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Múmias são encontradas no esgoto no Egito
Duas múmias egípcias foram encontradas flutuando no esgoto de um vilarejo ao sul do Cairo, informou a imprensa local. As múmias, que estavam embrulhadas em vários lençóis e dentro de seus sarcófagos de madeira, foram encontradas pela polícia em um córrego poluído num vilarejo perto da cidade de Minya, 240 quilômetros ao sul do Cairo, informou a revista online "CairoScene". Acredita-se que elas sejam do período greco-romano (332 a.C. a 395 d.C.), mas o Ministério de Antiguidades disse que pouco restava dos corpos. "Apesar dos caixões estarem decorados com desenhos coloridos, eles não tinham nenhuma inscrição egípcia antiga ou hieróglifos", disse o ministério em comunicado. Um terceiro sarcófago também foi encontrado, mas vazio. Não se sabe como as múmias chegaram ao córrego, mas Yusuf Khalifa, funcionário do ministério, disse ser provável que elas tenham sido descobertas por pessoas que realizam escavações ilegais. Há fortes restrições a escavações no Egito —em outubro de 2014, sete pessoas foram presas em Giza, nos arredores do Cairo, após uma escavação ilegal ter descoberto os restos de um templo antigo. Especialistas tentam, agora, restaurar os restos das duas múmias. Elas deverão ser expostas junto com seus sarcófagos no museu de Minya, disse o ministério.
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Múmias são encontradas no esgoto no EgitoDuas múmias egípcias foram encontradas flutuando no esgoto de um vilarejo ao sul do Cairo, informou a imprensa local. As múmias, que estavam embrulhadas em vários lençóis e dentro de seus sarcófagos de madeira, foram encontradas pela polícia em um córrego poluído num vilarejo perto da cidade de Minya, 240 quilômetros ao sul do Cairo, informou a revista online "CairoScene". Acredita-se que elas sejam do período greco-romano (332 a.C. a 395 d.C.), mas o Ministério de Antiguidades disse que pouco restava dos corpos. "Apesar dos caixões estarem decorados com desenhos coloridos, eles não tinham nenhuma inscrição egípcia antiga ou hieróglifos", disse o ministério em comunicado. Um terceiro sarcófago também foi encontrado, mas vazio. Não se sabe como as múmias chegaram ao córrego, mas Yusuf Khalifa, funcionário do ministério, disse ser provável que elas tenham sido descobertas por pessoas que realizam escavações ilegais. Há fortes restrições a escavações no Egito —em outubro de 2014, sete pessoas foram presas em Giza, nos arredores do Cairo, após uma escavação ilegal ter descoberto os restos de um templo antigo. Especialistas tentam, agora, restaurar os restos das duas múmias. Elas deverão ser expostas junto com seus sarcófagos no museu de Minya, disse o ministério.
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Garota de dez anos já lucra com incubadora de start-ups para crianças
Em 2012, quando tinha sete anos de idade, a estudante norte-americana Kylee Majkowski fundou a incubadora de start-ups que batizou de Tomorrow's Lemonade Stand (TLS), ou a vendinha de limonada do futuro. Hoje, aos dez, a garota já tem mais de cem crianças participando do treinamento sobre como empreender elaborado por ela. E conta com cinco adultos, naturalmente treinados pela executiva, para ensinar aos miniempreendedores a importância de se ter paixão e autoconfiança para tocar um negócio. A mãe de Kylee, Amanda Antico, 41, é, além de incentivadora e tutora da filha, sua sócia e responsável legal pela incubadora. Ainda que ambas digam que não querem fazer da TLS o negócio da família, mãe e filha nutrem planos ambiciosos. A TLS já dá lucro, mas as sócias não revelam o valor nem o faturamento. Limitam-se a informar que é coisa "pequena" e que esperam que o negócio passe a valer US$ 2 milhões nos próximos três anos. O plano de expansão já está em execução. Em setembro, a incubadora, sediada nos arredores de Washington, onde moram, atuará em 20 escolas no Estado da Carolina do Norte, ofertando o curso de empreendedorismo infantil como disciplina eletiva. Na frente pela internacionalização, o Brasil deve ser o ponto de partida. Um professor americano que vive Rio de Janeiro, segundo Antico, procurou a dupla depois de conversar com o diretor da escola onde dá aulas para importarem a metodologia. A Folha não conseguiu localizar o professor. PULGA Mãe e filha afirmam que o nascimento da TLS foi casual. Em um dia de 2012, Kylee teria visitado o escritório da mãe, que é, também ela, empreendedora e consultora. Voltou para casa com uma pulga que a mãe resolveu tirar de trás da orelha: por que crianças não podiam ter empresas para executar as próprias ideias? Assim nascia a incubadora. Inicialmente, 12 crianças se inscreveram para participar do curso, que era realizado na casa delas depois da escola. Custava US$ 165 por aluno por etapa –eram no total três etapas, de dez semanas cada uma. No ano seguinte, 40 alunos se matricularam. Em 2015, são mais de cem. Agora, o formato que será testado na Carolina do Norte será condensado em três meses. Cada escola pagará em média US$ 1.500 pela metodologia e um adicional de US$ 25 por aluno que aderir. No Brasil, a TLS diz que dará descontos devido a alegação de escolas de pagarem o preço cheio. "Vamos gastar dinheiro, e não ganhar. Mas nos apaixonamos pelo país e queremos muito levar nosso negócio para lá", disse Amanda. A relação com o Brasil começou em abril de 2015, quando Kylee foi convidada a palestrar no Fórum da Liberdade, evento de viés liberal organizado em Porto Alegre. Desde então, recebeu dezenas de contatos interessados na incubadora, segundo Amanda, o mais avançados deles o do Rio. AULAS PARA A VÓ O nome Tomorrow's Lemonade Stand é uma alusão à iniciação de crianças ao mundo do dinheiro. É comum, nos Estados Unidos, que elas vendam suco em frente de casa para fazer um trocado. A incubadora ensina os miniempreendedores a serem mais arrojados, assumir riscos e planejar o negócio, ajuda-os nas estratégias de marketing e, por fim, faz com que saiam do papel. Uma das start-ups que a TLS incubou é de Ethan Schenker, 11, fundada no final de 2014. A Connect Plus 60 pretende ensinar avós e avôs (ou idosos, em geral) a usar a internet para se comunicar "com quem você ama", diz o slogan. Ethan fez uma vaquinha na família, arrecadou US$ 400 e já tem até cartão de visitas. Até agora, conseguiu dois clientes –a baixa adesão se dá, em sua avaliação, muito por conta da assiduidade questionável de seu público-alvo. O menino ficou contente em saber que sairia em um jornal brasileiro, porque duas de suas babás eram paulistas e ele sabia dizer "olá, tudo bem?" em português. Ethan também mora nos arredores de Washington. Na segunda-feira (22), o garoto e sua mãe acompanharam Kylee e Amanda em uma visita ao Google em Nova York. Depois do almoço, a turma, composta ainda por mais três crianças, visitou escritório da The Muse, empresa que ajuda jovens a encontrar empregos, mostrando oportunidades e bastidores das vagas aventadas. Em abril, a The Muse anunciou ter recebido investimento de US$ 10 milhões. A Folha acompanhou o encontro com as sócias-fundadoras Kathryn Minshew e Alexandra Cavoulacos. As crianças queriam saber se elas tinham ficado ricas com o investimento. As empreendedoras disseram que, "infelizmente", o dinheiro não caía em suas contas pessoais. Mas disseram que chegaram a perder dinheiro em empreitadas fracassadas anteriores. As empresárias incentivaram os aprendizes a cometer todos os erros possíveis agora, enquanto ainda não precisam pagar contas. Kylee é uma inspiração para as crianças, que a consideram "muito boa" e pronta para comandar equipes. A menina concorda, é desenvolta e demonstra gosto pelos holofotes. "Sou boa de negociar", disse. Por exemplo, conseguiu, após meses de tratativas, convencer a mãe a liberar lanches noturnos. Mesmo em relação a empreender, ela é taxativa. "Tenho mais o perfil de assumir riscos. Não acho que um ou outro arranhão pode me impedir de chegar mais rápido [ao meu objetivo]." Kylee terá de passar o bastão da TLS em um futuro próximo, porque ela mesma determinou que a incubadora se destina a empreendedores entre sete e 11 anos de idade. Ela diz não querer pensar nisso por ora e se orgulha de preservar o mais importante para o negócio ter sucesso: "o espírito de criança".
mercado
Garota de dez anos já lucra com incubadora de start-ups para criançasEm 2012, quando tinha sete anos de idade, a estudante norte-americana Kylee Majkowski fundou a incubadora de start-ups que batizou de Tomorrow's Lemonade Stand (TLS), ou a vendinha de limonada do futuro. Hoje, aos dez, a garota já tem mais de cem crianças participando do treinamento sobre como empreender elaborado por ela. E conta com cinco adultos, naturalmente treinados pela executiva, para ensinar aos miniempreendedores a importância de se ter paixão e autoconfiança para tocar um negócio. A mãe de Kylee, Amanda Antico, 41, é, além de incentivadora e tutora da filha, sua sócia e responsável legal pela incubadora. Ainda que ambas digam que não querem fazer da TLS o negócio da família, mãe e filha nutrem planos ambiciosos. A TLS já dá lucro, mas as sócias não revelam o valor nem o faturamento. Limitam-se a informar que é coisa "pequena" e que esperam que o negócio passe a valer US$ 2 milhões nos próximos três anos. O plano de expansão já está em execução. Em setembro, a incubadora, sediada nos arredores de Washington, onde moram, atuará em 20 escolas no Estado da Carolina do Norte, ofertando o curso de empreendedorismo infantil como disciplina eletiva. Na frente pela internacionalização, o Brasil deve ser o ponto de partida. Um professor americano que vive Rio de Janeiro, segundo Antico, procurou a dupla depois de conversar com o diretor da escola onde dá aulas para importarem a metodologia. A Folha não conseguiu localizar o professor. PULGA Mãe e filha afirmam que o nascimento da TLS foi casual. Em um dia de 2012, Kylee teria visitado o escritório da mãe, que é, também ela, empreendedora e consultora. Voltou para casa com uma pulga que a mãe resolveu tirar de trás da orelha: por que crianças não podiam ter empresas para executar as próprias ideias? Assim nascia a incubadora. Inicialmente, 12 crianças se inscreveram para participar do curso, que era realizado na casa delas depois da escola. Custava US$ 165 por aluno por etapa –eram no total três etapas, de dez semanas cada uma. No ano seguinte, 40 alunos se matricularam. Em 2015, são mais de cem. Agora, o formato que será testado na Carolina do Norte será condensado em três meses. Cada escola pagará em média US$ 1.500 pela metodologia e um adicional de US$ 25 por aluno que aderir. No Brasil, a TLS diz que dará descontos devido a alegação de escolas de pagarem o preço cheio. "Vamos gastar dinheiro, e não ganhar. Mas nos apaixonamos pelo país e queremos muito levar nosso negócio para lá", disse Amanda. A relação com o Brasil começou em abril de 2015, quando Kylee foi convidada a palestrar no Fórum da Liberdade, evento de viés liberal organizado em Porto Alegre. Desde então, recebeu dezenas de contatos interessados na incubadora, segundo Amanda, o mais avançados deles o do Rio. AULAS PARA A VÓ O nome Tomorrow's Lemonade Stand é uma alusão à iniciação de crianças ao mundo do dinheiro. É comum, nos Estados Unidos, que elas vendam suco em frente de casa para fazer um trocado. A incubadora ensina os miniempreendedores a serem mais arrojados, assumir riscos e planejar o negócio, ajuda-os nas estratégias de marketing e, por fim, faz com que saiam do papel. Uma das start-ups que a TLS incubou é de Ethan Schenker, 11, fundada no final de 2014. A Connect Plus 60 pretende ensinar avós e avôs (ou idosos, em geral) a usar a internet para se comunicar "com quem você ama", diz o slogan. Ethan fez uma vaquinha na família, arrecadou US$ 400 e já tem até cartão de visitas. Até agora, conseguiu dois clientes –a baixa adesão se dá, em sua avaliação, muito por conta da assiduidade questionável de seu público-alvo. O menino ficou contente em saber que sairia em um jornal brasileiro, porque duas de suas babás eram paulistas e ele sabia dizer "olá, tudo bem?" em português. Ethan também mora nos arredores de Washington. Na segunda-feira (22), o garoto e sua mãe acompanharam Kylee e Amanda em uma visita ao Google em Nova York. Depois do almoço, a turma, composta ainda por mais três crianças, visitou escritório da The Muse, empresa que ajuda jovens a encontrar empregos, mostrando oportunidades e bastidores das vagas aventadas. Em abril, a The Muse anunciou ter recebido investimento de US$ 10 milhões. A Folha acompanhou o encontro com as sócias-fundadoras Kathryn Minshew e Alexandra Cavoulacos. As crianças queriam saber se elas tinham ficado ricas com o investimento. As empreendedoras disseram que, "infelizmente", o dinheiro não caía em suas contas pessoais. Mas disseram que chegaram a perder dinheiro em empreitadas fracassadas anteriores. As empresárias incentivaram os aprendizes a cometer todos os erros possíveis agora, enquanto ainda não precisam pagar contas. Kylee é uma inspiração para as crianças, que a consideram "muito boa" e pronta para comandar equipes. A menina concorda, é desenvolta e demonstra gosto pelos holofotes. "Sou boa de negociar", disse. Por exemplo, conseguiu, após meses de tratativas, convencer a mãe a liberar lanches noturnos. Mesmo em relação a empreender, ela é taxativa. "Tenho mais o perfil de assumir riscos. Não acho que um ou outro arranhão pode me impedir de chegar mais rápido [ao meu objetivo]." Kylee terá de passar o bastão da TLS em um futuro próximo, porque ela mesma determinou que a incubadora se destina a empreendedores entre sete e 11 anos de idade. Ela diz não querer pensar nisso por ora e se orgulha de preservar o mais importante para o negócio ter sucesso: "o espírito de criança".
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Depois da Netflix, Microsoft também amplia direitos de licença-maternidade
Depois de a Netflix anunciar que vai oferecer um ano de licença para os seus empregados após o nascimento de um filho, a gigante da tecnologia Microsoft seguiu o exemplo e ampliará os benefícios parentais de seus funcionários nos Estados Unidos. A partir de 1º de novembro, a Microsoft pagará 100% do salário durante as 12 semanas de licença parental de seus funcionários, sejam homens ou mulheres, após a chegada de um filho. O anúncio foi publicado por Kathleen Hogan, vice-presidente da Microsoft encarregado de recursos humanos, em mensagem na página do grupo na internet. Com 60 mil funcionários nos EUA, a Microsoft já concedia 12 semanas de licença, mas até agora só as primeiras eram remuneradas. No caso das mães, a licença se soma às oito semanas de licença-maternidade que também são remuneradas em 100%. Esta decisão da Microsoft foi divulgada um dia depois de a Netflix anunciar que dará um ano de licença parental aos seus funcionários, sejam homens ou mulheres. A empresa, com sede na Califórnia, tem 2.000 funcionários e disse que a medida visa estimular a satisfação e a fidelização dos seus melhores talentos. "Queremos que nossos funcionários tenham a flexibilidade e a confiança para equilibrar as necessidades de suas famílias que crescem sem se preocupar com trabalho ou finanças", disse Tawni Cranz, da Netflix.
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Depois da Netflix, Microsoft também amplia direitos de licença-maternidadeDepois de a Netflix anunciar que vai oferecer um ano de licença para os seus empregados após o nascimento de um filho, a gigante da tecnologia Microsoft seguiu o exemplo e ampliará os benefícios parentais de seus funcionários nos Estados Unidos. A partir de 1º de novembro, a Microsoft pagará 100% do salário durante as 12 semanas de licença parental de seus funcionários, sejam homens ou mulheres, após a chegada de um filho. O anúncio foi publicado por Kathleen Hogan, vice-presidente da Microsoft encarregado de recursos humanos, em mensagem na página do grupo na internet. Com 60 mil funcionários nos EUA, a Microsoft já concedia 12 semanas de licença, mas até agora só as primeiras eram remuneradas. No caso das mães, a licença se soma às oito semanas de licença-maternidade que também são remuneradas em 100%. Esta decisão da Microsoft foi divulgada um dia depois de a Netflix anunciar que dará um ano de licença parental aos seus funcionários, sejam homens ou mulheres. A empresa, com sede na Califórnia, tem 2.000 funcionários e disse que a medida visa estimular a satisfação e a fidelização dos seus melhores talentos. "Queremos que nossos funcionários tenham a flexibilidade e a confiança para equilibrar as necessidades de suas famílias que crescem sem se preocupar com trabalho ou finanças", disse Tawni Cranz, da Netflix.
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Cachê de R$ 150 mil de Caetano Veloso é o mais caro da Virada Cultural 2015
Medalhão da Virada Cultural, que começa neste sábado (21) em São Paulo, o show de Caetano Veloso –no domingo (20), às 18h, para encerrar o evento no palco Júlio Prestes– custou R$ 150 mil à organização. Segundo a prefeitura, é o maior cachê do evento. O Monobloco fará o show de abertura da Virada, hoje, às 18h. O valor pago a Caetano é cinco vezes maior do que será pago ao trio Hermeto Pascoal, Arismar e Nenê –uma das atrações mais queridas pelos realizadores deste ano, como disse o curador José Mauro Gnaspini ao anunciar a programação da Virada. Eles receberão R$ 30 mil para o show no Theatro Municipal. . Virada Cultural toma ruas de SP com mais de 1.500 atrações; veja destaques Com orçamento de R$ 14 milhões, semelhante ao de 2014, o evento está pagando cachês no mesmo patamar –ou ligeiramente maiores– do que no ano passado. Boa parte das principais atrações ficou na casa dos R$ 30 mil. Por exemplo, o show da cantora de soul americana Martha Reeves & The Vandellas, que encerraria a programação no palco Júlio Prestes (assim como Caetano), foi contratada por R$ 123 mil, corrigidos pela inflação (a apresentação acabou cancelada após uma tempestade, e foi remarcada para novembro, no Ibirapuera). Outra atração internacional de 2014, o show da banda Uriah Heep saiu por R$ 134 mil, valor também ajustado de acordo com a inflação. SEM DÓLAR A ausência de grandes shows de artistas estrangeiros na Virada –os que virão, estarão nos festivais parceiros Experimenta Portugal e Cultura Inglesa– "foi uma opção, considerando o custo", disse à Folha o secretário de Cultura, Nabil Bonduki. "Para trazer um artista de fora, tem os custos de passagem, hospedagem, o cachê em dólar ou euro", afirma Bonduki. "Com o cachê de um estrangeiro fazemos a roda de choro inteira [130 músicos se revezando por 24 horas na praça do Patriarca]." O secretário defende os recursos destinados ao evento. "É complicado medir o público do evento, mas se considerarmos que será de um milhão, a Virada sai a R$ 14 por pessoa", comenta. "É muito difícil promover uma atividade cultural em ambiente fechado cobrando esse valor de ingresso, com esse custo-benefício." Bonduki diz trabalhar "com a perspectiva de reduzir o peso da Virada" no orçamento da pasta –em 2015, foi de 3%, de um total de R$ 410 milhões liberados pela administração. "A meta é fazer um movimento de ocupação do centro ao longo do ano inteiro, com menos ônus para a prefeitura", diz. O secretário cita como exemplos o Theatro Municipal, o Mês da Cultura Independente, com festas de rua, e a Mostra Internacional de Cinema. OUTROS LOCAIS Disse também que está dialogando com mais embaixadas –como o caso de Portugal, que organizou a programação do Ibirapuera na Virada– para estabelecer parcerias. Em 2015, a festa expandiu a programação para a periferia, com quatro palcos de funk. Por outro lado, encolheu o perímetro do centro, para evitar arrastões. Serão menos locais, que incluem vans ou atrações itinerantes: 48 em 2015 ante os 62 de 2014 Cai também o número de palcos: 16 agora, 17 em 2014 e 24 em 2013. O policiamento será reforçado na madrugada, com 54 bases da Polícia Militar instaladas nas rotas de circulação do evento (destacadas no mapa acima, em azul). MINHOCÃO A programação da Virada sofreu uma pequena reviravolta na noite de quinta (18), quando a programação no Minhocão foi cancelada por falta de segurança no local. As 11 atividades previstas migrarão para o entorno. Até a conclusão desta edição, a CET não havia informado se a via fecharia para carros às 15h do sábado, como o previsto para o evento, ou às 21h30, como ocorre tradicionalmente neste dia.
ilustrada
Cachê de R$ 150 mil de Caetano Veloso é o mais caro da Virada Cultural 2015Medalhão da Virada Cultural, que começa neste sábado (21) em São Paulo, o show de Caetano Veloso –no domingo (20), às 18h, para encerrar o evento no palco Júlio Prestes– custou R$ 150 mil à organização. Segundo a prefeitura, é o maior cachê do evento. O Monobloco fará o show de abertura da Virada, hoje, às 18h. O valor pago a Caetano é cinco vezes maior do que será pago ao trio Hermeto Pascoal, Arismar e Nenê –uma das atrações mais queridas pelos realizadores deste ano, como disse o curador José Mauro Gnaspini ao anunciar a programação da Virada. Eles receberão R$ 30 mil para o show no Theatro Municipal. . Virada Cultural toma ruas de SP com mais de 1.500 atrações; veja destaques Com orçamento de R$ 14 milhões, semelhante ao de 2014, o evento está pagando cachês no mesmo patamar –ou ligeiramente maiores– do que no ano passado. Boa parte das principais atrações ficou na casa dos R$ 30 mil. Por exemplo, o show da cantora de soul americana Martha Reeves & The Vandellas, que encerraria a programação no palco Júlio Prestes (assim como Caetano), foi contratada por R$ 123 mil, corrigidos pela inflação (a apresentação acabou cancelada após uma tempestade, e foi remarcada para novembro, no Ibirapuera). Outra atração internacional de 2014, o show da banda Uriah Heep saiu por R$ 134 mil, valor também ajustado de acordo com a inflação. SEM DÓLAR A ausência de grandes shows de artistas estrangeiros na Virada –os que virão, estarão nos festivais parceiros Experimenta Portugal e Cultura Inglesa– "foi uma opção, considerando o custo", disse à Folha o secretário de Cultura, Nabil Bonduki. "Para trazer um artista de fora, tem os custos de passagem, hospedagem, o cachê em dólar ou euro", afirma Bonduki. "Com o cachê de um estrangeiro fazemos a roda de choro inteira [130 músicos se revezando por 24 horas na praça do Patriarca]." O secretário defende os recursos destinados ao evento. "É complicado medir o público do evento, mas se considerarmos que será de um milhão, a Virada sai a R$ 14 por pessoa", comenta. "É muito difícil promover uma atividade cultural em ambiente fechado cobrando esse valor de ingresso, com esse custo-benefício." Bonduki diz trabalhar "com a perspectiva de reduzir o peso da Virada" no orçamento da pasta –em 2015, foi de 3%, de um total de R$ 410 milhões liberados pela administração. "A meta é fazer um movimento de ocupação do centro ao longo do ano inteiro, com menos ônus para a prefeitura", diz. O secretário cita como exemplos o Theatro Municipal, o Mês da Cultura Independente, com festas de rua, e a Mostra Internacional de Cinema. OUTROS LOCAIS Disse também que está dialogando com mais embaixadas –como o caso de Portugal, que organizou a programação do Ibirapuera na Virada– para estabelecer parcerias. Em 2015, a festa expandiu a programação para a periferia, com quatro palcos de funk. Por outro lado, encolheu o perímetro do centro, para evitar arrastões. Serão menos locais, que incluem vans ou atrações itinerantes: 48 em 2015 ante os 62 de 2014 Cai também o número de palcos: 16 agora, 17 em 2014 e 24 em 2013. O policiamento será reforçado na madrugada, com 54 bases da Polícia Militar instaladas nas rotas de circulação do evento (destacadas no mapa acima, em azul). MINHOCÃO A programação da Virada sofreu uma pequena reviravolta na noite de quinta (18), quando a programação no Minhocão foi cancelada por falta de segurança no local. As 11 atividades previstas migrarão para o entorno. Até a conclusão desta edição, a CET não havia informado se a via fecharia para carros às 15h do sábado, como o previsto para o evento, ou às 21h30, como ocorre tradicionalmente neste dia.
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'Pode ficar para meus bisnetos', diz morador sobre monotrilho atrasado
Os moradores da Cidade Tiradentes, no extremo leste de São Paulo, parecem anestesiados contra a falta de opções de transporte. Nesta sexta-feira (28), a notícia do congelamento do projeto de monotrilho parece não ter espantado ninguém por lá. O bairro seria a estação terminal da linha 15-prata, que sofre com atrasos e alterações, assim como a linha 17-ouro, na zona sul de SP. O governo Geraldo Alckmin (PSDB), como a Folha mostrou nesta quinta (27), decidiu congelar a construção de 17 de 36 estações dessas duas linhas de monotrilhos. "Quem sabe não fica para meus netos ou bisnetos. Não acredito que eu vá ver esse monotrilho", afirma a empregada doméstica Nelcina Souza, que todos os dias gasta mais de uma hora para chegar ao Belém, ainda na zona leste, onde trabalha. Cidade Tiradentes fica a 30 km do centro de São Paulo, ou ao menos 1h30 de ônibus. Segundo pesquisa DNA Paulistano de 2012, do Datafolha, só 6% da população tinha curso superior. À época, quase metade (43%) tinha renda familiar de até R$ 1.244 e nenhuma superava R$ 6.221. "Ouço tanta notícia de atraso que nem acredito mais que vá vir para cá", diz o vigilante noturno Lucas Leite, 21. "A população daqui é esquecida", completa. A ordem, agora, é direcionar a pressão no governador, segundo o líder comunitário Antônio Carlos Vieira, que enfrenta duas horas de transporte público para percorrer os 26 km que separam sua casa do escritório onde trabalha, na Vila Mariana (zona sul). "A população é oprimida, além de tudo, no seu desejo por transporte público. Precisamos de um transporte de massas, que é o sobre trilhos. A região não se desenvolve." Se um dia ficar pronto, o monotrilho ligará o bairro (por 26 km de trilhos) até a estação Vila Prudente do Metrô, ramal que atinge a avenida Paulista. "É tanta promessa que o governo faz e não cumpre que uma hora a gente para de acreditar. Mas depois eles vêm pedir voto aqui, quero ver quem vai dar", diz o ajudante Thiago Oliveira, 25. A difícil locomoção foi um dos fatores que fez a vendedora Juliana Pereira, 20, sair do bairro. Ela gastava uma hora e meia para chegar ao Tatuapé, também, na zona leste, onde trabalhava. Há um ano, Juliana mudou-se para Guaianases, próximo à estação de trem. "É muito melhor. Não dá para depender de ônibus." PARAISÓPOLIS A notícia do abandono (ao menos temporário) de quase metade das estações também provocou reação em Paraisópolis, bairro tema de novela e a segunda maior favela de SP. Gilson Rodrigues, presidente da Associação de Moradores de Paraisópolis, lembra de uma conversa recente com o próprio Alckmin. "Ele nos garantiu que, vencidos os problemas jurídicos, a obra avançaria. Tenho vídeo e foto do governador falando isso." "Estamos sendo isolados e sendo inibidos de outras oportunidades profissionais. Um morador da nossa região demora mais de três horas para ir e voltar ao centro todo dia. Esse tempo ele podia ficar com a sua família, frequentar um curso", disse. Emiliano Affonso, presidente da Aeamesp (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô), também criticou o adiamento das obras. "A paralisação de uma obra deste tipo compromete a eficiência do projeto, acarreta aumento de custos. E, no caso da linha 17-ouro, estranhamos esse congelamento porque já existe um compromisso do governador." Em nota, o governo disse que "reafirma o que disse durante reunião com moradores da comunidade de Paraisópolis". "O fato de o governo priorizar trechos que estão em obras não significa excluir o ramal que irá atender os moradores de Paraisópolis." Ainda na nota, o governo diz que a implantação desse trecho do monotrilho, na zona sul, depende de obras da prefeitura –que nega atrasos. Clique no infográfico: Linha 15-prata Clique no infográfico: Linha 17-ouro * Leia a seguir, a íntegra da nota do governo de SP: "O governador Geraldo Alckmin reafirma o que disse durante reunião com moradores da comunidade de Paraisópolis. As obras do monotrilho da linha 17-ouro (Morumbi - Aeroporto - Jabaquara) foram planejadas para serem construídas em três etapas. Neste momento, a construção do primeiro trecho segue em pleno curso com mais de 1.200 trabalhadores atuando nos canteiros. O fato do governo priorizar trechos que estão em obras não significa excluir o ramal que irá atender os moradores de Paraisópolis. O próximo trecho terá 6,4 km e contará com cinco estações (Panamby, Paraisópolis, Américo Maurano, Estádio do Morumbi e São Paulo-Morumbi). Nesse trecho, já foi concluído o projeto executivo para as obras civis, que envolvem a construção dos pilares, capitéis e vigas por onde trafegará o monotrilho. O Metrô também já publicou Decreto de Utilidade Pública (DUP) para a desapropriação de 51 imóveis necessários para as obras dessas cinco estações. A própria Folha de S. Paulo publicou matéria sobre o processo de desapropriação. Mais de 76% dos imóveis já foram desapropriados. Além disso, a Companhia já obteve a Licença Ambiental de Instalação (LAI) entre as estações Morumbi e Panamby e já deu andamento para requerer a LAI de Paraisópolis até São Paulo-Morumbi. A implantação desse segundo trecho depende principalmente da construção da avenida Perimetral (prolongamento da av. Hebe Camargo), de responsabilidade da prefeitura, para que o Metrô instale os pilares do monotrilho, além do desfecho de ações judiciais que estão em curso, envolvendo desapropriações na região do Panamby."
cotidiano
'Pode ficar para meus bisnetos', diz morador sobre monotrilho atrasadoOs moradores da Cidade Tiradentes, no extremo leste de São Paulo, parecem anestesiados contra a falta de opções de transporte. Nesta sexta-feira (28), a notícia do congelamento do projeto de monotrilho parece não ter espantado ninguém por lá. O bairro seria a estação terminal da linha 15-prata, que sofre com atrasos e alterações, assim como a linha 17-ouro, na zona sul de SP. O governo Geraldo Alckmin (PSDB), como a Folha mostrou nesta quinta (27), decidiu congelar a construção de 17 de 36 estações dessas duas linhas de monotrilhos. "Quem sabe não fica para meus netos ou bisnetos. Não acredito que eu vá ver esse monotrilho", afirma a empregada doméstica Nelcina Souza, que todos os dias gasta mais de uma hora para chegar ao Belém, ainda na zona leste, onde trabalha. Cidade Tiradentes fica a 30 km do centro de São Paulo, ou ao menos 1h30 de ônibus. Segundo pesquisa DNA Paulistano de 2012, do Datafolha, só 6% da população tinha curso superior. À época, quase metade (43%) tinha renda familiar de até R$ 1.244 e nenhuma superava R$ 6.221. "Ouço tanta notícia de atraso que nem acredito mais que vá vir para cá", diz o vigilante noturno Lucas Leite, 21. "A população daqui é esquecida", completa. A ordem, agora, é direcionar a pressão no governador, segundo o líder comunitário Antônio Carlos Vieira, que enfrenta duas horas de transporte público para percorrer os 26 km que separam sua casa do escritório onde trabalha, na Vila Mariana (zona sul). "A população é oprimida, além de tudo, no seu desejo por transporte público. Precisamos de um transporte de massas, que é o sobre trilhos. A região não se desenvolve." Se um dia ficar pronto, o monotrilho ligará o bairro (por 26 km de trilhos) até a estação Vila Prudente do Metrô, ramal que atinge a avenida Paulista. "É tanta promessa que o governo faz e não cumpre que uma hora a gente para de acreditar. Mas depois eles vêm pedir voto aqui, quero ver quem vai dar", diz o ajudante Thiago Oliveira, 25. A difícil locomoção foi um dos fatores que fez a vendedora Juliana Pereira, 20, sair do bairro. Ela gastava uma hora e meia para chegar ao Tatuapé, também, na zona leste, onde trabalhava. Há um ano, Juliana mudou-se para Guaianases, próximo à estação de trem. "É muito melhor. Não dá para depender de ônibus." PARAISÓPOLIS A notícia do abandono (ao menos temporário) de quase metade das estações também provocou reação em Paraisópolis, bairro tema de novela e a segunda maior favela de SP. Gilson Rodrigues, presidente da Associação de Moradores de Paraisópolis, lembra de uma conversa recente com o próprio Alckmin. "Ele nos garantiu que, vencidos os problemas jurídicos, a obra avançaria. Tenho vídeo e foto do governador falando isso." "Estamos sendo isolados e sendo inibidos de outras oportunidades profissionais. Um morador da nossa região demora mais de três horas para ir e voltar ao centro todo dia. Esse tempo ele podia ficar com a sua família, frequentar um curso", disse. Emiliano Affonso, presidente da Aeamesp (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô), também criticou o adiamento das obras. "A paralisação de uma obra deste tipo compromete a eficiência do projeto, acarreta aumento de custos. E, no caso da linha 17-ouro, estranhamos esse congelamento porque já existe um compromisso do governador." Em nota, o governo disse que "reafirma o que disse durante reunião com moradores da comunidade de Paraisópolis". "O fato de o governo priorizar trechos que estão em obras não significa excluir o ramal que irá atender os moradores de Paraisópolis." Ainda na nota, o governo diz que a implantação desse trecho do monotrilho, na zona sul, depende de obras da prefeitura –que nega atrasos. Clique no infográfico: Linha 15-prata Clique no infográfico: Linha 17-ouro * Leia a seguir, a íntegra da nota do governo de SP: "O governador Geraldo Alckmin reafirma o que disse durante reunião com moradores da comunidade de Paraisópolis. As obras do monotrilho da linha 17-ouro (Morumbi - Aeroporto - Jabaquara) foram planejadas para serem construídas em três etapas. Neste momento, a construção do primeiro trecho segue em pleno curso com mais de 1.200 trabalhadores atuando nos canteiros. O fato do governo priorizar trechos que estão em obras não significa excluir o ramal que irá atender os moradores de Paraisópolis. O próximo trecho terá 6,4 km e contará com cinco estações (Panamby, Paraisópolis, Américo Maurano, Estádio do Morumbi e São Paulo-Morumbi). Nesse trecho, já foi concluído o projeto executivo para as obras civis, que envolvem a construção dos pilares, capitéis e vigas por onde trafegará o monotrilho. O Metrô também já publicou Decreto de Utilidade Pública (DUP) para a desapropriação de 51 imóveis necessários para as obras dessas cinco estações. A própria Folha de S. Paulo publicou matéria sobre o processo de desapropriação. Mais de 76% dos imóveis já foram desapropriados. Além disso, a Companhia já obteve a Licença Ambiental de Instalação (LAI) entre as estações Morumbi e Panamby e já deu andamento para requerer a LAI de Paraisópolis até São Paulo-Morumbi. A implantação desse segundo trecho depende principalmente da construção da avenida Perimetral (prolongamento da av. Hebe Camargo), de responsabilidade da prefeitura, para que o Metrô instale os pilares do monotrilho, além do desfecho de ações judiciais que estão em curso, envolvendo desapropriações na região do Panamby."
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Mensageiro Sideral: Os planetas perdidos do Sistema Solar
Você já reparou como muitos dos sistemas planetários descobertos até agora têm vários planetas localizados em órbitas bem pequenas, bem menores que as da Terra? Pois bem. Agora uma dupla de astrônomos nos Estados Unidos está propondo que o Sistema ... Leia post completo no blog
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Mensageiro Sideral: Os planetas perdidos do Sistema SolarVocê já reparou como muitos dos sistemas planetários descobertos até agora têm vários planetas localizados em órbitas bem pequenas, bem menores que as da Terra? Pois bem. Agora uma dupla de astrônomos nos Estados Unidos está propondo que o Sistema ... Leia post completo no blog
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Projeto de lei antiterrorismo deve ser aprovado? Não
ESTHER SOLANO GALLEGO: CONSEQUÊNCIAS NEFASTAS O Estado Islâmico (EI) representa atualmente uma das ameaças mais iminentes à segurança internacional. Não só por sua brutal agressividade e pelo avanço para além dos territórios do Iraque e da Síria, aproveitando o desmantelamento de ambos. O EI é, sobretudo, uma ameaça pelo recrutamento diário de jovens cidadãos europeus e americanos, por intermédio das redes sociais, numa intensa atividade de proselitismo que não conhece fronteiras. A "jihad 2.0", um verdadeiro exército on-line do "CyberCalifado", que faz do terror sua propaganda e das decapitações e destruição do patrimônio cultural uma nova e pavorosa forma de marketing. Segundo informações da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), os tentáculos do EI chegaram ao Brasil, um país que lidera indignamente as estatísticas da segurança pública, mas que nunca se viu diante da ferocidade do terrorismo, pois aqui o inimigo sempre foi interno. O Brasil não tem uma lei antiterrorismo específica, o que dificulta o combate ao EI. Eis um fato. O fato seguinte é que esse tipo de legislação sempre é polêmica pelos elevados impactos que tem nos direitos básicos da população e o livre exercício de sua cidadania, além da ausência de uma definição internacional do conceito de terrorismo. São conhecidos os problemas das leis antiterroristas de vários países, como aumento da duração da detenção preventiva, acesso a dados de caráter pessoal e interceptações telefônicas sem mandado judicial, criação de tribunais militares de exceção ou detenção por tempo indefinido de estrangeiros. Alguns desses métodos duvidosos já estão incrustados nas práticas brasileiras. Em um país como Brasil, com grandes dificuldades de garantir o cumprimento dos princípios democráticos para muitos de seus cidadãos, o debate de uma lei antiterrorista deve ser levado a cabo com extremo cuidado e responsabilidade. É preciso ter claras as margens do Estado democrático de Direito e impedir que deixe ainda mais vulnerável uma população cotidianamente exposta a um sistema muitas vezes ineficaz e degradante. A política do medo e da neurose coletiva, o discurso do inimigo que desrespeita a liberdade em nome da segurança, a lei que se escreve com motivações político-partidárias ou eleitorais, nunca são iniciativas aconselháveis. Suas consequências podem ser nefastas. O projeto de lei nº 728/11, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), é uma proposta como muitas outras que foram votadas em diversos países desde o 11 de Setembro, nunca isentas de controvérsia, mas que, pelo bem de nossa frágil democracia, deveria ser discutida com ponderação e cautela, e não nas sombras do poder. Sinto uma grande preocupação ao escutar do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que não vê problemas na votação da lei ser feita com celeridade e sem envolver os diversos setores da população no debate. Para quem, como a grande maioria dos brasileiros, não confia na boa vontade do sistema e de seus representantes, as palavras de Cunha, são, mais uma vez, uma afronta à democracia. O Brasil precisa se proteger do terrorismo internacional nas suas mais variadas formas e, para isso, deve aprovar uma lei antiterror como a maioria dos países que se considera em risco? Provavelmente, sim. Mas um país em cujo território direitos humanos são aniquilados diariamente, cuja violência interna virou uma rotina selvagem diante de um Estado incapaz –quando não conivente–, deve aprovar essa lei às pressas, sem construir um debate? Definitivamente, não. ESTHER SOLANO GALLEGO, 31, doutora em ciências sociais, é professora de relações internacionais da Universidade Federal de São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Projeto de lei antiterrorismo deve ser aprovado? NãoESTHER SOLANO GALLEGO: CONSEQUÊNCIAS NEFASTAS O Estado Islâmico (EI) representa atualmente uma das ameaças mais iminentes à segurança internacional. Não só por sua brutal agressividade e pelo avanço para além dos territórios do Iraque e da Síria, aproveitando o desmantelamento de ambos. O EI é, sobretudo, uma ameaça pelo recrutamento diário de jovens cidadãos europeus e americanos, por intermédio das redes sociais, numa intensa atividade de proselitismo que não conhece fronteiras. A "jihad 2.0", um verdadeiro exército on-line do "CyberCalifado", que faz do terror sua propaganda e das decapitações e destruição do patrimônio cultural uma nova e pavorosa forma de marketing. Segundo informações da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), os tentáculos do EI chegaram ao Brasil, um país que lidera indignamente as estatísticas da segurança pública, mas que nunca se viu diante da ferocidade do terrorismo, pois aqui o inimigo sempre foi interno. O Brasil não tem uma lei antiterrorismo específica, o que dificulta o combate ao EI. Eis um fato. O fato seguinte é que esse tipo de legislação sempre é polêmica pelos elevados impactos que tem nos direitos básicos da população e o livre exercício de sua cidadania, além da ausência de uma definição internacional do conceito de terrorismo. São conhecidos os problemas das leis antiterroristas de vários países, como aumento da duração da detenção preventiva, acesso a dados de caráter pessoal e interceptações telefônicas sem mandado judicial, criação de tribunais militares de exceção ou detenção por tempo indefinido de estrangeiros. Alguns desses métodos duvidosos já estão incrustados nas práticas brasileiras. Em um país como Brasil, com grandes dificuldades de garantir o cumprimento dos princípios democráticos para muitos de seus cidadãos, o debate de uma lei antiterrorista deve ser levado a cabo com extremo cuidado e responsabilidade. É preciso ter claras as margens do Estado democrático de Direito e impedir que deixe ainda mais vulnerável uma população cotidianamente exposta a um sistema muitas vezes ineficaz e degradante. A política do medo e da neurose coletiva, o discurso do inimigo que desrespeita a liberdade em nome da segurança, a lei que se escreve com motivações político-partidárias ou eleitorais, nunca são iniciativas aconselháveis. Suas consequências podem ser nefastas. O projeto de lei nº 728/11, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), é uma proposta como muitas outras que foram votadas em diversos países desde o 11 de Setembro, nunca isentas de controvérsia, mas que, pelo bem de nossa frágil democracia, deveria ser discutida com ponderação e cautela, e não nas sombras do poder. Sinto uma grande preocupação ao escutar do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que não vê problemas na votação da lei ser feita com celeridade e sem envolver os diversos setores da população no debate. Para quem, como a grande maioria dos brasileiros, não confia na boa vontade do sistema e de seus representantes, as palavras de Cunha, são, mais uma vez, uma afronta à democracia. O Brasil precisa se proteger do terrorismo internacional nas suas mais variadas formas e, para isso, deve aprovar uma lei antiterror como a maioria dos países que se considera em risco? Provavelmente, sim. Mas um país em cujo território direitos humanos são aniquilados diariamente, cuja violência interna virou uma rotina selvagem diante de um Estado incapaz –quando não conivente–, deve aprovar essa lei às pressas, sem construir um debate? Definitivamente, não. ESTHER SOLANO GALLEGO, 31, doutora em ciências sociais, é professora de relações internacionais da Universidade Federal de São Paulo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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PT quer que Assembleia de SP apure suspeitas de fraudes no Rodoanel
Deputados de oposição ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) vão discutir nesta terça (31), na Assembleia Legislativa de São Paulo, ações para apurar possíveis fraudes em aditivos nas obras do Rodoanel Norte. Entre as medidas estão a convocação de autoridades para depor, representações no Ministério Público e até a criação de uma CPI. Como a Folha revelou nesta segunda (30), a Dersa, empresa de economia mista controlada pela gestão Alckmin, firmou um aditivo com a OAS com base somente em um relatório feito pela própria empreiteira. Tal aditivo aumentou em 290% os custos da terraplanagem no lote 2 do trecho norte do Rodoanel –de R$ 26 milhões para R$ 102 milhões. "Não é um erro pequeno [se tiver havido falha de projeto da Dersa]. É uma distorção enorme", disse o deputado Alencar Santana Braga (PT). "Além disso, o parecer ter sido feito pela empresa e nem sequer ter tido análise dos técnicos da Dersa é escandaloso. A Dersa não só contratou a OAS para fazer um dos lotes, ela terceirizou a gestão do contrato para a OAS", declarou o deputado, ao comentar a reportagem. Braga, que preside a Comissão de Infraestrutura da Assembleia, já havia apresentado no início deste mês um requerimento para que o presidente da Dersa, Laurence Casagrande, prestasse depoimento. O objetivo era esclarecer dúvidas sobre as desapropriações feitas para as obras do Rodoanel, que tiveram custo elevado e atrasaram. Agora, segundo o petista, o presidente da Dersa terá que explicar também quais foram as razões dos aditivos que encareceram os serviços de terraplanagem –o lote 2, da OAS, foi o que sofreu o maior aumento, mas todos os seis lotes do Rodoanel Norte tiveram reajustes de forma semelhante. O governo já admite que o Rodoanel Norte sairá, ao menos, 10% mais caro que o licitado (R$ 390 milhões a mais). O caso também é investigado pela Polícia Federal. Segundo Braga, a bancada do PT vai se reunir nesta terça para discutir a possibilidade de levar representações ao Ministério Público e de instaurar uma CPI na Casa. A CPI poderá ser necessária, ainda de acordo com Braga, porque as comissões, como a de Infraestrutura, não têm poder para convocar empresários e testemunhas que não sejam servidores públicos. OUTRO LADO A Dersa afirmou, em nota, que seus diretores nunca deixaram de atender aos convites dos deputados. A empresa informou também que tem pedido à PF e ao Ministério Público Federal para ver o inquérito, mas que as solicitações vêm sendo negadas por esses órgãos. Custo suspeito
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PT quer que Assembleia de SP apure suspeitas de fraudes no RodoanelDeputados de oposição ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) vão discutir nesta terça (31), na Assembleia Legislativa de São Paulo, ações para apurar possíveis fraudes em aditivos nas obras do Rodoanel Norte. Entre as medidas estão a convocação de autoridades para depor, representações no Ministério Público e até a criação de uma CPI. Como a Folha revelou nesta segunda (30), a Dersa, empresa de economia mista controlada pela gestão Alckmin, firmou um aditivo com a OAS com base somente em um relatório feito pela própria empreiteira. Tal aditivo aumentou em 290% os custos da terraplanagem no lote 2 do trecho norte do Rodoanel –de R$ 26 milhões para R$ 102 milhões. "Não é um erro pequeno [se tiver havido falha de projeto da Dersa]. É uma distorção enorme", disse o deputado Alencar Santana Braga (PT). "Além disso, o parecer ter sido feito pela empresa e nem sequer ter tido análise dos técnicos da Dersa é escandaloso. A Dersa não só contratou a OAS para fazer um dos lotes, ela terceirizou a gestão do contrato para a OAS", declarou o deputado, ao comentar a reportagem. Braga, que preside a Comissão de Infraestrutura da Assembleia, já havia apresentado no início deste mês um requerimento para que o presidente da Dersa, Laurence Casagrande, prestasse depoimento. O objetivo era esclarecer dúvidas sobre as desapropriações feitas para as obras do Rodoanel, que tiveram custo elevado e atrasaram. Agora, segundo o petista, o presidente da Dersa terá que explicar também quais foram as razões dos aditivos que encareceram os serviços de terraplanagem –o lote 2, da OAS, foi o que sofreu o maior aumento, mas todos os seis lotes do Rodoanel Norte tiveram reajustes de forma semelhante. O governo já admite que o Rodoanel Norte sairá, ao menos, 10% mais caro que o licitado (R$ 390 milhões a mais). O caso também é investigado pela Polícia Federal. Segundo Braga, a bancada do PT vai se reunir nesta terça para discutir a possibilidade de levar representações ao Ministério Público e de instaurar uma CPI na Casa. A CPI poderá ser necessária, ainda de acordo com Braga, porque as comissões, como a de Infraestrutura, não têm poder para convocar empresários e testemunhas que não sejam servidores públicos. OUTRO LADO A Dersa afirmou, em nota, que seus diretores nunca deixaram de atender aos convites dos deputados. A empresa informou também que tem pedido à PF e ao Ministério Público Federal para ver o inquérito, mas que as solicitações vêm sendo negadas por esses órgãos. Custo suspeito
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Advogado foi acusado de fazer caixa dois para o PT nos anos 90
Compadre do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o advogado Roberto Teixeira esteve no centro de uma polêmica envolvendo a cúpula do PT nos anos 90. Teixeira, que cedeu a Lula um imóvel em São Bernardo do Campo (SP) –onde o petista morou de graça de 1989 a 1997–, foi acusado na época de ajudar uma empresa a obter contratos com prefeituras administradas pelo PT. A Cpem, consultoria especializada na arrecadação de tributos, teria desviado parte dos valores recebidos pelos serviços prestados para financiar atividades do partido e de petistas, com a conivência de seus dirigentes –uma delas teria sido a Caravana da Cidadania, largada da campanha de Lula à Presidência em 1994. As acusações partiram do economista e fundador do PT Paulo de Tarso Venceslau, que acabou rompendo com a legenda em 1998. Teixeira sempre negou ter sido dono ou representante da empresa –um irmão dele, Dirceu, advogava para a Cpem–, mas admitiu ter dado auxílio eventual à consultoria. Já Lula disse à época que Venceslau "fala asneiras". O caso foi investigado por uma comissão interna do PT, que tinha entre seus membros o hoje ministro José Eduardo Cardozo (Justiça). O relatório final considerou Teixeira culpado, mas ele recorreu ao diretório nacional do PT e foi absolvido. O documento que o isentou foi assinado pelo ex-ministro José Dirceu, então presidente nacional da sigla, condenado no mensalão e atualmente preso por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
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Advogado foi acusado de fazer caixa dois para o PT nos anos 90Compadre do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o advogado Roberto Teixeira esteve no centro de uma polêmica envolvendo a cúpula do PT nos anos 90. Teixeira, que cedeu a Lula um imóvel em São Bernardo do Campo (SP) –onde o petista morou de graça de 1989 a 1997–, foi acusado na época de ajudar uma empresa a obter contratos com prefeituras administradas pelo PT. A Cpem, consultoria especializada na arrecadação de tributos, teria desviado parte dos valores recebidos pelos serviços prestados para financiar atividades do partido e de petistas, com a conivência de seus dirigentes –uma delas teria sido a Caravana da Cidadania, largada da campanha de Lula à Presidência em 1994. As acusações partiram do economista e fundador do PT Paulo de Tarso Venceslau, que acabou rompendo com a legenda em 1998. Teixeira sempre negou ter sido dono ou representante da empresa –um irmão dele, Dirceu, advogava para a Cpem–, mas admitiu ter dado auxílio eventual à consultoria. Já Lula disse à época que Venceslau "fala asneiras". O caso foi investigado por uma comissão interna do PT, que tinha entre seus membros o hoje ministro José Eduardo Cardozo (Justiça). O relatório final considerou Teixeira culpado, mas ele recorreu ao diretório nacional do PT e foi absolvido. O documento que o isentou foi assinado pelo ex-ministro José Dirceu, então presidente nacional da sigla, condenado no mensalão e atualmente preso por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
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Vereadores fazem sessão itinerante na subprefeitura de Pirituba e Jaraguá
Neste sábado (21), a terceira sessão do projeto "Câmara no Seu Bairro", cujo objetivo principal é estimular o diálogo entre vereadores e munícipes, foi à região de Pirituba e Jaraguá, na zona noroeste de São Paulo. O encontro durou cerca de três horas e reuniu aproximadamente 250 moradores no teatro do CEU (Centro de Educação Unificado) Pêra Marmelo, próximo à estação ferroviária da Vila Aurora. A proposta dos integrantes da Câmara Municipal é de atender as 32 subprefeituras da cidade de São Paulo até o final do ano, e, possivelmente, transformar parte das reivindicações dos moradores em projetos de lei. O primeiro plenário aconteceu no dia 7/03, no bairro do Campo Limpo, e, na semana seguinte, em São Miguel. Cerca de 20 vereadores compareceram e dividiram 45 minutos para discursar sobre assuntos de interesse local da região de Pirituba, Jaraguá, São Domingos e arredores. Cada um tinha, em média, quatro ou cinco minutos para falar. Em um segundo momento, foi a vez dos moradores: de 90 que se inscreveram, foram sorteados 30 munícipes para subirem no palanque e apresentarem suas contestações e pedidos. A maior reivindicação foi a descentralização da administração municipal, para que o gerenciamento público fique mais próximo aos subdistritos. Paralelamente, muitos pediram o fortalecimento do poder de atuação das subprefeituras e que elas abranjam áreas menores, para que bairros mais afastados, como Perus e Parada de Taipas, recebam maior atenção. De uma forma geral, os moradores pediram sintonia entre governo e população, além de levantarem questões de mobilidade urbana, segurança, transporte, cultura e lazer. Também, elogiaram a disposição dos vereadores, mas cobram por ações concretas. "O discurso é muito bonito, mas a realidade é diferente", disse Miguel Lima, morador do bairro. "Eles devem voltar no ano que vem, para ver o que foi feito e quais são as novas reivindicações". Nas próximas semanas, o projeto visitará os bairros das subprefeituras de Jaçanã/Tremembé (28/3), São Mateus (11/4) e Santana/Tucuruvi (18/04).
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Vereadores fazem sessão itinerante na subprefeitura de Pirituba e JaraguáNeste sábado (21), a terceira sessão do projeto "Câmara no Seu Bairro", cujo objetivo principal é estimular o diálogo entre vereadores e munícipes, foi à região de Pirituba e Jaraguá, na zona noroeste de São Paulo. O encontro durou cerca de três horas e reuniu aproximadamente 250 moradores no teatro do CEU (Centro de Educação Unificado) Pêra Marmelo, próximo à estação ferroviária da Vila Aurora. A proposta dos integrantes da Câmara Municipal é de atender as 32 subprefeituras da cidade de São Paulo até o final do ano, e, possivelmente, transformar parte das reivindicações dos moradores em projetos de lei. O primeiro plenário aconteceu no dia 7/03, no bairro do Campo Limpo, e, na semana seguinte, em São Miguel. Cerca de 20 vereadores compareceram e dividiram 45 minutos para discursar sobre assuntos de interesse local da região de Pirituba, Jaraguá, São Domingos e arredores. Cada um tinha, em média, quatro ou cinco minutos para falar. Em um segundo momento, foi a vez dos moradores: de 90 que se inscreveram, foram sorteados 30 munícipes para subirem no palanque e apresentarem suas contestações e pedidos. A maior reivindicação foi a descentralização da administração municipal, para que o gerenciamento público fique mais próximo aos subdistritos. Paralelamente, muitos pediram o fortalecimento do poder de atuação das subprefeituras e que elas abranjam áreas menores, para que bairros mais afastados, como Perus e Parada de Taipas, recebam maior atenção. De uma forma geral, os moradores pediram sintonia entre governo e população, além de levantarem questões de mobilidade urbana, segurança, transporte, cultura e lazer. Também, elogiaram a disposição dos vereadores, mas cobram por ações concretas. "O discurso é muito bonito, mas a realidade é diferente", disse Miguel Lima, morador do bairro. "Eles devem voltar no ano que vem, para ver o que foi feito e quais são as novas reivindicações". Nas próximas semanas, o projeto visitará os bairros das subprefeituras de Jaçanã/Tremembé (28/3), São Mateus (11/4) e Santana/Tucuruvi (18/04).
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Professor disparou contra atiradores para proteger alunos no Paquistão
"Mártir" e "cavalheiro" são alguns dos elogios póstumos a um professor de química, que nesta quarta-feira (20) protegeu seus alunos da universidade paquistanesa de Charsadda, abrindo fogo contra membros da milícia radical islâmica Taleban. Syed Hamid Husain, professor-assistente de química na universidade Bacha Khan de Charsadda, perto de Peshawar (noroeste), estava no edifício que foi tomado por militantes pela manhã. O ataque deixou 20 mortos. Segundo vários testemunhos, o docente atirou contra os agressores, dando tempo para que seus alunos fugissem, antes de ser morto. Um estudante de geologia, Zahoor Ahmed, contou à AFP como o professor os protegeu. "Corremos para fora, mas fomos advertidos pelo nosso professor de química, que nos aconselhou a voltar." "Ele tinha um revólver na mão. Eu vi uma bala atingi-lo, havia dois homens disparando em todas as direções", disse. "Dispararam diretamente", contou outro estudante, Muhammad Daud. Segundo ele, Syed Hamid Husain era "um verdadeiro cavalheiro e um respeitável professor". Um terceiro estudante relatou a uma rede de televisão que eles estavam na sala de aula quando ouviram os disparos. "Vimos três terroristas gritando 'Allah Akbar' (Alá é grande) e disparando em direção às escadas do nosso departamento", contou. "Um estudante se jogou pela janela e não o vimos levantar." O aluno também disse ter visto um professor com uma arma na mão, disparando contra os agressores. "Depois o vimos cair, e saímos correndo." O reitor do centro, Mamnoon Hussain, confirmou a morte do docente e transmitiu seus pêsames à família. 'UM MÁRTIR DA EDUCAÇÃO' Outros estudantes e professores também dispararam contra os agressores, disse à AFP um porta-voz dos serviços de socorro, Bilal Faizi, "razão pela qual não houve mais vítimas". No Twitter foram muitos os que prestaram homenagem ao professor, apresentado pelo jornalista e professor universitário Raza Ahmad Rumi como "um mártir da educação". No noroeste do Paquistão, depois do massacre perpetrado no final de 2014 em uma escola de Peshawar por militantes do Taleban, os professores têm direito de levar uma arma para sala de aula. Na ocasião, integrantes da milícia mataram a sangue frio, durante várias horas, cerca de 150 pessoas, na maioria alunos.
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Professor disparou contra atiradores para proteger alunos no Paquistão"Mártir" e "cavalheiro" são alguns dos elogios póstumos a um professor de química, que nesta quarta-feira (20) protegeu seus alunos da universidade paquistanesa de Charsadda, abrindo fogo contra membros da milícia radical islâmica Taleban. Syed Hamid Husain, professor-assistente de química na universidade Bacha Khan de Charsadda, perto de Peshawar (noroeste), estava no edifício que foi tomado por militantes pela manhã. O ataque deixou 20 mortos. Segundo vários testemunhos, o docente atirou contra os agressores, dando tempo para que seus alunos fugissem, antes de ser morto. Um estudante de geologia, Zahoor Ahmed, contou à AFP como o professor os protegeu. "Corremos para fora, mas fomos advertidos pelo nosso professor de química, que nos aconselhou a voltar." "Ele tinha um revólver na mão. Eu vi uma bala atingi-lo, havia dois homens disparando em todas as direções", disse. "Dispararam diretamente", contou outro estudante, Muhammad Daud. Segundo ele, Syed Hamid Husain era "um verdadeiro cavalheiro e um respeitável professor". Um terceiro estudante relatou a uma rede de televisão que eles estavam na sala de aula quando ouviram os disparos. "Vimos três terroristas gritando 'Allah Akbar' (Alá é grande) e disparando em direção às escadas do nosso departamento", contou. "Um estudante se jogou pela janela e não o vimos levantar." O aluno também disse ter visto um professor com uma arma na mão, disparando contra os agressores. "Depois o vimos cair, e saímos correndo." O reitor do centro, Mamnoon Hussain, confirmou a morte do docente e transmitiu seus pêsames à família. 'UM MÁRTIR DA EDUCAÇÃO' Outros estudantes e professores também dispararam contra os agressores, disse à AFP um porta-voz dos serviços de socorro, Bilal Faizi, "razão pela qual não houve mais vítimas". No Twitter foram muitos os que prestaram homenagem ao professor, apresentado pelo jornalista e professor universitário Raza Ahmad Rumi como "um mártir da educação". No noroeste do Paquistão, depois do massacre perpetrado no final de 2014 em uma escola de Peshawar por militantes do Taleban, os professores têm direito de levar uma arma para sala de aula. Na ocasião, integrantes da milícia mataram a sangue frio, durante várias horas, cerca de 150 pessoas, na maioria alunos.
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Do total de projetos de PPPs, só cerca de um terço teve contratos assinados
De cada 10 projetos de PPPs (parcerias público-privadas) que tiveram estudos de viabilidade lançados no país, menos de quatro chegaram à fase final de fechamento dos respectivos contratos. Desde 2004, quando entrou em vigor a lei que instituiu as PPPs, 192 estudos foram apresentados, segundo levantamento do escritório de direito Machado Meyer. Do total, 70 projetos (ou 35% deles) tiveram os contratos formalizados. Os números incluem iniciativas tomadas nas três esferas: federal, estadual e municipal. A grande distância ainda existente entre o total de projetos e a efetivação dos negócios pode ser explicada, em parte, pela fase de amadurecimento pela qual o modelo passa no país, na avaliação do advogado Lucas Sant'Anna, sócio do Machado Meyer. "Mesmo na Inglaterra e em outros mercados europeus que tiveram iniciativas de PPPs bem antes do Brasil, a curva de aprendizagem foi lenta no início", afirma. A melhoria da capacitação de servidores públicos que atuam com as parcerias deverá colaborar para dar mais agilidade, afirma Sant'Anna. Na esfera estadual, São Paulo lidera no número de PPPs já concretizadas. A Paraíba, por outro lado, chegou a incluir 15 iniciativas em seu programa, mas nenhuma delas saiu do papel até agora, ainda segundo o levantamento da banca. PPPs * Obstáculo para parcerias A consolidação das PPPs como alternativas para aportes em infraestrutura terá de superar entraves atuais, como o endividamento dos governos e até mesmo a elevação da taxa de juros. "Historicamente, os juros mais altos tendem a desestimular investimentos em infraestrutura pelas empresas, que podem procurar aplicações com uma taxa de retorno maior e risco menor", diz Ricardo Pagliari Levy, sócio do escritório Pinheiro Neto. "O momento é de entressafra nos modelos que dependem de participação [financeira] maior por parte dos governos", diz Renato Kloss, sócio do Siqueira Castro. Sem caixa, as administrações devem optar mais por concessões tradicionais, modelo que é anterior ao das PPPs, em que a remuneração do setor privado é feita integralmente por tarifas pagas pelos usuários dos serviços. Esse é o formato mais utilizado pelo governo federal, como nos casos de concessões de rodovias e aeroportos. * Crise do varejo faz feiras de SP perderem público em 2015 São Paulo perdeu 1% de visitantes de feiras comerciais ou encontros de associações, mesmo com aumento de 10% do número de eventos em 2015, mostra pesquisa da entidade que promove o turismo de negócios na cidade. Duas tendências explicam esses dados: diminuição dos valores de patrocínio e do tempo para viagens, afirma Toni Sando, presidente-executivo da Visite São Paulo. "Em tempos mais generosos, as empresas [de fora] mandavam cinco pessoas. Hoje enviam uma." As feiras para varejistas, como as de produtos de decoração, são mais afetadas do que encontros de associações, diz Abdala Jamil Abdala, da Francal, que organizou 14 eventos em 2015. "Os lojistas estão com pouco apetite para comprar", afirma. Os custos de uma viagem a São Paulo "afugentam o visitante eventual", diz ele. Para diminuir as despesas dos visitantes, ele contratou ônibus entre hotéis e os centros de exposição e tenta fechar acordos com as operadoras de turismo. O número de expositores não mudou em relação aos anos passados, diz Armando Campos Mello, da Ubrafe, a união das empresas promotoras de feiras. Mas as áreas de exposição encolheram. "Os espaços nas feiras são comprados com um ano de antecedência. Como os expositores precisam reduzir custos, fazem estandes menores", afirma Mello. turistas corporativos * Consumidor... A parcela de consumidores endividados na cidade de São Paulo passou de 53,3% em julho para 54,8% em agosto. No mesmo mês do ano passado, o indicador estava em 49,4%. ...no vermelho Os dados são da FecomercioSP. A pesquisa da entidade mostra ainda que 5,8% dos endividados dizem que não terão condições de pagar total ou parcialmente as contas no próximo mês. Toalha... O segmento de cama, mesa e banho do comércio atacadista de tecidos do Estado de São Paulo registrou retração de 11,5% nas vendas de agosto, na comparação com julho. ...encolhida Esse foi o segundo mês consecutivo de queda no setor. Em julho, o recuo havia ficado em 3,2%. Em junho, por sua vez, houve alta de 2,2% em decorrência do frio. Primeiro... Quase metade dos trabalhadores brasileiros teve seu primeiro emprego em uma empresa de pequeno porte, segundo pesquisa feita pelo Sebrae com cerca de mil pessoas em todo o Brasil. ...crachá Hoje, as micro e pequenas empresas são responsáveis por 52% do total de empregos com carteira assinada no país. A parcela equivale a cerca de 17 milhões de postos de trabalho. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e FELIPE GUTIERREZ
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Do total de projetos de PPPs, só cerca de um terço teve contratos assinadosDe cada 10 projetos de PPPs (parcerias público-privadas) que tiveram estudos de viabilidade lançados no país, menos de quatro chegaram à fase final de fechamento dos respectivos contratos. Desde 2004, quando entrou em vigor a lei que instituiu as PPPs, 192 estudos foram apresentados, segundo levantamento do escritório de direito Machado Meyer. Do total, 70 projetos (ou 35% deles) tiveram os contratos formalizados. Os números incluem iniciativas tomadas nas três esferas: federal, estadual e municipal. A grande distância ainda existente entre o total de projetos e a efetivação dos negócios pode ser explicada, em parte, pela fase de amadurecimento pela qual o modelo passa no país, na avaliação do advogado Lucas Sant'Anna, sócio do Machado Meyer. "Mesmo na Inglaterra e em outros mercados europeus que tiveram iniciativas de PPPs bem antes do Brasil, a curva de aprendizagem foi lenta no início", afirma. A melhoria da capacitação de servidores públicos que atuam com as parcerias deverá colaborar para dar mais agilidade, afirma Sant'Anna. Na esfera estadual, São Paulo lidera no número de PPPs já concretizadas. A Paraíba, por outro lado, chegou a incluir 15 iniciativas em seu programa, mas nenhuma delas saiu do papel até agora, ainda segundo o levantamento da banca. PPPs * Obstáculo para parcerias A consolidação das PPPs como alternativas para aportes em infraestrutura terá de superar entraves atuais, como o endividamento dos governos e até mesmo a elevação da taxa de juros. "Historicamente, os juros mais altos tendem a desestimular investimentos em infraestrutura pelas empresas, que podem procurar aplicações com uma taxa de retorno maior e risco menor", diz Ricardo Pagliari Levy, sócio do escritório Pinheiro Neto. "O momento é de entressafra nos modelos que dependem de participação [financeira] maior por parte dos governos", diz Renato Kloss, sócio do Siqueira Castro. Sem caixa, as administrações devem optar mais por concessões tradicionais, modelo que é anterior ao das PPPs, em que a remuneração do setor privado é feita integralmente por tarifas pagas pelos usuários dos serviços. Esse é o formato mais utilizado pelo governo federal, como nos casos de concessões de rodovias e aeroportos. * Crise do varejo faz feiras de SP perderem público em 2015 São Paulo perdeu 1% de visitantes de feiras comerciais ou encontros de associações, mesmo com aumento de 10% do número de eventos em 2015, mostra pesquisa da entidade que promove o turismo de negócios na cidade. Duas tendências explicam esses dados: diminuição dos valores de patrocínio e do tempo para viagens, afirma Toni Sando, presidente-executivo da Visite São Paulo. "Em tempos mais generosos, as empresas [de fora] mandavam cinco pessoas. Hoje enviam uma." As feiras para varejistas, como as de produtos de decoração, são mais afetadas do que encontros de associações, diz Abdala Jamil Abdala, da Francal, que organizou 14 eventos em 2015. "Os lojistas estão com pouco apetite para comprar", afirma. Os custos de uma viagem a São Paulo "afugentam o visitante eventual", diz ele. Para diminuir as despesas dos visitantes, ele contratou ônibus entre hotéis e os centros de exposição e tenta fechar acordos com as operadoras de turismo. O número de expositores não mudou em relação aos anos passados, diz Armando Campos Mello, da Ubrafe, a união das empresas promotoras de feiras. Mas as áreas de exposição encolheram. "Os espaços nas feiras são comprados com um ano de antecedência. Como os expositores precisam reduzir custos, fazem estandes menores", afirma Mello. turistas corporativos * Consumidor... A parcela de consumidores endividados na cidade de São Paulo passou de 53,3% em julho para 54,8% em agosto. No mesmo mês do ano passado, o indicador estava em 49,4%. ...no vermelho Os dados são da FecomercioSP. A pesquisa da entidade mostra ainda que 5,8% dos endividados dizem que não terão condições de pagar total ou parcialmente as contas no próximo mês. Toalha... O segmento de cama, mesa e banho do comércio atacadista de tecidos do Estado de São Paulo registrou retração de 11,5% nas vendas de agosto, na comparação com julho. ...encolhida Esse foi o segundo mês consecutivo de queda no setor. Em julho, o recuo havia ficado em 3,2%. Em junho, por sua vez, houve alta de 2,2% em decorrência do frio. Primeiro... Quase metade dos trabalhadores brasileiros teve seu primeiro emprego em uma empresa de pequeno porte, segundo pesquisa feita pelo Sebrae com cerca de mil pessoas em todo o Brasil. ...crachá Hoje, as micro e pequenas empresas são responsáveis por 52% do total de empregos com carteira assinada no país. A parcela equivale a cerca de 17 milhões de postos de trabalho. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e FELIPE GUTIERREZ
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O fotógrafo Caco Konzen é o próximo convidado do projeto #168horas
DE SÃO PAULO Gaúcho e recém-mudado para São Paulo, o fotógrafo Caco Konzen (@cacokonzen ) é quem posta no Instagram da sãopaulo pelas próximas #168horas. 1) Qual a sua relação com São Paulo? Eu sou geminiano e trabalho com comunicação: não tem como te dar uma respostas sucinta. No início, eu não gostava de São Paulo. Uma vez, fui na rua 25 de Março e perguntei o preço de uns óculos. "R$ 150", disse a vendedora. Nisso, eu gritei um palavrão. Ela respondeu, surpresa: "Você é brasileiro?! Te faço por R$ 15, então". Acho que essa história resume bem minha relação com a cidade: eu amo SP, ela que é meio estranha comigo. 2) Por que São Paulo merece ser retratada? São Paulo é barulhenta. Ela é imensamente plural. Eu vim de Lajeado, no interior do Rio Grande do Sul. Lá, se eu derrubasse minha carteira na rua, eu saberia o nome do cara que a roubou. Saberia até o nome da tia que estava na janela quando o cara a roubou. É tudo muito óbvio. São Paulo me parece inesperada, espontânea. 3) Qual o melhor lugar em SP para fotografar? Por quê? O metrô, por mais clichê que essa resposta pareça. Também ando encantado com o Ceagesp. Ultimamente, tenho tido muito interesse pelas comunidades: os japoneses, os portugueses, os quilombolas. A questão na cidade grande é ter tempo livre para se dedicar a esses interesses. 4) O que te motiva a fotografar? Meu início na fotografia foi muito pessoal. Ela me atraía à medida que tinha um retorno imediato. É mais fácil receber o carinho através da fotografia. Ela era uma nova fonte de linguagem para conversar com pessoas que eu não conseguiria conversar. Seja para me dizerem que o retrato é a coisa mais linda, seja para falarem que a foto é tão feia que lhes deu um glaucoma. 5) O que podemos esperar de você nas próximas 168 horas? Podem esperar o inesperado. Senão fica fácil: eu tiro uma foto do meu teclado e posto. Se eu não corresponder à expectativa, tudo bem. Vocês me dão mais 168 horas?
saopaulo
O fotógrafo Caco Konzen é o próximo convidado do projeto #168horasDE SÃO PAULO Gaúcho e recém-mudado para São Paulo, o fotógrafo Caco Konzen (@cacokonzen ) é quem posta no Instagram da sãopaulo pelas próximas #168horas. 1) Qual a sua relação com São Paulo? Eu sou geminiano e trabalho com comunicação: não tem como te dar uma respostas sucinta. No início, eu não gostava de São Paulo. Uma vez, fui na rua 25 de Março e perguntei o preço de uns óculos. "R$ 150", disse a vendedora. Nisso, eu gritei um palavrão. Ela respondeu, surpresa: "Você é brasileiro?! Te faço por R$ 15, então". Acho que essa história resume bem minha relação com a cidade: eu amo SP, ela que é meio estranha comigo. 2) Por que São Paulo merece ser retratada? São Paulo é barulhenta. Ela é imensamente plural. Eu vim de Lajeado, no interior do Rio Grande do Sul. Lá, se eu derrubasse minha carteira na rua, eu saberia o nome do cara que a roubou. Saberia até o nome da tia que estava na janela quando o cara a roubou. É tudo muito óbvio. São Paulo me parece inesperada, espontânea. 3) Qual o melhor lugar em SP para fotografar? Por quê? O metrô, por mais clichê que essa resposta pareça. Também ando encantado com o Ceagesp. Ultimamente, tenho tido muito interesse pelas comunidades: os japoneses, os portugueses, os quilombolas. A questão na cidade grande é ter tempo livre para se dedicar a esses interesses. 4) O que te motiva a fotografar? Meu início na fotografia foi muito pessoal. Ela me atraía à medida que tinha um retorno imediato. É mais fácil receber o carinho através da fotografia. Ela era uma nova fonte de linguagem para conversar com pessoas que eu não conseguiria conversar. Seja para me dizerem que o retrato é a coisa mais linda, seja para falarem que a foto é tão feia que lhes deu um glaucoma. 5) O que podemos esperar de você nas próximas 168 horas? Podem esperar o inesperado. Senão fica fácil: eu tiro uma foto do meu teclado e posto. Se eu não corresponder à expectativa, tudo bem. Vocês me dão mais 168 horas?
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Entrevista de presidente da Petrobras deixa claro o crime ocorrido, diz leitor
Corrupção Lendo a entrevista de Pedro Parente, percebe-se com mais clareza o tamanho do crime cometido contra esse patrimônio público brasileiro que é a Petrobras. Fôssemos um país mais sério, e toda a cadeia decisória (chegando aos chefes de governo, responsáveis últimos pela administração federal, da qual a empresa é parte) já estaria respondendo no mínimo por gestão temerária. Lamentável. ALEXANDRE EFFORI DE MELLO (Rio de Janeiro, RJ) * Esta Folha tem publicado cartas de leitores minimizando a influência de Lula e Dilma no combate à corrupção, sob a alegação da autonomia do Ministério Público, algo que é garantido pela Constituição. Em termos. Os missivistas não explicam por que não se vê tanta liberdade assim nos MPs estaduais –notadamente em São Paulo. E quanto ao "engavetador-geral" dos oito anos de FHC, o que dizer? SIDNEI JOSÉ DE BRITO (São Paulo, SP) * Como, segundo o articulista Vinicius Mota, os adeptos do "rouba, mas distribui" são minoritários, infelizmente vamos continuar com "rouba, mas faz", ou, pior que isso, acho que vamos continuar com o "rouba, mas não faz". Triste Brasil. LUIZ FERNANDO SCHMIDT (Goiânia, GO) * Nas décadas de 1980 e 1990, Ricardo Semler tinha a admiração de toda a minha geração, formada então por jovens em início de vida economicamente ativa. Essa admiração aumenta ainda mais nos dias atuais. Como sempre, Semler mantém sua posição com base em seus firmes princípios, ainda que suas convicções estejam na contramão de seus pares, sejam eles políticos ou empresários. O artigo da edição de domingo merece ser lido e relido. JOSÉ PAULO MORELLI, advogado (Jaú, SP) - Aposentadoria Sou a favor da aposentadoria com mais idade, mas haverá emprego para pessoas mais velhas? Digam onde existe emprego para pessoas acima de 50 anos! Como se aposentar acima dos 60, se não existe emprego para pessoas acima de 50? ANGELO MENEZES (Santos, SP) - Política econômica Mesmo considerada a explicação sobre as divergências metodológicas entre economistas tradicionais e economistas heterodoxos, o artigo "As razões da divergência" não esclarece se a política heterodoxa, apesar de todos os efeitos negativos que causou, contribuiu ou não para uma maior igualdade na distribuição de renda, mesmo à custa de sacrificar o crescimento da economia. Afinal, como os próprios autores esclarecem, a escolha entre crescimento e igualdade é uma questão de juízo de valor. ALEX STRUM, engenheiro (São Paulo, SP) - Terrorismo Parabéns à Folha pela publicação da reportagem de Patrícia Campos Mello. Afasta-se da parcialidade do jornalismo internacional, mostra o outro lado, ajuda a compreender o terrorismo e embasa a neutralidade que o Brasil deve manter nessa questão. Já temos problemas em demasia. Não temos que nos meter em situações criadas por outros. Eles que as resolvam. AFRANIO BORGES DE FREITAS (Ribeirão Preto, SP) - Venezuela É uma tristeza o que se está vendo na Venezuela. Outrora próspera, agora sua população tem que cruzar a fronteira com a Colômbia para comprar comida. Esse é o modelo que nossos fanáticos desejam implantar no Brasil? Que a ignorância da população não retorne à desgraça da qual estamos por ora liberados. RODRIGO D'EÇA NEVES (Florianópolis, SC) - Colunistas Excelente e muito bem escrita a coluna de Luiz Felipe Pondé. Seria ótimo se todos refletissem sobre ela. Quanta ilusão há neste poder de controlar as coisas. Parabéns, Pondé, e parabéns à Folha por ter um cronista tão bom. DULCE DE CASTRO MENEZES COSTA (São José dos Campos, SP) * Não pensei que um dia fosse elogiar uma coluna de Gregorio Duvivier. Mas o texto "O relacionamento aberto" é tão leve, bem escrito e pertinente que o coloco no mesmo nível de qualidade de outras colunas brilhantes da Folha, como costumam ser, respeitando suas características, as de Ruy Castro ou de Demétrio Magnoli, por exemplo. Onde se escondia este cronista sensível e apolítico? Tudo passa nesta vida. Ainda bem. EDGARD SOARES (São Paulo, SP) - Educação Deixa a desejar o artigo de Alexandre Schneider sobre as mazelas do ensino "oferecido" a nossas crianças marginalizadas. O texto não afirma de modo inequívoco que o ensino básico deve ser público, gratuito, em tempo integral, de qualidade e com professores bem pagos. O ensino básico não pode estar entregue a câmaras de vereadores. E que o autor se lembre da escola pública do tempo de seus avós. Esse é o exemplo a seguir. O resto é conversa pra boi (gordo) dormir, música aos ouvidos dos donos do ensino privado e lucrativo. LUIZ ANTONIO DE CASTRO SANTOS (Porto Seguro, BA) - Faróis nas rodovias Saí de São Paulo nesta segunda (18) pela manhã pela rodovia Raposo Tavares e não vi nenhuma sinalização que informasse ao motorista que deveria acender os faróis do veículo. Como a lei foi aprovada há pouco, o assunto deveria ser exaustivamente divulgado, com policiais nas estradas orientando os motoristas, mas não foi isso o que vi. Apenas começaram a multar. Está certo isso? GILBERTO ASSAD (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
paineldoleitor
Entrevista de presidente da Petrobras deixa claro o crime ocorrido, diz leitorCorrupção Lendo a entrevista de Pedro Parente, percebe-se com mais clareza o tamanho do crime cometido contra esse patrimônio público brasileiro que é a Petrobras. Fôssemos um país mais sério, e toda a cadeia decisória (chegando aos chefes de governo, responsáveis últimos pela administração federal, da qual a empresa é parte) já estaria respondendo no mínimo por gestão temerária. Lamentável. ALEXANDRE EFFORI DE MELLO (Rio de Janeiro, RJ) * Esta Folha tem publicado cartas de leitores minimizando a influência de Lula e Dilma no combate à corrupção, sob a alegação da autonomia do Ministério Público, algo que é garantido pela Constituição. Em termos. Os missivistas não explicam por que não se vê tanta liberdade assim nos MPs estaduais –notadamente em São Paulo. E quanto ao "engavetador-geral" dos oito anos de FHC, o que dizer? SIDNEI JOSÉ DE BRITO (São Paulo, SP) * Como, segundo o articulista Vinicius Mota, os adeptos do "rouba, mas distribui" são minoritários, infelizmente vamos continuar com "rouba, mas faz", ou, pior que isso, acho que vamos continuar com o "rouba, mas não faz". Triste Brasil. LUIZ FERNANDO SCHMIDT (Goiânia, GO) * Nas décadas de 1980 e 1990, Ricardo Semler tinha a admiração de toda a minha geração, formada então por jovens em início de vida economicamente ativa. Essa admiração aumenta ainda mais nos dias atuais. Como sempre, Semler mantém sua posição com base em seus firmes princípios, ainda que suas convicções estejam na contramão de seus pares, sejam eles políticos ou empresários. O artigo da edição de domingo merece ser lido e relido. JOSÉ PAULO MORELLI, advogado (Jaú, SP) - Aposentadoria Sou a favor da aposentadoria com mais idade, mas haverá emprego para pessoas mais velhas? Digam onde existe emprego para pessoas acima de 50 anos! Como se aposentar acima dos 60, se não existe emprego para pessoas acima de 50? ANGELO MENEZES (Santos, SP) - Política econômica Mesmo considerada a explicação sobre as divergências metodológicas entre economistas tradicionais e economistas heterodoxos, o artigo "As razões da divergência" não esclarece se a política heterodoxa, apesar de todos os efeitos negativos que causou, contribuiu ou não para uma maior igualdade na distribuição de renda, mesmo à custa de sacrificar o crescimento da economia. Afinal, como os próprios autores esclarecem, a escolha entre crescimento e igualdade é uma questão de juízo de valor. ALEX STRUM, engenheiro (São Paulo, SP) - Terrorismo Parabéns à Folha pela publicação da reportagem de Patrícia Campos Mello. Afasta-se da parcialidade do jornalismo internacional, mostra o outro lado, ajuda a compreender o terrorismo e embasa a neutralidade que o Brasil deve manter nessa questão. Já temos problemas em demasia. Não temos que nos meter em situações criadas por outros. Eles que as resolvam. AFRANIO BORGES DE FREITAS (Ribeirão Preto, SP) - Venezuela É uma tristeza o que se está vendo na Venezuela. Outrora próspera, agora sua população tem que cruzar a fronteira com a Colômbia para comprar comida. Esse é o modelo que nossos fanáticos desejam implantar no Brasil? Que a ignorância da população não retorne à desgraça da qual estamos por ora liberados. RODRIGO D'EÇA NEVES (Florianópolis, SC) - Colunistas Excelente e muito bem escrita a coluna de Luiz Felipe Pondé. Seria ótimo se todos refletissem sobre ela. Quanta ilusão há neste poder de controlar as coisas. Parabéns, Pondé, e parabéns à Folha por ter um cronista tão bom. DULCE DE CASTRO MENEZES COSTA (São José dos Campos, SP) * Não pensei que um dia fosse elogiar uma coluna de Gregorio Duvivier. Mas o texto "O relacionamento aberto" é tão leve, bem escrito e pertinente que o coloco no mesmo nível de qualidade de outras colunas brilhantes da Folha, como costumam ser, respeitando suas características, as de Ruy Castro ou de Demétrio Magnoli, por exemplo. Onde se escondia este cronista sensível e apolítico? Tudo passa nesta vida. Ainda bem. EDGARD SOARES (São Paulo, SP) - Educação Deixa a desejar o artigo de Alexandre Schneider sobre as mazelas do ensino "oferecido" a nossas crianças marginalizadas. O texto não afirma de modo inequívoco que o ensino básico deve ser público, gratuito, em tempo integral, de qualidade e com professores bem pagos. O ensino básico não pode estar entregue a câmaras de vereadores. E que o autor se lembre da escola pública do tempo de seus avós. Esse é o exemplo a seguir. O resto é conversa pra boi (gordo) dormir, música aos ouvidos dos donos do ensino privado e lucrativo. LUIZ ANTONIO DE CASTRO SANTOS (Porto Seguro, BA) - Faróis nas rodovias Saí de São Paulo nesta segunda (18) pela manhã pela rodovia Raposo Tavares e não vi nenhuma sinalização que informasse ao motorista que deveria acender os faróis do veículo. Como a lei foi aprovada há pouco, o assunto deveria ser exaustivamente divulgado, com policiais nas estradas orientando os motoristas, mas não foi isso o que vi. Apenas começaram a multar. Está certo isso? GILBERTO ASSAD (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Leitores criticam declaração de secretário da Justiça de São Paulo
Cada religião rejeita, demoniza e, quando pode, persegue as demais e os que contrariam as verdades que valem só para seus fiéis. Por outro lado, a liberdade de crítica à religião é constitutiva do mundo moderno, secularizado, princípios elementares que Aloisio de Toledo Cesar, o novo secretário da Justiça de Alckmin, parece desconhecer. O secretário rejeita o movimento "Eu sou Charlie" pela liberdade de expressão e assim se alinha ao papa Francisco, que apenas cumpre seu dever como chefe religioso na defesa de sua instituição. REGINALDO PRANDI, sociólogo (São Paulo, SP) * O novo secretário de Justiça de São Paulo resolveu atacar a liberdade de expressão e, para mostrar sua solidariedade aos muçulmanos, declarou "Eu também sou Maomé". Será que ele tem noção do que esse tipo de comparação representa para quem professa a religião islâmica? FRANCISCO MORENO CARVALHO (São Paulo, SP) * Os textos de Williams Gonçalves e Arlene Clemesha são um contraponto à presença dos "chiens de garde" da direita. Demétrio Magnoli e Reinaldo Azevedo não expressa o chamado pluralismo da Folha, mas, sim, um profundo desrespeito aos leitores ponderados do jornal. Ou a intenção é contemplar uma minoria de raivosos leitores de direita? CAIO N. DE TOLEDO (Campinas, SP) * Alguma coisa não se encaixa nos argumentos provindos de qualquer posição política ou perspectiva jornalística sobre o "Charlie Hebdo". Talvez essa falha decorra da difícil tarefa de dizer se somos mesmo culturamente "ocidentais". A impressão que fica é que queremos falar em nome de uma civilização que não nos vê como seus integrantes. É sintomático que a teoria social brasileira desapareça do cenário nesses momentos. Como se pudéssemos pensar com uma cabeça que nos teria sido emprestada. MARCELO SILVA SOUZA, professor (São Vicente, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores criticam declaração de secretário da Justiça de São PauloCada religião rejeita, demoniza e, quando pode, persegue as demais e os que contrariam as verdades que valem só para seus fiéis. Por outro lado, a liberdade de crítica à religião é constitutiva do mundo moderno, secularizado, princípios elementares que Aloisio de Toledo Cesar, o novo secretário da Justiça de Alckmin, parece desconhecer. O secretário rejeita o movimento "Eu sou Charlie" pela liberdade de expressão e assim se alinha ao papa Francisco, que apenas cumpre seu dever como chefe religioso na defesa de sua instituição. REGINALDO PRANDI, sociólogo (São Paulo, SP) * O novo secretário de Justiça de São Paulo resolveu atacar a liberdade de expressão e, para mostrar sua solidariedade aos muçulmanos, declarou "Eu também sou Maomé". Será que ele tem noção do que esse tipo de comparação representa para quem professa a religião islâmica? FRANCISCO MORENO CARVALHO (São Paulo, SP) * Os textos de Williams Gonçalves e Arlene Clemesha são um contraponto à presença dos "chiens de garde" da direita. Demétrio Magnoli e Reinaldo Azevedo não expressa o chamado pluralismo da Folha, mas, sim, um profundo desrespeito aos leitores ponderados do jornal. Ou a intenção é contemplar uma minoria de raivosos leitores de direita? CAIO N. DE TOLEDO (Campinas, SP) * Alguma coisa não se encaixa nos argumentos provindos de qualquer posição política ou perspectiva jornalística sobre o "Charlie Hebdo". Talvez essa falha decorra da difícil tarefa de dizer se somos mesmo culturamente "ocidentais". A impressão que fica é que queremos falar em nome de uma civilização que não nos vê como seus integrantes. É sintomático que a teoria social brasileira desapareça do cenário nesses momentos. Como se pudéssemos pensar com uma cabeça que nos teria sido emprestada. MARCELO SILVA SOUZA, professor (São Vicente, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Cidades usam drones para localizar criadouros do mosquito da dengue
Para tentar evitar uma nova epidemia de dengue, ao menos três prefeituras estão recorrendo a drones –veículos aéreos não tripulados. O objetivo é localizar áreas de risco de proliferação do mosquito transmissor da doença. Os equipamentos já estão em operação nas cidades paulistas de Santos e Limeira. A Prefeitura de Chapecó, em Santa Catarina, aguarda autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para utilizar o aparelho –a agência avalia caso a caso. A cada voo, uma câmera acoplada ao drone mapeia pontos de difícil acesso para os agentes de saúde, como caixas d'água de prédios altos, mata fechada ou imóveis abandonados, em busca de criadouros e de água parada. Veja vídeo Com as imagens como prova, as prefeituras conseguem pressionar, sob pena de multa, os proprietários que negam acesso aos agentes. Limeira decidiu recorrer ao drone para aplacar o avanço da doença. A cidade registrou 635 casos de dengue clássica em janeiro, quase tanto quanto os 700 registros de todo o ano passado. Há um caso de morte suspeita sob investigação, e, com a fila de casos ainda em análise, a cidade prevê chegar ao nível de epidemia ainda este mês. No sábado (31), quando o aparelho foi testado, a câmera flagrou caixas d'água de prédios com vazamentos de água e lajes com criadouros em potencial. A diária do aparelho, que é alugado, custa R$ 1.000. "Na guerra contra a dengue, você tem que usar todas as armas e incorporar a tecnologia que surgir", justifica o secretário da Saúde, Luiz Antônio da Silva. Em Santos, no primeiro voo do "caça-focos", na sexta-feira (30), foram flagrados possíveis criadouros em buracos da laje de um imóvel no centro. Também havia galões de tinta destampados. O proprietário deverá ser notificado a limpar o prédio. Nesta terça (3), a Folha acompanhou uma demonstração do drone em outro imóvel. Em poucos segundos, o equipamento emprestado, mas que é avaliado em cerca de R$ 8.000, já mostra, na tela do operador, cenas de criadouros em potencial, que antes poderiam demorar meses para serem detectados por agentes de saúde. Santos registrou sete casos de dengue no mês passado, e em 2014 acumulou 2.214 registros. "[Antes do drone] Ficávamos olhando e tentando ter ideia de que lá dentro poderia ter um foco. A gente ficava de mãos muito atadas", disse a coordenadora de Vigilância em Saúde de Santos, Ana Paula Valeiras. Em Chapecó, mesmo sem nenhum caso da doença desde 2014, a prefeitura quer se precaver e adotar a ajuda aérea, já que foram localizados 300 focos de larvas do mosquito só em janeiro. Veja imagens Veja vídeo
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Cidades usam drones para localizar criadouros do mosquito da denguePara tentar evitar uma nova epidemia de dengue, ao menos três prefeituras estão recorrendo a drones –veículos aéreos não tripulados. O objetivo é localizar áreas de risco de proliferação do mosquito transmissor da doença. Os equipamentos já estão em operação nas cidades paulistas de Santos e Limeira. A Prefeitura de Chapecó, em Santa Catarina, aguarda autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para utilizar o aparelho –a agência avalia caso a caso. A cada voo, uma câmera acoplada ao drone mapeia pontos de difícil acesso para os agentes de saúde, como caixas d'água de prédios altos, mata fechada ou imóveis abandonados, em busca de criadouros e de água parada. Veja vídeo Com as imagens como prova, as prefeituras conseguem pressionar, sob pena de multa, os proprietários que negam acesso aos agentes. Limeira decidiu recorrer ao drone para aplacar o avanço da doença. A cidade registrou 635 casos de dengue clássica em janeiro, quase tanto quanto os 700 registros de todo o ano passado. Há um caso de morte suspeita sob investigação, e, com a fila de casos ainda em análise, a cidade prevê chegar ao nível de epidemia ainda este mês. No sábado (31), quando o aparelho foi testado, a câmera flagrou caixas d'água de prédios com vazamentos de água e lajes com criadouros em potencial. A diária do aparelho, que é alugado, custa R$ 1.000. "Na guerra contra a dengue, você tem que usar todas as armas e incorporar a tecnologia que surgir", justifica o secretário da Saúde, Luiz Antônio da Silva. Em Santos, no primeiro voo do "caça-focos", na sexta-feira (30), foram flagrados possíveis criadouros em buracos da laje de um imóvel no centro. Também havia galões de tinta destampados. O proprietário deverá ser notificado a limpar o prédio. Nesta terça (3), a Folha acompanhou uma demonstração do drone em outro imóvel. Em poucos segundos, o equipamento emprestado, mas que é avaliado em cerca de R$ 8.000, já mostra, na tela do operador, cenas de criadouros em potencial, que antes poderiam demorar meses para serem detectados por agentes de saúde. Santos registrou sete casos de dengue no mês passado, e em 2014 acumulou 2.214 registros. "[Antes do drone] Ficávamos olhando e tentando ter ideia de que lá dentro poderia ter um foco. A gente ficava de mãos muito atadas", disse a coordenadora de Vigilância em Saúde de Santos, Ana Paula Valeiras. Em Chapecó, mesmo sem nenhum caso da doença desde 2014, a prefeitura quer se precaver e adotar a ajuda aérea, já que foram localizados 300 focos de larvas do mosquito só em janeiro. Veja imagens Veja vídeo
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Com ingresso a R$ 250, jogo da seleção em SP será despedida do país antes da Copa
Os torcedores vão prestigiar a última partida da seleção no Brasil antes da disputa do Mundial da Rússia. A CBF informou que falta vender um lote de cerca de 7.000 ingressos para a partida contra o Chile, no dia 10, em São Paulo. O adversário é o único que venceu o Brasil no torneio. A seleção lidera as eliminatórias e já está garantida para a Copa do Mundo de 2018. Depois do confronto em São Paulo, a seleção terá mais quatro partidas até Tite divulgar os nomes dos 23 convocados em maio. Todos os amistosos estão programados para a Europa. O primeiro será contra o Japão, em Lillie, na França, no próximo mês. O segundo será também em novembro. O adversário deve ser anunciado nos próximos dias. Em março, o time volta ao gramado. Jogará contra a Alemanha, em Berlim. O jogo será o primeiro entre as duas seleções após a goleada por 7 a 1, na Copa de 2014. Em seguida, a equipe fará um outro teste. O amistoso deverá ser contra a Rússia em um dos estádios do Mundial. Para comprar a entrada para a partida em São Paulo, o torcedor pode usar o site da CBF ou ir num dos pontos físicos –Estádio do Palmeiras, Itaquerão, Pacaembu, Morumbi e Vila Belmiro. O ingresso mais barato custa R$ 250. Já o mais caro sai por R$ 600. Nesta quinta (5), a equipe enfrenta a Bolívia, em La Paz. Para tentar minimizar o efeito da altitude de cerca de 3.600 metros acima do nível do mar, os jogadores só embarcarão para a capital boliviana na manhã do dia da partida. Tite definirá o time nesta terça (3) para o jogo em La Paz. Na segunda (2), Neymar deixou o treino pouco antes do final. No gramado da Granja Comary, ele sentiu duas entradas (uma de Paulinho e outra de Diego Tardelli). O treino contou apenas com 16 jogadores. O grupo estará completo no final da manhã desta terça.
esporte
Com ingresso a R$ 250, jogo da seleção em SP será despedida do país antes da CopaOs torcedores vão prestigiar a última partida da seleção no Brasil antes da disputa do Mundial da Rússia. A CBF informou que falta vender um lote de cerca de 7.000 ingressos para a partida contra o Chile, no dia 10, em São Paulo. O adversário é o único que venceu o Brasil no torneio. A seleção lidera as eliminatórias e já está garantida para a Copa do Mundo de 2018. Depois do confronto em São Paulo, a seleção terá mais quatro partidas até Tite divulgar os nomes dos 23 convocados em maio. Todos os amistosos estão programados para a Europa. O primeiro será contra o Japão, em Lillie, na França, no próximo mês. O segundo será também em novembro. O adversário deve ser anunciado nos próximos dias. Em março, o time volta ao gramado. Jogará contra a Alemanha, em Berlim. O jogo será o primeiro entre as duas seleções após a goleada por 7 a 1, na Copa de 2014. Em seguida, a equipe fará um outro teste. O amistoso deverá ser contra a Rússia em um dos estádios do Mundial. Para comprar a entrada para a partida em São Paulo, o torcedor pode usar o site da CBF ou ir num dos pontos físicos –Estádio do Palmeiras, Itaquerão, Pacaembu, Morumbi e Vila Belmiro. O ingresso mais barato custa R$ 250. Já o mais caro sai por R$ 600. Nesta quinta (5), a equipe enfrenta a Bolívia, em La Paz. Para tentar minimizar o efeito da altitude de cerca de 3.600 metros acima do nível do mar, os jogadores só embarcarão para a capital boliviana na manhã do dia da partida. Tite definirá o time nesta terça (3) para o jogo em La Paz. Na segunda (2), Neymar deixou o treino pouco antes do final. No gramado da Granja Comary, ele sentiu duas entradas (uma de Paulinho e outra de Diego Tardelli). O treino contou apenas com 16 jogadores. O grupo estará completo no final da manhã desta terça.
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Nojo grande, política pequena
Ainda não é possível estimar o nível e as consequências da desmoralização de PT e PSDB, se por mais não fosse porque seus governos principais começam a se esboroar apenas agora. Ou melhor, seus escombros apenas começam a cair na cabeça da pessoa comum das ruas. Apesar da desordem que a falta d'água e luz pode causar, a catástrofe é incerta. Mesmo racionamentos duros podem causar raiva cotidiana difusa, mas não explosiva. Parte de seus efeitos talvez apareça de modo indireto, como economia ainda mais lerda, em vez de colapso generalizado e agudo. No apagão de 2001, não houve breu. A crise se traduziu em perdas de pontos do PIB (quatro ou cinco, em dois anos), desgraça que, porém, não afeta todos e quaisquer de modo concreto, cotidiano e revoltante. Pelo menos ainda não há colapso socioeconômico, apesar da administração econômica ruinosa dos últimos quatro anos. Ao contrário. Os colchões sociais criados nos anos petistas existem como nunca antes neste país. O desemprego aumentará em 2015, mas a taxa ainda estaria entre as quatro mais baixas em vinte anos ou mais. Nos fatos nus, não há crise aí, por mais que o relativo conforto no mundo do trabalho derive de gastos e políticas que se esgotaram, estouraram as contas públicas e produziram um equilíbrio ruim. Isto é, o crescimento do número de trabalhadores tem sido pequeno, nulo nas metrópoles, e se dá cada vez mais por ocupações de baixa produtividade e salários. Programas bancados por meio de dívida pública contribuíram para manter baixo o desemprego. Por exemplo, subsídios para empresas (juro quase zero) e gastos tributários ("desonerações"). Aumento rápido de gastos sociais e salários, em especial do mínimo (tais aumentos permitiram que um mais integrantes das famílias se retirassem do mercado de trabalho). Aumento do crédito via bancos públicos. Protecionismo. A injeção de doses extras desses anabolizantes causaria danos colaterais críticos e imediatos. Até Dilma Rousseff percebeu. A renda das famílias cresceu mesmo em 2014 mais que a economia. Mas o ritmo das melhorias tende a zero desde o ano passado. Virá a segunda fase da recessão, com o "ajuste". O Petrolão nem estourou de vez. Os estelionatos dos governos federal e paulista, além da corrupção ciclópica, causam escárnio, cinismo ou nojo deprimido entre elites diversas, petistas, tucanas, neutras ou indiferentes a partidos. Mas nada sabemos como o grosso do povo ou os centros nervosos e neuróticos do país (como São Paulo) vão reagir à primeira crise socioeconômica duradoura dos anos petistas, de resto simultânea a um pico alto de desfaçatez dos governantes e à degradação íntima da vida cotidiana. De resto, apesar dos colchões sociais, as expectativas de melhorias foram infladas neste século, por melhoras reais e promessas exageradas e ignorantes. Nem sabemos o que fazer da provável revolta, maior ou menor. Não temos Syriza, Podemos ou mesmo neofascistas, alternativas europeias que brotaram de uma crise que ainda não vivemos. Afora PT e PSDB, em putrefação, há PMDBs e nenhum movimento social ou político grande ou em formação para captar e dar forma à onda de indignações.
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Nojo grande, política pequenaAinda não é possível estimar o nível e as consequências da desmoralização de PT e PSDB, se por mais não fosse porque seus governos principais começam a se esboroar apenas agora. Ou melhor, seus escombros apenas começam a cair na cabeça da pessoa comum das ruas. Apesar da desordem que a falta d'água e luz pode causar, a catástrofe é incerta. Mesmo racionamentos duros podem causar raiva cotidiana difusa, mas não explosiva. Parte de seus efeitos talvez apareça de modo indireto, como economia ainda mais lerda, em vez de colapso generalizado e agudo. No apagão de 2001, não houve breu. A crise se traduziu em perdas de pontos do PIB (quatro ou cinco, em dois anos), desgraça que, porém, não afeta todos e quaisquer de modo concreto, cotidiano e revoltante. Pelo menos ainda não há colapso socioeconômico, apesar da administração econômica ruinosa dos últimos quatro anos. Ao contrário. Os colchões sociais criados nos anos petistas existem como nunca antes neste país. O desemprego aumentará em 2015, mas a taxa ainda estaria entre as quatro mais baixas em vinte anos ou mais. Nos fatos nus, não há crise aí, por mais que o relativo conforto no mundo do trabalho derive de gastos e políticas que se esgotaram, estouraram as contas públicas e produziram um equilíbrio ruim. Isto é, o crescimento do número de trabalhadores tem sido pequeno, nulo nas metrópoles, e se dá cada vez mais por ocupações de baixa produtividade e salários. Programas bancados por meio de dívida pública contribuíram para manter baixo o desemprego. Por exemplo, subsídios para empresas (juro quase zero) e gastos tributários ("desonerações"). Aumento rápido de gastos sociais e salários, em especial do mínimo (tais aumentos permitiram que um mais integrantes das famílias se retirassem do mercado de trabalho). Aumento do crédito via bancos públicos. Protecionismo. A injeção de doses extras desses anabolizantes causaria danos colaterais críticos e imediatos. Até Dilma Rousseff percebeu. A renda das famílias cresceu mesmo em 2014 mais que a economia. Mas o ritmo das melhorias tende a zero desde o ano passado. Virá a segunda fase da recessão, com o "ajuste". O Petrolão nem estourou de vez. Os estelionatos dos governos federal e paulista, além da corrupção ciclópica, causam escárnio, cinismo ou nojo deprimido entre elites diversas, petistas, tucanas, neutras ou indiferentes a partidos. Mas nada sabemos como o grosso do povo ou os centros nervosos e neuróticos do país (como São Paulo) vão reagir à primeira crise socioeconômica duradoura dos anos petistas, de resto simultânea a um pico alto de desfaçatez dos governantes e à degradação íntima da vida cotidiana. De resto, apesar dos colchões sociais, as expectativas de melhorias foram infladas neste século, por melhoras reais e promessas exageradas e ignorantes. Nem sabemos o que fazer da provável revolta, maior ou menor. Não temos Syriza, Podemos ou mesmo neofascistas, alternativas europeias que brotaram de uma crise que ainda não vivemos. Afora PT e PSDB, em putrefação, há PMDBs e nenhum movimento social ou político grande ou em formação para captar e dar forma à onda de indignações.
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Lotado, alojamento precário da UFRJ tem até infestação de rato
"Olha, se eu soubesse que estaria nesta situação, talvez não tivesse vindo." O arrependimento é do brasiliense Italo Ferreira, 23, aluno de farmácia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ele é um dos mais de cem alunos da UFRJ que moram de modo precário no alojamento da universidade e sem autorização. É um "agregado", como os alunos chamam pessoas nessa situação. A UFRJ desconhece o número de moradores no alojamento, mas admite que a oferta de vagas não acompanha a quantidade de pessoas que se encaixam no perfil de auxílio moradia –cerca de 1.450 alunos. Atualmente, há 250 quartos com capacidade para uma pessoa. Um levantamento feito em 2014 pelos próprios moradores do alojamento apontou que havia 300 universitários, sendo 110 "oficiais" e 190 "agregados". Além de cheio, o edifício tem problemas de infraestrutura, como quartos sem porta, banheiros sem privada, infiltrações e, recentemente, uma infestação de ratos. Veja fotos A lotação se agravou nos últimos anos com o processo de expansão universitária e a adoção do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que facilita a inscrição de estudantes de outros Estados. Em 2010, os alunos de fora representavam 1% do corpo discente da graduação; hoje, são 22% dos 46.372. Italo é um dos mais recentes moradores do alojamento. Há menos de um mês, divide um quarto com dois amigos, também "agregados". Em 2014, ele chegou do Rio para cursar farmácia. No primeiro ano, recebeu uma bolsa de um ano de duração destinada a cotistas no valor de R$ 400. Usava R$ 350 para pagar o aluguel de um quarto perto da faculdade.Sem a bolsa em janeiro, ele bateu na porta do alojamento. No momento, Italo vive do dinheiro que sua mãe, funcionária de limpeza na rodoviária de Brasília, manda. Ela ganha um salário mínimo. "Ás vezes são R$ 50, às vezes, R$ 100", diz. "Quando você tem uma bolsa e ela acaba, você tem que esperar para tentar outra. Nesse intervalo, a gente fica sem ter como pagar moradia. Fica na rua mesmo", diz Hércules Pereira, 21, outro agregado. O ingresso no alojamento é decidido a cada semana em uma assembleia de moradores. Os alunos que querem ser agregados se apresentam e são acolhidos por quem tiver espaço no quarto. "Nós funcionamos como uma ocupação de fato. Nas assembleias, moradores e ocupantes têm a mesma voz", diz Nayara Diniz, 24, estudante de Serviço Social.
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Lotado, alojamento precário da UFRJ tem até infestação de rato"Olha, se eu soubesse que estaria nesta situação, talvez não tivesse vindo." O arrependimento é do brasiliense Italo Ferreira, 23, aluno de farmácia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ele é um dos mais de cem alunos da UFRJ que moram de modo precário no alojamento da universidade e sem autorização. É um "agregado", como os alunos chamam pessoas nessa situação. A UFRJ desconhece o número de moradores no alojamento, mas admite que a oferta de vagas não acompanha a quantidade de pessoas que se encaixam no perfil de auxílio moradia –cerca de 1.450 alunos. Atualmente, há 250 quartos com capacidade para uma pessoa. Um levantamento feito em 2014 pelos próprios moradores do alojamento apontou que havia 300 universitários, sendo 110 "oficiais" e 190 "agregados". Além de cheio, o edifício tem problemas de infraestrutura, como quartos sem porta, banheiros sem privada, infiltrações e, recentemente, uma infestação de ratos. Veja fotos A lotação se agravou nos últimos anos com o processo de expansão universitária e a adoção do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que facilita a inscrição de estudantes de outros Estados. Em 2010, os alunos de fora representavam 1% do corpo discente da graduação; hoje, são 22% dos 46.372. Italo é um dos mais recentes moradores do alojamento. Há menos de um mês, divide um quarto com dois amigos, também "agregados". Em 2014, ele chegou do Rio para cursar farmácia. No primeiro ano, recebeu uma bolsa de um ano de duração destinada a cotistas no valor de R$ 400. Usava R$ 350 para pagar o aluguel de um quarto perto da faculdade.Sem a bolsa em janeiro, ele bateu na porta do alojamento. No momento, Italo vive do dinheiro que sua mãe, funcionária de limpeza na rodoviária de Brasília, manda. Ela ganha um salário mínimo. "Ás vezes são R$ 50, às vezes, R$ 100", diz. "Quando você tem uma bolsa e ela acaba, você tem que esperar para tentar outra. Nesse intervalo, a gente fica sem ter como pagar moradia. Fica na rua mesmo", diz Hércules Pereira, 21, outro agregado. O ingresso no alojamento é decidido a cada semana em uma assembleia de moradores. Os alunos que querem ser agregados se apresentam e são acolhidos por quem tiver espaço no quarto. "Nós funcionamos como uma ocupação de fato. Nas assembleias, moradores e ocupantes têm a mesma voz", diz Nayara Diniz, 24, estudante de Serviço Social.
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Despedida de Alex é festa completa e mais de R$ 600 mil de renda
A despedida do meia Alex, 37, com a camisa do Palmeiras, levou o torcedor alviverde de volta aos áureos tempos de 1999, quando o clube alviverde conquistou a Copa Libertadores. Neste sábado (28), um combinado com os campeões continentais daquele ano, turbinado por ídolos como Edmundo e Ademir da Guia, enfrentou um time formado por ex-companheiros de Alex de suas passagens por Cruzeiro, Fenerbahce (TUR), Coritiba, Flamengo e seleção brasileira, no novo estádio do clube. O jogo foi levado a sério, com o Palmeiras de 1999, comandado por Felipão, o treinador naquela época, sofrendo para fazer frente ao seu adversário, que teve Zico como comandante. Alex, que se aposentou no ano passado, com a camisa do Coritiba, no Campeonato Brasileiro, foi o maior destaque da partida, com dois gols, lançamentos e jogadas de efeito. Edmundo, 43, Evair, 50, e Ademir da Guia, 72, cobrando pênalti, marcaram para o time da casa e garantiram a vitória e a festa. Apesar de ser apenas um amistoso, mais de 12 mil pessoas estiveram no estádio, gerando uma renda de R$ 660 mil para os cofres do clube. A arrecadação deste jogo, disputado às 21h de um sábado, é muito superior às de diversas partidas do Campeonato Paulista. Até a 12ª rodada desta edição do Estadual, segundo reportagem desta Folha, 49 partidas não arrecadaram com venda de ingressos o suficiente para arcar com os custos operacionais de realização. Pelo time dos amigos, o turco Tuncay, 33, foi o melhor em campo, formando dupla de ataque com o colombiano Aristzabal, 43, ex-Cruzeiro. Tuncay ainda atua profissionalmente, pelo Umm Salal, do Qatar. O Palmeiras saiu atrás, com dois gols de Tuncay. Mas, jogando com seriedade, foi buscar o empate com dois gols de Alex, ainda na primeira etapa. Ao fim da primeira etapa, de pênalti, Aristzabal colocou os Amigos em vantagem. Na segunda etapa, com Edmundo e Euller, 44, em campo, o Palmeiras virou. Evair empatou após passe de Edmundo. Depois, Evair retribuiu a gentileza e lançou para Edmundo driblar o goleiro Fábio Costa, 43, e fazer 4 a 3. Para selar a vitória, que emocionou muitos torcedores, Ademir da Guia, ídolo maior da história do clube, bateu pênalti sofrido por Evair com firmeza, no meio do gol, para fazer o quinto gol alviverde. FESTA Para o palmeirense, a partida foi um desfile histórico de alguns dos seus maiores ídolos e de figuras emblemáticas da história. Marcos, 41, Júnior Baiano, 45, Oséas, 43, Paulo Nunes, 41, Júnior, 41, Zinho, 47, e Galeano, 43, aniversariante da noite, trocaram passes como se ainda estivessem em atividade, mantendo inclusive o desenho tático e as jogadas daquela época. Pelos Amigos de Alex, também havia ex-jogadores do Palmeiras em campo. O zagueiro Leonardo, 38, que jogou no clube em 2002, o atacante Denilson, 37, de 2008, e o meia Djalminha, 44, camisa 10 entre 1996 e 1997, também atuaram no jogo. Algumas ausências, porém, foram sentidas. Do Palmeiras campeão de 1999, Arce, 43, técnico do Olimpia (PAR), por exemplo, não esteve em campo, assim como o capitão do título, César Sampaio, 46. Nos Amigos, o meia Rivaldo, 42, presidente do Mogi Mirim, confirmou presença, mas não apareceu.
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Despedida de Alex é festa completa e mais de R$ 600 mil de rendaA despedida do meia Alex, 37, com a camisa do Palmeiras, levou o torcedor alviverde de volta aos áureos tempos de 1999, quando o clube alviverde conquistou a Copa Libertadores. Neste sábado (28), um combinado com os campeões continentais daquele ano, turbinado por ídolos como Edmundo e Ademir da Guia, enfrentou um time formado por ex-companheiros de Alex de suas passagens por Cruzeiro, Fenerbahce (TUR), Coritiba, Flamengo e seleção brasileira, no novo estádio do clube. O jogo foi levado a sério, com o Palmeiras de 1999, comandado por Felipão, o treinador naquela época, sofrendo para fazer frente ao seu adversário, que teve Zico como comandante. Alex, que se aposentou no ano passado, com a camisa do Coritiba, no Campeonato Brasileiro, foi o maior destaque da partida, com dois gols, lançamentos e jogadas de efeito. Edmundo, 43, Evair, 50, e Ademir da Guia, 72, cobrando pênalti, marcaram para o time da casa e garantiram a vitória e a festa. Apesar de ser apenas um amistoso, mais de 12 mil pessoas estiveram no estádio, gerando uma renda de R$ 660 mil para os cofres do clube. A arrecadação deste jogo, disputado às 21h de um sábado, é muito superior às de diversas partidas do Campeonato Paulista. Até a 12ª rodada desta edição do Estadual, segundo reportagem desta Folha, 49 partidas não arrecadaram com venda de ingressos o suficiente para arcar com os custos operacionais de realização. Pelo time dos amigos, o turco Tuncay, 33, foi o melhor em campo, formando dupla de ataque com o colombiano Aristzabal, 43, ex-Cruzeiro. Tuncay ainda atua profissionalmente, pelo Umm Salal, do Qatar. O Palmeiras saiu atrás, com dois gols de Tuncay. Mas, jogando com seriedade, foi buscar o empate com dois gols de Alex, ainda na primeira etapa. Ao fim da primeira etapa, de pênalti, Aristzabal colocou os Amigos em vantagem. Na segunda etapa, com Edmundo e Euller, 44, em campo, o Palmeiras virou. Evair empatou após passe de Edmundo. Depois, Evair retribuiu a gentileza e lançou para Edmundo driblar o goleiro Fábio Costa, 43, e fazer 4 a 3. Para selar a vitória, que emocionou muitos torcedores, Ademir da Guia, ídolo maior da história do clube, bateu pênalti sofrido por Evair com firmeza, no meio do gol, para fazer o quinto gol alviverde. FESTA Para o palmeirense, a partida foi um desfile histórico de alguns dos seus maiores ídolos e de figuras emblemáticas da história. Marcos, 41, Júnior Baiano, 45, Oséas, 43, Paulo Nunes, 41, Júnior, 41, Zinho, 47, e Galeano, 43, aniversariante da noite, trocaram passes como se ainda estivessem em atividade, mantendo inclusive o desenho tático e as jogadas daquela época. Pelos Amigos de Alex, também havia ex-jogadores do Palmeiras em campo. O zagueiro Leonardo, 38, que jogou no clube em 2002, o atacante Denilson, 37, de 2008, e o meia Djalminha, 44, camisa 10 entre 1996 e 1997, também atuaram no jogo. Algumas ausências, porém, foram sentidas. Do Palmeiras campeão de 1999, Arce, 43, técnico do Olimpia (PAR), por exemplo, não esteve em campo, assim como o capitão do título, César Sampaio, 46. Nos Amigos, o meia Rivaldo, 42, presidente do Mogi Mirim, confirmou presença, mas não apareceu.
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TST julga causa trabalhista que pode levar a perda de R$ 11,5 bi à Petrobras
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) analisa nesta terça-feira (12) o principal esqueleto trabalhista da Petrobras, referente ao pagamento de adicional de periculosidade e de insalubridade para empregados que trabalham em áreas de risco. Uma derrota pode custar à estatal R$ 11,5 bilhões, segundo projeção feita em seu balanço mais atual, do quarto trimestre de 2015. Estimativas internas, que fazem parte de uma denúncia de trabalhadores, porém, falam em perdas de até R$ 20 bilhões. O problema é resultado de uma mudança na política trabalhista da estatal em 2007, quando foi instituída a remuneração mínima de nível e regime (RMNR), que equalizou os salários de empregados por região. Negociada com os sindicatos, a RMNR incorporou os adicionais de periculosidade, permitindo que todos os trabalhadores de mesmo nível em uma mesma região tivessem rendimentos equivalentes. Ou seja, empregados de áreas administrativas receberam aumento e passaram a ganhar o mesmo que seus colegas de áreas operacionais. Em 2012, os sindicatos foram à Justiça pedindo novo adicional para aqueles que trabalham em situação de risco e pedindo o pagamento retroativo ao período em que o benefício foi extinto. A categoria argumenta que o pagamento de adicionais para trabalhadores de área de risco está previsto na Constituição e não pode ser eliminado por acordo trabalhista. "Os trabalhadores querem acabar com essa distorção, de empregados administrativos ganharem o mesmo que os que trabalham em áreas de risco", defende o coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, Adaedson Costa. Atualmente, 11 sindicatos questionam o fim dos adicionais na Justiça. Há casos de trabalhadores que já venceram a disputa e obtiveram aumento de salário. Na sessão desta terça, o pleno do TST analisará a "uniformização do entendimento sobre a matéria", como coloca a Petrobras em seu balanço. Isto é, a decisão do tribunal terá que ser respeitada na análise das ações em instâncias inferiores no país. A instituição da RMNR é alvo de denúncia feita por empregados e pequenos acionistas insatisfeitos com a expansão dos passivos trabalhistas da empresa na gestão do sindicalista Diego Hernandes na área de Recursos Humanos. Em seu balanço mais recente, a Petrobras diz que o total de processos trabalhistas com "perda considerada possível" podem lhe custar R$ 22 bilhões. O balanço, porém, traz apenas R$ 3,3 bilhões em provisões para perda considerada "provável". Procurada, a Petrobras não havia se pronunciado até a conclusão desta edição.
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TST julga causa trabalhista que pode levar a perda de R$ 11,5 bi à PetrobrasO TST (Tribunal Superior do Trabalho) analisa nesta terça-feira (12) o principal esqueleto trabalhista da Petrobras, referente ao pagamento de adicional de periculosidade e de insalubridade para empregados que trabalham em áreas de risco. Uma derrota pode custar à estatal R$ 11,5 bilhões, segundo projeção feita em seu balanço mais atual, do quarto trimestre de 2015. Estimativas internas, que fazem parte de uma denúncia de trabalhadores, porém, falam em perdas de até R$ 20 bilhões. O problema é resultado de uma mudança na política trabalhista da estatal em 2007, quando foi instituída a remuneração mínima de nível e regime (RMNR), que equalizou os salários de empregados por região. Negociada com os sindicatos, a RMNR incorporou os adicionais de periculosidade, permitindo que todos os trabalhadores de mesmo nível em uma mesma região tivessem rendimentos equivalentes. Ou seja, empregados de áreas administrativas receberam aumento e passaram a ganhar o mesmo que seus colegas de áreas operacionais. Em 2012, os sindicatos foram à Justiça pedindo novo adicional para aqueles que trabalham em situação de risco e pedindo o pagamento retroativo ao período em que o benefício foi extinto. A categoria argumenta que o pagamento de adicionais para trabalhadores de área de risco está previsto na Constituição e não pode ser eliminado por acordo trabalhista. "Os trabalhadores querem acabar com essa distorção, de empregados administrativos ganharem o mesmo que os que trabalham em áreas de risco", defende o coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, Adaedson Costa. Atualmente, 11 sindicatos questionam o fim dos adicionais na Justiça. Há casos de trabalhadores que já venceram a disputa e obtiveram aumento de salário. Na sessão desta terça, o pleno do TST analisará a "uniformização do entendimento sobre a matéria", como coloca a Petrobras em seu balanço. Isto é, a decisão do tribunal terá que ser respeitada na análise das ações em instâncias inferiores no país. A instituição da RMNR é alvo de denúncia feita por empregados e pequenos acionistas insatisfeitos com a expansão dos passivos trabalhistas da empresa na gestão do sindicalista Diego Hernandes na área de Recursos Humanos. Em seu balanço mais recente, a Petrobras diz que o total de processos trabalhistas com "perda considerada possível" podem lhe custar R$ 22 bilhões. O balanço, porém, traz apenas R$ 3,3 bilhões em provisões para perda considerada "provável". Procurada, a Petrobras não havia se pronunciado até a conclusão desta edição.
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Decreto antimigração de Trump gerou confusão entre governo e funcionários
Na última sexta-feira (27), quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto fechando as fronteiras dos EUA a refugiados e pessoas vindas de sete países de maioria muçulmana, o secretário de Segurança Interna, general John F. Kelly, estava em uma teleconferência na Casa Branca, recebendo seu primeiro briefing completo sobre a medida, que marca uma mudança de política global. Kelly tinha telefonado de um avião da Guarda Costeira a caminho de Miami para Washington. Juntamente com outras autoridades, precisava receber orientações da Casa Branca, que não tinha solicitado de seu departamento uma revisão legal do decreto. Na metade do briefing, um participante na teleconferência olhou para uma televisão no gabinete do secretário. "O presidente está assinando neste momento o decreto que estamos discutindo", disse o participante, atônito. A confusão global que explodiu desde então é a história de uma Casa Branca que, sem levar em conta as regras básicas de governança, implementou às pressas uma das principais promessas que Trump fez a seus partidários mais ardentes durante sua campanha. Em sua primeira semana na Presidência, Trump assinou outras ordens executivas sem submetê-las a revisão legal prévia nenhuma ou quase nenhuma, mas seu decreto barrando a entrada de refugiados vem tendo as implicações mais explosivas. Passageiros foram impedidos de embarcar em voos para os Estados Unidos; funcionários da Alfândega e da imigração receberam instruções às 3h da manhã do sábado, e alguns chegaram a seus postos de trabalho naquela manhã ainda sem saber como cumprir as ordens dadas pelo presidente. "Os detalhes não foram completamente repassados e discutidos previamente", disse Stephen Heifetz, que serviu nos departamentos de Justiça e Segurança Interna e também na CIA (serviço secreto americano) sob os três presidentes anteriores a Trump. "Não chega a surpreender que tenha havido confusão em massa, e prevejo que o caos e a confusão vão continuar por algum tempo." Stephen Bannon, o estrategista chefe da Casa Branca, comandou a redação do decreto, realizada por um grupo pequeno de assessores da Casa Branca, incluindo Stephen Miller, diretor de políticas nacionais de Trump. Mas ela foi idealizada mais de um ano atrás, quando o então pré-candidato republicano Trump reagiu ao ataque terrorista em San Bernardino, no Estado da Califórnia, pedindo "o impedimento total e completo da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos". Nos meses seguintes, a campanha de Trump tentou recuar da proposta, vista por democratas como discurso exagerado de campanha, algo que jamais viraria realidade. Com o passar de sua campanha, Trump divulgou poucos detalhes a mais, e, como presidente eleito, prometeu proteger o país contra terroristas, fazendo apenas promessas vagas sobre um processo de exame "extremo" de interessados em entrar no país. Mas Bannon, que é a favor de uma política imigratória altamente restritiva e considera que impedir a entrada de refugiados é vital para o reforço da base política de Trump, estava determinado a fazer a promessa virar realidade. Ele e um grupo dos assessores mais próximos do presidente começaram a redigir o decreto ainda durante a transição, para que Trump pudesse assiná-lo pouco depois de tomar posse. Um membro do alto escalão do governo disse que o decreto foi redigido com a cooperação de alguns especialistas em imigração do Capitólio e membros das chamadas "equipes de cabeça de ponte" –grupos de assessores políticos enviados pela nova administração para começar a trabalhar com as diversas agências governamentais e servir de elo com elas. James Jay Carafano, vice-presidente da conservadora Heritage Foundation e membro da equipe de transição de Trump, disse que os funcionários de carreira do Departamento de Segurança Interna, do Departamento de Estado e outras agências foram informados sobre muito pouco desse trabalho. Segundo ele, foi erguida "uma barreira entre a administração antiga e a próxima". Uma razão disso, ele disse, é que, quando a equipe de transição de Trump fazia perguntas pontuais aos funcionários de carreira dando a entender que políticas novas seriam adotadas, as perguntas eram rapidamente vazadas para a imprensa, gerando reportagens negativas. Então a equipe de Trump começou a limitar as informações que compartilhava com funcionários da administração anterior. "Por que compartilhar com eles?", disse Carafano. Richard Gil Kerlikowske, que foi comissário de Proteção Alfandegária e de Fronteiras do presidente Barack Obama, disse que sua equipe tinha pouca comunicação com a equipe de transição de Trump, que não mencionou qualquer proibição de entrada de pessoas de determinados países. Enquanto isso, funcionários da Casa Branca insistiram para jornalistas em um briefing que os assessores de Trump tinham estado em contato com funcionários dos departamentos de Estado e Segurança Interna havia "muitas semanas". Um funcionário disse: "Todos que precisavam saber foram informados". Mas, aparentemente, isso não incluiu membros do próprio gabinete do presidente. O secretário de Defesa, Jim Mattis, não teve acesso a uma versão final do decreto até a manhã da sexta-feira, horas apenas antes de Trump chegar ao Pentágono para assiná-la. Segundo funcionários da administração com conhecimento das deliberações, Mattis não foi consultado pela Casa Branca durante a preparação do decreto e não teve a oportunidade de opinar quando o decreto foi redigido. Há alguns meses, Mattis criticou fortemente a proibição de imigração muçulmana proposta por Trump, dizendo que era uma iniciativa "que nos está causando grande prejuízo neste momento e gerando ondas de choque em todo o sistema internacional". No Serviço de Cidadania e Imigração, os funcionários foram instruídos a suspender o processamento de qualquer pedido encaminhado por uma pessoa de qualquer dos países citados na proibição. Segundo as instruções, os candidatos a imigrantes deveriam ser entrevistados, mas seus processos de pedido de cidadania, "green card" ou outros documentos imigratórios deveriam ser suspensos, enquanto se aguardam novas orientações. O timing do decreto e a falta de aviso prévio deixaram funcionários do Departamento de Segurança Interna "tendo que improvisar" para tentar implementá-lo, segundo um funcionário. No sábado (28), quando o decreto impediu passageiros em todo o mundo de embarcar em seus voos e quando seus efeitos ficaram claros, Reince Priebus, o chefe de gabinete de Trump, ficou cada vez mais preocupado com o modo como a medida foi implementada e comunicada ao público. Na manhã do domingo (29), Priebus teve que defender a proibição de imigração no programa "Meet the Press", da emissora NBC, no qual insistiu que o decreto foi lançado de maneira ordeira. Além disso, ele recuou em relação ao decreto e disse que as restrições ao ingresso nos EUA não serão aplicadas "de agora em diante" a residentes permanentes legais no país. Tradução de CLARA ALLAIN
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Decreto antimigração de Trump gerou confusão entre governo e funcionáriosNa última sexta-feira (27), quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto fechando as fronteiras dos EUA a refugiados e pessoas vindas de sete países de maioria muçulmana, o secretário de Segurança Interna, general John F. Kelly, estava em uma teleconferência na Casa Branca, recebendo seu primeiro briefing completo sobre a medida, que marca uma mudança de política global. Kelly tinha telefonado de um avião da Guarda Costeira a caminho de Miami para Washington. Juntamente com outras autoridades, precisava receber orientações da Casa Branca, que não tinha solicitado de seu departamento uma revisão legal do decreto. Na metade do briefing, um participante na teleconferência olhou para uma televisão no gabinete do secretário. "O presidente está assinando neste momento o decreto que estamos discutindo", disse o participante, atônito. A confusão global que explodiu desde então é a história de uma Casa Branca que, sem levar em conta as regras básicas de governança, implementou às pressas uma das principais promessas que Trump fez a seus partidários mais ardentes durante sua campanha. Em sua primeira semana na Presidência, Trump assinou outras ordens executivas sem submetê-las a revisão legal prévia nenhuma ou quase nenhuma, mas seu decreto barrando a entrada de refugiados vem tendo as implicações mais explosivas. Passageiros foram impedidos de embarcar em voos para os Estados Unidos; funcionários da Alfândega e da imigração receberam instruções às 3h da manhã do sábado, e alguns chegaram a seus postos de trabalho naquela manhã ainda sem saber como cumprir as ordens dadas pelo presidente. "Os detalhes não foram completamente repassados e discutidos previamente", disse Stephen Heifetz, que serviu nos departamentos de Justiça e Segurança Interna e também na CIA (serviço secreto americano) sob os três presidentes anteriores a Trump. "Não chega a surpreender que tenha havido confusão em massa, e prevejo que o caos e a confusão vão continuar por algum tempo." Stephen Bannon, o estrategista chefe da Casa Branca, comandou a redação do decreto, realizada por um grupo pequeno de assessores da Casa Branca, incluindo Stephen Miller, diretor de políticas nacionais de Trump. Mas ela foi idealizada mais de um ano atrás, quando o então pré-candidato republicano Trump reagiu ao ataque terrorista em San Bernardino, no Estado da Califórnia, pedindo "o impedimento total e completo da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos". Nos meses seguintes, a campanha de Trump tentou recuar da proposta, vista por democratas como discurso exagerado de campanha, algo que jamais viraria realidade. Com o passar de sua campanha, Trump divulgou poucos detalhes a mais, e, como presidente eleito, prometeu proteger o país contra terroristas, fazendo apenas promessas vagas sobre um processo de exame "extremo" de interessados em entrar no país. Mas Bannon, que é a favor de uma política imigratória altamente restritiva e considera que impedir a entrada de refugiados é vital para o reforço da base política de Trump, estava determinado a fazer a promessa virar realidade. Ele e um grupo dos assessores mais próximos do presidente começaram a redigir o decreto ainda durante a transição, para que Trump pudesse assiná-lo pouco depois de tomar posse. Um membro do alto escalão do governo disse que o decreto foi redigido com a cooperação de alguns especialistas em imigração do Capitólio e membros das chamadas "equipes de cabeça de ponte" –grupos de assessores políticos enviados pela nova administração para começar a trabalhar com as diversas agências governamentais e servir de elo com elas. James Jay Carafano, vice-presidente da conservadora Heritage Foundation e membro da equipe de transição de Trump, disse que os funcionários de carreira do Departamento de Segurança Interna, do Departamento de Estado e outras agências foram informados sobre muito pouco desse trabalho. Segundo ele, foi erguida "uma barreira entre a administração antiga e a próxima". Uma razão disso, ele disse, é que, quando a equipe de transição de Trump fazia perguntas pontuais aos funcionários de carreira dando a entender que políticas novas seriam adotadas, as perguntas eram rapidamente vazadas para a imprensa, gerando reportagens negativas. Então a equipe de Trump começou a limitar as informações que compartilhava com funcionários da administração anterior. "Por que compartilhar com eles?", disse Carafano. Richard Gil Kerlikowske, que foi comissário de Proteção Alfandegária e de Fronteiras do presidente Barack Obama, disse que sua equipe tinha pouca comunicação com a equipe de transição de Trump, que não mencionou qualquer proibição de entrada de pessoas de determinados países. Enquanto isso, funcionários da Casa Branca insistiram para jornalistas em um briefing que os assessores de Trump tinham estado em contato com funcionários dos departamentos de Estado e Segurança Interna havia "muitas semanas". Um funcionário disse: "Todos que precisavam saber foram informados". Mas, aparentemente, isso não incluiu membros do próprio gabinete do presidente. O secretário de Defesa, Jim Mattis, não teve acesso a uma versão final do decreto até a manhã da sexta-feira, horas apenas antes de Trump chegar ao Pentágono para assiná-la. Segundo funcionários da administração com conhecimento das deliberações, Mattis não foi consultado pela Casa Branca durante a preparação do decreto e não teve a oportunidade de opinar quando o decreto foi redigido. Há alguns meses, Mattis criticou fortemente a proibição de imigração muçulmana proposta por Trump, dizendo que era uma iniciativa "que nos está causando grande prejuízo neste momento e gerando ondas de choque em todo o sistema internacional". No Serviço de Cidadania e Imigração, os funcionários foram instruídos a suspender o processamento de qualquer pedido encaminhado por uma pessoa de qualquer dos países citados na proibição. Segundo as instruções, os candidatos a imigrantes deveriam ser entrevistados, mas seus processos de pedido de cidadania, "green card" ou outros documentos imigratórios deveriam ser suspensos, enquanto se aguardam novas orientações. O timing do decreto e a falta de aviso prévio deixaram funcionários do Departamento de Segurança Interna "tendo que improvisar" para tentar implementá-lo, segundo um funcionário. No sábado (28), quando o decreto impediu passageiros em todo o mundo de embarcar em seus voos e quando seus efeitos ficaram claros, Reince Priebus, o chefe de gabinete de Trump, ficou cada vez mais preocupado com o modo como a medida foi implementada e comunicada ao público. Na manhã do domingo (29), Priebus teve que defender a proibição de imigração no programa "Meet the Press", da emissora NBC, no qual insistiu que o decreto foi lançado de maneira ordeira. Além disso, ele recuou em relação ao decreto e disse que as restrições ao ingresso nos EUA não serão aplicadas "de agora em diante" a residentes permanentes legais no país. Tradução de CLARA ALLAIN
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Fim do 'horário gratuito' de propaganda eleitoral
Um dos grandes desafios do processo eleitoral brasileiro, desde que o STF, em 2016, proibiu doações de empresas privadas aos partidos, é encontrar um meio lícito, transparente e exequível para custear as campanhas. Eleição, num país continental, custa caro. Mas a verdade é que esse custo, entre nós, tem sido, sobretudo nas três últimas décadas, muito além do razoável. A começar pelo dispêndio milionário com marqueteiros, que se tornaram agentes políticos paralelos, em intervenções frequentemente nocivas, a falsear a imagem dos candidatos. Criam personagens que, uma vez eleitos, mostram sua verdadeira face à sociedade, que não dispõe de um Procon eleitoral para denunciá-los por propaganda enganosa. Produzem, muitos deles, verdadeiro estelionato eleitoral. De quebra, como mostrou a Operação Lava Jato, servem até de instrumento para lavagem de dinheiro. Os programas eleitorais de rádio e TV, que nada têm de gratuitos, além de caríssimos e desnecessários, com produções hollywoodianas, contribuem para encarecer as campanhas, iludir —e onerar— o eleitor, que, ao final, pagará a conta, via renúncia fiscal do Estado, calculada hoje em mais de R$ 1,5 bilhão. Por essa razão, acabo de encaminhar ao Senado projeto de lei que extingue o tal "horário gratuito". Extinção sumária. Nada ali é gratuito. A cessão do horário aos partidos, nas mídias privadas, é caríssima —e inútil. Ninguém assiste. Desperdício puro. Por que, então, não reverter esse dinheiro para custear a campanha, em vez de criar um fundo imoral de R$ 3,6 bilhões, como proposto na reforma política em curso? Esses recursos, com o barateamento das campanhas, são suficientes para custeá-las, sem que se onere o contribuinte ou se suprimam rubricas do Orçamento. O ideal —e um dia, quem sabe, chegaremos lá— é que os partidos sobrevivessem da contribuição de seus filiados. Mas não temos, no Brasil, essa tradição. Propus a criação de um Fundo Especial de Financiamento de Campanha, com os recursos da renúncia fiscal da propaganda. Além da extinção, a proposta restringe a gratuidade às emissoras e canais estatais. E destina o montante hoje utilizado na compensação fiscal dessas emissoras a esse Fundo Eleitoral. Nenhum centavo a mais sairia dos cofres públicos. O fundo seria formado pelas dotações orçamentárias da compensação fiscal no ano da eleição geral imediatamente anterior à promulgação da lei (2014) e da propaganda partidária do ano anterior à campanha (2017). A cada eleição, esse valor seria corrigido, por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor —INPC, calculado pelo IBGE. A proposta garante a propaganda paga no rádio e na TV. Os partidos são os melhores juízes do seu interesse nesse tipo de propaganda e da conveniência de contratar ou não inserções a preço de mercado no rádio e na TV. O projeto inova também na definição dos critérios que presidem a divisão desses recursos. Trata-se aqui de dar a palavra ao eleitor, que poderia manifestar-se acerca da destinação da cota do fundo que lhe caberia. Para tanto, o TSE desenvolverá uma plataforma e a disponibilizará entre os dias 5 e 31 de agosto do ano das eleições, para que o eleitor, se quiser, direcione o valor da cota que lhe cabe ao partido ou candidato de escolha. O projeto regula também a distribuição dos recursos aos diretórios nacional, regionais e municipais dos partidos. Se não impede, o projeto reduz drasticamente as chances de que as eleições sejam engolfadas pela corrupção —e preserva o contribuinte do ônus de bancar a trapaça.
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Fim do 'horário gratuito' de propaganda eleitoralUm dos grandes desafios do processo eleitoral brasileiro, desde que o STF, em 2016, proibiu doações de empresas privadas aos partidos, é encontrar um meio lícito, transparente e exequível para custear as campanhas. Eleição, num país continental, custa caro. Mas a verdade é que esse custo, entre nós, tem sido, sobretudo nas três últimas décadas, muito além do razoável. A começar pelo dispêndio milionário com marqueteiros, que se tornaram agentes políticos paralelos, em intervenções frequentemente nocivas, a falsear a imagem dos candidatos. Criam personagens que, uma vez eleitos, mostram sua verdadeira face à sociedade, que não dispõe de um Procon eleitoral para denunciá-los por propaganda enganosa. Produzem, muitos deles, verdadeiro estelionato eleitoral. De quebra, como mostrou a Operação Lava Jato, servem até de instrumento para lavagem de dinheiro. Os programas eleitorais de rádio e TV, que nada têm de gratuitos, além de caríssimos e desnecessários, com produções hollywoodianas, contribuem para encarecer as campanhas, iludir —e onerar— o eleitor, que, ao final, pagará a conta, via renúncia fiscal do Estado, calculada hoje em mais de R$ 1,5 bilhão. Por essa razão, acabo de encaminhar ao Senado projeto de lei que extingue o tal "horário gratuito". Extinção sumária. Nada ali é gratuito. A cessão do horário aos partidos, nas mídias privadas, é caríssima —e inútil. Ninguém assiste. Desperdício puro. Por que, então, não reverter esse dinheiro para custear a campanha, em vez de criar um fundo imoral de R$ 3,6 bilhões, como proposto na reforma política em curso? Esses recursos, com o barateamento das campanhas, são suficientes para custeá-las, sem que se onere o contribuinte ou se suprimam rubricas do Orçamento. O ideal —e um dia, quem sabe, chegaremos lá— é que os partidos sobrevivessem da contribuição de seus filiados. Mas não temos, no Brasil, essa tradição. Propus a criação de um Fundo Especial de Financiamento de Campanha, com os recursos da renúncia fiscal da propaganda. Além da extinção, a proposta restringe a gratuidade às emissoras e canais estatais. E destina o montante hoje utilizado na compensação fiscal dessas emissoras a esse Fundo Eleitoral. Nenhum centavo a mais sairia dos cofres públicos. O fundo seria formado pelas dotações orçamentárias da compensação fiscal no ano da eleição geral imediatamente anterior à promulgação da lei (2014) e da propaganda partidária do ano anterior à campanha (2017). A cada eleição, esse valor seria corrigido, por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor —INPC, calculado pelo IBGE. A proposta garante a propaganda paga no rádio e na TV. Os partidos são os melhores juízes do seu interesse nesse tipo de propaganda e da conveniência de contratar ou não inserções a preço de mercado no rádio e na TV. O projeto inova também na definição dos critérios que presidem a divisão desses recursos. Trata-se aqui de dar a palavra ao eleitor, que poderia manifestar-se acerca da destinação da cota do fundo que lhe caberia. Para tanto, o TSE desenvolverá uma plataforma e a disponibilizará entre os dias 5 e 31 de agosto do ano das eleições, para que o eleitor, se quiser, direcione o valor da cota que lhe cabe ao partido ou candidato de escolha. O projeto regula também a distribuição dos recursos aos diretórios nacional, regionais e municipais dos partidos. Se não impede, o projeto reduz drasticamente as chances de que as eleições sejam engolfadas pela corrupção —e preserva o contribuinte do ônus de bancar a trapaça.
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Serviço de vídeo americano Netflix começa a operar em Cuba
O serviço de vídeo sob demanda Netflix, que soma mais de 57 milhões de assinantes pelo mundo em quase 50 países, ampliou seus tentáculos e levará seus filmes e séries a Cuba. Em dezembro do ano passado, Estados Unidos e Cuba retomaram suas relações diplomáticas. Neste ano, o governo americano relaxou as restrições para que os americanos visitem Cuba —haverá, por exemplo, um voo semanal saindo de Nova York com destino a Havana. Segundo comunicado da Netflix, "em pouco tempo, os cubanos com conexões de internet e acesso a métodos de pagamento internacionais poderão assinar a Netflix". "Estamos muito felizes por finalmente podermos oferecer a Netflix para o povo cubano, conectando-os com histórias de todo o mundo que eles irão adorar", afirmou o cofundador e CEO da Netflix, Reed Hastings. "Cuba tem grandes cineastas e uma cultura e arte robustas, e um dia esperamos poder trazer seus trabalhos para a nossa audiência global."
ilustrada
Serviço de vídeo americano Netflix começa a operar em CubaO serviço de vídeo sob demanda Netflix, que soma mais de 57 milhões de assinantes pelo mundo em quase 50 países, ampliou seus tentáculos e levará seus filmes e séries a Cuba. Em dezembro do ano passado, Estados Unidos e Cuba retomaram suas relações diplomáticas. Neste ano, o governo americano relaxou as restrições para que os americanos visitem Cuba —haverá, por exemplo, um voo semanal saindo de Nova York com destino a Havana. Segundo comunicado da Netflix, "em pouco tempo, os cubanos com conexões de internet e acesso a métodos de pagamento internacionais poderão assinar a Netflix". "Estamos muito felizes por finalmente podermos oferecer a Netflix para o povo cubano, conectando-os com histórias de todo o mundo que eles irão adorar", afirmou o cofundador e CEO da Netflix, Reed Hastings. "Cuba tem grandes cineastas e uma cultura e arte robustas, e um dia esperamos poder trazer seus trabalhos para a nossa audiência global."
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Leilão de artes do Banco Santos tem fotos de nu feminino a partir de R$ 150
As peças mais baratas do leilão da massa falida do Banco Santos, já em andamento pela internet, são diversas fotografias de nus femininos, em grandes dimensões, boa parte de autor desconhecido. A mais barata sai por R$ 150. AO VIVO Dos 719 lotes de obras de arte, objetos e documentos da coleção do banqueiro Edemar Cid Ferreira que fazem parte da venda, 505 estão disponíveis apenas na rede. O leilão presencial será no dia 22. Leia a coluna completa aqui.
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Leilão de artes do Banco Santos tem fotos de nu feminino a partir de R$ 150As peças mais baratas do leilão da massa falida do Banco Santos, já em andamento pela internet, são diversas fotografias de nus femininos, em grandes dimensões, boa parte de autor desconhecido. A mais barata sai por R$ 150. AO VIVO Dos 719 lotes de obras de arte, objetos e documentos da coleção do banqueiro Edemar Cid Ferreira que fazem parte da venda, 505 estão disponíveis apenas na rede. O leilão presencial será no dia 22. Leia a coluna completa aqui.
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Elize é condenada a quase 20 anos de prisão pela morte do marido
A bacharel em direito e ex-garota de programa Elize Matsunaga, 35, foi condenada na madrugada desta segunda (5) a 19 anos e 11 meses de prisão pela morte e esquartejamento do marido, o empresário Marcos Matsunaga, em maio de 2012, um dos crimes mais emblemáticos de São Paulo. Foram sete sessões de julgamento em um dos júris mais longos do judiciário paulista, superando até mesmo outros casos midiáticos como o Nardoni, em 2010, que durou cinco dias. O crime foi considerado hediondo porque, segundo entenderam os jurados, ela utilizou meio que impossibilitou a defesa da vítima. Isso impediu que a agora condenada saísse do fórum da Barra Funda de São Paulo (zona oeste) com a possibilidade de deixar a prisão nos próximos dias. Isso poderia acontecer se o crime tivesse considerado um homicídio intencional simples, com pena mínima de seis anos (e máximo de 20) e possibilidade de progressão após o cumprimento de um sexto da pena. Como Elize já está presa há mais quatro anos, tem, assim, tempo suficiente para pedir o benefício. Veja Considerado hediondo, a progressão só pode ser requisitada após dois quintos da pena, porque não tem outros antecedentes criminais e tem bom comportamento na prisão onde está, em Tremembé (no interior do Estado). O hediondo tem pena mínima de 12 anos e tempo máximo de prisão de 30 anos. Dessa condenação, um ano e dois meses foram pela destruição e ocultação do cadáver. Crime que tanto a acusação quanto a defesa pediram a condenação. Sobre as outras qualificadoras, os jurados entenderam que ela não utilizou meio cruel para cometer o crime e não foi motivado por motivo torpe, como queria a acusação. Todos os placares, segundo os advogados, foram apertados: sempre 4 a 3 para a tese vencedora. Pesou na decisão dos jurados os argumentos do promotor José Carlos Cosenzo de que uma condenação por homicídio simples seria muito benéfica a ré. "Se vocês condenarem pelo homicídio estarão a absolvendo. Ela sairá daqui do fórum na frente dos senhores", disse ele aos jurados. "Todo o Brasil está aguardando a decisão de vocês", disse o promotor. Depois da decisão dos jurados, ele disse que vai analisar se vai recorrer. "Não ficamos satisfeitos", disse que queria uma condenação de ao menos 25 anos. A defesa disse que vai recorrer porque, segundo eles, a pena aplicada pelo juiz Adilson Simoni foi excessivamente, ao contrário do desejo dos jurados. "Ganhamos, mas não levamos. Essa é a sensação", disse Luciano Santoro, um dos defensores. Os debates entre defesa e acusação foram marcados pelas trocas de farpas entre Cosenzo e a advogada Roselle Soglio. O promotor chegou a chamá-la de louca, que pediria a interdição dela, enquanto a defensora de Elize respondeu chamando de machistas e que fazia muitos gracejos, para as pessoas rirem, a exemplo de um palhaço. O julgamento foi marcado em seu último dia pelo interrogatório da ré que, em cerca de quatro horas, contou como matou o marido e por que o esquartejou. Alegou a bacharel de direito que não tinha a intenção de matar o marido, mas, após discutir com ele sobre a descoberta da amante, acabou sendo humilhada e levando um tapa no rosto. Disse que decidiu esquartejar o marido ao tentar se livrar do corpo. "Infelizmente, a única forma que encontrei foi cortá-lo", disse. "Eu não podia ligar para minha sogra, pessoa que sempre me tratou com respeito: eu dei um tiro no filho", disse ela. Elize chorou muito ao recontar detalhes do crime e ao falar de sua família. A disposição dos jurados com a ré pôde ser medida ainda na tarde de domingo (4) quando um deles ao perguntar, por meio do juiz, baseada no depoimento dela. "A senhora disse que está sendo crucificada [por falar da distância do tiro]. Mas será que seu marido merecia ser esquartejado?", disse. "Nem ele nem ninguém", respondeu ela. "Infelizmente, eu não posso voltar no tempo. Se pudesse, voltaria", completou em outra questão. DEPOIMENTOS Dezesseis testemunhas foram ouvidas, tanto da defesa quanto da acusação. O julgamento teve início na segunda-feira (28 de novembro). E terminou na madrugada desta segunda (5). Um dos depoimentos mais importantes para o convencimento dos jurados sobre o meio que impossibilitou a defesa da vítima foi o depoimento do delegado Mauro Gomes Dias, então do DHPP, que, para ele, Elize atirou no marido tão logo ele deixou o elevador carregando uma caixa de pizza. Nem mesmo o argumento da defesa de haver um espelho na frente do elevador, informação apresentada nos debates, conseguiu demover a certeza do jurado sobre a tocaia. A maioria dos jurados entendeu que Elize não esquartejou o marido ainda em vida, como queria a Promotoria. A assassina confessa disse em seu interrogatório que começou a cortar partes do corpo do marido pela manhã de domingo, dia 20 de maio, cerca de 10 horas após atirar contra sua cabeça. Na tarde de domingo (4) voltou a afirmar que fez isso logo após a chegada da babá, por volta das 6h. Pesou nessa decisão o depoimento do perito e legista Sami El Jundi, ocorrido na sexta (2), que disse que a morte de Marcos foi instantânea e, assim, não houve sofrimento -um dos pressupostos do motivo cruel. "Ele morreu com o tiro", disse. A terceira qualificadora apontada pela Promotoria era a motivação por motivo torpe, um crime considerado repugnante. O Ministério Público sustentou que Elize matou o marido por causa do dinheiro e por vingança por conta da descoberta da amante. Isso, para o jurados, não ficou provado. deu detalhes do esquartejamento confessou o crime julgamento
cotidiano
Elize é condenada a quase 20 anos de prisão pela morte do maridoA bacharel em direito e ex-garota de programa Elize Matsunaga, 35, foi condenada na madrugada desta segunda (5) a 19 anos e 11 meses de prisão pela morte e esquartejamento do marido, o empresário Marcos Matsunaga, em maio de 2012, um dos crimes mais emblemáticos de São Paulo. Foram sete sessões de julgamento em um dos júris mais longos do judiciário paulista, superando até mesmo outros casos midiáticos como o Nardoni, em 2010, que durou cinco dias. O crime foi considerado hediondo porque, segundo entenderam os jurados, ela utilizou meio que impossibilitou a defesa da vítima. Isso impediu que a agora condenada saísse do fórum da Barra Funda de São Paulo (zona oeste) com a possibilidade de deixar a prisão nos próximos dias. Isso poderia acontecer se o crime tivesse considerado um homicídio intencional simples, com pena mínima de seis anos (e máximo de 20) e possibilidade de progressão após o cumprimento de um sexto da pena. Como Elize já está presa há mais quatro anos, tem, assim, tempo suficiente para pedir o benefício. Veja Considerado hediondo, a progressão só pode ser requisitada após dois quintos da pena, porque não tem outros antecedentes criminais e tem bom comportamento na prisão onde está, em Tremembé (no interior do Estado). O hediondo tem pena mínima de 12 anos e tempo máximo de prisão de 30 anos. Dessa condenação, um ano e dois meses foram pela destruição e ocultação do cadáver. Crime que tanto a acusação quanto a defesa pediram a condenação. Sobre as outras qualificadoras, os jurados entenderam que ela não utilizou meio cruel para cometer o crime e não foi motivado por motivo torpe, como queria a acusação. Todos os placares, segundo os advogados, foram apertados: sempre 4 a 3 para a tese vencedora. Pesou na decisão dos jurados os argumentos do promotor José Carlos Cosenzo de que uma condenação por homicídio simples seria muito benéfica a ré. "Se vocês condenarem pelo homicídio estarão a absolvendo. Ela sairá daqui do fórum na frente dos senhores", disse ele aos jurados. "Todo o Brasil está aguardando a decisão de vocês", disse o promotor. Depois da decisão dos jurados, ele disse que vai analisar se vai recorrer. "Não ficamos satisfeitos", disse que queria uma condenação de ao menos 25 anos. A defesa disse que vai recorrer porque, segundo eles, a pena aplicada pelo juiz Adilson Simoni foi excessivamente, ao contrário do desejo dos jurados. "Ganhamos, mas não levamos. Essa é a sensação", disse Luciano Santoro, um dos defensores. Os debates entre defesa e acusação foram marcados pelas trocas de farpas entre Cosenzo e a advogada Roselle Soglio. O promotor chegou a chamá-la de louca, que pediria a interdição dela, enquanto a defensora de Elize respondeu chamando de machistas e que fazia muitos gracejos, para as pessoas rirem, a exemplo de um palhaço. O julgamento foi marcado em seu último dia pelo interrogatório da ré que, em cerca de quatro horas, contou como matou o marido e por que o esquartejou. Alegou a bacharel de direito que não tinha a intenção de matar o marido, mas, após discutir com ele sobre a descoberta da amante, acabou sendo humilhada e levando um tapa no rosto. Disse que decidiu esquartejar o marido ao tentar se livrar do corpo. "Infelizmente, a única forma que encontrei foi cortá-lo", disse. "Eu não podia ligar para minha sogra, pessoa que sempre me tratou com respeito: eu dei um tiro no filho", disse ela. Elize chorou muito ao recontar detalhes do crime e ao falar de sua família. A disposição dos jurados com a ré pôde ser medida ainda na tarde de domingo (4) quando um deles ao perguntar, por meio do juiz, baseada no depoimento dela. "A senhora disse que está sendo crucificada [por falar da distância do tiro]. Mas será que seu marido merecia ser esquartejado?", disse. "Nem ele nem ninguém", respondeu ela. "Infelizmente, eu não posso voltar no tempo. Se pudesse, voltaria", completou em outra questão. DEPOIMENTOS Dezesseis testemunhas foram ouvidas, tanto da defesa quanto da acusação. O julgamento teve início na segunda-feira (28 de novembro). E terminou na madrugada desta segunda (5). Um dos depoimentos mais importantes para o convencimento dos jurados sobre o meio que impossibilitou a defesa da vítima foi o depoimento do delegado Mauro Gomes Dias, então do DHPP, que, para ele, Elize atirou no marido tão logo ele deixou o elevador carregando uma caixa de pizza. Nem mesmo o argumento da defesa de haver um espelho na frente do elevador, informação apresentada nos debates, conseguiu demover a certeza do jurado sobre a tocaia. A maioria dos jurados entendeu que Elize não esquartejou o marido ainda em vida, como queria a Promotoria. A assassina confessa disse em seu interrogatório que começou a cortar partes do corpo do marido pela manhã de domingo, dia 20 de maio, cerca de 10 horas após atirar contra sua cabeça. Na tarde de domingo (4) voltou a afirmar que fez isso logo após a chegada da babá, por volta das 6h. Pesou nessa decisão o depoimento do perito e legista Sami El Jundi, ocorrido na sexta (2), que disse que a morte de Marcos foi instantânea e, assim, não houve sofrimento -um dos pressupostos do motivo cruel. "Ele morreu com o tiro", disse. A terceira qualificadora apontada pela Promotoria era a motivação por motivo torpe, um crime considerado repugnante. O Ministério Público sustentou que Elize matou o marido por causa do dinheiro e por vingança por conta da descoberta da amante. Isso, para o jurados, não ficou provado. deu detalhes do esquartejamento confessou o crime julgamento
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Renan se tornou réu em processo criminal, mas sem maioria convicta
Não se tratava nem de corrupção nem de lavagem de dinheiro. A denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, examinada ontem no STF, falava de outros crimes: desvio de verbas públicas (peculato), falsificação ideológica e uso de documento falso. Ao Supremo não cabia decidir, nesta fase, se Renan efetivamente os cometeu. Cumpria apenas saber se há elementos suficientes para abrir contra ele um processo penal. Tudo tem origem no caso Monica Veloso, com quem Renan teve um filho. As quantias que ele tinha de pagar com pensão alimentícia e aluguel, noticiou-se na época, provinham de uma empreiteira, e não de seu próprio bolso. Para refutar essa versão, Renan apresentou diversos documentos afirmando que tinha recursos para sustentar o filho. Vendera centenas de cabeças de gado de sua fazenda e recebera empréstimo de uma locadora de veículos. Para a Procuradoria-Geral da República, os papéis eram falsos. Tanto assim que as notas fiscais do gado vendido mostravam números diferentes do que diziam as guias contabilizando o gado transportado, ou do que se lia nos comprovantes sobre o gado vacinado. A própria declaração de renda do senador falava num número de cabeças que não correspondia ao das notas fiscais. A defesa contestou. Mostrar diferenças entre os documentos é uma coisa. Outra coisa é dizer qual documento é falso e qual é verdadeiro. Sem mostrar isso, a denúncia não identificou o ponto exato do crime –e não poderia, portanto, prosseguir. De resto, a lei prevê penas diversas quando se falsifica um documento público (como um boletim de ocorrência, por exemplo), e quando se falsifica um documento privado (como um contrato de empréstimo). Com penas diferentes, muda o cálculo do tempo para se saber se o processo pode ainda ser aberto ou se o Estado já perdeu seu prazo para incriminar alguém. Parte dos papéis apresentados por Renan, como as notas fiscais, não era pública. Outra parte, como as guias de vacinação, sim. Havia prescrição –e, no geral, as acusações sobre falsidade ideológica tinham de ser abandonadas. Foi o que entendeu o relator do caso, ministro Edson Facchin. Sobre desvio de verbas públicas, entretanto, na sua visão a denúncia fazia sentido. Renan Calheiros disse ter usado verbas indenizatórias –que o Senado oferece a seus membros para despesas diversas–no aluguel de veículos. A locadora, que tinha como sócio um antigo auxiliar de Renan, não registra nada em seus extratos bancários. Nem a conta de Renan tem sinais desse gasto. Ao mesmo tempo, a locadora emprestou-lhe mais de R$ 70 mil, sem prova de que tenha visto o dinheiro de volta. Segundo a denúncia, o dinheiro das verbas serviu para Renan gastar como quisesse. Facchin avaliou que os indícios de peculato eram suficientes para abrir um processo. São precários, disse Teori Zavascki, que ainda assim também aceitou esse ponto. "Mas não é nenhum modelo de denúncia", acrescentou. "Nenhum primor", concordou Carmen Lúcia. Foi também a opinião de Luiz Fux. A denúncia é aceitável sim, até na questão da falsidade ideológica dos documentos públicos, discordaram Luis Roberto Barroso e Rosa Weber. No campo oposto, Dias Toffoli rejeitou tudo –inclusive as acusações de peculato: só a falta de movimentação no banco não mostra que a locadora deixou de prestar serviços a Renan... Bizarrice, concordou Gilmar Mendes. A Procuradoria "revira os fatos", animou-se Ricardo Lewandowski. As esperanças de Renan foram sepultadas por Marco Aurélio, Celso de Mello e Carmen Lúcia: por maioria, o presidente do Senado torna-se réu num processo criminal por peculato. Mas não foi maioria das mais convictas –e, no julgamento propriamente dito, não há como garantir sua condenação.
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Renan se tornou réu em processo criminal, mas sem maioria convictaNão se tratava nem de corrupção nem de lavagem de dinheiro. A denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, examinada ontem no STF, falava de outros crimes: desvio de verbas públicas (peculato), falsificação ideológica e uso de documento falso. Ao Supremo não cabia decidir, nesta fase, se Renan efetivamente os cometeu. Cumpria apenas saber se há elementos suficientes para abrir contra ele um processo penal. Tudo tem origem no caso Monica Veloso, com quem Renan teve um filho. As quantias que ele tinha de pagar com pensão alimentícia e aluguel, noticiou-se na época, provinham de uma empreiteira, e não de seu próprio bolso. Para refutar essa versão, Renan apresentou diversos documentos afirmando que tinha recursos para sustentar o filho. Vendera centenas de cabeças de gado de sua fazenda e recebera empréstimo de uma locadora de veículos. Para a Procuradoria-Geral da República, os papéis eram falsos. Tanto assim que as notas fiscais do gado vendido mostravam números diferentes do que diziam as guias contabilizando o gado transportado, ou do que se lia nos comprovantes sobre o gado vacinado. A própria declaração de renda do senador falava num número de cabeças que não correspondia ao das notas fiscais. A defesa contestou. Mostrar diferenças entre os documentos é uma coisa. Outra coisa é dizer qual documento é falso e qual é verdadeiro. Sem mostrar isso, a denúncia não identificou o ponto exato do crime –e não poderia, portanto, prosseguir. De resto, a lei prevê penas diversas quando se falsifica um documento público (como um boletim de ocorrência, por exemplo), e quando se falsifica um documento privado (como um contrato de empréstimo). Com penas diferentes, muda o cálculo do tempo para se saber se o processo pode ainda ser aberto ou se o Estado já perdeu seu prazo para incriminar alguém. Parte dos papéis apresentados por Renan, como as notas fiscais, não era pública. Outra parte, como as guias de vacinação, sim. Havia prescrição –e, no geral, as acusações sobre falsidade ideológica tinham de ser abandonadas. Foi o que entendeu o relator do caso, ministro Edson Facchin. Sobre desvio de verbas públicas, entretanto, na sua visão a denúncia fazia sentido. Renan Calheiros disse ter usado verbas indenizatórias –que o Senado oferece a seus membros para despesas diversas–no aluguel de veículos. A locadora, que tinha como sócio um antigo auxiliar de Renan, não registra nada em seus extratos bancários. Nem a conta de Renan tem sinais desse gasto. Ao mesmo tempo, a locadora emprestou-lhe mais de R$ 70 mil, sem prova de que tenha visto o dinheiro de volta. Segundo a denúncia, o dinheiro das verbas serviu para Renan gastar como quisesse. Facchin avaliou que os indícios de peculato eram suficientes para abrir um processo. São precários, disse Teori Zavascki, que ainda assim também aceitou esse ponto. "Mas não é nenhum modelo de denúncia", acrescentou. "Nenhum primor", concordou Carmen Lúcia. Foi também a opinião de Luiz Fux. A denúncia é aceitável sim, até na questão da falsidade ideológica dos documentos públicos, discordaram Luis Roberto Barroso e Rosa Weber. No campo oposto, Dias Toffoli rejeitou tudo –inclusive as acusações de peculato: só a falta de movimentação no banco não mostra que a locadora deixou de prestar serviços a Renan... Bizarrice, concordou Gilmar Mendes. A Procuradoria "revira os fatos", animou-se Ricardo Lewandowski. As esperanças de Renan foram sepultadas por Marco Aurélio, Celso de Mello e Carmen Lúcia: por maioria, o presidente do Senado torna-se réu num processo criminal por peculato. Mas não foi maioria das mais convictas –e, no julgamento propriamente dito, não há como garantir sua condenação.
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Darwin e Deus: Dois anos de Francisco
Tem sido sensacional do ponto de vista jornalístico e pessoal acompanhar o pontificado do papa Francisco. Ele acaba de completar dois anos como pontífice, e tentei fazer um balanço desses 24 meses em reportagem para esta Folha. Como, pra variar, ... Leia post completo no blog
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Darwin e Deus: Dois anos de FranciscoTem sido sensacional do ponto de vista jornalístico e pessoal acompanhar o pontificado do papa Francisco. Ele acaba de completar dois anos como pontífice, e tentei fazer um balanço desses 24 meses em reportagem para esta Folha. Como, pra variar, ... Leia post completo no blog
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Brasil é derrotado pela Rússia e perde invencibilidade no Grand Prix
Nesta quinta-feira (23), em Omaha (EUA), o Brasil foi derrotado pela Rússia por 3 sets a 0, parciais de 25/19, 28/26 e 25/19, e perdeu sua invencibilidade no Grand Prix de vôlei feminino. Mesmo com o time reserva –uma série de titulares está disputando o Pan de Toronto, assim como técnico José Roberto Guimarães–, a equipe vinha de dez vitórias consecutivas na competição. Nataliya Goncharova, da Rússia, foi a principal pontuadora da partida, com 24. A ponteira Natalia fez 11 pontos para o Brasil e foi a melhor pontuadora da equipe. O primeiro set foi disputado até o placar de 20 a 18 para as russas, que se aproveitaram de "apagão" das brasileiras para sair em vantagem. O técnico brasileiro Paulo Coco foi expulso no começo do segundo set, complicando a situação da seleção brasileira. O set foi disputado novamente, mas as russas tiveram grande desempenho nos bloqueios e venceram novamente. No último set, a seleção brasileira mostrou desânimo diante da desvantagem e não teve performance tão competitiva como nos sets anteriores. As russas abriram cinco pontos de vantagem em 17 a 12 e fecharam a parcial com vitória por 25 a 19.
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Brasil é derrotado pela Rússia e perde invencibilidade no Grand PrixNesta quinta-feira (23), em Omaha (EUA), o Brasil foi derrotado pela Rússia por 3 sets a 0, parciais de 25/19, 28/26 e 25/19, e perdeu sua invencibilidade no Grand Prix de vôlei feminino. Mesmo com o time reserva –uma série de titulares está disputando o Pan de Toronto, assim como técnico José Roberto Guimarães–, a equipe vinha de dez vitórias consecutivas na competição. Nataliya Goncharova, da Rússia, foi a principal pontuadora da partida, com 24. A ponteira Natalia fez 11 pontos para o Brasil e foi a melhor pontuadora da equipe. O primeiro set foi disputado até o placar de 20 a 18 para as russas, que se aproveitaram de "apagão" das brasileiras para sair em vantagem. O técnico brasileiro Paulo Coco foi expulso no começo do segundo set, complicando a situação da seleção brasileira. O set foi disputado novamente, mas as russas tiveram grande desempenho nos bloqueios e venceram novamente. No último set, a seleção brasileira mostrou desânimo diante da desvantagem e não teve performance tão competitiva como nos sets anteriores. As russas abriram cinco pontos de vantagem em 17 a 12 e fecharam a parcial com vitória por 25 a 19.
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Médico passa a recomendar ultrassom mensal para gestantes com zika
Com o avanço de casos suspeitos de microcefalia ligados ao vírus da zika, médicos estão recomendando que grávidas com diagnóstico de zika façam exames de ultrassons obstétricos mensais. Hoje, o preconizado para as gestantes são três exames, no mínimo, um em cada trimestre da gravidez. Mas, no SUS, é comum a mulher realizar somente um ultrassom. A nova orientação da Febrasgo (federação das sociedades de ginecologia e obstetrícia) é que as gestantes que tiveram zika façam ultrassons mensais até a 32ª semana. A indicação é que, na 22ª semana, o exame seja o morfológico, que permite medir o crânio e visualizar as estruturas internas do cérebro. Caso o bebê apresente microcefalia ou outra alteração morfológica, a gestante deve ser encaminhada a um serviço de referência. Já para as gestantes assintomáticas, continua a recomendação de três ultrassons: no primeiro trimestre, no segundo (entre a 20ª e a 24ª semana), para avaliar a morfologia fetal, e no terceiro, perto da 32ª semana. Segundo Geraldo Duarte, do setor de gestação de alto risco do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e responsável pelas novas diretrizes da Febrasgo, a mudança se deve à falta de respostas para muitas questões envolvendo o zika. "Devemos ter paciência para o aprendizado." O infectologista David Uip, secretário da Saúde do Estado de São Paulo, diz que o governo paulista prepara um novo protocolo de atendimento para gestantes, que incluirá o teste para o vírus da zika no pré-natal. Não está definido, porém, se haverá aumento do número de ultrassons ou na cronologia deles. "As alterações cerebrais só aparecem depois da 24ª semana de gestação. Não faz sentido aumentar os ultrassons antes disso." O Ministério da Saúde informou que não pretende mudar seu protocolo, que prevê só um ultrassom no primeiro trimestre de gestação. A pasta avalia que "o ultrassom em série não muda a condição e o prognóstico" de uma eventual má-formação. PARTICULARES Em consultórios privados, os médicos estão adotando critérios próprios. O obstetra Thomaz Gollop, especialista em medicina fetal, passou a indicar ultrassons mensais para todas as gestantes, independentemente dos sintomas –já que 80% dos casos de zika são assintomáticos. "Enquanto o zika estiver assombrando, a mulher fica mais tranquila com um acompanhamento mais seguido." Para Gollop, a medida é válida até que se confirme qual o real risco das grávidas em relação ao zika e quando é possível visualizar as alterações cerebrais no feto. O obstetra Renato Kalil já recomendava cinco ultrassons e agora incluiu um sexto, na 16ª semana de gestação. "Nessa fase, já é possível observar eventuais alterações no diâmetro encefálico e nos ventrículos cerebrais." Na opinião do obstetra Adolfo Liao, coordenador médico materno-infantil do Hospital Albert Einstein, neste momento, ultrassons mensais podem ser um "bom meio termo". Para ele, os exames mensais podem ser úteis a partir da 23ª semana, quando a maior parte das alterações podem ser identificadas. "Doenças como a microcefalia são evolutivas, não são percebidas até um determinado estágio da gravidez." Mas ele pondera que, no SUS, essa rotina de exames não é factível. "Não há acesso nem para a recomendação mínima [de três exames]." Para Manoel Sarno, especialista em medicina fetal da Bahia e que avaliou 80 casos de microcefalia ligada ao zika, é "desnecessário" aumentar o número de ultrassons. "O que vai mudar? Não há tratamento para a infecção durante a gravidez, então, fazer mais exames não mudará o curso da má-formação." Segundo ele, a inclusão de um exame a mais no pré-natal trará mais custos ao sistema. Na rede privada, porém, a gestante que pode pagar ou tem um bom plano de saúde, faz "até 20 ultrassons". "Ela faz o quanto ela quiser." Pedro Ramos, presidente da Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), diz que as operadoras estão sensíveis ao problema da microcefalia e que não devem resistir em bancar mais exames durante da gestação. "Se houver necessidade, nossa recomendação é autorizar."
cotidiano
Médico passa a recomendar ultrassom mensal para gestantes com zikaCom o avanço de casos suspeitos de microcefalia ligados ao vírus da zika, médicos estão recomendando que grávidas com diagnóstico de zika façam exames de ultrassons obstétricos mensais. Hoje, o preconizado para as gestantes são três exames, no mínimo, um em cada trimestre da gravidez. Mas, no SUS, é comum a mulher realizar somente um ultrassom. A nova orientação da Febrasgo (federação das sociedades de ginecologia e obstetrícia) é que as gestantes que tiveram zika façam ultrassons mensais até a 32ª semana. A indicação é que, na 22ª semana, o exame seja o morfológico, que permite medir o crânio e visualizar as estruturas internas do cérebro. Caso o bebê apresente microcefalia ou outra alteração morfológica, a gestante deve ser encaminhada a um serviço de referência. Já para as gestantes assintomáticas, continua a recomendação de três ultrassons: no primeiro trimestre, no segundo (entre a 20ª e a 24ª semana), para avaliar a morfologia fetal, e no terceiro, perto da 32ª semana. Segundo Geraldo Duarte, do setor de gestação de alto risco do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e responsável pelas novas diretrizes da Febrasgo, a mudança se deve à falta de respostas para muitas questões envolvendo o zika. "Devemos ter paciência para o aprendizado." O infectologista David Uip, secretário da Saúde do Estado de São Paulo, diz que o governo paulista prepara um novo protocolo de atendimento para gestantes, que incluirá o teste para o vírus da zika no pré-natal. Não está definido, porém, se haverá aumento do número de ultrassons ou na cronologia deles. "As alterações cerebrais só aparecem depois da 24ª semana de gestação. Não faz sentido aumentar os ultrassons antes disso." O Ministério da Saúde informou que não pretende mudar seu protocolo, que prevê só um ultrassom no primeiro trimestre de gestação. A pasta avalia que "o ultrassom em série não muda a condição e o prognóstico" de uma eventual má-formação. PARTICULARES Em consultórios privados, os médicos estão adotando critérios próprios. O obstetra Thomaz Gollop, especialista em medicina fetal, passou a indicar ultrassons mensais para todas as gestantes, independentemente dos sintomas –já que 80% dos casos de zika são assintomáticos. "Enquanto o zika estiver assombrando, a mulher fica mais tranquila com um acompanhamento mais seguido." Para Gollop, a medida é válida até que se confirme qual o real risco das grávidas em relação ao zika e quando é possível visualizar as alterações cerebrais no feto. O obstetra Renato Kalil já recomendava cinco ultrassons e agora incluiu um sexto, na 16ª semana de gestação. "Nessa fase, já é possível observar eventuais alterações no diâmetro encefálico e nos ventrículos cerebrais." Na opinião do obstetra Adolfo Liao, coordenador médico materno-infantil do Hospital Albert Einstein, neste momento, ultrassons mensais podem ser um "bom meio termo". Para ele, os exames mensais podem ser úteis a partir da 23ª semana, quando a maior parte das alterações podem ser identificadas. "Doenças como a microcefalia são evolutivas, não são percebidas até um determinado estágio da gravidez." Mas ele pondera que, no SUS, essa rotina de exames não é factível. "Não há acesso nem para a recomendação mínima [de três exames]." Para Manoel Sarno, especialista em medicina fetal da Bahia e que avaliou 80 casos de microcefalia ligada ao zika, é "desnecessário" aumentar o número de ultrassons. "O que vai mudar? Não há tratamento para a infecção durante a gravidez, então, fazer mais exames não mudará o curso da má-formação." Segundo ele, a inclusão de um exame a mais no pré-natal trará mais custos ao sistema. Na rede privada, porém, a gestante que pode pagar ou tem um bom plano de saúde, faz "até 20 ultrassons". "Ela faz o quanto ela quiser." Pedro Ramos, presidente da Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), diz que as operadoras estão sensíveis ao problema da microcefalia e que não devem resistir em bancar mais exames durante da gestação. "Se houver necessidade, nossa recomendação é autorizar."
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Morte de Chris Cornell enterra o grunge
A morte de Chris Cornell, aos 52 anos, na noite desta quarta-feira (17), marca um triste e precoce fim para uma geração que ascendeu no rock dos anos 1990 após a chamada "revolução grunge". O ex-vocalista do Soundgarden e do Audioslave, morto horas após fazer um show em Detroit, nos EUA, era uma das quatro maiores vozes do último movimento realmente relevante a renovar o rock n' roll. Sua passagem completa um ciclo triste e violento iniciado com a morte de Kurt Cobain. Dois eixos principais marcam esse processo de extinção forçada: primeiro, a relação autodestrutiva com as drogas, em especial a heroína. Segundo, o trato desconfortável e antagônico com o sucesso comercial. A alienação frente aos holofotes era compreensível em se tratando de uma geração que, ainda que de maneira descoordenada, enterrou e superou uma era de excessos, ilustrada de maneira caricata pelo rei deposto Axl Rose, do Guns N' Roses. Kurt Cobain foi o primeiro. Alçado contra a própria vontade ao posto de líder do movimento e antípoda do modelo de rock star, o líder do Nirvana se matou com um tiro de espingarda na cabeça, em 1994, aos 27 anos. Então um semideus, Cobain enfrentava crises de depressão e um avassalador vício em heroína, agravado por dores causadas por uma úlcera no estômago. Depois foi a vez de Layne Staley, o visceral e macambúzio líder do Alice in Chains, em 2002, aos 34 anos e mais de quatro anos após sua última aparição pública. Afastado da família, dos amigos e da cena musical e deteriorado pelo uso de drogas, Staley teve o corpo encontrado em casa semanas após o que as autoridades acreditam ter sido uma overdose de heroína e cocaína. Estava sentado no sofá, com a televisão ligada e cercado por restos de drogas no cômodo. Segundo relatos, já quase não tinha dentes na boca e pesava 39 quilos. Em 2015, Scott Weiland seguiu os macabros receituários autodestrutivos do rock e morreu, também de overdose ­—de cocaína e remédios, após décadas de luta contra o vício em heroína e álcool—, em um ônibus de turnê. O músico tentava se reerguer em carreira solo após uma saída nada amigável do Stone Temple Pilots, a terceira desde a formação da banda, em 1992, e após ter sido expulso do supergrupo Velvet Revolver, formado pelos então ex-membros do Guns N' Roses Slash e Duff McKagan. LIMITES Agora é a vez de Cornell, certamente a voz mais virtuosa entre todos os citados, e, ironicamente, um dos primeiros na lista a tentar pular do barco do niilismo rumo à salvação, embora tenha sempre flertado com o vício, em particular com o álcool. Saudável e até rejuvenescido, teve tempo de fazer sucesso de novo com outra banda, o Audioslave, um dos últimos suspiros do rock n' roll —o posto de líder do grupo recrutado pelo ex-Rage Against the Machine, Tom Morello, havia sido pensado inicialmente para Staley, que nunca apareceu para um teste agendado. Nos últimos anos, empreendeu bem-sucedida carreira solo, flexionando os limites entre rock e pop e inclusive arriscando-se musicalmente em outras searas. Não deixa de ser sintomático, aliás, que Weiland e Cornell tenham deixado o palco da vida já no início da velhice e em um tempo em que o gênero agoniza, pressionado pela própria irrelevância. Em especial nos Estados Unidos, onde o crescimento do hip-hop e do pop alçou rappers (Jay Z, Kanye West e, mais recentemente, Kendrick Lamar e Drake) e divas (Beyoncé, Lady Gaga) aos postos de porta-vozes geracionais que antes eram ocupados por roqueiros cabeludos. Também é sintomático que deste time tenha sobrado Eddie Vedder. O cantor do Pearl Jam —há expressivos 27 anos com a banda— nunca foi um junkie, ao menos não como os colegas, e desde cedo se esforçou para ultrapassar os limites mórbidos desta cena. Conseguiu: Vedder é hoje uma instituição e, muito além da contribuição ao grunge, tornou-se referência até na militância por causas como a defesa do meio ambiente. Como que fechando um ciclo soturno, aliás, vale lembrar que o próprio movimento grunge foi catalisado por uma morte: a de Andrew Wood, vocalista do grupo Mother Love Bone, em 1990. Em homenagem ao amigo morto, Cornell recrutou colegas músicos para uma banda-tributo, o Temple of the Dog. Fãs de Pearl Jam reconhecerão rapidamente a formação deste efêmero conjunto: os guitarristas Stone Gossard e Mike McCready, o baixista Jeff Ament e o baterista Matt Cameron. Eles mesmos, os membros do Pearl Jam, então à procura de uma voz. Conheceram, na ocasião, um jovem cantor que havia viajado de São Diego a Seattle para um teste em outro grupo: Vedder. O resto é história e, espera-se, ainda ganhará tintas. Mas só por garantia: alguém por favor coloque Eddie Vedder em um local seguro.
ilustrada
Morte de Chris Cornell enterra o grungeA morte de Chris Cornell, aos 52 anos, na noite desta quarta-feira (17), marca um triste e precoce fim para uma geração que ascendeu no rock dos anos 1990 após a chamada "revolução grunge". O ex-vocalista do Soundgarden e do Audioslave, morto horas após fazer um show em Detroit, nos EUA, era uma das quatro maiores vozes do último movimento realmente relevante a renovar o rock n' roll. Sua passagem completa um ciclo triste e violento iniciado com a morte de Kurt Cobain. Dois eixos principais marcam esse processo de extinção forçada: primeiro, a relação autodestrutiva com as drogas, em especial a heroína. Segundo, o trato desconfortável e antagônico com o sucesso comercial. A alienação frente aos holofotes era compreensível em se tratando de uma geração que, ainda que de maneira descoordenada, enterrou e superou uma era de excessos, ilustrada de maneira caricata pelo rei deposto Axl Rose, do Guns N' Roses. Kurt Cobain foi o primeiro. Alçado contra a própria vontade ao posto de líder do movimento e antípoda do modelo de rock star, o líder do Nirvana se matou com um tiro de espingarda na cabeça, em 1994, aos 27 anos. Então um semideus, Cobain enfrentava crises de depressão e um avassalador vício em heroína, agravado por dores causadas por uma úlcera no estômago. Depois foi a vez de Layne Staley, o visceral e macambúzio líder do Alice in Chains, em 2002, aos 34 anos e mais de quatro anos após sua última aparição pública. Afastado da família, dos amigos e da cena musical e deteriorado pelo uso de drogas, Staley teve o corpo encontrado em casa semanas após o que as autoridades acreditam ter sido uma overdose de heroína e cocaína. Estava sentado no sofá, com a televisão ligada e cercado por restos de drogas no cômodo. Segundo relatos, já quase não tinha dentes na boca e pesava 39 quilos. Em 2015, Scott Weiland seguiu os macabros receituários autodestrutivos do rock e morreu, também de overdose ­—de cocaína e remédios, após décadas de luta contra o vício em heroína e álcool—, em um ônibus de turnê. O músico tentava se reerguer em carreira solo após uma saída nada amigável do Stone Temple Pilots, a terceira desde a formação da banda, em 1992, e após ter sido expulso do supergrupo Velvet Revolver, formado pelos então ex-membros do Guns N' Roses Slash e Duff McKagan. LIMITES Agora é a vez de Cornell, certamente a voz mais virtuosa entre todos os citados, e, ironicamente, um dos primeiros na lista a tentar pular do barco do niilismo rumo à salvação, embora tenha sempre flertado com o vício, em particular com o álcool. Saudável e até rejuvenescido, teve tempo de fazer sucesso de novo com outra banda, o Audioslave, um dos últimos suspiros do rock n' roll —o posto de líder do grupo recrutado pelo ex-Rage Against the Machine, Tom Morello, havia sido pensado inicialmente para Staley, que nunca apareceu para um teste agendado. Nos últimos anos, empreendeu bem-sucedida carreira solo, flexionando os limites entre rock e pop e inclusive arriscando-se musicalmente em outras searas. Não deixa de ser sintomático, aliás, que Weiland e Cornell tenham deixado o palco da vida já no início da velhice e em um tempo em que o gênero agoniza, pressionado pela própria irrelevância. Em especial nos Estados Unidos, onde o crescimento do hip-hop e do pop alçou rappers (Jay Z, Kanye West e, mais recentemente, Kendrick Lamar e Drake) e divas (Beyoncé, Lady Gaga) aos postos de porta-vozes geracionais que antes eram ocupados por roqueiros cabeludos. Também é sintomático que deste time tenha sobrado Eddie Vedder. O cantor do Pearl Jam —há expressivos 27 anos com a banda— nunca foi um junkie, ao menos não como os colegas, e desde cedo se esforçou para ultrapassar os limites mórbidos desta cena. Conseguiu: Vedder é hoje uma instituição e, muito além da contribuição ao grunge, tornou-se referência até na militância por causas como a defesa do meio ambiente. Como que fechando um ciclo soturno, aliás, vale lembrar que o próprio movimento grunge foi catalisado por uma morte: a de Andrew Wood, vocalista do grupo Mother Love Bone, em 1990. Em homenagem ao amigo morto, Cornell recrutou colegas músicos para uma banda-tributo, o Temple of the Dog. Fãs de Pearl Jam reconhecerão rapidamente a formação deste efêmero conjunto: os guitarristas Stone Gossard e Mike McCready, o baixista Jeff Ament e o baterista Matt Cameron. Eles mesmos, os membros do Pearl Jam, então à procura de uma voz. Conheceram, na ocasião, um jovem cantor que havia viajado de São Diego a Seattle para um teste em outro grupo: Vedder. O resto é história e, espera-se, ainda ganhará tintas. Mas só por garantia: alguém por favor coloque Eddie Vedder em um local seguro.
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Sob risco de queda, presidente da Lusa pede ajuda e controla xingamentos
Jorge Manuel Marques Gonçalves, 55, queria assistir ao jogo da Portuguesa contra o Mogi Mirim, em 21 de março, nas arquibancadas do estádio Romildo Ferreira. Foi aconselhado a ir para o camarote dos presidentes. Aceitou. Quando viu uma jogada bizarra em campo, se levantou para repetir o que fez nas cinco décadas anteriores, quando esse tipo de coisa acontecia: xingar a diretoria. Saiu da cadeira e encheu os pulmões. Antes de o primeiro palavrão sair da boca, pensou: "Mas agora a diretoria sou eu!" Sentou-se calado. Na presidência do clube desde a renúncia de Ilídio Lico, em 20 de março, o advogado, filho de dono de padaria, tem memória fotográfica sobre partidas e jogadores da Lusa. Acostumado a xingar, sabe que será xingado. "Isso é bom. Mostra que as pessoas se importam. Pior seria a indiferença. A Portuguesa é uma paixão que muita gente se desiludiu. Estou disposto a ouvir sugestões e críticas, sem problema algum", disse ele, em entrevista para a Folha. A pedido do próprio cartola, a conversa não aconteceu em uma sala fechada com ar condicionado. Foi nas arquibancadas do Canindé. Advogado, Gonçalves caiu de paraquedas na presidência. Quando Ilídio saiu, o estatuto determinava que o substituto seria o vice-presidente jurídico. O advogado que ocupava o cargo estava brigado com o restante da diretoria. Passou a ser responsável por honrar os contratos assinados por seu antecessor. Não teve acesso à maioria quando era diretor, embora fosse recomendável que isso acontecesse. A folha de pagamentos atual gira na casa dos R$ 400 mil mensais. Um valor irrisório no futebol atual. Apesar disso, o clube sofre para manter as contas em dia. "A Portuguesa não consegue se manter com as próprias pernas. Precisamos de ajuda", reconhece. Os débitos anteriores continuam. O zagueiro Valdomiro, por exemplo, tem sete meses a receber referente à campanha de 2014. Na Série C no Brasileiro, a equipe pode ser rebaixada nesta quarta-feira no Paulista –dependendo de outros resultados, pode desde se salvar empatando até cair ganhando. A equipe está na zona de degola do Paulista. Corre o risco de cair pela terceira vez em pouco mais de dois anos. Gonçalves não diz exatamente com essas palavras, mas se sente meio desconfortável em cobrar pesadamente os jogadores que não vêm mostrando o desempenho desejado no Estadual. "Quando eu conseguir cumprir a obrigação do clube, que é pagar em dia, vamos poder exigir mais coisas. A primeira obrigação é pagar em dia. Os jogadores estão ali porque os dirigentes os colocaram lá", confessa o presidente. É uma opinião pouco usual para um cartola de futebol. Mas Gonçalves jamais imaginou que seria presidente. Entrou no clube como parte do que foi chamado de "chapão". A união de diferentes correntes políticas para a eleição no final de 2013. Pouco antes do caso Héverton. A escalação irregular do meia na última rodada do Brasileiro daquele ano fez a equipe ser rebaixada para a Série B e detonou a crise financeira e química que causou mais uma queda no ano seguinte. O novo presidente não gosta sequer que o episódio seja chamado de "caso Héverton". Acha que o jogador não tem responsabilidade e sequer descarta que ele volte no futuro para o Canindé. "Se nós precisarmos de um jogador com as características dele, por que não? O Héverton não tem culpa de nada". O trabalho não é pequeno. Sob o risco de um novo rebaixamento, sem dinheiro para montar um novo elenco ou pagar as contas do clube e precisando resolver o que fazer com o Canindé, interditado desde o ano passado, o mandatário tenta olhar para o futuro. Conseguir uma parceria para o futebol profissional, outra para a base, restaurar a arranhada credibilidade do clube e achar patrocinadores... "Eu preciso da ajuda daqueles que gostam da Portuguesa. Porque sei que a intenção de todos é melhorar a Portuguesa". Uma das possíveis fontes de receita é fechar contrato com um grupo de empresas que reformaria o terreno do Canindé, construiria prédios de escritório e repassaria parte dos rendimentos para a Lusa. Uma negociação que já foi dada como certa, mas que Gonçalves vê apenas como uma possibilidade. "É uma coisa embrionária. Não há nem o projeto de viabilidade econômica. Não tem contrato, não tem nada. Tudo precisa passar pelos órgãos deliberativos do clube. Não é algo para agora. Não é algo para este ano", confessa. Até lá, Jorge Manuel Marques Gonçalves precisa apenas arrumar um jeito de fazer a Portuguesa renascer. Sem rebaixamentos.
esporte
Sob risco de queda, presidente da Lusa pede ajuda e controla xingamentosJorge Manuel Marques Gonçalves, 55, queria assistir ao jogo da Portuguesa contra o Mogi Mirim, em 21 de março, nas arquibancadas do estádio Romildo Ferreira. Foi aconselhado a ir para o camarote dos presidentes. Aceitou. Quando viu uma jogada bizarra em campo, se levantou para repetir o que fez nas cinco décadas anteriores, quando esse tipo de coisa acontecia: xingar a diretoria. Saiu da cadeira e encheu os pulmões. Antes de o primeiro palavrão sair da boca, pensou: "Mas agora a diretoria sou eu!" Sentou-se calado. Na presidência do clube desde a renúncia de Ilídio Lico, em 20 de março, o advogado, filho de dono de padaria, tem memória fotográfica sobre partidas e jogadores da Lusa. Acostumado a xingar, sabe que será xingado. "Isso é bom. Mostra que as pessoas se importam. Pior seria a indiferença. A Portuguesa é uma paixão que muita gente se desiludiu. Estou disposto a ouvir sugestões e críticas, sem problema algum", disse ele, em entrevista para a Folha. A pedido do próprio cartola, a conversa não aconteceu em uma sala fechada com ar condicionado. Foi nas arquibancadas do Canindé. Advogado, Gonçalves caiu de paraquedas na presidência. Quando Ilídio saiu, o estatuto determinava que o substituto seria o vice-presidente jurídico. O advogado que ocupava o cargo estava brigado com o restante da diretoria. Passou a ser responsável por honrar os contratos assinados por seu antecessor. Não teve acesso à maioria quando era diretor, embora fosse recomendável que isso acontecesse. A folha de pagamentos atual gira na casa dos R$ 400 mil mensais. Um valor irrisório no futebol atual. Apesar disso, o clube sofre para manter as contas em dia. "A Portuguesa não consegue se manter com as próprias pernas. Precisamos de ajuda", reconhece. Os débitos anteriores continuam. O zagueiro Valdomiro, por exemplo, tem sete meses a receber referente à campanha de 2014. Na Série C no Brasileiro, a equipe pode ser rebaixada nesta quarta-feira no Paulista –dependendo de outros resultados, pode desde se salvar empatando até cair ganhando. A equipe está na zona de degola do Paulista. Corre o risco de cair pela terceira vez em pouco mais de dois anos. Gonçalves não diz exatamente com essas palavras, mas se sente meio desconfortável em cobrar pesadamente os jogadores que não vêm mostrando o desempenho desejado no Estadual. "Quando eu conseguir cumprir a obrigação do clube, que é pagar em dia, vamos poder exigir mais coisas. A primeira obrigação é pagar em dia. Os jogadores estão ali porque os dirigentes os colocaram lá", confessa o presidente. É uma opinião pouco usual para um cartola de futebol. Mas Gonçalves jamais imaginou que seria presidente. Entrou no clube como parte do que foi chamado de "chapão". A união de diferentes correntes políticas para a eleição no final de 2013. Pouco antes do caso Héverton. A escalação irregular do meia na última rodada do Brasileiro daquele ano fez a equipe ser rebaixada para a Série B e detonou a crise financeira e química que causou mais uma queda no ano seguinte. O novo presidente não gosta sequer que o episódio seja chamado de "caso Héverton". Acha que o jogador não tem responsabilidade e sequer descarta que ele volte no futuro para o Canindé. "Se nós precisarmos de um jogador com as características dele, por que não? O Héverton não tem culpa de nada". O trabalho não é pequeno. Sob o risco de um novo rebaixamento, sem dinheiro para montar um novo elenco ou pagar as contas do clube e precisando resolver o que fazer com o Canindé, interditado desde o ano passado, o mandatário tenta olhar para o futuro. Conseguir uma parceria para o futebol profissional, outra para a base, restaurar a arranhada credibilidade do clube e achar patrocinadores... "Eu preciso da ajuda daqueles que gostam da Portuguesa. Porque sei que a intenção de todos é melhorar a Portuguesa". Uma das possíveis fontes de receita é fechar contrato com um grupo de empresas que reformaria o terreno do Canindé, construiria prédios de escritório e repassaria parte dos rendimentos para a Lusa. Uma negociação que já foi dada como certa, mas que Gonçalves vê apenas como uma possibilidade. "É uma coisa embrionária. Não há nem o projeto de viabilidade econômica. Não tem contrato, não tem nada. Tudo precisa passar pelos órgãos deliberativos do clube. Não é algo para agora. Não é algo para este ano", confessa. Até lá, Jorge Manuel Marques Gonçalves precisa apenas arrumar um jeito de fazer a Portuguesa renascer. Sem rebaixamentos.
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Dona de agência de comunicação ligada ao PT fecha delação
Uma nova delação vai deixar o Palácio do Planalto em alerta. A publicitária Danielle Fonteles, dona da agência de comunicação Pepper Interativa, fechou colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República na Operação Acrônimo, que apura suspeita de um esquema de desvio de dinheiro público para campanhas políticas do PT. A empresa, que produz conteúdo para a internet, começou a trabalhar para o partido em 2010 e cresceu na esteira da campanha que elegeu Dilma Rousseff. A informação foi revelada pela revista "Veja". Segundo pessoas próximas à investigação, Danielle acertou com os investigadores implicar o governador Fernando Pimentel (PT-MG) e Benedito Rodrigues Oliveira Neto, o Bené, empresário e amigo do petista. Os dois já estão sendo investigados. Há ainda a expectativa de que as revelações devem alcançar a campanha da presidente. A suspeita é de que a Pepper tenha sido utilizada para repassar dinheiro dos cofres públicos e de campanhas eleitorais para políticos e agentes públicos. De acordo com investigadores, a Pepper poderia explicar o uso de dinheiro em campanhas do PT que teria sido desembolsado por empreiteiras que estão na Operação Lava Jato, acusadas de participação no cartel que atuou no esquema de corrupção da Petrobras, como a Andrade Gutierrez e a OAS. A Folha revelou no início do mês que a Andrade Gutierrez contou aos investigadores da Lava Jato ter pago R$ 6 milhões para a Pepper em 2010, por meio de contrato fictício. A OAS também indicou que estaria disposta a falar sobre o pagamento de dívidas da campanha de Dilma de 2010 para a Pepper, quando foram pagos R$ 717 mil. A agência cuidava da imagem de Dilma no Facebook, entre outros serviços. Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou que a empresa movimentou recursos considerados suspeitos do PT. A dona da Pepper vinha resistindo a fechar delação, mas com o avanço das investigações Danielle acabou cedendo. A colaboração terá que ser confirmada pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Herman Benjamin, relator da Acrônimo. INVESTIGAÇÃO A Operação Acrônimo foi deflagrada em 2015 e apura irregularidades no financiamento e na prestação de contas da campanha de Pimentel ao ao Palácio da Liberdade, em 2014, e eventual favorecimento a empresas com empréstimos do BNDES, subordinado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pasta que foi comandada pelo governador. Segundo a Folha apurou, foram encontrados indícios de que Danielle recebeu comissões para intermediar demandas de empresas africanas junto a Pimentel. Foi encontrado um contrato de US$ 1,3 milhão da Pepper com uma empresa do Congo, a Asperbras, que era representada por um brasileiro, também alvo da operação. A Pepper entrou na mira da Acrônimo porque há suspeitas de que a mulher de Pimentel, Carolina de Oliveira, seria sócia oculta da empresa e receberia comissões por meio dela. A Pepper teria repassado para a empresa dela pelo menos R$ 230 mil. Em fevereiro, o STJ autorizou a Polícia Federal a interrogar Pimentel e a indiciá-lo caso ache pertinente. A Folha apurou que, na avaliação da PF, o governador pode ser indiciado sob suspeita dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. OUTRO LADO Procurada pela Folha, a Pepper informou que "não tinha nada a declarar". A empresa de comunicação tem dito que só vai se manifestar sobre as investigações no momento e no foro apropriados. A reportagem não conseguiu localizar os advogados de defesa do governador de Minas para comentar a colaboração da publicitária. O PT-MG tem dito que Pimentel nega qualquer irregularidade na origem dos recursos usados na campanha ao governo em 2014, assim como o seu envolvimento em qualquer atividade ilícita ou não declarada. Os advogados do governador têm afirmado ainda que vão recorrer da decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça, corte em que governadores de Estado têm seu foro) de autorizar a Polícia Federal a indiciar o petista, se achar pertinente. Segundo a defesa, "a legislação não autoriza esse pedido por parte da autoridade policial nessas hipóteses". Dilma tem negado irregularidades em suas campanhas.
poder
Dona de agência de comunicação ligada ao PT fecha delaçãoUma nova delação vai deixar o Palácio do Planalto em alerta. A publicitária Danielle Fonteles, dona da agência de comunicação Pepper Interativa, fechou colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República na Operação Acrônimo, que apura suspeita de um esquema de desvio de dinheiro público para campanhas políticas do PT. A empresa, que produz conteúdo para a internet, começou a trabalhar para o partido em 2010 e cresceu na esteira da campanha que elegeu Dilma Rousseff. A informação foi revelada pela revista "Veja". Segundo pessoas próximas à investigação, Danielle acertou com os investigadores implicar o governador Fernando Pimentel (PT-MG) e Benedito Rodrigues Oliveira Neto, o Bené, empresário e amigo do petista. Os dois já estão sendo investigados. Há ainda a expectativa de que as revelações devem alcançar a campanha da presidente. A suspeita é de que a Pepper tenha sido utilizada para repassar dinheiro dos cofres públicos e de campanhas eleitorais para políticos e agentes públicos. De acordo com investigadores, a Pepper poderia explicar o uso de dinheiro em campanhas do PT que teria sido desembolsado por empreiteiras que estão na Operação Lava Jato, acusadas de participação no cartel que atuou no esquema de corrupção da Petrobras, como a Andrade Gutierrez e a OAS. A Folha revelou no início do mês que a Andrade Gutierrez contou aos investigadores da Lava Jato ter pago R$ 6 milhões para a Pepper em 2010, por meio de contrato fictício. A OAS também indicou que estaria disposta a falar sobre o pagamento de dívidas da campanha de Dilma de 2010 para a Pepper, quando foram pagos R$ 717 mil. A agência cuidava da imagem de Dilma no Facebook, entre outros serviços. Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou que a empresa movimentou recursos considerados suspeitos do PT. A dona da Pepper vinha resistindo a fechar delação, mas com o avanço das investigações Danielle acabou cedendo. A colaboração terá que ser confirmada pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Herman Benjamin, relator da Acrônimo. INVESTIGAÇÃO A Operação Acrônimo foi deflagrada em 2015 e apura irregularidades no financiamento e na prestação de contas da campanha de Pimentel ao ao Palácio da Liberdade, em 2014, e eventual favorecimento a empresas com empréstimos do BNDES, subordinado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pasta que foi comandada pelo governador. Segundo a Folha apurou, foram encontrados indícios de que Danielle recebeu comissões para intermediar demandas de empresas africanas junto a Pimentel. Foi encontrado um contrato de US$ 1,3 milhão da Pepper com uma empresa do Congo, a Asperbras, que era representada por um brasileiro, também alvo da operação. A Pepper entrou na mira da Acrônimo porque há suspeitas de que a mulher de Pimentel, Carolina de Oliveira, seria sócia oculta da empresa e receberia comissões por meio dela. A Pepper teria repassado para a empresa dela pelo menos R$ 230 mil. Em fevereiro, o STJ autorizou a Polícia Federal a interrogar Pimentel e a indiciá-lo caso ache pertinente. A Folha apurou que, na avaliação da PF, o governador pode ser indiciado sob suspeita dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. OUTRO LADO Procurada pela Folha, a Pepper informou que "não tinha nada a declarar". A empresa de comunicação tem dito que só vai se manifestar sobre as investigações no momento e no foro apropriados. A reportagem não conseguiu localizar os advogados de defesa do governador de Minas para comentar a colaboração da publicitária. O PT-MG tem dito que Pimentel nega qualquer irregularidade na origem dos recursos usados na campanha ao governo em 2014, assim como o seu envolvimento em qualquer atividade ilícita ou não declarada. Os advogados do governador têm afirmado ainda que vão recorrer da decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça, corte em que governadores de Estado têm seu foro) de autorizar a Polícia Federal a indiciar o petista, se achar pertinente. Segundo a defesa, "a legislação não autoriza esse pedido por parte da autoridade policial nessas hipóteses". Dilma tem negado irregularidades em suas campanhas.
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Em São Paulo, médicos usam telemedicina para tratar pacientes na Bahia
Tecnologia permite que centros de referência auxiliem, à distância, o diagnóstico e terapia em hospitais com poucos recursos. Confira o Especial da Folha sobre as terapias médicas de última geração que avançam a passos largos em todas as fases: da prevenção à reabilitação, estimulando discussão sobre a abrangência, a eficácia e o custo de tantas novidades. Leia mais em: http://temas.folha.com.br/tecnologia-em-saude
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Em São Paulo, médicos usam telemedicina para tratar pacientes na BahiaTecnologia permite que centros de referência auxiliem, à distância, o diagnóstico e terapia em hospitais com poucos recursos. Confira o Especial da Folha sobre as terapias médicas de última geração que avançam a passos largos em todas as fases: da prevenção à reabilitação, estimulando discussão sobre a abrangência, a eficácia e o custo de tantas novidades. Leia mais em: http://temas.folha.com.br/tecnologia-em-saude
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Com Argentina sem técnico, Bielsa desiste de treinar a Lazio
Dois dias depois de ser anunciado como novo técnico da Lazio, o argentino Marcelo Bielsa desistiu de comandar a equipe italiana. O anúncio foi feito pelo próprio time da capital da Itália nesta sexta-feira (8). "Tomamos conhecimento com espanto da decisão do senhor Marcelo Bielsa (...) deixando de cumprir os compromissos assumidos e os contratos assinados na última semana, e registrados na Federação Italiana de Futebol", afirma a Lazio em um breve comunicado. Com a desistência de comandar a Lazio, especula que Marcelo Bielsa esteja negociando para comandar a seleção argentina. Na última terça-feira (5), o treinador Tata Martino anunciou sua saída do cargo. De acordo com a Associação de Futebol Argentino, Tata Martino renunciou ao cargo "devido a indefinição na designação das novas autoridades da entidade e nos graves inconvenientes para conseguir montar o plantel que representará o país nos próximos Jogos Olímpicos". Na quarta-feira, a AFA anunciou os jogadores que deverão representar o país na Rio-2016. O treinador do time na competição será Julio Olarticoechea. Um dia antes da convocação, o presidente do Comitê Olímpico Argentino, Gerardo Werthein, afirmou que o país corria o risco de não disputar o evento. "De 1 a 10, hoje tem 50% de chances da Argentina não apresentar equipe de futebol masculino nos Jogos Olímpicos", falou Werthein em entrevista à rádio argentina Mitre. "É um pouco do que acontece com a AFA [Associação de Futebol Argentino]. Faz 20 meses que não fala conosco", completou. A AFA vive caos institucional, sob processo de intervenção da Fifa, que identificou problemas nas contas da sua filiada em contratos fechados com o governo local. O governo de Mauricio Macri também afirma ter encontrado irregularidades nas relações entre a entidade e governo anterior, de Cristina Kirchner. A crise da AFA ficou ainda maior depois da final da Copa América. O presidente da entidade, Luis Segura, renunciou ao cargo recentemente.
esporte
Com Argentina sem técnico, Bielsa desiste de treinar a LazioDois dias depois de ser anunciado como novo técnico da Lazio, o argentino Marcelo Bielsa desistiu de comandar a equipe italiana. O anúncio foi feito pelo próprio time da capital da Itália nesta sexta-feira (8). "Tomamos conhecimento com espanto da decisão do senhor Marcelo Bielsa (...) deixando de cumprir os compromissos assumidos e os contratos assinados na última semana, e registrados na Federação Italiana de Futebol", afirma a Lazio em um breve comunicado. Com a desistência de comandar a Lazio, especula que Marcelo Bielsa esteja negociando para comandar a seleção argentina. Na última terça-feira (5), o treinador Tata Martino anunciou sua saída do cargo. De acordo com a Associação de Futebol Argentino, Tata Martino renunciou ao cargo "devido a indefinição na designação das novas autoridades da entidade e nos graves inconvenientes para conseguir montar o plantel que representará o país nos próximos Jogos Olímpicos". Na quarta-feira, a AFA anunciou os jogadores que deverão representar o país na Rio-2016. O treinador do time na competição será Julio Olarticoechea. Um dia antes da convocação, o presidente do Comitê Olímpico Argentino, Gerardo Werthein, afirmou que o país corria o risco de não disputar o evento. "De 1 a 10, hoje tem 50% de chances da Argentina não apresentar equipe de futebol masculino nos Jogos Olímpicos", falou Werthein em entrevista à rádio argentina Mitre. "É um pouco do que acontece com a AFA [Associação de Futebol Argentino]. Faz 20 meses que não fala conosco", completou. A AFA vive caos institucional, sob processo de intervenção da Fifa, que identificou problemas nas contas da sua filiada em contratos fechados com o governo local. O governo de Mauricio Macri também afirma ter encontrado irregularidades nas relações entre a entidade e governo anterior, de Cristina Kirchner. A crise da AFA ficou ainda maior depois da final da Copa América. O presidente da entidade, Luis Segura, renunciou ao cargo recentemente.
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Grama chique
De longe você vê a figura rodando a taça de vinho sobre a mesa. Depois, com destreza de expert, coloca a taça contra a luz. De cara, você sabe que se trata de alguém em busca de reconhecimento social, não? Ninguém decente deve se apresentar como alguém que "entende de vinhos". Melhor nem tocar na taça ou cheirá-la logo após ser servida. Eis um marcador de "angústia de status", como diz o filósofo Alain de Botton: entender de vinhos. A ignorância em agir segundo marcadores de estética social, muitas vezes, é a melhor política. Estética social nada tem a ver com arquitetura comunista. Ou com índios dançando em centros culturais paulistanos. Ou com música raivosa da periferia. Estética social é a disciplina que estuda o comportamento marcado pela busca de pertencimento à "elite" (seja lá qual tipo de elite for). Outra forma de definir a estética social é defini-la como a disciplina que estuda comportamentos que buscam o reconhecimento social de que você é chique. Você nunca ouviu falar disso? Sinto muito. A ânsia de se sentir parte da "elite" é um vício típico de vira-latas. Essa ânsia não necessariamente se apresenta como ânsia por produtos caros. Às vezes, em pessoas "psicologicamente" mais complicadas, essa ânsia se apresenta como busca de pertencimento ao círculo das pessoas "cultas e bacanas", que circulam pelo mundo da arte ou da "cultura". Mas, ainda assim, é um comportamento da mesma família do infeliz que "põe o vinho pra respirar" como forma de seduzir a mulher na frente dele. Em filosofia moral se sabe que a verdadeira virtude é discreta. Em estética social, vale a mesma coisa. Se você de fato, por mero azar, "entende de vinho" (seja lá o que isso for), melhor nunca deixar ninguém saber disso. Os códigos sociais são sempre confusos para quem busca pertencimento à "elite". Por exemplo, ir a um shopping da zona oeste com roupa chique é assinar um atestado de pobre. Falar alto que "conhece fulano famoso", a mesma coisa. Demonstrar muita alegria em público idem. No Brasil, luxo é quase sempre ostentação; por isso, a discrição é essencial em assuntos como este. Alguns dias atrás, um amigo meu me contou uma experiência que teve numa cidade importante do Brasil. Estando lá a trabalho, foi comer com a equipe num restaurante de comida orgânica. Ou seria vegana? Hoje em dia, os puros da comida tornam-se, cada vez mais, uma tribo segmentada de acordo com o tamanho da obsessão de cada um. E o mercado, esse profundo conhecedor da natureza humana, serve a essa lista de obsessões de modo preciso e generoso. Ao final da refeição, meu amigo percebeu que o almoço tinha saído muito caro, levando em conta que era um restaurante de quilo e de comida orgânica —afinal, grama e seus derivados costumam não ser tão caros assim. Este caso indica que mesmo os puros da comida estão entrando no mundo da angústia de status. O lema deles deve ser "quero comida orgânica, mas quero pagar caro por ela". Quando prestamos um pouco de atenção a esses comportamentos contemporâneos relacionados à angústia de status, percebemos que a presunção é uma marca de muitos restaurantes locais que querem se passar por um "restaurante de luxo". Antes de tudo, é importante avisar a essa moçada que acha legal comer grama chique (a expressão "grama chique" é de um amigo meu, um cara bastante esquisito) que não existe comida de luxo. Comida, por definição, nunca é luxo. Nem tecnologia. A Apple chegou perto de ser luxo porque privilegiou, por muitos anos, o design, sem chamar a atenção para o avanço tecnológico. "Avanço" é uma palavra que inexiste no vocabulário de luxo. Mas voltando aos presunçosos da comida... Cuidado com menus que misturam demais palavras francesas com elementos caipiras —do tipo "chez tutu"— ou lugares em bairros periféricos que servem para atestar que você não é alguém alienado nos "Jardins" porque vai lá comer tutu à mineira. Logo, logo teremos restaurante orgânico com nome do tipo "Palais Vert" para os puros da comida baterem selfies comendo grama chique.
colunas
Grama chiqueDe longe você vê a figura rodando a taça de vinho sobre a mesa. Depois, com destreza de expert, coloca a taça contra a luz. De cara, você sabe que se trata de alguém em busca de reconhecimento social, não? Ninguém decente deve se apresentar como alguém que "entende de vinhos". Melhor nem tocar na taça ou cheirá-la logo após ser servida. Eis um marcador de "angústia de status", como diz o filósofo Alain de Botton: entender de vinhos. A ignorância em agir segundo marcadores de estética social, muitas vezes, é a melhor política. Estética social nada tem a ver com arquitetura comunista. Ou com índios dançando em centros culturais paulistanos. Ou com música raivosa da periferia. Estética social é a disciplina que estuda o comportamento marcado pela busca de pertencimento à "elite" (seja lá qual tipo de elite for). Outra forma de definir a estética social é defini-la como a disciplina que estuda comportamentos que buscam o reconhecimento social de que você é chique. Você nunca ouviu falar disso? Sinto muito. A ânsia de se sentir parte da "elite" é um vício típico de vira-latas. Essa ânsia não necessariamente se apresenta como ânsia por produtos caros. Às vezes, em pessoas "psicologicamente" mais complicadas, essa ânsia se apresenta como busca de pertencimento ao círculo das pessoas "cultas e bacanas", que circulam pelo mundo da arte ou da "cultura". Mas, ainda assim, é um comportamento da mesma família do infeliz que "põe o vinho pra respirar" como forma de seduzir a mulher na frente dele. Em filosofia moral se sabe que a verdadeira virtude é discreta. Em estética social, vale a mesma coisa. Se você de fato, por mero azar, "entende de vinho" (seja lá o que isso for), melhor nunca deixar ninguém saber disso. Os códigos sociais são sempre confusos para quem busca pertencimento à "elite". Por exemplo, ir a um shopping da zona oeste com roupa chique é assinar um atestado de pobre. Falar alto que "conhece fulano famoso", a mesma coisa. Demonstrar muita alegria em público idem. No Brasil, luxo é quase sempre ostentação; por isso, a discrição é essencial em assuntos como este. Alguns dias atrás, um amigo meu me contou uma experiência que teve numa cidade importante do Brasil. Estando lá a trabalho, foi comer com a equipe num restaurante de comida orgânica. Ou seria vegana? Hoje em dia, os puros da comida tornam-se, cada vez mais, uma tribo segmentada de acordo com o tamanho da obsessão de cada um. E o mercado, esse profundo conhecedor da natureza humana, serve a essa lista de obsessões de modo preciso e generoso. Ao final da refeição, meu amigo percebeu que o almoço tinha saído muito caro, levando em conta que era um restaurante de quilo e de comida orgânica —afinal, grama e seus derivados costumam não ser tão caros assim. Este caso indica que mesmo os puros da comida estão entrando no mundo da angústia de status. O lema deles deve ser "quero comida orgânica, mas quero pagar caro por ela". Quando prestamos um pouco de atenção a esses comportamentos contemporâneos relacionados à angústia de status, percebemos que a presunção é uma marca de muitos restaurantes locais que querem se passar por um "restaurante de luxo". Antes de tudo, é importante avisar a essa moçada que acha legal comer grama chique (a expressão "grama chique" é de um amigo meu, um cara bastante esquisito) que não existe comida de luxo. Comida, por definição, nunca é luxo. Nem tecnologia. A Apple chegou perto de ser luxo porque privilegiou, por muitos anos, o design, sem chamar a atenção para o avanço tecnológico. "Avanço" é uma palavra que inexiste no vocabulário de luxo. Mas voltando aos presunçosos da comida... Cuidado com menus que misturam demais palavras francesas com elementos caipiras —do tipo "chez tutu"— ou lugares em bairros periféricos que servem para atestar que você não é alguém alienado nos "Jardins" porque vai lá comer tutu à mineira. Logo, logo teremos restaurante orgânico com nome do tipo "Palais Vert" para os puros da comida baterem selfies comendo grama chique.
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'É preciso aliar guarda armada com tecnologia', diz Capitão Wagner, candidato em Fortaleza
MARCEL RIZZO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM FORTALEZA Dados da ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal colocaram Fortaleza como cidade mais violenta do Brasil em 2015, com uma taxa de 60,6 homicídios por 100 mil habitantes -é a 12ª colocada nesse ranking no mundo, segundo esses números. A segurança se tornou protagonista na eleição da capital do Ceará, setor que é de responsabilidade principal do Estado. Capitão reformado da Polícia Militar, o deputado estadual Wagner Souza Gomes, 37, conhecido como Capitão Wagner (PR), em entrevista à Folha prometeu armar a guarda municipal para tentar diminuir a violência. Ele aparece atrás na última pesquisa Datafolha, do dia 22 de outubro, encomendada pelo jornal "O Povo". O atual prefeito Roberto Claudio (PDT), que tenta a reeleição, obteve 45% das intenções de voto para o segundo turno, contra 36% de Capitão Wagner. Folha - O senhor acredita que armar a guarda municipal diminuiria a violência em Fortaleza? Capitão Wagner - É preciso aliar uma guarda municipal treinada, bem preparada e armada com o uso da tecnologia. Em cidades como São Bernardo do Campo (SP), por exemplo, o radar identifica carros roubados, que aciona uma central e a polícia ou a guarda municipal podem procurar e abordar esse veículo. Essa integração é fundamental. Folha - Os guardas terão um treinamento para utilizar as armas de fogo? Temos que ter responsabilidade em armar a guarda, nem todos terão acesso. Temos que ver a condição técnica e psicológica. O cara pode ser atirador de elite, mas se não tiver condições [psicológicas] não entregaremos as armas. O pessoal acha que vai armar e vai aumentar os problemas. Hoje os guardas já usam armas não letais, e temos alguns problemas de pessoas machucadas. A questão é quem pode usar. Folha - Depois de focar principalmente em segurança, o senhor também voltou suas atenções para a saúde no segundo turno. A promessa é melhora no abastecimento de medicamentos. A prefeitura terá recursos para isso? Hoje você entra em alguns prédios novos, vai ali na sala do dentista, e está tudo bonito, cadeira nova, ar condicionado, mas o dentista e seu assistente não tem luva, gaze, massa para a obturação. Falta o básico para os postos funcionarem. Temos que alocar melhor o dinheiro, e antes de construir novos postos, colocar para funcionar bem aqueles que existem. Folha - O senhor prometeu regularizar o Uber, aplicativo de que tem como motoristas pessoas que muitas vezes utilizam o próprio carro para transportar os passageiros. Não teme perder o apoio dos taxistas? Abrimos o diálogo entre os taxistas e os motoristas do Uber. E justamente para evitar essa guerra que queremos regulamentar. Porque aí a gestão mantém o controle sobre quantos veículos Uber estão na rua, quem são os motoristas. É bom para a concorrência. Hoje o taxista tem muito 'rendeiro', o cara aluga a vaga e paga uns R$ 3.000 por mês. Aí ele não consegue concorrer com o Uber. Vamos desonerar os taxistas para concorrer com o Uber. Folha: O senhor tem o apoio de dois importantes nomes da política cearense, os senadores Eunício Oliveira (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB). A coligação o fez ter um bom tempo de TV, mas o senhor diz que não conseguiu levantar tanto dinheiro quanto o rival. Por que não houve menos interessados em doar? Minha primeira campanha [para deputado estadual em 2010] foi financiada pela categoria [Polícia Militar]. Pelo contrário, até brinquei com os dois [Eunício e Tasso] que estão dificultando, porque são dois empresários bem-sucedidos e dois senadores, e, portanto, acham que o Capitão está surfando no dinheiro. Mas não, não tivemos campanha abastada e o tempo de TV nos ajudou a avançar [no início de setembro a campanha havia arrecadado R$ 1,7 milhão, contra R$ 3,8 milhões de Roberto Claudio]. Folha - Hoje o PMDB e o PSDB de seus aliados locais estão no comando do governo federal. Como vê que isso pode ajudar em sua eleição e no seu mandato caso vença? O Tasso e o Eunício serão os meus links em Brasília -além do Tasso me ajudar na área mais nobre da cidade, que tem preconceito por eu ter vindo da periferia e ser policial militar. Temos que esquecer o impeachment [de Dilma Rousseff], já temos um presidente novo [Michel Temer], está definido. E o gestor tem a função de procurar esse presidente e buscar recursos para Fortaleza. E temos dois senadores ligados ao governo federal que vão nos ajudar. Meu adversário tem dois padrinhos políticos [os irmãos e ex-governadores do Ceará Cid e Ciro Gomes] que odeiam o presidente, o que pode atrapalhar essa relação. Folha - A relação do senhor com os irmãos Ferreira Gomes é conturbada desde que, em 2011, comandou paralisação da Polícia Militar [por remuneração e melhores condições de trabalho], quando foi até criticado [Cid Gomes era o governador]. Como avalia hoje aquela atitude? A maneira como eles [governo] conduziram gerou uma liderança natural. Não houve um disparo de arma de fogo, foi pacífico. Se eu não tivesse sangue no olho ali, teriam me destruído. Mas a exposição da grande mídia, naquele momento, impulsionou minha candidatura [foi eleito vereador de Fortaleza em 2012].
poder
'É preciso aliar guarda armada com tecnologia', diz Capitão Wagner, candidato em FortalezaMARCEL RIZZO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM FORTALEZA Dados da ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal colocaram Fortaleza como cidade mais violenta do Brasil em 2015, com uma taxa de 60,6 homicídios por 100 mil habitantes -é a 12ª colocada nesse ranking no mundo, segundo esses números. A segurança se tornou protagonista na eleição da capital do Ceará, setor que é de responsabilidade principal do Estado. Capitão reformado da Polícia Militar, o deputado estadual Wagner Souza Gomes, 37, conhecido como Capitão Wagner (PR), em entrevista à Folha prometeu armar a guarda municipal para tentar diminuir a violência. Ele aparece atrás na última pesquisa Datafolha, do dia 22 de outubro, encomendada pelo jornal "O Povo". O atual prefeito Roberto Claudio (PDT), que tenta a reeleição, obteve 45% das intenções de voto para o segundo turno, contra 36% de Capitão Wagner. Folha - O senhor acredita que armar a guarda municipal diminuiria a violência em Fortaleza? Capitão Wagner - É preciso aliar uma guarda municipal treinada, bem preparada e armada com o uso da tecnologia. Em cidades como São Bernardo do Campo (SP), por exemplo, o radar identifica carros roubados, que aciona uma central e a polícia ou a guarda municipal podem procurar e abordar esse veículo. Essa integração é fundamental. Folha - Os guardas terão um treinamento para utilizar as armas de fogo? Temos que ter responsabilidade em armar a guarda, nem todos terão acesso. Temos que ver a condição técnica e psicológica. O cara pode ser atirador de elite, mas se não tiver condições [psicológicas] não entregaremos as armas. O pessoal acha que vai armar e vai aumentar os problemas. Hoje os guardas já usam armas não letais, e temos alguns problemas de pessoas machucadas. A questão é quem pode usar. Folha - Depois de focar principalmente em segurança, o senhor também voltou suas atenções para a saúde no segundo turno. A promessa é melhora no abastecimento de medicamentos. A prefeitura terá recursos para isso? Hoje você entra em alguns prédios novos, vai ali na sala do dentista, e está tudo bonito, cadeira nova, ar condicionado, mas o dentista e seu assistente não tem luva, gaze, massa para a obturação. Falta o básico para os postos funcionarem. Temos que alocar melhor o dinheiro, e antes de construir novos postos, colocar para funcionar bem aqueles que existem. Folha - O senhor prometeu regularizar o Uber, aplicativo de que tem como motoristas pessoas que muitas vezes utilizam o próprio carro para transportar os passageiros. Não teme perder o apoio dos taxistas? Abrimos o diálogo entre os taxistas e os motoristas do Uber. E justamente para evitar essa guerra que queremos regulamentar. Porque aí a gestão mantém o controle sobre quantos veículos Uber estão na rua, quem são os motoristas. É bom para a concorrência. Hoje o taxista tem muito 'rendeiro', o cara aluga a vaga e paga uns R$ 3.000 por mês. Aí ele não consegue concorrer com o Uber. Vamos desonerar os taxistas para concorrer com o Uber. Folha: O senhor tem o apoio de dois importantes nomes da política cearense, os senadores Eunício Oliveira (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB). A coligação o fez ter um bom tempo de TV, mas o senhor diz que não conseguiu levantar tanto dinheiro quanto o rival. Por que não houve menos interessados em doar? Minha primeira campanha [para deputado estadual em 2010] foi financiada pela categoria [Polícia Militar]. Pelo contrário, até brinquei com os dois [Eunício e Tasso] que estão dificultando, porque são dois empresários bem-sucedidos e dois senadores, e, portanto, acham que o Capitão está surfando no dinheiro. Mas não, não tivemos campanha abastada e o tempo de TV nos ajudou a avançar [no início de setembro a campanha havia arrecadado R$ 1,7 milhão, contra R$ 3,8 milhões de Roberto Claudio]. Folha - Hoje o PMDB e o PSDB de seus aliados locais estão no comando do governo federal. Como vê que isso pode ajudar em sua eleição e no seu mandato caso vença? O Tasso e o Eunício serão os meus links em Brasília -além do Tasso me ajudar na área mais nobre da cidade, que tem preconceito por eu ter vindo da periferia e ser policial militar. Temos que esquecer o impeachment [de Dilma Rousseff], já temos um presidente novo [Michel Temer], está definido. E o gestor tem a função de procurar esse presidente e buscar recursos para Fortaleza. E temos dois senadores ligados ao governo federal que vão nos ajudar. Meu adversário tem dois padrinhos políticos [os irmãos e ex-governadores do Ceará Cid e Ciro Gomes] que odeiam o presidente, o que pode atrapalhar essa relação. Folha - A relação do senhor com os irmãos Ferreira Gomes é conturbada desde que, em 2011, comandou paralisação da Polícia Militar [por remuneração e melhores condições de trabalho], quando foi até criticado [Cid Gomes era o governador]. Como avalia hoje aquela atitude? A maneira como eles [governo] conduziram gerou uma liderança natural. Não houve um disparo de arma de fogo, foi pacífico. Se eu não tivesse sangue no olho ali, teriam me destruído. Mas a exposição da grande mídia, naquele momento, impulsionou minha candidatura [foi eleito vereador de Fortaleza em 2012].
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Sarney acusa Janot de agir por vingança ao incluir Roseana em lista
O ex-senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) acusou neste domingo (8) o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de agir por vingança ao colocar o nome de sua filha e ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) na lista dos políticos que serão investigados por suspeita de envolvimento no esquema de pagamento de propina revelado pela Operação Lava Jato. Em coluna assinada no jornal "O Estado do Maranhão", controlado pela família, Sarney disse que o motivo da inclusão do nome da filha é a atribuição a ele sobre a recusa, pelo Senado, da indicação do "cérebro e braço direito" de Janot, o subprocurador-geral da República Nicolao Dino, para o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). Sarney negou ligação com o fato. "É justo o nosso direito de revolta pela injustiça", diz o ex-presidente, em seu texto. Na sequência, cita a filha Roseana, "que está amargando o fel da vingança, uma mistura de ódio e política". Roseana será investigada porque o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ter repassado R$ 2 milhões em 2010 e R$ 1 milhão em 2008 à ex-governadora do Maranhão. Segundo Costa, os dois pagamentos ilícitos foram solicitados pelo ex-ministro das Minas e Energia do governo de Dilma Rousseff Edison Lobão. "Ela nunca foi à Petrobras, nunca teve nenhuma relação com o senhor Paulo Roberto, nunca teve nenhum pleito na Petrobras por firmas ou pessoas", afirmou Sarney. "Da Petrobras, só pediu, não pedindo, mas -como dizia o padre Vieira- exigindo e protestando, a refinaria de Bacabeira a que o Maranhão tem direito". O ex-presidente criticou ainda a justificativa do procurador da República de que, apesar das divergências entre as versões de Costa e do doleiro Alberto Youssef, delator do esquema, o Ministério Público Federal considerou que havia elementos suficientes para a abertura do inquérito contra Roseana. "Quais esses elementos? Não disse nem tem. Evidentemente, o dr. Janot fez uma escolha e usou a instituição Ministério Público para sua atuação, nessa escolha de a quem denuncia ou não, atarefado com sua própria eleição nestes dias", diz a coluna. O peemedebista afirmou ainda que não foi a primeira vez que o procurador da República agiu com vingança em "solidariedade" ao colega. Ele citou o pedido de intervenção federal no Maranhão feito por Janot no ano passado e a "perseguição" a Roseana no episódio de Pedrinhas, quando presos foram decapitados em presídio do Estado. Procurado, Janot não foi localizado neste domingo para comentar a declaração de Sarney. Por meio de sua assessoria, Roseana informou que ficou "completamente perplexa", sentiu-se "injustiçada" e reiterou não ter relação com Paulo Roberto Costa nem com os fatos investigados na Operação Lava Jato.
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Sarney acusa Janot de agir por vingança ao incluir Roseana em listaO ex-senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) acusou neste domingo (8) o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de agir por vingança ao colocar o nome de sua filha e ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) na lista dos políticos que serão investigados por suspeita de envolvimento no esquema de pagamento de propina revelado pela Operação Lava Jato. Em coluna assinada no jornal "O Estado do Maranhão", controlado pela família, Sarney disse que o motivo da inclusão do nome da filha é a atribuição a ele sobre a recusa, pelo Senado, da indicação do "cérebro e braço direito" de Janot, o subprocurador-geral da República Nicolao Dino, para o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). Sarney negou ligação com o fato. "É justo o nosso direito de revolta pela injustiça", diz o ex-presidente, em seu texto. Na sequência, cita a filha Roseana, "que está amargando o fel da vingança, uma mistura de ódio e política". Roseana será investigada porque o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ter repassado R$ 2 milhões em 2010 e R$ 1 milhão em 2008 à ex-governadora do Maranhão. Segundo Costa, os dois pagamentos ilícitos foram solicitados pelo ex-ministro das Minas e Energia do governo de Dilma Rousseff Edison Lobão. "Ela nunca foi à Petrobras, nunca teve nenhuma relação com o senhor Paulo Roberto, nunca teve nenhum pleito na Petrobras por firmas ou pessoas", afirmou Sarney. "Da Petrobras, só pediu, não pedindo, mas -como dizia o padre Vieira- exigindo e protestando, a refinaria de Bacabeira a que o Maranhão tem direito". O ex-presidente criticou ainda a justificativa do procurador da República de que, apesar das divergências entre as versões de Costa e do doleiro Alberto Youssef, delator do esquema, o Ministério Público Federal considerou que havia elementos suficientes para a abertura do inquérito contra Roseana. "Quais esses elementos? Não disse nem tem. Evidentemente, o dr. Janot fez uma escolha e usou a instituição Ministério Público para sua atuação, nessa escolha de a quem denuncia ou não, atarefado com sua própria eleição nestes dias", diz a coluna. O peemedebista afirmou ainda que não foi a primeira vez que o procurador da República agiu com vingança em "solidariedade" ao colega. Ele citou o pedido de intervenção federal no Maranhão feito por Janot no ano passado e a "perseguição" a Roseana no episódio de Pedrinhas, quando presos foram decapitados em presídio do Estado. Procurado, Janot não foi localizado neste domingo para comentar a declaração de Sarney. Por meio de sua assessoria, Roseana informou que ficou "completamente perplexa", sentiu-se "injustiçada" e reiterou não ter relação com Paulo Roberto Costa nem com os fatos investigados na Operação Lava Jato.
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Esperamos dar em breve uma boa notícia, diz Corinthians sobre Dudu
O gerente de futebol do Corinthians, Edu Gaspar, se recusou a dar detalhes sobre o andamento da negociação com Dudu, 23, do Dínamo de Kiev (UCR). "Não quero atrapalhar o andamento das conversas dizendo qualquer coisa. Mas a gente espera poder dar em breve uma boa notícia para o torcedor corintiano", disse antes de embarcar com os jogadores para os Estados Unidos, onde a equipe vai realizar pré-temporada em Orlando. Questionado sobre o interesse do São Paulo no jogador, Gaspar apenas sorriu, antes de repetir: "A gente espera poder dar em breve uma boa notícia para o torcedor corintiano." O Corinthians apresentou uma proposta de R$ 13 milhões para comprar 60% do atacante que estava emprestado ao Grêmio no último Campeonato Brasileiro. O clube de Parque São Jorge acreditava que tudo estava fechado, inclusive com o pagamento da primeira parcela programado para maio deste ano. Mas o time ucraniano, temendo calote, pediu a apresentação de garantias bancárias, o que o Corinthians não conseguiu até agora. A grande arma do clube alvinegro é a vontade do jogador. Dudu disse querer se transferir para o Corinthians. A declaração teve um efeito calculado: criar um mal estar com a diretoria do São Paulo e forçar a ida para o Parque São Jorge. O Corinthians já pagou até mesmo parte da luva pela transferência do jogador. O São Paulo apostou na negociação com o Dínamo e ofereceu pagar R$ 11 milhões por 50% dos direitos econômicos. Isso seria feito em quatro prestações, a primeira no ato da compra. A disposição da equipe de Kiev em negociar é o que dá esperança ao presidente Carlos Miguel Aidar de levar Dudu para o Morumbi. Para a diretoria corintiana, a contratação de Dudu continua sendo uma questão de horas.
esporte
Esperamos dar em breve uma boa notícia, diz Corinthians sobre DuduO gerente de futebol do Corinthians, Edu Gaspar, se recusou a dar detalhes sobre o andamento da negociação com Dudu, 23, do Dínamo de Kiev (UCR). "Não quero atrapalhar o andamento das conversas dizendo qualquer coisa. Mas a gente espera poder dar em breve uma boa notícia para o torcedor corintiano", disse antes de embarcar com os jogadores para os Estados Unidos, onde a equipe vai realizar pré-temporada em Orlando. Questionado sobre o interesse do São Paulo no jogador, Gaspar apenas sorriu, antes de repetir: "A gente espera poder dar em breve uma boa notícia para o torcedor corintiano." O Corinthians apresentou uma proposta de R$ 13 milhões para comprar 60% do atacante que estava emprestado ao Grêmio no último Campeonato Brasileiro. O clube de Parque São Jorge acreditava que tudo estava fechado, inclusive com o pagamento da primeira parcela programado para maio deste ano. Mas o time ucraniano, temendo calote, pediu a apresentação de garantias bancárias, o que o Corinthians não conseguiu até agora. A grande arma do clube alvinegro é a vontade do jogador. Dudu disse querer se transferir para o Corinthians. A declaração teve um efeito calculado: criar um mal estar com a diretoria do São Paulo e forçar a ida para o Parque São Jorge. O Corinthians já pagou até mesmo parte da luva pela transferência do jogador. O São Paulo apostou na negociação com o Dínamo e ofereceu pagar R$ 11 milhões por 50% dos direitos econômicos. Isso seria feito em quatro prestações, a primeira no ato da compra. A disposição da equipe de Kiev em negociar é o que dá esperança ao presidente Carlos Miguel Aidar de levar Dudu para o Morumbi. Para a diretoria corintiana, a contratação de Dudu continua sendo uma questão de horas.
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Bibi Ferreira reestreia, agora em SP, espetáculo com músicas de Sinatra
Faltavam apenas três semanas para o fim da turnê "Bibi Ferreira Canta Repertório Sinatra", quando a atriz de 93 anos passou mal. Levada a um hospital, foi diagnosticado um infarto e realizado um cateterismo. Poder-se-ia imaginar que o incidente marcaria o fim de sua relação com os palcos, mas ela nem lembra-se direito dele. "Não sei bem como foi, não sofri, não. Me sinto com muito boa disposição", disse, em entrevista à Folha, no hotel em São Paulo onde vai morar nas próximas seis semanas. Seu empresário, que acabava de trazer para a atriz um sanduíche de pernil da tradicional lanchonete Estadão, no centro, complementa: "Ela entrou e saiu do hospital caminhando." Bibi retorna aos palcos nesta terça-feira (4), com o mesmo espetáculo com canções de Sinatra. Serão seis semanas em São Paulo, intercaladas com apresentações no interior do Estado e em Belo Horizonte. Depois virão Natal, Porto Alegre, Vitória e nova temporada no Rio. Em fevereiro, comemora 75 anos de carreira e emenda temporada em Nova York. Otimista, já tem planos para o fim do ano que vem e para 2017. "Quando tudo isso acabar, quero montar um show com músicas de Caymmi. Ele anda pouco divulgado, e é meu compositor brasileiro predileto. É perfeito para um espetáculo teatral, porque tem coisas leves, boas de cantar, misturadas com frases profundamente dramáticas". Questionada sobre que relação teve com o músico baiano, Bibi disse que não chegaram a ser amigos, mas que compartilharam uma vez um bife com batatas numa viagem ferroviária noturna entre SP e Rio. "Não sei por que não existe mais esse trem. Era um programa incrível, saíamos daqui às 23h, jantávamos a bordo, e chegávamos ao Rio de manhãzinha. Um programa adorável!" Filha do ator Procópio Ferreira (1898-1979) e da bailarina espanhola Aída Izquierdo (1904-1985), Bibi estreou no teatro em 28 de fevereiro de 1941, com "O Inimigo das Mulheres", de Carlo Goldoni. "Lembro muito bem. Papai estava mais nervoso que eu. Temia que eu não alcançasse o tom de representação, que eu não pudesse falar alto, o que de fato é dificílimo pedir a um ser humano qualquer. Mas eu tinha boa voz e nunca tive tendência a rouquidão." A longevidade da carreira Bibi também atribui em grande medida aos cuidados com a voz. "Não falo muito, não tomo gelado jamais. É chato, porque gosto de cerveja, mas não tomo nunca porque cerveja boa é cerveja gelada. Então pra mim não dá." Do álcool também mantém certa distância, mas não deixa de tomar o daiquiri, seu drinque predileto, com uma receita particular: muito pouco rum, suco de limão e açúcar, mas tudo sem gelo. CIGANA Morando no Flamengo, no Rio, Bibi Ferreira diz que não se importa em passar vários meses do ano em hotéis. "Sempre tive vida de cigana, estou acostumada, não tenho isso de ficar com saudades de casa", completa a atriz, que conta só cair no sono quase de manhã, pois passa as noites lendo e vendo filmes. Na capital paulista, ela afirma que quer ver peças em cartaz –começou com uma da amiga Claudia Raia. "O Rio é uma beleza, é intocável, eu amo. Mas prefiro a vida aqui de São Paulo. Me lembra meus anos na Inglaterra, esse frio, essa ideia de estar mais dentro dos ambientes, a vida teatral, é tudo mais acolhedor. São Paulo é mais 'home' [lar] para mim." O espetáculo que Bibi mostra a partir desta terça é mais um da série de homenagens que faz a grandes nomes da música. Antes de Frank Sinatra, ela já subiu ao palco com o repertório da portuguesa Amália Rodrigues, a francesa Edith Piaf e outros. "Não sou uma cantora, sou uma atriz que canta", reforça, ao descrever o show como uma performance, que amarra histórias da vida do cantor americano com as canções. Fazer um espetáculo apenas em inglês era um desejo antigo. A atriz foi educada neste idioma, numa escola britânica no Rio. "Quando chegou Getúlio Vargas, tiveram que mudar o currículo, porque aprendíamos tudo em inglês e só tínhamos português uma vez por semana. Ele mandou mudar aquilo. Mas até hoje tem coisas que eu decorei em inglês e não esqueço mais", diz, e recita parte da tabuada nesse idioma. Nos anos 1940, a atriz viveu em Londres, onde estudou direção na Royal Academy. Também na infância, Bibi aprendeu espanhol com a mãe, espanhola criada em Buenos Aires. "Falo portenho, adoro tango, meu espanhol é cheio de lunfardo", acrescenta, cantando trecho de "Esta Noche me Emborracho", do argentino Enrique Santos Discépolo. Longe do teatro desde 2007-09, quando ficou quase dois anos em cartaz com "Às Favas com os Escrúpulos", dirigida por Jô Soares, e da televisão há cerca de duas décadas, Bibi diz que "faltam bons textos no Brasil, principalmente de comédias". "Não aparece um bom papel para mim, por isso não faço. Acho o nível ruim, não por ser comercial, o que quero é fazer espetáculos comerciais mesmo. Mas não aparece coisa boa", resume. Há alguns meses, Bibi causou polêmica ao criticar o casal gay formado pelos personagens das atrizes Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, em "Babilônia" (Globo). Na entrevista, afirmou que não vê muita novela. "Nessa hora prefiro ir a algum espetáculo, ou sou eu mesma quem está se apresentando, portanto quase não vejo." Por outro lado, elogiou a cena teatral de São Paulo e do Rio. "Sempre tem gente jovem chegando, há todo um novo circuito instalado. Isso é ótimo, mas eu já não conheço muita gente, não acompanho, é muita novidade. Mas acho tudo muito positivo." BIBI FERREIRA CANTA REPERTÓRIO SINATRA QUANDO: TER. E QUA., ÀS 21H, ATÉ 9/9 ONDE: THEATRO NET SÃO PAULO, SHOPPING VILA OLÍMPIA, R. OLIMPÍADAS, 360; TEL. (11) 4003-1212 QUANTO: DE R$ 110 A R$ 140
ilustrada
Bibi Ferreira reestreia, agora em SP, espetáculo com músicas de SinatraFaltavam apenas três semanas para o fim da turnê "Bibi Ferreira Canta Repertório Sinatra", quando a atriz de 93 anos passou mal. Levada a um hospital, foi diagnosticado um infarto e realizado um cateterismo. Poder-se-ia imaginar que o incidente marcaria o fim de sua relação com os palcos, mas ela nem lembra-se direito dele. "Não sei bem como foi, não sofri, não. Me sinto com muito boa disposição", disse, em entrevista à Folha, no hotel em São Paulo onde vai morar nas próximas seis semanas. Seu empresário, que acabava de trazer para a atriz um sanduíche de pernil da tradicional lanchonete Estadão, no centro, complementa: "Ela entrou e saiu do hospital caminhando." Bibi retorna aos palcos nesta terça-feira (4), com o mesmo espetáculo com canções de Sinatra. Serão seis semanas em São Paulo, intercaladas com apresentações no interior do Estado e em Belo Horizonte. Depois virão Natal, Porto Alegre, Vitória e nova temporada no Rio. Em fevereiro, comemora 75 anos de carreira e emenda temporada em Nova York. Otimista, já tem planos para o fim do ano que vem e para 2017. "Quando tudo isso acabar, quero montar um show com músicas de Caymmi. Ele anda pouco divulgado, e é meu compositor brasileiro predileto. É perfeito para um espetáculo teatral, porque tem coisas leves, boas de cantar, misturadas com frases profundamente dramáticas". Questionada sobre que relação teve com o músico baiano, Bibi disse que não chegaram a ser amigos, mas que compartilharam uma vez um bife com batatas numa viagem ferroviária noturna entre SP e Rio. "Não sei por que não existe mais esse trem. Era um programa incrível, saíamos daqui às 23h, jantávamos a bordo, e chegávamos ao Rio de manhãzinha. Um programa adorável!" Filha do ator Procópio Ferreira (1898-1979) e da bailarina espanhola Aída Izquierdo (1904-1985), Bibi estreou no teatro em 28 de fevereiro de 1941, com "O Inimigo das Mulheres", de Carlo Goldoni. "Lembro muito bem. Papai estava mais nervoso que eu. Temia que eu não alcançasse o tom de representação, que eu não pudesse falar alto, o que de fato é dificílimo pedir a um ser humano qualquer. Mas eu tinha boa voz e nunca tive tendência a rouquidão." A longevidade da carreira Bibi também atribui em grande medida aos cuidados com a voz. "Não falo muito, não tomo gelado jamais. É chato, porque gosto de cerveja, mas não tomo nunca porque cerveja boa é cerveja gelada. Então pra mim não dá." Do álcool também mantém certa distância, mas não deixa de tomar o daiquiri, seu drinque predileto, com uma receita particular: muito pouco rum, suco de limão e açúcar, mas tudo sem gelo. CIGANA Morando no Flamengo, no Rio, Bibi Ferreira diz que não se importa em passar vários meses do ano em hotéis. "Sempre tive vida de cigana, estou acostumada, não tenho isso de ficar com saudades de casa", completa a atriz, que conta só cair no sono quase de manhã, pois passa as noites lendo e vendo filmes. Na capital paulista, ela afirma que quer ver peças em cartaz –começou com uma da amiga Claudia Raia. "O Rio é uma beleza, é intocável, eu amo. Mas prefiro a vida aqui de São Paulo. Me lembra meus anos na Inglaterra, esse frio, essa ideia de estar mais dentro dos ambientes, a vida teatral, é tudo mais acolhedor. São Paulo é mais 'home' [lar] para mim." O espetáculo que Bibi mostra a partir desta terça é mais um da série de homenagens que faz a grandes nomes da música. Antes de Frank Sinatra, ela já subiu ao palco com o repertório da portuguesa Amália Rodrigues, a francesa Edith Piaf e outros. "Não sou uma cantora, sou uma atriz que canta", reforça, ao descrever o show como uma performance, que amarra histórias da vida do cantor americano com as canções. Fazer um espetáculo apenas em inglês era um desejo antigo. A atriz foi educada neste idioma, numa escola britânica no Rio. "Quando chegou Getúlio Vargas, tiveram que mudar o currículo, porque aprendíamos tudo em inglês e só tínhamos português uma vez por semana. Ele mandou mudar aquilo. Mas até hoje tem coisas que eu decorei em inglês e não esqueço mais", diz, e recita parte da tabuada nesse idioma. Nos anos 1940, a atriz viveu em Londres, onde estudou direção na Royal Academy. Também na infância, Bibi aprendeu espanhol com a mãe, espanhola criada em Buenos Aires. "Falo portenho, adoro tango, meu espanhol é cheio de lunfardo", acrescenta, cantando trecho de "Esta Noche me Emborracho", do argentino Enrique Santos Discépolo. Longe do teatro desde 2007-09, quando ficou quase dois anos em cartaz com "Às Favas com os Escrúpulos", dirigida por Jô Soares, e da televisão há cerca de duas décadas, Bibi diz que "faltam bons textos no Brasil, principalmente de comédias". "Não aparece um bom papel para mim, por isso não faço. Acho o nível ruim, não por ser comercial, o que quero é fazer espetáculos comerciais mesmo. Mas não aparece coisa boa", resume. Há alguns meses, Bibi causou polêmica ao criticar o casal gay formado pelos personagens das atrizes Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, em "Babilônia" (Globo). Na entrevista, afirmou que não vê muita novela. "Nessa hora prefiro ir a algum espetáculo, ou sou eu mesma quem está se apresentando, portanto quase não vejo." Por outro lado, elogiou a cena teatral de São Paulo e do Rio. "Sempre tem gente jovem chegando, há todo um novo circuito instalado. Isso é ótimo, mas eu já não conheço muita gente, não acompanho, é muita novidade. Mas acho tudo muito positivo." BIBI FERREIRA CANTA REPERTÓRIO SINATRA QUANDO: TER. E QUA., ÀS 21H, ATÉ 9/9 ONDE: THEATRO NET SÃO PAULO, SHOPPING VILA OLÍMPIA, R. OLIMPÍADAS, 360; TEL. (11) 4003-1212 QUANTO: DE R$ 110 A R$ 140
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Nova fase da Lava Jato mira OSX, de Eike Batista
Repasses feitos pela OSX, de propriedade de Eike Batista, a empresas de fachada investigadas na Lava Jato também são alvo da Operação Arquivo X, deflagrada nesta quinta-feira (22) e que prendeu o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. A prisão foi revogada pelo juiz Sergio Moro, horas depois. A OSX é suspeita de ter pago pelo menos R$ 6 milhões para favorecer o grupo político do ex-ministro José Dirceu e agentes públicos, a fim de obter contratos na Petrobras. Os beneficiários finais ainda não foram identificados. "Ele [Eike] é, com certeza, investigado, porque temos indicativos claros de que ele sabia de pagamentos [de propina]", disse o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos coordenadores da força-tarefa da Lava Jato. Um executivo da OSX, Ivo Dworschak Filho, afirmou ao Ministério Público Federal que houve o pagamento de vantagens indevidas a Dirceu para a obtenção do contrato de construção das plataformas P-67 e P-70 pela empresa. O depoimento do empresário foi fundamental para a deflagração da operação desta quinta. Eike Batista, segundo ele, tinha conhecimento do assunto. O empresário, por sua vez, admitiu, num depoimento espontâneo à força-tarefa, o pagamento de US$ 2,35 milhões a uma offshore do casal de publicitários João Santana e Mônica Moura a pedido do ex-ministro Guido Mantega. Eike, porém, que disse ter feito a operação a título de "doação", e não mencionou outros ilícitos. A OSX foi alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta quinta (22). "Nada impede que, na sequência, alguma medida seja tomada contra a empresa", diz o delegado federal Igor Romário de Paula.
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Nova fase da Lava Jato mira OSX, de Eike BatistaRepasses feitos pela OSX, de propriedade de Eike Batista, a empresas de fachada investigadas na Lava Jato também são alvo da Operação Arquivo X, deflagrada nesta quinta-feira (22) e que prendeu o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. A prisão foi revogada pelo juiz Sergio Moro, horas depois. A OSX é suspeita de ter pago pelo menos R$ 6 milhões para favorecer o grupo político do ex-ministro José Dirceu e agentes públicos, a fim de obter contratos na Petrobras. Os beneficiários finais ainda não foram identificados. "Ele [Eike] é, com certeza, investigado, porque temos indicativos claros de que ele sabia de pagamentos [de propina]", disse o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos coordenadores da força-tarefa da Lava Jato. Um executivo da OSX, Ivo Dworschak Filho, afirmou ao Ministério Público Federal que houve o pagamento de vantagens indevidas a Dirceu para a obtenção do contrato de construção das plataformas P-67 e P-70 pela empresa. O depoimento do empresário foi fundamental para a deflagração da operação desta quinta. Eike Batista, segundo ele, tinha conhecimento do assunto. O empresário, por sua vez, admitiu, num depoimento espontâneo à força-tarefa, o pagamento de US$ 2,35 milhões a uma offshore do casal de publicitários João Santana e Mônica Moura a pedido do ex-ministro Guido Mantega. Eike, porém, que disse ter feito a operação a título de "doação", e não mencionou outros ilícitos. A OSX foi alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta quinta (22). "Nada impede que, na sequência, alguma medida seja tomada contra a empresa", diz o delegado federal Igor Romário de Paula.
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A história de Boris Onischenko - Trapaças olímpicas parte 1
Em 1976, nos Jogos de Montreal (Canadá), o renomado esgrimista russo Boris Onischenko encontra um caminho curto para o ouro."Trapaças Olímpicas" é uma série com três vídeos que mostra a criatividade de alguns atletas na corrida pelo ouro.Acompanhe a cobertura dos jogos em www.folha.com.br/rio2016Ilustrações: Carolina DaffaraRoteiro e motion: Eduardo AstaTrilha sonora: www.bensound.com
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A história de Boris Onischenko - Trapaças olímpicas parte 1Em 1976, nos Jogos de Montreal (Canadá), o renomado esgrimista russo Boris Onischenko encontra um caminho curto para o ouro."Trapaças Olímpicas" é uma série com três vídeos que mostra a criatividade de alguns atletas na corrida pelo ouro.Acompanhe a cobertura dos jogos em www.folha.com.br/rio2016Ilustrações: Carolina DaffaraRoteiro e motion: Eduardo AstaTrilha sonora: www.bensound.com
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Impasse entre Grêmio e empreiteira deixa estádio Olímpico em ruínas
Do pórtico de entrada ainda é possível avistar, a dez metros de distância, e reconhecer o que era a casa do Grêmio. O estádio Olímpico, no bairro Azenha, em Porto Alegre, já está bem diferente do que foi um dia. Em ruínas, aguarda o fim de um imbróglio entre o clube e a OAS, que construiu o novo estádio, no bairro Humaitá, para ser demolido. A empresa entrou em recuperação judicial após ser alvo da operação Lava Jato. Construído em 1954 numa área de 8,5 hectares, o que restou do Olímpico ainda atrai gremistas saudosistas, que param em frente para tirar fotos e pedem para tentar entrar no local, que recebeu a última partida em 2013 e foi completamente desativado um ano depois. A direção da equipe gaúcha, porém, não deixa ninguém espiar como o estádio está por dentro. "Não é interessante para a imagem do clube divulgar imagens", diz Luiz Moreira, diretor de patrimônio do Grêmio. "Aquilo virou uma sucata, é triste", admite à Folha o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior. Um dos 12 seguranças que cuidam do local, Tiago Correa conta que em média dez pessoas por dia aparecem no portão pedindo para entrar e tirar fotos. Recebem um "não" como resposta. Há os mais ousados, e são esses que dão trabalho para a segurança. "Eles pulam as grades e tentam levar algum pedaço, para guardar de recordação. E tem aqueles que pulam para tentar roubar", conta o segurança. O objetivo de desejo dos ladrões são peças de alumínio que faziam parte da fachada do estádio e podem ser vendidas. Áreas pouco iluminadas ao redor do local são abrigo para usuários de drogas. "Já tivemos casos de consumidores de crack que ficam ao redor e até já tentaram invadir a área do antigo estádio", informa o tenente-coronel Cleber Goulart, responsável pelo policiamento na região, que relata aumento no número de roubos. "Minha filha já foi assaltada. Está perigoso, porque o policiamento era maior quando o estádio funcionava e porque hoje o comércio que havia aqui desapareceu", diz Gladis de Deus, 70, aposentada que é vizinha ao estádio. Há, entretanto, quem comemore o fim do Olímpico. "Acabou buzinaço, gente bêbada nas ruas, dá pra chegar tranquilo de noite. Eu prefiro assim", celebra Neide Roberta Lorenzi, 47, dona de casa. IMBRÓGLIO O acordo acertado entre Grêmio e OAS para a construção do novo estádio do clube previa a cessão do terreno do Olímpico para a empreiteira, que iria subir um condomínio de prédios no local. "No contrato original, estava acertado que isso [troca das propriedades] ocorreria em março de 2013", afirma Eduardo Antonini, ex-presidente da Grêmio Empreendimentos. Antes da entrega, porém, houve mudança de gestão no clube. Paulo Odone deu lugar ao seu rival político Fábio Koff. O ex-presidente do Clube dos 13 propôs a revisão de alguns pontos do acordo entre o Grêmio e a empreiteira. No meio do caminho das negociações, a OAS caiu na operação Lava Jato, da Polícia Federal, que desvendou esquema de pagamento de propinas em obras da Petrobras. Sem crédito, a empresa entrou em recuperação judicial. Ela tem dívidas com bancos como Banco do Brasil, Santander e Banrisul. "Para que houvesse a troca, os dois patrimônios [Olímpico e Arena] precisam estar desonerados, sem dívidas, o que não acontece com a Arena", afirma Bolsan, atual presidente do Grêmio. O clube ainda tenta assumir a gestão do novo estádio, o que hoje é da empreiteira. À Folha a OAS afirma que "está empreendendo todos os esforços para superar as dificuldades deste momento e confia que chegará, em curto espaço de tempo, a um acordo para garantir a continuidade da operação da Arena do Grêmio. É importante destacar ainda que a Arena do Grêmio está em operação normal e cumpre rigorosamente todos os seus compromissos com colaboradores, fornecedores e clientes'. "Hoje somos simplesmente locatários. Estamos trabalhando para comprar o direito de propriedade, mas o fato da OAS estar nessa situação atrasa tudo", diz o dirigente gaúcho. O clube já previu que o negócio seria acertado até o ano passado. Hoje, crê em acordo, mas evita estipular prazos. Enquanto isso, o Olímpico agoniza antes do seu fim.
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Impasse entre Grêmio e empreiteira deixa estádio Olímpico em ruínasDo pórtico de entrada ainda é possível avistar, a dez metros de distância, e reconhecer o que era a casa do Grêmio. O estádio Olímpico, no bairro Azenha, em Porto Alegre, já está bem diferente do que foi um dia. Em ruínas, aguarda o fim de um imbróglio entre o clube e a OAS, que construiu o novo estádio, no bairro Humaitá, para ser demolido. A empresa entrou em recuperação judicial após ser alvo da operação Lava Jato. Construído em 1954 numa área de 8,5 hectares, o que restou do Olímpico ainda atrai gremistas saudosistas, que param em frente para tirar fotos e pedem para tentar entrar no local, que recebeu a última partida em 2013 e foi completamente desativado um ano depois. A direção da equipe gaúcha, porém, não deixa ninguém espiar como o estádio está por dentro. "Não é interessante para a imagem do clube divulgar imagens", diz Luiz Moreira, diretor de patrimônio do Grêmio. "Aquilo virou uma sucata, é triste", admite à Folha o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior. Um dos 12 seguranças que cuidam do local, Tiago Correa conta que em média dez pessoas por dia aparecem no portão pedindo para entrar e tirar fotos. Recebem um "não" como resposta. Há os mais ousados, e são esses que dão trabalho para a segurança. "Eles pulam as grades e tentam levar algum pedaço, para guardar de recordação. E tem aqueles que pulam para tentar roubar", conta o segurança. O objetivo de desejo dos ladrões são peças de alumínio que faziam parte da fachada do estádio e podem ser vendidas. Áreas pouco iluminadas ao redor do local são abrigo para usuários de drogas. "Já tivemos casos de consumidores de crack que ficam ao redor e até já tentaram invadir a área do antigo estádio", informa o tenente-coronel Cleber Goulart, responsável pelo policiamento na região, que relata aumento no número de roubos. "Minha filha já foi assaltada. Está perigoso, porque o policiamento era maior quando o estádio funcionava e porque hoje o comércio que havia aqui desapareceu", diz Gladis de Deus, 70, aposentada que é vizinha ao estádio. Há, entretanto, quem comemore o fim do Olímpico. "Acabou buzinaço, gente bêbada nas ruas, dá pra chegar tranquilo de noite. Eu prefiro assim", celebra Neide Roberta Lorenzi, 47, dona de casa. IMBRÓGLIO O acordo acertado entre Grêmio e OAS para a construção do novo estádio do clube previa a cessão do terreno do Olímpico para a empreiteira, que iria subir um condomínio de prédios no local. "No contrato original, estava acertado que isso [troca das propriedades] ocorreria em março de 2013", afirma Eduardo Antonini, ex-presidente da Grêmio Empreendimentos. Antes da entrega, porém, houve mudança de gestão no clube. Paulo Odone deu lugar ao seu rival político Fábio Koff. O ex-presidente do Clube dos 13 propôs a revisão de alguns pontos do acordo entre o Grêmio e a empreiteira. No meio do caminho das negociações, a OAS caiu na operação Lava Jato, da Polícia Federal, que desvendou esquema de pagamento de propinas em obras da Petrobras. Sem crédito, a empresa entrou em recuperação judicial. Ela tem dívidas com bancos como Banco do Brasil, Santander e Banrisul. "Para que houvesse a troca, os dois patrimônios [Olímpico e Arena] precisam estar desonerados, sem dívidas, o que não acontece com a Arena", afirma Bolsan, atual presidente do Grêmio. O clube ainda tenta assumir a gestão do novo estádio, o que hoje é da empreiteira. À Folha a OAS afirma que "está empreendendo todos os esforços para superar as dificuldades deste momento e confia que chegará, em curto espaço de tempo, a um acordo para garantir a continuidade da operação da Arena do Grêmio. É importante destacar ainda que a Arena do Grêmio está em operação normal e cumpre rigorosamente todos os seus compromissos com colaboradores, fornecedores e clientes'. "Hoje somos simplesmente locatários. Estamos trabalhando para comprar o direito de propriedade, mas o fato da OAS estar nessa situação atrasa tudo", diz o dirigente gaúcho. O clube já previu que o negócio seria acertado até o ano passado. Hoje, crê em acordo, mas evita estipular prazos. Enquanto isso, o Olímpico agoniza antes do seu fim.
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Militares israelenses descartam a possibilidade de confronto se espalhar
Em 2013, quando um ataque americano à Síria parecia inevitável, o Exército israelense acompanhou a situação do outro lado da fronteira, nas colinas de Golã. Generais temiam a escalada do conflito, em que a facção libanesa Hizbullah poderia revidar em Israel, lançando uma barragem de mísseis. O bombardeio tardou quatro anos, até esta sexta-feira (7). Mas militares israelenses descartam, desta vez, a possibilidade de que o confronto se esparrame na região. "O que aconteceu na Síria foi bastante localizado", diz à Folha o general de brigada aposentado Nitzan Nuriel, que foi responsável pela frente de batalha libanesa na guerra de 2006 e adido na embaixada em Washington. "A Síria fez uma coisa inaceitável ao usar armas químicas. Os EUA bombardearam apenas um aeroporto, poucas aeronaves. Não foi uma resposta grande o bastante para levar à guerra." Nuriel diz que, ao atacar a Síria, Trump quis reforçar a mensagem de que as regras do jogo mudaram com a sua posse, em janeiro deste ano. Foi um alerta ao Irã e à Coreia do Norte de que os testes de seus programas militares não serão tolerados. "Precisamos olhar para o contexto mais amplo", diz. "Depois de diversos eventos em que a o governo americano precisava ter feito algo e não fez, decidiram agir." Restam poucas opções a Assad, segundo o general de brigada. Uma delas seria revidar em Israel, como o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein fez em 1991, lançando mísseis contra o aliado dos EUA no Oriente Médio. "Mas não acho que ele seria tão estúpido", diz Nuriel. A outra opção seria financiar grupos terroristas para, no médio prazo, atacarem alvos americanos. "Não será amanhã, mas vamos ver ataques ligados à Síria", diz. O major-general aposentado Yaakov Amidror, que assessorou o premiê Binyamin Netanyahu em questões de defesa nacional, concorda que o regime sírio não vai agir imediatamente. À Folha ele diz que Assad "não tem a capacidade para fazer nada". "Sua sobrevivência depende das ações dos russos, dos iranianos e do Hizbullah." Assim como Nuriel, ele elogia a ação de Trump e diz que, com o bombardeio americano, os atores regionais "precisarão reavaliar os EUA como um fator". "Ao contrário da administração anterior, esta não vai ficar sentada quieta enquanto alguém comete atos terríveis." TEERÃ O ataque americano foi também bem recebido entre líderes políticos israelenses. O premiê Binyamin Netanyahu afirmou que Israel apoia a decisão de bombardear a base aérea no oeste sírio. "Tanto em palavra quanto em ação, o presidente Trump enviou uma forte e clara mensagem de que o uso de armas químicas não será tolerado", afirmou Netanyahu. "Israel espera que essa mensagem de determinação ressoe não apenas em Damasco, mas também em Teerã, em Pyongyang e em qualquer outro lugar", disse. Israel se mantém às margens do conflito sírio, mas realizou seus próprios ataques aéreos em ocasiões pontuais, como a movimentação do arsenal do Hizbullah nas regiões fronteiriças. Netanyahu foi avisado pelos EUA a respeito do bombardeio desta sexta-feira. Não está claro se Israel colaborou transferindo informações de inteligência. O ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, disse que o ataque foi uma "importante mensagem moral".
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Militares israelenses descartam a possibilidade de confronto se espalharEm 2013, quando um ataque americano à Síria parecia inevitável, o Exército israelense acompanhou a situação do outro lado da fronteira, nas colinas de Golã. Generais temiam a escalada do conflito, em que a facção libanesa Hizbullah poderia revidar em Israel, lançando uma barragem de mísseis. O bombardeio tardou quatro anos, até esta sexta-feira (7). Mas militares israelenses descartam, desta vez, a possibilidade de que o confronto se esparrame na região. "O que aconteceu na Síria foi bastante localizado", diz à Folha o general de brigada aposentado Nitzan Nuriel, que foi responsável pela frente de batalha libanesa na guerra de 2006 e adido na embaixada em Washington. "A Síria fez uma coisa inaceitável ao usar armas químicas. Os EUA bombardearam apenas um aeroporto, poucas aeronaves. Não foi uma resposta grande o bastante para levar à guerra." Nuriel diz que, ao atacar a Síria, Trump quis reforçar a mensagem de que as regras do jogo mudaram com a sua posse, em janeiro deste ano. Foi um alerta ao Irã e à Coreia do Norte de que os testes de seus programas militares não serão tolerados. "Precisamos olhar para o contexto mais amplo", diz. "Depois de diversos eventos em que a o governo americano precisava ter feito algo e não fez, decidiram agir." Restam poucas opções a Assad, segundo o general de brigada. Uma delas seria revidar em Israel, como o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein fez em 1991, lançando mísseis contra o aliado dos EUA no Oriente Médio. "Mas não acho que ele seria tão estúpido", diz Nuriel. A outra opção seria financiar grupos terroristas para, no médio prazo, atacarem alvos americanos. "Não será amanhã, mas vamos ver ataques ligados à Síria", diz. O major-general aposentado Yaakov Amidror, que assessorou o premiê Binyamin Netanyahu em questões de defesa nacional, concorda que o regime sírio não vai agir imediatamente. À Folha ele diz que Assad "não tem a capacidade para fazer nada". "Sua sobrevivência depende das ações dos russos, dos iranianos e do Hizbullah." Assim como Nuriel, ele elogia a ação de Trump e diz que, com o bombardeio americano, os atores regionais "precisarão reavaliar os EUA como um fator". "Ao contrário da administração anterior, esta não vai ficar sentada quieta enquanto alguém comete atos terríveis." TEERÃ O ataque americano foi também bem recebido entre líderes políticos israelenses. O premiê Binyamin Netanyahu afirmou que Israel apoia a decisão de bombardear a base aérea no oeste sírio. "Tanto em palavra quanto em ação, o presidente Trump enviou uma forte e clara mensagem de que o uso de armas químicas não será tolerado", afirmou Netanyahu. "Israel espera que essa mensagem de determinação ressoe não apenas em Damasco, mas também em Teerã, em Pyongyang e em qualquer outro lugar", disse. Israel se mantém às margens do conflito sírio, mas realizou seus próprios ataques aéreos em ocasiões pontuais, como a movimentação do arsenal do Hizbullah nas regiões fronteiriças. Netanyahu foi avisado pelos EUA a respeito do bombardeio desta sexta-feira. Não está claro se Israel colaborou transferindo informações de inteligência. O ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, disse que o ataque foi uma "importante mensagem moral".
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Mostra retrata linguista pioneiro no estudo de línguas africanas nos EUA
A partir desta terça-feira (18), o museu Afro Brasil recebe a mostra "Gullah, Bahia, África", sobre a vida de Lorenzo Dow Turner (1890-1972), considerado o primeiro linguista negro dos EUA. Pioneiro no estudo das línguas africanas, Turner dedicou boa parte de sua vida ao estudo do gullah, um dialeto falado por pequenas populações negras nos Estados da Geórgia e da Carolina do Sul. Seus trabalhos reconstituem, principalmente, as origens africanas dessa língua crioula, comparada até então a um inglês "mal falado" ou a uma "linguagem de bebê". "Ele era professor de inglês na Carolina do Sul [nos anos 1930] e ouviu dos estudantes uma língua que não entendia", diz a brasileira Alcione Amos, curadora da mostra, exibida primeiro pelo Anacostia Community Museum, filiado ao Smithsonian, complexo de museus em Washington D.C. A língua desses alunos era o gullah, surgido em comunidades isoladas no país (é preciso viajar até uma hora e meia de barco para chegar a alguns dos povoados) e formado pelo inglês e por 30 línguas africanas –a origem delas coincide com a dos escravos traficados para os Estados Unidos. Oração em gullah, de Diana Brown Ouça O dialeto foi abastecido pelo falar de diversas nações, como o iorubá (Nigéria), o mende (Serra Leoa), o wolof (Senegal) e o quimbundo (Angola). "Você junta pessoas que falam 30 línguas diferentes em um lugar, e essas pessoas têm de arrumar um jeito de se comunicar. Então elas criam o que a gente chama hoje de 'língua crioula'", diz Alcione. É dessa "coincidência" de rotas que vem a relação do gullah com a Bahia, onde Turner morou por quase um ano, em 1940. Por aqui, produziu mais de cem horas de gravações com praticantes do candomblé e descobriu que muitos dos termos eram comuns aos três continentes: África e as América do Norte e do Sul. "Tote", por exemplo, significa "carregar" tanto em gullah como no inglês americano. Já "goma" é tambor nessa dialeto afroamericano, enquanto o instrumento é chamado de "ingoma" entre praticantes do candomblé no Brasil. Música mende cantada por Amelia Dawley, de Harris Neck, Georgia. Ouça Uma dificuldade foi justamente a falta de dicionários e catalogações prévias das línguas africanas. Por isso, Turner "convidava estudantes africanos para morar na casa dele em troca de ouvir as gravações e transcreve-las em fonemas", diz a curadora. Se hoje as línguas africanas tornaram-se um campo da linguística, o gullah, segundo Alcione, está ameaçado de extinção. "Em algumas das comunidades que visitei para montar a exposição, não sobraram nem 50 pessoas." Na mostra, fotos e vídeos ilustram a trajetória de Turner. Num deles, falantes do gullah, do português usado no candomblé e de línguas africanas autóctones comparam palavras semelhantes a todos eles. GULLAH, BAHIA, ÁFRICA QUANDO ter. a dom., das 10h às 17h; até 18/10 ONDE Museu Afro Brasil, pq. Ibirapuera, av. Pedro Álvares Cabral, portão 10, tel. (11) 3320-8914 QUANTO grátis
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Mostra retrata linguista pioneiro no estudo de línguas africanas nos EUAA partir desta terça-feira (18), o museu Afro Brasil recebe a mostra "Gullah, Bahia, África", sobre a vida de Lorenzo Dow Turner (1890-1972), considerado o primeiro linguista negro dos EUA. Pioneiro no estudo das línguas africanas, Turner dedicou boa parte de sua vida ao estudo do gullah, um dialeto falado por pequenas populações negras nos Estados da Geórgia e da Carolina do Sul. Seus trabalhos reconstituem, principalmente, as origens africanas dessa língua crioula, comparada até então a um inglês "mal falado" ou a uma "linguagem de bebê". "Ele era professor de inglês na Carolina do Sul [nos anos 1930] e ouviu dos estudantes uma língua que não entendia", diz a brasileira Alcione Amos, curadora da mostra, exibida primeiro pelo Anacostia Community Museum, filiado ao Smithsonian, complexo de museus em Washington D.C. A língua desses alunos era o gullah, surgido em comunidades isoladas no país (é preciso viajar até uma hora e meia de barco para chegar a alguns dos povoados) e formado pelo inglês e por 30 línguas africanas –a origem delas coincide com a dos escravos traficados para os Estados Unidos. Oração em gullah, de Diana Brown Ouça O dialeto foi abastecido pelo falar de diversas nações, como o iorubá (Nigéria), o mende (Serra Leoa), o wolof (Senegal) e o quimbundo (Angola). "Você junta pessoas que falam 30 línguas diferentes em um lugar, e essas pessoas têm de arrumar um jeito de se comunicar. Então elas criam o que a gente chama hoje de 'língua crioula'", diz Alcione. É dessa "coincidência" de rotas que vem a relação do gullah com a Bahia, onde Turner morou por quase um ano, em 1940. Por aqui, produziu mais de cem horas de gravações com praticantes do candomblé e descobriu que muitos dos termos eram comuns aos três continentes: África e as América do Norte e do Sul. "Tote", por exemplo, significa "carregar" tanto em gullah como no inglês americano. Já "goma" é tambor nessa dialeto afroamericano, enquanto o instrumento é chamado de "ingoma" entre praticantes do candomblé no Brasil. Música mende cantada por Amelia Dawley, de Harris Neck, Georgia. Ouça Uma dificuldade foi justamente a falta de dicionários e catalogações prévias das línguas africanas. Por isso, Turner "convidava estudantes africanos para morar na casa dele em troca de ouvir as gravações e transcreve-las em fonemas", diz a curadora. Se hoje as línguas africanas tornaram-se um campo da linguística, o gullah, segundo Alcione, está ameaçado de extinção. "Em algumas das comunidades que visitei para montar a exposição, não sobraram nem 50 pessoas." Na mostra, fotos e vídeos ilustram a trajetória de Turner. Num deles, falantes do gullah, do português usado no candomblé e de línguas africanas autóctones comparam palavras semelhantes a todos eles. GULLAH, BAHIA, ÁFRICA QUANDO ter. a dom., das 10h às 17h; até 18/10 ONDE Museu Afro Brasil, pq. Ibirapuera, av. Pedro Álvares Cabral, portão 10, tel. (11) 3320-8914 QUANTO grátis
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Suíça vota a obsessão de Suplicy
Eduardo Matarazzo Suplicy não está sozinho na sua obsessão por implantar a Renda Básica da Cidadania, um salário pago pelo governo a todo cidadão, empregado ou desemprego, rico ou pobre. O ex-senador chegou a ser injustamente folclorizado por seu empenho na proposta, tão obsessivo que aceitou esperar humilhantes três anos para poder discuti-la ao vivo com a presidente Dilma Rousseff. Ela só o recebeu depois de afastada (na quarta-feira, 1) e, portanto, sem poder para implantar o esquema, que já é lei desde 2004, mas continua esperando regulamentação. Enquanto o pobre Brasil aguarda, a rica Suíça vota neste domingo (5) se adota ou não a RBU (Renda Básica Universal), como é chamada por lá. O projeto suíço estabelece um salário de 30 mil francos suíços ao ano (R$ 109 mil) e, prevê o "Financial Times", será fragorosamente derrotado. E, mesmo que vença, acabará na mesma geladeira em que está a proposta brasileira, porque os 26 cantões suíços - os encarregados de implementar o mecanismo - resistirão a ele. Não importa, como constata o próprio "Financial Times": "O simples fato de que um dos mais países mais prósperos do mundo está realizando essa votação ressalta como um secular sonho de pensadores radicais está se infiltrando na corrente principal da política". Tanto está que outros dois países prósperos da Europa (Finlândia e Holanda) ensaiam testar um mecanismo mais limitado, pelo qual alguns cidadãos (mas não todos) passariam a ter direito a um salário mensal de cerca de €1,000 (R$ 4 mil). Outro sinal dessa "infiltração": a Fundação Jean Jaurès, ligada ao Partido Socialista francês (no poder na não menos próspera França), acaba de divulgar proposta similar à que será votada na Suíça. O estudo fez simulações com diferentes valores, entre € 500 e € 1 mil. Se adotada a simulação intermediária (€ 750 ou R$ 3 mil) por mês, custaria 26% do PIB (Produto Interno Bruto), que "poderia ser financiado pela reorientação das despesas atuais de proteção social (aposentadoria, seguro-doença, desemprego, alocações familiares, por exemplo)". Para os autores do estudo, "uma reforma como essa constituiria uma revolução de alcance similar à criação da Seguridade Social em 1946". Se o plebiscito deste domingo na Suíça fosse realizado em toda a Europa, o resultado seria o contrário do que o Financial Times prevê para a Suíça: segundo o semanário alemão "Der Spiegel", 64% dos europeus votariam a favor, segundo a maior pesquisa sobre o assunto realizada até agora na Europa. Votos seguros contra seriam apenas 24%. Mais de 10 mil cidadãos dos 28 países da União Europeia foram ouvidos. É razoável supor que uma das razões para um resultado como esse é a divulgação de um estudo sugerindo que 47% das funções hoje executadas por humanos poderão ser automatizadas nas próximas duas décadas. Sem emprego, sem salário, a menos que a renda básica seja introduzida. É essa utopia que vai a voto neste domingo em um país em que pobreza é palavra quase desconhecida.
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Suíça vota a obsessão de SuplicyEduardo Matarazzo Suplicy não está sozinho na sua obsessão por implantar a Renda Básica da Cidadania, um salário pago pelo governo a todo cidadão, empregado ou desemprego, rico ou pobre. O ex-senador chegou a ser injustamente folclorizado por seu empenho na proposta, tão obsessivo que aceitou esperar humilhantes três anos para poder discuti-la ao vivo com a presidente Dilma Rousseff. Ela só o recebeu depois de afastada (na quarta-feira, 1) e, portanto, sem poder para implantar o esquema, que já é lei desde 2004, mas continua esperando regulamentação. Enquanto o pobre Brasil aguarda, a rica Suíça vota neste domingo (5) se adota ou não a RBU (Renda Básica Universal), como é chamada por lá. O projeto suíço estabelece um salário de 30 mil francos suíços ao ano (R$ 109 mil) e, prevê o "Financial Times", será fragorosamente derrotado. E, mesmo que vença, acabará na mesma geladeira em que está a proposta brasileira, porque os 26 cantões suíços - os encarregados de implementar o mecanismo - resistirão a ele. Não importa, como constata o próprio "Financial Times": "O simples fato de que um dos mais países mais prósperos do mundo está realizando essa votação ressalta como um secular sonho de pensadores radicais está se infiltrando na corrente principal da política". Tanto está que outros dois países prósperos da Europa (Finlândia e Holanda) ensaiam testar um mecanismo mais limitado, pelo qual alguns cidadãos (mas não todos) passariam a ter direito a um salário mensal de cerca de €1,000 (R$ 4 mil). Outro sinal dessa "infiltração": a Fundação Jean Jaurès, ligada ao Partido Socialista francês (no poder na não menos próspera França), acaba de divulgar proposta similar à que será votada na Suíça. O estudo fez simulações com diferentes valores, entre € 500 e € 1 mil. Se adotada a simulação intermediária (€ 750 ou R$ 3 mil) por mês, custaria 26% do PIB (Produto Interno Bruto), que "poderia ser financiado pela reorientação das despesas atuais de proteção social (aposentadoria, seguro-doença, desemprego, alocações familiares, por exemplo)". Para os autores do estudo, "uma reforma como essa constituiria uma revolução de alcance similar à criação da Seguridade Social em 1946". Se o plebiscito deste domingo na Suíça fosse realizado em toda a Europa, o resultado seria o contrário do que o Financial Times prevê para a Suíça: segundo o semanário alemão "Der Spiegel", 64% dos europeus votariam a favor, segundo a maior pesquisa sobre o assunto realizada até agora na Europa. Votos seguros contra seriam apenas 24%. Mais de 10 mil cidadãos dos 28 países da União Europeia foram ouvidos. É razoável supor que uma das razões para um resultado como esse é a divulgação de um estudo sugerindo que 47% das funções hoje executadas por humanos poderão ser automatizadas nas próximas duas décadas. Sem emprego, sem salário, a menos que a renda básica seja introduzida. É essa utopia que vai a voto neste domingo em um país em que pobreza é palavra quase desconhecida.
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Ives Gandra da Silva Martins: Liberdade de imprensa em perigo
O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, pretende discutir o controle da imprensa no Brasil, mas diz que não do seu conteúdo, visto que a Constituição assegura a liberdade dos meios de comunicação. Reiterando posições do presidente de seu partido, Rui Falcão, de que a imprensa precisa ser "democratizada" e que a concentração de capital no controle de jornais e canais de TV macularia tal liberdade, sustenta que a diluição desse controle entre outros participantes levaria a uma imprensa "mais democrática". À evidência, não faz menção ao controle governamental da imprensa oficial, com conteúdo definido exclusivamente pelo governo. A imprensa oficial não desvenda os porões e as podridões do poder. Só a imprensa livre o faz e, quando o faz, surgem ideias semelhantes às dos que advogam uma "democratização conduzida" dos meios de comunicação, como na Argentina ou na Venezuela. Sabe-se o que ocorre. Os governos financiam grupos dóceis. Basta ver o que aconteceu com o principal canal de TV da semiditadura venezuelana e o que a presidente Cristina Kirchner tem feito com o jornal "Clarín", exclusivamente por terem mostrado, na Venezuela, a violação de direitos fundamentais e, na Argentina, o fracasso econômico do governo. Na mesma linha, o governo tentou, com os denominados conselhos populares, criar um poder paralelo ao do Congresso Nacional. Com eleições teleguiadas por correligionários para definir políticas para os esclerosados 39 ministérios, no melhor estilo de conselhos semelhantes existentes em algumas ditaduras e semiditaduras com as quais o governo tem estreitas relações e a presidente Dilma Rousseff, principalmente com a ditadura cubana, particular afinidade. À evidência, as últimas eleições demonstraram uma fragilização do PT, com uma presidente eleita por estreita margem de votos e por 38% dos eleitores inscritos –62% dos eleitores não votaram na presidente. Há muito o partido perdeu suas raízes de defensor da ética, quando na oposição, convivendo hoje com o maior assalto público ao dinheiro do contribuinte. São bilhões de reais desviados, por culpa (omissão, negligência ou imperícia) ou por dolo (fraude ou má-fé), beneficiando correligionários e aliados, durante pelo menos dez anos, seja no caso do mensalão, seja no do petrolão. E a imprensa teve papel fundamental neste desventrar, ao lado da Polícia Federal e do Ministério Público –órgãos que não prestam vênia ao poder–, o maior escândalo da história do Brasil. O petrolão será examinado pelo Judiciário, pois no mensalão já houve decisão. Causa, todavia, particular estranheza que, neste momento, em que o povo começa a descobrir como agiu o governo por culpa ou dolo, não faço avaliação prévia, no desvio do dinheiro público, venha-se novamente falar em controle indireto da imprensa, por meio do controle das direções dos jornais. Não conheço o ministro Berzoini, embora conheça Rui Falcão, de quem sempre tive boa impressão. Entendo que a liberdade de imprensa é, todavia, cláusula pétrea da Constituição Federal, por dizer respeito ao mais sagrado direito de uma sociedade de ser informada da verdade, não pelos detentores do poder, mas pela imprensa livre. Não podem, portanto, serem modificados os fundamentos do "caput" do artigo 220 da lei suprema. Além de não ser o momento de discuti-los, fica-se com a impressão que o governo, em conjuntura delicada, na qual se examina sua moralidade, pretende calar a imprensa. IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, 79, advogado, é professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Ives Gandra da Silva Martins: Liberdade de imprensa em perigoO ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, pretende discutir o controle da imprensa no Brasil, mas diz que não do seu conteúdo, visto que a Constituição assegura a liberdade dos meios de comunicação. Reiterando posições do presidente de seu partido, Rui Falcão, de que a imprensa precisa ser "democratizada" e que a concentração de capital no controle de jornais e canais de TV macularia tal liberdade, sustenta que a diluição desse controle entre outros participantes levaria a uma imprensa "mais democrática". À evidência, não faz menção ao controle governamental da imprensa oficial, com conteúdo definido exclusivamente pelo governo. A imprensa oficial não desvenda os porões e as podridões do poder. Só a imprensa livre o faz e, quando o faz, surgem ideias semelhantes às dos que advogam uma "democratização conduzida" dos meios de comunicação, como na Argentina ou na Venezuela. Sabe-se o que ocorre. Os governos financiam grupos dóceis. Basta ver o que aconteceu com o principal canal de TV da semiditadura venezuelana e o que a presidente Cristina Kirchner tem feito com o jornal "Clarín", exclusivamente por terem mostrado, na Venezuela, a violação de direitos fundamentais e, na Argentina, o fracasso econômico do governo. Na mesma linha, o governo tentou, com os denominados conselhos populares, criar um poder paralelo ao do Congresso Nacional. Com eleições teleguiadas por correligionários para definir políticas para os esclerosados 39 ministérios, no melhor estilo de conselhos semelhantes existentes em algumas ditaduras e semiditaduras com as quais o governo tem estreitas relações e a presidente Dilma Rousseff, principalmente com a ditadura cubana, particular afinidade. À evidência, as últimas eleições demonstraram uma fragilização do PT, com uma presidente eleita por estreita margem de votos e por 38% dos eleitores inscritos –62% dos eleitores não votaram na presidente. Há muito o partido perdeu suas raízes de defensor da ética, quando na oposição, convivendo hoje com o maior assalto público ao dinheiro do contribuinte. São bilhões de reais desviados, por culpa (omissão, negligência ou imperícia) ou por dolo (fraude ou má-fé), beneficiando correligionários e aliados, durante pelo menos dez anos, seja no caso do mensalão, seja no do petrolão. E a imprensa teve papel fundamental neste desventrar, ao lado da Polícia Federal e do Ministério Público –órgãos que não prestam vênia ao poder–, o maior escândalo da história do Brasil. O petrolão será examinado pelo Judiciário, pois no mensalão já houve decisão. Causa, todavia, particular estranheza que, neste momento, em que o povo começa a descobrir como agiu o governo por culpa ou dolo, não faço avaliação prévia, no desvio do dinheiro público, venha-se novamente falar em controle indireto da imprensa, por meio do controle das direções dos jornais. Não conheço o ministro Berzoini, embora conheça Rui Falcão, de quem sempre tive boa impressão. Entendo que a liberdade de imprensa é, todavia, cláusula pétrea da Constituição Federal, por dizer respeito ao mais sagrado direito de uma sociedade de ser informada da verdade, não pelos detentores do poder, mas pela imprensa livre. Não podem, portanto, serem modificados os fundamentos do "caput" do artigo 220 da lei suprema. Além de não ser o momento de discuti-los, fica-se com a impressão que o governo, em conjuntura delicada, na qual se examina sua moralidade, pretende calar a imprensa. IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, 79, advogado, é professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Muro na fronteira EUA-México pauta eleição americana; Folha visitou região
Estamos há 500 dias com ele: o muro de Donald Trump. Já em seu primeiro discurso eleitoral, o republicano se comprometeu a erguer uma barreira "grande, alta e linda" entre México e EUA. Ele ainda não atraía as multidões que hoje abarrotam seus comícios —consta que pagou US$ 50 para figurantes que o cercaram na Trump Tower. Pois a promessa de dividir com concreto e aço os países foi decisiva para unir sua base, que fez dele o pré-candidato mais popular na história das prévias republicanas. Em agosto, o Centro de Pesquisas Pew apontou que seis em dez americanos rejeitam a obra. A animosidade cresceu em San Diego, onde já existe um muro e com população 28% hispânica (a média nacional é 17%). "Tenhamos fé [contra a retórica de Trump]", diz a mexicana Jannet Castanon, 37, que tenta se legalizar nos EUA. Em todo o país, vivem 11,7 milhões de conterrâneos de Jannet, metade sem autorização. Pesquisas mostram que o apoio de Trump entre eleitores latinos beira os 20%. Não é de se estranhar. "Construa o muro!" é coro obrigatório em seus eventos. Em março, Steve Travers foi a um deles fantasiado de muralha -macacão cinza de lycra e, no peito, os dizeres: "O México pagará por mim". Assim garante Trump desde o dia 1, embora líderes mexicanos rejeitem a ideia, como o ex-presidente Vicente Fox: nenhum tostão ao "fucking wall" (porra de muro). O republicano diz que usaria o deficit comercial para pressionar o vizinho. Em 2014, o México vendeu aos EUA US$ 50 bi a mais, em bens e serviços, do que a contrapartida. "Ninguém constrói melhor do que eu, acreditem, e eu construiria [o muro] de forma bem barata", já declarou Trump. Há controvérsias. Ele já afirmou que a obra, com até 15 metros de altura (metade do Cristo Redentor), custaria até US$ 12 bi. Especialistas estimam ao menos US$ 25 bi, incluindo US$ 2 bi em estradas para aguentar caminhões transportando o material. Por três dias, a Folha viajou pelas bordas da Califórnia, que abriga parte dos 1.046 km de barreiras já erguidas ao longo dos 3.200 km da fronteira. Primeira parada: um parque em San Diego (EUA) e Tijuana (México) cortado ao meio pelo muro. Chama-se Amizade.
mundo
Muro na fronteira EUA-México pauta eleição americana; Folha visitou regiãoEstamos há 500 dias com ele: o muro de Donald Trump. Já em seu primeiro discurso eleitoral, o republicano se comprometeu a erguer uma barreira "grande, alta e linda" entre México e EUA. Ele ainda não atraía as multidões que hoje abarrotam seus comícios —consta que pagou US$ 50 para figurantes que o cercaram na Trump Tower. Pois a promessa de dividir com concreto e aço os países foi decisiva para unir sua base, que fez dele o pré-candidato mais popular na história das prévias republicanas. Em agosto, o Centro de Pesquisas Pew apontou que seis em dez americanos rejeitam a obra. A animosidade cresceu em San Diego, onde já existe um muro e com população 28% hispânica (a média nacional é 17%). "Tenhamos fé [contra a retórica de Trump]", diz a mexicana Jannet Castanon, 37, que tenta se legalizar nos EUA. Em todo o país, vivem 11,7 milhões de conterrâneos de Jannet, metade sem autorização. Pesquisas mostram que o apoio de Trump entre eleitores latinos beira os 20%. Não é de se estranhar. "Construa o muro!" é coro obrigatório em seus eventos. Em março, Steve Travers foi a um deles fantasiado de muralha -macacão cinza de lycra e, no peito, os dizeres: "O México pagará por mim". Assim garante Trump desde o dia 1, embora líderes mexicanos rejeitem a ideia, como o ex-presidente Vicente Fox: nenhum tostão ao "fucking wall" (porra de muro). O republicano diz que usaria o deficit comercial para pressionar o vizinho. Em 2014, o México vendeu aos EUA US$ 50 bi a mais, em bens e serviços, do que a contrapartida. "Ninguém constrói melhor do que eu, acreditem, e eu construiria [o muro] de forma bem barata", já declarou Trump. Há controvérsias. Ele já afirmou que a obra, com até 15 metros de altura (metade do Cristo Redentor), custaria até US$ 12 bi. Especialistas estimam ao menos US$ 25 bi, incluindo US$ 2 bi em estradas para aguentar caminhões transportando o material. Por três dias, a Folha viajou pelas bordas da Califórnia, que abriga parte dos 1.046 km de barreiras já erguidas ao longo dos 3.200 km da fronteira. Primeira parada: um parque em San Diego (EUA) e Tijuana (México) cortado ao meio pelo muro. Chama-se Amizade.
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Leitor comenta invasão de ratos na Câmara dos Deputados
Pode ser que os ratos tenham invadido a Câmara dos Deputados por saberem que o presidente Eduardo Cunha está com a faca e o queijo na mão. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor comenta invasão de ratos na Câmara dos DeputadosPode ser que os ratos tenham invadido a Câmara dos Deputados por saberem que o presidente Eduardo Cunha está com a faca e o queijo na mão. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Direita tenta renascer, mas falta militância, afirmam especialistas
Com o distanciamento da esquerda do governo Michel Temer (PMDB), o setor conservador do país calibra um "renascimento", mas esbarra na falta de respaldo acadêmico e em uma militância pouco consistente, de acordo com pesquisadores. Desde as manifestações de 2013, apontam, setores começaram a perder a vergonha de ser de direita, um sentimento herdado da ditadura militar. No entanto, essa nova feição ideológica da sociedade civil não se reflete nas forças políticas tradicionais nem na produção intelectual do país. O brasilianista Timothy Power, da Universidade de Oxford (Inglaterra), observa que movimentos que articulam manifestações de oposição à presidente afastada Dilma Rousseff foram galvanizados pelas redes sociais. Mas a ascensão não foi acompanhada de maior representatividade partidária, o que inclusive serviu de incentivo para que fossem às ruas. "A gente vê que eles ostentam muita força de mídia, mas carecem de densidade", afirma. "Você não pode comparar o MBL (Movimento Brasil Livre) com a CUT (Central Única dos Trabalhadores), que tem capilaridade, a nível local e nacional, e opera 24 horas por dia, sete dias por semana, o ano inteiro. Não é o tipo de movimento como o Vem Pra Rua, que é nada mais que um site que define data e local de mobilizações." Power identifica essa tendência como um "neoconservadorismo popular" que prega o liberalismo clássico. O cientista político Fernando Limongi os considera "radicais de direita, sem muitos pendores democráticos". O professor titular da USP minimiza sua abrangência. "Não acho que esse grupo esteja em sintonia com as ruas, o que quer que sejam as ruas. Todos os grupos reivindicam o papel de representantes autorizados e legítimos da vontade do verdadeiro povo ou ruas. O MBL é um deles. Não é o único. Mas ninguém sabe qual é a vontade das ruas, nem mesmo se elas são 'liberais'", diz Limongi. O MBL confia na consistência de sua atuação. Anunciou nesta semana que lançará candidatos nas eleições municipais deste ano sob diferentes legendas. ACADEMIA Também na esfera intelectual, aponta-se sub-representação da direta. "Não vejo posição conservadora estruturada na academia", diz José Álvaro Moisés, diretor do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP. "Por definição, a perspectiva de mundo da academia é crítica e por isso é mais comum ter contingentes [de estudiosos] situados muito mais na esquerda ou no centro-esquerda", justifica. A "hegemonia da esquerda" na academia se deve à presença ainda marcante do trauma com o regime militar, sugere Power, de Oxford. "Muita gente ainda associa a direita com tortura e gorilas da repressão. A nova direita tem de se distanciar desse legado, o que fica difícil quando você tem pessoas como [o deputado federal] Jair Bolsonaro [PP-RJ], com discurso pró-ditadura no Congresso", disse o americano. ESPECTRO POLÍTICO Acenos de Temer com setores conservadores, como a entrega de áreas sociais a partidos críticos à gestão petista, além da ausência de mulheres e negros no primeiro escalão, recolocaram a esquerda na oposição. "Se o PT for colocado na esquerda, então o governo Temer representa uma movimentação clara à direita. Tem um viés conservador e direitista", diz Limongi. "Se vai implementar essa agenda, são outros 500 mil réis." Na interpretação de Moisés, a Presidência interina se situa bem ao centro. "Interessante que o ministério tem gente que integrou o governo Fernando Henrique Cardoso e o governo Lula e também gente do PMDB que não esteve em nenhuma das gestões. A meu juízo, é tipicamente uma situação de centro." Power enxerga a volta da correlação de forças dos anos 1990, a coalizão reformista de centro-direita de FHC. "Mas a diferença é que FHC tinha muito mais conteúdo programático. Não vejo agenda proativa de Temer, mas uma defensiva para ficar no poder", opina.
poder
Direita tenta renascer, mas falta militância, afirmam especialistasCom o distanciamento da esquerda do governo Michel Temer (PMDB), o setor conservador do país calibra um "renascimento", mas esbarra na falta de respaldo acadêmico e em uma militância pouco consistente, de acordo com pesquisadores. Desde as manifestações de 2013, apontam, setores começaram a perder a vergonha de ser de direita, um sentimento herdado da ditadura militar. No entanto, essa nova feição ideológica da sociedade civil não se reflete nas forças políticas tradicionais nem na produção intelectual do país. O brasilianista Timothy Power, da Universidade de Oxford (Inglaterra), observa que movimentos que articulam manifestações de oposição à presidente afastada Dilma Rousseff foram galvanizados pelas redes sociais. Mas a ascensão não foi acompanhada de maior representatividade partidária, o que inclusive serviu de incentivo para que fossem às ruas. "A gente vê que eles ostentam muita força de mídia, mas carecem de densidade", afirma. "Você não pode comparar o MBL (Movimento Brasil Livre) com a CUT (Central Única dos Trabalhadores), que tem capilaridade, a nível local e nacional, e opera 24 horas por dia, sete dias por semana, o ano inteiro. Não é o tipo de movimento como o Vem Pra Rua, que é nada mais que um site que define data e local de mobilizações." Power identifica essa tendência como um "neoconservadorismo popular" que prega o liberalismo clássico. O cientista político Fernando Limongi os considera "radicais de direita, sem muitos pendores democráticos". O professor titular da USP minimiza sua abrangência. "Não acho que esse grupo esteja em sintonia com as ruas, o que quer que sejam as ruas. Todos os grupos reivindicam o papel de representantes autorizados e legítimos da vontade do verdadeiro povo ou ruas. O MBL é um deles. Não é o único. Mas ninguém sabe qual é a vontade das ruas, nem mesmo se elas são 'liberais'", diz Limongi. O MBL confia na consistência de sua atuação. Anunciou nesta semana que lançará candidatos nas eleições municipais deste ano sob diferentes legendas. ACADEMIA Também na esfera intelectual, aponta-se sub-representação da direta. "Não vejo posição conservadora estruturada na academia", diz José Álvaro Moisés, diretor do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP. "Por definição, a perspectiva de mundo da academia é crítica e por isso é mais comum ter contingentes [de estudiosos] situados muito mais na esquerda ou no centro-esquerda", justifica. A "hegemonia da esquerda" na academia se deve à presença ainda marcante do trauma com o regime militar, sugere Power, de Oxford. "Muita gente ainda associa a direita com tortura e gorilas da repressão. A nova direita tem de se distanciar desse legado, o que fica difícil quando você tem pessoas como [o deputado federal] Jair Bolsonaro [PP-RJ], com discurso pró-ditadura no Congresso", disse o americano. ESPECTRO POLÍTICO Acenos de Temer com setores conservadores, como a entrega de áreas sociais a partidos críticos à gestão petista, além da ausência de mulheres e negros no primeiro escalão, recolocaram a esquerda na oposição. "Se o PT for colocado na esquerda, então o governo Temer representa uma movimentação clara à direita. Tem um viés conservador e direitista", diz Limongi. "Se vai implementar essa agenda, são outros 500 mil réis." Na interpretação de Moisés, a Presidência interina se situa bem ao centro. "Interessante que o ministério tem gente que integrou o governo Fernando Henrique Cardoso e o governo Lula e também gente do PMDB que não esteve em nenhuma das gestões. A meu juízo, é tipicamente uma situação de centro." Power enxerga a volta da correlação de forças dos anos 1990, a coalizão reformista de centro-direita de FHC. "Mas a diferença é que FHC tinha muito mais conteúdo programático. Não vejo agenda proativa de Temer, mas uma defensiva para ficar no poder", opina.
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'Ilustrada' faz suas apostas em cinema e TV para o Globo de Ouro
Uma das principais premiações do entretenimento, o Globo de Ouro entregará aos vencedores na noite deste domingo (8). A seguir, as apostas dos repórteres nas principais categorias de cinema e TV. A cerimônia será transmitida no Brasil a partir das 22h, pelo canal pago TNT. Veja aqui a lista com todos os finalistas —"La La Land" e "Moonlight" lideram as indicações. Melhor filme de comédia ou musical Aposta: "La La Land: Cantando Estações", de Damien Chazelle, deve sair como o maior premiado da noite: é o franco favorito em sete das oito categorias que disputa. Emma Stone faz uma aspirante a atriz que se apaixona por um pianista de jazz (Ryan Gosling) em Los Angeles, 'cidade das estrelas' segundo cantam. O longa estreia em 19/1 no Brasil. Melhor filme de drama Aposta: Nas indicações de drama, há uma disputa acirrada entre 'Moonlight' e 'Manchester à Beira-Mar'; o primeiro, com trama sobre a vida de um jovem negro de Miami, abriu vantagem como melhor filme. Já 'Manchester', sobre um homem que volta à cidade-natal para enterrar o irmão, deve levar como melhor roteiro. Melhor diretor Aposta: Damien Chazelle, por "La La Land: Cantando Estações" Melhor ator em filme de comédia ou musical Aposta: Ryan Gosling, por "La La Land: Cantando Estações" Melhor atriz em filme de comédia ou musical Aposta: Emma Stone, por "La La Land: Cantando Estações" Melhor atriz em filme de drama Aposta: Natalie Portman, por "Jackie" Melhor ator em filme de drama Aposta: Casey Affleck, por "Manchester à Beira-Mar" Nas categorias de atuação são barbada: além de Gosling e Stone, Natalie Portman é muito bem cotada pela enlutada Jackie no filme homônimo. Casey Affleck desponta como favorito, mas pesam contra o ator de 'Manchester à Beira-Mar' acusações de assédio moral e sexual a ex-colegas. Melhor ator coadjuvante Aposta: Mahershala Ali, por "Moonlight" Melhor atriz coadjuvante Aposta: Viola Davis, por "Cercas" Melhor roteiro Aposta: "Manchester à Beira-Mar" (Keneth Lonergan) Melhor trilha sonora Aposta: "La La Land: Cantando Estações" Melhor canção Aposta: "City of Stars" de"La La Land: Cantando Estações" Melhor filme estrangeiro Aposta: O francês 'Elle' é uma aposta arriscada: trata de um tema forte, que é o estupro, com certa ambiguidade. Mas o momento de alta da atriz Isabelle Huppert pode favorecer o longa de Paul Verhoeven. Em animação, deve vencer 'Zootopia', da Disney, sétimo filme mais visto do ano que passou nos EUA. Melhor animação Aposta: "Zootopia", de Byron Howard e Rich Moore Melhor série dramática Aposta:BREXIT' QUE NADA Baseada na biografia de Elizabeth 2º, 'The Crown' pode sair coroada no Globo de Ouro. Não chegou a ser uma coqueluche como 'Stranger Things', mas é um drama do jeito que os votantes gostam: interpretações primorosas (destaque para Claire Foy, a rainha) e produção requintada Melhor ator em série musical ou de comédia Aposta: Donald Glover, por "Atlanta" Melhor ator em série dramática Aposta: A aclamada 'Mr. Robot' recebeu seu primeiro prêmio (melhor ator dramático para Rami Malek) no Globo de Ouro do ano passado. Pode repetir o feito, pois o ator repetiu a qualidade do trabalho. Se perder, será para o merecedor Matthew Rhys, por seu espião russo frio e comovente em 'The Americans' Melhor atriz em série dramática Aposta: Claire Foy, por "The Crown" Melhor ator em minissérie ou telefilme Aposta: Courtney B. Vance, por "The People v. OJ Simpson" (FX). O julgamento do século deu origem à minissérie do ano. Vencedora da última edição do Emmy, em setembro, "American Crime Stoy - O Povo contra O.J. Simpson" (FX) deve colocar mais algumas estatuetas na conta hoje à noite. De Ryan Murphy ("Glee"), o seriado reconstitui uma história real de crime Melhor ator coadjuvante em série, minissérie ou telefilme Aposta:John Lithgow, por "The Crown" (Netflix) Melhor atriz em série, minissérie ou telefilme Aposta: Sarah Paulson, por "The People v. O.J. Simpson" Melhor série musical ou de comédia Aposta: "Atlanta" (FX) Melhor minissérie ou telefilme Aposta: "O Povo contra O.J. Simpson: American Crime Story" (FX) Melhor atriz coadjuvante em série, minissérie ou telefilme Aposta: Em uma disputa cheia de novatas pelo prêmio de atriz coadjuvante em drama, Thandie Newton deve se sobressair por sua androide Maeve em 'Westworld', da HBO. Na disputa, também pelo troféu de melhor série dramática, precisará derrotar o maior hit do canal: 'Game of Thrones' Melhor atriz em série musical ou de comédia Aposta: Rachel Bloom, por "Crazy Ex-Girlfriend"
ilustrada
'Ilustrada' faz suas apostas em cinema e TV para o Globo de OuroUma das principais premiações do entretenimento, o Globo de Ouro entregará aos vencedores na noite deste domingo (8). A seguir, as apostas dos repórteres nas principais categorias de cinema e TV. A cerimônia será transmitida no Brasil a partir das 22h, pelo canal pago TNT. Veja aqui a lista com todos os finalistas —"La La Land" e "Moonlight" lideram as indicações. Melhor filme de comédia ou musical Aposta: "La La Land: Cantando Estações", de Damien Chazelle, deve sair como o maior premiado da noite: é o franco favorito em sete das oito categorias que disputa. Emma Stone faz uma aspirante a atriz que se apaixona por um pianista de jazz (Ryan Gosling) em Los Angeles, 'cidade das estrelas' segundo cantam. O longa estreia em 19/1 no Brasil. Melhor filme de drama Aposta: Nas indicações de drama, há uma disputa acirrada entre 'Moonlight' e 'Manchester à Beira-Mar'; o primeiro, com trama sobre a vida de um jovem negro de Miami, abriu vantagem como melhor filme. Já 'Manchester', sobre um homem que volta à cidade-natal para enterrar o irmão, deve levar como melhor roteiro. Melhor diretor Aposta: Damien Chazelle, por "La La Land: Cantando Estações" Melhor ator em filme de comédia ou musical Aposta: Ryan Gosling, por "La La Land: Cantando Estações" Melhor atriz em filme de comédia ou musical Aposta: Emma Stone, por "La La Land: Cantando Estações" Melhor atriz em filme de drama Aposta: Natalie Portman, por "Jackie" Melhor ator em filme de drama Aposta: Casey Affleck, por "Manchester à Beira-Mar" Nas categorias de atuação são barbada: além de Gosling e Stone, Natalie Portman é muito bem cotada pela enlutada Jackie no filme homônimo. Casey Affleck desponta como favorito, mas pesam contra o ator de 'Manchester à Beira-Mar' acusações de assédio moral e sexual a ex-colegas. Melhor ator coadjuvante Aposta: Mahershala Ali, por "Moonlight" Melhor atriz coadjuvante Aposta: Viola Davis, por "Cercas" Melhor roteiro Aposta: "Manchester à Beira-Mar" (Keneth Lonergan) Melhor trilha sonora Aposta: "La La Land: Cantando Estações" Melhor canção Aposta: "City of Stars" de"La La Land: Cantando Estações" Melhor filme estrangeiro Aposta: O francês 'Elle' é uma aposta arriscada: trata de um tema forte, que é o estupro, com certa ambiguidade. Mas o momento de alta da atriz Isabelle Huppert pode favorecer o longa de Paul Verhoeven. Em animação, deve vencer 'Zootopia', da Disney, sétimo filme mais visto do ano que passou nos EUA. Melhor animação Aposta: "Zootopia", de Byron Howard e Rich Moore Melhor série dramática Aposta:BREXIT' QUE NADA Baseada na biografia de Elizabeth 2º, 'The Crown' pode sair coroada no Globo de Ouro. Não chegou a ser uma coqueluche como 'Stranger Things', mas é um drama do jeito que os votantes gostam: interpretações primorosas (destaque para Claire Foy, a rainha) e produção requintada Melhor ator em série musical ou de comédia Aposta: Donald Glover, por "Atlanta" Melhor ator em série dramática Aposta: A aclamada 'Mr. Robot' recebeu seu primeiro prêmio (melhor ator dramático para Rami Malek) no Globo de Ouro do ano passado. Pode repetir o feito, pois o ator repetiu a qualidade do trabalho. Se perder, será para o merecedor Matthew Rhys, por seu espião russo frio e comovente em 'The Americans' Melhor atriz em série dramática Aposta: Claire Foy, por "The Crown" Melhor ator em minissérie ou telefilme Aposta: Courtney B. Vance, por "The People v. OJ Simpson" (FX). O julgamento do século deu origem à minissérie do ano. Vencedora da última edição do Emmy, em setembro, "American Crime Stoy - O Povo contra O.J. Simpson" (FX) deve colocar mais algumas estatuetas na conta hoje à noite. De Ryan Murphy ("Glee"), o seriado reconstitui uma história real de crime Melhor ator coadjuvante em série, minissérie ou telefilme Aposta:John Lithgow, por "The Crown" (Netflix) Melhor atriz em série, minissérie ou telefilme Aposta: Sarah Paulson, por "The People v. O.J. Simpson" Melhor série musical ou de comédia Aposta: "Atlanta" (FX) Melhor minissérie ou telefilme Aposta: "O Povo contra O.J. Simpson: American Crime Story" (FX) Melhor atriz coadjuvante em série, minissérie ou telefilme Aposta: Em uma disputa cheia de novatas pelo prêmio de atriz coadjuvante em drama, Thandie Newton deve se sobressair por sua androide Maeve em 'Westworld', da HBO. Na disputa, também pelo troféu de melhor série dramática, precisará derrotar o maior hit do canal: 'Game of Thrones' Melhor atriz em série musical ou de comédia Aposta: Rachel Bloom, por "Crazy Ex-Girlfriend"
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'Juventus deveria devolver o troféu', diz Rossi 30 anos após tragédia
Gripado, o craque do Liverpool, Kenny Dalglish dormia no vestiário uma hora antes da final da Copa da Europa, em 29 de maio de 1985, entre sua equipe e a Juventus, da Itália. Foi o zagueiro Steve Nicol quem acordou o atacante com más notícias. "Havia algo errado. Pelo barulho, a gente percebia isso. Mas ninguém sabia que estava acontecendo uma desgraça", afirma o defensor, um dos ex-jogadores que falaram à Folha sobre o que ficou conhecido como a "tragédia de Heysel". Nas arquibancadas do decrépito estádio de Bruxelas, na Bélgica, 39 pessoas morreram sufocadas, espremidas contra um muro ou esmagadas quando este desabou. A tragédia, que completa três décadas, mudou a cara do futebol. Sete anos depois, a copa passou a se chamar Liga dos Campeões, hoje o torneio de clubes mais lucrativo do planeta. "Antes de entrarmos em campo, ouvimos que apenas um torcedor havia morrido. Só depois soubemos da realidade. Sempre acreditei que a Juventus deveria devolver o troféu. Em respeito às famílias das vítimas. Não há lembrança de alegria quando 39 pessoas morreram", confessa Paolo Rossi, centroavante da Juventus. Torcedores italianos atiraram pedras nos britânicos. Estes romperam a cerca de proteção e avançaram contra os rivais que, assustados, correram, causando o tumulto. "É incrível que a partida acontecido. Se eu soubesse o tamanho da desgraça, teria me recusado a jogar. Outros teriam feito o mesmo", diz o meia Ronnie Whelan, então do Liverpool. A Juventus ganhou por 1 a 0, conquistando o troféu pela primeira vez. O artilheiro da final foi o hoje presidente da Uefa, Michel Platini, que comemorou o gol pelo que ele representava: o título. Jornalistas o criticaram, dizendo que ele havia "sapateado sobre os mortos." "Nós não tínhamos noção da tragédia. De todos os títulos que ganhei, este é o único que não tenho orgulho", comenta o meia Marco Tardelli. A Uefa colocou a culpa nos torcedores do Liverpool. A primeira ministra britânica Margaret Thatcher pediu que os clubes do Reino Unido fossem retirados dos torneios continentais. A suspensão durou cinco temporadas. "No jantar, as nossas mulheres disseram ter visto corpos de torcedores mortos empilhados perto da bandeira de escanteio. Foi quando comecei a perceber a gravidade da situação e senti que aquele jogo jamais deveria ter começado. O futebol não pode ser mais importante do que a vida ", completa Whelan. A investigação conduzida pela justiça belga apontou que dirigentes e a polícia deveriam compartilhar a culpa com 14 torcedores do Liverpool condenados a três anos de cadeia. O juiz do caso, Pierra Verlynde, disse ter ficado estarrecido com a "incrível passividade", do capitão Johan Mahieu, responsável pelo policiamento. "Semanas antes, jogadores do Tottenham vieram falar comigo porque eles haviam jogado em Heysel na pré-temporada. Disseram que aquele estádio não tinha a menor condição de sediar uma final. Estavam certos", afirma Nicol. Alarmado com a possibilidade de violência, o Liverpool solicitou à Uefa a mudança do local da decisão. O pedido foi negado. Os dois times queriam que os ingressos fossem vendidos apenas para ingleses e italianos. Não foram atendidos. Belgas compraram entradas e as revenderam, às centenas, para a torcida da Juventus na zona neutra do estádio, bem ao lado dos britânicos. "O estádio estava em situação lastimável. Foi um erro marcar o jogo para lá", concorda Tardelli. Em 2005, os dois times se encontraram nas quartas de final da Liga dos Campeões. Na Inglaterra, foi feito mural humano com a palavra "amicizia" (amizade, em italiano). A maioria da torcida visitante virou as costas. Em Turim, foi erguida a faixa com referência a 96 torcedores do Liverpool mortos em 1989 na cidade de Sheffield e a frase "Deus existe". Alessandro Del Piero, atacante histórico da Juventus, confessou ter recusado oferta para jogar no clube britânico por causa da tragédia de Heysel. Os próprios jogadores que estiveram em campo em 1985 reconhecem que a mancha nunca será apagada. "É um momento negro da vida de todos que estiveram lá. Ninguém nunca vai esquecer", finaliza Rossi.
esporte
'Juventus deveria devolver o troféu', diz Rossi 30 anos após tragédiaGripado, o craque do Liverpool, Kenny Dalglish dormia no vestiário uma hora antes da final da Copa da Europa, em 29 de maio de 1985, entre sua equipe e a Juventus, da Itália. Foi o zagueiro Steve Nicol quem acordou o atacante com más notícias. "Havia algo errado. Pelo barulho, a gente percebia isso. Mas ninguém sabia que estava acontecendo uma desgraça", afirma o defensor, um dos ex-jogadores que falaram à Folha sobre o que ficou conhecido como a "tragédia de Heysel". Nas arquibancadas do decrépito estádio de Bruxelas, na Bélgica, 39 pessoas morreram sufocadas, espremidas contra um muro ou esmagadas quando este desabou. A tragédia, que completa três décadas, mudou a cara do futebol. Sete anos depois, a copa passou a se chamar Liga dos Campeões, hoje o torneio de clubes mais lucrativo do planeta. "Antes de entrarmos em campo, ouvimos que apenas um torcedor havia morrido. Só depois soubemos da realidade. Sempre acreditei que a Juventus deveria devolver o troféu. Em respeito às famílias das vítimas. Não há lembrança de alegria quando 39 pessoas morreram", confessa Paolo Rossi, centroavante da Juventus. Torcedores italianos atiraram pedras nos britânicos. Estes romperam a cerca de proteção e avançaram contra os rivais que, assustados, correram, causando o tumulto. "É incrível que a partida acontecido. Se eu soubesse o tamanho da desgraça, teria me recusado a jogar. Outros teriam feito o mesmo", diz o meia Ronnie Whelan, então do Liverpool. A Juventus ganhou por 1 a 0, conquistando o troféu pela primeira vez. O artilheiro da final foi o hoje presidente da Uefa, Michel Platini, que comemorou o gol pelo que ele representava: o título. Jornalistas o criticaram, dizendo que ele havia "sapateado sobre os mortos." "Nós não tínhamos noção da tragédia. De todos os títulos que ganhei, este é o único que não tenho orgulho", comenta o meia Marco Tardelli. A Uefa colocou a culpa nos torcedores do Liverpool. A primeira ministra britânica Margaret Thatcher pediu que os clubes do Reino Unido fossem retirados dos torneios continentais. A suspensão durou cinco temporadas. "No jantar, as nossas mulheres disseram ter visto corpos de torcedores mortos empilhados perto da bandeira de escanteio. Foi quando comecei a perceber a gravidade da situação e senti que aquele jogo jamais deveria ter começado. O futebol não pode ser mais importante do que a vida ", completa Whelan. A investigação conduzida pela justiça belga apontou que dirigentes e a polícia deveriam compartilhar a culpa com 14 torcedores do Liverpool condenados a três anos de cadeia. O juiz do caso, Pierra Verlynde, disse ter ficado estarrecido com a "incrível passividade", do capitão Johan Mahieu, responsável pelo policiamento. "Semanas antes, jogadores do Tottenham vieram falar comigo porque eles haviam jogado em Heysel na pré-temporada. Disseram que aquele estádio não tinha a menor condição de sediar uma final. Estavam certos", afirma Nicol. Alarmado com a possibilidade de violência, o Liverpool solicitou à Uefa a mudança do local da decisão. O pedido foi negado. Os dois times queriam que os ingressos fossem vendidos apenas para ingleses e italianos. Não foram atendidos. Belgas compraram entradas e as revenderam, às centenas, para a torcida da Juventus na zona neutra do estádio, bem ao lado dos britânicos. "O estádio estava em situação lastimável. Foi um erro marcar o jogo para lá", concorda Tardelli. Em 2005, os dois times se encontraram nas quartas de final da Liga dos Campeões. Na Inglaterra, foi feito mural humano com a palavra "amicizia" (amizade, em italiano). A maioria da torcida visitante virou as costas. Em Turim, foi erguida a faixa com referência a 96 torcedores do Liverpool mortos em 1989 na cidade de Sheffield e a frase "Deus existe". Alessandro Del Piero, atacante histórico da Juventus, confessou ter recusado oferta para jogar no clube britânico por causa da tragédia de Heysel. Os próprios jogadores que estiveram em campo em 1985 reconhecem que a mancha nunca será apagada. "É um momento negro da vida de todos que estiveram lá. Ninguém nunca vai esquecer", finaliza Rossi.
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EUA autorizam serviço de balsas para Cuba pela 1ª vez em cinco décadas
Quatro companhias que operam serviços de balsas anunciaram nesta terça-feira (5) ter sido autorizadas pelo governo norte-americano a fazer o transporte de passageiros entre os EUA e Cuba. São as primeiras licenças para transportar passageiros por balsa entre os dois países em mais de cinco décadas. A medida faz parte do reatamento de relações entre cubanos e americanos, que foi anunciado pelos líderes dos dois países, o presidente Barack Obama e o ditador Raúl Castro, em dezembro de 2014, após 53 anos de rompimento. As empresas que obtiveram autorização para operar o serviço são todas da Flórida, Estado dos EUA cujo ponto mais ao sul fica a cerca de 150 km da ilha caribenha: Baja Ferries (Miami), Havana Ferry Partners (Fort Lauderdale), Airline Brokers (sede nas duas cidades anteriores) e United Caribbean Lines (Orlando). Outra companhia, a CubaKat, de Jacksonville, espera receber autorização para atuar nessa rota no próximo mês, disse seu presidente, Brian Hall, ao jornal "Sun Sentinel" –a empresa solicitou licença depois das outras. TRÂMITES Hagar Chemali, porta-voz do Departamento do Tesouro americano, explicou à agência de notícias AFP que o governo emitiu licenças específicas para o serviço de transporte de passageiros. O porta-voz acrescentou que companhias interessadas em explorar a rota terão de pedir autorização também a outros órgãos do governo dos EUA, como Departamento de Segurança Interna e Guarda Costeira, e ao governo cubano –que não se manifestou sobre a decisão desta terça. Com isso, a volta das balsas entre EUA e Cuba ainda deve demorar alguns meses. Além disso, elas poderão transportar só moradores dos EUA incluídos em 12 categorias que, conforme as regras do governo, não precisam obter licença para a viagem com antecedência –por exemplo, pessoas em visita a familiares em Cuba ou membros de grupos religiosos e educacionais. Fora dessas categorias, viagens turísticas de americanos a Cuba são vetadas pelos termos do embargo, que continua em vigor e só pode ser derrubado pelo Congresso. Joseph Hinson, presidente da United Americas Shipping Services, chamou a medida de "grande passo adiante" e afirmou que sua companhia espera começar a operar balsas nessa rota até outubro. Para o advogado da Baja Ferries, Robert Muse, uma vez implantado, o serviço vai promover um aumento significativo do comércio e das viagens entre um país e outro. As viagens de balsa são, em média, mais baratas que os voos fretados que já operam entre os EUA e Cuba, além de permitirem o transporte de mais bagagem. Embora os preços não tenham sido definidos, a Havana Ferry disse ao "Sun Sentinel" que cogita cobrar de US$ 300 a US$ 350 pela viagem (o voo fretado para a ilha não sai por menos de US$ 400).
mundo
EUA autorizam serviço de balsas para Cuba pela 1ª vez em cinco décadasQuatro companhias que operam serviços de balsas anunciaram nesta terça-feira (5) ter sido autorizadas pelo governo norte-americano a fazer o transporte de passageiros entre os EUA e Cuba. São as primeiras licenças para transportar passageiros por balsa entre os dois países em mais de cinco décadas. A medida faz parte do reatamento de relações entre cubanos e americanos, que foi anunciado pelos líderes dos dois países, o presidente Barack Obama e o ditador Raúl Castro, em dezembro de 2014, após 53 anos de rompimento. As empresas que obtiveram autorização para operar o serviço são todas da Flórida, Estado dos EUA cujo ponto mais ao sul fica a cerca de 150 km da ilha caribenha: Baja Ferries (Miami), Havana Ferry Partners (Fort Lauderdale), Airline Brokers (sede nas duas cidades anteriores) e United Caribbean Lines (Orlando). Outra companhia, a CubaKat, de Jacksonville, espera receber autorização para atuar nessa rota no próximo mês, disse seu presidente, Brian Hall, ao jornal "Sun Sentinel" –a empresa solicitou licença depois das outras. TRÂMITES Hagar Chemali, porta-voz do Departamento do Tesouro americano, explicou à agência de notícias AFP que o governo emitiu licenças específicas para o serviço de transporte de passageiros. O porta-voz acrescentou que companhias interessadas em explorar a rota terão de pedir autorização também a outros órgãos do governo dos EUA, como Departamento de Segurança Interna e Guarda Costeira, e ao governo cubano –que não se manifestou sobre a decisão desta terça. Com isso, a volta das balsas entre EUA e Cuba ainda deve demorar alguns meses. Além disso, elas poderão transportar só moradores dos EUA incluídos em 12 categorias que, conforme as regras do governo, não precisam obter licença para a viagem com antecedência –por exemplo, pessoas em visita a familiares em Cuba ou membros de grupos religiosos e educacionais. Fora dessas categorias, viagens turísticas de americanos a Cuba são vetadas pelos termos do embargo, que continua em vigor e só pode ser derrubado pelo Congresso. Joseph Hinson, presidente da United Americas Shipping Services, chamou a medida de "grande passo adiante" e afirmou que sua companhia espera começar a operar balsas nessa rota até outubro. Para o advogado da Baja Ferries, Robert Muse, uma vez implantado, o serviço vai promover um aumento significativo do comércio e das viagens entre um país e outro. As viagens de balsa são, em média, mais baratas que os voos fretados que já operam entre os EUA e Cuba, além de permitirem o transporte de mais bagagem. Embora os preços não tenham sido definidos, a Havana Ferry disse ao "Sun Sentinel" que cogita cobrar de US$ 300 a US$ 350 pela viagem (o voo fretado para a ilha não sai por menos de US$ 400).
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Temer decide antecipar retorno da China com expectativa de nova denúncia
Com a expectativa de ser atingido, nos próximos dias, por uma nova denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, o presidente Michel Temer decidiu antecipar seu retorno da China. Auxiliares de Temer afirmam que o presidente voltará na terça-feira (5) –e não mais na noite de quarta (6)– para iniciar a articulação política e tentar, mais uma vez, barrar o avanço da denúncia contra ele na Câmara. Além disso, o presidente quer acompanhar de perto a elaboração de sua defesa jurídica da acusação formal por obstrução de justiça e formação de quadrilha. Na China para a reunião da cúpula dos Brics –grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul–, o presidente decidiu que não participará de toda a programação, que vai de domingo (3) a terça-feira (5). Ele embarca para Brasília logo depois que a reunião oficial do grupo terminar. A ideia era que o peemedebista cumprisse a agenda na Ásia e retornasse ao Brasil para participar somente do desfile de 7 de Setembro, em Brasília. Temer já havia esvaziado sua comitiva à China para que seus principais ministros acompanhassem a evolução da votação de pautas importantes no Congresso e fizessem a defesa do governo caso o procurador-geral, Rodrigo Janot, apresentasse a segunda denúncia contra ele. O Palácio do Planalto espera que Janot apresente a peça antes de deixar o cargo, em 17 de setembro. Os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral), Henrique Meirelles (Fazenda) e Eliseu Padilha (Casa Civil), este inicialmente previsto na comitiva à China, permaneceram em Brasília. A votação da revisão da meta fiscal e as negociações em torno de uma nova proposta do Refis eram cruciais para a equipe econômica, e Temer e Meirelles avaliaram que era melhor que o ministro cuidasse pessoalmente desses temas. CLIMA POLÍTICO Aliados do presidente avaliam que, às vésperas da segunda denúncia, o clima no Congresso é de "mau humor" com o Planalto. Parlamentares de partidos da base afirmam que não tiveram suas demandas completamente atendidas mesmo depois de ajudarem a barrar a primeira denúncia contra Temer, por corrupção passiva, na Câmara no início do mês. O centrão é o principal foco de insatisfações e pressiona o presidente, inclusive, para demitir o ministro da articulação política, Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo). A avaliação de integrantes da cúpula do Congresso é a de que Temer gastou muito capital político para pagar emendas e distribuir cargos aos aliados para se salvar na primeira denúncia. Agora, com o Orçamento mais magro e menos cargos para diminuir, a fatura ficou mais alta. CHINA Com o retorno antecipado, o peemedebista participará da primeira foto dos presidentes dos Brics, mas deve estar ausente na segunda, com os países convidados para participar do encontro. Para a última, será destacado o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes. A antecipação do retorno não era consenso na equipe do presidente. Para parte da comitiva presidencial na China, o presidente passará um sinal negativo para os demais integrantes do bloco comercial, demonstrando desapreço. Na avaliação de um ministro, a volta antes da hora também reforçará a mensagem de que o peemedebista está preocupado. Será a segunda vez que o presidente se ausenta antes do fim de um encontro econômico mundial. Em julho, ele abandonou a cúpula do G20, em Hamburgo, após o PSDB ter afirmado que havia chance de prosperar denúncia contra ele por corrupção passiva.
poder
Temer decide antecipar retorno da China com expectativa de nova denúnciaCom a expectativa de ser atingido, nos próximos dias, por uma nova denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, o presidente Michel Temer decidiu antecipar seu retorno da China. Auxiliares de Temer afirmam que o presidente voltará na terça-feira (5) –e não mais na noite de quarta (6)– para iniciar a articulação política e tentar, mais uma vez, barrar o avanço da denúncia contra ele na Câmara. Além disso, o presidente quer acompanhar de perto a elaboração de sua defesa jurídica da acusação formal por obstrução de justiça e formação de quadrilha. Na China para a reunião da cúpula dos Brics –grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul–, o presidente decidiu que não participará de toda a programação, que vai de domingo (3) a terça-feira (5). Ele embarca para Brasília logo depois que a reunião oficial do grupo terminar. A ideia era que o peemedebista cumprisse a agenda na Ásia e retornasse ao Brasil para participar somente do desfile de 7 de Setembro, em Brasília. Temer já havia esvaziado sua comitiva à China para que seus principais ministros acompanhassem a evolução da votação de pautas importantes no Congresso e fizessem a defesa do governo caso o procurador-geral, Rodrigo Janot, apresentasse a segunda denúncia contra ele. O Palácio do Planalto espera que Janot apresente a peça antes de deixar o cargo, em 17 de setembro. Os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral), Henrique Meirelles (Fazenda) e Eliseu Padilha (Casa Civil), este inicialmente previsto na comitiva à China, permaneceram em Brasília. A votação da revisão da meta fiscal e as negociações em torno de uma nova proposta do Refis eram cruciais para a equipe econômica, e Temer e Meirelles avaliaram que era melhor que o ministro cuidasse pessoalmente desses temas. CLIMA POLÍTICO Aliados do presidente avaliam que, às vésperas da segunda denúncia, o clima no Congresso é de "mau humor" com o Planalto. Parlamentares de partidos da base afirmam que não tiveram suas demandas completamente atendidas mesmo depois de ajudarem a barrar a primeira denúncia contra Temer, por corrupção passiva, na Câmara no início do mês. O centrão é o principal foco de insatisfações e pressiona o presidente, inclusive, para demitir o ministro da articulação política, Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo). A avaliação de integrantes da cúpula do Congresso é a de que Temer gastou muito capital político para pagar emendas e distribuir cargos aos aliados para se salvar na primeira denúncia. Agora, com o Orçamento mais magro e menos cargos para diminuir, a fatura ficou mais alta. CHINA Com o retorno antecipado, o peemedebista participará da primeira foto dos presidentes dos Brics, mas deve estar ausente na segunda, com os países convidados para participar do encontro. Para a última, será destacado o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes. A antecipação do retorno não era consenso na equipe do presidente. Para parte da comitiva presidencial na China, o presidente passará um sinal negativo para os demais integrantes do bloco comercial, demonstrando desapreço. Na avaliação de um ministro, a volta antes da hora também reforçará a mensagem de que o peemedebista está preocupado. Será a segunda vez que o presidente se ausenta antes do fim de um encontro econômico mundial. Em julho, ele abandonou a cúpula do G20, em Hamburgo, após o PSDB ter afirmado que havia chance de prosperar denúncia contra ele por corrupção passiva.
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Brasileiro condenado na Indonésia vê execução como 'mentira', diz família
Rodrigo Gularte está no "corredor da morte" na Indonésia, mas acredita que sua execução, tida como iminente, é parte de uma mentira Seu nome está nos jornais entre aqueles a serem executados em breve pelas autoridades indonésias. Mesmo assim, o brasileiro desconfia do que lê, e diz que sua pena não será cumprida. É o que contam parentes e conhecidos. O paranaense, de 42 anos, foi condenado à morte em 2005, um ano depois de ser preso no aeroporto de Jacarta com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Gularte está na prisão de Nusakambagan, conhecida como "Ilha da Morte", à espera de uma definição sobre sua execução. No ano passado, ele foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide e, segundo seu advogado de defesa, a legislação da Indonésia não permite a execução de um preso que não esteja em suas plenas condições mentais. O governo indonésio, no entanto, ainda não anunciou uma decisão para o caso. A família diz que o paranaense passa a maior parte do tempo na prisão sozinho, conversando com paredes, fantasmas e "ouvindo vozes de satélites". Os parentes aguardam o resultado de uma segunda avaliação médica, feita na semana passada, a pedido das autoridades indonésias. É o último recurso para tentar livrar Gularte da morte. A família tenta que ele seja transferido para um hospital psiquiátrico. Tony Spontana, porta-voz da Procuradoria-Geral da Indonésia, disse à BBC Brasil na semana passada que autoridades ainda aguardavam os resultados deste último exame. Na Indonésia, a punição para o crime de tráfico de drogas é o fuzilamento. 'INFÂNCIA FELIZ' A mãe de Gularte, Clarisse, de 70 anos, esteve com o filho pela última vez em fevereiro. Ela disse que seu "coração sangrava". "Ele está completamente depressivo, só fala coisas desconexas", conta. Natural de Foz do Iguaçu, de uma família de classe média alta, Rodrigo teve o surfe como esporte preferido. Parentes e conhecidos falam de um rapaz alto, gentil e educado. Para a Clarice, a infância de Gularte foi "feliz e normal". A BBC Brasil conversou com ela por telefone em fevereiro, quando fez sua última visita à Indonésia. "Ele tinha um comportamento razoável. Mas, com o passar do tempo, foi mudando as atitudes. E a gente quase não percebeu", disse Clarice, com voz grave e respostas curtas e diretas. Estas mudanças teriam começado aos 13 anos, mas pioraram quando os pais se divorciaram, diz a prima Angelita Muxfeldt, há quase dois meses na Indonésia tentando garantir a transferência de Gularte. O primeiro tratamento contra a dependência de drogas foi aos 16 anos, quando parentes dizem ter percebido indícios de bipolaridade. Outros viriam, sem sucesso. A depressão, aliada ao uso de drogas, só fez Gularte piorar, conta Angelita. Clarice tentou ajudar o filho com trabalho. Gularte ganhou um restaurante para administrar, pago pela mãe. Teve um filho, autista, hoje com 21 anos, com quem pouco se relacionou. Mas o contato com as drogas, de todos os tipos, continuou intenso. A mãe e a prima visitaram o paranaense com frequência nos últimos dez anos. Com o pai, o médico Rubens, a relação foi só por cartas ou telefone, segundo a família. ENREDO DE FILME A Indonésia é parte das rotas do tráfico de drogas no Sudeste Asiático e é conhecida por ter uma das mais duras leis contra narcóticos do mundo. A pena de morte para tráfico tem apoio popular aqui. Mesmo assim, traficantes se aventuram, atraídos pelo lucro vindo do tráfico. Mais de 130 presos estão no corredor da morte, 57 por tráfico, segundo a agência Associated Press. O governo alega que entre 40 e 50 pessoas morrem todos os dias no país devido às drogas, um número difícil de ser confirmado. O presidente, Joko Widodo, disse que rejeitaria clemência a condenados por tráfico devido à "situação de emergência causada pelas drogas no país". A viagem de Rodrigo para a Indonésia, em julho de 2004, foi "uma tragédia", diz a mãe. A prima fala em "erro imenso". Para a família, ele foi aliciado por traficantes internacionais, que se aproveitaram dos seus problemas mentais. O que aconteceu depois poderia virar filme. Ao ser pego, estava com outras duas pessoas, que escaparam. Rodrigo assumiu responsabilidade por toda a droga que era levada, segundo Angelita. A mãe e a prima chegariam à Indonésia uma semana após a prisão. Um advogado se ofereceu para defender Rodrigo ainda no aeroporto. "Nós ligamos para esse advogado, ele veio até o nosso hotel e perguntou: 'Vocês querem ver o Rodrigo?'", diz Angelita. Era por volta das 21h, diz. "'Mas é possível?' eu perguntei. Ele deu um telefonema e disse: 'Vamos'. Chegamos na prisão, ele mandou o Rodrigo vir, o vimos e conversamos com ele. O advogado nos mostrou que era influente". A família ficou impressionada. Pagou pelo advogado, mas ele fugiu com o dinheiro. Perdeu prazos e recursos e, no julgamento, não apareceu. Na verdade, nem o advogado, nem representantes da embaixada brasileira, nem a família apareceram no julgamento. Segundo a prima de Gularte, eles não teriam sido avisados. Sem defesa, diz a prima, Rodrigo foi condenado à morte em 2005. Depois disso, ainda tentaria suicídio na prisão. EXAMES E MAIS EXAMES Há três anos Rodrigo piorou, diz Angelita. No ano passado, parentes contrataram uma equipe médica para que examinasse seu estado mental. O diagnóstico: esquizofrenia paranoide, com delírios e alucinações. E a recomendação de que ele fosse transferido para um hospital psquiátrico. Mas o laudo não foi aceito pelas autoridades indonésias, já que os especialistas haviam sido contratados pela defesa. Um novo exame feito por um grupo diferente de especialistas aceito pelo governo, em fevereiro, confirmou o exame inicial. Autoridades, então, ordenaram outra avaliação, feita na semana passada, e cujo resultado ainda não foi divulgado. Familiares dizem que há anos tentam convencer Rodrigo a receber tratamento fora da prisão. Mas ele se recusa a deixar a ilha, dizendo não estar doente. 'VOZES DE SATÉLITE' Família e testemunhas dizem que Rodrigo perdeu a noção de realidade O padre irlandês Romo Carolus conheceu o brasileiro anos atrás, nas missas que celebrava na prisão. Fala de alguém "sensível, que nunca causou problemas". Diz que, nos últimos anos, Rodrigo passou a falar com "vozes de satélite e as paredes". E que, desde o ano passado, não consegue sequer assistir às missas, antes frequentadas com certa regularidade. Estas vozes, disseram o padre e a prima, alertam Rodrigo de que a prisão é um local seguro e que, fora dali, ele pode ser morto. "Ele diz que no hospital não é seguro. Que ele vai ser encapuzado, algemado. Que tem franco-atiradores na ilha e que ele vai ser morto a caminho do hospital", disse Angelita, que tem visitado Rodrigo todas as terças e quintas-feiras. O complexo de prisões da "Ilha da Morte" está sob forte vigilância por conta da atenção desperta pelas execuções iminentes Ela conversou com a BBC Brasil após a visita da última terça-feira. Segundo Angelita, o primo cita "vidas passadas no Egito e histórias surreais". Os outros presos teriam medo de dividir a cela com ele. Ainda se acordo com Angelita, Gularte se recusa a tirar um boné, virado para trás, que diz ser sua proteção. Recentemente, teria perdido 15kg, disse a mãe. 'ALCATRAZ INDONÉSIA' Nusakambangan é um complexo com sete prisões, onde estão centenas de condenados por tráfico, assassinato e outros crimes. Tem o apelido de "Alcatraz da Indonésia" e dezenas de presos estão ali à espera das execuções. O ambiente, apesar disso, é leve, segundo o padre Carolus. "Todo mundo diz que a filosofia é do 'viva e deixe viver'". O padre diz que há quadras de tênis, bibliotecas e salas para visitas. Familiares e outros conhecidos falam de guardas educados e solidários. Parentes podem levar dinheiro aos presos, que compram comida ou pagam por cortes de cabelo feitos por outros presos, numa espécie de comércio local. Outros detentos fazem dinheiro vendendo artes para visitantes, afirmaram à BBC Brasil pessoas que estiveram na cadeia. Foi em Nusakambangan que o carioca Marco Archer Cardoso Moreira foi executado em janeiro, junto com seis outros presos. Marco havia sido preso pouco antes de Gularte, também em Jacarta, ao tentar entrar com 13,4 kg de cocaína escondidos em tubos de asa delta. Ele se tornou o primeiro brasileiro a ser executado no exterior em tempos de paz. Na prisão, Marco e Rodrigo Gularte se encontraram. Quem os conheceu disse que o primeiro era extrovertido e o segundo mais quieto, e que a amizade que tinham era limitada. CASO 'POP' A publicidade do caso tem ajudado Gularte, acredita a família. Nove outros presos também enfrentam a pena de morte, entre eles, os australianos Andrew Chan e Myuran Sukumaran. Presos em 2005, foram condenados à morte no ano seguinte, como líderes da gangue "Os Nove de Bali". Antes, os australianos recebiam atenção quase integral da imprensa. Agora, o processo de Gularte tem destaque nos jornais locais e a mídia estrangeira também tem se debruçado sobre o caso. Em diversas conversas com a BBC Brasil nas últimas semanas, a prima vibrou com notícias que via como favoráveis ao primo. Pouquíssimas vezes usou a palavra "execução" para referir-se à pena dele. "Estamos esperançosos", diz a prima. "O Rodrigo está doente, o laudo mostrou. Nós não estamos inventando".
bbc
Brasileiro condenado na Indonésia vê execução como 'mentira', diz famíliaRodrigo Gularte está no "corredor da morte" na Indonésia, mas acredita que sua execução, tida como iminente, é parte de uma mentira Seu nome está nos jornais entre aqueles a serem executados em breve pelas autoridades indonésias. Mesmo assim, o brasileiro desconfia do que lê, e diz que sua pena não será cumprida. É o que contam parentes e conhecidos. O paranaense, de 42 anos, foi condenado à morte em 2005, um ano depois de ser preso no aeroporto de Jacarta com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Gularte está na prisão de Nusakambagan, conhecida como "Ilha da Morte", à espera de uma definição sobre sua execução. No ano passado, ele foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide e, segundo seu advogado de defesa, a legislação da Indonésia não permite a execução de um preso que não esteja em suas plenas condições mentais. O governo indonésio, no entanto, ainda não anunciou uma decisão para o caso. A família diz que o paranaense passa a maior parte do tempo na prisão sozinho, conversando com paredes, fantasmas e "ouvindo vozes de satélites". Os parentes aguardam o resultado de uma segunda avaliação médica, feita na semana passada, a pedido das autoridades indonésias. É o último recurso para tentar livrar Gularte da morte. A família tenta que ele seja transferido para um hospital psiquiátrico. Tony Spontana, porta-voz da Procuradoria-Geral da Indonésia, disse à BBC Brasil na semana passada que autoridades ainda aguardavam os resultados deste último exame. Na Indonésia, a punição para o crime de tráfico de drogas é o fuzilamento. 'INFÂNCIA FELIZ' A mãe de Gularte, Clarisse, de 70 anos, esteve com o filho pela última vez em fevereiro. Ela disse que seu "coração sangrava". "Ele está completamente depressivo, só fala coisas desconexas", conta. Natural de Foz do Iguaçu, de uma família de classe média alta, Rodrigo teve o surfe como esporte preferido. Parentes e conhecidos falam de um rapaz alto, gentil e educado. Para a Clarice, a infância de Gularte foi "feliz e normal". A BBC Brasil conversou com ela por telefone em fevereiro, quando fez sua última visita à Indonésia. "Ele tinha um comportamento razoável. Mas, com o passar do tempo, foi mudando as atitudes. E a gente quase não percebeu", disse Clarice, com voz grave e respostas curtas e diretas. Estas mudanças teriam começado aos 13 anos, mas pioraram quando os pais se divorciaram, diz a prima Angelita Muxfeldt, há quase dois meses na Indonésia tentando garantir a transferência de Gularte. O primeiro tratamento contra a dependência de drogas foi aos 16 anos, quando parentes dizem ter percebido indícios de bipolaridade. Outros viriam, sem sucesso. A depressão, aliada ao uso de drogas, só fez Gularte piorar, conta Angelita. Clarice tentou ajudar o filho com trabalho. Gularte ganhou um restaurante para administrar, pago pela mãe. Teve um filho, autista, hoje com 21 anos, com quem pouco se relacionou. Mas o contato com as drogas, de todos os tipos, continuou intenso. A mãe e a prima visitaram o paranaense com frequência nos últimos dez anos. Com o pai, o médico Rubens, a relação foi só por cartas ou telefone, segundo a família. ENREDO DE FILME A Indonésia é parte das rotas do tráfico de drogas no Sudeste Asiático e é conhecida por ter uma das mais duras leis contra narcóticos do mundo. A pena de morte para tráfico tem apoio popular aqui. Mesmo assim, traficantes se aventuram, atraídos pelo lucro vindo do tráfico. Mais de 130 presos estão no corredor da morte, 57 por tráfico, segundo a agência Associated Press. O governo alega que entre 40 e 50 pessoas morrem todos os dias no país devido às drogas, um número difícil de ser confirmado. O presidente, Joko Widodo, disse que rejeitaria clemência a condenados por tráfico devido à "situação de emergência causada pelas drogas no país". A viagem de Rodrigo para a Indonésia, em julho de 2004, foi "uma tragédia", diz a mãe. A prima fala em "erro imenso". Para a família, ele foi aliciado por traficantes internacionais, que se aproveitaram dos seus problemas mentais. O que aconteceu depois poderia virar filme. Ao ser pego, estava com outras duas pessoas, que escaparam. Rodrigo assumiu responsabilidade por toda a droga que era levada, segundo Angelita. A mãe e a prima chegariam à Indonésia uma semana após a prisão. Um advogado se ofereceu para defender Rodrigo ainda no aeroporto. "Nós ligamos para esse advogado, ele veio até o nosso hotel e perguntou: 'Vocês querem ver o Rodrigo?'", diz Angelita. Era por volta das 21h, diz. "'Mas é possível?' eu perguntei. Ele deu um telefonema e disse: 'Vamos'. Chegamos na prisão, ele mandou o Rodrigo vir, o vimos e conversamos com ele. O advogado nos mostrou que era influente". A família ficou impressionada. Pagou pelo advogado, mas ele fugiu com o dinheiro. Perdeu prazos e recursos e, no julgamento, não apareceu. Na verdade, nem o advogado, nem representantes da embaixada brasileira, nem a família apareceram no julgamento. Segundo a prima de Gularte, eles não teriam sido avisados. Sem defesa, diz a prima, Rodrigo foi condenado à morte em 2005. Depois disso, ainda tentaria suicídio na prisão. EXAMES E MAIS EXAMES Há três anos Rodrigo piorou, diz Angelita. No ano passado, parentes contrataram uma equipe médica para que examinasse seu estado mental. O diagnóstico: esquizofrenia paranoide, com delírios e alucinações. E a recomendação de que ele fosse transferido para um hospital psquiátrico. Mas o laudo não foi aceito pelas autoridades indonésias, já que os especialistas haviam sido contratados pela defesa. Um novo exame feito por um grupo diferente de especialistas aceito pelo governo, em fevereiro, confirmou o exame inicial. Autoridades, então, ordenaram outra avaliação, feita na semana passada, e cujo resultado ainda não foi divulgado. Familiares dizem que há anos tentam convencer Rodrigo a receber tratamento fora da prisão. Mas ele se recusa a deixar a ilha, dizendo não estar doente. 'VOZES DE SATÉLITE' Família e testemunhas dizem que Rodrigo perdeu a noção de realidade O padre irlandês Romo Carolus conheceu o brasileiro anos atrás, nas missas que celebrava na prisão. Fala de alguém "sensível, que nunca causou problemas". Diz que, nos últimos anos, Rodrigo passou a falar com "vozes de satélite e as paredes". E que, desde o ano passado, não consegue sequer assistir às missas, antes frequentadas com certa regularidade. Estas vozes, disseram o padre e a prima, alertam Rodrigo de que a prisão é um local seguro e que, fora dali, ele pode ser morto. "Ele diz que no hospital não é seguro. Que ele vai ser encapuzado, algemado. Que tem franco-atiradores na ilha e que ele vai ser morto a caminho do hospital", disse Angelita, que tem visitado Rodrigo todas as terças e quintas-feiras. O complexo de prisões da "Ilha da Morte" está sob forte vigilância por conta da atenção desperta pelas execuções iminentes Ela conversou com a BBC Brasil após a visita da última terça-feira. Segundo Angelita, o primo cita "vidas passadas no Egito e histórias surreais". Os outros presos teriam medo de dividir a cela com ele. Ainda se acordo com Angelita, Gularte se recusa a tirar um boné, virado para trás, que diz ser sua proteção. Recentemente, teria perdido 15kg, disse a mãe. 'ALCATRAZ INDONÉSIA' Nusakambangan é um complexo com sete prisões, onde estão centenas de condenados por tráfico, assassinato e outros crimes. Tem o apelido de "Alcatraz da Indonésia" e dezenas de presos estão ali à espera das execuções. O ambiente, apesar disso, é leve, segundo o padre Carolus. "Todo mundo diz que a filosofia é do 'viva e deixe viver'". O padre diz que há quadras de tênis, bibliotecas e salas para visitas. Familiares e outros conhecidos falam de guardas educados e solidários. Parentes podem levar dinheiro aos presos, que compram comida ou pagam por cortes de cabelo feitos por outros presos, numa espécie de comércio local. Outros detentos fazem dinheiro vendendo artes para visitantes, afirmaram à BBC Brasil pessoas que estiveram na cadeia. Foi em Nusakambangan que o carioca Marco Archer Cardoso Moreira foi executado em janeiro, junto com seis outros presos. Marco havia sido preso pouco antes de Gularte, também em Jacarta, ao tentar entrar com 13,4 kg de cocaína escondidos em tubos de asa delta. Ele se tornou o primeiro brasileiro a ser executado no exterior em tempos de paz. Na prisão, Marco e Rodrigo Gularte se encontraram. Quem os conheceu disse que o primeiro era extrovertido e o segundo mais quieto, e que a amizade que tinham era limitada. CASO 'POP' A publicidade do caso tem ajudado Gularte, acredita a família. Nove outros presos também enfrentam a pena de morte, entre eles, os australianos Andrew Chan e Myuran Sukumaran. Presos em 2005, foram condenados à morte no ano seguinte, como líderes da gangue "Os Nove de Bali". Antes, os australianos recebiam atenção quase integral da imprensa. Agora, o processo de Gularte tem destaque nos jornais locais e a mídia estrangeira também tem se debruçado sobre o caso. Em diversas conversas com a BBC Brasil nas últimas semanas, a prima vibrou com notícias que via como favoráveis ao primo. Pouquíssimas vezes usou a palavra "execução" para referir-se à pena dele. "Estamos esperançosos", diz a prima. "O Rodrigo está doente, o laudo mostrou. Nós não estamos inventando".
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Financial Times Group é vendido para grupo japonês Nikkei por R$ 4,32 bi
A editora britânica Pearson anunciou via comunicado nesta quinta-feira (23) a venda do Financial Times Group por £ 844 milhões (R$ 4,32 bilhões) ao grupo de mídia japonês Nikkei Inc. O FT Group comanda as operações noticiosas da Pearson, como o prestigioso "Financial Times" e alguns títulos correlatos, como a revista "The Banker". O acordo para venda não inclui a participação de 50% da companhia no Economist Group, que edita a revista "The Economist", ou uma propriedade do FT Group em One Southwark Bridge, em Londres. A transação ainda deve passar por uma série de aprovações regulatórias, e deve ser fechada no quarto quadrimestre de 2015. Isso irá baixar a cortina sobre seus 58 anos de controle da organização mundial de notícias sediada em Londres. De acordo com o comunicado, uma contribuição de cerca de £ 90 milhões será feita ao plano de pensão da Pearson após a transação ser fechada. Segundo o presidente da companhia John Fallon, "Nós [Pearson] atingimos um ponto de inflexão na mídia, trazido pelo crescimento explosivo do mobile e das redes sociais. (...) a melhor forma de assegurar o sucesso comercial e jornalístico do FT é com sua participação em uma companhia digital global. Agora, a Pearson focará 100% em sua estratégia global de educação". A Pearson é a líder global no setor, com 40 mil funcionários e atuação em mais de 80 países. No Brasil, a empresa comprou em 2013 a rede de escolas de idiomas Wizard (que incluía bandeiras como Yázigi e Skill) por R$ 2 bilhões. O Nikkei Inc é o maior grupo independente de mídia na Ásia. Ele edita o jornal Nikkei, além de livros, revistas, veículos digitais, serviços de bancos de dados e emissoras. HISTÓRICO A Pearson, que faz parte do índice de ações FTSE 100 da bolsa londrina, nos últimos anos vem se concentrando cada vez mais em suas operações de educação, centradas nos Estados Unidos. Por isso, a venda do jornal global de negócios fundado em 1888 tem sido objeto de especulação há muito tempo. Segundo o jornal britânico "The Guardian", entre os interessados na venda, estavam a editora britânica Axel Springer, que edita o jornal alemão "Bild", e as agências de notícias Thomson Reuters e Bloomberg. Sua antiga presidente-executiva, dama Marjorie Scardino, havia prometido que o "Financial Times" só seria vendido "por sobre o meu cadáver". John Fallon, que a sucedeu em janeiro de 2013, não renovou essa promessa, mas declarou repetidas vezes que o "Financial Times" era parte integral da visão comercial e estratégica da Pearson. AÇÕES DA PEARSON TÊM ALTA A companhia de educação teve um faturamento de £ 1,15 bilhão (US$ 1,8 bilhão em valores atuais) no ano passado. A Pearson deve anunciar seus resultados financeiros para o primeiro semestre de 2015 na sexta-feira. As ações da empresa, que caíram em 20% desde o final de março, mostravam alta de 2,2% no pregão da manhã, cotadas em £ 12,36, em meio aos anúncios de que a venda estava próxima. O grupo não divulga os resultados do FT Group. A notícia surge em um momento de transformação no cenário da mídia, diante da expansão do papel de grandes grupos de Internet, como o Google, na distribuição de notícias. Em fevereiro, a Pearson anunciou que a circulação do "Financial Times" havia subido em 10% ante o ano anterior, para quase 720 mil assinantes das versões em papel e online. As assinaturas do site FT.com registravam alta de 21%, para 504 mil. Em abril, a Pearson projetou lucro por ação de entre 75 e 80 pence (centavos de libra) este ano, ante 66 pence no ano passado. EMPRESA PERDE CONTRATOS A Pearson perdeu diversos importantes contratos de educação este ano. No começo deste mês, o Estado de Nova York anunciou que substituiria a companhia pela Questar Assesment, uma empresa norte-americana de menor porte, como fornecedora de exames educacionais, em um contrato de cinco anos e US$ 44 milhões. Em abril, o Distrito Escolar Unificado de Los Angeles informou a Pearson e sua parceira Apple que estava cancelando um contrato para a aquisição de iPads e software educativo, afirmando estar "extremamente insatisfeito" com o trabalho anterior das duas companhias. A empresa também perdeu neste ano seu monopólio sobre os exames educacionais no Texas, depois de 30 anos. A confirmação da venda segue especulações publicadas na mídia. Um artigo da Bloomberg no começo da semana havia informado que a Pearson estaria disposta a considerar ofertas pelo "Financial Times". Uma reportagem da Reuters na quinta-feira havia informado que a companhia havia decidido vender o "Financial Times" a uma "empresa mundial de notícias digitais", não identificada. Com tradução de PAULO MIGLIACCI
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Financial Times Group é vendido para grupo japonês Nikkei por R$ 4,32 biA editora britânica Pearson anunciou via comunicado nesta quinta-feira (23) a venda do Financial Times Group por £ 844 milhões (R$ 4,32 bilhões) ao grupo de mídia japonês Nikkei Inc. O FT Group comanda as operações noticiosas da Pearson, como o prestigioso "Financial Times" e alguns títulos correlatos, como a revista "The Banker". O acordo para venda não inclui a participação de 50% da companhia no Economist Group, que edita a revista "The Economist", ou uma propriedade do FT Group em One Southwark Bridge, em Londres. A transação ainda deve passar por uma série de aprovações regulatórias, e deve ser fechada no quarto quadrimestre de 2015. Isso irá baixar a cortina sobre seus 58 anos de controle da organização mundial de notícias sediada em Londres. De acordo com o comunicado, uma contribuição de cerca de £ 90 milhões será feita ao plano de pensão da Pearson após a transação ser fechada. Segundo o presidente da companhia John Fallon, "Nós [Pearson] atingimos um ponto de inflexão na mídia, trazido pelo crescimento explosivo do mobile e das redes sociais. (...) a melhor forma de assegurar o sucesso comercial e jornalístico do FT é com sua participação em uma companhia digital global. Agora, a Pearson focará 100% em sua estratégia global de educação". A Pearson é a líder global no setor, com 40 mil funcionários e atuação em mais de 80 países. No Brasil, a empresa comprou em 2013 a rede de escolas de idiomas Wizard (que incluía bandeiras como Yázigi e Skill) por R$ 2 bilhões. O Nikkei Inc é o maior grupo independente de mídia na Ásia. Ele edita o jornal Nikkei, além de livros, revistas, veículos digitais, serviços de bancos de dados e emissoras. HISTÓRICO A Pearson, que faz parte do índice de ações FTSE 100 da bolsa londrina, nos últimos anos vem se concentrando cada vez mais em suas operações de educação, centradas nos Estados Unidos. Por isso, a venda do jornal global de negócios fundado em 1888 tem sido objeto de especulação há muito tempo. Segundo o jornal britânico "The Guardian", entre os interessados na venda, estavam a editora britânica Axel Springer, que edita o jornal alemão "Bild", e as agências de notícias Thomson Reuters e Bloomberg. Sua antiga presidente-executiva, dama Marjorie Scardino, havia prometido que o "Financial Times" só seria vendido "por sobre o meu cadáver". John Fallon, que a sucedeu em janeiro de 2013, não renovou essa promessa, mas declarou repetidas vezes que o "Financial Times" era parte integral da visão comercial e estratégica da Pearson. AÇÕES DA PEARSON TÊM ALTA A companhia de educação teve um faturamento de £ 1,15 bilhão (US$ 1,8 bilhão em valores atuais) no ano passado. A Pearson deve anunciar seus resultados financeiros para o primeiro semestre de 2015 na sexta-feira. As ações da empresa, que caíram em 20% desde o final de março, mostravam alta de 2,2% no pregão da manhã, cotadas em £ 12,36, em meio aos anúncios de que a venda estava próxima. O grupo não divulga os resultados do FT Group. A notícia surge em um momento de transformação no cenário da mídia, diante da expansão do papel de grandes grupos de Internet, como o Google, na distribuição de notícias. Em fevereiro, a Pearson anunciou que a circulação do "Financial Times" havia subido em 10% ante o ano anterior, para quase 720 mil assinantes das versões em papel e online. As assinaturas do site FT.com registravam alta de 21%, para 504 mil. Em abril, a Pearson projetou lucro por ação de entre 75 e 80 pence (centavos de libra) este ano, ante 66 pence no ano passado. EMPRESA PERDE CONTRATOS A Pearson perdeu diversos importantes contratos de educação este ano. No começo deste mês, o Estado de Nova York anunciou que substituiria a companhia pela Questar Assesment, uma empresa norte-americana de menor porte, como fornecedora de exames educacionais, em um contrato de cinco anos e US$ 44 milhões. Em abril, o Distrito Escolar Unificado de Los Angeles informou a Pearson e sua parceira Apple que estava cancelando um contrato para a aquisição de iPads e software educativo, afirmando estar "extremamente insatisfeito" com o trabalho anterior das duas companhias. A empresa também perdeu neste ano seu monopólio sobre os exames educacionais no Texas, depois de 30 anos. A confirmação da venda segue especulações publicadas na mídia. Um artigo da Bloomberg no começo da semana havia informado que a Pearson estaria disposta a considerar ofertas pelo "Financial Times". Uma reportagem da Reuters na quinta-feira havia informado que a companhia havia decidido vender o "Financial Times" a uma "empresa mundial de notícias digitais", não identificada. Com tradução de PAULO MIGLIACCI
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Brookfield está perto de comprar fatia da Odebrecht em gasoduto no Peru
O fundo canadense Brookfield Asset Management Inc está perto de comprar a participação da Odebrecht em um projeto de gasoduto no Peru de mais de US$ 5 bilhões, disse o ministro da Economia do Peru, Alfredo Thorne. Em entrevista à estação de rádio local "Canal N" na terça-feira (20), Thorne disse que a Brookfield concordou em assinar uma "cláusula anticorrupção" no contrato para a aquisição da participação de 55% da Odebrecht no projeto. "Estamos quase prontos para fechar (com a Brookfield), estamos em negociações, provavelmente aconteça, não há nenhuma mudança na cláusula anticorrupção", disse Thorne. Um assessor de imprensa da Odebrecht em Lima disse ser muito cedo para fazer qualquer comentário sobre o assunto. No fim de novembro, a Sempra anunciou que as negociações terminaram sem acordo com a Odebrecht para comprar o controle do gasoduto, que está sob investigação por suposta corrupção na sua concessão em 2014. O acordo entre a Sempra e Odebrecht foi interrompido após o governo se recusar a retirar a cláusula anticorrupção que a empresa americana teria que assinar como nova operadora. Os demais sócios do projeto são a espanhola Enagas, com 25%; e a peruana Grana y Montero, com os 20% restantes.
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Brookfield está perto de comprar fatia da Odebrecht em gasoduto no PeruO fundo canadense Brookfield Asset Management Inc está perto de comprar a participação da Odebrecht em um projeto de gasoduto no Peru de mais de US$ 5 bilhões, disse o ministro da Economia do Peru, Alfredo Thorne. Em entrevista à estação de rádio local "Canal N" na terça-feira (20), Thorne disse que a Brookfield concordou em assinar uma "cláusula anticorrupção" no contrato para a aquisição da participação de 55% da Odebrecht no projeto. "Estamos quase prontos para fechar (com a Brookfield), estamos em negociações, provavelmente aconteça, não há nenhuma mudança na cláusula anticorrupção", disse Thorne. Um assessor de imprensa da Odebrecht em Lima disse ser muito cedo para fazer qualquer comentário sobre o assunto. No fim de novembro, a Sempra anunciou que as negociações terminaram sem acordo com a Odebrecht para comprar o controle do gasoduto, que está sob investigação por suposta corrupção na sua concessão em 2014. O acordo entre a Sempra e Odebrecht foi interrompido após o governo se recusar a retirar a cláusula anticorrupção que a empresa americana teria que assinar como nova operadora. Os demais sócios do projeto são a espanhola Enagas, com 25%; e a peruana Grana y Montero, com os 20% restantes.
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Energia de cana esbarra em crise de usinas
A geração de eletricidade com a queima do bagaço da cana-de-açúcar é uma das alternativas mais velozes para se reduzir a dependência brasileira de hidrelétricas, de acordo com Erik Rego, professor da Escola Politécnica da USP e consultor da Excelência Energética. "Em um ano, algumas usinas conseguiriam trocar suas caldeiras pequenas por maiores e começar a entregar energia", afirma. Com a modernização do maquinário, o segmento poderia dobrar a sua geração de energia, diz Zilmar de Souza, consultor de bioeletricidade da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúca). "Se hoje o setor colabora com uma média de 4% da energia que o país consome no ano, poderia chegar a 8% com a mesma quantidade de cana", diz Souza. Uma usina gera, em média, 1 MW (megawatt) com a queima de cinco a seis toneladas de bagaço. Com a troca dos equipamentos para modelos mais modernos, poderia produzir a mesma quantidade com duas ou três toneladas de matéria-prima. O plano, no entanto, esbarra na atual dificuldade de investimentos do setor sucroalcooleiro, com muitas empresas endividadas e sem recursos próprios para aportes. "Tem empresa que não tem dinheiro nem para comprar cana", diz Rego. "O setor precisa de um programa de médio a longo prazo. Se isso tivesse sido feito há dois anos, hoje já teríamos essa quantidade maior [de energia]", acrescenta Souza. De um total de 390 companhias ligadas à Unica, 170 conseguem vender energia para terceiros. * Consolidação no Paraná A Panvel, rede de farmácias com sede no Rio Grande do Sul, vai investir R$ 35 milhões neste ano em seu projeto de expansão, que prevê de 30 a 35 unidades. Metade das novas lojas serão instaladas no Paraná, onde a empresa ainda está amadurecendo seus negócios. Hoje, são 30 pontos no Estado –todos na capital. Até o fim deste ano, a rede estará também em Londrina e Maringá, as duas maiores cidades do Paraná depois de Curitiba. Para 2016, está prevista a inauguração da primeira unidade em São Paulo. Ficará no shopping Morumbi Town, que está sendo construído pela empresa israelense Gazit-Globe. "Essa loja não significa uma expansão no Estado. Será apenas um teste", afirma Julio Mottin Neto, sócio da companhia. "Nossa estratégia é crescer no centros mais próximos da sede. As questões de logística e de [reconhecimento de] marca são mais complicadas quando estamos longe", acrescenta. Para atender suas farmácias, a empresa tem hoje quatro centros de distribuição, em Eldorado do Sul (RS), Passo Fundo (RS), São José (SC) e Maringá (PR). "Estudamos [instalar um centro logístico] perto de Curitiba, para dar maior capacidade de expansão nos outros Estados." Esse empreendimento seria parecido com o de Eldorado do Sul, que tem 15 mil metros quadrados e no qual foram investidos R$ 100 milhões, segundo Mottin Neto. R$ 2 bilhões é o faturamento da empresa 6.000 é o número de funcionários 321 é o total de lojas * Identidade própria A Óticas Carol prevê abrir 120 novas lojas até o final deste ano em todo o país, com foco nos Estados de Rio de Janeiro e São Paulo. A expansão, que demandará R$ 60 milhões em investimentos, vai priorizar candidatos que já tenham ao menos uma unidade da marca em funcionamento. Hoje, 60% das aberturas advém de franqueados próprios, 20% de investidores e 20% da conversão de lojas independentes em estabelecimentos da rede. Novos empreendedores também serão aceitos, desde que considerem ter mais de uma loja, de acordo com o CEO da companhia, Ronaldo Pereira. "Só a partir da terceira unidade, o empresário consegue contratar um supervisor qualificado e garantir a melhor distribuição do estoque de acordo com o perfil de cada loja, além de se sentir mais 'dono' e mais comprometido com a marca", diz o executivo. A rede também irá concentrar suas campanhas para estimular a venda de produtos em Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Sul, Estados em que começou a operar em 2014. R$ 580 milhões foi o faturamento da rede no ano passado 730 são as lojas em funcionamento R$ 500 mil é o investimento médio em cada unidade * Consumidor sem folêgo A demanda do consumidor brasileiro por crédito caiu 7,8% em 2014, na comparação com o ano anterior, de acordo com pesquisa da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). O recuo foi o maior desde o início do cálculo do indicador, em dezembro de 2011. A queda indica uma maior cautela do consumidor, que, segundo a Boa Vista, adquiriu um aprendizado sobre o uso do crédito nos últimos ciclos de inadimplência e também tem optado por menores endividamentos durante crises econômicas. O maior rigor na concessão do crédito e a alta dos juros são outros fatores que desanimam o consumidor, aponta a empresa. Na análise mensal, a procura por crédito em dezembro do ano passado diminuiu 1,9% ante o mês anterior. Em relação a dezembro de 2013, a retração foi ainda maior e atingiu 14,6%. Nessa comparação, a demanda em instituições financeiras teve pior desempenho, com queda de 15,3%, que a do setor não-financeiro (principalmente o varejo), com -14,2%. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA
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Energia de cana esbarra em crise de usinasA geração de eletricidade com a queima do bagaço da cana-de-açúcar é uma das alternativas mais velozes para se reduzir a dependência brasileira de hidrelétricas, de acordo com Erik Rego, professor da Escola Politécnica da USP e consultor da Excelência Energética. "Em um ano, algumas usinas conseguiriam trocar suas caldeiras pequenas por maiores e começar a entregar energia", afirma. Com a modernização do maquinário, o segmento poderia dobrar a sua geração de energia, diz Zilmar de Souza, consultor de bioeletricidade da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúca). "Se hoje o setor colabora com uma média de 4% da energia que o país consome no ano, poderia chegar a 8% com a mesma quantidade de cana", diz Souza. Uma usina gera, em média, 1 MW (megawatt) com a queima de cinco a seis toneladas de bagaço. Com a troca dos equipamentos para modelos mais modernos, poderia produzir a mesma quantidade com duas ou três toneladas de matéria-prima. O plano, no entanto, esbarra na atual dificuldade de investimentos do setor sucroalcooleiro, com muitas empresas endividadas e sem recursos próprios para aportes. "Tem empresa que não tem dinheiro nem para comprar cana", diz Rego. "O setor precisa de um programa de médio a longo prazo. Se isso tivesse sido feito há dois anos, hoje já teríamos essa quantidade maior [de energia]", acrescenta Souza. De um total de 390 companhias ligadas à Unica, 170 conseguem vender energia para terceiros. * Consolidação no Paraná A Panvel, rede de farmácias com sede no Rio Grande do Sul, vai investir R$ 35 milhões neste ano em seu projeto de expansão, que prevê de 30 a 35 unidades. Metade das novas lojas serão instaladas no Paraná, onde a empresa ainda está amadurecendo seus negócios. Hoje, são 30 pontos no Estado –todos na capital. Até o fim deste ano, a rede estará também em Londrina e Maringá, as duas maiores cidades do Paraná depois de Curitiba. Para 2016, está prevista a inauguração da primeira unidade em São Paulo. Ficará no shopping Morumbi Town, que está sendo construído pela empresa israelense Gazit-Globe. "Essa loja não significa uma expansão no Estado. Será apenas um teste", afirma Julio Mottin Neto, sócio da companhia. "Nossa estratégia é crescer no centros mais próximos da sede. As questões de logística e de [reconhecimento de] marca são mais complicadas quando estamos longe", acrescenta. Para atender suas farmácias, a empresa tem hoje quatro centros de distribuição, em Eldorado do Sul (RS), Passo Fundo (RS), São José (SC) e Maringá (PR). "Estudamos [instalar um centro logístico] perto de Curitiba, para dar maior capacidade de expansão nos outros Estados." Esse empreendimento seria parecido com o de Eldorado do Sul, que tem 15 mil metros quadrados e no qual foram investidos R$ 100 milhões, segundo Mottin Neto. R$ 2 bilhões é o faturamento da empresa 6.000 é o número de funcionários 321 é o total de lojas * Identidade própria A Óticas Carol prevê abrir 120 novas lojas até o final deste ano em todo o país, com foco nos Estados de Rio de Janeiro e São Paulo. A expansão, que demandará R$ 60 milhões em investimentos, vai priorizar candidatos que já tenham ao menos uma unidade da marca em funcionamento. Hoje, 60% das aberturas advém de franqueados próprios, 20% de investidores e 20% da conversão de lojas independentes em estabelecimentos da rede. Novos empreendedores também serão aceitos, desde que considerem ter mais de uma loja, de acordo com o CEO da companhia, Ronaldo Pereira. "Só a partir da terceira unidade, o empresário consegue contratar um supervisor qualificado e garantir a melhor distribuição do estoque de acordo com o perfil de cada loja, além de se sentir mais 'dono' e mais comprometido com a marca", diz o executivo. A rede também irá concentrar suas campanhas para estimular a venda de produtos em Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Sul, Estados em que começou a operar em 2014. R$ 580 milhões foi o faturamento da rede no ano passado 730 são as lojas em funcionamento R$ 500 mil é o investimento médio em cada unidade * Consumidor sem folêgo A demanda do consumidor brasileiro por crédito caiu 7,8% em 2014, na comparação com o ano anterior, de acordo com pesquisa da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). O recuo foi o maior desde o início do cálculo do indicador, em dezembro de 2011. A queda indica uma maior cautela do consumidor, que, segundo a Boa Vista, adquiriu um aprendizado sobre o uso do crédito nos últimos ciclos de inadimplência e também tem optado por menores endividamentos durante crises econômicas. O maior rigor na concessão do crédito e a alta dos juros são outros fatores que desanimam o consumidor, aponta a empresa. Na análise mensal, a procura por crédito em dezembro do ano passado diminuiu 1,9% ante o mês anterior. Em relação a dezembro de 2013, a retração foi ainda maior e atingiu 14,6%. Nessa comparação, a demanda em instituições financeiras teve pior desempenho, com queda de 15,3%, que a do setor não-financeiro (principalmente o varejo), com -14,2%. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA
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ONU afirma que são necessárias 200 mil vagas para realocar refugiados
A ONU disse nesta sexta-feira (4) que as necessidades de realocação para os refugiados que estão chegando à Europa se elevam até 200 mil, e que o fracasso do continente em dar uma resposta comum a esta crise beneficiou as redes de traficantes de pessoas. "Uma estimativa muito preliminar indica que potencialmente será necessário aumentar as vagas de realocação até 200 mil", afirmou o chefe do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), António Guterres. Na linha da posição comum anunciada ontem por França e Alemanha, o alto responsável declarou que todos os países da União Europeia devem ter "uma participação obrigatória" no programa de realocação em massa, do qual devem beneficiar-se todos aqueles que precisam de proteção internacional. "A solidariedade não pode ser responsabilidade apenas de alguns poucos membros da UE", comentou Guterres. Alemanha e França estão finalizando uma proposta comum que apresentarão nos próximos dias às instâncias europeias para a instauração de um sistema de cotas de acolhida de refugiados no qual participem de forma obrigatória todos os países do bloco. Os países mais afetados pela crise migratória são, por uma parte, Itália e Grécia, que atuam como portas de entrada da UE após o cruzamento do Mediterrâneo, e Alemanha, Áustria e Suécia, os principais países de destino dos refugiados. A esse respeito, Guterres ressaltou que "nenhum país pode negar-se a fazer sua parte" e considerou que os desacordos no seio da UE frente a esta crise eram esperados. "Não é surpreendente que, quando um sistema está desequilibrado e é disfuncional, tudo se bloqueie quando a pressão sobe", comentou. O chefe da Acnur destacou que um programa coerente de realocação para refugiados deve ir acompanhado de capacidades adequadas de recepção, particularmente na Grécia. Além disso, a ONU considerou que a UE deve preparar-se para, com o consentimento prévio dos países afetados –neste caso, Grécia, Itália e Hungria–, colaborar na recepção, assistência e registro de pessoas que solicitem asilo.
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ONU afirma que são necessárias 200 mil vagas para realocar refugiadosA ONU disse nesta sexta-feira (4) que as necessidades de realocação para os refugiados que estão chegando à Europa se elevam até 200 mil, e que o fracasso do continente em dar uma resposta comum a esta crise beneficiou as redes de traficantes de pessoas. "Uma estimativa muito preliminar indica que potencialmente será necessário aumentar as vagas de realocação até 200 mil", afirmou o chefe do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), António Guterres. Na linha da posição comum anunciada ontem por França e Alemanha, o alto responsável declarou que todos os países da União Europeia devem ter "uma participação obrigatória" no programa de realocação em massa, do qual devem beneficiar-se todos aqueles que precisam de proteção internacional. "A solidariedade não pode ser responsabilidade apenas de alguns poucos membros da UE", comentou Guterres. Alemanha e França estão finalizando uma proposta comum que apresentarão nos próximos dias às instâncias europeias para a instauração de um sistema de cotas de acolhida de refugiados no qual participem de forma obrigatória todos os países do bloco. Os países mais afetados pela crise migratória são, por uma parte, Itália e Grécia, que atuam como portas de entrada da UE após o cruzamento do Mediterrâneo, e Alemanha, Áustria e Suécia, os principais países de destino dos refugiados. A esse respeito, Guterres ressaltou que "nenhum país pode negar-se a fazer sua parte" e considerou que os desacordos no seio da UE frente a esta crise eram esperados. "Não é surpreendente que, quando um sistema está desequilibrado e é disfuncional, tudo se bloqueie quando a pressão sobe", comentou. O chefe da Acnur destacou que um programa coerente de realocação para refugiados deve ir acompanhado de capacidades adequadas de recepção, particularmente na Grécia. Além disso, a ONU considerou que a UE deve preparar-se para, com o consentimento prévio dos países afetados –neste caso, Grécia, Itália e Hungria–, colaborar na recepção, assistência e registro de pessoas que solicitem asilo.
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Leitores comentam reportagem e artigo sobre a Lava Jato
Além de financiar a compra de helicópteros, lanchas e carros importados, o dinheiro desviado da Petrobras pelo esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato foi usado para pagar serviços de prostituição de luxo com "famosas" da TV e de revistas para diretores da estatal e políticos, segundo relatos de delatores às autoridades do caso ("Dinheiro desviado da Petrobras também pagou prostitutas de luxo", "Poder", 13/7). Qual será o fim disso? Nunca antes neste país um partido como o PT foi capaz de ter e fazer tantas manchetes vergonhosas na mídia mundial. Deveria estar no "Guiness". ANTONIO JOSE G. MARQUES (Rio de Janeiro, RJ) * Não se demonize a prostituição, a profissão mais antiga do mundo, nem a prostituta. Nem Cristo a demonizou. O que se deve expurgar do convívio da sociedade brasileira, se confirmadas as explicações dadas à Polícia Federal pelo doleiro Alberto Youssef e o emissário dele, Rafael Angulo Lopes, sobre senhas nas planilhas do esquema de corrupção, são os políticos e os empresários corruptos que se apropriavam do dinheiro da "nossa" Petrobras para quitar seus débitos com as hetairas. GÉSNER BATISTA (Rio Claro, SP) * Muito lúcido e oportuno o artigo "Mitos da Lava Jato podem levar à depressão" (Tendências/Debates, 13/7). Os autores "destroem" três teses utilizadas sem qualquer critério técnico pelos investigadores: 1. A de que a Petrobras seria vítima de cartel (uma vez que ela é contratante única do mercado em que atua); 2. A sugestão de proibição de as empresas investigadas participarem de novas licitações (gerando ainda menos concorrência e desemprego); 3. A de que a manipulação da imprensa pelos investigadores não traz prejuízo econômico ao país (a paralisia gerada por fatos ainda em investigação já levou à perda de milhares de postos de trabalho e divisas no país). JOÃO PAULO CARVALHO, analista de marketing (São Paulo, SP) * Petrobras vale um terço do que valia, deve três vezes o que podia e vocês vêm falar de mito? Se há algum mito é o da galinha dos ovos de ouro. Mataram a galinha por pura ganância e deu no que deu: nem galinha nem ovo de ouro. RAULAND BATISTA (Vitória Santo Antão, PE)
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Leitores comentam reportagem e artigo sobre a Lava JatoAlém de financiar a compra de helicópteros, lanchas e carros importados, o dinheiro desviado da Petrobras pelo esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato foi usado para pagar serviços de prostituição de luxo com "famosas" da TV e de revistas para diretores da estatal e políticos, segundo relatos de delatores às autoridades do caso ("Dinheiro desviado da Petrobras também pagou prostitutas de luxo", "Poder", 13/7). Qual será o fim disso? Nunca antes neste país um partido como o PT foi capaz de ter e fazer tantas manchetes vergonhosas na mídia mundial. Deveria estar no "Guiness". ANTONIO JOSE G. MARQUES (Rio de Janeiro, RJ) * Não se demonize a prostituição, a profissão mais antiga do mundo, nem a prostituta. Nem Cristo a demonizou. O que se deve expurgar do convívio da sociedade brasileira, se confirmadas as explicações dadas à Polícia Federal pelo doleiro Alberto Youssef e o emissário dele, Rafael Angulo Lopes, sobre senhas nas planilhas do esquema de corrupção, são os políticos e os empresários corruptos que se apropriavam do dinheiro da "nossa" Petrobras para quitar seus débitos com as hetairas. GÉSNER BATISTA (Rio Claro, SP) * Muito lúcido e oportuno o artigo "Mitos da Lava Jato podem levar à depressão" (Tendências/Debates, 13/7). Os autores "destroem" três teses utilizadas sem qualquer critério técnico pelos investigadores: 1. A de que a Petrobras seria vítima de cartel (uma vez que ela é contratante única do mercado em que atua); 2. A sugestão de proibição de as empresas investigadas participarem de novas licitações (gerando ainda menos concorrência e desemprego); 3. A de que a manipulação da imprensa pelos investigadores não traz prejuízo econômico ao país (a paralisia gerada por fatos ainda em investigação já levou à perda de milhares de postos de trabalho e divisas no país). JOÃO PAULO CARVALHO, analista de marketing (São Paulo, SP) * Petrobras vale um terço do que valia, deve três vezes o que podia e vocês vêm falar de mito? Se há algum mito é o da galinha dos ovos de ouro. Mataram a galinha por pura ganância e deu no que deu: nem galinha nem ovo de ouro. RAULAND BATISTA (Vitória Santo Antão, PE)
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Quando os deuses enfrentam os astros
Em povos antigos, a ligação entre astronomia e crenças religiosas costumava ser harmoniosa. Constelações com frequência eram apontadas como imagens de figuras míticas –desde a Grécia antiga até o Brasil pré-cabralino– e histórias como a da Estrela de Belém –que guiou os reis magos ao menino Jesus– são comuns em narrativas sagradas. Bastou que surgisse uma ciência dos céus mais ambiciosa, porém, para conflitos virem à tona. Galileu Galilei foi censurado no século 17 por defender que a Terra orbita o Sol, e só em 1992 o Vaticano o perdoou oficialmente. Hoje, cristãos convivem em harmonia com os astrônomos, mas isso não impede que outras religiões venham a se sentir desrespeitadas pelos estudiosos do Universo. Quem está enfrentando os astrônomos agora, porém, não é a poderosa Igreja Católica, e sim praticantes de uma religião minoritária num arquipélago remoto do Pacífico. Durante quatro décadas, cientistas usaram Mauna Kea, uma montanha na Ilha Grande do Havaí considerada sagrada, para construir telescópios, indo contra pedidos de líderes espirituais. Hoje já existem 12 observatórios no local, mas um projeto que ganhou aval agora –o gigante TMT (Telescópio de Trinta Metros)– talvez seja o último a se instalar ali. Após protestos com nativos fechando estradas em Mauna Kea e em Hononulu, capital estadual, o governo determinou que é hora de começar a desativar alguns equipamentos. Mauna Kea, um vulcão extinto que forma um pico de 4.200 metros de altitude, é considerado pela tradição havaiana uma fígura mítica em si. É ele o primeiro dos filhos de Wakea (o pai-Sol) com Papa (a mãe-Terra): é onde o arquipélago do Havaí começou a nascer. O local é também considerado o lar de Poliahu, deusa da neve, e abriga em sua encosta o pequeno lago Waiau, um centro de batismo onde são depositados cordões umbilicais. Por seu caráter sagrado, a montanha teve vias de de acesso controladas ao longo dos séculos, e apenas líderes tribais de alto escalão podiam visitar o pico. DESSACRALIZAÇÃO Foi assim até 1960, quando o astrônomo Gerard Kuiper chegou perto do pico e constatou seu potencial para observação do céu. Algumas cidades da ilha tinham acabado de ser devastadas por um tsunami, e os comerciantes locais acharam que seria uma boa ideia atrair grandes projetos de astronomia para o arquipélago como forma de ajudar a reavivar a economia local. Construi-se uma estrada de acesso à montanha e, em 1968, o terreno estadual que abriga o pico de Mauna Kea foi arrendado para a Universidade do Havaí num contrato de 65 anos. Em 1970, plantou-se o primeiro observatório lá, operando um telescópio de 2,2 metros de diâmetro. E desde então o lugar virou uma Meca da astronomia, com a universidade sendo procurada pelos projetos mais ambiciosos do campo. Quem sobe em Mauna Kea para assistir a um pôr do Sol logo percebe por que o local é tão especial tanto para a religião quanto para a ciência. O pico, que fica quase permanentemente acima das nuvens, oferece uma visão espetacular da ilha e de seus outros vulcões. É o tipo de paisagem que inspira sentimento de transcendência e respeito pela natureza. E quando se olha para cima, o céu que fica totalmente limpo em 325 noites por ano é considerado por astrônomos um presente dos deuses. Durante 20 anos de funcionamento, o Observatório Keck, o maior de Mauna Kea, tem tido um papel importante em temas de ponta da astronomia, particularmente no estudo de planetas fora do Sistema Solar. O TMT terá uma escala a ponto de ajudar a analisar a composição atmosférica desses planetas, e promete ser uma ferramenta útil no estudo da misteriosa matéria escura, que compõe 85% da massa do Universo. Mas mesmo os outros observatórios da montanha têm produzido observações importantes, e será difícil convencer astrônomos a abrir mão de continuar observando os céus a partir de lá. Só que alguém vai ter de sair. TELESCÓPIOS NO PAREDÃO Para encerrar os protestos contra os telescópios, o governador do Havaí, David Ige, ajudou a articular um acordo de paz entre astrônomos e lideres espirituais. Segundo os termos anunciados na semana passada, a instalação do TMT fica garantida, mas pelo menos quatro telescópios de Mauna Kea deverão ser desativados até a inauguração do novo projeto, estimada para 2022. Com exceção do CSO (Caltech Submillimeter Observatory), que já tinha saída programada para 2016, ninguém se voluntariou. A negociação sobre quem vai para o sacrifício, pelo visto, não será fácil. Entre outros projetos que estão lá se destacam o gigante Subaru, do Japão, o Gemini Norte, consórcio que tem participação do Brasil, e o CFHT, do Canadá e da França. É provável que os expulsos sejam os menores, como o telescópio de 2,2 da Universidade do Havaí, mas não está claro o que deverá acontecer depois. Além disso, nenhuma nova área de construção será concedida no local, o que torna o deserto do Atacama, no Chile, o único ponto do planeta com qualidade equiparável para instalar novos telescópios do porte do TMT. (Em outra coluna escrevi sobre a disputa entre o E-ELT e o GMT, os dois supertelescópios que serão concorrentes do TMT.) Alguns astrônomos ficaram frustrados com a decisão sobre Mauna Kea, mas é difícil qualificar a demanda dos grupos religiosos havaianos como uma perseguição inquisitória à ciência. Ninguém ali está tentando impor uma crença obrigatória nem ameaçando mandar para a fogueira os que não professam a mitologia havaiana. Trata-se da reivindicação de um território que pertencia a povos tradicionais. O caráter espiritual de Mauna Kea sobreviveu às invasões francesa e inglesa no século 19, e é irônico que justamente agora, como unidade de conservação estadual, a montanha esteja cheia de gente. O acordo anunciado pelo governo, além de estabelecer um calendário para a desativação de telescópios, exige que os visitantes da montanha –cientistas ou turistas– passem por treinamento cultural. Além de fazer um mini-curso para aprender como lidar com o ar rarefeito e a radiação ultravioleta do local, quem quiser subir a montanha terá de aprender agora a se comportar com o devido respeito a Wakea, Poliahu e outras divindades locais.
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Quando os deuses enfrentam os astrosEm povos antigos, a ligação entre astronomia e crenças religiosas costumava ser harmoniosa. Constelações com frequência eram apontadas como imagens de figuras míticas –desde a Grécia antiga até o Brasil pré-cabralino– e histórias como a da Estrela de Belém –que guiou os reis magos ao menino Jesus– são comuns em narrativas sagradas. Bastou que surgisse uma ciência dos céus mais ambiciosa, porém, para conflitos virem à tona. Galileu Galilei foi censurado no século 17 por defender que a Terra orbita o Sol, e só em 1992 o Vaticano o perdoou oficialmente. Hoje, cristãos convivem em harmonia com os astrônomos, mas isso não impede que outras religiões venham a se sentir desrespeitadas pelos estudiosos do Universo. Quem está enfrentando os astrônomos agora, porém, não é a poderosa Igreja Católica, e sim praticantes de uma religião minoritária num arquipélago remoto do Pacífico. Durante quatro décadas, cientistas usaram Mauna Kea, uma montanha na Ilha Grande do Havaí considerada sagrada, para construir telescópios, indo contra pedidos de líderes espirituais. Hoje já existem 12 observatórios no local, mas um projeto que ganhou aval agora –o gigante TMT (Telescópio de Trinta Metros)– talvez seja o último a se instalar ali. Após protestos com nativos fechando estradas em Mauna Kea e em Hononulu, capital estadual, o governo determinou que é hora de começar a desativar alguns equipamentos. Mauna Kea, um vulcão extinto que forma um pico de 4.200 metros de altitude, é considerado pela tradição havaiana uma fígura mítica em si. É ele o primeiro dos filhos de Wakea (o pai-Sol) com Papa (a mãe-Terra): é onde o arquipélago do Havaí começou a nascer. O local é também considerado o lar de Poliahu, deusa da neve, e abriga em sua encosta o pequeno lago Waiau, um centro de batismo onde são depositados cordões umbilicais. Por seu caráter sagrado, a montanha teve vias de de acesso controladas ao longo dos séculos, e apenas líderes tribais de alto escalão podiam visitar o pico. DESSACRALIZAÇÃO Foi assim até 1960, quando o astrônomo Gerard Kuiper chegou perto do pico e constatou seu potencial para observação do céu. Algumas cidades da ilha tinham acabado de ser devastadas por um tsunami, e os comerciantes locais acharam que seria uma boa ideia atrair grandes projetos de astronomia para o arquipélago como forma de ajudar a reavivar a economia local. Construi-se uma estrada de acesso à montanha e, em 1968, o terreno estadual que abriga o pico de Mauna Kea foi arrendado para a Universidade do Havaí num contrato de 65 anos. Em 1970, plantou-se o primeiro observatório lá, operando um telescópio de 2,2 metros de diâmetro. E desde então o lugar virou uma Meca da astronomia, com a universidade sendo procurada pelos projetos mais ambiciosos do campo. Quem sobe em Mauna Kea para assistir a um pôr do Sol logo percebe por que o local é tão especial tanto para a religião quanto para a ciência. O pico, que fica quase permanentemente acima das nuvens, oferece uma visão espetacular da ilha e de seus outros vulcões. É o tipo de paisagem que inspira sentimento de transcendência e respeito pela natureza. E quando se olha para cima, o céu que fica totalmente limpo em 325 noites por ano é considerado por astrônomos um presente dos deuses. Durante 20 anos de funcionamento, o Observatório Keck, o maior de Mauna Kea, tem tido um papel importante em temas de ponta da astronomia, particularmente no estudo de planetas fora do Sistema Solar. O TMT terá uma escala a ponto de ajudar a analisar a composição atmosférica desses planetas, e promete ser uma ferramenta útil no estudo da misteriosa matéria escura, que compõe 85% da massa do Universo. Mas mesmo os outros observatórios da montanha têm produzido observações importantes, e será difícil convencer astrônomos a abrir mão de continuar observando os céus a partir de lá. Só que alguém vai ter de sair. TELESCÓPIOS NO PAREDÃO Para encerrar os protestos contra os telescópios, o governador do Havaí, David Ige, ajudou a articular um acordo de paz entre astrônomos e lideres espirituais. Segundo os termos anunciados na semana passada, a instalação do TMT fica garantida, mas pelo menos quatro telescópios de Mauna Kea deverão ser desativados até a inauguração do novo projeto, estimada para 2022. Com exceção do CSO (Caltech Submillimeter Observatory), que já tinha saída programada para 2016, ninguém se voluntariou. A negociação sobre quem vai para o sacrifício, pelo visto, não será fácil. Entre outros projetos que estão lá se destacam o gigante Subaru, do Japão, o Gemini Norte, consórcio que tem participação do Brasil, e o CFHT, do Canadá e da França. É provável que os expulsos sejam os menores, como o telescópio de 2,2 da Universidade do Havaí, mas não está claro o que deverá acontecer depois. Além disso, nenhuma nova área de construção será concedida no local, o que torna o deserto do Atacama, no Chile, o único ponto do planeta com qualidade equiparável para instalar novos telescópios do porte do TMT. (Em outra coluna escrevi sobre a disputa entre o E-ELT e o GMT, os dois supertelescópios que serão concorrentes do TMT.) Alguns astrônomos ficaram frustrados com a decisão sobre Mauna Kea, mas é difícil qualificar a demanda dos grupos religiosos havaianos como uma perseguição inquisitória à ciência. Ninguém ali está tentando impor uma crença obrigatória nem ameaçando mandar para a fogueira os que não professam a mitologia havaiana. Trata-se da reivindicação de um território que pertencia a povos tradicionais. O caráter espiritual de Mauna Kea sobreviveu às invasões francesa e inglesa no século 19, e é irônico que justamente agora, como unidade de conservação estadual, a montanha esteja cheia de gente. O acordo anunciado pelo governo, além de estabelecer um calendário para a desativação de telescópios, exige que os visitantes da montanha –cientistas ou turistas– passem por treinamento cultural. Além de fazer um mini-curso para aprender como lidar com o ar rarefeito e a radiação ultravioleta do local, quem quiser subir a montanha terá de aprender agora a se comportar com o devido respeito a Wakea, Poliahu e outras divindades locais.
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Ministro do STF Teori Zavascki estava em avião que caiu em Paraty
Um avião modelo C90GT King Air caiu na tarde desta quinta-feira (19) com pelo menos quatro ocupantes a bordo.Segundo o Supremo Tribunal Federal, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato na corte, estava na lista de passageiros, mas não há confirmação de que ele estivesse realmente a bordo.Leia mais em Poder
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Ministro do STF Teori Zavascki estava em avião que caiu em ParatyUm avião modelo C90GT King Air caiu na tarde desta quinta-feira (19) com pelo menos quatro ocupantes a bordo.Segundo o Supremo Tribunal Federal, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato na corte, estava na lista de passageiros, mas não há confirmação de que ele estivesse realmente a bordo.Leia mais em Poder
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Pescadores resgatados de naufrágio no litoral de Pernambuco recebem alta
Os dois últimos pescadores que ainda estava internados depois de terem sido resgatados de um naufrágio no litoral pernambucano receberam alta médica neste sábado (26). Eles e mais seis homens foram encontrados no litoral de Fortaleza (CE), na última quinta-feira (24), véspera de Natal, após terem ficado cinco dias à deriva. O grupo havia saído de Natal (RN) para pescar no arquipélago de Fernando de Noronha (PE), no sábado (19), quando o barco em que estavam afundou. De acordo com o Comando do 3º Distrito Naval, a embarcação Rei Artur pertencia à empresa de serviços portuários Veleiro Despacho Marítimo, que tem sede na capital potiguar. Os náufragos foram encontrados por José Nilton Pereira da Silva, 52, com a ajuda de mais três tripulantes da embarcação Rio Prata, segundo informações da Capitania dos Portos do Ceará. Os pescadores, que sobreviveram com a ajuda de um bote reserva, ração e um pouco de água, foram levados ao Porto do Mucuripe, onde receberam os primeiros socorros do Samu (Serviço Médico de Urgência). De lá, foram encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento da Praia do Futuro, em Fortaleza (CE). Seis dos oito náufragos potiguares chegaram a Natal na madrugada deste sábado (26). Os outros dois pescadores devem desembarcar na capital do Rio Grande do Norte na madrugada deste domingo (27). A Marinha vai abrir um inquérito administrativo para investigar as causas do naufrágio. Serão ouvidos os pescadores e representantes da empresa responsável pela embarcação. O resultado deve sair em 90 dias. A reportagem tentou entrar em contato com a Veleiro Despacho Marítimo, mas ninguém atendeu.
cotidiano
Pescadores resgatados de naufrágio no litoral de Pernambuco recebem altaOs dois últimos pescadores que ainda estava internados depois de terem sido resgatados de um naufrágio no litoral pernambucano receberam alta médica neste sábado (26). Eles e mais seis homens foram encontrados no litoral de Fortaleza (CE), na última quinta-feira (24), véspera de Natal, após terem ficado cinco dias à deriva. O grupo havia saído de Natal (RN) para pescar no arquipélago de Fernando de Noronha (PE), no sábado (19), quando o barco em que estavam afundou. De acordo com o Comando do 3º Distrito Naval, a embarcação Rei Artur pertencia à empresa de serviços portuários Veleiro Despacho Marítimo, que tem sede na capital potiguar. Os náufragos foram encontrados por José Nilton Pereira da Silva, 52, com a ajuda de mais três tripulantes da embarcação Rio Prata, segundo informações da Capitania dos Portos do Ceará. Os pescadores, que sobreviveram com a ajuda de um bote reserva, ração e um pouco de água, foram levados ao Porto do Mucuripe, onde receberam os primeiros socorros do Samu (Serviço Médico de Urgência). De lá, foram encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento da Praia do Futuro, em Fortaleza (CE). Seis dos oito náufragos potiguares chegaram a Natal na madrugada deste sábado (26). Os outros dois pescadores devem desembarcar na capital do Rio Grande do Norte na madrugada deste domingo (27). A Marinha vai abrir um inquérito administrativo para investigar as causas do naufrágio. Serão ouvidos os pescadores e representantes da empresa responsável pela embarcação. O resultado deve sair em 90 dias. A reportagem tentou entrar em contato com a Veleiro Despacho Marítimo, mas ninguém atendeu.
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Mulher de Jaques Wagner diz que Cunha é 'corrupto' e pede sua cassação
A mulher do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, pediu ao presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PSD-BA), que casse o mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, segundo ela, é um "corrupto". A cena aconteceu neste fim de semana, durante um evento de inauguração de uma área de lazer na cidade de Andaraí (BA). Fátima Mendonça acompanhava o marido, Jaques Wagner, no evento, quando Araújo chegou ao local. "Esse é o cara", disse a ex-primeira dama da Bahia segundo relatos dos políticos que estavam no município. "É ele quem vai cassar o corrupto do Eduardo Cunha", concluiu. A Folha apurou que Wagner ficou constrangido e preferiu não fazer comentários sobre a fala da mulher. Procurado, o presidente do Conselho de Ética confirmou que esteve na cidade de Andaraí no mesmo evento que o ministro e sua mulher mas, aos risos, afirmou que não "confirmaria nem desmentiria" os relatos sobre a fala de Fátima Mendonça. Outros políticos baianos acompanharam o ato, como a senadora Lídice da Mata (PSB-BA). O episódio também foi abordado em uma coluna do jornal baiano "A Tarde". Procurado, o ministro Jaques Wagner disse, por meio de sua assessoria, que "não ouviu" a mulher fazendo comentários sobre Cunha.
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Mulher de Jaques Wagner diz que Cunha é 'corrupto' e pede sua cassaçãoA mulher do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, pediu ao presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PSD-BA), que casse o mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, segundo ela, é um "corrupto". A cena aconteceu neste fim de semana, durante um evento de inauguração de uma área de lazer na cidade de Andaraí (BA). Fátima Mendonça acompanhava o marido, Jaques Wagner, no evento, quando Araújo chegou ao local. "Esse é o cara", disse a ex-primeira dama da Bahia segundo relatos dos políticos que estavam no município. "É ele quem vai cassar o corrupto do Eduardo Cunha", concluiu. A Folha apurou que Wagner ficou constrangido e preferiu não fazer comentários sobre a fala da mulher. Procurado, o presidente do Conselho de Ética confirmou que esteve na cidade de Andaraí no mesmo evento que o ministro e sua mulher mas, aos risos, afirmou que não "confirmaria nem desmentiria" os relatos sobre a fala de Fátima Mendonça. Outros políticos baianos acompanharam o ato, como a senadora Lídice da Mata (PSB-BA). O episódio também foi abordado em uma coluna do jornal baiano "A Tarde". Procurado, o ministro Jaques Wagner disse, por meio de sua assessoria, que "não ouviu" a mulher fazendo comentários sobre Cunha.
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Vale do Silício se tornou uma Disney, diz especialista a empreendedores
Um conselho comum dado para quem quer começar a empreender é conhecer o Vale do Silício, região dos EUA onde estão localizadas as principais empresas de tecnologia do mundo. No entanto, para especialistas, é preciso fugir de alguns erros comuns nessa viagem. "Para muitos, se torna um passeio na Disney", afirmou Dave McClure, sócio-fundador da aceleradora 500startups, que promove viagens de empreendedores brasileiros à região EUA. "Você acaba conhecendo a garagem na qual surgiu a HP, o campus do Google e o Facebook, mas esse não é o ideal." "O melhor é ir para lá e conversar com os empreendedores. Ouvir as histórias deles e como eles chegaram aonde estão", afirmou. McClure participou de um debate nesta terça-feira (17) na Innovators Summit, evento sobre inovação realizado em São Paulo. Ao lado de Michael Nicklas, do grupo de investimento Valor, eles falaram sobre o mito que o Vale do Silício se tornou. "As pessoas costumam colocar o Vale do Silício num pedestal muito alto. Acho que é um desserviço. Ela não acaba olhando para os talentos que tem na sua região. Se você quer mudar para lá, tudo bem. Mas aqui no Brasil tem tantas oportunidades quanto lá. Talvez tenha até mais", disse. Niklas concordou que o mais importante ao viajar para essa região dos EUA é ter contato a mentalidade aberta de quem trabalha lá. "Eles costumam fazer negócios muito mais rápido. Talvez exagerem algumas vezes, mas são velozes. E também são muito abertos, eles compartilham suas ideias", afirmou. Outro ponto apontado por McClure é que, no Vale do Silício, entendem que empreender é um processo e, consequentemente, muitas vezes pode dar errado. "Eu trabalhei com o pessoal que criou o YouTube, e não eram os mais fantásticos da empresa. Então você nunca sabe quando a próxima grande coisa vai surgir. Todo mundo tem uma start-up no bolso lá e todo mundo pode acreditar que é possível."
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Vale do Silício se tornou uma Disney, diz especialista a empreendedoresUm conselho comum dado para quem quer começar a empreender é conhecer o Vale do Silício, região dos EUA onde estão localizadas as principais empresas de tecnologia do mundo. No entanto, para especialistas, é preciso fugir de alguns erros comuns nessa viagem. "Para muitos, se torna um passeio na Disney", afirmou Dave McClure, sócio-fundador da aceleradora 500startups, que promove viagens de empreendedores brasileiros à região EUA. "Você acaba conhecendo a garagem na qual surgiu a HP, o campus do Google e o Facebook, mas esse não é o ideal." "O melhor é ir para lá e conversar com os empreendedores. Ouvir as histórias deles e como eles chegaram aonde estão", afirmou. McClure participou de um debate nesta terça-feira (17) na Innovators Summit, evento sobre inovação realizado em São Paulo. Ao lado de Michael Nicklas, do grupo de investimento Valor, eles falaram sobre o mito que o Vale do Silício se tornou. "As pessoas costumam colocar o Vale do Silício num pedestal muito alto. Acho que é um desserviço. Ela não acaba olhando para os talentos que tem na sua região. Se você quer mudar para lá, tudo bem. Mas aqui no Brasil tem tantas oportunidades quanto lá. Talvez tenha até mais", disse. Niklas concordou que o mais importante ao viajar para essa região dos EUA é ter contato a mentalidade aberta de quem trabalha lá. "Eles costumam fazer negócios muito mais rápido. Talvez exagerem algumas vezes, mas são velozes. E também são muito abertos, eles compartilham suas ideias", afirmou. Outro ponto apontado por McClure é que, no Vale do Silício, entendem que empreender é um processo e, consequentemente, muitas vezes pode dar errado. "Eu trabalhei com o pessoal que criou o YouTube, e não eram os mais fantásticos da empresa. Então você nunca sabe quando a próxima grande coisa vai surgir. Todo mundo tem uma start-up no bolso lá e todo mundo pode acreditar que é possível."
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Sem patrocínio, Palmeiras anuncia fim do time profissional de basquete
O Palmeiras anunciou o fim de sua equipe profissional de basquete, que não disputará o Campeonato Paulista nem o NBB (Novo Basquete Brasil) nesta temporada. O clube não conseguiu encontrar um novo patrocinador para arcar com os gastos do time a tempo de se inscrever nas competições. A Meltex, administradora da rede de lojas do clube, pagava cerca de R$ 2,5 milhões por temporada como parceira do time de basquete. Depois de estampar sua marca na camisa alviverde entre 2013 e 2014, a empresa decidiu não renovar o patrocínio. No primeiro mandato de Paulo Nobre, o clube havia encerrado a atividade dos times profissionais de esportes olímpicos para economizar dinheiro. O basquete sobreviveu justamente por conta do patrocinador. Sem esta verba, o Verdão não iria assumir os gastos da modalidade. De acordo com a nota divulgada no site oficial, o clube solicitou licença à Federação Paulista de Basquete e à Liga Nacional de Basquete. As categorias sub-12, sub-13, sub-14, sub-15, sub-16, sub-17 e sub-19 continuam ativas no Palmeiras. O clube anunciou também na noite de segunda-feira (29) que irá encerrar as atividades oficiais do futebol máster. Ademir da Guia, ídolo do clube e um dos líderes dessa equipe, explicou que o Verdão não terá responsabilidade sobre os amistosos marcados, mas ainda poderá ajudar ao ceder uniformes e materias esportivos para que os ex-atletas façam exibições pelo Brasil.
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Sem patrocínio, Palmeiras anuncia fim do time profissional de basqueteO Palmeiras anunciou o fim de sua equipe profissional de basquete, que não disputará o Campeonato Paulista nem o NBB (Novo Basquete Brasil) nesta temporada. O clube não conseguiu encontrar um novo patrocinador para arcar com os gastos do time a tempo de se inscrever nas competições. A Meltex, administradora da rede de lojas do clube, pagava cerca de R$ 2,5 milhões por temporada como parceira do time de basquete. Depois de estampar sua marca na camisa alviverde entre 2013 e 2014, a empresa decidiu não renovar o patrocínio. No primeiro mandato de Paulo Nobre, o clube havia encerrado a atividade dos times profissionais de esportes olímpicos para economizar dinheiro. O basquete sobreviveu justamente por conta do patrocinador. Sem esta verba, o Verdão não iria assumir os gastos da modalidade. De acordo com a nota divulgada no site oficial, o clube solicitou licença à Federação Paulista de Basquete e à Liga Nacional de Basquete. As categorias sub-12, sub-13, sub-14, sub-15, sub-16, sub-17 e sub-19 continuam ativas no Palmeiras. O clube anunciou também na noite de segunda-feira (29) que irá encerrar as atividades oficiais do futebol máster. Ademir da Guia, ídolo do clube e um dos líderes dessa equipe, explicou que o Verdão não terá responsabilidade sobre os amistosos marcados, mas ainda poderá ajudar ao ceder uniformes e materias esportivos para que os ex-atletas façam exibições pelo Brasil.
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Festival Planeta Atlântida recebe 80 mil pessoas em dois dias
É difícil conseguir manter a pontualidade dos shows em um festival com mais de 50 atrações. Mas no Planeta Atlântida 2015 foi assim: a grande maioria das apresentações começou na hora, com raríssimas exceções (e com atraso de no máximo 10 minutos). Bom para as bandas, bom para o público. A 20ª edição do festival foi realizada na sexta (30) e no sábado (31) em Xangri-lá, no Rio Grande do Sul. Composto principalmente de jovens, o público pôde ver em cena uma série de artistas nacionais e internacionais, como Jota Quest, Sublime with Rome, Ivete Sangalo, Gigantes do Samba, CPM 22, Skank, Gusttavo Lima, Capital Cities e Kesha. Além do palco principal, o evento contava com outros dois espaços para shows. Uma forma de espalhar a multidão pelo espaço e oferecer mais opções de música. A chuva que rolava vez ou outra no segundo dia do festival não chegou a atrapalhar a animação da plateia, mas, entre os shows, a galera do camarote corria para se abrigar na parte coberta. A área de food trucks também fez sucesso, com cardápios variados que incluíam pizza, burritos, lanches, churros, doces, cappuccinos e muito mais. O Planeta Atlântida teve transmissão ao vivo do Multishow. Planeta Atlântida
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Festival Planeta Atlântida recebe 80 mil pessoas em dois diasÉ difícil conseguir manter a pontualidade dos shows em um festival com mais de 50 atrações. Mas no Planeta Atlântida 2015 foi assim: a grande maioria das apresentações começou na hora, com raríssimas exceções (e com atraso de no máximo 10 minutos). Bom para as bandas, bom para o público. A 20ª edição do festival foi realizada na sexta (30) e no sábado (31) em Xangri-lá, no Rio Grande do Sul. Composto principalmente de jovens, o público pôde ver em cena uma série de artistas nacionais e internacionais, como Jota Quest, Sublime with Rome, Ivete Sangalo, Gigantes do Samba, CPM 22, Skank, Gusttavo Lima, Capital Cities e Kesha. Além do palco principal, o evento contava com outros dois espaços para shows. Uma forma de espalhar a multidão pelo espaço e oferecer mais opções de música. A chuva que rolava vez ou outra no segundo dia do festival não chegou a atrapalhar a animação da plateia, mas, entre os shows, a galera do camarote corria para se abrigar na parte coberta. A área de food trucks também fez sucesso, com cardápios variados que incluíam pizza, burritos, lanches, churros, doces, cappuccinos e muito mais. O Planeta Atlântida teve transmissão ao vivo do Multishow. Planeta Atlântida
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Museu de Curitiba recebe novas obras apreendidas na Operação Lava Jato
Novas obras de arte apreendidas na última fase da Operação Lava Jato foram entregues nesta terça-feira (11) ao Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba –cidade-sede das investigações sobre um esquema de corrupção na Petrobras. São 22 quadros, que, segundo a Polícia Federal, foram usados para ocultar o pagamento de propina ao ex-diretor da estatal Renato Duque. Entre as obras entregues nesta terça, há telas atribuídas a Di Cavalcanti, Volpi, Manabu Mabe, Cícero Dias, Cláudio Tozzi, Jorge Guinle e Guignard –esta última, segundo o operador do esquema e delator Milton Pascowitch, custou US$ 380 mil. As telas foram apreendidas numa galeria do Rio de Janeiro, onde foram depositadas pelos investigados, e se somam a outras 248 obras da operação que já estão no Oscar Niemeyer. Parte delas está em exposição ao público. Não há estimativa de quanto vale o acervo. De acordo com a polícia, as obras de arte eram usadas como um instrumento de lavagem de dinheiro. Parte do dinheiro desviado da Petrobras era usado para comprar as telas, de forma a ocultar a origem dos valores. QUARENTENA As telas foram entregues ao Museu Oscar Niemeyer por ordem da Justiça, para garantir sua preservação e manutenção. Elas passam agora por um período de quarentena, em que ficam isoladas do resto do acervo, para descartar a existência de cupim ou fungos. Depois, serão limpas e mantidas na reserva técnica, em condições ideais de temperatura e umidade. Atualmente, 48 obras apreendidas na Lava Jato estão expostas ao público no Oscar Niemeyer. Há telas de Di Cavalcanti, Vik Muniz e Cícero Dias, entre outros artistas. SERVIÇO A exposição vai até o início de novembro. O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, abre entre terça e domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custam R$ 9.
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Museu de Curitiba recebe novas obras apreendidas na Operação Lava JatoNovas obras de arte apreendidas na última fase da Operação Lava Jato foram entregues nesta terça-feira (11) ao Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba –cidade-sede das investigações sobre um esquema de corrupção na Petrobras. São 22 quadros, que, segundo a Polícia Federal, foram usados para ocultar o pagamento de propina ao ex-diretor da estatal Renato Duque. Entre as obras entregues nesta terça, há telas atribuídas a Di Cavalcanti, Volpi, Manabu Mabe, Cícero Dias, Cláudio Tozzi, Jorge Guinle e Guignard –esta última, segundo o operador do esquema e delator Milton Pascowitch, custou US$ 380 mil. As telas foram apreendidas numa galeria do Rio de Janeiro, onde foram depositadas pelos investigados, e se somam a outras 248 obras da operação que já estão no Oscar Niemeyer. Parte delas está em exposição ao público. Não há estimativa de quanto vale o acervo. De acordo com a polícia, as obras de arte eram usadas como um instrumento de lavagem de dinheiro. Parte do dinheiro desviado da Petrobras era usado para comprar as telas, de forma a ocultar a origem dos valores. QUARENTENA As telas foram entregues ao Museu Oscar Niemeyer por ordem da Justiça, para garantir sua preservação e manutenção. Elas passam agora por um período de quarentena, em que ficam isoladas do resto do acervo, para descartar a existência de cupim ou fungos. Depois, serão limpas e mantidas na reserva técnica, em condições ideais de temperatura e umidade. Atualmente, 48 obras apreendidas na Lava Jato estão expostas ao público no Oscar Niemeyer. Há telas de Di Cavalcanti, Vik Muniz e Cícero Dias, entre outros artistas. SERVIÇO A exposição vai até o início de novembro. O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, abre entre terça e domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custam R$ 9.
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Nova hamburgueria no Jardim Paulista tem inspiração nova-iorquina
RENATA HELENA RODRIGUES DE SÃO PAULO A esquina da alameda Campinas com a rua José Maria Lisboa abriga uma nova hamburgueria, a 212 Burger. Para a empreitada, os sócios Nelson Barros e Felipe Mott foram buscar inspiração em Nova York –o nome da casa faz referência ao código telefônico da área de Manhattan. Mas não é só na marca que aparecem referências à cidade americana. A decoração, com projeto assinado pelo arquiteto Herbert Holdefer, reúne quadros e placas de sinalização que indicam locais célebres, como a Times Square e o Central Park. Nomes de bairros de Nova York também batizam os lanches. O hambúrguer da casa tem 130 g e é preparado com três cortes de gado da raça angus. No Meatpacking, líder de pedidos, ele é combinado com cheddar, chutney de cebola e bacon desidratado no forno –os itens são reunidos dentro de um pão australiano (R$ 27). Para apetites mais vorazes, o Empire State leva dois discos de carne com 160 g cada um, mais queijo mozarela, bacon desidratado e ovo frito (R$ 43). Outra sugestão, esta para compartilhar, é a Special Board (R$ 79), que leva à mesa quatro hambúrgueres diferentes, todos cortados em quatro pedaços e dispostos sobre uma tábua de madeira. Fazem companhia aos lanches três tipos de batata frita. A Hashtag tem formato de jogo da velha, a Boat lembra uma canoa, e os chips mesclam finas fatias de mandioquinha e de batata doce. O preço é o mesmo para as porções: R$ 14 cada uma. Para beber, há quatro rótulos de cervejas especiais, chope Heineken (R$ 8; 300 ml) e milk-shakes como o de Nutella (R$ 15) e o de Oreo (R$ 15). 212 Burger. Al. Campinas, 1.021, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3052-1878.
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Nova hamburgueria no Jardim Paulista tem inspiração nova-iorquinaRENATA HELENA RODRIGUES DE SÃO PAULO A esquina da alameda Campinas com a rua José Maria Lisboa abriga uma nova hamburgueria, a 212 Burger. Para a empreitada, os sócios Nelson Barros e Felipe Mott foram buscar inspiração em Nova York –o nome da casa faz referência ao código telefônico da área de Manhattan. Mas não é só na marca que aparecem referências à cidade americana. A decoração, com projeto assinado pelo arquiteto Herbert Holdefer, reúne quadros e placas de sinalização que indicam locais célebres, como a Times Square e o Central Park. Nomes de bairros de Nova York também batizam os lanches. O hambúrguer da casa tem 130 g e é preparado com três cortes de gado da raça angus. No Meatpacking, líder de pedidos, ele é combinado com cheddar, chutney de cebola e bacon desidratado no forno –os itens são reunidos dentro de um pão australiano (R$ 27). Para apetites mais vorazes, o Empire State leva dois discos de carne com 160 g cada um, mais queijo mozarela, bacon desidratado e ovo frito (R$ 43). Outra sugestão, esta para compartilhar, é a Special Board (R$ 79), que leva à mesa quatro hambúrgueres diferentes, todos cortados em quatro pedaços e dispostos sobre uma tábua de madeira. Fazem companhia aos lanches três tipos de batata frita. A Hashtag tem formato de jogo da velha, a Boat lembra uma canoa, e os chips mesclam finas fatias de mandioquinha e de batata doce. O preço é o mesmo para as porções: R$ 14 cada uma. Para beber, há quatro rótulos de cervejas especiais, chope Heineken (R$ 8; 300 ml) e milk-shakes como o de Nutella (R$ 15) e o de Oreo (R$ 15). 212 Burger. Al. Campinas, 1.021, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3052-1878.
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China critica Google por recusa de certificado do governo na web
Uma autoridade da China disse nesta quinta-feira (2) ser inaceitável a decisão do Google de não mais reconhecer seu certificado de segurança, uma medida que pode impedir que usuários do browser Chrome acessem sites aprovados pela autoridade. O Google afirmou que não vai mais reconhecer certificados da CNNIC (China Internet Network Information Center), após uma investigação da companhia e do órgão sobre uma potencial falha de segurança no mês passado. Isso significa que usuários do Chrome poderão receber uma mensagem de alerta quando tentarem visitar sites certificados pela CNNIC. Não ficou imediatamente claro quantos sites são certificados pelo órgão. A CNNIC, que tem papel central na administração da internet na China e alocação e certificação de endereços IP e nomes de domínio, pediu ao Google para considerar os direitos e interesses dos usuários. "A decisão do Google é inaceitável e ininteligível", disse a agência em comunicado em seu site. Na semana passada, os certificados da CNNIC, usados para assegurar que a conexão entre um internauta e um site é segura, ficaram sob foco, após o Google publicar uma mensagem oficial afirmando que a agência chinesa permitiu que a MCS Holdings, baseada no Egito, emitisse certificados não autorizados para vários domínios da companhia norte-americana.
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China critica Google por recusa de certificado do governo na webUma autoridade da China disse nesta quinta-feira (2) ser inaceitável a decisão do Google de não mais reconhecer seu certificado de segurança, uma medida que pode impedir que usuários do browser Chrome acessem sites aprovados pela autoridade. O Google afirmou que não vai mais reconhecer certificados da CNNIC (China Internet Network Information Center), após uma investigação da companhia e do órgão sobre uma potencial falha de segurança no mês passado. Isso significa que usuários do Chrome poderão receber uma mensagem de alerta quando tentarem visitar sites certificados pela CNNIC. Não ficou imediatamente claro quantos sites são certificados pelo órgão. A CNNIC, que tem papel central na administração da internet na China e alocação e certificação de endereços IP e nomes de domínio, pediu ao Google para considerar os direitos e interesses dos usuários. "A decisão do Google é inaceitável e ininteligível", disse a agência em comunicado em seu site. Na semana passada, os certificados da CNNIC, usados para assegurar que a conexão entre um internauta e um site é segura, ficaram sob foco, após o Google publicar uma mensagem oficial afirmando que a agência chinesa permitiu que a MCS Holdings, baseada no Egito, emitisse certificados não autorizados para vários domínios da companhia norte-americana.
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Comandante do Exército reúne generais e fala em 'coesão'
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, anunciou nesta terça-feira (26) em rede social que se reuniu no Rio de Janeiro com generais "da ativa e da reserva" com o objetivo de "orientar, pessoalmente, os integrantes do Exército". À mensagem, o comandante adicionou a hashtag "coesão". Segundo texto divulgado pelo CML (Comando Militar do Leste), participaram do encontro três ex-comandantes do Exército e o ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) nos dois mandatos do governo Lula (2003-2010), Jorge Félix. Villas Bôas também divulgou uma foto do encontro. A reunião não está entre as notícias divulgadas à imprensa pelo Comando do Exército em seu site, e a agenda do comandante desta terça-feira também não foi divulgada publicamente no endereço. A última agenda disponível é a do dia 21 de setembro. General A Folha solicitou ao Exército às 18h24 acesso ao discurso proferido pelo comandante e a todos os registros de áudio, vídeo e escritos da reunião, mas não houve resposta até a publicação deste texto. A reportagem também pediu o número de participantes, o local e a duração do encontro. No canto esquerdo da fotografia postada por Villas Bôas é possível ver a inscrição "Comando Militar do Leste", sediado no Rio. Villas Bôas é ativo na rede social, com 25,9 mil seguidores. No site do CML na internet, o Exército postou um texto curto, narrando que houve uma "recepção" ao comandante Villas Bôas às 10h30 desta terça-feira. Segundo a publicação, participaram do encontro o chefe do Estado-Maior do Exército, general Fernando Azevedo e Silva, o chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército, general Mauro Cesar Lourena Cid, e o comandante do CML, general Walter Souza Braga Netto, "acompanhados por demais oficiais generais da ativa". Conforme o CML, além de Jorge Félix participaram do encontro três ex-comandantes do Exército, hoje na reserva, Carlos Tinoco Ribeiro Gomes, Gleuber Vieira e Enzo Martins Peri, e o ex-ministro dos Transportes Rubens Bayma Denys, entre outros oficiais da reserva. A reunião ocorre em meio à polêmica gerada por declarações do general Antonio Hamilton Mourão sobre "impor uma solução" e "intervenção" militar na crise política no país, dadas em uma reunião em loja maçônica do Distrito Federal no último dia 15 de setembro. O oficial está na ativa e ocupa alto cargo na administração do Exército, na condição de secretário de economia e finanças do Comando do Exército. Dias depois, o comandante Villas Bôas disse em entrevista ao programa de entrevistas de Pedro Bial, na TV Globo, que Mourão não seria punido pelas declarações. No mês de março, conforme a Folha revelou, Villas Bôas também proferiu palestra à mesma loja maçônica. Sobre a controvérsia, o centro de comunicação social do Exército divulgou no último dia 21 a seguinte nota: "1. O Exército Brasileiro é uma instituição comprometida com a consolidação da democracia em nosso país. 2. O comandante do Exército é a autoridade responsável por expressar o posicionamento institucional da Força e tem se manifestado publicamente sobre os temas que considera relevantes. 3. Em reunião ocorrida no dia de ontem [20 de setembro], o comandante do Exército apresentou ao Sr. Ministro da Defesa, Raul Jungmann, as circunstâncias do fato e as providências adotadas em relação ao episódio envolvendo o general Mourão, para assegurar a coesão, a hierarquia e a disciplina. 4. O Comandante do Exército reafirma o compromisso da Instituição de servir à Nação Brasileira, com os olhos voltados para o futuro".
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Comandante do Exército reúne generais e fala em 'coesão'O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, anunciou nesta terça-feira (26) em rede social que se reuniu no Rio de Janeiro com generais "da ativa e da reserva" com o objetivo de "orientar, pessoalmente, os integrantes do Exército". À mensagem, o comandante adicionou a hashtag "coesão". Segundo texto divulgado pelo CML (Comando Militar do Leste), participaram do encontro três ex-comandantes do Exército e o ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) nos dois mandatos do governo Lula (2003-2010), Jorge Félix. Villas Bôas também divulgou uma foto do encontro. A reunião não está entre as notícias divulgadas à imprensa pelo Comando do Exército em seu site, e a agenda do comandante desta terça-feira também não foi divulgada publicamente no endereço. A última agenda disponível é a do dia 21 de setembro. General A Folha solicitou ao Exército às 18h24 acesso ao discurso proferido pelo comandante e a todos os registros de áudio, vídeo e escritos da reunião, mas não houve resposta até a publicação deste texto. A reportagem também pediu o número de participantes, o local e a duração do encontro. No canto esquerdo da fotografia postada por Villas Bôas é possível ver a inscrição "Comando Militar do Leste", sediado no Rio. Villas Bôas é ativo na rede social, com 25,9 mil seguidores. No site do CML na internet, o Exército postou um texto curto, narrando que houve uma "recepção" ao comandante Villas Bôas às 10h30 desta terça-feira. Segundo a publicação, participaram do encontro o chefe do Estado-Maior do Exército, general Fernando Azevedo e Silva, o chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército, general Mauro Cesar Lourena Cid, e o comandante do CML, general Walter Souza Braga Netto, "acompanhados por demais oficiais generais da ativa". Conforme o CML, além de Jorge Félix participaram do encontro três ex-comandantes do Exército, hoje na reserva, Carlos Tinoco Ribeiro Gomes, Gleuber Vieira e Enzo Martins Peri, e o ex-ministro dos Transportes Rubens Bayma Denys, entre outros oficiais da reserva. A reunião ocorre em meio à polêmica gerada por declarações do general Antonio Hamilton Mourão sobre "impor uma solução" e "intervenção" militar na crise política no país, dadas em uma reunião em loja maçônica do Distrito Federal no último dia 15 de setembro. O oficial está na ativa e ocupa alto cargo na administração do Exército, na condição de secretário de economia e finanças do Comando do Exército. Dias depois, o comandante Villas Bôas disse em entrevista ao programa de entrevistas de Pedro Bial, na TV Globo, que Mourão não seria punido pelas declarações. No mês de março, conforme a Folha revelou, Villas Bôas também proferiu palestra à mesma loja maçônica. Sobre a controvérsia, o centro de comunicação social do Exército divulgou no último dia 21 a seguinte nota: "1. O Exército Brasileiro é uma instituição comprometida com a consolidação da democracia em nosso país. 2. O comandante do Exército é a autoridade responsável por expressar o posicionamento institucional da Força e tem se manifestado publicamente sobre os temas que considera relevantes. 3. Em reunião ocorrida no dia de ontem [20 de setembro], o comandante do Exército apresentou ao Sr. Ministro da Defesa, Raul Jungmann, as circunstâncias do fato e as providências adotadas em relação ao episódio envolvendo o general Mourão, para assegurar a coesão, a hierarquia e a disciplina. 4. O Comandante do Exército reafirma o compromisso da Instituição de servir à Nação Brasileira, com os olhos voltados para o futuro".
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'Veias Abertas' é o clássico que Eduardo Galeano já não leria
Para provar que "As Veias Abertas da América Latina" é um clássico, talvez o maior deles, da esquerda latino-americana, basta saber que, na Cúpula das Américas de 2009, Hugo Chávez, então presidente da Venezuela, deu o livro de presente a seu colega Barack Obama. A notícia fez saltar o livro do lugar 60.280 na lista dos mais vendidos da Amazon para o décimo posto, conforme lembrou o jornal espanhol "El País" no noticiário sobre a morte do escritor uruguaio. Prova de que, como admitiria mais tarde o próprio Galeano, as veias da América Latina continuavam abertas, ao menos no sentido que lhe quis dar o escritor: "O sistema internacional de poder faz com que a riqueza continue se alimentando da pobreza alheia. Sim, as veias da América Latina ainda continuam abertas". De fato, por mais que a situação social na América Latina tenha melhorado nos últimos anos, continua sendo o subcontinente de maior desigualdade no mundo e com um nível de pobreza obsceno. As veias que se fecharam, pelo menos até agora, foram, em todo caso, as do autoritarismo: quando Galeano publicou o seu clássico, em 1971, a América Latina estava já estava imersa em ditaduras (Brasil) ou na iminência de vê-las instaladas (Uruguai e Chile, em 1973, Argentina em 1976 e por aí vai). Não por acaso, "Veias Abertas..." foi proibido em praticamente todo o Cone Sul, Brasil inclusive, enquanto duraram as ditaduras. Se as veias continuam abertas, o livro deixou de interessar ao próprio autor: "Não seria capaz de lê-lo de novo. Cairia desmaiado", disse durante visita ao Brasil para a 2ª Bienal do Livro de Brasília. Completou: "Para mim, essa prosa da esquerda tradicional é muito chata. Meu físico não aguentaria". O que não se sabe é se seu físico aguentaria a visível decadência também do futebol na América Latina, especialmente Brasil e Argentina. Política à parte, o futebol foi outro tema em que produziu um clássico ("Futebol ao Sol e à Sombra"). Nele, define o esporte como "a indústria de entretenimento mais importante do mundo". No mundo, de fato continua sendo, mas na América Latina está em tal estado de crise que seu físico talvez também não aguentasse, como dizia não aguentar o aborrecimento causado pela prosa de esquerda, exatamente a que fez dele um clássico.
ilustrada
'Veias Abertas' é o clássico que Eduardo Galeano já não leriaPara provar que "As Veias Abertas da América Latina" é um clássico, talvez o maior deles, da esquerda latino-americana, basta saber que, na Cúpula das Américas de 2009, Hugo Chávez, então presidente da Venezuela, deu o livro de presente a seu colega Barack Obama. A notícia fez saltar o livro do lugar 60.280 na lista dos mais vendidos da Amazon para o décimo posto, conforme lembrou o jornal espanhol "El País" no noticiário sobre a morte do escritor uruguaio. Prova de que, como admitiria mais tarde o próprio Galeano, as veias da América Latina continuavam abertas, ao menos no sentido que lhe quis dar o escritor: "O sistema internacional de poder faz com que a riqueza continue se alimentando da pobreza alheia. Sim, as veias da América Latina ainda continuam abertas". De fato, por mais que a situação social na América Latina tenha melhorado nos últimos anos, continua sendo o subcontinente de maior desigualdade no mundo e com um nível de pobreza obsceno. As veias que se fecharam, pelo menos até agora, foram, em todo caso, as do autoritarismo: quando Galeano publicou o seu clássico, em 1971, a América Latina estava já estava imersa em ditaduras (Brasil) ou na iminência de vê-las instaladas (Uruguai e Chile, em 1973, Argentina em 1976 e por aí vai). Não por acaso, "Veias Abertas..." foi proibido em praticamente todo o Cone Sul, Brasil inclusive, enquanto duraram as ditaduras. Se as veias continuam abertas, o livro deixou de interessar ao próprio autor: "Não seria capaz de lê-lo de novo. Cairia desmaiado", disse durante visita ao Brasil para a 2ª Bienal do Livro de Brasília. Completou: "Para mim, essa prosa da esquerda tradicional é muito chata. Meu físico não aguentaria". O que não se sabe é se seu físico aguentaria a visível decadência também do futebol na América Latina, especialmente Brasil e Argentina. Política à parte, o futebol foi outro tema em que produziu um clássico ("Futebol ao Sol e à Sombra"). Nele, define o esporte como "a indústria de entretenimento mais importante do mundo". No mundo, de fato continua sendo, mas na América Latina está em tal estado de crise que seu físico talvez também não aguentasse, como dizia não aguentar o aborrecimento causado pela prosa de esquerda, exatamente a que fez dele um clássico.
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Produtividade
A retomada do crescimento da economia brasileira a taxas significativamente maiores do que 1% requer a retomada do crescimento da produtividade do trabalho. Além de educação fundamental de qualidade, a produtividade depende de diversos outros fatores. Estes quase sempre estão associados à melhoria da tecnologia e à adoção de melhores práticas de gestão, além da adequada provisão de infraestrutura física e institucional. Novas tecnologias e práticas de gestão geram um processo de destruição criadora. Empregos e profissões são destruídos e criados. Apesar de existirem ganhos líquidos para a sociedade, há perdedores ao longo do processo. A adoção de colheita mecânica da cana, além dos ganhos ambientais, aumenta a produtividade e reduz o custo da atividade. O mesmo aplica-se a toda a informática em geral. No entanto, secretárias perdem empregos com a informática e cortadores de cana perdem emprego com a adoção da colheita mecanizada. Há duas formas de conviver com esses custos do desenvolvimento econômico. Países anglo-saxões e asiáticos em geral tratam esses problemas como sendo individuais. As pessoas e as famílias têm que se preparar para enfrentar os riscos de viver em uma economia de mercado. As sociedades da Europa continental preferem construir rede pública de seguridade social. São dois modelos possíveis com custos e benefícios. A escolha de um ou outro é política e não técnica. Vários trabalhos recentes têm produzido evidências indiretas que sugerem que as instituições nos países pobres dificultam e/ou impedem esse processo natural de destruição criadora e, que, portanto, é possível atribuir parte significativa da diferença de produtividade do trabalho entre economias ricas e pobres ao maior enrijecimento destas últimas. Entre as medidas que enrijecem as economias, temos: maior fechamento da economia ao comércio internacional; ausência de sistema eficiente de defesa da concorrência e de combate às práticas oligopolistas; medidas que dificultam demissão de trabalhadores ou que estimulam a rotatividade em excesso (novas tecnologias requerem treinamento); e até a proibição formal das novas tecnologias, entre tantas outras. A insegurança inerente ao processo de desenvolvimento gerou muito dos problemas sociais dos difíceis tempos para a classe trabalhadora inglesa na primeira metade do século 19, tão bem retratados nos romances de Charles Dickens. Os artesãos até tentaram impedir a adoção das novas tecnologias. O movimento foi chamado de ludismo. No Brasil, vivemos o paradoxo de o ministro da Ciência e Tecnologia ser descendente direto do movimento ludista, tendo liderado a aprovação da lei que proíbe a adoção de bombas de autosserviço nos postos de gasolina. O próximo passo será a proibição das colheitadeiras mecânicas e do computador? DEBATE COM MARCELO Em sua coluna na quinta-feira passada, Marcelo Miterhof produziu um capítulo adicional ao debate que travamos sobre a interpretação (segundo a sua leitura) dos ortodoxos de que poupança prévia seria um requisito ao investimento. Marcelo responde a meus argumentos dizendo: "Para mim, esse é um forte sinal da exigência de poupança prévia". Marcelo não explica os motivos. Como argumentei em diversas colunas, esse é um ponto pacificado no pensamento econômico desde os anos 1930. Se por acaso Marcelo não consegui entender meus argumentos, ou minha "ginástica", como adjetivou, remeto-o ao post de José Luis Oreiro de 16 de fevereiro em seu blog, que esclarece a questão. Na segunda parte de sua resposta, Marcelo defende que na prática inexiste conhecimento positivo em economia e, portanto, o debate e os posicionamentos estão quase sempre a serviços dos interesses. Marcelo suspeita que a proeminência do pensamento neoclássico no debate público deva-se ao fato de essa linha defender o interesse dos mais ricos. Na primeira parte de sua resposta, ele está convencido de seu ponto de vista sem dizer o motivo. Na segunda parte, quem pensa diferente dele provavelmente defende interesses dos ricos. Difícil conversar nesses termos.
colunas
ProdutividadeA retomada do crescimento da economia brasileira a taxas significativamente maiores do que 1% requer a retomada do crescimento da produtividade do trabalho. Além de educação fundamental de qualidade, a produtividade depende de diversos outros fatores. Estes quase sempre estão associados à melhoria da tecnologia e à adoção de melhores práticas de gestão, além da adequada provisão de infraestrutura física e institucional. Novas tecnologias e práticas de gestão geram um processo de destruição criadora. Empregos e profissões são destruídos e criados. Apesar de existirem ganhos líquidos para a sociedade, há perdedores ao longo do processo. A adoção de colheita mecânica da cana, além dos ganhos ambientais, aumenta a produtividade e reduz o custo da atividade. O mesmo aplica-se a toda a informática em geral. No entanto, secretárias perdem empregos com a informática e cortadores de cana perdem emprego com a adoção da colheita mecanizada. Há duas formas de conviver com esses custos do desenvolvimento econômico. Países anglo-saxões e asiáticos em geral tratam esses problemas como sendo individuais. As pessoas e as famílias têm que se preparar para enfrentar os riscos de viver em uma economia de mercado. As sociedades da Europa continental preferem construir rede pública de seguridade social. São dois modelos possíveis com custos e benefícios. A escolha de um ou outro é política e não técnica. Vários trabalhos recentes têm produzido evidências indiretas que sugerem que as instituições nos países pobres dificultam e/ou impedem esse processo natural de destruição criadora e, que, portanto, é possível atribuir parte significativa da diferença de produtividade do trabalho entre economias ricas e pobres ao maior enrijecimento destas últimas. Entre as medidas que enrijecem as economias, temos: maior fechamento da economia ao comércio internacional; ausência de sistema eficiente de defesa da concorrência e de combate às práticas oligopolistas; medidas que dificultam demissão de trabalhadores ou que estimulam a rotatividade em excesso (novas tecnologias requerem treinamento); e até a proibição formal das novas tecnologias, entre tantas outras. A insegurança inerente ao processo de desenvolvimento gerou muito dos problemas sociais dos difíceis tempos para a classe trabalhadora inglesa na primeira metade do século 19, tão bem retratados nos romances de Charles Dickens. Os artesãos até tentaram impedir a adoção das novas tecnologias. O movimento foi chamado de ludismo. No Brasil, vivemos o paradoxo de o ministro da Ciência e Tecnologia ser descendente direto do movimento ludista, tendo liderado a aprovação da lei que proíbe a adoção de bombas de autosserviço nos postos de gasolina. O próximo passo será a proibição das colheitadeiras mecânicas e do computador? DEBATE COM MARCELO Em sua coluna na quinta-feira passada, Marcelo Miterhof produziu um capítulo adicional ao debate que travamos sobre a interpretação (segundo a sua leitura) dos ortodoxos de que poupança prévia seria um requisito ao investimento. Marcelo responde a meus argumentos dizendo: "Para mim, esse é um forte sinal da exigência de poupança prévia". Marcelo não explica os motivos. Como argumentei em diversas colunas, esse é um ponto pacificado no pensamento econômico desde os anos 1930. Se por acaso Marcelo não consegui entender meus argumentos, ou minha "ginástica", como adjetivou, remeto-o ao post de José Luis Oreiro de 16 de fevereiro em seu blog, que esclarece a questão. Na segunda parte de sua resposta, Marcelo defende que na prática inexiste conhecimento positivo em economia e, portanto, o debate e os posicionamentos estão quase sempre a serviços dos interesses. Marcelo suspeita que a proeminência do pensamento neoclássico no debate público deva-se ao fato de essa linha defender o interesse dos mais ricos. Na primeira parte de sua resposta, ele está convencido de seu ponto de vista sem dizer o motivo. Na segunda parte, quem pensa diferente dele provavelmente defende interesses dos ricos. Difícil conversar nesses termos.
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Para favorecer Temer em denúncia, PTB faz troca na CCJ
O PTB, partido da base aliada do presidente Michel Temer, realizou nesta quarta-feira (5) troca na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que deverá favorecer o peemedebista na tramitação de denúncia contra ele por corrupção passiva. A sigla governista trocará Arnaldo Faria de Sá (SP) por Nelson Marquezelli (SP). Em enquete feita pela Folha, o primeiro disse que não sabia como votaria. O segundo, no entanto, posicionou-se contra o prosseguimento da acusação. A troca foi a segunda realizada nesta quarta-feira (5) para beneficiar o presidente. O Solidariedade também decidiu trocar Aureo Moreira (RJ) por Laércio Oliveira (SE). O primeiro também não havia revelado o voto, ao contrário do segundo, também favorável que a denúncia seja barrada. O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), alegou que a troca não tem relação com a votação da denúncia pela CCJ e que já havia uma previsão de "rodízio" da bancada do partido na comissão. "Conversei com o deputado Arnaldo e expliquei que não tem nada a ver com isso. Ele sabe que já estava previsto", explicou. Além das substituições, o governo trabalha com a estratégia de convencer deputados indecisos a não comparecerem à votação, para que sejam substituídos por suplentes favoráveis a Temer. Esse método deve ser utilizado pelo PRB. Os dois suplentes da legenda, Beto Mansur (SP) e Cleber Verde (MA), dizem que votarão contra a denúncia. Eles devem substituir dois dos três titulares do partido, que até agora não declararam como devem se posicionar. Nos últimos dias, o presidente fez uma ofensiva sobre titulares indecisos da CCJ. Só nesta terça-feira (5), ele se reuniu com dois: Elizeu Dionizio (PSDB-MS) e Silvio Torres (PSDB-SP). Em conversas com parlamentares, Temer chegou a cogitar um cenário de derrota na Câmara dos Deputados, em que a denúncia seria remetida à Suprema Corte e ele seria processado criminalmente por corrupção. Nesse caso, o presidente disse ter certeza absoluta de que seria inocentado pela corte, por falta de provas. Nos encontros reservados, o peemedebista disse que as acusações feitas pelos delatores da JBS já o prejudicaram como presidente e apelou aos deputados indecisos para barrarem seu eventual afastamento do Palácio do Planalto, sob pena de manchar também suas biografias.
poder
Para favorecer Temer em denúncia, PTB faz troca na CCJO PTB, partido da base aliada do presidente Michel Temer, realizou nesta quarta-feira (5) troca na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que deverá favorecer o peemedebista na tramitação de denúncia contra ele por corrupção passiva. A sigla governista trocará Arnaldo Faria de Sá (SP) por Nelson Marquezelli (SP). Em enquete feita pela Folha, o primeiro disse que não sabia como votaria. O segundo, no entanto, posicionou-se contra o prosseguimento da acusação. A troca foi a segunda realizada nesta quarta-feira (5) para beneficiar o presidente. O Solidariedade também decidiu trocar Aureo Moreira (RJ) por Laércio Oliveira (SE). O primeiro também não havia revelado o voto, ao contrário do segundo, também favorável que a denúncia seja barrada. O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), alegou que a troca não tem relação com a votação da denúncia pela CCJ e que já havia uma previsão de "rodízio" da bancada do partido na comissão. "Conversei com o deputado Arnaldo e expliquei que não tem nada a ver com isso. Ele sabe que já estava previsto", explicou. Além das substituições, o governo trabalha com a estratégia de convencer deputados indecisos a não comparecerem à votação, para que sejam substituídos por suplentes favoráveis a Temer. Esse método deve ser utilizado pelo PRB. Os dois suplentes da legenda, Beto Mansur (SP) e Cleber Verde (MA), dizem que votarão contra a denúncia. Eles devem substituir dois dos três titulares do partido, que até agora não declararam como devem se posicionar. Nos últimos dias, o presidente fez uma ofensiva sobre titulares indecisos da CCJ. Só nesta terça-feira (5), ele se reuniu com dois: Elizeu Dionizio (PSDB-MS) e Silvio Torres (PSDB-SP). Em conversas com parlamentares, Temer chegou a cogitar um cenário de derrota na Câmara dos Deputados, em que a denúncia seria remetida à Suprema Corte e ele seria processado criminalmente por corrupção. Nesse caso, o presidente disse ter certeza absoluta de que seria inocentado pela corte, por falta de provas. Nos encontros reservados, o peemedebista disse que as acusações feitas pelos delatores da JBS já o prejudicaram como presidente e apelou aos deputados indecisos para barrarem seu eventual afastamento do Palácio do Planalto, sob pena de manchar também suas biografias.
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Brasil enfrenta potência do basquete masculino em jogo com cara de decisão
ÉDER FANTONI ENVIADO ESPECIAL AO RIO A seleção brasileira masculina de basquete disputa nesta terça-feira (9) a sua segunda partida na Olimpíada do Rio, contra a Espanha, às 14h15 (de Brasília), na Arena Carioca 1, na Barra, pelo grupo B. Pode parecer cedo para falar que esta é uma partida chave para as pretensões do time do técnico argentino Rubén Magnano na competição. O jogo tem, no entanto, uma cara de decisão, já que a equipe brasileira perdeu na estreia para a Lituânia, no domingo (7), por 82 a 76. Além de Brasil, Espanha e Lituânia, a chave B conta com outras duas seleções fortes (Argentina e Croácia) e uma séria candidata a ser o saco de pancadas (Nigéria). Desses seis times, quatro se classificam para a próxima fase, sendo que o quarto colocado deste grupo enfrentará, muito provavelmente, os Estados Unidos já nas quartas de final. Os norte-americanos são os favoritos à medalha de ouro e estão no grupo A. Se o Brasil perder para a Espanha nesta terça, é bem provável que brigue, no máximo, para ser o terceiro colocado da chave. Na última Olimpíada, em Londres, em 2012, o Brasil terminou a fase de grupos na segunda posição, com quatro vitórias e uma derrota. O terceiro e o quarto colocado (Espanha e Austrália, respectivamente) tiveram exatamente três triunfos e duas derrotas. E para continuar bem viva na Rio-2016, a seleção terá que bater uma potência do basquete. A seleção espanhola tem três medalhas de prata (Los Angeles-1984, Pequim-2008 e Londres-2012) nos Jogos Olímpicos e conquistou o título do campeonato europeu da modalidade em três (2009, 2011 e 2015) das últimas quatro edições. "Vamos jogar contra o atual campeão europeu. Não é pouca coisa, mas ganhamos deles na última Olimpíada. As possibilidades estão abertas. Só temos que estar atentos e focados", disse Magnano. Em Londres-2012, a seleção brasileira bateu a rival europeia por 88 a 82. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo O técnico da seleção espanhola, Sergio Scariolo, conta com sete jogadores que atuam em times da NBA, entre eles o experiente pivô Pau Gasol, duas vezes campeão da liga norte-americana com o Los Angeles Lakers e que atualmente joga pelo San Antonio Spurs. Entre os outros cinco estão jogadores que atuam apenas por Real Madrid ou Barcelona, os dois maiores clubes do país. "É um bom time, experiente e tem grandes jogadores. Mas nós também temos excelentes atletas. Precisamos apenas jogar o nosso basquete", disse o ala/armador Leandrinho. Assim como o Brasil, a Espanha perdeu o primeiro jogo. Caiu diante da Croácia, por 72 a 70, e precisa da vitória nesta terça-feira para não se complicar. Basicamente, está no mesmo cenário que a seleção brasileira.
esporte
Brasil enfrenta potência do basquete masculino em jogo com cara de decisão ÉDER FANTONI ENVIADO ESPECIAL AO RIO A seleção brasileira masculina de basquete disputa nesta terça-feira (9) a sua segunda partida na Olimpíada do Rio, contra a Espanha, às 14h15 (de Brasília), na Arena Carioca 1, na Barra, pelo grupo B. Pode parecer cedo para falar que esta é uma partida chave para as pretensões do time do técnico argentino Rubén Magnano na competição. O jogo tem, no entanto, uma cara de decisão, já que a equipe brasileira perdeu na estreia para a Lituânia, no domingo (7), por 82 a 76. Além de Brasil, Espanha e Lituânia, a chave B conta com outras duas seleções fortes (Argentina e Croácia) e uma séria candidata a ser o saco de pancadas (Nigéria). Desses seis times, quatro se classificam para a próxima fase, sendo que o quarto colocado deste grupo enfrentará, muito provavelmente, os Estados Unidos já nas quartas de final. Os norte-americanos são os favoritos à medalha de ouro e estão no grupo A. Se o Brasil perder para a Espanha nesta terça, é bem provável que brigue, no máximo, para ser o terceiro colocado da chave. Na última Olimpíada, em Londres, em 2012, o Brasil terminou a fase de grupos na segunda posição, com quatro vitórias e uma derrota. O terceiro e o quarto colocado (Espanha e Austrália, respectivamente) tiveram exatamente três triunfos e duas derrotas. E para continuar bem viva na Rio-2016, a seleção terá que bater uma potência do basquete. A seleção espanhola tem três medalhas de prata (Los Angeles-1984, Pequim-2008 e Londres-2012) nos Jogos Olímpicos e conquistou o título do campeonato europeu da modalidade em três (2009, 2011 e 2015) das últimas quatro edições. "Vamos jogar contra o atual campeão europeu. Não é pouca coisa, mas ganhamos deles na última Olimpíada. As possibilidades estão abertas. Só temos que estar atentos e focados", disse Magnano. Em Londres-2012, a seleção brasileira bateu a rival europeia por 88 a 82. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo O técnico da seleção espanhola, Sergio Scariolo, conta com sete jogadores que atuam em times da NBA, entre eles o experiente pivô Pau Gasol, duas vezes campeão da liga norte-americana com o Los Angeles Lakers e que atualmente joga pelo San Antonio Spurs. Entre os outros cinco estão jogadores que atuam apenas por Real Madrid ou Barcelona, os dois maiores clubes do país. "É um bom time, experiente e tem grandes jogadores. Mas nós também temos excelentes atletas. Precisamos apenas jogar o nosso basquete", disse o ala/armador Leandrinho. Assim como o Brasil, a Espanha perdeu o primeiro jogo. Caiu diante da Croácia, por 72 a 70, e precisa da vitória nesta terça-feira para não se complicar. Basicamente, está no mesmo cenário que a seleção brasileira.
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FAB diz não ter havido risco para aeronaves que se aproximaram
A FAB (Força Aérea Brasileira) informou nesta terça-feira (30) não ter havido risco para as duas aeronaves que se aproximaram sobre a Bahia no último domingo (28). Na ocasião, um Boeing 737-800 da Gol e um ATR-72 Azul ficaram separados verticalmente a apenas 60 metros um do outro –o que fez um dos pilotos do jato da Gol reclamar com a controladora de tráfego aéreo. Depois de analisar a imagem do radar, a FAB constatou que as aeronaves estavam separadas, na horizontal, a 2,2 milhas náutica (3,7 km), diz a Força Aérea, "não representou risco para as aeronaves". Ainda assim, segundo a própria FAB, os aviões estavam perto demais para os padrões; eles deveriam estar a 5 milhas náuticas um do outro (9,2 km). O controlador militar responsável por manter os dois aviões próximos foi afastado preventivamente e "passará por avaliações médicas e psicológicas, além de uma reciclagem", de acordo com a FAB.
cotidiano
FAB diz não ter havido risco para aeronaves que se aproximaramA FAB (Força Aérea Brasileira) informou nesta terça-feira (30) não ter havido risco para as duas aeronaves que se aproximaram sobre a Bahia no último domingo (28). Na ocasião, um Boeing 737-800 da Gol e um ATR-72 Azul ficaram separados verticalmente a apenas 60 metros um do outro –o que fez um dos pilotos do jato da Gol reclamar com a controladora de tráfego aéreo. Depois de analisar a imagem do radar, a FAB constatou que as aeronaves estavam separadas, na horizontal, a 2,2 milhas náutica (3,7 km), diz a Força Aérea, "não representou risco para as aeronaves". Ainda assim, segundo a própria FAB, os aviões estavam perto demais para os padrões; eles deveriam estar a 5 milhas náuticas um do outro (9,2 km). O controlador militar responsável por manter os dois aviões próximos foi afastado preventivamente e "passará por avaliações médicas e psicológicas, além de uma reciclagem", de acordo com a FAB.
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Ex-diretor da OAS absolvido pela Justiça enfrentou depressão na cadeia
Na manhã da sexta-feira 14 de novembro de 2014, o então diretor financeiro da empreiteira OAS, Mateus Coutinho de Sá, com 36 anos, foi retirado de sua casa, em São Paulo, por policiais federais e levado para a superintendência da entidade em Curitiba (PR). Ele era um dos alvos da 7ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Juízo Final. O juiz Sergio Moro havia determinado a prisão de presidentes e executivos de algumas das principais empreiteiras do país, altos funcionários da Petrobras e de operadores financeiros. Todos eles, sem exceção, chegaram à carceragem da Polícia Federal na capital paranaense jurando inocência. Pouco mais de dois anos depois, as provas contra os que foram presos naquele dia se avolumaram e a Lava Jato avançou para desvendar um dos maiores esquemas de corrupção do país. O caso do executivo Mateus Coutinho de Sá, porém, destoa desse enredo. A acusação contra ele era ajudar na distribuição de propina decorrente de contratos da OAS com a Petrobras em obras da Refinaria Getúlio Vargas e Refinaria do Nordeste Abreu e Lima. A empreiteira é acusada de ter pago propina de 1% sobre o valor destes contratos e dos aditivos à diretoria de Abastecimento da estatal, comandada na época por Paulo Roberto Costa. Condenado por Moro por corrupção, lavagem de dinheiro e pertencer a uma organização criminosa, Coutinho foi absolvido na última quarta-feira (23) por unanimidade pelos desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Os juízes do órgão de segunda instância consideraram que não havia provas de que ele havia cometido esses crimes. Ao absolverem Coutinho, os desembargadores aplicaram uma rara derrota em Moro, responsável pela Operação Lava Jato. Coutinho chegou à cadeia dizendo aos colegas que tudo não passava de um engano e que seus advogados provariam rápido sua inocência, o que não convenceu seus colegas de cárcere. Pai de uma menina pequena, recomendou à mulher que não a levasse para visitá-lo na prisão para evitar desgastes –afinal, ele tinha convicção de que não ficaria ali por muito tempo. SAUDADES Os presos da Lava Jato já se conheciam pelas relações de negócios que tinham fora da cadeia, mas Coutinho era um estranho na turma, segundo um empreiteiro que conviveu com ele na PF. Não era daquele mercado. Coutinho foi colocado na cela de número 6 junto com os empreiteiros Erton Medeiros Galvão, presidente da Galvão Engenharia, João Auler, ex-presidente do conselho administrativo da Camargo Corrêa, e Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente e herdeiro da Mendes Júnior. No cubículo havia apenas um beliche, e Coutinho, por ser o mais novo, dormia num colchão no chão. Os ex-companheiros de cela o descrevem como sociável, equilibrado e simpático. Essas características, porém, davam lugar à tristeza toda vez que ele falava da filha. Reclamava repetidamente da saudade que sentia. Ficava deprimido quando se dava conta da ausência dela. O agente federal Carlos Henrique, que havia estudado psicologia, percebeu o problema de Coutinho e passou a conversar com ele, tentando animá-lo. Outro agente, menos sensível àquele drama, foi pela via contrária. Num dos dias em que Coutinho lamentava a falta que sentia da menina, ele o provocou dizendo que não a veria tão cedo. Coutinho perdeu a calma e, não fossem os colegas de cela, teria partido para cima do agente. VOLTA PARA CASA Como os pedidos de liberdade caíam um a um nos tribunais superiores, Coutinho passou a estudar a possibilidade de receber a filha numa visita, mas queria preservá-la dos dissabores de uma cadeia. Fez um acordo com a direção da carceragem e a menina foi vê-lo num dia sem visitas de outros presos. A sala destinada às visitas fica longe das celas. Mesmo assim os presos ouviram a menina gritar "pai" quando o viu. Segundo um executivo preso na PF, não houve quem não se emocionasse na hora. Coutinho ainda ficou preso até o dia 28 de abril de 2015, quando, por decisão apertada, os ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram que ele e outros presos da Lava Jato poderiam responder ao processo em prisão domiciliar. Colocou tornozeleira e foi pra casa. Em agosto daquele ano, Moro trocou a domiciliar por medidas cautelares. Entre as restrições teve que se afastar de atividades econômicas e comparecer à presença do juiz em prazos determinados. Também perdeu o emprego na OAS, ficou proibido de manter contato com outros réus e entregou passaporte. Pessoas próximas de Coutinho dizem ainda que nesse processo todo perdeu o casamento e ainda sofre preconceito por ter sido preso na Operação Lava Jato. "Eu lamento muito que ele tenha passado o tempo que passou numa prisão", diz o advogado Juliano Breda. "Nenhum dos delatores da Lava Jato tinha dito que Coutinho praticou qualquer tipo de crime. Ele não tinha absolutamente nada a ver com qualquer esquema." Coutinho não respondeu às ligações da Folha. Por mensagem, disse que não tinha condições de dar entrevista. Limitou-se a dizer que quer reconstruir a vida.
poder
Ex-diretor da OAS absolvido pela Justiça enfrentou depressão na cadeiaNa manhã da sexta-feira 14 de novembro de 2014, o então diretor financeiro da empreiteira OAS, Mateus Coutinho de Sá, com 36 anos, foi retirado de sua casa, em São Paulo, por policiais federais e levado para a superintendência da entidade em Curitiba (PR). Ele era um dos alvos da 7ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Juízo Final. O juiz Sergio Moro havia determinado a prisão de presidentes e executivos de algumas das principais empreiteiras do país, altos funcionários da Petrobras e de operadores financeiros. Todos eles, sem exceção, chegaram à carceragem da Polícia Federal na capital paranaense jurando inocência. Pouco mais de dois anos depois, as provas contra os que foram presos naquele dia se avolumaram e a Lava Jato avançou para desvendar um dos maiores esquemas de corrupção do país. O caso do executivo Mateus Coutinho de Sá, porém, destoa desse enredo. A acusação contra ele era ajudar na distribuição de propina decorrente de contratos da OAS com a Petrobras em obras da Refinaria Getúlio Vargas e Refinaria do Nordeste Abreu e Lima. A empreiteira é acusada de ter pago propina de 1% sobre o valor destes contratos e dos aditivos à diretoria de Abastecimento da estatal, comandada na época por Paulo Roberto Costa. Condenado por Moro por corrupção, lavagem de dinheiro e pertencer a uma organização criminosa, Coutinho foi absolvido na última quarta-feira (23) por unanimidade pelos desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Os juízes do órgão de segunda instância consideraram que não havia provas de que ele havia cometido esses crimes. Ao absolverem Coutinho, os desembargadores aplicaram uma rara derrota em Moro, responsável pela Operação Lava Jato. Coutinho chegou à cadeia dizendo aos colegas que tudo não passava de um engano e que seus advogados provariam rápido sua inocência, o que não convenceu seus colegas de cárcere. Pai de uma menina pequena, recomendou à mulher que não a levasse para visitá-lo na prisão para evitar desgastes –afinal, ele tinha convicção de que não ficaria ali por muito tempo. SAUDADES Os presos da Lava Jato já se conheciam pelas relações de negócios que tinham fora da cadeia, mas Coutinho era um estranho na turma, segundo um empreiteiro que conviveu com ele na PF. Não era daquele mercado. Coutinho foi colocado na cela de número 6 junto com os empreiteiros Erton Medeiros Galvão, presidente da Galvão Engenharia, João Auler, ex-presidente do conselho administrativo da Camargo Corrêa, e Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente e herdeiro da Mendes Júnior. No cubículo havia apenas um beliche, e Coutinho, por ser o mais novo, dormia num colchão no chão. Os ex-companheiros de cela o descrevem como sociável, equilibrado e simpático. Essas características, porém, davam lugar à tristeza toda vez que ele falava da filha. Reclamava repetidamente da saudade que sentia. Ficava deprimido quando se dava conta da ausência dela. O agente federal Carlos Henrique, que havia estudado psicologia, percebeu o problema de Coutinho e passou a conversar com ele, tentando animá-lo. Outro agente, menos sensível àquele drama, foi pela via contrária. Num dos dias em que Coutinho lamentava a falta que sentia da menina, ele o provocou dizendo que não a veria tão cedo. Coutinho perdeu a calma e, não fossem os colegas de cela, teria partido para cima do agente. VOLTA PARA CASA Como os pedidos de liberdade caíam um a um nos tribunais superiores, Coutinho passou a estudar a possibilidade de receber a filha numa visita, mas queria preservá-la dos dissabores de uma cadeia. Fez um acordo com a direção da carceragem e a menina foi vê-lo num dia sem visitas de outros presos. A sala destinada às visitas fica longe das celas. Mesmo assim os presos ouviram a menina gritar "pai" quando o viu. Segundo um executivo preso na PF, não houve quem não se emocionasse na hora. Coutinho ainda ficou preso até o dia 28 de abril de 2015, quando, por decisão apertada, os ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram que ele e outros presos da Lava Jato poderiam responder ao processo em prisão domiciliar. Colocou tornozeleira e foi pra casa. Em agosto daquele ano, Moro trocou a domiciliar por medidas cautelares. Entre as restrições teve que se afastar de atividades econômicas e comparecer à presença do juiz em prazos determinados. Também perdeu o emprego na OAS, ficou proibido de manter contato com outros réus e entregou passaporte. Pessoas próximas de Coutinho dizem ainda que nesse processo todo perdeu o casamento e ainda sofre preconceito por ter sido preso na Operação Lava Jato. "Eu lamento muito que ele tenha passado o tempo que passou numa prisão", diz o advogado Juliano Breda. "Nenhum dos delatores da Lava Jato tinha dito que Coutinho praticou qualquer tipo de crime. Ele não tinha absolutamente nada a ver com qualquer esquema." Coutinho não respondeu às ligações da Folha. Por mensagem, disse que não tinha condições de dar entrevista. Limitou-se a dizer que quer reconstruir a vida.
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Atleta mais rápida do Brasil é apenas advertida por doping
FÁBIO ALEIXO DO UOL A velocista Ana Cláudia Lemos, recordista brasileira dos 100 m e sul-americana dos 200 m rasos, recebeu apenas uma advertência por ter sido flagrada em exame antidoping no mês de fevereiro. O julgamento começou na noite de sexta-feira (15) e durou cerca de 7 horas, terminando à 1h do sábado (16). A decisão foi tomada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Atletismo em primeira instância e ainda cabe recurso, o que a procuradoria prometeu que irá fazer. O prazo para isso é de 15 dias a partir da publicação do acórdão. Após o recurso, o caso será julgado pelo Pleno do STJD e poderá haver alteração da pena. Por enquanto, ela está liberada para competir e seguir sua preparação para a Rio-16, para a qual já tem índice nos 100 m rasos, 200 m rasos e deverá integrar a equipe do revezamento 4x100 m. A decisão pela advertência ocorreu por três votos a dois, com dois promotores pedindo penas que poderiam chegar a seis meses. Flagrada com o esteroide Oxandrolona em exame realizado no dia 3 de fevereiro, Ana Cláudia e sua defesa alegaram que a substância estava presente em um medicamento utilizado pela atleta que foi contaminado durante a manipulação em farmácia. "Apesar de este processo não estar encerrado, tenho total convicção de que a atleta é inocente. Nossa defesa se baseou na contaminação cruzada", afirmou o advogado da atleta, Marcelo Franklin, que também defendeu o nadador Cesar Cielo em seu caso de doping em 2011. Na ocasião, o atleta foi absolvido pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) após alegar contaminação cruzada de suplemento. O procurador do STJD Caio Medauar mostrou-se insatisfeito com a decisão do Tribunal. "Todo processo de doping é difícil. Mas a gente entende que a decisão foi branda demais. Quando a pena é baixa, de praxe, a gente recorre ao Pleno", afirmou. Ana Cláudia esteve presente na audiência, mas deixou a sede da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) sem falar com os jornalistas. A atleta aparentava bastante cansaço. A demora no julgamento fez com que diversas pausas fossem realizadas. Em uma delas houve até entrega de lanches para um dos presentes na sala. Pelo fato de o processo correr em segredo de Justiça, a audiência foi fechada à imprensa. Ana Cláudia estava suspensa preventivamente desde o dia 28 de março, quando foi divulgado o exame da contraprova. A primeira notificação à atleta sobre o positivo no exame havia sido feita no início de março. O teste no qual a velocista foi pega ocorreu fora de competição e foi comandado pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), que enviou representantes ao julgamento.
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Atleta mais rápida do Brasil é apenas advertida por doping FÁBIO ALEIXO DO UOL A velocista Ana Cláudia Lemos, recordista brasileira dos 100 m e sul-americana dos 200 m rasos, recebeu apenas uma advertência por ter sido flagrada em exame antidoping no mês de fevereiro. O julgamento começou na noite de sexta-feira (15) e durou cerca de 7 horas, terminando à 1h do sábado (16). A decisão foi tomada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Atletismo em primeira instância e ainda cabe recurso, o que a procuradoria prometeu que irá fazer. O prazo para isso é de 15 dias a partir da publicação do acórdão. Após o recurso, o caso será julgado pelo Pleno do STJD e poderá haver alteração da pena. Por enquanto, ela está liberada para competir e seguir sua preparação para a Rio-16, para a qual já tem índice nos 100 m rasos, 200 m rasos e deverá integrar a equipe do revezamento 4x100 m. A decisão pela advertência ocorreu por três votos a dois, com dois promotores pedindo penas que poderiam chegar a seis meses. Flagrada com o esteroide Oxandrolona em exame realizado no dia 3 de fevereiro, Ana Cláudia e sua defesa alegaram que a substância estava presente em um medicamento utilizado pela atleta que foi contaminado durante a manipulação em farmácia. "Apesar de este processo não estar encerrado, tenho total convicção de que a atleta é inocente. Nossa defesa se baseou na contaminação cruzada", afirmou o advogado da atleta, Marcelo Franklin, que também defendeu o nadador Cesar Cielo em seu caso de doping em 2011. Na ocasião, o atleta foi absolvido pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) após alegar contaminação cruzada de suplemento. O procurador do STJD Caio Medauar mostrou-se insatisfeito com a decisão do Tribunal. "Todo processo de doping é difícil. Mas a gente entende que a decisão foi branda demais. Quando a pena é baixa, de praxe, a gente recorre ao Pleno", afirmou. Ana Cláudia esteve presente na audiência, mas deixou a sede da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) sem falar com os jornalistas. A atleta aparentava bastante cansaço. A demora no julgamento fez com que diversas pausas fossem realizadas. Em uma delas houve até entrega de lanches para um dos presentes na sala. Pelo fato de o processo correr em segredo de Justiça, a audiência foi fechada à imprensa. Ana Cláudia estava suspensa preventivamente desde o dia 28 de março, quando foi divulgado o exame da contraprova. A primeira notificação à atleta sobre o positivo no exame havia sido feita no início de março. O teste no qual a velocista foi pega ocorreu fora de competição e foi comandado pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), que enviou representantes ao julgamento.
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Zero para todos
BRASÍLIA - O abandono das promessas de campanha e o escândalo de corrupção na Petrobras imobilizaram quem poderia ajudar Dilma a sair do atoleiro. O diagnóstico é de Wanderley Guilherme dos Santos, o respeitado cientista político. Ele diz que a esquerda ficou sem motivos para sair em defesa do governo. "Apoiá-lo em nome de que? Defendê-lo em nome de que?", questiona. Em 2012, Santos foi um dos intelectuais que criticaram o julgamento do mensalão. Sustentou que o caso era de caixa dois, não de corrupção. Ele diz que a Lava Jato é "totalmente diferente" porque revelou um "processo institucionalizado de predação de recursos públicos". "Isso é roubo. Não tem como contemporizar." Autor do premonitório "Quem Dará o Golpe no Brasil?" (1962), lançado dois anos antes da queda de João Goulart, o professor se recusa a profetizar sobre o futuro de Dilma. "Está muito difícil fazer previsões", justifica. Ele considera, no entanto, que o impeachment perdeu viabilidade. "Não há motivo e nem há maioria que crie a aparência de que há motivo", afirma. "O que me inquieta não é se a Dilma termina o mandato. Não vejo como será possível governar mais três anos nessas condições. Ou há o impedimento, ou essa conversa acaba, deixa de ser relevante." Para Santos, a oposição agrava o impasse com a tática de "impedir o governo de governar". Ele contesta a tese de que a economia vai impor a saída de Dilma antes de 2018. "Outros governos enfrentaram crises, e isso não implicava suspeitas sobre a viabilidade institucional deles." O cientista político acaba de comemorar os 80 anos com um novo livro, "À Margem do Abismo" (editora Revan). Perguntei como ele viu a pesquisa recente do Ibope que mostrou alta rejeição a todos os pré-candidatos ao Planalto, de Lula a Aécio. "A política não está se mostrando capaz de solucionar os conflitos", respondeu o professor. "Se você perguntar, estou achando tudo uma porcaria. É nota zero para todos eles."
colunas
Zero para todosBRASÍLIA - O abandono das promessas de campanha e o escândalo de corrupção na Petrobras imobilizaram quem poderia ajudar Dilma a sair do atoleiro. O diagnóstico é de Wanderley Guilherme dos Santos, o respeitado cientista político. Ele diz que a esquerda ficou sem motivos para sair em defesa do governo. "Apoiá-lo em nome de que? Defendê-lo em nome de que?", questiona. Em 2012, Santos foi um dos intelectuais que criticaram o julgamento do mensalão. Sustentou que o caso era de caixa dois, não de corrupção. Ele diz que a Lava Jato é "totalmente diferente" porque revelou um "processo institucionalizado de predação de recursos públicos". "Isso é roubo. Não tem como contemporizar." Autor do premonitório "Quem Dará o Golpe no Brasil?" (1962), lançado dois anos antes da queda de João Goulart, o professor se recusa a profetizar sobre o futuro de Dilma. "Está muito difícil fazer previsões", justifica. Ele considera, no entanto, que o impeachment perdeu viabilidade. "Não há motivo e nem há maioria que crie a aparência de que há motivo", afirma. "O que me inquieta não é se a Dilma termina o mandato. Não vejo como será possível governar mais três anos nessas condições. Ou há o impedimento, ou essa conversa acaba, deixa de ser relevante." Para Santos, a oposição agrava o impasse com a tática de "impedir o governo de governar". Ele contesta a tese de que a economia vai impor a saída de Dilma antes de 2018. "Outros governos enfrentaram crises, e isso não implicava suspeitas sobre a viabilidade institucional deles." O cientista político acaba de comemorar os 80 anos com um novo livro, "À Margem do Abismo" (editora Revan). Perguntei como ele viu a pesquisa recente do Ibope que mostrou alta rejeição a todos os pré-candidatos ao Planalto, de Lula a Aécio. "A política não está se mostrando capaz de solucionar os conflitos", respondeu o professor. "Se você perguntar, estou achando tudo uma porcaria. É nota zero para todos eles."
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Tentações de Dilma
A agonia constrangedora da demissão de Joaquim Levy, típica das decisões do governo Dilma Rousseff (PT), chegou ao fim com a nomeação de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda. Quase ocioso dizer que, ao menos a princípio, a escolha representa a reorientação do que restou da política econômica, confirma a volta de um pensamento favorável ao aumento dos gastos públicos, complementa a expulsão de um corpo liberal que o Planalto considerava estranho e atesta a falta de opção do governo. Seria difícil encontrar um candidato a ministro respeitável, com perfil ortodoxo e ainda disposto a se submeter ao desgaste, quando não sabotagem, sofrido por Levy. Para Barbosa, será difícil afastar a impressão de que não passa de correia de transmissão das opiniões econômicas de Dilma. Apesar de ter discordado publicamente da radicalização intervencionista e do extremo de irresponsabilidade do primeiro mandato da presidente que agora o nomeia, o novo ministro compartilha de ideias análogas. Sua condução à Fazenda agrada ao PT e constitui inegável gesto em direção aos grupos que foram às ruas se manifestar contra o impeachment de Dilma, desde sempre inimigos de Levy. O ministro Barbosa corresponderá integralmente à simpatia com que será recebido por essa ala da esquerda? Pelo bem do país, espera-se que não –pois isso significaria abandonar o ajuste das contas públicas, condição necessária para a economia nacional sair do buraco em que se encontra. Também significaria desistir de algumas reformas de longo prazo, sem as quais a recessão vai se arrastar dolorosamente. Diga-se que, quanto a isso, resta esperança. Não faz muito Barbosa defendia mudanças na Previdência –sempre rechaçadas pelo PT, mas cruciais para a saúde dos cofres públicos. Em sua primeira entrevista coletiva no novo cargo, afirmou seguidas vezes a necessidade de perseguir o equilíbrio entre receitas e despesas. De resto, no fundo nem há dinheiro em caixa para o novo titular da Fazenda se entregar a estripulias desenvolvimentistas. Dilma, se não quiser amplificar a instabilidade financeira que ameaça seu mandato, precisa ouvir todas as vozes que se manifestam de modo sensato sobre a reconstrução da economia brasileira. Reconstrução –palavra precisa, pois a destruição é imensa. O descrédito nos planos econômicos do governo é amplo. O adiamento de definições políticas para depois do Carnaval faz com que intenções de investimento permaneçam nas gavetas empresariais. O Banco Central colocou-se na posição de ou aumentar os juros a partir de janeiro, aprofundando a recessão, ou lavar as mãos quanto à inflação, que ronda os 11% ao ano. Decerto Joaquim Levy contribuiu no combate a aberrações do primeiro governo Dilma, como controle de preços, expansão temerária do crédito dos bancos públicos, devastação de estatais, gastos ilimitados e malversação da contabilidade. Não houve reconstrução, todavia, dado o tumulto político e a repulsa da presidente a reformas. Não há balizas ou âncoras para a política econômica nem esteio político para animar decisões maiores de empresas e consumidores. O Congresso aprovou o Orçamento para 2016, que registra a promessa do governo de gastar menos do que arrecada, se desconsideradas as despesas com juros. O documento, entretanto, tem sido ignorado pelo setor privado, que projeta deficit próximo a 1% do PIB –o governo comprometeu-se com superavit de 0,5% do PIB, uma diferença de estimativas que monta a R$ 100 bilhões. O descrédito tem consequências práticas, ressalte-se. A falta de rumo quanto a gastos e taxas de juros obviamente prejudica o cálculo de impostos futuros, taxas de câmbio, custo do dinheiro. A inexistência de perspectiva mínima sobre a duração da crise suscita cautela que realimenta a recessão. Ainda que em 2016 a economia permaneça estagnada em relação ao trimestre atual, o PIB será pelo menos 2% menor que em 2015. Outro ano de atividade reduzida e de ociosidade nas empresas provocará mais demissões. O cidadão sentirá um impacto maior. Por ora, o país perde empregos formais ao ritmo de 1,5 milhão por ano. Há meios e bases para evitar o pior, mesmo no curto prazo. A renda média dos trabalhadores ainda está apenas estagnada em relação ao ano anterior. Não há notícia de uma onda de grandes falências. As contas externas estão em ordem, não há fuga de capitais. Mesmo depois da devastação, restaram alguns pilares para a reconstrução. Serão derrubados, contudo, se a presidente Dilma Rousseff, agora secundada por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda, insistir no erro que foi fazer do país um laboratório para experiências ideológicas –essa a perigosa tentação nunca dissipada. editoriais@grupofolha.com.br
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Tentações de DilmaA agonia constrangedora da demissão de Joaquim Levy, típica das decisões do governo Dilma Rousseff (PT), chegou ao fim com a nomeação de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda. Quase ocioso dizer que, ao menos a princípio, a escolha representa a reorientação do que restou da política econômica, confirma a volta de um pensamento favorável ao aumento dos gastos públicos, complementa a expulsão de um corpo liberal que o Planalto considerava estranho e atesta a falta de opção do governo. Seria difícil encontrar um candidato a ministro respeitável, com perfil ortodoxo e ainda disposto a se submeter ao desgaste, quando não sabotagem, sofrido por Levy. Para Barbosa, será difícil afastar a impressão de que não passa de correia de transmissão das opiniões econômicas de Dilma. Apesar de ter discordado publicamente da radicalização intervencionista e do extremo de irresponsabilidade do primeiro mandato da presidente que agora o nomeia, o novo ministro compartilha de ideias análogas. Sua condução à Fazenda agrada ao PT e constitui inegável gesto em direção aos grupos que foram às ruas se manifestar contra o impeachment de Dilma, desde sempre inimigos de Levy. O ministro Barbosa corresponderá integralmente à simpatia com que será recebido por essa ala da esquerda? Pelo bem do país, espera-se que não –pois isso significaria abandonar o ajuste das contas públicas, condição necessária para a economia nacional sair do buraco em que se encontra. Também significaria desistir de algumas reformas de longo prazo, sem as quais a recessão vai se arrastar dolorosamente. Diga-se que, quanto a isso, resta esperança. Não faz muito Barbosa defendia mudanças na Previdência –sempre rechaçadas pelo PT, mas cruciais para a saúde dos cofres públicos. Em sua primeira entrevista coletiva no novo cargo, afirmou seguidas vezes a necessidade de perseguir o equilíbrio entre receitas e despesas. De resto, no fundo nem há dinheiro em caixa para o novo titular da Fazenda se entregar a estripulias desenvolvimentistas. Dilma, se não quiser amplificar a instabilidade financeira que ameaça seu mandato, precisa ouvir todas as vozes que se manifestam de modo sensato sobre a reconstrução da economia brasileira. Reconstrução –palavra precisa, pois a destruição é imensa. O descrédito nos planos econômicos do governo é amplo. O adiamento de definições políticas para depois do Carnaval faz com que intenções de investimento permaneçam nas gavetas empresariais. O Banco Central colocou-se na posição de ou aumentar os juros a partir de janeiro, aprofundando a recessão, ou lavar as mãos quanto à inflação, que ronda os 11% ao ano. Decerto Joaquim Levy contribuiu no combate a aberrações do primeiro governo Dilma, como controle de preços, expansão temerária do crédito dos bancos públicos, devastação de estatais, gastos ilimitados e malversação da contabilidade. Não houve reconstrução, todavia, dado o tumulto político e a repulsa da presidente a reformas. Não há balizas ou âncoras para a política econômica nem esteio político para animar decisões maiores de empresas e consumidores. O Congresso aprovou o Orçamento para 2016, que registra a promessa do governo de gastar menos do que arrecada, se desconsideradas as despesas com juros. O documento, entretanto, tem sido ignorado pelo setor privado, que projeta deficit próximo a 1% do PIB –o governo comprometeu-se com superavit de 0,5% do PIB, uma diferença de estimativas que monta a R$ 100 bilhões. O descrédito tem consequências práticas, ressalte-se. A falta de rumo quanto a gastos e taxas de juros obviamente prejudica o cálculo de impostos futuros, taxas de câmbio, custo do dinheiro. A inexistência de perspectiva mínima sobre a duração da crise suscita cautela que realimenta a recessão. Ainda que em 2016 a economia permaneça estagnada em relação ao trimestre atual, o PIB será pelo menos 2% menor que em 2015. Outro ano de atividade reduzida e de ociosidade nas empresas provocará mais demissões. O cidadão sentirá um impacto maior. Por ora, o país perde empregos formais ao ritmo de 1,5 milhão por ano. Há meios e bases para evitar o pior, mesmo no curto prazo. A renda média dos trabalhadores ainda está apenas estagnada em relação ao ano anterior. Não há notícia de uma onda de grandes falências. As contas externas estão em ordem, não há fuga de capitais. Mesmo depois da devastação, restaram alguns pilares para a reconstrução. Serão derrubados, contudo, se a presidente Dilma Rousseff, agora secundada por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda, insistir no erro que foi fazer do país um laboratório para experiências ideológicas –essa a perigosa tentação nunca dissipada. editoriais@grupofolha.com.br
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Usuários se queixam de interrupção no serviço do WhatsApp
Usuários pelo mundo se queixam, na tarde desta quarta-feira (17), de interrupções no serviço do WhatsApp. O problema foi apontado no Brasil e na Inglaterra, das 14h às 14h30. Os celulares testados pela reportagem da Folha conseguiram enviar mensagens, mas com lentidão. "A questão já foi solucionada por nós e nos desculpamos pela inconveniência", afirmou a empresa. O WhatsApp também teve instabilidade na primeira semana de maio, por cerca de uma hora. O tema foi ao topo dos assuntos mais comentados do Twitter no Brasil nesta quarta-feira. Confira aqui dez serviços que podem substituir o WhatsApp quando estiver fora do ar.
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Usuários se queixam de interrupção no serviço do WhatsAppUsuários pelo mundo se queixam, na tarde desta quarta-feira (17), de interrupções no serviço do WhatsApp. O problema foi apontado no Brasil e na Inglaterra, das 14h às 14h30. Os celulares testados pela reportagem da Folha conseguiram enviar mensagens, mas com lentidão. "A questão já foi solucionada por nós e nos desculpamos pela inconveniência", afirmou a empresa. O WhatsApp também teve instabilidade na primeira semana de maio, por cerca de uma hora. O tema foi ao topo dos assuntos mais comentados do Twitter no Brasil nesta quarta-feira. Confira aqui dez serviços que podem substituir o WhatsApp quando estiver fora do ar.
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'Não tenho vontade de ser candidato se o Lula for', diz Ciro Gomes
Ex-ministro de Lula, Ciro Gomes (PDT-CE) torce para que o petista não concorra à Presidência. Pelo país ("seria um desserviço") e por ele, que se vende como o nome progressista para 2018. "Não tenho a menor vontade de ser candidato se o Lula for", diz. Ele já tentou chegar ao Planalto em 1998 (11% dos votos) e 2002 (12%). Diz o anedotário político que, na última tentativa, morreu pela boca, ao chamar um eleitor de "burro" e dizer que Patricia Pillar, então sua esposa, tinha o crucial papel de "dormir comigo". A língua continua afiada. Em uma hora de conversa, critica o "farsante" João Doria, o "exibicionista" Sergio Moro e o "golpista" Michel Temer. * Folha - Em outubro, o sr. disse que Lula brincou de Deus e se queimou. Ele seria seu maior rival? Ciro Gomes - Temos longa história de parcerias e diferenças. Votei nele em 1989 [no segundo turno], 2002 e 2006. Na Dilma em 2010 e 2014. Entretanto, acho que nesse momento a candidatura do Lula desserve a ele e ao país. Na melhor das hipóteses, ganha e projeta essa confrontação odienta que está rachando o país. Mas a probabilidade de polarizar e perder é muito alta. É hora do PT apoiá-lo? A natureza do PT, e é legítimo isso, é ter candidato próprio. Talvez o ideal fosse apresentar uma nova liderança. Em 2008, a Folha o questionou se aceitaria ser vice de Lula. O sr. respondeu: "Admito ser qualquer coisa. Não fui ministro com a maior honra?" Serei bastante categórico: não serei vice de ninguém. Em vídeo, o sr. aparece dizendo que ele é "um merda" que não é "inocente de nada". As pessoas editam. Falaram: "Você é um aliado do Lula, o Lula é um merda". Eu disse: "O Lula é um merda, mas tem direito a presunção de inocência". É totalmente o oposto do que pareceu [no vídeo, um manifestante questiona: "Onde é que na história está escrito que o Lula é inocente, doutor?" Ciro: "Inocente nada, o Lula é um merda"]. Marina Silva é a única, em Datafolha de dezembro, que venceria Lula no segundo turno. Veja, Marina é uma boa pessoa. Mas não tem visão administrativa. Hostiliza, no simbólico, o agronegócio, a mineração. Evidentemente nada autoriza nenhum deles a nenhum tipo de abuso. Mas o descuido da Marina com a vida real faz com que ela apresente, como sua única proposta que conheço concreta, uma aberração, que é a independência do Banco Central. Bolsonaro tem 9% das intenções de voto, quase o dobro do que o sr. registra [5%]. Há um pensamento que se representa no que Bolsonaro diz, e que tem direito de se expressar. E taticamente ele presta ao país um serviço, pois esse eleitorado do antipetismo se concentrava todo no PSDB. O que representa o avanço de um candidato tão extremista? Esse pensamento sempre existiu. O que fez foi sair do armário, pela debacle do PT. Nós do mundo progressista deixamos parte da população imaginar que nosso apreço aos direitos humanos parece contemporizar com a impunidade. Há pessoas que imaginam soluções toscas, que veem muita verdade em "bandido bom é bandido morto". Temer, a quem você chama de golpista salafrário, disse que será o presidente mais nordestino que o país já teve. Bote aí que dei uma risada. Ele, para além de ser essa coisa constrangedora de chefe de quadrilha, sendo um velho e notório malversador de dinheiros públicos, virou chefe de um governo de patetas. O sr. disse que o "dr. da Lava Jato [Sergio Moro] errou". O exibicionismo midiático, ir ao Facebook agradecer o apoio de todos, as gravatinhas borboletas em todo tipo de solenidade, a confraternização descuidada com possíveis réus, a fraude com a gravação da presidente [divulgação do grampo de ligação entre Dilma e Lula] –o que nos EUA é considerado traição e gera até pena de morte, só para ter a relativização dessa leviandade. Isso tudo semeia a semente de matar essa coisa importante que seria a Lava Jato, que ainda pode ser o momento de virada na impunidade. Mandar prender um blogueiro, tem uma coisa patológica nisso. Não falo com prazer, falo com dor. Operação Satiagraha? Anulada inteira. Daniel Dantas, culpado de tudo? Tá com atestado de inocente. Em entrevista, o sr. criticou a condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães, desafiou Moro a prendê-lo e disse que receberia "a turma dele na bala". O que quis dizer? Desta vez foi um blogueiro, mas amanhã pode ser um repórter da Folha. Não está certo. No momento que o país passa por um golpe de Estado, não podemos nos acovardar diante do autoritarismo. O sr. disse que prefere mil vezes Bolsonaro ao prefeito de SP, João Doria. Por quê? Antes eu perguntei se, entre os dois, vale morrer. Dito isso, prefiro um cara tosco e franco a um farsante. Conheço [Doria] de longuíssima data. O antipolítico, o empresário... Tem dois probleminhas básicos [nessa imagem]. Doria foi chefe da Embratur no governo Sarney. Saiu debaixo de muitas irregularidades no Tribunal de Contas da União e foi violentamente criticado por uma propaganda do turismo brasileiro com bundas de mulher na praia, estimulando claramente o turismo sexual. A segunda coisa: Doria reforçou muito a grande fortuna dele, do liberal, com dinheiro público dos governos do PSDB de Minas e SP, por exemplo. Doria afirmou que o sr. é emocionalmente instável. Não é o primeiro. Você tem um problema de temperamento? Não me parece. Quem deve dizer isso é o meu psiquiatra. O sr. tem um psiquiatra? Não [risos]. Mas repare uma coisa: tenho 37 anos de vida pública. Não tenho rádio, TV, empresa, nunca aceitei receber as pensões imorais que a Legislação me deu direito. Isso tudo me faz um cara meio estranho mesmo. E o que dizem de mim é que eu sou o cara que fala muito, que fala as coisas por destempero. Não é. Arroubos, se algum ser humano não tiver, me ensine. Muitos políticos fazem "media training" para contê-los. Já fiz com os melhores do mundo. Carrega alguma lição? [Uma especialista] sempre me estimulou a manter minha linguagem, meu sotaque, meu jeito de ser. Só tenho como ferramenta minha língua. Fui governador, prefeito, comandei a economia como ministro da Fazenda, fui ministro da Integração Nacional. Eu que fiz este projeto do rio São Francisco que tá cheio de pai, e vai ver se não entreguei serenamente essas tarefas? Donald Trump, outro acusado de destempero, virou presidente dos EUA. O estilo "direto ao ponto" virou um ativo? Em tempos bicudos, as pessoas procuram franqueza. Estão percebendo que um dos elementos fracos da política é o moralismo de goela pra depois roubar. Nunca tive tanta audiência nessa vida. Já ser de esquerda hoje parece um passivo no mundo todo. Não vejo esse pensamento de direita florescer, não. Por que o Trump é de direita? Populista, sim, ok. Mas a vitória dele foi importante. Ele representa a negação da perversão neoliberal. E, no Brasil, o problema não é de direita e esquerda. A política econômica do Lula é igual à do FHC. O sr. já passou por sete partidos. Começou no PDS, sucessor do militar Arena. Por que tanto troca-troca? Meu problema é que eu tento ser correto. Ajudo a fundar o PSDB, por exemplo. Elegemos o FHC, que escolhe o PFL [atual DEM] para vice, diz para o povo esquecer o que ele escreveu, faz o PMDB entrar no governo com Eliseu Padilha, Romero Jucá, essa mesma turma. Para ser coerente, fico ali calado ou criando caso? Acha que eleição deve ter financiamento público? Em 1995, escrevi um livro com Mangabeira Unger ["Uma Alternativa Prática ao Neoliberalismo"]. Está lá que devíamos ter voto distrital misto, lista fechada e financiamento público de campanhas. Evidentemente que hoje não posso aceitar que essas ideias sejam feitas pelo expediente golpista dos canalhocratas querendo escapar da severidade do voto popular. Aceitaria para sua campanha dinheiro de empreiteiras envolvidas na Lava Jato? Se a lei permitir, sem dúvida. O que é corrupto é ter toma lá dá cá, superfaturar obras, exigir propina. No Brasil estamos confundindo corrupto com empresa. Isso é sandice. O sr. é próximo de algum político envolvido na Lava Jato? Sempre fui muito amigo do Aécio [Neves]. É constrangedor. Do Ciro Nogueira [presidente do PP]. Quem mais? O Léo Pinheiro [ex-presidente da OAS]. O que pega é catapora. O sr. é acusado de truculência no trato com manifestantes, como rasgar cartazes. Vou ali conversar sem segurança, a pessoa esfrega papel no seu rosto, o que você faz? Me liga a cunhada à 1h30 dizendo que ameaçam de morte meu irmão. Vou deixar bater nele? Sou pessoa física, não tenho cargo de majestade. Qual sua estratégia para 2018? Tenho que manter minha intransigência sem parecer um cara incapaz de dialogar e tenho que olhar para o futuro, se Lula é candidato ou não. Recuaria com Lula no páreo? Não tenho a menor vontade de ser candidato se o Lula for. Menos em homenagem a ele e mais porque a tendência é ele polarizar o processo. E eu ficar falando de modelo econômico... Vou ter um papel nobre, vou lá para meus 12%, 15% no mínimo, mas daí dizer para o povo que acredito que vou ser presidente... Não consigo mentir desse jeito.
poder
'Não tenho vontade de ser candidato se o Lula for', diz Ciro GomesEx-ministro de Lula, Ciro Gomes (PDT-CE) torce para que o petista não concorra à Presidência. Pelo país ("seria um desserviço") e por ele, que se vende como o nome progressista para 2018. "Não tenho a menor vontade de ser candidato se o Lula for", diz. Ele já tentou chegar ao Planalto em 1998 (11% dos votos) e 2002 (12%). Diz o anedotário político que, na última tentativa, morreu pela boca, ao chamar um eleitor de "burro" e dizer que Patricia Pillar, então sua esposa, tinha o crucial papel de "dormir comigo". A língua continua afiada. Em uma hora de conversa, critica o "farsante" João Doria, o "exibicionista" Sergio Moro e o "golpista" Michel Temer. * Folha - Em outubro, o sr. disse que Lula brincou de Deus e se queimou. Ele seria seu maior rival? Ciro Gomes - Temos longa história de parcerias e diferenças. Votei nele em 1989 [no segundo turno], 2002 e 2006. Na Dilma em 2010 e 2014. Entretanto, acho que nesse momento a candidatura do Lula desserve a ele e ao país. Na melhor das hipóteses, ganha e projeta essa confrontação odienta que está rachando o país. Mas a probabilidade de polarizar e perder é muito alta. É hora do PT apoiá-lo? A natureza do PT, e é legítimo isso, é ter candidato próprio. Talvez o ideal fosse apresentar uma nova liderança. Em 2008, a Folha o questionou se aceitaria ser vice de Lula. O sr. respondeu: "Admito ser qualquer coisa. Não fui ministro com a maior honra?" Serei bastante categórico: não serei vice de ninguém. Em vídeo, o sr. aparece dizendo que ele é "um merda" que não é "inocente de nada". As pessoas editam. Falaram: "Você é um aliado do Lula, o Lula é um merda". Eu disse: "O Lula é um merda, mas tem direito a presunção de inocência". É totalmente o oposto do que pareceu [no vídeo, um manifestante questiona: "Onde é que na história está escrito que o Lula é inocente, doutor?" Ciro: "Inocente nada, o Lula é um merda"]. Marina Silva é a única, em Datafolha de dezembro, que venceria Lula no segundo turno. Veja, Marina é uma boa pessoa. Mas não tem visão administrativa. Hostiliza, no simbólico, o agronegócio, a mineração. Evidentemente nada autoriza nenhum deles a nenhum tipo de abuso. Mas o descuido da Marina com a vida real faz com que ela apresente, como sua única proposta que conheço concreta, uma aberração, que é a independência do Banco Central. Bolsonaro tem 9% das intenções de voto, quase o dobro do que o sr. registra [5%]. Há um pensamento que se representa no que Bolsonaro diz, e que tem direito de se expressar. E taticamente ele presta ao país um serviço, pois esse eleitorado do antipetismo se concentrava todo no PSDB. O que representa o avanço de um candidato tão extremista? Esse pensamento sempre existiu. O que fez foi sair do armário, pela debacle do PT. Nós do mundo progressista deixamos parte da população imaginar que nosso apreço aos direitos humanos parece contemporizar com a impunidade. Há pessoas que imaginam soluções toscas, que veem muita verdade em "bandido bom é bandido morto". Temer, a quem você chama de golpista salafrário, disse que será o presidente mais nordestino que o país já teve. Bote aí que dei uma risada. Ele, para além de ser essa coisa constrangedora de chefe de quadrilha, sendo um velho e notório malversador de dinheiros públicos, virou chefe de um governo de patetas. O sr. disse que o "dr. da Lava Jato [Sergio Moro] errou". O exibicionismo midiático, ir ao Facebook agradecer o apoio de todos, as gravatinhas borboletas em todo tipo de solenidade, a confraternização descuidada com possíveis réus, a fraude com a gravação da presidente [divulgação do grampo de ligação entre Dilma e Lula] –o que nos EUA é considerado traição e gera até pena de morte, só para ter a relativização dessa leviandade. Isso tudo semeia a semente de matar essa coisa importante que seria a Lava Jato, que ainda pode ser o momento de virada na impunidade. Mandar prender um blogueiro, tem uma coisa patológica nisso. Não falo com prazer, falo com dor. Operação Satiagraha? Anulada inteira. Daniel Dantas, culpado de tudo? Tá com atestado de inocente. Em entrevista, o sr. criticou a condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães, desafiou Moro a prendê-lo e disse que receberia "a turma dele na bala". O que quis dizer? Desta vez foi um blogueiro, mas amanhã pode ser um repórter da Folha. Não está certo. No momento que o país passa por um golpe de Estado, não podemos nos acovardar diante do autoritarismo. O sr. disse que prefere mil vezes Bolsonaro ao prefeito de SP, João Doria. Por quê? Antes eu perguntei se, entre os dois, vale morrer. Dito isso, prefiro um cara tosco e franco a um farsante. Conheço [Doria] de longuíssima data. O antipolítico, o empresário... Tem dois probleminhas básicos [nessa imagem]. Doria foi chefe da Embratur no governo Sarney. Saiu debaixo de muitas irregularidades no Tribunal de Contas da União e foi violentamente criticado por uma propaganda do turismo brasileiro com bundas de mulher na praia, estimulando claramente o turismo sexual. A segunda coisa: Doria reforçou muito a grande fortuna dele, do liberal, com dinheiro público dos governos do PSDB de Minas e SP, por exemplo. Doria afirmou que o sr. é emocionalmente instável. Não é o primeiro. Você tem um problema de temperamento? Não me parece. Quem deve dizer isso é o meu psiquiatra. O sr. tem um psiquiatra? Não [risos]. Mas repare uma coisa: tenho 37 anos de vida pública. Não tenho rádio, TV, empresa, nunca aceitei receber as pensões imorais que a Legislação me deu direito. Isso tudo me faz um cara meio estranho mesmo. E o que dizem de mim é que eu sou o cara que fala muito, que fala as coisas por destempero. Não é. Arroubos, se algum ser humano não tiver, me ensine. Muitos políticos fazem "media training" para contê-los. Já fiz com os melhores do mundo. Carrega alguma lição? [Uma especialista] sempre me estimulou a manter minha linguagem, meu sotaque, meu jeito de ser. Só tenho como ferramenta minha língua. Fui governador, prefeito, comandei a economia como ministro da Fazenda, fui ministro da Integração Nacional. Eu que fiz este projeto do rio São Francisco que tá cheio de pai, e vai ver se não entreguei serenamente essas tarefas? Donald Trump, outro acusado de destempero, virou presidente dos EUA. O estilo "direto ao ponto" virou um ativo? Em tempos bicudos, as pessoas procuram franqueza. Estão percebendo que um dos elementos fracos da política é o moralismo de goela pra depois roubar. Nunca tive tanta audiência nessa vida. Já ser de esquerda hoje parece um passivo no mundo todo. Não vejo esse pensamento de direita florescer, não. Por que o Trump é de direita? Populista, sim, ok. Mas a vitória dele foi importante. Ele representa a negação da perversão neoliberal. E, no Brasil, o problema não é de direita e esquerda. A política econômica do Lula é igual à do FHC. O sr. já passou por sete partidos. Começou no PDS, sucessor do militar Arena. Por que tanto troca-troca? Meu problema é que eu tento ser correto. Ajudo a fundar o PSDB, por exemplo. Elegemos o FHC, que escolhe o PFL [atual DEM] para vice, diz para o povo esquecer o que ele escreveu, faz o PMDB entrar no governo com Eliseu Padilha, Romero Jucá, essa mesma turma. Para ser coerente, fico ali calado ou criando caso? Acha que eleição deve ter financiamento público? Em 1995, escrevi um livro com Mangabeira Unger ["Uma Alternativa Prática ao Neoliberalismo"]. Está lá que devíamos ter voto distrital misto, lista fechada e financiamento público de campanhas. Evidentemente que hoje não posso aceitar que essas ideias sejam feitas pelo expediente golpista dos canalhocratas querendo escapar da severidade do voto popular. Aceitaria para sua campanha dinheiro de empreiteiras envolvidas na Lava Jato? Se a lei permitir, sem dúvida. O que é corrupto é ter toma lá dá cá, superfaturar obras, exigir propina. No Brasil estamos confundindo corrupto com empresa. Isso é sandice. O sr. é próximo de algum político envolvido na Lava Jato? Sempre fui muito amigo do Aécio [Neves]. É constrangedor. Do Ciro Nogueira [presidente do PP]. Quem mais? O Léo Pinheiro [ex-presidente da OAS]. O que pega é catapora. O sr. é acusado de truculência no trato com manifestantes, como rasgar cartazes. Vou ali conversar sem segurança, a pessoa esfrega papel no seu rosto, o que você faz? Me liga a cunhada à 1h30 dizendo que ameaçam de morte meu irmão. Vou deixar bater nele? Sou pessoa física, não tenho cargo de majestade. Qual sua estratégia para 2018? Tenho que manter minha intransigência sem parecer um cara incapaz de dialogar e tenho que olhar para o futuro, se Lula é candidato ou não. Recuaria com Lula no páreo? Não tenho a menor vontade de ser candidato se o Lula for. Menos em homenagem a ele e mais porque a tendência é ele polarizar o processo. E eu ficar falando de modelo econômico... Vou ter um papel nobre, vou lá para meus 12%, 15% no mínimo, mas daí dizer para o povo que acredito que vou ser presidente... Não consigo mentir desse jeito.
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Pioneiro, teste rápido vai detectar vírus da zika em até 20 minutos
O teste sorológico que confirma o diagnóstico do vírus da zika em até 20 minutos foi aprovado nesta segunda-feira (30) pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e já pode ser produzido e comercializado. Pioneiro no Brasil, o primeiro teste rápido para detecção do vírus da zika foi desenvolvido pela Bahiafarma, fundação ligada à Secretaria de Saúde da Bahia, e pela empresa coreana Genbody Inc. ao longo dos últimos dez meses. O novo teste promete solucionar um dos principais gargalos para o mapeamento e controle epidemiológico do vírus da zika: a dificuldade de um diagnóstico preciso da doença de forma rápida e barata. Até então, o diagnóstico da infecção pelo vírus da zika tem sido feito pela técnica laboratorial PCR, com a detecção da presença do próprio vírus na circulação sanguínea. Esse procedimento pode durar semanas e que custa dez vezes mais que o teste rápido. Além disso, identifica a presença do vírus da zika apena na fase inicial da doença. Já teste sorológico rápido não identifica o vírus em si, mas a presença de seus anticorpos, permitindo o diagnóstico em qualquer fase da doença. "É uma ferramenta de diagnóstico muito mais eficiente, pois consegue identificar a doença a partir do sexto dia da doença, que é quando as pessoas costumam procurar o posto de saúde", disse à Folha o presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias. zika COMERCIALIZAÇÃO No teste, é verificado se a amostra de soro do paciente reage ao anticorpo IgM, identificando infecções com até duas semanas, a ao anticorpo IgG, que identifica se o paciente foi infectado há mais tempo. Com a autorização concedida pela Anvisa, a Bahiafarma negocia a comercialização dos testes com o Ministério da Saúde. A expectativa é que haja uma demanda de inicial de 500 mil testes por mês. O último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em 17 de maio, aponta 120.161 prováveis casos de vírus da zika registrados neste ano no país. Destes, 39.993 foram confirmados A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e que tem como característica a presença de manchas avermelhadas na pele, está associada a casos de microcefalia em bebês e da síndrome Guillain-Barré, transtorno que pode causar paralisia dos membros. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
cotidiano
Pioneiro, teste rápido vai detectar vírus da zika em até 20 minutosO teste sorológico que confirma o diagnóstico do vírus da zika em até 20 minutos foi aprovado nesta segunda-feira (30) pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e já pode ser produzido e comercializado. Pioneiro no Brasil, o primeiro teste rápido para detecção do vírus da zika foi desenvolvido pela Bahiafarma, fundação ligada à Secretaria de Saúde da Bahia, e pela empresa coreana Genbody Inc. ao longo dos últimos dez meses. O novo teste promete solucionar um dos principais gargalos para o mapeamento e controle epidemiológico do vírus da zika: a dificuldade de um diagnóstico preciso da doença de forma rápida e barata. Até então, o diagnóstico da infecção pelo vírus da zika tem sido feito pela técnica laboratorial PCR, com a detecção da presença do próprio vírus na circulação sanguínea. Esse procedimento pode durar semanas e que custa dez vezes mais que o teste rápido. Além disso, identifica a presença do vírus da zika apena na fase inicial da doença. Já teste sorológico rápido não identifica o vírus em si, mas a presença de seus anticorpos, permitindo o diagnóstico em qualquer fase da doença. "É uma ferramenta de diagnóstico muito mais eficiente, pois consegue identificar a doença a partir do sexto dia da doença, que é quando as pessoas costumam procurar o posto de saúde", disse à Folha o presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias. zika COMERCIALIZAÇÃO No teste, é verificado se a amostra de soro do paciente reage ao anticorpo IgM, identificando infecções com até duas semanas, a ao anticorpo IgG, que identifica se o paciente foi infectado há mais tempo. Com a autorização concedida pela Anvisa, a Bahiafarma negocia a comercialização dos testes com o Ministério da Saúde. A expectativa é que haja uma demanda de inicial de 500 mil testes por mês. O último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em 17 de maio, aponta 120.161 prováveis casos de vírus da zika registrados neste ano no país. Destes, 39.993 foram confirmados A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e que tem como característica a presença de manchas avermelhadas na pele, está associada a casos de microcefalia em bebês e da síndrome Guillain-Barré, transtorno que pode causar paralisia dos membros. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
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Membro de partido britânico anti-UE é internado após briga com colega
Steven Woolfe, principal candidato para se tornar o novo líder do Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), desmaiou e foi levado para um hospital em Estrasburgo, nesta quinta-feira (6), após uma discussão durante encontro acalorado sobre o futuro da legenda. Woolfe se envolveu na briga durante um encontro de membros do Ukip no Parlamento Europeu para discutir a liderança do partido, que está rachado por conflitos internos desde que o Reino Unido decidiu em um referendo deixar a União Europeia, em junho. O político desmaiou e perdeu a consciência do lado de fora do Parlamento após deixar uma sessão de votação, disse uma autoridade parlamentar. Ele foi atendido no local por socorristas e então levado para um hospital local. O jornalista Asa Bennett, do jornal britânico "Telegraph", afirmou no Twitter que Woolfe chamou o colega para a briga. Durante a discussão, Woolfe teria levado um soco e batido a cabeça contra uma janela. Segundo o "Telegraph", ele teve uma hemorragia cerebral. Em comunicado divulgado pelo Ukip posteriormente, Woolfe disse que estava se sentindo melhor, mas que ficaria em observação no hospital. Um porta-voz do partido disse que a condição de Woolfe está melhorando. "Lamento que após uma discussão que ocorreu em um encontro do Ukip nesta manhã Steven Woolfe desmaiou e foi levado para hospital. Sua condição é séria", disse o líder do partido, Nigel Farage, em comunicado. O membro do partido Jonathan Arnott disse à rádio londrina LBC que o partido realizou o encontro para discutir "para onde iríamos seguir", e Roger Helmer, também presente no encontro, disse que houve uma "intensa troca de pontos de vista".
mundo
Membro de partido britânico anti-UE é internado após briga com colegaSteven Woolfe, principal candidato para se tornar o novo líder do Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), desmaiou e foi levado para um hospital em Estrasburgo, nesta quinta-feira (6), após uma discussão durante encontro acalorado sobre o futuro da legenda. Woolfe se envolveu na briga durante um encontro de membros do Ukip no Parlamento Europeu para discutir a liderança do partido, que está rachado por conflitos internos desde que o Reino Unido decidiu em um referendo deixar a União Europeia, em junho. O político desmaiou e perdeu a consciência do lado de fora do Parlamento após deixar uma sessão de votação, disse uma autoridade parlamentar. Ele foi atendido no local por socorristas e então levado para um hospital local. O jornalista Asa Bennett, do jornal britânico "Telegraph", afirmou no Twitter que Woolfe chamou o colega para a briga. Durante a discussão, Woolfe teria levado um soco e batido a cabeça contra uma janela. Segundo o "Telegraph", ele teve uma hemorragia cerebral. Em comunicado divulgado pelo Ukip posteriormente, Woolfe disse que estava se sentindo melhor, mas que ficaria em observação no hospital. Um porta-voz do partido disse que a condição de Woolfe está melhorando. "Lamento que após uma discussão que ocorreu em um encontro do Ukip nesta manhã Steven Woolfe desmaiou e foi levado para hospital. Sua condição é séria", disse o líder do partido, Nigel Farage, em comunicado. O membro do partido Jonathan Arnott disse à rádio londrina LBC que o partido realizou o encontro para discutir "para onde iríamos seguir", e Roger Helmer, também presente no encontro, disse que houve uma "intensa troca de pontos de vista".
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Pensamentos mágicos
"Como você andava, irmã?", perguntou o pastor sorridente, com a mão paternal no ombro de uma senhora tímida, de idade indefinida. Na frente das câmeras, ela ensaiou passos curtos e trôpegos. "E agora, depois de receber a graça, irmã?" Decidida, a senhora cruzou o palco em passos lépidos e saiu de cena. "Deus é lindo", proclamou ele para os aplausos da plateia. Deixando de lado a indignação que nos causa ver espertalhões a explorar a fé e a credulidade para tomar dinheiro de gente pobre, qual seria a explicação mais razoável para aquela cena? A senhora estaria mancomunada com a produção do programa? Teria um problema ortopédico que foi tratado ou melhorou espontaneamente depois de receber a tal bênção? A bênção agira como placebo? E como explicar as palmas do auditório lotado? Todos acreditaram que foi mesmo Deus quem realizou aquela proeza fantástica? Feiticeiros, xamãs, videntes, santos milagreiros e charlatães de toda espécie manipulam as inseguranças humanas diante da incapacidade de moldarmos o mundo segundo nossa vontade, do medo da decadência física, do desconhecido e da contradição imposta pela morte. A ideia de que um dia fecharemos os olhos para retornar ao nada que existia antes de nascermos é insuportável para a maioria esmagadora da humanidade. Para escapar dos becos que nos parecem sem saída, nós nos agarramos ao vai dar tudo certo, ao tenha fé em Deus. O pensamento mágico ignora as evidências contrárias, ainda que estejam a um palmo de nós; nossos desejos serão realizados por um toque da varinha de condão. Quando corre o boato de que em determinada cidade surgiu um predestinado que opera milagres, centenas de milhares de pessoas de todos os estratos sociais e níveis de escolaridade vão atrás dele. Viajam distâncias longas nas condições mais precárias, em busca de um gesto capaz de curar-lhes o câncer, devolver-lhes força ao coração infartado, elasticidade às articulações enrijecidas pelo reumatismo e movimento aos membros paralisados. Acreditam que das mãos do predestinado emana uma energia que terá o dom de reestabelecer o equilíbrio entre as células do organismo, desorganizadas pela doença. Se lhes perguntarmos que tipo de energia é essa, cinética, potencial, atômica, gravitacional, ou por que não serve para movimentar carros sem combustível, carroças sem cavalos ou fazer um homem levitar, ficam ofendidos e nos acusam de materialistas incrédulos, estupidificados pelo raciocínio científico. O pensamento mágico está por trás das poções que tanta gente ingere com o propósito de manter boa saúde e curar males que vão do resfriado ao mal de Alzheimer. São chás de todos os tipos, vitaminas compradas a preço de ouro e uma variedade de receitas tão diversificadas quanto a imaginação humana consegue criar. Muitas delas prescritas por profissionais que receberam o diploma de médico. Já atendi mais de um adepto da cura pelo limão. Cada ciclo de tratamento tem 28 dias: no primeiro, você toma o suco de um limão, no segundo o de dois limões, no terceiro o de três, no 14º dia o de 14. A partir do 15º dia, em ordem decrescente, 13, 12, 11, até voltar a uma unidade. Terminado o ciclo, começa tudo de novo: um, dois, três, quatro... O número dos que consomem vitaminas e suplementos alimentares da mais absoluta inutilidade é assustador. Quando passo na porta de lojas do tamanho de supermercados que comercializam esses produtos, em países com níveis altos de escolaridade como Estados Unidos ou Japão, fico descrente da racionalidade da espécie humana. Em franca expansão no Brasil, esse mercado movimentou, só nos EUA, US$ 23 bilhões no ano passado. Para aqueles com acesso a alimentação variada que inclua frutas, legumes e folhas verdes, tomar vitaminas ou acrescentar suplementos à dieta tem o mesmo impacto na prevenção de doenças e preservação da saúde do que as bênçãos dos iluminados. A única saída para formarmos gerações de mulheres e homens menos crédulos é ensinar ciência e os princípios básicos do pensamento científico já na escola primária.
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Pensamentos mágicos"Como você andava, irmã?", perguntou o pastor sorridente, com a mão paternal no ombro de uma senhora tímida, de idade indefinida. Na frente das câmeras, ela ensaiou passos curtos e trôpegos. "E agora, depois de receber a graça, irmã?" Decidida, a senhora cruzou o palco em passos lépidos e saiu de cena. "Deus é lindo", proclamou ele para os aplausos da plateia. Deixando de lado a indignação que nos causa ver espertalhões a explorar a fé e a credulidade para tomar dinheiro de gente pobre, qual seria a explicação mais razoável para aquela cena? A senhora estaria mancomunada com a produção do programa? Teria um problema ortopédico que foi tratado ou melhorou espontaneamente depois de receber a tal bênção? A bênção agira como placebo? E como explicar as palmas do auditório lotado? Todos acreditaram que foi mesmo Deus quem realizou aquela proeza fantástica? Feiticeiros, xamãs, videntes, santos milagreiros e charlatães de toda espécie manipulam as inseguranças humanas diante da incapacidade de moldarmos o mundo segundo nossa vontade, do medo da decadência física, do desconhecido e da contradição imposta pela morte. A ideia de que um dia fecharemos os olhos para retornar ao nada que existia antes de nascermos é insuportável para a maioria esmagadora da humanidade. Para escapar dos becos que nos parecem sem saída, nós nos agarramos ao vai dar tudo certo, ao tenha fé em Deus. O pensamento mágico ignora as evidências contrárias, ainda que estejam a um palmo de nós; nossos desejos serão realizados por um toque da varinha de condão. Quando corre o boato de que em determinada cidade surgiu um predestinado que opera milagres, centenas de milhares de pessoas de todos os estratos sociais e níveis de escolaridade vão atrás dele. Viajam distâncias longas nas condições mais precárias, em busca de um gesto capaz de curar-lhes o câncer, devolver-lhes força ao coração infartado, elasticidade às articulações enrijecidas pelo reumatismo e movimento aos membros paralisados. Acreditam que das mãos do predestinado emana uma energia que terá o dom de reestabelecer o equilíbrio entre as células do organismo, desorganizadas pela doença. Se lhes perguntarmos que tipo de energia é essa, cinética, potencial, atômica, gravitacional, ou por que não serve para movimentar carros sem combustível, carroças sem cavalos ou fazer um homem levitar, ficam ofendidos e nos acusam de materialistas incrédulos, estupidificados pelo raciocínio científico. O pensamento mágico está por trás das poções que tanta gente ingere com o propósito de manter boa saúde e curar males que vão do resfriado ao mal de Alzheimer. São chás de todos os tipos, vitaminas compradas a preço de ouro e uma variedade de receitas tão diversificadas quanto a imaginação humana consegue criar. Muitas delas prescritas por profissionais que receberam o diploma de médico. Já atendi mais de um adepto da cura pelo limão. Cada ciclo de tratamento tem 28 dias: no primeiro, você toma o suco de um limão, no segundo o de dois limões, no terceiro o de três, no 14º dia o de 14. A partir do 15º dia, em ordem decrescente, 13, 12, 11, até voltar a uma unidade. Terminado o ciclo, começa tudo de novo: um, dois, três, quatro... O número dos que consomem vitaminas e suplementos alimentares da mais absoluta inutilidade é assustador. Quando passo na porta de lojas do tamanho de supermercados que comercializam esses produtos, em países com níveis altos de escolaridade como Estados Unidos ou Japão, fico descrente da racionalidade da espécie humana. Em franca expansão no Brasil, esse mercado movimentou, só nos EUA, US$ 23 bilhões no ano passado. Para aqueles com acesso a alimentação variada que inclua frutas, legumes e folhas verdes, tomar vitaminas ou acrescentar suplementos à dieta tem o mesmo impacto na prevenção de doenças e preservação da saúde do que as bênçãos dos iluminados. A única saída para formarmos gerações de mulheres e homens menos crédulos é ensinar ciência e os princípios básicos do pensamento científico já na escola primária.
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Santo Dérbi
ESTUDADO. ASSIM transcorreu o primeiro tempo do Dérbi, de poucas emoções e clara superioridade palmeirense. O Verdão de Cuca encaixotou o Timão de Tite que abusou das faltas como não é habitual, errou passes acima de sua média e quase não jogou, a não ser numa bola chutada por Lucca. O Palmeiras fez, com Gabriel Jesus, Cássio trabalhar uma vez e chegou a alugar o meio de campo corintiano ao exigir atenção permanente dos defensores alvinegros. Jean, no lugar de Lucas, e Alecsandro, mais recuado como fez muitas vezes no Galo de Cuca, davam certo. Jogos tão estudados têm seu charme, mas faltavam jogadores talentosos para resolver individualmente o que o coletivo não conseguia. O que aproximou o clássico da chatice. Quem precisava vencer era o Palmeiras num grupo indefinido e a maior mudança para o segundo tempo foi a do lado de Lucca, que trocou a esquerda pela direita no ataque alvinegro. Depois, ainda antes do 10º minuto, Elias deu lugar a Maycon, no exato momento em que Cássio fez milagre para evitar o gol de Alecsandro, na pequena área. Só dava Palmeiras! Aos 12, saiu Guilherme e entrou Romero enquanto Fernando Prass era o chamado espectador privilegiado do Dérbi. Cuca também mexeu ao tirar Robinho e pôr Dudu. Um gol parecia tão difícil como achar água no deserto. O palmeirense tinha mais motivos para estar feliz por ver o claro progresso de seu time, até que Thiago Martins fez um pênalti infantil em Giovanni Augusto, que Lucca bateu para São Fernando Prass defender mais uma vez. Nada mais justo. No minuto seguinte, aos 30, Dudu fez 1 a 0 de cabeça. Seguia justíssimo e o Dérbi virou o que Palmeiras precisava. Cuca é candidato a cucanização. MORTE O Pacaembu não lotou como, em regra, os clássicos não lotam, por medo. Apenas 21 mil pagantes. As autoridades se jactam de ter diminuído drasticamente a violência nos estádios, o que é verdade. Esquecem que para chegar no estádio é preciso ir ao estádio. E aí, nas estações de metrô, confrontos têm acontecido, a ponto de matar um cidadão que nada tinha a ver com as rixas entre torcedores. Na Inglaterra, os transportes públicos tinham vigilância permanente para desestimular as brigas, com um policial que fosse, apenas para mostrar a presença do Estado. CEGUEIRA Marcelo e Casemiro foram dois dos melhores em campo na virada do Real Madrid sobre o Barcelona no Camp Nou magnífico em homenagem a Johan Cruyff, com 99 mil torcedores. Mas Dunga prefere Filipe Luís, Fernandinho e Luiz Gustavo. Fazer o quê? EDITORIAIS Esta Folha clama por eleições em 90 dias com renúncia de Dilma Rousseff e Michel Temer. Tostão pede a saída de Dunga. Tão óbvio, mas tão óbvio, que parecem utopia. DESCULPAS Imagine o árbitro paraguaio Carlos Amarilla pedir desculpas agora aos corintianos pelos erros que cometeu a favor do Boca Juniors. Não é diferente do que fez o juiz paranaense Sergio Moro ao se desculpar ao STF pelo vazamento indevido de conversas sob responsabilidade dele. A pasta de dente depois de espremida não volta ao tubo. Alguns malfeitos não são corrigíveis, como, aliás, o PT bem sabe, ou deveria saber.
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Santo DérbiESTUDADO. ASSIM transcorreu o primeiro tempo do Dérbi, de poucas emoções e clara superioridade palmeirense. O Verdão de Cuca encaixotou o Timão de Tite que abusou das faltas como não é habitual, errou passes acima de sua média e quase não jogou, a não ser numa bola chutada por Lucca. O Palmeiras fez, com Gabriel Jesus, Cássio trabalhar uma vez e chegou a alugar o meio de campo corintiano ao exigir atenção permanente dos defensores alvinegros. Jean, no lugar de Lucas, e Alecsandro, mais recuado como fez muitas vezes no Galo de Cuca, davam certo. Jogos tão estudados têm seu charme, mas faltavam jogadores talentosos para resolver individualmente o que o coletivo não conseguia. O que aproximou o clássico da chatice. Quem precisava vencer era o Palmeiras num grupo indefinido e a maior mudança para o segundo tempo foi a do lado de Lucca, que trocou a esquerda pela direita no ataque alvinegro. Depois, ainda antes do 10º minuto, Elias deu lugar a Maycon, no exato momento em que Cássio fez milagre para evitar o gol de Alecsandro, na pequena área. Só dava Palmeiras! Aos 12, saiu Guilherme e entrou Romero enquanto Fernando Prass era o chamado espectador privilegiado do Dérbi. Cuca também mexeu ao tirar Robinho e pôr Dudu. Um gol parecia tão difícil como achar água no deserto. O palmeirense tinha mais motivos para estar feliz por ver o claro progresso de seu time, até que Thiago Martins fez um pênalti infantil em Giovanni Augusto, que Lucca bateu para São Fernando Prass defender mais uma vez. Nada mais justo. No minuto seguinte, aos 30, Dudu fez 1 a 0 de cabeça. Seguia justíssimo e o Dérbi virou o que Palmeiras precisava. Cuca é candidato a cucanização. MORTE O Pacaembu não lotou como, em regra, os clássicos não lotam, por medo. Apenas 21 mil pagantes. As autoridades se jactam de ter diminuído drasticamente a violência nos estádios, o que é verdade. Esquecem que para chegar no estádio é preciso ir ao estádio. E aí, nas estações de metrô, confrontos têm acontecido, a ponto de matar um cidadão que nada tinha a ver com as rixas entre torcedores. Na Inglaterra, os transportes públicos tinham vigilância permanente para desestimular as brigas, com um policial que fosse, apenas para mostrar a presença do Estado. CEGUEIRA Marcelo e Casemiro foram dois dos melhores em campo na virada do Real Madrid sobre o Barcelona no Camp Nou magnífico em homenagem a Johan Cruyff, com 99 mil torcedores. Mas Dunga prefere Filipe Luís, Fernandinho e Luiz Gustavo. Fazer o quê? EDITORIAIS Esta Folha clama por eleições em 90 dias com renúncia de Dilma Rousseff e Michel Temer. Tostão pede a saída de Dunga. Tão óbvio, mas tão óbvio, que parecem utopia. DESCULPAS Imagine o árbitro paraguaio Carlos Amarilla pedir desculpas agora aos corintianos pelos erros que cometeu a favor do Boca Juniors. Não é diferente do que fez o juiz paranaense Sergio Moro ao se desculpar ao STF pelo vazamento indevido de conversas sob responsabilidade dele. A pasta de dente depois de espremida não volta ao tubo. Alguns malfeitos não são corrigíveis, como, aliás, o PT bem sabe, ou deveria saber.
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Força Nacional assumirá segurança da entrada das arenas na Olimpíada
LUCAS VETTORAZZO DO RIO ALFREDO MERGULHÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou na manhã desta sexta-feira (29) que 3.000 policiais militares inativos assumirão os postos de checagem e raio-x nas arenas durante os Jogos Olímpicos do Rio. O governo federal rompeu o contrato com a empresa privada contratada para fazer esse serviço, a Artel, que será multada. Moraes diz que a companhia não cumpriu o acordo de colocar 3.400 pessoas para atuar na entrada das arenas olímpicas alegando problemas financeiros. Segundo o ministro, não mais que 500 pessoas foram colocadas para prestar o serviço, fato que gerou transtornos na entrada dos eventos e comprometeu a segurança. Ele afirma que o governo irá multar a empresa. O ministro diz ainda que policiais militares inativos há no máximo cinco anos foram chamados para se juntar à Força Nacional. Não está claro se eles foram convocados especificamente em função do problema com a empresa. Moraes informou que a decisão foi permitida por uma Medida Provisória editada pelo presidente interino Michel Temer. O ministro da Justiça divulgou a informação em discurso durante inspeção do sistema de segurança do aeroporto do Galeão, no Rio. "Os Jogos não sofrerão prejuízo porque será uma substituição para melhor", afirmou Moraes. "Agora 100% dos locais olímpicos [arenas] serão protegidos pela Força Nacional", disse. Procurada pela Folha, a empresa Artel ainda não se pronunciou sobre a quebra do contrato e multa. Uma funcionária que operava uma raquete detectora de metais na barreira de segurança montada próxima ao Rio 2, condomínio residencial em frente ao Parque Olímpico, na Barra, disse que ainda não foi informada sobre o rompimento do contrato. Segundo ela, que não quis ter o nome divulgado, supervisores da Artel recolheram a folha de ponto dos funcionários na última quinta-feira (29). Ela, que começou a trabalhar no último dia 22, disse estar preocupada de não receber pelo trabalho desempenhado. No primeiro dia de trabalho, a funcionária relatou ter recebido instruções da Força Nacional, que monitorava as atividades dos terceirizados. Sua rotina na barreira de segurança era vistoriar bolsas e mochilas e passar a raquete detectora de metais nos espectadores. Quando encontrava algum material restrito, chamava os agentes da Força Nacional. A Folha esteve na tarde desta sexta-feira na sede da empresa Simetria, contratada pela Artel para seleção de funcionários, no centro do Rio. Um funcionário, que não quis se identificar, disse que o processo seletivo continua normalmente. O site da Simetria exibia até às 19h25 desta sexta um anúncio para vagas de trabalho na Olimpíada.
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Força Nacional assumirá segurança da entrada das arenas na Olimpíada LUCAS VETTORAZZO DO RIO ALFREDO MERGULHÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou na manhã desta sexta-feira (29) que 3.000 policiais militares inativos assumirão os postos de checagem e raio-x nas arenas durante os Jogos Olímpicos do Rio. O governo federal rompeu o contrato com a empresa privada contratada para fazer esse serviço, a Artel, que será multada. Moraes diz que a companhia não cumpriu o acordo de colocar 3.400 pessoas para atuar na entrada das arenas olímpicas alegando problemas financeiros. Segundo o ministro, não mais que 500 pessoas foram colocadas para prestar o serviço, fato que gerou transtornos na entrada dos eventos e comprometeu a segurança. Ele afirma que o governo irá multar a empresa. O ministro diz ainda que policiais militares inativos há no máximo cinco anos foram chamados para se juntar à Força Nacional. Não está claro se eles foram convocados especificamente em função do problema com a empresa. Moraes informou que a decisão foi permitida por uma Medida Provisória editada pelo presidente interino Michel Temer. O ministro da Justiça divulgou a informação em discurso durante inspeção do sistema de segurança do aeroporto do Galeão, no Rio. "Os Jogos não sofrerão prejuízo porque será uma substituição para melhor", afirmou Moraes. "Agora 100% dos locais olímpicos [arenas] serão protegidos pela Força Nacional", disse. Procurada pela Folha, a empresa Artel ainda não se pronunciou sobre a quebra do contrato e multa. Uma funcionária que operava uma raquete detectora de metais na barreira de segurança montada próxima ao Rio 2, condomínio residencial em frente ao Parque Olímpico, na Barra, disse que ainda não foi informada sobre o rompimento do contrato. Segundo ela, que não quis ter o nome divulgado, supervisores da Artel recolheram a folha de ponto dos funcionários na última quinta-feira (29). Ela, que começou a trabalhar no último dia 22, disse estar preocupada de não receber pelo trabalho desempenhado. No primeiro dia de trabalho, a funcionária relatou ter recebido instruções da Força Nacional, que monitorava as atividades dos terceirizados. Sua rotina na barreira de segurança era vistoriar bolsas e mochilas e passar a raquete detectora de metais nos espectadores. Quando encontrava algum material restrito, chamava os agentes da Força Nacional. A Folha esteve na tarde desta sexta-feira na sede da empresa Simetria, contratada pela Artel para seleção de funcionários, no centro do Rio. Um funcionário, que não quis se identificar, disse que o processo seletivo continua normalmente. O site da Simetria exibia até às 19h25 desta sexta um anúncio para vagas de trabalho na Olimpíada.
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As mídias sociais nos adoecem?
Não param de pipocar estudos sobre os impactos das mídias sociais na saúde mental. Se a ideia é patologizar (e medicalizar) mais um aspecto do comportamento humano —a expressão e interação digital, no caso—, pode funcionar. Muitos trabalhos divulgados recentemente qualificam de prejudicial (à auto-estima, sociabilidade, humor ou sono) o uso dessas plataformas, como se elas fossem a fonte principal desses sérios problemas. O papel do contexto individual —família, escola, trabalho, genética— tem ficado de escanteio nesse cenário. Um dos últimos materiais a bombar na internet foi o relatório britânico #StatusofMind, da Royal Society for Public Health, que entrevistou 1.500 pessoas entre 14 e 24 anos. O Instagram figura como vilão-mor em efeitos negativos à saúde mental e bem-estar, seguido pelo Snapchat —ambos são centrados em imagens e grandes propulsores de padrões estéticos irreais, além de serem os mais populares entre os mais jovens. Atrás deles aparecem Facebook, Twitter e YouTube, que foi posicionado como o mais benéfico. Considerando que somos campeões globais em ansiedade (9,3% da população brasileira sofre desse mal, de acordo com a Organização Mundial da Saúde) e também em tempo gasto nas mídias sociais (60% acima da média mundial), imagine o tamanho do grupo de risco e o potencial de prescrições psiquiátricas? Assim como a Ritalina virou parceira das escolas para lidar com alunos "difíceis" —o Brasil é o segundo maior mercado em vendas do medicamento—, não estamos longe de literalmente remediar sintomas atribuídos ao uso de redes sociais. Nada contra medicamentos, mas tudo a favor de um manejo mais profundo e complexo das aflições psíquicas. Os transtornos mentais podem ser disparados ou ampliados pelo digital. O cyberbullying é prova disso e tem consequências gravíssimas como tentativa de suicídio. Antigamente, era possível proteger-se em casa ou mudar de escola. Hoje, a web transforma-se em um barril de pólvora quando combina adolescentes (mais vulneráveis, pela idade) e assédio (alcance e duração no ambiente virtual tendem ao infinito). Mas a responsabilidade por uma explosão é dos autores da ofensa (e talvez de seus pais, professores e colegas) e não dos meios de propagação utilizados. Na contramão, algumas plataformas são descobertas como aliadas da saúde mental. Um estudo publicado no EPJ Data Science mostra como o Instagram contribui para a identificação da depressão. Mais de 40 mil posts de 166 pessoas foram submetidos a uma análise estatística de cor, filtro, conteúdo, likes e comentários. Pouco uso de filtro, aplicação de filtro em preto-e-branco, fotos de rosto e mais comentários do que likes foram predominantes entre portadores da doença. O método apresentou taxa de sucesso maior do que o do diagnóstico clínico. O Centro de Valorização da Vida (CVV) e Facebook mantêm desde 2016 parceria para lidar com indícios de comportamento suicida e automutilação. Uma ferramenta detecta posts suspeitos, recebe denúncias e apresenta informações de apoio. Após a grande repercussão da série do Netflix "13 Reasons Why", sobre uma adolescente suicida, o número de e-mails com pedidos de ajuda recebidos pelo CVV cresceu 445%. E isso é bom. O grito de socorro é o primeiro passo para virar o jogo. Mídias sociais adoecem ou salvam na medida do poder que damos a elas. Se a influência dessas plataformas pesa mais do que vínculos e experiências concretas é porque a realidade (e não o digital) tornou-se o problema. E dela virá a solução. ABEL REIS é presidente da Dentsu Aegis Network Brasil e Isobar Latam PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
As mídias sociais nos adoecem?Não param de pipocar estudos sobre os impactos das mídias sociais na saúde mental. Se a ideia é patologizar (e medicalizar) mais um aspecto do comportamento humano —a expressão e interação digital, no caso—, pode funcionar. Muitos trabalhos divulgados recentemente qualificam de prejudicial (à auto-estima, sociabilidade, humor ou sono) o uso dessas plataformas, como se elas fossem a fonte principal desses sérios problemas. O papel do contexto individual —família, escola, trabalho, genética— tem ficado de escanteio nesse cenário. Um dos últimos materiais a bombar na internet foi o relatório britânico #StatusofMind, da Royal Society for Public Health, que entrevistou 1.500 pessoas entre 14 e 24 anos. O Instagram figura como vilão-mor em efeitos negativos à saúde mental e bem-estar, seguido pelo Snapchat —ambos são centrados em imagens e grandes propulsores de padrões estéticos irreais, além de serem os mais populares entre os mais jovens. Atrás deles aparecem Facebook, Twitter e YouTube, que foi posicionado como o mais benéfico. Considerando que somos campeões globais em ansiedade (9,3% da população brasileira sofre desse mal, de acordo com a Organização Mundial da Saúde) e também em tempo gasto nas mídias sociais (60% acima da média mundial), imagine o tamanho do grupo de risco e o potencial de prescrições psiquiátricas? Assim como a Ritalina virou parceira das escolas para lidar com alunos "difíceis" —o Brasil é o segundo maior mercado em vendas do medicamento—, não estamos longe de literalmente remediar sintomas atribuídos ao uso de redes sociais. Nada contra medicamentos, mas tudo a favor de um manejo mais profundo e complexo das aflições psíquicas. Os transtornos mentais podem ser disparados ou ampliados pelo digital. O cyberbullying é prova disso e tem consequências gravíssimas como tentativa de suicídio. Antigamente, era possível proteger-se em casa ou mudar de escola. Hoje, a web transforma-se em um barril de pólvora quando combina adolescentes (mais vulneráveis, pela idade) e assédio (alcance e duração no ambiente virtual tendem ao infinito). Mas a responsabilidade por uma explosão é dos autores da ofensa (e talvez de seus pais, professores e colegas) e não dos meios de propagação utilizados. Na contramão, algumas plataformas são descobertas como aliadas da saúde mental. Um estudo publicado no EPJ Data Science mostra como o Instagram contribui para a identificação da depressão. Mais de 40 mil posts de 166 pessoas foram submetidos a uma análise estatística de cor, filtro, conteúdo, likes e comentários. Pouco uso de filtro, aplicação de filtro em preto-e-branco, fotos de rosto e mais comentários do que likes foram predominantes entre portadores da doença. O método apresentou taxa de sucesso maior do que o do diagnóstico clínico. O Centro de Valorização da Vida (CVV) e Facebook mantêm desde 2016 parceria para lidar com indícios de comportamento suicida e automutilação. Uma ferramenta detecta posts suspeitos, recebe denúncias e apresenta informações de apoio. Após a grande repercussão da série do Netflix "13 Reasons Why", sobre uma adolescente suicida, o número de e-mails com pedidos de ajuda recebidos pelo CVV cresceu 445%. E isso é bom. O grito de socorro é o primeiro passo para virar o jogo. Mídias sociais adoecem ou salvam na medida do poder que damos a elas. Se a influência dessas plataformas pesa mais do que vínculos e experiências concretas é porque a realidade (e não o digital) tornou-se o problema. E dela virá a solução. ABEL REIS é presidente da Dentsu Aegis Network Brasil e Isobar Latam PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Chefes da polícia de NY são presos por receber propina de empresários
Três comandantes do departamento de polícia da cidade de Nova York, entre os quais um vice-chefe, foram detidos na manhã de segunda-feira (20), em companhia de um empresário do Brooklyn, por acusações federais de corrupção relacionadas a diversas investigações em curso quanto à arrecadação de verbas para a campanha eleitoral do prefeito Bill de Blasio, segundo documentos judiciais. As detenções, de um vice-chefe, um inspetor assistente e um sargento, representam uma das mais significativas operações de combate à corrupção de policiais de alto posto na história recente do departamento. Ao atingir os escalões de comando, o caso constitui um revés especialmente forte para a longa —e ocasionalmente maculada— reputação da maior força municipal de polícia dos Estados Unidos. Os documentos judiciais do caso detalham presentes generosos que dois policiais de alta patente são acusados de terem recebido em troca de ações relacionadas aos seus postos: uma viagem em jatinho privado a Las Vegas para o fim de semana do Super Bowl, em 2013, em companhia de uma prostituta; refeições caras e viagens internacionais e nacionais gratuitas; e encaminhamento de negócios a uma companhia de segurança associada a um dos policiais. O sargento foi alvo de acusações em um esquema paralelo mas associado que envolvia solicitações de licenças para armas de fogo, informam os documentos judiciais. Documentos judiciais também mostram que um policial envolvido no esquema, e empregado na divisão que concede essas licenças, havia admitido anteriormente sua culpa por acusações de suborno, e que ele estava cooperando com as autoridades federais. Os presentes foram quase todos dados por dois empresários, ambos os quais generosos doadores de verbas para a campanha do prefeito. Jeremiah Reichberg, 42, no Brooklyn, foi acusado em companhia dos policiais, de acordo com os documentos. Jona Rechnitz, do Upper West Side de Manhattan, era alvo de uma investigação sobre verbas de campanhas até algumas semanas atrás, quando se admitiu culpado por acusações de corrupção e começou a cooperar com as autoridades federais, disseram pessoas informadas sobre o assunto. As ações empreendidas pelos policiais em troca dos presentes incluíam fechar uma faixa de trânsito no Lincoln Tunnel a fim de oferecer escolta policial a um empresário em visita aos Estados Unidos; envio de policiais a uma área próxima de uma joalheira operada por associados de Reichberg nos negócios, a fim de dispersar pessoas que estavam distribuindo panfletos de um comerciante rival; e envio de policiais para dispersar uma manifestação diante da empresa de um associado de Reichberg, de acordo com os documentos judiciais. Um dos policiais também ajudou os solicitantes de licenças para armas de fogo ao Departamento de Polícia. Parte da conduta detalhada nos documentos judiciais beirava o bizarro. Eles descrevem uma visita dos dois empresários, ambos judeus ortodoxos, à casa do inspetor assistente em Staten Island, no dia de Natal de 2013; os dois estavam usando chapéus de ajudantes de Papai Noel, e foram entregar um videogame aos filhos do policial e uma joia em valor de US$ 1.000 à sua mulher. Dois anos mais tarde, o inspetor assistente foi gravado por uma escuta se queixando a Reichberg de que havia sido informado que o empresário havia convidado outro policial de alta patente para o Super Bowl, de acordo com a queixa, que acrescenta que o policial "parecia conectar explicitamente os favores recebidos de Reichberg a ações oficiais tomadas a pedido de Reichberg". "Antes de tudo, antes de tudo, os dois malditos duendes" não vieram no Natal, ele disse na conversa interceptada, usando um palavrão, de acordo com os documentos judiciais. As detenções, bem cedo pela manhã, por agentes do Serviço Federal de Investigações (FBI) e investigadores do Serviço de Assuntos Internos da polícia, foram seguidas pela execução de um mandado de busca, de acordo com as autoridades. As acusações envolvem suborno, conluio e fraude telegráfica, e devem ser anunciadas em uma entrevista coletiva marcada para mais tarde na segunda-feira. Os detidos foram o vice-chefe de polícia Michael Harrington, 50; o inspetor assistente James Grant, 43; o sargento David Villanueva, 42; e Reichberg. Eles devem ser apresentados ao tribunal federal em Manhattan ainda na segunda-feira. O policial que trabalhava na divisão de licenciamento de armas de fogo e já se declarou culpado foi identificado como Richard Ochetal. Os advogados dos detidos não foram localizados de imediato para comentar. PREFEITO Embora as acusações que devem ser apresentadas contra os policiais tenham sido resultado de um dentre a meia dúzia de inquéritos sobre a arrecadação de verbas de campanha de Blasio e seus colaboradores mais próximos, não houve sugestão de que o prefeito estivesse pessoalmente envolvido na conduta descrita pelos documentos judiciais, uma queixa-crime na qual Harrington, Grant e Reichberg são citados e um indiciamento no qual Villanueva é acusado. A investigação sobre arrecadação de verbas e diversos outros inquéritos de promotores públicos federais, do FBI e outras agências têm por foco os doadores de verbas à campanha do prefeito, e continuam em curso. O escopo dos inquéritos mais amplos sobre a arrecadação de verbas não foi revelado ainda. O comissário de polícia de Nova York, William Braxton, disse que o departamento acredita que os investigadores tenham identificado todos os policiais envolvidos nos delitos de conduta revelados, ainda que não se saiba se as acusações reveladas na segunda-feira representam a conclusão dessa linha de inquérito pelos promotores federais, FBI e pela divisão de assuntos internos da polícia. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Chefes da polícia de NY são presos por receber propina de empresáriosTrês comandantes do departamento de polícia da cidade de Nova York, entre os quais um vice-chefe, foram detidos na manhã de segunda-feira (20), em companhia de um empresário do Brooklyn, por acusações federais de corrupção relacionadas a diversas investigações em curso quanto à arrecadação de verbas para a campanha eleitoral do prefeito Bill de Blasio, segundo documentos judiciais. As detenções, de um vice-chefe, um inspetor assistente e um sargento, representam uma das mais significativas operações de combate à corrupção de policiais de alto posto na história recente do departamento. Ao atingir os escalões de comando, o caso constitui um revés especialmente forte para a longa —e ocasionalmente maculada— reputação da maior força municipal de polícia dos Estados Unidos. Os documentos judiciais do caso detalham presentes generosos que dois policiais de alta patente são acusados de terem recebido em troca de ações relacionadas aos seus postos: uma viagem em jatinho privado a Las Vegas para o fim de semana do Super Bowl, em 2013, em companhia de uma prostituta; refeições caras e viagens internacionais e nacionais gratuitas; e encaminhamento de negócios a uma companhia de segurança associada a um dos policiais. O sargento foi alvo de acusações em um esquema paralelo mas associado que envolvia solicitações de licenças para armas de fogo, informam os documentos judiciais. Documentos judiciais também mostram que um policial envolvido no esquema, e empregado na divisão que concede essas licenças, havia admitido anteriormente sua culpa por acusações de suborno, e que ele estava cooperando com as autoridades federais. Os presentes foram quase todos dados por dois empresários, ambos os quais generosos doadores de verbas para a campanha do prefeito. Jeremiah Reichberg, 42, no Brooklyn, foi acusado em companhia dos policiais, de acordo com os documentos. Jona Rechnitz, do Upper West Side de Manhattan, era alvo de uma investigação sobre verbas de campanhas até algumas semanas atrás, quando se admitiu culpado por acusações de corrupção e começou a cooperar com as autoridades federais, disseram pessoas informadas sobre o assunto. As ações empreendidas pelos policiais em troca dos presentes incluíam fechar uma faixa de trânsito no Lincoln Tunnel a fim de oferecer escolta policial a um empresário em visita aos Estados Unidos; envio de policiais a uma área próxima de uma joalheira operada por associados de Reichberg nos negócios, a fim de dispersar pessoas que estavam distribuindo panfletos de um comerciante rival; e envio de policiais para dispersar uma manifestação diante da empresa de um associado de Reichberg, de acordo com os documentos judiciais. Um dos policiais também ajudou os solicitantes de licenças para armas de fogo ao Departamento de Polícia. Parte da conduta detalhada nos documentos judiciais beirava o bizarro. Eles descrevem uma visita dos dois empresários, ambos judeus ortodoxos, à casa do inspetor assistente em Staten Island, no dia de Natal de 2013; os dois estavam usando chapéus de ajudantes de Papai Noel, e foram entregar um videogame aos filhos do policial e uma joia em valor de US$ 1.000 à sua mulher. Dois anos mais tarde, o inspetor assistente foi gravado por uma escuta se queixando a Reichberg de que havia sido informado que o empresário havia convidado outro policial de alta patente para o Super Bowl, de acordo com a queixa, que acrescenta que o policial "parecia conectar explicitamente os favores recebidos de Reichberg a ações oficiais tomadas a pedido de Reichberg". "Antes de tudo, antes de tudo, os dois malditos duendes" não vieram no Natal, ele disse na conversa interceptada, usando um palavrão, de acordo com os documentos judiciais. As detenções, bem cedo pela manhã, por agentes do Serviço Federal de Investigações (FBI) e investigadores do Serviço de Assuntos Internos da polícia, foram seguidas pela execução de um mandado de busca, de acordo com as autoridades. As acusações envolvem suborno, conluio e fraude telegráfica, e devem ser anunciadas em uma entrevista coletiva marcada para mais tarde na segunda-feira. Os detidos foram o vice-chefe de polícia Michael Harrington, 50; o inspetor assistente James Grant, 43; o sargento David Villanueva, 42; e Reichberg. Eles devem ser apresentados ao tribunal federal em Manhattan ainda na segunda-feira. O policial que trabalhava na divisão de licenciamento de armas de fogo e já se declarou culpado foi identificado como Richard Ochetal. Os advogados dos detidos não foram localizados de imediato para comentar. PREFEITO Embora as acusações que devem ser apresentadas contra os policiais tenham sido resultado de um dentre a meia dúzia de inquéritos sobre a arrecadação de verbas de campanha de Blasio e seus colaboradores mais próximos, não houve sugestão de que o prefeito estivesse pessoalmente envolvido na conduta descrita pelos documentos judiciais, uma queixa-crime na qual Harrington, Grant e Reichberg são citados e um indiciamento no qual Villanueva é acusado. A investigação sobre arrecadação de verbas e diversos outros inquéritos de promotores públicos federais, do FBI e outras agências têm por foco os doadores de verbas à campanha do prefeito, e continuam em curso. O escopo dos inquéritos mais amplos sobre a arrecadação de verbas não foi revelado ainda. O comissário de polícia de Nova York, William Braxton, disse que o departamento acredita que os investigadores tenham identificado todos os policiais envolvidos nos delitos de conduta revelados, ainda que não se saiba se as acusações reveladas na segunda-feira representam a conclusão dessa linha de inquérito pelos promotores federais, FBI e pela divisão de assuntos internos da polícia. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Ashot Galoyan, Leonid Krupets, Bakytzhan Ordabayev e Sergey Akopov: Festa com lágrimas nos olhos
Se passaram 70 anos desde o fim da Grande Guerra Patriótica (Segunda Guerra Mundial) e o dia 9 de maio sempre foi e será a nossa festa mais importante. Esse é o dia da glória nacional, do orgulho popular, amplamente comemorado nos nossos países. Um dia de lamentação e de memória eterna. É uma festa, na qual a força conquistadora do patriotismo triunfa. Quando todos sentimos o que é ser fiel à pátria e como é importante saber defender os seus interesses. O Dia da Vitória é a festa mais querida, sincera e popular nos nossos países. Para os povos da ex-União Soviética este será para sempre o dia do grande feito popular. Para os Estados europeus e todo o planeta, esse é o dia da salvação. Já se passaram 70 anos. No entanto, todos os anos neste dia, iremos lamentar os mortos e lembrar de uma guerra que chama à consciência. Ela nos encarrega de grande responsabilidade e faz perceber de modo mais profundo o abismo infinito, à beira do qual o mundo estava. Ela nos mostrou as consequências monstruosas da violência, intolerância racial, genocídio e do tratamento degradante ao homem. Sempre recordaremos que esses excessos levam medo, humilhação e morte para as pessoas. Eternamente respeitaremos os que sacrificaram as próprias vidas, tanto quem combateu, quanto quem trabalhou abnegadamente na retaguarda. Eram 61 Estados e praticamente 80% da população terrestre envolvida na Segunda Guerra Mundial. O furacão de fogo atravessou não só a Europa, mas também Ásia e África. Atingiu o Novo Mundo, as fronteiras do Egito e da Austrália. Porém, os acontecimentos mais traumáticos e decisivos aconteceram no território da União Soviética. Nós nunca dividimos a vitória em nossa e dos outros. Reconhecemos a coragem de todos os aliados que se opuseram ao nazismo, inclusive dos membros da Força Expedicionária Brasileira. Sabemos, por outro lado, que a União Soviética perdeu naqueles anos de guerra dezenas de milhões de seus cidadãos. A vitória foi forjada corajosamente e foi ficando mais próxima com a bravura da Leningrado cercada, com a coragem dos defensores de Sebastopol, com a proeza de milhares de combatentes na retaguarda. A vontade de ferro do povo soviético, o seu destemor e resistência, salvaram a Europa da escravidão. Temos a obrigação de transmitir aos nossos descendentes esse espírito e estamos prontos para construir esse tipo de relacionamento com nossos vizinhos mais próximos e resto do mundo. Um relacionamento não só fundamentado por lições do passado, mas também voltado para o futuro comum. A história ensina: os países e os povos possuem a obrigação de entender como e de onde surgem as novas ameaças. As lições de guerra avisam que o estimulo à violência, indiferença e relutância resultam, de modo necessário, em tragédias. Tendo em vista as ameaças reais do terrorismo de hoje em dia, o ultranacionalismo e o neonazismo, devemos permanecer fiéis à memória dos nossas ancestrais. Temos a obrigação de defender a nossa ordem mundial, baseada em segurança e justiça, e evitar o retorno às guerras frias e incandescentes. ASHOT GALOYAN, LEONID KRUPETS, BAKYTZHAN ORDABAYEV e SERGEY AKOPOV são embaixadores da Armênia, Belarus, Cazaquistão e Rússia, países membros da União Econômica Euroasiática - UEEA * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Ashot Galoyan, Leonid Krupets, Bakytzhan Ordabayev e Sergey Akopov: Festa com lágrimas nos olhosSe passaram 70 anos desde o fim da Grande Guerra Patriótica (Segunda Guerra Mundial) e o dia 9 de maio sempre foi e será a nossa festa mais importante. Esse é o dia da glória nacional, do orgulho popular, amplamente comemorado nos nossos países. Um dia de lamentação e de memória eterna. É uma festa, na qual a força conquistadora do patriotismo triunfa. Quando todos sentimos o que é ser fiel à pátria e como é importante saber defender os seus interesses. O Dia da Vitória é a festa mais querida, sincera e popular nos nossos países. Para os povos da ex-União Soviética este será para sempre o dia do grande feito popular. Para os Estados europeus e todo o planeta, esse é o dia da salvação. Já se passaram 70 anos. No entanto, todos os anos neste dia, iremos lamentar os mortos e lembrar de uma guerra que chama à consciência. Ela nos encarrega de grande responsabilidade e faz perceber de modo mais profundo o abismo infinito, à beira do qual o mundo estava. Ela nos mostrou as consequências monstruosas da violência, intolerância racial, genocídio e do tratamento degradante ao homem. Sempre recordaremos que esses excessos levam medo, humilhação e morte para as pessoas. Eternamente respeitaremos os que sacrificaram as próprias vidas, tanto quem combateu, quanto quem trabalhou abnegadamente na retaguarda. Eram 61 Estados e praticamente 80% da população terrestre envolvida na Segunda Guerra Mundial. O furacão de fogo atravessou não só a Europa, mas também Ásia e África. Atingiu o Novo Mundo, as fronteiras do Egito e da Austrália. Porém, os acontecimentos mais traumáticos e decisivos aconteceram no território da União Soviética. Nós nunca dividimos a vitória em nossa e dos outros. Reconhecemos a coragem de todos os aliados que se opuseram ao nazismo, inclusive dos membros da Força Expedicionária Brasileira. Sabemos, por outro lado, que a União Soviética perdeu naqueles anos de guerra dezenas de milhões de seus cidadãos. A vitória foi forjada corajosamente e foi ficando mais próxima com a bravura da Leningrado cercada, com a coragem dos defensores de Sebastopol, com a proeza de milhares de combatentes na retaguarda. A vontade de ferro do povo soviético, o seu destemor e resistência, salvaram a Europa da escravidão. Temos a obrigação de transmitir aos nossos descendentes esse espírito e estamos prontos para construir esse tipo de relacionamento com nossos vizinhos mais próximos e resto do mundo. Um relacionamento não só fundamentado por lições do passado, mas também voltado para o futuro comum. A história ensina: os países e os povos possuem a obrigação de entender como e de onde surgem as novas ameaças. As lições de guerra avisam que o estimulo à violência, indiferença e relutância resultam, de modo necessário, em tragédias. Tendo em vista as ameaças reais do terrorismo de hoje em dia, o ultranacionalismo e o neonazismo, devemos permanecer fiéis à memória dos nossas ancestrais. Temos a obrigação de defender a nossa ordem mundial, baseada em segurança e justiça, e evitar o retorno às guerras frias e incandescentes. ASHOT GALOYAN, LEONID KRUPETS, BAKYTZHAN ORDABAYEV e SERGEY AKOPOV são embaixadores da Armênia, Belarus, Cazaquistão e Rússia, países membros da União Econômica Euroasiática - UEEA * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Venezuela reabre fronteira com Colômbia para transporte de carga
Cerca de um mês após anunciarem a reabertura da fronteira entre os dois países para pedestres, Venezuela e Colômbia reativaram nesta sexta-feira (23) a passagem de veículos de carga na divisa. A medida, depois de 13 meses do fechamento da fronteira, deve aliviar a grave crise de desabastecimento que enfrentam os venezuelanos. O tráfego será permitido na ponte Simón Bolívar, que liga a venezuelana San Antonio del Táchira à colombiana Cúcuta, a partir das 20h (horário local) e durante quatro horas, de segunda a sexta-feira. "O fechamento da fronteira afetou o nosso acesso a produtos de primeira necessidade, que pela escassez e baixa produtividade da indústria venezuelana devíamos comprar na Colômbia", disse à agência France Presse o comerciante venezuelano Julio Gómez, 51, morador da vizinha San Cristóbal, também no Estado de Táchira. Ele espera ainda que a reativação do tráfego contribua para melhorar a disponibilidade de medicamentos. Segundo Gómez, moradores acabam nas mãos de especuladores, que os vendem remédios "com 1.000% de sobrepreço em relação ao valor de mercado". "Espero que em breve também seja reaberto o tráfego de carros particulares, para que todos sejam beneficiados e não apenas um grupo", afirmou o comerciante. Pablo Chacón, 44, motorista em uma empresa de transporte de carga, diz que espera que "lhe devolvam o trabalho". Ele conta que diversos colegas tiveram que vender pertences para sobreviver durante os 13 meses em que a fronteira esteve fechada. O governador de Táchira, José Vielma Mora, anunciou nesta sexta compras massivas de alimentos na Colômbia. Segundo ele, será comprado arroz colombiano para ser debulhado na Venezuela. CRISE O fechamento da fronteira de 2.219 km entre os dois países foi decretado em 19 de agosto de 2015, após quatro militares venezuelanos serem mortos por paramilitares colombianos em San Antonio del Táchira, principal acesso terrestre entre os países. Três dias depois, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ampliou o fechamento da ponte entre a cidade e Ureña, na Colômbia, por tempo indeterminado. Em seguida, decretou estado de exceção no Estado de Táchira e a expulsou mais de 20 mil colombianos, incluindo refugiados, sob a acusação de contrabando e associação com paramilitares. A ordem provocou uma fuga em massa. Parte dos colombianos teve casas e pertences destruídos por militares e precisou deixar o país pelo rio da fronteira para não perder o que sobrou. Nas semanas seguintes, o estado de exceção e o fechamento foram ampliados para os outros quatro Estados limítrofes. Em sinal de protesto, a Colômbia convocou seu embaixador em Caracas. A crise seria amenizada em reunião entre os dois presidentes em 21 de setembro, em Quito. Nela, foi liberada a passagem só para estudantes e grupos humanitários. O fechamento fez agravar a escassez na fronteira. Em junho, centenas de mulheres de Táchira cruzaram a pé o rio que separa os dois países para comprar alimentos. Diante da tensão social, Caracas abriu a fronteira só para pedestres em 9, 16 e 17 de julho. Nos três dias, 142 mil pessoas foram à Colômbia.
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Venezuela reabre fronteira com Colômbia para transporte de cargaCerca de um mês após anunciarem a reabertura da fronteira entre os dois países para pedestres, Venezuela e Colômbia reativaram nesta sexta-feira (23) a passagem de veículos de carga na divisa. A medida, depois de 13 meses do fechamento da fronteira, deve aliviar a grave crise de desabastecimento que enfrentam os venezuelanos. O tráfego será permitido na ponte Simón Bolívar, que liga a venezuelana San Antonio del Táchira à colombiana Cúcuta, a partir das 20h (horário local) e durante quatro horas, de segunda a sexta-feira. "O fechamento da fronteira afetou o nosso acesso a produtos de primeira necessidade, que pela escassez e baixa produtividade da indústria venezuelana devíamos comprar na Colômbia", disse à agência France Presse o comerciante venezuelano Julio Gómez, 51, morador da vizinha San Cristóbal, também no Estado de Táchira. Ele espera ainda que a reativação do tráfego contribua para melhorar a disponibilidade de medicamentos. Segundo Gómez, moradores acabam nas mãos de especuladores, que os vendem remédios "com 1.000% de sobrepreço em relação ao valor de mercado". "Espero que em breve também seja reaberto o tráfego de carros particulares, para que todos sejam beneficiados e não apenas um grupo", afirmou o comerciante. Pablo Chacón, 44, motorista em uma empresa de transporte de carga, diz que espera que "lhe devolvam o trabalho". Ele conta que diversos colegas tiveram que vender pertences para sobreviver durante os 13 meses em que a fronteira esteve fechada. O governador de Táchira, José Vielma Mora, anunciou nesta sexta compras massivas de alimentos na Colômbia. Segundo ele, será comprado arroz colombiano para ser debulhado na Venezuela. CRISE O fechamento da fronteira de 2.219 km entre os dois países foi decretado em 19 de agosto de 2015, após quatro militares venezuelanos serem mortos por paramilitares colombianos em San Antonio del Táchira, principal acesso terrestre entre os países. Três dias depois, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ampliou o fechamento da ponte entre a cidade e Ureña, na Colômbia, por tempo indeterminado. Em seguida, decretou estado de exceção no Estado de Táchira e a expulsou mais de 20 mil colombianos, incluindo refugiados, sob a acusação de contrabando e associação com paramilitares. A ordem provocou uma fuga em massa. Parte dos colombianos teve casas e pertences destruídos por militares e precisou deixar o país pelo rio da fronteira para não perder o que sobrou. Nas semanas seguintes, o estado de exceção e o fechamento foram ampliados para os outros quatro Estados limítrofes. Em sinal de protesto, a Colômbia convocou seu embaixador em Caracas. A crise seria amenizada em reunião entre os dois presidentes em 21 de setembro, em Quito. Nela, foi liberada a passagem só para estudantes e grupos humanitários. O fechamento fez agravar a escassez na fronteira. Em junho, centenas de mulheres de Táchira cruzaram a pé o rio que separa os dois países para comprar alimentos. Diante da tensão social, Caracas abriu a fronteira só para pedestres em 9, 16 e 17 de julho. Nos três dias, 142 mil pessoas foram à Colômbia.
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Riqueza de 1% deve ultrapassar a dos outros 99% até 2016, alerta ONG
Renda anual individual de parcela mais rica da sociedade pode chegar a R$ 7 milhões A partir do ano que vem, os recursos acumulados pelo 1% mais rico do planeta ultrapassarão a riqueza do resto da população, segundo um estudo da organização não-governamental britânica Oxfam. A riqueza desse 1% da população subiu de 44% do total de recursos mundiais em 2009 para 48% no ano passado, segundo o grupo. Em 2016, esse patamar pode superar 50% se o ritmo atual de crescimento for mantido. O relatório, divulgado às vésperas da edição de 2015 do Forum Econômico Mundial de Davos, sustenta que a "explosão da desigualdade" está dificultando a luta contra a pobreza global. "A escala da desigualdade global é chocante", disse a diretora executiva da Oxfam Internacional, Winnie Byanyima. "Apesar de o assunto ser tratado de forma cada vez mais frequente na agenda mundial, a lacuna entre os mais ricos e o resto da população continua crescendo a ritmo acelerado." DESIGUALDADE A concentração de riqueza também se observa entre os 99% restantes da população mundial, disse a Oxfam. Essa parcela detém hoje 52% dos recursos mundiais. Porém, destes, 46% estão nas mãos de cerca de um quinto da população. Isso significa que a maior parte da população é dona de apenas 5,5% das riquezas mundiais. Em média, os membros desse segmento tiveram uma renda anual individual de US$ 3.851 (cerca de (R$ 10.000) em 2014. Já entre aqueles que integram o segmento 1% mais rico, a renda média anual é de US$ 2,7 milhões (R$ 7 milhões). A Oxfam afirmou que é necessário tomar medidas urgentes para frear o "crescimento da desigualdade". A primeira delas deve ter como alvo a evasão fiscal praticada por grandes companhias. O estudo foi divulgado um dia antes do aguardado discurso sobre o estado da União a ser proferido pelo presidente americano Barack Obama. Espera-se que o mandatário da nação mais rica - e uma das mais desiguais - do planeta defenda aumento de impostos para os ricos com o objetivo de ajudar a classe média.
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Riqueza de 1% deve ultrapassar a dos outros 99% até 2016, alerta ONGRenda anual individual de parcela mais rica da sociedade pode chegar a R$ 7 milhões A partir do ano que vem, os recursos acumulados pelo 1% mais rico do planeta ultrapassarão a riqueza do resto da população, segundo um estudo da organização não-governamental britânica Oxfam. A riqueza desse 1% da população subiu de 44% do total de recursos mundiais em 2009 para 48% no ano passado, segundo o grupo. Em 2016, esse patamar pode superar 50% se o ritmo atual de crescimento for mantido. O relatório, divulgado às vésperas da edição de 2015 do Forum Econômico Mundial de Davos, sustenta que a "explosão da desigualdade" está dificultando a luta contra a pobreza global. "A escala da desigualdade global é chocante", disse a diretora executiva da Oxfam Internacional, Winnie Byanyima. "Apesar de o assunto ser tratado de forma cada vez mais frequente na agenda mundial, a lacuna entre os mais ricos e o resto da população continua crescendo a ritmo acelerado." DESIGUALDADE A concentração de riqueza também se observa entre os 99% restantes da população mundial, disse a Oxfam. Essa parcela detém hoje 52% dos recursos mundiais. Porém, destes, 46% estão nas mãos de cerca de um quinto da população. Isso significa que a maior parte da população é dona de apenas 5,5% das riquezas mundiais. Em média, os membros desse segmento tiveram uma renda anual individual de US$ 3.851 (cerca de (R$ 10.000) em 2014. Já entre aqueles que integram o segmento 1% mais rico, a renda média anual é de US$ 2,7 milhões (R$ 7 milhões). A Oxfam afirmou que é necessário tomar medidas urgentes para frear o "crescimento da desigualdade". A primeira delas deve ter como alvo a evasão fiscal praticada por grandes companhias. O estudo foi divulgado um dia antes do aguardado discurso sobre o estado da União a ser proferido pelo presidente americano Barack Obama. Espera-se que o mandatário da nação mais rica - e uma das mais desiguais - do planeta defenda aumento de impostos para os ricos com o objetivo de ajudar a classe média.
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Análise: 'SNL' trouxe à TV ousadia com humor agressivo e 'desrespeitoso'
Nenhum programa de humor da televisão mundial revelou tantos astros cômicos quanto o "Saturday Night Live". É só lembrar que o primeiro elenco do programa, reunido em 1975, tinha Chevy Chase, Dan Aykroyd, Gilda Radner e John Belushi. Dois anos depois, já um astro do cinema, Chase saiu e foi substituído por ninguém menos que Bill Murray. A lista de comediantes talentosos do programa é imensa: passa por Eddie Murphy, Dana Carvey, Mike Myers, Bill Murray, Tina Fey, Jimmy Fallon, Rob Schneider, Chris Farley, Will Ferrell, Janeane Garofalo, Phil Hartman, Dennis Miller, Jon Lovitz, Amy Poehler, Chris Rock, Adam Sandler, David Spade, Sarah Silverman e Damon Wayans. E esses são apenas os mais famosos e que tiveram carreiras brilhantes após o "SNL". O "Saturday Night Live" não foi exatamente um programa inovador em termos de formato. Shows cômicos ao vivo na TV existiam desde os anos 1950, como "I Love Lucy" e "Your Show of Shows", com Sid Caesar, que dispensavam as risadas gravadas. Tampouco foram novidades a presença de um convidado especial por episódio ou um show musical, duas marcas do "SNL". O que o programa trouxe de novo à TV norte-americana foi uma combinação de ousadia, modernidade e apelo ao público jovem. Em meados dos anos 1970, o presidente Richard Nixon havia acabado de ser destituído, a Guerra do Vietnã ainda assombrava o país e havia um grande conflito geracional. O "Saturday Night Live" chegou com um tipo de humor mais agressivo e "desrespeitoso", sem medo de conflitos e polêmicas. O programa falava, sempre de forma anárquica, de temas como racismo, sexismo e drogas. Em 1984, Eddie Murphy fez um antológico quadro em que se fantasiava de branco, com direito a maquiagem e peruca, para ver como seria sua vida se mudasse de cor. ÍDOLOS POP O programa criou seus próprios astros pop. O primeiro foi Chevy Chase, seguido por Bill Murray e, talvez o mais cultuado até hoje, John Belushi. Belushi foi "o" cômico predileto da geração pós-Woodstock, um iconoclasta insano que viveu uma vida de excessos, cheirou mais que qualquer roqueiro e morreu de overdose, aos 33 anos. A exemplo de Lenny Bruce nos anos 1960, ele personificou um tipo de humor anárquico e rebelde, incompreendido pela maioria careta dos Estados Unidos, mas idolatrado pela moçada. Ajudou a sacramentar o status do "SNL" como uma trincheira da contracultura encravada na rede de TV NBC, uma mosca na sopa do "sistema".
ilustrada
Análise: 'SNL' trouxe à TV ousadia com humor agressivo e 'desrespeitoso'Nenhum programa de humor da televisão mundial revelou tantos astros cômicos quanto o "Saturday Night Live". É só lembrar que o primeiro elenco do programa, reunido em 1975, tinha Chevy Chase, Dan Aykroyd, Gilda Radner e John Belushi. Dois anos depois, já um astro do cinema, Chase saiu e foi substituído por ninguém menos que Bill Murray. A lista de comediantes talentosos do programa é imensa: passa por Eddie Murphy, Dana Carvey, Mike Myers, Bill Murray, Tina Fey, Jimmy Fallon, Rob Schneider, Chris Farley, Will Ferrell, Janeane Garofalo, Phil Hartman, Dennis Miller, Jon Lovitz, Amy Poehler, Chris Rock, Adam Sandler, David Spade, Sarah Silverman e Damon Wayans. E esses são apenas os mais famosos e que tiveram carreiras brilhantes após o "SNL". O "Saturday Night Live" não foi exatamente um programa inovador em termos de formato. Shows cômicos ao vivo na TV existiam desde os anos 1950, como "I Love Lucy" e "Your Show of Shows", com Sid Caesar, que dispensavam as risadas gravadas. Tampouco foram novidades a presença de um convidado especial por episódio ou um show musical, duas marcas do "SNL". O que o programa trouxe de novo à TV norte-americana foi uma combinação de ousadia, modernidade e apelo ao público jovem. Em meados dos anos 1970, o presidente Richard Nixon havia acabado de ser destituído, a Guerra do Vietnã ainda assombrava o país e havia um grande conflito geracional. O "Saturday Night Live" chegou com um tipo de humor mais agressivo e "desrespeitoso", sem medo de conflitos e polêmicas. O programa falava, sempre de forma anárquica, de temas como racismo, sexismo e drogas. Em 1984, Eddie Murphy fez um antológico quadro em que se fantasiava de branco, com direito a maquiagem e peruca, para ver como seria sua vida se mudasse de cor. ÍDOLOS POP O programa criou seus próprios astros pop. O primeiro foi Chevy Chase, seguido por Bill Murray e, talvez o mais cultuado até hoje, John Belushi. Belushi foi "o" cômico predileto da geração pós-Woodstock, um iconoclasta insano que viveu uma vida de excessos, cheirou mais que qualquer roqueiro e morreu de overdose, aos 33 anos. A exemplo de Lenny Bruce nos anos 1960, ele personificou um tipo de humor anárquico e rebelde, incompreendido pela maioria careta dos Estados Unidos, mas idolatrado pela moçada. Ajudou a sacramentar o status do "SNL" como uma trincheira da contracultura encravada na rede de TV NBC, uma mosca na sopa do "sistema".
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Coreia do Norte retalia alto-falantes na fronteira e Seul responde com mísseis
A Coreia do Sul afirmou nesta quinta-feira (20) ter disparado dezenas de projéteis em direção à fronteira com a Coreia do Norte em resposta a um suposto ataque com foguete feito por Pyongyang contra uma base militar, anunciou o Ministério da Defesa sul-coreano. Suspeita-se que o alvo do foguete norte-coreano seja um dos alto-faltantes que emitem mensagens contra a Coreia do Norte. Desativados por 11 anos, esses equipamentos foram reativados recentemente após trocas de acusações entre os dois países sobre a instalação indevida de minas terrestres em uma região desmilitarizada na fronteira. A Coreia do Norte não revidou contra a bateria de projéteis lançada por Seul nesta quinta, mas ameaçou em uma mensagem que tomaria outras ações militares em 48 horas caso os alto-falantes não sejam desativados, segundo o Ministério da Defesa sul-coreano. Não há informações sobre os danos provocados pela troca de artilharia. A Coreia do Sul orientou que moradores de vária localidades próximas à fronteira deixassem suas casas e se dirigissem para refúgios. Trocas de artilharia na fronteira entre os dois países vizinhos ocorreram diversas vezes nos últimos anos. As hostilidades entre os dois países ocorrem desde a Guerra da Coreia, que terminou em 1953 com um armistício, não um tratado de paz. Tecnicamente, a península da Coreia vive até hoje em estado de guerra.
mundo
Coreia do Norte retalia alto-falantes na fronteira e Seul responde com mísseisA Coreia do Sul afirmou nesta quinta-feira (20) ter disparado dezenas de projéteis em direção à fronteira com a Coreia do Norte em resposta a um suposto ataque com foguete feito por Pyongyang contra uma base militar, anunciou o Ministério da Defesa sul-coreano. Suspeita-se que o alvo do foguete norte-coreano seja um dos alto-faltantes que emitem mensagens contra a Coreia do Norte. Desativados por 11 anos, esses equipamentos foram reativados recentemente após trocas de acusações entre os dois países sobre a instalação indevida de minas terrestres em uma região desmilitarizada na fronteira. A Coreia do Norte não revidou contra a bateria de projéteis lançada por Seul nesta quinta, mas ameaçou em uma mensagem que tomaria outras ações militares em 48 horas caso os alto-falantes não sejam desativados, segundo o Ministério da Defesa sul-coreano. Não há informações sobre os danos provocados pela troca de artilharia. A Coreia do Sul orientou que moradores de vária localidades próximas à fronteira deixassem suas casas e se dirigissem para refúgios. Trocas de artilharia na fronteira entre os dois países vizinhos ocorreram diversas vezes nos últimos anos. As hostilidades entre os dois países ocorrem desde a Guerra da Coreia, que terminou em 1953 com um armistício, não um tratado de paz. Tecnicamente, a península da Coreia vive até hoje em estado de guerra.
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Apelido de Feijão nasceu do prato abundante do tenista adolescente
João Olavo Soares de Souza começou a praticar tênis aos 9 anos. Tinha visto o pai, Milton, e a irmã, Maria Clara, jogarem e pediu uma chance. Acabou atendido. Pegou uma raquete e começou a se aventurar em clube de Mogi das Cruzes (SP), onde nasceu. Alto desde garoto, tinha um biótipo que engrenava no tênis. Ainda não tinha ganhado o apelido que consagrou. Virou o Feijão depois que, em um torneio juvenil, o irmão de um amigo se espantou com o volume de um prato que fizera. A alcunha pegou. Aquela refeição não era despropositada. João Olavo era fanático por feijão, sobretudo pelo feito pela avó. João Olavo passou a ser conhecido por todos como João Souza, o Feijão –ele gosta do apelido. No meio tempo, tentou diferentes frentes para emplacar no mundo do tênis. Mudou-se, primeiro, para São Paulo. Dormiu em academia para economizar tempo e dinheiro, passou aperto, mas sobreviveu. Há dez anos, mora no Rio, onde é treinado por Ricardo Acioly, ex-técnico de Fernando Meligeni e ex-capitão brasileiro na Davis. Acioly, o Pardal, não o segue durante circuito o ano todo, por ter de orientar outros tenistas. Então, vez ou outra, Feijão viaja com o técnico argentino Andrés Schneiter. Hoje consolidado no top 100 do ranking mundial da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), Feijão ainda busca seu primeiro título. Chegou perto recentemente, ao parar nas semifinais do Aberto do Brasil, em São Paulo. Tem subido na classificação internacional. Nesta segunda-feira (9), subiu três posições e foi confirmado na 72ª colocação. O embalo é positivo. Depois de assumir a posição de melhor tenista do país, praticamente já garantiu presença nos dois próximos Grand Slams, em Roland Garros (maio/junho) e Wimbledon (junho/julho), que considera fundamentais para subir mais e chegar ao top 50. Neste domingo, João Feijão Souza, ficou um pouco mais conhecido nos lares brasileiros. Jogou com garra, coração e só perdeu após quase sete horas de embate para o argentino Leonardo Mayer. "Este jogo vai ficar marcado, com certeza, a vida continua. Mas quero ver o Brasil ganhar o confronto", disse, em referência ao quinto jogo da série, entre Thomaz Bellucci e Federico Delbonis, que será concluído na segunda. Ao longo dos últimos dias em Buenos Aires, ele foi prestigiado pela mãe, Maria Ângela, e pelo pai, Milton, justamente quem o "bancou" no tênis. "Estou acreditando cada vez mais em mim e essa hora vai chegar, é bastante trabalho e empenho", afirmou o tenista à Folha, antes do confronto. Fã de Guga Kuerten, ele quer ocupar um destaque no tênis nacional. Nada mal para um garoto que começou como que por acaso em Mogi das Cruzes há 17 anos. "O meu objetivo é ganhar qualquer torneio que entrar, seja um challenger ou um ATP, mas tenista não só vive de vitórias", disse. Ao sair da quadra neste domingo, ele provou que mesmo na derrota é possível vencer.
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Apelido de Feijão nasceu do prato abundante do tenista adolescenteJoão Olavo Soares de Souza começou a praticar tênis aos 9 anos. Tinha visto o pai, Milton, e a irmã, Maria Clara, jogarem e pediu uma chance. Acabou atendido. Pegou uma raquete e começou a se aventurar em clube de Mogi das Cruzes (SP), onde nasceu. Alto desde garoto, tinha um biótipo que engrenava no tênis. Ainda não tinha ganhado o apelido que consagrou. Virou o Feijão depois que, em um torneio juvenil, o irmão de um amigo se espantou com o volume de um prato que fizera. A alcunha pegou. Aquela refeição não era despropositada. João Olavo era fanático por feijão, sobretudo pelo feito pela avó. João Olavo passou a ser conhecido por todos como João Souza, o Feijão –ele gosta do apelido. No meio tempo, tentou diferentes frentes para emplacar no mundo do tênis. Mudou-se, primeiro, para São Paulo. Dormiu em academia para economizar tempo e dinheiro, passou aperto, mas sobreviveu. Há dez anos, mora no Rio, onde é treinado por Ricardo Acioly, ex-técnico de Fernando Meligeni e ex-capitão brasileiro na Davis. Acioly, o Pardal, não o segue durante circuito o ano todo, por ter de orientar outros tenistas. Então, vez ou outra, Feijão viaja com o técnico argentino Andrés Schneiter. Hoje consolidado no top 100 do ranking mundial da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), Feijão ainda busca seu primeiro título. Chegou perto recentemente, ao parar nas semifinais do Aberto do Brasil, em São Paulo. Tem subido na classificação internacional. Nesta segunda-feira (9), subiu três posições e foi confirmado na 72ª colocação. O embalo é positivo. Depois de assumir a posição de melhor tenista do país, praticamente já garantiu presença nos dois próximos Grand Slams, em Roland Garros (maio/junho) e Wimbledon (junho/julho), que considera fundamentais para subir mais e chegar ao top 50. Neste domingo, João Feijão Souza, ficou um pouco mais conhecido nos lares brasileiros. Jogou com garra, coração e só perdeu após quase sete horas de embate para o argentino Leonardo Mayer. "Este jogo vai ficar marcado, com certeza, a vida continua. Mas quero ver o Brasil ganhar o confronto", disse, em referência ao quinto jogo da série, entre Thomaz Bellucci e Federico Delbonis, que será concluído na segunda. Ao longo dos últimos dias em Buenos Aires, ele foi prestigiado pela mãe, Maria Ângela, e pelo pai, Milton, justamente quem o "bancou" no tênis. "Estou acreditando cada vez mais em mim e essa hora vai chegar, é bastante trabalho e empenho", afirmou o tenista à Folha, antes do confronto. Fã de Guga Kuerten, ele quer ocupar um destaque no tênis nacional. Nada mal para um garoto que começou como que por acaso em Mogi das Cruzes há 17 anos. "O meu objetivo é ganhar qualquer torneio que entrar, seja um challenger ou um ATP, mas tenista não só vive de vitórias", disse. Ao sair da quadra neste domingo, ele provou que mesmo na derrota é possível vencer.
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Morenos como vocês
RIO DE JANEIRO - O porteiro me entrega um pacote. Presente de um amigo. Abro-o e é uma preciosidade: a "Lista de Assinantes do Rio de Janeiro e do Distrito Federal, 1949". É o catálogo telefônico daquele ano –pela ordem de sobrenomes, quem morava onde e qual o seu número de telefone. Folheio-o ao acaso e o olho pousa num nome: Villa-Lobos, Heitor. Rua Araújo Porto Alegre, 56, tel. 22-2453. A ideia de que um monstro como Villa-Lobos estivesse à disposição de quem quisesse procurá-lo me encantou. Pensei num nome equivalente, e lá estava: Portinari, Candido. Rua Cosme Velho, 103, tel. 29-9363. E não parei mais. Carlos Drummond de Andrade, rua Joaquim Nabuco, 81, tel. 27-5696. Manuel Bandeira, av. Beira-Mar, 406, tel. 22-0832. Imagino quantos poetas de província não os aborreceram com seus versos! E, incrível: Graciliano Ramos, rua Belisário Távora, 480, Laranjeiras, tel. 25-9943. Ninguém se escondia. Jornalistas? Mario Filho, o cardeal da crônica esportiva, av. Princesa Isabel, 38, tel. 37-1065. Rubem Braga, rua Julio de Castilhos, 78, tel. 27-2053. Heron Domingues, a voz do "Repórter Esso", rua Fernando Mendes, 25, tel. 37-9706. E Roberto Marinho? Rua Cosme Velho, 303, tel. 25-8179 –aliás, até hoje, embora ele não more mais lá. Outros nomes surpreendentes. Jorge Guinle, o playboy das estrelas, Praia do Flamengo, 282-284, com vários telefones. Helio Gracie, o pioneiro do jiu-jitsu, também Praia do Flamengo, 82, tel. 28-6316. General Candido Rondon, o grande explorador, av. N. Sra. de Copacabana, 1394, tel. 27-2318. Carlos Lacerda, rua Tonelero, 180, tel. 37-4067 –dali a cinco anos, esse endereço derrubaria um Presidente. E olha só: Juscelino Kubitschek, rua Sá Ferreira, 38, tel. 37-1065. E por aí fui. Hoje eles são a história. Em 1949, eram apenas brasileiros, morenos como vocês.
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Morenos como vocêsRIO DE JANEIRO - O porteiro me entrega um pacote. Presente de um amigo. Abro-o e é uma preciosidade: a "Lista de Assinantes do Rio de Janeiro e do Distrito Federal, 1949". É o catálogo telefônico daquele ano –pela ordem de sobrenomes, quem morava onde e qual o seu número de telefone. Folheio-o ao acaso e o olho pousa num nome: Villa-Lobos, Heitor. Rua Araújo Porto Alegre, 56, tel. 22-2453. A ideia de que um monstro como Villa-Lobos estivesse à disposição de quem quisesse procurá-lo me encantou. Pensei num nome equivalente, e lá estava: Portinari, Candido. Rua Cosme Velho, 103, tel. 29-9363. E não parei mais. Carlos Drummond de Andrade, rua Joaquim Nabuco, 81, tel. 27-5696. Manuel Bandeira, av. Beira-Mar, 406, tel. 22-0832. Imagino quantos poetas de província não os aborreceram com seus versos! E, incrível: Graciliano Ramos, rua Belisário Távora, 480, Laranjeiras, tel. 25-9943. Ninguém se escondia. Jornalistas? Mario Filho, o cardeal da crônica esportiva, av. Princesa Isabel, 38, tel. 37-1065. Rubem Braga, rua Julio de Castilhos, 78, tel. 27-2053. Heron Domingues, a voz do "Repórter Esso", rua Fernando Mendes, 25, tel. 37-9706. E Roberto Marinho? Rua Cosme Velho, 303, tel. 25-8179 –aliás, até hoje, embora ele não more mais lá. Outros nomes surpreendentes. Jorge Guinle, o playboy das estrelas, Praia do Flamengo, 282-284, com vários telefones. Helio Gracie, o pioneiro do jiu-jitsu, também Praia do Flamengo, 82, tel. 28-6316. General Candido Rondon, o grande explorador, av. N. Sra. de Copacabana, 1394, tel. 27-2318. Carlos Lacerda, rua Tonelero, 180, tel. 37-4067 –dali a cinco anos, esse endereço derrubaria um Presidente. E olha só: Juscelino Kubitschek, rua Sá Ferreira, 38, tel. 37-1065. E por aí fui. Hoje eles são a história. Em 1949, eram apenas brasileiros, morenos como vocês.
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Casos de dengue recuaram na cidade de São Paulo no início do ano
O número dos casos confirmados de dengue na cidade de São Paulo caiu 48% na comparação entre janeiro e fevereiro deste ano com o mesmo período do ano passado. Apesar da redução, a doença ainda preocupa os profissionais de saúde porque março e abril são historicamente os meses que mais concentram casos de dengue no ano. É agora, portanto, que a estratégia montada pela prefeitura da capital será testada. "É um fato muito positivo a doença ter desacelerado", diz Alexandre Padilha, secretário de Saúde da prefeitura de São Paulo. Mas, segundo ele, não existe nada para comemorar. "Não podemos baixar a guarda. Na dengue, se você ficar sem fazer nada por uma semana, os casos aumentam", segundo Padilha. O dado divulgado nesta segunda-feira (28) pela prefeitura concorda com a tendência de queda também registrada no Estado de São Paulo. Segundo o governo estadual, a doença caiu 39% nos primeiros dois meses do ano, em comparação com 2015. De acordo com a análise feita pela administração petista, a aplicação do larvicida em pontos considerados estratégicos, feito desde o final do ano passado, é um dos grandes responsáveis pela diminuição dos casos de dengue. Neste ano, informa a prefeitura, 2.142 locais foram visitados pelos técnicos municipais. Em 17% deles havia focos de Aedes. Contra 55% dos 2.142 locais visitados em 2015. A prefeitura considerada estratégicos grandes terrenos, como pátios com carros velhos. "O uso do larvicida foi muito importante em todos esses locais". Além do larvicida, a prefeitura também avalia como importante a maior participação da população. "As pessoas estão mais atentas. A entrada nas casas, por exemplo, está mais facilitada", afirma Padilha. Em termos geográficos, as regiões leste e sudeste da cidade são as que registram maior incidência de dengue. O distrito do Lageado, na zona leste, é o campeão de casos. Foram 251 até agora. CHIKUNGUNYA O número de casos de chikungunya em que a pessoa contraiu o vírus dentro de São Paulo aumentou. Agora, segundo os dados oficiais, são cinco paulistanos infectados. Eles são moradores de Sacomã (3), Pirituba (1) e Vila Curuça (1). No último boletim, há 15 dias, havia quatro casos dentro da cidade. Existem outros 72 casos confirmados da doença na capital, que também transmitida pelo mosquito Aedes. Mas essas pessoas trouxeram a doença de outras parte do país, inclusive do interior do Estado de São Paulo. "É outra doença que preocupa, porque, esses casos de infecção na cidade mostram que o vírus está circulando por aqui", disse Alexandre Padilha.
cotidiano
Casos de dengue recuaram na cidade de São Paulo no início do anoO número dos casos confirmados de dengue na cidade de São Paulo caiu 48% na comparação entre janeiro e fevereiro deste ano com o mesmo período do ano passado. Apesar da redução, a doença ainda preocupa os profissionais de saúde porque março e abril são historicamente os meses que mais concentram casos de dengue no ano. É agora, portanto, que a estratégia montada pela prefeitura da capital será testada. "É um fato muito positivo a doença ter desacelerado", diz Alexandre Padilha, secretário de Saúde da prefeitura de São Paulo. Mas, segundo ele, não existe nada para comemorar. "Não podemos baixar a guarda. Na dengue, se você ficar sem fazer nada por uma semana, os casos aumentam", segundo Padilha. O dado divulgado nesta segunda-feira (28) pela prefeitura concorda com a tendência de queda também registrada no Estado de São Paulo. Segundo o governo estadual, a doença caiu 39% nos primeiros dois meses do ano, em comparação com 2015. De acordo com a análise feita pela administração petista, a aplicação do larvicida em pontos considerados estratégicos, feito desde o final do ano passado, é um dos grandes responsáveis pela diminuição dos casos de dengue. Neste ano, informa a prefeitura, 2.142 locais foram visitados pelos técnicos municipais. Em 17% deles havia focos de Aedes. Contra 55% dos 2.142 locais visitados em 2015. A prefeitura considerada estratégicos grandes terrenos, como pátios com carros velhos. "O uso do larvicida foi muito importante em todos esses locais". Além do larvicida, a prefeitura também avalia como importante a maior participação da população. "As pessoas estão mais atentas. A entrada nas casas, por exemplo, está mais facilitada", afirma Padilha. Em termos geográficos, as regiões leste e sudeste da cidade são as que registram maior incidência de dengue. O distrito do Lageado, na zona leste, é o campeão de casos. Foram 251 até agora. CHIKUNGUNYA O número de casos de chikungunya em que a pessoa contraiu o vírus dentro de São Paulo aumentou. Agora, segundo os dados oficiais, são cinco paulistanos infectados. Eles são moradores de Sacomã (3), Pirituba (1) e Vila Curuça (1). No último boletim, há 15 dias, havia quatro casos dentro da cidade. Existem outros 72 casos confirmados da doença na capital, que também transmitida pelo mosquito Aedes. Mas essas pessoas trouxeram a doença de outras parte do país, inclusive do interior do Estado de São Paulo. "É outra doença que preocupa, porque, esses casos de infecção na cidade mostram que o vírus está circulando por aqui", disse Alexandre Padilha.
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Em Caracas falta tudo, mas a gasolina custa menos que fraldas
A atendente avisou: a batata frita está em falta, e o Big Mac vem sem queijo. O McDonald's também não tinha torta de maçã nem de banana. O banheiro estava sem papel higiênico e sabão. Tudo bem, pensei. Já não me incomodo com essas coisas, após mais de ano vivendo na Venezuela. Almocei sem estresse, curtindo uma porção de mandioca frita em palitos que vinha na mesma embalagem vermelha da batata e um hambúrguer com pão visivelmente comprado às pressas em alguma padaria –isso a atendente não havia contado. O mesmo ocorre em restaurantes finos de Caracas. O cardápio costuma ser apenas um vago parâmetro daquilo que talvez, com sorte, esteja disponível naquele dia e naquela hora. Quer repetir aquela salada grega da semana passada? Desculpe, senhor, não encontramos os ingredientes. Traz uma água mineral, por favor? Lamento, mas, como o senhor imagina, estamos com dificuldade de abastecimento. Restaurantes, hotéis e padarias pagam gente só para varrer a cidade em busca de itens escassos, como café e leite. Muitas vezes, só se consegue produtos no mercado negro, onde negócios fervilham fora da economia oficial. Bairros populares vivem cheios de camelôs e barraquinhas que revendem mercadoria adquirida a "preço justo" no inferno dos mercados estatais, onde filas são horrendas. Um pacote de fraldas que custa menos de 200 bolívares (US$ 0,30 no câmbio paralelo) nas lojas do governo, pode ser encontrado na rua dez vezes mais caro. O mesmo vale para remédios, peças de carro e material informático. DISTORÇÕES Consumir é uma experiência tão surreal na Venezuela que encher o tanque de um carro médio custa 4 bolívares. Isso mesmo: a gasolina, subsidiada, é 50 vezes mais barata que um pacote de fraldas. É esse de tipo de distorção que alimenta o tentacular contrabando nas fronteiras, raiz da atual crise diplomática com a Colômbia. Difícil impedir um cidadão venezuelano de encher o tanque de seu carro para esvaziá-lo no país vizinho, com lucro de quase 1.000%. No sentido inverso, colombianos cruzavam a fronteira em massa –até o recente fechamento– para adquirir alimentos e produtos de higiene a "preço justo". O controle de câmbio também é um convite à ilegalidade. Um dólar na taxa oficial vale 6,30 bolívares. No paralelo, mais de 700. O melhor negócio do planeta é obter divisas do governo e vendê-las a doleiros. PARA O BEM DO POVO O governo diz que os controles são indispensáveis para assegurar o acesso dos mais humildes ao consumo. A propaganda chavista questiona: se a Colômbia é tão mais legal, por que milhões de colombianos continuam preferindo viver na Venezuela? O problema é que a crise econômica, causada pelo próprio governo, está tornando o sistema inviável. Há controles de mais e produção de menos. Isso não era problema quando o petróleo trazia uma enxurrada de dólares com os quais o governo importava aos montes. Mas o preço do barril despencou em 2014. Após anos de gastança e roubo, não sobrou nada no caixa. Fora do comércio estatal, a inflação explode. Uma calça jeans básica custa 10 mil bolívares. VIAJAR SEM PASSAGEM Uma de minhas experiências mais bizarras aconteceu numa manhã recente. A tensão crescia na fronteira com a Colômbia, e eu precisava chegar lá com urgência. Nenhuma agência de viagens conseguia achar passagem, mas uma delas me deu o telefone de um contato no aeroporto que "resolve tudo". Liguei na hora. O sujeito prometeu me colocar no voo seguinte mediante pagamento em espécie do valor da passagem mais comissão pela "ajuda". Entreguei-lhe o dinheiro em mãos e, instantes depois, lá estava eu dentro do voo no qual supostamente não havia lugar. Embarquei sem passagem. Ainda não sei como farei para justificar esse gasto na prestação de contas. Fiquei chocado quando um amigo explicou que algum funcionário corrupto provavelmente cancelou a passagem de outro passageiro para me colocar no voo. "Sem esse esquema, você nunca teria conseguido viajar de última hora." SAMY ADGHIRNI, 36, é correspondente da Folha em Caracas.
ilustrissima
Em Caracas falta tudo, mas a gasolina custa menos que fraldasA atendente avisou: a batata frita está em falta, e o Big Mac vem sem queijo. O McDonald's também não tinha torta de maçã nem de banana. O banheiro estava sem papel higiênico e sabão. Tudo bem, pensei. Já não me incomodo com essas coisas, após mais de ano vivendo na Venezuela. Almocei sem estresse, curtindo uma porção de mandioca frita em palitos que vinha na mesma embalagem vermelha da batata e um hambúrguer com pão visivelmente comprado às pressas em alguma padaria –isso a atendente não havia contado. O mesmo ocorre em restaurantes finos de Caracas. O cardápio costuma ser apenas um vago parâmetro daquilo que talvez, com sorte, esteja disponível naquele dia e naquela hora. Quer repetir aquela salada grega da semana passada? Desculpe, senhor, não encontramos os ingredientes. Traz uma água mineral, por favor? Lamento, mas, como o senhor imagina, estamos com dificuldade de abastecimento. Restaurantes, hotéis e padarias pagam gente só para varrer a cidade em busca de itens escassos, como café e leite. Muitas vezes, só se consegue produtos no mercado negro, onde negócios fervilham fora da economia oficial. Bairros populares vivem cheios de camelôs e barraquinhas que revendem mercadoria adquirida a "preço justo" no inferno dos mercados estatais, onde filas são horrendas. Um pacote de fraldas que custa menos de 200 bolívares (US$ 0,30 no câmbio paralelo) nas lojas do governo, pode ser encontrado na rua dez vezes mais caro. O mesmo vale para remédios, peças de carro e material informático. DISTORÇÕES Consumir é uma experiência tão surreal na Venezuela que encher o tanque de um carro médio custa 4 bolívares. Isso mesmo: a gasolina, subsidiada, é 50 vezes mais barata que um pacote de fraldas. É esse de tipo de distorção que alimenta o tentacular contrabando nas fronteiras, raiz da atual crise diplomática com a Colômbia. Difícil impedir um cidadão venezuelano de encher o tanque de seu carro para esvaziá-lo no país vizinho, com lucro de quase 1.000%. No sentido inverso, colombianos cruzavam a fronteira em massa –até o recente fechamento– para adquirir alimentos e produtos de higiene a "preço justo". O controle de câmbio também é um convite à ilegalidade. Um dólar na taxa oficial vale 6,30 bolívares. No paralelo, mais de 700. O melhor negócio do planeta é obter divisas do governo e vendê-las a doleiros. PARA O BEM DO POVO O governo diz que os controles são indispensáveis para assegurar o acesso dos mais humildes ao consumo. A propaganda chavista questiona: se a Colômbia é tão mais legal, por que milhões de colombianos continuam preferindo viver na Venezuela? O problema é que a crise econômica, causada pelo próprio governo, está tornando o sistema inviável. Há controles de mais e produção de menos. Isso não era problema quando o petróleo trazia uma enxurrada de dólares com os quais o governo importava aos montes. Mas o preço do barril despencou em 2014. Após anos de gastança e roubo, não sobrou nada no caixa. Fora do comércio estatal, a inflação explode. Uma calça jeans básica custa 10 mil bolívares. VIAJAR SEM PASSAGEM Uma de minhas experiências mais bizarras aconteceu numa manhã recente. A tensão crescia na fronteira com a Colômbia, e eu precisava chegar lá com urgência. Nenhuma agência de viagens conseguia achar passagem, mas uma delas me deu o telefone de um contato no aeroporto que "resolve tudo". Liguei na hora. O sujeito prometeu me colocar no voo seguinte mediante pagamento em espécie do valor da passagem mais comissão pela "ajuda". Entreguei-lhe o dinheiro em mãos e, instantes depois, lá estava eu dentro do voo no qual supostamente não havia lugar. Embarquei sem passagem. Ainda não sei como farei para justificar esse gasto na prestação de contas. Fiquei chocado quando um amigo explicou que algum funcionário corrupto provavelmente cancelou a passagem de outro passageiro para me colocar no voo. "Sem esse esquema, você nunca teria conseguido viajar de última hora." SAMY ADGHIRNI, 36, é correspondente da Folha em Caracas.
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O desafio do licenciamento ambiental
Não há quem possa contestar que nas últimas décadas se alcançou patamar inquestionável de consciência ambiental. Desde a Primeira Grande Conferência Mundial, realizada em Estocolmo em 1972, a temática ganhou a agenda dos governos e da sociedade civil, assim como a do setor empresarial e da comunidade científica, de modo que o grande desafio da atualidade reside em dar conteúdo operacional a essa consciência. O licenciamento ambiental, certamente, é o mais importante instrumento que operacionaliza essa consciência, adquirindo um caráter universal na medida em que a avaliação prévia dos empreendimentos com impacto ambiental é adotada por mais de 150 países. Ela se tornou obrigatória por meio de compromissos assumidos por esses países nas principais convenções internacionais e em compromissos voluntários pactuados pelo setor empresarial, a exemplo dos Princípios do Equador, que engajam as mais expressivas instituições financeiras do mundo e do Brasil. Desde a década de 80, temos praticado no país o licenciamento ambiental por força da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada por conjunto extenso de resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), instruções normativas e portarias, além da legislação estadual e, mais recentemente, também municipal. Por sua vez, na aplicação dos citados regramentos, são frequentes os conflitos nas esferas administrativa e judicial, justificando-se a aprovação de uma "Lei Geral do Licenciamento Ambiental", atualmente em discussão no Legislativo e no Executivo. Vale assinalar que a aprovação da Lei Geral tem como propósito trazer regras claras sobre os procedimentos do licenciamento ambiental, com garantia de publicidade e participação da sociedade. Quanto maior o engajamento das partes interessadas em todas as etapas do processo, menor o risco de judicialização, especialmente se assegurarmos a participação do Ministério Público e uma boa articulação entre a autoridade licenciadora e os órgãos necessariamente participantes, como a Funai (Fundação Nacional do Índio) e o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Há de se priorizar ainda, na aplicação da nova lei, monitoramento efetivo de condicionantes após a emissão das licenças. Sem isso, elas são, na prática, desmoralizadas. É importante alertar que a Lei Geral não será capaz de resolver todos os gargalos e demoras burocráticas se o Estado brasileiro não investir seriamente no fortalecimento dos órgãos licenciadores, fragilizados e com pouca capacidade de atender à crescente demanda dos setores público e privado. Os Estados e municípios respondem por mais de 90% das licenças ambientais concedidas no país, ainda que estejam claramente desprovidos das equipes necessárias para apreciação dos estudos ambientais. É fato que grande parte dos estudos é demasiadamente extensa, muitas vezes de baixa qualidade e voltada mais ao diagnóstico do que à análise concreta dos impactos ambientais dos empreendimentos. O país necessita compreender o licenciamento ambiental como ferramenta de planejamento que pode e necessita ser complementada com outros instrumentos no campo das políticas públicas, como a Avaliação Ambiental Estratégica, e com esforços na gestão pública. Ao contrário do que se propaga, o licenciamento não constitui mera barreira burocrática a ser vencida; é parte de um processo muito mais relevante e complexo. Nele, são reunidos elementos que fundamentam o processo decisório do governo e dos empreendedores, tendo em vista garantir que os empreendimentos que causam impacto ambiental sejam realizados da forma mais correta possível, garantindo o desenvolvimento sustentável. Essa concepção precisa permear a formulação, a aprovação e a aplicação da Lei Geral do Licenciamento Ambiental. FABIO FELDMANN, deputado constituinte, é ex-secretário de Meio Ambiente de São Paulo SUELY ARAÚJO é presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
O desafio do licenciamento ambientalNão há quem possa contestar que nas últimas décadas se alcançou patamar inquestionável de consciência ambiental. Desde a Primeira Grande Conferência Mundial, realizada em Estocolmo em 1972, a temática ganhou a agenda dos governos e da sociedade civil, assim como a do setor empresarial e da comunidade científica, de modo que o grande desafio da atualidade reside em dar conteúdo operacional a essa consciência. O licenciamento ambiental, certamente, é o mais importante instrumento que operacionaliza essa consciência, adquirindo um caráter universal na medida em que a avaliação prévia dos empreendimentos com impacto ambiental é adotada por mais de 150 países. Ela se tornou obrigatória por meio de compromissos assumidos por esses países nas principais convenções internacionais e em compromissos voluntários pactuados pelo setor empresarial, a exemplo dos Princípios do Equador, que engajam as mais expressivas instituições financeiras do mundo e do Brasil. Desde a década de 80, temos praticado no país o licenciamento ambiental por força da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada por conjunto extenso de resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), instruções normativas e portarias, além da legislação estadual e, mais recentemente, também municipal. Por sua vez, na aplicação dos citados regramentos, são frequentes os conflitos nas esferas administrativa e judicial, justificando-se a aprovação de uma "Lei Geral do Licenciamento Ambiental", atualmente em discussão no Legislativo e no Executivo. Vale assinalar que a aprovação da Lei Geral tem como propósito trazer regras claras sobre os procedimentos do licenciamento ambiental, com garantia de publicidade e participação da sociedade. Quanto maior o engajamento das partes interessadas em todas as etapas do processo, menor o risco de judicialização, especialmente se assegurarmos a participação do Ministério Público e uma boa articulação entre a autoridade licenciadora e os órgãos necessariamente participantes, como a Funai (Fundação Nacional do Índio) e o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Há de se priorizar ainda, na aplicação da nova lei, monitoramento efetivo de condicionantes após a emissão das licenças. Sem isso, elas são, na prática, desmoralizadas. É importante alertar que a Lei Geral não será capaz de resolver todos os gargalos e demoras burocráticas se o Estado brasileiro não investir seriamente no fortalecimento dos órgãos licenciadores, fragilizados e com pouca capacidade de atender à crescente demanda dos setores público e privado. Os Estados e municípios respondem por mais de 90% das licenças ambientais concedidas no país, ainda que estejam claramente desprovidos das equipes necessárias para apreciação dos estudos ambientais. É fato que grande parte dos estudos é demasiadamente extensa, muitas vezes de baixa qualidade e voltada mais ao diagnóstico do que à análise concreta dos impactos ambientais dos empreendimentos. O país necessita compreender o licenciamento ambiental como ferramenta de planejamento que pode e necessita ser complementada com outros instrumentos no campo das políticas públicas, como a Avaliação Ambiental Estratégica, e com esforços na gestão pública. Ao contrário do que se propaga, o licenciamento não constitui mera barreira burocrática a ser vencida; é parte de um processo muito mais relevante e complexo. Nele, são reunidos elementos que fundamentam o processo decisório do governo e dos empreendedores, tendo em vista garantir que os empreendimentos que causam impacto ambiental sejam realizados da forma mais correta possível, garantindo o desenvolvimento sustentável. Essa concepção precisa permear a formulação, a aprovação e a aplicação da Lei Geral do Licenciamento Ambiental. FABIO FELDMANN, deputado constituinte, é ex-secretário de Meio Ambiente de São Paulo SUELY ARAÚJO é presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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'Não somos ladrões', diz Gilberto Carvalho em saída da Secretaria-Geral
Ao transmitir o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência, o petista Gilberto Carvalho afirmou nesta sexta-feira (2) que "nós não somos ladrões" e que "temos que levantar a cabeça e honrar nossa luta", em referência aos membros do partido. Carvalho assumirá o comando do Conselho Nacional do Sesi e passou seu cargo para o também petista Miguel Rossetto, que era titular do Ministério do Desenvolvimento Agrário. "A política é feita pra servir. Estou muito feliz porque a imensa maioria dos nossos companheiros, dos nossos ministros, dos nossos assessores, trabalha aqui por amor, trabalha aqui para servir. Nós não somos ladrões", afirmou. O petista também ironizou quem se refere ao PT como uma quadrilha, em função da condenação no mensalão. No fim de 2013, petistas históricos foram presos por causa da condenação no processo no STF (Supremo Tribunal Federal). Entre eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado a 7 anos e 11 meses por corrupção ativa, mas que cumpre pena em regime aberto, podendo passar as noites em casa. Visivelmente emocionado, Gilberto Carvalho, que foi chefe de gabinete do ex-presidente Lula antes de ocupar por quatro anos a Secretaria-Geral da gestão Dilma Rousseff, disse que ninguém deve "levar desaforo para casa". "Eu volto para casa depois de 12 anos para minha quitinete rural e pro meu apartamento, que fiquei devendo pro Banco do Brasil durante 19 anos. Eu digo isso com muito orgulho e desafio a acompanharem a evolução patrimonial de nossos ministros. Não vamos levar desaforo pra casa, nós temos dignidade", disse Carvalho. Citando o termo quadrilha, Carvalho deu declarações que depois explicou serem uma resposta ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), adversário de Dilma na última eleição, que afirmou ter perdido para uma "organização criminosa". "A quem disse que perdeu a eleição para uma quadrilha, eu quero responder dizendo que essa é a nossa quadrilha. Para eles pobre é quadrilha, é essa a quadrilha dos pobres que foi injustamente marginalizada e agora está sendo tratada com um mínimo de dignidade. Com muito orgulho eu quero dizer: eu pertenço a essa quadrilha e vamos continuar mudando o país com esse objetivo", afirmou o agora ex-ministro. Carvalho também brincou dizendo que pediu desculpas à presidente Dilma Rousseff "porque sei que dei muita dor de cabeça a ela, particularmente com minhas falas à imprensa". "Eu quero dizer a vocês que dessas bombas em nenhum momento eu me arrependi, aquilo que foi dito como 'sincericídio' foi uma convicção muito forte que um governo, para além de realizar, precisa interpretar a realidade, precisa ser educador", declarou. O ex-ministro fez uma homenagem ao petista Luiz Gushiken (1950-2013), inocentado no mensalão, a quem chamou de "pessoa extremamente injustiçada, que morreu sem ser reconhecida", mas afirmou que "há entre nós pessoas que tombaram, que caíram nos erros". "Diferentemente de antes, cada um de nós companheiros que cometeu um erro foi punido, pagou um preço, doloroso para nós, mas pagou um preço. Isso eu espero que sirva de fato para um novo padrão republicano", afirmou. "Não temos que ter medo nem vergonha de ninguém", disse. Em seu discurso, o petista não fez referência ao atual escândalo de corrupção na Petrobras revelado pela Operação Lava Jato. O novo ministro, Miguel Rossetto, afirmou que irá ampliar o processo de "participação popular e de diálogo" na Secretaria-Geral da Presidência. "Nós vamos estimular permanentemente um diálogo forte, verdadeiro, respeitoso, um diálogo capaz de construir consensos", declarou.
poder
'Não somos ladrões', diz Gilberto Carvalho em saída da Secretaria-GeralAo transmitir o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência, o petista Gilberto Carvalho afirmou nesta sexta-feira (2) que "nós não somos ladrões" e que "temos que levantar a cabeça e honrar nossa luta", em referência aos membros do partido. Carvalho assumirá o comando do Conselho Nacional do Sesi e passou seu cargo para o também petista Miguel Rossetto, que era titular do Ministério do Desenvolvimento Agrário. "A política é feita pra servir. Estou muito feliz porque a imensa maioria dos nossos companheiros, dos nossos ministros, dos nossos assessores, trabalha aqui por amor, trabalha aqui para servir. Nós não somos ladrões", afirmou. O petista também ironizou quem se refere ao PT como uma quadrilha, em função da condenação no mensalão. No fim de 2013, petistas históricos foram presos por causa da condenação no processo no STF (Supremo Tribunal Federal). Entre eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado a 7 anos e 11 meses por corrupção ativa, mas que cumpre pena em regime aberto, podendo passar as noites em casa. Visivelmente emocionado, Gilberto Carvalho, que foi chefe de gabinete do ex-presidente Lula antes de ocupar por quatro anos a Secretaria-Geral da gestão Dilma Rousseff, disse que ninguém deve "levar desaforo para casa". "Eu volto para casa depois de 12 anos para minha quitinete rural e pro meu apartamento, que fiquei devendo pro Banco do Brasil durante 19 anos. Eu digo isso com muito orgulho e desafio a acompanharem a evolução patrimonial de nossos ministros. Não vamos levar desaforo pra casa, nós temos dignidade", disse Carvalho. Citando o termo quadrilha, Carvalho deu declarações que depois explicou serem uma resposta ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), adversário de Dilma na última eleição, que afirmou ter perdido para uma "organização criminosa". "A quem disse que perdeu a eleição para uma quadrilha, eu quero responder dizendo que essa é a nossa quadrilha. Para eles pobre é quadrilha, é essa a quadrilha dos pobres que foi injustamente marginalizada e agora está sendo tratada com um mínimo de dignidade. Com muito orgulho eu quero dizer: eu pertenço a essa quadrilha e vamos continuar mudando o país com esse objetivo", afirmou o agora ex-ministro. Carvalho também brincou dizendo que pediu desculpas à presidente Dilma Rousseff "porque sei que dei muita dor de cabeça a ela, particularmente com minhas falas à imprensa". "Eu quero dizer a vocês que dessas bombas em nenhum momento eu me arrependi, aquilo que foi dito como 'sincericídio' foi uma convicção muito forte que um governo, para além de realizar, precisa interpretar a realidade, precisa ser educador", declarou. O ex-ministro fez uma homenagem ao petista Luiz Gushiken (1950-2013), inocentado no mensalão, a quem chamou de "pessoa extremamente injustiçada, que morreu sem ser reconhecida", mas afirmou que "há entre nós pessoas que tombaram, que caíram nos erros". "Diferentemente de antes, cada um de nós companheiros que cometeu um erro foi punido, pagou um preço, doloroso para nós, mas pagou um preço. Isso eu espero que sirva de fato para um novo padrão republicano", afirmou. "Não temos que ter medo nem vergonha de ninguém", disse. Em seu discurso, o petista não fez referência ao atual escândalo de corrupção na Petrobras revelado pela Operação Lava Jato. O novo ministro, Miguel Rossetto, afirmou que irá ampliar o processo de "participação popular e de diálogo" na Secretaria-Geral da Presidência. "Nós vamos estimular permanentemente um diálogo forte, verdadeiro, respeitoso, um diálogo capaz de construir consensos", declarou.
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