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TERMOS em que deve o presente recurso ser julgado procedente e, em consequência, a sentença recorrida ser substituída por outra que, julgando improcedente a excepção de caducidade do direito de ação, julgue procedentes os pedidos formulados na sua p., pela Impugnante/Recorrente, tudo com as consequências legais, assim se fazendo a devida JUSTIÇA.» A DGAV, na condição de recorrida, apresentou contra-alegação, que termina concluindo: « 1) A sentença proferida pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga TAF julgou procedente a exceção peremptória de caducidade do direito de ação, absolvendo, em consequência a recorrida/DGAV dos pedidos. |
2) Em síntese, o TAF Braga entendeu, tal como defendido pela recorrida, que a questão em causa se prende exclusivamente com a alegada inconstitucionalidade do Decreto-Lei n. 19/2011, de 7 de fevereiro. |
3) A recorrente pretende fazer crer que não é verdade que a reclamação graciosa e subsequente impugnação judicial se fundem exclusivamente na inconstitucionalidade do Decreto-Lei n. 19/2011, de 7 de fevereiro, quando é evidente que o fundamento da reclamação graciosa bem como da impugnação baseia-se numa questão de direito: determinar se a «taxa SIRCA» constitui um imposto ou uma taxa. |
4) A sentença recorrida considerou, e bem, que toda a argumentação subjacente à reclamação graciosa esteve relacionada com a questão da inconstitucionalidade do referido diploma. |
5) E, assim sendo, a prévia apresentação da reclamação graciosa seria é) inútil, uma vez que o seu fundamento consiste, exclusivamente, na inconstitucionalidade orgânica do Decreto-Lei n. 19/2011, de 7 de Fevereiro, designadamente, o n. 1 do artigo , pelo que a Administração no caso, a apenas o poderia deixar de aplicar após declaração de ilegalidade com força obrigatória geral, na medida em que está vinculada ao princípio da legalidade. |
6) Estando em causa a inconstitucionalidade do n. 1 do artigo do Decreto-Lei n. 19/2011, de 7 de Fevereiro, a eventual intervenção da impugnada é inútil, uma vez que esta não pode deixar de aplicar uma norma com base na sua inconstitucionalidade. |
7) Este é o entendimento que tem sido decidido, por diversas vezes, pelo Supremo Tribunal Administrativo, tal como defendido na sentença recorrida, pelo que os acórdãos ali invocados têm plena aplicação ao caso vertente. |
8) E, por isso, o TAF Braga reconheceu, e bem, que o prazo para apresentar a impugnação judicial já se encontrava há muito decorrido, como defendeu, e continua a defender, a recorrida. |
9) Tal como referido na sentença recorrida e passamos a citar «...) O Supremo Tribunal Administrativo, de forma reiterada, decidiu que a liquidação de um tributo ao abrigo de uma norma inconstitucional não se mostra ferida de nulidade, mas antes de anulabilidade». |
10) E não sendo nulo, a impugnação judicial só podia ser deduzida no prazo de 3 meses, tal como previsto no n. 1 do artigo 10 do CPPT, contados da data da apresentação da declaração em que é feita a autoliquidação. |
11) No caso em apreço, as autoliquidações foram efetuadas no período compreendido entre março de 2013 a março de 2015, tendo a petição inicial da presente ação sido remetida ao TAF Braga no dia 112015, ou seja, ultrapassado o prazo de 3 meses. |
12) E em consequência, o TAF Braga julgou que a impugnação judicial não foi tempestivamente apresentada, julgando, por isso, procedente a exceção peremptória de caducidade do direito de ação, absolvendo, consequentemente, a recorrida, dos pedidos, pelo que nada há a assacar ao que foi proferido na sentença. |
13) Tal como resulta da sentença recorrida, o meio processual próprio para a discussão da legalidade do ato de liquidação tributária é a impugnação judicial, e não a reclamação graciosa, nos termos do n. 3 do artigo 13 do CPPT. |
14) Pois, ao contrário do que o recorrente afirma, as autoliquidações em causa não tinham de ser precedidas de prévia reclamação como condição da sua impugnabilidade. |
CONCLUSÃO 15) A recorrida vem, com a devida vénia, aderir à motivação explanada na sentença proferida pelo TAF Braga, por concordar com os seus fundamentos, que aqui se dão como integralmente reproduzidos. |
Nestes termos, nos melhores de direito e com o sempre mui douto suprimento de Exa, deverá o presente recurso ser julgado improcedente e, consequentemente, manter-se a sentença proferida, como é de, JUSTIÇA!» O Exmo. |
magistrado do Ministério Público emitiu parecer, concluindo que se impõe a revogação da sentença recorrida. |
Cumpridas as formalidades legais, compete conhecer e decidir. |
# Na sentença, em sede de julgamento factual, expressou-se: « A) A 30/05/2013, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de março, do ano de 2013, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 668,20 – cfr. |
documento junto a fls. |
90 dos autos, aqui reproduzidas; B) Na mesma data, através do cheque n. 8705949867, do ., a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
91 dos autos, aqui reproduzidas; ) A 28/06/2013, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de abril, do ano de 2013, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 039,75 – cfr. |
documento junto a fls. |
89 dos autos, aqui reproduzidas; ) Na mesma data, através do cheque n. 6225627195, do , a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
89 dos autos e 4 do PA., aqui reproduzidas; E) A 29/07/2013, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de maio, do ano de 2013, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 311,90 – cfr. |
documento junto a fls. |
88 dos autos, aqui reproduzidas; F) Na mesma data, através do cheque n. 4525627240, do , a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
88 dos autos; G) A 28/08/2013, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de junho, do ano de 2013, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 319,84 – cfr. |
documento junto a fls. |
87 dos autos, aqui reproduzidas; H) Na mesma data, através do cheque n. 5325627293, do ., a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
87 dos autos; ) A 26/09/2013, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de Julho, do ano de 2013, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 273,57 – cfr. |
documento junto a fls. |
86 dos autos, aqui reproduzidas; J) Na mesma data, através do cheque n. 3027907453, do ., a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
86 dos autos; K) A 28/10/2013, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de agosto, do ano de 2013, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 866,95 – cfr. |
documento junto a fls. |
85 dos autos, aqui reproduzidas; ) Na mesma data, através do cheque n. 8127907512, do ., a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
85 dos autos; ) A 27/11/2013, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de setembro, do ano de 2013, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 821,76 – cfr. |
documento junto a fls. |
83 dos autos, aqui reproduzidas; N) Na mesma data, através do cheque n. 392790549, do , a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
84 dos autos, aqui reproduzidas; O) A 23/12/2013, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao ��s de outubro, do ano de 2013, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 087,00 – cfr. |
documento junto a fls. |
82 dos autos, aqui reproduzidas; P) Na mesma data, através do cheque n. 1527907584, do ., a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
82 dos autos; Q) A 27/01/2014, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de novembro, do ano de 2013, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 869,76 – cfr. |
documento junto a fls. |
81 dos autos, aqui reproduzidas; R) Na mesma data, através do cheque n. 6829939685, do , a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
81 dos autos; S) A 21/02/2014, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de dezembro, do ano de 2013, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 900,37 – cfr. |
documento junto a fls. |
80 dos autos, aqui reproduzidas; T) Na mesma data, através do cheque n. 6429939707, do ., a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
20 e 21 do PA., aqui reproduzidas; U) A 24/03/2014, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de janeiro, do ano de 2014, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 322,24 – cfr. |
documento junto a fls. |
79 dos autos, aqui reproduzidas; ) Na mesma data, através do cheque n. 8829939769, do ., a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
79 dos autos; W) A 23/04/2014, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de Fevereiro, do ano de 2014, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 405,67 – cfr. |
documento junto a fls. |
78 dos autos, aqui reproduzidas; ) Na mesma data, através do cheque n. 0632128055, do , a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
78 dos autos; Y) A 26/05/2014, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de março, do ano de 2014, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 566,90 – cfr. |
documento junto a fls. |
77 dos autos, aqui reproduzidas; Z) Na mesma data, através do cheque n. 343218095, do , a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido no ponto anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
77 dos autos; AA) A 24/06/2014, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de abril, do ano de 2014, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 844,78 – cfr. |
documento junto a fls. |
75 dos autos, aqui reproduzidas; BB) Na mesma data, através do cheque n. 6934291536, do ., a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
76 dos autos, aqui reproduzidas; ) A 28/07/2014, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de maio, do ano de 2014, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 332,84 – cfr. |
documento junto a fls. |
74 dos autos, aqui reproduzidas; ) Na mesma data, através do cheque n. 5634291559, a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
74 dos autos; EE) A 27/08/2014, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de junho, do ano de 2014, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 361,26 – cfr. |
documento junto a fls. |
73 dos autos, aqui reproduzidas; FF) Na mesma data, através do cheque n. 1534291639, do ., a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido no ponto anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
73 dos autos; GG) A 30/09/2014, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de julho, do ano de 2014, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 422,45 – cfr. |
documento junto a fls. |
72 dos autos, aqui reproduzidas; HH) Na mesma data, através do cheque n. 8536411383, do ., a Impugnante procedeu ao pagamento do montante mencionando no ponto antecedente – cfr. |
documentos juntos a fls. |
72 dos autos; ) A 23/10/2014, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de Agosto, do ano de 2014, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 397,91 – cfr. |
documento junto a fls. |
71 dos autos, aqui reproduzidas; JJ) Na mesma data, através do cheque n. 7036411417, do .., a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
71 dos autos; KK) A 26/11/2014, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de setembro, do ano de 2014, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 739,32 – cfr. |
documento junto a fls. |
70 dos autos, aqui reproduzidas; ) Na mesma data, através do cheque n. 2636411465, do ., a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido no ponto anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
70 dos autos; ) A 26/12/2014, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de outubro, do ano de 2014, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 484,50 – cfr. |
documento junto a fls. |
69 dos autos, aqui reproduzidas; NN) Na mesma data, através do cheque n. 7436411492, do .., a Impugnante procedeu ao pagamento do montante referido na alínea anterior – cfr. |
documento junto a fls. |
69 dos autos; OO) A 26/01/2015, a Impugnante emitiu declaração mensal da taxa SIRCA, relativa ao mês de novembro, do ano de 2014, constando da mesma que, no período a que a declaração se refere, foi apurado o valor a pagar de € 585,43 – cfr. |
documento junto a fls. |