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Preço de uísque, vinho e cachaça ainda não vai aumentar, dizem vendedores
Os apreciadores das chamadas bebidas quentes —como vinho, cachaça, uísque e destilados em geral— ainda podem encontrar produtos sem o aumento de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que entrou em vigor no dia 31 de dezembro. As alíquotas variam de 10% a 30%, dependendo da bebida. Varejistas consultados pela Folha afirmam que só vão repassar a alta do tributo aos preços quando renovarem os estoques. A Casa da Bebida, sediada em Jandaia do Sul, no Paraná, tem estoque para aproximadamente seis meses, segundo Laion Yanagu Barbosa, sócio da empresa. "Os valores ainda não foram repassados aos consumidores, estamos trabalhando com o preço antigo ainda", diz Barbosa. "Como sabíamos que haveria o aumento, foi comprada uma grande quantidade [de bebidas]. Fizemos até um financiamento para estocar o máximo possível", diz. De acordo com o empresário, nenhum dos seus concorrentes havia feito alteração de valores dos produtos por causa do aumento do IPI até a semana passada. Carlos Duarte, gerente da loja da Cia. do Whisky em Moema, na zona sul de São Paulo, também diz que está trabalhando com preços antigos. "Só vai haver o repasse do aumento de IPI quando fizermos novas compras", diz. Ele prevê que a partir desta semana começará a fazer pedidos aos fornecedores. A mesma situação ocorre na Imigrantes Bebidas, também de São Paulo. Segundo Ivaldo Lopes, responsável pela compra de vinhos junto aos fornecedores, ainda havia produtos em estoque. "Logo vou ter de comprar mais vinhos, mas vou negociar com os fornecedores para obter um preço melhor." Entre as grandes redes de supermercados, o Grupo Pão de Açúcar (GPA), que responde pelas bandeiras Extra e Pão de Açúcar, informou que "manterá o preço sem repasse de IPI enquanto durarem os estoques". Carrefour e Walmart não comentaram o assunto. MUDANÇA A alta do IPI para bebidas quentes ocorreu depois que a presidente Dilma Rousseff sancionou, com vetos, a Medida Provisória 690, que havia sido aprovada pelo Congresso. A MP foi convertida na lei nº 13.241/2015. Houve mudança também na forma de cobrança: o IPI passou a ser cobrado com uma alíquota sobre o valor do produto (alíquota "ad valorem") e não mais por um valor fixo em relação a determinada quantidade produzida. O vinho nacional, por exemplo, pagava R$ 0,73 de IPI por garrafa. Agora, será cobrado 10% sobre o valor do produto na saída da indústria. Desta forma, uma garrafa de R$ 50 deixa de pagar R$ 0,73 de imposto e passa a pagar R$ 5. O objetivo do governo é obter um acréscimo na arrecadação da ordem de R$ 1 bilhão em 2016 com o aumento do tributo sobre bebidas quentes. A Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas) informou à Folha que "ainda avalia os possíveis impactos do novo sistema tributário para o mercado".
mercado
Preço de uísque, vinho e cachaça ainda não vai aumentar, dizem vendedoresOs apreciadores das chamadas bebidas quentes —como vinho, cachaça, uísque e destilados em geral— ainda podem encontrar produtos sem o aumento de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que entrou em vigor no dia 31 de dezembro. As alíquotas variam de 10% a 30%, dependendo da bebida. Varejistas consultados pela Folha afirmam que só vão repassar a alta do tributo aos preços quando renovarem os estoques. A Casa da Bebida, sediada em Jandaia do Sul, no Paraná, tem estoque para aproximadamente seis meses, segundo Laion Yanagu Barbosa, sócio da empresa. "Os valores ainda não foram repassados aos consumidores, estamos trabalhando com o preço antigo ainda", diz Barbosa. "Como sabíamos que haveria o aumento, foi comprada uma grande quantidade [de bebidas]. Fizemos até um financiamento para estocar o máximo possível", diz. De acordo com o empresário, nenhum dos seus concorrentes havia feito alteração de valores dos produtos por causa do aumento do IPI até a semana passada. Carlos Duarte, gerente da loja da Cia. do Whisky em Moema, na zona sul de São Paulo, também diz que está trabalhando com preços antigos. "Só vai haver o repasse do aumento de IPI quando fizermos novas compras", diz. Ele prevê que a partir desta semana começará a fazer pedidos aos fornecedores. A mesma situação ocorre na Imigrantes Bebidas, também de São Paulo. Segundo Ivaldo Lopes, responsável pela compra de vinhos junto aos fornecedores, ainda havia produtos em estoque. "Logo vou ter de comprar mais vinhos, mas vou negociar com os fornecedores para obter um preço melhor." Entre as grandes redes de supermercados, o Grupo Pão de Açúcar (GPA), que responde pelas bandeiras Extra e Pão de Açúcar, informou que "manterá o preço sem repasse de IPI enquanto durarem os estoques". Carrefour e Walmart não comentaram o assunto. MUDANÇA A alta do IPI para bebidas quentes ocorreu depois que a presidente Dilma Rousseff sancionou, com vetos, a Medida Provisória 690, que havia sido aprovada pelo Congresso. A MP foi convertida na lei nº 13.241/2015. Houve mudança também na forma de cobrança: o IPI passou a ser cobrado com uma alíquota sobre o valor do produto (alíquota "ad valorem") e não mais por um valor fixo em relação a determinada quantidade produzida. O vinho nacional, por exemplo, pagava R$ 0,73 de IPI por garrafa. Agora, será cobrado 10% sobre o valor do produto na saída da indústria. Desta forma, uma garrafa de R$ 50 deixa de pagar R$ 0,73 de imposto e passa a pagar R$ 5. O objetivo do governo é obter um acréscimo na arrecadação da ordem de R$ 1 bilhão em 2016 com o aumento do tributo sobre bebidas quentes. A Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas) informou à Folha que "ainda avalia os possíveis impactos do novo sistema tributário para o mercado".
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Após polêmica, Ronaldinho fica no banco e vê Querétaro ir à final
Com o meia-atacante Ronaldinho no banco de reservas, o Querétaro venceu o Pachuca por 2 a 0, neste domingo (24), em casa, pela segunda partida da semifinal do Torneio Clausura do Campeonato Mexicano, e garantiu vaga na final da competição. No primeiro jogo entre as duas equipes, o Pachuca havia vencido por 2 a 0. Como, na primeira fase do Torneio Clausura, o Querétaro acabou na sexta colocação, uma acima do Pachuca, sétimo, ficou com a vaga no critério de desempate. Ronaldinho ficou no banco de reservas. No jogo de ida, o jogador ficou irritado após ser substituído ainda no primeiro tempo e deixou o estádio antes do término da partida. Ás vésperas da segunda partida, o brasileiro pediu desculpas. "À instituição, peço desculpas pela reação, produto da paixão e do amor que tenho pelo futebol. Quero vencer sempre", escreveu Ronaldinho Gaúcho, em espanhol, em sua página oficial no Facebook. "Tenho orgulho deste projeto e vamos juntos neste domingo em busca de um lugar na final. Assim é o futebol, vamos fazer história, vencer e dar alegrias para a nossa torcida. Obrigado pelo carinho", acrescentou. Na decisão, o Querétaro enfrentará o Santos, que venceu o Chivas por 3 a 0, na partida de volta das semifinais. O Santos, criado em 1983, fará sua décima decisão do campeonato em sua história, sob o comando do português Pedro Caixinha, enquanto o Querétaro, fundado em 1950, disputa sua primeira decisão, com o mexicano Víctor Manuel Vucetich como técnico da equipe.
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Após polêmica, Ronaldinho fica no banco e vê Querétaro ir à finalCom o meia-atacante Ronaldinho no banco de reservas, o Querétaro venceu o Pachuca por 2 a 0, neste domingo (24), em casa, pela segunda partida da semifinal do Torneio Clausura do Campeonato Mexicano, e garantiu vaga na final da competição. No primeiro jogo entre as duas equipes, o Pachuca havia vencido por 2 a 0. Como, na primeira fase do Torneio Clausura, o Querétaro acabou na sexta colocação, uma acima do Pachuca, sétimo, ficou com a vaga no critério de desempate. Ronaldinho ficou no banco de reservas. No jogo de ida, o jogador ficou irritado após ser substituído ainda no primeiro tempo e deixou o estádio antes do término da partida. Ás vésperas da segunda partida, o brasileiro pediu desculpas. "À instituição, peço desculpas pela reação, produto da paixão e do amor que tenho pelo futebol. Quero vencer sempre", escreveu Ronaldinho Gaúcho, em espanhol, em sua página oficial no Facebook. "Tenho orgulho deste projeto e vamos juntos neste domingo em busca de um lugar na final. Assim é o futebol, vamos fazer história, vencer e dar alegrias para a nossa torcida. Obrigado pelo carinho", acrescentou. Na decisão, o Querétaro enfrentará o Santos, que venceu o Chivas por 3 a 0, na partida de volta das semifinais. O Santos, criado em 1983, fará sua décima decisão do campeonato em sua história, sob o comando do português Pedro Caixinha, enquanto o Querétaro, fundado em 1950, disputa sua primeira decisão, com o mexicano Víctor Manuel Vucetich como técnico da equipe.
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Um voto de confiança para Levy
Na área econômica, as notícias tem muitas nuances que, às vezes, são difíceis de interpretar. Um exemplo disso é o recém divulgado corte da classificação de risco do Brasil pela Moody's. É uma decisão ruim para o país, mas as autoridades em Brasília devem estar soltando foguetes, porque, em meio ao caos político que se instalou no país, a agência decidiu manter a perspectiva da nota brasileira estável. Isso significa que a Moody's não vai - pelo menos por enquanto - tirar o selo de bom pagador do Brasil. Em seu comunicado, os técnicos da agência são taxativos sobre isso. "Apesar das expectativas para o ambiente econômico permanecerem ruins e a dinâmica política ser relativamente instável em 2015 e 2016, não esperamos atualmente uma deterioração tão severa das métricas da dívida brasileira para ameaçar o grau de investimento". Ou seja, depois de uma semana imersa em conversas com a equipe do Ministério da Fazenda, a Moddy's deu um voto de confiança ao ministro Joaquim Levy. A agência manifesta preocupação com a recessão e com a crise política, mas enxerga também o lado cheio do copo: uma economia diversificada, grandes reservas internacionais, baixa exposição do governo e das empresas a endividamento em dólar, etc. A princípio, a decisão da Moody's parece ir no rumo contrário da concorrente S&P, que mudou recentemente a perspectiva da classificação de risco brasileira para negativa e deixou o Brasil a beira de perder o selo de bom pagador. Mas por que tanta diferença de percepção sobre o mesmo país? Não é de hoje que as agências de classificação de risco traçam cenários diferentes para o futuro do Brasil. A S&P é mais crítica e já cortou um degrau da classificação brasileira em meados do ano passado, movimento que a Moody's só repetiu hoje. Economistas que entendem do assunto explicam que a S&P é mais focada no "entorno". Seus técnicos reconhecem que a condução da política fiscal melhorou, mas estão preocupados com a "execução". Na visão da S&P, a barafunda que se instalou no Congresso com a Operação Lava Jato e com a queda de popularidade da presidente Dilma não vai permitir que Levy cumpra seus objetivos. A Moody's está mais focada nos números e provavelmente foi convencida pela conta divulgada pelo ministério da Fazenda de que a dívida pública não deve estourar 70% do PIB, uma espécie de limite técnico para manter o grau de investimento. Por isso, não haveria necessidade agora de empurrar o Brasil para a beira do abismo. São maneiras diferentes de analisar a mesma questão, mas no fundo o recado é o mesmo. O ajuste fiscal é necessário. Se o Congresso trabalhar contra a arrumação das contas apenas para manter a presidente Dilma sob pressão, o Brasil vai perder o grau de investimento no ano que vem - pelos critérios de qualquer avaliador. Esperemos que as autoridades em Brasília não enxerguem a decisão da Moody's com uma carta branca para ceder às pressões e relaxar ainda mais no ajuste
colunas
Um voto de confiança para LevyNa área econômica, as notícias tem muitas nuances que, às vezes, são difíceis de interpretar. Um exemplo disso é o recém divulgado corte da classificação de risco do Brasil pela Moody's. É uma decisão ruim para o país, mas as autoridades em Brasília devem estar soltando foguetes, porque, em meio ao caos político que se instalou no país, a agência decidiu manter a perspectiva da nota brasileira estável. Isso significa que a Moody's não vai - pelo menos por enquanto - tirar o selo de bom pagador do Brasil. Em seu comunicado, os técnicos da agência são taxativos sobre isso. "Apesar das expectativas para o ambiente econômico permanecerem ruins e a dinâmica política ser relativamente instável em 2015 e 2016, não esperamos atualmente uma deterioração tão severa das métricas da dívida brasileira para ameaçar o grau de investimento". Ou seja, depois de uma semana imersa em conversas com a equipe do Ministério da Fazenda, a Moddy's deu um voto de confiança ao ministro Joaquim Levy. A agência manifesta preocupação com a recessão e com a crise política, mas enxerga também o lado cheio do copo: uma economia diversificada, grandes reservas internacionais, baixa exposição do governo e das empresas a endividamento em dólar, etc. A princípio, a decisão da Moody's parece ir no rumo contrário da concorrente S&P, que mudou recentemente a perspectiva da classificação de risco brasileira para negativa e deixou o Brasil a beira de perder o selo de bom pagador. Mas por que tanta diferença de percepção sobre o mesmo país? Não é de hoje que as agências de classificação de risco traçam cenários diferentes para o futuro do Brasil. A S&P é mais crítica e já cortou um degrau da classificação brasileira em meados do ano passado, movimento que a Moody's só repetiu hoje. Economistas que entendem do assunto explicam que a S&P é mais focada no "entorno". Seus técnicos reconhecem que a condução da política fiscal melhorou, mas estão preocupados com a "execução". Na visão da S&P, a barafunda que se instalou no Congresso com a Operação Lava Jato e com a queda de popularidade da presidente Dilma não vai permitir que Levy cumpra seus objetivos. A Moody's está mais focada nos números e provavelmente foi convencida pela conta divulgada pelo ministério da Fazenda de que a dívida pública não deve estourar 70% do PIB, uma espécie de limite técnico para manter o grau de investimento. Por isso, não haveria necessidade agora de empurrar o Brasil para a beira do abismo. São maneiras diferentes de analisar a mesma questão, mas no fundo o recado é o mesmo. O ajuste fiscal é necessário. Se o Congresso trabalhar contra a arrumação das contas apenas para manter a presidente Dilma sob pressão, o Brasil vai perder o grau de investimento no ano que vem - pelos critérios de qualquer avaliador. Esperemos que as autoridades em Brasília não enxerguem a decisão da Moody's com uma carta branca para ceder às pressões e relaxar ainda mais no ajuste
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Com 'bandeira desconstruída', Brasil lança uniformes do Pan de Toronto
Atletas olímpicos e paraolímpicos do Brasil apresentaram nesta quinta-feira (16) os uniformes de desfile da equipe nacional no Pan de Toronto. O lançamento dos trajes de gala que serão utilizados pelos atletas nas cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos canadenses foi feito na São Paulo Fashion Week. Os uniformes são assinados pelas estilistas Carolina Gold e Pitty Taliani, da marca Amapô. Os atletas convidados foram os nadadores paraolímpicos Daniel Dias, Clodoaldo Silva e Talisson Glock, Verônica Hipólito, do atletismo, e Bruna Alexandre, do tênis de mesa, os campeões olímpicos Giba e Fabiana, do vôlei, o judoca Leandro Guilheiro, Poliana Okimoto, das maratonas aquáticas, e Lara Teixeira, do nado sincronizado. Os uniformes, segundo as estilistas, "seguem o conceito de elegância tropical e procuram representar a bandeira nacional de forma desconstruída e inusitada, tendo como principal fundamento unir a elegância do traje formal com a personalidade tropical do brasileiro, suas cores e músicas".
esporte
Com 'bandeira desconstruída', Brasil lança uniformes do Pan de TorontoAtletas olímpicos e paraolímpicos do Brasil apresentaram nesta quinta-feira (16) os uniformes de desfile da equipe nacional no Pan de Toronto. O lançamento dos trajes de gala que serão utilizados pelos atletas nas cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos canadenses foi feito na São Paulo Fashion Week. Os uniformes são assinados pelas estilistas Carolina Gold e Pitty Taliani, da marca Amapô. Os atletas convidados foram os nadadores paraolímpicos Daniel Dias, Clodoaldo Silva e Talisson Glock, Verônica Hipólito, do atletismo, e Bruna Alexandre, do tênis de mesa, os campeões olímpicos Giba e Fabiana, do vôlei, o judoca Leandro Guilheiro, Poliana Okimoto, das maratonas aquáticas, e Lara Teixeira, do nado sincronizado. Os uniformes, segundo as estilistas, "seguem o conceito de elegância tropical e procuram representar a bandeira nacional de forma desconstruída e inusitada, tendo como principal fundamento unir a elegância do traje formal com a personalidade tropical do brasileiro, suas cores e músicas".
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EUA colocarão armamento pesado em seis países do Leste Europeu
Os EUA vão posicionar tanques, artilharia e outros equipamentos militares no leste e no centro da Europa, anunciou o secretário de Defesa norte-americano, Ash Carter, nesta terça-feira (23), tentando apaziguar nações da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) apreensivas com o envolvimento da Rússia na Ucrânia. Análise: Recado da Otan à Rússia é que 'Báltico não é o leste da Ucrânia' Durante visita a Tallinn, capital estoniana, Carter disse que os Países Bálticos —Estônia, Lituânia e Letônia—, assim como Bulgária, Romênia e Polônia, concordaram em sediar peças de equipamento pesado, parte do qual também será alocado na Alemanha. A decisão dos EUA de posicionar equipamento pesado perto das fronteiras russas tem o objetivo de acelerar a mobilização de forças norte-americanas em rodízio ao mesmo tempo em que a Otan reforça seus exercícios na Europa em reação à anexação russa da península ucraniana da Crimeia em março do ano passado. Países vizinhos da Otan, especialmente ex-Estados soviéticos bálticos com suas minorias russas, temem que a Rússia fomente divisões em seus territórios. Moscou nega ter tais intenções. Flanqueado pelos representantes da Defesa dos Países Bálticos, Carter citou o presidente dos EUA, Barack Obama, durante uma visita à Estônia dizendo: "Vocês já perderam sua independência antes. Com a Otan, nunca mais a perderão". "Isso porque os Estados Unidos e o restante da aliança da Otan estão absolutamente comprometidos a defender a integridade territorial de Estônia, Lituânia e Letônia", declarou Carter. De acordo com o tratado de fundação da Otan, um ataque a qualquer país-membro do grupo constituiria um ação contra todos os membros A Rússia acusa o Ocidente de violar os acordos pós-Guerra Fria ampliando a atuação da Otan para suas fronteiras, o que o Ocidente nega.
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EUA colocarão armamento pesado em seis países do Leste EuropeuOs EUA vão posicionar tanques, artilharia e outros equipamentos militares no leste e no centro da Europa, anunciou o secretário de Defesa norte-americano, Ash Carter, nesta terça-feira (23), tentando apaziguar nações da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) apreensivas com o envolvimento da Rússia na Ucrânia. Análise: Recado da Otan à Rússia é que 'Báltico não é o leste da Ucrânia' Durante visita a Tallinn, capital estoniana, Carter disse que os Países Bálticos —Estônia, Lituânia e Letônia—, assim como Bulgária, Romênia e Polônia, concordaram em sediar peças de equipamento pesado, parte do qual também será alocado na Alemanha. A decisão dos EUA de posicionar equipamento pesado perto das fronteiras russas tem o objetivo de acelerar a mobilização de forças norte-americanas em rodízio ao mesmo tempo em que a Otan reforça seus exercícios na Europa em reação à anexação russa da península ucraniana da Crimeia em março do ano passado. Países vizinhos da Otan, especialmente ex-Estados soviéticos bálticos com suas minorias russas, temem que a Rússia fomente divisões em seus territórios. Moscou nega ter tais intenções. Flanqueado pelos representantes da Defesa dos Países Bálticos, Carter citou o presidente dos EUA, Barack Obama, durante uma visita à Estônia dizendo: "Vocês já perderam sua independência antes. Com a Otan, nunca mais a perderão". "Isso porque os Estados Unidos e o restante da aliança da Otan estão absolutamente comprometidos a defender a integridade territorial de Estônia, Lituânia e Letônia", declarou Carter. De acordo com o tratado de fundação da Otan, um ataque a qualquer país-membro do grupo constituiria um ação contra todos os membros A Rússia acusa o Ocidente de violar os acordos pós-Guerra Fria ampliando a atuação da Otan para suas fronteiras, o que o Ocidente nega.
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Gritos de 'fora Levy' marcam abertura do Congresso Estadual do PT em SP
Foi em meio a gritos de "Fora Levy" e com metade das mil cadeiras dispostas na quadra dos bancários vazia que começou o Congresso Estadual do PT de São Paulo, realizado na noite de sexta-feira (22) na capital. Entre os militantes também circulava um abaixo-assinado com o título "Não ao Plano Levy", condenando as medidas do ajuste fiscal realizado pelo Ministro da Fazenda Joaquim Levy. Emídio de Souza, presidente do PT de São Paulo minimizou as manifestações: "Ninguém está feliz com o ajuste. Não temos prazer nenhum em fazê-lo. Mas é necessário para podermos viver um novo ciclo econômico." Na sua fala para os militantes, Emídio criticou a maneira como a senadora Marta Suplicy conduziu sua desfiliação do partido e anunciou que na próxima semana entrará com uma medida judicial para reivindicar a vaga no Senado. "Ela atacou covardemente o partido que a abrigou. Ao longo de 35 anos muitos tentaram deixar o PT para fazer algo maior e nunca conseguiram". O presidente da sigla no estado também destacou a importância do partido se diferenciar do governo Dilma Rousseff. "Nós entendemos o nosso governo, mas nosso governo tem que entender nosso partido. A conjuntura mudou e exige que demos respostas imediatas à crise que atingiu o projeto (de governo) do PT", enfatizou. O presidente nacional do PT Rui Falcão encerrou a abertura do Congresso comemorando 15 mil novos filiados que a legenda conquistou nos últimos cinco meses e criticando a oposição. "No nosso governo a corrupção não foi acobertada como no do PSDB. A começar pela compra da reeleição de uma pessoa que hoje vai a televisão posar de campeão da moralidade", disse, referindo-se ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Rui Falcão também saiu em defesa do ex-tesoureiro João Vaccari Neto, preso em abril e acusado de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. "João Vaccari é vítima de delação premiada sem prova material." A etapa paulista do Congresso do PT acontece na sexta-feira (22) e no sábado (23) na capital. O encontro alinhará a postura dos dirigentes locais sobre os temas que serão debatidos no 5º Congresso Nacional do PT, marcado para junho, em Salvador.
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Gritos de 'fora Levy' marcam abertura do Congresso Estadual do PT em SPFoi em meio a gritos de "Fora Levy" e com metade das mil cadeiras dispostas na quadra dos bancários vazia que começou o Congresso Estadual do PT de São Paulo, realizado na noite de sexta-feira (22) na capital. Entre os militantes também circulava um abaixo-assinado com o título "Não ao Plano Levy", condenando as medidas do ajuste fiscal realizado pelo Ministro da Fazenda Joaquim Levy. Emídio de Souza, presidente do PT de São Paulo minimizou as manifestações: "Ninguém está feliz com o ajuste. Não temos prazer nenhum em fazê-lo. Mas é necessário para podermos viver um novo ciclo econômico." Na sua fala para os militantes, Emídio criticou a maneira como a senadora Marta Suplicy conduziu sua desfiliação do partido e anunciou que na próxima semana entrará com uma medida judicial para reivindicar a vaga no Senado. "Ela atacou covardemente o partido que a abrigou. Ao longo de 35 anos muitos tentaram deixar o PT para fazer algo maior e nunca conseguiram". O presidente da sigla no estado também destacou a importância do partido se diferenciar do governo Dilma Rousseff. "Nós entendemos o nosso governo, mas nosso governo tem que entender nosso partido. A conjuntura mudou e exige que demos respostas imediatas à crise que atingiu o projeto (de governo) do PT", enfatizou. O presidente nacional do PT Rui Falcão encerrou a abertura do Congresso comemorando 15 mil novos filiados que a legenda conquistou nos últimos cinco meses e criticando a oposição. "No nosso governo a corrupção não foi acobertada como no do PSDB. A começar pela compra da reeleição de uma pessoa que hoje vai a televisão posar de campeão da moralidade", disse, referindo-se ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Rui Falcão também saiu em defesa do ex-tesoureiro João Vaccari Neto, preso em abril e acusado de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. "João Vaccari é vítima de delação premiada sem prova material." A etapa paulista do Congresso do PT acontece na sexta-feira (22) e no sábado (23) na capital. O encontro alinhará a postura dos dirigentes locais sobre os temas que serão debatidos no 5º Congresso Nacional do PT, marcado para junho, em Salvador.
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Governo estuda elevar prestação da faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida
O ministro Nelson Barbosa (Fazenda) disse à Folha que o governo vai revisar as condições de financiamento e o valor do subsídio pago pelo Tesouro no programa Minha Casa, Minha Vida. "Estamos reavaliando as condições do Minha Casa, Minha Vida. Muito provavelmente haverá a revisão das condições de financiamento e de subsídio", afirmou. Ele não quis antecipar detalhes das mudanças afirmando que a decisão ainda não foi tomada e pode sofrer alterações. Entre elas, está o aumento das prestações que os beneficiários têm de pagar. Segundo assessores, a última proposta discutida com o setor da construção civil elevava o valor mínimo das prestações da primeira faixa do programa de R$ 25 para R$ 80, para famílias com renda de até R$ 800,00, e percentuais entre 10% e 20% do ganho mensal quando este ficar entre R$ 800,01 e R$ 1.800,00. Nessa faixa, o Tesouro banca o valor das construções para as empreiteiras e assume o risco de inadimplência –ela estava em 21,8% dos financiamentos concedidos em março do ano passado. Os calotes, nesse caso, são cobertos pelo Tesouro. Setores do governo ligados a movimentos sociais querem um aumento menor da prestação para evitar mais desgaste para a imagem da presidente Dilma Rousseff. Hoje, são atendidos nesta faixa beneficiários com renda de até R$ 1.600. Na fase três do Minha Casa, esse limite subirá para R$ 1.800. "Vamos adequar o subsídio ao espaço fiscal que a gente tem", disse Barbosa. Hoje, o valor máximo do imóvel da faixa 1 do programa varia de R$ 54.000 a R$ 76.000. Pela proposta em estudo, os beneficiários pagariam ao Tesouro entre R$ 9.600 e R$ 43.200 pela aquisição de uma casa. Ainda não há data definida para o anúncio das novas regras do Minha Casa, Minha Vida, mas a intenção é divulgá-las ainda no primeiro semestre deste ano. PAGAMENTO ATRASADO Para empresários, a prioridade é o pagamento das obras já entregues e acertar um cronograma para as que estão em andamento no país. Hoje, mesmo com a reformulação das regras da fase três do programa, o governo não tem recursos para começar sua implementação. Nelson Barbosa disse à Folha que o governo está avaliando formas de reduzir "o mais rapidamente possível os restos a pagar do governo" para atender à reivindicação da construção civil. O ministro confirmou que a maior parte dos pagamento do Minha Casa, Minha Vida neste ano "vai ser para obras já contratadas, já em andamento". Segundo ele, o governo tem hoje mais de 1,5 milhão de casas em construção, o que já estaria previsto no Orçamento da União.
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Governo estuda elevar prestação da faixa 1 do Minha Casa, Minha VidaO ministro Nelson Barbosa (Fazenda) disse à Folha que o governo vai revisar as condições de financiamento e o valor do subsídio pago pelo Tesouro no programa Minha Casa, Minha Vida. "Estamos reavaliando as condições do Minha Casa, Minha Vida. Muito provavelmente haverá a revisão das condições de financiamento e de subsídio", afirmou. Ele não quis antecipar detalhes das mudanças afirmando que a decisão ainda não foi tomada e pode sofrer alterações. Entre elas, está o aumento das prestações que os beneficiários têm de pagar. Segundo assessores, a última proposta discutida com o setor da construção civil elevava o valor mínimo das prestações da primeira faixa do programa de R$ 25 para R$ 80, para famílias com renda de até R$ 800,00, e percentuais entre 10% e 20% do ganho mensal quando este ficar entre R$ 800,01 e R$ 1.800,00. Nessa faixa, o Tesouro banca o valor das construções para as empreiteiras e assume o risco de inadimplência –ela estava em 21,8% dos financiamentos concedidos em março do ano passado. Os calotes, nesse caso, são cobertos pelo Tesouro. Setores do governo ligados a movimentos sociais querem um aumento menor da prestação para evitar mais desgaste para a imagem da presidente Dilma Rousseff. Hoje, são atendidos nesta faixa beneficiários com renda de até R$ 1.600. Na fase três do Minha Casa, esse limite subirá para R$ 1.800. "Vamos adequar o subsídio ao espaço fiscal que a gente tem", disse Barbosa. Hoje, o valor máximo do imóvel da faixa 1 do programa varia de R$ 54.000 a R$ 76.000. Pela proposta em estudo, os beneficiários pagariam ao Tesouro entre R$ 9.600 e R$ 43.200 pela aquisição de uma casa. Ainda não há data definida para o anúncio das novas regras do Minha Casa, Minha Vida, mas a intenção é divulgá-las ainda no primeiro semestre deste ano. PAGAMENTO ATRASADO Para empresários, a prioridade é o pagamento das obras já entregues e acertar um cronograma para as que estão em andamento no país. Hoje, mesmo com a reformulação das regras da fase três do programa, o governo não tem recursos para começar sua implementação. Nelson Barbosa disse à Folha que o governo está avaliando formas de reduzir "o mais rapidamente possível os restos a pagar do governo" para atender à reivindicação da construção civil. O ministro confirmou que a maior parte dos pagamento do Minha Casa, Minha Vida neste ano "vai ser para obras já contratadas, já em andamento". Segundo ele, o governo tem hoje mais de 1,5 milhão de casas em construção, o que já estaria previsto no Orçamento da União.
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Campanha foi primeira temporada do Trump Show na TV
A vitória do candidato republicano, Donald J. Trump, 70, na última terça-feira (8), confirmou no pleito seu primeiro triunfo sobre sua concorrente democrata, Hillary Clinton –o de ter ditado as regras da disputa eleitoral. Noviço em política mas experiente em TV, Trump apostou no confronto de personalidades e atirou a segundo plano a discussão de ideias e de programas. A campanha presidencial de 2016 foi a temporada inaugural do novo Trump Show. A partir de janeiro, data de sua posse como o 45º Presidente dos EUA, mais quatro já estão confirmadas. Originalmente um liberal de Manhattan, desprovido de qualquer experiência legislativa ou em administração pública, Trump apostou no populismo carismático de direita para tomar de assalto, primeiro, um Partido Republicano em crise de lideranças nacionais e, agora, a Presidência. Neste processo, três lideranças do passado republicano parecem ter modelado a ascensão de Trump. O primeiro é Barry Goldwater (1909-1998), senador pelo Arizona e candidato presidencial derrotado em 1964 pelo democrata Lyndon B. Johnson (1908-1973). Como Trump, Goldwater impôs como outsider sua postulação à liderança do momento do Partido Republicano. Também como Trump, Goldwater não pestanejava em assumir posições extremadas e polêmicas. Enquanto o bilionário nova-iorquino ameaçou com um afastamento dos tradicionais aliados norte-americanos da Otan (aliança militar ocidental), o senador sulista defendeu, no auge da Guerra Fria, a possibilidade do uso limitado de armas nucleares. Expulsar imigrantes ilegais e impedir o ingresso de muçulmanos nos EUA foram bandeiras eleitorais de Trump, enquanto Goldwater se opôs veementemente ao fim da segregação racial e ao direito de voto aos negros nos Estados sulistas dos EUA em plenos anos 1960. A estratégia eleitoral de Trump radicalizou, por sua vez, os ensinamentos da vitoriosa campanha eleitoral de 1968 que conduziu Richard Nixon (1913-1994) finalmente à Casa Branca, depois de ter sido derrotado em 1960 em sua primeira tentativa pelo jovem senador democrata John Fitzgerald Kennedy (1917-1963). Trump fez seu o slogan de candidato da "lei e ordem" usado por Nixon. Mas sobretudo repetiu a combinação de uma campanha estruturada em torno do máximo de exposição televisiva –território por ele plenamente dominado, por sua extensa experiência como condutor em 14 temporadas do reality show "The Apprentice"– e eventos públicos milimetricamente coreografados. Não por coincidência, o consultor, executivo e produtor de TV Roger E. Ailes, 76, forjador da persona televisiva de Nixon na campanha de 1968, veio reforçar o período final d a campanha de Trump. Duas grandes diferenças distinguem as campanhas de Trump e Nixon. Primeiro, Trump tornou a espontaneidade uma das chaves de seu carisma popular, enquanto Nixon fez do autocontrole diante dos holofotes uma obsessão. Segundo: talvez jamais um candidato à Presidência dos EUA caracterizou-se tanto com o anti-intelectualismo quanto Trump, enquanto Nixon buscou toda sua vida, pré e sobretudo pós-Presidência, fixar uma imagem de pensador e ideólogo. Curiosamente, como comprovam as transcrições das gravações ordenadas por Nixon de seu cotidiano na Casa Branca, Trump simplesmente externa em público o mesmo tipo de discurso enraivecido, preconceituoso e grosseiro que Nixon destilava em privado. EMULANDO REAGAN Trump se fez candidato como Goldwater, realizou sua campanha como Nixon, mas aspira mesmo repetir a trajetória de Ronald Reagan (1911-2004), o ex-astro de Hollywood que, menosprezado quando alçado à Presidência em 1980, se tornou o último grande mito político republicano, ao comandar uma radical guinada liberal na economia e catalisar o final da Guerra Fria com o esfacelamento do bloco soviético. Uma distinção essencial os separa de saída: Trump é um neófito político, enquanto Reagan já contava ao chegar à Casa Branca com mais de um quarto de século de militância republicana, incluindo dois mandatos como governador do Estado da Califórnia (1967-1975). A seu favor, contudo, Trump contará com o domínio republicano sobre as duas casas parlamentares (Câmara e Senado), algo jamais conquistado por Reagan. Reagan, porém, chegou ao topo destroçando nas urnas a tentativa de reeleição do democrata Jimmy Carter, superando-o por uma vantagem de quase 10 pontos percentuais na votação popular, batendo-o em 44 dos 50 estados (mais o Distrito Federal) e humilhando-o no Colégio Eleitoral, com 489 votos contra 49. Trump, ao contrário, vencerá no Colégio Eleitoral mas foi derrotado por Hillary no total de votos nas urnas (47,4% a 47,7%), tornando-se apenas o segundo republicano no último século (o outro foi George W. Bush, em 2000) a alcançar a Presidência com este inegável deficit de legitimidade. Mais: Trump recebeu nesta semana menos votos em termos absolutos do que o candidato republicano derrotado em 2012, Mitt Romney, um dos principais opositores à postulação trumpiana dentro do partido. Além disso, no último século, em termos percentuais, apenas um republicano capturou a Presidência com uma votação proporcionalmente ainda menos expressiva do que a de agora do magnata de Manhattan: sim, você apostou certo, foi Bush Jr. Em 2000 como em 2016, os votos de um terceiro candidato, num país cindido ao meio desde ao menos o último quarto de século, contribuíram para a derrota do candidato democrata. Lá foi o verde Ralph Nader, agora o libertário Gary Johnson. Estivesse Johnson fora do páreo, Hillary teria batido Trump em mais quatro estados (Flórida, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin), conquistado mais 75 votos no Colégio Eleitoral e seria a primeira mulher eleita para a Presidência dos EUA. Foi assim uma vitória no fio da navalha, conquistada devido à sintonia com as classes médias e baixas brancas do discurso autoritário e xenófobo, antiestablishment e antiglobalização, de Trump, num eleitorado total com sete milhões a menos de votantes do que na já complicada reeleição de Barack Obama há quatro anos. Nem o desempenho de Hillary Clinton foi tão desastroso quanto o apregoado (ela perdeu vencendo, afinal) nem o triunfo de Trump, tão maiúsculo ou surpreendente. Resta saber se, visando emular Reagan, o Presidente Trump será distinto do candidato. Isto é, se as promessas de varrer o legado de Obama (seguro saúde, liberalidade em costumes, política externa de contenção, combate ao aquecimento global etc) terão o mesmo destino de outras bufonarias da campanha. Pragmático antes que ideológico, Trump instrumentalizou o extremismo reacionário para se fazer eleger. Se aplicá-lo de fato em ações de governo, sua eleição pode confirmar-se como "a tragédia americana" anunciada por David Remnick no site da revista "New Yorker" poucas horas depois do discurso de vitória. Mas a imprevisibilidade é da essência do Trump Show. Ansioso, o mundo segurará a respiração até a estreia em janeiro. Boa noite e boa sorte. AMIR LABAKI é cineasta, crítico de cinema e fundador do festival É Tudo Verdade de documentários
mundo
Campanha foi primeira temporada do Trump Show na TVA vitória do candidato republicano, Donald J. Trump, 70, na última terça-feira (8), confirmou no pleito seu primeiro triunfo sobre sua concorrente democrata, Hillary Clinton –o de ter ditado as regras da disputa eleitoral. Noviço em política mas experiente em TV, Trump apostou no confronto de personalidades e atirou a segundo plano a discussão de ideias e de programas. A campanha presidencial de 2016 foi a temporada inaugural do novo Trump Show. A partir de janeiro, data de sua posse como o 45º Presidente dos EUA, mais quatro já estão confirmadas. Originalmente um liberal de Manhattan, desprovido de qualquer experiência legislativa ou em administração pública, Trump apostou no populismo carismático de direita para tomar de assalto, primeiro, um Partido Republicano em crise de lideranças nacionais e, agora, a Presidência. Neste processo, três lideranças do passado republicano parecem ter modelado a ascensão de Trump. O primeiro é Barry Goldwater (1909-1998), senador pelo Arizona e candidato presidencial derrotado em 1964 pelo democrata Lyndon B. Johnson (1908-1973). Como Trump, Goldwater impôs como outsider sua postulação à liderança do momento do Partido Republicano. Também como Trump, Goldwater não pestanejava em assumir posições extremadas e polêmicas. Enquanto o bilionário nova-iorquino ameaçou com um afastamento dos tradicionais aliados norte-americanos da Otan (aliança militar ocidental), o senador sulista defendeu, no auge da Guerra Fria, a possibilidade do uso limitado de armas nucleares. Expulsar imigrantes ilegais e impedir o ingresso de muçulmanos nos EUA foram bandeiras eleitorais de Trump, enquanto Goldwater se opôs veementemente ao fim da segregação racial e ao direito de voto aos negros nos Estados sulistas dos EUA em plenos anos 1960. A estratégia eleitoral de Trump radicalizou, por sua vez, os ensinamentos da vitoriosa campanha eleitoral de 1968 que conduziu Richard Nixon (1913-1994) finalmente à Casa Branca, depois de ter sido derrotado em 1960 em sua primeira tentativa pelo jovem senador democrata John Fitzgerald Kennedy (1917-1963). Trump fez seu o slogan de candidato da "lei e ordem" usado por Nixon. Mas sobretudo repetiu a combinação de uma campanha estruturada em torno do máximo de exposição televisiva –território por ele plenamente dominado, por sua extensa experiência como condutor em 14 temporadas do reality show "The Apprentice"– e eventos públicos milimetricamente coreografados. Não por coincidência, o consultor, executivo e produtor de TV Roger E. Ailes, 76, forjador da persona televisiva de Nixon na campanha de 1968, veio reforçar o período final d a campanha de Trump. Duas grandes diferenças distinguem as campanhas de Trump e Nixon. Primeiro, Trump tornou a espontaneidade uma das chaves de seu carisma popular, enquanto Nixon fez do autocontrole diante dos holofotes uma obsessão. Segundo: talvez jamais um candidato à Presidência dos EUA caracterizou-se tanto com o anti-intelectualismo quanto Trump, enquanto Nixon buscou toda sua vida, pré e sobretudo pós-Presidência, fixar uma imagem de pensador e ideólogo. Curiosamente, como comprovam as transcrições das gravações ordenadas por Nixon de seu cotidiano na Casa Branca, Trump simplesmente externa em público o mesmo tipo de discurso enraivecido, preconceituoso e grosseiro que Nixon destilava em privado. EMULANDO REAGAN Trump se fez candidato como Goldwater, realizou sua campanha como Nixon, mas aspira mesmo repetir a trajetória de Ronald Reagan (1911-2004), o ex-astro de Hollywood que, menosprezado quando alçado à Presidência em 1980, se tornou o último grande mito político republicano, ao comandar uma radical guinada liberal na economia e catalisar o final da Guerra Fria com o esfacelamento do bloco soviético. Uma distinção essencial os separa de saída: Trump é um neófito político, enquanto Reagan já contava ao chegar à Casa Branca com mais de um quarto de século de militância republicana, incluindo dois mandatos como governador do Estado da Califórnia (1967-1975). A seu favor, contudo, Trump contará com o domínio republicano sobre as duas casas parlamentares (Câmara e Senado), algo jamais conquistado por Reagan. Reagan, porém, chegou ao topo destroçando nas urnas a tentativa de reeleição do democrata Jimmy Carter, superando-o por uma vantagem de quase 10 pontos percentuais na votação popular, batendo-o em 44 dos 50 estados (mais o Distrito Federal) e humilhando-o no Colégio Eleitoral, com 489 votos contra 49. Trump, ao contrário, vencerá no Colégio Eleitoral mas foi derrotado por Hillary no total de votos nas urnas (47,4% a 47,7%), tornando-se apenas o segundo republicano no último século (o outro foi George W. Bush, em 2000) a alcançar a Presidência com este inegável deficit de legitimidade. Mais: Trump recebeu nesta semana menos votos em termos absolutos do que o candidato republicano derrotado em 2012, Mitt Romney, um dos principais opositores à postulação trumpiana dentro do partido. Além disso, no último século, em termos percentuais, apenas um republicano capturou a Presidência com uma votação proporcionalmente ainda menos expressiva do que a de agora do magnata de Manhattan: sim, você apostou certo, foi Bush Jr. Em 2000 como em 2016, os votos de um terceiro candidato, num país cindido ao meio desde ao menos o último quarto de século, contribuíram para a derrota do candidato democrata. Lá foi o verde Ralph Nader, agora o libertário Gary Johnson. Estivesse Johnson fora do páreo, Hillary teria batido Trump em mais quatro estados (Flórida, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin), conquistado mais 75 votos no Colégio Eleitoral e seria a primeira mulher eleita para a Presidência dos EUA. Foi assim uma vitória no fio da navalha, conquistada devido à sintonia com as classes médias e baixas brancas do discurso autoritário e xenófobo, antiestablishment e antiglobalização, de Trump, num eleitorado total com sete milhões a menos de votantes do que na já complicada reeleição de Barack Obama há quatro anos. Nem o desempenho de Hillary Clinton foi tão desastroso quanto o apregoado (ela perdeu vencendo, afinal) nem o triunfo de Trump, tão maiúsculo ou surpreendente. Resta saber se, visando emular Reagan, o Presidente Trump será distinto do candidato. Isto é, se as promessas de varrer o legado de Obama (seguro saúde, liberalidade em costumes, política externa de contenção, combate ao aquecimento global etc) terão o mesmo destino de outras bufonarias da campanha. Pragmático antes que ideológico, Trump instrumentalizou o extremismo reacionário para se fazer eleger. Se aplicá-lo de fato em ações de governo, sua eleição pode confirmar-se como "a tragédia americana" anunciada por David Remnick no site da revista "New Yorker" poucas horas depois do discurso de vitória. Mas a imprevisibilidade é da essência do Trump Show. Ansioso, o mundo segurará a respiração até a estreia em janeiro. Boa noite e boa sorte. AMIR LABAKI é cineasta, crítico de cinema e fundador do festival É Tudo Verdade de documentários
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Voltamos à era do messianismo político que gerou Hitler, diz frei Betto
Frei Betto, 72, é inquestionavelmente um homem de esquerda. Participou da fundação da CUT, serviu de assessor especial ao amigo Lula em seus primeiros anos na Presidência e dá assessoria a movimentos sociais como MST. Nem por isso passa a mão na cabeça do campo progressista. Para ele, a autocrítica "se faz urgente" após uma sucessão de erros em governos petistas. "Agarramos o violino com a mão esquerda e tocamos com a direita..." Detrator de Michel Temer, "que perdeu todas as condições de governabilidade", e defensor de uma nova Diretas-Já, o frade dominicano é pessimista com o quadro atual. "Voltamos à era do messianismo político, a mesma que gerou Hitler e Mussolini", diz à Folha por e-mail. RENÚNCIA DE TEMER Apesar da resistência inicial do presidente Michel Temer, o frei acredita ser "questão de dias" até ele sucumbir à renúncia. "Perdeu todas as condições de governabilidade. A melhor saída é eleição direta já. A democracia não pode temer o voto popular." BOICOTE À 'INDIRETA-JÁ' Defensor do voto popular já para 2017, caso Temer caia, ele prefere que a esquerda fique de fora de uma eleição indireta. "Não falo senão em meu nome. Em caso de eleição indireta o mais correto é boicotar. Este Congresso é legal, porém ilegítimo, pelo volume de maracutaias nas quais se encontra atolado", afirma. FHC, Tasso Jereissati, Rodrigo Maia, Nelson Jobim, Cármen Lúcia... Nenhum dos nomes postos para eventual escolha via deputados e senadores o agrada. "O campo progressista não aceita eleição indireta. O futuro presidente teria a cara do atual Congresso." AUTOCRÍTICA-JÁ Entre os esquerdistas, frei Betto foi voz solitária ao apontar como o PT, uma vez no poder, reproduziu políticas de governos anteriores. Em 2015, chegou a dizer que a situação política sob Dilma Rousseff estava "mais complicada que cachorro solto em fábrica de salsichas". Para ele, falta autocrítica no campo, "e ela se faz urgente". "Cometemos muitos erros. Agarramos o violino com a mão esquerda e tocamos com a direita..." Acredita que sairão fortalecidos da crise "os partidos e os políticos éticos, mais a nação brasileira, que aplaude a severa punição aos corruptos". Reconhece o risco de conservadores ganharem protagonismo. "O risco existe. Mas espero que os progressistas percam em espaço e ganhem em coerência. Como dizia Darcy Ribeiro "perdi todas, mas jamais gostaria de estar do lado de quem me venceu". LULA LÁ? Frei Betto diz não ver futuro para o PT se o partido seguir com a "ideia fixa de ganhar a próxima eleição". Seja Diretas-Já ou 2018, diz que Lula, velho amigo para o qual serviu de assessor especial no início do primeiro mandato, "tem pleno direito de concorrer". Mas ressalva: "O PT precisa voltar a ter um projeto de Brasil, e não apenas de poder". Para unificar a oposição, "há que se buscar unidade em torno de um programa, não de um suposto salvador da pátria". CIRO GOMES Correntes progressistas defendem o pré-candidato do PDT à Presidência como um nome possível para a trupe progressista retomar o Palácio do Planalto. O frei, contudo, não o vê como "de esquerda". "Seu projeto de poder é pessoal, é o que percebo até agora", afirma. SERGIO MORO O escritor percebe perseguição contra o amigo Lula da parte do juiz responsável pela Lava Jato. Acha que faltaram "provas das acusações" contra o petista no primeiro cara a cara entre ele e o magistrado, em Curitiba. "E quem acusa tem o ônus da prova." Para ele, "Moro se empenha em tentar tirar Lula da vida política". LAVA JATO Primeiro foi a "delação do fim do mundo" da Odebrecht, agora o novo apocalipse político com depoimentos da JBS. Para o escritor, a sangria política não será estancada tão cedo. "Não vai parar ainda. O esgoto político brasileiro padece de hemorragia crônica." Não descarta uma tese popular entre petistas, a de que há uma "Lava Jato seletiva" disposta a crucificar o partido. Só que ela foi para os ares após as denúncias que explodiram contra Aécio Neves (PSDB) e Temer (PMDB). "[A operação] era, sim, seletiva, mas a cloaca emergiu de tal forma que nenhum grande partido pode mais posar de ético." ERA DE EXTREMOS Acredita ser um mau momento para a esquerda, "que se deslocou das bases populares". Em contrapartida, a maré é favorável a nomes que se dizem "antipolíticos", como João Doria, e o extremismo do pré-candidato ao Planalto Jair Bolsonaro. "Voltamos à era do messianismo político, a mesma que gerou Hitler e Mussolini." Sobre o prefeito de São Paulo, diz: "Doria é um fusquinha que terá pela frente o caminhão do Alckmin". NOVOS LIVROS Já com 60 livros no currículo, frei Betto está lançando três novos títulos: "Ofício de Escrever" (Anfiteatro), "sobre a arte da escrita"; "Parábolas de Jesus - Ética e Valores Universais" (Vozes), "uma atualização das parábolas do Evangelho"; e "O budista e o Cristão - Diálogo Pertinente (Fontanários), "longa conversa entre mim e Herodoto Barbeiro, budista praticante. Um texto favorável à tolerância religiosa".
poder
Voltamos à era do messianismo político que gerou Hitler, diz frei BettoFrei Betto, 72, é inquestionavelmente um homem de esquerda. Participou da fundação da CUT, serviu de assessor especial ao amigo Lula em seus primeiros anos na Presidência e dá assessoria a movimentos sociais como MST. Nem por isso passa a mão na cabeça do campo progressista. Para ele, a autocrítica "se faz urgente" após uma sucessão de erros em governos petistas. "Agarramos o violino com a mão esquerda e tocamos com a direita..." Detrator de Michel Temer, "que perdeu todas as condições de governabilidade", e defensor de uma nova Diretas-Já, o frade dominicano é pessimista com o quadro atual. "Voltamos à era do messianismo político, a mesma que gerou Hitler e Mussolini", diz à Folha por e-mail. RENÚNCIA DE TEMER Apesar da resistência inicial do presidente Michel Temer, o frei acredita ser "questão de dias" até ele sucumbir à renúncia. "Perdeu todas as condições de governabilidade. A melhor saída é eleição direta já. A democracia não pode temer o voto popular." BOICOTE À 'INDIRETA-JÁ' Defensor do voto popular já para 2017, caso Temer caia, ele prefere que a esquerda fique de fora de uma eleição indireta. "Não falo senão em meu nome. Em caso de eleição indireta o mais correto é boicotar. Este Congresso é legal, porém ilegítimo, pelo volume de maracutaias nas quais se encontra atolado", afirma. FHC, Tasso Jereissati, Rodrigo Maia, Nelson Jobim, Cármen Lúcia... Nenhum dos nomes postos para eventual escolha via deputados e senadores o agrada. "O campo progressista não aceita eleição indireta. O futuro presidente teria a cara do atual Congresso." AUTOCRÍTICA-JÁ Entre os esquerdistas, frei Betto foi voz solitária ao apontar como o PT, uma vez no poder, reproduziu políticas de governos anteriores. Em 2015, chegou a dizer que a situação política sob Dilma Rousseff estava "mais complicada que cachorro solto em fábrica de salsichas". Para ele, falta autocrítica no campo, "e ela se faz urgente". "Cometemos muitos erros. Agarramos o violino com a mão esquerda e tocamos com a direita..." Acredita que sairão fortalecidos da crise "os partidos e os políticos éticos, mais a nação brasileira, que aplaude a severa punição aos corruptos". Reconhece o risco de conservadores ganharem protagonismo. "O risco existe. Mas espero que os progressistas percam em espaço e ganhem em coerência. Como dizia Darcy Ribeiro "perdi todas, mas jamais gostaria de estar do lado de quem me venceu". LULA LÁ? Frei Betto diz não ver futuro para o PT se o partido seguir com a "ideia fixa de ganhar a próxima eleição". Seja Diretas-Já ou 2018, diz que Lula, velho amigo para o qual serviu de assessor especial no início do primeiro mandato, "tem pleno direito de concorrer". Mas ressalva: "O PT precisa voltar a ter um projeto de Brasil, e não apenas de poder". Para unificar a oposição, "há que se buscar unidade em torno de um programa, não de um suposto salvador da pátria". CIRO GOMES Correntes progressistas defendem o pré-candidato do PDT à Presidência como um nome possível para a trupe progressista retomar o Palácio do Planalto. O frei, contudo, não o vê como "de esquerda". "Seu projeto de poder é pessoal, é o que percebo até agora", afirma. SERGIO MORO O escritor percebe perseguição contra o amigo Lula da parte do juiz responsável pela Lava Jato. Acha que faltaram "provas das acusações" contra o petista no primeiro cara a cara entre ele e o magistrado, em Curitiba. "E quem acusa tem o ônus da prova." Para ele, "Moro se empenha em tentar tirar Lula da vida política". LAVA JATO Primeiro foi a "delação do fim do mundo" da Odebrecht, agora o novo apocalipse político com depoimentos da JBS. Para o escritor, a sangria política não será estancada tão cedo. "Não vai parar ainda. O esgoto político brasileiro padece de hemorragia crônica." Não descarta uma tese popular entre petistas, a de que há uma "Lava Jato seletiva" disposta a crucificar o partido. Só que ela foi para os ares após as denúncias que explodiram contra Aécio Neves (PSDB) e Temer (PMDB). "[A operação] era, sim, seletiva, mas a cloaca emergiu de tal forma que nenhum grande partido pode mais posar de ético." ERA DE EXTREMOS Acredita ser um mau momento para a esquerda, "que se deslocou das bases populares". Em contrapartida, a maré é favorável a nomes que se dizem "antipolíticos", como João Doria, e o extremismo do pré-candidato ao Planalto Jair Bolsonaro. "Voltamos à era do messianismo político, a mesma que gerou Hitler e Mussolini." Sobre o prefeito de São Paulo, diz: "Doria é um fusquinha que terá pela frente o caminhão do Alckmin". NOVOS LIVROS Já com 60 livros no currículo, frei Betto está lançando três novos títulos: "Ofício de Escrever" (Anfiteatro), "sobre a arte da escrita"; "Parábolas de Jesus - Ética e Valores Universais" (Vozes), "uma atualização das parábolas do Evangelho"; e "O budista e o Cristão - Diálogo Pertinente (Fontanários), "longa conversa entre mim e Herodoto Barbeiro, budista praticante. Um texto favorável à tolerância religiosa".
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O 'Guia' avaliou 55 cinemas para nomear os melhores; veja destaques
Para celebrar o Oscar, realizado no domingo (28), o "Guia" foi ao cinema. Para valer: durante o mês de fevereiro, visitamos 55 endereços da capital e avaliamos quesitos como qualidade de projeção, medidas de segurança, acessibilidade e limpeza.Leia mais aqui
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O 'Guia' avaliou 55 cinemas para nomear os melhores; veja destaquesPara celebrar o Oscar, realizado no domingo (28), o "Guia" foi ao cinema. Para valer: durante o mês de fevereiro, visitamos 55 endereços da capital e avaliamos quesitos como qualidade de projeção, medidas de segurança, acessibilidade e limpeza.Leia mais aqui
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ONU agrava sanções contra Coreia do Norte para dificultar programa nuclear
Em um esforço para endurecer sanções que até agora praticamente não conseguiram estrangular o programa nuclear da Coreia do Norte, o Conselho de Segurança impôs na quarta-feira (30) um teto às exportações de carvão, principal fonte de divisas do país. Adotada pelo Conselho por unanimidade, incluindo pela China, as novas sanções foram decididas no momento em que a Coreia do Norte avança rumo à sua meta de construir uma ogiva nuclear funcional. Esse fato gera um desafio grave de segurança pública para o futuro governo de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, que durante sua campanha descreveu o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, como "louco", mas não disse nada em relação a como conter suas ambições nucleares. Como foi o caso com as sanções originais, que o Conselho de Segurança adotou em março, a chave para a aplicação dessas novas penalidades continua nas mãos da China, principal protetora da Coreia do Norte e maior compradora de seu carvão. As novas restrições ao carvão norte-coreano puderam ser aprovadas por Pequim com relativa facilidade. Elas funcionam para expressar o desagrado da China com a agenda de Kim, mas não chegam a ter efeitos paralisadores sobre seu país. Na quarta-feira o representante permanente da China nas Nações Unidas, Liu Jieyi, exortou a Coreia do Norte a sustar seus testes nucleares, dizendo que eles prejudicam a estabilidade regional e os "interesses estratégicos" de Pequim. Ele disse que a resolução é prova "da postura uniforme da comunidade internacional". Samantha Power, a embaixadora dos EUA na ONU, disse na quarta-feira que "os Estados Unidos reconhecem que a China está cooperando estreitamente conosco". As negociações duraram três meses, tendo começado após o quinto e mais recente ensaio nuclear realizado por Pyongyang, em setembro. Saudadas pelos EUA na época como "abrangentes", as sanções originais buscavam limitar as exportações de carvão, exceto para finalidades de "subsistência". Apesar das sanções, as exportações para a China aumentaram. Representantes dos EUA reconheceram esta semana que as sanções originais eram um tanto vagas. A nova resolução pretende eliminar US$ 700 milhões (R$ 2,4 bilhões) da receita norte-coreana vinda do carvão. A resolução determina que a Coreia do Norte não poderá vender mais de 7,5 milhões de toneladas de carvão por ano ou receber mais de US$ 400 milhões (R$ 1,37 bilhão) por essas vendas. Autoridades dos EUA vêm avisando há meses que a capacidade nuclear norte-coreana vem crescendo agudamente. Seus ensaios balísticos e nucleares, o mais recente dos quais realizado em setembro, foram acelerados, apesar das sanções impostas em março. Tradução de CLARA ALLAIN
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ONU agrava sanções contra Coreia do Norte para dificultar programa nuclearEm um esforço para endurecer sanções que até agora praticamente não conseguiram estrangular o programa nuclear da Coreia do Norte, o Conselho de Segurança impôs na quarta-feira (30) um teto às exportações de carvão, principal fonte de divisas do país. Adotada pelo Conselho por unanimidade, incluindo pela China, as novas sanções foram decididas no momento em que a Coreia do Norte avança rumo à sua meta de construir uma ogiva nuclear funcional. Esse fato gera um desafio grave de segurança pública para o futuro governo de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, que durante sua campanha descreveu o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, como "louco", mas não disse nada em relação a como conter suas ambições nucleares. Como foi o caso com as sanções originais, que o Conselho de Segurança adotou em março, a chave para a aplicação dessas novas penalidades continua nas mãos da China, principal protetora da Coreia do Norte e maior compradora de seu carvão. As novas restrições ao carvão norte-coreano puderam ser aprovadas por Pequim com relativa facilidade. Elas funcionam para expressar o desagrado da China com a agenda de Kim, mas não chegam a ter efeitos paralisadores sobre seu país. Na quarta-feira o representante permanente da China nas Nações Unidas, Liu Jieyi, exortou a Coreia do Norte a sustar seus testes nucleares, dizendo que eles prejudicam a estabilidade regional e os "interesses estratégicos" de Pequim. Ele disse que a resolução é prova "da postura uniforme da comunidade internacional". Samantha Power, a embaixadora dos EUA na ONU, disse na quarta-feira que "os Estados Unidos reconhecem que a China está cooperando estreitamente conosco". As negociações duraram três meses, tendo começado após o quinto e mais recente ensaio nuclear realizado por Pyongyang, em setembro. Saudadas pelos EUA na época como "abrangentes", as sanções originais buscavam limitar as exportações de carvão, exceto para finalidades de "subsistência". Apesar das sanções, as exportações para a China aumentaram. Representantes dos EUA reconheceram esta semana que as sanções originais eram um tanto vagas. A nova resolução pretende eliminar US$ 700 milhões (R$ 2,4 bilhões) da receita norte-coreana vinda do carvão. A resolução determina que a Coreia do Norte não poderá vender mais de 7,5 milhões de toneladas de carvão por ano ou receber mais de US$ 400 milhões (R$ 1,37 bilhão) por essas vendas. Autoridades dos EUA vêm avisando há meses que a capacidade nuclear norte-coreana vem crescendo agudamente. Seus ensaios balísticos e nucleares, o mais recente dos quais realizado em setembro, foram acelerados, apesar das sanções impostas em março. Tradução de CLARA ALLAIN
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Principal aposta contra déficit, plano de demissão na USP não atinge meta
O programa de demissão voluntária da USP terminou com a adesão de 1.382 funcionários, o que levará a uma economia de 4,4% na sua folha de pagamento. Em dificuldades financeiras, a universidade esperava que a redução ficasse entre 6,5% e 7,5%. Mas avaliava que, a partir de 3,25%, o programa já seria interessante. O plano de demissão é a principal ação da reitoria para reduzir os gastos da universidade. Segundo os dados oficiais, a instituição usou no ano passado 106% dos recursos que recebeu do Estado só com a folha de vencimentos. Quando estimou a economia em 6,5% com os cortes, a USP previu que apenas em 2018 deixaria de usar suas reservas para pagar as contas. Nesse cenário, sua poupança cairia de R$ 1,7 bilhão para R$ 540 milhões. Com o montante de demissões abaixo do esperado, a instituição pode ser obrigada a tomar outras medidas de redução de despesas, sob o risco de sua reserva acabar antes do término do deficit. A Folha solicitou entrevista com representantes da reitoria para comentar a situação, mas não foi atendida. A lista final do programa foi divulgada ontem (6) e representa 7% dos técnicos. A relação possui 90 nomes a menos do que lista provisória, antecipada pela Folha mês passado. No período, os funcionários puderam recorrer ou mudar de ideia. Apenas técnicos-administrativos estavam aptos ao programa, que excluiu os professores. Segundo o reitor, Marco Antonio Zago, havia "gordura" na classe de técnicos, que poderia ser cortada neste momento de crise. Para o reitor, o crescimento das despesas com esses servidores até 2013 foi o responsável pelo deficit atual. O sindicato dos funcionários se mostrou contrário às demissões, por entender que algumas atividades ficariam prejudicadas. Além da demissão voluntária, a USP planeja vender alguns dos seus imóveis, fora dos campi universitários. Mas, segundo a reitoria, isso não será suficiente para atenuar fortemente o deficit. BALANÇO A USP finalizou também recentemente o balanço orçamentário do ano passado. A instituição recebeu do governo estadual R$ 4,4 bilhões, mas teve de usar outro R$ 1 bilhão das suas reservas. Segundo o relatório da administração da instituição, as despesas com pessoal em 2014 aumentaram, principalmente devido a reajuste salarial –o deficit só foi atenuado porque a USP proibiu contratações, mesmo para substituir aposentadorias. Para piorar, os repasses do governo foram 5% menores do que em 2013, em termos reais, devido à fraca atividade econômica. A escola recebe parcela fixa da arrecadação do Estado com imposto.
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Principal aposta contra déficit, plano de demissão na USP não atinge metaO programa de demissão voluntária da USP terminou com a adesão de 1.382 funcionários, o que levará a uma economia de 4,4% na sua folha de pagamento. Em dificuldades financeiras, a universidade esperava que a redução ficasse entre 6,5% e 7,5%. Mas avaliava que, a partir de 3,25%, o programa já seria interessante. O plano de demissão é a principal ação da reitoria para reduzir os gastos da universidade. Segundo os dados oficiais, a instituição usou no ano passado 106% dos recursos que recebeu do Estado só com a folha de vencimentos. Quando estimou a economia em 6,5% com os cortes, a USP previu que apenas em 2018 deixaria de usar suas reservas para pagar as contas. Nesse cenário, sua poupança cairia de R$ 1,7 bilhão para R$ 540 milhões. Com o montante de demissões abaixo do esperado, a instituição pode ser obrigada a tomar outras medidas de redução de despesas, sob o risco de sua reserva acabar antes do término do deficit. A Folha solicitou entrevista com representantes da reitoria para comentar a situação, mas não foi atendida. A lista final do programa foi divulgada ontem (6) e representa 7% dos técnicos. A relação possui 90 nomes a menos do que lista provisória, antecipada pela Folha mês passado. No período, os funcionários puderam recorrer ou mudar de ideia. Apenas técnicos-administrativos estavam aptos ao programa, que excluiu os professores. Segundo o reitor, Marco Antonio Zago, havia "gordura" na classe de técnicos, que poderia ser cortada neste momento de crise. Para o reitor, o crescimento das despesas com esses servidores até 2013 foi o responsável pelo deficit atual. O sindicato dos funcionários se mostrou contrário às demissões, por entender que algumas atividades ficariam prejudicadas. Além da demissão voluntária, a USP planeja vender alguns dos seus imóveis, fora dos campi universitários. Mas, segundo a reitoria, isso não será suficiente para atenuar fortemente o deficit. BALANÇO A USP finalizou também recentemente o balanço orçamentário do ano passado. A instituição recebeu do governo estadual R$ 4,4 bilhões, mas teve de usar outro R$ 1 bilhão das suas reservas. Segundo o relatório da administração da instituição, as despesas com pessoal em 2014 aumentaram, principalmente devido a reajuste salarial –o deficit só foi atenuado porque a USP proibiu contratações, mesmo para substituir aposentadorias. Para piorar, os repasses do governo foram 5% menores do que em 2013, em termos reais, devido à fraca atividade econômica. A escola recebe parcela fixa da arrecadação do Estado com imposto.
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Maní venderá potes de sorvete em um carrinho pelas ruas de Pinheiros
MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Bacuri, chocolate com cumaru, gengibre, baunilha, caramelo. O Maní está lançando uma linha de sorvetes elaborados pelo confeiteiro da casa, Bernardo Pimentel. Os gelados, que têm forte presença no menu do restaurante (fazem parte de cinco das nove sobremesas), vão ser vendidos em potinhos de 150 g (R$ 10) na Padoca do Maní e em um colorido carrinho que vai circular pelas ruas do bairro —eventualmente, em eventos, como o Taste of São Paulo, festival gastronômico que acontecerá de quinta (8) a domingo (11). São dez sabores, e as receitas levam frutas da estação e ingredientes naturais. Padoca do Maní. Onde R. Joaquim Antunes, 138, Jardim Paulistano, tel. (11) 2579-2410 Quando De seg. a sex., das 8h às 19h; sáb., das 8h às 17h e dom., das 8h às 16h
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Maní venderá potes de sorvete em um carrinho pelas ruas de PinheirosMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Bacuri, chocolate com cumaru, gengibre, baunilha, caramelo. O Maní está lançando uma linha de sorvetes elaborados pelo confeiteiro da casa, Bernardo Pimentel. Os gelados, que têm forte presença no menu do restaurante (fazem parte de cinco das nove sobremesas), vão ser vendidos em potinhos de 150 g (R$ 10) na Padoca do Maní e em um colorido carrinho que vai circular pelas ruas do bairro —eventualmente, em eventos, como o Taste of São Paulo, festival gastronômico que acontecerá de quinta (8) a domingo (11). São dez sabores, e as receitas levam frutas da estação e ingredientes naturais. Padoca do Maní. Onde R. Joaquim Antunes, 138, Jardim Paulistano, tel. (11) 2579-2410 Quando De seg. a sex., das 8h às 19h; sáb., das 8h às 17h e dom., das 8h às 16h
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Mesmo com crise interna, Venezuela aumenta exportação de petróleo
A escassez de gasolina na Venezuela, que é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), foi exacerbada pelo aumento das exportações de combustível para aliados, como Cuba e Nicarágua, e o êxodo de funcionários vitais da companhia de energia estatal PDVSA, segundo documentos internos da empresa e fontes informadas sobre suas operações. O governo de esquerda da Venezuela vende a seus cidadãos a gasolina mais barata do mundo. O abastecimento de combustível continuou, apesar do turbilhão na indústria doméstica e da crise econômica que se aprofunda sob o presidente Nicolas Maduro, que deixou o país com baixos estoques de muitos artigos de primeira necessidade. Isso mudou na quarta-feira (22), quando os venezuelanos enfrentaram a primeira falta de combustível em todo o país desde que uma explosão atingiu uma das maiores refinarias do mundo, cinco anos atrás. Na época, o governo do então presidente Hugo Chávez reduziu as exportações para garantir que houvesse combustível suficiente no país. A escassez desta semana também se deveu principalmente a problemas nas refinarias, quando uma combinação de defeitos nas usinas e falta de manutenção cortou pela metade a produção de combustível. Diferentemente de cinco anos atrás, Caracas continuou exportando combustível para seus aliados políticos e até aumentou o volume de remessas no mês passado, apesar de advertências da companhia estatal de que isso poderia provocar uma crise no abastecimento interno. As remessas das refinarias para o mercado interno precisaram ser redirecionadas para cumprir os compromissos de exportação, segundo mostram os documentos. "Se esse volume adicional... for exportado, poderá impactar um carregamento agendado para o mercado local", dizia um e-mail enviado por um diretor do departamento de marketing da companhia a sua unidade de comércio internacional. A Venezuela exportou em fevereiro 88 mil barris por dia (bpd) de combustíveis —o equivalente a um quinto de seu consumo doméstico— para Cuba, Nicarágua e outros países, segundo documentos internos da PDVSA que foram vistos pela agência Reuters. Isso representou 22 mil bpd a mais que o volume que a Venezuela vinha enviando a esses dois países, sob acordos feitos por Chávez para expandir sua influência diplomática reduzindo o custo do combustível deles com suprimentos baratos de cru e refinados. A ordem para aumentar as exportações veio de altos executivos da PDVSA, segundo os e-mails internos vistos pela Reuters. O ministério do petróleo da Venezuela e a PDVSA (Petroleos de Venezuela SA) não responderam a pedidos de comentários para esta reportagem. FUGA DE CÉREBROS A tensão no sistema de combustíveis do país foi intensificada pela partida de funcionários da unidade de comércio e abastecimento da PDVSA que são chaves para garantir que o combustível chegue onde seja necessário e pelos pagamentos pelas importações, segundo três fontes próximas à companhia. A unidade perdeu mais de dez funcionários chaves desde que Maduro reformulou a alta direção da PDVSA em janeiro. Entre os que partiram estava o diretor de orçamento e pagamentos, segundo duas fontes. "Toda semana alguém sai por motivos variados", disse uma fonte da PDVSA que conhece as operações da empresa. Alguns foram demitidos, enquanto outros saíram desde que a reformulação colocou autoridades políticas e militares em altos cargos e reforçou o poder de Maduro na companhia que move a economia do país. A imposição de líderes com pouca ou nenhuma experiência na indústria desiludiu ainda mais alguns profissionais experientes da empresa e acelerou um êxodo que já havia se instalado com o agravamento das condições econômicas e sociais na Venezuela. Um relatório interno recente da PDVSA visto pela Reuters mencionou a "baixa capacidade de reter pessoal chave" com salários de algumas dezenas de dólares por mês à taxa do mercado negro. CONTAS VENCIDAS A saída de funcionários responsáveis pelo pagamento a fornecedores, assim como a falta de dinheiro na companhia e no país, levou a um acúmulo de contas vencidas pelas importações de combustível da Venezuela. Se as contas fossem pagas, a queda de fornecimento teria sido menos aguda, segundo fontes da empresa. Cerca de dez navios-tanque estão à espera perto de portos da PDVSA na Venezuela e no Caribe para descarregar combustível para o consumo doméstico e para mistura de petróleo. Só um navio com importações de combustível foi descarregado desde o início da semana, segundo dados portuários. A PDVSA encomendou alguns carregamentos enquanto preparava fornecimentos alternativos para que as refinarias passassem por manutenção. Os navios ao largo não descarregarão enquanto a empresa não pagar pelas cargas, disseram navegadores e fontes da companhia. Se a PDVSA pagar —até US$ 20 milhões por carga—, a escassez poderá terminar relativamente cedo. A empresa enfrenta dificuldades desde que a queda do preço global do petróleo começou, em 2014, a cortar receitas de suas exportações de cru. A PDVSA está sem caixa e se prepara para o pagamento de cerca de US$ 2,5 bilhões em títulos devidos para o próximo mês. Enquanto os navios aguardam ao largo, filas de dezenas de carros esperavam nos postos de gasolina no centro da Venezuela nas últimas quarta e quinta. A escassez irritou os venezuelanos que já enfrentam longas filas para comprar alimentos e remédios, devido aos baixos estoques. A PDVSA culpou o arrocho no fornecimento a problemas não especificados de remessas de combustível das refinarias locais para os centros de distribuição. A companhia disse que está trabalhando firmemente para resolver a situação, reforçando as entregas para as regiões mais atingidas. A falta de caminhões de transporte de produtos refinados também causou engarrafamentos, segundo funcionários do petróleo disseram ao presidente da PDVSA, Eugenio Del Pino, durante uma visita a uma instalação de combustível nesta semana. Os caminhões estão em falta porque o país não tem fundos para pagar pelas importações de peças sobressalentes. Não ficou claro quando o abastecimento de combustível voltará ao normal, mas no final da quinta-feira (23) a companhia estatal parecia ter distribuído um pouco de combustível estocado para Caracas e a cidade de Puerto Ordaz, no leste. As filas para abastecer nos postos de gasolina diminuíram nessas cidades, segundo testemunhas da Reuters. Trabalhadores da refinaria de Isla, operada pela PDVSA, que produz cerca de 335 mil bpd na ilha próxima de Curaçao, disseram na sexta-feira que a refinaria tinha começado a reiniciar sua unidade de fragmentação catalítica, o que poderá aumentar o suprimento de combustível nos próximos dias. *Com reportagem adicional de Mircely Guanipa em Punto Fijo e Maria Ramirez em Puerto Ordaz; edição de Simon Webb e Marguerita Choy Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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Mesmo com crise interna, Venezuela aumenta exportação de petróleoA escassez de gasolina na Venezuela, que é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), foi exacerbada pelo aumento das exportações de combustível para aliados, como Cuba e Nicarágua, e o êxodo de funcionários vitais da companhia de energia estatal PDVSA, segundo documentos internos da empresa e fontes informadas sobre suas operações. O governo de esquerda da Venezuela vende a seus cidadãos a gasolina mais barata do mundo. O abastecimento de combustível continuou, apesar do turbilhão na indústria doméstica e da crise econômica que se aprofunda sob o presidente Nicolas Maduro, que deixou o país com baixos estoques de muitos artigos de primeira necessidade. Isso mudou na quarta-feira (22), quando os venezuelanos enfrentaram a primeira falta de combustível em todo o país desde que uma explosão atingiu uma das maiores refinarias do mundo, cinco anos atrás. Na época, o governo do então presidente Hugo Chávez reduziu as exportações para garantir que houvesse combustível suficiente no país. A escassez desta semana também se deveu principalmente a problemas nas refinarias, quando uma combinação de defeitos nas usinas e falta de manutenção cortou pela metade a produção de combustível. Diferentemente de cinco anos atrás, Caracas continuou exportando combustível para seus aliados políticos e até aumentou o volume de remessas no mês passado, apesar de advertências da companhia estatal de que isso poderia provocar uma crise no abastecimento interno. As remessas das refinarias para o mercado interno precisaram ser redirecionadas para cumprir os compromissos de exportação, segundo mostram os documentos. "Se esse volume adicional... for exportado, poderá impactar um carregamento agendado para o mercado local", dizia um e-mail enviado por um diretor do departamento de marketing da companhia a sua unidade de comércio internacional. A Venezuela exportou em fevereiro 88 mil barris por dia (bpd) de combustíveis —o equivalente a um quinto de seu consumo doméstico— para Cuba, Nicarágua e outros países, segundo documentos internos da PDVSA que foram vistos pela agência Reuters. Isso representou 22 mil bpd a mais que o volume que a Venezuela vinha enviando a esses dois países, sob acordos feitos por Chávez para expandir sua influência diplomática reduzindo o custo do combustível deles com suprimentos baratos de cru e refinados. A ordem para aumentar as exportações veio de altos executivos da PDVSA, segundo os e-mails internos vistos pela Reuters. O ministério do petróleo da Venezuela e a PDVSA (Petroleos de Venezuela SA) não responderam a pedidos de comentários para esta reportagem. FUGA DE CÉREBROS A tensão no sistema de combustíveis do país foi intensificada pela partida de funcionários da unidade de comércio e abastecimento da PDVSA que são chaves para garantir que o combustível chegue onde seja necessário e pelos pagamentos pelas importações, segundo três fontes próximas à companhia. A unidade perdeu mais de dez funcionários chaves desde que Maduro reformulou a alta direção da PDVSA em janeiro. Entre os que partiram estava o diretor de orçamento e pagamentos, segundo duas fontes. "Toda semana alguém sai por motivos variados", disse uma fonte da PDVSA que conhece as operações da empresa. Alguns foram demitidos, enquanto outros saíram desde que a reformulação colocou autoridades políticas e militares em altos cargos e reforçou o poder de Maduro na companhia que move a economia do país. A imposição de líderes com pouca ou nenhuma experiência na indústria desiludiu ainda mais alguns profissionais experientes da empresa e acelerou um êxodo que já havia se instalado com o agravamento das condições econômicas e sociais na Venezuela. Um relatório interno recente da PDVSA visto pela Reuters mencionou a "baixa capacidade de reter pessoal chave" com salários de algumas dezenas de dólares por mês à taxa do mercado negro. CONTAS VENCIDAS A saída de funcionários responsáveis pelo pagamento a fornecedores, assim como a falta de dinheiro na companhia e no país, levou a um acúmulo de contas vencidas pelas importações de combustível da Venezuela. Se as contas fossem pagas, a queda de fornecimento teria sido menos aguda, segundo fontes da empresa. Cerca de dez navios-tanque estão à espera perto de portos da PDVSA na Venezuela e no Caribe para descarregar combustível para o consumo doméstico e para mistura de petróleo. Só um navio com importações de combustível foi descarregado desde o início da semana, segundo dados portuários. A PDVSA encomendou alguns carregamentos enquanto preparava fornecimentos alternativos para que as refinarias passassem por manutenção. Os navios ao largo não descarregarão enquanto a empresa não pagar pelas cargas, disseram navegadores e fontes da companhia. Se a PDVSA pagar —até US$ 20 milhões por carga—, a escassez poderá terminar relativamente cedo. A empresa enfrenta dificuldades desde que a queda do preço global do petróleo começou, em 2014, a cortar receitas de suas exportações de cru. A PDVSA está sem caixa e se prepara para o pagamento de cerca de US$ 2,5 bilhões em títulos devidos para o próximo mês. Enquanto os navios aguardam ao largo, filas de dezenas de carros esperavam nos postos de gasolina no centro da Venezuela nas últimas quarta e quinta. A escassez irritou os venezuelanos que já enfrentam longas filas para comprar alimentos e remédios, devido aos baixos estoques. A PDVSA culpou o arrocho no fornecimento a problemas não especificados de remessas de combustível das refinarias locais para os centros de distribuição. A companhia disse que está trabalhando firmemente para resolver a situação, reforçando as entregas para as regiões mais atingidas. A falta de caminhões de transporte de produtos refinados também causou engarrafamentos, segundo funcionários do petróleo disseram ao presidente da PDVSA, Eugenio Del Pino, durante uma visita a uma instalação de combustível nesta semana. Os caminhões estão em falta porque o país não tem fundos para pagar pelas importações de peças sobressalentes. Não ficou claro quando o abastecimento de combustível voltará ao normal, mas no final da quinta-feira (23) a companhia estatal parecia ter distribuído um pouco de combustível estocado para Caracas e a cidade de Puerto Ordaz, no leste. As filas para abastecer nos postos de gasolina diminuíram nessas cidades, segundo testemunhas da Reuters. Trabalhadores da refinaria de Isla, operada pela PDVSA, que produz cerca de 335 mil bpd na ilha próxima de Curaçao, disseram na sexta-feira que a refinaria tinha começado a reiniciar sua unidade de fragmentação catalítica, o que poderá aumentar o suprimento de combustível nos próximos dias. *Com reportagem adicional de Mircely Guanipa em Punto Fijo e Maria Ramirez em Puerto Ordaz; edição de Simon Webb e Marguerita Choy Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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'Efeito Trump' reduz número de turistas em NY, mas não de brasileiros
Após a eleição de Donald Trump, caiu o número de turistas europeus e mexicanos em Nova York, mas não o de sul-americanos, diz Fred Dixon, CEO da NYC & Company, órgão oficial de promoção turística da cidade. O Brasil é o segundo país que mais traz receita à cidade, atrás apenas da China. O número de viajantes brasileiros deverá se manter estável neste ano —em 2016, foram 817 mil. "Um aumento deverá ocorrer só no ano que vem", diz Dixon, que está em São Paulo para divulgar novas atrações na cidade. Entre as inaugurações, estão, em outubro, um espaço interativo da National Geographic (uma experiência de vida marítima), outro da NFL (de futebol, em novembro), na Times Square, e um outlet em Staten Island, com cem lojas, (em março de 2018). US$ 2 BILHÕES (cerca de R$ 6,35 bilhões) foram os gastos aproximados de turistas brasileiros em Nova York, em 2016 Leia a coluna completa aqui.
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'Efeito Trump' reduz número de turistas em NY, mas não de brasileirosApós a eleição de Donald Trump, caiu o número de turistas europeus e mexicanos em Nova York, mas não o de sul-americanos, diz Fred Dixon, CEO da NYC & Company, órgão oficial de promoção turística da cidade. O Brasil é o segundo país que mais traz receita à cidade, atrás apenas da China. O número de viajantes brasileiros deverá se manter estável neste ano —em 2016, foram 817 mil. "Um aumento deverá ocorrer só no ano que vem", diz Dixon, que está em São Paulo para divulgar novas atrações na cidade. Entre as inaugurações, estão, em outubro, um espaço interativo da National Geographic (uma experiência de vida marítima), outro da NFL (de futebol, em novembro), na Times Square, e um outlet em Staten Island, com cem lojas, (em março de 2018). US$ 2 BILHÕES (cerca de R$ 6,35 bilhões) foram os gastos aproximados de turistas brasileiros em Nova York, em 2016 Leia a coluna completa aqui.
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Retrocesso trabalhista
A depender do "primeiro-ministro" Eduardo Cunha, a Câmara promete votar em breve o famigerado PL 4330. Velho de mais de dez anos e de autoria de um deputado que nem mais é parlamentar, Sandro Mabel, a proposta simplesmente legaliza o desmanche da CLT. Não é de hoje que o mercado de trabalho formal no Brasil tem sido fustigado. Ninguém se faça de surpreso. A figura do PJ, ou pessoa jurídica, ocupa espaço cada vez maior, seja qual for o ramo da empresa. Para o patronato, é uma tentação. Ele se livra de encargos legais e transfere para o trabalhador o ônus de uma mínima segurança no emprego. Já o assalariado fica entre a cruz e a espada: ou bem aceita a situação ou bem é lançado ao relento. O governo, por sua vez, perde uma importante fonte de arrecadação. Usado num primeiro momento para seduzir gente do topo da pirâmide ou profissionais liberais, a praga se generalizou na irregularidade e bateu no chão de fábrica. Uma verdadeira esculhambação. Hoje em dia, mesmo salários irrisórios são contratados na base de PJ diante da vista grossa de autoridades. De tempos em tempos, ensaia-se uma fiscalização cenográfica, mas a prática só faz se alastrar. A única defesa contra este ataque permanente é a legislação que o projeto Mabel pretende derrubar. Muitos empresários ainda pensam duas vezes antes de "informalizar" seus empregados –alguns por convicções, mas outros tantos por temer derrotas na Justiça. O PL 4330 acaba com este tipo de escrúpulo e libera geral a terceirização em qualquer atividade. É a chave da porteira da precarização irreversível. Desde 2004, sindicatos, instâncias da Justiça do Trabalho e até algumas entidades empresariais acharam a ideia absurda e arras- taram sua tramitação. Hoje a conjuntura é outra. Considerando o vendaval reacionário vigente no Congresso, todo cuidado é pouco para os que vivem de salário. IMPUNIDADE PARA MAIORES Indiferente a soluções verdadeiras para interromper a vergonhosa taxa anual de 55 mil homicídios, a chamada bancada BBB –Boi, Bíblia e Bala– prossegue sua blitzkrieg retrógrada. Menos de 1% dos assassinatos são cometidos por jovens de 16 e 17 anos. Já os adolescentes representam 36% das vítimas. Basta tais números para perceber a manipulação demagógica do debate da maioridade penal. Uma sugestão: em vez de caçar menores, por que não endurecer, por exemplo, as regras de prescrição de delitos de adultos? Graças a esse tipo de brecha, casos como o do mensalão mineiro daqui a pouco se encerram não por falta de crimes, mas por ausência de réus. Atingida determinada idade o sujeito sai livre, leve e solto –isso vem acontecendo no processo tucano que nem mais juiz tem. Paulo Maluf é outro expert na matéria das prescrições. E, pagando um bom escritório, quem sabe não é possível aliviar mesmo crimes como os revelados na Operação Zelotes. Afinal, vivemos num país em que o ministro da Fazenda e, portanto, chefe maior da Receita Federal, até pouco tempo era alto executivo num dos grupos suspeitos de se aproveitar da máfia da sonegação. Hoje, de uma ou de outra forma, o ministro tem que investigar os antigos patrões. Durma-se com um Bradesco, Safra, Santander e outros inocentes como esses.
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Retrocesso trabalhistaA depender do "primeiro-ministro" Eduardo Cunha, a Câmara promete votar em breve o famigerado PL 4330. Velho de mais de dez anos e de autoria de um deputado que nem mais é parlamentar, Sandro Mabel, a proposta simplesmente legaliza o desmanche da CLT. Não é de hoje que o mercado de trabalho formal no Brasil tem sido fustigado. Ninguém se faça de surpreso. A figura do PJ, ou pessoa jurídica, ocupa espaço cada vez maior, seja qual for o ramo da empresa. Para o patronato, é uma tentação. Ele se livra de encargos legais e transfere para o trabalhador o ônus de uma mínima segurança no emprego. Já o assalariado fica entre a cruz e a espada: ou bem aceita a situação ou bem é lançado ao relento. O governo, por sua vez, perde uma importante fonte de arrecadação. Usado num primeiro momento para seduzir gente do topo da pirâmide ou profissionais liberais, a praga se generalizou na irregularidade e bateu no chão de fábrica. Uma verdadeira esculhambação. Hoje em dia, mesmo salários irrisórios são contratados na base de PJ diante da vista grossa de autoridades. De tempos em tempos, ensaia-se uma fiscalização cenográfica, mas a prática só faz se alastrar. A única defesa contra este ataque permanente é a legislação que o projeto Mabel pretende derrubar. Muitos empresários ainda pensam duas vezes antes de "informalizar" seus empregados –alguns por convicções, mas outros tantos por temer derrotas na Justiça. O PL 4330 acaba com este tipo de escrúpulo e libera geral a terceirização em qualquer atividade. É a chave da porteira da precarização irreversível. Desde 2004, sindicatos, instâncias da Justiça do Trabalho e até algumas entidades empresariais acharam a ideia absurda e arras- taram sua tramitação. Hoje a conjuntura é outra. Considerando o vendaval reacionário vigente no Congresso, todo cuidado é pouco para os que vivem de salário. IMPUNIDADE PARA MAIORES Indiferente a soluções verdadeiras para interromper a vergonhosa taxa anual de 55 mil homicídios, a chamada bancada BBB –Boi, Bíblia e Bala– prossegue sua blitzkrieg retrógrada. Menos de 1% dos assassinatos são cometidos por jovens de 16 e 17 anos. Já os adolescentes representam 36% das vítimas. Basta tais números para perceber a manipulação demagógica do debate da maioridade penal. Uma sugestão: em vez de caçar menores, por que não endurecer, por exemplo, as regras de prescrição de delitos de adultos? Graças a esse tipo de brecha, casos como o do mensalão mineiro daqui a pouco se encerram não por falta de crimes, mas por ausência de réus. Atingida determinada idade o sujeito sai livre, leve e solto –isso vem acontecendo no processo tucano que nem mais juiz tem. Paulo Maluf é outro expert na matéria das prescrições. E, pagando um bom escritório, quem sabe não é possível aliviar mesmo crimes como os revelados na Operação Zelotes. Afinal, vivemos num país em que o ministro da Fazenda e, portanto, chefe maior da Receita Federal, até pouco tempo era alto executivo num dos grupos suspeitos de se aproveitar da máfia da sonegação. Hoje, de uma ou de outra forma, o ministro tem que investigar os antigos patrões. Durma-se com um Bradesco, Safra, Santander e outros inocentes como esses.
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Cassio Cardozo de Mello (1916-2015) - Manteve viva a memória dos antepassados
Cassio Maximiano Cardozo de Mello tinha orgulho de manter viva a memória de seus antepassados. Sempre que podia, contava aos descendentes os feitos de seu pai na política e os do avô e do bisavô nos negócios em cidades do interior paulista. Sobre seu pai, Raul, recordava-se, dentre tantas outras histórias, de ele estar ao lado do senador Pinheiro Machado quando este foi assassinado, em 1915, no Rio. Havia ainda as duas vezes em que foi preso devido às atividades políticas —uma no governo de Getúlio Vargas e outra no de Washington Luís. Ao fim de tudo, o político refugiou-se na fazenda da família, em Lins, que mais tarde seria administrada por Cassio, o filho mais novo e o único que não conseguiu completar os estudos devido a problemas pulmonares. A vida no interior também fazia parte de seus relatos sobre o avô Manoel, que abriu a primeira tecelagem de Tatuí, e o bisavô Martinho, que introduziu a produção de algodão em cidades paulistas ao trazer sementes dos EUA. Morando na capital paulista, onde foi funcionário público do Tribunal de Contas, Cassio dedicava seu tempo a ler livros ou ouvir música clássica —isso quando não estava contando as façanhas dos antepassados. Morreu no sábado (3), aos 98, em decorrência de problemas cardíacos. Deixa Vilma, com quem era casado havia quase 70 anos, os três filhos, Cassio Filho, Pedro Paulo e Antonio Carlos, além de quatro netos e oito bisnetos. A missa do sétimo dia será rezada na sexta (9), a partir das 19h30, na paróquia Santa Teresa, no Itaim Bibi. coluna.obituario@uol.com.br
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Cassio Cardozo de Mello (1916-2015) - Manteve viva a memória dos antepassadosCassio Maximiano Cardozo de Mello tinha orgulho de manter viva a memória de seus antepassados. Sempre que podia, contava aos descendentes os feitos de seu pai na política e os do avô e do bisavô nos negócios em cidades do interior paulista. Sobre seu pai, Raul, recordava-se, dentre tantas outras histórias, de ele estar ao lado do senador Pinheiro Machado quando este foi assassinado, em 1915, no Rio. Havia ainda as duas vezes em que foi preso devido às atividades políticas —uma no governo de Getúlio Vargas e outra no de Washington Luís. Ao fim de tudo, o político refugiou-se na fazenda da família, em Lins, que mais tarde seria administrada por Cassio, o filho mais novo e o único que não conseguiu completar os estudos devido a problemas pulmonares. A vida no interior também fazia parte de seus relatos sobre o avô Manoel, que abriu a primeira tecelagem de Tatuí, e o bisavô Martinho, que introduziu a produção de algodão em cidades paulistas ao trazer sementes dos EUA. Morando na capital paulista, onde foi funcionário público do Tribunal de Contas, Cassio dedicava seu tempo a ler livros ou ouvir música clássica —isso quando não estava contando as façanhas dos antepassados. Morreu no sábado (3), aos 98, em decorrência de problemas cardíacos. Deixa Vilma, com quem era casado havia quase 70 anos, os três filhos, Cassio Filho, Pedro Paulo e Antonio Carlos, além de quatro netos e oito bisnetos. A missa do sétimo dia será rezada na sexta (9), a partir das 19h30, na paróquia Santa Teresa, no Itaim Bibi. coluna.obituario@uol.com.br
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Temer repreende Moraes por vazar operação da Lava Jato, mas não demite
Apesar de ser aconselhado por assessores a demitir seu ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o presidente Michel Temer avaliou que tomar essa medida seria uma admissão oficial de que seu assessor vazou uma operação da Lava Jato e decidiu mantê-lo em sua equipe. Irritado com as declarações de Moraes, dadas no domingo (25) afirmando que "nesta semana" haveria mais uma fase da Lava Jato, Temer cobrou explicações. Os dois se falaram por telefone, quando Moraes repetiu o que já dissera momentos antes à imprensa, que sua intenção era dizer que as operações não iriam parar nem ter interferência do governo. Ele disse só ter sido informado da nova etapa da Lava Jato, que prendeu o ex-ministro Antonio Palocci, quando a operação já estava sendo realizada nesta segunda (26). Segundo assessores, Temer aceitou as explicações, mas cobrou dele que pare de dar declarações "desastrosas" e seja mais "cuidadoso". A Folha apurou que alguns interlocutores do presidente defenderam a demissão do ministro da Justiça, para dar um exemplo de que nem os amigos dele seriam poupados em caso de gerar confusões. Pesou, porém, a avaliação feita por assessores com o presidente de que, em primeiro lugar, Moraes realmente não teria tido a intenção de vazar uma operação da Lava Jato. E que sua demissão seria uma admissão de culpa do governo e traria, de vez, o foco do dia para o Planalto. Temer queria se encontrar pessoalmente com Moraes, mas o ministro só chega a Brasília nesta terça (27). O presidente decidiu que terá conversa particular de "enquadramento" com todos os ministros que têm dado declarações "desastrosas". Além de Moraes, estão na lista Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Ricardo Barros (Saúde) e Ronaldo Nogueira (Trabalho). Depois, Temer estaria disposto a não ter mais tolerância com esses ministros. Segundo interlocutores, dois nomes da lista já estariam na "marca do pênalti" e correm risco de demissão em caso de reincidência: o próprio Moraes e Ricardo Barros. O Ministério da Justiça resolveu divulgar, nesta segunda (26), o vídeo do momento em que o ministro dá a declaração. As imagens foram feitas em Ribeirão Preto (SP) em um evento de campanha do candidato a prefeito Duarte Nogueira (PSDB), do mesmo partido de Moraes. Veja No vídeo, o ministro aparece entre ativistas de grupos anticorrupção e pró-impeachment e diz a eles que a Lava Jato tem apoio do governo Michel Temer. "Teve [operação] a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", diz Moraes, em meio a risos. Não é usual que ministros saibam com antecedência de operações realizadas pela PF. A ex-presidente Dilma Rousseff disse que o episódio lança suspeitas de uso político da Lava Jato. As lideranças do PT na Câmara e no Senado vão apresentar representação ao Ministério Público e à Comissão de Ética da Presidência contra o ministro.
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Temer repreende Moraes por vazar operação da Lava Jato, mas não demiteApesar de ser aconselhado por assessores a demitir seu ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o presidente Michel Temer avaliou que tomar essa medida seria uma admissão oficial de que seu assessor vazou uma operação da Lava Jato e decidiu mantê-lo em sua equipe. Irritado com as declarações de Moraes, dadas no domingo (25) afirmando que "nesta semana" haveria mais uma fase da Lava Jato, Temer cobrou explicações. Os dois se falaram por telefone, quando Moraes repetiu o que já dissera momentos antes à imprensa, que sua intenção era dizer que as operações não iriam parar nem ter interferência do governo. Ele disse só ter sido informado da nova etapa da Lava Jato, que prendeu o ex-ministro Antonio Palocci, quando a operação já estava sendo realizada nesta segunda (26). Segundo assessores, Temer aceitou as explicações, mas cobrou dele que pare de dar declarações "desastrosas" e seja mais "cuidadoso". A Folha apurou que alguns interlocutores do presidente defenderam a demissão do ministro da Justiça, para dar um exemplo de que nem os amigos dele seriam poupados em caso de gerar confusões. Pesou, porém, a avaliação feita por assessores com o presidente de que, em primeiro lugar, Moraes realmente não teria tido a intenção de vazar uma operação da Lava Jato. E que sua demissão seria uma admissão de culpa do governo e traria, de vez, o foco do dia para o Planalto. Temer queria se encontrar pessoalmente com Moraes, mas o ministro só chega a Brasília nesta terça (27). O presidente decidiu que terá conversa particular de "enquadramento" com todos os ministros que têm dado declarações "desastrosas". Além de Moraes, estão na lista Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Ricardo Barros (Saúde) e Ronaldo Nogueira (Trabalho). Depois, Temer estaria disposto a não ter mais tolerância com esses ministros. Segundo interlocutores, dois nomes da lista já estariam na "marca do pênalti" e correm risco de demissão em caso de reincidência: o próprio Moraes e Ricardo Barros. O Ministério da Justiça resolveu divulgar, nesta segunda (26), o vídeo do momento em que o ministro dá a declaração. As imagens foram feitas em Ribeirão Preto (SP) em um evento de campanha do candidato a prefeito Duarte Nogueira (PSDB), do mesmo partido de Moraes. Veja No vídeo, o ministro aparece entre ativistas de grupos anticorrupção e pró-impeachment e diz a eles que a Lava Jato tem apoio do governo Michel Temer. "Teve [operação] a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", diz Moraes, em meio a risos. Não é usual que ministros saibam com antecedência de operações realizadas pela PF. A ex-presidente Dilma Rousseff disse que o episódio lança suspeitas de uso político da Lava Jato. As lideranças do PT na Câmara e no Senado vão apresentar representação ao Ministério Público e à Comissão de Ética da Presidência contra o ministro.
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João Doria troca pastel por coxinha e acaba mordendo o próprio dedo
O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Doria, foi parar no hospital hoje de manhã, depois de morder o próprio dedo. Após experiência mal sucedida comendo pastéis, Doria resolveu trocá-los por uma coxinha -e acabou se machucando. Doria foi internado no Sírio-Libanês. Em vez de soro, pediu água Perrier na veia. O médico que atendeu ao candidato explicou o acidente: "Era impossível diferenciar onde terminava o Doria e onde começava a coxinha. Pensando bem, também seria impossível diferenciar se fosse um pastel". Felizmente, a mordida do dedo não foi profunda. "Não há chance de ele virar um novo Lula", garantiu o médico. * A candidata Marta Suplicy (PMDB) anunciou hoje o Bolsa Botox, uma ajuda do governo para que mulheres de São Paulo tenham subsídio da prefeitura para usar a toxina. Dona Marisa, quer dizer, Marta, afirmou que, com a medida, todas as mulheres serão iguais. Os olhos esticados de todas seriam uma homenagem à grande colônia japonesa da Liberdade, segundo Marília Gabriela, quer dizer, Marta Suplicy. "É chegado o momento de mostrarmos a nossa cara esticada", disse Gugu Liberato, quer dizer, Marta. * Como é comum nos restaurantes veganos da Vila Madalena e nos sebos de vinil do Centro, Fernando Haddad quer que as urnas também tenham "vantagens" para quem usa a bicicleta. O projeto Ciclovoto dará ao eleitor que chegar ao local de votação de bicicleta a possibilidade de votar duas vezes no mesmo candidato. A ex-presidente Dilma Rousseff, famosa por pedalar, já deu seu aval e quer trocar seu título de eleitor para a capital paulista. João Doria, por sua vez, quer que o mesmo valha para quem for votar de limousine. *
colunas
João Doria troca pastel por coxinha e acaba mordendo o próprio dedoO candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Doria, foi parar no hospital hoje de manhã, depois de morder o próprio dedo. Após experiência mal sucedida comendo pastéis, Doria resolveu trocá-los por uma coxinha -e acabou se machucando. Doria foi internado no Sírio-Libanês. Em vez de soro, pediu água Perrier na veia. O médico que atendeu ao candidato explicou o acidente: "Era impossível diferenciar onde terminava o Doria e onde começava a coxinha. Pensando bem, também seria impossível diferenciar se fosse um pastel". Felizmente, a mordida do dedo não foi profunda. "Não há chance de ele virar um novo Lula", garantiu o médico. * A candidata Marta Suplicy (PMDB) anunciou hoje o Bolsa Botox, uma ajuda do governo para que mulheres de São Paulo tenham subsídio da prefeitura para usar a toxina. Dona Marisa, quer dizer, Marta, afirmou que, com a medida, todas as mulheres serão iguais. Os olhos esticados de todas seriam uma homenagem à grande colônia japonesa da Liberdade, segundo Marília Gabriela, quer dizer, Marta Suplicy. "É chegado o momento de mostrarmos a nossa cara esticada", disse Gugu Liberato, quer dizer, Marta. * Como é comum nos restaurantes veganos da Vila Madalena e nos sebos de vinil do Centro, Fernando Haddad quer que as urnas também tenham "vantagens" para quem usa a bicicleta. O projeto Ciclovoto dará ao eleitor que chegar ao local de votação de bicicleta a possibilidade de votar duas vezes no mesmo candidato. A ex-presidente Dilma Rousseff, famosa por pedalar, já deu seu aval e quer trocar seu título de eleitor para a capital paulista. João Doria, por sua vez, quer que o mesmo valha para quem for votar de limousine. *
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Mônica e Cebolinha divertem crianças com câncer internadas em hospitais
Os personagens Mônica, junto do fiel Sansão, e Cebolinha levaram os novos kits do Projeto Dodói, além de muita diversão, para crianças com câncer internadas no Itaci (Instituto de Tratamento do Câncer Infantil), nesta quarta-feira (27), em uma iniciativa da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) e do Instituto Maurício de Sousa. Cerca de 90 pacientes, entre ambulatório e internação, receberam o kit desenvolvido pela Abrale, membro da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, e transformado pelo instituto para incluir boneco, brincadeiras, gibis, cartazes e cartões. Também foram criadas duas novas personagens, Maria e Sol, que têm leucemia e linfoma, respectivamente. Com dez anos de atuação, a iniciativa já atendeu mais de 400 meninos e meninas com câncer, propondo uma abordagem mais humanizada na oncologia infantil. Os kits –desenvolvidos por enfermeiros, psicólogos, médicos e outros profissionais da saúde da equipe Abrale– atendem três públicos: crianças, cuidadores e profissionais da saúde. A missão é devolver a capacidade de sonhar e brincar, humanizar o atendimento e contribuir para o restabelecimento mais rápido da criança, além de desenvolver a criatividade e informar, por meio de um processo lúdico.
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Mônica e Cebolinha divertem crianças com câncer internadas em hospitaisOs personagens Mônica, junto do fiel Sansão, e Cebolinha levaram os novos kits do Projeto Dodói, além de muita diversão, para crianças com câncer internadas no Itaci (Instituto de Tratamento do Câncer Infantil), nesta quarta-feira (27), em uma iniciativa da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) e do Instituto Maurício de Sousa. Cerca de 90 pacientes, entre ambulatório e internação, receberam o kit desenvolvido pela Abrale, membro da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, e transformado pelo instituto para incluir boneco, brincadeiras, gibis, cartazes e cartões. Também foram criadas duas novas personagens, Maria e Sol, que têm leucemia e linfoma, respectivamente. Com dez anos de atuação, a iniciativa já atendeu mais de 400 meninos e meninas com câncer, propondo uma abordagem mais humanizada na oncologia infantil. Os kits –desenvolvidos por enfermeiros, psicólogos, médicos e outros profissionais da saúde da equipe Abrale– atendem três públicos: crianças, cuidadores e profissionais da saúde. A missão é devolver a capacidade de sonhar e brincar, humanizar o atendimento e contribuir para o restabelecimento mais rápido da criança, além de desenvolver a criatividade e informar, por meio de um processo lúdico.
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Haddad atribui baixa popularidade da gestão a 'confusão' das pessoas
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), atribuiu a baixa popularidade de seu governo apontada na mais recente pesquisa Datafolha à "confusão das pessoas". "Existe confusão generalizada sobre responsabilidades, quem é culpado do quê. As pessoas não são obrigadas a acompanhar as coisas no dia a dia", afirmou Haddad, em entrevista à Folha. Levantamento feito pelo Datafolha na semana passada mostrou que só 14% da população considera a gestão do petista ótima ou boa. Para esse período do mandato, a avaliação é a pior desde Celso Pitta (7%), que foi prefeito de 1997 a 2000, em gestão marcada por escândalos de corrupção e por ameaça de impeachment. Haddad disse que um dos exemplos de confusão dos munícipes aparece na saúde. Enquanto 79% dos entrevistados afirmam que esperavam mais da gestão Haddad, só 11% dizem haver atendimento ruim ou péssimo nas unidades básicas de saúde –e 8% nas AMAs (que prestam serviço não agendado). Para Haddad, as pessoas terão um entendimento melhor sobre sua gestão quando começar a campanha eleitoral. Ele tentará a reeleição em outubro, mas, pelas pesquisas de intenção de voto, não chegaria neste momento nem no segundo turno. O petista reclamou que a imprensa não tem feito debates sobre "temas estruturais da cidade", como saúde e educação. "Esse noticiário sobre a crise política e a Lava Jato ocupa tanto espaço que fica difícil comunicar", disse. ANÁLISE Ao entrar no último semestre do mandato, Haddad afirma que gostaria de ter investido mais em locação social (moradia popular) –hoje há um deficit estimado em 230 mil casas na capital paulista. Para contornar a questão, ele disse que estuda usar prédios desapropriados ou recebidos do INSS para abrigar pessoas de baixa renda. Outro ponto que Haddad afirma que gostaria de ter tido desempenho melhor é a entrega de unidades de saúde. Ele diz ter sido prejudicado pelo baixo repasse de verbas federais, prometido pelo governo Dilma Rousseff. O fato de ser do mesmo partido da presidente era anunciado pelo petista como uma das vantagens quando ele se elegeu. Como avanço de sua gestão, Haddad diz destacar a renegociação da dívida feita com a União (caiu de R$ 70 bilhões para R$ 30 bilhões). O petista também apontou a Rede Hora Certa, implementada em seu governo. Nas unidades, os pacientes fazem consulta, exame e cirurgia num mesmo local. Segundo a pesquisa feita pelo Datafolha, 17% dos cidadãos já utilizaram os equipamentos. Entre os usuários, mais da metade considerou esse serviço ótimo ou bom. O secretário da Saúde, Alexandre Padilha, também citou a diminuição da espera por consulta com especialista, que caiu de 211 para 159 dias. "Isso num cenário que outros governo não tiveram, que é a redução do número de usuários de planos de saúde." Segundo a associação de planos de saúde, de um ano para cá mais de 1,5 milhão de pessoas no país deixaram a saúde suplementar –virando potenciais usuários do SUS. Questionado se a espera não permanece grande, Haddad disse que "também existem problemas em Londres e Estocolmo. Nosso governo, com condições econômicas muito adversas, melhorou todos os indicadores". Se caiu a espera por consulta com especialistas, porém, aumentou a demora por consultas em especialidades cirúrgicas (de 256 para 287 dias).
cotidiano
Haddad atribui baixa popularidade da gestão a 'confusão' das pessoasO prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), atribuiu a baixa popularidade de seu governo apontada na mais recente pesquisa Datafolha à "confusão das pessoas". "Existe confusão generalizada sobre responsabilidades, quem é culpado do quê. As pessoas não são obrigadas a acompanhar as coisas no dia a dia", afirmou Haddad, em entrevista à Folha. Levantamento feito pelo Datafolha na semana passada mostrou que só 14% da população considera a gestão do petista ótima ou boa. Para esse período do mandato, a avaliação é a pior desde Celso Pitta (7%), que foi prefeito de 1997 a 2000, em gestão marcada por escândalos de corrupção e por ameaça de impeachment. Haddad disse que um dos exemplos de confusão dos munícipes aparece na saúde. Enquanto 79% dos entrevistados afirmam que esperavam mais da gestão Haddad, só 11% dizem haver atendimento ruim ou péssimo nas unidades básicas de saúde –e 8% nas AMAs (que prestam serviço não agendado). Para Haddad, as pessoas terão um entendimento melhor sobre sua gestão quando começar a campanha eleitoral. Ele tentará a reeleição em outubro, mas, pelas pesquisas de intenção de voto, não chegaria neste momento nem no segundo turno. O petista reclamou que a imprensa não tem feito debates sobre "temas estruturais da cidade", como saúde e educação. "Esse noticiário sobre a crise política e a Lava Jato ocupa tanto espaço que fica difícil comunicar", disse. ANÁLISE Ao entrar no último semestre do mandato, Haddad afirma que gostaria de ter investido mais em locação social (moradia popular) –hoje há um deficit estimado em 230 mil casas na capital paulista. Para contornar a questão, ele disse que estuda usar prédios desapropriados ou recebidos do INSS para abrigar pessoas de baixa renda. Outro ponto que Haddad afirma que gostaria de ter tido desempenho melhor é a entrega de unidades de saúde. Ele diz ter sido prejudicado pelo baixo repasse de verbas federais, prometido pelo governo Dilma Rousseff. O fato de ser do mesmo partido da presidente era anunciado pelo petista como uma das vantagens quando ele se elegeu. Como avanço de sua gestão, Haddad diz destacar a renegociação da dívida feita com a União (caiu de R$ 70 bilhões para R$ 30 bilhões). O petista também apontou a Rede Hora Certa, implementada em seu governo. Nas unidades, os pacientes fazem consulta, exame e cirurgia num mesmo local. Segundo a pesquisa feita pelo Datafolha, 17% dos cidadãos já utilizaram os equipamentos. Entre os usuários, mais da metade considerou esse serviço ótimo ou bom. O secretário da Saúde, Alexandre Padilha, também citou a diminuição da espera por consulta com especialista, que caiu de 211 para 159 dias. "Isso num cenário que outros governo não tiveram, que é a redução do número de usuários de planos de saúde." Segundo a associação de planos de saúde, de um ano para cá mais de 1,5 milhão de pessoas no país deixaram a saúde suplementar –virando potenciais usuários do SUS. Questionado se a espera não permanece grande, Haddad disse que "também existem problemas em Londres e Estocolmo. Nosso governo, com condições econômicas muito adversas, melhorou todos os indicadores". Se caiu a espera por consulta com especialistas, porém, aumentou a demora por consultas em especialidades cirúrgicas (de 256 para 287 dias).
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Secretário-geral da OEA critica Venezuela por restrições em eleição
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, criticou nesta terça-feira (10) o governo da Venezuela por impedir a oposição de concorrer em igualdade de condições à eleição parlamentar de 6 de dezembro e por se opor ao envio de observadores internacionais com real poder de fiscalização. As críticas foram formuladas em carta enviada por Almagro à presidente do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), Tibisay Lucena, que críticas acusam de ser alinhada ao governo do presidente Nicolás Maduro. "As condições em que o povo irá votar não estão, neste momento, garantidas em matéria de transparência e justiça eleitoral, [aspectos] que a senhora e o CNE deveriam garantir", diz Almagro, ex-chanceler do Uruguai. Como exemplos de vantagem eleitoral indevida em favor do chavismo, Almagro menciona o uso dos recursos públicos na campanha, o veto a várias candidaturas opositoras, o desequilíbrio na visibilidade midiática e o formato confuso dos boletins de voto. "Hoje, as dificuldades afetam apenas os partidos de oposição", diz a carta. Almagro também mencionou o veto do governo venezuelano a uma missão de observação eleitoral da OEA, amplamente vista como único órgão multilateral com experiência e perícia no assunto. "Lamento que a rejeição se baseie em posição política, e não em argumentos relacionados à Justiça e às garantias necessárias [ao] processo eleitoral", afirma, numa referência ao argumento de Caracas de que a OEA é alinhada aos EUA. Almagro lembrou que a única missão de monitoramento autorizada pelo CNE será ligada à Unasul (bloco político que reúne 12 governos sul-americanos) e terá "acesso limitado ao processo." Integrantes da Unasul tentaram reforçar a credibilidade da missão ao apontar o ex-ministro brasileiro Nelson Jobim como chefe dos observadores, mas ele foi vetado por Caracas após exigir imunidade diplomática, plena liberdade de circulação e acesso irrestrito a opositores. Faltando menos de um mês para o voto, não está claro qual será o formato da missão eleitoral da Unasul. Críticos temem que os representantes do bloco terão papel simbólico. Todas as pesquisas indicam favoritismo da oposição num momento em que a Venezuela atravessa profunda crise econômica, social e política.
mundo
Secretário-geral da OEA critica Venezuela por restrições em eleiçãoO secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, criticou nesta terça-feira (10) o governo da Venezuela por impedir a oposição de concorrer em igualdade de condições à eleição parlamentar de 6 de dezembro e por se opor ao envio de observadores internacionais com real poder de fiscalização. As críticas foram formuladas em carta enviada por Almagro à presidente do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), Tibisay Lucena, que críticas acusam de ser alinhada ao governo do presidente Nicolás Maduro. "As condições em que o povo irá votar não estão, neste momento, garantidas em matéria de transparência e justiça eleitoral, [aspectos] que a senhora e o CNE deveriam garantir", diz Almagro, ex-chanceler do Uruguai. Como exemplos de vantagem eleitoral indevida em favor do chavismo, Almagro menciona o uso dos recursos públicos na campanha, o veto a várias candidaturas opositoras, o desequilíbrio na visibilidade midiática e o formato confuso dos boletins de voto. "Hoje, as dificuldades afetam apenas os partidos de oposição", diz a carta. Almagro também mencionou o veto do governo venezuelano a uma missão de observação eleitoral da OEA, amplamente vista como único órgão multilateral com experiência e perícia no assunto. "Lamento que a rejeição se baseie em posição política, e não em argumentos relacionados à Justiça e às garantias necessárias [ao] processo eleitoral", afirma, numa referência ao argumento de Caracas de que a OEA é alinhada aos EUA. Almagro lembrou que a única missão de monitoramento autorizada pelo CNE será ligada à Unasul (bloco político que reúne 12 governos sul-americanos) e terá "acesso limitado ao processo." Integrantes da Unasul tentaram reforçar a credibilidade da missão ao apontar o ex-ministro brasileiro Nelson Jobim como chefe dos observadores, mas ele foi vetado por Caracas após exigir imunidade diplomática, plena liberdade de circulação e acesso irrestrito a opositores. Faltando menos de um mês para o voto, não está claro qual será o formato da missão eleitoral da Unasul. Críticos temem que os representantes do bloco terão papel simbólico. Todas as pesquisas indicam favoritismo da oposição num momento em que a Venezuela atravessa profunda crise econômica, social e política.
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Os feios estão sumindo, mas com eles some também o talento
Não muito tempo atrás, abordei uma sala cheia de novos contratados em uma das quatro grandes empresas de contabilidade. Enquanto observava a multidão, notei algo estranho. Entre os 80 rostos voltados para mim, não havia um único feio. Ninguém com a pele marcada. Ninguém com traços desagradavelmente assimétricos. Cada rosto era facilmente tolerável para os olhos. Eu não estava na Vogue ou na Abercrombie & Fitch. Essas pessoas tinham sido contratadas para auditar as contas da empresa, uma tarefa que exige um entusiasmo incomum com GAAP (princípios contábeis geralmente aceitos) –não maçãs do rosto grandes. No entanto, esta sala cheia de contabilistas alcançou um padrão mínimo de visual que uma grande fatia da população em geral não consegue atingir. Esta empresa não é de todo incomum. Se pensar nos amigos dos meus filhos que conseguiram empregos em contabilidade, serviços bancários, consultoria e direito, todos têm uma aparência muito acima da média. Mesmo no rádio, por muito tempo o suposto lar natural dos feios, não há sequer uma pessoa simples à vista. Estou no processo de fazer um documentário de rádio e todos os produtores são lindos, e até mesmo os técnicos de som– que estão entre botões durante todo o dia– são perfeitamente agradáveis de se olhar. Não só banimos o feio dos postos de trabalho mais competitivos, mas a sociedade educada baniu também a palavra. Com o tempo, a palavra que começa com "f" será considerada tão desagradável como aquela que começa com n (negro), mas, por agora, eu a estou usando para explicar meu ponto. Ninguém chama ninguém de feio. Simplesmente se recusa a contratá-los. Nós não somos mais racistas ou sexistas, mas ainda somos irremediavelmente "caristas". Eu acabo de tentar fazer um teste on-line –em que você julga as pessoas em relação à honestidade, à dominância e à competência com base em diferenças sutis em suas características– e não é que me revelei muito "carista". Recrutadores e gerentes são tão "caristas" que se revelou que as pessoas de boa aparência ganham cerca de 10% a mais do que as feias; enquanto os CEOs com rosto de quem comanda têm estado na cúpula de empresas que têm os lucros mais gordos. Outros estudos estabelecem que ser feio às vezes pode ser uma vantagem –se você está tentando roubar um banco é bom parecer um pouco assustador. Ela também pode ajudá-lo a ser contratado no lugar de alguém bonito – mas somente quando a pessoa que faz a contratação o vê como concorrência. Nenhum resultado é especialmente animador. Embora os estudos não provem que o "carismo" está ficando pior, meus olhos me dizem que está. Isto pode ser, em parte, porque os meus olhos têm 56 anos de idade, e, para eles, qualquer um em seus vinte e poucos anos parece bonito. No entanto, vi recentemente as fotos antigas da minha turma de estágio do JPMorgan em 1982, e, mesmo que nós parecêssemos ridiculamente jovens, não éramos uniformemente encantadores. Havia algumas belezas arrebatadoras, mas a maioria de nós era de aparência normal, e alguns eram nitidamente simples. Outra possível razão pela qual os contabilistas estão ficando mais bonitos é que o mundo inteiro está se tornando mais bonito conforme se torna mais rico e mais obcecado pela aparência. No entanto, se formos ao metrô de manhã e olharmos os passageiros, rapidamente veremos que isso não é verdade. Há uma abundância de pessoas feias –mas onde elas trabalham? Não no City. Não nas quatro grandes empresas. De certa forma, é estranho que estejamos cada vez mais "caristas" na era da internet, em que enviamos e-mails em vez de conhecer pessoas. No entanto, em outros aspectos, a internet está tornando as coisas piores. Acabei de receber detalhes de uma pessoa que vou entrevistar para alguma coisa e eu fiz o que sempre faço – procurei-o no Google Images e observei seus grandes olhos afastados e mandíbula fortes. Meus preconceitos estavam se formando –e eu não tinha sequer posto os olhos nele. Para combater esse tipo de coisa, Unilever e Microsoft estão se engajando em um experimento no México, onde entrevistam as pessoas por trás de uma tela nos primeiros três minutos, de modo que as primeiras impressões vitais são sem rosto. Aposto que, em algum tempo, esse tipo de coisa vai pegar; ouso dizer que até o "carismo" será ilegal. Enquanto isso, o número de trabalhadores feios que uma empresa tem diz muito sobre o tipo de lugar que é. Se contrata apenas os atraentes, não está apenas sendo horrível, está perdendo um grupo de potenciais estrelas. Ao pensar sobre esta coluna, olhei atentamente para meus próprios colegas e acredito que não vão se importar se eu salientar que há poucos sinais de "carismo" no Financial Times. Se você fizer uma auditoria das fotos do nosso leque dos colunistas - que vão desde o mais lindo até o não lindo– acho que você vai concordar que a curva resultante corresponde à distribuição nacional. Eu posso pensar em muitos outros jornais onde as imagens de tal leque são, em geral, mais bonitas, mas, em seguida, o padrão de comentários é um pouco mais baixo. Os dois fatos não são certamente isolados. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
colunas
Os feios estão sumindo, mas com eles some também o talentoNão muito tempo atrás, abordei uma sala cheia de novos contratados em uma das quatro grandes empresas de contabilidade. Enquanto observava a multidão, notei algo estranho. Entre os 80 rostos voltados para mim, não havia um único feio. Ninguém com a pele marcada. Ninguém com traços desagradavelmente assimétricos. Cada rosto era facilmente tolerável para os olhos. Eu não estava na Vogue ou na Abercrombie & Fitch. Essas pessoas tinham sido contratadas para auditar as contas da empresa, uma tarefa que exige um entusiasmo incomum com GAAP (princípios contábeis geralmente aceitos) –não maçãs do rosto grandes. No entanto, esta sala cheia de contabilistas alcançou um padrão mínimo de visual que uma grande fatia da população em geral não consegue atingir. Esta empresa não é de todo incomum. Se pensar nos amigos dos meus filhos que conseguiram empregos em contabilidade, serviços bancários, consultoria e direito, todos têm uma aparência muito acima da média. Mesmo no rádio, por muito tempo o suposto lar natural dos feios, não há sequer uma pessoa simples à vista. Estou no processo de fazer um documentário de rádio e todos os produtores são lindos, e até mesmo os técnicos de som– que estão entre botões durante todo o dia– são perfeitamente agradáveis de se olhar. Não só banimos o feio dos postos de trabalho mais competitivos, mas a sociedade educada baniu também a palavra. Com o tempo, a palavra que começa com "f" será considerada tão desagradável como aquela que começa com n (negro), mas, por agora, eu a estou usando para explicar meu ponto. Ninguém chama ninguém de feio. Simplesmente se recusa a contratá-los. Nós não somos mais racistas ou sexistas, mas ainda somos irremediavelmente "caristas". Eu acabo de tentar fazer um teste on-line –em que você julga as pessoas em relação à honestidade, à dominância e à competência com base em diferenças sutis em suas características– e não é que me revelei muito "carista". Recrutadores e gerentes são tão "caristas" que se revelou que as pessoas de boa aparência ganham cerca de 10% a mais do que as feias; enquanto os CEOs com rosto de quem comanda têm estado na cúpula de empresas que têm os lucros mais gordos. Outros estudos estabelecem que ser feio às vezes pode ser uma vantagem –se você está tentando roubar um banco é bom parecer um pouco assustador. Ela também pode ajudá-lo a ser contratado no lugar de alguém bonito – mas somente quando a pessoa que faz a contratação o vê como concorrência. Nenhum resultado é especialmente animador. Embora os estudos não provem que o "carismo" está ficando pior, meus olhos me dizem que está. Isto pode ser, em parte, porque os meus olhos têm 56 anos de idade, e, para eles, qualquer um em seus vinte e poucos anos parece bonito. No entanto, vi recentemente as fotos antigas da minha turma de estágio do JPMorgan em 1982, e, mesmo que nós parecêssemos ridiculamente jovens, não éramos uniformemente encantadores. Havia algumas belezas arrebatadoras, mas a maioria de nós era de aparência normal, e alguns eram nitidamente simples. Outra possível razão pela qual os contabilistas estão ficando mais bonitos é que o mundo inteiro está se tornando mais bonito conforme se torna mais rico e mais obcecado pela aparência. No entanto, se formos ao metrô de manhã e olharmos os passageiros, rapidamente veremos que isso não é verdade. Há uma abundância de pessoas feias –mas onde elas trabalham? Não no City. Não nas quatro grandes empresas. De certa forma, é estranho que estejamos cada vez mais "caristas" na era da internet, em que enviamos e-mails em vez de conhecer pessoas. No entanto, em outros aspectos, a internet está tornando as coisas piores. Acabei de receber detalhes de uma pessoa que vou entrevistar para alguma coisa e eu fiz o que sempre faço – procurei-o no Google Images e observei seus grandes olhos afastados e mandíbula fortes. Meus preconceitos estavam se formando –e eu não tinha sequer posto os olhos nele. Para combater esse tipo de coisa, Unilever e Microsoft estão se engajando em um experimento no México, onde entrevistam as pessoas por trás de uma tela nos primeiros três minutos, de modo que as primeiras impressões vitais são sem rosto. Aposto que, em algum tempo, esse tipo de coisa vai pegar; ouso dizer que até o "carismo" será ilegal. Enquanto isso, o número de trabalhadores feios que uma empresa tem diz muito sobre o tipo de lugar que é. Se contrata apenas os atraentes, não está apenas sendo horrível, está perdendo um grupo de potenciais estrelas. Ao pensar sobre esta coluna, olhei atentamente para meus próprios colegas e acredito que não vão se importar se eu salientar que há poucos sinais de "carismo" no Financial Times. Se você fizer uma auditoria das fotos do nosso leque dos colunistas - que vão desde o mais lindo até o não lindo– acho que você vai concordar que a curva resultante corresponde à distribuição nacional. Eu posso pensar em muitos outros jornais onde as imagens de tal leque são, em geral, mais bonitas, mas, em seguida, o padrão de comentários é um pouco mais baixo. Os dois fatos não são certamente isolados. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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Por ofensiva, Dilma cancela presença em evento contra impeachment
Na tentativa de conseguir margem de votos para barrar o impeachment, a presidente Dilma Rousseff cancelou neste sábado (16) presença em acampamento em Brasília de movimentos de esquerda contrários ao afastamento da petista. A decisão foi tomada pela presidente em conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que avaliou que, na véspera da votação no plenário da Câmara dos Deputados, ela deveria se dedicar integralmente ao corpo a corpo com deputados federais. Diante do risco de uma derrota, a petista passará o dia no Palácio do Alvorada recebendo parlamentares indecisos ou com chance de faltarem no domingo (17) na votação em plenário. No acampamento, foi lida uma carta enviada pela petista, segundo a qual não compareceu neste sábado (16) porque precisa "dialogar o dia inteiro com parlamentares que se mostram cada vez mais sensíveis a derrotar o impeachment". No documento, a petista repetiu trechos do pronunciamento divulgado na sexta-feira (15), no qual ela afirma que não cometeu crime de responsabilidade e que seu nome não está envolvido em denúncia de corrupção. "Vamos derrotar o impeachment sem base legal, o verdadeiro golpe contra a democracia. A história levará a voz a de vocês que se pronunciaram nesse grave momento decisivo para o futuro. Na votação do impeachment, não estará em jogo apenas o mandato de uma presidente eleita, mas o respeito às urnas e à vontade soberana do nosso povo", disse. A presidente acrescentou ainda que "somente o respeito à ordem democrática pode assegurar a unificação nacional" e afirmou que será possível superar a atual crise econômica. O Palácio do Planalto deflagrou uma última ofensiva para tentar barrar o processo de impeachment e conseguiu reverter alguns votos a seu favor. Sem garantia segura de vitória, no entanto, a equipe de Dilma Rousseff decidiu antecipar articulação para a etapa mais importante do processo, o julgamento final no Senado Federal, e já busca votos de senadores. A gestão petista reconhece que a situação é crítica, mas um assessor presidencial diz que "o jogo ainda não está jogado" e a presidente Dilma "não jogou a toalha". Na sexta-feita (15), a presidente conseguiu reverter o voto do vice-presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que havia anteriormente anunciado apoio ao impeachment. A mudança ocorreu após a petista ter se reunido com o ex-líder da bancada do partido Dudu da Fonte (PP-PE). Segundo a Folha apurou, o Palácio do Planalto ofereceu ao parlamentar o comando do Ministério da Integração Nacional caso o impeachment seja barrado no domingo (15). Com o respaldo do governo federal, ele tem capitaneado estratégia favorável à presidente dentro na bancada do partido, que anunciou na terça-feira (12) apoio ao impeachment.
poder
Por ofensiva, Dilma cancela presença em evento contra impeachmentNa tentativa de conseguir margem de votos para barrar o impeachment, a presidente Dilma Rousseff cancelou neste sábado (16) presença em acampamento em Brasília de movimentos de esquerda contrários ao afastamento da petista. A decisão foi tomada pela presidente em conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que avaliou que, na véspera da votação no plenário da Câmara dos Deputados, ela deveria se dedicar integralmente ao corpo a corpo com deputados federais. Diante do risco de uma derrota, a petista passará o dia no Palácio do Alvorada recebendo parlamentares indecisos ou com chance de faltarem no domingo (17) na votação em plenário. No acampamento, foi lida uma carta enviada pela petista, segundo a qual não compareceu neste sábado (16) porque precisa "dialogar o dia inteiro com parlamentares que se mostram cada vez mais sensíveis a derrotar o impeachment". No documento, a petista repetiu trechos do pronunciamento divulgado na sexta-feira (15), no qual ela afirma que não cometeu crime de responsabilidade e que seu nome não está envolvido em denúncia de corrupção. "Vamos derrotar o impeachment sem base legal, o verdadeiro golpe contra a democracia. A história levará a voz a de vocês que se pronunciaram nesse grave momento decisivo para o futuro. Na votação do impeachment, não estará em jogo apenas o mandato de uma presidente eleita, mas o respeito às urnas e à vontade soberana do nosso povo", disse. A presidente acrescentou ainda que "somente o respeito à ordem democrática pode assegurar a unificação nacional" e afirmou que será possível superar a atual crise econômica. O Palácio do Planalto deflagrou uma última ofensiva para tentar barrar o processo de impeachment e conseguiu reverter alguns votos a seu favor. Sem garantia segura de vitória, no entanto, a equipe de Dilma Rousseff decidiu antecipar articulação para a etapa mais importante do processo, o julgamento final no Senado Federal, e já busca votos de senadores. A gestão petista reconhece que a situação é crítica, mas um assessor presidencial diz que "o jogo ainda não está jogado" e a presidente Dilma "não jogou a toalha". Na sexta-feita (15), a presidente conseguiu reverter o voto do vice-presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que havia anteriormente anunciado apoio ao impeachment. A mudança ocorreu após a petista ter se reunido com o ex-líder da bancada do partido Dudu da Fonte (PP-PE). Segundo a Folha apurou, o Palácio do Planalto ofereceu ao parlamentar o comando do Ministério da Integração Nacional caso o impeachment seja barrado no domingo (15). Com o respaldo do governo federal, ele tem capitaneado estratégia favorável à presidente dentro na bancada do partido, que anunciou na terça-feira (12) apoio ao impeachment.
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Gero Camilo une universos do samba e do golpe de 64 na peça 'Razão Social'
Um misto de "desabafo e vontade de celebrar a vida" levou Gero Camilo e Victor Mendes a alinhavar com samba um tenso momento político da história brasileira. Em "Razão Social", espetáculo que estreia nesta sexta (18) em São Paulo, a dupla retrata dois personagens na noite do golpe militar de 1964. Fugindo do incêndio que atingiu a sede da UNE (União Nacional dos Estudantes) no Rio, o operário Sabino (Camilo) e o estudante Juscelino (Mendes) escondem-se no Zicartola, bar aberto por Cartola e sua mulher, Dona Zica. O local, no centro da cidade, funcionou apenas por dois anos (de setembro de 1963 a maio de 1965), mas marcou o encontro entre a classe média da zona sul carioca e o samba do morro. Ainda foi ponto de encontro entre intelectuais contrários ao regime militar. Foi essa função do Zicartola que deu título ao espetáculo, uma brincadeira com o nome de registro do bar, Razão Social: Refeição Caseira Ltda. É ali que se encontram os mundos distintos da peça: o estudante engajado e o operário –em princípio alienado politicamente, depois, se alinha aos ideais de Juscelino. Ficam no Zicartola sem que sejam percebidos. Tampouco interagem com as figuras que passam por ali: Dona Zica (Fabiana Cozza), Cartola (Adolfo Moura) e outras personalidades, como Carlos Cachaça, e Nara Leão, que por vezes surgem como fantasmas ou mesmo sonhos da dupla. Permeiam a narrativa duas dezenas de sambas, como "O Sol Nascerá", do próprio Cartola, e uma composição original de Mendes e Camilo, "Lágrimas Quentes", de tom político. Todas tocadas em cena pelo elenco e outros três músicos –Everson Pessoa, Gerson da Banda e Nino Miau. AQUI E AGORA A dupla, que escreveu e dirige a peça, começou a trabalhar no projeto depois de Mendes ler "Desde que o Samba é Samba", livro de Paulo Lins, há pouco mais de um ano. "À época, meu único medo era que a história parecesse muito datada. Mas, quanto mais a gente pesquisava a situação política, mais a gente se assustava com a realidade", comenta Camilo sobre os recentes fatos políticos e a ação por vezes violenta da polícia em manifestações de rua. "Estamos falando exatamente do que está acontecendo hoje", continua Mendes. O cenário da peça, que remete ao Zicartola, também funciona como uma estrutura fechada, uma espécie de caixa de pandora, explica Camilo. "É a ideia de que você abre e sai um monte de desgraças. Mas ainda fica a esperança." RAZÃO SOCIAL QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom., às 18h; até 18/12 ONDE Sesc Bom Retiro, al. Nothmann, 185, tel. (11) 3332-3600 QUANTO R$ 9 a R$ 30 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
ilustrada
Gero Camilo une universos do samba e do golpe de 64 na peça 'Razão Social'Um misto de "desabafo e vontade de celebrar a vida" levou Gero Camilo e Victor Mendes a alinhavar com samba um tenso momento político da história brasileira. Em "Razão Social", espetáculo que estreia nesta sexta (18) em São Paulo, a dupla retrata dois personagens na noite do golpe militar de 1964. Fugindo do incêndio que atingiu a sede da UNE (União Nacional dos Estudantes) no Rio, o operário Sabino (Camilo) e o estudante Juscelino (Mendes) escondem-se no Zicartola, bar aberto por Cartola e sua mulher, Dona Zica. O local, no centro da cidade, funcionou apenas por dois anos (de setembro de 1963 a maio de 1965), mas marcou o encontro entre a classe média da zona sul carioca e o samba do morro. Ainda foi ponto de encontro entre intelectuais contrários ao regime militar. Foi essa função do Zicartola que deu título ao espetáculo, uma brincadeira com o nome de registro do bar, Razão Social: Refeição Caseira Ltda. É ali que se encontram os mundos distintos da peça: o estudante engajado e o operário –em princípio alienado politicamente, depois, se alinha aos ideais de Juscelino. Ficam no Zicartola sem que sejam percebidos. Tampouco interagem com as figuras que passam por ali: Dona Zica (Fabiana Cozza), Cartola (Adolfo Moura) e outras personalidades, como Carlos Cachaça, e Nara Leão, que por vezes surgem como fantasmas ou mesmo sonhos da dupla. Permeiam a narrativa duas dezenas de sambas, como "O Sol Nascerá", do próprio Cartola, e uma composição original de Mendes e Camilo, "Lágrimas Quentes", de tom político. Todas tocadas em cena pelo elenco e outros três músicos –Everson Pessoa, Gerson da Banda e Nino Miau. AQUI E AGORA A dupla, que escreveu e dirige a peça, começou a trabalhar no projeto depois de Mendes ler "Desde que o Samba é Samba", livro de Paulo Lins, há pouco mais de um ano. "À época, meu único medo era que a história parecesse muito datada. Mas, quanto mais a gente pesquisava a situação política, mais a gente se assustava com a realidade", comenta Camilo sobre os recentes fatos políticos e a ação por vezes violenta da polícia em manifestações de rua. "Estamos falando exatamente do que está acontecendo hoje", continua Mendes. O cenário da peça, que remete ao Zicartola, também funciona como uma estrutura fechada, uma espécie de caixa de pandora, explica Camilo. "É a ideia de que você abre e sai um monte de desgraças. Mas ainda fica a esperança." RAZÃO SOCIAL QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom., às 18h; até 18/12 ONDE Sesc Bom Retiro, al. Nothmann, 185, tel. (11) 3332-3600 QUANTO R$ 9 a R$ 30 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Entrar na vida adulta significa aprender que não existe nada de graça
O pai, gaúcho, camponês meio xucro, disse ao filho: "Meu filho, na vida tu primeiro traça uma 'meretriz', depois tu segue essa 'meretriz' até o fim de teus dias, tchê!" É certo que a vida sem diretrizes fica muito imediatista, muito da mão para a boca, é mais assim quando somos crianças. Mas... Ninguém está ficando mais moço, há algo nos esperando na esquina da vida, algo além da morte, e que pode chegar muitas décadas antes dela: a vida adulta. Nessa tal de vida adulta, perdem-se umas coisas, ganham-se outras. Perdem-se ilusões: vida sem fim; amparo total; dinheiro que cai do céu; casa, comida, roupa lavada, passada e posta no armário; banheiro limpo, quarto arrumado, luz, gás, telefone, tudo isso sem pensar como acontece; médico, dentista e hospital "de graça"; a própria ilusão de que existe alguma coisa de graça... Enfim, a lista é interminável. Mas talvez a maior perda seja a ilusão de que tudo aquilo era uma espécie de direito adquirido, e a sensação de que estão fazendo alguma maldade conosco, ao tirá-lo. Ganham-se: independência e autonomia, o direito de mandar na própria vida. Mas o cliente estranhou que eu chamasse a transição para a vida adulta de Projeto Gente Grande: "Não é meio infantil?" Claro que é, e com quem você pensa que eu estou falando, senão com a infantilidade que existe em cada um de nós? Veja, eu não disse "criança", pois quero uma criança dentro da gente até o fim, criativa, curiosa, brincando pela vida afora. Mas para isso ela precisa deixar a infantilidade para trás: fada do dente; Papai Noel; coelhinho da Páscoa; governo forte que tem dinheiro interminável para nos sustentar, nos proteger e nos dizer o que pensar... Essas coisas, sabe? Está certo que nascemos completamente imediatistas, esse negócio de planejamento de médio e longo prazo só vem –se é que vem– mais tarde. Mas a tal da geração Y, essa está ferrada! Eles foram criados com a ideia de que o mundo lhes deve, de que TODOS são especiais (epa, isso é contradição entre termos), de que só farão coisas grandiosas, e sem esforço. Nos EUA, para eles não se usa mais "mimados" ("spoiled"), e sim os que "estão no direito de" ("entitled"). Conversei com um deles, meu cliente: "Que tal você ter uma multa, pagar à sua mãe por cada quarto bagunçado, cada roupa pelo chão"? "Ah, não adianta, multa não me dói, quando a mesada acaba eu posso pegar dinheiro no gavetão dela". Ou seja, para ter um orçamento mensal, para desenvolver responsabilidade fiscal, ele precisa abrir mão do gavetão. "Você vai me achar um crianção", falou. "E eu estou aqui pra te julgar? Olha, o Projeto Gente Grande não é meu, é seu! Eu não sou puxador de orelha, mas posso ser teu assessor no projeto". Defendo que as escolas ensinem o Projeto Gente Grande, e que os alunos TOMEM POSSE dele. Orçamento, planejamento, poupança... Lá devia haver um ensaio de cidadania: a escola não teria partido, mas ensinaria democracia (os alunos poderiam formar partidos), e assim por diante. Enfim, não faltarão diretrizes para implementar o Projeto Gente Grande. Um verdadeiro harém de "meretrizes"!
colunas
Entrar na vida adulta significa aprender que não existe nada de graçaO pai, gaúcho, camponês meio xucro, disse ao filho: "Meu filho, na vida tu primeiro traça uma 'meretriz', depois tu segue essa 'meretriz' até o fim de teus dias, tchê!" É certo que a vida sem diretrizes fica muito imediatista, muito da mão para a boca, é mais assim quando somos crianças. Mas... Ninguém está ficando mais moço, há algo nos esperando na esquina da vida, algo além da morte, e que pode chegar muitas décadas antes dela: a vida adulta. Nessa tal de vida adulta, perdem-se umas coisas, ganham-se outras. Perdem-se ilusões: vida sem fim; amparo total; dinheiro que cai do céu; casa, comida, roupa lavada, passada e posta no armário; banheiro limpo, quarto arrumado, luz, gás, telefone, tudo isso sem pensar como acontece; médico, dentista e hospital "de graça"; a própria ilusão de que existe alguma coisa de graça... Enfim, a lista é interminável. Mas talvez a maior perda seja a ilusão de que tudo aquilo era uma espécie de direito adquirido, e a sensação de que estão fazendo alguma maldade conosco, ao tirá-lo. Ganham-se: independência e autonomia, o direito de mandar na própria vida. Mas o cliente estranhou que eu chamasse a transição para a vida adulta de Projeto Gente Grande: "Não é meio infantil?" Claro que é, e com quem você pensa que eu estou falando, senão com a infantilidade que existe em cada um de nós? Veja, eu não disse "criança", pois quero uma criança dentro da gente até o fim, criativa, curiosa, brincando pela vida afora. Mas para isso ela precisa deixar a infantilidade para trás: fada do dente; Papai Noel; coelhinho da Páscoa; governo forte que tem dinheiro interminável para nos sustentar, nos proteger e nos dizer o que pensar... Essas coisas, sabe? Está certo que nascemos completamente imediatistas, esse negócio de planejamento de médio e longo prazo só vem –se é que vem– mais tarde. Mas a tal da geração Y, essa está ferrada! Eles foram criados com a ideia de que o mundo lhes deve, de que TODOS são especiais (epa, isso é contradição entre termos), de que só farão coisas grandiosas, e sem esforço. Nos EUA, para eles não se usa mais "mimados" ("spoiled"), e sim os que "estão no direito de" ("entitled"). Conversei com um deles, meu cliente: "Que tal você ter uma multa, pagar à sua mãe por cada quarto bagunçado, cada roupa pelo chão"? "Ah, não adianta, multa não me dói, quando a mesada acaba eu posso pegar dinheiro no gavetão dela". Ou seja, para ter um orçamento mensal, para desenvolver responsabilidade fiscal, ele precisa abrir mão do gavetão. "Você vai me achar um crianção", falou. "E eu estou aqui pra te julgar? Olha, o Projeto Gente Grande não é meu, é seu! Eu não sou puxador de orelha, mas posso ser teu assessor no projeto". Defendo que as escolas ensinem o Projeto Gente Grande, e que os alunos TOMEM POSSE dele. Orçamento, planejamento, poupança... Lá devia haver um ensaio de cidadania: a escola não teria partido, mas ensinaria democracia (os alunos poderiam formar partidos), e assim por diante. Enfim, não faltarão diretrizes para implementar o Projeto Gente Grande. Um verdadeiro harém de "meretrizes"!
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Mortes: Órfã, virou guerreira sem nunca perder a doçura
Órfã ainda pequena, Joanna Siqueira Andrade mudava sempre de casa, fazia trabalhos pesados e sofria castigos e punições. "Aprendeu a fazer mais e receber menos", resume a filha Telma. Nasceu em uma casa de pau a pique na zona rural de Itapira (a 164 km de São Paulo) e perdeu a mãe com apenas cinco anos. Foi morar com uma tia, recebendo visitas esporádicas do pai, até a morte dele, dois anos depois. A partir daí, passou por tutores variados. Sofreu maus-tratos por não cumprir deveres da casa, era obrigada a ajudar a tia, que era servente, a lavar banheiros, chegou a comer pão com baratas. As diversas histórias da infância eram contadas repetidas vezes por Joanna. "Era tudo muito presente, mas ela não demonstrava muita emoção ao relembrar", diz Telma. Na adolescência, ela foi para São Paulo, onde trabalhou entregando marmitas para uma lanchonete e depois em uma fábrica de botões, onde acabou contraindo tifo. Só aos 18 anos, passou a fazer o que gostava: cuidar das pessoas. Primeiro primos e irmãos, depois os sobrinhos. Foram anos de carinho e broncas até decidir se casar. Muito religiosa, Joanna era considerada a esperança da família de Dario para dar juízo ao rapaz, e o plano deu certo. Os dois ficaram juntos por 27 anos, até a morte dele. Batalhadora, chegou a amassar barro, carregar água de poço e fazer roupas aos filhos. Apesar disso, insistia para os filhos estudarem e "terem mais oportunidades". Morreu no dia 29, aos 96, após uma infecção. Deixa dois filhos, quatro netos, dois bisnetos e vários sobrinhos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - VEJA MORTES E MISSAS PUBLICADAS NESTE DOMINGO 1º ANO Aimar Labaki - Nesta terça (5/1), às 19h, na igreja Nossa Senhora do Carmo, r. Martiniano de Carvalho, 114, Bela Vista. EM MEMÓRIA Nazira Simão Alexandre - Nesta segunda (4/1), às 18h30, na igreja São Gabriel, av. São Gabriel, 108.
cotidiano
Mortes: Órfã, virou guerreira sem nunca perder a doçuraÓrfã ainda pequena, Joanna Siqueira Andrade mudava sempre de casa, fazia trabalhos pesados e sofria castigos e punições. "Aprendeu a fazer mais e receber menos", resume a filha Telma. Nasceu em uma casa de pau a pique na zona rural de Itapira (a 164 km de São Paulo) e perdeu a mãe com apenas cinco anos. Foi morar com uma tia, recebendo visitas esporádicas do pai, até a morte dele, dois anos depois. A partir daí, passou por tutores variados. Sofreu maus-tratos por não cumprir deveres da casa, era obrigada a ajudar a tia, que era servente, a lavar banheiros, chegou a comer pão com baratas. As diversas histórias da infância eram contadas repetidas vezes por Joanna. "Era tudo muito presente, mas ela não demonstrava muita emoção ao relembrar", diz Telma. Na adolescência, ela foi para São Paulo, onde trabalhou entregando marmitas para uma lanchonete e depois em uma fábrica de botões, onde acabou contraindo tifo. Só aos 18 anos, passou a fazer o que gostava: cuidar das pessoas. Primeiro primos e irmãos, depois os sobrinhos. Foram anos de carinho e broncas até decidir se casar. Muito religiosa, Joanna era considerada a esperança da família de Dario para dar juízo ao rapaz, e o plano deu certo. Os dois ficaram juntos por 27 anos, até a morte dele. Batalhadora, chegou a amassar barro, carregar água de poço e fazer roupas aos filhos. Apesar disso, insistia para os filhos estudarem e "terem mais oportunidades". Morreu no dia 29, aos 96, após uma infecção. Deixa dois filhos, quatro netos, dois bisnetos e vários sobrinhos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - VEJA MORTES E MISSAS PUBLICADAS NESTE DOMINGO 1º ANO Aimar Labaki - Nesta terça (5/1), às 19h, na igreja Nossa Senhora do Carmo, r. Martiniano de Carvalho, 114, Bela Vista. EM MEMÓRIA Nazira Simão Alexandre - Nesta segunda (4/1), às 18h30, na igreja São Gabriel, av. São Gabriel, 108.
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Conheça dublê de voz de Xuxa, que ganha R$ 200 por dia em Guaianases
Tá na hora, tá na hora. Tá na hora de Carlos Daniel trabalhar: às 7h, o roraimense de 33 anos levanta e sai do sobrado em que mora, em São Matheus, para uma viagem de meia hora pela zona leste até Guaianases, onde um microfone o espera e seu palco é a rua na frente de uma farmácia, sob um pórtico de entrada decorado com balões. Uma jovem de 15 anos e cabelos cor de rosa que passa pela rua Otelo Augusto Ribeiro sorri ao ouvir sua voz saindo do amplificador. Mas, ao virar e se deparar com o descendente de índios e de brancos, o sorriso vira uma boa tensa de confusão. "Não era a Xuxa?", pergunta-se a estudante Ana Lima, que dá de ombros e segue andando. Carlos Daniel, que diz frases como "venham conhecer os descontos, baixinhos", tem uma voz muito parecida com a da nova apresentadora da Record. Não é só Ana que acha. A própria Xuxa já se emocionou ao ouvir "Lua de Cristal" saindo da boca do fã em 2001, quando ele participou do seu programa na Globo, aos 20 e poucos anos. O dom tinha sido descoberto fazia tempo, antes da puberdade. "Era uma brincadeira que perdi e tive que pagar uma prenda. Os guris, para me zoarem, mandaram eu cantar a música 'Arco-Íris', da Xuxa. Ficaram de boca aberta." Chegou em casa e gravou a própria voz, que nunca tinha ouvido. "Não acreditava, fico impressionado até hoje." Cantou em um karaokê de Boa Vista. "Parou o conversê todo quando eu abri a boca. Aplaudiram de pé." A imitação não virou carreira de início. Daniel vendeu picóles e jornal antes de tomar coragem e discar o número de produção do "TV Xuxa". A cobrar. Três anos depois, quando morava em Fortaleza, foi chamado para dividir o palco e "Lua de Cristal" com a apresentadora. "Foi um dos melhores momentos da minha vida. Levei um presente para ela [um duende de epóxi, pois na época ela lançaria 'Xuxa e os Duendes'] e realizei um sonho." Anos depois, viajaria ao Rio para tentar ver a musa, que estava em Orlando com a então filhinha, Sasha. "Lavei pratos nessa época." Passado o sonho de cantar no Projac, Daniel tornou a Fortaleza e lá ficou, vivendo de aparições na TV e de gravar vinhetas para lojas, com a voz anasalada que qualquer nascido nas décadas de 1970 ou 1980 liga a uma mesa de café da manhã inalcançável de tão grande. A 'XIDADE' DE 'XÃO' PAULO Cinco anos atrás, veio para São Paulo participar do programa de Gugu Liberato, então no SBT, para participar de um concurso de imitadores. Perdeu para Alan, que vivia uma vistosa Vera Verão. Mas decidiu ficar pela cidade. Desde então, se dedica aos shows de rua, que rendem R$ 200 por dia de trabalho. "Não daria para eu viver só de cachê, ainda bem que encontrei minha maninha." A maninha é Tatiane Ramos, "minha produtora, pessoa que me ajuda nos concursos quem me acolheu na casa dela". Os dois se conheceram numa banca de revistas de Guaianases e ela o acolheu na casa em que mora com os dois filhos. Além dos trabalhos de rua, o Xuxa da zona leste participou de outros programas, como o "Se Vira nos 30" do Faustão e o "Legendários". Foi fixo por três anos no "Café com Bobagem", interpretando um personagem chamado XuBixa, flexão de "Xuxa" com "bicha". "A única coisa que ela me pediu é que eu sempre me identifique, que eu não me passe por ela." Recusou uma oferta para fazer locução de uma rede de supermercados de Fortaleza para não se passar pela gaúcha. Diz que no ano passado recusou uma oferta de carteira assinada e R$ 5.000 mensais do Pânico. "Eles queriam que eu passasse trote pro povo me fingindo de Xuxa. Eu não posso nem participar do programa, porque ela está processando eles. Eu nunca trairia meu ganha-pão", diz, com a mão no coração. O Pânico não comenta a proposta. FALA COMO HOMEM Há quatro meses Carlos Daniel faz uma campanha em redes sociais para participar da estreia do programa da musa na Record. "Já falei com o Blad Meneghel, irmão que trabalha com ela, ele falou que há chances." Não faz questão de aparecer na telinha. "Queria trabalhar na produção do programa. Só fazer parte do mundo dela já está bom." A voz da rainha dos baixinhos é uma constante. Fala como ela ao telefone quando pede um táxi. Vez por outra é confundido. Às vezes ainda ouve um "Fala que nem homem!" ou outro de gente que passa na rua enquanto ele canta "Ilariê". "Não ligo. Sabe que ligar é pior? Se eu ligasse, eu estaria triste, depressivo, trabalhando em uma repartição pública em Roraima." Tudo o que Carlos Daniel queria, o cara lá de cima já parece ter dado. "Ainda bem que eu nasci com a voz de alguém que amo como a Xú. Imagina se eu tivesse a voz do Datena?"
colunas
Conheça dublê de voz de Xuxa, que ganha R$ 200 por dia em GuaianasesTá na hora, tá na hora. Tá na hora de Carlos Daniel trabalhar: às 7h, o roraimense de 33 anos levanta e sai do sobrado em que mora, em São Matheus, para uma viagem de meia hora pela zona leste até Guaianases, onde um microfone o espera e seu palco é a rua na frente de uma farmácia, sob um pórtico de entrada decorado com balões. Uma jovem de 15 anos e cabelos cor de rosa que passa pela rua Otelo Augusto Ribeiro sorri ao ouvir sua voz saindo do amplificador. Mas, ao virar e se deparar com o descendente de índios e de brancos, o sorriso vira uma boa tensa de confusão. "Não era a Xuxa?", pergunta-se a estudante Ana Lima, que dá de ombros e segue andando. Carlos Daniel, que diz frases como "venham conhecer os descontos, baixinhos", tem uma voz muito parecida com a da nova apresentadora da Record. Não é só Ana que acha. A própria Xuxa já se emocionou ao ouvir "Lua de Cristal" saindo da boca do fã em 2001, quando ele participou do seu programa na Globo, aos 20 e poucos anos. O dom tinha sido descoberto fazia tempo, antes da puberdade. "Era uma brincadeira que perdi e tive que pagar uma prenda. Os guris, para me zoarem, mandaram eu cantar a música 'Arco-Íris', da Xuxa. Ficaram de boca aberta." Chegou em casa e gravou a própria voz, que nunca tinha ouvido. "Não acreditava, fico impressionado até hoje." Cantou em um karaokê de Boa Vista. "Parou o conversê todo quando eu abri a boca. Aplaudiram de pé." A imitação não virou carreira de início. Daniel vendeu picóles e jornal antes de tomar coragem e discar o número de produção do "TV Xuxa". A cobrar. Três anos depois, quando morava em Fortaleza, foi chamado para dividir o palco e "Lua de Cristal" com a apresentadora. "Foi um dos melhores momentos da minha vida. Levei um presente para ela [um duende de epóxi, pois na época ela lançaria 'Xuxa e os Duendes'] e realizei um sonho." Anos depois, viajaria ao Rio para tentar ver a musa, que estava em Orlando com a então filhinha, Sasha. "Lavei pratos nessa época." Passado o sonho de cantar no Projac, Daniel tornou a Fortaleza e lá ficou, vivendo de aparições na TV e de gravar vinhetas para lojas, com a voz anasalada que qualquer nascido nas décadas de 1970 ou 1980 liga a uma mesa de café da manhã inalcançável de tão grande. A 'XIDADE' DE 'XÃO' PAULO Cinco anos atrás, veio para São Paulo participar do programa de Gugu Liberato, então no SBT, para participar de um concurso de imitadores. Perdeu para Alan, que vivia uma vistosa Vera Verão. Mas decidiu ficar pela cidade. Desde então, se dedica aos shows de rua, que rendem R$ 200 por dia de trabalho. "Não daria para eu viver só de cachê, ainda bem que encontrei minha maninha." A maninha é Tatiane Ramos, "minha produtora, pessoa que me ajuda nos concursos quem me acolheu na casa dela". Os dois se conheceram numa banca de revistas de Guaianases e ela o acolheu na casa em que mora com os dois filhos. Além dos trabalhos de rua, o Xuxa da zona leste participou de outros programas, como o "Se Vira nos 30" do Faustão e o "Legendários". Foi fixo por três anos no "Café com Bobagem", interpretando um personagem chamado XuBixa, flexão de "Xuxa" com "bicha". "A única coisa que ela me pediu é que eu sempre me identifique, que eu não me passe por ela." Recusou uma oferta para fazer locução de uma rede de supermercados de Fortaleza para não se passar pela gaúcha. Diz que no ano passado recusou uma oferta de carteira assinada e R$ 5.000 mensais do Pânico. "Eles queriam que eu passasse trote pro povo me fingindo de Xuxa. Eu não posso nem participar do programa, porque ela está processando eles. Eu nunca trairia meu ganha-pão", diz, com a mão no coração. O Pânico não comenta a proposta. FALA COMO HOMEM Há quatro meses Carlos Daniel faz uma campanha em redes sociais para participar da estreia do programa da musa na Record. "Já falei com o Blad Meneghel, irmão que trabalha com ela, ele falou que há chances." Não faz questão de aparecer na telinha. "Queria trabalhar na produção do programa. Só fazer parte do mundo dela já está bom." A voz da rainha dos baixinhos é uma constante. Fala como ela ao telefone quando pede um táxi. Vez por outra é confundido. Às vezes ainda ouve um "Fala que nem homem!" ou outro de gente que passa na rua enquanto ele canta "Ilariê". "Não ligo. Sabe que ligar é pior? Se eu ligasse, eu estaria triste, depressivo, trabalhando em uma repartição pública em Roraima." Tudo o que Carlos Daniel queria, o cara lá de cima já parece ter dado. "Ainda bem que eu nasci com a voz de alguém que amo como a Xú. Imagina se eu tivesse a voz do Datena?"
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Estados imitam governo federal e adotam teto para conter despesas
Num esforço para conter o crescimento de suas despesas em meio à recessão econômica e a cortes orçamentários, Estados começaram a adotar mecanismos semelhantes ao teto de gastos criado pelo presidente Michel Temer para pôr em ordem as finanças do governo federal. Piauí e Ceará já aprovaram a criação de versões adaptadas do mecanismo, que valerá por dez anos —metade do prazo de validade do teto do governo federal— e excluirá do limite investimentos e gastos com saúde e educação. O teto proposto pelo governo de Goiás deve ir a votação na Assembleia Legislativa do Estado no próximo mês. Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso e Paraíba devem encaminhar em breve projetos semelhantes. O argumento apresentado pelos governadores em geral é o mesmo: para enfrentar a crise econômica, precisam trabalhar com orçamentos realistas e adotar medidas de austeridade na área fiscal. "Já cortamos o mato alto. Agora, é a vez de um ajuste mais fino", diz o secretário de Planejamento do Espírito Santo, Regis Mattos Teixeira. Além do teto, o Ceará aumentou a contribuição previdenciária dos servidores e fez um corte de 10% nos incentivos fiscais das empresas. O secretário da Fazenda, Mauro Benevides Filho, diz que o objetivo foi mostrar austeridade para obter aval da União para novos empréstimos. No Piauí, que é governado pelo PT, o teto de gastos foi inspirado pelo mecanismo do governo federal, segundo Emílio Júnior, o superintendente do Tesouro Estadual. "É um olhar para o futuro. É a consolidação definitiva do ajuste fiscal", afirma o secretário de Planejamento de Goiás, Joaquim Mesquita. Na esfera federal, com o teto os gastos não poderão crescer mais do que a inflação nos próximos anos. Nos Estados, os tetos são mais flexíveis. Além de excluir despesas, alguns permitem que os gastos cresçam mais se as receitas subirem acima da inflação. No Ceará e no Piauí, as despesas poderão crescer de acordo com a inflação ou o equivalente a 90% do crescimento da receita, sempre escolhendo a opção em que o índice de correção for maior. Em outros Estados, vale o desempenho da arrecadação. No Ceará, em Goiás e no Espírito Santo, recursos destinados a investimentos são preservados e podem ir além do teto. "Não faz sentido garrotear os investimentos porque são eles que vão fazer a nossa economia voltar a crescer", afirma Mauro Filho, do Ceará. O Piauí deixou de fora as despesas previdenciárias, que chegam a R$ 1,4 bilhão por ano, o equivalente a 18% da receita corrente líquida. Pec dos gastos FUNCIONALISMO O Rio Grande do Sul —que decretou estado de calamidade financeira no ano passado— aprovou um teto ainda em 2015. Ele é aplicado somente para os gastos com o funcionalismo, que consomem 70% das receitas estaduais. A lei diz que a despesa com a folha só cresce se houver aumento de receita. Rio e Minas, que também decretaram estado de calamidade, optaram por outras medidas. No Rio, o governo aumentou a contribuição previdenciária e reajustou tarifas. Em Minas, o Estado promete vender ativos, como imóveis. Como aconteceu durante a discussão do teto federal, especialistas e sindicatos têm feito críticas, apontando perdas salariais para os funcionários públicos e o risco de queda nos investimentos públicos em saúde e educação. "Já tivemos reajuste zero no ano passado e não temos perspectiva para este ano. Mas pior ainda será para a população em geral", diz Flávio Remo, coordenador do Sindicato dos Servidores do Ceará. Os gastos do governo e os efeitos da PEC do Teto
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Estados imitam governo federal e adotam teto para conter despesasNum esforço para conter o crescimento de suas despesas em meio à recessão econômica e a cortes orçamentários, Estados começaram a adotar mecanismos semelhantes ao teto de gastos criado pelo presidente Michel Temer para pôr em ordem as finanças do governo federal. Piauí e Ceará já aprovaram a criação de versões adaptadas do mecanismo, que valerá por dez anos —metade do prazo de validade do teto do governo federal— e excluirá do limite investimentos e gastos com saúde e educação. O teto proposto pelo governo de Goiás deve ir a votação na Assembleia Legislativa do Estado no próximo mês. Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso e Paraíba devem encaminhar em breve projetos semelhantes. O argumento apresentado pelos governadores em geral é o mesmo: para enfrentar a crise econômica, precisam trabalhar com orçamentos realistas e adotar medidas de austeridade na área fiscal. "Já cortamos o mato alto. Agora, é a vez de um ajuste mais fino", diz o secretário de Planejamento do Espírito Santo, Regis Mattos Teixeira. Além do teto, o Ceará aumentou a contribuição previdenciária dos servidores e fez um corte de 10% nos incentivos fiscais das empresas. O secretário da Fazenda, Mauro Benevides Filho, diz que o objetivo foi mostrar austeridade para obter aval da União para novos empréstimos. No Piauí, que é governado pelo PT, o teto de gastos foi inspirado pelo mecanismo do governo federal, segundo Emílio Júnior, o superintendente do Tesouro Estadual. "É um olhar para o futuro. É a consolidação definitiva do ajuste fiscal", afirma o secretário de Planejamento de Goiás, Joaquim Mesquita. Na esfera federal, com o teto os gastos não poderão crescer mais do que a inflação nos próximos anos. Nos Estados, os tetos são mais flexíveis. Além de excluir despesas, alguns permitem que os gastos cresçam mais se as receitas subirem acima da inflação. No Ceará e no Piauí, as despesas poderão crescer de acordo com a inflação ou o equivalente a 90% do crescimento da receita, sempre escolhendo a opção em que o índice de correção for maior. Em outros Estados, vale o desempenho da arrecadação. No Ceará, em Goiás e no Espírito Santo, recursos destinados a investimentos são preservados e podem ir além do teto. "Não faz sentido garrotear os investimentos porque são eles que vão fazer a nossa economia voltar a crescer", afirma Mauro Filho, do Ceará. O Piauí deixou de fora as despesas previdenciárias, que chegam a R$ 1,4 bilhão por ano, o equivalente a 18% da receita corrente líquida. Pec dos gastos FUNCIONALISMO O Rio Grande do Sul —que decretou estado de calamidade financeira no ano passado— aprovou um teto ainda em 2015. Ele é aplicado somente para os gastos com o funcionalismo, que consomem 70% das receitas estaduais. A lei diz que a despesa com a folha só cresce se houver aumento de receita. Rio e Minas, que também decretaram estado de calamidade, optaram por outras medidas. No Rio, o governo aumentou a contribuição previdenciária e reajustou tarifas. Em Minas, o Estado promete vender ativos, como imóveis. Como aconteceu durante a discussão do teto federal, especialistas e sindicatos têm feito críticas, apontando perdas salariais para os funcionários públicos e o risco de queda nos investimentos públicos em saúde e educação. "Já tivemos reajuste zero no ano passado e não temos perspectiva para este ano. Mas pior ainda será para a população em geral", diz Flávio Remo, coordenador do Sindicato dos Servidores do Ceará. Os gastos do governo e os efeitos da PEC do Teto
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Fidel diz que Cuba não precisa de "presentes" dos EUA e critica Obama
Em artigo publicado no jornal estatal "Granma", o ex-ditador Fidel Castro contestou o discurso usado pelo americano Barack Obama durante sua histórica viagem a Cuba, na semana passada. Fidel diz que Obama "lançou mão das palavras mais adocicadas" para dizer que os dois países devem esquecer o passado de agressões e, agora, olhar juntos para o futuro. "Supõe-se que cada um de nós corria o perigo de sofrer um infarto após escutar essas palavras do presidente dos Estados Unidos", continua Fidel. "Após um bloqueio desapiedado que já durou quase 60 anos, e aqueles que morreram nos ataques mercenários a navios e portos cubanos, um avião regular cheio de passageiros feito explodir em pleno voo, invasões mercenárias, múltiplos atos e violência e de força?", escreveu o cubano no artigo publicado nesta segunda (28). O ex-ditador de Cuba afirmou que o povo cubano não necessita que "o império nos entregue de presente nada". "Somos capazes de produzir os alimentos e as riquezas espirituais de que precisamos com o esforço e a inteligência de nosso povo. Não necessitamos que o império nos entregue de presente nada." Fidel defendeu a continuidade dos esforços legais e pacíficos entre as nações, mas ressaltou que ninguém deve acalentar "a ilusão de que o povo deste nobre e abnegado país renunciará à glória, aos direitos e à riqueza espiritual que ganhou com o desenvolvimento da educação, da ciência e da cultura". Obama não se encontrou e nem citou Fidel durante a visita de três dias a ilha. O americano foi acompanhado pelo irmão de Fidel e atual dirigente cubano, Raúl Castro.
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Fidel diz que Cuba não precisa de "presentes" dos EUA e critica ObamaEm artigo publicado no jornal estatal "Granma", o ex-ditador Fidel Castro contestou o discurso usado pelo americano Barack Obama durante sua histórica viagem a Cuba, na semana passada. Fidel diz que Obama "lançou mão das palavras mais adocicadas" para dizer que os dois países devem esquecer o passado de agressões e, agora, olhar juntos para o futuro. "Supõe-se que cada um de nós corria o perigo de sofrer um infarto após escutar essas palavras do presidente dos Estados Unidos", continua Fidel. "Após um bloqueio desapiedado que já durou quase 60 anos, e aqueles que morreram nos ataques mercenários a navios e portos cubanos, um avião regular cheio de passageiros feito explodir em pleno voo, invasões mercenárias, múltiplos atos e violência e de força?", escreveu o cubano no artigo publicado nesta segunda (28). O ex-ditador de Cuba afirmou que o povo cubano não necessita que "o império nos entregue de presente nada". "Somos capazes de produzir os alimentos e as riquezas espirituais de que precisamos com o esforço e a inteligência de nosso povo. Não necessitamos que o império nos entregue de presente nada." Fidel defendeu a continuidade dos esforços legais e pacíficos entre as nações, mas ressaltou que ninguém deve acalentar "a ilusão de que o povo deste nobre e abnegado país renunciará à glória, aos direitos e à riqueza espiritual que ganhou com o desenvolvimento da educação, da ciência e da cultura". Obama não se encontrou e nem citou Fidel durante a visita de três dias a ilha. O americano foi acompanhado pelo irmão de Fidel e atual dirigente cubano, Raúl Castro.
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Leia trecho de "Euforia", de Lily King, inspirado em Margaret Mead
SOBRE O TEXTO Baseado em um breve período da vida da antropóloga norte-americana Margaret Mead (1901-78), "Euforia", do qual se extraiu este trecho e que sai pela Globo em julho, foi considerado um dos melhores livros do ano passado pelo jornal "The New York Times". No romance, o triângulo amoroso entre os pesquisadores Nell Stone, seu marido, Schuyler Fenwick, ou Fen, e Bankson se desenha contra o pano de fundo de um árduo trabalho de campo na Nova Guiné. * Ela sonhava com bebês mortos, escreveu em seu livro de pano de casca de árvore. Bebês em chamas. Bebês presos em árvores entrelaçadas. Bebês cobertos de formigas. Deitada em sua cama, contava o número de bebês mortos que tinha visto nos últimos dois anos. O menino anapa tinha sido o primeiro, cortado do ventre de sua mãe morta para que não os assombrasse. A menina Minalana, quase um ano de idade, picada por uma aranha-de-costas-vermelhas. Com os mumbanyos, muitas vezes não havia cerimônia para a morte de uma criança. Tropeçava-se nelas, semienterradas ou presas entre os juncos do rio. Qualquer bebê que fosse inconveniente, ou que se acreditasse ser de outro homem. E um homem podia evitar o tabu pós-parto de seis meses sem relações sexuais livrando-se do bebê. Com os anapas houvera cinco, dezessete com os mumbanyos, e agora Sali. Vinte e três bebês mortos. Vinte e quatro se ela contasse o seu próprio bebê, um grumo escuro envolto em folha de bananeira e enterrado debaixo de uma árvore que ela nunca mais veria. Ouviu-os debaixo da casa, esperando por ela. A risadinha da filha de nove anos de Sema e o choramingo de seu irmãozinho, provavelmente querendo mais da cana que a mãe balançava sobre a cabeça. Ela ouviu as palavras para "comer", "doce" e o nome que eles lhe haviam dado, Nell-Nell. Surpreendia-a que ainda viessem. Eles não tinham atribuído a morte do bebê de Sali à sua presença no momento do nascimento. Ainda não, pelo menos. Quando ela visitou Sali na noite anterior, Sali descansara a cabeça em seu ombro por um longo tempo. Seu filho havia sido enterrado dois dias antes, numa clareira a meia hora dali. Sali o levou, seu corpo pequenino pintado de barro vermelho, o rosto de branco, o peito diminuto decorado com conchas. Numa das mãos colocaram um pedaço de bolo de sagu, na outra uma flauta em miniatura, para crianças. Seu pai cavou uma cova rasa. Pouco antes de Sali colocá-lo ali, ela apertou algumas gotas de leite de seu peito duro e cheio para os lábios pintados, e Nell desejou tanto que aqueles lábios se movessem, mas eles não se moveram, e em seguida o cobriram de solo arenoso marrom. Fen entrou no mosquiteiro com uma xícara de café para ela. Ele se sentou na cama e ela se levantou para pegar a xícara. – Obrigada. Fen se sentou de lado para ela, esmagou um gorgulho azul claro com o sapato, ficou olhando para o pano que cobria a janela. Tinha uma cabeça pequena, considerando-se o seu comprimento e circunferência. Fazia seus olhos e seus ombros parecerem maiores do que eram de fato. Sua barba crescia depressa, os pelos escuros. Ele tinha se barbeado na noite anterior, mas já tinha começado a crescer, e não o azul escuro que aparecia depois de algumas horas, como uma nuvem de tempestade, mas pelos mesmo, brotando dois ou três por poro. Mulheres, em todos os lugares, costumavam achá-lo atraente. Ela o achara bonito no início, naquele barco no oceano Índico. Ele sabia que Nell tinha chorado e não olhava para ela. – Eu só queria ver uma criança ficar viva. – Eu sei – disse ele, mas não tocou nela. Debaixo da casa, eles tinham começado a bater varas nos apoios. – Aonde você vai hoje? – ela perguntou. – Vou ajudar com a canoa. Trabalhar na canoa, o que tinha feito nos últimos cinco dias, significava escavar as entranhas de uma enorme árvore de fruta-pão para que oito homens pudessem viajar dentro dela. Isso significava mais um dia sem fazer anotações, mais um dia sem conseguir reunir dados. – Luro vai a Parambai hoje, para ajudar a resolver a briga sobre o preço da noiva de Mwroni. – Quem? – Mwroni. O primo de Sali. – Eu vou ajudar com a canoa, Nell. – Nós simplesmente não fazemos ideia de como eles negociam... – Não é minha culpa você não estar grávida. A mentira contida nessas palavras ficou pairando entre eles. – Eu continuo fazendo a minha parte – disse Fen. Seriam sete meses agora, ela pensou. Ele também sabia. Por trás da tela, Nell ouviu Bani preparar o café da manhã de Fen enquanto cantava. Ela não conseguia entender a letra. Canções sempre eram a última coisa. Muitas vezes, eram um encadeamento de nomes, uma linhagem de antepassados, sem pausas entre as palavras. Madatulopanara-ratelambanokanitwogo-mrainountwuatniwran, ele cantava, a voz aguda, e com ternura. Ele às vezes era tão sério que ficava difícil lembrar que era apenas um menino. Bani tinha dito a Nell que ele não nascera tam. Era um yesan, roubado pelos tam num ataque em retaliação pelo sequestro de uma menina tam por quem um yesan estava apaixonado. Ele achava que tinha menos de dois anos de idade quando isso aconteceu. Ela perguntou quem o criara, e Bani disse que muitas pessoas. Ela perguntou quem era sua família ali, e ele falou que era ela e Fen. – Você vê a sua mãe? – ela quis saber. – Às vezes. Se eu for com as mulheres ao mercado. Ela é muito magra. Nell não tinha entendido a palavra "tinu", magra, até ele encolher a barriga e apertar os braços junto ao corpo. Ele tinha cicatrizes de iniciação do ombro ao pulso e nas costas, calombos que eles criavam infectando deliberadamente os cortes. – O que você sente quando a vê? – Eu me sinto feliz por não ser magro e feio como ela. – E ela? O que ela sente? – Ela sente que as nossas mulheres tam cobram muito caro pelos peixes. É o que ela diz todas as vezes. LILY KING, 51, é escritora americana. Seu quarto romance, "Euforia", foi finalista do prêmio do National Book Critics Circle. ADRIANA LISBOA, 45, escritora e tradutora, é autora de, entre outros, "Sinfonia em Branco" (Alfaguara), vencedor do Prêmio José Saramago. ELISA VON RANDOW, 41, é ilustradora.
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Leia trecho de "Euforia", de Lily King, inspirado em Margaret MeadSOBRE O TEXTO Baseado em um breve período da vida da antropóloga norte-americana Margaret Mead (1901-78), "Euforia", do qual se extraiu este trecho e que sai pela Globo em julho, foi considerado um dos melhores livros do ano passado pelo jornal "The New York Times". No romance, o triângulo amoroso entre os pesquisadores Nell Stone, seu marido, Schuyler Fenwick, ou Fen, e Bankson se desenha contra o pano de fundo de um árduo trabalho de campo na Nova Guiné. * Ela sonhava com bebês mortos, escreveu em seu livro de pano de casca de árvore. Bebês em chamas. Bebês presos em árvores entrelaçadas. Bebês cobertos de formigas. Deitada em sua cama, contava o número de bebês mortos que tinha visto nos últimos dois anos. O menino anapa tinha sido o primeiro, cortado do ventre de sua mãe morta para que não os assombrasse. A menina Minalana, quase um ano de idade, picada por uma aranha-de-costas-vermelhas. Com os mumbanyos, muitas vezes não havia cerimônia para a morte de uma criança. Tropeçava-se nelas, semienterradas ou presas entre os juncos do rio. Qualquer bebê que fosse inconveniente, ou que se acreditasse ser de outro homem. E um homem podia evitar o tabu pós-parto de seis meses sem relações sexuais livrando-se do bebê. Com os anapas houvera cinco, dezessete com os mumbanyos, e agora Sali. Vinte e três bebês mortos. Vinte e quatro se ela contasse o seu próprio bebê, um grumo escuro envolto em folha de bananeira e enterrado debaixo de uma árvore que ela nunca mais veria. Ouviu-os debaixo da casa, esperando por ela. A risadinha da filha de nove anos de Sema e o choramingo de seu irmãozinho, provavelmente querendo mais da cana que a mãe balançava sobre a cabeça. Ela ouviu as palavras para "comer", "doce" e o nome que eles lhe haviam dado, Nell-Nell. Surpreendia-a que ainda viessem. Eles não tinham atribuído a morte do bebê de Sali à sua presença no momento do nascimento. Ainda não, pelo menos. Quando ela visitou Sali na noite anterior, Sali descansara a cabeça em seu ombro por um longo tempo. Seu filho havia sido enterrado dois dias antes, numa clareira a meia hora dali. Sali o levou, seu corpo pequenino pintado de barro vermelho, o rosto de branco, o peito diminuto decorado com conchas. Numa das mãos colocaram um pedaço de bolo de sagu, na outra uma flauta em miniatura, para crianças. Seu pai cavou uma cova rasa. Pouco antes de Sali colocá-lo ali, ela apertou algumas gotas de leite de seu peito duro e cheio para os lábios pintados, e Nell desejou tanto que aqueles lábios se movessem, mas eles não se moveram, e em seguida o cobriram de solo arenoso marrom. Fen entrou no mosquiteiro com uma xícara de café para ela. Ele se sentou na cama e ela se levantou para pegar a xícara. – Obrigada. Fen se sentou de lado para ela, esmagou um gorgulho azul claro com o sapato, ficou olhando para o pano que cobria a janela. Tinha uma cabeça pequena, considerando-se o seu comprimento e circunferência. Fazia seus olhos e seus ombros parecerem maiores do que eram de fato. Sua barba crescia depressa, os pelos escuros. Ele tinha se barbeado na noite anterior, mas já tinha começado a crescer, e não o azul escuro que aparecia depois de algumas horas, como uma nuvem de tempestade, mas pelos mesmo, brotando dois ou três por poro. Mulheres, em todos os lugares, costumavam achá-lo atraente. Ela o achara bonito no início, naquele barco no oceano Índico. Ele sabia que Nell tinha chorado e não olhava para ela. – Eu só queria ver uma criança ficar viva. – Eu sei – disse ele, mas não tocou nela. Debaixo da casa, eles tinham começado a bater varas nos apoios. – Aonde você vai hoje? – ela perguntou. – Vou ajudar com a canoa. Trabalhar na canoa, o que tinha feito nos últimos cinco dias, significava escavar as entranhas de uma enorme árvore de fruta-pão para que oito homens pudessem viajar dentro dela. Isso significava mais um dia sem fazer anotações, mais um dia sem conseguir reunir dados. – Luro vai a Parambai hoje, para ajudar a resolver a briga sobre o preço da noiva de Mwroni. – Quem? – Mwroni. O primo de Sali. – Eu vou ajudar com a canoa, Nell. – Nós simplesmente não fazemos ideia de como eles negociam... – Não é minha culpa você não estar grávida. A mentira contida nessas palavras ficou pairando entre eles. – Eu continuo fazendo a minha parte – disse Fen. Seriam sete meses agora, ela pensou. Ele também sabia. Por trás da tela, Nell ouviu Bani preparar o café da manhã de Fen enquanto cantava. Ela não conseguia entender a letra. Canções sempre eram a última coisa. Muitas vezes, eram um encadeamento de nomes, uma linhagem de antepassados, sem pausas entre as palavras. Madatulopanara-ratelambanokanitwogo-mrainountwuatniwran, ele cantava, a voz aguda, e com ternura. Ele às vezes era tão sério que ficava difícil lembrar que era apenas um menino. Bani tinha dito a Nell que ele não nascera tam. Era um yesan, roubado pelos tam num ataque em retaliação pelo sequestro de uma menina tam por quem um yesan estava apaixonado. Ele achava que tinha menos de dois anos de idade quando isso aconteceu. Ela perguntou quem o criara, e Bani disse que muitas pessoas. Ela perguntou quem era sua família ali, e ele falou que era ela e Fen. – Você vê a sua mãe? – ela quis saber. – Às vezes. Se eu for com as mulheres ao mercado. Ela é muito magra. Nell não tinha entendido a palavra "tinu", magra, até ele encolher a barriga e apertar os braços junto ao corpo. Ele tinha cicatrizes de iniciação do ombro ao pulso e nas costas, calombos que eles criavam infectando deliberadamente os cortes. – O que você sente quando a vê? – Eu me sinto feliz por não ser magro e feio como ela. – E ela? O que ela sente? – Ela sente que as nossas mulheres tam cobram muito caro pelos peixes. É o que ela diz todas as vezes. LILY KING, 51, é escritora americana. Seu quarto romance, "Euforia", foi finalista do prêmio do National Book Critics Circle. ADRIANA LISBOA, 45, escritora e tradutora, é autora de, entre outros, "Sinfonia em Branco" (Alfaguara), vencedor do Prêmio José Saramago. ELISA VON RANDOW, 41, é ilustradora.
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Palmeiras e Santos revivem rivalidade da época de Pepe e Ademir da Guia
Conhecido como "clássico da saudade" devido aos históricos encontros entre as equipes que aconteceram entre as décadas de 1950 e 1970, Palmeiras e Santos vivem um clima "retrô" de retorno da rivalidade nos últimos anos. Adversários frequentes em partidas decisivas e acaloradas, como as finais do Paulista e da Copa do Brasil em 2015, os jogadores ficam mais inflamados com o confronto, que acontecerá mais uma vez nesta terça (12), pelo Brasileiro. José Macia, o Pepe, 81, foi uma das figuras estelares desse confronto que costumava mobilizar nomes como Pelé, Dalmo, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Zito, do lado santista; e Djalma Santos, Ademir da Guia, Dudu, Valdemar Carabina e Mazzola, do lado palmeirense. Ele comemora a volta do espírito de disputa acirrado entre os times, mas diz que naquela época as relações eram diferentes. "É uma rivalidade saudável. Na época, sempre nos encontrávamos na seleção paulista e na seleção brasileira, então tinha muito respeito e amizade. O Djalma Santos, meu amigo, era quem me marcava. Jogávamos conversando. Tinha a brincadeira, eu falava que o nariz dele tinha crescido, ele falava da minha careca", conta. Pepe lembra com carinho de uma partida que acabou em 7 a 6 para o Santos pelo Torneio Rio-São Paulo. Na ocasião, ele marcou três gols. "Foi inesquecível para quem jogou e para quem assistiu. No caminho de volta para casa, no ônibus, um cidadão que estava bêbado me reconheceu, perguntou o placar do jogo e não acreditou", conta, aos risos. "Acho que a rivalidade voltou também por isso: jogadores como o Gabriel e o Lucas Lima têm o DNA ofensivo, procuram sempre o gol", conclui. Ademir da Guia, o Divino, 74, também se anima. "Quando os times são campeões, essa rivalidade vem com tudo. O Santos ganhou o Paulista, o Palmeiras ganhou a Copa do Brasil. E a década de 60 foi muito assim." O ex-meia do Palmeiras, um dos principais garotos-propaganda do clube em diversas ações em lojas oficiais e com sócios-torcedores nos últimos anos, ainda dá sua opinião sobre as comparações entre as promessas Gabriel Jesus e Gabriel: durante a semana, o jovem santista disse ser melhor que o rival palmeirense. "O Gabriel Jesus tem mais gols, então hoje ele está melhor. Os dois são craques. Aquele que tiver uma equipe melhor no momento vai se destacar. São jogadores que vivem muito dos jogadores que estão do lado deles." Nesta terça (12), Jesus será desfalque, suspenso. PALMEIRAS Prass, Jean, Vitor Hugo, Edu Dracena e Egídio; Thiago Martins (Moisés), Rodrigo e Cleiton Xavier; Dudu, Erik e Barrios T.: Cuca SANTOS Vanderlei, Victor Ferraz, Luiz Felipe, G. Henrique e Zeca; Renato, Thiago Maia e Lucas Lima; Vitor Bueno (Copete), Gabriel e Rodrigão T.: Dorival Júnior Estádio: Allianz Parque/ Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO) / TV: 20h30, pay-per-view
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Palmeiras e Santos revivem rivalidade da época de Pepe e Ademir da GuiaConhecido como "clássico da saudade" devido aos históricos encontros entre as equipes que aconteceram entre as décadas de 1950 e 1970, Palmeiras e Santos vivem um clima "retrô" de retorno da rivalidade nos últimos anos. Adversários frequentes em partidas decisivas e acaloradas, como as finais do Paulista e da Copa do Brasil em 2015, os jogadores ficam mais inflamados com o confronto, que acontecerá mais uma vez nesta terça (12), pelo Brasileiro. José Macia, o Pepe, 81, foi uma das figuras estelares desse confronto que costumava mobilizar nomes como Pelé, Dalmo, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Zito, do lado santista; e Djalma Santos, Ademir da Guia, Dudu, Valdemar Carabina e Mazzola, do lado palmeirense. Ele comemora a volta do espírito de disputa acirrado entre os times, mas diz que naquela época as relações eram diferentes. "É uma rivalidade saudável. Na época, sempre nos encontrávamos na seleção paulista e na seleção brasileira, então tinha muito respeito e amizade. O Djalma Santos, meu amigo, era quem me marcava. Jogávamos conversando. Tinha a brincadeira, eu falava que o nariz dele tinha crescido, ele falava da minha careca", conta. Pepe lembra com carinho de uma partida que acabou em 7 a 6 para o Santos pelo Torneio Rio-São Paulo. Na ocasião, ele marcou três gols. "Foi inesquecível para quem jogou e para quem assistiu. No caminho de volta para casa, no ônibus, um cidadão que estava bêbado me reconheceu, perguntou o placar do jogo e não acreditou", conta, aos risos. "Acho que a rivalidade voltou também por isso: jogadores como o Gabriel e o Lucas Lima têm o DNA ofensivo, procuram sempre o gol", conclui. Ademir da Guia, o Divino, 74, também se anima. "Quando os times são campeões, essa rivalidade vem com tudo. O Santos ganhou o Paulista, o Palmeiras ganhou a Copa do Brasil. E a década de 60 foi muito assim." O ex-meia do Palmeiras, um dos principais garotos-propaganda do clube em diversas ações em lojas oficiais e com sócios-torcedores nos últimos anos, ainda dá sua opinião sobre as comparações entre as promessas Gabriel Jesus e Gabriel: durante a semana, o jovem santista disse ser melhor que o rival palmeirense. "O Gabriel Jesus tem mais gols, então hoje ele está melhor. Os dois são craques. Aquele que tiver uma equipe melhor no momento vai se destacar. São jogadores que vivem muito dos jogadores que estão do lado deles." Nesta terça (12), Jesus será desfalque, suspenso. PALMEIRAS Prass, Jean, Vitor Hugo, Edu Dracena e Egídio; Thiago Martins (Moisés), Rodrigo e Cleiton Xavier; Dudu, Erik e Barrios T.: Cuca SANTOS Vanderlei, Victor Ferraz, Luiz Felipe, G. Henrique e Zeca; Renato, Thiago Maia e Lucas Lima; Vitor Bueno (Copete), Gabriel e Rodrigão T.: Dorival Júnior Estádio: Allianz Parque/ Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO) / TV: 20h30, pay-per-view
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Primeiro menino a receber transplante duplo de mãos supera rejeições e já joga beisebol
Um menino americano que fez história ao se tornar a primeira criança a receber um transplante duplo de mãos agora já consegue segurar um taco de beisebol. Zion Harvey, 10, "ganhou" o par de mãos há dois anos e seus médicos dizem estar impressionados com o progresso. Eles acabaram de publicar um artigo sobre a sua história na publicação médica "The Lancet Child and Adolescent Health Journal". A criança agora consegue escrever, alimentar-se e se vestir sozinho, além de jogar beisebol. Mas o processo pós-operatório não foi fácil. Houve momentos em que o corpo parecia rejeitar as novas mãos –mas isso foi resolvido após mudanças na sua medicação. Os médicos se surpreenderam, entretanto, com a resposta do cérebro de Zion "apesar da ausência de mãos durante o período de desenvolvimento motor entre as idades de dois e oito anos". No ano passado, o cirurgião-chefe Scott Levin disse que "o cérebro está se comunicando com as mãos, está ordenando que elas se mexam, e elas se mexem, o que, por si só, já é extraordinário". Hoje, segundo Sandra Amaral, membro da equipe que cuida dele no Hospital Infantil da Filadélfia, o garoto "é capaz de segurar um taco com muita coordenação e consegue escrever seu nome com clareza". "Sua sensibilidade continua evoluindo, é incrível. Agora ele consegue fazer carinho na mãe e a sentir", completou. Zion teve sepse, uma infecção generalizada que pode levar à morte. Ele teve as mãos e as pernas abaixo do joelho amputadas e falência nos rins. Aos quatro anos de idade e depois de dois anos de diálise, ele recebeu um transplante de rim doado por sua mãe, Pattie Ray. Quatro anos mais tarde, o menino de Baltimore ganhou suas mãos novas. "Eu não fui sempre assim. Quando eu tinha dois anos, tive que tirar minhas duas mãos porque estava doente", conta. Zion teve de se adaptar à infância sem as mãos e aprendeu a comer e até a jogar videogame sem precisar de ajuda. Mas o menino optou pela cirurgia porque queria muito um dia poder segurar sua irmã menor. Nas pernas, ele usa próteses. Foi assim que, aos 8 anos, ele se tornou a pessoa mais jovem a receber um transplante duplo de mãos. Cerca de 40 médicos participaram da operação no Hospital das Crianças na Filadélfia –o procedimento durou mais de dez horas e foi considerado bem sucedido. Os cirurgiões garantiram, logo após a operação, que Zion teria agora "tudo para crescer como uma criança normal", e que as mãos acompanhariam seu crescimento. "Me sinto muito feliz com minhas novas mãos e não me sinto diferente das outras crianças", afirma Zion. "Agora eu consigo lançar a bola mais longe do que quando não tinha as mãos."
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Primeiro menino a receber transplante duplo de mãos supera rejeições e já joga beisebolUm menino americano que fez história ao se tornar a primeira criança a receber um transplante duplo de mãos agora já consegue segurar um taco de beisebol. Zion Harvey, 10, "ganhou" o par de mãos há dois anos e seus médicos dizem estar impressionados com o progresso. Eles acabaram de publicar um artigo sobre a sua história na publicação médica "The Lancet Child and Adolescent Health Journal". A criança agora consegue escrever, alimentar-se e se vestir sozinho, além de jogar beisebol. Mas o processo pós-operatório não foi fácil. Houve momentos em que o corpo parecia rejeitar as novas mãos –mas isso foi resolvido após mudanças na sua medicação. Os médicos se surpreenderam, entretanto, com a resposta do cérebro de Zion "apesar da ausência de mãos durante o período de desenvolvimento motor entre as idades de dois e oito anos". No ano passado, o cirurgião-chefe Scott Levin disse que "o cérebro está se comunicando com as mãos, está ordenando que elas se mexam, e elas se mexem, o que, por si só, já é extraordinário". Hoje, segundo Sandra Amaral, membro da equipe que cuida dele no Hospital Infantil da Filadélfia, o garoto "é capaz de segurar um taco com muita coordenação e consegue escrever seu nome com clareza". "Sua sensibilidade continua evoluindo, é incrível. Agora ele consegue fazer carinho na mãe e a sentir", completou. Zion teve sepse, uma infecção generalizada que pode levar à morte. Ele teve as mãos e as pernas abaixo do joelho amputadas e falência nos rins. Aos quatro anos de idade e depois de dois anos de diálise, ele recebeu um transplante de rim doado por sua mãe, Pattie Ray. Quatro anos mais tarde, o menino de Baltimore ganhou suas mãos novas. "Eu não fui sempre assim. Quando eu tinha dois anos, tive que tirar minhas duas mãos porque estava doente", conta. Zion teve de se adaptar à infância sem as mãos e aprendeu a comer e até a jogar videogame sem precisar de ajuda. Mas o menino optou pela cirurgia porque queria muito um dia poder segurar sua irmã menor. Nas pernas, ele usa próteses. Foi assim que, aos 8 anos, ele se tornou a pessoa mais jovem a receber um transplante duplo de mãos. Cerca de 40 médicos participaram da operação no Hospital das Crianças na Filadélfia –o procedimento durou mais de dez horas e foi considerado bem sucedido. Os cirurgiões garantiram, logo após a operação, que Zion teria agora "tudo para crescer como uma criança normal", e que as mãos acompanhariam seu crescimento. "Me sinto muito feliz com minhas novas mãos e não me sinto diferente das outras crianças", afirma Zion. "Agora eu consigo lançar a bola mais longe do que quando não tinha as mãos."
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Terremoto é detectado em área de testes nucleares na Coreia do Norte
A agência meteorológica da Coreia do Sul disse que um terremoto de magnitude 3,0 foi detectado na Coreia do Norte neste sábado, mas avaliou o evento como natural. O terremoto foi detectado em uma área ao redor de Kilju, no nordeste da Coreia do Norte e a cerca de 20 quilômetros a sudeste de onde o país realizou seu sexto e mais poderoso teste nuclear em 3 de setembro, de acordo com um funcionário da Administração Meteorológica da Coreia de Seul. A Agência de Notícias Xinhua, da China, informou anteriormente que o serviço sísmico do país detectou um tremor de magnitude 3,4 na Coreia do Norte e viu a causa provável como uma explosão. A área não é onde os terremotos naturais normalmente ocorrem. Um especialista sul-coreano disse que o terremoto poderia ter sido causado pelo estresse geológico criado a partir da recente explosão nuclear. Outras causas possíveis incluem deslizamentos de terra ou o colapso de estruturas de teste como túneis, disse Hong Tae-kyung, professor do departamento de Ciências do Sistema da Terra da Universidade de Yonsei, na Coreia do Sul. O US Geological Survey disse que detectou um terremoto de magnitude 3,5 na área de testes nucleares norte-coreanos anteriores, mas que não conseguiu confirmar se o evento era natural. O teste nuclear mais fraco da Coreia do Norte, seu primeiro, realizado em 2006, gerou um terremoto de magnitude 4,3. O USGS mediu o teste nuclear deste mês em magnitude 6,3. A Coreia do Norte disse que seu recente teste nuclear foi uma detonação de uma arma termonuclear construída para seus mísseis balísticos intercontinentais de desenvolvimento. Em dois testes de voo de julho, esses mísseis mostraram potencial de capacidade para atingir o continente americano quando aperfeiçoado.
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Terremoto é detectado em área de testes nucleares na Coreia do NorteA agência meteorológica da Coreia do Sul disse que um terremoto de magnitude 3,0 foi detectado na Coreia do Norte neste sábado, mas avaliou o evento como natural. O terremoto foi detectado em uma área ao redor de Kilju, no nordeste da Coreia do Norte e a cerca de 20 quilômetros a sudeste de onde o país realizou seu sexto e mais poderoso teste nuclear em 3 de setembro, de acordo com um funcionário da Administração Meteorológica da Coreia de Seul. A Agência de Notícias Xinhua, da China, informou anteriormente que o serviço sísmico do país detectou um tremor de magnitude 3,4 na Coreia do Norte e viu a causa provável como uma explosão. A área não é onde os terremotos naturais normalmente ocorrem. Um especialista sul-coreano disse que o terremoto poderia ter sido causado pelo estresse geológico criado a partir da recente explosão nuclear. Outras causas possíveis incluem deslizamentos de terra ou o colapso de estruturas de teste como túneis, disse Hong Tae-kyung, professor do departamento de Ciências do Sistema da Terra da Universidade de Yonsei, na Coreia do Sul. O US Geological Survey disse que detectou um terremoto de magnitude 3,5 na área de testes nucleares norte-coreanos anteriores, mas que não conseguiu confirmar se o evento era natural. O teste nuclear mais fraco da Coreia do Norte, seu primeiro, realizado em 2006, gerou um terremoto de magnitude 4,3. O USGS mediu o teste nuclear deste mês em magnitude 6,3. A Coreia do Norte disse que seu recente teste nuclear foi uma detonação de uma arma termonuclear construída para seus mísseis balísticos intercontinentais de desenvolvimento. Em dois testes de voo de julho, esses mísseis mostraram potencial de capacidade para atingir o continente americano quando aperfeiçoado.
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Em política, dois agora é pouco
Parece estar chegando ao fim a era do bipartidarismo de fato que caracterizou a política europeia dos últimos muitos anos e que influenciou outras regiões. Exemplos mais recentes: na França, nas eleições regionais de domingo (13), a ultradireitista e xenófoba Frente Nacional introduziu uma cunha na tradicional disputa entre direita e esquerda. É verdade que a FN não conseguiu ganhar em nenhuma das 13 regiões em jogo, mas ficou com 27,44% dos votos, menos de dois pontos atrás da coalizão de esquerda liderada pelos socialistas (29,3%). Só perdeu duas das regiões em que ficara bem na frente no primeiro turno pela coragem do PS de retirar suas candidaturas e pedir votos para a direita, para barrar a extrema direita. Prova de que a FN quebrou o bipartidarismo é, por exemplo, o anúncio do primeiro-ministro Manuel Valls, após os resultados, de medidas imediatas contra o desemprego, que, na altura de 10,2%, permanece como o primeiro fator de voto na Frente Nacional, segundo o jornal "Le Monde". Parece ser evidente, pois, que o arranhão severo no bipartidarismo é um filho direto da crise de 2008, por sua vez responsável pela teimosa persistência de um desemprego elevado. Vale para a França, vale para a Espanha, em que as eleições do próximo domingo (20) mostrarão uma ruptura ainda mais notável do bipartidarismo, que vem desde o fim da ditadura franquista, o que já faz 40 anos. Se as pesquisas estiverem certas, desabará o voto nos tradicionais Partido Popular (conservador) e Partido Socialista Operário Espanhol (centro-esquerda). Na eleição imediatamente anterior à crise de 2008, PP e PSOE levaram, juntos, 83,8% dos votos. Agora, segundo a média das pesquisas, o PP ficará com 27%, e o PSOE, com 21%. Uma sangria conjunta, portanto, de quase 36 pontos percentuais. Essa cesta de votos foi para dois partidos novos: Podemos (filho direto do movimento dos indignados, que protestavam contra a crise) e Cidadãos, nascido da resistência ao nacionalismo catalão, mas que, nos últimos dois anos, se nacionalizou. Na mais recente pesquisa publicada pelo jornal "El País", esses dois movimentos estão em empate técnico com o PSOE (19% e 18%, respectivamente, contra 21% dos socialistas). O governista PP lidera com 25%. "Somente é possível entender o labirinto político espanhol à luz da profunda crise vivida a partir de 2008", escrevem, para a revista "Nueva Sociedad", César Renduelas e Jorge Sola, ambos da Universidade Complutense de Madri. A Espanha viveu cinco anos de lacerante recessão, uma ferida não cicatrizada nem com a recuperação dos dois anos mais recentes: a economia ainda é 4,6 pontos percentuais mais magra do que o teto alcançado em 2008. Os dois partidos que geriram a recessão perderam metade dos votos que tinham. Ganhe quem ganhe agora, terá que conviver com os novos atores, filhos da crise e nascidos de baixo para cima. E, no Brasil, em crise igualmente lacerante, não vai acontecer nada em termos partidários? A rua continuará espectadora do desastre?
colunas
Em política, dois agora é poucoParece estar chegando ao fim a era do bipartidarismo de fato que caracterizou a política europeia dos últimos muitos anos e que influenciou outras regiões. Exemplos mais recentes: na França, nas eleições regionais de domingo (13), a ultradireitista e xenófoba Frente Nacional introduziu uma cunha na tradicional disputa entre direita e esquerda. É verdade que a FN não conseguiu ganhar em nenhuma das 13 regiões em jogo, mas ficou com 27,44% dos votos, menos de dois pontos atrás da coalizão de esquerda liderada pelos socialistas (29,3%). Só perdeu duas das regiões em que ficara bem na frente no primeiro turno pela coragem do PS de retirar suas candidaturas e pedir votos para a direita, para barrar a extrema direita. Prova de que a FN quebrou o bipartidarismo é, por exemplo, o anúncio do primeiro-ministro Manuel Valls, após os resultados, de medidas imediatas contra o desemprego, que, na altura de 10,2%, permanece como o primeiro fator de voto na Frente Nacional, segundo o jornal "Le Monde". Parece ser evidente, pois, que o arranhão severo no bipartidarismo é um filho direto da crise de 2008, por sua vez responsável pela teimosa persistência de um desemprego elevado. Vale para a França, vale para a Espanha, em que as eleições do próximo domingo (20) mostrarão uma ruptura ainda mais notável do bipartidarismo, que vem desde o fim da ditadura franquista, o que já faz 40 anos. Se as pesquisas estiverem certas, desabará o voto nos tradicionais Partido Popular (conservador) e Partido Socialista Operário Espanhol (centro-esquerda). Na eleição imediatamente anterior à crise de 2008, PP e PSOE levaram, juntos, 83,8% dos votos. Agora, segundo a média das pesquisas, o PP ficará com 27%, e o PSOE, com 21%. Uma sangria conjunta, portanto, de quase 36 pontos percentuais. Essa cesta de votos foi para dois partidos novos: Podemos (filho direto do movimento dos indignados, que protestavam contra a crise) e Cidadãos, nascido da resistência ao nacionalismo catalão, mas que, nos últimos dois anos, se nacionalizou. Na mais recente pesquisa publicada pelo jornal "El País", esses dois movimentos estão em empate técnico com o PSOE (19% e 18%, respectivamente, contra 21% dos socialistas). O governista PP lidera com 25%. "Somente é possível entender o labirinto político espanhol à luz da profunda crise vivida a partir de 2008", escrevem, para a revista "Nueva Sociedad", César Renduelas e Jorge Sola, ambos da Universidade Complutense de Madri. A Espanha viveu cinco anos de lacerante recessão, uma ferida não cicatrizada nem com a recuperação dos dois anos mais recentes: a economia ainda é 4,6 pontos percentuais mais magra do que o teto alcançado em 2008. Os dois partidos que geriram a recessão perderam metade dos votos que tinham. Ganhe quem ganhe agora, terá que conviver com os novos atores, filhos da crise e nascidos de baixo para cima. E, no Brasil, em crise igualmente lacerante, não vai acontecer nada em termos partidários? A rua continuará espectadora do desastre?
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Chile recua e restringe veto à carne brasileira às 21 fábricas suspensas
O governo chileno reviu sua decisão de suspender temporariamente a importação de "todo tipo de carne brasileira" (bovina, frango e porco) devido ao escândalo revelado pela Operação Carne Fraca. Agora, o veto será restrito somente aos 21 estabelecimentos que tiveram a licença de exportação suspensa pelo governo brasileiro. Conforme o comunicado divulgado neste sábado pelo SAG (Serviço Agrícola e Pecuário do Chile), a restrição será estendida preventivamente a qualquer outro frigorífico que estiver envolvido em irregularidades durante as investigação em curso pelas autoridades brasileiras. Ainda segundo a nota, a mudança de postura se deve aos documentos recebidos em resposta a questionamentos do SAG ao Ministério da Agricultura brasileiro. O fim do embargo a toda a carne brasileira foi ratificado também pela delegação chilena enviada ao Brasil para obter mais detalhes sobre a Operação Carne Fraca. "O SAG, junto ao Ministério da Saúde chileno, continuam reforçando as medidas de vigilância e fiscalização, tanto na fronteira para o ingresso de produtos pecuários, como nos pontos de comercialização, com o objetivo de garantir a saúde e a segurança dos alimentos consumidos no país." * Confira a lista dos frigoríficos com licença suspensa 1. Frigorífico Oregon S/A Apucarana (PR) 2. Frango D M Industria e Comercio de Alimentos Ltda. Arapongas (PR) 3. Seara Alimentos Ltda. Lapa (PR) 4. Peccin Agro Industrial Ltda. - EPP Jaraguá do Sul (SC) 5. BRF S/A Mineiros (GO) 6. Frigorífico Argus Ltda. São José dos Pinhais (PR) 7. Frigomax Frigorífico e Comércio de Carnes Ltda. Arapongas (PR) 8. Industria e Comercio de Carnes Frigosantos Ltda. Campo Magro (PR) 9. Peccin Agro Industrial Ltda. Curitiba (PR) 10. JJZ Alimentos S. A. Goianira (GO) 11. Balsa Comércio de Alimentos EIRELI - ME Balsa Nova (PR) 12. Madero Industria e Comercios S. A. Ponta Grossa (PR) 13. Frigorífico Rainha da Paz Ltda. - ME Ibiporã (PR) 14. Indústria de Laticínios S. S. P. M. A. Ltda. Sapopemba (PR) 15. Breyer & CIA Ltda. União da Vitória (PR) 16. Frigorífico Larissa Ltda. Iporã (PR) 17. Central de Carnes Paranaense Ltda. - ME Colombo (PR) 18. Frigorífico Souza Ramos Ltda. Colombo (PR) 19. E. H. Constantino & Constantino Ltda. Londrina (PR) 20. Fábrica de Farinhas de Carne Castro Ltda. Castro (PR) 21. Transmeat Logística, Transportes e Serviços Ltda. Balsa Nova (PR)
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Chile recua e restringe veto à carne brasileira às 21 fábricas suspensasO governo chileno reviu sua decisão de suspender temporariamente a importação de "todo tipo de carne brasileira" (bovina, frango e porco) devido ao escândalo revelado pela Operação Carne Fraca. Agora, o veto será restrito somente aos 21 estabelecimentos que tiveram a licença de exportação suspensa pelo governo brasileiro. Conforme o comunicado divulgado neste sábado pelo SAG (Serviço Agrícola e Pecuário do Chile), a restrição será estendida preventivamente a qualquer outro frigorífico que estiver envolvido em irregularidades durante as investigação em curso pelas autoridades brasileiras. Ainda segundo a nota, a mudança de postura se deve aos documentos recebidos em resposta a questionamentos do SAG ao Ministério da Agricultura brasileiro. O fim do embargo a toda a carne brasileira foi ratificado também pela delegação chilena enviada ao Brasil para obter mais detalhes sobre a Operação Carne Fraca. "O SAG, junto ao Ministério da Saúde chileno, continuam reforçando as medidas de vigilância e fiscalização, tanto na fronteira para o ingresso de produtos pecuários, como nos pontos de comercialização, com o objetivo de garantir a saúde e a segurança dos alimentos consumidos no país." * Confira a lista dos frigoríficos com licença suspensa 1. Frigorífico Oregon S/A Apucarana (PR) 2. Frango D M Industria e Comercio de Alimentos Ltda. Arapongas (PR) 3. Seara Alimentos Ltda. Lapa (PR) 4. Peccin Agro Industrial Ltda. - EPP Jaraguá do Sul (SC) 5. BRF S/A Mineiros (GO) 6. Frigorífico Argus Ltda. São José dos Pinhais (PR) 7. Frigomax Frigorífico e Comércio de Carnes Ltda. Arapongas (PR) 8. Industria e Comercio de Carnes Frigosantos Ltda. Campo Magro (PR) 9. Peccin Agro Industrial Ltda. Curitiba (PR) 10. JJZ Alimentos S. A. Goianira (GO) 11. Balsa Comércio de Alimentos EIRELI - ME Balsa Nova (PR) 12. Madero Industria e Comercios S. A. Ponta Grossa (PR) 13. Frigorífico Rainha da Paz Ltda. - ME Ibiporã (PR) 14. Indústria de Laticínios S. S. P. M. A. Ltda. Sapopemba (PR) 15. Breyer & CIA Ltda. União da Vitória (PR) 16. Frigorífico Larissa Ltda. Iporã (PR) 17. Central de Carnes Paranaense Ltda. - ME Colombo (PR) 18. Frigorífico Souza Ramos Ltda. Colombo (PR) 19. E. H. Constantino & Constantino Ltda. Londrina (PR) 20. Fábrica de Farinhas de Carne Castro Ltda. Castro (PR) 21. Transmeat Logística, Transportes e Serviços Ltda. Balsa Nova (PR)
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Adolescente sobrevive após cair do 13° andar em prédio no Rio
"O estrondo foi tamanho que cheguei a achar que fossem fogos de artifício. Aí olhei pela janela e vi o menino lá embaixo jogado em cima da telha. Foi então que percebi que o barulho tinha vindo da queda dele." É assim que a aposentada Maria de Jesus, 73, descreve o momento em que um menino de 13 anos, seu vizinho, caiu do 13° andar do prédio onde moram, no Flamengo, zona sul do Rio. O menino sobreviveu à queda. O incidente aconteceu na noite do último domingo (15). Ele caiu de uma altura de 42 metros sobre o telhado que protege a garagem do edifício. O impacto foi amortecido pela telha de ferro galvanizado sobre a qual o menino caiu, que cedeu meio metro, formando uma espécie de rede sob o corpo do adolescente. A telha fora instalada em março deste ano. "O fim da história poderia ter sido horrível se não houvesse essa telha", diz a vizinha. O menino foi socorrido por moradores, que chamaram os bombeiros, e levado para o hospital municipal Miguel Couto, também na zona sul, onde ainda está internado, sem previsão de alta. Seu estado de saúde é estável e ele está sob observação dos médicos. O menino sofreu uma contusão pulmonar. Outro fator que o favoreceu foi o fato de ele ter caído entre as vigas que sustentam a telha. "Ele teve a sorte de cair na cobertura, mas não só na cobertura, ele caiu na posição exata que permitiria alguma chance de sobreviver. Se ele desse a falta de sorte de cair numa viga dessas, provavelmente não escaparia", disse ao RJTV o médico Luís Fernando Correia. Segundo moradores que socorreram o menino, após a queda, ele estava lúcido, falando, mas parecia desnorteado. A Polícia Civil realizou perícia no local e investiga o caso, que está sob a responsabilidade da da 9ª Delegacia de Polícia, no Catete, bairro vizinho ao Flamengo. Ainda não está claro o que provocou a queda.
cotidiano
Adolescente sobrevive após cair do 13° andar em prédio no Rio"O estrondo foi tamanho que cheguei a achar que fossem fogos de artifício. Aí olhei pela janela e vi o menino lá embaixo jogado em cima da telha. Foi então que percebi que o barulho tinha vindo da queda dele." É assim que a aposentada Maria de Jesus, 73, descreve o momento em que um menino de 13 anos, seu vizinho, caiu do 13° andar do prédio onde moram, no Flamengo, zona sul do Rio. O menino sobreviveu à queda. O incidente aconteceu na noite do último domingo (15). Ele caiu de uma altura de 42 metros sobre o telhado que protege a garagem do edifício. O impacto foi amortecido pela telha de ferro galvanizado sobre a qual o menino caiu, que cedeu meio metro, formando uma espécie de rede sob o corpo do adolescente. A telha fora instalada em março deste ano. "O fim da história poderia ter sido horrível se não houvesse essa telha", diz a vizinha. O menino foi socorrido por moradores, que chamaram os bombeiros, e levado para o hospital municipal Miguel Couto, também na zona sul, onde ainda está internado, sem previsão de alta. Seu estado de saúde é estável e ele está sob observação dos médicos. O menino sofreu uma contusão pulmonar. Outro fator que o favoreceu foi o fato de ele ter caído entre as vigas que sustentam a telha. "Ele teve a sorte de cair na cobertura, mas não só na cobertura, ele caiu na posição exata que permitiria alguma chance de sobreviver. Se ele desse a falta de sorte de cair numa viga dessas, provavelmente não escaparia", disse ao RJTV o médico Luís Fernando Correia. Segundo moradores que socorreram o menino, após a queda, ele estava lúcido, falando, mas parecia desnorteado. A Polícia Civil realizou perícia no local e investiga o caso, que está sob a responsabilidade da da 9ª Delegacia de Polícia, no Catete, bairro vizinho ao Flamengo. Ainda não está claro o que provocou a queda.
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Não adianta inventar que está tudo bem, diz Haddad sobre economia
O prefeito Fernando Haddad (PT) reclamou do impacto da crise econômica sobre a administração municipal, em evento neste sábado (29), no Jabaquara (zona sul de SP). "Uma coisa é ser prefeito com a economia crescendo 5% ao ano. A outra coisa é com a economia encolhendo", disse Haddad, ao microfone. "Não adianta a gente inventar que está tudo bem, porque nós temos que trabalhar o dobro para conseguir o mesmo resultado." Haddad fez as afirmações durante o programa Prefeitura no Bairro, que leva serviços municipais principalmente a regiões periféricas da cidade. O projeto foi um meio de a gestão aproximar o prefeito da base eleitoral petista, após críticas de que ele havia abandonado a periferia. Com promessas atrasadas, o prefeito disse no evento que não desistiria das metas que foram comprometidas pela falta de verba. "O importante é suar a camisa. Porque o povo não gosta de time que entra em campo e sai com a camisa seca", disse. Além da diminuição de arrecadação, a cidade também é prejudicada pela demora nos repasses do governo federal para obras no município. Eleito com a promessa de ser o prefeito das parcerias com o governo federal, ele obteve até no primeiro semestre só 2% da verba esperada para construção de creches e corredores de ônibus. Desde o início da gestão, o prefeito vem se queixando de problemas financeiros. Entre os motivos, estão o reajuste do IPTU que foi barrado pela Justiça e o aumento da passagem de ônibus que foi revertido após protestos em 2013. As duas questões já estão resolvidas. Recentemente, o prefeito teve outro alívio após o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dar o sinal verde para que o governo faça um acordo em torno da dívida de São Paulo. O ministro aceitou os termos propostos por Haddad, para que as parcelas do débito da cidade com a União já começassem a ser pagas com um valor menor. PAULISTA Haddad afirmou que a prefeitura pretende propor a realização de uma audiência pública tratar do fechamento da avenida Paulista para veículos aos domingos. A circulação na via será normal neste domingo (30). Para que a iniciativa se torne permanente, o prefeito precisa convencer o Ministério Público e lidar com com a associação que reúne moradores, comerciantes e empresários da região da avenida, a Paulista Viva. Segundo promotores, um acordo com a prefeitura, de 2007, limita a três por ano o número de eventos de duração prolongada e com interrupção da avenida. Neste ano, seriam eles a Parada Gay, a inauguração da ciclovia, evento realizado em junho, e a festa de Réveillon. CRACOLÂNDIA Quando perguntado sobre o ressurgimento de barracas de moradores de rua na região da cracolândia, apenas quatro meses após a última operação da prefeitura para a desocupação da área, Haddad não quis dar declarações. Como mostrou reportagem da Folha, a nova "favelinha", como ficou conhecida a aglomeração de dependentes, está instalada a uma quadra do local onde funcionava a antiga. É nesse local que, segundo agentes da administração municipal, traficantes e viciados se encontram para comercializar as pedras de crack.
cotidiano
Não adianta inventar que está tudo bem, diz Haddad sobre economiaO prefeito Fernando Haddad (PT) reclamou do impacto da crise econômica sobre a administração municipal, em evento neste sábado (29), no Jabaquara (zona sul de SP). "Uma coisa é ser prefeito com a economia crescendo 5% ao ano. A outra coisa é com a economia encolhendo", disse Haddad, ao microfone. "Não adianta a gente inventar que está tudo bem, porque nós temos que trabalhar o dobro para conseguir o mesmo resultado." Haddad fez as afirmações durante o programa Prefeitura no Bairro, que leva serviços municipais principalmente a regiões periféricas da cidade. O projeto foi um meio de a gestão aproximar o prefeito da base eleitoral petista, após críticas de que ele havia abandonado a periferia. Com promessas atrasadas, o prefeito disse no evento que não desistiria das metas que foram comprometidas pela falta de verba. "O importante é suar a camisa. Porque o povo não gosta de time que entra em campo e sai com a camisa seca", disse. Além da diminuição de arrecadação, a cidade também é prejudicada pela demora nos repasses do governo federal para obras no município. Eleito com a promessa de ser o prefeito das parcerias com o governo federal, ele obteve até no primeiro semestre só 2% da verba esperada para construção de creches e corredores de ônibus. Desde o início da gestão, o prefeito vem se queixando de problemas financeiros. Entre os motivos, estão o reajuste do IPTU que foi barrado pela Justiça e o aumento da passagem de ônibus que foi revertido após protestos em 2013. As duas questões já estão resolvidas. Recentemente, o prefeito teve outro alívio após o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dar o sinal verde para que o governo faça um acordo em torno da dívida de São Paulo. O ministro aceitou os termos propostos por Haddad, para que as parcelas do débito da cidade com a União já começassem a ser pagas com um valor menor. PAULISTA Haddad afirmou que a prefeitura pretende propor a realização de uma audiência pública tratar do fechamento da avenida Paulista para veículos aos domingos. A circulação na via será normal neste domingo (30). Para que a iniciativa se torne permanente, o prefeito precisa convencer o Ministério Público e lidar com com a associação que reúne moradores, comerciantes e empresários da região da avenida, a Paulista Viva. Segundo promotores, um acordo com a prefeitura, de 2007, limita a três por ano o número de eventos de duração prolongada e com interrupção da avenida. Neste ano, seriam eles a Parada Gay, a inauguração da ciclovia, evento realizado em junho, e a festa de Réveillon. CRACOLÂNDIA Quando perguntado sobre o ressurgimento de barracas de moradores de rua na região da cracolândia, apenas quatro meses após a última operação da prefeitura para a desocupação da área, Haddad não quis dar declarações. Como mostrou reportagem da Folha, a nova "favelinha", como ficou conhecida a aglomeração de dependentes, está instalada a uma quadra do local onde funcionava a antiga. É nesse local que, segundo agentes da administração municipal, traficantes e viciados se encontram para comercializar as pedras de crack.
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BR Distribuidora teria pago viagem de luxo a empresário investigado pela PF
A Polícia Federal tem informações de que a BR Distribuidora pagou uma viagem a um resort de luxo para o empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, investigado na Operação Acrônimo. Em representação junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), a PF afirma que Bené foi com sua namorada para o Kiaroa Eco-Luxury resort, em Maraú, na Bahia, em junho de 2012. De acordo com a PF, o próprio hotel informou que os R$ 15,7 mil referentes à hospedagem foram bancados pela BR Distribuidora. "As condições de tal pagamento ainda não foram esclarecidas na presente investigação", acrescenta a PF no texto. Procurada, a BR Distribuidora não respondeu, até o fechamento desta edição. VIAGEM PARA PIMENTEL Ainda de acordo com a polícia, no ano seguinte, Bené patrocinou a estadia do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e de sua mulher, Carolina Oliveira, no mesmo hotel. O empresário pagou R$ 12,7 mil para o casal passar três dias no resort de Maraú. As investigações apontam que Bené foi quem fez a reserva para o casal ficar no resort entre os dias 15 e 17 de novembro.
poder
BR Distribuidora teria pago viagem de luxo a empresário investigado pela PFA Polícia Federal tem informações de que a BR Distribuidora pagou uma viagem a um resort de luxo para o empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, investigado na Operação Acrônimo. Em representação junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), a PF afirma que Bené foi com sua namorada para o Kiaroa Eco-Luxury resort, em Maraú, na Bahia, em junho de 2012. De acordo com a PF, o próprio hotel informou que os R$ 15,7 mil referentes à hospedagem foram bancados pela BR Distribuidora. "As condições de tal pagamento ainda não foram esclarecidas na presente investigação", acrescenta a PF no texto. Procurada, a BR Distribuidora não respondeu, até o fechamento desta edição. VIAGEM PARA PIMENTEL Ainda de acordo com a polícia, no ano seguinte, Bené patrocinou a estadia do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e de sua mulher, Carolina Oliveira, no mesmo hotel. O empresário pagou R$ 12,7 mil para o casal passar três dias no resort de Maraú. As investigações apontam que Bené foi quem fez a reserva para o casal ficar no resort entre os dias 15 e 17 de novembro.
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Ex-fiel comanda série de TV do A&E com críticas à igreja de Tom Cruise
Para convidar a atriz Leah Remini para seu casamento, em 2006, Tom Cruise e Katie Holmes cobraram pedágio: ela deveria convencer os amigos mais famosos Jennifer Lopez e Marc Anthony, então um casal, a irem junto. Os noivos nem os conheciam direito. Na festa, uma cena impressionou Leah: a filha de sete meses de Tom e Katie chorava no chão do banheiro. Três mulheres a encaravam. "Elas continuavam a dizer 'Suri! Suri!', num tom que soava como se estivessem instruindo um adulto a se recompor." Esse foi apenas um dos mais de 12 mil dias que Leah passou como adepta da cientologia, segundo sua própria conta. A religião de celebridades como Cruise e John Travolta promete curar cicatrizes de experiências ruins grudadas em nosso subconsciente, como escreveu em 1950 seu fundador, L. Ron Hubbard. A gênese, segundo a cientologia (restrita a iniciados, mas vazada na internet): há 75 milhões de anos, o imperador galáctico Xenu trouxe bilhões de aliens à Terra e os dizimou, a fim de resolver a superpopulação do universo. Mas suas almas vagantes viraram fonte de moléstias. Por isso a humanidade sofre. Hubbard também escreveu muita ficção científica. Uma delas originou "A Reconquista", filme de 2000 com Travolta. A saga se passa nos anos 3000, quando os alienígenas psyclos dominam o planeta. Conhecida como a esposa da série "The King of Queens", Leah entrou na religião aos nove anos, seguindo a mãe. Em 2013, aos 43, abandonou o que hoje chama de seita. Dois anos depois, lançou o livro "Troublemaker: Surviving Hollywood and Scientology " (causadora de problemas: sobrevivendo a Hollywood e à cientologia"). Nesta terça (21) o A&E estreia "Escravos da Cientologia", série documental com oito episódios apresentados pela atriz —a segunda temporada do programa já foi garantida nos Estados Unidos. Em teleconferência com jornalistas, ela conta à Folha como essa "organização poderosa com ativos de bilhões de dólares" tenta intimidá-la por denunciar abusos físicos, mentais e sexuais no grupo. "Eles não têm a coragem para me confrontar diretamente. O que fazem é se esconder atrás do computador, ir no Twitter e me atacar." Leah virou alvo de um massacre virtual após decidir ir a público contra a cientologia. Há até um site que a acusa de ter "ódio no coração e dinheiro na mente". "Ela se aliou à A&E para desavergonhadamente transformar intolerância religiosa numa commodity, ao tratar tudo como entretenimento." A série traz depoimentos como o de Amy, ex-cientologista que diz ter sido estuprada aos 14 por um superior de 35 anos. A igreja não o denunciou às autoridades e, segundo Amy, ensina que coisas ruins (como estupro e câncer) são consequências de "crimes" passados e devem ser curados com a cientologia —a igreja nega as acusações. "Lá você não conseguia pensar", diz Leah ao telefone. "Eles não acreditam num Deus. Não há Deus além de Hubbard e talvez Tom Cruise." * NA TV "Escravos da Cientologia" QUANDO terça (21), 23h15, A&E
ilustrada
Ex-fiel comanda série de TV do A&E com críticas à igreja de Tom CruisePara convidar a atriz Leah Remini para seu casamento, em 2006, Tom Cruise e Katie Holmes cobraram pedágio: ela deveria convencer os amigos mais famosos Jennifer Lopez e Marc Anthony, então um casal, a irem junto. Os noivos nem os conheciam direito. Na festa, uma cena impressionou Leah: a filha de sete meses de Tom e Katie chorava no chão do banheiro. Três mulheres a encaravam. "Elas continuavam a dizer 'Suri! Suri!', num tom que soava como se estivessem instruindo um adulto a se recompor." Esse foi apenas um dos mais de 12 mil dias que Leah passou como adepta da cientologia, segundo sua própria conta. A religião de celebridades como Cruise e John Travolta promete curar cicatrizes de experiências ruins grudadas em nosso subconsciente, como escreveu em 1950 seu fundador, L. Ron Hubbard. A gênese, segundo a cientologia (restrita a iniciados, mas vazada na internet): há 75 milhões de anos, o imperador galáctico Xenu trouxe bilhões de aliens à Terra e os dizimou, a fim de resolver a superpopulação do universo. Mas suas almas vagantes viraram fonte de moléstias. Por isso a humanidade sofre. Hubbard também escreveu muita ficção científica. Uma delas originou "A Reconquista", filme de 2000 com Travolta. A saga se passa nos anos 3000, quando os alienígenas psyclos dominam o planeta. Conhecida como a esposa da série "The King of Queens", Leah entrou na religião aos nove anos, seguindo a mãe. Em 2013, aos 43, abandonou o que hoje chama de seita. Dois anos depois, lançou o livro "Troublemaker: Surviving Hollywood and Scientology " (causadora de problemas: sobrevivendo a Hollywood e à cientologia"). Nesta terça (21) o A&E estreia "Escravos da Cientologia", série documental com oito episódios apresentados pela atriz —a segunda temporada do programa já foi garantida nos Estados Unidos. Em teleconferência com jornalistas, ela conta à Folha como essa "organização poderosa com ativos de bilhões de dólares" tenta intimidá-la por denunciar abusos físicos, mentais e sexuais no grupo. "Eles não têm a coragem para me confrontar diretamente. O que fazem é se esconder atrás do computador, ir no Twitter e me atacar." Leah virou alvo de um massacre virtual após decidir ir a público contra a cientologia. Há até um site que a acusa de ter "ódio no coração e dinheiro na mente". "Ela se aliou à A&E para desavergonhadamente transformar intolerância religiosa numa commodity, ao tratar tudo como entretenimento." A série traz depoimentos como o de Amy, ex-cientologista que diz ter sido estuprada aos 14 por um superior de 35 anos. A igreja não o denunciou às autoridades e, segundo Amy, ensina que coisas ruins (como estupro e câncer) são consequências de "crimes" passados e devem ser curados com a cientologia —a igreja nega as acusações. "Lá você não conseguia pensar", diz Leah ao telefone. "Eles não acreditam num Deus. Não há Deus além de Hubbard e talvez Tom Cruise." * NA TV "Escravos da Cientologia" QUANDO terça (21), 23h15, A&E
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Prédio desmorona e mata sete no Quênia; equipes buscam sobreviventes
Equipes de resgate buscam neste sábado (30) por sobreviventes nos escombros de um prédio de seis andares que desmoronou em Nairóbi, no Quênia. Ao menos sete morreram, cinco crianças e dois adultos. O prédio estava condenado pelas autoridades e desmoronou após dias de fortes chuvas na região. "Ainda estamos ouvindo algumas vozes nos escombros", disse o diretor do Centro de Operações de Desastres Nacional Nathan Kigotho. "Nós não temos um número exato de pessoas enterradas sob os escombros." O prédio fica em uma área pobre de Huruma, no leste de Nairóbi. Ao todo, havia 198 quartos. Alguns moradores conseguiram escapar antes do desmoronamento de sexta-feira à noite e 133 pessoas foram resgatadas. Segundo a polícia, 120 foram levados ao hospital. O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, visitou o local e pediu a prisão dos proprietários. "[As autoridades] devem investigar imediatamente todas as casas da região para descobrir quais delas estão sob risco de colapso", disse a Presidência, em comunicado. Segundo a Cruz Vermelha, ao menos 150 imóveis da região foram afetados. Kigotho disse que a causa do desmoronamento deve estar relacionada com a proximidade de um rio local. "A água deve ter danificado a fundação", disse. O desmoronamento atingiu os andares mais baixos do prédio e deixou os andares mais altos quase intactos. Restos de móveis, colchões e roupas eram visíveis em meio aos escombros. "Está chovendo e essas casas foram construídas sem a autorização necessária", disse Jonathan Mueke, vice-governador do Condado de Nairóbi. "Estou pedindo aos moradores da área que deixem suas casas." Moradores aplaudiram na madrugada quando bombeiros retiraram um sobrevivente dos escombros. Outros aplaudiram a visita do presidente ao local.
mundo
Prédio desmorona e mata sete no Quênia; equipes buscam sobreviventesEquipes de resgate buscam neste sábado (30) por sobreviventes nos escombros de um prédio de seis andares que desmoronou em Nairóbi, no Quênia. Ao menos sete morreram, cinco crianças e dois adultos. O prédio estava condenado pelas autoridades e desmoronou após dias de fortes chuvas na região. "Ainda estamos ouvindo algumas vozes nos escombros", disse o diretor do Centro de Operações de Desastres Nacional Nathan Kigotho. "Nós não temos um número exato de pessoas enterradas sob os escombros." O prédio fica em uma área pobre de Huruma, no leste de Nairóbi. Ao todo, havia 198 quartos. Alguns moradores conseguiram escapar antes do desmoronamento de sexta-feira à noite e 133 pessoas foram resgatadas. Segundo a polícia, 120 foram levados ao hospital. O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, visitou o local e pediu a prisão dos proprietários. "[As autoridades] devem investigar imediatamente todas as casas da região para descobrir quais delas estão sob risco de colapso", disse a Presidência, em comunicado. Segundo a Cruz Vermelha, ao menos 150 imóveis da região foram afetados. Kigotho disse que a causa do desmoronamento deve estar relacionada com a proximidade de um rio local. "A água deve ter danificado a fundação", disse. O desmoronamento atingiu os andares mais baixos do prédio e deixou os andares mais altos quase intactos. Restos de móveis, colchões e roupas eram visíveis em meio aos escombros. "Está chovendo e essas casas foram construídas sem a autorização necessária", disse Jonathan Mueke, vice-governador do Condado de Nairóbi. "Estou pedindo aos moradores da área que deixem suas casas." Moradores aplaudiram na madrugada quando bombeiros retiraram um sobrevivente dos escombros. Outros aplaudiram a visita do presidente ao local.
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Acionistas rejeitam recuperação judicial da Sete Brasil
A maioria dos acionistas da Sete Brasil voltou atrás e rejeitou nesta sexta-feira (26) a proposta de levar a empresa à recuperação judicial. A Sete foi criada para alugar sondas de perfuração à Petrobras e está prestes a quebrar porque não consegue chegar a um acordo com a estatal. Os sócios decidiram esperar mais dez dias antes de discutir novamente se a empresa pede recuperação. Enquanto isso, preparam uma contraproposta à Petrobras, que retomou as negociações na semana passada depois de constantes ameaças da Sete de pedir recuperação judicial. A estatal propôs contratar dez sondas por cinco anos (renováveis por mais cinco) a preço de mercado, cerca de US$ 300 mil por dia. Quando o projeto foi apresentado pelo governo e pela Petrobras aos investidores, no final de 2010, seriam 28 sondas alugadas por 15 anos por cerca de US$ 400 mil por dia. Embarcando nessa promessa, os sócios investiram R$ 8,2 bilhões e tomaram R$ 17 bilhões em empréstimos. De lá pra cá, o Brasil mergulhou em uma recessão, o preço do petróleo desabou e tanto a Petrobras quanto a Sete foram envolvidas nas investigações de corrupção da Operação Lava Jato. Diante do novo cenário, a Petrobras resolveu cortar a menos da metade a versão original da Sete Brasil. Depois da mais recente proposta da estatal, os acionistas da Sete fizeram as contas e chegaram à conclusão de que o retorno do projeto não garante nem o pagamento dos empréstimos que tomaram para viabilizar a empresa. VIRA-CASACA Até o mês passado, a maior parte dos acionistas defendia a recuperação judicial como único caminho para trazer a Petrobras de volta à mesa de negociação. Tanto é que a primeira tentativa de votar a recuperação, em janeiro, foi vetada por apenas 2 dos 11 acionistas –o fundo de pensão Petros (da Petrobras) e o Santander. Na tentativa seguinte, os bancos credores (alguns são sócios) pressionaram os acionistas a desistir da recuperação para que pudessem receber parte das garantias pelos empréstimos. Os sócios concordaram e os credores sacaram R$ 4,2 bilhões do FGCN (Fundo de Garantia para a Construção Naval). Em seguida, os sócios marcaram uma nova reunião para discutir o assunto. Foi cancelada porque, horas antes, a Petrobras entregou uma proposta. O tema voltou na reunião desta sexta. Quatro sócios foram contrários à recuperação, cinco favoráveis e dois se abstiveram por conflito de interesse. Um deles foi o FI-FGTS, fundo administrado pela Caixa, que também é credora da Sete; e outro, a Petrobras, sócia e único cliente.
mercado
Acionistas rejeitam recuperação judicial da Sete BrasilA maioria dos acionistas da Sete Brasil voltou atrás e rejeitou nesta sexta-feira (26) a proposta de levar a empresa à recuperação judicial. A Sete foi criada para alugar sondas de perfuração à Petrobras e está prestes a quebrar porque não consegue chegar a um acordo com a estatal. Os sócios decidiram esperar mais dez dias antes de discutir novamente se a empresa pede recuperação. Enquanto isso, preparam uma contraproposta à Petrobras, que retomou as negociações na semana passada depois de constantes ameaças da Sete de pedir recuperação judicial. A estatal propôs contratar dez sondas por cinco anos (renováveis por mais cinco) a preço de mercado, cerca de US$ 300 mil por dia. Quando o projeto foi apresentado pelo governo e pela Petrobras aos investidores, no final de 2010, seriam 28 sondas alugadas por 15 anos por cerca de US$ 400 mil por dia. Embarcando nessa promessa, os sócios investiram R$ 8,2 bilhões e tomaram R$ 17 bilhões em empréstimos. De lá pra cá, o Brasil mergulhou em uma recessão, o preço do petróleo desabou e tanto a Petrobras quanto a Sete foram envolvidas nas investigações de corrupção da Operação Lava Jato. Diante do novo cenário, a Petrobras resolveu cortar a menos da metade a versão original da Sete Brasil. Depois da mais recente proposta da estatal, os acionistas da Sete fizeram as contas e chegaram à conclusão de que o retorno do projeto não garante nem o pagamento dos empréstimos que tomaram para viabilizar a empresa. VIRA-CASACA Até o mês passado, a maior parte dos acionistas defendia a recuperação judicial como único caminho para trazer a Petrobras de volta à mesa de negociação. Tanto é que a primeira tentativa de votar a recuperação, em janeiro, foi vetada por apenas 2 dos 11 acionistas –o fundo de pensão Petros (da Petrobras) e o Santander. Na tentativa seguinte, os bancos credores (alguns são sócios) pressionaram os acionistas a desistir da recuperação para que pudessem receber parte das garantias pelos empréstimos. Os sócios concordaram e os credores sacaram R$ 4,2 bilhões do FGCN (Fundo de Garantia para a Construção Naval). Em seguida, os sócios marcaram uma nova reunião para discutir o assunto. Foi cancelada porque, horas antes, a Petrobras entregou uma proposta. O tema voltou na reunião desta sexta. Quatro sócios foram contrários à recuperação, cinco favoráveis e dois se abstiveram por conflito de interesse. Um deles foi o FI-FGTS, fundo administrado pela Caixa, que também é credora da Sete; e outro, a Petrobras, sócia e único cliente.
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'É o corporativismo que emperra o Brasil', diz leitor
FORO PRIVILEGIADO Infelizmente é o corporativismo que emperra este país. No Brasil, existe uma casta que está acima do bem e do mal, talvez por resquício do Império. Nós somos a plebe e apenas nos cabe pagar a conta ("Supremo posterga votação que restringe foro privilegiado" ). GERALDO DE CARVALHO (São Paulo, SP) * Justiça, neste país, só para ricos e políticos, o que dá no mesmo. Aos pobres, a cadeia. IVAN ZACHARAUSKAS (Campinas, SP) - CIRO X DORIA Ciro Gomes já enxergou o potencial político e de votos de João Doria e também viu que não ganha dele. Para variar, resolveu externar, mais uma vez, seu desequilíbrio, seu destempero e sua falta de educação. Nada mais que isso. PAULO S. VAREJAO (Jaboatão do Guararapes, PE) * Ciro Gomes tem 1 milhão de defeitos, mas nisto ele está certo: Doria representa a direita engomadinha, com maquiagem, luzes e purpurina. Pior que Bolsonaro, que, pelo menos, não disfarça ser um tosco reacionário. Mas o crescimento da direita é culpa do PT, que, com suas mazelas e incoerências, queimou o filme da esquerda. HENRIQUE CAVALLEIRO (Brasília, DF) - TRUMP E O CLIMA É inaceitável que Donald Trump tenha anulado as medidas adotadas por Obama no combate ao aquecimento global. Lamentável ver o país mais rico do mundo decair tanto e em tão pouco tempo. A comunidade internacional precisa reagir à altura a mais um absurdo de Trump. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) - DIAS MELHORES Emocionante a história de Marlene, que, pelo jeito, soube passar aos seus filhos generosidade e coragem para ultrapassar obstáculos. Que seu exemplo estimule os leitores a também fazer a diferença no mundo. SILVIA G. MARQUES (Londrina, PR) * Enfim uma reportagem edificante. Foi emocionante e encantador abrir o jornal e ler a história de dona Marlene. Que venham outras, porque tem muita gente do bem neste país. MÁRIO EDSON DA SILVEIRA (Mirassol, SP) - CIDADE LINDA O anúncio da Prefeitura de São Paulo nos campos de futebol, doação de um "empresário amigo", faz lembrar a reforma de um sítio em Atibaia, também doação de um "empresário amigo". Ou não? Imagine se Marcelo Odebrecht doasse um anúncio ao governo Lula. O que iriam dizer do luminoso "Brasil, um país de todos" à beira do gramado? ALBERTO VILLAS (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Elio Gaspari traça um perfil desalentador do Congresso, que poderia vir a escolher, por via indireta, o novo presidente no caso da cassação de Temer, pelo que conclui que seria melhor ficar com o atual presidente. Ora, mas não foi esse mesmo Congresso "encalacrado na Lava Jato" o responsável pelo afastamento de Dilma Rousseff e pela ascensão de Temer? SIDNEI JOSÉ DE BRITO (São Paulo, SP) * Acho que Elio Gaspari tem toda a razão. Neste momento,Temer é o menos ruim para chegarmos às eleições de 2018. Temos que pensar no melhor para o Brasil. TANIA SILVA (Curitiba, PR) * Já não bastasse a Folha substituir os colunistas mais progressistas pela turma dos indefectíveis liberais, agora fui surpreendido por Elio Gaspari escrevendo que "Michel Temer é o melhor para levar o país até as eleições de 2018". Tem muita gente querendo surfar nesta atual onda do nosso histórico conservadorismo. Que decepção, Elio Gaspari! ALBERTO C. SOBRINHO (Bela Vista do Paraíso, PR) * Hélio Schwartsman está correto ao dizer que, se dependesse do Congresso, as penas relacionadas ao tráfico de drogas "provavelmente seriam agravadas". A guerra às drogas não deu certo. STF, descriminalize o porte de drogas para consumo pessoal. JOHNNY BERNARDO (São Paulo, SP) * Ninguém em sã consciência diria que Delfim Netto é ingênuo ou mal informado. Quando afirma que o governo Temer quer "construir uma sociedade realmente republicana" é porque "sentiu o cheiro da brilhantina" e optou por ficar ao lado de quem vai continuar no poder. É seu direito, mas é lamentável. ADEMAR G. FEITEIRO (São Paulo, SP) * Está correto o colunista Joel Pinheiro da Fonseca ao sugerir que o desequilíbrio fiscal em razão da preservação dos chamados "direitos" de certas pessoas ou categorias poderá nos levar à falência. Afinal, o Brasil tem o "direito" de não quebrar. RODRIGO ENS (Curitiba, PR) - FUTEBOL Analistas como Tostão, Kfouri e Mariliz podem estrebuchar a vontade: a CBF cumpriu com sua obrigação e obteve, com antecedência, a classificação do Brasil para a Copa do Mundo na Rússia, em 2018. Resultado de trabalho coletivo, operoso e profissional. VICENTE LIMONGI NETTO (Brasília, DF) * Quem foi ao estádio pôde pagar um preço bem alto pelo ingresso. Então é triste ver a classe média exalando preconceito. É esse o legado que estão ensinando às próximas gerações. AUGUSTO JOAO PIRATELLI (Sorocaba, SP) - REFORMA DA PREVIDÊNCIA A CSB refuta veementemente a reportagem "Por mais verba, centrais podem apoiar Temer em reformas" ("Mercado", 25/3). A CSB jamais participou ou participará de reuniões para ceder ou aceitar cortes de direitos. É público que a CSB tem empreendido uma intensa oposição às reformas. Tais ilações nos estimulam a ampliar a luta contra a reforma da Previdência, em defesa da estrutura sindical e por uma verdadeira mudança, que acabe com os privilégios no sistema previdenciário. ANTONIO NETO, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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'É o corporativismo que emperra o Brasil', diz leitorFORO PRIVILEGIADO Infelizmente é o corporativismo que emperra este país. No Brasil, existe uma casta que está acima do bem e do mal, talvez por resquício do Império. Nós somos a plebe e apenas nos cabe pagar a conta ("Supremo posterga votação que restringe foro privilegiado" ). GERALDO DE CARVALHO (São Paulo, SP) * Justiça, neste país, só para ricos e políticos, o que dá no mesmo. Aos pobres, a cadeia. IVAN ZACHARAUSKAS (Campinas, SP) - CIRO X DORIA Ciro Gomes já enxergou o potencial político e de votos de João Doria e também viu que não ganha dele. Para variar, resolveu externar, mais uma vez, seu desequilíbrio, seu destempero e sua falta de educação. Nada mais que isso. PAULO S. VAREJAO (Jaboatão do Guararapes, PE) * Ciro Gomes tem 1 milhão de defeitos, mas nisto ele está certo: Doria representa a direita engomadinha, com maquiagem, luzes e purpurina. Pior que Bolsonaro, que, pelo menos, não disfarça ser um tosco reacionário. Mas o crescimento da direita é culpa do PT, que, com suas mazelas e incoerências, queimou o filme da esquerda. HENRIQUE CAVALLEIRO (Brasília, DF) - TRUMP E O CLIMA É inaceitável que Donald Trump tenha anulado as medidas adotadas por Obama no combate ao aquecimento global. Lamentável ver o país mais rico do mundo decair tanto e em tão pouco tempo. A comunidade internacional precisa reagir à altura a mais um absurdo de Trump. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) - DIAS MELHORES Emocionante a história de Marlene, que, pelo jeito, soube passar aos seus filhos generosidade e coragem para ultrapassar obstáculos. Que seu exemplo estimule os leitores a também fazer a diferença no mundo. SILVIA G. MARQUES (Londrina, PR) * Enfim uma reportagem edificante. Foi emocionante e encantador abrir o jornal e ler a história de dona Marlene. Que venham outras, porque tem muita gente do bem neste país. MÁRIO EDSON DA SILVEIRA (Mirassol, SP) - CIDADE LINDA O anúncio da Prefeitura de São Paulo nos campos de futebol, doação de um "empresário amigo", faz lembrar a reforma de um sítio em Atibaia, também doação de um "empresário amigo". Ou não? Imagine se Marcelo Odebrecht doasse um anúncio ao governo Lula. O que iriam dizer do luminoso "Brasil, um país de todos" à beira do gramado? ALBERTO VILLAS (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Elio Gaspari traça um perfil desalentador do Congresso, que poderia vir a escolher, por via indireta, o novo presidente no caso da cassação de Temer, pelo que conclui que seria melhor ficar com o atual presidente. Ora, mas não foi esse mesmo Congresso "encalacrado na Lava Jato" o responsável pelo afastamento de Dilma Rousseff e pela ascensão de Temer? SIDNEI JOSÉ DE BRITO (São Paulo, SP) * Acho que Elio Gaspari tem toda a razão. Neste momento,Temer é o menos ruim para chegarmos às eleições de 2018. Temos que pensar no melhor para o Brasil. TANIA SILVA (Curitiba, PR) * Já não bastasse a Folha substituir os colunistas mais progressistas pela turma dos indefectíveis liberais, agora fui surpreendido por Elio Gaspari escrevendo que "Michel Temer é o melhor para levar o país até as eleições de 2018". Tem muita gente querendo surfar nesta atual onda do nosso histórico conservadorismo. Que decepção, Elio Gaspari! ALBERTO C. SOBRINHO (Bela Vista do Paraíso, PR) * Hélio Schwartsman está correto ao dizer que, se dependesse do Congresso, as penas relacionadas ao tráfico de drogas "provavelmente seriam agravadas". A guerra às drogas não deu certo. STF, descriminalize o porte de drogas para consumo pessoal. JOHNNY BERNARDO (São Paulo, SP) * Ninguém em sã consciência diria que Delfim Netto é ingênuo ou mal informado. Quando afirma que o governo Temer quer "construir uma sociedade realmente republicana" é porque "sentiu o cheiro da brilhantina" e optou por ficar ao lado de quem vai continuar no poder. É seu direito, mas é lamentável. ADEMAR G. FEITEIRO (São Paulo, SP) * Está correto o colunista Joel Pinheiro da Fonseca ao sugerir que o desequilíbrio fiscal em razão da preservação dos chamados "direitos" de certas pessoas ou categorias poderá nos levar à falência. Afinal, o Brasil tem o "direito" de não quebrar. RODRIGO ENS (Curitiba, PR) - FUTEBOL Analistas como Tostão, Kfouri e Mariliz podem estrebuchar a vontade: a CBF cumpriu com sua obrigação e obteve, com antecedência, a classificação do Brasil para a Copa do Mundo na Rússia, em 2018. Resultado de trabalho coletivo, operoso e profissional. VICENTE LIMONGI NETTO (Brasília, DF) * Quem foi ao estádio pôde pagar um preço bem alto pelo ingresso. Então é triste ver a classe média exalando preconceito. É esse o legado que estão ensinando às próximas gerações. AUGUSTO JOAO PIRATELLI (Sorocaba, SP) - REFORMA DA PREVIDÊNCIA A CSB refuta veementemente a reportagem "Por mais verba, centrais podem apoiar Temer em reformas" ("Mercado", 25/3). A CSB jamais participou ou participará de reuniões para ceder ou aceitar cortes de direitos. É público que a CSB tem empreendido uma intensa oposição às reformas. Tais ilações nos estimulam a ampliar a luta contra a reforma da Previdência, em defesa da estrutura sindical e por uma verdadeira mudança, que acabe com os privilégios no sistema previdenciário. ANTONIO NETO, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Melo e Soares vencem, e Brasil fica a uma vitória de eliminar a Argentina
Marcelo Melo e Bruno Soares venceram Carlos Berlocq e Diego Schwartzman, obtiveram a oitava vitória seguida na Copa Davis e deixaram o Brasil a um ponto de bater a Argentina na primeira rodada do Grupo Mundial em 2015. Neste sábado (7), os mineiros triunfaram por 7/5, 6/3 e 6/4, em duas horas e 9 minutos, no complexo multiúso Tecnópolis, em Buenos Aires. O Brasil lidera o confronto por 2 a 1. Na sexta, João Souza, o Feijão, derrotou Berlocq por 3 sets a 2 e Leonardo Mayer superou Thomaz Bellucci por 3 sets a 1. Melo, atualmente número 3 do ranking mundial de duplas, e Soares, o 12º, confirmaram o favoritismo. À exceção do primeiro set, equilibrado e definido no detalhe, foram soberanos nas demais parciais. Nem mesmo as provocações da torcida argentina, que evocou a "vergonha" do 7 a 1 da Copa do Mundo, surtiram efeito. Além do triunfo, Melo e Soares comprovaram sua constância. Eles têm um aproveitamento fantástico na Copa Davis. Ambos atuaram juntos dez vezes na competição. Venceram nove. A única derrota ocorreu no duelo contra a Índia, em 2010, quando perderam para Leander Paes e Mahesh Bhupathi. O Brasil acabou derrotado naquele confronto, realizado em Chennai. Depois, embalaram vitórias sobre Rússia, Estados Unidos, Alemanha, Uruguai e Espanha, entre outras. No total, perderam apenas cinco sets nestes últimos nove jogos. Neste domingo (8), em princípio, Feijão enfrenta Mayer e, na sequência, Bellucci enfrentará provavelmente Federico Delbonis. As partidas começam às 11h (de Brasília). Os capitães podem fazer alterações até uma hora antes das partidas.
esporte
Melo e Soares vencem, e Brasil fica a uma vitória de eliminar a ArgentinaMarcelo Melo e Bruno Soares venceram Carlos Berlocq e Diego Schwartzman, obtiveram a oitava vitória seguida na Copa Davis e deixaram o Brasil a um ponto de bater a Argentina na primeira rodada do Grupo Mundial em 2015. Neste sábado (7), os mineiros triunfaram por 7/5, 6/3 e 6/4, em duas horas e 9 minutos, no complexo multiúso Tecnópolis, em Buenos Aires. O Brasil lidera o confronto por 2 a 1. Na sexta, João Souza, o Feijão, derrotou Berlocq por 3 sets a 2 e Leonardo Mayer superou Thomaz Bellucci por 3 sets a 1. Melo, atualmente número 3 do ranking mundial de duplas, e Soares, o 12º, confirmaram o favoritismo. À exceção do primeiro set, equilibrado e definido no detalhe, foram soberanos nas demais parciais. Nem mesmo as provocações da torcida argentina, que evocou a "vergonha" do 7 a 1 da Copa do Mundo, surtiram efeito. Além do triunfo, Melo e Soares comprovaram sua constância. Eles têm um aproveitamento fantástico na Copa Davis. Ambos atuaram juntos dez vezes na competição. Venceram nove. A única derrota ocorreu no duelo contra a Índia, em 2010, quando perderam para Leander Paes e Mahesh Bhupathi. O Brasil acabou derrotado naquele confronto, realizado em Chennai. Depois, embalaram vitórias sobre Rússia, Estados Unidos, Alemanha, Uruguai e Espanha, entre outras. No total, perderam apenas cinco sets nestes últimos nove jogos. Neste domingo (8), em princípio, Feijão enfrenta Mayer e, na sequência, Bellucci enfrentará provavelmente Federico Delbonis. As partidas começam às 11h (de Brasília). Os capitães podem fazer alterações até uma hora antes das partidas.
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Na Peru Week, casas oferecem pratos especiais do país a partir de R$ 29,90
Começa nesta quinta-feira (22), em São Paulo e outras 16 cidades brasileiras, a Peru Week, a maior campanha de promoção do turismo e da gastronomia do país da América do Sul no Brasil. Até o dia 8 de novembro, 11 restaurantes peruanos na capital paulista vão oferecer um menu especialmente criado para a campanha. A maior parte das casas terá um menu degustação com pratos custando de R$ 45 a R$ 90. O Riconcito Peruano (r. Aurora, 451), por exemplo, terá ceviche misto, arroz com mariscos, "lomo a lo pobre" e "calsa rellena", além de bebida e sobremesa por R$ 60, mais serviço. O Killa Novo Andino (r. Tucuna, 689), por R$ 68, permite ao cliente escolher entre duas opções de entrada –ceviche de salmão ou peixe branco e bolinhos de batata recheados com camarões e salsa tártara– e dois pratos principais -"lomo saltado" e pescado tacu tacu. Outros restaurantes, como o La Cevicheria e o Food Truck La Peruana, optaram por menus combo com preço entre R$ 29,90 e R$ 35. O outro foco da Peru Week é o turismo. Durante o período do evento, 30 operadoras venderão pacotes com preços promocionais para conhecer o país da América do Sul. A companhia aérea Avianca comercializará passagens aéreas para o Peru por US$ 246 (ida e volta). Entre os pacotes disponíveis estão quatro noites em Lima e Cusco, por US$ 519 (no Decolar.com), e oito dias na rota sagrada dos Incas, por até R$ 4.124 (na Designer Tours). O evento -que terá o chef James Berckmeyer, do Cosme, na abertura da campanha nesta quinta (apenas para convidados)- é promovido pela Promperú (Comissão de Promoção do Peru para a Exportação e o Turismo) e o Escritório Comercial do Peru no Brasil. A programação completa pode ser encontrada no site oficial da campanha. PARA CONFERIR Peru Week QUANDO de 22/10 a 8/11 ONDE em São Paulo e outras 16 cidades do Brasil QUANTO a partir de R$ 29,90
comida
Na Peru Week, casas oferecem pratos especiais do país a partir de R$ 29,90Começa nesta quinta-feira (22), em São Paulo e outras 16 cidades brasileiras, a Peru Week, a maior campanha de promoção do turismo e da gastronomia do país da América do Sul no Brasil. Até o dia 8 de novembro, 11 restaurantes peruanos na capital paulista vão oferecer um menu especialmente criado para a campanha. A maior parte das casas terá um menu degustação com pratos custando de R$ 45 a R$ 90. O Riconcito Peruano (r. Aurora, 451), por exemplo, terá ceviche misto, arroz com mariscos, "lomo a lo pobre" e "calsa rellena", além de bebida e sobremesa por R$ 60, mais serviço. O Killa Novo Andino (r. Tucuna, 689), por R$ 68, permite ao cliente escolher entre duas opções de entrada –ceviche de salmão ou peixe branco e bolinhos de batata recheados com camarões e salsa tártara– e dois pratos principais -"lomo saltado" e pescado tacu tacu. Outros restaurantes, como o La Cevicheria e o Food Truck La Peruana, optaram por menus combo com preço entre R$ 29,90 e R$ 35. O outro foco da Peru Week é o turismo. Durante o período do evento, 30 operadoras venderão pacotes com preços promocionais para conhecer o país da América do Sul. A companhia aérea Avianca comercializará passagens aéreas para o Peru por US$ 246 (ida e volta). Entre os pacotes disponíveis estão quatro noites em Lima e Cusco, por US$ 519 (no Decolar.com), e oito dias na rota sagrada dos Incas, por até R$ 4.124 (na Designer Tours). O evento -que terá o chef James Berckmeyer, do Cosme, na abertura da campanha nesta quinta (apenas para convidados)- é promovido pela Promperú (Comissão de Promoção do Peru para a Exportação e o Turismo) e o Escritório Comercial do Peru no Brasil. A programação completa pode ser encontrada no site oficial da campanha. PARA CONFERIR Peru Week QUANDO de 22/10 a 8/11 ONDE em São Paulo e outras 16 cidades do Brasil QUANTO a partir de R$ 29,90
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Outro Canal: Mesmo com panelaço, pronunciamento de Dilma alcança boa audiência
O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT), na noite de domingo (8) rendeu protestos e panelaço, mas também rendeu boa audiência. Apesar da barulheira em algumas regiões de São Paulo, durante os 15 minutos em que a presidente discursou, das ... Leia post completo no blog
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Outro Canal: Mesmo com panelaço, pronunciamento de Dilma alcança boa audiênciaO pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT), na noite de domingo (8) rendeu protestos e panelaço, mas também rendeu boa audiência. Apesar da barulheira em algumas regiões de São Paulo, durante os 15 minutos em que a presidente discursou, das ... Leia post completo no blog
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Saída do paulistano para o feriado gera congestionamento recorde no ano
São Paulo bateu, nesta quarta-feira (20), o recorde de trânsito em 2016. Foram 317 quilômetros de tráfego intenso, o que equivale a 36,5% das vias monitoradas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) na capital paulista. O pico de congestionamento foi registrado às 18h. Por volta das 18h30, o congestionamento tinha passado para 301 km. Os valores nesse período de meia-hora superam o recorde anterior deste ano, no dia 8, com 290 km e, o de antes disso, de 276 km, às vésperas de outro feriado (Sexta-feira Santa). O recorde histórico é de 344 km, registrado em 23 de maio de 2014. O feriado de Tiradentes, que será prolongado neste ano por cair em uma quinta-feira (21), e o calor fora de época motivaram os paulistanos a buscar o litoral –a crise econômica também é apontada como um fator para a procura de destinos mais próximos. "Além de economizarem com o combustível, os turistas perdem menos tempo nas estradas", diz José Lopez Rodriguez, vice-presidente do Sinhores (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Baixada Santista e Vale do Ribeira). Confira abaixo os melhores horários para viajar no feriado e a previsão meteorológica para os próximos dias. FERIADO DE TIRADENTES - Piores horários para viajar FERIADO DE TIRADENTES - Previsão do tempo
cotidiano
Saída do paulistano para o feriado gera congestionamento recorde no anoSão Paulo bateu, nesta quarta-feira (20), o recorde de trânsito em 2016. Foram 317 quilômetros de tráfego intenso, o que equivale a 36,5% das vias monitoradas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) na capital paulista. O pico de congestionamento foi registrado às 18h. Por volta das 18h30, o congestionamento tinha passado para 301 km. Os valores nesse período de meia-hora superam o recorde anterior deste ano, no dia 8, com 290 km e, o de antes disso, de 276 km, às vésperas de outro feriado (Sexta-feira Santa). O recorde histórico é de 344 km, registrado em 23 de maio de 2014. O feriado de Tiradentes, que será prolongado neste ano por cair em uma quinta-feira (21), e o calor fora de época motivaram os paulistanos a buscar o litoral –a crise econômica também é apontada como um fator para a procura de destinos mais próximos. "Além de economizarem com o combustível, os turistas perdem menos tempo nas estradas", diz José Lopez Rodriguez, vice-presidente do Sinhores (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Baixada Santista e Vale do Ribeira). Confira abaixo os melhores horários para viajar no feriado e a previsão meteorológica para os próximos dias. FERIADO DE TIRADENTES - Piores horários para viajar FERIADO DE TIRADENTES - Previsão do tempo
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Árbitro citou injúrias raciais na súmula de jogo no Rio Grande do Sul
Neste domingo (22), em partida entre Internacional e Sport Club São Paulo pelo Campeonato Gaúcho, o árbitro Francisco de Paula dos Santos Silva Neto relatou na súmula as supostas injúrias raciais que teriam sido dirigidas a um segurança do time de Porto Alegre. No jogo disputado no estádio Aldo Dapuzzo, em Rio Grande, um torcedor do São Paulo supostamente teria chamado um segurança do Internacional de "negro fedido" e "macaco". Detido, ele foi liberado pela polícia por falta de testemunhas. O Inter vencia o time da casa por dois a zero, quando o homem teria começado a ofender o segurança, que estava à beira do gramado. O homem de 58 anos foi detido e encaminhado à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Rio Grande, que fica no sul do Estado a 334 km de Porto Alegre. Segundo o delegado Gilnei da Rosa Albuquerque, os policiais da Brigada Militar (a PM gaúcha) foram alertados do crime pelos próprios torcedores do São Paulo. O delegado afirma que o torcedor negou ter ofendido o segurança, e que só pediu para que ele saísse de sua frente. Nem o nome do torcedor nem do segurança foram divulgados. Após registro do boletim, o delegado liberou os dois. "Não fizemos uma prisão em flagrante, por não termos testemunhas. Os policiais que os trouxeram à delegacia não foram os mesmos de dentro do campo. Contudo, será aberto um inquérito para a apuração dos fatos", explicou o delegado. Em sua página no Twitter, a diretoria do Sport Club São Paulo informou que "que repudia toda e qualquer injúria ou intolerância, seja ela racial, sexual, religiosa, etc. Somos um clube do povo, somos um clube de pobres e ricos, brancos e negros... O racista não nos representa." O vice-presidente de administração do Internacional, Alex Limeira disse à Folha que nesta segunda-feira diretoria vai tomar conhecimento do caso e tomar as providências necessárias.
esporte
Árbitro citou injúrias raciais na súmula de jogo no Rio Grande do SulNeste domingo (22), em partida entre Internacional e Sport Club São Paulo pelo Campeonato Gaúcho, o árbitro Francisco de Paula dos Santos Silva Neto relatou na súmula as supostas injúrias raciais que teriam sido dirigidas a um segurança do time de Porto Alegre. No jogo disputado no estádio Aldo Dapuzzo, em Rio Grande, um torcedor do São Paulo supostamente teria chamado um segurança do Internacional de "negro fedido" e "macaco". Detido, ele foi liberado pela polícia por falta de testemunhas. O Inter vencia o time da casa por dois a zero, quando o homem teria começado a ofender o segurança, que estava à beira do gramado. O homem de 58 anos foi detido e encaminhado à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Rio Grande, que fica no sul do Estado a 334 km de Porto Alegre. Segundo o delegado Gilnei da Rosa Albuquerque, os policiais da Brigada Militar (a PM gaúcha) foram alertados do crime pelos próprios torcedores do São Paulo. O delegado afirma que o torcedor negou ter ofendido o segurança, e que só pediu para que ele saísse de sua frente. Nem o nome do torcedor nem do segurança foram divulgados. Após registro do boletim, o delegado liberou os dois. "Não fizemos uma prisão em flagrante, por não termos testemunhas. Os policiais que os trouxeram à delegacia não foram os mesmos de dentro do campo. Contudo, será aberto um inquérito para a apuração dos fatos", explicou o delegado. Em sua página no Twitter, a diretoria do Sport Club São Paulo informou que "que repudia toda e qualquer injúria ou intolerância, seja ela racial, sexual, religiosa, etc. Somos um clube do povo, somos um clube de pobres e ricos, brancos e negros... O racista não nos representa." O vice-presidente de administração do Internacional, Alex Limeira disse à Folha que nesta segunda-feira diretoria vai tomar conhecimento do caso e tomar as providências necessárias.
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Itaú é eleito o melhor internet banking pelos paulistanos pela 2ª vez
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Passar no banco para pagar uma conta já não é mais comum. No Itaú, 71% das transações são feitas hoje por canais digitais, sendo 51% via internet banking e 20% via celular. O banco foi eleito campeão na categoria Internet Banking pelo segundo ano consecutivo, com 30% das menções dos paulistanos das classes A e B, dois pontos percentuais abaixo do ano passado. O Itaú é citado principalmente por pessoas de 26 a 40 anos (38%) e com renda entre 10 e 20 salários mínimos (39%). Entre os correntistas da instituição, a adoção de canais digitais segue acelerada: o número de usuários do aplicativo cresceu 30% em relação a 2015 e atingiu 7,2 milhões no primeiro trimestre de 2016. Os clientes que usam internet banking somam 11,1 milhões, 10% a mais do que no ano anterior. Entre as novidades criadas está um cartão de crédito virtual, que gera um número de série para cada compra na internet, como forma de evitar fraudes. Outra função agilizou o pagamento de contas. "Nosso app Tokpag detecta quando o cliente recebe um boleto por e-mail e oferece a opção de quitá-lo ou agendar o pagamento", conta Ricardo Guerra, diretor de TI do Itaú. A empresa trabalha para facilitar o uso de ferramentas já existentes no celular. Além de um app do banco com todas as funções, foram lançados aplicativos para tarefas específicas, como pagar contas e ver a fatura. A aposta do Itaú nos canais eletrônicos vem de longe. O saque em caixas automáticos começou a ser oferecido aos clientes na década de 1970, com o uso de um cartão perfurado. Nos anos 1980, os talões de cheque traziam na capa a foto de circuitos eletrônicos. Na década seguinte, o banco liberou o acesso às contas via internet e fez uma grande campanha publicitária, na qual o arroba era feito com um "i" ao centro. No fim de 2015, uma nova campanha passou a escrever "digitau", com "u", para enfatizar os vários canais de atendimento disponíveis. Com o aumento do uso digital, o número de caixas eletrônicos do Itaú caiu de 27.994, em junho de 2014, para 26.145, em março de 2016, queda de quase 7%. No mesmo período, o número de agências e postos físicos caiu de 5.024 para 4.921 pontos. "Não temos ambição de reduzir o número de agências. Enquanto o cliente quiser atendimento pessoal e exclusivo, elas seguirão abertas", garante Guerra. * PARA SABER + * Ricardo Guerra, Diretor executivo de TI do Itaú Unibanco. sãopaulo - O que diferencia o cliente de São Paulo dos das demais cidades? Ricardo Guerra - Como São Paulo tem maior dificuldade de locomoção, o uso dos canais digitais é bem maior. Como o banco faz para atrair pessoas ainda pouco familiarizadas com a tecnologia? A gente não tenta convencer ninguém a usar nenhum canal. Com nossas campanhas, como o "Digitau", queremos dar conhecimento sobre todos os canais que existem para o cliente usar o que achar mais adequado. Tem cliente que prefere resolver tudo de forma virtual, sem conversar com ninguém. Há outros que querem ir na agência, falar com o gerente, sentir o banco. Nosso objetivo é atender a todos eles, por agência física, agência digital, telefone, chat, e-mail e celular. Quais as transações mais feitas por canais digitais? Consultas de informações, como saldo e extrato. Há também bastante uso para pagamentos e de funções relacionadas a cartões de crédito. Por que o Itaú criou vários aplicativos independentes com funções diferentes? Temos todas as funções em um aplicativo principal e também as oferecemos em apps separados, para facilitar o uso. Percebemos que transferência é algo feito com frequência por nossos clientes, por exemplo, e criamos um aplicativo específico para isso, que permite fazer a transação com três toques na tela.
saopaulo
Itaú é eleito o melhor internet banking pelos paulistanos pela 2ª vezRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Passar no banco para pagar uma conta já não é mais comum. No Itaú, 71% das transações são feitas hoje por canais digitais, sendo 51% via internet banking e 20% via celular. O banco foi eleito campeão na categoria Internet Banking pelo segundo ano consecutivo, com 30% das menções dos paulistanos das classes A e B, dois pontos percentuais abaixo do ano passado. O Itaú é citado principalmente por pessoas de 26 a 40 anos (38%) e com renda entre 10 e 20 salários mínimos (39%). Entre os correntistas da instituição, a adoção de canais digitais segue acelerada: o número de usuários do aplicativo cresceu 30% em relação a 2015 e atingiu 7,2 milhões no primeiro trimestre de 2016. Os clientes que usam internet banking somam 11,1 milhões, 10% a mais do que no ano anterior. Entre as novidades criadas está um cartão de crédito virtual, que gera um número de série para cada compra na internet, como forma de evitar fraudes. Outra função agilizou o pagamento de contas. "Nosso app Tokpag detecta quando o cliente recebe um boleto por e-mail e oferece a opção de quitá-lo ou agendar o pagamento", conta Ricardo Guerra, diretor de TI do Itaú. A empresa trabalha para facilitar o uso de ferramentas já existentes no celular. Além de um app do banco com todas as funções, foram lançados aplicativos para tarefas específicas, como pagar contas e ver a fatura. A aposta do Itaú nos canais eletrônicos vem de longe. O saque em caixas automáticos começou a ser oferecido aos clientes na década de 1970, com o uso de um cartão perfurado. Nos anos 1980, os talões de cheque traziam na capa a foto de circuitos eletrônicos. Na década seguinte, o banco liberou o acesso às contas via internet e fez uma grande campanha publicitária, na qual o arroba era feito com um "i" ao centro. No fim de 2015, uma nova campanha passou a escrever "digitau", com "u", para enfatizar os vários canais de atendimento disponíveis. Com o aumento do uso digital, o número de caixas eletrônicos do Itaú caiu de 27.994, em junho de 2014, para 26.145, em março de 2016, queda de quase 7%. No mesmo período, o número de agências e postos físicos caiu de 5.024 para 4.921 pontos. "Não temos ambição de reduzir o número de agências. Enquanto o cliente quiser atendimento pessoal e exclusivo, elas seguirão abertas", garante Guerra. * PARA SABER + * Ricardo Guerra, Diretor executivo de TI do Itaú Unibanco. sãopaulo - O que diferencia o cliente de São Paulo dos das demais cidades? Ricardo Guerra - Como São Paulo tem maior dificuldade de locomoção, o uso dos canais digitais é bem maior. Como o banco faz para atrair pessoas ainda pouco familiarizadas com a tecnologia? A gente não tenta convencer ninguém a usar nenhum canal. Com nossas campanhas, como o "Digitau", queremos dar conhecimento sobre todos os canais que existem para o cliente usar o que achar mais adequado. Tem cliente que prefere resolver tudo de forma virtual, sem conversar com ninguém. Há outros que querem ir na agência, falar com o gerente, sentir o banco. Nosso objetivo é atender a todos eles, por agência física, agência digital, telefone, chat, e-mail e celular. Quais as transações mais feitas por canais digitais? Consultas de informações, como saldo e extrato. Há também bastante uso para pagamentos e de funções relacionadas a cartões de crédito. Por que o Itaú criou vários aplicativos independentes com funções diferentes? Temos todas as funções em um aplicativo principal e também as oferecemos em apps separados, para facilitar o uso. Percebemos que transferência é algo feito com frequência por nossos clientes, por exemplo, e criamos um aplicativo específico para isso, que permite fazer a transação com três toques na tela.
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Para Douglas Costa, entrosamento com Willian e Neymar fez diferença
Principal nome da vitória do Brasil sobre o Peru pelas eliminatórias para a Copa do Mundo, o atacante Douglas Costa atribui o bom desempenho ao entrosamento com os companheiros. "Me sinto bem e entrosado", afirmou o atacante à imprensa na saída do jogo em Salvador, ao ser questionado sobre o trio ofensivo que formou ao lado de William e Neymar. Depois de ter ficado na reserva no empate com a Argentina, Douglas Costa iniciou a partida contra o Peru como titular e se destacou com um gol e duas assistências. Segundo o jogador, o técnico Dunga treinou o trio ofensivo para "jogar solto" e "com liberdade". "Foi o que a gente fez em campo e deu certo. Então, estamos satisfeitos", afirmou o atacante do Bayern de Munique. Douglas Costa ainda destacou a acolhida da torcida baiana: "O povo brasileiro é quente, está sempre com a gente. É diferente do que a gente vê lá na Alemanha". Aclamado pela torcida ao ser substituído, o meia Willian destacou a atuação da seleção brasileira na partida. E disse que participação das arquibancadas fez a diferença. "Fico feliz com o carinho da torcida brasileira e espero retribuir dentro de campo. Espero continuar jogando cada vez melhor", afirmou.
esporte
Para Douglas Costa, entrosamento com Willian e Neymar fez diferençaPrincipal nome da vitória do Brasil sobre o Peru pelas eliminatórias para a Copa do Mundo, o atacante Douglas Costa atribui o bom desempenho ao entrosamento com os companheiros. "Me sinto bem e entrosado", afirmou o atacante à imprensa na saída do jogo em Salvador, ao ser questionado sobre o trio ofensivo que formou ao lado de William e Neymar. Depois de ter ficado na reserva no empate com a Argentina, Douglas Costa iniciou a partida contra o Peru como titular e se destacou com um gol e duas assistências. Segundo o jogador, o técnico Dunga treinou o trio ofensivo para "jogar solto" e "com liberdade". "Foi o que a gente fez em campo e deu certo. Então, estamos satisfeitos", afirmou o atacante do Bayern de Munique. Douglas Costa ainda destacou a acolhida da torcida baiana: "O povo brasileiro é quente, está sempre com a gente. É diferente do que a gente vê lá na Alemanha". Aclamado pela torcida ao ser substituído, o meia Willian destacou a atuação da seleção brasileira na partida. E disse que participação das arquibancadas fez a diferença. "Fico feliz com o carinho da torcida brasileira e espero retribuir dentro de campo. Espero continuar jogando cada vez melhor", afirmou.
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Longa 'Do Pó da Terra' dirige olhar sensível a artesãs de MG
O fotógrafo Maurício Nahas estreia no cinema com este documentário –rodado em 2013, no Vale do Jequitinhonha, no Nordeste de Minas Gerais– que registra a atividade de ceramistas, suas vidas e sua relação com a natureza. O projeto acabou sendo ampliado e complementado por um livro de fotografias, tomadas em 2015, e por uma exposição de sucesso. Marcado pela pobreza, o Vale do Jequitinhonha é o berço de um artesanato em cerâmica muito particular, realizado a partir da apropriação de técnicas indígenas de modelagem, que desconhecem o uso do torno. Com o declínio da agricultura de subsistência, que começou a perder espaço para a monocultura de eucalipto na década de 1970, o artesanato em cerâmica ganhou importância econômica e cultural na região. Nahas colhe depoimentos de 12 ceramistas, essencialmente mulheres, que encontraram nessa atividade uma forma de sobrevivência e de afirmação social. As peças que produzem são muito mais decorativas do que utilitárias, combinando refinamento estético e autenticidade. São esculturas policromadas que representam animais, a paisagem, tipos humanos, seres imaginários e atividades cotidianas. Mas o destaque são as noivas –o motivo mais destaque na produção local– geralmente sem par, designando as mulheres que ficam sozinhas depois que seus maridos partem para as grandes cidades em busca de trabalho. As noivas são uma criação da pioneira artesã Izabel Mendes da Cunha (1924-2014), que partiu da forma característica das moringas de barro indígenas para representar a figura feminina. Primeira artesã da região a ter seu trabalho reconhecido no exterior, Izabel se dedicou durante décadas a transmitir sua arte a dezenas de discípulas. Em seus depoimentos, Izabel, algumas de suas ex-alunas e outras artesãs revelam histórias de vida muito semelhantes, em que a falta de perspectivas, a violência, o alcoolismo e o abandono de seus maridos são moeda corrente. Nahas dirige um olhar sensível –mas isento de sentimentalismo– a essas mulheres fortes e frágeis ao mesmo tempo. Seus relatos mostram que o fazer artístico e o prazer que proporciona funcionam como resistência à miséria e às suas vicissitudes. Mas essa tradição está ameaçada, perigo que o documentário mostra muito bem e com certa resignação, pois a grande maioria das mulheres mais jovens prefere sair da região em busca de melhores condições de vida. Do Pó da Terra DIREÇÃO: Maurício Nahas ELENCO: Izabel Mendes da Cunha, Maria Lira Marques Borges, Maria Jose? Gomes da Silva, Ulisses Mendes PRODUÇÃO: Brasil, 2016, livre
ilustrada
Longa 'Do Pó da Terra' dirige olhar sensível a artesãs de MGO fotógrafo Maurício Nahas estreia no cinema com este documentário –rodado em 2013, no Vale do Jequitinhonha, no Nordeste de Minas Gerais– que registra a atividade de ceramistas, suas vidas e sua relação com a natureza. O projeto acabou sendo ampliado e complementado por um livro de fotografias, tomadas em 2015, e por uma exposição de sucesso. Marcado pela pobreza, o Vale do Jequitinhonha é o berço de um artesanato em cerâmica muito particular, realizado a partir da apropriação de técnicas indígenas de modelagem, que desconhecem o uso do torno. Com o declínio da agricultura de subsistência, que começou a perder espaço para a monocultura de eucalipto na década de 1970, o artesanato em cerâmica ganhou importância econômica e cultural na região. Nahas colhe depoimentos de 12 ceramistas, essencialmente mulheres, que encontraram nessa atividade uma forma de sobrevivência e de afirmação social. As peças que produzem são muito mais decorativas do que utilitárias, combinando refinamento estético e autenticidade. São esculturas policromadas que representam animais, a paisagem, tipos humanos, seres imaginários e atividades cotidianas. Mas o destaque são as noivas –o motivo mais destaque na produção local– geralmente sem par, designando as mulheres que ficam sozinhas depois que seus maridos partem para as grandes cidades em busca de trabalho. As noivas são uma criação da pioneira artesã Izabel Mendes da Cunha (1924-2014), que partiu da forma característica das moringas de barro indígenas para representar a figura feminina. Primeira artesã da região a ter seu trabalho reconhecido no exterior, Izabel se dedicou durante décadas a transmitir sua arte a dezenas de discípulas. Em seus depoimentos, Izabel, algumas de suas ex-alunas e outras artesãs revelam histórias de vida muito semelhantes, em que a falta de perspectivas, a violência, o alcoolismo e o abandono de seus maridos são moeda corrente. Nahas dirige um olhar sensível –mas isento de sentimentalismo– a essas mulheres fortes e frágeis ao mesmo tempo. Seus relatos mostram que o fazer artístico e o prazer que proporciona funcionam como resistência à miséria e às suas vicissitudes. Mas essa tradição está ameaçada, perigo que o documentário mostra muito bem e com certa resignação, pois a grande maioria das mulheres mais jovens prefere sair da região em busca de melhores condições de vida. Do Pó da Terra DIREÇÃO: Maurício Nahas ELENCO: Izabel Mendes da Cunha, Maria Lira Marques Borges, Maria Jose? Gomes da Silva, Ulisses Mendes PRODUÇÃO: Brasil, 2016, livre
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Sem entulho tributário
Projetos de reforma tributária são fracassos que se repetem a cada triênio, pelo menos desde o fim da hiperinflação. Tais pacotes de mudança em geral definham devido à fome de receitas de governos deficitários, à falta de visão dos políticos e ao lobby de empresas. Um centro de estudos tributários, patrocinado por sete companhias, sugere uma reforma a ser implementada em dez anos, como mostrou reportagem desta Folha. O ritmo paulatino ajudaria a atenuar riscos de perda de arrecadação, de conflitos políticos e de impactos negativos nas empresas. Trata-se de boa iniciativa —no mínimo por ser alternativa razoável à paralisia. O entulho tributário é obstáculo ao aumento da produtividade e âncora da desigualdade socioeconômica. O plano, por enquanto, é por demais genérico para ser discutido em detalhes. Tampouco se sabe como seria articulado com mudanças pontuais, urgentes e ainda possíveis, como a do PIS/Cofins e dos remendos no deletério ICMS. Em suma, propõe-se a redução gradual da cobrança do ICMS, estadual, do ISS, municipal, do PIS/Pasep, da Cofins e do IPI, federais. Aos poucos, um imposto geral sobre a venda de bens e serviços substituiria a arrecadação oferecida por aqueles tributos. Não se trata de transição simples, embora o plano preveja tempo para acomodar ajustes. Haveria rearranjos produtivos, alterações de base de tributação e necessidade de redistribuir a receita, que decerto seria recolhida em locais diferentes. O longo prazo também tem seus problemas. A economia é instável; deficit e a avidez de receitas são pantagruélicos. A rigor, o sistema tributário nada tem de sistemático, dado o emaranhado de normas que têm por objetivos elevar a arrecadação e conceder favores a amigos do governo de turno. Nesse ambiente, mesmo uma reforma paulatina pode ser abandonada. Por outro lado, mudanças pontuais ambiciosas tendem a ser sabotadas quando, por exemplo, Estados temem perder receitas. Entre a cruz e a caldeira, será necessário combater em duas frentes. Um plano de longo prazo para simplificar ou unificar os impostos indiretos merece ser considerado. No curto prazo, porém, é crucial remover o ICMS. Manipulado por governadores, tornou-se fator de redução das receitas dos Estados, de localização indevida e ineficiente de empresas, de tumulto burocrático e de incerteza jurídica. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Sem entulho tributárioProjetos de reforma tributária são fracassos que se repetem a cada triênio, pelo menos desde o fim da hiperinflação. Tais pacotes de mudança em geral definham devido à fome de receitas de governos deficitários, à falta de visão dos políticos e ao lobby de empresas. Um centro de estudos tributários, patrocinado por sete companhias, sugere uma reforma a ser implementada em dez anos, como mostrou reportagem desta Folha. O ritmo paulatino ajudaria a atenuar riscos de perda de arrecadação, de conflitos políticos e de impactos negativos nas empresas. Trata-se de boa iniciativa —no mínimo por ser alternativa razoável à paralisia. O entulho tributário é obstáculo ao aumento da produtividade e âncora da desigualdade socioeconômica. O plano, por enquanto, é por demais genérico para ser discutido em detalhes. Tampouco se sabe como seria articulado com mudanças pontuais, urgentes e ainda possíveis, como a do PIS/Cofins e dos remendos no deletério ICMS. Em suma, propõe-se a redução gradual da cobrança do ICMS, estadual, do ISS, municipal, do PIS/Pasep, da Cofins e do IPI, federais. Aos poucos, um imposto geral sobre a venda de bens e serviços substituiria a arrecadação oferecida por aqueles tributos. Não se trata de transição simples, embora o plano preveja tempo para acomodar ajustes. Haveria rearranjos produtivos, alterações de base de tributação e necessidade de redistribuir a receita, que decerto seria recolhida em locais diferentes. O longo prazo também tem seus problemas. A economia é instável; deficit e a avidez de receitas são pantagruélicos. A rigor, o sistema tributário nada tem de sistemático, dado o emaranhado de normas que têm por objetivos elevar a arrecadação e conceder favores a amigos do governo de turno. Nesse ambiente, mesmo uma reforma paulatina pode ser abandonada. Por outro lado, mudanças pontuais ambiciosas tendem a ser sabotadas quando, por exemplo, Estados temem perder receitas. Entre a cruz e a caldeira, será necessário combater em duas frentes. Um plano de longo prazo para simplificar ou unificar os impostos indiretos merece ser considerado. No curto prazo, porém, é crucial remover o ICMS. Manipulado por governadores, tornou-se fator de redução das receitas dos Estados, de localização indevida e ineficiente de empresas, de tumulto burocrático e de incerteza jurídica. editoriais@grupofolha.com.br
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Vulcão tem fortes explosões, jogando cinzas em ilha da Indonésia
O Monte Sinabung, um vulcão de 2.460 metros de altura na ilha de Sumatra, no oeste da Indonésia, teve uma explosão forte neste sábado, dispersando cinzas quentes ao redor da montanha. As autoridades decretaram o mais alto nível de alerta e monitoram a atividade do vulcão desde 2 de junho, quando foi detectado um crescente acúmulo de lava. Até a note de sábado, foram registradas 11 avalanches. Vulcanologistas dizem que pedras incandescentes misturadas com gases quentes podem ser expelidas da montanha a qualquer momento. Mais de 2,7 mil moradores da área de risco foram deslocados para abrigos temporários. Não há registro de vítimas. O Sinabung ficou adormecido por 400 anos e voltou à atividade em 2010. No ano passado, uma erupção matou 17 pessoas.
mundo
Vulcão tem fortes explosões, jogando cinzas em ilha da IndonésiaO Monte Sinabung, um vulcão de 2.460 metros de altura na ilha de Sumatra, no oeste da Indonésia, teve uma explosão forte neste sábado, dispersando cinzas quentes ao redor da montanha. As autoridades decretaram o mais alto nível de alerta e monitoram a atividade do vulcão desde 2 de junho, quando foi detectado um crescente acúmulo de lava. Até a note de sábado, foram registradas 11 avalanches. Vulcanologistas dizem que pedras incandescentes misturadas com gases quentes podem ser expelidas da montanha a qualquer momento. Mais de 2,7 mil moradores da área de risco foram deslocados para abrigos temporários. Não há registro de vítimas. O Sinabung ficou adormecido por 400 anos e voltou à atividade em 2010. No ano passado, uma erupção matou 17 pessoas.
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'A Garota Dinamarquesa' mostra a primeira cirurgia de mudança de sexo
LUIZA WOLF DE SÃO PAULO O ator Eddie Redmayne está no páreo do Oscar novamente. No ano passado, ele levou a estatueta por sua atuação como Stephen Hawking em "A Teoria de Tudo". Agora, ele tenta repetir o feito como protagonista de "A Garota Dinamarquesa", estreia desta semana, baseada em fatos reais. Sob direção de Tom Hooper (à frente também de "O Discurso do Rei" e de "Os Miseráveis"), Redmayne dá vida a Einar Wegener, um jovem pintor que vive na década de 1920, na Dinamarca, com a mulher, Gerda (Alicia Vikander, indicada ao Oscar de atriz coadjuvante), que também é artista. Com pressa para terminar um retrato, Gerda pede para que Einar calce sapatos femininos e pose para ela. O homem sente-se bastante confortável naquelas vestimentas. Esse é o estopim para que Lili Elbe, seu alter ego feminino, venha à tona. Durante o drama, Einar fala de Lili como se ela fosse outra pessoa: a moça tem vontades e até impulsos sexuais próprios. No entanto, ele percebe que, mais cedo ou mais tarde, precisará escolher uma de suas facetas —e a feminina é a que lhe cai melhor. A decisão afeta, é claro, seu casamento com Gerda. Apaixonada pelo marido, no entanto, ela opta por ajudá-lo. Einar acaba se tornando o primeiro homem a passar por uma cirurgia de mudança de sexo, em 1931. Embora seja baseado em fatos verídicos e em um livro de David Ebershoff, o longa tem muitos elementos fictícios. Conheça algumas curiosidade a seguir. Veja salas e horários - VOCÊ SABIA? Não foi bem assim Tanto o livro quanto o filme omitem que Gerda era, na verdade, homossexual ou, ao menos, bissexual, e que a relação entre ela e Einar era muito mais de amizade do que amorosa. Troca de equipe O projeto do filme era de Nicole Kidman, que interpretaria Lili, além de produzir o longa. Charlize Theron, Gwyneth Paltrow e Marion Cotillard foram atrizes cotadas para dar vida a Gerda. Fonte da juventude Redmayne gravou o filme aos 33 anos e Alicia, aos 26. Mas Einar e Greta eram mais velhos. Na época dos eventos relatados no filme, ele tinha 47 anos e ela, 44. Ele foram casados por 26 anos. Corrida pelo Oscar A personagem Gerda, de Alicia Vikander, é tão importante quanto Einar/Lili. Mas os produtores inscreveram a atriz na categoria coadjuvante, pois acharam que ela teria mais chances de levar a estatueta. - VEJA O TRAILER DE "A GAROTA DINAMARQUESA" Veja o trailer + ERRAMOS: O conteúdo desta página foi alterado para refletir o abaixo
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'A Garota Dinamarquesa' mostra a primeira cirurgia de mudança de sexoLUIZA WOLF DE SÃO PAULO O ator Eddie Redmayne está no páreo do Oscar novamente. No ano passado, ele levou a estatueta por sua atuação como Stephen Hawking em "A Teoria de Tudo". Agora, ele tenta repetir o feito como protagonista de "A Garota Dinamarquesa", estreia desta semana, baseada em fatos reais. Sob direção de Tom Hooper (à frente também de "O Discurso do Rei" e de "Os Miseráveis"), Redmayne dá vida a Einar Wegener, um jovem pintor que vive na década de 1920, na Dinamarca, com a mulher, Gerda (Alicia Vikander, indicada ao Oscar de atriz coadjuvante), que também é artista. Com pressa para terminar um retrato, Gerda pede para que Einar calce sapatos femininos e pose para ela. O homem sente-se bastante confortável naquelas vestimentas. Esse é o estopim para que Lili Elbe, seu alter ego feminino, venha à tona. Durante o drama, Einar fala de Lili como se ela fosse outra pessoa: a moça tem vontades e até impulsos sexuais próprios. No entanto, ele percebe que, mais cedo ou mais tarde, precisará escolher uma de suas facetas —e a feminina é a que lhe cai melhor. A decisão afeta, é claro, seu casamento com Gerda. Apaixonada pelo marido, no entanto, ela opta por ajudá-lo. Einar acaba se tornando o primeiro homem a passar por uma cirurgia de mudança de sexo, em 1931. Embora seja baseado em fatos verídicos e em um livro de David Ebershoff, o longa tem muitos elementos fictícios. Conheça algumas curiosidade a seguir. Veja salas e horários - VOCÊ SABIA? Não foi bem assim Tanto o livro quanto o filme omitem que Gerda era, na verdade, homossexual ou, ao menos, bissexual, e que a relação entre ela e Einar era muito mais de amizade do que amorosa. Troca de equipe O projeto do filme era de Nicole Kidman, que interpretaria Lili, além de produzir o longa. Charlize Theron, Gwyneth Paltrow e Marion Cotillard foram atrizes cotadas para dar vida a Gerda. Fonte da juventude Redmayne gravou o filme aos 33 anos e Alicia, aos 26. Mas Einar e Greta eram mais velhos. Na época dos eventos relatados no filme, ele tinha 47 anos e ela, 44. Ele foram casados por 26 anos. Corrida pelo Oscar A personagem Gerda, de Alicia Vikander, é tão importante quanto Einar/Lili. Mas os produtores inscreveram a atriz na categoria coadjuvante, pois acharam que ela teria mais chances de levar a estatueta. - VEJA O TRAILER DE "A GAROTA DINAMARQUESA" Veja o trailer + ERRAMOS: O conteúdo desta página foi alterado para refletir o abaixo
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Setor de tecnologia impulsiona design
Existe a aparência do produto, e existe a forma como você interage com ele. Ambas têm a ver com o design. Em tecnologia, é o design que separa o sucesso do fiasco de um produto. É preciso ter um bom design físico -o chamado design industrial- para convencer as pessoas a experimentarem algo. O verdadeiro diferencial, porém, é o funcionamento do produto. John Maeda, da empresa de investimentos Kleiner Perkins Caufield & Byers e ex-diretor da Escola de Design de Rhode Island, disse: "Se o software não for bom, não importa. Se fabricarem uma pulseira incrível, mas o software for ruim, você vai jogá-la fora." Isso é particularmente válido para produtos tecnológicos que estão se tornando commodities, como smartphones. Hoje, os processadores dos smartphones são tão rápidos, as resoluções de tela são tão altas, as câmeras são tão precisas e o software está tão aprimorado que parece bobagem até mesmo apresentar ao consumidor as funções básicas do telefone. Para se destacar da multidão, o design físico e a experiência proporcionada pelo software são as duas melhores opções. Os resultados geralmente são ótimos para os consumidores. A Samsung tem designs industriais inteligentes, caso do novo Samsung Galaxy S6 Edge, cuja tela de vidro se dobra abruptamente nas bordas. Esses painéis laterais incorporam recursos como luzes cintilantes personalizáveis, que avisam quem está ligando, acesso rápido aos contatos e um relógio-despertador com luz discreta. Os celulares Lumia, da Microsoft, preservam em seu espírito o design herdado da Nokia: cores brilhantes, bonitas coberturas foscas na parte de trás e a interface personalizável do Windows Phone, com blocos. A Motorola espera que as tampas traseiras intercambiáveis do seu Moto X, que incluem uma de couro e outra de bambu, além da opção de um monograma pessoal, seduzam consumidores. O design industrial será cada vez mais importante à medida que os dispositivos se tornarem mais personalizáveis -e fáceis de usar. O Apple Watch levou alguns a questionarem se ele seria suficientemente bonito para substituir relógios de grife como Michael Kors ou Rolex. "Produtos de tecnologia estão se aproximando do setor de sapatos, bolsas e chapéus", disse Brett Lovelady, fundador da empresa de design Astro Studios, que criou um dos primeiros aparelhos vestíveis a se popularizarem, o Nike FuelBand. Lovelady disse que o FuelBand funcionou porque tinha um design que passava uma mensagem de esportividade e força, mas também, fundamentalmente, porque o software motivava as pessoas com animações divertidas, recompensas e interações sociais. Segundo Maeda, start-ups criadas por designers vem sendo adquiridas por empresas conhecidas por priorizarem a tecnologia. Desde 2010, Google, Facebook, Adobe, Dropbox e Yahoo adquiriram start-ups voltadas para o design, segundo dados colhidos por Maeda. Ben Blumenfeld, codiretor da empresa de investimentos Designer Fund, disse que algumas empresas e experiências -especialmente as relacionadas a celulares- mostram às pessoas que os sistemas com os quais elas interagem diariamente poderiam ser bem melhores. "Os médicos estão começando a dizer: 'Espere aí, porque o meu sistema eletrônico de prontuários não funciona como os aplicativos do meu iPhone?'", disse. "A demanda por design em outras áreas aumentou." A verdadeira vitória do design consiste em levar em conta como determinada pessoa gostaria de usar um aplicativo, se comunicar ou fechar uma transação. Isso talvez signifique que profissionais habitualmente encarregados de tarefas associadas à produção deveriam aprender design e que novos empregos precisarão ser criados. Maeda diz que as empresas não se devem deixar enganar pela ideia de que a boa aparência basta para fazer sucesso. "Não é que o design seja mais importante que a tecnologia ou o modelo de negócios", afirmou. "Você precisa de ambos."
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Setor de tecnologia impulsiona designExiste a aparência do produto, e existe a forma como você interage com ele. Ambas têm a ver com o design. Em tecnologia, é o design que separa o sucesso do fiasco de um produto. É preciso ter um bom design físico -o chamado design industrial- para convencer as pessoas a experimentarem algo. O verdadeiro diferencial, porém, é o funcionamento do produto. John Maeda, da empresa de investimentos Kleiner Perkins Caufield & Byers e ex-diretor da Escola de Design de Rhode Island, disse: "Se o software não for bom, não importa. Se fabricarem uma pulseira incrível, mas o software for ruim, você vai jogá-la fora." Isso é particularmente válido para produtos tecnológicos que estão se tornando commodities, como smartphones. Hoje, os processadores dos smartphones são tão rápidos, as resoluções de tela são tão altas, as câmeras são tão precisas e o software está tão aprimorado que parece bobagem até mesmo apresentar ao consumidor as funções básicas do telefone. Para se destacar da multidão, o design físico e a experiência proporcionada pelo software são as duas melhores opções. Os resultados geralmente são ótimos para os consumidores. A Samsung tem designs industriais inteligentes, caso do novo Samsung Galaxy S6 Edge, cuja tela de vidro se dobra abruptamente nas bordas. Esses painéis laterais incorporam recursos como luzes cintilantes personalizáveis, que avisam quem está ligando, acesso rápido aos contatos e um relógio-despertador com luz discreta. Os celulares Lumia, da Microsoft, preservam em seu espírito o design herdado da Nokia: cores brilhantes, bonitas coberturas foscas na parte de trás e a interface personalizável do Windows Phone, com blocos. A Motorola espera que as tampas traseiras intercambiáveis do seu Moto X, que incluem uma de couro e outra de bambu, além da opção de um monograma pessoal, seduzam consumidores. O design industrial será cada vez mais importante à medida que os dispositivos se tornarem mais personalizáveis -e fáceis de usar. O Apple Watch levou alguns a questionarem se ele seria suficientemente bonito para substituir relógios de grife como Michael Kors ou Rolex. "Produtos de tecnologia estão se aproximando do setor de sapatos, bolsas e chapéus", disse Brett Lovelady, fundador da empresa de design Astro Studios, que criou um dos primeiros aparelhos vestíveis a se popularizarem, o Nike FuelBand. Lovelady disse que o FuelBand funcionou porque tinha um design que passava uma mensagem de esportividade e força, mas também, fundamentalmente, porque o software motivava as pessoas com animações divertidas, recompensas e interações sociais. Segundo Maeda, start-ups criadas por designers vem sendo adquiridas por empresas conhecidas por priorizarem a tecnologia. Desde 2010, Google, Facebook, Adobe, Dropbox e Yahoo adquiriram start-ups voltadas para o design, segundo dados colhidos por Maeda. Ben Blumenfeld, codiretor da empresa de investimentos Designer Fund, disse que algumas empresas e experiências -especialmente as relacionadas a celulares- mostram às pessoas que os sistemas com os quais elas interagem diariamente poderiam ser bem melhores. "Os médicos estão começando a dizer: 'Espere aí, porque o meu sistema eletrônico de prontuários não funciona como os aplicativos do meu iPhone?'", disse. "A demanda por design em outras áreas aumentou." A verdadeira vitória do design consiste em levar em conta como determinada pessoa gostaria de usar um aplicativo, se comunicar ou fechar uma transação. Isso talvez signifique que profissionais habitualmente encarregados de tarefas associadas à produção deveriam aprender design e que novos empregos precisarão ser criados. Maeda diz que as empresas não se devem deixar enganar pela ideia de que a boa aparência basta para fazer sucesso. "Não é que o design seja mais importante que a tecnologia ou o modelo de negócios", afirmou. "Você precisa de ambos."
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Análise: Mesmo sob pressão, Felipe Nasr mostra seu cartão de visitas
Ser piloto de F-1 no Brasil não é fácil. A expectativa é sempre enorme e a responsabilidade de aparecer ao lado de nomes como Senna, Piquet e Fittipaldi não é fácil. A pressão sobre Felipe Nasr, que já era grande, ficou maior com o imbróglio judicial envolvendo a Sauber. Mas ele superou não só as suas expectativas, como as de seu time e a de um país carente de ídolos. O quinto lugar na Austrália não pode ser considerado apenas sorte. Sim, dos 20 carros que deveriam disputar a prova, cinco nem largaram e outros ficaram no caminho no início. Ainda assim, a performance de Nasr foi excelente para um estreante. Ganhou quatro posições na largada, lutou de igual para igual com Ferrari e Red Bull e mostrou capacidade de se concentrar em seu trabalho na pista em um final de semana em que seu time foi foco de atenção fora dela. Mostrou também que é capaz de aprender rapidamente um circuito, já que nunca havia corrido no Albert Park. Repetir tal performance deve ficar mais difícil, já que os times maiores devem evoluir e a Sauber, sem dinheiro suficiente, tende a estagnar. Mas a performance rendeu elogios até da Mercedes que, no Twitter, ressaltou o desempenho do piloto. Nasr já deixou o cartão de visitas.
esporte
Análise: Mesmo sob pressão, Felipe Nasr mostra seu cartão de visitasSer piloto de F-1 no Brasil não é fácil. A expectativa é sempre enorme e a responsabilidade de aparecer ao lado de nomes como Senna, Piquet e Fittipaldi não é fácil. A pressão sobre Felipe Nasr, que já era grande, ficou maior com o imbróglio judicial envolvendo a Sauber. Mas ele superou não só as suas expectativas, como as de seu time e a de um país carente de ídolos. O quinto lugar na Austrália não pode ser considerado apenas sorte. Sim, dos 20 carros que deveriam disputar a prova, cinco nem largaram e outros ficaram no caminho no início. Ainda assim, a performance de Nasr foi excelente para um estreante. Ganhou quatro posições na largada, lutou de igual para igual com Ferrari e Red Bull e mostrou capacidade de se concentrar em seu trabalho na pista em um final de semana em que seu time foi foco de atenção fora dela. Mostrou também que é capaz de aprender rapidamente um circuito, já que nunca havia corrido no Albert Park. Repetir tal performance deve ficar mais difícil, já que os times maiores devem evoluir e a Sauber, sem dinheiro suficiente, tende a estagnar. Mas a performance rendeu elogios até da Mercedes que, no Twitter, ressaltou o desempenho do piloto. Nasr já deixou o cartão de visitas.
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Jogo entre Inglaterra e França terá policiais armados após ataques
Quatro dias após os ataques terroristas em diversos pontos de Paris, incluindo o Stade de France, deixando 129 mortos, o amistoso entre Inglaterra e França, que será realizado nesta terça-feira (17), em Wembley, terá policiais armados nos arredores do estádio. O jogo está marcado para 18h (horário de Brasília). Embora tenha patrulhado os Jogos Olímpicos de Londres em 2012 e se tornado mais comum recentemente por temores de ataques militantes, a presença de policiais armados é geralmente pouco vista na Grã-Bretanha. O primeiro-ministro David Cameron, o prefeito Boris Johnson e o príncipe William são esperados para assistir à partida, onde torcedores ingleses serão encorajados a deixar a tradicional rivalidade futebolística de lado e cantar o hino nacional francês. A Polícia Metropolitana de Londres informou que vai mobilizar mais policiais para a partida. "Isto irá incluir oficiais extras e armados, que irão patrulhar os arredores de Wembley", disse o vice-comissário-assistente, Peter Terry. A polícia francesa realizou 128 operações durante a madrugada de terça-feira. CANCELADO O amistoso entre Bélgica e Espanha, marcado para esta terça-feira (17), em Bruxelas, foi cancelado por razões de segurança, segundo informações das federações de futebol dos dois países. A decisão foi tomada a partir de uma recomendação do governo belga, que aumentou o nível de alerta para terrorismo no país.
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Jogo entre Inglaterra e França terá policiais armados após ataquesQuatro dias após os ataques terroristas em diversos pontos de Paris, incluindo o Stade de France, deixando 129 mortos, o amistoso entre Inglaterra e França, que será realizado nesta terça-feira (17), em Wembley, terá policiais armados nos arredores do estádio. O jogo está marcado para 18h (horário de Brasília). Embora tenha patrulhado os Jogos Olímpicos de Londres em 2012 e se tornado mais comum recentemente por temores de ataques militantes, a presença de policiais armados é geralmente pouco vista na Grã-Bretanha. O primeiro-ministro David Cameron, o prefeito Boris Johnson e o príncipe William são esperados para assistir à partida, onde torcedores ingleses serão encorajados a deixar a tradicional rivalidade futebolística de lado e cantar o hino nacional francês. A Polícia Metropolitana de Londres informou que vai mobilizar mais policiais para a partida. "Isto irá incluir oficiais extras e armados, que irão patrulhar os arredores de Wembley", disse o vice-comissário-assistente, Peter Terry. A polícia francesa realizou 128 operações durante a madrugada de terça-feira. CANCELADO O amistoso entre Bélgica e Espanha, marcado para esta terça-feira (17), em Bruxelas, foi cancelado por razões de segurança, segundo informações das federações de futebol dos dois países. A decisão foi tomada a partir de uma recomendação do governo belga, que aumentou o nível de alerta para terrorismo no país.
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Mortes: A divertida e espirituosa mãe de oito filhos
Quando a escola de Maria Helena, filha de Sylvia Borba Leite de Moraes, pediu que a garota de oito anos levasse uma boneca para a aula, a menina se frustrou, pois as que tinha estavam zarolhas ou carecas graças ao vandalismo juvenil dos irmãos homens. Sylvia não teve dúvidas: adornou outra filha, Maria Alice, com dois anos à época, e fez dela a boneca viva de Maria Helena. Foi um sucesso. Divertida e espirituosa, Sylvia nasceu em São Paulo (SP). Segundo a família, herdou o bom humor da mãe, farmacêutica, que deu a Sylvia cinco irmãos e a responsabilidade de ajudar a cuidar deles. Concluiu o ensino médio em casa. Mesmo com os estudos privados, não encarava a matemática com simpatia. Seu gosto intelectual se voltou para as línguas -falava francês e inglês fluentemente- e outras humanidades. Estudou filosofia, ciências e letras no Sedes Sapientae, na capital, como ouvinte. Conseguiu validar seu diploma após completar o supletivo, na década de 1970, depois de ter oito filhos com o marido Oswaldo, morto em 2011. Fez um curso em educação especial, por causa de um dos filhos, com deficiência. Trabalhou na escola em que ele estudava e em uma clínica, dedicando-se à alfabetização. Quando uma de suas empregadas tinha alguma dificuldade com as letras, ajudava-as. Era muito distraída, característica que acabou dificultando o diagnóstico, nos anos 1990, do mal de Alzheimer que começava a afetá-la. Morreu na segunda-feira (25), aos 93 anos, devido ao agravamento da doença. Deixa oito filhos, 13 netos e oito bisnetos, um a caminho. coluna.obituario@uol.com.br - MORTES ESTHER FRANKENTHAL KIGNEL - Aos 93, deixa os filhos Rubens, Silvia e Ricardo, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. ROSA MARIA BURGLI (ROSEMARIE SUTER) - Aos 82, casada com Carlos Burgli. Deixa as filhas Carmen e Andrea. Cemitério da Paz. SHEVA WAIMBERG - Aos 79, deixa os filhos Sergio e Claudio, e netos. Cemitério Israelita do Butantã. UBALDINA SILVA ALVES DOS SANTOS - Aos 99, viúva de Silvio Alves dos Santos. Cemitério da Consolação. * 7º DIA ABRAHÃO ZARZUR - Hoje (28/5), às 12h45 na igreja N. S. do Brasil, praça N. S. do Brasil, Jardim Paulista. ARTHUR LEMOS BRITTO - Amanhã (29/5), ao meio-dia, na paróquia de São José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa. MARIA CECÍLIA PINHEIRO PASSOS - Hoje (28/5), às 18h, na igreja Santuário Santa Cruz da Reconciliação, r. Valdomiro Fleury, 180, Butantã. MARIA LUCIA GARCIA CAVINATO - Amanhã (29/5), ao meio-dia, na paróquia São Dimas, r. Domingos Fernandes, 588, Vila Nova Conceição. MAURO ARRUDA DE OLIVEIRA - viúvo de Neyde Moraes Arruda de Oliveira, falecido em 22/5. Hoje (28/5), às 19h, na cap. do Col. N. Sra. do Sion, av. Higienópolis, 983, Higienópolis. RUBENS ABUTARA - Amanhã (29/5), às 12h45, na igreja N. S. do Brasil, praça N. S. do Brasil, Jardim Paulista. VALENTIM SANTOS NETO - Amanhã (29/5), às 20h, na paróquia N. S. de Fátima, av. Imirim, 1.410, Imirim. ZILDA GAMA PEREIRA NASCIMENTO - Hoje (28/5), às 20h, na paróquia São Lucas Evangelista, km 11 da rodovia Raposo Tavares, praça João Manuel Gabi Fontan. * 30º DIA PEDRO DEMATTIO - Hoje (28/5), às 20h, na igreja N. S. do Rosário, na av. Pompeia, 1.250. Pompeia. VERA BRITO BASTOS FALCONE - Hoje (28/5), às 18h30, na par. de S. Gabriel, av. S. Gabriel, 108. Jd. Paulista. * 1º ANO MARCOS UBIRATAN ABRÃO - Hoje (28/5), às 19h, na ig. S. Luiz Gonzaga, av. Paulista, 2.378, Cerqueira César. * 2º ANO TEREZA MARIA SALLES DA COSTA LIMA - Hoje (28/5), às 18h30 na paróquia N. S. de Assunção, al. Lorena, 665-A, Jd. Paulista.
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Mortes: A divertida e espirituosa mãe de oito filhosQuando a escola de Maria Helena, filha de Sylvia Borba Leite de Moraes, pediu que a garota de oito anos levasse uma boneca para a aula, a menina se frustrou, pois as que tinha estavam zarolhas ou carecas graças ao vandalismo juvenil dos irmãos homens. Sylvia não teve dúvidas: adornou outra filha, Maria Alice, com dois anos à época, e fez dela a boneca viva de Maria Helena. Foi um sucesso. Divertida e espirituosa, Sylvia nasceu em São Paulo (SP). Segundo a família, herdou o bom humor da mãe, farmacêutica, que deu a Sylvia cinco irmãos e a responsabilidade de ajudar a cuidar deles. Concluiu o ensino médio em casa. Mesmo com os estudos privados, não encarava a matemática com simpatia. Seu gosto intelectual se voltou para as línguas -falava francês e inglês fluentemente- e outras humanidades. Estudou filosofia, ciências e letras no Sedes Sapientae, na capital, como ouvinte. Conseguiu validar seu diploma após completar o supletivo, na década de 1970, depois de ter oito filhos com o marido Oswaldo, morto em 2011. Fez um curso em educação especial, por causa de um dos filhos, com deficiência. Trabalhou na escola em que ele estudava e em uma clínica, dedicando-se à alfabetização. Quando uma de suas empregadas tinha alguma dificuldade com as letras, ajudava-as. Era muito distraída, característica que acabou dificultando o diagnóstico, nos anos 1990, do mal de Alzheimer que começava a afetá-la. Morreu na segunda-feira (25), aos 93 anos, devido ao agravamento da doença. Deixa oito filhos, 13 netos e oito bisnetos, um a caminho. coluna.obituario@uol.com.br - MORTES ESTHER FRANKENTHAL KIGNEL - Aos 93, deixa os filhos Rubens, Silvia e Ricardo, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. ROSA MARIA BURGLI (ROSEMARIE SUTER) - Aos 82, casada com Carlos Burgli. Deixa as filhas Carmen e Andrea. Cemitério da Paz. SHEVA WAIMBERG - Aos 79, deixa os filhos Sergio e Claudio, e netos. Cemitério Israelita do Butantã. UBALDINA SILVA ALVES DOS SANTOS - Aos 99, viúva de Silvio Alves dos Santos. Cemitério da Consolação. * 7º DIA ABRAHÃO ZARZUR - Hoje (28/5), às 12h45 na igreja N. S. do Brasil, praça N. S. do Brasil, Jardim Paulista. ARTHUR LEMOS BRITTO - Amanhã (29/5), ao meio-dia, na paróquia de São José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa. MARIA CECÍLIA PINHEIRO PASSOS - Hoje (28/5), às 18h, na igreja Santuário Santa Cruz da Reconciliação, r. Valdomiro Fleury, 180, Butantã. MARIA LUCIA GARCIA CAVINATO - Amanhã (29/5), ao meio-dia, na paróquia São Dimas, r. Domingos Fernandes, 588, Vila Nova Conceição. MAURO ARRUDA DE OLIVEIRA - viúvo de Neyde Moraes Arruda de Oliveira, falecido em 22/5. Hoje (28/5), às 19h, na cap. do Col. N. Sra. do Sion, av. Higienópolis, 983, Higienópolis. RUBENS ABUTARA - Amanhã (29/5), às 12h45, na igreja N. S. do Brasil, praça N. S. do Brasil, Jardim Paulista. VALENTIM SANTOS NETO - Amanhã (29/5), às 20h, na paróquia N. S. de Fátima, av. Imirim, 1.410, Imirim. ZILDA GAMA PEREIRA NASCIMENTO - Hoje (28/5), às 20h, na paróquia São Lucas Evangelista, km 11 da rodovia Raposo Tavares, praça João Manuel Gabi Fontan. * 30º DIA PEDRO DEMATTIO - Hoje (28/5), às 20h, na igreja N. S. do Rosário, na av. Pompeia, 1.250. Pompeia. VERA BRITO BASTOS FALCONE - Hoje (28/5), às 18h30, na par. de S. Gabriel, av. S. Gabriel, 108. Jd. Paulista. * 1º ANO MARCOS UBIRATAN ABRÃO - Hoje (28/5), às 19h, na ig. S. Luiz Gonzaga, av. Paulista, 2.378, Cerqueira César. * 2º ANO TEREZA MARIA SALLES DA COSTA LIMA - Hoje (28/5), às 18h30 na paróquia N. S. de Assunção, al. Lorena, 665-A, Jd. Paulista.
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Saída de Neymar, salários e dívida com cartola explicam crise no Santos
Ao se sentar pela primeira vez na cadeira de presidente, Modesto Roma Júnior se lembrou do pai, dirigente histórico do clube nos anos 60 e mandatário entre 1975 e 1978. "Ele sempre dizia que as pessoas passam e o Santos fica. Não penso nas pessoas. Penso no Santos. Não me desespero", resumiu à Folha. Com dívidas de cerca de R$ 400 milhões, o Santos vive uma das mais profundas crises de sua história. As razões que levaram o clube a essa situação são diversas. Estão no pacote a incapacidade de obter novas fontes de renda após a saída de Neymar; dívidas com o ex-presidente Marcelo Teixeira; e salários altos de atletas. E ainda, para a tristeza do torcedor, apostas mal-sucedidas no futebol. As consequências vieram à tona nas últimas semanas. Segundo o presidente, nenhuma conta do clube foi paga nos últimos quatro meses –ele teve de renegociar até dívidas pendentes de água e luz. Atletas como o volante Arouca e o lateral Mena entraram na Justiça para reclamar de salários atrasados. Até o gramado sente a crise. A manutenção deixou de ser feita em outubro. A nova diretoria atribui as dificuldades financeiras às gestões de Luis Alvaro de Oliveira (2010-2013) e Odílio Rodrigues Filho (2013-2014). "O presidente Modesto Roma sempre dizia na campanha que a situação financeira era péssima, chegando a afirmar que 'o clube está quebrado'. Esperava-se que tivesse um plano de contingência", disse à Folha Pedro Luiz Nunes Conceição. Ele foi diretor de futebol na administração de Luis Alvaro e integrante do comitê de gestão do Santos quando Odílio era presidente. "Já passou da hora de o presidente Modesto arregaçar as mangas e parar de reclamar", completa Nunes Conceição, citando que, quando seu grupo político assumiu o clube, no final de 2009, a situação financeira também era muito difícil. Na época, foram necessários R$ 13,7 milhões para acertar salários atrasados, direitos de imagem, impostos e fornecedores. Tudo foi quitado, segundo o ex-diretor. "Eu passei por uma cirurgia na semana passada. Meu médico recomendou repouso", disse Luis Alvaro, pedindo para não falar sobre seu período no comando. SAÍDA DE NEYMAR "O Santos não se preparou para vender o Neymar. E não se recuperou disso até agora", afirma Fernando Silva, candidato derrotado à presidência do clube na eleição do final do ano passado. Entre 2010 e 2012, parecia que tudo o que a diretoria do Santos tocava virava ouro. Vieram títulos, como a Libertadores de 2011, e os patrocinadores faziam fila para associar suas marcas a Neymar. Entre 2010 e 2011, o faturamento cresceu 62%. A festa acabou em 2013. Para contar com Neymar, o Barcelona pagou uma quantia entre € 86 milhões e € 95 milhões (o valor real está sob investigação pela Justiça espanhola). Sozinho, o pai de Neymar ficou com € 50 milhões (R$ 151 milhões). Foram € 10 milhões de entrada e outros € 40 milhões quando a negociação foi fechada. Coube ao Santos menos do que os torcedores do time poderiam supor, cerca de € 25 milhões (aproximadamente metade do valor que ficou com o pai de Neymar). O restante do dinheiro - entre € 11 milhões e € 20 milhões - foi dividido em comissões para intermediários. A saída do astro levou à redução expressiva do apelo do Santos entre patrocinadores. Mas o maior revés se deu dentro de campo. Desde então, o time não conquistou nenhum título profissional. Os investimentos no futebol resultaram em decepções. A maior delas foi Leandro Damião, a mais cara contratação da história do time. Foram € 13 milhões emprestados pelo fundo de investimento Doyen Sports. Apesar dos pedidos de conselheiros, a diretoria da última gestão nunca mostrou a íntegra desse contrato. Damião marcou só 11 gols. Com salário de R$ 500 mil e mais R$ 50 mil de auxílio-moradia, cada gol dele custou R$ 600 mil ao clube. A relação do clube com a Doyen, aliás, tem sido colocada sob suspeita. Uma das metas da nova comissão fiscal, que tomou posse na última quinta, é descobrir detalhes da venda de porcentagens dos direitos econômicos dos jogadores Gabriel e Geuvânio para a Doyen. Feita nas últimas semanas do mandato de Odilio, a negociação é contestada por associados, que avaliam acionar a Justiça. Segundo o estatuto, a transação teria de ser aprovada pelo conselho deliberativo, o que não ocorreu. A defesa dos aliados da antiga administração é que os direitos federativos não poderiam ser vendidos, mas os direitos econômicos, sim. Foi o que aconteceu. O dinheiro obtido, cerca de R$ 18 milhões, foi utilizado para quitar empréstimos bancários feitos pelo clube nos bancos Itaú, Bic e BMG. A atual administração diz que vai apurar quem eram os avalistas dessas negociações. Na última semana, a reportagem ligou diversas vezes para o ex-presidente Odílio, que não respondeu às ligações. SALÁRIOS ALTOS Os salários vultosos pagos pelo Santos nos últimos anos ajudaram a ampliar a crise. De saída do time, com o Corinthians como provável destino, o zagueiro Edu Dracena, por exemplo, recebia cerca de R$ 300 mil por mês. Por incrível que pareça, para os novos gestores, não é ruim que Mena, Arouca e Damião, entre outros, tenham acionado a Justiça. Assim, o Santos não se sente mais obrigado a pagá-los e empurra a dívida para o futuro. A esperança é que, até lá, haja dinheiro para saldar acordos. Entre os altos salários, o único que Roma Júnior quer manter é o de Robinho (cerca de R$ 500 mil por mês). O CREDOR Presidente entre 2000 e 2009, Marcelo Teixeira deixou o cargo como credor em cerca de R$ 20 milhões. Durante a gestão Luis Alvaro, ele fez acordo com o clube, que ameaçava lhe dar calote. Perdoou uma parte do débito e parcelou o restante. Desde então, o Santos lhe paga todo mês cerca de R$ 480 mil, pouco menos do que o salário de Robinho. O débito será quitado só em agosto de 2017, três meses antes do fim do mandato de Roma Jr. Teixeira foi o maior responsável pela eleição do atual mandatário e, reservadamente, tem ajudado essa gestão a pagar contas mais urgentes. Ele não deu declarações oficiais e tampouco atendeu às ligações da Folha.
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Saída de Neymar, salários e dívida com cartola explicam crise no SantosAo se sentar pela primeira vez na cadeira de presidente, Modesto Roma Júnior se lembrou do pai, dirigente histórico do clube nos anos 60 e mandatário entre 1975 e 1978. "Ele sempre dizia que as pessoas passam e o Santos fica. Não penso nas pessoas. Penso no Santos. Não me desespero", resumiu à Folha. Com dívidas de cerca de R$ 400 milhões, o Santos vive uma das mais profundas crises de sua história. As razões que levaram o clube a essa situação são diversas. Estão no pacote a incapacidade de obter novas fontes de renda após a saída de Neymar; dívidas com o ex-presidente Marcelo Teixeira; e salários altos de atletas. E ainda, para a tristeza do torcedor, apostas mal-sucedidas no futebol. As consequências vieram à tona nas últimas semanas. Segundo o presidente, nenhuma conta do clube foi paga nos últimos quatro meses –ele teve de renegociar até dívidas pendentes de água e luz. Atletas como o volante Arouca e o lateral Mena entraram na Justiça para reclamar de salários atrasados. Até o gramado sente a crise. A manutenção deixou de ser feita em outubro. A nova diretoria atribui as dificuldades financeiras às gestões de Luis Alvaro de Oliveira (2010-2013) e Odílio Rodrigues Filho (2013-2014). "O presidente Modesto Roma sempre dizia na campanha que a situação financeira era péssima, chegando a afirmar que 'o clube está quebrado'. Esperava-se que tivesse um plano de contingência", disse à Folha Pedro Luiz Nunes Conceição. Ele foi diretor de futebol na administração de Luis Alvaro e integrante do comitê de gestão do Santos quando Odílio era presidente. "Já passou da hora de o presidente Modesto arregaçar as mangas e parar de reclamar", completa Nunes Conceição, citando que, quando seu grupo político assumiu o clube, no final de 2009, a situação financeira também era muito difícil. Na época, foram necessários R$ 13,7 milhões para acertar salários atrasados, direitos de imagem, impostos e fornecedores. Tudo foi quitado, segundo o ex-diretor. "Eu passei por uma cirurgia na semana passada. Meu médico recomendou repouso", disse Luis Alvaro, pedindo para não falar sobre seu período no comando. SAÍDA DE NEYMAR "O Santos não se preparou para vender o Neymar. E não se recuperou disso até agora", afirma Fernando Silva, candidato derrotado à presidência do clube na eleição do final do ano passado. Entre 2010 e 2012, parecia que tudo o que a diretoria do Santos tocava virava ouro. Vieram títulos, como a Libertadores de 2011, e os patrocinadores faziam fila para associar suas marcas a Neymar. Entre 2010 e 2011, o faturamento cresceu 62%. A festa acabou em 2013. Para contar com Neymar, o Barcelona pagou uma quantia entre € 86 milhões e € 95 milhões (o valor real está sob investigação pela Justiça espanhola). Sozinho, o pai de Neymar ficou com € 50 milhões (R$ 151 milhões). Foram € 10 milhões de entrada e outros € 40 milhões quando a negociação foi fechada. Coube ao Santos menos do que os torcedores do time poderiam supor, cerca de € 25 milhões (aproximadamente metade do valor que ficou com o pai de Neymar). O restante do dinheiro - entre € 11 milhões e € 20 milhões - foi dividido em comissões para intermediários. A saída do astro levou à redução expressiva do apelo do Santos entre patrocinadores. Mas o maior revés se deu dentro de campo. Desde então, o time não conquistou nenhum título profissional. Os investimentos no futebol resultaram em decepções. A maior delas foi Leandro Damião, a mais cara contratação da história do time. Foram € 13 milhões emprestados pelo fundo de investimento Doyen Sports. Apesar dos pedidos de conselheiros, a diretoria da última gestão nunca mostrou a íntegra desse contrato. Damião marcou só 11 gols. Com salário de R$ 500 mil e mais R$ 50 mil de auxílio-moradia, cada gol dele custou R$ 600 mil ao clube. A relação do clube com a Doyen, aliás, tem sido colocada sob suspeita. Uma das metas da nova comissão fiscal, que tomou posse na última quinta, é descobrir detalhes da venda de porcentagens dos direitos econômicos dos jogadores Gabriel e Geuvânio para a Doyen. Feita nas últimas semanas do mandato de Odilio, a negociação é contestada por associados, que avaliam acionar a Justiça. Segundo o estatuto, a transação teria de ser aprovada pelo conselho deliberativo, o que não ocorreu. A defesa dos aliados da antiga administração é que os direitos federativos não poderiam ser vendidos, mas os direitos econômicos, sim. Foi o que aconteceu. O dinheiro obtido, cerca de R$ 18 milhões, foi utilizado para quitar empréstimos bancários feitos pelo clube nos bancos Itaú, Bic e BMG. A atual administração diz que vai apurar quem eram os avalistas dessas negociações. Na última semana, a reportagem ligou diversas vezes para o ex-presidente Odílio, que não respondeu às ligações. SALÁRIOS ALTOS Os salários vultosos pagos pelo Santos nos últimos anos ajudaram a ampliar a crise. De saída do time, com o Corinthians como provável destino, o zagueiro Edu Dracena, por exemplo, recebia cerca de R$ 300 mil por mês. Por incrível que pareça, para os novos gestores, não é ruim que Mena, Arouca e Damião, entre outros, tenham acionado a Justiça. Assim, o Santos não se sente mais obrigado a pagá-los e empurra a dívida para o futuro. A esperança é que, até lá, haja dinheiro para saldar acordos. Entre os altos salários, o único que Roma Júnior quer manter é o de Robinho (cerca de R$ 500 mil por mês). O CREDOR Presidente entre 2000 e 2009, Marcelo Teixeira deixou o cargo como credor em cerca de R$ 20 milhões. Durante a gestão Luis Alvaro, ele fez acordo com o clube, que ameaçava lhe dar calote. Perdoou uma parte do débito e parcelou o restante. Desde então, o Santos lhe paga todo mês cerca de R$ 480 mil, pouco menos do que o salário de Robinho. O débito será quitado só em agosto de 2017, três meses antes do fim do mandato de Roma Jr. Teixeira foi o maior responsável pela eleição do atual mandatário e, reservadamente, tem ajudado essa gestão a pagar contas mais urgentes. Ele não deu declarações oficiais e tampouco atendeu às ligações da Folha.
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Governo finaliza documento para concluir extradição de Pizzolato
O governo brasileiro fechou na manhã deste sábado (11) a carta de compromissos que enviará ao Estado italiano na tentativa de conseguir a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão. O texto foi finalizado em reunião entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães, que é subsecretário-geral das Comunidades brasileiras no exterior. O Ministério da Justiça não divulgou o teor do documento, o que só deve acontecer na segunda-feira, quando vencerá o prazo para enviá-lo à Itália. Pizolatto está preso na cidade italiana de Módena. Em fevereiro deste ano, o Judiciário daquele país decidiu pela extradição do réu. A defesa do ex-diretor do Banco do Brasil, porém, argumenta que a estrutura penitenciária brasileira não oferece condições mínimas de segurança a Pizzolato. A tendência é que a correspondência, finalizada neste sábado, contenha compromissos relativos a esse tema, com o objetivo de convencer as autoridades italianas de que Pizzolato pode cumprir pena no Brasil, possivelmente no presídio da Papuda, em Brasília, sem riscos para sua integridade física. REVIRAVOLTA Em novembro do ano passado, a Corte de Apelação de Bolonha recusou o pedido de extradição, sob justificativa de que o Brasil não ofereceu garantias de segurança ao condenado. Três meses depois, no entanto, a Corte de Cassação da Itália acatou o recurso que beneficiava o governo brasileiro, revertendo a decisão anterior, e decidiu pela extradição.
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Governo finaliza documento para concluir extradição de PizzolatoO governo brasileiro fechou na manhã deste sábado (11) a carta de compromissos que enviará ao Estado italiano na tentativa de conseguir a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão. O texto foi finalizado em reunião entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães, que é subsecretário-geral das Comunidades brasileiras no exterior. O Ministério da Justiça não divulgou o teor do documento, o que só deve acontecer na segunda-feira, quando vencerá o prazo para enviá-lo à Itália. Pizolatto está preso na cidade italiana de Módena. Em fevereiro deste ano, o Judiciário daquele país decidiu pela extradição do réu. A defesa do ex-diretor do Banco do Brasil, porém, argumenta que a estrutura penitenciária brasileira não oferece condições mínimas de segurança a Pizzolato. A tendência é que a correspondência, finalizada neste sábado, contenha compromissos relativos a esse tema, com o objetivo de convencer as autoridades italianas de que Pizzolato pode cumprir pena no Brasil, possivelmente no presídio da Papuda, em Brasília, sem riscos para sua integridade física. REVIRAVOLTA Em novembro do ano passado, a Corte de Apelação de Bolonha recusou o pedido de extradição, sob justificativa de que o Brasil não ofereceu garantias de segurança ao condenado. Três meses depois, no entanto, a Corte de Cassação da Itália acatou o recurso que beneficiava o governo brasileiro, revertendo a decisão anterior, e decidiu pela extradição.
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Conselho da Petrobras reúne-se no dia 27 de janeiro para aprovar balanço
Os dez integrantes do conselho de administração da Petrobras já têm uma data para discutir e aprovar as demonstrações financeiras do terceiro trimestre da companhia, atrasadas desde 14 de novembro do ano passado. A Folha apurou que o grupo vai se reunir no dia 27 de janeiro para avaliar as demonstrações contábeis elaboradas pela companhia, ainda sem aval de sua empresa contratada de auditoria, a PwC, como exige a legislação do mercado de capitais. Tradicionalmente, a divulgação dos resultados da Petrobras acontece no mesmo dia em que os conselheiros assinam o balanço contábil. O atraso se deve à necessidade de baixa nos valores de ativos inflados por contratos superfaturados, devido ao esquema de pagamento de propina revelado nas investigações da Operação Lava Jato. É previsto, nesse balanço, uma "grande baixa nos ativos", referentes a tais descontos. Essa baixa será lançada como despesa, logo, há um risco potencial de grande impacto em seu lucro no período. Em reunião nesta terça-feira (13), conselheiros de administração da Petrobras julgaram ser "possível" entregar o balanço auditado do terceiro trimestre em 30 de maio de 2015. A reunião foi presidida pela ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior. O presidente do conselho, Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, não participou, sub justificativa de estar viajando. Seu nome ainda não foi substituído. Mais do que uma expectativa, a data é uma necessidade, uma vez que, se não atendida, credores da Petrobras determinarão a antecipação do vencimento de US$ 70 bilhões em dívidas da Petrobras, segundo pessoa ligada à administração da Petrobras. Tal valor corresponderia a mais de 60% da enorme dívida da empresa, de R$ 307 bilhões. Em outubro, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa relatou à Justiça a existência de um esquema de corrupção, com a participação de um grupo de empreiteiras, a partir de contratos firmados em grandes empreendimentos e negócios da companhia. Ele dirigiu a área de abastecimento entre 2004 e 2012. Segundo Costa, as empreiteiras atuavam em cartel para fraudar licitações. Parte das propinas era desviada, de acordo com o depoimento, para partidos políticos. Um percentual adicional de 3%, de acordo com seu depoimento, era cobrado dos contratos para abastecer o esquema. A denúncia levou a PwC a exigir da Petrobras, em outubro, o aprofundamento das investigações, sob pena de não assinar seu balanço do terceiro trimestre, e, em último caso, levar o caso às autoridades no Brasil e nos Estados Unidos, onde a Petrobras negocia ações. O aval de auditores no balanço contábil é exigência feita às empresas que negociam ações pelas leis que regem o mercado de capitais. Credores também exigem apresentação das demonstrações auditadas, sob pena de determinarem o pagamento antecipado das dívidas. Por este motivo, a Petrobras não pôde atender o prazo legal para divulgação do balanço auditado do terceiro trimestre, que era 14 de novembro. A baixa dos ativos será estimada a partir de "provas emprestadas" da Lava Jato, explicou em novembro a presidente da Petrobras, Graça Foster. O percentual de 3% seria um parâmetro para tal ajuste. A reunião desta terça-feira durou mais de oito horas. Além da escolha do novo diretor de governança da Petrobras –o engenheiro João Elek– e do andamento das providências para fechamento do balanço, foram discutidos os cenários para a Petrobras este ano, diante dos preços de petróleo em queda e do dólar em alta. Diversos cenários foram analisados. Nos mais pessimistas, com barril próximo do atual patamar de US$ 50 e dólar a US$ 2,70, a empresa será obrigada a buscar recursos no mercado, o que seria inviável sem um balanço auditado. A expectativa da gestão da Petrobras, porém, é que os preços do petróleo se recuperem e fechem o ano a US$ 70 e dólar a US$ 2,58, cenário mais favorável à companhia.
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Conselho da Petrobras reúne-se no dia 27 de janeiro para aprovar balançoOs dez integrantes do conselho de administração da Petrobras já têm uma data para discutir e aprovar as demonstrações financeiras do terceiro trimestre da companhia, atrasadas desde 14 de novembro do ano passado. A Folha apurou que o grupo vai se reunir no dia 27 de janeiro para avaliar as demonstrações contábeis elaboradas pela companhia, ainda sem aval de sua empresa contratada de auditoria, a PwC, como exige a legislação do mercado de capitais. Tradicionalmente, a divulgação dos resultados da Petrobras acontece no mesmo dia em que os conselheiros assinam o balanço contábil. O atraso se deve à necessidade de baixa nos valores de ativos inflados por contratos superfaturados, devido ao esquema de pagamento de propina revelado nas investigações da Operação Lava Jato. É previsto, nesse balanço, uma "grande baixa nos ativos", referentes a tais descontos. Essa baixa será lançada como despesa, logo, há um risco potencial de grande impacto em seu lucro no período. Em reunião nesta terça-feira (13), conselheiros de administração da Petrobras julgaram ser "possível" entregar o balanço auditado do terceiro trimestre em 30 de maio de 2015. A reunião foi presidida pela ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior. O presidente do conselho, Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, não participou, sub justificativa de estar viajando. Seu nome ainda não foi substituído. Mais do que uma expectativa, a data é uma necessidade, uma vez que, se não atendida, credores da Petrobras determinarão a antecipação do vencimento de US$ 70 bilhões em dívidas da Petrobras, segundo pessoa ligada à administração da Petrobras. Tal valor corresponderia a mais de 60% da enorme dívida da empresa, de R$ 307 bilhões. Em outubro, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa relatou à Justiça a existência de um esquema de corrupção, com a participação de um grupo de empreiteiras, a partir de contratos firmados em grandes empreendimentos e negócios da companhia. Ele dirigiu a área de abastecimento entre 2004 e 2012. Segundo Costa, as empreiteiras atuavam em cartel para fraudar licitações. Parte das propinas era desviada, de acordo com o depoimento, para partidos políticos. Um percentual adicional de 3%, de acordo com seu depoimento, era cobrado dos contratos para abastecer o esquema. A denúncia levou a PwC a exigir da Petrobras, em outubro, o aprofundamento das investigações, sob pena de não assinar seu balanço do terceiro trimestre, e, em último caso, levar o caso às autoridades no Brasil e nos Estados Unidos, onde a Petrobras negocia ações. O aval de auditores no balanço contábil é exigência feita às empresas que negociam ações pelas leis que regem o mercado de capitais. Credores também exigem apresentação das demonstrações auditadas, sob pena de determinarem o pagamento antecipado das dívidas. Por este motivo, a Petrobras não pôde atender o prazo legal para divulgação do balanço auditado do terceiro trimestre, que era 14 de novembro. A baixa dos ativos será estimada a partir de "provas emprestadas" da Lava Jato, explicou em novembro a presidente da Petrobras, Graça Foster. O percentual de 3% seria um parâmetro para tal ajuste. A reunião desta terça-feira durou mais de oito horas. Além da escolha do novo diretor de governança da Petrobras –o engenheiro João Elek– e do andamento das providências para fechamento do balanço, foram discutidos os cenários para a Petrobras este ano, diante dos preços de petróleo em queda e do dólar em alta. Diversos cenários foram analisados. Nos mais pessimistas, com barril próximo do atual patamar de US$ 50 e dólar a US$ 2,70, a empresa será obrigada a buscar recursos no mercado, o que seria inviável sem um balanço auditado. A expectativa da gestão da Petrobras, porém, é que os preços do petróleo se recuperem e fechem o ano a US$ 70 e dólar a US$ 2,58, cenário mais favorável à companhia.
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Imposto novo com picolé e Nutella
Quem olha a receita minguante do governo se pergunta qual vai ser a mágica que Michel Temer e companhia vão fazer para não cobrar mais impostos no ano que vem. Melhor repetir: sem imposto novo, vai ser muito difícil evitar estouro da meta de deficit já bem gorda de 2017. Isso com "teto" e tudo. Quem vai prestar atenção? Estamos entre o Natal e o Ano Novo. Há mortos ilustres e queridos para confirmar de modo aleatório nossa tendência correta de achar que 2016 foi especialmente horrível. Há o calor. Há a fofoca boba sobre os gastos com picolés e com o café da manhã cafona do avião presidencial. Há até batidas da Polícia Federal nas gráficas fantasmagóricas da campanha Dilma-Temer 2014. A concorrência do noticiário é mais desleal. Mas convém prestar atenção. A receita de impostos do governo nos 12 meses até novembro foi a menor desde meados de 2001. Isto é, faz 15 anos, uma desgraça velha com idade de debutante de tempos antigos. A conta aqui é a da receita como proporção do PIB, desconsiderada a arrecadação extra com o dinheiro dos impostos da "repatriação" (dinheiro ilegal no exterior, declarado neste ano à Receita). Um cidadão prestante, que procure manter algum otimismo, pode dizer, por exemplo, que a arrecadação está enfim caindo mais devagar; que "talvez vire", saia do vermelho, em algum momento de 2017. Além do mais, pode dizer que vai haver nova rodada de "repatriação" em 2017. Pode dizer até que vai haver alguma concessão de obra de infraestrutura ou outro tipo de leilão público, com o qual se pode recolher mais alguns trocados de bilhões. É possível que se cate mais algum dinheiro com o novo programa de refinanciamento de dívidas de empresas com o fisco. Mesmo assim, a conta está difícil de fechar. "Fechar", aqui, significa apenas que o governo teria atingido sua meta de redução de deficit, no entanto ainda enorme. Como a receita aumentaria, de resto, com uma economia estagnada? O governo está gastando mais? Na verdade, não. Está pagando mais contas velhas. A despesa do governo acumulada em 12 meses caía de setembro de 2015 a agosto de 2016 (comparada com a do ano anterior, desconsiderados os gastos com "pedaladas"), se excluídos os gastos com Previdência. Sempre crescente, essa despesa foi piorada pela desgraça da recessão. Coloque-se um grão de sal nessas contas previdenciárias, pois houve mudanças de datas de pagamentos importantes e muitas greves nos últimos anos. A concessão de benefícios foi prejudicada e, quando se normaliza, altera de modo meio caótico os fluxos de pagamentos. Isto posto, a despesa cresce, de qualquer modo; não se sabe com precisão em qual ritmo, a cada momento. O deficit primário, de qualquer modo, cresce. Chegou a 2,31% do PIB, em 12 meses. Nessa conta, são desconsideradas as receitas do imposto sobre a "repatriação" e as despesas extraordinárias de dezembro de 2015 com pagamento de pedaladas. Por quê? Para que se tenha alguma ideia menos anormal do que tem acontecido com receita e despesa. É o maior deficit de que se tem registro, desde 1997, quando passou a haver estatística comparável. Isso tudo tem cara de imposto novo.
colunas
Imposto novo com picolé e NutellaQuem olha a receita minguante do governo se pergunta qual vai ser a mágica que Michel Temer e companhia vão fazer para não cobrar mais impostos no ano que vem. Melhor repetir: sem imposto novo, vai ser muito difícil evitar estouro da meta de deficit já bem gorda de 2017. Isso com "teto" e tudo. Quem vai prestar atenção? Estamos entre o Natal e o Ano Novo. Há mortos ilustres e queridos para confirmar de modo aleatório nossa tendência correta de achar que 2016 foi especialmente horrível. Há o calor. Há a fofoca boba sobre os gastos com picolés e com o café da manhã cafona do avião presidencial. Há até batidas da Polícia Federal nas gráficas fantasmagóricas da campanha Dilma-Temer 2014. A concorrência do noticiário é mais desleal. Mas convém prestar atenção. A receita de impostos do governo nos 12 meses até novembro foi a menor desde meados de 2001. Isto é, faz 15 anos, uma desgraça velha com idade de debutante de tempos antigos. A conta aqui é a da receita como proporção do PIB, desconsiderada a arrecadação extra com o dinheiro dos impostos da "repatriação" (dinheiro ilegal no exterior, declarado neste ano à Receita). Um cidadão prestante, que procure manter algum otimismo, pode dizer, por exemplo, que a arrecadação está enfim caindo mais devagar; que "talvez vire", saia do vermelho, em algum momento de 2017. Além do mais, pode dizer que vai haver nova rodada de "repatriação" em 2017. Pode dizer até que vai haver alguma concessão de obra de infraestrutura ou outro tipo de leilão público, com o qual se pode recolher mais alguns trocados de bilhões. É possível que se cate mais algum dinheiro com o novo programa de refinanciamento de dívidas de empresas com o fisco. Mesmo assim, a conta está difícil de fechar. "Fechar", aqui, significa apenas que o governo teria atingido sua meta de redução de deficit, no entanto ainda enorme. Como a receita aumentaria, de resto, com uma economia estagnada? O governo está gastando mais? Na verdade, não. Está pagando mais contas velhas. A despesa do governo acumulada em 12 meses caía de setembro de 2015 a agosto de 2016 (comparada com a do ano anterior, desconsiderados os gastos com "pedaladas"), se excluídos os gastos com Previdência. Sempre crescente, essa despesa foi piorada pela desgraça da recessão. Coloque-se um grão de sal nessas contas previdenciárias, pois houve mudanças de datas de pagamentos importantes e muitas greves nos últimos anos. A concessão de benefícios foi prejudicada e, quando se normaliza, altera de modo meio caótico os fluxos de pagamentos. Isto posto, a despesa cresce, de qualquer modo; não se sabe com precisão em qual ritmo, a cada momento. O deficit primário, de qualquer modo, cresce. Chegou a 2,31% do PIB, em 12 meses. Nessa conta, são desconsideradas as receitas do imposto sobre a "repatriação" e as despesas extraordinárias de dezembro de 2015 com pagamento de pedaladas. Por quê? Para que se tenha alguma ideia menos anormal do que tem acontecido com receita e despesa. É o maior deficit de que se tem registro, desde 1997, quando passou a haver estatística comparável. Isso tudo tem cara de imposto novo.
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Hospital ainda não confirma dengue, mas Guerrero continua internado
O Hospital São Luiz informou nesta segunda-feira (13) que o atacante Paolo Guerrero, do Corinthians, continua internado e sem previsão de alta. De acordo com o boletim médico, o diagnóstico ainda não está concluído, mas as avaliações apontam que o jogador está infectado pela dengue. "O Hospital São Luiz, Unidade Morumbi, informa que o atacante do Corinthians, Paolo Guerrero, continua internado e passa bem", diz o boletim. "De acordo com as avaliações clínicas e laboratoriais realizadas diariamente apontam que o jogador está com dengue, porém o diagnóstico só é determinado após a sorologia se positivar. No momento, não há previsão de alta", afirma. Caso seja confirmada a dengue, Guerrero corre risco de ficar de fora de ação por um período de até 20 dias. Assim, o Corinthians ficaria sem seu principal atacante no restante do Paulista (a segunda partida da decisão será em 3 de maio). Também ficaria de fora dos últimos dois compromissos pela fase de grupos da Libertadores (contra San Lorenzo e São Paulo) e até em um eventual jogo de ida das oitavas da competição. Guerrero foi internado no sábado (11) após acordar com febre e fortes dores na cabeça, nos olhos e no corpo. Ele ficou de fora da vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre a Ponte Preta, no Itaquerão, que levou o time para a semifinal do Estadual-2015.
esporte
Hospital ainda não confirma dengue, mas Guerrero continua internadoO Hospital São Luiz informou nesta segunda-feira (13) que o atacante Paolo Guerrero, do Corinthians, continua internado e sem previsão de alta. De acordo com o boletim médico, o diagnóstico ainda não está concluído, mas as avaliações apontam que o jogador está infectado pela dengue. "O Hospital São Luiz, Unidade Morumbi, informa que o atacante do Corinthians, Paolo Guerrero, continua internado e passa bem", diz o boletim. "De acordo com as avaliações clínicas e laboratoriais realizadas diariamente apontam que o jogador está com dengue, porém o diagnóstico só é determinado após a sorologia se positivar. No momento, não há previsão de alta", afirma. Caso seja confirmada a dengue, Guerrero corre risco de ficar de fora de ação por um período de até 20 dias. Assim, o Corinthians ficaria sem seu principal atacante no restante do Paulista (a segunda partida da decisão será em 3 de maio). Também ficaria de fora dos últimos dois compromissos pela fase de grupos da Libertadores (contra San Lorenzo e São Paulo) e até em um eventual jogo de ida das oitavas da competição. Guerrero foi internado no sábado (11) após acordar com febre e fortes dores na cabeça, nos olhos e no corpo. Ele ficou de fora da vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre a Ponte Preta, no Itaquerão, que levou o time para a semifinal do Estadual-2015.
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Maquinista morre atropelado por trem na linha 7-rubi da CPTM, em São Paulo
Um homem morreu atropelado na madrugada deste sábado (26) por um trem na linha 7-rubi, que liga a cidade de Jundiaí (a 60 km de São Paulo) à estação da Luz, na capital paulista. O acidente aconteceu próximo à estação Palmeiras-Barra Funda, em São Paulo. De acordo com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Daniel Mendes Marcelino, 36, era maquinista da empresa, na qual trabalhou por cinco anos. Em nota, a CPTM informou estar "dando todo o apoio aos familiares e apura as circunstâncias desse acidente".
cotidiano
Maquinista morre atropelado por trem na linha 7-rubi da CPTM, em São PauloUm homem morreu atropelado na madrugada deste sábado (26) por um trem na linha 7-rubi, que liga a cidade de Jundiaí (a 60 km de São Paulo) à estação da Luz, na capital paulista. O acidente aconteceu próximo à estação Palmeiras-Barra Funda, em São Paulo. De acordo com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Daniel Mendes Marcelino, 36, era maquinista da empresa, na qual trabalhou por cinco anos. Em nota, a CPTM informou estar "dando todo o apoio aos familiares e apura as circunstâncias desse acidente".
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Google encerra política de clique grátis para notícias e se aproxima de jornais
A ferramenta de busca do Google anunciou o fim de sua política de "first click free", primeiro acesso grátis, que destacava posts gratuitos no ranking em detrimento de reportagens com acesso restrito, como nos sites jornalísticos com "paywall", assinatura digital. A decisão, anunciada por Richard Gingras, vice-presidente de Notícias do Google, coincide com medidas que vêm sendo tomadas pelo Facebook, também visando valorizar o conteúdo jornalístico profissional. As plataformas vêm sendo questionadas por propagação de "fake news", notícias falsas, e manipulação política. "A partir desta semana, encerraremos nossa política de 'first click free' em favor de um modelo de 'flexible sampling' [amostragem flexível], no qual os editores decidirão quantos artigos gratuitos, se houver, desejam oferecer", escreveu Gingras nesta segunda (2), no blog do Google. A mudança foi testada, segundo ele, por "New York Times" e "Financial Times","que operam serviços de assinatura bem-sucedidos". Gingras cita um consultor do "NYT", para quem "a decisão de permitir que editores determinem quanto conteúdo gratuito os leitores podem acessar por meio de busca é uma evolução positiva". Há duas semanas, num seminário, o presidente-executivo da News Corp., que edita o "Wall Street Journal", Mark Thompson, adiantou a decisão do Google, avaliando que "vai mudar fundamentalmente o ecossistema de conteúdo e permitirá a criação de modelos de assinatura coerentes e viáveis". Segundo Gingras, "no longo prazo, estamos construindo novos produtos para ajudar editores a impulsionar o número de assinaturas". "Como um primeiro passo, estamos aproveitando nossas tecnologias de pagamento e identificação para ajudar as pessoas a fazer uma assinatura no site de uma publicação com um único clique e, em seguida, acessar esse conteúdo a partir de qualquer lugar." FACEBOOK É esperada, também para esta semana, a divulgação pelo Facebook de sua nova iniciativa para facilitar a assinatura de veículos jornalísticos, segundo o analista do setor de mídia Ken Doctor. "NYT", "FT" e "WSJ" não devem participar da primeira fase, mas permanecem em negociação com a plataforma, "estimulando mais flexibilidade". Participam jornais alemães e os americanos das redes Tronc, como "Los Angeles Times", e Hearst, como "Houston Chronicle".
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Google encerra política de clique grátis para notícias e se aproxima de jornaisA ferramenta de busca do Google anunciou o fim de sua política de "first click free", primeiro acesso grátis, que destacava posts gratuitos no ranking em detrimento de reportagens com acesso restrito, como nos sites jornalísticos com "paywall", assinatura digital. A decisão, anunciada por Richard Gingras, vice-presidente de Notícias do Google, coincide com medidas que vêm sendo tomadas pelo Facebook, também visando valorizar o conteúdo jornalístico profissional. As plataformas vêm sendo questionadas por propagação de "fake news", notícias falsas, e manipulação política. "A partir desta semana, encerraremos nossa política de 'first click free' em favor de um modelo de 'flexible sampling' [amostragem flexível], no qual os editores decidirão quantos artigos gratuitos, se houver, desejam oferecer", escreveu Gingras nesta segunda (2), no blog do Google. A mudança foi testada, segundo ele, por "New York Times" e "Financial Times","que operam serviços de assinatura bem-sucedidos". Gingras cita um consultor do "NYT", para quem "a decisão de permitir que editores determinem quanto conteúdo gratuito os leitores podem acessar por meio de busca é uma evolução positiva". Há duas semanas, num seminário, o presidente-executivo da News Corp., que edita o "Wall Street Journal", Mark Thompson, adiantou a decisão do Google, avaliando que "vai mudar fundamentalmente o ecossistema de conteúdo e permitirá a criação de modelos de assinatura coerentes e viáveis". Segundo Gingras, "no longo prazo, estamos construindo novos produtos para ajudar editores a impulsionar o número de assinaturas". "Como um primeiro passo, estamos aproveitando nossas tecnologias de pagamento e identificação para ajudar as pessoas a fazer uma assinatura no site de uma publicação com um único clique e, em seguida, acessar esse conteúdo a partir de qualquer lugar." FACEBOOK É esperada, também para esta semana, a divulgação pelo Facebook de sua nova iniciativa para facilitar a assinatura de veículos jornalísticos, segundo o analista do setor de mídia Ken Doctor. "NYT", "FT" e "WSJ" não devem participar da primeira fase, mas permanecem em negociação com a plataforma, "estimulando mais flexibilidade". Participam jornais alemães e os americanos das redes Tronc, como "Los Angeles Times", e Hearst, como "Houston Chronicle".
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Governadores pedem a Dilma maior acesso a financiamentos públicos
Em uma tentativa de enfrentar a atual crise econômica, os governadores da região Sudeste pedirão à presidente Dilma Rousseff (PT) nesta terça-feira (14) maior acesso a empréstimos de bancos públicos para financiar programas estaduais. O esforço é para que as mesmas condições oferecidas pelo governo federal aos vencedores do pacote de concessões, lançado em junho pelo Palácio do Planalto, passem a valer também em iniciativas estaduais. No pacote de concessões, os projetos de infraestrutura parcialmente financiados por meio de títulos privados têm acesso a uma maior parcela de crédito subsidiado pelo BNDES (banco público de fomento). A iniciativa dos governadores tem como objetivo evitar que a crise econômica afete ainda mais o ritmo de conclusão de empreendimentos estaduais. "A organização das contas públicas é necessária para amortecer os impactos negativos nas áreas sociais neste período de crise econômica, principalmente na manutenção de empregos e geração de novos postos de trabalho", explicou o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB). No encontro, os governadores de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e do Rio de Janeiro também irão solicitar prioridade do governo federal em investimentos nas áreas de construção civil e saneamento básico. A ideia que será apresentada é de que os recursos arrecadados com o pagamento de PIS/Pasep e Cofins sejam utilizados para investimentos em obras em saneamento básico. "O ajuste fiscal é importante, mas ele não segura emprego. É necessário um conjunto de políticas públicas, especialmente na área de mão de obra intensiva, como é o caso da construção civil", explicou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Após o encontro com Dilma Rousseff, o grupo se reunirá com o presidente do senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
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Governadores pedem a Dilma maior acesso a financiamentos públicosEm uma tentativa de enfrentar a atual crise econômica, os governadores da região Sudeste pedirão à presidente Dilma Rousseff (PT) nesta terça-feira (14) maior acesso a empréstimos de bancos públicos para financiar programas estaduais. O esforço é para que as mesmas condições oferecidas pelo governo federal aos vencedores do pacote de concessões, lançado em junho pelo Palácio do Planalto, passem a valer também em iniciativas estaduais. No pacote de concessões, os projetos de infraestrutura parcialmente financiados por meio de títulos privados têm acesso a uma maior parcela de crédito subsidiado pelo BNDES (banco público de fomento). A iniciativa dos governadores tem como objetivo evitar que a crise econômica afete ainda mais o ritmo de conclusão de empreendimentos estaduais. "A organização das contas públicas é necessária para amortecer os impactos negativos nas áreas sociais neste período de crise econômica, principalmente na manutenção de empregos e geração de novos postos de trabalho", explicou o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB). No encontro, os governadores de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e do Rio de Janeiro também irão solicitar prioridade do governo federal em investimentos nas áreas de construção civil e saneamento básico. A ideia que será apresentada é de que os recursos arrecadados com o pagamento de PIS/Pasep e Cofins sejam utilizados para investimentos em obras em saneamento básico. "O ajuste fiscal é importante, mas ele não segura emprego. É necessário um conjunto de políticas públicas, especialmente na área de mão de obra intensiva, como é o caso da construção civil", explicou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Após o encontro com Dilma Rousseff, o grupo se reunirá com o presidente do senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
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Após registrar 40 km de filas, rodovias litorâneas de SP têm pouca lentidão
A maioria das rodovias de São Paulo que ligam a capital ao litoral registram tráfego bom no início da tarde deste domingo (4). A rodovia Rio-Santos, que chegou a registrar 40 km de tráfego lento mais cedo, tinha um fluxo grande de veículos no sentido da capital paulista às 16h, mas sem pontos de congestionamento. Concessionárias ouvidas pela Folha disseram que a maior parte dos paulistanos que foram ao litoral já retornaram à capital. Segundo a Ecovias, que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, 582 mil veículos que foram ao litoral já voltaram e agora só restam 110 mil. Acompanhe a situação das principais rodovias paulistas em tempo real neste domingo A Padre Manoel da Nóbrega foi a rodovia que registra a maior lentidão –pela parte da manhã, foram 11 km. À tarde, contudo, o tráfego diminuiu e tinha congestionamento entre os km 293 e 289. Na Imigrantes o tráfego está lento do km 70 ao km 65, na baixada sentido capital. E mesmo com a implantação da Operação Subida pelas duas pistas, a serra apresentou tráfego intenso durante toda a noite. A melhor opção é usar a Anchieta, que registra tráfego bom em ambos os sentidos. A Oswaldo Cruz tem tráfego intenso no sentido Taubaté e a Mogi-Bertioga no sentido Bertioga. Ambas não têm pontos de parada.
cotidiano
Após registrar 40 km de filas, rodovias litorâneas de SP têm pouca lentidãoA maioria das rodovias de São Paulo que ligam a capital ao litoral registram tráfego bom no início da tarde deste domingo (4). A rodovia Rio-Santos, que chegou a registrar 40 km de tráfego lento mais cedo, tinha um fluxo grande de veículos no sentido da capital paulista às 16h, mas sem pontos de congestionamento. Concessionárias ouvidas pela Folha disseram que a maior parte dos paulistanos que foram ao litoral já retornaram à capital. Segundo a Ecovias, que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, 582 mil veículos que foram ao litoral já voltaram e agora só restam 110 mil. Acompanhe a situação das principais rodovias paulistas em tempo real neste domingo A Padre Manoel da Nóbrega foi a rodovia que registra a maior lentidão –pela parte da manhã, foram 11 km. À tarde, contudo, o tráfego diminuiu e tinha congestionamento entre os km 293 e 289. Na Imigrantes o tráfego está lento do km 70 ao km 65, na baixada sentido capital. E mesmo com a implantação da Operação Subida pelas duas pistas, a serra apresentou tráfego intenso durante toda a noite. A melhor opção é usar a Anchieta, que registra tráfego bom em ambos os sentidos. A Oswaldo Cruz tem tráfego intenso no sentido Taubaté e a Mogi-Bertioga no sentido Bertioga. Ambas não têm pontos de parada.
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Empresas fazem nova proposta aos garis de SP; greve deve acabar no ABC
Terminou sem acordo a nova audiência de conciliação feita entre empresas e funcionários responsáveis pela limpeza urbana de mais de cem cidades paulistas. A região do ABC, porém, deve ter a paralisação encerrada ainda nesta terça-feira após um encontro entre prefeitos e o sindicado regional. A paralisação dos garis começou no último dia 23 e, segundo a Femaco (federação dos trabalhadores de limpeza), tinha a adesão de 30 mil trabalhadores de 130 cidades. Ao todo, eram 17 sindicatos –todos com data-base em março– parados. Cidades como São Paulo e Campinas têm data-base em setembro e, por isso, não participam da atual negociação de reajuste. Após outras audiências de conciliação terem terminado sem acordo, as empresas de limpeza urbana aumentaram, nesta terça, em novo encontro no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), a proposta de aumento, de 7,68% para 8,5%. Os trabalhadores, que pedem 11,73%, rejeitaram a proposta. Uma nova reunião acontecerá na próxima segunda (6). Paralelo ao encontro no Tribunal, os prefeitos da região do ABC se encontraram com o sindicato regional na tarde desta terça e propuseram um reajuste de 9,5% sobre salários e benefícios. Foi proposto ainda que os dias parados não sejam descontados –sendo as horas compensadas posteriormente em até 50%– e ficou garantido o emprego de todos por 90 dias. A proposta ainda será apresentada aos trabalhadores em assembleia, mas tanto o sindicato quando as prefeituras apontam que a greve deve ser encerrada e os serviços normalizados entre hoje e quarta-feira (1º). A Prefeitura de Mauá disse, em nota, que os trabalhadores já começaram a retornar ao trabalho. A de São Caetano também afirmou que a greve acabou. A reunião contou com a presença dos prefeitos de Santo André, Mauá, Diadema, Rio Grande da Serra e São Caetano do Sul, além de representantes dos chefes do Executivo de São Bernardo do Campo e Ribeirão Pires. Foi proposto ainda que para a data base de 2016, será aplicado reajuste pelo INPC de 1º/3/2015 a 28/2/2016, com mais 1% de aumento real. O ABC paulista foi uma das regiões mais afetadas pela paralisação. Os municípios da região tiveram acúmulo de lixo em ruas e calçadas e as empresas e prefeituras chegaram a solicitar escolta para caminhões de lixo por medo de piquetes. Em São Caetano o aterro municipal foi fechado por grevistas e o lixo teve que ser levado a um terreno improvisado. A Selur (sindicato das empresas de limpeza urbana) disse, em nota, que "não pode assumir compromisso de proposta superior a 8,5%, uma vez que a situação das prefeituras e empresas dos demais municípios têm realidades econômico financeiras diferentes e não se pode esperar que tenham capacidade para arcar com aumento mais elevado". O presidente da Femaco, Roberto Santiago, reclamou a postura do sindicato patronal. "Todas as prefeituras [do ABC] estavam dispostas a negociar e a oferecer um percentual mais atrativo aos trabalhadores, mas o patronal não cedia. Prova disso é que acabaram de fechar um acordo de 9,5%, enquanto o Selur, até o presente momento, insistia aos 7,68% e só agora avançou aos 8,5%. As negociações com as demais cidades vão continuar na semana que vem", afirmou ele, em nota.
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Empresas fazem nova proposta aos garis de SP; greve deve acabar no ABCTerminou sem acordo a nova audiência de conciliação feita entre empresas e funcionários responsáveis pela limpeza urbana de mais de cem cidades paulistas. A região do ABC, porém, deve ter a paralisação encerrada ainda nesta terça-feira após um encontro entre prefeitos e o sindicado regional. A paralisação dos garis começou no último dia 23 e, segundo a Femaco (federação dos trabalhadores de limpeza), tinha a adesão de 30 mil trabalhadores de 130 cidades. Ao todo, eram 17 sindicatos –todos com data-base em março– parados. Cidades como São Paulo e Campinas têm data-base em setembro e, por isso, não participam da atual negociação de reajuste. Após outras audiências de conciliação terem terminado sem acordo, as empresas de limpeza urbana aumentaram, nesta terça, em novo encontro no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), a proposta de aumento, de 7,68% para 8,5%. Os trabalhadores, que pedem 11,73%, rejeitaram a proposta. Uma nova reunião acontecerá na próxima segunda (6). Paralelo ao encontro no Tribunal, os prefeitos da região do ABC se encontraram com o sindicato regional na tarde desta terça e propuseram um reajuste de 9,5% sobre salários e benefícios. Foi proposto ainda que os dias parados não sejam descontados –sendo as horas compensadas posteriormente em até 50%– e ficou garantido o emprego de todos por 90 dias. A proposta ainda será apresentada aos trabalhadores em assembleia, mas tanto o sindicato quando as prefeituras apontam que a greve deve ser encerrada e os serviços normalizados entre hoje e quarta-feira (1º). A Prefeitura de Mauá disse, em nota, que os trabalhadores já começaram a retornar ao trabalho. A de São Caetano também afirmou que a greve acabou. A reunião contou com a presença dos prefeitos de Santo André, Mauá, Diadema, Rio Grande da Serra e São Caetano do Sul, além de representantes dos chefes do Executivo de São Bernardo do Campo e Ribeirão Pires. Foi proposto ainda que para a data base de 2016, será aplicado reajuste pelo INPC de 1º/3/2015 a 28/2/2016, com mais 1% de aumento real. O ABC paulista foi uma das regiões mais afetadas pela paralisação. Os municípios da região tiveram acúmulo de lixo em ruas e calçadas e as empresas e prefeituras chegaram a solicitar escolta para caminhões de lixo por medo de piquetes. Em São Caetano o aterro municipal foi fechado por grevistas e o lixo teve que ser levado a um terreno improvisado. A Selur (sindicato das empresas de limpeza urbana) disse, em nota, que "não pode assumir compromisso de proposta superior a 8,5%, uma vez que a situação das prefeituras e empresas dos demais municípios têm realidades econômico financeiras diferentes e não se pode esperar que tenham capacidade para arcar com aumento mais elevado". O presidente da Femaco, Roberto Santiago, reclamou a postura do sindicato patronal. "Todas as prefeituras [do ABC] estavam dispostas a negociar e a oferecer um percentual mais atrativo aos trabalhadores, mas o patronal não cedia. Prova disso é que acabaram de fechar um acordo de 9,5%, enquanto o Selur, até o presente momento, insistia aos 7,68% e só agora avançou aos 8,5%. As negociações com as demais cidades vão continuar na semana que vem", afirmou ele, em nota.
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Em crítica a Alckmin, Haddad diz que monotrilho é caro e não fica pronto
O prefeito e candidato à reeleição Fernando Haddad (PT) disse em evento de campanha na zona leste na noite desta quarta-feira (17) que o monotrilho, obra de mobilidade da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), custa muito caro e não fica pronta. "Eles gastaram muito dinheiro numa obra bilionária e que não tem a efetividade que um corredor de ônibus têm", disse o prefeito, durante discurso no bairro Jardim Sinhá, região de Sapopemba. Haddad se referia ao monotrilho que ligará a região central ao extremo leste, passando por Sapopemba. A Secretaria dos Transportes Metropolitanos respondeu ao prefeito em nota. Disse lamentar "o nível de desconhecimento do prefeito Haddad sobre a capacidade de transporte de pessoas de diferentes modais". Embora tenha aproveitando a maior parte de seus cerca de 30 minutos para falar de iniciativas de sua gestão, Haddad voltou a abordar temas nacionais, numa crítica indireta ao presidente interino, Michel Temer. "Está acontecendo uma coisa muito grave no país. Estão querendo mudar a Constituição para suprimir direitos", afirmou. Nas últimas semanas, Haddad vem percorrendo bairros onde instalou luz de led (mais econômicas e que iluminam mais), uma de suas principais bandeiras. No discurso, voltou a falar dos 400 quilômetros de faixas exclusivas de ônibus instaladas e das cerca de cem mil vagas em creches e ensino infantil que foram criadas e da gratuidade da tarifa de ônibus para 630 mil estudantes. Ao falar das creches, fez uma brincadeira ao lado do candidato a vice e seu ex-secretário de Educação, Gabriel Chalita (PDT). "Tem que abrir creche num ritmo maior do que os casais fazem filhos", disse. JINGLE A coordenação de campanha já criou um jingle, que começou a ser ouvido no evento desta noite. A música mistura rap com um xote. "Haddad, esse prefeito é bom demais, esse faz. Eu quero ele de novo porque quero mais."
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Em crítica a Alckmin, Haddad diz que monotrilho é caro e não fica prontoO prefeito e candidato à reeleição Fernando Haddad (PT) disse em evento de campanha na zona leste na noite desta quarta-feira (17) que o monotrilho, obra de mobilidade da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), custa muito caro e não fica pronta. "Eles gastaram muito dinheiro numa obra bilionária e que não tem a efetividade que um corredor de ônibus têm", disse o prefeito, durante discurso no bairro Jardim Sinhá, região de Sapopemba. Haddad se referia ao monotrilho que ligará a região central ao extremo leste, passando por Sapopemba. A Secretaria dos Transportes Metropolitanos respondeu ao prefeito em nota. Disse lamentar "o nível de desconhecimento do prefeito Haddad sobre a capacidade de transporte de pessoas de diferentes modais". Embora tenha aproveitando a maior parte de seus cerca de 30 minutos para falar de iniciativas de sua gestão, Haddad voltou a abordar temas nacionais, numa crítica indireta ao presidente interino, Michel Temer. "Está acontecendo uma coisa muito grave no país. Estão querendo mudar a Constituição para suprimir direitos", afirmou. Nas últimas semanas, Haddad vem percorrendo bairros onde instalou luz de led (mais econômicas e que iluminam mais), uma de suas principais bandeiras. No discurso, voltou a falar dos 400 quilômetros de faixas exclusivas de ônibus instaladas e das cerca de cem mil vagas em creches e ensino infantil que foram criadas e da gratuidade da tarifa de ônibus para 630 mil estudantes. Ao falar das creches, fez uma brincadeira ao lado do candidato a vice e seu ex-secretário de Educação, Gabriel Chalita (PDT). "Tem que abrir creche num ritmo maior do que os casais fazem filhos", disse. JINGLE A coordenação de campanha já criou um jingle, que começou a ser ouvido no evento desta noite. A música mistura rap com um xote. "Haddad, esse prefeito é bom demais, esse faz. Eu quero ele de novo porque quero mais."
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Famílias sem-teto invadem terreno na zona sul de São Paulo na madrugada
O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) invadiu no início da madrugada deste sábado (9) um terreno na região sul de São Paulo, entre o bairro do Capão Redondo e a cidade de Itapecerica da Serra. O terreno fica no bairro Valo Velho, ao lado da escola estadual Gertrudes Eder. Setecentas famílias (cerca de 1.200 pessoas, entre adultos e crianças) entraram no terreno e instalaram barracas. Todas as famílias são moradoras da região –Capão Redondo, Jardim Ângela e Itapecerica. "Em sua maioria são famílias que foram ou estão sendo despejadas por não conseguirem pagar aluguel, diante do aumento do desemprego", diz nota divulgada pelo MTST. Segundo os invasores, o terreno está abandonado há vários anos e já havia sido invadido em 2007. "Com a ocupação, o MTST pretende fortalecer a luta por moradia digna e garantir mais recursos para políticas de habitação no país", completa a nota divulgada à imprensa e nas redes sociais. Durante a invasão, o líder do MTST, Guilherme Boulos, colunista da Folha, fez um rápido discurso enquanto as famílias montavam as barracas. "A nossa melhor resposta para essa elite sem vergonha desse país é fazer novas ocupações de terra como a de hoje", disse. "Enquanto ameaçam, tentam nos intimidar, vamos responder colocando lona preta em cada terreno vazio dessa cidade".
cotidiano
Famílias sem-teto invadem terreno na zona sul de São Paulo na madrugadaO MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) invadiu no início da madrugada deste sábado (9) um terreno na região sul de São Paulo, entre o bairro do Capão Redondo e a cidade de Itapecerica da Serra. O terreno fica no bairro Valo Velho, ao lado da escola estadual Gertrudes Eder. Setecentas famílias (cerca de 1.200 pessoas, entre adultos e crianças) entraram no terreno e instalaram barracas. Todas as famílias são moradoras da região –Capão Redondo, Jardim Ângela e Itapecerica. "Em sua maioria são famílias que foram ou estão sendo despejadas por não conseguirem pagar aluguel, diante do aumento do desemprego", diz nota divulgada pelo MTST. Segundo os invasores, o terreno está abandonado há vários anos e já havia sido invadido em 2007. "Com a ocupação, o MTST pretende fortalecer a luta por moradia digna e garantir mais recursos para políticas de habitação no país", completa a nota divulgada à imprensa e nas redes sociais. Durante a invasão, o líder do MTST, Guilherme Boulos, colunista da Folha, fez um rápido discurso enquanto as famílias montavam as barracas. "A nossa melhor resposta para essa elite sem vergonha desse país é fazer novas ocupações de terra como a de hoje", disse. "Enquanto ameaçam, tentam nos intimidar, vamos responder colocando lona preta em cada terreno vazio dessa cidade".
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Colecionadores poderosos de Miami destacam Brasil durante a Art Basel
Viciados na maior feira dos Estados Unidos, a Art Basel Miami Beach, notaram ausências nos corredores do centro de convenções que lembra um Carnaval de rua nessa época. O nervosismo com a eleição de Trump e um surto de zika no mais famoso balneário americano, de fato, espantaram colecionadores, mas o Brasil parece ter saído vencendo. Duas das maiores coleções privadas de Miami, com influência inquestionável sobre o rumo dos acervos dos museus americanos, escolheram o momento da feira para montar exposições destacando trabalhos de seus artistas brasileiros, entre eles queridinhos da cena contemporânea e outros superconsagrados. Depois de anunciar a construção de um novo museu, que deve ser inaugurado em dois anos, o casal Don e Mera Rubell, entre os mais poderosos mecenas americanos, abriram uma mostra com 12 artistas do Brasil no centro de Miami. "Temos 7.300 obras de arte, mas esses trabalhos são alguns dos melhores que já mostramos", dizia Juan Valadez, diretor do museu da família, numa visita à mostra. "Somos fãs desses artistas." Na mostra estão peças de nomes em ascensão no circuito global, como André Komatsu, Paulo Nazareth e Sônia Gomes. Uma enorme instalação de Thiago Martins de Melo, que estava na Bienal de São Paulo há dois anos, também foi comprada pelos Rubell e ocupa uma das maiores salas da exposição. Não muito longe dali, Ella Fontanals-Cisneros, da mesma família que acaba de doar um acervo de mais de cem obras de arte latino-americanas ao MoMA, abriu uma mostra em sua fundação organizada por Eugenio Valdés e Katrin Steffen, que dirigiram a Casa Daros, no Rio. Na abertura, colecionadores brincavam na instalação de Marcius Galan, nome forte do cenário brasileiro que montou ali uma sala que parece dividida por grandes chapas de vidro mas que não passa de uma ilusão de óptica criada com distintos tons de verde pintados na parede. Também na mostra, trabalhos históricos de Hélio Oiticica, Mira Schendel e Anna Maria Maiolino despertavam a inveja de alguns colecionadores brasileiros no vernissage. Essa presença de peso do Brasil no circuito americano, começando por Miami, se deve em grande parte ao poder da Art Basel, que virou a maior plataforma do mercado de arte latino-americana no mundo, e feiras paralelas como a Pinta, que começou em Nova York e migrou para o balneário no sul dos EUA depois do sucesso da feira principal. "Temos um compromisso com o mercado latino e nos esforçamos para dar espaço a novas galerias", diz Noah Horowitz, diretor da Art Basel. "Estamos animados com a transformação de Miami, que virou um lugar de encontro."
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Colecionadores poderosos de Miami destacam Brasil durante a Art BaselViciados na maior feira dos Estados Unidos, a Art Basel Miami Beach, notaram ausências nos corredores do centro de convenções que lembra um Carnaval de rua nessa época. O nervosismo com a eleição de Trump e um surto de zika no mais famoso balneário americano, de fato, espantaram colecionadores, mas o Brasil parece ter saído vencendo. Duas das maiores coleções privadas de Miami, com influência inquestionável sobre o rumo dos acervos dos museus americanos, escolheram o momento da feira para montar exposições destacando trabalhos de seus artistas brasileiros, entre eles queridinhos da cena contemporânea e outros superconsagrados. Depois de anunciar a construção de um novo museu, que deve ser inaugurado em dois anos, o casal Don e Mera Rubell, entre os mais poderosos mecenas americanos, abriram uma mostra com 12 artistas do Brasil no centro de Miami. "Temos 7.300 obras de arte, mas esses trabalhos são alguns dos melhores que já mostramos", dizia Juan Valadez, diretor do museu da família, numa visita à mostra. "Somos fãs desses artistas." Na mostra estão peças de nomes em ascensão no circuito global, como André Komatsu, Paulo Nazareth e Sônia Gomes. Uma enorme instalação de Thiago Martins de Melo, que estava na Bienal de São Paulo há dois anos, também foi comprada pelos Rubell e ocupa uma das maiores salas da exposição. Não muito longe dali, Ella Fontanals-Cisneros, da mesma família que acaba de doar um acervo de mais de cem obras de arte latino-americanas ao MoMA, abriu uma mostra em sua fundação organizada por Eugenio Valdés e Katrin Steffen, que dirigiram a Casa Daros, no Rio. Na abertura, colecionadores brincavam na instalação de Marcius Galan, nome forte do cenário brasileiro que montou ali uma sala que parece dividida por grandes chapas de vidro mas que não passa de uma ilusão de óptica criada com distintos tons de verde pintados na parede. Também na mostra, trabalhos históricos de Hélio Oiticica, Mira Schendel e Anna Maria Maiolino despertavam a inveja de alguns colecionadores brasileiros no vernissage. Essa presença de peso do Brasil no circuito americano, começando por Miami, se deve em grande parte ao poder da Art Basel, que virou a maior plataforma do mercado de arte latino-americana no mundo, e feiras paralelas como a Pinta, que começou em Nova York e migrou para o balneário no sul dos EUA depois do sucesso da feira principal. "Temos um compromisso com o mercado latino e nos esforçamos para dar espaço a novas galerias", diz Noah Horowitz, diretor da Art Basel. "Estamos animados com a transformação de Miami, que virou um lugar de encontro."
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No 1º dia em vigor, acordo da sacolinhas é parcialmente cumprido
No primeiro dia em vigor, o acordo entre a Apas (Associação Paulista de Supermercados) e o Procon que estabelece algumas normas temporárias para a distribuição de sacolinhas plásticas nos comércios paulistanos foi parcialmente cumprido. Seu principal ponto, a gratuidade nas duas primeiras sacolas plásticas independente do valor gasto pelo cliente, foi seguido. Entretanto, outros aspectos, como o desconto de R$ 0,03 a cada cinco produtos ou R$ 30 adquiridos para quem levar sua própria sacola e o desconto na venda das sacolas retornáveis, não foram totalmente cumpridos. Nos supermercados visitados pela reportagem (redes Carrefour, Extra, Pão de Açúcar e Walmart), também não havia qualquer aviso ou placa que informasse aos clientes sobre as mudanças, uma das exigências do acordo. A profissional de marketing Patrícia Rocha França, 34 anos, gastou R$ 152,03 em 31 produtos no Walmart de Santo Amaro e, apesar de ter levado sua própria sacola, não obteve qualquer desconto na compra. "Não questionei porque esqueci. Eles também não me disseram nada [sobre o desconto]", disse. Ela tinha direito a R$ 0,15 de bônus. Procurada, a Apas informou que seus associados estão se adaptando para cumprir o acordo plenamente. O Procon, por sua vez, informou que vai fiscalizar o estabelecimentos e, se encontrar irregularidades, notificá-los. Eles estarão então sujeitos a multas. O Carrefour informou que dá desconto de 50% nas sacolas reutilizáveis e que cumpre o acordo. Extra e Pão de Açúcar afirmaram que pode haver atrasos no cumprimento do prazo por causa do tamanho da operação. A assessoria do Walmart não atendeu às ligações da reportagem.
cotidiano
No 1º dia em vigor, acordo da sacolinhas é parcialmente cumpridoNo primeiro dia em vigor, o acordo entre a Apas (Associação Paulista de Supermercados) e o Procon que estabelece algumas normas temporárias para a distribuição de sacolinhas plásticas nos comércios paulistanos foi parcialmente cumprido. Seu principal ponto, a gratuidade nas duas primeiras sacolas plásticas independente do valor gasto pelo cliente, foi seguido. Entretanto, outros aspectos, como o desconto de R$ 0,03 a cada cinco produtos ou R$ 30 adquiridos para quem levar sua própria sacola e o desconto na venda das sacolas retornáveis, não foram totalmente cumpridos. Nos supermercados visitados pela reportagem (redes Carrefour, Extra, Pão de Açúcar e Walmart), também não havia qualquer aviso ou placa que informasse aos clientes sobre as mudanças, uma das exigências do acordo. A profissional de marketing Patrícia Rocha França, 34 anos, gastou R$ 152,03 em 31 produtos no Walmart de Santo Amaro e, apesar de ter levado sua própria sacola, não obteve qualquer desconto na compra. "Não questionei porque esqueci. Eles também não me disseram nada [sobre o desconto]", disse. Ela tinha direito a R$ 0,15 de bônus. Procurada, a Apas informou que seus associados estão se adaptando para cumprir o acordo plenamente. O Procon, por sua vez, informou que vai fiscalizar o estabelecimentos e, se encontrar irregularidades, notificá-los. Eles estarão então sujeitos a multas. O Carrefour informou que dá desconto de 50% nas sacolas reutilizáveis e que cumpre o acordo. Extra e Pão de Açúcar afirmaram que pode haver atrasos no cumprimento do prazo por causa do tamanho da operação. A assessoria do Walmart não atendeu às ligações da reportagem.
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Recém-inaugurado, resort é oásis à beira-mar na faixa de Gaza
Um luxuoso resort acaba de abrir as portas na faixa de Gaza –com gramados aparados, piscina cintilante e praia privativa, em um cruel contraste com o empobrecido território que luta para se recuperar da guerra do ano passado. O Blue Beach Resort, com 162 quartos em estilo chalé espalhados entre palmeiras com vista para o mar Mediterrâneo, espera se tornar "a mais significativa atração turística e local de entretenimento em Gaza", de acordo com seu site. Construído pela Palestine Real Estate Investment Company, o hotel deveria ter sido concluído no verão passado, pouco antes de estourar uma guerra que duraria 50 dias, entre Israel e o Hamas, grupo islâmico que controla o território desde 2007. Um ano depois, o resort finalmente está aberto, ainda que apenas 76 dos quartos estejam disponíveis. A demanda já é alta, com frequentadores de fim de semana preparados para pagar entre US$ 100 e US$ 160 por noite para escapar das privações de Gaza. Durante a noite, em contraste com os cortes de energia que afligem muitos moradores, as luzes do resort podem ser vistas resplandecendo na piscina, no terraço e na praia privativa de 750 metros de extensão, onde se surfa sem preocupação. A página do hotel no Facebook já recebeu 19 mil curtidas e recebeu média de 4,7 estrelas (de 5 possíveis) de 230 resenhas. Mas o site TripAdvisor é um pouco menos otimista, exibindo [na versão em inglês] um banner com letras em vermelho sobre a foto da piscina no qual se lê "Alerta de viagem: preocupações com segurança". OÁSIS Enquanto Gaza é um dos locais que mais enfrenta dificuldades econômicas no mundo, com taxas de desemprego de 45%, ainda há focos de riqueza em sua população de 1,8 milhão de pessoas. A guerra, o terceiro conflito no território desde 2008, destruiu mais de 12 mil casas e deixou dezenas de milhares de desabrigados. Mas, entre a destruição e a morte de mais de 2.000 pessoas, há desejo, entre aqueles que podem pagar, de experimentar pequenos prazeres do dia a dia, se possível. Há alguns restaurantes e hotéis espertos à beira-mar na parte norte da cidade de Gaza, localizados quase que lado a lado com um campo de refugiados e não muito longe de vizinhanças que foram intensamente bombardeadas durante a guerra. Para a frustração dos moradores, a reconstrução só está começando –as primeiras casas destruídas foram reerguidas neste mês. O ministro da Habitação, Mufeed Al-Hassayna, prometeu que o ritmo vai ser acelerado a partir de agora. O Qatar, grande apoiador financeiro dos palestinos, prometeu ajuda de US$ 1 bilhão, incluindo a reconstrução de mil casas. Também acabou de concluir uma nova rodovia à beira-mar. Os hóspedes no Blue Beach Resort estão cheios de admiração pelo empreendimento, ainda que estejam cientes que se trata de uma joia isolada que muitos não podem pagar. "Já que não podemos levar nossas famílias para resorts fora de Gaza, trazemos elas aqui", disse Ahmed Khaled, 45, pai de cinco crianças. "É um lugar em que você só vê beleza, pode beber algo ou almoçar perto do mar".
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Recém-inaugurado, resort é oásis à beira-mar na faixa de GazaUm luxuoso resort acaba de abrir as portas na faixa de Gaza –com gramados aparados, piscina cintilante e praia privativa, em um cruel contraste com o empobrecido território que luta para se recuperar da guerra do ano passado. O Blue Beach Resort, com 162 quartos em estilo chalé espalhados entre palmeiras com vista para o mar Mediterrâneo, espera se tornar "a mais significativa atração turística e local de entretenimento em Gaza", de acordo com seu site. Construído pela Palestine Real Estate Investment Company, o hotel deveria ter sido concluído no verão passado, pouco antes de estourar uma guerra que duraria 50 dias, entre Israel e o Hamas, grupo islâmico que controla o território desde 2007. Um ano depois, o resort finalmente está aberto, ainda que apenas 76 dos quartos estejam disponíveis. A demanda já é alta, com frequentadores de fim de semana preparados para pagar entre US$ 100 e US$ 160 por noite para escapar das privações de Gaza. Durante a noite, em contraste com os cortes de energia que afligem muitos moradores, as luzes do resort podem ser vistas resplandecendo na piscina, no terraço e na praia privativa de 750 metros de extensão, onde se surfa sem preocupação. A página do hotel no Facebook já recebeu 19 mil curtidas e recebeu média de 4,7 estrelas (de 5 possíveis) de 230 resenhas. Mas o site TripAdvisor é um pouco menos otimista, exibindo [na versão em inglês] um banner com letras em vermelho sobre a foto da piscina no qual se lê "Alerta de viagem: preocupações com segurança". OÁSIS Enquanto Gaza é um dos locais que mais enfrenta dificuldades econômicas no mundo, com taxas de desemprego de 45%, ainda há focos de riqueza em sua população de 1,8 milhão de pessoas. A guerra, o terceiro conflito no território desde 2008, destruiu mais de 12 mil casas e deixou dezenas de milhares de desabrigados. Mas, entre a destruição e a morte de mais de 2.000 pessoas, há desejo, entre aqueles que podem pagar, de experimentar pequenos prazeres do dia a dia, se possível. Há alguns restaurantes e hotéis espertos à beira-mar na parte norte da cidade de Gaza, localizados quase que lado a lado com um campo de refugiados e não muito longe de vizinhanças que foram intensamente bombardeadas durante a guerra. Para a frustração dos moradores, a reconstrução só está começando –as primeiras casas destruídas foram reerguidas neste mês. O ministro da Habitação, Mufeed Al-Hassayna, prometeu que o ritmo vai ser acelerado a partir de agora. O Qatar, grande apoiador financeiro dos palestinos, prometeu ajuda de US$ 1 bilhão, incluindo a reconstrução de mil casas. Também acabou de concluir uma nova rodovia à beira-mar. Os hóspedes no Blue Beach Resort estão cheios de admiração pelo empreendimento, ainda que estejam cientes que se trata de uma joia isolada que muitos não podem pagar. "Já que não podemos levar nossas famílias para resorts fora de Gaza, trazemos elas aqui", disse Ahmed Khaled, 45, pai de cinco crianças. "É um lugar em que você só vê beleza, pode beber algo ou almoçar perto do mar".
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In vino veritas
Entro no restaurante, sento-me, consulto o cardápio. E então reparo que alguns dos presentes, nas mesas em volta, não comem. Fotografam. O prato está pronto e eles, antes de usarem os talheres, tiram fotos da refeição com os celulares –de todos os ângulos, como se tivessem uma Gisele Bündchen na frente. Por momentos, penso que o problema é médico: pessoas com primeiros sintomas de demência que gostam de registrar o que comeram ao almoço para não repetirem ao jantar. Depois sou informado que não: é moda fotografar os pratos e enviá-los para as "redes sociais". Se os "amigos" sabem onde estamos e o que fazemos 24 horas por dia, é inevitável saberem também o que comemos. Desconfio até que existem competições gastronômicas em que os pratos são usados como exibição de classe. Se as férias em família já servem para isso –esqui na Suíça, praia em Bali– por que não o almoço ou o jantar? Mas o pasmo não termina com os fotógrafos. Continua com os enólogos amadores que tomaram conta do espaço público. Entendo pouco de vinhos. Fiz umas provas aqui e ali –mas, honestamente, o meu principal talento é saber se o vinho está estragado ou não. Ninguém se fica por papéis tão modestos. No mesmo restaurante, os clientes giram os copos, cheiram, conferem a cor. Depois provam, fecham os olhos e invariavelmente convidam o empregado a servir. Quando foi que o mundo distribuiu diplomas de enologia pelo pessoal? E por que motivo eu não fui convidado? Um colega meu é exímio nessas cenas. Saímos para almoçar, ele escolhe o vinho e, quando o empregado verte as primeiras gotas, inicia um ritual que dura minutos. Sempre com uma concentração digna de um monge tibetano. E, antes do inevitável "pode servir", gera-se um "suspense" de filme policial, como se a salvação do planeta dependesse da qualidade do líquido. Várias vezes bebi vinhos medonhos, escolhidos por ele em estado de êxtase. "Está boa essa bosta?", deveria ser a pergunta. Não é. "A colheita desse Malbec é muito apurada, não?" Digo que sim e depois penso em vinganças mil. Uma dessas vinganças foi preparada dias atrás. Convidei uns amigos para jantar. O meu camarada enólogo incluso. E eu, antes dos convidados chegarem, fui ao supermercado do bairro comprar o vinho mais barato em exibição. Por menos de € 4, trouxe três garrafas de um tinto alentejano cujo nome omito por razões judiciais. Quando cheguei a casa, abri as garrafas e verti tudo em jarro de cristal. Os convidados chegaram. Primeiras conversas, primeiros coquetéis. E quando o jantar soou, eu anunciei aos presentes que tinha ganho de presente de aniversário três garrafas de Château Lafite que gostaria de partilhar com os comensais. Ouviram-se aplausos. O jarro veio para a mesa e, quando enchi os copos, um deles murmurou sem demoras: "Esse odor é inconfundível". Fizeram-se brindes. E quando o líquido escorreu pela goelas, o meu colega enólogo olhou para mim, rosto sério, e eu temi que a pegadinha tinha chegado ao termo. Ilusão. Ele sorriu, grato, e depois arrumou o assunto com uma frase solene: "É o melhor Bordeaux que bebi neste ano". Todos concordaram. Um deles, mais humilde, ainda disse: "João, você não deveria desperdiçar vinho desse com a gente". Fiz cara de desagrado e concluí: "Se não partilhamos o melhor que temos com os amigos, partilhamos com quem?". Ora, com quem: com as redes sociais. No fim do jantar, quando havia uma alegria leve sobre a mesa, propus um brinde de despedida –e uma foto do vinho para partilhar no Facebook. Fez-se o brinde e eu fui buscar uma garrafa do meu alentejano vira-lata. Ninguém tirou fotos para mostrar. Só o especialista enólogo, razoavelmente sóbrio, murmurou um "filho da puta" que despertou gargalhadas gerais. Eu, com cara séria, tranquilizei as manadas: "Calma, pessoal. Mas vocês acham que eu faria uma sacanagem dessas?". E depois plantei na mesma mesa uma garrafa vazia de Château Lafite, que o empregado de um restaurante que frequento em Lisboa me emprestou só para impressionar os incréus. Os ânimos acalmaram-se. E as fotos vieram logo a seguir.
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In vino veritasEntro no restaurante, sento-me, consulto o cardápio. E então reparo que alguns dos presentes, nas mesas em volta, não comem. Fotografam. O prato está pronto e eles, antes de usarem os talheres, tiram fotos da refeição com os celulares –de todos os ângulos, como se tivessem uma Gisele Bündchen na frente. Por momentos, penso que o problema é médico: pessoas com primeiros sintomas de demência que gostam de registrar o que comeram ao almoço para não repetirem ao jantar. Depois sou informado que não: é moda fotografar os pratos e enviá-los para as "redes sociais". Se os "amigos" sabem onde estamos e o que fazemos 24 horas por dia, é inevitável saberem também o que comemos. Desconfio até que existem competições gastronômicas em que os pratos são usados como exibição de classe. Se as férias em família já servem para isso –esqui na Suíça, praia em Bali– por que não o almoço ou o jantar? Mas o pasmo não termina com os fotógrafos. Continua com os enólogos amadores que tomaram conta do espaço público. Entendo pouco de vinhos. Fiz umas provas aqui e ali –mas, honestamente, o meu principal talento é saber se o vinho está estragado ou não. Ninguém se fica por papéis tão modestos. No mesmo restaurante, os clientes giram os copos, cheiram, conferem a cor. Depois provam, fecham os olhos e invariavelmente convidam o empregado a servir. Quando foi que o mundo distribuiu diplomas de enologia pelo pessoal? E por que motivo eu não fui convidado? Um colega meu é exímio nessas cenas. Saímos para almoçar, ele escolhe o vinho e, quando o empregado verte as primeiras gotas, inicia um ritual que dura minutos. Sempre com uma concentração digna de um monge tibetano. E, antes do inevitável "pode servir", gera-se um "suspense" de filme policial, como se a salvação do planeta dependesse da qualidade do líquido. Várias vezes bebi vinhos medonhos, escolhidos por ele em estado de êxtase. "Está boa essa bosta?", deveria ser a pergunta. Não é. "A colheita desse Malbec é muito apurada, não?" Digo que sim e depois penso em vinganças mil. Uma dessas vinganças foi preparada dias atrás. Convidei uns amigos para jantar. O meu camarada enólogo incluso. E eu, antes dos convidados chegarem, fui ao supermercado do bairro comprar o vinho mais barato em exibição. Por menos de € 4, trouxe três garrafas de um tinto alentejano cujo nome omito por razões judiciais. Quando cheguei a casa, abri as garrafas e verti tudo em jarro de cristal. Os convidados chegaram. Primeiras conversas, primeiros coquetéis. E quando o jantar soou, eu anunciei aos presentes que tinha ganho de presente de aniversário três garrafas de Château Lafite que gostaria de partilhar com os comensais. Ouviram-se aplausos. O jarro veio para a mesa e, quando enchi os copos, um deles murmurou sem demoras: "Esse odor é inconfundível". Fizeram-se brindes. E quando o líquido escorreu pela goelas, o meu colega enólogo olhou para mim, rosto sério, e eu temi que a pegadinha tinha chegado ao termo. Ilusão. Ele sorriu, grato, e depois arrumou o assunto com uma frase solene: "É o melhor Bordeaux que bebi neste ano". Todos concordaram. Um deles, mais humilde, ainda disse: "João, você não deveria desperdiçar vinho desse com a gente". Fiz cara de desagrado e concluí: "Se não partilhamos o melhor que temos com os amigos, partilhamos com quem?". Ora, com quem: com as redes sociais. No fim do jantar, quando havia uma alegria leve sobre a mesa, propus um brinde de despedida –e uma foto do vinho para partilhar no Facebook. Fez-se o brinde e eu fui buscar uma garrafa do meu alentejano vira-lata. Ninguém tirou fotos para mostrar. Só o especialista enólogo, razoavelmente sóbrio, murmurou um "filho da puta" que despertou gargalhadas gerais. Eu, com cara séria, tranquilizei as manadas: "Calma, pessoal. Mas vocês acham que eu faria uma sacanagem dessas?". E depois plantei na mesma mesa uma garrafa vazia de Château Lafite, que o empregado de um restaurante que frequento em Lisboa me emprestou só para impressionar os incréus. Os ânimos acalmaram-se. E as fotos vieram logo a seguir.
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Apenas deputado presidiário aparece pra trabalhar na Câmara
O presidente Michel Temer pretende mobilizar sua base de apoio para garantir quórum na Câmara dos Deputados e conseguir barrar a denúncia contra ele antes do recesso parlamentar, que começa no dia 18. Apesar disso, apenas 1 dos 513 deputados registrou presença até as 9h30 dessa sexta-feira (30), o que não permitiu que a sessão fosse aberta —era preciso pelo menos 51. O parlamentar solitário era Celso Jacob (PMDB-RJ), preso em regime semiaberto, mas autorizado pela Justiça do Distrito Federal a frequentar a Câmara. Jacob foi preso em 6 de junho por decisão da 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), que o condenou a sete anos e dois meses de prisão por falsificação de documento público e dispensa indevida de licitação em 2002 para construção de uma creche, quando era prefeito de Três Rios (RJ). Jacob pode ir à Câmara de 9h às 12h e das 13h30 às 18h30. Depois disso, deve retornar à prisão. Pelo calendário esboçado pelo Palácio do Planalto, a defesa de Temer utilizaria no máximo três sessões para se pronunciar na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), permitindo que já na quinta-feira (6) comece o prazo de discussão e aprovação do parecer na comissão. Temer poderia apresentar sua defesa em até dez sessões. Após a manifestação do presidente, começa a contar o prazo de cinco sessões para que a CCJ aprove um parecer. O objetivo é que a votação em plenário ocorra no dia 13 ou 14 de julho. O governo avalia que tem apoio para barrar a denúncia (precisa de ao menos 172 dos 513 deputados ao seu lado), certeza que pode se esvair com o correr do tempo. A operação para acelerar a votação é um sinal, também, de que os governistas abandonaram a ideia de tentar unificar em apenas uma votação as demais denúncias contra Temer que possivelmente serão apresentadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Com a unificação, o Planalto queria fazer uma tramitação enxuta dessas denúncias, mas técnicos da Câmara se colocaram contra por considerar inconstitucional a manobra. Para que o plano governista de acelerar a análise da primeira denúncia dê certo, Temer disse a aliados que convocará reuniões com parlamentares aliados nos domingos à noite, no Palácio da Alvorada.
poder
Apenas deputado presidiário aparece pra trabalhar na CâmaraO presidente Michel Temer pretende mobilizar sua base de apoio para garantir quórum na Câmara dos Deputados e conseguir barrar a denúncia contra ele antes do recesso parlamentar, que começa no dia 18. Apesar disso, apenas 1 dos 513 deputados registrou presença até as 9h30 dessa sexta-feira (30), o que não permitiu que a sessão fosse aberta —era preciso pelo menos 51. O parlamentar solitário era Celso Jacob (PMDB-RJ), preso em regime semiaberto, mas autorizado pela Justiça do Distrito Federal a frequentar a Câmara. Jacob foi preso em 6 de junho por decisão da 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), que o condenou a sete anos e dois meses de prisão por falsificação de documento público e dispensa indevida de licitação em 2002 para construção de uma creche, quando era prefeito de Três Rios (RJ). Jacob pode ir à Câmara de 9h às 12h e das 13h30 às 18h30. Depois disso, deve retornar à prisão. Pelo calendário esboçado pelo Palácio do Planalto, a defesa de Temer utilizaria no máximo três sessões para se pronunciar na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), permitindo que já na quinta-feira (6) comece o prazo de discussão e aprovação do parecer na comissão. Temer poderia apresentar sua defesa em até dez sessões. Após a manifestação do presidente, começa a contar o prazo de cinco sessões para que a CCJ aprove um parecer. O objetivo é que a votação em plenário ocorra no dia 13 ou 14 de julho. O governo avalia que tem apoio para barrar a denúncia (precisa de ao menos 172 dos 513 deputados ao seu lado), certeza que pode se esvair com o correr do tempo. A operação para acelerar a votação é um sinal, também, de que os governistas abandonaram a ideia de tentar unificar em apenas uma votação as demais denúncias contra Temer que possivelmente serão apresentadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Com a unificação, o Planalto queria fazer uma tramitação enxuta dessas denúncias, mas técnicos da Câmara se colocaram contra por considerar inconstitucional a manobra. Para que o plano governista de acelerar a análise da primeira denúncia dê certo, Temer disse a aliados que convocará reuniões com parlamentares aliados nos domingos à noite, no Palácio da Alvorada.
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Petição convoca artistas do Coachella a doarem cachê à causa LGBT
Uma petição nos EUA propõe que os principais artistas da programação do Coachella deste ano doem seus cachês à causa LGBT. O pedido surgiu após notícias de que Philip Anschutz, um dos donos do grupo Anschutz Entertainment (AEG), promotor do festival, teria feito doações a grupos de ódio com iniciativas homofóbicas. Com mais de 8.000 assinaturas até o encerramento desta edição, o documento pede que Beyoncé, Radiohead e Kendrick Lamar doem seus cachês aos grupos de apoio aos direitos LGBT Trevor Project, Trans Lifeline e Human Rights Campaign. De acordo com o site especializado em música Pitchfork, Anschutz teria doado ao menos US$ 190 mil (cerca de R$ 615 mil) a grupos de ódio, por meio de sua fundação, até 2015. Anschutz disse que, ao saber que organizações com as quais havia colaborado haviam apoiado tais causas, interrompeu as doações.
ilustrada
Petição convoca artistas do Coachella a doarem cachê à causa LGBTUma petição nos EUA propõe que os principais artistas da programação do Coachella deste ano doem seus cachês à causa LGBT. O pedido surgiu após notícias de que Philip Anschutz, um dos donos do grupo Anschutz Entertainment (AEG), promotor do festival, teria feito doações a grupos de ódio com iniciativas homofóbicas. Com mais de 8.000 assinaturas até o encerramento desta edição, o documento pede que Beyoncé, Radiohead e Kendrick Lamar doem seus cachês aos grupos de apoio aos direitos LGBT Trevor Project, Trans Lifeline e Human Rights Campaign. De acordo com o site especializado em música Pitchfork, Anschutz teria doado ao menos US$ 190 mil (cerca de R$ 615 mil) a grupos de ódio, por meio de sua fundação, até 2015. Anschutz disse que, ao saber que organizações com as quais havia colaborado haviam apoiado tais causas, interrompeu as doações.
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Agência suspeita de pagar propina a Vargas recebeu R$ 112,8 mi da Saúde
A empresa de publicidade Borghi/Lowe, mais novo alvo da Operação Lava Jato, recebeu R$ 112,8 milhões do Ministério da Saúde desde 2011, segundo os dados do Portal da Transparência do governo federal. A agência é suspeita de ter repassado propina ao ex-deputado André Vargas (PR-sem partido) e ao irmão dele, Leon Vargas, para obter vantagens em contratos com órgãos públicos, entre eles Ministério da Saúde e Caixa Econômica Federal. Os dois foram presos nesta sexta, na 11ª fase da operação que investiga um escândalo de corrupção na Petrobras. Ricardo Hoffmann, vice-presidente e diretor-geral da Borghi/Lowe, também foi preso. A agência desembolsava cerca de 10% do valor que recebia a duas empresas de fachada dos irmãos Vargas, a LSI e a Limiar, segundo os investigadores. A Caixa não respondeu quantos contratos firmou e quanto já pagou à Borghi/Lowe. Disse apenas fará uma apuração interna e fornecerá as informações às autoridades competentes. No Portal da Transparência, onde estão disponíveis os gastos da administração direta do governo, a agência aparece como contratada apenas pelo Ministério da Saúde. Neste ano, ela já recebeu da pasta R$ 1,2 milhão. Em 2014, foram R$ 26,4 milhões, bem abaixo dos R$ 45,1 milhões de 2013. No ano anterior, o Ministério da Saúde pagou R$ 32,1 milhões à Borghi e, em 2011,R$ 7,8 milhões. Além de André Vargas e Leon, a Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira o Ricardo Hoffmann, apontado como o elo entre os irmãos e a Borghi/Lowe. Também foram expedidas ordens de prisão contra outros dois ex-deputados federais: Pedro Corrêa, que já cumpria pena em regime semi-aberto por participação no esquema do mensalão, e Luiz Argôlo (SDD-BA). RENOVAÇÃO Em nota oficial, o Ministério da Saúde informou que abriu uma apuração interna para analisar as denúncias de irregularidades. Sobre a contratação de empresas de publicidade, esclareceu que a última concorrência aconteceu em 2010 e que os contratos têm vigência de um ano, com possibilidade de renovação por mais cinco. O Ministério da Saúde soltou outra nota na noite desta sexta (10) informando que suspendeu os pagamentos à agência de publicidade Borghi Lowe e que não irá autorizar novas ordens de serviço para a empresa. A nota também oficializa a criação de um "Comissão de Sindicância Administrativa para avaliar a regularidade da execução do contrato com a empresa". A agência foi procurada, mas ainda não comentou.
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Agência suspeita de pagar propina a Vargas recebeu R$ 112,8 mi da SaúdeA empresa de publicidade Borghi/Lowe, mais novo alvo da Operação Lava Jato, recebeu R$ 112,8 milhões do Ministério da Saúde desde 2011, segundo os dados do Portal da Transparência do governo federal. A agência é suspeita de ter repassado propina ao ex-deputado André Vargas (PR-sem partido) e ao irmão dele, Leon Vargas, para obter vantagens em contratos com órgãos públicos, entre eles Ministério da Saúde e Caixa Econômica Federal. Os dois foram presos nesta sexta, na 11ª fase da operação que investiga um escândalo de corrupção na Petrobras. Ricardo Hoffmann, vice-presidente e diretor-geral da Borghi/Lowe, também foi preso. A agência desembolsava cerca de 10% do valor que recebia a duas empresas de fachada dos irmãos Vargas, a LSI e a Limiar, segundo os investigadores. A Caixa não respondeu quantos contratos firmou e quanto já pagou à Borghi/Lowe. Disse apenas fará uma apuração interna e fornecerá as informações às autoridades competentes. No Portal da Transparência, onde estão disponíveis os gastos da administração direta do governo, a agência aparece como contratada apenas pelo Ministério da Saúde. Neste ano, ela já recebeu da pasta R$ 1,2 milhão. Em 2014, foram R$ 26,4 milhões, bem abaixo dos R$ 45,1 milhões de 2013. No ano anterior, o Ministério da Saúde pagou R$ 32,1 milhões à Borghi e, em 2011,R$ 7,8 milhões. Além de André Vargas e Leon, a Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira o Ricardo Hoffmann, apontado como o elo entre os irmãos e a Borghi/Lowe. Também foram expedidas ordens de prisão contra outros dois ex-deputados federais: Pedro Corrêa, que já cumpria pena em regime semi-aberto por participação no esquema do mensalão, e Luiz Argôlo (SDD-BA). RENOVAÇÃO Em nota oficial, o Ministério da Saúde informou que abriu uma apuração interna para analisar as denúncias de irregularidades. Sobre a contratação de empresas de publicidade, esclareceu que a última concorrência aconteceu em 2010 e que os contratos têm vigência de um ano, com possibilidade de renovação por mais cinco. O Ministério da Saúde soltou outra nota na noite desta sexta (10) informando que suspendeu os pagamentos à agência de publicidade Borghi Lowe e que não irá autorizar novas ordens de serviço para a empresa. A nota também oficializa a criação de um "Comissão de Sindicância Administrativa para avaliar a regularidade da execução do contrato com a empresa". A agência foi procurada, mas ainda não comentou.
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Haddad minimiza ação da Câmara e aprova 'remendos' em zoneamento
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), minimizou as cerca de 120 mudanças no projeto original da lei de zoneamento e deverá sancionar itens polêmicos do texto inseridos dias antes de sua aprovação na Câmara, na última quinta-feira (25). A lei de zoneamento, que deve ser revista daqui a 13 anos, determina aquilo que pode ser construído e que tipo de atividade pode existir em cada rua da cidade. O projeto original elaborado pela equipe de Haddad sofreu alterações após pressões de vários setores –do imobiliário e comercial até de associações de bairros e igrejas. Quase metade das 250 emendas de vereadores foram incorporadas, após cerca de 80 audiências públicas. As mudanças incluíram a queda de R$ 42 mil para R$ 8 mil na multa por ruído e a liberação, nos próximos três anos, de apartamentos com mais de uma vaga de garagem perto de estações de metrô, trens e corredores de ônibus. Essa restrição de garagem era um dos pilares do Plano Diretor aprovado em 2014, com a justificativa de inibir a adesão ao carro e evitar um estrangulamento nessas áreas, que terão prédios mais altos. Em entrevista à Folha, Haddad não quis falar sobre cada uma das mudanças, mas afirmou que "houve aperfeiçoamentos importantes", disse que a lei "espelha tanto quanto possível um consenso", com a participação inclusive da oposição, e que vai "analisar no detalhe se a sanção será integral". "Obviamente que não tenho compromisso com a sanção integral antes de ler, mas as linhas gerais do que foi aprovado são um avanço extraordinário para a cidade", afirmou Haddad. O conceito geral do projeto prevê mais áreas que mesclem residência e comércio, prédios mais altos em grandes avenidas com transporte público e mais regiões voltadas à construção de casas populares. Também legaliza construções –residências, comércio e igrejas– irregulares, especialmente na periferia. Uma das principais mudanças no projeto original foi a proibição de bares e restaurantes nas regiões dos Jardins, Pacaembu e City Lapa, após protestos de moradores. Para a Associação Comercial de São Paulo, a nova proposta de zoneamento na cidade vai auxiliar na formalização de pequenos empresários do comércio, mas a proibição de bares e restaurantes em áreas residenciais do Jardins é um retrocesso. O Secovi (sindicato do setor imobiliário) informou que não comentaria a lei antes de analisar cada emenda. Alterações na Lei de Zoneamento
cotidiano
Haddad minimiza ação da Câmara e aprova 'remendos' em zoneamentoO prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), minimizou as cerca de 120 mudanças no projeto original da lei de zoneamento e deverá sancionar itens polêmicos do texto inseridos dias antes de sua aprovação na Câmara, na última quinta-feira (25). A lei de zoneamento, que deve ser revista daqui a 13 anos, determina aquilo que pode ser construído e que tipo de atividade pode existir em cada rua da cidade. O projeto original elaborado pela equipe de Haddad sofreu alterações após pressões de vários setores –do imobiliário e comercial até de associações de bairros e igrejas. Quase metade das 250 emendas de vereadores foram incorporadas, após cerca de 80 audiências públicas. As mudanças incluíram a queda de R$ 42 mil para R$ 8 mil na multa por ruído e a liberação, nos próximos três anos, de apartamentos com mais de uma vaga de garagem perto de estações de metrô, trens e corredores de ônibus. Essa restrição de garagem era um dos pilares do Plano Diretor aprovado em 2014, com a justificativa de inibir a adesão ao carro e evitar um estrangulamento nessas áreas, que terão prédios mais altos. Em entrevista à Folha, Haddad não quis falar sobre cada uma das mudanças, mas afirmou que "houve aperfeiçoamentos importantes", disse que a lei "espelha tanto quanto possível um consenso", com a participação inclusive da oposição, e que vai "analisar no detalhe se a sanção será integral". "Obviamente que não tenho compromisso com a sanção integral antes de ler, mas as linhas gerais do que foi aprovado são um avanço extraordinário para a cidade", afirmou Haddad. O conceito geral do projeto prevê mais áreas que mesclem residência e comércio, prédios mais altos em grandes avenidas com transporte público e mais regiões voltadas à construção de casas populares. Também legaliza construções –residências, comércio e igrejas– irregulares, especialmente na periferia. Uma das principais mudanças no projeto original foi a proibição de bares e restaurantes nas regiões dos Jardins, Pacaembu e City Lapa, após protestos de moradores. Para a Associação Comercial de São Paulo, a nova proposta de zoneamento na cidade vai auxiliar na formalização de pequenos empresários do comércio, mas a proibição de bares e restaurantes em áreas residenciais do Jardins é um retrocesso. O Secovi (sindicato do setor imobiliário) informou que não comentaria a lei antes de analisar cada emenda. Alterações na Lei de Zoneamento
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Jim Harrison, autor de 'Lendas da Paixão', morre aos 78 anos
Jim Harrison, escritor e poeta americano que explorou a natureza com obras como "Lendas da Paixão", faleceu aos 78 anos, confirmou seu editor neste domingo (27). Harrison, que morreu em sua casa na cidade de Patagônia, Arizona, tinha a reputação de rústico lobo solitário, alheio à cena literária da costa leste. Ele escreveu 21 obras de ficção e 14 livros de poesia, assim como ensaios e histórias infantis. Bebedor, fumante e também maníaco-depressivo, em suas palavras, a obra literária de Harrison refletia seu amor pela natureza selvagem, caça e pesca. "Os Estados Unidos perderam um de seus melhores escritores e nós, um membro da nossa família", declarou a editora Grove Atlantic. Harrison acabara de publicar um romance, "The Ancient Minstrel", e um livro de poesia, "Dead Man's Float". Nascido em Grayling, Michigan, o autor teve uma infância difícil no meio rural, ficou cego de um olho quando criança e perdeu o pai e a irmã em um acidente de carro quando tinha 21 anos. Descrito como um escritor "macho", ao estilo de Ernest Hemingway, Harrison sempre dizia que a comparação era resultado dos temas que ambos abordavam. "Só posso dizer que está questão de ser 'macho' é porque meus personagens não saem dos sonhos urbanos da costa". Seu primeiro romance, "Lobo" ("Wolf", 1971), conta a história de um homem que persegue um lobo na floresta de Michigan. "Lendas da Paixão" ("Legends of the Fall", 1979), compreende três histórias curtas, com base nas Montanhas Rochosas. No cinema, a história foi estrelada por Brad Pitt, Anthony Hopkins e Aidan Quinn, em 1994.
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Jim Harrison, autor de 'Lendas da Paixão', morre aos 78 anosJim Harrison, escritor e poeta americano que explorou a natureza com obras como "Lendas da Paixão", faleceu aos 78 anos, confirmou seu editor neste domingo (27). Harrison, que morreu em sua casa na cidade de Patagônia, Arizona, tinha a reputação de rústico lobo solitário, alheio à cena literária da costa leste. Ele escreveu 21 obras de ficção e 14 livros de poesia, assim como ensaios e histórias infantis. Bebedor, fumante e também maníaco-depressivo, em suas palavras, a obra literária de Harrison refletia seu amor pela natureza selvagem, caça e pesca. "Os Estados Unidos perderam um de seus melhores escritores e nós, um membro da nossa família", declarou a editora Grove Atlantic. Harrison acabara de publicar um romance, "The Ancient Minstrel", e um livro de poesia, "Dead Man's Float". Nascido em Grayling, Michigan, o autor teve uma infância difícil no meio rural, ficou cego de um olho quando criança e perdeu o pai e a irmã em um acidente de carro quando tinha 21 anos. Descrito como um escritor "macho", ao estilo de Ernest Hemingway, Harrison sempre dizia que a comparação era resultado dos temas que ambos abordavam. "Só posso dizer que está questão de ser 'macho' é porque meus personagens não saem dos sonhos urbanos da costa". Seu primeiro romance, "Lobo" ("Wolf", 1971), conta a história de um homem que persegue um lobo na floresta de Michigan. "Lendas da Paixão" ("Legends of the Fall", 1979), compreende três histórias curtas, com base nas Montanhas Rochosas. No cinema, a história foi estrelada por Brad Pitt, Anthony Hopkins e Aidan Quinn, em 1994.
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Mídia ajuda na glamorização do crime, diz leitor sobre Sean Penn e 'El Chapo'
A realidade é mais surpreendente do que a ficção. O ator americano Sean Penn foi fotografado com 'El Chapo', notório narcotraficante foragido da justiça no México. Planejar um filme sobre a vida do criminoso durante a própria fuga é puro surrealismo. Não é nenhuma novidade essa zona cinzenta da mídia que ajuda na glamorização do crime, como por exemplo no caso da famosa entrevista coletiva de Al Capone negando todas as acusações de ser o mandante do Massacre de São Valentim. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Mídia ajuda na glamorização do crime, diz leitor sobre Sean Penn e 'El Chapo'A realidade é mais surpreendente do que a ficção. O ator americano Sean Penn foi fotografado com 'El Chapo', notório narcotraficante foragido da justiça no México. Planejar um filme sobre a vida do criminoso durante a própria fuga é puro surrealismo. Não é nenhuma novidade essa zona cinzenta da mídia que ajuda na glamorização do crime, como por exemplo no caso da famosa entrevista coletiva de Al Capone negando todas as acusações de ser o mandante do Massacre de São Valentim. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Apoiadoras de Hillary planejam usar terninho no dia da eleição
Um grupo de apoiadoras de Hillary Clinton planeja votar usando um terninho, vestimenta símbolo da candidata, nesta terça-feira (8). A ideia de criar o "pantsuit day" (dia do terninho) surgiu por meio de um grupo privado no Facebook, o "pantsuit nation" (nação do terninho). A comunidade abriga eleitoras de Hillary e foi criado para que elas tivessem um lugar seguro para expressar seu apoio à democrata em meio à disputa polarizada nos EUA. Além de simbolizar Hillary, as adeptas do terninho também o defendem como um símbolo feminista. Hillary Clinton vestindo terninho A onda do terninho se espalhou para além do grupo privado com a criação de uma página no Facebook, com fotos de Hillary usando o traje em diversas cores. Na última sexta (4), em um show durante um comício de Hillary, a cantora Beyoncé, ícone pop e feminista, optou por um terninho preto de bolinhas brancas. Para a criadora do grupo, Libby Chamberlain, o uso de terninhos é uma forma de desafiar os papeis de gênero, já que a vestimenta está associada aos homens, segundo afirmou à rede americana de TV CNN. "Lindamente e estoicamente, Hillary personifica a luta das mulheres pela igualdade. E o terninho é um emblema dessa luta", disse.
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Apoiadoras de Hillary planejam usar terninho no dia da eleiçãoUm grupo de apoiadoras de Hillary Clinton planeja votar usando um terninho, vestimenta símbolo da candidata, nesta terça-feira (8). A ideia de criar o "pantsuit day" (dia do terninho) surgiu por meio de um grupo privado no Facebook, o "pantsuit nation" (nação do terninho). A comunidade abriga eleitoras de Hillary e foi criado para que elas tivessem um lugar seguro para expressar seu apoio à democrata em meio à disputa polarizada nos EUA. Além de simbolizar Hillary, as adeptas do terninho também o defendem como um símbolo feminista. Hillary Clinton vestindo terninho A onda do terninho se espalhou para além do grupo privado com a criação de uma página no Facebook, com fotos de Hillary usando o traje em diversas cores. Na última sexta (4), em um show durante um comício de Hillary, a cantora Beyoncé, ícone pop e feminista, optou por um terninho preto de bolinhas brancas. Para a criadora do grupo, Libby Chamberlain, o uso de terninhos é uma forma de desafiar os papeis de gênero, já que a vestimenta está associada aos homens, segundo afirmou à rede americana de TV CNN. "Lindamente e estoicamente, Hillary personifica a luta das mulheres pela igualdade. E o terninho é um emblema dessa luta", disse.
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Acordo de delação não pode ser desfeito, afirma Barroso
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirma que um acordo de delação não pode ser revisto depois de homologado pela Justiça. Ele se diz contrário à ideia de mudar os termos negociados pela Procuradoria-Geral da República com o grupo JBS, de Joesley Batista. O trato foi chancelado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, e já deu base à abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Para Barroso, uma alteração no acordo impediria o Ministério Público de negociar novas colaborações judiciais. "Uma vez homologada, a delação deve prevalecer sem nenhum tipo de modificação futura", afirma o ministro. "A delação só faz sentido se o colaborador tiver a segurança de que o acordo feito será respeitado. Se ela puder ser revista, em breve o instituto deixará de existir." O ministro diz que os investigados só aceitam delatar em troca de benefícios concretos, como a redução de pena ou até o perdão judicial. Ele se abstém de comentar os termos negociados com executivos da JBS. "Não li o acordo, e portanto não tenho condições de opinar." Principal alvo da delação, o presidente Temer protestou contra os benefícios concedidos a Joesley, que não será processado e recebeu permissão para se mudar com a família para os EUA. Na sexta-feira (26), o ministro Gilmar Mendes defendeu que o acordo assinado por Fachin seja submetido ao plenário do Supremo. PRISÕES Barroso também se opõe à ideia, levantada por Gilmar, de o STF voltar atrás na decisão que determinou a prisão de réus condenados em segunda instância. A regra foi confirmada em outubro passado, por 6 votos a 5. "Voltar ao modelo anterior é retomar um sistema que pune os pobres e protege os criminosos que participam de negociatas com o dinheiro público", afirma Barroso. "Você só muda a jurisprudência quando existe mudança na realidade ou na percepção social do direito. Não aconteceu nem uma coisa nem outra", prossegue. "O risco de impunidade dos criminosos de colarinho branco continua real, e a percepção da sociedade é de que a Justiça precisa enfrentá-los com punições mais céleres." O ministro sustenta que o Judiciário não pode ser servir como "um instrumento para perseguir inimigos e proteger amigos". "A jurisprudência não pode ir mudando de acordo com o réu", ressalta. Ele diz que o país está caminhando para trocar "um modelo aristocrático-corrupto por uma República de gente honesta". "É preciso mostrar às novas gerações que o crime não compensa e que o mal não vence no final. Será uma pena se o Brasil retroceder nisso", afirma. FACHIN Sem citar nomes, Barroso sugere que há uma campanha para desgastar Fachin e blindar réus com poder político e econômico. O relator da Lava Jato tem sido criticado porque contou com apoio do lobista Ricardo Saud quando era candidato a uma vaga no STF, no início de 2015 –o caso foi noticiado pelo jornal "O Globo". Dois anos depois, Saud se tornaria um dos principais delatores da JBS. "As críticas são injustas. Na época não havia nada contra a empresa nem contra este senhor", diz Barroso. "Conheço o ministro Fachin há 25 anos. Ele é uma pessoa de integridade a toda prova. Está fazendo com correção o que precisa ser feito, e agora está sofrendo as consequências previsíveis a quem faz o certo no Brasil", acrescenta.
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Acordo de delação não pode ser desfeito, afirma BarrosoO ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirma que um acordo de delação não pode ser revisto depois de homologado pela Justiça. Ele se diz contrário à ideia de mudar os termos negociados pela Procuradoria-Geral da República com o grupo JBS, de Joesley Batista. O trato foi chancelado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, e já deu base à abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Para Barroso, uma alteração no acordo impediria o Ministério Público de negociar novas colaborações judiciais. "Uma vez homologada, a delação deve prevalecer sem nenhum tipo de modificação futura", afirma o ministro. "A delação só faz sentido se o colaborador tiver a segurança de que o acordo feito será respeitado. Se ela puder ser revista, em breve o instituto deixará de existir." O ministro diz que os investigados só aceitam delatar em troca de benefícios concretos, como a redução de pena ou até o perdão judicial. Ele se abstém de comentar os termos negociados com executivos da JBS. "Não li o acordo, e portanto não tenho condições de opinar." Principal alvo da delação, o presidente Temer protestou contra os benefícios concedidos a Joesley, que não será processado e recebeu permissão para se mudar com a família para os EUA. Na sexta-feira (26), o ministro Gilmar Mendes defendeu que o acordo assinado por Fachin seja submetido ao plenário do Supremo. PRISÕES Barroso também se opõe à ideia, levantada por Gilmar, de o STF voltar atrás na decisão que determinou a prisão de réus condenados em segunda instância. A regra foi confirmada em outubro passado, por 6 votos a 5. "Voltar ao modelo anterior é retomar um sistema que pune os pobres e protege os criminosos que participam de negociatas com o dinheiro público", afirma Barroso. "Você só muda a jurisprudência quando existe mudança na realidade ou na percepção social do direito. Não aconteceu nem uma coisa nem outra", prossegue. "O risco de impunidade dos criminosos de colarinho branco continua real, e a percepção da sociedade é de que a Justiça precisa enfrentá-los com punições mais céleres." O ministro sustenta que o Judiciário não pode ser servir como "um instrumento para perseguir inimigos e proteger amigos". "A jurisprudência não pode ir mudando de acordo com o réu", ressalta. Ele diz que o país está caminhando para trocar "um modelo aristocrático-corrupto por uma República de gente honesta". "É preciso mostrar às novas gerações que o crime não compensa e que o mal não vence no final. Será uma pena se o Brasil retroceder nisso", afirma. FACHIN Sem citar nomes, Barroso sugere que há uma campanha para desgastar Fachin e blindar réus com poder político e econômico. O relator da Lava Jato tem sido criticado porque contou com apoio do lobista Ricardo Saud quando era candidato a uma vaga no STF, no início de 2015 –o caso foi noticiado pelo jornal "O Globo". Dois anos depois, Saud se tornaria um dos principais delatores da JBS. "As críticas são injustas. Na época não havia nada contra a empresa nem contra este senhor", diz Barroso. "Conheço o ministro Fachin há 25 anos. Ele é uma pessoa de integridade a toda prova. Está fazendo com correção o que precisa ser feito, e agora está sofrendo as consequências previsíveis a quem faz o certo no Brasil", acrescenta.
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Comércio de brinquedos de Londres é centenário; saiba mais sobre três lojas
Centenário, comércio de brinquedos de Londres exibe bonecos de papel para montar, mas também se rende a Lego e manias japonesas, saiba mais sobre três lojas da capital britânica: 'Mais antiga do mundo', Hamleys vale os 7 andares A Hamleys apregoa o título de loja de brinquedos mais velha do mundo –foi fundada em 1760 e se mudou para a rua onde está hoje em 1881. Os sete andares abrigam 50 mil brinquedos, que atraem 5 milhões de turistas por ano. Vale ser visitada por inteiro: do térreo, que abriga pelúcias (o ursinho britânico Paddington custa £ 15, R$ 72) ao último andar, onde é costume tirar foto com a família real em tamanho real feita de Lego. Os vendedores sempre estão fazendo algo divertido, como tocar pianos gigantes com os pés ou pilotar brinquedos de controle remoto. HAMLEYS Onde 188-196 Regent Street Mais hamleys.com * Loja comercializa teatrinhos de papel há 159 anos O mercado de Covent Garden, fundado em 1830, é uma atração em si, mas subir a escada do número 44 até a Benjamin Pollock's, que vende miniaturas de teatro de papel para montar há 159 anos, é chegar para valer a outra época. Há 30 modelos à venda, sempre acompanhados de um roteiro, com preço entre £ 4,95 (R$ 24) e £ 200 (R$ 975); o mais vendido é o Pantomima, com a Cinderela (£ 15,95, R$ 78), que não precisa de cola ou tesoura para ser montado. O espaço é apinhado de preciosidades como reproduções de caixas de músicas dos anos 1960 (£ 48, R$ 232), marionetes e fantoches. Lá se encontra também jogos de tabuleiro vintage e edições especiais de livros como "Peter Pan". "A maioria dos brinquedos é fabricada hoje, por empresas que reproduzem com exatidão brinquedos de outros tempos", diz o gerente Simon Saddon, apontando um conjunto de marionetes de 1890. BENJAMIN POLLOCK'S TOY SHOP Onde 44 The Market Mais pollocks-coventgarden.co.uk (entrega no Brasil) * Filial de marca japonesa encanta com miniaturas Quem viaja com crianças a Londres encontra uma boa parada na loja da Sylvanian Families, uma das duas da marca no mundo (a outra fica no Japão, onde o brinquedo surgiu, em 1985). Próximo ao estádio do Arsenal, o espaço abriga várias prateleiras com 68 famílias de pequenos animais de plástico flocado (técnica que dá textura parecida com a do veludo) e seus detalhados móveis, comércios e casas. É impossível não se impressionar com os mostruários e, principalmente, com o minimundo no centro da loja. Os preços vão de £ 5 (R$ 24) por um bichinho e sua minigeladeira (que vem com miniaturas de leite, caixas de ovos...) a £ 130 (R$ 630), por um impressionante hotel para as "famílias". Uma inteira (pai, mãe e dois filhos de coelhos, gatos, ursos e dezenas de outros animais) custa, em média, £ 15 (R$ 72,50); um conjunto de móveis para montar o cômodo de uma casa, £ 20 (R$ 96). SYLVANIAN FAMILIES Onde 68 Mountgrove Road Highbury Mais sylvanianstorekeepers.com (entrega no Brasil)
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Comércio de brinquedos de Londres é centenário; saiba mais sobre três lojasCentenário, comércio de brinquedos de Londres exibe bonecos de papel para montar, mas também se rende a Lego e manias japonesas, saiba mais sobre três lojas da capital britânica: 'Mais antiga do mundo', Hamleys vale os 7 andares A Hamleys apregoa o título de loja de brinquedos mais velha do mundo –foi fundada em 1760 e se mudou para a rua onde está hoje em 1881. Os sete andares abrigam 50 mil brinquedos, que atraem 5 milhões de turistas por ano. Vale ser visitada por inteiro: do térreo, que abriga pelúcias (o ursinho britânico Paddington custa £ 15, R$ 72) ao último andar, onde é costume tirar foto com a família real em tamanho real feita de Lego. Os vendedores sempre estão fazendo algo divertido, como tocar pianos gigantes com os pés ou pilotar brinquedos de controle remoto. HAMLEYS Onde 188-196 Regent Street Mais hamleys.com * Loja comercializa teatrinhos de papel há 159 anos O mercado de Covent Garden, fundado em 1830, é uma atração em si, mas subir a escada do número 44 até a Benjamin Pollock's, que vende miniaturas de teatro de papel para montar há 159 anos, é chegar para valer a outra época. Há 30 modelos à venda, sempre acompanhados de um roteiro, com preço entre £ 4,95 (R$ 24) e £ 200 (R$ 975); o mais vendido é o Pantomima, com a Cinderela (£ 15,95, R$ 78), que não precisa de cola ou tesoura para ser montado. O espaço é apinhado de preciosidades como reproduções de caixas de músicas dos anos 1960 (£ 48, R$ 232), marionetes e fantoches. Lá se encontra também jogos de tabuleiro vintage e edições especiais de livros como "Peter Pan". "A maioria dos brinquedos é fabricada hoje, por empresas que reproduzem com exatidão brinquedos de outros tempos", diz o gerente Simon Saddon, apontando um conjunto de marionetes de 1890. BENJAMIN POLLOCK'S TOY SHOP Onde 44 The Market Mais pollocks-coventgarden.co.uk (entrega no Brasil) * Filial de marca japonesa encanta com miniaturas Quem viaja com crianças a Londres encontra uma boa parada na loja da Sylvanian Families, uma das duas da marca no mundo (a outra fica no Japão, onde o brinquedo surgiu, em 1985). Próximo ao estádio do Arsenal, o espaço abriga várias prateleiras com 68 famílias de pequenos animais de plástico flocado (técnica que dá textura parecida com a do veludo) e seus detalhados móveis, comércios e casas. É impossível não se impressionar com os mostruários e, principalmente, com o minimundo no centro da loja. Os preços vão de £ 5 (R$ 24) por um bichinho e sua minigeladeira (que vem com miniaturas de leite, caixas de ovos...) a £ 130 (R$ 630), por um impressionante hotel para as "famílias". Uma inteira (pai, mãe e dois filhos de coelhos, gatos, ursos e dezenas de outros animais) custa, em média, £ 15 (R$ 72,50); um conjunto de móveis para montar o cômodo de uma casa, £ 20 (R$ 96). SYLVANIAN FAMILIES Onde 68 Mountgrove Road Highbury Mais sylvanianstorekeepers.com (entrega no Brasil)
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Sob pressão do Planalto, presidente da CCJ não pretende destravar CPMF
Sob pressão do Palácio do Planalto, o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pretende segurar até as vésperas do recesso parlamentar, no final de dezembro, a indicação do relator da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que recria a CPMF. Em conversas com auxiliares e aliados, o deputado federal avaliou que neste momento "não há clima" na Câmara para colocar em tramitação a recriação do chamado "imposto do cheque". Ele considerou ainda que é necessário aguardar a definição do Palácio do Planalto sobre a alíquota do tributo, uma vez que o governo federal tem defendido um percentual de 0,38% –superior aos 0,20% previstos na proposta. Segundo a Folha apurou, Lira deve indicar a si próprio como relator da matéria, o que é previsto no regimento interno. Ele pretende, no entanto, assumir a relatoria apenas depois do recesso parlamentar, em fevereiro, quando deixará a presidência da CCJ. O movimento foi combinado com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é contra a recriação do imposto e já disse que ele não será aprovado nem na CCJ. Preocupado em terminar o ano sem aprovar as medidas do pacote fiscal, o Palácio do Planalto iniciou ofensiva para Arthur Lira a destravar a tramitação do imposto, parado desde outubro na CCJ. Em reunião com os líderes da base aliada na Casa Legislativa, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, pediu aos deputados federais que peçam ao presidente da CCJ que indique ainda nesta semana um relator para a proposta. A intenção do Palácio do Planalto é, dessa forma, conseguir pelo menos neste ano agilizar a tramitação da proposta, fazendo um aceno positivo ao mercado financeiro e às agências de risco, que ameaçam tirar o grau de investimento do país diante do quadro de deficit primário e queda na arrecadação. Com a resistência no Congresso Nacional à criação do novo imposto, o governo Dilma Rousseff não conta com a votação do imposto neste ano. A expectativa é de que ele seja colocado em pauta no Poder Legislativo somente em julho de 2016. Em um movimento combinado com prefeitos e governadores, a bancada federal do PT deve protocolar também no ano que vem uma emenda para alterar a alíquota prevista na proposta de 0,20% para 0,38% e permitir que o imposto financie, além da Previdência Social, a área de seguridade social, como a Saúde. O objetivo da mudança, defendida nos bastidores pelo Palácio do Planalto, é repartir a arrecadação do imposto com estados e municípios, que ajudariam a pressionar o Congresso Nacional pela aprovação da proposta.
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Sob pressão do Planalto, presidente da CCJ não pretende destravar CPMFSob pressão do Palácio do Planalto, o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pretende segurar até as vésperas do recesso parlamentar, no final de dezembro, a indicação do relator da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que recria a CPMF. Em conversas com auxiliares e aliados, o deputado federal avaliou que neste momento "não há clima" na Câmara para colocar em tramitação a recriação do chamado "imposto do cheque". Ele considerou ainda que é necessário aguardar a definição do Palácio do Planalto sobre a alíquota do tributo, uma vez que o governo federal tem defendido um percentual de 0,38% –superior aos 0,20% previstos na proposta. Segundo a Folha apurou, Lira deve indicar a si próprio como relator da matéria, o que é previsto no regimento interno. Ele pretende, no entanto, assumir a relatoria apenas depois do recesso parlamentar, em fevereiro, quando deixará a presidência da CCJ. O movimento foi combinado com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é contra a recriação do imposto e já disse que ele não será aprovado nem na CCJ. Preocupado em terminar o ano sem aprovar as medidas do pacote fiscal, o Palácio do Planalto iniciou ofensiva para Arthur Lira a destravar a tramitação do imposto, parado desde outubro na CCJ. Em reunião com os líderes da base aliada na Casa Legislativa, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, pediu aos deputados federais que peçam ao presidente da CCJ que indique ainda nesta semana um relator para a proposta. A intenção do Palácio do Planalto é, dessa forma, conseguir pelo menos neste ano agilizar a tramitação da proposta, fazendo um aceno positivo ao mercado financeiro e às agências de risco, que ameaçam tirar o grau de investimento do país diante do quadro de deficit primário e queda na arrecadação. Com a resistência no Congresso Nacional à criação do novo imposto, o governo Dilma Rousseff não conta com a votação do imposto neste ano. A expectativa é de que ele seja colocado em pauta no Poder Legislativo somente em julho de 2016. Em um movimento combinado com prefeitos e governadores, a bancada federal do PT deve protocolar também no ano que vem uma emenda para alterar a alíquota prevista na proposta de 0,20% para 0,38% e permitir que o imposto financie, além da Previdência Social, a área de seguridade social, como a Saúde. O objetivo da mudança, defendida nos bastidores pelo Palácio do Planalto, é repartir a arrecadação do imposto com estados e municípios, que ajudariam a pressionar o Congresso Nacional pela aprovação da proposta.
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Em briga de jipinhos urbanos, Nissan Kicks vence Honda HR-V
EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA Ao se apertar o botão de partida, o painel do Nissan Kicks exibe uma bússola digital. A imagem pode ser trocada por dados do carro, instruções do navegador GPS ou pela música que toca -é um dos quadros de instrumentos mais interessantes dos últimos tempos. Além desses dados matemáticos, mostra a ambição da marca japonesa. Até aqui, os carros da montadora à venda no Brasil não despertavam paixões. Os compactos Versa e March têm na racionalidade seu maior trunfo, bem como o sedã médio Sentra. Faltava um que atraísse o povo às lojas, e esse é o papel do novo jipinho. "Os faróis e lanternas com formato de bumerangue buscam transmitir modernidade. Apresentamos seis estudos à direção da empresa, e optaram pelo mais ousado", diz Robert Bauer, projetista do Centro de Design da Nissan em Los Angeles. Ao ser colocado ao lado do Honda HR-V, seu maior rival no Brasil, o jeitão de carro-conceito do Kicks se torna mais evidente. Se os desenhos diferem, as soluções mecânicas os aproximam. EM MOVIMENTO O Nissan é o primeiro a ser avaliado. Os bancos e o volante (levíssimo) parecem vindos de um veículo esportivo, algo longe da realidade. Os números de desempenho são modestos, adequados à proposta urbana. Segue-se a cartilha dos jipinhos de hoje em dia: tração dianteira, comportamento de carro comum e "salto alto" para que o para-choque dianteiro não raspe nas valetas. Precisa de um utilitário de verdade, 4X4? Em caso positivo, o Kicks não foi feito para você, tampouco o Honda. O HR-V é o atual líder do segmento. Já teve fila de espera, mas hoje é encontrado para pronta entrega. Seu interior é mais espaçoso e versátil, com banco traseiro que permite múltiplas posições. O motor 1.8 (140 cv) dá ao Honda desempenho superior, confirmado no teste Folha-Mauá. Por andar bem e transportar gente e malas com mais comodidade, é opção interessante para famílias que gostam de pegar a estrada. Contudo, as características dinâmicas não bastam para dar vitória ao HR-V. A versão EX custa R$ 93 mil e é menos equipada que o Kicks SL, R$ 3.000 mais barato. Os carros testados têm ar-condicionado digital, controles de estabilidade e direção com assistência elétrica, mas só o Nissan vem com seis airbags (há quatro no Honda), forrações de couro e GPS integrado ao sistema de som. Enquanto a versão SL é a única do Kicks (modelos mais em conta serão lançados em 2017), o Honda tem opções ainda mais simples -a partir de R$ 80 mil- e o topo EXL, vendido a R$ 101,4 mil. No fim, o custo-benefício se sobrepõe aos números de pista. Por oferecer mais por menos, o Nissan vence desta vez. HONDA HR-V EX 1.8 FLEX POTÊNCIA 139 cv (e) a 6.500 rpm e 140 cv (g) a 6.300 rpm TORQUE 17,4 kgfm (e) a 5.000 rpm e 17,3 kgfm (g) a 4.800 rpm CÂMBIO automático CVT, de sete marchas PORTA-MALAS 437 litros PESO 1.276 kg ACELERAÇÃO 10,6s (e) e 11,3s (g) RETOMADA 7,3s (e) e 7,6s (g) CONSUMO URBANO 7,6 km/l (e) e 10,5 km/l (g) CONSUMO RODOVIÁRIO 11,9 km/l (e) e 15,1 km/l (g) PREÇO R$ 93 mil COMPRIMENTO 4,29 m ENTRE-EIXOS 2,61 m LARGURA 1,77 m ALTURA 1,59 m NISSAN KICKS SL 1.6 FLEX POTÊNCIA 114 cv a 5.600 rpm, com etanol ou gasolina TORQUE 15,5 kgfm a 4.000 rpm, com etanol ou gasolina CÂMBIO automático CVT, de seIS marchas PORTA-MALAS 432 litros PESO 1.142 kg ACELERAÇÃO 12,1s (e) e 13,2s (g) RETOMADA 9,5s (e) e 11,1s (g) CONSUMO URBANO 8,3 km/l (e) e 11,6 km/l (g) CONSUMO RODOVIÁRIO 11,2 km/l (e) e 15,8 km/l (g) PREÇO R$ 90 mil COMPRIMENTO 4,29 m ENTRE-EIXOS 2,61 m LARGURA 1,76 m ALTURA 1,59 m
sobretudo
Em briga de jipinhos urbanos, Nissan Kicks vence Honda HR-V EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA Ao se apertar o botão de partida, o painel do Nissan Kicks exibe uma bússola digital. A imagem pode ser trocada por dados do carro, instruções do navegador GPS ou pela música que toca -é um dos quadros de instrumentos mais interessantes dos últimos tempos. Além desses dados matemáticos, mostra a ambição da marca japonesa. Até aqui, os carros da montadora à venda no Brasil não despertavam paixões. Os compactos Versa e March têm na racionalidade seu maior trunfo, bem como o sedã médio Sentra. Faltava um que atraísse o povo às lojas, e esse é o papel do novo jipinho. "Os faróis e lanternas com formato de bumerangue buscam transmitir modernidade. Apresentamos seis estudos à direção da empresa, e optaram pelo mais ousado", diz Robert Bauer, projetista do Centro de Design da Nissan em Los Angeles. Ao ser colocado ao lado do Honda HR-V, seu maior rival no Brasil, o jeitão de carro-conceito do Kicks se torna mais evidente. Se os desenhos diferem, as soluções mecânicas os aproximam. EM MOVIMENTO O Nissan é o primeiro a ser avaliado. Os bancos e o volante (levíssimo) parecem vindos de um veículo esportivo, algo longe da realidade. Os números de desempenho são modestos, adequados à proposta urbana. Segue-se a cartilha dos jipinhos de hoje em dia: tração dianteira, comportamento de carro comum e "salto alto" para que o para-choque dianteiro não raspe nas valetas. Precisa de um utilitário de verdade, 4X4? Em caso positivo, o Kicks não foi feito para você, tampouco o Honda. O HR-V é o atual líder do segmento. Já teve fila de espera, mas hoje é encontrado para pronta entrega. Seu interior é mais espaçoso e versátil, com banco traseiro que permite múltiplas posições. O motor 1.8 (140 cv) dá ao Honda desempenho superior, confirmado no teste Folha-Mauá. Por andar bem e transportar gente e malas com mais comodidade, é opção interessante para famílias que gostam de pegar a estrada. Contudo, as características dinâmicas não bastam para dar vitória ao HR-V. A versão EX custa R$ 93 mil e é menos equipada que o Kicks SL, R$ 3.000 mais barato. Os carros testados têm ar-condicionado digital, controles de estabilidade e direção com assistência elétrica, mas só o Nissan vem com seis airbags (há quatro no Honda), forrações de couro e GPS integrado ao sistema de som. Enquanto a versão SL é a única do Kicks (modelos mais em conta serão lançados em 2017), o Honda tem opções ainda mais simples -a partir de R$ 80 mil- e o topo EXL, vendido a R$ 101,4 mil. No fim, o custo-benefício se sobrepõe aos números de pista. Por oferecer mais por menos, o Nissan vence desta vez. HONDA HR-V EX 1.8 FLEX POTÊNCIA 139 cv (e) a 6.500 rpm e 140 cv (g) a 6.300 rpm TORQUE 17,4 kgfm (e) a 5.000 rpm e 17,3 kgfm (g) a 4.800 rpm CÂMBIO automático CVT, de sete marchas PORTA-MALAS 437 litros PESO 1.276 kg ACELERAÇÃO 10,6s (e) e 11,3s (g) RETOMADA 7,3s (e) e 7,6s (g) CONSUMO URBANO 7,6 km/l (e) e 10,5 km/l (g) CONSUMO RODOVIÁRIO 11,9 km/l (e) e 15,1 km/l (g) PREÇO R$ 93 mil COMPRIMENTO 4,29 m ENTRE-EIXOS 2,61 m LARGURA 1,77 m ALTURA 1,59 m NISSAN KICKS SL 1.6 FLEX POTÊNCIA 114 cv a 5.600 rpm, com etanol ou gasolina TORQUE 15,5 kgfm a 4.000 rpm, com etanol ou gasolina CÂMBIO automático CVT, de seIS marchas PORTA-MALAS 432 litros PESO 1.142 kg ACELERAÇÃO 12,1s (e) e 13,2s (g) RETOMADA 9,5s (e) e 11,1s (g) CONSUMO URBANO 8,3 km/l (e) e 11,6 km/l (g) CONSUMO RODOVIÁRIO 11,2 km/l (e) e 15,8 km/l (g) PREÇO R$ 90 mil COMPRIMENTO 4,29 m ENTRE-EIXOS 2,61 m LARGURA 1,76 m ALTURA 1,59 m
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Em Belém, Doria diz que 'dispensa' crítica de tucano às suas viagens
No primeiro dos dois dias de visita do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), a Belém (PA), o tucano disse que "dispensa" as recomendações de Arthur Virgílio (PSDB), prefeito de Manaus (AM), sobre sua gestão à frente da Prefeitura de São Paulo em relação às viagens em dias úteis. No início da semana, Arthur Virgílio lançou sua pré-candidatura à Presidência em 2018, criticou as viagens durante a semana e disse que se dedicará às prévias tucanas apenas aos finais de semana. Doria tem viajado com frequência em dias úteis. O prefeito paulistano, que tem uma série de atividades na cidade até este sábado (7) –entre elas o Círio de Nazaré, uma das maiores festas populares do Brasil–, fez a declaração na tarde desta sexta-feira (6) em entrevista coletiva a jornalistas. "O prefeito Arthur Virgílio é uma pessoa de bem e merece todo o respeito. E tem todo o direito de se apresentar para disputar, no PSDB, o direito de ser o pré-candidato", disse Doria. "Mas, assim como não emito opiniões sobre a gestão dele à frente da Prefeitura de Manaus, entendo que dispenso as suas recomendações em relação à minha gestão à frente da Prefeitura de São Paulo." Mais cedo, logo após chegar à capital paraense, Doria seguiu para o comando da Polícia Militar, onde esteve em reunião fechada com o governador do Pará, Simão Jatene, e com o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, ambos do PSDB. PRIVATIZAÇÃO Às 13h30, o tucano participou de almoço com empresários e organizações comerciais, além de políticos paraenses, como o presidente da Assembleia Legislativa, Márcio Miranda (DEM), e o presidente da Fiepa (Federação das Indústrias do Estado do Pará), José Conrado. Durante o evento, ele recebeu homenagens da Câmara e da prefeitura e, em sua palestra, defendeu a privatização de empresas públicas. "Desestatização com toda a clareza. Com a certeza de que o Estado deve ser menor para ser mais produtivo", disse. No almoço, foram servidos pratos com ingredientes típicos da Amazônia, tapiocas ao molho de maniçoba e peixe filhote ao tucupi. A questão amazônica foi tratada, mais tarde, durante coletiva em que o tucano também rebateu proposições do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que esteve em Belém nesta quinta-feira (5). Bolsonaro defendeu a flexibilização da legislação ambiental para a extração mineral na Amazônia. "Eu não faço essa defesa de forma aberta. Faço a defesa de que isso merece estudos e análises bem elaborados. A mineração aqui é base da economia, sobretudo a exportação de minérios. Mas é preciso ter muito cuidado, muito planejamento, muito zelo na conduta da política mineral assim como da ambiental", disse. Ele também se contrapôs à ampliação do porte de arma no Brasil, outra bandeira de Bolsonaro. "Não defendo que cada brasileiro tenha uma arma em casa. Não é um caminho para pacificar o Brasil." PRÉVIAS Sobre o encontro com Jatene, Doria disse ter declarado seu respeito "pelo governador Geraldo Alckmin por aquilo que representa na política brasileira e pelo que tem de história dentro do PSDB". Mas, perguntado sobre a disputa interna pela candidatura à Presidência, alegou que as prévias do partido serão apenas no início de 2018 e que "há muito tempo ainda para que o PSDB possa avaliar e tomar a sua decisão". Após a coletiva, Doria seguiu para um centro de eventos, para palestra a empresários do Estado e, ainda, recebeu medalha de cidadão paraense. Neste sábado (7), ele vai ao Círio Fluvial e, à tarde, participa de almoço no Consulado da Finlândia no Pará. CARIMBÓ Na noite desta sexta, João acompanhou show da cantora Fafá de Belém em um dos hotéis mais sofisticados da cidade. A apresentação também reuniu cantores de carimbó, ritmo típico da região. Doria dançou com a primeira-dama, Bia Doria, e tirou fotos com dezenas de pessoas que estavam no local. Em reunião também nesta sexta no Rio, alguns artistas decidiram acionar a Justiça por se sentirem difamados com a divulgação de vídeos de políticos, como Doria, que criticaram a performance no MAM de São Paulo. O prefeito não quis comentar a decisão deles, mas afirmou que deve se encontrar com outros representantes da classe artística, como o ator Marcio Garcia, em visita que fará à capital fluminense no dia 31 deste mês. Os jornalistas Naief Haddad e Bruno Santos viajaram a convite da Varanda de Nazaré
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Em Belém, Doria diz que 'dispensa' crítica de tucano às suas viagensNo primeiro dos dois dias de visita do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), a Belém (PA), o tucano disse que "dispensa" as recomendações de Arthur Virgílio (PSDB), prefeito de Manaus (AM), sobre sua gestão à frente da Prefeitura de São Paulo em relação às viagens em dias úteis. No início da semana, Arthur Virgílio lançou sua pré-candidatura à Presidência em 2018, criticou as viagens durante a semana e disse que se dedicará às prévias tucanas apenas aos finais de semana. Doria tem viajado com frequência em dias úteis. O prefeito paulistano, que tem uma série de atividades na cidade até este sábado (7) –entre elas o Círio de Nazaré, uma das maiores festas populares do Brasil–, fez a declaração na tarde desta sexta-feira (6) em entrevista coletiva a jornalistas. "O prefeito Arthur Virgílio é uma pessoa de bem e merece todo o respeito. E tem todo o direito de se apresentar para disputar, no PSDB, o direito de ser o pré-candidato", disse Doria. "Mas, assim como não emito opiniões sobre a gestão dele à frente da Prefeitura de Manaus, entendo que dispenso as suas recomendações em relação à minha gestão à frente da Prefeitura de São Paulo." Mais cedo, logo após chegar à capital paraense, Doria seguiu para o comando da Polícia Militar, onde esteve em reunião fechada com o governador do Pará, Simão Jatene, e com o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, ambos do PSDB. PRIVATIZAÇÃO Às 13h30, o tucano participou de almoço com empresários e organizações comerciais, além de políticos paraenses, como o presidente da Assembleia Legislativa, Márcio Miranda (DEM), e o presidente da Fiepa (Federação das Indústrias do Estado do Pará), José Conrado. Durante o evento, ele recebeu homenagens da Câmara e da prefeitura e, em sua palestra, defendeu a privatização de empresas públicas. "Desestatização com toda a clareza. Com a certeza de que o Estado deve ser menor para ser mais produtivo", disse. No almoço, foram servidos pratos com ingredientes típicos da Amazônia, tapiocas ao molho de maniçoba e peixe filhote ao tucupi. A questão amazônica foi tratada, mais tarde, durante coletiva em que o tucano também rebateu proposições do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que esteve em Belém nesta quinta-feira (5). Bolsonaro defendeu a flexibilização da legislação ambiental para a extração mineral na Amazônia. "Eu não faço essa defesa de forma aberta. Faço a defesa de que isso merece estudos e análises bem elaborados. A mineração aqui é base da economia, sobretudo a exportação de minérios. Mas é preciso ter muito cuidado, muito planejamento, muito zelo na conduta da política mineral assim como da ambiental", disse. Ele também se contrapôs à ampliação do porte de arma no Brasil, outra bandeira de Bolsonaro. "Não defendo que cada brasileiro tenha uma arma em casa. Não é um caminho para pacificar o Brasil." PRÉVIAS Sobre o encontro com Jatene, Doria disse ter declarado seu respeito "pelo governador Geraldo Alckmin por aquilo que representa na política brasileira e pelo que tem de história dentro do PSDB". Mas, perguntado sobre a disputa interna pela candidatura à Presidência, alegou que as prévias do partido serão apenas no início de 2018 e que "há muito tempo ainda para que o PSDB possa avaliar e tomar a sua decisão". Após a coletiva, Doria seguiu para um centro de eventos, para palestra a empresários do Estado e, ainda, recebeu medalha de cidadão paraense. Neste sábado (7), ele vai ao Círio Fluvial e, à tarde, participa de almoço no Consulado da Finlândia no Pará. CARIMBÓ Na noite desta sexta, João acompanhou show da cantora Fafá de Belém em um dos hotéis mais sofisticados da cidade. A apresentação também reuniu cantores de carimbó, ritmo típico da região. Doria dançou com a primeira-dama, Bia Doria, e tirou fotos com dezenas de pessoas que estavam no local. Em reunião também nesta sexta no Rio, alguns artistas decidiram acionar a Justiça por se sentirem difamados com a divulgação de vídeos de políticos, como Doria, que criticaram a performance no MAM de São Paulo. O prefeito não quis comentar a decisão deles, mas afirmou que deve se encontrar com outros representantes da classe artística, como o ator Marcio Garcia, em visita que fará à capital fluminense no dia 31 deste mês. Os jornalistas Naief Haddad e Bruno Santos viajaram a convite da Varanda de Nazaré
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Escultura de Rodin leiloada por recorde de US$ 20 milhões
Uma escultura em mármore do francês Auguste Rodin foi leiloada na segunda-feira (9) por mais de 20 milhões de dólares, um recorde para o artista, no leilão de Arte Impressionista e Moderna da Sotheby's de Nova York. Os 20,41 milhões de dólares —quase R$ 71,17 milhões— pagos por "L'Eternel Printemps" (a eterna primavera) —a figura de um homem que beija uma mulher de joelhos concebida por Rodin em 1884 e esculpida entre 1901 e 1903— dobraram a previsão da Sotheby's, que avaliava a obra em entre 8 e 12 milhões de dólares. A escultura de 80 cm de largura por 66 cm de altura, talhada em um único bloco de mármore, é uma variante de "O Beijo", outra escultura do mestre francês, exposta no Museu Rodin de Paris. O recorde anterior para uma escultura de Rodin era de 18,97 milhões de dólares —quase R$ 66,15 milhões— por "Eve, grand modele-version sans rocher" (Eva), leiloada em maio de 2008. Outra estrela do leilão de segunda-feira foi a tela "Sous-bois" (1905), do pintor francês Maurice de Vlaminck, que obteve 16,38 milhões de dólares —mais de R$ 57,11 milhões—, dentro da previsão da Sotheby's de 12 a 18 milhões.
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Escultura de Rodin leiloada por recorde de US$ 20 milhõesUma escultura em mármore do francês Auguste Rodin foi leiloada na segunda-feira (9) por mais de 20 milhões de dólares, um recorde para o artista, no leilão de Arte Impressionista e Moderna da Sotheby's de Nova York. Os 20,41 milhões de dólares —quase R$ 71,17 milhões— pagos por "L'Eternel Printemps" (a eterna primavera) —a figura de um homem que beija uma mulher de joelhos concebida por Rodin em 1884 e esculpida entre 1901 e 1903— dobraram a previsão da Sotheby's, que avaliava a obra em entre 8 e 12 milhões de dólares. A escultura de 80 cm de largura por 66 cm de altura, talhada em um único bloco de mármore, é uma variante de "O Beijo", outra escultura do mestre francês, exposta no Museu Rodin de Paris. O recorde anterior para uma escultura de Rodin era de 18,97 milhões de dólares —quase R$ 66,15 milhões— por "Eve, grand modele-version sans rocher" (Eva), leiloada em maio de 2008. Outra estrela do leilão de segunda-feira foi a tela "Sous-bois" (1905), do pintor francês Maurice de Vlaminck, que obteve 16,38 milhões de dólares —mais de R$ 57,11 milhões—, dentro da previsão da Sotheby's de 12 a 18 milhões.
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Startups levantam R$ 5 milhões com nova plataforma de crowdfunding
Uma nova modalidade de crowdfunding levantou quase R$ 5 milhões em investimentos para startups no Brasil. Plataforma de captação de recursos que funciona como uma "rede social", o Broota foi lançado pelo administrador Frederico Rizzo, em outubro de 2014. "Faltava esse espaço na internet para o empreendedor se conectar com pessoas dispostas a investir", afirma o presidente e fundador do pioneiro serviço de investimento coletivo no Brasil. Pessoas físicas podem investir a partir de R$ 1.000 e recebem como garantia um título de dívida conversível em ações, com prazo definido a cada captação. O processo da oferta pública é regulado e autorizado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), por meio da instrução normativa 400. Em pouco mais de um ano de funcionamento, o Broota capitalizou 17 startups, que captaram em média R$ 300 mil. Cada investidor aplica, em média, R$ 8 mil, em processos que duram 45 dias on-line. Ou seja, o Broota conecta empreendedores que buscam capital e pessoas que desejam investir em negócios embrionários. Startups lidam com a dificuldade natural de obtenção de crédito, como mostra a pesquisa "Empreendedores de Impacto". O levantamento apontou que 67% das empresas jovens não possuem dívidas, sinal de limitação de acesso a recurso. Atualmente, a plataforma conta com 3.200 investidores cadastrados. Pelo menos 400 deles já realizaram algum tipo de investimento pela rede. Entre os potenciais investidores, Rizzo destaca dois principais tipos. "Temos um perfil mais investidor, que já está na bolsa [de ações], tem experiência e gosta de investir", explica. E há também os iniciantes. "Eles não fazem [o crowdfunding] tanto pelo dinheiro, mas por verem ali uma forma de contato e pela importância que dão ao empreendedorismo." Entre os entusiastas do terceiro setor que passaram a investir por meio do Broota está o administrador Fausto Caron. Diretor de banco, até então, ele só realizara investimentos financeiros. Na plataforma ele viu a oportunidade de ter contato com empreendedores sem precisar deixar seu emprego. "Procuro empresas que tenham a ver comigo, pessoal e profissionalmente. Já realizei investimentos de R$ 5 mil a R$ 30 mil", relata Caron. Ele conta ter se aproximado das startups nas quais investiu e ter se tornado até amigo dos empreendedores. "Formei também uma rede de contato com outros investidores que eu não tinha antes", diz. Do outro do balcão, estão 3.016 startups, negócios e projetos sociais cadastrados. Oito deles estão captando neste momento. É o caso de Fernando Assad, fundador do Programa Vivenda e vencedor do Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2015. O jovem empreendedor social vê crowdfunding de investidores como uma estratégia inovadora. "O Broota inova porque é de investimento", afirma. "Enquanto outras plataformas são de simples doação." O Vivenda, negócio social de Assad, oferece reforma de baixo custo e alto impacto social em favelas. A base do negócio é oferecer um serviço profissional para resolver problemas de saúde causados por habitações precárias. "Nos últimos dois anos, trabalhamos bastante para refinar o modelo de negócios do Vivenda. Nossa estratégia para 2016 é ganhar eficiência e finalizar ajustes operacionais, para dar início à fase de expansão e ganho de escala", afirma o empreendedor social da Rede Folha. IMPORTAÇÃO O Broota se inspira em experiências americanas. Nos Estados Unidos, esse tipo de captação passou a ser permitida após uma lei especial ter sido aprovada em 2012, a JOBS Act, que desde então regula o mercado de pequenos negócios. "As pessoas achavam que, no Brasil, isso não ia ser possível porque captar investimento pela internet é equivalente a uma oferta pública e, portanto, tem uma grande regulação do mercado de capitais da CVM ", diz Rizzo. No entanto, segundo ele, a legislação nacional permitia que pequenas empresas tivessem ofertas públicas, mas faltava uma regulação. Foi assim que em 2010, a CVM passou a permitir "equity crowdfunding", modelo de captação de recursos do Broota. Ele explica que esse marco, com o acréscimo de um capítulo específico na instrução normativa 400, é um caminho mais simples para incentivar novos negócios. "O Broota tem dois diferenciais. Não precisa de um intermediário, pois o contato é direto entre investidor e empreendedor, e tem a facilidade de registro." A instrução normativa 400 define que podem participar do "equity crowdfunding" empresas com faturamento de até R$ 3,6 milhões no ano anterior à captação. DIVERSIFICAÇÃO A rede possibilita o investimento de valores menores que os usuais. O financiamento mínimo de R$ 1.000 permite tanto que –quase– qualquer pessoa invista como uma diversificação investimentos de grandes compradores. Como boa porte desses negócios não dão certo, o investidor só vira sócio daqueles com excepcional performance, o que "evita a burocracia e o risco de uma sociedade prematura". No caso de falência, o capital aplicado é perdido. "Os poucos [negócios] que costumam dar certo, compensam os que não dão", explica Rizzo. EXPERIÊNCIA Além de empresários e pessoas físicas, o Broota reúne grupos de financiamento liderados por investidores-anjo experientes. Chamados de "sindicatos", eles gerem a captação, com orientação para investidores e empreendedores. Um exemplo é a Din4mo, consultoria especializada em negócios sociais e pioneira no "equity crowdfunding" voltado para o terceiro setor a operar no Brasil. Marco Gorini, sócio-fundador da consultoria, aderiu ao Broota. A Din4mo estrutura a operação intermediada via plataforma para que seja aprovada pela CVM e prepara relatórios periódicos para facilitar o acompanhamento dos negócios pelos investidores.
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Startups levantam R$ 5 milhões com nova plataforma de crowdfundingUma nova modalidade de crowdfunding levantou quase R$ 5 milhões em investimentos para startups no Brasil. Plataforma de captação de recursos que funciona como uma "rede social", o Broota foi lançado pelo administrador Frederico Rizzo, em outubro de 2014. "Faltava esse espaço na internet para o empreendedor se conectar com pessoas dispostas a investir", afirma o presidente e fundador do pioneiro serviço de investimento coletivo no Brasil. Pessoas físicas podem investir a partir de R$ 1.000 e recebem como garantia um título de dívida conversível em ações, com prazo definido a cada captação. O processo da oferta pública é regulado e autorizado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), por meio da instrução normativa 400. Em pouco mais de um ano de funcionamento, o Broota capitalizou 17 startups, que captaram em média R$ 300 mil. Cada investidor aplica, em média, R$ 8 mil, em processos que duram 45 dias on-line. Ou seja, o Broota conecta empreendedores que buscam capital e pessoas que desejam investir em negócios embrionários. Startups lidam com a dificuldade natural de obtenção de crédito, como mostra a pesquisa "Empreendedores de Impacto". O levantamento apontou que 67% das empresas jovens não possuem dívidas, sinal de limitação de acesso a recurso. Atualmente, a plataforma conta com 3.200 investidores cadastrados. Pelo menos 400 deles já realizaram algum tipo de investimento pela rede. Entre os potenciais investidores, Rizzo destaca dois principais tipos. "Temos um perfil mais investidor, que já está na bolsa [de ações], tem experiência e gosta de investir", explica. E há também os iniciantes. "Eles não fazem [o crowdfunding] tanto pelo dinheiro, mas por verem ali uma forma de contato e pela importância que dão ao empreendedorismo." Entre os entusiastas do terceiro setor que passaram a investir por meio do Broota está o administrador Fausto Caron. Diretor de banco, até então, ele só realizara investimentos financeiros. Na plataforma ele viu a oportunidade de ter contato com empreendedores sem precisar deixar seu emprego. "Procuro empresas que tenham a ver comigo, pessoal e profissionalmente. Já realizei investimentos de R$ 5 mil a R$ 30 mil", relata Caron. Ele conta ter se aproximado das startups nas quais investiu e ter se tornado até amigo dos empreendedores. "Formei também uma rede de contato com outros investidores que eu não tinha antes", diz. Do outro do balcão, estão 3.016 startups, negócios e projetos sociais cadastrados. Oito deles estão captando neste momento. É o caso de Fernando Assad, fundador do Programa Vivenda e vencedor do Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2015. O jovem empreendedor social vê crowdfunding de investidores como uma estratégia inovadora. "O Broota inova porque é de investimento", afirma. "Enquanto outras plataformas são de simples doação." O Vivenda, negócio social de Assad, oferece reforma de baixo custo e alto impacto social em favelas. A base do negócio é oferecer um serviço profissional para resolver problemas de saúde causados por habitações precárias. "Nos últimos dois anos, trabalhamos bastante para refinar o modelo de negócios do Vivenda. Nossa estratégia para 2016 é ganhar eficiência e finalizar ajustes operacionais, para dar início à fase de expansão e ganho de escala", afirma o empreendedor social da Rede Folha. IMPORTAÇÃO O Broota se inspira em experiências americanas. Nos Estados Unidos, esse tipo de captação passou a ser permitida após uma lei especial ter sido aprovada em 2012, a JOBS Act, que desde então regula o mercado de pequenos negócios. "As pessoas achavam que, no Brasil, isso não ia ser possível porque captar investimento pela internet é equivalente a uma oferta pública e, portanto, tem uma grande regulação do mercado de capitais da CVM ", diz Rizzo. No entanto, segundo ele, a legislação nacional permitia que pequenas empresas tivessem ofertas públicas, mas faltava uma regulação. Foi assim que em 2010, a CVM passou a permitir "equity crowdfunding", modelo de captação de recursos do Broota. Ele explica que esse marco, com o acréscimo de um capítulo específico na instrução normativa 400, é um caminho mais simples para incentivar novos negócios. "O Broota tem dois diferenciais. Não precisa de um intermediário, pois o contato é direto entre investidor e empreendedor, e tem a facilidade de registro." A instrução normativa 400 define que podem participar do "equity crowdfunding" empresas com faturamento de até R$ 3,6 milhões no ano anterior à captação. DIVERSIFICAÇÃO A rede possibilita o investimento de valores menores que os usuais. O financiamento mínimo de R$ 1.000 permite tanto que –quase– qualquer pessoa invista como uma diversificação investimentos de grandes compradores. Como boa porte desses negócios não dão certo, o investidor só vira sócio daqueles com excepcional performance, o que "evita a burocracia e o risco de uma sociedade prematura". No caso de falência, o capital aplicado é perdido. "Os poucos [negócios] que costumam dar certo, compensam os que não dão", explica Rizzo. EXPERIÊNCIA Além de empresários e pessoas físicas, o Broota reúne grupos de financiamento liderados por investidores-anjo experientes. Chamados de "sindicatos", eles gerem a captação, com orientação para investidores e empreendedores. Um exemplo é a Din4mo, consultoria especializada em negócios sociais e pioneira no "equity crowdfunding" voltado para o terceiro setor a operar no Brasil. Marco Gorini, sócio-fundador da consultoria, aderiu ao Broota. A Din4mo estrutura a operação intermediada via plataforma para que seja aprovada pela CVM e prepara relatórios periódicos para facilitar o acompanhamento dos negócios pelos investidores.
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Jogadores da Copa Africana de Nações serão examinados por causa do ebola
Os jogadores das 16 seleções que participarão da Copa Africana de Nações serão submetidos a testes para a detecção do vírus ebola. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (14) pela Confederação Africana de Futebol (CAF). Aqueles que mostrarem qualquer sinal do vírus contagioso ou que se recusarem a ser examinado pode ser colocado em quarentena por até 21 dias. A competição, que começa neste sábado (17) e se estende até o dia 8 de fevereiro, será disputada em Guiné Equatorial. Em novembro, o Marrocos desistiu de sediar o torneio por medo da propagação do vírus do ebola. "Todos que estiverem chegando para a Copa das Nações devem respeitar as regras e regulações médicas", disse a CAF em comunicado. A pior epidemia de Ebola já registrada matou mais de 8.371 pessoas e infectou 21.171 pessoas em Libéria, Serra Leoa e Guiné, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados na segunda. Dos três países mais afetados pela doença, a Guiné é o único que participa da Copa das Nações. A exigências de exames médicos levaram a Tunísia a cancelar um amistoso pré-torneio no vizinho Gabão. Os tunisianos disseram que também iriam arcar com a logística para viajar ao Gabão e depois a Malabo para os exames médicos A Tunísia planejava originalmente viajar diretamente para a pequena cidade de Ebebiyin, no leste da Guiné, onde a delegação vai ficar baseada.
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Jogadores da Copa Africana de Nações serão examinados por causa do ebolaOs jogadores das 16 seleções que participarão da Copa Africana de Nações serão submetidos a testes para a detecção do vírus ebola. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (14) pela Confederação Africana de Futebol (CAF). Aqueles que mostrarem qualquer sinal do vírus contagioso ou que se recusarem a ser examinado pode ser colocado em quarentena por até 21 dias. A competição, que começa neste sábado (17) e se estende até o dia 8 de fevereiro, será disputada em Guiné Equatorial. Em novembro, o Marrocos desistiu de sediar o torneio por medo da propagação do vírus do ebola. "Todos que estiverem chegando para a Copa das Nações devem respeitar as regras e regulações médicas", disse a CAF em comunicado. A pior epidemia de Ebola já registrada matou mais de 8.371 pessoas e infectou 21.171 pessoas em Libéria, Serra Leoa e Guiné, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados na segunda. Dos três países mais afetados pela doença, a Guiné é o único que participa da Copa das Nações. A exigências de exames médicos levaram a Tunísia a cancelar um amistoso pré-torneio no vizinho Gabão. Os tunisianos disseram que também iriam arcar com a logística para viajar ao Gabão e depois a Malabo para os exames médicos A Tunísia planejava originalmente viajar diretamente para a pequena cidade de Ebebiyin, no leste da Guiné, onde a delegação vai ficar baseada.
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Direita e esquerda
Há algum tempo tudo era simples e claro. De "direita" era o sujeito antiquado, pouco imaginativo, resistente ao "progresso", defensor da "ordem", que acreditava na produtividade do trabalho e desconfiado da democracia. Estava preocupado com a sua "liberdade", que, a história mostra, costuma ser morta pelo excesso de "igualdade". Acreditava em Deus e que, no mundo que Ele criou, 2+2=4, o que ele comprovava, empírica e diariamente. De "esquerda" era o sujeito "progressista", que defendia a "igualdade" da qual emergiria, naturalmente, a "liberdade". Supunha-se portador do futuro e, portanto, saber para onde iria o mundo. Os intelectuais do século 20, inclusive no Brasil, lhe haviam ensinado a "verdade": o mundo caminha para o socialismo e ele está sendo construído por Lenin e Stalin, no paraíso soviético... O fantástico paradoxo é que os mesmos intelectuais, na mais plena ignorância das limitações sociais e físicas que sofriam a construção daquele paraíso, reforçavam a certeza que Deus já tinha morrido e, consequentemente, a restrição 2+2=4 era apenas mais uma imposição autoritária da injustiça social construída pelos interesses do miserável "capitalismo". A mensagem generosa e libertária da "esquerda" (o "eu posso" dos 20 anos sem ter sofrido a vida), aliada ao sentimento natural de solidariedade do ser humano, era um atrativo irresistível. Ainda mais quando apoiada na lógica implacável de Marx sobre as injustiças ínsitas na organização capitalista, principalmente na sua vulgata para consumo nas batalhas juvenis dos diretórios acadêmicos. Hoje tudo é confuso e complicado. "Direita" e "esquerda" perderam o seu vigor e a sua graça. Estão mais para sinal de trânsito do que ferramentas na batalha para construir uma sociedade civilizada, onde o lugar de cada cidadão não dependerá do acidente do seu nascimento e a transmissão geracional da riqueza acumulada, pelo mérito ou pelo acaso, será mitigada. Um dos mais respeitados e insuspeitos intelectuais de esquerda, o economista e professor Robert Heilbroner reconheceu que "há menos de 75 anos do começo da competição entre capitalismo e socialismo (o 'real', digo eu), ela terminou: o capitalismo venceu... Tivemos a mais clara prova que o capitalismo organiza os problemas materiais da humanidade mais satisfatoriamente do que o socialismo" ("New Perspectives Quarterly", Fall, 1989). Perdemos a clareza, mas aprendemos que quem civiliza o capitalismo é o sufrágio universal que os trabalhadores inventaram no século 19 para defenderem-se do poder do capital que se exprime nos mercados.
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Direita e esquerdaHá algum tempo tudo era simples e claro. De "direita" era o sujeito antiquado, pouco imaginativo, resistente ao "progresso", defensor da "ordem", que acreditava na produtividade do trabalho e desconfiado da democracia. Estava preocupado com a sua "liberdade", que, a história mostra, costuma ser morta pelo excesso de "igualdade". Acreditava em Deus e que, no mundo que Ele criou, 2+2=4, o que ele comprovava, empírica e diariamente. De "esquerda" era o sujeito "progressista", que defendia a "igualdade" da qual emergiria, naturalmente, a "liberdade". Supunha-se portador do futuro e, portanto, saber para onde iria o mundo. Os intelectuais do século 20, inclusive no Brasil, lhe haviam ensinado a "verdade": o mundo caminha para o socialismo e ele está sendo construído por Lenin e Stalin, no paraíso soviético... O fantástico paradoxo é que os mesmos intelectuais, na mais plena ignorância das limitações sociais e físicas que sofriam a construção daquele paraíso, reforçavam a certeza que Deus já tinha morrido e, consequentemente, a restrição 2+2=4 era apenas mais uma imposição autoritária da injustiça social construída pelos interesses do miserável "capitalismo". A mensagem generosa e libertária da "esquerda" (o "eu posso" dos 20 anos sem ter sofrido a vida), aliada ao sentimento natural de solidariedade do ser humano, era um atrativo irresistível. Ainda mais quando apoiada na lógica implacável de Marx sobre as injustiças ínsitas na organização capitalista, principalmente na sua vulgata para consumo nas batalhas juvenis dos diretórios acadêmicos. Hoje tudo é confuso e complicado. "Direita" e "esquerda" perderam o seu vigor e a sua graça. Estão mais para sinal de trânsito do que ferramentas na batalha para construir uma sociedade civilizada, onde o lugar de cada cidadão não dependerá do acidente do seu nascimento e a transmissão geracional da riqueza acumulada, pelo mérito ou pelo acaso, será mitigada. Um dos mais respeitados e insuspeitos intelectuais de esquerda, o economista e professor Robert Heilbroner reconheceu que "há menos de 75 anos do começo da competição entre capitalismo e socialismo (o 'real', digo eu), ela terminou: o capitalismo venceu... Tivemos a mais clara prova que o capitalismo organiza os problemas materiais da humanidade mais satisfatoriamente do que o socialismo" ("New Perspectives Quarterly", Fall, 1989). Perdemos a clareza, mas aprendemos que quem civiliza o capitalismo é o sufrágio universal que os trabalhadores inventaram no século 19 para defenderem-se do poder do capital que se exprime nos mercados.
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Programação cultural, obras e novos projetos vão ter de esperar
A prefeitura divulgou os índices de contingenciamento do Orçamento municipal em 2017. A imprensa repercutiu valores significativos (R$ 2,65 bilhões) de possíveis cortes na Educação e na Saúde. A linguagem administrativa é cifrada: contingenciamento significa indisponibilidade momentânea e não acarreta necessariamente corte futuro. Mas fica o alerta: se a arrecadação não cumprir sua meta, os cortes virão. Essa modalidade perversa foi criada, salvo engano, pela ministra Zélia Cardoso de Mello, no início do governo Collor. A economia do país estava um caos, a inflação batia em 80% ao mês, o país em polvorosa, o governo que chegava sinalizou um controle radical pelo "regime de caixa". Nele se abandona o Orçamento como peça de execução orçamentária, substituída pela chave do Tesouro. Ficou assim instituída desde aquela época a figura do todo poderoso ministro (ou secretário) da Fazenda, que é de fato mais ministro e secretário do que seus colegas, pois tem o poder de reter –e de liberar em conta-gotas– os recursos previstos no Orçamento. Para que serve, então, o Orçamento público no Brasil? Entre nós, Orçamento é autorizativo, isto é, só poderão ser gastos os valores constantes no Orçamento; não significa que o serão necessariamente. Na Europa, predomina o Orçamento impositivo: o que foi aprovado está liberado para ser gasto. Essa situação de fato coloca o administrador público brasileiro numa ficção gótica. Para elaborar o Orçamento de sua secretaria ou ministério, ele recolhe as demandas setoriais por recursos e as compatibiliza com os limites orçamentários; administra o conflito interno entre as reivindicações e procura manter o nível histórico de distribuição. Por isso, o Orçamento é sempre conservador, pois repete a série histórica da execução orçamentária. Eis aí uma primeira explicação do baixo nível de investimento do governo em geral. Em seguida, o Orçamento segue para a disputa entre as diversas secretarias e ministérios, arbitrada pela Fazenda, que corta para acomodar os nem sempre convergentes interesses. O Executivo dá a palavra final, e a "peça" segue ao Parlamento. Lá, sofre nova interferência, e recursos podem migrar de rubricas entre secretarias ou ministérios até serem aprovados após negociação com deputados ou vereadores. O esforço enorme de consolidar uma demanda por recursos parece chegar ao fim. Mas não; esse Orçamento aprovado é apenas autorizativo: o que será executado depende de escapar do congelamento da Fazenda. ENTRAVES O gasto no poder público é sempre muito difícil, pois tem de superar enormes entraves jurídicos e rituais administrativos morosos, que muitas vezes contrariam o bom senso e o senso comum. É tão difícil gastar muito como gastar pouco, o que provoca um sentimento de impotência na máquina administrativa. Como planejar nessa situação? Ao longo do ano, à medida que a arrecadação se realiza, a Fazenda vai liberando gradualmente valores congelados do Orçamento. São premiados aqueles órgãos que foram capazes de gastar, apesar de tudo. Eles têm de estar preparados para a corrida contra o relógio, pois há um prazo curto para executar as despesas. É uma maratona no labirinto. CORRIDA DE OBSTÁCULOS O administrador experiente, que já foi pego nessa armadilha, sabe que, ao se aproximar o final do exercício, o governo remanejará recursos dos setores que não foram capazes de gastar para aqueles que se mostraram mais ágeis, e a eficiência acaba premiada. Nesse caso, os projetos têm de estar prontos, e o cipoal administrativo, já bastante desbastado para que o prazo, agora mais ainda mais exíguo, não impeça a realização dos projetos. O leitor já viu uma corrida de obstáculos? A modesta Secretaria Municipal de Cultura foi contemplada com 0,83% do Orçamento, proposto por Haddad, no valor de R$ 453,3 milhões anuais. Com o congelamento recente de 43,5% (R$ 197,4 milhões), a gestão Doria irá manter as despesas de pessoal, custeio e alguns contratos operacionais. O necessário para a Cultura respirar. Investimentos em programação, obras e novos projetos vão ter de esperar um aceno político ou um incerto patrocínio. Isso vale para toda a administração: Verde, Habitação, Esportes, Assistência Social. Aparentemente só a área de Transportes foi preservada, que já era prioridade na gestão anterior. O governo que entra tem de conviver no primeiro momento com as prioridades do que sai. Qual a mensagem que se lê nas entrelinhas? Será preciso produzir superavit para cumprir os novos compromissos (ampliação do subsídio ao transporte público, por exemplo) à custa de remanejamento orçamentário. E enquanto o cenário da arrecadação não estiver claro, e a herança administrativa, bem esquadrinhada, só dá para manter mesmo o balão de oxigênio. O quadro se repete em outras esferas. O Ministério da Cultura está à míngua; na secretaria de Estado da Cultura só se fala de cortes impostos pelo Palácio dos Bandeirantes. Nem sempre foi assim. Nos idos de 1935, a administração do prefeito Fábio Prado, ao mesmo tempo que criava o Departamento de Cultura e Recreação (equivalia à secretaria de hoje), destinava 10% do Orçamento municipal às suas atividades, que englobavam esportes, ação social, meio ambiente, turismo e artes. O titular era o escritor Mário de Andrade. Os filhos dos operários que frequentavam os parques públicos eram subnutridos. O departamento passou a distribuir um copo de leite aos "afilhados da Prefeitura". A medida vingou e foi mantida por Ademar de Barros e, anos adiante, por Paulo Maluf. Como se vê, em política nada se cria, tudo se apropria. Agora, o leite das crianças parece estar ameaçado com os cortes na Educação. Mário de Andrade, o primeiro secretário de Cultura da cidade, disse em um discurso: "Ainda não se percebeu em nossa terra que a cultura é tão necessária quanto o pão, e que uma fome consolada jamais não equilibrou nenhum ser e nem felicitou qualquer país". Será que vão faltar leite e pão em nossa cidade?
ilustrada
Programação cultural, obras e novos projetos vão ter de esperarA prefeitura divulgou os índices de contingenciamento do Orçamento municipal em 2017. A imprensa repercutiu valores significativos (R$ 2,65 bilhões) de possíveis cortes na Educação e na Saúde. A linguagem administrativa é cifrada: contingenciamento significa indisponibilidade momentânea e não acarreta necessariamente corte futuro. Mas fica o alerta: se a arrecadação não cumprir sua meta, os cortes virão. Essa modalidade perversa foi criada, salvo engano, pela ministra Zélia Cardoso de Mello, no início do governo Collor. A economia do país estava um caos, a inflação batia em 80% ao mês, o país em polvorosa, o governo que chegava sinalizou um controle radical pelo "regime de caixa". Nele se abandona o Orçamento como peça de execução orçamentária, substituída pela chave do Tesouro. Ficou assim instituída desde aquela época a figura do todo poderoso ministro (ou secretário) da Fazenda, que é de fato mais ministro e secretário do que seus colegas, pois tem o poder de reter –e de liberar em conta-gotas– os recursos previstos no Orçamento. Para que serve, então, o Orçamento público no Brasil? Entre nós, Orçamento é autorizativo, isto é, só poderão ser gastos os valores constantes no Orçamento; não significa que o serão necessariamente. Na Europa, predomina o Orçamento impositivo: o que foi aprovado está liberado para ser gasto. Essa situação de fato coloca o administrador público brasileiro numa ficção gótica. Para elaborar o Orçamento de sua secretaria ou ministério, ele recolhe as demandas setoriais por recursos e as compatibiliza com os limites orçamentários; administra o conflito interno entre as reivindicações e procura manter o nível histórico de distribuição. Por isso, o Orçamento é sempre conservador, pois repete a série histórica da execução orçamentária. Eis aí uma primeira explicação do baixo nível de investimento do governo em geral. Em seguida, o Orçamento segue para a disputa entre as diversas secretarias e ministérios, arbitrada pela Fazenda, que corta para acomodar os nem sempre convergentes interesses. O Executivo dá a palavra final, e a "peça" segue ao Parlamento. Lá, sofre nova interferência, e recursos podem migrar de rubricas entre secretarias ou ministérios até serem aprovados após negociação com deputados ou vereadores. O esforço enorme de consolidar uma demanda por recursos parece chegar ao fim. Mas não; esse Orçamento aprovado é apenas autorizativo: o que será executado depende de escapar do congelamento da Fazenda. ENTRAVES O gasto no poder público é sempre muito difícil, pois tem de superar enormes entraves jurídicos e rituais administrativos morosos, que muitas vezes contrariam o bom senso e o senso comum. É tão difícil gastar muito como gastar pouco, o que provoca um sentimento de impotência na máquina administrativa. Como planejar nessa situação? Ao longo do ano, à medida que a arrecadação se realiza, a Fazenda vai liberando gradualmente valores congelados do Orçamento. São premiados aqueles órgãos que foram capazes de gastar, apesar de tudo. Eles têm de estar preparados para a corrida contra o relógio, pois há um prazo curto para executar as despesas. É uma maratona no labirinto. CORRIDA DE OBSTÁCULOS O administrador experiente, que já foi pego nessa armadilha, sabe que, ao se aproximar o final do exercício, o governo remanejará recursos dos setores que não foram capazes de gastar para aqueles que se mostraram mais ágeis, e a eficiência acaba premiada. Nesse caso, os projetos têm de estar prontos, e o cipoal administrativo, já bastante desbastado para que o prazo, agora mais ainda mais exíguo, não impeça a realização dos projetos. O leitor já viu uma corrida de obstáculos? A modesta Secretaria Municipal de Cultura foi contemplada com 0,83% do Orçamento, proposto por Haddad, no valor de R$ 453,3 milhões anuais. Com o congelamento recente de 43,5% (R$ 197,4 milhões), a gestão Doria irá manter as despesas de pessoal, custeio e alguns contratos operacionais. O necessário para a Cultura respirar. Investimentos em programação, obras e novos projetos vão ter de esperar um aceno político ou um incerto patrocínio. Isso vale para toda a administração: Verde, Habitação, Esportes, Assistência Social. Aparentemente só a área de Transportes foi preservada, que já era prioridade na gestão anterior. O governo que entra tem de conviver no primeiro momento com as prioridades do que sai. Qual a mensagem que se lê nas entrelinhas? Será preciso produzir superavit para cumprir os novos compromissos (ampliação do subsídio ao transporte público, por exemplo) à custa de remanejamento orçamentário. E enquanto o cenário da arrecadação não estiver claro, e a herança administrativa, bem esquadrinhada, só dá para manter mesmo o balão de oxigênio. O quadro se repete em outras esferas. O Ministério da Cultura está à míngua; na secretaria de Estado da Cultura só se fala de cortes impostos pelo Palácio dos Bandeirantes. Nem sempre foi assim. Nos idos de 1935, a administração do prefeito Fábio Prado, ao mesmo tempo que criava o Departamento de Cultura e Recreação (equivalia à secretaria de hoje), destinava 10% do Orçamento municipal às suas atividades, que englobavam esportes, ação social, meio ambiente, turismo e artes. O titular era o escritor Mário de Andrade. Os filhos dos operários que frequentavam os parques públicos eram subnutridos. O departamento passou a distribuir um copo de leite aos "afilhados da Prefeitura". A medida vingou e foi mantida por Ademar de Barros e, anos adiante, por Paulo Maluf. Como se vê, em política nada se cria, tudo se apropria. Agora, o leite das crianças parece estar ameaçado com os cortes na Educação. Mário de Andrade, o primeiro secretário de Cultura da cidade, disse em um discurso: "Ainda não se percebeu em nossa terra que a cultura é tão necessária quanto o pão, e que uma fome consolada jamais não equilibrou nenhum ser e nem felicitou qualquer país". Será que vão faltar leite e pão em nossa cidade?
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Queda do petróleo torna urgente política para o etanol, diz setor
O governo apostou no uso das fontes renováveis de energia para auxiliar na meta de descarbonização da economia, aprovada na COP-21. O cenário para um dos principais itens desse segmento, o etanol, ainda é incerto. A produção nacional atual está próxima de 30 bilhões de litros, mas o governo coloca em suas metas 50 bilhões para 2030. Há uma conscientização sobre os benefícios desse combustível, com efeitos ambientais e sobre a saúde. Não há, porém, uma política de longo prazo que garanta esses 50 bilhões de litros. A Petrobras está em um momento de fragilidade, e a distribuição de combustíveis vai passar por mudanças. A empresa acumulou elevados prejuízos na produção e na distribuição de combustíveis nos últimos anos, o que não deverá ocorrer a partir de agora. A estatal vai entregar os combustíveis na refinaria, e o ônus da distribuição passa a ser das distribuidoras. Um dos efeitos será o fim da equalização de preços da gasolina, o que permite, por exemplo, que os preços atuais do combustível em Roraima tenham similaridade com os do Nordeste e do Sul. A Petrobras não deverá arcar mais também com as perdas da importação de gasolina, o que ocorreu nos anos recentes para que o produto não pressionasse a inflação. Essa política jogou o setor sucroenergético no chão. A vantagem para o setor, agora, é que as importações -tanto da Petrobras como das demais distribuidoras- vão manter uma correlação maior com os preços externos. Isso é bom para o setor de etanol se o petróleo voltar a subir. O custo maior da gasolina dá maior margem para o derivado de cana. O cenário de queda externa do petróleo, no entanto, vai colocar ainda mais em evidência a falta de uma política que garanta a sobrevivência do setor sucroenergético. O pais precisa aproveitar o momento para adotar uma política tributária reguladora para o setor, segundo Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio). Sem ela, não haverá investimentos tanto no setor de produção de etanol como no de bens de capital, que também sofre as consequências da crise desses últimos anos, acrescenta ele. Antonio Padua Rodrigues, diretor da Unica, diz que essa política tem de contemplar avaliações sobre preços internacionais do petróleo, câmbio e incentivos para que o etanol cumpra o seu papel na matriz limpa de energia. As medidas têm de ser de longo prazo, para que o setor tenha uma diretriz. Mas podem ser ajustadas conforme ocorra a entrada de novos produtos vindos da biomassa, tomando com base produtividade e custos do setor. Para Carvalho, o governo deveria construir um programa de complementaridade entre energia das hidrelétricas e da biomassa. Para um melhor aproveitamento do potencial da biomassa como energia, o governo teria de buscar uma viabilidade técnica e de investimentos para a conexão dos sistemas à rede de transmissão e distribuição de energia elétrica. Além disso, fazer leilões exclusivos e regionais voltados para as fontes renováveis descentralizadas, de acordo com Carvalho.
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Queda do petróleo torna urgente política para o etanol, diz setorO governo apostou no uso das fontes renováveis de energia para auxiliar na meta de descarbonização da economia, aprovada na COP-21. O cenário para um dos principais itens desse segmento, o etanol, ainda é incerto. A produção nacional atual está próxima de 30 bilhões de litros, mas o governo coloca em suas metas 50 bilhões para 2030. Há uma conscientização sobre os benefícios desse combustível, com efeitos ambientais e sobre a saúde. Não há, porém, uma política de longo prazo que garanta esses 50 bilhões de litros. A Petrobras está em um momento de fragilidade, e a distribuição de combustíveis vai passar por mudanças. A empresa acumulou elevados prejuízos na produção e na distribuição de combustíveis nos últimos anos, o que não deverá ocorrer a partir de agora. A estatal vai entregar os combustíveis na refinaria, e o ônus da distribuição passa a ser das distribuidoras. Um dos efeitos será o fim da equalização de preços da gasolina, o que permite, por exemplo, que os preços atuais do combustível em Roraima tenham similaridade com os do Nordeste e do Sul. A Petrobras não deverá arcar mais também com as perdas da importação de gasolina, o que ocorreu nos anos recentes para que o produto não pressionasse a inflação. Essa política jogou o setor sucroenergético no chão. A vantagem para o setor, agora, é que as importações -tanto da Petrobras como das demais distribuidoras- vão manter uma correlação maior com os preços externos. Isso é bom para o setor de etanol se o petróleo voltar a subir. O custo maior da gasolina dá maior margem para o derivado de cana. O cenário de queda externa do petróleo, no entanto, vai colocar ainda mais em evidência a falta de uma política que garanta a sobrevivência do setor sucroenergético. O pais precisa aproveitar o momento para adotar uma política tributária reguladora para o setor, segundo Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio). Sem ela, não haverá investimentos tanto no setor de produção de etanol como no de bens de capital, que também sofre as consequências da crise desses últimos anos, acrescenta ele. Antonio Padua Rodrigues, diretor da Unica, diz que essa política tem de contemplar avaliações sobre preços internacionais do petróleo, câmbio e incentivos para que o etanol cumpra o seu papel na matriz limpa de energia. As medidas têm de ser de longo prazo, para que o setor tenha uma diretriz. Mas podem ser ajustadas conforme ocorra a entrada de novos produtos vindos da biomassa, tomando com base produtividade e custos do setor. Para Carvalho, o governo deveria construir um programa de complementaridade entre energia das hidrelétricas e da biomassa. Para um melhor aproveitamento do potencial da biomassa como energia, o governo teria de buscar uma viabilidade técnica e de investimentos para a conexão dos sistemas à rede de transmissão e distribuição de energia elétrica. Além disso, fazer leilões exclusivos e regionais voltados para as fontes renováveis descentralizadas, de acordo com Carvalho.
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Creches e escolas de Ribeirão Preto estão sem professores de apoio
A falta de professores de apoio nas creches e no ensino fundamental tem causado transtorno nas salas de aula de Ribeirão Preto. O maior problema é nas creches. Segundo docentes, crianças de dois a quatro anos que usam fraldas ficam longos períodos sujas, pois não há ninguém para permanecer na sala com os outros alunos durante a troca. Conforme o secretário da Educação, Ângelo Invernizzi Lopes, os professores de apoio serão chamados a partir da próxima segunda (9). "É a primeira vez que começamos o ano nesta situação", afirmou o professor Leonardo Sacramento, secretário-geral da Aproferp (Associação de Profissionais da Educação de Ribeirão Preto). Docentes ouvidos pela reportagem, sob condição de anonimato, disseram que a situação está um "caos". "O problema é que início de ano é época de adaptação e tem criança com desfralde. É impossível socorrer sozinha", disse uma professora do bairro Vila Abranches. Segundo ela, docentes acabam se revezando nas salas ou juntam turmas. A faxineira Fátima Anselmo Piedade, 46, que tem uma neta que estuda na creche Anna Augusta França, no bairro Parque Ribeirão, disse que não sabia da falta de professores de apoio nas salas. "Estou surpresa, ninguém falou nada. Que situação perigosa." O mecânico Aparecido Soares Ramos, 34, que tem um filho na creche Alaor Galvão César, na Vila Virgínia, disse que soube do problema na semana passada, por intermédio de uma das professoras. "Fico com receio de acontecer algum acidente, mas sei que a culpa não é da professora." O problema também atinge toda a rede municipal, comprometendo o aprendizado das crianças maiores. José Eugênio Kaça, presidente do Conselho Municipal da Educação, afirma que deverá encaminhar um ofício à secretaria para saber qual é o deficit de professores. "Pelos relatos que recebemos, a situação está crítica." OUTRO LADO Recém-empossado, o secretário da Educação afirmou que os professores de apoio não foram chamados porque a pasta atendeu a outras demandas neste início de ano. No entanto, disse que na segunda deverá ser feita a convocação dos docentes, inicialmente apenas para as creches. A ideia é que os professores deem apoio nas creches em que já trabalham, mas em horários alternativos. Já para o restante da rede municipal a secretaria deverá convocar os professores de apoio em cerca de dez dias. Segundo Lopes, não há deficit de professores.
cotidiano
Creches e escolas de Ribeirão Preto estão sem professores de apoioA falta de professores de apoio nas creches e no ensino fundamental tem causado transtorno nas salas de aula de Ribeirão Preto. O maior problema é nas creches. Segundo docentes, crianças de dois a quatro anos que usam fraldas ficam longos períodos sujas, pois não há ninguém para permanecer na sala com os outros alunos durante a troca. Conforme o secretário da Educação, Ângelo Invernizzi Lopes, os professores de apoio serão chamados a partir da próxima segunda (9). "É a primeira vez que começamos o ano nesta situação", afirmou o professor Leonardo Sacramento, secretário-geral da Aproferp (Associação de Profissionais da Educação de Ribeirão Preto). Docentes ouvidos pela reportagem, sob condição de anonimato, disseram que a situação está um "caos". "O problema é que início de ano é época de adaptação e tem criança com desfralde. É impossível socorrer sozinha", disse uma professora do bairro Vila Abranches. Segundo ela, docentes acabam se revezando nas salas ou juntam turmas. A faxineira Fátima Anselmo Piedade, 46, que tem uma neta que estuda na creche Anna Augusta França, no bairro Parque Ribeirão, disse que não sabia da falta de professores de apoio nas salas. "Estou surpresa, ninguém falou nada. Que situação perigosa." O mecânico Aparecido Soares Ramos, 34, que tem um filho na creche Alaor Galvão César, na Vila Virgínia, disse que soube do problema na semana passada, por intermédio de uma das professoras. "Fico com receio de acontecer algum acidente, mas sei que a culpa não é da professora." O problema também atinge toda a rede municipal, comprometendo o aprendizado das crianças maiores. José Eugênio Kaça, presidente do Conselho Municipal da Educação, afirma que deverá encaminhar um ofício à secretaria para saber qual é o deficit de professores. "Pelos relatos que recebemos, a situação está crítica." OUTRO LADO Recém-empossado, o secretário da Educação afirmou que os professores de apoio não foram chamados porque a pasta atendeu a outras demandas neste início de ano. No entanto, disse que na segunda deverá ser feita a convocação dos docentes, inicialmente apenas para as creches. A ideia é que os professores deem apoio nas creches em que já trabalham, mas em horários alternativos. Já para o restante da rede municipal a secretaria deverá convocar os professores de apoio em cerca de dez dias. Segundo Lopes, não há deficit de professores.
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239 volta para casa
Algum dia, nas próximas três semanas, a cela será aberta e 239 caminhará, como um homem livre, até o avião que o conduzirá do Caribe à Grã-Bretanha. Lá, reencontrará sua família e ouvirá um filho chamá-lo de "pai", algo que o atemoriza, pois há 13 anos só é identificado pelo seu número de prisioneiro em Guantánamo. A história de 239 é uma prova do fracasso da "guerra ao terror" de George W. Bush e de um fiasco moral de Barack Obama, além de uma impugnação do argumento clássico de defesa da tortura. Shaker Aamer nasceu na Arábia Saudita, mudou-se para os EUA, trabalhou como tradutor junto às forças americanas na Guerra do Golfo e estabeleceu-se em Londres, onde casou-se com uma britânica muçulmana. Eles tiveram quatro filhos, o último dos quais Aamer nunca viu, pois o menino nasceu quando ele já era 239. Meses antes do 11 de setembro de 2001, transferiu-se com a família para o Afeganistão –em busca, segundo alegou, de "uma atmosfera islâmica". Na sequência do atentado, foi capturado por uma guerrilha afegã que combatia o Taleban e entregue aos americanos. Bush criou um tribunal militar para processar extraterritorialmente os "combatentes inimigos ilegais", enquanto seu governo autorizava o uso da tortura nos interrogatórios. As violações de direitos humanos produziram resultado nulo. Dos 779 prisioneiros que passaram por Guantánamo, apenas sete foram condenados pela corte de exceção. Aamer, como tantos, não foi nem processado. Obama declarou que "Guantánamo fere nossa reputação internacional" e "provavelmente criou mais terroristas no mundo do que aqueles que manteve detidos". Porém, diante das resistências do Congresso, recuou em sua decisão de fechar o complexo prisional. As acusações contra Aamer foram anuladas em 2007 e ofereceram-lhe a deportação para a Arábia Saudita, que ele rejeitou temendo o encarceramento pelo crime de casar com uma estrangeira ou, pior, um programa de "desradicalização" num calabouço do reino. Mesmo diante de uma solicitação oficial do governo britânico, Washington recusou-se, por mais de 3.000 dias, a retorná-lo ao país onde tem residência legal. Na versão americana, Aamer representaria um perigo público potencial. De acordo com seu advogado, a extensão do encarceramento destinava-se a evitar a divulgação das torturas que experimentou e testemunhou. No dossiê sobre o prisioneiro 239, consta que ele participava do alto círculo da Al Qaeda e operou como tradutor para Osama bin Laden. Sob tortura, 239 confessou tudo o que lhe perguntaram. Mas, depois, negou ter combatido ao lado dos jihadistas e atribuiu a narrativa do dossiê às lendas contadas pelos guerrilheiros afegãos que o entregaram em troca de recompensa monetária. O tribunal militar desistiu de processá-lo pois nada tinha, exceto a confissão contaminada. A justificação "moral" da tortura assenta no dilema da bomba-relógio. Se é capturado um terrorista que guarda informação sobre um atentado iminente, não seria a tortura uma ferramenta aceitável, até compulsória, para salvar as vidas de incontáveis inocentes? O problema insolúvel do argumento é que ele supõe um cenário ideal, no qual sabe-se de antemão que o prisioneiro é um terrorista e, ainda, que dispõe de um segredo específico. A história de Aamer, entre tantas outras, revela que tal cenário é uma construção puramente teórica, destinada a flexibilizar um interdito moral. Na neblina da vida real, seria preciso torturar pencas de inocentes e terroristas ignorantes até chegar, casualmente, ao detentor da informação crucial. Nunca saberemos o que Aamer foi fazer no Afeganistão em 2001. Não sabemos o que ele fará depois de beijar o filho que não conhece. Se desaparecer no mundo cotidiano, provará que a tortura não funciona. Se explodir-se, matando inocentes em nome de um califado mítico, provará exatamente a mesma coisa.
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239 volta para casaAlgum dia, nas próximas três semanas, a cela será aberta e 239 caminhará, como um homem livre, até o avião que o conduzirá do Caribe à Grã-Bretanha. Lá, reencontrará sua família e ouvirá um filho chamá-lo de "pai", algo que o atemoriza, pois há 13 anos só é identificado pelo seu número de prisioneiro em Guantánamo. A história de 239 é uma prova do fracasso da "guerra ao terror" de George W. Bush e de um fiasco moral de Barack Obama, além de uma impugnação do argumento clássico de defesa da tortura. Shaker Aamer nasceu na Arábia Saudita, mudou-se para os EUA, trabalhou como tradutor junto às forças americanas na Guerra do Golfo e estabeleceu-se em Londres, onde casou-se com uma britânica muçulmana. Eles tiveram quatro filhos, o último dos quais Aamer nunca viu, pois o menino nasceu quando ele já era 239. Meses antes do 11 de setembro de 2001, transferiu-se com a família para o Afeganistão –em busca, segundo alegou, de "uma atmosfera islâmica". Na sequência do atentado, foi capturado por uma guerrilha afegã que combatia o Taleban e entregue aos americanos. Bush criou um tribunal militar para processar extraterritorialmente os "combatentes inimigos ilegais", enquanto seu governo autorizava o uso da tortura nos interrogatórios. As violações de direitos humanos produziram resultado nulo. Dos 779 prisioneiros que passaram por Guantánamo, apenas sete foram condenados pela corte de exceção. Aamer, como tantos, não foi nem processado. Obama declarou que "Guantánamo fere nossa reputação internacional" e "provavelmente criou mais terroristas no mundo do que aqueles que manteve detidos". Porém, diante das resistências do Congresso, recuou em sua decisão de fechar o complexo prisional. As acusações contra Aamer foram anuladas em 2007 e ofereceram-lhe a deportação para a Arábia Saudita, que ele rejeitou temendo o encarceramento pelo crime de casar com uma estrangeira ou, pior, um programa de "desradicalização" num calabouço do reino. Mesmo diante de uma solicitação oficial do governo britânico, Washington recusou-se, por mais de 3.000 dias, a retorná-lo ao país onde tem residência legal. Na versão americana, Aamer representaria um perigo público potencial. De acordo com seu advogado, a extensão do encarceramento destinava-se a evitar a divulgação das torturas que experimentou e testemunhou. No dossiê sobre o prisioneiro 239, consta que ele participava do alto círculo da Al Qaeda e operou como tradutor para Osama bin Laden. Sob tortura, 239 confessou tudo o que lhe perguntaram. Mas, depois, negou ter combatido ao lado dos jihadistas e atribuiu a narrativa do dossiê às lendas contadas pelos guerrilheiros afegãos que o entregaram em troca de recompensa monetária. O tribunal militar desistiu de processá-lo pois nada tinha, exceto a confissão contaminada. A justificação "moral" da tortura assenta no dilema da bomba-relógio. Se é capturado um terrorista que guarda informação sobre um atentado iminente, não seria a tortura uma ferramenta aceitável, até compulsória, para salvar as vidas de incontáveis inocentes? O problema insolúvel do argumento é que ele supõe um cenário ideal, no qual sabe-se de antemão que o prisioneiro é um terrorista e, ainda, que dispõe de um segredo específico. A história de Aamer, entre tantas outras, revela que tal cenário é uma construção puramente teórica, destinada a flexibilizar um interdito moral. Na neblina da vida real, seria preciso torturar pencas de inocentes e terroristas ignorantes até chegar, casualmente, ao detentor da informação crucial. Nunca saberemos o que Aamer foi fazer no Afeganistão em 2001. Não sabemos o que ele fará depois de beijar o filho que não conhece. Se desaparecer no mundo cotidiano, provará que a tortura não funciona. Se explodir-se, matando inocentes em nome de um califado mítico, provará exatamente a mesma coisa.
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Serra diz não promover partidarização às avessas da política externa do Brasil
O chanceler José Serra afirmou nesta quinta (19) que sua promessa de "despartidarizar" a política externa brasileira, aparente alusão aos governos petistas, não é uma "partidarização às avessas". "[Que vamos] despartidarizar não tenho a menor dúvida. Agora, dizer que eu estou partidarizando é ridículo, até porque estou há uma semana [como chanceler], não há indício nesse sentido e não vamos fazer", afirmou, ao ser indagado pela Folha, durante evento no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, na capital. "Não é meu estilo, não é estilo do governo. É outro departamento. A gente sabe quem está acostumado a aparelhar", afirmou. A "despartidarização" é a primeira das dez diretrizes anunciadas por Serra em seu discurso de posse como chanceler, na quarta-feira (18). No conjunto, as propostas para a política externa brasileira marcam um distanciamento das políticas praticadas durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-10) e da presidente afastada, Dilma Rousseff. Isso ocorreu sobretudo no alinhamento político regional —as administrações petistas preferiram governos de esquerda, como os de Venezuela e Bolívia, e Serra preconiza a Argentina sob o centro-direitista Mauricio Macri— e na política comercial (o atual chanceler mira acordos bilaterais, em lugar da negociação multilateral a qual o país se dedica desde 2001). Serra também negou que tenha imprimido "carga ideológica" nas primeiras notas diplomáticas emitidas pelo Itamaraty sob seu comando, que chamam de "falsidades" questionamentos dos governos de esquerda da região sobre a lisura do processo de impeachment de Dilma. "Não, [esses países] estão dizendo coisas falsas a respeito do Brasil, a gente tem a obrigação de sublinhar isso apenas", respondeu a jornalistas antes do evento. O chanceler ainda elogiou a posição do representante dos EUA na OEA (Organização dos Estados Americanos), Michael Fitzpatrick, que contestou a acusação de que o processo em curso no Brasil seja um golpe e disse confiar nas instituições do país, acrescentando que o real problema na região ocorre na Venezuela, palco de uma crise econômica, política e de escassez. "Não pedimos que ninguém opinasse. Já que tem países que opinaram, os outros também opinam e a posição dos EUA é correta", disse. "Essa contestação é aparelhada, vamos ser francos." Na mesma noite, em entrevista transmitida pela Globonews, sublinhou a crise venezuelana, mas afirmou que o Brasil "não vai interferir no processo interno do país". Na mesma entrevista, também questionou a atuação do país na África ao longo dos anos, defendendo ações que, a seu ver, tenham maior retorno. "O brasil não tem que ficar posando de um tiozão bonzinho", declarou. COMÉRCIO EXTERIOR Serra afirmou aos jornalistas no evento em São Paulo que a América do Sul é prioritária na agenda de comércio exterior do país. O ministro disse que, caso Dilma seja afastada em definitivo, os dois anos e meio de governo Temer serão suficientes para promover avanços comerciais mesmo com os EUA e União Europeia, cujos tratados comerciais demandam longas negociações parlamentares. "Já tem coisas em andamento, algumas precisam ser aceleradas, outras precisam ser revistas, outras fortalecidas", afirmou. "O que a gente tem é que mudar a tendência, mudar o sinal, tem que criar impacto no mundo com produtos brasileiros." Ele negou preferência pelos EUA em detrimento da China ou de outras regiões como a África. "Os EUA são muito importantes, a China é muito importante. Vamos fazer uma política em escala mundial. A África é importante? Muito. A Ásia, China? Muito. América do Sul? Especialmente importante, porque é o nosso continente. EUA, um grande parceiro; potencialmente maior ainda." Serra defendeu o fortalecimento do Mercosul. "Ainda existem muitas barreiras que subsistem. Temos que fortalecer o livre-comércio, procurar formas de flexibilizar o Mercosul de maneira que a gente possa fazer acordos bilaterais com outros países do mundo, em outros continentes. Na forma que está hoje isso se torna difícil porque que tem que levar todos os países juntos." AMBIENTE O chanceler disse que não teme atritos com o colega de Esplanada Blairo Maggi, que assumiu o Ministério da Agricultura e é alvo de críticas por praticar desmatamento em suas propriedades de cultivo de soja. Serra escolheu o ambiente como o terceiro tema prioritário de sua gestão. "Nós somos colegas no Senado então o entendimento vai ser muito fácil." Ele diz não ver diferenças de pontos de vista. "Quer saber de uma coisa? A grande agricultura hoje tem interesse em ter um marco ambiental bem construído, que preserve o que a gente tem e que pode atrair recursos do exterior para essa preservação." O chanceler também prometeu pagar dívidas do Brasil com organismos internacionais como a ONU não apenas para garantir o direito de voto, mas porque, disse, "não pega bem para o Brasil do ponto de vista da imagem". "Nós vamos fazer uma política de austeridade. Não tem interesse em gastar mais, mas tem interesse de eliminar o atrasado." A liberação de recursos, no entanto, depende do Ministério do Planejamento, comandado por Romero Jucá (PMDB). No início da semana, Serra pediu R$ 800 milhões à pasta para cobrir o rombo no orçamento do Itamaraty.
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Serra diz não promover partidarização às avessas da política externa do BrasilO chanceler José Serra afirmou nesta quinta (19) que sua promessa de "despartidarizar" a política externa brasileira, aparente alusão aos governos petistas, não é uma "partidarização às avessas". "[Que vamos] despartidarizar não tenho a menor dúvida. Agora, dizer que eu estou partidarizando é ridículo, até porque estou há uma semana [como chanceler], não há indício nesse sentido e não vamos fazer", afirmou, ao ser indagado pela Folha, durante evento no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, na capital. "Não é meu estilo, não é estilo do governo. É outro departamento. A gente sabe quem está acostumado a aparelhar", afirmou. A "despartidarização" é a primeira das dez diretrizes anunciadas por Serra em seu discurso de posse como chanceler, na quarta-feira (18). No conjunto, as propostas para a política externa brasileira marcam um distanciamento das políticas praticadas durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-10) e da presidente afastada, Dilma Rousseff. Isso ocorreu sobretudo no alinhamento político regional —as administrações petistas preferiram governos de esquerda, como os de Venezuela e Bolívia, e Serra preconiza a Argentina sob o centro-direitista Mauricio Macri— e na política comercial (o atual chanceler mira acordos bilaterais, em lugar da negociação multilateral a qual o país se dedica desde 2001). Serra também negou que tenha imprimido "carga ideológica" nas primeiras notas diplomáticas emitidas pelo Itamaraty sob seu comando, que chamam de "falsidades" questionamentos dos governos de esquerda da região sobre a lisura do processo de impeachment de Dilma. "Não, [esses países] estão dizendo coisas falsas a respeito do Brasil, a gente tem a obrigação de sublinhar isso apenas", respondeu a jornalistas antes do evento. O chanceler ainda elogiou a posição do representante dos EUA na OEA (Organização dos Estados Americanos), Michael Fitzpatrick, que contestou a acusação de que o processo em curso no Brasil seja um golpe e disse confiar nas instituições do país, acrescentando que o real problema na região ocorre na Venezuela, palco de uma crise econômica, política e de escassez. "Não pedimos que ninguém opinasse. Já que tem países que opinaram, os outros também opinam e a posição dos EUA é correta", disse. "Essa contestação é aparelhada, vamos ser francos." Na mesma noite, em entrevista transmitida pela Globonews, sublinhou a crise venezuelana, mas afirmou que o Brasil "não vai interferir no processo interno do país". Na mesma entrevista, também questionou a atuação do país na África ao longo dos anos, defendendo ações que, a seu ver, tenham maior retorno. "O brasil não tem que ficar posando de um tiozão bonzinho", declarou. COMÉRCIO EXTERIOR Serra afirmou aos jornalistas no evento em São Paulo que a América do Sul é prioritária na agenda de comércio exterior do país. O ministro disse que, caso Dilma seja afastada em definitivo, os dois anos e meio de governo Temer serão suficientes para promover avanços comerciais mesmo com os EUA e União Europeia, cujos tratados comerciais demandam longas negociações parlamentares. "Já tem coisas em andamento, algumas precisam ser aceleradas, outras precisam ser revistas, outras fortalecidas", afirmou. "O que a gente tem é que mudar a tendência, mudar o sinal, tem que criar impacto no mundo com produtos brasileiros." Ele negou preferência pelos EUA em detrimento da China ou de outras regiões como a África. "Os EUA são muito importantes, a China é muito importante. Vamos fazer uma política em escala mundial. A África é importante? Muito. A Ásia, China? Muito. América do Sul? Especialmente importante, porque é o nosso continente. EUA, um grande parceiro; potencialmente maior ainda." Serra defendeu o fortalecimento do Mercosul. "Ainda existem muitas barreiras que subsistem. Temos que fortalecer o livre-comércio, procurar formas de flexibilizar o Mercosul de maneira que a gente possa fazer acordos bilaterais com outros países do mundo, em outros continentes. Na forma que está hoje isso se torna difícil porque que tem que levar todos os países juntos." AMBIENTE O chanceler disse que não teme atritos com o colega de Esplanada Blairo Maggi, que assumiu o Ministério da Agricultura e é alvo de críticas por praticar desmatamento em suas propriedades de cultivo de soja. Serra escolheu o ambiente como o terceiro tema prioritário de sua gestão. "Nós somos colegas no Senado então o entendimento vai ser muito fácil." Ele diz não ver diferenças de pontos de vista. "Quer saber de uma coisa? A grande agricultura hoje tem interesse em ter um marco ambiental bem construído, que preserve o que a gente tem e que pode atrair recursos do exterior para essa preservação." O chanceler também prometeu pagar dívidas do Brasil com organismos internacionais como a ONU não apenas para garantir o direito de voto, mas porque, disse, "não pega bem para o Brasil do ponto de vista da imagem". "Nós vamos fazer uma política de austeridade. Não tem interesse em gastar mais, mas tem interesse de eliminar o atrasado." A liberação de recursos, no entanto, depende do Ministério do Planejamento, comandado por Romero Jucá (PMDB). No início da semana, Serra pediu R$ 800 milhões à pasta para cobrir o rombo no orçamento do Itamaraty.
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Grupo Pão de Açúcar recua e lojas bandeira Extra abrem 24 horas
Maior varejista do país, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) voltou a ter alguns hipermercados da bandeira Extra operando 24 horas por dia, após ter decidido acabar com esse modelo em maio do ano passado. Atualmente, são 22 unidades abertas todas as horas do dia, no universo de 137 hipermercados da bandeira. Segundo o GPA, a decisão foi tomada após a companhia analisar os resultados de expansão para 24 horas adotada em toda a rede de hipermercados durante a semana que antecedeu o Natal de 2014, em função do aumento das vendas com as festas de fim de ano. "Foi observado que, em algumas regiões do país, havia a demanda pelo serviço durante a madrugada e, para atendê-la, a rede optou por permanecer com o funcionamento 24 horas em 22 unidades estrategicamente localizadas por tempo indeterminado", disse o GPA. "O Extra realiza constantes análises de mercado, estudando o comportamento do consumidor brasileiro e continuará promovendo mudanças com o objetivo de proporcionar a melhor experiência de compras", completou. Em maio de 2014, o GPA, sob controle do grupo francês Casino, anunciou o fim do funcionamento 24 horas para as 55 unidades do Extra e Pão de Açúcar que operavam assim. Para o Pão de Açúcar, a medida continua valendo. O recuo para os hipermercados do Extra ocorre após o negócio ter sido o único a apresentar desempenho de vendas negativo em 2014 na divisão alimentar do GPA, que reúne ainda as bandeiras Pão de Açúcar, Extra Supermercado e Assaí, além das marcas de proximidade. Enquanto a divisão alimentar do GPA viu sua receita líquida total avançar 9,2% no ano passado, a 34,7 bilhões de reais, o Extra Hiper –bandeira de maior representatividade para o negócio– mostrou declínio de 0,1% na mesma linha, a 12,9 bilhões de reais. Na semana passada, o presidente-executivo do GPA, Ronaldo Iabrudi, afirmou que a companhia adotou a partir do segundo semestre uma renovação das ações comerciais para os hipermercados no Extra em São Paulo para estancar a queda no fluxo de clientes observada nas lojas. O plano –que contempla maior volume de itens em promoção, foco no acompanhamento de preços em relação à concorrência e aumento de vendedores na área de eletroeletrônicos– será agora implementado nos hipermercados do grupo no Rio de Janeiro em fevereiro, e nas regiões Nordeste e Centro-Oeste em março.
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Grupo Pão de Açúcar recua e lojas bandeira Extra abrem 24 horasMaior varejista do país, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) voltou a ter alguns hipermercados da bandeira Extra operando 24 horas por dia, após ter decidido acabar com esse modelo em maio do ano passado. Atualmente, são 22 unidades abertas todas as horas do dia, no universo de 137 hipermercados da bandeira. Segundo o GPA, a decisão foi tomada após a companhia analisar os resultados de expansão para 24 horas adotada em toda a rede de hipermercados durante a semana que antecedeu o Natal de 2014, em função do aumento das vendas com as festas de fim de ano. "Foi observado que, em algumas regiões do país, havia a demanda pelo serviço durante a madrugada e, para atendê-la, a rede optou por permanecer com o funcionamento 24 horas em 22 unidades estrategicamente localizadas por tempo indeterminado", disse o GPA. "O Extra realiza constantes análises de mercado, estudando o comportamento do consumidor brasileiro e continuará promovendo mudanças com o objetivo de proporcionar a melhor experiência de compras", completou. Em maio de 2014, o GPA, sob controle do grupo francês Casino, anunciou o fim do funcionamento 24 horas para as 55 unidades do Extra e Pão de Açúcar que operavam assim. Para o Pão de Açúcar, a medida continua valendo. O recuo para os hipermercados do Extra ocorre após o negócio ter sido o único a apresentar desempenho de vendas negativo em 2014 na divisão alimentar do GPA, que reúne ainda as bandeiras Pão de Açúcar, Extra Supermercado e Assaí, além das marcas de proximidade. Enquanto a divisão alimentar do GPA viu sua receita líquida total avançar 9,2% no ano passado, a 34,7 bilhões de reais, o Extra Hiper –bandeira de maior representatividade para o negócio– mostrou declínio de 0,1% na mesma linha, a 12,9 bilhões de reais. Na semana passada, o presidente-executivo do GPA, Ronaldo Iabrudi, afirmou que a companhia adotou a partir do segundo semestre uma renovação das ações comerciais para os hipermercados no Extra em São Paulo para estancar a queda no fluxo de clientes observada nas lojas. O plano –que contempla maior volume de itens em promoção, foco no acompanhamento de preços em relação à concorrência e aumento de vendedores na área de eletroeletrônicos– será agora implementado nos hipermercados do grupo no Rio de Janeiro em fevereiro, e nas regiões Nordeste e Centro-Oeste em março.
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Projetos cancelados da Petrobras deixam rastro de demissões e dívidas
Os empresários de Três Lagoas (MS) não atendem mais ligações identificadas como "confidenciais". Temem que sejam bancos ou alguém querendo cobrar uma dívida. Eles forneciam produtos e serviços à obra da UFN3, fábrica de fertilizantes da Petrobras que estava sendo construída no município. Os trabalhos foram interrompidos em dezembro e continuarão parados, como anunciou a estatal no dia 28. O consórcio construtor deve, segundo a associação comercial local, R$ 37 milhões a esses empresários, que dizem ter demitido mil funcionários e contraído dívidas para honrar compromissos. Histórias de gente que apostou no progresso prometido por uma obra da Petrobras e se frustrou ecoam em Bacabeira (MA) e São Gonçalo do Amarante (CE). Os municípios receberiam, respectivamente, as refinarias Premium I e Premium II, cujos projetos foram abandonados. "Minha vida toda está lá dentro", diz José Maria Castilho Filho, dono de uma empresa de locação de equipamentos que forneceu geradores, compressores e motores para a obra da UFN3. Ele afirma que o consórcio lhe deve cerca de R$ 800 mil e que as 200 máquinas que locou, avaliadas em R$ 750 mil, estão retidas no canteiro da estatal. "Estamos que nem camisa na boca da vaca. Se puxar, rasga; se deixar lá, ela come", afirma ele, que demitiu 26 dos 30 funcionários –os últimos quatro escaparam porque faltou dinheiro para a rescisão. Quem também enfrentou dificuldade para receber as rescisões foram os 6.000 operários demitidos pelo consórcio em 2014. Outros 139, segundo o sindicato, estão no limbo: não foram dispensados porque têm estabilidade (dirigentes sindicais, gestantes e pessoas afastadas por doença), mas estão sem atividade desde dezembro. É o caso do auxiliar de mecânica Claudenilson Lopes Ribeiro, 21. Ele não pode ser demitido até o próximo dia 18 devido a um acidente em fevereiro passado, quando sua mão ficou presa entre uma viga e um dormente ao operar um macaco hidráulico. "Estou sem receber há dois meses e não posso nem correr atrás de outro emprego porque minha carteira não está assinada [com a rescisão]", diz o operário, que saiu de Pinheiro (MA) para Três Lagoas atraído pela obra da fábrica de fertilizantes. A mulher, Camila, 18, sustenta a quitinete do casal com os R$ 900 que ganha como doméstica. Água, luz e as prestações dos móveis e do celular estão atrasadas. No Maranhão de Claudenilson e Camila, o município de Bacabeira tenta assimilar o vazio deixado pela suspensão da refinaria Premium I. A obra de um hotel com 150 apartamentos que, segundo a prefeitura, teria metade de suas unidades alugadas pela Petrobras foi abandonada. Dois grandes restaurantes foram erguidos após o anúncio da refinaria. A dona de um deles, Francisca Enes, calcula em R$ 50 mil seu prejuízo. Com problemas similares, o prefeito de São Gonçalo do Amarante, Cláudio Pinho (Pros), tenta convencer investidores e o governo estadual a construir uma refinaria no município, que seria beneficiado pela Premium II. "Se a Petrobras quiser, pode entrar de sócia com o terreno que foi doado a eles pelo governo", diz. Questionado sobre as perdas provocadas pelo cancelamento da obra, o prefeito resume a frustração de seus conterrâneos: "Não posso mensurar o que não existiu". OUTRO LADO O Consórcio UFN3, responsável pela obra suspensa da fábrica de fertilizantes em Três Lagoas (MS), exige na Justiça a retomada do contrato rescindido pela Petrobras. Liderado pela petroleira chinesa Sinopec, o consórcio inclui a Galvão Engenharia, que afirmou, por meio de assessoria, reivindicar com ação em juízo o reconhecimento de seus direitos. O caso corre sob segredo judicial. A Folha apurou que o consórcio pede o ressarcimento de perdas estimadas em mais de R$ 1 bilhão –incluindo serviços adicionais solicitados pela Petrobras, o reequilíbrio financeiro do contrato e danos causados por rescisões trabalhistas e atrasos no pagamento de fornecedores. Questionada sobre os equipamentos retidos no canteiro de obras, a Petrobras não respondeu até a conclusão desta edição. A Folha não conseguiu fazer contato com a Sinopec nem com o consórcio Siemar, responsável pela construção da refinaria Premium I, em Bacabeira (MA).
mercado
Projetos cancelados da Petrobras deixam rastro de demissões e dívidasOs empresários de Três Lagoas (MS) não atendem mais ligações identificadas como "confidenciais". Temem que sejam bancos ou alguém querendo cobrar uma dívida. Eles forneciam produtos e serviços à obra da UFN3, fábrica de fertilizantes da Petrobras que estava sendo construída no município. Os trabalhos foram interrompidos em dezembro e continuarão parados, como anunciou a estatal no dia 28. O consórcio construtor deve, segundo a associação comercial local, R$ 37 milhões a esses empresários, que dizem ter demitido mil funcionários e contraído dívidas para honrar compromissos. Histórias de gente que apostou no progresso prometido por uma obra da Petrobras e se frustrou ecoam em Bacabeira (MA) e São Gonçalo do Amarante (CE). Os municípios receberiam, respectivamente, as refinarias Premium I e Premium II, cujos projetos foram abandonados. "Minha vida toda está lá dentro", diz José Maria Castilho Filho, dono de uma empresa de locação de equipamentos que forneceu geradores, compressores e motores para a obra da UFN3. Ele afirma que o consórcio lhe deve cerca de R$ 800 mil e que as 200 máquinas que locou, avaliadas em R$ 750 mil, estão retidas no canteiro da estatal. "Estamos que nem camisa na boca da vaca. Se puxar, rasga; se deixar lá, ela come", afirma ele, que demitiu 26 dos 30 funcionários –os últimos quatro escaparam porque faltou dinheiro para a rescisão. Quem também enfrentou dificuldade para receber as rescisões foram os 6.000 operários demitidos pelo consórcio em 2014. Outros 139, segundo o sindicato, estão no limbo: não foram dispensados porque têm estabilidade (dirigentes sindicais, gestantes e pessoas afastadas por doença), mas estão sem atividade desde dezembro. É o caso do auxiliar de mecânica Claudenilson Lopes Ribeiro, 21. Ele não pode ser demitido até o próximo dia 18 devido a um acidente em fevereiro passado, quando sua mão ficou presa entre uma viga e um dormente ao operar um macaco hidráulico. "Estou sem receber há dois meses e não posso nem correr atrás de outro emprego porque minha carteira não está assinada [com a rescisão]", diz o operário, que saiu de Pinheiro (MA) para Três Lagoas atraído pela obra da fábrica de fertilizantes. A mulher, Camila, 18, sustenta a quitinete do casal com os R$ 900 que ganha como doméstica. Água, luz e as prestações dos móveis e do celular estão atrasadas. No Maranhão de Claudenilson e Camila, o município de Bacabeira tenta assimilar o vazio deixado pela suspensão da refinaria Premium I. A obra de um hotel com 150 apartamentos que, segundo a prefeitura, teria metade de suas unidades alugadas pela Petrobras foi abandonada. Dois grandes restaurantes foram erguidos após o anúncio da refinaria. A dona de um deles, Francisca Enes, calcula em R$ 50 mil seu prejuízo. Com problemas similares, o prefeito de São Gonçalo do Amarante, Cláudio Pinho (Pros), tenta convencer investidores e o governo estadual a construir uma refinaria no município, que seria beneficiado pela Premium II. "Se a Petrobras quiser, pode entrar de sócia com o terreno que foi doado a eles pelo governo", diz. Questionado sobre as perdas provocadas pelo cancelamento da obra, o prefeito resume a frustração de seus conterrâneos: "Não posso mensurar o que não existiu". OUTRO LADO O Consórcio UFN3, responsável pela obra suspensa da fábrica de fertilizantes em Três Lagoas (MS), exige na Justiça a retomada do contrato rescindido pela Petrobras. Liderado pela petroleira chinesa Sinopec, o consórcio inclui a Galvão Engenharia, que afirmou, por meio de assessoria, reivindicar com ação em juízo o reconhecimento de seus direitos. O caso corre sob segredo judicial. A Folha apurou que o consórcio pede o ressarcimento de perdas estimadas em mais de R$ 1 bilhão –incluindo serviços adicionais solicitados pela Petrobras, o reequilíbrio financeiro do contrato e danos causados por rescisões trabalhistas e atrasos no pagamento de fornecedores. Questionada sobre os equipamentos retidos no canteiro de obras, a Petrobras não respondeu até a conclusão desta edição. A Folha não conseguiu fazer contato com a Sinopec nem com o consórcio Siemar, responsável pela construção da refinaria Premium I, em Bacabeira (MA).
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Fiesp, na linha de frente do afastamento de Dilma, despertou a fúria de Collor
A Fiesp de Paulo Skaf não pretende pagar o pato pelos desacertos da presidente Dilma Rousseff. Já a Fiesp de Mario Amato engoliu muitos sapos de Fernando Collor. Collor fustigou a entidade desde a campanha eleitoral. Amato teria sido inábil quando o candidato foi expor o programa de governo. Olhando para o relógio, o empresário abreviou o encontro e perguntou quanto Collor queria. A fúria de Collor não foi aplacada com a fortuna que os empresários despejaram nos cofres do tesoureiro da campanha, PC Farias. Quando venceu o primeiro turno, Collor afirmou: "Já rechacei o apoio da Fiesp duas vezes e o faço agora, pela terceira vez. A Fiesp representa o que há de mais atrasado no empresariado brasileiro". No dia em que a "CPI de PC Farias" divulgou seu relatório final, Amato leu uma nota de repúdio em que a Fiesp reconhecia "a absoluta necessidade de exemplar punição". Collor foi acolhido pelo PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), grupo de jovens líderes empresariais, criado em 1987. Mas o PNBE acabou sendo a primeira entidade empresarial a aderir ao movimento pelo impeachment de Collor, diante da corrupção.
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Fiesp, na linha de frente do afastamento de Dilma, despertou a fúria de CollorA Fiesp de Paulo Skaf não pretende pagar o pato pelos desacertos da presidente Dilma Rousseff. Já a Fiesp de Mario Amato engoliu muitos sapos de Fernando Collor. Collor fustigou a entidade desde a campanha eleitoral. Amato teria sido inábil quando o candidato foi expor o programa de governo. Olhando para o relógio, o empresário abreviou o encontro e perguntou quanto Collor queria. A fúria de Collor não foi aplacada com a fortuna que os empresários despejaram nos cofres do tesoureiro da campanha, PC Farias. Quando venceu o primeiro turno, Collor afirmou: "Já rechacei o apoio da Fiesp duas vezes e o faço agora, pela terceira vez. A Fiesp representa o que há de mais atrasado no empresariado brasileiro". No dia em que a "CPI de PC Farias" divulgou seu relatório final, Amato leu uma nota de repúdio em que a Fiesp reconhecia "a absoluta necessidade de exemplar punição". Collor foi acolhido pelo PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), grupo de jovens líderes empresariais, criado em 1987. Mas o PNBE acabou sendo a primeira entidade empresarial a aderir ao movimento pelo impeachment de Collor, diante da corrupção.
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A história da MS-13, supergangue que gera onda de medo nos EUA
Uma sequência de assassinatos brutais nos Estados Unidos voltou as atenções para a MS-13, uma gangue de rua que nasceu em Los Angeles, mas tem raízes em El Salvador. O incidente mais recente aconteceu na segunda-feira passada (17): um assassinato em massa em Long Island, onde os corpos de quatro homens, incluindo três adolescentes, foram encontrados mutilados em uma floresta, de acordo com a polícia. Pelo Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou a gangue de "perversa". Já o procurador-geral do país, Jeff Sessions, prometeu "dizimá-la". E ambos culparam a política de imigração da era Obama por sua ascensão. Mas o que é a MS-13? E qual seria a culpa de Obama? EXTREMA VIOLÊNCIA A MS-13 surgiu nos bairros de Los Angeles durante os anos 1980, formada por imigrantes que fugiram da longa e brutal guerra civil de El Salvador. Outros membros vieram de Honduras, Guatemala e México. MS significa "Mara Salvatrucha", uma combinação das palavras Mara ("gangue"), Salva ("Salvador") e trucha ("malandros da rua"). Já o número 13 representa a posição da letra M no alfabeto. A gangue ficou famosa por seus atos de violência extrema, como matar usando facões, por exemplo. De acordo com o FBI, a polícia federal americana, a MS-13 já está presente em 46 Estados americanos. Em 2012, o governo americano classificou a gangue como uma "organização criminosa transnacional". Foi a primeira gangue de rua a ser descrita dessa forma, equiparando-se, portanto, a grandes organizações criminosas internacionais, como a mexicana Zetas, a japonesa Yakuza e a italiana Camorra. RITUAIS DE INICIAÇÃO Segundo autoridades, a MS-13 recruta adolescentes pobres e em situação de risco. Para entrar no grupo, dizem relatos, passa-se por uma sessão de espancamento que dura 13 segundos. Além disso, é preciso praticar um crime, frequentemente um assassinato, para a gangue. Abandoná-la é ainda mais perigoso. Grandes tatuagens no peito marcam os membros por toda a vida, e algumas facções supostamente matam aqueles que tentam sair. Em 2008, segundo estimativas do FBI (polícia federal americana), a MS-13 tinha entre 6.000 e 10.000 membros. Mas agora já é maior fora do país. Após uma operação que reprimiu diversas gangues no fim da década de 1990, parte de seus integrantes foi enviada de volta a países da América Central, onde estabeleceram ramificações do grupo. Estudos estimam em 60 mil o número de integrantes da MS-13 na região. E suas receitas anuais seriam da ordem de US$ 31 milhões (R$ 98 milhões), a maior parte obtida por meio do tráfico de drogas e extorsão. "MATE, ESTUPRE, CONTROLE" Casos emblemáticos ligados recentemente à gangue incluem o assassinato de duas estudantes de Ensino Médio. Elas foram atacadas com um facão e um taco de beisebol quando atravessavam um bairro em Nova York no mês passado. O ataque teria sido motivado por vingança, informou a polícia. Quatro supostos membros da MS-13 foram indiciados pelo crime. No mesmo mês, outros dois supostos integrantes da organização criminosa em Houston, no Texas, foram acusados pelo sequestro de três adolescentes. As jovens foram mantidas reféns e estupradas antes de uma delas ter sido morta no acostamento de uma estrada. Segundo um especialista do FBI que investiga o grupo, o lema da MS-13 é "matar, estuprar e controlar". CULPA DE OBAMA? Trump e Sessions culparam o ex-presidente americano Barack Obama pela ascensão da MS-13, alegando que sua política de "portas abertas" para a imigração acabou impulsionando o crescimento da gangue. Mas a organização criminosa se formou e floresceu nos Estados Unidos antes de Obama chegar ao poder. A MS-13 havia sido identificada como uma ameaça pelas autoridades nos anos 1990, e uma força-tarefa do FBI foi criada para investigar a gangue em 1994. "O maior crescimento se deu durante a era Bush-Cheney quando cresceu a imigração ilegal da América Central. Paralelamente, o governo aumentou a repressão contra essas organizações criminosas, superlotando as prisões, ao passo que os programas de reabilitação dos presos perderam financiamento", explicou Fulton Armstrong, pesquisador do Centro para Estudos Latino-americanos da American University, ao site Politifact. "Não vejo por que a administração Obama tem de ser culpada pela existência ou atividades dessa gangue nos Estados Unidos", completou Ioan Grillo, autor de um livro sobre gangues americanas. Obama também priorizou a deportação desses criminosos, incluindo integrantes da MS-13, mediante um programa de deportação agressivo.
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A história da MS-13, supergangue que gera onda de medo nos EUAUma sequência de assassinatos brutais nos Estados Unidos voltou as atenções para a MS-13, uma gangue de rua que nasceu em Los Angeles, mas tem raízes em El Salvador. O incidente mais recente aconteceu na segunda-feira passada (17): um assassinato em massa em Long Island, onde os corpos de quatro homens, incluindo três adolescentes, foram encontrados mutilados em uma floresta, de acordo com a polícia. Pelo Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou a gangue de "perversa". Já o procurador-geral do país, Jeff Sessions, prometeu "dizimá-la". E ambos culparam a política de imigração da era Obama por sua ascensão. Mas o que é a MS-13? E qual seria a culpa de Obama? EXTREMA VIOLÊNCIA A MS-13 surgiu nos bairros de Los Angeles durante os anos 1980, formada por imigrantes que fugiram da longa e brutal guerra civil de El Salvador. Outros membros vieram de Honduras, Guatemala e México. MS significa "Mara Salvatrucha", uma combinação das palavras Mara ("gangue"), Salva ("Salvador") e trucha ("malandros da rua"). Já o número 13 representa a posição da letra M no alfabeto. A gangue ficou famosa por seus atos de violência extrema, como matar usando facões, por exemplo. De acordo com o FBI, a polícia federal americana, a MS-13 já está presente em 46 Estados americanos. Em 2012, o governo americano classificou a gangue como uma "organização criminosa transnacional". Foi a primeira gangue de rua a ser descrita dessa forma, equiparando-se, portanto, a grandes organizações criminosas internacionais, como a mexicana Zetas, a japonesa Yakuza e a italiana Camorra. RITUAIS DE INICIAÇÃO Segundo autoridades, a MS-13 recruta adolescentes pobres e em situação de risco. Para entrar no grupo, dizem relatos, passa-se por uma sessão de espancamento que dura 13 segundos. Além disso, é preciso praticar um crime, frequentemente um assassinato, para a gangue. Abandoná-la é ainda mais perigoso. Grandes tatuagens no peito marcam os membros por toda a vida, e algumas facções supostamente matam aqueles que tentam sair. Em 2008, segundo estimativas do FBI (polícia federal americana), a MS-13 tinha entre 6.000 e 10.000 membros. Mas agora já é maior fora do país. Após uma operação que reprimiu diversas gangues no fim da década de 1990, parte de seus integrantes foi enviada de volta a países da América Central, onde estabeleceram ramificações do grupo. Estudos estimam em 60 mil o número de integrantes da MS-13 na região. E suas receitas anuais seriam da ordem de US$ 31 milhões (R$ 98 milhões), a maior parte obtida por meio do tráfico de drogas e extorsão. "MATE, ESTUPRE, CONTROLE" Casos emblemáticos ligados recentemente à gangue incluem o assassinato de duas estudantes de Ensino Médio. Elas foram atacadas com um facão e um taco de beisebol quando atravessavam um bairro em Nova York no mês passado. O ataque teria sido motivado por vingança, informou a polícia. Quatro supostos membros da MS-13 foram indiciados pelo crime. No mesmo mês, outros dois supostos integrantes da organização criminosa em Houston, no Texas, foram acusados pelo sequestro de três adolescentes. As jovens foram mantidas reféns e estupradas antes de uma delas ter sido morta no acostamento de uma estrada. Segundo um especialista do FBI que investiga o grupo, o lema da MS-13 é "matar, estuprar e controlar". CULPA DE OBAMA? Trump e Sessions culparam o ex-presidente americano Barack Obama pela ascensão da MS-13, alegando que sua política de "portas abertas" para a imigração acabou impulsionando o crescimento da gangue. Mas a organização criminosa se formou e floresceu nos Estados Unidos antes de Obama chegar ao poder. A MS-13 havia sido identificada como uma ameaça pelas autoridades nos anos 1990, e uma força-tarefa do FBI foi criada para investigar a gangue em 1994. "O maior crescimento se deu durante a era Bush-Cheney quando cresceu a imigração ilegal da América Central. Paralelamente, o governo aumentou a repressão contra essas organizações criminosas, superlotando as prisões, ao passo que os programas de reabilitação dos presos perderam financiamento", explicou Fulton Armstrong, pesquisador do Centro para Estudos Latino-americanos da American University, ao site Politifact. "Não vejo por que a administração Obama tem de ser culpada pela existência ou atividades dessa gangue nos Estados Unidos", completou Ioan Grillo, autor de um livro sobre gangues americanas. Obama também priorizou a deportação desses criminosos, incluindo integrantes da MS-13, mediante um programa de deportação agressivo.
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Trump diz que pode retirar sanções contra a Rússia e encontrar Putin
O presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em entrevista ao "Wall Street Journal" que pode retirar sanções contra a Rússia, impostas pelo governo de Barack Obama em dezembro em resposta aos supostos ataques de hackers patrocinados pelo país. "Se nos dermos bem e a Rússia realmente estiver nos ajudando, por que teríamos sanções se alguém está fazendo coisas boas?", disse o republicano ao jornal, referindo-se à possibilidade de os russos ajudarem os EUA a enfrentar o terrorismo e outros objetivos de interesse de seu governo. Trump também disse na entrevista que pode se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin depois da sua posse em 20 de janeiro. O presidente eleito também voltou a entrar em polêmica com a China. Perguntado sobre se apoiava a política de "uma China", que norteia as relações diplomáticas entre Estados Unidos e o país há décadas, Trump disse que "tudo está sob negociação, inclusive a 'uma China'". A política de "uma China" significa que os EUA reconhecem a posição chinesa de que Taiwan é parte do país. Trump irritou os chineses ao receber uma ligação da presidente taiwanesa parabenizando-o por sua eleição. Trump já havia dito anteriormente que acusaria a China de manipular sua moeda após tomar posse. Ao "Journal", ele disse que conversaria com os chineses antes de fazer isso, mas criticou as práticas do país. "Em vez de falar, 'estamos desvalorizando nossa moeda', eles dizem, 'oh, nossa moeda está caindo'. Não está caindo. Eles estão fazendo de propósito. Nossas empresas não podem competir com eles porque nossa moeda é forte e isso está nos matando", afirmou Trump. O Ministério das Relações Exteriores da China disse neste sábado (14) que o princípio da "uma China" não era negociável. MAR DO SUL DA CHINA A equipe de Trump já tinha tido uma rusga com a China nesta semana, quando o indicado ao cargo de secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, disse na quarta (11), em audiência de confirmação no Comitê de Relações Exteriores do Senado, que queria enviar um sinal à China de que o acesso do país às ilhas no disputado Mar do Sul da China "não será permitido." Os Estados Unidos teriam que "travar uma guerra de larga escala" para evitar o acesso chinês a essas ilhas, disse o jornal chinês "Global Times" em um editorial na sexta-feira (13). O jornal, conhecido por suas duras palavras e editoriais nacionalistas, é publicado pelo principal veículo do Partido Comunista.
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Trump diz que pode retirar sanções contra a Rússia e encontrar PutinO presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em entrevista ao "Wall Street Journal" que pode retirar sanções contra a Rússia, impostas pelo governo de Barack Obama em dezembro em resposta aos supostos ataques de hackers patrocinados pelo país. "Se nos dermos bem e a Rússia realmente estiver nos ajudando, por que teríamos sanções se alguém está fazendo coisas boas?", disse o republicano ao jornal, referindo-se à possibilidade de os russos ajudarem os EUA a enfrentar o terrorismo e outros objetivos de interesse de seu governo. Trump também disse na entrevista que pode se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin depois da sua posse em 20 de janeiro. O presidente eleito também voltou a entrar em polêmica com a China. Perguntado sobre se apoiava a política de "uma China", que norteia as relações diplomáticas entre Estados Unidos e o país há décadas, Trump disse que "tudo está sob negociação, inclusive a 'uma China'". A política de "uma China" significa que os EUA reconhecem a posição chinesa de que Taiwan é parte do país. Trump irritou os chineses ao receber uma ligação da presidente taiwanesa parabenizando-o por sua eleição. Trump já havia dito anteriormente que acusaria a China de manipular sua moeda após tomar posse. Ao "Journal", ele disse que conversaria com os chineses antes de fazer isso, mas criticou as práticas do país. "Em vez de falar, 'estamos desvalorizando nossa moeda', eles dizem, 'oh, nossa moeda está caindo'. Não está caindo. Eles estão fazendo de propósito. Nossas empresas não podem competir com eles porque nossa moeda é forte e isso está nos matando", afirmou Trump. O Ministério das Relações Exteriores da China disse neste sábado (14) que o princípio da "uma China" não era negociável. MAR DO SUL DA CHINA A equipe de Trump já tinha tido uma rusga com a China nesta semana, quando o indicado ao cargo de secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, disse na quarta (11), em audiência de confirmação no Comitê de Relações Exteriores do Senado, que queria enviar um sinal à China de que o acesso do país às ilhas no disputado Mar do Sul da China "não será permitido." Os Estados Unidos teriam que "travar uma guerra de larga escala" para evitar o acesso chinês a essas ilhas, disse o jornal chinês "Global Times" em um editorial na sexta-feira (13). O jornal, conhecido por suas duras palavras e editoriais nacionalistas, é publicado pelo principal veículo do Partido Comunista.
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