aceitariam participar da missão. Cada país pode enviar até quatro representantes.
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Ator e diretor fica 'cego' durante peça de Samuel Beckett
"O fim está no começo e no entanto continua-se", afirma Hamm, personagem da peça "Fim de Partida", de Samuel Beckett (1906-1989). A frase indica a sensação que permeia os acontecimentos (ou não acontecimentos) do texto escrito nos anos 1950 –o título em inglês ("Endgame") faz alusão à última parte do jogo de xadrez, quando restam poucas peças. Numa espécie de abrigo à beira-mar, Hamm, Clov, Nell e Nagg convivem com uma finitude iminente, anunciada não apenas pelo esgotamento das coisas materiais, mas também pela decrepitude de seus próprios corpos: Hamm é cego e paralítico, Clov não pode se sentar e Nell e Nagg, pais de Hamm, estão mutilados dentro de dois latões. Nesse contexto apocalíptico, os quatro personagens se entregam a hábitos, por vezes tediosos e vividos em meio a diálogos irônicos, cuja função é apenas matar o tempo. "É como um disco que gira em falso no mesmo lugar, riscando sempre no mesmo ponto", explica o diretor Eric Lenate, que nesta semana leva ao auditório do Sesc Pinheiros sua montagem da obra do dramaturgo irlandês. Encenada pela primeira vez em 2015 em duas apresentações no Festival da Cultura Inglesa, a peça volta com novo elenco: Miriam Rinaldi é Nell e Lenate interpreta Hamm (antes papéis de Clara Carvalho e de Marcos de Andrade). Rubens Caribé e Ricardo Grasson seguem como Clov e Nagg. É a primeira vez em que Lenate, longe dos palcos como ator há três anos, atua em uma peça da qual é diretor. Para interpretar Hamm, ele usa uma lente de contato que lhe tira a visão. "Fico à mercê do Caribé, o que torna nossa relação mais intensa", diz. Apesar da mudança no elenco, a encenação permanece a mesma, apostando mais em um jogo rápido, por vezes cômico, entre os personagens, do que em momentos contemplativos e silenciosos. "Sem perder os raciocínios interrompidos subitamente e as mudanças abismais de assunto, elementos típicos de Beckett, conseguimos outros ritmos", afirma Lenate. Para o ator Ricardo Grasson, "Beckett é sempre atual porque trata de sensações latentes do ser humano. Fala do fim, do recomeço e da busca pela eternidade." * FIM DE PARTIDA QUANDO qui. a sáb., às 20h30; até 2/7 ONDE Sesc Pinheiros, r. Paes Leme, 195, tel. (11) 3095-9400 QUANTO R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Ator e diretor fica 'cego' durante peça de Samuel Beckett"O fim está no começo e no entanto continua-se", afirma Hamm, personagem da peça "Fim de Partida", de Samuel Beckett (1906-1989). A frase indica a sensação que permeia os acontecimentos (ou não acontecimentos) do texto escrito nos anos 1950 –o título em inglês ("Endgame") faz alusão à última parte do jogo de xadrez, quando restam poucas peças. Numa espécie de abrigo à beira-mar, Hamm, Clov, Nell e Nagg convivem com uma finitude iminente, anunciada não apenas pelo esgotamento das coisas materiais, mas também pela decrepitude de seus próprios corpos: Hamm é cego e paralítico, Clov não pode se sentar e Nell e Nagg, pais de Hamm, estão mutilados dentro de dois latões. Nesse contexto apocalíptico, os quatro personagens se entregam a hábitos, por vezes tediosos e vividos em meio a diálogos irônicos, cuja função é apenas matar o tempo. "É como um disco que gira em falso no mesmo lugar, riscando sempre no mesmo ponto", explica o diretor Eric Lenate, que nesta semana leva ao auditório do Sesc Pinheiros sua montagem da obra do dramaturgo irlandês. Encenada pela primeira vez em 2015 em duas apresentações no Festival da Cultura Inglesa, a peça volta com novo elenco: Miriam Rinaldi é Nell e Lenate interpreta Hamm (antes papéis de Clara Carvalho e de Marcos de Andrade). Rubens Caribé e Ricardo Grasson seguem como Clov e Nagg. É a primeira vez em que Lenate, longe dos palcos como ator há três anos, atua em uma peça da qual é diretor. Para interpretar Hamm, ele usa uma lente de contato que lhe tira a visão. "Fico à mercê do Caribé, o que torna nossa relação mais intensa", diz. Apesar da mudança no elenco, a encenação permanece a mesma, apostando mais em um jogo rápido, por vezes cômico, entre os personagens, do que em momentos contemplativos e silenciosos. "Sem perder os raciocínios interrompidos subitamente e as mudanças abismais de assunto, elementos típicos de Beckett, conseguimos outros ritmos", afirma Lenate. Para o ator Ricardo Grasson, "Beckett é sempre atual porque trata de sensações latentes do ser humano. Fala do fim, do recomeço e da busca pela eternidade." * FIM DE PARTIDA QUANDO qui. a sáb., às 20h30; até 2/7 ONDE Sesc Pinheiros, r. Paes Leme, 195, tel. (11) 3095-9400 QUANTO R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Novas descobertas mudam visão sobre ligação entre dinossauros e aves
Em uma prévia da exposição "Dinosaurs Among Us" (Dinossauros entre nós) no novo Museu Americano de História Natural, em Nova York, os cientistas agradeceram ao homem que propôs, em 1860, que os dinossauros na verdade nunca desapareceram da Terra. A maioria foi extinta, mas seu legado evolucionário ainda está entre nós. Nas aves, em todas as 18 mil espécies. Enquanto o livro dos livros de Charles Darwin, "A Origem das Espécies", ainda estava sendo impresso em 1859, Thomas Henry Huxley, professor de Paleontologia e História Natural em Londres, escreveu uma crítica favorável e se converteu à teoria de Darwin. Em um debate no ano seguinte, Huxley levou a melhor sobre o bispo de Oxford e ficou conhecido depois disso como o cão de guarda de Darwin. Ele também foi o primeiro em uma longa lista dos Huxley a se distinguir nas ciências e nas artes. Poucos anos depois, Huxley listou o Archaeopteryx, um espécime fóssil encontrado em uma pedreira de calcário da Baviera, em sua defesa de Darwin. Huxley ficou impressionado pelas várias características de réptil da espécie; mas se não fosse uma pena no fóssil, ele provavelmente teria sido identificado erroneamente como um réptil. Em um relatório de 1867, Huxley estabeleceu o relacionamento evolucionário entre pássaros e répteis, citando 14 características anatômicas que aparecem nas duas espécies, mas não nos mamíferos. O Archaeopteryx era um daqueles "elos perdidos" dos registros fósseis que preocupavam Darwin por serem os pontos fracos de sua teoria da evolução. Huxley chama a atenção para as penas e o osso esterno dessa ave precoce e para a longa cauda óssea de réptil. Ela foi uma espécie em transição. Por que demorou tanto tempo para se reconhecer que Huxley podia muito bem estar certo sobre a origem dos pássaros ser algum dinossauro terópode carnívoro? Mark A. Norell, presidente da divisão de Paleontologia do Museu Americano e curador da exposição, é há tempos um defensor ferrenho da ligação entre dinossauros e aves. Uma grande quantidade de provas acumuladas nas últimas duas décadas, especialmente os vários dinossauros com penas encontrados na China, levaram os paleontologistas a organizar a exposição como uma espécie de reconhecimento de vitória. "Acho que isso realmente vai mexer com a forma como as pessoas pensam nos dinossauros", afirma Norell. A maioria dos ornitólogos, apesar de ainda não estar completamente decidida, parou de levantar objeções gerais sobre a ligação dos dinossauros com as aves. Eles parecem não ter condições de conceber uma explicação alternativa para essas provas recolhidas, explicam os paleontologistas. A própria evolução lenta da prática de paleontologia foi outra razão para o atraso no reconhecimento da visão de Huxley. Pelo resto do século XIX e a primeira metade do XX, o grande objetivo da caça aos fósseis era encontrar os dinossauros maiores e mais bizarros que levassem as pessoas aos museus. Expedições para terras remotas expandiram a procura para quase todos os continentes, acumulando esqueletos mais rapidamente do que poderiam ser analisados em profundidade. Roy Chapman Andrews do Museu Americano se tornou um Indiana Jones da vida real nos anos 1920, trazendo de volta do Deserto de Gobi, na Mongólia, uma variedade de novas espécies de dinossauros e o primeiro ovo. Se ele tivesse encontrado dinossauros com penas aqui e ali, segundo os paleontologistas, a ligação entre os dinossauros e as aves poderia ter sido reconhecida muito antes. Mas isso só aconteceu no final do século passado. Nessa época, o campo de trabalho de caça aos fósseis continuava importante, mas apenas como o primeiro passo nas descobertas. Por exemplo, em 1964, John H. Ostrom, da Universidade de Yale, viu uma garra de pássaro saindo do chão em Montana. Ele batizou o dinossauro de Deinonico, ou "garra terrível". Mas esse fato fez Ostrom recordar da visão evolucionária de Huxley, levando-o a ligar as aves a novas gerações de pesquisas sobre os dinossauros. Nas últimas duas ou três décadas, disciplinas de Biologia se uniram aos estudos dos dinossauros, aplicando ferramentas capazes de transcender as terríveis limitações de crânios e ossos fossilizados. Os geólogos já haviam dominado o campo, conta Norell, mas "agora muitos de nós podiam ser chamados de paleobiólogos". Além disso, milhares de fósseis com impressões de penas foram descobertos na província de Lianing no nordeste da China nos últimos 15 anos, explica Norell. As aves são as únicas criaturas vivas com penas nos dias de hoje, mas 150 milhões de anos atrás, pássaros precoces e dinossauros de todos os tipos e tamanhos tinham penas, não necessariamente para voar. Segundo os pesquisadores do museu, elas são uma das coberturas de pele mais úteis que já evoluíram, servindo para o isolamento e a exposição para acasalamento, para planar e voar. Paul C. Sereno, paleontologista da Universidade de Chicago, analisou muitos dos fósseis chineses recentes de animais que viveram mais de 100 milhões de anos atrás e que foram encontrados nos sedimentos do fundo de um lago. "Huxley foi um anatomista brilhante. Alguns dos primeiros pássaros encontrados na China se parecem muito com o Archaeopteryx. Desta vez, a transição ave-dinossauro se tornou ascendente", afirma Sereno. Como é possível não gostar da evolução se ela realmente demonstrar que os poucos dinossauros sobreviventes se transformaram em pássaros? Os dinossauros monstruosos podem atrair os alunos da primeira série, que adoram sentir medo a uma distância segura no tempo. Eles também podem se sentir confortáveis por saber os hábitos de alimentação (carnívoros e herbívoros) de dinossauros "" que os adultos que conhecem tudo não conseguem nem pronunciar o nome. É necessária alguma outra razão para o fascínio sobre esses estranhos e poderosos animais quando você é pequeno em um mundo grande? Da minha varanda no campo, ouço os corvos grasnando no alto das árvores. Corvos são espertos, inteligentes o suficiente para abrir latas de lixo na estrada, se os guaxinins não tiverem chegado lá primeiro "" o que pode explica o grasnar. Alguns pássaros, como as gralhas azuis, parecem gostar de perseguir os chapins e os pardais no alimentador. Melhor ouvir a implicância das gralhas ou os cardeais cantando do que ter um aterrorizante T. rex espiando pela janela do quarto de cima ao romper do dia, pronto para o café da manhã.
ciencia
Novas descobertas mudam visão sobre ligação entre dinossauros e avesEm uma prévia da exposição "Dinosaurs Among Us" (Dinossauros entre nós) no novo Museu Americano de História Natural, em Nova York, os cientistas agradeceram ao homem que propôs, em 1860, que os dinossauros na verdade nunca desapareceram da Terra. A maioria foi extinta, mas seu legado evolucionário ainda está entre nós. Nas aves, em todas as 18 mil espécies. Enquanto o livro dos livros de Charles Darwin, "A Origem das Espécies", ainda estava sendo impresso em 1859, Thomas Henry Huxley, professor de Paleontologia e História Natural em Londres, escreveu uma crítica favorável e se converteu à teoria de Darwin. Em um debate no ano seguinte, Huxley levou a melhor sobre o bispo de Oxford e ficou conhecido depois disso como o cão de guarda de Darwin. Ele também foi o primeiro em uma longa lista dos Huxley a se distinguir nas ciências e nas artes. Poucos anos depois, Huxley listou o Archaeopteryx, um espécime fóssil encontrado em uma pedreira de calcário da Baviera, em sua defesa de Darwin. Huxley ficou impressionado pelas várias características de réptil da espécie; mas se não fosse uma pena no fóssil, ele provavelmente teria sido identificado erroneamente como um réptil. Em um relatório de 1867, Huxley estabeleceu o relacionamento evolucionário entre pássaros e répteis, citando 14 características anatômicas que aparecem nas duas espécies, mas não nos mamíferos. O Archaeopteryx era um daqueles "elos perdidos" dos registros fósseis que preocupavam Darwin por serem os pontos fracos de sua teoria da evolução. Huxley chama a atenção para as penas e o osso esterno dessa ave precoce e para a longa cauda óssea de réptil. Ela foi uma espécie em transição. Por que demorou tanto tempo para se reconhecer que Huxley podia muito bem estar certo sobre a origem dos pássaros ser algum dinossauro terópode carnívoro? Mark A. Norell, presidente da divisão de Paleontologia do Museu Americano e curador da exposição, é há tempos um defensor ferrenho da ligação entre dinossauros e aves. Uma grande quantidade de provas acumuladas nas últimas duas décadas, especialmente os vários dinossauros com penas encontrados na China, levaram os paleontologistas a organizar a exposição como uma espécie de reconhecimento de vitória. "Acho que isso realmente vai mexer com a forma como as pessoas pensam nos dinossauros", afirma Norell. A maioria dos ornitólogos, apesar de ainda não estar completamente decidida, parou de levantar objeções gerais sobre a ligação dos dinossauros com as aves. Eles parecem não ter condições de conceber uma explicação alternativa para essas provas recolhidas, explicam os paleontologistas. A própria evolução lenta da prática de paleontologia foi outra razão para o atraso no reconhecimento da visão de Huxley. Pelo resto do século XIX e a primeira metade do XX, o grande objetivo da caça aos fósseis era encontrar os dinossauros maiores e mais bizarros que levassem as pessoas aos museus. Expedições para terras remotas expandiram a procura para quase todos os continentes, acumulando esqueletos mais rapidamente do que poderiam ser analisados em profundidade. Roy Chapman Andrews do Museu Americano se tornou um Indiana Jones da vida real nos anos 1920, trazendo de volta do Deserto de Gobi, na Mongólia, uma variedade de novas espécies de dinossauros e o primeiro ovo. Se ele tivesse encontrado dinossauros com penas aqui e ali, segundo os paleontologistas, a ligação entre os dinossauros e as aves poderia ter sido reconhecida muito antes. Mas isso só aconteceu no final do século passado. Nessa época, o campo de trabalho de caça aos fósseis continuava importante, mas apenas como o primeiro passo nas descobertas. Por exemplo, em 1964, John H. Ostrom, da Universidade de Yale, viu uma garra de pássaro saindo do chão em Montana. Ele batizou o dinossauro de Deinonico, ou "garra terrível". Mas esse fato fez Ostrom recordar da visão evolucionária de Huxley, levando-o a ligar as aves a novas gerações de pesquisas sobre os dinossauros. Nas últimas duas ou três décadas, disciplinas de Biologia se uniram aos estudos dos dinossauros, aplicando ferramentas capazes de transcender as terríveis limitações de crânios e ossos fossilizados. Os geólogos já haviam dominado o campo, conta Norell, mas "agora muitos de nós podiam ser chamados de paleobiólogos". Além disso, milhares de fósseis com impressões de penas foram descobertos na província de Lianing no nordeste da China nos últimos 15 anos, explica Norell. As aves são as únicas criaturas vivas com penas nos dias de hoje, mas 150 milhões de anos atrás, pássaros precoces e dinossauros de todos os tipos e tamanhos tinham penas, não necessariamente para voar. Segundo os pesquisadores do museu, elas são uma das coberturas de pele mais úteis que já evoluíram, servindo para o isolamento e a exposição para acasalamento, para planar e voar. Paul C. Sereno, paleontologista da Universidade de Chicago, analisou muitos dos fósseis chineses recentes de animais que viveram mais de 100 milhões de anos atrás e que foram encontrados nos sedimentos do fundo de um lago. "Huxley foi um anatomista brilhante. Alguns dos primeiros pássaros encontrados na China se parecem muito com o Archaeopteryx. Desta vez, a transição ave-dinossauro se tornou ascendente", afirma Sereno. Como é possível não gostar da evolução se ela realmente demonstrar que os poucos dinossauros sobreviventes se transformaram em pássaros? Os dinossauros monstruosos podem atrair os alunos da primeira série, que adoram sentir medo a uma distância segura no tempo. Eles também podem se sentir confortáveis por saber os hábitos de alimentação (carnívoros e herbívoros) de dinossauros "" que os adultos que conhecem tudo não conseguem nem pronunciar o nome. É necessária alguma outra razão para o fascínio sobre esses estranhos e poderosos animais quando você é pequeno em um mundo grande? Da minha varanda no campo, ouço os corvos grasnando no alto das árvores. Corvos são espertos, inteligentes o suficiente para abrir latas de lixo na estrada, se os guaxinins não tiverem chegado lá primeiro "" o que pode explica o grasnar. Alguns pássaros, como as gralhas azuis, parecem gostar de perseguir os chapins e os pardais no alimentador. Melhor ouvir a implicância das gralhas ou os cardeais cantando do que ter um aterrorizante T. rex espiando pela janela do quarto de cima ao romper do dia, pronto para o café da manhã.
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Travestis e transexuais poderão usar o nome social em escolas e cursos
A partir desta quinta-feira (12), transexuais e travestis poderão exigir o uso do nome social em estabelecimentos e redes de ensino de todo o país. Uma resolução do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoções dos Direitos LGBT publicada no "Diário Oficial" da União nesta quinta determina regras para o registro e convivência em escolas de todos os níveis e modalidades. De acordo com a resolução, todos os documentos, formulários e sistemas de informações das instituições deverão registrar o nome social informado pela pessoa e todos deverão ser chamados oralmente pelo nome escolhido. Estudantes adolescentes menores de 18 anos poderão utilizar o nome social sem ter que apresentar uma autorização de seus responsáveis. Até então, o reconhecimento do nome social de travestis e transexuais dependia da iniciativa das escolas e universidades. Também havia resoluções em alguns Estados. Agora, a medida passa a valer em todo o país. BANHEIROS A resolução determina ainda que seja garantido o uso de banheiros, vestiários e áreas do tipo de acordo com a identidade de gênero de cada um. No caso de a instituição exigir o uso de uniforme, o estudante poderá escolher qual tipo quer usar. Uma outra resolução, também publicada no "Diário Oficial" nesta quinta, determina que os boletins de ocorrência emitidos pelas autoridades policiais de todo o país devem passar a incluir campos para o preenchimento de dados de orientação sexual, identidade de gênero e nome social nos documentos. A resolução diz ainda que a orientação sexual deverá ser autodeclarada e deve ser registrada no momento do preenchimento do boletim de ocorrência. EVASÃO ESCOLAR As medidas eram uma reivindicação antiga de entidades de defesa dos direitos de travestis e transexuais. E também alvo de polêmica. "Às vezes, para diminuir o conflito, os diretores criavam um terceiro banheiro, o que não resolvia o problema e aumentava o preconceito. Defendemos que precisa ser conforme a identificação: se você se identifica como homem, deve usar o banheiro masculino, se identifica como mulher, usa o feminino. Se hoje criam um terceiro banheiro, amanhã criam uma terceira escola", afirma Carlos Magno, presidente da ABGLT (associação brasileira de gays, lésbicas, travestis e transexuais). Para Magno, as medidas podem ajudar a reduzir os casos de evasão escolar. "Mais do que conseguir vaga para as travestis e transexuais nas escolas e universidades, é importante manter essas pessoas. Sabemos que muitas abandonam por conta da discriminação", afirma. Segundo Keila Simpson, da Antra, associação que representa travestis e transexuais, a medida também deve ajudar a trazer dados sobre os casos de violência, hoje subnotificados. "Hoje, não temos um número real. Com isso, vamos ter o que ocorreu de crimes [contra LGBTs] em todo o Brasil", diz ela, que ajudou a preparar a resolução. Keila afirma ainda que irá pedir apoio do Conselho Nacional de Educação para garantir que as medidas sejam respeitadas pelas escolas. "Sabemos que vamos encontrar resistência", diz. * Estudantes travestis adotam novo nome em escolas de SP Veja vídeo
cotidiano
Travestis e transexuais poderão usar o nome social em escolas e cursosA partir desta quinta-feira (12), transexuais e travestis poderão exigir o uso do nome social em estabelecimentos e redes de ensino de todo o país. Uma resolução do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoções dos Direitos LGBT publicada no "Diário Oficial" da União nesta quinta determina regras para o registro e convivência em escolas de todos os níveis e modalidades. De acordo com a resolução, todos os documentos, formulários e sistemas de informações das instituições deverão registrar o nome social informado pela pessoa e todos deverão ser chamados oralmente pelo nome escolhido. Estudantes adolescentes menores de 18 anos poderão utilizar o nome social sem ter que apresentar uma autorização de seus responsáveis. Até então, o reconhecimento do nome social de travestis e transexuais dependia da iniciativa das escolas e universidades. Também havia resoluções em alguns Estados. Agora, a medida passa a valer em todo o país. BANHEIROS A resolução determina ainda que seja garantido o uso de banheiros, vestiários e áreas do tipo de acordo com a identidade de gênero de cada um. No caso de a instituição exigir o uso de uniforme, o estudante poderá escolher qual tipo quer usar. Uma outra resolução, também publicada no "Diário Oficial" nesta quinta, determina que os boletins de ocorrência emitidos pelas autoridades policiais de todo o país devem passar a incluir campos para o preenchimento de dados de orientação sexual, identidade de gênero e nome social nos documentos. A resolução diz ainda que a orientação sexual deverá ser autodeclarada e deve ser registrada no momento do preenchimento do boletim de ocorrência. EVASÃO ESCOLAR As medidas eram uma reivindicação antiga de entidades de defesa dos direitos de travestis e transexuais. E também alvo de polêmica. "Às vezes, para diminuir o conflito, os diretores criavam um terceiro banheiro, o que não resolvia o problema e aumentava o preconceito. Defendemos que precisa ser conforme a identificação: se você se identifica como homem, deve usar o banheiro masculino, se identifica como mulher, usa o feminino. Se hoje criam um terceiro banheiro, amanhã criam uma terceira escola", afirma Carlos Magno, presidente da ABGLT (associação brasileira de gays, lésbicas, travestis e transexuais). Para Magno, as medidas podem ajudar a reduzir os casos de evasão escolar. "Mais do que conseguir vaga para as travestis e transexuais nas escolas e universidades, é importante manter essas pessoas. Sabemos que muitas abandonam por conta da discriminação", afirma. Segundo Keila Simpson, da Antra, associação que representa travestis e transexuais, a medida também deve ajudar a trazer dados sobre os casos de violência, hoje subnotificados. "Hoje, não temos um número real. Com isso, vamos ter o que ocorreu de crimes [contra LGBTs] em todo o Brasil", diz ela, que ajudou a preparar a resolução. Keila afirma ainda que irá pedir apoio do Conselho Nacional de Educação para garantir que as medidas sejam respeitadas pelas escolas. "Sabemos que vamos encontrar resistência", diz. * Estudantes travestis adotam novo nome em escolas de SP Veja vídeo
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Do otimismo exagerado, chegamos à segunda rodada com dúvidas
Neymar foi o campeão de passes errados e perdas de bola no campo ofensivo. A falta de ritmo de jogo, seu período de pré-temporada acontecer em plena competição, tem a ver com o mau futebol das duas partidas olímpicas, contra Japão e África do Sul. Mas a soma dos números recentes pela seleção com a superexposição de suas férias tornam inevitável pensar se o declínio tem a ver com o abuso. Só ele pode responder. Do otimismo exagerado de quem disse que o Brasil é favorito, e se não ganhar a medalha de ouro será fiasco, chegamos à segunda rodada com dúvidas sobre a seleção e o momento de Neymar. Somos bipolares. Há um mês, após a eliminação na fase de grupos da Copa América, caímos na vala comum do diagnóstico da geração sem craques. Por duas semanas, o discurso de Rogério Micale transformou-o no namoradinho do Brasil, pela tentativa de revigorar o estilo mais encantador que vimos nas seleções do passado. A culpa da má estreia nem é da falta de talento, nem da pré-temporada de Neymar. A preparação com três técnicos diferentes e quatro estreantes no sábado passado, contra o Japão, evidencia que não há um time montado. A expectativa é a mãe da frustração. O Brasil viajou para Brasília como se já tivesse conquistado a medalha de ouro. Tem um torneio para jogar e um time para se montar. Renato Augusto e Felipe Anderson jogavam a 25 metros de distância dos três atacantes. Um divórcio impressionante entre os setores. Melhorou quando Luan substituiu Felipe. Nos últimos 20 minutos, a qualidade aumentou, mas o período foi coincidente com a expulsão do volante Mvala. O Brasil jogou 35 minutos com um homem a mais e nem assim conseguiu fazer o gol. Salvaram-se Luan, Douglas Santos, Thiago Maia e Gabriel. Péssimo foi Gabriel Jesus, autor do chute na trave quando a rede estava escancarada. Luan pede passagem, mas é difícil dizer que é a hora de colocá-lo como titular. Primeiro porque o Iraque, adversário de domingo, não será parâmetro para entender o nível da evolução. Situação semelhante à da Copa América, quando a goleada sobre o Haiti impediu a percepção exata do risco contra o Peru. A crise das seleções brasileiras exige lembrar que só se forma time forte com sequência de treinos. Mas continuamos entusiasmados com jogadas individuais de jogadores promissores, como se já formassem um time sem igual. Os rivais estão desfalcados, mas o Brasil também. Dos amistosos preparatórios, não vieram o goleiro Éderson, o lateral Fabinho, a CBF pensava em ter Willian, pensou em ter Thiago Silva. Nenhum deles foi liberado. Portugal fez uma lista de 35 pré-convocados e só conseguiu liberar 11 deles. A Argentina perdeu Icardi e Dybala, mas trouxe ao Rio Correa, do Atlético de Madri, Calleri, ex-São Paulo, e Lo Celso, de excelente participação na Libertadores pelo Rosario Central. O Brasil frustrou na estreia, mas pode ganhar o ouro. Para isso, precisa aproveitar cada treino. A medalha sonhada só chegará se nas próximas duas semanas os bons jogadores se transformarem em uma equipe.
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Do otimismo exagerado, chegamos à segunda rodada com dúvidasNeymar foi o campeão de passes errados e perdas de bola no campo ofensivo. A falta de ritmo de jogo, seu período de pré-temporada acontecer em plena competição, tem a ver com o mau futebol das duas partidas olímpicas, contra Japão e África do Sul. Mas a soma dos números recentes pela seleção com a superexposição de suas férias tornam inevitável pensar se o declínio tem a ver com o abuso. Só ele pode responder. Do otimismo exagerado de quem disse que o Brasil é favorito, e se não ganhar a medalha de ouro será fiasco, chegamos à segunda rodada com dúvidas sobre a seleção e o momento de Neymar. Somos bipolares. Há um mês, após a eliminação na fase de grupos da Copa América, caímos na vala comum do diagnóstico da geração sem craques. Por duas semanas, o discurso de Rogério Micale transformou-o no namoradinho do Brasil, pela tentativa de revigorar o estilo mais encantador que vimos nas seleções do passado. A culpa da má estreia nem é da falta de talento, nem da pré-temporada de Neymar. A preparação com três técnicos diferentes e quatro estreantes no sábado passado, contra o Japão, evidencia que não há um time montado. A expectativa é a mãe da frustração. O Brasil viajou para Brasília como se já tivesse conquistado a medalha de ouro. Tem um torneio para jogar e um time para se montar. Renato Augusto e Felipe Anderson jogavam a 25 metros de distância dos três atacantes. Um divórcio impressionante entre os setores. Melhorou quando Luan substituiu Felipe. Nos últimos 20 minutos, a qualidade aumentou, mas o período foi coincidente com a expulsão do volante Mvala. O Brasil jogou 35 minutos com um homem a mais e nem assim conseguiu fazer o gol. Salvaram-se Luan, Douglas Santos, Thiago Maia e Gabriel. Péssimo foi Gabriel Jesus, autor do chute na trave quando a rede estava escancarada. Luan pede passagem, mas é difícil dizer que é a hora de colocá-lo como titular. Primeiro porque o Iraque, adversário de domingo, não será parâmetro para entender o nível da evolução. Situação semelhante à da Copa América, quando a goleada sobre o Haiti impediu a percepção exata do risco contra o Peru. A crise das seleções brasileiras exige lembrar que só se forma time forte com sequência de treinos. Mas continuamos entusiasmados com jogadas individuais de jogadores promissores, como se já formassem um time sem igual. Os rivais estão desfalcados, mas o Brasil também. Dos amistosos preparatórios, não vieram o goleiro Éderson, o lateral Fabinho, a CBF pensava em ter Willian, pensou em ter Thiago Silva. Nenhum deles foi liberado. Portugal fez uma lista de 35 pré-convocados e só conseguiu liberar 11 deles. A Argentina perdeu Icardi e Dybala, mas trouxe ao Rio Correa, do Atlético de Madri, Calleri, ex-São Paulo, e Lo Celso, de excelente participação na Libertadores pelo Rosario Central. O Brasil frustrou na estreia, mas pode ganhar o ouro. Para isso, precisa aproveitar cada treino. A medalha sonhada só chegará se nas próximas duas semanas os bons jogadores se transformarem em uma equipe.
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Ueba! Lava Jato vira Lava Rabo!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! A situação tá crítica: o Eike faliu, o Zé Rico morreu e a Sabesp chama falta d'água de "penúria hídrica". E a lista do Janot? A lista do Dunga! Parece a lista do Dunga, o maior suspense e na hora agá são os mesmos. Já tem dois envolvidos: Renan Escadalheiros e o Cunha. O Cunha ainda não tem apelido! Preciso de uma alcunha pro Cunha! É tanta gente que a Lava Jato devia se chamar Lava Jumbo! Aliás, o tuiteiro Sandro Cão disse que a Lava Jato devia se chamar Lava Rabo, o que tem de político todo cagado! Rarará! O Bolão do Janot! E o PSDB? Tem tucano envolvido? Tem, dois mortos. Tucano vivo não rouba! Só morto! Rarará! E o Renan Escandalheiros é hors concours: está em todas as listas! Já está incluído automaticamente! E o PMDB? PMDB quer dizer Partido que Manda na Dilma e no Brasil! E a Dilma não jantou com o PMDB, foi jantada! E o prato principal foi: SAPO! A Granda Chefa Toura Sentada engoliu uns 20 sapos. E o "Sensacionalista" disse que confundiram o Michel Temer com o maître. Rarará! Ele tem cara de maître de restaurante chique. Maître do Fasano! Rarará! Maître de filme de terror: "Diiiilma, tooma deeesse viiinho". E morrerás mais cedo! Rarará! E o PMDB é igual ao Halloween: se não ganharem doce, eles aprontam uma travessura! Rarará! PMDB: Pomos a Mão no Dinheiro do Brasil! PMDB: Pegamos Ministério de Baciada! Rarará! Devia mudar de nome pra PQDB: Partido Quenga do Brasil! Rarará. É mole? É mole mas sobe! Os Predestinados! Mais dois para a minha série Os Predestinados! Direto de Goiânia, o dentista: Evidente Diniz! Doutor Evidente, meus dentes vão ficar lindos? Evidente! Doutor, a minha dentadura vai ficar boa? EVIDENTES! Rarará! E tem uma juíza gaúcha chamada Clara Sentença! Essa devia ser a padroeira dos juízes, que não estão muito claros nas sentenças. Rarará. Nóis sofre mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Ueba! Lava Jato vira Lava Rabo!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! A situação tá crítica: o Eike faliu, o Zé Rico morreu e a Sabesp chama falta d'água de "penúria hídrica". E a lista do Janot? A lista do Dunga! Parece a lista do Dunga, o maior suspense e na hora agá são os mesmos. Já tem dois envolvidos: Renan Escadalheiros e o Cunha. O Cunha ainda não tem apelido! Preciso de uma alcunha pro Cunha! É tanta gente que a Lava Jato devia se chamar Lava Jumbo! Aliás, o tuiteiro Sandro Cão disse que a Lava Jato devia se chamar Lava Rabo, o que tem de político todo cagado! Rarará! O Bolão do Janot! E o PSDB? Tem tucano envolvido? Tem, dois mortos. Tucano vivo não rouba! Só morto! Rarará! E o Renan Escandalheiros é hors concours: está em todas as listas! Já está incluído automaticamente! E o PMDB? PMDB quer dizer Partido que Manda na Dilma e no Brasil! E a Dilma não jantou com o PMDB, foi jantada! E o prato principal foi: SAPO! A Granda Chefa Toura Sentada engoliu uns 20 sapos. E o "Sensacionalista" disse que confundiram o Michel Temer com o maître. Rarará! Ele tem cara de maître de restaurante chique. Maître do Fasano! Rarará! Maître de filme de terror: "Diiiilma, tooma deeesse viiinho". E morrerás mais cedo! Rarará! E o PMDB é igual ao Halloween: se não ganharem doce, eles aprontam uma travessura! Rarará! PMDB: Pomos a Mão no Dinheiro do Brasil! PMDB: Pegamos Ministério de Baciada! Rarará! Devia mudar de nome pra PQDB: Partido Quenga do Brasil! Rarará. É mole? É mole mas sobe! Os Predestinados! Mais dois para a minha série Os Predestinados! Direto de Goiânia, o dentista: Evidente Diniz! Doutor Evidente, meus dentes vão ficar lindos? Evidente! Doutor, a minha dentadura vai ficar boa? EVIDENTES! Rarará! E tem uma juíza gaúcha chamada Clara Sentença! Essa devia ser a padroeira dos juízes, que não estão muito claros nas sentenças. Rarará. Nóis sofre mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Pavilhão tem seleção acertada, mas erra ao fetichizar experiência negra
Uma sensação incômoda atravessa o pavilhão brasileiro nesta Bienal de Arquitetura de Veneza. Logo na entrada, fotografias nas paredes traçam um paralelo entre a marcha das Diretas Já e as manifestações que varreram o país em junho de três anos atrás. Também está ali a comparação da Casa da Flor, obra que Gabriel Joaquim dos Santos construiu amalgamando detritos e objetos aleatórios à estrutura de sua casa em São Pedro da Aldeia, no Rio de Janeiro, e a mansão que Lina Bo Bardi desenhou para a amiga Valéria Cirell, em São Paulo. Retalhos de tecido translúcido pendem do teto formando um pequeno labirinto, talvez em alusão à forma como a arquitetura vernacular, ou do povo, está só a uma fina membrana de distância da arquitetura com pretensões autorais. Santos era um operário negro, filho de uma índia e de um ex-escravo. Bo Bardi era uma arquiteta italiana com trânsito pela aristocracia paulistana. De certa forma, eles representam os dois extremos da sociedade que o pavilhão do país descreve em Veneza como "mestiça, tropical, hedonista, vanguardista, leve e intensa". Quando anunciou a lista de projetos que levaria à mostra italiana, Washington Fajardo disse que se baseou na "cultura negra como matriz fundamental para o espaço público brasileiro" e num "resgate do artesanal". Na seleção oficial estão obras de impacto, como o conjunto habitacional Jardim Edite e a casa construída para uma diarista na Vila Matilde, ambos em São Paulo, a revista "Piseagrama", de Belo Horizonte, e projetos que investigam a história dos negros na formação do Rio. Fajardo acerta ao buscar ideias livres do cânone moderno, capazes de provocar debates que vão além da escala delicada que assumem no território. Mas erra ao afogar tudo num discurso deslumbrado, calcado em platitudes como a ideia de que a identidade brasileira se ancora no improviso, em "soluções incompletas", ou seja, na gambiarra. Sua exaltação da cultura negra como força motriz de um novo urbanismo aqui esbarra na propaganda, já que Fajardo trabalhou nas reformas da zona portuária do Rio em preparação para a Olimpíada. A ideia, em nada reprovável, de resgatar a memória dos antigos escravos dessa região e criar ali um circuito cultural aflora em Veneza com ranço de campanha política. Mais incômoda é a imagem de garotos negros brincando no parque Madureira, no Rio, outro projeto na mostra. Esses corpos estampados na parede parecem ali instrumentalizados, como que sustentando um discurso só pela pele, e escancaram a fragilidade de um pavilhão que mais fetichiza o negro do que celebra sua importância como um dos pilares da identidade do país.
ilustrada
Pavilhão tem seleção acertada, mas erra ao fetichizar experiência negraUma sensação incômoda atravessa o pavilhão brasileiro nesta Bienal de Arquitetura de Veneza. Logo na entrada, fotografias nas paredes traçam um paralelo entre a marcha das Diretas Já e as manifestações que varreram o país em junho de três anos atrás. Também está ali a comparação da Casa da Flor, obra que Gabriel Joaquim dos Santos construiu amalgamando detritos e objetos aleatórios à estrutura de sua casa em São Pedro da Aldeia, no Rio de Janeiro, e a mansão que Lina Bo Bardi desenhou para a amiga Valéria Cirell, em São Paulo. Retalhos de tecido translúcido pendem do teto formando um pequeno labirinto, talvez em alusão à forma como a arquitetura vernacular, ou do povo, está só a uma fina membrana de distância da arquitetura com pretensões autorais. Santos era um operário negro, filho de uma índia e de um ex-escravo. Bo Bardi era uma arquiteta italiana com trânsito pela aristocracia paulistana. De certa forma, eles representam os dois extremos da sociedade que o pavilhão do país descreve em Veneza como "mestiça, tropical, hedonista, vanguardista, leve e intensa". Quando anunciou a lista de projetos que levaria à mostra italiana, Washington Fajardo disse que se baseou na "cultura negra como matriz fundamental para o espaço público brasileiro" e num "resgate do artesanal". Na seleção oficial estão obras de impacto, como o conjunto habitacional Jardim Edite e a casa construída para uma diarista na Vila Matilde, ambos em São Paulo, a revista "Piseagrama", de Belo Horizonte, e projetos que investigam a história dos negros na formação do Rio. Fajardo acerta ao buscar ideias livres do cânone moderno, capazes de provocar debates que vão além da escala delicada que assumem no território. Mas erra ao afogar tudo num discurso deslumbrado, calcado em platitudes como a ideia de que a identidade brasileira se ancora no improviso, em "soluções incompletas", ou seja, na gambiarra. Sua exaltação da cultura negra como força motriz de um novo urbanismo aqui esbarra na propaganda, já que Fajardo trabalhou nas reformas da zona portuária do Rio em preparação para a Olimpíada. A ideia, em nada reprovável, de resgatar a memória dos antigos escravos dessa região e criar ali um circuito cultural aflora em Veneza com ranço de campanha política. Mais incômoda é a imagem de garotos negros brincando no parque Madureira, no Rio, outro projeto na mostra. Esses corpos estampados na parede parecem ali instrumentalizados, como que sustentando um discurso só pela pele, e escancaram a fragilidade de um pavilhão que mais fetichiza o negro do que celebra sua importância como um dos pilares da identidade do país.
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Turcos pró e contra governo protestam contra tentativa de golpe no país
Dezenas de milhares de turcos pró e contra o governo se unem neste domingo (24), em Istambul, numa manifestação em apoio à democracia. O ato é uma reação à tentativa frustrada de golpe de Estado das Forças Armadas da Turquia. Os manifestantes se reúnem na praça Taskim, onde barreiras foram erguidas para protegê-los, munidos de bandeiras do país e de cartazes que diziam "Sem golpes" e "Estamos ao lado da república e da democracia". O ato foi organizado pelo Partido Republicano do Povo, de oposição ao presidente Recep Tayyip Erdogan. "Foi uma tentativa de golpe contra nossa democracia, nosso estado secular e social, governado por leis", disse o chefe do partido, Kemal Kilicdaroglu, em seu discurso. "Hoje é um dia de união, um dia para nos levantarmos contra regimes ditatoriais, um dia em que a voz do povo será ouvida. Hoje fazemos história juntos." Apesar da grande rivalidade entre partidos opositores na Turquia, o prefeito de Istambul e outros líderes no poder se juntaram à oposição para denunciar as intervenções militares. Na quarta-feira (20), Erdogan declarou estado de emergência no país durante três meses. A medida vai permitir que o presidente se sobreponha ao Parlamento para aprovar novas leis, e poderá limitar ou suspender direitos e liberdades da população. Na manifestação, Kilicdaroglu não criticou diretamente Erdogan, mas ressaltou a importância da liberdade de imprensa e os perigos da ditadura e do autoritarismo. Ele fez críticas anteriormente, contudo, ao estado de emergência na Turquia, que, segundo ele, prejudica a democracia e dá poderes extras ao presidente. Em outra demonstração de união depois do golpe falho, a Força Aérea da Turquia declarou "absoluta obediência" ao general Hulusi Akar, que foi feito de refém pelos golpistas no dia 15 de julho. Akar os chamou de "covardes de uniforme" e afirmou que eles prejudicaram a nação e o Exército. ANISTIA INTERNACIONAL Segundo o primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, as autoridades do país detiveram cerca de 13 mil pessoas –dentre as quais 8.831 soldados– pela tentativa de derrubar o governo de Erdogan. Na semana passada, mais de 60 mil soldados, policiais, juízes, professores e civis foram investigados. Yildirim diz que os detentos terão um julgamento justo. O grupo Anistia Internacional, por outro lado, disse que recebeu evidências de que os presos foram espancados, estuprados e torturados. "É absolutamente necessário que as autoridades turcas condenem essas práticas detestáveis e que permitam que funcionários internacionais visitem os detentos", afirmou, em comunicado, John Dalhuisen, diretor da Anistia europeia. Em seu decreto, o presidente Erdogan estendeu o período de detenção para os suspeitos de quatro para 30 dias, uma decisão que, segundo a Anistia, aumenta o risco de maus tratos e tortura.
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Turcos pró e contra governo protestam contra tentativa de golpe no paísDezenas de milhares de turcos pró e contra o governo se unem neste domingo (24), em Istambul, numa manifestação em apoio à democracia. O ato é uma reação à tentativa frustrada de golpe de Estado das Forças Armadas da Turquia. Os manifestantes se reúnem na praça Taskim, onde barreiras foram erguidas para protegê-los, munidos de bandeiras do país e de cartazes que diziam "Sem golpes" e "Estamos ao lado da república e da democracia". O ato foi organizado pelo Partido Republicano do Povo, de oposição ao presidente Recep Tayyip Erdogan. "Foi uma tentativa de golpe contra nossa democracia, nosso estado secular e social, governado por leis", disse o chefe do partido, Kemal Kilicdaroglu, em seu discurso. "Hoje é um dia de união, um dia para nos levantarmos contra regimes ditatoriais, um dia em que a voz do povo será ouvida. Hoje fazemos história juntos." Apesar da grande rivalidade entre partidos opositores na Turquia, o prefeito de Istambul e outros líderes no poder se juntaram à oposição para denunciar as intervenções militares. Na quarta-feira (20), Erdogan declarou estado de emergência no país durante três meses. A medida vai permitir que o presidente se sobreponha ao Parlamento para aprovar novas leis, e poderá limitar ou suspender direitos e liberdades da população. Na manifestação, Kilicdaroglu não criticou diretamente Erdogan, mas ressaltou a importância da liberdade de imprensa e os perigos da ditadura e do autoritarismo. Ele fez críticas anteriormente, contudo, ao estado de emergência na Turquia, que, segundo ele, prejudica a democracia e dá poderes extras ao presidente. Em outra demonstração de união depois do golpe falho, a Força Aérea da Turquia declarou "absoluta obediência" ao general Hulusi Akar, que foi feito de refém pelos golpistas no dia 15 de julho. Akar os chamou de "covardes de uniforme" e afirmou que eles prejudicaram a nação e o Exército. ANISTIA INTERNACIONAL Segundo o primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, as autoridades do país detiveram cerca de 13 mil pessoas –dentre as quais 8.831 soldados– pela tentativa de derrubar o governo de Erdogan. Na semana passada, mais de 60 mil soldados, policiais, juízes, professores e civis foram investigados. Yildirim diz que os detentos terão um julgamento justo. O grupo Anistia Internacional, por outro lado, disse que recebeu evidências de que os presos foram espancados, estuprados e torturados. "É absolutamente necessário que as autoridades turcas condenem essas práticas detestáveis e que permitam que funcionários internacionais visitem os detentos", afirmou, em comunicado, John Dalhuisen, diretor da Anistia europeia. Em seu decreto, o presidente Erdogan estendeu o período de detenção para os suspeitos de quatro para 30 dias, uma decisão que, segundo a Anistia, aumenta o risco de maus tratos e tortura.
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Golpe brasileiro ameaça democracia
A presidente Dilma Rousseff está ameaçada de impeachment, mas não há evidências que a vinculem a qualquer esquema de corrupção. Em vez disso, ela é acusada de manipular as contas públicas, algo que presidentes anteriores já haviam feito. Para traçar uma analogia com os Estados Unidos, quando os republicanos se negaram a elevar o teto da dívida, em 2013, a administração Obama recorreu a vários truques de contabilidade para adiar o prazo final no qual se alcançaria o limite. Ninguém se incomodou com isso. A campanha do impeachment, que o governo descreveu corretamente como golpe, é um esforço da elite brasileira tradicional para obter por outros meios aquilo que não conseguiu conquistar nas urnas nos últimos anos. O ex-presidente Lula é acusado de receber dinheiro de empresas investigadas por corrupção para fazer discursos e reformar um imóvel que ele afirma não ser dele. Mesmo que as acusações sejam verdadeiras, não há prova de vínculo com corrupção. O juiz Sergio Moro, entretanto, lidera uma bem executada campanha de difamação de Lula. O magistrado teve que pedir desculpas ao Supremo Tribunal Federal por ter divulgado grampos telefônicos de conversas entre Lula e Dilma, Lula e seu advogado e até mesmo entre a mulher de Lula e os filhos deles. É claro que o Partido dos Trabalhadores não estaria vulnerável a essa tentativa de golpe se a economia não estivesse em recessão profunda. Mas também a esse respeito a mídia está claramente equivocada, defendendo mais cortes nos gastos públicos e mais juros altos. O Brasil precisa, pelo contrário, de um estímulo sério para fazer sua economia pegar no tranco. O principal obstáculo à recuperação é o poder dos grandes bancos. O Brasil está pagando juros de quase 7% de seu PIB sobre a dívida pública, mais que a Grécia no auge de sua crise. Mas o Brasil não tem crise de dívida nem apresenta qualquer risco significativo de moratória. Seus juros usurários são o resultado do poder político de seus próprios bancos, que hoje desfrutam um "spread" recorde de 34% entre suas taxas de empréstimos contraídos e concedidos. A simples redução dos juros sobre a dívida pública para o nível de alguns anos atrás criaria condições para um estímulo importante. O governo dos EUA vem guardando silêncio sobre esta tentativa de golpe, mas há poucas dúvidas quanto à sua posição. Ele sempre apoiou golpes contra governos de esquerda no hemisfério, incluindo, apenas no século 21, o Paraguai em 2012, Haiti em 2004, Honduras em 2009 e Venezuela em 2002. O presidente Obama foi à Argentina para derramar-se em elogios ao novo governo de direita, pró-EUA, e a administração reverteu sua política anterior de bloqueio de empréstimos multilaterais ao país. E hoje, no Brasil, a oposição é dominada por políticos favoráveis a Washington. Seria mais uma coisa lamentável se o Brasil perdesse boa parte de sua soberania nacional, além de sua democracia, com este golpe sórdido. MARK WEISBROT é codiretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política, em Washington, e presidente da Just Foreign Policy, organização norte-americana especializada em política externa Tradução de CLARA ALLAIN * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Golpe brasileiro ameaça democraciaA presidente Dilma Rousseff está ameaçada de impeachment, mas não há evidências que a vinculem a qualquer esquema de corrupção. Em vez disso, ela é acusada de manipular as contas públicas, algo que presidentes anteriores já haviam feito. Para traçar uma analogia com os Estados Unidos, quando os republicanos se negaram a elevar o teto da dívida, em 2013, a administração Obama recorreu a vários truques de contabilidade para adiar o prazo final no qual se alcançaria o limite. Ninguém se incomodou com isso. A campanha do impeachment, que o governo descreveu corretamente como golpe, é um esforço da elite brasileira tradicional para obter por outros meios aquilo que não conseguiu conquistar nas urnas nos últimos anos. O ex-presidente Lula é acusado de receber dinheiro de empresas investigadas por corrupção para fazer discursos e reformar um imóvel que ele afirma não ser dele. Mesmo que as acusações sejam verdadeiras, não há prova de vínculo com corrupção. O juiz Sergio Moro, entretanto, lidera uma bem executada campanha de difamação de Lula. O magistrado teve que pedir desculpas ao Supremo Tribunal Federal por ter divulgado grampos telefônicos de conversas entre Lula e Dilma, Lula e seu advogado e até mesmo entre a mulher de Lula e os filhos deles. É claro que o Partido dos Trabalhadores não estaria vulnerável a essa tentativa de golpe se a economia não estivesse em recessão profunda. Mas também a esse respeito a mídia está claramente equivocada, defendendo mais cortes nos gastos públicos e mais juros altos. O Brasil precisa, pelo contrário, de um estímulo sério para fazer sua economia pegar no tranco. O principal obstáculo à recuperação é o poder dos grandes bancos. O Brasil está pagando juros de quase 7% de seu PIB sobre a dívida pública, mais que a Grécia no auge de sua crise. Mas o Brasil não tem crise de dívida nem apresenta qualquer risco significativo de moratória. Seus juros usurários são o resultado do poder político de seus próprios bancos, que hoje desfrutam um "spread" recorde de 34% entre suas taxas de empréstimos contraídos e concedidos. A simples redução dos juros sobre a dívida pública para o nível de alguns anos atrás criaria condições para um estímulo importante. O governo dos EUA vem guardando silêncio sobre esta tentativa de golpe, mas há poucas dúvidas quanto à sua posição. Ele sempre apoiou golpes contra governos de esquerda no hemisfério, incluindo, apenas no século 21, o Paraguai em 2012, Haiti em 2004, Honduras em 2009 e Venezuela em 2002. O presidente Obama foi à Argentina para derramar-se em elogios ao novo governo de direita, pró-EUA, e a administração reverteu sua política anterior de bloqueio de empréstimos multilaterais ao país. E hoje, no Brasil, a oposição é dominada por políticos favoráveis a Washington. Seria mais uma coisa lamentável se o Brasil perdesse boa parte de sua soberania nacional, além de sua democracia, com este golpe sórdido. MARK WEISBROT é codiretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política, em Washington, e presidente da Just Foreign Policy, organização norte-americana especializada em política externa Tradução de CLARA ALLAIN * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Dilma critica manchete da Folha desta quarta-feira
A presidente Dilma Rousseff divulgou nota criticando a manchete da edição impressa da Folha desta quarta-feira (16), "Dilma usou Mercadante para tentar sabotar a Lava Jato, acusa Delcídio". Segundo o texto, a presidente "repudia a manchete" e diz que o jornal "reproduz na Primeira Página fatos inverídicos" "O jornal dá destaque ao seu nome, de forma incorreta, no episódio da gravação do ministro Aloizio Mercadante", afirma o texto, que se refere a uma gravação feita por um assessor do senador Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma preso pela Operação Lava Jato e agora delator. Na gravação, Mercadante oferece ajuda a Delcídio e insinua, segundo a delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal, que ele não deveria colaborar com a Justiça. Delcídio disse que o ministro agiu como "emissário da presidente da República e, portanto, do governo". A manchete e o texto que a sustenta replicam o que disse o delator ao Ministério Público Federal. Na terça (15), Dilma divulgou nota rejeitando associações com a "iniciativa pessoal do ministro". Mercadante, por sua vez, eximiu a presidente e negou ter insinuado a compra do silêncio de Delcídio. Ambas as informações foram registradas pelo jornal. Abaixo, a nota do governo: "A presidenta da República, Dilma Rousseff, repudia a manchete desta quarta-feira do jornal Folha de S.Paulo, que reproduz na primeira página fatos inverídicos. O jornal dá destaque ao seu nome, de forma incorreta, no episódio de gravação do ministro Aloizio Mercadante, publicado ontem pela revista Veja. A delação mencionada mais uma vez se utiliza de mentiras para tentar, indevidamente, envolver o nome da presidenta Dilma em denúncias. A presidenta tem defendido ampla liberdade no processo de apuração de denúncias, respeitando as instituições, a autonomia do Ministério Público e a independência do Poder Judiciário. Secretaria de Imprensa Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República"
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Dilma critica manchete da Folha desta quarta-feiraA presidente Dilma Rousseff divulgou nota criticando a manchete da edição impressa da Folha desta quarta-feira (16), "Dilma usou Mercadante para tentar sabotar a Lava Jato, acusa Delcídio". Segundo o texto, a presidente "repudia a manchete" e diz que o jornal "reproduz na Primeira Página fatos inverídicos" "O jornal dá destaque ao seu nome, de forma incorreta, no episódio da gravação do ministro Aloizio Mercadante", afirma o texto, que se refere a uma gravação feita por um assessor do senador Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma preso pela Operação Lava Jato e agora delator. Na gravação, Mercadante oferece ajuda a Delcídio e insinua, segundo a delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal, que ele não deveria colaborar com a Justiça. Delcídio disse que o ministro agiu como "emissário da presidente da República e, portanto, do governo". A manchete e o texto que a sustenta replicam o que disse o delator ao Ministério Público Federal. Na terça (15), Dilma divulgou nota rejeitando associações com a "iniciativa pessoal do ministro". Mercadante, por sua vez, eximiu a presidente e negou ter insinuado a compra do silêncio de Delcídio. Ambas as informações foram registradas pelo jornal. Abaixo, a nota do governo: "A presidenta da República, Dilma Rousseff, repudia a manchete desta quarta-feira do jornal Folha de S.Paulo, que reproduz na primeira página fatos inverídicos. O jornal dá destaque ao seu nome, de forma incorreta, no episódio de gravação do ministro Aloizio Mercadante, publicado ontem pela revista Veja. A delação mencionada mais uma vez se utiliza de mentiras para tentar, indevidamente, envolver o nome da presidenta Dilma em denúncias. A presidenta tem defendido ampla liberdade no processo de apuração de denúncias, respeitando as instituições, a autonomia do Ministério Público e a independência do Poder Judiciário. Secretaria de Imprensa Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República"
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Marcha para Jesus fecha ruas de SP a partir desta quarta-feira (14)
Com início da concentração marcada para as 7h desta quinta-feira (15), a 25ª edição da Marcha para Jesus vai interromper o trânsito na região central de São Paulo já a partir desta quarta (14). Ao todo, serão 26 horas de interdições. Segundo o plano da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), as interrupções começam pela praça da Luz, em ambos os sentidos, a partir das 23h desta quarta, com liberação somente às 10h30 de quinta. A partir da 1h da quinta, a interdição acontece na pista local da avenida Tiradentes, no sentido aeroporto Campo de Marte, entre a praça da Luz e a rua dos Bandeirantes, com liberação às 12h30 de quinta. Ainda na avenida Bandeirantes, mas em ambos os sentidos entre a praça da Luz e a rua dos Bandeirantes, a interdição acontece a partir das 9h até as 12h30. Já na avenida Santos Dumont, a interdição será total das 9h às 13h entre a rua dos Bandeirantes e a praça Campo de Bagatelle. Já entre a praça e a avenida Engenheiro Pedro Leon Schneider, incluindo a Braz Leme, a interdição vai das 10h à 0h01 de sexta (16) A concentração está marcada na avenida Tiradentes, na altura da rua dos bandeirantes. O percurso, com trios elétricos, será feito pelas avenidas Tiradentes e Santos Dumont. Os shows acontecem na praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira até as 21h30. A linha 4 (amarela) do metrô vai operar com interdição entre as estações Paulista e Fradique Coutinho. No trecho, os usuários poderão usar o serviço de ônibus do Paese (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 156. A SPTrans informou que vai alterar o itinerário de 18 linhas das 23h de quarta até 1h de sexta (veja abaixo). O slogan da Marcha 2017 é #EuAcheiMeuRei, em referência à Jesus Cristo. Participam do evento diversas Igrejas evangélicas. O evento foi criado na década de 1990 pelo apóstolo Estevam Hernandes -o fundador da Renascer em Cristo. Diversos políticos são esperados na Marcha. No ano passado, os organizadores contabilizaram a participação de 3 milhões de pessoas. A Polícia Militar não calculou, mas em 2015 afirmou que o número de fiéis foi de 340 mil. LINHAS DE ÔNIBUS 9191/10 Jd. Elisa Maria - Bom Retiro Deverá operar em sistema circular. Sentido único: normal até rua Prates, rua Bandeirantes, rua Afonso Pena, prosseguindo normal. 9717/10 Jd. Almanara - Santana Ida: normal até rua Antonio Nascimento Moura, av. Brás Leme, rua Darzan, rua Dr. Zuquim, rua Leite de Moraes e rua Ezequiel Freire. Volta: rua Ezequiel Freire, rua Alfredo Guedes, av. Cruzeiro do Sul, retorno, av. Cruzeiro do Sul, rua Duarte de Azevedo, rua Voluntários da Pátria, rua Dr. César, av. Brás Leme, rua Zanzibar, prosseguindo normal. 179X/10 Jd. Fontalis - Metrô Barra Funda Ida: normal até a av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, av. Ipiranga, av. Rio Branco, av. Rudge, rua Javaés, rua Neves de Carvalho, aua Barra do Tibagi, prosseguindo normal. Volta: normal até a rua Sólon, rua Anhaia, rua Silva Pinto, al. Cleveland, pça. Julio Prestes, rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, prosseguindo normal. 106A/10 Metrô Santana - Itaim Bibi Ida: term. metrô Santana, rua Gabriel Piza, av. Cruzeiro do Sul, retorno, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Senador Queirós, rua Dom Francisco de Souza, av. Prestes Maia, prosseguindo normal. Volta: normal até av. Tiradentes, rua Pedro Vicente, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua Leite de Morais, term. Santana. 175T/10 Metrô Santana - Metrô Jabaquara Ida: rua Leite de Morais, rua Ezequiel Freire, rua Alfredo Guedes, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Senador Queirós, rua Dom Francisco de Souza, av. Prestes Maia, prosseguindo normal. Volta: normal até av. Tiradentes, rua Pedro Vicente, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul e rua Leite de Morais. 107T/10 Metrô Tucuruvi - Terminal Pinheiros Ida: normal até av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Senador Queirós, praça Alfredo Issa, prosseguindo normal. Volta: sem alteração. 271C/10 Pq. Vila Maria - Terminal Princ Isabel Sentido Único: normal até av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, pça. Alfredo Issa, av. Ipiranga, av. Rio Branco, al. Glete, rua Br. de Piracicaba, rua Helvétia, terminal Princesa Isabel, prosseguindo normal até a rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, prosseguindo normal. 1156/10 Vila Sabrina - Pça. do Correio Ida: normal até av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, rua D. Francisco de Souza, pça. Pedro Lessa. Volta: sem alteração. 118C/10 Jd. Pery Alto - Metrô Santa Cecília Ida: normal até a av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, pça. Alfredo Issa, av. Ipiranga, av. Rio Branco, al. Glete, al. Dino Bueno, rua Nothmann, prosseguindo normal. Volta: normal até av. Duque de Caxias, rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, prosseguindo normal. 119C/10 Vila Sabrina - Term. Princesa Isabel Ida: normal até rua João Teodoro, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, pça. Alfredo Issa, av. Ipiranga, av. Rio Branco, al. Glete, al Br. de Piracicaba, rua Helvétia, rua Guaianazes e term. Princesa Isabel. Volta: normal até a rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, rua São Caetano, prosseguindo normal. 701U-21 Metrô Santana - Pinheiros Sentido único: rua Ezequiel Freire, rua Leite de Morais, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, pça. Alfredo Issa, av. Ipiranga, prosseguindo normal até a av. Cruzeiro do Sul, rua Duarte de Azevedo e rua Ezequiel Freire. 178A/10 Metrô Santana - Lapa Ida: rua Ezequiel Freire, rua Alfredo Guedes, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Sen Queirós, av. Ipiranga, av. Rio Branco, av. Rudge, rua Javaés, rua Neves de Carvalho, rua Barra do Tibagi, prosseguindo normal. Volta: normal até a rua da Graça, rua Silva Pinto, al. Cleveland, pça. Júlio Prestes, rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, rua Pedro Vicente, av. Cruzeiro do Sul, prosseguindo normal. 701A/10 Pq. Edu Chaves - Metrô Vila Madalena Ida: normal até rua João Teodoro, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, pça. Alfredo Issa, av. Ipiranga, prosseguindo normal. Volta: sem alteração. 1177/10 Term. A.E. Carvalho - Estação da Luz Ida: normal até rua Voluntários da Pátria, rua Padre Ildefonso, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, rua Mauá. Volta: normal até av. Tiradentes, rua Pedro Vicente, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, acesso e av. Morvan Dias de Figueiredo, rua Voluntários da Pátria, rua Padre Ildefonso, av. Cruzeiro do Sul, prosseguindo normal. 1178/10 São Miguel - Praça do Correio Ida: normal até av. Morvan Dias de Figueiredo, rua Voluntários da Pátria, rua Pe. Idelfonso, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Senador Queirós, rua D. Francisco de Souza, av. Prestes Maia, rua Riskalah Jorge. Volta: normal até av. Tiradentes, rua Pedro Vicente, av. Cruzeiro do Sul, acesso a av. Pres. Castelo Branco, prosseguindo normal. 311C/10 Pq. São Lucas - Bom Retiro Ida: normal até rua João Teodoro, rua Cantareira, av. Sen de Queiros, pça. Alfredo Issa, av. Ipiranga, av. Rio Branco, av. Rudge, rua Javaés, rua Neves de Carvalho, rua Barra do Tibagi e rua Visc. de Taunay, prosseguindo normal. Volta: sem alteração. 5144/10 Term. Sapopemba/Teotônio Vilela - Term. Princ. Isabel Ida: normal até rua João Teodoro, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, praça Alfredo Issa, av. Ipiranga, av. Rio Branco, al. Glete, al. Br. de Piracicaba, rua Helvétia, rua Guaianazes e term. Princesa Isabel. Volta: normal até a rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, rua São Caetano, prosseguindo normal. 719P/10 Terminal Pinheiros - Metrô Armênia Ida: normal até a rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, rua Pedro Vicente, av. do Estado, av. Tiradentes, rua Porto Seguro e rua D. Rodo. Volta: rua D. Rodo, rua Guaporé, av. Tiradentes, rua Porto Seguro, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Senador Queirós, praça Alfredo Issa, av. Ipiranga, av. Rio Branco, alameda Glete, rua Br. de Piracicaba, rua Helvétia, prosseguindo normal. Fonte: SPTrans
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Marcha para Jesus fecha ruas de SP a partir desta quarta-feira (14)Com início da concentração marcada para as 7h desta quinta-feira (15), a 25ª edição da Marcha para Jesus vai interromper o trânsito na região central de São Paulo já a partir desta quarta (14). Ao todo, serão 26 horas de interdições. Segundo o plano da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), as interrupções começam pela praça da Luz, em ambos os sentidos, a partir das 23h desta quarta, com liberação somente às 10h30 de quinta. A partir da 1h da quinta, a interdição acontece na pista local da avenida Tiradentes, no sentido aeroporto Campo de Marte, entre a praça da Luz e a rua dos Bandeirantes, com liberação às 12h30 de quinta. Ainda na avenida Bandeirantes, mas em ambos os sentidos entre a praça da Luz e a rua dos Bandeirantes, a interdição acontece a partir das 9h até as 12h30. Já na avenida Santos Dumont, a interdição será total das 9h às 13h entre a rua dos Bandeirantes e a praça Campo de Bagatelle. Já entre a praça e a avenida Engenheiro Pedro Leon Schneider, incluindo a Braz Leme, a interdição vai das 10h à 0h01 de sexta (16) A concentração está marcada na avenida Tiradentes, na altura da rua dos bandeirantes. O percurso, com trios elétricos, será feito pelas avenidas Tiradentes e Santos Dumont. Os shows acontecem na praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira até as 21h30. A linha 4 (amarela) do metrô vai operar com interdição entre as estações Paulista e Fradique Coutinho. No trecho, os usuários poderão usar o serviço de ônibus do Paese (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 156. A SPTrans informou que vai alterar o itinerário de 18 linhas das 23h de quarta até 1h de sexta (veja abaixo). O slogan da Marcha 2017 é #EuAcheiMeuRei, em referência à Jesus Cristo. Participam do evento diversas Igrejas evangélicas. O evento foi criado na década de 1990 pelo apóstolo Estevam Hernandes -o fundador da Renascer em Cristo. Diversos políticos são esperados na Marcha. No ano passado, os organizadores contabilizaram a participação de 3 milhões de pessoas. A Polícia Militar não calculou, mas em 2015 afirmou que o número de fiéis foi de 340 mil. LINHAS DE ÔNIBUS 9191/10 Jd. Elisa Maria - Bom Retiro Deverá operar em sistema circular. Sentido único: normal até rua Prates, rua Bandeirantes, rua Afonso Pena, prosseguindo normal. 9717/10 Jd. Almanara - Santana Ida: normal até rua Antonio Nascimento Moura, av. Brás Leme, rua Darzan, rua Dr. Zuquim, rua Leite de Moraes e rua Ezequiel Freire. Volta: rua Ezequiel Freire, rua Alfredo Guedes, av. Cruzeiro do Sul, retorno, av. Cruzeiro do Sul, rua Duarte de Azevedo, rua Voluntários da Pátria, rua Dr. César, av. Brás Leme, rua Zanzibar, prosseguindo normal. 179X/10 Jd. Fontalis - Metrô Barra Funda Ida: normal até a av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, av. Ipiranga, av. Rio Branco, av. Rudge, rua Javaés, rua Neves de Carvalho, aua Barra do Tibagi, prosseguindo normal. Volta: normal até a rua Sólon, rua Anhaia, rua Silva Pinto, al. Cleveland, pça. Julio Prestes, rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, prosseguindo normal. 106A/10 Metrô Santana - Itaim Bibi Ida: term. metrô Santana, rua Gabriel Piza, av. Cruzeiro do Sul, retorno, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Senador Queirós, rua Dom Francisco de Souza, av. Prestes Maia, prosseguindo normal. Volta: normal até av. Tiradentes, rua Pedro Vicente, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua Leite de Morais, term. Santana. 175T/10 Metrô Santana - Metrô Jabaquara Ida: rua Leite de Morais, rua Ezequiel Freire, rua Alfredo Guedes, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Senador Queirós, rua Dom Francisco de Souza, av. Prestes Maia, prosseguindo normal. Volta: normal até av. Tiradentes, rua Pedro Vicente, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul e rua Leite de Morais. 107T/10 Metrô Tucuruvi - Terminal Pinheiros Ida: normal até av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Senador Queirós, praça Alfredo Issa, prosseguindo normal. Volta: sem alteração. 271C/10 Pq. Vila Maria - Terminal Princ Isabel Sentido Único: normal até av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, pça. Alfredo Issa, av. Ipiranga, av. Rio Branco, al. Glete, rua Br. de Piracicaba, rua Helvétia, terminal Princesa Isabel, prosseguindo normal até a rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, prosseguindo normal. 1156/10 Vila Sabrina - Pça. do Correio Ida: normal até av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, rua D. Francisco de Souza, pça. Pedro Lessa. Volta: sem alteração. 118C/10 Jd. Pery Alto - Metrô Santa Cecília Ida: normal até a av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, pça. Alfredo Issa, av. Ipiranga, av. Rio Branco, al. Glete, al. Dino Bueno, rua Nothmann, prosseguindo normal. Volta: normal até av. Duque de Caxias, rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, prosseguindo normal. 119C/10 Vila Sabrina - Term. Princesa Isabel Ida: normal até rua João Teodoro, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, pça. Alfredo Issa, av. Ipiranga, av. Rio Branco, al. Glete, al Br. de Piracicaba, rua Helvétia, rua Guaianazes e term. Princesa Isabel. Volta: normal até a rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, rua São Caetano, prosseguindo normal. 701U-21 Metrô Santana - Pinheiros Sentido único: rua Ezequiel Freire, rua Leite de Morais, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, pça. Alfredo Issa, av. Ipiranga, prosseguindo normal até a av. Cruzeiro do Sul, rua Duarte de Azevedo e rua Ezequiel Freire. 178A/10 Metrô Santana - Lapa Ida: rua Ezequiel Freire, rua Alfredo Guedes, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Sen Queirós, av. Ipiranga, av. Rio Branco, av. Rudge, rua Javaés, rua Neves de Carvalho, rua Barra do Tibagi, prosseguindo normal. Volta: normal até a rua da Graça, rua Silva Pinto, al. Cleveland, pça. Júlio Prestes, rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, rua Pedro Vicente, av. Cruzeiro do Sul, prosseguindo normal. 701A/10 Pq. Edu Chaves - Metrô Vila Madalena Ida: normal até rua João Teodoro, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, pça. Alfredo Issa, av. Ipiranga, prosseguindo normal. Volta: sem alteração. 1177/10 Term. A.E. Carvalho - Estação da Luz Ida: normal até rua Voluntários da Pátria, rua Padre Ildefonso, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, rua Mauá. Volta: normal até av. Tiradentes, rua Pedro Vicente, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, acesso e av. Morvan Dias de Figueiredo, rua Voluntários da Pátria, rua Padre Ildefonso, av. Cruzeiro do Sul, prosseguindo normal. 1178/10 São Miguel - Praça do Correio Ida: normal até av. Morvan Dias de Figueiredo, rua Voluntários da Pátria, rua Pe. Idelfonso, av. Cruzeiro do Sul, ponte Cruzeiro do Sul, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Senador Queirós, rua D. Francisco de Souza, av. Prestes Maia, rua Riskalah Jorge. Volta: normal até av. Tiradentes, rua Pedro Vicente, av. Cruzeiro do Sul, acesso a av. Pres. Castelo Branco, prosseguindo normal. 311C/10 Pq. São Lucas - Bom Retiro Ida: normal até rua João Teodoro, rua Cantareira, av. Sen de Queiros, pça. Alfredo Issa, av. Ipiranga, av. Rio Branco, av. Rudge, rua Javaés, rua Neves de Carvalho, rua Barra do Tibagi e rua Visc. de Taunay, prosseguindo normal. Volta: sem alteração. 5144/10 Term. Sapopemba/Teotônio Vilela - Term. Princ. Isabel Ida: normal até rua João Teodoro, rua da Cantareira, av. Sen. Queirós, praça Alfredo Issa, av. Ipiranga, av. Rio Branco, al. Glete, al. Br. de Piracicaba, rua Helvétia, rua Guaianazes e term. Princesa Isabel. Volta: normal até a rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, rua São Caetano, prosseguindo normal. 719P/10 Terminal Pinheiros - Metrô Armênia Ida: normal até a rua Mauá, rua do Triunfo, rua Washington Luis, av. Prestes Maia, ac. retorno sobre túnel Tom Jobim, av. Prestes Maia, av. Tiradentes, rua Pedro Vicente, av. do Estado, av. Tiradentes, rua Porto Seguro e rua D. Rodo. Volta: rua D. Rodo, rua Guaporé, av. Tiradentes, rua Porto Seguro, av. Cruzeiro do Sul, rua da Cantareira, av. Senador Queirós, praça Alfredo Issa, av. Ipiranga, av. Rio Branco, alameda Glete, rua Br. de Piracicaba, rua Helvétia, prosseguindo normal. Fonte: SPTrans
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Após Jogos do Rio, 30% dos cartolas deixarão confederações
Em que pese o pedido do Ministério Público Federal por bloqueio de bens e afastamento da entidade, Coaracy Nunes, 78, deixará o comando da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) após o fim de seu sétimo mandato, em março. Desde 1988 à frente dela, Nunes foi acusado pela procuradoria de improbidade administrativa em processo ajuizado na quarta (21) e que ainda aguarda decisão judicial. Qualquer que seja a sentença, é o desfecho da trajetória do mais longevo cartola olímpico do país na atualidade. Na esteira da saída, o esporte nacional verá significativa rotatividade entre dirigentes das 27 principais modalidades que constaram do programa olímpico até a Rio-2016. Porém, em alguns casos a alternância de poder ainda terá de esperar mais um pouco. Levantamento feito pela Folha com todas as confederações apontou que haverá troca de comando em 30% das entidades, ao passo que 40% tentarão se manter —quatro das consultadas não responderam. Dois disseram não saber se tentarão se reeleger. Quatro confederações (tênis de mesa, atletismo, vôlei e tênis) já tiveram suas eleições realizadas neste ano. Entre elas, a de tênis foi a única a ver substituição na chefia: Rafael Westrupp ocupará o lugar de Jorge Lacerda. A maioria dos outros pleitos ocorrerá entre o final deste ano e o primeiro trimestre de 2017. Entre os que manifestaram desejo de renovar mandatos estão dois "contemporâneos" de Nunes, remanescentes da década de 1980 que devem prosseguir até Tóquio-2020: João Tomasini (canoagem) e Manoel de Oliveira (handebol). Virtualmente eleito, já que não deve ter oposição, Tomasini tomará de Nunes a condição de cartola mais longevo. Ele dirige a CBCa desde 1988, quando a confederação ainda se se chamava Associação Brasileira de Canoagem —"era eu e eu", contou. "Agora eu serei o decano entre os dirigentes, estou pronto para levar porrada por causa disso", disse o mandatário. Medida provisória sancionada pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2013 incluiu alterações na Lei Pelé e limitou a dois o número de mandatos em entidades esportivas —máximo oito anos—, sob pena de corte no recebimento de verbas federais. A nova lei também pretendia garantir maior transparência na gestão da movimentação de recursos financeiros, criar mecanismos de fiscalização interna mais eficazes e abrir as instituições à participação de atletas e ex-atletas. As confederações tiveram de adaptar estatutos para contemplar as novas regras. Como o texto não era retroativo, os cartolas então com mandatos em exercício possuem a chance de se reeleger. São os casos de Tomasini e outros. O líder da canoagem brasileira, que na Olimpíada do Rio ficou no holofote com três medalhas, conquistadas por Isaquias Queiroz e Erlon Souza, discorda da proposição. "Acho que deveria se poder ter, no mínimo, três mandatos [12 anos]. Essa é a minha teoria e de outros. Se sou eleito, alguma coisa estou fazendo pela modalidade", comentou. Para ele, a limitação afeta qualquer pretensão de dirigentes conquistarem relevância no cenário das federações internacionais de suas respectivas modalidades. "Com oito anos, nenhum presidente de confederação vai conseguir chegar a um cargo internacional. O país vai matar isso, a não ser que surja um fenômeno". Tomasini afirmou que a permanência está "ligada a competências" e que "se fosse picareta, já teria saído". Líder da confederação de atletismo, José Antonio Martins Fernandes, o Toninho, ingressou no cargo em 2013. Sucedeu Roberto Gesta de Melo, que à época era o cartola mais longevo —vinha desde 1987. Reeleito para ficar até 2020, ele afirmou que não fecha questão sobre limite de mandatos, mas avalia que oito anos pode ser pouco. "Doze anos seria um tempo razoavelmente bom para se implementar um trabalho, acredito", afirmou.
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Após Jogos do Rio, 30% dos cartolas deixarão confederaçõesEm que pese o pedido do Ministério Público Federal por bloqueio de bens e afastamento da entidade, Coaracy Nunes, 78, deixará o comando da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) após o fim de seu sétimo mandato, em março. Desde 1988 à frente dela, Nunes foi acusado pela procuradoria de improbidade administrativa em processo ajuizado na quarta (21) e que ainda aguarda decisão judicial. Qualquer que seja a sentença, é o desfecho da trajetória do mais longevo cartola olímpico do país na atualidade. Na esteira da saída, o esporte nacional verá significativa rotatividade entre dirigentes das 27 principais modalidades que constaram do programa olímpico até a Rio-2016. Porém, em alguns casos a alternância de poder ainda terá de esperar mais um pouco. Levantamento feito pela Folha com todas as confederações apontou que haverá troca de comando em 30% das entidades, ao passo que 40% tentarão se manter —quatro das consultadas não responderam. Dois disseram não saber se tentarão se reeleger. Quatro confederações (tênis de mesa, atletismo, vôlei e tênis) já tiveram suas eleições realizadas neste ano. Entre elas, a de tênis foi a única a ver substituição na chefia: Rafael Westrupp ocupará o lugar de Jorge Lacerda. A maioria dos outros pleitos ocorrerá entre o final deste ano e o primeiro trimestre de 2017. Entre os que manifestaram desejo de renovar mandatos estão dois "contemporâneos" de Nunes, remanescentes da década de 1980 que devem prosseguir até Tóquio-2020: João Tomasini (canoagem) e Manoel de Oliveira (handebol). Virtualmente eleito, já que não deve ter oposição, Tomasini tomará de Nunes a condição de cartola mais longevo. Ele dirige a CBCa desde 1988, quando a confederação ainda se se chamava Associação Brasileira de Canoagem —"era eu e eu", contou. "Agora eu serei o decano entre os dirigentes, estou pronto para levar porrada por causa disso", disse o mandatário. Medida provisória sancionada pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2013 incluiu alterações na Lei Pelé e limitou a dois o número de mandatos em entidades esportivas —máximo oito anos—, sob pena de corte no recebimento de verbas federais. A nova lei também pretendia garantir maior transparência na gestão da movimentação de recursos financeiros, criar mecanismos de fiscalização interna mais eficazes e abrir as instituições à participação de atletas e ex-atletas. As confederações tiveram de adaptar estatutos para contemplar as novas regras. Como o texto não era retroativo, os cartolas então com mandatos em exercício possuem a chance de se reeleger. São os casos de Tomasini e outros. O líder da canoagem brasileira, que na Olimpíada do Rio ficou no holofote com três medalhas, conquistadas por Isaquias Queiroz e Erlon Souza, discorda da proposição. "Acho que deveria se poder ter, no mínimo, três mandatos [12 anos]. Essa é a minha teoria e de outros. Se sou eleito, alguma coisa estou fazendo pela modalidade", comentou. Para ele, a limitação afeta qualquer pretensão de dirigentes conquistarem relevância no cenário das federações internacionais de suas respectivas modalidades. "Com oito anos, nenhum presidente de confederação vai conseguir chegar a um cargo internacional. O país vai matar isso, a não ser que surja um fenômeno". Tomasini afirmou que a permanência está "ligada a competências" e que "se fosse picareta, já teria saído". Líder da confederação de atletismo, José Antonio Martins Fernandes, o Toninho, ingressou no cargo em 2013. Sucedeu Roberto Gesta de Melo, que à época era o cartola mais longevo —vinha desde 1987. Reeleito para ficar até 2020, ele afirmou que não fecha questão sobre limite de mandatos, mas avalia que oito anos pode ser pouco. "Doze anos seria um tempo razoavelmente bom para se implementar um trabalho, acredito", afirmou.
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Sem taxistas, audiência na Câmara de São Paulo vira debate pró-Uber
Um debate na Câmara de São Paulo que previa uma discussão para buscar "soluções para o conflito entre taxistas e o Uber" serviu para divulgar os aplicativos de carona e serviços alternativos de transporte individual na cidade. Isso porque os convidados que representam taxistas não compareceram ao evento, organizado pelo vereador José Police Neto (PSD), único parlamentar a votar contra um projeto que proíbe aplicativos de transporte particular como o Uber. O texto, aprovado em junho passado, irá a segunda votação no próximo dia 9. Motivo de conflitos em vários países, o Uber foi regulamentado no México há cerca de duas semanas. No último dia 8, um motorista que atua por meio do Uber foi sequestrado e agredido em São Paulo. Para os taxistas, trata-se de concorrência desleal, já que os motoristas do Uber atuam sem pagar os mesmos impostos que eles, e são meio de transporte clandestino, já que não têm licença para atuar. Por e-mail, o representante do aplicativo 99 Táxi, que conecta os taxistas a passageiros, declinou do convite e pediu à Câmara que o nome da empresa não fosse nem sequer mencionado no evento. Também convidada, a Adetax (associação das empresas de táxi) também comunicou a assessoria de Police Neto que não participaria. A prefeitura vem fazendo operações para coibir a atuação de motoristas do Uber dizendo que o serviço não é regulamentado. Veículos que forem flagrados podem ser apreendidos. O argumento de Police para pedir a regulamentação é que o Plano Diretor aprovado no ano passado previa a criação de políticas de compartilhamento de veículos. "A Uber é tecnologia a serviço do cidadão. É uma resposta à necessidade de transformar o carro de um problema numa solução", disse Daniel Mangabeira, diretor de políticas públicas do Uber no Brasil, durante o evento. Também participaram do debate Felipe Barroso, representante da Zazcar –aplicativo de locação de carros por hora sem intermediação de terceiros– e Márcio Nigro, diretor do, aplicativo de caronas que estimula o compartilhamento de carros. Ambos defendem o estímulo de novas modalidades de transportes na cidade. O professor Paulo Furquim Azevedo, do Insper, também compôs a mesa. Ele está fazendo um estudo para regulamentação dos aplicativos de transporte. Ele argumentou que é possível haver uma convivência pacífica entre taxistas e motoristas. SEM CONVITE O sindicato dos taxistas de SP (Sinditaxi) diz que não foi convidado para o evento. "Não fugimos de debates e nem à obrigação de representar a categoria", disse, por email, o presidente da entidade, Natalício Bezerra. Para ele, o vereador Police Neto queria os taxistas como "figurantes da sua plateia". "Infelizmente, no evento promovido pelo vereador, as entidades que deveriam representar os taxistas (na opinião do organizador) eram a 99Taxis e a Adetax (sindicato da frotas), que não aceitaram o convite até porque não representam a categoria", afirmou.
cotidiano
Sem taxistas, audiência na Câmara de São Paulo vira debate pró-UberUm debate na Câmara de São Paulo que previa uma discussão para buscar "soluções para o conflito entre taxistas e o Uber" serviu para divulgar os aplicativos de carona e serviços alternativos de transporte individual na cidade. Isso porque os convidados que representam taxistas não compareceram ao evento, organizado pelo vereador José Police Neto (PSD), único parlamentar a votar contra um projeto que proíbe aplicativos de transporte particular como o Uber. O texto, aprovado em junho passado, irá a segunda votação no próximo dia 9. Motivo de conflitos em vários países, o Uber foi regulamentado no México há cerca de duas semanas. No último dia 8, um motorista que atua por meio do Uber foi sequestrado e agredido em São Paulo. Para os taxistas, trata-se de concorrência desleal, já que os motoristas do Uber atuam sem pagar os mesmos impostos que eles, e são meio de transporte clandestino, já que não têm licença para atuar. Por e-mail, o representante do aplicativo 99 Táxi, que conecta os taxistas a passageiros, declinou do convite e pediu à Câmara que o nome da empresa não fosse nem sequer mencionado no evento. Também convidada, a Adetax (associação das empresas de táxi) também comunicou a assessoria de Police Neto que não participaria. A prefeitura vem fazendo operações para coibir a atuação de motoristas do Uber dizendo que o serviço não é regulamentado. Veículos que forem flagrados podem ser apreendidos. O argumento de Police para pedir a regulamentação é que o Plano Diretor aprovado no ano passado previa a criação de políticas de compartilhamento de veículos. "A Uber é tecnologia a serviço do cidadão. É uma resposta à necessidade de transformar o carro de um problema numa solução", disse Daniel Mangabeira, diretor de políticas públicas do Uber no Brasil, durante o evento. Também participaram do debate Felipe Barroso, representante da Zazcar –aplicativo de locação de carros por hora sem intermediação de terceiros– e Márcio Nigro, diretor do, aplicativo de caronas que estimula o compartilhamento de carros. Ambos defendem o estímulo de novas modalidades de transportes na cidade. O professor Paulo Furquim Azevedo, do Insper, também compôs a mesa. Ele está fazendo um estudo para regulamentação dos aplicativos de transporte. Ele argumentou que é possível haver uma convivência pacífica entre taxistas e motoristas. SEM CONVITE O sindicato dos taxistas de SP (Sinditaxi) diz que não foi convidado para o evento. "Não fugimos de debates e nem à obrigação de representar a categoria", disse, por email, o presidente da entidade, Natalício Bezerra. Para ele, o vereador Police Neto queria os taxistas como "figurantes da sua plateia". "Infelizmente, no evento promovido pelo vereador, as entidades que deveriam representar os taxistas (na opinião do organizador) eram a 99Taxis e a Adetax (sindicato da frotas), que não aceitaram o convite até porque não representam a categoria", afirmou.
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Menino de 10 anos ganha US$ 10 mil após identificar falha no Instagram
Um menino finlandês de dez anos de idade, identificado apenas como Jani, recebeu US$ 10 mil (mais de R$ 35 mil) depois de descobrir uma falha de segurança no Instagram. O menino, que tecnicamente não deveria poder sequer abrir uma conta no Instagram (a rede aceita usuários apenas a partir dos 13 anos), descobriu uma falha no site que permitia que ele apagasse comentários feitos por outros usuários. O Facebook, dono do Instagram, informou que o problema foi consertado "rapidamente" depois da descoberta de Jani. Logo em seguida, o menino recebeu o dinheiro e se transformou no ganhador mais jovem do prêmio de "caçador de bugs" criado pelo Facebook. ALERTA POR EMAIL Depois de descobrir a falha, em fevereiro, Jani enviou um e-mail com um alerta ao Facebook. Engenheiros do setor de segurança da empresa abriram uma conta para Jani testar sua teoria e o menino comprovou a falha. Jani, que mora em Helsinque, disse ao jornal finlandês "Iltalehti" que planeja usar o dinheiro para comprar uma bicicleta nova, equipamento de futebol e computadores para os irmãos. O Facebook disse à BBC que já pagou US$ 4,3 milhões (mais de R$ 15 milhões) para os "caçadores de bugs" desde 2011. Em 2014 um brasileiro, o engenheiro de computação Reginaldo Silva, recebeu US$ 33,5 mil do Facebook pela descoberta de um bug em seu sistema. Muitas outras companhias oferecem incentivos financeiros como esse para profissionais do setor de segurança —e para crianças também— descobrirem falhas como essas. É uma forma de tentar evitar que eles vendam as informações para fins ilegais.
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Menino de 10 anos ganha US$ 10 mil após identificar falha no InstagramUm menino finlandês de dez anos de idade, identificado apenas como Jani, recebeu US$ 10 mil (mais de R$ 35 mil) depois de descobrir uma falha de segurança no Instagram. O menino, que tecnicamente não deveria poder sequer abrir uma conta no Instagram (a rede aceita usuários apenas a partir dos 13 anos), descobriu uma falha no site que permitia que ele apagasse comentários feitos por outros usuários. O Facebook, dono do Instagram, informou que o problema foi consertado "rapidamente" depois da descoberta de Jani. Logo em seguida, o menino recebeu o dinheiro e se transformou no ganhador mais jovem do prêmio de "caçador de bugs" criado pelo Facebook. ALERTA POR EMAIL Depois de descobrir a falha, em fevereiro, Jani enviou um e-mail com um alerta ao Facebook. Engenheiros do setor de segurança da empresa abriram uma conta para Jani testar sua teoria e o menino comprovou a falha. Jani, que mora em Helsinque, disse ao jornal finlandês "Iltalehti" que planeja usar o dinheiro para comprar uma bicicleta nova, equipamento de futebol e computadores para os irmãos. O Facebook disse à BBC que já pagou US$ 4,3 milhões (mais de R$ 15 milhões) para os "caçadores de bugs" desde 2011. Em 2014 um brasileiro, o engenheiro de computação Reginaldo Silva, recebeu US$ 33,5 mil do Facebook pela descoberta de um bug em seu sistema. Muitas outras companhias oferecem incentivos financeiros como esse para profissionais do setor de segurança —e para crianças também— descobrirem falhas como essas. É uma forma de tentar evitar que eles vendam as informações para fins ilegais.
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Polvos amigos
Há livros que você pega e não dá mais jeito de largar, assim, logo no primeiro parágrafo. É o caso de "A Alma de um Polvo" ("The Soul of an Octopus"), best-seller de livros de não ficção nos Estados Unidos, de Sy Montgomery. Nada de Julio Verne, nem de Moby Dick, imensos monstros derrubando navios. Menos, menos. Apenas um quase modesto documentário, bem escrito. Não passa de um caso de amor entre polvos e seus cuidadores num Aquário de Boston. Nunca imaginei que alguém pudesse se apegar a um peixe como a um bicho de estimação. E um polvo? Escorreguento, melado? Viscoso, cheio de inexplicáveis tentáculos que abraçam com ternura? Colorido macio, mudando de cores, brincando de esconde-esconde, tentando fugir em todas as oportunidades? Às vezes fica entediado, quem não fica? E daí é preciso inventar caixinhas difíceis de abrir, arrumar um canto cheio de Legos complicados. Ah, os polvos. Achei impressionante e interessante, acho que jamais me apegaria a uma criatura dos mares, tão diferente, tão estranha, se fala, fala outra língua, com certeza, que eu não entenderia nunca, vinda de outra perspectiva de vida. Será? Não vivem muito, temos um tempo menor do que o humano para afagar seus tentáculos, passar a mão por sua cabeça pequena, piscar maliciosamente para eles e isso, com certeza, aumenta o valor da conquista. Quando brincalhões ou com raiva, assopram água na nossa cara, ensopam as roupas que vestimos, pregam peças. Um deles se escondeu dentro de um macacão vazio e quase matou de susto os mergulhadores. São cheios de personalidade, querem conhecer o mundo, entender o que se passa e têm 300 milhões de neurônios no cérebro. (Nós temos 100 bilhões.) São como nós, ao envelhecer, vão perdendo a graça, o lustre. Desistem de fazer rir, com sua graça infinda. Quando morrem deixam os amigos enlutados e chorosos e, aqui para nós, com vergonha de contar aos outros que choram por um polvo. Nossa autora achava Kali o polvo fêmea mais lindo que já vira. Tinha esse nome por ser feminina, miudinha e ter um pinta branca na testa. Brincava, aprendia intensamente, lembrava-se das pessoas, prestava atenção, comparava, podia gostar ou não, também podia ser ciumenta a nossa Kali. Tão diferente de nós e tão parecidos. Polvos amigos. Assim, pela manhã, na hora do café com leite, não alterada por nenhuma droga, nem em meditação de consciência universal, pode-se comungar com a diversidade, com a alma de um polvo E eu que queria comer meu polvo ensopado, cozido à portuguesa vim descobri-lo vivo, inteligente, malicioso, carinhoso. Há que ser muito especial para se dizer amigo de um polvo. Sem querer estragar a ideia da amizade, vamos a um último spoiler. Eles têm endereço. Tonmo.com - The Octopus New Magazine Online e no blog Cephalove. Quem quiser comê-los em fatias é melhor esquecer onde encontrá-los seja no mar ou nos aquários e se dirigir direto aos mercados e feiras.
colunas
Polvos amigosHá livros que você pega e não dá mais jeito de largar, assim, logo no primeiro parágrafo. É o caso de "A Alma de um Polvo" ("The Soul of an Octopus"), best-seller de livros de não ficção nos Estados Unidos, de Sy Montgomery. Nada de Julio Verne, nem de Moby Dick, imensos monstros derrubando navios. Menos, menos. Apenas um quase modesto documentário, bem escrito. Não passa de um caso de amor entre polvos e seus cuidadores num Aquário de Boston. Nunca imaginei que alguém pudesse se apegar a um peixe como a um bicho de estimação. E um polvo? Escorreguento, melado? Viscoso, cheio de inexplicáveis tentáculos que abraçam com ternura? Colorido macio, mudando de cores, brincando de esconde-esconde, tentando fugir em todas as oportunidades? Às vezes fica entediado, quem não fica? E daí é preciso inventar caixinhas difíceis de abrir, arrumar um canto cheio de Legos complicados. Ah, os polvos. Achei impressionante e interessante, acho que jamais me apegaria a uma criatura dos mares, tão diferente, tão estranha, se fala, fala outra língua, com certeza, que eu não entenderia nunca, vinda de outra perspectiva de vida. Será? Não vivem muito, temos um tempo menor do que o humano para afagar seus tentáculos, passar a mão por sua cabeça pequena, piscar maliciosamente para eles e isso, com certeza, aumenta o valor da conquista. Quando brincalhões ou com raiva, assopram água na nossa cara, ensopam as roupas que vestimos, pregam peças. Um deles se escondeu dentro de um macacão vazio e quase matou de susto os mergulhadores. São cheios de personalidade, querem conhecer o mundo, entender o que se passa e têm 300 milhões de neurônios no cérebro. (Nós temos 100 bilhões.) São como nós, ao envelhecer, vão perdendo a graça, o lustre. Desistem de fazer rir, com sua graça infinda. Quando morrem deixam os amigos enlutados e chorosos e, aqui para nós, com vergonha de contar aos outros que choram por um polvo. Nossa autora achava Kali o polvo fêmea mais lindo que já vira. Tinha esse nome por ser feminina, miudinha e ter um pinta branca na testa. Brincava, aprendia intensamente, lembrava-se das pessoas, prestava atenção, comparava, podia gostar ou não, também podia ser ciumenta a nossa Kali. Tão diferente de nós e tão parecidos. Polvos amigos. Assim, pela manhã, na hora do café com leite, não alterada por nenhuma droga, nem em meditação de consciência universal, pode-se comungar com a diversidade, com a alma de um polvo E eu que queria comer meu polvo ensopado, cozido à portuguesa vim descobri-lo vivo, inteligente, malicioso, carinhoso. Há que ser muito especial para se dizer amigo de um polvo. Sem querer estragar a ideia da amizade, vamos a um último spoiler. Eles têm endereço. Tonmo.com - The Octopus New Magazine Online e no blog Cephalove. Quem quiser comê-los em fatias é melhor esquecer onde encontrá-los seja no mar ou nos aquários e se dirigir direto aos mercados e feiras.
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No deserto, Corinthians marca no fim e vence em estreia na Libertadores
Em pleno deserto do Atacama, no Chile, o Corinthians venceu o Cobresal na noite desta quarta-feira (17), em sua estreia na Copa Libertadores, por 1 a 0. Após o desmanche do fim do ano passado, a equipe de Tite entrou em campo embalada pelo bom início de temporada no Campeonato Paulista e, mesmo sem uma grande atuação, conseguiu os primeiros três pontos no torneio. O zagueiro Escalona foi o autor do único gol do jogo, marcando contra aos 45 minutos do segundo tempo, depois de uma jogada de Lucca pela direita. O atacante chutou e o beque adversário rebateu para dentro da própria meta. O treinador corintiano colocou em campo a formação que iniciou 2016, ainda sem os reforços. Giovanni Augusto, André e Willians entraram no segundo tempo. Na altitude de 2.300 metros da cidade de El Salvador, o estádio El Cobre sofreu com falta de energia no início do confronto. Com apenas 12 minutos de bola rolando, as luzes se apagaram: os refletores voltaram a funcionar somente 16 minutos depois, retardando o fim do duelo. Apesar do bom resultado conquistado pelos brasileiros, a partida não foi das melhores. Os dois clubes quase não criaram oportunidades para balançar as redes, e os goleiros praticamente não foram exigidos. Com a vitória, o Corinthians é o líder do Grupo 8 do torneio sul-americano, que tem também o Cerro Porteño e o Santa Fe, que empataram na última terça (15). Essa é a segunda participação do Cobresal na Libertadores. Apesar das muitas mudanças no elenco do Parque São Jorge, a equipe tem conseguido surpreender, sem demonstrar fragilidade pelas saídas. No Estadual, foram quatro jogos e quatro vitórias, o único time com 100% de aproveitamento na competição. O próximo compromisso do time alvinegro na Libertadores está marcado para o dia 2 de março, na arena em Itaquera, contra o Santa Fe.
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No deserto, Corinthians marca no fim e vence em estreia na LibertadoresEm pleno deserto do Atacama, no Chile, o Corinthians venceu o Cobresal na noite desta quarta-feira (17), em sua estreia na Copa Libertadores, por 1 a 0. Após o desmanche do fim do ano passado, a equipe de Tite entrou em campo embalada pelo bom início de temporada no Campeonato Paulista e, mesmo sem uma grande atuação, conseguiu os primeiros três pontos no torneio. O zagueiro Escalona foi o autor do único gol do jogo, marcando contra aos 45 minutos do segundo tempo, depois de uma jogada de Lucca pela direita. O atacante chutou e o beque adversário rebateu para dentro da própria meta. O treinador corintiano colocou em campo a formação que iniciou 2016, ainda sem os reforços. Giovanni Augusto, André e Willians entraram no segundo tempo. Na altitude de 2.300 metros da cidade de El Salvador, o estádio El Cobre sofreu com falta de energia no início do confronto. Com apenas 12 minutos de bola rolando, as luzes se apagaram: os refletores voltaram a funcionar somente 16 minutos depois, retardando o fim do duelo. Apesar do bom resultado conquistado pelos brasileiros, a partida não foi das melhores. Os dois clubes quase não criaram oportunidades para balançar as redes, e os goleiros praticamente não foram exigidos. Com a vitória, o Corinthians é o líder do Grupo 8 do torneio sul-americano, que tem também o Cerro Porteño e o Santa Fe, que empataram na última terça (15). Essa é a segunda participação do Cobresal na Libertadores. Apesar das muitas mudanças no elenco do Parque São Jorge, a equipe tem conseguido surpreender, sem demonstrar fragilidade pelas saídas. No Estadual, foram quatro jogos e quatro vitórias, o único time com 100% de aproveitamento na competição. O próximo compromisso do time alvinegro na Libertadores está marcado para o dia 2 de março, na arena em Itaquera, contra o Santa Fe.
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Compra de MPs continuou mesmo após início da Lava Jato, diz Odebrecht
Em depoimentos ao Ministério Público, ex-executivos da Odebrecht afirmaram que, de 2005 a 2015, a empresa pagou propina, fez contribuições oficiais ou doou por meio de caixa dois para tentar influenciar o destino de pelo menos 20 atos do Legislativo e do Executivo, em sua maioria a edição e a aprovação de medidas provisórias. Os últimos acertos relatados pela empresa ocorreram quando a Operação Lava Jato já estava em andamento –trata-se da medida provisória 677 de 2015, que prorrogou contratos de energia de grandes indústrias no Nordeste. Claudio Melo Filho, ex-diretor da empresa, diz que contribuições para o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), na campanha de 2014, eram, em parte, "contrapartida para o forte apoio [de seu pai, o senador Renan Calheiros] à renovação dos contratos de energia, que culminou na edição" do texto. Ele relata ter tido reunião na residência oficial da presidência do Senado durante o trâmite da medida provisória "para reforçar a importância do tema para a empresa". Entenda a Lava Jato O exame dos depoimentos mostra que o trabalho do grupo se voltava principalmente para influenciar a elaboração de normas ligadas à tributação e à renegociação de dívidas com o governo. Os movimentos da companhia eram articulados por uma dobradinha: Marcelo Odebrecht mantinha interlocução com o Executivo, e Melo Filho, com o Congresso. Os principais contatos do grupo no período eram os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci. Melo Filho tinha como seu maior interlocutor o senador Romero Jucá (PMDB-RR), a quem tratava como "resolvedor da República no Congresso". Ele diz ter pago, ao longo desse período, R$ 22 milhões ao peemedebista, que seriam divididos com Renan e com seu sucessor, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Em geral, os textos eram previamente discutidos por Odebrecht com integrantes do governo e, depois, Melo Filho atuava para ajustá-los e aprová-los no Congresso. "Você aprovava uma coisa no Ministério da Fazenda e aí ia pro Congresso. Quando o pessoal no Congresso percebia que tinha interesse das empresas por trás, você sempre tinha que assumir um compromisso", disse Odebrecht aos investigadores. Em pelo menos um dos depoimentos, ele usa a palavra "comprar" para descrever a ação da empreiteira em relação à aprovação das normas. A narrativa da medida provisória 613 de 2013 funciona como espécie de manual da atuação da Odebrecht. O texto, que criou o Reiq –programa que desonerou a compra de matérias primas por indústrias químicas, atendendo a interesses da Braskem–, foi acompanhado pelo grupo desde o início. Em parte por causa dele, Odebrecht diz ter autorizado a inclusão de um crédito de R$ 100 milhões na planilha "Pós-Itália", que controlava os créditos de propina a que Mantega tinha direito em nome do PT e do governo. Pulando do Executivo para o Legislativo, Melo Filho diz que, durante a tramitação, Jucá solicitou "apoio financeiro atrelado à aprovação do texto". O pagamento de R$ 7 milhões teria sido dividido com Renan e Eunício. Na Câmara, Melo Filho relata que pagou "contribuições financeiras", entre outros, ao atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem a companhia pediu para acompanhar a tramitação. OUTRO LADO Em manifestações sobre a lista de inquéritos determinados pelo ministro Edson Fachin, Jucá sustenta que sempre atuou "dentro da legislação" e que teve suas contas eleitorais aprovadas. Renan disse que acredita que "os inquéritos serão arquivados por falta de provas". Eunício afirma que a Justiça vai "apurar e distinguir mentiras e versões alternativas da verdade". Maia diz que "o processo vai comprovar que são falsas as citações". A defesa de Mantega já disse que as acusações são inverossímeis. * LETRA VIVA Normas em que Odebrecht diz ter exercido influência Tipo: MP (Medida Provisória) Nº 252/255 Ano: 2005 Assunto: Conhecidas como MP do Bem, pretendiam reduzir tributos sobre importação de nafta Tipo: MP Nº 449 Ano: 2008 Assunto: Ficou conhecida como 'MP das Dívidas'; alterava condições de parcelamento de débitos tributários Tipo: MP Nº 460 Ano: 2009 Assunto: Por meio de emenda, criou regime especial para pagamento de dívidas de IPI Tipo: MP Nº 462 Ano: 2009 Assunto: Outra das medidas que tentaram instituir parcelamento de IPI Tipo: MP Nº 470 Ano: 2009 Assunto: Chamada de "Refis da crise", também teve atuação da Odebrecht para facilitar o pagamento de dívidas de IPI Tipo: MP Nº 472 Ano: 2009 Assunto: Instituiu incentivos para a indústria petrolífera Tipo: MP Nº 544 Ano: 2011 Assunto: Criou regime de incentivo à indústria da defesa; companhia pediu alteração em classificação de produtos Tipo: MP Nº 563 Ano: 2012 Assunto: Alterou alíquota de contribuição previdenciária sobre folha de pagamento devida por empresas Tipo: MP Nº 579 Ano: 2012 Assunto: Emenda do relator Renan Calheiros estendeu prazo de fornecimento de energia barata a empresas no Nordeste Tipo: MP Nº 613 Ano: 2013 Assunto: Editada após conversa de Marcelo e Mantega, concedeu incentivos tributários à indústria química por meio do Reiq Tipo: MP Nº 627 Ano: 2013 Assunto: Alterou tributação sobre lucro de empresas brasileiras no exterior; texto foi mudado a pedido de Marcelo Odebrecht Tipo: MP Nº 651 Ano: 2014 Assunto: Parte do "Pacote de bondades", alterou regras do mercado financeiro; Jucá apresentou quatro emendas a pedido Tipo: MP Nº 656 Ano: 2014 Assunto: Emenda de Jucá prorrogou contratos de fornecimento de energia a grandes consumidores; texto foi vetado por Dilma Tipo: MP Nº 677 Ano: 2015 Assunto: Depois do veto, novo texto foi editado para prorrogar esses contratos Tipo: MP Nº 703 Ano: 2015 Assunto: A partir de pedido de Emilio Odebrecht, texto criou modelo para os acordos de leniência de empresas Tipo: Resolução do Senado Nº 72 Ano: 2010 Assunto: Texto encerrou a "Guerra dos Portos", acabando com incentivos que alguns Estados concediam a importados Tipo: Projeto de lei Nº 32 Ano: 2007 Assunto: Projeto alterava lei de licitações; empresa atuou para apresentar emendas, mas texto acabou arquivado em 2014 Tipo: Projeto de lei Nº 6 Ano: 2009 Assunto: Texto estruturou o sistema brasileiro de defesa da concorrência Tipo: Decreto Nº 6683 Ano: 2008 Assunto: A pedido da empresa, texto isentou a produção residual de gasolina da cobrança da Cide-Combustíveis
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Compra de MPs continuou mesmo após início da Lava Jato, diz OdebrechtEm depoimentos ao Ministério Público, ex-executivos da Odebrecht afirmaram que, de 2005 a 2015, a empresa pagou propina, fez contribuições oficiais ou doou por meio de caixa dois para tentar influenciar o destino de pelo menos 20 atos do Legislativo e do Executivo, em sua maioria a edição e a aprovação de medidas provisórias. Os últimos acertos relatados pela empresa ocorreram quando a Operação Lava Jato já estava em andamento –trata-se da medida provisória 677 de 2015, que prorrogou contratos de energia de grandes indústrias no Nordeste. Claudio Melo Filho, ex-diretor da empresa, diz que contribuições para o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), na campanha de 2014, eram, em parte, "contrapartida para o forte apoio [de seu pai, o senador Renan Calheiros] à renovação dos contratos de energia, que culminou na edição" do texto. Ele relata ter tido reunião na residência oficial da presidência do Senado durante o trâmite da medida provisória "para reforçar a importância do tema para a empresa". Entenda a Lava Jato O exame dos depoimentos mostra que o trabalho do grupo se voltava principalmente para influenciar a elaboração de normas ligadas à tributação e à renegociação de dívidas com o governo. Os movimentos da companhia eram articulados por uma dobradinha: Marcelo Odebrecht mantinha interlocução com o Executivo, e Melo Filho, com o Congresso. Os principais contatos do grupo no período eram os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci. Melo Filho tinha como seu maior interlocutor o senador Romero Jucá (PMDB-RR), a quem tratava como "resolvedor da República no Congresso". Ele diz ter pago, ao longo desse período, R$ 22 milhões ao peemedebista, que seriam divididos com Renan e com seu sucessor, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Em geral, os textos eram previamente discutidos por Odebrecht com integrantes do governo e, depois, Melo Filho atuava para ajustá-los e aprová-los no Congresso. "Você aprovava uma coisa no Ministério da Fazenda e aí ia pro Congresso. Quando o pessoal no Congresso percebia que tinha interesse das empresas por trás, você sempre tinha que assumir um compromisso", disse Odebrecht aos investigadores. Em pelo menos um dos depoimentos, ele usa a palavra "comprar" para descrever a ação da empreiteira em relação à aprovação das normas. A narrativa da medida provisória 613 de 2013 funciona como espécie de manual da atuação da Odebrecht. O texto, que criou o Reiq –programa que desonerou a compra de matérias primas por indústrias químicas, atendendo a interesses da Braskem–, foi acompanhado pelo grupo desde o início. Em parte por causa dele, Odebrecht diz ter autorizado a inclusão de um crédito de R$ 100 milhões na planilha "Pós-Itália", que controlava os créditos de propina a que Mantega tinha direito em nome do PT e do governo. Pulando do Executivo para o Legislativo, Melo Filho diz que, durante a tramitação, Jucá solicitou "apoio financeiro atrelado à aprovação do texto". O pagamento de R$ 7 milhões teria sido dividido com Renan e Eunício. Na Câmara, Melo Filho relata que pagou "contribuições financeiras", entre outros, ao atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem a companhia pediu para acompanhar a tramitação. OUTRO LADO Em manifestações sobre a lista de inquéritos determinados pelo ministro Edson Fachin, Jucá sustenta que sempre atuou "dentro da legislação" e que teve suas contas eleitorais aprovadas. Renan disse que acredita que "os inquéritos serão arquivados por falta de provas". Eunício afirma que a Justiça vai "apurar e distinguir mentiras e versões alternativas da verdade". Maia diz que "o processo vai comprovar que são falsas as citações". A defesa de Mantega já disse que as acusações são inverossímeis. * LETRA VIVA Normas em que Odebrecht diz ter exercido influência Tipo: MP (Medida Provisória) Nº 252/255 Ano: 2005 Assunto: Conhecidas como MP do Bem, pretendiam reduzir tributos sobre importação de nafta Tipo: MP Nº 449 Ano: 2008 Assunto: Ficou conhecida como 'MP das Dívidas'; alterava condições de parcelamento de débitos tributários Tipo: MP Nº 460 Ano: 2009 Assunto: Por meio de emenda, criou regime especial para pagamento de dívidas de IPI Tipo: MP Nº 462 Ano: 2009 Assunto: Outra das medidas que tentaram instituir parcelamento de IPI Tipo: MP Nº 470 Ano: 2009 Assunto: Chamada de "Refis da crise", também teve atuação da Odebrecht para facilitar o pagamento de dívidas de IPI Tipo: MP Nº 472 Ano: 2009 Assunto: Instituiu incentivos para a indústria petrolífera Tipo: MP Nº 544 Ano: 2011 Assunto: Criou regime de incentivo à indústria da defesa; companhia pediu alteração em classificação de produtos Tipo: MP Nº 563 Ano: 2012 Assunto: Alterou alíquota de contribuição previdenciária sobre folha de pagamento devida por empresas Tipo: MP Nº 579 Ano: 2012 Assunto: Emenda do relator Renan Calheiros estendeu prazo de fornecimento de energia barata a empresas no Nordeste Tipo: MP Nº 613 Ano: 2013 Assunto: Editada após conversa de Marcelo e Mantega, concedeu incentivos tributários à indústria química por meio do Reiq Tipo: MP Nº 627 Ano: 2013 Assunto: Alterou tributação sobre lucro de empresas brasileiras no exterior; texto foi mudado a pedido de Marcelo Odebrecht Tipo: MP Nº 651 Ano: 2014 Assunto: Parte do "Pacote de bondades", alterou regras do mercado financeiro; Jucá apresentou quatro emendas a pedido Tipo: MP Nº 656 Ano: 2014 Assunto: Emenda de Jucá prorrogou contratos de fornecimento de energia a grandes consumidores; texto foi vetado por Dilma Tipo: MP Nº 677 Ano: 2015 Assunto: Depois do veto, novo texto foi editado para prorrogar esses contratos Tipo: MP Nº 703 Ano: 2015 Assunto: A partir de pedido de Emilio Odebrecht, texto criou modelo para os acordos de leniência de empresas Tipo: Resolução do Senado Nº 72 Ano: 2010 Assunto: Texto encerrou a "Guerra dos Portos", acabando com incentivos que alguns Estados concediam a importados Tipo: Projeto de lei Nº 32 Ano: 2007 Assunto: Projeto alterava lei de licitações; empresa atuou para apresentar emendas, mas texto acabou arquivado em 2014 Tipo: Projeto de lei Nº 6 Ano: 2009 Assunto: Texto estruturou o sistema brasileiro de defesa da concorrência Tipo: Decreto Nº 6683 Ano: 2008 Assunto: A pedido da empresa, texto isentou a produção residual de gasolina da cobrança da Cide-Combustíveis
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Única pública do gênero na cidade, Escola de Dança de SP faz 75 anos
IARA BIDERMAN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Garotos e garotas começam a trocar suas jaquetas, bonés, calças jeans e tênis por collants pretos, meias-calças salmão (as meninas), calças de malha preta e collants brancos (os meninos). É hora do almoço e eles estão chegando de várias áreas da cidade à zona central, para aprenderem uma profissão: a dança. São os alunos dos ciclos intermediário e profissionalizante da Escola de Dança de São Paulo —o único centro de ensino nesse gênero público da cidade, que completa 75 anos de atividade em 2015 (veja apresentações comemorativas abaixo). Para chegar aos palcos, as crianças e os adolescentes passam de 15 a 20 horas por semana nas salas do quarto e quinto andar da Praça das Artes, complexo cultural inaugurado no fim de 2012 que abriga os grupos artísticos do Theatro Municipal e as escolas municipais de dança e música. A mudança da escola dos baixos do Anhangabaú para o novo edifício ocorreu logo após uma série de mudanças na estrutura da escola, desencadeadas pela entrada da nova diretoria, em 2011. A mais simbólica foi a mudança de nome. O centro de ensino chamava-se, desde sua fundação, em 1940, Escola Municipal de Bailado. "No século 21, não existe 'bailado'. É outro entendimento do balé", diz Susana Yamauchi, hoje diretora da escola em que, nos anos 60, foi aluna. O balé continua eixo importante da formação, mas no novo currículo, que veio com a mudança do nome e do regimento, a técnica clássica está mais integrada a outras disciplinas, como composição, dança moderna e contemporânea ou consciência corporal. "É uma escola profissionalizante, não para domesticar o aluno a subir a perna ou fazer 'fouettés' [giros com a perna no ar]. Temos responsabilidade com essas crianças que vêm de longe, passam muitas horas aqui, precisamos oferecer um leque que contemple as diversas formas de expressão na dança", diz Susana. Isso não quer dizer que as diferentes formas de dançar nunca estiveram presentes nas sete décadas de história da escola. Mas nunca tiveram tanta força nem estiveram tão integradas como agora. "As outras técnicas só entravam nos últimos anos e orbitavam em torno do balé", afirma a diretora. As mudanças não agradaram a todos. No início da gestão, chegaram a dizer que a atual diretoria era "do contemporâneo" e, por isso, iria" "matar o balé". Ninguém morreu. As aulas de balé continuam, com pianista tocando ao vivo, em salas com pisos de linóleo (tecido impermeável untado com óleo de linhaça) como os usados em espetáculos profissionais —luxos raros nas academias particulares. "Tem balé, mas tem o resto, o aluno tem que comer do prato todo. Ser bailarino é assim mesmo, muito difícil, ainda mais no Brasil", diz Susana. QUERO SER PAVLOVA A Escola de Bailado foi fundada na primeira gestão de Prestes Maia (1896-1965), que foi nomeado prefeito em 1938, por Adhemar de Barros. Era a época em que os antigos barões do café e a nova burguesia se encantavam com a cena cultural "europeia" da cidade: óperas, música clássica, balés de repertório. O Theatro Municipal, inaugurado em 1911, já recebia grandes nomes da dança mundial: Anna Pavlova, Isadora Duncan, Nijinsky. As filhas da alta burguesia também sonhavam se apresentar de sapatilhas de ponta e tutus nesse palco, e as companhias de ópera precisavam de elenco para seu corpo de baile. Junte-se a esse caldo os bailarinos internacionais que se mudavam de uma Europa entre guerras para as Américas, e estava pronto para sair do forno uma escola de dança pública com todos os requintes de uma escola de elite. A começar por seus diretores e professores. Os primeiros foram o tcheco Vaslav Veltchek (1897-19670) e a russa Maria Olenewa. "Na época, a escola do Theatro Municipal era o lugar onde toda jovem bem-nascida gostaria de estar", afirma Susana. Os alunos aprendiam clássico de repertório e formavam o corpo de baile do Theatro -o Balé da Cidade de São Paulo só seria criado em 1968, então com o nome de Corpo de Baile Municipal e com uma estrutura independente da Escola de Bailado. A agitação política e cultural que incendiou a dança paulistana na década de 1970 bateu às portas da escola no início dos anos 1980, quando diretores como Ady Addor e Klaus Vianna (1928-92) tentaram implantar inovações didáticas e artísticas na instituição. Mas foi só no início da década de 1990 que o então diretor Acácio Vallim Jr. conseguiu mudar o regimento da escola e incorporar elementos da dança contemporânea à grade curricular. Addor e Vianna sofreram resistência tanto dos administradores públicos quanto de professores e pais dos alunos -muitos tinham (e ainda têm, segundo Susana) uma visão romântica da dança, e esperavam da escola uma formação estritamente clássica. O clima político também não ajudava. Klauss Vianna, por exemplo, foi muito criticado por criar um curso noturno de balé só para homens —algo raro até hoje— em sua breve passagem como diretor da escola, entre 1981 e 82. O curso acabou sendo fechado em 1987 pelo então prefeito Jânio Quadros, que proibiu a entrada de homossexuais na escola. Por criticar a medida do prefeito, o bailarino e ex-diretor da escola foi agredido em frente à sua casa. Hoje, as aulas de balé só para homens estão nas grades dos cursos livres, oferecidos à comunidade. São 25 modalidades, algumas para crianças —visando, inclusive, às que não passaram no processo de seleção para novos alunos. Há também vários cursos para adultos, que vão do balé ao pilates. Para participar, são abertas inscrições a cada ano e as vagas (entre 20 e 30 para cada curso) são definidas por sorteio público. No último ano, 740 pessoas frequentaram os cursos livres da escola. Para entrar no curso profissionalizante, que tem hoje cerca de 400 alunos, o caminho é mais árduo. A cada ano, são abertas vagas para novos alunos e os candidatos são selecionados em audições —as próximas serão em dezembro, para o ano letivo de 2016. Nesta seleção, 875 candidatos concorrem às quase 80 vagas, a maioria delas para o primeiro ano do ciclo fundamental, em que a média é sete candidatos por vaga. Já para os adolescentes entre 13 e 15 anos que querem entrar no quarto ano da escola, a média é 25 candidatos por vaga. Theatro Municipal de São Paulo. Pça. Ramos de Azevedo, s/nº, República, região central, tel. 3053-2100. Atelier Balé Jovem, sáb. (28): 20h, dom. (29): 18h. Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1.000, Paraíso, região sul, tel. 3397-4002. Semana de Dança: Atelier Balé Jovem, ter. (24) e qua. (25): 21h.
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Única pública do gênero na cidade, Escola de Dança de SP faz 75 anosIARA BIDERMAN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Garotos e garotas começam a trocar suas jaquetas, bonés, calças jeans e tênis por collants pretos, meias-calças salmão (as meninas), calças de malha preta e collants brancos (os meninos). É hora do almoço e eles estão chegando de várias áreas da cidade à zona central, para aprenderem uma profissão: a dança. São os alunos dos ciclos intermediário e profissionalizante da Escola de Dança de São Paulo —o único centro de ensino nesse gênero público da cidade, que completa 75 anos de atividade em 2015 (veja apresentações comemorativas abaixo). Para chegar aos palcos, as crianças e os adolescentes passam de 15 a 20 horas por semana nas salas do quarto e quinto andar da Praça das Artes, complexo cultural inaugurado no fim de 2012 que abriga os grupos artísticos do Theatro Municipal e as escolas municipais de dança e música. A mudança da escola dos baixos do Anhangabaú para o novo edifício ocorreu logo após uma série de mudanças na estrutura da escola, desencadeadas pela entrada da nova diretoria, em 2011. A mais simbólica foi a mudança de nome. O centro de ensino chamava-se, desde sua fundação, em 1940, Escola Municipal de Bailado. "No século 21, não existe 'bailado'. É outro entendimento do balé", diz Susana Yamauchi, hoje diretora da escola em que, nos anos 60, foi aluna. O balé continua eixo importante da formação, mas no novo currículo, que veio com a mudança do nome e do regimento, a técnica clássica está mais integrada a outras disciplinas, como composição, dança moderna e contemporânea ou consciência corporal. "É uma escola profissionalizante, não para domesticar o aluno a subir a perna ou fazer 'fouettés' [giros com a perna no ar]. Temos responsabilidade com essas crianças que vêm de longe, passam muitas horas aqui, precisamos oferecer um leque que contemple as diversas formas de expressão na dança", diz Susana. Isso não quer dizer que as diferentes formas de dançar nunca estiveram presentes nas sete décadas de história da escola. Mas nunca tiveram tanta força nem estiveram tão integradas como agora. "As outras técnicas só entravam nos últimos anos e orbitavam em torno do balé", afirma a diretora. As mudanças não agradaram a todos. No início da gestão, chegaram a dizer que a atual diretoria era "do contemporâneo" e, por isso, iria" "matar o balé". Ninguém morreu. As aulas de balé continuam, com pianista tocando ao vivo, em salas com pisos de linóleo (tecido impermeável untado com óleo de linhaça) como os usados em espetáculos profissionais —luxos raros nas academias particulares. "Tem balé, mas tem o resto, o aluno tem que comer do prato todo. Ser bailarino é assim mesmo, muito difícil, ainda mais no Brasil", diz Susana. QUERO SER PAVLOVA A Escola de Bailado foi fundada na primeira gestão de Prestes Maia (1896-1965), que foi nomeado prefeito em 1938, por Adhemar de Barros. Era a época em que os antigos barões do café e a nova burguesia se encantavam com a cena cultural "europeia" da cidade: óperas, música clássica, balés de repertório. O Theatro Municipal, inaugurado em 1911, já recebia grandes nomes da dança mundial: Anna Pavlova, Isadora Duncan, Nijinsky. As filhas da alta burguesia também sonhavam se apresentar de sapatilhas de ponta e tutus nesse palco, e as companhias de ópera precisavam de elenco para seu corpo de baile. Junte-se a esse caldo os bailarinos internacionais que se mudavam de uma Europa entre guerras para as Américas, e estava pronto para sair do forno uma escola de dança pública com todos os requintes de uma escola de elite. A começar por seus diretores e professores. Os primeiros foram o tcheco Vaslav Veltchek (1897-19670) e a russa Maria Olenewa. "Na época, a escola do Theatro Municipal era o lugar onde toda jovem bem-nascida gostaria de estar", afirma Susana. Os alunos aprendiam clássico de repertório e formavam o corpo de baile do Theatro -o Balé da Cidade de São Paulo só seria criado em 1968, então com o nome de Corpo de Baile Municipal e com uma estrutura independente da Escola de Bailado. A agitação política e cultural que incendiou a dança paulistana na década de 1970 bateu às portas da escola no início dos anos 1980, quando diretores como Ady Addor e Klaus Vianna (1928-92) tentaram implantar inovações didáticas e artísticas na instituição. Mas foi só no início da década de 1990 que o então diretor Acácio Vallim Jr. conseguiu mudar o regimento da escola e incorporar elementos da dança contemporânea à grade curricular. Addor e Vianna sofreram resistência tanto dos administradores públicos quanto de professores e pais dos alunos -muitos tinham (e ainda têm, segundo Susana) uma visão romântica da dança, e esperavam da escola uma formação estritamente clássica. O clima político também não ajudava. Klauss Vianna, por exemplo, foi muito criticado por criar um curso noturno de balé só para homens —algo raro até hoje— em sua breve passagem como diretor da escola, entre 1981 e 82. O curso acabou sendo fechado em 1987 pelo então prefeito Jânio Quadros, que proibiu a entrada de homossexuais na escola. Por criticar a medida do prefeito, o bailarino e ex-diretor da escola foi agredido em frente à sua casa. Hoje, as aulas de balé só para homens estão nas grades dos cursos livres, oferecidos à comunidade. São 25 modalidades, algumas para crianças —visando, inclusive, às que não passaram no processo de seleção para novos alunos. Há também vários cursos para adultos, que vão do balé ao pilates. Para participar, são abertas inscrições a cada ano e as vagas (entre 20 e 30 para cada curso) são definidas por sorteio público. No último ano, 740 pessoas frequentaram os cursos livres da escola. Para entrar no curso profissionalizante, que tem hoje cerca de 400 alunos, o caminho é mais árduo. A cada ano, são abertas vagas para novos alunos e os candidatos são selecionados em audições —as próximas serão em dezembro, para o ano letivo de 2016. Nesta seleção, 875 candidatos concorrem às quase 80 vagas, a maioria delas para o primeiro ano do ciclo fundamental, em que a média é sete candidatos por vaga. Já para os adolescentes entre 13 e 15 anos que querem entrar no quarto ano da escola, a média é 25 candidatos por vaga. Theatro Municipal de São Paulo. Pça. Ramos de Azevedo, s/nº, República, região central, tel. 3053-2100. Atelier Balé Jovem, sáb. (28): 20h, dom. (29): 18h. Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1.000, Paraíso, região sul, tel. 3397-4002. Semana de Dança: Atelier Balé Jovem, ter. (24) e qua. (25): 21h.
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Judô brasileiro vai bem em primeiro grande teste após decepção na Rio-16
O judô brasileiro conquistou 13 medalhas no Grand Slam de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, encerrado neste domingo (30). Foi o maior número de medalhas conquistadas entre os 34 países que participaram da competição, a primeira etapa de Grand Slam após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O Brasil terminou em terceiro lugar no quadro geral de medalhas devido ao número de ouros: apenas um. A França teve três primeiros lugares (e cinco medalhas no total), e a Holanda teve dois (e somente mais um bronze). No último dia de disputas, a judoca Maria Suelen Altheman (acima de 78 kg) conquistou o único ouro do Brasil. Ela venceu a alemã Carolin Weiss na final com um ippon. Assim como na Olimpíada, quando Rafaela Silva conseguiu a medalha de ouro, a maior conquista veio de judoca da equipe feminina. Luciano Corrêa (até 100kg) também chegou à final no domingo. Na decisão, contra Elkhan Mammadov, do Azerbaijão, ele foi derrotado pelo número de punições (2 a 1). Após estrearem em suas quartas-de-final com derrotas, David Moura (mais de 100kg) e Samanta Soares (até 78kg) conseguiram se recuperar na repescagem. Moura venceu o russo Soslan Bostanov, e Soares superou a francesa Madeleine Malonga para conquistarem o bronze. Nos dois primeiros dias do Grand Slam, o Brasil conquistou três pratas. Eric Takabatake (até 60kg) perdeu do espanhol Francisco Garrigos e Victor Penalber (até 81kg) foi derrotado na final por Sergiu Toma, dos Emirados Árabes, que foi bronze no Rio. Já Maria Portela (até 70kg) perdeu na decisão para a francesa Marie Eve Gahie. Os outros seis bronzes brasileiros vieram com Charles Chibana (66kg), Nathália Brígida (48kg), Jéssica Pereira (52kg), Mariana Silva (63kg), Ketleyn Quadros (63kg) e Bárbara Timo (70kg). RIO-2016 Entre os medalhistas brasileiros em Abu Dhabi, apenas Mariana Silva teve destaque na Olimpíada, quando chegou à decisão do terceiro lugar –mas saiu derrotada. Apesar de ser esperança de medalhas, Maria Suelen não chegou a disputar pódio, assim como Penalber –derrotado justamente para Toma. Portela e Chibana também saíram sem brigar por pódio. Rafael Buzacarini (até 100kg) e Alex Pombo (até 73kg) também disputaram o Grand Slam e a Olimpíada, mas saíram sem medalhas dos dois.
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Judô brasileiro vai bem em primeiro grande teste após decepção na Rio-16O judô brasileiro conquistou 13 medalhas no Grand Slam de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, encerrado neste domingo (30). Foi o maior número de medalhas conquistadas entre os 34 países que participaram da competição, a primeira etapa de Grand Slam após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O Brasil terminou em terceiro lugar no quadro geral de medalhas devido ao número de ouros: apenas um. A França teve três primeiros lugares (e cinco medalhas no total), e a Holanda teve dois (e somente mais um bronze). No último dia de disputas, a judoca Maria Suelen Altheman (acima de 78 kg) conquistou o único ouro do Brasil. Ela venceu a alemã Carolin Weiss na final com um ippon. Assim como na Olimpíada, quando Rafaela Silva conseguiu a medalha de ouro, a maior conquista veio de judoca da equipe feminina. Luciano Corrêa (até 100kg) também chegou à final no domingo. Na decisão, contra Elkhan Mammadov, do Azerbaijão, ele foi derrotado pelo número de punições (2 a 1). Após estrearem em suas quartas-de-final com derrotas, David Moura (mais de 100kg) e Samanta Soares (até 78kg) conseguiram se recuperar na repescagem. Moura venceu o russo Soslan Bostanov, e Soares superou a francesa Madeleine Malonga para conquistarem o bronze. Nos dois primeiros dias do Grand Slam, o Brasil conquistou três pratas. Eric Takabatake (até 60kg) perdeu do espanhol Francisco Garrigos e Victor Penalber (até 81kg) foi derrotado na final por Sergiu Toma, dos Emirados Árabes, que foi bronze no Rio. Já Maria Portela (até 70kg) perdeu na decisão para a francesa Marie Eve Gahie. Os outros seis bronzes brasileiros vieram com Charles Chibana (66kg), Nathália Brígida (48kg), Jéssica Pereira (52kg), Mariana Silva (63kg), Ketleyn Quadros (63kg) e Bárbara Timo (70kg). RIO-2016 Entre os medalhistas brasileiros em Abu Dhabi, apenas Mariana Silva teve destaque na Olimpíada, quando chegou à decisão do terceiro lugar –mas saiu derrotada. Apesar de ser esperança de medalhas, Maria Suelen não chegou a disputar pódio, assim como Penalber –derrotado justamente para Toma. Portela e Chibana também saíram sem brigar por pódio. Rafael Buzacarini (até 100kg) e Alex Pombo (até 73kg) também disputaram o Grand Slam e a Olimpíada, mas saíram sem medalhas dos dois.
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Janot diz ao STF que Cunha é agressivo e pede abertura de ação
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou em manifestação ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), "sempre se mostrou (...) extremamente agressivo e dado a retaliações a todos aqueles que se colocam em seu caminho a contrariar seus interesses" e que há "robustos elementos" que comprovam o recebimento de propina pelo peemedebista. Na peça, Janot rejeita os argumentos da defesa de Cunha para paralisar o inquérito e pede que o Supremo aceite a denúncia apresentada em agosto pela PGR (Procuradoria-Geral da República), na qual o peemedebista é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ao defender a validade da delação premiada do lobista Julio Camargo, Janot classifica Cunha de "extremamente agressivo" e diz que era justificável que o delator tenha omitido o peemedebista, em um primeiro momento, por medo de retaliações. Só posteriormente é que Camargo confirmou ter pagado propina a Cunha. "O medo demonstrado por Julio Camargo ressai de inúmeros e reiterados comportamentos ilícitos de Eduardo Cunha para a efetividade e garantia de suas atividades ilícitas. Não à toa, por intermédio de terceiros, Eduardo Cunha perseguiu Alberto Youssef, fazendo com que a CPI da Petrobras buscasse o afastamento do sigilo bancário e fiscal de sua esposa e filha, bem como passou a investigar a então advogada de Julio Camargo, Beatriz Catta Preta", escreveu Janot. O procurador-geral rebate os argumentos de que a denúncia não teria provas de recebimento de dinheiro por parte de Cunha e que seria genérica. Para Janot, a denúncia "está baseada em inúmeros e robustos elementos que apontam, de maneira uniforme, para o recebimento de valores por parte de Eduardo Cunha". Segundo o procurador-geral, entre esses elementos estão depoimentos de três delatores, transferências de recursos para igrejas vinculadas a Cunha, voos pagos como forma de propina e informações de que requerimentos da Câmara foram patrocinados pelo peemedebista para achacar uma empresa que devia propina. A manifestação da PGR é uma resposta à defesa de Cunha e será usada pelos ministros do Supremo para avaliar se aceitam ou não a abertura de ação penal contra o presidente da Câmara. Ainda não há data para que o recebimento da denúncia seja votado no STF. A defesa de Cunha nega o recebimento de propina, diz que delatores foram pressionados pela PGR a citar Cunha e sustenta que não há provas de que o dinheiro foi para o peemedebista. Questionado durante entrevista coletiva, o peemedebista não quis se manifestar. "Cada um escreve o que quiser", limitou-se a dizer, acrescentando que seus advogados já se posicionaram sobre as acusações nos autos do processo. SUCESSÃO PRESIDENCIAL A PGR rejeita o argumento da defesa de Cunha de que, por ser o terceiro na linha sucessória da Presidência da República, o peemedebista não poderia ser processado por fatos estranhos ao exercício de seu cargo. Janot usa como exemplo o fato de que o próprio Supremo já rejeitou estender esse benefício a governadores de Estado e escreveu, em uma decisão anterior, que essas prerrogativas "são apenas extensíveis ao presidente da República". Para o procurador-geral, a tese da defesa "alça patamares realmente criativos e fora de qualquer parâmetro jurídico". Em relação à defesa da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), também alvo da denúncia por ter sido a autora dos requerimentos que teriam sido usados por Cunha em 2011 para pressionar Julio Camargo a pagar propina, Janot escreveu que ela tinha "consciência e vontade de produzir o resultado" e que aderiu "à vontade de seu comparsa na prática delitiva", embora em grau diferente. A PGR escreveu que Solange "aparentemente" não recebeu valores indevidos, mas tinha noção da finalidade dos requerimentos patrocinados por Cunha. A defesa de Solange Almeida havia argumentado que a conduta de corrupção se consumou no momento da contratação dos navios-sonda, não sendo possível ela ter participado posteriormente, e que ela foi ouvida ilegalmente na condição de testemunha sendo que na verdade ela já era investigada –como investigada, teria o direito ao silêncio. Sobre esse segundo ponto, Janot sustenta que não se sabia que ela era investigada quando foi ouvida, apesar de sua relação com os fatos, por isso foi informado a ela que seria apenas testemunha.
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Janot diz ao STF que Cunha é agressivo e pede abertura de açãoO procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou em manifestação ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), "sempre se mostrou (...) extremamente agressivo e dado a retaliações a todos aqueles que se colocam em seu caminho a contrariar seus interesses" e que há "robustos elementos" que comprovam o recebimento de propina pelo peemedebista. Na peça, Janot rejeita os argumentos da defesa de Cunha para paralisar o inquérito e pede que o Supremo aceite a denúncia apresentada em agosto pela PGR (Procuradoria-Geral da República), na qual o peemedebista é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ao defender a validade da delação premiada do lobista Julio Camargo, Janot classifica Cunha de "extremamente agressivo" e diz que era justificável que o delator tenha omitido o peemedebista, em um primeiro momento, por medo de retaliações. Só posteriormente é que Camargo confirmou ter pagado propina a Cunha. "O medo demonstrado por Julio Camargo ressai de inúmeros e reiterados comportamentos ilícitos de Eduardo Cunha para a efetividade e garantia de suas atividades ilícitas. Não à toa, por intermédio de terceiros, Eduardo Cunha perseguiu Alberto Youssef, fazendo com que a CPI da Petrobras buscasse o afastamento do sigilo bancário e fiscal de sua esposa e filha, bem como passou a investigar a então advogada de Julio Camargo, Beatriz Catta Preta", escreveu Janot. O procurador-geral rebate os argumentos de que a denúncia não teria provas de recebimento de dinheiro por parte de Cunha e que seria genérica. Para Janot, a denúncia "está baseada em inúmeros e robustos elementos que apontam, de maneira uniforme, para o recebimento de valores por parte de Eduardo Cunha". Segundo o procurador-geral, entre esses elementos estão depoimentos de três delatores, transferências de recursos para igrejas vinculadas a Cunha, voos pagos como forma de propina e informações de que requerimentos da Câmara foram patrocinados pelo peemedebista para achacar uma empresa que devia propina. A manifestação da PGR é uma resposta à defesa de Cunha e será usada pelos ministros do Supremo para avaliar se aceitam ou não a abertura de ação penal contra o presidente da Câmara. Ainda não há data para que o recebimento da denúncia seja votado no STF. A defesa de Cunha nega o recebimento de propina, diz que delatores foram pressionados pela PGR a citar Cunha e sustenta que não há provas de que o dinheiro foi para o peemedebista. Questionado durante entrevista coletiva, o peemedebista não quis se manifestar. "Cada um escreve o que quiser", limitou-se a dizer, acrescentando que seus advogados já se posicionaram sobre as acusações nos autos do processo. SUCESSÃO PRESIDENCIAL A PGR rejeita o argumento da defesa de Cunha de que, por ser o terceiro na linha sucessória da Presidência da República, o peemedebista não poderia ser processado por fatos estranhos ao exercício de seu cargo. Janot usa como exemplo o fato de que o próprio Supremo já rejeitou estender esse benefício a governadores de Estado e escreveu, em uma decisão anterior, que essas prerrogativas "são apenas extensíveis ao presidente da República". Para o procurador-geral, a tese da defesa "alça patamares realmente criativos e fora de qualquer parâmetro jurídico". Em relação à defesa da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), também alvo da denúncia por ter sido a autora dos requerimentos que teriam sido usados por Cunha em 2011 para pressionar Julio Camargo a pagar propina, Janot escreveu que ela tinha "consciência e vontade de produzir o resultado" e que aderiu "à vontade de seu comparsa na prática delitiva", embora em grau diferente. A PGR escreveu que Solange "aparentemente" não recebeu valores indevidos, mas tinha noção da finalidade dos requerimentos patrocinados por Cunha. A defesa de Solange Almeida havia argumentado que a conduta de corrupção se consumou no momento da contratação dos navios-sonda, não sendo possível ela ter participado posteriormente, e que ela foi ouvida ilegalmente na condição de testemunha sendo que na verdade ela já era investigada –como investigada, teria o direito ao silêncio. Sobre esse segundo ponto, Janot sustenta que não se sabia que ela era investigada quando foi ouvida, apesar de sua relação com os fatos, por isso foi informado a ela que seria apenas testemunha.
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Saque do FGTS de nascidos entre setembro e novembro é antecipado para sábado
O início da liberação do saque da quarta fase das contas inativas do FGTS (trabalhadores nascidos entre setembro e novembro) foi antecipado do dia 16 de junho para o próximo sábado (10), informou nesta terça-feira (6) a Caixa Econômica Federal. De acordo com o banco, a antecipação será feita para não coincidir com o feriado de Corpus Christi, que será no dia 15 de junho. O banco projeta que a quarta fase irá atingir 7,5 milhões de brasileiros, que receberão cerca de R$ 10,9 bilhões, ou 25% do total do programa. Cerca de 2,4 milhões de pessoas que possuem conta poupança individual receberão o valor automaticamente. De acordo com a Caixa, no próximo sábado 2.015 agências serão abertas em todo o país entre 9h e 15h. A relação dessas agências pode ser encontrada no site da Caixa. Nos dias 12, 13 e 15 de junho as agências da Caixa abrirão duas horas mais cedo para atender aos trabalhadores. Nas cidades em que os bancos abrem às 9h, as agências abrirão às 8h e terão o horário de atendimento prorrogado em uma hora. Em 14 de julho, começa o saque dos trabalhadores que nasceram em dezembro. MAIS SAQUES O saque total das contas inativas do FGTS deve se aproximar dos R$ 40 bilhões, em vez dos entre R$ 30 bilhões e R$ 32 bilhões estimados a princípio pela Caixa Econômica Federal, divulgou o banco. De acordo com o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, a estimativa inicial foi feita com base no saque feito historicamente em contas inativas –cerca de 80% do total. Como no caso da liberação pelo governo houve grande divulgação, um percentual maior de trabalhadores aderiu. "Além disso, muita gente não havia registrado sua saída de empregos no sistema da Caixa, o que fazia com que as contas aparecessem como ativa para o banco. Com a divulgação da liberação do saque, essas pessoas provaram suas demissões, e isso também elevou o total pago", disse Occhi. Entre 10 de março e 2 de junho, a Caixa registrou o saque de R$ 27,6 bilhões relativos a contas inativas do Fundo, ou 95,2% do total previsto. Entre os trabalhadores nascidos entre janeiro e agosto, 16,3 milhões de pessoas sacaram até agora, ou 81% do previsto. "O Ministério do Planejamento no final de julho poderá rever sua estimativa de impacto do saque no PIB", disse Occhi. JUROS PERSONALIZADOS Occhi afirmou também que, a partir do segundo semestre, o banco pretende personalizar mais as taxas de juros cobradas em financiamentos imobiliários, cobrando menos de clientes com um perfil de risco melhor. Quem tiver garantias melhores para um montante menor de financiamento requerido, por exemplo, pagará taxas menores. "Esse modelo de definição de juros será lançado no segundo semestre, para juros de habitação mas também outros tipos de crédito", disse. * É possível fazer a consulta pelos seguintes canais de atendimento: SITE acesse aqui ou aqui APLICATIVO FGTS para smartphones TELEFONE 0800 726 2017 (ligação gratuita) TENHA EM MÃOS Número do CPF e número do PIS PROBLEMAS * Não consigo acessar os canais * A Caixa diz que não tenho dinheiro, mas nunca saquei o FGTS Para resolver divergências cadastrais ou tirar dúvidas dos valores que não batem, vá a uma agência com documentos e a carteira de trabalho - pessoas com direito a sacar - Em milhões Tenho dinheiro do FGTS em ações de Petrobras e Vale. Posso sacar? Sim. Existem alternativas: - Depende de quanto tem em conta. Onde receber o dinheiro CARTÃO DO CIDADÃO O que é é um cartão magnético emitido pela Caixa que permite o saque de benefícios do governo fora das agências (lotéricas e correspondentes bancários Caixa Aqui) Não tenho o cartão É possível pedir o documento em uma agência da Caixa, com o número do PIS em mãos Perdi a senha Ligue para 0800 726 0207 para fazer o recadastramento. Será preciso ir até uma agência da Caixa ou a uma lotérica para terminar o processo PARA CLIENTES DA CAIXA ATENÇÃO! - Cada contrato de trabalho gera uma conta do FGTS. Se você tiver FGTS inativo de mais de um local de trabalho, terá mais de uma conta com dinheiro - TENHO DÍVIDAS Uso o dinheiro como barganha para renegociar Importante! Se você tiver dívidas atrasadas ou no cheque especial, não faça a transferência do dinheiro do FGTS para a conta-corrente no banco. No cheque especial, o dinheiro irá direto para cobrir o negativo, sem que você possa pedir descontos QUERO INVESTIR Planeje o investimento de acordo com seu objetivo Reserva de emergência Esses recursos devem somar cerca de seis meses de gastos, para que o trabalhador possa recorrer a esse dinheiro em caso de imprevistos Onde aplicar: Tesouro Selic, CDBs e fundos DI Casa própria A aplicação do dinheiro do FGTS dependerá do tempo que o trabalhador planeja economizar até a compra do imóvel. Onde aplicar: Tesouro Selic, CDBs e Fundos DI se o dinheiro for usado em breve. Se o objetivo é de prazo mais longo, é possível diversificar Para o longo prazo Se o objetivo for guardar para a aposentadoria, é possível investir em planos de Previdência. Outra opção são os títulos públicos Tesouro IPCA+. Se falta tempo para a aposentadoria e o investidor tem apetite a risco, também é possível investir em renda variável
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Saque do FGTS de nascidos entre setembro e novembro é antecipado para sábadoO início da liberação do saque da quarta fase das contas inativas do FGTS (trabalhadores nascidos entre setembro e novembro) foi antecipado do dia 16 de junho para o próximo sábado (10), informou nesta terça-feira (6) a Caixa Econômica Federal. De acordo com o banco, a antecipação será feita para não coincidir com o feriado de Corpus Christi, que será no dia 15 de junho. O banco projeta que a quarta fase irá atingir 7,5 milhões de brasileiros, que receberão cerca de R$ 10,9 bilhões, ou 25% do total do programa. Cerca de 2,4 milhões de pessoas que possuem conta poupança individual receberão o valor automaticamente. De acordo com a Caixa, no próximo sábado 2.015 agências serão abertas em todo o país entre 9h e 15h. A relação dessas agências pode ser encontrada no site da Caixa. Nos dias 12, 13 e 15 de junho as agências da Caixa abrirão duas horas mais cedo para atender aos trabalhadores. Nas cidades em que os bancos abrem às 9h, as agências abrirão às 8h e terão o horário de atendimento prorrogado em uma hora. Em 14 de julho, começa o saque dos trabalhadores que nasceram em dezembro. MAIS SAQUES O saque total das contas inativas do FGTS deve se aproximar dos R$ 40 bilhões, em vez dos entre R$ 30 bilhões e R$ 32 bilhões estimados a princípio pela Caixa Econômica Federal, divulgou o banco. De acordo com o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, a estimativa inicial foi feita com base no saque feito historicamente em contas inativas –cerca de 80% do total. Como no caso da liberação pelo governo houve grande divulgação, um percentual maior de trabalhadores aderiu. "Além disso, muita gente não havia registrado sua saída de empregos no sistema da Caixa, o que fazia com que as contas aparecessem como ativa para o banco. Com a divulgação da liberação do saque, essas pessoas provaram suas demissões, e isso também elevou o total pago", disse Occhi. Entre 10 de março e 2 de junho, a Caixa registrou o saque de R$ 27,6 bilhões relativos a contas inativas do Fundo, ou 95,2% do total previsto. Entre os trabalhadores nascidos entre janeiro e agosto, 16,3 milhões de pessoas sacaram até agora, ou 81% do previsto. "O Ministério do Planejamento no final de julho poderá rever sua estimativa de impacto do saque no PIB", disse Occhi. JUROS PERSONALIZADOS Occhi afirmou também que, a partir do segundo semestre, o banco pretende personalizar mais as taxas de juros cobradas em financiamentos imobiliários, cobrando menos de clientes com um perfil de risco melhor. Quem tiver garantias melhores para um montante menor de financiamento requerido, por exemplo, pagará taxas menores. "Esse modelo de definição de juros será lançado no segundo semestre, para juros de habitação mas também outros tipos de crédito", disse. * É possível fazer a consulta pelos seguintes canais de atendimento: SITE acesse aqui ou aqui APLICATIVO FGTS para smartphones TELEFONE 0800 726 2017 (ligação gratuita) TENHA EM MÃOS Número do CPF e número do PIS PROBLEMAS * Não consigo acessar os canais * A Caixa diz que não tenho dinheiro, mas nunca saquei o FGTS Para resolver divergências cadastrais ou tirar dúvidas dos valores que não batem, vá a uma agência com documentos e a carteira de trabalho - pessoas com direito a sacar - Em milhões Tenho dinheiro do FGTS em ações de Petrobras e Vale. Posso sacar? Sim. Existem alternativas: - Depende de quanto tem em conta. Onde receber o dinheiro CARTÃO DO CIDADÃO O que é é um cartão magnético emitido pela Caixa que permite o saque de benefícios do governo fora das agências (lotéricas e correspondentes bancários Caixa Aqui) Não tenho o cartão É possível pedir o documento em uma agência da Caixa, com o número do PIS em mãos Perdi a senha Ligue para 0800 726 0207 para fazer o recadastramento. Será preciso ir até uma agência da Caixa ou a uma lotérica para terminar o processo PARA CLIENTES DA CAIXA ATENÇÃO! - Cada contrato de trabalho gera uma conta do FGTS. Se você tiver FGTS inativo de mais de um local de trabalho, terá mais de uma conta com dinheiro - TENHO DÍVIDAS Uso o dinheiro como barganha para renegociar Importante! Se você tiver dívidas atrasadas ou no cheque especial, não faça a transferência do dinheiro do FGTS para a conta-corrente no banco. No cheque especial, o dinheiro irá direto para cobrir o negativo, sem que você possa pedir descontos QUERO INVESTIR Planeje o investimento de acordo com seu objetivo Reserva de emergência Esses recursos devem somar cerca de seis meses de gastos, para que o trabalhador possa recorrer a esse dinheiro em caso de imprevistos Onde aplicar: Tesouro Selic, CDBs e fundos DI Casa própria A aplicação do dinheiro do FGTS dependerá do tempo que o trabalhador planeja economizar até a compra do imóvel. Onde aplicar: Tesouro Selic, CDBs e Fundos DI se o dinheiro for usado em breve. Se o objetivo é de prazo mais longo, é possível diversificar Para o longo prazo Se o objetivo for guardar para a aposentadoria, é possível investir em planos de Previdência. Outra opção são os títulos públicos Tesouro IPCA+. Se falta tempo para a aposentadoria e o investidor tem apetite a risco, também é possível investir em renda variável
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Veja as mortes e missas publicadas nesta quinta-feira
MORTES Carlos Antonio Medauar - Aos 100, viúvo. Deixa filhos, netos e bisnetos. Crematório de Vila Alpina. Alexandru Sorin Segal - Aos 67, casado com Dana Maria Segal. Deixa os filhos, Roberto e Daniel Marcello, e netos. Cemitério Israelita do Embu das Artes. Rosa Kohn de Stefani - Aos 101, viúva de Guido Stefani. Cemitério Israelita do Embu das Artes. * 7º DIA Luiza Vergilio Chiecchi - Hoje (8/1), às 19h30, na paróquia Santa Rita de Cássia, rua Santa Rita, 799, Pari. João Carlos Bruno Pisati - Amanhã (9/1), às 19h, na paróquia São Pedro e São Paulo, rua Circular do Bosque, 31, Parque Morumbi. * YURTZAIT - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ Jose Marian Kitner - Amanhã (9/1), às 10h30, q. 398, sep. 140, set. R.
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Veja as mortes e missas publicadas nesta quinta-feiraMORTES Carlos Antonio Medauar - Aos 100, viúvo. Deixa filhos, netos e bisnetos. Crematório de Vila Alpina. Alexandru Sorin Segal - Aos 67, casado com Dana Maria Segal. Deixa os filhos, Roberto e Daniel Marcello, e netos. Cemitério Israelita do Embu das Artes. Rosa Kohn de Stefani - Aos 101, viúva de Guido Stefani. Cemitério Israelita do Embu das Artes. * 7º DIA Luiza Vergilio Chiecchi - Hoje (8/1), às 19h30, na paróquia Santa Rita de Cássia, rua Santa Rita, 799, Pari. João Carlos Bruno Pisati - Amanhã (9/1), às 19h, na paróquia São Pedro e São Paulo, rua Circular do Bosque, 31, Parque Morumbi. * YURTZAIT - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ Jose Marian Kitner - Amanhã (9/1), às 10h30, q. 398, sep. 140, set. R.
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Mauricio de Sousa lança autobiografia com a gênese de seus 500 personagens
Aos 81, Mauricio de Sousa é um pai superlativo: seus filhos de carne e osso são dez (um deles morreu), de quatro mulheres diferentes. Os do papel já chegam a 500 e é praticamente certo que você, assim como qualquer brasileiro, conheça um bom punhado deles pelas revistinhas da Turma da Mônica. Boa parte desse enredo (os filhos, as mulheres, as personagens) está sendo contada na autobiografia "A História que Não Está no Gibi", livro divertido, direto e bem escrito –o texto e a reportagem adicional são do jornalista Luís Colombini, em cima de depoimentos semanais de Mauricio, por cerca de um ano. Falando em superlativo, tanto o livro quanto essa reportagem poderiam seguir parágrafos sem fim desfiando os números de Mauricio de Sousa e seus estúdios, como o de revistas já publicadas (1 bilhão), visualizações de desenhos no YouTube (2,2 bilhões) ou produtos licenciados (3.000). Melhor ir logo ao que interessa: as histórias que não estão no gibi. Mauricio passou a maior parte da infância e juventude em Mogi das Cruzes, a 57 km do centro de São Paulo. Seu pai, Antonio, era uma figura: tinha uma barbearia com gráfica subversiva nos fundos (jornais "A Vespa" e "A Caveira"), devidamente destruída pelas autoridades do Estado Novo em 1940. (Alguns anos mais tarde, o seu Antonio daria apelidos a dois meninos que brincavam ali na rua: Cascão e Cebolinha, conhecidos assim até hoje lá em Mogi.) Mauricio viu quadrinhos pela primeira vez numa lata de lixo em um posto de gasolina. Joca Marvel. Super-Coelho. O menino gamou. Passou anos colecionando, aprendendo. Aos 19, bateu na redação da "Folha da Manhã" (que se tornaria a Folha) querendo ser ilustrador. Não conseguiu, mas ganhou a vaga de redator e, meses depois, a de repórter policial. Exercendo a profissão com garbo, de sobretudo e chapéu (vide foto no livro), conheceu a primeira mulher na delegacia: uma fotógrafa suspeita de sequestrar uma criança numa festa infantil (vá lá, a polícia convocou todas as fotógrafas de festas infantis da cidade). Como Marilene Spada não era a tal, não foi presa, o amor prosseguiu e puderam se casar, gerando em escadinha Mariângela (que mais tarde inspiraria a personagem Maria Cebolinha), Mônica (ela mesma) e Magali (você também sabe quem). Em 1959, Mauricio publicou sua primeira tira, já com Franjinha e Bidu, na extinta "Folha da Tarde". Logo se tornaria um sucesso, com as tiras sendo republicadas em mais de cem jornais do país. "Gostei tanto de fazer esse livro que já penso em fazer o segundo e até o terceiro. Ficou muita coisa de fora", conta ele. Mesmo com muitos cortes, a obra surpreende em alguns momentos pela franqueza. Um dos capítulos, por exemplo, descreve em detalhes o sequestro de seu caçula em 2008. Além disso, é curto e grosso: "Nascido em 1998, [o caçula] é fruto do relacionamento com uma ex-funcionária, Marinalva Pereira, que me custou uma crise no casamento com Alice". Os leitores agradecem. E O LOUCO? Não está lá, entretanto, algo que Mauricio revelou sobre o personagem Louco na entrevista que deu à Folha. É algo muito estranho para os leitores da Turma da Mônica, sombrio até: "O Louco? Só Cebolinha vê o Louco. Será ilusão do Cebolinha?! Veja, um passante pode interagir com o Louco, mas pode ser outra ilusão. Na turminha, só o Cebolinha o vê. Talvez o Louco não exista. Talvez o Cebolinha tenha algum problema. E sabe o que é o pior? Não foi de propósito. Percebi recentemente que isso sempre aconteceu." * MAURICIO - A HISTÓRIA QUE NÃO ESTÁ NO GIBI AUTOR Mauricio de Sousa, em depoimento a Luís Colombini EDITORA Primeira Pessoa (Sextante) QUANTO R$ 49,90 (336 págs.); R$ 29,99 (e-book)
ilustrada
Mauricio de Sousa lança autobiografia com a gênese de seus 500 personagensAos 81, Mauricio de Sousa é um pai superlativo: seus filhos de carne e osso são dez (um deles morreu), de quatro mulheres diferentes. Os do papel já chegam a 500 e é praticamente certo que você, assim como qualquer brasileiro, conheça um bom punhado deles pelas revistinhas da Turma da Mônica. Boa parte desse enredo (os filhos, as mulheres, as personagens) está sendo contada na autobiografia "A História que Não Está no Gibi", livro divertido, direto e bem escrito –o texto e a reportagem adicional são do jornalista Luís Colombini, em cima de depoimentos semanais de Mauricio, por cerca de um ano. Falando em superlativo, tanto o livro quanto essa reportagem poderiam seguir parágrafos sem fim desfiando os números de Mauricio de Sousa e seus estúdios, como o de revistas já publicadas (1 bilhão), visualizações de desenhos no YouTube (2,2 bilhões) ou produtos licenciados (3.000). Melhor ir logo ao que interessa: as histórias que não estão no gibi. Mauricio passou a maior parte da infância e juventude em Mogi das Cruzes, a 57 km do centro de São Paulo. Seu pai, Antonio, era uma figura: tinha uma barbearia com gráfica subversiva nos fundos (jornais "A Vespa" e "A Caveira"), devidamente destruída pelas autoridades do Estado Novo em 1940. (Alguns anos mais tarde, o seu Antonio daria apelidos a dois meninos que brincavam ali na rua: Cascão e Cebolinha, conhecidos assim até hoje lá em Mogi.) Mauricio viu quadrinhos pela primeira vez numa lata de lixo em um posto de gasolina. Joca Marvel. Super-Coelho. O menino gamou. Passou anos colecionando, aprendendo. Aos 19, bateu na redação da "Folha da Manhã" (que se tornaria a Folha) querendo ser ilustrador. Não conseguiu, mas ganhou a vaga de redator e, meses depois, a de repórter policial. Exercendo a profissão com garbo, de sobretudo e chapéu (vide foto no livro), conheceu a primeira mulher na delegacia: uma fotógrafa suspeita de sequestrar uma criança numa festa infantil (vá lá, a polícia convocou todas as fotógrafas de festas infantis da cidade). Como Marilene Spada não era a tal, não foi presa, o amor prosseguiu e puderam se casar, gerando em escadinha Mariângela (que mais tarde inspiraria a personagem Maria Cebolinha), Mônica (ela mesma) e Magali (você também sabe quem). Em 1959, Mauricio publicou sua primeira tira, já com Franjinha e Bidu, na extinta "Folha da Tarde". Logo se tornaria um sucesso, com as tiras sendo republicadas em mais de cem jornais do país. "Gostei tanto de fazer esse livro que já penso em fazer o segundo e até o terceiro. Ficou muita coisa de fora", conta ele. Mesmo com muitos cortes, a obra surpreende em alguns momentos pela franqueza. Um dos capítulos, por exemplo, descreve em detalhes o sequestro de seu caçula em 2008. Além disso, é curto e grosso: "Nascido em 1998, [o caçula] é fruto do relacionamento com uma ex-funcionária, Marinalva Pereira, que me custou uma crise no casamento com Alice". Os leitores agradecem. E O LOUCO? Não está lá, entretanto, algo que Mauricio revelou sobre o personagem Louco na entrevista que deu à Folha. É algo muito estranho para os leitores da Turma da Mônica, sombrio até: "O Louco? Só Cebolinha vê o Louco. Será ilusão do Cebolinha?! Veja, um passante pode interagir com o Louco, mas pode ser outra ilusão. Na turminha, só o Cebolinha o vê. Talvez o Louco não exista. Talvez o Cebolinha tenha algum problema. E sabe o que é o pior? Não foi de propósito. Percebi recentemente que isso sempre aconteceu." * MAURICIO - A HISTÓRIA QUE NÃO ESTÁ NO GIBI AUTOR Mauricio de Sousa, em depoimento a Luís Colombini EDITORA Primeira Pessoa (Sextante) QUANTO R$ 49,90 (336 págs.); R$ 29,99 (e-book)
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Hora de decidir
A deterioração política vivida pelo governo Michel Temer (PMDB) ameaça reproduzir, em parte, um roteiro já percorrido em ocasiões anteriores. A cada nova tentativa de sobreviver a crises do gênero, seus personagens parecem contribuir para agravá-las. Contando ainda com apoio parlamentar, embora condicional e precário, o presidente da República resistiu ao primeiro impacto da delação premiada de Joesley Batista e conseguiu, bem ou mal, conduzir a aprovação de uma série de medidas provisórias no Congresso. Sustenta, assim, a aposta na continuidade de sua política de reformas —ou, pelo menos, na possibilidade de que o Legislativo não se paralise completamente em função dos debates sobre uma eventual troca no Planalto. Falar em alívio momentâneo seria exagero, contudo, diante de uma conjuntura em que todo dia traz novos desgastes ao mandatário —nesta sexta (26), por exemplo, anunciou-se o pedido de demissão de Maria Silvia Bastos Marques da presidência do BNDES, por motivos não inteiramente claros. Temer debate-se em meio à turbulência, e é nesse esforço que pode agravar as circunstâncias das quais procura se livrar. Será esse o caso, sem dúvida, se confirmadas as notícias de uma pretensa estratégia para o julgamento de sua cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral. Está marcada para o dia 6 de junho a primeira sessão em que se volta a analisar o pedido de impugnação da chapa encabeçada por Dilma Rousseff (PT), tendo o peemedebista como vice. Antes de vir à tona o seu encontro sigiloso com o empresário da JBS, o presidente da República confiava, ao que se diz, num veredito favorável à sua permanência no cargo, ainda que por incerta maioria entre os sete ministros do TSE. Os prognósticos passaram a inverter-se depois da última semana. Uma eventual condenação da chapa, amparada em evidências de abuso do poder econômico, surgiu como solução menos traumática para um impasse em que opções como renúncia ou impeachment não estão fora de cogitação. Segundo informa-se em Brasília, entretanto, o presidente Temer não está conformado com tal possibilidade —investindo, ao contrário, na sobrevida que um adiamento das deliberações da Justiça Eleitoral lhe poderia oferecer. Bastaria que um ministro pedisse vista dos autos, requerendo mais prazo para dar seu voto. Ainda que se possa admitir tal atitude, certamente lícita do ponto de vista processual, maiores dilações nesse processo só poderão ser percebidas como manobra protelatória. O julgamento do TSE não pode tardar mais. O país não merece que uma nova sombra de incerteza e desconfiança paire sobre seu presidente. É hora de decidir. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Hora de decidirA deterioração política vivida pelo governo Michel Temer (PMDB) ameaça reproduzir, em parte, um roteiro já percorrido em ocasiões anteriores. A cada nova tentativa de sobreviver a crises do gênero, seus personagens parecem contribuir para agravá-las. Contando ainda com apoio parlamentar, embora condicional e precário, o presidente da República resistiu ao primeiro impacto da delação premiada de Joesley Batista e conseguiu, bem ou mal, conduzir a aprovação de uma série de medidas provisórias no Congresso. Sustenta, assim, a aposta na continuidade de sua política de reformas —ou, pelo menos, na possibilidade de que o Legislativo não se paralise completamente em função dos debates sobre uma eventual troca no Planalto. Falar em alívio momentâneo seria exagero, contudo, diante de uma conjuntura em que todo dia traz novos desgastes ao mandatário —nesta sexta (26), por exemplo, anunciou-se o pedido de demissão de Maria Silvia Bastos Marques da presidência do BNDES, por motivos não inteiramente claros. Temer debate-se em meio à turbulência, e é nesse esforço que pode agravar as circunstâncias das quais procura se livrar. Será esse o caso, sem dúvida, se confirmadas as notícias de uma pretensa estratégia para o julgamento de sua cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral. Está marcada para o dia 6 de junho a primeira sessão em que se volta a analisar o pedido de impugnação da chapa encabeçada por Dilma Rousseff (PT), tendo o peemedebista como vice. Antes de vir à tona o seu encontro sigiloso com o empresário da JBS, o presidente da República confiava, ao que se diz, num veredito favorável à sua permanência no cargo, ainda que por incerta maioria entre os sete ministros do TSE. Os prognósticos passaram a inverter-se depois da última semana. Uma eventual condenação da chapa, amparada em evidências de abuso do poder econômico, surgiu como solução menos traumática para um impasse em que opções como renúncia ou impeachment não estão fora de cogitação. Segundo informa-se em Brasília, entretanto, o presidente Temer não está conformado com tal possibilidade —investindo, ao contrário, na sobrevida que um adiamento das deliberações da Justiça Eleitoral lhe poderia oferecer. Bastaria que um ministro pedisse vista dos autos, requerendo mais prazo para dar seu voto. Ainda que se possa admitir tal atitude, certamente lícita do ponto de vista processual, maiores dilações nesse processo só poderão ser percebidas como manobra protelatória. O julgamento do TSE não pode tardar mais. O país não merece que uma nova sombra de incerteza e desconfiança paire sobre seu presidente. É hora de decidir. editoriais@grupofolha.com.br
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Levy diz ser possível superavit de 1,2% mesmo com benefícios sociais
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que não haverá redução de direitos, reforçando o discurso da presidente Dilma Rousseff, ao ser questionado sobre a possibilidade de cortar benefícios sociais para atingir a meta de superavit primário (economia do governo para pagar juros da dívida) de 1,2% em 2015. "Está bem entendido que não há expectativa de infringência em direitos", disse. "Qualquer mudança de rumo significa você fazer esforço. A gente vai ter que ter persistência, mas acho que não há razão para achar que não vamos conseguir ou que vai ter grande problema", acrescentou. Já em relação a um corte nos investimentos, Levy respondeu apenas que "no investimento, a gente tem que ver a situação, a dinâmica e acho que temos cada vez mais alternativas". Assim, segundo Levy, é possível "alcançar o superavit de 1,2% do PIB, com impacto mínimo na economia e garantindo continuidade de todos os programas essenciais. Não tenho muita dúvida sobre isso". Além disso, continuou o ministro em sua primeira entrevista coletiva no cargo, "na medida em que a economia tiver se encaminhando e se desenvolvendo, como já começou, a confiança vai voltar". Como consequência, "algumas decisão postergadas vão voltar a ser tomadas e depois vamos ver a economia se relançando, isso é natural". Em uma analogia, o ministro comparou a economia com um corpo "muito cansado". "Em um primeiro momento, o corpo parece abatido, mas depois se recupera", comparou ele.
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Levy diz ser possível superavit de 1,2% mesmo com benefícios sociaisO ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que não haverá redução de direitos, reforçando o discurso da presidente Dilma Rousseff, ao ser questionado sobre a possibilidade de cortar benefícios sociais para atingir a meta de superavit primário (economia do governo para pagar juros da dívida) de 1,2% em 2015. "Está bem entendido que não há expectativa de infringência em direitos", disse. "Qualquer mudança de rumo significa você fazer esforço. A gente vai ter que ter persistência, mas acho que não há razão para achar que não vamos conseguir ou que vai ter grande problema", acrescentou. Já em relação a um corte nos investimentos, Levy respondeu apenas que "no investimento, a gente tem que ver a situação, a dinâmica e acho que temos cada vez mais alternativas". Assim, segundo Levy, é possível "alcançar o superavit de 1,2% do PIB, com impacto mínimo na economia e garantindo continuidade de todos os programas essenciais. Não tenho muita dúvida sobre isso". Além disso, continuou o ministro em sua primeira entrevista coletiva no cargo, "na medida em que a economia tiver se encaminhando e se desenvolvendo, como já começou, a confiança vai voltar". Como consequência, "algumas decisão postergadas vão voltar a ser tomadas e depois vamos ver a economia se relançando, isso é natural". Em uma analogia, o ministro comparou a economia com um corpo "muito cansado". "Em um primeiro momento, o corpo parece abatido, mas depois se recupera", comparou ele.
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Doria dá espaço na Prefeitura de SP a empresas que se associam ao Lide
Após a eleição de João Doria (PSDB), o Lide, empresa de eventos que ele fundou, registrou filiações de multinacionais, e novos associados firmaram colaborações com a Prefeitura de São Paulo. A Caixa Econômica Federal, banco 100% público controlado pelo governo federal, associou-se ao Lide em março, mesmo mês em que fechou parceria com a prefeitura no lançamento da Nota do Milhão, que substituiu a Nota Fiscal Paulistana. Desde então, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, teve oito compromissos assinalados na agenda pública de Doria, três dos quais sorteios da Nota do Milhão. O governo Temer, que controla a Caixa, aproximou-se de Doria nos últimos meses, ao mesmo tempo em que se afastou de seu rival interno no PSDB, Geraldo Alckmin. Multinacionais como Starbucks e Burger King se associaram ao Lide, que conseguiu reverter o cenário de crise de 2015, quando perdeu 11 associados, e fechou 2016 com 32 novas filiações. Uma das associadas do ano passado é a Uber, que entrou em novembro de 2016, mês seguinte à vitória de Doria no primeiro turno. Ao longo da campanha, o tucano defendeu reiteradas vezes a atividade da empresa. Em 2017, a expectativa do presidente do Lide, Gustavo Ene, é manter o número de empresas associadas em torno das 1.797 atuais. Até agora, houve perda de 24 associados em 2017 em relação ao ano anterior, mas Ene diz que a maioria dos negócios é fechada no segundo semestre. Depois de vencer a eleição, o tucano se desligou do comando do Grupo Doria, que detém o Lide, e passou o controle acionário aos filhos. O prefeito nega correlação de sua agenda com o Lide. CONCOMITÂNCIA Um cruzamento entre a lista de adesões ao Lide com a agenda de Doria na prefeitura mostra outras aproximações concomitantes. Em março, a prefeitura lançou, em parceria com a Estre Ambiental, um aplicativo do programa Limpa-Rápido, com informações sobre serviços de limpeza, coleta e destinação de resíduos do município. Doria e o dono da empresa, Wilson Quintella, fizeram o anúncio do projeto juntos, na sede da prefeitura. Em julho, a Estre Ambiental se associou ao Lide. Em determinados casos, filiações ao Lide foram precedidas e seguidas de audiências de seus dirigentes com o prefeito. É o que ocorreu com a Votorantim e a Brookfield, que aderiram à empresa em julho. A Votorantim teve duas reuniões em junho e uma em agosto assinaladas na agenda do prefeito. A assessoria de Doria diz que ele não participou da última. A Brookfield teve uma audiência em março e outra em setembro. ANUIDADES Para ser uma associada do Lide, a empresa, primeiro, deve ser aprovada nos critérios do grupo, que incluem faturamento igual ou superior a R$ 200 milhões ou ser líder de mercado em seu segmento de atuação. Depois, precisa pagar uma anuidade de R$ 10 mil, caso queira ter assento reservado para dois executivos nos eventos do Lide. Se quiser ter quatro cadeiras, será um cliente "gold" e para isso pagará R$ 16 mil por ano. Exemplos dessa modalidade são o Bradesco (a partir de julho de 2017), cujos executivos já estiveram em quatro agendas oficias do prefeito desde que assumiu, e a IBM (após agosto de 2016), que teve dirigentes no gabinete de Doria duas vezes. Ambas as empresas estão filiadas ao Lide desde 2004. Afastado do grupo, o tucano não abriu mão do convívio empresarial. Seccionais do Lide o homenagearam em eventos pelo país. E em São Paulo, Doria esteve no palco da palestra no Lide de FHC. OUTRO LADO A Prefeitura de São Paulo afirmou que "não há qualquer relação entre o fato de uma empresa ser associada ao Lide e ter reuniões com o prefeito João Doria ou representantes da prefeitura". "Bradesco e IBM, mencionadas pela reportagem, têm porte e importância para se relacionar com qualquer instituição pública do país. Outras muitas empresas, que não são nem foram filiadas ao Lide, já foram recebidas pelo prefeito", disse nota enviada pela assessoria do prefeito. Ainda segundo a assessoria, "não é possível correlacionar a participação de empresas em reuniões na prefeitura e sua posterior filiação ao Lide", disse. A assessoria de Doria afirmou que, nas reuniões com executivos do Lide, "foram tratados temas de interesse da Prefeitura de São Paulo e dos cidadãos paulistanos". Segundo a prefeitura, a Caixa Econômica Federal tratou da Nota do Milhão e a Estre Ambiental teve reunião na prefeitura em janeiro, sem Doria, para discutir aplicativo que lançaria em parceria. A Votarantim, "dentre outros temas", tratou de doações. A Brookfield abordou, "dentre outros temas", possíveis doações e apoio na reforma de uma praça. A IBM discutiu a "prospecção de oportunidades de parcerias" e o Bradesco, "detalhes da participação da prefeitura no Fórum Econômico Mundial. A prefeitura afirmou que "muitas empresas, que não são nem foram filiadas ao Lide, já foram recebidas pelo prefeito". O presidente do Lide, Gustavo Ene, disse que a eleição de Doria "não influenciou em nada, até atrapalha" os negócios, por compliance (regularidade de práticas). "Não há relação entre adesão ao Lide e agenda da prefeitura."
poder
Doria dá espaço na Prefeitura de SP a empresas que se associam ao LideApós a eleição de João Doria (PSDB), o Lide, empresa de eventos que ele fundou, registrou filiações de multinacionais, e novos associados firmaram colaborações com a Prefeitura de São Paulo. A Caixa Econômica Federal, banco 100% público controlado pelo governo federal, associou-se ao Lide em março, mesmo mês em que fechou parceria com a prefeitura no lançamento da Nota do Milhão, que substituiu a Nota Fiscal Paulistana. Desde então, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, teve oito compromissos assinalados na agenda pública de Doria, três dos quais sorteios da Nota do Milhão. O governo Temer, que controla a Caixa, aproximou-se de Doria nos últimos meses, ao mesmo tempo em que se afastou de seu rival interno no PSDB, Geraldo Alckmin. Multinacionais como Starbucks e Burger King se associaram ao Lide, que conseguiu reverter o cenário de crise de 2015, quando perdeu 11 associados, e fechou 2016 com 32 novas filiações. Uma das associadas do ano passado é a Uber, que entrou em novembro de 2016, mês seguinte à vitória de Doria no primeiro turno. Ao longo da campanha, o tucano defendeu reiteradas vezes a atividade da empresa. Em 2017, a expectativa do presidente do Lide, Gustavo Ene, é manter o número de empresas associadas em torno das 1.797 atuais. Até agora, houve perda de 24 associados em 2017 em relação ao ano anterior, mas Ene diz que a maioria dos negócios é fechada no segundo semestre. Depois de vencer a eleição, o tucano se desligou do comando do Grupo Doria, que detém o Lide, e passou o controle acionário aos filhos. O prefeito nega correlação de sua agenda com o Lide. CONCOMITÂNCIA Um cruzamento entre a lista de adesões ao Lide com a agenda de Doria na prefeitura mostra outras aproximações concomitantes. Em março, a prefeitura lançou, em parceria com a Estre Ambiental, um aplicativo do programa Limpa-Rápido, com informações sobre serviços de limpeza, coleta e destinação de resíduos do município. Doria e o dono da empresa, Wilson Quintella, fizeram o anúncio do projeto juntos, na sede da prefeitura. Em julho, a Estre Ambiental se associou ao Lide. Em determinados casos, filiações ao Lide foram precedidas e seguidas de audiências de seus dirigentes com o prefeito. É o que ocorreu com a Votorantim e a Brookfield, que aderiram à empresa em julho. A Votorantim teve duas reuniões em junho e uma em agosto assinaladas na agenda do prefeito. A assessoria de Doria diz que ele não participou da última. A Brookfield teve uma audiência em março e outra em setembro. ANUIDADES Para ser uma associada do Lide, a empresa, primeiro, deve ser aprovada nos critérios do grupo, que incluem faturamento igual ou superior a R$ 200 milhões ou ser líder de mercado em seu segmento de atuação. Depois, precisa pagar uma anuidade de R$ 10 mil, caso queira ter assento reservado para dois executivos nos eventos do Lide. Se quiser ter quatro cadeiras, será um cliente "gold" e para isso pagará R$ 16 mil por ano. Exemplos dessa modalidade são o Bradesco (a partir de julho de 2017), cujos executivos já estiveram em quatro agendas oficias do prefeito desde que assumiu, e a IBM (após agosto de 2016), que teve dirigentes no gabinete de Doria duas vezes. Ambas as empresas estão filiadas ao Lide desde 2004. Afastado do grupo, o tucano não abriu mão do convívio empresarial. Seccionais do Lide o homenagearam em eventos pelo país. E em São Paulo, Doria esteve no palco da palestra no Lide de FHC. OUTRO LADO A Prefeitura de São Paulo afirmou que "não há qualquer relação entre o fato de uma empresa ser associada ao Lide e ter reuniões com o prefeito João Doria ou representantes da prefeitura". "Bradesco e IBM, mencionadas pela reportagem, têm porte e importância para se relacionar com qualquer instituição pública do país. Outras muitas empresas, que não são nem foram filiadas ao Lide, já foram recebidas pelo prefeito", disse nota enviada pela assessoria do prefeito. Ainda segundo a assessoria, "não é possível correlacionar a participação de empresas em reuniões na prefeitura e sua posterior filiação ao Lide", disse. A assessoria de Doria afirmou que, nas reuniões com executivos do Lide, "foram tratados temas de interesse da Prefeitura de São Paulo e dos cidadãos paulistanos". Segundo a prefeitura, a Caixa Econômica Federal tratou da Nota do Milhão e a Estre Ambiental teve reunião na prefeitura em janeiro, sem Doria, para discutir aplicativo que lançaria em parceria. A Votarantim, "dentre outros temas", tratou de doações. A Brookfield abordou, "dentre outros temas", possíveis doações e apoio na reforma de uma praça. A IBM discutiu a "prospecção de oportunidades de parcerias" e o Bradesco, "detalhes da participação da prefeitura no Fórum Econômico Mundial. A prefeitura afirmou que "muitas empresas, que não são nem foram filiadas ao Lide, já foram recebidas pelo prefeito". O presidente do Lide, Gustavo Ene, disse que a eleição de Doria "não influenciou em nada, até atrapalha" os negócios, por compliance (regularidade de práticas). "Não há relação entre adesão ao Lide e agenda da prefeitura."
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Ócio e amargura
RIO DE JANEIRO - Eleanor Coppola, mulher de Francis Ford Coppola, mãe de Sofia Coppola e Roman Coppola, nora do compositor Carmine Coppola e tia ou avó de mais Coppolas, inclusive os que carregam sobrenomes que não Coppola, todos ligados ao cinema, estreia como diretora de um filme de ficção, "Paris Pode Esperar", elogiado pelo pessoal. Detalhe: Eleanor tem 81 anos. Bela idade para um começo de carreira. Claro que, casada com Coppola desde 1962, ela de alguma forma participou dos filmes do marido e, em 1991, dirigiu um documentário, "O Apocalipse de um Cineasta", mostrando os bastidores de "Apocalypse Now" (1979), talvez o melhor produto dos Coppolas. Mas, em 1991, Eleanor tinha 55 anos, idade em que, provavelmente, ainda subia e descia pela escadinha de helicópteros em pleno voo. O notável é ter resolvido se aventurar agora, já tão idosa, na direção de um filme de verdade. Eleanor está começando numa idade em que, na Hollywood do passado, os grandes diretores já tinham sido compulsoriamente aposentados —porque os estúdios não conseguiam que as companhias de seguros os bancassem. Com isso, esses diretores encerravam a carreira e só iam morrer muitos anos depois, amargurados e odiando o ócio a que tinham sido condenados. Elia Kazan, por exemplo, diretor de "Sindicato de Ladrões" (1954), fez seu último filme aos 67 anos e morreu aos 94, em 2003. Stanley Kramer, de "O Vento Será Tua Herança" (1960), teve de parar aos 66 e morreu aos 88, em 2001. Joseph L. Mankiewicz, de "A Malvada" (1950), foi para casa aos 64 e morreu aos 84, em 1993. Frank Capra, de "A Mulher Faz o Homem" (1939), idem, aos 64, e morreu aos 94, em 1991. E muitos outros. Todos foram, um dia, temidos e poderosos. Mas eram de uma época em que, ao velho, só restavam a cadeira de balanço e uma manta xadrez sobre as pernas.
colunas
Ócio e amarguraRIO DE JANEIRO - Eleanor Coppola, mulher de Francis Ford Coppola, mãe de Sofia Coppola e Roman Coppola, nora do compositor Carmine Coppola e tia ou avó de mais Coppolas, inclusive os que carregam sobrenomes que não Coppola, todos ligados ao cinema, estreia como diretora de um filme de ficção, "Paris Pode Esperar", elogiado pelo pessoal. Detalhe: Eleanor tem 81 anos. Bela idade para um começo de carreira. Claro que, casada com Coppola desde 1962, ela de alguma forma participou dos filmes do marido e, em 1991, dirigiu um documentário, "O Apocalipse de um Cineasta", mostrando os bastidores de "Apocalypse Now" (1979), talvez o melhor produto dos Coppolas. Mas, em 1991, Eleanor tinha 55 anos, idade em que, provavelmente, ainda subia e descia pela escadinha de helicópteros em pleno voo. O notável é ter resolvido se aventurar agora, já tão idosa, na direção de um filme de verdade. Eleanor está começando numa idade em que, na Hollywood do passado, os grandes diretores já tinham sido compulsoriamente aposentados —porque os estúdios não conseguiam que as companhias de seguros os bancassem. Com isso, esses diretores encerravam a carreira e só iam morrer muitos anos depois, amargurados e odiando o ócio a que tinham sido condenados. Elia Kazan, por exemplo, diretor de "Sindicato de Ladrões" (1954), fez seu último filme aos 67 anos e morreu aos 94, em 2003. Stanley Kramer, de "O Vento Será Tua Herança" (1960), teve de parar aos 66 e morreu aos 88, em 2001. Joseph L. Mankiewicz, de "A Malvada" (1950), foi para casa aos 64 e morreu aos 84, em 1993. Frank Capra, de "A Mulher Faz o Homem" (1939), idem, aos 64, e morreu aos 94, em 1991. E muitos outros. Todos foram, um dia, temidos e poderosos. Mas eram de uma época em que, ao velho, só restavam a cadeira de balanço e uma manta xadrez sobre as pernas.
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Richarlyson diz que cansou de ouvir 'piadinhas' de juízes
De volta ao futebol depois de anunciar e depois voltar atrás em sua decisão de abandonar o futebol profissional, o volante e lateral esquerdo Richarlyson, 32, disse ter "cansado" de ouvir piadas dos árbitros devido aos rumores sobre sua homossexualidade. O jogador, que sempre negou ser gay, disse ainda que hoje já não sofre tanto preconceito em campo devido a essa questão quanto no começo da carreira. "Acho que as pessoas aprenderam a me respeitar. Vivi momentos difíceis, principalmente para a minha família. Aos 32 anos, com a história que tenho, não poderia deixar essas pessoas mancharem a minha carreira", disse, em entrevista que será exibida neste sábado (7) pelo "Esporte Fantástico", da TV Record. Ex-jogador do São Paulo e do Atlético-MG, Richarlyson caiu no fim do ano passado com o Vitória para a segunda divisão do Brasileiro e disse que iria se aposentar. Ele chegou a iniciar uma carreira no vôlei pelo Taquarituba, no interior paulista, mas assinou com a Chapecoense até dezembro de 2015 e voltou ao futebol. A polêmica sobre a sexualidade do jogador começou em 2007, quando José Cirillo Jr., então diretor do Palmeiras, insinuou, em programa de TV, que o jogador, que pouco antes havia descartado o clube para jogar no São Paulo, era gay. O cartola foi processado pelo atleta, mas a ação acabou arquivada. Editoria de Arte/Folhapress
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Richarlyson diz que cansou de ouvir 'piadinhas' de juízesDe volta ao futebol depois de anunciar e depois voltar atrás em sua decisão de abandonar o futebol profissional, o volante e lateral esquerdo Richarlyson, 32, disse ter "cansado" de ouvir piadas dos árbitros devido aos rumores sobre sua homossexualidade. O jogador, que sempre negou ser gay, disse ainda que hoje já não sofre tanto preconceito em campo devido a essa questão quanto no começo da carreira. "Acho que as pessoas aprenderam a me respeitar. Vivi momentos difíceis, principalmente para a minha família. Aos 32 anos, com a história que tenho, não poderia deixar essas pessoas mancharem a minha carreira", disse, em entrevista que será exibida neste sábado (7) pelo "Esporte Fantástico", da TV Record. Ex-jogador do São Paulo e do Atlético-MG, Richarlyson caiu no fim do ano passado com o Vitória para a segunda divisão do Brasileiro e disse que iria se aposentar. Ele chegou a iniciar uma carreira no vôlei pelo Taquarituba, no interior paulista, mas assinou com a Chapecoense até dezembro de 2015 e voltou ao futebol. A polêmica sobre a sexualidade do jogador começou em 2007, quando José Cirillo Jr., então diretor do Palmeiras, insinuou, em programa de TV, que o jogador, que pouco antes havia descartado o clube para jogar no São Paulo, era gay. O cartola foi processado pelo atleta, mas a ação acabou arquivada. Editoria de Arte/Folhapress
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Governo deve editar MP para evitar extensão de política do mínimo para o INSS
Pressionado por líderes aliados, o Palácio do Planalto discute a edição de uma medida provisória para evitar uma nova derrota na Câmara dos Deputados com a extensão da política de valorização do salário mínimo para os aposentados e pensionistas que ganham mais que o mínimo. A ideia é separar os debates. A MP trataria apenas da manutenção da política de atualização do benefício, como defende o governo. Em contrapartida, a equipe da presidente Dilma Rousseff sinalizaria ao Congresso uma negociação para o ganho dos aposentados e pensionistas. A proposta foi discutida na manhã desta terça-feira (24) durante reunião dos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Pepe Vargas (Relações Institucionais) com os líderes da base aliada no Palácio do Planalto. Os ministros ficaram de apresentar uma alternativa aos congressistas até esta quarta (25). Os deputados precisam concluir a votação de um projeto que trata da manutenção da política de valorização do benefício, que está marcada para esta semana. Foi aprovado o texto principal do projeto que trata do sistema de atualização do mínimo que é calculado com a correção da inflação, medida pelo INPC do ano anterior mais a variação do PIB de dois anos antes. A norma em vigor perde validade no fim do ano. Parlamentares, inclusive da base aliada, ameaçam aprovar o mecanismo para todos os benefícios da Previdência, o que teria efeito para aposentadorias e pensões acima do mínimo. Atualmente, a aposentadoria de quem ganha mais que o mínimo é reajustada com base só na inflação do ano anterior. Segundo relatos dos líderes, Levy colocou que a medida teria um impacto de pelo menos R$ 4 bilhões aos cofres públicos. "O governo aceita e vai estudar hoje uma medida provisória com a política do salário mínimo para desvincular os debates. Mas o governo vai sinalizar uma negociação para melhoria dos aposentados", disse o líder do PR, Maurício Quintella Lessa (AL). O líder do PP, Eduardo da Fonte (PE), afirmou que, a depender da sinalização do Planalto, ajustes poderão ser realizados durante a tramitação de eventual MP sobre o salário mínimo para garantir alguma ganho para aposentados e pensionistas. SELO Os líderes disseram ainda que, no encontro, Levy colocou que a manutenção do selo selo de local seguro para investir, o chamado grau de investimento, concedido pela agência internacional de classificação de risco Standard & Poor's, representa o primeiro passo para o país recuperar sua economia. O líder do governo, José Guimarães (CE), disse que o ministro da Fazenda deixou claro que a economia interna enfrenta dificuldades momentâneas, mas está num caminho seguro de recuperação. Essa avaliação seria motivada pelo desenrolar das negociações para aprovar o ajuste fiscal enviado pelo governo ao Congresso, com mudanças nas legislações trabalhistas e previdenciárias que podem gerar uma economia de R$ 18 bilhões neste ano. Levy tem assumido as negociações com o Congresso em torno do pacote diante das dificuldades enfrentadas pelo governo para passar as medidas num momento em que denúncias de corrupção na Petrobras, fruto da Operação Lava Jato, chegam a nomes centrais do Congresso, como os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). De acordo com Guimarães, Levy "virou o queridinho" dos líderes.
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Governo deve editar MP para evitar extensão de política do mínimo para o INSSPressionado por líderes aliados, o Palácio do Planalto discute a edição de uma medida provisória para evitar uma nova derrota na Câmara dos Deputados com a extensão da política de valorização do salário mínimo para os aposentados e pensionistas que ganham mais que o mínimo. A ideia é separar os debates. A MP trataria apenas da manutenção da política de atualização do benefício, como defende o governo. Em contrapartida, a equipe da presidente Dilma Rousseff sinalizaria ao Congresso uma negociação para o ganho dos aposentados e pensionistas. A proposta foi discutida na manhã desta terça-feira (24) durante reunião dos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Pepe Vargas (Relações Institucionais) com os líderes da base aliada no Palácio do Planalto. Os ministros ficaram de apresentar uma alternativa aos congressistas até esta quarta (25). Os deputados precisam concluir a votação de um projeto que trata da manutenção da política de valorização do benefício, que está marcada para esta semana. Foi aprovado o texto principal do projeto que trata do sistema de atualização do mínimo que é calculado com a correção da inflação, medida pelo INPC do ano anterior mais a variação do PIB de dois anos antes. A norma em vigor perde validade no fim do ano. Parlamentares, inclusive da base aliada, ameaçam aprovar o mecanismo para todos os benefícios da Previdência, o que teria efeito para aposentadorias e pensões acima do mínimo. Atualmente, a aposentadoria de quem ganha mais que o mínimo é reajustada com base só na inflação do ano anterior. Segundo relatos dos líderes, Levy colocou que a medida teria um impacto de pelo menos R$ 4 bilhões aos cofres públicos. "O governo aceita e vai estudar hoje uma medida provisória com a política do salário mínimo para desvincular os debates. Mas o governo vai sinalizar uma negociação para melhoria dos aposentados", disse o líder do PR, Maurício Quintella Lessa (AL). O líder do PP, Eduardo da Fonte (PE), afirmou que, a depender da sinalização do Planalto, ajustes poderão ser realizados durante a tramitação de eventual MP sobre o salário mínimo para garantir alguma ganho para aposentados e pensionistas. SELO Os líderes disseram ainda que, no encontro, Levy colocou que a manutenção do selo selo de local seguro para investir, o chamado grau de investimento, concedido pela agência internacional de classificação de risco Standard & Poor's, representa o primeiro passo para o país recuperar sua economia. O líder do governo, José Guimarães (CE), disse que o ministro da Fazenda deixou claro que a economia interna enfrenta dificuldades momentâneas, mas está num caminho seguro de recuperação. Essa avaliação seria motivada pelo desenrolar das negociações para aprovar o ajuste fiscal enviado pelo governo ao Congresso, com mudanças nas legislações trabalhistas e previdenciárias que podem gerar uma economia de R$ 18 bilhões neste ano. Levy tem assumido as negociações com o Congresso em torno do pacote diante das dificuldades enfrentadas pelo governo para passar as medidas num momento em que denúncias de corrupção na Petrobras, fruto da Operação Lava Jato, chegam a nomes centrais do Congresso, como os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). De acordo com Guimarães, Levy "virou o queridinho" dos líderes.
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Autobiografia de Springsteen é honesta como suas canções
Acaba de sair no Brasil o livro de memórias de Bruce Springsteen, "Born to Run" (nascido para correr). Essa autobiografia é como a música do compositor: honesta, frequentemente emocionante e cheia de boas histórias. De todos os cantores/compositores americanos que estouraram na década de 1970 e foram influenciados tanto pela música country quanto pelo pop dos Beatles –gente como Neil Young e Tom Petty–, Springsteen é o de maior sucesso comercial e o único que ainda lota estádios. Isso se explica pela qualidade e acessibilidade de sua música. Ele escreve canções extremamente pessoais, mas capazes de atingir a um público amplo. Seu livro segue o mesmo caminho. Nascido em 1949, em uma família de descendência irlandesa, holandesa e italiana, Bruce cresceu em Freehold, uma pequena cidade proletária no estado de New Jersey (nordeste dos Estados Unidos), lugar parado no tempo, onde a cena musical estava atrasada em pelo menos uma década. Sua mãe, Adele, era dona de casa; o pai, Douglas, vivia de emprego em emprego, jogava sinuca, bebia além da conta e não ligava muito para os três filhos. Na primeira parte do livro, Springsteen fala de sua infância e adolescência em Freehold, da paixão por Elvis Presley e do impacto de ver os Beatles no programa de Ed Sullivan, em 1964. TRABALHO A descrição de família, amigos e vizinhos é muito rica e comovente. Dá para entender como a vida naquela pequena cidade de pessoas muito trabalhadoras e sem grandes perspectivas de ascensão social moldou a música de Springsteen, sempre voltada para histórias tristes sobre gente simples. Bruce adorava a música country de Hank Williams, a soul music de James Brown e o pop de Beatles e Stones. Já adulto, ficou obcecado pelo cinema "noir" dos anos 1940, cheio de histórias detetivescas sobre mulheres fatais e policiais misteriosos, e pelos livres tristes e góticos de William Faulkner. Também era fã dos romances policiais violentos de Jim Thompson, e diz que a simplicidade e crueza das histórias de Thompson influenciaram suas letras. Desde muito jovem, Bruce tinha um temperamento obsessivo. Ainda adolescente, decidiu largar os estudos para dedicar-se à música. Sabia que não tinha a melhor voz do mundo e que estava longe de ser o melhor guitarrista da cena, então teria de compensar com muito trabalho. Aos 15 anos, já tocava em bandas como The Castiles. Aos 19, vivia de música, tocando no grupo Steel Mill, grande sensação local. Era uma vida dura: Bruce relata incontáveis horas tocando para públicos minguados em botecos vagabundos e viagens de mil quilômetros em meio a nevascas para tocar em algum boteco. O conjunto atraía públicos de duas ou três mil pessoas, mas Bruce não estava satisfeito. Ele queria ter sua própria banda e fazer seu próprio som. Assim, largou o Steel Mill e o que parecia ser uma carreira segura e montou seu primeiro grupo solo, que daria origem, pouco depois, à famosa E Street Band. HUMILDADE Diferentemente de muitos artistas que não conseguem ter o distanciamento crítico para falar de suas obras, Springsteen é capaz de analisar o próprio trabalho com clareza e boa dose de humildade. É revelador ler sobre o processo de composição de discos como "Born to Run" (1975), "The River" (1980) e "Born in the USA" (1984). Springsteen conta as inspirações de cada trabalho e detalha a maneira como tenta se colocar na pele dos personagens de suas músicas: "Meus discos são sempre o som de alguém tentando entender onde estão sua alma e seu coração. Eu imagino uma vida, passo a vivê-la, e vejo se ela me serve." O livro também traz histórias marcantes sobre a vida na estrada, o relacionamento com seus parceiros da E Street Band, como o saxofonista Clarence Clemons e o guitarrista Steve Van Zandt, e encontros com Bob Dylan, Frank Sinatra e os Stones. Mas os momentos mais reveladores são os que descrevem sua longa batalha contra a depressão e os últimos anos da vida do pai, que sofria de problemas psiquiátricos e com quem Bruce acaba por fazer as pazes. BORN TO RUN EDITORA: Casa da Palavra-Leya QUANTO: R$ 69,90 (496 págs.) * Leia trechos em que Bruce Springsteen fala de seus discos: "Greetings from Asbury Park, N.J" (1973) Após o lançamento, ouvi todas as comparações com Dylan, por isso me afastei desse caminho. Contudo, as letras e o espírito de "Greetings" vinham de um lugar inconsciente. As nossas primeiras canções surgem num momento em que as escrevemos sem ter certeza de que vamos ser ouvidos. E isso só acontece uma vez. "Born to Run" (1975): Pouco a pouco, fui encontrando palavras que eu conseguiria cantar com determinação, naquilo que sempre foi o meu primeiro e único critério para prosseguir na escrita. Pouco a pouco, senti que aquilo se tornava crível. E, então, ali estava a pedra de toque, o mapa de navegação para o meu novo disco, embrulhado num cenário de filme de baixo orçamento e num rumor de carros velozes, o que trazia àquela ideia um certo tom vulgar, servindo à perfeição a intenção de minar a eventual pretensão das canções. "The River" (1980) "The River" seria o meu primeiro álbum em que o amor, o casamento e a família ocupariam cautelosamente a fila da frente.(...) Depois da gravação fortemente controlada de "Darkness on the Edge of Town" [disco anterior, lançado em 1978], eu queria que esse disco tivesse a aspereza e a espontaneidade dos nossos shows. Queria um som mais desleixado. "Born in the USA" (1984) "Born in the USA" se mantém como uma das minhas melhores e mais incompreendidas canções. A combinação dos seus versos blues "para baixo" e do refrão declarativo "para cima", a exigência do direito de ter uma voz patriota "crítica", juntamente com o orgulho do lugar onde se nasce, parecia ser conflituosa demais (ou então era simplesmente incômoda!) para alguns dos ouvidos mais despreocupados e menos perspicazes. "The Ghost of Tom Joad" (1995) Resultou de um debate interior após o sucesso de 'Born in the USA'. O debate era: qual o lugar de um homem rico? Se era verdade ser 'mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus', eu não transporia essas portas. "The Rising" (2002) Teve suas origens na maratona televisiva que se seguiu ao 11 de Setembro. Uma das imagens trágicas que não me saía da cabeça era a dos bombeiros subindo as escadas enquanto outros se apressavam em descer. O sentido de dever, a coragem"¦ instigou a minha imaginação.
ilustrada
Autobiografia de Springsteen é honesta como suas cançõesAcaba de sair no Brasil o livro de memórias de Bruce Springsteen, "Born to Run" (nascido para correr). Essa autobiografia é como a música do compositor: honesta, frequentemente emocionante e cheia de boas histórias. De todos os cantores/compositores americanos que estouraram na década de 1970 e foram influenciados tanto pela música country quanto pelo pop dos Beatles –gente como Neil Young e Tom Petty–, Springsteen é o de maior sucesso comercial e o único que ainda lota estádios. Isso se explica pela qualidade e acessibilidade de sua música. Ele escreve canções extremamente pessoais, mas capazes de atingir a um público amplo. Seu livro segue o mesmo caminho. Nascido em 1949, em uma família de descendência irlandesa, holandesa e italiana, Bruce cresceu em Freehold, uma pequena cidade proletária no estado de New Jersey (nordeste dos Estados Unidos), lugar parado no tempo, onde a cena musical estava atrasada em pelo menos uma década. Sua mãe, Adele, era dona de casa; o pai, Douglas, vivia de emprego em emprego, jogava sinuca, bebia além da conta e não ligava muito para os três filhos. Na primeira parte do livro, Springsteen fala de sua infância e adolescência em Freehold, da paixão por Elvis Presley e do impacto de ver os Beatles no programa de Ed Sullivan, em 1964. TRABALHO A descrição de família, amigos e vizinhos é muito rica e comovente. Dá para entender como a vida naquela pequena cidade de pessoas muito trabalhadoras e sem grandes perspectivas de ascensão social moldou a música de Springsteen, sempre voltada para histórias tristes sobre gente simples. Bruce adorava a música country de Hank Williams, a soul music de James Brown e o pop de Beatles e Stones. Já adulto, ficou obcecado pelo cinema "noir" dos anos 1940, cheio de histórias detetivescas sobre mulheres fatais e policiais misteriosos, e pelos livres tristes e góticos de William Faulkner. Também era fã dos romances policiais violentos de Jim Thompson, e diz que a simplicidade e crueza das histórias de Thompson influenciaram suas letras. Desde muito jovem, Bruce tinha um temperamento obsessivo. Ainda adolescente, decidiu largar os estudos para dedicar-se à música. Sabia que não tinha a melhor voz do mundo e que estava longe de ser o melhor guitarrista da cena, então teria de compensar com muito trabalho. Aos 15 anos, já tocava em bandas como The Castiles. Aos 19, vivia de música, tocando no grupo Steel Mill, grande sensação local. Era uma vida dura: Bruce relata incontáveis horas tocando para públicos minguados em botecos vagabundos e viagens de mil quilômetros em meio a nevascas para tocar em algum boteco. O conjunto atraía públicos de duas ou três mil pessoas, mas Bruce não estava satisfeito. Ele queria ter sua própria banda e fazer seu próprio som. Assim, largou o Steel Mill e o que parecia ser uma carreira segura e montou seu primeiro grupo solo, que daria origem, pouco depois, à famosa E Street Band. HUMILDADE Diferentemente de muitos artistas que não conseguem ter o distanciamento crítico para falar de suas obras, Springsteen é capaz de analisar o próprio trabalho com clareza e boa dose de humildade. É revelador ler sobre o processo de composição de discos como "Born to Run" (1975), "The River" (1980) e "Born in the USA" (1984). Springsteen conta as inspirações de cada trabalho e detalha a maneira como tenta se colocar na pele dos personagens de suas músicas: "Meus discos são sempre o som de alguém tentando entender onde estão sua alma e seu coração. Eu imagino uma vida, passo a vivê-la, e vejo se ela me serve." O livro também traz histórias marcantes sobre a vida na estrada, o relacionamento com seus parceiros da E Street Band, como o saxofonista Clarence Clemons e o guitarrista Steve Van Zandt, e encontros com Bob Dylan, Frank Sinatra e os Stones. Mas os momentos mais reveladores são os que descrevem sua longa batalha contra a depressão e os últimos anos da vida do pai, que sofria de problemas psiquiátricos e com quem Bruce acaba por fazer as pazes. BORN TO RUN EDITORA: Casa da Palavra-Leya QUANTO: R$ 69,90 (496 págs.) * Leia trechos em que Bruce Springsteen fala de seus discos: "Greetings from Asbury Park, N.J" (1973) Após o lançamento, ouvi todas as comparações com Dylan, por isso me afastei desse caminho. Contudo, as letras e o espírito de "Greetings" vinham de um lugar inconsciente. As nossas primeiras canções surgem num momento em que as escrevemos sem ter certeza de que vamos ser ouvidos. E isso só acontece uma vez. "Born to Run" (1975): Pouco a pouco, fui encontrando palavras que eu conseguiria cantar com determinação, naquilo que sempre foi o meu primeiro e único critério para prosseguir na escrita. Pouco a pouco, senti que aquilo se tornava crível. E, então, ali estava a pedra de toque, o mapa de navegação para o meu novo disco, embrulhado num cenário de filme de baixo orçamento e num rumor de carros velozes, o que trazia àquela ideia um certo tom vulgar, servindo à perfeição a intenção de minar a eventual pretensão das canções. "The River" (1980) "The River" seria o meu primeiro álbum em que o amor, o casamento e a família ocupariam cautelosamente a fila da frente.(...) Depois da gravação fortemente controlada de "Darkness on the Edge of Town" [disco anterior, lançado em 1978], eu queria que esse disco tivesse a aspereza e a espontaneidade dos nossos shows. Queria um som mais desleixado. "Born in the USA" (1984) "Born in the USA" se mantém como uma das minhas melhores e mais incompreendidas canções. A combinação dos seus versos blues "para baixo" e do refrão declarativo "para cima", a exigência do direito de ter uma voz patriota "crítica", juntamente com o orgulho do lugar onde se nasce, parecia ser conflituosa demais (ou então era simplesmente incômoda!) para alguns dos ouvidos mais despreocupados e menos perspicazes. "The Ghost of Tom Joad" (1995) Resultou de um debate interior após o sucesso de 'Born in the USA'. O debate era: qual o lugar de um homem rico? Se era verdade ser 'mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus', eu não transporia essas portas. "The Rising" (2002) Teve suas origens na maratona televisiva que se seguiu ao 11 de Setembro. Uma das imagens trágicas que não me saía da cabeça era a dos bombeiros subindo as escadas enquanto outros se apressavam em descer. O sentido de dever, a coragem"¦ instigou a minha imaginação.
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Coalizão internacional contra epidemias é anunciada em Davos
Estados, ONGs e empresas farmacêuticas anunciaram nesta quinta-feira (19) em Davos, no Fórum Econômico Mundial, a criação de uma grande coalizão, com um capital inicial de 460 milhões de dólares, para desenvolver vacinas que possam combater rapidamente as epidemias globais. "Nossa prioridade é desenvolver vacinas para as epidemias que identificamos como ameaças importantes", disse John-Arne Rottingen, secretário-geral da chamada Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI). A coalizão pretende lutar principalmente contra infecções como a síndrome respiratória por coronavírus do Oriente Médio (MERS), a febre de Lassa ou o vírus Nipah, "que têm um potencial comprovado para provocar sérias epidemias". "Mas também temos que estar prontos para o desconhecido", acrescentou Rottingen, que explicou que a coalizão é uma reação à epidemia de ebola na África que matou mais de 11 mil pessoas em 2014. Até agora, o projeto arrecadou 460 milhões de dólares em promessas de doações da Alemanha, Noruega e Japão, assim como da fundação Melinda & Bill Gates e o Wellcome Trust. Também participam várias ONGs, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os grupos farmacêuticos GSK, Pfizer e Sanofi.
equilibrioesaude
Coalizão internacional contra epidemias é anunciada em DavosEstados, ONGs e empresas farmacêuticas anunciaram nesta quinta-feira (19) em Davos, no Fórum Econômico Mundial, a criação de uma grande coalizão, com um capital inicial de 460 milhões de dólares, para desenvolver vacinas que possam combater rapidamente as epidemias globais. "Nossa prioridade é desenvolver vacinas para as epidemias que identificamos como ameaças importantes", disse John-Arne Rottingen, secretário-geral da chamada Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI). A coalizão pretende lutar principalmente contra infecções como a síndrome respiratória por coronavírus do Oriente Médio (MERS), a febre de Lassa ou o vírus Nipah, "que têm um potencial comprovado para provocar sérias epidemias". "Mas também temos que estar prontos para o desconhecido", acrescentou Rottingen, que explicou que a coalizão é uma reação à epidemia de ebola na África que matou mais de 11 mil pessoas em 2014. Até agora, o projeto arrecadou 460 milhões de dólares em promessas de doações da Alemanha, Noruega e Japão, assim como da fundação Melinda & Bill Gates e o Wellcome Trust. Também participam várias ONGs, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os grupos farmacêuticos GSK, Pfizer e Sanofi.
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Irã acusa EUA de ataque no Iraque enquanto negocia acordo nuclear
A Guarda Revolucionária do Irã divulgou nesta segunda-feira (30) que um ataque supostamente realizado por um drone americano matou dois de seus militares na cidade iraquiana de Tikrit. Os EUA lideram uma ofensiva na região contra a facção radical Estado Islâmico. Já o Irã ataca o EI com milícias xiitas que têm supervisão da Guarda Revolucionária. Os dois mortos pertenciam a este corpo militar de elite iraniano. De acordo com as informações, as mortes teriam ocorrido entre 22 e 24 de março. O Comando Central americano, no entanto, nega que tenha realizado ataques aéreos na região durante o período. A acusação ocorre em momento delicado na relação entre os dois países. Os EUA, ao lado de outras cinco nações, tentam chegar a um rascunho do acordo sobre o programa nuclear do Irã –cujo objetivo principal é evitar que o governo de Teerã desenvolva armas nucleares. O prazo para que os países cheguem a um acordo preliminar –que deve ser finalizado em junho– termina nesta terça (31). Nesta segunda, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que ainda há questões difíceis a serem resolvidas para que o consenso seja atingido. Kerry está reunido com diplomatas de China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido e Irã em Lausanne, na Suíça, para debater o assunto desde a semana passada. "Estamos trabalhando bastante duro para resolvê-las. Vamos trabalhar durante a noite e obviamente até amanhã [terça]", disse o secretário americano. "Há um pouco mais de luz hoje [nas discussões] hoje, mas ainda há questões complicadas." MAL-ESTAR No domingo, notícias de que o governo de Teerã teria recuado de um dos pontos chaves da negociação, o envio de combustível nuclear para fora do país, provocaram um mal-estar entre os diplomatas. O vice-chanceler do Irã, Abbas Araqchi, declarou a repórteres de seu país que a exportação de estoques de urânio enriquecido "não está no programa". "Não temos a intenção de mandá-lo para fora do país", afirmou Araqchi. Nesta segunda, funcionários do Departamento de Estado afirmaram que o assunto ainda está em negociação. Ainda é preciso chegar a um consenso sobre o prazo de duração do acordo. O tempo para a retirada das sanções da ONU contra o governo de Teerã e se elas voltarão a ser implementadas imediatamente caso haja violação do acordo também estão em discussão. Além das dificuldades internas, os países negociadores também enfrentam resistência externa. O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que o acordo que está sendo desenhado "corresponde a nossos piores medos."
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Irã acusa EUA de ataque no Iraque enquanto negocia acordo nuclearA Guarda Revolucionária do Irã divulgou nesta segunda-feira (30) que um ataque supostamente realizado por um drone americano matou dois de seus militares na cidade iraquiana de Tikrit. Os EUA lideram uma ofensiva na região contra a facção radical Estado Islâmico. Já o Irã ataca o EI com milícias xiitas que têm supervisão da Guarda Revolucionária. Os dois mortos pertenciam a este corpo militar de elite iraniano. De acordo com as informações, as mortes teriam ocorrido entre 22 e 24 de março. O Comando Central americano, no entanto, nega que tenha realizado ataques aéreos na região durante o período. A acusação ocorre em momento delicado na relação entre os dois países. Os EUA, ao lado de outras cinco nações, tentam chegar a um rascunho do acordo sobre o programa nuclear do Irã –cujo objetivo principal é evitar que o governo de Teerã desenvolva armas nucleares. O prazo para que os países cheguem a um acordo preliminar –que deve ser finalizado em junho– termina nesta terça (31). Nesta segunda, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que ainda há questões difíceis a serem resolvidas para que o consenso seja atingido. Kerry está reunido com diplomatas de China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido e Irã em Lausanne, na Suíça, para debater o assunto desde a semana passada. "Estamos trabalhando bastante duro para resolvê-las. Vamos trabalhar durante a noite e obviamente até amanhã [terça]", disse o secretário americano. "Há um pouco mais de luz hoje [nas discussões] hoje, mas ainda há questões complicadas." MAL-ESTAR No domingo, notícias de que o governo de Teerã teria recuado de um dos pontos chaves da negociação, o envio de combustível nuclear para fora do país, provocaram um mal-estar entre os diplomatas. O vice-chanceler do Irã, Abbas Araqchi, declarou a repórteres de seu país que a exportação de estoques de urânio enriquecido "não está no programa". "Não temos a intenção de mandá-lo para fora do país", afirmou Araqchi. Nesta segunda, funcionários do Departamento de Estado afirmaram que o assunto ainda está em negociação. Ainda é preciso chegar a um consenso sobre o prazo de duração do acordo. O tempo para a retirada das sanções da ONU contra o governo de Teerã e se elas voltarão a ser implementadas imediatamente caso haja violação do acordo também estão em discussão. Além das dificuldades internas, os países negociadores também enfrentam resistência externa. O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que o acordo que está sendo desenhado "corresponde a nossos piores medos."
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Senado instala CPI para investigar propinas do Carf
O Senado instalou nesta terça (19) CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), revelado pela Operação Zelotes, da Polícia Federal. Em acordo fechado com o governo, o PSDB conseguiu ficar com a presidência da CPI. Indicado pelo PMDB, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) foi eleito presidente da comissão. Como os peemedebistas reúnem a maior bancada do Senado, eles têm a prerrogativa de indicar o presidente da CPI. O PT, segunda maior bancada, escolheu a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) para ser relatora da comissão de inquérito. Graziottin é conhecida por ser fiel defensora do Palácio do Planalto no Congresso. Apesar de o presidente conduzir os trabalhos da CPI, caberá à relatora elaborar o plano de trabalhos e ditar os rumos das investigações. O senador Donizeti Nogueira (PT-TO) foi eleito vice-presidente da CPI. "A indicação para a presidência era do PMDB. O partido apresentou a indicação do senador Ataídes, decidimos não questionar. Esperamos que ele conduza os trabalhos de forma isenta", disse o líder do PT, Humberto Costa (PE). Além das bancadas do DEM e PSDB, senadores aliados do governo federal apoiaram a criação da CPI, como Walter Pinheiro (PT-BA), Ângela Portela (PT-RR), José Maranhão (PMDB-PB) e Zezé Perrella (PDT-MG). O PT também não trabalhou para impedir a instalação dos trabalhos. Ataídes prometeu trabalhar com "rigor" para apurar as denúncias no Carf. O tucano disse que seu principal objetivo no comando da CPI é devolver aos cofres públicos os recursos desviados em irregularidades no órgão do Ministério da Fazenda – que é responsável por julgar recursos de atuações aplicadas pela Receita Federal. A Operação Zelotes, deflagrada pela Polícia Federal no mês passado, desarticulou um esquema de pagamento de propina a conselheiros do órgão. Credores da União -a maior parte formada por grandes empresas - subornavam integrantes do Carf, em troca de redução e, em alguns casos, o perdão das multas aplicadas pela Receita. Segundo a Polícia Federal, multas contra empresas somando R$ 19 bilhões tiveram o julgamento alterado pela ação de uma quadrilha que atuava junto ao órgão. O Carf é um tribunal administrativo formado por representantes da Fazenda e dos contribuintes (empresas) que julga hoje processos que correspondem a R$ 580 bilhões. Em termos de valores, há indícios mais fortes em relação a processos que somam R$ 5 bilhões, envolvendo entre 15 e 20 empresas das mais de 60 investigadas, algumas em mais de um processo. Segundo Ataídes Oliveira, as fraudes cometidas no âmbito do Carf representam valores que correspondem a um terço do ajuste fiscal proposto pelo Executivo, o que merece investigação do Congresso. "Um por cento de todo esse contencioso representa R$ 327 bilhões. Portanto, a nossa responsabilidade é enorme. O povo espera desse Congresso uma resposta e um trabalho muito efetivo", afirmou. A CPI tem o prazo de quatro meses para realizar as investigações, mas Ataídes disse que o período deve ser prorrogado diante da quantidade de documentos que serão analisados pela CPI. No total, 11 senadores serão titulares da comissão de inquérito e outros cinco suplentes. Graziottin defendeu, como relatora, que a comissão de inquérito primeiro analise toda a documentação levantada pela Polícia Federal e Ministério Público, na Operação Zelotes, antes de dar início à tomada de depoimentos de suspeitos de envolvimento nas fraudes. "O mais importante é ouvir pessoas quando tivermos conhecimento de alguns dados para organizar o plano de trabalhos que vamos apresentar a esta comissão", afirmou a relatora.
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Senado instala CPI para investigar propinas do CarfO Senado instalou nesta terça (19) CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), revelado pela Operação Zelotes, da Polícia Federal. Em acordo fechado com o governo, o PSDB conseguiu ficar com a presidência da CPI. Indicado pelo PMDB, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) foi eleito presidente da comissão. Como os peemedebistas reúnem a maior bancada do Senado, eles têm a prerrogativa de indicar o presidente da CPI. O PT, segunda maior bancada, escolheu a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) para ser relatora da comissão de inquérito. Graziottin é conhecida por ser fiel defensora do Palácio do Planalto no Congresso. Apesar de o presidente conduzir os trabalhos da CPI, caberá à relatora elaborar o plano de trabalhos e ditar os rumos das investigações. O senador Donizeti Nogueira (PT-TO) foi eleito vice-presidente da CPI. "A indicação para a presidência era do PMDB. O partido apresentou a indicação do senador Ataídes, decidimos não questionar. Esperamos que ele conduza os trabalhos de forma isenta", disse o líder do PT, Humberto Costa (PE). Além das bancadas do DEM e PSDB, senadores aliados do governo federal apoiaram a criação da CPI, como Walter Pinheiro (PT-BA), Ângela Portela (PT-RR), José Maranhão (PMDB-PB) e Zezé Perrella (PDT-MG). O PT também não trabalhou para impedir a instalação dos trabalhos. Ataídes prometeu trabalhar com "rigor" para apurar as denúncias no Carf. O tucano disse que seu principal objetivo no comando da CPI é devolver aos cofres públicos os recursos desviados em irregularidades no órgão do Ministério da Fazenda – que é responsável por julgar recursos de atuações aplicadas pela Receita Federal. A Operação Zelotes, deflagrada pela Polícia Federal no mês passado, desarticulou um esquema de pagamento de propina a conselheiros do órgão. Credores da União -a maior parte formada por grandes empresas - subornavam integrantes do Carf, em troca de redução e, em alguns casos, o perdão das multas aplicadas pela Receita. Segundo a Polícia Federal, multas contra empresas somando R$ 19 bilhões tiveram o julgamento alterado pela ação de uma quadrilha que atuava junto ao órgão. O Carf é um tribunal administrativo formado por representantes da Fazenda e dos contribuintes (empresas) que julga hoje processos que correspondem a R$ 580 bilhões. Em termos de valores, há indícios mais fortes em relação a processos que somam R$ 5 bilhões, envolvendo entre 15 e 20 empresas das mais de 60 investigadas, algumas em mais de um processo. Segundo Ataídes Oliveira, as fraudes cometidas no âmbito do Carf representam valores que correspondem a um terço do ajuste fiscal proposto pelo Executivo, o que merece investigação do Congresso. "Um por cento de todo esse contencioso representa R$ 327 bilhões. Portanto, a nossa responsabilidade é enorme. O povo espera desse Congresso uma resposta e um trabalho muito efetivo", afirmou. A CPI tem o prazo de quatro meses para realizar as investigações, mas Ataídes disse que o período deve ser prorrogado diante da quantidade de documentos que serão analisados pela CPI. No total, 11 senadores serão titulares da comissão de inquérito e outros cinco suplentes. Graziottin defendeu, como relatora, que a comissão de inquérito primeiro analise toda a documentação levantada pela Polícia Federal e Ministério Público, na Operação Zelotes, antes de dar início à tomada de depoimentos de suspeitos de envolvimento nas fraudes. "O mais importante é ouvir pessoas quando tivermos conhecimento de alguns dados para organizar o plano de trabalhos que vamos apresentar a esta comissão", afirmou a relatora.
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CRAs, papéis que financiam a agricultura, têm alta em 2017
O estoque de CRAs (certificados de recebíveis do agronegócio) ultrapassou R$ 20 bilhões, mais que o dobro do valor no ano passado, quando eram R$ 9 bilhões. Os títulos de renda fixa são emitidos por empresas da cadeia do agronegócio, e as pessoas físicas que os detêm não pagam Imposto de Renda em cima dos rendimentos. Os dados são da B3 (empresa resultante da fusão de BM&Bovespa e Cetip). Os lançamentos indicam que há intenção de investir por parte das empresas, já que elas emitem o papel quando têm algum projeto que pretendem viabilizar, segundo Fábio Zenaro, superintendente de produtos da B3. "A tendência era de crescimento, mas com a crise política da semana passada, poderá haver incerteza." A diminuição da taxa básica de juros impulsionou a demanda, pois a isenção de imposto torna-se um atrativo mais importante, diz Chow Juei, gestor de recursos da corretora Spinelli. "Os investidores se sentiram seguros, porque esse título tem baixa liquidez." HISTÓRICO DE EMISSÕES - Volume de valores de CRAs nos últimos 12 meses, em R$ bilhões Leia a coluna completa aqui.
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CRAs, papéis que financiam a agricultura, têm alta em 2017O estoque de CRAs (certificados de recebíveis do agronegócio) ultrapassou R$ 20 bilhões, mais que o dobro do valor no ano passado, quando eram R$ 9 bilhões. Os títulos de renda fixa são emitidos por empresas da cadeia do agronegócio, e as pessoas físicas que os detêm não pagam Imposto de Renda em cima dos rendimentos. Os dados são da B3 (empresa resultante da fusão de BM&Bovespa e Cetip). Os lançamentos indicam que há intenção de investir por parte das empresas, já que elas emitem o papel quando têm algum projeto que pretendem viabilizar, segundo Fábio Zenaro, superintendente de produtos da B3. "A tendência era de crescimento, mas com a crise política da semana passada, poderá haver incerteza." A diminuição da taxa básica de juros impulsionou a demanda, pois a isenção de imposto torna-se um atrativo mais importante, diz Chow Juei, gestor de recursos da corretora Spinelli. "Os investidores se sentiram seguros, porque esse título tem baixa liquidez." HISTÓRICO DE EMISSÕES - Volume de valores de CRAs nos últimos 12 meses, em R$ bilhões Leia a coluna completa aqui.
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Crianças tristes
Vivian Maier (1926-2009) trabalhou a maior parte da vida como babá. Morando em Nova York e depois em Chicago, seu hobby era sair pelas ruas tirando fotos. Ao longo da vida, acumulou cerca de 150 mil negativos, sem que ninguém tomasse conhecimento do que ela fazia. Há coisa de poucos anos, o corretor de imóveis John Maloof comprou por acaso o maravilhoso acervo de fotografias urbanas deixado por ela –do qual uma amostra está em exibição no Museu da Imagem e do Som, até 14 de junho. Também saiu, pela editora Autêntica, a reimpressão de "Vivian Maier –Uma Fotógrafa de Rua". O livro reúne fotos antológicas da autora –e, no sépia escuro de sua impressão, parece intensificar, para mim, o que há de inexplicavelmente triste naquelas imagens de sessenta anos atrás. Basta ver as crianças de Vivian Maier. Nas fotos de Henri Cartier-Bresson, por exemplo, elas parecem divertir-se imensamente. Mesmo entre muros esburacados por tiros, numa Sevilha em plena guerra civil, a infância corre solta. Aqueles ares de petulância, de sonho e de alegria, tão comuns em Cartier-Bresson, desaparecem ante os olhos da babá-fotógrafa. É certo que, na primeira foto do livro, um rapazinho de braços cruzados e topete cheio de brilhantina encara a lente da máquina com autoconfiança digna de um pequeno Don Juan. Mas a tristeza prevalece. Garotos bem pequenos surgem com ar de adultos. Calça comprida, mão no bolso, cabelo recém-cortado, acompanham, de longe, não sei que séria atividade das meninas. Não é que esteja tão frio naquele parque público, mas parece impensável que essas crianças possam tirar seus casaquinhos e sapatos. Nem mesmo na fila de um espetáculo infantil há expectativa ou animação. Meninos e meninas esperam, longamente, a hora de entrar na maturidade. Duas amiguinhas, com cinco anos talvez, trocam mexericos e confidências; já poderiam ser colegas num escritório, ou garçonetes em horário de folga. No banco traseiro de um carrão impecável, o casal de irmãozinhos não se dispõe a muita conversa fiada. O menor coça a cabeça, como quem hesita antes de pedir indicação de um endereço ao homem de posto de gasolina. A menina, com o queixo apoiado nas mãos e um cotovelo para fora da janela, parece perfurar com os olhos o diafragma da máquina. Uma das coisas mais bonitas nas fotos de Vivian Maier, aliás, é o contraponto entre as personagens que não se percebem fotografadas e aquelas que desafiam duramente a aproximação da câmera. Há os ausentes e os presentes; os distraídos e os armados; os despertos, os que dormem, e os que sabem que vão morrer. Um cavalo morto ficou encostado na guia, numa rua de Nova York; uma poltrona foi incendiada e ainda fumega, ao lado de uma lata de lixo; o olho cego de um mendigo se perde de seu rosto. Provavelmente a realidade americana de 1950 não era bem essa, mas tudo parece muito sujo –os muros, as lanchonetes, os lenços no cabelo das velhas, as escadas, os quintais. Não parece haver sequer saúde em algumas das crianças de Vivian Maier: joelhos saltados na esqualidez, a pele imunda de uma loirinha a ponto de explodir no choro. Vendo isso, devo dizer que não sou daqueles que mais se impressionam com os problemas que os especialistas detectam na infância de hoje em dia. Neste domingo, a Folha publicou reportagem sobre os pequenos talentos do funk. Ainda impúberes, cantam músicas repletas de obscenidades. É chocante, principalmente pelo que significa de possível exploração econômica das crianças. Do ponto de vista delas, entretanto, o mais provável é que estejam antes brincando de ser adultas do que vivendo precocemente sua sexualidade. No fundo, temos um medo enorme da curiosidade que as crianças possam ter pelo sexo. O tabu é tão forte que, se um menino diz ter "namorada" na escolinha do fundamental, pais e psicólogos entram em pânico. Não estará apenas brincando? E testando nossa reação? Não nos espantamos quando um menino, brincando de polícia e ladrão, "mata" o outro a tiros. As crianças de Vivian Maier nem disso pareciam brincar. Talvez estivessem apenas vivendo uma seriedade de faz de conta, inspirados em pais taciturnos e mães sacrificadas. Seja como for, os adultos de 1950 não eram tão assanhados como os de hoje. Natural que, do namoro à obscenidade, as crianças contemporâneas nos imitem como podem.
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Crianças tristesVivian Maier (1926-2009) trabalhou a maior parte da vida como babá. Morando em Nova York e depois em Chicago, seu hobby era sair pelas ruas tirando fotos. Ao longo da vida, acumulou cerca de 150 mil negativos, sem que ninguém tomasse conhecimento do que ela fazia. Há coisa de poucos anos, o corretor de imóveis John Maloof comprou por acaso o maravilhoso acervo de fotografias urbanas deixado por ela –do qual uma amostra está em exibição no Museu da Imagem e do Som, até 14 de junho. Também saiu, pela editora Autêntica, a reimpressão de "Vivian Maier –Uma Fotógrafa de Rua". O livro reúne fotos antológicas da autora –e, no sépia escuro de sua impressão, parece intensificar, para mim, o que há de inexplicavelmente triste naquelas imagens de sessenta anos atrás. Basta ver as crianças de Vivian Maier. Nas fotos de Henri Cartier-Bresson, por exemplo, elas parecem divertir-se imensamente. Mesmo entre muros esburacados por tiros, numa Sevilha em plena guerra civil, a infância corre solta. Aqueles ares de petulância, de sonho e de alegria, tão comuns em Cartier-Bresson, desaparecem ante os olhos da babá-fotógrafa. É certo que, na primeira foto do livro, um rapazinho de braços cruzados e topete cheio de brilhantina encara a lente da máquina com autoconfiança digna de um pequeno Don Juan. Mas a tristeza prevalece. Garotos bem pequenos surgem com ar de adultos. Calça comprida, mão no bolso, cabelo recém-cortado, acompanham, de longe, não sei que séria atividade das meninas. Não é que esteja tão frio naquele parque público, mas parece impensável que essas crianças possam tirar seus casaquinhos e sapatos. Nem mesmo na fila de um espetáculo infantil há expectativa ou animação. Meninos e meninas esperam, longamente, a hora de entrar na maturidade. Duas amiguinhas, com cinco anos talvez, trocam mexericos e confidências; já poderiam ser colegas num escritório, ou garçonetes em horário de folga. No banco traseiro de um carrão impecável, o casal de irmãozinhos não se dispõe a muita conversa fiada. O menor coça a cabeça, como quem hesita antes de pedir indicação de um endereço ao homem de posto de gasolina. A menina, com o queixo apoiado nas mãos e um cotovelo para fora da janela, parece perfurar com os olhos o diafragma da máquina. Uma das coisas mais bonitas nas fotos de Vivian Maier, aliás, é o contraponto entre as personagens que não se percebem fotografadas e aquelas que desafiam duramente a aproximação da câmera. Há os ausentes e os presentes; os distraídos e os armados; os despertos, os que dormem, e os que sabem que vão morrer. Um cavalo morto ficou encostado na guia, numa rua de Nova York; uma poltrona foi incendiada e ainda fumega, ao lado de uma lata de lixo; o olho cego de um mendigo se perde de seu rosto. Provavelmente a realidade americana de 1950 não era bem essa, mas tudo parece muito sujo –os muros, as lanchonetes, os lenços no cabelo das velhas, as escadas, os quintais. Não parece haver sequer saúde em algumas das crianças de Vivian Maier: joelhos saltados na esqualidez, a pele imunda de uma loirinha a ponto de explodir no choro. Vendo isso, devo dizer que não sou daqueles que mais se impressionam com os problemas que os especialistas detectam na infância de hoje em dia. Neste domingo, a Folha publicou reportagem sobre os pequenos talentos do funk. Ainda impúberes, cantam músicas repletas de obscenidades. É chocante, principalmente pelo que significa de possível exploração econômica das crianças. Do ponto de vista delas, entretanto, o mais provável é que estejam antes brincando de ser adultas do que vivendo precocemente sua sexualidade. No fundo, temos um medo enorme da curiosidade que as crianças possam ter pelo sexo. O tabu é tão forte que, se um menino diz ter "namorada" na escolinha do fundamental, pais e psicólogos entram em pânico. Não estará apenas brincando? E testando nossa reação? Não nos espantamos quando um menino, brincando de polícia e ladrão, "mata" o outro a tiros. As crianças de Vivian Maier nem disso pareciam brincar. Talvez estivessem apenas vivendo uma seriedade de faz de conta, inspirados em pais taciturnos e mães sacrificadas. Seja como for, os adultos de 1950 não eram tão assanhados como os de hoje. Natural que, do namoro à obscenidade, as crianças contemporâneas nos imitem como podem.
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Tribunal suspende leilão de bens de Sérgio Cabral
O desembargador Abel Gomes suspendeu temporariamente a realização do leilão dos bens do ex-governador Sérgio Cabral e de seus ex-assessores, previsto para ocorrer na próxima terça-feira (3). A decisão atende a pedido da defesa de Cabral, que afirma que o leiloeiro Renato Guedes, designado para coordenar o leilão, não cumpre requisitos legais para o ato. Ele não teria três anos de experiência profissional, como exige a lei na interpretação dos advogados do ex-governador. A decisão de Gomes afirma que a suspensão foi deferida "unicamente em razão da data muito próxima aprazada para o leilão, devendo permanecer suspensos os atos de praça/leilão, até o julgamento desta apelação". O desembargador deferiu a liminar quando ainda não tinha conhecimento da manifestação na primeira instância do Ministério Público Federal e do juiz Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio, sobre o caso. Bretas decidiu que o pedido da defesa de Cabral não deve prosperar. Ele entendeu que o credenciamento dos leiloeiros públicos determinado por lei ainda precisa ser regulamentado. Por esse motivo, manteve Guedes na condução do leilão. Gomes agora terá de analisar a decisão do magistrado de primeira instância para avaliar se mantém ou não a suspensão. Em seu despacho, Bretas também limitou o leilão à venda da casa, incluindo fogão de inox embutido, geladeira duas portas inox, sofás e grande mesa de centro no espaço coberto do jardim. Desta forma, a venda, quando ocorrer, não será mais no modelo "porteira fechada", com as imagens sacras, obras de arte, carrinho de golfe, entre outros objetos.
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Tribunal suspende leilão de bens de Sérgio CabralO desembargador Abel Gomes suspendeu temporariamente a realização do leilão dos bens do ex-governador Sérgio Cabral e de seus ex-assessores, previsto para ocorrer na próxima terça-feira (3). A decisão atende a pedido da defesa de Cabral, que afirma que o leiloeiro Renato Guedes, designado para coordenar o leilão, não cumpre requisitos legais para o ato. Ele não teria três anos de experiência profissional, como exige a lei na interpretação dos advogados do ex-governador. A decisão de Gomes afirma que a suspensão foi deferida "unicamente em razão da data muito próxima aprazada para o leilão, devendo permanecer suspensos os atos de praça/leilão, até o julgamento desta apelação". O desembargador deferiu a liminar quando ainda não tinha conhecimento da manifestação na primeira instância do Ministério Público Federal e do juiz Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio, sobre o caso. Bretas decidiu que o pedido da defesa de Cabral não deve prosperar. Ele entendeu que o credenciamento dos leiloeiros públicos determinado por lei ainda precisa ser regulamentado. Por esse motivo, manteve Guedes na condução do leilão. Gomes agora terá de analisar a decisão do magistrado de primeira instância para avaliar se mantém ou não a suspensão. Em seu despacho, Bretas também limitou o leilão à venda da casa, incluindo fogão de inox embutido, geladeira duas portas inox, sofás e grande mesa de centro no espaço coberto do jardim. Desta forma, a venda, quando ocorrer, não será mais no modelo "porteira fechada", com as imagens sacras, obras de arte, carrinho de golfe, entre outros objetos.
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Cinema para todos
RIO DE JANEIRO - Guadalupe, bairro da zona norte do Rio, está a 30 km do centro. Surgiu de experiências de habitação popular do Estado Novo. Foi batizado com o nome da Nossa Senhora de Guadalupe, a padroeira das Américas, por sugestão da primeira-dama Darcy Vargas. Ocupa a 80ª posição em qualidade de vida entre os bairros do Rio. Saiu do noticiário policial por causa do cinema. O Ponto Cine Guadalupe comemora dez anos em 2016 e é exemplo de raro projeto individual de sucesso em região marcada pela ausência da ação pública. A sala, com 73 lugares, é a maior exibidora de filmes brasileiros do mundo e a única da América Latina a ter certificado de compensação de carbono. O cinema reduziu processos que liberam dióxido de carbono e compensou seu consumo plantando 18 mil árvores, numa área do tamanho de 27 campos de futebol. Surgiu da paixão de um menino pelo cinema. Aos 9 anos, Adailton Medeiros criou um projetor de papelão para exibir imagens na sala de casa. Seguiu o instinto porque só aos 11 anos conheceu uma sala de cinema. Estudou meteorologia, deixou o subúrbio carioca de Anchieta, onde nasceu, mudando-se para a Amazônia. Onze anos depois, ao regressar ao Rio, driblou chuvas e trovoadas para criar uma sala de cinema. Decidiu que a programação seria dedicada ao cinema nacional. Cobra o ingresso mais barato do Rio –R$ 4 a meia entrada. Preocupou-se em tornar a sala 100% acessível, por meio de rampas e de tablets que oferecem tradução em libras, além de audiodescrição. Levou festivais de cinema, diretores e atores que moradores jamais imaginaram ver de perto. Quase todo dia entra alguém que nunca vivenciou a experiência de assistir a um filme em tela grande e sala escura. Em tempo de downloads e streamings, formar espectador novo de cinema talvez seja mais um milagre de Nossa Senhora de Guadalupe.
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Cinema para todosRIO DE JANEIRO - Guadalupe, bairro da zona norte do Rio, está a 30 km do centro. Surgiu de experiências de habitação popular do Estado Novo. Foi batizado com o nome da Nossa Senhora de Guadalupe, a padroeira das Américas, por sugestão da primeira-dama Darcy Vargas. Ocupa a 80ª posição em qualidade de vida entre os bairros do Rio. Saiu do noticiário policial por causa do cinema. O Ponto Cine Guadalupe comemora dez anos em 2016 e é exemplo de raro projeto individual de sucesso em região marcada pela ausência da ação pública. A sala, com 73 lugares, é a maior exibidora de filmes brasileiros do mundo e a única da América Latina a ter certificado de compensação de carbono. O cinema reduziu processos que liberam dióxido de carbono e compensou seu consumo plantando 18 mil árvores, numa área do tamanho de 27 campos de futebol. Surgiu da paixão de um menino pelo cinema. Aos 9 anos, Adailton Medeiros criou um projetor de papelão para exibir imagens na sala de casa. Seguiu o instinto porque só aos 11 anos conheceu uma sala de cinema. Estudou meteorologia, deixou o subúrbio carioca de Anchieta, onde nasceu, mudando-se para a Amazônia. Onze anos depois, ao regressar ao Rio, driblou chuvas e trovoadas para criar uma sala de cinema. Decidiu que a programação seria dedicada ao cinema nacional. Cobra o ingresso mais barato do Rio –R$ 4 a meia entrada. Preocupou-se em tornar a sala 100% acessível, por meio de rampas e de tablets que oferecem tradução em libras, além de audiodescrição. Levou festivais de cinema, diretores e atores que moradores jamais imaginaram ver de perto. Quase todo dia entra alguém que nunca vivenciou a experiência de assistir a um filme em tela grande e sala escura. Em tempo de downloads e streamings, formar espectador novo de cinema talvez seja mais um milagre de Nossa Senhora de Guadalupe.
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Atriz coadjuvante: Com mais negras, categoria resume tom de 2017
Única categoria com mais negras que brancas indicadas, a de atriz coadjuvante dá o tom do Oscar 2016: diversidade. Ou, pelo menos, diversidade em relação aos anos anteriores, dominados pela hashtag #Oscarssowhite, porque a falta de latinos e asiáticos também já é notada. Viola Davis, por "Um Limite Entre Nós" A favorita na categoria repete no cinema o papel que fez na Broadway no drama dirigido e protagonizado por Denzel Washington. A atriz, 51, já ganhou um Tony, o Oscar do teatro, pelo mesmo papel em 2010, quando estava em cartaz em Nova York. E venceu o Globo de Ouro deste ano. Viola David tem mais de 20 anos de carreira e já foi indicada a dois Oscar anteriores, por "The Help" (2012) e "Doubt" (2009). Só falta ganhar um. * Naomie Harris, por "Moonlight - Sob a Luz do Luar" A atriz inglesa, 40, vive uma mulher solteira e viciada em crack, mãe relapsa do garoto de um bairro barra-pesada de Miami, um negro homossexual que luta para encontrar seu lugar no mundo. O filme tem ainda Mahershala Ali, favorito ao prêmio de melhor ator coadjuvante, como um traficante que vira um figura paterna do garoto, e a cantora Janelle Monáe como uma tia postiça do menino. Naomi Harris faz tão bem o papel de uma mulher decadente que é quase impossível acreditar que ela foi a bond girl Moneypenny de "007 Contra Spectre" (2015). * Nicole Kidman, por "Lion - Uma Jornada para Casa" Como uma australiana mãe adotiva de dois garotos indianos, Nicole Kidman, 49, está quase reprisando sua própria vida no drama "Lion". Ela também é australiana e tem dois filhos adotivos (do casamento com Tom Cruise), e conhece de perto a mistura de medo e curiosidade em relação aos pais biológicos dos filhos adotivos. No longa, um de seus filhos decide que precisa encontrar sua família de origem, e sai em busca de uma cidade indiana cujo nome ele desconhece. Nicole consegue dar dignidade e verdade à personagem, que fica no bastidor da trama. Mas esse não deve ser o ano da atriz, que já ganhou o Oscar em 2002 por "As Horas". * Michelle Williams, por "Manchester à Beira-Mar" Apesar de ter poucas cenas no drama "Manchester à Beira-Mar", Michelle Williams, 36 consegue mostrar toda sua força como intérprete. Especialmente num encontro casual entre sua personagem, Randi, e o protagonista, Lee, seu ex-marido (Casey Affleck, favorito ao prêmio de melhor ator). Os dois foram um casal que passou por uma tragédia que ela conseguiu superar, mas ele não. O diálogo que os dois têm no meio da rua é das cenas mais marcantes do longa, dirigido por Kenneth Lonergan ("Conte Comigo", 2000). * Octavia Spencer, por "Estrelas Além do Tempo" A vencedora da mesma categoria em 2011 por "The Help" (filme que também deu uma indicação a Viola Davis) nunca tinha ouvido falar de sua personagem quando foi convidada a fazer o longa "Estrelas Além do Tempo". Ficou espantada quando soube que havia três mulheres negras que foram essenciais para que os americanos da Nasa vencessem a corrida ao espaço nos anos 1960, e que não constavam dos livros de história. Seus olhares dão o tom de sua performance –com uma virada de olho Octavia, 46, consegue transmitir quase tanto quanto com as frases ótimas de sua personagem, Dorothy Vaughan. - Veja a lista das outras categorias comentadas por profissionais, críticos e colaboradores da Folha. Melhor filme, por Inácio Araujo Melhor diretor, por Sergio Alpendre Melhor animação, por Sandro Macedo Melhor documentário, por Aline Pellegrini Melhor documentário de curta-metragem, por Lívia Sampaio Melhor roteiro original, por Francesca Angiolillo Melhor roteiro adaptado, por Francesca Angiolillo Melhor ator, por Guilherme Genestreti Melhor atriz, por Teté Ribeiro Melhor ator coadjuvante, por Guilherme Genestreti Melhor fotografia, por Daigo Oliva Melhor montagem, por Matheus Magenta Melhor direção de arte, por Guilherme Genestreti Melhor trilha sonora, por Alex Kidd Melhor canção original, por Giuliana Vallone Melhor figurino, por Pedro Diniz Melhor maquiagem e penteado, por Anna Virginia Balloussier
ilustrada
Atriz coadjuvante: Com mais negras, categoria resume tom de 2017Única categoria com mais negras que brancas indicadas, a de atriz coadjuvante dá o tom do Oscar 2016: diversidade. Ou, pelo menos, diversidade em relação aos anos anteriores, dominados pela hashtag #Oscarssowhite, porque a falta de latinos e asiáticos também já é notada. Viola Davis, por "Um Limite Entre Nós" A favorita na categoria repete no cinema o papel que fez na Broadway no drama dirigido e protagonizado por Denzel Washington. A atriz, 51, já ganhou um Tony, o Oscar do teatro, pelo mesmo papel em 2010, quando estava em cartaz em Nova York. E venceu o Globo de Ouro deste ano. Viola David tem mais de 20 anos de carreira e já foi indicada a dois Oscar anteriores, por "The Help" (2012) e "Doubt" (2009). Só falta ganhar um. * Naomie Harris, por "Moonlight - Sob a Luz do Luar" A atriz inglesa, 40, vive uma mulher solteira e viciada em crack, mãe relapsa do garoto de um bairro barra-pesada de Miami, um negro homossexual que luta para encontrar seu lugar no mundo. O filme tem ainda Mahershala Ali, favorito ao prêmio de melhor ator coadjuvante, como um traficante que vira um figura paterna do garoto, e a cantora Janelle Monáe como uma tia postiça do menino. Naomi Harris faz tão bem o papel de uma mulher decadente que é quase impossível acreditar que ela foi a bond girl Moneypenny de "007 Contra Spectre" (2015). * Nicole Kidman, por "Lion - Uma Jornada para Casa" Como uma australiana mãe adotiva de dois garotos indianos, Nicole Kidman, 49, está quase reprisando sua própria vida no drama "Lion". Ela também é australiana e tem dois filhos adotivos (do casamento com Tom Cruise), e conhece de perto a mistura de medo e curiosidade em relação aos pais biológicos dos filhos adotivos. No longa, um de seus filhos decide que precisa encontrar sua família de origem, e sai em busca de uma cidade indiana cujo nome ele desconhece. Nicole consegue dar dignidade e verdade à personagem, que fica no bastidor da trama. Mas esse não deve ser o ano da atriz, que já ganhou o Oscar em 2002 por "As Horas". * Michelle Williams, por "Manchester à Beira-Mar" Apesar de ter poucas cenas no drama "Manchester à Beira-Mar", Michelle Williams, 36 consegue mostrar toda sua força como intérprete. Especialmente num encontro casual entre sua personagem, Randi, e o protagonista, Lee, seu ex-marido (Casey Affleck, favorito ao prêmio de melhor ator). Os dois foram um casal que passou por uma tragédia que ela conseguiu superar, mas ele não. O diálogo que os dois têm no meio da rua é das cenas mais marcantes do longa, dirigido por Kenneth Lonergan ("Conte Comigo", 2000). * Octavia Spencer, por "Estrelas Além do Tempo" A vencedora da mesma categoria em 2011 por "The Help" (filme que também deu uma indicação a Viola Davis) nunca tinha ouvido falar de sua personagem quando foi convidada a fazer o longa "Estrelas Além do Tempo". Ficou espantada quando soube que havia três mulheres negras que foram essenciais para que os americanos da Nasa vencessem a corrida ao espaço nos anos 1960, e que não constavam dos livros de história. Seus olhares dão o tom de sua performance –com uma virada de olho Octavia, 46, consegue transmitir quase tanto quanto com as frases ótimas de sua personagem, Dorothy Vaughan. - Veja a lista das outras categorias comentadas por profissionais, críticos e colaboradores da Folha. Melhor filme, por Inácio Araujo Melhor diretor, por Sergio Alpendre Melhor animação, por Sandro Macedo Melhor documentário, por Aline Pellegrini Melhor documentário de curta-metragem, por Lívia Sampaio Melhor roteiro original, por Francesca Angiolillo Melhor roteiro adaptado, por Francesca Angiolillo Melhor ator, por Guilherme Genestreti Melhor atriz, por Teté Ribeiro Melhor ator coadjuvante, por Guilherme Genestreti Melhor fotografia, por Daigo Oliva Melhor montagem, por Matheus Magenta Melhor direção de arte, por Guilherme Genestreti Melhor trilha sonora, por Alex Kidd Melhor canção original, por Giuliana Vallone Melhor figurino, por Pedro Diniz Melhor maquiagem e penteado, por Anna Virginia Balloussier
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Liverpool vira sobre o Dortmund nos acréscimos e avança na Liga Europa
Com um gol nos últimos minutos de jogo, o Liverpool conseguiu uma virada incrível para cima do Borussia Dortmund nesta quinta-feira (14), pelas quartas de final da Liga Europa, e venceu por 4 a 3, garantindo a vaga nas semifinais. Após empate por 1 a 1 na Alemanha, a equipe inglesa poderia empatar sem gols em casa, mas acabou surpreendida nos minutos iniciais. Henrik Mkhitaryan, aos 5min, e Pierre-Emerick Aubameyang, aos 9min, colocaram o Dortmund em vantagem. Aos 3min da segunda etapa, Divock Origi descontou, mas a equipe alemã voltou a ampliar a vantagem com Marco Reus, aos 12min. A reação do Liverpool foi construída com gols do brasileiro Philippe Coutinho, aos 21min, Mamadou Sakho, aos 33min, e Dejan Lovren, já nos acréscimos. Ao fim do confronto, os jogadores do Liverpool e o técnico alemão Jürgen Klopp, que comandou o Borussia Dortmund de 2008 a 2015 e está na equipe inglesa desde o ano passado, foram ovacionados no estádio Anfield Road. RESULTADOS DAS QUARTAS DA LIGA EUROPA Liverpool 4 x 3 Borussia Dortmund Shakhtar Donetsk 4 x 0 Braga Sparta Praga 2 x 4 Villarreal Sevilla 1 x 2 Athletic Bilbao *Em negrito os classificados às semifinais
esporte
Liverpool vira sobre o Dortmund nos acréscimos e avança na Liga EuropaCom um gol nos últimos minutos de jogo, o Liverpool conseguiu uma virada incrível para cima do Borussia Dortmund nesta quinta-feira (14), pelas quartas de final da Liga Europa, e venceu por 4 a 3, garantindo a vaga nas semifinais. Após empate por 1 a 1 na Alemanha, a equipe inglesa poderia empatar sem gols em casa, mas acabou surpreendida nos minutos iniciais. Henrik Mkhitaryan, aos 5min, e Pierre-Emerick Aubameyang, aos 9min, colocaram o Dortmund em vantagem. Aos 3min da segunda etapa, Divock Origi descontou, mas a equipe alemã voltou a ampliar a vantagem com Marco Reus, aos 12min. A reação do Liverpool foi construída com gols do brasileiro Philippe Coutinho, aos 21min, Mamadou Sakho, aos 33min, e Dejan Lovren, já nos acréscimos. Ao fim do confronto, os jogadores do Liverpool e o técnico alemão Jürgen Klopp, que comandou o Borussia Dortmund de 2008 a 2015 e está na equipe inglesa desde o ano passado, foram ovacionados no estádio Anfield Road. RESULTADOS DAS QUARTAS DA LIGA EUROPA Liverpool 4 x 3 Borussia Dortmund Shakhtar Donetsk 4 x 0 Braga Sparta Praga 2 x 4 Villarreal Sevilla 1 x 2 Athletic Bilbao *Em negrito os classificados às semifinais
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Crescimento da economia dos EUA no 4º tri foi menor do que o estimado
O crescimento da economia dos EUA no quarto trimestre foi mais fraco do que o estimado anteriormente, segundo a primeira revisão dos dados divulgada nesta terça-feira (27) pelo Departamento do Comércio. O PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano teve alta anualizada de 2,2% entre outubro e dezembro, menor que os 2,6% da primeira leitura, anunciada em 30 de janeiro. A elevação foi bem menor que a registrada no terceiro trimestre, quando o crescimento foi de 5,0%. O dado revisado, porém, é melhor do que o esperado por analistas do mercado, que previam uma redução para 2,0%. No ano de 2014, o PIB cresceu 2,4%. O número ficou pouco acima da média de crescimento entre 2010 e 2013, de 2,2%, e ainda bem abaixo da média da década de 1990, quando a economia cresceu em média 3,4% por ano. A divulgação do PIB dos EUA costuma ocorrer em três fases: a primeira estimativa, divulgada um mês após o término do trimestre, e outras duas revisões (nos dois meses seguintes). A última revisão para o quarto trimestre será divulgada em 27 de março. A redução nos números anteriormente previstos para o quarto trimestre reflete uma revisão para baixo nos estoques do setor privado. Além disso, o crescimento das importações, que contribuem negativamente para o PIB, foi revisado para cima. O aumento foi de 10,1%, contra 8,9% divulgados no mês passado. O dado foi parcialmente compensado por uma elevação maior nos investimentos do setor privado, de 4,8%, ante 1,9% da primeira estimativa. O número ainda é bem mais baixo do que os 8,9% registrados no terceiro trimestre. De forma geral, os números do quarto trimestre contribuem para a avaliação de que a retomada do crescimento nos Estados Unidos ainda é desigual. O crescimento foi impulsionado pelo melhor índice de gastos dos consumidores em quatro anos. Ao mesmo tempo, no entanto, os investimentos das empresas e as exportações desaceleraram. A alta do consumo foi revisada para 4,2%, ante 4,3% divulgados anteriormente. A elevação no trimestre beneficiada pela queda nos preços do petróleo -e consequentemente nos custos de energia- e um cenário melhor do emprego. E a tendência de melhora no mercado de trabalho, segundo a presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Janet Yellen, deve continuar. Em audiência no Congresso nesta semana, ela afirmou que a expectativa é que o crescimento econômico "seja forte o suficiente para resultar em uma continuação do declínio gradual da taxa de desemprego." O índice está em 5,7%, de acordo com dados de janeiro. Ela disse ainda que, caso as condições econômicas continuem melhorando, "como esperado", o Fed começará em algum momento a considerar, reunião a reunião, um aumento na taxa de juros, não sem antes sinalizar a mudança ao mercado. O aumento dos juros é acompanhado com atenção pelos investidores. Uma mudança na taxa de juros influencia uma série de variáveis na economia norte-americana, porque aumenta o custo do crédito para os consumidores, empresas, e o próprio governo. Para os mercados emergentes (inclusive o Brasil), a tendência é que haja um êxodo de investimentos para os EUA, em busca do rendimento e da maior segurança da economia americana.
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Crescimento da economia dos EUA no 4º tri foi menor do que o estimadoO crescimento da economia dos EUA no quarto trimestre foi mais fraco do que o estimado anteriormente, segundo a primeira revisão dos dados divulgada nesta terça-feira (27) pelo Departamento do Comércio. O PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano teve alta anualizada de 2,2% entre outubro e dezembro, menor que os 2,6% da primeira leitura, anunciada em 30 de janeiro. A elevação foi bem menor que a registrada no terceiro trimestre, quando o crescimento foi de 5,0%. O dado revisado, porém, é melhor do que o esperado por analistas do mercado, que previam uma redução para 2,0%. No ano de 2014, o PIB cresceu 2,4%. O número ficou pouco acima da média de crescimento entre 2010 e 2013, de 2,2%, e ainda bem abaixo da média da década de 1990, quando a economia cresceu em média 3,4% por ano. A divulgação do PIB dos EUA costuma ocorrer em três fases: a primeira estimativa, divulgada um mês após o término do trimestre, e outras duas revisões (nos dois meses seguintes). A última revisão para o quarto trimestre será divulgada em 27 de março. A redução nos números anteriormente previstos para o quarto trimestre reflete uma revisão para baixo nos estoques do setor privado. Além disso, o crescimento das importações, que contribuem negativamente para o PIB, foi revisado para cima. O aumento foi de 10,1%, contra 8,9% divulgados no mês passado. O dado foi parcialmente compensado por uma elevação maior nos investimentos do setor privado, de 4,8%, ante 1,9% da primeira estimativa. O número ainda é bem mais baixo do que os 8,9% registrados no terceiro trimestre. De forma geral, os números do quarto trimestre contribuem para a avaliação de que a retomada do crescimento nos Estados Unidos ainda é desigual. O crescimento foi impulsionado pelo melhor índice de gastos dos consumidores em quatro anos. Ao mesmo tempo, no entanto, os investimentos das empresas e as exportações desaceleraram. A alta do consumo foi revisada para 4,2%, ante 4,3% divulgados anteriormente. A elevação no trimestre beneficiada pela queda nos preços do petróleo -e consequentemente nos custos de energia- e um cenário melhor do emprego. E a tendência de melhora no mercado de trabalho, segundo a presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Janet Yellen, deve continuar. Em audiência no Congresso nesta semana, ela afirmou que a expectativa é que o crescimento econômico "seja forte o suficiente para resultar em uma continuação do declínio gradual da taxa de desemprego." O índice está em 5,7%, de acordo com dados de janeiro. Ela disse ainda que, caso as condições econômicas continuem melhorando, "como esperado", o Fed começará em algum momento a considerar, reunião a reunião, um aumento na taxa de juros, não sem antes sinalizar a mudança ao mercado. O aumento dos juros é acompanhado com atenção pelos investidores. Uma mudança na taxa de juros influencia uma série de variáveis na economia norte-americana, porque aumenta o custo do crédito para os consumidores, empresas, e o próprio governo. Para os mercados emergentes (inclusive o Brasil), a tendência é que haja um êxodo de investimentos para os EUA, em busca do rendimento e da maior segurança da economia americana.
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Vivi o bastante para ver um megaincêndio na Groenlândia
Eis aqui uma notícia que não deveria existir, nem mesmo se fosse inventada. Mas é verdade: está comendo solto na Groenlândia o maior incêndio natural já visto na gigantesca ilha do Ártico. Ora, a Groenlândia não está coberta de gelo? Sim, em grande parte, cerca de 80% de seus 2,17 milhões de quilômetros quadrados. Se essa calota gelada derretesse toda, o nível do mar subiria sete metros no planeta inteiro. Um quinto do território, no entanto, fica livre de gelo e neve. Ali viceja uma vegetação composta principalmente de capim e arbustos, com poucas árvores, como bétulas. O fogo e a fumaça estão visíveis para satélites desde 31 de julho numa área do sudoeste, perto da localidade de Sisimiut. A linha de queimada não está avançando, o que faz pensar que o combustível pode não ser a vegetação da superfície, mas sim matéria orgânica no solo. A principal hipótese é que o incêndio esteja queimando turfeiras, vegetação parcialmente decomposta que se acumula no solo, sendo formada em geral por musgo. Em certas condições geológicas e ao longo de muito tempo, pode transformar-se em carvão. O fogo se encontra a apenas 70 km de distância da linha de geleiras. Não é impensável que contribua para derretê-las um pouco mais. Há também quem acredite que o incêndio só esteja ocorrendo agora, nessas proporções, porque a turfa se encontra ressecada por força do aquecimento global. Mas isso ainda precisa ser corroborado com pesquisas e dados. De todo modo, o Ártico passa por um de seus verões mais quentes. A calota de gelo que cobre o oceano da região encolhe num ritmo só igualado em 2012, quando o recorde de menor extensão foi batido. Até a mítica passagem Noroeste, em busca da qual mais de uma expedição soçobrou, está ficando livre de icebergs e banquisas. Repórteres do jornal americano "Washington Post" estão a bordo quebra-gelos canadense Amundsen para contar como ela é. Algo para fazer revirarem-se os restos mortais do britânico John Franklin (1786-1847), onde quer que estejam sepultados. Ele partiu em 1845 da Inglaterra com os navios Erebus e Terror, e nunca mais foi visto. Já nós, no século 21 e na nova era geológica do Antropoceno, viveremos talvez o bastante para ver o oceano Ártico sem gelo nalgum verão próximo. Mas não para testemunhar o desaparecimento da calota sobre a Groenlândia, que consumirá centenas ou milhares de anos, tamanho é seu volume. Eis aí um problema hipermegacabeludo, que legaremos para nossos tataranetos e seus descendentes. Eles que se virem, certo?
colunas
Vivi o bastante para ver um megaincêndio na GroenlândiaEis aqui uma notícia que não deveria existir, nem mesmo se fosse inventada. Mas é verdade: está comendo solto na Groenlândia o maior incêndio natural já visto na gigantesca ilha do Ártico. Ora, a Groenlândia não está coberta de gelo? Sim, em grande parte, cerca de 80% de seus 2,17 milhões de quilômetros quadrados. Se essa calota gelada derretesse toda, o nível do mar subiria sete metros no planeta inteiro. Um quinto do território, no entanto, fica livre de gelo e neve. Ali viceja uma vegetação composta principalmente de capim e arbustos, com poucas árvores, como bétulas. O fogo e a fumaça estão visíveis para satélites desde 31 de julho numa área do sudoeste, perto da localidade de Sisimiut. A linha de queimada não está avançando, o que faz pensar que o combustível pode não ser a vegetação da superfície, mas sim matéria orgânica no solo. A principal hipótese é que o incêndio esteja queimando turfeiras, vegetação parcialmente decomposta que se acumula no solo, sendo formada em geral por musgo. Em certas condições geológicas e ao longo de muito tempo, pode transformar-se em carvão. O fogo se encontra a apenas 70 km de distância da linha de geleiras. Não é impensável que contribua para derretê-las um pouco mais. Há também quem acredite que o incêndio só esteja ocorrendo agora, nessas proporções, porque a turfa se encontra ressecada por força do aquecimento global. Mas isso ainda precisa ser corroborado com pesquisas e dados. De todo modo, o Ártico passa por um de seus verões mais quentes. A calota de gelo que cobre o oceano da região encolhe num ritmo só igualado em 2012, quando o recorde de menor extensão foi batido. Até a mítica passagem Noroeste, em busca da qual mais de uma expedição soçobrou, está ficando livre de icebergs e banquisas. Repórteres do jornal americano "Washington Post" estão a bordo quebra-gelos canadense Amundsen para contar como ela é. Algo para fazer revirarem-se os restos mortais do britânico John Franklin (1786-1847), onde quer que estejam sepultados. Ele partiu em 1845 da Inglaterra com os navios Erebus e Terror, e nunca mais foi visto. Já nós, no século 21 e na nova era geológica do Antropoceno, viveremos talvez o bastante para ver o oceano Ártico sem gelo nalgum verão próximo. Mas não para testemunhar o desaparecimento da calota sobre a Groenlândia, que consumirá centenas ou milhares de anos, tamanho é seu volume. Eis aí um problema hipermegacabeludo, que legaremos para nossos tataranetos e seus descendentes. Eles que se virem, certo?
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Argentino Centurión ganha chance como titular no São Paulo
O meia-atacante Centurión terá uma chance para mostrar seu potencial no São Paulo. Ele vai estrear diante do Bragantino, no sábado (14), pelo Paulista, como titular. O técnico Muricy Ramalho afirmou que espera dar mais velocidade ao ataque com a escalação do argentino, além de ver mais improvisos. "O mais importante dele é o drible, e a gente precisa de alguém para driblar", disse. Centurión já teve um primeiro teste nesta quinta-feira (12). Foi titular do ataque no jogo-treino contra o Nacional-SP. Apesar de não ter feito gols no 2 a 0 –marcaram Pato e Boschilia–, ele deixou boa impressão. Mostrou velocidade pelos lados, boa finalização e marcação. Durante a atividade, dividiu o setor ofensivo com Pato e Alan Kardec, os dois também têm chance de jogar no sábado (14) –Luis Fabiano será poupado na partida. Outra mudança será na defesa, com o zagueiro estreante Dória na vaga de Lucão. O jogo com o Bragantino é o último teste do São Paulo antes da estreia na Libertadores –quarta (18), diante do Corinthians, no Itaquerão. Todos no elenco admitem que uma boa atuação no fim de semana pode conquistar Muricy. O setor ofensivo é o que ainda está em fase de ajustes. Só Luis Fabiano é titular. Pato, Kardec e Centurión buscam a outra vaga. Editoria de Arte/Folhapress
esporte
Argentino Centurión ganha chance como titular no São PauloO meia-atacante Centurión terá uma chance para mostrar seu potencial no São Paulo. Ele vai estrear diante do Bragantino, no sábado (14), pelo Paulista, como titular. O técnico Muricy Ramalho afirmou que espera dar mais velocidade ao ataque com a escalação do argentino, além de ver mais improvisos. "O mais importante dele é o drible, e a gente precisa de alguém para driblar", disse. Centurión já teve um primeiro teste nesta quinta-feira (12). Foi titular do ataque no jogo-treino contra o Nacional-SP. Apesar de não ter feito gols no 2 a 0 –marcaram Pato e Boschilia–, ele deixou boa impressão. Mostrou velocidade pelos lados, boa finalização e marcação. Durante a atividade, dividiu o setor ofensivo com Pato e Alan Kardec, os dois também têm chance de jogar no sábado (14) –Luis Fabiano será poupado na partida. Outra mudança será na defesa, com o zagueiro estreante Dória na vaga de Lucão. O jogo com o Bragantino é o último teste do São Paulo antes da estreia na Libertadores –quarta (18), diante do Corinthians, no Itaquerão. Todos no elenco admitem que uma boa atuação no fim de semana pode conquistar Muricy. O setor ofensivo é o que ainda está em fase de ajustes. Só Luis Fabiano é titular. Pato, Kardec e Centurión buscam a outra vaga. Editoria de Arte/Folhapress
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Beto Richa faz críticas a ocupações de escolas por estudantes
O tucano Beto Richa critica as ocupações de escolas por estudantes –o Paraná lidera as ações deste tipo no país – e vê uma luta interna entre partidos de esquerda para "mostrar serviço". * Folha - Criticam o sr. pela ocupação das escolas. Beto Richa - Não tenho nada a ver. A ocupação foi política. Foi contrária à MP do governo federal. Nada contra mim. O sindicato dos professores é muito forte. Difícil de lidar, extremamente políticos. Teve a morte do adolescente dentro da escola. Mas a polícia não fez nada. Um equívoco. Na quinta, durante um ato em defesa de Lula, houve um jogral de estudantes e citaram nominalmente o sr. no caso do estudante morto... Para você ver como é político. Tive envolvimento zero. Nem um policial foi para frente da escola. Deveriam me agradecer. As ocupações viraram notícia nacional. Conseguiram o que queriam. Nas primeira ocupações, gravei um vídeo dizendo que nenhuma disciplina seria eliminada sem falar com eles. Mas era política. Queriam ficar sem aula. Tinha greve dos professores e era interessante para os professores que os alunos ficassem sem aula. Mas por que no Paraná? Talvez porque no Paraná e São Paulo sejam sindicatos mais fortes. Só tem PT, PSOL, PSTU e PC do B. Há uma disputa interna entre eles. Têm sempre que mostrar serviço e empunhar bandeira para não ser engolidos pelas outras facções. Pensa em chamar o sindicato para restabelecer relação? Não tem conversa. Há um aparelhamento político do sindicato. Essa última greve, com ocupações de escola, ajudou a mostrar o que aconteceu em 29 de abril [quando houve, em 2015, conflito entre policias e professores diante da Assembleia Legislativa]. As pessoas começaram a compreender o que os sindicatos querem. Eles querem confusão, querem desgaste político. Querem defender o Lula e a Dilma.
poder
Beto Richa faz críticas a ocupações de escolas por estudantesO tucano Beto Richa critica as ocupações de escolas por estudantes –o Paraná lidera as ações deste tipo no país – e vê uma luta interna entre partidos de esquerda para "mostrar serviço". * Folha - Criticam o sr. pela ocupação das escolas. Beto Richa - Não tenho nada a ver. A ocupação foi política. Foi contrária à MP do governo federal. Nada contra mim. O sindicato dos professores é muito forte. Difícil de lidar, extremamente políticos. Teve a morte do adolescente dentro da escola. Mas a polícia não fez nada. Um equívoco. Na quinta, durante um ato em defesa de Lula, houve um jogral de estudantes e citaram nominalmente o sr. no caso do estudante morto... Para você ver como é político. Tive envolvimento zero. Nem um policial foi para frente da escola. Deveriam me agradecer. As ocupações viraram notícia nacional. Conseguiram o que queriam. Nas primeira ocupações, gravei um vídeo dizendo que nenhuma disciplina seria eliminada sem falar com eles. Mas era política. Queriam ficar sem aula. Tinha greve dos professores e era interessante para os professores que os alunos ficassem sem aula. Mas por que no Paraná? Talvez porque no Paraná e São Paulo sejam sindicatos mais fortes. Só tem PT, PSOL, PSTU e PC do B. Há uma disputa interna entre eles. Têm sempre que mostrar serviço e empunhar bandeira para não ser engolidos pelas outras facções. Pensa em chamar o sindicato para restabelecer relação? Não tem conversa. Há um aparelhamento político do sindicato. Essa última greve, com ocupações de escola, ajudou a mostrar o que aconteceu em 29 de abril [quando houve, em 2015, conflito entre policias e professores diante da Assembleia Legislativa]. As pessoas começaram a compreender o que os sindicatos querem. Eles querem confusão, querem desgaste político. Querem defender o Lula e a Dilma.
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Instituição do RJ quer acabar com fama de mal humorado de servidor público
A empresa municipal de Saúde do Rio está querendo acabar com o estigma de funcionário público carrancudo e mal humorado. O órgão importou uma campanha que foi feita na Inglaterra para incentivar os funcionários das emergências públicas a se apresentarem antes de começar o atendimento. Esse passo "apresente-se ao paciente" agora consta no guia de procedimentos que os profissionais de saúde precisam seguir. Leia a coluna completa aqui.
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Instituição do RJ quer acabar com fama de mal humorado de servidor públicoA empresa municipal de Saúde do Rio está querendo acabar com o estigma de funcionário público carrancudo e mal humorado. O órgão importou uma campanha que foi feita na Inglaterra para incentivar os funcionários das emergências públicas a se apresentarem antes de começar o atendimento. Esse passo "apresente-se ao paciente" agora consta no guia de procedimentos que os profissionais de saúde precisam seguir. Leia a coluna completa aqui.
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Só estupro?
A "cultura do estupro" tem sido estudada no Brasil e em outros países. O estupro é banalizado, raramente os criminosos sofrem encarceramento e, segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", publicada nesta quinta (2), o Estado de São Paulo registra, pelo menos, um estupro de mulher em condição vulnerável por dia. Meninas até 14 anos ou adultas incapazes de consentir com o ato sexual. A questão é mais grave do que aparenta se pensarmos que, na realidade, vivemos um profundo e ancestral desrespeito individual ao ser humano. Seja mulher, negro, LGBT ou deficiente. Indignamo-nos quando sabemos de um caso midiático como o da jovem estuprada por vários no Rio de Janeiro, quando agressões são feitas a uma pessoa negra, quando um homossexual é barbaramente assassinado ou um deficiente é constrangido e retirado da escola. Entretanto, os que acham normal assediar uma mulher, obrigá-la a fazer sexo ou escutar galanteios indesejados ainda existem e são muitos, como atestam várias manifestações nas redes sociais. "Usava vestido curto?", "é virgem?", "se meteu em lugar perigoso?", "qual a relação com o estuprador?", "era credora ou devedora na praça?". Como se interessassem essas questões numa acusação de estupro! Mas essas são algumas das pérolas nas redes, nada muito diferente do que perguntou o delegado afastado no caso recente no Rio de Janeiro: era adepta e gostava de sexo grupal? Na medida em que se desenvolve a formação da cidadania, as mesmas mídias sociais exigem uma delegada especializada e uma apuração séria. Assim como o crime de racismo começa a dar cadeia, as jovens atrizes negras se destacam nessa luta e os homossexuais se organizam cada vez mais e comemoram a 20ª Parada LGBT com títulos emblemáticos como direitos trans, com grande repercussão. A história é feita de avanços e recuos. Ou, como explicar, além das respostas econômicas, o crescimento da candidatura a presidente dos EUA de Donald Trump no seu reiterado desrespeito à pessoa humana? Nossa cultura não é somente a do estupro, mas de um estágio civilizatório bastante tosco em relação aos direitos individuais. Os instrumentos que perpetuam esse estado de coisas passam por programas de TV, "brincadeiras" e piadas preconceituosas que todos riem e ninguém repara a inadequação, a violência doméstica servindo como escola e exemplo, o bullying não reconhecido... O enfrentamento passa pela escola. A partir de um aprendizado cidadão sobre a importância do respeito a todas as diversidades, à tolerância e, principalmente, à compreensão de que não somos iguais. Temos que construir a cultura da consideração e respeito para sermos um país do qual não sintamos vergonha.
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Só estupro?A "cultura do estupro" tem sido estudada no Brasil e em outros países. O estupro é banalizado, raramente os criminosos sofrem encarceramento e, segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", publicada nesta quinta (2), o Estado de São Paulo registra, pelo menos, um estupro de mulher em condição vulnerável por dia. Meninas até 14 anos ou adultas incapazes de consentir com o ato sexual. A questão é mais grave do que aparenta se pensarmos que, na realidade, vivemos um profundo e ancestral desrespeito individual ao ser humano. Seja mulher, negro, LGBT ou deficiente. Indignamo-nos quando sabemos de um caso midiático como o da jovem estuprada por vários no Rio de Janeiro, quando agressões são feitas a uma pessoa negra, quando um homossexual é barbaramente assassinado ou um deficiente é constrangido e retirado da escola. Entretanto, os que acham normal assediar uma mulher, obrigá-la a fazer sexo ou escutar galanteios indesejados ainda existem e são muitos, como atestam várias manifestações nas redes sociais. "Usava vestido curto?", "é virgem?", "se meteu em lugar perigoso?", "qual a relação com o estuprador?", "era credora ou devedora na praça?". Como se interessassem essas questões numa acusação de estupro! Mas essas são algumas das pérolas nas redes, nada muito diferente do que perguntou o delegado afastado no caso recente no Rio de Janeiro: era adepta e gostava de sexo grupal? Na medida em que se desenvolve a formação da cidadania, as mesmas mídias sociais exigem uma delegada especializada e uma apuração séria. Assim como o crime de racismo começa a dar cadeia, as jovens atrizes negras se destacam nessa luta e os homossexuais se organizam cada vez mais e comemoram a 20ª Parada LGBT com títulos emblemáticos como direitos trans, com grande repercussão. A história é feita de avanços e recuos. Ou, como explicar, além das respostas econômicas, o crescimento da candidatura a presidente dos EUA de Donald Trump no seu reiterado desrespeito à pessoa humana? Nossa cultura não é somente a do estupro, mas de um estágio civilizatório bastante tosco em relação aos direitos individuais. Os instrumentos que perpetuam esse estado de coisas passam por programas de TV, "brincadeiras" e piadas preconceituosas que todos riem e ninguém repara a inadequação, a violência doméstica servindo como escola e exemplo, o bullying não reconhecido... O enfrentamento passa pela escola. A partir de um aprendizado cidadão sobre a importância do respeito a todas as diversidades, à tolerância e, principalmente, à compreensão de que não somos iguais. Temos que construir a cultura da consideração e respeito para sermos um país do qual não sintamos vergonha.
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Senadores do Brasil visitam parentes de venezuelanos mortos em protestos
A comitiva de senadores brasileiros governistas em visita à Venezuela começou sua programação com encontro, na manhã desta quinta-feira (25), com famílias de vítimas da violência em manifestações opositoras ocorridas no primeiro semestre de 2014. O primeiro relato aos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Telmário Mota (PDT-RR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Roberto Requião (PMDB-PR) foi feito pela viúva do capitão da Guarda Nacional Ramzor Bracho, morto por supostos disparos de manifestantes opositores em Caracas no dia 12 de março daquele ano. tweet Yendry Velazquez lamentou a propagação do que chamou de "imagem não verdadeira do ocorrido". "Meu marido recebeu um tiro pelas costas e morreu em decorrência da perda de sangue", disse Velazquez, emocionada. Ela lembrava que Bracho morreu três meses após se casarem. A porta-voz do movimento de vítimas dos protestos, Desiree Cabrera, criticou a visita dos senadores brasileiros opositores liderados por Aécio Neves (PSDB-MG) que, na semana passada, tentaram visitar na prisão o direitista Leopoldo López, detido por convocar os protestos de 2014. Mas os senadores opositores não conseguiram sair da área do aeroporto devido ao trânsito bloqueado pela polícia e tiveram de voltar a Brasília após seis horas de confusão. Cabrera lamentou que a "direita se sensibilize com apenas um dos lados da história." Após visitar os parentes de pessoas mortas nas manifestações opositoras em 2014, os senadores devem se reunir com parentes de opositores presos, membros da oposição moderada e deputados chavistas. Os parlamentares, que devem embarcar de volta para o Brasil ainda nesta quinta, prepararão um relatório sobre a situação venezuelana para ser apresentado no Senado.
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Senadores do Brasil visitam parentes de venezuelanos mortos em protestosA comitiva de senadores brasileiros governistas em visita à Venezuela começou sua programação com encontro, na manhã desta quinta-feira (25), com famílias de vítimas da violência em manifestações opositoras ocorridas no primeiro semestre de 2014. O primeiro relato aos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Telmário Mota (PDT-RR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Roberto Requião (PMDB-PR) foi feito pela viúva do capitão da Guarda Nacional Ramzor Bracho, morto por supostos disparos de manifestantes opositores em Caracas no dia 12 de março daquele ano. tweet Yendry Velazquez lamentou a propagação do que chamou de "imagem não verdadeira do ocorrido". "Meu marido recebeu um tiro pelas costas e morreu em decorrência da perda de sangue", disse Velazquez, emocionada. Ela lembrava que Bracho morreu três meses após se casarem. A porta-voz do movimento de vítimas dos protestos, Desiree Cabrera, criticou a visita dos senadores brasileiros opositores liderados por Aécio Neves (PSDB-MG) que, na semana passada, tentaram visitar na prisão o direitista Leopoldo López, detido por convocar os protestos de 2014. Mas os senadores opositores não conseguiram sair da área do aeroporto devido ao trânsito bloqueado pela polícia e tiveram de voltar a Brasília após seis horas de confusão. Cabrera lamentou que a "direita se sensibilize com apenas um dos lados da história." Após visitar os parentes de pessoas mortas nas manifestações opositoras em 2014, os senadores devem se reunir com parentes de opositores presos, membros da oposição moderada e deputados chavistas. Os parlamentares, que devem embarcar de volta para o Brasil ainda nesta quinta, prepararão um relatório sobre a situação venezuelana para ser apresentado no Senado.
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Superga (Torino) e Medellín
Quem me acompanha desde sempre (estou neste espaço há 19 anos e cinco semanas) sabe que um dos meus temas favoritos é a necessidade de entender e sentir as imagens linguísticas, as metáforas, as entrelinhas, a poesia, a abstração, o imaginário, sem os quais a vida se torna uma grande e inútil bobagem. Pois bem. Movido pela emoção (que ainda toma conta de mim), peço licença aos leitores para dizer duas palavras sobre a tragédia com o voo da Chapecoense. Vou tentar, pois. O meu amado pai, italiano, engenheiro, chegou ao Brasil no fim de 1952. Veio para fazer um trabalho, talvez dois, e depois voltar à Itália. Acabou ficando de vez. Na minha infância, ouvi-o sabe Deus quantas vezes falar da tragédia de Superga (em 04/05/1949). Procedente de Lisboa, o pequeno avião que transportava a delegação do Toro (como é chamado na Itália o Torino) bateu na torre da igreja de Superga, fração da cidade de Torino, capital do Piemonte. Todos morreram. O Torino era a base da seleção da Itália que disputaria o mundial de 50, no Brasil. O meu pai sabia de cor a escalação da equipe e a repetia sempre que me (re)contava a história, recheada de detalhes sobre o velório e o enterro dos jogadores. Essas imagens povoaram (e ainda povoam) o meu imaginário. Na primeira vez que estive em Torino, fiz questão de visitar o local da tragédia –por mim e pelo meu pai, que já tinha partido. Não lhe digo, caro leitor, o que senti nesse momento. Depois disso, vi na RAI (tevê italiana) as impressionantes imagens do velório e do funeral dos atletas. Jogadores de futebol povoam o imaginário de muita gente...O caro leitor tem ideia do que significa a passagem do imaginário para o quase concreto e dos sentimentos que isso traz? O que dói mais? Pois é assim que imagino o que vivem agora os parentes e amigos dos membros da delegação da Chapecoense e dos queridos colegas que estavam no trágico voo. Quando o (ainda) imaginário se concretizar, ou seja, quando todos estiverem de volta, Deus meu! Pobre gente! A onda de solidariedade que brotou mundo afora pode ensinar a muitos de nós uma preciosa lição: no esporte (e não só no esporte), a razão de ser de uma agremiação são os seus adversários, sem os quais os times simplesmente não existiriam. Que seria do Corinthians sem o Palmeiras, do Flamengo sem o Fluminense, do Galo sem a Raposa, do Grêmio sem o Inter, e por aí vai? Fico pensando como se sentem hoje os miseráveis corintianos que, dias atrás, no Itaquerão, no jogo contra o Internacional, entoaram o mais que imbecil refrão "Vocês vão cair igual ao Fernandão". O ótimo jogador Fernandão, ídolo do Inter, morreu num acidente com um helicóptero em Goiás, em junho de 2014. O grande Nélson Rodrigues dizia que "O povo é débil mental; o povo vaia até minuto de silêncio". No episódio da Chapecoense, tirante meia dúzia de imbecis, o povo (daqui e do mundo) tem tirado a razão de Nélson. Concreta, a imagem da bruta e brutal fatalidade aplaca até os mais brutos, os mais brutais. Não é por acaso que o homem muitas vezes prefere as metáforas e/ou os eufemismos para falar da brutalidade, da crueldade, da fatalidade. Do fundo da alma, divido com os envolvidos na tragédia as muitas lágrimas, concretas e metafóricas, que derramo desde anteontem. É isso.
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Superga (Torino) e MedellínQuem me acompanha desde sempre (estou neste espaço há 19 anos e cinco semanas) sabe que um dos meus temas favoritos é a necessidade de entender e sentir as imagens linguísticas, as metáforas, as entrelinhas, a poesia, a abstração, o imaginário, sem os quais a vida se torna uma grande e inútil bobagem. Pois bem. Movido pela emoção (que ainda toma conta de mim), peço licença aos leitores para dizer duas palavras sobre a tragédia com o voo da Chapecoense. Vou tentar, pois. O meu amado pai, italiano, engenheiro, chegou ao Brasil no fim de 1952. Veio para fazer um trabalho, talvez dois, e depois voltar à Itália. Acabou ficando de vez. Na minha infância, ouvi-o sabe Deus quantas vezes falar da tragédia de Superga (em 04/05/1949). Procedente de Lisboa, o pequeno avião que transportava a delegação do Toro (como é chamado na Itália o Torino) bateu na torre da igreja de Superga, fração da cidade de Torino, capital do Piemonte. Todos morreram. O Torino era a base da seleção da Itália que disputaria o mundial de 50, no Brasil. O meu pai sabia de cor a escalação da equipe e a repetia sempre que me (re)contava a história, recheada de detalhes sobre o velório e o enterro dos jogadores. Essas imagens povoaram (e ainda povoam) o meu imaginário. Na primeira vez que estive em Torino, fiz questão de visitar o local da tragédia –por mim e pelo meu pai, que já tinha partido. Não lhe digo, caro leitor, o que senti nesse momento. Depois disso, vi na RAI (tevê italiana) as impressionantes imagens do velório e do funeral dos atletas. Jogadores de futebol povoam o imaginário de muita gente...O caro leitor tem ideia do que significa a passagem do imaginário para o quase concreto e dos sentimentos que isso traz? O que dói mais? Pois é assim que imagino o que vivem agora os parentes e amigos dos membros da delegação da Chapecoense e dos queridos colegas que estavam no trágico voo. Quando o (ainda) imaginário se concretizar, ou seja, quando todos estiverem de volta, Deus meu! Pobre gente! A onda de solidariedade que brotou mundo afora pode ensinar a muitos de nós uma preciosa lição: no esporte (e não só no esporte), a razão de ser de uma agremiação são os seus adversários, sem os quais os times simplesmente não existiriam. Que seria do Corinthians sem o Palmeiras, do Flamengo sem o Fluminense, do Galo sem a Raposa, do Grêmio sem o Inter, e por aí vai? Fico pensando como se sentem hoje os miseráveis corintianos que, dias atrás, no Itaquerão, no jogo contra o Internacional, entoaram o mais que imbecil refrão "Vocês vão cair igual ao Fernandão". O ótimo jogador Fernandão, ídolo do Inter, morreu num acidente com um helicóptero em Goiás, em junho de 2014. O grande Nélson Rodrigues dizia que "O povo é débil mental; o povo vaia até minuto de silêncio". No episódio da Chapecoense, tirante meia dúzia de imbecis, o povo (daqui e do mundo) tem tirado a razão de Nélson. Concreta, a imagem da bruta e brutal fatalidade aplaca até os mais brutos, os mais brutais. Não é por acaso que o homem muitas vezes prefere as metáforas e/ou os eufemismos para falar da brutalidade, da crueldade, da fatalidade. Do fundo da alma, divido com os envolvidos na tragédia as muitas lágrimas, concretas e metafóricas, que derramo desde anteontem. É isso.
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Vivemos paralisia geral em todos os setores da economia, afirma leitora
O momento brasileiro é melancólico. Vivemos uma paralisia geral, em todos os setores da economia, incluindo o agronegócio. A população se prepara para a manifestação em prol da moralização na política, da ética nos negócios e da decência na representação, e nenhuma aliança será capaz de retirar da vontade popular o sentido da democracia e a urgente mudança das nossas combalidas instituições. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Vivemos paralisia geral em todos os setores da economia, afirma leitoraO momento brasileiro é melancólico. Vivemos uma paralisia geral, em todos os setores da economia, incluindo o agronegócio. A população se prepara para a manifestação em prol da moralização na política, da ética nos negócios e da decência na representação, e nenhuma aliança será capaz de retirar da vontade popular o sentido da democracia e a urgente mudança das nossas combalidas instituições. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Planalto comemora resultado das eleições
MARINA DIAS VALDO CRUZ DE BRASÍLIA O Palácio do Planalto comemorou o resultado do segundo turno das eleições municipais deste domingo (30), que consolidou a ampla base do governo do presidente Michel Temer, mas deixou claro que espera dos aliados disposição em "dividir o ônus" para enfrentar a crise. "A pior coisa do mundo é aliado fraco. Aliado forte ajuda a carregar o ônus de enfrentar a crise", afirmou à Folha o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). Auxiliares de Temer admitem que os prefeitos devem aproveitar que fazem parte da base para pressionar o governo federal por socorro financeiro, visto que diversos municípios enfrentam situação fiscal difícil. Os ministros, porém, afirmam que os aliados "têm responsabilidade fiscal" e "sabem os limites" do governo. "Os adversários também pediriam [dinheiro para equilibrar as contas públicas], mas é melhor ser pressionado por aliado do que por adversário", disse Geddel. O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) ecoa o colega de Esplanada e diz que o eleitor mostrou, no pleito municipal, que reconhece a importância da responsabilidade fiscal. "Não há mais espaço para medidas irresponsáveis na área econômica, e os novos prefeitos, nossos aliados, sabem disso. Recuperar o país é o melhor caminho para ajudar governadores e prefeitos", afirmou Padilha. O ministro também projeta a vitória de aliados para dentro do Congresso, onde o governo Temer precisa aprovar medidas consideradas fundamentais para a recuperação econômica, como a que estabelece um teto para os gastos públicos, que ainda será analisada pelo Senado, e a reforma da Previdência. No primeiro turno, por exemplo, partidos da base de Temer elegeram mais de 4 mil prefeitos, comandando mais de 70% do eleitorado do país. "O discurso do golpe não teve ressonância na população. Prevaleceu a responsabilidade, o que vai ajudar o trabalho que o presidente está fazendo para recuperar o país", disse Padilha em referência à derrota acachapante do PT, principal partido de oposição a Temer e que perdeu mais de 60% de suas prefeituras em relação a 2012. Das 57 cidades em que aconteceu segundo turno, capitais como Rio de Janeiro, Porto Alegre, Manaus e Belém elegeram candidatos de partidos que têm lugar no ministério do governo Temer. O PRB de Marcelo Crivella, vencedor no Rio, comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, enquanto o PSDB, do gaúcho Nelson Marchezan, está à frente das Cidades, Relações Exteriores e Justiça. ELEIÇÕES 2018 O resultado deste domingo (30) consolidou o PSDB como grande vitorioso da disputa municipal, conquistando mais de 800 prefeituras e tornando-se a segunda maior força política do país, atrás apenas do PMDB de Temer. Os tucanos, que travam acirrada disputa interna pela indicação do partido para a disputa presidencial de 2018, viram o governador Geraldo Alckmin (SP) sair vitorioso sobre o presidente do partido, Aécio Neves (MG). O paulista elegeu João Doria prefeito de São Paulo já no primeiro turno, enquanto Aécio não conseguiu eleger seu apadrinhado, João Leite, em Belo Horizonte no segundo. No entanto, diante dos dilemas e do fortalecimento do partido aliado, principal fiador do ajuste fiscal do governo, os ministros de Temer preferem cautela quanto a uma possível aliança entre PMDB e PSDB para 2018. "Falar em 2018 agora é devaneio, irresponsabilidade e inconsequência. Tem muitas barreiras para enfrentar antes de falar em 2018", afirma Geddel Vieira Lima.
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Planalto comemora resultado das eleiçõesMARINA DIAS VALDO CRUZ DE BRASÍLIA O Palácio do Planalto comemorou o resultado do segundo turno das eleições municipais deste domingo (30), que consolidou a ampla base do governo do presidente Michel Temer, mas deixou claro que espera dos aliados disposição em "dividir o ônus" para enfrentar a crise. "A pior coisa do mundo é aliado fraco. Aliado forte ajuda a carregar o ônus de enfrentar a crise", afirmou à Folha o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). Auxiliares de Temer admitem que os prefeitos devem aproveitar que fazem parte da base para pressionar o governo federal por socorro financeiro, visto que diversos municípios enfrentam situação fiscal difícil. Os ministros, porém, afirmam que os aliados "têm responsabilidade fiscal" e "sabem os limites" do governo. "Os adversários também pediriam [dinheiro para equilibrar as contas públicas], mas é melhor ser pressionado por aliado do que por adversário", disse Geddel. O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) ecoa o colega de Esplanada e diz que o eleitor mostrou, no pleito municipal, que reconhece a importância da responsabilidade fiscal. "Não há mais espaço para medidas irresponsáveis na área econômica, e os novos prefeitos, nossos aliados, sabem disso. Recuperar o país é o melhor caminho para ajudar governadores e prefeitos", afirmou Padilha. O ministro também projeta a vitória de aliados para dentro do Congresso, onde o governo Temer precisa aprovar medidas consideradas fundamentais para a recuperação econômica, como a que estabelece um teto para os gastos públicos, que ainda será analisada pelo Senado, e a reforma da Previdência. No primeiro turno, por exemplo, partidos da base de Temer elegeram mais de 4 mil prefeitos, comandando mais de 70% do eleitorado do país. "O discurso do golpe não teve ressonância na população. Prevaleceu a responsabilidade, o que vai ajudar o trabalho que o presidente está fazendo para recuperar o país", disse Padilha em referência à derrota acachapante do PT, principal partido de oposição a Temer e que perdeu mais de 60% de suas prefeituras em relação a 2012. Das 57 cidades em que aconteceu segundo turno, capitais como Rio de Janeiro, Porto Alegre, Manaus e Belém elegeram candidatos de partidos que têm lugar no ministério do governo Temer. O PRB de Marcelo Crivella, vencedor no Rio, comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, enquanto o PSDB, do gaúcho Nelson Marchezan, está à frente das Cidades, Relações Exteriores e Justiça. ELEIÇÕES 2018 O resultado deste domingo (30) consolidou o PSDB como grande vitorioso da disputa municipal, conquistando mais de 800 prefeituras e tornando-se a segunda maior força política do país, atrás apenas do PMDB de Temer. Os tucanos, que travam acirrada disputa interna pela indicação do partido para a disputa presidencial de 2018, viram o governador Geraldo Alckmin (SP) sair vitorioso sobre o presidente do partido, Aécio Neves (MG). O paulista elegeu João Doria prefeito de São Paulo já no primeiro turno, enquanto Aécio não conseguiu eleger seu apadrinhado, João Leite, em Belo Horizonte no segundo. No entanto, diante dos dilemas e do fortalecimento do partido aliado, principal fiador do ajuste fiscal do governo, os ministros de Temer preferem cautela quanto a uma possível aliança entre PMDB e PSDB para 2018. "Falar em 2018 agora é devaneio, irresponsabilidade e inconsequência. Tem muitas barreiras para enfrentar antes de falar em 2018", afirma Geddel Vieira Lima.
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Galvão questiona 'condições morais' de Del Nero para decidir futuro da seleção
Principal narrador da TV Globo, Galvão Bueno criticou, em análise veiculada no "Jornal Nacional" e no programa "Bem Amigos", do SporTV nesta segunda-feira (13), o atual momento vivido pelo futebol brasileiro, que classificou de "herança maldita" de ex-dirigentes da CBF, pediu mudanças e questionou se o atual presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, tem "condições morais" de decidir o futuro da seleção brasileira. "A crise atual é uma herança maldita de ex-presidentes presos, indiciados ou investigados pela Justiça, e um deles permanece no poder. Será que, num momento tão critico, Marco Polo Del Nero, investigado por corrupção, tem condições morais para decidir o futuro da seleção brasileira?, questionou. Assim como Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, o dirigente está na lista de 16 acusados de corrupção pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Outro ex-presidente, José Maria Marin, cumpre prisão domiciliar em Nova York, também acusado de recebimento de propina em torneios de futebol. Galvão Bueno ainda comparou a eliminação deste domingo (12) na Copa América Centenário, após derrota para o Peru por 1 a 0, ao 7 a 1 sofrido diante da Alemanha na semifinal da Copa do Mundo no Brasil, em 2014. "Vivemos nosso maior trauma com o 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014, em casa. Mas não se classificar na Copa América, num grupo com Peru, Equador e Haiti, é uma vergonha quase tão grande quanto aquela. Um desrespeito ao futebol brasileiro de tantas tradições e conquistas. Vivemos hoje em dia, sem dúvidas, a maior crise técnica e administrativa da história da seleção". A campanha no torneio teve o pior aproveitamento da seleção desde 1923, quando o torneio ainda era chamado de Campeonato Sul-americano. "É hora sim de mudar, porque estamos a menos de dois meses da Olimpíada e nosso desempenho nas eliminatórias mostra que a classificação para a Copa de 2018 na Rússia corre um sério risco atualmente", afirmou. Leia a íntegra do comentário de Galvão Bueno Nossos comentaristas já deixaram claro que o momento é de mudança, e é mesmo. Mas os problemas da seleção vão muito além das quatro linhas. Vão muito além dos estádios de futebol. Vivemos nosso maior trauma com o 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014, em casa. Mas não se classificar na Copa América, num grupo com Peru, Equador e Haiti, é uma vergonha quase tão grande quanto aquela. Um desrespeito ao futebol brasileiro de tantas tradições e conquistas. Vivemos hoje em dia, sem dúvidas, a maior crise técnica e administrativa da história da seleção. Uma seleção que apresenta essa confusão tática em campo há muito tempo. Só que ainda mais evidente é a falta de representatividade junto às entidades que regulam o futebol internacional, como a confederação sul-americana e a Fifa. Saímos de protagonistas para sermos meros coadjuvantes em um filme que ajudamos a escrever com a conquista de cinco títulos mundiais. É hora sim de mudar, porque estamos a menos de dois meses da Olimpíada e nosso desempenho nas eliminatórias mostra que a classificação para a Copa de 2018 na Rússia corre um sério risco atualmente. A crise atual é um a herança maldita de ex-presidentes presos, indiciados ou investigados pela Justiça, e um deles permanece no poder. Será que, num momento tão critico, Marco Polo Del Nero, investigado por corrupção, tem condições morais para decidir o futuro da seleção brasileira. E é sempre bom lembrar que a seleção pertence ao torcedor, ao povo. Ela não pertence a nenhum dirigente e principalmente àqueles que trabalharam à margem da lei.
esporte
Galvão questiona 'condições morais' de Del Nero para decidir futuro da seleçãoPrincipal narrador da TV Globo, Galvão Bueno criticou, em análise veiculada no "Jornal Nacional" e no programa "Bem Amigos", do SporTV nesta segunda-feira (13), o atual momento vivido pelo futebol brasileiro, que classificou de "herança maldita" de ex-dirigentes da CBF, pediu mudanças e questionou se o atual presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, tem "condições morais" de decidir o futuro da seleção brasileira. "A crise atual é uma herança maldita de ex-presidentes presos, indiciados ou investigados pela Justiça, e um deles permanece no poder. Será que, num momento tão critico, Marco Polo Del Nero, investigado por corrupção, tem condições morais para decidir o futuro da seleção brasileira?, questionou. Assim como Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, o dirigente está na lista de 16 acusados de corrupção pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Outro ex-presidente, José Maria Marin, cumpre prisão domiciliar em Nova York, também acusado de recebimento de propina em torneios de futebol. Galvão Bueno ainda comparou a eliminação deste domingo (12) na Copa América Centenário, após derrota para o Peru por 1 a 0, ao 7 a 1 sofrido diante da Alemanha na semifinal da Copa do Mundo no Brasil, em 2014. "Vivemos nosso maior trauma com o 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014, em casa. Mas não se classificar na Copa América, num grupo com Peru, Equador e Haiti, é uma vergonha quase tão grande quanto aquela. Um desrespeito ao futebol brasileiro de tantas tradições e conquistas. Vivemos hoje em dia, sem dúvidas, a maior crise técnica e administrativa da história da seleção". A campanha no torneio teve o pior aproveitamento da seleção desde 1923, quando o torneio ainda era chamado de Campeonato Sul-americano. "É hora sim de mudar, porque estamos a menos de dois meses da Olimpíada e nosso desempenho nas eliminatórias mostra que a classificação para a Copa de 2018 na Rússia corre um sério risco atualmente", afirmou. Leia a íntegra do comentário de Galvão Bueno Nossos comentaristas já deixaram claro que o momento é de mudança, e é mesmo. Mas os problemas da seleção vão muito além das quatro linhas. Vão muito além dos estádios de futebol. Vivemos nosso maior trauma com o 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014, em casa. Mas não se classificar na Copa América, num grupo com Peru, Equador e Haiti, é uma vergonha quase tão grande quanto aquela. Um desrespeito ao futebol brasileiro de tantas tradições e conquistas. Vivemos hoje em dia, sem dúvidas, a maior crise técnica e administrativa da história da seleção. Uma seleção que apresenta essa confusão tática em campo há muito tempo. Só que ainda mais evidente é a falta de representatividade junto às entidades que regulam o futebol internacional, como a confederação sul-americana e a Fifa. Saímos de protagonistas para sermos meros coadjuvantes em um filme que ajudamos a escrever com a conquista de cinco títulos mundiais. É hora sim de mudar, porque estamos a menos de dois meses da Olimpíada e nosso desempenho nas eliminatórias mostra que a classificação para a Copa de 2018 na Rússia corre um sério risco atualmente. A crise atual é um a herança maldita de ex-presidentes presos, indiciados ou investigados pela Justiça, e um deles permanece no poder. Será que, num momento tão critico, Marco Polo Del Nero, investigado por corrupção, tem condições morais para decidir o futuro da seleção brasileira. E é sempre bom lembrar que a seleção pertence ao torcedor, ao povo. Ela não pertence a nenhum dirigente e principalmente àqueles que trabalharam à margem da lei.
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Eliana manteve segredo para anunciar gravidez na TV para seu público
Eliana, 43, e sua equipe mantiveram segredo sobre a gravidez da apresentadora para que ela fizesse o anúncio na TV. A artista fazia questão de que, em sinal de respeito a seu público, a revelação sobre a gestação de quatro meses de uma menina fosse dada em seu programa no SBT. Leia a coluna completa aqui.
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Eliana manteve segredo para anunciar gravidez na TV para seu públicoEliana, 43, e sua equipe mantiveram segredo sobre a gravidez da apresentadora para que ela fizesse o anúncio na TV. A artista fazia questão de que, em sinal de respeito a seu público, a revelação sobre a gestação de quatro meses de uma menina fosse dada em seu programa no SBT. Leia a coluna completa aqui.
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Ponto Crítico - "Mad Men" é isso aí
Se Shakespeare estivesse vivo, escreveria séries de TV. Há dois anos, a revista britânica "The New Statesman" publicou esta provocação. Embora de efeito, a frase resume a Era de Ouro por que passa a dramaturgia da televisão anglo-americana, principalmente aquela exibida nos canais pagos ou sob demanda. De "The Wire" a "Família Soprano", de "Breaking Bad" a "The Newsroom" e "House of Cards", são muitos os títulos que ladeiam ou superam em qualidade, decerto não o cânone shakespeariano, mas o melhor da produção teatral contemporânea. Com público muito maior. A TV paga atinge 88 milhões de casas nos EUA e 20 milhões de assinantes no Brasil; o Netflix tem 63 milhões de assinantes no mundo, dos quais se estima que 2,2 milhões estejam no Brasil –a empresa segue a cartilha de secretismo chinês da nova mídia e não divulga seus números por país. O fenômeno televisivo relativamente recente faz sombra também a Hollywood, que hoje só mantém suas bilheterias altas com o público das adaptações de quadrinhos e dos livros de temática adolescente ("jovem adulto", no jargão da indústria editorial) e das cinesséries. Em festas, jantares e redes sociais, discutem-se nomes como David Simon, David Chase, Vince Gilligan, Aaron Sorkin e Beau Willimon, respectivamente os autores das séries citadas, como se discutiam nos anos 70 e 80 Woody Allen, Martin Scorsese, Francis Ford Coppola e Brian de Palma. Eles são o que Brett Martin chama de "homens difíceis", no livro homônimo ("Difficult Men" no original), lançado no Brasil em 2014 pela Aleph: maestros cheios de personalidade de séries dramáticas de poucos episódios por temporada, gênero que se tornou o que ele considera "uma forma de arte americana por excelência". Depois de sete temporadas e 92 episódios, o último dos quais exibido no domingo passado nos EUA e na noite seguinte no Brasil, "Mad Men" coloca naquele grupo seleto de autores Matthew Weiner, criador dessa série sobre executivos de publicidade que se passa nos anos 60. O título faz trocadilho triplo com "homens loucos", tradução literal, "ad men", publicitários, e os frequentadores da Madison Avenue, em Nova York, que naquela época concentrava as sedes das principais agências do país. Conceber um anúncio de 30 segundos sobre publicitários já é um risco, pelo interesse restrito do assunto; uma série inteira parecia um capricho fadado ao fracasso. Não foi o que aconteceu. "Mad Men" começou como cult em 2007 e terminou um sucesso de crítica e público. O segredo esteve mais uma vez no roteiro. Os "plots" eram sofisticados se comparados aos de uma telenovela brasileira típica, por exemplo, mas de compreensão simples. Os personagens, mesmo os secundários, fugiam da bidimensionalidade encontrada em outros gêneros, como as séries de comédia com risada da plateia. Mas o motivo principal é o personagem de Don Draper, prodigioso diretor de criação da agência fictícia Sterling-Cooper. Na verdade filho de uma prostituta que rouba a identidade de um soldado morto em combate, ele é o que Brett Martin também classifica como "homem difícil": um anti-herói de moral duvidosa que, a cada semana, conquista e choca seu público ao mesmo tempo. Interpretado por Jon Hamm, ele inventa para si mesmo um tipo que funciona muito bem como um homem dos anos 50, com sua misoginia e suas regras sociais definidas, mas que acaba por se sentir pouco à vontade na loucura da década seguinte. O desconforto fica evidente na última temporada, em que ele cruza os EUA numa busca, digamos, hamletiana de si mesmo. Acaba por encontrar-se no último episódio –NÃO LEIA SE AINDA NÃO VIU O EPISÓDIO–, em que o autor junta inteligentemente contracultura e Coca-Cola. Ao usar a experiência do personagem Don Draper num retiro espiritual de hippies da Califórnia para fazê-lo criar na trama aquele que na vida real é considerado o melhor filme publicitário da história do refrigerante mais vendido do planeta, Matthew Weiner amarra todos os fios soltos da série. A peça ficou conhecida como "Hilltop" (alto da montanha) e traz jovens de várias cores e nacionalidades, com trajes típicos da época, cantando que gostariam de comprar uma Coca-Cola para o mundo, que então viveria em harmonia. Da letra ficaram famosos os slogans "Is the real thing" (é o artigo genuíno, em tradução livre), que na versão brasileira viraria "Isso é que é" e, no fim, "Coca-Cola é isso aí". Assim, na cena final, Weiner critica a si e aos colegas: somos todos geniais, mas no fim o que importa é quem paga as contas. SÉRGIO DÁVILA, 49, é editor-executivo da Folha e autor dos livros "Nova York - Antes e Depois do Atentado" (Geração) e "Diário de Bagdá - A Guerra do Iraque Segundo os Bombardeados" (DBA).
ilustrissima
Ponto Crítico - "Mad Men" é isso aíSe Shakespeare estivesse vivo, escreveria séries de TV. Há dois anos, a revista britânica "The New Statesman" publicou esta provocação. Embora de efeito, a frase resume a Era de Ouro por que passa a dramaturgia da televisão anglo-americana, principalmente aquela exibida nos canais pagos ou sob demanda. De "The Wire" a "Família Soprano", de "Breaking Bad" a "The Newsroom" e "House of Cards", são muitos os títulos que ladeiam ou superam em qualidade, decerto não o cânone shakespeariano, mas o melhor da produção teatral contemporânea. Com público muito maior. A TV paga atinge 88 milhões de casas nos EUA e 20 milhões de assinantes no Brasil; o Netflix tem 63 milhões de assinantes no mundo, dos quais se estima que 2,2 milhões estejam no Brasil –a empresa segue a cartilha de secretismo chinês da nova mídia e não divulga seus números por país. O fenômeno televisivo relativamente recente faz sombra também a Hollywood, que hoje só mantém suas bilheterias altas com o público das adaptações de quadrinhos e dos livros de temática adolescente ("jovem adulto", no jargão da indústria editorial) e das cinesséries. Em festas, jantares e redes sociais, discutem-se nomes como David Simon, David Chase, Vince Gilligan, Aaron Sorkin e Beau Willimon, respectivamente os autores das séries citadas, como se discutiam nos anos 70 e 80 Woody Allen, Martin Scorsese, Francis Ford Coppola e Brian de Palma. Eles são o que Brett Martin chama de "homens difíceis", no livro homônimo ("Difficult Men" no original), lançado no Brasil em 2014 pela Aleph: maestros cheios de personalidade de séries dramáticas de poucos episódios por temporada, gênero que se tornou o que ele considera "uma forma de arte americana por excelência". Depois de sete temporadas e 92 episódios, o último dos quais exibido no domingo passado nos EUA e na noite seguinte no Brasil, "Mad Men" coloca naquele grupo seleto de autores Matthew Weiner, criador dessa série sobre executivos de publicidade que se passa nos anos 60. O título faz trocadilho triplo com "homens loucos", tradução literal, "ad men", publicitários, e os frequentadores da Madison Avenue, em Nova York, que naquela época concentrava as sedes das principais agências do país. Conceber um anúncio de 30 segundos sobre publicitários já é um risco, pelo interesse restrito do assunto; uma série inteira parecia um capricho fadado ao fracasso. Não foi o que aconteceu. "Mad Men" começou como cult em 2007 e terminou um sucesso de crítica e público. O segredo esteve mais uma vez no roteiro. Os "plots" eram sofisticados se comparados aos de uma telenovela brasileira típica, por exemplo, mas de compreensão simples. Os personagens, mesmo os secundários, fugiam da bidimensionalidade encontrada em outros gêneros, como as séries de comédia com risada da plateia. Mas o motivo principal é o personagem de Don Draper, prodigioso diretor de criação da agência fictícia Sterling-Cooper. Na verdade filho de uma prostituta que rouba a identidade de um soldado morto em combate, ele é o que Brett Martin também classifica como "homem difícil": um anti-herói de moral duvidosa que, a cada semana, conquista e choca seu público ao mesmo tempo. Interpretado por Jon Hamm, ele inventa para si mesmo um tipo que funciona muito bem como um homem dos anos 50, com sua misoginia e suas regras sociais definidas, mas que acaba por se sentir pouco à vontade na loucura da década seguinte. O desconforto fica evidente na última temporada, em que ele cruza os EUA numa busca, digamos, hamletiana de si mesmo. Acaba por encontrar-se no último episódio –NÃO LEIA SE AINDA NÃO VIU O EPISÓDIO–, em que o autor junta inteligentemente contracultura e Coca-Cola. Ao usar a experiência do personagem Don Draper num retiro espiritual de hippies da Califórnia para fazê-lo criar na trama aquele que na vida real é considerado o melhor filme publicitário da história do refrigerante mais vendido do planeta, Matthew Weiner amarra todos os fios soltos da série. A peça ficou conhecida como "Hilltop" (alto da montanha) e traz jovens de várias cores e nacionalidades, com trajes típicos da época, cantando que gostariam de comprar uma Coca-Cola para o mundo, que então viveria em harmonia. Da letra ficaram famosos os slogans "Is the real thing" (é o artigo genuíno, em tradução livre), que na versão brasileira viraria "Isso é que é" e, no fim, "Coca-Cola é isso aí". Assim, na cena final, Weiner critica a si e aos colegas: somos todos geniais, mas no fim o que importa é quem paga as contas. SÉRGIO DÁVILA, 49, é editor-executivo da Folha e autor dos livros "Nova York - Antes e Depois do Atentado" (Geração) e "Diário de Bagdá - A Guerra do Iraque Segundo os Bombardeados" (DBA).
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Faz algum trabalho voluntário? Mande foto e um breve relato para a Folha
Domingo (28) é o Dia Nacional do Voluntariado. Para celebrar a data, queremos saber como é o trabalho voluntário dos nossos leitores. Brinca com crianças de orfanato? Passeia com animais de abrigo? Cozinha para moradores de rua? Se você ajuda alguma ONG ou faz qualquer tipo de ação comunitária, mande uma foto com um breve relato para a Folha. Basta publicar sua imagem no Instagram com as hashtags #folhadespaulo ou #folhasp. Se preferir, envie pelo WhatsApp do jornal (11-994-901-649) ou por mensagem privada no nosso Facebook. Não esqueça de informar seu nome, sobrenome, idade e cidade, além do local que você exerce a atividade voluntária. Os participantes autorizam a Folha a reproduzir as imagens enviadas em qualquer plataforma do jornal, digital ou impressa, e a utilizar seus nomes nos créditos. Insultos e ofensas serão vetados. Participe!
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Faz algum trabalho voluntário? Mande foto e um breve relato para a FolhaDomingo (28) é o Dia Nacional do Voluntariado. Para celebrar a data, queremos saber como é o trabalho voluntário dos nossos leitores. Brinca com crianças de orfanato? Passeia com animais de abrigo? Cozinha para moradores de rua? Se você ajuda alguma ONG ou faz qualquer tipo de ação comunitária, mande uma foto com um breve relato para a Folha. Basta publicar sua imagem no Instagram com as hashtags #folhadespaulo ou #folhasp. Se preferir, envie pelo WhatsApp do jornal (11-994-901-649) ou por mensagem privada no nosso Facebook. Não esqueça de informar seu nome, sobrenome, idade e cidade, além do local que você exerce a atividade voluntária. Os participantes autorizam a Folha a reproduzir as imagens enviadas em qualquer plataforma do jornal, digital ou impressa, e a utilizar seus nomes nos créditos. Insultos e ofensas serão vetados. Participe!
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A Criação do 'Shazam dos Bichos'
Há uma sala no Instituto de Biologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) que nada parece com o que se espera de uma sala em um prédio desses. Em vez de microscópios potentes, espécimes conservados ou um par modesto de lousa e mesa, o espaço tem paredes com isolação acústica, algumas dezenas de gravadores, discos antigos e um relógio que, de hora em hora, solta um gorjeio. Quando canta o Uirapuru, às 11h, a Fonoteca Neotropical Jacques Vielliard (FNJV) está ocupada por uma equipe dedicada a gravar, arquivar e estudar os sons do mundo animal. E isso inclui até desenvolver um software que associe cada barulho animal a seu autor. Uma espécie de Shazam dos Bichos. Soundcloud "Temos mais de 3.000 espécies catalogadas e mais de 32 mil gravações digitalizadas e arquivadas", me explicou Luís Felipe de Toledo, doutor em zoologia. Ele é professor responsável pela FNJV, uma das dez maiores coleções sonoras do mundo. A fonoteca também leva o título de maior da América Latina, região onde habita grande parte dos animais cujos sons compõem seu arquivo. São cerca de 30 mil gravações de aves; quase 2.000 de anfíbios; e algumas centenas de animais menos conhecidos pelo barulho que fazem. "Aqui tem insetos, como grilo, aranha e escorpião, mas também tem peixes e bichos que as pessoas normalmente não pensam que produzem som", disse Luís. Entre as pérolas garimpadas pela fonoteca não há exclusividade para a vocalização, isto é, o som produzido em um princípio similar à fala humana. Há os ruídos um tanto nojentos da glândula que faz teias da Tarântula Golias e o pulsar constante das descargas de choque da Enguia Elétrica –algumas das gravações que você pode escutar acima. Segundo Luís, a fonoteca tem até sons que não podem mais ser ouvidos na natureza. É o caso da Rã Flautinha, presente na lista de animais ameaçados de extinção da IUCN. "Tem alguns animais com um som que você nunca ouviu e nunca mais vai ouvir. E tem sons difíceis de gravar, como o barulho de onça no mato", explicou o biólogo. O rugido da onça assusta, mas, para Luís, o som dos animais serve menos para o ataque do que para o amor. Quem não se comunica, se trumbica. "Sem som não haveria sexo. A comunicação serve para defender território, às vezes evitar uma predação, mas a principal utilização é atrair parceiros sexuais", diz. "Até mesmo na nossa espécie, você sabe, a comunicação é importante para atração do parceiro sexual. Sem comunicação, não tem reprodução, não tem espécie." Não à toa a equipe da fonoteca também estuda outros tipos de comunicação. Com uma câmera, a bióloga Camila Torres vai a campo atrás das manifestações gestuais de sapos mudos –um dos poucos anfíbios que não emite som. "Mas vai que o bicho canta?!", brincou ela. Como o foco de estudo do grupo é o som, a Fonoteca, vinculada ao Museu de Zoologia da Unicamp, se associou ao Instituto de Computação da universidade para criar um software capaz de reconhecer ruídos animais. O WASIS (Wildlife Animal Sound Identification System), disponível para, foi desenvolvido pelo Leandro Tacioli –cientista da computação intruso em meio aos biólogos. "Quando cheguei aqui na fonoteca, não sabia nada de bioacústica, então tive de aprender como gerar espectogramas, como analisar frequências, uma série de coisas", contou. Da mistura entre as áreas saiu o programa que funciona como o Shazam para os barulhos do mundo animal. Com uma interface similar a aplicativos de áudio como o Audacity, o WASIS o canto de um passarinho gravado na sua rua, por exemplo, como ondas e linhas de frequência. A partir da seleção de um trecho, algoritmos entram em ação calculando a proximidade entre o áudio analisado e as referências da fonoteca. "Rodo a comparação do som, aí ele busca no banco de dados da Fonoteca", explicou Leandro. Apenas 200 gravações do acervo da FNJV estão disponíveis para comparação, mas, segundo Leandro, o processo de atualização do banco de dados deve ser automatizado até que a coleção completa de milhares de ruídos esteja acessível. Uma versão para celular também está nos planos. Assim, qualquer pessoa com smartphone poderá descobrir qual aquele passarinho que está cantando logo cedo na janela. Para que isso aconteça, o trabalho da Simone Dena é fundamental. Também bióloga por formação, cabe a ela converter as gravações analógicas da FNJV em versões digitais. "Utilizo preferencialmente o mesmo modelo de gravador em que foi feita a gravação", explica ela. Uma placa de som conectada ao aparelho transfere o áudio para o computador. A identificação do áudio vem da própria fita. "O pesquisador coloca os dados de coleta antes ou depois da gravação", diz ela, ao tocar uma fita em que a metálica voz do biólogo Werner Bokermann relata detalhes como espécie, comportamento, temperatura e local em uma manhã do dia 6 de janeiro de 1974. Todos os dados entram em uma planilha que, assim como os sons animais no formato WAV, vão para quatro HD externos. "A gente também tem backup em outros lugares. Um dia a gente quer colocar tudo na nuvem", explicou Simone. Além de evitar que as gravações desapareçam, as versões garantem a longevidade da coleção. "Nosso maior problema aqui são os fungos e fitas ressacadas", diz Luís, enquanto abria as gavetas que guardam os pequenos rolos de fita magnética, o maior patrimônio da biblioteca. "A gente tenta controlar a temperatura e a umidade, mas a temperatura ideal para as fitas é ruim para as pessoas. A gente também põe sílica aqui dentro dos arquivos." Os gravadores são outros itens de suma importância para a FNJV porque, sem eles, não há como reproduzir as fitas de maneira fiel: eles são o único elo entre as gravações e nossos ouvidos. E representam parte da história da bioacústica. "Se a gente quebrar um negócio desses, a gente fica meio enrascado", explicou Luís. A fonoteca conserva mais de um exemplar desses trambolhos de alguns quilos feitos por marcas desconhecidas como Uher e Nagra. "Esses gravadores eram chamados de portáteis. Agora as coisas estão muito mais portáteis. Dá até pra fazer o trabalho de biólogo no celular, embora não seja muito recomendável", explicou Luís. Tamanha tecnologia passa longe dos primórdios da bioacústica que datam antes mesmo da gravação sonora. Os primeiros registros do barulho dos animais eram feito em discos de cera, mas, até o século 20, os biólogos recorriam a um recurso quase infantil para marcar o som. "Era onomatopeico: o cara escrevia 'esse passarinho faz pipipi', 'esse sapo faz crócrócró'. Mas isso tem um problema, porque eu leio de um jeito e o americano lê de outro." O inventor francês Hércule Florence (1804-1879) tentou padronizar isso em partituras. "Ele representava o canto dos bichos com notas. Era uma maneira mais universal, mas não é ideal porque a gente não consegue reproduzir", disse o professor. Hércule também é celebrado como um dos precursores da imprensa no Brasil. Depois de viajar pelo mundo, ele fixou em Campinas por volta de 1830. Mais de um século depois, a cidade receberia outro importante francês: o biólogo Jacques Vielliard, em expedição para gravar o canto de aves brasileiras. "Como sempre trabalhou com bioacústica, ele foi convidado em 1978 para fazer parte do Instituto de Biologia como professor. Aí começou a fonoteca", explicou Luís. Com o passar dos anos, o que era um acervo do pesquisador se transformou numa vasta coleção. Jacques morreu em 2010, dois anos antes de Luís Felipe assumir o cargo de professor responsável da fonoteca. Hoje a tecnologia é mais gentil que nos anos de Hércule e Jacques. Não só é possível pensar em um software que reconheça o barulho dos bichos, como também é mais fácil gravar os sons da natureza. Segundo Luís, diferentes tipos de microfones conseguem gravar o que não é captado pelo ouvido humano, como o ultrassom do morcego, ou do que é difícil de escutar, a exemplo do canto das baleias. "Hoje tem até um aparelho autônomo que você amarra numa árvore no meio da floresta e ele fica gravando por dias, semanas, meses", disse. O avanço nas pesquisas em bioacústica –das quais muitas tem participação pela fonoteca– ratifica alguns pontos interessantes sobre o sons produzidos pelos animais. "Existe um sotaque que varia segundo o contexto. O anfíbio maior canta mais grave e o menor canta mais agudo, por exemplo", explicou Luís. Além de questões físicas, outros fatores que diferenciam o som numa mesma espécie são: clima, como temperatura, pluviosidade e fases da lua; e sociedade. "Se tem apenas um macho em uma lagoa, ele canta calmamente, mas se ele está disputando com vinte outros indivíduos, ele canta energicamente", disse. A ação do homem na natureza também tem causado alterações nos sons animais, segundo o especialista. "A poluição sonora tem atrapalhado a comunicação dos bichos", disse. O ruído produzido em estradas e cidades força alguns seres vivos a saírem da faixa de frequência a que estavam habituados. "Isso pode levar algum problema de estresse e mais gasto de energia aos animais", explicou Luís. O desequilíbrio ecológico causado pela presença de espécies estranhas também tem sua parcela de culpa. O biólogo tomou como exemplo o caso da perereca-assobiadora que tirou o sono de moradores do Brooklyn, em São Paulo, em 2014. "Ela também vai competir pelo espaço acústico com outras espécies." O incômodo com sons da natureza leva a fonoteca e sua equipe a serem acionados pelos colegas humanos. Vez ou outra, Luís recebe pedidos de identificação de espécies a partir do ruído que alguém conseguiu gravar. Os ouvidos incautos do público costumam confundir aves com anfíbios, répteis com insetos. Às vezes, o erro da audiência é ainda maior. "Uma vez me ligaram de uma pousada porque os hóspedes estavam reclamando que tinha uma obra acontecendo à noite. Não era obra. Era o sapo-martelo", lembrou o biólogo. E o barulho do bicho, como você pode ouvir, realmente lembra uma martelada sobre uma bigorna. E tem gente que vê arte nesses barulhos. Logo depois de mencionar o poema "Os Sapos", de Manoel Bandeira, Luís contou que a cantora Tetê Espíndola e o músico Fábio Caramuru já recorreram ao acervo como fonte de inspiração para seus trabalhos. Programas de televisão e produtoras de audiovisual também procuram a fonoteca quando precisam do som de certo bicho. A norma por lá é a seguinte: para fins científicos, o uso é gratuito; para fins comerciais, o uso é pago. A requisição, me explicou Simone, pode ser feita online. O caminho natural da FNJV é a internet. Os dezenas de quilos de fitas pouco a pouco aumentam e se transformam em gigabtytes de dados pelas mãos de Simone, Camila e Leandro sob a liderança do Luís. Assim como os pesquisadores que lhe antecederam, ele sabe que um dia será apenas uma voz detalhando espécies em uma gravação antiga. "Eu vou morrer um dia. Se tudo estiver digitalizado, será fácil. Vai ter um funcionário cuidando disso daqui a cem anos." Tomara que, em 2115, os sons dos animais da FNJV não sejam apenas uma memória gravada de espécies que não existem mais.
vice
A Criação do 'Shazam dos Bichos'Há uma sala no Instituto de Biologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) que nada parece com o que se espera de uma sala em um prédio desses. Em vez de microscópios potentes, espécimes conservados ou um par modesto de lousa e mesa, o espaço tem paredes com isolação acústica, algumas dezenas de gravadores, discos antigos e um relógio que, de hora em hora, solta um gorjeio. Quando canta o Uirapuru, às 11h, a Fonoteca Neotropical Jacques Vielliard (FNJV) está ocupada por uma equipe dedicada a gravar, arquivar e estudar os sons do mundo animal. E isso inclui até desenvolver um software que associe cada barulho animal a seu autor. Uma espécie de Shazam dos Bichos. Soundcloud "Temos mais de 3.000 espécies catalogadas e mais de 32 mil gravações digitalizadas e arquivadas", me explicou Luís Felipe de Toledo, doutor em zoologia. Ele é professor responsável pela FNJV, uma das dez maiores coleções sonoras do mundo. A fonoteca também leva o título de maior da América Latina, região onde habita grande parte dos animais cujos sons compõem seu arquivo. São cerca de 30 mil gravações de aves; quase 2.000 de anfíbios; e algumas centenas de animais menos conhecidos pelo barulho que fazem. "Aqui tem insetos, como grilo, aranha e escorpião, mas também tem peixes e bichos que as pessoas normalmente não pensam que produzem som", disse Luís. Entre as pérolas garimpadas pela fonoteca não há exclusividade para a vocalização, isto é, o som produzido em um princípio similar à fala humana. Há os ruídos um tanto nojentos da glândula que faz teias da Tarântula Golias e o pulsar constante das descargas de choque da Enguia Elétrica –algumas das gravações que você pode escutar acima. Segundo Luís, a fonoteca tem até sons que não podem mais ser ouvidos na natureza. É o caso da Rã Flautinha, presente na lista de animais ameaçados de extinção da IUCN. "Tem alguns animais com um som que você nunca ouviu e nunca mais vai ouvir. E tem sons difíceis de gravar, como o barulho de onça no mato", explicou o biólogo. O rugido da onça assusta, mas, para Luís, o som dos animais serve menos para o ataque do que para o amor. Quem não se comunica, se trumbica. "Sem som não haveria sexo. A comunicação serve para defender território, às vezes evitar uma predação, mas a principal utilização é atrair parceiros sexuais", diz. "Até mesmo na nossa espécie, você sabe, a comunicação é importante para atração do parceiro sexual. Sem comunicação, não tem reprodução, não tem espécie." Não à toa a equipe da fonoteca também estuda outros tipos de comunicação. Com uma câmera, a bióloga Camila Torres vai a campo atrás das manifestações gestuais de sapos mudos –um dos poucos anfíbios que não emite som. "Mas vai que o bicho canta?!", brincou ela. Como o foco de estudo do grupo é o som, a Fonoteca, vinculada ao Museu de Zoologia da Unicamp, se associou ao Instituto de Computação da universidade para criar um software capaz de reconhecer ruídos animais. O WASIS (Wildlife Animal Sound Identification System), disponível para, foi desenvolvido pelo Leandro Tacioli –cientista da computação intruso em meio aos biólogos. "Quando cheguei aqui na fonoteca, não sabia nada de bioacústica, então tive de aprender como gerar espectogramas, como analisar frequências, uma série de coisas", contou. Da mistura entre as áreas saiu o programa que funciona como o Shazam para os barulhos do mundo animal. Com uma interface similar a aplicativos de áudio como o Audacity, o WASIS o canto de um passarinho gravado na sua rua, por exemplo, como ondas e linhas de frequência. A partir da seleção de um trecho, algoritmos entram em ação calculando a proximidade entre o áudio analisado e as referências da fonoteca. "Rodo a comparação do som, aí ele busca no banco de dados da Fonoteca", explicou Leandro. Apenas 200 gravações do acervo da FNJV estão disponíveis para comparação, mas, segundo Leandro, o processo de atualização do banco de dados deve ser automatizado até que a coleção completa de milhares de ruídos esteja acessível. Uma versão para celular também está nos planos. Assim, qualquer pessoa com smartphone poderá descobrir qual aquele passarinho que está cantando logo cedo na janela. Para que isso aconteça, o trabalho da Simone Dena é fundamental. Também bióloga por formação, cabe a ela converter as gravações analógicas da FNJV em versões digitais. "Utilizo preferencialmente o mesmo modelo de gravador em que foi feita a gravação", explica ela. Uma placa de som conectada ao aparelho transfere o áudio para o computador. A identificação do áudio vem da própria fita. "O pesquisador coloca os dados de coleta antes ou depois da gravação", diz ela, ao tocar uma fita em que a metálica voz do biólogo Werner Bokermann relata detalhes como espécie, comportamento, temperatura e local em uma manhã do dia 6 de janeiro de 1974. Todos os dados entram em uma planilha que, assim como os sons animais no formato WAV, vão para quatro HD externos. "A gente também tem backup em outros lugares. Um dia a gente quer colocar tudo na nuvem", explicou Simone. Além de evitar que as gravações desapareçam, as versões garantem a longevidade da coleção. "Nosso maior problema aqui são os fungos e fitas ressacadas", diz Luís, enquanto abria as gavetas que guardam os pequenos rolos de fita magnética, o maior patrimônio da biblioteca. "A gente tenta controlar a temperatura e a umidade, mas a temperatura ideal para as fitas é ruim para as pessoas. A gente também põe sílica aqui dentro dos arquivos." Os gravadores são outros itens de suma importância para a FNJV porque, sem eles, não há como reproduzir as fitas de maneira fiel: eles são o único elo entre as gravações e nossos ouvidos. E representam parte da história da bioacústica. "Se a gente quebrar um negócio desses, a gente fica meio enrascado", explicou Luís. A fonoteca conserva mais de um exemplar desses trambolhos de alguns quilos feitos por marcas desconhecidas como Uher e Nagra. "Esses gravadores eram chamados de portáteis. Agora as coisas estão muito mais portáteis. Dá até pra fazer o trabalho de biólogo no celular, embora não seja muito recomendável", explicou Luís. Tamanha tecnologia passa longe dos primórdios da bioacústica que datam antes mesmo da gravação sonora. Os primeiros registros do barulho dos animais eram feito em discos de cera, mas, até o século 20, os biólogos recorriam a um recurso quase infantil para marcar o som. "Era onomatopeico: o cara escrevia 'esse passarinho faz pipipi', 'esse sapo faz crócrócró'. Mas isso tem um problema, porque eu leio de um jeito e o americano lê de outro." O inventor francês Hércule Florence (1804-1879) tentou padronizar isso em partituras. "Ele representava o canto dos bichos com notas. Era uma maneira mais universal, mas não é ideal porque a gente não consegue reproduzir", disse o professor. Hércule também é celebrado como um dos precursores da imprensa no Brasil. Depois de viajar pelo mundo, ele fixou em Campinas por volta de 1830. Mais de um século depois, a cidade receberia outro importante francês: o biólogo Jacques Vielliard, em expedição para gravar o canto de aves brasileiras. "Como sempre trabalhou com bioacústica, ele foi convidado em 1978 para fazer parte do Instituto de Biologia como professor. Aí começou a fonoteca", explicou Luís. Com o passar dos anos, o que era um acervo do pesquisador se transformou numa vasta coleção. Jacques morreu em 2010, dois anos antes de Luís Felipe assumir o cargo de professor responsável da fonoteca. Hoje a tecnologia é mais gentil que nos anos de Hércule e Jacques. Não só é possível pensar em um software que reconheça o barulho dos bichos, como também é mais fácil gravar os sons da natureza. Segundo Luís, diferentes tipos de microfones conseguem gravar o que não é captado pelo ouvido humano, como o ultrassom do morcego, ou do que é difícil de escutar, a exemplo do canto das baleias. "Hoje tem até um aparelho autônomo que você amarra numa árvore no meio da floresta e ele fica gravando por dias, semanas, meses", disse. O avanço nas pesquisas em bioacústica –das quais muitas tem participação pela fonoteca– ratifica alguns pontos interessantes sobre o sons produzidos pelos animais. "Existe um sotaque que varia segundo o contexto. O anfíbio maior canta mais grave e o menor canta mais agudo, por exemplo", explicou Luís. Além de questões físicas, outros fatores que diferenciam o som numa mesma espécie são: clima, como temperatura, pluviosidade e fases da lua; e sociedade. "Se tem apenas um macho em uma lagoa, ele canta calmamente, mas se ele está disputando com vinte outros indivíduos, ele canta energicamente", disse. A ação do homem na natureza também tem causado alterações nos sons animais, segundo o especialista. "A poluição sonora tem atrapalhado a comunicação dos bichos", disse. O ruído produzido em estradas e cidades força alguns seres vivos a saírem da faixa de frequência a que estavam habituados. "Isso pode levar algum problema de estresse e mais gasto de energia aos animais", explicou Luís. O desequilíbrio ecológico causado pela presença de espécies estranhas também tem sua parcela de culpa. O biólogo tomou como exemplo o caso da perereca-assobiadora que tirou o sono de moradores do Brooklyn, em São Paulo, em 2014. "Ela também vai competir pelo espaço acústico com outras espécies." O incômodo com sons da natureza leva a fonoteca e sua equipe a serem acionados pelos colegas humanos. Vez ou outra, Luís recebe pedidos de identificação de espécies a partir do ruído que alguém conseguiu gravar. Os ouvidos incautos do público costumam confundir aves com anfíbios, répteis com insetos. Às vezes, o erro da audiência é ainda maior. "Uma vez me ligaram de uma pousada porque os hóspedes estavam reclamando que tinha uma obra acontecendo à noite. Não era obra. Era o sapo-martelo", lembrou o biólogo. E o barulho do bicho, como você pode ouvir, realmente lembra uma martelada sobre uma bigorna. E tem gente que vê arte nesses barulhos. Logo depois de mencionar o poema "Os Sapos", de Manoel Bandeira, Luís contou que a cantora Tetê Espíndola e o músico Fábio Caramuru já recorreram ao acervo como fonte de inspiração para seus trabalhos. Programas de televisão e produtoras de audiovisual também procuram a fonoteca quando precisam do som de certo bicho. A norma por lá é a seguinte: para fins científicos, o uso é gratuito; para fins comerciais, o uso é pago. A requisição, me explicou Simone, pode ser feita online. O caminho natural da FNJV é a internet. Os dezenas de quilos de fitas pouco a pouco aumentam e se transformam em gigabtytes de dados pelas mãos de Simone, Camila e Leandro sob a liderança do Luís. Assim como os pesquisadores que lhe antecederam, ele sabe que um dia será apenas uma voz detalhando espécies em uma gravação antiga. "Eu vou morrer um dia. Se tudo estiver digitalizado, será fácil. Vai ter um funcionário cuidando disso daqui a cem anos." Tomara que, em 2115, os sons dos animais da FNJV não sejam apenas uma memória gravada de espécies que não existem mais.
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Companhia anuncia cruzeiro de volta ao mundo em 4 meses por R$ 50 mil
A companhia italiana MSC vai realizar seu primeiro cruzeiro de volta ao mundo em 2019. Com quase quatro meses de duração, a viagem será feita a bordo do navio MSC Magnifica, que tem 16 andares e 1.259 cabines. O transatlântico sai em 5 de janeiro de Gênova, na Itália, e passa por 49 destinos em 32 países, nos seis continentes. Entre eles estão: Dubai (Emirados Árabes), Bora Bora (Polinésia Francesa), San Juan (Porto Rico), Cartagena (Colômbia) e São Francisco (Estados Unidos). Depois de 119 dias de viagem, o navio retorna à Gênova. O embarque e desembarque dos passageiros também poderá ser feito em Civitavecchia (Itália), Marselha (França) e Barcelona (Espanha). Ao todo, serão 59 dias só de navegação. Um lugar a bordo não sai por menos de R$ 50.599, em cabine interna. As vendas serão abertas no dia 14 deste mês. Antes disso, poderão comprar somente os membros do clube de fidelidade da MSC. Inaugurado em 2010, o MSC Magnifica tem quatro restaurantes, 11 bares, sala de cinema 4D, discoteca panorâmica, pista de boliche, entre outras atrações.
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Companhia anuncia cruzeiro de volta ao mundo em 4 meses por R$ 50 milA companhia italiana MSC vai realizar seu primeiro cruzeiro de volta ao mundo em 2019. Com quase quatro meses de duração, a viagem será feita a bordo do navio MSC Magnifica, que tem 16 andares e 1.259 cabines. O transatlântico sai em 5 de janeiro de Gênova, na Itália, e passa por 49 destinos em 32 países, nos seis continentes. Entre eles estão: Dubai (Emirados Árabes), Bora Bora (Polinésia Francesa), San Juan (Porto Rico), Cartagena (Colômbia) e São Francisco (Estados Unidos). Depois de 119 dias de viagem, o navio retorna à Gênova. O embarque e desembarque dos passageiros também poderá ser feito em Civitavecchia (Itália), Marselha (França) e Barcelona (Espanha). Ao todo, serão 59 dias só de navegação. Um lugar a bordo não sai por menos de R$ 50.599, em cabine interna. As vendas serão abertas no dia 14 deste mês. Antes disso, poderão comprar somente os membros do clube de fidelidade da MSC. Inaugurado em 2010, o MSC Magnifica tem quatro restaurantes, 11 bares, sala de cinema 4D, discoteca panorâmica, pista de boliche, entre outras atrações.
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Justiça de Portugal condena inspetor do caso Madeleine McCann
Uma corte civil de Lisboa (Portugal) condenou o ex-inspetor da polícia portuguesa Gonçalo Amaral a pagar € 500 mil (R$ 1,6 milhão) a Kate e Gerry McCann, pais da menina Madeleine McCann, por difamação. Madeleine tinha quase quatro anos quando desapareceu, em 3 de maio de 2007, de um hotel no balneário da Praia da Luz, no sudeste de Portugal, onde a família passava férias. Encarregado das investigações sobre o desaparecimento, Amaral foi processado pelos pais de Madeleine por ter publicado, em 2008, um livro chamado "Maddie, a Investigação Proibida", no qual acusou o casal de ter ocultado o cadáver da filha após a morte acidental da menor. O ex-inspetor foi condenado a pagar a cada um dos pais uma "indenização compensatória" de € 250 mil. Além disso, o tribunal de Lisboa condenou Amaral e seus editores a retirar os exemplares do livro em circulação e proibiu suas reedições, bem como a difusão de um documentário baseado na tese do policial. A família McCann, que alega que a publicação do livro prejudicou as investigações, pedira indenização de € 1,2 milhão por danos. Depois de 14 meses de investigação, marcadas pelas acusações feitas contra os pais e pela destituição de Amaral, a polícia portuguesa encerrou o caso em 2008, embora o tenha reaberto cinco anos depois. O casal continua afirmando que a filha foi sequestrada e que poderia ainda estar com vida.
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Justiça de Portugal condena inspetor do caso Madeleine McCannUma corte civil de Lisboa (Portugal) condenou o ex-inspetor da polícia portuguesa Gonçalo Amaral a pagar € 500 mil (R$ 1,6 milhão) a Kate e Gerry McCann, pais da menina Madeleine McCann, por difamação. Madeleine tinha quase quatro anos quando desapareceu, em 3 de maio de 2007, de um hotel no balneário da Praia da Luz, no sudeste de Portugal, onde a família passava férias. Encarregado das investigações sobre o desaparecimento, Amaral foi processado pelos pais de Madeleine por ter publicado, em 2008, um livro chamado "Maddie, a Investigação Proibida", no qual acusou o casal de ter ocultado o cadáver da filha após a morte acidental da menor. O ex-inspetor foi condenado a pagar a cada um dos pais uma "indenização compensatória" de € 250 mil. Além disso, o tribunal de Lisboa condenou Amaral e seus editores a retirar os exemplares do livro em circulação e proibiu suas reedições, bem como a difusão de um documentário baseado na tese do policial. A família McCann, que alega que a publicação do livro prejudicou as investigações, pedira indenização de € 1,2 milhão por danos. Depois de 14 meses de investigação, marcadas pelas acusações feitas contra os pais e pela destituição de Amaral, a polícia portuguesa encerrou o caso em 2008, embora o tenha reaberto cinco anos depois. O casal continua afirmando que a filha foi sequestrada e que poderia ainda estar com vida.
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