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Hotel é acusado de antissemitismo após fixar cartazes só para judeus
Um hotel suíço fixou um cartaz que pedia aos clientes judeus que tomassem uma ducha antes de entrar na piscina, o que provocou uma grande polêmica em Israel, que exigiu desculpas oficiais. O Aparthaus Paradies, na localidade de Arosa, nos Alpes suíços, recebe há vários anos muitos clientes, ultraortodoxos em particular, procedentes do Reino Unido, Estados Unidos e Israel, informou a imprensa suíça, que revelou o caso. Mas a direção do estabelecimento, que ao que parece pretendia recordar as normas de higiene aos usuários da piscina, apontou especificamente contra os "clientes judeus" depois de receber reclamações a respeito de duas jovens judias que entraram na água sem passar pela ducha antes, informou o jornal "The Times of Israel". "A nossos clientes judeus, mulheres, homens e crianças, pedimos que tomem uma ducha antes de nadar. Caso não respeitem a norma, seremos obrigados a fechar a piscina par vocês. Obrigado por sua compreensão", afirma o cartaz. Outro cartaz colocado no freezer do hotel também se dirigia exclusivamente aos hóspedes judeus, autorizados pela gerência a armazenar alimentos kosher. "Aos nossos clientes judeus: podem ter acesso ao freezer somente nos seguintes horários: 10h-11h e 16h30-17h30. Espero que compreendam que nossa equipe não gosta de ser incomodada o tempo todo". Um cliente fotografou os cartazes e compartilhou as imagens nas redes sociais, o que provocou uma grande revolta em Israel. A vice-ministra das Relações Exteriores, Tzipi Hotovely, exigiu desculpas oficiais por este "ato antissemita do pior tipo". A gerente do hotel, Ruth Thomann, afirmou ao jornal suíço Blick que os cartazes foram retirados e negou qualquer motivação antissemita. "Atualmente, temos muitos clientes judeus e percebi que alguns não tomam a ducha antes de nadar", disse. "Como outros clientes pediram que fizesse algo, escrevi o cartaz, um pouco ingenuamente. Teria sido melhor ter feito o pedido a todos os clientes do hotel". O ministério suíço das Relações Exteriores afirmou em um comunicado que destacou ao embaixador de Israel que a Suíça "condena o racismo, o antissemitismo e qualquer discriminação". O Centro Simon Wiesenthal, com sede em Los Angeles e que trabalha para preservar a memória do Holocausto, pediu à ministra suíça da Justiça, Simonetta Sommaruga, o "fechamento do hotel do ódio e sanções a sua administração". Também solicitou ao site de reservas Booking.com que retire o Aparthaus Paradies de sua relação e que a comunidade judaica inclua o estabelecimento em sua lista negra.
mundo
Hotel é acusado de antissemitismo após fixar cartazes só para judeusUm hotel suíço fixou um cartaz que pedia aos clientes judeus que tomassem uma ducha antes de entrar na piscina, o que provocou uma grande polêmica em Israel, que exigiu desculpas oficiais. O Aparthaus Paradies, na localidade de Arosa, nos Alpes suíços, recebe há vários anos muitos clientes, ultraortodoxos em particular, procedentes do Reino Unido, Estados Unidos e Israel, informou a imprensa suíça, que revelou o caso. Mas a direção do estabelecimento, que ao que parece pretendia recordar as normas de higiene aos usuários da piscina, apontou especificamente contra os "clientes judeus" depois de receber reclamações a respeito de duas jovens judias que entraram na água sem passar pela ducha antes, informou o jornal "The Times of Israel". "A nossos clientes judeus, mulheres, homens e crianças, pedimos que tomem uma ducha antes de nadar. Caso não respeitem a norma, seremos obrigados a fechar a piscina par vocês. Obrigado por sua compreensão", afirma o cartaz. Outro cartaz colocado no freezer do hotel também se dirigia exclusivamente aos hóspedes judeus, autorizados pela gerência a armazenar alimentos kosher. "Aos nossos clientes judeus: podem ter acesso ao freezer somente nos seguintes horários: 10h-11h e 16h30-17h30. Espero que compreendam que nossa equipe não gosta de ser incomodada o tempo todo". Um cliente fotografou os cartazes e compartilhou as imagens nas redes sociais, o que provocou uma grande revolta em Israel. A vice-ministra das Relações Exteriores, Tzipi Hotovely, exigiu desculpas oficiais por este "ato antissemita do pior tipo". A gerente do hotel, Ruth Thomann, afirmou ao jornal suíço Blick que os cartazes foram retirados e negou qualquer motivação antissemita. "Atualmente, temos muitos clientes judeus e percebi que alguns não tomam a ducha antes de nadar", disse. "Como outros clientes pediram que fizesse algo, escrevi o cartaz, um pouco ingenuamente. Teria sido melhor ter feito o pedido a todos os clientes do hotel". O ministério suíço das Relações Exteriores afirmou em um comunicado que destacou ao embaixador de Israel que a Suíça "condena o racismo, o antissemitismo e qualquer discriminação". O Centro Simon Wiesenthal, com sede em Los Angeles e que trabalha para preservar a memória do Holocausto, pediu à ministra suíça da Justiça, Simonetta Sommaruga, o "fechamento do hotel do ódio e sanções a sua administração". Também solicitou ao site de reservas Booking.com que retire o Aparthaus Paradies de sua relação e que a comunidade judaica inclua o estabelecimento em sua lista negra.
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Lochte diz que 'exagerou na história' sobre incidente no Rio e que ama o Brasil
DE SÃO PAULO O nadador americano Ryan Lochte afirma que "exagerou a história" sobre o incidente em que se envolveu no Rio de Janeiro. Ele também disse que ama o Brasil e que está arrependido pelos problemas que causou. Em entrevista concedida à rede de televisão americana NBC ele disse que "assume total responsabilidade" por ter exagerado em sua versão sobre os incidentes em que se envolveu no Rio.. "Se eu não tivesse feito isso, não estaríamos nessa confusão. Nada disso teria acontecido. E foi por meu comportamento imaturo", afirmou. Ao falar com o Jornal Nacional, da Rede Globo, o atleta foi além e disse que foi respeitado pelos brasileiros e pediu desculpas. "Me pergunto todo dia porque eu exagerei a história. O Brasil não merece isso", disse. "Queria pedir desculpa ao dono do posto, ao povo do Rio, à polícia, ao povo do Brasil. Estou verdadeiramente, 110% arrependido. Nunca mais vai acontecer. Aprendi com isso. Eu amo vocês. Vocês me trataram com respeito. Eu estou arrependido de que minha imaturidade tenha causado toda essa confusão". Nas entrevistas, Lochte repetiu que teve uma arma apontada em sua direção –os vídeos mostram que, durante a confusão no posto de gasolina, um segurança do estabelecimento sacou a arma— e que, "intoxicado" pelo álcool, não sabia o que estava acontecendo. "O caso é como você quer que ele pareça. Você pode chamar de roubo, pode chamar de extorsão, ou dizer que nos pagamos pelos danos, nós não sabemos", disse à NBC. "Tudo o que sabemos é que uma arma foi apontada em nossa direção e exigiram que entregássemos dinheiro", completou. "Nós só queríamos ir embora dali", afirmou o nadador. "E a única maneira que nós sabíamos... Tinha esse cara dizendo 'você tem que dar dinheiro', então nós demos o dinheiro e fomos embora", afirmou. Lochte, medalha de ouro no revezamento 4 x 200 m, estava entre os quatro nadadores dos Estados Unidos que alegaram terem sido assaltados no trajeto entre o Club France, casa de temática francesa na zona sul do Rio, e a Vila Olímpica. A história foi desmentida pelos colegas do nadador. Vídeos mostram os atletas depredando o banheiro de um posto de gasolina na Barra da Tijuca e chegando na Vila dos Atletas horas depois do suposto assalto, com seus pertences e em clima descontraído.
esporte
Lochte diz que 'exagerou na história' sobre incidente no Rio e que ama o Brasil DE SÃO PAULO O nadador americano Ryan Lochte afirma que "exagerou a história" sobre o incidente em que se envolveu no Rio de Janeiro. Ele também disse que ama o Brasil e que está arrependido pelos problemas que causou. Em entrevista concedida à rede de televisão americana NBC ele disse que "assume total responsabilidade" por ter exagerado em sua versão sobre os incidentes em que se envolveu no Rio.. "Se eu não tivesse feito isso, não estaríamos nessa confusão. Nada disso teria acontecido. E foi por meu comportamento imaturo", afirmou. Ao falar com o Jornal Nacional, da Rede Globo, o atleta foi além e disse que foi respeitado pelos brasileiros e pediu desculpas. "Me pergunto todo dia porque eu exagerei a história. O Brasil não merece isso", disse. "Queria pedir desculpa ao dono do posto, ao povo do Rio, à polícia, ao povo do Brasil. Estou verdadeiramente, 110% arrependido. Nunca mais vai acontecer. Aprendi com isso. Eu amo vocês. Vocês me trataram com respeito. Eu estou arrependido de que minha imaturidade tenha causado toda essa confusão". Nas entrevistas, Lochte repetiu que teve uma arma apontada em sua direção –os vídeos mostram que, durante a confusão no posto de gasolina, um segurança do estabelecimento sacou a arma— e que, "intoxicado" pelo álcool, não sabia o que estava acontecendo. "O caso é como você quer que ele pareça. Você pode chamar de roubo, pode chamar de extorsão, ou dizer que nos pagamos pelos danos, nós não sabemos", disse à NBC. "Tudo o que sabemos é que uma arma foi apontada em nossa direção e exigiram que entregássemos dinheiro", completou. "Nós só queríamos ir embora dali", afirmou o nadador. "E a única maneira que nós sabíamos... Tinha esse cara dizendo 'você tem que dar dinheiro', então nós demos o dinheiro e fomos embora", afirmou. Lochte, medalha de ouro no revezamento 4 x 200 m, estava entre os quatro nadadores dos Estados Unidos que alegaram terem sido assaltados no trajeto entre o Club France, casa de temática francesa na zona sul do Rio, e a Vila Olímpica. A história foi desmentida pelos colegas do nadador. Vídeos mostram os atletas depredando o banheiro de um posto de gasolina na Barra da Tijuca e chegando na Vila dos Atletas horas depois do suposto assalto, com seus pertences e em clima descontraído.
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Planalto cria site 'Fatos e Boatos' para desmentir rumores sobre governo
O Bolsa Família vai acabar? O Brasil caminha para uma ditadura comunista? Dilma dançou ao som do funk "Beijinho no Ombro" durante o desfile de 7 de setembro? Essas perguntas estão respondidas em site oficial do governo federal lançado nesta quinta-feira (17). O endereço fatoseboatos.gov.br foi apresentado pela presidente Dilma Rousseff como uma "importante ferramenta" para "rebater boatos". "[No site] estarão reunidas informações sobre temas que circulam na internet e confundem as pessoas", disse a petista em sua conta oficial no Twitter. No endereço, estão informações sobre como os boatos surgem e por que devem ser combatidos, além de espaço para o visitante questionar o governo sobre alguma informação que esteja se propagando. "O que falam por aí, o governo esclarece aqui", informa o site. Na estreia, foram apresentados 13 boatos de temas variados, desde educação ("O Fies e o Prouni vão acabar?") a saúde ("Tem espiões cubanos no programa Mais Médicos?") e infraestrutura ("A integração do rio São Francisco nunca vai acabar?"). O site responde ainda ao boato sobre um novo confisco da poupança, medida tomada pelo então presidente e hoje senador Fernando Collor (PTB-AL). O politico foi alvo de impeachment em 1992 —agora, a Câmara dos Deputados deflagrou o mesmo processo contra a presidente Dilma Rousseff. "O governo NÃO vai confiscar a poupança de quem quer que seja! Não acredite nesses boatos", diz a explicação. Em tempo: o site esclarece que a presidente não dançou a música da funkeira Valeska Popozuda no desfile de 7 de Setembro do ano passado. "Trata-se somente de uma brincadeira de uma página de humor em uma rede social. (...) Foi uma montagem simples que se pode fazer em casa, com alguns poucos programas na internet", explica o site oficial. A explicação traz ainda um link da imagem original, caso os mais céticos queiram confirmar a informação.
poder
Planalto cria site 'Fatos e Boatos' para desmentir rumores sobre governoO Bolsa Família vai acabar? O Brasil caminha para uma ditadura comunista? Dilma dançou ao som do funk "Beijinho no Ombro" durante o desfile de 7 de setembro? Essas perguntas estão respondidas em site oficial do governo federal lançado nesta quinta-feira (17). O endereço fatoseboatos.gov.br foi apresentado pela presidente Dilma Rousseff como uma "importante ferramenta" para "rebater boatos". "[No site] estarão reunidas informações sobre temas que circulam na internet e confundem as pessoas", disse a petista em sua conta oficial no Twitter. No endereço, estão informações sobre como os boatos surgem e por que devem ser combatidos, além de espaço para o visitante questionar o governo sobre alguma informação que esteja se propagando. "O que falam por aí, o governo esclarece aqui", informa o site. Na estreia, foram apresentados 13 boatos de temas variados, desde educação ("O Fies e o Prouni vão acabar?") a saúde ("Tem espiões cubanos no programa Mais Médicos?") e infraestrutura ("A integração do rio São Francisco nunca vai acabar?"). O site responde ainda ao boato sobre um novo confisco da poupança, medida tomada pelo então presidente e hoje senador Fernando Collor (PTB-AL). O politico foi alvo de impeachment em 1992 —agora, a Câmara dos Deputados deflagrou o mesmo processo contra a presidente Dilma Rousseff. "O governo NÃO vai confiscar a poupança de quem quer que seja! Não acredite nesses boatos", diz a explicação. Em tempo: o site esclarece que a presidente não dançou a música da funkeira Valeska Popozuda no desfile de 7 de Setembro do ano passado. "Trata-se somente de uma brincadeira de uma página de humor em uma rede social. (...) Foi uma montagem simples que se pode fazer em casa, com alguns poucos programas na internet", explica o site oficial. A explicação traz ainda um link da imagem original, caso os mais céticos queiram confirmar a informação.
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Primeira grande estrela do rúgbi, neozelandês Jonah Lomu morre aos 40
O ex-jogador de rúgbi da Nova Zelândia Jonah Lomu morreu nesta terça-feira (quarta, 18, no horário local), em Auckland, aos 40 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada, mas o ex-atleta sofria com problemas renais. Ele jogou 63 partidas pelos "All Blacks", como é conhecida a seleção neozelandesa, entre 1994 e 2002, e é considerado a primeira grande estrela do esporte, tendo inclusive um jogo de videogame com o seu nome. Lomu se aposentou após ter diagnosticada uma rara doença no rim e chegou a passar por um transplante do órgão, em 2004. Segundo o CEO da seleção da Nova Zelândia, Steve Tew, "Jonah foi uma lenda do nosso esporte e foi amado por muitos fãs no país e em todo o mundo". O "All Black" acompanhou com a família a última edição da Copa do Mundo de rúgbi, disputada na Inglaterra em outubro, que acabou com o tricampeonato da Nova Zelândia. Apesar de ter disputado dois Mundiais (1995 e 1999) e alcançando grande desempenho, Lomu não conseguiu conquistar o maior troféu do esporte.
esporte
Primeira grande estrela do rúgbi, neozelandês Jonah Lomu morre aos 40O ex-jogador de rúgbi da Nova Zelândia Jonah Lomu morreu nesta terça-feira (quarta, 18, no horário local), em Auckland, aos 40 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada, mas o ex-atleta sofria com problemas renais. Ele jogou 63 partidas pelos "All Blacks", como é conhecida a seleção neozelandesa, entre 1994 e 2002, e é considerado a primeira grande estrela do esporte, tendo inclusive um jogo de videogame com o seu nome. Lomu se aposentou após ter diagnosticada uma rara doença no rim e chegou a passar por um transplante do órgão, em 2004. Segundo o CEO da seleção da Nova Zelândia, Steve Tew, "Jonah foi uma lenda do nosso esporte e foi amado por muitos fãs no país e em todo o mundo". O "All Black" acompanhou com a família a última edição da Copa do Mundo de rúgbi, disputada na Inglaterra em outubro, que acabou com o tricampeonato da Nova Zelândia. Apesar de ter disputado dois Mundiais (1995 e 1999) e alcançando grande desempenho, Lomu não conseguiu conquistar o maior troféu do esporte.
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Roubo de madeira e intrusão: ONGs e Funai alertam para impacto de Belo Monte
Equipe do ISA sobrevoou 7.600 km da Cachoeira Seca e registrou o impacto da ação dos madeireiros Enquanto a construção da polêmica usina de Belo Monte passa por sua fase final, indígenas vizinhos ao empreendimento enfrentam uma explosão da extração de madeira ilegal em suas terras. É o que denunciam o Ministério Público Federal (MPF) e ONGs que atuam na região do em torno de Altamira, no Pará. Para estas instituições, as obras da usina? a terceira maior hidrelétrica no mundo? estão diretamente ligadas ao aumento da degradação, devido ao forte crescimento populacional que provocaram na área. A situação é mais grave na Cachoeira Seca, terra indígena do povo Arara já reconhecida pela Funai (Fundação Nacional do Índio), mas que aguarda por homologação do Ministério da Justiça. A própria Funai reconhece que o quadro é crítico em um relatório de março ao qual a BBC Brasil teve acesso. O Instituto Socioambiental (ISA) faz uma estimativa, segundo a entidade, "conservadora", de que o equivalente a R$ 400 milhões em madeira teriam sido roubados dessa terra indígena apenas em 2014? são ipês, jatobás e angelim-vermelhos, cujo mercado principal costuma ser as indústrias no Sul e Sudeste do país. O ISA acredita que o aumento da extração estaria atendendo também a uma crescente demanda em Altamira, cidade cuja população saltou 50% após Belo Monte, para 150 mil pessoas. Desde 2011, a organização monitora a degradação da área, combinando análises de imagens de satélite, trabalho de campo e sobrevoos de fiscalização. Raro registro de índios Arara em maloca próxima ao rio Iriri feito em 2010 pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) A estimativa é de que a área explorada ilegalmente por madeireiros dentro da Cachoeira Seca mais do que dobrou, passando de 4.700 hectares em 2013 para 13.390 hectares em 2014? equivalente a 1.080 estádios Maracanã, no Rio de Janeiro. O território total da Cachoeira Seca é de 733,7 mil hectares e equivale a quase cinco vezes a cidade de São Paulo. Apenas no ano passado, o ISA calcula que mais de 700 km de estrada foram abertos na terra indígena, de modo que os madeireiros estão hoje a apenas 30 km da aldeia Iriri, base dos Arara. "Atualmente, a situação está descontrolada. Já tem cinco anos que estou na região. Antigamente, os caminhões de madeira só andavam à noite. Agora é dia e noite", afirma Juan Doblas Pietro, analista de geoprocessamento do ISA. Cachoeira Seca é considerada uma região de conflito interétnico? apesar de a Funai ter declarado a área como terra indígena, centenas de não indígenas (pequenos produtores rurais, fazendeiros e ribeirinho) ainda vivem ali. A retirada desses grupos deveria ter sido realizada até 2011 e é uma das exigências legais para que Belo Monte possa começar a operar. Até hoje, porém, o governo pouco avançou nesse processo. RISCO CONHECIDO Belo Monte terá potência instalada de 11.233 MW, o que a torna a terceira maior hidrelétrica do mundo A Funai já alertava para o risco de aumento da degradação das terras indígenas na região antes do início das obras. Em outubro de 2009, a instituição emitiu um parecer favorável ao empreendimento, mas ressaltou que ele seria viável apenas se fossem cumpridas as condicionantes detalhadas no documento? medidas para reduzir os impactos socioambientais de Belo Monte. No caso de Cachoeira Seca, o parecer projetava impacto de "maior gravidade" para a extração de madeira ilegal na região. Com objetivo de evitar que os efeitos negativos esperados se concretizassem, o governo federal deveria retirar os não indígenas e homologar a terra dos Arara antes do início das obras, em 2011. Já a Norte Energia deveria ter construído um sistema de proteção com 21 postos e bases de vigilância em 11 terras indígenas afetadas, além de contratar 112 funcionários para os mesmos. Até hoje, nenhuma dessas condicionantes foi cumprida. Mesmo assim, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) concedeu a licença de instalação para início das obras em 2011. IMPACTO A BBC Brasil teve acesso a um relatório encaminhado em março deste ano pela Funai para o MPF do Pará. Nele, o órgão faz uma diagnóstico da situação atual dos Arara. O documento afirma que, "desde 2010, a pressão de invasores e a disputa por recursos naturais nas imediações da Terra Indígena Cachoeira Seca têm se intensificado devido ao aumento populacional ocorrido na região de Altamira a partir da instalação (.) de Belo Monte". Ainda segundo o relatório, isso "intensificou a vulnerabilidade deste grupo Arara a todas as ameaças não indígenas. Os sentimentos de medo, insegurança, instabilidade, solidão e desamparo acumulados ao longo dos anos de fugas constantes ainda são evidentes nos discursos dos indígenas moradores da Aldeia Iriri". "Esses sentimentos são agravados pelo fato de até a presente data o processo de regularização fundiária da Terra Indígena não ter sido finalizado e ainda haver madeireiros e pecuaristas explorando sua área tradicional, ameaçando sua sobrevivência física e cultural", acrescenta o documento. Arara aceitaram o contato da Funai em 1987, após anos de fuga e conflitos com grupos indígenas e não indígenas O relatório conta que os Arara aceitaram o contato da Funai em 1987, após anos de fuga e conflitos com grupos indígenas e não indígenas. Desde então, sua população cresceu de 35 integrantes para 90. Até 2009, seu contato com o exterior se dava principalmente por meio de um funcionário da Funai. A partir de 2010, porém, o grupo, de recente contato com brancos, que mal falava português, passou a ter que negociar diretamente com a Norte Energia. Para contornar a insatisfação dos indígenas com o empreendimento, a empresa passou a estabelecer acordos diretamente com integrantes desses povos, distribuindo bens como lanchas, carros e cestas básicas nos últimos anos. Na avaliação da Funai, essas ações da Norte Energia "tiveram um impacto devastador na organização social e cultural dos Arara". A procuradora Thais Santi, do MPF de Altamira, diz que Cachoeira Seca se transformou num "polo de extração ilegal de madeira". Ela destaca que houve aumento da presença de não índios na região, e foram encontradas serrarias funcionando dentro da terra indígena. Em sua opinião, faltou vontade política ao governo para concluir a regularização fundiária. "Nunca se afirmou que seria fácil o processo de desintrusão (retirada dos não indígenas) da Cachoeira Seca. E a decisão do Governo Federal foi por implementar a usina a despeito de todas as dificuldades que os Estudos de Impacto Ambiental apontaram", critica. REGULARIZAÇÃO Para a regularização fundiária da Cachoeira Seca, o governo precisa realizar o recenseamento da população não indígena e identificar quem tem direito à indenização e quem entrou depois do reconhecimento da área pela Funai, em 2008. É preciso fazer ainda uma avaliação das benfeitorias para calcular o valor a ser indenizado. O processo está sob coordenação da Secretaria-Geral da Presidência da República. Questionada sobre o não cumprimento da condicionante, a Secretaria respondeu que "o governo federal tem buscado o máximo de acordos possíveis com os ocupantes não índios da Terra Indígena, de forma a garantir que a remoção dessas ocupações ocorra com o mínimo de conflito possível". O órgão não respondeu porque as obras de Belo Monte foram iniciadas mesmo sem a conclusão desse processo. Em entrevista à BBC Brasil, a responsável pela Coordenação Geral de Monitoramento Territorial da Funai, Tatiana Vilaça, disse que a desintrusão é essencial para conter a extração de madeira ilegal porque a presença de centenas de moradores não indígenas na região dificulta a identificação dos criminosos. "Nós temos indícios de que sim, eles (os madeireiros) estão bastante próximos da aldeia. Eles se locomovem muito. Sem a regularização (fundiária), você faz uma brincadeira de gato e rato", constatou. Segundo a coordenadora, o processo de recenseamento dos não índios é demorado porque a área é muito grande e sua equipe na região é pequena. Além disso, ela diz que esses servidores são constantemente ameaçados, o que exige que o trabalho seja interrompido para acionar apoio policial. A Funai espera concluir o levantamento fundiário neste ano e iniciar o processo de indenização e retirada dos não indígenas em 2016. A princípio, a licença de operação de Belo Monte não pode ser concedida até que a desintrusão esteja concluída. A Norte Energia solicitou a licença em fevereiro ao Ibama, que ainda analisa o pedido. A Funai informou que até agora foram localizadas 650 ocupações no interior da terra indígena. A demora da conclusão da desintrusão provoca apreensão também nesses grupos. A liderança ribeirinha Melania da Silva Gonçalves, 47 anos, presidente da associação dos extrativistas do rio Iriri, acusa o governo de "descaso". Ela chegou com sua família à região há 43 anos e ali teve seus filhos e netos. Sem acesso formal à terra, Gonçalves conta que as cerca de 50 famílias ribeirinhas têm dificuldades de acessar benefícios como aposentadoria. "Já tivemos reunião em Altamira, em Brasília, Funai, Ministério da Justiça, e a resposta é uma só: não tem para onde ir, não tem terra ainda. A gente tem muito medo de ir para algum lugar que não queremos", disse. DESMATAMENTO EM QUEDA Os números do governo apontam para a redução do desmatamento (corte de vasta área de floresta para agropecuária) na Cachoeira Seca nos últimos anos. Um dos fatores que explicam essa queda, além da repressão do governo, é a incerteza fundiária da região, afirma Juan Pietro, do ISA. "O pessoal que antes abria fazenda, pastos em terra indígena, não abre mais porque é especulativo. Dada a situação atual na Cachoeira Seca, ninguém quer comprar, é fria. Então eles migram para (a extração ilegal de) madeira, que está bem melhor, em termos de facilidade, lucro", observou. O governo ainda não tem dados para 2014 sobre esse tipo de degradação, que é monitorada pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) por meio de satélites, num sistema chamado Detex. O diretor de combate ao desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Francisco de Oliveira, informou à BBC Brasil que, nos dois anos anteriores, a extração detectada na Cachoeira Seca pelo sistema não passou de quatro quilômetros quadrados (400 hectares). Ele considera improvável que tenha havido um crescimento tão expressivo da extração de madeira ilegal no ano passado, como apontado pelo ISA, mas reconhece que a instituição pode ter meios de detectar melhor o problema. "Considerando que a terra indígena é uma área grande, se você tirar uma árvore ali outra acolá, mesmo que isso signifique um volume grande de madeira saindo da terra indígena, essas (extrações) muito isoladas você não vai pegar com o Detex. O ISA tem gente andando lá dentro, então identifica um terceiro nível (de extração)", opina. NORTE ENERGIA Questionada pela BBC Brasil sobre o descumprimento da condicionante que previa a instalação de um sistema de proteção com 21 postos e bases, a Norte Energia disse que as "primeiras Unidades de Proteção Territorial foram concluídas em de maio de 2012", recusando-se a informar as datas de entrega. A empresa disse também que está discutindo com a Funai "a instalação de um Centro de Monitoramento Remoto que substituirá os 12 postos de vigilâncias, cujas obras não foram iniciadas". De acordo com a Funai, a empresa entregou apenas oito unidades de proteção que apresentavam falhas estruturais? devido à necessidade de novas obras, elas até hoje não puderam ser usadas. A empresa informou que, até o momento, "investiu R$ 212 milhões nas comunidades indígenas", valor que inclui tanto ações previstas em acordos diretos com os índios, quanto o cumprimento de condicionantes. A empresa não quis comentar as críticas da Funai ao modo como a empresa se relaciona com os indígenas, nem responder quantas lanchas e carros distribuiu entre os esses povos. A Norte Energia reúne empresas privadas e públicas e tem como maior acionista o grupo estatal Eletrobras (quase 50%). O consórcio está investindo R$ 29 bilhões na usina, quase 80% financiados pelo BNDES, e terá receita de R$ 62 bilhões em 35 anos com a venda de energia. Obra prioritária do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Belo Monte terá potência instalada de 11.233 MW, o que a torna a terceira maior hidrelétrica do mundo. A empresa quer ligar a primeira turbina no segundo semestre de 2015, mas apenas em 2019 a hidrelétrica deve entrar totalmente em operação.
bbc
Roubo de madeira e intrusão: ONGs e Funai alertam para impacto de Belo MonteEquipe do ISA sobrevoou 7.600 km da Cachoeira Seca e registrou o impacto da ação dos madeireiros Enquanto a construção da polêmica usina de Belo Monte passa por sua fase final, indígenas vizinhos ao empreendimento enfrentam uma explosão da extração de madeira ilegal em suas terras. É o que denunciam o Ministério Público Federal (MPF) e ONGs que atuam na região do em torno de Altamira, no Pará. Para estas instituições, as obras da usina? a terceira maior hidrelétrica no mundo? estão diretamente ligadas ao aumento da degradação, devido ao forte crescimento populacional que provocaram na área. A situação é mais grave na Cachoeira Seca, terra indígena do povo Arara já reconhecida pela Funai (Fundação Nacional do Índio), mas que aguarda por homologação do Ministério da Justiça. A própria Funai reconhece que o quadro é crítico em um relatório de março ao qual a BBC Brasil teve acesso. O Instituto Socioambiental (ISA) faz uma estimativa, segundo a entidade, "conservadora", de que o equivalente a R$ 400 milhões em madeira teriam sido roubados dessa terra indígena apenas em 2014? são ipês, jatobás e angelim-vermelhos, cujo mercado principal costuma ser as indústrias no Sul e Sudeste do país. O ISA acredita que o aumento da extração estaria atendendo também a uma crescente demanda em Altamira, cidade cuja população saltou 50% após Belo Monte, para 150 mil pessoas. Desde 2011, a organização monitora a degradação da área, combinando análises de imagens de satélite, trabalho de campo e sobrevoos de fiscalização. Raro registro de índios Arara em maloca próxima ao rio Iriri feito em 2010 pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) A estimativa é de que a área explorada ilegalmente por madeireiros dentro da Cachoeira Seca mais do que dobrou, passando de 4.700 hectares em 2013 para 13.390 hectares em 2014? equivalente a 1.080 estádios Maracanã, no Rio de Janeiro. O território total da Cachoeira Seca é de 733,7 mil hectares e equivale a quase cinco vezes a cidade de São Paulo. Apenas no ano passado, o ISA calcula que mais de 700 km de estrada foram abertos na terra indígena, de modo que os madeireiros estão hoje a apenas 30 km da aldeia Iriri, base dos Arara. "Atualmente, a situação está descontrolada. Já tem cinco anos que estou na região. Antigamente, os caminhões de madeira só andavam à noite. Agora é dia e noite", afirma Juan Doblas Pietro, analista de geoprocessamento do ISA. Cachoeira Seca é considerada uma região de conflito interétnico? apesar de a Funai ter declarado a área como terra indígena, centenas de não indígenas (pequenos produtores rurais, fazendeiros e ribeirinho) ainda vivem ali. A retirada desses grupos deveria ter sido realizada até 2011 e é uma das exigências legais para que Belo Monte possa começar a operar. Até hoje, porém, o governo pouco avançou nesse processo. RISCO CONHECIDO Belo Monte terá potência instalada de 11.233 MW, o que a torna a terceira maior hidrelétrica do mundo A Funai já alertava para o risco de aumento da degradação das terras indígenas na região antes do início das obras. Em outubro de 2009, a instituição emitiu um parecer favorável ao empreendimento, mas ressaltou que ele seria viável apenas se fossem cumpridas as condicionantes detalhadas no documento? medidas para reduzir os impactos socioambientais de Belo Monte. No caso de Cachoeira Seca, o parecer projetava impacto de "maior gravidade" para a extração de madeira ilegal na região. Com objetivo de evitar que os efeitos negativos esperados se concretizassem, o governo federal deveria retirar os não indígenas e homologar a terra dos Arara antes do início das obras, em 2011. Já a Norte Energia deveria ter construído um sistema de proteção com 21 postos e bases de vigilância em 11 terras indígenas afetadas, além de contratar 112 funcionários para os mesmos. Até hoje, nenhuma dessas condicionantes foi cumprida. Mesmo assim, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) concedeu a licença de instalação para início das obras em 2011. IMPACTO A BBC Brasil teve acesso a um relatório encaminhado em março deste ano pela Funai para o MPF do Pará. Nele, o órgão faz uma diagnóstico da situação atual dos Arara. O documento afirma que, "desde 2010, a pressão de invasores e a disputa por recursos naturais nas imediações da Terra Indígena Cachoeira Seca têm se intensificado devido ao aumento populacional ocorrido na região de Altamira a partir da instalação (.) de Belo Monte". Ainda segundo o relatório, isso "intensificou a vulnerabilidade deste grupo Arara a todas as ameaças não indígenas. Os sentimentos de medo, insegurança, instabilidade, solidão e desamparo acumulados ao longo dos anos de fugas constantes ainda são evidentes nos discursos dos indígenas moradores da Aldeia Iriri". "Esses sentimentos são agravados pelo fato de até a presente data o processo de regularização fundiária da Terra Indígena não ter sido finalizado e ainda haver madeireiros e pecuaristas explorando sua área tradicional, ameaçando sua sobrevivência física e cultural", acrescenta o documento. Arara aceitaram o contato da Funai em 1987, após anos de fuga e conflitos com grupos indígenas e não indígenas O relatório conta que os Arara aceitaram o contato da Funai em 1987, após anos de fuga e conflitos com grupos indígenas e não indígenas. Desde então, sua população cresceu de 35 integrantes para 90. Até 2009, seu contato com o exterior se dava principalmente por meio de um funcionário da Funai. A partir de 2010, porém, o grupo, de recente contato com brancos, que mal falava português, passou a ter que negociar diretamente com a Norte Energia. Para contornar a insatisfação dos indígenas com o empreendimento, a empresa passou a estabelecer acordos diretamente com integrantes desses povos, distribuindo bens como lanchas, carros e cestas básicas nos últimos anos. Na avaliação da Funai, essas ações da Norte Energia "tiveram um impacto devastador na organização social e cultural dos Arara". A procuradora Thais Santi, do MPF de Altamira, diz que Cachoeira Seca se transformou num "polo de extração ilegal de madeira". Ela destaca que houve aumento da presença de não índios na região, e foram encontradas serrarias funcionando dentro da terra indígena. Em sua opinião, faltou vontade política ao governo para concluir a regularização fundiária. "Nunca se afirmou que seria fácil o processo de desintrusão (retirada dos não indígenas) da Cachoeira Seca. E a decisão do Governo Federal foi por implementar a usina a despeito de todas as dificuldades que os Estudos de Impacto Ambiental apontaram", critica. REGULARIZAÇÃO Para a regularização fundiária da Cachoeira Seca, o governo precisa realizar o recenseamento da população não indígena e identificar quem tem direito à indenização e quem entrou depois do reconhecimento da área pela Funai, em 2008. É preciso fazer ainda uma avaliação das benfeitorias para calcular o valor a ser indenizado. O processo está sob coordenação da Secretaria-Geral da Presidência da República. Questionada sobre o não cumprimento da condicionante, a Secretaria respondeu que "o governo federal tem buscado o máximo de acordos possíveis com os ocupantes não índios da Terra Indígena, de forma a garantir que a remoção dessas ocupações ocorra com o mínimo de conflito possível". O órgão não respondeu porque as obras de Belo Monte foram iniciadas mesmo sem a conclusão desse processo. Em entrevista à BBC Brasil, a responsável pela Coordenação Geral de Monitoramento Territorial da Funai, Tatiana Vilaça, disse que a desintrusão é essencial para conter a extração de madeira ilegal porque a presença de centenas de moradores não indígenas na região dificulta a identificação dos criminosos. "Nós temos indícios de que sim, eles (os madeireiros) estão bastante próximos da aldeia. Eles se locomovem muito. Sem a regularização (fundiária), você faz uma brincadeira de gato e rato", constatou. Segundo a coordenadora, o processo de recenseamento dos não índios é demorado porque a área é muito grande e sua equipe na região é pequena. Além disso, ela diz que esses servidores são constantemente ameaçados, o que exige que o trabalho seja interrompido para acionar apoio policial. A Funai espera concluir o levantamento fundiário neste ano e iniciar o processo de indenização e retirada dos não indígenas em 2016. A princípio, a licença de operação de Belo Monte não pode ser concedida até que a desintrusão esteja concluída. A Norte Energia solicitou a licença em fevereiro ao Ibama, que ainda analisa o pedido. A Funai informou que até agora foram localizadas 650 ocupações no interior da terra indígena. A demora da conclusão da desintrusão provoca apreensão também nesses grupos. A liderança ribeirinha Melania da Silva Gonçalves, 47 anos, presidente da associação dos extrativistas do rio Iriri, acusa o governo de "descaso". Ela chegou com sua família à região há 43 anos e ali teve seus filhos e netos. Sem acesso formal à terra, Gonçalves conta que as cerca de 50 famílias ribeirinhas têm dificuldades de acessar benefícios como aposentadoria. "Já tivemos reunião em Altamira, em Brasília, Funai, Ministério da Justiça, e a resposta é uma só: não tem para onde ir, não tem terra ainda. A gente tem muito medo de ir para algum lugar que não queremos", disse. DESMATAMENTO EM QUEDA Os números do governo apontam para a redução do desmatamento (corte de vasta área de floresta para agropecuária) na Cachoeira Seca nos últimos anos. Um dos fatores que explicam essa queda, além da repressão do governo, é a incerteza fundiária da região, afirma Juan Pietro, do ISA. "O pessoal que antes abria fazenda, pastos em terra indígena, não abre mais porque é especulativo. Dada a situação atual na Cachoeira Seca, ninguém quer comprar, é fria. Então eles migram para (a extração ilegal de) madeira, que está bem melhor, em termos de facilidade, lucro", observou. O governo ainda não tem dados para 2014 sobre esse tipo de degradação, que é monitorada pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) por meio de satélites, num sistema chamado Detex. O diretor de combate ao desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Francisco de Oliveira, informou à BBC Brasil que, nos dois anos anteriores, a extração detectada na Cachoeira Seca pelo sistema não passou de quatro quilômetros quadrados (400 hectares). Ele considera improvável que tenha havido um crescimento tão expressivo da extração de madeira ilegal no ano passado, como apontado pelo ISA, mas reconhece que a instituição pode ter meios de detectar melhor o problema. "Considerando que a terra indígena é uma área grande, se você tirar uma árvore ali outra acolá, mesmo que isso signifique um volume grande de madeira saindo da terra indígena, essas (extrações) muito isoladas você não vai pegar com o Detex. O ISA tem gente andando lá dentro, então identifica um terceiro nível (de extração)", opina. NORTE ENERGIA Questionada pela BBC Brasil sobre o descumprimento da condicionante que previa a instalação de um sistema de proteção com 21 postos e bases, a Norte Energia disse que as "primeiras Unidades de Proteção Territorial foram concluídas em de maio de 2012", recusando-se a informar as datas de entrega. A empresa disse também que está discutindo com a Funai "a instalação de um Centro de Monitoramento Remoto que substituirá os 12 postos de vigilâncias, cujas obras não foram iniciadas". De acordo com a Funai, a empresa entregou apenas oito unidades de proteção que apresentavam falhas estruturais? devido à necessidade de novas obras, elas até hoje não puderam ser usadas. A empresa informou que, até o momento, "investiu R$ 212 milhões nas comunidades indígenas", valor que inclui tanto ações previstas em acordos diretos com os índios, quanto o cumprimento de condicionantes. A empresa não quis comentar as críticas da Funai ao modo como a empresa se relaciona com os indígenas, nem responder quantas lanchas e carros distribuiu entre os esses povos. A Norte Energia reúne empresas privadas e públicas e tem como maior acionista o grupo estatal Eletrobras (quase 50%). O consórcio está investindo R$ 29 bilhões na usina, quase 80% financiados pelo BNDES, e terá receita de R$ 62 bilhões em 35 anos com a venda de energia. Obra prioritária do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Belo Monte terá potência instalada de 11.233 MW, o que a torna a terceira maior hidrelétrica do mundo. A empresa quer ligar a primeira turbina no segundo semestre de 2015, mas apenas em 2019 a hidrelétrica deve entrar totalmente em operação.
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Discurso no velório de Marisa escancarou perversidade de Lula
A moral dos petistas é diferente. Desde o escândalo do mensalão, quando criminosos condenados foram chamados pela militância do partido de "guerreiros do povo brasileiro", ficou claro que, para eles, os fins justificam os meios. Roubaram? Sim, mas não tem problema; foi para sustentar um projeto de poder em prol dos mais pobres. Lula, ao usar o caixão de sua mulher como caixote de comício, mostrou de maneira cristalina quão perversa é essa moral flexível. Lula começou seu discurso destacando quão importante foi o sindicato para a sua carreira: "Aqui eu aprendi a falar (...), aqui nós pensamos em criar a CUT, aqui nós pensamos em criar o PT". E por aí foi. E a Marisa? Ah, ela foi uma companheira de partido que "sustentou a barra" para que Lula ascendesse politicamente. Aos risos, o ex-presidente se orgulhou de nunca ter visto o parto de nenhum de seus filhos, narrando um episódio em que largou Marisa, prestes a parir, num pronto-socorro para ir a uma reunião da diretoria do sindicato, só se lembrando da mulher na manhã seguinte, quando seu filho já havia nascido. Do bom humor, Lula partiu para o ódio. Disse que Marisa ajudou a construir o partido que "a direita quer destruir", e que morreu triste por causa de uma "canalhice", de pessoas que estariam "levantando leviandades" contra ela. "Moro bandido!", gritou um militante, verbalizando o espírito de rancor que o presidente passava nas entrelinhas. Lula termina dizendo que não tem medo de ser preso, que sua consciência está tranquila e, por fim, que está sendo vítima de mentiras. O que era para ser um velório se tornou um comício. O que seria um momento de profunda tristeza e solidão para qualquer pessoa normal foi usado como mero combustível para a desmoralizada militância petista. "Lula, guerreiro do povo brasileiro!", berrava a militância no fim do discurso. Já se passaram mais de 10 anos desde o escândalo do mensalão. A mentalidade doentia do petismo não mudou. E daí que ele usou a morte da esposa como palanque? Foi para reviver um projeto de poder em prol dos mais pobres. Pelo poder, Lula transformou corrupção em método de governo. Pelo poder, Lula sacrificou até a própria humanidade. Pelo poder, Lula criou a falsa dicotomia entre a moral do chão de fábrica do ABC e a moral "das elites".
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Discurso no velório de Marisa escancarou perversidade de LulaA moral dos petistas é diferente. Desde o escândalo do mensalão, quando criminosos condenados foram chamados pela militância do partido de "guerreiros do povo brasileiro", ficou claro que, para eles, os fins justificam os meios. Roubaram? Sim, mas não tem problema; foi para sustentar um projeto de poder em prol dos mais pobres. Lula, ao usar o caixão de sua mulher como caixote de comício, mostrou de maneira cristalina quão perversa é essa moral flexível. Lula começou seu discurso destacando quão importante foi o sindicato para a sua carreira: "Aqui eu aprendi a falar (...), aqui nós pensamos em criar a CUT, aqui nós pensamos em criar o PT". E por aí foi. E a Marisa? Ah, ela foi uma companheira de partido que "sustentou a barra" para que Lula ascendesse politicamente. Aos risos, o ex-presidente se orgulhou de nunca ter visto o parto de nenhum de seus filhos, narrando um episódio em que largou Marisa, prestes a parir, num pronto-socorro para ir a uma reunião da diretoria do sindicato, só se lembrando da mulher na manhã seguinte, quando seu filho já havia nascido. Do bom humor, Lula partiu para o ódio. Disse que Marisa ajudou a construir o partido que "a direita quer destruir", e que morreu triste por causa de uma "canalhice", de pessoas que estariam "levantando leviandades" contra ela. "Moro bandido!", gritou um militante, verbalizando o espírito de rancor que o presidente passava nas entrelinhas. Lula termina dizendo que não tem medo de ser preso, que sua consciência está tranquila e, por fim, que está sendo vítima de mentiras. O que era para ser um velório se tornou um comício. O que seria um momento de profunda tristeza e solidão para qualquer pessoa normal foi usado como mero combustível para a desmoralizada militância petista. "Lula, guerreiro do povo brasileiro!", berrava a militância no fim do discurso. Já se passaram mais de 10 anos desde o escândalo do mensalão. A mentalidade doentia do petismo não mudou. E daí que ele usou a morte da esposa como palanque? Foi para reviver um projeto de poder em prol dos mais pobres. Pelo poder, Lula transformou corrupção em método de governo. Pelo poder, Lula sacrificou até a própria humanidade. Pelo poder, Lula criou a falsa dicotomia entre a moral do chão de fábrica do ABC e a moral "das elites".
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Quadrilha na ativa
BRASÍLIA - Eduardo Cunha está preso, mas sua quadrilha continua na ativa. A afirmação é do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele recomendou ao Supremo Tribunal Federal que mantenha o peemedebista na cadeia. A defesa do ex-deputado apresentou mais um recurso para tentar tirá-lo da prisão. Os advogados argumentam que Cunha já foi cassado e não poderia mais cometer crimes ou obstruir investigações. Por isso, mereceria voltar ao aconchego do lar. O Ministério Público discorda. De acordo com Janot, nem a cadeia foi capaz de parar o ex-deputado. Ele afirma que o correntista suíço continuava a embolsar propina da JBS para não delatar os comparsas. Para o procurador, o peemedebista permanece em "estado de delinquência" e se mostra capaz de "influenciar seus asseclas, ainda ocupantes de cadeiras no Congresso". "O núcleo de organização criminosa composto por membros do PMDB na Câmara dos Deputados está em pleno funcionamento, com a ciência, anuência e efetiva participação de Eduardo Cunha", diz o procurador. Janot não cita nomes, mas é fácil adivinhar a quem ele se refere. Além de Cunha, mais dois barões do PMDB da Câmara já foram em cana: Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima. Outros três estão no Planalto: Michel Temer e seus ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. No Congresso, os paus-mandados de Cunha continuam a atuar com desenvoltura. Um dos mais notórios, o deputado Carlos Marun, virou líder da tropa de choque do governo. Basta ligar a TV em qualquer horário para vê-lo discursando em defesa do presidente. Em dezembro, o deputado usou verba da Câmara para visitar o ex-chefe na cadeia, em Curitiba. * O senador Fernando Collor aproveita o recesso parlamentar para desfrutar as delícias de Portugal. Nesta quarta, ele passeava e fazia compras num famoso shopping de Cascais.
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Quadrilha na ativaBRASÍLIA - Eduardo Cunha está preso, mas sua quadrilha continua na ativa. A afirmação é do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele recomendou ao Supremo Tribunal Federal que mantenha o peemedebista na cadeia. A defesa do ex-deputado apresentou mais um recurso para tentar tirá-lo da prisão. Os advogados argumentam que Cunha já foi cassado e não poderia mais cometer crimes ou obstruir investigações. Por isso, mereceria voltar ao aconchego do lar. O Ministério Público discorda. De acordo com Janot, nem a cadeia foi capaz de parar o ex-deputado. Ele afirma que o correntista suíço continuava a embolsar propina da JBS para não delatar os comparsas. Para o procurador, o peemedebista permanece em "estado de delinquência" e se mostra capaz de "influenciar seus asseclas, ainda ocupantes de cadeiras no Congresso". "O núcleo de organização criminosa composto por membros do PMDB na Câmara dos Deputados está em pleno funcionamento, com a ciência, anuência e efetiva participação de Eduardo Cunha", diz o procurador. Janot não cita nomes, mas é fácil adivinhar a quem ele se refere. Além de Cunha, mais dois barões do PMDB da Câmara já foram em cana: Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima. Outros três estão no Planalto: Michel Temer e seus ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. No Congresso, os paus-mandados de Cunha continuam a atuar com desenvoltura. Um dos mais notórios, o deputado Carlos Marun, virou líder da tropa de choque do governo. Basta ligar a TV em qualquer horário para vê-lo discursando em defesa do presidente. Em dezembro, o deputado usou verba da Câmara para visitar o ex-chefe na cadeia, em Curitiba. * O senador Fernando Collor aproveita o recesso parlamentar para desfrutar as delícias de Portugal. Nesta quarta, ele passeava e fazia compras num famoso shopping de Cascais.
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Prefeitura do Rio apresenta a primeira arena do Parque Olímpico da Barra
A primeira arena do Parque Olímpico da Olimpíada de 2016 foi apresentada pela prefeitura do Rio nesta terça-feira (8) em evento restrito à imprensa. Batizada de Arena do Futuro, o local vai abrigar as competições de handebol e a modalidade paraolímpica conhecida como goalball, disputada por pessoas com deficiência visual. A inauguração oficial da quadra ocorrerá em abril de 2016, durante o evento-teste de handebol. Alguns equipamentos, como as cadeiras das arquibancadas, serão instalados apenas no ano que vem, mais próximo do evento-teste. De acordo com o prefeito Eduardo Paes (PMDB), a Arena do Futuro, assim como o estádio aquático, terá parte de sua estrutura reaproveitada em outra obra pública. "Eles serão desmontados e a estrutura será transformada em quatro escolas municipais, cada uma com capacidade para 500 alunos", disse. Na apresentação, a partida de goalball foi disputada por atletas da seleção brasileira que conquistaram o ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto. No jogo, dois times, com três jogadores cada, usando venda, lançam uma bola com guizo com o objetivo de fazer gols. Depois da apresentação, Paes tentou praticar o esporte com o secretário de Governo, Pedro Paulo, operários e um jornalista. Na disputa, o prefeito fez dois gols e seu time ganhou. Mas, de acordo com o juiz, os gols seriam anulados em uma partida normal. "Não valeu, a bola tem que tocar a pequena área antes. Mas, como ele é o prefeito, eu não anulei", brincou o árbitro Felipe Barbosa. Segundo a Autoridade Pública Olímpica (APO), o investimento total atual da obra é de R$ 146,8 milhões, sendo R$ 121,1 milhões para a construção. Outros R$ 25,7 milhões estão orçados para a desmontagem da estrutura pós-Jogos e manutenção entre a conclusão da obra e o início das competições.
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Prefeitura do Rio apresenta a primeira arena do Parque Olímpico da BarraA primeira arena do Parque Olímpico da Olimpíada de 2016 foi apresentada pela prefeitura do Rio nesta terça-feira (8) em evento restrito à imprensa. Batizada de Arena do Futuro, o local vai abrigar as competições de handebol e a modalidade paraolímpica conhecida como goalball, disputada por pessoas com deficiência visual. A inauguração oficial da quadra ocorrerá em abril de 2016, durante o evento-teste de handebol. Alguns equipamentos, como as cadeiras das arquibancadas, serão instalados apenas no ano que vem, mais próximo do evento-teste. De acordo com o prefeito Eduardo Paes (PMDB), a Arena do Futuro, assim como o estádio aquático, terá parte de sua estrutura reaproveitada em outra obra pública. "Eles serão desmontados e a estrutura será transformada em quatro escolas municipais, cada uma com capacidade para 500 alunos", disse. Na apresentação, a partida de goalball foi disputada por atletas da seleção brasileira que conquistaram o ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto. No jogo, dois times, com três jogadores cada, usando venda, lançam uma bola com guizo com o objetivo de fazer gols. Depois da apresentação, Paes tentou praticar o esporte com o secretário de Governo, Pedro Paulo, operários e um jornalista. Na disputa, o prefeito fez dois gols e seu time ganhou. Mas, de acordo com o juiz, os gols seriam anulados em uma partida normal. "Não valeu, a bola tem que tocar a pequena área antes. Mas, como ele é o prefeito, eu não anulei", brincou o árbitro Felipe Barbosa. Segundo a Autoridade Pública Olímpica (APO), o investimento total atual da obra é de R$ 146,8 milhões, sendo R$ 121,1 milhões para a construção. Outros R$ 25,7 milhões estão orçados para a desmontagem da estrutura pós-Jogos e manutenção entre a conclusão da obra e o início das competições.
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Após reunião de 4 horas, Dilma deve decidir nesta segunda corte de gastos
Em reunião neste domingo (17) no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma discutiu durante quatro horas com ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda) qual deve ser o corte de gastos para atingir a meta de superavit primário (receitas menos despesas deste ano). O ministro Levy defende um corte que deixe o país "nos níveis de 2013". No sábado (16), ele afirmou em Florianópolis: "É um exercício de disciplina. O ano de 2014 foi além do que a gente pode suportar. 2013 foi um ano bom, uma boa linha de referência". A ala mais política do governo defende um bloqueio de gastos, chamado de contingenciamento, na casa dos R$ 60 bilhões, para evitar uma paralisia de ações do governo. Na área econômica, Planejamento e Fazenda avaliam um corte entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões. Os técnicos buscam definir o maior bloqueio possível preservando ao máximo gastos sociais e dentro dos limites impostos pelas despesas obrigatórias. A decisão final será da presidente Dilma e pode ser discutida nesta segunda (18) por ela em reunião com líderes aliados, comandada pelo vice-presidente Michel Temer. Para atingir a meta, Dilma já estuda como obter, ainda neste ano, novas fontes de receita. A equipe econômica acredita que os cortes, que devem ser anunciados até o final desta semana, e o aumento de receitas levarão à meta de economia deste ano, de R$ 66,3 bilhões para todo o setor público, sendo R$ 55,3 bilhões apenas do governo. A meta do setor público equivale, hoje, a 1,1% do PIB. O mercado avalia que, se o governo chegar a 0,8% do PIB, já será um bom caminho.
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Após reunião de 4 horas, Dilma deve decidir nesta segunda corte de gastosEm reunião neste domingo (17) no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma discutiu durante quatro horas com ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda) qual deve ser o corte de gastos para atingir a meta de superavit primário (receitas menos despesas deste ano). O ministro Levy defende um corte que deixe o país "nos níveis de 2013". No sábado (16), ele afirmou em Florianópolis: "É um exercício de disciplina. O ano de 2014 foi além do que a gente pode suportar. 2013 foi um ano bom, uma boa linha de referência". A ala mais política do governo defende um bloqueio de gastos, chamado de contingenciamento, na casa dos R$ 60 bilhões, para evitar uma paralisia de ações do governo. Na área econômica, Planejamento e Fazenda avaliam um corte entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões. Os técnicos buscam definir o maior bloqueio possível preservando ao máximo gastos sociais e dentro dos limites impostos pelas despesas obrigatórias. A decisão final será da presidente Dilma e pode ser discutida nesta segunda (18) por ela em reunião com líderes aliados, comandada pelo vice-presidente Michel Temer. Para atingir a meta, Dilma já estuda como obter, ainda neste ano, novas fontes de receita. A equipe econômica acredita que os cortes, que devem ser anunciados até o final desta semana, e o aumento de receitas levarão à meta de economia deste ano, de R$ 66,3 bilhões para todo o setor público, sendo R$ 55,3 bilhões apenas do governo. A meta do setor público equivale, hoje, a 1,1% do PIB. O mercado avalia que, se o governo chegar a 0,8% do PIB, já será um bom caminho.
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Com ameaça de protesto, Temer não vai a velório; parente pede dignidade
Sob uma alegada ameaça de protesto contra o governo, o presidente Michel Temer desistiu de participar neste sábado (3) em Chapecó (SC) do velório coletivo das vítimas do maior desastre da história do esporte brasileiro. A queda de uma aeronave boliviana fretada pela Chapecoense matou 71 pessoas na madrugada de terça (29) na Colômbia, sendo 19 jogadores, 24 membros da delegação e 20 jornalistas. Sobreviveram dois tripulantes, três jogadores e um jornalista. O time enfrentaria o Atlético Nacional de Medellín na última quarta (30), na final da Copa Sul-Americana. O caso provocou comoção mundial. Neste sábado, sob o temor de vaias no estádio da cidade, Temer irá apenas em cerimônia militar de recepção dos corpos das vítimas -reservada e marcada para a manhã no aeroporto municipal. No local, o presidente, que deve estar acompanhado da primeira-dama, Marcela Temer, pretende entregar às famílias das vítimas a ordem do mérito esportivo, a maior comenda do esporte brasileiro. A decisão de Temer de não aparecer no velório provocou reações. O pai do zagueiro Filipe, Osmar Machado, por exemplo, disse à ESPN que, "se ele tem dignidade e vergonha na cara, que venha aqui [no velório da arena Condá] cumprimentar as pessoas". Mais tarde, à Folha, repetiu: "É bom que ele não venha. Agora tu acha que eu vou sair daqui para dar um abraço nele? Para quê?" Indagado sobre as chances de vaias ao presidente, afirmou: "Vaia? Agora, se ele vier é que vai ser vaiado mesmo. É uma situação difícil, sinceramente". Nesta sexta, diante da repercussão da entrevista à ESPN, o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, entrou em contato com o pai do zagueiro da Chapecoense e disse a ele que houve um mal-entendido. Segundo ele, ninguém ligado ao presidente exigiu ou pediu a presença de familiares das vítimas no aeroporto, uma vez que são os governos municipal e estadual que organizaram a solenidade militar. sem problema Marla Schardong, viúva de Fernando Schardong, jornalista da Rádio Chapecó, pondera. "Neste momento, a gente não deve misturar as coisas. Ele vem para um ato que é uma homenagem a eles [jogadores]. A mim não incomoda [não ir ao velório]", disse. "Por mais que não concorde com as atitudes dele enquanto presidente, eu respeito a vinda dele dessa forma. Queiramos ou não, ele é o nosso presidente da República." Internamente, no Palácio do Planalto, falava-se em uma suposta mobilização de grupos de esquerda para um protesto contra Temer em Chapecó. E, segundo a assessoria de imprensa da Presidência, o presidente "jamais cogitou em ir" ao velório coletivo. "Em reunião, verificou-se que a presença do presidente criaria problemas para as pessoas que querem prestar a última homenagem", disse. De acordo com ela, o esquema de segurança indispensável para uma visita presidencial poderia atrapalhar a cerimônia fúnebre. No dia do acidente, o presidente lamentou e disse que trata-se de um acontecimento "infausto" e "tristíssimo". NO AGUARDO Os corpos dos jogadores mortos no acidente, além de alguns jornalistas, integrantes da diretoria e da comissão técnica, começaram a deixar a Colômbia na noite desta sexta-feira. Os aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) devem chegar à base aérea de Chapecó na manhã deste sábado. Nesta sexta, na cidade catarinense, ainda usando camisas do time, torcedores se reuniram no estádio municipal à espera do velório. De um total de 71 mortos no acidente, 51 corpos em urnas serão dispostos sob toldos no gramado da arena. O público ficará na arquibancada. Jornalistas poderão ficar no gramado –poucos mais de 900 deles, de 14 países, se credenciaram só nesta quinta para acompanhar a cerimônia. Centenas de profissionais da imprensa já estavam no gramado nesta sexta, transmitindo boletins ao vivo do gramado. Do lado de fora da arena, telões estavam sendo montados. O entorno do estádio está interditado –apenas carros com autorização podem entrar. Parte dos corpos irá para outros municípios. O restante será levado em caminhões abertos até o estádio municipal, naquilo que promete ser um gigantesco cortejo. Tragédia em voo da Chapecoense
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Com ameaça de protesto, Temer não vai a velório; parente pede dignidadeSob uma alegada ameaça de protesto contra o governo, o presidente Michel Temer desistiu de participar neste sábado (3) em Chapecó (SC) do velório coletivo das vítimas do maior desastre da história do esporte brasileiro. A queda de uma aeronave boliviana fretada pela Chapecoense matou 71 pessoas na madrugada de terça (29) na Colômbia, sendo 19 jogadores, 24 membros da delegação e 20 jornalistas. Sobreviveram dois tripulantes, três jogadores e um jornalista. O time enfrentaria o Atlético Nacional de Medellín na última quarta (30), na final da Copa Sul-Americana. O caso provocou comoção mundial. Neste sábado, sob o temor de vaias no estádio da cidade, Temer irá apenas em cerimônia militar de recepção dos corpos das vítimas -reservada e marcada para a manhã no aeroporto municipal. No local, o presidente, que deve estar acompanhado da primeira-dama, Marcela Temer, pretende entregar às famílias das vítimas a ordem do mérito esportivo, a maior comenda do esporte brasileiro. A decisão de Temer de não aparecer no velório provocou reações. O pai do zagueiro Filipe, Osmar Machado, por exemplo, disse à ESPN que, "se ele tem dignidade e vergonha na cara, que venha aqui [no velório da arena Condá] cumprimentar as pessoas". Mais tarde, à Folha, repetiu: "É bom que ele não venha. Agora tu acha que eu vou sair daqui para dar um abraço nele? Para quê?" Indagado sobre as chances de vaias ao presidente, afirmou: "Vaia? Agora, se ele vier é que vai ser vaiado mesmo. É uma situação difícil, sinceramente". Nesta sexta, diante da repercussão da entrevista à ESPN, o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, entrou em contato com o pai do zagueiro da Chapecoense e disse a ele que houve um mal-entendido. Segundo ele, ninguém ligado ao presidente exigiu ou pediu a presença de familiares das vítimas no aeroporto, uma vez que são os governos municipal e estadual que organizaram a solenidade militar. sem problema Marla Schardong, viúva de Fernando Schardong, jornalista da Rádio Chapecó, pondera. "Neste momento, a gente não deve misturar as coisas. Ele vem para um ato que é uma homenagem a eles [jogadores]. A mim não incomoda [não ir ao velório]", disse. "Por mais que não concorde com as atitudes dele enquanto presidente, eu respeito a vinda dele dessa forma. Queiramos ou não, ele é o nosso presidente da República." Internamente, no Palácio do Planalto, falava-se em uma suposta mobilização de grupos de esquerda para um protesto contra Temer em Chapecó. E, segundo a assessoria de imprensa da Presidência, o presidente "jamais cogitou em ir" ao velório coletivo. "Em reunião, verificou-se que a presença do presidente criaria problemas para as pessoas que querem prestar a última homenagem", disse. De acordo com ela, o esquema de segurança indispensável para uma visita presidencial poderia atrapalhar a cerimônia fúnebre. No dia do acidente, o presidente lamentou e disse que trata-se de um acontecimento "infausto" e "tristíssimo". NO AGUARDO Os corpos dos jogadores mortos no acidente, além de alguns jornalistas, integrantes da diretoria e da comissão técnica, começaram a deixar a Colômbia na noite desta sexta-feira. Os aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) devem chegar à base aérea de Chapecó na manhã deste sábado. Nesta sexta, na cidade catarinense, ainda usando camisas do time, torcedores se reuniram no estádio municipal à espera do velório. De um total de 71 mortos no acidente, 51 corpos em urnas serão dispostos sob toldos no gramado da arena. O público ficará na arquibancada. Jornalistas poderão ficar no gramado –poucos mais de 900 deles, de 14 países, se credenciaram só nesta quinta para acompanhar a cerimônia. Centenas de profissionais da imprensa já estavam no gramado nesta sexta, transmitindo boletins ao vivo do gramado. Do lado de fora da arena, telões estavam sendo montados. O entorno do estádio está interditado –apenas carros com autorização podem entrar. Parte dos corpos irá para outros municípios. O restante será levado em caminhões abertos até o estádio municipal, naquilo que promete ser um gigantesco cortejo. Tragédia em voo da Chapecoense
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Carro voa sobre alambrado e mata um espectador na Alemanha; veja vídeo
Um espectador morreu e várias pessoas ficaram feridas após um carro perder o controle e voar sobre o alambrado no circuito de Nurburgring, na Alemanha. O acidente aconteceu neste sábado (28) durante uma prova de longa distância. O piloto britânico Jann Mardenborough, da Nissan, perdeu o controle do carro e saiu da pista. O veículo voou sobre o alambrado e atingiu os espectadores. As vítimas foram socorridas no centro médico do circuito e depois encaminhadas para um hospital, mas uma delas não resistiu. Apesar de o carro ter ficado destruído, o piloto saiu ileso do acidente. A corrida marcava a abertura do Campeonato de Endurance VLN de Nurburgring, prova de longa distância realizada por uma associação dos clubes de automobilismo da região de Nürburg. Veja vídeo Os organizadores da corrida publicaram uma nota lamentado o ocorrido. Veja a íntegra: "Na rodada de abertura do Campeonato de Endurance VLN Nurburgring um acidente aconteceu neste sábado, no qual vários espectadores acabaram feridos. Um deles morreu apesar de ter sido imediatamente levado para o centro médico do circuito. As outras pessoas foram encaminhadas para um hospital para receberem assistência médica. A corrida foi paralisada para se permitir um rápido acesso das equipes de resgate ao local do acidente e não foi retomada. Na parte do circuito conhecida como aeródromo, um carro perdeu o controle e saiu da pista só parando após passar por cima da barreira de segurança. O VLN e os organizadores da prova estão muito tristes e seus pensamentos estão com os familiares e amigos das vítimas".
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Carro voa sobre alambrado e mata um espectador na Alemanha; veja vídeoUm espectador morreu e várias pessoas ficaram feridas após um carro perder o controle e voar sobre o alambrado no circuito de Nurburgring, na Alemanha. O acidente aconteceu neste sábado (28) durante uma prova de longa distância. O piloto britânico Jann Mardenborough, da Nissan, perdeu o controle do carro e saiu da pista. O veículo voou sobre o alambrado e atingiu os espectadores. As vítimas foram socorridas no centro médico do circuito e depois encaminhadas para um hospital, mas uma delas não resistiu. Apesar de o carro ter ficado destruído, o piloto saiu ileso do acidente. A corrida marcava a abertura do Campeonato de Endurance VLN de Nurburgring, prova de longa distância realizada por uma associação dos clubes de automobilismo da região de Nürburg. Veja vídeo Os organizadores da corrida publicaram uma nota lamentado o ocorrido. Veja a íntegra: "Na rodada de abertura do Campeonato de Endurance VLN Nurburgring um acidente aconteceu neste sábado, no qual vários espectadores acabaram feridos. Um deles morreu apesar de ter sido imediatamente levado para o centro médico do circuito. As outras pessoas foram encaminhadas para um hospital para receberem assistência médica. A corrida foi paralisada para se permitir um rápido acesso das equipes de resgate ao local do acidente e não foi retomada. Na parte do circuito conhecida como aeródromo, um carro perdeu o controle e saiu da pista só parando após passar por cima da barreira de segurança. O VLN e os organizadores da prova estão muito tristes e seus pensamentos estão com os familiares e amigos das vítimas".
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Chester Bennington ajudou a moldar o rock do início do século
Com um vocal gritado que despejava raiva e angústia, Chester Bennington ajudou o Linkin Park a moldar o rock do início deste século . O vocalista foi encontrado morto na manhã desta quinta-feira (20), em Palos Verdes Estates, região de Los Angeles. Ele tinha 41 anos. O Linkin Park não inventou o nu-metal, que une elementos do hard rock, do punk e do rap sob letras niilistas e desesperadas, mas foi a mais popular e prolífica representante do gênero. A banda de Chester Bennington aprendeu com Limp Bizkit e Korn e transformou o nu-metal em um fenômeno de massas. Uma das principais qualidades do Linkin Park eram justamente os embates vocais entre Bennington e Mike Shinoda –este último foi um dos fundadores da banda californiana. Enquanto os outros músicos montavam a base a partir de guitarras, teclados e bateria, eram os dois que faziam com que o furor das letras ganhasse a dimensão exata. Principalmente com os dois primeiros discos, "Hybrid Theory" (2000) e "Meteora" (2003), o Linkin Park tornou-se uma banda que sabia como traduzir em música sentimentos como desconforto e indignação, e fez a cabeça de milhões de adolescentes. Se as gerações anteriores preferiam o peso de nomes como Metallica, aqueles nascidos pós-1980 encontravam uma voz no Linkin Park. O Brasil testemunhou o furacão Linkin Park ao vivo, no auge: em 2004, a banda fez um show para 80 mil fãs que se acotovelaram no estádio do Morumbi. A apresentação está entre as mais memoráveis da história do LP. Com o sucesso, Bennington pôde se dedicar a outros projetos, como o grupo Dead by Sunrise, que ele criou em 2005 e fazia um rock mais tradicionalista. E, por algum tempo, foi vocalista do Stone Temple Pilots, banda que foi uma das inspirações do Linkin Park.
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Chester Bennington ajudou a moldar o rock do início do séculoCom um vocal gritado que despejava raiva e angústia, Chester Bennington ajudou o Linkin Park a moldar o rock do início deste século . O vocalista foi encontrado morto na manhã desta quinta-feira (20), em Palos Verdes Estates, região de Los Angeles. Ele tinha 41 anos. O Linkin Park não inventou o nu-metal, que une elementos do hard rock, do punk e do rap sob letras niilistas e desesperadas, mas foi a mais popular e prolífica representante do gênero. A banda de Chester Bennington aprendeu com Limp Bizkit e Korn e transformou o nu-metal em um fenômeno de massas. Uma das principais qualidades do Linkin Park eram justamente os embates vocais entre Bennington e Mike Shinoda –este último foi um dos fundadores da banda californiana. Enquanto os outros músicos montavam a base a partir de guitarras, teclados e bateria, eram os dois que faziam com que o furor das letras ganhasse a dimensão exata. Principalmente com os dois primeiros discos, "Hybrid Theory" (2000) e "Meteora" (2003), o Linkin Park tornou-se uma banda que sabia como traduzir em música sentimentos como desconforto e indignação, e fez a cabeça de milhões de adolescentes. Se as gerações anteriores preferiam o peso de nomes como Metallica, aqueles nascidos pós-1980 encontravam uma voz no Linkin Park. O Brasil testemunhou o furacão Linkin Park ao vivo, no auge: em 2004, a banda fez um show para 80 mil fãs que se acotovelaram no estádio do Morumbi. A apresentação está entre as mais memoráveis da história do LP. Com o sucesso, Bennington pôde se dedicar a outros projetos, como o grupo Dead by Sunrise, que ele criou em 2005 e fazia um rock mais tradicionalista. E, por algum tempo, foi vocalista do Stone Temple Pilots, banda que foi uma das inspirações do Linkin Park.
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'Grisalhão' e 'Encostado' seguem incógnitos em planilha
Já se sabe quem eram "Todo Feio", "Caju" e "Las Vegas". Agora, resta descobrir quem são "Encostado", "Duvidoso", "Casa de Doido" e muitos outros. Os três últimos nomes constam em planilhas de pagamentos da Odebrecht apreendidas pela Operação Lava Jato neste ano. Essas tabelas mostram pagamentos para dezenas pessoas identificadas apenas por apelidos, em somas milionárias. As planilhas estavam com a secretária Maria Lúcia Tavares, primeira funcionária da construtora a colaborar, ainda no começo do ano. Ela atuava junto ao departamento de operações estruturadas da Odebrecht, considerado por investigadores como "um setor de propinas". No último fim de semana, com a divulgação de detalhes dos depoimentos do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho, foi revelado que, segundo o novo delator, Todo Feio era o ex-deputado paraibano Inaldo Leitão; Caju, senador Romero Jucá (PMDB-RR) e Las Vegas, o ex-assessor de Dilma Rousseff Anderson Dornelles. Todos negam ter recebido dinheiro. A delação dele e dos outros ex-dirigentes da empreiteira ainda precisa ser homologada pelo Supremo. A lista apreendida revela uma predileção por denominações de características físicas (há nomes como "Grisalhão", "Baixinho", "Comprido"), relativas a animais ("Abelha", "Faisão") e até referências futebolísticas (há o "Flamenguista" e o "Timão"). Em alguns casos, associam o nome a obras da empreiteira. Ao lado de "Bobão", por exemplo, e da anotação de um repasse de R$ 150 mil, consta o nome "Canal do Sertão - lote 4". Também há duas menções a aparentes pagamentos em países vizinhos. O codinome "Duvidoso" está ao lado de "Dutos Argentina", em US$ 100 mil, e "Taça" faz referência ao Peru. A maioria das planilhas envolve repasses no período da campanha eleitoral de 2014. Há uma série de valores para "Mineirinho", o que, suspeitam investigadores, é uma referência à campanha à Presidência de Aécio Neves (PSDB) naquele ano. Por meio de sua assessoria, o tucano disse desconhecer as planilhas mencionadas e que as doações à campanha ocorreram dentro da lei. TROCADILHOS Os operadores também levavam codinomes. Os pagamentos das planilhas apreendidas com a secretária estavam sob a jurisdição das contas "Dragão", "Kibe", "Paulistinha" e "Carioquinha". Dragão seria o chinês Wu-Yu Sheng, que deu nome a uma das fases da Lava Jato, a 36ª, em novembro, e Kibe, Adir Assad, que está preso e já foi condenado. Maria Lúcia Tavares disse em depoimento que não sabia quem era os codinomes dos beneficiários das planilhas, com exceção de "Feira", que se referia à Mônica Moura, mulher do marqueteiro do PT João Santana. Segundo a secretária, apenas seus quatro superiores tinham conhecimento. Ela afirmou que se comunicava com os distribuidores de dinheiro por meio de um sistema de informática próprio, que funcionava em um computador separado. "Sempre quando os prestadores iam levar o dinheiro, havia a indicação do endereço, do valor, da senha e da pessoa que iria recebê-los", disse em depoimento, segundo a transcrição. Nas tabelas, as senhas geralmente são alimentos, como "lasanha", "panqueca" e "beterraba", mas havia palavras como "trambolho", "titios", "supervisor" e "remédio". Uma das senhas, "acarajé", virou nome de fase da Lava Jato, a 23ª, que prendeu João Santana, em fevereiro. Antes da divulgação dos depoimentos de Cláudio Melo Filho, uma série de apelidos da Odebrecht já havia sido revelada em março em um conjunto de planilhas apreendidas com o ex-executivo Benedicto Barbosa Júnior, da Odebrecht Infraestrutura. Nessas tabelas, havia menções a mais de 300 políticos de 24 partidos que se beneficiaram de pagamentos em campanhas eleitorais de 2010 a 2014. Não há ainda como precisar, porém se os valores foram efetivamente repassados nem se referiam a doação legal, caixa dois, ou propina. Havia vários trocadilhos, como "Ovo", para se referir ao governador catarinense Raimundo Colombo (PSD), e "Eva" para um deputado estadual do Rio Grande do Sul, Adão Villaverde (PT). Os políticos citados vêm negando ter recebido dinheiro de maneira ilegal. A Odebrecht não se manifesta a respeito.
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'Grisalhão' e 'Encostado' seguem incógnitos em planilhaJá se sabe quem eram "Todo Feio", "Caju" e "Las Vegas". Agora, resta descobrir quem são "Encostado", "Duvidoso", "Casa de Doido" e muitos outros. Os três últimos nomes constam em planilhas de pagamentos da Odebrecht apreendidas pela Operação Lava Jato neste ano. Essas tabelas mostram pagamentos para dezenas pessoas identificadas apenas por apelidos, em somas milionárias. As planilhas estavam com a secretária Maria Lúcia Tavares, primeira funcionária da construtora a colaborar, ainda no começo do ano. Ela atuava junto ao departamento de operações estruturadas da Odebrecht, considerado por investigadores como "um setor de propinas". No último fim de semana, com a divulgação de detalhes dos depoimentos do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho, foi revelado que, segundo o novo delator, Todo Feio era o ex-deputado paraibano Inaldo Leitão; Caju, senador Romero Jucá (PMDB-RR) e Las Vegas, o ex-assessor de Dilma Rousseff Anderson Dornelles. Todos negam ter recebido dinheiro. A delação dele e dos outros ex-dirigentes da empreiteira ainda precisa ser homologada pelo Supremo. A lista apreendida revela uma predileção por denominações de características físicas (há nomes como "Grisalhão", "Baixinho", "Comprido"), relativas a animais ("Abelha", "Faisão") e até referências futebolísticas (há o "Flamenguista" e o "Timão"). Em alguns casos, associam o nome a obras da empreiteira. Ao lado de "Bobão", por exemplo, e da anotação de um repasse de R$ 150 mil, consta o nome "Canal do Sertão - lote 4". Também há duas menções a aparentes pagamentos em países vizinhos. O codinome "Duvidoso" está ao lado de "Dutos Argentina", em US$ 100 mil, e "Taça" faz referência ao Peru. A maioria das planilhas envolve repasses no período da campanha eleitoral de 2014. Há uma série de valores para "Mineirinho", o que, suspeitam investigadores, é uma referência à campanha à Presidência de Aécio Neves (PSDB) naquele ano. Por meio de sua assessoria, o tucano disse desconhecer as planilhas mencionadas e que as doações à campanha ocorreram dentro da lei. TROCADILHOS Os operadores também levavam codinomes. Os pagamentos das planilhas apreendidas com a secretária estavam sob a jurisdição das contas "Dragão", "Kibe", "Paulistinha" e "Carioquinha". Dragão seria o chinês Wu-Yu Sheng, que deu nome a uma das fases da Lava Jato, a 36ª, em novembro, e Kibe, Adir Assad, que está preso e já foi condenado. Maria Lúcia Tavares disse em depoimento que não sabia quem era os codinomes dos beneficiários das planilhas, com exceção de "Feira", que se referia à Mônica Moura, mulher do marqueteiro do PT João Santana. Segundo a secretária, apenas seus quatro superiores tinham conhecimento. Ela afirmou que se comunicava com os distribuidores de dinheiro por meio de um sistema de informática próprio, que funcionava em um computador separado. "Sempre quando os prestadores iam levar o dinheiro, havia a indicação do endereço, do valor, da senha e da pessoa que iria recebê-los", disse em depoimento, segundo a transcrição. Nas tabelas, as senhas geralmente são alimentos, como "lasanha", "panqueca" e "beterraba", mas havia palavras como "trambolho", "titios", "supervisor" e "remédio". Uma das senhas, "acarajé", virou nome de fase da Lava Jato, a 23ª, que prendeu João Santana, em fevereiro. Antes da divulgação dos depoimentos de Cláudio Melo Filho, uma série de apelidos da Odebrecht já havia sido revelada em março em um conjunto de planilhas apreendidas com o ex-executivo Benedicto Barbosa Júnior, da Odebrecht Infraestrutura. Nessas tabelas, havia menções a mais de 300 políticos de 24 partidos que se beneficiaram de pagamentos em campanhas eleitorais de 2010 a 2014. Não há ainda como precisar, porém se os valores foram efetivamente repassados nem se referiam a doação legal, caixa dois, ou propina. Havia vários trocadilhos, como "Ovo", para se referir ao governador catarinense Raimundo Colombo (PSD), e "Eva" para um deputado estadual do Rio Grande do Sul, Adão Villaverde (PT). Os políticos citados vêm negando ter recebido dinheiro de maneira ilegal. A Odebrecht não se manifesta a respeito.
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Com 'Fluxos', Luiz Baltar vence tradicional prêmio de fotografia
A Fundação Conrado Wessel divulgou o nome dos vencedores da 14ª edição de seu tradicional prêmio de arte, que celebrou o melhor ensaio fotográfico com o tema "Brasil: Terra em Transe". O prêmio principal foi dado a Luiz Claudio Martins Baltar, do Rio, pelo ensaio "Fluxos". O trabalhou levou para casa R$ 114,3 mil. Na segunda e terceira colocações ficaram Tiago Pereira Coelho, de Porto Alegre, com o "Balneário Alegria", e Inês Pereira Coelho Bonduki, de São Paulo, com "Linha Vermelha", respectivamente. Cada um recebeu R$ 42,8 mil. Além da gratificação em dinheiro, os 15 melhores trabalhos serão editados em um livro comemorativo. A 14ª edição do prêmio de arte quebrou o recorde de ensaios submetidos, com 980, entre publicados e inéditos. Foram elegíveis trabalhos feitos entre 1º de janeiro de 2014 e 15 de dezembro de 2015. Obrigatoriamente, os ensaios deveriam ser compostos de dez a 15 imagens registradas em território nacional. Profissionais de 25 Estados e do Distrito Federal se inscreveram e foram avaliados pela comissão julgadora formada por titulares da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e da Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Alvares Penteado, sob a coordenação de Rubens Fernandes Junior, curador do prêmio. Entre os vencedores do passado, estão nomes como Márcia Ramalho, Bob Wolfenson, André François e Lalo de Almeida.
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Com 'Fluxos', Luiz Baltar vence tradicional prêmio de fotografiaA Fundação Conrado Wessel divulgou o nome dos vencedores da 14ª edição de seu tradicional prêmio de arte, que celebrou o melhor ensaio fotográfico com o tema "Brasil: Terra em Transe". O prêmio principal foi dado a Luiz Claudio Martins Baltar, do Rio, pelo ensaio "Fluxos". O trabalhou levou para casa R$ 114,3 mil. Na segunda e terceira colocações ficaram Tiago Pereira Coelho, de Porto Alegre, com o "Balneário Alegria", e Inês Pereira Coelho Bonduki, de São Paulo, com "Linha Vermelha", respectivamente. Cada um recebeu R$ 42,8 mil. Além da gratificação em dinheiro, os 15 melhores trabalhos serão editados em um livro comemorativo. A 14ª edição do prêmio de arte quebrou o recorde de ensaios submetidos, com 980, entre publicados e inéditos. Foram elegíveis trabalhos feitos entre 1º de janeiro de 2014 e 15 de dezembro de 2015. Obrigatoriamente, os ensaios deveriam ser compostos de dez a 15 imagens registradas em território nacional. Profissionais de 25 Estados e do Distrito Federal se inscreveram e foram avaliados pela comissão julgadora formada por titulares da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e da Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Alvares Penteado, sob a coordenação de Rubens Fernandes Junior, curador do prêmio. Entre os vencedores do passado, estão nomes como Márcia Ramalho, Bob Wolfenson, André François e Lalo de Almeida.
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Brasil deve usar Olimpíada para atrair atenção, diz fundador da Wikipedia
O fundador mais conhecido da enciclopédia livre Wikipédia, Jimmy Wales, um habitué das listas de pessoas mais influentes do mundo, já planeja trazer seu novo projeto ao Brasil. O TPO (The People's Operator) é uma operadora virtual fundada em 2012, que direciona recursos para caridade. Para ele, o Brasil tem características de um potencial celeiro para inovações tecnológicas e é um mercado que lhe interessa. Wales está no Brasil para participar do ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento, do qual a Folha é parceira. Ele fala em Porto Alegre nesta segunda (22) e em São Paulo na quarta (24). Em ambas as cidades, seu discurso será sobre "A Internet e a construção da democracia". Na capital paulista, as conferências serão realizadas no Teatro Cetip-Complexo Ohtake Cultural; em Porto Alegre, no Salão de Atos da UFRGS. Os ingressos estão esgotados para todas as conferências da edição 2015 do Fronteiras na duas cidades. O Fronteiras do Pensamento consiste em uma série de palestras, proferidas por pensadores globais, em torno de um tema comum. O assunto deste ano é. "Como Viver Juntos?" —tema também tratado em cobertura especial Folha. Em São Paulo, a abertura do evento foi em 27 de maio, com o biólogo Richard Dawkins, defensor ferrenho do ateísmo. * Folha - Como funciona seu novo projeto, o TPO? Jimmy Wales - O The People's Operator é uma nova operadora, em que 10% da conta é direcionado pelo usuário a uma causa escolhida por ele e 25% do lucro da companhia vai para caridade. Os 10% substituem a verba de marketing. Em vez de termos publicidade, resolvemos doar para causas sociais escolhidas pelos usuários e pedir a eles que espalhem a mensagem. Quantos assinantes já tem? Dobramos nosso número nos últimos três meses no Reino Unido, para mais de 30 mil. E estamos preparando o lançamento nos EUA nas próximas semanas. E o Brasil? Estamos muito interessados como mercado para o TPO no futuro. Não é tão iminente. Estamos no começo das discussões. Ainda somos uma empresa pequena e estamos focados no lançamento dos EUA. Quando isso estiver pronto, vamos explorar o que vem depois. Queremos que isso cresça e se transforme em marca global famosa e que seja útil. O que start-ups do Brasil precisam para atrair investidor? Normalmente é importante que haja o apoio de políticas de governo para facilitar a atração de investidores. Eu vejo que o país tem uma grande oportunidade pois tem um mercado doméstico muito grande. Então vocês podem testar o clima e depois sair globalmente. E tudo é global hoje em dia. Como o senhor avalia a comunidade tecnológica brasileira? O Brasil sempre foi um mercado importante para nós para compartilhar cultura e conhecimento criativo. A Wikipédia sempre teve sucesso no país. Há muita motivação em torno da tecnologia. O país é interessante por ser um mercado emergente. Vai ver impactos enormes nos próximos anos no uso de smartphones em comunidades pobres que nunca tiveram acesso à internet. Isso vai trazer um grande impacto na economia à medida que tais pessoas tiverem mais acesso a conexão e educação. É claro que isso não acontece da noite para o dia, mas no longo prazo é possível. O Brasil já tem reputação de ser um país criativo. Vivo em Londres e sei que ter Olimpíada atrai atenção. Vocês tiveram a Copa, agora vem a Olimpíada. Recentemente o senhor disse que Londres é melhor que o Vale do Silício. [Risos] Foi só um comentário que acabaram levando para a manchete. São Francisco é um ótimo lugar para start-ups. Eu só queria dizer que para um jovem que está procurando um lugar para viver, Londres é multicultural. Se comparar com Palo Alto, no Vale do Silício, é uma cidade pequena, de pouca diversão. A internet vai democratizar os países em desenvolvimento e promover competitividade? Isso já começou? Definitivamente. As pessoas estão engajadas politicamente, tem havido manifestações pacíficas em locais onde nunca se imaginou, organizadas na internet. Comunidades que politicamente nunca tiveram muita voz, porque sempre foram apartadas da informação, agora começam a ter oportunidade. Como a internet pode ajudar a combater monopólios e o controle da mídia? Isso é particularmente importante em países onde a mídia é totalmente controlada pelos governos. Em muitos países, as pessoas compreendem que o único lugar para encontrarem informação confiável sobre corrupção do governo, por exemplo, é a internet, que também é a referência para outras informação. É uma mudança muito poderosa pois impede os governos de manter as pessoas alienadas. Acadêmicos criticam a pesquisa na Wikipédia e até o senhor já fez ressalvas. Isso costumava ser mais verdade. Atualmente, muitos acadêmicos já aceitam Wikipédia e começam a apreciá-la. Para estudantes de nível universitário, não é bom usar Wikipédia como fonte. Não por questões de qualidade, mas pela mesma razão pela qual não se deveria usar uma enciclopédia tradicional. Isso é coisa que um adolescente pode fazer, mas na universidade é bom ter mais profundidade.
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Brasil deve usar Olimpíada para atrair atenção, diz fundador da WikipediaO fundador mais conhecido da enciclopédia livre Wikipédia, Jimmy Wales, um habitué das listas de pessoas mais influentes do mundo, já planeja trazer seu novo projeto ao Brasil. O TPO (The People's Operator) é uma operadora virtual fundada em 2012, que direciona recursos para caridade. Para ele, o Brasil tem características de um potencial celeiro para inovações tecnológicas e é um mercado que lhe interessa. Wales está no Brasil para participar do ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento, do qual a Folha é parceira. Ele fala em Porto Alegre nesta segunda (22) e em São Paulo na quarta (24). Em ambas as cidades, seu discurso será sobre "A Internet e a construção da democracia". Na capital paulista, as conferências serão realizadas no Teatro Cetip-Complexo Ohtake Cultural; em Porto Alegre, no Salão de Atos da UFRGS. Os ingressos estão esgotados para todas as conferências da edição 2015 do Fronteiras na duas cidades. O Fronteiras do Pensamento consiste em uma série de palestras, proferidas por pensadores globais, em torno de um tema comum. O assunto deste ano é. "Como Viver Juntos?" —tema também tratado em cobertura especial Folha. Em São Paulo, a abertura do evento foi em 27 de maio, com o biólogo Richard Dawkins, defensor ferrenho do ateísmo. * Folha - Como funciona seu novo projeto, o TPO? Jimmy Wales - O The People's Operator é uma nova operadora, em que 10% da conta é direcionado pelo usuário a uma causa escolhida por ele e 25% do lucro da companhia vai para caridade. Os 10% substituem a verba de marketing. Em vez de termos publicidade, resolvemos doar para causas sociais escolhidas pelos usuários e pedir a eles que espalhem a mensagem. Quantos assinantes já tem? Dobramos nosso número nos últimos três meses no Reino Unido, para mais de 30 mil. E estamos preparando o lançamento nos EUA nas próximas semanas. E o Brasil? Estamos muito interessados como mercado para o TPO no futuro. Não é tão iminente. Estamos no começo das discussões. Ainda somos uma empresa pequena e estamos focados no lançamento dos EUA. Quando isso estiver pronto, vamos explorar o que vem depois. Queremos que isso cresça e se transforme em marca global famosa e que seja útil. O que start-ups do Brasil precisam para atrair investidor? Normalmente é importante que haja o apoio de políticas de governo para facilitar a atração de investidores. Eu vejo que o país tem uma grande oportunidade pois tem um mercado doméstico muito grande. Então vocês podem testar o clima e depois sair globalmente. E tudo é global hoje em dia. Como o senhor avalia a comunidade tecnológica brasileira? O Brasil sempre foi um mercado importante para nós para compartilhar cultura e conhecimento criativo. A Wikipédia sempre teve sucesso no país. Há muita motivação em torno da tecnologia. O país é interessante por ser um mercado emergente. Vai ver impactos enormes nos próximos anos no uso de smartphones em comunidades pobres que nunca tiveram acesso à internet. Isso vai trazer um grande impacto na economia à medida que tais pessoas tiverem mais acesso a conexão e educação. É claro que isso não acontece da noite para o dia, mas no longo prazo é possível. O Brasil já tem reputação de ser um país criativo. Vivo em Londres e sei que ter Olimpíada atrai atenção. Vocês tiveram a Copa, agora vem a Olimpíada. Recentemente o senhor disse que Londres é melhor que o Vale do Silício. [Risos] Foi só um comentário que acabaram levando para a manchete. São Francisco é um ótimo lugar para start-ups. Eu só queria dizer que para um jovem que está procurando um lugar para viver, Londres é multicultural. Se comparar com Palo Alto, no Vale do Silício, é uma cidade pequena, de pouca diversão. A internet vai democratizar os países em desenvolvimento e promover competitividade? Isso já começou? Definitivamente. As pessoas estão engajadas politicamente, tem havido manifestações pacíficas em locais onde nunca se imaginou, organizadas na internet. Comunidades que politicamente nunca tiveram muita voz, porque sempre foram apartadas da informação, agora começam a ter oportunidade. Como a internet pode ajudar a combater monopólios e o controle da mídia? Isso é particularmente importante em países onde a mídia é totalmente controlada pelos governos. Em muitos países, as pessoas compreendem que o único lugar para encontrarem informação confiável sobre corrupção do governo, por exemplo, é a internet, que também é a referência para outras informação. É uma mudança muito poderosa pois impede os governos de manter as pessoas alienadas. Acadêmicos criticam a pesquisa na Wikipédia e até o senhor já fez ressalvas. Isso costumava ser mais verdade. Atualmente, muitos acadêmicos já aceitam Wikipédia e começam a apreciá-la. Para estudantes de nível universitário, não é bom usar Wikipédia como fonte. Não por questões de qualidade, mas pela mesma razão pela qual não se deveria usar uma enciclopédia tradicional. Isso é coisa que um adolescente pode fazer, mas na universidade é bom ter mais profundidade.
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'O Melhor de sãopaulo Restaurantes & Bares' será publicado em 28/6
DE SÃO PAULO Circula neste domingo (28), com a Folha, a revista "O Melhor de sãopaulo Restaurantes & Bares", com os escolhidos em 33 categorias —em pesquisa Datafolha e por cem jurados convidados. Há também um roteiro com mais de 400 estabelecimentos da capital paulista. A edição, que também estará disponível no site da Folha, faz parte da série "O Melhor de sãopaulo", que inclui casa & decoração, noivas & casamentos, compras & mimos, delícias & guloseimas e serviços.
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'O Melhor de sãopaulo Restaurantes & Bares' será publicado em 28/6DE SÃO PAULO Circula neste domingo (28), com a Folha, a revista "O Melhor de sãopaulo Restaurantes & Bares", com os escolhidos em 33 categorias —em pesquisa Datafolha e por cem jurados convidados. Há também um roteiro com mais de 400 estabelecimentos da capital paulista. A edição, que também estará disponível no site da Folha, faz parte da série "O Melhor de sãopaulo", que inclui casa & decoração, noivas & casamentos, compras & mimos, delícias & guloseimas e serviços.
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O dia seguinte
BRASÍLIA - Após nove meses de processo, o Senado condenou Dilma Rousseff ao impeachment. A primeira mulher a governar o país virou um retrato na galeria de ex-presidentes. Sua cadeira foi ocupada por Michel Temer, o vice que articulou uma aliança parlamentar para derrubá-la. Pela terceira vez, o PMDB chega ao Planalto sem passar pelas urnas. O novo presidente deve o cargo aos 61 senadores e 367 deputados que o alçaram ao poder. Sem a força do voto popular, terá que saciar os apetites do Congresso para enfrentar a recessão e cumprir a promessa de "recolocar o Brasil nos trilhos". A agenda econômica será o principal desafio do dia seguinte ao impeachment. Temer perdeu a desculpa da interinidade, sacada para justificar cada concessão à gastança. Se não aprovar reformas em tempo hábil, ele corre o risco de ser abandonado pelos mesmos atores que patrocinaram sua ascensão ao governo. A superação da crise é a única saída para o novo presidente se tornar menos impopular que a antecessora. A boa vontade do mercado não resolverá tudo. O Planalto terá que obter apoio da sociedade a seu plano, que prevê cortes de direitos trabalhistas e redução do gasto social. A aposta em "medidas impopulares" pode reagrupar a esquerda, que buscava uma bandeira para ressurgir das cinzas deixadas por Dilma. Ela sugeriu um mote no discurso de despedida, ao prometer uma oposição "firme, incansável e enérgica" ao "governo golpista". Entre muitas incertezas pela frente, está o futuro da Lava Jato. Num diálogo famoso, dois barões do PMDB defenderam a queda da presidente como um atalho para frear a operação, que ameaça implodir os maiores partidos brasileiros. "Tem que mudar o governo para estancar essa sangria", disse Romero Jucá. Dos 13 senadores investigados, 10 votaram pelo impeachment. Os próximos meses mostrarão se eles se iludiram ou se estamos diante de um "grande acordo nacional".
colunas
O dia seguinteBRASÍLIA - Após nove meses de processo, o Senado condenou Dilma Rousseff ao impeachment. A primeira mulher a governar o país virou um retrato na galeria de ex-presidentes. Sua cadeira foi ocupada por Michel Temer, o vice que articulou uma aliança parlamentar para derrubá-la. Pela terceira vez, o PMDB chega ao Planalto sem passar pelas urnas. O novo presidente deve o cargo aos 61 senadores e 367 deputados que o alçaram ao poder. Sem a força do voto popular, terá que saciar os apetites do Congresso para enfrentar a recessão e cumprir a promessa de "recolocar o Brasil nos trilhos". A agenda econômica será o principal desafio do dia seguinte ao impeachment. Temer perdeu a desculpa da interinidade, sacada para justificar cada concessão à gastança. Se não aprovar reformas em tempo hábil, ele corre o risco de ser abandonado pelos mesmos atores que patrocinaram sua ascensão ao governo. A superação da crise é a única saída para o novo presidente se tornar menos impopular que a antecessora. A boa vontade do mercado não resolverá tudo. O Planalto terá que obter apoio da sociedade a seu plano, que prevê cortes de direitos trabalhistas e redução do gasto social. A aposta em "medidas impopulares" pode reagrupar a esquerda, que buscava uma bandeira para ressurgir das cinzas deixadas por Dilma. Ela sugeriu um mote no discurso de despedida, ao prometer uma oposição "firme, incansável e enérgica" ao "governo golpista". Entre muitas incertezas pela frente, está o futuro da Lava Jato. Num diálogo famoso, dois barões do PMDB defenderam a queda da presidente como um atalho para frear a operação, que ameaça implodir os maiores partidos brasileiros. "Tem que mudar o governo para estancar essa sangria", disse Romero Jucá. Dos 13 senadores investigados, 10 votaram pelo impeachment. Os próximos meses mostrarão se eles se iludiram ou se estamos diante de um "grande acordo nacional".
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Deputado pede abertura de CPI para investigar institutos de pesquisas
Na retomada dos trabalhos do Congresso, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) protocolou nesta segunda (2) pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara para investigar a divulgação de pesquisas eleitorais e seu reflexo nas urnas. O congressista pede que sejam avaliados cenários a partir de 2000 para examinar as discrepâncias, contradições, distorções, erros e falhas verificados. A solicitação, que depende de 171 assinaturas para prosseguir, ainda será analisada pelo comando da Casa. Os técnicos da Câmara não souberam informar quantos parlamentares assinaram o requerimento. Como foi uma das primeiras matérias apresentadas, deve ter preferência na pauta da Casa. Segundo Barros, a CPI deverá aprofundar investigações sobre a qualidade e confiabilidade da metodologia de amostragem, da coleta dos dados e da análise e avaliação dos resultados para verificar se houve manipulação dos resultados das intenções de votos pesquisadas. "Também se deverá investigar se há vínculo de qualquer natureza entre os institutos de pesquisa e os veículos de comunicação, e entre estes, individualmente, com candidatos, partidos ou coligações, que produzam resultados díspares em relação às urnas, favorecendo ou prejudicando este ou aquele candidato", afirmou o deputado. Barros citou problemas em levantamentos divulgados por institutos em Estados como Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. "Para se ter uma ideia, no Rio Grande do Sul, o candidato do PMDB [em 2014], José Ivo Sartori, aparecia em terceiro lugar, com 23% das intenções de voto. Após a votação em 1º turno, Sartori ficou em primeiro lugar, com 40,4% dos votos", disse. 'EQUÍVOCO' Para o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, é um equívoco frequente comparar pesquisas feitas dias antes com o resultado das urnas. "O processo eleitoral está cada vez mais dinâmico, muda rapidamente. A eleição presidencial foi um exemplo disso. Houve um fenômeno que começou nas últimas semanas e se manteve até os últimos dias, de ascensão do Aécio Neves (PSDB) e queda da Marina Silva (PSB)", explicou Paulino. A diretora do Ibope, Márcia Cavallari, acrescenta que "falta clareza sobre o papel das pesquisas". "A pesquisa monitora tendências, movimentos. A função não é prever, acertar resultados na vírgula", diz ela. Cavallari afirma ainda que a legislação impõe bastante transparência ao trabalho dos institutos. Não é a primeira vez que um político questiona a conveniência da divulgação de pesquisas. Em 2012, por exemplo, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) apresentou projeto com a intenção de proibir a veiculação de pesquisas nos últimos 15 dias antes de eleições. "Por trás desses movimentos há sempre uma tentativa de constranger institutos e evitar a divulgação de pesquisas. Há sempre um candidato ou um partido descontente com os resultados", avalia Paulino. O diretor-geral do Datafolha ressalta, no entanto, que embora questionem a divulgação dos levantamentos, políticos recorrem frequentemente a eles. "Os políticos entendem muito bem de pesquisas, tanto que recorrem a elas com frequência. Alguns contratam mais de um instituto para trabalhar com os dados. Os políticos gostam tanto que querem as pesquisas só para eles", afirma Paulino.
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Deputado pede abertura de CPI para investigar institutos de pesquisasNa retomada dos trabalhos do Congresso, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) protocolou nesta segunda (2) pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara para investigar a divulgação de pesquisas eleitorais e seu reflexo nas urnas. O congressista pede que sejam avaliados cenários a partir de 2000 para examinar as discrepâncias, contradições, distorções, erros e falhas verificados. A solicitação, que depende de 171 assinaturas para prosseguir, ainda será analisada pelo comando da Casa. Os técnicos da Câmara não souberam informar quantos parlamentares assinaram o requerimento. Como foi uma das primeiras matérias apresentadas, deve ter preferência na pauta da Casa. Segundo Barros, a CPI deverá aprofundar investigações sobre a qualidade e confiabilidade da metodologia de amostragem, da coleta dos dados e da análise e avaliação dos resultados para verificar se houve manipulação dos resultados das intenções de votos pesquisadas. "Também se deverá investigar se há vínculo de qualquer natureza entre os institutos de pesquisa e os veículos de comunicação, e entre estes, individualmente, com candidatos, partidos ou coligações, que produzam resultados díspares em relação às urnas, favorecendo ou prejudicando este ou aquele candidato", afirmou o deputado. Barros citou problemas em levantamentos divulgados por institutos em Estados como Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. "Para se ter uma ideia, no Rio Grande do Sul, o candidato do PMDB [em 2014], José Ivo Sartori, aparecia em terceiro lugar, com 23% das intenções de voto. Após a votação em 1º turno, Sartori ficou em primeiro lugar, com 40,4% dos votos", disse. 'EQUÍVOCO' Para o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, é um equívoco frequente comparar pesquisas feitas dias antes com o resultado das urnas. "O processo eleitoral está cada vez mais dinâmico, muda rapidamente. A eleição presidencial foi um exemplo disso. Houve um fenômeno que começou nas últimas semanas e se manteve até os últimos dias, de ascensão do Aécio Neves (PSDB) e queda da Marina Silva (PSB)", explicou Paulino. A diretora do Ibope, Márcia Cavallari, acrescenta que "falta clareza sobre o papel das pesquisas". "A pesquisa monitora tendências, movimentos. A função não é prever, acertar resultados na vírgula", diz ela. Cavallari afirma ainda que a legislação impõe bastante transparência ao trabalho dos institutos. Não é a primeira vez que um político questiona a conveniência da divulgação de pesquisas. Em 2012, por exemplo, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) apresentou projeto com a intenção de proibir a veiculação de pesquisas nos últimos 15 dias antes de eleições. "Por trás desses movimentos há sempre uma tentativa de constranger institutos e evitar a divulgação de pesquisas. Há sempre um candidato ou um partido descontente com os resultados", avalia Paulino. O diretor-geral do Datafolha ressalta, no entanto, que embora questionem a divulgação dos levantamentos, políticos recorrem frequentemente a eles. "Os políticos entendem muito bem de pesquisas, tanto que recorrem a elas com frequência. Alguns contratam mais de um instituto para trabalhar com os dados. Os políticos gostam tanto que querem as pesquisas só para eles", afirma Paulino.
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Ideia de que ciência e religião sejam inimigas não resiste a análise histórica
Em 1966, pouco mais de 50 anos atrás, o respeitado antropólogo canadense Anthony Wallace previu com confiança a morte global da religião devido ao avanço da ciência: "A crença em poderes sobrenaturais está fadada a acabar em todo o mundo, graças à crescente adequação e difusão do conhecimento científico". A visão de Wallace não era heterodoxa. Pelo contrário, as ciências sociais modernas, que se desenvolveram na Europa ocidental do século 19, tomaram sua própria experiência histórica de secularização e a viram como modelo universal. Uma premissa era adotada pelas ciências sociais, às vezes supondo e outras vezes prevendo que todas as culturas acabariam por convergir em algo semelhante à democracia secular, ocidental e liberal. Então aconteceu algo mais próximo do contrário disso. Não apenas o secularismo não continuou a avançar globalmente, como também países tão diversos quanto Irã, Índia, Argélia e Turquia viram seus governos seculares serem substituídos por governos religiosos ou assistiram à ascensão de influentes movimentos nacionalistas religiosos. A secularização, conforme foi prevista pelas ciências sociais, fracassou. É claro que esse fracasso não foi absoluto. A crença e a prática religiosa continuam em declínio em muitos países ocidentais. Os dados mais recentes de recenseamento realizado na Austrália, por exemplo, indicam que 30% da população se identifica como não tendo religião, e essa porcentagem vem crescendo. Pesquisas internacionais confirmam níveis comparativamente baixos de engajamento religioso na Europa ocidental e na Australásia. Mesmo nos Estados Unidos, há muito tempo motivo de constrangimento para a tese da secularização, a descrença está em alta. A porcentagem de ateus nos EUA chegou hoje ao pico (se é que "pico" é a palavra indicada) de cerca de 3%. Mesmo assim, globalmente falando, o número total de pessoas que se consideram religiosas permanece alto, e as tendências demográficas sugerem que o padrão global para o futuro imediato será de crescimento da religião. Mas essa não é a única falha da tese da secularização. AVANÇO DA CIÊNCIA Cientistas, intelectuais e cientistas sociais esperavam que o avanço da ciência moderna incentivaria a secularização –que a ciência seria uma força da secularização. Mas isso simplesmente não vem acontecendo. As características principais que as sociedades em que a religião continua forte têm em comum estão ligadas menos à ciência do que a sentimentos de segurança existencial e proteção contra algumas das incertezas fundamentais da vida, sob a forma de bens públicos. Uma rede de seguridade social pode estar correlacionada a avanços científicos, mas apenas de maneira fraca, e, mais uma vez, o caso dos Estados Unidos é instrutivo. Os EUA podem ser descritos como a sociedade científica e tecnologicamente mais avançada do mundo, mas, ao mesmo tempo, é a mais religiosa das sociedades ocidentais. Como concluiu o sociólogo britânico David Martin em "The Future of Christianity" (o futuro do cristianismo, 2011), "não existe uma relação consistente entre o grau de avanço científico e um perfil reduzido de influência de crenças e práticas religiosas". A história da ciência e da secularização torna-se ainda mais intrigante quando refletimos sobre as sociedades em que ocorreram reações importantes contra agendas secularistas. O primeiro premiê da Índia, Jawaharlal Nehru (1889-1964), defendeu ideais seculares e científicos e incluiu a educação científica no projeto de modernização do país. Nehru acreditava que as visões hindus de um passado védico e os sonhos muçulmanos de uma teocracia islâmica sucumbiriam diante do avanço histórico inexorável da secularização. "O tempo avança apenas em mão única", declarou. Mas, como atesta a subsequente ascensão dos fundamentalismos hindu e islâmico, Nehru se equivocou. Além disso, a vinculação da ciência com uma agenda de secularização teve efeito contrário ao desejado; uma das baixas colaterais da resistência ao secularismo foi a ciência. O caso da Turquia é ainda mais claro. Como a maioria dos nacionalistas pioneiros, Mustafá Kemal Ataturk, o fundador da república turca, foi um secularista engajado. Ele acreditava que a ciência estava destinada a tomar o lugar da religião. Para garantir que a Turquia se posicionasse do lado certo da história, ele deu à ciência, em especial à biologia evolutiva, uma posição central no sistema de ensino público da república turca nascente. O resultado disso foi que a evolução passou a ser associada a todo o programa político de Ataturk, incluindo o secularismo. Procurando contrariar os ideais secularistas dos fundadores da república, os partidos islâmicos turcos também vêm atacando o ensino do evolucionismo. Para eles, a teoria da evolução está ligada ao materialismo secular. Esse sentimento culminou em junho deste ano com a decisão de tirar o ensino da evolução do currículo colegial. Mais uma vez, a ciência virou vítima da culpa por associação. Os Estados Unidos representam um contexto cultural diferente, onde pode parecer que a questão crucial é um conflito entre as leituras literais do Livro de Gênesis e aspectos chaves da história da evolução. Na realidade, porém, boa parte do discurso criacionista trata de valores morais. Também no caso dos EUA, vemos o antievolucionismo sendo motivado, pelo menos em parte, pela ideia de que a teoria da evolução é um pretexto para a promoção do materialismo secular e seus valores. Como acontece na Índia e na Turquia, o secularismo está, na realidade, prejudicando a ciência. Para resumir, a secularização global não é inevitável, e, quando acontece, não é causada pela ciência. Além disso, quando se procura usar a ciência para promover o secularismo, os resultados podem prejudicar a ciência. A tese de que "a ciência causa secularização" não passa no teste empírico, e recrutar a ciência como instrumento de secularização é uma estratégia que deixa a desejar. A combinação de ciência e secularização é tão inapta que levanta a pergunta de por que alguém chegou a pensar que não fosse. Historicamente, duas fontes relacionadas promoveram a ideia de que a ciência tomaria o lugar da religião. Primeiro, as noções de progresso da história, em especial ligadas ao filósofo francês Auguste Comte, defendiam uma teoria segundo a qual as sociedades passam por três estágios –religioso, metafísico e científico (ou "positivo"). Comte cunhou o termo "sociologia" e queria reduzir a influência social da religião, substituindo-a por uma nova ciência da sociedade. A influência de Comte se estendeu aos "jovens turcos" e a Kemal Ataturk. Também no século 19 surgiu o "modelo conflitante" de ciência e religião. Era a ideia de que a história pode ser entendida em termos de um "conflito entre duas épocas na evolução do pensamento humano –a teológica e a científica". Essa descrição vem da influente obra "A History of the Warfare of Science with Theology in Christendom" (uma história da guerra da ciência com a teologia na cristandade, 1896), de Andrew Dickson White, cujo título resume bem a teoria geral do autor. A obra de White, assim como o anterior "History of the Conflict Between Religion and Science" (história do conflito entre religião e ciência, 1874), de John William Draper, firmou a tese do conflito como o modo padrão de encarar as relações históricas entre ciência e religião. As duas obras foram traduzidas para muitos idiomas. O livro de Draper teve mais de 50 tiragens apenas nos Estados Unidos, foi convertido para 20 línguas e virou best-seller na fase final do Império Otomano, onde contribuiu para a visão de Ataturk de que o progresso exigia que a ciência fosse ganhando ascendência sobre a religião. APOIO Hoje as pessoas sentem menos certeza de que a história avança rumo a um destino único, passando por uma série determinada de etapas. E, apesar da persistência popular da ideia de um conflito duradouro entre ciência e religião, a maioria dos historiadores da ciência não defende essa visão. Colisões renomadas, como o caso de Galileu, foram determinadas pela política e pelas personalidades envolvidas, não apenas pela ciência e pela religião. Darwin teve defensores religiosos importantes e detratores científicos, além de detratores religiosos e defensores científicos. Muitas outras supostas instâncias de conflito entre ciência e religião foram expostas como sendo pura invenção. Na realidade, contrariando o conflito, a norma histórica muitas vezes tem sido de apoio mútuo entre ciência e religião. Em seus anos formativos, no século 17, a ciência moderna dependeu da legitimação religiosa. Nos séculos 18 e 19, a teologia natural ajudou a popularizar a ciência. O modelo de conflito ciência-religião nos deu uma visão equivocada do passado e, quando somado a expectativas de secularização, levou a uma visão falha do futuro. A teoria da secularização fracassou como descrição e como previsão. A pergunta real é por que continuamos a nos deparar com proponentes do conflito entre ciência e religião. Muitos são cientistas renomados. Seria supérfluo repetir as reflexões de Richard Dawkins sobre esse tema, mas ele está longe de ser uma voz solitária. Stephen Hawking acha que "a ciência vai sair ganhando porque ela funciona"; Sam Harris declarou que "a ciência precisa destruir a religião"; Stephen Weinberg pensa que a ciência enfraqueceu as certezas religiosas; Colin Blakemore prevê que, com o tempo, a ciência acabará tornando a religião desnecessária. As evidências históricas não fundamentam essas alegações. Na realidade, sugerem que elas são equivocadas. Então por que elas persistem? As respostas são políticas. Deixando de lado qualquer apreço remanescente por visões oitocentistas ultrapassadas da história, precisamos pensar no medo do fundamentalismo islâmico, na rejeição ao criacionismo, na aversão às alianças entre a direita religiosa e a negação da mudança climática e nos temores de erosão da autoridade científica. Podemos nos solidarizar com essas preocupações, mas não há como disfarçar o fato de que elas nascem de uma intrusão indesejável de compromissos normativos na discussão. O pensamento fantasioso, pautado pelo que se deseja –esperar que a ciência seja vitoriosa sobre a religião– não substitui uma avaliação sóbria e refletida das realidades atuais. Levar essa defesa da causa da ciência adiante provavelmente terá efeito oposto ao pretendido. A religião não vai desaparecer no futuro próximo, e a ciência não vai destruí-la. Na realidade, é a ciência que sofre ameaças crescentes à sua autoridade e legitimidade social. Em vista disso, a ciência precisa de todos os aliados possíveis. Seus defensores fariam bem em parar de retratar a religião como sua inimiga ou de insistir que o único caminho para um futuro seguro está no casamento entre ciência e secularismo. PETER HARRISON é diretor do Instituto de Estudos Avançados de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de Queensland. Seu livro mais recente é "The Territories of Science and Religion" (2015), e sua coletânea editada "Narratives of Secularization" (2017) será publicada neste ano. Tradução de CLARA ALLAIN
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Ideia de que ciência e religião sejam inimigas não resiste a análise históricaEm 1966, pouco mais de 50 anos atrás, o respeitado antropólogo canadense Anthony Wallace previu com confiança a morte global da religião devido ao avanço da ciência: "A crença em poderes sobrenaturais está fadada a acabar em todo o mundo, graças à crescente adequação e difusão do conhecimento científico". A visão de Wallace não era heterodoxa. Pelo contrário, as ciências sociais modernas, que se desenvolveram na Europa ocidental do século 19, tomaram sua própria experiência histórica de secularização e a viram como modelo universal. Uma premissa era adotada pelas ciências sociais, às vezes supondo e outras vezes prevendo que todas as culturas acabariam por convergir em algo semelhante à democracia secular, ocidental e liberal. Então aconteceu algo mais próximo do contrário disso. Não apenas o secularismo não continuou a avançar globalmente, como também países tão diversos quanto Irã, Índia, Argélia e Turquia viram seus governos seculares serem substituídos por governos religiosos ou assistiram à ascensão de influentes movimentos nacionalistas religiosos. A secularização, conforme foi prevista pelas ciências sociais, fracassou. É claro que esse fracasso não foi absoluto. A crença e a prática religiosa continuam em declínio em muitos países ocidentais. Os dados mais recentes de recenseamento realizado na Austrália, por exemplo, indicam que 30% da população se identifica como não tendo religião, e essa porcentagem vem crescendo. Pesquisas internacionais confirmam níveis comparativamente baixos de engajamento religioso na Europa ocidental e na Australásia. Mesmo nos Estados Unidos, há muito tempo motivo de constrangimento para a tese da secularização, a descrença está em alta. A porcentagem de ateus nos EUA chegou hoje ao pico (se é que "pico" é a palavra indicada) de cerca de 3%. Mesmo assim, globalmente falando, o número total de pessoas que se consideram religiosas permanece alto, e as tendências demográficas sugerem que o padrão global para o futuro imediato será de crescimento da religião. Mas essa não é a única falha da tese da secularização. AVANÇO DA CIÊNCIA Cientistas, intelectuais e cientistas sociais esperavam que o avanço da ciência moderna incentivaria a secularização –que a ciência seria uma força da secularização. Mas isso simplesmente não vem acontecendo. As características principais que as sociedades em que a religião continua forte têm em comum estão ligadas menos à ciência do que a sentimentos de segurança existencial e proteção contra algumas das incertezas fundamentais da vida, sob a forma de bens públicos. Uma rede de seguridade social pode estar correlacionada a avanços científicos, mas apenas de maneira fraca, e, mais uma vez, o caso dos Estados Unidos é instrutivo. Os EUA podem ser descritos como a sociedade científica e tecnologicamente mais avançada do mundo, mas, ao mesmo tempo, é a mais religiosa das sociedades ocidentais. Como concluiu o sociólogo britânico David Martin em "The Future of Christianity" (o futuro do cristianismo, 2011), "não existe uma relação consistente entre o grau de avanço científico e um perfil reduzido de influência de crenças e práticas religiosas". A história da ciência e da secularização torna-se ainda mais intrigante quando refletimos sobre as sociedades em que ocorreram reações importantes contra agendas secularistas. O primeiro premiê da Índia, Jawaharlal Nehru (1889-1964), defendeu ideais seculares e científicos e incluiu a educação científica no projeto de modernização do país. Nehru acreditava que as visões hindus de um passado védico e os sonhos muçulmanos de uma teocracia islâmica sucumbiriam diante do avanço histórico inexorável da secularização. "O tempo avança apenas em mão única", declarou. Mas, como atesta a subsequente ascensão dos fundamentalismos hindu e islâmico, Nehru se equivocou. Além disso, a vinculação da ciência com uma agenda de secularização teve efeito contrário ao desejado; uma das baixas colaterais da resistência ao secularismo foi a ciência. O caso da Turquia é ainda mais claro. Como a maioria dos nacionalistas pioneiros, Mustafá Kemal Ataturk, o fundador da república turca, foi um secularista engajado. Ele acreditava que a ciência estava destinada a tomar o lugar da religião. Para garantir que a Turquia se posicionasse do lado certo da história, ele deu à ciência, em especial à biologia evolutiva, uma posição central no sistema de ensino público da república turca nascente. O resultado disso foi que a evolução passou a ser associada a todo o programa político de Ataturk, incluindo o secularismo. Procurando contrariar os ideais secularistas dos fundadores da república, os partidos islâmicos turcos também vêm atacando o ensino do evolucionismo. Para eles, a teoria da evolução está ligada ao materialismo secular. Esse sentimento culminou em junho deste ano com a decisão de tirar o ensino da evolução do currículo colegial. Mais uma vez, a ciência virou vítima da culpa por associação. Os Estados Unidos representam um contexto cultural diferente, onde pode parecer que a questão crucial é um conflito entre as leituras literais do Livro de Gênesis e aspectos chaves da história da evolução. Na realidade, porém, boa parte do discurso criacionista trata de valores morais. Também no caso dos EUA, vemos o antievolucionismo sendo motivado, pelo menos em parte, pela ideia de que a teoria da evolução é um pretexto para a promoção do materialismo secular e seus valores. Como acontece na Índia e na Turquia, o secularismo está, na realidade, prejudicando a ciência. Para resumir, a secularização global não é inevitável, e, quando acontece, não é causada pela ciência. Além disso, quando se procura usar a ciência para promover o secularismo, os resultados podem prejudicar a ciência. A tese de que "a ciência causa secularização" não passa no teste empírico, e recrutar a ciência como instrumento de secularização é uma estratégia que deixa a desejar. A combinação de ciência e secularização é tão inapta que levanta a pergunta de por que alguém chegou a pensar que não fosse. Historicamente, duas fontes relacionadas promoveram a ideia de que a ciência tomaria o lugar da religião. Primeiro, as noções de progresso da história, em especial ligadas ao filósofo francês Auguste Comte, defendiam uma teoria segundo a qual as sociedades passam por três estágios –religioso, metafísico e científico (ou "positivo"). Comte cunhou o termo "sociologia" e queria reduzir a influência social da religião, substituindo-a por uma nova ciência da sociedade. A influência de Comte se estendeu aos "jovens turcos" e a Kemal Ataturk. Também no século 19 surgiu o "modelo conflitante" de ciência e religião. Era a ideia de que a história pode ser entendida em termos de um "conflito entre duas épocas na evolução do pensamento humano –a teológica e a científica". Essa descrição vem da influente obra "A History of the Warfare of Science with Theology in Christendom" (uma história da guerra da ciência com a teologia na cristandade, 1896), de Andrew Dickson White, cujo título resume bem a teoria geral do autor. A obra de White, assim como o anterior "History of the Conflict Between Religion and Science" (história do conflito entre religião e ciência, 1874), de John William Draper, firmou a tese do conflito como o modo padrão de encarar as relações históricas entre ciência e religião. As duas obras foram traduzidas para muitos idiomas. O livro de Draper teve mais de 50 tiragens apenas nos Estados Unidos, foi convertido para 20 línguas e virou best-seller na fase final do Império Otomano, onde contribuiu para a visão de Ataturk de que o progresso exigia que a ciência fosse ganhando ascendência sobre a religião. APOIO Hoje as pessoas sentem menos certeza de que a história avança rumo a um destino único, passando por uma série determinada de etapas. E, apesar da persistência popular da ideia de um conflito duradouro entre ciência e religião, a maioria dos historiadores da ciência não defende essa visão. Colisões renomadas, como o caso de Galileu, foram determinadas pela política e pelas personalidades envolvidas, não apenas pela ciência e pela religião. Darwin teve defensores religiosos importantes e detratores científicos, além de detratores religiosos e defensores científicos. Muitas outras supostas instâncias de conflito entre ciência e religião foram expostas como sendo pura invenção. Na realidade, contrariando o conflito, a norma histórica muitas vezes tem sido de apoio mútuo entre ciência e religião. Em seus anos formativos, no século 17, a ciência moderna dependeu da legitimação religiosa. Nos séculos 18 e 19, a teologia natural ajudou a popularizar a ciência. O modelo de conflito ciência-religião nos deu uma visão equivocada do passado e, quando somado a expectativas de secularização, levou a uma visão falha do futuro. A teoria da secularização fracassou como descrição e como previsão. A pergunta real é por que continuamos a nos deparar com proponentes do conflito entre ciência e religião. Muitos são cientistas renomados. Seria supérfluo repetir as reflexões de Richard Dawkins sobre esse tema, mas ele está longe de ser uma voz solitária. Stephen Hawking acha que "a ciência vai sair ganhando porque ela funciona"; Sam Harris declarou que "a ciência precisa destruir a religião"; Stephen Weinberg pensa que a ciência enfraqueceu as certezas religiosas; Colin Blakemore prevê que, com o tempo, a ciência acabará tornando a religião desnecessária. As evidências históricas não fundamentam essas alegações. Na realidade, sugerem que elas são equivocadas. Então por que elas persistem? As respostas são políticas. Deixando de lado qualquer apreço remanescente por visões oitocentistas ultrapassadas da história, precisamos pensar no medo do fundamentalismo islâmico, na rejeição ao criacionismo, na aversão às alianças entre a direita religiosa e a negação da mudança climática e nos temores de erosão da autoridade científica. Podemos nos solidarizar com essas preocupações, mas não há como disfarçar o fato de que elas nascem de uma intrusão indesejável de compromissos normativos na discussão. O pensamento fantasioso, pautado pelo que se deseja –esperar que a ciência seja vitoriosa sobre a religião– não substitui uma avaliação sóbria e refletida das realidades atuais. Levar essa defesa da causa da ciência adiante provavelmente terá efeito oposto ao pretendido. A religião não vai desaparecer no futuro próximo, e a ciência não vai destruí-la. Na realidade, é a ciência que sofre ameaças crescentes à sua autoridade e legitimidade social. Em vista disso, a ciência precisa de todos os aliados possíveis. Seus defensores fariam bem em parar de retratar a religião como sua inimiga ou de insistir que o único caminho para um futuro seguro está no casamento entre ciência e secularismo. PETER HARRISON é diretor do Instituto de Estudos Avançados de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de Queensland. Seu livro mais recente é "The Territories of Science and Religion" (2015), e sua coletânea editada "Narratives of Secularization" (2017) será publicada neste ano. Tradução de CLARA ALLAIN
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Luiz Augusto Pereira de Almeida: A 'vacina' do planejamento urbano contra a dengue
Não se deve atribuir apenas aos estoques domésticos de água, feitos pela população paulista para enfrentar a crise hídrica, a eclosão da epidemia de dengue no Estado de São Paulo. A proliferação do Aedes aegypti em recipientes inadequados ou sem o devido lacre para o armazenamento do precioso líquido é apenas uma causa pontual, decorrente de problemas mais amplos, graves e antigos, ligados à precariedade do planejamento urbano no Brasil. A dengue desencadeou-se em nosso país a partir de 1982, exatamente quando se consolidou a concentração habitacional no meio urbano, onde, segundo o IBGE, passaram a viver 66% dos brasileiros, ante 56%, nos anos 70, 45% nos 60, 36% nos 50 e 31% nos 40. Hoje, são 85%. O mosquito transmissor da doença, que havia sido praticamente "expulso" do meio urbano pela ação do médico Oswaldo Cruz no combate à febre amarela, no início do Século 20, instalou-se novamente nas cidades. Desmatamento desordenado, ocupação irregular do solo, incluindo áreas de mananciais, favelização, ligações clandestinas de água e seu acúmulo em pneus, garrafas e vasos, falta de orientação das famílias, déficit habitacional e de infraestrutura e precariedade das redes de esgoto constituem um grande caldo de cultura para a proliferação do Aedes aegypti. Todas essas causas convergem para a falta de planejamento urbano. A ameaça de colapso no abastecimento de água é um claro indicativo disso. A população moveu-se rapidamente do campo em direção de cidades despreparadas para a expansão demográfica. E nenhum governante, ao longo de décadas, parece ter se preocupado com essas transformações. Somam-se a esse problema, algumas contradições na interpretação e aplicação das legislações, configurando-se um ambiente propício às epidemias, como a de dengue. Refiro-me, por exemplo, à questão legal relativa à ocupação do solo. Muitas vezes, são barrados judicialmente, sob o argumento da proteção ambiental, projetos de bairros planejados, com a devida preservação do volume de áreas verdes, abastecimento de água, redes de esgoto e coleta de lixo, tudo com padrão de excelência e alinhado aos preceitos de sustentabilidade. Paradoxalmente, às vezes na mesma área ou adjacências, ocorrem invasões de terras, com total devastação da flora, ausência de saneamento básico e desrespeito a todos os preceitos ambientais. Não são raros os casos em que essas ocupações, muitas delas em áreas contaminadas ou mananciais hídricos, acabam se perenizando, por acomodação ou oportunismo político e sob alegações de benemerência social. Em muitas dessas localidades, o Estado sequer está presente, pois faltam escolas, unidades de saúde, transportes, segurança, estrutura e fiscalização sanitária. Quando existem, os serviços são pífios. Nessas áreas, o mosquito encontra todas as condições para se reproduzir em larga escala. Estamos errando muito no enfrentamento do problema. Além da ausência de planejamento urbano, ocupação irregular do solo, desventuras políticas, demagogia, legislação restritiva a projetos sustentáveis e carência de infraestrutura, há ainda o fator educacional: estamos chegando ao absurdo de se cogitar a aprovação de uma lei municipal, na cidade de São Paulo, para obrigar as pessoas a deixarem os agentes públicos inspecionarem suas residências e realizarem ação sanitária contra o mosquito. Isso está diretamente relacionado à constrangedora 60ª colocação do Brasil, dentre 76 nações, no ranking mundial de educação, que acaba de ser divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em síntese, esbarramos mais uma vez, no problema crônico brasileiro: falta de políticas públicas de longo prazo. Diante da gravidade da situação, ações desesperadas do tipo "fumacê", um produto altamente tóxico e de serventia duvidosa, pouco ajudam na solução definitiva do problema. Os hospitais superlotados que o digam! Precisamos de esforços bem mais elaborados de nossos legisladores, para melhorar e até, quem sabe, erradicar esse mal. E, sem medo de errar, aposto que este caminho permeia o contexto do ensino e do marco legal relativo ao uso e ocupação do solo urbano, com propostas mais realistas e menos ideológicas. Infelizmente, falta às nossas cidades e nosso país a "vacina" do bom senso e do planejamento, os mais eficazes agentes de imunização contra a dengue e outras doenças tropicais infecciosas. LUIZ AUGUSTO PEREIRA DE ALMEIDA é diretor da Fiabci/Brasil e diretor de Marketing da Sobloco Construtora * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Luiz Augusto Pereira de Almeida: A 'vacina' do planejamento urbano contra a dengueNão se deve atribuir apenas aos estoques domésticos de água, feitos pela população paulista para enfrentar a crise hídrica, a eclosão da epidemia de dengue no Estado de São Paulo. A proliferação do Aedes aegypti em recipientes inadequados ou sem o devido lacre para o armazenamento do precioso líquido é apenas uma causa pontual, decorrente de problemas mais amplos, graves e antigos, ligados à precariedade do planejamento urbano no Brasil. A dengue desencadeou-se em nosso país a partir de 1982, exatamente quando se consolidou a concentração habitacional no meio urbano, onde, segundo o IBGE, passaram a viver 66% dos brasileiros, ante 56%, nos anos 70, 45% nos 60, 36% nos 50 e 31% nos 40. Hoje, são 85%. O mosquito transmissor da doença, que havia sido praticamente "expulso" do meio urbano pela ação do médico Oswaldo Cruz no combate à febre amarela, no início do Século 20, instalou-se novamente nas cidades. Desmatamento desordenado, ocupação irregular do solo, incluindo áreas de mananciais, favelização, ligações clandestinas de água e seu acúmulo em pneus, garrafas e vasos, falta de orientação das famílias, déficit habitacional e de infraestrutura e precariedade das redes de esgoto constituem um grande caldo de cultura para a proliferação do Aedes aegypti. Todas essas causas convergem para a falta de planejamento urbano. A ameaça de colapso no abastecimento de água é um claro indicativo disso. A população moveu-se rapidamente do campo em direção de cidades despreparadas para a expansão demográfica. E nenhum governante, ao longo de décadas, parece ter se preocupado com essas transformações. Somam-se a esse problema, algumas contradições na interpretação e aplicação das legislações, configurando-se um ambiente propício às epidemias, como a de dengue. Refiro-me, por exemplo, à questão legal relativa à ocupação do solo. Muitas vezes, são barrados judicialmente, sob o argumento da proteção ambiental, projetos de bairros planejados, com a devida preservação do volume de áreas verdes, abastecimento de água, redes de esgoto e coleta de lixo, tudo com padrão de excelência e alinhado aos preceitos de sustentabilidade. Paradoxalmente, às vezes na mesma área ou adjacências, ocorrem invasões de terras, com total devastação da flora, ausência de saneamento básico e desrespeito a todos os preceitos ambientais. Não são raros os casos em que essas ocupações, muitas delas em áreas contaminadas ou mananciais hídricos, acabam se perenizando, por acomodação ou oportunismo político e sob alegações de benemerência social. Em muitas dessas localidades, o Estado sequer está presente, pois faltam escolas, unidades de saúde, transportes, segurança, estrutura e fiscalização sanitária. Quando existem, os serviços são pífios. Nessas áreas, o mosquito encontra todas as condições para se reproduzir em larga escala. Estamos errando muito no enfrentamento do problema. Além da ausência de planejamento urbano, ocupação irregular do solo, desventuras políticas, demagogia, legislação restritiva a projetos sustentáveis e carência de infraestrutura, há ainda o fator educacional: estamos chegando ao absurdo de se cogitar a aprovação de uma lei municipal, na cidade de São Paulo, para obrigar as pessoas a deixarem os agentes públicos inspecionarem suas residências e realizarem ação sanitária contra o mosquito. Isso está diretamente relacionado à constrangedora 60ª colocação do Brasil, dentre 76 nações, no ranking mundial de educação, que acaba de ser divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em síntese, esbarramos mais uma vez, no problema crônico brasileiro: falta de políticas públicas de longo prazo. Diante da gravidade da situação, ações desesperadas do tipo "fumacê", um produto altamente tóxico e de serventia duvidosa, pouco ajudam na solução definitiva do problema. Os hospitais superlotados que o digam! Precisamos de esforços bem mais elaborados de nossos legisladores, para melhorar e até, quem sabe, erradicar esse mal. E, sem medo de errar, aposto que este caminho permeia o contexto do ensino e do marco legal relativo ao uso e ocupação do solo urbano, com propostas mais realistas e menos ideológicas. Infelizmente, falta às nossas cidades e nosso país a "vacina" do bom senso e do planejamento, os mais eficazes agentes de imunização contra a dengue e outras doenças tropicais infecciosas. LUIZ AUGUSTO PEREIRA DE ALMEIDA é diretor da Fiabci/Brasil e diretor de Marketing da Sobloco Construtora * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Semana em SP tem cinema latino, feira de comida no Museu da Casa Brasileira e festival de cerveja
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Veja abaixo sugestões de programas na cidade de São Paulo para curtir a semana que vai de domingo (23) a sábado (29). DOMINGO | SEGUNDA | TERÇA | QUARTA | QUINTA | SEXTA | SÁBADO * DOMINGO (23) Tarde musical | Dez músicos mostram seu som de forma improvisada no Mirante 9 de Julho. A "jam session" terá os guitarristas Rafael Brasil, da banda Far From Alaska, e o baterista Ricardo Cifas, do FingerFingerrr. Mirante 9 de Julho. R. Carlos Comenale, s/n°, Bela Vista, tel. 3111-6330. Dom.: 15h. Grátis. * SEGUNDA (24) Lama sem fim | Em cartaz na praça Roosevelt, a peça "Os Atingidos ou Toda Coisa que Vive É um Relâmpago" debate como as toneladas de lama que atingiram Mariana (MG) deixaram marcas nos moradores da cidade. SP Escola de Teatro. Pça. Franklin Roosevelt, 210, Consolação, tel. 3775-8600. Sab. e seg.: 21h às 22h30. Dom.: 20h às 21h30. Ingr.: a partir de R$ 20. * TERÇA (25) Piano versátil | O cinema surgiu mudo, mas era acompanhado de música ao vivo em seus primeiros anos. No projeto Cinepiano, Tony Berchmans retoma essa prática. Na terça, ele toca os sons de "O Médico e o Monstro", de 1920. Teatro Porto Seguro. Al. Br. de Piracicaba, 610, Campos Elíseos, tel. 3226-7300. Ter.(23): 21h. Ingr.: R$ 30 e R$ 40. * QUARTA (26) Cinema dos vizinhos | Começa o 12º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, com produções recentes, inéditas e premiadas do Brasil e de mais 17 países do continente, como Argentina, Chile, Colômbia e México. O evento homenageia o cineasta brasileiro Beto Brant e mostrará, pela primeira vez, o documentário "Ilú Obá De Min - Homenagem a Elza Soares, a Pérola Negra". Ao todo, serão exibidos 102 títulos no Memorial da América Latina e em outros endereços. Programação completa em festlatinosp.com.br. * QUINTA (27) Música no cinema | Ryan Gosling, de "La La Land", volta a viver um músico em busca do sucesso em "De Canção em Canção". A história dirigida por Terrente Malick também tem no elenco a atriz Natalie Portman e músicos como Iggy Pop. Veja salas e horários em guia.folha.com.br * SEXTA (28) Escola de cerveja | A feira Degusta Beer&Food lembra os corredores de bebidas de um supermercado: há dezenas de marcas e tipos de cervejas. Só que aqui dá para experimentá-las na hora e entender na prática a diferença entre uma ale e uma ipa, por exemplo. As doses custam a partir de R$ 2, cada uma. A programação inclui palestras e debates sobre a produção artesanal e aulas de como harmonizar pratos com a bebida. São Paulo Expo. Rod. dos Imigrantes, km 1,5, Água Funda, tel. 5067-1717. Qua. (26) a sáb. (29).: a partir das 16h. Ingr.: a partir de R$ 35. * SÁBADO (29) Comida no gramado | Os jardins do Museu da Casa Brasileira abrem espaço para mais de 90 pequenos produtores de comidas, bebidas e itens culinários vindos de várias partes do Brasil. A 4ª Feira do Sabor Nacional terá uma lista bem variada de comidas, incluindo hambúrgueres, pães, queijos, bolos, canolis, gins, cervejas e cafés. Uma das oficinas ensinará a preparar massas em casa. Museu da Casa Brasileira. Av. Brig. Faria Lima, 2.705, Jd. Paulistano, tel. 3032-3727. Sáb. (29) e dom.(30): 10h às 20h. Grátis. A estreia do filme "Eva Não Dorme" foi adiada de 27/7, data anunciada inicialmente, para 3/8. A mudança ocorreu na segunda-feira (25), um dia após a publicação deste roteiro. Com isso, a dica de quinta-feira foi alterada.
saopaulo
Semana em SP tem cinema latino, feira de comida no Museu da Casa Brasileira e festival de cervejaRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Veja abaixo sugestões de programas na cidade de São Paulo para curtir a semana que vai de domingo (23) a sábado (29). DOMINGO | SEGUNDA | TERÇA | QUARTA | QUINTA | SEXTA | SÁBADO * DOMINGO (23) Tarde musical | Dez músicos mostram seu som de forma improvisada no Mirante 9 de Julho. A "jam session" terá os guitarristas Rafael Brasil, da banda Far From Alaska, e o baterista Ricardo Cifas, do FingerFingerrr. Mirante 9 de Julho. R. Carlos Comenale, s/n°, Bela Vista, tel. 3111-6330. Dom.: 15h. Grátis. * SEGUNDA (24) Lama sem fim | Em cartaz na praça Roosevelt, a peça "Os Atingidos ou Toda Coisa que Vive É um Relâmpago" debate como as toneladas de lama que atingiram Mariana (MG) deixaram marcas nos moradores da cidade. SP Escola de Teatro. Pça. Franklin Roosevelt, 210, Consolação, tel. 3775-8600. Sab. e seg.: 21h às 22h30. Dom.: 20h às 21h30. Ingr.: a partir de R$ 20. * TERÇA (25) Piano versátil | O cinema surgiu mudo, mas era acompanhado de música ao vivo em seus primeiros anos. No projeto Cinepiano, Tony Berchmans retoma essa prática. Na terça, ele toca os sons de "O Médico e o Monstro", de 1920. Teatro Porto Seguro. Al. Br. de Piracicaba, 610, Campos Elíseos, tel. 3226-7300. Ter.(23): 21h. Ingr.: R$ 30 e R$ 40. * QUARTA (26) Cinema dos vizinhos | Começa o 12º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, com produções recentes, inéditas e premiadas do Brasil e de mais 17 países do continente, como Argentina, Chile, Colômbia e México. O evento homenageia o cineasta brasileiro Beto Brant e mostrará, pela primeira vez, o documentário "Ilú Obá De Min - Homenagem a Elza Soares, a Pérola Negra". Ao todo, serão exibidos 102 títulos no Memorial da América Latina e em outros endereços. Programação completa em festlatinosp.com.br. * QUINTA (27) Música no cinema | Ryan Gosling, de "La La Land", volta a viver um músico em busca do sucesso em "De Canção em Canção". A história dirigida por Terrente Malick também tem no elenco a atriz Natalie Portman e músicos como Iggy Pop. Veja salas e horários em guia.folha.com.br * SEXTA (28) Escola de cerveja | A feira Degusta Beer&Food lembra os corredores de bebidas de um supermercado: há dezenas de marcas e tipos de cervejas. Só que aqui dá para experimentá-las na hora e entender na prática a diferença entre uma ale e uma ipa, por exemplo. As doses custam a partir de R$ 2, cada uma. A programação inclui palestras e debates sobre a produção artesanal e aulas de como harmonizar pratos com a bebida. São Paulo Expo. Rod. dos Imigrantes, km 1,5, Água Funda, tel. 5067-1717. Qua. (26) a sáb. (29).: a partir das 16h. Ingr.: a partir de R$ 35. * SÁBADO (29) Comida no gramado | Os jardins do Museu da Casa Brasileira abrem espaço para mais de 90 pequenos produtores de comidas, bebidas e itens culinários vindos de várias partes do Brasil. A 4ª Feira do Sabor Nacional terá uma lista bem variada de comidas, incluindo hambúrgueres, pães, queijos, bolos, canolis, gins, cervejas e cafés. Uma das oficinas ensinará a preparar massas em casa. Museu da Casa Brasileira. Av. Brig. Faria Lima, 2.705, Jd. Paulistano, tel. 3032-3727. Sáb. (29) e dom.(30): 10h às 20h. Grátis. A estreia do filme "Eva Não Dorme" foi adiada de 27/7, data anunciada inicialmente, para 3/8. A mudança ocorreu na segunda-feira (25), um dia após a publicação deste roteiro. Com isso, a dica de quinta-feira foi alterada.
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Obama pede que africanos se rebelem contra 'câncer da corrupção'
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, estimulou os africanos neste domingo a rebelar-se contra "o câncer da corrupção" para ultrapassar esse obstáculo que atrasa o desenvolvimento do continente. "Na África há muitos países que sofrem este problema, e se tolera porque sempre esteve por aí", disse Obama em discurso pronunciado em um abarrotado ginásio poliesportivo de Nairobi, capital do Quênia. Segundo o presidente americano, "será preciso tomar decisões difíceis, mas o progresso requer que se enfrente os cantos mais obscuros do passado", razão pela qual líderes políticos, sociedade civil e cidadãos deverão trabalhar juntos para reverter esta situação. A luta contra a corrupção só será efetiva se houver "leis duras", mas também "um povo que se levante e diga basta", ressaltou. Apesar dos evidentes problemas por causa da corrupção, Obama louvou o governo queniano por suas iniciativas para combatê-la, como o recente relatório no qual apontava políticos de alto escalão que tinham casos pendentes de investigação. No país, terra natal de seu pai, Obama participou da abertura da sexta edição da Cúpula Global de Empreendedores e se reuniu com o presidente do país, Uhuru Kenyatta, para negociar acordos bilaterais e de segurança. No sábado, o presidente questionou a falta de direitos para os gays no continente. Obama encerrou a visita ao Quênia na tarde deste domingo (no horário local) e partiu rumo à vizinha Etiópia, outro aliado importante do Ocidente em matéria de segurança, mas muito questionado no âmbito dos direitos humanos, para se reunir com líderes locais e membros da União Africana, onde fará um discurso na próxima terça-feira.
mundo
Obama pede que africanos se rebelem contra 'câncer da corrupção'O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, estimulou os africanos neste domingo a rebelar-se contra "o câncer da corrupção" para ultrapassar esse obstáculo que atrasa o desenvolvimento do continente. "Na África há muitos países que sofrem este problema, e se tolera porque sempre esteve por aí", disse Obama em discurso pronunciado em um abarrotado ginásio poliesportivo de Nairobi, capital do Quênia. Segundo o presidente americano, "será preciso tomar decisões difíceis, mas o progresso requer que se enfrente os cantos mais obscuros do passado", razão pela qual líderes políticos, sociedade civil e cidadãos deverão trabalhar juntos para reverter esta situação. A luta contra a corrupção só será efetiva se houver "leis duras", mas também "um povo que se levante e diga basta", ressaltou. Apesar dos evidentes problemas por causa da corrupção, Obama louvou o governo queniano por suas iniciativas para combatê-la, como o recente relatório no qual apontava políticos de alto escalão que tinham casos pendentes de investigação. No país, terra natal de seu pai, Obama participou da abertura da sexta edição da Cúpula Global de Empreendedores e se reuniu com o presidente do país, Uhuru Kenyatta, para negociar acordos bilaterais e de segurança. No sábado, o presidente questionou a falta de direitos para os gays no continente. Obama encerrou a visita ao Quênia na tarde deste domingo (no horário local) e partiu rumo à vizinha Etiópia, outro aliado importante do Ocidente em matéria de segurança, mas muito questionado no âmbito dos direitos humanos, para se reunir com líderes locais e membros da União Africana, onde fará um discurso na próxima terça-feira.
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Liberdade de expressão
O hediondo atentado de Paris gerou uma onda de manifestações em defesa da liberdade de expressão, mas também de violentos protestos, como os da Chechênia e da Nigéria. Os debates sobre os limites da liberdade de expressão também têm sido intensos. E não podia ser diferente. Afinal, ela tem sido essencial para a vida democrática, o progresso da ciência e a emancipação social. Infelizmente, a discussão global não parece ter gerado análise mais consistente sobre a forma idiossincrática como a liberdade de expressão vem sendo tratada no Brasil. Um primeiro problema tem sido o emprego abusivo de medidas judiciais para censurar os meios de comunicação na divulgação de informações sobre políticos e outras pessoas que exercem função pública. Decisões como a que proibiu o jornal "O Estado de S. Paulo" de divulgar informações sobre a família Sarney têm proliferado Brasil afora, com enormes prejuízos para a cidadania. Juízes também têm sido cada vez mais generosos em declarar sigilo em processos que possam vir a causar embaraço a réus ou partes, sendo que a Constituição é mais do que clara ao estabelecer que os processos são, por regra, públicos, devendo apenas excepcionalmente transcorrer em sigilo. E o fato de um réu ser uma figura pública não pode ser utilizado como argumento, em si, para torná-lo imune ao escrutínio da imprensa. Mas a culpa não é apenas dos juízes. Os legisladores também não tomaram o devido cuidado ao redigirem o novo Código Civil, ao estabelecerem a necessidade de prévia anuência da pessoa ou de seus familiares para a divulgação de informação que lhes diga respeito, criando uma esdrúxula barreira às biografias, aos estudos historiográficos e mesmo às reportagens. Da mesma maneira, os magistrados têm atendido, de forma indiscriminada, solicitações para que informações circulantes na rede de computadores sejam suprimidas. Um primeiro desafio para nossos magistrados é estabelecer uma distinção mais clara entre a proteção devida à pessoa pública e aquela devida à pessoa privada. Tanto políticos como celebridades, sejam elas artistas ou esportistas, que optaram por realizar seus projetos de vida de forma mais exposta, não podem reivindicar o mesmo grau de proteção à imagem que os anônimos. O mesmo seja dito daqueles que, embora protegidos corporativamente, beneficiam-se do poder público e de seus recursos. Há ainda a questão dos discursos ofensivos, das mais variadas matizes. Embora não estejamos assistindo no Brasil à radicalidade dos confrontos vividos em outros países, a tensão religiosa tem aumentado e requer uma atenção especial. O importante a ponderar, no entanto, especialmente num momento dramático como o que estamos vivendo, é que as limitações à liberdade de expressão tendem, no final do dia, a prejudicar os mais vulneráveis e a fortalecer os mais poderosos, seja na política, nas relações sociais e mesmo nas familiares. Ainda que essas limitações tenham sido colocadas com o objetivo de proteger outros bens e interesses legítimos dentro de uma sociedade. Várias dessas questões aguardam uma solução do Supremo. Não são questões fáceis. Mas a construção de padrões mais claros e seguros deve nos ajudar a enfrentar a borrasca.
colunas
Liberdade de expressãoO hediondo atentado de Paris gerou uma onda de manifestações em defesa da liberdade de expressão, mas também de violentos protestos, como os da Chechênia e da Nigéria. Os debates sobre os limites da liberdade de expressão também têm sido intensos. E não podia ser diferente. Afinal, ela tem sido essencial para a vida democrática, o progresso da ciência e a emancipação social. Infelizmente, a discussão global não parece ter gerado análise mais consistente sobre a forma idiossincrática como a liberdade de expressão vem sendo tratada no Brasil. Um primeiro problema tem sido o emprego abusivo de medidas judiciais para censurar os meios de comunicação na divulgação de informações sobre políticos e outras pessoas que exercem função pública. Decisões como a que proibiu o jornal "O Estado de S. Paulo" de divulgar informações sobre a família Sarney têm proliferado Brasil afora, com enormes prejuízos para a cidadania. Juízes também têm sido cada vez mais generosos em declarar sigilo em processos que possam vir a causar embaraço a réus ou partes, sendo que a Constituição é mais do que clara ao estabelecer que os processos são, por regra, públicos, devendo apenas excepcionalmente transcorrer em sigilo. E o fato de um réu ser uma figura pública não pode ser utilizado como argumento, em si, para torná-lo imune ao escrutínio da imprensa. Mas a culpa não é apenas dos juízes. Os legisladores também não tomaram o devido cuidado ao redigirem o novo Código Civil, ao estabelecerem a necessidade de prévia anuência da pessoa ou de seus familiares para a divulgação de informação que lhes diga respeito, criando uma esdrúxula barreira às biografias, aos estudos historiográficos e mesmo às reportagens. Da mesma maneira, os magistrados têm atendido, de forma indiscriminada, solicitações para que informações circulantes na rede de computadores sejam suprimidas. Um primeiro desafio para nossos magistrados é estabelecer uma distinção mais clara entre a proteção devida à pessoa pública e aquela devida à pessoa privada. Tanto políticos como celebridades, sejam elas artistas ou esportistas, que optaram por realizar seus projetos de vida de forma mais exposta, não podem reivindicar o mesmo grau de proteção à imagem que os anônimos. O mesmo seja dito daqueles que, embora protegidos corporativamente, beneficiam-se do poder público e de seus recursos. Há ainda a questão dos discursos ofensivos, das mais variadas matizes. Embora não estejamos assistindo no Brasil à radicalidade dos confrontos vividos em outros países, a tensão religiosa tem aumentado e requer uma atenção especial. O importante a ponderar, no entanto, especialmente num momento dramático como o que estamos vivendo, é que as limitações à liberdade de expressão tendem, no final do dia, a prejudicar os mais vulneráveis e a fortalecer os mais poderosos, seja na política, nas relações sociais e mesmo nas familiares. Ainda que essas limitações tenham sido colocadas com o objetivo de proteger outros bens e interesses legítimos dentro de uma sociedade. Várias dessas questões aguardam uma solução do Supremo. Não são questões fáceis. Mas a construção de padrões mais claros e seguros deve nos ajudar a enfrentar a borrasca.
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Peça de Tennessee Williams ganha 3 versões, com casais hétero e gays
Há um quê gay que mal se contém nas peças de Tennessee Williams (1911-83). Vivendo em uma época mais opressora, contudo, o dramaturgo americano o disfarçou sob personagens femininas intensas, coadjuvantes homossexuais desajustados e algumas elipses para lá de sugestivas. "Ele era gay e tinha uma empatia especial com as mulheres nos seus textos. Resolvemos trabalhar com essa conjectura", diz o diretor de teatro Leonardo Medeiros, também conhecido pelo trabalho em cinema e televisão. Trabalhar com essa conjectura significa encenar três versões para um mesmo texto de Williams: uma protagonizada por um casal de personagens héteros (como no original), uma por um casal gay e outra por um casal de lésbicas. "As Palavras da Chuva" (hétero) e "Chuva G" (gay) já estavam em cartaz. "Chuva L" (lésbica) estreia neste domingo (1º), no horário entre elas. Em comum entre os três espetáculos, quase tudo: texto (uma peça de um ato só), cenografia, marcação dos intérpretes etc. Mudam os atores. E o resultado cênico, é claro. "As medidas de interpretação é que mudam", afirma o diretor do Teatro da Rotina. "Quando o texto da personagem feminina é passado para um ator homem, ele ganha uma eloquência que é uma libertação de gênero." Da mesma forma, ele afirma, quando é uma atriz que assume o papel originalmente escrito para uma interpretação masculina, o personagem "perde agressividade". Em cena, o casal da vez alucina, dialoga sobre o peso da solidão, devaneia sobre as impossibilidades do amor e, sobretudo, se molha no pequeno palco, todo encharcado –água é o tema simbólico sobre o qual se desenvolve o texto. "A peça gira em torno dos significados psicanalíticos da água –o amor, o sexo– e todas as suas acepções: a água de beber, da chuva, parada." 'AS PALAVRAS DA CHUVA', 'CHUVA L' e 'CHUVA G' QUANDO dom., às 18h ("As Palavras da Chuva"), às 20h ("Chuva L") e às 22h ("Chuva G") ONDE Teatro da Rotina, r. Augusta, 912, tel. (11) 95489-9836 QUANTO R$ 30 (cada versão) CLASSIFICAÇÃO 16 anos
ilustrada
Peça de Tennessee Williams ganha 3 versões, com casais hétero e gaysHá um quê gay que mal se contém nas peças de Tennessee Williams (1911-83). Vivendo em uma época mais opressora, contudo, o dramaturgo americano o disfarçou sob personagens femininas intensas, coadjuvantes homossexuais desajustados e algumas elipses para lá de sugestivas. "Ele era gay e tinha uma empatia especial com as mulheres nos seus textos. Resolvemos trabalhar com essa conjectura", diz o diretor de teatro Leonardo Medeiros, também conhecido pelo trabalho em cinema e televisão. Trabalhar com essa conjectura significa encenar três versões para um mesmo texto de Williams: uma protagonizada por um casal de personagens héteros (como no original), uma por um casal gay e outra por um casal de lésbicas. "As Palavras da Chuva" (hétero) e "Chuva G" (gay) já estavam em cartaz. "Chuva L" (lésbica) estreia neste domingo (1º), no horário entre elas. Em comum entre os três espetáculos, quase tudo: texto (uma peça de um ato só), cenografia, marcação dos intérpretes etc. Mudam os atores. E o resultado cênico, é claro. "As medidas de interpretação é que mudam", afirma o diretor do Teatro da Rotina. "Quando o texto da personagem feminina é passado para um ator homem, ele ganha uma eloquência que é uma libertação de gênero." Da mesma forma, ele afirma, quando é uma atriz que assume o papel originalmente escrito para uma interpretação masculina, o personagem "perde agressividade". Em cena, o casal da vez alucina, dialoga sobre o peso da solidão, devaneia sobre as impossibilidades do amor e, sobretudo, se molha no pequeno palco, todo encharcado –água é o tema simbólico sobre o qual se desenvolve o texto. "A peça gira em torno dos significados psicanalíticos da água –o amor, o sexo– e todas as suas acepções: a água de beber, da chuva, parada." 'AS PALAVRAS DA CHUVA', 'CHUVA L' e 'CHUVA G' QUANDO dom., às 18h ("As Palavras da Chuva"), às 20h ("Chuva L") e às 22h ("Chuva G") ONDE Teatro da Rotina, r. Augusta, 912, tel. (11) 95489-9836 QUANTO R$ 30 (cada versão) CLASSIFICAÇÃO 16 anos
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Retração do PIB no 3° trimestre deve ser menor, mas recuperação está longe
A crise econômica vai se aprofundar e o "fundo do poço" só deve ser atingido entre o terceiro e o quarto trimestre. Essa é a avaliação de economistas ouvidos pela Folha com base na análise de indicadores antecedentes da atividade econômica já conhecidos. A principal razão é que boa parte dos eventos que abalaram a confiança de empresários e consumidores na economia, como a redução da meta fiscal e a disparada do dólar, ocorreram no final do primeiro semestre. Os efeitos da crise no mercado de trabalho continuam e as demissões devem aumentar, afetando o consumo das famílias e o desempenho do setor de serviços. LONGE DO FUNDO DO POÇO - Indicadores sugerem continuidade da contração na economia no 3º trimestre (Variação % em julho ante junho, com ajuste sazonal) O principal indicador do pessimismo é o nível de confiança da indústria, medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Depois de cair 4,9% em junho e subir 1,5% em julho, o indicador voltou a recuar 1,6% em agosto. O dado mais recente sinaliza que a recuperação de julho foi apenas um ponto fora da curva. "Enquanto a confiança não melhorar, não tem recuperação", diz Felipe Salles, economista do Itaú Unibanco. "A melhora depende da estabilização da crise política e dos frutos dos ajustes na economia", disse Rodolfo Margato, do Santander. Um dos motivos do mau humor empresarial é a dificuldade de vender os estoques, o que impede a retomada da produção. Em agosto, 21,3% das empresas relataram ter estoques excessivos; em julho, eram 18,7%. Alguns indicadores de julho chegaram a sugerir que a atividade pudesse estar estabilizando. O IBC-BR, prévia do PIB divulgado pelo BC, subiu 0,2% em julho, em relação a junho. E o consumo de energia, medido pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), avançou 0,4%. O efeito, porém, se dissipou conforme saíram dados sobre a venda de papelão ondulado, tráfego nas rodovias e licenciamento de veículos. Para os economistas, a tendência é que a retração perca força nos próximos trimestre devido à base fraca de comparação. As projeções apontam queda perto de 0,4% do PIB no terceiro trimestre, em relação ao segundo. "A retração continua, mas em magnitude menor", disse Silvia Matos, do Ibre/FGV. Para Sergio Vale, da MB Associados, o ritmo menos intenso pode dar uma falsa sensação de melhora, mas o consumo será freado pela queda na renda e no desemprego.
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Retração do PIB no 3° trimestre deve ser menor, mas recuperação está longeA crise econômica vai se aprofundar e o "fundo do poço" só deve ser atingido entre o terceiro e o quarto trimestre. Essa é a avaliação de economistas ouvidos pela Folha com base na análise de indicadores antecedentes da atividade econômica já conhecidos. A principal razão é que boa parte dos eventos que abalaram a confiança de empresários e consumidores na economia, como a redução da meta fiscal e a disparada do dólar, ocorreram no final do primeiro semestre. Os efeitos da crise no mercado de trabalho continuam e as demissões devem aumentar, afetando o consumo das famílias e o desempenho do setor de serviços. LONGE DO FUNDO DO POÇO - Indicadores sugerem continuidade da contração na economia no 3º trimestre (Variação % em julho ante junho, com ajuste sazonal) O principal indicador do pessimismo é o nível de confiança da indústria, medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Depois de cair 4,9% em junho e subir 1,5% em julho, o indicador voltou a recuar 1,6% em agosto. O dado mais recente sinaliza que a recuperação de julho foi apenas um ponto fora da curva. "Enquanto a confiança não melhorar, não tem recuperação", diz Felipe Salles, economista do Itaú Unibanco. "A melhora depende da estabilização da crise política e dos frutos dos ajustes na economia", disse Rodolfo Margato, do Santander. Um dos motivos do mau humor empresarial é a dificuldade de vender os estoques, o que impede a retomada da produção. Em agosto, 21,3% das empresas relataram ter estoques excessivos; em julho, eram 18,7%. Alguns indicadores de julho chegaram a sugerir que a atividade pudesse estar estabilizando. O IBC-BR, prévia do PIB divulgado pelo BC, subiu 0,2% em julho, em relação a junho. E o consumo de energia, medido pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), avançou 0,4%. O efeito, porém, se dissipou conforme saíram dados sobre a venda de papelão ondulado, tráfego nas rodovias e licenciamento de veículos. Para os economistas, a tendência é que a retração perca força nos próximos trimestre devido à base fraca de comparação. As projeções apontam queda perto de 0,4% do PIB no terceiro trimestre, em relação ao segundo. "A retração continua, mas em magnitude menor", disse Silvia Matos, do Ibre/FGV. Para Sergio Vale, da MB Associados, o ritmo menos intenso pode dar uma falsa sensação de melhora, mas o consumo será freado pela queda na renda e no desemprego.
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Ombudsman vê árvores e esquece a floresta, diz editor de 'Esporte'
Paula Cesarino Costa está entre as melhores jornalistas desta Folha e é um privilégio tê-la como ombudsman. Suas observações nos boletins diários para a Redação foram úteis para ajustes da cobertura da Olimpíada. Dito isso, chama a atenção a superficialidade com que avaliou a atuação da Folha nos Jogos em sua coluna do último domingo (21). Erros foram cometidos e merecem ser discutidos, mas a abordagem jornalística do maior evento esportivo já sediado pelo Brasil deveria ser vista como um todo, não em fragmentos, que a levaram a conclusões equivocadas. Em vez de avaliar a floresta, a ombudsman preferiu mirar uma árvore aqui, outra ali. Ela menciona referências sexistas da imprensa esportiva, que poderiam ser observadas "até na Folha". Dá como exemplo uma frase sobre a nadadora Katinka Hosszu: "A nova fase fez brotar uma Katinka mais forte, quase masculinizada, porém letal". Foi, reconheço, um trecho infeliz. Dez dias depois, em uma página bem-humorada com os mais belos atletas do evento, foram destacados 12 homens e nove mulheres. Terá sido um arroubo feminista? Não. Nem o texto sobre a nadadora nem a página especial permitem conclusões tão categóricas. De modo geral, prevaleceu o equilíbrio. A ombudsman também aponta a ausência de textos analíticos baseados em agregação de dados. Que os leitores permitam uma obviedade: só é possível analisar dados de modo definitivo quando eles estão prontos para serem analisados. Antes disso, seria uma leviandade. Na reta final dos Jogos, com consolidação de marcas e recordes, análises detalhadas foram, sim, publicadas. A ombudsman também se queixou de que o jornal "pouco mostrou da festa da cidade além das arenas". No início da Olimpíada, reportagens com esse viés ganharam mais visibilidade no site do que na versão impressa. Ao longo dos Jogos, contudo, a movimentação em Copacabana e na Lapa, entre outras áreas, tomaram as páginas do caderno olímpico. Nesses lugares, como a Folha mostrou, cariocas e turistas curtiram o clima positivo dos Jogos, o que nos leva ao último ponto. A ombudsman identificou um tom mal-humorado na cobertura, que não condiz com a realidade. Em grandes eventos, como Olimpíada e Copa do Mundo, o ufanismo da maior parte das TVs brasileiras se exacerba. O entretenimento ocupa o espaço do jornalismo. Nesses períodos, a cobertura da Folha destoa ainda mais da concorrência pelo espírito crítico e pela independência. Essa sobriedade, contudo, não deve ser confundida com pessimismo. Sob rigor jornalístico, pontos positivos foram contemplados do início ao fim dos Jogos. Na seara urbana, a eficiência do novo sistema de transporte do Rio e o novo Boulevard ganharam destaque, entre outras histórias. Na esfera esportiva, os feitos dos medalhistas brasileiros receberam ampla cobertura em reportagens, análises, fotos e infografias. Havia uma floresta a ser vista...
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Ombudsman vê árvores e esquece a floresta, diz editor de 'Esporte'Paula Cesarino Costa está entre as melhores jornalistas desta Folha e é um privilégio tê-la como ombudsman. Suas observações nos boletins diários para a Redação foram úteis para ajustes da cobertura da Olimpíada. Dito isso, chama a atenção a superficialidade com que avaliou a atuação da Folha nos Jogos em sua coluna do último domingo (21). Erros foram cometidos e merecem ser discutidos, mas a abordagem jornalística do maior evento esportivo já sediado pelo Brasil deveria ser vista como um todo, não em fragmentos, que a levaram a conclusões equivocadas. Em vez de avaliar a floresta, a ombudsman preferiu mirar uma árvore aqui, outra ali. Ela menciona referências sexistas da imprensa esportiva, que poderiam ser observadas "até na Folha". Dá como exemplo uma frase sobre a nadadora Katinka Hosszu: "A nova fase fez brotar uma Katinka mais forte, quase masculinizada, porém letal". Foi, reconheço, um trecho infeliz. Dez dias depois, em uma página bem-humorada com os mais belos atletas do evento, foram destacados 12 homens e nove mulheres. Terá sido um arroubo feminista? Não. Nem o texto sobre a nadadora nem a página especial permitem conclusões tão categóricas. De modo geral, prevaleceu o equilíbrio. A ombudsman também aponta a ausência de textos analíticos baseados em agregação de dados. Que os leitores permitam uma obviedade: só é possível analisar dados de modo definitivo quando eles estão prontos para serem analisados. Antes disso, seria uma leviandade. Na reta final dos Jogos, com consolidação de marcas e recordes, análises detalhadas foram, sim, publicadas. A ombudsman também se queixou de que o jornal "pouco mostrou da festa da cidade além das arenas". No início da Olimpíada, reportagens com esse viés ganharam mais visibilidade no site do que na versão impressa. Ao longo dos Jogos, contudo, a movimentação em Copacabana e na Lapa, entre outras áreas, tomaram as páginas do caderno olímpico. Nesses lugares, como a Folha mostrou, cariocas e turistas curtiram o clima positivo dos Jogos, o que nos leva ao último ponto. A ombudsman identificou um tom mal-humorado na cobertura, que não condiz com a realidade. Em grandes eventos, como Olimpíada e Copa do Mundo, o ufanismo da maior parte das TVs brasileiras se exacerba. O entretenimento ocupa o espaço do jornalismo. Nesses períodos, a cobertura da Folha destoa ainda mais da concorrência pelo espírito crítico e pela independência. Essa sobriedade, contudo, não deve ser confundida com pessimismo. Sob rigor jornalístico, pontos positivos foram contemplados do início ao fim dos Jogos. Na seara urbana, a eficiência do novo sistema de transporte do Rio e o novo Boulevard ganharam destaque, entre outras histórias. Na esfera esportiva, os feitos dos medalhistas brasileiros receberam ampla cobertura em reportagens, análises, fotos e infografias. Havia uma floresta a ser vista...
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Vídeo: Use a portabilidade para mudar de previdência com custo alto
Em vídeo para o "Folhainvest", o professor da FGV e colunista da Folha Samy Dana orienta leitora que pede avaliação se o fundo de previdência privada que mantém com taxa de administração de 3% ao ano é boa alternativa para os R$ 115 mil que lá estão aplicados. A aplicação do fundo é 15% em renda variável e o restante em renda fixa e o regime de tributação é a tabela regressiva. O economista destaca que a taxa cobrada é muito alta e que é possível fazer portabilidade de fundos de previdência privada. Ele recomenda que a leitora faça uma pesquisa em busca de produtos com melhores condições para fazer a portabilidade, mantendo os benefícios tributários. O vídeo completo está disponível abaixo: Veja vídeo
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Vídeo: Use a portabilidade para mudar de previdência com custo altoEm vídeo para o "Folhainvest", o professor da FGV e colunista da Folha Samy Dana orienta leitora que pede avaliação se o fundo de previdência privada que mantém com taxa de administração de 3% ao ano é boa alternativa para os R$ 115 mil que lá estão aplicados. A aplicação do fundo é 15% em renda variável e o restante em renda fixa e o regime de tributação é a tabela regressiva. O economista destaca que a taxa cobrada é muito alta e que é possível fazer portabilidade de fundos de previdência privada. Ele recomenda que a leitora faça uma pesquisa em busca de produtos com melhores condições para fazer a portabilidade, mantendo os benefícios tributários. O vídeo completo está disponível abaixo: Veja vídeo
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Santos já admite interesse em volta de Ganso ao clube
Na briga por uma vaga na Libertadores, o Santos já admite o interesse em contratar Paulo Henrique Ganso para o próximo ano. "Querer não é poder", diz o presidente do alvinegro, Modesto Roma Jr. "A temporada de caça ao Ganso só começa em 6 de dezembro", desconversa o dirigente. Dia 6 de dezembro é quando termina o Campeonato Brasileiro. Pode ser antes, mas certamente nesta data, o Santos saberá se terá ou não a vaga no torneio sul-americano. Os quatro primeiros colocados do Brasileiro disputam a Libertadores. O clube paulista pode conquistar a vaga via Copa do Brasil, se for campeão do torneio. Estar na Libertadores é fundamental para saber se Ganso é ou não prioridade para o clube. Não houve nenhuma conversa oficial ainda com o time tricolor, mas estima-se que o pedido do São Paulo por sua parte no jogador, 32%, será de cerca de R$ 20 milhões. Foi esse o valor pedido pela equipe nas últimas sondagens, por outros clubes. "Muito dinheiro. Como arranjar isso? Não tenho", completa o presidente. "Se decidirmos, no dia 6, que vamos realmente atrás, a primeira coisa será procurar o presidente do São Paulo", finaliza. Mesmo dizendo que ainda não está "na caça ao Ganso", Roma Jr. já articula nos bastidores para ter o meia. Em Salvador para ver o jogo da seleção brasileira contra o Peru, se encontrará com o empresário do atleta, Giuseppe Dioguardi, o Pepinho. Quem também tenta ajudar no investimento é a DIS, do grupo Sonda, quem tem os outros 68% de Paulo Henrique.
esporte
Santos já admite interesse em volta de Ganso ao clubeNa briga por uma vaga na Libertadores, o Santos já admite o interesse em contratar Paulo Henrique Ganso para o próximo ano. "Querer não é poder", diz o presidente do alvinegro, Modesto Roma Jr. "A temporada de caça ao Ganso só começa em 6 de dezembro", desconversa o dirigente. Dia 6 de dezembro é quando termina o Campeonato Brasileiro. Pode ser antes, mas certamente nesta data, o Santos saberá se terá ou não a vaga no torneio sul-americano. Os quatro primeiros colocados do Brasileiro disputam a Libertadores. O clube paulista pode conquistar a vaga via Copa do Brasil, se for campeão do torneio. Estar na Libertadores é fundamental para saber se Ganso é ou não prioridade para o clube. Não houve nenhuma conversa oficial ainda com o time tricolor, mas estima-se que o pedido do São Paulo por sua parte no jogador, 32%, será de cerca de R$ 20 milhões. Foi esse o valor pedido pela equipe nas últimas sondagens, por outros clubes. "Muito dinheiro. Como arranjar isso? Não tenho", completa o presidente. "Se decidirmos, no dia 6, que vamos realmente atrás, a primeira coisa será procurar o presidente do São Paulo", finaliza. Mesmo dizendo que ainda não está "na caça ao Ganso", Roma Jr. já articula nos bastidores para ter o meia. Em Salvador para ver o jogo da seleção brasileira contra o Peru, se encontrará com o empresário do atleta, Giuseppe Dioguardi, o Pepinho. Quem também tenta ajudar no investimento é a DIS, do grupo Sonda, quem tem os outros 68% de Paulo Henrique.
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Busca por moedas faz colecionador ter até conflito familiar
Assim que a mãe ou a irmã chegam em casa, Rafael Bezerra, 11, pede para ver o troco que receberam durante o dia. Ele busca moedas bem conservadas para incluir no seu álbum, que tem espaço para um exemplar de cada uma das moedas cunhadas desde o lançamento do Plano Real, em 1994. Seu tio, motorista de ônibus, também contribui com a coleção, e Rafael às vezes pede para comerciantes que trabalham perto de sua casa verificarem as moedas que receberam no dia. Alguns se entusiasmam com a tarefa, outros, não. "Parte dos vendedores não quer conversa, fala que não tem moedas ou que não quer procurar", conta. Tesouro perdido Embora pareça inocente, a cobiça pelo vil metal já causou brigas familiares. Certa vez, precisando de trocado para a passagem de ônibus, a mãe usou inadvertidamente uma das moedas de Rafael –episódio que levou tempo para ser superado pelo garoto. Entre as moedas que possui, a favorita de Rafael é a de R$ 1 lançada em 1994, feita de aço inoxidável. Nascido em 2004, ele ainda não era vivo quando, em 23 de dezembro de 2003, a moeda saiu oficialmente de circulação —a única de real a não ter mais valor como meio circulante. Outras moedas que despertam a curiosidade de Rafael são as de R$ 0,01. Desde 2004, último ano em que foram produzidas, é raro receber uma delas como troco, até mesmo em lojas de R$ 1,99. Para completar o álbum, faltam a Rafael 24 das mais de 120 moedas lançadas desde o início de vigência do real. A mais desejada é, claro, a mais rara: um exemplar de R$ 1 de 1998 em homenagem à Declaração Universal dos Direitos Humanos, vendida por até R$ 200. Por causa do preço no mercado, Rafael nem cogita comprá-la. Ainda assim, tem esperança de que, um dia, um familiar ou um comerciante simpático lhe forneçam o tesouro.
mercado
Busca por moedas faz colecionador ter até conflito familiarAssim que a mãe ou a irmã chegam em casa, Rafael Bezerra, 11, pede para ver o troco que receberam durante o dia. Ele busca moedas bem conservadas para incluir no seu álbum, que tem espaço para um exemplar de cada uma das moedas cunhadas desde o lançamento do Plano Real, em 1994. Seu tio, motorista de ônibus, também contribui com a coleção, e Rafael às vezes pede para comerciantes que trabalham perto de sua casa verificarem as moedas que receberam no dia. Alguns se entusiasmam com a tarefa, outros, não. "Parte dos vendedores não quer conversa, fala que não tem moedas ou que não quer procurar", conta. Tesouro perdido Embora pareça inocente, a cobiça pelo vil metal já causou brigas familiares. Certa vez, precisando de trocado para a passagem de ônibus, a mãe usou inadvertidamente uma das moedas de Rafael –episódio que levou tempo para ser superado pelo garoto. Entre as moedas que possui, a favorita de Rafael é a de R$ 1 lançada em 1994, feita de aço inoxidável. Nascido em 2004, ele ainda não era vivo quando, em 23 de dezembro de 2003, a moeda saiu oficialmente de circulação —a única de real a não ter mais valor como meio circulante. Outras moedas que despertam a curiosidade de Rafael são as de R$ 0,01. Desde 2004, último ano em que foram produzidas, é raro receber uma delas como troco, até mesmo em lojas de R$ 1,99. Para completar o álbum, faltam a Rafael 24 das mais de 120 moedas lançadas desde o início de vigência do real. A mais desejada é, claro, a mais rara: um exemplar de R$ 1 de 1998 em homenagem à Declaração Universal dos Direitos Humanos, vendida por até R$ 200. Por causa do preço no mercado, Rafael nem cogita comprá-la. Ainda assim, tem esperança de que, um dia, um familiar ou um comerciante simpático lhe forneçam o tesouro.
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Troca de recém-nascidos em hospital assusta pais em São Paulo
Dois bebês foram trocados no Hospital e Maternidade Santa Joana, na região central de São Paulo, na última quarta-feira (29). Por volta das 18h, Ana Paula Silveira, 23, foi levada para o quarto do hospital após dar à luz Alice. Funcionários disseram que a bebê deveria ser entregue à família em sequência, o que não aconteceu. Incomodado com a demora, Victor Hugo Paulino, 25, pai da recém-nascida, foi até o berçário. Lá, ele afirma ter visto a filha em um berço com o nome de outro bebê. "Mas o pessoal do berçário me tranquilizou dizendo que quando uma criança nasce, ela recebe a pulseira de identificação, que é trocada ou retirada somente na frente da mãe", disse. Segundo Paulino, Alice foi identificada corretamente com o nome da mãe na pulseira logo após o parto. Enfermeiros levaram a recém-nascida para o quarto somente às 20h, duas horas depois do previsto. A criança estava com a pulseira indicando Ana Paula como sua mãe, e vestida nas roupas entregues pela família. Porém, por causa da demora e do nome errado no berço da maternidade, os pais pediram para que a enfermeira tirasse a fralda do bebê. "Quando ela fez isso, a gente viu que era um menino", conta Paulino. O garoto, entregue pelo hospital para Ana Paula, era da mãe que estava internada no quarto em frente ao dela. Antes mesmo da entrega das crianças, as famílias já imaginavam algum problema na identificação. Segundo Paulino, a madrinha do outro bebê disse que, no berçário, o recém-nascido identificado como seu afilhado não parecia com a criança que ela viu nascer. "Já estávamos desconfiados [da possível troca dos bebês]. O pessoal do hospital ficou perdido. Fomos nós que descobrimos tudo e fizemos a destroca", relata Paulino. Segundo ele, logo que a troca foi percebida, a chefe de enfermagem do hospital explicou que provavelmente houve um erro humano, que começou com a troca dos prontuários –invertidos no berçário. "O mais grave é que trocaram as pulseiras dos bebês. Quando a Alice nasceu, eu vi a pulseira dela e estava tudo certo. Porém, o menino que foi entregue para nós estava com a pulseira com o nome da Ana Paula [mãe de Alice]". Agora os bebês já estão com as mães, mas um exame de DNA deverá ser feito nos próximos dias. O Hospital e Maternidade Santa Joana informou, por meio de nota, que instalou um comitê interno para acompanhar a apuração dos fatos relatados. O hospital também afirma que conta com tecnologia avançada de controle neonatal e materno.
cotidiano
Troca de recém-nascidos em hospital assusta pais em São PauloDois bebês foram trocados no Hospital e Maternidade Santa Joana, na região central de São Paulo, na última quarta-feira (29). Por volta das 18h, Ana Paula Silveira, 23, foi levada para o quarto do hospital após dar à luz Alice. Funcionários disseram que a bebê deveria ser entregue à família em sequência, o que não aconteceu. Incomodado com a demora, Victor Hugo Paulino, 25, pai da recém-nascida, foi até o berçário. Lá, ele afirma ter visto a filha em um berço com o nome de outro bebê. "Mas o pessoal do berçário me tranquilizou dizendo que quando uma criança nasce, ela recebe a pulseira de identificação, que é trocada ou retirada somente na frente da mãe", disse. Segundo Paulino, Alice foi identificada corretamente com o nome da mãe na pulseira logo após o parto. Enfermeiros levaram a recém-nascida para o quarto somente às 20h, duas horas depois do previsto. A criança estava com a pulseira indicando Ana Paula como sua mãe, e vestida nas roupas entregues pela família. Porém, por causa da demora e do nome errado no berço da maternidade, os pais pediram para que a enfermeira tirasse a fralda do bebê. "Quando ela fez isso, a gente viu que era um menino", conta Paulino. O garoto, entregue pelo hospital para Ana Paula, era da mãe que estava internada no quarto em frente ao dela. Antes mesmo da entrega das crianças, as famílias já imaginavam algum problema na identificação. Segundo Paulino, a madrinha do outro bebê disse que, no berçário, o recém-nascido identificado como seu afilhado não parecia com a criança que ela viu nascer. "Já estávamos desconfiados [da possível troca dos bebês]. O pessoal do hospital ficou perdido. Fomos nós que descobrimos tudo e fizemos a destroca", relata Paulino. Segundo ele, logo que a troca foi percebida, a chefe de enfermagem do hospital explicou que provavelmente houve um erro humano, que começou com a troca dos prontuários –invertidos no berçário. "O mais grave é que trocaram as pulseiras dos bebês. Quando a Alice nasceu, eu vi a pulseira dela e estava tudo certo. Porém, o menino que foi entregue para nós estava com a pulseira com o nome da Ana Paula [mãe de Alice]". Agora os bebês já estão com as mães, mas um exame de DNA deverá ser feito nos próximos dias. O Hospital e Maternidade Santa Joana informou, por meio de nota, que instalou um comitê interno para acompanhar a apuração dos fatos relatados. O hospital também afirma que conta com tecnologia avançada de controle neonatal e materno.
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Primeiro deputado a votar, Abel Galinha promete 'surpresa' a eleitores
Primeiro deputado a votar, no próximo domingo (17), sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara, Abel Galinha (DEM-RR) sabe que os holofotes estarão todos sobre ele e disse que prepara uma "surpresa para o povo de Roraima" nos seus dez segundos ao microfone. A surpresa não dever ser sobre seu voto, anunciado há menos de um mês nas redes sociais –favorável ao afastamento de Dilma– mas sobre o que falará na abertura da votação. "É um momento histórico que o Brasil está atravessando e eu tive o privilégio de ser de Roraima e ter esse nome", disse o deputado, que está em seu primeiro mandato na Câmara. Abel Mesquita Jr., conhecido como Abel Galinha, será o primeiro porque seu Estado, Roraima, será o primeiro a votar. Dentro do bloco de cada Estado, a ordem é alfabética. Por coincidência, ele seria o primeiro nome de 513 a ser chamado ao microfone mesmo se a ordem de toda a votação fosse alfabética –algo que foi cogitado por alguns parlamentares. O deputado por Roraima é dono de uma grande rede de postos de gasolina em seu Estado que leva seu nome. Na Câmara, é membro da Comissão Especial para Regulamentação de Postos de Combustíveis e da CPI da Funai e do Incra, entre outras. Segundo o Portal da Transparência, sua rede de postos recebeu R$ 1,2 milhão do governo federal no último ano. Deste total, os maiores valores vieram da Polícia Federal (R$ 262 mil), do Ministério da Agricultura (R$ 257 mil) e da Funai (R$ 244 mil). Começou na vida política em 2012 "a convite", segundo ele, quando concorreu e venceu a eleição para vereador em Roraima. Abel Galinha foi eleito deputado federal pelo PDT em 2014, passou pelo PMB e se filiou ao DEM no mês passado. O parlamentar justifica seu voto dizendo que Dilma cometeu "várias irregularidades". "E o povo não pode estar pagando pelas irregularidades das outras pessoas. O povo tem que ser contemplado com a Justiça." Pela ordem, o último a votar será o deputado Ronaldo Lessa (PDT-AL), que ainda não declarou seu voto. Pelo levantamento da Folha, o placar já atingiu o mínimo de 342 votos necessários para a aprovação do pedido de impeachment. PLACAR DO IMPEACHMENT NA CÂMARA ORDEM POLÊMICA A ordem de votação tem sido contestada pelos governistas, que chegaram a levar a questão ao STF (Supremo Tribunal Federal). Diante da pressão, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alterou a ordem de votação anunciada na última quarta (13), e divulgou que seguiria a ordem Norte-Sul, alternada por Estados. O peemedebista, no entanto, ainda deixou a região Nordeste, onde Dilma Rousseff tem mais apoio, por último. Pela nova ordem, depois de Roraima, virá o Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Isso ocorre porque, segundo o entendimento de Cunha sobre o regimento, devem ser chamados um Estado do Norte e do Sul e depois vice-versa (Sul e Norte). A maioria do STF validou, na noite de quinta (14), a ordem de votação determinada por Cunha. Quando se esgotarem os três Estados do Sul, seguirão alternando os do Norte com os do Centro-Oeste, e depois com os do Sudeste. Os Estados do Nordeste entrariam por último, seguindo os do Norte no revezamento. Isso fará com que os cinco últimos Estados sejam do Nordeste: Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas. Segundo levantamento da Folha, nestes cinco, 26 dos 93 votos (28%) são contrários ao impeachment –índice bem maior do que em outras regiões. A Bahia é o que tem cenário mais favorável a Dilma: 16 dos 39 votos (41%) são contra o afastamento e 14 a favor. Nos três Estados da região Sul, ao contrário, 75% dos 77 votos são a favor do impeachment. A ordem da votação importa porque o placar parcial no domingo pode representar uma pressão de última hora sobre os ainda indecisos. Para os governistas, Cunha quer criar uma "onda" favorável ao impeachment durante a votação. Na nova ordem, também se concentram mais deputados indecisos nos cinco últimos Estados do que nos seis primeiros. No entendimento dos governistas, a ordem deveria ser Norte-Sul, mas os Estados do Sul devem ser os últimos, numa ordem geográfica que desce do Norte e Nordeste em direção ao Sul.
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Primeiro deputado a votar, Abel Galinha promete 'surpresa' a eleitoresPrimeiro deputado a votar, no próximo domingo (17), sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara, Abel Galinha (DEM-RR) sabe que os holofotes estarão todos sobre ele e disse que prepara uma "surpresa para o povo de Roraima" nos seus dez segundos ao microfone. A surpresa não dever ser sobre seu voto, anunciado há menos de um mês nas redes sociais –favorável ao afastamento de Dilma– mas sobre o que falará na abertura da votação. "É um momento histórico que o Brasil está atravessando e eu tive o privilégio de ser de Roraima e ter esse nome", disse o deputado, que está em seu primeiro mandato na Câmara. Abel Mesquita Jr., conhecido como Abel Galinha, será o primeiro porque seu Estado, Roraima, será o primeiro a votar. Dentro do bloco de cada Estado, a ordem é alfabética. Por coincidência, ele seria o primeiro nome de 513 a ser chamado ao microfone mesmo se a ordem de toda a votação fosse alfabética –algo que foi cogitado por alguns parlamentares. O deputado por Roraima é dono de uma grande rede de postos de gasolina em seu Estado que leva seu nome. Na Câmara, é membro da Comissão Especial para Regulamentação de Postos de Combustíveis e da CPI da Funai e do Incra, entre outras. Segundo o Portal da Transparência, sua rede de postos recebeu R$ 1,2 milhão do governo federal no último ano. Deste total, os maiores valores vieram da Polícia Federal (R$ 262 mil), do Ministério da Agricultura (R$ 257 mil) e da Funai (R$ 244 mil). Começou na vida política em 2012 "a convite", segundo ele, quando concorreu e venceu a eleição para vereador em Roraima. Abel Galinha foi eleito deputado federal pelo PDT em 2014, passou pelo PMB e se filiou ao DEM no mês passado. O parlamentar justifica seu voto dizendo que Dilma cometeu "várias irregularidades". "E o povo não pode estar pagando pelas irregularidades das outras pessoas. O povo tem que ser contemplado com a Justiça." Pela ordem, o último a votar será o deputado Ronaldo Lessa (PDT-AL), que ainda não declarou seu voto. Pelo levantamento da Folha, o placar já atingiu o mínimo de 342 votos necessários para a aprovação do pedido de impeachment. PLACAR DO IMPEACHMENT NA CÂMARA ORDEM POLÊMICA A ordem de votação tem sido contestada pelos governistas, que chegaram a levar a questão ao STF (Supremo Tribunal Federal). Diante da pressão, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alterou a ordem de votação anunciada na última quarta (13), e divulgou que seguiria a ordem Norte-Sul, alternada por Estados. O peemedebista, no entanto, ainda deixou a região Nordeste, onde Dilma Rousseff tem mais apoio, por último. Pela nova ordem, depois de Roraima, virá o Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Isso ocorre porque, segundo o entendimento de Cunha sobre o regimento, devem ser chamados um Estado do Norte e do Sul e depois vice-versa (Sul e Norte). A maioria do STF validou, na noite de quinta (14), a ordem de votação determinada por Cunha. Quando se esgotarem os três Estados do Sul, seguirão alternando os do Norte com os do Centro-Oeste, e depois com os do Sudeste. Os Estados do Nordeste entrariam por último, seguindo os do Norte no revezamento. Isso fará com que os cinco últimos Estados sejam do Nordeste: Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas. Segundo levantamento da Folha, nestes cinco, 26 dos 93 votos (28%) são contrários ao impeachment –índice bem maior do que em outras regiões. A Bahia é o que tem cenário mais favorável a Dilma: 16 dos 39 votos (41%) são contra o afastamento e 14 a favor. Nos três Estados da região Sul, ao contrário, 75% dos 77 votos são a favor do impeachment. A ordem da votação importa porque o placar parcial no domingo pode representar uma pressão de última hora sobre os ainda indecisos. Para os governistas, Cunha quer criar uma "onda" favorável ao impeachment durante a votação. Na nova ordem, também se concentram mais deputados indecisos nos cinco últimos Estados do que nos seis primeiros. No entendimento dos governistas, a ordem deveria ser Norte-Sul, mas os Estados do Sul devem ser os últimos, numa ordem geográfica que desce do Norte e Nordeste em direção ao Sul.
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Temer vai propor aumento de tributo sobre gasolina para ajustar contas
Em sua estratégia de colocar seu partido, o PMDB, na linha de frente das negociações para encontrar saídas para a crise econômica, o vice-presidente Michel Temer vai propor nesta terça-feira (08) a governadores peemedebistas o aumento da Cide (tributado cobrado sobre a venda de combustíveis) sobre gasolina para gerar recursos para os cofres da União e dos Estados. A proposta de Temer, feita a partir de sugestão do ex-ministro Delfim Netto, pode gerar uma receita adicional de R$ 14 bilhões, sendo R$ 11 bilhões para o governo federal e R$ 3 bilhões para Estados e municípios. A expectativa do vice é encontrar formas de eliminar o deficit primário de R$ 30,5 bilhões previsto no Orçamento de 2016 enviado pelo governo ao Congresso. O tema será debatido em jantar agendado para hoje à noite no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência, com a participação dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e dos governadores do PMDB. A ideia já vinha sendo discutida internamente pelo Palácio do Planalto e o aumento da Cide recairia apenas sobre a gasolina, não sendo elevada no caso do diesel. Motivo: reduzir o impacto inflacionário da elevação do tributo. Atingindo apenas a gasolina, a medida elevaria a inflação em cerca de um ponto percentual. Este é o principal entrave para a adoção da medida, que teria validade a partir do próximo ano. Ficaria mais difícil a meta do Banco Central de fazer a inflação convergir para o centro da meta, de 4,5%, em dezembro do próximo ano. Arrecadação - Em R$ bilhões PREOCUPAÇÃO A atuação do vice-presidente diante de setores do PMDB, por sinal, tem preocupado o Palácio do Planalto que, nos últimos dias, viu crescer entre os principais auxiliares de Dilma Rousseff o temor de desembarque do governo do maior partido da base aliada. Diante do clima de conspiração que tomou o Planalto desde que o vice foi a público dizer que era preciso "alguém com capacidade de reunificar a todos" para enfrentar a crise, ministros petistas e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aconselharam Dilma a centrar esforços para "repactuar com o PMDB" e se reaproximar de Temer. A avaliação é que, sem o partido aliado e o apoio do vice-presidente, Dilma entrará no pior cenário de isolamento político, o que deixará sua governabilidade "praticamente inviável". Temer se afastou da articulação política do governo, recusou-se a retomá-la mesmo após apelo da presidente, e tem se reunido com diversos grupos e setores do PMDB para discutir saídas para a crise. Depois do encontro com os presidentes do Legislativo e governadores peemedebistas, Temer fará, nesta quarta (9), uma reunião com cerca de cem dirigentes sindicais filiados à CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), entidade ligada ao PMDB. O Planalto acredita que é preciso investir no diálogo com peemedebistas mais simpáticos ao governo, isolando Cunha e os ex-ministros Moreira Franco e Geddel Vieira Lima, que pressionam Temer pelo desembarque oficial do PMDB. Segundo a Folha apurou, porém, não há nenhuma decisão fechada nesse sentido e, durante o jantar desta terça com governadores, Temer vai adotar um discurso conciliador para "resolver os problemas do governo", propondo saídas para o rombo fiscal de R$ 30,5 bilhões previsto para o ano que vem.
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Temer vai propor aumento de tributo sobre gasolina para ajustar contasEm sua estratégia de colocar seu partido, o PMDB, na linha de frente das negociações para encontrar saídas para a crise econômica, o vice-presidente Michel Temer vai propor nesta terça-feira (08) a governadores peemedebistas o aumento da Cide (tributado cobrado sobre a venda de combustíveis) sobre gasolina para gerar recursos para os cofres da União e dos Estados. A proposta de Temer, feita a partir de sugestão do ex-ministro Delfim Netto, pode gerar uma receita adicional de R$ 14 bilhões, sendo R$ 11 bilhões para o governo federal e R$ 3 bilhões para Estados e municípios. A expectativa do vice é encontrar formas de eliminar o deficit primário de R$ 30,5 bilhões previsto no Orçamento de 2016 enviado pelo governo ao Congresso. O tema será debatido em jantar agendado para hoje à noite no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência, com a participação dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e dos governadores do PMDB. A ideia já vinha sendo discutida internamente pelo Palácio do Planalto e o aumento da Cide recairia apenas sobre a gasolina, não sendo elevada no caso do diesel. Motivo: reduzir o impacto inflacionário da elevação do tributo. Atingindo apenas a gasolina, a medida elevaria a inflação em cerca de um ponto percentual. Este é o principal entrave para a adoção da medida, que teria validade a partir do próximo ano. Ficaria mais difícil a meta do Banco Central de fazer a inflação convergir para o centro da meta, de 4,5%, em dezembro do próximo ano. Arrecadação - Em R$ bilhões PREOCUPAÇÃO A atuação do vice-presidente diante de setores do PMDB, por sinal, tem preocupado o Palácio do Planalto que, nos últimos dias, viu crescer entre os principais auxiliares de Dilma Rousseff o temor de desembarque do governo do maior partido da base aliada. Diante do clima de conspiração que tomou o Planalto desde que o vice foi a público dizer que era preciso "alguém com capacidade de reunificar a todos" para enfrentar a crise, ministros petistas e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aconselharam Dilma a centrar esforços para "repactuar com o PMDB" e se reaproximar de Temer. A avaliação é que, sem o partido aliado e o apoio do vice-presidente, Dilma entrará no pior cenário de isolamento político, o que deixará sua governabilidade "praticamente inviável". Temer se afastou da articulação política do governo, recusou-se a retomá-la mesmo após apelo da presidente, e tem se reunido com diversos grupos e setores do PMDB para discutir saídas para a crise. Depois do encontro com os presidentes do Legislativo e governadores peemedebistas, Temer fará, nesta quarta (9), uma reunião com cerca de cem dirigentes sindicais filiados à CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), entidade ligada ao PMDB. O Planalto acredita que é preciso investir no diálogo com peemedebistas mais simpáticos ao governo, isolando Cunha e os ex-ministros Moreira Franco e Geddel Vieira Lima, que pressionam Temer pelo desembarque oficial do PMDB. Segundo a Folha apurou, porém, não há nenhuma decisão fechada nesse sentido e, durante o jantar desta terça com governadores, Temer vai adotar um discurso conciliador para "resolver os problemas do governo", propondo saídas para o rombo fiscal de R$ 30,5 bilhões previsto para o ano que vem.
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Após cinco derrotas seguidas, Atlético-PR empata com Cruzeiro
Após cinco derrotas seguidas no Campeonato Brasileiro, o Atlético-PR empatou com o Cruzeiro por 2 a 2 nesta quarta-feira (14), pela 30ª rodada da competição. Os mineiros estão invictos há seis jogos (duas vitórias e quatro empates). Ewandro e Bruno Pereirinha fizeram os gols do rubro-negro, que estiveram à frente do placar duas vezes, enquanto Fabrício e Arrascaeta marcaram para os visitantes. Os paranaenses, que estrearam o técnico Cristóvão Borges, foram a 39 pontos, em 12º lugar. O time de Mano Menezes tem um ponto a menos, em 13º. Na 31ª rodada, o Atlético-PR recebe o Corinthians na Arena da Baixada, domingo (18), às 16h. No mesmo dia, o Cruzeiro também joga em casa, no Mineirão, contra o Fluminense, às 11h.
esporte
Após cinco derrotas seguidas, Atlético-PR empata com CruzeiroApós cinco derrotas seguidas no Campeonato Brasileiro, o Atlético-PR empatou com o Cruzeiro por 2 a 2 nesta quarta-feira (14), pela 30ª rodada da competição. Os mineiros estão invictos há seis jogos (duas vitórias e quatro empates). Ewandro e Bruno Pereirinha fizeram os gols do rubro-negro, que estiveram à frente do placar duas vezes, enquanto Fabrício e Arrascaeta marcaram para os visitantes. Os paranaenses, que estrearam o técnico Cristóvão Borges, foram a 39 pontos, em 12º lugar. O time de Mano Menezes tem um ponto a menos, em 13º. Na 31ª rodada, o Atlético-PR recebe o Corinthians na Arena da Baixada, domingo (18), às 16h. No mesmo dia, o Cruzeiro também joga em casa, no Mineirão, contra o Fluminense, às 11h.
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Paris distribui larvas de joaninha para combater pragas em jardins
A Prefeitura de Paris encontrou uma solução ecológica para o problema das pragas nas plantas e flores dos jardins, sacadas e terraços dos moradores da cidade. Ela vai distribuir 40 mil larvas de joaninha para os habitantes, para substituir o uso de pesticidas. "A joaninha come outros insetos, é muito comum em plantas. É considerada benéfica por matar os parasitas que causam danos a cultivos agrícolas ou a plantas ornamentais", explica o professor João Roberto Spotti Lopes, chefe do Departamento de Entomologia e Acarologia da USP (Universidade de São Paulo). O inseto carnívoro ajuda a combater um tipo de praga muito comum nos jardins. "São os afídios, popularmente conhecidos como pulgões. Eles sugam a seiva da planta e vivem em grupos, geralmente nas folhas mais novas. E a joaninha é um dos principais predadores deles. Ela também pode comer ovos de lagartas", diz o especialista. Pénélope Komitès, diretora do Departamento dos Espaços Verdes de Paris, que está por trás da ação, afirma que "a ideia é que nós possamos continuar o trabalho que realizamos de proteção da biodiversidade". "Paris é uma cidade que não utiliza nenhum pesticida nos parques e jardins públicos há vários anos. Em 1985, interditamos todos os produtos organofosforados e organoclorados. Além disso, temos uma gestão ecológica dos espaços verdes", explica. "Trabalhamos na criação de um novo plano de biodiversidade para Paris, que será votado em breve. Então, essa distribuição de larvas de joaninha para os particulares faz parte desse programa, para incentivar os parisienses a não utilizar produtos químicos, que são prejudiciais à saúde e ao meio ambiente." Ela lembra que a ação também prepara os moradores da cidade para a adoção da lei Labbé, em 1° de janeiro de 2019, que proibirá definitivamente o uso de pesticidas também em jardins particulares. KITS EDUCATIVOS Os parisienses que optarem por adquirir as joaninhas terão orientação da prefeitura no manejo dos insetos. "Para este primeiro ano, temos kits educativos que vão acompanhar a distribuição das larvas de joaninha. Serão destinados aos jardins compartilhados e aos particulares que tenham permissão de plantar", conta Pénélope. A distribuição será em maio e junho na Casa da Jardinagem, no parque de Bercy, no 12° distrito de Paris. "Explicaremos durante meia hora em um workshop como colocar as larvas sobre as folhas onde há pulgões. Porque deve ser usado um pincel. Após as explicações, eles podem levar a sua caixa de larvas." João Roberto lembra que a joaninha e outros insetos carnívoros também são usados no Brasil. Às vezes, eles já se encontram naturalmente no ambiente, e às vezes são introduzidos pelo homem. "Há um crescimento do chamado controle biológico das pragas, que evita o uso de agrotóxicos." A iniciativa da Prefeitura de Paris tem um custo de € 10,6 e será repetida no ano que vem caso o resultado seja satisfatório.
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Paris distribui larvas de joaninha para combater pragas em jardinsA Prefeitura de Paris encontrou uma solução ecológica para o problema das pragas nas plantas e flores dos jardins, sacadas e terraços dos moradores da cidade. Ela vai distribuir 40 mil larvas de joaninha para os habitantes, para substituir o uso de pesticidas. "A joaninha come outros insetos, é muito comum em plantas. É considerada benéfica por matar os parasitas que causam danos a cultivos agrícolas ou a plantas ornamentais", explica o professor João Roberto Spotti Lopes, chefe do Departamento de Entomologia e Acarologia da USP (Universidade de São Paulo). O inseto carnívoro ajuda a combater um tipo de praga muito comum nos jardins. "São os afídios, popularmente conhecidos como pulgões. Eles sugam a seiva da planta e vivem em grupos, geralmente nas folhas mais novas. E a joaninha é um dos principais predadores deles. Ela também pode comer ovos de lagartas", diz o especialista. Pénélope Komitès, diretora do Departamento dos Espaços Verdes de Paris, que está por trás da ação, afirma que "a ideia é que nós possamos continuar o trabalho que realizamos de proteção da biodiversidade". "Paris é uma cidade que não utiliza nenhum pesticida nos parques e jardins públicos há vários anos. Em 1985, interditamos todos os produtos organofosforados e organoclorados. Além disso, temos uma gestão ecológica dos espaços verdes", explica. "Trabalhamos na criação de um novo plano de biodiversidade para Paris, que será votado em breve. Então, essa distribuição de larvas de joaninha para os particulares faz parte desse programa, para incentivar os parisienses a não utilizar produtos químicos, que são prejudiciais à saúde e ao meio ambiente." Ela lembra que a ação também prepara os moradores da cidade para a adoção da lei Labbé, em 1° de janeiro de 2019, que proibirá definitivamente o uso de pesticidas também em jardins particulares. KITS EDUCATIVOS Os parisienses que optarem por adquirir as joaninhas terão orientação da prefeitura no manejo dos insetos. "Para este primeiro ano, temos kits educativos que vão acompanhar a distribuição das larvas de joaninha. Serão destinados aos jardins compartilhados e aos particulares que tenham permissão de plantar", conta Pénélope. A distribuição será em maio e junho na Casa da Jardinagem, no parque de Bercy, no 12° distrito de Paris. "Explicaremos durante meia hora em um workshop como colocar as larvas sobre as folhas onde há pulgões. Porque deve ser usado um pincel. Após as explicações, eles podem levar a sua caixa de larvas." João Roberto lembra que a joaninha e outros insetos carnívoros também são usados no Brasil. Às vezes, eles já se encontram naturalmente no ambiente, e às vezes são introduzidos pelo homem. "Há um crescimento do chamado controle biológico das pragas, que evita o uso de agrotóxicos." A iniciativa da Prefeitura de Paris tem um custo de € 10,6 e será repetida no ano que vem caso o resultado seja satisfatório.
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Briga entre professor e alunos da Unicamp termina na delegacia
Um briga entre um professor do Instituto de Física e alunos grevistas terminou com dois Boletins de Ocorrências registrados. Um vídeo gravado durante a confusão, na última segunda (11) teve repercussão nas redes sociais e grupos de debate da Unicamp no Facebook.Nas imagens o professor Ernesto Kemp é impedido pelos estudantes de entrar na sala de aula para aplicar uma prova, eles trocam de acusações e empurrões durante a confusão. Os alunos que aparecem no vídeo bloqueando a porta, Aleph Silva e Tatiane Lopes, alegam que o Kemp aplicaria um exame sobre um conteúdo que não foi dado durante o semestre, em razão das greves estudantis na universidade. A gritaria e discussão foram filmadas até o momento em que o professor se aproxima da câmera da estudante Anna Emília."A gente esperou para falar com ele. Não conseguimos. Avisamos que o exame não poderia acontecer. Ele começou a agredir (os estudantes) antes do vídeo começar", disse Aleph Silva, 21, estudante de Artes Cênicas.
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Briga entre professor e alunos da Unicamp termina na delegaciaUm briga entre um professor do Instituto de Física e alunos grevistas terminou com dois Boletins de Ocorrências registrados. Um vídeo gravado durante a confusão, na última segunda (11) teve repercussão nas redes sociais e grupos de debate da Unicamp no Facebook.Nas imagens o professor Ernesto Kemp é impedido pelos estudantes de entrar na sala de aula para aplicar uma prova, eles trocam de acusações e empurrões durante a confusão. Os alunos que aparecem no vídeo bloqueando a porta, Aleph Silva e Tatiane Lopes, alegam que o Kemp aplicaria um exame sobre um conteúdo que não foi dado durante o semestre, em razão das greves estudantis na universidade. A gritaria e discussão foram filmadas até o momento em que o professor se aproxima da câmera da estudante Anna Emília."A gente esperou para falar com ele. Não conseguimos. Avisamos que o exame não poderia acontecer. Ele começou a agredir (os estudantes) antes do vídeo começar", disse Aleph Silva, 21, estudante de Artes Cênicas.
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Presidente do Conselho de Ética diz que não dará 'vida fácil' a Cunha
O processo que pede a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por quebra de decoro parlamentar, apresentado nesta terça-feira (13) pelo PSOL e pela Rede, será comandado por um desafeto do presidente da Câmara. A tramitação será conduzida pelo deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), que em março deste ano derrotou por 13 votos a 8 o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), candidato de Cunha. "Não vamos apreciar uma representação contra o presidente, mas contra o deputado Eduardo Cunha. Aliás, aqui [no Conselho de Ética] só há espaço para um presidente, que sou eu", diz o deputado, que diz que o Conselho "não vai dar vida fácil" a Cunha. Sem um aliado de Cunha neste posto-chave, a expectativa é que o processo na Câmara tramite com celeridade no Conselho de Ética. Ligado ao senador Otto Alencar (PSD-BA) e aliado do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT-BA), Araújo admite que não votou em Cunha para o comando da Casa. E afirma que, sob seu comando, o processo tramitará normalmente, mesmo sendo esta a primeira vez que o conselho vai julgar um presidente da Câmara. Caberá ao presidente do Conselho indicar quem será o relator da ação dentre três deputados que serão escolhidos por sorteio. A Folha apurou com outros membros do conselho que a expectativa é que a cassação do presidente da Câmara seja aprovada por maioria. A alegação é que, como o voto é aberto, a maioria dos deputados não terá coragem de votar contra a cassação do presidente da Casa, cuja situação se complicou após a revelação de provas de que ele tem contas na Suíça. Esses deputados, porém, temem possíveis manobras regimentais, já que o pedido de cassação tem que ser protocolado pela Mesa Diretora –controlada por Cunha–, que tem o prazo de três sessões ordinárias para devolvê-lo ao conselho. Caso a cassação seja aprovada, caberá ao plenário a decisão final sobre o assunto. A votação também é aberta. PROCESSOS Esta é a terceira vez que Araújo preside o Conselho de Ética. Em seu último mandato, comandou os processos de cassação dos então deputados André Vargas, preso na Operação Lava Jato, e Natan Donadon, que cumpre pena por peculato e formação de quadrilha. Contudo, na atual legislatura, não instaurou nenhum processo para apurar denúncias contra deputados, mesmo tendo mais de 20 parlamentares investigados na Operação Lava Jato. Segundo Araújo, o conselho só abre investigações quando provocado, como no atual caso de Cunha, que é alvo de ação do PSOL e da Rede.
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Presidente do Conselho de Ética diz que não dará 'vida fácil' a CunhaO processo que pede a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por quebra de decoro parlamentar, apresentado nesta terça-feira (13) pelo PSOL e pela Rede, será comandado por um desafeto do presidente da Câmara. A tramitação será conduzida pelo deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), que em março deste ano derrotou por 13 votos a 8 o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), candidato de Cunha. "Não vamos apreciar uma representação contra o presidente, mas contra o deputado Eduardo Cunha. Aliás, aqui [no Conselho de Ética] só há espaço para um presidente, que sou eu", diz o deputado, que diz que o Conselho "não vai dar vida fácil" a Cunha. Sem um aliado de Cunha neste posto-chave, a expectativa é que o processo na Câmara tramite com celeridade no Conselho de Ética. Ligado ao senador Otto Alencar (PSD-BA) e aliado do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT-BA), Araújo admite que não votou em Cunha para o comando da Casa. E afirma que, sob seu comando, o processo tramitará normalmente, mesmo sendo esta a primeira vez que o conselho vai julgar um presidente da Câmara. Caberá ao presidente do Conselho indicar quem será o relator da ação dentre três deputados que serão escolhidos por sorteio. A Folha apurou com outros membros do conselho que a expectativa é que a cassação do presidente da Câmara seja aprovada por maioria. A alegação é que, como o voto é aberto, a maioria dos deputados não terá coragem de votar contra a cassação do presidente da Casa, cuja situação se complicou após a revelação de provas de que ele tem contas na Suíça. Esses deputados, porém, temem possíveis manobras regimentais, já que o pedido de cassação tem que ser protocolado pela Mesa Diretora –controlada por Cunha–, que tem o prazo de três sessões ordinárias para devolvê-lo ao conselho. Caso a cassação seja aprovada, caberá ao plenário a decisão final sobre o assunto. A votação também é aberta. PROCESSOS Esta é a terceira vez que Araújo preside o Conselho de Ética. Em seu último mandato, comandou os processos de cassação dos então deputados André Vargas, preso na Operação Lava Jato, e Natan Donadon, que cumpre pena por peculato e formação de quadrilha. Contudo, na atual legislatura, não instaurou nenhum processo para apurar denúncias contra deputados, mesmo tendo mais de 20 parlamentares investigados na Operação Lava Jato. Segundo Araújo, o conselho só abre investigações quando provocado, como no atual caso de Cunha, que é alvo de ação do PSOL e da Rede.
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Juíza argentina se diz 'incapacitada' para investigar morte de promotor
A juíza criminal argentina Fabiana Palmaghini declarou-se "incapacitada" para continuar a liderar a investigação sobre a morte do promotor Alberto Nisman por entender que a causa deva tramitar em nível federal. A juíza tomou a decisão nesta terça (1º) após ouvir, na segunda-feira (29), por mais de 12 horas, o testemunho de Antonio Stiuso, ex-agente da Secretaria de Inteligência do Estado (Side). O processo será agora enviado os tribunais federais do bairro do Retiro, em Buenos Aires, onde se definirá qual juiz assumirá a investigação. A morte do promotor Alberto Nisman já completou um ano. Em 18 de janeiro de 2015, o promotor foi encontrado morto em seu apartamento, quatro dias após denunciar a ex-presidente Cristina Kirchner por supostamente encobrir o envolvimento do Irã no atentado contra a entidade judaica Amia (Associação Mutual Israelita). O atentado aconteceu em 1994, quando a explosão de uma caminhonete em frente à associação deixou 85 mortos e cerca de 300 feridos. O corpo de Nisman, com um tiro na cabeça, estava no banheiro de seu apartamento no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires. A morte de Nisman e o ataque, que ele investigava como promotor oficial desde 2004, permanecem sem provas concretas e sem esclarecimentos. Em meados de janeiro, pouco mais de um mês após assumir a Presidência, Mauricio Macri, publicou um decreto que ordena o fim da confidencialidade para toda documentação relacionada à morte do promotor.
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Juíza argentina se diz 'incapacitada' para investigar morte de promotorA juíza criminal argentina Fabiana Palmaghini declarou-se "incapacitada" para continuar a liderar a investigação sobre a morte do promotor Alberto Nisman por entender que a causa deva tramitar em nível federal. A juíza tomou a decisão nesta terça (1º) após ouvir, na segunda-feira (29), por mais de 12 horas, o testemunho de Antonio Stiuso, ex-agente da Secretaria de Inteligência do Estado (Side). O processo será agora enviado os tribunais federais do bairro do Retiro, em Buenos Aires, onde se definirá qual juiz assumirá a investigação. A morte do promotor Alberto Nisman já completou um ano. Em 18 de janeiro de 2015, o promotor foi encontrado morto em seu apartamento, quatro dias após denunciar a ex-presidente Cristina Kirchner por supostamente encobrir o envolvimento do Irã no atentado contra a entidade judaica Amia (Associação Mutual Israelita). O atentado aconteceu em 1994, quando a explosão de uma caminhonete em frente à associação deixou 85 mortos e cerca de 300 feridos. O corpo de Nisman, com um tiro na cabeça, estava no banheiro de seu apartamento no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires. A morte de Nisman e o ataque, que ele investigava como promotor oficial desde 2004, permanecem sem provas concretas e sem esclarecimentos. Em meados de janeiro, pouco mais de um mês após assumir a Presidência, Mauricio Macri, publicou um decreto que ordena o fim da confidencialidade para toda documentação relacionada à morte do promotor.
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EUA aprovam reforma do FMI e países emergentes ganham mais participação
O Congresso dos Estados Unidos aprovou nesta sexta (18) a reforma da governança do FMI (Fundo Monetário Internacional), uma antiga reivindicação do Brasil e de outros países emergentes. A decisão abre caminho para atualizar a participação dos países nos processos decisórios da instituição, refletindo o peso de cada um na economia global. A reforma muda o equilíbrio de forças no Fundo. As chamadas economias mais avançadas (G-7) passarão a ter, somadas 41,2% dos votos, comparados com os atuais 43%. Serão, portanto, ultrapassadas pelos emergentes, cujo poder de decisão cresce de 42,1% para 44,7%. Entretanto, considerando-se além do G-7 para incluir outras economias avançadas, os países desenvolvidos continuam na frente, apesar de cair de 57,9% para 55,3% A reforma foi aprovada em 2010, mas dependia da ratificação dos EUA, que detem 16,7% dos votos. Depois de anos de resistência da oposião republicana, o aval do Congresso à reforma do FMI foi incluído num acordo abrangente sobre o orçamento, que foi aprovado nesta sexta. A decisão dá fim a um impasse que gerou tensões entre o FMI e os EUA e contínuos protestos dos emergentes, O projeto de reformas de 2010 dobra a contribuição dos países ao FMI e permite a realocação dos votos, dando mais voz aos emergentes. O aumento mais significativo é o da China, cujo poder de voto passa de 3,8% para 6%. No caso do Brasil, cresce de 1,71% para 2,21%. A parcela dos EUA cai de 16,7% para 16,5%. As perdas mais significativas em poder de voto são dos países europeus. A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, saudou o fim do impasse. A demora na reforma da governança do Fundo era uma de suas maiores frustrações, que ela expressava em público sempre we podia. Em comunicado, ela disse que a decisão do Congresso americano é um "passo crucial" para fortalecer o papel do Fundo em apoio à estabilidade financeira mundial. "As reformas aumentam de forma significativa os recursos do FMI, permitindo que respondamos a crises de forma mais eficiente, e também melhora a governança do FMI ao refletir o crescente papel dinâmico de países emergentes e em desenvolvimento na economia global", afirmou Lagarde em um comunicado. "Um FMI mais representativo e moderno estará ainda mais equipado para atender às necessidades de seus 188 membros no século 21". Para Otaviano Canuto, diretor-executivo do FMI para o Brasil, a reforma dá "um ganho de credibilidade" para a instituição, pois aproxima a sua estrutura de governança da realidade da economia mundial. "Na prática, ocorre um deslocamento de 6% no volume total de cotas para as economias emergentes, levando a uma redução da fatia de países que estão representados acima do que deveriam", disse à Folha. "O fortalecimento da voz do Brazil no FMI reflete de forma mais proporcional o que o país representa para a economia global".
mercado
EUA aprovam reforma do FMI e países emergentes ganham mais participaçãoO Congresso dos Estados Unidos aprovou nesta sexta (18) a reforma da governança do FMI (Fundo Monetário Internacional), uma antiga reivindicação do Brasil e de outros países emergentes. A decisão abre caminho para atualizar a participação dos países nos processos decisórios da instituição, refletindo o peso de cada um na economia global. A reforma muda o equilíbrio de forças no Fundo. As chamadas economias mais avançadas (G-7) passarão a ter, somadas 41,2% dos votos, comparados com os atuais 43%. Serão, portanto, ultrapassadas pelos emergentes, cujo poder de decisão cresce de 42,1% para 44,7%. Entretanto, considerando-se além do G-7 para incluir outras economias avançadas, os países desenvolvidos continuam na frente, apesar de cair de 57,9% para 55,3% A reforma foi aprovada em 2010, mas dependia da ratificação dos EUA, que detem 16,7% dos votos. Depois de anos de resistência da oposião republicana, o aval do Congresso à reforma do FMI foi incluído num acordo abrangente sobre o orçamento, que foi aprovado nesta sexta. A decisão dá fim a um impasse que gerou tensões entre o FMI e os EUA e contínuos protestos dos emergentes, O projeto de reformas de 2010 dobra a contribuição dos países ao FMI e permite a realocação dos votos, dando mais voz aos emergentes. O aumento mais significativo é o da China, cujo poder de voto passa de 3,8% para 6%. No caso do Brasil, cresce de 1,71% para 2,21%. A parcela dos EUA cai de 16,7% para 16,5%. As perdas mais significativas em poder de voto são dos países europeus. A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, saudou o fim do impasse. A demora na reforma da governança do Fundo era uma de suas maiores frustrações, que ela expressava em público sempre we podia. Em comunicado, ela disse que a decisão do Congresso americano é um "passo crucial" para fortalecer o papel do Fundo em apoio à estabilidade financeira mundial. "As reformas aumentam de forma significativa os recursos do FMI, permitindo que respondamos a crises de forma mais eficiente, e também melhora a governança do FMI ao refletir o crescente papel dinâmico de países emergentes e em desenvolvimento na economia global", afirmou Lagarde em um comunicado. "Um FMI mais representativo e moderno estará ainda mais equipado para atender às necessidades de seus 188 membros no século 21". Para Otaviano Canuto, diretor-executivo do FMI para o Brasil, a reforma dá "um ganho de credibilidade" para a instituição, pois aproxima a sua estrutura de governança da realidade da economia mundial. "Na prática, ocorre um deslocamento de 6% no volume total de cotas para as economias emergentes, levando a uma redução da fatia de países que estão representados acima do que deveriam", disse à Folha. "O fortalecimento da voz do Brazil no FMI reflete de forma mais proporcional o que o país representa para a economia global".
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Quadrilha explode carro-forte e leva dinheiro na região de Campinas
Uma quadrilha explodiu um carro-forte na noite desta quarta-feira (8), na rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101), em Capivari, na região de Campinas. De acordo com a polícia, o grupo criminoso, composto por quatro suspeitos, interceptou o carro-forte na altura do bairro Santa Rita, em Capivari. Segundo o relato dos vigilantes à polícia, os suspeitos atiraram contra o carro-forte com armas de grosso calibre e usaram explosivos para explodir o veículo. Um vigilante acabou ferido com um tiro de fuzil na perna. Ele foi socorrido e levado para a Santa Casa de Capivari. Segundo a polícia, ele não corre risco de morrer. Todo o dinheiro que havia no carro-forte foi levado. A Protege, a proprietária do veículo, não divulgou a quantia roubada. Os suspeitos conseguiram fugir em um veículo de passeio e, até as 12h desta quinta-feira (9), ninguém havia sido localizado. O crime foi registrado na Delegacia Central de Capivari, mas a apuração do caso seguiu para a Delegacia de Investigações Gerais de Piracicaba.
cotidiano
Quadrilha explode carro-forte e leva dinheiro na região de CampinasUma quadrilha explodiu um carro-forte na noite desta quarta-feira (8), na rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101), em Capivari, na região de Campinas. De acordo com a polícia, o grupo criminoso, composto por quatro suspeitos, interceptou o carro-forte na altura do bairro Santa Rita, em Capivari. Segundo o relato dos vigilantes à polícia, os suspeitos atiraram contra o carro-forte com armas de grosso calibre e usaram explosivos para explodir o veículo. Um vigilante acabou ferido com um tiro de fuzil na perna. Ele foi socorrido e levado para a Santa Casa de Capivari. Segundo a polícia, ele não corre risco de morrer. Todo o dinheiro que havia no carro-forte foi levado. A Protege, a proprietária do veículo, não divulgou a quantia roubada. Os suspeitos conseguiram fugir em um veículo de passeio e, até as 12h desta quinta-feira (9), ninguém havia sido localizado. O crime foi registrado na Delegacia Central de Capivari, mas a apuração do caso seguiu para a Delegacia de Investigações Gerais de Piracicaba.
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Campanha de Doria contra pichação reacende 'guerra do spray' em SP
Com um spray em mãos, o prefeito João Doria (PSDB) pintou de cinza uma parede da av. 23 de Maio e afirmou: "São Paulo vai fazer uma grande campanha contra os pichadores". A guerra foi declarada, e os pichadores declararam guerra de volta. No último fim de semana, quatro pessoas foram detidas ao pichar em diferentes regiões da cidade –uma delas rabiscava o prédio da prefeitura, no centro. Doria chegou a anunciar que 28 haviam sido presos, mas sua assessoria disse que o número anunciado foi um "equívoco". Em resposta à proposta do prefeito de transformar pichadores em grafiteiros –ele quer criar um "grafitódromo" na cidade inspirado em um bairro de Miami–, um pichador escreveu "Doria, pixo é arte" em um prédio próximo ao terminal Bandeira (centro), que fica no caminho do tucano para a prefeitura. Na zona leste, o grafiteiro Todyone, 33, pintou um Doria vestido de gari, varrendo a pichação para debaixo do tapete e dizendo: "Isso não é arte! Romero Britto é 'top'!". No largo da Batata (zona oeste), o canteiro ganhou os dizeres: "Não dê vexame, São Paulo não é Miami". Seu autor, o ativista e grafiteiro Mundano, 30, diz que "uma cidade linda não é uma cidade cinza". "Sou contra uma cidade monocromática, calada." Esses grafiteiros e pichadores são movidos pela ilegalidade e pelo desafio –a pichação pode ser enquadrada como dano ao patrimônio ou crime ambiental, infrações leves, não punidas com prisão. Numa quinta à noite, reunidos em uma via no centro de São Paulo, pichadores mostravam uns para os outros os escritos que pretendiam fazer e comentavam as últimas declarações do prefeito. "O Doria falar essas coisas só alimenta mais nossa vontade de subir nas paredes", dizia um. "Se legalizar, deixa de ser grafite", afirmou outro. Autor da pichação no terminal Bandeira, um rapaz de 33 anos da "família" Telas diz que aquilo "não foi para atacar". "Queria expor para ele que por mais que seja vista como poluição visual aqui, lá fora a pichação é vista como arte", diz, admitindo que não gostaria de ter a casa pichada, "mas teria que aceitar". Para pintar a parede do prédio, pendurou-se no alto do edifício com uma corda, técnica que aprendeu com a identidade que assume de dia –ele é pintor predial. Em uma carta a Doria, outro integrante do grupo que participou da ação diz que a pichação "carrega o grito de cidadãos que não têm garantido seu espaço e seus direitos, que não provoca, mas denuncia a degradação da cidade". "O senhor declara o combate à 'pixação' por ser uma agressão à cidade, mas não pensa em garantir uma cidade menos agressora a seus moradores?", questiona. Para Júlio Nicolau, da Trevo, empresa que mantém um estacionamento no edifício, a pichação do grupo é "descabível" e deverá ser apagada. 'GRAFITÓDROMO' Na 23 de Maio, onde a gestão Fernando Haddad (PT) inaugurou murais em todo o corredor, Doria diz que manterá oito trechos grafitados –"os demais já estão envelhecidos ou foram mutilados por pichadores", disse. Alguns grafiteiros defendem apagar periodicamente esses murais para dar espaço à renovação. O "grafitódromo" que a cidade deve ganhar terá café, loja e um espaço de convivência para oficinas, segundo o secretário de Cultura, André Sturm. Ele diz estudar locais na Mooca (zona leste) e na Sé. "Será um local para aprender técnicas, de referência." A ideia é inspirada em Wynwood, em Miami, distrito onde galerias se estabeleceram após uma onda de gentrificação. Para Rui Amaral, 56, um dos curadores dos painéis da 23 de maio, porém, São Paulo já tem espaços assim, livres e nascidos de forma orgânica. "Começamos a grafitar a Vila Madalena no anos 1980."
cotidiano
Campanha de Doria contra pichação reacende 'guerra do spray' em SPCom um spray em mãos, o prefeito João Doria (PSDB) pintou de cinza uma parede da av. 23 de Maio e afirmou: "São Paulo vai fazer uma grande campanha contra os pichadores". A guerra foi declarada, e os pichadores declararam guerra de volta. No último fim de semana, quatro pessoas foram detidas ao pichar em diferentes regiões da cidade –uma delas rabiscava o prédio da prefeitura, no centro. Doria chegou a anunciar que 28 haviam sido presos, mas sua assessoria disse que o número anunciado foi um "equívoco". Em resposta à proposta do prefeito de transformar pichadores em grafiteiros –ele quer criar um "grafitódromo" na cidade inspirado em um bairro de Miami–, um pichador escreveu "Doria, pixo é arte" em um prédio próximo ao terminal Bandeira (centro), que fica no caminho do tucano para a prefeitura. Na zona leste, o grafiteiro Todyone, 33, pintou um Doria vestido de gari, varrendo a pichação para debaixo do tapete e dizendo: "Isso não é arte! Romero Britto é 'top'!". No largo da Batata (zona oeste), o canteiro ganhou os dizeres: "Não dê vexame, São Paulo não é Miami". Seu autor, o ativista e grafiteiro Mundano, 30, diz que "uma cidade linda não é uma cidade cinza". "Sou contra uma cidade monocromática, calada." Esses grafiteiros e pichadores são movidos pela ilegalidade e pelo desafio –a pichação pode ser enquadrada como dano ao patrimônio ou crime ambiental, infrações leves, não punidas com prisão. Numa quinta à noite, reunidos em uma via no centro de São Paulo, pichadores mostravam uns para os outros os escritos que pretendiam fazer e comentavam as últimas declarações do prefeito. "O Doria falar essas coisas só alimenta mais nossa vontade de subir nas paredes", dizia um. "Se legalizar, deixa de ser grafite", afirmou outro. Autor da pichação no terminal Bandeira, um rapaz de 33 anos da "família" Telas diz que aquilo "não foi para atacar". "Queria expor para ele que por mais que seja vista como poluição visual aqui, lá fora a pichação é vista como arte", diz, admitindo que não gostaria de ter a casa pichada, "mas teria que aceitar". Para pintar a parede do prédio, pendurou-se no alto do edifício com uma corda, técnica que aprendeu com a identidade que assume de dia –ele é pintor predial. Em uma carta a Doria, outro integrante do grupo que participou da ação diz que a pichação "carrega o grito de cidadãos que não têm garantido seu espaço e seus direitos, que não provoca, mas denuncia a degradação da cidade". "O senhor declara o combate à 'pixação' por ser uma agressão à cidade, mas não pensa em garantir uma cidade menos agressora a seus moradores?", questiona. Para Júlio Nicolau, da Trevo, empresa que mantém um estacionamento no edifício, a pichação do grupo é "descabível" e deverá ser apagada. 'GRAFITÓDROMO' Na 23 de Maio, onde a gestão Fernando Haddad (PT) inaugurou murais em todo o corredor, Doria diz que manterá oito trechos grafitados –"os demais já estão envelhecidos ou foram mutilados por pichadores", disse. Alguns grafiteiros defendem apagar periodicamente esses murais para dar espaço à renovação. O "grafitódromo" que a cidade deve ganhar terá café, loja e um espaço de convivência para oficinas, segundo o secretário de Cultura, André Sturm. Ele diz estudar locais na Mooca (zona leste) e na Sé. "Será um local para aprender técnicas, de referência." A ideia é inspirada em Wynwood, em Miami, distrito onde galerias se estabeleceram após uma onda de gentrificação. Para Rui Amaral, 56, um dos curadores dos painéis da 23 de maio, porém, São Paulo já tem espaços assim, livres e nascidos de forma orgânica. "Começamos a grafitar a Vila Madalena no anos 1980."
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Mayra repete Londres-12 e conquista a medalha de bronze na Rio-2016
ITALO NOGUEIRA DO RIO A judoca Mayra Aguiar, 25, conquistou nesta quinta-feira (11) a medalha de bronze na categoria meio-pesado (até 78 kg) e se tornou a primeira mulher a obter dois pódios em Olimpíadas pelo judô do Brasil. A vitória sobre a cubana Yalennis Castillo foi tranquila. Mayra dominou toda a luta, tendo aplicado um yukô com menos de 20 segundos. Ela repetiu o gesto de Rafaela Silva ao fim da luta e pulou nas arquibancadas para comemorar com os familiares e o técnico Kiko Pereira. Também beijou a bandeira do Brasil bordada no quimono. A brasileira saiu do caminho do ouro ao perder para a francesa Audrey Tcheumeo. Além de tirar Mayra do topo do pódio, o resultado frustrou a torcida por não ver o duelo entre ela e Kayla Harrison, uma das principais rivalidades do judô mundial. O ouro ficou com a norte-americana, que se tornou bicampeã olímpica, ao superar a francesa na final com uma chave de braço. META Em vez de estipular um número mínimo de pódios, como costumava fazer, a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) colocou como meta uma evolução quantitativa ou qualitativa em relação a Londres-2012. Ou seja, se obtiver um ouro e uma prata, a meta será atingida por superar qualitativamente o ouro e os três bronzes de quatro anos atrás. Mayra era a principal aposta da CBJ para cumprir antecipadamente a meta estipulada para a Rio-16. Havia expectativa de que ela fosse para a final, garantindo a prata que restava para chegar ao objetivo da entidade. Rafaela Silva já obteve o ouro, na categoria leve (até 57 kg). A pressão agora fica sobre Rafael Silva, bronze em Pequim-08, e Maria Suelen Altheman, da categoria pesado. Um deles precisa chegar à final para cumprir os objetivos da confederação. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
esporte
Mayra repete Londres-12 e conquista a medalha de bronze na Rio-2016 ITALO NOGUEIRA DO RIO A judoca Mayra Aguiar, 25, conquistou nesta quinta-feira (11) a medalha de bronze na categoria meio-pesado (até 78 kg) e se tornou a primeira mulher a obter dois pódios em Olimpíadas pelo judô do Brasil. A vitória sobre a cubana Yalennis Castillo foi tranquila. Mayra dominou toda a luta, tendo aplicado um yukô com menos de 20 segundos. Ela repetiu o gesto de Rafaela Silva ao fim da luta e pulou nas arquibancadas para comemorar com os familiares e o técnico Kiko Pereira. Também beijou a bandeira do Brasil bordada no quimono. A brasileira saiu do caminho do ouro ao perder para a francesa Audrey Tcheumeo. Além de tirar Mayra do topo do pódio, o resultado frustrou a torcida por não ver o duelo entre ela e Kayla Harrison, uma das principais rivalidades do judô mundial. O ouro ficou com a norte-americana, que se tornou bicampeã olímpica, ao superar a francesa na final com uma chave de braço. META Em vez de estipular um número mínimo de pódios, como costumava fazer, a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) colocou como meta uma evolução quantitativa ou qualitativa em relação a Londres-2012. Ou seja, se obtiver um ouro e uma prata, a meta será atingida por superar qualitativamente o ouro e os três bronzes de quatro anos atrás. Mayra era a principal aposta da CBJ para cumprir antecipadamente a meta estipulada para a Rio-16. Havia expectativa de que ela fosse para a final, garantindo a prata que restava para chegar ao objetivo da entidade. Rafaela Silva já obteve o ouro, na categoria leve (até 57 kg). A pressão agora fica sobre Rafael Silva, bronze em Pequim-08, e Maria Suelen Altheman, da categoria pesado. Um deles precisa chegar à final para cumprir os objetivos da confederação. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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Cresce no Senado dos EUA apoio a projeto que libera viagens a Cuba
O projeto de lei que pode colocar fim às restrições que enfrentam os turistas americanos que viajam a Cuba já reuniu mais de 43 apoiadores no Senado dos EUA. Com isso, crescem as chances de ele ser aprovado pela casa, que tem cem cadeiras. A proposta foi feita em janeiro deste ano por um grupo bipartidário de senadores após o anúncio da reaproximação entre Cuba e EUA. O jornal "The New York Times" expressou seu apoio ao projeto de lei em um editorial publicado neste sábado (20). REGRAS As viagens à ilha caribenha são feitas por agências de viagem com permissão especial do governo. Até este ano, elas só eram autorizadas para cubanos e seus familiares vivendo nos EUA, jornalistas e pessoas envolvidas em atividades acadêmicas ou religiosas. A única categoria de turismo permitida era a chamada "people to people" [pessoa para pessoa], com foco no intercâmbio cultural entre os povos. Em janeiro, Obama oficializou a autorização também para viagens com outros objetivos, como assistir a apresentações públicas e workshops e participar de competições esportivas. O fim das restrições pode baratear os custos das viagens, que hoje são feitas por aviões fretados, já que permitiria a operação de voos comerciais para a ilha.
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Cresce no Senado dos EUA apoio a projeto que libera viagens a CubaO projeto de lei que pode colocar fim às restrições que enfrentam os turistas americanos que viajam a Cuba já reuniu mais de 43 apoiadores no Senado dos EUA. Com isso, crescem as chances de ele ser aprovado pela casa, que tem cem cadeiras. A proposta foi feita em janeiro deste ano por um grupo bipartidário de senadores após o anúncio da reaproximação entre Cuba e EUA. O jornal "The New York Times" expressou seu apoio ao projeto de lei em um editorial publicado neste sábado (20). REGRAS As viagens à ilha caribenha são feitas por agências de viagem com permissão especial do governo. Até este ano, elas só eram autorizadas para cubanos e seus familiares vivendo nos EUA, jornalistas e pessoas envolvidas em atividades acadêmicas ou religiosas. A única categoria de turismo permitida era a chamada "people to people" [pessoa para pessoa], com foco no intercâmbio cultural entre os povos. Em janeiro, Obama oficializou a autorização também para viagens com outros objetivos, como assistir a apresentações públicas e workshops e participar de competições esportivas. O fim das restrições pode baratear os custos das viagens, que hoje são feitas por aviões fretados, já que permitiria a operação de voos comerciais para a ilha.
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Poluição faz Mundial de surfe excluir praia de São Conrado da etapa do Rio
A praia de São Conrado foi vetada da etapa brasileira do Campeonato Mundial de 2015 por causa dos altos índices de poluição da água. O evento acontece entre 11 e 22 de maio. Desde 2008 a praia é qualificada como péssima pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e considerada imprópria para banho. A praia era a opção reserva dos organizadores caso as ondas da titular, da Barra de Tijuca, não estivessem boas o bastante. Agora, a alternativa será na própria praia da Barra, mas num outro local, na altura do posto seis. "Em nome da WSL (World Surf League), a atitude é bem clara. Não há condições de fazer o campeonato em São Conrado e garantir a segurança da água para os atletas e a segurança da imagem do associação e da cidade. Então nós tivemos que mudar esse pico alternativo para o meio da Barra da Tijuca. Os atletas queriam São Conrado, mas nós tivemos que mudar", afirma o ex-surfista Teco Padaratz, que trabalha na organização da etapa brasileira do Mundial. "É um projeto que já nasceu furado. As condições da praia de São Conrado são ruins há muito tempo. Me surpreende que a organização tenha marcado o campeonato lá. Alguns atletas que não estão acostumado a treinar no Rio pediram que o evento acontecesse lá porque as ondas são boas, mas que a praia é muito suja não é notícia nova. Acho que faltou conhecimento. Não poderiam ter deixado essa avaliação para a última hora", diz o diretor executivo da Associação Brasileira de Surfe Profissional, Pedro Falcão. Em 2014, a praia já havia sido vetada do campeonato pelo mesmo motivo. "Não me lembro de uma situação assim (praia vetada por poluição) em outro lugar do Mundial. Lembro uma vez que tivemos que parar uma competição por causa da invasão de golfinhos", afirma Padaratz. A série de obras da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgoto), Sena Limpa, que visa melhorar a qualidade da água, tinha conclusão prevista para 2014, mas isso só deve acontecer em 2016. Os serviços previstos são a implantação de 615 metros de coletores auxiliares para ampliar o sistema de esgotamento sanitário da favela do Vidigal, que fica no bairro, a ampliação de duas linhas que bombeiam o esgoto para a Estação Elevatória do Leblon, que segundo a Cedae são antigas e sofreram desgaste de material por conta da maresia, além da ampliação e reforma da elevatória de São Conrado. Em nota, a companhia informou que "o projeto fará a modernização do sistema de esgotamento sanitário da Bacia da Praia de São Conrado e contribuirá para elevar as condições de balneabilidade das águas daquela praia, indo ao encontro dos compromissos assumidos com o Comitê Olímpico Internacional (COI)". "A gente quer que essa obra se conclua logo para que possamos usar a praia que tem uma das melhores condições de surfe da cidade. Já imaginou ficar mais de dez dias esperando ondas boas e não poder usar a praia de São Conrado porque está suja?", diz o presidente da Federação de Surfe do Rio de Janeiro, Abílio Fernandes.
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Poluição faz Mundial de surfe excluir praia de São Conrado da etapa do RioA praia de São Conrado foi vetada da etapa brasileira do Campeonato Mundial de 2015 por causa dos altos índices de poluição da água. O evento acontece entre 11 e 22 de maio. Desde 2008 a praia é qualificada como péssima pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e considerada imprópria para banho. A praia era a opção reserva dos organizadores caso as ondas da titular, da Barra de Tijuca, não estivessem boas o bastante. Agora, a alternativa será na própria praia da Barra, mas num outro local, na altura do posto seis. "Em nome da WSL (World Surf League), a atitude é bem clara. Não há condições de fazer o campeonato em São Conrado e garantir a segurança da água para os atletas e a segurança da imagem do associação e da cidade. Então nós tivemos que mudar esse pico alternativo para o meio da Barra da Tijuca. Os atletas queriam São Conrado, mas nós tivemos que mudar", afirma o ex-surfista Teco Padaratz, que trabalha na organização da etapa brasileira do Mundial. "É um projeto que já nasceu furado. As condições da praia de São Conrado são ruins há muito tempo. Me surpreende que a organização tenha marcado o campeonato lá. Alguns atletas que não estão acostumado a treinar no Rio pediram que o evento acontecesse lá porque as ondas são boas, mas que a praia é muito suja não é notícia nova. Acho que faltou conhecimento. Não poderiam ter deixado essa avaliação para a última hora", diz o diretor executivo da Associação Brasileira de Surfe Profissional, Pedro Falcão. Em 2014, a praia já havia sido vetada do campeonato pelo mesmo motivo. "Não me lembro de uma situação assim (praia vetada por poluição) em outro lugar do Mundial. Lembro uma vez que tivemos que parar uma competição por causa da invasão de golfinhos", afirma Padaratz. A série de obras da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgoto), Sena Limpa, que visa melhorar a qualidade da água, tinha conclusão prevista para 2014, mas isso só deve acontecer em 2016. Os serviços previstos são a implantação de 615 metros de coletores auxiliares para ampliar o sistema de esgotamento sanitário da favela do Vidigal, que fica no bairro, a ampliação de duas linhas que bombeiam o esgoto para a Estação Elevatória do Leblon, que segundo a Cedae são antigas e sofreram desgaste de material por conta da maresia, além da ampliação e reforma da elevatória de São Conrado. Em nota, a companhia informou que "o projeto fará a modernização do sistema de esgotamento sanitário da Bacia da Praia de São Conrado e contribuirá para elevar as condições de balneabilidade das águas daquela praia, indo ao encontro dos compromissos assumidos com o Comitê Olímpico Internacional (COI)". "A gente quer que essa obra se conclua logo para que possamos usar a praia que tem uma das melhores condições de surfe da cidade. Já imaginou ficar mais de dez dias esperando ondas boas e não poder usar a praia de São Conrado porque está suja?", diz o presidente da Federação de Surfe do Rio de Janeiro, Abílio Fernandes.
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Apenas servidores públicos tiveram melhora no salário em 2016
No último ano, apenas servidores públicos tiveram aumento de renda no país. Segundo dados do IBGE, eles fecharam o trimestre encerrado em fevereiro com renda média de R$ 3,346, alta de 5,1% com relação ao mesmo período do ano anterior. Empregados do setor privado com e sem carteira assinada, trabalhadores domésticos e por conta própria e empregadores mantiveram os rendimentos estáveis no período, informou o instituto. Na comparação com o trimestre anterior, os empregados no setor público também foram os únicos a registrar alta no rendimento, de 3,2%. Enquanto trabalhadores do setor privado vêm enfrentando dificuldades em negociações salariais sobre reajustes de salários, diversas categorias de servidores federais foram contempladas com aumentos em 2016. Em dezembro, por exemplo, o presidente Michel Temer publicou medida provisória dando reajuste para oito categorias, incluindo auditores fiscais de defensores públicos. No mesmo mês, o Ministério da Educação havia autorizado aumento aos professores federais. Segundo o IBGE, o rendimento médio dos servidores públicos só perde para o dos empregadores (R$ 5.071). Na média nacional, o rendimento médio do trabalhador brasileiro foi de R$ 2.068, estável em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado. Nível da ocupação - Indicador que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar Taxa de desocupação - Por trimestre móvel, em %
mercado
Apenas servidores públicos tiveram melhora no salário em 2016No último ano, apenas servidores públicos tiveram aumento de renda no país. Segundo dados do IBGE, eles fecharam o trimestre encerrado em fevereiro com renda média de R$ 3,346, alta de 5,1% com relação ao mesmo período do ano anterior. Empregados do setor privado com e sem carteira assinada, trabalhadores domésticos e por conta própria e empregadores mantiveram os rendimentos estáveis no período, informou o instituto. Na comparação com o trimestre anterior, os empregados no setor público também foram os únicos a registrar alta no rendimento, de 3,2%. Enquanto trabalhadores do setor privado vêm enfrentando dificuldades em negociações salariais sobre reajustes de salários, diversas categorias de servidores federais foram contempladas com aumentos em 2016. Em dezembro, por exemplo, o presidente Michel Temer publicou medida provisória dando reajuste para oito categorias, incluindo auditores fiscais de defensores públicos. No mesmo mês, o Ministério da Educação havia autorizado aumento aos professores federais. Segundo o IBGE, o rendimento médio dos servidores públicos só perde para o dos empregadores (R$ 5.071). Na média nacional, o rendimento médio do trabalhador brasileiro foi de R$ 2.068, estável em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado. Nível da ocupação - Indicador que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar Taxa de desocupação - Por trimestre móvel, em %
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Com tráfico e mensalidade, facção movimenta R$ 200 milhões anuais
Documentos apreendidos pela polícia e pelo Ministério Público ao longo dos últimos cinco anos, muitos deles inéditos e aos quais a Folha teve acesso, revelam um império criminoso que ultrapassou as fronteiras do Estado de São Paulo e do país para controlar um tráfico de drogas que movimenta cerca de R$ 200 milhões ao ano.Numa denúncia apresentada à Justiça em 2013 contra 175 pessoas suspeitas de fazer parte da facção, o Ministério Público compara o PCC a uma empresa privada. Nessa analogia, segundo os promotores, o "presidente do conselho deliberativo da organização criminosa" seria o detento Marco Willian Herbas Camacho, o Marcola, preso na penitenciária 2 de Presidente Venceslau.A Folha obteve imagens da cúpula da facção na penitenciária. Os vídeos revelam a ascendência de Marcola sobre os demais, que cercam o chefe com reverência.Leia mais em página especial
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Com tráfico e mensalidade, facção movimenta R$ 200 milhões anuaisDocumentos apreendidos pela polícia e pelo Ministério Público ao longo dos últimos cinco anos, muitos deles inéditos e aos quais a Folha teve acesso, revelam um império criminoso que ultrapassou as fronteiras do Estado de São Paulo e do país para controlar um tráfico de drogas que movimenta cerca de R$ 200 milhões ao ano.Numa denúncia apresentada à Justiça em 2013 contra 175 pessoas suspeitas de fazer parte da facção, o Ministério Público compara o PCC a uma empresa privada. Nessa analogia, segundo os promotores, o "presidente do conselho deliberativo da organização criminosa" seria o detento Marco Willian Herbas Camacho, o Marcola, preso na penitenciária 2 de Presidente Venceslau.A Folha obteve imagens da cúpula da facção na penitenciária. Os vídeos revelam a ascendência de Marcola sobre os demais, que cercam o chefe com reverência.Leia mais em página especial
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Regina Casé ganha prêmio de melhor atriz em Sundance
A atriz e apresentadora brasileira Regina Casé ganhou neste sábado (31) um prêmio especial do júri do festival de Sundance, que premia filmes independentes nos Estados Unidos, por sua atuação no filme "Que Horas Ela Volta?", ainda inédito no Brasil. Casé interpreta Val, uma empregada doméstica que trata o filho da patroa como se fosse seu próprio filho, quando sua filha biológica vem do Nordeste morar com ela para prestar vestibular. A atriz Camila Márdila, que faz o papel de filha biológica de Val, divide o prêmio com Casé. O filme foi aplaudido de pé quando foi apresentado no festival, uma semana antes. "Este filme fascinante, dirigido por Anna Muylaert, explora o classismo e a mudança social no Brasil, e oferece um emocionante exame da essência da família", diz a resenha que o jornal "USA Today" fez sobre os filmes premiados. "Val demonstra tanto amor e trabalha tão constantemente e tão duro que é impossível não gostar dela, ainda que na prática ela tenha abandonado sua própria filha e, quando se reúne a ela, percebe que é uma estranha com um conjunto completamente diferente de ideias e valores", diz a revista "Hollywood Reporter". O filme já havia sido apresentado em 2014 no festival de Locarno, na Suíça, onde levou a plateia à emoção e às gargalhadas, segundo a revista "Variety".
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Regina Casé ganha prêmio de melhor atriz em SundanceA atriz e apresentadora brasileira Regina Casé ganhou neste sábado (31) um prêmio especial do júri do festival de Sundance, que premia filmes independentes nos Estados Unidos, por sua atuação no filme "Que Horas Ela Volta?", ainda inédito no Brasil. Casé interpreta Val, uma empregada doméstica que trata o filho da patroa como se fosse seu próprio filho, quando sua filha biológica vem do Nordeste morar com ela para prestar vestibular. A atriz Camila Márdila, que faz o papel de filha biológica de Val, divide o prêmio com Casé. O filme foi aplaudido de pé quando foi apresentado no festival, uma semana antes. "Este filme fascinante, dirigido por Anna Muylaert, explora o classismo e a mudança social no Brasil, e oferece um emocionante exame da essência da família", diz a resenha que o jornal "USA Today" fez sobre os filmes premiados. "Val demonstra tanto amor e trabalha tão constantemente e tão duro que é impossível não gostar dela, ainda que na prática ela tenha abandonado sua própria filha e, quando se reúne a ela, percebe que é uma estranha com um conjunto completamente diferente de ideias e valores", diz a revista "Hollywood Reporter". O filme já havia sido apresentado em 2014 no festival de Locarno, na Suíça, onde levou a plateia à emoção e às gargalhadas, segundo a revista "Variety".
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Depois da energia eólica, Brasil aposta em energia solar
Poucos segmentos da economia ainda estão cercados de expectativas positivas. O setor de geração de energia a partir de fontes renováveis é um deles. A capacidade de produção por meio delas já responde por 17% da matriz elétrica brasileira, sem contar as usinas hidrelétricas. No consumo total de energia, incluindo etanol e biodiesel como combustíveis, a participação das renováveis sobe para quase 28% —percentual que empresários e executivos esperam ver crescer nos próximos anos. Tal sucesso coloca o Brasil em uma posição privilegiada em relação ao mundo, a ponto de o cumprimento do acordo de expansão do uso de fontes renováveis, firmado entre a presidente Dilma Rousseff e seu colega americano, Barack Obama, estar próximo de ser alcançado mais de uma década antes do prazo. O próximo passo para conquistar essa expansão está no aumento da competitividade das usinas solares. A receita que será utilizada para desenvolver esses projetos já deu certo com as eólicas.
mercado
Depois da energia eólica, Brasil aposta em energia solarPoucos segmentos da economia ainda estão cercados de expectativas positivas. O setor de geração de energia a partir de fontes renováveis é um deles. A capacidade de produção por meio delas já responde por 17% da matriz elétrica brasileira, sem contar as usinas hidrelétricas. No consumo total de energia, incluindo etanol e biodiesel como combustíveis, a participação das renováveis sobe para quase 28% —percentual que empresários e executivos esperam ver crescer nos próximos anos. Tal sucesso coloca o Brasil em uma posição privilegiada em relação ao mundo, a ponto de o cumprimento do acordo de expansão do uso de fontes renováveis, firmado entre a presidente Dilma Rousseff e seu colega americano, Barack Obama, estar próximo de ser alcançado mais de uma década antes do prazo. O próximo passo para conquistar essa expansão está no aumento da competitividade das usinas solares. A receita que será utilizada para desenvolver esses projetos já deu certo com as eólicas.
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Parlapatões apostam no delírio em 'Até que Deus É um Ventilador de Teto'
Sentado ao volante, ao se deparar com o morador de rua que pede uns trocados no semáforo pelo qual passa diariamente, um homem se questiona: e se aquele sujeito vestido de trapos for na verdade Deus disfarçado de mendigo? É um pouco do delírio filosófico pelo qual passa o personagem de "Até que Deus É um Ventilador de Teto", nova montagem do grupo Parlapatões, que estreia nesta semana em São Paulo. O homem em questão (papel de Hugo Possolo) é um redator de jornal. Vive enfurnado na rotina entre escritório, trânsito e família. Em meio ao burburinho e ao corre-corre da cidade, imagina à sua frente um anzol: uma oportunidade de fisgar aquela isca e escapar da sua realidade sufocante. A partir daí já não se sabe ao certo se o que o protagonista narra é realidade ou fruto de sua imaginação. Colocado frente a frente com a violência urbana, questiona o que seria para ele o mendigo (Raul Barreto). Deus ou um reflexo da discrepância social em que vive? Ou seria Deus uma coisa tão banal como o ventilador de teto do título? "A gente não costuma falar de religião no sentido mais filosófico, da questão da existência, de pensar 'onde estou?' e 'para onde vou?'. É isso que o texto propõe", explica Possolo, que assina a dramaturgia. "Não é discutir se Deus existe ou não, mas qual o nosso lugar no mundo e o que queremos dele." Em dado momento, o mendigo conta ao protagonista uma fábula. Mas, em vez de revelador, o final se mostra sem pé nem cabeça. Ao que o pedinte comenta: "Todo mundo procura um sentido, mas não tem sentido, não". "Apesar de ter um pezinho no realismo [o aspecto de crítica social], a peça tem um lado bem absurdo", completa o diretor Pedro Granato. O personagem de Possolo passa boa parte da história cercado de uma redoma de acrílico, que faz as vezes de carro, casa e escritório. É como se ele se afogasse nesse aquário, conta Granato. Ali, recebe diversos estímulos: luzes que simulam o trocar de cores de um semáforo, barulhos de engarrafamento. "O texto é bastante fragmentado, e quisemos fazer uma leitura visual e sensorial bem forte", diz o diretor. "É uma peça bem sinestésica." PALHAÇO Fundado em 1991, o Parlapatões ficou conhecido por espetáculos cômicos e pelo uso da estética de palhaço. Uma linguagem bem distante do que se vê em "Até que Deus É um Ventilador de Teto", 57ª montagem do grupo. De acordo com Possolo, essa guinada para o dramático tem a ver com a chegada da companhia à praça Roosevelt (no centro de São Paulo), há 14 anos, e o contato com outros grupos que também têm sede no local. "Não é artístico se não arriscar", afirma o ator. "E minha história inicial com o teatro é muito ligada à poesia." ATÉ QUE DEUS É UM VENTILADOR DE TETO QUANDO qui. a sáb., às 21h, dom., às 19h; até 13/9 ONDE Sesc Pompeia, r. Clélia, 93, tel. (11) 3871-7700 QUANTO R$ 7,50 a R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Parlapatões apostam no delírio em 'Até que Deus É um Ventilador de Teto'Sentado ao volante, ao se deparar com o morador de rua que pede uns trocados no semáforo pelo qual passa diariamente, um homem se questiona: e se aquele sujeito vestido de trapos for na verdade Deus disfarçado de mendigo? É um pouco do delírio filosófico pelo qual passa o personagem de "Até que Deus É um Ventilador de Teto", nova montagem do grupo Parlapatões, que estreia nesta semana em São Paulo. O homem em questão (papel de Hugo Possolo) é um redator de jornal. Vive enfurnado na rotina entre escritório, trânsito e família. Em meio ao burburinho e ao corre-corre da cidade, imagina à sua frente um anzol: uma oportunidade de fisgar aquela isca e escapar da sua realidade sufocante. A partir daí já não se sabe ao certo se o que o protagonista narra é realidade ou fruto de sua imaginação. Colocado frente a frente com a violência urbana, questiona o que seria para ele o mendigo (Raul Barreto). Deus ou um reflexo da discrepância social em que vive? Ou seria Deus uma coisa tão banal como o ventilador de teto do título? "A gente não costuma falar de religião no sentido mais filosófico, da questão da existência, de pensar 'onde estou?' e 'para onde vou?'. É isso que o texto propõe", explica Possolo, que assina a dramaturgia. "Não é discutir se Deus existe ou não, mas qual o nosso lugar no mundo e o que queremos dele." Em dado momento, o mendigo conta ao protagonista uma fábula. Mas, em vez de revelador, o final se mostra sem pé nem cabeça. Ao que o pedinte comenta: "Todo mundo procura um sentido, mas não tem sentido, não". "Apesar de ter um pezinho no realismo [o aspecto de crítica social], a peça tem um lado bem absurdo", completa o diretor Pedro Granato. O personagem de Possolo passa boa parte da história cercado de uma redoma de acrílico, que faz as vezes de carro, casa e escritório. É como se ele se afogasse nesse aquário, conta Granato. Ali, recebe diversos estímulos: luzes que simulam o trocar de cores de um semáforo, barulhos de engarrafamento. "O texto é bastante fragmentado, e quisemos fazer uma leitura visual e sensorial bem forte", diz o diretor. "É uma peça bem sinestésica." PALHAÇO Fundado em 1991, o Parlapatões ficou conhecido por espetáculos cômicos e pelo uso da estética de palhaço. Uma linguagem bem distante do que se vê em "Até que Deus É um Ventilador de Teto", 57ª montagem do grupo. De acordo com Possolo, essa guinada para o dramático tem a ver com a chegada da companhia à praça Roosevelt (no centro de São Paulo), há 14 anos, e o contato com outros grupos que também têm sede no local. "Não é artístico se não arriscar", afirma o ator. "E minha história inicial com o teatro é muito ligada à poesia." ATÉ QUE DEUS É UM VENTILADOR DE TETO QUANDO qui. a sáb., às 21h, dom., às 19h; até 13/9 ONDE Sesc Pompeia, r. Clélia, 93, tel. (11) 3871-7700 QUANTO R$ 7,50 a R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Rejeitado, o republicano Trump acena a negros para ampliar eleitorado
Em Anacostia, bairro de população 90% negra da capital dos EUA, não é fácil achar voz favorável a Donald Trump. A antipatia das ruas confirma as pesquisas nacionais, com índices de apoio esquálidos entre os afroamericanos ao candidato presidencial republicano, visto pela maioria como racista. Trump tem tentado mudar essa imagem, com apelo aos negros e encontros com líderes da minoria. Perdendo nas pesquisas para a rival democrata, Hillary Clinton, o empresário sabe que precisa ampliar seu apoio para além do eleitorado majoritariamente branco que fez dele o candidato republicano. A 73 dias da eleição, porém, a impressão geral é que é muito pouco e tarde demais. "Não vou negar, entendo por que Trump toca o homem comum. Muito do que ele fala é verdade", diz Anthony Weldon, 56, que nos últimos anos pulou de emprego em emprego e hoje trabalha numa lanchonete. "Mas não posso votar num racista." Na avenida Martin Luther King Jr., a principal de Anacostia, em cem metros há três igrejas e uma instituição muçulmana. A população dos EUA é altamente religiosa, e isso é especialmente verdade entre os negros. O principal argumento de Trump para atrair o voto das minorias é econômico. Segundo o censo americano, embora os negros sejam 13% da população do país, eles perfazem 26,2% dos pobres. "Vocês vivem na pobreza", disse num comício em Michigan sem negros à vista. "Que diabos vocês tem a perder?". A generalização ofendeu muitos que não se reconhecem na descrição de Trump. O bilionário partiu então para o ataque, acusando Hillary e o Partido Democrata, na quarta (24), de tirar proveito político do eleitor negro. Hillary "vê as pessoas de cor apenas como votos, não seres humanos que merecem um futuro melhor", disse. No dia seguinte, em Nevada, a democrata disse que "Trump construiu sua campanha com preconceito e paranoia" e abraçou uma "franja radical" do eleitorado. HISTÓRICO As duas campanhas alimentaram a batalha racial com anúncios para a TV feitos sob medida, ambos usando as palavras do adversário para atacá-lo. "O que você tem a perder?", aparece Trump no anúncio de Hillary. "Tudo", diz a legenda sob fundo preto. Já Trump resgatou um vídeo de 1994, em que Hillary era primeira-dama e usou o termo "superpredadores" para definir jovens negros que caem na criminalidade. Em seguida aparece o senador Bernie Sanders, que perdeu a candidatura democrata para Hillary, chamando a frase de racista. Há anos os afroamericanos preferem o Partido Democrata, mas o desempenho de Trump nas pesquisas fica abaixo dos dois últimos candidatos republicanos, que enfrentaram um oponente negro, Barack Obama. Em 2008, John McCain teve 4%, Em 2012, Mitt Romney teve 6%. O joalheiro Bruce LeVell representa a minoria pró-Trump, mas ficou marcado pelas críticas de outro negro na TV, por apoiar um candidato "intolerante". A Folha contatou a página on-line Negros por Trump, e o porta-voz identificou-se como reverendo Jackson. "As pesquisas não refletem a realidade. Muitos afroamericanos têm medo de dizer que votarão em Trump", disse ao telefone. O discurso é maduro para alguém de 16 anos. "Sou pastor desde os 13." Para o cientista político Darren Davis, especialista em política racial da Universidade de Notre Dame (Indiana), embora a economia seja importante para os eleitores negros, o antagonismo é grande demais. A imagem de racista vem de 2011, quando o bilionário liderou uma campanha questionando se o presidente Barack Obama havia nascido nos EUA. Além disso, diz Davis, afroamericanos foram expulsos com violência de comícios de Trump, e ele recusou vários convites de organizações negras. "Trump não será capaz de atrair um número significativo de eleitores afroamericanos, não mais que 5%", prevê. Com 91% de aprovação entre os negros (contra 51% na população geral, segundo o Gallup), Obama ajuda Hillary, mas quando a questão é se sua Presidência melhorou a vida da minoria, as opiniões se dividem. Como positivas, são citadas a reforma do sistema de saúde, que ampliou o acesso, e a melhora da economia. Já tensão racial e a violência policial aumentaram. SITUAÇÃO DOS NEGROS NO GOVERNO OBAMA- Desemprego SITUAÇÃO DOS NEGROS NO GOVERNO OBAMA - Desemprego entre jovens (16-24) SITUAÇÃO DOS NEGROS NO GOVERNO OBAMA- Renda média anual, em US$ SITUAÇÃO DOS NEGROS NO GOVERNO OBAMA - Número de Pobres
mundo
Rejeitado, o republicano Trump acena a negros para ampliar eleitoradoEm Anacostia, bairro de população 90% negra da capital dos EUA, não é fácil achar voz favorável a Donald Trump. A antipatia das ruas confirma as pesquisas nacionais, com índices de apoio esquálidos entre os afroamericanos ao candidato presidencial republicano, visto pela maioria como racista. Trump tem tentado mudar essa imagem, com apelo aos negros e encontros com líderes da minoria. Perdendo nas pesquisas para a rival democrata, Hillary Clinton, o empresário sabe que precisa ampliar seu apoio para além do eleitorado majoritariamente branco que fez dele o candidato republicano. A 73 dias da eleição, porém, a impressão geral é que é muito pouco e tarde demais. "Não vou negar, entendo por que Trump toca o homem comum. Muito do que ele fala é verdade", diz Anthony Weldon, 56, que nos últimos anos pulou de emprego em emprego e hoje trabalha numa lanchonete. "Mas não posso votar num racista." Na avenida Martin Luther King Jr., a principal de Anacostia, em cem metros há três igrejas e uma instituição muçulmana. A população dos EUA é altamente religiosa, e isso é especialmente verdade entre os negros. O principal argumento de Trump para atrair o voto das minorias é econômico. Segundo o censo americano, embora os negros sejam 13% da população do país, eles perfazem 26,2% dos pobres. "Vocês vivem na pobreza", disse num comício em Michigan sem negros à vista. "Que diabos vocês tem a perder?". A generalização ofendeu muitos que não se reconhecem na descrição de Trump. O bilionário partiu então para o ataque, acusando Hillary e o Partido Democrata, na quarta (24), de tirar proveito político do eleitor negro. Hillary "vê as pessoas de cor apenas como votos, não seres humanos que merecem um futuro melhor", disse. No dia seguinte, em Nevada, a democrata disse que "Trump construiu sua campanha com preconceito e paranoia" e abraçou uma "franja radical" do eleitorado. HISTÓRICO As duas campanhas alimentaram a batalha racial com anúncios para a TV feitos sob medida, ambos usando as palavras do adversário para atacá-lo. "O que você tem a perder?", aparece Trump no anúncio de Hillary. "Tudo", diz a legenda sob fundo preto. Já Trump resgatou um vídeo de 1994, em que Hillary era primeira-dama e usou o termo "superpredadores" para definir jovens negros que caem na criminalidade. Em seguida aparece o senador Bernie Sanders, que perdeu a candidatura democrata para Hillary, chamando a frase de racista. Há anos os afroamericanos preferem o Partido Democrata, mas o desempenho de Trump nas pesquisas fica abaixo dos dois últimos candidatos republicanos, que enfrentaram um oponente negro, Barack Obama. Em 2008, John McCain teve 4%, Em 2012, Mitt Romney teve 6%. O joalheiro Bruce LeVell representa a minoria pró-Trump, mas ficou marcado pelas críticas de outro negro na TV, por apoiar um candidato "intolerante". A Folha contatou a página on-line Negros por Trump, e o porta-voz identificou-se como reverendo Jackson. "As pesquisas não refletem a realidade. Muitos afroamericanos têm medo de dizer que votarão em Trump", disse ao telefone. O discurso é maduro para alguém de 16 anos. "Sou pastor desde os 13." Para o cientista político Darren Davis, especialista em política racial da Universidade de Notre Dame (Indiana), embora a economia seja importante para os eleitores negros, o antagonismo é grande demais. A imagem de racista vem de 2011, quando o bilionário liderou uma campanha questionando se o presidente Barack Obama havia nascido nos EUA. Além disso, diz Davis, afroamericanos foram expulsos com violência de comícios de Trump, e ele recusou vários convites de organizações negras. "Trump não será capaz de atrair um número significativo de eleitores afroamericanos, não mais que 5%", prevê. Com 91% de aprovação entre os negros (contra 51% na população geral, segundo o Gallup), Obama ajuda Hillary, mas quando a questão é se sua Presidência melhorou a vida da minoria, as opiniões se dividem. Como positivas, são citadas a reforma do sistema de saúde, que ampliou o acesso, e a melhora da economia. Já tensão racial e a violência policial aumentaram. SITUAÇÃO DOS NEGROS NO GOVERNO OBAMA- Desemprego SITUAÇÃO DOS NEGROS NO GOVERNO OBAMA - Desemprego entre jovens (16-24) SITUAÇÃO DOS NEGROS NO GOVERNO OBAMA- Renda média anual, em US$ SITUAÇÃO DOS NEGROS NO GOVERNO OBAMA - Número de Pobres
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Habeas corpus
SÃO PAULO - Hoje vou discordar do editorial da Folha publicado no último domingo. Não acho que a descriminalização do aborto deva ser decidida em plebiscito, como defendeu o texto. A consulta direta à população é uma excelente ferramenta para definir uma série de políticas públicas, que vão das prioridades orçamentárias a normas de convívio social, mas penso que ela não serve bem para lidar com direitos e garantias fundamentais –o que, no fundo, é o caso do aborto. A inoportunidade do plebiscito fica patente com um experimento mental. Num país com expressiva e aguerrida maioria religiosa, uma proposta para tornar oficial e obrigatório o credo mais popular seria facilmente aprovada, apesar de constituir clara violação ao princípio da liberdade individual das minorias. Transpondo o raciocínio para o caso do aborto, não me parece correto delegar a vizinhos a decisão sobre o que a mulher pode fazer com suas vísceras. Existe uma esfera da vida privada que é tão íntima que o Estado não tem legitimidade para regular. Nessas situações, faz mais sentido que o Judiciário trace, por via jurisprudencial, a linha entre o que pode ser objeto de leis e o que fica reservado ao livre-arbítrio do indivíduo. Não é só a interrupção da gravidez que cai no guarda-chuva da intimidade. Ele deveria abarcar também o uso de drogas e a eutanásia. O que cada um faz com o próprio corpo e não afeta diretamente terceiros (embriões com poucas semanas de desenvolvimento ainda não são pessoas) não é da conta de mais ninguém. Embora possa parecer antidemocrático não dar ouvidos ao que pensa a maioria, creio que prevalece aqui o princípio da ampliação das liberdades individuais, que é indissociável da consolidação da democracia. Basta lembrar que, até poucas décadas atrás, a maioria dos países ocidentais ainda mantinha leis que criminalizavam o homossexualismo, o que hoje soa absurdamente ditatorial.
colunas
Habeas corpusSÃO PAULO - Hoje vou discordar do editorial da Folha publicado no último domingo. Não acho que a descriminalização do aborto deva ser decidida em plebiscito, como defendeu o texto. A consulta direta à população é uma excelente ferramenta para definir uma série de políticas públicas, que vão das prioridades orçamentárias a normas de convívio social, mas penso que ela não serve bem para lidar com direitos e garantias fundamentais –o que, no fundo, é o caso do aborto. A inoportunidade do plebiscito fica patente com um experimento mental. Num país com expressiva e aguerrida maioria religiosa, uma proposta para tornar oficial e obrigatório o credo mais popular seria facilmente aprovada, apesar de constituir clara violação ao princípio da liberdade individual das minorias. Transpondo o raciocínio para o caso do aborto, não me parece correto delegar a vizinhos a decisão sobre o que a mulher pode fazer com suas vísceras. Existe uma esfera da vida privada que é tão íntima que o Estado não tem legitimidade para regular. Nessas situações, faz mais sentido que o Judiciário trace, por via jurisprudencial, a linha entre o que pode ser objeto de leis e o que fica reservado ao livre-arbítrio do indivíduo. Não é só a interrupção da gravidez que cai no guarda-chuva da intimidade. Ele deveria abarcar também o uso de drogas e a eutanásia. O que cada um faz com o próprio corpo e não afeta diretamente terceiros (embriões com poucas semanas de desenvolvimento ainda não são pessoas) não é da conta de mais ninguém. Embora possa parecer antidemocrático não dar ouvidos ao que pensa a maioria, creio que prevalece aqui o princípio da ampliação das liberdades individuais, que é indissociável da consolidação da democracia. Basta lembrar que, até poucas décadas atrás, a maioria dos países ocidentais ainda mantinha leis que criminalizavam o homossexualismo, o que hoje soa absurdamente ditatorial.
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Brasil faz com que a campanha nos EUA pareça boa, diz cientista político
Embora a tese do golpe não tenha colado aos olhos do mundo, ainda levará um tempo até que a estabilidade seja restaurada no Brasil e os investidores estrangeiros voltem a se sentir confortáveis em aplicar no país. Essa é a previsão do cientista político Ian Bremmer, fundador e presidente da Eurasia, principal consultoria de risco político dos EUA. No início do ano, a Eurasia incluiu o Brasil entre os dez maiores riscos geopolíticos do mundo em 2016, e Bremmer acha que a avaliação se sustenta depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff. A estranheza causada no mundo pela política brasileira faz o extravagante Donald Trump parecer um "presbiteriano", diz ele. Em entrevista à Folha, ele explicou porque só dá 25% de chances de Trump chegar à Casa Branca e nota 7 ao legado do presidente Barack Obama em política externa. Leia trechos da entrevista. * Folha - Por que o Brasil foi incluído entre os riscos de 2016, numa lista que também tem ameaças como o grupo terrorista Estado Islâmico? Ian Bremmer - Quando fizemos a lista estava claro que a Lava Jato iria continuar, que seria o maior escândalo político no Brasil desde o regime militar e que ele se desenrolava num ambiente econômico cada vez mais desafiador. Se soubéssemos do vírus da zika teríamos aumentado o risco Brasil. É bom lembrar que o Brasil não estava entre os maiores riscos [número 8]. Mas teria sido irresponsável não incluir o Brasil na lista. O afastamento da presidente altera a avaliação? Bem, um dos principais ministros [do gabinete interino] foi afastado depois de pouco mais de dez dias no cargo. Ainda não saímos da floresta. O maior risco para Temer sem dúvida é a Lava Jato. Mas acredito que depois de se livrar de Dilma Rousseff e com um novo regime, muita gente vai apoiar Temer e sua agenda de reformas macroeconômicas e fiscais, inclusive no Congresso. Há uma chance de melhora na trajetória nos próximos meses. A crise gerou uma guerra de narrativas. De um lado a presidente insiste que foi vítima de um golpe, enquanto os defensores do impeachment afirmam que o processo é legítimo. Qual das duas venceu no exterior? A narrativa do golpe não colou. Alguns dos pronunciamentos feitos contra Dilma Rousseff na votação do impeachment foram obviamente meio farsescos. Mas muitas afirmações de legisladores ao redor do mundo devem ser encarados com um grão de sal e nos EUA temos a nossa parcela de constrangimento. Uma das grandes façanhas do Brasil foi fazer com que as eleições americanas pareçam boas. Até a mulher de Temer faz Trump parecer um presbiteriano. Melania [Trump] não tem o nome do marido tatuado na nuca. O americano e o europeu médios olham para o Brasil e veem um grande escândalo, mas também que o país está trabalhando para superá-lo. Ninguém acredita seriamente que houve um golpe. O afastamento da presidente restaura a confiança dos investidores estrangeiros no Brasil? A crise é muito feia, são dois anos de uma recessão severa. Mas acredito que com o tempo o sentimento dos investidores vai mudar. É muito cedo para dizer que isso ocorrerá agora, não sei se já chegamos ao ponto de inflexão para que as pessoas realmente se sintam confortáveis, porque o escândalo de corrupção tem efeitos imprevisíveis. A confiança poderia voltar com a permanência da presidente Dilma? Se ela não saísse, levaria mais tempo para que os escândalos se resolvessem e que a economia do Brasil se normalizasse. Nesse ponto seu afastamento ajudou, em termos de mercado. Não é por isso que era preciso se livrar dela, mas porque ela foi incapaz de administrar a derrocada política a partir de um escândalo extraordinário. Francamente, acho que teria sido melhor para todos se ela tivesse renunciado, mas é uma prerrogativa dela passar por esse período da forma como quiser. O governo Obama negou a tese de golpe contra a presidente Dilma. Como ficam as relações entre os dois países? Obama quer se concentrar mais em política externa enquanto caminha para o fim de seu mandato, sobretudo nos lugares onde pode deixar um legado. Não acho que ele realmente possa fazer algo nesse sentido com o Brasil. Ainda há muita incerteza no país e o governo [interino] está cercado demais de questionamentos, por isso não acho que haverá qualquer avanço significativo do Brasil com os EUA. E a América Latina não é uma prioridade para o governo americano. Qual o seu balanço do legado de Obama em política externa? As maiores conquistas: número um, o TPP [Parceria Transpacífico], que é transformador para o comércio multilateral. Não apenas solidifica as relações com os aliados americanos. É claro que o TPP não é um fao consumado. Se Trump vencer, acho que o acordo está morto. Número dois, o acordo com o Irã, que certamente é um sucesso, tanto no aspecto nuclear como para baixar os preços do petróleo e permitir que os americanos saiam de um dos conflitos mais complicados na região. Número três, a abertura com Cuba. Também acho que as relações com a América Latina e com a Ásia estão num lugar melhor do que quando ele assumiu. E no lado negativo? Em primeiro lugar Rússia e Ucrânia. O governo Obama errou a mão desesperadamente. Puniu a Rússia e não ajudou efetivamente a Ucrânia e isso acabou tendo um resultado de perda para todos, com exceção da China. A política de Obama para o Estado Islâmico, especificamente ao lidar com a Síria e não cumprir o ultimato [de agir em caso de uso de armas químicas], revelou uma estratégia ruim e desestabilizou as relações dos EUA com aliados na região, que está numa situação bem pior da que estava antes. A relação transatlântica é a mais fraca dos últimos 75 anos. Em parte é um problema interno da Europa, mas também se dá porque os europeus não veem os EUA como um aliado comprometido. Vemos isso com os britânicos se aproximando da China, os franceses se aproximando da Rússia, os alemães indo em direção da Turquia, porque sentem que não tem outra escolha. Houve uma falta de direção. A maioria dos americanos não sabe o que os EUA defendem e o mesmo ocorre com os aliados americanos. O presidente dos EUA deveria articular essa visão, algo que Obama não quis fazer. Em geral, eu diria que o legado será misto. Parte disso é culpa dele. Mas também se deve ao fato de estarmos entrando num mundo G-Zero [em que nenhuma potência ou bloco pode direcionar a agenda global]. Está mais difícil para os EUA liderarem. Mesmo um presidente nota 10 em politica externa teria problemas. E Obama é um presidente nota 7. No Top 10 de riscos vocês incluíram "líderes imprevisíveis", como o russo Vladimir Putin e o turco Recep Erdogan. Se fosse hoje, Trump estaria na lista? Essa é difícil. Ele não é um líder imprevisível da mesma forma que um Putin ou um Erdogan. Seria um erro colocar Trump na mesma categoria desses líderes do mundo emergente, que não tem mecanismos de freios e contrapesos como os EUA, e agem em estruturas democráticas frágeis ou autoritárias. Para começar, algumas de suas ideias são inconstitucionais, como barrar a entrada de muçulmanos. Mas se Obama como presidente enervou os aliados americanos porque eles não sabem o que os EUA defendem, com Trump presidente o nervosismo será maior, porque eles acharão que sabem o que os EUA defendem, que seria o unilateralismo, essa ideia da "América Primeiro", que na verdade foi um termo que eu criei para descrever a política do Trump. A ironia é que ele gostou e o adotou em sua campanha. Qual a previsão da Eurasia sobre as chances de Trump ser eleito? No momento damos 25%, o que é bastante baixo, em parte porque achamos que quando acontecer a Convenção Democrata a Hillary terá uma plataforma que colocará Bernie Sanders [senador que disputa com ela a candidatura do partido] a bordo e ele se tornará um grande advogado dela, especialmente entre os jovens que de outra forma não votariam nela. Embora os fatores negativos da Hillary sejam alarmantes, os do Trump são históricos. Continuo achando que é bastante improvável que Trump se torne presidente, mas ainda temos cinco meses até as eleições e isso pode mudar. Serão meses bem interessantes.
poder
Brasil faz com que a campanha nos EUA pareça boa, diz cientista políticoEmbora a tese do golpe não tenha colado aos olhos do mundo, ainda levará um tempo até que a estabilidade seja restaurada no Brasil e os investidores estrangeiros voltem a se sentir confortáveis em aplicar no país. Essa é a previsão do cientista político Ian Bremmer, fundador e presidente da Eurasia, principal consultoria de risco político dos EUA. No início do ano, a Eurasia incluiu o Brasil entre os dez maiores riscos geopolíticos do mundo em 2016, e Bremmer acha que a avaliação se sustenta depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff. A estranheza causada no mundo pela política brasileira faz o extravagante Donald Trump parecer um "presbiteriano", diz ele. Em entrevista à Folha, ele explicou porque só dá 25% de chances de Trump chegar à Casa Branca e nota 7 ao legado do presidente Barack Obama em política externa. Leia trechos da entrevista. * Folha - Por que o Brasil foi incluído entre os riscos de 2016, numa lista que também tem ameaças como o grupo terrorista Estado Islâmico? Ian Bremmer - Quando fizemos a lista estava claro que a Lava Jato iria continuar, que seria o maior escândalo político no Brasil desde o regime militar e que ele se desenrolava num ambiente econômico cada vez mais desafiador. Se soubéssemos do vírus da zika teríamos aumentado o risco Brasil. É bom lembrar que o Brasil não estava entre os maiores riscos [número 8]. Mas teria sido irresponsável não incluir o Brasil na lista. O afastamento da presidente altera a avaliação? Bem, um dos principais ministros [do gabinete interino] foi afastado depois de pouco mais de dez dias no cargo. Ainda não saímos da floresta. O maior risco para Temer sem dúvida é a Lava Jato. Mas acredito que depois de se livrar de Dilma Rousseff e com um novo regime, muita gente vai apoiar Temer e sua agenda de reformas macroeconômicas e fiscais, inclusive no Congresso. Há uma chance de melhora na trajetória nos próximos meses. A crise gerou uma guerra de narrativas. De um lado a presidente insiste que foi vítima de um golpe, enquanto os defensores do impeachment afirmam que o processo é legítimo. Qual das duas venceu no exterior? A narrativa do golpe não colou. Alguns dos pronunciamentos feitos contra Dilma Rousseff na votação do impeachment foram obviamente meio farsescos. Mas muitas afirmações de legisladores ao redor do mundo devem ser encarados com um grão de sal e nos EUA temos a nossa parcela de constrangimento. Uma das grandes façanhas do Brasil foi fazer com que as eleições americanas pareçam boas. Até a mulher de Temer faz Trump parecer um presbiteriano. Melania [Trump] não tem o nome do marido tatuado na nuca. O americano e o europeu médios olham para o Brasil e veem um grande escândalo, mas também que o país está trabalhando para superá-lo. Ninguém acredita seriamente que houve um golpe. O afastamento da presidente restaura a confiança dos investidores estrangeiros no Brasil? A crise é muito feia, são dois anos de uma recessão severa. Mas acredito que com o tempo o sentimento dos investidores vai mudar. É muito cedo para dizer que isso ocorrerá agora, não sei se já chegamos ao ponto de inflexão para que as pessoas realmente se sintam confortáveis, porque o escândalo de corrupção tem efeitos imprevisíveis. A confiança poderia voltar com a permanência da presidente Dilma? Se ela não saísse, levaria mais tempo para que os escândalos se resolvessem e que a economia do Brasil se normalizasse. Nesse ponto seu afastamento ajudou, em termos de mercado. Não é por isso que era preciso se livrar dela, mas porque ela foi incapaz de administrar a derrocada política a partir de um escândalo extraordinário. Francamente, acho que teria sido melhor para todos se ela tivesse renunciado, mas é uma prerrogativa dela passar por esse período da forma como quiser. O governo Obama negou a tese de golpe contra a presidente Dilma. Como ficam as relações entre os dois países? Obama quer se concentrar mais em política externa enquanto caminha para o fim de seu mandato, sobretudo nos lugares onde pode deixar um legado. Não acho que ele realmente possa fazer algo nesse sentido com o Brasil. Ainda há muita incerteza no país e o governo [interino] está cercado demais de questionamentos, por isso não acho que haverá qualquer avanço significativo do Brasil com os EUA. E a América Latina não é uma prioridade para o governo americano. Qual o seu balanço do legado de Obama em política externa? As maiores conquistas: número um, o TPP [Parceria Transpacífico], que é transformador para o comércio multilateral. Não apenas solidifica as relações com os aliados americanos. É claro que o TPP não é um fao consumado. Se Trump vencer, acho que o acordo está morto. Número dois, o acordo com o Irã, que certamente é um sucesso, tanto no aspecto nuclear como para baixar os preços do petróleo e permitir que os americanos saiam de um dos conflitos mais complicados na região. Número três, a abertura com Cuba. Também acho que as relações com a América Latina e com a Ásia estão num lugar melhor do que quando ele assumiu. E no lado negativo? Em primeiro lugar Rússia e Ucrânia. O governo Obama errou a mão desesperadamente. Puniu a Rússia e não ajudou efetivamente a Ucrânia e isso acabou tendo um resultado de perda para todos, com exceção da China. A política de Obama para o Estado Islâmico, especificamente ao lidar com a Síria e não cumprir o ultimato [de agir em caso de uso de armas químicas], revelou uma estratégia ruim e desestabilizou as relações dos EUA com aliados na região, que está numa situação bem pior da que estava antes. A relação transatlântica é a mais fraca dos últimos 75 anos. Em parte é um problema interno da Europa, mas também se dá porque os europeus não veem os EUA como um aliado comprometido. Vemos isso com os britânicos se aproximando da China, os franceses se aproximando da Rússia, os alemães indo em direção da Turquia, porque sentem que não tem outra escolha. Houve uma falta de direção. A maioria dos americanos não sabe o que os EUA defendem e o mesmo ocorre com os aliados americanos. O presidente dos EUA deveria articular essa visão, algo que Obama não quis fazer. Em geral, eu diria que o legado será misto. Parte disso é culpa dele. Mas também se deve ao fato de estarmos entrando num mundo G-Zero [em que nenhuma potência ou bloco pode direcionar a agenda global]. Está mais difícil para os EUA liderarem. Mesmo um presidente nota 10 em politica externa teria problemas. E Obama é um presidente nota 7. No Top 10 de riscos vocês incluíram "líderes imprevisíveis", como o russo Vladimir Putin e o turco Recep Erdogan. Se fosse hoje, Trump estaria na lista? Essa é difícil. Ele não é um líder imprevisível da mesma forma que um Putin ou um Erdogan. Seria um erro colocar Trump na mesma categoria desses líderes do mundo emergente, que não tem mecanismos de freios e contrapesos como os EUA, e agem em estruturas democráticas frágeis ou autoritárias. Para começar, algumas de suas ideias são inconstitucionais, como barrar a entrada de muçulmanos. Mas se Obama como presidente enervou os aliados americanos porque eles não sabem o que os EUA defendem, com Trump presidente o nervosismo será maior, porque eles acharão que sabem o que os EUA defendem, que seria o unilateralismo, essa ideia da "América Primeiro", que na verdade foi um termo que eu criei para descrever a política do Trump. A ironia é que ele gostou e o adotou em sua campanha. Qual a previsão da Eurasia sobre as chances de Trump ser eleito? No momento damos 25%, o que é bastante baixo, em parte porque achamos que quando acontecer a Convenção Democrata a Hillary terá uma plataforma que colocará Bernie Sanders [senador que disputa com ela a candidatura do partido] a bordo e ele se tornará um grande advogado dela, especialmente entre os jovens que de outra forma não votariam nela. Embora os fatores negativos da Hillary sejam alarmantes, os do Trump são históricos. Continuo achando que é bastante improvável que Trump se torne presidente, mas ainda temos cinco meses até as eleições e isso pode mudar. Serão meses bem interessantes.
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Casos de dengue crescem 53% neste ano; oito Estados já estão em epidemia
Após enfrentar uma das piores epidemias de dengue já registradas, o Brasil tem tido novo aumento nos casos da doença neste ano. O número de casos prováveis de dengue cresceu 53% nos dois primeiros meses de 2016 em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta terça-feira (29). Ao todo, foram notificados 396.582 casos prováveis de dengue no país entre os dias 3 de janeiro e 27 de fevereiro. No mesmo período do ano anterior, eram 259.827 registros. Balanço do Ministério da Saúde mostra que 21 Estados apresentam aumento de casos em comparação aos primeiros meses de 2015. Oito deles também já apresentam índices que configuram uma situação de epidemia, quando há mais de 300 casos de dengue a cada 100 mil habitantes. São eles: Acre, Tocantins, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. Em Minas Gerais, só nos dois primeiros meses deste ano, o número de casos notificados de dengue já é nove vezes maior em comparação ao mesmo período do ano passado, com 124.515 registros prováveis da doença. O Estado também abriga a cidade que lidera em incidência de casos de dengue, parâmetro usado para medir a ocorrência de uma epidemia. Em Campanário (MG), a proporção é de 11.304 casos a cada 100 mil habitantes. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti Já em São Paulo, Estado que teve uma das piores epidemias de dengue no ano passado, os dados apontam uma redução de 58% nos casos neste ano -são, agora, 66.525 registros, contra 160.842 nos dois primeiros meses de 2015. A queda pode ser explicada pelo menor número de pessoas suscetíveis ao sorotipo de vírus da dengue em circulação, devido ao alto número de infecções no ano anterior. Dados do Ministério da Saúde, obtidos a partir da análise de 1.575 amostras, apontam que o tipo 1 ainda teria circulação predominante nesta região. A situação, porém pode variar conforme o local. Também há novas amostras sendo analisadas. O diretor do departamento de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, diz esperar que haja uma redução dos casos a partir de abril devido à intensificação no início deste ano nas campanhas contra o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. CASOS GRAVES Apesar do avanço no número de casos prováveis de dengue em comparação ao ano anterior, o balanço aponta uma redução no total de complicações e mortes pela doença. O número de casos graves ou com sinais de alarme caiu 71% neste ano -foram 1.208 confirmados até o dia 27 de fevereiro. O país também já registra 51 mortes por dengue. No mesmo período do ano passado, eram 197. Para o Ministério da Saúde, a queda indica que os serviços de saúde estão mais alertas para a doença e que os casos têm sido tratados com maior rapidez.
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Casos de dengue crescem 53% neste ano; oito Estados já estão em epidemiaApós enfrentar uma das piores epidemias de dengue já registradas, o Brasil tem tido novo aumento nos casos da doença neste ano. O número de casos prováveis de dengue cresceu 53% nos dois primeiros meses de 2016 em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta terça-feira (29). Ao todo, foram notificados 396.582 casos prováveis de dengue no país entre os dias 3 de janeiro e 27 de fevereiro. No mesmo período do ano anterior, eram 259.827 registros. Balanço do Ministério da Saúde mostra que 21 Estados apresentam aumento de casos em comparação aos primeiros meses de 2015. Oito deles também já apresentam índices que configuram uma situação de epidemia, quando há mais de 300 casos de dengue a cada 100 mil habitantes. São eles: Acre, Tocantins, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. Em Minas Gerais, só nos dois primeiros meses deste ano, o número de casos notificados de dengue já é nove vezes maior em comparação ao mesmo período do ano passado, com 124.515 registros prováveis da doença. O Estado também abriga a cidade que lidera em incidência de casos de dengue, parâmetro usado para medir a ocorrência de uma epidemia. Em Campanário (MG), a proporção é de 11.304 casos a cada 100 mil habitantes. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti Já em São Paulo, Estado que teve uma das piores epidemias de dengue no ano passado, os dados apontam uma redução de 58% nos casos neste ano -são, agora, 66.525 registros, contra 160.842 nos dois primeiros meses de 2015. A queda pode ser explicada pelo menor número de pessoas suscetíveis ao sorotipo de vírus da dengue em circulação, devido ao alto número de infecções no ano anterior. Dados do Ministério da Saúde, obtidos a partir da análise de 1.575 amostras, apontam que o tipo 1 ainda teria circulação predominante nesta região. A situação, porém pode variar conforme o local. Também há novas amostras sendo analisadas. O diretor do departamento de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, diz esperar que haja uma redução dos casos a partir de abril devido à intensificação no início deste ano nas campanhas contra o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. CASOS GRAVES Apesar do avanço no número de casos prováveis de dengue em comparação ao ano anterior, o balanço aponta uma redução no total de complicações e mortes pela doença. O número de casos graves ou com sinais de alarme caiu 71% neste ano -foram 1.208 confirmados até o dia 27 de fevereiro. O país também já registra 51 mortes por dengue. No mesmo período do ano passado, eram 197. Para o Ministério da Saúde, a queda indica que os serviços de saúde estão mais alertas para a doença e que os casos têm sido tratados com maior rapidez.
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Pressionado, Palmeiras reencontra velho algoz pela Copa do Brasil
O Palmeiras reencontrará um velho "fantasma" na noite desta quarta-feira (27), às 22h, no jogo de ida pela terceira fase da Copa do Brasil, no Allianz Parque. O ASA, que em 2002 eliminou o clube na primeira fase da mesma competição, viajou a São Paulo disposto a ampliar a pressão sobre os paulistas. Pressão que não tem nada a ver com o tropeço de 13 anos atrás. Ainda prestigiado pela diretoria, Oswaldo de Oliveira já é alvo de críticas de conselheiros e torcedores pelo início ruim no Campeonato Brasileiro, com dois empates e uma derrota. Não vencer o ASA colocaria o clube em situação delicada, já que no domingo (31) o adversário será o rival Corinthians, no Itaquerão. "Nem me lembrava desse caso de 2002. Com a classificação do ASA, as pessoas começaram a falar. Mas foi há 13 anos, não tem nenhuma relação. Os jogadores são outros, nada a ver", minimizou Oswaldo. Naquela ocasião, o ASA venceu em Alagoas por 1 a 0 e passou de fase graças ao gol que marcou na derrota por 2 a 1 fora de casa. Em 2013, as duas equipes duelaram pela Série B e o Palmeiras venceu duas vezes por 3 a 0. Nesta quarta (27), o Palmeiras terá quatro novidades em relação a equipe que perdeu por 1 a 0 para o Goiás, no domingo. São duas mudanças por lesão (saem Victor Ramos e Robinho, entram Jackson e Arouca), uma por desgaste físico (Zé Roberto fica no banco e Alan Patrick joga) e só uma por opção técnica: Leandro Pereira perdeu a vaga de centroavante para Cristaldo. Os atacantes Dudu (suspenso pelo TJD-SP) e Rafael Marques (gripado) engrossam a lista de desfalques, que ainda tem os argentinos Mouche e Allione, ambos em recuperação de cirurgia no joelho. Já o ASA terá dois desfalques importantes. O lateral-esquerdo Rayro, com uma torção no tornozelo esquerdo, e o meia Didira, que sentiu o adutor da coxa esquerda na partida contra o Botafogo-PB, domingo, foram vetados pelo departamento médico do clube. Com 19 jogadores, o grupo alvinegro embarcou no inicio da tarde de terça-feira (26) com destino a São Paulo.
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Pressionado, Palmeiras reencontra velho algoz pela Copa do BrasilO Palmeiras reencontrará um velho "fantasma" na noite desta quarta-feira (27), às 22h, no jogo de ida pela terceira fase da Copa do Brasil, no Allianz Parque. O ASA, que em 2002 eliminou o clube na primeira fase da mesma competição, viajou a São Paulo disposto a ampliar a pressão sobre os paulistas. Pressão que não tem nada a ver com o tropeço de 13 anos atrás. Ainda prestigiado pela diretoria, Oswaldo de Oliveira já é alvo de críticas de conselheiros e torcedores pelo início ruim no Campeonato Brasileiro, com dois empates e uma derrota. Não vencer o ASA colocaria o clube em situação delicada, já que no domingo (31) o adversário será o rival Corinthians, no Itaquerão. "Nem me lembrava desse caso de 2002. Com a classificação do ASA, as pessoas começaram a falar. Mas foi há 13 anos, não tem nenhuma relação. Os jogadores são outros, nada a ver", minimizou Oswaldo. Naquela ocasião, o ASA venceu em Alagoas por 1 a 0 e passou de fase graças ao gol que marcou na derrota por 2 a 1 fora de casa. Em 2013, as duas equipes duelaram pela Série B e o Palmeiras venceu duas vezes por 3 a 0. Nesta quarta (27), o Palmeiras terá quatro novidades em relação a equipe que perdeu por 1 a 0 para o Goiás, no domingo. São duas mudanças por lesão (saem Victor Ramos e Robinho, entram Jackson e Arouca), uma por desgaste físico (Zé Roberto fica no banco e Alan Patrick joga) e só uma por opção técnica: Leandro Pereira perdeu a vaga de centroavante para Cristaldo. Os atacantes Dudu (suspenso pelo TJD-SP) e Rafael Marques (gripado) engrossam a lista de desfalques, que ainda tem os argentinos Mouche e Allione, ambos em recuperação de cirurgia no joelho. Já o ASA terá dois desfalques importantes. O lateral-esquerdo Rayro, com uma torção no tornozelo esquerdo, e o meia Didira, que sentiu o adutor da coxa esquerda na partida contra o Botafogo-PB, domingo, foram vetados pelo departamento médico do clube. Com 19 jogadores, o grupo alvinegro embarcou no inicio da tarde de terça-feira (26) com destino a São Paulo.
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Cabral diz que lei do pré-sal é responsável pela crise no Rio
O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que cumpriu dois mandatos no Rio (2007-2014) e elegeu seu sucessor, disse que a crise financeira do Estado acontece por causa da lei do pré-sal aprovada em 2010 pelo governo federal. Questionado pela Folha por email, Cabral não respondeu se também considera que a obtenção de empréstimos e a concessão de benefícios fiscais durante os seus dois governos (2007-2014) influenciaram na crise atual, que levou o governador interino, Francisco Dornelles (PP), a decretar estado de calamidade nesta sexta (17). Um relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado) apontou, em março passado, que o governo estadual deixou de recolher em ICMS cerca de R$ 138 bilhões entre 2008 e 2013. O valor representa as isenções fiscais que o Estado concedeu a empresas. Durante o governo Sérgio Cabral, o governo do Rio pegou cerca de R$ 40 bilhões em empréstimos, de acordo com levantamento do deputado estadual Luiz Paulo (PSDB). De acordo com Cabral, na nota divulgada por sua assessoria, a redistribuição dos royaties que passou para a União, deixando de privilegiar os Estados produtores, é o principal fator do decreto de calamidade pública. "O ex-governador considera que a grave crise que se abateu sobre o Brasil tem origem na equivocada lei do pré-sal –a mesma lei que, quando governador, combateu, em protestos que liderou nas ruas do Rio com a participação de milhares de pessoas", afirmou a nota. O ex-governador "viu na lei a reestatização da produção do petróleo no Brasil e o fim da concorrência entre empresas privadas e também estrangeiras. O marco zero da crise é a lei do pré-sal, a pior da indústria brasileira", afirma a nota. LAVA JATO O governo de Sérgio Cabral também foi envolvido nas investigações da Lava Jato. Delatores citaram o ex-governador como beneficiário de propinas. Cabral foi acusado de cobrar 5% em um pacote que inclui a reforma do Maracanã, a terraplenagem da área do Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio), a construção do Arco Metropolitano e a urbanização de favelas em Manguinhos, na zona norte do Rio. As acusações foram feitas por Rogério de Sá e Clóvis Primo em acordos de delação premiada com a Lava Jato. Sá acrescentou que Cabral receberia mesada de R$ 350 mil como "adiantamento" de obras futuras. As informações são de reportagens da TV Globo. De acordo com as matérias, os ex-executivos afirmaram em seus depoimentos que a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo rendeu ao ex-governador do Rio R$ 300 mil por mês entre 2010 e 2011. A dupla contou ainda que Cabral pediu à empreiteira o pagamento de uma mesada de R$ 350 mil. O período dos depósitos não foi definido. De acordo com os depoimentos, o ex-governador chamava a propina de "adiantamentos". Os delatores disseram que a propina foi negociada no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio. Segundo eles, Cabral pediu 5% por cada obra realizada no Estado do Rio. Além do ex-governador, as delações citam Wilson Carlos, ex-secretário de Governo; Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta; e Carlos Miranda, citado como operador de Cabral nas obras do Maracanã. De acordo com os ex-executivos, Cabral teria recebido R$ 60 milhões de propina na reforma do estádio que recebeu a final da Copa. O consórcio da obra teria sido definido em 2009, antes mesmo da licitação. O custo foi de R$ 1,2 bilhão. O ex-governador também foi acusado de pedir dinheiro em obras sem participação direta do Estado. Segundo Rogério de Sá, ele pediu 1% pelas obras de terraplanagem do Comperj, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio. Em nota, Sérgio Cabral disse que "jamais interferiu em quaisquer processos licitatórios de quaisquer obras em seu governo nem tampouco solicitou benefício financeiro próprio ou para a campanha eleitoral". "No que diz respeito à delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa a propósito de um suposto envolvimento do ex-governador nas obras do Comperj, a Polícia Federal, após minuciosa apuração, opinou pelo arquivamento do inquérito pela ausência de veracidade e fundamento", afirmou o ex-governador. À revista "Época", Cavendish negou que a Delta tenha entrado no consórcio para obras do Maracanã por influência política. Já Wilson Carlos disse que "nunca teve conhecimento de tais acusações" e "nega com veemência as acusações improcedentes". Cabral divulgou nota em que nega as acusações e "manifesta a sua indignação e o seu repúdio às declarações dos delatores". Ele já é alvo de um inquérito da Lava Jato que corre no Superior Tribunal de Justiça.
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Cabral diz que lei do pré-sal é responsável pela crise no RioO ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que cumpriu dois mandatos no Rio (2007-2014) e elegeu seu sucessor, disse que a crise financeira do Estado acontece por causa da lei do pré-sal aprovada em 2010 pelo governo federal. Questionado pela Folha por email, Cabral não respondeu se também considera que a obtenção de empréstimos e a concessão de benefícios fiscais durante os seus dois governos (2007-2014) influenciaram na crise atual, que levou o governador interino, Francisco Dornelles (PP), a decretar estado de calamidade nesta sexta (17). Um relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado) apontou, em março passado, que o governo estadual deixou de recolher em ICMS cerca de R$ 138 bilhões entre 2008 e 2013. O valor representa as isenções fiscais que o Estado concedeu a empresas. Durante o governo Sérgio Cabral, o governo do Rio pegou cerca de R$ 40 bilhões em empréstimos, de acordo com levantamento do deputado estadual Luiz Paulo (PSDB). De acordo com Cabral, na nota divulgada por sua assessoria, a redistribuição dos royaties que passou para a União, deixando de privilegiar os Estados produtores, é o principal fator do decreto de calamidade pública. "O ex-governador considera que a grave crise que se abateu sobre o Brasil tem origem na equivocada lei do pré-sal –a mesma lei que, quando governador, combateu, em protestos que liderou nas ruas do Rio com a participação de milhares de pessoas", afirmou a nota. O ex-governador "viu na lei a reestatização da produção do petróleo no Brasil e o fim da concorrência entre empresas privadas e também estrangeiras. O marco zero da crise é a lei do pré-sal, a pior da indústria brasileira", afirma a nota. LAVA JATO O governo de Sérgio Cabral também foi envolvido nas investigações da Lava Jato. Delatores citaram o ex-governador como beneficiário de propinas. Cabral foi acusado de cobrar 5% em um pacote que inclui a reforma do Maracanã, a terraplenagem da área do Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio), a construção do Arco Metropolitano e a urbanização de favelas em Manguinhos, na zona norte do Rio. As acusações foram feitas por Rogério de Sá e Clóvis Primo em acordos de delação premiada com a Lava Jato. Sá acrescentou que Cabral receberia mesada de R$ 350 mil como "adiantamento" de obras futuras. As informações são de reportagens da TV Globo. De acordo com as matérias, os ex-executivos afirmaram em seus depoimentos que a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo rendeu ao ex-governador do Rio R$ 300 mil por mês entre 2010 e 2011. A dupla contou ainda que Cabral pediu à empreiteira o pagamento de uma mesada de R$ 350 mil. O período dos depósitos não foi definido. De acordo com os depoimentos, o ex-governador chamava a propina de "adiantamentos". Os delatores disseram que a propina foi negociada no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio. Segundo eles, Cabral pediu 5% por cada obra realizada no Estado do Rio. Além do ex-governador, as delações citam Wilson Carlos, ex-secretário de Governo; Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta; e Carlos Miranda, citado como operador de Cabral nas obras do Maracanã. De acordo com os ex-executivos, Cabral teria recebido R$ 60 milhões de propina na reforma do estádio que recebeu a final da Copa. O consórcio da obra teria sido definido em 2009, antes mesmo da licitação. O custo foi de R$ 1,2 bilhão. O ex-governador também foi acusado de pedir dinheiro em obras sem participação direta do Estado. Segundo Rogério de Sá, ele pediu 1% pelas obras de terraplanagem do Comperj, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio. Em nota, Sérgio Cabral disse que "jamais interferiu em quaisquer processos licitatórios de quaisquer obras em seu governo nem tampouco solicitou benefício financeiro próprio ou para a campanha eleitoral". "No que diz respeito à delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa a propósito de um suposto envolvimento do ex-governador nas obras do Comperj, a Polícia Federal, após minuciosa apuração, opinou pelo arquivamento do inquérito pela ausência de veracidade e fundamento", afirmou o ex-governador. À revista "Época", Cavendish negou que a Delta tenha entrado no consórcio para obras do Maracanã por influência política. Já Wilson Carlos disse que "nunca teve conhecimento de tais acusações" e "nega com veemência as acusações improcedentes". Cabral divulgou nota em que nega as acusações e "manifesta a sua indignação e o seu repúdio às declarações dos delatores". Ele já é alvo de um inquérito da Lava Jato que corre no Superior Tribunal de Justiça.
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Sob Trump, conservador quer rejeitar rótulo de racista e extremista
No estande posicionado logo na entrada da conferência anual da União Conservadora Americana (ACU), a camiseta mais procurada, a US$ 20 (R$ 62), estampa a marca fictícia "Muro de Fronteira Construções", com o desenho de uma escavadeira. O produto é a estrela da tenda do site conservador Breitbart, que, por sua vez, é um dos destaques do evento e foi definido por seu ex-comandante e hoje estrategista-chefe de Donald Trump, Stephen Bannon, como plataforma para a alt-right (direita alternativa), de posições racistas e extremistas. Só que mesmo com o destaque dado ao Breitbart e sendo Bannon uma das palestras mais aguardadas da conferência, seus organizadores não perderam uma única oportunidade de tentar se descolar da alt-right, chamada por eles de "organização sinistra". O paradoxo é revelador do atual momento dos conservadores americanos, que tentam se definir como grupo após terem sido atropelados pelo fenômeno Trump. Ele, inclusive, nunca foi destaque na principal conferência dos conservadores até se tornar presidente. Há seis anos, por exemplo, visto só como um bufão, fez parte de um evento lateral, no qual foi vaiado por parte da plateia. Na última quinta (23), na conferência realizada no National Harbor, em Maryland, Trump foi descrito como o homem que "uniu o Partido Republicano e o movimento conservador". "E se o partido e o movimento estão juntos, não podem ser parados", disse o chefe de gabinete de Trump, Reince Priebus, sob aplausos de um auditório cheio. Já a direita alternativa precisa ser detida, defendeu o diretor-executivo da ACU, Dan Schneider, numa palestra de tom doutrinário. "Há uma organização sinistra que está tentando se firmar às nossas custas. Eles são racistas, sexistas, odeiam a Constituição, o livre mercado, o pluralismo. Eles não são uma extensão do conservadorismo." O primeiro alvo foi o provocador Milo Yiannopoulos, que teve sua palestra no evento suspensa após ter divulgada uma fala sua relativizando a pedofilia. O segundo foi o supremacista branco Richard Spencer, expulso após ter sido "descoberto" em meio aos participantes -alguns deles o tietavam quando chegaram os seguranças. Bannon poderia ter sido o terceiro, mas Matt Schlapp, presidente da ACU, disse à Folha que se tivesse "qualquer dúvida" sobre a ligação entre o ex-Breitbart e o movimento alt-right, ele não seria um convidado de honra. "Ele é um homem que não tem racismo no seu coração, que rejeita a intolerância, cujo único pecado tem sido chacoalhar o sistema", afirmou Schlapp, para quem o conservadorismo ainda é a "soberania residir no indivíduo". A definição parece encontrar eco entre o público —menos diverso que num comício democrata, mas ainda assim com minorias representadas. Bem perto de um estande da Associação Nacional do Rifle, maior grupo de lobby pró-armas dos EUA, a transgênero Jordan Evans, 25, segurava uma placa com os dizeres "orgulho de ser conservadora, orgulho de ser transgênero, orgulho de ser americana #SameTeam (mesmo time)". "Eu sinto que tenho uma família aqui, porque todos concordamos que ser conservador é ter o direito de ser deixado em paz", disse Evans, apesar de reconhecer a decepção com a decisão de Trump de acabar com a autorização para que estudantes transgêneros usem os banheiros em que se sentirem mais confortáveis. Horas depois, o religioso vice-presidente Mike Pence faria um discurso no qual disse que o governo Trump "restabeleceu a cultura da vida" ao restaurar o impedimento ao financiamento de ONGs estrangeiras que promovam o direito ao aborto. As frases que arrancaram mais aplausos durante o dia, contudo, versavam sobre menos controle federal e menos impostos. "Ser conservadora é lutar por uma carga tributária menor, acredito nisso", disse Mary Sloan, 20, vestindo uma camiseta "Socialism sucks" (socialismo é uma merda). Para o corretor de seguros Paul Johnson, 50, a maior dificuldade hoje para os conservadores é "competir com o liberalismo". "O liberalismo te dá coisas: mensalidade de graça, contracepção de graça. Eles dizem que eles são os que gostam de gays, de negros e de imigrantes, e que os conservadores os odeiam", diz Johnson, que é negro. "O desafio é combater essa visão."
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Sob Trump, conservador quer rejeitar rótulo de racista e extremistaNo estande posicionado logo na entrada da conferência anual da União Conservadora Americana (ACU), a camiseta mais procurada, a US$ 20 (R$ 62), estampa a marca fictícia "Muro de Fronteira Construções", com o desenho de uma escavadeira. O produto é a estrela da tenda do site conservador Breitbart, que, por sua vez, é um dos destaques do evento e foi definido por seu ex-comandante e hoje estrategista-chefe de Donald Trump, Stephen Bannon, como plataforma para a alt-right (direita alternativa), de posições racistas e extremistas. Só que mesmo com o destaque dado ao Breitbart e sendo Bannon uma das palestras mais aguardadas da conferência, seus organizadores não perderam uma única oportunidade de tentar se descolar da alt-right, chamada por eles de "organização sinistra". O paradoxo é revelador do atual momento dos conservadores americanos, que tentam se definir como grupo após terem sido atropelados pelo fenômeno Trump. Ele, inclusive, nunca foi destaque na principal conferência dos conservadores até se tornar presidente. Há seis anos, por exemplo, visto só como um bufão, fez parte de um evento lateral, no qual foi vaiado por parte da plateia. Na última quinta (23), na conferência realizada no National Harbor, em Maryland, Trump foi descrito como o homem que "uniu o Partido Republicano e o movimento conservador". "E se o partido e o movimento estão juntos, não podem ser parados", disse o chefe de gabinete de Trump, Reince Priebus, sob aplausos de um auditório cheio. Já a direita alternativa precisa ser detida, defendeu o diretor-executivo da ACU, Dan Schneider, numa palestra de tom doutrinário. "Há uma organização sinistra que está tentando se firmar às nossas custas. Eles são racistas, sexistas, odeiam a Constituição, o livre mercado, o pluralismo. Eles não são uma extensão do conservadorismo." O primeiro alvo foi o provocador Milo Yiannopoulos, que teve sua palestra no evento suspensa após ter divulgada uma fala sua relativizando a pedofilia. O segundo foi o supremacista branco Richard Spencer, expulso após ter sido "descoberto" em meio aos participantes -alguns deles o tietavam quando chegaram os seguranças. Bannon poderia ter sido o terceiro, mas Matt Schlapp, presidente da ACU, disse à Folha que se tivesse "qualquer dúvida" sobre a ligação entre o ex-Breitbart e o movimento alt-right, ele não seria um convidado de honra. "Ele é um homem que não tem racismo no seu coração, que rejeita a intolerância, cujo único pecado tem sido chacoalhar o sistema", afirmou Schlapp, para quem o conservadorismo ainda é a "soberania residir no indivíduo". A definição parece encontrar eco entre o público —menos diverso que num comício democrata, mas ainda assim com minorias representadas. Bem perto de um estande da Associação Nacional do Rifle, maior grupo de lobby pró-armas dos EUA, a transgênero Jordan Evans, 25, segurava uma placa com os dizeres "orgulho de ser conservadora, orgulho de ser transgênero, orgulho de ser americana #SameTeam (mesmo time)". "Eu sinto que tenho uma família aqui, porque todos concordamos que ser conservador é ter o direito de ser deixado em paz", disse Evans, apesar de reconhecer a decepção com a decisão de Trump de acabar com a autorização para que estudantes transgêneros usem os banheiros em que se sentirem mais confortáveis. Horas depois, o religioso vice-presidente Mike Pence faria um discurso no qual disse que o governo Trump "restabeleceu a cultura da vida" ao restaurar o impedimento ao financiamento de ONGs estrangeiras que promovam o direito ao aborto. As frases que arrancaram mais aplausos durante o dia, contudo, versavam sobre menos controle federal e menos impostos. "Ser conservadora é lutar por uma carga tributária menor, acredito nisso", disse Mary Sloan, 20, vestindo uma camiseta "Socialism sucks" (socialismo é uma merda). Para o corretor de seguros Paul Johnson, 50, a maior dificuldade hoje para os conservadores é "competir com o liberalismo". "O liberalismo te dá coisas: mensalidade de graça, contracepção de graça. Eles dizem que eles são os que gostam de gays, de negros e de imigrantes, e que os conservadores os odeiam", diz Johnson, que é negro. "O desafio é combater essa visão."
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Ceni aposta em reforço para substituir Cueva no São Paulo
O meia Thomaz, 30, nunca se firmou em um grande clube do Brasil. Revelado nas categorias de base do Internacional, o jogador passou por 13 equipes nacionais e mais três fora do país, antes de chegar ao São Paulo como uma aposta para suprir a dependência do meia Cueva. Com a lesão na coxa do peruano, o brasileiro, contratado no fim de março junto ao Jorge Wilstermann (BOL), deve ganhar sua primeira chance como titular. O time enfrenta o Linenese, neste sábado (8), às 16h, nas quartas do Campeonato Paulista, no Morumbi. A vantagem aberta no jogo de ida (vitória são-paulina por 2 a 0) tranquiliza o técnico Rogério Ceni, que aproveitará para testar o jogador. Cícero e Thiago Mendes foram experimentados na função, mas não convenceram. Sem o peruano, a média de gols do time despencou. Foram 11 jogos e 29 gols marcados com o meia (média de 2,6 por partida). Sem ele, 8 gols em 7 duelos (1,1 de média). Thomaz estreou pelo São Paulo no último domingo (2), mas ficou em campo apenas 29 minutos. Mesmo assim, participou da jogada do segundo gol contra o Linense. Nos treinos da semana foi testado no time titular. Neste sábado, o São Paulo pode até perder por um gol de diferença que ainda avança à semifinal.
esporte
Ceni aposta em reforço para substituir Cueva no São PauloO meia Thomaz, 30, nunca se firmou em um grande clube do Brasil. Revelado nas categorias de base do Internacional, o jogador passou por 13 equipes nacionais e mais três fora do país, antes de chegar ao São Paulo como uma aposta para suprir a dependência do meia Cueva. Com a lesão na coxa do peruano, o brasileiro, contratado no fim de março junto ao Jorge Wilstermann (BOL), deve ganhar sua primeira chance como titular. O time enfrenta o Linenese, neste sábado (8), às 16h, nas quartas do Campeonato Paulista, no Morumbi. A vantagem aberta no jogo de ida (vitória são-paulina por 2 a 0) tranquiliza o técnico Rogério Ceni, que aproveitará para testar o jogador. Cícero e Thiago Mendes foram experimentados na função, mas não convenceram. Sem o peruano, a média de gols do time despencou. Foram 11 jogos e 29 gols marcados com o meia (média de 2,6 por partida). Sem ele, 8 gols em 7 duelos (1,1 de média). Thomaz estreou pelo São Paulo no último domingo (2), mas ficou em campo apenas 29 minutos. Mesmo assim, participou da jogada do segundo gol contra o Linense. Nos treinos da semana foi testado no time titular. Neste sábado, o São Paulo pode até perder por um gol de diferença que ainda avança à semifinal.
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Corinthians derrota o Internacional e está nas quartas da Copa São Paulo
O Corinthians goleou de virada o Internacional por 5 a 2, nesta sexta-feira (15), em Limeira, e avançou às quartas de final da Copa São Paulo de futebol júnior. Classificado, o clube paulista espera o vencedor de Avaí ou Ituano, que se enfrentam neste sábado (16), às 10h30, para conhecer o seu próximo adversário. Após ficar duas vezes atrás do placar, o Corinthians chegou à vitória com gols de Léo Ortiz (contra), Gabriel Vasconcelos, três vezes, e Maycon. Léo Ortiz e Ariel marcaram os gols do Internacional. O meia Valdemir, do Inter, foi expulso no início do segundo tempo após pisão no corintiano Léo Jabá. Atual campeão, o clube paulista tem 100% de aproveitamento na competição, com seis vitórias em seis jogos até aqui. O Inter, por sua vez, ainda tem chance de classificação caso seja o melhor time derrotado na quarta fase.
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Corinthians derrota o Internacional e está nas quartas da Copa São PauloO Corinthians goleou de virada o Internacional por 5 a 2, nesta sexta-feira (15), em Limeira, e avançou às quartas de final da Copa São Paulo de futebol júnior. Classificado, o clube paulista espera o vencedor de Avaí ou Ituano, que se enfrentam neste sábado (16), às 10h30, para conhecer o seu próximo adversário. Após ficar duas vezes atrás do placar, o Corinthians chegou à vitória com gols de Léo Ortiz (contra), Gabriel Vasconcelos, três vezes, e Maycon. Léo Ortiz e Ariel marcaram os gols do Internacional. O meia Valdemir, do Inter, foi expulso no início do segundo tempo após pisão no corintiano Léo Jabá. Atual campeão, o clube paulista tem 100% de aproveitamento na competição, com seis vitórias em seis jogos até aqui. O Inter, por sua vez, ainda tem chance de classificação caso seja o melhor time derrotado na quarta fase.
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Confira as principais reformas políticas desde a Constituição de 1988
Desde a Constituição de 1988 o Congresso abrigou sucessivas votações na tentativa de reformar o sistema político nacional. Não houve alterações de muito relevo, porém. A instituição do parlamentarismo, por exemplo, foi rejeitada em 1993. A mudança de maior impacto no modelo partiu do Judiciário. O STF proibiu em 2015 que as empresas, até então as maiores financiadoras das campanhas, continuassem doando recursos aos candidatos As principais mudanças feitas pelo Congresso e o Judiciário no sistema político desde a Constituição de 1988 1988 - o que diz a Constituição, promulgada em 5 de outubro > Voto é universal, direto, secreto e obrigatório para os maiores de 18 e menores de 70 anos > O sistema é a república presidencialista: o presidente é o chefe de governo e de Estado 1992 Plebiscito rejeita a volta da monarquia e a instituição do parlamentarismo 2017 - o que pode ser aprovado nessa reta final Não muda, apesar de alguns políticos defenderem o parlamentarismo 1988 - o que diz a Constituição, promulgada em 5 de outubro > Eleições a cada 2 anos. Na geral, para presidente, governador, congressista e deputado estadual; na municipal, para prefeito e vereador > O sistema é majoritário (são eleitos os que tiverem mais votos, em até dois turnos) para presidente, governadores, senadores e prefeitos > O sistema é proporcional (o eleitor vota em candidatos isolados ou na legenda) para deputados e vereadores > Pode haver coligações entre as legendas 1996 Entra em vigor a Lei das Eleições, que atualiza e aperfeiçoa as regras do Código Eleitoral, de 1965 2006 Congresso aprova fim da verticalização, regra pela qual as coligações entre os partidos, nos Estados, não podiam contrariar as alianças feitas para a disputa à Presidência da República 2007 Câmara rejeita adoção do sistema de lista fechada, que é quando o eleitor vota em um rol de candidatos pré-elaborado pelos partidos 2015 Câmara rejeita a mudança para a lista fechada, o distritão ou distrital misto 2017 - o que pode ser aprovado nessa reta final Fim da possibilidade de coligações irrestritas entre os partidos nas eleições proporcionais 1988 - o que diz a Constituição, promulgada em 5 de outubro 5 anos para presidente e 4 anos para governadores e prefeitos, sem direito à reeleição; 4 anos para deputados federais e estaduais, e 8 anos para senadores, com direito a reeleições indefinidas 1994 Mandato é reduzido para 4 anos, sem reeleição 1996 Congresso aprova a possibilidade de reeleição de presidente, governadores e prefeitos para um único mandato subsequente 2015 Câmara aprova o fim da reeleição, mas projeto empaca no Senado 2017 - o que pode ser aprovado nessa reta final Não muda 1988 - o que diz a Constituição, promulgada em 5 de outubro > O financiamento vem das empresas (maior parte), do setor público e de cidadãos (ínfimo) > Candidatos e partidos fazem prestação de contas após as eleições. Mas transparência é precária: é impossível vincular grande parte do dinheiro doado ao político beneficiado, devido às "doaçãoes ocultas" 2014 TSE aprova resolução que dificulta a prática das doações ocultas 2015 > STF proíbe o financiamento empresarial das campanhas > Deputados tentam, sem êxito, aprovar a criminalização específica do caixa 2 2017 - o que pode ser aprovado nessa reta final Cria-se outro fundo público para financiar os candidatos 1988 - o que diz a Constituição, promulgada em 5 de outubro > Pluripartidarismo. Só 7 dos atuais partidos tinham registro deferido pela Justiça Eleitoral > Políticos podem trocar livrementente de legendas, o que provoca um intenso troca-troca entre os partidos 1995 Entra em vigor a Lei dos Partidos Políticos (9.096), que atualiza as regras de funcionamento das siglas 2006 Supremo Tribunal Federal considera inconstitucional a chamada "cláusula de barreira", que tinha o objetivo de barrar o funcionamento de legendas com baixo desempenho nas eleições 2008 STF ratifica a lei da fidelidade partidária, que pune com a perda do man-dato a troca de partido, salvo exceções como a ida para sigla recém-criada 2016 Congresso aprova janela de 30 dias para troca-troca de partido 2017 - o que pode ser aprovado nessa reta final Apertam-se as regras para barrar atividades de partidos de baixo desempenho nas urnas 1988 - o que diz a Constituição, promulgada em 5 de outubro > A votação da cassação de mandatos é secreta > Deputados e senadores não podem ser processados criminalmente sem prévia autorização da Câmara ou do Senado > Candidatos com condenações podem concorrer livremente 2001 Congresso aprova o fim da exigência de prévia autorização para que deputados e senadores sejam processados criminalmente 2010 Sancionada a Lei da Ficha Limpa, que barra a candidatura de políticos condenados por órgão colegiados, entre outras vedações 2013 Votação da cassação de mandatos torna-se aberta 2017 - o que pode ser aprovado nessa reta final Não muda 1990 Constituição esticou o mandato do presidente José Sarney (PMDB) para 15 de março de 1990 1992 Fernando Collor de Mello sofre impeachment e deixa o cargo de presidente 1993 Vem à tona o escândalo dos Anões do Orçamento, o grupo de parlamentares acusados de desviar dinheiro do Orçamento da União 1997 Folha revela esquema de compra de votos para aprovação da emenda da reeleição, principal objetivo político do governo FHC naquele ano 2005 Estoura o escândalo do mensalão, de compra de apoio parlamentar durante o governo Lula 2006 > Escândalo dos sanguessugas, que envolveu dezenas de parlamentares em suspeita de desvio de dinheiro destinado a compra de ambulâncias e produtos hospitalares > Escândalo dos aloprados, que veio à tona após a prisão de dois petistas, às vésperas do 1º turno, com R$ 1,1 milhão e US$ 249 mil em dinheiro para a compra de dossiê contra o tucano José Serra (SP) 2014 É deflagrada a Operação Lava Jato, que apura desvio de dinheiro da Petrobras 2016 Dilma Rousseff sofre impeachment e deixa o cargo de presidente
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Confira as principais reformas políticas desde a Constituição de 1988Desde a Constituição de 1988 o Congresso abrigou sucessivas votações na tentativa de reformar o sistema político nacional. Não houve alterações de muito relevo, porém. A instituição do parlamentarismo, por exemplo, foi rejeitada em 1993. A mudança de maior impacto no modelo partiu do Judiciário. O STF proibiu em 2015 que as empresas, até então as maiores financiadoras das campanhas, continuassem doando recursos aos candidatos As principais mudanças feitas pelo Congresso e o Judiciário no sistema político desde a Constituição de 1988 1988 - o que diz a Constituição, promulgada em 5 de outubro > Voto é universal, direto, secreto e obrigatório para os maiores de 18 e menores de 70 anos > O sistema é a república presidencialista: o presidente é o chefe de governo e de Estado 1992 Plebiscito rejeita a volta da monarquia e a instituição do parlamentarismo 2017 - o que pode ser aprovado nessa reta final Não muda, apesar de alguns políticos defenderem o parlamentarismo 1988 - o que diz a Constituição, promulgada em 5 de outubro > Eleições a cada 2 anos. Na geral, para presidente, governador, congressista e deputado estadual; na municipal, para prefeito e vereador > O sistema é majoritário (são eleitos os que tiverem mais votos, em até dois turnos) para presidente, governadores, senadores e prefeitos > O sistema é proporcional (o eleitor vota em candidatos isolados ou na legenda) para deputados e vereadores > Pode haver coligações entre as legendas 1996 Entra em vigor a Lei das Eleições, que atualiza e aperfeiçoa as regras do Código Eleitoral, de 1965 2006 Congresso aprova fim da verticalização, regra pela qual as coligações entre os partidos, nos Estados, não podiam contrariar as alianças feitas para a disputa à Presidência da República 2007 Câmara rejeita adoção do sistema de lista fechada, que é quando o eleitor vota em um rol de candidatos pré-elaborado pelos partidos 2015 Câmara rejeita a mudança para a lista fechada, o distritão ou distrital misto 2017 - o que pode ser aprovado nessa reta final Fim da possibilidade de coligações irrestritas entre os partidos nas eleições proporcionais 1988 - o que diz a Constituição, promulgada em 5 de outubro 5 anos para presidente e 4 anos para governadores e prefeitos, sem direito à reeleição; 4 anos para deputados federais e estaduais, e 8 anos para senadores, com direito a reeleições indefinidas 1994 Mandato é reduzido para 4 anos, sem reeleição 1996 Congresso aprova a possibilidade de reeleição de presidente, governadores e prefeitos para um único mandato subsequente 2015 Câmara aprova o fim da reeleição, mas projeto empaca no Senado 2017 - o que pode ser aprovado nessa reta final Não muda 1988 - o que diz a Constituição, promulgada em 5 de outubro > O financiamento vem das empresas (maior parte), do setor público e de cidadãos (ínfimo) > Candidatos e partidos fazem prestação de contas após as eleições. Mas transparência é precária: é impossível vincular grande parte do dinheiro doado ao político beneficiado, devido às "doaçãoes ocultas" 2014 TSE aprova resolução que dificulta a prática das doações ocultas 2015 > STF proíbe o financiamento empresarial das campanhas > Deputados tentam, sem êxito, aprovar a criminalização específica do caixa 2 2017 - o que pode ser aprovado nessa reta final Cria-se outro fundo público para financiar os candidatos 1988 - o que diz a Constituição, promulgada em 5 de outubro > Pluripartidarismo. Só 7 dos atuais partidos tinham registro deferido pela Justiça Eleitoral > Políticos podem trocar livrementente de legendas, o que provoca um intenso troca-troca entre os partidos 1995 Entra em vigor a Lei dos Partidos Políticos (9.096), que atualiza as regras de funcionamento das siglas 2006 Supremo Tribunal Federal considera inconstitucional a chamada "cláusula de barreira", que tinha o objetivo de barrar o funcionamento de legendas com baixo desempenho nas eleições 2008 STF ratifica a lei da fidelidade partidária, que pune com a perda do man-dato a troca de partido, salvo exceções como a ida para sigla recém-criada 2016 Congresso aprova janela de 30 dias para troca-troca de partido 2017 - o que pode ser aprovado nessa reta final Apertam-se as regras para barrar atividades de partidos de baixo desempenho nas urnas 1988 - o que diz a Constituição, promulgada em 5 de outubro > A votação da cassação de mandatos é secreta > Deputados e senadores não podem ser processados criminalmente sem prévia autorização da Câmara ou do Senado > Candidatos com condenações podem concorrer livremente 2001 Congresso aprova o fim da exigência de prévia autorização para que deputados e senadores sejam processados criminalmente 2010 Sancionada a Lei da Ficha Limpa, que barra a candidatura de políticos condenados por órgão colegiados, entre outras vedações 2013 Votação da cassação de mandatos torna-se aberta 2017 - o que pode ser aprovado nessa reta final Não muda 1990 Constituição esticou o mandato do presidente José Sarney (PMDB) para 15 de março de 1990 1992 Fernando Collor de Mello sofre impeachment e deixa o cargo de presidente 1993 Vem à tona o escândalo dos Anões do Orçamento, o grupo de parlamentares acusados de desviar dinheiro do Orçamento da União 1997 Folha revela esquema de compra de votos para aprovação da emenda da reeleição, principal objetivo político do governo FHC naquele ano 2005 Estoura o escândalo do mensalão, de compra de apoio parlamentar durante o governo Lula 2006 > Escândalo dos sanguessugas, que envolveu dezenas de parlamentares em suspeita de desvio de dinheiro destinado a compra de ambulâncias e produtos hospitalares > Escândalo dos aloprados, que veio à tona após a prisão de dois petistas, às vésperas do 1º turno, com R$ 1,1 milhão e US$ 249 mil em dinheiro para a compra de dossiê contra o tucano José Serra (SP) 2014 É deflagrada a Operação Lava Jato, que apura desvio de dinheiro da Petrobras 2016 Dilma Rousseff sofre impeachment e deixa o cargo de presidente
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Bancos e detentores de títulos discutem alívio da dívida da Oi
Bancos e detentores de títulos da Oi, que representam mais de metade dos R$ 65,4 bilhões devidos pela operadora de telecomunicações, podem propor um prazo de carência de cinco anos e menores custos de financiamento para acelerar a recuperação judicial da empresa, disse uma pessoa com conhecimento direto das negociações nesta terça-feira (16). A empresa de telefonia entrou com pedido de recuperação judicial em 20 de junho. A fonte, que pediu anonimato porque as discussões são preliminares e confidenciais, disse que detentores de bônus assessorados pela Moelis e um grupo de bancos, incluindo Banco do Brasil e China Development Bank, estão discutindo diversas alternativas para oferecer à Oi um plano de alívio da dívida. As alternativas incluem reduzir os custos dos empréstimos, com os detentores de bônus aceitando perdas em seus investimentos nos títulos da Oi. O surgimento de propostas de outros detentores de bônus e de acionistas minoritários aproximou os bancos e o grupo liderado pela Moelis. "As partes estão trabalhando de perto e de forma conjunta a acelerar o plano de recuperação judicial da Oi e frustrar qualquer proposta não construtiva que poderia gerar ruído no processo", disse a fonte, acrescentando que os detentores de bônus estão interessado em uma solução que envolve a troca de parte de suas dívidas em capital da empresa renovada. A Moelis se recusou a comentar. O banco chinês, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal não comentaram de imediato. Uma porta-voz do BNDES disse que existem negociações em curso, mas ainda estão em estágio preliminar. As discussões acontecem após um grupo de minoritários liderados pelo fundo brasileiro Société Mondiale começar a trabalhar num plano de reorganização paralelo para a Oi, que consiste numa redução da dívida de pelo menos 50%, cisão de alguns negócios não essenciais e a busca de investidores para ajudar a financiar gastos de capital. Outra pessoa próxima ao Société Mondiale confirmou os planos para a Reuters na terça-feira. A maior operadora de telefonia fixa do país entrou em junho com o maior pedido de recuperação judicial da história do Brasil, depois de ter ficado sem tempo para reorganizar as operações e reestruturar suas dívidas, em meio a recessão. O pedido de recuperação da Oi levou ao colapso a negociação com o grupo liderado pela Moelis, após a maior acionista individual, a Pharol SGPS, recusar a possibilidade de ver a sua participação ser fortemente diluída em um acordo de reestruturação da dívida. RECUPERAÇÃO JUDICIAL A Oi mantém previsão de apresentar o plano de recuperação judicial da companhia entre o fim do mês e o início de setembro, afirmou o presidente-executivo da companhia, Marco Schroeder. O processo já havia sido aceito pela Justiça no dia 29 de junho. "A ideia ainda continua apresentar o plano entre o final de agosto e o início de setembro", disse ele. "É um plano que vai ter que atender os diversos interessados, sejam fornecedores, detentores de bônus, bancos, acionistas e novos acionistas, até porque os credores vão converter parte da dívida em ações da empresa", disse o executivo. A operadora de telecomunicações Oi encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 656 milhões. Um ano antes, a empresa tinha registrado lucro consolidado de R$ 671 milhões. O PEDIDO Sem chegar a um acordo com credores nacionais e estrangeiros, a operadora Oi entrou com pedido de recuperação judicial em 20 de junho para dar início a uma nova rodada de negociação, agora com proteção judicial contra falência. A Oi é a maior operadora do Brasil em telefonia fixa, empatada com a Vivo (cada uma tem participação de 34,4%), e a quarta em celular, com 18,6% do mercado. Com uma dívida de R$ 65,4 bilhões, o pedido de recuperação da Oi corre no Rio de Janeiro e será o maior da história. Em abril, a Sete Brasil, empresa de sondas da Petrobras, foi à Justiça negociar R$ 19,3 bilhões com credores. A maior parte da dívida da Oi é financeira (cerca de R$ 50 bilhões). Entram ainda na conta cerca de R$ 14 bilhões em contingências -como multas da Anatel e discussões judiciais- e cerca de R$ 1,5 bilhão para fornecedores. Da dívida financeira, cerca de 70% são em moeda estrangeira e boa parte vence neste ano. Somente no primeiro trimestre, a empresa queimou R$ 8 bilhões do caixa, a maior parte para honrar parte desses compromissos. 1- O que é recuperação judicial? É uma proteção dada a empresas que não conseguem pagar suas dívidas, para evitar que credores peçam a falência delas 2- Qual a vantagem para a empresa? Ela pode continuar funcionando normalmente -na falência, ela seria fechada e seus bens vendidos para pagar os credores 3- Clientes são afetados? Não. 4- E os acionistas? Sim. Quando a empresa tem ações em Bolsa, as negociações com esses papeis ficam suspensas assim que é feito o pedido à Justiça 5- Quais os próximos passos? 6- Quem fiscaliza a empresa? Ela presta contas ao juiz e aos credores todos os meses
mercado
Bancos e detentores de títulos discutem alívio da dívida da OiBancos e detentores de títulos da Oi, que representam mais de metade dos R$ 65,4 bilhões devidos pela operadora de telecomunicações, podem propor um prazo de carência de cinco anos e menores custos de financiamento para acelerar a recuperação judicial da empresa, disse uma pessoa com conhecimento direto das negociações nesta terça-feira (16). A empresa de telefonia entrou com pedido de recuperação judicial em 20 de junho. A fonte, que pediu anonimato porque as discussões são preliminares e confidenciais, disse que detentores de bônus assessorados pela Moelis e um grupo de bancos, incluindo Banco do Brasil e China Development Bank, estão discutindo diversas alternativas para oferecer à Oi um plano de alívio da dívida. As alternativas incluem reduzir os custos dos empréstimos, com os detentores de bônus aceitando perdas em seus investimentos nos títulos da Oi. O surgimento de propostas de outros detentores de bônus e de acionistas minoritários aproximou os bancos e o grupo liderado pela Moelis. "As partes estão trabalhando de perto e de forma conjunta a acelerar o plano de recuperação judicial da Oi e frustrar qualquer proposta não construtiva que poderia gerar ruído no processo", disse a fonte, acrescentando que os detentores de bônus estão interessado em uma solução que envolve a troca de parte de suas dívidas em capital da empresa renovada. A Moelis se recusou a comentar. O banco chinês, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal não comentaram de imediato. Uma porta-voz do BNDES disse que existem negociações em curso, mas ainda estão em estágio preliminar. As discussões acontecem após um grupo de minoritários liderados pelo fundo brasileiro Société Mondiale começar a trabalhar num plano de reorganização paralelo para a Oi, que consiste numa redução da dívida de pelo menos 50%, cisão de alguns negócios não essenciais e a busca de investidores para ajudar a financiar gastos de capital. Outra pessoa próxima ao Société Mondiale confirmou os planos para a Reuters na terça-feira. A maior operadora de telefonia fixa do país entrou em junho com o maior pedido de recuperação judicial da história do Brasil, depois de ter ficado sem tempo para reorganizar as operações e reestruturar suas dívidas, em meio a recessão. O pedido de recuperação da Oi levou ao colapso a negociação com o grupo liderado pela Moelis, após a maior acionista individual, a Pharol SGPS, recusar a possibilidade de ver a sua participação ser fortemente diluída em um acordo de reestruturação da dívida. RECUPERAÇÃO JUDICIAL A Oi mantém previsão de apresentar o plano de recuperação judicial da companhia entre o fim do mês e o início de setembro, afirmou o presidente-executivo da companhia, Marco Schroeder. O processo já havia sido aceito pela Justiça no dia 29 de junho. "A ideia ainda continua apresentar o plano entre o final de agosto e o início de setembro", disse ele. "É um plano que vai ter que atender os diversos interessados, sejam fornecedores, detentores de bônus, bancos, acionistas e novos acionistas, até porque os credores vão converter parte da dívida em ações da empresa", disse o executivo. A operadora de telecomunicações Oi encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 656 milhões. Um ano antes, a empresa tinha registrado lucro consolidado de R$ 671 milhões. O PEDIDO Sem chegar a um acordo com credores nacionais e estrangeiros, a operadora Oi entrou com pedido de recuperação judicial em 20 de junho para dar início a uma nova rodada de negociação, agora com proteção judicial contra falência. A Oi é a maior operadora do Brasil em telefonia fixa, empatada com a Vivo (cada uma tem participação de 34,4%), e a quarta em celular, com 18,6% do mercado. Com uma dívida de R$ 65,4 bilhões, o pedido de recuperação da Oi corre no Rio de Janeiro e será o maior da história. Em abril, a Sete Brasil, empresa de sondas da Petrobras, foi à Justiça negociar R$ 19,3 bilhões com credores. A maior parte da dívida da Oi é financeira (cerca de R$ 50 bilhões). Entram ainda na conta cerca de R$ 14 bilhões em contingências -como multas da Anatel e discussões judiciais- e cerca de R$ 1,5 bilhão para fornecedores. Da dívida financeira, cerca de 70% são em moeda estrangeira e boa parte vence neste ano. Somente no primeiro trimestre, a empresa queimou R$ 8 bilhões do caixa, a maior parte para honrar parte desses compromissos. 1- O que é recuperação judicial? É uma proteção dada a empresas que não conseguem pagar suas dívidas, para evitar que credores peçam a falência delas 2- Qual a vantagem para a empresa? Ela pode continuar funcionando normalmente -na falência, ela seria fechada e seus bens vendidos para pagar os credores 3- Clientes são afetados? Não. 4- E os acionistas? Sim. Quando a empresa tem ações em Bolsa, as negociações com esses papeis ficam suspensas assim que é feito o pedido à Justiça 5- Quais os próximos passos? 6- Quem fiscaliza a empresa? Ela presta contas ao juiz e aos credores todos os meses
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Mendes fala em humildade para STF e que financiamento cabe ao Congresso
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes defendeu nesta quinta-feira (16) que cabe ao Congresso definir o modelo de financiamento de campanhas eleitorais e afirmou que vive propondo que o tribunal "calce as sandálias da humildade" porque há "uma boa classe política, gente muito hábil, no país". Mendes é cobrado por partidos como o PT e entidades da sociedade civil a liberar seu voto retomando o julgamento que proíbe o financiamento privado de candidaturas nas eleições. O caso está paralisado há um ano –Mendes pediu vista quando já havia maioria de votos (6 a 1) contra as doações de empresas. Embora pressionado a apresentar seu voto para encerrar o julgamento, o ministro prefere que o Congresso defina antes a situação. "Eu acho que o Congresso é que tem que decidir. Aqui é que é o locus [lugar] para decidir essa matéria. Não podemos falar em financiamento público ou privado sem saber qual é o modelo eleitoral, se vai ser modelo majoritário, proporcional, em lista. Nós precisamos definir. Isso não é competência do Supremo, isso é competência do Congresso. E por isso que o locus é o Congresso", disse. Questionado se é possível fazer uma reforma política fatiada ou se é necessário uma amplia discussão, o ministro rasgou elogios ao Congresso. "Vivo propondo no STF que a gente calce as sandálias da humildade. Também eu não acho que poderia agora fazer recomendações ao Senado [sobre a reforma]. Eu acho inclusive que a gente tem no Brasil o privilégio de ter uma boa classe politica, no sentido de ter gente muito hábil, competente para construir soluções, sair de situações embaraçosas. O Senado e a Câmara saberão como encaminhar isso [reforma política], o que é viável para realmente termos uma reforma adequada", afirmou. A Câmara e o Senado discutem propostas de reforma no sistema eleitoral do país. Um dos principais pontos da proposta é o financiamento de campanha, motivo de desentendimento entre os partidos. O PT é o principal defensor do financiamento exclusivamente público das campanhas. PMDB e PSDB apoiam o financiamento misto. A promessa das cúpulas do Congresso é que os projetos comecem a ser votados em maio. Dentro do STF (Supremo Tribunal Federal) e entre empreiteiras, a avaliação é que as eleições municipais do próximo ano serão marcadas por uma seca nas doações eleitorais diante da crise provocada pela Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, e pelo risco de uma indefinição sobre o modelo de financiamento de campanhas. CORRUPÇÃO Em palestra no Instituto Legislativo Brasileiro, ligado ao Senado, Mendes ironizou as teses que defendem que proibir doações de empresas causaria o fim da corrupção. Ele chegou a citar casos como mensalão, que teve pagamento de propina para a base governista no Congresso, no início do governo Lula (o caso mensalão ), e o esquema de corrupção da Petrobras. "Roubaram porque tinham o DNA do roubo e não porque fizeram para a campanha eleitoral. Não é o modelo que vai resolver esse tipo de questão", disse o ministro. "A causa da corrupção claro que pode estar associada à questão do financiamento de campanha. Mas se amanhã se adotar um modelo público ou exclusivamente das pessoas naturais será que vai banir das terras brasilis o germe da corrupção? Será que alguém acredita nisso?", ironizou. Mendes afirmou que não fica impressionado com ataques com "bateção de lata" e de "blogs de aluguel". "Eu sou blindado. Não estou preocupado com a opinião pública. O Tribunal não servirá de nada se não tiver um juiz que tenha coragem de dar um habeas corpus, de pedir vista. É preciso que tenha um juiz que tenha coragem de pedir vista." PROTESTO Nesta segunda (13), Mendes foi alvo de protesto de estudantes em evento na Universidade Federal da Bahia, em Salvador. Eles reclamaram da demora do ministro em colocar novamente em pauta a ação de autoria da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que pede a derrubada das doações eleitorais de empresas. O ato foi feito por organizações de esquerda -algumas ligadas ao PT-, como UNE (União Nacional dos Estudantes), UJS (União da Juventude Socialista), Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), entre outras. Para eles, o pedido de vistas de Mendes é uma "ação articulada com os setores conservadores do Congresso Nacional, liderados pelo deputado Eduardo Cunha" (PMDB-RJ), até que seja aprovada uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional) que autoriza o financiamento de empresas às campanhas eleitorais. Veja o vídeo: 'Escracho' a Gilmar Mendes
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Mendes fala em humildade para STF e que financiamento cabe ao CongressoO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes defendeu nesta quinta-feira (16) que cabe ao Congresso definir o modelo de financiamento de campanhas eleitorais e afirmou que vive propondo que o tribunal "calce as sandálias da humildade" porque há "uma boa classe política, gente muito hábil, no país". Mendes é cobrado por partidos como o PT e entidades da sociedade civil a liberar seu voto retomando o julgamento que proíbe o financiamento privado de candidaturas nas eleições. O caso está paralisado há um ano –Mendes pediu vista quando já havia maioria de votos (6 a 1) contra as doações de empresas. Embora pressionado a apresentar seu voto para encerrar o julgamento, o ministro prefere que o Congresso defina antes a situação. "Eu acho que o Congresso é que tem que decidir. Aqui é que é o locus [lugar] para decidir essa matéria. Não podemos falar em financiamento público ou privado sem saber qual é o modelo eleitoral, se vai ser modelo majoritário, proporcional, em lista. Nós precisamos definir. Isso não é competência do Supremo, isso é competência do Congresso. E por isso que o locus é o Congresso", disse. Questionado se é possível fazer uma reforma política fatiada ou se é necessário uma amplia discussão, o ministro rasgou elogios ao Congresso. "Vivo propondo no STF que a gente calce as sandálias da humildade. Também eu não acho que poderia agora fazer recomendações ao Senado [sobre a reforma]. Eu acho inclusive que a gente tem no Brasil o privilégio de ter uma boa classe politica, no sentido de ter gente muito hábil, competente para construir soluções, sair de situações embaraçosas. O Senado e a Câmara saberão como encaminhar isso [reforma política], o que é viável para realmente termos uma reforma adequada", afirmou. A Câmara e o Senado discutem propostas de reforma no sistema eleitoral do país. Um dos principais pontos da proposta é o financiamento de campanha, motivo de desentendimento entre os partidos. O PT é o principal defensor do financiamento exclusivamente público das campanhas. PMDB e PSDB apoiam o financiamento misto. A promessa das cúpulas do Congresso é que os projetos comecem a ser votados em maio. Dentro do STF (Supremo Tribunal Federal) e entre empreiteiras, a avaliação é que as eleições municipais do próximo ano serão marcadas por uma seca nas doações eleitorais diante da crise provocada pela Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, e pelo risco de uma indefinição sobre o modelo de financiamento de campanhas. CORRUPÇÃO Em palestra no Instituto Legislativo Brasileiro, ligado ao Senado, Mendes ironizou as teses que defendem que proibir doações de empresas causaria o fim da corrupção. Ele chegou a citar casos como mensalão, que teve pagamento de propina para a base governista no Congresso, no início do governo Lula (o caso mensalão ), e o esquema de corrupção da Petrobras. "Roubaram porque tinham o DNA do roubo e não porque fizeram para a campanha eleitoral. Não é o modelo que vai resolver esse tipo de questão", disse o ministro. "A causa da corrupção claro que pode estar associada à questão do financiamento de campanha. Mas se amanhã se adotar um modelo público ou exclusivamente das pessoas naturais será que vai banir das terras brasilis o germe da corrupção? Será que alguém acredita nisso?", ironizou. Mendes afirmou que não fica impressionado com ataques com "bateção de lata" e de "blogs de aluguel". "Eu sou blindado. Não estou preocupado com a opinião pública. O Tribunal não servirá de nada se não tiver um juiz que tenha coragem de dar um habeas corpus, de pedir vista. É preciso que tenha um juiz que tenha coragem de pedir vista." PROTESTO Nesta segunda (13), Mendes foi alvo de protesto de estudantes em evento na Universidade Federal da Bahia, em Salvador. Eles reclamaram da demora do ministro em colocar novamente em pauta a ação de autoria da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que pede a derrubada das doações eleitorais de empresas. O ato foi feito por organizações de esquerda -algumas ligadas ao PT-, como UNE (União Nacional dos Estudantes), UJS (União da Juventude Socialista), Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), entre outras. Para eles, o pedido de vistas de Mendes é uma "ação articulada com os setores conservadores do Congresso Nacional, liderados pelo deputado Eduardo Cunha" (PMDB-RJ), até que seja aprovada uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional) que autoriza o financiamento de empresas às campanhas eleitorais. Veja o vídeo: 'Escracho' a Gilmar Mendes
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Após decisão do STF contrária às vaquejadas, setor já sente efeitos
Durante a 1ª Vaquejada Dom Roxão, que aconteceu em Garanhuns, sertão de Pernambuco, entre 2 e 7 de novembro, quase mil duplas de vaqueiros correram alternadamente atrás de mais de 1.200 bois, de modo praticamente ininterrupto -as corridas começavam por volta das 7h e só paravam por volta das 5h do dia seguinte.O que se discute atualmente no país é se esse esporte causa sofrimento aos animais. Em 6 de outubro, uma tênue maioria de ministros do Supremo Tribunal Federal entendeu que sim.Por isso, definiu (por seis votos a cinco) que uma lei do Ceará que regulamentava a prática era inconstitucional.A decisão provocou pânico nas milhares de pessoas -peões, criadores, tratadores, comerciantes etc.- que vivem das cerca de 4.000 vaquejadas que acontecem anualmente no país, segundo dados da Associação Brasileira das Vaquejadas (ABVAQ).
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Após decisão do STF contrária às vaquejadas, setor já sente efeitosDurante a 1ª Vaquejada Dom Roxão, que aconteceu em Garanhuns, sertão de Pernambuco, entre 2 e 7 de novembro, quase mil duplas de vaqueiros correram alternadamente atrás de mais de 1.200 bois, de modo praticamente ininterrupto -as corridas começavam por volta das 7h e só paravam por volta das 5h do dia seguinte.O que se discute atualmente no país é se esse esporte causa sofrimento aos animais. Em 6 de outubro, uma tênue maioria de ministros do Supremo Tribunal Federal entendeu que sim.Por isso, definiu (por seis votos a cinco) que uma lei do Ceará que regulamentava a prática era inconstitucional.A decisão provocou pânico nas milhares de pessoas -peões, criadores, tratadores, comerciantes etc.- que vivem das cerca de 4.000 vaquejadas que acontecem anualmente no país, segundo dados da Associação Brasileira das Vaquejadas (ABVAQ).
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'Gustavo e Corinthians têm tudo para dar certo', prevê novo camisa 9
Depois de uma longa novela, Gustavo, enfim, recebeu pela primeira vez a camisa do Corinthians. Na manhã deste sábado, o centroavante foi apresentado no CT Joaquim Grava e adotou um discurso confiante, ainda mais depois da atividade ocorrida mais cedo, na qual destacou-se com três gols. Na primeira entrevista como jogador do clube de Parque São Jorge, após receber a camisa 9, Gustavo procurou se apresentar como jogador e crê em uma passagem de sucesso desde o início. "Sou muito guerreiro, não vai faltar raça e dedicação, como a Fiel gosta. Gustavo e Corinthians têm tudo para dar certo", garantiu o jogador, que assumiu o número deixado por André, recentemente transferido para o Sporting-POR. "É um sonho se realizando, fico muito feliz em poder vestir essa camisa 9, que foi de grande jogadores, como Ronaldo, de quem sou fã. Espero trazer muita felicidade para a Fiel", acrescentou. Sem jogar há um mês, Gustavo se colocou à disposição de Cristóvão Borges para o confronto da próxima quinta-feira, quando, a partir das 19h30 (de Brasília), a equipe alvinegra recebe o Sport, na Arena Corinthians. "Estou muito tranquilo, vou continuar fazendo meu trabalho como no Criciúma, e vou lutar muito para tudo dar certo aqui no Corinthians", concluiu o novo camisa 9 do atual campeão brasileiro.
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'Gustavo e Corinthians têm tudo para dar certo', prevê novo camisa 9Depois de uma longa novela, Gustavo, enfim, recebeu pela primeira vez a camisa do Corinthians. Na manhã deste sábado, o centroavante foi apresentado no CT Joaquim Grava e adotou um discurso confiante, ainda mais depois da atividade ocorrida mais cedo, na qual destacou-se com três gols. Na primeira entrevista como jogador do clube de Parque São Jorge, após receber a camisa 9, Gustavo procurou se apresentar como jogador e crê em uma passagem de sucesso desde o início. "Sou muito guerreiro, não vai faltar raça e dedicação, como a Fiel gosta. Gustavo e Corinthians têm tudo para dar certo", garantiu o jogador, que assumiu o número deixado por André, recentemente transferido para o Sporting-POR. "É um sonho se realizando, fico muito feliz em poder vestir essa camisa 9, que foi de grande jogadores, como Ronaldo, de quem sou fã. Espero trazer muita felicidade para a Fiel", acrescentou. Sem jogar há um mês, Gustavo se colocou à disposição de Cristóvão Borges para o confronto da próxima quinta-feira, quando, a partir das 19h30 (de Brasília), a equipe alvinegra recebe o Sport, na Arena Corinthians. "Estou muito tranquilo, vou continuar fazendo meu trabalho como no Criciúma, e vou lutar muito para tudo dar certo aqui no Corinthians", concluiu o novo camisa 9 do atual campeão brasileiro.
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Teste anunciado pela Coreia do Norte não condiz com provas, dizem EUA
O governo dos Estados Unidos reagiu com ceticismo ao anúncio do regime norte-coreano de que o país realizou seu primeiro teste de uma bomba de hidrogênio. Segundo Josh Earnest, porta-voz da Casa Branca, as análises iniciais das agências de informação norte-americanas "não são consistentes com o anúncio norte-coreano de um teste nuclear bem-sucedido". Ele acrescentou que as agências continuavam a coletar novos dados para ter uma conclusão mais clara, mas observou que especialistas de várias partes do mundo haviam expressado "ceticismo significativo e compreensível" em relação à credibilidade do anúncio feito por Pyongyang. "O que é verdade é que a Coreia do Norte continua sendo uma das nações mais isoladas do mundo e que esse isolamento só se aprofunda à medida em que eles tentam se envolver em atos crescentemente provocativos", disse Earnest. Em comunicado, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou que "os EUA e nações ao redor do mundo condenaram inequivocamente" o teste norte-coreano. "Este ato altamente provocativo é uma grave ameaça à paz e segurança internacionais e viola de forma flagrante múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU", afirmou o secretário no comunicado. Veja vídeo Reunido em sessão de emergência nesta quarta (6), o Conselho de Segurança condenou a Coreia do Norte e anunciou que começará a preparar novas sanções contra o país. "Os membros do Conselho de Segurança lembraram que já haviam expressado sua determinação em tomar outras medidas significativas no caso de um novo teste nuclear da Coreia do Norte", disse o embaixador uruguaio na ONU, Elbio Rosselli, que preside o conselho neste mês. "De acordo com esse compromisso e diante da gravidade dessa violação, os membros do Conselho de Segurança começarão a trabalhar imediatamente nessas medidas em uma nova resolução do Conselho de Segurança", afirmou. A Coreia do Norte é alvo de sanções do conselho desde que realizou seu primeiro teste nuclear, em 2006. Outros dois testes foram realizados em 2009 e 2013. Nesta quarta, a Coreia do Norte anunciou ter realizado seu primeiro teste "com sucesso" de uma bomba de hidrogênio –com potencial destrutivo muito maior que uma bomba atômica tradicional. Segundo Pyongyang, a bomba testada era um dispositivo "miniaturizado". O teste surpresa foi autorizado pessoalmente pelo ditador Kim Jong-un, exatamente dois dias antes do seu aniversário, informou a emissora estatal norte-coreana.
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Teste anunciado pela Coreia do Norte não condiz com provas, dizem EUAO governo dos Estados Unidos reagiu com ceticismo ao anúncio do regime norte-coreano de que o país realizou seu primeiro teste de uma bomba de hidrogênio. Segundo Josh Earnest, porta-voz da Casa Branca, as análises iniciais das agências de informação norte-americanas "não são consistentes com o anúncio norte-coreano de um teste nuclear bem-sucedido". Ele acrescentou que as agências continuavam a coletar novos dados para ter uma conclusão mais clara, mas observou que especialistas de várias partes do mundo haviam expressado "ceticismo significativo e compreensível" em relação à credibilidade do anúncio feito por Pyongyang. "O que é verdade é que a Coreia do Norte continua sendo uma das nações mais isoladas do mundo e que esse isolamento só se aprofunda à medida em que eles tentam se envolver em atos crescentemente provocativos", disse Earnest. Em comunicado, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou que "os EUA e nações ao redor do mundo condenaram inequivocamente" o teste norte-coreano. "Este ato altamente provocativo é uma grave ameaça à paz e segurança internacionais e viola de forma flagrante múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU", afirmou o secretário no comunicado. Veja vídeo Reunido em sessão de emergência nesta quarta (6), o Conselho de Segurança condenou a Coreia do Norte e anunciou que começará a preparar novas sanções contra o país. "Os membros do Conselho de Segurança lembraram que já haviam expressado sua determinação em tomar outras medidas significativas no caso de um novo teste nuclear da Coreia do Norte", disse o embaixador uruguaio na ONU, Elbio Rosselli, que preside o conselho neste mês. "De acordo com esse compromisso e diante da gravidade dessa violação, os membros do Conselho de Segurança começarão a trabalhar imediatamente nessas medidas em uma nova resolução do Conselho de Segurança", afirmou. A Coreia do Norte é alvo de sanções do conselho desde que realizou seu primeiro teste nuclear, em 2006. Outros dois testes foram realizados em 2009 e 2013. Nesta quarta, a Coreia do Norte anunciou ter realizado seu primeiro teste "com sucesso" de uma bomba de hidrogênio –com potencial destrutivo muito maior que uma bomba atômica tradicional. Segundo Pyongyang, a bomba testada era um dispositivo "miniaturizado". O teste surpresa foi autorizado pessoalmente pelo ditador Kim Jong-un, exatamente dois dias antes do seu aniversário, informou a emissora estatal norte-coreana.
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Novo ataque e violação de dados colocam em xeque venda do Yahoo!
A oferta de US$ 4,8 bilhões da Verizon pela compra do Yahoo! corre o risco de desabar depois que a gigante de tecnologia revelou um ataque cibernético afetando mais de 1 bilhão de contas de seus usuários em todo o planeta. A admissão de que dados pessoais de usuários foram roubados em 2013 surgiu apenas meses depois que uma investigação separada constatar que mais de 500 milhões de contas do Yahoo! haviam sido invadidas em 2014. O Yahoo! revelou o vazamento de dados de 2014 em setembro, apenas dois meses após fechar acordo com a Verizon para a venda à empresa de telefonia de suas principais operações de internet. Uma equipe de advogados da Verizon está trabalhando para decidir se é possível salvar a transação sem expor a companhia americana de telefonia a futuros processos associados aos dados roubados pelos hackers, disseram duas pessoas próximas aos gestores da companhia. As fontes disseram que a empresa será forçada a abandonar o acordo ou buscar uma redução no preço negociado, a menos que a Verizon consiga construir uma barreira que a proteja contra futuros problemas legais relacionados à violação da privacidade de dados. O Yahoo! disse que ainda não sabe de que forma os hackers haviam obtido os dados roubados em 2013. Um porta-voz do Yahoo! disse que a empresa tinha confiança em seu valor e que continuaria a trabalhar rumo à integração com a Verizon. Em outubro, Frank Shammo, vice-presidente da Verizon, descreveu a outra invasão às redes da Yahoo! como "uma violação extremamente grande" e disse que o grupo de telecomunicações estava trabalhando sob a suposição de que isso teria "impacto material" sobre o preço. A Verizon se preocupa com a possibilidade de que os consumidores abandonem o Yahoo! por falta de confiança, depois das duas imensas exposições de dados. Uma pessoa informada sobre a situação disse que qualquer sinal de deserção em massa de usuários do Yahoo! poderia levar a Verizon a abandonar a transação. O grupo de telecomunicações acredita que os cerca de 1 bilhão de usuários ativos do Yahoo! darão escala suficiente à empresa para que esta possa criar uma ameaça viável ao domínio do Google e Facebook sobre a publicidade on-line. Qualquer erosão na base de clientes tornaria mais difícil implementar essa estratégia, disse a fonte. John Madelin, presidente-executivo da Reliance ACSN (empresa de segurança cibernética) e antigo vice-presidente de segurança da Verizon, disse ser possível que a empresa de telefonia busque uma redução de até US$ 3 bilhões no preço de aquisição. "Se a Verizon já estava buscando uma redução de preço de US$ 1 bilhão, decorre logicamente que uma violação de dados duas vezes maior deva resultar em corte de mais US$ 2 bilhões", disse Madelin.
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Novo ataque e violação de dados colocam em xeque venda do Yahoo!A oferta de US$ 4,8 bilhões da Verizon pela compra do Yahoo! corre o risco de desabar depois que a gigante de tecnologia revelou um ataque cibernético afetando mais de 1 bilhão de contas de seus usuários em todo o planeta. A admissão de que dados pessoais de usuários foram roubados em 2013 surgiu apenas meses depois que uma investigação separada constatar que mais de 500 milhões de contas do Yahoo! haviam sido invadidas em 2014. O Yahoo! revelou o vazamento de dados de 2014 em setembro, apenas dois meses após fechar acordo com a Verizon para a venda à empresa de telefonia de suas principais operações de internet. Uma equipe de advogados da Verizon está trabalhando para decidir se é possível salvar a transação sem expor a companhia americana de telefonia a futuros processos associados aos dados roubados pelos hackers, disseram duas pessoas próximas aos gestores da companhia. As fontes disseram que a empresa será forçada a abandonar o acordo ou buscar uma redução no preço negociado, a menos que a Verizon consiga construir uma barreira que a proteja contra futuros problemas legais relacionados à violação da privacidade de dados. O Yahoo! disse que ainda não sabe de que forma os hackers haviam obtido os dados roubados em 2013. Um porta-voz do Yahoo! disse que a empresa tinha confiança em seu valor e que continuaria a trabalhar rumo à integração com a Verizon. Em outubro, Frank Shammo, vice-presidente da Verizon, descreveu a outra invasão às redes da Yahoo! como "uma violação extremamente grande" e disse que o grupo de telecomunicações estava trabalhando sob a suposição de que isso teria "impacto material" sobre o preço. A Verizon se preocupa com a possibilidade de que os consumidores abandonem o Yahoo! por falta de confiança, depois das duas imensas exposições de dados. Uma pessoa informada sobre a situação disse que qualquer sinal de deserção em massa de usuários do Yahoo! poderia levar a Verizon a abandonar a transação. O grupo de telecomunicações acredita que os cerca de 1 bilhão de usuários ativos do Yahoo! darão escala suficiente à empresa para que esta possa criar uma ameaça viável ao domínio do Google e Facebook sobre a publicidade on-line. Qualquer erosão na base de clientes tornaria mais difícil implementar essa estratégia, disse a fonte. John Madelin, presidente-executivo da Reliance ACSN (empresa de segurança cibernética) e antigo vice-presidente de segurança da Verizon, disse ser possível que a empresa de telefonia busque uma redução de até US$ 3 bilhões no preço de aquisição. "Se a Verizon já estava buscando uma redução de preço de US$ 1 bilhão, decorre logicamente que uma violação de dados duas vezes maior deva resultar em corte de mais US$ 2 bilhões", disse Madelin.
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Catalunha pede ajuda à UE em plebiscito sobre independência
A prefeita de Barcelona, Ada Colau, liderou nesta quinta-feira (28) uma ofensiva diplomática para angariar apoio internacional ao plebiscito catalão de independência, previsto para o domingo (1º). As manobras surpreendem, pois a prefeita vinha mantendo um discurso contraditório. Ora apoiava a consulta, ora se recusava a pôr o aparato municipal à disposição para a votação. Seu próprio partido, o Catalunya en Comù, votou em julho contra a realização do plebiscito, algo que a coloca em conflito com aliados Na quinta-feira, ela publicou um artigo no jornal britânico "Guardian" pedindo a intervenção da Comissão Europeia (braço Executivo da UE) na disputa entre a Catalunha e o governo central espanhol, sediado em Madri. Barcelona é a capital catalã. Ela disse em seu texto que estão em risco "os direitos e liberdades fundamentais" e insistiu na necessidade de um espaço de mediação. Colau também escreveu a prefeitos de capitais europeias para transmitir a sua "preocupação pela gravidade dessa situação", segundo o jornal espanhol "El País". A prefeita disse que a questão catalã se tornou a crise territorial mais grave da União Europeia —um bloco que viu, em junho de 2016, o Reino Unido votar por sua separação, e onde os escoceses também tentaram ser independentes em 2014. Seu gesto repete aquele do presidente catalão, Carles Puigdemont, que também já apelou à Comissão Europeia por algum tipo de mediação. Raul Romeva, chefe das relações exteriores da Catalunha, disse também na quinta-feira que a União Europeia precisa intervir. "Pedimos que as instituições da União Europeia apoiem seus valores e princípios", disse a repórteres em Bruxelas. "Direitos civis estão sendo violados e a qualidade da democracia na Espanha está desgastada." Uma mesma mensagem foi dita à Folha pelo secretário-geral da chancelaria catalã, Alberto Royo. "Esperamos que a comunidade internacional reaja à repressão aqui na Catalunha. É algo que vemos na Turquia, e ali há condenação internacional." A Comissão Europeia, por sua vez, tem mantido silêncio sobre essa complexa questão, que ainda enxerga como uma disputa interna. A Catalunha, uma região espanhola com algum grau de autonomia, incluindo sua própria polícia e Parlamento, quer se separar por completo da Espanha —razão para o plebiscito deste domingo. Mas o governo central, em Madri, diz que a consulta é irregular. A lei aprovada por legisladores catalães foi considerada ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol. Simpatizantes à independência, ou ao menos ao direito de votar, têm ido às ruas na Catalunha para protestar contra os obstáculos erguidos pelo governo. Na quinta-feira milhares de estudantes se manifestaram em toda a região. Foram 16 mil em Barcelona, segundo as autoridades, incluindo alunos de ensino fundamental, médio e universitário. AMBIÇÃO POLÍTICA A participação da prefeita Colau na crise catalã é marcada não só por idas e vindas como também por uma aparente preocupação em não desagradar nem ao governo central nem às fileiras independentistas. Vinda de movimentos pelo direito à habitação, no contexto da crise financeira de 2008, ela se uniu em 2014 à plataforma Barcelona en Comù, que coliga diversos partidos, como a Esquerra Unida —um dos motores deste plebiscito— e o Podemos. Colau foi eleita prefeita de Barcelona nas eleições de maio de 2015, em que conseguiu eleger 11 conselheiros municipais de um total de 41, ou seja, uma minoria. O apoio do governo catalão foi instrumental para que ela chegasse até a prefeitura. No ano seguinte, Colau reuniu outras forças de esquerda e criou o partido Catalunya en Comù, que em julho votou contra o plebiscito. Desde que o plebiscito começou a ser organizado, Colau apresentou posições díspares, dizendo que não ajudaria a organizá-lo e, depois, que faria o que fosse preciso para apoiar sua realização. Analistas entendem que sua estratégia seja evitar atritos e mirar no cargo de presidente catalã e, eventualmente, de premiê espanhola -posto ocupado hoje pelo conservador Mariano Rajoy, do PP (Partido Popular). Ela tem também uma relação próxima com o atual presidente catalão, o ex-jornalista Carles Puigdemont. Ele representa o PDeCAT (Partido Demócrata Europeo Catalán), de centro-direita, criado em 2016 como sucessor da Convergència i Unió, que governou a Catalunha no passado. Ele foi eleito à Generalitat -nome do governo catalão- no mesmo ano.
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Catalunha pede ajuda à UE em plebiscito sobre independênciaA prefeita de Barcelona, Ada Colau, liderou nesta quinta-feira (28) uma ofensiva diplomática para angariar apoio internacional ao plebiscito catalão de independência, previsto para o domingo (1º). As manobras surpreendem, pois a prefeita vinha mantendo um discurso contraditório. Ora apoiava a consulta, ora se recusava a pôr o aparato municipal à disposição para a votação. Seu próprio partido, o Catalunya en Comù, votou em julho contra a realização do plebiscito, algo que a coloca em conflito com aliados Na quinta-feira, ela publicou um artigo no jornal britânico "Guardian" pedindo a intervenção da Comissão Europeia (braço Executivo da UE) na disputa entre a Catalunha e o governo central espanhol, sediado em Madri. Barcelona é a capital catalã. Ela disse em seu texto que estão em risco "os direitos e liberdades fundamentais" e insistiu na necessidade de um espaço de mediação. Colau também escreveu a prefeitos de capitais europeias para transmitir a sua "preocupação pela gravidade dessa situação", segundo o jornal espanhol "El País". A prefeita disse que a questão catalã se tornou a crise territorial mais grave da União Europeia —um bloco que viu, em junho de 2016, o Reino Unido votar por sua separação, e onde os escoceses também tentaram ser independentes em 2014. Seu gesto repete aquele do presidente catalão, Carles Puigdemont, que também já apelou à Comissão Europeia por algum tipo de mediação. Raul Romeva, chefe das relações exteriores da Catalunha, disse também na quinta-feira que a União Europeia precisa intervir. "Pedimos que as instituições da União Europeia apoiem seus valores e princípios", disse a repórteres em Bruxelas. "Direitos civis estão sendo violados e a qualidade da democracia na Espanha está desgastada." Uma mesma mensagem foi dita à Folha pelo secretário-geral da chancelaria catalã, Alberto Royo. "Esperamos que a comunidade internacional reaja à repressão aqui na Catalunha. É algo que vemos na Turquia, e ali há condenação internacional." A Comissão Europeia, por sua vez, tem mantido silêncio sobre essa complexa questão, que ainda enxerga como uma disputa interna. A Catalunha, uma região espanhola com algum grau de autonomia, incluindo sua própria polícia e Parlamento, quer se separar por completo da Espanha —razão para o plebiscito deste domingo. Mas o governo central, em Madri, diz que a consulta é irregular. A lei aprovada por legisladores catalães foi considerada ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol. Simpatizantes à independência, ou ao menos ao direito de votar, têm ido às ruas na Catalunha para protestar contra os obstáculos erguidos pelo governo. Na quinta-feira milhares de estudantes se manifestaram em toda a região. Foram 16 mil em Barcelona, segundo as autoridades, incluindo alunos de ensino fundamental, médio e universitário. AMBIÇÃO POLÍTICA A participação da prefeita Colau na crise catalã é marcada não só por idas e vindas como também por uma aparente preocupação em não desagradar nem ao governo central nem às fileiras independentistas. Vinda de movimentos pelo direito à habitação, no contexto da crise financeira de 2008, ela se uniu em 2014 à plataforma Barcelona en Comù, que coliga diversos partidos, como a Esquerra Unida —um dos motores deste plebiscito— e o Podemos. Colau foi eleita prefeita de Barcelona nas eleições de maio de 2015, em que conseguiu eleger 11 conselheiros municipais de um total de 41, ou seja, uma minoria. O apoio do governo catalão foi instrumental para que ela chegasse até a prefeitura. No ano seguinte, Colau reuniu outras forças de esquerda e criou o partido Catalunya en Comù, que em julho votou contra o plebiscito. Desde que o plebiscito começou a ser organizado, Colau apresentou posições díspares, dizendo que não ajudaria a organizá-lo e, depois, que faria o que fosse preciso para apoiar sua realização. Analistas entendem que sua estratégia seja evitar atritos e mirar no cargo de presidente catalã e, eventualmente, de premiê espanhola -posto ocupado hoje pelo conservador Mariano Rajoy, do PP (Partido Popular). Ela tem também uma relação próxima com o atual presidente catalão, o ex-jornalista Carles Puigdemont. Ele representa o PDeCAT (Partido Demócrata Europeo Catalán), de centro-direita, criado em 2016 como sucessor da Convergència i Unió, que governou a Catalunha no passado. Ele foi eleito à Generalitat -nome do governo catalão- no mesmo ano.
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Por 1 kg, Brasil perde prata no levantamento e fica com bronze
A paulista Bruna Piloto, 24, garantiu a oitava medalha de bronze para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Ela ficou em terceiro lugar na categoria peso leve (até 63 kg) do levantamento de peso feminino, somando 202 kg: 90 kg no arranque, quando o atleta levanta a barra do solo até acima da cabeça em um movimento só, e 112 kg no arremesso, quando ergue o peso até o ombro e depois completa o movimento. Piloto ficou em segundo lugar ao terminar sua participação, mas a cubana Marina Rodriguez conseguiu a prata logo depois, com 203 kg. A chilena Massiel Rojas tentou chegar aos 204 kg, o que tiraria o Brasil do pódio, mas falhou ao tentar levantar 117 kg na prova de arremesso. O primeiro lugar ficou com a colombiana Mercedes Isabel Pérez Tigrero, com a marca de 235 kg. Ela foi ouro na categoria peso médio (até 69 kg) em Guadalajara-11.
esporte
Por 1 kg, Brasil perde prata no levantamento e fica com bronzeA paulista Bruna Piloto, 24, garantiu a oitava medalha de bronze para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Ela ficou em terceiro lugar na categoria peso leve (até 63 kg) do levantamento de peso feminino, somando 202 kg: 90 kg no arranque, quando o atleta levanta a barra do solo até acima da cabeça em um movimento só, e 112 kg no arremesso, quando ergue o peso até o ombro e depois completa o movimento. Piloto ficou em segundo lugar ao terminar sua participação, mas a cubana Marina Rodriguez conseguiu a prata logo depois, com 203 kg. A chilena Massiel Rojas tentou chegar aos 204 kg, o que tiraria o Brasil do pódio, mas falhou ao tentar levantar 117 kg na prova de arremesso. O primeiro lugar ficou com a colombiana Mercedes Isabel Pérez Tigrero, com a marca de 235 kg. Ela foi ouro na categoria peso médio (até 69 kg) em Guadalajara-11.
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Estado e Judiciário trocam acusações sobre unidade onde 7 morreram na PB
A rebelião que deixou sete adolescentes mortos e dois feridos em Lagoa Seca, na região metropolitana de Campina Grande, gerou uma crise com troca de acusações mútuas entre os Poderes Executivo e Judiciário do Estado da Paraíba. O motim, que resultou em 11 fugas, vitimou sete jovens com idades entre 15 e 17 anos no centro socioeducativo Lar do Garoto, que abriga adolescentes infratores. A unidade tem capacidade para 44 internos, mas abrigava 48 adolescentes apreendidos provisoriamente e 152 cumprindo sentença definitiva, sendo a maioria por roubo qualificado e homicídio. Em nota divulgada na noite deste sábado (3) para prestar solidariedade às famílias das vítimas, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, Joás de Brito Pereira Filho afirmou que a responsabilidade pela administração dos centros socioeducativos é do Poder Executivo. Também informou que o problema da superlotação poderia ser resolvido com a construção de novas unidades, além da nomeação e capacitação de servidores. Em resposta, o governo do Estado informou que "não admitirá que instituição alguma se revista do direito absoluto da verdade e possa apontar o dedo acusatório sem antes mesmo olhar-se no espelho". E acusou o Poder Judiciário de não respeitar os prazos para liberação dos adolescentes infratores, combatendo a superlotação. "Existem dezenas de pedidos de liberação sem apreciação por parte do Judiciário. E internos que já ultrapassaram o tempo legal de internação", informou a nota do governo comandado por Ricardo Coutinho (PSB). O governo ainda afirma que "a questão da vulnerabilidade dos jovens é um problema que demanda esforços de todos os entes federados" e que deve ser enfrentado "sem hipocrisia". "O Estado não foge às suas responsabilidades e não busca, na tentativa de esconder as próprias carências, transferir exclusivamente para um ou outro poder ou segmento as causas de um problema que é bem mais complexo". MAGISTRADOS Além do Tribunal de Justiça, um grupo de 35 magistrados que atuam em Varas de Infância e Juventude da Paraíba também divulgou uma nota em que condena a "grave violação dos direitos fundamentais dos adolescentes" e critica o governo do Estado, responsável pela custódia dos jovens infratores. "O massacre ocorrido na unidade de internação de responsabilidade do Poder Executivo Estadual decorre do total descaso do Estado e da sociedade com o tratamento digno de crianças e adolescentes marginalizados e abandonados à própria sorte". Um relatório do Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba feito no ano passado apontava graves problemas no Centro Socioeducativo Lar do Garoto. Durante visita surpresa à unidade em maio de 2016, profissionais constataram sua superlotação. O conselho também constatou a falta de água e a ausência de banheiros nas celas de internação provisórias -"os adolescentes urinam em garrafas pet e tomam banho num pátio, usando água recolhida em tambores", diz o texto- e falta de equipamentos de segurança, como extintores, e medicamentos -"quem leva os remédios são os próprios familiares". Os magistrados afirmam ainda que, assim como os presídios brasileiros, as unidades de internação de adolescentes também são palco de disputas de facções. E criticam o Poder Executivo Estadual pela falta de investimentos em estrutura e políticas de ressocialização dos adolescentes. Além das críticas ao Poder Executivo, os juízes também cobram uma ação mais efetiva do Poder Judiciário com a instalação de varas exclusivas da infância e juventude e melhoria da assessoria dos juízes com equipes interdisciplinares. Afirmam que tais medidas são necessárias para que os juízes possam "intervir de forma eficaz nesse cenário".
cotidiano
Estado e Judiciário trocam acusações sobre unidade onde 7 morreram na PBA rebelião que deixou sete adolescentes mortos e dois feridos em Lagoa Seca, na região metropolitana de Campina Grande, gerou uma crise com troca de acusações mútuas entre os Poderes Executivo e Judiciário do Estado da Paraíba. O motim, que resultou em 11 fugas, vitimou sete jovens com idades entre 15 e 17 anos no centro socioeducativo Lar do Garoto, que abriga adolescentes infratores. A unidade tem capacidade para 44 internos, mas abrigava 48 adolescentes apreendidos provisoriamente e 152 cumprindo sentença definitiva, sendo a maioria por roubo qualificado e homicídio. Em nota divulgada na noite deste sábado (3) para prestar solidariedade às famílias das vítimas, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, Joás de Brito Pereira Filho afirmou que a responsabilidade pela administração dos centros socioeducativos é do Poder Executivo. Também informou que o problema da superlotação poderia ser resolvido com a construção de novas unidades, além da nomeação e capacitação de servidores. Em resposta, o governo do Estado informou que "não admitirá que instituição alguma se revista do direito absoluto da verdade e possa apontar o dedo acusatório sem antes mesmo olhar-se no espelho". E acusou o Poder Judiciário de não respeitar os prazos para liberação dos adolescentes infratores, combatendo a superlotação. "Existem dezenas de pedidos de liberação sem apreciação por parte do Judiciário. E internos que já ultrapassaram o tempo legal de internação", informou a nota do governo comandado por Ricardo Coutinho (PSB). O governo ainda afirma que "a questão da vulnerabilidade dos jovens é um problema que demanda esforços de todos os entes federados" e que deve ser enfrentado "sem hipocrisia". "O Estado não foge às suas responsabilidades e não busca, na tentativa de esconder as próprias carências, transferir exclusivamente para um ou outro poder ou segmento as causas de um problema que é bem mais complexo". MAGISTRADOS Além do Tribunal de Justiça, um grupo de 35 magistrados que atuam em Varas de Infância e Juventude da Paraíba também divulgou uma nota em que condena a "grave violação dos direitos fundamentais dos adolescentes" e critica o governo do Estado, responsável pela custódia dos jovens infratores. "O massacre ocorrido na unidade de internação de responsabilidade do Poder Executivo Estadual decorre do total descaso do Estado e da sociedade com o tratamento digno de crianças e adolescentes marginalizados e abandonados à própria sorte". Um relatório do Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba feito no ano passado apontava graves problemas no Centro Socioeducativo Lar do Garoto. Durante visita surpresa à unidade em maio de 2016, profissionais constataram sua superlotação. O conselho também constatou a falta de água e a ausência de banheiros nas celas de internação provisórias -"os adolescentes urinam em garrafas pet e tomam banho num pátio, usando água recolhida em tambores", diz o texto- e falta de equipamentos de segurança, como extintores, e medicamentos -"quem leva os remédios são os próprios familiares". Os magistrados afirmam ainda que, assim como os presídios brasileiros, as unidades de internação de adolescentes também são palco de disputas de facções. E criticam o Poder Executivo Estadual pela falta de investimentos em estrutura e políticas de ressocialização dos adolescentes. Além das críticas ao Poder Executivo, os juízes também cobram uma ação mais efetiva do Poder Judiciário com a instalação de varas exclusivas da infância e juventude e melhoria da assessoria dos juízes com equipes interdisciplinares. Afirmam que tais medidas são necessárias para que os juízes possam "intervir de forma eficaz nesse cenário".
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'TV Folha' acompanha volta do bolo gigante de aniversário de SP
O aniversário de 463 anos da cidade de São Paulo trouxe de volta uma tradição paulistana que nos últimos nove anos estava enfraquecida: o bolo gigante do Bixiga.A festa está desde 2009 sem patrocínio oficial para confecção de bolo. Desde então, o que ocorre é a distribuição de pequenos bolos industriais embalados.Segundo moradores do bairro, que se uniram para fabricar cerca de 120 metros de bolo, a mobilização serve para resgatar uma das muitas tradições do Bixiga.
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'TV Folha' acompanha volta do bolo gigante de aniversário de SPO aniversário de 463 anos da cidade de São Paulo trouxe de volta uma tradição paulistana que nos últimos nove anos estava enfraquecida: o bolo gigante do Bixiga.A festa está desde 2009 sem patrocínio oficial para confecção de bolo. Desde então, o que ocorre é a distribuição de pequenos bolos industriais embalados.Segundo moradores do bairro, que se uniram para fabricar cerca de 120 metros de bolo, a mobilização serve para resgatar uma das muitas tradições do Bixiga.
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Impeachment ganha força
Os números atestam. Não se trata de opinião, ideologia ou sensacionalismo. A crise não é "marolinha", nem vai embora se nos convencermos de que está tudo bem, como Lula e o PT sugerem em sua propaganda partidária. A oposição não seguirá o conselho do ex-presidente. Não vamos mentir para a população brasileira: a situação é grave e ainda não há perspectiva na área econômica. O PT criou uma situação de mais de 9 milhões de desempregados, enquanto um ano antes a marca era de 6,5 milhões. O poder de compra do salário médio caiu de R$ 2.167,6 em 2014 para R$ 2.044,2 em 2015 –uma retração de 5,7%, em um processo que ainda não terminou. A taxa de desocupação entre jovens (18 a 24 anos) passou de 10,5%, que já é alta, para espantosos 16,5% no ano passado. E o PT quer elevar nossa esperança com propaganda? O Brasil hoje possui grau "especulativo" das agências de avaliação de risco. A consequência é a fuga de investimentos. O PT no poder minou as oportunidades de crescimento e geração de emprego e renda. E Lula não quer que falemos em crise para não quebrar a estima do brasileiro? É importante ressaltar que a tentativa de ofuscar a crise também segue uma tática de sobrevivência do PT. Não há fator externo, desastre climático, guerras ou conflitos civis que expliquem essa recessão. A crise é do PT. De suas práticas, escolhas e principalmente da dilapidação do patrimônio público para sustentar o caixa de um projeto de poder que, hoje sabemos, transcende as fronteiras nacionais e se alastra por outros países. Até o grave caso da epidemia do vírus da zika –também obra da negligência do poder público com pesquisa e prevenção– se tornou instrumento para a comunicação estratégica do governo. O problema é usado para fins midiáticos, com muito jingle, frases de efeito, ministros pateticamente vistoriando pneus velhos, mas pouca ação. Em 2014, o Orçamento federal para o controle do Aedes Aegypti dispunha de R$ 10 milhões e somente R$ 5,9 milhões foram executados (59%). Em 2015, estavam disponíveis R$ 124 milhões e foram executados meros R$ 17 milhões (13,7%). Entre 2012 e 2016, o orçamento para saneamento básico caiu 85%. Além dos índices que já beiram o caos, outros dois fatores incentivaram o brasileiro a acreditar novamente na saída de Dilma: a prisão de João Santana, marqueteiro e homem forte do Planalto, e o exemplo dado por nossos vizinhos argentinos. A Lava Jato chegou ao gabinete da presidente Dilma. Indícios para a cassação da chapa da presidente não faltam. Enquanto isso, na Argentina, em pouco mais de dois meses, o presidente Mauricio Macri conseguiu fortalecer as instituições, atrair investidores e colocar o país na rota do crescimento. Tudo isso só foi possível por causa da credibilidade de que ele desfruta e da consciência de que um país não pode ser refém de ideologias. Ao ver tudo isso, a sociedade brasileira entendeu que não é se calando ou esperando o mandato de Dilma acabar que os problemas serão resolvidos. Sem saída, o governo tenta enredar a oposição com o argumento de que devemos apoiar suas iniciativas, o que significaria apoiar o Brasil. A oposição não cairá nessa artimanha e se constituir em sócia de medidas equivocadas, como é o caso da CPMF. A oposição apoia o Brasil e sabe que o lado a tomar é o do povo, nas ruas, no dia 13 de março, quando está marcada mais uma mobilização nacional. Pela primeira vez, toda a oposição vai apoiar oficialmente o movimento que tem como mote algo bem simbólico: ou você vai para a rua ou Dilma fica.
colunas
Impeachment ganha forçaOs números atestam. Não se trata de opinião, ideologia ou sensacionalismo. A crise não é "marolinha", nem vai embora se nos convencermos de que está tudo bem, como Lula e o PT sugerem em sua propaganda partidária. A oposição não seguirá o conselho do ex-presidente. Não vamos mentir para a população brasileira: a situação é grave e ainda não há perspectiva na área econômica. O PT criou uma situação de mais de 9 milhões de desempregados, enquanto um ano antes a marca era de 6,5 milhões. O poder de compra do salário médio caiu de R$ 2.167,6 em 2014 para R$ 2.044,2 em 2015 –uma retração de 5,7%, em um processo que ainda não terminou. A taxa de desocupação entre jovens (18 a 24 anos) passou de 10,5%, que já é alta, para espantosos 16,5% no ano passado. E o PT quer elevar nossa esperança com propaganda? O Brasil hoje possui grau "especulativo" das agências de avaliação de risco. A consequência é a fuga de investimentos. O PT no poder minou as oportunidades de crescimento e geração de emprego e renda. E Lula não quer que falemos em crise para não quebrar a estima do brasileiro? É importante ressaltar que a tentativa de ofuscar a crise também segue uma tática de sobrevivência do PT. Não há fator externo, desastre climático, guerras ou conflitos civis que expliquem essa recessão. A crise é do PT. De suas práticas, escolhas e principalmente da dilapidação do patrimônio público para sustentar o caixa de um projeto de poder que, hoje sabemos, transcende as fronteiras nacionais e se alastra por outros países. Até o grave caso da epidemia do vírus da zika –também obra da negligência do poder público com pesquisa e prevenção– se tornou instrumento para a comunicação estratégica do governo. O problema é usado para fins midiáticos, com muito jingle, frases de efeito, ministros pateticamente vistoriando pneus velhos, mas pouca ação. Em 2014, o Orçamento federal para o controle do Aedes Aegypti dispunha de R$ 10 milhões e somente R$ 5,9 milhões foram executados (59%). Em 2015, estavam disponíveis R$ 124 milhões e foram executados meros R$ 17 milhões (13,7%). Entre 2012 e 2016, o orçamento para saneamento básico caiu 85%. Além dos índices que já beiram o caos, outros dois fatores incentivaram o brasileiro a acreditar novamente na saída de Dilma: a prisão de João Santana, marqueteiro e homem forte do Planalto, e o exemplo dado por nossos vizinhos argentinos. A Lava Jato chegou ao gabinete da presidente Dilma. Indícios para a cassação da chapa da presidente não faltam. Enquanto isso, na Argentina, em pouco mais de dois meses, o presidente Mauricio Macri conseguiu fortalecer as instituições, atrair investidores e colocar o país na rota do crescimento. Tudo isso só foi possível por causa da credibilidade de que ele desfruta e da consciência de que um país não pode ser refém de ideologias. Ao ver tudo isso, a sociedade brasileira entendeu que não é se calando ou esperando o mandato de Dilma acabar que os problemas serão resolvidos. Sem saída, o governo tenta enredar a oposição com o argumento de que devemos apoiar suas iniciativas, o que significaria apoiar o Brasil. A oposição não cairá nessa artimanha e se constituir em sócia de medidas equivocadas, como é o caso da CPMF. A oposição apoia o Brasil e sabe que o lado a tomar é o do povo, nas ruas, no dia 13 de março, quando está marcada mais uma mobilização nacional. Pela primeira vez, toda a oposição vai apoiar oficialmente o movimento que tem como mote algo bem simbólico: ou você vai para a rua ou Dilma fica.
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Roma vai reabrir sua pirâmide e quer atrair turistas após restauração
A única pirâmide que restou em Roma de tempos antigos está sob os holofotes agora. Depois que um magnata japonês da indústria têxtil ajudou a pagar por uma ambiciosa limpeza, arqueólogos estão ansiosos para voltar a exibir o monumento, construído há cerca de 2.000 anos como tumba para um magistrado romano chamado Caio Céstio (Caius Cestius). Ainda que se eleve a 36 metros, a pirâmide atrai poucos turistas. Décadas de sujeira escureceram a brancura do mármore Carrara no exterior do monumento, próximo de uma estação de metrô e uma interseção de tráfego intenso. A base da pirâmide fica abaixo do nível da rua –já que a metrópole foi sendo construída em camadas ao longo dos séculos–, então muitos passam por ali sem se dar conta da altura do monumento. O arqueólogo Leonardo Guarnieri disse à imprensa na última quarta-feira (3) que tours, incluindo os à câmara funerária repleta de afrescos, estão sendo oferecidos duas vezes por mês, sob agendamento (pelo site coopculture.it ). Visitantes precisam se agachar conforme caminham por um estreito corredor que leva à câmara. O que aconteceu com os restos mortais de Caio Céstio é desconhecido, segundo Guarnieri. Dentro da câmara, visitantes podem ver um túnel inclinado –o arqueólogo diz que a restauração reforçou as teorias de que o túnel teria sido cavado em tempos medievais, possivelmente por ladrões de túmulos. A pirâmide é uma das quatro que se conhece que foram construídas na Roma antiga, mas a única a resistir até hoje. As construções refletiam uma moda do estilo egípcio em Roma depois da conquista do Egito, mas as figuras simples nos afrescos nas paredes da câmara seguem o estilo de Pompeia, cidade próxima a Nápoles. Com a poluição pesada de Roma denegrindo e corroendo monumentos quase ao mesmo tempo em que são restaurados, a pirâmide está sendo limpa com alguma frequência por uma equipe de escaladores, para eliminar a necessidade de andaimes, que são caros e visualmente poluidores. O Ministério da Cultura da Itália, cronicamente pobre em recursos para limpeza, preservação e proteção de seu imenso acervo de obras de arte, joias da arquitetura e monumentos antigos, está tomando o patrono japonês da pirâmide como um modelo de cooperação entre os setores público e privado. Yuzo Yagi, dono de uma empresa têxtil, doou € 2 milhões para o restauro.
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Roma vai reabrir sua pirâmide e quer atrair turistas após restauraçãoA única pirâmide que restou em Roma de tempos antigos está sob os holofotes agora. Depois que um magnata japonês da indústria têxtil ajudou a pagar por uma ambiciosa limpeza, arqueólogos estão ansiosos para voltar a exibir o monumento, construído há cerca de 2.000 anos como tumba para um magistrado romano chamado Caio Céstio (Caius Cestius). Ainda que se eleve a 36 metros, a pirâmide atrai poucos turistas. Décadas de sujeira escureceram a brancura do mármore Carrara no exterior do monumento, próximo de uma estação de metrô e uma interseção de tráfego intenso. A base da pirâmide fica abaixo do nível da rua –já que a metrópole foi sendo construída em camadas ao longo dos séculos–, então muitos passam por ali sem se dar conta da altura do monumento. O arqueólogo Leonardo Guarnieri disse à imprensa na última quarta-feira (3) que tours, incluindo os à câmara funerária repleta de afrescos, estão sendo oferecidos duas vezes por mês, sob agendamento (pelo site coopculture.it ). Visitantes precisam se agachar conforme caminham por um estreito corredor que leva à câmara. O que aconteceu com os restos mortais de Caio Céstio é desconhecido, segundo Guarnieri. Dentro da câmara, visitantes podem ver um túnel inclinado –o arqueólogo diz que a restauração reforçou as teorias de que o túnel teria sido cavado em tempos medievais, possivelmente por ladrões de túmulos. A pirâmide é uma das quatro que se conhece que foram construídas na Roma antiga, mas a única a resistir até hoje. As construções refletiam uma moda do estilo egípcio em Roma depois da conquista do Egito, mas as figuras simples nos afrescos nas paredes da câmara seguem o estilo de Pompeia, cidade próxima a Nápoles. Com a poluição pesada de Roma denegrindo e corroendo monumentos quase ao mesmo tempo em que são restaurados, a pirâmide está sendo limpa com alguma frequência por uma equipe de escaladores, para eliminar a necessidade de andaimes, que são caros e visualmente poluidores. O Ministério da Cultura da Itália, cronicamente pobre em recursos para limpeza, preservação e proteção de seu imenso acervo de obras de arte, joias da arquitetura e monumentos antigos, está tomando o patrono japonês da pirâmide como um modelo de cooperação entre os setores público e privado. Yuzo Yagi, dono de uma empresa têxtil, doou € 2 milhões para o restauro.
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Trabalhadores da Petrobras começam greve em 8 Estados; FUP deve aderir
Trabalhadores da Petrobras iniciaram greve em oito Estados nesta quinta-feira (29), reclamando de lentidão nas negociações sobre salários e do plano de venda de ativos da estatal, informou a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que representa cinco sindicatos da categoria. Nesta manhã, havia paralisações em São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Pará e Amazonas, com forte mobilização em terminais portuários da Petrobras na região de Santos e Cubatão (SP), segundo informações da FNP. Também haveria adesão de trabalhadores em plataformas nos campos de Mexilhão e Merluza, na Bacia de Santos. Até o momento não há relatos de impacto na produção de petróleo e derivados. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa outros 12 sindicatos, também promete entrar em greve, trazendo mais força ao movimento, segundo o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobras, Deyvid Bacelar. Dentre os sindicatos da FUP, está o Sindipetro Norte Fluminense, que representa funcionários da Bacia de Campos, onde é produzido mais de 70% do petróleo do Brasil. A FUP, federação ligada ao PT, deve anunciar ainda nesta quinta a data de adesão ao movimento. O secretário-geral da FNP, Adaedson Bezerra Costa, disse que a adesão na refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, seria de 100% entre os funcionários do turno atual, que não entraram para trabalhar. Segundo ele, os trabalhadores que começaram o turno na quarta-feira às 15h ainda estão na unidade, mantendo-a em funcionamento. "A gente está impetrando um habeas corpus para tirar o pessoal de lá", disse Costa. ADESÃO DA FUP De acordo com Deyvid Bacelar, que também é presidente do Sindipetro Bahia, a FUP se reúne nesta quinta às 15h com o Ministério Público do Trabalho (MPT) com o objetivo de cumprir as regras para a deflagração da greve. Segundo o representante, é a terceira audiência com o MPT com esse objetivo. O estado de greve já foi aprovado em assembleias realizadas pelos sindicatos filiados à FUP há mais de um mês, portanto, a greve pode ser comunicada a qualquer momento. No entanto, os trabalhadores precisam apenas notificá-la 72 horas antes. Apesar da proximidade da FUP com o PT, os principais pontos da pauta da federação buscam pressionar o governo federal por maior interferência nas decisões da empresa, tentando evitar demissões, em momento em que a estatal passa por uma reestruturação e faz cortes de custos. Dentre as demandas da federação estão a reposição de empregados por meio de concurso público, reformulações da política e gestão de segurança, meio ambiente e saúde, continuidade de grandes obras da companhia e a revisão do plano de desinvestimentos da companhia. "Estamos preocupados porque a nova gestão [da Petrobras] tem entendido que esse [venda de ativos] é o principal pilar para sanar a questão financeira da empresa, e nós entendemos que não, temos outras alternativas, precisamos revisar os ativos que foram negociados", afirmou Bacelar. De acordo com ele, os ativos negociados são estratégicos para a Petrobras e para o país. Bacelar disse ainda que os representantes dos trabalhadores também estão se movimentando em Brasília para evitar que projetos tramitando no Senado e na Câmara derrubem a obrigatoriedade de a Petrobras ser operadora única do pré-sal. Procurada, a Petrobras repetiu o posicionamento de quarta-feira, sem informar se a paralisação de funcionários afeta a produção de petróleo ou o refino. Segundo a nota enviada por e-mail, a Petrobras encaminhou às entidades sindicais uma nova proposta para as cláusulas econômicas do acordo coletivo e informou que vai realizar reunião com os trabalhadores na tarde desta quinta-feira. A FNP ainda está coletando dados sobre a adesão à greve no Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Pará e Amazonas.
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Trabalhadores da Petrobras começam greve em 8 Estados; FUP deve aderirTrabalhadores da Petrobras iniciaram greve em oito Estados nesta quinta-feira (29), reclamando de lentidão nas negociações sobre salários e do plano de venda de ativos da estatal, informou a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que representa cinco sindicatos da categoria. Nesta manhã, havia paralisações em São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Pará e Amazonas, com forte mobilização em terminais portuários da Petrobras na região de Santos e Cubatão (SP), segundo informações da FNP. Também haveria adesão de trabalhadores em plataformas nos campos de Mexilhão e Merluza, na Bacia de Santos. Até o momento não há relatos de impacto na produção de petróleo e derivados. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa outros 12 sindicatos, também promete entrar em greve, trazendo mais força ao movimento, segundo o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobras, Deyvid Bacelar. Dentre os sindicatos da FUP, está o Sindipetro Norte Fluminense, que representa funcionários da Bacia de Campos, onde é produzido mais de 70% do petróleo do Brasil. A FUP, federação ligada ao PT, deve anunciar ainda nesta quinta a data de adesão ao movimento. O secretário-geral da FNP, Adaedson Bezerra Costa, disse que a adesão na refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, seria de 100% entre os funcionários do turno atual, que não entraram para trabalhar. Segundo ele, os trabalhadores que começaram o turno na quarta-feira às 15h ainda estão na unidade, mantendo-a em funcionamento. "A gente está impetrando um habeas corpus para tirar o pessoal de lá", disse Costa. ADESÃO DA FUP De acordo com Deyvid Bacelar, que também é presidente do Sindipetro Bahia, a FUP se reúne nesta quinta às 15h com o Ministério Público do Trabalho (MPT) com o objetivo de cumprir as regras para a deflagração da greve. Segundo o representante, é a terceira audiência com o MPT com esse objetivo. O estado de greve já foi aprovado em assembleias realizadas pelos sindicatos filiados à FUP há mais de um mês, portanto, a greve pode ser comunicada a qualquer momento. No entanto, os trabalhadores precisam apenas notificá-la 72 horas antes. Apesar da proximidade da FUP com o PT, os principais pontos da pauta da federação buscam pressionar o governo federal por maior interferência nas decisões da empresa, tentando evitar demissões, em momento em que a estatal passa por uma reestruturação e faz cortes de custos. Dentre as demandas da federação estão a reposição de empregados por meio de concurso público, reformulações da política e gestão de segurança, meio ambiente e saúde, continuidade de grandes obras da companhia e a revisão do plano de desinvestimentos da companhia. "Estamos preocupados porque a nova gestão [da Petrobras] tem entendido que esse [venda de ativos] é o principal pilar para sanar a questão financeira da empresa, e nós entendemos que não, temos outras alternativas, precisamos revisar os ativos que foram negociados", afirmou Bacelar. De acordo com ele, os ativos negociados são estratégicos para a Petrobras e para o país. Bacelar disse ainda que os representantes dos trabalhadores também estão se movimentando em Brasília para evitar que projetos tramitando no Senado e na Câmara derrubem a obrigatoriedade de a Petrobras ser operadora única do pré-sal. Procurada, a Petrobras repetiu o posicionamento de quarta-feira, sem informar se a paralisação de funcionários afeta a produção de petróleo ou o refino. Segundo a nota enviada por e-mail, a Petrobras encaminhou às entidades sindicais uma nova proposta para as cláusulas econômicas do acordo coletivo e informou que vai realizar reunião com os trabalhadores na tarde desta quinta-feira. A FNP ainda está coletando dados sobre a adesão à greve no Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Pará e Amazonas.
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Hip-hop de Skepta desbanca David Bowie e Radiohead no prêmio Mercury
O cantor de hip-hop Skepta recebeu nesta quinta-feira (15) o prêmio Mercury de melhor disco britânico e irlandês do ano por "Konnichiwa", superando David Bowie e seu álbum "Blackstar". "Como júri, decidimos que se David Bowie estivesse nos olhando do céu nesta noite no Hammersmith Apollo gostaria que o prêmio 2016 Hyundai Mercury fosse para Skepta", disse o cantor da banda Pulp, Jarvis Cocker, ao anunciar o prêmio. Skepta, cujo nome verdadeiro é Joseph Junior Adenuga, é um cantor de origem nigeriana do bairro londrino de Tottenham. Bowie morreu de câncer em 10 de janeiro, dois dias após seu 69º aniversário e do lançamento do disco. Pela primeira vez desde a criação do prêmio, em 1992, como alternativa aos Brit Awards, o público pode votar, embora tenha sido o júri, integrado por membros da indústria, a ter a última palavra. Os outros candidatos ao prêmio eram Radiohead, por seu disco "A Moon Shaped Pool", Anohni ("Hopelles"), Bat for Lashes ("The Bride"), Jamie Woon ("Making Time"), Kano ("Made In The Manor"), Laura Mvula ("The Dreaming Room"), Michael Kiwanuka ("Love & Hate") Savages ("Adore Life"), The 1975 ("I like it when you sleep, for you are so beautiful yet so unaware of it") e The Comet Is Coming ("Channel the Spirits").
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Hip-hop de Skepta desbanca David Bowie e Radiohead no prêmio MercuryO cantor de hip-hop Skepta recebeu nesta quinta-feira (15) o prêmio Mercury de melhor disco britânico e irlandês do ano por "Konnichiwa", superando David Bowie e seu álbum "Blackstar". "Como júri, decidimos que se David Bowie estivesse nos olhando do céu nesta noite no Hammersmith Apollo gostaria que o prêmio 2016 Hyundai Mercury fosse para Skepta", disse o cantor da banda Pulp, Jarvis Cocker, ao anunciar o prêmio. Skepta, cujo nome verdadeiro é Joseph Junior Adenuga, é um cantor de origem nigeriana do bairro londrino de Tottenham. Bowie morreu de câncer em 10 de janeiro, dois dias após seu 69º aniversário e do lançamento do disco. Pela primeira vez desde a criação do prêmio, em 1992, como alternativa aos Brit Awards, o público pode votar, embora tenha sido o júri, integrado por membros da indústria, a ter a última palavra. Os outros candidatos ao prêmio eram Radiohead, por seu disco "A Moon Shaped Pool", Anohni ("Hopelles"), Bat for Lashes ("The Bride"), Jamie Woon ("Making Time"), Kano ("Made In The Manor"), Laura Mvula ("The Dreaming Room"), Michael Kiwanuka ("Love & Hate") Savages ("Adore Life"), The 1975 ("I like it when you sleep, for you are so beautiful yet so unaware of it") e The Comet Is Coming ("Channel the Spirits").
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Edilayne
Foi em Cannes que nossa relação começou a degringolar. Eu estava lá a trabalho, mas Edilayne insistia em me atrasar, instagramando mil vezes a vista do quarto, ficando horas na hidromassagem com zilhões de botões (até os dedos virarem uvas passas vencidas, ainda mais massacrados pelas unhas de um pink vulgar) e futucar como uma criança precocemente libidinosa o controle remoto especial para ajustar o blackout da cortina. A princípio, fiquei meio assim de levar Edilayne, mas não teve jeito. Quando percebi, ela estava me envergonhando, por exemplo, no café da manhã. Ela começou a rinchavelhar quando percebeu que o banquete tomava o que seria um espaço maior do que duas vezes o seu apartamento. Edilayne enfiou três tipos de queijo em um sanduíche que era metade um tipo de pão, metade outro tipo de pão e deu uma golada no suco (mistura de duas frutas) por cima de tudo, fazendo uma argamassa grosseira que machucaria sua faringe (uma inflamação que duraria dias). Ela queria tão intensamente curtir cada requinte e abundância, que acabou doente no segundo dia. Uma doença que chamei de "deslumbramento mendicante" e ela nem retrucou, ocupada que estava em usufruir destemperadamente das benesses de uma boa vida. Voltei decidida a nunca mais levar Edilayne nas viagens de trabalho, nas reuniões em produtoras, nas festas em editoras, nas palestras no Projac, nos Natais em família, nas casas de amigos, nos jantares românticos, para as camas de morenos cínicos. Ela se ofendeu de morte com a rejeição e declarou a mim (com a veemência ilimitada de uma descendente de italianos sem berço) uma vingança aterradora. Cada vez que eu tentasse encobrir Edylaine, cada vez que eu tentasse escondê-la para debaixo de um tapete persa, cada vez que eu, num tom baixo e cheio de respiros, quisesse me sobrepor ao atropelos gritantes de Edilayne, eu padeceria de um pânico terrível que me paralisaria por completo. Era como se ela dissesse "se você for sem mim, irá também sem saber quem você é". Comecei falando, na terapia, do que mais me incomodava: a compulsão. A gula, a fome descabida de Edilayne. Estava cansada de ter sempre comigo a mulher pouco refinada, que se entregava, escancarada e destampada (e numa bandeja de plástico) para qualquer situação que pudesse vir acompanhada do subtítulo "aproveita, boba". De homens bonitos a cargas horárias absurdas de trabalho, de banquetes a badernas, Edilayne vivia 78 horas num único dia, enquanto eu só queria entender como levantar da cama. Edilayne me contava de seu passado de menina sem. Sem trabalho, sem grana, sem rapazes, sem sal. Agora, parasita de todas as minhas boas condições, ela gritava dentro da minha cabeça, uma rouquidão agressiva e feminina, um timbre ao mesmo tempo forte e de esgotamento: "EU VOU À FORRA". Dane-se que você pretende tomar apenas um chá, sorrir entreaberto com (ainda assim muito grandes) meios dentes e ir embora cedo. Eu quero é comer tudo, beber tudo, beijar tudo, falar tudo, escrever sobre tudo, passar mal e ainda pedir uma fritura. Morrer de amor e ainda pegar o irmão do cara. Trepar no lustre e ainda abrir um espacate no meio da pista de dança. Que lustre? Que pista de dança, Edilayne? Nem ela sabe. Depois de muitos anos de terapia, hoje achei, e peço perdão por esse momento brega, com desfecho autoajuda decepcionante para a literatura, que seria bonito e importante escrever essa frase que vem agora. Eu sou a Edilayne e tenho orgulho disso.
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EdilayneFoi em Cannes que nossa relação começou a degringolar. Eu estava lá a trabalho, mas Edilayne insistia em me atrasar, instagramando mil vezes a vista do quarto, ficando horas na hidromassagem com zilhões de botões (até os dedos virarem uvas passas vencidas, ainda mais massacrados pelas unhas de um pink vulgar) e futucar como uma criança precocemente libidinosa o controle remoto especial para ajustar o blackout da cortina. A princípio, fiquei meio assim de levar Edilayne, mas não teve jeito. Quando percebi, ela estava me envergonhando, por exemplo, no café da manhã. Ela começou a rinchavelhar quando percebeu que o banquete tomava o que seria um espaço maior do que duas vezes o seu apartamento. Edilayne enfiou três tipos de queijo em um sanduíche que era metade um tipo de pão, metade outro tipo de pão e deu uma golada no suco (mistura de duas frutas) por cima de tudo, fazendo uma argamassa grosseira que machucaria sua faringe (uma inflamação que duraria dias). Ela queria tão intensamente curtir cada requinte e abundância, que acabou doente no segundo dia. Uma doença que chamei de "deslumbramento mendicante" e ela nem retrucou, ocupada que estava em usufruir destemperadamente das benesses de uma boa vida. Voltei decidida a nunca mais levar Edilayne nas viagens de trabalho, nas reuniões em produtoras, nas festas em editoras, nas palestras no Projac, nos Natais em família, nas casas de amigos, nos jantares românticos, para as camas de morenos cínicos. Ela se ofendeu de morte com a rejeição e declarou a mim (com a veemência ilimitada de uma descendente de italianos sem berço) uma vingança aterradora. Cada vez que eu tentasse encobrir Edylaine, cada vez que eu tentasse escondê-la para debaixo de um tapete persa, cada vez que eu, num tom baixo e cheio de respiros, quisesse me sobrepor ao atropelos gritantes de Edilayne, eu padeceria de um pânico terrível que me paralisaria por completo. Era como se ela dissesse "se você for sem mim, irá também sem saber quem você é". Comecei falando, na terapia, do que mais me incomodava: a compulsão. A gula, a fome descabida de Edilayne. Estava cansada de ter sempre comigo a mulher pouco refinada, que se entregava, escancarada e destampada (e numa bandeja de plástico) para qualquer situação que pudesse vir acompanhada do subtítulo "aproveita, boba". De homens bonitos a cargas horárias absurdas de trabalho, de banquetes a badernas, Edilayne vivia 78 horas num único dia, enquanto eu só queria entender como levantar da cama. Edilayne me contava de seu passado de menina sem. Sem trabalho, sem grana, sem rapazes, sem sal. Agora, parasita de todas as minhas boas condições, ela gritava dentro da minha cabeça, uma rouquidão agressiva e feminina, um timbre ao mesmo tempo forte e de esgotamento: "EU VOU À FORRA". Dane-se que você pretende tomar apenas um chá, sorrir entreaberto com (ainda assim muito grandes) meios dentes e ir embora cedo. Eu quero é comer tudo, beber tudo, beijar tudo, falar tudo, escrever sobre tudo, passar mal e ainda pedir uma fritura. Morrer de amor e ainda pegar o irmão do cara. Trepar no lustre e ainda abrir um espacate no meio da pista de dança. Que lustre? Que pista de dança, Edilayne? Nem ela sabe. Depois de muitos anos de terapia, hoje achei, e peço perdão por esse momento brega, com desfecho autoajuda decepcionante para a literatura, que seria bonito e importante escrever essa frase que vem agora. Eu sou a Edilayne e tenho orgulho disso.
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Em peça sobre a ganância, Denise Fraga mostra 'como somos ridículos'
Friedrich Dürrenmatt dizia que nada atrapalharia mais sua tragédia "A Visita da Velha Senhora" do que não ser levada como uma comédia. Retrato da ganância e dos limites da moral, o espetáculo do dramaturgo suíço, montado pela primeira vez em 1956, em Zurique, busca no humor e na sátira um espelho da existência humana. "É como eu se tivesse um grande espelho na mão –na minha cabeça ele é até meio enferrujadinho–, chegasse à beira do palco, o virasse para a plateia e falasse: 'Olha como somos ridículos'", compara Denise Fraga, que protagoniza nova montagem da peça, com estreia nesta sexta (18). Denise é Claire Zachanassian, a tal velha senhora do título, ansiosamente aguardada na fictícia Güllen, cidadezinha onde ela cresceu e que hoje beira a falência. A única esperança do município é que a ricaça Claire ajude financeiramente o local. Histriônica e excessiva (tem brilhos dourados e prateados até nas próteses da perna e do braço esquerdos, que perdeu em acidentes), Claire derrama dinheiro como troca de maridos. Tem todos a seus pés, mandando e desmandando a seu bel-prazer. Ela decide ajudar Güllen, mas impõe uma condição: que matem Alfred Krank (Tuca Andrada), amor de juventude que a abandonou grávida, trocando-a por um casamento de interesse –expulsa da cidade, Claire foi resgatada de um prostíbulo pelo "velho Zachanassian", marido de quem herdou a fortuna. "O mundo fez de mim uma puta, agora faço dele um puteiro", diz a personagem em sua fúria por vingança. O pedido choca a cidade, avessa à selvageria. Mas aos poucos a ganância toma conta dos habitantes, que a mascaram de justiça –pelo sofrimento infligido a Claire. "Ela se vinga da cidade inteira, da própria condição humana", afirma Denise. SEM RECEITA Apesar de seu experimento sociológico, Dürrenmatt se abstém de julgamentos. "Ele dizia: 'Eu só faço um diagnóstico, eu não dou o remédio'", comenta o cineasta Luiz Villaça, marido de Denise, que assina a direção da montagem. Para o encenador, que retorna ao teatro depois de "A Descida do Monte Morgan" (2013), o dramaturgo suíço costura o texto como artesão. "Não tem uma palavra fora do lugar. Até os sobrenomes de Claire: Zachanassian é uma mistura de três milionários da época; Wäscher [seu nome de solteira, quando era pobre] significa lavadeira." "Ele escreve musicalmente, dá importância aos tamanhos das frases", segue Denise. Villaça e o estilista Ronaldo Fraga, que assina a direção de arte, buscaram a mesma precisão seca no cenário. Formado de estruturas modulares, que criam os edifícios da cidadezinha, o palco lembra os vagões de trens que passam por Güllen (uma das poucas distrações de moradores). Ali também ficam os atores, mesmo quando estão fora de cena, trocando de figurino nas araras sobre o cenário modular. "É como se eles fossem mais focos de luzes na própria cena", afirma Villaça. SEQUÊNCIA De certo modo, diz Denise, "A Visita da Velha Senhora" é uma continuação sua de "A Alma Boa de Setsuan" e "Galileu, Galilei", peças de Bertolt Brecht que ela estreou em 2010 e 2015, respectivamente. "É quase uma trilogia", brinca a atriz, que vê uma semelhança nos temas das peças e na forma de abordá-los. Em "Alma Boa", o protagonista se questiona como ser bondoso num mundo extremamente competitivo. "Galileu" discute como manter nossos ideais diante de um poder político e econômico. "E 'A Visita' é uma fábula sobre aquilo de que somos capazes quando a questão é dinheiro, até onde a gente se finge de morto", diz ela. Sua Claire é uma adorável vilã: maligna, mas incrivelmente sedutora. "Ela é a encarnação mítica do poder econômico, quase uma entidade do capital. E o dinheiro é muito sedutor", afirma a atriz. "É o ciclo vicioso de uma sociedade calcada pelo dinheiro, que cria monstros capazes de fazer atrocidades." É também uma situação que ecoa muito os dias de hoje, marcados pela polarização de ideais, comenta Villaça. "Estamos falando de ética, de até onde nós podemos ir." Para Denise, habituada a trabalhos em comédia e "com o ouvido apurado" para as reações da plateia, a concordância é sentida nas gargalhadas do público. "É a risada 'pior que é', de reconhecimento da nossa falência, do 'somos ridículos'. O cara ri e fala: 'Pior que é [assim mesmo]'." * A VISITA DA VELHA SENHORA QUANDO qui. a dom., às 20h; até 26/11 ONDE Teatro Sesi-SP, av. Paulista, 1.313, tel. (11) 3146-7439 QUANTO grátis (reservas pelo site sesisp.org.br/meu-sesi ) CLASSIFICAÇÃO 14 anos
ilustrada
Em peça sobre a ganância, Denise Fraga mostra 'como somos ridículos'Friedrich Dürrenmatt dizia que nada atrapalharia mais sua tragédia "A Visita da Velha Senhora" do que não ser levada como uma comédia. Retrato da ganância e dos limites da moral, o espetáculo do dramaturgo suíço, montado pela primeira vez em 1956, em Zurique, busca no humor e na sátira um espelho da existência humana. "É como eu se tivesse um grande espelho na mão –na minha cabeça ele é até meio enferrujadinho–, chegasse à beira do palco, o virasse para a plateia e falasse: 'Olha como somos ridículos'", compara Denise Fraga, que protagoniza nova montagem da peça, com estreia nesta sexta (18). Denise é Claire Zachanassian, a tal velha senhora do título, ansiosamente aguardada na fictícia Güllen, cidadezinha onde ela cresceu e que hoje beira a falência. A única esperança do município é que a ricaça Claire ajude financeiramente o local. Histriônica e excessiva (tem brilhos dourados e prateados até nas próteses da perna e do braço esquerdos, que perdeu em acidentes), Claire derrama dinheiro como troca de maridos. Tem todos a seus pés, mandando e desmandando a seu bel-prazer. Ela decide ajudar Güllen, mas impõe uma condição: que matem Alfred Krank (Tuca Andrada), amor de juventude que a abandonou grávida, trocando-a por um casamento de interesse –expulsa da cidade, Claire foi resgatada de um prostíbulo pelo "velho Zachanassian", marido de quem herdou a fortuna. "O mundo fez de mim uma puta, agora faço dele um puteiro", diz a personagem em sua fúria por vingança. O pedido choca a cidade, avessa à selvageria. Mas aos poucos a ganância toma conta dos habitantes, que a mascaram de justiça –pelo sofrimento infligido a Claire. "Ela se vinga da cidade inteira, da própria condição humana", afirma Denise. SEM RECEITA Apesar de seu experimento sociológico, Dürrenmatt se abstém de julgamentos. "Ele dizia: 'Eu só faço um diagnóstico, eu não dou o remédio'", comenta o cineasta Luiz Villaça, marido de Denise, que assina a direção da montagem. Para o encenador, que retorna ao teatro depois de "A Descida do Monte Morgan" (2013), o dramaturgo suíço costura o texto como artesão. "Não tem uma palavra fora do lugar. Até os sobrenomes de Claire: Zachanassian é uma mistura de três milionários da época; Wäscher [seu nome de solteira, quando era pobre] significa lavadeira." "Ele escreve musicalmente, dá importância aos tamanhos das frases", segue Denise. Villaça e o estilista Ronaldo Fraga, que assina a direção de arte, buscaram a mesma precisão seca no cenário. Formado de estruturas modulares, que criam os edifícios da cidadezinha, o palco lembra os vagões de trens que passam por Güllen (uma das poucas distrações de moradores). Ali também ficam os atores, mesmo quando estão fora de cena, trocando de figurino nas araras sobre o cenário modular. "É como se eles fossem mais focos de luzes na própria cena", afirma Villaça. SEQUÊNCIA De certo modo, diz Denise, "A Visita da Velha Senhora" é uma continuação sua de "A Alma Boa de Setsuan" e "Galileu, Galilei", peças de Bertolt Brecht que ela estreou em 2010 e 2015, respectivamente. "É quase uma trilogia", brinca a atriz, que vê uma semelhança nos temas das peças e na forma de abordá-los. Em "Alma Boa", o protagonista se questiona como ser bondoso num mundo extremamente competitivo. "Galileu" discute como manter nossos ideais diante de um poder político e econômico. "E 'A Visita' é uma fábula sobre aquilo de que somos capazes quando a questão é dinheiro, até onde a gente se finge de morto", diz ela. Sua Claire é uma adorável vilã: maligna, mas incrivelmente sedutora. "Ela é a encarnação mítica do poder econômico, quase uma entidade do capital. E o dinheiro é muito sedutor", afirma a atriz. "É o ciclo vicioso de uma sociedade calcada pelo dinheiro, que cria monstros capazes de fazer atrocidades." É também uma situação que ecoa muito os dias de hoje, marcados pela polarização de ideais, comenta Villaça. "Estamos falando de ética, de até onde nós podemos ir." Para Denise, habituada a trabalhos em comédia e "com o ouvido apurado" para as reações da plateia, a concordância é sentida nas gargalhadas do público. "É a risada 'pior que é', de reconhecimento da nossa falência, do 'somos ridículos'. O cara ri e fala: 'Pior que é [assim mesmo]'." * A VISITA DA VELHA SENHORA QUANDO qui. a dom., às 20h; até 26/11 ONDE Teatro Sesi-SP, av. Paulista, 1.313, tel. (11) 3146-7439 QUANTO grátis (reservas pelo site sesisp.org.br/meu-sesi ) CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Versão sombria exibe um rei Arthur feio, sujo e malvado
O diretor americano Antoine Fuqua é especialista em dramas de ação adultos, com temas pesados, e já apresentou trabalhos bem bacanas como "Dia de Treinamento" (2001), que rendeu a Denzel Washington o Oscar de melhor ator, e o recente "Nocaute" (2015), com Jake Gyllenhaal. "Rei Arthur" (2004, 14 anos, TC Action, 19h45) é a visão dele sobre os contos dos Cavaleiros da Távola Redonda. E essa visão não é nem um pouco bonita. O longa trata a turma de Arthur e sir Lancelot como feios, sujos e malvados. Nem mesmo a mocinha Guinevere escapa: é suja e malvada —feia é impossível, porque o papel é de Keira Knightley. Clive Owen, na época em ascensão, compõe um sólido Arthur entre cenas de batalhas cruentas. O filme é sombrio, enxuto, uma versão totalmente desglamorizada das lendas. Está mais para "Game of Thrones" do que para "Ivanhoé".
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Versão sombria exibe um rei Arthur feio, sujo e malvadoO diretor americano Antoine Fuqua é especialista em dramas de ação adultos, com temas pesados, e já apresentou trabalhos bem bacanas como "Dia de Treinamento" (2001), que rendeu a Denzel Washington o Oscar de melhor ator, e o recente "Nocaute" (2015), com Jake Gyllenhaal. "Rei Arthur" (2004, 14 anos, TC Action, 19h45) é a visão dele sobre os contos dos Cavaleiros da Távola Redonda. E essa visão não é nem um pouco bonita. O longa trata a turma de Arthur e sir Lancelot como feios, sujos e malvados. Nem mesmo a mocinha Guinevere escapa: é suja e malvada —feia é impossível, porque o papel é de Keira Knightley. Clive Owen, na época em ascensão, compõe um sólido Arthur entre cenas de batalhas cruentas. O filme é sombrio, enxuto, uma versão totalmente desglamorizada das lendas. Está mais para "Game of Thrones" do que para "Ivanhoé".
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Mexeriqueira em flor
Olivia vem correndo, para na minha frente, mostra o caroço de mexerica e faz a pergunta favorita de seus dois anos e meio de vida: "Papai, o que é isso?". Quase sem tirar os olhos do jornal —com essa displicência da qual vou me arrepender muito quando ela for grande e já tiver suas próprias respostas—, digo: "É um caroço". Olivia, porém, continua ali, ansiosa, olhando pro caroço, olhando pra mim. Óbvio, "caroço" não significa nada e ela quer, ou melhor, precisa saber que diabo de bolinha é aquela que estava dentro da fruta. Abaixo o iPad, explico que se a gente puser aquele caroço num vaso, nasce uma planta e a planta vira uma árvore e a árvore dá um monte de mexerica. Como um céu nublado se abrindo ao sol em efeito "time-lapse", a curiosidade dá lugar ao deslumbre. "Papai, vamos plantar o caroço?! Vamos plantar o caroço?! Vamos plantar o caroço?!". Vamos plantar o caroço. Saímos pro jardim, enfiamos o caroço num pequeno vaso amarelo, onde jazem os restos semimumificados de uma violeta —e só me dou conta da encrenca em que me meti quando, de volta ao sofá, vejo minha filha acocorada, imóvel, lá fora. "Olivia, que que cê tá fazendo aí?". "Esperando a árvore." Explico que não é assim. Que demora. Que a gente tem que regar e aguardar uns dias, mas a minha suposta calma esconde uma ponta de pânico: e se essa semente não brotar? Será, sem dúvida, a maior frustração daqueles 30 meses de vida. Ao deitar a cabeça no travesseiro, relembro minhas palavras com um eco bíblico: "Se a gente puser o caroço num vaso... aso... aso... Nasce uma árvore... ore... ore...". São dias de angústia na alameda dos Araçás. A cada manhã, Olivia me faz ir direto do berço ao jardim. Voltando da escola, a primeira parada é o vaso amarelo. Regamos juntos. Olhamos a terra de perto, por minutos a fio. Ela metralha perguntas: que tamanho terá a árvore? Vai poder comer mexerica antes do almoço? Vai poder levar mexerica pra escola? Respondo sem olhá-la no olho. Na terceira noite de tribulação, proponho à minha mulher um esquema fraudulento. Compramos uma muda. Plantamos na madrugada. Ou arrumamos logo uma mexeriqueira em flor, cheia de frutas, já com balanço e casa na árvore. A Julia só me faz uma pergunta: "Caso a semente não germine, será que é a Olivia quem não vai aguentar a frustração?". Brigo com a Julia, critico sua psicanálise de botequim e viro pro lado ciente de que ela tem toda razão. Percebo que, desde o apito inicial de Brasil e Alemanha, não acalento nenhuma esperança. De lá pra cá, foi tudo 7 x 1. Sete a um na política. Sete a um na economia. Onde não tem lama, é deserto: uma aridez total. E, de uma hora pra outra, essa semente que vai virar planta que vai virar árvore que vai dar um monte de mexerica. Ou não vai? Na quarta manhã, nem tenho coragem de ir lá fora. Abro a porta e deixo a Olivia sair correndo. Engulo a seco. Então, ouço seus gritos de euforia. Vou apressado até o vaso amarelo: ao lado dos despojos da violeta nasceu, tímida e espalhafatosa, uma maria-sem-vergonha. "Papai! Você plantou uma flor! Você plantou uma flor! Você plantou uma flor!". Olivia abraça a minha perna, dá uns pulos pela grama, depois segue pra sala, com passos decididos, para cuidar de outros assuntos.
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Mexeriqueira em florOlivia vem correndo, para na minha frente, mostra o caroço de mexerica e faz a pergunta favorita de seus dois anos e meio de vida: "Papai, o que é isso?". Quase sem tirar os olhos do jornal —com essa displicência da qual vou me arrepender muito quando ela for grande e já tiver suas próprias respostas—, digo: "É um caroço". Olivia, porém, continua ali, ansiosa, olhando pro caroço, olhando pra mim. Óbvio, "caroço" não significa nada e ela quer, ou melhor, precisa saber que diabo de bolinha é aquela que estava dentro da fruta. Abaixo o iPad, explico que se a gente puser aquele caroço num vaso, nasce uma planta e a planta vira uma árvore e a árvore dá um monte de mexerica. Como um céu nublado se abrindo ao sol em efeito "time-lapse", a curiosidade dá lugar ao deslumbre. "Papai, vamos plantar o caroço?! Vamos plantar o caroço?! Vamos plantar o caroço?!". Vamos plantar o caroço. Saímos pro jardim, enfiamos o caroço num pequeno vaso amarelo, onde jazem os restos semimumificados de uma violeta —e só me dou conta da encrenca em que me meti quando, de volta ao sofá, vejo minha filha acocorada, imóvel, lá fora. "Olivia, que que cê tá fazendo aí?". "Esperando a árvore." Explico que não é assim. Que demora. Que a gente tem que regar e aguardar uns dias, mas a minha suposta calma esconde uma ponta de pânico: e se essa semente não brotar? Será, sem dúvida, a maior frustração daqueles 30 meses de vida. Ao deitar a cabeça no travesseiro, relembro minhas palavras com um eco bíblico: "Se a gente puser o caroço num vaso... aso... aso... Nasce uma árvore... ore... ore...". São dias de angústia na alameda dos Araçás. A cada manhã, Olivia me faz ir direto do berço ao jardim. Voltando da escola, a primeira parada é o vaso amarelo. Regamos juntos. Olhamos a terra de perto, por minutos a fio. Ela metralha perguntas: que tamanho terá a árvore? Vai poder comer mexerica antes do almoço? Vai poder levar mexerica pra escola? Respondo sem olhá-la no olho. Na terceira noite de tribulação, proponho à minha mulher um esquema fraudulento. Compramos uma muda. Plantamos na madrugada. Ou arrumamos logo uma mexeriqueira em flor, cheia de frutas, já com balanço e casa na árvore. A Julia só me faz uma pergunta: "Caso a semente não germine, será que é a Olivia quem não vai aguentar a frustração?". Brigo com a Julia, critico sua psicanálise de botequim e viro pro lado ciente de que ela tem toda razão. Percebo que, desde o apito inicial de Brasil e Alemanha, não acalento nenhuma esperança. De lá pra cá, foi tudo 7 x 1. Sete a um na política. Sete a um na economia. Onde não tem lama, é deserto: uma aridez total. E, de uma hora pra outra, essa semente que vai virar planta que vai virar árvore que vai dar um monte de mexerica. Ou não vai? Na quarta manhã, nem tenho coragem de ir lá fora. Abro a porta e deixo a Olivia sair correndo. Engulo a seco. Então, ouço seus gritos de euforia. Vou apressado até o vaso amarelo: ao lado dos despojos da violeta nasceu, tímida e espalhafatosa, uma maria-sem-vergonha. "Papai! Você plantou uma flor! Você plantou uma flor! Você plantou uma flor!". Olivia abraça a minha perna, dá uns pulos pela grama, depois segue pra sala, com passos decididos, para cuidar de outros assuntos.
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Em meio ao medo após ataques, parisienses e turistas tentam manter vida normal
Em meio ao medo causado pelos novos ataques cometidos nesta sexta-feira (9) em Paris, moradores da capital francesa e turistas se esforçavam para manter a normalidade. No começo da tarde, depois de chegarem notícias de que terroristas mantinham reféns em dois locais da cidade, vias principais, como o boulevard des Invalides e a rue de Rivoli, exibiam pouquíssimo movimento. "Estou com um pouco de medo sim, qualquer barulho a gente já pega o celular para ver se algo aconteceu", disse o turista Bruno Drugowick, 29, de Campinas (SP), que visitava o museu do Louvre. Ataques em Paris Em toda a cidade, faixas pretas e cartazes com a frase "Je suis Charlie". Os incessantes barulhos de sirenes policiais não deixavam ninguém esquecer que este não era um dia normal. "Estamos acompanhando e tentando ficar longe dos lugares que saem nas notícias, vamos voltar bem cedo para o hotel", disse o paulista Jorge Gaglarde, 20, que viajava com a família. Na catedral de Notre Dame, turistas tentavam cumprir o roteiro de passeios sob vigilância de soldados fortemente armados. "Disseram que era algo localizado, mas estamos sentindo um clima pesado", disse o brasileiro Fernando Oliveira, 34. A jornalista carioca Joana Bueno, 33, disse que, apesar de abertas, todas as lojas estão revistando as bolsas dos clientes que entram. "Eu já visitei Paris várias vezes, mas nunca vi a cidade tão vazia", disse ela, que descansava no museu Georges Pompidou. Por volta das 17h30, as duas crises de reféns já haviam terminado, ambas com a morte dos sequestradores, e as ruas começaram a encher após o fim da jornada de trabalho. No Marais, bairro rico e descolado, os bares e lojas estavam lotados no começo da noite. "Penso que os franceses não querem ceder ao medo", disse o promotor de eventos parisiense Yannick Delorne, 48, que ecoa a frase que vem sendo usada nas redes sociais: "Não temos medo". "Eu torço para que os franceses fiquem todos juntos, solidários, e que não alimentem divisões contra o Islã", disse o estudante de programação Mohammed-Ali Odem, 19, cujos pais são marroquinos. "No trabalho, na faculdade, em todo lugar o assunto era o mesmo: 'E agora, o que está por vir?' Nas ruas há um ponto de interrogação no rosto de todas as pessoas", disse a brasileira Tamara Rocha, 32, que mora em Paris há dez anos.
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Em meio ao medo após ataques, parisienses e turistas tentam manter vida normalEm meio ao medo causado pelos novos ataques cometidos nesta sexta-feira (9) em Paris, moradores da capital francesa e turistas se esforçavam para manter a normalidade. No começo da tarde, depois de chegarem notícias de que terroristas mantinham reféns em dois locais da cidade, vias principais, como o boulevard des Invalides e a rue de Rivoli, exibiam pouquíssimo movimento. "Estou com um pouco de medo sim, qualquer barulho a gente já pega o celular para ver se algo aconteceu", disse o turista Bruno Drugowick, 29, de Campinas (SP), que visitava o museu do Louvre. Ataques em Paris Em toda a cidade, faixas pretas e cartazes com a frase "Je suis Charlie". Os incessantes barulhos de sirenes policiais não deixavam ninguém esquecer que este não era um dia normal. "Estamos acompanhando e tentando ficar longe dos lugares que saem nas notícias, vamos voltar bem cedo para o hotel", disse o paulista Jorge Gaglarde, 20, que viajava com a família. Na catedral de Notre Dame, turistas tentavam cumprir o roteiro de passeios sob vigilância de soldados fortemente armados. "Disseram que era algo localizado, mas estamos sentindo um clima pesado", disse o brasileiro Fernando Oliveira, 34. A jornalista carioca Joana Bueno, 33, disse que, apesar de abertas, todas as lojas estão revistando as bolsas dos clientes que entram. "Eu já visitei Paris várias vezes, mas nunca vi a cidade tão vazia", disse ela, que descansava no museu Georges Pompidou. Por volta das 17h30, as duas crises de reféns já haviam terminado, ambas com a morte dos sequestradores, e as ruas começaram a encher após o fim da jornada de trabalho. No Marais, bairro rico e descolado, os bares e lojas estavam lotados no começo da noite. "Penso que os franceses não querem ceder ao medo", disse o promotor de eventos parisiense Yannick Delorne, 48, que ecoa a frase que vem sendo usada nas redes sociais: "Não temos medo". "Eu torço para que os franceses fiquem todos juntos, solidários, e que não alimentem divisões contra o Islã", disse o estudante de programação Mohammed-Ali Odem, 19, cujos pais são marroquinos. "No trabalho, na faculdade, em todo lugar o assunto era o mesmo: 'E agora, o que está por vir?' Nas ruas há um ponto de interrogação no rosto de todas as pessoas", disse a brasileira Tamara Rocha, 32, que mora em Paris há dez anos.
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Palmeiras confirma contratação de Leandro Almeida, 24º reforço do ano
Dois dias antes do clássico contra o São Paulo, o Palmeiras confirmou nesta sexta-feira (26) a contratação do zagueiro Leandro Almeida, 28, que defendia o Coritiba. O jogador já tinha um acerto verbal com o clube pelo menos há dez dias e será o 24º reforço da equipe só neste ano. Leandro Almeida, que trabalhou com o técnico Marcelo Oliveira nas categorias de base do Atlético-MG, assinou contrato até junho de 2019. Ainda sem o reforço, o Palmeiras terá contra o São Paulo uma dupla de zaga formada por Victor Ramos e Vitor Hugo. A principal dúvida será no ataque. O técnico testou Rafael Marques e Leandro Pereira na vaga de centroavante. Caso opte pelo primeiro, Zé Roberto irá entrar no meio-campo. Editoria de Arte/Folhapress
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Palmeiras confirma contratação de Leandro Almeida, 24º reforço do anoDois dias antes do clássico contra o São Paulo, o Palmeiras confirmou nesta sexta-feira (26) a contratação do zagueiro Leandro Almeida, 28, que defendia o Coritiba. O jogador já tinha um acerto verbal com o clube pelo menos há dez dias e será o 24º reforço da equipe só neste ano. Leandro Almeida, que trabalhou com o técnico Marcelo Oliveira nas categorias de base do Atlético-MG, assinou contrato até junho de 2019. Ainda sem o reforço, o Palmeiras terá contra o São Paulo uma dupla de zaga formada por Victor Ramos e Vitor Hugo. A principal dúvida será no ataque. O técnico testou Rafael Marques e Leandro Pereira na vaga de centroavante. Caso opte pelo primeiro, Zé Roberto irá entrar no meio-campo. Editoria de Arte/Folhapress
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Mortes: Psicóloga conhecida nos sebos paulistanos
O nome Mitzi Scatena era conhecido em todos os sebos do centro da capital paulista, afirma Nereida, uma das sobrinhas da psicóloga nascida em Batatais (a 352 km de SP). Afinal, Mitzi tirava ao menos um dia no mês para uma verdadeira peregrinação, em busca de CDs, discos, DVDs e livros antigos –os títulos de ciências ocultas eram seus favoritos. Era famosa também na praça Benedito Calixto, em Pinheiros (zona oeste), tradicional ponto de venda e troca desses artigos. Fã de carteirinha da cantora grega de jazz e folk Nana Mouskouri, comprava tudo o que dela era lançado no país. Na banca do viaduto do Chá, também no centro, era uma das principais consumidoras de coleções e fascículos, de preferência aqueles sobre o Egito ou a Grécia antiga. Se o leitor deste texto está imaginando uma casa de estantes abarrotadas, pensou certo. Esvaziá-las não está sendo fácil, diz Nereida. Metódica ao extremo, fazia arroz em apenas uma panela. Ferver água? Tinha uma específica também. E ai de quem não seguisse a regra. Já havia feito cursos na área antes de tirar o diploma de psicologia pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), no início dos anos 80. A infância no interior paulista foi breve. Filha de um bancário, mudou-se para a capital com os três irmãos por volta dos dez anos de idade. Partiu desta para outra vida –conforme sempre acreditou– no dia 25, aos 87 anos, vítima de um infarto do miocárdio. Deixa uma irmã. Nunca se casou, mas considerava os vários sobrinhos, sobrinhos-netos e "agregados" como filhos. coluna.obituario@uol.com.br - VEJA AS MORTES E MISSAS DESTE DOMINGO CLÁUDIO DANTAS MENDES - Aos 74, casado com Luiza Mendes. Deixa irmã e sobrinho. Cemitério Horto Florestal SANTA DORATIOTO LEITE - Aos 97, viúva de Antonio Pereira Leite. Deixa os filhos, Luiza e Luiz Caetano (em memória). Cemitério Horto Florestal. * 7º dia ANTÔNIO CARLOS FERREIRA LEITE- Amanhã (3/8), às 9h, na igreja São José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa. JOSÉ PAULO FERNANDES FREIRE - Hoje (2/8), às 18h, na capela do Colégio Stella Maris, na av. Conselheiro Nébias, 771, Boqueirão, Santos (SP). NORIHICO TAMAI - Hoje (2/8), às 8h30, no santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, av. Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré. RENATO ROSSI - Amanhã (3/8), às 9h, no santuário N. S. do Rosário de Fátima, av. Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré. SEMIR DORGAN - Hoje (2/8), às 10h30, na Catedral Metropolitana Ortodoxa, r. Vergueiro, 1.515, Paraíso. * SHLOSHIM - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ ADELIA BRONCHTEIN PLUT - Hoje (2/8), às 11h, set. M, q. 231, sep. 21. AMALIA LEA LIBERMAN ABRAHAM - Hoje (2/8), às 11h, set. R, q. 399, sep. 60. ARNO ROISMANN - Hoje (2/8), às 11h30, set. R, q. 400, sep. 180. RUVIN BROITMAN - Hoje (2/8), às 11h30, set. M, q. 234, sep. 86. * MATZEIVA - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ BEATE GORALSKI - Hoje (2/8), às 11h, set. M, q. 246, sep. 12. BERNARDO BRANDES - Hoje (2/8), às 11h30, set. O, q. 343, sep. 4. DORA PELOSOV- Hoje (2/8), às 11h, set. A, q. 199, sep. 34. EVA MANUELA BARTENSTEIN GELMAN - Hoje (2/8), às 12h, set. R, q. 414, sep. 51. MARIO FRIEDMANN - Hoje (2/8), às 10h30, set. R, q. 399, sep. 121. PAULINA GEJER FIRER - Hoje (2/8), às 11h, set. R, q. 400, sep. 82. RUBIN RUBINSKY - Hoje (2/8), às 10h30, set. R, q. 402, sep. 179. SILZE OXER - Hoje (2/8), às 13h, set. R, q. 400, sep. 186. * YURTZAIT - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ MAURÍCIO SCHAPIRO - Hoje (2/8), às 11h, set. A, q. 194, sep. 25.
cotidiano
Mortes: Psicóloga conhecida nos sebos paulistanosO nome Mitzi Scatena era conhecido em todos os sebos do centro da capital paulista, afirma Nereida, uma das sobrinhas da psicóloga nascida em Batatais (a 352 km de SP). Afinal, Mitzi tirava ao menos um dia no mês para uma verdadeira peregrinação, em busca de CDs, discos, DVDs e livros antigos –os títulos de ciências ocultas eram seus favoritos. Era famosa também na praça Benedito Calixto, em Pinheiros (zona oeste), tradicional ponto de venda e troca desses artigos. Fã de carteirinha da cantora grega de jazz e folk Nana Mouskouri, comprava tudo o que dela era lançado no país. Na banca do viaduto do Chá, também no centro, era uma das principais consumidoras de coleções e fascículos, de preferência aqueles sobre o Egito ou a Grécia antiga. Se o leitor deste texto está imaginando uma casa de estantes abarrotadas, pensou certo. Esvaziá-las não está sendo fácil, diz Nereida. Metódica ao extremo, fazia arroz em apenas uma panela. Ferver água? Tinha uma específica também. E ai de quem não seguisse a regra. Já havia feito cursos na área antes de tirar o diploma de psicologia pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), no início dos anos 80. A infância no interior paulista foi breve. Filha de um bancário, mudou-se para a capital com os três irmãos por volta dos dez anos de idade. Partiu desta para outra vida –conforme sempre acreditou– no dia 25, aos 87 anos, vítima de um infarto do miocárdio. Deixa uma irmã. Nunca se casou, mas considerava os vários sobrinhos, sobrinhos-netos e "agregados" como filhos. coluna.obituario@uol.com.br - VEJA AS MORTES E MISSAS DESTE DOMINGO CLÁUDIO DANTAS MENDES - Aos 74, casado com Luiza Mendes. Deixa irmã e sobrinho. Cemitério Horto Florestal SANTA DORATIOTO LEITE - Aos 97, viúva de Antonio Pereira Leite. Deixa os filhos, Luiza e Luiz Caetano (em memória). Cemitério Horto Florestal. * 7º dia ANTÔNIO CARLOS FERREIRA LEITE- Amanhã (3/8), às 9h, na igreja São José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa. JOSÉ PAULO FERNANDES FREIRE - Hoje (2/8), às 18h, na capela do Colégio Stella Maris, na av. Conselheiro Nébias, 771, Boqueirão, Santos (SP). NORIHICO TAMAI - Hoje (2/8), às 8h30, no santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, av. Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré. RENATO ROSSI - Amanhã (3/8), às 9h, no santuário N. S. do Rosário de Fátima, av. Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré. SEMIR DORGAN - Hoje (2/8), às 10h30, na Catedral Metropolitana Ortodoxa, r. Vergueiro, 1.515, Paraíso. * SHLOSHIM - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ ADELIA BRONCHTEIN PLUT - Hoje (2/8), às 11h, set. M, q. 231, sep. 21. AMALIA LEA LIBERMAN ABRAHAM - Hoje (2/8), às 11h, set. R, q. 399, sep. 60. ARNO ROISMANN - Hoje (2/8), às 11h30, set. R, q. 400, sep. 180. RUVIN BROITMAN - Hoje (2/8), às 11h30, set. M, q. 234, sep. 86. * MATZEIVA - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ BEATE GORALSKI - Hoje (2/8), às 11h, set. M, q. 246, sep. 12. BERNARDO BRANDES - Hoje (2/8), às 11h30, set. O, q. 343, sep. 4. DORA PELOSOV- Hoje (2/8), às 11h, set. A, q. 199, sep. 34. EVA MANUELA BARTENSTEIN GELMAN - Hoje (2/8), às 12h, set. R, q. 414, sep. 51. MARIO FRIEDMANN - Hoje (2/8), às 10h30, set. R, q. 399, sep. 121. PAULINA GEJER FIRER - Hoje (2/8), às 11h, set. R, q. 400, sep. 82. RUBIN RUBINSKY - Hoje (2/8), às 10h30, set. R, q. 402, sep. 179. SILZE OXER - Hoje (2/8), às 13h, set. R, q. 400, sep. 186. * YURTZAIT - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ MAURÍCIO SCHAPIRO - Hoje (2/8), às 11h, set. A, q. 194, sep. 25.
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Forças 'modernizadoras' se deixaram seduzir pela oligarquia
A democracia brasileira não sofreu nenhuma séria ameaça nessas últimas três décadas. Não foi desafiada por grupos terroristas e não houve nenhum tirano determinado a usurpar o poder. Mesmo os militares, tradicionalmente dispostos a uma aventura autoritária, mantiveram-se leais ao jogo democrático. A decomposição do sistema representativo veio de dentro. Foram as novas forças "modernizadoras", seus partidos e governos, que se deixaram seduzir pelas velhas lideranças oligárquicas e patrimonialistas, assumindo uma relação sistêmica e promíscua com diversos setores de "vanguarda" de nossa economia. Financiamento ilegal de campanhas, licitações fraudulentas, cartelização de fornecedores e prestadores de serviços públicos, "compra" de legislação, isenções fiscais e empréstimos com juros subsidiados, sem qualquer demonstração de ganhos sociais, tornaram-se o combustível de um acirrado, mas perverso, sistema de competição eleitoral. A lista ecumênica de Fachin não trouxe grandes surpresas. Também não causará maior instabilidade. Grande parte do estrago já havia sido realizado. A sua extensão apenas confirma o estado de putrefação do sistema representativo. A questão agora é como sair do atoleiro. Se o sistema de justiça tem se demonstrado surpreendentemente efetivo para desestabilizar uma prática política comprometida, pouco pode contribuir para a sua reforma. Se estivéssemos em um sistema parlamentarista, haveria o recurso de se dissolver o Parlamento e chamar novas eleições. No regime presidencial, com mandatos pré-estabelecidos, é muito mais difícil sair da crise. Caberá aos diversos setores da sociedade civil superar suas divisões e pressionar o Congresso para que ele não aprove medidas que venham a interromper o processo de depuração política iniciado pela Operação Lava Jato, como a anistia ou o voto por lista fechada. O segundo desafio da sociedade é impor a aprovação de reformas incrementais, como o fim das coligações e alguma forma de cláusula de barreira, que racionalizem o sistema representativo e permitam uma melhora substantiva do parlamento na próxima eleição. Ao Judiciário, além da tarefa de apurar com imparcialidade as distintas denúncias trazidas pelas delações, responsabilizando a cada um de acordo com seu grau de culpa, ou mesmo absolvendo os inocentes, cumprirá uma missão eventualmente ainda mais difícil, que é defender a nossa fragilizada democracia contra os ataques de um corpo político ferido e acuado.
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Forças 'modernizadoras' se deixaram seduzir pela oligarquiaA democracia brasileira não sofreu nenhuma séria ameaça nessas últimas três décadas. Não foi desafiada por grupos terroristas e não houve nenhum tirano determinado a usurpar o poder. Mesmo os militares, tradicionalmente dispostos a uma aventura autoritária, mantiveram-se leais ao jogo democrático. A decomposição do sistema representativo veio de dentro. Foram as novas forças "modernizadoras", seus partidos e governos, que se deixaram seduzir pelas velhas lideranças oligárquicas e patrimonialistas, assumindo uma relação sistêmica e promíscua com diversos setores de "vanguarda" de nossa economia. Financiamento ilegal de campanhas, licitações fraudulentas, cartelização de fornecedores e prestadores de serviços públicos, "compra" de legislação, isenções fiscais e empréstimos com juros subsidiados, sem qualquer demonstração de ganhos sociais, tornaram-se o combustível de um acirrado, mas perverso, sistema de competição eleitoral. A lista ecumênica de Fachin não trouxe grandes surpresas. Também não causará maior instabilidade. Grande parte do estrago já havia sido realizado. A sua extensão apenas confirma o estado de putrefação do sistema representativo. A questão agora é como sair do atoleiro. Se o sistema de justiça tem se demonstrado surpreendentemente efetivo para desestabilizar uma prática política comprometida, pouco pode contribuir para a sua reforma. Se estivéssemos em um sistema parlamentarista, haveria o recurso de se dissolver o Parlamento e chamar novas eleições. No regime presidencial, com mandatos pré-estabelecidos, é muito mais difícil sair da crise. Caberá aos diversos setores da sociedade civil superar suas divisões e pressionar o Congresso para que ele não aprove medidas que venham a interromper o processo de depuração política iniciado pela Operação Lava Jato, como a anistia ou o voto por lista fechada. O segundo desafio da sociedade é impor a aprovação de reformas incrementais, como o fim das coligações e alguma forma de cláusula de barreira, que racionalizem o sistema representativo e permitam uma melhora substantiva do parlamento na próxima eleição. Ao Judiciário, além da tarefa de apurar com imparcialidade as distintas denúncias trazidas pelas delações, responsabilizando a cada um de acordo com seu grau de culpa, ou mesmo absolvendo os inocentes, cumprirá uma missão eventualmente ainda mais difícil, que é defender a nossa fragilizada democracia contra os ataques de um corpo político ferido e acuado.
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Israel, o medo e as faxineiras
Judeus e palestinos chegaram a um ponto de não retorno: ou se separam o mais depressa possível, ou vão se matar aos poucos, ou, o que seria ainda mais dramático, entrarão em uma nova guerra de independência (dos palestinos, que perderam a primeira, em 1948). A sinalização mais clara de que se atingiu tal situação nem é dada, a meu ver, pelos atentados diários contra judeus e pelas mortes de seus praticantes ou de outros manifestantes palestinos. Está em um fato menor do cotidiano, relatado pelo sítio "The Times of Israel". Jessica Steinberg, a correspondente para assuntos dos sabras (os judeus nascidos em Israel), relata que as faxineiras (árabes) da escola Efrata, no sul de Jerusalém, foram proibidas de trabalhar no horário em que as crianças (judias) estão na escola, justamente o horário em que são mais necessárias, como é óbvio. A mudança de horário é fruto do medo de que as faxineiras façam como outras palestinas e decidam atacar a facadas a criançada. Não é um caso isolado: o Canal 2 da TV israelense informa que em Givatyim, subúrbio de Tel Aviv, as faxineiras árabes estão sendo substituídas por refugiados eritreus. Quando o medo chega a esse ponto, em um lado, e quando a desesperança é tamanha, do outro lado, que leva jovens à desesperada decisão de matar e morrer no mesmo ato, a convivência lado a lado torna-se claramente impraticável. Que os judeus estão convencidos de que os palestinos querem matá-los a todos dão testemunho dois depoimentos. Primeiro, o oficial, a versão do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu de que foi um sacerdote muçulmano de Jerusalém quem sugeriu a Adolf Hitler o extermínio dos judeus. É um claro delírio, mas mostra que a mais alta autoridade israelense despreza a ocupação israelense como fonte dos atentados, posto que acha que os palestinos queriam exterminar os judeus antes que Israel fosse criado. O jornalista David Horovitz ("The Times of Israel"), sem chegar a essa heresia histórica, escreve: "Em sangrentas e inconfundíveis letras maiúsculas, os que perpetram essa nova rodada de violência diabólica proclamam aos israelenses: Nós não queremos viver ao lado de vocês. Queremos matá-los e forçá-los a sair daqui". Do lado palestino, o sítio "Al Monitor" informa que um funcionário-sênior do setor de segurança da Fatah (a facção que controla a Cisjordânia) disse que os atentados destes dias são um ponto de virada, "mudando de resolução do conflito para volta ao conflito armado". O funcionário acredita que, logo mais, o Hamas (o movimento radical que governa a faixa de Gaza) aderirá ao combate, bem como o Hizbullah do Líbano. "Contamos com que o Egito e a Jordânia ao menos rompam relações com Israel", acrescenta. E termina com a sinistra observação de que o cenário desenhado "não é uma ameaça, são planos". Bravata? Talvez, mas são demonstrados cotidianamente o medo invadindo o dia a dia de um lado e o desespero marcando a fogo o outro lado. Como podem conviver?
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Israel, o medo e as faxineirasJudeus e palestinos chegaram a um ponto de não retorno: ou se separam o mais depressa possível, ou vão se matar aos poucos, ou, o que seria ainda mais dramático, entrarão em uma nova guerra de independência (dos palestinos, que perderam a primeira, em 1948). A sinalização mais clara de que se atingiu tal situação nem é dada, a meu ver, pelos atentados diários contra judeus e pelas mortes de seus praticantes ou de outros manifestantes palestinos. Está em um fato menor do cotidiano, relatado pelo sítio "The Times of Israel". Jessica Steinberg, a correspondente para assuntos dos sabras (os judeus nascidos em Israel), relata que as faxineiras (árabes) da escola Efrata, no sul de Jerusalém, foram proibidas de trabalhar no horário em que as crianças (judias) estão na escola, justamente o horário em que são mais necessárias, como é óbvio. A mudança de horário é fruto do medo de que as faxineiras façam como outras palestinas e decidam atacar a facadas a criançada. Não é um caso isolado: o Canal 2 da TV israelense informa que em Givatyim, subúrbio de Tel Aviv, as faxineiras árabes estão sendo substituídas por refugiados eritreus. Quando o medo chega a esse ponto, em um lado, e quando a desesperança é tamanha, do outro lado, que leva jovens à desesperada decisão de matar e morrer no mesmo ato, a convivência lado a lado torna-se claramente impraticável. Que os judeus estão convencidos de que os palestinos querem matá-los a todos dão testemunho dois depoimentos. Primeiro, o oficial, a versão do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu de que foi um sacerdote muçulmano de Jerusalém quem sugeriu a Adolf Hitler o extermínio dos judeus. É um claro delírio, mas mostra que a mais alta autoridade israelense despreza a ocupação israelense como fonte dos atentados, posto que acha que os palestinos queriam exterminar os judeus antes que Israel fosse criado. O jornalista David Horovitz ("The Times of Israel"), sem chegar a essa heresia histórica, escreve: "Em sangrentas e inconfundíveis letras maiúsculas, os que perpetram essa nova rodada de violência diabólica proclamam aos israelenses: Nós não queremos viver ao lado de vocês. Queremos matá-los e forçá-los a sair daqui". Do lado palestino, o sítio "Al Monitor" informa que um funcionário-sênior do setor de segurança da Fatah (a facção que controla a Cisjordânia) disse que os atentados destes dias são um ponto de virada, "mudando de resolução do conflito para volta ao conflito armado". O funcionário acredita que, logo mais, o Hamas (o movimento radical que governa a faixa de Gaza) aderirá ao combate, bem como o Hizbullah do Líbano. "Contamos com que o Egito e a Jordânia ao menos rompam relações com Israel", acrescenta. E termina com a sinistra observação de que o cenário desenhado "não é uma ameaça, são planos". Bravata? Talvez, mas são demonstrados cotidianamente o medo invadindo o dia a dia de um lado e o desespero marcando a fogo o outro lado. Como podem conviver?
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Astrologia
Júpiter e Plutão reforçam poder de conglomerados multinacionais na agroindústria. LUA CHEIA EM SAGITÁRIO: 20/6 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Como você poderia aproveitar do melhor modo a atual conjuntura astral, tão delicada e explosiva? Crescendo no aperfeiçoamento de suas habilidades técnicas, e assim ter repostas e alternativas para as crises no âmbito profissional. Reflita sobre isso. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Arma-se importante aspecto astral de reforço a estruturas já poderosas. Júpiter e Plutão transmitem a ideia da ênfase no controle político e econômico, mas você viverá esse aspecto no plano íntimo: fé e amor se reforçam até o fim do mês. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Dia de Vênus, que começa a sair de seu signo, mas deixa um lindo rastro de leveza e encanto em você. Novos e antigos contatos sociais dependem de um sorriso seu para se aproximarem mais. Enriqueça sua vida dando mais essa chance a você mesmo. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Astral sublinha necessidade de juntar seus esforços pessoais com os de outras pessoas, num sentido maior. Conte com garra, sensibilidade e faro para escolher com quem. Sucesso e provas de confiança por parte de chefes. Amor em alta. Fertilidade! LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Leoninos estão contando com sorte nos âmbitos do trabalho e das finanças –Júpiter e Plutão trazem propostas, algumas de âmbito internacional. É bom para você crescer e aumentar sua base de apoio. Certezas, fé e faro poderoso o ajudam. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Começa agora um período bastante intenso e importante para você se expandir –com a ajuda de Júpiter em seu signo, até os detalhes importam nesse processo! Se estiver convencido de algo, enfrentará até os deuses. Acordos serão necessários. LIBRA (23 set. a 22 out.) Conte com um anjo da guarda poderoso nos próximos dias! Se alguma coisa não sair como o planejado, confie que foi a proteção do céu. Assim, até as dificuldades ganham nova interpretação. Em casa, fuja de manipulações e cobranças indevidas. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Mais um dia ótimo para você se dedicar ao agradável esporte de se mimar um pouco. Trabalho corporal, proximidade com a água e honestidade de reconhecer suas mágoas, iras e remorsos ajudam a tornar você alguém mais saudável e feliz. Invista! SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Os próximos dias serão perfeitos para você focalizar o crescimento ou a expansão de algum projeto ou plano com outras pessoas –seu regente Júpiter se liga a Plutão, criando a chance de vencer competições somando contribuições de mais gente. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Você, que já vem atravessando um processo de profunda transformação interior, ganha agora a aceleração da consciência expandida, da fé e de uma visão que ultrapassa o tempo presente. Faça bom uso dessa capacidade. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Enquanto na área profissional as competições e rivalidades se multiplicam, convocando sua coragem e sensibilidade, no setor espiritual há proteção e orientação. Munido de uma antena afinadíssima, será fácil e produtivo conviver com os desafios. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Júpiter, que comanda seu signo e se encontra agora no seu oposto, Virgem, ganha status de poder concreto ao se compor com Plutão, o astro das transformações coletivas que agora transita o político e poderoso Capricórnio. Aprenda mais sobre isso.
ilustrada
AstrologiaJúpiter e Plutão reforçam poder de conglomerados multinacionais na agroindústria. LUA CHEIA EM SAGITÁRIO: 20/6 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Como você poderia aproveitar do melhor modo a atual conjuntura astral, tão delicada e explosiva? Crescendo no aperfeiçoamento de suas habilidades técnicas, e assim ter repostas e alternativas para as crises no âmbito profissional. Reflita sobre isso. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Arma-se importante aspecto astral de reforço a estruturas já poderosas. Júpiter e Plutão transmitem a ideia da ênfase no controle político e econômico, mas você viverá esse aspecto no plano íntimo: fé e amor se reforçam até o fim do mês. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Dia de Vênus, que começa a sair de seu signo, mas deixa um lindo rastro de leveza e encanto em você. Novos e antigos contatos sociais dependem de um sorriso seu para se aproximarem mais. Enriqueça sua vida dando mais essa chance a você mesmo. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Astral sublinha necessidade de juntar seus esforços pessoais com os de outras pessoas, num sentido maior. Conte com garra, sensibilidade e faro para escolher com quem. Sucesso e provas de confiança por parte de chefes. Amor em alta. Fertilidade! LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Leoninos estão contando com sorte nos âmbitos do trabalho e das finanças –Júpiter e Plutão trazem propostas, algumas de âmbito internacional. É bom para você crescer e aumentar sua base de apoio. Certezas, fé e faro poderoso o ajudam. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Começa agora um período bastante intenso e importante para você se expandir –com a ajuda de Júpiter em seu signo, até os detalhes importam nesse processo! Se estiver convencido de algo, enfrentará até os deuses. Acordos serão necessários. LIBRA (23 set. a 22 out.) Conte com um anjo da guarda poderoso nos próximos dias! Se alguma coisa não sair como o planejado, confie que foi a proteção do céu. Assim, até as dificuldades ganham nova interpretação. Em casa, fuja de manipulações e cobranças indevidas. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Mais um dia ótimo para você se dedicar ao agradável esporte de se mimar um pouco. Trabalho corporal, proximidade com a água e honestidade de reconhecer suas mágoas, iras e remorsos ajudam a tornar você alguém mais saudável e feliz. Invista! SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Os próximos dias serão perfeitos para você focalizar o crescimento ou a expansão de algum projeto ou plano com outras pessoas –seu regente Júpiter se liga a Plutão, criando a chance de vencer competições somando contribuições de mais gente. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Você, que já vem atravessando um processo de profunda transformação interior, ganha agora a aceleração da consciência expandida, da fé e de uma visão que ultrapassa o tempo presente. Faça bom uso dessa capacidade. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Enquanto na área profissional as competições e rivalidades se multiplicam, convocando sua coragem e sensibilidade, no setor espiritual há proteção e orientação. Munido de uma antena afinadíssima, será fácil e produtivo conviver com os desafios. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Júpiter, que comanda seu signo e se encontra agora no seu oposto, Virgem, ganha status de poder concreto ao se compor com Plutão, o astro das transformações coletivas que agora transita o político e poderoso Capricórnio. Aprenda mais sobre isso.
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Tumulto
RIO DE JANEIRO - Isto é o Rio sob pressão: um menino é morto, supostamente por uma bala perdida, e em protesto ônibus são incendiados, estações de BRT –uma das obras de legado da Olimpíada– são depredadas, o caos se instala em Madureira. Outro menino é morto em circunstâncias parecidas, na Baixada Fluminense, e a história se repete: 12 ônibus queimados. Servidores públicos do Estado, com salários atrasados e há meses sem data certa para receber, protestam quase diariamente na frente do palácio do governo e da Assembleia Legislativa, não raro entrando em confronto com a polícia. Se perde para São Paulo em número de gente nas mobilizações pró e contra o impeachment, o Rio lidera com folga em quantidade de protestos: na capital e no Estado, é difícil encontrar alguém satisfeito hoje em dia, e essa insatisfação está cada vez mais indo às ruas. Não há nenhuma perspectiva de que isso vá melhorar até agosto, quando o circo olímpico chega à cidade, ao contrário. Nos meses que antecederam a Copa-2014, muito se falou nos protestos contra o evento e contra os governantes, o "não vai ter Copa". Havia grande temor entre os políticos e os cartolas, reverberado pela imprensa, sobre o clima infernal em que o país sediaria o evento. Mas, quando ele chegou, o que não teve foi protesto. Nos meses que antecedem a Rio-2016, pouco se fala em protestos contra a Olimpíada. Eles existem –vide o movimento contra as remoções da Vila Autódromo–, mas não repercutem como o "não vai ter Copa". Nem governo nem imprensa parecem preocupados com as chances de os cariocas decidirem ir às ruas para se fazer ouvir durante os Jogos, cientes da visibilidade planetária que terão. Mas os sinais de que pode haver uma nova reversão das expectativas –dessa vez, para pior– estão todos aí.
colunas
TumultoRIO DE JANEIRO - Isto é o Rio sob pressão: um menino é morto, supostamente por uma bala perdida, e em protesto ônibus são incendiados, estações de BRT –uma das obras de legado da Olimpíada– são depredadas, o caos se instala em Madureira. Outro menino é morto em circunstâncias parecidas, na Baixada Fluminense, e a história se repete: 12 ônibus queimados. Servidores públicos do Estado, com salários atrasados e há meses sem data certa para receber, protestam quase diariamente na frente do palácio do governo e da Assembleia Legislativa, não raro entrando em confronto com a polícia. Se perde para São Paulo em número de gente nas mobilizações pró e contra o impeachment, o Rio lidera com folga em quantidade de protestos: na capital e no Estado, é difícil encontrar alguém satisfeito hoje em dia, e essa insatisfação está cada vez mais indo às ruas. Não há nenhuma perspectiva de que isso vá melhorar até agosto, quando o circo olímpico chega à cidade, ao contrário. Nos meses que antecederam a Copa-2014, muito se falou nos protestos contra o evento e contra os governantes, o "não vai ter Copa". Havia grande temor entre os políticos e os cartolas, reverberado pela imprensa, sobre o clima infernal em que o país sediaria o evento. Mas, quando ele chegou, o que não teve foi protesto. Nos meses que antecedem a Rio-2016, pouco se fala em protestos contra a Olimpíada. Eles existem –vide o movimento contra as remoções da Vila Autódromo–, mas não repercutem como o "não vai ter Copa". Nem governo nem imprensa parecem preocupados com as chances de os cariocas decidirem ir às ruas para se fazer ouvir durante os Jogos, cientes da visibilidade planetária que terão. Mas os sinais de que pode haver uma nova reversão das expectativas –dessa vez, para pior– estão todos aí.
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PT teme que operação da PF unifique PMDB contra governo
A cúpula do PT acompanha com preocupação o desdobramento da nova fase da Operação Lava Jato que atingiu a cúpula do PMDB nesta terça-feira (15). Na avaliação do comando petista, a operação pode unificar os peemedebistas em torno do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e dos ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), também peemedebistas. Os petistas temem que, alvos da operação, os peemedebistas venham a concluir que o impeachment, com a chegada de Michel Temer ao poder, seja a única maneira de proteger o PMDB. Os petistas estão particularmente preocupados com uma reação do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que tem defendido o governo de Dilma dentro do Congresso. A ação da PF ainda atingiu três pessoas próximas a Renan: o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), o senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA) e Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro. Os alvos - Quem são os atingidos pela Operação da PF
poder
PT teme que operação da PF unifique PMDB contra governoA cúpula do PT acompanha com preocupação o desdobramento da nova fase da Operação Lava Jato que atingiu a cúpula do PMDB nesta terça-feira (15). Na avaliação do comando petista, a operação pode unificar os peemedebistas em torno do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e dos ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), também peemedebistas. Os petistas temem que, alvos da operação, os peemedebistas venham a concluir que o impeachment, com a chegada de Michel Temer ao poder, seja a única maneira de proteger o PMDB. Os petistas estão particularmente preocupados com uma reação do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que tem defendido o governo de Dilma dentro do Congresso. A ação da PF ainda atingiu três pessoas próximas a Renan: o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), o senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA) e Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro. Os alvos - Quem são os atingidos pela Operação da PF
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Mais manobras
Seria de espantar se inexistissem, na atual conjuntura, movimentações no sentido de diminuir os potenciais efeitos destrutivos da Lava Jato sobre as principais forças políticas do país. Entretanto, dada a sensibilidade da população diante de qualquer medida que possa sugerir um arrefecimento da operação, os políticos sempre que possível evitarão ataques frontais às autoridades investigativas e seus procedimentos. Tão discretos quanto suspeitos, alguns movimentos contra as ações do Ministério Público Federal têm-se verificado nos últimos meses. O caso da chamada anistia para os crimes de caixa dois, barrado à última hora graças aos alarmes de alguns poucos deputados da Rede e do PSOL, ocupou as atenções há não muito tempo. Nenhum líder político assumiu a responsabilidade pela proposta, que ia sendo aprovada, em clima de virtual sigilo, em uma sessão noturna da Câmara dos Deputados, realizada excepcionalmente numa segunda-feira. A ideia de criar instrumentos contra abusos de autoridade, por certo merecedora de discussão diante dos ocasionais excessos cometidos pela Lava Jato ou por qualquer autoridade, foi por sua vez retomada no Senado, por seu presidente Renan Calheiros (PMDB-AL). Embora se possa considerar saudável algum aprimoramento das leis nesse sentido, a circunstância de que o próprio Renan enfrenta mais de uma dezena de inquéritos será o bastante para tingir a proposta de uma densa suspeição. Ainda que o tema admita detalhadas discussões técnicas —e talvez exatamente por isso—, só pode despertar desconfiança uma terceira tentativa de modificar os parâmetros legislativos nos quais se desenvolve a Lava Jato. Na semana passada, tentou-se colocar em regime de urgência na Câmara o projeto nº 3.636, de 2015, que propõe mudanças na Lei Anticorrupção. Segundo os procuradores da Lava Jato, a medida traria alterações indesejáveis nos acordos de leniência —equivalente, para empresas, à delação premiada. Estaria aberta a possibilidade para uma anistia a executivos envolvidos em corrupção, além de impedir-se o uso em outros processos das informações obtidas no acordo celebrado. Seria o enterro da Lava Jato, reagiram os participantes da força-tarefa. Qualquer que fosse o conteúdo das iniciativas, sua tramitação em regime de urgência consistia por si só em elemento suspeito e inaceitável na manobra. Foi interrompida; a própria base aliada divergiu sobre a questão. O que não significa que tenha desaparecido a vontade dos parlamentares de, diante do mais leve cochilo da sociedade, aprovar medidas capazes de livrá-los do cerco. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Mais manobrasSeria de espantar se inexistissem, na atual conjuntura, movimentações no sentido de diminuir os potenciais efeitos destrutivos da Lava Jato sobre as principais forças políticas do país. Entretanto, dada a sensibilidade da população diante de qualquer medida que possa sugerir um arrefecimento da operação, os políticos sempre que possível evitarão ataques frontais às autoridades investigativas e seus procedimentos. Tão discretos quanto suspeitos, alguns movimentos contra as ações do Ministério Público Federal têm-se verificado nos últimos meses. O caso da chamada anistia para os crimes de caixa dois, barrado à última hora graças aos alarmes de alguns poucos deputados da Rede e do PSOL, ocupou as atenções há não muito tempo. Nenhum líder político assumiu a responsabilidade pela proposta, que ia sendo aprovada, em clima de virtual sigilo, em uma sessão noturna da Câmara dos Deputados, realizada excepcionalmente numa segunda-feira. A ideia de criar instrumentos contra abusos de autoridade, por certo merecedora de discussão diante dos ocasionais excessos cometidos pela Lava Jato ou por qualquer autoridade, foi por sua vez retomada no Senado, por seu presidente Renan Calheiros (PMDB-AL). Embora se possa considerar saudável algum aprimoramento das leis nesse sentido, a circunstância de que o próprio Renan enfrenta mais de uma dezena de inquéritos será o bastante para tingir a proposta de uma densa suspeição. Ainda que o tema admita detalhadas discussões técnicas —e talvez exatamente por isso—, só pode despertar desconfiança uma terceira tentativa de modificar os parâmetros legislativos nos quais se desenvolve a Lava Jato. Na semana passada, tentou-se colocar em regime de urgência na Câmara o projeto nº 3.636, de 2015, que propõe mudanças na Lei Anticorrupção. Segundo os procuradores da Lava Jato, a medida traria alterações indesejáveis nos acordos de leniência —equivalente, para empresas, à delação premiada. Estaria aberta a possibilidade para uma anistia a executivos envolvidos em corrupção, além de impedir-se o uso em outros processos das informações obtidas no acordo celebrado. Seria o enterro da Lava Jato, reagiram os participantes da força-tarefa. Qualquer que fosse o conteúdo das iniciativas, sua tramitação em regime de urgência consistia por si só em elemento suspeito e inaceitável na manobra. Foi interrompida; a própria base aliada divergiu sobre a questão. O que não significa que tenha desaparecido a vontade dos parlamentares de, diante do mais leve cochilo da sociedade, aprovar medidas capazes de livrá-los do cerco. editoriais@grupofolha.com.br
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Spike Lee anuncia boicote ao Oscar por falta de atores negros entre indicados
Diretor de "Malcom X" e "Faça a Coisa Certa", ambos sobre conflitos raciais nos Estados Unidos, e homenageado com um Oscar honorário em novembro do ano passado, Spike Lee anunciou nesta segunda-feira (10) que não irá à premiação deste ano. O boicote é um protesto contra a falta de negros entre os indicados nas categorias de atuação. Este é o segundo ano consecutivo que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas não inclui atores negros entre os concorrentes ao prêmio. Na semana passada, quando foi divulgada a lista de nomeados deste ano, a hashtag #OscarsStillSoWhite (Oscar ainda muito branco) ganhou força nas redes sociais. Spike Lee "Nós não podemos apoiar isso", escreveu o cineasta em um texto publicado no Facebook. "Como é possível, pelo segundo ano consecutivo, todos os 20 candidatos nas categorias de atores serem brancos? E não vamos nem entrar em outros ramos. Quarenta atores brancos em dois anos e nenhuma personalidade. Não podemos atuar?" A atriz Jada Pinkett Smith ("O Professor Aloprado") também anunciou, nas redes sociais, que irá vai boicotar a premiação. "Nós somos dignos e poderosos, não vamos esquecer isso", diz, em vídeo. Seu marido, Will Smith, era um dos cotados à indicação de melhor ator por "Um Homem Entre Gigantes", mas não entrou na lista. BATALHA REAL No texto que publicou nas redes sociais, Lee diz que a "batalha real" pela diversidade no cinema não é contra a postura da Academia, mas sim dos escritórios executivos dos estúdios de Hollywood, das TVs e das redes de televisão a cabo, que realizam os projetos. "É mais fácil para um afro-americano ser presidente dos EUA do que presidente de um estúdio de Hollywood", afirma. Se em anos anteriores nomes como Lupita Nyong'o, Mo'Nique, Octavia Spencer, Forest Whitaker e Denzel Washington se sagraram vencedores no Oscar, no ano passado a omissão do ator David Oyelowo e da diretora Ava DuVernay, ambos de "Selma: Uma Luta Pela Igualdade", levou à criação da hashtag #OscarSoWhite (Oscar muito branco). Neste ano, "Straight Outta Compton", longa sobre a cena do rap dos anos 1980, e "Creed: Nascido Para Lutar", retomada da franquia "Rocky" com o filho de Apollo Creed como protagonista, foram quase ignorados por completo. Quase, pois "Compton" foi lembrado pelo roteiro, assinado por quatro escritores brancos, e "Creed" por Sylvester Stallone como coadjuvante -Michael B. Jordan, o ator principal, foi ignorado.
ilustrada
Spike Lee anuncia boicote ao Oscar por falta de atores negros entre indicadosDiretor de "Malcom X" e "Faça a Coisa Certa", ambos sobre conflitos raciais nos Estados Unidos, e homenageado com um Oscar honorário em novembro do ano passado, Spike Lee anunciou nesta segunda-feira (10) que não irá à premiação deste ano. O boicote é um protesto contra a falta de negros entre os indicados nas categorias de atuação. Este é o segundo ano consecutivo que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas não inclui atores negros entre os concorrentes ao prêmio. Na semana passada, quando foi divulgada a lista de nomeados deste ano, a hashtag #OscarsStillSoWhite (Oscar ainda muito branco) ganhou força nas redes sociais. Spike Lee "Nós não podemos apoiar isso", escreveu o cineasta em um texto publicado no Facebook. "Como é possível, pelo segundo ano consecutivo, todos os 20 candidatos nas categorias de atores serem brancos? E não vamos nem entrar em outros ramos. Quarenta atores brancos em dois anos e nenhuma personalidade. Não podemos atuar?" A atriz Jada Pinkett Smith ("O Professor Aloprado") também anunciou, nas redes sociais, que irá vai boicotar a premiação. "Nós somos dignos e poderosos, não vamos esquecer isso", diz, em vídeo. Seu marido, Will Smith, era um dos cotados à indicação de melhor ator por "Um Homem Entre Gigantes", mas não entrou na lista. BATALHA REAL No texto que publicou nas redes sociais, Lee diz que a "batalha real" pela diversidade no cinema não é contra a postura da Academia, mas sim dos escritórios executivos dos estúdios de Hollywood, das TVs e das redes de televisão a cabo, que realizam os projetos. "É mais fácil para um afro-americano ser presidente dos EUA do que presidente de um estúdio de Hollywood", afirma. Se em anos anteriores nomes como Lupita Nyong'o, Mo'Nique, Octavia Spencer, Forest Whitaker e Denzel Washington se sagraram vencedores no Oscar, no ano passado a omissão do ator David Oyelowo e da diretora Ava DuVernay, ambos de "Selma: Uma Luta Pela Igualdade", levou à criação da hashtag #OscarSoWhite (Oscar muito branco). Neste ano, "Straight Outta Compton", longa sobre a cena do rap dos anos 1980, e "Creed: Nascido Para Lutar", retomada da franquia "Rocky" com o filho de Apollo Creed como protagonista, foram quase ignorados por completo. Quase, pois "Compton" foi lembrado pelo roteiro, assinado por quatro escritores brancos, e "Creed" por Sylvester Stallone como coadjuvante -Michael B. Jordan, o ator principal, foi ignorado.
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'Brexit' e plebiscito na Colômbia são sinais do ano do cisne negro
Em minha última coluna de 2015, argumentei que o presente ano seria de elevado risco. Tinha em mente a escalada "populismo-protecionismo" mesmo nas democracias mais avançadas. O baixo crescimento da economia global. O poder fragmentário do terrorismo empreendido por aberrações como o Estado Islâmico. O avanço da desglobalização. Vivemos, no entanto, mais do que um período de nervos à flor da pele. Para além de perigos onipresentes, o que caracteriza 2016 é uma sucessão de acontecimentos altamente improváveis —os chamados "cisnes negros". Essa metáfora, concebida originalmente no ambiente dos mercados financeiros, serve para ilustrar uma ocorrência que se distancia muito do que normalmente se espera, e portanto difícil de prever. Tal noção ingressou em definitivo no léxico econômico a partir do livro "A Lógica do Cisne Negro: O Impacto do Altamente Improvável", de Nassim Nicholas Taleb, professor de finanças da Universidade de Nova York, que acumula larga experiência de análise de risco em Wall Street. Lançado em 2007, foi considerado pelo "Sunday Times" um dos doze livros mais influentes do mundo desde a Segunda Guerra Mundial. Taleb baseou seu título na maneira chocada com que os europeus receberam pela primeira vez a notícia de que havia cisnes negros na Austrália. Até então, as pessoas do Velho Continente só dispunham de informações dando conta que todos os cisnes eram brancos. No mercado financeiro, muitas análises de risco se sustentam em dados históricos. Como, na linha dos europeus, o passado só lhes mostrara cisnes brancos, o aparecimento de um cisne negro torna muitos paradigmas inúteis. Para Taleb, no entanto, mais importante do que uma maior ou menor regularidade de eventos do tipo "cisne negro", é o fato de que, quando ocorrem, tendem a produzir efeitos catastróficos. Quem poderia supor que o candidato à Casa Branca pelo Partido Republicano se tornaria uma das vozes mais ferrenhas contra o livre comércio? E mais, caberia na cabeça de alguém que um postulante republicano à Presidência dos EUA diria que a Otan (aliança militar ocidental) é obsoleta —e que ele e o titular do Kremlin promovem um fluxo de elogios recíprocos? O abalo sísmico promovido pelo "brexit" é mais um desses eventos excepcionais de 2016. Como é também assistir aos alemães, que devem às exportações grande parte de seu reerguimento econômico no segundo pós-guerra, desfilando pelas ruas em protesto a acordos de livre comércio. Quem apostaria que, após meticulosa costura político-diplomática, a maioria dos colombianos optaria pelo "não" ao acordo de paz entre Bogotá e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)? Mas nem todos os cisnes negros de 2016 são potencialmente destrutivos. Pelo contrário, são salutarmente bem-vindos. Quem vislumbraria a Argentina como ponto referencial de reformas institucionais liberalizantes e, agora, uma força que pode inflexionar o Mercosul em direção a objetivos menos ideológicos e mais pragmaticamente comerciais? O Brasil também dá sua contribuição a essa coleção de imponderáveis. Dilma Rousseff há quatro anos tinha popularidade na casa dos 70%. Projetava-se longa vida para o nacional-desenvolvimentismo, a nova matriz econômica e a predileção pelo terceiro-mundismo na política externa. Hoje é carta fora do baralho. E João Doria Jr., prefeito eleito em primeiro turno de uma das dez maiores cidades do mundo, há seis meses era apenas um empresário desconhecido de imensa parte do eleitorado. No horóscopo chinês, cada rodada de doze meses tem por símbolo um animal —o presente ano é o do macaco. Mas 2016, a bem da verdade, está mais para um "ano do cisne negro".
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'Brexit' e plebiscito na Colômbia são sinais do ano do cisne negroEm minha última coluna de 2015, argumentei que o presente ano seria de elevado risco. Tinha em mente a escalada "populismo-protecionismo" mesmo nas democracias mais avançadas. O baixo crescimento da economia global. O poder fragmentário do terrorismo empreendido por aberrações como o Estado Islâmico. O avanço da desglobalização. Vivemos, no entanto, mais do que um período de nervos à flor da pele. Para além de perigos onipresentes, o que caracteriza 2016 é uma sucessão de acontecimentos altamente improváveis —os chamados "cisnes negros". Essa metáfora, concebida originalmente no ambiente dos mercados financeiros, serve para ilustrar uma ocorrência que se distancia muito do que normalmente se espera, e portanto difícil de prever. Tal noção ingressou em definitivo no léxico econômico a partir do livro "A Lógica do Cisne Negro: O Impacto do Altamente Improvável", de Nassim Nicholas Taleb, professor de finanças da Universidade de Nova York, que acumula larga experiência de análise de risco em Wall Street. Lançado em 2007, foi considerado pelo "Sunday Times" um dos doze livros mais influentes do mundo desde a Segunda Guerra Mundial. Taleb baseou seu título na maneira chocada com que os europeus receberam pela primeira vez a notícia de que havia cisnes negros na Austrália. Até então, as pessoas do Velho Continente só dispunham de informações dando conta que todos os cisnes eram brancos. No mercado financeiro, muitas análises de risco se sustentam em dados históricos. Como, na linha dos europeus, o passado só lhes mostrara cisnes brancos, o aparecimento de um cisne negro torna muitos paradigmas inúteis. Para Taleb, no entanto, mais importante do que uma maior ou menor regularidade de eventos do tipo "cisne negro", é o fato de que, quando ocorrem, tendem a produzir efeitos catastróficos. Quem poderia supor que o candidato à Casa Branca pelo Partido Republicano se tornaria uma das vozes mais ferrenhas contra o livre comércio? E mais, caberia na cabeça de alguém que um postulante republicano à Presidência dos EUA diria que a Otan (aliança militar ocidental) é obsoleta —e que ele e o titular do Kremlin promovem um fluxo de elogios recíprocos? O abalo sísmico promovido pelo "brexit" é mais um desses eventos excepcionais de 2016. Como é também assistir aos alemães, que devem às exportações grande parte de seu reerguimento econômico no segundo pós-guerra, desfilando pelas ruas em protesto a acordos de livre comércio. Quem apostaria que, após meticulosa costura político-diplomática, a maioria dos colombianos optaria pelo "não" ao acordo de paz entre Bogotá e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)? Mas nem todos os cisnes negros de 2016 são potencialmente destrutivos. Pelo contrário, são salutarmente bem-vindos. Quem vislumbraria a Argentina como ponto referencial de reformas institucionais liberalizantes e, agora, uma força que pode inflexionar o Mercosul em direção a objetivos menos ideológicos e mais pragmaticamente comerciais? O Brasil também dá sua contribuição a essa coleção de imponderáveis. Dilma Rousseff há quatro anos tinha popularidade na casa dos 70%. Projetava-se longa vida para o nacional-desenvolvimentismo, a nova matriz econômica e a predileção pelo terceiro-mundismo na política externa. Hoje é carta fora do baralho. E João Doria Jr., prefeito eleito em primeiro turno de uma das dez maiores cidades do mundo, há seis meses era apenas um empresário desconhecido de imensa parte do eleitorado. No horóscopo chinês, cada rodada de doze meses tem por símbolo um animal —o presente ano é o do macaco. Mas 2016, a bem da verdade, está mais para um "ano do cisne negro".
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Procurador pede prisão de ministro e secretário da Saúde por canabidiol
O Ministério Público Federal pediu a prisão do ministro da Saúde, Marcelo Castro, e do secretário da Saúde do Estado de São Paulo, David Uip, por descumprimento de decisões judiciais que determinavam o fornecimento de canabidiol a duas crianças de Marília (a 435 km de São Paulo). Outras sete crianças que foram beneficiadas por outras decisões judiciais também estão sem receber o canabidiol. O procurador da República Jefferson Aparecido Dias informou, por meio de assessoria, que também vai pedir a prisão dos responsáveis pelo descumprimento desses outros casos. A substância, derivada da maconha, é usada no tratamento a doenças que provocam convulsão. Como não é produzida no Brasil, precisa ser importada. O uso não era legalizado no país, mas decisão recente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permitiu o uso terapêutico do canabidiol. De acordo com a Procuradoria, o pedido foi feito em 18 de março passado e está sendo avaliado pela Justiça Federal. Não há prazo para que isso aconteça. Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo culpou as exigências da Anvisa para a entrega e informou que irá remanejar o medicamento da capital para os usuários de Marília ainda nesta sexta (8). Já o Ministério da Saúde informou que está em contato com a secretaria estadual e que adotará as providências necessárias, em caráter emergencial, para o cumprimento da decisão judicial. Segundo a pasta, está acordado que a compra e a oferta do medicamento será realizada pela secretaria. A Anvisa informou, em nota, que a importação do canabidiol é tratada com prioridade pela agência, mas que algumas situações podem atrasar a liberação do medicamento, como a falta de prescrição médica e autorização anual de importação. O órgão apontou ainda que não tem ingerência sobre possíveis atrasos na compra da substância por parte das secretarias estaduais da saúde. Segundo o Ministério Público Federal, a liminar que obrigava a entrega do medicamento Hemp Oil, concedida em abril de 2015, vem sendo desrespeitada desde janeiro deste ano. Por causa da interrupção no tratamento, os pacientes voltaram a ter convulsões. RESISTENTES AO TRATAMENTO Os beneficiários são portadores de doenças como a encefalopatia epiléptica e a Síndrome de Lennox-Gastaut. Eles precisam do medicamento porque, segundo a Procuradoria, são resistentes ao tratamento padrão do SUS (Sistema Único de Saúde). Sem o canabidiol, os pacientes correm risco de morte. De acordo com o Ministério Público Federal, "o atraso do cumprimento da decisão liminar, sem motivação idônea, representa ato de extrema gravidade em prejuízo à saúde das crianças e adolescentes". Segundo a Procuradoria, as famílias não têm dinheiro para arcar com a importação da substância. A ação do órgão foi feita por meio de um projeto envolvendo uma universidade local, que atende pacientes infantis e juvenis com paralisia cerebral e existe há mais de dois anos. As crianças e o adolescente que recebiam o canabidiol do poder público estão entre os 50 atendidos pelo projeto, segundo a Procuradoria. Aval ao THC
equilibrioesaude
Procurador pede prisão de ministro e secretário da Saúde por canabidiolO Ministério Público Federal pediu a prisão do ministro da Saúde, Marcelo Castro, e do secretário da Saúde do Estado de São Paulo, David Uip, por descumprimento de decisões judiciais que determinavam o fornecimento de canabidiol a duas crianças de Marília (a 435 km de São Paulo). Outras sete crianças que foram beneficiadas por outras decisões judiciais também estão sem receber o canabidiol. O procurador da República Jefferson Aparecido Dias informou, por meio de assessoria, que também vai pedir a prisão dos responsáveis pelo descumprimento desses outros casos. A substância, derivada da maconha, é usada no tratamento a doenças que provocam convulsão. Como não é produzida no Brasil, precisa ser importada. O uso não era legalizado no país, mas decisão recente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permitiu o uso terapêutico do canabidiol. De acordo com a Procuradoria, o pedido foi feito em 18 de março passado e está sendo avaliado pela Justiça Federal. Não há prazo para que isso aconteça. Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo culpou as exigências da Anvisa para a entrega e informou que irá remanejar o medicamento da capital para os usuários de Marília ainda nesta sexta (8). Já o Ministério da Saúde informou que está em contato com a secretaria estadual e que adotará as providências necessárias, em caráter emergencial, para o cumprimento da decisão judicial. Segundo a pasta, está acordado que a compra e a oferta do medicamento será realizada pela secretaria. A Anvisa informou, em nota, que a importação do canabidiol é tratada com prioridade pela agência, mas que algumas situações podem atrasar a liberação do medicamento, como a falta de prescrição médica e autorização anual de importação. O órgão apontou ainda que não tem ingerência sobre possíveis atrasos na compra da substância por parte das secretarias estaduais da saúde. Segundo o Ministério Público Federal, a liminar que obrigava a entrega do medicamento Hemp Oil, concedida em abril de 2015, vem sendo desrespeitada desde janeiro deste ano. Por causa da interrupção no tratamento, os pacientes voltaram a ter convulsões. RESISTENTES AO TRATAMENTO Os beneficiários são portadores de doenças como a encefalopatia epiléptica e a Síndrome de Lennox-Gastaut. Eles precisam do medicamento porque, segundo a Procuradoria, são resistentes ao tratamento padrão do SUS (Sistema Único de Saúde). Sem o canabidiol, os pacientes correm risco de morte. De acordo com o Ministério Público Federal, "o atraso do cumprimento da decisão liminar, sem motivação idônea, representa ato de extrema gravidade em prejuízo à saúde das crianças e adolescentes". Segundo a Procuradoria, as famílias não têm dinheiro para arcar com a importação da substância. A ação do órgão foi feita por meio de um projeto envolvendo uma universidade local, que atende pacientes infantis e juvenis com paralisia cerebral e existe há mais de dois anos. As crianças e o adolescente que recebiam o canabidiol do poder público estão entre os 50 atendidos pelo projeto, segundo a Procuradoria. Aval ao THC
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Meu trabalho não é mudar o mundo —nem o seu
Ao escrever estas palavras, não estou tentando melhorar sua vida. Não estou tentando mudar o destino da humanidade. Tudo o que eu estou tentando fazer é manter sua atenção durante os três minutos que você vai gastar para lê-las. Levo meu objetivo a sério. A maioria dos leitores do "Financial Times" são pessoas inteligentes que poderiam estar fazendo outras coisas. Se eu conseguir convencer você o suficiente para que esqueça todas elas e leia as palavras que estou escrevendo, considerarei que cumpri minha função. Para mim, esse objetivo é ambicioso, mas percebo que, ao me agarrar a ele, sou uma raridade. Minha descrição do que faço é desprovida do que quase todo mundo agora exige de um trabalho: um propósito maior. Pensemos na Asana, uma empresa que vende software de mensagens instantâneas. Na semana passada, olhei o site deles, que diz em letras grandes que a empresa existe "para ajudar a humanidade a prosperar, permitindo que as equipes trabalhem juntas sem esforço". A avaliar pelos meus colegas que usam a Asana, ela não está conseguindo atingir seu objetivo. Eles se lamentam sobre ter ainda outra maneira de se comunicar imposta a eles. Possivelmente a Asana pode ser perdoada por ter um objetivo tão grandioso, pois está baseada no Vale do Silício. Desde que o Facebook prometeu "tornar o mundo mais aberto e transparente" e desde que a Microsoft prometeu "capacitar cada pessoa e cada organização no planeta a conseguir mais", a prepotência tem sido galopante. De certa forma, essas empresas de TI realmente mudaram o mundo. E elas fizeram quase todas as outras empresas professarem que querem mudá-lo também. A Saatchi & Saatchi é uma adepta ansiosa da mania do nós-mudamos-o-mundo-para-melhor, mas, quando fiz uma varredura no site deles para provar tal mudança, tropecei no novo anúncio "Pampers Pooface" feito por eles. A peça mostra as expressões faciais de dez bebês defecando em câmera lenta ao som de Richard Strauss. É muito engraçado. É bem filmado. Mas certamente só muda o mundo na medida em que pode vender alguns pacotes extras de lenços umedecidos Pampers – e coloca mais imagens bonitas de bebês com os movimentos intestinais on-line do que havia antes. Como os anunciantes existem para inflar seus clientes, não é nenhuma surpresa que eles inflem seu próprio papel. O mais incômodo é a maneira com que as empresas tradicionais estão seguindo essa tendência. O mais novo objetivo da 3M é "Impulsionando cada empresa. Melhorando cada lar. Facilitando a vida de cada pessoa.", que é um caminho triste, longo e vazio para a empresa que uma vez melhorou o setor de papelaria do mundo com a brilhante invenção do Post-it. No entanto, para mim o ponto mais baixo foi a descoberta, na semana passada, de que a Cummins, um sólido fabricante de motores, também está nessa. "Melhorar a vida das pessoas, libertando o poder da Cummins", prega sua missão lamentável. Mesmo os bancos, que não tornaram o mundo visivelmente um lugar melhor na década passada, ainda gostam de insistir que eles o fizeram. Os objetivos do Citibank incluem "permitir o progresso, facilitando o crescimento econômico", enquanto o Barclays carinhosamente diz que seu objetivo é "ajudar as pessoas a alcançar suas ambições - da forma correta". No entanto, a empresa que está buscando um propósito mais elevado, mais do que qualquer outra, é a KPMG. Ela pagou uma agência para projetar cartazes que perguntam: "O que se faz na KPMG?", Juntamente com as respostas que incluem "Nós defendemos a democracia" e "Eu combato o terrorismo". A única resposta que ninguém parece ter dado é "Eu examino as contas da empresa e os sistemas de controle financeiro". De acordo com um artigo recente do diretor de RH da empresa, essa missão de propósito maior tem feito maravilhas para a motivação. Para provar seu ponto, ele conta uma história banal sobre três pedreiros que foram perguntados sobre o que estavam fazendo. O primeiro diz que está colocando tijolos, o segundo diz que está construindo um muro, enquanto o terceiro diz que está construindo uma catedral. A moral do conto é que o terceiro homem é o visionário e o herói, e cada trabalhador humilde deve ser encorajado a pensar como ele. Eu me oponho a essa história por três motivos. Para começar, enfatizar a catedral subestima o valor do trabalho em si. Há uma glória e uma habilidade em colocar um tijolo perfeitamente em cima do outro. A mesma coisa vale para escrever uma boa coluna e fazer uma boa auditoria. Em segundo lugar, a maioria das empresas não está construindo catedrais. Estão fazendo coisas menos gloriosas, como dar conselhos fiscais ou vender software e por isso têm que recorrer a banalidades vagas sobre a democracia e a humanidade, que são muito gerais para ser incrivelmente motivadoras para qualquer pessoa. A terceira objeção é que a catedral é desnecessária. Se as empresas querem um propósito mais elevado, tudo que precisam fazer é dizer que produzem coisas que as pessoas querem comprar, dar emprego às pessoas e tratá-las bem. Agora que penso nisso, há outra coisa que tenho contra o propósito maior das empresas, além do fato de que é prepotente, falso e desnecessário. É triste. Se eu tivesse começado essa coluna dizendo: "Vou ajudar a humanidade a prosperar", aposto que você teria parado de ler na hora. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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Meu trabalho não é mudar o mundo —nem o seuAo escrever estas palavras, não estou tentando melhorar sua vida. Não estou tentando mudar o destino da humanidade. Tudo o que eu estou tentando fazer é manter sua atenção durante os três minutos que você vai gastar para lê-las. Levo meu objetivo a sério. A maioria dos leitores do "Financial Times" são pessoas inteligentes que poderiam estar fazendo outras coisas. Se eu conseguir convencer você o suficiente para que esqueça todas elas e leia as palavras que estou escrevendo, considerarei que cumpri minha função. Para mim, esse objetivo é ambicioso, mas percebo que, ao me agarrar a ele, sou uma raridade. Minha descrição do que faço é desprovida do que quase todo mundo agora exige de um trabalho: um propósito maior. Pensemos na Asana, uma empresa que vende software de mensagens instantâneas. Na semana passada, olhei o site deles, que diz em letras grandes que a empresa existe "para ajudar a humanidade a prosperar, permitindo que as equipes trabalhem juntas sem esforço". A avaliar pelos meus colegas que usam a Asana, ela não está conseguindo atingir seu objetivo. Eles se lamentam sobre ter ainda outra maneira de se comunicar imposta a eles. Possivelmente a Asana pode ser perdoada por ter um objetivo tão grandioso, pois está baseada no Vale do Silício. Desde que o Facebook prometeu "tornar o mundo mais aberto e transparente" e desde que a Microsoft prometeu "capacitar cada pessoa e cada organização no planeta a conseguir mais", a prepotência tem sido galopante. De certa forma, essas empresas de TI realmente mudaram o mundo. E elas fizeram quase todas as outras empresas professarem que querem mudá-lo também. A Saatchi & Saatchi é uma adepta ansiosa da mania do nós-mudamos-o-mundo-para-melhor, mas, quando fiz uma varredura no site deles para provar tal mudança, tropecei no novo anúncio "Pampers Pooface" feito por eles. A peça mostra as expressões faciais de dez bebês defecando em câmera lenta ao som de Richard Strauss. É muito engraçado. É bem filmado. Mas certamente só muda o mundo na medida em que pode vender alguns pacotes extras de lenços umedecidos Pampers – e coloca mais imagens bonitas de bebês com os movimentos intestinais on-line do que havia antes. Como os anunciantes existem para inflar seus clientes, não é nenhuma surpresa que eles inflem seu próprio papel. O mais incômodo é a maneira com que as empresas tradicionais estão seguindo essa tendência. O mais novo objetivo da 3M é "Impulsionando cada empresa. Melhorando cada lar. Facilitando a vida de cada pessoa.", que é um caminho triste, longo e vazio para a empresa que uma vez melhorou o setor de papelaria do mundo com a brilhante invenção do Post-it. No entanto, para mim o ponto mais baixo foi a descoberta, na semana passada, de que a Cummins, um sólido fabricante de motores, também está nessa. "Melhorar a vida das pessoas, libertando o poder da Cummins", prega sua missão lamentável. Mesmo os bancos, que não tornaram o mundo visivelmente um lugar melhor na década passada, ainda gostam de insistir que eles o fizeram. Os objetivos do Citibank incluem "permitir o progresso, facilitando o crescimento econômico", enquanto o Barclays carinhosamente diz que seu objetivo é "ajudar as pessoas a alcançar suas ambições - da forma correta". No entanto, a empresa que está buscando um propósito mais elevado, mais do que qualquer outra, é a KPMG. Ela pagou uma agência para projetar cartazes que perguntam: "O que se faz na KPMG?", Juntamente com as respostas que incluem "Nós defendemos a democracia" e "Eu combato o terrorismo". A única resposta que ninguém parece ter dado é "Eu examino as contas da empresa e os sistemas de controle financeiro". De acordo com um artigo recente do diretor de RH da empresa, essa missão de propósito maior tem feito maravilhas para a motivação. Para provar seu ponto, ele conta uma história banal sobre três pedreiros que foram perguntados sobre o que estavam fazendo. O primeiro diz que está colocando tijolos, o segundo diz que está construindo um muro, enquanto o terceiro diz que está construindo uma catedral. A moral do conto é que o terceiro homem é o visionário e o herói, e cada trabalhador humilde deve ser encorajado a pensar como ele. Eu me oponho a essa história por três motivos. Para começar, enfatizar a catedral subestima o valor do trabalho em si. Há uma glória e uma habilidade em colocar um tijolo perfeitamente em cima do outro. A mesma coisa vale para escrever uma boa coluna e fazer uma boa auditoria. Em segundo lugar, a maioria das empresas não está construindo catedrais. Estão fazendo coisas menos gloriosas, como dar conselhos fiscais ou vender software e por isso têm que recorrer a banalidades vagas sobre a democracia e a humanidade, que são muito gerais para ser incrivelmente motivadoras para qualquer pessoa. A terceira objeção é que a catedral é desnecessária. Se as empresas querem um propósito mais elevado, tudo que precisam fazer é dizer que produzem coisas que as pessoas querem comprar, dar emprego às pessoas e tratá-las bem. Agora que penso nisso, há outra coisa que tenho contra o propósito maior das empresas, além do fato de que é prepotente, falso e desnecessário. É triste. Se eu tivesse começado essa coluna dizendo: "Vou ajudar a humanidade a prosperar", aposto que você teria parado de ler na hora. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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Sede da PF em Curitiba teve que ser remanejada para receber Cunha
Para receber o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em sua sede em Curitiba (PR), a Polícia Federal teve de fazer nesta quarta-feira (19) um remanejamento de presos. O objetivo era isolá-lo dos demais detidos da Operação Lava Jato. Principalmente dos delatores que o envolvem em seus acordos, como o empresário Marcelo Odebrecht, que negocia colaboração premiada, e o ex-deputado Pedro Corrêa, que aguarda a homologação de seu acordo. Na sede da PF do Paraná há duas alas, cada uma com três celas. Cunha ficou na ala oposta a dos seus delatores, mas na mesma do ex-ministro Antônio Palocci, preso no fim de setembro. No entanto, eles estão em celas distintas e proibidos de ter contato, inclusive no banho de sol. Entre as pessoas na mesma ala, estão, por exemplo, quatro traficantes e outros presos da Lava Jato envolvidos em casos que não têm relação com o de Cunha. O ex-deputado divide a cela com outro preso, que não tem ligação com a Lava Jato. Como os demais presos, Cunha seguirá a rotina diária de duas horas de banho de sol e conversas permitidas apenas com os advogados. Nesta semana, ele não irá receber visitas de familiares, algo que só ocorre às quartas-feiras, segundo as regras. Ao chegar à superintendência da Polícia Federal do Paraná, na tarde desta quarta-feira, Cunha afirmou que a prisão dele foi um "engano". Policiais relataram à Folha que o político estava quieto e se limitou a dizer isso em sua defesa. Mesmo chegando no fim do dia, o ex-deputado conversou com seus advogados. Ele também passou para os policiais pedido de autorização de medicamentos para pressão. Na manhã desta quinta-feira (20), Cunha será levado para fazer exame médico no IML (Instituto Médico Legal).
poder
Sede da PF em Curitiba teve que ser remanejada para receber CunhaPara receber o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em sua sede em Curitiba (PR), a Polícia Federal teve de fazer nesta quarta-feira (19) um remanejamento de presos. O objetivo era isolá-lo dos demais detidos da Operação Lava Jato. Principalmente dos delatores que o envolvem em seus acordos, como o empresário Marcelo Odebrecht, que negocia colaboração premiada, e o ex-deputado Pedro Corrêa, que aguarda a homologação de seu acordo. Na sede da PF do Paraná há duas alas, cada uma com três celas. Cunha ficou na ala oposta a dos seus delatores, mas na mesma do ex-ministro Antônio Palocci, preso no fim de setembro. No entanto, eles estão em celas distintas e proibidos de ter contato, inclusive no banho de sol. Entre as pessoas na mesma ala, estão, por exemplo, quatro traficantes e outros presos da Lava Jato envolvidos em casos que não têm relação com o de Cunha. O ex-deputado divide a cela com outro preso, que não tem ligação com a Lava Jato. Como os demais presos, Cunha seguirá a rotina diária de duas horas de banho de sol e conversas permitidas apenas com os advogados. Nesta semana, ele não irá receber visitas de familiares, algo que só ocorre às quartas-feiras, segundo as regras. Ao chegar à superintendência da Polícia Federal do Paraná, na tarde desta quarta-feira, Cunha afirmou que a prisão dele foi um "engano". Policiais relataram à Folha que o político estava quieto e se limitou a dizer isso em sua defesa. Mesmo chegando no fim do dia, o ex-deputado conversou com seus advogados. Ele também passou para os policiais pedido de autorização de medicamentos para pressão. Na manhã desta quinta-feira (20), Cunha será levado para fazer exame médico no IML (Instituto Médico Legal).
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No dia em que a escravidão foi abolida, veja 5 livros sobre a cultura africana
Há exatos 127 anos, a princesa Isabel entrava no paço do palácio do governo no Rio com sua caneta para assinar a Lei Áurea. A nova norma libertaria os escravos dos senhores de engenho e da elite cafeeira no Brasil, o último país da América a abolir o trabalho forçado. A medida não surgiu do nada. Outras regras com o objetivo de eliminar a escravatura foram aprovadas alguns anos antes. Em 1871, por exemplo, a Lei do Ventre Livre determinou a libertação das crianças filhas de escravas que nascessem. A Lei dos Sexagenários, aprovada em 1885, também alforriou os negros com mais de 60 anos (idade que eles raramente alcançavam pelo rigor do trabalho forçado). Durante esses quase quatro séculos, os africanos criaram raízes que influenciaram nossa religião, alimentação e cultura. Abaixo, veja galeria com cinco obras infantis sobre o continente. * * 1. "A HERANÇA AFRICANA NO BRASIL" "Quem nós somos, vovó?", pergunta uma menina negra à sua avó. É a partir dessa dúvida que o livro, em forma de quadrinhos, traz a história dos africanos no Brasil: desde o sofrimento dos escravos nos navios negreiros (com algumas cenas fortes) até o samba e o candomblé. AUTORES Daniel Esteves (texto) e Wanderson e Wagner de Souza (arte) EDITORA Nemo PREÇO R$ 42 * 2. "O NATAL DE NKEM" Sabe aquela história que ouve quando é criança e nunca mais esquece? É uma dessas memórias que o autor Sunny, que cresceu no interior da Nigéria, pinta para o leitor. Preparando-se para assumir o trono de seu avô, o menino-rei Nkem vai em busca de uma resposta para a sua pergunta: o que é o Natal? AUTORA Sunny EDITORA Paulinas PREÇO R$ 20,70 * 3. "HISTÓRIAS AFRICANAS" A escritora Ana Maria Machado faz uma adaptação de relatos que coletou em viagens à África e livros de autores locais. Narrado à maneira africana, a famosa história da festa no céu é um dos contos da obra, inspirada na tradição oral. AUTORA Ana Maria Machado EDITORA FTD PREÇO R$ 35,60 * 4. COLEÇÃO "HISTÓRIAS DO OKÚ LÁILÁI" Você já deve ter ouvido falar nos orixás, certo? Pois são histórias da terra desses deuses que as obras "Awani" e "Ogum Igbo Igbo" contam. A primeira traz a vida de um mensageiro que vivia entre as divindades e os homens. Já a segunda fala sobre o guerreiro Ogum, que é duro como o ferro que ele próprio criou. AUTORA Carolina Cunha EDITORA SM PREÇO R$ 38 * 5. "ENCONTROS DE HISTÓRIAS: DO ARCO-ÍRIS À LUA, DO BRASIL À ÁFRICA" O livro mistura as figuras do ancião e do pajé. Ele narra as origens da água, do arco-íris e até da cobra por duas óticas: a dos povos africanos e a dos povos indígenas. São histórias "cantadas e recontadas embaixo de uma árvore, em volta do calor do fogo ou sob a luz da Lua", como diz o prefácio. AUTORA Regina Claro EDITORA Hedra PREÇO R$ 32
folhinha
No dia em que a escravidão foi abolida, veja 5 livros sobre a cultura africanaHá exatos 127 anos, a princesa Isabel entrava no paço do palácio do governo no Rio com sua caneta para assinar a Lei Áurea. A nova norma libertaria os escravos dos senhores de engenho e da elite cafeeira no Brasil, o último país da América a abolir o trabalho forçado. A medida não surgiu do nada. Outras regras com o objetivo de eliminar a escravatura foram aprovadas alguns anos antes. Em 1871, por exemplo, a Lei do Ventre Livre determinou a libertação das crianças filhas de escravas que nascessem. A Lei dos Sexagenários, aprovada em 1885, também alforriou os negros com mais de 60 anos (idade que eles raramente alcançavam pelo rigor do trabalho forçado). Durante esses quase quatro séculos, os africanos criaram raízes que influenciaram nossa religião, alimentação e cultura. Abaixo, veja galeria com cinco obras infantis sobre o continente. * * 1. "A HERANÇA AFRICANA NO BRASIL" "Quem nós somos, vovó?", pergunta uma menina negra à sua avó. É a partir dessa dúvida que o livro, em forma de quadrinhos, traz a história dos africanos no Brasil: desde o sofrimento dos escravos nos navios negreiros (com algumas cenas fortes) até o samba e o candomblé. AUTORES Daniel Esteves (texto) e Wanderson e Wagner de Souza (arte) EDITORA Nemo PREÇO R$ 42 * 2. "O NATAL DE NKEM" Sabe aquela história que ouve quando é criança e nunca mais esquece? É uma dessas memórias que o autor Sunny, que cresceu no interior da Nigéria, pinta para o leitor. Preparando-se para assumir o trono de seu avô, o menino-rei Nkem vai em busca de uma resposta para a sua pergunta: o que é o Natal? AUTORA Sunny EDITORA Paulinas PREÇO R$ 20,70 * 3. "HISTÓRIAS AFRICANAS" A escritora Ana Maria Machado faz uma adaptação de relatos que coletou em viagens à África e livros de autores locais. Narrado à maneira africana, a famosa história da festa no céu é um dos contos da obra, inspirada na tradição oral. AUTORA Ana Maria Machado EDITORA FTD PREÇO R$ 35,60 * 4. COLEÇÃO "HISTÓRIAS DO OKÚ LÁILÁI" Você já deve ter ouvido falar nos orixás, certo? Pois são histórias da terra desses deuses que as obras "Awani" e "Ogum Igbo Igbo" contam. A primeira traz a vida de um mensageiro que vivia entre as divindades e os homens. Já a segunda fala sobre o guerreiro Ogum, que é duro como o ferro que ele próprio criou. AUTORA Carolina Cunha EDITORA SM PREÇO R$ 38 * 5. "ENCONTROS DE HISTÓRIAS: DO ARCO-ÍRIS À LUA, DO BRASIL À ÁFRICA" O livro mistura as figuras do ancião e do pajé. Ele narra as origens da água, do arco-íris e até da cobra por duas óticas: a dos povos africanos e a dos povos indígenas. São histórias "cantadas e recontadas embaixo de uma árvore, em volta do calor do fogo ou sob a luz da Lua", como diz o prefácio. AUTORA Regina Claro EDITORA Hedra PREÇO R$ 32
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Brasileiro chega ao Facebook unindo lado nerd e talento para comunicação
Era 1h30 quando a polícia chegou para dispersar a festa de formatura do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) no ano 2000. Mais de 200 estudantes estavam na pista de atletismo da universidade, tomando cerveja e champanhe servidas por dois caminhões. Muita gente fugiu quando a polícia chegou, mas Hugo Barra, o presidente da turma naquele ano, foi detido enquanto estava "tentando dar partida em um dos veículos e fugir", segundo uma reportagem no jornal da universidade. Passados 17 anos, Barra deixou as travessuras estudantis no passado e se tornou um dos mais admirados executivos no setor mundial de tecnologia. Depois de ascender na hierarquia do Google e assumir um posto sênior na fabricante chinesa de smartphones Xiaomi, o engenheiro brasileiro foi escolhido agora para comandar a área de realidade virtual do Facebook. "As pessoas que são muito inteligentes de verdade em geral são tediosas, mas ele tem estilo", diz Robin Chan, amigo de Barra. Visitar a página de Barra no Facebook oferece um vislumbre desse estilo. Ele é visto andando de hoverboard no escritório da Xiaomi e posando para selfies coletivos com os "fãs da Mi" (adoradores dos aparelhos da empresa). Nos três anos e meio em que comandou as vendas mundiais da empresa, Barra falou em hindi em lançamentos da Xiaomi e cantou caraoquê em chinês. No entanto, amigos dizem que, apesar da personalidade gregária que exibe on-line, Barra é "uma pessoa tímida e muito carinhosa, mas excelente em apresentar e divulgar o que ele faz". O talento para comunicação, somado à formação em engenharia, faz de Barra uma raridade no setor, em que nerds balbuciantes e especialistas em marketing bem falantes são em muitos casos espécies distintas. As duas capacidades são vitais para o Facebook, já que, a despeito de bilhões de dólares de investimento na unidade Oculus VR, as vendas continuam fracas. Chan, cofundador e presidente-executivo da Operator, uma empresa de comércio eletrônico de San Francisco que tem Barra como um de seus conselheiros, diz que o amigo tem a combinação certa entre visão e determinação necessária a levar a realidade virtual às massas. No Google, onde no final de sua passagem comandava a área da plataforma Android para smartphones e outros aparelhos, "ele desenvolveu a reputação de ser um gestor fenomenal, muito cuidadoso", diz Chan. "Ele não é uma pessoa fofa –tem um lado bem duro–, mas é capaz de levar o pessoal a novas alturas." Contratar Barra em 2013 foi visto como grande vitória para a Xiaomi. No entanto, a despeito de ter encontrado sucesso na Índia, a empresa enfrentou dificuldades para manter seu crescimento inicial no mercado de origem. Os esforços para conquistar espaço em outros mercados emergentes, como o Brasil, não avançaram muito. Barra, de 40 anos, já estava ansioso por voltar à Califórnia quando Mark Zuckerberg começou a tentar atrai-lo para o Facebook. "O que Hugo aprendeu em sua jornada na Xiaomi foi como construir um negócio com base em tecnologia ainda crua", diz Chan. Embora a realidade virtual ainda não tenha se tornado um sucesso comercial, "se há alguém capaz de fazê-lo, é ele".
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Brasileiro chega ao Facebook unindo lado nerd e talento para comunicaçãoEra 1h30 quando a polícia chegou para dispersar a festa de formatura do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) no ano 2000. Mais de 200 estudantes estavam na pista de atletismo da universidade, tomando cerveja e champanhe servidas por dois caminhões. Muita gente fugiu quando a polícia chegou, mas Hugo Barra, o presidente da turma naquele ano, foi detido enquanto estava "tentando dar partida em um dos veículos e fugir", segundo uma reportagem no jornal da universidade. Passados 17 anos, Barra deixou as travessuras estudantis no passado e se tornou um dos mais admirados executivos no setor mundial de tecnologia. Depois de ascender na hierarquia do Google e assumir um posto sênior na fabricante chinesa de smartphones Xiaomi, o engenheiro brasileiro foi escolhido agora para comandar a área de realidade virtual do Facebook. "As pessoas que são muito inteligentes de verdade em geral são tediosas, mas ele tem estilo", diz Robin Chan, amigo de Barra. Visitar a página de Barra no Facebook oferece um vislumbre desse estilo. Ele é visto andando de hoverboard no escritório da Xiaomi e posando para selfies coletivos com os "fãs da Mi" (adoradores dos aparelhos da empresa). Nos três anos e meio em que comandou as vendas mundiais da empresa, Barra falou em hindi em lançamentos da Xiaomi e cantou caraoquê em chinês. No entanto, amigos dizem que, apesar da personalidade gregária que exibe on-line, Barra é "uma pessoa tímida e muito carinhosa, mas excelente em apresentar e divulgar o que ele faz". O talento para comunicação, somado à formação em engenharia, faz de Barra uma raridade no setor, em que nerds balbuciantes e especialistas em marketing bem falantes são em muitos casos espécies distintas. As duas capacidades são vitais para o Facebook, já que, a despeito de bilhões de dólares de investimento na unidade Oculus VR, as vendas continuam fracas. Chan, cofundador e presidente-executivo da Operator, uma empresa de comércio eletrônico de San Francisco que tem Barra como um de seus conselheiros, diz que o amigo tem a combinação certa entre visão e determinação necessária a levar a realidade virtual às massas. No Google, onde no final de sua passagem comandava a área da plataforma Android para smartphones e outros aparelhos, "ele desenvolveu a reputação de ser um gestor fenomenal, muito cuidadoso", diz Chan. "Ele não é uma pessoa fofa –tem um lado bem duro–, mas é capaz de levar o pessoal a novas alturas." Contratar Barra em 2013 foi visto como grande vitória para a Xiaomi. No entanto, a despeito de ter encontrado sucesso na Índia, a empresa enfrentou dificuldades para manter seu crescimento inicial no mercado de origem. Os esforços para conquistar espaço em outros mercados emergentes, como o Brasil, não avançaram muito. Barra, de 40 anos, já estava ansioso por voltar à Califórnia quando Mark Zuckerberg começou a tentar atrai-lo para o Facebook. "O que Hugo aprendeu em sua jornada na Xiaomi foi como construir um negócio com base em tecnologia ainda crua", diz Chan. Embora a realidade virtual ainda não tenha se tornado um sucesso comercial, "se há alguém capaz de fazê-lo, é ele".
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Homicídios voltam a cair, mas furtos e roubos crescem em SP, diz balanço
Dados divulgados pelo governo de São Paulo nesta segunda-feira (25) apontam queda no número de homicídios dolosos (intencionais) no Estado no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2015. Já o total de roubos e furtos cresceu. A redução dos homicídios acontece pelo 13º mês consecutivo. No primeiro trimestre deste ano, foram 891 registros no Estado, ante 1.050 no mesmo período de 2015 –queda de 15,1%. O dado se refere ao número de casos, não de vítimas –uma ocorrência pode ter mais de uma vítima. Considerando-se o mesmo parâmetro, a capital teve uma redução ainda maior nos homicídios nos três primeiros meses do ano. Foram 293 registros no primeiro trimestre de 2015 contra 223 no deste ano –redução de 23,9%. ROUBO E FURTO O balanço divulgado pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) aponta ainda que os crimes patrimoniais seguiram tendência diferente da dos homicídios. O total de roubos no Estado subiu 4,2%, de 77.474 para 80.690 –ou seja, 3.216 ocorrências a mais. Considerando-se apenas a capital paulista, houve queda de 0,3% no indicador. Os furtos também cresceram no Estado, de 120.659 para 126.950 (alta de 5,2%). O número subiu na capital (5%), na Grande SP (6,7%) e no interior (5%). O governo paulista não comentou o balanço, ao contrário do que ocorre desde 2013, quando os dados são apresentados pelo secretário Alexandre de Moraes (Segurança). NO ESTADO - NO ESTADO - NÚMEROS SOB SIGILO As estatísticas mensais do governo de São Paulo não passam por auditoria externa. Os números são baseados em registro policiais mantidos sob sigilo pela gestão Alckmin. Para checar os dados, a Folha solicitou acesso a registros policiais de homicídios, os chamados boletins de ocorrência, mas todos os pedidos foram negados pelo governo estadual. O jornal recorreu à Justiça e, no início do mês, obteve uma decisão liminar (provisória) favorável. Ao citar a Constituição e o papel fiscalizador da imprensa livre, o juiz Alberto Alonso Muñoz, da 13ª Vara da Fazenda Pública, determinou que o governo do Estado entregue à Folha os registros policiais usados como base para os balanços mensais das estatísticas criminais. O governo do Estado recorreu da decisão. O recurso ainda não foi avaliado. Na avaliação de especialistas em segurança pública, a tendência de queda dos homicídios em São Paulo parece clara, mas, pela falta de transparência da gestão, não é possível saber o tamanho exato da redução. Um outro exemplo dessa dúvida está nas chamadas "mortes suspeitas" registradas pela polícia paulista. De 2012 a 2015, 60.049 mortes no Estado receberam essa classificação. Esses registros, que não fazem parte das estatísticas, vêm crescendo ano a ano, na contramão dos casos de homicídio, que acumulam quedas nos balanços. A secretaria registra como "mortes suspeitas", por exemplo, os casos em que a polícia diz ter dúvidas do que de fato ocorreu com a vítima (por exemplo, se houve um homicídio ou um suicídio). Esses registros não entram em nenhum dos indicadores criminais divulgados pela Secretaria da Segurança Pública e ficam num limbo contábil. Já quando registrada como "homicídio" essa morte entra nos balanços mensais. De 2012 a 2015, enquanto a gestão tucana comemorava uma queda de 22% nos assassinatos, essas mortes duvidosas e fora dos balanços oficiais cresceram 51%. O secretário da Segurança Pública nega essa relação. O governo diz que essas mortes são investigadas e, quando esclarecidas, reclassificadas. Mas levantamento feito pela Folha a partir dos dados divulgados mostra que as estatísticas oficiais praticamente não mudam. Em 2014, por exemplo, o número de casos de homicídios divulgado à época foi de 4.294 em todo o Estado. Hoje, mais de um ano depois, esse número foi atualizado para 4.293 –um a menos. Nesse mesmo período, São Paulo registrou um total de 15.820 casos de "mortes suspeitas". Mesmo que uma minoria das "mortes suspeitas" seja na realidade homicídio, os dados oficiais seriam alterados se elas fossem reclassificadas. Numa projeção hipotética em que, de cada dez "mortes suspeitas" de 2015, só uma tenha sido um assassinato, o dado oficial de homicídios passaria de 3.757 para 5.619, e a taxa por 100 mil habitantes pularia de 8,73 para 13,05. O governo tucano afirma que "poucas ocorrências" registradas inicialmente pela polícia paulista como "morte suspeita" precisam ser reclassificadas, pois a maioria dos casos não é de crimes como homicídio. O governo, porém, não informa quantas das 60.050 "mortes suspeitas" entre 2012 e 2015 foram reclassificadas como crimes. Também não informou se essa reclassificação ocorre apenas no inquérito policial ou se é atualizada nos balanços na internet. A Folha pediu em fevereiro à secretaria, por meio da assessoria de imprensa, os dados de "mortes suspeitas" desde 2001, mas eles foram negados na ocasião sob a alegação de que eram "em grande quantidade" e que o pedido demandava "um período longo para ser respondido". A pasta da Secretaria da Segurança Pública diz seguir uma norma de 2005 que orienta o uso da categoria "morte suspeita" para uma série de ocorrências de óbito que não configuram "de imediato crimes de homicídio, latrocínio ou lesão corporal seguida de morte". Desta forma, o número de casos inclui também situações como "acidentes de trânsito, doenças, quedas acidentais, dúvidas sobre suicídio e aborto e também mortes naturais" –registradas a pedido de médicos ou familiares por "questões securitárias". PERGUNTAS E RESPOSTAS O que são "mortes suspeitas"? Elas são classificadas assim nos boletins de ocorrência, quando o policial indica não ter certeza sobre o que provocou determinada morte, mesmo com sinais de violência Quais tipos de mortes são enquadrados dessa forma? Por exemplo: uma pessoa é encontrada morta dentro de casa, ao lado de uma escada, com uma fratura na cabeça. A polícia não sabe dizer, sem investigar, se aquela morte foi acidental ou criminosa. Encontro de cadáver, morte súbita sem causa aparente ou indício de acidente também entram nessa classificação Essas mortes entram nas estatísticas criminais? Não. Mesmo com características de homicídio, elas caem em um limbo contábil. A impossibilidade de checagem externa põe os dados em xeque. A base das estatísticas são os registros policiais, documentos mantidos em segredo pelo secretário Alexandre de Moraes Há homicídios fora das estatísticas oficiais e "escondidos" no limbo das "mortes suspeitas"? Sim, mas não é possível estimar quantos. Uma forma de checagem seria analisar os BOs, mas eles são mantidos em segredo pela gestão Alckmin (PSDB). A Folha teve pedidos negados, após solicitações via Lei de Acesso à Informação, e agora recorreu à Justiça para obtê-los Um caso registrado como "morte suspeita" pode ser "reclassificado" como homicídio? Sim. O governo diz que isso pode ocorrer, mas não diz em quantos casos isso ocorreu nos últimos anos. Também não diz se essa reclassificação ocorre só no inquérito ou também nos balanços mensais Números da violência em SP
cotidiano
Homicídios voltam a cair, mas furtos e roubos crescem em SP, diz balançoDados divulgados pelo governo de São Paulo nesta segunda-feira (25) apontam queda no número de homicídios dolosos (intencionais) no Estado no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2015. Já o total de roubos e furtos cresceu. A redução dos homicídios acontece pelo 13º mês consecutivo. No primeiro trimestre deste ano, foram 891 registros no Estado, ante 1.050 no mesmo período de 2015 –queda de 15,1%. O dado se refere ao número de casos, não de vítimas –uma ocorrência pode ter mais de uma vítima. Considerando-se o mesmo parâmetro, a capital teve uma redução ainda maior nos homicídios nos três primeiros meses do ano. Foram 293 registros no primeiro trimestre de 2015 contra 223 no deste ano –redução de 23,9%. ROUBO E FURTO O balanço divulgado pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) aponta ainda que os crimes patrimoniais seguiram tendência diferente da dos homicídios. O total de roubos no Estado subiu 4,2%, de 77.474 para 80.690 –ou seja, 3.216 ocorrências a mais. Considerando-se apenas a capital paulista, houve queda de 0,3% no indicador. Os furtos também cresceram no Estado, de 120.659 para 126.950 (alta de 5,2%). O número subiu na capital (5%), na Grande SP (6,7%) e no interior (5%). O governo paulista não comentou o balanço, ao contrário do que ocorre desde 2013, quando os dados são apresentados pelo secretário Alexandre de Moraes (Segurança). NO ESTADO - NO ESTADO - NÚMEROS SOB SIGILO As estatísticas mensais do governo de São Paulo não passam por auditoria externa. Os números são baseados em registro policiais mantidos sob sigilo pela gestão Alckmin. Para checar os dados, a Folha solicitou acesso a registros policiais de homicídios, os chamados boletins de ocorrência, mas todos os pedidos foram negados pelo governo estadual. O jornal recorreu à Justiça e, no início do mês, obteve uma decisão liminar (provisória) favorável. Ao citar a Constituição e o papel fiscalizador da imprensa livre, o juiz Alberto Alonso Muñoz, da 13ª Vara da Fazenda Pública, determinou que o governo do Estado entregue à Folha os registros policiais usados como base para os balanços mensais das estatísticas criminais. O governo do Estado recorreu da decisão. O recurso ainda não foi avaliado. Na avaliação de especialistas em segurança pública, a tendência de queda dos homicídios em São Paulo parece clara, mas, pela falta de transparência da gestão, não é possível saber o tamanho exato da redução. Um outro exemplo dessa dúvida está nas chamadas "mortes suspeitas" registradas pela polícia paulista. De 2012 a 2015, 60.049 mortes no Estado receberam essa classificação. Esses registros, que não fazem parte das estatísticas, vêm crescendo ano a ano, na contramão dos casos de homicídio, que acumulam quedas nos balanços. A secretaria registra como "mortes suspeitas", por exemplo, os casos em que a polícia diz ter dúvidas do que de fato ocorreu com a vítima (por exemplo, se houve um homicídio ou um suicídio). Esses registros não entram em nenhum dos indicadores criminais divulgados pela Secretaria da Segurança Pública e ficam num limbo contábil. Já quando registrada como "homicídio" essa morte entra nos balanços mensais. De 2012 a 2015, enquanto a gestão tucana comemorava uma queda de 22% nos assassinatos, essas mortes duvidosas e fora dos balanços oficiais cresceram 51%. O secretário da Segurança Pública nega essa relação. O governo diz que essas mortes são investigadas e, quando esclarecidas, reclassificadas. Mas levantamento feito pela Folha a partir dos dados divulgados mostra que as estatísticas oficiais praticamente não mudam. Em 2014, por exemplo, o número de casos de homicídios divulgado à época foi de 4.294 em todo o Estado. Hoje, mais de um ano depois, esse número foi atualizado para 4.293 –um a menos. Nesse mesmo período, São Paulo registrou um total de 15.820 casos de "mortes suspeitas". Mesmo que uma minoria das "mortes suspeitas" seja na realidade homicídio, os dados oficiais seriam alterados se elas fossem reclassificadas. Numa projeção hipotética em que, de cada dez "mortes suspeitas" de 2015, só uma tenha sido um assassinato, o dado oficial de homicídios passaria de 3.757 para 5.619, e a taxa por 100 mil habitantes pularia de 8,73 para 13,05. O governo tucano afirma que "poucas ocorrências" registradas inicialmente pela polícia paulista como "morte suspeita" precisam ser reclassificadas, pois a maioria dos casos não é de crimes como homicídio. O governo, porém, não informa quantas das 60.050 "mortes suspeitas" entre 2012 e 2015 foram reclassificadas como crimes. Também não informou se essa reclassificação ocorre apenas no inquérito policial ou se é atualizada nos balanços na internet. A Folha pediu em fevereiro à secretaria, por meio da assessoria de imprensa, os dados de "mortes suspeitas" desde 2001, mas eles foram negados na ocasião sob a alegação de que eram "em grande quantidade" e que o pedido demandava "um período longo para ser respondido". A pasta da Secretaria da Segurança Pública diz seguir uma norma de 2005 que orienta o uso da categoria "morte suspeita" para uma série de ocorrências de óbito que não configuram "de imediato crimes de homicídio, latrocínio ou lesão corporal seguida de morte". Desta forma, o número de casos inclui também situações como "acidentes de trânsito, doenças, quedas acidentais, dúvidas sobre suicídio e aborto e também mortes naturais" –registradas a pedido de médicos ou familiares por "questões securitárias". PERGUNTAS E RESPOSTAS O que são "mortes suspeitas"? Elas são classificadas assim nos boletins de ocorrência, quando o policial indica não ter certeza sobre o que provocou determinada morte, mesmo com sinais de violência Quais tipos de mortes são enquadrados dessa forma? Por exemplo: uma pessoa é encontrada morta dentro de casa, ao lado de uma escada, com uma fratura na cabeça. A polícia não sabe dizer, sem investigar, se aquela morte foi acidental ou criminosa. Encontro de cadáver, morte súbita sem causa aparente ou indício de acidente também entram nessa classificação Essas mortes entram nas estatísticas criminais? Não. Mesmo com características de homicídio, elas caem em um limbo contábil. A impossibilidade de checagem externa põe os dados em xeque. A base das estatísticas são os registros policiais, documentos mantidos em segredo pelo secretário Alexandre de Moraes Há homicídios fora das estatísticas oficiais e "escondidos" no limbo das "mortes suspeitas"? Sim, mas não é possível estimar quantos. Uma forma de checagem seria analisar os BOs, mas eles são mantidos em segredo pela gestão Alckmin (PSDB). A Folha teve pedidos negados, após solicitações via Lei de Acesso à Informação, e agora recorreu à Justiça para obtê-los Um caso registrado como "morte suspeita" pode ser "reclassificado" como homicídio? Sim. O governo diz que isso pode ocorrer, mas não diz em quantos casos isso ocorreu nos últimos anos. Também não diz se essa reclassificação ocorre só no inquérito ou também nos balanços mensais Números da violência em SP
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Procuradoria questionará na Justiça cobrança por bagagens em voos
A Câmara de Consumidor e Ordem Econômica do Ministério Público Federal, em Brasília, disse que acionará a Justiça contra as novas regras da aviação brasileira aprovadas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), nesta terça-feira (13). Para os procuradores, a possibilidade de cobrança para despachar bagagens é ilegal. Ainda segundo os procuradores, não há garantias de que as novas regras tragam benefícios aos passageiros. Um dos principais argumentos para a implantação da nova regulamentação é de que haveria o barateamento das passagens aéreas. "As empresas aéreas em nenhum momento assumiram compromisso público de compensar a supressão de direitos hoje assegurados aos consumidores, como redução de tarifas hoje praticadas ou outras medidas", apontam os procuradores por meio de nota. MUDANÇAS A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovou nesta terça (13) um pacote de regras que possibilitará a cobrança por qualquer tipo de bagagem despachada, a indenização do passageiro em caso de overbooking e a chance de desistir do bilhete comprado no prazo de 24 horas. Para a Anac, o pacote vem alinhar as regras brasileiras às práticas internacionais e simplificar o entendimento da regulação no setor. A expectativa da agência é que, com a regulamentação, haja uma queda das tarifas praticadas pelas companhias aéreas. "Acreditamos que as medidas tragam melhores preços aos passageiros. No resto do mundo, isso foi demonstrado e se comprova", disse Ricardo Catanant, superintendente da Anac. Novas regras para bagagens A agência e entidades de proteção aos consumidores, porém, dizem ser necessária a fiscalização dos preços para evitar um cartel das empresas (leia texto nesta página). Outro efeito das mudanças aprovadas é deixar a estrutura tarifária mais atrativa ao mercado internacional, especialmente às empresas chamadas "low cost" (de baixo custo). As novas medidas deverão entrar em vigor em 90 dias, a partir de 14 de março. Uma das novas medida mais polêmica é o fim da franquia obrigatória de bagagens despachadas. Atualmente, o limite sem cobrança de bagagem é de 23 kg em voos nacionais (ou duas malas de 32 kg para voos internacionais). Com a nova regra, as companhias poderão cobrar por esse serviço. Segundo a Abear (associação das companhias aéreas brasileiras), no entanto, as companhias poderão conservar a gratuidade e fazer disso um elemento de competitividade no mercado. A posição das empresas aéreas é de que a passagem comprada hoje embute invariavelmente os custos para transporte das bagagens, mesmo que o passageiro não utilize esse serviço. Portanto, o fim da franquia seria um sinal de justiça tarifária. Um estudo do governo federal de 2014 aponta que 65% dos viajantes despacham suas malas antes das viagens. Esse índice é mais alto no Norte e Nordeste do país. Em contrapartida à possibilidade desta cobrança, o passageiro terá o direito de levar pelo menos 10kg de bagagem de mão (atualmente, o limite é de 5kg). O controle deste embarque, deverá ser de responsabilidade das companhias aéreas.
cotidiano
Procuradoria questionará na Justiça cobrança por bagagens em voosA Câmara de Consumidor e Ordem Econômica do Ministério Público Federal, em Brasília, disse que acionará a Justiça contra as novas regras da aviação brasileira aprovadas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), nesta terça-feira (13). Para os procuradores, a possibilidade de cobrança para despachar bagagens é ilegal. Ainda segundo os procuradores, não há garantias de que as novas regras tragam benefícios aos passageiros. Um dos principais argumentos para a implantação da nova regulamentação é de que haveria o barateamento das passagens aéreas. "As empresas aéreas em nenhum momento assumiram compromisso público de compensar a supressão de direitos hoje assegurados aos consumidores, como redução de tarifas hoje praticadas ou outras medidas", apontam os procuradores por meio de nota. MUDANÇAS A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovou nesta terça (13) um pacote de regras que possibilitará a cobrança por qualquer tipo de bagagem despachada, a indenização do passageiro em caso de overbooking e a chance de desistir do bilhete comprado no prazo de 24 horas. Para a Anac, o pacote vem alinhar as regras brasileiras às práticas internacionais e simplificar o entendimento da regulação no setor. A expectativa da agência é que, com a regulamentação, haja uma queda das tarifas praticadas pelas companhias aéreas. "Acreditamos que as medidas tragam melhores preços aos passageiros. No resto do mundo, isso foi demonstrado e se comprova", disse Ricardo Catanant, superintendente da Anac. Novas regras para bagagens A agência e entidades de proteção aos consumidores, porém, dizem ser necessária a fiscalização dos preços para evitar um cartel das empresas (leia texto nesta página). Outro efeito das mudanças aprovadas é deixar a estrutura tarifária mais atrativa ao mercado internacional, especialmente às empresas chamadas "low cost" (de baixo custo). As novas medidas deverão entrar em vigor em 90 dias, a partir de 14 de março. Uma das novas medida mais polêmica é o fim da franquia obrigatória de bagagens despachadas. Atualmente, o limite sem cobrança de bagagem é de 23 kg em voos nacionais (ou duas malas de 32 kg para voos internacionais). Com a nova regra, as companhias poderão cobrar por esse serviço. Segundo a Abear (associação das companhias aéreas brasileiras), no entanto, as companhias poderão conservar a gratuidade e fazer disso um elemento de competitividade no mercado. A posição das empresas aéreas é de que a passagem comprada hoje embute invariavelmente os custos para transporte das bagagens, mesmo que o passageiro não utilize esse serviço. Portanto, o fim da franquia seria um sinal de justiça tarifária. Um estudo do governo federal de 2014 aponta que 65% dos viajantes despacham suas malas antes das viagens. Esse índice é mais alto no Norte e Nordeste do país. Em contrapartida à possibilidade desta cobrança, o passageiro terá o direito de levar pelo menos 10kg de bagagem de mão (atualmente, o limite é de 5kg). O controle deste embarque, deverá ser de responsabilidade das companhias aéreas.
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Nasr diz que ganhou respeito após 5º lugar e deseja manter 'pés no chão'
Depois da excelente corrida de estreia na F-1, em Melbourne, quando chegou na quinta colocação, Felipe Nasr tem agora dois objetivos: manter os pés no chão e aproveitar as primeiras corridas da temporada para acumular "gordura". Com vários times ainda sofrendo com problemas de confiabilidade, o piloto brasileiro acredita que o GP da Malásia, que será disputado neste domingo (29), é mais uma boa oportunidade para marcar pontos. "Espero que as pessoas no Brasil entendam que aquele quinto lugar não é comum. Sem tirar o mérito da equipe ou do meu trabalho, mas sendo realista estas primeiras corridas do ano são as que a gente tem que aproveitar para pontuar", disse Nasr nesta quinta-feira no paddock de Sepang. "Imagino que muita gente que está sofrendo agora para chegar ao fim das corridas vai crescer durante o ano e os carros não terão mais tantas falhas, por isso nosso objetivo é aproveitar essas oportunidades. Não estou pensando em vitórias ou pódios, mas se a chance aparecer temos que estar prontos". O bom resultado em Melbourne, que fez de Nasr o piloto brasileiro com melhor estreia na F-1, rendeu a ele elogios de colegas e dirigentes de outros times. "Acho que o resultado caiu bem e vários pilotos vieram falar comigo. Consegui colocar um pé na F-1 e ganhei mais respeito. Mas tenho que manter os pés no chão pois sei das limitações do meu carro e da equipe. Mas vamos continuar trabalhando duro e o objetivo é o mesmo, que é tentar me manter na zona de pontuação. Acho que se fizermos os investimentos certos a equipe tem tudo para crescer e lutar por melhores posições no grid", completou Nasr. Depois da semana conturbada na Austrália por conta da batalha judicial entre a Sauber e o piloto holandês Giedo van der Garde, Nasr disse estar contente por ter um fim de semana normal pela frente na Malásia. "É muito bom não ter problemas na cabeça e manter o foco só no carro. Sabemos que não vai ser uma corrida fácil porque esta é uma das pistas mais difíceis do ano em termos de desgaste físico, mas testei bastante na pré-temporada e acho que estou preparado. Mas esta pista talvez não seja a melhor para o nosso carro porque tem curvas de alta e não temos tanta carga aerodinâmica", completou o brasileiro, que não participará da primeira sessão de treinos livres nesta quinta-feira, às 23h (de Brasília), para dar lugar a Raffaele Marciello, reserva da Sauber.
esporte
Nasr diz que ganhou respeito após 5º lugar e deseja manter 'pés no chão'Depois da excelente corrida de estreia na F-1, em Melbourne, quando chegou na quinta colocação, Felipe Nasr tem agora dois objetivos: manter os pés no chão e aproveitar as primeiras corridas da temporada para acumular "gordura". Com vários times ainda sofrendo com problemas de confiabilidade, o piloto brasileiro acredita que o GP da Malásia, que será disputado neste domingo (29), é mais uma boa oportunidade para marcar pontos. "Espero que as pessoas no Brasil entendam que aquele quinto lugar não é comum. Sem tirar o mérito da equipe ou do meu trabalho, mas sendo realista estas primeiras corridas do ano são as que a gente tem que aproveitar para pontuar", disse Nasr nesta quinta-feira no paddock de Sepang. "Imagino que muita gente que está sofrendo agora para chegar ao fim das corridas vai crescer durante o ano e os carros não terão mais tantas falhas, por isso nosso objetivo é aproveitar essas oportunidades. Não estou pensando em vitórias ou pódios, mas se a chance aparecer temos que estar prontos". O bom resultado em Melbourne, que fez de Nasr o piloto brasileiro com melhor estreia na F-1, rendeu a ele elogios de colegas e dirigentes de outros times. "Acho que o resultado caiu bem e vários pilotos vieram falar comigo. Consegui colocar um pé na F-1 e ganhei mais respeito. Mas tenho que manter os pés no chão pois sei das limitações do meu carro e da equipe. Mas vamos continuar trabalhando duro e o objetivo é o mesmo, que é tentar me manter na zona de pontuação. Acho que se fizermos os investimentos certos a equipe tem tudo para crescer e lutar por melhores posições no grid", completou Nasr. Depois da semana conturbada na Austrália por conta da batalha judicial entre a Sauber e o piloto holandês Giedo van der Garde, Nasr disse estar contente por ter um fim de semana normal pela frente na Malásia. "É muito bom não ter problemas na cabeça e manter o foco só no carro. Sabemos que não vai ser uma corrida fácil porque esta é uma das pistas mais difíceis do ano em termos de desgaste físico, mas testei bastante na pré-temporada e acho que estou preparado. Mas esta pista talvez não seja a melhor para o nosso carro porque tem curvas de alta e não temos tanta carga aerodinâmica", completou o brasileiro, que não participará da primeira sessão de treinos livres nesta quinta-feira, às 23h (de Brasília), para dar lugar a Raffaele Marciello, reserva da Sauber.
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A crise vai ao supermercado
Lá se vai mais de uma década que as vendas do comércio não despencavam tão rápido e davam com a cara no chão. Foi o que se viu em abril, dado mais recente da pesquisa mensal do IBGE, divulgado ontem. Como não há por enquanto mais povo "nas ruas", não importa que classe de povo, essas estatísticas vêm sendo tratadas como abstrações por elites várias, sendo que as políticas estão em boa parte entretidas com mesquinharias, baixezas e oportunismos de gente muito pequena. Sim, o desemprego não explodiu, pelo menos ainda, com exceção dos castigados trabalhadores da construção civil e da indústria, da paulista em particular. Há amortecedores sociais inéditos para desempregados e pobres. O nível de consumo é muito maior do que em 2003 ou desde sempre, para falar a verdade. Ainda assim, o colapso das compras em tal ritmo sugere uma depressão de humores e rendimentos que ainda não foi captada em pesquisa social ou política, mas que vai parecer bem feia –ou coisa pior, caso houvesse alguma liderança capaz de dar sentido a esse sentimento muito ruim. INÉDITO Reduções rápidas da velocidade das vendas a gente havia visto mesmo na crise de confiança de 2013, na recessão rápida de 2009, no arrocho anti-inflacionário de 2005 (os dados da pesquisa de comércio do IBGE vão até 2001). Mas nesses casos o ritmo de aumento das vendas passava da casa dos 8%-10% para algo em torno de 4%-5%, ainda crescendo muito bem. Agora a história é outra. As vendas do varejo ainda cresciam na casa dos 5% em abril de 2014 (no acumulado em doze meses). Agora, não crescem mais, e o faturamento do comércio cai, se descontada a inflação. Desde 2004 as vendas de supermercados não caíam, na conta do acumulado em doze meses. Em resumo, se ainda fosse necessário ser mais explícito, a crise chegou ao essencial, ao carrinho da comida e dos básicos das casas. No geral, não se trata, claro, propriamente de surpresa. Os rendimentos vêm sendo comidos pela inflação de quase 9% ao ano, não importa que muito acordo salarial viesse cobrindo a alta dos preços. Enquanto o reajuste não vem, a inflação corrói o salário. Agreguem-se a isso as consequências econômicas do estelionato político-eleitoral do início do ano. O revertério da política econômica e o baque do tarifaço de Dilma 2, além de abrir buracos imediatos nas contas da maioria dos brasileiros comuns, devem ter criado confusão e medo nas pessoas, ânimo degradado pelas notícias de demissões. Mais impressionante é a velocidade da piora, ressalte-se. Tratou-se de reflexo do clima social e político, que andou ainda pior no primeiro trimestre do ano (note-se que estamos tratando de dados de abril)? A deterioração seria agora mais lenta e gradual, dado que passou o clima de fim de mundo imediato? Difícil saber, até porque as previsões dos economistas para o comércio vieram muito, muito furadas, neste mês. Dadas as notícias ruins de abril, muita consultoria relevante jogou as previsões de crescimento para o ano para baixo de zero, resultado inédito desde 2003.
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A crise vai ao supermercadoLá se vai mais de uma década que as vendas do comércio não despencavam tão rápido e davam com a cara no chão. Foi o que se viu em abril, dado mais recente da pesquisa mensal do IBGE, divulgado ontem. Como não há por enquanto mais povo "nas ruas", não importa que classe de povo, essas estatísticas vêm sendo tratadas como abstrações por elites várias, sendo que as políticas estão em boa parte entretidas com mesquinharias, baixezas e oportunismos de gente muito pequena. Sim, o desemprego não explodiu, pelo menos ainda, com exceção dos castigados trabalhadores da construção civil e da indústria, da paulista em particular. Há amortecedores sociais inéditos para desempregados e pobres. O nível de consumo é muito maior do que em 2003 ou desde sempre, para falar a verdade. Ainda assim, o colapso das compras em tal ritmo sugere uma depressão de humores e rendimentos que ainda não foi captada em pesquisa social ou política, mas que vai parecer bem feia –ou coisa pior, caso houvesse alguma liderança capaz de dar sentido a esse sentimento muito ruim. INÉDITO Reduções rápidas da velocidade das vendas a gente havia visto mesmo na crise de confiança de 2013, na recessão rápida de 2009, no arrocho anti-inflacionário de 2005 (os dados da pesquisa de comércio do IBGE vão até 2001). Mas nesses casos o ritmo de aumento das vendas passava da casa dos 8%-10% para algo em torno de 4%-5%, ainda crescendo muito bem. Agora a história é outra. As vendas do varejo ainda cresciam na casa dos 5% em abril de 2014 (no acumulado em doze meses). Agora, não crescem mais, e o faturamento do comércio cai, se descontada a inflação. Desde 2004 as vendas de supermercados não caíam, na conta do acumulado em doze meses. Em resumo, se ainda fosse necessário ser mais explícito, a crise chegou ao essencial, ao carrinho da comida e dos básicos das casas. No geral, não se trata, claro, propriamente de surpresa. Os rendimentos vêm sendo comidos pela inflação de quase 9% ao ano, não importa que muito acordo salarial viesse cobrindo a alta dos preços. Enquanto o reajuste não vem, a inflação corrói o salário. Agreguem-se a isso as consequências econômicas do estelionato político-eleitoral do início do ano. O revertério da política econômica e o baque do tarifaço de Dilma 2, além de abrir buracos imediatos nas contas da maioria dos brasileiros comuns, devem ter criado confusão e medo nas pessoas, ânimo degradado pelas notícias de demissões. Mais impressionante é a velocidade da piora, ressalte-se. Tratou-se de reflexo do clima social e político, que andou ainda pior no primeiro trimestre do ano (note-se que estamos tratando de dados de abril)? A deterioração seria agora mais lenta e gradual, dado que passou o clima de fim de mundo imediato? Difícil saber, até porque as previsões dos economistas para o comércio vieram muito, muito furadas, neste mês. Dadas as notícias ruins de abril, muita consultoria relevante jogou as previsões de crescimento para o ano para baixo de zero, resultado inédito desde 2003.
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Entenda a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo relator
Nesta terça-feira (18), o relator da reforma da Previdência na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA), apresentou um projeto novo, contemplando as negociações feitas com o governo federal no último mês. A proposta teve mudança na idade mínima prevista para as mulheres, de 65 para 62 anos, e a volta da aposentadoria mais cedo para trabalhadores rurais e professores, como a que existe hoje. A regra para o cálculo do benefício previdenciário também mudou. Se, com a proposta do governo, seria necessário trabalhar 49 anos para receber a aposentadoria integral, agora esse tempo foi reduzido para 40 anos. As negociações continuam. Na tarde de terça, após o anúncio do projeto substitutivo, um grupo de policiais invadiu o Congresso Nacional, fazendo com que o relator incluísse regras mais favoráveis à categoria. Veja abaixo os principais pontos de mudança em relação à proposta original da reforma.
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Entenda a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo relatorNesta terça-feira (18), o relator da reforma da Previdência na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA), apresentou um projeto novo, contemplando as negociações feitas com o governo federal no último mês. A proposta teve mudança na idade mínima prevista para as mulheres, de 65 para 62 anos, e a volta da aposentadoria mais cedo para trabalhadores rurais e professores, como a que existe hoje. A regra para o cálculo do benefício previdenciário também mudou. Se, com a proposta do governo, seria necessário trabalhar 49 anos para receber a aposentadoria integral, agora esse tempo foi reduzido para 40 anos. As negociações continuam. Na tarde de terça, após o anúncio do projeto substitutivo, um grupo de policiais invadiu o Congresso Nacional, fazendo com que o relator incluísse regras mais favoráveis à categoria. Veja abaixo os principais pontos de mudança em relação à proposta original da reforma.
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Brasil deve recorrer à OMC contra taxa dos EUA sobre importação de aço
O Brasil deverá recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) contra a decisão dos Estados Unidos de elevar taxas sobre importações de aço laminado do país sob acusação de concessão indevida de subsídios pelo governo brasileiro ao setor, afirmou à Reuters o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira. "A minha disposição é que a gente vá à OMC", disse o ministro em entrevista à Reuters, explicando que pediu para a Camex (Câmara de Comércio Exterior) analisar com urgência o caso envolvendo laminados a frio em sua próxima reunião, ainda sem data marcada. "Eu acredito que (a Camex) vai aprovar. O que eles estão fazendo lá não é legal", acrescentou. A Comissão de Comércio Internacional dos EUA (ITC, na sigla em inglês) já havia acatado recomendação do Departamento de Comércio americano para aplicação de medida antidumping contra os laminados a frio do Brasil. O departamento decidiu a favor da imposição das tarifas em março deste ano. Mas na avaliação dos EUA, o aço laminado a frio brasileiro também está sendo subsidiado por programas de promoção às exportações como o Reintegra, que ressarce resíduos tributários na cadeia de produção aos exportadores. O governo brasileiro defende a legitimidade dos programas e, por isso, buscará contestar os EUA nesse caso, evitando que outros países também trilhem o caminho dos norte-americanos, questionando inclusive outros produtos que foram beneficiados pelos programas. O MDIC prevê a publicação dessa decisão final da ITC até quarta-feira (14), e um prazo de até 8 dias para emissão da ordem de cobrança para os exportadores brasileiros de aço laminado a frio, cujas vendas para os EUA somaram US$ 285 milhões no ano passado. O produto, produzido por empresas como Usiminas, CSN e ArcelorMittal, é majoritariamente exportado para as indústrias automotiva e de eletrodomésticos. Para os laminados a frio, a ITC definiu tarifas contra subsídio de 11,31% para a CSN e de 11,09% para a Usiminas. Na segunda-feira, a ITC também votou pela aplicação de taxas às exportações brasileiras de aço laminado a quente, que tem maior peso para a pauta comercial brasileira. No ano passado, os embarques do produto somaram US$ 1 bilhão. A ITC definiu tarifas contra subsídios sobre laminados a quente de 3,9% a 11,3% contra a maior parte das siderúrgicas do Brasil e da Coreia do Sul. As tarifas mais altas antidumping, de 34,3%, foram impostas contra a Usiminas. Todas as outras siderúrgicas do Brasil terão pela frente tarifas de 33,1%. O ministério informou que também vai contestar na OMC a decisão da ITC sobre os laminados a quente. RENOVAÇÃO DE FROTA Durante a entrevista, o ministro do MDIC disse que o governo segue estudando um programa de renovação da frota automotiva que a princípio incluirá caminhões, veículos leves e motos com mais de 30 anos, mas ponderou que ainda não há uma formatação concluída e que os trabalhos podem demorar mais que o inicialmente previsto. "Gostaria de concluir os estudos neste ano, para apresentar este ano e quiçá já começar o programa ano que vem. Mas como o tempo está passando tão rápido, eu não sei se a gente vai conseguir", admitiu. Questionado sobre o posicionamento do MDIC a respeito de eventual mudança no Reintegra para diminuir os impactos do programa para as contas públicas, Pereira disse ser a favor da manutenção das alíquotas já fixadas na legislação para garantir previsibilidade às empresas. Atualmente em 0,1% num esforço para elevar as receitas tributárias, a alíquota do Reintegra —que devolve parte da receita obtida com exportações de produtos industrializados para compensar impostos acumulados— subirá para 2% em 2017, para voltar a 3% em 2018.
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Brasil deve recorrer à OMC contra taxa dos EUA sobre importação de açoO Brasil deverá recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) contra a decisão dos Estados Unidos de elevar taxas sobre importações de aço laminado do país sob acusação de concessão indevida de subsídios pelo governo brasileiro ao setor, afirmou à Reuters o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira. "A minha disposição é que a gente vá à OMC", disse o ministro em entrevista à Reuters, explicando que pediu para a Camex (Câmara de Comércio Exterior) analisar com urgência o caso envolvendo laminados a frio em sua próxima reunião, ainda sem data marcada. "Eu acredito que (a Camex) vai aprovar. O que eles estão fazendo lá não é legal", acrescentou. A Comissão de Comércio Internacional dos EUA (ITC, na sigla em inglês) já havia acatado recomendação do Departamento de Comércio americano para aplicação de medida antidumping contra os laminados a frio do Brasil. O departamento decidiu a favor da imposição das tarifas em março deste ano. Mas na avaliação dos EUA, o aço laminado a frio brasileiro também está sendo subsidiado por programas de promoção às exportações como o Reintegra, que ressarce resíduos tributários na cadeia de produção aos exportadores. O governo brasileiro defende a legitimidade dos programas e, por isso, buscará contestar os EUA nesse caso, evitando que outros países também trilhem o caminho dos norte-americanos, questionando inclusive outros produtos que foram beneficiados pelos programas. O MDIC prevê a publicação dessa decisão final da ITC até quarta-feira (14), e um prazo de até 8 dias para emissão da ordem de cobrança para os exportadores brasileiros de aço laminado a frio, cujas vendas para os EUA somaram US$ 285 milhões no ano passado. O produto, produzido por empresas como Usiminas, CSN e ArcelorMittal, é majoritariamente exportado para as indústrias automotiva e de eletrodomésticos. Para os laminados a frio, a ITC definiu tarifas contra subsídio de 11,31% para a CSN e de 11,09% para a Usiminas. Na segunda-feira, a ITC também votou pela aplicação de taxas às exportações brasileiras de aço laminado a quente, que tem maior peso para a pauta comercial brasileira. No ano passado, os embarques do produto somaram US$ 1 bilhão. A ITC definiu tarifas contra subsídios sobre laminados a quente de 3,9% a 11,3% contra a maior parte das siderúrgicas do Brasil e da Coreia do Sul. As tarifas mais altas antidumping, de 34,3%, foram impostas contra a Usiminas. Todas as outras siderúrgicas do Brasil terão pela frente tarifas de 33,1%. O ministério informou que também vai contestar na OMC a decisão da ITC sobre os laminados a quente. RENOVAÇÃO DE FROTA Durante a entrevista, o ministro do MDIC disse que o governo segue estudando um programa de renovação da frota automotiva que a princípio incluirá caminhões, veículos leves e motos com mais de 30 anos, mas ponderou que ainda não há uma formatação concluída e que os trabalhos podem demorar mais que o inicialmente previsto. "Gostaria de concluir os estudos neste ano, para apresentar este ano e quiçá já começar o programa ano que vem. Mas como o tempo está passando tão rápido, eu não sei se a gente vai conseguir", admitiu. Questionado sobre o posicionamento do MDIC a respeito de eventual mudança no Reintegra para diminuir os impactos do programa para as contas públicas, Pereira disse ser a favor da manutenção das alíquotas já fixadas na legislação para garantir previsibilidade às empresas. Atualmente em 0,1% num esforço para elevar as receitas tributárias, a alíquota do Reintegra —que devolve parte da receita obtida com exportações de produtos industrializados para compensar impostos acumulados— subirá para 2% em 2017, para voltar a 3% em 2018.
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Fofoqueiros profissionais estão sendo expulsos dos escritórios
Duas semanas atrás, visitei uma produtora de mídia na parte leste de Londres. O escritório estava lotado de hipsters, sentados diante de grandes mesas sob um teto de concreto. "O clima aqui é excelente", disse o sujeito que estava me mostrando o escritório. Acenei em concordância, embora não estivesse sentindo clima algum. Naquele templo da modernidade cool, ninguém estava falando. Todo mundo trabalhava em silêncio. Em todas as minhas visitas a escritórios, desde aquele dia, tenho mantido os ouvidos abertos, e em cada uma delas percebi a mesma coisa: nenhum som exceto o gentil estalido dos teclados dos computadores. O pessoal dos escritórios modernos parece não conversar. Acabo de voltar de um passeio pela redação central do "Financial Times". Quase todo mundo estava em silêncio, contemplando telas. Naquele amplo espaço, só percebi dois grupos de pessoas falando, e nos dois casos estavam discutindo trabalho. Não era assim, no passado. Há duas décadas, os dias de trabalho começavam com um bate-papo compulsório de 15 minutos sobre os programas de TV da noite anterior. Qualquer pessoa que tivesse voltado recentemente de férias, ou de uma licença-maternidade ou paternidade, ou que tivesse feito qualquer outra coisa interessante, chegava com fotos, e as mostrava aos colegas. Papeávamos sobre os grandes temas do momento e sobre o que comeríamos no almoço. Acima de tudo, fofocávamos uns sobre os outros. Em momentos de pausa, era perfeitamente normal caminhar pelo edifício em busca de alguém para uma conversa. Acabei de passar pela mesa de um colega, onde parei por um instante para uma conversa, como costumava fazer no passado. Perguntei a ele por que as pessoas não papeiam mais no escritório. A resposta dele, com um olhar ostensivo para o relógio, foi que agora todo mundo tem trabalho demais a fazer. Essa é a resposta que todo mundo oferece —mas simplesmente não é verdade. Há poucas indicações de que as pessoas estejam trabalhando tanto que fica difícil conversar com os colegas. De acordo com o Serviço de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos, os trabalhadores em escritórios americanos dedicam menos de três horas ao dia a trabalho produtivo; o restante do tempo é dedicado a sites de notícias e à busca de um novo emprego on-line. Das cinco horas desperdiçadas a cada dia, só 45 minutos são dedicados a conversas. O que nos impede de papear não é que estejamos ocupados —é que desejamos parecer ocupados. Andar pelo escritório com um ar de determinação confere status. Já se acomodar em uma cadeira e contar uma história engraçada a um colega não só pode subtrair status como restringir as possibilidades de carreira. Os edifícios de escritórios fizeram sua parte, na eliminação das conversas. Os melhores papos costumavam acontecer entre duas pessoas, por trás de portas fechadas. Escritórios sem paredes não beneficiam o bate-papo, e quando combinados a sistemas que não têm posições fixas de trabalho, as consequências são fatais. A pessoa sentada na mesa ao lado será não só alguém que você mal conhece como provavelmente estará usando fones de ouvido. Mesmo que você tente puxar conversa, ela não seria capaz de ouvir. A maioria dos escritórios inclui espaços comunitários onde as conversas supostamente deveriam acontecer. Mas mesmo essas áreas não favorecem fofocas deliciosas e sem rumo definido, porque em geral estão ocupadas por pessoas com crachás pendurados do pescoço, conduzindo reuniões sisudas. Nesses ambientes nada hospitaleiros, os fofoqueiros profissionais estão sendo forçados a sair. Cada departamento costumava ter um par de personalidades expansivas que praticamente fofocavam o dia inteiro, mas a cultura empresarial moderna requer que todo mundo se comporte da mesma maneira anódina. Não há espaço para pessoas barulhentas. E não só os bate-papos são desencorajados como há menos sobre o que conversar. Ninguém mais assiste aos mesmos programas de TV, e se alguém quer impressionar os amigos com as fotos das férias, prefere fazê-lo no Facebook. O maior responsável pela morte do bate-papo é o mais óbvio —a Internet. Ela nos permite vadiar fingindo que estamos imersos no trabalho. Pior, a Internet tornou a conversa obsoleta. O e-mail nos ensinou há muito tempo que é mais fácil digitar uma mensagem para alguém sentado a 10 metros de distância do que cambalear da cadeira e ir até a pessoa para uma conversa. Porque as conversas eram o principal motivo para ir ao escritório, a situação atual é mais que preocupante: é uma tragédia. Para me certificar, liguei para o sujeito que tinha servido de guia em minha visita à produtora de mídia, e perguntei se as pessoas conversavam, por lá. Ele respondeu que elas certamente conversavam. Conversavam o tempo todo. Quando comentei não ter ouvido conversa alguma, ele riu condescendentemente e disse uma das coisas mais tristes que já ouvi: "Conversamos no Slack". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Fofoqueiros profissionais estão sendo expulsos dos escritóriosDuas semanas atrás, visitei uma produtora de mídia na parte leste de Londres. O escritório estava lotado de hipsters, sentados diante de grandes mesas sob um teto de concreto. "O clima aqui é excelente", disse o sujeito que estava me mostrando o escritório. Acenei em concordância, embora não estivesse sentindo clima algum. Naquele templo da modernidade cool, ninguém estava falando. Todo mundo trabalhava em silêncio. Em todas as minhas visitas a escritórios, desde aquele dia, tenho mantido os ouvidos abertos, e em cada uma delas percebi a mesma coisa: nenhum som exceto o gentil estalido dos teclados dos computadores. O pessoal dos escritórios modernos parece não conversar. Acabo de voltar de um passeio pela redação central do "Financial Times". Quase todo mundo estava em silêncio, contemplando telas. Naquele amplo espaço, só percebi dois grupos de pessoas falando, e nos dois casos estavam discutindo trabalho. Não era assim, no passado. Há duas décadas, os dias de trabalho começavam com um bate-papo compulsório de 15 minutos sobre os programas de TV da noite anterior. Qualquer pessoa que tivesse voltado recentemente de férias, ou de uma licença-maternidade ou paternidade, ou que tivesse feito qualquer outra coisa interessante, chegava com fotos, e as mostrava aos colegas. Papeávamos sobre os grandes temas do momento e sobre o que comeríamos no almoço. Acima de tudo, fofocávamos uns sobre os outros. Em momentos de pausa, era perfeitamente normal caminhar pelo edifício em busca de alguém para uma conversa. Acabei de passar pela mesa de um colega, onde parei por um instante para uma conversa, como costumava fazer no passado. Perguntei a ele por que as pessoas não papeiam mais no escritório. A resposta dele, com um olhar ostensivo para o relógio, foi que agora todo mundo tem trabalho demais a fazer. Essa é a resposta que todo mundo oferece —mas simplesmente não é verdade. Há poucas indicações de que as pessoas estejam trabalhando tanto que fica difícil conversar com os colegas. De acordo com o Serviço de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos, os trabalhadores em escritórios americanos dedicam menos de três horas ao dia a trabalho produtivo; o restante do tempo é dedicado a sites de notícias e à busca de um novo emprego on-line. Das cinco horas desperdiçadas a cada dia, só 45 minutos são dedicados a conversas. O que nos impede de papear não é que estejamos ocupados —é que desejamos parecer ocupados. Andar pelo escritório com um ar de determinação confere status. Já se acomodar em uma cadeira e contar uma história engraçada a um colega não só pode subtrair status como restringir as possibilidades de carreira. Os edifícios de escritórios fizeram sua parte, na eliminação das conversas. Os melhores papos costumavam acontecer entre duas pessoas, por trás de portas fechadas. Escritórios sem paredes não beneficiam o bate-papo, e quando combinados a sistemas que não têm posições fixas de trabalho, as consequências são fatais. A pessoa sentada na mesa ao lado será não só alguém que você mal conhece como provavelmente estará usando fones de ouvido. Mesmo que você tente puxar conversa, ela não seria capaz de ouvir. A maioria dos escritórios inclui espaços comunitários onde as conversas supostamente deveriam acontecer. Mas mesmo essas áreas não favorecem fofocas deliciosas e sem rumo definido, porque em geral estão ocupadas por pessoas com crachás pendurados do pescoço, conduzindo reuniões sisudas. Nesses ambientes nada hospitaleiros, os fofoqueiros profissionais estão sendo forçados a sair. Cada departamento costumava ter um par de personalidades expansivas que praticamente fofocavam o dia inteiro, mas a cultura empresarial moderna requer que todo mundo se comporte da mesma maneira anódina. Não há espaço para pessoas barulhentas. E não só os bate-papos são desencorajados como há menos sobre o que conversar. Ninguém mais assiste aos mesmos programas de TV, e se alguém quer impressionar os amigos com as fotos das férias, prefere fazê-lo no Facebook. O maior responsável pela morte do bate-papo é o mais óbvio —a Internet. Ela nos permite vadiar fingindo que estamos imersos no trabalho. Pior, a Internet tornou a conversa obsoleta. O e-mail nos ensinou há muito tempo que é mais fácil digitar uma mensagem para alguém sentado a 10 metros de distância do que cambalear da cadeira e ir até a pessoa para uma conversa. Porque as conversas eram o principal motivo para ir ao escritório, a situação atual é mais que preocupante: é uma tragédia. Para me certificar, liguei para o sujeito que tinha servido de guia em minha visita à produtora de mídia, e perguntei se as pessoas conversavam, por lá. Ele respondeu que elas certamente conversavam. Conversavam o tempo todo. Quando comentei não ter ouvido conversa alguma, ele riu condescendentemente e disse uma das coisas mais tristes que já ouvi: "Conversamos no Slack". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Trump inventa a 'Nâmbia' em discurso a africanos em Nova York
O presidente dos EUA, Donald Trump, fez não uma, mas duas referências a um país chamado "Nâmbia", falando a líderes africanos na última quarta-feira (20), em reunião paralela à Assembleia Geral da ONU em Nova York. "O sistema de saúde da 'Nâmbia' é cada vez mais autossuficiente", disse Trump em tom elogioso durante a fala. Infelizmente, há um problema: seja o sistema de saúde bom ou não, a "Nâmbia" não existe. Os comentários em tom positivo do presidente dos EUA sobre o país inexistente rapidamente levaram a piadas na internet. Muitos sugeriram que Trump havia criado uma nova nação juntando duas que já existem –Zâmbia e Namíbia. A transcrição do discurso de Trump pela Casa Branca corrigiu o erro, tornando claro que o presidente não quis criar um novo país e estava se referindo à Namíbia. A Namíbia não costuma chamar a atenção no Ocidente. O país, que tem população de apenas 2 milhões, tornou-se independente no ano de 1990, depois de uma longa guerra civil com a vizinha África do Sul. A nação é mais conhecida internacionalmente pela mineração de diamantes. Hage Geingob, presidente da Namíbia, estava na sala quando Trump fez o discurso. Em público, ele não reagiu à sugestão de que era o líder da "Nâmbia". Graham Hopwood, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa em Política Pública da Namíbia, disse que o fato de Geingob não ter se manifestado provavelmente se deve ao protocolo diplomático. No entanto, diz ele, Geingob pode ter intencionalmente ignorado a gafe em favor das boas relações entre a Namíbia e os EUA.
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Trump inventa a 'Nâmbia' em discurso a africanos em Nova YorkO presidente dos EUA, Donald Trump, fez não uma, mas duas referências a um país chamado "Nâmbia", falando a líderes africanos na última quarta-feira (20), em reunião paralela à Assembleia Geral da ONU em Nova York. "O sistema de saúde da 'Nâmbia' é cada vez mais autossuficiente", disse Trump em tom elogioso durante a fala. Infelizmente, há um problema: seja o sistema de saúde bom ou não, a "Nâmbia" não existe. Os comentários em tom positivo do presidente dos EUA sobre o país inexistente rapidamente levaram a piadas na internet. Muitos sugeriram que Trump havia criado uma nova nação juntando duas que já existem –Zâmbia e Namíbia. A transcrição do discurso de Trump pela Casa Branca corrigiu o erro, tornando claro que o presidente não quis criar um novo país e estava se referindo à Namíbia. A Namíbia não costuma chamar a atenção no Ocidente. O país, que tem população de apenas 2 milhões, tornou-se independente no ano de 1990, depois de uma longa guerra civil com a vizinha África do Sul. A nação é mais conhecida internacionalmente pela mineração de diamantes. Hage Geingob, presidente da Namíbia, estava na sala quando Trump fez o discurso. Em público, ele não reagiu à sugestão de que era o líder da "Nâmbia". Graham Hopwood, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa em Política Pública da Namíbia, disse que o fato de Geingob não ter se manifestado provavelmente se deve ao protocolo diplomático. No entanto, diz ele, Geingob pode ter intencionalmente ignorado a gafe em favor das boas relações entre a Namíbia e os EUA.
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