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Com chuva acima da média, nível do Cantareira chega a 7,8%
O sistema Cantareira aumentou 0,5 ponto percentual de domingo (15) para esta segunda-feira (16). De acordo com dados da Sabesp, o reservatório opera agora com 7,8% de sua capacidade. A Sabesp informa que nesta segunda-feira o Cantareira superou o volume de chuvas esperados para o mês de fevereiro. Até agora, choveu 206,1 mm, quando a média histórica para o mês é de 199,1 mm. O sistema abastece 6,2 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista e já opera com a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada). Pode também ter contribuído para essa forte alta do Cantareira a redução da demanda, com a saída da cidade de cerca de 2 milhões de carros neste Carnaval –a frota total da cidade é de 7,9 milhões de veículos. Já os mananciais do Alto Tietê, Guarapiranga, Alto Cotia, Rio Grande e Rio Claro também registram alta. O primeiro, que abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, passou de 14,1% para 14,6%. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). Assim como o Cantareira, o Alto Tietê também já registrou chuva acima do esperado antes do encerramento do mês. A média histórica é de 192 mm em fevereiro, mas até agora já foram registrados 197,3 mm. Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress DEMAIS SISTEMAS A represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 55,3% de sua capacidade, o que representa aumento de 0,1 ponto percentual em relação a domingo. O reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, opera com 34,4% de sua capacidade, após também subir 0,1 ponto percentual. O reservatório de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 32,8% de sua capacidade, depois de subir 0,7 ponto percentual em relação ao dia anterior. Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 80,1% de sua capacidade. No domingo, o índice era de 80,7%. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
cotidiano
Com chuva acima da média, nível do Cantareira chega a 7,8%O sistema Cantareira aumentou 0,5 ponto percentual de domingo (15) para esta segunda-feira (16). De acordo com dados da Sabesp, o reservatório opera agora com 7,8% de sua capacidade. A Sabesp informa que nesta segunda-feira o Cantareira superou o volume de chuvas esperados para o mês de fevereiro. Até agora, choveu 206,1 mm, quando a média histórica para o mês é de 199,1 mm. O sistema abastece 6,2 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista e já opera com a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada). Pode também ter contribuído para essa forte alta do Cantareira a redução da demanda, com a saída da cidade de cerca de 2 milhões de carros neste Carnaval –a frota total da cidade é de 7,9 milhões de veículos. Já os mananciais do Alto Tietê, Guarapiranga, Alto Cotia, Rio Grande e Rio Claro também registram alta. O primeiro, que abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, passou de 14,1% para 14,6%. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). Assim como o Cantareira, o Alto Tietê também já registrou chuva acima do esperado antes do encerramento do mês. A média histórica é de 192 mm em fevereiro, mas até agora já foram registrados 197,3 mm. Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress DEMAIS SISTEMAS A represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 55,3% de sua capacidade, o que representa aumento de 0,1 ponto percentual em relação a domingo. O reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, opera com 34,4% de sua capacidade, após também subir 0,1 ponto percentual. O reservatório de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 32,8% de sua capacidade, depois de subir 0,7 ponto percentual em relação ao dia anterior. Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 80,1% de sua capacidade. No domingo, o índice era de 80,7%. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
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Fuja da folia: Banda Francisco, el Hombre faz show no Sesc Santana
A banda Francisco, el Hombre, formada por brasileiros e mexicanos, faz show nesta terça, no Sesc Santana (av. Luiz Dumont Villares, 579, tel. 11- 2971-8700), a partir das 18h. Radicada em Barão Geraldo (Campinas), a banda de cinco integrantes apresentará canções de seu álbum de estreia, "soltasbruxa", com sonoridades tradicionais e regionais latino-americanas, cantadas em espanhol com sotaque brasileiro e português com sotaque espanhol. Ingressos de R$ 7,50 a R$ 25 na bilheteria do Sesc ou em sescsp.org.br. MAIS MÚSICA A banda austríaca Belphegor, de metal, celebra seus mais de 20 anos de carreira e promove o álbum "Conjuring the Dead", lançado em 2014, às 20h30, no Manifesto Bar, no Itaim Bibi. Ingresso a R$ 240 em clubedoingresso.com ENIGMA Quem quem fugir do Carnaval pode desvendar enigmas, descobrir pistas e tentar escapar em até 60 minutos das salas temáticas do The Escape Game, na Vila Mariana (r. Flávio de Melo, 273/285, tel. 11-3135-5007, das 13h às 22h). Há quatro salas temáticas disponíveis: Drácula, Roubo a Banco, Agente Secreto e Máquina do Tempo. Preços começam em R$ 316 para quatro jogadores (até oito podem jogar, mas o valor aumenta). Reservas pelo site theescapegame.com.br.
ilustrada
Fuja da folia: Banda Francisco, el Hombre faz show no Sesc SantanaA banda Francisco, el Hombre, formada por brasileiros e mexicanos, faz show nesta terça, no Sesc Santana (av. Luiz Dumont Villares, 579, tel. 11- 2971-8700), a partir das 18h. Radicada em Barão Geraldo (Campinas), a banda de cinco integrantes apresentará canções de seu álbum de estreia, "soltasbruxa", com sonoridades tradicionais e regionais latino-americanas, cantadas em espanhol com sotaque brasileiro e português com sotaque espanhol. Ingressos de R$ 7,50 a R$ 25 na bilheteria do Sesc ou em sescsp.org.br. MAIS MÚSICA A banda austríaca Belphegor, de metal, celebra seus mais de 20 anos de carreira e promove o álbum "Conjuring the Dead", lançado em 2014, às 20h30, no Manifesto Bar, no Itaim Bibi. Ingresso a R$ 240 em clubedoingresso.com ENIGMA Quem quem fugir do Carnaval pode desvendar enigmas, descobrir pistas e tentar escapar em até 60 minutos das salas temáticas do The Escape Game, na Vila Mariana (r. Flávio de Melo, 273/285, tel. 11-3135-5007, das 13h às 22h). Há quatro salas temáticas disponíveis: Drácula, Roubo a Banco, Agente Secreto e Máquina do Tempo. Preços começam em R$ 316 para quatro jogadores (até oito podem jogar, mas o valor aumenta). Reservas pelo site theescapegame.com.br.
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Disputa entre Crivella e Globo pode afetar parcerias no Rio
ITALO NOGUEIRA DO RIO O conflito entre o prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), e o Grupo Globo poderá ter impacto sobre as parcerias hoje existentes da empresa com o município. Ao longo dos oito anos da gestão Eduardo Paes (PMDB), que deixa o cargo em janeiro, o grupo de comunicação atuou nas áreas de educação, cultura e eventos da cidade. Por meio da Fundação Roberto Marinho, o grupo foi responsável pela reforma do edifício D. João para sediar o Museu de Arte do Rio (MAR) e pela concepção do Museu do Amanhã, símbolos da revitalização portuária. O grupo recebeu da prefeitura R$ 89,6 milhões pelas duas obras. A fundação ainda participa dos conselhos dos museus, sem remuneração. O município também patrocina, desde 2011, a Infoglobo, empresa ligada ao grupo, na realização de eventos de gastronomia, educação, moda, música e Carnaval. O Grupo Globo recebeu R$ 132 milhões da prefeitura por meio da Fundação Roberto Marinho e da Infoglobo, sem incluir pagamentos por publicidade. A continuidade das parcerias depende de Crivella, que chamou a emissora de TV do grupo de "inimiga jurada" de sua candidatura. Por trás do conflito há a disputa entre Globo e Rede Record, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, da qual o prefeito eleito é bispo licenciado. De janeiro a setembro de 2016, a Globo tem ficado na liderança de audiência no Rio, com média diária de 17,9 pontos (cada ponto, na Grande Rio, equivale a 116,3 mil espectadores individuais). Entre os canais de TV aberta, a Record fica em em segundo lugar com 6,9 pontos e o SBT em terceiro, com 6,7. O prefeito eleito atribuiu à concorrência entre as emissoras o que chamou de "dilúvio de infâmias" –reportagens críticas a seu respeito. "Eles acham que, pela minha mãe ser irmã do bispo Macedo, que eu vou usar de alguma forma a minha influência para ajudar a [TV] Record. Imagina se eu vou fazer uma coisa dessa", disse ele na campanha. Sobre o caso, a Globo disse, em nota, durante a eleição: "A missão de um veículo jornalístico é revelar fatos importantes, incômodos ou não, envolvendo as candidaturas. A TV Globo tem feito isso de forma isenta com os dois candidatos em disputa [Crivella e Marcelo Freixo]". No dia seguinte à vitória, o prefeito eleito concedeu entrevista à Record pela manhã e foi ao estúdio do SBT no início da tarde. Pela primeira vez em muitos anos a TV Globo não exibiu uma entrevista ao vivo com o prefeito eleito. ANÚNCIOS A escolha inicial pode se refletir também na disputa por verbas de publicidade. A prefeitura não divulga a distribuição por emissora, mas a Folha apurou que a Record não recebeu nada dos R$ 86 milhões pagos em publicidade neste ano. No ano passado, foram apenas R$ 4,5 milhões dos R$ 105,4 milhões gastos, enquanto a TV Globo teve cerca de R$ 23 milhões. Paes decidiu interromper os repasses à Record por suspeitar que a emissora estivesse favorecendo em seu noticiário o senador, rival de seu aliado Pedro Paulo (PMDB) na disputa pela sucessão. Atribuía a esse fato uma série de reportagens que apontavam suspeitas sobre políticos do PMDB. Um dos pontos de disputa entre as emissoras é também a transmissão do Carnaval. A Globo tem contrato até 2019 com a Liesa (Liga das Escolas de Samba). A emissora viveu até meados deste ano uma crise com as agremiações por não transmitir os desfiles da primeira escola de cada dia. O conflito foi solucionado com mudanças no tempo de apresentação de cada uma. Aliados de Crivella afirmam que o prefeito eleito deve ter uma relação pragmática com o Grupo Globo. Uma redistribuição de verbas de publicidade, contudo, é vista como certa. Um dos principais conselheiros políticos do prefeito eleito é Isaias Zavarise, ex-diretor de marketing da TV Record. Procurados, Grupo Globo e Record não quiseram se pronunciar sobre o tema.
poder
Disputa entre Crivella e Globo pode afetar parcerias no RioITALO NOGUEIRA DO RIO O conflito entre o prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), e o Grupo Globo poderá ter impacto sobre as parcerias hoje existentes da empresa com o município. Ao longo dos oito anos da gestão Eduardo Paes (PMDB), que deixa o cargo em janeiro, o grupo de comunicação atuou nas áreas de educação, cultura e eventos da cidade. Por meio da Fundação Roberto Marinho, o grupo foi responsável pela reforma do edifício D. João para sediar o Museu de Arte do Rio (MAR) e pela concepção do Museu do Amanhã, símbolos da revitalização portuária. O grupo recebeu da prefeitura R$ 89,6 milhões pelas duas obras. A fundação ainda participa dos conselhos dos museus, sem remuneração. O município também patrocina, desde 2011, a Infoglobo, empresa ligada ao grupo, na realização de eventos de gastronomia, educação, moda, música e Carnaval. O Grupo Globo recebeu R$ 132 milhões da prefeitura por meio da Fundação Roberto Marinho e da Infoglobo, sem incluir pagamentos por publicidade. A continuidade das parcerias depende de Crivella, que chamou a emissora de TV do grupo de "inimiga jurada" de sua candidatura. Por trás do conflito há a disputa entre Globo e Rede Record, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, da qual o prefeito eleito é bispo licenciado. De janeiro a setembro de 2016, a Globo tem ficado na liderança de audiência no Rio, com média diária de 17,9 pontos (cada ponto, na Grande Rio, equivale a 116,3 mil espectadores individuais). Entre os canais de TV aberta, a Record fica em em segundo lugar com 6,9 pontos e o SBT em terceiro, com 6,7. O prefeito eleito atribuiu à concorrência entre as emissoras o que chamou de "dilúvio de infâmias" –reportagens críticas a seu respeito. "Eles acham que, pela minha mãe ser irmã do bispo Macedo, que eu vou usar de alguma forma a minha influência para ajudar a [TV] Record. Imagina se eu vou fazer uma coisa dessa", disse ele na campanha. Sobre o caso, a Globo disse, em nota, durante a eleição: "A missão de um veículo jornalístico é revelar fatos importantes, incômodos ou não, envolvendo as candidaturas. A TV Globo tem feito isso de forma isenta com os dois candidatos em disputa [Crivella e Marcelo Freixo]". No dia seguinte à vitória, o prefeito eleito concedeu entrevista à Record pela manhã e foi ao estúdio do SBT no início da tarde. Pela primeira vez em muitos anos a TV Globo não exibiu uma entrevista ao vivo com o prefeito eleito. ANÚNCIOS A escolha inicial pode se refletir também na disputa por verbas de publicidade. A prefeitura não divulga a distribuição por emissora, mas a Folha apurou que a Record não recebeu nada dos R$ 86 milhões pagos em publicidade neste ano. No ano passado, foram apenas R$ 4,5 milhões dos R$ 105,4 milhões gastos, enquanto a TV Globo teve cerca de R$ 23 milhões. Paes decidiu interromper os repasses à Record por suspeitar que a emissora estivesse favorecendo em seu noticiário o senador, rival de seu aliado Pedro Paulo (PMDB) na disputa pela sucessão. Atribuía a esse fato uma série de reportagens que apontavam suspeitas sobre políticos do PMDB. Um dos pontos de disputa entre as emissoras é também a transmissão do Carnaval. A Globo tem contrato até 2019 com a Liesa (Liga das Escolas de Samba). A emissora viveu até meados deste ano uma crise com as agremiações por não transmitir os desfiles da primeira escola de cada dia. O conflito foi solucionado com mudanças no tempo de apresentação de cada uma. Aliados de Crivella afirmam que o prefeito eleito deve ter uma relação pragmática com o Grupo Globo. Uma redistribuição de verbas de publicidade, contudo, é vista como certa. Um dos principais conselheiros políticos do prefeito eleito é Isaias Zavarise, ex-diretor de marketing da TV Record. Procurados, Grupo Globo e Record não quiseram se pronunciar sobre o tema.
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Pesquisas de vacina contra zika devem iniciar já no 1° semestre, diz ministro
As pesquisas de uma vacina contra o vírus zika devem iniciar já no primeiro semestre deste ano e podem ser feitas por ao menos três laboratórios brasileiros, que já buscam parcerias para os testes. A informação foi dada nesta quarta-feira (13) pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, após visita à sala nacional de coordenação e controle de ações para enfrentamento da microcefalia, em Brasília. Segundo o ministro, três laboratórios brasileiros já articulam cooperações com órgãos internacionais para realizar pesquisas sobre uma possível imunização contra o vírus. Entram na lista o Instituto Butantan, Instituto Evandro Chagas, de Belém, e Bio-Manguinhos, da Fiocruz. "Eles ainda não estão estudando, mas já estão articulando para começar a desenvolver. E vamos começar logo", disse. "Se vamos gastar tantos anos para fazer a vacina, não podemos atrasar nem mais um mês", completou. Representantes do Ministério da Saúde devem participar de reuniões com os laboratórios nesta sexta (15) e sábado (16) para discutir o tema. "Estamos em contato com os laboratórios para desenvolvermos em tempo recorde a vacina contra a zika. É uma vacina muito mais simples de ser desenvolvida do que a da dengue. A da dengue envolve [imunização para] quatro sorotipos, e a da zika é só uma. Mas mesmo sendo mais simples, ainda vamos ter que esperar alguns anos." Um possível público-alvo para a imunização, segundo Castro, seriam as mulheres em período fértil, como forma de evitar complicações em bebês que possam ser decorrentes da infecção pelo zika. Hoje, o governo estuda uma possível relação entre o vírus e o aumento de casos de microcefalia. "Não vamos dar vacina para 200 milhões de brasileiros. Vamos dar para as pessoas em período fértil. E vamos torcer para que antes de entrar no período fértil que elas peguem a zika, para ficarem imunizadas pelo próprio mosquito. Aí não precisa da vacina.", disse. GAFE O ministro, porém, cometeu uma nova gafe ao dizer que iria "torcer" para que essas mulheres pegassem zika –o que faria com que a vacina não fosse necessária. "Não vamos dar vacina para 200 milhões de brasileiros. Vamos dar para as pessoas em período fértil. E vamos torcer para que antes de entrar no período fértil que elas peguem a zika, para ficarem imunizadas pelo próprio mosquito. Aí não precisa da vacina", disse. Castro afirmou "ter esperança" de cumprir a meta de que agentes de endemias e do Exército visitem 100% dos imóveis do país até o fim de janeiro. O objetivo é realizar inspeções e eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti. "Hoje, mais de dois terços dos criadouros estão dentro das residências. Precisamos mobilizar a sociedade porque, sem ela, não vamos ter êxito", disse. Outra ação prevista, segundo Castro, é a instalação de telas em caixas de água e canos de alguns Estados do Nordeste, como o Ceará. "O armazenamento dessas águas estava sendo um excelente criadouro do mosquito", criticou.
cotidiano
Pesquisas de vacina contra zika devem iniciar já no 1° semestre, diz ministroAs pesquisas de uma vacina contra o vírus zika devem iniciar já no primeiro semestre deste ano e podem ser feitas por ao menos três laboratórios brasileiros, que já buscam parcerias para os testes. A informação foi dada nesta quarta-feira (13) pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, após visita à sala nacional de coordenação e controle de ações para enfrentamento da microcefalia, em Brasília. Segundo o ministro, três laboratórios brasileiros já articulam cooperações com órgãos internacionais para realizar pesquisas sobre uma possível imunização contra o vírus. Entram na lista o Instituto Butantan, Instituto Evandro Chagas, de Belém, e Bio-Manguinhos, da Fiocruz. "Eles ainda não estão estudando, mas já estão articulando para começar a desenvolver. E vamos começar logo", disse. "Se vamos gastar tantos anos para fazer a vacina, não podemos atrasar nem mais um mês", completou. Representantes do Ministério da Saúde devem participar de reuniões com os laboratórios nesta sexta (15) e sábado (16) para discutir o tema. "Estamos em contato com os laboratórios para desenvolvermos em tempo recorde a vacina contra a zika. É uma vacina muito mais simples de ser desenvolvida do que a da dengue. A da dengue envolve [imunização para] quatro sorotipos, e a da zika é só uma. Mas mesmo sendo mais simples, ainda vamos ter que esperar alguns anos." Um possível público-alvo para a imunização, segundo Castro, seriam as mulheres em período fértil, como forma de evitar complicações em bebês que possam ser decorrentes da infecção pelo zika. Hoje, o governo estuda uma possível relação entre o vírus e o aumento de casos de microcefalia. "Não vamos dar vacina para 200 milhões de brasileiros. Vamos dar para as pessoas em período fértil. E vamos torcer para que antes de entrar no período fértil que elas peguem a zika, para ficarem imunizadas pelo próprio mosquito. Aí não precisa da vacina.", disse. GAFE O ministro, porém, cometeu uma nova gafe ao dizer que iria "torcer" para que essas mulheres pegassem zika –o que faria com que a vacina não fosse necessária. "Não vamos dar vacina para 200 milhões de brasileiros. Vamos dar para as pessoas em período fértil. E vamos torcer para que antes de entrar no período fértil que elas peguem a zika, para ficarem imunizadas pelo próprio mosquito. Aí não precisa da vacina", disse. Castro afirmou "ter esperança" de cumprir a meta de que agentes de endemias e do Exército visitem 100% dos imóveis do país até o fim de janeiro. O objetivo é realizar inspeções e eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti. "Hoje, mais de dois terços dos criadouros estão dentro das residências. Precisamos mobilizar a sociedade porque, sem ela, não vamos ter êxito", disse. Outra ação prevista, segundo Castro, é a instalação de telas em caixas de água e canos de alguns Estados do Nordeste, como o Ceará. "O armazenamento dessas águas estava sendo um excelente criadouro do mosquito", criticou.
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Aliados defendem Cunha, e oposição adota cautela
Reunido com cerca de trinta deputados em seu gabinete, na tarde desta quinta-feira (20), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou a se dizer inocente e rebateu ponto a ponto a denúncia da Procuradoria-Geral da República, segundo relato de parlamentares. "Para ele, a montanha pariu um rato", afirmou o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM). Aos deputados, Cunha reafirmou a disposição de não se afastar da presidência da Casa. E, nesse primeiro momento, recebeu a solidariedade de aliados. "Por que não os outros? Se teve delação, por que pinçar um e largar os outros pra trás?", questionou o líder da bancada do PTB, Jovair Arantes (GO). "Alguém tem que provar que ele é culpado. Até lá, ele tem que manter a sua condição de presidente." Entre os presentes no gabinete de Cunha, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), diz acreditar que o clima político fica acirrado, mas fala na necessidade de ter "maturidade" para não se julgar ninguém antes da Justiça. "É evidente que o clima político fica acirrado a partir de agora, mas ao mesmo tempo, ficam garantidos direitos constitucionais do presidente no que tange garantias ao contraditório, ampla defesa e presunção de inocência", disse o aliado de Cunha. A oposição adotou publicamente o mesmo tom de cautela das últimas semanas, embora nos bastidores mantenha por enquanto o apoio a Cunha, já que ele tem se mostrado o principal aliado na tarefa de atacar o governo Dilma Rousseff. "Sempre defendemos o aprofundamento das investigações e o instituto da delação premiada, independente de quem esteja envolvido. Caberá a ele [Cunha], agora, apresentar a sua defesa e, depois disso, o STF irá definir se aceitará ou não a denúncia. É preciso aguardar o desenrolar desse processo", afirmou o deputado Carlos Sampaio (SP), líder da bancada do PSDB. "Ele não pode ser blindado nem condenado antecipadamente, tem que aguardar", reforçou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), ressaltando que não havia ainda lido a denúncia. Um grupo de deputados de diferentes partidos, liderados pelo PSOL, anunciou um manifesto pedindo o afastamento de Cunha e fará a coleta de assinaturas de outros parlamentares. Até agora, o PSOL foi a única bancada na Câmara que firmou posição pelo afastamento de Cunha, mas o grupo que participou do manifesto inclui parlamentares de outras nove legendas, que deram apoio individualmente: PT, PSB, PPS, PDT, PR, PSC, PROS, PTB e até o próprio PMDB, partido de Cunha. PEEMEDEBISTAS Mesmo deputados do próprio PMDB já davam declarações menos favoráveis a Cunha nesta quinta. "Sem sombra de dúvida fica ruim. Não é um ambiente saudável, não é um ambiente de normalidade. É lógico que atingido por uma denúncia dessa gravidade, lógico que o presidente terá que buscar um recondicionamento, buscar esclarecer para nós internamente, dentro da bancada", afirmou o deputado Danilo Forte (PMDB-CE). Cunha se elegeu presidente da Câmara em fevereiro, derrotando o PT e o governo. Apesar das acusações de envolvimento na Lava Jato, tem mantido até agora amplo apoio entre seus pares. Enquete feita pela Folha há algumas semanas mostrou que só PSOL e PPS defendiam seu afastamento do comando da Casa caso fosse denunciado pelo Ministério Público. Na noite desta quinta, a bancada de deputados do PMDB soltou nota defendendo Cunha e criticando os pedidos para que ele se afaste do comando da Casa. "A bancada do PMDB na Câmara dos deputados apoia e acredita no presidente da Casa, Eduardo Cunha, e se solidariza com ele neste momento em que alguns se açodam a defender teses que ferem o princípio primordial do estado democrático de direito." Eduardo Cunha
poder
Aliados defendem Cunha, e oposição adota cautelaReunido com cerca de trinta deputados em seu gabinete, na tarde desta quinta-feira (20), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou a se dizer inocente e rebateu ponto a ponto a denúncia da Procuradoria-Geral da República, segundo relato de parlamentares. "Para ele, a montanha pariu um rato", afirmou o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM). Aos deputados, Cunha reafirmou a disposição de não se afastar da presidência da Casa. E, nesse primeiro momento, recebeu a solidariedade de aliados. "Por que não os outros? Se teve delação, por que pinçar um e largar os outros pra trás?", questionou o líder da bancada do PTB, Jovair Arantes (GO). "Alguém tem que provar que ele é culpado. Até lá, ele tem que manter a sua condição de presidente." Entre os presentes no gabinete de Cunha, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), diz acreditar que o clima político fica acirrado, mas fala na necessidade de ter "maturidade" para não se julgar ninguém antes da Justiça. "É evidente que o clima político fica acirrado a partir de agora, mas ao mesmo tempo, ficam garantidos direitos constitucionais do presidente no que tange garantias ao contraditório, ampla defesa e presunção de inocência", disse o aliado de Cunha. A oposição adotou publicamente o mesmo tom de cautela das últimas semanas, embora nos bastidores mantenha por enquanto o apoio a Cunha, já que ele tem se mostrado o principal aliado na tarefa de atacar o governo Dilma Rousseff. "Sempre defendemos o aprofundamento das investigações e o instituto da delação premiada, independente de quem esteja envolvido. Caberá a ele [Cunha], agora, apresentar a sua defesa e, depois disso, o STF irá definir se aceitará ou não a denúncia. É preciso aguardar o desenrolar desse processo", afirmou o deputado Carlos Sampaio (SP), líder da bancada do PSDB. "Ele não pode ser blindado nem condenado antecipadamente, tem que aguardar", reforçou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), ressaltando que não havia ainda lido a denúncia. Um grupo de deputados de diferentes partidos, liderados pelo PSOL, anunciou um manifesto pedindo o afastamento de Cunha e fará a coleta de assinaturas de outros parlamentares. Até agora, o PSOL foi a única bancada na Câmara que firmou posição pelo afastamento de Cunha, mas o grupo que participou do manifesto inclui parlamentares de outras nove legendas, que deram apoio individualmente: PT, PSB, PPS, PDT, PR, PSC, PROS, PTB e até o próprio PMDB, partido de Cunha. PEEMEDEBISTAS Mesmo deputados do próprio PMDB já davam declarações menos favoráveis a Cunha nesta quinta. "Sem sombra de dúvida fica ruim. Não é um ambiente saudável, não é um ambiente de normalidade. É lógico que atingido por uma denúncia dessa gravidade, lógico que o presidente terá que buscar um recondicionamento, buscar esclarecer para nós internamente, dentro da bancada", afirmou o deputado Danilo Forte (PMDB-CE). Cunha se elegeu presidente da Câmara em fevereiro, derrotando o PT e o governo. Apesar das acusações de envolvimento na Lava Jato, tem mantido até agora amplo apoio entre seus pares. Enquete feita pela Folha há algumas semanas mostrou que só PSOL e PPS defendiam seu afastamento do comando da Casa caso fosse denunciado pelo Ministério Público. Na noite desta quinta, a bancada de deputados do PMDB soltou nota defendendo Cunha e criticando os pedidos para que ele se afaste do comando da Casa. "A bancada do PMDB na Câmara dos deputados apoia e acredita no presidente da Casa, Eduardo Cunha, e se solidariza com ele neste momento em que alguns se açodam a defender teses que ferem o princípio primordial do estado democrático de direito." Eduardo Cunha
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Cooperativa de quebradeiras vende óleo de babaçu para o mundo todo
"A palmeira do babaçu é uma mãe que amamenta vários filhos. Dela, tudo se aproveita: fazemos óleo, azeite, sabão, sabonete, carvão, palha para cobrir as casas" diz Diocina dos Reis, a dona Dió, 64 anos, quebradeira de coco desde os sete. Os babaçuais combinados com as pastagens são a paisagem dominante na região de Lago do Junco, no interior do Maranhão, a cerca de 300 km da capital, São Luís. Foi nesta região que, nos últimos 30 anos, as quebradeiras de coco começaram a se organizar em uma cooperativa para transformar a coleta das sementes de babaçu em uma atividade economicamente viável, que compusesse a renda das famílias em uma região onde existem poucas alternativas além da agricultura de subsistência e da criação de animais. A coleta e a quebra do coco babaçu é uma tarefa tradicionalmente executada por mulheres, que saem juntas para colher os frutos e depois fazem a quebra de modo ainda artesanal, com uma pedra e uma espécie de machadinha. Dentro de cada coco estão de quatro a cinco amêndoas, e delas se extrai o óleo, utilizado pela indústria de cosméticos pelas propriedades hidratantes e antioxidantes dos seus ácidos graxos. Dona Dió foi uma das pioneiras do MIQCB, o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, que deu origem à Coppalj (Cooperativa dos Pequenos Produtores Agrícolas do Lago do Junco), fundada em 1990 e que hoje reúne 150 membros de 12 comunidades rurais. No início, a luta era pelo direito de entrarem nas fazendas para coletarem os cocos -muitos fazendeiros barravam a entrada das quebradeiras nas propriedades, o que gerava conflitos violentos. "Muitas apanhavam com vara de gado dos capatazes. A gente sofria no mato e depois chegava em casa e sofria agressão dos maridos. Mas a pior sensação do mundo é ver um filho não ter o que comer", afirma dona Dió. O ex-marido, um garimpeiro, não queria que ela se envolvesse com o movimento das quebradeiras de coco. Mas foi graças à renda do babaçu, mais o plantio de arroz, feijão e milho, que ela criou os três filhos -o mais velho chegou à universidade. Hoje vive da aposentadoria e da renda do babaçu. Não trabalha mais no roçado, mas quebra cinco quilos de coco por dia com a filha. Com a formação da cooperativa, que teve ajuda da Igreja Católica, as quebradeiras passaram a lutar pela valorização da matéria prima e eliminação dos intermediários. "Antes de se organizarem, elas precisavam quebrar 10 quilos de coco para comprar um quilo de arroz", diz Valdener Miranda, diretor da Assema, associação que reúne assentados da reforma agrária no Maranhão e presta assistência técnica rural. Em 1989, o valor pago era equivalente a US$ 0,04 pelo quilo da amêndoa -intermediários compravam as amêndoas das quebradeiras e os revendiam à indústria. Hoje, paga-se R$ 2,50 pelo quilo. CLIENTELA A cooperativa maranhense que reúne as quebradeiras de babaçu foi precursora em fixar um preço mínimo para o produto e negociar contratos de venda direta com indústrias de cosméticos e de alimentos. E, em vez de vender apenas a amêndoa, passou a fazer o pré-beneficiamento do óleo. A The Body Shop, rede inglesa de cosméticos, foi um dos primeiros e até hoje é um dos principais clientes da Coppalj. Começou a adquirir o óleo em 1995 e nunca mais parou: já chegou a comprar 80% da produção, mas hoje o percentual está em torno de 45%. "É um dos nossos relacionamentos mais antigos com uma comunidade fornecedora. Como a extração é realizada sem o uso de produtos químicos, o grau de pureza é altíssimo", diz Mark Davis, diretor global de abastecimento da rede. Com o óleo, que sai da cooperativa e é escoado até a Alemanha pelo porto de Fortaleza, a empresa fabrica sabonetes, produtos para cabelos e hidratantes vendidos em 60 países. Ex-funcionário de ONGs como a Oxfam, o trabalho de Davis é rodar o mundo buscando fornecedores que atendam à política de comércio com comunidades da empresa, que começou nos anos 1980 com a fundadora da marca, a ativista Anitta Rodick. A marca busca ingredientes diretamente nas comunidades extrativistas, eliminando intermediários e, se possível, apoiando grupos de mulheres -bem antes do conceito do "empoderamento feminino" entrar na ordem do dia. Hoje, a empresa compra 33 produtos, entre matérias-primas e acessórios, de 28 comunidades em 22 países. No Brasil, a empresa também compra soja orgânica de pequenos agricultores no Paraná e álcool orgânico de São Paulo. Adquirida pela Natura em um negócio de € 1 bilhão, a expectativa é que as empresas aproveitem essa preferência pelo comércio com comunidades extrativistas, que também é uma bandeira da marca brasileira. * 150 Número de membros da Cooperativa dos Pequenos Produtores Agrícolas do Lago do Junco 45% do óleo de babaçu produzido pela cooperativa maranhense é adquirido pela The Body Shop R$ 2,50 É quanto cada quebradeira recebe, em média, pelo quilo da amêndoa A repórter viajou a convite da The Body Shop
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Cooperativa de quebradeiras vende óleo de babaçu para o mundo todo"A palmeira do babaçu é uma mãe que amamenta vários filhos. Dela, tudo se aproveita: fazemos óleo, azeite, sabão, sabonete, carvão, palha para cobrir as casas" diz Diocina dos Reis, a dona Dió, 64 anos, quebradeira de coco desde os sete. Os babaçuais combinados com as pastagens são a paisagem dominante na região de Lago do Junco, no interior do Maranhão, a cerca de 300 km da capital, São Luís. Foi nesta região que, nos últimos 30 anos, as quebradeiras de coco começaram a se organizar em uma cooperativa para transformar a coleta das sementes de babaçu em uma atividade economicamente viável, que compusesse a renda das famílias em uma região onde existem poucas alternativas além da agricultura de subsistência e da criação de animais. A coleta e a quebra do coco babaçu é uma tarefa tradicionalmente executada por mulheres, que saem juntas para colher os frutos e depois fazem a quebra de modo ainda artesanal, com uma pedra e uma espécie de machadinha. Dentro de cada coco estão de quatro a cinco amêndoas, e delas se extrai o óleo, utilizado pela indústria de cosméticos pelas propriedades hidratantes e antioxidantes dos seus ácidos graxos. Dona Dió foi uma das pioneiras do MIQCB, o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, que deu origem à Coppalj (Cooperativa dos Pequenos Produtores Agrícolas do Lago do Junco), fundada em 1990 e que hoje reúne 150 membros de 12 comunidades rurais. No início, a luta era pelo direito de entrarem nas fazendas para coletarem os cocos -muitos fazendeiros barravam a entrada das quebradeiras nas propriedades, o que gerava conflitos violentos. "Muitas apanhavam com vara de gado dos capatazes. A gente sofria no mato e depois chegava em casa e sofria agressão dos maridos. Mas a pior sensação do mundo é ver um filho não ter o que comer", afirma dona Dió. O ex-marido, um garimpeiro, não queria que ela se envolvesse com o movimento das quebradeiras de coco. Mas foi graças à renda do babaçu, mais o plantio de arroz, feijão e milho, que ela criou os três filhos -o mais velho chegou à universidade. Hoje vive da aposentadoria e da renda do babaçu. Não trabalha mais no roçado, mas quebra cinco quilos de coco por dia com a filha. Com a formação da cooperativa, que teve ajuda da Igreja Católica, as quebradeiras passaram a lutar pela valorização da matéria prima e eliminação dos intermediários. "Antes de se organizarem, elas precisavam quebrar 10 quilos de coco para comprar um quilo de arroz", diz Valdener Miranda, diretor da Assema, associação que reúne assentados da reforma agrária no Maranhão e presta assistência técnica rural. Em 1989, o valor pago era equivalente a US$ 0,04 pelo quilo da amêndoa -intermediários compravam as amêndoas das quebradeiras e os revendiam à indústria. Hoje, paga-se R$ 2,50 pelo quilo. CLIENTELA A cooperativa maranhense que reúne as quebradeiras de babaçu foi precursora em fixar um preço mínimo para o produto e negociar contratos de venda direta com indústrias de cosméticos e de alimentos. E, em vez de vender apenas a amêndoa, passou a fazer o pré-beneficiamento do óleo. A The Body Shop, rede inglesa de cosméticos, foi um dos primeiros e até hoje é um dos principais clientes da Coppalj. Começou a adquirir o óleo em 1995 e nunca mais parou: já chegou a comprar 80% da produção, mas hoje o percentual está em torno de 45%. "É um dos nossos relacionamentos mais antigos com uma comunidade fornecedora. Como a extração é realizada sem o uso de produtos químicos, o grau de pureza é altíssimo", diz Mark Davis, diretor global de abastecimento da rede. Com o óleo, que sai da cooperativa e é escoado até a Alemanha pelo porto de Fortaleza, a empresa fabrica sabonetes, produtos para cabelos e hidratantes vendidos em 60 países. Ex-funcionário de ONGs como a Oxfam, o trabalho de Davis é rodar o mundo buscando fornecedores que atendam à política de comércio com comunidades da empresa, que começou nos anos 1980 com a fundadora da marca, a ativista Anitta Rodick. A marca busca ingredientes diretamente nas comunidades extrativistas, eliminando intermediários e, se possível, apoiando grupos de mulheres -bem antes do conceito do "empoderamento feminino" entrar na ordem do dia. Hoje, a empresa compra 33 produtos, entre matérias-primas e acessórios, de 28 comunidades em 22 países. No Brasil, a empresa também compra soja orgânica de pequenos agricultores no Paraná e álcool orgânico de São Paulo. Adquirida pela Natura em um negócio de € 1 bilhão, a expectativa é que as empresas aproveitem essa preferência pelo comércio com comunidades extrativistas, que também é uma bandeira da marca brasileira. * 150 Número de membros da Cooperativa dos Pequenos Produtores Agrícolas do Lago do Junco 45% do óleo de babaçu produzido pela cooperativa maranhense é adquirido pela The Body Shop R$ 2,50 É quanto cada quebradeira recebe, em média, pelo quilo da amêndoa A repórter viajou a convite da The Body Shop
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Dois dias após xingamento, Obama tem reunião rápida com líder filipino
O presidente dos EUA, Barack Obama, se reuniu brevemente nesta quarta-feira (7) com Rodrigo Duterte no Laos, dois dias após o colega filipino ter chamado o americano de "filho da puta" em uma entrevista. O insulto foi feito quando Duterte foi questionado por jornalistas sobre uma possível repreensão de Obama à guerra às drogas feita por seu governo, que levou à morte de 3.500 pessoas desde sua posse, em 30 de junho. O xingamento levou ao cancelamento da reunião entre os dois. Segundo diplomatas filipinos, o breve encontro foi feito antes do jantar de gala da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) na capital do Laos, Vientnane. "Estou muito feliz que isso tenha acontecido", disse o ministro das Relações Exteriores das Filipinas, Perfecto Yasay, sobre a breve reunião. "A relação entre as Filipinas e os Estados Unidos é firme, muito forte." "Duterte explicou que as reportagens segundo as quais Obama lhe 'daria um sermão' pelas mortes extrajudiciais o levaram a fazer aqueles comentários fortes, que por sua vez causaram preocupação", disse o governo filipino. O governo americano não comentou sobre o encontro. A conversa é um sinal de alívio na tensão com as Filipinas, país importante na intenção americana de conter as intenções da China de expandir seu território na Ásia. Além de conter a pressão de Pequim, os filipinos têm interesse na manutenção da relação econômica. Os EUA são um dos principais mercados para o país asiático, que quer manter um dos crescimentos mais altos da região.
mundo
Dois dias após xingamento, Obama tem reunião rápida com líder filipinoO presidente dos EUA, Barack Obama, se reuniu brevemente nesta quarta-feira (7) com Rodrigo Duterte no Laos, dois dias após o colega filipino ter chamado o americano de "filho da puta" em uma entrevista. O insulto foi feito quando Duterte foi questionado por jornalistas sobre uma possível repreensão de Obama à guerra às drogas feita por seu governo, que levou à morte de 3.500 pessoas desde sua posse, em 30 de junho. O xingamento levou ao cancelamento da reunião entre os dois. Segundo diplomatas filipinos, o breve encontro foi feito antes do jantar de gala da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) na capital do Laos, Vientnane. "Estou muito feliz que isso tenha acontecido", disse o ministro das Relações Exteriores das Filipinas, Perfecto Yasay, sobre a breve reunião. "A relação entre as Filipinas e os Estados Unidos é firme, muito forte." "Duterte explicou que as reportagens segundo as quais Obama lhe 'daria um sermão' pelas mortes extrajudiciais o levaram a fazer aqueles comentários fortes, que por sua vez causaram preocupação", disse o governo filipino. O governo americano não comentou sobre o encontro. A conversa é um sinal de alívio na tensão com as Filipinas, país importante na intenção americana de conter as intenções da China de expandir seu território na Ásia. Além de conter a pressão de Pequim, os filipinos têm interesse na manutenção da relação econômica. Os EUA são um dos principais mercados para o país asiático, que quer manter um dos crescimentos mais altos da região.
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Trump divulga proposta de orçamento dos EUA
O presidente dos EUA, Donald Trump, divulgou nesta quinta-feira (16) um projeto de orçamento de US$ 1,15 trilhão, propondo uma reforma de longo alcance dos gastos federais que reduz muitos programas domésticos para financiar um aumento significativo nas forças armadas e fazer um pagamento em um muro da fronteira EUA-México. "Um orçamento que coloca a América em primeiro lugar deve tornar a segurança do nosso povo a sua prioridade número um –porque sem segurança, não pode haver prosperidade", disse Trump numa mensagem que acompanha o projeto orçamentário. O aumento de US$ 54 bilhões para os militares é o maior desde o governo de Ronald Reagan nos anos 1980, alocando dinheiro imediato para a prontidão das tropas, a luta contra os militantes islâmicos e a aquisição de novos navios, caças e outras armas. O aumento de 10% do orçamento do Pentágono é financiado por cortes de US$ 54 bilhões na ajuda externa e nas agências domésticas que haviam sido protegidas pelo ex-presidente Barack Obama. O projeto apresentado destina US$ 2,6 bilhões para o planejamento, design e construção do controverso muro na fronteira com o México. Além disso, concede fundos de US$ 314 milhões para a contratação e o treinamento de 500 agentes fronteiriços e 1.000 agentes migratórios. Estas pessoas terão a tarefa de reforçar a "integridade do sistema migratório", assim como "identificar e remover aqueles que já estão nos Estados Unidos e que entraram ilegalmente". No capítulo dedicado ao Departamento de Segurança Interna (DHS), o projeto de orçamento também concede recursos adicionais de US$ 1,5 bilhão em relação ao orçamento de 2017 para ampliar a capacidade de "detenção, transporte e remoção de imigrantes ilegais". "Estes fundos garantirão que o DHS terá a capacidade de detenção (de pessoas) suficiente de forma a conter estrangeiros considerados prioritários, incluindo criminosos violentos e outros indivíduos perigosos, que estão em trâmite de remoção", afirma o resumo do orçamento, de 62 páginas, distribuído pela Casa Branca. Enquanto isso, no capítulo destinado ao Departamento de Justiça, é concedido um aumento de US$ 80 milhões para a contratação de 75 novos juízes de tribunais migratórios (elevando seu número a 449), para determinar "mais rapidamente os procedimentos de remoção" de estrangeiros. O projeto determina o estabelecimento de 60 novos procuradores migratórios na zona fronteiriça. Desde a campanha eleitoral do ano passado, Trump reiterou que o México pagará pelos custos do polêmico muro, embora as autoridades mexicanas já tenham descartado qualquer possibilidade de que isso possa ocorrer. Os primeiros estudos sobre o custo do muro que Trump deseja construir indicam que a conta será de ao menos US$ 15 bilhões, embora possa chegar a mais de US$ 20 bilhões.
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Trump divulga proposta de orçamento dos EUAO presidente dos EUA, Donald Trump, divulgou nesta quinta-feira (16) um projeto de orçamento de US$ 1,15 trilhão, propondo uma reforma de longo alcance dos gastos federais que reduz muitos programas domésticos para financiar um aumento significativo nas forças armadas e fazer um pagamento em um muro da fronteira EUA-México. "Um orçamento que coloca a América em primeiro lugar deve tornar a segurança do nosso povo a sua prioridade número um –porque sem segurança, não pode haver prosperidade", disse Trump numa mensagem que acompanha o projeto orçamentário. O aumento de US$ 54 bilhões para os militares é o maior desde o governo de Ronald Reagan nos anos 1980, alocando dinheiro imediato para a prontidão das tropas, a luta contra os militantes islâmicos e a aquisição de novos navios, caças e outras armas. O aumento de 10% do orçamento do Pentágono é financiado por cortes de US$ 54 bilhões na ajuda externa e nas agências domésticas que haviam sido protegidas pelo ex-presidente Barack Obama. O projeto apresentado destina US$ 2,6 bilhões para o planejamento, design e construção do controverso muro na fronteira com o México. Além disso, concede fundos de US$ 314 milhões para a contratação e o treinamento de 500 agentes fronteiriços e 1.000 agentes migratórios. Estas pessoas terão a tarefa de reforçar a "integridade do sistema migratório", assim como "identificar e remover aqueles que já estão nos Estados Unidos e que entraram ilegalmente". No capítulo dedicado ao Departamento de Segurança Interna (DHS), o projeto de orçamento também concede recursos adicionais de US$ 1,5 bilhão em relação ao orçamento de 2017 para ampliar a capacidade de "detenção, transporte e remoção de imigrantes ilegais". "Estes fundos garantirão que o DHS terá a capacidade de detenção (de pessoas) suficiente de forma a conter estrangeiros considerados prioritários, incluindo criminosos violentos e outros indivíduos perigosos, que estão em trâmite de remoção", afirma o resumo do orçamento, de 62 páginas, distribuído pela Casa Branca. Enquanto isso, no capítulo destinado ao Departamento de Justiça, é concedido um aumento de US$ 80 milhões para a contratação de 75 novos juízes de tribunais migratórios (elevando seu número a 449), para determinar "mais rapidamente os procedimentos de remoção" de estrangeiros. O projeto determina o estabelecimento de 60 novos procuradores migratórios na zona fronteiriça. Desde a campanha eleitoral do ano passado, Trump reiterou que o México pagará pelos custos do polêmico muro, embora as autoridades mexicanas já tenham descartado qualquer possibilidade de que isso possa ocorrer. Os primeiros estudos sobre o custo do muro que Trump deseja construir indicam que a conta será de ao menos US$ 15 bilhões, embora possa chegar a mais de US$ 20 bilhões.
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Veja o cartum da edição deste domingo
DAVID SIPRESS é cartunista da revista americana "The New Yorker"
ilustrissima
Veja o cartum da edição deste domingoDAVID SIPRESS é cartunista da revista americana "The New Yorker"
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Empresa americana é chamada para ajudar a apagar incêndio em Santos
Os técnicos de uma empresa americana especializada no combate a incêndios chegam nesta sexta-feira (10) em Santos, no litoral de SP, para ajudar no controle das chamas nos tanques da empresa Ultracargo, no bairro da Alemoa. O incêndio entra nesta quinta-feira (9) no seu oitavo dia. A Aeronáutica também auxiliará os bombeiros, trazendo 500 mil litros de líquido gerador de espuma de diversas partes do país. Até a noite de quarta-feira (8) mais de 400 mil litros de espuma já tinham sido usados. Pelo menos 360 litros do pó químico seco (cold fire) cedido pela Infraero também foram empregados. Na quarta-feira, o Corpo de Bombeiros conseguiu extinguir o fogo pela manhã. No entanto, as chamas reacenderam às 14h, quando surgiram novos vazamentos. A partir desse momento os bombeiros passaram a se preocupar com o resfriamento dos reservatórios para evitar que as chamas se alastrassem. No Porto de Santos, a restrição da entrada de caminhões na margem direita passou a ser permitida, desde quarta, entre 22h e 4h. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), as empresas responsáveis pelo transporte de cargas da Baixada Santista somam um prejuízo que pode chegar a R$ 7,5 milhões nos últimos três dias, com o bloqueio ao porto. A triagem dos veículos é feita na Via Anchieta e nos pátios de estacionamento, pela Polícia Rodoviária e Ecovias. São permitidos, no máximo 800 caminhões de carga. Em nota, a Ultracargo informou que tem adotado todas as medidas para cooperar com as autoridades. "A empresa está fornecendo o apoio logístico para a operação de combate ao fogo, além do suporte às demandas nas áreas de saúde, segurança e meio ambiente".
cotidiano
Empresa americana é chamada para ajudar a apagar incêndio em SantosOs técnicos de uma empresa americana especializada no combate a incêndios chegam nesta sexta-feira (10) em Santos, no litoral de SP, para ajudar no controle das chamas nos tanques da empresa Ultracargo, no bairro da Alemoa. O incêndio entra nesta quinta-feira (9) no seu oitavo dia. A Aeronáutica também auxiliará os bombeiros, trazendo 500 mil litros de líquido gerador de espuma de diversas partes do país. Até a noite de quarta-feira (8) mais de 400 mil litros de espuma já tinham sido usados. Pelo menos 360 litros do pó químico seco (cold fire) cedido pela Infraero também foram empregados. Na quarta-feira, o Corpo de Bombeiros conseguiu extinguir o fogo pela manhã. No entanto, as chamas reacenderam às 14h, quando surgiram novos vazamentos. A partir desse momento os bombeiros passaram a se preocupar com o resfriamento dos reservatórios para evitar que as chamas se alastrassem. No Porto de Santos, a restrição da entrada de caminhões na margem direita passou a ser permitida, desde quarta, entre 22h e 4h. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), as empresas responsáveis pelo transporte de cargas da Baixada Santista somam um prejuízo que pode chegar a R$ 7,5 milhões nos últimos três dias, com o bloqueio ao porto. A triagem dos veículos é feita na Via Anchieta e nos pátios de estacionamento, pela Polícia Rodoviária e Ecovias. São permitidos, no máximo 800 caminhões de carga. Em nota, a Ultracargo informou que tem adotado todas as medidas para cooperar com as autoridades. "A empresa está fornecendo o apoio logístico para a operação de combate ao fogo, além do suporte às demandas nas áreas de saúde, segurança e meio ambiente".
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Corinthians escala time misto contra o Patriotas na Sul-Americana
O Corinthians já deixa claro que o Campeonato Brasileiro será sua prioridade em 2017. Tanto é que o clube terá uma escalação mista diante do Patriotas nesta quarta-feira (26), às 21h45 (com Globo e SporTV 2), no Itaquerão, pelo jogo de volta da segunda fase da Copa Sul-Americana. O técnico Fabio Carille decidiu poupar o lateral Fagner, o meia Rodriguinho e os atacantes Romero e Jô. A lista de ausências ainda tem Pablo e Jadson, machucados. Assim, o lateral Léo Príncipe, o zagueiro Pedro Henrique, os meias Marquinhos Gabriel e Giovanni Augusto e os atacantes Clayton e Kazim devem ser os titulares. Como empatou o duelo de ida por 1 a 1, o Corinthians precisa de um empate sem gols para avançar. Caso o placar se repita, o classificado será conhecido nas cobranças de pênaltis.
esporte
Corinthians escala time misto contra o Patriotas na Sul-AmericanaO Corinthians já deixa claro que o Campeonato Brasileiro será sua prioridade em 2017. Tanto é que o clube terá uma escalação mista diante do Patriotas nesta quarta-feira (26), às 21h45 (com Globo e SporTV 2), no Itaquerão, pelo jogo de volta da segunda fase da Copa Sul-Americana. O técnico Fabio Carille decidiu poupar o lateral Fagner, o meia Rodriguinho e os atacantes Romero e Jô. A lista de ausências ainda tem Pablo e Jadson, machucados. Assim, o lateral Léo Príncipe, o zagueiro Pedro Henrique, os meias Marquinhos Gabriel e Giovanni Augusto e os atacantes Clayton e Kazim devem ser os titulares. Como empatou o duelo de ida por 1 a 1, o Corinthians precisa de um empate sem gols para avançar. Caso o placar se repita, o classificado será conhecido nas cobranças de pênaltis.
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CBF tenta reduzir pena para Neymar jogar final da Copa América
A CBF vai tentar garantir Neymar na final da Copa América. No recurso enviado ao Tribunal da Conmebol, a entidade vai pedir a pena mínima no caso de ofensa, que é de três partidas de suspensão. Na sexta-feira (19), Neymar foi suspenso por quatro partidas. Caso a punição seja mantida, ele está fora da Copa América. De acordo com a decisão da primeira instância do tribunal, a CBF terá que pagar também multa de US$ 10 mil (cerca de R$ 30 mil) pela atitude do jogador. O atacante do Barcelona foi punido pela expulsão após a derrota da seleção para a Colômbia, por 1 a 0, quarta (17), em Santiago. O caso será julgado, provavelmente no domingo (21), pelo presidente da segunda instância do órgão, o equatoriano Guilhermo Saltos. No julgamento de sexta, os julgadores consideraram grave o relato do árbitro Enrique Osses, que escreveu na súmula que o brasileiro "o insultou" com xingamento. Se a CBF obter êxito, Neymar conseguiria disputar a final, caso a seleção se classifique. A punição imposta a Neymar terá que ser cumprida apenas em torneios organizados pela confederação sul-americana. Sendo assim, o jogador do Barcelona vai poder disputar os jogos das eliminatórias da Copa do Mundo, que terão início em outubro. Infográfico Seleções na Copa América
esporte
CBF tenta reduzir pena para Neymar jogar final da Copa AméricaA CBF vai tentar garantir Neymar na final da Copa América. No recurso enviado ao Tribunal da Conmebol, a entidade vai pedir a pena mínima no caso de ofensa, que é de três partidas de suspensão. Na sexta-feira (19), Neymar foi suspenso por quatro partidas. Caso a punição seja mantida, ele está fora da Copa América. De acordo com a decisão da primeira instância do tribunal, a CBF terá que pagar também multa de US$ 10 mil (cerca de R$ 30 mil) pela atitude do jogador. O atacante do Barcelona foi punido pela expulsão após a derrota da seleção para a Colômbia, por 1 a 0, quarta (17), em Santiago. O caso será julgado, provavelmente no domingo (21), pelo presidente da segunda instância do órgão, o equatoriano Guilhermo Saltos. No julgamento de sexta, os julgadores consideraram grave o relato do árbitro Enrique Osses, que escreveu na súmula que o brasileiro "o insultou" com xingamento. Se a CBF obter êxito, Neymar conseguiria disputar a final, caso a seleção se classifique. A punição imposta a Neymar terá que ser cumprida apenas em torneios organizados pela confederação sul-americana. Sendo assim, o jogador do Barcelona vai poder disputar os jogos das eliminatórias da Copa do Mundo, que terão início em outubro. Infográfico Seleções na Copa América
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Filmes nacionais abordam vingança e sexualidade no Festival do Rio
O Brasil vai da dureza à delicadeza nos filmes que o Festival do Rio exibe hoje. "Mundo Cão", de Marcos Jorge, escala Lázaro Ramos e Babu Santana ("Tim Maia") numa trama sobre vingança e violência. "Beira-Mar", dos estreantes Filipe Matzenbacher e Marcio Reolon, é uma aposta mais terna: o amadurecimento de dois jovens amigos. O thriller de Marcos Jorge recupera alguns elementos que estavam presentes em "Estômago" (2007), como o humor negro ausente nas últimas produções do diretor. "É uma aposta minha no suspense, que é um gênero no qual temos condições de competir com o cinema americano", diz o diretor. O filme passa às 22h30, no Cinépolis Lagoon (av. Borges de Medeiros, 1,424, tel. (21) 2512-3002). No longa, Lázaro Ramos é um desequilibrado ex-policial buscando vingança do agente público (Santana) que sacrificou seu cachorro. "É sobre a violência, sobre a barbárie que assola o país, mas sem ser violento, sem querer chocar o espectador." "Beira-Mar", dos gaúchos Matzenbacher e Reolon, é uma produção mais delicada. O filme, um dos representantes brasileiros no último Festival de Berlim, será exibido às 16h45, no CCJF (av. Rio Branco, 241, tel. (21) 3261-2550). Dois amigos de infância tentam retomar uma amizade na casa de praia de um deles, enquanto têm de lidar com questões como a sexualidade e problemas familiares. Na Alemanha, o filme foi comparado ao fenômeno nacional "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro, sobre o relacionamento de dois adolescentes gays. "Queríamos levar a juventude a sério, que em geral acaba sendo diminuída", diz Matzenbacher, 27. "A ideia era relatar o tema mas sem aquela nostalgia ou idealização", completa Reolon, 30. Os dois se conheceram na faculdade de cinema e "uniram" as memórias de cada um para escrever a trama. Na noite de abertura do festival, na noite de quinta (1º), Chico Buarque sumiu e Maria Bethânia emudeceu. O documentário "Chico ""Artista Brasileiro", de Miguel Faria Jr., teve um pequena falha técnica durante a sua projeção no Cine Odeon, centro do Rio, e um curto trecho em que Bethânia interpretava "Olhos nos Olhos" saiu sem som. Já o músico não compareceu à sessão do filme. O jornalista GUILHERME GENESTRETI viajou a convite do Festival do Rio DESTAQUES DO DIA Betinho O documentário de Victor Lopes perpassa a vida do sociólogo e ativista que foi central na luta pela anistia e contra a fome > às 13h, no Cine Odeon, pça. Floriano, 7, tel. (21) 2461-0201; R$ 20 11 Minutos A vida de diversos personagens sofre uma chacoalhada no filme do polonês Jerzy Skolimowski, que foi exibido nos festivais de Veneza e Toronto > às 19h, na Estação Net Botafogo, r. Voluntários da Pátria, 88, tel. (21) 2226-1988; R$ 20 Micróbio & Gasolina O cult Michel Gondry roda road movie sobre dois adolescentes desajustados que resolvem fugir de casa e cair na estrada > às 21h, no Cinépolis Lagoon, av. Borges de Medeiros, 1.424, tel. (21) 2512-3002; R$ 20
ilustrada
Filmes nacionais abordam vingança e sexualidade no Festival do RioO Brasil vai da dureza à delicadeza nos filmes que o Festival do Rio exibe hoje. "Mundo Cão", de Marcos Jorge, escala Lázaro Ramos e Babu Santana ("Tim Maia") numa trama sobre vingança e violência. "Beira-Mar", dos estreantes Filipe Matzenbacher e Marcio Reolon, é uma aposta mais terna: o amadurecimento de dois jovens amigos. O thriller de Marcos Jorge recupera alguns elementos que estavam presentes em "Estômago" (2007), como o humor negro ausente nas últimas produções do diretor. "É uma aposta minha no suspense, que é um gênero no qual temos condições de competir com o cinema americano", diz o diretor. O filme passa às 22h30, no Cinépolis Lagoon (av. Borges de Medeiros, 1,424, tel. (21) 2512-3002). No longa, Lázaro Ramos é um desequilibrado ex-policial buscando vingança do agente público (Santana) que sacrificou seu cachorro. "É sobre a violência, sobre a barbárie que assola o país, mas sem ser violento, sem querer chocar o espectador." "Beira-Mar", dos gaúchos Matzenbacher e Reolon, é uma produção mais delicada. O filme, um dos representantes brasileiros no último Festival de Berlim, será exibido às 16h45, no CCJF (av. Rio Branco, 241, tel. (21) 3261-2550). Dois amigos de infância tentam retomar uma amizade na casa de praia de um deles, enquanto têm de lidar com questões como a sexualidade e problemas familiares. Na Alemanha, o filme foi comparado ao fenômeno nacional "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro, sobre o relacionamento de dois adolescentes gays. "Queríamos levar a juventude a sério, que em geral acaba sendo diminuída", diz Matzenbacher, 27. "A ideia era relatar o tema mas sem aquela nostalgia ou idealização", completa Reolon, 30. Os dois se conheceram na faculdade de cinema e "uniram" as memórias de cada um para escrever a trama. Na noite de abertura do festival, na noite de quinta (1º), Chico Buarque sumiu e Maria Bethânia emudeceu. O documentário "Chico ""Artista Brasileiro", de Miguel Faria Jr., teve um pequena falha técnica durante a sua projeção no Cine Odeon, centro do Rio, e um curto trecho em que Bethânia interpretava "Olhos nos Olhos" saiu sem som. Já o músico não compareceu à sessão do filme. O jornalista GUILHERME GENESTRETI viajou a convite do Festival do Rio DESTAQUES DO DIA Betinho O documentário de Victor Lopes perpassa a vida do sociólogo e ativista que foi central na luta pela anistia e contra a fome > às 13h, no Cine Odeon, pça. Floriano, 7, tel. (21) 2461-0201; R$ 20 11 Minutos A vida de diversos personagens sofre uma chacoalhada no filme do polonês Jerzy Skolimowski, que foi exibido nos festivais de Veneza e Toronto > às 19h, na Estação Net Botafogo, r. Voluntários da Pátria, 88, tel. (21) 2226-1988; R$ 20 Micróbio & Gasolina O cult Michel Gondry roda road movie sobre dois adolescentes desajustados que resolvem fugir de casa e cair na estrada > às 21h, no Cinépolis Lagoon, av. Borges de Medeiros, 1.424, tel. (21) 2512-3002; R$ 20
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Putin estuda privatizar sete estatais para compensar queda do petróleo
A Rússia considera privatizar sete estatais, entre as quais a companhia aérea Aeroflot, a mineradora de diamantes Alrosa e a petroleira Rosneft, para fazer frente à queda das receitas em consequência da drástica desvalorização do petróleo. Moscou vem continuamente vendendo pequenas participações acionárias nas companhias estatais russas, ao longo dos anos, mas o progresso quanto a isso se desacelerou desde que Vladimir Putin retornou à presidência em 2012. As memórias da onda de privatizações com a qual as autoridades econômicas liberais da Rússia tentaram forçar uma transição da economia soviética para a economia de mercado, nos anos 90, continuam a ser um trauma, porque o processo enriqueceu um pequeno grupo de pessoas e criou a classe dos oligarcas russos. Os presidentes das grandes estatais, que incluem a mineradora de diamantes Alrosa, as petroleiras Rosneft e Bashneft, as ferrovias estatais russas, o banco estatal VTB, a companhia de aviação Aeroflot e a Sovflotcom, o maior estaleiro do país, foram convocados na segunda-feira a uma reunião na qual Putin discutiu com sua equipe econômica os planos de privatização para este ano. "Antes, o motivo principal da privatização era a intenção de ajustar a estrutura da economia e torná-la mais eficiente", disse Oleg Kouzmin, economista da Renaissance Capital para o mercado russo. "Agora, a questão de levantar dinheiro, por conta da queda profunda que vemos nos preços do petróleo, se tornou um dos motivos para que a privatização retorne à agenda", ele acrescentou. O petróleo cru padrão Brent caiu em 4% na segunda-feira, para US$ 34,50 por barril. O gabinete russo, sob o comando do primeiro-ministro Dmitry Medvedev, está correndo para reformular o orçamento russo para 2016. Os planos pressuponham deficit orçamentário de 3% com base em preços médios de US$ 50 por barril de petróleo cru, a cotação que a commodity tinha em novembro. Para a Rússia, que até 2014 dependia das receitas da exportação de petróleo e gás natural para cobrir mais de metade de seu orçamento, a queda é dolorosa. No ano passado, a queda dos preços do petróleo reduziu a participação do petróleo e gás natural no orçamento do país a 43% da arrecadação. E essa participação deve cair para menos de 35% se o preço médio do petróleo cru este ano for de US$ 30, na projeção do Sberbank CIB, banco de investimento ligado à maior instituição financeira russa, pelo critério de ativos. Moscou já concordou com um corte de 10% nos gastos públicos e tem planos para o caso de um bloqueio compulsório de gastos públicos, duas medidas que devem resultar em economia adicional de um trilhão de rublos (US$ 13 bilhões). "Mas se o preço médio do petróleo for de US$ 30, eles precisarão de mais 500 bilhões a um trilhão de rublos para cumprir sua meta de um deficit orçamentário de 3%", disse Kouzmin. A maior fonte potencial de dinheiro para o governo é a privatização. Até agora, os investidores vêm mostrando profundo ceticismo quanto à capacidade de Moscou para cumprir os planos nesse sentido, já que as vendas de ativos estatais maculadas pela corrupção, nos anos 90, causaram rejeição ao conceito de privatização, da parte de muitos russos. "Qualquer venda a preços baixos demais nos exporia a suspeitas de que estamos fazendo de novo o que foi feito nos anos 90", disse um funcionário do governo. Em 2010, quando Putin era primeiro-ministro e Medvedev presidente, o governo prometeu que venderia ações em algumas empresas estatais. Mas a maioria das grandes ofertas de ações planejadas então foram postergadas até agora. Muitas das empresas contempladas naquele primeiro plano constam da atual lista do Kremlin. Uma pessoa que conhece bem o que acontece na Rosneft afirmou que o presidente-executivo Ivan Sechin havia descartado qualquer possibilidade de privatização da companhia, e declarado que não havia decisão definitiva a respeito. "Quem olha essa longa lista perceberá que a Sovcomflot é o único caso em que existe uma chance realista", disse o presidente de um banco europeu na Rússia. Putin na segunda-feira minimizou quaisquer esperanças quanto a uma agenda ambiciosa de privatização. O Estado não deve perder o controle de companhias estratégicas, e participações em empresas estatais só devem ser vendidas a compradores registrados na Rússia, ele declarou em sua reunião com os executivos de estatais. O presidente também advertiu: "Não haverá vendas de ações por uma ninharia ou a preços abaixo do mercado". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Putin estuda privatizar sete estatais para compensar queda do petróleoA Rússia considera privatizar sete estatais, entre as quais a companhia aérea Aeroflot, a mineradora de diamantes Alrosa e a petroleira Rosneft, para fazer frente à queda das receitas em consequência da drástica desvalorização do petróleo. Moscou vem continuamente vendendo pequenas participações acionárias nas companhias estatais russas, ao longo dos anos, mas o progresso quanto a isso se desacelerou desde que Vladimir Putin retornou à presidência em 2012. As memórias da onda de privatizações com a qual as autoridades econômicas liberais da Rússia tentaram forçar uma transição da economia soviética para a economia de mercado, nos anos 90, continuam a ser um trauma, porque o processo enriqueceu um pequeno grupo de pessoas e criou a classe dos oligarcas russos. Os presidentes das grandes estatais, que incluem a mineradora de diamantes Alrosa, as petroleiras Rosneft e Bashneft, as ferrovias estatais russas, o banco estatal VTB, a companhia de aviação Aeroflot e a Sovflotcom, o maior estaleiro do país, foram convocados na segunda-feira a uma reunião na qual Putin discutiu com sua equipe econômica os planos de privatização para este ano. "Antes, o motivo principal da privatização era a intenção de ajustar a estrutura da economia e torná-la mais eficiente", disse Oleg Kouzmin, economista da Renaissance Capital para o mercado russo. "Agora, a questão de levantar dinheiro, por conta da queda profunda que vemos nos preços do petróleo, se tornou um dos motivos para que a privatização retorne à agenda", ele acrescentou. O petróleo cru padrão Brent caiu em 4% na segunda-feira, para US$ 34,50 por barril. O gabinete russo, sob o comando do primeiro-ministro Dmitry Medvedev, está correndo para reformular o orçamento russo para 2016. Os planos pressuponham deficit orçamentário de 3% com base em preços médios de US$ 50 por barril de petróleo cru, a cotação que a commodity tinha em novembro. Para a Rússia, que até 2014 dependia das receitas da exportação de petróleo e gás natural para cobrir mais de metade de seu orçamento, a queda é dolorosa. No ano passado, a queda dos preços do petróleo reduziu a participação do petróleo e gás natural no orçamento do país a 43% da arrecadação. E essa participação deve cair para menos de 35% se o preço médio do petróleo cru este ano for de US$ 30, na projeção do Sberbank CIB, banco de investimento ligado à maior instituição financeira russa, pelo critério de ativos. Moscou já concordou com um corte de 10% nos gastos públicos e tem planos para o caso de um bloqueio compulsório de gastos públicos, duas medidas que devem resultar em economia adicional de um trilhão de rublos (US$ 13 bilhões). "Mas se o preço médio do petróleo for de US$ 30, eles precisarão de mais 500 bilhões a um trilhão de rublos para cumprir sua meta de um deficit orçamentário de 3%", disse Kouzmin. A maior fonte potencial de dinheiro para o governo é a privatização. Até agora, os investidores vêm mostrando profundo ceticismo quanto à capacidade de Moscou para cumprir os planos nesse sentido, já que as vendas de ativos estatais maculadas pela corrupção, nos anos 90, causaram rejeição ao conceito de privatização, da parte de muitos russos. "Qualquer venda a preços baixos demais nos exporia a suspeitas de que estamos fazendo de novo o que foi feito nos anos 90", disse um funcionário do governo. Em 2010, quando Putin era primeiro-ministro e Medvedev presidente, o governo prometeu que venderia ações em algumas empresas estatais. Mas a maioria das grandes ofertas de ações planejadas então foram postergadas até agora. Muitas das empresas contempladas naquele primeiro plano constam da atual lista do Kremlin. Uma pessoa que conhece bem o que acontece na Rosneft afirmou que o presidente-executivo Ivan Sechin havia descartado qualquer possibilidade de privatização da companhia, e declarado que não havia decisão definitiva a respeito. "Quem olha essa longa lista perceberá que a Sovcomflot é o único caso em que existe uma chance realista", disse o presidente de um banco europeu na Rússia. Putin na segunda-feira minimizou quaisquer esperanças quanto a uma agenda ambiciosa de privatização. O Estado não deve perder o controle de companhias estratégicas, e participações em empresas estatais só devem ser vendidas a compradores registrados na Rússia, ele declarou em sua reunião com os executivos de estatais. O presidente também advertiu: "Não haverá vendas de ações por uma ninharia ou a preços abaixo do mercado". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Após rompimento de Cunha, governo fala em 'crise institucional gravíssima'
O rompimento formal do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo da presidente Dilma Rousseff levou integrantes do Palácio do Planalto a considerar o momento atual como o de "uma crise institucional gravíssima". O termo, usado por ministros ouvidos pela Folha, foi definido após a confirmação do rompimento –uma reação de Cunha, que culpa o governo pelo que chama de ação orquestrada da Procuradoria-Geral da República para que o lobista Julio Camargo dissesse que deu US$ 5 milhões em propina para ele. Até então, o lobista, investigado na Operação Lava Jato e que virou delator, negava ter passado suborno a Cunha. Após o anúncio oficial do rompimento, na manhã da sexta-feira (17), os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Edinho Silva (Comunicação Social) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) discutiram uma reação ao posicionamento do peemedebista. A ordem era a de não tensionar ainda mais a relação com o presidente da Câmara, tom adotado em nota divulgada pelo Planalto. Nos bastidores, o entendimento é de que o Executivo já estava fragilizado com o ativismo do peemedebista no comando da Câmara, somado ao desgaste pela crise econômica e às denúncias de corrupção da Operação Lava Jato, envolvendo petistas, aliados e integrantes do governo. Assessores presidenciais afirmam que a nova revelação sobre Cunha "equilibra" o jogo, pois enfraquece o peemedebista no momento em que o governo enfrenta um inferno astral no Congresso, com derrotas em projetos considerados cruciais para o Planalto, como a aprovação do reajuste do salário dos servidores do Judiciário pelo Senado e a redução da maioridade penal pela Câmara. Ministros enxergam no enfraquecimento de Cunha a abertura de espaço para novas lideranças se destacarem no Congresso. E há quem defenda que o Planalto deveria procurar o PSDB e tentar um acordo para isolar de vez o peemedebista e desestabilizar seu exército de aliados. Por outro lado, assessores presidenciais dizem que as previsíveis retaliações de Cunha devem piorar a situação do governo, que já enfrenta uma crise de credibilidade –a aprovação de Dilma Rousseff está na casa dos 10%. O PMDB, partido tanto de Cunha quanto do vice-presidente, Michel Temer, também vê a situação como aguda. Na própria quinta (16), quando vieram à tona os termos do depoimento de Julio Camargo, Cunha e Temer reuniram-se na Base Aérea de Brasília com Renan Calheiros (AL), o presidente do Senado, que compõe a trinca de poderosos do PMDB e que também é citado na Lava Jato. Houve um consenso: que a governabilidade não será retomada enquanto o petista José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, que é chefe da Polícia Federal, estiver no cargo. Cardozo já teve de reafirmar a independência da PF após a pressão de sua própria legenda; agora enfrenta o maior partido aliado do governo. Restará, na avaliação do comando do Planalto, saber qual será a atitude do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Está nas mãos de Janot uma eventual denúncia à Justiça contra Cunha e Renan. Isso, na visão do Planalto, enfraqueceria de forma mais decisiva os antigos aliados que hoje são adversários abertos do governo. Janot está em campanha para ficar em primeiro na lista tríplice que Dilma irá analisar, em setembro, para comandar a Procuradoria-Geral. Uma denúncia contra "peixes graúdos" é vista como um passaporte para a recondução. RETALIAÇÃO A retaliação mais dura que pode vir de Cunha é ele avançar com um eventual processo de impeachment contra a presidente. Aliados do peemedebista falam que o "timing" desta decisão será determinado pela intensidade das manifestações contra Dilma marcadas para 16 de agosto. Enquanto isso, na sexta, o presidente da Câmara notificou deputados que têm pedidos de impeachment parados no Congresso para que refizessem os ofícios para cumprir requisitos legais. Além disso, Cunha acelerou a instalação da CPI do BNDES, que preocupa o governo. Segundo a Folha apurou, petistas temem que o presidente do banco, Luciano Coutinho, seja instado a falar sobre supostos pedidos de ajuda a empresários para a campanha de Dilma em 2014.
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Após rompimento de Cunha, governo fala em 'crise institucional gravíssima'O rompimento formal do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo da presidente Dilma Rousseff levou integrantes do Palácio do Planalto a considerar o momento atual como o de "uma crise institucional gravíssima". O termo, usado por ministros ouvidos pela Folha, foi definido após a confirmação do rompimento –uma reação de Cunha, que culpa o governo pelo que chama de ação orquestrada da Procuradoria-Geral da República para que o lobista Julio Camargo dissesse que deu US$ 5 milhões em propina para ele. Até então, o lobista, investigado na Operação Lava Jato e que virou delator, negava ter passado suborno a Cunha. Após o anúncio oficial do rompimento, na manhã da sexta-feira (17), os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Edinho Silva (Comunicação Social) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) discutiram uma reação ao posicionamento do peemedebista. A ordem era a de não tensionar ainda mais a relação com o presidente da Câmara, tom adotado em nota divulgada pelo Planalto. Nos bastidores, o entendimento é de que o Executivo já estava fragilizado com o ativismo do peemedebista no comando da Câmara, somado ao desgaste pela crise econômica e às denúncias de corrupção da Operação Lava Jato, envolvendo petistas, aliados e integrantes do governo. Assessores presidenciais afirmam que a nova revelação sobre Cunha "equilibra" o jogo, pois enfraquece o peemedebista no momento em que o governo enfrenta um inferno astral no Congresso, com derrotas em projetos considerados cruciais para o Planalto, como a aprovação do reajuste do salário dos servidores do Judiciário pelo Senado e a redução da maioridade penal pela Câmara. Ministros enxergam no enfraquecimento de Cunha a abertura de espaço para novas lideranças se destacarem no Congresso. E há quem defenda que o Planalto deveria procurar o PSDB e tentar um acordo para isolar de vez o peemedebista e desestabilizar seu exército de aliados. Por outro lado, assessores presidenciais dizem que as previsíveis retaliações de Cunha devem piorar a situação do governo, que já enfrenta uma crise de credibilidade –a aprovação de Dilma Rousseff está na casa dos 10%. O PMDB, partido tanto de Cunha quanto do vice-presidente, Michel Temer, também vê a situação como aguda. Na própria quinta (16), quando vieram à tona os termos do depoimento de Julio Camargo, Cunha e Temer reuniram-se na Base Aérea de Brasília com Renan Calheiros (AL), o presidente do Senado, que compõe a trinca de poderosos do PMDB e que também é citado na Lava Jato. Houve um consenso: que a governabilidade não será retomada enquanto o petista José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, que é chefe da Polícia Federal, estiver no cargo. Cardozo já teve de reafirmar a independência da PF após a pressão de sua própria legenda; agora enfrenta o maior partido aliado do governo. Restará, na avaliação do comando do Planalto, saber qual será a atitude do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Está nas mãos de Janot uma eventual denúncia à Justiça contra Cunha e Renan. Isso, na visão do Planalto, enfraqueceria de forma mais decisiva os antigos aliados que hoje são adversários abertos do governo. Janot está em campanha para ficar em primeiro na lista tríplice que Dilma irá analisar, em setembro, para comandar a Procuradoria-Geral. Uma denúncia contra "peixes graúdos" é vista como um passaporte para a recondução. RETALIAÇÃO A retaliação mais dura que pode vir de Cunha é ele avançar com um eventual processo de impeachment contra a presidente. Aliados do peemedebista falam que o "timing" desta decisão será determinado pela intensidade das manifestações contra Dilma marcadas para 16 de agosto. Enquanto isso, na sexta, o presidente da Câmara notificou deputados que têm pedidos de impeachment parados no Congresso para que refizessem os ofícios para cumprir requisitos legais. Além disso, Cunha acelerou a instalação da CPI do BNDES, que preocupa o governo. Segundo a Folha apurou, petistas temem que o presidente do banco, Luciano Coutinho, seja instado a falar sobre supostos pedidos de ajuda a empresários para a campanha de Dilma em 2014.
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Luis Fabiano é relacionado e reforça o São Paulo contra o Coritiba
Poupado na vitória do São Paulo sobre o Vasco por 4 a 0, na quarta-feira (8), em Brasília, o atacante Luis Fabiano é a principal novidade na lista de relacionados da equipe para o duelo contra o Coritiba, marcado para domingo (12), às 11h, no Morumbi. Ele deverá formar dupla de ataque com Alexandre Pato. Com isso, o argentino Centurión deve ficar no banco de reservas. Por outro lado, o treinador são-paulino, Osorio, não poderá contar com o volante Wesley, que sofreu um trauma na região lombar durante as atividades da última sexta-feira (10), no CT da Barra Funda. O São Paulo inicia a rodada do Campeonato Brasileiro na sétima colocação com 21 pontos. CONFIRA A LISTA COM OS ATLETAS RELACIONADOS Goleiros: Rogério Ceni e Renan Ribeiro Laterais: Reinaldo e Matheus Reis Zagueiros: Rafael Toloi, Lucão e Edson Silva Volantes: Rodrigo Caio, Hudson, Thiago Mendes e João Schmidt Meias: Paulo Henrique Ganso, Michel Bastos e Boschilia Atacantes: Luis Fabiano, Alexandre Pato, Centurión e Cafu
esporte
Luis Fabiano é relacionado e reforça o São Paulo contra o CoritibaPoupado na vitória do São Paulo sobre o Vasco por 4 a 0, na quarta-feira (8), em Brasília, o atacante Luis Fabiano é a principal novidade na lista de relacionados da equipe para o duelo contra o Coritiba, marcado para domingo (12), às 11h, no Morumbi. Ele deverá formar dupla de ataque com Alexandre Pato. Com isso, o argentino Centurión deve ficar no banco de reservas. Por outro lado, o treinador são-paulino, Osorio, não poderá contar com o volante Wesley, que sofreu um trauma na região lombar durante as atividades da última sexta-feira (10), no CT da Barra Funda. O São Paulo inicia a rodada do Campeonato Brasileiro na sétima colocação com 21 pontos. CONFIRA A LISTA COM OS ATLETAS RELACIONADOS Goleiros: Rogério Ceni e Renan Ribeiro Laterais: Reinaldo e Matheus Reis Zagueiros: Rafael Toloi, Lucão e Edson Silva Volantes: Rodrigo Caio, Hudson, Thiago Mendes e João Schmidt Meias: Paulo Henrique Ganso, Michel Bastos e Boschilia Atacantes: Luis Fabiano, Alexandre Pato, Centurión e Cafu
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Os EUA de Trump
As prévias no Estado de Indiana revelaram-se decisivas para a corrida interna do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos. Após mais uma vitória, o magnata Donald Trump viu seus dois últimos adversários deixarem o páreo, tornando-se nesta semana o virtual candidato da agremiação para o pleito de novembro. Neófito na política, o empresário ególatra foi visto inicialmente como piada, mas, contra todas as expectativas —inclusive de seu partido—, mostrou força ao conquistar mais da metade dos delegados até agora disputados. O sucesso de Trump está estreitamente ligado à desilusão de parcela expressiva do eleitorado norte-americano, sobretudo da classe média trabalhadora. As seguidas promessas de melhoria de vida para quem perdeu emprego, casa e economias com a crise de 2007-2008 até hoje não se cumpriram. Com uma mensagem simples —fazer a América grande novamente—, o magnata conseguiu vocalizar medos, angústias e desejos desse eleitorado frustrado, partindo da ideia de que seu país tem sido passado para trás tanto por rivais como por aliados. Fez isso, lamentavelmente, com um discurso em que se misturam xenofobia, demagogia e populismo. O pouco que se conhece de suas propostas perfaz um conjunto entre o caricato e o absurdo. Defendeu, por exemplo, a construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México; e este, de acordo com sua visão, seria obrigado a bancar os custos da construção. Propôs, além disso, expulsar todos os imigrantes ilegais e proibir a entrada de muçulmanos no país. Afirmou que os grandes acordos de livre-comércio assinados pelos EUA roubaram empregos de norte-americanos e ameaçou impor pesadas tarifas às exportações oriundas de locais como a China. Não se sabe, por ora, o que Trump pensa a respeito do Brasil. Em entrevista recente a esta Folha, um de seus principais assessores disse que o país passaria a ser ouvido como nunca, mas a verdade é que nenhuma localidade da América do Sul tem destaque em discursos ou declarações do republicano. Trump sofre hoje alta rejeição e está cerca de seis pontos percentuais atrás de Hillary Clinton, sua mais que provável adversária, mas não convém subestimar sua capacidade de contrariar expectativas. Ainda assim, com dificuldades de conquistar apoio inclusive dentro do próprio partido, Donald Trump deposita suas reais esperanças apenas na possibilidade remota de que os democratas cometam um grande erro na campanha. editoriais@uol.com.br
opiniao
Os EUA de TrumpAs prévias no Estado de Indiana revelaram-se decisivas para a corrida interna do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos. Após mais uma vitória, o magnata Donald Trump viu seus dois últimos adversários deixarem o páreo, tornando-se nesta semana o virtual candidato da agremiação para o pleito de novembro. Neófito na política, o empresário ególatra foi visto inicialmente como piada, mas, contra todas as expectativas —inclusive de seu partido—, mostrou força ao conquistar mais da metade dos delegados até agora disputados. O sucesso de Trump está estreitamente ligado à desilusão de parcela expressiva do eleitorado norte-americano, sobretudo da classe média trabalhadora. As seguidas promessas de melhoria de vida para quem perdeu emprego, casa e economias com a crise de 2007-2008 até hoje não se cumpriram. Com uma mensagem simples —fazer a América grande novamente—, o magnata conseguiu vocalizar medos, angústias e desejos desse eleitorado frustrado, partindo da ideia de que seu país tem sido passado para trás tanto por rivais como por aliados. Fez isso, lamentavelmente, com um discurso em que se misturam xenofobia, demagogia e populismo. O pouco que se conhece de suas propostas perfaz um conjunto entre o caricato e o absurdo. Defendeu, por exemplo, a construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México; e este, de acordo com sua visão, seria obrigado a bancar os custos da construção. Propôs, além disso, expulsar todos os imigrantes ilegais e proibir a entrada de muçulmanos no país. Afirmou que os grandes acordos de livre-comércio assinados pelos EUA roubaram empregos de norte-americanos e ameaçou impor pesadas tarifas às exportações oriundas de locais como a China. Não se sabe, por ora, o que Trump pensa a respeito do Brasil. Em entrevista recente a esta Folha, um de seus principais assessores disse que o país passaria a ser ouvido como nunca, mas a verdade é que nenhuma localidade da América do Sul tem destaque em discursos ou declarações do republicano. Trump sofre hoje alta rejeição e está cerca de seis pontos percentuais atrás de Hillary Clinton, sua mais que provável adversária, mas não convém subestimar sua capacidade de contrariar expectativas. Ainda assim, com dificuldades de conquistar apoio inclusive dentro do próprio partido, Donald Trump deposita suas reais esperanças apenas na possibilidade remota de que os democratas cometam um grande erro na campanha. editoriais@uol.com.br
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Folha lança caderno olímpico no domingo; digital terá tempo real dos Jogos
DE SÃO PAULO A Folha lança neste domingo (31) o seu caderno voltado para a cobertura da Olimpíada, que começa no dia 5 de agosto, no Rio. Ao longo do maior evento esportivo do mundo, o jornal terá um time de notáveis entre os seus colunistas. Além dos especialistas em esporte, como o ex-jogador da seleção de futebol Tostão e Edgard Alves, que vai cobrir sua sétima Olimpíada, as versões impressa e online da Folha terão colunistas outsiders, que apreciam esportes, mas não são experts. Veja os colunistas da cobertura da Olimpíada Eles apresentarão uma abordagem original do noticiário olímpico. São os casos de Mariliz Pereira Jorge, Antonio Prata e Marcelo Coelho. O "grupo do +" compõe um outro time de colunistas. São jornalistas ou escritores que farão conexões entre os Jogos e assuntos como saúde, tecnologia e moda. O jornal já conta com dezenas de profissionais no Rio, entre repórteres, colunistas e fotógrafos, além da "TV Folha". A equipe é formada por enviados de São Paulo à cidade e ainda pelos jornalistas da sucursal. DIGITAL Na edição digital, o assinante poderá acompanhar as informações em tempo real do que acontece nos Jogos. O site (folha.com.br/rio2016) terá um liveblog, em que o leitor poderá escolher sua área de interesse e seu esporte preferido. Assim, terá uma seleção de todos as notícias enviadas pelos repórteres da equipe da Folha sobre o tema selecionado. A versão digital, bem adaptada ao uso nos smartphones, terá também informações atualizadas ao longo do dia como o quadro de medalhas e resultados das competições. O leitor já encontra na versão online perfis dos 465 brasileiros que irão competir e o calendário das competições. Na seção "Que Esporte É Esse?", o site da Folha reúne as regras e as curiosidades dos 42 esportes dos Jogos Olímpicos, organizadas de maneira didática.
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Folha lança caderno olímpico no domingo; digital terá tempo real dos Jogos DE SÃO PAULO A Folha lança neste domingo (31) o seu caderno voltado para a cobertura da Olimpíada, que começa no dia 5 de agosto, no Rio. Ao longo do maior evento esportivo do mundo, o jornal terá um time de notáveis entre os seus colunistas. Além dos especialistas em esporte, como o ex-jogador da seleção de futebol Tostão e Edgard Alves, que vai cobrir sua sétima Olimpíada, as versões impressa e online da Folha terão colunistas outsiders, que apreciam esportes, mas não são experts. Veja os colunistas da cobertura da Olimpíada Eles apresentarão uma abordagem original do noticiário olímpico. São os casos de Mariliz Pereira Jorge, Antonio Prata e Marcelo Coelho. O "grupo do +" compõe um outro time de colunistas. São jornalistas ou escritores que farão conexões entre os Jogos e assuntos como saúde, tecnologia e moda. O jornal já conta com dezenas de profissionais no Rio, entre repórteres, colunistas e fotógrafos, além da "TV Folha". A equipe é formada por enviados de São Paulo à cidade e ainda pelos jornalistas da sucursal. DIGITAL Na edição digital, o assinante poderá acompanhar as informações em tempo real do que acontece nos Jogos. O site (folha.com.br/rio2016) terá um liveblog, em que o leitor poderá escolher sua área de interesse e seu esporte preferido. Assim, terá uma seleção de todos as notícias enviadas pelos repórteres da equipe da Folha sobre o tema selecionado. A versão digital, bem adaptada ao uso nos smartphones, terá também informações atualizadas ao longo do dia como o quadro de medalhas e resultados das competições. O leitor já encontra na versão online perfis dos 465 brasileiros que irão competir e o calendário das competições. Na seção "Que Esporte É Esse?", o site da Folha reúne as regras e as curiosidades dos 42 esportes dos Jogos Olímpicos, organizadas de maneira didática.
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Amigo de opositor russo morto diz que polícia trabalha com hipótese absurda
Um amigo e partidário do opositor russo Boris Nemtsov chamou de "absurda" a hipótese de que o assassinato teria sido cometido por islamitas radicais. Uma das hipóteses levantadas pelos investigadores é que Nemtsov teria sido assassinado por seu apoio ao semanário francês "Charlie Hebdo", que publicou polêmicas caricaturas do profeta Maomé. Esta teoria começou a ganhar força no final de semana, após um checheno confessar seu envolvimento no assassinato. A região instável do Cáucaso, de maioria muçulmana, foi o palco em janeiro de uma das maiores manifestações contra a publicação da caricatura de Maomé. "A versão oficial dos investigadores é muito absurda. Na minha opinião, é o resultado de uma ordem política do Kremlin", disse Ilya Yashin, cofundador do movimento Solidarnost, criado após a morte de Nemtsov. O ativista indicou que Nemtsov nunca expressou qualquer palavra negativa sobre o islã e apenas criticou o ataque jihadista ao "Charlie Hebdo" em janeiro, em Paris, no qual 12 pessoas morreram. No domingo, Zaur Dadaev, ex-vice-comandante das forças especiais da Chechênia, foi acusado junto a um funcionário de uma empresa de segurança privada, Anzor Gubashev, pelo assassinato do líder da oposição. Eles estão sendo acusados de agirem como assassinos de aluguel. O líder checheno Ramzan Kadyrov declarou estar chocado com as prisões e chamou Dadaev de um dos "soldados mais valiosos de seu regimento", referindo-se a ele como alguém "profundamente religioso" e que, como muitos muçulmanos, ficou chocado com o conteúdo da publicação "Charlie Hebdo". "Nosso maior temor se concretizou: o autor dos disparos foi preso, mas o cérebro continua livre", disse Yashin. ASSASSINATO O assassinato de Nemtsov em uma das áreas mais bem vigiadas da Rússia chocou a oposição russa e provocou forte condenação internacional. Amigos e parentes do opositor, de 55 anos, dizem que ele foi morto por ordem de altos funcionários do governo para silenciar a dissidência. Neste clima de tensão, o presidente russo Vladimir Putin concedeu nesta segunda-feira (9) uma medalha a um dos suspeitos do assassinato do ex-agente secreto Alexander Litvinenko, envenenado com polônio em Londres em 2006. O Kremlin anunciou uma série de condecorações, incluindo a Andrei Lugovoi, parlamentar que foi indiciado pela Justiça britânica pela morte de Litvinenko, um ex-agente do serviço de segurança russo FSB e que trabalhava para o MI6 britânico. A polícia britânica acredita que o isótopo radioativo foi colocado no chá de Litvinenko por Lugovoi e Dmitri Kovtun em um hotel de Londres em 1º de novembro de 2006. Em uma carta escrita em seu leito de morte, Litvinenko acusou Putin de ter ordenado seu assassinato.
mundo
Amigo de opositor russo morto diz que polícia trabalha com hipótese absurdaUm amigo e partidário do opositor russo Boris Nemtsov chamou de "absurda" a hipótese de que o assassinato teria sido cometido por islamitas radicais. Uma das hipóteses levantadas pelos investigadores é que Nemtsov teria sido assassinado por seu apoio ao semanário francês "Charlie Hebdo", que publicou polêmicas caricaturas do profeta Maomé. Esta teoria começou a ganhar força no final de semana, após um checheno confessar seu envolvimento no assassinato. A região instável do Cáucaso, de maioria muçulmana, foi o palco em janeiro de uma das maiores manifestações contra a publicação da caricatura de Maomé. "A versão oficial dos investigadores é muito absurda. Na minha opinião, é o resultado de uma ordem política do Kremlin", disse Ilya Yashin, cofundador do movimento Solidarnost, criado após a morte de Nemtsov. O ativista indicou que Nemtsov nunca expressou qualquer palavra negativa sobre o islã e apenas criticou o ataque jihadista ao "Charlie Hebdo" em janeiro, em Paris, no qual 12 pessoas morreram. No domingo, Zaur Dadaev, ex-vice-comandante das forças especiais da Chechênia, foi acusado junto a um funcionário de uma empresa de segurança privada, Anzor Gubashev, pelo assassinato do líder da oposição. Eles estão sendo acusados de agirem como assassinos de aluguel. O líder checheno Ramzan Kadyrov declarou estar chocado com as prisões e chamou Dadaev de um dos "soldados mais valiosos de seu regimento", referindo-se a ele como alguém "profundamente religioso" e que, como muitos muçulmanos, ficou chocado com o conteúdo da publicação "Charlie Hebdo". "Nosso maior temor se concretizou: o autor dos disparos foi preso, mas o cérebro continua livre", disse Yashin. ASSASSINATO O assassinato de Nemtsov em uma das áreas mais bem vigiadas da Rússia chocou a oposição russa e provocou forte condenação internacional. Amigos e parentes do opositor, de 55 anos, dizem que ele foi morto por ordem de altos funcionários do governo para silenciar a dissidência. Neste clima de tensão, o presidente russo Vladimir Putin concedeu nesta segunda-feira (9) uma medalha a um dos suspeitos do assassinato do ex-agente secreto Alexander Litvinenko, envenenado com polônio em Londres em 2006. O Kremlin anunciou uma série de condecorações, incluindo a Andrei Lugovoi, parlamentar que foi indiciado pela Justiça britânica pela morte de Litvinenko, um ex-agente do serviço de segurança russo FSB e que trabalhava para o MI6 britânico. A polícia britânica acredita que o isótopo radioativo foi colocado no chá de Litvinenko por Lugovoi e Dmitri Kovtun em um hotel de Londres em 1º de novembro de 2006. Em uma carta escrita em seu leito de morte, Litvinenko acusou Putin de ter ordenado seu assassinato.
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Estações República e Luz, da linha 4, ficam fechadas neste domingo
Duas estações da linha 4-amarela do metrô ficam fechadas neste domingo (3). República e Luz, no centro de São Paulo, não abrem as portas em razão de obras na futura parada Higienopólis-Mackenzie. O trecho entre Paulista e Butantã funciona normalmente, das 4h40 à meia-noite. Segundo a concessionária responsável pela linha, com as mudanças, os passageiros devem utilizar as conexões na rede para seguir viagem. As estações homônimas nas linhas 3-vermelha e 1-azul não terão as operações afetadas. SEGUNDA Com o fim do feriado prolongado, os trens do metrô começam a circular mais cedo na segunda (4). As estações das linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 4-amarela passam a receber o público às 4h —quarenta minutos antes do habitual. A exceção é a 5-lilás, que mantém o horário de abertura às 4h40.
cotidiano
Estações República e Luz, da linha 4, ficam fechadas neste domingoDuas estações da linha 4-amarela do metrô ficam fechadas neste domingo (3). República e Luz, no centro de São Paulo, não abrem as portas em razão de obras na futura parada Higienopólis-Mackenzie. O trecho entre Paulista e Butantã funciona normalmente, das 4h40 à meia-noite. Segundo a concessionária responsável pela linha, com as mudanças, os passageiros devem utilizar as conexões na rede para seguir viagem. As estações homônimas nas linhas 3-vermelha e 1-azul não terão as operações afetadas. SEGUNDA Com o fim do feriado prolongado, os trens do metrô começam a circular mais cedo na segunda (4). As estações das linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 4-amarela passam a receber o público às 4h —quarenta minutos antes do habitual. A exceção é a 5-lilás, que mantém o horário de abertura às 4h40.
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'Caboclos foram injustiçados', diz diretora de documentário sobre guerra dos Constestados
Há 12 anos, a jornalista e cineasta Marcia Paraiso, 45, mudou-se do Rio para Florianópolis. Na capital catarinense, começou a produzir documentários sobre temas relacionados ao ambiente e à sociedade. Quando filmava o documentário "Mulheres da Terra", em 2010, teve contato com o povo caboclo do Estado. Foi a semente para o "Terra Cabocla", sobre a guerra do Contestado (1912-16), conflito de origem camponesa motivado principalmente, segundo Paraiso, pela disputa pela terra, como ela conta na entrevista a seguir. * Folha - "Terra Cabocla" mostra que a guerra do Contestado foi muito além da "questão religiosa", de "fanáticos" em luta. Coloca a questão da disputa pela terra (e do avanço do capital estrangeiro) no centro. Por que a rebelião é tão desconhecida? Marcia Paraiso - A guerra foi uma guerra camponesa. Ela que foi silenciada pelo fato de o Brasil, até os dias de hoje, entre todas as classes sociais, viver um tabu em relação à propriedade da terra. Não se discute seriamente reforma agrária e não se respeita as populações tradicionais, aquelas que à terra pertencem. A terra está no centro da questão. O que vem junto e circunda o entendimento da frase de José Maria (o monge revoltoso): "Quem tem mói, e quem não tem mói também". O argumento de fanatismo religioso é uma falácia. O que estava em jogo e era proposto nos chamados "redutos santos" era uma nova ordem política. O Contestado foi uma batalha sem líderes. Os monges já tinham morrido e a guerra se acirrou, se perpetuou. O que se buscava eram direitos à terra, à educação, à religião. Eles seguiam o que Jesus Cristo pregava: queriam a igualdade social e uma sociedade sem capital, longe do comércio, dos bens materiais. Isso incomodava e incomodava muito. Há hoje uma releitura do Contestado entre os historiadores? Seu filme faz parte desse movimento? Não considero que exista um movimento. O tema ficou restrito durante muito tempo aos pesquisadores militares. Gerações, como a minha, estudaram pelas cartilhas produzidas por um governo militar, com controle e silenciamento sobre a história. Estudar e pesquisar essa guerra é fascinante. Sinto é que há uma corrente de pesquisadores que, ao se deparar com o tema, vai além da academia. Há uma veia de paixão que move aqueles que se dedicam a estudar o planalto catarinense e a guerra. Quem viaja pela região se depara com um povo humilde, digno, com sabedoria sobre a força da natureza e com uma religiosidade e tolerância, que se perpetuam por gerações. Os caboclos foram injustiçados e até hoje sofrem pela guerra. A religião pregada pelo monge João Maria é chamada pelos historiadores de um "catolicismo rústico". Eu não curto muito essa definição. Eu chamaria de uma "evolução no catolicismo". Por que o filme defende a tese de que a guerra deixou marcas de apartheid social e abriu caminho para o "branqueamento" da região? Basta viajar pela região. Onde está a população cabocla? Depois de perder suas terras para projetos de colonização europeus e gaúchos, a população tradicional teve dois caminhos. Ir para a periferia das cidades e trabalhar nas indústrias de madeira e de maçã (as monoculturas da região) ou tentar retomar a terra, por meio do movimento social organizado, das ocupações de terra. No Taquaruçu o apartheid é totalmente visível, é explícito. É gritante a desigualdade entre as condições em que vivem italianos e caboclos. E explícitos os preconceitos raciais e sociais. A concentração de terras aumentou depois do conflito? Como é hoje? Passada a guerra, o processo de colonização seguiu adiante e vitorioso. Como os caboclos eram posseiros e ainda estavam na condição de perdedores da guerra, eles não tiveram alternativa. Não tinham papéis, documentação sobre a terra. E, mesmo se tivessem, não acredito que isso seria levado em conta. Hoje, quem visita a região se depara com uma cidade como Treze Tílias, por exemplo, totalmente austríaca, em meio ao território contestado. Há também muitas empresas estrangeiras que exploram pínus e eucalipto e possuem grandes propriedades. Quando se tira a possibilidade de acesso à terra, sustento e a base daquelas famílias por gerações, se desestabiliza uma cultura e se rompe com um equilíbrio, inclusive ambiental. Como a população pode retomar suas terras que foram invadidas? A alternativa é o movimento social organizado. E é no MST que muitos tiram seus documentos pela primeira vez, aprendem a ler e escrever, e compreendem a história e os direitos pelos quais deveriam lutar. Ali eles entendem que também são cidadãos, passam a ter voz, se empoderam. Há muita controvérsia sobre dados, número de mortes na guerra. Por quê? Muito do que foi registrado a respeito de datas, de relatos de ataques aos redutos e sobre baixas de rebeldes, civis e de militares tem relação direta com o controle do exército, com aquilo que se queria relatar O exército fala de 10 mil mortos entre os rebeldes. E entre 800 e mil militares. Fala ainda de 20 mil mortos extra-rebeldes —os que morreram nos incêndios e ataques às vilas. Mas a população local, os descendentes daqueles que lutaram e vivenciaram a guerra, fala em muito mais. A região, ao contrário do que é hoje, era bem habitada naquela época. Era um território que servia de caminho para tropas e de posto de abastecimento de erva mate entre tropeiros de São Paulo, Rio Grande do Sul e até Argentina. O planalto catarinense era riquíssimo em araucárias, todo coberto pela árvore nativa daqui do Sul. As famílias eram numerosas, com muitos filhos para ajudar nas tarefas do campo. Conhecendo a região nesse um ano e meio que fiquei viajando e conversando com as pessoas, realmente acredito que foram mais de 20 mil mortos. Quantos, nem eu nem os pesquisadores sabemos precisar. O que a surpreendeu ao fazer o documentário? Descobri que todo o material fotográfico sobre a guerra foi "produzido", foi tudo pensado pelos militares, em especial pelo general Setembrino de Carvalho. Depois de Canudos, especialmente após a publicação e a repercussão de "Os Sertões", de Euclides da Cunha, o exército ficou com péssima imagem. No Contestado, não temos nenhum registro documental; o que se tem é marketing. Todo o material já produzido por meus colegas, em ficção também, sinto que coloca o caboclo como um ignorante, como um ser isolado do mundo. Esse documentário é uma tentativa de fazer um registro que coloque o povo caboclo como protagonista. Como foi essa operação de "marketing do exército"? Em 1914, no momento de transição entre Hermes da Fonseca e Wenceslau Braz, o general Setembrino de Carvalho foi nomeado para comandar uma nova atuação na região do Contestado. Ele logo percebeu as falhas de atuação até então. Não só em relação às derrotas sofridas. Havia um erro estratégico total. As vestimentas dos soldados eram inapropriadas para o clima frio da região e havia ausência de medicamentos. Mais importante: havia resistência por parte do Paraná, que não acreditava que o exército brasileiro daria conta do conflito e propunha que os "coronéis locais" assumissem o combate. Setembrino foi buscar a atenção e a comunicação direta com o Ministro da Guerra e criou uma estratégia que envolvia também o marketing. Há que se atentar de que a Alemanha era o grande modelo militar para o Brasil nessa época. Setembrino queria apresentar para a sociedade brasileira um novo exército, com uma imagem de modernização. Para isso contratou um fotógrafo oficial, o sueco Claro Jansson, que fez 87 fotografias oficiais da atuação do exército brasileiro na Guerra do Contestado. As fotos, muitas publicadas na imprensa da época, funcionavam como uma forma de mostrar uma nova imagem e eram uma tentativa de atrair os filhos da classe média para o alistamento militar, que até então não era obrigatório. O número de soldados envolvidos no conflito foi o maior usado como repressão em um conflito social no país até então (seis mil homens e mais mil civis recrutados entre os coronéis locais —os chamados "vaqueanos"). Setembrino ainda divulgou o uso da aviação pela primeira vez em um combate militar. Fotografou o comandante Kirk e sua aeronave. Ele tombou em testes, antes do primeiro combate. Mas o registro fotográfico causou a impressão de que, finalmente, o exército brasileiro se encaminhava para a modernização. Todas as fotos, se forem bem observadas, foram construídas, posadas. São praticamente peças publicitárias. Que fim levou a empresa Lumber, a madeireira que está no centro da revolta? A empresa norte-americana Southern Brazil Lumber and Colonization (Lumber), pertencente ao Grupo Farquhar, recebeu do governo brasileiro, para construção da ferrovia, 15 km de cada lado da estrada de ferro. Desapropriou 6.696km2 de terras, 276.694 alqueires, que o próprio governo brasileiro declarou como terras devolutas, desconsiderando toda a população de posseiros que habitava tradicionalmente ali. Toda a madeira extraída foi exportada. Trabalho infantil, escravo e castigos físicos eram práticas da empresa. Em 1938, Getúlio Vargas estatizou a madeireira, que continuou a atuar até 1951. Desde 1956, as terras da Lumber foram cedidas ao Exército brasileiro, que possui, até hoje, uma base militar de acesso restrito, o Campo de Instrução Marechal Hermes. Por que você resolveu fazer esse filme? Há 12 anos eu vim morar em Florianópolis com minha família. Fomos vítimas da violência urbana no Rio de Janeiro. Vim buscar aqui uma vida mais sossegada, mais próxima a natureza. Produzi documentários sobre temas relacionados ao ambiente e sociedade. Entre os novos amigos, colegas, conhecidos o que eu mais escutava reforçava a imagem que eu tinha do Estado —um lugar de descendentes de europeus. Nos morros que abraçam a ilha e, isoladamente, em algumas regiões, percebia a presença da população negra. Muitos tinham vindo do interior, muitos de outros Estados. Nunca tinha ouvido falar do povo caboclo catarinense. Em 2010, fiz o documentário "Mulheres da Terra", sobre o movimento de mulheres camponesas no oeste do Estado e o resgate das sementes crioulas. Todas as personagens eram tipicamente europeias, italianas ou alemãs. Até que com uma das personagens, em Faxinal do Guedes, Rosalina, foi tudo diferente. Ali, reconheci a cultura cabocla, o conhecimento da floresta, das ervas. Ela me disse: "Eu tenho o sangue caboclo, sou pé no chão". Saí dali já com a semente do "Terra Cabocla". Mas seria impossível falar do povo caboclo e não falar da guerra. Então optei por esse recorte do filme. Fiquei tão envolvida com a temática que já estou trabalhando em outro documentário, o "Joaninos", sobre a fé e os seguidores de São João Maria, que são muitos, de todas as idades e classes. Como está o lançamento de "Terra Cabocla"? O filme, que foi produzido em um ano e meio, ainda não tem uma distribuidora. Depois do lançamento em Florianópolis (28 de março, sábado, às 20h, no cinema do CIC, Centro Integrado de Cultura), vamos levar o filme para o circuito das cidades do Planalto Catarinense. No dia 1º de abril, quando se completam 100 anos do massacre final no reduto de Santa Maria, hoje município de Timbó Grande, estaremos lá com o meu projetor portátil. Quero mostrar o filme para os caboclos, filhos, netos, bisnetos daqueles que combateram e tombaram na guerra, para os seguidores de São João Maria. Qual é a sua trajetória profissional? Sou formada em jornalismo e tenho mestrado na área da análise do discurso da imagem, ambos pela Universidade Federal Fluminense, em Niterói, no Rio. Mas nunca atuei no jornalismo. Desde os tempos da faculdade, lutei para ser documentarista independente. Com Ralf, meu companheiro, fundamos a Plural Filmes, no Rio, em 1993. Fizemos juntos documentários e curtas. Recentemente elaboramos a série Visceral Brasil —as veias abertas da música, sobre mestres e grupos que fazem a nossa música de raiz, exibida na TV Brasil. Em janeiro deste ano terminamos de filmar o primeiro longa, "Lua em Sagitário", uma ficção que começa na fronteira da Argentina e tem como um dos personagens principais um rapaz que nasceu e cresceu em um assentamento da reforma agrária. É um filme voltado para o público adolescente que pretende falar de preconceito. Será distribuído pela Elo Company e lançado em circuito comercial ainda este ano.
ilustrada
'Caboclos foram injustiçados', diz diretora de documentário sobre guerra dos ConstestadosHá 12 anos, a jornalista e cineasta Marcia Paraiso, 45, mudou-se do Rio para Florianópolis. Na capital catarinense, começou a produzir documentários sobre temas relacionados ao ambiente e à sociedade. Quando filmava o documentário "Mulheres da Terra", em 2010, teve contato com o povo caboclo do Estado. Foi a semente para o "Terra Cabocla", sobre a guerra do Contestado (1912-16), conflito de origem camponesa motivado principalmente, segundo Paraiso, pela disputa pela terra, como ela conta na entrevista a seguir. * Folha - "Terra Cabocla" mostra que a guerra do Contestado foi muito além da "questão religiosa", de "fanáticos" em luta. Coloca a questão da disputa pela terra (e do avanço do capital estrangeiro) no centro. Por que a rebelião é tão desconhecida? Marcia Paraiso - A guerra foi uma guerra camponesa. Ela que foi silenciada pelo fato de o Brasil, até os dias de hoje, entre todas as classes sociais, viver um tabu em relação à propriedade da terra. Não se discute seriamente reforma agrária e não se respeita as populações tradicionais, aquelas que à terra pertencem. A terra está no centro da questão. O que vem junto e circunda o entendimento da frase de José Maria (o monge revoltoso): "Quem tem mói, e quem não tem mói também". O argumento de fanatismo religioso é uma falácia. O que estava em jogo e era proposto nos chamados "redutos santos" era uma nova ordem política. O Contestado foi uma batalha sem líderes. Os monges já tinham morrido e a guerra se acirrou, se perpetuou. O que se buscava eram direitos à terra, à educação, à religião. Eles seguiam o que Jesus Cristo pregava: queriam a igualdade social e uma sociedade sem capital, longe do comércio, dos bens materiais. Isso incomodava e incomodava muito. Há hoje uma releitura do Contestado entre os historiadores? Seu filme faz parte desse movimento? Não considero que exista um movimento. O tema ficou restrito durante muito tempo aos pesquisadores militares. Gerações, como a minha, estudaram pelas cartilhas produzidas por um governo militar, com controle e silenciamento sobre a história. Estudar e pesquisar essa guerra é fascinante. Sinto é que há uma corrente de pesquisadores que, ao se deparar com o tema, vai além da academia. Há uma veia de paixão que move aqueles que se dedicam a estudar o planalto catarinense e a guerra. Quem viaja pela região se depara com um povo humilde, digno, com sabedoria sobre a força da natureza e com uma religiosidade e tolerância, que se perpetuam por gerações. Os caboclos foram injustiçados e até hoje sofrem pela guerra. A religião pregada pelo monge João Maria é chamada pelos historiadores de um "catolicismo rústico". Eu não curto muito essa definição. Eu chamaria de uma "evolução no catolicismo". Por que o filme defende a tese de que a guerra deixou marcas de apartheid social e abriu caminho para o "branqueamento" da região? Basta viajar pela região. Onde está a população cabocla? Depois de perder suas terras para projetos de colonização europeus e gaúchos, a população tradicional teve dois caminhos. Ir para a periferia das cidades e trabalhar nas indústrias de madeira e de maçã (as monoculturas da região) ou tentar retomar a terra, por meio do movimento social organizado, das ocupações de terra. No Taquaruçu o apartheid é totalmente visível, é explícito. É gritante a desigualdade entre as condições em que vivem italianos e caboclos. E explícitos os preconceitos raciais e sociais. A concentração de terras aumentou depois do conflito? Como é hoje? Passada a guerra, o processo de colonização seguiu adiante e vitorioso. Como os caboclos eram posseiros e ainda estavam na condição de perdedores da guerra, eles não tiveram alternativa. Não tinham papéis, documentação sobre a terra. E, mesmo se tivessem, não acredito que isso seria levado em conta. Hoje, quem visita a região se depara com uma cidade como Treze Tílias, por exemplo, totalmente austríaca, em meio ao território contestado. Há também muitas empresas estrangeiras que exploram pínus e eucalipto e possuem grandes propriedades. Quando se tira a possibilidade de acesso à terra, sustento e a base daquelas famílias por gerações, se desestabiliza uma cultura e se rompe com um equilíbrio, inclusive ambiental. Como a população pode retomar suas terras que foram invadidas? A alternativa é o movimento social organizado. E é no MST que muitos tiram seus documentos pela primeira vez, aprendem a ler e escrever, e compreendem a história e os direitos pelos quais deveriam lutar. Ali eles entendem que também são cidadãos, passam a ter voz, se empoderam. Há muita controvérsia sobre dados, número de mortes na guerra. Por quê? Muito do que foi registrado a respeito de datas, de relatos de ataques aos redutos e sobre baixas de rebeldes, civis e de militares tem relação direta com o controle do exército, com aquilo que se queria relatar O exército fala de 10 mil mortos entre os rebeldes. E entre 800 e mil militares. Fala ainda de 20 mil mortos extra-rebeldes —os que morreram nos incêndios e ataques às vilas. Mas a população local, os descendentes daqueles que lutaram e vivenciaram a guerra, fala em muito mais. A região, ao contrário do que é hoje, era bem habitada naquela época. Era um território que servia de caminho para tropas e de posto de abastecimento de erva mate entre tropeiros de São Paulo, Rio Grande do Sul e até Argentina. O planalto catarinense era riquíssimo em araucárias, todo coberto pela árvore nativa daqui do Sul. As famílias eram numerosas, com muitos filhos para ajudar nas tarefas do campo. Conhecendo a região nesse um ano e meio que fiquei viajando e conversando com as pessoas, realmente acredito que foram mais de 20 mil mortos. Quantos, nem eu nem os pesquisadores sabemos precisar. O que a surpreendeu ao fazer o documentário? Descobri que todo o material fotográfico sobre a guerra foi "produzido", foi tudo pensado pelos militares, em especial pelo general Setembrino de Carvalho. Depois de Canudos, especialmente após a publicação e a repercussão de "Os Sertões", de Euclides da Cunha, o exército ficou com péssima imagem. No Contestado, não temos nenhum registro documental; o que se tem é marketing. Todo o material já produzido por meus colegas, em ficção também, sinto que coloca o caboclo como um ignorante, como um ser isolado do mundo. Esse documentário é uma tentativa de fazer um registro que coloque o povo caboclo como protagonista. Como foi essa operação de "marketing do exército"? Em 1914, no momento de transição entre Hermes da Fonseca e Wenceslau Braz, o general Setembrino de Carvalho foi nomeado para comandar uma nova atuação na região do Contestado. Ele logo percebeu as falhas de atuação até então. Não só em relação às derrotas sofridas. Havia um erro estratégico total. As vestimentas dos soldados eram inapropriadas para o clima frio da região e havia ausência de medicamentos. Mais importante: havia resistência por parte do Paraná, que não acreditava que o exército brasileiro daria conta do conflito e propunha que os "coronéis locais" assumissem o combate. Setembrino foi buscar a atenção e a comunicação direta com o Ministro da Guerra e criou uma estratégia que envolvia também o marketing. Há que se atentar de que a Alemanha era o grande modelo militar para o Brasil nessa época. Setembrino queria apresentar para a sociedade brasileira um novo exército, com uma imagem de modernização. Para isso contratou um fotógrafo oficial, o sueco Claro Jansson, que fez 87 fotografias oficiais da atuação do exército brasileiro na Guerra do Contestado. As fotos, muitas publicadas na imprensa da época, funcionavam como uma forma de mostrar uma nova imagem e eram uma tentativa de atrair os filhos da classe média para o alistamento militar, que até então não era obrigatório. O número de soldados envolvidos no conflito foi o maior usado como repressão em um conflito social no país até então (seis mil homens e mais mil civis recrutados entre os coronéis locais —os chamados "vaqueanos"). Setembrino ainda divulgou o uso da aviação pela primeira vez em um combate militar. Fotografou o comandante Kirk e sua aeronave. Ele tombou em testes, antes do primeiro combate. Mas o registro fotográfico causou a impressão de que, finalmente, o exército brasileiro se encaminhava para a modernização. Todas as fotos, se forem bem observadas, foram construídas, posadas. São praticamente peças publicitárias. Que fim levou a empresa Lumber, a madeireira que está no centro da revolta? A empresa norte-americana Southern Brazil Lumber and Colonization (Lumber), pertencente ao Grupo Farquhar, recebeu do governo brasileiro, para construção da ferrovia, 15 km de cada lado da estrada de ferro. Desapropriou 6.696km2 de terras, 276.694 alqueires, que o próprio governo brasileiro declarou como terras devolutas, desconsiderando toda a população de posseiros que habitava tradicionalmente ali. Toda a madeira extraída foi exportada. Trabalho infantil, escravo e castigos físicos eram práticas da empresa. Em 1938, Getúlio Vargas estatizou a madeireira, que continuou a atuar até 1951. Desde 1956, as terras da Lumber foram cedidas ao Exército brasileiro, que possui, até hoje, uma base militar de acesso restrito, o Campo de Instrução Marechal Hermes. Por que você resolveu fazer esse filme? Há 12 anos eu vim morar em Florianópolis com minha família. Fomos vítimas da violência urbana no Rio de Janeiro. Vim buscar aqui uma vida mais sossegada, mais próxima a natureza. Produzi documentários sobre temas relacionados ao ambiente e sociedade. Entre os novos amigos, colegas, conhecidos o que eu mais escutava reforçava a imagem que eu tinha do Estado —um lugar de descendentes de europeus. Nos morros que abraçam a ilha e, isoladamente, em algumas regiões, percebia a presença da população negra. Muitos tinham vindo do interior, muitos de outros Estados. Nunca tinha ouvido falar do povo caboclo catarinense. Em 2010, fiz o documentário "Mulheres da Terra", sobre o movimento de mulheres camponesas no oeste do Estado e o resgate das sementes crioulas. Todas as personagens eram tipicamente europeias, italianas ou alemãs. Até que com uma das personagens, em Faxinal do Guedes, Rosalina, foi tudo diferente. Ali, reconheci a cultura cabocla, o conhecimento da floresta, das ervas. Ela me disse: "Eu tenho o sangue caboclo, sou pé no chão". Saí dali já com a semente do "Terra Cabocla". Mas seria impossível falar do povo caboclo e não falar da guerra. Então optei por esse recorte do filme. Fiquei tão envolvida com a temática que já estou trabalhando em outro documentário, o "Joaninos", sobre a fé e os seguidores de São João Maria, que são muitos, de todas as idades e classes. Como está o lançamento de "Terra Cabocla"? O filme, que foi produzido em um ano e meio, ainda não tem uma distribuidora. Depois do lançamento em Florianópolis (28 de março, sábado, às 20h, no cinema do CIC, Centro Integrado de Cultura), vamos levar o filme para o circuito das cidades do Planalto Catarinense. No dia 1º de abril, quando se completam 100 anos do massacre final no reduto de Santa Maria, hoje município de Timbó Grande, estaremos lá com o meu projetor portátil. Quero mostrar o filme para os caboclos, filhos, netos, bisnetos daqueles que combateram e tombaram na guerra, para os seguidores de São João Maria. Qual é a sua trajetória profissional? Sou formada em jornalismo e tenho mestrado na área da análise do discurso da imagem, ambos pela Universidade Federal Fluminense, em Niterói, no Rio. Mas nunca atuei no jornalismo. Desde os tempos da faculdade, lutei para ser documentarista independente. Com Ralf, meu companheiro, fundamos a Plural Filmes, no Rio, em 1993. Fizemos juntos documentários e curtas. Recentemente elaboramos a série Visceral Brasil —as veias abertas da música, sobre mestres e grupos que fazem a nossa música de raiz, exibida na TV Brasil. Em janeiro deste ano terminamos de filmar o primeiro longa, "Lua em Sagitário", uma ficção que começa na fronteira da Argentina e tem como um dos personagens principais um rapaz que nasceu e cresceu em um assentamento da reforma agrária. É um filme voltado para o público adolescente que pretende falar de preconceito. Será distribuído pela Elo Company e lançado em circuito comercial ainda este ano.
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Sonia Braga endossa protesto contra Temer em sessão de 'Aquarius' em NY
Sonia Braga, protagonista de "Aquarius", defendeu um protesto contra o presidente Michel Temer que irrompeu após a exibição do filme em um festival de cinema em Nova York, neste domingo (9). Seguranças do Lincoln Center expulsaram manifestantes que gritavam "fora, Temer" e seguravam cartazes contra ele. Do palco, Braga ecoou as palavras e disse: "É só um pedaço de papel". Ela já havia se juntado à equipe de "Aquarius" num protesto contra Temer no Festival de Cannes, antes de o impeachment de Dilma Rousseff se concretizar. Morando há anos na cidade, a atriz afirmou acreditar que, "numa democracia, temos direito de protestar e defender nossas posições" –como o faz sua personagem no filme, Clara, que trava uma batalha contra uma construtora que a pressiona para vender seu apartamento e construir uma torre no lugar. O diretor da obra, Kleber Mendonça Filho, disse que reações parecidas ocorreram no Brasil e ao redor do mundo. Brincou que seria complicado explicar o contexto político de seu país naquela noite. "Seria uma discussão longa..."
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Sonia Braga endossa protesto contra Temer em sessão de 'Aquarius' em NYSonia Braga, protagonista de "Aquarius", defendeu um protesto contra o presidente Michel Temer que irrompeu após a exibição do filme em um festival de cinema em Nova York, neste domingo (9). Seguranças do Lincoln Center expulsaram manifestantes que gritavam "fora, Temer" e seguravam cartazes contra ele. Do palco, Braga ecoou as palavras e disse: "É só um pedaço de papel". Ela já havia se juntado à equipe de "Aquarius" num protesto contra Temer no Festival de Cannes, antes de o impeachment de Dilma Rousseff se concretizar. Morando há anos na cidade, a atriz afirmou acreditar que, "numa democracia, temos direito de protestar e defender nossas posições" –como o faz sua personagem no filme, Clara, que trava uma batalha contra uma construtora que a pressiona para vender seu apartamento e construir uma torre no lugar. O diretor da obra, Kleber Mendonça Filho, disse que reações parecidas ocorreram no Brasil e ao redor do mundo. Brincou que seria complicado explicar o contexto político de seu país naquela noite. "Seria uma discussão longa..."
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Oposição está intoxicada pelo triunfo nas eleições, diz deputada chavista
Uma das figuras de peso da hoje minoritária bancada chavista na Assembleia Nacional da Venezuela, a deputada Ilenia Medina diz que a oposição está intoxicada com o triunfo obtido na eleição parlamentar de dezembro e extrapola poderes do Legislativo previstos na Constituição. Especialista em relações internacionais e ex-diplomata, Medina disse à Folha que a aliança opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática) mina qualquer chance de diálogo ao buscar abertamente a destituição do presidente Nicolás Maduro. A deputada, líder do partido chavista Pátria Para Todos, afirmou que a oposição seria capaz até de atentar fisicamente contra Maduro e minimizou o fato de o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, ter recebido oficialmente deputados da MUD. * Folha - Como a senhora enxerga a reconciliação nacional pregada pela oposição? Ilenia Medina - Todo mundo percebe que não existe nenhum esforço real de reconciliação. Desde o primeiro dia de mandato, a oposição declarou guerra ao presidente e se colocou como o poder máximo e absoluto no país. Em nenhuma lugar do mundo um poder do Estado prevalece sobre os outros, nem sequer nas monarquias modernas. Uma das propostas da revolução é permitir que se destituam funcionários que não estejam cumprindo com suas funções. Mas é uma decisão que cabe ao povo, não a [Henry] Ramos Allup [presidente da Assembleia Nacional], um sujeito que despreza e ignora os milhões de venezuelanos que elegeram Nicolás Maduro. Ramos Allup está em modo de guerra, não de reconciliação. A lei de anistia, com a qual a oposição pretende libertar dezenas de políticos e manifestantes presos pelos protestos antigoverno de 2014, não poderia ser positiva para uma reconciliação? É uma lei que pretende soltar pessoas que cometeram vários crimes tipificados no código penal venezuelano. Essas pessoas sempre desconheceram resultados eleitorais e fomentaram violência. A revolução nunca perseguiu ninguém que não tenha cometido crimes. Querem libertar policiais que participaram do massacre de abril de 2002 [tentativa frustrada de golpe contra o então presidente Hugo Chávez]. Como podemos aceitar anistia para quem agiu contra o povo venezuelano? A oposição incorporou em suas fileiras terroristas, narcotraficantes e golpistas. Isso é uma vergonha. O artigo 40 do projeto de lei de anistia exige que sejam destruídas provas dos crimes. Nem depois da ditadura de Franco [na Espanha, 1938-1975] houve algo parecido. Crimes contra a humanidade não prescrevem. O Estatuto de Roma determina que, se um Estado não julga os responsáveis por crimes contra a humanidade, cabe a aplicação do princípio da justiça universal. Em seu discurso ao Parlamento, em janeiro, Maduro propôs a criação de uma Comissão para a Verdade e a Justiça com a intenção de que tudo, absolutamente tudo seja discutido e julgado. Quem for considerado anistiado será reconhecido como anistiado. [O influente deputado opositor] Julio Borges disse que aceitava a proposta, mas depois calou-se. Mas a sentença que condenou Leopoldo López e outros opositores presos não menciona crimes contra a humanidade. Os tribunais de Nuremberg e Tóquio [após a Segunda Guerra Mundial] mostraram que, se um crime não for julgado no momento, não significa que não possa ser julgado depois. Durante um ano, Leopoldo López e outros opositores vinham incitando à violência. Não precisam ser autores materiais dos crimes para ser responsabilizados. Quando ainda era prefeito [do município de Chacao, em Caracas, 2000-2008], López promoveu pessoalmente violência na rua, conforme registrado em fotos, e foi perdoado por Chávez. Hoje ele não tem a delicadeza de pedir desculpas pelo sofrimento que causou a tantas famílias que perderam entes queridos nos atos de violência que ele promoveu. É simples: houve violência nos municípios administrados pela oposição, enquanto que os municípios governados por chavistas permaneceram em paz. A que a atribui o amplo sucesso da oposição na eleição parlamentar de dezembro? O movimento "La salida" [que defende a destituição de Maduro] vinha promovendo há muito tempo uma campanha para disseminar angústia e mal-estar entre a população. A guerra econômica é uma realidade muito evidente. Era difícil esperar que isso não afetasse a eleição. Mas acho importante destacar a maneira democrática como Maduro reconheceu imediatamente o resultado. Chávez também aceitou o revés das urnas em 2007 [quando perdeu um referendo para reformar a Constituição a seu favor]. Quem perde precisa aceitar a derrota. O problema do chavismo seria uma comunicação política deficiente? Há interesses de alguns veículos de comunicação em não dizer a verdade. A mídia nacional sabe que estamos abertos para conversar, mas ela só vai atrás da opinião que lhe convém. A atual situação na Venezuela é provocada pela guerra econômica. Até o Conselho de Direitos Humanos da ONU reconheceu que o governo venezuelano, apesar da crise, consegue atender direitos sociais. A crise, aliás, está afetando o mundo inteiro. Maduro faz o impossível para manter um governo que defenda os venezuelanos. O problema é que o nosso modelo é combatido. Somos um país acossado pelos centros hegemônicos. Mesmo assim, conseguimos construir 1 milhão de casas populares de qualidade. Para além dos bate-bocas e acusações, existe algum diálogo de bastidores com a oposição? Nós sempre estivemos dispostos a encontrar espaços de diálogo, mas que espécie de conversa se pode ter com quem fez da caça ao presidente um objetivo a atingir? Os opositores estão intoxicados com o triunfo eleitoral. Eles se esqueceram de que Maduro foi eleito com mais de 7 milhões de votos e Ramos Allup, com 44 mil. Estamos prontos para apoiar projetos e agendas importantes, desde que ocorram dentro da Constituição, não fora dela. Não tem o mínimo cabimento a ideia de remover Maduro. Não tem sentido ficar repetindo que o país está à beira do colapso. O que aconteceria no Brasil se alguém do PMDB ou do PSDB saísse por aí queimando instalações da Petrobras? Isso é crime. Mas a emenda constitucional e o revogatório cogitados pela oposição são mecanismos previstos na Constituição. O único mecanismo da Constituição para encerrar qualquer mandato é o referendo revogatório que só pode ser convocado pelo povo e mais ninguém. Não existe essa história de emenda para reduzir o período presidencial nem de renúncia nem de abandono de cargo. Maduro trabalha 24 horas por dia, ele percorre o país sem parar, conversa com governadores, prefeitos e empresários e a oposição fala em abandono de cargo. Eles ficaram loucos? De todo modo, eles já tentaram assassinar Chávez [que chegou a ser ameaçado durante a tentativa de 2002], eles podem tentar agora com Maduro. Eles podem até sequestrá-lo no exterior. Essa gente é criativa na hora da violência. O chanceler Mauro Vieira recebeu na semana passada dois deputados da oposição. Foi o primeiro encontro oficial entre o Brasil e o antichavismo em 17 anos. A senhora teme que o Brasil esteja se distanciando do governo venezuelano? Luis Florido foi recebido na sua condição de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia Nacional. Foi um encontro dentro da formalidade corriqueira de um Ministério das Relações Exteriores. Não acho que isso reflita uma mudança de posição do Brasil. Não há razão para isso. O Brasil nunca se imiscui em assuntos internos de outros países nem apoia violência. Dito isso, é preciso lembrar que a oposição venezuelana sempre se posicionou contra o Brasil. Duvido que o governo brasileiro atuaria contra si mesmo.
mundo
Oposição está intoxicada pelo triunfo nas eleições, diz deputada chavistaUma das figuras de peso da hoje minoritária bancada chavista na Assembleia Nacional da Venezuela, a deputada Ilenia Medina diz que a oposição está intoxicada com o triunfo obtido na eleição parlamentar de dezembro e extrapola poderes do Legislativo previstos na Constituição. Especialista em relações internacionais e ex-diplomata, Medina disse à Folha que a aliança opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática) mina qualquer chance de diálogo ao buscar abertamente a destituição do presidente Nicolás Maduro. A deputada, líder do partido chavista Pátria Para Todos, afirmou que a oposição seria capaz até de atentar fisicamente contra Maduro e minimizou o fato de o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, ter recebido oficialmente deputados da MUD. * Folha - Como a senhora enxerga a reconciliação nacional pregada pela oposição? Ilenia Medina - Todo mundo percebe que não existe nenhum esforço real de reconciliação. Desde o primeiro dia de mandato, a oposição declarou guerra ao presidente e se colocou como o poder máximo e absoluto no país. Em nenhuma lugar do mundo um poder do Estado prevalece sobre os outros, nem sequer nas monarquias modernas. Uma das propostas da revolução é permitir que se destituam funcionários que não estejam cumprindo com suas funções. Mas é uma decisão que cabe ao povo, não a [Henry] Ramos Allup [presidente da Assembleia Nacional], um sujeito que despreza e ignora os milhões de venezuelanos que elegeram Nicolás Maduro. Ramos Allup está em modo de guerra, não de reconciliação. A lei de anistia, com a qual a oposição pretende libertar dezenas de políticos e manifestantes presos pelos protestos antigoverno de 2014, não poderia ser positiva para uma reconciliação? É uma lei que pretende soltar pessoas que cometeram vários crimes tipificados no código penal venezuelano. Essas pessoas sempre desconheceram resultados eleitorais e fomentaram violência. A revolução nunca perseguiu ninguém que não tenha cometido crimes. Querem libertar policiais que participaram do massacre de abril de 2002 [tentativa frustrada de golpe contra o então presidente Hugo Chávez]. Como podemos aceitar anistia para quem agiu contra o povo venezuelano? A oposição incorporou em suas fileiras terroristas, narcotraficantes e golpistas. Isso é uma vergonha. O artigo 40 do projeto de lei de anistia exige que sejam destruídas provas dos crimes. Nem depois da ditadura de Franco [na Espanha, 1938-1975] houve algo parecido. Crimes contra a humanidade não prescrevem. O Estatuto de Roma determina que, se um Estado não julga os responsáveis por crimes contra a humanidade, cabe a aplicação do princípio da justiça universal. Em seu discurso ao Parlamento, em janeiro, Maduro propôs a criação de uma Comissão para a Verdade e a Justiça com a intenção de que tudo, absolutamente tudo seja discutido e julgado. Quem for considerado anistiado será reconhecido como anistiado. [O influente deputado opositor] Julio Borges disse que aceitava a proposta, mas depois calou-se. Mas a sentença que condenou Leopoldo López e outros opositores presos não menciona crimes contra a humanidade. Os tribunais de Nuremberg e Tóquio [após a Segunda Guerra Mundial] mostraram que, se um crime não for julgado no momento, não significa que não possa ser julgado depois. Durante um ano, Leopoldo López e outros opositores vinham incitando à violência. Não precisam ser autores materiais dos crimes para ser responsabilizados. Quando ainda era prefeito [do município de Chacao, em Caracas, 2000-2008], López promoveu pessoalmente violência na rua, conforme registrado em fotos, e foi perdoado por Chávez. Hoje ele não tem a delicadeza de pedir desculpas pelo sofrimento que causou a tantas famílias que perderam entes queridos nos atos de violência que ele promoveu. É simples: houve violência nos municípios administrados pela oposição, enquanto que os municípios governados por chavistas permaneceram em paz. A que a atribui o amplo sucesso da oposição na eleição parlamentar de dezembro? O movimento "La salida" [que defende a destituição de Maduro] vinha promovendo há muito tempo uma campanha para disseminar angústia e mal-estar entre a população. A guerra econômica é uma realidade muito evidente. Era difícil esperar que isso não afetasse a eleição. Mas acho importante destacar a maneira democrática como Maduro reconheceu imediatamente o resultado. Chávez também aceitou o revés das urnas em 2007 [quando perdeu um referendo para reformar a Constituição a seu favor]. Quem perde precisa aceitar a derrota. O problema do chavismo seria uma comunicação política deficiente? Há interesses de alguns veículos de comunicação em não dizer a verdade. A mídia nacional sabe que estamos abertos para conversar, mas ela só vai atrás da opinião que lhe convém. A atual situação na Venezuela é provocada pela guerra econômica. Até o Conselho de Direitos Humanos da ONU reconheceu que o governo venezuelano, apesar da crise, consegue atender direitos sociais. A crise, aliás, está afetando o mundo inteiro. Maduro faz o impossível para manter um governo que defenda os venezuelanos. O problema é que o nosso modelo é combatido. Somos um país acossado pelos centros hegemônicos. Mesmo assim, conseguimos construir 1 milhão de casas populares de qualidade. Para além dos bate-bocas e acusações, existe algum diálogo de bastidores com a oposição? Nós sempre estivemos dispostos a encontrar espaços de diálogo, mas que espécie de conversa se pode ter com quem fez da caça ao presidente um objetivo a atingir? Os opositores estão intoxicados com o triunfo eleitoral. Eles se esqueceram de que Maduro foi eleito com mais de 7 milhões de votos e Ramos Allup, com 44 mil. Estamos prontos para apoiar projetos e agendas importantes, desde que ocorram dentro da Constituição, não fora dela. Não tem o mínimo cabimento a ideia de remover Maduro. Não tem sentido ficar repetindo que o país está à beira do colapso. O que aconteceria no Brasil se alguém do PMDB ou do PSDB saísse por aí queimando instalações da Petrobras? Isso é crime. Mas a emenda constitucional e o revogatório cogitados pela oposição são mecanismos previstos na Constituição. O único mecanismo da Constituição para encerrar qualquer mandato é o referendo revogatório que só pode ser convocado pelo povo e mais ninguém. Não existe essa história de emenda para reduzir o período presidencial nem de renúncia nem de abandono de cargo. Maduro trabalha 24 horas por dia, ele percorre o país sem parar, conversa com governadores, prefeitos e empresários e a oposição fala em abandono de cargo. Eles ficaram loucos? De todo modo, eles já tentaram assassinar Chávez [que chegou a ser ameaçado durante a tentativa de 2002], eles podem tentar agora com Maduro. Eles podem até sequestrá-lo no exterior. Essa gente é criativa na hora da violência. O chanceler Mauro Vieira recebeu na semana passada dois deputados da oposição. Foi o primeiro encontro oficial entre o Brasil e o antichavismo em 17 anos. A senhora teme que o Brasil esteja se distanciando do governo venezuelano? Luis Florido foi recebido na sua condição de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia Nacional. Foi um encontro dentro da formalidade corriqueira de um Ministério das Relações Exteriores. Não acho que isso reflita uma mudança de posição do Brasil. Não há razão para isso. O Brasil nunca se imiscui em assuntos internos de outros países nem apoia violência. Dito isso, é preciso lembrar que a oposição venezuelana sempre se posicionou contra o Brasil. Duvido que o governo brasileiro atuaria contra si mesmo.
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Aumento da luz e das bandeiras tarifárias devem ocorrer até março
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) pretende abrir duas audiências públicas neste mês que refletirão em aumentos de preços para os consumidores até o mês de março. Os processos tratarão dos reajustes extraordinários de todas as distribuidoras de energia elétrica (de uma só vez) e também do aumento do valor das bandeiras tarifárias. O primeiro caso é específico para o repasse da conta de 2015 do setor elétrico para o consumidor. Sem ajuda do Tesouro, as tarifas terão de cobrir todas as despesas do ano ao fundo do setor elétrico, a CDE. Nesta terça-feira (3), a Aneel fixou em R$ 21,8 bilhões a parte do gasto que recairá sobre a tarifa dos consumidores. Após chegar a esse valor, a agência definiu impacto de 3,89% para consumidores de energia no Norte e Nordeste e de 19,97% para o Sudeste e demais regiões. A Aneel diz que essa diferença está prevista na legislação, que impede dar pesos iguais para as regiões do país na divisão da CDE. Norte e Nordeste sempre pagam menos. A partir daí a agência poderá começar a aprovar os reajustes extraordinários das empresas de distribuição que fizerem solicitação à agência. "Quem define se haverá recurso do Tesouro [para pagamento da CDE] é o Tesouro. Cabe a Aneel calcular todos os recursos e fixar a cota para custear todos os gastos", disse o diretor-geral da agência, Romeu Rufino. Diante da dificuldade de caixa das distribuidoras de energia, a agência deve aprovar esse repasse na forma de reajuste extraordinário das tarifas para todas as empresas, inclusive as que tiveram reajustes aprovados nesta terça-feira. O percentual específico para cada empresa será tratado na audiência pública e deve valer já nas contas de luz a partir de março. BANDEIRAS Sobre a mudança nas bandeiras tarifárias, o diretor da reguladora, Romeu Rufino, explicou que, com os preços atuais, ainda não se consegue atingir o chamado "realismo tarifário". O motivo seria que os valores vigentes, de R$ 1,50 ou R$ 3 a cada 100 kWh, não contemplam outros gastos extraordinários, como a compra extra de energia ou risco hidrológico (capacidade prevista para entrega de energia das usinas, mas não entregue). "Parte do que seria tratado no processo tarifário normal é deslocado para bandeira tarifária. Isso dá sinal de preço, da variação do preço da energia para o consumidor", explicou. Sem dizer qual pode ser o novo valor das bandeiras, Romeu indicou apenas que deve haver um aumento. A agência programa ainda uma campanha explicativa, que será de responsabilidade das distribuidoras de energia, para repassar melhor informações aos consumidores sobre como funcionam as bandeiras tarifárias e como eles podem se programar para manter seus gastos dentro do patamar desejado.
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Aumento da luz e das bandeiras tarifárias devem ocorrer até marçoA Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) pretende abrir duas audiências públicas neste mês que refletirão em aumentos de preços para os consumidores até o mês de março. Os processos tratarão dos reajustes extraordinários de todas as distribuidoras de energia elétrica (de uma só vez) e também do aumento do valor das bandeiras tarifárias. O primeiro caso é específico para o repasse da conta de 2015 do setor elétrico para o consumidor. Sem ajuda do Tesouro, as tarifas terão de cobrir todas as despesas do ano ao fundo do setor elétrico, a CDE. Nesta terça-feira (3), a Aneel fixou em R$ 21,8 bilhões a parte do gasto que recairá sobre a tarifa dos consumidores. Após chegar a esse valor, a agência definiu impacto de 3,89% para consumidores de energia no Norte e Nordeste e de 19,97% para o Sudeste e demais regiões. A Aneel diz que essa diferença está prevista na legislação, que impede dar pesos iguais para as regiões do país na divisão da CDE. Norte e Nordeste sempre pagam menos. A partir daí a agência poderá começar a aprovar os reajustes extraordinários das empresas de distribuição que fizerem solicitação à agência. "Quem define se haverá recurso do Tesouro [para pagamento da CDE] é o Tesouro. Cabe a Aneel calcular todos os recursos e fixar a cota para custear todos os gastos", disse o diretor-geral da agência, Romeu Rufino. Diante da dificuldade de caixa das distribuidoras de energia, a agência deve aprovar esse repasse na forma de reajuste extraordinário das tarifas para todas as empresas, inclusive as que tiveram reajustes aprovados nesta terça-feira. O percentual específico para cada empresa será tratado na audiência pública e deve valer já nas contas de luz a partir de março. BANDEIRAS Sobre a mudança nas bandeiras tarifárias, o diretor da reguladora, Romeu Rufino, explicou que, com os preços atuais, ainda não se consegue atingir o chamado "realismo tarifário". O motivo seria que os valores vigentes, de R$ 1,50 ou R$ 3 a cada 100 kWh, não contemplam outros gastos extraordinários, como a compra extra de energia ou risco hidrológico (capacidade prevista para entrega de energia das usinas, mas não entregue). "Parte do que seria tratado no processo tarifário normal é deslocado para bandeira tarifária. Isso dá sinal de preço, da variação do preço da energia para o consumidor", explicou. Sem dizer qual pode ser o novo valor das bandeiras, Romeu indicou apenas que deve haver um aumento. A agência programa ainda uma campanha explicativa, que será de responsabilidade das distribuidoras de energia, para repassar melhor informações aos consumidores sobre como funcionam as bandeiras tarifárias e como eles podem se programar para manter seus gastos dentro do patamar desejado.
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Clássico 'O Sol É para Todos' ganhará versão teatral na Broadway em 2017
O romance clássico da escritora norte-americana Harper Lee, "O Sol É para Todos", irá estrear nos palcos da Broadway em uma nova versão teatral de Aaron Sorkin, roteirista da aclamada série "The West Wing", informaram seus produtores nesta quarta-feira (10). O livro sobre o racismo e a injustiça no sul dos Estados Unidos, que conquistou o Prêmio Pulitzer de 1960, irá aos palcos na temporada 2017-2018, segundo o produtor. Embora o romance tenha se tornado um filme em 1962, com Gregory Peck no papel do advogado engajado Atticus Finch, e tenha sido adaptado ao teatro em várias cidades norte-americanas e em Londres, esta será a primeira vez que "O Sol É para Todos" ganhará a Broadway. O romance de Harper Lee vendeu mais de 50 milhões de cópias e era considerado o único trabalho de sua autora, até um manuscrito inédito com alguns dos mesmos personagens ser encontrado e publicado no ano passado. No Brasil ele foi lançado com o título "Vá, Coloque Um Vigia". Descrito como um primeiro rascunho do livro que o antecedeu, "Vigia" surpreendeu leitores e críticos por mostrar o heróico Finch como um racista que apóia a segregação. Sorkin também é reconhecido por ter recebido um Oscar pelo roteiro do filme "A Rede Social".
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Clássico 'O Sol É para Todos' ganhará versão teatral na Broadway em 2017O romance clássico da escritora norte-americana Harper Lee, "O Sol É para Todos", irá estrear nos palcos da Broadway em uma nova versão teatral de Aaron Sorkin, roteirista da aclamada série "The West Wing", informaram seus produtores nesta quarta-feira (10). O livro sobre o racismo e a injustiça no sul dos Estados Unidos, que conquistou o Prêmio Pulitzer de 1960, irá aos palcos na temporada 2017-2018, segundo o produtor. Embora o romance tenha se tornado um filme em 1962, com Gregory Peck no papel do advogado engajado Atticus Finch, e tenha sido adaptado ao teatro em várias cidades norte-americanas e em Londres, esta será a primeira vez que "O Sol É para Todos" ganhará a Broadway. O romance de Harper Lee vendeu mais de 50 milhões de cópias e era considerado o único trabalho de sua autora, até um manuscrito inédito com alguns dos mesmos personagens ser encontrado e publicado no ano passado. No Brasil ele foi lançado com o título "Vá, Coloque Um Vigia". Descrito como um primeiro rascunho do livro que o antecedeu, "Vigia" surpreendeu leitores e críticos por mostrar o heróico Finch como um racista que apóia a segregação. Sorkin também é reconhecido por ter recebido um Oscar pelo roteiro do filme "A Rede Social".
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Haddad diz que desconhecia ação da polícia na cracolândia, em SP
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que desconhecia a operação da Polícia Civil contra o tráfico de drogas na cracolândia até o início da manhã desta sexta-feira (5), quando a ação já estava ocorrendo. A operação foi feita em meio a um clima de desconfiança mútua entre a prefeitura e a polícia, do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo a Folha apurou, investigadores suspeitam que servidores da prefeitura têm relação próxima com líderes do MSTS (Movimento Sem Teto de São Paulo), que ocupa o prédio do antigo Cine Marrocos e foi alvo da operação contra o tráfico de drogas. Por outro lado, o MSTS já foi criticado por petistas e por outros movimentos sem-teto por cobrar de moradores e por já ter apoiado candidatos do PSDB para deputado e para presidente da República. Haddad vinha criticando o MSTS desde 2013, quando o movimento voltou a invadir o Cine Marrocos. Nesta sexta, afirmou: "Ali tem gente do mal, que usa o Marrocos para ganhar dinheiro. Famílias são usadas por pessoas que não têm nada a ver com moradia e sim com o tráfico". A reportagem tentou entrar em contato com a defesa do movimento ao longo do dia, mas não obteve resposta. O petista disse também que havia alertado a polícia sobre o tráfico de drogas no hotel em que a operação classificou como "quartel general" da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O hotel, localizado na rua Dino Bueno no número 135, diz Haddad, já havia sido descredenciado do programa Braços Abertos há alguns meses, quando a prefeitura descobriu que quartos do local eram usados como pontos de venda da droga. Haddad lembrou ainda que havia um mandado da Justiça de reintegração de posse do prédio, expedido em junho deste ano, e que, agora, espera que seja cumprido. Inaugurado em 1952, o Cine Marrocos foi um dos cinemas mais luxuosos da capital paulista. Com o cinema desativado há décadas, o imóvel foi comprado pela prefeitura para abrigar a Secretaria Municipal de Educação, porém o prédio foi invadido em 2013 pelo MSTS e, desde então, acumula uma série de polêmicas. Segundo os moradores, a maioria composta por imigrantes haitianos, bolivianos e peruanos, o local cobra cerca de R$ 200 por mês como uma espécie de "taxa de condomínio", conforme revelou a Folha em outubro. OUTRAS OPERAÇÕES A cracolândia já foi alvo de uma série de operações das gestões Haddad e Alckmin nos últimos anos, mas que não conseguiram impedir a concentração de viciados e a presença do tráfico. Sem articulação entre Estado e prefeitura, a última grande operação, em abril de 2015, transformou o centro em praça de guerra e deixou dois usuários e um PM ferido. Na região, Alckmin e Haddad desenvolvem programas diferentes para viciados. O Braços Abertos, criado em 2014 pelo petista, é baseado na redução de danos. O dependente é incentivado, pela oferta de emprego e renda, a diminuir o uso de drogas, sem internação. O Recomeço, instituído por Alckmin em 2013, trabalha a saída do vício com tratamentos que incluem isolamento em comunidades terapêuticas. A Folha apurou que a polícia também tornou a operação sigilosa nesta sexta pois temia que funcionários do Braços Abertos deixassem vazar a operação. Com isso, traficantes poderiam fugir. Por sua vez, a gestão petista temia que eventuais abusos policiais poderiam prejudicar o trabalho do programa. O prefeito Haddad costuma dizer que, sem o combate ao tráfico, programas como Braços Abertos, da prefeitura, e Recomeço, do Estado, não conseguiriam progredir na região. "Nosso foco é teto, trabalho e tratamento. O Braços Abertos é um trabalho de redução de danos. Combate ao tráfico é papel do governo do estado", disse. As Leis da Invasão - Movimento é criticado por outros sem-teto O MSTS (Movimento Sem-teto de São Paulo), alvo de operação policial contra o tráfico na região central, coleciona críticas de outros movimentos sociais de moradia da capital paulista. Grupos que ocupam prédios no centro e terrenos na periferia dizem que líderes do MSTS têm objetivos financeiros, e que a sigla não se "engaja" para conseguir moradias definitivas para quem vive em suas ocupações. No Cine Marrocos, prédio municipal ocupado pelo grupo em 2013, os moradores pagam cerca de R$ 200 para viver no local. Em ocupações de outros grupos no centro, também são cobradas "taxas de manutenção", mas os valores costumam ser menores. Os elevadores manuais do antigo cinema são operados por ascensoristas, há câmeras de vigilância e uma cozinha que serve até 80 refeições diárias de forma gratuita. O movimento já se aliou a um empresário para abrir um estacionamento na ocupação. Depois, foi desativado. Em meio a centenas de famílias, também já ocorreram festas alternativas, como a Mamba Negra e a Voodoohop. Os ingressos eram trocados por alimentos, que depois eram revertidos aos moradores do local, segundo os organizadores dos eventos. Os líderes do MSTS, alguns deles presos suspeitos de tráfico de drogas, não costumam participar de encontros periódicos de movimentos de moradia do centro da capital, de acordo com integrantes de outros grupos sem-teto. O MSTS também não se inscreveu em um edital do Minha Casa, Minha Vida Entidades, em 2015, que reverteria a movimentos de moradia verbas federais para a construção de 12 mil habitações. Por outro lado, funcionários da gestão Haddad já encaminharam famílias pobres para a ocupação, em 2014. Duas servidoras indicavam sem-teto à invasão, com ofícios da prefeitura. Outro movimento, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-teto), divulgou uma nota afirmando não ter relação com o grupo alvo da operação policial. "O fato de alguns poucos grupos utilizarem o movimento como forma oportunista para ganhos pessoais não autoriza qualquer generalização indevida [contra os sem-teto]", diz a nota. A Folha não obteve resposta de membros do MSTS para comentar a operação policial. (Leandro Machado)
cotidiano
Haddad diz que desconhecia ação da polícia na cracolândia, em SPO prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que desconhecia a operação da Polícia Civil contra o tráfico de drogas na cracolândia até o início da manhã desta sexta-feira (5), quando a ação já estava ocorrendo. A operação foi feita em meio a um clima de desconfiança mútua entre a prefeitura e a polícia, do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo a Folha apurou, investigadores suspeitam que servidores da prefeitura têm relação próxima com líderes do MSTS (Movimento Sem Teto de São Paulo), que ocupa o prédio do antigo Cine Marrocos e foi alvo da operação contra o tráfico de drogas. Por outro lado, o MSTS já foi criticado por petistas e por outros movimentos sem-teto por cobrar de moradores e por já ter apoiado candidatos do PSDB para deputado e para presidente da República. Haddad vinha criticando o MSTS desde 2013, quando o movimento voltou a invadir o Cine Marrocos. Nesta sexta, afirmou: "Ali tem gente do mal, que usa o Marrocos para ganhar dinheiro. Famílias são usadas por pessoas que não têm nada a ver com moradia e sim com o tráfico". A reportagem tentou entrar em contato com a defesa do movimento ao longo do dia, mas não obteve resposta. O petista disse também que havia alertado a polícia sobre o tráfico de drogas no hotel em que a operação classificou como "quartel general" da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O hotel, localizado na rua Dino Bueno no número 135, diz Haddad, já havia sido descredenciado do programa Braços Abertos há alguns meses, quando a prefeitura descobriu que quartos do local eram usados como pontos de venda da droga. Haddad lembrou ainda que havia um mandado da Justiça de reintegração de posse do prédio, expedido em junho deste ano, e que, agora, espera que seja cumprido. Inaugurado em 1952, o Cine Marrocos foi um dos cinemas mais luxuosos da capital paulista. Com o cinema desativado há décadas, o imóvel foi comprado pela prefeitura para abrigar a Secretaria Municipal de Educação, porém o prédio foi invadido em 2013 pelo MSTS e, desde então, acumula uma série de polêmicas. Segundo os moradores, a maioria composta por imigrantes haitianos, bolivianos e peruanos, o local cobra cerca de R$ 200 por mês como uma espécie de "taxa de condomínio", conforme revelou a Folha em outubro. OUTRAS OPERAÇÕES A cracolândia já foi alvo de uma série de operações das gestões Haddad e Alckmin nos últimos anos, mas que não conseguiram impedir a concentração de viciados e a presença do tráfico. Sem articulação entre Estado e prefeitura, a última grande operação, em abril de 2015, transformou o centro em praça de guerra e deixou dois usuários e um PM ferido. Na região, Alckmin e Haddad desenvolvem programas diferentes para viciados. O Braços Abertos, criado em 2014 pelo petista, é baseado na redução de danos. O dependente é incentivado, pela oferta de emprego e renda, a diminuir o uso de drogas, sem internação. O Recomeço, instituído por Alckmin em 2013, trabalha a saída do vício com tratamentos que incluem isolamento em comunidades terapêuticas. A Folha apurou que a polícia também tornou a operação sigilosa nesta sexta pois temia que funcionários do Braços Abertos deixassem vazar a operação. Com isso, traficantes poderiam fugir. Por sua vez, a gestão petista temia que eventuais abusos policiais poderiam prejudicar o trabalho do programa. O prefeito Haddad costuma dizer que, sem o combate ao tráfico, programas como Braços Abertos, da prefeitura, e Recomeço, do Estado, não conseguiriam progredir na região. "Nosso foco é teto, trabalho e tratamento. O Braços Abertos é um trabalho de redução de danos. Combate ao tráfico é papel do governo do estado", disse. As Leis da Invasão - Movimento é criticado por outros sem-teto O MSTS (Movimento Sem-teto de São Paulo), alvo de operação policial contra o tráfico na região central, coleciona críticas de outros movimentos sociais de moradia da capital paulista. Grupos que ocupam prédios no centro e terrenos na periferia dizem que líderes do MSTS têm objetivos financeiros, e que a sigla não se "engaja" para conseguir moradias definitivas para quem vive em suas ocupações. No Cine Marrocos, prédio municipal ocupado pelo grupo em 2013, os moradores pagam cerca de R$ 200 para viver no local. Em ocupações de outros grupos no centro, também são cobradas "taxas de manutenção", mas os valores costumam ser menores. Os elevadores manuais do antigo cinema são operados por ascensoristas, há câmeras de vigilância e uma cozinha que serve até 80 refeições diárias de forma gratuita. O movimento já se aliou a um empresário para abrir um estacionamento na ocupação. Depois, foi desativado. Em meio a centenas de famílias, também já ocorreram festas alternativas, como a Mamba Negra e a Voodoohop. Os ingressos eram trocados por alimentos, que depois eram revertidos aos moradores do local, segundo os organizadores dos eventos. Os líderes do MSTS, alguns deles presos suspeitos de tráfico de drogas, não costumam participar de encontros periódicos de movimentos de moradia do centro da capital, de acordo com integrantes de outros grupos sem-teto. O MSTS também não se inscreveu em um edital do Minha Casa, Minha Vida Entidades, em 2015, que reverteria a movimentos de moradia verbas federais para a construção de 12 mil habitações. Por outro lado, funcionários da gestão Haddad já encaminharam famílias pobres para a ocupação, em 2014. Duas servidoras indicavam sem-teto à invasão, com ofícios da prefeitura. Outro movimento, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-teto), divulgou uma nota afirmando não ter relação com o grupo alvo da operação policial. "O fato de alguns poucos grupos utilizarem o movimento como forma oportunista para ganhos pessoais não autoriza qualquer generalização indevida [contra os sem-teto]", diz a nota. A Folha não obteve resposta de membros do MSTS para comentar a operação policial. (Leandro Machado)
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Agitação em cadeia no AM assusta famílias que buscam informações
Uma movimentação intensa no presídio aonde foram levados os "presos refugiados" do massacre em Manaus preocupou familiares de detentos que fazem plantão no local em busca de informações. Por volta das 15h desta quinta (5), dezenas de policiais e viaturas entravam e saíram da Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, para onde foram transferidos de forma emergencial 283 internos que sobreviveram às rebeliões. "Estão dizendo que estão se matando lá dentro, toda hora chega mais presos", diz uma mãe, que não quis se identificar. Ainda chegam ao local detentos transferidos da Unidade Prisional de Puraquequara e do Centro de Detenção Provisória. A dona de casa Fátima Monteiro, que tem um filho de 20 anos preso por furto, pedia aos policias que separassem os presos não ligados a nenhuma facção."Por favor, policial, separem ao menos os presos que não tem ligação com essas facções. Meu filho está na enfermaria e não tem nada a ver com isso". Algumas mães disseram temer que seus filhos sejam obrigados a se aliarem a alguma facção. Apesar de protestos das famílias, não é permitida a entrega de alimentos e roupas aos detentos. "Não querem deixar a gente dar ao menos roupas para eles", reclamava a mulher de um preso, revoltada. HIGIENE Vídeos gravados no interior da cadeia pública do centro de Manaus mostram as péssimas condições de conservação do local. Vídeo mostra prisão de Manaus Os presos, muitos dos quais ligados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), foram retirados pelo governo de três unidades da capital amazonense, a fim de evitar mais mortes. Eles são ameaçados por integrantes da facção FDN (Família do Norte), que liderou a matança de domingo (1°) e segunda (2). Utilizada pelo governo por mais de cem anos, a cadeia Desembargador Raimundo Vidal Pessoa foi desativada em outubro passado após pressões do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
cotidiano
Agitação em cadeia no AM assusta famílias que buscam informaçõesUma movimentação intensa no presídio aonde foram levados os "presos refugiados" do massacre em Manaus preocupou familiares de detentos que fazem plantão no local em busca de informações. Por volta das 15h desta quinta (5), dezenas de policiais e viaturas entravam e saíram da Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, para onde foram transferidos de forma emergencial 283 internos que sobreviveram às rebeliões. "Estão dizendo que estão se matando lá dentro, toda hora chega mais presos", diz uma mãe, que não quis se identificar. Ainda chegam ao local detentos transferidos da Unidade Prisional de Puraquequara e do Centro de Detenção Provisória. A dona de casa Fátima Monteiro, que tem um filho de 20 anos preso por furto, pedia aos policias que separassem os presos não ligados a nenhuma facção."Por favor, policial, separem ao menos os presos que não tem ligação com essas facções. Meu filho está na enfermaria e não tem nada a ver com isso". Algumas mães disseram temer que seus filhos sejam obrigados a se aliarem a alguma facção. Apesar de protestos das famílias, não é permitida a entrega de alimentos e roupas aos detentos. "Não querem deixar a gente dar ao menos roupas para eles", reclamava a mulher de um preso, revoltada. HIGIENE Vídeos gravados no interior da cadeia pública do centro de Manaus mostram as péssimas condições de conservação do local. Vídeo mostra prisão de Manaus Os presos, muitos dos quais ligados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), foram retirados pelo governo de três unidades da capital amazonense, a fim de evitar mais mortes. Eles são ameaçados por integrantes da facção FDN (Família do Norte), que liderou a matança de domingo (1°) e segunda (2). Utilizada pelo governo por mais de cem anos, a cadeia Desembargador Raimundo Vidal Pessoa foi desativada em outubro passado após pressões do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
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Em giro latino, Netanyahu se esquiva de política do Brasil
O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, realizou visita de uma semana por três países da América Latina: Argentina, Colômbia e México. Na sequência, partiu para a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde encontrará seu "amigo" Donald Trump. A turnê é histórica, por se tratar da primeira visita de um primeiro-ministro israelense à região. Há clara motivação econômica: acompanham o premiê 30 empresários interessados em ampliar laços comerciais com países de demanda crescente em setores em que Israel se destaca, como tecnologia e defesa. Mas o propósito da viagem é essencialmente político. Bibi, como o premiê é conhecido, passa por uma crise de legitimidade doméstica após denúncias de corrupção e atritos com setores ultraortodoxos. Globalmente, Israel encontra-se isolado diplomaticamente, parte em função da paralisia das negociações de paz com os palestinos. Uma viagem de estadista, portanto, vem em boa hora. A visita à Argentina, não por acaso iniciada em 11 de setembro, teve como tônica a questão do terrorismo. Dois dos maiores atentados terroristas contra comunidades judaicas ocorreram em Buenos Aires, no início dos anos 1990, contra a embaixada israelense e a Associação Mutual Israelita Argentina. Em encontro com líderes da grande comunidade judaica local, Bibi acusou o Irã e o Hizbullah pelos atentados, reforçando sua retórica de que ambos representam ameaças existenciais a Israel e aos judeus —ontem e hoje. Na Colômbia, economia emergente que acaba de sair de dura negociação de paz, Bibi ofereceu ajuda para a reconstrução. Com isso, quer reforçar os laços de cooperação em segurança que marcam a próspera relação de ambos. Eles serão úteis para ambos na tentativa de conter os efeitos da crise venezuelana, sobretudo diante do temor de que Irã e Hizbullah estejam financiando o regime de Nicolás Maduro. Ademais, a Colômbia é leal aliado israelense: o país foi o único sul-americano que não votou a favor do reconhecimento palestino na ONU, em 2012, além de ter mantido com Israel boas relações diplomáticas, mesmo quando os demais países criticaram os ataques a Gaza, em 2014. Finalmente, a passagem pelo México veio como um duplo pedido de desculpas por Israel, pela visita tardia ao país, considerado uma economia estratégica, e pela declaração de apoio de Bibi ao muro proposto por Donald Trump na fronteira, o que causou enorme ressentimento entre os mexicanos. Além da dimensão econômica, há o desejo israelense de romper o isolamento político. Porta para a América Central, o México recebeu positivamente a oferta de Bibi de projetos de desenvolvimento em educação e agricultura em países como Honduras, Guatemala e El Salvador. Feito o balanço, uma questão permanece: por que o Brasil não esteve no roteiro do premiê? Segundo a justificativa oficial da Chancelaria israelense, não havia certeza quanto à permanência do presidente Michel Temer quando a turnê foi agendada. Ainda que faça sentido, acreditamos haver dois outros elementos nessa equação. O primeiro diz respeito às últimas crises entre Brasil e Israel, que vêm se acumulando desde a aproximação de Luiz Inácio Lula da Silva com o Irã, em 2009, e chegaram ao limite com a tácita recusa brasileira à nomeação de Dani Dayan como embaixador em Brasília, em 2015. O segundo se relaciona com as incertezas que circundam as eleições de 2018. Israel tem sido cortejado por ao menos dois presidenciáveis, além de ter enorme apelo entre setores evangélicos. Como o comércio bilateral vai bem e a relação política se acalmou, Bibi foi cauteloso ao não se posicionar no terreno minado da política nacional. MONIQUE SOCHACZEWSKI é professora da pós-graduação em ciências militares na Eceme (Rio) e GUILHERME CASARÕES é professor e vice-coordenador da graduação de Administração Pública da FGV-EAESP; ambos são fellows do Schusterman Center for Israel Studies da Brandeis University
mundo
Em giro latino, Netanyahu se esquiva de política do BrasilO premiê israelense, Binyamin Netanyahu, realizou visita de uma semana por três países da América Latina: Argentina, Colômbia e México. Na sequência, partiu para a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde encontrará seu "amigo" Donald Trump. A turnê é histórica, por se tratar da primeira visita de um primeiro-ministro israelense à região. Há clara motivação econômica: acompanham o premiê 30 empresários interessados em ampliar laços comerciais com países de demanda crescente em setores em que Israel se destaca, como tecnologia e defesa. Mas o propósito da viagem é essencialmente político. Bibi, como o premiê é conhecido, passa por uma crise de legitimidade doméstica após denúncias de corrupção e atritos com setores ultraortodoxos. Globalmente, Israel encontra-se isolado diplomaticamente, parte em função da paralisia das negociações de paz com os palestinos. Uma viagem de estadista, portanto, vem em boa hora. A visita à Argentina, não por acaso iniciada em 11 de setembro, teve como tônica a questão do terrorismo. Dois dos maiores atentados terroristas contra comunidades judaicas ocorreram em Buenos Aires, no início dos anos 1990, contra a embaixada israelense e a Associação Mutual Israelita Argentina. Em encontro com líderes da grande comunidade judaica local, Bibi acusou o Irã e o Hizbullah pelos atentados, reforçando sua retórica de que ambos representam ameaças existenciais a Israel e aos judeus —ontem e hoje. Na Colômbia, economia emergente que acaba de sair de dura negociação de paz, Bibi ofereceu ajuda para a reconstrução. Com isso, quer reforçar os laços de cooperação em segurança que marcam a próspera relação de ambos. Eles serão úteis para ambos na tentativa de conter os efeitos da crise venezuelana, sobretudo diante do temor de que Irã e Hizbullah estejam financiando o regime de Nicolás Maduro. Ademais, a Colômbia é leal aliado israelense: o país foi o único sul-americano que não votou a favor do reconhecimento palestino na ONU, em 2012, além de ter mantido com Israel boas relações diplomáticas, mesmo quando os demais países criticaram os ataques a Gaza, em 2014. Finalmente, a passagem pelo México veio como um duplo pedido de desculpas por Israel, pela visita tardia ao país, considerado uma economia estratégica, e pela declaração de apoio de Bibi ao muro proposto por Donald Trump na fronteira, o que causou enorme ressentimento entre os mexicanos. Além da dimensão econômica, há o desejo israelense de romper o isolamento político. Porta para a América Central, o México recebeu positivamente a oferta de Bibi de projetos de desenvolvimento em educação e agricultura em países como Honduras, Guatemala e El Salvador. Feito o balanço, uma questão permanece: por que o Brasil não esteve no roteiro do premiê? Segundo a justificativa oficial da Chancelaria israelense, não havia certeza quanto à permanência do presidente Michel Temer quando a turnê foi agendada. Ainda que faça sentido, acreditamos haver dois outros elementos nessa equação. O primeiro diz respeito às últimas crises entre Brasil e Israel, que vêm se acumulando desde a aproximação de Luiz Inácio Lula da Silva com o Irã, em 2009, e chegaram ao limite com a tácita recusa brasileira à nomeação de Dani Dayan como embaixador em Brasília, em 2015. O segundo se relaciona com as incertezas que circundam as eleições de 2018. Israel tem sido cortejado por ao menos dois presidenciáveis, além de ter enorme apelo entre setores evangélicos. Como o comércio bilateral vai bem e a relação política se acalmou, Bibi foi cauteloso ao não se posicionar no terreno minado da política nacional. MONIQUE SOCHACZEWSKI é professora da pós-graduação em ciências militares na Eceme (Rio) e GUILHERME CASARÕES é professor e vice-coordenador da graduação de Administração Pública da FGV-EAESP; ambos são fellows do Schusterman Center for Israel Studies da Brandeis University
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Pedalando o BNDES
Muito se tem discutido as pedaladas fiscais do governo. Como argumentei em colunas anteriores, o maior estrago desta prática é encobrir a realidade e impedir ou atrasar o debate sério pela sociedade da estrutura do gasto público. De alguma forma que não entendo, o atual governo avaliou que postergar as inconsistências orçamentárias e acumular débitos escondidos era a estratégia correta para sei lá o quê. Simplesmente me escapa. Uma das principais práticas de adiar gastos resultou da portaria nº 357 de 15 de outubro de 2012, assinada pelo à época secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, atual ministro do Planejamento. Para entender os efeitos dessa portaria, precisamos compreender como funcionam os subsídios do BNDES. A taxa básica que baliza os empréstimos do BNDES aos seus tomadores é a taxa de juros de longo prazo, TJLP. Na prática, o banco empresta à TJLP mais um spread para cobrir o custo da intermediação financeira e o risco da operação. Esse tipo de operação já encerra enorme subsídio, pois a taxa pela qual o Tesouro Nacional se financia é a Selic, muito superior à TJLP. Hoje a Selic é de 14,25% ao ano, e a TJLP, de 6,5%. Os juros sobre um empréstimo de R$ 1 milhão seriam de R$ 142 mil pela Selic, ante R$ 65 mil se empregarmos a TJLP, um subsídio anual de R$ 77 mil. Note-se que a TJLP está abaixo da inflação! O BNDES considera que seu custo de captação é a TJLP, e não a Selic. O motivo é que a Constituição Federal (CF) direciona ao BNDES os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Adicionalmente a CF fixa que a TJLP será a taxa pela qual o BNDES remunerará o FAT. Observe-se, entretanto, que ambos, FAT e BNDES, são instituições cujo único controlador é a União. O fato de a CF estabelecer que o FAT seja remunerado pelo BNDES pela TJLP não altera o fato de que o "custo de oportunidade" dos recursos do FAT –fruto da receita das contribuições para o PIS e o Pasep– seja o custo pelo qual o Tesouro capta recursos no mercado, a taxa Selic. Em outras palavras, o Tesouro sempre pode empregar os recursos do PIS e do Pasep para abater a dívida pública e, portanto, economizar juros atrelados à Selic. Assim, seja qual for o discurso oficial do BNDES, quando o banco de fomento empresta à TJLP, já está transferindo enorme quantidade de recursos do contribuinte ao tomador do empréstimo. Como resposta à crise de 2008, criou-se o programa de sustentação do investimento (PSI). No âmbito do PSI, o BNDES empresta a taxas inferiores à TJLP –foram comuns empréstimos a juros fixos de 3% ao ano! A diferença entre a taxa do PSI e a TJLP mais spread de 1% ao ano seria devida pelo Tesouro ao BNDES. A diferença seria considerada gasto primário do Tesouro na forma de um subsídio. Esse tratamento contábil está correto. A cada semestre o Tesouro deveria transferir ao BNDES o pagamento referente à diferença entre a TJLP e a taxa de empréstimo dos programas do PSI. Aqui voltamos ao início da coluna (ufa!). A referida portaria dispôs, no 3º inciso do 7º artigo, que os valores somente seriam "devidos 24 meses após o término de cada semestre de apuração". O pagamento do Tesouro ao BNDES foi pedalado por 24 meses. Criou-se uma dívida do Tesouro para o BNDES que, em dezembro de 2014, estava na casa de R$ 26 bilhões, segundo o balanço do BNDES. Esse é somente um dos itens que o TCU alega que foram pedalados em explícita violação da Lei de Responsabilidade Fiscal.
colunas
Pedalando o BNDESMuito se tem discutido as pedaladas fiscais do governo. Como argumentei em colunas anteriores, o maior estrago desta prática é encobrir a realidade e impedir ou atrasar o debate sério pela sociedade da estrutura do gasto público. De alguma forma que não entendo, o atual governo avaliou que postergar as inconsistências orçamentárias e acumular débitos escondidos era a estratégia correta para sei lá o quê. Simplesmente me escapa. Uma das principais práticas de adiar gastos resultou da portaria nº 357 de 15 de outubro de 2012, assinada pelo à época secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, atual ministro do Planejamento. Para entender os efeitos dessa portaria, precisamos compreender como funcionam os subsídios do BNDES. A taxa básica que baliza os empréstimos do BNDES aos seus tomadores é a taxa de juros de longo prazo, TJLP. Na prática, o banco empresta à TJLP mais um spread para cobrir o custo da intermediação financeira e o risco da operação. Esse tipo de operação já encerra enorme subsídio, pois a taxa pela qual o Tesouro Nacional se financia é a Selic, muito superior à TJLP. Hoje a Selic é de 14,25% ao ano, e a TJLP, de 6,5%. Os juros sobre um empréstimo de R$ 1 milhão seriam de R$ 142 mil pela Selic, ante R$ 65 mil se empregarmos a TJLP, um subsídio anual de R$ 77 mil. Note-se que a TJLP está abaixo da inflação! O BNDES considera que seu custo de captação é a TJLP, e não a Selic. O motivo é que a Constituição Federal (CF) direciona ao BNDES os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Adicionalmente a CF fixa que a TJLP será a taxa pela qual o BNDES remunerará o FAT. Observe-se, entretanto, que ambos, FAT e BNDES, são instituições cujo único controlador é a União. O fato de a CF estabelecer que o FAT seja remunerado pelo BNDES pela TJLP não altera o fato de que o "custo de oportunidade" dos recursos do FAT –fruto da receita das contribuições para o PIS e o Pasep– seja o custo pelo qual o Tesouro capta recursos no mercado, a taxa Selic. Em outras palavras, o Tesouro sempre pode empregar os recursos do PIS e do Pasep para abater a dívida pública e, portanto, economizar juros atrelados à Selic. Assim, seja qual for o discurso oficial do BNDES, quando o banco de fomento empresta à TJLP, já está transferindo enorme quantidade de recursos do contribuinte ao tomador do empréstimo. Como resposta à crise de 2008, criou-se o programa de sustentação do investimento (PSI). No âmbito do PSI, o BNDES empresta a taxas inferiores à TJLP –foram comuns empréstimos a juros fixos de 3% ao ano! A diferença entre a taxa do PSI e a TJLP mais spread de 1% ao ano seria devida pelo Tesouro ao BNDES. A diferença seria considerada gasto primário do Tesouro na forma de um subsídio. Esse tratamento contábil está correto. A cada semestre o Tesouro deveria transferir ao BNDES o pagamento referente à diferença entre a TJLP e a taxa de empréstimo dos programas do PSI. Aqui voltamos ao início da coluna (ufa!). A referida portaria dispôs, no 3º inciso do 7º artigo, que os valores somente seriam "devidos 24 meses após o término de cada semestre de apuração". O pagamento do Tesouro ao BNDES foi pedalado por 24 meses. Criou-se uma dívida do Tesouro para o BNDES que, em dezembro de 2014, estava na casa de R$ 26 bilhões, segundo o balanço do BNDES. Esse é somente um dos itens que o TCU alega que foram pedalados em explícita violação da Lei de Responsabilidade Fiscal.
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Falta de segurança faz parque da Juventude fechar mais cedo
A falta de segurança no parque da Juventude, em Santana, na zona norte, de responsabilidade da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), levou a administração da área verde a antecipar em três horas o horário de fechamento. Até a semana passada, o parque ficava aberto até as 22h. Desde a última segunda-feira (1°), ao menos duas faixas, colocadas nos dois acessos à área verde, pelas avenidas Cruzeiro do Sul e Zaki Narchi, informam os frequentadores sobre os novos horários de funcionamento –das 6h às 19h e até as 20h durante o horário de verão (que começará em outubro). O comunicado não detalha, porém, os motivos da alteração. De acordo com funcionários ouvidos pelo "Agora", a decisão da administração do parque foi tomada como medida para reduzir os constantes furtos e roubos no local. Um profissional que trabalha como segurança patrimonial no espaço disse que são comuns arrastões, principalmente nos arredores das quadras poliesportivas, próximo ao portão de entrada da avenida Zaki Narchi. "No fim de semana, uns oito meninos com no máximo 14 anos entraram e levaram vários pertences dos usuários. Foi tudo muito rápido", disse o funcionário. A notícia do fechamento mais cedo pegou os usuários de surpresa. O PM Robson Sulivan costumava levar os cachorros para passear à noite. "Quando estou de folga venho durante o dia, mas trabalho por escala e, às vezes, o meu único horário livre é à noite", afirmou. O delegado do 9º DP (Carandiru), Egidio Cobo, disse que não houve aumento nas ocorrências dentro ou no entorno do parque. Segundo ele, no primeiro semestre de 2015, foram registradas 89 ocorrências no local, 50 de roubo. No mesmo período deste ano, foram 87 registros, sendo 48 roubos no total. "É um parque na saída do metrô, perto do shopping e de dois albergues e de um Cingapura (condomínio habitacional). É uma região com um fluxo intenso de pessoas e que acaba propiciando a ação dos criminosos." PATRULHAS A Coordenadoria dos Parques Urbanos, departamento da Secretaria Estadual do Verde e Meio Ambiente, não informou o motivo do fechamento mais cedo. Afirmou que foi uma decisão em conjunto com o conselho do parque, que o horário poderá ser rediscutido no futuro. A Secretaria Estadual da Segurança Pública informou que atua para reduzir a criminalidade, com patrulhas da PM dentro e nas imediações do parque.
cotidiano
Falta de segurança faz parque da Juventude fechar mais cedoA falta de segurança no parque da Juventude, em Santana, na zona norte, de responsabilidade da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), levou a administração da área verde a antecipar em três horas o horário de fechamento. Até a semana passada, o parque ficava aberto até as 22h. Desde a última segunda-feira (1°), ao menos duas faixas, colocadas nos dois acessos à área verde, pelas avenidas Cruzeiro do Sul e Zaki Narchi, informam os frequentadores sobre os novos horários de funcionamento –das 6h às 19h e até as 20h durante o horário de verão (que começará em outubro). O comunicado não detalha, porém, os motivos da alteração. De acordo com funcionários ouvidos pelo "Agora", a decisão da administração do parque foi tomada como medida para reduzir os constantes furtos e roubos no local. Um profissional que trabalha como segurança patrimonial no espaço disse que são comuns arrastões, principalmente nos arredores das quadras poliesportivas, próximo ao portão de entrada da avenida Zaki Narchi. "No fim de semana, uns oito meninos com no máximo 14 anos entraram e levaram vários pertences dos usuários. Foi tudo muito rápido", disse o funcionário. A notícia do fechamento mais cedo pegou os usuários de surpresa. O PM Robson Sulivan costumava levar os cachorros para passear à noite. "Quando estou de folga venho durante o dia, mas trabalho por escala e, às vezes, o meu único horário livre é à noite", afirmou. O delegado do 9º DP (Carandiru), Egidio Cobo, disse que não houve aumento nas ocorrências dentro ou no entorno do parque. Segundo ele, no primeiro semestre de 2015, foram registradas 89 ocorrências no local, 50 de roubo. No mesmo período deste ano, foram 87 registros, sendo 48 roubos no total. "É um parque na saída do metrô, perto do shopping e de dois albergues e de um Cingapura (condomínio habitacional). É uma região com um fluxo intenso de pessoas e que acaba propiciando a ação dos criminosos." PATRULHAS A Coordenadoria dos Parques Urbanos, departamento da Secretaria Estadual do Verde e Meio Ambiente, não informou o motivo do fechamento mais cedo. Afirmou que foi uma decisão em conjunto com o conselho do parque, que o horário poderá ser rediscutido no futuro. A Secretaria Estadual da Segurança Pública informou que atua para reduzir a criminalidade, com patrulhas da PM dentro e nas imediações do parque.
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Instituto lança estudo anual sobre ranking global de solidariedade
O Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) divulga nesta terça-feira (25), o World Giving Index 2016, um ranking realizado anualmente sobre a solidariedade de cada país. O estudo é considerado o levantamento mais abrangente do mundo no que diz respeito a doação e voluntariado. A pesquisa é feita em 140 países sempre com mesma pergunta: você fez alguma das opções a seguir no mês passado? A questão é feita sobre doações em dinheiro para organizações sociais, realização de algum trabalho voluntário e ajuda a um desconhecido. O Prêmio Empreendedor Social está com votação aberta para a Escolha do Leitor; participe Em 2015, o Brasil ficou fora dos cem primeiros países, ocupando a 105ª posição. Lançamento do World Giving Index 2016 - Centro de Voluntariado de São Paulo - avenida Paulista, 1.294, 19º andar, Bela Vista, São Paulo, SP. Ter. (25): às 9h. Evento fechado para convidados.
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Instituto lança estudo anual sobre ranking global de solidariedadeO Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) divulga nesta terça-feira (25), o World Giving Index 2016, um ranking realizado anualmente sobre a solidariedade de cada país. O estudo é considerado o levantamento mais abrangente do mundo no que diz respeito a doação e voluntariado. A pesquisa é feita em 140 países sempre com mesma pergunta: você fez alguma das opções a seguir no mês passado? A questão é feita sobre doações em dinheiro para organizações sociais, realização de algum trabalho voluntário e ajuda a um desconhecido. O Prêmio Empreendedor Social está com votação aberta para a Escolha do Leitor; participe Em 2015, o Brasil ficou fora dos cem primeiros países, ocupando a 105ª posição. Lançamento do World Giving Index 2016 - Centro de Voluntariado de São Paulo - avenida Paulista, 1.294, 19º andar, Bela Vista, São Paulo, SP. Ter. (25): às 9h. Evento fechado para convidados.
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Veja a lista de passageiros do avião que caiu na Colômbia
A Aeronáutica Civil da Colômbia divulgou nesta terça-feira (29) a lista com os nomes das 77 pessoas que estavam a bordo do avião que caiu na Colômbia. Entre os passageiros estavam os jogadores do Chapecoense, convidados e 21 jornalistas, além de nove tripulantes. Seis deles sobreviveram e estão hospitalizados; os outros 71 morreram. O acidente ocorreu por volta das 22h (horário local) desta segunda (28) em Cerro Gordo, no departamento de Antioquia, a cerca de 50 quilômetros de Medellín, onde a equipe catarinense jogaria nesta quarta (30) a primeira partida da final da Copa Sul-Americana. Inicialmente foi divulgada uma lista com 81 passageiros, mas quatro pessoas não embarcaram por razões distintas: Luciano Buligon, prefeito de Chapecó (SC); Plinio de Nes Filho, presidente do Conselho Deliberativo do clube; Gelson Merisio (PSD), presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc); e Ivan Agnoletto, coordenador da rádio Super Condá. CONFIRA A RELAÇÃO DAS PESSOAS QUE EMBARCARAM JOGADORES DELEGAÇÃO IMPRENSA TRIPULAÇÃO Acidente em voo da Chapecoense
esporte
Veja a lista de passageiros do avião que caiu na ColômbiaA Aeronáutica Civil da Colômbia divulgou nesta terça-feira (29) a lista com os nomes das 77 pessoas que estavam a bordo do avião que caiu na Colômbia. Entre os passageiros estavam os jogadores do Chapecoense, convidados e 21 jornalistas, além de nove tripulantes. Seis deles sobreviveram e estão hospitalizados; os outros 71 morreram. O acidente ocorreu por volta das 22h (horário local) desta segunda (28) em Cerro Gordo, no departamento de Antioquia, a cerca de 50 quilômetros de Medellín, onde a equipe catarinense jogaria nesta quarta (30) a primeira partida da final da Copa Sul-Americana. Inicialmente foi divulgada uma lista com 81 passageiros, mas quatro pessoas não embarcaram por razões distintas: Luciano Buligon, prefeito de Chapecó (SC); Plinio de Nes Filho, presidente do Conselho Deliberativo do clube; Gelson Merisio (PSD), presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc); e Ivan Agnoletto, coordenador da rádio Super Condá. CONFIRA A RELAÇÃO DAS PESSOAS QUE EMBARCARAM JOGADORES DELEGAÇÃO IMPRENSA TRIPULAÇÃO Acidente em voo da Chapecoense
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Participante se mantém na liderança de simulador da Bolsa pela 12ª semana
O participante Laercio Marinzek viu o ganho de sua carteira ceder de 306,5% para 296,4%, mas manteve pela 12ª semana seguida a liderança no ranking do simulador Folhainvest, parceria da Folha com a BM&FBovespa. Marinzek ampliou a vantagem sobre o segundo colocado, Odair Machado, que tem 288,3% de ganho. Em seguida, Henry Horaguchi tem 189,9% e Santiago Carreiro, 189,5%. Em quinto, Salvador Couñago sobe 189,2% no ano. Os interessados podem se cadastrar no site do simulador (www.folhainvest.com.br). A premiação inclui cursos sobre investimentos, acesso a banco de dados de cotações e iPads, mas pode haver substituição por produtos equivalentes ou com valor financeiro similar. Confira o ranking de 2015: Atualizado em 26/6
mercado
Participante se mantém na liderança de simulador da Bolsa pela 12ª semanaO participante Laercio Marinzek viu o ganho de sua carteira ceder de 306,5% para 296,4%, mas manteve pela 12ª semana seguida a liderança no ranking do simulador Folhainvest, parceria da Folha com a BM&FBovespa. Marinzek ampliou a vantagem sobre o segundo colocado, Odair Machado, que tem 288,3% de ganho. Em seguida, Henry Horaguchi tem 189,9% e Santiago Carreiro, 189,5%. Em quinto, Salvador Couñago sobe 189,2% no ano. Os interessados podem se cadastrar no site do simulador (www.folhainvest.com.br). A premiação inclui cursos sobre investimentos, acesso a banco de dados de cotações e iPads, mas pode haver substituição por produtos equivalentes ou com valor financeiro similar. Confira o ranking de 2015: Atualizado em 26/6
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Na TV: Vasco x São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro
9h - Wimbledon Tênis, ESPN, ESPN+ e SporTV 2 16h - Palmeiras x Cruzeiro Brasileiro sub-20, ESPN Brasil 19h30 - Goiás x Santos Brasileiro, SporTV 21h - Costa Rica x Jamaica Copa Ouro de futebol, SporTV 2 21h - Chicago Cubs x Saint Louis Cardinals Beisebol, ESPN+ 21h50 - Vasco x São Paulo Brasileiro, Band e Globo (para SP)
esporte
Na TV: Vasco x São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro9h - Wimbledon Tênis, ESPN, ESPN+ e SporTV 2 16h - Palmeiras x Cruzeiro Brasileiro sub-20, ESPN Brasil 19h30 - Goiás x Santos Brasileiro, SporTV 21h - Costa Rica x Jamaica Copa Ouro de futebol, SporTV 2 21h - Chicago Cubs x Saint Louis Cardinals Beisebol, ESPN+ 21h50 - Vasco x São Paulo Brasileiro, Band e Globo (para SP)
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Daniel
Se esta crônica está sendo publicada hoje, é porque nasceu o meu filho, Daniel. (Se esta crônica não está sendo publicada hoje, é porque ele ainda não nasceu, mas, se ele ainda não nasceu e esta crônica não está sendo publicada hoje, esta frase não tem razão de ser, uma vez que não será lida por ninguém além de mim e da Andressa, do "Cotidiano", a quem mando o texto no fim da gravidez, por precaução. Tudo bom, Andressa? Não, Andressa, eu não quis dizer que a gente era ninguém. Ah, o correto é "a gente não era ninguém"? Com a dupla negativa mesmo? Hmmm. Obrigado, Andressa. Eu não quis dizer que a gente não era ninguém, mas é que as crônicas costumam ser pra mais do que duas pessoas. Se bem que, pensando melhor, nem todas. Esta aqui, por exemplo, é pra uma pessoa só. Afinal, como eu ia dizendo até ser interrompido pela visita inesperada de uns parênteses, se esta crônica está sendo publicada hoje, é porque você nasceu, Daniel.) Você era ninguém, agora você é alguém -e, acredite, filho, essa é a coisa mais fantástica que pode acontecer com ninguém em todo o universo. Eu digo "acredite" porque não é exatamente um consenso por estas bandas ultrauterinas. Há quem fique na dúvida entre ser ou não ser, há quem diga que chove muito ou pouco e que há dor de dente e nas costas e tantas outras dores do mundo que o melhor seria não ser ou ser granito ou fumaça, o que dá na mesma. Um homem muito sabido chegou a dizer que o que todo mundo quer é voltar praquele lugar morninho do qual você acabou de sair. Talvez ele tenha razão, mas, como a via é de mão única, eu digo para o seu alento: tem muito programa bom por aqui. Não sei nem por onde começar, porque não sei ainda do que você gosta. Eu e a sua mãe vamos tentar mostrar um pouco de tudo, aí você decide. Carne, peixe, frango; Palavra Cantada, Ramones, Cartola; mar, campo, cidade; arara, camelo, avestruz; tinta, massinha, carvão; Corinthians, Corinthians, Corinthians -lamento, filho, mas, por mais pluralistas que sejamos, há algumas regras que precisam ser seguidas. Brincadeira, eu vou te amar mesmo que o seu avô te converta num são-paulino. Mas saiba que isso vai dificultar um pouco a nossa relação. E muito a minha relação com o seu avô. É uma escolha sua. E do seu avô. (Tá dado o recado, Mario Luiz.) Daniel, prometo que vamos fazer o que estiver ao nosso alcance pra te ajudar, mas desde já peço desculpas por nossos inúmeros tropeços. Embora estejamos mais experientes depois da Olivia -duvido, por exemplo, que em vez de pomada pra assaduras passemos pasta de dentes no seu bumbum (as bisnagas eram idênticas! Caramba, Weleda!)-, alguns deslizes são inevitáveis. Esta crônica tá meio confusa, verdade. É que é difícil esse negócio de dar as boas-vindas a alguém que chega ao mundo. Não sei se falo do Drummond ou do dedo na tomada, se calo ou te compro uma bicicleta. Tudo bem, faz parte. A vida também é confusa, Daniel. É confusa, chove, dói dente, costas e outros costados, mas vale muito a pena. Você não existia, agora existe: esse é o grande milagre diante do qual nos curvamos, crentes ou ateus, corintianos ou são-paulinos. Seja bem-vindo, meu filho, seja o que você quiser, seja o que você puder, desculpa qualquer coisa -e cuidado com as tomadas.
colunas
DanielSe esta crônica está sendo publicada hoje, é porque nasceu o meu filho, Daniel. (Se esta crônica não está sendo publicada hoje, é porque ele ainda não nasceu, mas, se ele ainda não nasceu e esta crônica não está sendo publicada hoje, esta frase não tem razão de ser, uma vez que não será lida por ninguém além de mim e da Andressa, do "Cotidiano", a quem mando o texto no fim da gravidez, por precaução. Tudo bom, Andressa? Não, Andressa, eu não quis dizer que a gente era ninguém. Ah, o correto é "a gente não era ninguém"? Com a dupla negativa mesmo? Hmmm. Obrigado, Andressa. Eu não quis dizer que a gente não era ninguém, mas é que as crônicas costumam ser pra mais do que duas pessoas. Se bem que, pensando melhor, nem todas. Esta aqui, por exemplo, é pra uma pessoa só. Afinal, como eu ia dizendo até ser interrompido pela visita inesperada de uns parênteses, se esta crônica está sendo publicada hoje, é porque você nasceu, Daniel.) Você era ninguém, agora você é alguém -e, acredite, filho, essa é a coisa mais fantástica que pode acontecer com ninguém em todo o universo. Eu digo "acredite" porque não é exatamente um consenso por estas bandas ultrauterinas. Há quem fique na dúvida entre ser ou não ser, há quem diga que chove muito ou pouco e que há dor de dente e nas costas e tantas outras dores do mundo que o melhor seria não ser ou ser granito ou fumaça, o que dá na mesma. Um homem muito sabido chegou a dizer que o que todo mundo quer é voltar praquele lugar morninho do qual você acabou de sair. Talvez ele tenha razão, mas, como a via é de mão única, eu digo para o seu alento: tem muito programa bom por aqui. Não sei nem por onde começar, porque não sei ainda do que você gosta. Eu e a sua mãe vamos tentar mostrar um pouco de tudo, aí você decide. Carne, peixe, frango; Palavra Cantada, Ramones, Cartola; mar, campo, cidade; arara, camelo, avestruz; tinta, massinha, carvão; Corinthians, Corinthians, Corinthians -lamento, filho, mas, por mais pluralistas que sejamos, há algumas regras que precisam ser seguidas. Brincadeira, eu vou te amar mesmo que o seu avô te converta num são-paulino. Mas saiba que isso vai dificultar um pouco a nossa relação. E muito a minha relação com o seu avô. É uma escolha sua. E do seu avô. (Tá dado o recado, Mario Luiz.) Daniel, prometo que vamos fazer o que estiver ao nosso alcance pra te ajudar, mas desde já peço desculpas por nossos inúmeros tropeços. Embora estejamos mais experientes depois da Olivia -duvido, por exemplo, que em vez de pomada pra assaduras passemos pasta de dentes no seu bumbum (as bisnagas eram idênticas! Caramba, Weleda!)-, alguns deslizes são inevitáveis. Esta crônica tá meio confusa, verdade. É que é difícil esse negócio de dar as boas-vindas a alguém que chega ao mundo. Não sei se falo do Drummond ou do dedo na tomada, se calo ou te compro uma bicicleta. Tudo bem, faz parte. A vida também é confusa, Daniel. É confusa, chove, dói dente, costas e outros costados, mas vale muito a pena. Você não existia, agora existe: esse é o grande milagre diante do qual nos curvamos, crentes ou ateus, corintianos ou são-paulinos. Seja bem-vindo, meu filho, seja o que você quiser, seja o que você puder, desculpa qualquer coisa -e cuidado com as tomadas.
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Sem Neymar, PSG empata com Montpellier e perde 100% no Francês
Sem contar com o brasileiro Neymar, o Paris Saint-Germain não passou de um empate por 0 a 0 com o Montpellier neste sábado (23), no Stade de la Mosson, e perdeu os 100% de aproveitamento no Campeonato Francês. O brasileiro nem foi relacionado pelo técnico Unai Emery para a partida. O motivo não foi explicado oficialmente, embora a imprensa francesa tenha publicado que ele sentia um desconforto no pé e ficaria de fora de olho no duelo de quarta-feira contra o Bayern, pela Liga dos Campeões. Apesar do resultado, o PSG segue na liderança do Francês, agora com 19 pontos após sete rodadas. O atual campeão Monaco, que goleou o Lille por 4 a 0 na sexta-feira, está logo atrás, com 18. Já o Montpellier soma oito pontos e está na parte intermediária da tabela. Neymar 1 x 0 Cavani No primeiro compromisso do PSG desde o atrito do último final de semana entre Neymar e Cavani (que começou na hora de definir o cobrador de um pênalti contra o Lyon e teria se estendido até os vestiários), o brasileiro se deu melhor contra o uruguaio sem nem mesmo entrar em campo. Além da perda dos 100% de aproveitamento servir para mostrar que o camisa 10 já faz a diferença para o time de Emery, Cavani teve atuação apagada e quase não ofereceu perigo ao gol de Lecomte –no primeiro tempo, inclusive, furou ao tentar arremate e ouviu vaias da torcida. Já na etapa final, ele reclamou de pênalti após entrada de Pedro Mendes, mas o juiz nada deu. Os zagueiros Thiago Silva e Marquinhos saíram jogando pelo PSG e foram seguros na maior parte do tempo. O volante Thiago Motta (naturalizado italiano) também foi titular. Já o lateral Daniel Alves, que, assim como Neymar, chegou a se estranhar com Cavani na rodada anterior (antes de cobrança de falta), e o atacante Lucas Moura foram a campo no segundo tempo, nos lugares de Draxler e Meunier, respectivamente. Pouco fizeram - e o são-paulino ainda levou amarelo por falta dura. Pelo lado dos donos da casa, o veterano zagueiro Hilton esteve em campo e demonstrou segurança, ajudando a segurar o milionário ataque rival. LIGA DOS CAMPEÕES Muito provavelmente com Neymar e Cavani juntos, o PSG volta a campo já na quarta-feira, quando recebe o Bayern pela segunda rodada do Grupo B da Liga dos Campeões. Os dois times largaram no badalado torneio com vitória e dividem a ponta da chave. Três dias depois, a equipe de Emery tenta reencontrar o caminho das vitórias no Francês diante do Bordeaux, também no Parc des Princes. Já o Montpellier agora poderá ajudar o PSG na próxima rodada, visto que encara o Monaco na sexta, no Principado.
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Sem Neymar, PSG empata com Montpellier e perde 100% no FrancêsSem contar com o brasileiro Neymar, o Paris Saint-Germain não passou de um empate por 0 a 0 com o Montpellier neste sábado (23), no Stade de la Mosson, e perdeu os 100% de aproveitamento no Campeonato Francês. O brasileiro nem foi relacionado pelo técnico Unai Emery para a partida. O motivo não foi explicado oficialmente, embora a imprensa francesa tenha publicado que ele sentia um desconforto no pé e ficaria de fora de olho no duelo de quarta-feira contra o Bayern, pela Liga dos Campeões. Apesar do resultado, o PSG segue na liderança do Francês, agora com 19 pontos após sete rodadas. O atual campeão Monaco, que goleou o Lille por 4 a 0 na sexta-feira, está logo atrás, com 18. Já o Montpellier soma oito pontos e está na parte intermediária da tabela. Neymar 1 x 0 Cavani No primeiro compromisso do PSG desde o atrito do último final de semana entre Neymar e Cavani (que começou na hora de definir o cobrador de um pênalti contra o Lyon e teria se estendido até os vestiários), o brasileiro se deu melhor contra o uruguaio sem nem mesmo entrar em campo. Além da perda dos 100% de aproveitamento servir para mostrar que o camisa 10 já faz a diferença para o time de Emery, Cavani teve atuação apagada e quase não ofereceu perigo ao gol de Lecomte –no primeiro tempo, inclusive, furou ao tentar arremate e ouviu vaias da torcida. Já na etapa final, ele reclamou de pênalti após entrada de Pedro Mendes, mas o juiz nada deu. Os zagueiros Thiago Silva e Marquinhos saíram jogando pelo PSG e foram seguros na maior parte do tempo. O volante Thiago Motta (naturalizado italiano) também foi titular. Já o lateral Daniel Alves, que, assim como Neymar, chegou a se estranhar com Cavani na rodada anterior (antes de cobrança de falta), e o atacante Lucas Moura foram a campo no segundo tempo, nos lugares de Draxler e Meunier, respectivamente. Pouco fizeram - e o são-paulino ainda levou amarelo por falta dura. Pelo lado dos donos da casa, o veterano zagueiro Hilton esteve em campo e demonstrou segurança, ajudando a segurar o milionário ataque rival. LIGA DOS CAMPEÕES Muito provavelmente com Neymar e Cavani juntos, o PSG volta a campo já na quarta-feira, quando recebe o Bayern pela segunda rodada do Grupo B da Liga dos Campeões. Os dois times largaram no badalado torneio com vitória e dividem a ponta da chave. Três dias depois, a equipe de Emery tenta reencontrar o caminho das vitórias no Francês diante do Bordeaux, também no Parc des Princes. Já o Montpellier agora poderá ajudar o PSG na próxima rodada, visto que encara o Monaco na sexta, no Principado.
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Com novas audiências, relatório da Previdência fica para fim de março
Em reunião nesta quarta-feira (22), a comissão que debate a reforma da Previdência na Câmara decidiu realizar mais quatro audiências públicas e, com isso, o relator do projeto, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), adiou a apresentação do seu parecer para depois do dia 28 de março. Ele vinha prometendo entregar seu relatório no dia 16 ou 20. Mas prevaleceu a tese da oposição de que é preciso mais tempo para debater o assunto. Na reunião desta quarta, integrantes do PMDB, partido de Michel Temer, afirmaram que o Palácio do Planalto os deixou à vontade para discutir alterações pontuais na medida. Ao final da reunião, o relator defendeu a necessidade de o governo estabelecer qual será a forma de reajuste do BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência em situação de miserabilidade. A proposta do governo prevê a desvinculação do benefício do salário mínimo. "Ao desvincular, o governo tem que dizer como vai ser o reajuste, isso ainda está no campo das incertezas", disse. Veja vídeo
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Com novas audiências, relatório da Previdência fica para fim de marçoEm reunião nesta quarta-feira (22), a comissão que debate a reforma da Previdência na Câmara decidiu realizar mais quatro audiências públicas e, com isso, o relator do projeto, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), adiou a apresentação do seu parecer para depois do dia 28 de março. Ele vinha prometendo entregar seu relatório no dia 16 ou 20. Mas prevaleceu a tese da oposição de que é preciso mais tempo para debater o assunto. Na reunião desta quarta, integrantes do PMDB, partido de Michel Temer, afirmaram que o Palácio do Planalto os deixou à vontade para discutir alterações pontuais na medida. Ao final da reunião, o relator defendeu a necessidade de o governo estabelecer qual será a forma de reajuste do BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência em situação de miserabilidade. A proposta do governo prevê a desvinculação do benefício do salário mínimo. "Ao desvincular, o governo tem que dizer como vai ser o reajuste, isso ainda está no campo das incertezas", disse. Veja vídeo
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PF deflagra operação contra fraude em construção de ferrovia
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Goiás deflagraram uma operação na manhã desta quinta-feira (30) que mira num esquema de fraude na licitação e pagamento de propina a ex-servidores da estatal Valec referentes às obras de ferrovias federais. Os investigadores identificaram a participação de pelo menos 16 empresas num cartel que atuou na construção das ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste, no período entre 2000 e 2010. A ação desta quinta, batizada de Tabela Periódica, é a segunda fase da Operação O Recebedor, deflagrada em fevereiro e que mirava no mesmo esquema. Na ocasião, a PF apurou que as empreiteiras desviaram R$ 630 milhões das obras da ferrovia Norte-Sul apenas em Goiás. Desta vez, a PF e o Ministério Público aprofundaram os trabalhos a partir das informações prestadas pela construtora Camargo Corrêa como parte de um acordo de leniência firmado com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Estão sendo cumpridos 44 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva em Goiás e outras 8 unidades da federação. De acordo com a PF, as diligências têm por objetivo "recolher provas adicionais do envolvimento de empreiteiras e de seus executivos na prática de cartel, fraude em licitações e pagamentos de propina a ex-diretores da Valec". "Foram obtidas informações de que as bases da conduta anticompetitiva podem ter sido formadas já na fase preliminar do cartel, antes do ano de 2000, por meio da inserção de disposições nos editais das licitações destinadas a restringir a competitividade dos certames", diz a PF. O RECEBEDOR A operação O Recebedor, que deu origem à desta quinta-feira (30), foi deflagrada a partir de informações fornecidas pela empreiteira Camargo Corrêa em acordos de leniência e delação premiada fechados com a Lava Jato. Em abril de 2015, o ex-presidente da empresa Dalton Avancini disse em delação que houve pagamento de R$ 800 mil em propina para José Francisco das Neves, o "Juquinha", ex-presidente da Valec, estatal do governo federal responsável pela construção de ferrovias no país. Em acordo de delação com a Lava Jato, dois executivos da Camargo Corrêa apontaram que empreiteiras fizeram "uma caixinha" para custear a defesa do ex-presidente da Valec, a pedido dele, em diversos processo judiciais a que ele responde por suspeitas de desvios e corrupção. Segundo as investigações da primeira fase da operação O Recebedor, as empresas pagaram R$ 5,7 milhões para o escritório de advocacia que defende Juquinha. Em 2015, na esteira da Lava Jato, a Camargo Corrêa reconheceu "a prática de condutas criminosas" quando da execução de contratos celebrados com a Valec e aceitou pagar R$ 65 milhões apenas sobre os fatos relativos à estatal de ferrovias. Entre os alvos estavam as empresas Odebrecht (Rio de Janeiro), Queiroz Galvão, Mendes Júnior Trading, Galvão Engenharia, Constran, OAS, Serveng Civilsan –incluindo a casa de um ex-funcionário da empresa, que atua nas áreas de engenharia e construção, mineração e energia-, Cavan Pré-Moldado, Tiisa e Braemp (São Paulo), CR Almeida e Ivaí Engenharia (Paraná), Servix, SPA Engenharia, Egesa Engenharia, Construtora Barbosa Mello, Consórcio Aterpa e Torc (Minas Gerais), e Elccom Engenharia, Evolução Tecnologia e Consórcio Ferrosul (Goiás). A Andrade Gutierrez também vai delatar esquema envolvendo a Valec. NORTE-SUL Mega obra que se arrasta desde 1980, a ferrovia Norte-Sul teve irregularidades apontadas ainda em 1987, quando o colunista da Folha Janio de Freitas denunciou acerto prévio entre empreiteiras. Os escolhidos para os 18 lotes da obra foram divulgados pelo jornal, horas antes da abertura da concorrência, em um anúncio cifrado que trazia as iniciais dos trechos e das empreiteiras. Entre elas estavam empreiteiras hoje investigadas na Operação Lava Jato, como Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Mendes Jr. Trilhos sob suspeita
poder
PF deflagra operação contra fraude em construção de ferroviaA Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Goiás deflagraram uma operação na manhã desta quinta-feira (30) que mira num esquema de fraude na licitação e pagamento de propina a ex-servidores da estatal Valec referentes às obras de ferrovias federais. Os investigadores identificaram a participação de pelo menos 16 empresas num cartel que atuou na construção das ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste, no período entre 2000 e 2010. A ação desta quinta, batizada de Tabela Periódica, é a segunda fase da Operação O Recebedor, deflagrada em fevereiro e que mirava no mesmo esquema. Na ocasião, a PF apurou que as empreiteiras desviaram R$ 630 milhões das obras da ferrovia Norte-Sul apenas em Goiás. Desta vez, a PF e o Ministério Público aprofundaram os trabalhos a partir das informações prestadas pela construtora Camargo Corrêa como parte de um acordo de leniência firmado com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Estão sendo cumpridos 44 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva em Goiás e outras 8 unidades da federação. De acordo com a PF, as diligências têm por objetivo "recolher provas adicionais do envolvimento de empreiteiras e de seus executivos na prática de cartel, fraude em licitações e pagamentos de propina a ex-diretores da Valec". "Foram obtidas informações de que as bases da conduta anticompetitiva podem ter sido formadas já na fase preliminar do cartel, antes do ano de 2000, por meio da inserção de disposições nos editais das licitações destinadas a restringir a competitividade dos certames", diz a PF. O RECEBEDOR A operação O Recebedor, que deu origem à desta quinta-feira (30), foi deflagrada a partir de informações fornecidas pela empreiteira Camargo Corrêa em acordos de leniência e delação premiada fechados com a Lava Jato. Em abril de 2015, o ex-presidente da empresa Dalton Avancini disse em delação que houve pagamento de R$ 800 mil em propina para José Francisco das Neves, o "Juquinha", ex-presidente da Valec, estatal do governo federal responsável pela construção de ferrovias no país. Em acordo de delação com a Lava Jato, dois executivos da Camargo Corrêa apontaram que empreiteiras fizeram "uma caixinha" para custear a defesa do ex-presidente da Valec, a pedido dele, em diversos processo judiciais a que ele responde por suspeitas de desvios e corrupção. Segundo as investigações da primeira fase da operação O Recebedor, as empresas pagaram R$ 5,7 milhões para o escritório de advocacia que defende Juquinha. Em 2015, na esteira da Lava Jato, a Camargo Corrêa reconheceu "a prática de condutas criminosas" quando da execução de contratos celebrados com a Valec e aceitou pagar R$ 65 milhões apenas sobre os fatos relativos à estatal de ferrovias. Entre os alvos estavam as empresas Odebrecht (Rio de Janeiro), Queiroz Galvão, Mendes Júnior Trading, Galvão Engenharia, Constran, OAS, Serveng Civilsan –incluindo a casa de um ex-funcionário da empresa, que atua nas áreas de engenharia e construção, mineração e energia-, Cavan Pré-Moldado, Tiisa e Braemp (São Paulo), CR Almeida e Ivaí Engenharia (Paraná), Servix, SPA Engenharia, Egesa Engenharia, Construtora Barbosa Mello, Consórcio Aterpa e Torc (Minas Gerais), e Elccom Engenharia, Evolução Tecnologia e Consórcio Ferrosul (Goiás). A Andrade Gutierrez também vai delatar esquema envolvendo a Valec. NORTE-SUL Mega obra que se arrasta desde 1980, a ferrovia Norte-Sul teve irregularidades apontadas ainda em 1987, quando o colunista da Folha Janio de Freitas denunciou acerto prévio entre empreiteiras. Os escolhidos para os 18 lotes da obra foram divulgados pelo jornal, horas antes da abertura da concorrência, em um anúncio cifrado que trazia as iniciais dos trechos e das empreiteiras. Entre elas estavam empreiteiras hoje investigadas na Operação Lava Jato, como Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Mendes Jr. Trilhos sob suspeita
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São Sebastião, litoral de SP, tem nove praias impróprias para mergulho
O município de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, tem nove praias classificadas como impróprias para banho, de acordo com o Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Ostentam bandeira vermelha as praias de Maresias, Paúba, Boiçucanga, Prainha, São Francisco, Grande, Pontal da Cruz, Deserta e Porto Grande. O resultado é do relatório de amostragem realizado entre 7 de dezembro e 4 de janeiro, divulgado pelo órgão. No caso de Maresias, a praia foi classificada agora como imprópria pela alta densidade de enterococos (bactéria fecal) na água, acima do padrão previsto em lei, nas últimas duas amostragens. Nos dois boletins anteriores do Cetesb, a praia constava como adequada para mergulho. As fortes chuvas e o alto número de turistas, segundo o órgão, explicam o mau desempenho no último boletim. A chuva forte que atingiu São Sebastião entre os dias 23 e 25 de dezembro alagou casas e deixou 70 desalojados. Nos imóveis invadidos pela água, a enchente alcançava dois metros. Choveu no período 229 milímetros, quantidade esperada para quatro meses na cidade. Um dos locais mais prejudicados com o temporal foi Maresias. Além de casas isoladas, nos dias seguintes ao incidente a orla ficou lotada de troncos e galhos, que foram arrastados para a areia. Confira a situação das praias aqui
cotidiano
São Sebastião, litoral de SP, tem nove praias impróprias para mergulhoO município de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, tem nove praias classificadas como impróprias para banho, de acordo com o Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Ostentam bandeira vermelha as praias de Maresias, Paúba, Boiçucanga, Prainha, São Francisco, Grande, Pontal da Cruz, Deserta e Porto Grande. O resultado é do relatório de amostragem realizado entre 7 de dezembro e 4 de janeiro, divulgado pelo órgão. No caso de Maresias, a praia foi classificada agora como imprópria pela alta densidade de enterococos (bactéria fecal) na água, acima do padrão previsto em lei, nas últimas duas amostragens. Nos dois boletins anteriores do Cetesb, a praia constava como adequada para mergulho. As fortes chuvas e o alto número de turistas, segundo o órgão, explicam o mau desempenho no último boletim. A chuva forte que atingiu São Sebastião entre os dias 23 e 25 de dezembro alagou casas e deixou 70 desalojados. Nos imóveis invadidos pela água, a enchente alcançava dois metros. Choveu no período 229 milímetros, quantidade esperada para quatro meses na cidade. Um dos locais mais prejudicados com o temporal foi Maresias. Além de casas isoladas, nos dias seguintes ao incidente a orla ficou lotada de troncos e galhos, que foram arrastados para a areia. Confira a situação das praias aqui
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Crítica: Longas dos anos 50 desfilam carisma do galã Rock Hudson
Uma bela ocasião para rever Rock Hudson, galã dos galãs dos anos 1950/60, ator de recursos moderados e alto carisma. Primeiro ele está em "Sublime Obsessão" (1954, 12 anos, TC Cult, 20h). A refilmagem do sucesso de 1935 elevou o diretor Douglas Sirk ao patamar de grande mestre dos melodramas da Universal com a história maluca do playboy (Rock) que causa a cegueira de uma mulher e depois passa a vida a resgatar sua culpa. Mais tarde, ele divide a cena com Doris Day em "Confidências à Meia-Noite" (1959, 12 anos, TC Cult, 24h). Um filme com menor impacto estético, mas aqui Rock está num momento de apogeu de seu sucesso. "Confidências" é uma comédia leve que parte de um bom assunto: a falta de linhas telefônicas em Nova York, o que força os dois a partilharem uma. Eles se odeiam por conta disso. Mas as coisas não ficarão assim.
ilustrada
Crítica: Longas dos anos 50 desfilam carisma do galã Rock HudsonUma bela ocasião para rever Rock Hudson, galã dos galãs dos anos 1950/60, ator de recursos moderados e alto carisma. Primeiro ele está em "Sublime Obsessão" (1954, 12 anos, TC Cult, 20h). A refilmagem do sucesso de 1935 elevou o diretor Douglas Sirk ao patamar de grande mestre dos melodramas da Universal com a história maluca do playboy (Rock) que causa a cegueira de uma mulher e depois passa a vida a resgatar sua culpa. Mais tarde, ele divide a cena com Doris Day em "Confidências à Meia-Noite" (1959, 12 anos, TC Cult, 24h). Um filme com menor impacto estético, mas aqui Rock está num momento de apogeu de seu sucesso. "Confidências" é uma comédia leve que parte de um bom assunto: a falta de linhas telefônicas em Nova York, o que força os dois a partilharem uma. Eles se odeiam por conta disso. Mas as coisas não ficarão assim.
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Governo quer fim de desoneração da folha de pagamento em todos setores
O presidente Michel Temer decidiu acabar com benefícios fiscais concedidos a vários setores da indústria e bloquear R$ 32 bilhões do Orçamento para fechar este ano sem aumentar ainda mais o rombo nas contas públicas. Na semana passada, após reavaliar as projeções do Orçamento, a equipe econômica concluiu que a lenta recuperação da economia do país fará suas receitas crescerem menos do que o esperado neste ano, aumentando o rombo previsto em R$ 58 bilhões. A meta fixada pelo Orçamento é reduzir o deficit para R$ 139 bilhões neste ano, o equivalente a 2% do PIB (Produto Interno Bruto). Para cobrir o novo rombo anunciado na semana passada e cumprir a meta estabelecida, o governo decidiu tomar medidas para segurar suas despesas e aumentar as receitas. TAPANDO O ROMBO - Como o governo pretende evitar o aumento do deficit previsto para as suas contas neste ano Cerca de R$ 26 bilhões deverão ser obtidos com receitas extras. O fim das desonerações da folha de pagamento da indústria deve representar um aumento de arrecadação de até R$ 8 bilhões. O governo espera obter mais R$ 1 bilhão aumentando o PIS/Cofins cobrado sobre operações de crédito de cooperativas. Outros R$ 10 bilhões deverão ser obtidos com a concessão de hidrelétricas que devem ser devolvidas à União por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e R$ 7,6 bilhões virão de recursos associados a depósitos judiciais. As medidas serão anunciadas nesta quarta (29) pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Nas últimas semanas, a equipe econômica chegou a projetar um bloqueio menor no Orçamento, de R$ 20 bilhões, o que obrigaria o governo a promover um aumento maior de impostos para cobrir a diferença. Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, resistiram à ideia, sob pressão de empresários e com receio de que a medida afetasse a popularidade do presidente. Parte da equipe de Temer defendia um congelamento de gastos superior a R$ 32 bilhões para evitar o fim das desonerações, mas o Ministério do Planejamento alegava que um contingenciamento desse porte inviabilizaria atividades essenciais do governo. Ainda assim, o bloqueio comprometerá parte relevantes das despesas. Sem elevação de mais tributos, Temer pode ter que rever gastos, inclusive de programas sociais. A Fazenda considera improvável que os R$ 32 bilhões congelados sejam desbloqueados até dezembro, uma vez que Meirelles tem dito que o governo não pretende rever a meta de reduzir o deficit para R$ 139 bilhões neste ano. Ao rever as contas do Orçamento, a equipe econômica passou a trabalhar com um cenário em que o país crescerá 0,5% neste ano. A Fazenda prevê que a recuperação ganhará ritmo no fim do ano e admite a possibilidade de rever suas contas em outubro. ARRECADAÇÃO FEDERAL - Receitas federais, por mês, em bilhões de reais MARCA POLÍTICA A desoneração da folha de pagamentos foi uma marca da política econômica do governo Dilma Rousseff. A medida permitiu que empresas de vários setores deixassem de recolher contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha e passassem a pagar 1% a 2% sobre o faturamento. As empresas beneficiadas passaram a pagar menos impostos, obrigando o governo a cobrir o rombo nas contas da Previdência. Com a decisão que será anunciada hoje, todos os setores beneficiados perderão o benefício até o fim do ano.Uma medida provisória sobre o assunto será encaminhada pelo governo ao Congresso. Os números finais de contingenciamento de gastos e receitas extras dependem do resultado de ações judiciais sobre a devolução de hidrelétricas concedidas à Cemig. Na noite desta terça (28), o governo obteve no STJ uma decisão favorável no caso da usina de São Simão. A ministra Grace Mendonça, chefe da Advocacia-Geral da União, indicou à equipe econômica que o tribunal também deverá determinar a devolução da hidrelétrica de Miranda. A Fazenda já vai incluir em suas contas R$ 10 bilhões referentes às concessões destas usinas e da hidrelétrica de Jaguara, que deverá ser retomada após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). A perspectiva de vitória nessas ações permitiu ao governo trabalhar com margem mais confortável, limitando os planos de aumento de impostos.
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Governo quer fim de desoneração da folha de pagamento em todos setoresO presidente Michel Temer decidiu acabar com benefícios fiscais concedidos a vários setores da indústria e bloquear R$ 32 bilhões do Orçamento para fechar este ano sem aumentar ainda mais o rombo nas contas públicas. Na semana passada, após reavaliar as projeções do Orçamento, a equipe econômica concluiu que a lenta recuperação da economia do país fará suas receitas crescerem menos do que o esperado neste ano, aumentando o rombo previsto em R$ 58 bilhões. A meta fixada pelo Orçamento é reduzir o deficit para R$ 139 bilhões neste ano, o equivalente a 2% do PIB (Produto Interno Bruto). Para cobrir o novo rombo anunciado na semana passada e cumprir a meta estabelecida, o governo decidiu tomar medidas para segurar suas despesas e aumentar as receitas. TAPANDO O ROMBO - Como o governo pretende evitar o aumento do deficit previsto para as suas contas neste ano Cerca de R$ 26 bilhões deverão ser obtidos com receitas extras. O fim das desonerações da folha de pagamento da indústria deve representar um aumento de arrecadação de até R$ 8 bilhões. O governo espera obter mais R$ 1 bilhão aumentando o PIS/Cofins cobrado sobre operações de crédito de cooperativas. Outros R$ 10 bilhões deverão ser obtidos com a concessão de hidrelétricas que devem ser devolvidas à União por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e R$ 7,6 bilhões virão de recursos associados a depósitos judiciais. As medidas serão anunciadas nesta quarta (29) pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Nas últimas semanas, a equipe econômica chegou a projetar um bloqueio menor no Orçamento, de R$ 20 bilhões, o que obrigaria o governo a promover um aumento maior de impostos para cobrir a diferença. Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, resistiram à ideia, sob pressão de empresários e com receio de que a medida afetasse a popularidade do presidente. Parte da equipe de Temer defendia um congelamento de gastos superior a R$ 32 bilhões para evitar o fim das desonerações, mas o Ministério do Planejamento alegava que um contingenciamento desse porte inviabilizaria atividades essenciais do governo. Ainda assim, o bloqueio comprometerá parte relevantes das despesas. Sem elevação de mais tributos, Temer pode ter que rever gastos, inclusive de programas sociais. A Fazenda considera improvável que os R$ 32 bilhões congelados sejam desbloqueados até dezembro, uma vez que Meirelles tem dito que o governo não pretende rever a meta de reduzir o deficit para R$ 139 bilhões neste ano. Ao rever as contas do Orçamento, a equipe econômica passou a trabalhar com um cenário em que o país crescerá 0,5% neste ano. A Fazenda prevê que a recuperação ganhará ritmo no fim do ano e admite a possibilidade de rever suas contas em outubro. ARRECADAÇÃO FEDERAL - Receitas federais, por mês, em bilhões de reais MARCA POLÍTICA A desoneração da folha de pagamentos foi uma marca da política econômica do governo Dilma Rousseff. A medida permitiu que empresas de vários setores deixassem de recolher contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha e passassem a pagar 1% a 2% sobre o faturamento. As empresas beneficiadas passaram a pagar menos impostos, obrigando o governo a cobrir o rombo nas contas da Previdência. Com a decisão que será anunciada hoje, todos os setores beneficiados perderão o benefício até o fim do ano.Uma medida provisória sobre o assunto será encaminhada pelo governo ao Congresso. Os números finais de contingenciamento de gastos e receitas extras dependem do resultado de ações judiciais sobre a devolução de hidrelétricas concedidas à Cemig. Na noite desta terça (28), o governo obteve no STJ uma decisão favorável no caso da usina de São Simão. A ministra Grace Mendonça, chefe da Advocacia-Geral da União, indicou à equipe econômica que o tribunal também deverá determinar a devolução da hidrelétrica de Miranda. A Fazenda já vai incluir em suas contas R$ 10 bilhões referentes às concessões destas usinas e da hidrelétrica de Jaguara, que deverá ser retomada após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). A perspectiva de vitória nessas ações permitiu ao governo trabalhar com margem mais confortável, limitando os planos de aumento de impostos.
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Após ficar em 12º, Nasr afirma que objetivo é voltar a pontuar
A 12ª colocação no GP da Espanha não foi suficiente para Felipe Nasr voltar à zona de pontuação numa etapa do Mundial de F-1. Tendo largado do 15 posto no grid em Barcelona, nem mesmo o fato de, pela quinta vez em cinco corridas ter chegado à frente de seu companheiro de Sauber, Marcus Ericsson, foi motivo de comemoração para o brasileiro, que faz sua temporada de estreia na categoria. "Não é isso que quero e meu desejo agora é voltar a marcar pontos", afirmou Nasr, que usou a mesma estratégia do parceiro neste domingo e chegou duas posições a sua frente. Com um quarto do campeonato disputado após a prova no circuito de Montmeló, Nasr ocupa o nono posto no Mundial de Pilotos e soma 14 pontos. O líder é Lewis Hamilton, da Mercedes, que foi o segundo no GP da Espanha, atrás apenas de seu companheiro de time, Nico Rosberg -Sebastian Vettel completou o pódio em terceiro. Apesar de ter conseguido ganhar três lugares em relação a sua posição de largada, Nasr reclamou bastante da dirigibilidade de seu carro. "A verdade é que da minha parte eu fiz tudo que podia. Consegui fazer só duas paradas, o que foi importante para a gente ganhar posições na pista, mas a gente tem que melhorar o ritmo do carro. Hoje realmente não tinha como fazer nada melhor. Nosso carro está muito difícil de guiar", afirmou o piloto da Sauber. Segundo Nasr, pela programação da equipe, uma melhora só deve ser sentida na segunda metade do campeonato, quando estão programadas atualizações para o C34. "Pelo menos em Mônaco podemos ter uma chance melhor, porque é uma pista que não demanda tanta carga aerodinâmica, assim como no Canadá, com as longas retas. Não estou criando grandes expectativas e tenho que ser realista com o que tenho", completou o piloto brasileiro.
esporte
Após ficar em 12º, Nasr afirma que objetivo é voltar a pontuarA 12ª colocação no GP da Espanha não foi suficiente para Felipe Nasr voltar à zona de pontuação numa etapa do Mundial de F-1. Tendo largado do 15 posto no grid em Barcelona, nem mesmo o fato de, pela quinta vez em cinco corridas ter chegado à frente de seu companheiro de Sauber, Marcus Ericsson, foi motivo de comemoração para o brasileiro, que faz sua temporada de estreia na categoria. "Não é isso que quero e meu desejo agora é voltar a marcar pontos", afirmou Nasr, que usou a mesma estratégia do parceiro neste domingo e chegou duas posições a sua frente. Com um quarto do campeonato disputado após a prova no circuito de Montmeló, Nasr ocupa o nono posto no Mundial de Pilotos e soma 14 pontos. O líder é Lewis Hamilton, da Mercedes, que foi o segundo no GP da Espanha, atrás apenas de seu companheiro de time, Nico Rosberg -Sebastian Vettel completou o pódio em terceiro. Apesar de ter conseguido ganhar três lugares em relação a sua posição de largada, Nasr reclamou bastante da dirigibilidade de seu carro. "A verdade é que da minha parte eu fiz tudo que podia. Consegui fazer só duas paradas, o que foi importante para a gente ganhar posições na pista, mas a gente tem que melhorar o ritmo do carro. Hoje realmente não tinha como fazer nada melhor. Nosso carro está muito difícil de guiar", afirmou o piloto da Sauber. Segundo Nasr, pela programação da equipe, uma melhora só deve ser sentida na segunda metade do campeonato, quando estão programadas atualizações para o C34. "Pelo menos em Mônaco podemos ter uma chance melhor, porque é uma pista que não demanda tanta carga aerodinâmica, assim como no Canadá, com as longas retas. Não estou criando grandes expectativas e tenho que ser realista com o que tenho", completou o piloto brasileiro.
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Minas Gerais tem 42 barragens sem estabilidade garantida
Das 735 barragens existentes em Minas Gerais, 42 não têm garantia de estabilidade, segundo relatório da Fundação Estadual de Meio Ambiente de 2014, o mais recente disponível. Apesar dos riscos, essas barragens podem continuar em funcionamento. De acordo com o levantamento, em 29 dessas barragens não foi possível garantir a estabilidade e, em 13, não foi finalizada a auditoria por falta de documentos. "É um absurdo. Se as barragens não são consideradas estáveis pelos auditores, como é que elas têm permissão para continuar funcionando?", pergunta Maria Dalce Ricas, superintendente da Associação Mineira de Defesa do Ambiente. As barragens da Samarco que desmoronaram em Mariana haviam recebido a aprovação dos auditores –que as consideravam estáveis. O programa de gestão de barragens de rejeitos foi iniciado em 2002 pela fundação para reduzir potenciais danos ambientais por causa de acidentes em barragens. As barragens de rejeitos armazenam água com resíduos da mineração, resultantes do processamento químico ou mecânico do mineral bruto. Os relatórios são feitos por auditores independentes contratados pelas empresas e organizados pela fundação. MODELO ARRISCADO Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais, quando um auditor constata que não pode garantir a estabilidade de uma barragem, a empresa é convocada a tomar providências para corrigir os problemas. Mas a estrutura não é interditada. Segundo o levantamento da fundação, o número de barragens sem garantia de estabilidade caiu de 35 em 2013 para 29 em 2014. "Não sabemos se houve negligência no caso da Samarco ou se foi resultado de um fator externo como tremor de terra ou chuva forte", pondera Ricas. "Mas, mesmo que tenha sido um acidente, isso mostra que o modelo de mineração que usa barragem de rejeitos é muito arriscado." Para Andrea Zhouri, coordenadora do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (Gesta/UFMG), o desmoronamento em Mariana não pode ser visto como um caso isolado. "Os deslizamentos são resultado de problemas no processo de licenciamento. Em várias obras, estão acelerando o licenciamento e queimando etapas, acham que é mera burocracia, mas na realidade é um processo que pode evitar acidentes", afirma Zhouri. Infográfico: Radiografia da Tragédia LEI DE LICENCIAMENTO Ela e outros ambientalistas criticam o projeto de lei 2946/15, de autoria do governador Fernando Pimentel (PT), que foi encaminhado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais em 6 de outubro em regime de urgência. O projeto visa a tornar o processo de licenciamento mais ágil. Em setembro, o governador de Minas afirmou que os licenciamentos no Estado "são muito lentos, demorados, e exigem muitas vezes procedimentos quase punitivos do licenciado". Para Zhouri, as mudanças previstas na lei vão enfraquecer o processo de licenciamento e deixá-lo mais vulnerável a pressões das empresas e menos transparente. A secretaria de Meio Ambiente afirmou que irá "manter o rigor técnico presente nos processos de licenciamento com o projeto de lei". O projeto já passou pela comissão de meio ambiente da assembleia, que emitiu parecer favorável, e seguirá agora para a comissão de meio ambiente e desenvolvimento sustentável. ESTRAGO É INCÓGNITA Mais de 30 horas depois do rompimento de duas barragens de uma mineradora na zona rural de Mariana (MG), ainda não era possível saber quantas pessoas estavam desaparecidas nem a extensão dos danos ambientais. Até a noite desta sexta (6), uma morte havia sido confirmada e mais de 500 pessoas, que fugiram para a mata ou que ficaram ilhadas, foram resgatadas. Elas passaram por descontaminação para se livrar de resíduos de minério de ferro e produtos químicos misturados à lama. A Samarco, que pertence à brasileira Vale e à australiana BHP e é responsável pelas barragens, confirmou 13 funcionários desaparecidos, mas Bombeiros nem Defesa Civil sabiam quantos moradores não tinham sido localizados. A lama de rejeitos se espalhou por um raio de 80 km e ainda poderia se expandir. Entre os efeitos possíveis, mortandade de peixes, destruição da vegetação, assoreamento de rios e comprometimento temporário da captação de água. Sem condições de acessar o vilarejo de Bento Rodrigues, que tem 492 moradores, equipes de resgate usaram um drone e três helicópteros na tentativa de achar sobreviventes. Só quando o barro baixar e o terreno estiver firme é que vão entrar à procura de corpos. Veja vídeo As causas do acidente, que o Ministério Público classificou como o maior desastre ambiental da história de Minas, seguem uma incógnita. A empresa diz que o conjunto de barragens foi fiscalizado em julho e estava em "totais condições de segurança". Disse que seguiu seu plano para emergências e alertou moradores por telefone. Segundo a empresa, pequenos tremores de terra registrados na área duas horas antes do rompimento são uma das hipóteses avaliadas (a magnitude deles, porém, foi fraca, próxima de outros cem já registrados em território nacional nos últimos três anos). Ela afirma que os resíduos que atingiram cinco distritos de Mariana não são tóxicos. No ginásio para onde foram levadas centenas de desalojados, o clima era de desespero. Cartazes foram afixados em busca de parentes. Segundo o prefeito de Mariana, Duarte Junior (PPS), moradores de outras localidades foram avisados a tempo. "No distrito de Paracatu a parte baixa onde estava a escola e as casas, infelizmente, não existe mais." O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), disse que é cedo para apontar as causas do acidente, mas que elas serão apuradas. Veja vídeo
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Minas Gerais tem 42 barragens sem estabilidade garantidaDas 735 barragens existentes em Minas Gerais, 42 não têm garantia de estabilidade, segundo relatório da Fundação Estadual de Meio Ambiente de 2014, o mais recente disponível. Apesar dos riscos, essas barragens podem continuar em funcionamento. De acordo com o levantamento, em 29 dessas barragens não foi possível garantir a estabilidade e, em 13, não foi finalizada a auditoria por falta de documentos. "É um absurdo. Se as barragens não são consideradas estáveis pelos auditores, como é que elas têm permissão para continuar funcionando?", pergunta Maria Dalce Ricas, superintendente da Associação Mineira de Defesa do Ambiente. As barragens da Samarco que desmoronaram em Mariana haviam recebido a aprovação dos auditores –que as consideravam estáveis. O programa de gestão de barragens de rejeitos foi iniciado em 2002 pela fundação para reduzir potenciais danos ambientais por causa de acidentes em barragens. As barragens de rejeitos armazenam água com resíduos da mineração, resultantes do processamento químico ou mecânico do mineral bruto. Os relatórios são feitos por auditores independentes contratados pelas empresas e organizados pela fundação. MODELO ARRISCADO Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais, quando um auditor constata que não pode garantir a estabilidade de uma barragem, a empresa é convocada a tomar providências para corrigir os problemas. Mas a estrutura não é interditada. Segundo o levantamento da fundação, o número de barragens sem garantia de estabilidade caiu de 35 em 2013 para 29 em 2014. "Não sabemos se houve negligência no caso da Samarco ou se foi resultado de um fator externo como tremor de terra ou chuva forte", pondera Ricas. "Mas, mesmo que tenha sido um acidente, isso mostra que o modelo de mineração que usa barragem de rejeitos é muito arriscado." Para Andrea Zhouri, coordenadora do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (Gesta/UFMG), o desmoronamento em Mariana não pode ser visto como um caso isolado. "Os deslizamentos são resultado de problemas no processo de licenciamento. Em várias obras, estão acelerando o licenciamento e queimando etapas, acham que é mera burocracia, mas na realidade é um processo que pode evitar acidentes", afirma Zhouri. Infográfico: Radiografia da Tragédia LEI DE LICENCIAMENTO Ela e outros ambientalistas criticam o projeto de lei 2946/15, de autoria do governador Fernando Pimentel (PT), que foi encaminhado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais em 6 de outubro em regime de urgência. O projeto visa a tornar o processo de licenciamento mais ágil. Em setembro, o governador de Minas afirmou que os licenciamentos no Estado "são muito lentos, demorados, e exigem muitas vezes procedimentos quase punitivos do licenciado". Para Zhouri, as mudanças previstas na lei vão enfraquecer o processo de licenciamento e deixá-lo mais vulnerável a pressões das empresas e menos transparente. A secretaria de Meio Ambiente afirmou que irá "manter o rigor técnico presente nos processos de licenciamento com o projeto de lei". O projeto já passou pela comissão de meio ambiente da assembleia, que emitiu parecer favorável, e seguirá agora para a comissão de meio ambiente e desenvolvimento sustentável. ESTRAGO É INCÓGNITA Mais de 30 horas depois do rompimento de duas barragens de uma mineradora na zona rural de Mariana (MG), ainda não era possível saber quantas pessoas estavam desaparecidas nem a extensão dos danos ambientais. Até a noite desta sexta (6), uma morte havia sido confirmada e mais de 500 pessoas, que fugiram para a mata ou que ficaram ilhadas, foram resgatadas. Elas passaram por descontaminação para se livrar de resíduos de minério de ferro e produtos químicos misturados à lama. A Samarco, que pertence à brasileira Vale e à australiana BHP e é responsável pelas barragens, confirmou 13 funcionários desaparecidos, mas Bombeiros nem Defesa Civil sabiam quantos moradores não tinham sido localizados. A lama de rejeitos se espalhou por um raio de 80 km e ainda poderia se expandir. Entre os efeitos possíveis, mortandade de peixes, destruição da vegetação, assoreamento de rios e comprometimento temporário da captação de água. Sem condições de acessar o vilarejo de Bento Rodrigues, que tem 492 moradores, equipes de resgate usaram um drone e três helicópteros na tentativa de achar sobreviventes. Só quando o barro baixar e o terreno estiver firme é que vão entrar à procura de corpos. Veja vídeo As causas do acidente, que o Ministério Público classificou como o maior desastre ambiental da história de Minas, seguem uma incógnita. A empresa diz que o conjunto de barragens foi fiscalizado em julho e estava em "totais condições de segurança". Disse que seguiu seu plano para emergências e alertou moradores por telefone. Segundo a empresa, pequenos tremores de terra registrados na área duas horas antes do rompimento são uma das hipóteses avaliadas (a magnitude deles, porém, foi fraca, próxima de outros cem já registrados em território nacional nos últimos três anos). Ela afirma que os resíduos que atingiram cinco distritos de Mariana não são tóxicos. No ginásio para onde foram levadas centenas de desalojados, o clima era de desespero. Cartazes foram afixados em busca de parentes. Segundo o prefeito de Mariana, Duarte Junior (PPS), moradores de outras localidades foram avisados a tempo. "No distrito de Paracatu a parte baixa onde estava a escola e as casas, infelizmente, não existe mais." O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), disse que é cedo para apontar as causas do acidente, mas que elas serão apuradas. Veja vídeo
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Jones Kennedy do Rosário, juiz brasileiro do boxe, vira xodó da torcida nos Jogos
LUCAS VETTORAZZO DO RIO Nunca antes na história do país, um juiz esportivo foi ovacionado como Jones Kennedy do Rosário, 50, árbitro do boxe olímpico no Rio. Uma ruidosa torcida aguardava, na última terça-feira (18), a luta em que Robson Conceição, 24, garantiria ouro inédito para o Brasil. Enquanto o boxeador não subia ao ringue, atletas de outros países disputavam a preferência da audiência. O público vibrou quando, três lutas antes da final, um nome brasileiro foi anunciado no microfone: era o do árbitro natural do Pará, funcionário público do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Belém e conhecido no meio do boxe apenas como Jones Kennedy. Mas foi o sobrenome Rosário que emplacou. Pugilistas esquecidos, a festa era para o juiz. "Ih, fodeu, o Rosário apareceu", cantava o público. Quando ele interrompia a luta, a torcida comemorava. "Ahh, Rosário é melhor que Neymar". Bastou o repreender um atleta que a festa foi geral. "1, 2, 3, 4, 5 mil, quem manda nessa porra é o Rosário do Brasil". Ironicamente, a torcida brasileira, que nesta Olimpíada já vaiou o presidente interino Michel Temer, atletas de outros países e até hino nacional de delegações estrangeiras, resolveu acolher a figura a qual raramente dispensa seu carinho. "Fiquei feliz em ter caído nas graças da galera. Juiz de boxe também é hostilizado. Nunca tinha me ocorrido. Estou sendo o centro das atenções", disse à Folha. O juiz suspeitou que tinha virado celebridade quando as filhas adolescentes lhe contaram dos vídeos que circulam nas redes sociais. A ficha caiu quando no dia seguinte foi passear com outros dois colegas em um shopping da Barra da Tijuca. Como não conseguiu um táxi, foi de BRT. "Um cara me parou e disse: 'rapaz, tu não é o Rosário?' E depois tiramos uma selfie dentro do ônibus". Ele foi chamado a participar do programa "Balada Olímpica", da Rede Globo, e deu entrevista à ESPN em espanhol. Rosário chegou a lutar boxe quando tinha 17 anos, mas a carreira não prosperou. Decidiu que continuaria a subir nos ringues, não mais de calção e luvas. Nem por isso ficou longe de levar pancada. Em 2006, ele arbitrava o campeonato de estreantes do Pará, quando recebeu um cruzado no estômago ao tentar separar um clinch. "Fiquei umas três semanas com dor." Formou-se em gestão pública e chegou a cursar períodos de Educação Física, mas não conseguiu conciliar a média de duas viagens por mês com os estudos. Quando está longe da repartição, conta com a ajuda dos colegas com o trabalho acumulado. Um amigo até mandou uma mensagem de parabéns. A nova celebridade não é propriamente desconhecida no boxe. Ele foi único árbitro brasileiro em Londres-12 e já arbitrou seis mundiais, dois Pan-Americanos e oito sul-americanos. O juiz faz uma média de duas viagens por mês pela Aiba, a associação que controla o boxe olímpico e outras duas ligas. A associação passa nesse momento por críticas quanto a atuação dos árbitros nas Olimpíadas. Pouco antes dos jogos, o jornal inglês "The Guardian" publicou que havia preocupação com manipulação de resultados. A Aiba chegou a afastar juízes e árbitros que atuaram nestes Jogos. Rosário não foi um deles. Os juízes têm acesso limitado ao celular e só sabem em qual luta irão arbitrar minutos antes de subirem ao ringue. "Jamais os árbitros manipularam resultados. Eles cometem erros, sim, mas nunca com segundas intenções". Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
esporte
Jones Kennedy do Rosário, juiz brasileiro do boxe, vira xodó da torcida nos Jogos LUCAS VETTORAZZO DO RIO Nunca antes na história do país, um juiz esportivo foi ovacionado como Jones Kennedy do Rosário, 50, árbitro do boxe olímpico no Rio. Uma ruidosa torcida aguardava, na última terça-feira (18), a luta em que Robson Conceição, 24, garantiria ouro inédito para o Brasil. Enquanto o boxeador não subia ao ringue, atletas de outros países disputavam a preferência da audiência. O público vibrou quando, três lutas antes da final, um nome brasileiro foi anunciado no microfone: era o do árbitro natural do Pará, funcionário público do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Belém e conhecido no meio do boxe apenas como Jones Kennedy. Mas foi o sobrenome Rosário que emplacou. Pugilistas esquecidos, a festa era para o juiz. "Ih, fodeu, o Rosário apareceu", cantava o público. Quando ele interrompia a luta, a torcida comemorava. "Ahh, Rosário é melhor que Neymar". Bastou o repreender um atleta que a festa foi geral. "1, 2, 3, 4, 5 mil, quem manda nessa porra é o Rosário do Brasil". Ironicamente, a torcida brasileira, que nesta Olimpíada já vaiou o presidente interino Michel Temer, atletas de outros países e até hino nacional de delegações estrangeiras, resolveu acolher a figura a qual raramente dispensa seu carinho. "Fiquei feliz em ter caído nas graças da galera. Juiz de boxe também é hostilizado. Nunca tinha me ocorrido. Estou sendo o centro das atenções", disse à Folha. O juiz suspeitou que tinha virado celebridade quando as filhas adolescentes lhe contaram dos vídeos que circulam nas redes sociais. A ficha caiu quando no dia seguinte foi passear com outros dois colegas em um shopping da Barra da Tijuca. Como não conseguiu um táxi, foi de BRT. "Um cara me parou e disse: 'rapaz, tu não é o Rosário?' E depois tiramos uma selfie dentro do ônibus". Ele foi chamado a participar do programa "Balada Olímpica", da Rede Globo, e deu entrevista à ESPN em espanhol. Rosário chegou a lutar boxe quando tinha 17 anos, mas a carreira não prosperou. Decidiu que continuaria a subir nos ringues, não mais de calção e luvas. Nem por isso ficou longe de levar pancada. Em 2006, ele arbitrava o campeonato de estreantes do Pará, quando recebeu um cruzado no estômago ao tentar separar um clinch. "Fiquei umas três semanas com dor." Formou-se em gestão pública e chegou a cursar períodos de Educação Física, mas não conseguiu conciliar a média de duas viagens por mês com os estudos. Quando está longe da repartição, conta com a ajuda dos colegas com o trabalho acumulado. Um amigo até mandou uma mensagem de parabéns. A nova celebridade não é propriamente desconhecida no boxe. Ele foi único árbitro brasileiro em Londres-12 e já arbitrou seis mundiais, dois Pan-Americanos e oito sul-americanos. O juiz faz uma média de duas viagens por mês pela Aiba, a associação que controla o boxe olímpico e outras duas ligas. A associação passa nesse momento por críticas quanto a atuação dos árbitros nas Olimpíadas. Pouco antes dos jogos, o jornal inglês "The Guardian" publicou que havia preocupação com manipulação de resultados. A Aiba chegou a afastar juízes e árbitros que atuaram nestes Jogos. Rosário não foi um deles. Os juízes têm acesso limitado ao celular e só sabem em qual luta irão arbitrar minutos antes de subirem ao ringue. "Jamais os árbitros manipularam resultados. Eles cometem erros, sim, mas nunca com segundas intenções". Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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Aplaudir a seleção infelizmente é compactuar com essa bandidagem
E Del Nero, gente? Como pode ter voltado a presidir a CBF? Confesso que estive muito envolvida com a Olimpíada e a Paraolimpíada e não vinha acompanhando as notícias do futebol fazia meses. Resultado de um clássico aqui, queda de Dunga acolá, placar dos jogos da seleção, contratação do Tite. Agora que voltamos aos poucos a ser monotemáticos, minha pergunta é: como é possível que Del Nero tenha voltado e continue tudo como está? Cadê as manifestações, os boicotes? Não vai ter #foradelnero? Somos um país de gente desmemoriada, só pode ser. Até ontem quase todo mundo odiava a CBF, a seleção, os penteados afetados e as tatuagens dos jogadores, mas bastou ganhar uma medalha olímpica, dois jogos das eliminatórias da Copa e estamos todos fazendo coraçõezinhos e fila para tirar selfie com o time. Com exceção de muitos corintianos, a pessoa que vos escreve incluída, todo mundo ficou feliz que Tite assumiu aquela gaiola das loucas desgovernada na qual tinha se transformado a seleção. Da minha parte, não apenas pela perda do mestre que deu tantas alegrias ao time, mas porque acho inadmissível ver Tite de braços dados com Del Nero e tudo o que o capo da CBF representa. Ainda que a direção dos times brasileiros não esteja em melhores mãos. Somos muito desmemoriados. Os treinos da seleção têm recebido em média 15 mil torcedores. Os jogos têm tido lotação máxima. O próximo, em Natal, pelas eliminatórias da Copa de Mundo, teve os ingressos esgotados em menos de oito horas. A torcida parece ter retomado as relações harmoniosas com os jogadores. Até Neymar, que passou uma Olimpíada inteira com cara de poucos amigos, tem retribuído acenos e aplausos. Veja, nada contra a seleção, os jogadores e muito menos contra Tite, mas vamos esquecer toda a lama na qual a CBF vem chafurdando há anos e que desde o ano passado provocou uma lambança enorme na imagem da entidade? É muita lama para jogar para baixo do tapete. É só ler as notícias e ver que a coisa só piora. Em março, a Fifa solicitou à Justiça dos Estados Unidos uma indenização de 5,3 milhões de dólares (cerca de 17 milhões de reais) aos cartolas brasileiros José Maria Marin, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero pelos danos causados à imagem da entidade. Marin aguarda o julgamento nos EUA. Ricardo Teixeira e Del Nero foram indiciados pela Justiça americana e não podem sair do Brasil sob o risco de serem presos e entregues ao FBI. Isso significa além de tudo que estamos sem representatividade no futebol internacional. Del Nero não deu as caras nem na Copa América. Não participa de nenhuma reunião da Fifa desde que Marin foi preso na Suíça. Fez de tudo para mostrar intimidade com presidente da entidade, o suíço Gianni Infantino, que esteve no Brasil no começo de agosto. Apesar do mise-en-scène, a aposta é que até o final do ano Del Nero seja julgado por um comitê da Fifa e a punição pode ser o seu afastamento definitivo do futebol. Enquanto não se chega a um desfecho, a CBF continua sem receber 100 milhões de dólares de legado da Copa. Deve estar sobrando dinheiro. Aplaudir a seleção infelizmente é compactuar com essa bandidagem. Vamos mesmo fazer isso?
colunas
Aplaudir a seleção infelizmente é compactuar com essa bandidagemE Del Nero, gente? Como pode ter voltado a presidir a CBF? Confesso que estive muito envolvida com a Olimpíada e a Paraolimpíada e não vinha acompanhando as notícias do futebol fazia meses. Resultado de um clássico aqui, queda de Dunga acolá, placar dos jogos da seleção, contratação do Tite. Agora que voltamos aos poucos a ser monotemáticos, minha pergunta é: como é possível que Del Nero tenha voltado e continue tudo como está? Cadê as manifestações, os boicotes? Não vai ter #foradelnero? Somos um país de gente desmemoriada, só pode ser. Até ontem quase todo mundo odiava a CBF, a seleção, os penteados afetados e as tatuagens dos jogadores, mas bastou ganhar uma medalha olímpica, dois jogos das eliminatórias da Copa e estamos todos fazendo coraçõezinhos e fila para tirar selfie com o time. Com exceção de muitos corintianos, a pessoa que vos escreve incluída, todo mundo ficou feliz que Tite assumiu aquela gaiola das loucas desgovernada na qual tinha se transformado a seleção. Da minha parte, não apenas pela perda do mestre que deu tantas alegrias ao time, mas porque acho inadmissível ver Tite de braços dados com Del Nero e tudo o que o capo da CBF representa. Ainda que a direção dos times brasileiros não esteja em melhores mãos. Somos muito desmemoriados. Os treinos da seleção têm recebido em média 15 mil torcedores. Os jogos têm tido lotação máxima. O próximo, em Natal, pelas eliminatórias da Copa de Mundo, teve os ingressos esgotados em menos de oito horas. A torcida parece ter retomado as relações harmoniosas com os jogadores. Até Neymar, que passou uma Olimpíada inteira com cara de poucos amigos, tem retribuído acenos e aplausos. Veja, nada contra a seleção, os jogadores e muito menos contra Tite, mas vamos esquecer toda a lama na qual a CBF vem chafurdando há anos e que desde o ano passado provocou uma lambança enorme na imagem da entidade? É muita lama para jogar para baixo do tapete. É só ler as notícias e ver que a coisa só piora. Em março, a Fifa solicitou à Justiça dos Estados Unidos uma indenização de 5,3 milhões de dólares (cerca de 17 milhões de reais) aos cartolas brasileiros José Maria Marin, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero pelos danos causados à imagem da entidade. Marin aguarda o julgamento nos EUA. Ricardo Teixeira e Del Nero foram indiciados pela Justiça americana e não podem sair do Brasil sob o risco de serem presos e entregues ao FBI. Isso significa além de tudo que estamos sem representatividade no futebol internacional. Del Nero não deu as caras nem na Copa América. Não participa de nenhuma reunião da Fifa desde que Marin foi preso na Suíça. Fez de tudo para mostrar intimidade com presidente da entidade, o suíço Gianni Infantino, que esteve no Brasil no começo de agosto. Apesar do mise-en-scène, a aposta é que até o final do ano Del Nero seja julgado por um comitê da Fifa e a punição pode ser o seu afastamento definitivo do futebol. Enquanto não se chega a um desfecho, a CBF continua sem receber 100 milhões de dólares de legado da Copa. Deve estar sobrando dinheiro. Aplaudir a seleção infelizmente é compactuar com essa bandidagem. Vamos mesmo fazer isso?
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Bolsas asiáticas caem por 3° dia com dados sobre indústrias de China e EUA
As ações asiáticas caíram pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira (2) após relatórios fracos sobre atividade industrial na China, Estados Unidos e Europa alimentarem preocupações sobre a desaceleração do crescimento global. Em Xangai, o índice SSEC perdeu 0,37%, e foi a 3.155 pontos. Em meio à instabilidade do mercado financeiro, o banco central da China determinou depósito compulsório nos contratos de proteção cambial (que investidores utilizam para se proteger da flutuação de moedas) a partir de outubro. A medida visa dificultar tanto a proteção cambial quanto a especulação contra o yuan em território chinês. O compulsório será de 20% do valor nominal de todos os contratos, com exceção dos de opções, que será de 10%. O contrato de opção de câmbio dá o direito (e não obrigação) ao detentor de comprar dólar por um valor determinado, enquanto o vendedor é obrigado a concluir a transação. "As pessoas estavam pensando em alternativa para contornar o compulsório para apostar na depreciação do yuan (...) mas está claro agora que é impossível fazer isso", disse um trader de Hong Kong que viu o documento. O BC chinês se negou a comentar. BOLSAS TÊM QUEDA Às 7h28 (horário de Brasília), o índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão recuava 0,69%, levando suas perdas para pouco mais de 3% na semana até agora com investidores livrando-se de ativos de mercados emergentes. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,4%. Embora sinais de uma desaceleração de mercados emergentes estejam evidentes há um tempo na forma dos preços de commodities em queda e crescimento fraco do comércio, investidores estavam de modo geral otimistas com esperanças de que as demandas fortes dos EUA e da China manteriam o motor de crescimento mundial em movimento. No entanto, dados fracos da indústria chinesa e americana em agosto ofuscaram nesta terça a surpresa positiva da queda na taxa de desemprego na zona do euro em julho. "Essa é a crise dos mercados emergentes de 2015", disse o vice-presidente de investimentos de ações globais da Fidelity Worldwide Management. "Apesar de os mercados emergentes estarem muito melhores do que estavam há alguns anos, pode haver mais dores aguardando eles no futuro", disse ele. Perfil do investidor BOLSAS ASIÁTICAS Em Tóquip o índice Nikkei recuou 0,39%, para 18.095 pontos. Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 1,18%, para 20.934 pontos. Em Xangai, o índice SSEC perdeu 0,37%, a 3.155 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen avançou 0,11%, para 3.365 pontos. Em Seul, o índice Kospi teve valorização de 0,05%, para 1.915 pontos. Em Taiwan, o índice Taiex registrou alta de 0,22%, para 8.035 pontos. Em Cingapura o índice Straits Times desvalorizou-se 0,16%, a 2.878 pontos. Em Sydney o índice S&P/ASX 200 avançou 0,10%, a 5.101 pontos.
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Bolsas asiáticas caem por 3° dia com dados sobre indústrias de China e EUAAs ações asiáticas caíram pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira (2) após relatórios fracos sobre atividade industrial na China, Estados Unidos e Europa alimentarem preocupações sobre a desaceleração do crescimento global. Em Xangai, o índice SSEC perdeu 0,37%, e foi a 3.155 pontos. Em meio à instabilidade do mercado financeiro, o banco central da China determinou depósito compulsório nos contratos de proteção cambial (que investidores utilizam para se proteger da flutuação de moedas) a partir de outubro. A medida visa dificultar tanto a proteção cambial quanto a especulação contra o yuan em território chinês. O compulsório será de 20% do valor nominal de todos os contratos, com exceção dos de opções, que será de 10%. O contrato de opção de câmbio dá o direito (e não obrigação) ao detentor de comprar dólar por um valor determinado, enquanto o vendedor é obrigado a concluir a transação. "As pessoas estavam pensando em alternativa para contornar o compulsório para apostar na depreciação do yuan (...) mas está claro agora que é impossível fazer isso", disse um trader de Hong Kong que viu o documento. O BC chinês se negou a comentar. BOLSAS TÊM QUEDA Às 7h28 (horário de Brasília), o índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão recuava 0,69%, levando suas perdas para pouco mais de 3% na semana até agora com investidores livrando-se de ativos de mercados emergentes. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,4%. Embora sinais de uma desaceleração de mercados emergentes estejam evidentes há um tempo na forma dos preços de commodities em queda e crescimento fraco do comércio, investidores estavam de modo geral otimistas com esperanças de que as demandas fortes dos EUA e da China manteriam o motor de crescimento mundial em movimento. No entanto, dados fracos da indústria chinesa e americana em agosto ofuscaram nesta terça a surpresa positiva da queda na taxa de desemprego na zona do euro em julho. "Essa é a crise dos mercados emergentes de 2015", disse o vice-presidente de investimentos de ações globais da Fidelity Worldwide Management. "Apesar de os mercados emergentes estarem muito melhores do que estavam há alguns anos, pode haver mais dores aguardando eles no futuro", disse ele. Perfil do investidor BOLSAS ASIÁTICAS Em Tóquip o índice Nikkei recuou 0,39%, para 18.095 pontos. Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 1,18%, para 20.934 pontos. Em Xangai, o índice SSEC perdeu 0,37%, a 3.155 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen avançou 0,11%, para 3.365 pontos. Em Seul, o índice Kospi teve valorização de 0,05%, para 1.915 pontos. Em Taiwan, o índice Taiex registrou alta de 0,22%, para 8.035 pontos. Em Cingapura o índice Straits Times desvalorizou-se 0,16%, a 2.878 pontos. Em Sydney o índice S&P/ASX 200 avançou 0,10%, a 5.101 pontos.
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Projeto de dez medidas contra a corrupção deve ser aprovado integralmente pelo Congresso? NÃO
INCENTIVO AO ABUSO DE PODER "O que eles têm que fazer? Têm que aprovar, na integralidade, as dez medidas." Com essas palavras, ditas em recente debate, uma procuradora da República exortou o Congresso a aprovar o pacote anticorrupção elaborado pelo Ministério Público Federal. Não é mero acaso o pendor autoritário desse discurso, segundo o qual o Poder Legislativo estaria reduzido a um reles órgão homologatório dos desígnios do Ministério Público: ele reflete o autoritarismo que permeia muitas das dez medidas. Em primeiro lugar, o pomposo título esconde que as dez medidas compreendem, na verdade, mais de cem alterações normativas, que, em sua maioria, aplicam-se a processos por qualquer crime, não só o de corrupção. Trata-se de uma ampla reforma, que os procuradores pretendem ver aprovada, a toque de caixa, até o fim deste ano. Em atitude recorrente nos regimes autoritários, as "dez medidas" atacam o habeas corpus, alvo de seis diferentes restrições ao seu cabimento. Vale dizer: para o Ministério Público, o problema não é o Estado praticar ilegalidades contra os acusados, mas a possibilidade de os acusados levarem essas ilegalidades ao crivo dos tribunais, com a rapidez que só o habeas corpus permite. Impressiona também o incentivo que o pacote dá aos já frequentes abusos cometidos por nossas autoridades investigativas. Ao permitir o aproveitamento das provas ilícitas, caso obtidas de "boa-fé" -seja lá o que isso signifique-, e, pior ainda, ao legitimar inclusive as colhidas com má-fé -fruto de invasões de domicílio, grampos ilegais e, no limite, até mesmo de coação física-, desde que "usadas pela acusação" para "refutar álibi" da defesa, o recado está dado: pode ser proveitoso lançar mão de atrocidades para desvendar crimes. Pretendem ainda as "dez medidas" instalar uma rede nacional de informantes, composta por qualquer cidadão que resolva espionar o seu próximo em troca de uma recompensa financeira estabelecida em lei. Providência semelhante era adotada na Alemanha Oriental, lá também em prol da segurança pública. A disseminação da desconfiança mútua no combate à corrupção tem um capítulo específico voltado à administração pública. A rigor das "dez medidas", as repartições serão palco de um teatro do crime, em que servidores incitarão seus pares a cometer ilícitos. A pretexto de prevenir crimes futuros, o Estado estará criando crimes presentes, que, apesar de encenados, sujeitarão o ator involuntário a sanções administrativas ou criminais bastante reais. Curiosamente, a realização desse "teste de integridade" lombrosiano será obrigatória para a polícia, mas não para o Ministério Público. Talvez o mais grave de tudo seja o silêncio dos procuradores sobre uma singela questão: em um sistema carcerário que já é o quarto maior do mundo e sofre com um deficit de mais de 200 mil vagas, onde serão encarcerados os milhares de novos presos que advirão da implantação das "dez medidas"? Do alto de sua pregação salvacionista, o Ministério Público parece não ter se ocupado de problema tão mundano. Não há dúvida de que a iniciativa tem méritos, a começar por traduzir a indignação cívica contra a corrupção em propostas concretas para enfrentá-la. Debatê-las e rejeitá-las em seus excessos, porém, longe de significar complacência com o crime, constitui direito da sociedade e dever do Congresso. Em temas sérios e complexos como esse, mais vale a temperança do que a boa intenção. GUSTAVO MASCARENHAS, 26, é advogado criminalista. Foi pesquisador de direito penal na Utrecht University (Holanda) e é membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais RAFAEL TUCHERMAN, 37, é advogado criminalista. É membro do Instituto de Defesa do Direito de Defesa PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
opiniao
Projeto de dez medidas contra a corrupção deve ser aprovado integralmente pelo Congresso? NÃOINCENTIVO AO ABUSO DE PODER "O que eles têm que fazer? Têm que aprovar, na integralidade, as dez medidas." Com essas palavras, ditas em recente debate, uma procuradora da República exortou o Congresso a aprovar o pacote anticorrupção elaborado pelo Ministério Público Federal. Não é mero acaso o pendor autoritário desse discurso, segundo o qual o Poder Legislativo estaria reduzido a um reles órgão homologatório dos desígnios do Ministério Público: ele reflete o autoritarismo que permeia muitas das dez medidas. Em primeiro lugar, o pomposo título esconde que as dez medidas compreendem, na verdade, mais de cem alterações normativas, que, em sua maioria, aplicam-se a processos por qualquer crime, não só o de corrupção. Trata-se de uma ampla reforma, que os procuradores pretendem ver aprovada, a toque de caixa, até o fim deste ano. Em atitude recorrente nos regimes autoritários, as "dez medidas" atacam o habeas corpus, alvo de seis diferentes restrições ao seu cabimento. Vale dizer: para o Ministério Público, o problema não é o Estado praticar ilegalidades contra os acusados, mas a possibilidade de os acusados levarem essas ilegalidades ao crivo dos tribunais, com a rapidez que só o habeas corpus permite. Impressiona também o incentivo que o pacote dá aos já frequentes abusos cometidos por nossas autoridades investigativas. Ao permitir o aproveitamento das provas ilícitas, caso obtidas de "boa-fé" -seja lá o que isso signifique-, e, pior ainda, ao legitimar inclusive as colhidas com má-fé -fruto de invasões de domicílio, grampos ilegais e, no limite, até mesmo de coação física-, desde que "usadas pela acusação" para "refutar álibi" da defesa, o recado está dado: pode ser proveitoso lançar mão de atrocidades para desvendar crimes. Pretendem ainda as "dez medidas" instalar uma rede nacional de informantes, composta por qualquer cidadão que resolva espionar o seu próximo em troca de uma recompensa financeira estabelecida em lei. Providência semelhante era adotada na Alemanha Oriental, lá também em prol da segurança pública. A disseminação da desconfiança mútua no combate à corrupção tem um capítulo específico voltado à administração pública. A rigor das "dez medidas", as repartições serão palco de um teatro do crime, em que servidores incitarão seus pares a cometer ilícitos. A pretexto de prevenir crimes futuros, o Estado estará criando crimes presentes, que, apesar de encenados, sujeitarão o ator involuntário a sanções administrativas ou criminais bastante reais. Curiosamente, a realização desse "teste de integridade" lombrosiano será obrigatória para a polícia, mas não para o Ministério Público. Talvez o mais grave de tudo seja o silêncio dos procuradores sobre uma singela questão: em um sistema carcerário que já é o quarto maior do mundo e sofre com um deficit de mais de 200 mil vagas, onde serão encarcerados os milhares de novos presos que advirão da implantação das "dez medidas"? Do alto de sua pregação salvacionista, o Ministério Público parece não ter se ocupado de problema tão mundano. Não há dúvida de que a iniciativa tem méritos, a começar por traduzir a indignação cívica contra a corrupção em propostas concretas para enfrentá-la. Debatê-las e rejeitá-las em seus excessos, porém, longe de significar complacência com o crime, constitui direito da sociedade e dever do Congresso. Em temas sérios e complexos como esse, mais vale a temperança do que a boa intenção. GUSTAVO MASCARENHAS, 26, é advogado criminalista. Foi pesquisador de direito penal na Utrecht University (Holanda) e é membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais RAFAEL TUCHERMAN, 37, é advogado criminalista. É membro do Instituto de Defesa do Direito de Defesa PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Globo amplia aposta em vídeo via internet com mais séries "digital first"
A Rede Globo fez o balanço de um ano de existência de seu serviço de vídeo pela internet, chamado Globo Play, e decidiu ampliar a aposta. No início de 2017, lançará quatro séries que serão apresentadas primeiro na internet e só depois na TV aberta. Neste primeiro ano, fez a primeira experiência de impacto com "SuperMax" e gostou do resultado, segundo seu diretor de programação, Amauri Soares: "As nossas séries se mostram muito adequadas para esse tipo de iniciativa", diz ele, inclusive "do ponto de vista de discussão em torno do conteúdo". Serão três em janeiro: "Dois Irmãos", baseada no livro de Milton Hatoum, com direção de Luiz Fernando Carvalho; "Aldo", sobre o lutador de MMA José Aldo, a partir do filme com Milhem Cortaz e Cléo Pires; e "Cidade dos Homens", sequência da série iniciada em 2002. E uma em abril, "Brasil a Bordo", novo projeto de Miguel Falabella. "A gente tem procurado acelerar as experiências com os nossos conteúdos porque, de fato, os resultados têm mostrado novos caminhos", diz Soares. Em janeiro entra no ar também uma nova home page do Globo Play, desenvolvida a partir de demandas dos usuários. Tanto ele como Erick Brêtas, diretor de mídias digitais da Globo, enfatizam que uma das principais conclusões sobre o primeiro ano é que não houve "canibalização", ou seja, perda de público da TV aberta para o serviço pela internet. O Globo Play, com assinatura de baixo custo semelhante à da Netflix, é classificado no segmento de vídeo digital OTT (over-the-top), que não requer a assinatura mais custosa da TV paga. Bretas, a exemplo do que fazem Netflix e outras empresas digitais, evitou divulgar número de assinantes. Em vez disso, citou que o serviço "alcançou 67 milhões de usuários ao longo de 2016, contando aqueles que viram um único vídeo do Globo Play", sem assinar. Mensalmente, seriam "14, 15 milhões". Relatou também que já foram feitos 9,5 milhões de downloads do aplicativo do Globo Play. "A gente deve chegar neste mês à marca muito simbólica de 10 milhões, o que faz dele um dos maiores apps desenvolvidos no Brasil. Em breve, será o maior."
ilustrada
Globo amplia aposta em vídeo via internet com mais séries "digital first"A Rede Globo fez o balanço de um ano de existência de seu serviço de vídeo pela internet, chamado Globo Play, e decidiu ampliar a aposta. No início de 2017, lançará quatro séries que serão apresentadas primeiro na internet e só depois na TV aberta. Neste primeiro ano, fez a primeira experiência de impacto com "SuperMax" e gostou do resultado, segundo seu diretor de programação, Amauri Soares: "As nossas séries se mostram muito adequadas para esse tipo de iniciativa", diz ele, inclusive "do ponto de vista de discussão em torno do conteúdo". Serão três em janeiro: "Dois Irmãos", baseada no livro de Milton Hatoum, com direção de Luiz Fernando Carvalho; "Aldo", sobre o lutador de MMA José Aldo, a partir do filme com Milhem Cortaz e Cléo Pires; e "Cidade dos Homens", sequência da série iniciada em 2002. E uma em abril, "Brasil a Bordo", novo projeto de Miguel Falabella. "A gente tem procurado acelerar as experiências com os nossos conteúdos porque, de fato, os resultados têm mostrado novos caminhos", diz Soares. Em janeiro entra no ar também uma nova home page do Globo Play, desenvolvida a partir de demandas dos usuários. Tanto ele como Erick Brêtas, diretor de mídias digitais da Globo, enfatizam que uma das principais conclusões sobre o primeiro ano é que não houve "canibalização", ou seja, perda de público da TV aberta para o serviço pela internet. O Globo Play, com assinatura de baixo custo semelhante à da Netflix, é classificado no segmento de vídeo digital OTT (over-the-top), que não requer a assinatura mais custosa da TV paga. Bretas, a exemplo do que fazem Netflix e outras empresas digitais, evitou divulgar número de assinantes. Em vez disso, citou que o serviço "alcançou 67 milhões de usuários ao longo de 2016, contando aqueles que viram um único vídeo do Globo Play", sem assinar. Mensalmente, seriam "14, 15 milhões". Relatou também que já foram feitos 9,5 milhões de downloads do aplicativo do Globo Play. "A gente deve chegar neste mês à marca muito simbólica de 10 milhões, o que faz dele um dos maiores apps desenvolvidos no Brasil. Em breve, será o maior."
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Revisão da dívida de SP é congelada em corte de gastos do governo Dilma
Após mais de uma década de pressões, uma saída para destravar os investimentos na maior metrópole brasileira foi aprovada pelo Congresso e pelo Planalto -no entanto, tão cedo não sairá do papel. Às voltas com um pacote para tirar do vermelho as contas do Tesouro Nacional, o governo Dilma Rousseff (PT) já indicou que adiará por prazo indeterminado a revisão dos valores da dívida impagável da Prefeitura de São Paulo com a União. Na prática, isso significa que a cidade permanecerá impossibilitada de tomar financiamentos para obras de urbanismo e outros projetos de infraestrutura que poderiam resolver problemas como os que vieram à tona após as fortes chuvas do início do ano. Enquanto isso, a maior parte de sua receita está comprometida com salários, aposentadorias e despesas sociais obrigatórias. O endividamento paulistano é, de longe, o mais grave entre as capitais e os maiores municípios do país. Mesmo entre os Estados, só o Rio Grande do Sul apresenta proporções comparáveis. Segundo o dado mais atual, de agosto de 2014, a dívida soma R$ 68 bilhões, a maior parte dela com a União, que em 2000 socorreu financeiramente a administração municipal. De lá para cá, os valores sempre estiveram bem acima dos 120% da receita anual fixados pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Hoje, são 189%. Trata-se uma herança dos anos 90, em especial da administração de Paulo Maluf (1993-1996), quando a legislação ainda oferecia oportunidades para a emissão de títulos municipais e estaduais. Os prefeitos que assumiram depois tiveram de se contentar com a arrecadação tributária e os repasses do Estado e da União, além de destinar 13% da receita ao pagamento de juros e amortizações. Sem poder tomar novos empréstimos, a cidade ficou à margem da expansão geral de investimentos -obras e compras de máquinas e equipamentos- patrocinada nos últimos anos pela administração federal petista. Em 2013, por exemplo, os investimentos responderam por apenas 8% das despesas em São Paulo, contra 14% no Rio de Janeiro, a segunda capital mais endividada. Só em novembro de 2014 uma lei permitiu que a União recalculasse, com índices mais favoráveis, os valores devidos por gestões regionais. CAUTELA Ao assumir o Ministério da Fazenda neste mês, Joaquim Levy disse, porém, que o tema é "bastante complexo" e será conduzido com "o máximo de diálogo possível", num sinal de que nada acontecerá por enquanto. A prioridade mais imediata da política econômica é elevar a poupança de União, Estados e municípios com objetivo de fazer o pagamento da dívida pública. A contenção de gastos atingirá, ainda, os repasses do governo paulista à prefeitura da capital. Nos últimos anos, a expansão dos investimentos do Estado foi impulsionada por financiamentos de bancos federais, que agora serão freados para conter gastos.
cotidiano
Revisão da dívida de SP é congelada em corte de gastos do governo DilmaApós mais de uma década de pressões, uma saída para destravar os investimentos na maior metrópole brasileira foi aprovada pelo Congresso e pelo Planalto -no entanto, tão cedo não sairá do papel. Às voltas com um pacote para tirar do vermelho as contas do Tesouro Nacional, o governo Dilma Rousseff (PT) já indicou que adiará por prazo indeterminado a revisão dos valores da dívida impagável da Prefeitura de São Paulo com a União. Na prática, isso significa que a cidade permanecerá impossibilitada de tomar financiamentos para obras de urbanismo e outros projetos de infraestrutura que poderiam resolver problemas como os que vieram à tona após as fortes chuvas do início do ano. Enquanto isso, a maior parte de sua receita está comprometida com salários, aposentadorias e despesas sociais obrigatórias. O endividamento paulistano é, de longe, o mais grave entre as capitais e os maiores municípios do país. Mesmo entre os Estados, só o Rio Grande do Sul apresenta proporções comparáveis. Segundo o dado mais atual, de agosto de 2014, a dívida soma R$ 68 bilhões, a maior parte dela com a União, que em 2000 socorreu financeiramente a administração municipal. De lá para cá, os valores sempre estiveram bem acima dos 120% da receita anual fixados pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Hoje, são 189%. Trata-se uma herança dos anos 90, em especial da administração de Paulo Maluf (1993-1996), quando a legislação ainda oferecia oportunidades para a emissão de títulos municipais e estaduais. Os prefeitos que assumiram depois tiveram de se contentar com a arrecadação tributária e os repasses do Estado e da União, além de destinar 13% da receita ao pagamento de juros e amortizações. Sem poder tomar novos empréstimos, a cidade ficou à margem da expansão geral de investimentos -obras e compras de máquinas e equipamentos- patrocinada nos últimos anos pela administração federal petista. Em 2013, por exemplo, os investimentos responderam por apenas 8% das despesas em São Paulo, contra 14% no Rio de Janeiro, a segunda capital mais endividada. Só em novembro de 2014 uma lei permitiu que a União recalculasse, com índices mais favoráveis, os valores devidos por gestões regionais. CAUTELA Ao assumir o Ministério da Fazenda neste mês, Joaquim Levy disse, porém, que o tema é "bastante complexo" e será conduzido com "o máximo de diálogo possível", num sinal de que nada acontecerá por enquanto. A prioridade mais imediata da política econômica é elevar a poupança de União, Estados e municípios com objetivo de fazer o pagamento da dívida pública. A contenção de gastos atingirá, ainda, os repasses do governo paulista à prefeitura da capital. Nos últimos anos, a expansão dos investimentos do Estado foi impulsionada por financiamentos de bancos federais, que agora serão freados para conter gastos.
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Exaustos, jornalistas descobrem senso de missão renovado sob Trump
Delitos de conduta na Casa Branca. Vazamentos sensacionais. Batalhas entre grandes jornais. A história que gira em torno do relacionamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a Rússia está sendo comparada, em círculos jornalísticos, a grandes trabalhos de reportagens do passado, como o caso Watergate ou o caso Monica Lewinsky –mas com traços particulares do século 21. Organizações de imprensa como o "Washington Post", "New York Times" e CNN estão lutando por furos, mas em lugar de enviar office boys para comprar as edições matutinas dos jornais rivais nas bancas, os editores acompanham o desenrolar das notícias em tempo real no Twitter. Fontes anônimas estão sendo usadas para embasar grandes artigos, e mensagens cifradas trocadas por meio de iPhones são a origem dos vazamentos em pauta, em lugar de encontros clandestinos em garagens subterrâneas de Washington. O ciclo de notícias começa ao nascer do sol, quando repórteres sonolentos ouvem o "ping" que anuncia uma mensagem presidencial no Twitter, e às vezes termina só de madrugada, com editores demolindo a primeira página planejada, diante de novas revelações em Washington. Em termos de consequências e de velocidade, os desdobramentos políticos das quatro últimas semanas estão despertando memórias de épocas marcantes do jornalismo. "Há um senso de urgência e uma energia, hoje, que me fazem lembrar de quando eu tinha 29 anos e vivia uma situação muito diferente: uma revolução na Rússia", diz David Remnick, editor da revista "New Yorker" que foi correspondente do "Washington Post" em Moscou durante o colapso da União Soviética. "Não estou dizendo que temos uma revolução, agora. Mas há a mesma incerteza quanto ao que está acontecendo, de minuto a minuto, dia a dia". "Há o senso de que cada dia vai trazer alguma coisa surpreendente, se não calamitosa", ele acrescentou. Para jornalistas ansiosos sobre a situação de sua profissão, há um senso de missão renovado. Os jornais estão registrando alta forte em suas assinaturas. As notícias televisivas, que até recentemente eram consideradas tão mortas quanto os dinossauros, na era da internet, estão prosperando. A audiência de Rachel Maddow na rede MSNBC está 79% acima de seus números um ano atrás, e o programa dela nas últimas duas semanas vem atraindo mais de 2 milhões de telespectadores por noite. Na terça-feira (14), Tucker Carlson, da emissora Fox News, teve mais telespectadores para seu programa do que séries de sucesso na TV aberta como "New Girl" e "Marvel's Agentes of S.H.I.E.L.D." Se a rotina energiza, ela também é fatigante. Na tarde da quarta-feira (15), Rosie Gray, redatora da revista "Atlantic", postou no Twitter que "só faltam nove horas para a próxima grande revelação noticiosa que nos impedirá de levar vidas normais". Hallie Jackson, correspondente da rede de TV NBC na Casa Branca, respondeu, em tom jocoso, um minuto mais tarde: "Vida? Que que é isso?", e Gray rebateu com "lembro vagamente de que tinha uma". A mensagem de Gray recebeu mais de 850 likes durante o dia. "O ritmo acelerado dos acontecimentos me lembrou da época de O. J. e Monica", disse Jeffrey Toobin, que cobriu o julgamento de O. J. Simpson por homicídio e o escândalo envolvendo Lewinsky para a "New Yorker". "É a maneira pela qual os jornalistas e os consumidores, igualmente, se sentem sobrecarreados pelo ritmo dos acontecimentos, e aquela sensação de 'será que não podemos parar um pouco?'" Até mesmo pessoas que ganham a vida satirizando políticos se veem fascinadas. Em Los Angeles, no cenário da série "Veep", estrelada por Julia Louis-Dreyfus, os roteiristas e atores correm para ler as últimas notícias, entre as tomadas. "Todo mundo está com o celular na mão", disse Frank Rich, um colunista de tendências progressistas que é um dos roteiristas da série. A aceleração no metabolismo não é partidária. Muitos sites de notícias direitistas estão cobrindo cada reviravolta do que acontece na Casa Branca e resistem à ideia de que o governo está envolvido em um grande escândalo. "Querida esquerda: Quando tudo é causa de indignação, nada causa indignação", tuitou Katie Pavlich, editora do site de notícias Townhall, quarta-feira, acrescentando, sobre os desdobramentos recentes, que "não estamos falando de Watergate". No programa "Fox & Friends" da manhã de quarta-feira, os apresentadores da Fox News tomaram por alvo os responsáveis pelos recentes vazamentos que viraram manchetes. "Eles estão prejudicando a todos nós; trata-se de segredos nacionais", disse a âncora Ainsley Earhardt. Seu coâncora, Steve Doocy, disse que "o presidente, a Casa Branca, o Congresso, precisam fazer alguma coisa a respeito". Apropriadamente, para um presidente apaixonado por reality shows, o drama na Casa Branca começa a parecer uma espécie de julgamento de O. J. Simpson no plano político, enredando o país e gerando uma legião de celebridades improváveis. O circo de Simpson tinha Lance Ito e Robert Shapiro. O governo Trump tem o secretário de imprensa Sean Spicer, cujas entrevistas coletivas vespertinas agora superam a novela "General Hospital" nos índices Nielsen de audiência. Nas últimas duas semanas, Spicer foi caricaturado pelo programa "Saturday Night Live", em uma interpretação de Melissa McCarthy que já está gerando rumores sobre um possível prêmio Emmy. Kellyanne Conway, a assessora jurídica da Casa Branca, era uma obscura especialista em pesquisas do Partido Republicano antes que suas declarações tortuosas em defesa de Trump na televisão tornassem seu nome conhecido do público. Na quarta-feira, Mika Brzezinski, apresentadora da MSNBC, anunciou que não voltaria a entrevistar Conway em seu programa, afirmando que "não acredito em falsas notícias ou informações que não sejam verdadeiras". O que separa a história sobre a Rússia do frenesi habitual da mídia, dizem os jornalistas, está naquilo que embasa as acusações: espionagem russa e interferência no processo eleitoral envolvem questões graves de democracia e política externa. E a imagem de caos no círculo de assessores mais próximos do presidente evoca governos conturbados do passado. "Temos o que parece ser uma história de proporções semelhantes ao caso Watergate", disse Rich, "combinada a uma nova esfera de mídia que tem uma atmosfera de oeste selvagem". Tradução de PAULO MIGLIACCI
mundo
Exaustos, jornalistas descobrem senso de missão renovado sob TrumpDelitos de conduta na Casa Branca. Vazamentos sensacionais. Batalhas entre grandes jornais. A história que gira em torno do relacionamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a Rússia está sendo comparada, em círculos jornalísticos, a grandes trabalhos de reportagens do passado, como o caso Watergate ou o caso Monica Lewinsky –mas com traços particulares do século 21. Organizações de imprensa como o "Washington Post", "New York Times" e CNN estão lutando por furos, mas em lugar de enviar office boys para comprar as edições matutinas dos jornais rivais nas bancas, os editores acompanham o desenrolar das notícias em tempo real no Twitter. Fontes anônimas estão sendo usadas para embasar grandes artigos, e mensagens cifradas trocadas por meio de iPhones são a origem dos vazamentos em pauta, em lugar de encontros clandestinos em garagens subterrâneas de Washington. O ciclo de notícias começa ao nascer do sol, quando repórteres sonolentos ouvem o "ping" que anuncia uma mensagem presidencial no Twitter, e às vezes termina só de madrugada, com editores demolindo a primeira página planejada, diante de novas revelações em Washington. Em termos de consequências e de velocidade, os desdobramentos políticos das quatro últimas semanas estão despertando memórias de épocas marcantes do jornalismo. "Há um senso de urgência e uma energia, hoje, que me fazem lembrar de quando eu tinha 29 anos e vivia uma situação muito diferente: uma revolução na Rússia", diz David Remnick, editor da revista "New Yorker" que foi correspondente do "Washington Post" em Moscou durante o colapso da União Soviética. "Não estou dizendo que temos uma revolução, agora. Mas há a mesma incerteza quanto ao que está acontecendo, de minuto a minuto, dia a dia". "Há o senso de que cada dia vai trazer alguma coisa surpreendente, se não calamitosa", ele acrescentou. Para jornalistas ansiosos sobre a situação de sua profissão, há um senso de missão renovado. Os jornais estão registrando alta forte em suas assinaturas. As notícias televisivas, que até recentemente eram consideradas tão mortas quanto os dinossauros, na era da internet, estão prosperando. A audiência de Rachel Maddow na rede MSNBC está 79% acima de seus números um ano atrás, e o programa dela nas últimas duas semanas vem atraindo mais de 2 milhões de telespectadores por noite. Na terça-feira (14), Tucker Carlson, da emissora Fox News, teve mais telespectadores para seu programa do que séries de sucesso na TV aberta como "New Girl" e "Marvel's Agentes of S.H.I.E.L.D." Se a rotina energiza, ela também é fatigante. Na tarde da quarta-feira (15), Rosie Gray, redatora da revista "Atlantic", postou no Twitter que "só faltam nove horas para a próxima grande revelação noticiosa que nos impedirá de levar vidas normais". Hallie Jackson, correspondente da rede de TV NBC na Casa Branca, respondeu, em tom jocoso, um minuto mais tarde: "Vida? Que que é isso?", e Gray rebateu com "lembro vagamente de que tinha uma". A mensagem de Gray recebeu mais de 850 likes durante o dia. "O ritmo acelerado dos acontecimentos me lembrou da época de O. J. e Monica", disse Jeffrey Toobin, que cobriu o julgamento de O. J. Simpson por homicídio e o escândalo envolvendo Lewinsky para a "New Yorker". "É a maneira pela qual os jornalistas e os consumidores, igualmente, se sentem sobrecarreados pelo ritmo dos acontecimentos, e aquela sensação de 'será que não podemos parar um pouco?'" Até mesmo pessoas que ganham a vida satirizando políticos se veem fascinadas. Em Los Angeles, no cenário da série "Veep", estrelada por Julia Louis-Dreyfus, os roteiristas e atores correm para ler as últimas notícias, entre as tomadas. "Todo mundo está com o celular na mão", disse Frank Rich, um colunista de tendências progressistas que é um dos roteiristas da série. A aceleração no metabolismo não é partidária. Muitos sites de notícias direitistas estão cobrindo cada reviravolta do que acontece na Casa Branca e resistem à ideia de que o governo está envolvido em um grande escândalo. "Querida esquerda: Quando tudo é causa de indignação, nada causa indignação", tuitou Katie Pavlich, editora do site de notícias Townhall, quarta-feira, acrescentando, sobre os desdobramentos recentes, que "não estamos falando de Watergate". No programa "Fox & Friends" da manhã de quarta-feira, os apresentadores da Fox News tomaram por alvo os responsáveis pelos recentes vazamentos que viraram manchetes. "Eles estão prejudicando a todos nós; trata-se de segredos nacionais", disse a âncora Ainsley Earhardt. Seu coâncora, Steve Doocy, disse que "o presidente, a Casa Branca, o Congresso, precisam fazer alguma coisa a respeito". Apropriadamente, para um presidente apaixonado por reality shows, o drama na Casa Branca começa a parecer uma espécie de julgamento de O. J. Simpson no plano político, enredando o país e gerando uma legião de celebridades improváveis. O circo de Simpson tinha Lance Ito e Robert Shapiro. O governo Trump tem o secretário de imprensa Sean Spicer, cujas entrevistas coletivas vespertinas agora superam a novela "General Hospital" nos índices Nielsen de audiência. Nas últimas duas semanas, Spicer foi caricaturado pelo programa "Saturday Night Live", em uma interpretação de Melissa McCarthy que já está gerando rumores sobre um possível prêmio Emmy. Kellyanne Conway, a assessora jurídica da Casa Branca, era uma obscura especialista em pesquisas do Partido Republicano antes que suas declarações tortuosas em defesa de Trump na televisão tornassem seu nome conhecido do público. Na quarta-feira, Mika Brzezinski, apresentadora da MSNBC, anunciou que não voltaria a entrevistar Conway em seu programa, afirmando que "não acredito em falsas notícias ou informações que não sejam verdadeiras". O que separa a história sobre a Rússia do frenesi habitual da mídia, dizem os jornalistas, está naquilo que embasa as acusações: espionagem russa e interferência no processo eleitoral envolvem questões graves de democracia e política externa. E a imagem de caos no círculo de assessores mais próximos do presidente evoca governos conturbados do passado. "Temos o que parece ser uma história de proporções semelhantes ao caso Watergate", disse Rich, "combinada a uma nova esfera de mídia que tem uma atmosfera de oeste selvagem". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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As raízes da opressão
Desde o final de maio, quando imagens do estupro coletivo de uma menina de 16 anos começaram a circular pela internet, as mulheres vêm se organizando para protestar contra mais um exemplo de uma terrível realidade. Primeiramente, as feministas se articularam para que a vítima tivesse atendimento. Em seguida, mulheres de todo o país se mobilizaram para que nossa sociedade encarasse um doloroso processo de autoanálise e debatesse a cultura do estupro -conjunto de práticas, do "fiu-fiu" até o feminicídio, que produz e reproduz a desigualdade de gênero. A cultura do estupro destrói a mulher. Na melhor das hipóteses, anula aos poucos sua subjetividade. Na pior, tira-lhe a vida. E as mulheres brasileiras não são as únicas na luta contra a naturalização dessa realidade. Feministas norte-americanas discutem a cultura do estupro desde os anos 1970. A grande repercussão do documentário "The Hunting Ground", de 2015, sobre violência sexual em universidades de elite dos EUA, prova a atualidade do debate. Mulheres canadenses criaram, em 2011, a Marcha das Vadias, em resposta à recomendação da polícia de Toronto de que elas não deveriam vestir-se como vadias se quisessem evitar estupros. A marcha virou um movimento transnacional pelos direitos da mulher e contra a culpabilização das vítimas. Mexicanas, argentinas e uruguaias tomaram as ruas em 2015 e neste ano para protestar contra altíssimos índices de feminicídio. Movimentos, como o Ni Una Menos, seguem enchendo praças, pintando prédios públicos de rosa e lilás e fazendo a América Latina debater a agressão contras as mulheres. O que todas essas mobilizações têm em comum? São reações ao machismo e à violência que reúnem mulheres, on-line e off-line, e nos lembram que, neste caso, o debate é tanto pessoal quanto político. Dinâmicas privadas, desdobradas em opressão continuada e abusos sistemáticos, tornam-se questões públicas, que demandam respostas públicas. Em diversos países, manifestações femininas de caráter micropolítico se inscrevem na macropolítica e demandam a ressignificação da interação entre as pessoas. No Brasil, as mulheres querem uma nova política, mas sabem que ela só virá com uma nova cultura. Um novo normal. A velha política, assustada, esperneia. Nomeia apenas homens para o primeiro escalão do governo interino. Apoia projetos para mudar planos de educação e impedir que professores debatam gênero e, portanto, cultura do estupro em sala de aula. Defende o velho normal. Há inúmeras tentativas em campo de manutenção do velho normal. E é preciso cuidado, pois muitas se disfarçam de medidas de proteção da mulher e combate à violência. Qualquer ação macropolítica que se aproveite da revolução micropolítica para afirmar que a violência contra a mulher é um fenômeno novo, ou que ganhou nova dimensão, apenas mantém o velho normal. Qualquer política pública que parta do diagnóstico de que há onda de violência de gênero atípica, ou um pico de estupros em decorrência da crise econômica, nos distancia do debate sobre o machismo estruturante da sociedade. O mesmo vale para o punitivismo de medidas que singularizam o estupro coletivo, aumentam pena de prisão para esses casos e contribuem para a avaliação equivocada de que estupradores são monstros, não homens criados em meio à cultura do estupro. Nada disso nos ajuda a questionar privilégios e transcender a dominação, raízes da opressão contra a mulher. ALESSANDRA OROFINO, ANA CAROLINA EVANGELISTA, ANTONIA PELLEGRINO e MANOELA MIKLOS são ativistas feministas e editoras do blog #AgoraÉQueSãoElas, da Folha PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
opiniao
As raízes da opressãoDesde o final de maio, quando imagens do estupro coletivo de uma menina de 16 anos começaram a circular pela internet, as mulheres vêm se organizando para protestar contra mais um exemplo de uma terrível realidade. Primeiramente, as feministas se articularam para que a vítima tivesse atendimento. Em seguida, mulheres de todo o país se mobilizaram para que nossa sociedade encarasse um doloroso processo de autoanálise e debatesse a cultura do estupro -conjunto de práticas, do "fiu-fiu" até o feminicídio, que produz e reproduz a desigualdade de gênero. A cultura do estupro destrói a mulher. Na melhor das hipóteses, anula aos poucos sua subjetividade. Na pior, tira-lhe a vida. E as mulheres brasileiras não são as únicas na luta contra a naturalização dessa realidade. Feministas norte-americanas discutem a cultura do estupro desde os anos 1970. A grande repercussão do documentário "The Hunting Ground", de 2015, sobre violência sexual em universidades de elite dos EUA, prova a atualidade do debate. Mulheres canadenses criaram, em 2011, a Marcha das Vadias, em resposta à recomendação da polícia de Toronto de que elas não deveriam vestir-se como vadias se quisessem evitar estupros. A marcha virou um movimento transnacional pelos direitos da mulher e contra a culpabilização das vítimas. Mexicanas, argentinas e uruguaias tomaram as ruas em 2015 e neste ano para protestar contra altíssimos índices de feminicídio. Movimentos, como o Ni Una Menos, seguem enchendo praças, pintando prédios públicos de rosa e lilás e fazendo a América Latina debater a agressão contras as mulheres. O que todas essas mobilizações têm em comum? São reações ao machismo e à violência que reúnem mulheres, on-line e off-line, e nos lembram que, neste caso, o debate é tanto pessoal quanto político. Dinâmicas privadas, desdobradas em opressão continuada e abusos sistemáticos, tornam-se questões públicas, que demandam respostas públicas. Em diversos países, manifestações femininas de caráter micropolítico se inscrevem na macropolítica e demandam a ressignificação da interação entre as pessoas. No Brasil, as mulheres querem uma nova política, mas sabem que ela só virá com uma nova cultura. Um novo normal. A velha política, assustada, esperneia. Nomeia apenas homens para o primeiro escalão do governo interino. Apoia projetos para mudar planos de educação e impedir que professores debatam gênero e, portanto, cultura do estupro em sala de aula. Defende o velho normal. Há inúmeras tentativas em campo de manutenção do velho normal. E é preciso cuidado, pois muitas se disfarçam de medidas de proteção da mulher e combate à violência. Qualquer ação macropolítica que se aproveite da revolução micropolítica para afirmar que a violência contra a mulher é um fenômeno novo, ou que ganhou nova dimensão, apenas mantém o velho normal. Qualquer política pública que parta do diagnóstico de que há onda de violência de gênero atípica, ou um pico de estupros em decorrência da crise econômica, nos distancia do debate sobre o machismo estruturante da sociedade. O mesmo vale para o punitivismo de medidas que singularizam o estupro coletivo, aumentam pena de prisão para esses casos e contribuem para a avaliação equivocada de que estupradores são monstros, não homens criados em meio à cultura do estupro. Nada disso nos ajuda a questionar privilégios e transcender a dominação, raízes da opressão contra a mulher. ALESSANDRA OROFINO, ANA CAROLINA EVANGELISTA, ANTONIA PELLEGRINO e MANOELA MIKLOS são ativistas feministas e editoras do blog #AgoraÉQueSãoElas, da Folha PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Hoje na TV: Liga dos Campeões estreia no TNT e no Space
8h Masters 1.000 de Paris Tênis, SporTV2 13h Copa do mundo de natação Etapa de Doha, SporTV3 13h Astana x Atl. de Madri Liga dos Campeões, EI Maxx 17h45 Sevilla x Man. City Liga dos Campeões, EI Maxx 17h45 Real Madrid x PSG Liga dos Campeões, TNT 17h45 Man. United x CSKA Liga dos Campeões, Space 17h45 Bor. M'gladbach x Juventus Liga dos Campeões, EI Maxx 2 21h30 América-MG x Paysandu Série B, SporTV (menos MG) 22h30 Miami Heat x Atlanta Hawks NBA, SporTV2
esporte
Hoje na TV: Liga dos Campeões estreia no TNT e no Space8h Masters 1.000 de Paris Tênis, SporTV2 13h Copa do mundo de natação Etapa de Doha, SporTV3 13h Astana x Atl. de Madri Liga dos Campeões, EI Maxx 17h45 Sevilla x Man. City Liga dos Campeões, EI Maxx 17h45 Real Madrid x PSG Liga dos Campeões, TNT 17h45 Man. United x CSKA Liga dos Campeões, Space 17h45 Bor. M'gladbach x Juventus Liga dos Campeões, EI Maxx 2 21h30 América-MG x Paysandu Série B, SporTV (menos MG) 22h30 Miami Heat x Atlanta Hawks NBA, SporTV2
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Sabores e história da culinária grega são tema de livro da coleção Folha
No próximo domingo (3/7), chega às bancas o quinto volume da Coleção Folha Cozinhas do Mundo (R$ 18,90) sobre os sabores da Grécia. Os gregos sempre deram muita importância à sua gastronomia e talvez por isso sua culinária tenha sido uma das primeiras a ser retratada em um livro, já no século 5 a.C. Analisando as fontes históricas, percebe-se que os gregos preferiam a variedade à quantidade. A multiplicidade de alimentos à mesa denotava bem-estar e fartura, enquanto que oferecer poucas opções em uma mesma refeição era próprio de um ambiente pobre. Assim, num banquete típico, são servidos pequenos pratos de diversos tipos. Muitos deles (e suas variações) podem ser encontrados na Turquia e em países árabes que, como a Grécia, fizeram parte do Império Otomano. No início da refeição são servidas as chamadas mezédes como os dolmades (charutinhos de folha de uva), pitákias (folhados com recheios diversos) ou a salada nacional, preparada com folhas verdes, pepino, azeitona, queijo feta e tomate. Essas delícias costumam vir acompanhadas de uzo, uma aguardente obtida do mosto de uva e anis, com graduação alcoólica elevada, entre 40 e 50 graus. Os molhos e os temperos são a particularidade que distingue a Grécia de outros países. Há temperos de todos os tipos em suas receitas: doces, salgados, ácidos e que, assim como os molhos, são adicionados à comida para dar equilíbrio ao prato, ou servidos à parte com pão pita. No passado, os molhos eram usados para mascarar o sabor forte das carnes menos frescas. Hoje em dia, no entanto, tornaram-se um feliz hábito alimentar. O tzatziki é um dos molhos mais usados e reúne os produtos mais representativos da nação: iogurte, pepino em pedaços ou em pasta, muito alho, sal e azeite extra virgem. Pode ser consumido puro, sobre pão e sempre com o gyros, o "churrasco grego", ou com o souvlaki, um espetinho de carnes e vegetais. Os laticínios como o iogurte e os queijos feta e halloumi também não podem faltar na dispensa grega, que conta ainda com berinjelas, massa folhada, mel e muita disposição para desfrutar os sabores que sua cozinha oferece.
ilustrada
Sabores e história da culinária grega são tema de livro da coleção FolhaNo próximo domingo (3/7), chega às bancas o quinto volume da Coleção Folha Cozinhas do Mundo (R$ 18,90) sobre os sabores da Grécia. Os gregos sempre deram muita importância à sua gastronomia e talvez por isso sua culinária tenha sido uma das primeiras a ser retratada em um livro, já no século 5 a.C. Analisando as fontes históricas, percebe-se que os gregos preferiam a variedade à quantidade. A multiplicidade de alimentos à mesa denotava bem-estar e fartura, enquanto que oferecer poucas opções em uma mesma refeição era próprio de um ambiente pobre. Assim, num banquete típico, são servidos pequenos pratos de diversos tipos. Muitos deles (e suas variações) podem ser encontrados na Turquia e em países árabes que, como a Grécia, fizeram parte do Império Otomano. No início da refeição são servidas as chamadas mezédes como os dolmades (charutinhos de folha de uva), pitákias (folhados com recheios diversos) ou a salada nacional, preparada com folhas verdes, pepino, azeitona, queijo feta e tomate. Essas delícias costumam vir acompanhadas de uzo, uma aguardente obtida do mosto de uva e anis, com graduação alcoólica elevada, entre 40 e 50 graus. Os molhos e os temperos são a particularidade que distingue a Grécia de outros países. Há temperos de todos os tipos em suas receitas: doces, salgados, ácidos e que, assim como os molhos, são adicionados à comida para dar equilíbrio ao prato, ou servidos à parte com pão pita. No passado, os molhos eram usados para mascarar o sabor forte das carnes menos frescas. Hoje em dia, no entanto, tornaram-se um feliz hábito alimentar. O tzatziki é um dos molhos mais usados e reúne os produtos mais representativos da nação: iogurte, pepino em pedaços ou em pasta, muito alho, sal e azeite extra virgem. Pode ser consumido puro, sobre pão e sempre com o gyros, o "churrasco grego", ou com o souvlaki, um espetinho de carnes e vegetais. Os laticínios como o iogurte e os queijos feta e halloumi também não podem faltar na dispensa grega, que conta ainda com berinjelas, massa folhada, mel e muita disposição para desfrutar os sabores que sua cozinha oferece.
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Entediados, adolescentes usam redes sociais até a cada dez minutos
Uma pesquisa realizada pela rede CNN encontrou que adolescentes de 13 anos acessam as redes sociais até mais de cem vezes por dia. Dividindo esse número pelas 15 horas em que uma pessoa está acordada -contando as nove horas de sono recomendadas pela Associação Nacional do Sono dos EUA- equivale a cerca de um acesso a cada dez minutos. De acordo com o levantamento feito pela emissora com 216 adolescentes de 13 anos em seis Estados Americanos, 8% delas acessam as redes sociais mais de cem vezes por dia aos fins de semana. Nos dias de semana, a maior frequência é de seis a dez vezes por dia. "Nós encontramos várias evidências de que, se isso não for vício em rede social, é uma dependência pesada", afirmou Robert Faris, um dos autores da pesquisa, à CNN. E o principal motivo apontado pela pesquisa para checar às redes sem postar é que eles se sentem entediados. Foi assim que 80% dos entrevistados responderam. curtindo na web Por que acessar Na pesquisa, os entrevistados responderam a um questionário on-line e concordaram em ter todo o conteúdo que postavam no Twitter, Facebook e Instagram, entre setembro de 2014 e abril de 2015 armazenado nas redes sociais para ser analisado. Outros motivos apontados pelos jovens adolescentes é se conectar aos amigos (71%), ver se os posts estão rendendo curtidas e comentários (61%) e ver o que os amigos estão fazendo sem o entrevistado (36%). Esse fenômeno tem um nome. É chamado de "medo de ser deixado de lado" ("Fear of Missing Out", em inglês. De acordo com o estudo, é a apreensão de que os outros podem estar tendo experiências recompensadoras sem você. Entre os entrevistados, 47% disseram que se sentem de alguma forma ansiosos pelo medo de ser deixado de lado. Para 23%, há essa preocupação uma ou duas vezes por semana. "Nessa idade, as pessoas ficam muito ansiosas em como elas se encaixam a um grupo, em que posição estão e como é o seu relacionamento com amigos. Há medo de se colocar fora das redes sociais, e eles esperam receber muitas curtidas e comentários, mas sempre há a chance de alguém dizer algo malvado", disse a psicóloga Marion Underwood, coautora da pesquisa. por que não me chamaram? Outro problema encontrado pela pesquisa é que os pais não fazem ideia do que está acontecendo com seus filhos nas redes. Embora adultos e adolescentes concordem que há algum tempo de monitoramento nas redes, dos 22% dos pais que disseram acompanhar o que os adolescentes postam, metade de seus filhos disseram que essa fiscalização não é tão forte. Em um dos casos, uma mãe afirmou que a filha não tem acesso ao celular depois das 20h em dias da semana, embora a filha seja uma usuários frequente das redes sociais e conhecida por publicar ofensas e xingamentos. SOFRIMENTO ON-LINE A pesquisa também encontrou que os pais não entendem o sofrimento dos filhos por causa da sua atividade on-line. Segundo o estudo, 94% dos adultos subestimam as consequências de uma briga na web em que os adolescentes se envolveram. E 62% não identificam de qual forma os filhos se sentem sozinhos. O levantamento constatou, ainda, que o Instagram é a rede social mais popular entre os adolescentes pesquisadas, com 63% delas usando-a de forma frequente. A taxa de usuários constantes do Twitter é de 34%, enquanto apenas 20% usam o Facebook sempre. A queda na popularidade da rede social de Mark Zuckerberg pode ser explicada por ser lá onde os adultos -incluindo os pais- estão.
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Entediados, adolescentes usam redes sociais até a cada dez minutosUma pesquisa realizada pela rede CNN encontrou que adolescentes de 13 anos acessam as redes sociais até mais de cem vezes por dia. Dividindo esse número pelas 15 horas em que uma pessoa está acordada -contando as nove horas de sono recomendadas pela Associação Nacional do Sono dos EUA- equivale a cerca de um acesso a cada dez minutos. De acordo com o levantamento feito pela emissora com 216 adolescentes de 13 anos em seis Estados Americanos, 8% delas acessam as redes sociais mais de cem vezes por dia aos fins de semana. Nos dias de semana, a maior frequência é de seis a dez vezes por dia. "Nós encontramos várias evidências de que, se isso não for vício em rede social, é uma dependência pesada", afirmou Robert Faris, um dos autores da pesquisa, à CNN. E o principal motivo apontado pela pesquisa para checar às redes sem postar é que eles se sentem entediados. Foi assim que 80% dos entrevistados responderam. curtindo na web Por que acessar Na pesquisa, os entrevistados responderam a um questionário on-line e concordaram em ter todo o conteúdo que postavam no Twitter, Facebook e Instagram, entre setembro de 2014 e abril de 2015 armazenado nas redes sociais para ser analisado. Outros motivos apontados pelos jovens adolescentes é se conectar aos amigos (71%), ver se os posts estão rendendo curtidas e comentários (61%) e ver o que os amigos estão fazendo sem o entrevistado (36%). Esse fenômeno tem um nome. É chamado de "medo de ser deixado de lado" ("Fear of Missing Out", em inglês. De acordo com o estudo, é a apreensão de que os outros podem estar tendo experiências recompensadoras sem você. Entre os entrevistados, 47% disseram que se sentem de alguma forma ansiosos pelo medo de ser deixado de lado. Para 23%, há essa preocupação uma ou duas vezes por semana. "Nessa idade, as pessoas ficam muito ansiosas em como elas se encaixam a um grupo, em que posição estão e como é o seu relacionamento com amigos. Há medo de se colocar fora das redes sociais, e eles esperam receber muitas curtidas e comentários, mas sempre há a chance de alguém dizer algo malvado", disse a psicóloga Marion Underwood, coautora da pesquisa. por que não me chamaram? Outro problema encontrado pela pesquisa é que os pais não fazem ideia do que está acontecendo com seus filhos nas redes. Embora adultos e adolescentes concordem que há algum tempo de monitoramento nas redes, dos 22% dos pais que disseram acompanhar o que os adolescentes postam, metade de seus filhos disseram que essa fiscalização não é tão forte. Em um dos casos, uma mãe afirmou que a filha não tem acesso ao celular depois das 20h em dias da semana, embora a filha seja uma usuários frequente das redes sociais e conhecida por publicar ofensas e xingamentos. SOFRIMENTO ON-LINE A pesquisa também encontrou que os pais não entendem o sofrimento dos filhos por causa da sua atividade on-line. Segundo o estudo, 94% dos adultos subestimam as consequências de uma briga na web em que os adolescentes se envolveram. E 62% não identificam de qual forma os filhos se sentem sozinhos. O levantamento constatou, ainda, que o Instagram é a rede social mais popular entre os adolescentes pesquisadas, com 63% delas usando-a de forma frequente. A taxa de usuários constantes do Twitter é de 34%, enquanto apenas 20% usam o Facebook sempre. A queda na popularidade da rede social de Mark Zuckerberg pode ser explicada por ser lá onde os adultos -incluindo os pais- estão.
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Com frete estagnado, caminhoneiro tem o desafio de manter contas em dia
Deitado em uma rede amarrada na parte traseira de seu caminhão, Rogério Donizete de Paula, 43, caminhoneiro há 20 anos, esperava o tempo passar na PR-986, em Rolândia (a 396 km de Curitiba), na tarde de segunda (23). Assim como ele, outras centenas de caminhoneiros não puderam seguir viagem. Cinco quilômetros adiante, quando a rodovia passa a ser federal (BR-369), na cidade de Arapongas, havia um bloqueio de caminhoneiros. Casado e pai de três meninas, de 9, 13 e 17 anos, ele saiu de Mogi das Cruzes (SP), onde mora, carregado de impermeabilizantes e levando a mudança de uma família no espaço livre da carroceria, um modo de melhorar os ganhos. Encontrar modos de aumentar a renda passou a ser cada vez mais uma necessidade, especialmente a partir de outubro de 2014, quando, segundo ele, "quebrou". As contas, diz, não fecham: o que recebe de frete, o mesmo de há seis anos atrás, não cobre mais as despesas com diesel, pedágio, alimentação e, principalmente, a prestação do caminhão novo. Todos os domingos, Rogério sai de casa para trabalhar. Dirige até 12 horas ao dia, percorrendo cerca de 800 km. Volta sábado para a família. Autônomo, recebe pelo frete cerca de R$ 2 por quilômetro rodado. Despesas com combustível, pedágio e manutenção do caminhão são por conta dele, e não da transportadora que o contrata. Para não voltar descarregado, sempre procura uma carga na cidade de destino para entregar perto de onde mora. "O problema é que o valor que pagam fica perto de R$ 1 por quilômetro rodado. É prejuízo certo", diz. Os fretes costumam ser pagos em cartas-fretes, um vale que deve ser trocado por combustível em postos determinados pelas transportadoras, que costumam cobrar mais pelo produto. "Eles me pagam 30% em dinheiro e 70% em carta-frete", explica. Apesar de proibida pela lei 12.249/2010, a prática é comum no Brasil. "Sempre vemos notícias dizendo que determinado produto subiu por causa do frete, mas, para o caminhoneiro, esse dinheiro nunca chega. O frete não é reajustado há anos. Gostaria de saber para onde vai a diferença", diz. Enquanto o frete não sobe, o diesel (que representa metade dos custos dos caminhoneiros) não para de aumentar. Segundo a ANP (agência reguladora do setor), em três anos, o preço médio de revenda do litro de diesel era R$ 2,04. Hoje, é de R$ 2,79. Os caminhoneiros reclamam que a situação se tornou insustentável a partir de outubro passado, com o litro passando de R$ 2,50 para os R$ 2,79 atuais em 120 dias. Além dos gastos com insumos e pedágios, mensalmente ele paga R$ 3.800 por seu Mercedes-Benz 2430 financiado em 60 vezes. Ainda restam 57 parcelas. O seguro consome outros R$ 20 mil anuais. O caminhão antigo, já pago, ele passou para o irmão trabalhar, o que acaba lhe rendendo ganho mensal de cerca de R$ 2.000. "O que sobra dá apenas para pagar as parcelas do caminhão", diz. A mulher dele, Maria Helena, trabalha como faxineira para complementar a renda. As filhas estudam. "É triste ficar aqui, na beira da estrada, porém temos que fazer isso. Do jeito que está não dá mais", finaliza. Na noite de quarta-feira (25), a Justiça determinou o fim do bloqueio na BR-369, possibilitando que os caminhões parados na PR-986 seguissem viagem. Rogério não perdeu tempo. Mas, duas horas e 120 km depois, foi parado novamente, na PR-466, em Jardim Alegre (PR). "Isso aqui já está virando palhaçada", desabafou, na tarde de sexta-feira (27). "Fomos obrigados a estacionar no pátio de um posto e não nos deixam sair."
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Com frete estagnado, caminhoneiro tem o desafio de manter contas em diaDeitado em uma rede amarrada na parte traseira de seu caminhão, Rogério Donizete de Paula, 43, caminhoneiro há 20 anos, esperava o tempo passar na PR-986, em Rolândia (a 396 km de Curitiba), na tarde de segunda (23). Assim como ele, outras centenas de caminhoneiros não puderam seguir viagem. Cinco quilômetros adiante, quando a rodovia passa a ser federal (BR-369), na cidade de Arapongas, havia um bloqueio de caminhoneiros. Casado e pai de três meninas, de 9, 13 e 17 anos, ele saiu de Mogi das Cruzes (SP), onde mora, carregado de impermeabilizantes e levando a mudança de uma família no espaço livre da carroceria, um modo de melhorar os ganhos. Encontrar modos de aumentar a renda passou a ser cada vez mais uma necessidade, especialmente a partir de outubro de 2014, quando, segundo ele, "quebrou". As contas, diz, não fecham: o que recebe de frete, o mesmo de há seis anos atrás, não cobre mais as despesas com diesel, pedágio, alimentação e, principalmente, a prestação do caminhão novo. Todos os domingos, Rogério sai de casa para trabalhar. Dirige até 12 horas ao dia, percorrendo cerca de 800 km. Volta sábado para a família. Autônomo, recebe pelo frete cerca de R$ 2 por quilômetro rodado. Despesas com combustível, pedágio e manutenção do caminhão são por conta dele, e não da transportadora que o contrata. Para não voltar descarregado, sempre procura uma carga na cidade de destino para entregar perto de onde mora. "O problema é que o valor que pagam fica perto de R$ 1 por quilômetro rodado. É prejuízo certo", diz. Os fretes costumam ser pagos em cartas-fretes, um vale que deve ser trocado por combustível em postos determinados pelas transportadoras, que costumam cobrar mais pelo produto. "Eles me pagam 30% em dinheiro e 70% em carta-frete", explica. Apesar de proibida pela lei 12.249/2010, a prática é comum no Brasil. "Sempre vemos notícias dizendo que determinado produto subiu por causa do frete, mas, para o caminhoneiro, esse dinheiro nunca chega. O frete não é reajustado há anos. Gostaria de saber para onde vai a diferença", diz. Enquanto o frete não sobe, o diesel (que representa metade dos custos dos caminhoneiros) não para de aumentar. Segundo a ANP (agência reguladora do setor), em três anos, o preço médio de revenda do litro de diesel era R$ 2,04. Hoje, é de R$ 2,79. Os caminhoneiros reclamam que a situação se tornou insustentável a partir de outubro passado, com o litro passando de R$ 2,50 para os R$ 2,79 atuais em 120 dias. Além dos gastos com insumos e pedágios, mensalmente ele paga R$ 3.800 por seu Mercedes-Benz 2430 financiado em 60 vezes. Ainda restam 57 parcelas. O seguro consome outros R$ 20 mil anuais. O caminhão antigo, já pago, ele passou para o irmão trabalhar, o que acaba lhe rendendo ganho mensal de cerca de R$ 2.000. "O que sobra dá apenas para pagar as parcelas do caminhão", diz. A mulher dele, Maria Helena, trabalha como faxineira para complementar a renda. As filhas estudam. "É triste ficar aqui, na beira da estrada, porém temos que fazer isso. Do jeito que está não dá mais", finaliza. Na noite de quarta-feira (25), a Justiça determinou o fim do bloqueio na BR-369, possibilitando que os caminhões parados na PR-986 seguissem viagem. Rogério não perdeu tempo. Mas, duas horas e 120 km depois, foi parado novamente, na PR-466, em Jardim Alegre (PR). "Isso aqui já está virando palhaçada", desabafou, na tarde de sexta-feira (27). "Fomos obrigados a estacionar no pátio de um posto e não nos deixam sair."
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Pesquisa mostra rejeição a corte de gastos públicos com saúde e educação
Uma pesquisa coordenada por professores da Unifesp e da USP mostra rejeição em São Paulo à ideia de que o governo pode cortar gastos com saúde e educação em momentos de crise. Cerca de 85% das pessoas são contra a medida, tanto entre mais pobres (com renda de até R$ 1.760) quanto entre mais ricos (renda superior a R$ 17.600). TERMÔMETRO "Quisemos medir o consenso sobre medidas privatizantes, de Estado mínimo e cortes sociais que estão na agenda do governo de Michel Temer", diz a socióloga Esther Solano (Unifesp), que conduziu o levantamento, com 1.058 entrevistas em toda a cidade, ao lado de Marcio Moretto Ribeiro e Pablo Ortellado (ambos da USP). As perguntas eram ligadas a temas como PEC do Teto e reforma da Previdência. DOIS LADOS Segundo o estudo, o "consenso não liberal" é maior entre os entrevistados mais pobres. A eventual privatização de estatais como os Correios, por exemplo, é repudiada por 48% das pessoas na faixa salarial mais baixa. Na mais alta, o percentual cai para 26%. VEJA BEM O governo Temer diz que o projeto de congelamento dos gastos federais não significa corte de verbas para saúde e educação, que seriam mantidas no orçamento. Leia a coluna completa aqui.
colunas
Pesquisa mostra rejeição a corte de gastos públicos com saúde e educaçãoUma pesquisa coordenada por professores da Unifesp e da USP mostra rejeição em São Paulo à ideia de que o governo pode cortar gastos com saúde e educação em momentos de crise. Cerca de 85% das pessoas são contra a medida, tanto entre mais pobres (com renda de até R$ 1.760) quanto entre mais ricos (renda superior a R$ 17.600). TERMÔMETRO "Quisemos medir o consenso sobre medidas privatizantes, de Estado mínimo e cortes sociais que estão na agenda do governo de Michel Temer", diz a socióloga Esther Solano (Unifesp), que conduziu o levantamento, com 1.058 entrevistas em toda a cidade, ao lado de Marcio Moretto Ribeiro e Pablo Ortellado (ambos da USP). As perguntas eram ligadas a temas como PEC do Teto e reforma da Previdência. DOIS LADOS Segundo o estudo, o "consenso não liberal" é maior entre os entrevistados mais pobres. A eventual privatização de estatais como os Correios, por exemplo, é repudiada por 48% das pessoas na faixa salarial mais baixa. Na mais alta, o percentual cai para 26%. VEJA BEM O governo Temer diz que o projeto de congelamento dos gastos federais não significa corte de verbas para saúde e educação, que seriam mantidas no orçamento. Leia a coluna completa aqui.
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Painel: Agentes apontam falta de verba para Lava Jato; PF promete efetivo recorde
A conta-gotas Agentes e delegados da Polícia Federal que atuam na Operação Lava Jato em Curitiba (PR) relatam que a verba destinada para reforçar as equipes acabou. Investigadores estariam sem receber diárias e sem dinheiro para passagens aéreas. A superintendência do ... Leia post completo no blog
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Painel: Agentes apontam falta de verba para Lava Jato; PF promete efetivo recordeA conta-gotas Agentes e delegados da Polícia Federal que atuam na Operação Lava Jato em Curitiba (PR) relatam que a verba destinada para reforçar as equipes acabou. Investigadores estariam sem receber diárias e sem dinheiro para passagens aéreas. A superintendência do ... Leia post completo no blog
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Professora incentiva distribuição de abraços para humanizar área da saúde
A estação da Sé do metrô de São Paulo não é um lugar conhecido pela cordialidade de quem passa por ali. Isso muda, porém, em alguns momentos. Num deles, oito estudantes do curso de enfermagem do Centro Universitário São Camilo distribuíam abraços aos passantes. O ato poderia ser só um episódio pitoresco no cotidiano, mas se trata de atividade acadêmica. A ideia é da professora Fúlvia Rodrigues Torrezan, que dá aula de relacionamento interpessoal, comunicação e humanização da assistência em saúde, no 1º semestre da graduação. Nas aulas, ela incentiva os alunos a distribuir abraços para que reflitam sobre o contato com outras pessoas. "A enfermagem tem como tônica o cuidado. Eu quero saber dos estudantes qual a percepção deles frente aos sentimentos de um desconhecido", afirma Torrezan. Os abraços são acompanhados de discussões em sala com o objetivo de despertar reflexões sobre o vínculo entre enfermeiro e paciente. A disciplina alterna atividades fora de sala com discussões, seminários e aulas teóricas. A avaliação dos estudantes é feita, em parte, com o desenvolvimento do autoconhecimento dos graduandos. "A ideia é que os alunos possam se conhecer, e, a partir do momento em que se conheçam, possam conviver com o outro", diz Torrezan. Entre o grupo que distribuía abraços na estação da Sé, a estudante Ana Carolina Amaral, 21, relata que "no começo, é muito vergonhoso". "Após algum tempo, a gente reflete muito a energia que a gente tem no outro", afirma a colega Heloísa Oikawa, 19. HUMANIZAÇÃO "Considerando que são alunos do primeiro semestre, isso é muito bom. A professora está mostrando a necessidade da humanização nas relações e no cuidado", disse à Folha Ana Lucia de Moraes Horta, professora da Escola Paulista de Enfermagem da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). O abraço, afirma Horta, é importante para o enfermeiro que tem no contato com o corpo, principalmente de doentes, como prática recorrente. "O abraço promove a compaixão. Mostra estar mais próximo e uma empatia." Margareth Angelo, professora da Escola de Enfermagem da USP, define que a humanização "é tudo aquilo que o homem realiza em benefício do outro, visando o bem de alguém". Ela diz que abraçar não é a única estratégia para despertar isso nos estudantes da área de saúde. "É uma entre várias estratégias para incentivar uma prática mais humana." Para Angelo, é necessário também que o profissional reflita sobre a prática cotidiana. "Na rua, você não sabe quem você está abraçando. Desse momento, até o 'abraço profissional', o enfermeiro vai evoluindo o modo como cria um relacionamento terapêutico com o paciente", afirma a docente da USP. Enquanto o grupo de estudantes distribuía abraços na Sé em 23 de maio, a reportagem presenciou o contato com os passantes. Pessoas de todas as idades recebiam afeto e após o carinhoso aperto despediam-se com frequência com caloroso "obrigado". Torrezan diz, ainda, que há efeitos positivos do abraço sobre a saúde. "Protege do estresse, diminui riscos de infecção e ajuda pessoas que tem problemas em compartilhar emoções. O abraço diminui a ansiedade e alivia a dor."
cotidiano
Professora incentiva distribuição de abraços para humanizar área da saúdeA estação da Sé do metrô de São Paulo não é um lugar conhecido pela cordialidade de quem passa por ali. Isso muda, porém, em alguns momentos. Num deles, oito estudantes do curso de enfermagem do Centro Universitário São Camilo distribuíam abraços aos passantes. O ato poderia ser só um episódio pitoresco no cotidiano, mas se trata de atividade acadêmica. A ideia é da professora Fúlvia Rodrigues Torrezan, que dá aula de relacionamento interpessoal, comunicação e humanização da assistência em saúde, no 1º semestre da graduação. Nas aulas, ela incentiva os alunos a distribuir abraços para que reflitam sobre o contato com outras pessoas. "A enfermagem tem como tônica o cuidado. Eu quero saber dos estudantes qual a percepção deles frente aos sentimentos de um desconhecido", afirma Torrezan. Os abraços são acompanhados de discussões em sala com o objetivo de despertar reflexões sobre o vínculo entre enfermeiro e paciente. A disciplina alterna atividades fora de sala com discussões, seminários e aulas teóricas. A avaliação dos estudantes é feita, em parte, com o desenvolvimento do autoconhecimento dos graduandos. "A ideia é que os alunos possam se conhecer, e, a partir do momento em que se conheçam, possam conviver com o outro", diz Torrezan. Entre o grupo que distribuía abraços na estação da Sé, a estudante Ana Carolina Amaral, 21, relata que "no começo, é muito vergonhoso". "Após algum tempo, a gente reflete muito a energia que a gente tem no outro", afirma a colega Heloísa Oikawa, 19. HUMANIZAÇÃO "Considerando que são alunos do primeiro semestre, isso é muito bom. A professora está mostrando a necessidade da humanização nas relações e no cuidado", disse à Folha Ana Lucia de Moraes Horta, professora da Escola Paulista de Enfermagem da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). O abraço, afirma Horta, é importante para o enfermeiro que tem no contato com o corpo, principalmente de doentes, como prática recorrente. "O abraço promove a compaixão. Mostra estar mais próximo e uma empatia." Margareth Angelo, professora da Escola de Enfermagem da USP, define que a humanização "é tudo aquilo que o homem realiza em benefício do outro, visando o bem de alguém". Ela diz que abraçar não é a única estratégia para despertar isso nos estudantes da área de saúde. "É uma entre várias estratégias para incentivar uma prática mais humana." Para Angelo, é necessário também que o profissional reflita sobre a prática cotidiana. "Na rua, você não sabe quem você está abraçando. Desse momento, até o 'abraço profissional', o enfermeiro vai evoluindo o modo como cria um relacionamento terapêutico com o paciente", afirma a docente da USP. Enquanto o grupo de estudantes distribuía abraços na Sé em 23 de maio, a reportagem presenciou o contato com os passantes. Pessoas de todas as idades recebiam afeto e após o carinhoso aperto despediam-se com frequência com caloroso "obrigado". Torrezan diz, ainda, que há efeitos positivos do abraço sobre a saúde. "Protege do estresse, diminui riscos de infecção e ajuda pessoas que tem problemas em compartilhar emoções. O abraço diminui a ansiedade e alivia a dor."
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Estado Islâmico captura antiga fortaleza de Bin Laden no Afeganistão
Tora Bora, o reduto nas montanhas que já foi a fortaleza de Osama bin Laden, caiu nas mãos do Estado Islâmico (EI) na manhã desta quarta-feira (14), dando aos extremistas uma significativa vitória estratégica e simbólica, segundo autoridades afegãs e moradores locais. Combatentes talibãs que haviam anteriormente controlado o extenso complexo de cavernas e túneis fugiram durante a noite depois de um ataque determinado do EI que durou uma semana, segundo moradores de aldeias que fugiam da região na quarta-feira. Hazrat Ali, um membro do Parlamento e importante chefe guerreiro da área que ajudou os EUA a capturar Tora Bora da Al Qaeda em 2001, disse que a ofensiva foi provocada pela decisão dos EUA de despejar a chamada "mãe de todas as bombas" sobre a rede de túneis do EI no distrito de Achin, em abril. Com quase 10 mil quilos, ela seria a maior bomba não nuclear já utilizada. O EI então decidiu transferir seu refúgio para as cavernas e túneis em Tora Bora, segundo Ali. "Cerca de mil militantes do EI se reuniram perto de Tora Bora para capturar a área", disse Ali. "Eu informei às forças do governo para atacá-los e disse que estavam tentando capturar Tora Bora, mas elas não deram atenção." O que é Estado Islâmico Um policial afegão local confirmou que a fortaleza havia sido dominada. "O EI capturou Tora Bora e áreas ao seu redor", disse. "Os anciãos das tribos estão aqui em meu escritório. Todos escaparam da área ontem à noite." Ele falou sob a condição do anonimato porque não tinha autorização para falar à mídia. Zabihullah Mujahid, um porta-voz do Taleban na região, negou que Tora Bora tivesse caído sob o domínio de seus rivais insurgentes. "A luta está ocorrendo na área de Tora Bora entre o EI e nossos mujahidin", declarou Mujahid pelo serviço de mensagens Viber. "É a linha de frente entre nossos mujahidin e o EI. Ninguém avançou nessa área." Ele acusou os EUA de efetuar ataques aéreos em apoio ao EI, mas autoridades locais e moradores negaram ter ouvido esses ataques. Os moradores disseram que os talibãs tinham fugido. "Os talibãs escaparam da área ontem à noite e nos deixaram para o EI com nossas mulheres e filhos", disse Juma Gul, um idoso da tribo do vale de Suleymankhel, próximo a Tora Bora, que disse estar entre as centenas de famílias que fugiram da área depois que o EI tomou o controle. "Não houve resistência do Taleban contra o EI, e as tribos locais não tinham como combatê-los, por isso nós simplesmente fugimos." Assista ao vídeo Os militantes agora têm uma base de fácil defesa em Tora Bora, disse Ali, assim como acesso a muitas outras partes da província de Nangarhar pelas montanhas Spin Ghar, ao longo da fronteira paquistanesa, onde se situa Tora Bora. "O EI tem um enclave e vai capturar essas áreas uma após outra", disse ele. Ali tem ampla experiência na luta contra a Al Qaeda na região, mas também foi acusado de ter ajudado Bin Laden a escapar de Tora Bora em dezembro de 2001, supostamente traindo seus aliados dos EUA e do Afeganistão quando se aproximou da liderança da Al Qaeda. Ali negou ter feito isso. O Estado Islâmico em Khorasan, como são conhecidos os militantes no Afeganistão e no Paquistão, não têm ligação direta com a Al Qaeda, que é em geral uma força esgotada nessa área. Mas o EI foi formado originalmente por elementos da Al Qaeda, e os dois grupos têm muitas semelhanças doutrinárias. Forças do governo e seus aliados da coalizão na área de Tora Bora se envolveram em poucas lutas recentes contra os talibãs que estão entrincheirados ali, apoiados por tribos locais na fronteira montanhosa com o Paquistão. Mas desde março forças afegãs apoiadas pelas tropas de Operações Especiais dos EUA vêm montando uma vigorosa campanha contra o EI no distrito de Achin, também na cadeia de Spin Ghar, mas a cerca de 80 km a leste de Tora Bora. Os seis soldados americanos mortos no Afeganistão até agora neste ano caíram em lutas ao redor do distrito de Achin. Os militares americanos disseram que mataram centenas de combatentes do EI na área de Achin, incluindo o "emir" do EI em Khorasan, xeque Abdul Hasib. Este foi um comandante do Taleban no Paquistão, que rompeu com eles para unir-se ao EI. Esse grupo e o Taleban vêm competindo selvagemente pelo domínio nas áreas que controlam, mas os do EI, mais radicais, dominaram o distrito de Achin, além de território no sul da província de Nangarhar. As autoridades do Taleban estão preocupadas com a atração do EI aos jovens combatentes impacientes com o progresso da insurgência, que já dura 15 anos. Na área de Tora Bora, os moradores estavam irritados com os talibãs e com o governo por permitirem que o EI dominasse. Malak Tor, um líder tribal do distrito de Pachir Agam, onde se localiza Tora Bora, queixou-se de que os pedidos dos moradores para que o governo montasse uma ofensiva para proteger Tora Bora foram ignorados. Entre outras coisas, os insurgentes do EI haviam tomado uma grande mina de mármore e um depósito de combustível. "Agora eles vão conseguir recursos financeiros e então será muito difícil expulsá-los de Tora Bora", afirmou Tor. O presidente Ashraf Ghani ordenou na quarta-feira que o 201º Corpo do Exército Nacional Afegão avance contra o EI nos distritos que incluem Tora Bora, segundo Attaullah Khogyani, porta-voz do governador da província de Nangarhar. Alim Eshaqzai, o vice-governador, disse que autoridades de segurança iniciarão operações por terra, ar e de artilharia contra o EI assim que possível. Tradução de LUIZ ROBERTO MENDES GONÇALVES
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Estado Islâmico captura antiga fortaleza de Bin Laden no AfeganistãoTora Bora, o reduto nas montanhas que já foi a fortaleza de Osama bin Laden, caiu nas mãos do Estado Islâmico (EI) na manhã desta quarta-feira (14), dando aos extremistas uma significativa vitória estratégica e simbólica, segundo autoridades afegãs e moradores locais. Combatentes talibãs que haviam anteriormente controlado o extenso complexo de cavernas e túneis fugiram durante a noite depois de um ataque determinado do EI que durou uma semana, segundo moradores de aldeias que fugiam da região na quarta-feira. Hazrat Ali, um membro do Parlamento e importante chefe guerreiro da área que ajudou os EUA a capturar Tora Bora da Al Qaeda em 2001, disse que a ofensiva foi provocada pela decisão dos EUA de despejar a chamada "mãe de todas as bombas" sobre a rede de túneis do EI no distrito de Achin, em abril. Com quase 10 mil quilos, ela seria a maior bomba não nuclear já utilizada. O EI então decidiu transferir seu refúgio para as cavernas e túneis em Tora Bora, segundo Ali. "Cerca de mil militantes do EI se reuniram perto de Tora Bora para capturar a área", disse Ali. "Eu informei às forças do governo para atacá-los e disse que estavam tentando capturar Tora Bora, mas elas não deram atenção." O que é Estado Islâmico Um policial afegão local confirmou que a fortaleza havia sido dominada. "O EI capturou Tora Bora e áreas ao seu redor", disse. "Os anciãos das tribos estão aqui em meu escritório. Todos escaparam da área ontem à noite." Ele falou sob a condição do anonimato porque não tinha autorização para falar à mídia. Zabihullah Mujahid, um porta-voz do Taleban na região, negou que Tora Bora tivesse caído sob o domínio de seus rivais insurgentes. "A luta está ocorrendo na área de Tora Bora entre o EI e nossos mujahidin", declarou Mujahid pelo serviço de mensagens Viber. "É a linha de frente entre nossos mujahidin e o EI. Ninguém avançou nessa área." Ele acusou os EUA de efetuar ataques aéreos em apoio ao EI, mas autoridades locais e moradores negaram ter ouvido esses ataques. Os moradores disseram que os talibãs tinham fugido. "Os talibãs escaparam da área ontem à noite e nos deixaram para o EI com nossas mulheres e filhos", disse Juma Gul, um idoso da tribo do vale de Suleymankhel, próximo a Tora Bora, que disse estar entre as centenas de famílias que fugiram da área depois que o EI tomou o controle. "Não houve resistência do Taleban contra o EI, e as tribos locais não tinham como combatê-los, por isso nós simplesmente fugimos." Assista ao vídeo Os militantes agora têm uma base de fácil defesa em Tora Bora, disse Ali, assim como acesso a muitas outras partes da província de Nangarhar pelas montanhas Spin Ghar, ao longo da fronteira paquistanesa, onde se situa Tora Bora. "O EI tem um enclave e vai capturar essas áreas uma após outra", disse ele. Ali tem ampla experiência na luta contra a Al Qaeda na região, mas também foi acusado de ter ajudado Bin Laden a escapar de Tora Bora em dezembro de 2001, supostamente traindo seus aliados dos EUA e do Afeganistão quando se aproximou da liderança da Al Qaeda. Ali negou ter feito isso. O Estado Islâmico em Khorasan, como são conhecidos os militantes no Afeganistão e no Paquistão, não têm ligação direta com a Al Qaeda, que é em geral uma força esgotada nessa área. Mas o EI foi formado originalmente por elementos da Al Qaeda, e os dois grupos têm muitas semelhanças doutrinárias. Forças do governo e seus aliados da coalizão na área de Tora Bora se envolveram em poucas lutas recentes contra os talibãs que estão entrincheirados ali, apoiados por tribos locais na fronteira montanhosa com o Paquistão. Mas desde março forças afegãs apoiadas pelas tropas de Operações Especiais dos EUA vêm montando uma vigorosa campanha contra o EI no distrito de Achin, também na cadeia de Spin Ghar, mas a cerca de 80 km a leste de Tora Bora. Os seis soldados americanos mortos no Afeganistão até agora neste ano caíram em lutas ao redor do distrito de Achin. Os militares americanos disseram que mataram centenas de combatentes do EI na área de Achin, incluindo o "emir" do EI em Khorasan, xeque Abdul Hasib. Este foi um comandante do Taleban no Paquistão, que rompeu com eles para unir-se ao EI. Esse grupo e o Taleban vêm competindo selvagemente pelo domínio nas áreas que controlam, mas os do EI, mais radicais, dominaram o distrito de Achin, além de território no sul da província de Nangarhar. As autoridades do Taleban estão preocupadas com a atração do EI aos jovens combatentes impacientes com o progresso da insurgência, que já dura 15 anos. Na área de Tora Bora, os moradores estavam irritados com os talibãs e com o governo por permitirem que o EI dominasse. Malak Tor, um líder tribal do distrito de Pachir Agam, onde se localiza Tora Bora, queixou-se de que os pedidos dos moradores para que o governo montasse uma ofensiva para proteger Tora Bora foram ignorados. Entre outras coisas, os insurgentes do EI haviam tomado uma grande mina de mármore e um depósito de combustível. "Agora eles vão conseguir recursos financeiros e então será muito difícil expulsá-los de Tora Bora", afirmou Tor. O presidente Ashraf Ghani ordenou na quarta-feira que o 201º Corpo do Exército Nacional Afegão avance contra o EI nos distritos que incluem Tora Bora, segundo Attaullah Khogyani, porta-voz do governador da província de Nangarhar. Alim Eshaqzai, o vice-governador, disse que autoridades de segurança iniciarão operações por terra, ar e de artilharia contra o EI assim que possível. Tradução de LUIZ ROBERTO MENDES GONÇALVES
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Editorial: Jogo sujo
Padrões básicos de gestão e transparência administrativa soam como anátema no universo do futebol brasileiro. Os clubes, de forma geral, convivem com crônicos desequilíbrios orçamentários, dívidas volumosas e falta de planejamento –não raro agravados por transações irresponsáveis em proveito de dirigentes corruptos. Embora de 2003 a 2013 as receitas dos 20 principais clubes tenham crescido 375%, atingindo R$ 3,1 bilhões (segundo o estudo "Finanças dos Clubes Brasileiros", do consultor Amir Somoggi), o quadro é de baixa capacidade de investimento, uma vez que os recursos se esvaem em salários estratosféricos. Não é fácil mudar essa realidade. A inércia do atraso tem triunfado sobre as tentativas de implantação de parâmetros mais modernos e condizentes com a importância econômica e cultural do esporte. A mais recente proposta com essa finalidade enfrenta as mesmas resistências de sempre. Conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, a iniciativa em curso no Congresso procura equacionar as dívidas tributárias dos clubes com a União, estimadas em cerca de R$ 4 bilhões. O projeto, entretanto, tem sido objeto de disputa entre forças que defendem a adoção de normas rígidas para superar o atual estágio e aquelas, representadas pela CBF e pelos parlamentares da chamada bancada da bola, que procuram flexibilizar os compromissos, com vistas a aliviar –ou melhor, premiar– a gestão irresponsável. Trata-se, em resumo, de mais uma vez oferecer aos inadimplentes a oportunidade de refinanciar seus débitos com o poder público, benesse que só seria aceitável com a exigência de contrapartidas e o estabelecimento de sanções claras. Esse tópico do projeto, conhecido como "Fair Play Financeiro", é uma tentativa de obrigar as entidades a manter despesas proporcionais às receitas, sob pena de punições na esfera esportiva. A direção da CBF, contudo, tem procurado impedir que a proposta triunfe. Na jogada mais recente, operou um contrabando legislativo: parlamentares incluíram um dispositivo que autoriza o refinanciamento dos clubes, sem contrapartidas, em emenda à medida provisória 656/2014 –cujo propósito é conceder incentivos fiscais à geração de energia eólica. Resta saber se a presidente Dilma Rousseff (PT), que indicou para a pasta do Esporte um ministro no mínimo controverso, ficará ao lado do atraso ou se, como se espera, vetará o jogo sujo.
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Editorial: Jogo sujoPadrões básicos de gestão e transparência administrativa soam como anátema no universo do futebol brasileiro. Os clubes, de forma geral, convivem com crônicos desequilíbrios orçamentários, dívidas volumosas e falta de planejamento –não raro agravados por transações irresponsáveis em proveito de dirigentes corruptos. Embora de 2003 a 2013 as receitas dos 20 principais clubes tenham crescido 375%, atingindo R$ 3,1 bilhões (segundo o estudo "Finanças dos Clubes Brasileiros", do consultor Amir Somoggi), o quadro é de baixa capacidade de investimento, uma vez que os recursos se esvaem em salários estratosféricos. Não é fácil mudar essa realidade. A inércia do atraso tem triunfado sobre as tentativas de implantação de parâmetros mais modernos e condizentes com a importância econômica e cultural do esporte. A mais recente proposta com essa finalidade enfrenta as mesmas resistências de sempre. Conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, a iniciativa em curso no Congresso procura equacionar as dívidas tributárias dos clubes com a União, estimadas em cerca de R$ 4 bilhões. O projeto, entretanto, tem sido objeto de disputa entre forças que defendem a adoção de normas rígidas para superar o atual estágio e aquelas, representadas pela CBF e pelos parlamentares da chamada bancada da bola, que procuram flexibilizar os compromissos, com vistas a aliviar –ou melhor, premiar– a gestão irresponsável. Trata-se, em resumo, de mais uma vez oferecer aos inadimplentes a oportunidade de refinanciar seus débitos com o poder público, benesse que só seria aceitável com a exigência de contrapartidas e o estabelecimento de sanções claras. Esse tópico do projeto, conhecido como "Fair Play Financeiro", é uma tentativa de obrigar as entidades a manter despesas proporcionais às receitas, sob pena de punições na esfera esportiva. A direção da CBF, contudo, tem procurado impedir que a proposta triunfe. Na jogada mais recente, operou um contrabando legislativo: parlamentares incluíram um dispositivo que autoriza o refinanciamento dos clubes, sem contrapartidas, em emenda à medida provisória 656/2014 –cujo propósito é conceder incentivos fiscais à geração de energia eólica. Resta saber se a presidente Dilma Rousseff (PT), que indicou para a pasta do Esporte um ministro no mínimo controverso, ficará ao lado do atraso ou se, como se espera, vetará o jogo sujo.
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Nadal pode reencontrar desafeto brasileiro no Aberto do Rio
Uma das atrações do Aberto do Rio, entre 15 e 21 de fevereiro, pode ser o reencontro entre um tenista e um árbitro em quadras cariocas. Isso porque o ATP 500 da capital fluminense terá, além de Rafael Nadal, David Ferrer, Jo-Wilfried Tsonga e John Isner, a presença do árbitro brasileiro Carlos Bernardes. A escalação dele deve ser anunciada nesta semana. A relação entre Bernardes e Nadal não é das melhores nos últimos anos, ao ponto do espanhol, ex-número um do mundo, pedir à ATP (Associação de Tenistas Profissionais) que Bernardes não mais arbitrasse seus jogos. O pedido foi aceito ano passado. No entanto, no fim do ano, o presidente da ATP, Chris Kermode, disse que um acordo seria feito para a proibição caísse. "Bernardes adoraria voltar a arbitrar jogos do Nadal em 2016. Vamos buscar um acordo entre eles", disse em novembro passado. Bernardes é um dos principais árbitros do mundo e já comandou cinco finais de Grand Slam. Está confirmado para os Jogos Olímpicos do Rio, em agosto. Atual quinto colocado do ranking mundial, Nadal tem 14 títulos de Grand Slam e é considerado um dos melhores da história do tênis. Eles se reencontraram no ATP 250 de Doha, no Qatar. Primeiro Bernardes arbitrou uma partida de duplas e, depois, uma de simples com Nadal em quadra. No Aberto do Rio, como os dois são, respectivamente, o melhor árbitro e o melhor tenista da competição, a chance de um novo encontro acontecer é muito grande. "Estou muito feliz com a oportunidade de ir ao Rio Open novamente. Atuar no nosso país, ainda mais em um torneio grande como este, é especial. Passamos o ano todo fora de casa, então acaba sendo especial. Já fiz muitas finais pelo mundo e ter a chance de quem sabe fazer uma no Rio seria inesquecível", diz Bernardes, que é aconselhado a não falar sobre a relação com os tenistas durantes as entrevistas. O torneio carioca, considerado o mais importante do circuito profissional na América do Sul, vai ser jogado no Jockey Club Brasileiro. Nadal ganhou o Aberto do Rio em 2014. RIO-2015 Justamente no Aberto do Rio do ano passado, Nadal voltou a reclamar de Bernardes em quadra –já havia feito o mesmo em 2010 e 2012. Desta vez, no saibro carioca, o espanhol foi advertido duas vezes pelo árbitro por demorar mais do que o permitido para executar o saque. O tenista tem 25 segundos para sacar ou é advertido. Nadal costuma demorar mais do que isso, pois segue uma espécie de ritual toda vez que vai recomeçar o jogo. Bernardes não permitiu e deu duas advertências ao jogador na semifinal que ele perdeu para o italiano Fabio Fognini. Seria apenas mais uma discussão entre os dois, mas depois daquela derrota em fevereiro de 2015 Nadal pediu que o brasileiro deixasse de arbitrar suas partidas. Desde então, eles não estiveram juntos novamente em quadra. Nadal já tinha reclamado de uma marcação de Bernardes em 2010, nas Finais da ATP, em jogo contra o tcheco Tomas Berdych. O espanhol ameaçou abandonar a partida em razão de uma bola que o brasileiro acreditou que foi fora, mas com ajuda de imagens deu ponto para o adversário de Nadal. Ou seja, Bernardes erraria a favor de Nadal, mas foi corrigido pela tecnologia. O espanhol argumentou que não foi na bola por causa da marcação do árbitro, que não aceitou. Dois anos depois, no Aberto da Austrália, mais uma vez em partida contra Berdych, ele reclamou de Bernardes justamente porque o brasileiro não o deixou usar o recurso tecnológico para ver se a bola pingou dentro de quadra (chamado "Olho de Falcão). O problema é que Nadal não solicitou a imagem no momento da jogada, parando-a. Bernardes estava certo, assim como no caso anterior. Mas, em ambas, o ponto não foi para o espanhol. Então aconteceu o caso no Rio, em 2015. Nadal reclamou, disse que ia pedir para não ter mais jogos dele com Bernardes em quadra e, meses depois, confirmou que fez mesmo tal solicitação à ATP, que aceitou. Agora, espera-se que em 2016 seja tudo diferente.
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Nadal pode reencontrar desafeto brasileiro no Aberto do RioUma das atrações do Aberto do Rio, entre 15 e 21 de fevereiro, pode ser o reencontro entre um tenista e um árbitro em quadras cariocas. Isso porque o ATP 500 da capital fluminense terá, além de Rafael Nadal, David Ferrer, Jo-Wilfried Tsonga e John Isner, a presença do árbitro brasileiro Carlos Bernardes. A escalação dele deve ser anunciada nesta semana. A relação entre Bernardes e Nadal não é das melhores nos últimos anos, ao ponto do espanhol, ex-número um do mundo, pedir à ATP (Associação de Tenistas Profissionais) que Bernardes não mais arbitrasse seus jogos. O pedido foi aceito ano passado. No entanto, no fim do ano, o presidente da ATP, Chris Kermode, disse que um acordo seria feito para a proibição caísse. "Bernardes adoraria voltar a arbitrar jogos do Nadal em 2016. Vamos buscar um acordo entre eles", disse em novembro passado. Bernardes é um dos principais árbitros do mundo e já comandou cinco finais de Grand Slam. Está confirmado para os Jogos Olímpicos do Rio, em agosto. Atual quinto colocado do ranking mundial, Nadal tem 14 títulos de Grand Slam e é considerado um dos melhores da história do tênis. Eles se reencontraram no ATP 250 de Doha, no Qatar. Primeiro Bernardes arbitrou uma partida de duplas e, depois, uma de simples com Nadal em quadra. No Aberto do Rio, como os dois são, respectivamente, o melhor árbitro e o melhor tenista da competição, a chance de um novo encontro acontecer é muito grande. "Estou muito feliz com a oportunidade de ir ao Rio Open novamente. Atuar no nosso país, ainda mais em um torneio grande como este, é especial. Passamos o ano todo fora de casa, então acaba sendo especial. Já fiz muitas finais pelo mundo e ter a chance de quem sabe fazer uma no Rio seria inesquecível", diz Bernardes, que é aconselhado a não falar sobre a relação com os tenistas durantes as entrevistas. O torneio carioca, considerado o mais importante do circuito profissional na América do Sul, vai ser jogado no Jockey Club Brasileiro. Nadal ganhou o Aberto do Rio em 2014. RIO-2015 Justamente no Aberto do Rio do ano passado, Nadal voltou a reclamar de Bernardes em quadra –já havia feito o mesmo em 2010 e 2012. Desta vez, no saibro carioca, o espanhol foi advertido duas vezes pelo árbitro por demorar mais do que o permitido para executar o saque. O tenista tem 25 segundos para sacar ou é advertido. Nadal costuma demorar mais do que isso, pois segue uma espécie de ritual toda vez que vai recomeçar o jogo. Bernardes não permitiu e deu duas advertências ao jogador na semifinal que ele perdeu para o italiano Fabio Fognini. Seria apenas mais uma discussão entre os dois, mas depois daquela derrota em fevereiro de 2015 Nadal pediu que o brasileiro deixasse de arbitrar suas partidas. Desde então, eles não estiveram juntos novamente em quadra. Nadal já tinha reclamado de uma marcação de Bernardes em 2010, nas Finais da ATP, em jogo contra o tcheco Tomas Berdych. O espanhol ameaçou abandonar a partida em razão de uma bola que o brasileiro acreditou que foi fora, mas com ajuda de imagens deu ponto para o adversário de Nadal. Ou seja, Bernardes erraria a favor de Nadal, mas foi corrigido pela tecnologia. O espanhol argumentou que não foi na bola por causa da marcação do árbitro, que não aceitou. Dois anos depois, no Aberto da Austrália, mais uma vez em partida contra Berdych, ele reclamou de Bernardes justamente porque o brasileiro não o deixou usar o recurso tecnológico para ver se a bola pingou dentro de quadra (chamado "Olho de Falcão). O problema é que Nadal não solicitou a imagem no momento da jogada, parando-a. Bernardes estava certo, assim como no caso anterior. Mas, em ambas, o ponto não foi para o espanhol. Então aconteceu o caso no Rio, em 2015. Nadal reclamou, disse que ia pedir para não ter mais jogos dele com Bernardes em quadra e, meses depois, confirmou que fez mesmo tal solicitação à ATP, que aceitou. Agora, espera-se que em 2016 seja tudo diferente.
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Governo do Rio propõe teto de gastos para os três poderes
O governo do Rio enviou nesta terça (30) à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) projeto de lei que estabelece teto de gastos para os três poderes no estado. A proposta é parte do pacote de medidas para aderir ao programa de recuperação fiscal dos Estados. Dois outros projetos de lei relativos ao socorro federal foram discutidos nesta terça na Alerj, mas não chegaram a ser votados devido à apresentação de um grande número de emendas pelos deputados. O governo do Rio conta com o programa de recuperação fiscal para regularizar salários dos servidores e compromissos com seus fornecedores. A adesão ao programa garante a suspensão do pagamento das dívidas com a União, no valor de R$ 23 bilhões em três anos, além da possibilidade de tomar novos empréstimos. O projeto apresentado nesta terça prevê que que a taxa de crescimento anual das despesas não pode ultrapassar a inflação medida dois anos antes pelo IPCA, o índice oficial usado pelo governo, ou superar o crescimento da receita corrente líquida. O teto vale para os três poderes e inclui também gastos com previdência. Ainda não há data para votação. Na sessão desta terça, foram discutidos projetos que permitem ao governo aderir ao programa de recuperação fiscal e que restringem a concessão de pensões pelo Estado. O primeiro recebeu 73 emendas e o segundo, 255. Este último foi bastante criticado por deputados de oposição, para quem as mudanças representam mais sacrifício dos servidores estaduais. Na semana passada, o governo conseguiu aprovar o aumento da alíquota previdenciária dos servidores de 11% para 14%. A medida, porém, só poderá entrar em vigor quando os salários forem regularizados.
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Governo do Rio propõe teto de gastos para os três poderesO governo do Rio enviou nesta terça (30) à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) projeto de lei que estabelece teto de gastos para os três poderes no estado. A proposta é parte do pacote de medidas para aderir ao programa de recuperação fiscal dos Estados. Dois outros projetos de lei relativos ao socorro federal foram discutidos nesta terça na Alerj, mas não chegaram a ser votados devido à apresentação de um grande número de emendas pelos deputados. O governo do Rio conta com o programa de recuperação fiscal para regularizar salários dos servidores e compromissos com seus fornecedores. A adesão ao programa garante a suspensão do pagamento das dívidas com a União, no valor de R$ 23 bilhões em três anos, além da possibilidade de tomar novos empréstimos. O projeto apresentado nesta terça prevê que que a taxa de crescimento anual das despesas não pode ultrapassar a inflação medida dois anos antes pelo IPCA, o índice oficial usado pelo governo, ou superar o crescimento da receita corrente líquida. O teto vale para os três poderes e inclui também gastos com previdência. Ainda não há data para votação. Na sessão desta terça, foram discutidos projetos que permitem ao governo aderir ao programa de recuperação fiscal e que restringem a concessão de pensões pelo Estado. O primeiro recebeu 73 emendas e o segundo, 255. Este último foi bastante criticado por deputados de oposição, para quem as mudanças representam mais sacrifício dos servidores estaduais. Na semana passada, o governo conseguiu aprovar o aumento da alíquota previdenciária dos servidores de 11% para 14%. A medida, porém, só poderá entrar em vigor quando os salários forem regularizados.
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Aécio defende que debate sobre parlamentarismo fique para 2019
O presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu nesta terça-feira (15) que a discussão sobre a adoção de um sistema parlamentarista no país fique apenas para 2019. Para ele, somente um presidente escolhido em uma eleição direta terá autoridade para propor uma mudança no sistema presidencialista. "É algo que o PSDB defende, mas que fique para o presidente eleito em 2018. Ele terá autoridade, de eleito pelo sistema presidencialista e vendos o fracasso e as dificuldades [do atual sistema], de propor isso", disse. O tucano garantiu ainda que, caso seja eleito um presidente do PSDB, uma de suas primeiras iniciativas será propor alteração do presidencialismo para o parlamentarismo. O senador tratou sobre o tema após audiência, no Palácio do Planalto, com o presidente Michel Temer. Em oposição ao tucano, o peemedebista já disse que "não seria despropositada" discutir a adoção do parlamentarismo em 2018. "Eu acho que podemos pensar em um parlamentarismo para 2018. Acho que não seria despropositado", disse o presidente, no início deste mês. Nesta terça-feira (15), o presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, defendeu que o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), faça uma nova rodada de conversa sobre a reforma política com os presidentes dos partidos. "Do jeito que está, não há nenhum consenso sobre assunto. Eu vou conversar com a bancada da Câmara hoje", disse. O tucano criticou ainda a proposta de criação de um fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões com recursos públicos para financiar as campanhas do ano que vem. "O Fundão, do jeito que está, eu sou contra. Como você vai votar na mesma época que está discutindo o aumento do deficit para bilhões e bilhões?", disse. Tasso voltou a repetir que o PSDB só apoiará a mudança do atual modelo de escolha de deputados –proporcional– para o "distritão" se houver um compromisso de transição para o voto distrital misto em 2020.
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Aécio defende que debate sobre parlamentarismo fique para 2019O presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu nesta terça-feira (15) que a discussão sobre a adoção de um sistema parlamentarista no país fique apenas para 2019. Para ele, somente um presidente escolhido em uma eleição direta terá autoridade para propor uma mudança no sistema presidencialista. "É algo que o PSDB defende, mas que fique para o presidente eleito em 2018. Ele terá autoridade, de eleito pelo sistema presidencialista e vendos o fracasso e as dificuldades [do atual sistema], de propor isso", disse. O tucano garantiu ainda que, caso seja eleito um presidente do PSDB, uma de suas primeiras iniciativas será propor alteração do presidencialismo para o parlamentarismo. O senador tratou sobre o tema após audiência, no Palácio do Planalto, com o presidente Michel Temer. Em oposição ao tucano, o peemedebista já disse que "não seria despropositada" discutir a adoção do parlamentarismo em 2018. "Eu acho que podemos pensar em um parlamentarismo para 2018. Acho que não seria despropositado", disse o presidente, no início deste mês. Nesta terça-feira (15), o presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, defendeu que o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), faça uma nova rodada de conversa sobre a reforma política com os presidentes dos partidos. "Do jeito que está, não há nenhum consenso sobre assunto. Eu vou conversar com a bancada da Câmara hoje", disse. O tucano criticou ainda a proposta de criação de um fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões com recursos públicos para financiar as campanhas do ano que vem. "O Fundão, do jeito que está, eu sou contra. Como você vai votar na mesma época que está discutindo o aumento do deficit para bilhões e bilhões?", disse. Tasso voltou a repetir que o PSDB só apoiará a mudança do atual modelo de escolha de deputados –proporcional– para o "distritão" se houver um compromisso de transição para o voto distrital misto em 2020.
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Frio provoca efeito 'mais 5 minutos na cama', e estudantes se atrasam em SP
Gabriel Gragnani, 20, acordou, pôs a roupa e desistiu. Estava muito frio. "Voltei para a cama e joguei o edredom por cima, para me esquentar. Só que acabei dormindo de novo", conta o estudante. Ele despertou pouco tempo depois, com uma bronca da mãe, já estava atrasado para as aulas da faculdade. Assim como Gragnani, muitos paulistanos tiveram que fazer um esforço adicional para sair da cama nesta terça (24), quando a temperatura mínima atingiu 9,5°C, batendo o recorde do ano, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A estudante Fátima Youssef, 20, também chegou tarde para a aula da faculdade de Direito, marcada para as 7h30. "Desliguei o alarme, sei lá como, e dormi. Acordei uma hora depois", lamenta. Já a doméstica Carticilene Rodrigues, 41, não se atrasou para o trabalho. Ela saiu de Pirituba, às 7h. Mas, mesmo com três camadas de roupa, casaco de lã e cachecol, passou frio à espera do ônibus. "Nunca me acostumei com essas temperaturas", diz a nordestina, que chegou a SP há 17 anos. "Dá muita preguiça, frio só é bom para dormir." A madrugada de terça foi a mais gelada do ano na cidade de São Paulo. Até então, o recorde havia sido registrado no dia 2 de maio (10°C), segundo o Inmet. A previsão para a madrugada desta quarta-feira é de 10°C, de acordo com o meteorologista Franco Vilela, do instituto. A tendência é que as temperaturas mínimas aumentem ligeiramente nos próximos dias. O recorde desta terça, considerando a série dos meses de maio do Inmet, é a menor temperatura registrada desde 31 de maio de 2007. Em relação a dias corridos, é a temperatura mais baixa desde 27 de setembro de 2013. O frio, um pouco mais suave, deve continuar até o feriado de Corpus Christi, nesta quinta (26), que deve ter também períodos de chuva na Grande São Paulo e em outras regiões do Estado. Michael Pantera, meteorologista do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências do município), afirma que a queda da temperatura se deve à entrada de uma massa de ar de origem polar que chegou ao Estado na segunda (23). COMEMORAÇÃO Muitos paulistanos comemoraram a chegada da frente fria. A estudante Flávia Moraes, 27, acredita que tem mais energia para trabalhar e sair de casa quando as temperaturas baixam. Para a funcionária pública Vera Liz Pinto, 56, o frio permite usar roupas mais elegantes. "Eu gosto, acho que dá um tchã no visual das pessoas." Menina é um exemplo disso. A cadela, de 6 anos, passeava pela Paulista com um vestidinho rosa, estampado de patinhas e flores de crochê. "Se não usar roupa, ela fica soluçando, por causa do frio", afirma seu dono, o aposentado Oldemar de Oliveira, 80. "A Menina tem quatro vestidos de inverno", conta.
cotidiano
Frio provoca efeito 'mais 5 minutos na cama', e estudantes se atrasam em SPGabriel Gragnani, 20, acordou, pôs a roupa e desistiu. Estava muito frio. "Voltei para a cama e joguei o edredom por cima, para me esquentar. Só que acabei dormindo de novo", conta o estudante. Ele despertou pouco tempo depois, com uma bronca da mãe, já estava atrasado para as aulas da faculdade. Assim como Gragnani, muitos paulistanos tiveram que fazer um esforço adicional para sair da cama nesta terça (24), quando a temperatura mínima atingiu 9,5°C, batendo o recorde do ano, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A estudante Fátima Youssef, 20, também chegou tarde para a aula da faculdade de Direito, marcada para as 7h30. "Desliguei o alarme, sei lá como, e dormi. Acordei uma hora depois", lamenta. Já a doméstica Carticilene Rodrigues, 41, não se atrasou para o trabalho. Ela saiu de Pirituba, às 7h. Mas, mesmo com três camadas de roupa, casaco de lã e cachecol, passou frio à espera do ônibus. "Nunca me acostumei com essas temperaturas", diz a nordestina, que chegou a SP há 17 anos. "Dá muita preguiça, frio só é bom para dormir." A madrugada de terça foi a mais gelada do ano na cidade de São Paulo. Até então, o recorde havia sido registrado no dia 2 de maio (10°C), segundo o Inmet. A previsão para a madrugada desta quarta-feira é de 10°C, de acordo com o meteorologista Franco Vilela, do instituto. A tendência é que as temperaturas mínimas aumentem ligeiramente nos próximos dias. O recorde desta terça, considerando a série dos meses de maio do Inmet, é a menor temperatura registrada desde 31 de maio de 2007. Em relação a dias corridos, é a temperatura mais baixa desde 27 de setembro de 2013. O frio, um pouco mais suave, deve continuar até o feriado de Corpus Christi, nesta quinta (26), que deve ter também períodos de chuva na Grande São Paulo e em outras regiões do Estado. Michael Pantera, meteorologista do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências do município), afirma que a queda da temperatura se deve à entrada de uma massa de ar de origem polar que chegou ao Estado na segunda (23). COMEMORAÇÃO Muitos paulistanos comemoraram a chegada da frente fria. A estudante Flávia Moraes, 27, acredita que tem mais energia para trabalhar e sair de casa quando as temperaturas baixam. Para a funcionária pública Vera Liz Pinto, 56, o frio permite usar roupas mais elegantes. "Eu gosto, acho que dá um tchã no visual das pessoas." Menina é um exemplo disso. A cadela, de 6 anos, passeava pela Paulista com um vestidinho rosa, estampado de patinhas e flores de crochê. "Se não usar roupa, ela fica soluçando, por causa do frio", afirma seu dono, o aposentado Oldemar de Oliveira, 80. "A Menina tem quatro vestidos de inverno", conta.
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Arqueólogos revelam 'Game of Tribos' entre índios do Sul no ano 1000 d.C.
Estamos na divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por volta do ano 1000 d.C. A região Sul do futuro Brasil está sendo conquistada pelos guerreiros antropófagos tupis-guaranis. Todo o sul do Brasil? Não –chefes habilidosos, ancestrais de grupos como os atuais caingangues, aproveitam a ameaça para consolidar seu poder, unificar tribos antes dispersas sob sua égide e construir monumentos no alto das colinas, mostrando aos invasores sua disposição de resistir até o fim. Descontado algum exagero épico, é mais ou menos esse é o retrato revelado pelos arqueólogos que estão escavando o interior da região Sul (em especial as áreas de planalto) nos últimos anos. Os dados podem enterrar de vez a ideia de que os habitantes do planalto nessa época, os chamados proto-jês, formavam grupos pequenos e igualitários, com estilo de vida rudimentar e pouco impacto sobre a paisagem. PROTO-JÊS DO SUL "A ameaça externa faz com que certas estruturas políticas mais complexas emerjam", resume Jonas Gregorio de Souza, pesquisador brasileiro que é doutorando do Departamento de Arqueologia da Universidade de Exeter (Reino Unido). Junto com colegas como Rafael Corteletti, da Universidade Federal do Paraná, e Mark Robinson, também de Exeter, Souza publicou algumas das conclusões da equipe sobre o tema em artigo recente na revista científica "Journal of Anthropological Archaeology". MONUMENTOS NO MAPA Um dos pontos centrais da pesquisa foi o mapeamento detalhado dos locais e das datações dos monumentos da cultura proto-jê, ao qual pertenciam os ancestrais de indígenas como os caingangues e xoclengues modernos ("jê" é o termo usado para designar o grande grupo linguístico ao qual os idiomas dessas tribos atuais pertencem). Essa análise especial revelou alguns padrões significativos (veja infográfico). Primeiro, a construção de monumentos ganha força por volta do ano 1000 d.C., época que coincide com o aparecimento de artefatos associados à cultura tupi-guarani no território tradicional dos proto-jês. Ao mesmo tempo, as estruturas monumentais –como grandes muros circulares de terra e morros artificiais– concentram-se nas áreas onde os artefatos das duas culturas rivais não são encontrados juntos, mas onde há apenas cerâmica típica proto-jê. Acontece que os dados obtidos por etnólogos a partir do século 19, quando as tribos da região já estavam em declínio, mas ainda eram relativamente numerosas, mostram que esse tipo de monumento era dedicado exclusivamente ao enterro das famílias dos chefes, que obtinham seu poder de forma hereditária –coisa relativamente rara entre os indígenas brasileiros. Eles mobilizavam o trabalho de membros de diversas aldeias para a construção dos monumentos e as cerimônias funerárias, além de dominar áreas relativamente extensas –quatro ou cinco grandes chefes dividiam entre si todo o planalto do Rio Grande do Sul, por exemplo. "O papel central desses chefes, especialmente entre os caingangues, é a liderança na guerra", diz Souza. Por tudo isso, faz sentido que a gênese dos monumentos tenha acontecido justamente quando a chegada dos tupis-guaranis - que já tinham se expandido pelo litoral brasileiro e pelos principais rios da bacia do Paraná – colocava em risco o território tradicional proto-jê. Nas vizinhanças dos monumentos, os pesquisadores têm encontrado tanto fornos de pedra quanto cerâmicas com resíduos de milho. O cereal, quando fermentado, servia para produzir as bebidas alcoólicas nativas, o que indica a realização de grandes festas funerárias no entorno das colinas sagradas. O interior dos círculos artificiais não abrigava nenhuma estrutura além do sepultamento, que podia ser acompanhado por um pratinho e uma espécie de copo - provavelmente oferendas para o morto ilustre. Ao celebrar seus próprios ancestrais por esses meios, os chefes proto-jês provavelmente eram capazes de justificar seu direito ao poder político por meios religiosos. Uma questão importante que ainda está em aberto é como os tupis-guaranis conseguiram avançar tanto nos territórios da regiões Sul, Sudeste e Nordeste, em especial no litoral. Os dados linguísticos e arqueológicos deixam claro que o lar original desses povos é a Amazônia, provavelmente no entorno de Rondônia. Alguns pesquisadores atribuem essa expansão à ideologia guerreira e antropófaga (na qual o principal objetivo era derrotar e devorar os inimigos), mas outras tribos do Brasil pré-cabralino também valorizavam as proezas bélicas.
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Arqueólogos revelam 'Game of Tribos' entre índios do Sul no ano 1000 d.C.Estamos na divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por volta do ano 1000 d.C. A região Sul do futuro Brasil está sendo conquistada pelos guerreiros antropófagos tupis-guaranis. Todo o sul do Brasil? Não –chefes habilidosos, ancestrais de grupos como os atuais caingangues, aproveitam a ameaça para consolidar seu poder, unificar tribos antes dispersas sob sua égide e construir monumentos no alto das colinas, mostrando aos invasores sua disposição de resistir até o fim. Descontado algum exagero épico, é mais ou menos esse é o retrato revelado pelos arqueólogos que estão escavando o interior da região Sul (em especial as áreas de planalto) nos últimos anos. Os dados podem enterrar de vez a ideia de que os habitantes do planalto nessa época, os chamados proto-jês, formavam grupos pequenos e igualitários, com estilo de vida rudimentar e pouco impacto sobre a paisagem. PROTO-JÊS DO SUL "A ameaça externa faz com que certas estruturas políticas mais complexas emerjam", resume Jonas Gregorio de Souza, pesquisador brasileiro que é doutorando do Departamento de Arqueologia da Universidade de Exeter (Reino Unido). Junto com colegas como Rafael Corteletti, da Universidade Federal do Paraná, e Mark Robinson, também de Exeter, Souza publicou algumas das conclusões da equipe sobre o tema em artigo recente na revista científica "Journal of Anthropological Archaeology". MONUMENTOS NO MAPA Um dos pontos centrais da pesquisa foi o mapeamento detalhado dos locais e das datações dos monumentos da cultura proto-jê, ao qual pertenciam os ancestrais de indígenas como os caingangues e xoclengues modernos ("jê" é o termo usado para designar o grande grupo linguístico ao qual os idiomas dessas tribos atuais pertencem). Essa análise especial revelou alguns padrões significativos (veja infográfico). Primeiro, a construção de monumentos ganha força por volta do ano 1000 d.C., época que coincide com o aparecimento de artefatos associados à cultura tupi-guarani no território tradicional dos proto-jês. Ao mesmo tempo, as estruturas monumentais –como grandes muros circulares de terra e morros artificiais– concentram-se nas áreas onde os artefatos das duas culturas rivais não são encontrados juntos, mas onde há apenas cerâmica típica proto-jê. Acontece que os dados obtidos por etnólogos a partir do século 19, quando as tribos da região já estavam em declínio, mas ainda eram relativamente numerosas, mostram que esse tipo de monumento era dedicado exclusivamente ao enterro das famílias dos chefes, que obtinham seu poder de forma hereditária –coisa relativamente rara entre os indígenas brasileiros. Eles mobilizavam o trabalho de membros de diversas aldeias para a construção dos monumentos e as cerimônias funerárias, além de dominar áreas relativamente extensas –quatro ou cinco grandes chefes dividiam entre si todo o planalto do Rio Grande do Sul, por exemplo. "O papel central desses chefes, especialmente entre os caingangues, é a liderança na guerra", diz Souza. Por tudo isso, faz sentido que a gênese dos monumentos tenha acontecido justamente quando a chegada dos tupis-guaranis - que já tinham se expandido pelo litoral brasileiro e pelos principais rios da bacia do Paraná – colocava em risco o território tradicional proto-jê. Nas vizinhanças dos monumentos, os pesquisadores têm encontrado tanto fornos de pedra quanto cerâmicas com resíduos de milho. O cereal, quando fermentado, servia para produzir as bebidas alcoólicas nativas, o que indica a realização de grandes festas funerárias no entorno das colinas sagradas. O interior dos círculos artificiais não abrigava nenhuma estrutura além do sepultamento, que podia ser acompanhado por um pratinho e uma espécie de copo - provavelmente oferendas para o morto ilustre. Ao celebrar seus próprios ancestrais por esses meios, os chefes proto-jês provavelmente eram capazes de justificar seu direito ao poder político por meios religiosos. Uma questão importante que ainda está em aberto é como os tupis-guaranis conseguiram avançar tanto nos territórios da regiões Sul, Sudeste e Nordeste, em especial no litoral. Os dados linguísticos e arqueológicos deixam claro que o lar original desses povos é a Amazônia, provavelmente no entorno de Rondônia. Alguns pesquisadores atribuem essa expansão à ideologia guerreira e antropófaga (na qual o principal objetivo era derrotar e devorar os inimigos), mas outras tribos do Brasil pré-cabralino também valorizavam as proezas bélicas.
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Erramos: Renato Augusto diz que Corinthians deve dinheiro para jogadores
Diferentemente do informado na reportagem "Renato Augusto diz que Corinthians deve dinheiro para jogadores" (Esporte - 06/01/2015 - 13h26), o Corinthians foi campeão paulista e da Recopa Sul-Americana em 2013, não em 2014. O texto foi corrigido.
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Erramos: Renato Augusto diz que Corinthians deve dinheiro para jogadoresDiferentemente do informado na reportagem "Renato Augusto diz que Corinthians deve dinheiro para jogadores" (Esporte - 06/01/2015 - 13h26), o Corinthians foi campeão paulista e da Recopa Sul-Americana em 2013, não em 2014. O texto foi corrigido.
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Barbosa diz que BC tem autonomia para usar juros e combater inflação
O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou nesta quarta-feira (6) que o Banco Central tem autonomia para administrar a política monetária, especialmente a taxa de juros, da maneira adequada para controlar a inflação. Barbosa foi questionado sobre a existência de pressões de outras áreas do governo para que o BC não eleve a taxa básica de juros (Selic) na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) marcada para os dias 19 e 20 de janeiro. As afirmações foram feitas após encontro do ministro com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. Os dois se reuniram para retomar as conversas sobre adoção de mecanismos para acelerar a cobrança de dívida com a União. "Esse é um trabalho que foi iniciado no ano passado, e estamos aqui para retomar essas conversas e dar prosseguimento a essa ação, envolvendo não só o Ministério da Fazenda, mas também a AGU [Advocacia-Geral da União]", afirmou Barbosa após o encontro. COPOM De acordo com o boletim Focus do BC, a mediana das apostas era de aumento da taxa de 14,25% para 14,75% ao ano no final da semana passada. Nos últimos dias, no entanto, parte do mercado reviu suas projeções, o que resultou em queda nos juros dos títulos públicos e dos contratos negociados na Bolsa. O dado sobre o IPCA de 2015, que será divulgado nesta semana, vai mostrar uma inflação superior a 10% no ano passado. E a expectativa da maior parte do mercado é que o índice de preços estoure o limite de 6,5% em 2016. O próprio BC avalia que há quase 50% de chances de descumprimento da meta por dois anos seguidos e afirma que irá subir os juros se necessário. Questionado no final do ano passado sobre pressões políticas para baixar juros, diante da queda na atividade e do aumento do desemprego, o diretor de Política Econômica, Altamir Lopes, afirmou que a inflação é tão ruim ou pior que esses problemas. Disse ainda que o BC só tem um mandato, que é assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda.
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Barbosa diz que BC tem autonomia para usar juros e combater inflaçãoO ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou nesta quarta-feira (6) que o Banco Central tem autonomia para administrar a política monetária, especialmente a taxa de juros, da maneira adequada para controlar a inflação. Barbosa foi questionado sobre a existência de pressões de outras áreas do governo para que o BC não eleve a taxa básica de juros (Selic) na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) marcada para os dias 19 e 20 de janeiro. As afirmações foram feitas após encontro do ministro com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. Os dois se reuniram para retomar as conversas sobre adoção de mecanismos para acelerar a cobrança de dívida com a União. "Esse é um trabalho que foi iniciado no ano passado, e estamos aqui para retomar essas conversas e dar prosseguimento a essa ação, envolvendo não só o Ministério da Fazenda, mas também a AGU [Advocacia-Geral da União]", afirmou Barbosa após o encontro. COPOM De acordo com o boletim Focus do BC, a mediana das apostas era de aumento da taxa de 14,25% para 14,75% ao ano no final da semana passada. Nos últimos dias, no entanto, parte do mercado reviu suas projeções, o que resultou em queda nos juros dos títulos públicos e dos contratos negociados na Bolsa. O dado sobre o IPCA de 2015, que será divulgado nesta semana, vai mostrar uma inflação superior a 10% no ano passado. E a expectativa da maior parte do mercado é que o índice de preços estoure o limite de 6,5% em 2016. O próprio BC avalia que há quase 50% de chances de descumprimento da meta por dois anos seguidos e afirma que irá subir os juros se necessário. Questionado no final do ano passado sobre pressões políticas para baixar juros, diante da queda na atividade e do aumento do desemprego, o diretor de Política Econômica, Altamir Lopes, afirmou que a inflação é tão ruim ou pior que esses problemas. Disse ainda que o BC só tem um mandato, que é assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda.
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Serviços compartilhados são tendência inevitável, afirmam especialistas
LEANDRO NOMURA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A analista bancária Cristina Magalhães, 38, lava roupa suja na frente dos vizinhos. O que antes era uma afronta aos bons costumes, hoje é realidade para quem, como ela, mora em apartamentos sem áreas de serviço e depende da lavanderia compartilhada. Ela vive há um ano em um estúdio de 46 m² no Setin Downtown São João, no centro de São Paulo. "No começo, estranhei. Não tem como não sentir uma invasão de privacidade. Hoje, não sinto mais falta de uma área de serviço. Tudo é uma questão de adaptação, a gente vai ter que começar a dividir", diz Magalhães. Já a economista Andréa Angelo, 30, usa com frequência uma das quatro bicicletas disponíveis para todos os moradores do condomínio Vox Vila Olímpia, da Vitacon. "Vou trabalhar de bicicleta todos os dias. Tenho a minha, mas quando ela está em manutenção uso as do prédio", conta ela, que trabalha a quatro quilômetros dali, no Itaim Bibi, zona oeste. Além de lavanderias e bicicletas compartilháveis, os próximos empreendimentos em São Paulo contarão também com vans, carros e até apartamentos para visitantes que poderão ser usados por todos os moradores. A tendência de compartilhar é "algo inevitável" em grandes cidades, segundo Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da Abyara Brasil Brokers. "Os espaços estão cada vez mais caros e escassos. Não é barato manter um carro, por exemplo. Uma vaga de garagem custa até R$ 100 mil", exemplifica. Para Octávio Flores, diretor de incorporação da Gafisa, o sucesso de serviços como Uber e Airbnb serviu de exemplo ao setor imobiliário. "As pessoas estão mais interessadas no direito de uso em vez do direito de posse." NO MERCADO A Gafisa está levantando dois empreendimentos que aliam tecnologia e compartilhamento. No Smart Vila Madalena e no Smart Santa Cecília, os moradores terão um aplicativo no celular para reservar carros, bicicletas e apartamentos para visitas. A ferramenta vai permitir também que o morador se relacione com os vizinhos. "Será uma forma de encontrar alguém que queira dividir os serviços de diarista, personal trainer ou professor de inglês", diz Flores. Com apartamentos de até dois dormitórios, de 31 m² a 105 m², o Smart Vila Madalena tem unidades vendidas a partir de R$ 377 mil. Os imóveis do Smart Santa Cecília, com plantas de até dois quartos, entre 26 m² e 52 m², custam a partir de R$ 317 mil. O público disposto a dividir espaços e serviços é formado hoje, em sua maioria, por jovens solteiros ou casais sem filhos, segundo Vivanco. Mas as construtoras apostam que o hábito de compartilhar chegará a todas as idades. A Gafisa mira as famílias no Like Alto da Boa Vista, que terá uma van para levar moradores a shoppings, escolas e escritórios da região. O empreendimento também prevê uma horta, que será mantida pelos moradores. O prédio terá unidades de até três dormitórios e 78 m², vendidas a partir de R$ 544 mil. A previsão é que fique pronto em 2019. "O compartilhamento não é modismo. Veio para ficar e é para todas as idades. O que muda é o tipo de serviço oferecido para cada faixa etária e estilo de vida", diz Fabio Villas Bôas, diretor executivo técnico da Tecnisa. A empresa é responsável pelo Jardim das Perdizes, um mega empreendimento com 2.600 unidades divididas em 28 torres, 10 já entregues. Lá, os moradores já têm à disposição bicicletas compartilháveis e um escritório equipado com computadores, copiadoras, telefone e cafeteira. Até o final do ano, o condomínio também disponibilizará vans. Os apartamentos, de dois a quatro dormitórios, são vendidos a partir de R$ 791 mil.
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Serviços compartilhados são tendência inevitável, afirmam especialistas LEANDRO NOMURA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A analista bancária Cristina Magalhães, 38, lava roupa suja na frente dos vizinhos. O que antes era uma afronta aos bons costumes, hoje é realidade para quem, como ela, mora em apartamentos sem áreas de serviço e depende da lavanderia compartilhada. Ela vive há um ano em um estúdio de 46 m² no Setin Downtown São João, no centro de São Paulo. "No começo, estranhei. Não tem como não sentir uma invasão de privacidade. Hoje, não sinto mais falta de uma área de serviço. Tudo é uma questão de adaptação, a gente vai ter que começar a dividir", diz Magalhães. Já a economista Andréa Angelo, 30, usa com frequência uma das quatro bicicletas disponíveis para todos os moradores do condomínio Vox Vila Olímpia, da Vitacon. "Vou trabalhar de bicicleta todos os dias. Tenho a minha, mas quando ela está em manutenção uso as do prédio", conta ela, que trabalha a quatro quilômetros dali, no Itaim Bibi, zona oeste. Além de lavanderias e bicicletas compartilháveis, os próximos empreendimentos em São Paulo contarão também com vans, carros e até apartamentos para visitantes que poderão ser usados por todos os moradores. A tendência de compartilhar é "algo inevitável" em grandes cidades, segundo Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da Abyara Brasil Brokers. "Os espaços estão cada vez mais caros e escassos. Não é barato manter um carro, por exemplo. Uma vaga de garagem custa até R$ 100 mil", exemplifica. Para Octávio Flores, diretor de incorporação da Gafisa, o sucesso de serviços como Uber e Airbnb serviu de exemplo ao setor imobiliário. "As pessoas estão mais interessadas no direito de uso em vez do direito de posse." NO MERCADO A Gafisa está levantando dois empreendimentos que aliam tecnologia e compartilhamento. No Smart Vila Madalena e no Smart Santa Cecília, os moradores terão um aplicativo no celular para reservar carros, bicicletas e apartamentos para visitas. A ferramenta vai permitir também que o morador se relacione com os vizinhos. "Será uma forma de encontrar alguém que queira dividir os serviços de diarista, personal trainer ou professor de inglês", diz Flores. Com apartamentos de até dois dormitórios, de 31 m² a 105 m², o Smart Vila Madalena tem unidades vendidas a partir de R$ 377 mil. Os imóveis do Smart Santa Cecília, com plantas de até dois quartos, entre 26 m² e 52 m², custam a partir de R$ 317 mil. O público disposto a dividir espaços e serviços é formado hoje, em sua maioria, por jovens solteiros ou casais sem filhos, segundo Vivanco. Mas as construtoras apostam que o hábito de compartilhar chegará a todas as idades. A Gafisa mira as famílias no Like Alto da Boa Vista, que terá uma van para levar moradores a shoppings, escolas e escritórios da região. O empreendimento também prevê uma horta, que será mantida pelos moradores. O prédio terá unidades de até três dormitórios e 78 m², vendidas a partir de R$ 544 mil. A previsão é que fique pronto em 2019. "O compartilhamento não é modismo. Veio para ficar e é para todas as idades. O que muda é o tipo de serviço oferecido para cada faixa etária e estilo de vida", diz Fabio Villas Bôas, diretor executivo técnico da Tecnisa. A empresa é responsável pelo Jardim das Perdizes, um mega empreendimento com 2.600 unidades divididas em 28 torres, 10 já entregues. Lá, os moradores já têm à disposição bicicletas compartilháveis e um escritório equipado com computadores, copiadoras, telefone e cafeteira. Até o final do ano, o condomínio também disponibilizará vans. Os apartamentos, de dois a quatro dormitórios, são vendidos a partir de R$ 791 mil.
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Cortes de energia caem em janeiro, mas carga interrompida cresce 76%
O número de episódios de interrupção relevante no fornecimento de eletricidade no Brasil caiu em janeiro em relação ao do mesmo mês do ano passado, mas o montante de carga cortada saltou cerca de 76%, segundo dados divulgados pelo Ministério de Minas e Energia (MME), nesta segunda-feira (23). O Brasil teve 7 cortes no fornecimento de energia em janeiro, considerando apenas casos em que a interrupção foi de pelo menos 10 minutos e envolvendo carga a partir de 100 megawatts, ante 15 episódios no mesmo período de 2014. Porém, o total de carga interrompida chegou a 6.136 (MW) megawatts, em comparação com 3.488 MW em janeiro do ano passado. Os cortes de janeiro incluem o apagão orquestrado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) em 19 de janeiro e que envolveu cerca de 4.453 MW. O apagão desse dia ocorreu em 11 Estados e no Distrito Federal diante de "perda de geração em algumas usinas" do Sistema Interligado Nacional (SIN)", além de problemas de transmissão de eletricidade da região Norte para o Sudeste do país.. Especialistas do setor que têm sido consultados pela Reuters apontam que o sistema elétrico brasileiro está operando no limite, com praticamente todas as termelétricas acionadas para ajudar a preservar os reservatórios das hidrelétricas. As represas estão em níveis baixos recordes e seguem em queda num período em que deveriam encher. Recentemente, o governo federal lançou as primeiras medidas para tentar reduzir a demanda por energia do país, algo que foi interpretado por analistas do setor como preocupação sobre risco de faltar eletricidade, num cenário similar ao ocorrido antes do racionamento de 2001. Segundo o boletim do ministério, a capacidade própria instalada total de geração de energia elétrica do Brasil atingiu 134.008 MW no mês passado. "Em comparação com o mesmo mês em 2014, houve expansão de 3.277 MW de geração de fontes hidráulicas, de 1.429 MW de fontes térmicas e de 2.729 MW de geração eólica", afirmou o MME.
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Cortes de energia caem em janeiro, mas carga interrompida cresce 76%O número de episódios de interrupção relevante no fornecimento de eletricidade no Brasil caiu em janeiro em relação ao do mesmo mês do ano passado, mas o montante de carga cortada saltou cerca de 76%, segundo dados divulgados pelo Ministério de Minas e Energia (MME), nesta segunda-feira (23). O Brasil teve 7 cortes no fornecimento de energia em janeiro, considerando apenas casos em que a interrupção foi de pelo menos 10 minutos e envolvendo carga a partir de 100 megawatts, ante 15 episódios no mesmo período de 2014. Porém, o total de carga interrompida chegou a 6.136 (MW) megawatts, em comparação com 3.488 MW em janeiro do ano passado. Os cortes de janeiro incluem o apagão orquestrado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) em 19 de janeiro e que envolveu cerca de 4.453 MW. O apagão desse dia ocorreu em 11 Estados e no Distrito Federal diante de "perda de geração em algumas usinas" do Sistema Interligado Nacional (SIN)", além de problemas de transmissão de eletricidade da região Norte para o Sudeste do país.. Especialistas do setor que têm sido consultados pela Reuters apontam que o sistema elétrico brasileiro está operando no limite, com praticamente todas as termelétricas acionadas para ajudar a preservar os reservatórios das hidrelétricas. As represas estão em níveis baixos recordes e seguem em queda num período em que deveriam encher. Recentemente, o governo federal lançou as primeiras medidas para tentar reduzir a demanda por energia do país, algo que foi interpretado por analistas do setor como preocupação sobre risco de faltar eletricidade, num cenário similar ao ocorrido antes do racionamento de 2001. Segundo o boletim do ministério, a capacidade própria instalada total de geração de energia elétrica do Brasil atingiu 134.008 MW no mês passado. "Em comparação com o mesmo mês em 2014, houve expansão de 3.277 MW de geração de fontes hidráulicas, de 1.429 MW de fontes térmicas e de 2.729 MW de geração eólica", afirmou o MME.
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Arno anuncia que vai fechar sua fábrica no bairro da Mooca
A Arno vai fechar sua fábrica na capital paulista e mais de 2.000 trabalhadores diretos e indiretos podem perder seus empregos, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes. Em nota, o Grupo SEB, responsável pela marca, informou que, dos 650 funcionários da fábrica, 450 serão "impactados pela mudança". A empresa anunciou que a empresa sairá da Mooca (zona leste de SP) e irá para Itatiaia (RJ). Segundo o grupo, "não é mais viável manter uma fábrica na região central de São Paulo, com perfil urbano e com dificuldades operacionais e logísticas". "A sede do Grupo SEB, bem como suas áreas de suporte como pesquisa e desenvolvimento, compras, marketing, comercial e financeira, permanecem em São Paulo." O sindicato disse que foi informado da decisão há cerca de 15 dias e que não houve negociação. "Nós não vamos permitir que famílias sejam prejudicadas por uma guerra fiscal", afirmou Miguel Torres, presidente do sindicato. Para discutir a situação e meios de garantir a permanência da unidade em São Paulo, o sindicato quer se reunir com o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo a Arno, a mudança começará em novembro e ocorrerá em duas etapas.
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Arno anuncia que vai fechar sua fábrica no bairro da MoocaA Arno vai fechar sua fábrica na capital paulista e mais de 2.000 trabalhadores diretos e indiretos podem perder seus empregos, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes. Em nota, o Grupo SEB, responsável pela marca, informou que, dos 650 funcionários da fábrica, 450 serão "impactados pela mudança". A empresa anunciou que a empresa sairá da Mooca (zona leste de SP) e irá para Itatiaia (RJ). Segundo o grupo, "não é mais viável manter uma fábrica na região central de São Paulo, com perfil urbano e com dificuldades operacionais e logísticas". "A sede do Grupo SEB, bem como suas áreas de suporte como pesquisa e desenvolvimento, compras, marketing, comercial e financeira, permanecem em São Paulo." O sindicato disse que foi informado da decisão há cerca de 15 dias e que não houve negociação. "Nós não vamos permitir que famílias sejam prejudicadas por uma guerra fiscal", afirmou Miguel Torres, presidente do sindicato. Para discutir a situação e meios de garantir a permanência da unidade em São Paulo, o sindicato quer se reunir com o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo a Arno, a mudança começará em novembro e ocorrerá em duas etapas.
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As belas e as feras
"A Bela e a Fera", de Bill Condon, é ótimo para crianças, mas, pelo que eu vi, seu grande sucesso é com os jovens casais de namorados. Durante o fim de semana, as sessões 3D, Imax e sala VIP estavam lotadas com notável antecipação –ou seja, o filme é um programa. E a prova da idade média da plateia foi, na minha sessão, a quantidade de vizinhos que ligavam o celular e ficavam teclando durante o filme. Além dos óculos de três dimensões, deveriam distribuir, nos cinemas, aqueles tapa-olhos laterais que foram inventados para os cavalos não se assustarem com movimentos nas margens de seu campo de visão. Enfim, entende-se facilmente que "A Bela e a Fera" seja programa para jovens namorados: é o sonho de um amor que teria o poder de redimir, de transformar o outro e de torná-lo mais amável –essa transformação sendo, aliás, uma justa recompensa para quem aguentou amar o monstro. Pensando bem, é curioso que essa ideia tenha tanto sucesso, porque, na realidade, não é isso o que acontece com mais frequência: a gente pode se casar com uma fera, esperando que ela contenha um príncipe escondido, no entanto, a regra é que a gente casa com príncipe (ou princesa) e depois disso descobre que havia nele (ou nela) uma fera escondida. Enfim, voltemos à "A Bela e a Fera": todos gostaríamos que nossos beijos amorosos tivessem o poder de quebrar o casulo e liberar borboletas maravilhosas. É verdade que, na modernidade, o amor é o grande fator das mudanças. É por amor (o amor de Romeu e de Julieta) que Montecchios e Capuletos esquecerão ódios e vendetas. É o amor que autoriza qualquer um a se juntar com outro de uma classe ou de uma religião diferentes. É também do amor (de transferência) que tiram sua força as terapias pela palavra (e, em parte, a própria medicina). Em suma, como cantavam os Beatles, o amor é tudo de que precisamos, mas, atenção: não é por isso que, no amor e pelo amor, seja garantido que a gente consiga transformar o outro. Recomenda-se, aliás, NÃO se engajar numa relação com a ideia de que, graças ao nosso amor, o outro será transformado ou mesmo, mais modestamente, que seus defeitos se amenizarão. Ao contrário, regra quase absoluta: se e quando o amor parece ter transformado seu ente querido (do jeito que você esperava), prepare-se para assistir à volta inexorável de quem o outro sempre foi e, de fato, nunca deixou de ser. A sensação frequente, que mencionei antes, de que casamos com príncipes e acordamos na cama com feras, tem sua origem justamente neste fenômeno: o amor nos vende a ilusão de que, graças a ele, as feras se tornam príncipes, mas, de fato, só há príncipes temporários. Diante dessa regra, o que fazer? A saída consiste em amar o outro como ele/ela é –ou seja, amar a fera por ela mesma. Essa é a melhor parte da história de "Bela e a Fera": para conseguir um príncipe, é preciso amar uma fera. Para uma versão mais adulta, e francamente divertida, da história da bela e da fera assista a "Estranhos.com", de Laura Eason (com os ótimos Deborah Evelyn e Johnny Massaro, direção de Emilio de Mello). A peça acaba de estrear no Teatro Vivo, em São Paulo, e a montagem brasileira é melhor do que a de Nova York, de dois anos atrás. Ambos os protagonistas de "Estranhos.com" são dominados por uma das ambições mais atormentadas e devorantes (a de escrever e ser lido). Claro, com essa ambição, o amor mal compete. Quem assistir a "Estranhos.com" escolherá o fim que ele prefere e decidirá se o amor entre as duas feras tem uma chance de continuar ou não. Eu acho que continuará, porque acredito que o amor se torna mesmo possível justamente quando ambos os amantes descobriram e sabem que o outro não é um príncipe, mas uma fera. No filme de Condon, uma frase de Bela (não sei por quê, imaginei que fosse um caco de Emma Watson) deixa pensar que, para ela, talvez a fera fosse mais interessante do que o príncipe. Em suma, Bela gostou da Fera (sem esperar que um príncipe se escondesse lá dentro), e a Fera aturou o bovarismo intolerável de Bela e das histórias de amor que ela lê. Da mesma forma, cada protagonista de "Estranhos.com" sofreu pela ambição do outro, que é mais forte do que o amor. Mas, justamente, o amor só tem uma chance de funcionar sem idealização, ou seja, quando os amantes acabam gostando do que há de pior no outro.
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As belas e as feras"A Bela e a Fera", de Bill Condon, é ótimo para crianças, mas, pelo que eu vi, seu grande sucesso é com os jovens casais de namorados. Durante o fim de semana, as sessões 3D, Imax e sala VIP estavam lotadas com notável antecipação –ou seja, o filme é um programa. E a prova da idade média da plateia foi, na minha sessão, a quantidade de vizinhos que ligavam o celular e ficavam teclando durante o filme. Além dos óculos de três dimensões, deveriam distribuir, nos cinemas, aqueles tapa-olhos laterais que foram inventados para os cavalos não se assustarem com movimentos nas margens de seu campo de visão. Enfim, entende-se facilmente que "A Bela e a Fera" seja programa para jovens namorados: é o sonho de um amor que teria o poder de redimir, de transformar o outro e de torná-lo mais amável –essa transformação sendo, aliás, uma justa recompensa para quem aguentou amar o monstro. Pensando bem, é curioso que essa ideia tenha tanto sucesso, porque, na realidade, não é isso o que acontece com mais frequência: a gente pode se casar com uma fera, esperando que ela contenha um príncipe escondido, no entanto, a regra é que a gente casa com príncipe (ou princesa) e depois disso descobre que havia nele (ou nela) uma fera escondida. Enfim, voltemos à "A Bela e a Fera": todos gostaríamos que nossos beijos amorosos tivessem o poder de quebrar o casulo e liberar borboletas maravilhosas. É verdade que, na modernidade, o amor é o grande fator das mudanças. É por amor (o amor de Romeu e de Julieta) que Montecchios e Capuletos esquecerão ódios e vendetas. É o amor que autoriza qualquer um a se juntar com outro de uma classe ou de uma religião diferentes. É também do amor (de transferência) que tiram sua força as terapias pela palavra (e, em parte, a própria medicina). Em suma, como cantavam os Beatles, o amor é tudo de que precisamos, mas, atenção: não é por isso que, no amor e pelo amor, seja garantido que a gente consiga transformar o outro. Recomenda-se, aliás, NÃO se engajar numa relação com a ideia de que, graças ao nosso amor, o outro será transformado ou mesmo, mais modestamente, que seus defeitos se amenizarão. Ao contrário, regra quase absoluta: se e quando o amor parece ter transformado seu ente querido (do jeito que você esperava), prepare-se para assistir à volta inexorável de quem o outro sempre foi e, de fato, nunca deixou de ser. A sensação frequente, que mencionei antes, de que casamos com príncipes e acordamos na cama com feras, tem sua origem justamente neste fenômeno: o amor nos vende a ilusão de que, graças a ele, as feras se tornam príncipes, mas, de fato, só há príncipes temporários. Diante dessa regra, o que fazer? A saída consiste em amar o outro como ele/ela é –ou seja, amar a fera por ela mesma. Essa é a melhor parte da história de "Bela e a Fera": para conseguir um príncipe, é preciso amar uma fera. Para uma versão mais adulta, e francamente divertida, da história da bela e da fera assista a "Estranhos.com", de Laura Eason (com os ótimos Deborah Evelyn e Johnny Massaro, direção de Emilio de Mello). A peça acaba de estrear no Teatro Vivo, em São Paulo, e a montagem brasileira é melhor do que a de Nova York, de dois anos atrás. Ambos os protagonistas de "Estranhos.com" são dominados por uma das ambições mais atormentadas e devorantes (a de escrever e ser lido). Claro, com essa ambição, o amor mal compete. Quem assistir a "Estranhos.com" escolherá o fim que ele prefere e decidirá se o amor entre as duas feras tem uma chance de continuar ou não. Eu acho que continuará, porque acredito que o amor se torna mesmo possível justamente quando ambos os amantes descobriram e sabem que o outro não é um príncipe, mas uma fera. No filme de Condon, uma frase de Bela (não sei por quê, imaginei que fosse um caco de Emma Watson) deixa pensar que, para ela, talvez a fera fosse mais interessante do que o príncipe. Em suma, Bela gostou da Fera (sem esperar que um príncipe se escondesse lá dentro), e a Fera aturou o bovarismo intolerável de Bela e das histórias de amor que ela lê. Da mesma forma, cada protagonista de "Estranhos.com" sofreu pela ambição do outro, que é mais forte do que o amor. Mas, justamente, o amor só tem uma chance de funcionar sem idealização, ou seja, quando os amantes acabam gostando do que há de pior no outro.
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Alckmin sanciona lei que prevê multa por impedir amamentação em público
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) sancionou neste sábado (5) a lei 16.047, que prevê multa para quem tentar impedir a amamentação em lugares públicos, válida para o Estado de São Paulo. A norma garante que toda mãe tenha o direito de amamentar o filho em estabelecimento de uso coletivo, seja público ou privado, mesmo que exista uma área especial para esse fim. "Independente da existência de áreas segregadas para o aleitamento, a amamentação é o ato livre e discricionário entre mãe e filho", diz o texto. Em caso de descumprimento da norma, o infrator poderá ser multado em 24 Unidades Federais do Estado -o equivalente a R$ 510. O valor pode ser dobrado em caso de reincidência. A nova regra ainda precisa ser regulamentada, o que deverá ocorrer nos próximos 60 dias. "São inúmeros os benefícios adquiridos para o desenvolvimento infantil através do aleitamento materno. Diversos estudos têm comprovado a relação entre a amamentação e a diminuição nas taxas de mortalidade, morbidade e frequência de doenças em crianças", dizia o projeto da lei, de autoria do deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB). O texto ainda ainda citava que o Estatuto da Criança e do Adolescente garante o direito de toda criança à amamentação e que o aleitamento materno é recomendado como forma exclusiva de alimentação até os seis meses de vida pelo Ministério da Saúde e Unicef. LEI MUNICIPAL Proibir a amamentação em público já rende multas de R$ 500 na capital paulista desde outubro. A punição prevista a qualquer tipo de estabelecimento fechado –comercial, cultural, recreativo ou de prestação de serviço público e privado– foi aprovada em decreto do prefeito Fernando Haddad (PT) no dia 14 de outubro, regulamentando lei sancionada em abril. A multa dobra de valor caso o estabelecimento seja autuado novamente num período de até dois anos da punição anterior. Segundo o decreto, o constrangimento deverá ser denunciado pelas vítimas à prefeitura por meio de denúncia formal, por escrito ou verbalmente.
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Alckmin sanciona lei que prevê multa por impedir amamentação em públicoO governador Geraldo Alckmin (PSDB) sancionou neste sábado (5) a lei 16.047, que prevê multa para quem tentar impedir a amamentação em lugares públicos, válida para o Estado de São Paulo. A norma garante que toda mãe tenha o direito de amamentar o filho em estabelecimento de uso coletivo, seja público ou privado, mesmo que exista uma área especial para esse fim. "Independente da existência de áreas segregadas para o aleitamento, a amamentação é o ato livre e discricionário entre mãe e filho", diz o texto. Em caso de descumprimento da norma, o infrator poderá ser multado em 24 Unidades Federais do Estado -o equivalente a R$ 510. O valor pode ser dobrado em caso de reincidência. A nova regra ainda precisa ser regulamentada, o que deverá ocorrer nos próximos 60 dias. "São inúmeros os benefícios adquiridos para o desenvolvimento infantil através do aleitamento materno. Diversos estudos têm comprovado a relação entre a amamentação e a diminuição nas taxas de mortalidade, morbidade e frequência de doenças em crianças", dizia o projeto da lei, de autoria do deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB). O texto ainda ainda citava que o Estatuto da Criança e do Adolescente garante o direito de toda criança à amamentação e que o aleitamento materno é recomendado como forma exclusiva de alimentação até os seis meses de vida pelo Ministério da Saúde e Unicef. LEI MUNICIPAL Proibir a amamentação em público já rende multas de R$ 500 na capital paulista desde outubro. A punição prevista a qualquer tipo de estabelecimento fechado –comercial, cultural, recreativo ou de prestação de serviço público e privado– foi aprovada em decreto do prefeito Fernando Haddad (PT) no dia 14 de outubro, regulamentando lei sancionada em abril. A multa dobra de valor caso o estabelecimento seja autuado novamente num período de até dois anos da punição anterior. Segundo o decreto, o constrangimento deverá ser denunciado pelas vítimas à prefeitura por meio de denúncia formal, por escrito ou verbalmente.
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Pressionado, Santos joga pelo futuro do treinador Marcelo Fernandes
Sem vencer há quatro jogos, o Santos inicia a sétima rodada do Campeonato Brasileiro podendo ampliar a lista de técnicos demitidos. Marcelo Fernandes está ameaçado. Um revés contra o Atlético-MG, nesta quarta-feira (10), em Belo Horizonte, pode encerrar a trajetória do técnico, há três meses no cargo e atual campeão paulista. A diretoria está preocupada com a colocação no Brasileiro –fora da zona de rebaixamento por apenas dois pontos– e com recentes deslizes. Por duas vezes, a equipe deixou escapar a vitória na Vila Belmiro: empatou com Sport e Ponte Preta por 2 a 2. Oficialmente, o Santos não admite procurar técnico. Mas Marcelo Oliveira, alvo também do Palmeiras, interessa. A missão nesta quarta não será fácil. O time terá seis desfalques –além de Robinho e do colombiano Valencia, que se preparam para jogar a Copa América, estão fora David Braz, Cicinho, Chiquinho e Renato, lesionados. ESCALAÇÕES ATLÉTICO-MG Victor; Patric, Jemerson, L. Silva e D. Santos; Rafael Carioca, Dátolo, Giovanni Augusto, Maicosuel e Thiago Ribeiro; Pratto. T.: Levir Culpi SANTOS Vladimir; Daniel Guedes, Werley, G. Henrique e V. Ferraz; Elano, Lucas Otávio e Lucas Lima; Geuvânio, Ricardo Oliveira e Gabriel. T.: Marcelo Fernandes Estádio: Independência /Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO) Horário: 19h30 Na TV: SporTV
esporte
Pressionado, Santos joga pelo futuro do treinador Marcelo FernandesSem vencer há quatro jogos, o Santos inicia a sétima rodada do Campeonato Brasileiro podendo ampliar a lista de técnicos demitidos. Marcelo Fernandes está ameaçado. Um revés contra o Atlético-MG, nesta quarta-feira (10), em Belo Horizonte, pode encerrar a trajetória do técnico, há três meses no cargo e atual campeão paulista. A diretoria está preocupada com a colocação no Brasileiro –fora da zona de rebaixamento por apenas dois pontos– e com recentes deslizes. Por duas vezes, a equipe deixou escapar a vitória na Vila Belmiro: empatou com Sport e Ponte Preta por 2 a 2. Oficialmente, o Santos não admite procurar técnico. Mas Marcelo Oliveira, alvo também do Palmeiras, interessa. A missão nesta quarta não será fácil. O time terá seis desfalques –além de Robinho e do colombiano Valencia, que se preparam para jogar a Copa América, estão fora David Braz, Cicinho, Chiquinho e Renato, lesionados. ESCALAÇÕES ATLÉTICO-MG Victor; Patric, Jemerson, L. Silva e D. Santos; Rafael Carioca, Dátolo, Giovanni Augusto, Maicosuel e Thiago Ribeiro; Pratto. T.: Levir Culpi SANTOS Vladimir; Daniel Guedes, Werley, G. Henrique e V. Ferraz; Elano, Lucas Otávio e Lucas Lima; Geuvânio, Ricardo Oliveira e Gabriel. T.: Marcelo Fernandes Estádio: Independência /Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO) Horário: 19h30 Na TV: SporTV
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COI vê ausência da Austrália na Vila Olímpica como temporária
DE SÃO PAULO O COI (Comitê Olímpico Internacional) vê a decisão da delegação australiana de não ficar alojada na Vila Olímpica como temporária e espera que os atletas do país entrem no local assim que todos os problemas estiverem resolvidos. A entidade se pronunciou na noite deste domingo (24) após a delegação australiana alegar que o local tem problemas de gás, encanamento e eletricidade, de acordo com a chefe de missão da delegação do país, Kitty Chiller. A chefe da missão disse que os oficiais australianos, que já vinham trabalhando na Vila há alguns dias, relataram os problemas ao comitê organizador dos Jogos do Rio e ao COI (Comitê Olímpico Internacional). Ela citou que Reino Unido, Nova Zelândia e outros países também tiveram dificuldades. Chiller disse ainda que foi feito um teste neste sábado (24) com componentes dos apartamentos e houve vazamento e um forte cheiro de gás. Outros testes, como de incêndio e encanamento, serão feitos. Em entrevista coletiva na cerimônia de abertura da Vila Olímpica, Eduardo Paes, prefeito do Rio, disse que estava "quase botando um canguru na frente do prédio deles, para ficar pulando e eles se sentirem em casa". Em resposta às declarações, o diretor de comunicação do comitê olímpico australiano, Mike Tancred, disse que não precisa de cangurus, mas sim de encanadores. "Não precisamos de cangurus, precisamos de encanadores para dar conta dos vários lagos que encontramos nos apartamentos", afirmou Tancred à Folha. Com os problemas no local, os competidores australianos foram transferidos para hotéis nas proximidades e em uma das Vilas de Mídia, reservadas para a imprensa. Diante das obras inacabadas da Vila, o comitê Rio-2016 convocou mais de 500 funcionários para trabalharem em uma força-tarefa, durante 24 horas por dia, encabeçada pela entidade e pela Prefeitura do Rio. Eles começam a trabalhar ainda neste domingo. A previsão é de que todos os problemas sejam resolvidos até no máximo quinta-feira (28). OUTRAS DELEGAÇÕES Além da Austrália, a seleção feminina de futebol da Suécia suspendeu a entrada na Vila. O grupo estava hospedado em um hotel no Rio e entraria na residência oficial dos atletas neste domingo, mas desistiu. As delegações dos Estados Unidos, Itália e Holanda pagaram por conta própria funcionários temporários que realizaram obras de acabamento apartamentos da Vila. As equipes contrataram terceirizados para diferentes funções, desde colocação de lâmpadas, a ajustes de encanamento e trabalho de limpeza. Não há informações de qual foi o valor desembolsado pelas delegações com os serviços. Outras delegações também tiveram de recorrer a improvisos. Delegações de alguns países, incluindo o Brasil, já estão instaladas no local. Israel, Alemanha e Itália foram os primeiros a chegar. A delegação brasileira terá quase mil pessoas nos Jogos do Rio, entre os quais 465 atletas. Diante das obras inacabadas da Vila, o comitê Rio-2016 convocou mais de 500 funcionários para trabalharem uma força-tarefa, durante 24 horas por dia, encabeçada pela entidade e pela Prefeitura do Rio. Eles começam a trabalhar ainda neste domingo. A previsão é de que todos os problemas sejam resolvidos até no máximo quinta-feira. FURTO Além dos problemas de acomodações, o comitê organizador registrou o furto de um laptop sua equipe neste sábado e pediu reforço da segurança privada nos apartamentos da Vila. "Não tivemos nenhum outro relato de furto. Um laptop do comitê foi furtado. Mandamos reforçar a segurança privada especialmente onde tem muita gente entrando e saindo", afirmou Andrada. MAPA DA VILA OLÍMPICA Vila dos Atletas
esporte
COI vê ausência da Austrália na Vila Olímpica como temporária DE SÃO PAULO O COI (Comitê Olímpico Internacional) vê a decisão da delegação australiana de não ficar alojada na Vila Olímpica como temporária e espera que os atletas do país entrem no local assim que todos os problemas estiverem resolvidos. A entidade se pronunciou na noite deste domingo (24) após a delegação australiana alegar que o local tem problemas de gás, encanamento e eletricidade, de acordo com a chefe de missão da delegação do país, Kitty Chiller. A chefe da missão disse que os oficiais australianos, que já vinham trabalhando na Vila há alguns dias, relataram os problemas ao comitê organizador dos Jogos do Rio e ao COI (Comitê Olímpico Internacional). Ela citou que Reino Unido, Nova Zelândia e outros países também tiveram dificuldades. Chiller disse ainda que foi feito um teste neste sábado (24) com componentes dos apartamentos e houve vazamento e um forte cheiro de gás. Outros testes, como de incêndio e encanamento, serão feitos. Em entrevista coletiva na cerimônia de abertura da Vila Olímpica, Eduardo Paes, prefeito do Rio, disse que estava "quase botando um canguru na frente do prédio deles, para ficar pulando e eles se sentirem em casa". Em resposta às declarações, o diretor de comunicação do comitê olímpico australiano, Mike Tancred, disse que não precisa de cangurus, mas sim de encanadores. "Não precisamos de cangurus, precisamos de encanadores para dar conta dos vários lagos que encontramos nos apartamentos", afirmou Tancred à Folha. Com os problemas no local, os competidores australianos foram transferidos para hotéis nas proximidades e em uma das Vilas de Mídia, reservadas para a imprensa. Diante das obras inacabadas da Vila, o comitê Rio-2016 convocou mais de 500 funcionários para trabalharem em uma força-tarefa, durante 24 horas por dia, encabeçada pela entidade e pela Prefeitura do Rio. Eles começam a trabalhar ainda neste domingo. A previsão é de que todos os problemas sejam resolvidos até no máximo quinta-feira (28). OUTRAS DELEGAÇÕES Além da Austrália, a seleção feminina de futebol da Suécia suspendeu a entrada na Vila. O grupo estava hospedado em um hotel no Rio e entraria na residência oficial dos atletas neste domingo, mas desistiu. As delegações dos Estados Unidos, Itália e Holanda pagaram por conta própria funcionários temporários que realizaram obras de acabamento apartamentos da Vila. As equipes contrataram terceirizados para diferentes funções, desde colocação de lâmpadas, a ajustes de encanamento e trabalho de limpeza. Não há informações de qual foi o valor desembolsado pelas delegações com os serviços. Outras delegações também tiveram de recorrer a improvisos. Delegações de alguns países, incluindo o Brasil, já estão instaladas no local. Israel, Alemanha e Itália foram os primeiros a chegar. A delegação brasileira terá quase mil pessoas nos Jogos do Rio, entre os quais 465 atletas. Diante das obras inacabadas da Vila, o comitê Rio-2016 convocou mais de 500 funcionários para trabalharem uma força-tarefa, durante 24 horas por dia, encabeçada pela entidade e pela Prefeitura do Rio. Eles começam a trabalhar ainda neste domingo. A previsão é de que todos os problemas sejam resolvidos até no máximo quinta-feira. FURTO Além dos problemas de acomodações, o comitê organizador registrou o furto de um laptop sua equipe neste sábado e pediu reforço da segurança privada nos apartamentos da Vila. "Não tivemos nenhum outro relato de furto. Um laptop do comitê foi furtado. Mandamos reforçar a segurança privada especialmente onde tem muita gente entrando e saindo", afirmou Andrada. MAPA DA VILA OLÍMPICA Vila dos Atletas
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Presa no trânsito, garota é levada de helicóptero para transplante
Presa no congestionamento causado pelas chuvas desta sexta-feira (20), uma jovem de 18 anos foi resgatada de helicóptero pela Polícia Militar paulista, para que pudesse ser submetida a um transplante de fígado. A ação ocorreu por volta das 18h na Radial Leste, uma das mais movimentadas vias da zona leste de São Paulo. Juliane Aros foi levada pelo helicóptero até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista e vizinho do hospital Albert Einstein, no Morumbi (zona oeste). De lá, seguiu em um veículo da PM até a instituição. Depois de avisada sobre a disponibilidade do órgão por volta das 16h, ela ia para o hospital quando ficou presa no trânsito. Silvia Aros, mãe da jovem, contou à TV Bandeirantes que a garota tem problemas de saúde desde que nasceu e que aguardava um transplante desde os cinco anos. Disse ainda que, presa no congestionamento, parou uma equipe da PM para que a ajudasse. Os policiais tentaram abrir passagem, sem sucesso, e resolveram acionar o helicóptero, pois o prazo para iniciar o transplante terminaria em uma hora. O socorro de Juliane se tornou mais dramático porque a equipe tinha poucos minutos antes do pôr do sol, já que o helicóptero não pousa à noite em local não homologado, como a Radial Leste.
cotidiano
Presa no trânsito, garota é levada de helicóptero para transplantePresa no congestionamento causado pelas chuvas desta sexta-feira (20), uma jovem de 18 anos foi resgatada de helicóptero pela Polícia Militar paulista, para que pudesse ser submetida a um transplante de fígado. A ação ocorreu por volta das 18h na Radial Leste, uma das mais movimentadas vias da zona leste de São Paulo. Juliane Aros foi levada pelo helicóptero até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista e vizinho do hospital Albert Einstein, no Morumbi (zona oeste). De lá, seguiu em um veículo da PM até a instituição. Depois de avisada sobre a disponibilidade do órgão por volta das 16h, ela ia para o hospital quando ficou presa no trânsito. Silvia Aros, mãe da jovem, contou à TV Bandeirantes que a garota tem problemas de saúde desde que nasceu e que aguardava um transplante desde os cinco anos. Disse ainda que, presa no congestionamento, parou uma equipe da PM para que a ajudasse. Os policiais tentaram abrir passagem, sem sucesso, e resolveram acionar o helicóptero, pois o prazo para iniciar o transplante terminaria em uma hora. O socorro de Juliane se tornou mais dramático porque a equipe tinha poucos minutos antes do pôr do sol, já que o helicóptero não pousa à noite em local não homologado, como a Radial Leste.
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Cenários político e externo mantêm dólar em baixa; Bolsa recua
O dólar segue em trajetória de queda ante o real nesta sexta-feira (18), ajudado pelo cenário externo favorável e pela manutenção das apostas no mercado de que a presidente Dilma Rousseff deixará o poder. O Ibovespa recua, com os investidores embolsando lucros após a forte alta de 6,6% nesta quinta-feira (17) —a maior em mais de sete anos. Os juros futuros de longo prazo e o CDS (credit default swap), indicador da percepção de risco do Brasil, também caem. A moeda americana à vista recuava há pouco 0,81%, a R$ 3,6204, e o dólar comercial perdia 0,82%, a R$ 3,6220. O movimento de queda ocorre mesmo após o Banco Central ter reduzido a oferta de swap cambial (equivalente à venda futura de dólar). Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, comenta que a decisão da autoridade monetária ocorreu em função do cenário mais benéfico para o real, como manutenção da taxa de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) e as políticas de juros negativos do BCE (Banco Central Europeu) e o banco central japonês. Segundo ele, a atitude do BC tende a diminuir a velocidade do movimento de queda do dólar, mas não interrompe a trajetória de valorização da moeda nacional. "O BC mostra certo conforto com o atual nível do câmbio, cujo patamar não deve trazer grandes pressões inflacionárias", avalia a equipe de análise da Guide Investimentos, destacando que a inflação é a maior preocupação da autoridade monetária. Dólar - Variação da moeda em 2016 No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 operava estável, a 13,725%, e o contrato de DI para janeiro de 2021 recuava de 14,060% para 13,960%. Os analistas da Guide ressaltam que as pressões de baixa se devem "à menor percepção de risco decorrente de expectativas de troca de governo", O mesmo ocorre com o CDS, uma espécie de seguro contra calote do país, que recuava pela terceira sessão consecutiva. Há pouco, perdia 3,79%, aos 370,549 pontos. BOLSA O principal índice da Bolsa paulista perdia há pouco 1,10%, aos 50.356,27 pontos. "O mercado está de 'ressaca' após a euforia de ontem, e, sem novidades tanto no cenário interno quanto no externo, faz uma realização de lucros saudável", diz Alexandre Soares, analista da BGC Liquidez. As ações preferenciais da Petrobras recuavam 3,20%, a R$ 7,84, e as ordinárias perdiam 4,11%, a R$ 10,01, apesar dos preços do petróleo no mercado internacional terem atingido os maiores níveis de 2016 nesta sessão. Em Londres, o petróleo Brent ganhava 1,47%, a US$ 42,15 o barril; nos EUA, o petróleo WTI avançava 1,14%, a US$ 40,66. Os preços da commodity se recuperam com expectativas de que os maiores produtores chegarão a um acordo para congelamento de produção, além da fraqueza do dólar e maior demanda sazonal. As ações da Vale tinham alta de 1,46% na PNA, a R$ 11,10, mas as ON recuavam 0,90%, a R$ 15,36, mesmo com a valorização do minério de ferro na China pela terceira vez seguida. O setor financeiro também operava em baixa: Banco do Brasil ON, -2,41%; Itaú Unibanco PN, -1,45%; Bradesco PN, -3,23%; Santander unit, -3,08%; e BMFBovespa ON, -2,01%. EXTERIOR A alta do petróleo e o otimismo provocado pela manutenção dos juros norte-americanos impulsionam as Bolsas globais. Em Wall Street, o índice Dow Jones avançava 0,66%, o S&P 500 ganhava 0,42% e o Nasdaq, +0,54%. Na Europa, a Bolsa de Londres subia 0,12%; Paris, +0,36%; Frankfurt, +0,36%; Madri, +0,31% e Milão, +0,10%. Na Ásia, com exceção do Japão, as Bolsas também fecharam em alta diante do dólar mais fraco.
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Cenários político e externo mantêm dólar em baixa; Bolsa recuaO dólar segue em trajetória de queda ante o real nesta sexta-feira (18), ajudado pelo cenário externo favorável e pela manutenção das apostas no mercado de que a presidente Dilma Rousseff deixará o poder. O Ibovespa recua, com os investidores embolsando lucros após a forte alta de 6,6% nesta quinta-feira (17) —a maior em mais de sete anos. Os juros futuros de longo prazo e o CDS (credit default swap), indicador da percepção de risco do Brasil, também caem. A moeda americana à vista recuava há pouco 0,81%, a R$ 3,6204, e o dólar comercial perdia 0,82%, a R$ 3,6220. O movimento de queda ocorre mesmo após o Banco Central ter reduzido a oferta de swap cambial (equivalente à venda futura de dólar). Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, comenta que a decisão da autoridade monetária ocorreu em função do cenário mais benéfico para o real, como manutenção da taxa de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) e as políticas de juros negativos do BCE (Banco Central Europeu) e o banco central japonês. Segundo ele, a atitude do BC tende a diminuir a velocidade do movimento de queda do dólar, mas não interrompe a trajetória de valorização da moeda nacional. "O BC mostra certo conforto com o atual nível do câmbio, cujo patamar não deve trazer grandes pressões inflacionárias", avalia a equipe de análise da Guide Investimentos, destacando que a inflação é a maior preocupação da autoridade monetária. Dólar - Variação da moeda em 2016 No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 operava estável, a 13,725%, e o contrato de DI para janeiro de 2021 recuava de 14,060% para 13,960%. Os analistas da Guide ressaltam que as pressões de baixa se devem "à menor percepção de risco decorrente de expectativas de troca de governo", O mesmo ocorre com o CDS, uma espécie de seguro contra calote do país, que recuava pela terceira sessão consecutiva. Há pouco, perdia 3,79%, aos 370,549 pontos. BOLSA O principal índice da Bolsa paulista perdia há pouco 1,10%, aos 50.356,27 pontos. "O mercado está de 'ressaca' após a euforia de ontem, e, sem novidades tanto no cenário interno quanto no externo, faz uma realização de lucros saudável", diz Alexandre Soares, analista da BGC Liquidez. As ações preferenciais da Petrobras recuavam 3,20%, a R$ 7,84, e as ordinárias perdiam 4,11%, a R$ 10,01, apesar dos preços do petróleo no mercado internacional terem atingido os maiores níveis de 2016 nesta sessão. Em Londres, o petróleo Brent ganhava 1,47%, a US$ 42,15 o barril; nos EUA, o petróleo WTI avançava 1,14%, a US$ 40,66. Os preços da commodity se recuperam com expectativas de que os maiores produtores chegarão a um acordo para congelamento de produção, além da fraqueza do dólar e maior demanda sazonal. As ações da Vale tinham alta de 1,46% na PNA, a R$ 11,10, mas as ON recuavam 0,90%, a R$ 15,36, mesmo com a valorização do minério de ferro na China pela terceira vez seguida. O setor financeiro também operava em baixa: Banco do Brasil ON, -2,41%; Itaú Unibanco PN, -1,45%; Bradesco PN, -3,23%; Santander unit, -3,08%; e BMFBovespa ON, -2,01%. EXTERIOR A alta do petróleo e o otimismo provocado pela manutenção dos juros norte-americanos impulsionam as Bolsas globais. Em Wall Street, o índice Dow Jones avançava 0,66%, o S&P 500 ganhava 0,42% e o Nasdaq, +0,54%. Na Europa, a Bolsa de Londres subia 0,12%; Paris, +0,36%; Frankfurt, +0,36%; Madri, +0,31% e Milão, +0,10%. Na Ásia, com exceção do Japão, as Bolsas também fecharam em alta diante do dólar mais fraco.
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Saae de Guarulhos faz cobranças de água abusivas, afirma leitor
O leitor Airton Carvalho Reis Júnior reclama de preços abusivos pelo consumo de água, cobrados pela Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Guarulhos. Ele conta que, no início deste ano, foi detectado um vazamento no chuveiro de sua casa. O problema, que causava infiltração na parede, só foi percebido após o apartamento de baixo ser ocupado. Após a construtora fazer o reparo, a fatura mensal foi corrigida de R$ 310 para R$ 215. Porém, como já estava morando há dois anos no local, Reis Júnior pediu a revisão das contas entre 2013 e 2014, mas não teve resposta. Neste mês, o valor subiu novamente. "Recebi a conta de abril no valor de R$ 309, o que é absurdo para um apartamento onde vivem três pessoas", desabafa. Resposta - A Saee afirma que, após visita técnica, constatou que as cobranças estão corretas. - Queixa de Ronaldo P. de Oliveira: Sem estoque Casas Bahia vende produto, pago à vista, que não estava disponível no estoque. Após reclamação e cancelamento da compra, empresa pede 10 dias para devolver o dinheiro, mas não cumpre a promessa. Resposta das Casas Bahia Pede desculpas pelo transtorno e diz que o cliente confirmou recebimento do estorno. - Queixa de Maria Thereza Araujo Silva: Devolução demorada Liquidificador comprado no Ponto Frio não atendeu as expectativas e foi devolvido à loja. Empresa prometeu reembolsar valor assim que produto fosse enviado mas, um mês depois, ainda não o fez. Resposta do Ponto Frio Informa que a liberação do estorno no cartão de crédito está em andamento. - Queixa de Keila Mara Ferreira da Silva: Plano não contratado Sky oferece plano de assinatura com preço promocional por seis meses e oferta é aceita somente pelo período. Porém, passado o prazo, operadora cobra valor ainda maior pelo pacote, que não foi contratado. Resposta da Sky Esclarece que uma falha no sistema provocou erro, e já reajustou o valor do plano. - Queixa de Eder Amaral: Cobrança indevida Duas compras feitas pela internet foram canceladas, mas a administradora financeira Cetelem mantém a cobrança de um dos produtos. Empresa foi informada sobre o erro e prometeu corrigi-lo, sem informar um prazo. Resposta da Cetelem Afirma que, em contato com o cliente, prestou todos os esclarecimentos necessários.
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Saae de Guarulhos faz cobranças de água abusivas, afirma leitorO leitor Airton Carvalho Reis Júnior reclama de preços abusivos pelo consumo de água, cobrados pela Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Guarulhos. Ele conta que, no início deste ano, foi detectado um vazamento no chuveiro de sua casa. O problema, que causava infiltração na parede, só foi percebido após o apartamento de baixo ser ocupado. Após a construtora fazer o reparo, a fatura mensal foi corrigida de R$ 310 para R$ 215. Porém, como já estava morando há dois anos no local, Reis Júnior pediu a revisão das contas entre 2013 e 2014, mas não teve resposta. Neste mês, o valor subiu novamente. "Recebi a conta de abril no valor de R$ 309, o que é absurdo para um apartamento onde vivem três pessoas", desabafa. Resposta - A Saee afirma que, após visita técnica, constatou que as cobranças estão corretas. - Queixa de Ronaldo P. de Oliveira: Sem estoque Casas Bahia vende produto, pago à vista, que não estava disponível no estoque. Após reclamação e cancelamento da compra, empresa pede 10 dias para devolver o dinheiro, mas não cumpre a promessa. Resposta das Casas Bahia Pede desculpas pelo transtorno e diz que o cliente confirmou recebimento do estorno. - Queixa de Maria Thereza Araujo Silva: Devolução demorada Liquidificador comprado no Ponto Frio não atendeu as expectativas e foi devolvido à loja. Empresa prometeu reembolsar valor assim que produto fosse enviado mas, um mês depois, ainda não o fez. Resposta do Ponto Frio Informa que a liberação do estorno no cartão de crédito está em andamento. - Queixa de Keila Mara Ferreira da Silva: Plano não contratado Sky oferece plano de assinatura com preço promocional por seis meses e oferta é aceita somente pelo período. Porém, passado o prazo, operadora cobra valor ainda maior pelo pacote, que não foi contratado. Resposta da Sky Esclarece que uma falha no sistema provocou erro, e já reajustou o valor do plano. - Queixa de Eder Amaral: Cobrança indevida Duas compras feitas pela internet foram canceladas, mas a administradora financeira Cetelem mantém a cobrança de um dos produtos. Empresa foi informada sobre o erro e prometeu corrigi-lo, sem informar um prazo. Resposta da Cetelem Afirma que, em contato com o cliente, prestou todos os esclarecimentos necessários.
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Eleitores oposicionistas contestam vitória de Moreno no Equador
Mesmo sem a confirmação final do Conselho Nacional Eleitoral, o vencedor das eleições no Equador, o governista Lenín Moreno, esteve nesta segunda (3) no palácio de Carondelet, sede do governo, onde assistiu junto ao atual presidente, Rafael Correa, a uma troca da guarda militar. Depois, sorridente, Moreno puxou um "parabéns a você" para Correa, que faz aniversário na quinta (6). A multidão que os aplaudia da praça, no lado de fora, cantou junto. "É uma década ganha, não há como negar. Agora com Lenín ganharemos mais outra", disse à Folha a dona de casa Ludmila Vázquez. Segundo os dados mais recentes da contagem, com 99,6% dos votos apurados, Moreno está à frente com 51,2%, contra 48,8% do oposicionista Guillermo Lasso. Enquanto a festa governista seguia no centro da cidade, Lasso voltou a dizer que não reconhecia a derrota, porque, segundo ele, houve fraude. "Vamos apresentar objeções específicas em todas as províncias", disse. À noite, repetiu o discurso diante do conselho eleitoral. Em entrevista a jornalistas, Cesar Monge, um dos líderes de seu partido, o Creo, acrescentou que os militantes vinham recolhendo evidências de alterações em atas de mesas em várias cidades. "Estamos na luta e vamos defender a vontade popular", disse Lasso. Ele pediu à OEA que se manifestasse sobre as supostas irregularidades. Em nota, porém, a missão da entidade que acompanhou o pleito apenas cumprimentou o país pela eleição e afirmou que as queixas deveriam ser feitas pelos "meios institucionais". VIGÍLIA As queixas de fraude levaram manifestantes ao prédio do CNE para uma vigília na noite de domingo (2). Pela manhã, mais gente chegou. Entre eles, predominavam eleitores de Lasso. "Estou seguro de que houve manipulação, veja como o Estado se arma contra seus cidadãos, por que não alteraria os votos?", afirma o comerciante Aureliano Ruz, 43, apontando para as cercas de metal que foram levantadas diante do CNE durante a noite, para afastar os manifestantes. Ao final do domingo, elas não estavam no local, e quem fazia uma espécie de muro humano para proteger o prédio eram policiais com escudos e máscaras. Mas não eram só seguidores de Lasso que estavam na vigília. Também havia gente que apenas carregava bandeiras do Equador ou usava camisas da seleção nacional. "Não estou aqui por um candidato. Quero dizer ao meu filho que o país em que ele está crescendo é uma democracia", disse a arquiteta Stefani Castillo, 26, que tinha as cores da bandeira do Equador pintadas no rosto. Os que estavam alheios à política tiveram dificuldade de se locomover pela cidade. As principais avenidas tinham bloqueios nas vias de acesso à avenida 6 de Diciembre, e o policiamento nas ruas do centro era ostensivo. ASSANGE Desde o primeiro turno, Moreno conta com o apoio do criador do WikiLeaks, Julian Assange. O australiano está asilado desde 2012 na embaixada equatoriana em Londres. Lasso havia dito que, se ganhasse, o ativista, que é processado por abuso sexual, teria de deixar a embaixada.
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Eleitores oposicionistas contestam vitória de Moreno no EquadorMesmo sem a confirmação final do Conselho Nacional Eleitoral, o vencedor das eleições no Equador, o governista Lenín Moreno, esteve nesta segunda (3) no palácio de Carondelet, sede do governo, onde assistiu junto ao atual presidente, Rafael Correa, a uma troca da guarda militar. Depois, sorridente, Moreno puxou um "parabéns a você" para Correa, que faz aniversário na quinta (6). A multidão que os aplaudia da praça, no lado de fora, cantou junto. "É uma década ganha, não há como negar. Agora com Lenín ganharemos mais outra", disse à Folha a dona de casa Ludmila Vázquez. Segundo os dados mais recentes da contagem, com 99,6% dos votos apurados, Moreno está à frente com 51,2%, contra 48,8% do oposicionista Guillermo Lasso. Enquanto a festa governista seguia no centro da cidade, Lasso voltou a dizer que não reconhecia a derrota, porque, segundo ele, houve fraude. "Vamos apresentar objeções específicas em todas as províncias", disse. À noite, repetiu o discurso diante do conselho eleitoral. Em entrevista a jornalistas, Cesar Monge, um dos líderes de seu partido, o Creo, acrescentou que os militantes vinham recolhendo evidências de alterações em atas de mesas em várias cidades. "Estamos na luta e vamos defender a vontade popular", disse Lasso. Ele pediu à OEA que se manifestasse sobre as supostas irregularidades. Em nota, porém, a missão da entidade que acompanhou o pleito apenas cumprimentou o país pela eleição e afirmou que as queixas deveriam ser feitas pelos "meios institucionais". VIGÍLIA As queixas de fraude levaram manifestantes ao prédio do CNE para uma vigília na noite de domingo (2). Pela manhã, mais gente chegou. Entre eles, predominavam eleitores de Lasso. "Estou seguro de que houve manipulação, veja como o Estado se arma contra seus cidadãos, por que não alteraria os votos?", afirma o comerciante Aureliano Ruz, 43, apontando para as cercas de metal que foram levantadas diante do CNE durante a noite, para afastar os manifestantes. Ao final do domingo, elas não estavam no local, e quem fazia uma espécie de muro humano para proteger o prédio eram policiais com escudos e máscaras. Mas não eram só seguidores de Lasso que estavam na vigília. Também havia gente que apenas carregava bandeiras do Equador ou usava camisas da seleção nacional. "Não estou aqui por um candidato. Quero dizer ao meu filho que o país em que ele está crescendo é uma democracia", disse a arquiteta Stefani Castillo, 26, que tinha as cores da bandeira do Equador pintadas no rosto. Os que estavam alheios à política tiveram dificuldade de se locomover pela cidade. As principais avenidas tinham bloqueios nas vias de acesso à avenida 6 de Diciembre, e o policiamento nas ruas do centro era ostensivo. ASSANGE Desde o primeiro turno, Moreno conta com o apoio do criador do WikiLeaks, Julian Assange. O australiano está asilado desde 2012 na embaixada equatoriana em Londres. Lasso havia dito que, se ganhasse, o ativista, que é processado por abuso sexual, teria de deixar a embaixada.
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Campeão por antecipação, Bayern de Munique perde terceira seguida
No primeiro jogo após a eliminação nas semifinais da Liga dos Campeões para o Barcelona na última terça (12), o Bayern de Munique perdeu por 2 a 1 do Freiburg neste sábado (16) jogando fora de casa, em jogo válido pela penúltima rodada do Campeonato Alemão. Os bávaros já tinham conquistado o título por antecipação há três rodadas. Com a vitória, o Freiburg chegou aos 34 pontos e se distanciou da zona do rebaixamento. A equipe ocupa agora o 14º lugar na competição nacional. Um fato interessante marcou a vitória, já que faziam 19 anos que o Freiburg não vencia o Bayern de Munique. A última vitória tinha ocorrido em 1996. O Bayern abriu o placar aos 13min com Schweinsteiger, mas a equipe do técnico Guardiola cedeu a virada ao Freiburg, que marcou com Mehmedi e Petersen. No próximo sábado (23), na última rodada do alemão, o Bayern encerra a sua participação no campeonato contra o Mainz em casa. Já o Freiburg tentará se manter na elite alemã em jogo contra o Hannover, que tem o mesmo número de pontos e também tenta não cair. CAMPEONATO ALEMÃO 33ª RODADA SÁBADO (16) Schalke 04 1x0 SC Paderborn 07 Bayer Leverkusen 2x0 Hoffenheim Wolfsburg 2x1 Borussia Dortmund Mainz 05 2x0 Colônia Augsburg 1x2 Hannover 96 Hertha Berlin 0x0 Eintracht Frankfurt Werder Bremen 0x2 Borussia M´gladbach Freiburg 2x1 Bayern de Munique Stuttgart 2x1 Hamburgo
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Campeão por antecipação, Bayern de Munique perde terceira seguidaNo primeiro jogo após a eliminação nas semifinais da Liga dos Campeões para o Barcelona na última terça (12), o Bayern de Munique perdeu por 2 a 1 do Freiburg neste sábado (16) jogando fora de casa, em jogo válido pela penúltima rodada do Campeonato Alemão. Os bávaros já tinham conquistado o título por antecipação há três rodadas. Com a vitória, o Freiburg chegou aos 34 pontos e se distanciou da zona do rebaixamento. A equipe ocupa agora o 14º lugar na competição nacional. Um fato interessante marcou a vitória, já que faziam 19 anos que o Freiburg não vencia o Bayern de Munique. A última vitória tinha ocorrido em 1996. O Bayern abriu o placar aos 13min com Schweinsteiger, mas a equipe do técnico Guardiola cedeu a virada ao Freiburg, que marcou com Mehmedi e Petersen. No próximo sábado (23), na última rodada do alemão, o Bayern encerra a sua participação no campeonato contra o Mainz em casa. Já o Freiburg tentará se manter na elite alemã em jogo contra o Hannover, que tem o mesmo número de pontos e também tenta não cair. CAMPEONATO ALEMÃO 33ª RODADA SÁBADO (16) Schalke 04 1x0 SC Paderborn 07 Bayer Leverkusen 2x0 Hoffenheim Wolfsburg 2x1 Borussia Dortmund Mainz 05 2x0 Colônia Augsburg 1x2 Hannover 96 Hertha Berlin 0x0 Eintracht Frankfurt Werder Bremen 0x2 Borussia M´gladbach Freiburg 2x1 Bayern de Munique Stuttgart 2x1 Hamburgo
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Promotoria de SP amplia apuração sobre desvios em merenda
Investigadores que atuam na Operação Alba Branca têm indícios de que o esquema deflagrado na semana passada –pagamento de propina, proveniente de contratos de merenda escolar, a agentes públicos em São Paulo– pode ser maior do que o imaginado a princípio. O Ministério Público apura se o esquema tinha ramificações em órgãos do governo Geraldo Alckmin, como nas secretarias de Educação e Agricultura, e em mais municípios. A investigação averigua esquema pelo qual a Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) pagava propina em troca de contratos de merenda –o superfaturamento chegava a 30%. Por ser de agricultura familiar, a Coaf pode ser contratada sem licitação. Uma das descobertas é que a Coaf fraudou centenas de títulos de DAPs (Declaração de Aptidão ao Pronaf), emitidas por órgãos credenciados no Ministério do Desenvolvimento Agrário –são mais de 30 mil emissores, diz a pasta. As DAPs funcionam como um documento de identidade para agricultor ou associação e servem, entre outras coisas, para obter financiamentos e incentivos do setor. Além disso, a cooperativa possui contratos para fornecimento de merenda escolar com cidades de Minas Gerais –semelhantes aos investigados em São Paulo–, de acordo com registros oficiais. Na quinta (21), um dos investigados, Cássio Izique Chebabi, ex-presidente da Coaf, fechou acordo de delação com o Ministério Público. Em seu primeiro depoimento, ele confirmou que o presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), Fernando Capez (PSDB), seria um dos destinatários finais da propina da merenda, segundo a Folha apurou. Em depoimentos, ex-funcionários mencionaram políticos como beneficiários. Fora Capez, foram citados os deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB) e o deputado estadual Luiz Carlos Gondim (SD). Durante as investigações, a Polícia Civil e o Ministério Público de Bebedouro não ligaram a Capez os nomes de "Licá" e "Jeter", citados em depoimentos como responsáveis por repassar propina. Jeter Rodrigues Pereira integrava, até dezembro, o Departamento de Comissões da Assembleia. Licá –Luiz Carlos Gutierrez– é assessor de Capez. Ele continua trabalhando para o tucano, que diz ter instaurado procedimento administrativo para apurar a conduta do funcionário. Em depoimento à Polícia Civil, Adriano Gibertoni Mauro, prestador de serviço da Coaf, afirmou que Capez intermediou um contrato com a Secretaria de Educação do Estado. "Até onde o declarante sabia, o deputado estadual Fernando Capez recebia parte das comissões pagas para Marcel", registra o relatório. O tucano nega envolvimento no esquema (leia abaixo). Apontado como operador do esquema, Marcel Ferreira Julio, filho do ex-deputado Leonel Julio, também estaria negociando acordo de delação com o Ministério Público. Outro braço político das investigações é a atuação do ex-chefe de gabinete da Casa Civil paulista Luiz Roberto dos Santos, apelidado de Moita. A voz de Santos foi registrada em um grampo autorizado pela Justiça. No áudio, ele aparece pedindo dinheiro a integrantes do que a polícia acredita ser uma quadrilha. Moita foi demitido da Casa Civil na véspera da ação da polícia, segunda-feira (18). Investigadores do caso relataram não ter dúvida sobre a participação de políticos, sejam vereadores, prefeitos, funcionários de prefeituras ou autoridades do governo do Estado. Promotores e policiais suspeitam que outras autoridades com foro privilegiado receberam propina. FORÇA-TAREFA O procurador-geral de Justiça do Estado, Márcio Elias Rosa, anunciou nesta semana a criação de uma força-tarefa para investigar o caso. "Nós estamos fazendo o levantamento de todas as prefeituras que celebraram esses contratos", disse Elias Rosa. Por enquanto, há 22 municípios paulistas sob suspeita. "Em outro momento, nós vamos ter que fazer o levantamento para saber todas as contratações que essa cooperativa firmou", continuou o procurador-geral. "Se houver essa indicação, sim, a gente faz o encaminhamento." Nesta quarta (27), o subprocurador-geral Nilo Spínola Salgado Filho -que faz parte da força-tarefa- se reúne com promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e de Bebedouro (SP), que iniciaram a investigação, a fim de se inteirar sobre ela. OUTRO LADO O governo do Estado afirmou que não se manifestaria por não ter detalhes do processo. Fernando Capez disse que aguardará os temos de eventuais delações. O deputado estadual reiterou não ter envolvimento com os fatos. E repudiou a "utilização de seu nome" relacionado ao esquema. A Casa Civil do governo Geraldo Alckmin disse que o ex-chefe de gabinete Luiz Roberto dos Santos, o Moita, foi exonerado e passou a ser investigado pela corregedoria. As ações dele, afirma o governo, não têm relação com atribuições da Casa Civil. O deputado federal Baleia Rossi (PMDB) e o deputado estadual Nelson Marquezelli (PTB) também negaram terem recebido suborno da cooperativa de Bebedouro. O advogado do delator Cássio Chebabi, Ralph Tórtima Filho, disse que não pode comentar os termos do acordo. Em nota, o deputado estadual Luiz Carlos Gondim (SD) se disse indignado, que vive da medicina e que jamais teve contato com qualquer cooperativa. Negando quaisquer irregularidades, afirmou que está tranquilo e que confia em Deus e na Justiça. "Usaram indevidamente meu nome. Meus advogados estão apurando os fatos para processar os responsáveis por esses absurdos. Repudio este tipo de acusação e iremos até o fim para que se apure a verdade", afirmou.
poder
Promotoria de SP amplia apuração sobre desvios em merendaInvestigadores que atuam na Operação Alba Branca têm indícios de que o esquema deflagrado na semana passada –pagamento de propina, proveniente de contratos de merenda escolar, a agentes públicos em São Paulo– pode ser maior do que o imaginado a princípio. O Ministério Público apura se o esquema tinha ramificações em órgãos do governo Geraldo Alckmin, como nas secretarias de Educação e Agricultura, e em mais municípios. A investigação averigua esquema pelo qual a Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) pagava propina em troca de contratos de merenda –o superfaturamento chegava a 30%. Por ser de agricultura familiar, a Coaf pode ser contratada sem licitação. Uma das descobertas é que a Coaf fraudou centenas de títulos de DAPs (Declaração de Aptidão ao Pronaf), emitidas por órgãos credenciados no Ministério do Desenvolvimento Agrário –são mais de 30 mil emissores, diz a pasta. As DAPs funcionam como um documento de identidade para agricultor ou associação e servem, entre outras coisas, para obter financiamentos e incentivos do setor. Além disso, a cooperativa possui contratos para fornecimento de merenda escolar com cidades de Minas Gerais –semelhantes aos investigados em São Paulo–, de acordo com registros oficiais. Na quinta (21), um dos investigados, Cássio Izique Chebabi, ex-presidente da Coaf, fechou acordo de delação com o Ministério Público. Em seu primeiro depoimento, ele confirmou que o presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), Fernando Capez (PSDB), seria um dos destinatários finais da propina da merenda, segundo a Folha apurou. Em depoimentos, ex-funcionários mencionaram políticos como beneficiários. Fora Capez, foram citados os deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB) e o deputado estadual Luiz Carlos Gondim (SD). Durante as investigações, a Polícia Civil e o Ministério Público de Bebedouro não ligaram a Capez os nomes de "Licá" e "Jeter", citados em depoimentos como responsáveis por repassar propina. Jeter Rodrigues Pereira integrava, até dezembro, o Departamento de Comissões da Assembleia. Licá –Luiz Carlos Gutierrez– é assessor de Capez. Ele continua trabalhando para o tucano, que diz ter instaurado procedimento administrativo para apurar a conduta do funcionário. Em depoimento à Polícia Civil, Adriano Gibertoni Mauro, prestador de serviço da Coaf, afirmou que Capez intermediou um contrato com a Secretaria de Educação do Estado. "Até onde o declarante sabia, o deputado estadual Fernando Capez recebia parte das comissões pagas para Marcel", registra o relatório. O tucano nega envolvimento no esquema (leia abaixo). Apontado como operador do esquema, Marcel Ferreira Julio, filho do ex-deputado Leonel Julio, também estaria negociando acordo de delação com o Ministério Público. Outro braço político das investigações é a atuação do ex-chefe de gabinete da Casa Civil paulista Luiz Roberto dos Santos, apelidado de Moita. A voz de Santos foi registrada em um grampo autorizado pela Justiça. No áudio, ele aparece pedindo dinheiro a integrantes do que a polícia acredita ser uma quadrilha. Moita foi demitido da Casa Civil na véspera da ação da polícia, segunda-feira (18). Investigadores do caso relataram não ter dúvida sobre a participação de políticos, sejam vereadores, prefeitos, funcionários de prefeituras ou autoridades do governo do Estado. Promotores e policiais suspeitam que outras autoridades com foro privilegiado receberam propina. FORÇA-TAREFA O procurador-geral de Justiça do Estado, Márcio Elias Rosa, anunciou nesta semana a criação de uma força-tarefa para investigar o caso. "Nós estamos fazendo o levantamento de todas as prefeituras que celebraram esses contratos", disse Elias Rosa. Por enquanto, há 22 municípios paulistas sob suspeita. "Em outro momento, nós vamos ter que fazer o levantamento para saber todas as contratações que essa cooperativa firmou", continuou o procurador-geral. "Se houver essa indicação, sim, a gente faz o encaminhamento." Nesta quarta (27), o subprocurador-geral Nilo Spínola Salgado Filho -que faz parte da força-tarefa- se reúne com promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e de Bebedouro (SP), que iniciaram a investigação, a fim de se inteirar sobre ela. OUTRO LADO O governo do Estado afirmou que não se manifestaria por não ter detalhes do processo. Fernando Capez disse que aguardará os temos de eventuais delações. O deputado estadual reiterou não ter envolvimento com os fatos. E repudiou a "utilização de seu nome" relacionado ao esquema. A Casa Civil do governo Geraldo Alckmin disse que o ex-chefe de gabinete Luiz Roberto dos Santos, o Moita, foi exonerado e passou a ser investigado pela corregedoria. As ações dele, afirma o governo, não têm relação com atribuições da Casa Civil. O deputado federal Baleia Rossi (PMDB) e o deputado estadual Nelson Marquezelli (PTB) também negaram terem recebido suborno da cooperativa de Bebedouro. O advogado do delator Cássio Chebabi, Ralph Tórtima Filho, disse que não pode comentar os termos do acordo. Em nota, o deputado estadual Luiz Carlos Gondim (SD) se disse indignado, que vive da medicina e que jamais teve contato com qualquer cooperativa. Negando quaisquer irregularidades, afirmou que está tranquilo e que confia em Deus e na Justiça. "Usaram indevidamente meu nome. Meus advogados estão apurando os fatos para processar os responsáveis por esses absurdos. Repudio este tipo de acusação e iremos até o fim para que se apure a verdade", afirmou.
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Hoje na TV: semifinal da Liga dos Campeões e oitavas da Libertadores
7h Masters 1.000 de Madri Tênis, SporTV 3 15h45 Real Madrid x Manc. City L. Campeões, Globo, Band e EI Maxx 19h15 Toluca x São Paulo Libertadores, Fox Sports 19h15 River Plate x Del Valle Libertadores, Fox Sports 2 19h30 Ferroviária x Fluminense Copa do Brasil, ESPN Brasil e SporTV 21h C. Cavaliers x Atlanta Hawks NBA, SporTV 3 21h45 Corinthians x Nacional Libertadores, Globo (para SP), Fox Sports e SporTV 21h45 Fortaleza x Flamengo Copa do Brasil, Globo (para RJ), ESPN Brasil e SporTV 2 21h45 Atlético Mineiro x Racing Libertadores, Fox Sports 2
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Hoje na TV: semifinal da Liga dos Campeões e oitavas da Libertadores7h Masters 1.000 de Madri Tênis, SporTV 3 15h45 Real Madrid x Manc. City L. Campeões, Globo, Band e EI Maxx 19h15 Toluca x São Paulo Libertadores, Fox Sports 19h15 River Plate x Del Valle Libertadores, Fox Sports 2 19h30 Ferroviária x Fluminense Copa do Brasil, ESPN Brasil e SporTV 21h C. Cavaliers x Atlanta Hawks NBA, SporTV 3 21h45 Corinthians x Nacional Libertadores, Globo (para SP), Fox Sports e SporTV 21h45 Fortaleza x Flamengo Copa do Brasil, Globo (para RJ), ESPN Brasil e SporTV 2 21h45 Atlético Mineiro x Racing Libertadores, Fox Sports 2
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Reino Unido teve sempre posição ambígua sobre a União Europeia
O Reino Unido nunca esteve inteiramente dentro da Europa, e isso não é consequência de determinismo geográfico, por ser ilhéu. Qualquer terráqueo que tenha acompanhado a relação britânica com a União Europeia sabe que o país sempre usou a ameaça de sair como argumento para impor o que queria nas negociações com a comunidade. Um dia, as ameaças se tornaram realidade. Agora serão dois anos de conversa para estabelecer o novo status quo. O mais provável é que não seja uma saída total, mas uma condição de parceiro não inteiramente integrado. O sonho de muitos britânicos é a Suíça: o pequeno país tem um isolamento natural semelhante ao inglês (em vez do mar, tem montanhas) e uma diversidade étnica e cultural bem resolvida por um sistema federativo que virou modelo para o mundo todo. Ela não é parte da UE, mas se beneficia de uma condição especial de comércio e fronteiras que não é oferecida a outros vizinhos, como a Ucrânia ou Turquia. A relação do Reino Unido com a comunidade europeia sempre foi marcada por ceticismo. Depois de lutar duas guerras no continente, os britânicos viram com desconfiança e ficaram de fora do acordo do aço (1950), embrião da União Europeia. Assinaram França, Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália. Londres também não aderiu quando os seis primeiros países (França, Alemanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Holanda) firmaram o acordo que gerou o Mercado Comum Europeu (1957). O Reino Unido assinou apenas em 1973. Eleita em 1979, a conservadora Margaret Thatcher foi uma crítica contumaz da integração econômica e política. Exigia a entrada de mais países, para diluir o peso das três maiores potências (Alemanha, França e o próprio Reino Unido) e não admitia a moeda comum. Em 1992, o país viveu um claro estresse com a integração da política externa da comunidade: Londres era contra o reconhecimento da independência dos países da ex-Iugoslávia, queria que antes as constituições das novas nações reconhecessem os direitos das minorias sérvias. A Alemanha atropelou todos e reconheceu a Croácia e a Eslovênia, seus fiéis aliados nas duas guerras mundiais contra França e Inglaterra. O açodamento tornou a guerra inevitável. No fim daquele ano, em 16 de setembro, deu-se o maior trauma econômico da relação com a Comunidade Europeia, quando grandes especuladores entraram na bolsa apostando na desvalorização da libra. As regras europeias obrigavam os países a sustentar o valor de troca de suas moedas. Londres investiu 3,4 bilhões de libras em um único dia, duelando contra o banqueiro George Soros para sustentar a paridade de 2 a 1 para o dólar. Perdeu. Naquela noite, o governo conservador retirou-se do mecanismo de controle monetário: deixou a libra flutuar conforme o mercado. E ela despencou, perdeu quase 50% do valor nos primeiros dias e estabilizou posteriormente em 1,5/dólar. Os preços de importados subiram, a inflação cresceu, o país viu a cara da crise sem que a Europa corresse em seu auxílio. A opinião pública inglesa sentiu mais uma vez que sangrava a saúde nacional em benefício do continente. No ano seguinte, os países deveriam aprovar em plebiscito o tratado de Maastricht e aderir à União Europeia, propriamente (integração total de fronteiras e moedas, direitos nacionais únicos e iguais). O governo britânico, conservador, se dividiu e a opinião pública também. Mais ou menos como o "brexit" em 2016, a votação foi apertada, mas a continuidade venceu. O Reino Unido manteve condições especiais como a preservação da libra e o controle de passaportes próprio, sem falar dos carros com direção do lado direito. Mais recentemente, com a crise dos refugiados do Oriente Médio e do Norte da África, as diferenças se manifestaram de forma aguda: a Alemanha se revelou favorável ao acolhimento, os países mediterrâneos entraram em crise para administrar o impacto enquanto o Reino Unido aproveitou a barreira natural (o mar) e bloqueou quase totalmente a entrada de imigrantes no país. Em seguida, o primeiro ministro Cameron aceitou chamar um plebiscito para votar o "brexit". O resultado foi o que sabemos. Como dizia o grande repórter americano David Halberstam, autor de "The Powers that Be", uma das maiores dificuldades dos jornalistas é vender como novas notícias que são continuação de processos seculares. A saída anunciada nesta quarta (29) é apenas a confirmação da velha ambiguidade dos britânicos com o que muitos aqui chamam de "a Europa" (como se não fizessem parte dela). Ela iria acontecer, mesmo que não se chamasse "brexit".
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Reino Unido teve sempre posição ambígua sobre a União EuropeiaO Reino Unido nunca esteve inteiramente dentro da Europa, e isso não é consequência de determinismo geográfico, por ser ilhéu. Qualquer terráqueo que tenha acompanhado a relação britânica com a União Europeia sabe que o país sempre usou a ameaça de sair como argumento para impor o que queria nas negociações com a comunidade. Um dia, as ameaças se tornaram realidade. Agora serão dois anos de conversa para estabelecer o novo status quo. O mais provável é que não seja uma saída total, mas uma condição de parceiro não inteiramente integrado. O sonho de muitos britânicos é a Suíça: o pequeno país tem um isolamento natural semelhante ao inglês (em vez do mar, tem montanhas) e uma diversidade étnica e cultural bem resolvida por um sistema federativo que virou modelo para o mundo todo. Ela não é parte da UE, mas se beneficia de uma condição especial de comércio e fronteiras que não é oferecida a outros vizinhos, como a Ucrânia ou Turquia. A relação do Reino Unido com a comunidade europeia sempre foi marcada por ceticismo. Depois de lutar duas guerras no continente, os britânicos viram com desconfiança e ficaram de fora do acordo do aço (1950), embrião da União Europeia. Assinaram França, Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália. Londres também não aderiu quando os seis primeiros países (França, Alemanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Holanda) firmaram o acordo que gerou o Mercado Comum Europeu (1957). O Reino Unido assinou apenas em 1973. Eleita em 1979, a conservadora Margaret Thatcher foi uma crítica contumaz da integração econômica e política. Exigia a entrada de mais países, para diluir o peso das três maiores potências (Alemanha, França e o próprio Reino Unido) e não admitia a moeda comum. Em 1992, o país viveu um claro estresse com a integração da política externa da comunidade: Londres era contra o reconhecimento da independência dos países da ex-Iugoslávia, queria que antes as constituições das novas nações reconhecessem os direitos das minorias sérvias. A Alemanha atropelou todos e reconheceu a Croácia e a Eslovênia, seus fiéis aliados nas duas guerras mundiais contra França e Inglaterra. O açodamento tornou a guerra inevitável. No fim daquele ano, em 16 de setembro, deu-se o maior trauma econômico da relação com a Comunidade Europeia, quando grandes especuladores entraram na bolsa apostando na desvalorização da libra. As regras europeias obrigavam os países a sustentar o valor de troca de suas moedas. Londres investiu 3,4 bilhões de libras em um único dia, duelando contra o banqueiro George Soros para sustentar a paridade de 2 a 1 para o dólar. Perdeu. Naquela noite, o governo conservador retirou-se do mecanismo de controle monetário: deixou a libra flutuar conforme o mercado. E ela despencou, perdeu quase 50% do valor nos primeiros dias e estabilizou posteriormente em 1,5/dólar. Os preços de importados subiram, a inflação cresceu, o país viu a cara da crise sem que a Europa corresse em seu auxílio. A opinião pública inglesa sentiu mais uma vez que sangrava a saúde nacional em benefício do continente. No ano seguinte, os países deveriam aprovar em plebiscito o tratado de Maastricht e aderir à União Europeia, propriamente (integração total de fronteiras e moedas, direitos nacionais únicos e iguais). O governo britânico, conservador, se dividiu e a opinião pública também. Mais ou menos como o "brexit" em 2016, a votação foi apertada, mas a continuidade venceu. O Reino Unido manteve condições especiais como a preservação da libra e o controle de passaportes próprio, sem falar dos carros com direção do lado direito. Mais recentemente, com a crise dos refugiados do Oriente Médio e do Norte da África, as diferenças se manifestaram de forma aguda: a Alemanha se revelou favorável ao acolhimento, os países mediterrâneos entraram em crise para administrar o impacto enquanto o Reino Unido aproveitou a barreira natural (o mar) e bloqueou quase totalmente a entrada de imigrantes no país. Em seguida, o primeiro ministro Cameron aceitou chamar um plebiscito para votar o "brexit". O resultado foi o que sabemos. Como dizia o grande repórter americano David Halberstam, autor de "The Powers that Be", uma das maiores dificuldades dos jornalistas é vender como novas notícias que são continuação de processos seculares. A saída anunciada nesta quarta (29) é apenas a confirmação da velha ambiguidade dos britânicos com o que muitos aqui chamam de "a Europa" (como se não fizessem parte dela). Ela iria acontecer, mesmo que não se chamasse "brexit".
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Justiça reabre o Porto de Tubarão após denúncia de crime ambiental
A justiça federal determinou, nesta segunda-feira (25), a reabertura do Complexo Portuário de Tubarão, interditado desde quinta (21), após denúncia de crime ambiental contra as operadoras do terminal, a Vale e a ArcelorMittal. A decisão liminar do desembargador Zigdor Teitel, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), suspende outra liminar, do juiz Marcos Vinícius de Oliveira Costa, da 1ª Vara Federal Criminal, concedida à Polícia Federal, que investiga possíveis crimes ambientais. De acordo com os advogados da Vale, o porto já foi reaberto. A PF flagrou o lançamento de poeira de carvão mineral na atmosfera e uma "chuva" de pó de minério de ferro sobre o mar do Espírito Santo, estado onde fica o porto. Após a obtenção da liminar, a PF divulgou um vídeo que mostra a precipitação de um pó escuro sobre o mar. Segundo o órgão, esse pó é minério de ferro. Embora a medida suspenda a liminar, o desembargador Teitel exige que a Vale apresente em 60 dias um plano de viabilidade, que deverá apresentar as causas que levaram à poluição e os meios que serão utilizados para dar um fim ao dano ambiental. Essas medidas, segundo o desembargador, implicam na adoção prática de novas técnicas de contenção de resíduos e na colaboração da empresa com a atividade policial. "O descumprimento de qualquer das medidas aqui impostas repercutirá na imediata aplicação da multa já fixada pelo Magistrado [...], além de eventual retorno à suspensão das atividades portuárias do Complexo de Tubarão", diz a decisão. A multa citada por Teitel é a mesma determinada por Oliveira Costa, de até 6,6% do faturamento de cada unidade.
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Justiça reabre o Porto de Tubarão após denúncia de crime ambientalA justiça federal determinou, nesta segunda-feira (25), a reabertura do Complexo Portuário de Tubarão, interditado desde quinta (21), após denúncia de crime ambiental contra as operadoras do terminal, a Vale e a ArcelorMittal. A decisão liminar do desembargador Zigdor Teitel, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), suspende outra liminar, do juiz Marcos Vinícius de Oliveira Costa, da 1ª Vara Federal Criminal, concedida à Polícia Federal, que investiga possíveis crimes ambientais. De acordo com os advogados da Vale, o porto já foi reaberto. A PF flagrou o lançamento de poeira de carvão mineral na atmosfera e uma "chuva" de pó de minério de ferro sobre o mar do Espírito Santo, estado onde fica o porto. Após a obtenção da liminar, a PF divulgou um vídeo que mostra a precipitação de um pó escuro sobre o mar. Segundo o órgão, esse pó é minério de ferro. Embora a medida suspenda a liminar, o desembargador Teitel exige que a Vale apresente em 60 dias um plano de viabilidade, que deverá apresentar as causas que levaram à poluição e os meios que serão utilizados para dar um fim ao dano ambiental. Essas medidas, segundo o desembargador, implicam na adoção prática de novas técnicas de contenção de resíduos e na colaboração da empresa com a atividade policial. "O descumprimento de qualquer das medidas aqui impostas repercutirá na imediata aplicação da multa já fixada pelo Magistrado [...], além de eventual retorno à suspensão das atividades portuárias do Complexo de Tubarão", diz a decisão. A multa citada por Teitel é a mesma determinada por Oliveira Costa, de até 6,6% do faturamento de cada unidade.
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Marcelo Oliveira ignora perda de Gabriel e vê excesso de soberba
Após a derrota para o Coritiba por 2 a 1, na quarta-feira (12), no estádio Couto Pereira, em Curitiba, o técnico do Palmeiras, Marcelo Oliveira, criticou o excesso de soberba e disse que o time está fora dos trilhos. "Houve um excesso de soberba, ou preciosismo na hora de fazer a jogada. Estava tocando muito de primeira. Depois que tomamos o gol, virou ansiedade no fim do primeiro tempo. Houve uma cobrança mais forte hoje, saiu o gol rapidamente no segundo tempo e isso nos deu todas as condições de reagir. Mas foram anormais os dois gols que nós levamos", analisou o treinador. "Temos que nos cobrar, inclusive ao técnico, para fazer algo melhor. Jogar e mostrar a qualidade do elenco que nós temos. Ser eficiente e mais decisivo. Não adianta ficar com a bola o tempo todo e não ter finalização. Saímos do trilho e precisamos voltar para o caminho das vitórias", acrescentou. Na entrevista, Marcelo Oliveira não considera que a perda do volante Gabriel, que machucou o joelho e não jogará mais em 2015, como fator preponderante para a queda de produção do Palmeiras. Coincidentemente, as três derrotas consecutivas no Brasileiro aconteceram sem o atleta, que se machucou justamente na primeira delas, o 1 a 0 para o Atlético-PR, dia 2 de agosto. Depois, o Palmeiras perdeu para o Cruzeiro, 2 a 1 no domingo (9), e nesta quarta (12) para o Coritiba, também 2 a 1. "Não é a ausência de um jogador que vai transformar o Palmeiras. Vamos trabalhar mais", disse Oliveira. O zagueiro Vitor Hugo, que retornou após lesão, acha que a equipe tem errado passes fáceis, "de cinco, dez metros". "Eles [Coritiba] acharam umas bolas que vamos ter de trabalhar. Quem quer chegar não pode tomar esses gols. Perder assim é complicado, mas não pode se abater", disse. Com a derrota, o Palmeiras caiu para a oitava colocação com 28 pontos. O time volta a campo no domingo (16), quando enfrenta o Flamengo no Allianz Parque. Veja vídeo
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Marcelo Oliveira ignora perda de Gabriel e vê excesso de soberbaApós a derrota para o Coritiba por 2 a 1, na quarta-feira (12), no estádio Couto Pereira, em Curitiba, o técnico do Palmeiras, Marcelo Oliveira, criticou o excesso de soberba e disse que o time está fora dos trilhos. "Houve um excesso de soberba, ou preciosismo na hora de fazer a jogada. Estava tocando muito de primeira. Depois que tomamos o gol, virou ansiedade no fim do primeiro tempo. Houve uma cobrança mais forte hoje, saiu o gol rapidamente no segundo tempo e isso nos deu todas as condições de reagir. Mas foram anormais os dois gols que nós levamos", analisou o treinador. "Temos que nos cobrar, inclusive ao técnico, para fazer algo melhor. Jogar e mostrar a qualidade do elenco que nós temos. Ser eficiente e mais decisivo. Não adianta ficar com a bola o tempo todo e não ter finalização. Saímos do trilho e precisamos voltar para o caminho das vitórias", acrescentou. Na entrevista, Marcelo Oliveira não considera que a perda do volante Gabriel, que machucou o joelho e não jogará mais em 2015, como fator preponderante para a queda de produção do Palmeiras. Coincidentemente, as três derrotas consecutivas no Brasileiro aconteceram sem o atleta, que se machucou justamente na primeira delas, o 1 a 0 para o Atlético-PR, dia 2 de agosto. Depois, o Palmeiras perdeu para o Cruzeiro, 2 a 1 no domingo (9), e nesta quarta (12) para o Coritiba, também 2 a 1. "Não é a ausência de um jogador que vai transformar o Palmeiras. Vamos trabalhar mais", disse Oliveira. O zagueiro Vitor Hugo, que retornou após lesão, acha que a equipe tem errado passes fáceis, "de cinco, dez metros". "Eles [Coritiba] acharam umas bolas que vamos ter de trabalhar. Quem quer chegar não pode tomar esses gols. Perder assim é complicado, mas não pode se abater", disse. Com a derrota, o Palmeiras caiu para a oitava colocação com 28 pontos. O time volta a campo no domingo (16), quando enfrenta o Flamengo no Allianz Parque. Veja vídeo
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Apple não vai divulgar dados do 1º fim de semana de vendas do iPhone 7
A Apple afirmou nesta quinta-feira (8) que não vai divulgar os dados do primeiro fim de semana de vendas do recém-lançado iPhone 7, o que dificultará para analistas ter uma leitura sobre as perspectivas do produto. A Apple suspendeu a prática porque o número de celulares vendidos durante o período se tornou mais um reflexo do estoque da Apple do que da demanda, disse uma porta-voz da empresa. "Como expandimos a nossa distribuição por operadoras e revendedores a centenas de milhares de locais ao redor do mundo, sabemos antes das pré-encomendas de que vamos esgotar o iPhone 7", disse Kristin Huguet, porta-voz da Apple. "Estas vendas iniciais serão regidas pela oferta, não pela demanda, e decidimos que isso não é mais uma métrica representativa para nossos investidores e consumidores". Evolução do iPhone A Apple lançou o iPhone 7 e o iPhone 7 Plus na véspera nos EUA. Os novos aparelhos têm câmeras melhoradas e eliminaram a entrada de fone de ouvido em favor de modelos sem fio. As pré-encomendas começam na sexta-feira e a Apple vai começar a despachar os aparelhos em 16 de setembro. Analistas observam com atenção o desempenho do iPhone 7, porque as vendas de celulares Apple recuaram por dois trimestres seguidos neste ano, as primeiras quedas já registradas para esta categoria de produto na Apple. Em 28 de setembro passado, a Apple anunciou que as vendas do primeiro fim de semana do iPhone 6 foram recordes, mas as ações recuaram 2% diante de preocupações de Wall Street sobre esfriamento da demanda. Mais de metade do faturamento da Apple vem das vendas de iPhones. No último trimestre, a empresa teve receita total de US$ 42,4 bilhões, com US$ 24 bilhões gerados pelo iPhone.
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Apple não vai divulgar dados do 1º fim de semana de vendas do iPhone 7A Apple afirmou nesta quinta-feira (8) que não vai divulgar os dados do primeiro fim de semana de vendas do recém-lançado iPhone 7, o que dificultará para analistas ter uma leitura sobre as perspectivas do produto. A Apple suspendeu a prática porque o número de celulares vendidos durante o período se tornou mais um reflexo do estoque da Apple do que da demanda, disse uma porta-voz da empresa. "Como expandimos a nossa distribuição por operadoras e revendedores a centenas de milhares de locais ao redor do mundo, sabemos antes das pré-encomendas de que vamos esgotar o iPhone 7", disse Kristin Huguet, porta-voz da Apple. "Estas vendas iniciais serão regidas pela oferta, não pela demanda, e decidimos que isso não é mais uma métrica representativa para nossos investidores e consumidores". Evolução do iPhone A Apple lançou o iPhone 7 e o iPhone 7 Plus na véspera nos EUA. Os novos aparelhos têm câmeras melhoradas e eliminaram a entrada de fone de ouvido em favor de modelos sem fio. As pré-encomendas começam na sexta-feira e a Apple vai começar a despachar os aparelhos em 16 de setembro. Analistas observam com atenção o desempenho do iPhone 7, porque as vendas de celulares Apple recuaram por dois trimestres seguidos neste ano, as primeiras quedas já registradas para esta categoria de produto na Apple. Em 28 de setembro passado, a Apple anunciou que as vendas do primeiro fim de semana do iPhone 6 foram recordes, mas as ações recuaram 2% diante de preocupações de Wall Street sobre esfriamento da demanda. Mais de metade do faturamento da Apple vem das vendas de iPhones. No último trimestre, a empresa teve receita total de US$ 42,4 bilhões, com US$ 24 bilhões gerados pelo iPhone.
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Personagem cativante, 'Maestro' não se livra de molde repetitivo
JOÃO, O MAESTRO (regular) DIREÇÃO Mauro Lima ELENCO Alexandre Nero, Rodrigo Pandolfo, Alinne Moraes PRODUÇÃO Brasil, 2017, 14 anos Veja salas e horários de exibição * Como condensar o período de uma vida nas duas horas, em geral, de duração de um longa? Que critérios adotar para incluir certas peripécias e deixar outras de fora, para enfatizar o que revela a natureza do personagem, que distingue ou macula sua imagem? "João, o Maestro", como outros tantos esforços de filmar biografias, transmite, na superfície, um conjunto de qualidades. Seus problemas, contudo, são os mesmos que as cinebiografias repetem há décadas. A primeira e maior qualidade do longa é seu personagem cativante, o pianista e maestro João Carlos Martins, figura recoberta pelo ideal de nobreza que se costuma associar à música clássica. A trajetória sinuosa do artista, da infância adoentada à adolescência disciplinada e, mais tarde, à maturidade cheia de obstáculos e conquistas, oferece material para uma jornada heroica e admirável. A abundância do orçamento também resplandece na tela na forma da direção de arte, atenta desde o modelo do sutiã da professora de piano do menino João ao tipo de taxímetro da Montevidéu de outrora. O detalhismo histórico complementa-se com locações no exterior, valores de produção para conferir autenticidade mas também para levar o público a reconhecer que o cinema brasileiro não se resume a ostentar miséria, feiura e violência. O conjunto dessas representações tem por função menos reconstituir a saga de Martins que mostrar um Brasil que nossos cineastas são acusados de ignorar –um país com classe. A ideia de história verdadeira é outro fator narrativo que seduz plateias, fascinadas pela ilusão de que tudo aquilo ainda conta com o peso do "real". Mas, se tirarmos Alexandre Nero de cena e colocarmos Babu Santana ou Selton Mello no lugar, estaremos assistindo ao mesmo filme. O diretor e roteirista Mauro Lima, que já assinou "Meu Nome Não é Johnny" (2008) e "Tim Maia" (2014), aplica o mesmo molde desses trabalhos e que as cinebiografias adotam há décadas para retratar os mais diversos tipos de personalidades. Funciona? Sem dúvida, pois do contrário a fórmula não seria tão duradoura. O problema, em geral, está em crer que vidas são feitas de fatos. O que João Carlos Martins fez para ser reconhecido, o que marcou mais sua trajetória de sucesso, quais seus percalços? Tudo isso está no filme, tanto como na Wikipédia e em joaocarlosmartins.com.br. A ilusão biográfica, contudo, consiste na crença de que, ao reconstituir uma vida, não apagamos, ao mesmo tempo, a existência, o que a torna única e exemplar a outros. Nesse sentido, "João, o Maestro" repete uma falta recorrente do gênero, rouba a vida de alguém para fazer um filme morto. Assista ao trailer de 'João, o Maestro' Assista ao trailer de 'João, o Maestro'
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Personagem cativante, 'Maestro' não se livra de molde repetitivoJOÃO, O MAESTRO (regular) DIREÇÃO Mauro Lima ELENCO Alexandre Nero, Rodrigo Pandolfo, Alinne Moraes PRODUÇÃO Brasil, 2017, 14 anos Veja salas e horários de exibição * Como condensar o período de uma vida nas duas horas, em geral, de duração de um longa? Que critérios adotar para incluir certas peripécias e deixar outras de fora, para enfatizar o que revela a natureza do personagem, que distingue ou macula sua imagem? "João, o Maestro", como outros tantos esforços de filmar biografias, transmite, na superfície, um conjunto de qualidades. Seus problemas, contudo, são os mesmos que as cinebiografias repetem há décadas. A primeira e maior qualidade do longa é seu personagem cativante, o pianista e maestro João Carlos Martins, figura recoberta pelo ideal de nobreza que se costuma associar à música clássica. A trajetória sinuosa do artista, da infância adoentada à adolescência disciplinada e, mais tarde, à maturidade cheia de obstáculos e conquistas, oferece material para uma jornada heroica e admirável. A abundância do orçamento também resplandece na tela na forma da direção de arte, atenta desde o modelo do sutiã da professora de piano do menino João ao tipo de taxímetro da Montevidéu de outrora. O detalhismo histórico complementa-se com locações no exterior, valores de produção para conferir autenticidade mas também para levar o público a reconhecer que o cinema brasileiro não se resume a ostentar miséria, feiura e violência. O conjunto dessas representações tem por função menos reconstituir a saga de Martins que mostrar um Brasil que nossos cineastas são acusados de ignorar –um país com classe. A ideia de história verdadeira é outro fator narrativo que seduz plateias, fascinadas pela ilusão de que tudo aquilo ainda conta com o peso do "real". Mas, se tirarmos Alexandre Nero de cena e colocarmos Babu Santana ou Selton Mello no lugar, estaremos assistindo ao mesmo filme. O diretor e roteirista Mauro Lima, que já assinou "Meu Nome Não é Johnny" (2008) e "Tim Maia" (2014), aplica o mesmo molde desses trabalhos e que as cinebiografias adotam há décadas para retratar os mais diversos tipos de personalidades. Funciona? Sem dúvida, pois do contrário a fórmula não seria tão duradoura. O problema, em geral, está em crer que vidas são feitas de fatos. O que João Carlos Martins fez para ser reconhecido, o que marcou mais sua trajetória de sucesso, quais seus percalços? Tudo isso está no filme, tanto como na Wikipédia e em joaocarlosmartins.com.br. A ilusão biográfica, contudo, consiste na crença de que, ao reconstituir uma vida, não apagamos, ao mesmo tempo, a existência, o que a torna única e exemplar a outros. Nesse sentido, "João, o Maestro" repete uma falta recorrente do gênero, rouba a vida de alguém para fazer um filme morto. Assista ao trailer de 'João, o Maestro' Assista ao trailer de 'João, o Maestro'
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Obra em hidrelétrica provoca inundação e atinge 117 casas no Amapá
Uma inundação atingiu 117 casas no Amapá depois da operação de abertura de uma espécie de barragem provisória de uma hidrelétrica em construção. Na cidade de Ferreira Gomes, a 137 quilômetros da capital, Macapá, cerca de 600 pessoas tiveram de ser retiradas de casa e o fornecimento de energia foi parcialmente interrompido. Desde quinta-feira (7), o nível do rio Araguari subiu e invadiu as principais ruas da cidade. A prefeitura decretou situação de emergência e a Defesa Civil do Amapá foi acionada para dar suporte às famílias. Ninguém ficou ferido. As famílias começaram a retornar para suas casas nesta sexta-feira (8), quando a água do rio recuou um pouco. Grande parte delas, contudo, perdeu móveis e eletrodomésticos. A Prefeitura de Ferreira Gomes montou um gabinete de crise para centralizar ações de órgãos municipais, da Defesa Civil Estadual e do Ministério Público do Amapá. Nesta sexta, o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), visitou a cidade para prestar solidariedade aos desabrigados. JOGO DE EMPURRA A inundação de parte da cidade começou após uma operação de abertura da ensecadeira da hidrelétrica que está sendo construída pela Energia Cachoeira Caldeirão, consórcio capitaneado pela EDP Energia. O consórcio Caldeirão Grande afirma que realizou a abertura da ensecadeira de forma programada e alega que o aumento no volume de água não seria suficiente para inundar as casas. Por outro lado, executivos de outras empresas que operam barragens na região –como a Ferreira Gomes Energia– alegam que não foram avisados do aumento do fluxo de água e não adequaram a abertura de suas comportas. Em nota, a empresa Ferreira Gomes Energia (FGE) informou que aguarda emissão de laudo técnico para se pronunciar sobre o ocorrido. O governo do Amapá também informou que não foi avisado da abertura da "ensecadeira" da hidrelétrica em obras.
cotidiano
Obra em hidrelétrica provoca inundação e atinge 117 casas no AmapáUma inundação atingiu 117 casas no Amapá depois da operação de abertura de uma espécie de barragem provisória de uma hidrelétrica em construção. Na cidade de Ferreira Gomes, a 137 quilômetros da capital, Macapá, cerca de 600 pessoas tiveram de ser retiradas de casa e o fornecimento de energia foi parcialmente interrompido. Desde quinta-feira (7), o nível do rio Araguari subiu e invadiu as principais ruas da cidade. A prefeitura decretou situação de emergência e a Defesa Civil do Amapá foi acionada para dar suporte às famílias. Ninguém ficou ferido. As famílias começaram a retornar para suas casas nesta sexta-feira (8), quando a água do rio recuou um pouco. Grande parte delas, contudo, perdeu móveis e eletrodomésticos. A Prefeitura de Ferreira Gomes montou um gabinete de crise para centralizar ações de órgãos municipais, da Defesa Civil Estadual e do Ministério Público do Amapá. Nesta sexta, o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), visitou a cidade para prestar solidariedade aos desabrigados. JOGO DE EMPURRA A inundação de parte da cidade começou após uma operação de abertura da ensecadeira da hidrelétrica que está sendo construída pela Energia Cachoeira Caldeirão, consórcio capitaneado pela EDP Energia. O consórcio Caldeirão Grande afirma que realizou a abertura da ensecadeira de forma programada e alega que o aumento no volume de água não seria suficiente para inundar as casas. Por outro lado, executivos de outras empresas que operam barragens na região –como a Ferreira Gomes Energia– alegam que não foram avisados do aumento do fluxo de água e não adequaram a abertura de suas comportas. Em nota, a empresa Ferreira Gomes Energia (FGE) informou que aguarda emissão de laudo técnico para se pronunciar sobre o ocorrido. O governo do Amapá também informou que não foi avisado da abertura da "ensecadeira" da hidrelétrica em obras.
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Protestos de atletas negros têm longo histórico nos Estados Unidos
Os rompantes do presidente Donald Trump contra os atletas profissionais que protestam contra a injustiça racial e a resposta desafiadora dos times da NFL, a maior liga de futebol americano dos Estados Unidos, atraíram atenção renovada aos protestos políticos realizados durante a execução do hino nacional em eventos esportivos. Atos de protesto como os registrados no domingo (24) na última rodada da NFL –após iniciativa do quarterback Colin Kaepernick contra a atuação de policiais contra negros– têm uma história longa nos EUA, e uma tradição igualmente longa de irritar os torcedores, dirigentes esportivos e políticos, majoritariamente brancos. Em 1968, em uma cerimônia de premiação na Olimpíada da Cidade do México dois atletas norte-americanos fizeram aquele que se tornaria um dos mais famosos protestos políticos da história do esporte. Tommie Smith e John Carlos, subiram ao pódio para ouvir o hino nacional dos Estados Unidos, depois de conquistarem ouro e bronze nos 200 metros rasos, e ergueram os punhos, envoltos em luvas negras, em uma saudação normalmente associada ao movimento black power. Pressionado pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), o Comitê Olímpico dos Estados Unidos os suspendeu e retirou da olimpíada. A punição imediata pelas autoridades olímpicas serviu de advertência a outros, segundo o artigo. A ação obviamente moderou o comportamento dos atletas negros norte-americanos envolvidos em cerimônias de vitória subsequentes. Ao aceitar as medalhas por suas medalhas de ouro, prata e bronze nos 400 metros rasos, também em 1968, Lee Evans, Larry James e Ron Freeman usaram boinas negras, mas não se comportaram de maneira a causar rancor da parte dos dirigentes. Quatro anos depois da controvérsia de 1968, surgiu um novo incidente. Os atletas Vince Matthews e Wayne Collett, ambos negros, subiram ao pódio em Munique em um momento no qual os dirigentes temiam uma repetição do gesto de seus colegas na Cidade do México. Os dois foram excluídos de competições olímpicas pelo COI. HINO ABANDONADO "Em meio a crescentes controvérsias sobre sua execução em eventos esportivos", afirmava um artigo de primeira página do "New York Times" em 16 de janeiro de 1973, "o hino nacional foi abandonado em uma seletiva olímpica de atletismo no Madison Square Garden". O jornal citou o diretor do evento, que teria dito que executar o hino não era obrigatório porque "seu propósito e relevância em eventos esportivos jamais foram estabelecidos". Um dia depois, nova reportagem de primeira página contava história diferente: "Garden executará hino antes de torneio de atletismo, afinal". A reversão surgiu depois que o Comitê Olímpico dos Estados Unidos recebeu "numerosos telefonemas irados de todo o país", segundo o jornal. Duas décadas depois, em março de 1996, nova polêmica com a execução do hino em eventos esportivos. A NBA suspendeu Mahmoud Abdul-Rauf, do Denver Nuggets, por sua recusa em se levantar durante a execução do hino nacional. Abdul-Rauf, que se converteu ao islamismo em 1991, disse que não acreditava em se levantar para expressar respeito por qualquer ideologia nacionalista. O verdadeiro problema, de acordo com um editorial do "New York Times", "não é a sabedoria ou a precisão da opinião de Abdul-Rauf de que a bandeira representa um 'símbolo de opressão', ou que os ensinamentos islâmicos ditem que ele não se levante durante o hino". "O problema é a NBA estar cega ao fato de que tentar forçar participação em um exercício de patriotismo solapa os valores democráticos". Tradução de PAULO MIGLIACCI
esporte
Protestos de atletas negros têm longo histórico nos Estados UnidosOs rompantes do presidente Donald Trump contra os atletas profissionais que protestam contra a injustiça racial e a resposta desafiadora dos times da NFL, a maior liga de futebol americano dos Estados Unidos, atraíram atenção renovada aos protestos políticos realizados durante a execução do hino nacional em eventos esportivos. Atos de protesto como os registrados no domingo (24) na última rodada da NFL –após iniciativa do quarterback Colin Kaepernick contra a atuação de policiais contra negros– têm uma história longa nos EUA, e uma tradição igualmente longa de irritar os torcedores, dirigentes esportivos e políticos, majoritariamente brancos. Em 1968, em uma cerimônia de premiação na Olimpíada da Cidade do México dois atletas norte-americanos fizeram aquele que se tornaria um dos mais famosos protestos políticos da história do esporte. Tommie Smith e John Carlos, subiram ao pódio para ouvir o hino nacional dos Estados Unidos, depois de conquistarem ouro e bronze nos 200 metros rasos, e ergueram os punhos, envoltos em luvas negras, em uma saudação normalmente associada ao movimento black power. Pressionado pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), o Comitê Olímpico dos Estados Unidos os suspendeu e retirou da olimpíada. A punição imediata pelas autoridades olímpicas serviu de advertência a outros, segundo o artigo. A ação obviamente moderou o comportamento dos atletas negros norte-americanos envolvidos em cerimônias de vitória subsequentes. Ao aceitar as medalhas por suas medalhas de ouro, prata e bronze nos 400 metros rasos, também em 1968, Lee Evans, Larry James e Ron Freeman usaram boinas negras, mas não se comportaram de maneira a causar rancor da parte dos dirigentes. Quatro anos depois da controvérsia de 1968, surgiu um novo incidente. Os atletas Vince Matthews e Wayne Collett, ambos negros, subiram ao pódio em Munique em um momento no qual os dirigentes temiam uma repetição do gesto de seus colegas na Cidade do México. Os dois foram excluídos de competições olímpicas pelo COI. HINO ABANDONADO "Em meio a crescentes controvérsias sobre sua execução em eventos esportivos", afirmava um artigo de primeira página do "New York Times" em 16 de janeiro de 1973, "o hino nacional foi abandonado em uma seletiva olímpica de atletismo no Madison Square Garden". O jornal citou o diretor do evento, que teria dito que executar o hino não era obrigatório porque "seu propósito e relevância em eventos esportivos jamais foram estabelecidos". Um dia depois, nova reportagem de primeira página contava história diferente: "Garden executará hino antes de torneio de atletismo, afinal". A reversão surgiu depois que o Comitê Olímpico dos Estados Unidos recebeu "numerosos telefonemas irados de todo o país", segundo o jornal. Duas décadas depois, em março de 1996, nova polêmica com a execução do hino em eventos esportivos. A NBA suspendeu Mahmoud Abdul-Rauf, do Denver Nuggets, por sua recusa em se levantar durante a execução do hino nacional. Abdul-Rauf, que se converteu ao islamismo em 1991, disse que não acreditava em se levantar para expressar respeito por qualquer ideologia nacionalista. O verdadeiro problema, de acordo com um editorial do "New York Times", "não é a sabedoria ou a precisão da opinião de Abdul-Rauf de que a bandeira representa um 'símbolo de opressão', ou que os ensinamentos islâmicos ditem que ele não se levante durante o hino". "O problema é a NBA estar cega ao fato de que tentar forçar participação em um exercício de patriotismo solapa os valores democráticos". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Em 45 dias, aplicativo recebe 8.000 denúncias de falta de água em SP
Desenvolvido há 45 dias, o aplicativo "Tá Faltando Água" já reuniu 8.000 registros de falta de água na Grande São Paulo, a maioria deles na áreas atendidas pelo sistema Cantareira, que só funciona desde 2014 devido à obras emergenciais. Segundo relatório da Aliança Pela Água, criadora do aplicativo, o sistema tem como objetivo mostrar não só os números de pessoas sem água, mas também onde elas estão num mapa de São Paulo e com isso tentar "humanizar" o problema na cidade. A Aliança é um coletivo de entidades e associações voltadas para o tema da crise hídrica. Apenas o município de São Paulo foi responsável por 6.000 registros de falta de água. Na capital, o bairro campeão em registros é o do Limão, na zona norte, com 326. O bairro é inteiramente abastecido pelo Cantareira. A falta de água acontece pois, com as represas quase vazias, a Sabesp, empresa paulista de saneamento, tem adotado a estratégia de reduzir a força com que a água é bombeada pelos canos da cidade. Assim, a empresa consegue reduzir as perdas nas inúmeras falhas de seus canos. O efeito colateral desta operação é que, sem força, a água simplesmente não chega às torneiras de milhares de casas na Grande São Paulo. Para a Sabesp, com a redução da disponibilidade de água em 27% desde o início da crise hídrica, era previsível o aumento no número de reclamações. A empresa solicita ainda que que os casos computados pela instituição sejam encaminhados, a fim de que possam ser avaliados por equipes técnicas. BRASIL Apesar da Aliança pela Água dedicar grande parte de sua atenção à atual crise hídrica em São Paulo, o aplicativo reúne relatos de falta de água em todo o país. As regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e Belo Horizonte então entre as que mais tiveram relatos de falta de água, depois de São Paulo. Para ter acesso ao aplicativo, basta baixá-lo, responder a um questionário e marcar a localidade em que está faltando água. O aplicativo conta com o desenvolvimento do ISA (Instituto Socioambiental).
cotidiano
Em 45 dias, aplicativo recebe 8.000 denúncias de falta de água em SPDesenvolvido há 45 dias, o aplicativo "Tá Faltando Água" já reuniu 8.000 registros de falta de água na Grande São Paulo, a maioria deles na áreas atendidas pelo sistema Cantareira, que só funciona desde 2014 devido à obras emergenciais. Segundo relatório da Aliança Pela Água, criadora do aplicativo, o sistema tem como objetivo mostrar não só os números de pessoas sem água, mas também onde elas estão num mapa de São Paulo e com isso tentar "humanizar" o problema na cidade. A Aliança é um coletivo de entidades e associações voltadas para o tema da crise hídrica. Apenas o município de São Paulo foi responsável por 6.000 registros de falta de água. Na capital, o bairro campeão em registros é o do Limão, na zona norte, com 326. O bairro é inteiramente abastecido pelo Cantareira. A falta de água acontece pois, com as represas quase vazias, a Sabesp, empresa paulista de saneamento, tem adotado a estratégia de reduzir a força com que a água é bombeada pelos canos da cidade. Assim, a empresa consegue reduzir as perdas nas inúmeras falhas de seus canos. O efeito colateral desta operação é que, sem força, a água simplesmente não chega às torneiras de milhares de casas na Grande São Paulo. Para a Sabesp, com a redução da disponibilidade de água em 27% desde o início da crise hídrica, era previsível o aumento no número de reclamações. A empresa solicita ainda que que os casos computados pela instituição sejam encaminhados, a fim de que possam ser avaliados por equipes técnicas. BRASIL Apesar da Aliança pela Água dedicar grande parte de sua atenção à atual crise hídrica em São Paulo, o aplicativo reúne relatos de falta de água em todo o país. As regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e Belo Horizonte então entre as que mais tiveram relatos de falta de água, depois de São Paulo. Para ter acesso ao aplicativo, basta baixá-lo, responder a um questionário e marcar a localidade em que está faltando água. O aplicativo conta com o desenvolvimento do ISA (Instituto Socioambiental).
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Confronto entre polícia e ladrões deixa jornalista em estado grave em Caruaru
O jornalista Alexandre Farias, 39, da TV Asa Branca, afiliada da Rede Globo em Caruaru (PE), está internado em estado grave, em coma induzido, após ter sido baleado no rosto durante suposto confronto entre policiais e bandidos. Farias foi atingido enquanto dirigia em direção à sua casa, no Alto do Moura, ponto turístico de Caruaru, depois de apresentar o ABTV segunda edição, no último sábado (16). Três suspeitos foram presos -segundo a polícia, já têm condenações por homicídios e assaltos. De acordo com a Polícia Militar, assaltantes estavam em um carro roubado quando houve perseguição e troca de tiros. Na fuga, os acusados ainda atropelaram socorristas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que estavam em uma ocorrência no local. O jornalista foi socorrido para o Hospital Regional do Agreste e, em seguida, transferido para o hospital Unimed, também em Caruaru (PE). O projétil, que entrou pela região do olho direito, causou perda de massa encefálica. "É muito cedo falar em sequelas. Só teremos uma avaliação detalhada no mínimo depois de 72 horas. A possibilidade que ele viva é grande", disse o neurocirurgião Ronaldo Neves, no domingo (17). Nesta segunda (18), amigos de Farias disseram à Folha que ele está evoluindo de forma positiva e que o edema diminuiu. "O paciente encontra-se estável, porém crítico, respirando com a ajuda de ventilação mecânica. Houve melhora da pressão intracraniana, estando próximo aos níveis normais", diz boletim médico divulgado à tarde. Farias é natural de Escada, cidade da zona da mata sul de Pernambuco. O jornalista trabalhou em emissoras de rádio e TV do Estado e da Paraíba como repórter, apresentador e diretor de programação. Desde 2015 é apresentador na TV Asa Branca. Ele também é professor universitário e há 12 anos atua na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, em Brejo da Madre de Deus (PE). REPERCUSSÃO O grupo Nordeste de Comunicação, que inclui a TV Asa Branca, emitiu nota criticando o aumento da violência e a falta de ações dos governos estadual e municipal. "Só em Caruaru já são mais de 200 assassinatos neste ano. E o que vemos são os governos estadual e municipal em lados opostos, espremendo uma população indefesa", diz trecho do texto. Caruaru é a cidade com o maior número de mortes violentas do interior pernambucano. Segundo dados da Secretaria de Defesa Social, de janeiro a agosto deste ano foram 193 assassinatos –em todo o ano passado, foram 225. O clima de insegurança chegou a limitar os horários de shows durante as festas juninas pelo segundo ano consecutivo. A cidade tem o São João mais famoso do Nordeste. O Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco e a Federação Nacional dos Jornalistas definiram como "inaceitável o cenário de violência do Estado" e cobraram rigor na investigação dos crimes. A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), disse, também por meio de nota, que está agindo dentro do que cabe ao município com ações na área de prevenção e criticou a gestão na segurança pública do governo Paulo Câmara (PSB). "O meu apelo é para que melhore as condições das polícias que atendem o município, através da criação de mais delegacias de plantão, com aumento do efetivo." INVESTIGAÇÃO Depois de denúncias anônimas, três dos cinco suspeitos foram presos no fim da tarde desta segunda (18) em um sítio na zona rural de Caruaru. José Ranieri de Oliveira Simões, 32, Vagner Santos Figueiredo, 30 e Victor Luiz Bezerra da Silva, 20, são foragidos da penitenciária estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta (RN). No início do ano, uma rebelião deixou um saldo de 24 presos decapitados e dois carbonizados no presídio potiguar. A polícia não soube informar quem são os advogados dos suspeitos. De acordo com a polícia, houve troca de tiros e um suspeito identificado como João Pedro foi baleado e morreu no sítio onde o grupo estava escondido. No local, os agentes apreenderam quatro armas.
cotidiano
Confronto entre polícia e ladrões deixa jornalista em estado grave em CaruaruO jornalista Alexandre Farias, 39, da TV Asa Branca, afiliada da Rede Globo em Caruaru (PE), está internado em estado grave, em coma induzido, após ter sido baleado no rosto durante suposto confronto entre policiais e bandidos. Farias foi atingido enquanto dirigia em direção à sua casa, no Alto do Moura, ponto turístico de Caruaru, depois de apresentar o ABTV segunda edição, no último sábado (16). Três suspeitos foram presos -segundo a polícia, já têm condenações por homicídios e assaltos. De acordo com a Polícia Militar, assaltantes estavam em um carro roubado quando houve perseguição e troca de tiros. Na fuga, os acusados ainda atropelaram socorristas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que estavam em uma ocorrência no local. O jornalista foi socorrido para o Hospital Regional do Agreste e, em seguida, transferido para o hospital Unimed, também em Caruaru (PE). O projétil, que entrou pela região do olho direito, causou perda de massa encefálica. "É muito cedo falar em sequelas. Só teremos uma avaliação detalhada no mínimo depois de 72 horas. A possibilidade que ele viva é grande", disse o neurocirurgião Ronaldo Neves, no domingo (17). Nesta segunda (18), amigos de Farias disseram à Folha que ele está evoluindo de forma positiva e que o edema diminuiu. "O paciente encontra-se estável, porém crítico, respirando com a ajuda de ventilação mecânica. Houve melhora da pressão intracraniana, estando próximo aos níveis normais", diz boletim médico divulgado à tarde. Farias é natural de Escada, cidade da zona da mata sul de Pernambuco. O jornalista trabalhou em emissoras de rádio e TV do Estado e da Paraíba como repórter, apresentador e diretor de programação. Desde 2015 é apresentador na TV Asa Branca. Ele também é professor universitário e há 12 anos atua na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, em Brejo da Madre de Deus (PE). REPERCUSSÃO O grupo Nordeste de Comunicação, que inclui a TV Asa Branca, emitiu nota criticando o aumento da violência e a falta de ações dos governos estadual e municipal. "Só em Caruaru já são mais de 200 assassinatos neste ano. E o que vemos são os governos estadual e municipal em lados opostos, espremendo uma população indefesa", diz trecho do texto. Caruaru é a cidade com o maior número de mortes violentas do interior pernambucano. Segundo dados da Secretaria de Defesa Social, de janeiro a agosto deste ano foram 193 assassinatos –em todo o ano passado, foram 225. O clima de insegurança chegou a limitar os horários de shows durante as festas juninas pelo segundo ano consecutivo. A cidade tem o São João mais famoso do Nordeste. O Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco e a Federação Nacional dos Jornalistas definiram como "inaceitável o cenário de violência do Estado" e cobraram rigor na investigação dos crimes. A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), disse, também por meio de nota, que está agindo dentro do que cabe ao município com ações na área de prevenção e criticou a gestão na segurança pública do governo Paulo Câmara (PSB). "O meu apelo é para que melhore as condições das polícias que atendem o município, através da criação de mais delegacias de plantão, com aumento do efetivo." INVESTIGAÇÃO Depois de denúncias anônimas, três dos cinco suspeitos foram presos no fim da tarde desta segunda (18) em um sítio na zona rural de Caruaru. José Ranieri de Oliveira Simões, 32, Vagner Santos Figueiredo, 30 e Victor Luiz Bezerra da Silva, 20, são foragidos da penitenciária estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta (RN). No início do ano, uma rebelião deixou um saldo de 24 presos decapitados e dois carbonizados no presídio potiguar. A polícia não soube informar quem são os advogados dos suspeitos. De acordo com a polícia, houve troca de tiros e um suspeito identificado como João Pedro foi baleado e morreu no sítio onde o grupo estava escondido. No local, os agentes apreenderam quatro armas.
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Novo chefe da CGU descarta acordo coletivo com empreiteiras
O novo ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Valdir Simão, disse à Folha que "não há a menor hipótese de fechar um acordo coletivo" com as empresas envolvidas na Operação Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobras. Segundo ele, só pode haver "acordo individual". Simão disse que as empresas só poderão escapar de serem declaradas inidôneas caso aceitem negociar um acordo de leniência com a CGU e a proposta seja acatada. "Não tendo acordo e havendo materialidade [de irregularidades], o caminho natural é a declaração da inidoneidade", disse o ministro. Sobre o eventual risco de parar obras que afetem o crescimento do país, Simão afirmou: "Não tem outro caminho, é a única possibilidade". As empreiteiras chegaram a articular a negociação de um "acordão" de todas as companhias denunciadas pelo Ministério Público visando reduzir suas punições. O Palácio do Planalto espera que as firmas busquem fechar um acordo de leniência –colaboração com as investigações para evitar a declaração de inidoneidade. Se forem consideradas inidôneas, elas ficam proibidas de fechar novos contratos com o setor público. E obras em curso podem ser afetadas. Simão disse que não conversou com as oito empreiteiras contra as quais a CGU já abriu processo para apurar irregularidades –Camargo Corrêa, Engevix, Mendes Júnior, Iesa, OAS, Queiroz Galvão, UTC e Galvão Engenharia. Informou, porém, que elas já procuraram a área técnica da CGU para falar do acordo no "campo das hipóteses". O ministro esclareceu que qualquer acordo precisa, em primeiro lugar, contar com a manifestação da vontade da empresa e a "conveniência" da administração pública. E acrescentou que precisaria seguir quatro passos: a empresa deve reconhecer a ilegalidade, aceitar ressarcir 100% do dano causado, cooperar com as investigações e adotar um programa de governança aprovado pela CGU. Os acordos de leniência serão celebrados com base na lei anticorrupção, de 2014. Um parecer da CGU permite isso, embora as irregularidades, no caso, sejam anteriores à aprovação dessa norma.
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Novo chefe da CGU descarta acordo coletivo com empreiteirasO novo ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Valdir Simão, disse à Folha que "não há a menor hipótese de fechar um acordo coletivo" com as empresas envolvidas na Operação Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobras. Segundo ele, só pode haver "acordo individual". Simão disse que as empresas só poderão escapar de serem declaradas inidôneas caso aceitem negociar um acordo de leniência com a CGU e a proposta seja acatada. "Não tendo acordo e havendo materialidade [de irregularidades], o caminho natural é a declaração da inidoneidade", disse o ministro. Sobre o eventual risco de parar obras que afetem o crescimento do país, Simão afirmou: "Não tem outro caminho, é a única possibilidade". As empreiteiras chegaram a articular a negociação de um "acordão" de todas as companhias denunciadas pelo Ministério Público visando reduzir suas punições. O Palácio do Planalto espera que as firmas busquem fechar um acordo de leniência –colaboração com as investigações para evitar a declaração de inidoneidade. Se forem consideradas inidôneas, elas ficam proibidas de fechar novos contratos com o setor público. E obras em curso podem ser afetadas. Simão disse que não conversou com as oito empreiteiras contra as quais a CGU já abriu processo para apurar irregularidades –Camargo Corrêa, Engevix, Mendes Júnior, Iesa, OAS, Queiroz Galvão, UTC e Galvão Engenharia. Informou, porém, que elas já procuraram a área técnica da CGU para falar do acordo no "campo das hipóteses". O ministro esclareceu que qualquer acordo precisa, em primeiro lugar, contar com a manifestação da vontade da empresa e a "conveniência" da administração pública. E acrescentou que precisaria seguir quatro passos: a empresa deve reconhecer a ilegalidade, aceitar ressarcir 100% do dano causado, cooperar com as investigações e adotar um programa de governança aprovado pela CGU. Os acordos de leniência serão celebrados com base na lei anticorrupção, de 2014. Um parecer da CGU permite isso, embora as irregularidades, no caso, sejam anteriores à aprovação dessa norma.
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Os centroavantes, típicos ou não, são referências espaciais para os jogadores
De tempos em tempos, alguém decreta o fim dos centroavantes. Parreira, certa vez, falou que o futuro era o 4-6-0, sem centroavante. Independentemente das características, continuam importantes e decisivos. Melhor ainda que um centroavante artilheiro é ter um time que não dependa apenas de seus gols. Melhor ainda é o centroavante que não precise fazer gols para jogar bem. Melhor ainda é o centroavante que se movimente bastante, que dê passes decisivos e participe do jogo coletivo. Melhor ainda é que ele, além de artilheiro, reúna características de pivô, distribuidor de bola, e de atacante, que penetre para receber a bola na frente. Os grandes centroavantes são os que, além de fazer muitos gols, reúnem todas essas qualidades, como Romário, Ronaldo, Ibrahimovic, Suárez e outros. São os craques artilheiros. Jogam com a metade do corpo virada para o companheiro do passe e a outra metade virada para o posicionamento dos defensores. Partem no momento certo, nem uma fração de segundo a mais ou a menos, para receber a bola entre ou nas costas dos zagueiros. Os centroavantes que só jogam bem quando fazem gols adoram o confronto físico, procuram o zagueiro para trombar, empurrar e finalizar. Já os craques centroavantes anteveem a chegada da bola, se deslocam uns dois metros para recebê-la livre e colocá-la no canto do gol. Existem vários bons centroavantes nos times brasileiros, como Fred, Pratto, Guerrero, Borja, Ricardo Oliveira e outros. Além de bons, aproveitam a fraqueza dos adversários nos estaduais para fazer muitos gols. Borja gosta de receber a bola à frente, para aproveitar a velocidade e o talento de artilheiro. Fred é o mais fixo, porém, o que possui melhor técnica para finalizar e para atuar em pequenos espaços. Pratto se movimenta mais e gosta de sair da área para trocar passes. Guerrero tenta fazer o mesmo, mas erra muito. É ótimo nas finalizações e nos passes curtos, em pequenos espaços. Na seleção, Gabriel Jesus se destaca mais pela rapidez dos movimentos e de raciocínio. Chega sempre primeiro. Cuca, seguido por Tite e Guardiola, percebeu que seu melhor lugar é pelo centro e próximo ao gol. Já Firmino, provável substituto de Gabriel Jesus, gosta de sair da área para trocar passes e abrir espaços para alguém penetrar. Muitos centroavantes ficam isolados, porque os meias pelos lados se limitam a jogar muito abertos, e o meia de ligação fica distante. Por isso, alguns treinadores preferem ter uma dupla de atacantes próximos à área. A armação é feita por um ou pelos dois meias pelos lados, que, alternadamente, se deslocam para o centro, ou por um meio-campista (segundo volante), que avança pelo meio. Não existe falso centroavante. Os meias que jogam mais adiantados pelo centro são também centroavantes, com outras características. O meia Rafael Sóbis, no Cruzeiro, é o centroavante da equipe. Ter vários jogadores que fazem gols é uma das virtudes do time mineiro. Centroavante não é apenas um poste fixo, só para finalizar. Os centroavantes, típicos ou não, não vão desaparecer. Além de artilheiros, são referências espaciais, facilitadores aos que chegam de trás. Sem o centroavante, é um trabalho de Sísifo, uma eterna busca e um eterno recomeço por algo impossível.
colunas
Os centroavantes, típicos ou não, são referências espaciais para os jogadoresDe tempos em tempos, alguém decreta o fim dos centroavantes. Parreira, certa vez, falou que o futuro era o 4-6-0, sem centroavante. Independentemente das características, continuam importantes e decisivos. Melhor ainda que um centroavante artilheiro é ter um time que não dependa apenas de seus gols. Melhor ainda é o centroavante que não precise fazer gols para jogar bem. Melhor ainda é o centroavante que se movimente bastante, que dê passes decisivos e participe do jogo coletivo. Melhor ainda é que ele, além de artilheiro, reúna características de pivô, distribuidor de bola, e de atacante, que penetre para receber a bola na frente. Os grandes centroavantes são os que, além de fazer muitos gols, reúnem todas essas qualidades, como Romário, Ronaldo, Ibrahimovic, Suárez e outros. São os craques artilheiros. Jogam com a metade do corpo virada para o companheiro do passe e a outra metade virada para o posicionamento dos defensores. Partem no momento certo, nem uma fração de segundo a mais ou a menos, para receber a bola entre ou nas costas dos zagueiros. Os centroavantes que só jogam bem quando fazem gols adoram o confronto físico, procuram o zagueiro para trombar, empurrar e finalizar. Já os craques centroavantes anteveem a chegada da bola, se deslocam uns dois metros para recebê-la livre e colocá-la no canto do gol. Existem vários bons centroavantes nos times brasileiros, como Fred, Pratto, Guerrero, Borja, Ricardo Oliveira e outros. Além de bons, aproveitam a fraqueza dos adversários nos estaduais para fazer muitos gols. Borja gosta de receber a bola à frente, para aproveitar a velocidade e o talento de artilheiro. Fred é o mais fixo, porém, o que possui melhor técnica para finalizar e para atuar em pequenos espaços. Pratto se movimenta mais e gosta de sair da área para trocar passes. Guerrero tenta fazer o mesmo, mas erra muito. É ótimo nas finalizações e nos passes curtos, em pequenos espaços. Na seleção, Gabriel Jesus se destaca mais pela rapidez dos movimentos e de raciocínio. Chega sempre primeiro. Cuca, seguido por Tite e Guardiola, percebeu que seu melhor lugar é pelo centro e próximo ao gol. Já Firmino, provável substituto de Gabriel Jesus, gosta de sair da área para trocar passes e abrir espaços para alguém penetrar. Muitos centroavantes ficam isolados, porque os meias pelos lados se limitam a jogar muito abertos, e o meia de ligação fica distante. Por isso, alguns treinadores preferem ter uma dupla de atacantes próximos à área. A armação é feita por um ou pelos dois meias pelos lados, que, alternadamente, se deslocam para o centro, ou por um meio-campista (segundo volante), que avança pelo meio. Não existe falso centroavante. Os meias que jogam mais adiantados pelo centro são também centroavantes, com outras características. O meia Rafael Sóbis, no Cruzeiro, é o centroavante da equipe. Ter vários jogadores que fazem gols é uma das virtudes do time mineiro. Centroavante não é apenas um poste fixo, só para finalizar. Os centroavantes, típicos ou não, não vão desaparecer. Além de artilheiros, são referências espaciais, facilitadores aos que chegam de trás. Sem o centroavante, é um trabalho de Sísifo, uma eterna busca e um eterno recomeço por algo impossível.
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Em 1 dia, represas têm 19,4% da chuva prevista no mês; Cantareira sobe pouco
O mês de março começou bem para as principais represas que abastecem as cidades da Grande São Paulo. Apenas no primeiro dia foram registrados 210,5 mm de chuva na região dos reservatórios, o equivalente a 19,4% do esperado para o mês inteiro. A situação, porém, continua grave no sistema Cantareira, que abastece 6,2 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista. Essa região só recebeu 2,1 mm de chuvas no último dia, mas ainda assim registrou uma alta de 0,2% ponto percentual no nível de seu volume. O sistema passou a usar a segunda cota do volume morto (de 105 bilhões de litros de água retirados do fundo da represa), em novembro. Na terça-feira (24), quando o sistema atingiu 10,7% de sua capacidade, o equivalente a ela foi recuperado. Já a primeira cota do volume morto, de 182,5 bilhões, talvez somente possa ser recuperada em um ou dois anos. Isso ocorrerá quando o nível do manancial atingir 29,2%. A utilização do volume morto e sua difícil recuperação, segundo especialistas, pode ser comparada ao uso do cheque especial. Ambientalistas também apontam alguns riscos, como o de extinção de uma reserva técnica do manancial, por exemplo. Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress OUTROS RESERVATÓRIOS O nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre com a seca, subiu 0,3% e com 18,6% de sua capacidade após se manter estável por seis dias. Ele abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). As melhores notícias ficaram para os reservatórios menores. O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, avançou 1,5 ponto percentual e opera com 61,8% de sua capacidade. O reservatório Rio Grande, que atende 1,5 milhão de pessoas, subiu 2,6 pontos percentuais e opera agora com 85,4%. Em apenas um dia, as represas que o compõem receberam 75,4 mm de chuvas. O número representa 40,4% dos 186,3 mm previsto para o mês inteiro. Já o reservatório Rio Claro, que também atende 1,5 milhão de pessoas, recebeu 70,6 mm de chuva, 28,7% do esperado para o mês, e avançou 2,3 pontos percentuais. O sistema opera hoje com 38,2% da capacidade. O sistema Alto Cotia também teve uma boa melhora, passando de 39,8% para 40,7%. O reservatório fornece água para 400 mil pessoas. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
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Em 1 dia, represas têm 19,4% da chuva prevista no mês; Cantareira sobe poucoO mês de março começou bem para as principais represas que abastecem as cidades da Grande São Paulo. Apenas no primeiro dia foram registrados 210,5 mm de chuva na região dos reservatórios, o equivalente a 19,4% do esperado para o mês inteiro. A situação, porém, continua grave no sistema Cantareira, que abastece 6,2 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista. Essa região só recebeu 2,1 mm de chuvas no último dia, mas ainda assim registrou uma alta de 0,2% ponto percentual no nível de seu volume. O sistema passou a usar a segunda cota do volume morto (de 105 bilhões de litros de água retirados do fundo da represa), em novembro. Na terça-feira (24), quando o sistema atingiu 10,7% de sua capacidade, o equivalente a ela foi recuperado. Já a primeira cota do volume morto, de 182,5 bilhões, talvez somente possa ser recuperada em um ou dois anos. Isso ocorrerá quando o nível do manancial atingir 29,2%. A utilização do volume morto e sua difícil recuperação, segundo especialistas, pode ser comparada ao uso do cheque especial. Ambientalistas também apontam alguns riscos, como o de extinção de uma reserva técnica do manancial, por exemplo. Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress OUTROS RESERVATÓRIOS O nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre com a seca, subiu 0,3% e com 18,6% de sua capacidade após se manter estável por seis dias. Ele abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). As melhores notícias ficaram para os reservatórios menores. O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, avançou 1,5 ponto percentual e opera com 61,8% de sua capacidade. O reservatório Rio Grande, que atende 1,5 milhão de pessoas, subiu 2,6 pontos percentuais e opera agora com 85,4%. Em apenas um dia, as represas que o compõem receberam 75,4 mm de chuvas. O número representa 40,4% dos 186,3 mm previsto para o mês inteiro. Já o reservatório Rio Claro, que também atende 1,5 milhão de pessoas, recebeu 70,6 mm de chuva, 28,7% do esperado para o mês, e avançou 2,3 pontos percentuais. O sistema opera hoje com 38,2% da capacidade. O sistema Alto Cotia também teve uma boa melhora, passando de 39,8% para 40,7%. O reservatório fornece água para 400 mil pessoas. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
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Prefeitura de São Paulo alfineta leitores em respostas no Facebook
"Que tal se informar no post antes de sair por aí destilando desumanidades? Madonna não aprovaria seu comentário." A frase que viralizou na internet nos últimos dias foi postada pela Prefeitura de São Paulo em sua página no Facebook e é dirigida a um internauta que criticou o post do poder municipal contrário à redução da maioridade penal. A referência a Madonna resulta da foto do internauta simular a capa do último disco da pop star e da mudança de postura da prefeitura nas redes sociais -por vezes ácida, direta e bem humorada. Nas centenas de comentários que se seguiram à resposta da prefeitura (a grande maioria em tom sarcástico contra o internauta), uma crítica ao trabalho do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). Em sua réplica, o poder público municipal se compromete a "trazer uma resposta oficial do CCZ". Antes, porém, uma "alfinetada": "Descontando o seu comentário não ter nenhuma relação com o post..." Segundo a Secretaria de Comunicação da gestão Fernando Haddad (PT), responsável pela manutenção dos perfis institucionais no Facebook e no Twitter, houve uma mudança no teor de suas respostas em fase experimental. "Com a consolidação dos perfis, as interações agora passam por uma fase de teste com um tom mais informal e bem humorado, visando a aproximação com os internautas", afirma. A medida não é inédita. Desde 2014, em sua página na rede social, a Prefeitura de Curitiba é ainda mais bem humorada, chamando a atenção de seguidores. Ao post "Prefeitura se propõe a intermediar diálogo entre Ministério Público e ciclistas" outro leitor escreveu em referência a Haddad: "Só fez as ciclovias com o único interesse de desvio de verba em licitações fraudulentas". A resposta da prefeitura: "Jura [nome do internauta]? Você tem prova disso?"
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Prefeitura de São Paulo alfineta leitores em respostas no Facebook"Que tal se informar no post antes de sair por aí destilando desumanidades? Madonna não aprovaria seu comentário." A frase que viralizou na internet nos últimos dias foi postada pela Prefeitura de São Paulo em sua página no Facebook e é dirigida a um internauta que criticou o post do poder municipal contrário à redução da maioridade penal. A referência a Madonna resulta da foto do internauta simular a capa do último disco da pop star e da mudança de postura da prefeitura nas redes sociais -por vezes ácida, direta e bem humorada. Nas centenas de comentários que se seguiram à resposta da prefeitura (a grande maioria em tom sarcástico contra o internauta), uma crítica ao trabalho do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). Em sua réplica, o poder público municipal se compromete a "trazer uma resposta oficial do CCZ". Antes, porém, uma "alfinetada": "Descontando o seu comentário não ter nenhuma relação com o post..." Segundo a Secretaria de Comunicação da gestão Fernando Haddad (PT), responsável pela manutenção dos perfis institucionais no Facebook e no Twitter, houve uma mudança no teor de suas respostas em fase experimental. "Com a consolidação dos perfis, as interações agora passam por uma fase de teste com um tom mais informal e bem humorado, visando a aproximação com os internautas", afirma. A medida não é inédita. Desde 2014, em sua página na rede social, a Prefeitura de Curitiba é ainda mais bem humorada, chamando a atenção de seguidores. Ao post "Prefeitura se propõe a intermediar diálogo entre Ministério Público e ciclistas" outro leitor escreveu em referência a Haddad: "Só fez as ciclovias com o único interesse de desvio de verba em licitações fraudulentas". A resposta da prefeitura: "Jura [nome do internauta]? Você tem prova disso?"
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Contribuinte não é o responsável por rombo em fundos, diz leitor
Quem deve pagar o rombo nos fundos de pensão das estatais são as empresas, não os contribuintes. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Contribuinte não é o responsável por rombo em fundos, diz leitorQuem deve pagar o rombo nos fundos de pensão das estatais são as empresas, não os contribuintes. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Parcelamentos de carros com 'taxa zero' exigem valor alto como entrada
EDUARDO SODRÉ DO COLUNISTA DA FOLHA Nos primeiros seis meses de 2016, o líder Chevrolet Onix somou 68,5 mil emplacamentos. Em 2013, o carro mais vendido em igual período (VW Gol) chegou a 121,3 mil unidades licenciadas. O resultado reflete a retração do mercado e o aumento da concorrência, que têm levado fabricantes a oferecer até planos de financiamentos com "taxa zero"- ou quase, porque há algumas tarifas embutidas. Em geral, essa modalidade de crédito está vinculada a entradas elevadas (superiores a 50% do valor do veículo) e parcelamento em, no máximo, 36 prestações. Tipos de Financiamento Porém, não pagar juros no financiamento nem sempre será o melhor negócio. Muitos dos carros oferecidos nessas condições estão encalhados ou defasados em relação a gerações mais novas, sofrendo maior depreciação na revenda. Para o negócio valer a pena, é preciso buscar desconto e boa valorização do veículo dado na troca. "Para fazer a melhor escolha, o consumidor precisa olhar para a sua real necessidade, e o carro ideal nem sempre caberá no bolso. Esse é o diálogo que ele vai travar com as várias ofertas disponíveis, e o mercado precisa fazer negócio", afirma Nicola Tingas, consultor econômico da Acrefi. Quem deseja evitar juros e planeja uma compra a longo prazo tem a opção do consórcio. "Um consorciado que é contemplado pode negociar descontos, barganhar valores e ainda utilizar até 10% desse crédito para gastos como pagamento de tributos", afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios). * EM BUSCA DO CARRO NOVO PESQUISA Não restrinja a pesquisa apenas a uma loja de cada marca. É comum que haja grande variação de preço entre diferentes grupos concessionários, devido ao estoque disponível. As variações na avaliação do carro que será dado em troca também podem ser expressivas PREÇO PROMOCIONAL Antes de ir à loja, procure saber se os modelos desejados têm versões com preços promocionais. Esse valor serve como ponto de partida para a negociação GASTOS EXTRAS Ao calcular se a prestação cabe no bolso, não esqueça de considerar os gastos extras ao longo do ano, como revisões, seguro e licenciamento DE OLHO Grandes promoções costumam indicar que o carro está "encalhado" ou prestes a ganhar nova geração. Quem não faz questão de ter um modelo "último tipo" pode fazer um bom negócio nesse caso
sobretudo
Parcelamentos de carros com 'taxa zero' exigem valor alto como entrada EDUARDO SODRÉ DO COLUNISTA DA FOLHA Nos primeiros seis meses de 2016, o líder Chevrolet Onix somou 68,5 mil emplacamentos. Em 2013, o carro mais vendido em igual período (VW Gol) chegou a 121,3 mil unidades licenciadas. O resultado reflete a retração do mercado e o aumento da concorrência, que têm levado fabricantes a oferecer até planos de financiamentos com "taxa zero"- ou quase, porque há algumas tarifas embutidas. Em geral, essa modalidade de crédito está vinculada a entradas elevadas (superiores a 50% do valor do veículo) e parcelamento em, no máximo, 36 prestações. Tipos de Financiamento Porém, não pagar juros no financiamento nem sempre será o melhor negócio. Muitos dos carros oferecidos nessas condições estão encalhados ou defasados em relação a gerações mais novas, sofrendo maior depreciação na revenda. Para o negócio valer a pena, é preciso buscar desconto e boa valorização do veículo dado na troca. "Para fazer a melhor escolha, o consumidor precisa olhar para a sua real necessidade, e o carro ideal nem sempre caberá no bolso. Esse é o diálogo que ele vai travar com as várias ofertas disponíveis, e o mercado precisa fazer negócio", afirma Nicola Tingas, consultor econômico da Acrefi. Quem deseja evitar juros e planeja uma compra a longo prazo tem a opção do consórcio. "Um consorciado que é contemplado pode negociar descontos, barganhar valores e ainda utilizar até 10% desse crédito para gastos como pagamento de tributos", afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios). * EM BUSCA DO CARRO NOVO PESQUISA Não restrinja a pesquisa apenas a uma loja de cada marca. É comum que haja grande variação de preço entre diferentes grupos concessionários, devido ao estoque disponível. As variações na avaliação do carro que será dado em troca também podem ser expressivas PREÇO PROMOCIONAL Antes de ir à loja, procure saber se os modelos desejados têm versões com preços promocionais. Esse valor serve como ponto de partida para a negociação GASTOS EXTRAS Ao calcular se a prestação cabe no bolso, não esqueça de considerar os gastos extras ao longo do ano, como revisões, seguro e licenciamento DE OLHO Grandes promoções costumam indicar que o carro está "encalhado" ou prestes a ganhar nova geração. Quem não faz questão de ter um modelo "último tipo" pode fazer um bom negócio nesse caso
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Tarifa de ônibus em Campinas sobe neste sábado de R$ 3,30 para R$ 3,50
Terceira maior cidade de São Paulo, Campinas terá tarifa de transporte público equivalente à da capital a partir deste sábado (10). Passará R$ 3,30 para R$ 3,50 –aumento de 6,06%. Em nota, a prefeitura diz que, neste ano, o transporte público recebeu subsídio mensal de R$ 3,6 milhões. Com o novo valor, essa quantia passará a ser de R$ 1 milhão por mês. A mudança de preço, segundo a administração municipal, será feita por conta do aumento de dos custos do sistema –como combustível, salários dos funcionários e pneus– e da inflação. O último reajuste da tarifa do município aconteceu em agosto de 2014. Quem tem carga no Bilhete Único ficará com o valor da passagem congelado em R$ 3,30 até o final dos créditos. O Bilhete Único Universitário custará R$ 1,75 e o Bilhete Único Escolar passará de R$ 1,32 para R$ 1,40. A tarifa da linha Circular-Centro subirá R$ 0,10 e custará R$ 2,30. O uso dos bilhetes únicos Escolar e Universitário nesta linha custarão, respectivamente, R$ 0,92 e R$ 1,15. Os bilhetes de viagens também mudarão de valor, segundo a prefeitura. O Bilhete 1 Viagem, comprado somente dentro do ônibus, custará R$ 5,50, sendo R$ 3,50 da tarifa e R$ 2,00 do cartão. O valor do cartão é reembolsável.
cotidiano
Tarifa de ônibus em Campinas sobe neste sábado de R$ 3,30 para R$ 3,50Terceira maior cidade de São Paulo, Campinas terá tarifa de transporte público equivalente à da capital a partir deste sábado (10). Passará R$ 3,30 para R$ 3,50 –aumento de 6,06%. Em nota, a prefeitura diz que, neste ano, o transporte público recebeu subsídio mensal de R$ 3,6 milhões. Com o novo valor, essa quantia passará a ser de R$ 1 milhão por mês. A mudança de preço, segundo a administração municipal, será feita por conta do aumento de dos custos do sistema –como combustível, salários dos funcionários e pneus– e da inflação. O último reajuste da tarifa do município aconteceu em agosto de 2014. Quem tem carga no Bilhete Único ficará com o valor da passagem congelado em R$ 3,30 até o final dos créditos. O Bilhete Único Universitário custará R$ 1,75 e o Bilhete Único Escolar passará de R$ 1,32 para R$ 1,40. A tarifa da linha Circular-Centro subirá R$ 0,10 e custará R$ 2,30. O uso dos bilhetes únicos Escolar e Universitário nesta linha custarão, respectivamente, R$ 0,92 e R$ 1,15. Os bilhetes de viagens também mudarão de valor, segundo a prefeitura. O Bilhete 1 Viagem, comprado somente dentro do ônibus, custará R$ 5,50, sendo R$ 3,50 da tarifa e R$ 2,00 do cartão. O valor do cartão é reembolsável.
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Licitação do BB lembra que dinheiro na mão do Estado é vendaval
SÃO PAULO - A licitação da publicidade do Banco do Brasil é um tapa na cara de qualquer um que espere bom senso dos que lidam com dinheiro público. Com o resultado adiantado à Folha, a maior concorrência deste governo serviu para mostrar que certas coisas são imutáveis. Uma dessas coisas é a cara de pau. Um episódio assim no meio das delações só não causa mais espanto porque o encavalamento de rolos está longe de ser incomum. No mesmo dia da revelação, o STF discutia como acusados na Lava Jato mantiveram esquemas ao mesmo tempo em que eram julgados no mensalão. Outra dessas coisas imutáveis é a convicção de que dinheiro na mão do Estado tende a ser alocado de maneira menos eficiente do que em mãos privadas —o saldo negativo para a sociedade pode ser resultado tanto de gestão frouxa como de corrupção. Só que, para cada problema, a solução que aparece aumenta o papel do Estado na questão. As últimas semanas são generosas em exemplos: 1) Delações destampam o submundo da relação entre empreiteiras e políticos? A proposta que avança é a que retira as empresas da equação e engorda a artéria de dinheiro público a irrigar as campanhas. 2) O governo tem problemas para fechar suas contas? A saída é aumentar a transferência de dinheiro do setor privado para Brasília. 3) Uma nova tecnologia desmonta os feudos dos taxistas e melhora a vida de quem precisa se locomover? Pois logo vem o Estado a criar mais regras (os códigos legais não bastavam?) e, claro, uma nova taxa. O caso desta semana é ilustrativo também sob outro prisma. O Banco do Brasil não é a maior instituição financeira do país. Ainda assim, tanto ele quanto a Caixa aparecem seguidamente à frente dos concorrentes privados nos rankings de anunciantes. Foi na publicidade do BB, vale lembrar, que o mensalão apoiou uma de suas pernas. O colo da Viúva é sempre o mais largo de todos.
colunas
Licitação do BB lembra que dinheiro na mão do Estado é vendavalSÃO PAULO - A licitação da publicidade do Banco do Brasil é um tapa na cara de qualquer um que espere bom senso dos que lidam com dinheiro público. Com o resultado adiantado à Folha, a maior concorrência deste governo serviu para mostrar que certas coisas são imutáveis. Uma dessas coisas é a cara de pau. Um episódio assim no meio das delações só não causa mais espanto porque o encavalamento de rolos está longe de ser incomum. No mesmo dia da revelação, o STF discutia como acusados na Lava Jato mantiveram esquemas ao mesmo tempo em que eram julgados no mensalão. Outra dessas coisas imutáveis é a convicção de que dinheiro na mão do Estado tende a ser alocado de maneira menos eficiente do que em mãos privadas —o saldo negativo para a sociedade pode ser resultado tanto de gestão frouxa como de corrupção. Só que, para cada problema, a solução que aparece aumenta o papel do Estado na questão. As últimas semanas são generosas em exemplos: 1) Delações destampam o submundo da relação entre empreiteiras e políticos? A proposta que avança é a que retira as empresas da equação e engorda a artéria de dinheiro público a irrigar as campanhas. 2) O governo tem problemas para fechar suas contas? A saída é aumentar a transferência de dinheiro do setor privado para Brasília. 3) Uma nova tecnologia desmonta os feudos dos taxistas e melhora a vida de quem precisa se locomover? Pois logo vem o Estado a criar mais regras (os códigos legais não bastavam?) e, claro, uma nova taxa. O caso desta semana é ilustrativo também sob outro prisma. O Banco do Brasil não é a maior instituição financeira do país. Ainda assim, tanto ele quanto a Caixa aparecem seguidamente à frente dos concorrentes privados nos rankings de anunciantes. Foi na publicidade do BB, vale lembrar, que o mensalão apoiou uma de suas pernas. O colo da Viúva é sempre o mais largo de todos.
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Poder de Cristina deve continuar em novo governo argentino
Depois de quase oito anos no poder, a presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner vai deixar seu cargo em dezembro deste ano. No entanto, ela parece estar procurando conservar sua influência. Os argentinos irão às urnas em 9 de agosto, em eleições primárias para decidir o candidato presidencial de cada partido ou aliança política. Para evitar rachar seu partido, a Frente para a Vitória, Kirchner, 62, na prática escolheu o candidato de sua sigla em junho, ao endossar o nome do governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli. Para o analista político Rosendo Fraga, a presidente "está tentando continuar como líder, apesar de sua iminente saída do governo". Scioli, 58, precisava do endosso de Cristina para conseguir o apoio dos eleitores da FpV, que compõem cerca de 30% do eleitorado argentino. Scioli já bateu de frente com os partidários de Cristina, para quem ele está demasiado ligado a interesses empresariais. Alguns meses atrás, ele estava promovendo políticas favoráveis às empresas. Conhecido como kirchnerismo, o movimento populista da presidente levou à ampliação dos benefícios sociais e a uma série de estatizações, incluindo de fundos de pensões, de uma empresa petrolífera e de uma companhia aérea. Essas e outras políticas, incluindo a imposição de altas tarifas às exportações agrícolas e a adoção de uma lei para limitar o poder dos conglomerados de mídia, opuseram o governo de Kirchner ao establishment empresarial argentino. Além disso, a presidente se negou a pagar os chamados fundos "abutres", cujos detentores processam o país por dívidas não pagas decorrentes de um default em 2002. Kirchner tinha manifestado apoio a outro candidato, Florencio Randazzo, o ministro do Interior e dos Transportes. No entanto, tudo mudou quando Scioli buscou o apoio da presidente e, aparentemente, anuiu às suas exigências. Ele diz que, se eleito, conservará o papel central do governo na economia e deu a entender que não fará concessões às grandes empresas. "Scioli será totalmente dominado por Cristina", comentou a estudante universitária Melanie Russo, 22, chamando a presidente pelo primeiro nome, como faz a maioria dos argentinos. A Constituição nacional impede Kirchner de se candidatar a um terceiro mandato consecutivo, mas ela poderá ser candidata outra vez em quatro anos. Antes da morte de seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, em 2010, o casal previa conservar-se no poder alternando-se na Presidência. "A presidente vai continuar a ser a figura de proa do kirchnerismo, de modo que essa é naturalmente uma opção a contemplar", comentou o ativista de direitos humanos Eduardo Jozami, 75. POPULARIDADE EM ALTA Um fato crucial a levar em conta é que a popularidade de Kirchner está em alta. No final de maio, seu índice de aprovação popular estava em 40%, contra 30% em fevereiro, segundo uma empresa de pesquisas de Buenos Aires. "Scioli não está mais tomando as decisões. Precisamos começar a procurar algo novo", disse Luis Ulloa, 32, funcionário público. Ulloa disse que agora aposta no líder oposicionista Mauricio Macri, do partido de centro-direita Proposta Republicana. Prefeito de Buenos Aires, Macri agrada aos eleitores que veem Kirchner como autoritária e que consideram que sua política econômica isolou o país. Para ajudar a atrair investidores estrangeiros, Macri propõe menos ingerência do Estado na economia e já declarou que saldará a dívida com os fundos "abutres". Se Scioli chegar à Presidência, é provável que Cristina Kirchner conserve influência considerável sobre seu governo por meio de partidários no Congresso. Alguns de seus apoiadores se reuniram recentemente no palácio presidencial, cantando "a chefa não vai sair".Muitos argentinos saudariam essa possibilidade. "Cristina fortaleceu o Estado", ponderou o proprietário de um sebo Juan Carlos Giannantonio, 65, que aprova a ênfase de Kirchner no combate à pobreza. "Agora que ela está no centro do poder, não pode sair para um lugar às margens."
mundo
Poder de Cristina deve continuar em novo governo argentinoDepois de quase oito anos no poder, a presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner vai deixar seu cargo em dezembro deste ano. No entanto, ela parece estar procurando conservar sua influência. Os argentinos irão às urnas em 9 de agosto, em eleições primárias para decidir o candidato presidencial de cada partido ou aliança política. Para evitar rachar seu partido, a Frente para a Vitória, Kirchner, 62, na prática escolheu o candidato de sua sigla em junho, ao endossar o nome do governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli. Para o analista político Rosendo Fraga, a presidente "está tentando continuar como líder, apesar de sua iminente saída do governo". Scioli, 58, precisava do endosso de Cristina para conseguir o apoio dos eleitores da FpV, que compõem cerca de 30% do eleitorado argentino. Scioli já bateu de frente com os partidários de Cristina, para quem ele está demasiado ligado a interesses empresariais. Alguns meses atrás, ele estava promovendo políticas favoráveis às empresas. Conhecido como kirchnerismo, o movimento populista da presidente levou à ampliação dos benefícios sociais e a uma série de estatizações, incluindo de fundos de pensões, de uma empresa petrolífera e de uma companhia aérea. Essas e outras políticas, incluindo a imposição de altas tarifas às exportações agrícolas e a adoção de uma lei para limitar o poder dos conglomerados de mídia, opuseram o governo de Kirchner ao establishment empresarial argentino. Além disso, a presidente se negou a pagar os chamados fundos "abutres", cujos detentores processam o país por dívidas não pagas decorrentes de um default em 2002. Kirchner tinha manifestado apoio a outro candidato, Florencio Randazzo, o ministro do Interior e dos Transportes. No entanto, tudo mudou quando Scioli buscou o apoio da presidente e, aparentemente, anuiu às suas exigências. Ele diz que, se eleito, conservará o papel central do governo na economia e deu a entender que não fará concessões às grandes empresas. "Scioli será totalmente dominado por Cristina", comentou a estudante universitária Melanie Russo, 22, chamando a presidente pelo primeiro nome, como faz a maioria dos argentinos. A Constituição nacional impede Kirchner de se candidatar a um terceiro mandato consecutivo, mas ela poderá ser candidata outra vez em quatro anos. Antes da morte de seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, em 2010, o casal previa conservar-se no poder alternando-se na Presidência. "A presidente vai continuar a ser a figura de proa do kirchnerismo, de modo que essa é naturalmente uma opção a contemplar", comentou o ativista de direitos humanos Eduardo Jozami, 75. POPULARIDADE EM ALTA Um fato crucial a levar em conta é que a popularidade de Kirchner está em alta. No final de maio, seu índice de aprovação popular estava em 40%, contra 30% em fevereiro, segundo uma empresa de pesquisas de Buenos Aires. "Scioli não está mais tomando as decisões. Precisamos começar a procurar algo novo", disse Luis Ulloa, 32, funcionário público. Ulloa disse que agora aposta no líder oposicionista Mauricio Macri, do partido de centro-direita Proposta Republicana. Prefeito de Buenos Aires, Macri agrada aos eleitores que veem Kirchner como autoritária e que consideram que sua política econômica isolou o país. Para ajudar a atrair investidores estrangeiros, Macri propõe menos ingerência do Estado na economia e já declarou que saldará a dívida com os fundos "abutres". Se Scioli chegar à Presidência, é provável que Cristina Kirchner conserve influência considerável sobre seu governo por meio de partidários no Congresso. Alguns de seus apoiadores se reuniram recentemente no palácio presidencial, cantando "a chefa não vai sair".Muitos argentinos saudariam essa possibilidade. "Cristina fortaleceu o Estado", ponderou o proprietário de um sebo Juan Carlos Giannantonio, 65, que aprova a ênfase de Kirchner no combate à pobreza. "Agora que ela está no centro do poder, não pode sair para um lugar às margens."
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Embate final de acusação e defesa do impeachment tem choro de advogados
As últimas manifestações da defesa e da acusação no Senado, durante o julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, foram permeadas por lágrimas nesta terça-feira (30). Primeira a falar, a advogada Janaina Paschoal, que assina ao lado de Miguel Reale Jr. e Hélio Bicudo a denúncia contra a petista, fez um discurso mais ameno do que o costume e chegou a pedir desculpas a Dilma. "Mesmo estando certa, peço desculpas à senhora presidente da República. [...] Eu peço desculpas porque sei que, muito embora não fosse meu objetivo, eu lhe causei sofrimento. Eu peço que ela, um dia, entenda que fiz isso pensando também nos netos dela", afirmou a advogada com voz embargada, demonstrando estar emocionada. Paschoal também mencionou Deus. "Se houver alguém fazendo algum tipo de composição nesse processo, é Deus. Foi Deus que fez com que várias pessoas, ao mesmo tempo, cada uma na sua competência, percebessem o que estava acontecendo com o nosso país." Na última participação como advogado de defesa da presidente afastada, o ex-ministro José Eduardo Cardozo declarou que, às vezes, "os acusadores subitamente têm crise de consciência, mas não conseguem com ela eliminar injustiça do seu golpe", se referindo à fala da opositora. ELOGIOS O advogado petista deixou o plenário abraçado por senadores dilmistas, que fizeram fila para parabenizá-lo, e foi elogiado inclusive por aliados do presidente interino, Michel Temer. Na saída, Cardozo chorou ao voltar a mencionar a fala de Janaina sobre os netos da presidente. "Acho inadmissível alguém pedir a condenação e dizer que faz pelos netos dessa pessoa. É muito difícil", afirmou Cardozo. Assim que terminaram os discursos, oposicionistas e aliados de Temer comentavam que, na opinião deles, Cardozo é um dos poucos petistas que conseguiu, ao final do processo, sair melhor do que entrou. Logo após o discurso de Cardozo no plenário, o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), afirmou que ele "vai ganhar muito dinheiro como advogado". Apesar dos elogios atuais, o advogado de defesa de Dilma foi um dos principais alvos de críticas do PT quando ocupou o Ministério da Justiça e chefiou a Polícia Federal. Na época, ele era acusado por integrantes e parlamentares do partido de não tomar medidas para controlar a PF nas investigações da Operação Lava Jato. Impeachment dia a dia
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Embate final de acusação e defesa do impeachment tem choro de advogadosAs últimas manifestações da defesa e da acusação no Senado, durante o julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, foram permeadas por lágrimas nesta terça-feira (30). Primeira a falar, a advogada Janaina Paschoal, que assina ao lado de Miguel Reale Jr. e Hélio Bicudo a denúncia contra a petista, fez um discurso mais ameno do que o costume e chegou a pedir desculpas a Dilma. "Mesmo estando certa, peço desculpas à senhora presidente da República. [...] Eu peço desculpas porque sei que, muito embora não fosse meu objetivo, eu lhe causei sofrimento. Eu peço que ela, um dia, entenda que fiz isso pensando também nos netos dela", afirmou a advogada com voz embargada, demonstrando estar emocionada. Paschoal também mencionou Deus. "Se houver alguém fazendo algum tipo de composição nesse processo, é Deus. Foi Deus que fez com que várias pessoas, ao mesmo tempo, cada uma na sua competência, percebessem o que estava acontecendo com o nosso país." Na última participação como advogado de defesa da presidente afastada, o ex-ministro José Eduardo Cardozo declarou que, às vezes, "os acusadores subitamente têm crise de consciência, mas não conseguem com ela eliminar injustiça do seu golpe", se referindo à fala da opositora. ELOGIOS O advogado petista deixou o plenário abraçado por senadores dilmistas, que fizeram fila para parabenizá-lo, e foi elogiado inclusive por aliados do presidente interino, Michel Temer. Na saída, Cardozo chorou ao voltar a mencionar a fala de Janaina sobre os netos da presidente. "Acho inadmissível alguém pedir a condenação e dizer que faz pelos netos dessa pessoa. É muito difícil", afirmou Cardozo. Assim que terminaram os discursos, oposicionistas e aliados de Temer comentavam que, na opinião deles, Cardozo é um dos poucos petistas que conseguiu, ao final do processo, sair melhor do que entrou. Logo após o discurso de Cardozo no plenário, o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), afirmou que ele "vai ganhar muito dinheiro como advogado". Apesar dos elogios atuais, o advogado de defesa de Dilma foi um dos principais alvos de críticas do PT quando ocupou o Ministério da Justiça e chefiou a Polícia Federal. Na época, ele era acusado por integrantes e parlamentares do partido de não tomar medidas para controlar a PF nas investigações da Operação Lava Jato. Impeachment dia a dia
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